VEJA NO TABLET Rev. OndePedalar Conheça as vantagens de ver a revista no tablet Muito mais fotos por matéria Vídeos tutoriais nas matérias sobre mecânica Reportagens em vídeo sobre viagens de bike
Acesse sua loja de APP pelo tablet
www.ondepedalar.com
Onde Pedalar Para quem pedala por prazer
OndePedalar editorial
Um morrinho EXPEDIENTE
Lançar um revista parece complicado a princípio, mas é quase nada em
Revista OndePedalar é uma publicação do site Ondepedalar.com
comparação à segunda edição. Na primeira, o entusiasmo faz a gente passar por
Editor
cima de muita coisa. Na segunda vem o olhar crítico e o cruel, e agora? A cada
Marcelo Rudini
edição tudo começa do zero e manter o pique da primeira torna-se o desafio. Por
Consultoria de Design
isso demoramos mais, mas saiu. Fazendo uma analogia, foi apenas um morrinho
Iraisi Gehring
Colaboração Gilson Souza Cesar Stella Rafael Vicentini
Fotos Marcelo Rudini Arthur Simões Cesar Stella
Revisão Fernanda Zalla Sampaio
extra que não aparecia na planilha. Aquele que aparece depois de uma curva quando você acha que já tinha acabado a maior subida do dia. Nessa segunda edição conseguimos ampliar a quantidade de páginas. Temos mais fotos para que, aqueles que só tem acesso ao PDF, possam aproveitar mais e duas novas seções: Trilhas BR e Clubes. A primeira será para mostrar rotas curtas para um pedal de fim de semana. A segunda para mostrar os clubes de ciclistas pelo Brasil. Bom pedal
Contato contato@ondepedalar.com www.ondepedalar.com Rua Enio Barbato, 361 Bertioga SP
Marcelo Rudini
INDEX 03 editorial 04 Galeria de viagem 06 Pra você usar 08 Primeiro Giro 10 Mecânica de bike 12 Autoguiado 16 Viagem 22 Trilhas BR 28 Relato de leitor 34 City Bike Tour 38 Entrevista 40 Especial 44 Agenda 46 Clubes 48 Bike Fit
Subidinhas do litoral do Espírito Santo. Na próxima edição falaremos delas.
OndePedalar 3
OndePedalar galeria do ciclista
Veloutour no Vale Europeu O Velotour ĂŠ um evento do Clube de Cicloturismo que acontece durante o Carnaval no Vale Europeu em Santa Catarina. As fotos dessa galeria foram feitas no evento de 2009. Clique no Ăcone abaixo para ativar as fotos no seu tablet.
Fotos Marcelo Rudini
4
OndePedalar
OndePedalar pra você usar
Curtlo Esse modelo é o único da marca e esta há muito tempo no mercado. Tem uma grande capacidade e resitência. No entanto é fixado por tiras que para ajustar leva um tempinho. Depois que você fica íntimo, até que vai.
www.curtlo.com.br
Saikoski OutSider
Alforje feito em Porto Alegre com um material impermeável e sem costuras. Isso faz dele estanque. Tem uma grande capacidade, 45 litros, e usa um sistema de encaixe.
Deuter UNI
www.saikoski.com.br
Esse modelo foi a solução da marca alemã para produzir um alforje que custa metade do preço do modelo tradicional. Eles simplificaram o encaixe de maneira inteligente e tiraram a capa de chuva. Mas o tecido é o mesmo, assim como o acabamento. Comporta 38 litros.
www.deuter.com.br
Ararauna 32 L O novo modelo da marca é impermeável usando ainda cordura como tecido externo. Isso o manteve ainda resistente, marca registrada da Ararauna. A elegância também melhorou. É fixado com tiras em esquema de engate rápido. No entanto, só comporta 32 litros.
www.ararauna.esp.br
6
OndePedalar
Tudo o que vocĂŞ precisa saber para viajar de bike
http://dvd.ondepedalar.com
OndePedalar primeiro giro
Com um pouco de planejamento é possível viajar leve e confortável
Com que roupa eu vou?
”
Esqueça das roupas de algodão. Elas pesam e ocupam muito espaço.
”
Marcelo Rudini
8
OndePedalar
OndePedalar primeiro giro Para ter uma bagagem perfeita você terá
que gastar um pouco a mais e não ter receio de levar pouco. Muitas vezes o primeiro erro ao compor a bagagem para uma viagem de bike é escolher o maior alforje. Ter muito espaço faz você levar coisas desnecessárias. Com a tecnologia de materiais para roupas e equipamentos de aventura que temos hoje, uma bagagem de mais de 10 kg para quem vai ficar em albergues ou pousadas já pode ser considerada exagero. Para viagens acima de quatro dias você será obrigado a lavar roupa. Já que será inevitável, leve kits suficientes para dois dias e se programe para lavar roupa todo dia. Se algum dia isso não for possível, você estará coberto pelo segundo conjunto. O primeiro passo para uma escolha eficiente é abolir o algodão. Ele ocupa muito volume e não seca em uma noite. Hoje a tecnologia de materiais sintéticos já consegue oferecer fibras tão confortáveis quando a natural ocupando metade do espaço e sem reter água. O segundo é desencanar de ter uma “roupinha pra noite”. Cicloturista já é considerado um ser de outro mundo. Você pode se vestir completamente desencontrado que eles vão creditar isso ao seu lado exótico.
CAMISAS Camisas de ciclismo podem ser legais para pedalar com a turma, mas ficar com aquele elástico na cintura à noite é complicado. Então, além de parecer um outdoor ambulante durante o dia, você precisará de outra camiseta para a noite. Prefira as sintéticas confortáveis que você pode usar depois de seu merecido banho, essa mesma poderá ser a de pedal do dia seguinte. Com três camisas nesse esquema e lavando a do pedal no fim do dia, você vai longe e ocupa quase nada no bagageiro.
Pesquise os materiais sintéticos. Existem várias composições e vários tipos de fibras. Algumas são realmente caras com preços acima dos cem reais por peça, mas dá pra achar misturas de poliamida com elastano por menos de cinquenta reais e que imitam e bem uma camiseta de algodão.
BERMUDAS Em cicloturismo, se você ajustar bem um selim, daria até para dispensar os modelitos bailarinas com forro. Em viagens maiores, usar o forro é até legal para evitar problemas. Mas lembre-se que o tecido deve ficar grudado a pele. Modelos com pouco elástico no tecido só agravam a situação. O problema de assaduras é o atrito da pele durante o movimento. Usar algo agarrado tem a função de fazer com que o atrito só ocorra entre o selim e o tecido. Uma opção para quem não gosta do estilo bailarina são as bermudas com o forro destacável. Nesse caso você pode até levar dois forros para uma só bermuda. E sem o forro ela pode ser uma a mais para usar quando não está pedalando. Para essas horas a regra é fazer uso das calças de montanhismo com pernas destacáveis.
CALÇAS Jeans jamais. Trocadilho a parte, nessa área você leva no máximo dois exemplares das calças/bermudas que mencionei acima. Elas resolvem caso você não queria pegar um voo de bermudas e nas noites mais frias. Lojas de montanhismo têm várias opções.
BLUSAS DE FRIO Por segurança, leve sempre uma blusa. Mesmo no verão. Nesse caso, há opções sintéticas que retém pouca água e secam em até 12 horas. Para o frio mais intenso você combina a blusa com um anorak no esquema múltiplas camadas. Assim o frio fica do lado de fora. Se o pedal for no inverno, você dobra a quantidade de blusas sob o anorak e lava uma à noite e a outra de manhã quando necessário. Ela fica bonitinha como bandeira na bike secando ao vento.
ROUPAS ÍNTIMAS Não invente. Quando usar forro para pedalar não use nada. Essas bermudas especiais são desenhadas para usar sem nada. As costuras e elásticos das roupas de baixo podem machucar em um pedal longo, mesmo parecendo macias. Leve somente o necessário para usar a noite. E no caso das mulheres, se você decidir usar calcinhas descartáveis, em hipótese alguma as use para pedalar. Mesmo não tendo costuras elas são abrasivas. O resto você pode imaginar. Para meias vale a mesma recomendação das camisetas: evite o algodão. Se secar camiseta desse material numa viagem já é complicado, meia então é quase impossível.
Fotos: Marcelo Rudini
OndePedalar 9
OndePedalar mecânica da bike
2
Folga no pedivela
Check-up antes da viagem Bike gasta. Saiba o que verificar antes de sair em viagem A maioria dos ciclistas antes de rodada e condições dessa rodagem. Não há sair em viagem leva a bike para uma revisão numa bicicletaria. Ela vem bonitinha depois de uma lavada, mas será que foi realmente revisada? Muita gente confunde lavar a bike com revisão. Um check up de verdade consiste em checar folgas nos componentes. Para isso, é necessário desmontar os componentes e checar um a um. Traduzindo em valores, uma lavagem de 20 reais não equivale a uma revisão. Nesse serviço, o que o bicicleteiro pode fazer é uma checagem. Coisa que você também poderia fazer a qualquer momento. A questão toda é: será que na lavagem o mecânico checou se há folgas no cubo, pedivela ou corrente? Pelo sim, pelo não, segue uma lista do que você deve olha na magrela antes de sair para uma trilha ou viagem. do que você precisa saber:
1
Folgas nos cubos
Os cubos devem ser relubrificados regularmente de acordo com a quilometragem 10
OndePedalar
tempo definido. Você pode checar com seis meses de uso e ver as condições da graxa, se já estiver escura, tem que limpar e trocar. Se ainda tiver com a cor original, da próxima vez você pode alongar mais o tempo para abrir novamente. Mas uma vez aberto, é melhor revisar tudo. Outra maneira de verificar se há folga sem abrir tudo é a seguinte: Tendo certeza de que a roda está bem presa no quadro, levante-a do chão, segure no pneu e tente balançar lateralmente. Se sentir algo mexer, tem que abrir. Para fazer esse procedimento na roda traseira, deixe a corrente na coroa menor no cassete e tire do pedivela. A pressão da transmissão pode mascarar uma folga leve.
