vol. único
Parque Sauípe
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Sumário Carta ao leitor Mãe Natureza Homem x Natureza Industrialização humana Biolixo Você sabia?
Carta ao leitor Caro leitor, é com muito orgulho que nós, da revista Econhecimento, lançamos nossa primeira e (infelizmente) única edição. Nela tentaremos passar conhecimentos acerca de áreas (biologia, geografia, entre outras) para você, além de acrescentar informações acerca da dinâmica das populações e comunidades biológicas da Mata Atlântica, refletir sobre como se relacionar com o ambiente ao seu redor. Nós, alunos do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Nossa Senhora da Conceição, tivemos a oportunidade de vivenciar a Mata Atlântica e aprender sobre as comunidades que lá vivem ou viveram um dia, nos ligando de alguma forma com nossos antepassados através de vestígios por eles deixados e entendendo como eles lidavam com a terra.
a rez atu e N M達
O ser humano depende da natureza, mas, em um determinado momento, se encontra em uma encruzilhada ao perceber que é muito difícil desenvolver sem desmatar, mas sabem que desmatar não é viável em longo prazo. Então, o que fazer? Muitos não se preocupam com o futuro e saem desmatando; já outros têm a ideia de fixa de que não se pode nem aparar a grama; existem aqueles que não assumem postura nenhuma por não conhecer bem o assunto, ou pior ainda, aqueles que não o entende, mas mesmo assim assumem uma postura. Nós dependemos da natureza, tanto nas funções básicas exercidas pelo e para o corpo (que só acontece se preservamos a natureza), quanto no desenvolvimento para outras coisas, como moradia (que só acontece, inevitavelmente, se ocorrer desmatamento). O problema não está no desmatamento absurdo, ou em assumir uma postura radical sobre isso, mas na ignorância de um povo que não conhece os aspectos básicos da terra que o abriga e da qual é extremamente dependente. Primeiro se tem que conhecer e entender o assunto, para, dessa forma, usar melhor o poder da escolha e com isso, quem sabe, mudar o mundo.
Mundo Animal A quantidade de espécies endêmicas, existentes apenas em determinada região, da fauna da Mata Atlântica mostra como é necessária a conservação desse rico espaço. Estima-se que cerca das 460 espécies de mamíferos brasileiros conhecidos, 160 vivem na Mata Atlântica e que, aproximadamente, 50 delas são endêmicas. Há ainda uma diversidade de outros vertebrados, invertebrados e de espécies ainda não descobertas. Sua diversidade de espécies é consequência da extensão territorial da Mata Atlântica, mesmo que essa apresente menos de um quinto de sua cobertura original. Dentre as espécies mais conhecidas estão o macaco-prego-de-peito-amarelo (restrito ao sul da Bahia), a onça- pintada, a suçuarana e o cachorro-domato; e dentre as mais diferentes e raras está o morcego branco. Nesses biótopos as relações entre as espécies são fortes e equilibradas, bastando que apenas uma espécie desapareça pra que uma série de outras sejam diretamente afetadas. Um dos motivos desse desequilíbrio ocorre quando um dos elos que constituem a cadeia alimentar é perdido, fazendo com que aumente a quantidade de indivíduos de uma determinada espécie e diminua a quantidade de outra. Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a conquistar terra firme, o que nos leva a acreditar que descendemos dessas criaturas. A Mata Atlântica apresenta 260 espécies de anfíbios; dentre eles estão os sapos, as rãs e as pererecas os quais são muito importantes para o equilíbrio da natureza, controlando a população de insetos e de outros invertebrados, além de servir de alimento para outras espécies. As aves têm relações importantes com a natureza, podendo encontrar 620 espécies na Mata Atlântica. Esses animais comem frutos e transportam as sementes, contribuindo para a dispersão das plantas. Outras têm papel destacado na polinização de flores, como os beija-flores. Além disso, participam da cadeia alimentar podendo ser predadoras ou presas.
