1 minute read
JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA
necessitava de um gerente, e meu perfil atendia às exigências. No dia da entrevista, quando a porta se abriu, dei inesperadamente com ele, como se saindo da sombra das mangueiras para me salvar. Foi um momento divino para mim. Mas não para ele, como notei depois. João parecia estar havia muito à minha espera, como naquela manhã no quintal da vizinha, as pedras na mão para derrubar a minha e a sua manga. Abraçamo-nos, longamente, e logo ele me contou a sua via-crúcis, as jornadas que enfrentara para construir o seu tão almejado mundo, até o último lance, quando o sogro, doente, o intimara a dirigir os negócios da família. A roda da fortuna girava finalmente para ele. Falamos o que é comum nesses reencontros e, a uma pergunta sua, contei o que se passava comigo. Entreguei em suas mãos o meu espírito, convicto de que ele se reconhecia em mim. Mas,
Advertisement