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Fábio Gai Pereira
Mãe, todos os ovos são ovos?
– Que pergunta é essa, meu filho?
– Mas são ou não?
– Claro! Todos os ovos são ovos. Você me vem com cada uma.
– Mas, mãe, olha esses dois ovos no prato. – O que é que tem, meu filho?
– Esses ovos são diferentes. O tamanho deles. Não
– Esses ovos são diferentes. O tamanho deles. Não é o mesmo. E a cor dessa pelezinha que cobre a gema. Uma pelezinha é diferente da outra. Então, se um ovo não é igual ao outro ovo, como é que a gente chama os dois de “ovo”? Como duas coisas diferentes podem ser iguais?
– Ai, meu filho. Às vezes você me dá um nó na diferentes podem ser iguais? cabeça.
Assim era o João Leonardo. Nem só João. Nem só Leonardo. João Leonardo. João era o nome do avô materno. Leonardo era o nome do avô paterno.
Pois João Leonardo era diferente dos demais meninos da sua idade. As crianças normalmente são curiosas, mas João Leonardo era o mais perguntador de todos os meninos.
Aquela história do ovo deu pano pra manga. Virou o problema do ovo. João ficou pensando nisso por muito tempo e resolveu que o problema era importante. O problema era saber como os ovos poderiam ser diferentes uns dos outros e todos eles continuarem a ser chamados de ovos.