Os mamíferos podem ser também dispersores de sementes, assim como as aves; estando algumas espécies, no topo da cadeia alimentar. Além disso, são de grande interesse para a saúde humana, pois podem atuar como reservatórios de parasitas que causam doenças de origem zoonótica no homem. Levantamentos faunísticos permitem uma avaliação da distribuição da biodiversidade, o que contribui para estudos de taxonomia e biogeografia. Tais estudos tornam compreensíveis os padrões e processos responsáveis pela evolução e diversificação da fauna, sendo imprescindíveis para definir estratégias de manejo e conservação da vida silvestre, além de auxiliarem na compreensã;o de ciclos de transmissão de zoonoses. Alguns exemplos de relações de/ entre espécies são • Canibalismo- alguns girinos são carnívoros, quando passam a comer outros girinos; • Predatismo - ocorre quando, por exemplo, uma cobra se alimenta dos sapos; • Herbivorismo- ocorre quando, por exemplo, uma anta se alimenta do produtor (plantas); É dentro de todo esse parâmetro, que observamos como é sensível toda essa biodiversidade, e que com a diminuição do habitat há também diminuição de população, assim os cruzamentos passam a acontecer entre parentes muito próximos. Isso enfraquece os indivíduos e inviabiliza que populações recuperem o nível normal, ou seja, que ao menos mantenham o numero de seus membros constantes.
O bi
cho
vai peg a
r!
É triste pensar que num futuro próximo, muitas espécies que constituem a fauna e a flora da Mata Atlântica, vão ter desaparecido e que não terão a chance de catalogar diversas espécies extintas. Quando passaram a observar os impactos ambientais que estavam sendo causados, foram estabelecidos parques e movimentos conservadores. Parques como o de Sauípe, desenvolvem um papel muito importante tanto de recuperação quanto de preservação ambiental. Nesses, são desenvolvidos movimentos contra agressões ao ecossistema e desenvolvimento de projetos de educação ambiental.
Muitas pessoas já perceberam que a única forma de enfrentar o desafio de uma nova civilização é construindo uma nova concepção de desenvolvimento que não destrua a natureza e que atenda as necessidades do presente sem comprometer o futuro. Algumas práticas podem ser aplicadas de forma que possa unir utilização do espaço e utilização da mata, como no caso do ecoturismo, o qual respeita os limites das áreas naturais; além do manejo sustentável dos recursos naturais possibilitando assim uma melhor utilização dessas áreas. A natureza não se importa com o que é tirado dela, se importa com a forma com que é roubada, sem consciência, as vezes sem ter conhecimento de quanto tempo levou para formar esse grande conjunto de cadeia com seus complexos ciclos que vai desde a parte abiótica do planeta até a biosfera; e que nada mais são os humanos que animais, constituintes e subordinados a um grande ecossistema.
O Abrigo das Plantas A flora da mata atlântica pode ser dividida em níveis. O primeiro nível é chamado de dossel e a ele pertence às árvores mais altas, que recebem e precisam de maior luminosidade. O segundo nível é chamado de arbustivo por conter espécies arbóreas que vivem sombreadas pelas árvores do dossel. O terceiro nível é o herbáceo formado por plantas de pequeno porte, como as ervas, gramíneas e musgos. Ao visitar a reserva ecológica, Parque Sauípe, é possível observar o jacarandá e o ipê-amarelo como exemplo de espécies pertencentes ao dossel, jabuticabeira e palmito jussara exemplificando o nível arbustivo. Devido a sua exuberância e densidade a mata atlântica possui plantas epífitas (epi = sobre, fito = planta - plantas que crescem sobre outras) que possuem uma relação intraespecífica de inquilinismo e são consideradas endêmicas por estarem espalhadas por toda mata. Algumas espécies de bromélias e orquídeas são inquilinos, pois vivem em cima das árvores. Por viverem lá essas plantas tiveram que adaptar-se ao período de seca por isso algumas armazenam água em suas folhas, outras possuem um reservatório de água no centro, como a bromélia. Algumas espécies da Mata Atlântica que se destacaram ao longo da história: • Pau-brasil (Caesalpinia echinata): árvore de madeira nobre. Antigamente utilizada pelos portugueses para a obtenção de tinta vermelha extraída da resina contida no tronco. Atualmente, ameaçada de extinção, é utilizada na produção de violinos, canetas e jóias. • Jacarandá (Dalbergia nigra): árvore de madeira nobre muito utilizada para fabricação de instrumentos de corda e pianos. Sua semente serve de alimento para roedores, o que dificulta sua regeneração o que contribui para ela esta http://pt.wikipedia.org/wiki/ Jacarand%C3%A1-da-bahia - cite_note-0 na lista de espécies ameaçadas de extinção. • Ipê-amarelo-cascudo (Tabebuia chrysotricha): A madeira é usada em tacos, rodapés, assoalhos. Sua casca cozida é adstringente e também usada contra inflamações bucais. A árvore é a espécie de ipê-amarelo mais usada em paisagismo, inclusive em ruas estreitas e sob fiação elétrica.
