Processo criativo da Ecoaecoa Coletivo

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Biblioteca de novo floresta

Manifesto Ecoaecoa Coletivo pela Escola Expandida 2.0

Ecoaecoa coletivo¹

Resumo:

Neste Manifesto a Ecoaecoa Coletivo procura compartilhar uma reflexão sobre seu fazer artístico, em relato de processo criativo, como uma busca de atualizar sua pedagogia [hacker­freiriana­dada­ecosófica]. Desafiando a relação entre ciência e poesia, arte, educação popular, webeecosofia,àtemasemergentes.Parte­senesteprocessocriativo,de jogos de produção literária, reciclagens de outdoors e colagens coletivas para então chegar em: Tramar o Ultramar, uma descartografia­ancoragem do virtual no real ­Interferênciasem paisagens cotidianas com instalações em árvores, criadas coletivamente em rituais­vivências, onde nós piratas, jogamos, não a esmo, garrafas ao mar do conhecimento­esquecimento

palavras-chave: Processo Criativo, Ecosofia, Arte Social Integrada.

Introdução

1. Ecoaecoa Coletivo

2. Fragmento de Processo Criativo

2.1. Dada Outra Poesia

2.2. Publicomunidades

2.3. Manefastos Dadaesmos

2.3.1 Não Livro

2.4. Tramar o Ultramar

2.4.1 Descartografia

3. Reflexão final

Referências bibliográficas

¹ Integrantes da Ecoaecoa Coletivo autores desse artigo:AlissaGottfried,licenciandaemArtesVisuaisIA­UFRGS,recebeuváriosprêmios com pesquisas sobre seus trabalhos de autoria compartilhada com outros integrantes da Ecoaecoa Coletivo Hugo Varella também integrante da Ecoaecoa Coletivo participa como colaborador e co­autor nos projetos autorais da Ecoaecoa Coletivo e também neste artigo

Introdução:

“O segundo dilúvio não terá fim Não há nenhum fundo sólido sob o oceano de informações Devemos aceitá­lo como nossa nova condição Temos que ensinar nossos filhos a nadar, a flutuar, talvez a navegar”

2 ed Rio de Janeiro: Editora 34, 2000

Neste manifesto a Ecoaecoa ColetivopropõeaSublimaçãodaNaucomoestimulopara uma poética solidificação da nuvem.

No vale tudo da arte contemporânea, da mídia e da publicidade busca­se a ética da estética educativa, que promova autonomia, como ser sujeito do seu pensamento e não sujeitado a aceitar a banalização da vida, através da reprodução da lógica que, nos condiciona a sermos só mais um modelo­objeto na engrenagem da propaganda da industria do mercado do comércio do consumo do fetiche.

Em confronto com a escola fechada, em­si­mesmada, que promove o conhecimento pelo conhecimento, a abstração da vida, e com isso o analfabetismofuncionaldasemântica “Ivo­viu­a­uva”, além de vários outros níveisdeanalfabetismos:matemático,literário, crítico, digital e imagético, (...) queremos incentivar a apreendizagem significativa,nãosónoensino de artes visuais, mastambémaícontribuirparaque aoinvésde,apenasobrasconsagradas como “Arte” serem estudadas, imagens ressignificadas e colagens elaboradas/criadas em diálogo comunitário sejam apreciadas e lidas em aulas de artes

Como agimos para ir além de uma teoria crítica?

Abaixo relatamos um fragmento do processo criativo da Ecoaecoa Coletivo, desdeseu surgimento até o momento atual e finalizamos com uma reflexão sobre essa práxis.