O movimento central também pode abrir folga. Quando isso acontece tem que trocar. O primeiro sinal de que tem algo errado com ele é sentir algum atrito interno ao girar. Para fazer isso, o ideal seria tirar o pedivela e mover o eixo com os dedos. Se não estiver liso, é sinal de que está se deteriorando. Nesse caso, se sua viagem for longa, maior que um final de semana, é melhor trocar. Se as saídas forem curtas, você pode ir monitorando a deterioração até haver folga. Nos movimento selados é inviável fazer manutenção interna. Já no caso dos pedivelas integrados, você consegue abrir as laterais e inspecionar o rolamento. Nesse caso, a manutenção necessária é nos moldes dos cubos. Abrir, checar e trocar a graxa. Se a viagem for longa, o indicado é sempre relubrificar, mesmo que ainda não tenha dado o tempo regular para o procedimento.
3
Folga na mesa de direção
Essa é o problema mais fácil de ser detectado. Se você sente uma trepidação quando freia a roda dianteira é por que abriu uma folga ali. Você pode simplesmente soltar a mesa e apertar o parafuso da aranha um quarto de volta de cada vez até a folga sumir e o guidão ainda continuar livre. Depois reaperte a mesa. Mas se apareceu folga, é melhor programar uma revisão que consiste em checar o rolamento e trocar a graxa. Se estiver faltando alguma esfera, troque o rolamento.
4
Desgaste do aro
Uma coisa que literalmente acaba com a viagem é aro estourado. A bike passa a ser carga também e dependendo de onde você estiver isso pode ser desesperador. Para quem usa v-Brake é fundamental checar de tempos em tempos, e principalmente antes de viagem, se o aro apresenta algum afundamento. Não espere por uma curva enorme, basta um milímetro a menos na parede para um possível problema.
OndePedalar autoguiado
Um circuito para pedalar em fam铆lia
Acolhida na Col么nia por Marcelo Rudini
Centro de Santa Rosa de Lima
12
OndePedalar
OndePedalar autoguiado
serra de Santa Catarina, passando por Grão Para, Serra do Corvo Branco e outros lugares.
Anitápolis
Pousada em Anitápolis
Este circuito foi implantando dentro de um programa de agroturismo já existente na região abaixo da Serra do Corvo Branco. O circuito ainda está em formação, com apenas duas cidades, Anitápolis e Santa Rosa de Lima, mas logo várias outras entrarão nas rotas. O conceito Acolhida na Colônia é exatamente o que expressa o nome: você será acolhido nas casas de sitiantes da região para vivenciar o estilo de vida local. Quando você associa isso ao cicloturismo fica tudo muito mais divertido. Primeiro porque, quando você chega a uma casa de colono de bike, o sorriso já é outro. Segundo porque a principal característica da região é achar que você come mal na cidade grande. É tanta comida diferente que só pedalando para não pesar na consciência. O destaque fica para as cucas, cada parada tem uma diferente. Até parece
que as tias competem pra ver quem engorda mais os visitantes. Na visita que fizemos, surgiu um apelido para o circuito: A comida na Colônia. Todo o esquema é baseado no conceito de agroturismo que é diferente de turismo rural. No primeiro, os sitiantes mantêm todas as características da sua produção e apenas abrem espaço para receber visitantes desejosos de experimentar seu dia-a-dia. Claro que, com o aumento do fluxo de turistas, a maioria já organizou quartos em casas desenhadas para serem pousadas, mas todo o resto permanece como antes. Atualmente são cinco rotas para pedalar entre as cidades de Anitápolis e Santa Rosa de Lima. Em torno de cada município existem dois roteiros circulares e entre eles há um de união. O projeto de cicloturismo para a região é grande e prevê que as rotas comecem em Urubici, no alto da
Essa simpática cidade catarinense é a porta de entrada do circuito para quem vem de Florianópolis. Nela você irá encontrar dois roteiros circulares: Rio da Prata e Rio do Ouro. O Rio da Prata não é exatamente circular: você começa e termina no mesmo lugar, mas vai e volta pela mesma estrada. Essa rota acompanha o curso d’água até a cachoeira do Rio da Prata que é o ponto alto do passeio e requer ainda uma caminhada de uns dez minutos. A estrada de terra é um leve aclive que você nem sente por-
OndePedalar 13
OndePedalar autoguiado
Filhos de agricultores também participam do projeto de cicloturismo. Abaixo e ao lado, fim de tarde na pousada Assing.
que está entretido com a paisagem em volta. Na realidade, essa subidinha só é percebida na volta, quando a bike embala fácil, reduzindo bastante o tempo de retorno. Cachoeiras são sempre a vedete em passeios de bike, mas nesse trecho há algo raro que vale uma parada: uma marcenaria completamente movida pela força da água. Todas as máquinas são acionadas por uma roda d’água atrelada a um emaranhado de engrenagens sob o piso do galpão. Lá dentro você vai encontrar um alemão fabricando caixas de abelha entre outras coisas. O segundo roteiro na cidade, chamado de Rio do Outro, usa parte da estrada asfaltada que corta a região para conduzir até outra cachoeira. Este é um roteiro menor, que você pode fazer numa manhã e até atrelar ao de conexão para seguir para Santa Rosa de Lima, a segunda metade do Acolhida.
14
OndePedalar
Santa Rosa de Lima Situada mais ao sul, Santa Rosa oferece mais opções de parada nas duas rotas mapeadas ao redor da cidade. Entre os dois roteiros há seis pousadas, uma cachoeira, um museu e uma piscina de águas termais. A rota Cachoeira May leva a uma cachoeira de mesmo nome e passa pelas pousadas Doce Encanto e Assing onde há um mercado de produtos locais. Passa também pelo centro da cidade. O trajeto não é grande e pode
ser somado ao do Rio Bravo. Essa segunda rota, também com menos de vinte quilômetros, leva ao que todos deixam para o último dia de passeio pela região: uma piscina termal para relaxar todos os músculos exigidos durante os pedais. Na verdade o esforço não é tão grande, exceto em Santa Rosa, onde as estradinhas de terra serpenteiam por entre vários morros e o sobe e desce é constante. Então, nada melhor do que finalizar o dia e a estadia na região nessa piscina.
OndePedalar autoguiado
Como ir Como os circuitos são circulares em torno de duas cidades, ir de carro pode ser uma boa. A estrada que serve a região é a que liga Lages a Floripa, ambas servidas pela BR 116 e 101. De ônibus, o melhor é ir por Florianópolis e seguir para Anitápolis. Se preferir chegar de bike mesmo, a sugestão é começar por Lages e descer a Serra do Corvo Branco passando por Urupema, Urubici e GrãoPara. Essas duas últimas cidades vão fazer parte do circuito muito em breve e Lages tem ônibus a partir de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
OndePedalar 15
OndePedalar viagem
Chapada
Diamantina Um roteiro diferente para curtir a região por Marcelo Rudini
F
ui acordado com o sacolejar do ônibus saindo da estrada para sua quarta parada do dia. Já havia lido boa parte do meu livro comprado na Rodoviária do Tiête, mas desde que anoiteceu tinha resolvido tentar dormir para abreviar as 23 horas de viagem. Essa parada tinha um tempo maior para troca de motoristas e limpeza do ônibus. Por isso mesmo, fomos todos expulsos de nossos assentos executivos às duas da madrugada, com ou sem vontade de dar uma passada no restaurante. Estávamos em Governador Valadares, praticamente na metade do caminho entre São Paulo e Vitória da Conquista, meu primeiro destino. Dali eu deveria ainda tomar outro coletivo até Rio de Contas, minha porta de entrada na Chapada. O que poucos sabem é que a região que leva esse nome tem cerca de 50 municípios e começa 150 km ao norte de Vitória da Conquista. Foi essa descoberta que facilitou a minha aventura pela região e também a primeira de bike. Fiz as contas e tudo ficou viável. Só precisaria ter paciência para um dia no ônibus. Comecei a fuçar em Curitiba por alforjes e malabike. Já que o resto eu já tinha do meu tempo de montanhismo. A bike era uma MTB Caloi com 21 marchas que usava nos passeios ao redor de Curitiba. Na época eu não tinha a menor ideia da relação de marchas para aliviar o peso nas subidas. Como sempre acompanhava o pessoal com magrelas equipadas com Deore ou Alívio, achei que estava mais que preparado. Até estava,
16
OndePedalar
OndePedalar viagem
só que com uma megarange eu poderia ter sofrido menos em algumas subidas. Mas ninguém havia dado a dica e eu também não desconfiei que poderia arrumar um equipamento melhor. Era aquilo que tinha em mãos e foi com ela que fui. E voltei. Dezoito horas de ônibus depois, o dia começa a raiar e a paisagem no norte de Minas Gerais se revela anunciando novos mundos a descobrir. Mais quatro horas e desembarco em Conquista para descobrir que teria que esperar até o meio da tarde para embarcar para Rio de Contas. Deixei para o dia seguinte e aproveitei para conhecer a cidade. No dia seguinte lá estava eu ansioso para finalmente botar os pés na Chapada. A empresa que leva interior adentro se chama Novo Horizonte. Achei que tinha tudo a ver, pois estava ali justamente para isso, conhecer um novo lugar e de uma forma diferente: de bike. Só não contava que a aventura iria começar num ônibus que tava mais pra velho horizonte. O distinto saiu da rodoviária com metade da lotação, o que me pareceu sorte, pois não tinha ar condicionado. Alguns quarteirões depois, ele aponta numa esqui-
na apinhada de gente e com quiosques com o mesmo logotipo da empresa. Foi aí que me dei conta que estava em um outro Brasil. Foi entrando gente e mais gente que optava pela rodoviária paralela para não pagar taxa de embarque. Em minutos me vi num coletivo paulistano em hora de rush. Como estava acomodado e só iria descer no fim da linha achei que estava seguro e era só esperar. A viagem teve início e assim que começaram a aparecer as porteiras de fazendas foi um tal de parar e catar mais gente como nunca havia visto antes. “Um passinho pra trás gente” gritava um caboclo da frente pra entrar mais uma senhora com sua sacolinha. Quando achei que tínhamos rodado uns cinquenta quilômetros, o motorista parou numa porteira sem viva alma e sem que
Prepare-se para jogar muita prosa fora. A cada praça é um conversa diferente. OndePedalar 17
OndePedalar viagem
alguém tivesse puxado a cordinha. Saiu ele com um regador na mão para pedir água na casa além da porteira. O motor estava fervendo. Isso mesmo, faltando ainda 100 km para a minha aventura começar e eu já estava o meio de uma muvuca sem ter o que fazer. Resumindo, cheguei ao meu destino 4 horas depois do previsto, contando umas 4 paradas para saciar a sede do coletivo e uma infinidade de paradas para o sobe e desce. Fiquei com a sensação de que mais de cem pessoas passaram por aquele ônibus em 150 km de trajeto. No dia seguinte acordei cedo para conhecer a cidade que mal tinha visto na noite anterior. Rio de Contas, segundo contam os habitantes, foi a primeira cidade planejada no Brasil. Apareceu na época do garimpo e por lá você ainda vê parte do que foi uma estrada real usada para escoar a riqueza encontrada. Passeio o dia explorando os arredores e percebendo que pedalar pelos distritos da cidade já seria uma aventura e tanto. Mas, como meu objetivo era seguir
Mesmo com a bike rodando você corre o risco de ser abordado para comer uma canjica.