Berço dos gigantes No solo da Mata Atlântica encontramos inúmeras espécies de fungos, sementes, animais vertebrados e invertebrados, matéria orgânica em decomposição além das raízes de diversos tipos de planta. Em geral, o solo é: raso, com pH ácido, úmido, pouco ventilado e extremamente pobre.
O fato de o solo ser pobre levanta o questionamento: “Se o solo é pobre, como a mata atlântica possui uma grande biodiversidade?” ou “Como uma floresta tão exuberante e densa pode sobreviver com um solo tão pobre?” Para entender essa questão é preciso considerar as diversas relações existentes entre o solo, a flora e os micro-organismos. A serrapilheira é uma camada de matéria orgânica, formada de folhas e frutas caídas e animais mortos, sendo decomposta por fungos e bactérias. Essa ação nutre o solo, possibilitando o aproveitamento de nutrientes e sais minerais pelas plantas. Outro fator que contribui para a nutrição da flora são as micorrizas: relação intra-específica positiva do tipo mutualismo obrigatório entre fungos e raízes. Essa associação facilita a absorção de minerais do solo, o que beneficia a planta (flora), em troca os fungos se nutrem de substancias presentes na célula da planta. Outra questão a ser explicada é: Como é possível a existências de árvores tão altas como o Jequitibá, se o solo é raso? Isso é possível porque na Mata Atlântica é comum encontrar plantas com raízes tubulares e de escoras paralelas ao solo. Assim essas raízes se entrelaçam formando um tipo de “manta de raízes” proporcionando assim uma boa fixação, pois aumentam a base de sustentação das espécies vegetais. Essas raízes também ajudam na obtenção de oxigênio do ar, uma vez que o solo por ser úmido é pouco oxigenado. Percebe-se assim que através de pequenas relações é possível resolver grandes problemas e que a interdependência entre os seres vivos é altamente complexa e delicada. Por isso deve-se respeitar e cuidar da natureza para que seu equilibrado sistema não seja perturbado.
Tudo Se Transformou
A Mata Atlântica, bioma rico em diversidade, compreende a região costeira do Rio Grande do Norte até o sul do Brasil, se estendendo para o interior de Minas Gerais e São Paulo. Por conta da sua grande extensão, há variações climáticas, porém predomina temperaturas médias elevadas durante todo o ano e alta pluviosidade, decorrente de chuvas orográficas(ventos que sopram do mar carregados de umidade e se deparam com um relevo). A biodiversidade, mesmo tendo um solo pobre, se explica pela variação climática e os ventos que permitem um fluxo maior de espécies. A Mata Atlântica também possui um rico ecossistema aquático e sete das nove maiores bacias hidrográficas brasileiras.
