1 minute read

EM MEMÓRIA DE MINHA AVÓ OLÍVIA, COM SAUDADE.

O CRAVO BRIGOU COM A ROSA, DEBAIXO DE UMA SACADA, anhãzinha. O sol morno e sonolento trouxe alegria ao jardim. Todas as flores se espreguiçaram, esticaram os pedúnculos para aproveitar melhor o início de calor e ficaram balançando de um lado para o outro, vaidosamente coloridas. De vez em quando a brisa, que ainda estava bem fresca, pois o dia mal tinha começado, soprava um pouco mais forte, e as plantinhas faziam olas, como nos estádios de futebol. Ondas verdes lembravam que a grama estava um pouco alta e que talvez precisasse ser aparada.

O CRAVO SAIU FERIDO, E A ROSA, DESPEDAÇADA.

Advertisement

O jardineiro já estava velhinho e passava a maior parte do tempo olhando o mundo. Parado, de cócoras, com os pés descalços na terra, coçava a orelha e depois a cabeça, enxergava todas aquelas plantas que considerava suas filhas e ria um riso que não fazia muito sentido. Será que estava ficando como a bisa, assim, meio atrapalhado e esquecido? Pode ser que fosse mesmo apenas felicidade. Devia ser muito bom viver em um lugar tão especial e florido.

This article is from: