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Mundo Viajado

Editorial / IlustraçãoCamila J.E.S Machado

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49VIAJADO50515253545556575859Todos os direitos no Brasil reservados para Editora Europa Rua figueira, 332 5855-888 - Porto Alegre / rs Telefone (51) 3282-5555 Cel. (51) 9855-5555 atendimento@camila.machado.com.br

Editor e Publicar Hélio Gow Diretor Executivo Larissa Barbosa Diretor Editorial Camila J.S.M Tradução e Localização Jeff Silva Supervisão Técnica Sérgio Lama Revisão Carlos Vianna

Dados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, RS, Brasil) Ang, Tom - Mundo viajado/ Tom Ang; [tradução Jeff Silva]. -- Porto Alegre RS: Editora Europa, 2018 Título original: The complete photographer. ISBN 978-85-7952-145-7 - Mundo viajado - Manuais, guias, etc. Título 10-08567

Todos os direitos no Brasil reservados. Nenhum parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em sistemas de busca, ou transmitidas de qualquer forma ou meio, eletônico, mecânico, fotocopiado, gravado ou quaisquer outros meios, sem a permissão expressa dos detentores dos direitos autorais.

Sumário

Os Templos de Angkor.............................................................8

Religião Hindu............................................10

Cidade de Sihanoukville...........................12

A antiga capital de Angkor......................14

O templo de Angkor Wat...........................16

O céu nublado.............................................18

O sol nasce por de trás.............................21

Capital Polônia........................................................34

Angkor Wat................................................22

Varsóvia, Capital .....................................36

Bayon..........................................................24

Auschwitz..................................................38

Ta Prohm..................................................26

Grécia.......................................................48

Preah Hhan.............................................28

Ta keo.........................................................30

Rússia..........................................................62

Banteay Srei...........................................32

Omsk........................................................63

Os Templos de Angkor

Localizada a aproximadamente 8 km da atual cidade de Siem Reap, no noroeste do Camboja, se encontra a antiga capital do império Jemer, a cidade de Angkor.

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Religião Hindu

Esta majestosa estrutura é a máxima expressão deste poderoso império que dominou o sudeste asiático do século IX até o século XV. A gênesis do que seria o poderoso império Jemer aparece desde o século I com a presença de elementos culturais, militares e religiosos vindos da Índia. Herdeiro da cultura indiana, o império Jemer nasceu professando a religião hindu e por isso toda a cosmologia, a arquitetura, os costumes, a mentalidade e a concepção do sagrado estiveram amplamente enraizadas nesta região. Durante o reinado de Suryavarman II (1113 - 1150) os jemers viveram sua idade dourada e acreditase que aproximadamente um milhão de pessoas viviam em Angkor, fazendo deste o mais extenso complexo urbano do período pré-industrial.

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Antes de empreender a viagem a Siem Reap passamos alguns dias de relax na paradisíaca ilha de Koh Rong, província de Sihanoukville, no litoral do Camboja. Mesmo em uma ilha quase isolada do Camboja é impressionante a infraestrutura turística do sudeste asiático, uma máquina funcionando a todo vapor e sem parar. Em uma pequena agência de viagens contratamos todo o necessário para viajar de Koh Rong a Siem Reap.

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Cidade deSihanoukville

Pegamos um barco de volta ao continente, depois tivemos que esperar menos de uma hora no porto da pitoresca cidade de Sihanoukville até que uma van viesse nos buscar e nos levar até a rodoviária onde pegaríamos um ônibus noturno até Siem Reap. Como em quase todo o sudeste asiático o ônibus noturno mais conhecido como “Hotel Bus”, faz jus ao seu nome. Fizemos a viagem de 8 horas em um ônibus que no lugar de cadeiras possuía camas, isso mesmo, camas. De um lado cinco fileiras de dois andares de camas de casal e do outro lado cinco fileiras com dois andares de camas de solteiros. Era

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literalmente um ônibus transformado em um “Hotel Bus”. Falando assim parece tudo muito lúdico e bonito, mas a verdade seja dita, as camas eram duras e desconfortáveis, o ônibus estava sujo e as janelas foram fechadas com chapas de metal impossibilitando a vista do exterior. Ou seja, nada parecido com as maravilhosas fotos dos Hotel Bus 5 estrelas que havíamos visto na agência de viagem em Koh Rong. Parecia um carro forte com beliches.