Homem x Natureza
O presente artigo tem como objetivo avaliar as conseqüências da ação humana na Mata Atlântica. A ação antrópica é a ação do ser humano sobre o ambiente, podendo ser positiva ou negativa; mas, infelizmente, pesquisas apontam que os maiores índices são de ações negativas. Um dos biomas mais explorados no Brasil é a Mata Atlântica,que teve início com a colonização européia, a partir da extração do paubrasil e continua até os dias atuais, principalmente pela pressão urbana. Atualmente, da segunda grande floresta brasileira, restam apenas cerca de 7 % de sua extensão original. Em um mundo capitalista em que o lucro é posto em primeiro lugar, não é estranho que os recurso naturais sejam explorados sem critérios para satisfazer esse ciclo monetário. Devido a essa grande devastação, quase 200 espécies estão ameaçadas de extinção, fora aquelas que já se extinguiram. A destruição da biodiversidade e o seu desmatamento eliminam de uma só vez grande contingente de espécies muitas vezes desconhecidas. Mesmo sabendo de sua importância em termos biológicos, hoje a maioria da área litorânea, que era coberta pela Mata Atlântica, é ocupada e explorada das mais diversas formas, como:Extração de madeira;Moradia, construção de ci dades;Agricultura;Industrialização, e consequentemente poluição;Construção de rodovia;Pesca predatória em seus rios;Comercio ilegal de plantas e animais nativos;Exportação ilegal de material genético;Fragmentação das áreas preservadas.
As conseqüências dessas ações são imediatas. A umidade, por exemplo, é insuficente para provocar as chuvas; Os ventos, que sopram do mar, não encontrando a barreira da floresta, levam o sal natural para a região do agreste, prejudicando sua vegetação; Ao mesmo tempo que deslocam as dunas, que assoreiam as lagoas existentes no litoral. Os grandes rios que cortam a área original dessa mata: o Paraíba, o São Francisco, Jequitinhonha, Doce e Paraíba do Sul; antigamente tinham águas cristalinas ou tingidas de preto pelas folhas em decomposição da floresta, hoje suas águas são barrentas por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo desprotegido de vegetação, ou estão poluídas (um perigo para a saúde) . A destruição do solo e a retirada da floresta rompe com o sistema natural de ciclagem de nutrientes. A remoção da cobertura vegetal fará com que a superfície do solo seja mais aquecida aumentando as oxidações da matéria orgânica que se transformará rapidamente em materiais inorgânicos, solúveis ou facilmente solubilizados,além disso, os solos deixam de ser protegidos da erosão causadas pelas chuvas.
As conseqüências dessas ações são imediatas. A umidade, por exemplo, é insuficente para provocar as chuvas; Os ventos, que sopram do mar, não encontrando a barreira da floresta, levam o sal natural para a região do agreste, prejudicando sua vegetação; Ao mesmo tempo que deslocam as dunas, que assoreiam as lagoas existentes no litoral. Os grandes rios que cortam a área original dessa mata: o Paraíba, o São Francisco, Jequitinhonha, Doce e Paraíba do Sul; antigamente tinham águas cristalinas ou tingidas de preto pelas folhas em decomposição da floresta, hoje suas águas são barrentas por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo desprotegido de vegetação, ou estão poluídas (um perigo para a saúde) . A destruição do solo e a retirada da floresta rompe com o sistema natural de ciclagem de nutrientes. A remoção da cobertura vegetal fará com que a superfície do solo seja mais aquecida aumentando as oxidações da matéria orgânica que se transformará rapidamente em materiais inorgânicos, solúveis ou facilmente solubilizados,além disso, os solos deixam de ser protegidos da erosão causadas pelas chuvas.
(Estudos da Embrapa constatam que, dos 3,5 milhões de hectares de pastagens que substituiram a floresta, 500 mil se degradaram num intervalo de tempo de 12 anos, além das queimadas e carvoeiros instalados). (No que tange as mudanças climáticas, as florestas são responsáveis por 56 % da umidade local. Sua destruição elimina essa fonte injetora de vapor de água na atmosfera, responsáveis pelas condições climáticas regionais. Ao mesmo tempo diminui o poder de captura do CO2 atmosférico). (As monoculturas implantadas em áreas de mata são mais sensíveis a pragas e doenças. O ecossistema, sob estresse, tem tolerância menor ao ataque de parasitas e doenças, consequentemente, tem sido introduzidos nessas áreas grandes quantidades de inseticidas e agrotóxicos para atacar as pragas, o que destrói ainda mais a diversidade de espécies e contamina os ecossistemas aquáticos). Todas essas conseqüências voltam a refletir nas ações humanas, por exemplo: O morador local, que antes colhia seu alimento ou dependia da vegetação daquela área, não consegue mais aproveitá-la por falta de chuva que impossibilita sua colheita; a água contaminada, pela terra desgastada em processo de erosão ou salinizada, já não pode ser utilizada para consumo. Felizmente cada vez mais grupos tem se organizado para tentar interromper essa devastação em massa. Grupos não-governamentais, Reservas e Unidades de conservação.
