ANO XLIII - JUNHO/2014 Nº 396
AS IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS E O GOLPE DE 1964
Rui Luis Rodrigues, professor de História Moderna na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), SP, comenta as posições assumidas pelas igrejas evangélicas diante do golpe militar de 1964 Págs. 6 a 8
3º Congresso de Líderes de Jovens e de Ministros de Louvor e Adoração impacta participantes
Dia do pastor Palavra do presidente A excelência do ministério bíblico-pastoral
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Há muitos homens e mulheres na Bíblia que são protótipos de um ministério eficaz e próspero... Leia mais na pág. 2
Vêm aí
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4º Ciclo de palestras
para pastores da IPRB e esposas
Veja os pastores homenageados
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Conheça o
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4º Encontro
para filhos e filhas de pastores da IPRB Movimento Nacional Em de Evangelização 15 e 16 do Sertão Nordestino Caldas Novas - GO de agosto
Pastoral
A EXCELÊNCIA DO MINISTÉRIO BÍBLICO-PASTORAL Há muitos homens e mulheres na Bíblia que são protótipos de um ministério eficaz e próspero. Servos e servas de Deus que nos deixaram grandes legados, que jamais se desatualizam ou envelhecem. Dentre eles, escolhemos Neemias para a nossa reflexão, em comemoração ao dia do pastor na IPRB, 2º domingo de junho. Não é novidade para ninguém que Neemias, copeiro-mor do rei Artaxerxes, é símbolo de excelência de um ministério aprovado. Sua vida de comprometimento e empreendedorismo na obra de Deus serve como motivação diária ao pastorado. Surpreende-nos seu engajamento social quando seu coração ficou profundamente triste e cheio de compaixão ao andar pelas ruas de Jerusalém e contemplar a miséria e a destruição da cidade (2:11-15). Os primeiros capítulos do livro de Neemias narram a trajetória vitoriosa deste servo de Deus. Neles são registrados sua intercessão pela cidade, seu pedido ao rei para ir a Jerusalém e a relevância de seu trabalho na reconstrução dos muros da cidade – destruídos por ocasião do cativeiro babilônico. Sua determinação fica evidente nestas palavras, em resposta ao inimigo: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (6:3). A relevância e eficiência de seu ministério residem na convicção de que Deus o chamara para uma obra específica. Seu êxito na reedificação dos muros de Jerusalém foi resultado de disposição e coragem. Como pastores, temos a grande missão de reconstruir os muros (vidas) de centenas e centenas de pessoas infelizes. O exemplo deste servo do Senhor precisa nos contagiar, a ponto de nos deixar incomodados com a miséria e as mazelas humanas. Neemias nos ensina pela sua experiência de vida que a excelência do ministério pastoral requer posições ou atitudes importantes e destemidas, tais como: ENFRENTAR OS DESAFIOS “... que me envies a Judá [...], para que eu a reedifique” (2:5). Percebemse claramente a preocupação e a tristeza de Neemias quando soube da destruição da cidade (1:2-4). Ele não se intimidou, mas aceitou o grande desafio de voltar a Jerusalém, a fim de reunir os judeus e acabar com a vergonha de ter sua cidade destruída. O desafio parecia intransponível, mas a mão poderosa de Deus estava sobre ele (1:10). O pastorado em si já é um grande desafio, que começa desde o dia em que acei2
tamos o chamado e deixamos tudo para reedificarmos muros destruídos (vidas). O desafio torna-se ainda maior quando temos a consciência de que o nosso produto de trabalho são pessoas: gente destruída, gente que sofre, gente cansada e desmotivada; gente que, por vezes, já pensou em dar um basta em tudo porque não consegue ser feliz. Por isso, só conseguimos realizar grandes feitos para Deus quando aceitamos os desafios diários no ministério. Há pessoas aguardando por nossa atitude de coragem, disposição e compaixão. Pessoas vencidas pelas circunstâncias da vida e que vivem totalmente inseguras e sem rumo. Como disse Jesus, pessoas aflitas e exaustas, como ovelhas que não têm pastor, esperando uma palavra de direção (Mt 9:37). SUPERAR A OPOSIÇÃO “Porque todos eles procuravam atemorizar-nos, dizendo: ‘as suas mãos largarão a obra, e não se efetuará’” (6:9). Tão logo chegou a Jerusalém, já iniciou o seu trabalho. Primeiro, encontrou muitos judeus que estavam sendo injustiçados e sofrendo nas mãos dos compatriotas mais ricos. Alguns deles chegaram ao extremo de hipotecar seus pertences em troca de comida (5:2,3). Neemias soube articular e trabalhar decisões importantes contra a injustiça aos pobres e oprimidos (5:12). Com isso, os judeus ganharam força e nova perspectiva de vida, apoiando e ajudando Neemias na reconstrução da cidade (5:17). É sempre assim, quando Deus abençoa, o povo se desperta e se anima. O trabalho de Neemias foi adiante e, quando os inimigos (Sambalate, Tobias e Gesém) souberam que ele havia levantado os muros da cidade, armaram uma conspiração para intimidá-lo (6:2). A oposição política foi tão forte que insistiram por cinco vezes, mas a resposta foi sempre a mesma: “... não posso parar...”. Oposição é algo inerente à liderança. Faz parte de qualquer sistema, seja ele religioso, político etc. O segredo é manterse firme no propósito de Deus. É ter a certeza de que Deus está no controle e de que a obra não é nossa. Neemias não se intimidou com as ameaças (mensagens) veiculadas entre o povo. Para superá-las, buscou forças em Deus, que sempre atende
o clamor de seu povo (Jr 33:3). Usando as armas espirituais recomendadas pela Palavra, podemos vencer toda oposição arquitetada e maldosa (Ef 6:10-20). CUMPRIR AS METAS “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinquenta e dois dias” (6:15). A oposição dizia que a obra (reconstrução) não poderia ser realizada: “As suas mãos largarão a obra, e não se efetuará” (6:9). De fato, o trabalho era grande e os problemas ainda maiores. No entanto, Neemias conseguiu unir o povo e realizar a tarefa. Em cinquenta e dois dias, tempo recorde, seu objetivo, conforme pedido feito ao rei, tornou-se um sonho palpável (2:5). Fixar metas, fazer projetos e tudo mais não é, às vezes, tão difícil. Mas fazer acontecer o desejo do coração não é tarefa fácil. Para isto, é preciso vencer os desafios e não perder o foco das metas préestabelecidas. Outro fator determinante no cumprimento de alvos é a persistência, pois jamais alcançaremos os resultados desejados se desistirmos facilmente. Ninguém mais do que o pastor, o anjo da igreja, precisa desta prerrogativa recomendada por Jesus: “...orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18:1). Com perseverança, nos conscientizamos de que podemos mais do que pensamos ou projetamos. Não há dúvidas de que Neemias realizou além daquilo que desejava (7:1). Seu trabalho foi eficiente em todos os aspectos, inclusive nos aspectos social e espiritual (13). É dessa forma que o ministério precisa ser realizado. Não podemos parar, precisamos reconstruir os muros com ânimo, coragem e a graça de Deus. O que levou Neemias a deixar seu (confortável) trabalho no palácio do rei foi o amor, o sentimento de compaixão pelo povo e o comprometimento com Deus. Naquele contexto, os judeus cativos precisavam de um líder de pulso, de alguém que fosse capaz de mudar as suas vidas. Isso nos ensina que a motivação maior que move o ministério pastoral é o trabalho que se faz para Deus e não para o homem. Pr. Advanir Alves Ferreira Presidente da IPRB
Jornal Aleluia
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JUNHO 2014
Homenagens
Homenagem do Pr. Geraldo Gabriel ao Pr. Altair Batista Linhares
Altair Mendes Linhares é pastor desde 1966. É o fundador da Mispa e foi o seu primeiro presidente, permanecendo no cargo de 1975 a 1980.
