Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira nasceu em Mococa, SP. Estudou na USP, onde se graduou em Letras e ingressou na pós-graduação. Na década de 90, abandonou a academia e foi morar em Arceburgo, MG. Publicou o livro peixe e míngua, poemas, e outros textos em jornais e revistas. as visitas que hoje estamos é seu primeiro livro em prosa.
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José Antonio Pasta
A imagem de uma orelha descomunal bem poderia ser o emblema deste livro. De fato, ele parece ser o resultado de um ouvido absoluto para as vozes deste mundo e, de certo modo, até do outro. O partido compositivo – tão próprio aos impasses da modernidade – de revolver nas falas mesmas a realidade social e histórica que se deposita, como sedimento, na linguagem vai, aqui, a sua potência máxima.
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do, ou que se forma suprimindo-se – linhagem tão central quanto ignorada nas letras brasileiras. Essa estrutura paradoxal, de si tão abstrata, que tem na morte seu ponto de fuga, acolhe aqui, entretanto, a exalação de um mundo bem determinado – o da grande comarca interiorana (caipira, melhor se diria), que se estende por São Paulo, Minas, Goiás, pedaços do Mato Grosso e do Paraná. Suplantado por um mundo que, pior que ele, não o redimiu nem transcendeu, esse dificultoso mundo caipira, meio rural, meio urbano, às vezes no limite do surreal, encontra-se agora em vias de desaparição. Em as visitas que hoje estamos, tudo o indica, ele dá o seu último suspiro.
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O livro é, assim, o lugar no qual, como em ondas de linguagem, essas vozes todas, múrmuras ou veementes, vêm quebrar. O rumor que então se levanta, engrossado do eco de tantas falas, emanadas de tantas vidas, faz sua atmosfera e clama aos céus por um sentido. Em vão, que o céu está vazio. Em um gesto de infinita piedade, o livro recolhe o imenso vozerio e seu clamor, porém não mais pode resgatá-los nem lhes dar um destino: com uma ironia dolorida e isenta de malignidade, pode apenas endereçá-los aos “Santos Anônimos”, patronos de uma inacreditável capelinha, cuja imagem verídica o leitor – ele também um “Santo Anônimo” – encontrará ao lê-lo. Verificamos, então, que esse livro tão difícil de se classificar pertence, afinal, à grande família do romance, que, como se sabe, abriga a busca decepcionada de todos os desamparados do sentido, os exilados da pátria transcendental. Um romance-limite, no entanto, porque as falas de que é tecido ameaçam formar grupos temáticos e tramas subjacentes, ao mesmo tempo que se esgarçam em todas as direções. Ficamos pensando se é um romance em formação ou em decomposição, para logo descobrirmos que é um romance que se faz desaparecen-
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Copyright © 2012 Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira Copyright © desta edição Editora Iluminuras Ltda. Capa Eder Cardoso / Iluminuras sobre foto de Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira Fotos e ilustração Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira Revisão Jane Pessoa
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ F439v Ferreira, Antonio Geraldo Figueiredo, 1965as visitas que hoje estamos / Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira. - São Paulo : Iluminuras, 2012 - 1. Reimpressão, 2013. 23 cm ISBN 978-85-7321-376-8 1. Romance brasileiro. I. Título. 12-2007. 28.03.12 05.04.12
CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3 034317
2013 Editora Iluminuras ltda. Rua Inácio Pereira da Rocha, 389 - 05432-011 - São Paulo - SP - Brasil Tel./Fax: 55 11 3031-6161 iluminuras@iluminuras.com.br www.iluminuras.com.br
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epigráfes
as vozes todas num ouvido só anônimo [...] o romance é uma espécie de coral de surdos-mudos em que autor e leitores imaginam ocupar a posição do corifeu outro anônimo [...] com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum machado de assis
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do autor para o autor dizer tranquilamente: já morri (as palavras se encontram no vazio) então, este equilíbrio puro, em nada é simples como andar de bicicleta mas ouço: estou aqui, aqui, aqui eco no espaço aberto, um assovio persistente do vento, uma guinada brusca do rosto, em voz que me incompleta – voltado para mim, irei perdido pelas trilhas escuras de mim mesmo até imaginar o outro, e sê-lo neste passeio inútil, sem ter sido aquele outro eu mesmo, mas eu mesmo sei que pedalo para o atropelo