(Atualmente, existem na Mata Atlântica, cerca de 860 unidades de conservação. Os dois principais grupos,definidos pelo sistema nacional de unidades de conservação,são: UCs:Proteção Integral e Uso Sustentável). Apesar das exigencias e do numero de Unidades de Conservação (UCs) existentes, a preservação da biodiversidade em áreas protegidas enfretam o desafio de viabilizar a infra-estruta necessária a fiscalização do acesso e dos usos que são feitos de cada UC , além da manutenção de suas atividades,conforme estipulado pelo SNUC( Sistema Nacional de Unidades de Conservação). Mas para que tudo isso aconteça de maneira correta, é preciso o apoio do governo para que as reservas tenham ajuda para continuar a conservação e que grupos não-governamentais possam lutar para que essa exploração desmedida acabe.
o n r e v o g o E
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O presente artigo tem como objetivo analisar a importância de Organizações Não-Governamentais (ONG’s) para a preservação da Mata Atlântica com enfoque no estado da Bahia. Originalmente, a Mata Atlântica era a segunda maior floresta tropical do Brasil; hoje, porém, a maior parte da área, antes coberta, é ocupada por grandes cidades, pastos e agricultura. Em alguns lugares como no Rio grande do Norte não há nem vestígios. Na Bahia, a Mata Atlântica se distribui por cinco regiões: Chapada Diamantina-Oeste, Litoral Norte, Baixo Sul, Sul, Extremo-Sul.
Segundo Moreira e Sene, restam somente cerca de 7% de sua extensão original, sendo quatro quintos propriedades privadas e 2% unidades de conservação (UCs). Conforme um estudo, a manutenção e preservação da mata atlântica não são prioridades apenas dos ambientalistas, em seus limites vivem cerca de 67% da população brasileira, causando preocupação de setores produtivos, econômicos e industriais (CORRÊA, 2010).
Segundo um estudo realizado pela ONG WWF, mais de 30% das 105 maiores cidades do mundo dependem de unidades de conservação para garantir abastecimento de água. Assim, proteger a Mata Atlântica também é proteger os processos hidrológicos responsáveis pela quantidade e qualidade de água potável. A Mata Atlântica também é ameaçada pelo desmatamento das matas ciliares (área de vegetação próxima às margens dos cursos de rios) e conseqüentemente o assoreamento dos mananciais pela poluição da água, além da construção de represas sem cuidados ambientais, o que pode agravar a extinção de diversas espécies da flora e fauna, além de intensificar as secas e enchentes.