1. Ecoaecoa Coletivo

[Colaborar como forma de reconhecer o outro, co­labor ­ trabalho compartilhado]

O intelectual coletivo reapropria­se da produtividade semiótica confiscada pelos poderes do Território e pelos circuitos do Espetáculo E só existe mundo, para o homem, no elemento da significação, uma vez que ele forja sistemas de signos; o intelectual coletivo refaz o mundo Pierre Levy, A inteligência coletiva pag 147, Ed Loyola, 1998

Ecoaecoa, do verbo ecoar, que ecoa em forma e sentido, é um processo criativo autopoiético e ecosófico Surge em 2007 com a criação do jogo­vivência de produção

literária, o RPG Comunativo, gerando logo então, como meio de publicação independente das escritas produzidas nas oficinas com o jogo, a Editora Educadora Ecoaecoa, que por consequência, como fenômeno ontológico, passa a reconhecer­se como um ser coletivizante, a Ecoaecoa Coletivo. Atuando como um coletivo de artistas­educadorxs que desenvolvem projetos baseados na colaboração e geração de economia criativa solidária, e estuda, propõe e experimenta uma abordagem transdisciplinar para a aprendizagem significativa em artes visuais. Como ação de arte social integrada permanente, ao mesmo tempo autônoma e autonomizante, articuladora, empreendedoraepoético­transformadora,a Ecoaecoa Coletivo opera de forma aberta, interagindo e propondo diálogos criativos entre diferentes ambientes, linguagens e públicos, repensando dessa forma, a relação entre o fazer artístico e a educação.

Tentando resumir emumpanoramaouniversovocabulardaEcoaecoaColetivoatravés de um exercício de tagueamento poderíamos listar os seguintes conceitos:

● Educação Popular e Ecosofia;

● Filosofia Software Livre e Copy Left;

● Cartografia web Multimídia e Semântica visual;

● Metareciclagem Poética e Cultura Low Tech;

● Arte Integrada e Dadaísmo

Conceitos esses que substanciam as séries de trabalhos autorais, inter­relacionados entre si, no processo criativo desde seu inicio até aqui, podendo ser arranjados em 3 fases:

1 RPG Comunativo, Dada Outra Poesia, MiMoSA Griô, Fronteiras Imaginárias Culturais

2 Mostra Itinerante Cacos em Ecos – Esporo de Cultura Digital, Publicomunidades

3 Dada Outra Poesia, Manefastos Dadaesmos, Tramar o Ultramar, Descartografia

Mas, para sermos breves, neste texto será relatado sucintamente apenas a terceira fase do processo criativo geral.

Figura 1. Logo da Ecoaecoa Coletivo

2. Fragmento de Processo Criativo:

2.1 Dada Outra Poesia²

[Jogo de montagem de poesias visuais

busca da visão poético propositiva]

“A técnica da colagem é o paradigma de um princípio de mistura baseada numa sequência de decisões A primeira decisão é o recorte É a mais radical porque se refere à destruição de um dado conjunto A segunda decisão daí resultante, é a nova ordenação das parcelas Ela é o pressuposto para a realização de uma mistura decidida O processo adequado à ordenação da mistura é a montagem Hannah Höch é uma montadora, criadora comum entre seus amigos dadaístas, pois a introdução do processo de montagem na arte do nosso século nasceu no movimento

Dada ”

HÖCH, Hannah; Colagens 1889­1978 ­ pág 68 ­Instituto de Relações Culturais com o Exterior, Estugarda, 1984

Dada Outra Poesia é um recurso didático elaborado como meio para uma abordagem criativa de introdução do jogo de produção literária, RPG Comunativo, em periferias e grupos diversos, proposto como uma abertura para a escuta, uma folha em branco que receberá imagens e palavras geradoras,comonoMétodoPauloFreire,aosebuscaratravés do universo vocabular, temas geradores que são traduzidos, na cultura visual, em um universo vocabular imagético, elaborado através de recortes de revistas e materiais impressos descartados,fragmentosderealidade,quesurgemparaaleitura,escritaediálogo criativo em busca da visão poético­propositiva sobre a vida

Com essa didática propõe­se o diálogo criativo com a linguagem universal da imagem como um tipo de arte postal com colagens descoladas editáveis analogicamente e digitalmente que dialogam técnicas low tech com novas tecnologias, de uma forma abertae livre para ser útil na alfabetização verbal­imagética crítica e digital, com públicos variados mas especialmente com crianças em periferias já que são reféns do bombardeio imagético da mídia de massa, do sistema militar/ordem e progresso da educaçãoquereproduzmuitas da patologias sociais dos tabus e das opressões que impedem a autonomia.