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exorcismo o diabo anda solto por aí, eu não acreditava, até que a dona melinha começou a falar grosso, dava uns grunhidos que deus me livre, e cuspia nos que chegavam perto, ouvi dizer que a baba queimava, tomei uns respingos, a mim não sapecou, a divina mão da providência abanando a pele, valha-me deus, virgem santíssima, são miguel arcanjo, contra o tinhoso vale pagar as contas e esquecer o abreu, a boca da dona melinha espumando, por que a dela não queimava?, ela não era o zarapelho, está claro, e, se o coiso estava nela enfiado, devia, pelo menos, chamuscar os beiços da mulher, não acha?, fui ver, sim, com o pé atrás, lógico, vai que o negócio vira pro meu lado, vade retro, sem contar que naquela época eu tinha um romancinho muito do encoberto e gostoso com a misleine, eu e ela muito bem casados, no papel passado e engomado, cada qual com o respectivo cônjuge como pano de fundo, como ainda hoje, graças a deus, o diabo, então, com raiva de qualquer alegria mais desviada, pega de soltar os doces podres dos presentes mais enxeridos, e, batata, falatório, encheção, marido bravo querendo as satisfações, quiçá, sob o peso do chumbo quente, aí é que as orelhas queimando de verdade nas verdades, eu não, dei lugar pra outros menos precavidos e com mais pecados, ou menos, tanto faz, que algum todos têm, pecado maior é dizer que não, espiei de longe, a mulher com os olhos transbordados, coisa de impressionar, dois marmanjos segurando, dando o que fazer pra ela não desembestar pra cima do padre demóstenes, xingando 54
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o velhinho de tudo quanto era nome, voz de homem quando acorda, e, ainda por cima, cheia de catarro, ele encolhido, gaguejando o que talvez fosse o seu latim, mas o demônio quem enrola?, tudo remendado com um português assustado, porque decerto não se lembrava de tudo do seminário, e a situação urgia, o que não desmerece ninguém, principalmente nessas circunstâncias, ou, acho que era mais isso, porque o padre borrava a batina de medo, era o que tinha mais medo de todos, na verdade, e tinha razão, quieto em casa, decerto cochilando, lendo lá a sua passagenzinha da bíblia, ou mesmo vendo o programa do ratinho, que é que tem?, se alguém é mais filho de deus do que outro, é ele, não é?, chegam os vizinhos da dona melinha e o arrastam pra enfrentar briga que não é dele, certo?, ou é?, pensa bem, é confusão de rachar a cabeça, nada de apartar, bom, quem batizou a dona melinha foi ele mesmo, disseram, meninote de tudo, recém-chegado à cidade, de modo que há de ter alguma garantia vencida, não, não estou tripudiando com ninguém, não, acho isso mesmo, ele, o padre, armado até a alma, mas sem valia o crucifixo, a água benta, só o vozeirão sobressaído, tão boa a dona melinha, coitada, por que ela?, mulher batalhadora, lava, passa, cozinha pra fora, doce cristalizado igual ao dela não tem, na festa do padroeiro nenhum cartucho chega perto do valor que o dela alcança, o dou-lhe três mais demorado, o leiloeiro bancando o peru, catando os lances de todas as direções, feito barata tonta, será que santa tem de passar provação desse tipo, sempre?, porque penso que é o caso, sim, que pagar, essa mulher não pode estar pagando nada, porque aqui só concebeu os exemplos, o que faz qualquer cristão com bom senso pelejar de tanto matutar, porque eles, os tais exemplos dignos de arremedo, são sempre de graça, ou não valem nada, o que dá no mesmo, a não ser que 55
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a crise dos homens na caderneta das dívidas celestes tenha aumentado tanto, mas tanto, que o assalariado terreno foi ficando com os rendimentos minguados até o ponto no qual, depois da labuta, ainda se viu obrigado a pagar salário para o patrão, no caso, para o próprio demônio, que então tomou à força o negócio do criador inadimplente e meteu a placa sob nova direção debaixo do mundo, isso mesmo, e agora é esse deus nos acuda à toa, o pai, o filho e o espírito santo, todos quebrados, devendo as túnicas, os mantos e as penas pro agiotão chifrudo, tá bem, tá bem, desculpe, tem razão, claro que estou brincando com coisa séria, mas se o bem começou o seu negócio tomando empréstimo com as ruindades, posso ter alguma razão, não acha?, porque, se no princípio era