“Ao Sul da Bahia, nos parques nacionais: Descobrimento, Monte Pascoal e Pau-Brasil está a maior concentração de floresta nativa, com 50.000 hectares e o Parque Nacional Marinho Abrolhos, com 90.000 mil hectares. Ainda no território da Mata Atlântica baiana, as outras Unidades de Conservação (UCs) são: Reserva Biológica de Una, Parque Estadual Serra do Conduru e Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães, que juntas representam aproximadamente 78.000 hectares. Porém, todas carecem de recursos para a regularização fundiária e ampliação dos seus limites atuais. No Domínio da Mata Atlântica da Bahia há ainda 20 Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Estaduais englobando, além de florestas continentais, mangues, ilhas, bancos coralíneos e outros ecossistemas associados. Além dessas UCs, cerca de 30 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) juntas protegem 9.510 hectares de ecossistemas” ( BATISTA, TIMMERS, DA CUNHA; p. 138). Para uma maior preservação da Mata Atlântica é necessário a participação da sociedade, através de organizações que atuem juntamente com o Governo, enfrentando os problemas sociais, não só com doações de bens ou trabalhos voluntários, mas também com formulações de políticas e programas. Juntamente com a mobilização, em que toda a população deve reunir forças para combater os problemas ambientais, além de sensibilizar e conscientizar sobre a importância do meio ambiente. Num terreno cedido pela Odebrecht e com administração da Cetrel, empresa de proteção ambiental, funciona o Parque Sauípe, organização não-governamental localizada em Mata de São João no litoral baiano, trata-se de 66 hectares de área verde composta por uma vegetação típica de mata atlântica, com trechos de restinga, porém com incidências de manguezais, e com uma biodiversidade com mais de 300 espécies de plantas, além de fauna diversificada e de um museu de História Natural com mais de 300 espécies empalhadas. A preservação é feita junto com a conscientização da população local, que aprendeu meios de aproveitar a reserva sem destruí-la, além de oferecer alguns empregos e mostrar como a reciclagem pode aumentar a renda mensal da família. Com essas informações é notória a necessidade mútua entre as reservas privadas e o Governo, uma vez que um possui maior área de preservação, porém tem carência de recursos ou até mesmo regulamentação fundiária, e o outro, com poucas unidades de conservação, poderia fornecer os recursos, desde que houvesse um programa de conscientização da população e um trabalho sério de preservação a biodiversidade. Assim seria possível uma preservação de forma mais eficiente e intensa, além de contar a ajuda da população. Algo que pode ser facilmente visualizado no Parque Sauípe, que ainda não é um exemplo de reserva ecológica perfeita. O presente trabalho teve uma abordagem qualitativa, com revisão de literatura em que priorizouse a leitura de textos e artigos que tratassem da importância da proteção ambiental e da atuação conjunta do Estado e das instituições privadas e ONGs na proteção e preservação da Mata Atlântica. O trabalho ainda contou com a aula de campo resultante da visita a reserva ecológica, Parque Sauípe, que fica na Mata de São João, Costa litorânea.
INDUSTRIALIZAÇÃO HUMANA O ser humano a partir da Revolução Industrial (substituição de ferramentas manuais por máquinas a vapor) encerrou a transição entre o feudalismo e capitalismo, que ocasionou grande impacto sobre a estrutura da sociedade em um processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica. Essa transição ocorreu quando houve uma ampliação do consumo que atingiu o modo de produção da época, em que o manufatureiro distribuía matéria prima e o artesão trabalhava em casa recebendo em troca pagamento; esse comerciante passou a produzir mais, contratando, desta forma, outros artesãos, destinando a cada trabalhador uma parte de produção, como: tecer, tingir, fiar... Assim surgiram as fábricas, com trabalhadores assalariados, onde estes estavam submetidos ao regime de funcionamento de máquina, consolidando a Revolução Industrial. Com passar do tempo a população aumentou e a demanda por produtos industrializados também. Para a produção desses produtos é necessário a retirada de matéria prima do meio ambiente, ou seja, desmatando parte da floresta e provocando a extinção de várias espécies da fauna e flora; um exemplo marcante que temos no Brasil foi a extinção quase total da Mata Atlântica. Uma pequena parte da Mata Atlântica encontra-se no litoral norte da Bahia onde está localizada a Reserva Ecológica Parque Sauípe, ali habitam uma diversidade de fauna e flora interagindo em perfeita harmonia. Há cinquenta anos a Odebrecht firmou um compromisso com o enriquecimento educacional das pessoas por meio do apoio as iniciativas culturais e sociais que resgatam valores artísticos e estimulam a preservação dos patrimônios históricos e principalmente naturais visando alertar as pessoas a preservarem o meio ambiente demonstrando que a natureza não depende do homem, porém o homem depende extremamente da mesma para sua sobrevivência. Os sítios arqueológicos fazem parte das riquezas nacionais, e o seu resgate é necessário antes da instalação de qualquer empreendimento que ponha em risco a integridade do patrimônio natural identificado, é necessário que as pessoas tomem conhecimento, dentro do âmbito social, sobre a importância da mata para aquele local impedindo que empresas que se guiam pelo capitalismo selvagem acabem por destruir esse patrimônio nacional.
