REVISTA POESIA DE AÇO COMPACTO BEATBASS HIGH TECH JUNHO DE 2012 UM A INICIATIVA DO PONTO DE CULTURA ECFA ESPAÇO CULTURAL FRA NCISCO DE ASSIS FRA NÇA Rua Mar iana d o Car mo N. Reis, 545 Vila Mur y - Vol ta Red onda w w w.ecfa.com.br w w w.fa ceb o ok.com/ecfa cul tural conta to ecfa@gmail.com
Reda çã o e Projeto Gráfico A na Paula A ntunes Revisã o Brunna Monteiro Foto gra fia Gus ta v o Marcond es
A gra d ecimentos: Pablo Duca e Rapha el Garcêz Iky Ca s tilho Lelin Welling ton Car los Henr ique Ma cha d o Freita s Gusa A mplexos Glaub er Rap ozeiro França Sér gio Ma cha d o
MÚ SIC A , BE AT S & LU Z E S S ONOR AS
R E DAÇÃO A NA PAUL A JA NIS F OTO GR A F IA GUSTAVO MA RC ONDES TR I LHA SONOR A VA L E D OS TA MB ORES NÚCL EO SUCATA SOUND GUSA
S e g u nd a , 27 de fe ve re iro de 2 0 1 2, 19h55. E st áv amos e u e Gust avo Marcondes a c am i n ho d o Q u ar to d a Vó Peng a, e quip a d o s c om c âme ra, lu z e a p aut a p ara a pr i me i r a e nt re v ist a d a re v ist a Po esi a de Aço. O tel e fone to c a. Era o Pablo p erg u nt and o s e hav í amos e nc ont rado a r u a ce r t a . E m menos de de z minutos e st ávamos ex at ame nte na p or t a do QVP, e a cre dite, li g and o d e volt a p ara p e rgunt ar o número d a re s i d ê nc i a ( r is os) . E le nos ate ndeu com o s or r is o l argo de s e mpre e fomos a o enc ont ro d o R apha qu e j á nos agu ard ava com u ma av a l anche de dis c os.
Na ç ã o Zu mbi, Fome de Tudo. 2 0 1 0
C ome ç amos a ent re v ist a prop ondo u m “des afi o”. C olo c amos t rês músic as p ar a rol ar e a dupl a BBHT ter i a que ident i fic ar o g r up o ou ar t ist a e coment ar o t rab a l ho. VA LE D OS TA MB ORE S C arlos Henr ique Ma cha do Freit as Grava do em Volt a R e dond a , 2 0 0 7 . Faixa : Va le dos Tamb ores R apha - Min ha opini ã o em rel aç ão ao t r ab a l ho do C arlos Henr ique é a s eg u i nte: el e foi fi el a o que t av a pro c u r ando, s ab e? Porque vo cê vê p or aí muito s om qu e não tem o que dizer. É como o no ss o s om , qu e t amb ém é um t rab a l ho de p es qu is a. A gente t amb ém come çou a p es qu is ar cois as referentes às t ra diçõ es af robr as i l ei r as , qu e é a mesma cois a que ele fa z. S ó qu e el e fe z , nã o s ó bus c ando a quest ã o r ít m i c a, mas a quest ã o histór ic a . Pabl o - C ara , o t rab a l ho do C arl o s Hen r ique é fant ást ico! Acho muito l eg a l ess a p es quis a histór ic a , p ass ando p el a reg i ão do Va le do Paraíb a . O c ara c r i ou u m con ceito absurdo com ess a c ar ac ter íst i c a do “Va le dos Tamb ores”, do p é des c a l ço no chã o de ter ra ... É r úst ico e ao mes mo temp o contemp orâne o, p orqu e a histór i a nã o s e p erde. L ega l pra c a cete! NÚCLE O SUCATA SOUND L elin e Iky C ast i l ho Grav a do em Volt a R e dond a , 2 0 0 0 . Par t icip a ç ã o do b andolinist a : C arlos Henr ique Ma cha do Freit as . Faixa : Herói
Joh n C oltr ane, A L ove Supreme. 2010
Pabl o – Pô, Núcle o Suc at a S ou nd é o pr imeiro g r up o de rap de Volt a R e dond a, eu nã o con he ço nen hum out ro qu e ten ha surg ido anter ior mente. L embro qu e dep ois do tér m ino d a Wendy E lis ab et h o s c ar as j á come ç aram a fa zer uma cor rer i a de mont ar um esp a ço pra t ramp ar na c as a do I ky, l á na B ar reira Cravo. >>>