Uma coisa importante que deve ser levada em consideração ao se contratar um serviço no sudeste asiático.

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A antiga capital de Angkor

Depois de uma longa noite na estrada chegamos em Siem Reap ainda na madrugada e fomos direto ao hostel deixar nossas mochilas. O hostel estava fechado, mas havia um jovem caseiro super amável que nos deixou ficar no pátio até a recepção abrir. Estávamos cansados da viagem e queríamos dormir, nos atiramos nos sofás, porém o calor era intenso e os insistentes mosquitos não nos deixaram ter o descanso merecido.

Ainda em Ha Long Bay, no Vietnã, conhecemos a um tcheco que nos passou um contato de um motorista de tuk tuk em Siem Reap que por

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poucos dólares nos levaria até as ruinas de Angkor e passaria o dia com a gente. Pelo facebook marcamos o começo do tour para as 08:00 da manhã, o que, depois de aberta a recepção, nos deu tempo de largar as mochilas nas camas do hostel, tomar um banho rápido, deixar para trás os zumbidos incômodos dos mosquitos e partir em direção a Angkor.

A antiga capital de Angkor foi o cenário do surgimento e do misterioso desaparecimento de uma das maiores civilizações de todos os tempos. A ambição, a magnitude e a grandiosidade da construção do complexo de Angkor, com seus mais de mil templos erguidos pelos jemers, rivaliza com a construção das pirâmides do Egito. Os habitantes de Angkor não deixaram nem uma palavra sequer a respeito da caída do império e muitas teorias nasceram a partir disto Após o “descobrimento”.

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O templo de Angkor Wat

Ainda hoje persiste a lenda de que Angkor caiu no esquecimento até o redescobrimento no ocidente no final do século XIX por parte de Mouhot, o qual deu de cara com o templo de Angkor Wat acidentalmente enquanto casava espécies raras de insetos na densa selva cambojana. Esta história é um mito já que Henri Mouhot não foi o primeiro ocidental a visitar os templos. Angkor sempre fez parte da memória coletiva do povo jemer e de seus vizinhos asiáticos. O templo de Angkor Wat, por sua vez, permaneceu habitado por monges budistas desde o abandono de Angkor até os dias de

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hoje. Não se conhecem com certeza os motivos pelos quais Angkor foi abandonada, as teorias falam de uma decadência do império devido as constantes invasões mongóis e siamesas, ou de epidemias e fomes causadas provavelmente por uma pequena idade de gelo durante a idade média o que obrigou os monarcas a transferirem a capital mais ao sul. De qualquer forma Angkor foi abandonada, com exceção do templo de Angkor Wat, em 1432 e a nova capital estabelecida em Lovek, Próxima a atual capital Phnom Penh. com o abandono das magníficas estruturas de pedra construídas pelos

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O CÉU NUBLADO

Jemers, foi a vez da natureza a pegar de volta para si o que sempre foi dela. A selva passou a tomar conta dos templos e as majestosas figueiras cresceram livremente erguendo suas fortes raízes através das paredes de pedra. Hoje em dia estas raízes gigantescas dão um ar bucólico ao lugar e acabaram se transformando em um dos pontos mais visitados e fotografados de toda Angkor. A entrada para o complexo aumentou o preço em 2017 e agora O Grande Circuito é mais recomendado para pessoas que passarão três ou mais dias visitando Angkor já que no final acaba sendo uma overdose de templos e

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Profundo silêncio, mas a cada novo raio de luz que surgia por detrás do templo mais e mais murmúrios eram audíveis. O céu nublado não diminui em nada a magia do momento, o sol surgiu por entre as nuvens refletindo as torres em forma de flor de lótus do grandioso templo em um espelho d’águas.

ruínas. Cada templo, cada monumento ou cada estrutura possui sua própria personalidade e suas características, conheça agora um pouco sobre as principais estruturas de Angkor.