Faz algum tempo que Deus colocou em meu coração o desejo de prestar uma homenagem ao nosso amado pastor Altair Batista Linhares, e faço do Jornal Aleluia um meio para isso. O respeito e admiração pelo Pr. Altair devemse, primeiro, por sua dedicação à obra de nosso Mestre; segundo, por sua coragem, pois começou a jornada quando tudo era mais difícil, não tínhamos as facilidades que temos hoje. Rogo ao bom e eterno Deus que dê muita vida a esse incansável desbravador. Pr. Geraldo Gabriel Presidente do Presbitério do Vale do Aço, MG Vice-presidente da Mispa
Pr. Vanderlei do Nascimento Moraes recebe menção honrosa da Câmara Municipal de Teófilo Otoni, MG No dia 13 de abril de 2014, o pastor Vanderlei do Nascimento Moraes recebeu da Câmara Municipal de Teófilo Otoni uma menção honrosa, em reconhecimento aos muitos serviços prestados à comunidade teofilotonense durante seus 34 anos como pastor da II IPR. O projeto da homenagem foi apresentado pelo vereador Marcinho da Serraria, que é membro da IPB Filadélfia. “A quem honra, honra”, informou o pastor João Ferreira.
Militares de Governador Valadares, Pr. Rafael Martins completa mais MG, prestigiam pastor da IPR um ano de vida Em 10 de abril, toda a diretoria O 43º Batalhão de do Presbitério do Vale do Paraíba Polícia Militar de Minas (Presvap) esteve presente no culto Gerais homenageou, em de agradecimento a Deus pela 6 de maio de 2014, o Pr. Manuel Sabino Neto. O ato demonstrou o respeito e admiração dos oficiais para com a pessoa e trabalho do pastor.
vida do Pr. Rafael Martins, de Caçapava, SP. Na ocasião, toda a igreja e pastores presentes oraram pelo Pr. Rafael e sua família.
Manuel Sabino Neto é pastor da IPRB desde janeiro de 2004. Atualmente, pastoreia a II Igreja Presbiteriana Renovada de Governador Valadares, MG. É autor do livro Filosofia da Religião, publicado pela Editora Aleluia. JUNHO 2014
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Jornal Aleluia
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Institucional
CALDAS NOVAS, GO, CIDADE DAS ÁGUAS TÉRMICAS DO BRASIL, HOSPEDARÁ EVENTOS DA IPRB Caldas Novas, GO, mais uma vez hospedará o Ciclo de Palestras para Pastores e Esposas, que já está em sua 4ª edição. Simultaneamente, será realizado o 4º Encontro para Filhos e Filhas de pastores. Os eventos ocorrerão nos dias 15 e 16 (sexta
e sábado) de agosto deste ano, em hotéis separados. Será uma alegria receber todos os pastores da IPRB, com suas esposas e filhos (as), em nosso tradicional lugar, CALDAS NOVAS, cidade das águas térmicas do Brasil. Já estamos vivendo
grande expectativa, visto que os eventos anteriores foram inesquecíveis. Nesta oportunidade, queremos fazer algumas considerações importantes sobre os preletores, inscrições, estada, programação e investimento.
PRELETORES CHEGADA E HOSPEDAGEM a) A chegada está prevista para o dia 15 (sexta-feira). A diária contará A Diretoria Executiva convidou preletores especiais a fim de proporcionar aos participantes momentos de a partir do meio-dia, com o almoço. O regresso será no dia 17 (domingo), crescimento espiritual e amadurecimento conjugal e após o café da manhã; b) Os pastores e esposas ficarão em um hotel e os filhos (as) em familiar. outro. Os hotéis são da mesma rede e próximos um do outro; Para pastores e esposas: c) Igualmente, as palestras para os pastores e esposas serão em um Será o Pr. Estevam Fernandes, da 1ª Igreja Batista, auditório e para os filhos (as) em outro. As primeiras palestras serão às de João Pessoa, PB, especialista em palestras para 10h30min do dia 15. casais, terapeuta e conferencista renomado. d) Quem chegar antes do meio-dia,do dia 15 deverá aguardar o horário Para filhos e filhas: ou a disponibilidade por parte do hotel, para não contar outra diária; Será o Pr. Marcos Aurélio da Silva, da Igreja Batista de e) Será servido um coffee break na chegada. Cada participante Água Branca, SP, consultor e sócio-diretor da Empresa receberá o seu material para anotações. O almoço será servido logo após MAMUTE Treinamento e Desenvolvimento Humano. a 1ª palestra.
Para garantirmos as reservas dos apartamentos, precisamos confirmar um número, aproximado, de 300 pessoas. Para isso, cada participante deverá, antes
INSCRIÇÕES E INVESTIMENTO de preencher a inscrição no site, fazer o O pagamento total das diárias, à vista pagamento da 1ª parcela, ATÉ O DIA 5 DE ou parcelado, deverá ser efetuado, até JUNHO. As demais parcelas serão em 5 de o dia 5 de agosto, no depósito (conta julho e 5 de agosto. abaixo) ou no cartão.
Para o casal
Para os filhos
Como fazer a inscrição
a) R$ 310,00 reais, a diária, por casal, sendo o valor de R$ 620,00 reais para os dois dias, com direito à hospedagem, 2 cafés, 2 almoços e 2 jantares e muito lazer. Criança abaixo de 5 anos não pagará hospedagem. b) Para garantir a sua reserva, o casal deverá, antes de preencher a inscrição no site, fazer o pagamento da 1ª parcela, ATÉ O DIA 5 DE JUNHO. c) O pagamento total das diárias, à vista ou parcelado, deverá ser efetuado, até 5 de agosto, EM 3 VEZES, no depósito (veja conta abaixo) ou no cartão. d) Os valores poderão também ser pagos no cartão, à vista ou em 3 vezes.
a) R$ 135,00 reais, a diária, por filho, sendo o valor de R$ 270,00 reais para os dois dias, com direito à hospedagem, 2 cafés, 2 almoços e 2 jantares; b) Para garantir a sua reserva, o participante deverá, antes de preencher a inscrição no site, fazer o pagamento da 1ª parcela, ATÉ O DIA 5 DE JUNHO. c) O pagamento total das diárias, à vista ou parcelado, deverá ser efetuado até o dia 5 de agosto, EM 3 VEZES, no depósito ou no cartão.
