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Gisela Peçanha
Gisela Lopes Peçanha é natural de Niterói, RJ. Escritora, cantora. Premiada em diversos concursos literários de Universidades Federais Brasileiras, a citar: Universidade Metodista de Piracicaba, SP (1º Lugar, em 2015 e 2016); Universidade do Pampa, RS; Universidade de Brasília (menção honrosa, 2020); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (2º Lugar, 2018); Finalista: UNIFEBE, SC; UNICAMP, SP; UERJ, RJ - 2020. Prêmio Rubem Alves - 1º Lugar - Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto SP, 2015. Prêmio Machado de Assis - Menção Honrosa - Concurso Internacional Confraria Brasil – Portugal, 2015. Terceiro Lugar – Concurso Literário Internacional Castro Alves – Academia Rio-Grandina de Letras – 2021 (RioGrande, RS). Conquistou mais de 115 prêmios literários. Publicou em 65 antologias, a nível nacional. Membro da CAL - Comissão de Autores Literários – 2021. Acadêmica efetiva - Titular da cadeira de número 36 RJ Patrona: Hilda Hilst -Academia Internacional da União Cultural. Contato: giselamusik@yahoo.com.br Facebook: Gisela Peçanha
ANIMA
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Eu sou um homem, mas tenho os olhos úmidos; Quando vejo um pássaro azul, enxergo liberdade Se encontro uma foto amarela, me dói saudade. Sou assim: um homem de barba de ferro, e coração de casca.
O mundo me açoitou e me expulsou da arena Eu não era um cavaleiro nem um samurai, ou um cangaceiro Preferia poemas, e vinho branco derramando sobre a seda. Me sentia, um cume final, no escuro do planeta.
E, por ser assim, homem terminal Vaguei pelo meu mundo, olhando para tudo Buscando a mim mesmo, descortinando espelho Sem encontrar quem morava em mim.
Minha alma...
Uma ninfa, uma dama, água viva bailando No oceano bravio, Procurando pérolas em espumas macias Nadando, voando, percorrendo léguas de mar! Na ribalta iluminada, aonde bebi o meu luar.
Minha couraça não é de sal, é de mármore; Minha casca, hóstia rasgada pelo anzol E eu, sou um peixe que vaga Ou apenas, uma mulher que se guarda: Água doce em meus sonhos e veias Dentro da moça que me mora dentro — Vestida com as joias do reino.
Morada na água, canto de amor refinado Solitária, em sua vida de aquário E eu, submergindo por ela: Ora sem rumo, ora encontrado. Partindo correntes, soltando meus mastros! Sem coturnos, botas ou arreios Sem pernas a caminhar nas areias...