18
OndePedalar
em direção ao parque e conhecer ao menos Mucugê e Igatú, parti no dia seguinte. Ao arrumar a bike ao amanhecer me dei conta de que estava sendo mais aventureiro do que deveria. Eu não havia testado a bike com a carga completa uma única vez até aquele dia. Ao inclinar a magrela para montar quase que ela vai ao chão. Foi aí que vi que havia exagerado um pouco. Mas quando rodei o pedivela o peso sumiu e fui. O objetivo do dia era almoçar em Marcolino Moura e dormir em Jussiape. Acabei cumprindo o proposto, mas não exatamente como planejado. Logo na saída, paro para mais uma foto da praça central da cidade com a luz matutina e, do nada, aparece um baiano para
bater papo. Isso é quase regra em cicloturismo: mais que 30 segundos numa praça fotografando ao lado de uma bike com alforjes e lá vem o “vem de onde, vai pra onde”. Foram 20 minutos de papo, pois o rapaz era fotógrafo na cidade e ao saber que eu fazia isso também como profissão, foram várias perguntas. Detalhe: o cara estava em um andador e com um soro espetado no braço. Ele se recuperava de uma cirurgia. Acho que foi isso que me fez não tentar fugir antes para começar logo a pedalar. As estradas entre esses locais são de terra vermelha com direito a poeirão. Nesse canto do Brasil, quase não existe plano: ou você está subindo ou descendo. Nada muito grave, mas ou é vento ou muito suor dependendo do sol. E nesse dia ele estava castigando. Deu meio dia e nada de aparecer o tal Marcolino. A fome apertava e decidi fazer uma boquinha com o que tinha no alforje. Bolacha salgada, doce e nada de aplacar a fome. Foi quando olhei pra cima e vi que havia parado na sombra de umas mangueiras que ladeavam um campo de futebol. Subi o barranco e colhi umas três mangas coquinho que pareciam usinas de açúcar. Em minutos já estava renovado e pedalando. Apareci para o almoço de verdade só às duas da tarde e fiquei sabendo que a estrada pela frente era muito mais tranquila do que o morro que tinha atravessado na
OndePedalar viagem
Em IgatĂş arte tambĂŠm brota das rochas no museu das esculturas.
OndePedalar 19
OndePedalar viagem manhã. Mesmo assim só cheguei a Jussiape no fim do dia. Para o segundo dia estava reservada a prova de fogo de toda viagem. Subir para o nível da chapada. O grande drama era a rampa para o Brejo de Cima. Sabia por relatos de quem fez o caminho contrário que ela era uma ladeira de uns três quilômetros que faria a festa de qualquer praticante de downhill. Fazer no sentido contrário me incomodava. Ao longo de toda manhã pedalando ao encontro do purgatório fui tentando ser o psicólogo de mim mesmo: vamos fazer o esquema “Casas Bahia” dividir em suaves prestações, se apertar empurra, uma hora chega, etc. No fim foi tudo isso. Cheguei ao pé do morro antes do meio dia. Resolvi almoçar em baixo de dois pés de Umbu e esperar o sol dar uma trégua antes de encarar o meu destino. Energizei-me como pude com umbus tirados do pé e à uma da tarde parti morro acima. A rampa é longa, reta e sem sombras. Sem uma relação que realmente resolvesse o problema, só durei uns trezentos metros pedalando. Nesse ponto, as prestações do meu carnê já eram infinitas. Parti para a empurraterapia e foi nesse ponto que tive vontade de jogar metade das coisas fora. A bike saía de lado devido ao peso. Como levei uma fita de escalada para qualquer imprevisto, passei a puxar a bike com o ombro pelo selim enquanto os braços guiavam. Foram quase três horas para esses três mil metros. Inúmeras paradas, mas só deixei suor pelo caminho. Brejo de Cima é um daqueles lugares no mundo que a gente não esquece. Não tem pousada, não tem restaurante, não tem chuveiro quente, mas tem um povo maravilhoso. Indicaram o galpão na praça central para montar a barraca. O local é usado para as festas locais. Enquanto me instalava percebi que foi chegando gente, um daqui e outro dali, se encostando
Águas cristalinas brotam das pedras em várias cachoeiras que você alcança a partir de Mucugê.
20
OndePedalar
Quando ir:
No verão o sol é ardido, mas, devido a altitude a temperatura não é como no litoral. O peíodo mais seco é no meio do ano e até faz um friozinho.
O que levar:
Para fazer esses roteiros mais alternativos é bom ter uma barraca na bike. Em alguns lugarejos tem no máximo uma vendinha.
Apoio:
Já existem agências na região que podem te guiar por trilhas e dar todo o apoio. Mas elas estão localizadas nas cidades do circuito turístico, em Mucugê ou Lençóis.
no palco. Achei estranho de início até perceber que eles queriam só bater papo. E foi isso que fiz até a hora de dormir. A saída do Brejo de Cima ainda exige um pouco de perna. Mas depois de dois dias de treino, até que não foi difícil chegar ao platô onde a paisagem muda e o clima fica mais ameno. Estava percorrendo uma estrada de terra paralela à BA-142, passando pelo meio de fazendas e pequenos povoados. Só acessei o asfalto bem perto de Mucuge. Pelo caminho, descobri que as vacas gostam de casca de banana ao fazer meu lanche ao lado de uma bica d’água onde elas vinham beber. Ao me ver passando, um morador quase me agarrou: me fez parar e entrar em sua casa, comer cajica e bater papo. Isso é o que a gente mais faz em cicloturismo. Bater papo. Chegar pelo sul na região do Parque da Chapada Diamantina é um visual genial. Os paredões atraem tanto a atenção que o pedal pela rodovia passa a ser um risco. Mucugê é uma das cidades que compõe o roteiro básico de quem visita o parque ao lado de Igatú, Andaraí e Lençóis. Fiz de Mucugê a base para explorar o lado sul do parque, pois achei que já tin-
Mucugê (acima) é a porta de entrada sul para o parque, onde a fauna gosta de fotografia também
ha ido longe demais com uma bike de 21 marchas super carregada. Essa conclusão veio depois de experimentar a trilha entre a pedreira e Igatú. A trilha já foi parte de uma estrada real e, no sentido que fiz, foi um downhill intenso. Como a sequência do pedal seria em trilhas parecidas, resolvi passear pelo local sem carga. A parir de Mucugê dá pra alcançar o Poço Encantado, o Instituto de plantas do cerrado, várias cachoeiras e, claro, Xique Xique do Igatú, a cidade mais exótica do pedaço. Em Igatú, você encontra um museu de esculturas a céu aberto em uma rua toda com casas de pedras. As construções são do tempo do garimpo e foram assim construídas porque pedra não falta por ali. A sensação é que estamos em outro tempo. Ficaram a vontade e a promessa de um dia voltar para dar a volta no parque a partir de Mucugê. Pelo lado leste, existem trilhas que exigem certa técnica de MTB e que dão acesso a Lençóis. Do outro lado são estradas de terras que passam por Seabra até fazer a ligação de volta com Lençóis. Seja qual for o sentido, pedalar pela Chapada é e sempre será uma aventura.