Tendo a inicialmente a tesoura como navegador/cursor, num contexto, no qual, o educador tem que ter ginga e jogo de cintura para lidar com a escassez de ferramentas digitais no contexto escolar que só conta com recursos didáticos­educativos obsoletos ³ ­­­­­­

² Links:

http://poiesecoletiva blogspot com br

http://dadaoutrodada blogspot com br

³ Onde está o XO e o UCA para trazer o novíssimo mundo para o Brasil?

2.2. Publicomunidades4

[Reciclagem de outdoors ­ publicidade x comunicação comunitária]

No espaço do Saber, o logocentrismo do Territótio já não tem vigência Acopladas a dispositivos de comando sensórios­motores, plástica, interativa, multidimensional, a imagem pode escapar ao destino de fascinação que lhe traçava a mercadoria e tornar­se um instrumento de despertar, de conhecimento e de invenção ainda mais poderoso que o texto Pierre Levy, A inteligência coletiva, pp 146, Ed Loyola, 1998

Oficina que propõe a reciclagem de outdoors encontrados em saídas fotograficas nas comunidades são re­significados com a substituição do conteúdo publicitário por comunicação comunitária produzida com o jogo Dada Outra Poesia e editadas com o aplicativo livre GIMP.

4 http://culturadigital br/cacosemecos/

Figura 2: Primeira colagem feita com o jogo Dada Outra Poesia, na periferia do Baixada Fluminense no Rio, usada como divulgação da oficina oferecida no FestiPoa Literária Figuras 3 e 4: Criação de conteúdos para reciclagem de outdoors na Vila dos Papeleiros em Porto Alegre

2.3 Manefastos Dadaesmos

[Diálogo com imagens, autoria coletiva, aberta e interativa

Cultura visual >> publicidade/mídia/arte

Ação político­pedagógica, por uma apreendizagem significativa]

“A arte, caso possamos designar­lhe um mínimo de sentido subversivo, passou a ocupar todos os espaços imagéticos possíveis para a sua veiculação e suas experimentações O homem contemporâneo urbano vive submerso por uma proliferação incontrolável de imagens Vive­se numa imensa e irreversível imagoteca universal, proporcionada principalmente pelos meios de comunicação ”

VENTURELLI, Suzete; Arte: Espaço Tempo Imagem ­ pág 85 ­ Editora: UNB, 2004

É necessário retomar o poder sobre o bombardeio de imagens, ou seja, sobre nós mesmos, visando a valorização do diálogo entre as diferenças.

Manefastos Dadaesmos é uma ação poético­transformadorapermanente,comenfoque ao reconhecimento do valor dasemoções,dasensibilidade,daafetividadesedaintuição,no trabalho artístico de criarasimesmoesuaparticipaçãonomundo,desafiandoasignificação e identidade cultural com entendimento co­participativo além muros da escola. Propõe a apropriação do discurso da mídia de massa, ao ler imagens com uma visão crítica e transformadora.

Como público, busca­se primeiramente um perfil de grupos em situação de vulnerabilidade ou em desvantagem no acesso aos recursos de comunicação e expressão artística, como por exemplo, escolas públicas em periferias, internos de manicômio no Instituto Psiquiátrico Forense, em um segundo momento busca­se um perfil oposto a esse como tentativa estabelecimento de um encontro e um diálogo poético que propõe a valorização da diferença e talvez choques de realidades

A pesquisaçãoManefastosDadaesmos,propõeodiálogocriativocomcolagensatravés da resignificação da linguagem visual utilizada pela publicidade e midias de massa em uma rede de apreendizagem criativa, que se conecta através das publicações com autoria compartilhada, feitas com a Editora Educadora Ecoaecoa. Ao reunirascolagensfeitasentre grupos distintos, que participam da proposta, surge o NÃO LIVRO como exposição popular que valoriza os saberes, éticas e estéticas construídos na prática comunitária e serve como ferramenta para a introdução da comunicação digital, imagética e crítica que usa a tesoura como cursor de uma internet analógica p2p.