O cuidado em se disseminar o valor do patrimônio cultural brasileiro junto à comunidade local resultou no desenvolvimento de um programa de educação patrimonial especifico para visitantes, capaz de despertar o interesse pela preservação, formando cidadãos conscientes de sua responsabilidade social e de seu papel como membro de uma sociedade mais ciente dos seus deveres. Refletir a respeito da relação, por vezes conflitante, entre os homens e o meio ambiente. Uma parcela da região vivencia hoje uma nova etapa de desenvolvimento transformando a região em destino turístico para pessoas provenientes de todos os cantos do planeta; Promovendo assim uma fonte de renda que não provoca danos ecológicos ao local e trazem oportunidades de empregos as famílias que ali habitam. O museu de Sauípe está sendo implantado com o objetivo de promover o estudo, registro, preservação e divulgação dos bens culturais e ambientais do litoral norte, entendidos como recursos finitos de grande importância para construção do futuro da região. É nessa perspectiva de interação homem versus natureza que devemos construir uma ideia consciente, o problema não esta no consumo e sim na quantidade consumida. O capitalismo que já dominava a industria e o comercio implantou algumas datas comemorativas: dia dos pais,mães,crianças, natal, ano novo entre tantas outras datas com grandes divulgações e oferta de produtos de ocasião e depois produtos com tecnologia moderna principalmente os de uso comum e necessidade do lar e pessoal. Objetos antigos já não tinham como serem consertado obrigando a aquisição de outro modernos, a maior responsável pelo desenvolvimento do consumismo sempre foi e será a propaganda e marketing, a partir daí o homem se tornou um grande consumidor e maior inimigo da natureza.
Resultados obtidos na visita Na reserva ecológica há presença extensiva de aspectos geográficos, começando do nome da cidade – terra das formigas – até toda a mata constituinte do bioma que contém a cidade em questão e região do litoral norte baiano. A mata costeira, com solo pobre e folhas perenes, predomina na reserva; não há bruscas mudanças de temperatura, mas chove bastante. Há serrapilheira (restos de folhas e matéria orgânica morta) recobrindo o solo e devolvendo a ele os nutrientes necessários. Na estufa, presente no horto, há dispersão de calor, que gera a convecção que por sua vez influencia o cultivo saudável de espécies vegetais nativas para que a população saiba identificá-las, evitando assim o desmatamento irracional. Camila Reis, Caroline Costa, Gabrielle Santana e Juliana Vilas Boas. No horto visitado foi possível observar uma pequena amostra da flora que constitui a mata atlântica local, há presença de muitos cajueiros cujo falso fruto é o caju (muito utilizado na fabricação de remédios por sua característica adstringente), e palmeiras ornamentais. Constituindo a restinga, a alfaces da praia (Lactu cassativa) é bastante tolerante ao sol. Ainda no horto, faz-se a prática da triagem do solo arenoso abrigando-o em tubex o solo filtrado para análise. A fauna da reserva é formada por jacarés, vários tipos de cobra presentes no Brasil, seis gêneros de primatas, muitos tipos de aves, insetos e anfíbios. Mariana Azevedo, Rebeca Barreto e Verena Vilasboas.