OndePedalar 21
OndePedalar trilhas do BR
Histórias de Minas Mais que somente um pedal, um passeio pela história por Gilson de Souza (Texto e fotos) )
Minas Gerais é conhecido pelas Serras que atraíram bandeirantes em busca de ouro, pedras preciosas e outras riquezas e, por aqui, firmaram raízes e construíram a história. Essas mesmas serras hoje, atraem turistas que buscam além de aventura, um pouco dessa história para levarem consigo e, lógico, curtirem o visual que vai se formando em cada platô. Nada melhor que atravessar longas trilhas ou estradas secundárias pedalando e participando da vida dos vilarejos que passam ao longo do caminho. O roteiro escolhido liga a capital dos mineiros à Serra do Caraça, passando pela polêmica Serra do Gandare22
OndePedalar
OndePedalar trilhas BR
Praça da Estação em BH foi o ponto de encontro escolhido do grupo
no. Os companheiros de viagem se transformam em grandes amigos tornando ainda mais aprazível o roteiro. Muitas vezes percorrido em pequenas estradas secundárias e caminhos do interior, passando por cachoeiras, vilarejos e paisagens exuberantes. De profissões variadas, o grupo era bem eclético. Havia desde publicitário a aposentado. Bancário a estudante, administrador a engenheiro, portanto, nada de “papo de trabalho” entre eles. Além das conversas, tudo era motivo para a viagem continuar: um final de subida, uma curva sem fim, barulho de uma cachoeira ao longe, incentivos certos que fazem esquecer as dores e câimbras enfrentadas. Depois de Nova Lima, começam os marcos da Estrada Real identificando que muito ouro passou por ali. Em Rio Acima, recomenda-se um bom café da manhã, pois uma subida íngreme na bela Serra do Gandarela o espera. Motivo de controvérsias, o divisor de águas das bacias dos rios
”
la. Pouco mais de 120Km rodados e o cicloturista leva na bagagem para casa, não o ouro que tanto atraiu nos séculos XVII, XVIII e XIX mas parte da história daqueles que fundaram cidades, construíram estradas reais e permaneceram vivos nos seus descendentes e compartilham com todos que cruzam a frente de suas casas. O ponto de encontro da Belo Horizonte é um importante ponto de referência dos mineiros: a Praça da Estação. Daqui entrou todo o material de construção da capital dos mineiros ao final do século XIX e todos os seus primeiros moradores, visitantes e viajantes passaram por aqui. Os cicloturistas, 15 ao todo, marcaram o horário das 4 da manhã para evitar o trânsito da capital, além de presenciar o nascer do sol já na visinha cidade de Nova Lima. No cicloturismo, entende-se que o caminho é tão importante, às vezes até mais, que o próprio desti-
Serra do Gandarela, melhor deixar intocada como está.
”
Gilson Souza
OndePedalar 23
OndePedalar trilhas BR
Tudo era motivo de olhar para trás e ver mais um objetivo cumprido.
”
”
Gilson Souza
Última subida para alcançar o ponto culminante do roteiro: 1.443 m de altitude
24
OndePedalar
OndePedalar trilhas BR São Francisco e das Velhas, Piracicaba e Rio Doce se mostrava imponente, mas de natureza frágil precisa permanecer como está: intocável. Apesar de cruzar com algumas motocicletas pelo caminho, somente com a amiga bicicleta pode-se subir e descer sossegado. Pois em alguns trechos era preciso além de empurrar a bike, carregá-las nas erosões formadas pelas chuvas. Nada que desanimasse, pois tudo era motivo de olhar para trás e ver mais um objetivo cumprido. Vale ressaltar que tudo que sobe, desce. A “trilha da espingarda” requer certa técnica para descer, mas nada que se assuste. Os alforges das bicicletas não foram empecilhos para alcançar um vilarejo de nome Conceição do Rio Acima e seguir pela trilha que permeia o rio próximo. São cerca de 30Km até encontrar novamente o asfalto e seguir a estrada para o objetivo final. Os últimos onze quilômetros talvez fosse o maior desafio. Com mais de 15 horas de pedal era necessário vencer um desnível de pouco mais de 500 metros entre a portaria do Santuário do Caraça (755 m em relação ao nível do mar) até o ponto mais alto da estrada: 1290 m. Pouco mais de uma hora e meia e este último desafio foi cumprido e que levaria a um jantar inesquecível, pois no Santuário, um dos pecados mais celebrados e permitidos é a gula. A gastronomia no Caraça é famosa. Para os visitantes que passam o
dia, comprar o “tíquete” do almoço deve ser prioridade, pois o número de refeições é limitado. Para os que conseguem comprar ou já estejam hospedados na Pousada do Caraça é garantido banquete completo de três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar. Aqui, talvez seja um lugar único, cujo fogão de lenha e as chapas, sejam liberados para o hóspede fazer seu próprio café da manhã. Ovos à vontade, queijos, mussarelas, requeijões, mortadelas, garantem meu prato favorito numa manhã fria no clima de montanha: ovos mexidos. Frutas, sucos entre outras guloseimas completam o cardápio.
Calorias em excesso ingeridas não trazem preocupação alguma numa cicloviagem. Tudo será convertido em energia para os músculos no decorrer do dia. E o melhor, será queimado pelo corpo dando “um ar de saudável” sempre. Antes de voltar para casa, uma rápida caminhada até o mirante do Caraça é inevitável. Apenas 15 minutos por uma trilha de fácil acesso chega-se ao Pico do Cruzeiro. Local onde se tem uma bela vista da primeira igreja em estilo neogótico do Brasil, datada de 1883. Busca de Deus pela razão e não pela emoção é a principal diferença entre os estilos neogótico e barroco. Talvez por isso, o Colégio Bikes checadas, a viagem continua: no grupo formou-se novas e grandes amizades.
OndePedalar 25
OndePedalar trilhas BR do Caraça anexo à igreja tenha sido um dos mais importantes na sociedade brasileira entre os séculos XIX e o XX. O Colégio é datado de 1820 e, para muitos, o silêncio que emana do local é propício para a aprendizagem dos alunos que por aqui passaram. Como o trecho do “Guia Sentimental do Caraça”, de 1953 do padre Pedro Sarneel sugere: “Quando os alunos estiverem lá fora, nos seus passeios, percorre, peregrino, os longos corredores e vastos salões do colégio. Ouvirás um grande silêncio. Escuta, visitante amigo, o famoso silêncio do Caraça: é a morada predileta das musas”. Para se ter uma ideia do nível intelectual de ex-alunos do Colégio do Caraça, 18 deles ocuparam o cargo de governadores de Estados (sete em Minas Gerais), dois de vice-presidência da República e
Construção de 1820, convite para o culto ao silêncio
dois, o cargo máximo do executivo da nação, sendo eles: Afonso Pena (1906 a 1909) e Artur da Silva Bernardes (1922 a 1926). História (e muita história) à parte, era hora de voltar. Bicicletas a postos, check-out feito, descemos morro abaixo com corpo, alma e espírito renovados. Vento na cara, velocímetro beirando 80Km/h e a sensação de dever cumprido. A volta, como toda viagem, é sempre mais rápida. E o caminho, um outro mais curto e mais conhecido para a chegada ser abreviada. Uma cachoeira inesperada ajuda tirar a poeira do corpo cansado e surpreende como todo o trecho percorrido: há sempre mais coisas para se ver quando a velocidade é inversamente proporcional à pressa de se chegar.
Quando ir: Aberto durante todo o ano. Quem optar por subir os picos, deve-se escolher os meses mais secos de maio a setembro.
Importante: Caraça é um santuário a céu aberto. Encontra-se padres e religiosos peregrinando a todo tempo, portanto é necessário manter-se silêncio mesmo estando em grupo. Para informações sobre o Caraça, acesse www. santuariodocaraca.com.br Fale com o autor: twitter para @gilfotografia 26
OndePedalar
ARARA UNA EQUIPAMENTOS PARA CICLOTURISMO
QUALIDADE E CONFIABILIDADE PARA SUA AVENTURA ü TECIDO CORDURA® PARA MAIOR
RESISTÊNCIA E DURABILIDADE ü SISTEMA DE FIXAÇÃO SIMPLES E
INOVADOR ü DESIGN COM PRATICIDADE E
FUNCIONALIDADE alforje impermeável 32L bolsa de guidão 9L
ü DESENVOLVIDO PELOS CRIADORES
DO CLUBE DE CICLOTURISMO ü TESTADO POR CICLOTURISTAS DE
TODO O BRASIL
mala-bike
veja a linha completa:
w w w. a r a r a u n a . e s p . b r
OndePedalar citybiketour
Curitiba
Sinta os parques da cidade pedalando por Marcelo Rudini
Ă“pera de Arame ĂŠ o fim do roteiro sem subidas.
28
OndePedalar
OndePedalar citybiketour
O roteiro
número um em Curitiba é rodar seus parques. Cada um tem um tema específico e foram criados para proteger alguns rios que cortam a cidade. A maioria das pessoas faz esse roteiro com o ônibus de turismo, mas elas não sabem o quanto estão perdendo. O principal é sentir o ar e clima da cidade. Fazer esse circuito de bike é quase obrigatório para entender o quanto uma cidade pode ser agradável mesmo sendo grande. Os principais parques estão ligados por uma ciclovia, então nem mapa é necessário.
Centro Cívico
O principal roteiro é o que sai do centro administrativo da cidade seguindo o curso do rio Belém e passando por três parques até chegar à Opera de Arame. Essa ciclovia corta também a avenida que concentra boa parte dos hotéis da cidade e dá acesso à rodoviária. O ponto de partida é o Passeio Público, um parque que já foi zoológico, e faz a junção da Av. Mariano Torres com o Centro Cívico. Ali você vai encontrar também um quiosque que aluga bikes. Agora se você quiser uma com um pouco mais de conforto é melhor recorrer a Kuritibike (veja box), que fica a um quarteirão do Passeio. Seguindo em direção norte, logo na saída do Passeio você verá o memorial Árabe, dentro há uma biblioteca específica sobre os povos do
Museu do Olho, Portal do Memorial Ucraniano, Parque Tanguá e, abaixo, o Memorial Árabe.
oriente. Seguindo a ciclovia, ela vai passar ao largo do Shopping Muller acompanhando o leito do rio margeando todos os prédios administrativos do governo do estado e da cidade. Assim que acabam os prédios, você estará perto do primeiro parque, o Bosque do Papa, que tem construções típicas polonesas e foi inaugurado para a visita do Papa nos anos 80. Bem atrás desse parque esta o Museu do Olho, seu nome popular, mas que oficialmente é Museu Oscar Niemayer. Para chegar até ele é necessário abandonar a ciclovia e seguir as trilhas do lado direito do Ciclista na Bahia parque. pedala Voltando à ciclovia, cerca de rápido. dois Tem até lombadas quilômetros depois, você estará no ciclovia Parque São Lourenço. Ele foinaformado em volta de uma represa usada para controlar as inundações do rio
em tempos de chuvas. Nesse ponto a rota passa apenas na porta do parque. Para seguir para a Ópera, você deve voltar à entrada e pegar a ciclovia, que nesse ponto deixa o Belém e segue para a parte alta da cidade. Mas antes de começar a subir, você alcança a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminsky. A ópera é o segundo lugar mais visitado da cidade. A distância do centro até esse ponto é de cerca de 4 km. Dá pra fazer em um período do dia contando a volta. Se você quiser mais, basta seguir em frente e acima. Os parques Tingui e Tanguá estão na sequência seguindo pela mesma rua. O único porém é que a ciclovia fica um pouco mais truncada. Ela muda de lado várias vezes e tem partes que é melhor seguir pela rua mesmo. Mas ainda serve de guia.
