O Processo de AABE no Agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades

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Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Escola Básica do 2º, 3º Ciclos de Pinhal de Frades, Novembro de 2009 Paulo Rodrigues

Vários estudos sobre educação mostram de forma clara que existe uma correlação entre a Biblioteca Escolar (BE), a Escola e o sucesso educativo. A Biblioteca Escolar, que se assume como um espaço de informação e aprendizagem, depende do espaço físico, dos seus recursos e equipamentos, mas sobretudo da organização, gestão e dinâmica interna da escola, das práticas dos docentes e hábitos dos alunos. Uma avaliação sistemática do impacto que as práticas pedagógicas têm nas aprendizagens irá permitir a definição de acções de modo a que se possam atingir os objectivos e metas traçados em PCA e PEA. Importa ainda reforçar que o “Modelo de Avaliação da Bibliotecas Escolares” é em primeiro lugar um modelo de escola e, como tal, para a sua implementação terá que ter o envolvimento de toda a comunidade escolar e órgãos de gestão – é imprescindível que todos sejam parte integrante e activa deste processo. Fazer uma análise à capacidade de resposta de implementação do processo de avaliação da BE (implementação do modelo) é o propósito desta reflexão, bem como traçar caminhos que levem à sua aplicação com sucesso.

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A EB 2,3 de Pinhal de Frades e o processo de avaliação da BE.

“No nosso Agrupamento, a Biblioteca Escolar, tem tido uma coordenação dinâmica, integradora, aberta à inovação e à mudança; A evolução tecnológica aliada à inovação e à avaliação efectuada, com base em inquéritos por questionário, permitiu, nos últimos anos, desenvolver actividades centradas no desenvolvimento curricular, no desenvolvimento das literacias e na gestão dos recursos.” Maria Teresa Gouveia, professora da EB 2, 3 de Pinhal de Frades, elemento da “Equipa do Observatório” e que acompanhou o processo de Avaliação Externa.

A Biblioteca Escolar é, antes de mais, o reflexo do tipo de gestão/direcção e das orientações pedagógicas da escola /agrupamento e a relação que tem vindo a estabelecer com a equipa de coordenação da BE. Ao longo da sua existência, a Escola / Agrupamento soube criar as condições para assegurar um bom serviço em diferentes vertentes, na escola e na Biblioteca: - Criação de equipas multidisciplinares, de professores motivados para essa tarefa, que asseguraram a coordenação da biblioteca. - Gestão do pessoal, garantindo que os assistentes operacionais assegurem a totalidade do horário de funcionamento da BE (facto que só foi possível este ano, embora houvessem equipas de professores que o fizeram até essa data). - Criação e manutenção de serviços básicos de reprografia e papelaria (deste modo a BE não é sobrecarregada com estes serviços). - Criação de salas de informática que são utilizadas em aulas correntes (desde o ano 2000). - Cultura de formação e utilização de novas tecnologias nas práticas lectivas e de gestão (computadores em todas as salas de aula, projectores de vídeo e quadros interactivos; a escola tem um sítio electrónico, utiliza de forma corrente o moodle e este ano lectivo os sumários informatizados – Todos os professores e alunos utilizam estas ferramentas).

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- Gestão Financeira que tem permitido dotar a BE de recursos e equipamentos diversificados e actualizados. - Também as várias orientações do Ministério da Educação foram cumpridas e abriram novos espaços de trabalho quando reforçaram a ideia da utilização das TIC em Área de Projecto no 8º ano.

O trabalho que foi feito ao longo dos últimos anos pela BE permitiram estabelecer parcerias de trabalho que têm levado a que os professores e departamentos, tenham em boa conta a BE e reconheçam o seu trabalho classificando de eficaz e com impacto relevante nas aprendizagens dos alunos (foi de facto um dado mais relevante recolhido através da aplicação do modelo no domínio B – Leituras e Literacia - no ano lectivo 2008/2009). O plano de actividades desenvolvido tem vindo a aproximar-se cada vez mais das necessidades de formação dos alunos e revelado formas de consolidação das aprendizagens. Mas, é também claro que muitos professores, e algumas áreas disciplinares não têm em conta nas suas práticas a BE, utilizando pontualmente os seus recursos. O ponto da situação actual é este. Temos um bom arranque, mas um longo caminho a percorrer. O grande desafio é estender o trabalho que foi feito a todos os grupos disciplinares. Mobilizar toda a Escola.