Os c ar as nã o p araram e m mome nto a l gum e foram f a ze nd o, ar r u mando aqui e a l i, d o j e ito que d ava. S e mpre c om uma prop ost a d e fa ze r rap de for ma mu ito í nte g ra, s ab e ? Em ne n hu m mome nto vo c ê ouve no t rab a l ho dele s a l go c omo u m “subpro duto d e rap”, u ma c ois a me i o g ang ster, s ab e ? Era s i mpl e s me nte aqui lo que o s mol e qu e s e ram e o que v ive nc i av am na r u a. Eu s ou mu ito fã d os dois ! O f ato de e u ter um home studio aqui é re fe rê nc i a do Iky, nã o te n ho ve rgon ha ne n huma de dizer. Eu te n ho u ma in fluê nc i a absurd a do Iky ! E t rab a l har c om o L elin é biz ar ro, qu ando ele f a l a qu e j á s ab e o que vai f az e r e u fico com pl e t ame nte de spre o c up ado. E ele é meio “s amu r ai” ( r is os) . C he ga aqu i e p ára exat a me nte a l í, fi c a ouv indo a b as e, ab aixa a c ab e ç a e fa l a b aix in ho: “o qu e vo c ê a cha de f a ze r u ma p arad a assim? ”, e e u f a lo “vai l á , re g ist r a e a ge nte vê c omo vai fic ar”. E é pr at i c ame nte tu do de pr ime ira. R aph a – E l e gost a de g ravar de pr imeira ! Te m u ma l e t ra dele qu e diz : “t rab a l ha to do d i a pr a g r av ar de pr ime ira.” ( r is os) Pabl o – O L elin é um b om nar rador. E le c ons e g u e d e st r inchar uma h istór i a de fic ç ã o ou re a l. E le c ont a mu ito b em e e nr i qu e c e c om umas nu anc e s lír ic as que v ã o p e r me ando u ns c amin hos e, qu ando vo c ê vê, t á no re f rão!
Q u ar to d a Vó Peng a, g ravação do EP “R EWI N D” . 2 0 1 0
GUSA Faixa : C éu de Tr iste za B and a que f undou o E CFA em 2 0 0 3 . Grav a do em Volt a R e dond a , 200 0 . Pabl o – C ara , Gus a ? S ens a ciona l ! Aqu el a ga lera muito chei a de gás, com u ma i dent i d a de fi r me, muito p é no chão. Uma prop ost a music a l com o p é finc ado em Volt a R e dond a , mas com a c ab e ç a volt ad a p ara o que est ava a conte cendo no mu ndo. Eu c ur to pra c aramb a e até hoj e não entendo p orque ess a b and a a c ab ou ! (r is o s ) R apha – O Gus a foi a pr imeir a b and a qu e eu v i a qui na reg i ã o que fa zi a u m s om qu e nã o t in ha uma defi niç ã o. O Gus a er a fo d a p or c aus a diss o! Ver a ga lera to c ando com inst r umento de suc at a ... p ô eu nu nc a t i n ha v isto iss o! O show era mel hor do qu e vo cê ouv ir o cd. Pabl o – C ara , os show s! Tin ha aqu el e l ance do Gim nas p er for mances, vo cê nu nc a s abi a a o cer to o que i a a conte cer ! L embro d a quele s amb a que ele ent rav a vest i do de ma l andro. E muito temp o dep ois a gente come çou a pro duzir o dis co do Mi am i (Bros.) e fi zemos um clip e com a p ar t i ci p a ç ã o d a C omp an hi a E nfanto cr at a, com o cenár io to do do Gim . >>>
E el e s e d e dic ou mu ito pro ne gó cio s air. S ou mu ito fã do Gim! Mas e m rel a ç ã o a o Gus a , a l g u é m p elo amor de D eus me ex pl i c a p orque qu e e ss a b and a a c ab ou! ( r is o s ) R aph a – E vo c ê vê que do Gus a veio o EC FA . O Gus a foi uma b and a que nã o fe z s ó mús i c a . Acho que é iss o me s mo, vo cê nã o te m qu e s e limit ar a f az e r uma p ara d a só! Pabl o – E ss a ga le ra d a dé c ad a de 90, que é a g a l e r a qu e fic ava c omigo l á no Memor i a l Zu mbi, e m mome nto a lgum “ar regou”. Ni ng u é m ar re gou na p arad a, s ab e? Ning u é m fi c ou esp e rando f ac i lid ade s p ara que as c ois as a c onte c e ss e m. C ad a um fe z o s eu! R aph a – A p arad a é te r in ic i at iva . Tip o o home studio qu e a ge nte te m aqu i. Nós g ra v amo s as noss as ide i as . Ó bv io que nã o d á pra g r av ar tudo, mas o que p o de, a gente f a z! E é iss o que fe z o Gus a e o Núcle o Su c at a S ou nd s e r o que é. O Iky é hoj e um d o s pro dutore s qu e é re fe rê nc i a pra m im . G o sto d e t ro c ar ide i a s obre músic a com el e, é mu ito b om! Te m mu it a gente b o a d e ss a é p o c a aí.