Para confirmação da inscrição, é necessário enviar, imediatamente, uma cópia do comprovante da 1ª parcela à Secretaria Central, por e-mail: caldasnovas2014@iprb.org.br ou pelo correio. É de inteira responsabilidade de cada participante levar os comprovantes de depósitos bancários ou de cartão, para apresentar na chegada, na hora do check-in. Feito o depósito da 1ª parcela e enviado o comprovante à SC, é só seguir os passos abaixo para garantir a sua participação: 1º. Acesse o site www.iprb.org.br e clique em 4º Encontro em Caldas Novas e siga as instruções necessárias; 2º. Preencha todos os campos do formulário, inclusive seu e-mail, e não se esqueça de inserir o número ou o código do seu depósito. Clique em enviar e sua inscrição estará feita.
Ligue para 0800-62-7575, e fale com ADRIANA, de 2ª a 6ª, em horário comercial. BRADESCO: Agência 1923-2 Conta Corrente: 27400-3 - Código Identificador: 0286177-1 - Em nome de Nova Caldas Adm. Serviços Hoteleiros Ltda. 1º parcela, vencimento em 5 de junho: R$ 205,00 reais; 2º parcela, vencimento em 5 de julho: R$ 205,00 reais; 3º parcela, vencimento em 5 de agosto: R$ 210,00 reais. Informações: Secretaria Central (44) 3262-8332 / 3262-9438 4
BRADESCO: Agência 1923-2 Conta Corrente: 32400-0 - Código Identificador: 0332202-5 - Em nome de Nova Caldas Adm. Serviços Hoteleiros Ltda. 1º parcela, vencimento em 5 de junho: R$ 90,00 reais; 2º parcela, vencimento em 5 de julho: R$ 90,00 reais; 3º parcela, vencimento em 5 de agosto: R$ 90,00 reais. Despesas de hospedagem
a) Comunicamos que as despesas de hospedagem do casal (pastor e esposa) deverão ficar por conta das igrejas locais e/ou congregações presbiteriais. b) Os Presbitérios devem se esforçar e fretar ônibus, ou outro meio de transporte, para facilitar as viagens.
Recomendações
a) Não será necessário levar roupa de cama e de banho (toalha), mas apenas material de uso pessoal, inclusive roupa para lazer, se desejar; b) Cada hóspede ficará responsável pelo pagamento das despesas extras ou despesas de consumo durante o evento, que deverão ser acertadas na saída; c) Os pais que levarem crianças poderão deixá-las com as pessoas responsáveis durante as palestras. d) Contamos com as orações e apoio de todos os Presbitérios e suas igrejas e congregações. Jornal Aleluia
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José Carlos Maciel Wender D. do Amaral Cícero Ferreira Soares Elias Ferreira Rodrigues José Pereira de L. Júnior Orly Alves da Silva Altair do C. Mateus Nunes João Carlos do Nascimento Antônio Lemes Santana Osvaldo Correia Rodrigo Pinto de Andrade Valci Araújo Ferreira Antônio Pereira dos Santos Fábio Júnior Gomes Lutero Natan de Souza Olímpio dos Santos Dias Yuri Ferreira Guimarães Adalberto Sebastião Lemes Aldrey Cezar Telles Aziel da Silva Ribas Nilson Garcia Carvalho Walter Nunes Cardoso Clodoaldo Silva de Carvalho Dennis Alessandro Ribeiro Elton Tavares Souza Marcelo Fraqueta Marcos Vaz de Lima Juvenil de Jesus Novais Dimas da Silva Orlandi Eluir Busin Honorino Bento Ferreira Admir Riquetto Gilberto Gomes de Lima Gilberto Soares dos Santos Joel José da Silva José Heleno dos Santos Paulo Coura Marcos Lopes Barbosa Elias da Silva Lopes Henrique Vilfrido G. Ortega Hérmeson S. Nascimento José Roberto da Rocha Leonardo Soriano Maia Luiz Carlos Elias das Neves Milton Rodrigues Paulo Sérgio da Silva Santos Rubens Sanches Lopes João dos Passos Santana Marcos Pereira Dorival J. de Albuquerque Ernande Xavier Soares Isaías Lucas dos Santos Cassius Clay J. de Souza José Lucchetta Adalberto Neves da Silva Adélio Lopes dos Santos Aparecido Ferreira Antônio Eduardo Izidoro José Domingos Rampin Adriano Pacheco Alomba Edivaldo José dos Santos José Donisete A. Pires Marcelino José da Silva Adherbal Francisco Felipe Cosme Teles da Silva José Orlando de Oliveira Julival Rodrigues de Oliveira Luís Cláudio de Melo Marlos Jéfferson Santos Amaro C. do Nascimento Christóvam B. de Godoy Edson Luiz Bezerra Francisco C. Sanches Jonas da Silva Almir Mendes Paulino Delmiro Albuquerque Lima Givanildo Souza da Silva Joaquim Ribeiro Marcos Ubiraney B. Bulhões Wagner Benício de Sales Adonias Pedrosa de Souza Francisco Orlando da Silva Gilvânio Fernandes Joel de Campos Perroud Altair Pereira da Silva Geraldo Gabriel de Souza Jadilso Jail Crispim Joilson das N. Nascimento José Gouveia Vital José Carlos Pinto Luiz Carlos de Lima Rogério de A. de Souza Lúcia Mara L. S. de Paula Carmo da Silva Gláucio C. Veríssimo da Silva Romilson Araújo Sales Sidnei Gomes de Lima Jeremias Vieira de Aguiar Joelberth Sá da Silva Reginaldo Ferreira do Amaral Samuel de Paula B. da Silva
Itapema Governador Valadares Teófilo Otoni Ceilândia Campo Grande Timóteo Araçariguama Ponta Grossa Linhares Paço do Lumiar Campina da Lagoa Ituiutaba Indaiatuba Terra Rica Taguatinga Senador Canedo Governador Valadares Imbituva Sinop Rio de Janeiro Vila Rica Campo Mourão São José do Rio Preto Ponta Grossa Santa Inês Arapongas Umuarama Caetité Curitiba Nova Prata Diamantina Joinville Sapopema Jacupiranga Osasco Osasco Anastácio Campo Verde Governador Valadares Três Lagoas Pontes e Lacerda Teófilo Otoni Senador Pompeu Olinda Mairinque Maringá Doutor Camargo Campo Grande Mandaguaçu Assis Ceres Juiz de Fora Marília Ponta Grossa Aparecida de Goiânia Castro Magda Uruana de Minas Curitiba Poté Rio Verde de MS Araçatuba Quatá Curitiba Recanto das Emas Jaciara Ouro Preto do Oeste Caçapava Maringá Ipojuca Toledo Rio Verde Eldorado Ponta Grossa Fortaleza Campo Grande Dourados Anápolis Ribeirão Preto Foz do Iguaçu Pimenteiras Parnamirim Carapicuíba Maringá São José do Rio Preto Ipatinga Itajaí São Luís São Paulo Marialva Ponta Grossa Nova Cantu Araruna Miranda Porto Velho Porto Seguro Tatuí Belo Horizonte Paço do Lumiar Anápolis Santa Bárbara do Oeste
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SC MG MG DF MS MG SP PR ES MA PR MG SP PR DF GO MG PR MT RJ MT PR SP PR MA PR PR BA PR RS MG SC PR SP SP SP SP MT MG MS MT MG CE PE SP PR PR MS PR SP GO MG SP PR GO PR SP MG PR MG MS SP SP PR DF MT RO SP PR PE PR GO MS PR CE MS MS GO SP PR PI RN SP PR SP MG SC MA SP PR PR PR PR MS RO BA SP MG MA GO SP
JUNHO 2014
Secretaria da IPRB
Espiritualidade e comprometimento enaltecem o 3º Congresso de Líderes de Jovens e de Ministros de Louvor e Adoração da IPRB Nos dias 18 e 19 de abril, na UNICESUMAR, em Maringá, PR, foi realizado mais um Congresso da IPRB para as lideranças de jovens e de ministros de louvor e adoração. Participaram do evento líderes das regiões de Rondônia, Mato Grosso, São Paulo e Paraná. O clima espiritual e o aproveitamento do ensino
da Palavra de Deus foram os destaques do Congresso.