o caos, a desgraceira é que reinava na banca, concorda?, estou brincando, sim, você parece bobo, mas às vezes me pergunto se a bondade não é propaganda enganosa de alguém que apostou tudo no mercado das bolsas e fica inventando números, construindo realidades de papel, como fizeram aqueles americanos, bom, não entendo muito disso, nem quero entender, quem paga mais e con tinua sempre devendo é gente como a dona melinha, o marido dela não valia nada, pobrezinha, vivia torto no bar, desempregado uns tantos anos, vivendo à custa da coitada, dizem até que dava uns cascudos nela de vez em quando, principalmente quando voltava da zona, então, naquele dia do diabo no corpo da dona melinha, é como todos chamam o episódio, você já sabe, né?, avisaram o valadares, que enchia a cara no bar da lurdes, não veio na hora, pensou que fosse treta da mulher, chegou mais tarde, eu já estava lá e passei o enredo pra ele, que não acreditou em nada, mas ficou espiando de longe, também, de repente arrotou decidido, me chamou de lado e disse, vou lá no quarto pegar uma relíquia dela 56
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de santo antônio, frei galvão, sei lá, e esconder aqui no bolso, você vai ver se é o capeta, mesmo, vai ver, ele também não sabe de tudo?, então vou dar um cacete nas fuças desse safado mentiroso que fica inventando moda, a melinha pensa que sou tonto, eu curo ela, espera aí, você vai ver, essa mulher está com história, e foi, aí é que cheguei mais perto, que o risco compensava, o marido foi se esgueirando no meio do povo, naquela hora o diabo descansava, e dona melinha se largava no sofá, dando no máximo umas bufadinhas, de vez em quando, ele foi chegando e pá, pulou de supetão na frente dela, a mão direita dentro do bolso, olha, almeida, eu me arrepio até hoje, cruz-credo, a dona melinha arregalou os olhos e saltou desta altura, sem tempo de reação pra ninguém, as bufadas babadas de novo, pra todo lado, entortando o pescoço, o padre quase caiu de costas, em tempo de morrer de um ataque, três pra segurá-la, e ela com uma certeza sobrenatural, aquela outra voz das profundas, tira esse negócio de perto de mim, tira esse negócio de perto de mim, ele saiu correndo, ninguém nunca mais viu de novo o valadares, nem o demônio voltou, deus seja louvado
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brasileiros,
não olhamos pra trás, nunca 58
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Agradecimentos
Um amigo certa vez aforismou, entre goles de boa cachaça, que a vida não nos dá nada, apenas tira... Não há como discordar de tamanha sabedoria, talvez pinçada de algum clássico, não sei; ou mesmo regurgitada pela força discursiva do álcool, pouco importa. A verdade será sempre notável, impressa ou carregada por gases digestivos. Confesso que a madrasta que nos subtrai aos poucos a felicidade, entretanto, tem sido para mim, pelo menos em relação aos amigos, mãe zelosa e pródiga, como quer o senso comum. Se me esqueci de alguém, nesta página, peço o perdão que, desde já, sei concedido. Ausente, o amigo encoberto não estará entre a canalha com que tive o desprazer de topar, vicissitude de acasos aí sim esquecidos por força da vontade e insignificância deles. Não. Meu amigo aqui ausente estará em outro lugar, rindo de mim comigo mesmo nos becos escuros da memória, velha cidade de traições, segundo um mestre cujo nome agora me escapa. Meu agradecimento, então, àqueles que tiveram a generosidade e a complacência extremadas de me ouvir... Ou a elegância, não menos louvável, de fingir que o fizeram: Amauri Vieira Barbosa; Antonio Carlos Secchin; Carlos Alberto Montanini; Cida Cilli; Cláudio Aquati; Daniel Puglia; João Batista Carneiro Constâncio; José Antonio Pasta; Luciano Plez; Marco Lucchesi; Marlene Pucci; Otávio Maffud Cilli; Reginaldo Pinto de Carvalho; Ricardo Monteiro; Rosa Bassani; Samuel Leon; Valdir Ferracin Pasotto; Walter Garcia; e Ana Lúcia, estrela da vida inteira. O autor. antoniogff@terra.com.br 441
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índice epigráfes, 7 do autor para o autor, 9 a gaveta direita, 10 caridade, 22 fé, 24 exegese, 24 sacrifício, 24 ?, 25 procrastinação, 26 a hora certa, 27 no muro, 35 estáter, 35 acerto, 35 abençoados, 39 jesus do céu, 39 www., 41 por isso, 41 promessa, 42 por minha culpa, 45 santa luzia, 47 o milagre, 47 mete aqui o teu dedo, 53 em suspenso, 53 exorcismo, 54 brasileiros, 58 pé na cova, 59 verbo, 61 circunlóquio, 62 estava escrito, 63 outra questão de método, 65 só deus sabe, 66 praga, 66 o freguês em primeiro lugar, 66 a gente também tem que entender, 67 eis teu filho, 68 arqueologia, 68 tour de force, 69 o tempo pobre, o poeta pobre, 72 estilo, 73 vagabunda, 73 sabe por quê?, 76 inocência, 76 443