OndePedalar 29
OndePedalar citybiketour
Acima uma construção polonesa no Bosque do Papa e abaixo o São Lourenço.
”
Os parques estão sempre verdes, mesmo no inverno.
”
Marcelo Rudini
30
OndePedalar
No Tingui você ira encontrar o Memorial Ucraniano e no Tanguá uma enorme queda d’água. Se ainda quiser seguir, é possível, a partir do Tingui, alcançar o Parque Barigui, mas desse ponto não há mais ciclovias interligando e os morrinhos no meio do caminho pedem muita força de perna ou uma relação de marchas leves, coisa que as bikes alugadas não têm. De qualquer forma, ao chegar ao Tingui você provavelmente já estará com vontade de voltar.
Kuritibike
A agência de cicloturismo urbano foi criada há pouco mais de um ano com o objetivo de facilitar a visita à cidade de bike. Eles alugam as bicicletas e promovem passeios guiados nesse mesmo roteiro ou nos arredores da cidade. O diferencial do roteiro guiado são as histórias que acompanham cada parada nos parques. Desde lendas sobre o nome da cidade até como cada área foi construída. Outro destaque da Kuritibike é a descida da Graciosa. As agências têm pacotes diferenciados para cada perfil. Desde o trajeto todo, 85 km, até só a descida de verdade, na qual você basicamente aprecia a paisagem e trepida um pouco nos paralelepípedos. www.kuritbike.com
OndePedalar entrevista
Arthur Simões Ele deu a volta ao mundo de bike sem usar grana própria
OP: Como foi planejar uma volta ao
ao mundo de bicicleta era também uma
quando juntei algumas paixões pesso-
mundo sem usar a própria grana?
estratégia de ensino a distância. Entrei
ais num só projeto. Primeiro entrou a
Arthur: Logo após eu decidir que iria
de cabeça nesse projeto e investi tudo
bicicleta, que eu percebi que fazia parte
fazer uma volta ao mundo de bicicle-
o que eu tinha nele. Com um pouco de
de minha vida desde meus quatro anos
ta me deparei com os problemas que
suor e sorte consegui boas parcerias e
de idade. Depois veio a viagem, mais no
todos os aqueles que querem colocar
o tão esperado patrocínio que tirou a vi-
sentido da aventura, do ato de cair na
ideias e sonhos em prática se deparam.
agem do papel e me fez colocar a bicic-
estrada, de não saber o dia de amanhã
Um desses problemas era justamente
leta na estrada. Acreditei tanto no Pe-
e, muitas vezes, nem o próximo destino.
a grana. Percebi que por mais que eu
dal na Estrada que no dia 3 de abril de
E por fim, amarrei essas duas vontades
economizasse em minha viagem ainda
2006, quando a viagem começou, havia
com a intenção de compartilhar minhas
gastado todo meu dinheiro e ia para o
experiências com todas as pessoas, es-
tinha. Assim, antes mesmo de ir para a estrada, me vi diante a uma bifurcação em minha rota: poderia trabalhar bastante, economizar e juntar todo o dinheiro que eu precisaria para fazer a viagem ou poderia desenvolver um projeto maior com o qual eu poderia arriscar parcerias e inclusive patrocínios para
”
precisaria de mais dinheiro do que eu
pecialmente os estudantes, que poderiam tirar maior proveito das informações
Havia gasto todo meu dinheiro e ia para o mundo com R$ 50 no bolso.
”
geradas através dessa viagem. O projeto de ensino à distância, não só foi um dos pilares do Pedal na Estrada, como foi seu maior patrimônio. Enquanto viajava recebia constantemente
Arthur Simões e-mails com perguntas e mensagens de
bancar o projeto. Ambos as alternativas tinham suas vantagens e complicações. No meu caso,
apoio de estudantes de diversos cantos do Brasil e até de outros países. Quando me sentia cansado e desmotivado,
o problema em juntar dinheiro para
mundo com apenas R$ 50,00 no bol-
bastava olhar aquelas mensagens que
então ir viajar é que eu precisaria de
so, mas ia aliviado, sabendo que logo
imediatamente ganhava energia para
anos economizando e nada me garantia
o patrocinador iria começar a me pagar
continuar viajando.
que quando eu tivesse o dinheiro ain-
e eu não precisaria mais me preocupar
da teria o mesmo entusiasmo que tinha
com dinheiro por um bom tempo.
naquele momento. Por isso optei pela via rápida e mais arriscada indo atrás
OP: Como surgiu a ideia de dar a volta
de um patrocínio. Nasceu então o Pe-
ao mundo de bike?
dal na Estrada, que mais que uma volta
32
OndePedalar
Arthur: O Pedal na Estrada surgiu
OP: Quanto tempo passou entre ter a vontade e o dia da partida? E quanto tempo de preparação ou busca de apoio?
Arthur: Não sei dizer exatamente qu-
OndePedalar entrevista
Arthur na beira de um desfiladeiro na Eti贸pia
OndePedalar
33
OndePedalar entrevista
Arthur ao lado de monumentos em Persépolis no Irã
ando surgiu a vontade de realizar tal viagem, diria mais que ela foi construída aos poucos, conforme eu incluía a bicicleta em meu estilo de vida. Durante a faculdade comecei a realizar viagens de bicicleta e lembro que um dia soube que um alemão havia concluído uma volta ao mundo de bicicleta, aquilo me intrigou e me encantou ao mesmo temFotos: Arthur Simões
po, pois até então não imaginava ser possível realizar tal façanha. Em meados de 2005, quando já estava formado, percebi que vivia um momento propício em minha vida para realizar uma longa viagem e então disse para mim mesmo que iria realizar aquela viagem, de uma forma ou de outra. Essa decisão foi fundamental para o sucesso do projeto, pois sabia que iria, mas também sabia que quanto maior fosse meu sucesso ao planejar e estruturar o Pedal na Estrada, melhores seriam minhas condições na estrada. Levei 10 meses do dia que decidi dar a volta ao mundo até o dia que eu literalmente fui para a estrada.
OP: Desde o começo a ideia sempre foi buscar um patrocínio?
Arthur: A ideia de conseguir um patrocínio surgiu num segundo momento do projeto, quando percebi que apesar de muita disposição, eu não 34
OndePedalar
tinha o dinheiro necessário para fazer
de conseguir um patrocinador. Percebi
uma viagem como a que eu estava
que teria que ser um pouco vendedor
propondo. Após estimar os gastos da
e bater de porta em porta em busca de
viagem, conclui que um patrocinador
um financiador, assim como falar a lin-
seria necessário. Iria viajar de qualqu-
guagem das pessoas que me atendiam.
er forma, mas o patrocínio garantiria o
Mais que isso, tinha que mostrar que
projeto educacional que eu me propus
o Pedal na Estrada iria dar um retorno
a realizar, assim como uma fluidez da
maior que o gasto que eles teriam com
viagem, pois sabia que com isso não
esse projeto.
precisaria parar em algum país para trabalhar e correr o risco de nunca concluir
OP: O formato de patrocínio que deu
essa volta ao mundo.
certo foi o primeiro que você bolou, ou
OP: Conte um pouco como foi esse processo.
Arthur: Ir atrás de patrocínio foi algo
foi ajustando conforme as conversas?
Arthur: O projeto sofreu diversas alterações durante a fase de captação de recursos, mas o formato de patrocínio
inteiramente novo para mim na época,
se manteve muito parecido àquele que
pois nunca havia feito isso e tampouco
eu havia estipulado inicialmente. Usei o
tinha amigos que conheciam o camin-
sistema de cotas, assim o patrocinador
ho da captação de recursos. O primeiro
tinha a opção de pegar uma ou mais
passo foi estudar e me informar sob-
cotas, conforme o seu interesse.
re o funcionamento e a possibilidade
OndePedalar entrevista
OP: O que você acha que fez o seu dar
onde quiser, de não ter rotina, de ser
certo?
senhor de seu próprio destino, as-
Arthur: Foi o fato de perceber que
sim como poder ver o mundo e a si
ninguém dar dinheiro para um descon-
próprio sob um novo ponto de vista,
hecido realizar uma viagem, indepen-
poder conhecer e viver outras cultu-
dente de quão interessante ela fosse.
ras, além de conhecer milhares de
Notei que tinha que estruturar muito
novas pessoas.
bem o meu projeto para ganhar credibilidade e passar segurança às empresas que eu visitava. Assim teci diversas
OP: E qual o momento mais difícil? Arthur: Uma viagem como essa
parcerias com ONGs e diversas escolas,
é uma espécie de vida em miniatu-
que antes mesmo da viagem começar, já
ra: há momentos bons e ruins. Por
estavam comprometidos com o Pedal na
se tratar de um estilo de vida mui-
Estrada. Isso deu força para o projeto,
to instável e incerto, há que se estar
que passou a ser visto com outros olhos
preparado para enfrentar as dificul-
por parte das empresas.
dades do caminho e isso é normal.