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O SOL NASCE POR

DETRÁS do templo de Angkor Wat

Mesmo com a aglomeração dos turistas, que assim como eu lutavam pela melhor foto, foi impossível não sentir a poderosa energia do lugar. Por centenas de anos o sol nasce por detrás do templo de Angkor Wat, dia após dia em uma deslumbrante melodia sem fim. Que assim seja para sempre.

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ANGKORWAT

Inicialmente contruído em memória do deus Visnhu, o templo de Angkor Wat é a maior estrutura religiosa já construída e o mais emblemático símbolo do Camboja. Sua silhueta aparece no centro da bandeira do país e é, sem dúvida alguma, o monumento nacional mais reconhecido internacionalmente. Segundo conta a lenda, o rei quis localizar o templo em um lugar do agrado dos deuses, por isso soltou um boi na planicie e resolveu construir o templo no exato lugar onde o boi deitasse. Seja certa a lenda ou não, o rei Suryavarman II estabeleceu o templo junto a antiga cidade de Yashodharapura, que em sânscrito significa “cidade sagrada” Ininicalmente um templo hinduista dedicado

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ao deus Vishnu, foi durante o reinado do rei Jayavarman VII (1181 a 1220 d.C.) que Angkor Wat e toda Angkor passaram por uma grande mudança na religião do lugar. O poderoso rei abandonou o hinduísmo e se converteu ao budismo da linha Mahãyãna, estabelecendo a nova capital em Angkor Thom, com Bayon como novo templo. Ao contrário do resto das estruturas de Angkor, o templo de Angkor Wat nunca foi abandonado. Monges budistas assumiram o local após a retirada definitiva dos jemers em 1594.

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BAYON

O templo de Bayon é um complexo de culto no centro da antiga cidade de Angkor Thom. Bayon é um dos templos mais representativos de Angkor e está constituído por 54 torres com faces sorridentes olhando em direção aos quatro pontos cardiais. As faces não são todas iguais, diferentes olhares, diferentes sorrisos. Esta diferença as vezes provém da deterioração da pedra. Uma impressionante quantidade de cabeças de Buda que te observam com um olhar relaxado, tranquilo e pacífico. Sem dúvida este é o maior impacto de Bayon, esta sensação de paz diante de

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um conjunto impactante de pedras.

O templo de Bayon foi construído no século XII por Jayavarman VII, o rei que abandonou o hinduismo e se converteu ao budismo.

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TA PROHM

Denominado originalmente Rajavihara, “monastério real”, este templo serviu como monastério budista chegando a alojar 12,640 pessoas. A atual fama do templo de Ta Prohm se deve ao fato de ser um dos poucos monumentos que ainda não foram resgatados da selva. Devido a magnitude e a beleza das raízes, Ta Prohm foi eleito pela École Française d`Estrême-Orient para mostrar o estado em que se encontravam os templos de Angkor no final do século XIX quando foram descobertos pelos ocidentais. Devido à falta de intervenção governamental, Ta Prohm oferece uma impactante combinação de ruinas e natureza que acabaram convertendo o lugar em uma das principais atrações turistas de todo o Camboja. O templo foi construído pelo rei Jayavarman II

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no ano de 1186 d.C. e dedicado a memória de sua mãe. Poucos anos depois da construção do templo decidiu construir outro templo e dedica-lo a memória de seu pai.

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PREAH KHAN

O templo de Preah Khan foi construído no exato lugar da vitória do rei Jayavarman II sobre o invasor Chams no ano de 1191 d.C. e dedicado a memória do seu pai. O nome original significa “Espada Sagrada” e é derivado de Jayasri Nagara que por sua vez signfica “Cidade da Vitória Sagrada”. Da mesma forma que o templo de Ta Prohm, Preah Khan acabou sofrendo pouca interferência humana nas suas estruturas e ainda hoje é possível ver o domínio e a força da natureza que agiram no lugar durante séculos. Entre os tesouros do templo se incluíam ouro, prata, pedras preciosas, 112.300 pérolas e uma vaca com cornos de ouro. O santuário misturava as funções de cidade, templo e universidade budista, contando com 97.840 funcionários, dentre eles 1.000 bailarinos e outros inúmeros professores.