necessidade de comprometimento de uma liderança junto aos seus principalmente no A abertura foi no dia 18, às liderados, 10h30, no Auditório Dona Etelvina. aspecto de conversão de vidas a Na ocasião, o Pr. Moisés de Oliveira, Jesus. de Minas Gerais, ministrou o louvor No dia 19, também no período e adoração. Em seguida, o Pr. Raul da manhã, no mesmo auditório, o Cley, de São Paulo, trouxe uma cantor Carlos Lacerda, de Maringá, reflexão bíblica sobre o desafio e a PR, ministrou canções com os
participantes, e o cantor Carlinhos Felix, além de cantar alguns louvores, trouxe uma palavra muito proveitosa sobre a dependência humana da tecnologia, fazendo um paralelo prático-aplicativo entre o apego que muitos têm ao celular e a dedicação pela Bíblia Sagrada, como necessidade diária do cristão.
Louvor, adoração e avivamento espiritual No período noturno, a partir das 19h30, no Ginásio de Esportes, foram realizados cultos de adoração e louvor voltados para a renovação e despertamento espiritual, com a participação de Grupos de Louvor de algumas IPRs. Houve também o lançamento do CD “Promessa” - do Ministério Renovados de Adoração, da 9ª IPR de Maringá. O cantor Carlinhos Felix ministrou louvores nas duas noites, oportunidade em que o povo de Deus usufruiu de momentos agradáveis na presença do Senhor. O preletor nessas noites foi o Pr. José Roberto Sacramento, vice-
presidente do Presbitério de São Paulo, que foi usado como canal de Deus para abençoar os participantes, com a ministração de mensagens de avivamento e com os dons espirituais. Em suma, o que não faltou foi entusiasmo, colaboração e vontade no ensino-aprendizagem, por parte dos preletores e de todos aqueles que deixaram suas igrejas e cidades para serem abençoados por Deus nesse evento. Houve quem viajou mais de 2000 km para participar do Congresso. Como diz o adágio popular evangélico: “só perdeu a bênção quem não veio”.
Oficinas
O presidente da IPRB, Pr. Advanir Alves Ferreira, agradece aos preletores pelo emprenho e dedicação nas ministrações; ao cantor Carlinhos Félix; aos músicos; a todos os participantes (da cidade, região e outros estados); aos pastores e equipes que trabalharam nesses dias: Cristiano Firmino, Emerson G. Dutra, Vitor Hugo R. Bolonhéis, Fernando Vanalli e equipe de recepção; Paulo Sérgio da Silva Santos e equipe de hospedagem; Daniel Juvenasso, Adriano P. Dias, Manoel Sarmiento (Manolo) e equipe de louvor. Agradece, também, ao Reitor da UNICESUMAR, professor Wilson de Matos Silva, que (sempre) cedeu as dependências desta tão conceituada Instituição para a realização de eventos da IPRB. Que Deus abençoe e retribua a todos que, direta e indiretamente, cooperaram para que este Congresso de Líderes fosse uma realidade.
Durante as tardes, foram realizadas, como estava previsto no programa, oito oficinas, com temas e preletores específicos, conforme segue: Dia 18, das 14h30 às 15h30 Oficina para Líderes de Jovens, com o Pr. Hilquias Vieira. Tema: Liderança Cristã e a Inteligência Emocional. Oficina para Ministros de Louvor, com o Pr. Moisés de Oliveira. Tema: Vida no Altar: Transformação e Adoração Dia 18, das 15h30 às 16h30 Oficina para Líderes de Jovens, com o Pr. Raul Cley. Tema: Liderança Cristã e a Espiritualidade Bíblica. Oficina para Ministros de Louvor, com o Pr. Carlos Lacerda. Tema: Caminhos Bíblicos do Louvor e da Adoração. Dia 19, das 14h30 às 15h30 Oficina para Líderes de Jovens, com o Pr. Hilquias Vieira. Tema: Liderança (cristã) Contextualizada na Era Digital Oficina para Ministros de Louvor, com o Pr. Moisés de Oliveira. Tema: Louvor e Adoração: A Influência das Redes Sociais. Dia 19, das 15h30 às 16h30 Oficina para Líderes de Jovens, com o Pr. Raul Cley. Tema: Liderança Cristã e a Influência da Tecnologia. Oficina para Ministros de Louvor, com o cantor Carlos Lacerda. Tema: A Influência da Música na Evangelização JUNHO 2014
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Agradecimentos
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Artigo
As igrejas evangélicas brasile ideológico que se desenvolveu, na década precedente, no interior dos grupos denominacionais brasileiros.
O "protestantismo de missão" e o conservadorismo comportamental
Rui Luis Rodrigues1
As
posições assumidas pelas denominações evangélicas (e, dentro delas, por diferentes grupos e instâncias) diante do golpe militar de 1964 não é assunto que se pretenda abordar de forma conveniente num espaço reduzido como este. Evocar o acontecimento e os impactos provenientes dele, no entanto, é tarefa necessária e que mereceria maior atenção por parte de todos nós.
