OPINIÃO
MITOS A RESPEITO DO VINIL Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Costumava rir ou dar de ombros com as besteiras que escreviam a respeito do vinil, principalmente nas mídias não especializadas. Mas com o ‘aquecimento’ na venda de discos novos e usados
relançadas em CD, o que justifica a procura por essas obras na única mídia lançada.
dos últimos anos, eis um tema que voltou à tona, e todas as ‘ba-
Eu vou direto ao ponto ‘nevrálgico’ desta questão: o LP não mor-
boseiras’ propagadas por décadas voltaram a ser publicadas aos
reu pelo simples fato de ser ainda uma mídia com um grau de per-
quatro cantos, como ‘verdades absolutas’.
formance que, junto com a fita de rolo, ainda são as referências em
Então resolvi, em respeito aos leitores mais novos, dar continuidade à série - que aqui tratou da importância das cápsulas e braços - e agora falar um pouco a respeito dos ‘mitos’ em relação ao LP. Geralmente, para tentar explicar o interesse ainda hoje pelos LPs, os artigos começam falando de como é legal o contato físico com o disco, as capas, os encartes com detalhes da produção, e ouvir a obra completa sem pular as faixas. Outros buscam explicar a ‘magia
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finalmente, estes artigos nos lembram que muitas obras não foram
termos de qualidade de áudio! O resto é apenas ‘confeitaria’. Pois tivesse o CD-Player uma qualidade superior ao LP, esta mídia também teria sucumbido, como a fita K7, o cartucho de 8 pistas, a DCC (a fita K7 digital), a fita de vídeo Betamax, etc. O mercado é implacável com o que se torna obsoleto - não se iludam. Então este ressurgimento nada tem a ver com modismos ou tendências retrô, como muitos alardeiam e faturam em cima.
do áudio’ pelo calor da sonoridade, afirmando ter o LP um ‘som
Veja a quantidade de vitrolas oferecidas a menos de 1000 reais
quente’, ao contrário do CD que tem uma sonoridade mais ‘fria’. E,
no Mercado Livre. O que é preciso lembrar aos mais jovens é: LPs
AGOSTO . 2021