A ação poético­educativa, Manefastos Dadaesmos, tem como objetivos:

● Respeitar saberes construídos na prática comunitária;

● Gerar a abertura ao outro, empreender possibilidades poéticas de diálogos valorização da diferença, do inusitado;

● Denunciar descasos, discutir problemas;

● E a construção de aprendizagem empreendedora promovida entreeducandos,dando enfoque ao reconhecimento dovalordasemoções,dasensibilidade,daafetividadese da intuição no trabalho artístico de criar a si mesmo e sua participação no mundo.

2.3.1 Não Livro

[Diálogos criativos com diferentes grupos promovendo a vivencia e Experiência social O Símbolo como objeto de firmar ritual de amizade]

“O ´symbolon´ grego é, na verdade, um caco Mais precisamente, era costume quebrar uma pequena placa de argila em dois pedaços no firmar ritual de uma amizade Cada um dos dois amigos levava consigo um pedaço em seu caminho, e, no reencontro deles, ou dos seus descendentes, era possível reconstruir a pequena placa de argila por meio da justaposição dos pontos de ruptura de ambos os cacos, confirmando, assim, a amizade ”

Christoph Türcke, professor de Filosofia na Universidade de Estudos Gráficos e Artes Livreiras de Leipzig, Alemanha, em: Filosofia do Sonho, Ed Unijui

Figura 5. Lógica, colagem que integra o Não Livro feita com crianças para falar sobre a linguagem digital. na web: http://manefastosdadaesmos blogspot com br

Como um dos resultados desse diálogo de imagens, em que grupos expressam­se na arte de leredialogaratravésdeimagenssurgiuoNãoLivrocomoumapublicaçãoaberta,de autoria coletiva que reúne a compilação dos conhecimentos e conteúdos gerados com autoria coletiva e editorado com a Editora Educadora Ecoaecoa como um manifesto­objeto de aprendizagem, ou seja, um Manefasto Dadaesmo pela Escola Expandida 2.0

Ao reunir as colagens feitas entre grupos que participam da proposta, surge o Não Livro, uma exposição popular que valoriza os saberes, éticas e estéticas construídos na prática comunitária e serve de ferramenta para introdução da linguagemdigital,imagéticae crítica usando a tesoura como cursor de uma internet analógica p2p

Com as publicações geradas nesse trabalho a Ecoaecoa propõe o Não Livro, com autoria coletiva, aberta e interativa, em uma rede de produçãodesaberes,econhecimentos compartilhados Servindocomoumaintroduçãoaosconceitosdeproduçãodeconteúdopara web, foto e vídeo, que são editados analogicamente através da tesoura para depois fotografados, editados, editorados digitalmente com software livre e por fim impressoscomo um livro sem costura, O Não Livro.

AtravésdosmateriaisdidáticospublicadosduranteoprojetoManefastosDadaesmosse tem como objetivo formar uma rede de apreendizagem com diálogo criativo edesenvolvero senso crítico, poético, criativo, comunitário e arte­empreendedor tornandooaprendizcriador de meios que rompam com o senso comum e proponham a apreendizagem criativa hacker do­dicente.

Figura 6: Não Livro em entrevista na Rádio Software Livre na Feira do Livro

2.4 Tramar o Ultramar

[

Vivência,

Subjetividade Expandida, Ecosofia, Instalação e Web, habitar, interagir e deixar marcas de nossa presença no HIPERESPAÇO]

“Roy Ascott, artista interdisciplinar (um dos pioneiros em arte telemática), professor e crítico de arte, autor de dezenas de textos sobre novas tecnologias, propôs um outro tipo de metáfora para se pensar a arquitetura precisamos substituir a idéias de projetos monumentais pelo conceito de semeadura Ascott nos fala que devemos observar os micro­sistemas vivos, a horticultura, as sementes se desenvolvendo ( )