OP: Quantos nãos você ouviu? Como eram as respostas?
Arthur: Ouvi muitos nãos e confesso
Pior que os momentos mais difíceis são aqueles em que não se acredita que é possível superar determinada dificuldade, quando se deixa de ac-
que já esperava por eles. Pior que ouvir
reditar em si próprio, esse é o maior
um não é ouvir um quase sim. O que
risco. Nesses momentos as dificulda-
mais eu ouvia eram respostas nebulo-
des podem parecer maiores do que
sas, como “gostamos muito do seu pro-
realmente são.
OP: Faltou grana em algum momento durante a viagem? Como você se virou?
Arthur: Apesar da viagem ter durado 8 meses a mais que o planejado, chegando a 3 anos e 2 meses, e estes meses excedentes não contarem com um patrocínio como os anteriores, eu havia me planejado bem e feito uma reserva de dinheiro para algum imprevisto. Nos últimos meses tive que economizar bastante, ainda mais pelo fato da viagem ter como seu último continente a Europa, onde tudo é mais caro. Cheguei com uma mão na frente e outra atrás no Brasil, mas completei o que me propus a fazer. Quando estava na Nova Zelândia perdi meu cartão de crédito, assim não tinha como sacar dinheiro. Tive que esperar 3 semanas até um novo cartão chegar. Nesse período sobrevivi sem dinheiro
jeto e ele se encaixa no perfil de nossa empresa, mas antes preciso conversar com o presidente, pois só ele pode dar a resposta final. Na semana que vem entrarei em contato com você.” Até hoje estou esperando a resposta final. O maior problema desse tipo de posição é que ela cria uma falsa expectativa, que acarreta num gasto de tempo e energia que poderia ser melhor empregado em outra parceria.
OP: O que foi o melhor da viagem? Arthur: O melhor da viagem foi a sensação de liberdade de poder ir para
A bike usada descansa ao lado de casas no deserto iraniano. OndePedalar
35
OndePedalar entrevista algum. Fingia que estava hospedado num grande albergue e dormia toda noite no sofá do local sem ser notado, durante o dia distribuía panfletos em troca do almoço e sempre ficava atento à sessão chamada free food onde as pessoas que saiam do país deixavam a comida que não tinham comido. Mesmo sem dinheiro, sobrevivi bem durante essas 3 semanas.
OP: Acampou sempre, ou deu pra gastar com albergues e hoteis?
Arthur: Acampei, me hospedei em albergues e hotéis baratos e também fiquei na casa das população local. Dependendo do país, do clima e da
Fotos: Arthur Simões-
situação, escolhia entre essas possibilidades. Em países baratos ficar num
Uma pausa para foto antes de encarar as montanhas da Turquia .
hotel custava muito pouco e ali aproveitava para recarregar minhas baterias e as baterias dos equipamentos que eu levava comigo. Ficar na casa
OP: Foi mais fácil dar a volta ao mun-
OP: Que dica você daria a um ami-
da população local também era uma
do ou escrever o livro?
go se ele decidisse fazer uma volta ao
grande experiência, pois conhecia a
Arthur: São atividades diferentes, as-
mundo de bike?
cultura viva de cada região. Acampa-
sim evito comparar os dois. Escrever o
Arthur: A dica é: não espere um mi-
va geralmente quando nenhuma des-
livro O Mundo ao Lado foi como viajar
lagre cair do céu para ir para o mundo.
sas opções era boa.
novamente e trazer diversas lembran-
Sempre há o que melhorar: condiciona-
ças à tona. Foi um processo intenso e
mento, equipamento, condição finance-
OP: Qual o país mais caro e o mais
de grande sinceridade, onde eu con-
ira... enfim, somos nós que fazemos o
barato porque passou?
densei toda a viagem, relatando especi-
momento certo.
Arthur: O continente mais caro
almente os momentos mais marcantes,
colocar o que precisa ser feito no papel
foi a Europa, quase todos os países
que geralmente são os mais difíceis.
e traçar uma meta e uma data para sair.
eram bem caros, creio que especial-
Quem tem o desejo de realizar uma vol-
O resto é muita transpiração, com um
mente a França e a Inglaterra. Já os
ta ao mundo de bicicleta pode encont-
pouco de vento da cara para aliviar, e
mais baratos estão na Ásia, Índia e
rar no livro O Mundo ao Lado um pouco
muitas pedaladas.
Bangladesh eram incrivelmente ba-
da realidade de pedalar pelo mundo,
ratos.
assim como aprender com os erros des-
Veja mais no site:
te viajante.
www.arthursimoes.com.br
36
OndePedalar
O primeiro passo é
OndePedalar especial
Nascidas para
Cicloturismo Uma seleção de bikes com fome de estrada
Poder afirmar qual a bicicleta ideal para fazer cicloturismo é um risco grande, pois o bom para um pode não servir para outro. A bike ideal é aquela que te leva aos lugares sem dores de cabeça. Por outro lado, podemos fazer uma lista das bikes que saem de fábrica com a vocação para passear pelo mundo. Mas mesmo assim, todo cuidado é pouco ao fazer esta seleção. A lista que preparamos seguiu alguns parâmetros que você pode usar para ecolher ou preparar sua bike para viagens. Primeiro, todas tem aro 700, o mesmo tamanho usado nas speed para rodar melhor, mas com pneus mais largos devido as estradas de terra que adoramos pelo Brasil. Segundo, se for freio a disco, a pinça traseira deve ser montada dentro do triangulo para não requisitar um bagageiro adaptado. Suspensão, só na dianteira para as estradas de terra e com curso mínimo. E por fim, furação no quadro para fixação do bagageiro sem adaptações.
38
OndePedalar
Merida Crossway 700 A linha da Merida nessa categoria chega a 12 modelos. As variações são de conjundo de transmissão, freios e quadros masculino ou feminino. Mas como nem toda linha chega ao Brasil, separamos a 15V que além dos requisitos mínimos vem com suspensão no canote, mesa regulável e aro com friso para você saber a hora de trocá-lo. Esse modelo da linha Crossway tem 24 marchas. www.merida.com.br
>>
>>
OndePedalar especial
Specialized Crossover Sport A linha Crossover tem dois modelos no Brasil, um com v-Brake e outro com freio a disco. A Sport simples tem o tamanho de aro que determinamos, câmbio Alívio de 8 velocidades, geometria característica da Specialized e furação no quadro. Como extra ela vem com bagageiro, luz dianteira alimentada por um dínamo no cubo e mesa regulável. O único porém é a roda ser montada com 32 raios. Para ciclistas mais pesados 36 raios pode significar tranquilidade total quando a quebra. www.specialized.com
OndePedalar 39
>>
OndePedalar especial
Um modelo para realmente apreciar a paisagem. Sua geometria coloca o ciclista praticamente reto sobre o selim e a mesa movel ajuda ainda mais no ajuste fino. O destaque fica para o garfo dianteiro com sua suspensão central. Esse tipo de construção facilida a colocação de alforje dianteiro. No entando, devido a geometria, ela rende pouco nas subidas caso esteja carregada demais. Essa é uma bike ideal para viajar por estradas planas ou praias. www.cannondale.com
OndePedalar
>>
40
Cannondale Adventure Trek 7200 Modelo híbrido com o básico para viajar confortável. Aro 700, suspesão de apenas 50 mm na dianteira que amortece os buracos e pedras sem pesar demasiado e 24 marchas para encarar as subidas sem traumas. Extra vem a mesa regulável e o canote com amortecedor. www.trekbikes.com.br
Scott Sportester Essa linha tem 4 modelos variando conjunto de transmissão e freios, do resto ela se enquadra nos requitos de tamanho de roda , posicionamento de freio e furação no quadro. O destaque fica para a esportividade da magrela. Além de tudo ela pesa menos de 12 quilos mesmo usando alumínio da série seis mil. www.scott.com.br
>>
>>
OndePedalar especial
Scott Venture Série da marca suíça para viagens. Vem com paralama, farol e bagageiro integrado. O que muda de um modelo para outro na Venture é o conjunto, tem montagens com 24 marchas, com Deore e combinações com freio a disco e v-Brake. E ainda há modelos masculinos e femininos. O único porém é que essa série pesa cerca de um quilo a mais que a esportiva aí do lado. www.scott.com.br
OndePedalar 41
OndePedalar relato do leitor
Costa
Rica Dois oceanos, vulcôes, praias e selvas. Tudo isso em um único pais que você atravessa de bike em 10 dias. Por Cesar e Regina Stella por Itana Mangieri
Estradas estreitas, mas com movimento pequeno e lento.
42
OndePedalar
OndePedalar relato do leitor
Localizada na América Central, rodeada pelos oceanos Atlântico e Pacífico, em um território de 51 mil quilômetros quadrados, a Costa Rica abriga aproximadamente 6% da biodiversidade mundial. Possui regiões de montanhas e cordilheiras, com o ponto mais alto a 3.819 metros do nível do mar, o Cerro Chirripó. Também se concentram vulcões em seu interior, como o Arenal, Irazú, Poás e Turrialba. As praias do Caribe se destacam por sua diversidade aquática, areias claras e escuras, ideal para a prática de atividades na natureza e no mar. Já na costa do Pacífico, além das exuberantes paisagens, as praias são muito recomendadas para a prática de surf. O Clima é agradável o ano todo com mais calor na zona costeira. A época chuvosa vai de maio a novembro e a mais seca de dezembro a abril.