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TA KEO

Também conhecido como Preah Keo, é um templo hinduísta construído no século X. A sua construção começou entre os anos de 975 d.C. e 985 d.C. por encomenda do rei jemer Jayavarman V e continuou durante o breve reinado do seu sucessor Jayaviravarman I. Porém, com a derrota de Jayaviravarman I sobre o novo rei Suryavarman I as obras foram paralisadas e o templo entregue a um clérigo, que não utilizou as torres centrais por não considera-las dignas de tal honra. Como consequência disto o templo nunca chegou a ser terminado e quase não possuía decoração.

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BANTEAYSREI

O Banteay Srei é um dos templos cambojanos do século X dedicados ao deus Shiva. Localizado na colina de Phnom Dei a 25 km do principal grupo de templos de Angkor Thom. Está contruído principalmente de arenisca vermelha o que permite uns elaborados e decorativos cortes nos muros que até os dias de hoje podem ser observados. É considerado um dos templos mais populares entre os turistas chegando a ser apelidado de “Pedra Preciosa” ou “a obra prima da arte Jemer”.

Banteay Srei é o único dos templos de Angkor que foi inteiramente construído por mulheres no século X e talvez por isso leve a coroa de o templo mais bonito de todo o complexo.

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CAPITAL POLÔNIA o portão de entrada do campo de Aushwitz I

Auschwitz, um povoado a 47km de Cracóvia foi o local escolhido. No campo original de Auschwitz I. o portão de entrada do campo de Aushwitz I, que diz em alemão, “Arbeit Macht Frei”, algo como “o trabalho liberta”

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VARSÓVIA, CAPITAL política da Polônia desde 1596.

Teve seu centro histórico completamente destruído durante o Levantamento de Varsóvia em 1944, porém reconstruído anos depois. Vindo de São Petersburgo na Rússia, Varsóvia foi apenas meu ponto de partida rumo a Cracóvia, uma cidade repleta de lendas mirabolantes da idade média e cujo centro histórica está considerado pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Dentre tantas lendas medievais que circulam por Cracóvia sem dúvida a mais interessante é a que narra a história de um dragão chamado Wawel, o qual habitava as montanhas da região. Fui imediatamente submergido por estas lendas medievais que transpiram das ruas de Cracóvia, o centro econômico, científico, cultural e artístico do país. Cracóvia desempenhou um papel importante durante a invasão alemã na segunda guerra mundial, sendo considerada uma região administrativa especial dentro do território nazista e a partir de 4 de novembro de 1939 foi declarada como sua capital. Dominada pelas forças do exército da SS foi escolhida como um bom local para se converter em uma cidade completamente alemã depois da eliminação de toda a população judia e polaca. O famoso empresário alemão Oskar Schindler montou sua fábrica aqui e entrou para a história por ter salvo milhares de vidas.

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AUSCHWITZ um povoado a 47km de Cracóvia

Com a intenção de limpar as ruas de Cracóvia e do resto da Europa dos sangues impuros, e já quase sem espaço nos demais campos de concentração, os nazistas decidiram construir um novo e enorme complexo de campos de concentração. Auschwitz, um povoado a 47km de Cracóvia foi o local escolhido. No campo original de Auschwitz I eram realizados todos os tipos de barbáries contra a humanidade. Passei a noite em um hostel barato próximo ao centro da cidade, jantei por ali mesmo e conversando com a equipe do hostel consegui todas as informações para minha visita do dia seguinte. Eu queria aproveitar ao máximo o dia e acordei cedo. Lá fora uma nevoa espessa cobria a cidade, a visibilidade era péssima e o frio era intenso. Tentando me proteger do frio caminhei algumas quadras até a parada para pegar o primeiro ônibus em direção a Auschwitz que saía as oito e meia. Cheguei lá pelas nove e meia da manhã, o dia ainda amanhecia gelado e com um nevoeiro intenso. A esta hora não havia quase ninguém no campo, ainda não haviam começado a chegar os grupos organizados de turistas. Comigo, além dos trabalhadores, haviam pouquíssimas outras pessoas, umas 10 no máximo, porém em um espaço tão gigante e cheio de edifícios era como estar sozinho. Já nos primeiros passos dei de cara com o portão de entrada do campo