Va l e d os Tamb ores, e vento de lançame nto no Teatro G acemss , em Volta Redonda .
Vo cê p o de baixar as músic as comentadas na matéria através do link: http://www.ecfa.com.br/compactoPA.zip
Nú cl e o Su c at a S oun d. L elin, Iky C a stilho, C aleho e Pablo (pick ups ) . Res e nde , 1999.
Banda GUSA, fundadora do espaço cultural ECFA em Volta Redonda.
COMP OS IÇÃO DE A N A PAU LA A NT UNES
Hoje não vou dormir cedo... Vou esperar bem aceso... O sol nascer.
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O conceito de luzes sonoras não tem a ver com eletricidade, faz referência a uma luz interna, que se expande. Essa luz é o conhecimento.” Raphael Garcêz
Apresente a banda e cite alguns lugares onde a BBHT já fez um som. Rapha - BBHT ao vivo é: eu no violão e voz, Pablo na batera, Guga na guitarra, Polito no baixo, Tolen na percussão e Martché nos teclados. Tem músicas que são programações, mas a maioria é “orgânico” mesmo. A gente começou a tocar com o João Xavi. O Pablo soltava as bases e eu fazia o vocal de apoio. Aqui em Volta Redonda rolou no Memorial Getúlio Vargas, debaixo da biblioteca municipal. Tocamos no SESC e na Vista Alegre, em Barra Mansa. Participamos da Grap – Grafite e Poesia, na Severo 172; Batalha do Conhecimento, na Fundição Progresso; Ressaca Hip Hop, no Teatro Odisséia, com Mc Marechal e Pevirguladez e Festival da Primavera (PUC-RJ), com o BNegão. Tocamos também no Verdurada, em São Paulo. Isso com um repertório de quase 1 hora. Foi entre 2006 e 2008. Na Europa, o Pablo tocou na Alemanha com Xavi, que continuou a turnê sozinho fazendo shows em Paris, Leeds e Londres. Após a turnê rolou um show no Festival Mola, no Circo Voador, e o último, na Audio Rebel. Fale um pouco sobre o disco que está sendo produzido e as participações. Em 2010 lançamos um single chamado “Reza pro Rei Sol”, que foi gravado no Quarto da Vó Penga e mixado no QG Studio. Agora estamos preparando um disco, mesmo. Já temos oito músicas prontas. A ideia é gravar tudo e lançar primeiro um single pra ver como vai ser. Quem tá participando do disco: a galera do Amplexos que faz a banda-base com a gente; o Lelin e o Marco, do Djangos, cantando na mesma faixa.
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Teve uma época que a gente ouvia uns papos assim: a galera do rock achava que a gente (eu e o Rapha) era do rap; e a galera do rap achava que a gente era do rock!” (risos) Pablo Duca
Pablo - É muito bom trabalhar com pessoas que a gente gosta. O Marco sempre foi muito querido e muito do que a gente buscava, ele diz nas letras dele, de uma maneira muito simples até. Eu particularmente me identifico muito com o que o Marco escreve, então chamá-lo pra participar de uma música é meio que um “resgate dos formandos de 1990” (risos). O Marco e o Lelin participam na mesma faixa! E a música já tá gravada. Depois eu vou colocar pra vocês ouvirem.