Segundo Ascott, o problema da arquitetura ocidental é que ela se interessa demais pela aparência, por superfícies e estruturas físicas (1994) Em suas palavras, “por uma arrogante edificialidade” (edificiality) Ou seja, esse tipo de arquitetura quase não se preocupa com a necessidade humana de transformações ( )

Enfim, quando pensamos a arquitetura da hipermídia, nosso modelo deve estar nas formas naturais, nas sementes germinando, em constante movimento e mutação Caso contrário, não será possível construir um espaço para ser habitado Ao artista, arquiteto das redes, cabe o papel de agricultor, o que espalha as sementes para que elas germinem ”

LEÃO, Lucia; O Labirinto da Hipermídia­Arquitetura e navegação no ciberespaço ­ pág 108­109 ­ Editora: FAPESP/Iluminuras, 1999

Tramar o Ultramar é um desdobramento do projeto Manefastos Dadaesmos, que pensa a relação entre território e subjetividade expandida, através de uma descartografia ecosófica envolvendo árvores e mídias digitais livres.

O que está sendo proposto como ação na descartografia Tramar o Ultramar é uma vivência embaixo das árvores, onde, cada árvore é escolhida como um ready-made e transformada em um site físico, e então, escolhemos um tema para esse site, produzimos ou baixamos os conteúdos multimídias sobre esse tema e fazemos cada um desses conteúdos virar um adesivo com código qr, que por sua vez é colado em garrafas de vidro vazias que são penduradas nos galhos da árvores através de uma trama feita com barbante de modo que as pessoas acessem os conteúdos através da utilização dos códigos.

Assim fazemos algumas analogias:

- A garrafa como âncora de um conteúdo antes volátil na web, agora físico numa cartografia descartografizada nessa relação com a web.

- Nós, piratas, jogando garrafas ao mar quando fazemos uma vivência Tramar o Ultramar, relacionando pessoas, árvores, e conhecimentos na ancoragem do virtual no real.

- A discussão e a definição das relações entre semântica web e semântica biológica.

-------------Tramar na web: http://tramaroultramar.hotglue.me http://tramaroultramar.blogspot.com.br publicação: ecoaecoa ultramar@blogger com O trabalho é composto por várias etapas:

1. Oferenda Para Marília. Imagem, texto e vídeos que mulhernageam a aluna do IA Estela Marília;

2. Não livro. Os galhos como costura das Colagens do Não Livro;

3. Festival de Musicologia. As músicas criadas no 1o Festival de Musicologia da Rede da Biodiversidade em Santa Maria.

2.4.1 Descartografia

[Biblioteca de novo floresta]

“A questão da desterritorialização deve ser tomada como efeito da ação consciente dos coletivos e iniciativas coletivas Ao agirem, buscam produzir miragens, ruídos, atalhos e desvios nos territórios já delimitados Seus modos de fazer são práticas desobedientes e resistentes à apropriação ligeira e sem reflexão Provocam e levam a pensar sobre as paisagens conhecidas ou então a tomar delas uma consciência renovada e alterada Isto é a operação de desterritorialização: saída de um lugar demarcado pela transposição de suas fronteiras e investigação sobre o que está dentro e o que é mantido fora Porém o processo não se encerra aí: de uma desterritorialização parte­se para outras combinações entre territórios, recompondo paisagens e transformando o terreno “

PAIM, Cláudia; Táticas de Artistas na América Latina: coletivos, iniciativas coletivas e espaços autogestionados ­

Editora: Panorama Crítico, 2012

“A biblioteca ­ "o nó de uma vasta rede, onde circulam não signos, não matérias, e sim matéria tornando­se signos" LATOUR, Bruno: Redes que a razão desconhece: laboratórios, bibliotecas, coleções, em: PARENTE, André (ed.) Tramas da Rede, Editora: Sulina, 2004

PensandoarelaçãoentreterritórioesubjetividadeexpandidaManefastosDadaesmose o Não Livro desdobram­se em uma vivência­descartografia ecosófica envolvendo árvores, colagens e mídias digitais livres.