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ela não teve culpa, mãe, 76 escuta a tua mãe, 76 vai ver se eu estou ali na esquina, 77 os olhos de jussara, 77 encontrei a minha, 123 tua culpa, 124 oitenta anos, 126 bolha e escuridão, 129 ela talvez saiba, 130 corredor, 5º andar, 140 espelho, 140 a gente se entende, 141 bodas, 141 metafísica, 141 nos corredores da fflch, 144 ele, 144 ela podia ser sua filha, 144 em pratos limpos, 145 verso, 147 culpado, 147 a vida imita a vida, 152 e a minha vida?, 155 resolução, 156 teoria da obsolescência restrita da mercadoria no brasil, 156 dois por um, 156 lojas brasileiras, 157 é simples, 158 restaurante, 158 em boa companhia, 158 na mão, 160 mecanismo lógico, 161 amanhã à tarde você volta pra acertar, 161 um cafezinho para são benedito, 161 x da questão, 162 natal, 162 isso, benedito, não se rebaixa mais não, 164 precisa-se, 165 é coisa das mães, 165 álbum, 165 lições, 167 estimação, 173 canarinho-do-reino, 174 a minha vez, 176 natureza, 177 444
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gravitação, 177 lição, 178 mãe, o que é o amor?, 178 uma rodadinha, 179 feira, 180 não, obrigado, estou satisfeito, 182 descoberta, 185 tordesilhas, 185 zoeira, 185 solidão, 186 sentença, 186 política, 186 7 de setembro, 187 7 de setembro pela tv, 187 mamãe ensina, você nunca mais vai esquecer, 187 pequeno sertão, junho, 188 caminho suave, 188 bildungsroman, 190 a lição, 191 bilhete ao pai, 197 homem, escada de si, 198 sofrimentos, 198 não é como vocês falam, 199 yin-yang, 200 ospb, 201 força de vontade, 202 kg, 204 casa nova, 205 a minha, não, 205 a família antes de tudo, 205 os olhos de jussara, 207 revelação, 253 eu não pedi, 258 concentração, 259 bom, ela não tem geladeira, 259 juízo, 261 mal-agradecido, 263 meio-dia, 263 ei, 263 entrada grátis, 264 quero sim, 265 a essa hora?, 266 vagas, 266 você não conhecia o finado, 266 445
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volta, 267 vou mandar desligar a campainha, 267 no morro da babilônia, 267 fechada para reforma, 268 a morada, 269 dezembro, janeiro, 270 brasil, um dom do açúcar, 277 inspiração: natureza-morta, 278 fotocópia, 279 dois anos de separação, 280 o encontro, 281 cinema, 281 com espírito, 281 cá entre nós, 286 cobrança, 286 livre curso, 289 acho que sete anos, 289 cartão cidadão, 289 jornal, 290 melhor do que tentar a sorte, 290 dizem que eu devia, 291 ato átrio, 292 falência, 293 sofismas diários, 293 o bom relacionamento com a chefia, 327 faz tempo que não vemos o carlim, 327 curriculum vitae, 328 armadilha, 328 foram as velas, 329 uma chance de se acertar, 330 os olhos de jussara, 331 olha, tudo bem, eu pago o que você quer, 364 hoje ou amanhã, 365 covardia, 369 herança, 370 juro, pode acreditar, tirei até uma foto, olha, 373 questão de princípios, 374 no espelho despropositado do papel, 376 foi só uma ideia, 377 aceito, 378 sai da frente, 379 fora de hora, 380 supermercado, carro carregado, 380 por tua culpa, 381 446
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sabia?, 381 solidariedade, 381 suspensão, 382 eu juntei dinheiro, 383 só assim, mesmo, 383 pedagogia, 383 aí você compra um, né?, 385 parada km 72, 386 metafísica bem caipira, 386 a questão, 387 profissão de fé, 387 ninguém escreveu isso, 389 regras pelo bom sucesso de escritores brasileiros a favor de uma carreira nas letras, 390 o quadro (apontamentos para um soneto), 391 eu não digo nada, 392 autor ou título – buscar, 392 ghost-writer de mim mesmo, 393 capítulo em que o autor narra episódio burlesco de sua vida, devendo o leitor, para melhor entendimento da obra, ignorá-lo sem receio, 432 dá pra repetir?, 440 advertência final, 440 Agradecimentos, 441 índice, 443 colofão, 448
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àqueles que falaram alto, não seguraram a língua, não guardaram segredo e esbanjaram o ouro do silêncio, enganosa fortuna dos homens, meu muito obrigado, o livro é de vocês, para vocês, o livro, meus caros, são vocês, não cabendo a mim mérito algum, a não ser o de dar alguma forma ao repositório sempre pouco confiável das palavras
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