A tradição cristã - volume 5

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Sumário Prefácio................................................................................................................... 7 Principais fontes ................................................................................................ 11 “E, mísero eu, da teologia” .............................................................................. 53 1. A crise da ortodoxia oriental e ocidental ............................................. 61 Apologia da igreja .............................................................................................. 64 Investigações na doutrina cristã ...................................................................... 76 A doutrina da lei e da graça ............................................................................... 87 Uma vida devota e santa ................................................................................. 101 2. A objetividade da revelação transcendente ....................................... 113 Milagre, mistério e autoridade ....................................................................... 114 As verdades contingentes da história ............................................................ 129 O dogma cristológico e o Jesus histórico ..................................................... 146 A essência da verdadeira religião ................................................................... 159 3. A teologia do coração ................................................................................ 177 A transposição afetiva da doutrina ................................................................ 178 Deus e a alma ................................................................................................... 189 Perfeição evangélica ........................................................................................ 205 A experiência do Espírito Santo .................................................................... 223 4. Os fundamentos da cosmovisão cristã ................................................... 235 A realidade de Deus ........................................................................................ 241 O Criador do céu e da terra ............................................................................ 252 A imagem divina ............................................................................................. 264 O progresso do reino ...................................................................................... 276


5. A definição de doutrina ............................................................................ 289 O princípio da mediação histórica ................................................................ 292 A inspiraçaõ e a infalibilidade ........................................................................ 303 O consenso da tradição cristã ........................................................................ 314 O dogma e seu desenvolvimento .................................................................. 327 6. A comunidade espiritual do corpo de Cristo ....................................... 343 A renovação da eclesiologia ........................................................................... 348 Os recursos teológicos para a unidade .......................................................... 361 A redenção da sociedade ................................................................................ 372 Lumen Gentium ............................................................................................. 383 Obras secundárias selecionadas ................................................................. 395


Prefácio

A doutrina cristã e a cultura moderna é o quinto e último volume da minha história do desenvolvimento da doutrina cristã e, de muitas maneiras, o “filho problemático”, conforme me advertiram, tanto pessoalmente quanto por escrito, meus amigos (incluindo Albert C. Outler e o falecido William A. Clebsch) que seria. Comecei a planejar o esboço de A tradição cristã (embora não ainda com esse título) na década de 1940, e meus primeiros esboços e rascunhos remontam à década de 1950. O tempo todo tinha certeza de que queria começar o relato no primeiro volume só depois do Novo Testamento, mas tinha muito menos certeza quanto ao assunto para terminar o quinto volume, lidando com o período moderno. A assembleia de Amsterdã do Concílio Mundial das Igrejas, de 1948, forneceu-me um possível “terminus ad quem”, bem como a promulgação da assunção da virgem Maria pelo papa Pio XII, em 1950. Mas na época em que estava preparado para publicar o volume I, que apareceu em 1971, as ações do Segundo Concílio Vaticano deixaram claro que devia concluir minha história da doutrina da igreja no período moderno e, por conseguinte, concluir a obra como um todo com esse evento. Além disso, só aos poucos agucei meu foco na história do desenvolvimento da doutrina da igreja como distinto da história do pensamento cristão em geral. Meu tratamento do período moderno, é claro, é um dos mais afetados pela especificação do foco. Ao longo dos anos, tenho de fato feito palestras e escrito muito mais sobre a história da teologia nesses dois ou três séculos passados que sobre a história da doutrina da igreja — mais sobre o Iluminismo que sobre o pietismo, mais sobre Kierkegaard que sobre Grundtvig, mais sobre Tolstói que sobre Soloviev e, quanto a esse assunto, mais sobre Harnack que sobre Newman. Deveria — como editor de uma


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série de monografias de cinco volumes intitulada Criadores da teologia moderna e de uma coleção de três volumes de fontes, em processo de tradução, intitulada A teologia do século vinte em processo de estruturação — estar pelo menos tão preparado para escrever a história da teologia moderna (embora não em um volume) quanto a história da doutrina. Na verdade, quando comecei a ensinar, fui designado para um curso denominado “História do Dogma” no currículo e outro denominado “História da Teologia Moderna”; subsequentemente dei uma série de três cursos intitulado “História do Pensamento Cristão”. Assim acharia fácil — fácil demais — dar aos sistemas dos dois últimos séculos e meio e, em especial, as tendências teológicas do século XX (dos quais muitos dos líderes conheço pessoalmente e de alguns desenvolvimentos participei) consideravelmente mais espaço que sua justa parte. Contudo seria apropriado que o tema para o primeiro volume desta obra ligasse os nomes de Newman e Harnack. Conforme meus leitores e críticos comentam com frequência, os volumes sucessivos da obra parecem oscilar entre as metodologias sugeridas por esses dois nomes, e esse quinto e último volume (em que os próprios Newman e Harnack aparecem pela primeira vez como atores na trama, em vez de apenas como dramaturgos) faz isso de modo muito mais explícito do que fizeram seus predecessores. Pois o período moderno da história da doturina cristã pode ser definido como a época em que as doutrinas foram mais assumidas que debatidas, pois, na maior parte da história cristã, elas foram questionadas: a ideia da revelação, a singularidade de Cristo, a autoridade da Escritura, a expectativa de vida após a morte, até mesmo a própria transcendência de Deus. Também foi um período em que a relação entre os três termos “crer, ensinar e confessar”, com os quais o primeiro volume desta obra iniciou na definição da doutrina cristã, foram basicamente revistos: os teólogos, com frequência, “confessavam” mais do que “criam”, talvez mais do que “ensinavam”. Mas o quinto volume também ostenta o título A tradição cristã, e isso tem de determinar a seleção de tópicos e de autores. Também dita que o uso do passado cristão — de tradição, credo e dogma — pela igreja no período moderno aumenta nessa narrativa, muito mais que na maioria das histórias da teologia moderna. Edward Gibbon, em sua Autobiografia, ao falar de cada autor subsequente de uma obra de história de muitos volumes, descreve o sentimento agridoce que traz a conclusão do último volume: “Não vou disfarçar a primeira emoção de alegria ao recuperar minha liberdade”, reconheceu Gibbon; “mas meu orgulho logo ficou humilde, e uma sombria melancolia se espalhou por minha mente com a ideia da despedida perpétua de um velho e agradável


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companheiro”. Para mim, a alegria e a melancolia são mais que compatíveis com a gratidão que sinto por todos que tornaram possível que eu assumisse e, agora, complete essa ambiciosa obra de uma vida inteira: meus pais falecidos, meus outros professores, meus colegas e alunos de graduação e pós-graduação ao longo desse período de mais de quarenta anos, os devotados bibliotecários de toda a cristandade, à University of Chicago Press e sua equipe, à Universidade de Yale e, acima de tudo, a minha esposa, Sylvia, a quem dedico esta obra completa.



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