Arte Encontrada ­ a árvore escolhida como se escolhe um ready­made e em sua apropriação interpretada como website que tem na sua manifestação um tema que

desmembra­se em‘n’braços­galhosdeconteúdosmultimídiasrelacionadosentresiporesse tema gerador definido na escolha da árvore

O virtual, apesar de oferecer profundidade maior ao entendimento, também o coloca perante um abismo sem fundo, na medida em que o rarefaz. Nos propomos a revitalizar o corpo do virtual, impedindo que o signo se dissipe sobre si mesmo ao ampliar seu leque de significados.

A arte como ferramenta de construção de conhecimentos, a web 2.0 e os saberes compartilhados fazem com que a educação não mais necessite estar isolada dentro de instituições e idéias fechadas em si mesmas, mas pode ser geradas a partir de trocas e propostas educativas transformadoras permanentes, desenvolvidas por iniciativas arte­empreendedoras que fomentam redes de aprendizagem autônomas.

Conceitos resultantes da etapa atual do processo criativo:

● Obra aberta;

● Biblioteca x hipertexto;

● Navegação x rede eco­social física;

● Conhecimento x fugacidade;

● Subjetividade expandida x retorno ao corpo ­ retorno ao conhecimento;

● Sublimação do estado gasoso ao estado sólido da web.

3. Reflexão final [critica à conclusão, mediação, auto crítica]

“Descartar o amor como fundamento biológico do social, assim como as aplicações éticas do amor, seria negar tudo o que a nossa história de seres vivos, de mais de três bilhões e meio de idade, nos legou Não prestar atenção no fato de que todo conhecer é fazer, não ver a identidade entre ação e conhecimento, não ver que todo ato humano, ao construir o mundo pelo linguajar, tem um caráter ético porque se dá no domínio social, equivale a não se permitir ver que as maçãs despencam ao chão ( ) só temos o mundo que criamos com o outro, ( ) só o amor nos permite criar esse mundo em comum ” Humberto Maturana e Francisco Varela, A Árvore do Conhecimento, Editorial Psy II, 1995

Ancorar o virtual no real, re­materializando­o. Enquanto devia ser uma expansão da inteligência coletiva, o virtual, através do estreitamento e da esterilização das vias tecnológicas, acaba por tornar o real um apêndice desnecessário de um virtual que sempre nos escapa. Ancorar o virtual no real através do amor e do ‘exconhecimento’. Através do ritual coletivo, a rede amplia seu sentido e seu significado. Oritualressoa;ovirtualnorealé magia. A biblioteca novamente floresta recupera a seiva da verdadeira vida humana.

O risco criativo, a mensagem multiplicada e transmitida, inserida nos vários níveis da paisagem. Pela humanização da web, humanização­poetização da rede e o labirinto dos

símbolossemelhantes.Aimagemdotecer,doligarecriarasuperfíciedecamadasmúltiplas, aprofundamentos do e no ancorar.

Mitos da racionalidade Mas basta, a racionalidade? Os círculos fechados se esgotam É inegável a importância dasnovasmídiasnoatocriativocontemporâneo Edevemser manuseadas com uma visão crítica, pois tais ferramentas são inseparáveis dos próprios processos que o artista­xamã mantém em relação à vida. O artista é o exemplo e o explorador, opesquisadornacordabambafiodanavalhadagilete.Aqui,trata­setambémde humanizaraquestãotecnológica,deumretornoàterra,deumarematerialização. Aquestão do virtual e de seus usos e desusos é uma questão essencial e que tem passado por momentos perturbadores, de crise intensa, o que é normal, tendo visto a importância dimensional que adquiriu Cabe ao artista responder à essa crise, e é coisa da qual elenão pode escapar, mesmo quando não se dá conta disso.

