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Pacheco é reeleito no Senado e prega "pacificação" do país

Para o senador, "polarização tóxica" deve ser "erradicada"

O deputado federal Arthur Lira (PP) foi reeleito ontem como presidente da Câmara dos Deputados e ficará no comando da Casa pelos próximos dois anos, até 2025. Lira teve 464 votos, recorde para uma votação na Câmara. O número pertencia aos ex-presidentes da Câmara João Paulo Cunha (PT), em 2003, e Ibsen Pinheiro (PMDB), em

1991, ambos com 434 votos. Só que, ao contrário de Lira, eles eram candidatos únicos.

Lira é um dos principais articuladores políticos do Centrão e conseguiu nesta eleição fazer alianças com partidos de posições políticas diferentes, como o PL e o PT. O bloco de apoio ao parlamentar reuniu 496 dos 513 deputados federais. n

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse ontem, após ter sido reeleito para o posto, que a "polarização tóxica" no país deve ser "erradicada". Pacheco também pediu união e defendeu a pacificação do país. "Pacificação não significa se calar diante de atos golpistas. Pacificação é buscar cooperação. Pacificação é lutar pela verdade. Pacificação é abandonar o discurso de nós contra eles e entender que o Brasil é imenso e diverso, mas é um só. O Brasil é um só", afirmou o presidente do Senado e do Congresso. "Para isso, a polarização tóxica precisa ser erradicada de nosso país. Acontecimentos como os ocorridos aqui neste

Congresso Nacional e na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não podem, e não vão, se repetir", completou Pacheco. Ele também afirmou que a população precisa saber divergir de

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Weber: "Não foram e jamais serão capazes de subverter o espírito da democracia"

Com votação recorde, Lira é reeleito na Câmara Rosa Weber diz que golpistas serão punidos

Em discurso durante a primeira sessão realizada após a depredação do dia 8 de janeiro, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, pregou ontem a defesa "diuturna e intransigente" da Constituição e do Estado Democrático de Direito. Ela também afirmou que aqueles que conceberam, praticaram, insuflaram e financiaram os atos antidemocráticos serão punidos "com o rigor da lei".

"Reafirmo minha profissão de fé como juíza e a ela acresço, em reforço, o que erigi como norte da atual administração desta Casa: a defesa diuturna e intransigente da Constituição e do Estado Democrático de Direito". Segundo ela, o STF foi o principal alvo dos bolsonaristas radicais porque fez "prevalecer em sua atuação jurisdicional a autoridade da Constituição" e se contrapôs "a toda sorte de pretensões autocráticas". n forma civilizada e aceitar derrotas eleitorais com "sobriedade".

"Os brasileiros precisam voltar a divergir civilizadamente, precisam reconhecer com absoluta sobriedade quando der- rotados e precisam respeitar a autoridade das instituições públicas. Só há ordem se assim o fizerem. Só há patriotismo se assim o fizerem. Só há humanidade se assim o fizerem", argumentou. n

discreta" contra extremistas

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse ontem que a Procuradoria-Geral da República (PGR) atuou nos últimos anos de forma "estrategicamente discreta" contra extremistas políticos. Ao longo do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, Aras foi acusado pelos então políticos de oposição de ser omisso em relação a atos antidemocráticos de bolsonaristas e do próprio ex-presidente.

Aras discursou no Supremo Tribunal Federal (STF) em cerimônia de abertura do ano do Judiciário. Ele também disse que ama a democracia. "Não podemos esquecer, o Ministerio Público, durante os anos anteriores, esteve de forma discreta, estrategicamente discreta, evitando que extremistas de todas as naturezas e ordens, se manifestassem contra o regime democratico", afirmou Aras. n

Moraes diz que democracia não será destruída por "terroristas"

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou ontem que "a democracia brasileira não será abalada muito menos destruída por criminosos terroristas". Também disse que a democracia brasileira não vai suportar mais a

"ignóbil política de apaziguamento" e que não é possível fazer acordo com "criminosos, com terroristas, com golpistas".

O ministro ressaltou que todos os responsáveis pelos atos de violência contra os Três Poderes no dia 8 de janeiro serão punidos. "A democracia bra- sileira não suportará mais a ignóbil política de apaziguamento, de deixa pra lá, de vamos aceitar, que eles podem melhorar", afirmou o presidente do TSE. "Não é possível fazer acordo com criminosos, com terroristas, com golpistas. Os financiadores, incentivadores, coniven- tes e agentes públicos que se portaram dolosamente, pactuando covardemente com a quebra da democracia, com a tentativa de golpe, com a depredação da sede dos Três Poderes e a tentativa de instalação do estado de exceção serão responsabilizados", concluiu Moraes. n

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