Revista Áudio e Vídeo Magazine - Edição 287

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OPINIÃO

? O CASO MOBILE FIDELITY: VINIL DIGITAL & ANTIÉTICO Christian Pruks

christian@clubedoaudio.com.br

Transparência. É a questão. O que leva uma empresa a não ser transparente em seus processos e tecnologias? A resposta, em pelo menos um caso recente, é: porque quem paga caro por produtos especiais, exige que o processo pelo qual eles são feitos, seja bastante específico em suas qualidades. Uma analogia seria: quem quer ‘feijoada vegetariana’, não quer que ela seja temperada com caldo de carne - e, pior ainda, não quer descobrir depois de anos comendo a tal ‘feijoada vegetariana’ semanalmente, que a mesma estava sendo feita com caldo de

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A americana Mobile Fidelity traiu essa confiança de boa parte de seu público. E tem traído desde 2015, pelo menos (alguns dizem que desde 2007!). Toda a sua propaganda, material técnico e de marketing, dava a entender que o processo de masterização e prensagem de seus discos de vinil era totalmente analógico - desde a cópia da fita de rolo master analógica, provida pela gravadora original do título, até a transferência para as matrizes físicas que prensam o LP. Acontece que os textos eram um pouco ‘vagos’ - mas, mesmo assim, qualquer um que lesse a documentação deles, iria achar instantaneamente que o processo era totalmente analógico.

carne - vai contra todo o princípio que baseia seu consumo por

Acontece que foi descoberto, neste último mês de julho, que

parte desse tipo de cliente. Pelo menos por parte da maioria dessa

a empresa usa masters em DSD (e às vezes em PCM) - digi-

clientela cativa.

tais portanto - na prensagem e seus discos de vinil. Ou seja, os

AGOSTO . 2022


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