O trabalho ritual coletivo, a ancoragem, ahumanizaçãodofazerartístico,pode­sedizer até sua espiritualização, mas no se sentido de umaredimensionalizaçãodoexistir,cadavez mais escasso e aprisionado pela realidade enrijecida Inteligência artificial Oqueénosso,e o que pode vir anãosermais Vivendodentrodeumhologramacriadoporumamaquinaem algum lugar do universo. Superclusters de galáxias neuronais. Garrafas ao mar. Piratas apontam o caminho. Restabelecer o realatravésdosurreal.Concomitânciasentreovirtuale o surreal. Não seria o virtual o surreal, o espaço do tudo possível?

Mapa, ferramenta de conhecimento, mapa aberto, nômade, multiexistente, em várias camadas, simultaneidades, diagramas tridimensionais onde corre a Seiva As formas se interpentram, textos simultâneos, em vários níveis. Entrar, aprofundar­se, sempre. Mineralidades. Cristalescências. Criação. Relação. Arte.

Referências bibliográficas:

GUATTARI, Félix; As Três Ecologias ­ Campinas, SP; 11º Edição; Editora: Papirus, 1990

FREIRE, Paulo; Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativaEditora: Paz e Terra, 2007

HOME, Stewart; Manifestos Neoístas: greve da arte ­ Editora: Conrad, 2004

HOCH, Hannah; Colagens 1889­1978 ­ Instituto de Relações Culturais com o Exterior, Estugarda, 1984

ACASO, María; rEDUvolution: hacer la REVOLUCION en la EDUCACION ­ Editora: Paidós, 2013

BLANCO, Miguel Ángel; Texto: La Biblioteca del Bosque. no livro: Arte con laNaturaleza, Percepção del Paisaje ­ Junta de Castilla y Leonardo, 2000

LEVY, Pierre; As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática­ Editora: 34, 2006

LEVY, Pierre; A Inteligência Coletiva: por uma antropologia do ciberespaço ­ Editora: Loyola, 2007

LEVY, Pierre; Cibercultura. 2 ed Rio de Janeiro: Editora 34, 2000

PLANT, Sadie; Mulher Digital: o feminino e as novas tecnologias ­ Editora: Rosa dos Tempos, 1999.

PAIM, Cláudia; Táticas de Artistas na América Latina: coletivos, iniciativas coletivas e espaços autogestionados ­ Editora: Panorama Crítico, 2012.

LATOUR, Bruno: Redes que a razão desconhece: laboratórios, bibliotecas, coleções,em:

PARENTE, André (ed.) Tramas da Rede, Editora: Sulina, 2004

LEÃO, Lucia; OLabirintodaHipermídia­Arquiteturaenavegaçãonociberespaço­Editora: FAPESP/Iluminuras, 1999.

VENTURELLI, Suzete; Arte: Espaço Tempo Imagem ­ Editora: UNB, 2004.

TERRIN, Aldo Natale; O Rito: antropologia e fenomenologia da ritualidade ­ Editora: Paulista, 2004.

MATURANA, Humberto; A Árvore do Conhecimento, Editorial Psy II, 1995

Sobre a web: https://pt.wikipedia.org/wiki/Web 2.0

https://pt.wikipedia.org/wiki/Web 3.0

Processo criativo na web: http://culturadigital br/cacosemecos/ http://poiesecoletiva.blogspot.com.br http://dadaoutrodada.blogspot.com.br

http://manefastosdadaesmos.blogspot.com.br

http://tramaroultramar hotglue me

edições de tramar o ultramar pro próximo semestre:

1 Cantando com árvores: Linkar as músicas compostas durante o Festival da Biodiversidade de 2015, em Santa Maria, e pendurar um livreto com as letras das composições para as pessoas cantarem com as árvores.

2. Filosofando com árvores: Linkar livros pra download e frases de filosofxs nas árvores.

3 Árvores artistas: Linkar obras e relacionar cada árvore a umx artista

4 Conhecimento de novo árvore - biblioteca floresta: fazer encontros de livros em que, cada um lê e comenta sobre os livros que está lendo enquanto se é gravado o áudio dessa conversa que depois vira um texto colaborativo

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