O território possui vinte parques naturais, oito reservas biológicas e uma série de áreas protegidas, com oferta variada de passeios e atividades para os amantes da natureza e dos esportes de aventura. Como nem tudo é uma maravilha, o que se lê é que na Costa Rica o sistema rodoviário é muito precário. Realmente pudemos testemunhar isto, mas para nós ciclistas esse não foi um problema, muito pelo contrário, pois, em razão desta deficiência, as velocidades são reduzidas: em geral 80 km/hora nas autoestradas e 60 km/hora nas vicinais. Isso nos deu muita tranquilidade durante o pedal. Embarcamos dia 25 de dezembro de 2011 ás 9:45 no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo. Com quatro horas de viagem mais três horas de diferença devido ao fuso horário, chegamos às 17:00
OndePedalar 43
OndePedalar relato do leitor
Ponte de ferro no meio dos vales da floresta.
horas no aeroporto internacional Juan Santamaria, próximo à cidade de Alajuela, a 19 km da capital San José. Pegamos um taxi (mini van) e seguimos para o Hotel BB Millenium a apenas 1 km do aeroporto. Montamos as bikes e nos preparamos para o início da cicloviagem do dia seguinte. O pedal mesmo começou dia 26 cedinho. O destino: La Fortuna , distante 106 km segundo nos-
sas previsões. Já no início nos deparamos com uma dúvida: as informações desencontradas mostravam que a distância poderia ser 150 km. Isso nos fez rever a jornada. Mas como sempre existe o anjo dos cicloturistas, encontramos o Domingo, um ciclista que nos sugeriu não irmos pela autoestrada e sim pela velha estrada de acesso a 44
OndePedalar
La Fortuna. Acabamos sendo guiados pelo Domingo até sua cidade, San Ramon, 59 km pedalados com muitas subidas. Chegamos por volta das 13 horas, mas decidimos ficar por ali mesmo. No dia seguinte, seguimos para La Fortuna numa estrada cheias de maravilhas naturais, altitudes e climas diferentes. Passamos por estações de esportes radicais como tirolesa, rapel e outros conhecidos como canopy e sky track. Quando nos aproximamos de La Fortuna eis que surge o grandioso Arenal, o principal vulcão ativo da Costa Rica. La Fortuna é famosa pelo Vulcão e por suas águas termais de origem vulcânica. Lá existem várias estâncias privadas como termas de Tabacón , Baldi e Laurelles . Optamos pelo último depois de pedalarmos 75 km. A ideia de visitar o parque do vulcão Arenal foi por água abaixo com a chuva que caia. Além disso, a névoa escondia qualquer paisagem. Assim seguimos para Nuevo Arenal. No caminho a mais deslumbrante paisagem, circundamos o lago Arenal por entre a mata, muita vegetação, pássaros, quatis, cobras e tudo a que tínhamos direito. Chegamos a Nuevo Arenal ainda cedo e resolvemos esticar o dia até San Rafael Guatuso. Como todo santo premia quem se esforça, encontramos uma das melhores pousadas da viagem, Cabanas Sueño Real , onde pudemos lavar as bikes, roupas e tudo mais. Foram 70 km para ter direito a tudo isso.
OndePedalar relato do leitor O dia 29 começou especial, fomos conhecer o rio celeste, uma das maravilhas da Costa Rica. Poucos quilômetros de asfalto e lá veio a terra, muitas pedras e umas subidas que lembraram o Caminho da Fé. Foram uns 25 km de sofrimento e chegamos ao parque Vulcão Tenório onde se encontra o Rio Celeste. Apesar de ser um lugar espetacular, pela dificuldade do acesso não é muito difundido pelas agências de turismo. Além de contemplarmos uma linda cachoeira, pudemos ver a verdadeira química da natureza: é impressionante quando dois rios se encontram tornando azul a límpida água. No dia seguinte saímos de Bijágua. Foram 17 km de bom asfalto e com vento a nosso favor, e, de repente, eis que entramos na terra. Os 16 km seguintes, agora com vento lateral estilo derruba bike, pareciam intermináveis. Ao avistarmos um conjunto de geradores de energia eólica, bem propícios para o local, percebemos que estávamos brigando com um vento realmente forte. Novamente asfalto e demos de cara com o lago Arenal. Mais 13 km e chegamos a Tilaram, onde, pela programação, iríamos pernoitar. Ainda era cedo. Resolvemos almoçar e seguir até uma cidade próxima. Assim adiantaríamos o dia seguinte para Monte Verde. Pedalamos a procura de uma pousada, e nada de aparecer algo onde pudéssemos ficar. Passaram-se alguns quilômetros e já estava perto de escurecer – na
Costa Rica o por do sol se dá por volta das 17:30, o que nos prejudicava um pouco. Quando achamos que tínhamos encontrado um abrigo para aquela noite, uma base de apoio a turistas chamada Vientos Frescos, fomos informados que não havia acomodações para pernoite. Alternativas começaram a ser avaliadas e a mais sensata e prática foi arrumar um transporte para nos
levar a Monte Verde. Restava-nos apenas um caminhão de transporte de gado. Acomodamos nossas bikes e encaramos na carroçaria 25 km de estrada de terra com muitos e muitos buracos, subidas e descidas intermináveis além do frio e da escuridão da noite. No final, foram mais de duas horas para fazer o percurso, imaginem se fosse de bike.
Chegando a Monte Verde, cassamos o primeiro abrigo, as Cabanas Sinai. O anfitrião, Brian, nos recebeu com muita festa. No último dia do ano resolvemos descansar em Monte Verde mesmo. O local é especial por apresentar alto índice de nebulosidade em floresta tropical, o que permite a proliferação de raras espécies de plantas. Além disso, ele abriga vários parques de esportes de aven-
Praia Santa Tereza do lado pacífico na península de Nicoya.
OndePedalar 45
OndePedalar relato do leitor
Regina atrevessando uma lagoa onde era estrada em Cabo Matapalo na península de Osa
tura. À noite a passagem do ano novo foi no hostel seguinte, onde compartilhamos com os anfitriões e com outros hospedes nossa singela ceia de ano novo. Ano Novo e muito pedal pela frente. Nosso objetivo era o parque nacional de Barra Honda, a 112 km, que deveriam ser percorridos por estradas de terra e asfalto com poucas referências para nos orientarmos.
Chegamos pouco depois das 16:00 horas e paramos no primeiro abrigo do parque, as cabanas do Parque Nacional. De toda a viagem este foi o único local em que não tivemos um atendimento cordial. Fomos recepcionados pelos donos das Cabanas, que pareciam estar nos fazendo um grande favor em nos alugar seus chalés. No dia seguinte, depois de um café
46
OndePedalar
da manhã que estava tão ruim que é melhor esquecer, fomos visitar o parque Barra Honda, mas não poderíamos visitar as cavernas, pois demandaria o dia todo e o grupo preferiu seguir viagem e reservar um dia para as praias. Partimos em direção a Samara, 53 km, no litoral do Pacífico, que seria nosso primeiro contato com o mar. Chegamos por volta das 15 horas, saboreamos um belo macarrão com frutos do mar e seguimos à procura de um camping. Na primeira noite acampando, armamos as barracas em um camping pé na areia e curtimos aquele banho de mar nas águas mornas do Pacífico. Próximo destino, Manzanilo. Passamos pela bela praia de porto Carrilo para depois encarar a esperada subida para da praia de Punta Islita, com 300 metros de ascensão e uma difícil inclinação. A recompensa foi poder avistar o maravilhoso oceano com praias ainda mais lindas. Vencido o cansaço, chegamos à praia de San Miguel, onde fizemos uma super parada para o almoço em uma área toda gramada e sombreada. O prato do dia foi um pescado frito inteiro e de quebra aquela cervejinha gelada. Seguimos pela areia com o objetivo de alcançar a praia Coyote, atravessando os rios que deságuam no mar. Dois pequenos córregos foram facilmente superados, mas quando chegamos ao final da praia, o ultimo rio estava muito profundo e acabamos retornando e fazendo a
OndePedalar relato do leitor volta pela cidade de San Francisco. Chegando lá, decidimos não seguir até Manzanilo e procuramos um local para ficar. Por fim acabamos indo à praia Coyote onde acampamos à beira-mar depois de 55 km percorridos. O objetivo do dia seguinte era chegar a Montezuma, 50 km. Seguimos serpenteando a praia, por uma estradinha de terra. Foram várias travessias em rios e córregos até chegarmos a Santa Tereza, um local típico de surfistas. Local muito agitado até Mal Pais, com comércio em toda extensão da estrada, premiada com muita poeira devido ao alto volume de carros de turistas. De Mal Pais a Montezuma, o caminho corta a pontinha da península do Cabo Blanco nos levando por meio da mata até Montezuma. Encontramos um hostel com vaga para apenas três do grupo, mas eles liberaram a área em frente à praia para que os outros armassem suas barracas. Montezuma é uma localidade bem pitoresca e reúne muitos turistas com opções alternativas, meio bicho grilo, entende? No quinto dia do ano, tivemos uma jornada e tanto, chegamos a Paquera, 45km, pegamos o ferry boat para Puntarenas, e de lá um ônibus para Quepos. Conseguimos tal sincronismo nos horários que antes das quatro da tarde já estávamos em Quepos. Demos uns giros pela cidade e acabamos ficando num hostel bem no centro da cidade. À Noite
saboreamos a melhor macarronada da viagem no Ristorante L’ Angolo do italianíssimo Luigi. No dia seguinte recorremos a um taxi para visitar o parque Manoel Antonio, um dos locais mais visitados por turistas na Costa Rica. Sua biodiversidade pode ser contemplada em passeios pelos bosques e suas praias são de exuberante beleza. Com essa logística, às 11 horas
já havíamos retornado ao hostel, pegado as bikes e partido para a praia de Uvita, 80 km adiante, onde resolvemos relaxar por um dia todo para recompor as energias. Com tudo renovado e após um ótimo café da manhã de galo pinto com plátanos e ovos no restaurante Mi Sol, seguimos para Golfito, 115km. Um pedal e tanto, tínhamos que fazer o percurso em 9 horas para dar tempo de pegar o último barco de
A altitude faz o clima ficar ameno e as vezes a neblina encobre tudo.