Bastante disseminados ao longo do território nacional em meados do século XX, os grupos evangélicos caracterizavam-se, grosso modo, por uma penetração nos segmentos médios da sociedade. Por outro lado, o ideário básico desses grupos vinculavase ao chamado “protestantismo de missão”, de origens anglosaxônicas: uma herança religiosa de matiz pietista, caracterizada pelo conservadorismo comportamental e onde a experiência religiosa era pensada, sobretudo, em termos de conversão individual.
Essa herança, todavia, era então vivida num país marcado por acelerado crescimento demográfico e, por conta do súbito desenvolvimento industrial, caracterizado por extrema desigualdade em termos Nosso objetivo neste texto não sociais. A chegada ao Brasil, em 1952, será tanto o de mapear os diferentes posicionamentos e reações do reverendo presbiteriano Ri(trabalho que vem sendo realiza- chard Shaull, norte-americano do, não de forma exaustiva, por com passagem prévia pela Codiferentes pesquisadores), mas lômbia, foi decisiva para o início principalmente o de entender os de uma significativa mudança no principais mecanismos por trás das ambiente das igrejas evangélicas ações e omissões praticadas pelas não-pentecostais3. igrejas evangélicas. Convidado a dar aulas no SeÉ consenso, entre os pesquisadores, que lideranças das principais denominações cristãs – Igreja católica inclusa – proveram sustentação ao golpe militar, ora de forma ostensiva, ora recorrendo ao silêncio. Isso não ocorreu de forma homogênea; houve setores que se mantiveram resistentes e lideranças que, pelo exercício da oposição, experimentaram diferentes níveis de repressão2. Mas um posicionamento favorável ao golpe encontrou maiores facilidades para medrar do que as atitudes de resistência. Isso se explica pelo verdadeiro embate 6
minário Presbiteriano do Sul, em Campinas, SP, o reverendo Shaull, que estivera em contato com as principais correntes de renovação do pensamento teológico na primeira metade do século XX, tornou-se catalisador de uma atividade teológica crítica e estimulante.
É preciso ter em mente que, a essa altura, o ensino teológico brasileiro limitava-se à repetição de velhos manuais de teologia sistemática, em especial o de Louis Berkhof (publicado em 1933) e o de A. H. Strong (de 1907). Em seminários como o de Campinas, os estudantes passaram, graças
aos esforços de Shaull, a ser enA (bi)polaridade da "guerra corajados a olhar com mais atenfria" e sua contrapartida ção para a história como campo da no cenário religioso ação dinâmica de Deus e a pensar no evangelho como força decisiva, O contexto era o da “guerra fria” com um papel a desempenhar fora entre o ocidente, liderado pelos do âmbito restrito dos templos. Estados Unidos da América, e os países do bloco comunista. Dentro Em direção a dos Estados Unidos, vivia-se, nos um protestantismo engajado anos 1950, o período da chamada A Confederação Evangélica do “caça às bruxas”, promovida pelo Brasil, fundada em 1934, contribuiu senador McCarthy, em que uniampara amplificar e difundir as -se conservadorismo (político, soinquietações que surgiam no cial e religioso) e antissemitismo seio das lideranças evangélicas numa verdadeira histeria, marcada mais jovens. Inicialmente muito por denúncias, cassações de vistos ligada aos moldes da cultura de permanência e mesmo expulanglo-saxônica, a Confederação são formal de artistas e intelectuais apercebeu-se, ao longo da década acusados de simpatizarem com o de 1950, da necessidade de dar comunismo. No Brasil, o ambiente rosto a um protestantismo mais da nascente cultura de massa era preocupado com a realidade dominado pelas produções musicais e cinematográficas norte-amebrasileira. ricanas, o que facilitava a absorção O mesmo pode ser dito da União desse ideário. Cristã de Estudantes do Brasil, orNão demorou para que, no ganizada em 1926 com o nome de norte-americano, o União de Estudantes para o Traba- contexto lho de Cristo e que adotou a nova clima de histeria gerasse sua perfeita contrapartida religiosa. O nomenclatura em 1940. International Council of Christian As inquietações dos estudantes, Churches (ICCC, aqui conhecido em especial, não eram bem rece- como Concílio Internacional de bidas pelas lideranças denomina- Igrejas Cristãs ou CIIC), fundado cionais. A par de um preconceito em 1948 e planejado como uma generalizado, nas igrejas evangé- resposta ao Concílio Mundial licas, contra a formação univer- de Igrejas (CMI) cuja primeira sitária – as Universidades eram assembleia ocorrera no mesmo vistas, tradicionalmente, como ano, em Amsterdam, procurou centros propagadores de incredu- reproduzir, em âmbito religioso, lidade, por conta inicialmente da a polaridade política desenhada difusão do pensamento positivista pelos ideólogos da “guerra fria”. e, depois, do marxismo –, havia Os paralelos são óbvios: na a inevitável dificuldade, por parte perspectiva do CIIC, o “mundo das lideranças mais idosas, de perceberem com a mesma intensidade livre” tinha sua correspondência fundamentalistas dessa dos jovens as tensões que se multi- nos instituição, enquanto o Concílio plicavam na sociedade. Mundial de Igrejas deveria ser Um processo dessa natureza visto como braço do movimento já seria, por si só, bastante com- comunista internacional. plexo; no caso A acusação, inbrasileiro, conjusta para com o tudo, o quadro Concílio Mundial foi agravado de Igrejas, colocava pela polarizasob suspeita toda a ção ideológica iniciativa ecumênica que, como sabeentão vivida no mos, tivera início na mundo.