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MUNDOde Aushwitz I, que diz em alemão, “Arbeit Macht Frei”, algo como “o trabalho liberta”. Imediatamente senti um peso enorme nas costas e meu semblante ficou sério. Caminhar sozinho por entre estes edifícios, ou blocos como eram chamados, sabendo o que de fato ocorreu dentro de cada um deles é algo aterrador. Alguns blocos estão abertos à visitação, mas recomendo estomago forte. No primeiro que entrei me deparei com uma foto de Hitler pendurada na parede. Mais adiante no corredor havia uma sala exibindo uma quantidade enorme de cabelos cortados das prisioneiras que deveriam servir de perucas para as alemãs. Em outras salas é possível ver sapatos de todos os tipos e tamanhos, muitas malas, muletas, brinquedos, barbeadores, e muitos outros objetos deixados pelos prisioneiros e encontrados pelo exército russo durante a liberação da Polônia das garras nazistas. Vale ressaltar que em um destes blocos os médicos nazistas realizavam provas de cosméticos e produtos de beleza utilizando as mulheres judias, polacas e russas como ratas de laboratório. De abril de 1943 até maio de 1944 centenas de mulheres, em sua grande

maioria judias, serviram de cobaias para experimentos de esterilização conduzidas pelo Professor Doutor Carl Clauberg, um ginecologista alemão. Muitas morreram em consequência do tratamento recebido enquanto que outras foram assassinadas para que os médicos pudessem realizar autopsias nos corpos. As poucas que tiveram a “sorte” de sobreviver ao experimentos ficaram com sequelas irreparáveis. Este bloco específico está fechado para visitação, porém no pátio que divide este de outro bloco é possível visitar a parede de fuzilamento. Teve apenas um bloco que não tive coragem de entrar. Ao abrir a porta me deparei com um corredor enorme coberto por fotos de prisioneiros exterminados me olhando fixamente, fechei a porta com respeito e saí. Com a superlotação dos complexos de Auschwitz I os nazistas decidiram então expandir seu campo e construíram Auschwitz II Birkenau, o maior campo de extermínio da história. Enquanto Auschwitz I servia como campo de concentração e experimentos, Auschwitz II Birkenau servia quase que única e exclusivamente como centro de extermínio. Trens vindos de toda Europa chegavam aqui abarrotados de judeus, polacos,

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russos, negros e qualquer raça que não fosse ariana pura. Aqui, ao desembarcarem, sofriam uma triagem imediata por parte dos soldados da SS. Famílias eram separadas e muitas pessoas eram encaminhadas diretamente para as câmaras de gás. Estipula-se que cerca de um milhão e trezentas mil pessoas tenham sido enviadas para Auschwitz II Birkenau e mais de um milhão e cem mil delas tenham sido brutalmente exterminadas. Auschwitz II Birkenau impressiona por suas dimensões, é um campo aberto, gigante, repleto de galpões de madeira cortado pela ferrovia que divide o campo em duas partes. Por ser muito maior que Auschwitz I tive a clara sensação de isolamento naquele campo imenso. A chuva apertou e as temperaturas baixaram ainda mais enquanto eu caminhava sozinho por entre os galpões. Sentia meus pés congelando e minhas mãos doíam. Minhas costas pesavam toneladas por causa da energia pesada do local e era difícil caminhar com este peso, com a chuva e com o frio rasgando minha pele. Eu estava abrigado, mas mesmo assim o vento cortava meus ossos e pude ter a certeza de que o