OndePedalar 47
OndePedalar relato do leitor
Cascata Rio Celeste no Parque Nacional Vulc茫o Ten贸rio
48
OndePedalar
OndePedalar relato do leitor travessia para Porto Jimenez. Em Golfito contratamos um barco que nos levou até Porto Jimenez a tempo de almoçarmos um bom pescado, e depois sair à procura de pousada. Acabamos acampando em um camping ao lado da praia, onde tamanduá, macacos e jacarés faziam parte do maravilhoso cenário do local. Dia 09, fomos conhecer as praias do cabo Matapalo. Percorremos 22 km até o ponto mais próximo antes de atravessarmos o cabo para o lado do Pacifico. Isto porque vínhamos pelas praias do golfo Dulce, que se abrigam na Peninsula de Osa. Passamos o dia visitando as praias, onde a intensa presença de surfistas não ofuscava em nada a beleza natural do lugar. Para repor as energias fomos ao único restaurante da região, um caro restaurante para gringos onde um lanche de duas torradas com queijo e uma saladinha custou o equivalente a R$20,00. No dia 10 retornamos a San José de van. Como ainda tínhamos mais três dias de viagem aproveitamos para conhecer os vulcões que ainda faltavam. O primeiro foi o Irazu, um dos vulcões mais ativos da Costa Rica, a 3432 metros acima do nível do mar. Sua cratera contém um lago azul turquesa que impressiona a qualquer um. Ficamos lá até as 12:30 e retornamos com o mesmo ônibus, com a
vantagem de irmos direto para San Jose. Chegamos a tempo de visitar praças, o museu do ouro, além de fazer compras e compartilhar da vida agitada que até então não havíamos visto. Por fim, só faltava o vulcão Póas, localizado sobre a cordilheira Vulcânica Central, próximo à cidade de Alajuela. Ele possui 2.708 metros, suas ultimas erupções ocorreram entre 1952 e 1954 e é um dos mais espetaculares e mais visitados do país. Após contemplarmos o Vulcão seguimos até a cidade de Alajuela onde fizemos uma parada para o almoço. Estávamos nos despedindo da Costa Rica. Seguimos para o Aeroporto internacional Juan Santamaria para pegarmos o avião de volta para o Brasil.
Katherine, Luiz Santana, Cesar e Renina na ponte suspensa em Monte Verde
OndePedalar 49
OndePedalar clubes de pedal Como formar um grupo de sucesso
Pedal Noturno Santos
A cidade de Santos tem muitas ciclovias sempre cheias de gente, mas mesmo assim, pedalar só não estava nos planos de Rafael Rizzato. Foi aí que decidiu agitar a formação de uma turma para um pedal noturno usando as redes sociais. No primeiro dia, apareceu um gato pingado, o Guilerme Moraes. Na semana seguinte o grupo teve um aumento de 50%, apareceu mais um. Logo depois Rafael enviou ao Onde Pedalar suas ideias. Usamos o Bikers Brasil para uma divulgação mais ampla onde o Pedal Noturno ganhou um grupo dentro do site. Com isso, ganhou um empurrão. Depois de alguns ajustes de horários e local de encontro, o trio chegou a cerca de setenta membros em seis meses. Hoje a turma já tem página oficinal na internet e a cada final de semana o pessoal organiza outras saídas além do tradicional noturno. Tem até uma segunda saída noturna para o pessoal mais forte. O único concorrente para o pedal é o time do Santos em dia de jogo de libertadores. Nesses dias o pedal volta para o trio base mais um ou dois. Aliás, esse foi um dos ajustes feito pela turma para fazer o pedal pegar, mudar o dia do passeio de quarta para quinta. Concorrer com o futebol ainda é impossível para o ciclismo. 50
OndePedalar
http://dvd.ondepedalar.com
OndePedalar agenda Encontro nacional de Cicloturismo
>>
Depois de dez edições o encontro promovido pelo Clube de Cicloturismo terá um pequeno ajuste de formato. Ele será em junho e agora tem endereço fixo, o espaço Araucária na cidade de Campos do Jordão. O esquema dos passeios também mudou, será autoguiado. Cada um faz no seu tempo, como nos esquemas do Velotour. A data deste ano será entre 7 e 10 de junho, feriado de Corpus Cristi. E por ser esse um feriado de dias de semanas fixos, ele passa também a ser a data para os próximos encontros. Assim de agora em diante você já sabe a data e local desse e dos próximos encontros. www.clubedecicloturismo.com.br
Santiago de Compostela com apoio A GoBiking irá levar um turma para fazer o caminho de Santiago em Junho. No esquema com agência você só tem que pedalar, eles cuidam do dia-a-dia. Reservas, transporte de alforjes, traslado de Pamplona para Saint Jean, etc. Além de tudo você vai junto com um grupo grande, o que deixa a viagem mais divertida. A saída esta prevista para 26 de junho e se extende por 15 dias de pedal fazendo o trajeto preferido do brasileiros que fazem Santiago. www.gobiking.com.br
52
OndePedalar
Tudo o que vocĂŞ precisa saber para viajar de bike
http://dvd.ondepedalar.com
OndePedalar bikefit
Dores nas costas?
Será culpa da bike? Como evitar que o prazer do pedal vire um martírio.
No mundo moderno, muito se fala em praticar uma atividade física para manter a forma e prevenir muitas doenças, e uma das opções de atividade física que vem crescendo no Brasil é o ciclismo. Quando falamos em cicloturismo, o que mais se encontra são pessoas na faixa dos seus 30 anos ou mais praticando essa atividade, e é nessa faixa etária ondem encontramos um índice elevado de algias na região lombar. A dor lombar é um sintoma muito comum na população em geral, cerca de 60 a 90% da população já tiveram pelo menos um episódio de dor lombar no decorrer de sua vida e quando se relaciona a dor lombar à atividade do ciclismo encontramos os seguintes fatores que podem levar o indivíduo a evoluir para tais dores: • Desequilíbrio de forças entre os grupos musculares flexores e extensores do tronco • Tronco flexionado por muito tempo • Mau posicionamento na bicicleta • Diminuição da flexibilidade dos grupos musculares do tronco e membros inferiores • Fadiga muscular • Intervalo insuficiente entre um treino e outro • Diminuição da estabilidade central (CORE) • Atrofia e perda da co-contração dos músculos multífidos e transverso do abdômen. Muitos estudos foram realizados relacionando a dor lombar e a prática do ciclismo. Usabiaga et al, relata que as dores lombares tem sido atribuídas as contrações secundárias ao esforço nos treinos e em competições de lon54
OndePedalar
gas distâncias tanto para atletas profissionais como amadores e que essas dores raramente são acompanhadas por sintomas de compressão nervosa. A inversão do ângulo da lordose fisiológica pressiona o complexo ligamentar posterior da vértebra, podendo causar lombalgias. Também em um estudo com ciclistas, Brier relata que parece haver evidências clínicas entre dores lombares e a inflexibilidade da região lombo-pélvica. Nesse mesmo estudo foi observado que todos os participantes que apresentavam contratura do músculo Iliopsoas possuíam sinais de degeneração no disco vertebral. Sendo assim, e seguindo o velho ditado: É melhor prevenir do que remediar! Não adianta só possuir a melhor bike do mercado e acreditar que com
ela nada vai te acontecer. Pura ilusão. Para que você não seja acometido por esse desconforto enquanto faz a sua ciclo-viagem, é necessário que a lista citada logo acima seja respeitada. Um bom trabalho com um profissional de educação física vai resolver a maioria das causas de dor lombar. Caso você já esteja com dores lombares quando pedala, o certo inicialmente é procurar o seu médico, pra ter um diagnóstico correto. Cuidado ao pensar que sempre “é só uma dorzinha” e que “logo vai passar”. As vezes você pode
ter um problema mais sério e não relacionado com a prática do ciclismo, como algum tumor na região por exemplo. Caso a dor lombar já esteja instalada, seu tratamento, se não feito procurando a causa da dor, com certeza vai ser aquele tipo de lesão que melhora, passa um tempo e a dor volta. Uma avaliação física específica é importantíssimo para sabermos de onde está vindo essa dor e aí sim tratarmos do problema. Podemos usar do repouso, exercícios de alongamento e fortalecimento para balancear os músculos anteriores e posteriores da região pélvica e do tronco, correções biomecânicas e melhora na posição do ciclista na sua bike, o Bike Fit. O Bike Fit é um dos pilares para a prevenção da dor lombar e até mesmo para a melhora da dor quando a mesma já está instalada. Ter os tacos bem calibrados é o início para um bom posicionamento sobre a bike, assim com selins nivelados e na altura correta, alcance adequado, avanço adequado entre outros pontos. Como no cicloturismo não se busca uma primeira colocação como numa corrida, não é tão interessante que a angulação do tronco em relação ao solo seja baixa pois geralmente as viagens são longas. É importante também ter um bom sistema de amortecimento e pneus calibrados corretamente.
Rafael R. Vicentini Fisioterapeuta Especialista no Aparelho Locomotor no Esporte Dúvidas sobre lesões no ciclismo e Bike Fit? É só entrar visitar a página do O2 Bike Fit Studio www.o2bikefit.com.br ou pelo tel.: (19)3808.6495.
VEJA NO TABLET Rev. OndePedalar Conheça as vantagens de ver a revista no tablet Muito mais fotos por matéria Vídeos tutoriais nas matérias sobre mecânica Reportagens em vídeo sobre viagens de bike
Acesse sua loja de APP pelo tablet
www.ondepedalar.com
Onde Pedalar Para quem pedala por prazer