Uma aventura no sonho - PNLD 2023

Page 1

Leo Cunha

Uma aventura no sonho

ilustrações: Martina Schreiner

Leo Cunha

Uma aventura no sonho

ilustrações: Martina Schreiner

2ª edição, 1ª impressão

Design e ilustrações: Martina Schreiner

Revisão: Renato Deitos e Press Revisão

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Cunha, Leo, 1966Uma aventura no sonho / Leo Cunha ; ilustração Martina Schreiner. – 2. ed. – Porto Alegre : Edelbra, 2021.

ISBN 978-65-5750-042-2 (aluno)

ISBN 978-65-5750-043-9 (professor)

1. Autoconhecimento 2. Literatura infantojuvenil 3. Sonhos I. Schreiner, Martina. II. Título.

21-90087

Índices para catálogo sistemático:

1. Literatura infantil 028.5

2. Literatura infantojuvenil 028.5

Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

CDD-028.5

2021

Edelbra www.edelbra.com.br

Central de Atendimento: 51 2118 4404 | cae@edelbra.com.br

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou copiada, por qualquer meio, sem a permissão por escrito da editora.

Editora: Edelbra Indústria de Livros Ltda., RS 331, km 3,5 - Área 2A

CEP 99.700-970 - Erechim - RS

Gráfica: Edelbra Indústria de Livros Ltda., RS 331, km 3,5 - Área 2A

CEP: 99.700-970 - Erechim - RS | CNPJ 87.639.761/0001-76

Os sonhos, eles complicam minha vida.

Os sonhos, eles completam minha vida.

Michael Stipe

Está vendo essa menina encolhida no desenho, dormindo o sétimo sonho? Ela se chama Isabela, gente quase adolescente.

Isabela está sonhando, como você pode ver, mas ninguém nem imagina que essa mesma menina não gostava de sonhar até umas páginas atrás, antes de o livro começar.

É que, até outro dia, Isabela não conhecia os sonhos comuns da sua idade, os sonhos normais de menina. Bem que ela queria, morria assim de vontade de sonhar coisas legais, leves, soltas, até mesmo radicais. Queria sonhar aventuras, viagens, mistérios. Festas, estrelas, vestidos. Balas, batons, beijos escondidos... Mas sonho ninguém combina. As noites de Isabela seguiam outro roteiro, serviam outra rotina. A lua acordava e dormia, ficava redonda e vazia, mas o sonho de Isabela não mudava a fantasia.

6

Espelhos, espelhos, espelhos...

era tudo o que ela via.

7

– Só sonhava com espelhos? – você vai me perguntar. – Será que é assim tão ruim?

O problema não eram os espelhos, mas o que ela via refletido. Alta demais pra sua idade. Magra demais pras minissaias. Olhos arregalados, nariz arrebitado, boca meio esquisita. Não era charme nem fita: Isa era bela no nome, mas não se achava bonita.

E os espelhos só faziam refletir essa tristeza, repetir essa certeza. Sonho de luz acesa.

Isabela acordava chorando, pedindo para aquilo acabar. Com sonhos tão apavorantes, antes não sonhasse. Ou antes não se lembrasse.

E foi assim por tanto tempo que daria outro livro. Mas um dia tudo mudou. Ela estava no meio de um sonho. Ou seria pesadelo? Espelhos por todos os lados, ovais, redondos, quadrados. Tentava acordar, não dava certo, o sonho era muito esperto e conseguia escapulir.

Até que ela teve uma ideia. Tirou o sonho pra dança, chamou pra uma conversa: – Escute aqui, seu bandido. Por que implica comigo? Por que multiplica essa imagem que eu não consigo olhar?

O sonho achou estranho:

– Mas que história é essa? Não posso falar com você.

– Pode sim, que o sonho é meu. Quem mandou me incomodar?

O sonho acabou aceitando.

– Mas deixe de tanta brabeza, deixe pra lá essa bronca.

– Sabe o que é? Sonhar complica a vida.

– Não, querida: sonhar completa a vida –ele trocou o verbo e cutucou a ferida.

– Pode até ser, mas não comigo. Eu não tenho sonhos normais de menina. Sonho sempre com espelhos e espantos.

12

– E qual o problema?

– É que eu me olho no espelho e não gosto do que vejo. Sou uma garota insossa, nem bem criança nem moça, sem uma gota de graça...

– E queria sonhar com o quê?

– Qualquer coisa, menos espelhos. Sempre acordo assustada, suando, olhos vermelhos.

O sonho, malandro como o vento, soprou os cabelos dela e balançou seus pensamentos:

– Quer conhecer um sonho risonho? Quer viver um sonho bom?

13

Isabela pensou fundo. Não custava nada arriscar.

– Tudo bem, mas qual é o segredo?

– Não é nada complicado, basta pegar essa estrada e vencer três desafios.

– Só de pensar, tenho arrepios...

– Confie em mim, menina. Mesmo se sentir medo, não recue nem recuse, leve o sonho até o fim.

Tomou a mão da menina e foram estrada afora.

14

O começo foi tranquilo como um passeio no bosque. Árvores, flores, pássaros, feito floresta encantada, jeito de conto de fadas. Até que Isabela enxergou algo brilhando na mata.

– Menina, fique esperta – alertou o sonho. – Este é o primeiro desafio. Ali adiante mora o bruxo fotógrafo.

– Bruxo fotógrafo? Como assim?

– Suas fotos mostram as pessoas não como elas são, mas como têm medo de ser.

Isabela estremeceu. Já sabia o que ia ver na imagem: toda a magreza, o corpo imenso, o desengonço.

15

Isabela não conhecia os sonhos comuns da sua idade, sonhos de menina. Suas noites seguiam outro roteiro: espelhos, espelhos, espelhos! Era tudo o que ela via. O problema não eram os espelhos, mas o que ela via refletido. Isa era bela no nome, mas não se achava bonita.

Um dia, ela resolveu vencer o medo e embarcar em uma aventura: precisava superar três grandes desafios para conhecer um sonho risonho.

O que será que Isabela descobriu?

ISBN 978-65-5750-042-2
9 786557 500422

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.