Rapha - Estamos gravando no Quarto da Vó Penga o que dá pra gravar aqui, tipo piano, percussão e algumas vozes. O resto vamos gravar no Caos & Vitrola, que é o mesmo estúdio onde a Amplexos gravou. Pablo – Isso! O Jorge do Caos & Vitrola vai ser uma peça fundamental nesse processo. É um cara muito atencioso que tira um som muito bom no estúdio. Passamos uma manhã inteira conversando e ele se mostrou muito dentro, entendeu a proposta e vai trabalhar com a gente. Rapha – Quando começamos a pensar em gravar esse disco, pensamos em quem chamar pra mixar e masterizar. Como não tínhamos grana pra isso, resolvemos tirar o som que queríamos no nosso estúdio. E como o BBHT é uma dupla de produtores, nada melhor que ter o primeiro trabalho produzido por nós mesmos. É até um “cartão de visitas”. Pablo – A experiência de ter produzido o disco do Miami Bross deu até um gás pra perceber que a gente consegue fazer. Teve o apoio do Tuta e do Diogo (Estúdio EME) que foram peças chave pra que a gente pudesse arrancar o grave das batidas, a presença das guitarras. Sabíamos que era preciso ter alguém pra indicar as direções. Foi um desafio! Nunca tínhamos feito um disco, só trabalhado singles de outras pessoas, tipo Norte Cartel, o Pevirguladez, o Plastic Fire, na vinheta lá dos caras. Mas pegar disco mesmo pra fazer do começo ao fim, não tinha rolado ainda. Rapha – Então o disco do BBHT é isso: nós mesmos produzindo, com o auxílio dos amigos.
O disco tem um título? Rapha - Tem um conceito que se chama “Luzes Sonoras”. Que tem a ver não com a eletricidade, mas com uma luz interna, que se expande. Essa luz seria o conhecimento. Tem alguma previsão para o lançamento? Rapha - Vamos lançar o segundo single até o final de junho e, em dezembro, gravaremos o material bruto no Caos & Vitrola. Pablo - Tem muita coisa que já tá bem encaminhada. Além dos músicos, quem mais está apoiando vocês na construção desse trabalho? Rapha - Tem a Ana Luísa Flores, na parte visual; Brunna Monteiro, na parte de imprensa; Victor Mauro, nas fotos e o Macarrão sempre dando aquela moral nos vídeos. Pablo - Vou mostrar pra vocês uma música que vai ter a participação de uma galera que é segredo ainda. (risos) Janis – Ahhh é? Legal!!! Vou colocar na matéria que tem um segredo! (risos) Ouç a alguns sons: http://soundcloud.com/beatbasshightech Acompanhe o trabalho: http://www.beatbasshightech.tumblr.com/
No final da entrev ista fizemos uma brincadeira para ver se de fato o acer vo de discos do Beatbass High Tech era bastante diversificado.
Um d i s c o d o c or aç ão ( R apha) C l ar a Nu nes C anto da s Três Raça s (1 9 7 6)
Um c l ássi c o d e h ard c ore ( R apha) Mor te As ceta & D. E. R (2 0 0 3)
O qu e nã o d ei x ar i a d e d i s c ote c ar em uma fest a r ap (Pabl o ) B e a sti e B oys Check Your Head ( 1992)
Um d i s c o p ar a irrit ar o v i zi n ho (Pabl o ) G ang rena G a s o s a Smel Like a Te nda E spír ita (2000)
Um d i s c o p ar a j o g ar na privad a e d ar d es c arg a ( R aph a)
Um a referênc i a d e musi c a li d a d e l ati no am er i c ana (Pabl o )
S amp a C re w Eter no Amor (1994)
Par a l am a s d o Su c es s o B ox “Pólvora” (1997)
Um c l ássi c o d o s amb a ( R apha)
Um d i s c o p ar a d ar d e pres ente (Pabl o )
Mar tin ho da Vi la C anta canta minha g ente! (1 9 7 4)
Fait h No More King for a D ay (1995)
Um d i s c o qu e vo c ê não empresta! ( R aph a)
Um d i s c o qu e vo c ê n ão emprest a ! (Pabl o )
Os Mutante s EP - A D iv ina C omédia ou Ando meio D eslig ado (1 9 7 0 )
Gr and Ma ster F l a sh & Th e Fu r i ou s Fi ve (1983)
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Fica registrado aqui nosso mais sincero agradecimento aos amigos Pablo Duca e Raphael Garcêz.
FOTO: CA M IL A DUCH