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Artigo
eiras e o golpe de 1964 famosa Conferência de Edimburgo denominacionais, pareciam fazer (1910) e não era, em absoluto, uma sentido. O CIIC juntava à polarizaestratégia comunista. ção política (CIIC e “mundo livre” Aliás, se o Concílio Mundial versus CMI e comunistas) a pode Igrejas era culpado de algo, larização teológica: o CIIC seria, naquele contexto, talvez fosse de nessa estratégia de propaganda, o ser europeu demais, encontrando- defensor da “pureza doutrinária” -se bastante inserido nas formas de do “fundamentalismo”, enquanto ser e de pensar a igreja e a teologia o CMI seria a expressão acabada que eram típicas do protestantismo do “liberalismo teológico”. europeu. Esse foi o tom, altamente O estranhamento que isso causava impreciso mas de grande eficácia nos anglo-saxões, e especialmen- propagandística, usado pelo CIIC. te nos norte-americanos, com sua É verdade que sua abordagem, tradição mais pietista, menos ma- francamente polêmica e violenta, gisterial e menos convencida da não seduziu a maioria das utilidade (e necessária liberdade) lideranças evangélicas brasileiras, da reflexão teológica, acabou apro- que preferiram, oficialmente, veitado e maximizado pela polari- definir-se como “equidistantes” zação ideológica que se produziu. tanto do CIIC quanto do CMI. Essa, Também é possível que, no Brasil, ao menos, foi a postura oficial; a difusão de novas perspecti- mas, na prática, essas lideranças, vas teológicas, feita com compre- teologicamente conservadoras, ensível imaturidade pelos jovens aceitaram a relação ecumenismo/ estudantes, tenha colaborado para teologia “liberal”/comunismo, acirrar o quadro de enfrentamento. proposta pelo CIIC. O que deveria ser feito por meio Um exemplo emblemático é de cuidadoso trabalho teológico, a publicação, no próprio ano de com reflexão aprofundada e lenta 1964, do livro de Robert S. Rapp, tradução para as dimensões mais “paroquianas” das comunidades A Confederação Evangélica4 do de fé, acabou realizado de forma Brasil e o Evangelho Social . O apaixonada, entusiástica, mas pre- livro é um libelo virulento contra a presença de quaisquer denomicipitada. nações no âmbito da Confederação Nesse contexto, as alegações do Evangélica; a própria Igreja PresCIIC, que enviava emissários ao biteriana do Brasil é increpada, Brasil ao longo da década de 1950 nele, por continuar a fazer parte de e procurava cooptar as lideranças uma organização que, para o autor,
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servia aos interesses do comunismo internacional e do liberalismo teológico. A reprodução e difusão dessas acusações por meio de veículos comuns nos meios religiosos (sermões, artigos em jornais denominacionais etc.), mesmo por parte de líderes não alinhados com o CIIC, nos permite perceber como mesmo líderes denominacionais menos “extremados” acabaram por reagir contrariamente aos defensores de uma abordagem mais ousada aos problemas sociais.
Um posicionamento mal interpretado Efetivamente, a Confederação Evangélica do Brasil organizara em 1962, por meio de um de seus departamentos, o Setor de Responsabilidade Social da Igreja, a famosa “Conferência do Nordeste”, cujo tema foi Cristo e o processo revolucionário brasileiro. O tema indicou profunda sensibilidade para com a realidade então vivida pelo país; e não implicava, necessariamente, numa tomada de posição em favor do comunismo (assim como, a rigor, as posturas do governo João Goulart tinham mais a ver com o trabalhismo histórico brasileiro e com a democracia burguesa do que com o socialismo). Mas distinções sutis dificilmente seriam percebidas, num clima marcado por animosidade cada vez maior. A realização da Conferência do Nordeste fez aumentar as suspeitas em torno da Confederação ou, ao menos, em torno de alguns de seus diretores. Às vésperas do golpe, quatro dos seis diretores da Confederação foram sumariamente exonerados. Robert Rapp, que comemora o fato afirmando que essa “limpeza” deveria ter sido feita um ano antes, chega a perguntar: “Será que a Junta revolucionária [sic] do novo governo apresentou uma lista de nomes à C.E.B. exigindo que ela mesma fizesse a limpeza ou, do contrário, esta seria feita pelo governo?”5
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Não repugna ao autor, um norte-americano teoricamente comprometido com a “democracia”, uma referência assim oblíqua a métodos truculentos e antidemocráticos de um governo golpista. O fato é que, para esses segmentos que viam com preocupação o casamento entre inquietações teológicas e preocupações sociais, o golpe, chamado por eles de “revolução”, aparecia como solução salvadora ou, no mínimo, como o menor dos males.
O contexto pré-golpe e a renovação espiritual A esta altura, seria interessante notar as posições assumidas no interior de um movimento que crescia em importância no seio das igrejas evangélicas: o movimento carismático, que, no Brasil, ficou conhecido como de “renovação espiritual”. Não é preciso lembrar que esse movimento só acrescentava, à caracterização geral que fizemos dos evangélicos tradicionais, a abertura para as manifestações pentecostais; não subtraía nada do ideário típico do movimento evangélico. Portanto, quando líderes da “renovação espiritual” se referiam ao quadro pré-1964, faziam-no em grande consonância com as lideranças mais conservadoras das denominações às quais, naquele momento, todos os envolvidos em “renovação espiritual” ainda pertenciam. Em suas recordações sobre sua própria participação no movimento de renovação espiritual, o pastor Enéas Tognini, batista, pinta um quadro bastante drástico da situação imediatamente anterior a 1964. A Universidade de São Paulo, segundo ele teria ouvido de um amigo, era local onde “o poder comunista domina quase todas as cátedras e se escoa pelos bancos, indo alcançar as massas"6. (segue) 7
Artigo Um folheto, escrito pelo pastor Tognini e conclamando a um dia de jejum em prol da nação, foi impresso pela metade do custo, segundo ele, porque os donos da tipografia “também estavam com medo do comunismo”7. Nesse folheto, entre outras coisas, o pastor Tognini afirmava: “Há semelhança alarmante entre as condições da China daqueles dias [a época da implantação do regime comunista] com as atuais do Brasil”8. A solução, segundo apontava o pastor Um regime que, em nome do Tognini, estava num clamor unânicombate à corrupção, introduziu me pela misericórdia divina. o Brasil numa fase de corrupção Esse dia de intercessão ocorreu, desenfreada, conquanto mascarada pela primeira vez, a 15 de novem- pela subserviência dos meios de bro de 1963. Em suas memórias, comunicação. Um regime que, ao o pastor Tognini dá a seguinte in- longo de seus vinte e um anos de terpretação: “E nesse dia travou-se existência, ampliou e aprofundou com o diabo a grande batalha. (...) as já então enormes desigualdades E a resposta a esta batalha do céu sociais existentes em nosso país. foi 31 de março de 1964. A revoPor outro lado, os clamores lução sem sangue. E o diabo não por mudanças que, efetivamente, conseguiu tomar o Brasil”.9 ocorriam no Brasil antes do golpe, Essa interpretação, não obstante tinham relação direta com a situatodo o respeito que seu autor ção de enorme exclusão vivida por merece, dá sanção religiosa a um grande parte da população. regime que, em nome do combate Com relação a esse probleà “ameaça comunista”, suprimiu ma capital, as igrejas evangélicas liberdades individuais, prendeu ilegalmente, torturou e assassinou mantinham-se absolutamente capessoas (e é importante lembrar ladas. Quando abandonavam o sique as torturas começaram já lêncio, era para fazer afirmações em 1964, não esperando pelo catastróficas, como as que encon“endurecimento” da ditadura após tramos no libelo de Robert Rapp: dezembro de 1968). “A miséria”, escreveu ele, “existe