Biolixo
O que você nunca imaginou que o seu lixo poderia fazer. A quantidade de lixo produzida em um mês por pessoa é de vinte e cinco quilos (25 kg). O mundo já é o lar de mais de seis bilhões de pessoas produzindo trezentos quilos de lixo cada; então, o que acontece com todo esse lixo? Ele simplesmente é jogado em qualquer lugar? Talvez exista uma solução melhor para ele, que dá até pra economizar uns trocados. Há muito tempo a produção de lixo tem se mostrado um grande problema para a população, especialmente, os grandes centros urbanos onde a produção é ainda maior. O processo de industrialização agravou ainda mais os impactos ambientais por conta do grande êxodo do campo para a cidade e os avanços da medicina que, por sua vez, contribuíram para um aumento populacional. Verifica-se nos dias de hoje que o problema do lixo não foi tratado com a seriedade necessária assim que foi descoberto, só havia preocupação em esconder e afastar esse problema da população, levando o lixo para locais isolados denominados lixões. Todavia, uso de lixões não é uma solução apropriada, já que causa diversos problemas para o meio ambiente. Entre esses problemas podemos citar: Poluição de mananciais: o poluente que mais afeta a qualidade das águas mananciais é o chorume resultante da lavagem dos lixões pela água da chuva. Presença de vetores: O acumulo de lixo atrai vetores de doenças como baratas, ratos, escorpiões e etc. Poluição do ar: A queima do lixo pode ser provocada pela ação do homem ou podem ser naturais (causadas pela exposição aos raios solares), os dois processos lançam no ar dezenas de toxinas que variam de fuligem a as cancerígenas. Além dos problemas ambientais, também há o problema social, milhões de pessoas têm como única renda os lixões e ficam expostas a doenças. A alternativa seria reuni-los em Cooperativas de Catadores ou empregá-los em Usinas de Reciclagem.
TRANSFORMAÇÃO Hoje já são conhecidas soluções para tratar o lixo sem agredir o ambiente, porém o método mais eficiente é conscientizar a população para que cada um contribua para reduzir o volume de lixo produzido, isso pode ser feito reduzindo o consumo exagerado, reutilizando e reciclando sempre que possível. Sabendo disso muitas instituições fazem um trabalho de conscientização ambiental em algumas comunidades, que também funciona como complemento da renda mensal da comunidade, já que parte desse trabalho de conscientização é formar profissionais envolvidos nesses programas. Alguns dos métodos para tratar o lixo são: Reciclagem: A reciclagem é um processo industrial que permite que materiais como plástico, papel, vidro e metal possam ser reutilizados. Biodigestores: É utilizado para o lixo que não pode ser reciclado.Consiste em coloca-lo em grandes reatores onde por meio da ação de microorganismos o lixo é transformado em matéria orgânica e pode ser usado como adubo ou como ração para animais. Aterros sanitários: São áreas escolhidas criteriosamente, geralmente em local não produtivo e que não esteja localizado em áreas de reserva ambiental. O fundo do aterro deve ser coberto com uma camada de plástico para que o chorume não escoe. Embora o lixo seja uma grande ameaça, se a população for conscientizada e se houver um investimento nos métodos de tratamento do lixo que não poluem o ambiente será possível que seus impactos sejam minimizados. São atitudes simples que permitirão uma melhor saúde humana e ambiental.
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• A mata atlântica da Bahia é um dos mais importantes biomas do país, nela há 30% das espécies endêmicas de aves, 10% das espécies endêmicas de anfíbios, e todos os 6 gêneros de primatas do país (sagüi, mico-leão, guigó, barbado, macaco-prego e murigui), com 3 dessas espécies só existentes na Bahia. • Há madeira de lei (com mais de 100 anos) e, no solo arenoso, há o araticum e o ingá da restinga. • A mata atlântica sofre a influência de correntes de ar bastante salinizadas formando os corredores ecológicos. O desmatamento litorâneo destrói biomas do continente inteiro por causa da destruição dos corredores ecológicos, os quais filtrariam o excesso de sal presente nas correntes que vão em direção ao interior continental. • Os artigos Mãe Natureza, Mundo Animal, Abrigo das Plantas , Berço dos Gigantes, Tudo Se Transformou e O Bicho vai pear tiveram seus títulos inspirados em músicas e filmes. Confira a lista em nosso blog: WWW.ECONHECIMENTOCNSC.BLOGSPOT.COM • Na visita, oi realizada a compra de uma muda de cajueiro, carinhosamente chamada Astrogilda que será plantada na Vila de Nazaré do Colégio Nossa Senhora da Conceição, acompanhe a trajetória de Gigi no blog.