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NOTA DOS AUTORES

Conhecemo-nos há bastante tempo, viajando e palestrando em escolas, universidades, congressos e feiras de livros por todo o Brasil.

As culturas indígenas e africanas, dois dos pilares fundamentais no tripé da formação multicultural do povo brasileiro, são temas frequentes em nossas obras. Portanto, orgulhosos de nossas raízes, defendemos uma sociedade despida de preconceitos e estereótipos.

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Entendemos que todo ser humano, independentemente da cor de sua pele, etnia, idioma ou costumes, deve ter seus direitos respeitados. Esperamos que nossos leitores, conhecendo e compartilhando brincadeiras de culturas tão próximas e ao mesmo tempo tão distantes, aprendam a se reconhecer melhor.

Nyan, uma menina sudanesa de 12 anos que veio como refugiada para o Brasil com os pais e irmãos, estuda numa escola pública da cidade de São Paulo.

Seu melhor amigo é um menino indígena, da nação Maraguá, chamado Guaripé, que migrou com sua família também para a capital paulista.

Além da amizade à primeira vista, eles tinham duas coisas em comum: sentiam saudade da terra onde passaram os primeiros anos da infância e sentiam-se deslocados na enorme metrópole.

As duas crianças, aos poucos, foram se integrando e sendo aceitas pelos colegas, que, no começo do ano letivo, zombavam e mexiam com elas.

– Eu não sou índio. Sou indígena da nação Maraguá! – bradava Guaripé, reafirmando sua identidade. – Meus ancestrais, assim como os Guaranis, Yanomamis, Mundurukus, Kaiapós, Ticunas, Xavantes, Pataxós e demais etnias, espalhavam-se pelo Brasil inteiro muito antes da chegada dos primeiros colonizadores europeus.

Nyan, por sua vez, não deixava por menos quando lhe chamavam simplesmente de africaninha: – A África não é um país. É um continente onde convivem vários povos. Só no Sudão do Sul, onde nasci, existem várias etnias: Dinka, Nuer, Acholi, Latuko, Zande, Jur... Cada uma delas com seus próprios costumes e idiomas – ensinava a garota. – Eu, por exemplo, sou Shilluk.

O melhor mesmo, depois que Nyan e Guaripé passaram a ser respeitados pelos companheiros de estudos, foi quando a professora pediu para que eles ensinassem brincadeiras típicas de suas culturas para a turma.

– Tenho certeza de que os alunos vão gostar de aprender brincadeiras indígenas e africanas – incentivou a mestra.

Nyan e Guaripé toparam o desafio na mesma hora. Durante dias, com a colaboração dos pais, selecionaram e desenharam, com as respectivas regras, doze jogos.

Confira! Temos certeza de que você, leitor, irá gostar e se divertir bastante também, já que essas brincadeiras são bem fáceis de praticar em qualquer espaço ao ar livre.

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