por causa do pecado, e o pecado existe porque Deus, de acordo com sua soberana e perfeita vontade, tem decretado permitir a entrada do pecado no mundo. (...) O conceito bíblico de Deus exige que o pecado e a sua consequente miséria sejam entendidos como algo que foi soberanamente permitido para entrar na raça humana, porque Deus, em sua infinita sabedoria, fez um plano geral para a sua criação no qual Ele pôde receber mais honra e glória permitindo a queda do primeiro homem do que se não a tivesse permitido”.10
que se aproximou dos ideários veiculados pela União Cristã de Estudantes do Brasil e pelo Setor de Responsabilidade Social da Igreja da Confederação Evangélica do Brasil. Essa juventude, no entanto, foi sumariamente ceifada, nos âmbitos denominacionais, pela repressão pré e pós-1964. Muitos perderam postos denominacionais; com a intensificação da oposição à ditadura e, consequentemente, da repressão, muitos foram denunciados aos militares por seus próprios irmãos, pastores e Entre evangélicos que afirma- presbíteros. vam, como Rapp, a inevitabilidade As reações, em termos de da miséria tendo em vista os desíg- ações ou de omissões, das igrejas nios de Deus, e aqueles que prefe- evangélicas ao golpe de 1964 não riam colocar os olhos na justiça do se explicam a partir, unicamente, “celeste porvir”, não havia alter- do fato do golpe. Precisam nativas claras para a crise social. ser inseridas num quadro Mesmo entre os de “renovação maior, onde aparece a intensa espiritual” a ênfase estava toda na manipulação ideológica para a qualidade da experiência religiosa qual, conscientes ou não, muitos individual; toda preocupação com pastores e líderes se prestaram. a injustiça social, estrutural, era Abraçando a defesa do status denunciada como perigosa. quo fundamentalmente injusto de nossa sociedade e fechando os olhos para a máquina de horrores Engajamento social: que se estabeleceu em nosso equivocado sinônimo país por iniciativa dos militares de comunismo golpistas, setores predominantes do evangelicalismo brasileiro A exceção a esse quadro foi fizeram a obra das trevas, ao justamente aquela parcela da mesmo tempo em que oravam e juventude evangélica brasileira cantavam louvores a Deus.
Notas (1) Rui Luis Rodrigues é professor de História Moderna na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi membro da 1ª. Igreja Presbiteriana Renovada de Osasco por vários anos; atualmente, faz parte da Comunidade Carisma (Osasco, SP). (2) Um trabalho importante sobre a resistência de setores evangélicos ao golpe militar continua sendo o livro de João Dias de Araújo, Inquisição sem fogueiras. Rio de Janeiro: Instituto Superior de Estudos da Religião, 2ª. edição, 1982, que aborda a realidade vivida dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil (o texto recebeu uma terceira edição, agora pela Fonte Editorial, de São Paulo, em 2010). Estudos sobre outras expressões da fé evangélica têm vindo à luz nos últimos anos. Ver, por exemplo, Vasni de Almeida, “Os metodistas e o golpe militar de 1964”. Estudos da Religião 37 (2009): 54-68; José Fer8
reira de Lima Júnior, Protestantismo e golpe militar de 1964 em Pernambuco: Uma análise da Cruzada de Ação Básica Cristã. Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião. Recife: Universidade Católica de Pernambuco, 2008; Donner, Sandra Cristina. “Os jovens luteranos e a ‘revolução brasileira’. Um estudo histórico sobre a Congregação dos Estudantes de Porto Alegre na década de 1960”. Anais do IV Encontro Nacional do GT História das Religiões e das Religiosidades – ANPUH (disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/anais4/st8/4.pdf). Excelente visão de conjunto do protestantismo brasileiro, com especial atenção para o período que nos interessa, está em Antônio Gouvea Mendonça, “O protestantismo brasileiro e suas encruzilhadas”. Revista USP 67 (2005): 48-67. (3) Sobre Shaull, ver os textos de sua autoria, juntamente com as impressões
narradas por seus alunos, em Richard Shaull, De dentro do furacão. Richard Shaull e os primórdios da Teologia da Libertação. São Paulo: Edições Sagarana/CEDI/CLAI, 1985; ver também sua autobiografia: Richard Shaull, Surpreendido pela Graça: Memórias de um teólogo. Estados Unidos, América Latina, Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2003. (4) Robert S. Rapp. A Conferederação Evangélica do Brasil e o Evangelho Social. São Paulo: Missão Bíblica Presbiteriana no Brasil, 1964. Essa Missão, filiada à CIEF – Confederação de Igrejas Evangélicas Fundamentalistas do Brasil, publicava o jornal “O Presbiteriano Bíblico” e tinha ligações com a Igreja Presbiteriana Conservadora (surgida de um cisma na Igreja Presbiteriana Independente em 1942) e com o CIIC. (5) Rapp, op. cit. p. 23. Rapp informa
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que a exoneração ocorreu a 23 de abril de 1964, portanto após o golpe. Waldo César, um dos diretores exonerados na ocasião, contou em entrevista à Revista Ultimato (março/abril de 2007) que a demissão ocorrera, de fato, um mês antes do golpe. Ao contrário do que supunha Rapp, portanto, os mecanismos de repressão já operavam de dentro da própria Confederação, sem a necessidade de esperar pela pressão da ditadura. (6) Enéas Tognini, Renovação espiritual no Brasil (experiências do autor). São Paulo: Editora Renovação Espiritual, sem data, p. 55. (7) Tognini, op. cit. p. 62. (8) Tognini, op. cit. p. 60. (9) Tognini, op. cit. p. 62. (10) Rapp, op. cit. p. 47 (grifos do autor). Edição 396
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Missões
Conheça o MOVIMENTO NACIONAL
DE EVANGELIZAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO
Pr. Jonathan F. dos Santos
O Pr. Jonathan Ferreira dos Santos, mentor do Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino, explica o que é e o que pretende essa organização
1. O que é o Sertão Nordestino? Sertão Nordestino é o conjunto do interior dos nove estados que compõem a Região Nordeste. Portanto, o Sertão Nordestino é formado pelo interior da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão. A Região Nordeste tem 52 milhões de habitantes. Fala-se, então, em dois Nordestes. O Nordeste rico, que é a região litorânea, onde estão as capitais. São 6 milhões no litoral. O Nordeste pobre, que é o interior dos nove Estados. Esse Nordeste pobre, chamado de Sertão Nordestino, tem 46 milhões de habitantes. 2. Como surgiu o Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino? Comecei a viajar no Sertão Nordestino em setembro de 2009. No início de 2010, levamos nossa Equipe da Visitação de Deus para Juazeiro do Norte. Nesse ano e em 2011, essa equipe trabalhou um semestre em Juazeiro, um semestre em Crato, um semestre em Barbalha. Três cidades interligadas que cresceram bastante, e onde a força evangélica é bem pequena ainda (mas era bem menor quando chegamos). A partir dessas três cidades, fui conhecendo as grandes necessidades do Sertão Nordestino. No final de 2010, propus aos pastores das três cidades a realização do Congresso Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino, que aconteceu em março de 2012. Nesse Congresso nasceu o Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino. 3.