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que sentia não era nada comparado ao que aquelas pessoas haviam sentido naquele campo. Me acerquei a um galpão que servia de casa para os prisioneiros com a intensão de me abrigar do frio, mas acreditem ou não, com o canto do olho vi um senhor em forma de vulto vestindo um uniforme de listras parado na janela me olhando fixamente. Meus pelos se arrepiaram de imediato e senti uma energia muito forte dominando meu corpo. Lentamente me afastei da porta dizendo em voz baixa e com as mãos juntas em forma de oração que eu não estava ali para ferir ninguém, que eu só estava prestando minhas mais sinceras homenagens a todas aquelas vítimas do holocausto, que todos ali tinham meu respeito e que compartilhava com eles um milésimo da dor que eles possam haver sentido. Voltei a caminhar debaixo da gélida chuva e vi que o vulto que antes me observava fixamente da janela havia desaparecido. Grupos de turistas começavam a se aglomerar diante das ruinas da antiga câmara de gás e na entrada principal protegendo-se da chuva. Caminhei por cada pavilhão no caminho, em alguns tive coragem

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de entrar, principalmente naqueles que não são originais, que foram reconstruídos depois da libertação e destruição do campo.

Depois de algumas horas pesando toneladas me lembrei da frase “Arbeit Match Frei” e decidi que já era hora de partir deixando para sempre em minha memória cada esquina daqueles dois campos de concentração. Lembro que em Berlin uma vez perguntei a um senhor alemão porque eles preservavam tão bem todas aquelas recordações de um período tão terrível da história alemã e o senhor me respondeu,

- Preservamos desta forma para que as novas gerações possam crescer vendo de perto tudo isso e aprendam a nunca mais repetir algo tão diabólico. Na saída do campo de Auschwitz II Birkenau, indaguei dois senhores polacos sobre a mesma pergunta que tinham feito ao senhor alemão a tempos atrás, e a resposta foi basicamente a mesma

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- Muitas crianças visitam o campo e saem daqui chocadas ao verem outras crianças de sua mesma idade passando por barbáries tão grandes. Estas crianças aprendem que tratar a outros seres humanos desta forma é muito errado – me disse um deles. Molhado e com os dedos das mãos e dos pés doendo de frio, peguei o último ônibus de volta a Cracóvia.

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Auschwitz II Birkenau impressiona por suas dimensões, é um campo aberto, gigante, repleto de galpões de madeira cortado pela ferrovia que divide o campo em duas partes. Por ser muito maior que Auschwitz I tive a clara sensação de isolamento naquele campo imenso. A chuva apertou e as temperaturas baixaram ainda mais enquanto eu caminhava sozinho por entre os galpões. Sentia meus pés congelando e minhas mãos doíam.

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Muitas morreram em consequência do tratamento recebido enquanto que outras foram assassinadas para que os médicos pudessem realizar autopsias nos corpos. As poucas que tiveram a “sorte” de sobreviver ao experimentos ficaram com sequelas irreparáveis. Este bloco específico está fechado para visitação, porém no pátio que divide este de outro bloco é possível visitar a parede de fuzilamento. Teve apenas um bloco que não tive coragem de entrar. Ao abrir a porta me deparei com um corredor enorme coberto por fotos de prisioneiros.

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GRÉCIA

A Grécia Ocidental contém lagos e zonas húmidas. Os Montes Pindo, a cadeia montanhosa central, tem uma altitude média de 2650 m. O lendário monte Olimpo (Macedônia) é o ponto mais alto da Grécia, atingindo 2917 m de altitude.

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6061RÚSSIA

A Rússia oficialmente Federação Russa pronúncia russa é um país localizado no norte da Eurásia. Com 17 075 400 quilômetros quadrados, a Rússia é o país com maior área do planeta, cobrindo mais de um nono da área terrestre. É também o nono país mais populoso, com 142 milhões de habitantes.

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OMSK

Omsk é uma cidade da Rússia, capital da província homônima. Localiza-se no oeste da Sibéria. Tem cerca de 1,16 milhão de habitantes e foi fundada em 1716, tendo servido de local de exílio a Fiódor Dostoiévski entre 1849 e 1853. É a segunda maior cidade russa do outro lado dos montes Urais. A distância de Omsk até Moscou (Moscovo) é de 2700 km.

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