Todo este processo tem alguns pontos inibidores, que não foram até à data ultrapassados e que são muito importantes: - A BE não consta no PEA. - As literacias e a “aprendizagem ao longo da vida” não são tidas como meta nesse mesmo documento. - O RI, alterado em Maio último, não foi ao encontro de todas as sugestões da equipa de coordenação da biblioteca e da RBE. - Actualmente a direcção do agrupamento é feita por uma CAP, o que não permite reformular o PCA e consequentemente o PEA. - A sobrecarga de trabalho dos professores que leva a uma indisponibilidade para reunir e trabalhar de forma colaborativa com a BE. 3


- A dimensão de tarefa atribuída ao professor bibliotecário e à sua equipa.

A mais valia da Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar

A auto-avaliação é um mecanismo regulador do processo de implementação do modelo, revelando-se como a oportunidade que a Biblioteca e o Agrupamento têm de reflectir e priorizar necessidades no cumprimento dos objectivos a que se propôs (ou há-de propor…). A avaliação externa que decorreu no ano lectivo de 2007/2008, teve em conta o desempenho da BE através de Relatórios Anuais de Actividades da BE, feitos anualmente e enviados à DRELVT mas a eficácia e o impacto da BE nas aprendizagens não foi passível de ser avaliado, dado que à data ainda não haviam sido lançados os inquéritos de avaliação. No ano lectivo anterior, a aplicação do modelo de avaliação permitiu definir de forma clara as medidas a tomar para alcançar os objectivos de formação dos nossos alunos e em consequência traçar o perfil de desempenho da BE. Assim, a implementação do modelo, de modo a envolver claramente a totalidade da comunidade educativa, assume especial importância. Cabe aos professores bibliotecários a sua divulgação e mobilização por forma à alteração das práticas educativas.

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PLANO DE ACÇÃO Objectivo: Envolvimento da comunidade educativa na implementação do Modelo AABE

Acções a desenvolver

Objectivos

Intervenientes / Publico Alvo

Calendarização

Divulgar a MAABE: Workshop de apresentação do MAABE

“Modelo de Escola”

Professor Bibliotecário/ Director

Novas Práticas Pedagógicas

Professor Bibliotecário/ CP

Objectivos e Metas da BE

Professor Bibliotecário /

Objectivos e Metas da Escola

Departamentos

1º Período

Mais-valia da aplicação do modelo

Promover a cooperação dos Campanha de Marketing

professores na recolha de evidências.

Equipa de coordenação da BE /

Envolver os professores na

Professores do Agrupamento

2º Período

consecução dos objectivos da BE.

Integração

da

BE

nos

Planos

A definir segundo a

Elaboração de proposta

Estratégicos e operacionais da escola Professor Bibliotecário/CP

para PEA

e

na

visão

e

objectivos

da Professor Bibliotecário/Conselho Geral

calendarização estabelecida pelo CG

escola/agrupamento

Professor Bibliotecário/ CP Equipa de Coordenação da BE /

Apresentação dos

Departamentos;

diferentes instrumentos de

Divulgar o tipo de avaliação e os

registo e recolha de

instrumentos de recolha de evidências. Equipa de Coordenação da BE / DT

evidências para o domínio

Promover uma cultura de avaliação

2º Período

seleccionado para avaliação sistemática. no ano corrente

DT/Encarregados de Educação (Reuniões de EE)

Início do 3º Período

Avaliação do impacto da BE nas aprendizagens e no processo ensino / Análise das evidências recolhidas, apresentação dos resultados e de acções de melhoria

aprendizagem Apresentação e discussão de acções Professor Bibliotecário / CP de melhoria a implementar

Equipa de coordenação da BE /

Inclusão dos resultados da avaliação Departamentos

Final do 3º Período

da BE nos resultados da avaliação interna

e

externa

da

escola

/

agrupamento.

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