Quais
os
objetivos
dessa
organização?
O Movimento Nacional tem como objetivo despertar o interesse e a intercessão dos evangélicos de todo o Brasil pelas populações do Sertão JUNHO 2014
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Nordestino. É o campo missionário mais carente do Brasil. As igrejas evangélicas nunca conseguiram se estabelecer na maior parte do Sertão Nordestino. Há muitas cidades com 1%, 2%, 3% de evangélicos. Milhares de vilas e povoados sem presença evangélica. Isto significa que falta luz e sal, conforme as palavras de Jesus em Mateus 5: “Vós sois a luz do mundo. Vós sois o sal da terra”. Reconhecidamente o maior desafio missionário das igrejas evangélicas. 4. Como
Movimento Nacional pretende alcançar seus objetivos? o
Temos nos esforçado para transmitir aos pastores e líderes de todo o Brasil, informações sobre as necessidades dessa região. Cremos que a informação desperta o interesse e a intercessão. Em seguida, vem a ação. Fizemos o primeiro jogo de cartões de oração, com 30 cartões; em cada cartão uma das cidades menos evangelizadas do Sertão Nordestino. Temos desafiado os crentes a orar cada dia do mês por uma dessas cidades. Agora estamos trabalhando para fazer o segundo jogo de cartões. Mais 30 cidades das menos evangelizadas no Sertão Nordestino. Os congressos nacionais que temos realizado em Juazeiro, atraindo centenas de pastores e líderes de várias partes do Brasil, têm ajudado a informar e motivar esses pastores e líderes a colaborarem na evangelização do Sertão Nordestino. 5. O que de Oração?
são
as
Expedições
Já fizemos duas Expedições de Oração. A primeira foi em março de 2013. Éramos 20 pessoas, viajando em uma Van. Percorremos o interior dos nove estados. Viajamos 3.000 km em sete dias. A Van foi transformada em uma sala de oração. A oração continuava desde o momento em que
entrávamos no veículo, de manhã, até à noite, quando parávamos para dormir. Oração sem cessar, em voz alta. A segunda expedição foi em outubro desse mesmo ano. Cinquenta e duas pessoas dentro de um ônibus, orando sem cessar. Viajamos 1.500 km, percorrendo o interior de quatro estados. Além do clamor pelas cidades por onde passávamos, os participantes da expedição vão percebendo as necessidades da região. Voltam para as suas igrejas com muita vontade de ajudar na evangelização dessa região. 6. Qual é a maior necessidade do Sertão Nordestino? O Sertão Nordestino é a região mais pobre do Brasil. Pobreza, analfabetismo, superstição, são características fortes dessa região. A falta de água é problema crônico. É necessário um grande esforço nacional para mudar a situação social e econômica dessa região. Há também muita escuridão espiritual. A esperança é que com um movimento forte de oração e evangelização, e sendo plantadas novas igrejas na região, teremos, então, o início de uma força propulsora que provocará mudança espiritual, social e econômica. Por isso insistimos em que haja muita intercessão em todo o Brasil por essa região. 7. Como participar do no Sertão Nordestino?
trabalho
Várias possibilidades: a) Enviar casais para abrir novas congregações no Sertão Nordestino. Estamos orando e agindo no sentido de estimular igrejas de todo o Brasil para que abram 10 mil novas igrejas nessa região, em 10 anos (2012 a 2022). b) Enviar equipes de férias para trabalhar com igrejas da região. O Movimento poderá ajudar na orientação dessas equipes.
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c) Enviar obreiros para trabalhar com nossas equipes em Juazeiro e Caicó. Entre outras coisas, nossas equipes realizam a Visitação de Deus em bairros e vilas da região. d) Enviar obreiros para o trabalho da Visitação de Deus nas férias. Em janeiro de 2015 vamos ter uma campanha de um mês na cidade de Caicó, RN. A principal atividade nessas campanhas é ir de dois em dois para visitar todas as residências e orar pelas pessoas. 8. Como Renovada
a
Igreja Presbiteriana poderá
investir
participar do trabalho no
Nordestino?
e
Sertão
Temos desafiado as igrejas para fazerem do Sertão Nordestino seu campo missionário prioritário. Deixamos esse apelo para a liderança da IPRB, e para cada pastor da denominação. O trabalho principal é a abertura de novas igrejas e congregações. Mas, paralelamente, é necessário pensar em obras sociais, que podem abrir portas para a evangelização. Dentro de alguns anos a IPR poderá ser muito forte nessa região. 9. Uma última palavra? Por que se fala tanto em Missões no Sertão Nordestino, e não se fala em Missões no Nordeste? A razão principal é que, de fato, há dois nordestes. O nordeste rico (litoral), como já dissemos, e o nordeste pobre (interior). Quando se fala em Nordeste para pessoas de outras regiões do Brasil, é natural que elas pensem em Fortaleza, Natal, Recife, Salvador. Não pensam no interior, pensam no litoral. Por isso a ênfase em Missões no Sertão Nordestino. Isso ajuda muito as igrejas de todo o Brasil a pensarem, orarem, e investirem nessa população de 46 milhões do Sertão Nordestino. 9
Igreja em ação
II IPR de Teófilo Otoni agradece a Deus pelo “Recanto Renovado” Em 1º de maio deste ano, a II IPR de Teófilo Otoni, MG, realizou um culto de gratidão a Deus pela aquisição e quitação do sítio que, havia muito tempo, era um sonho guardado no coração da igreja. O objetivo era adquirir uma área onde se pudessem realizar batismos, casamentos,
congressos, confraternizações, reuniões presbiteriais. Em 5 de fevereiro de 2014, a igreja quitou a última parcela do investimento, feito em maio de 2010. Mais de 200 pessoas se reuniram no sítio, batizado de “Recanto Renovado”, para agradecer a Deus por sua fidelidade e provisão. Na ocasião,
além do almoço oferecido a todos os presentes, foi realizada uma cerimônia de batismo. “A Deus seja toda glória, pois todos temos visto se cumprir na vida desta igreja aquele que tem sido o seu versículo tema: ‘e eu darei graça a este povo...’ (Ex 3:21)", afirmou o Pr. João Ferreira.
Celebração, ordenação e recepção de pastores marcam reunião ordinária do Ptrim Nos dias 11 e 12 de abril do corrente ano, foi realizada reunião ordinária do Presbitério do Triângulo Mineiro (Ptrim), na cidade de Uberlândia, MG, na III IPR do bairro Alto Umuarama. Na ocasião, foi ordenado ao sagrado ministério o então pastor auxiliar José Carlos Cardoso (pastor da III IPR de Uberlândia); foi recebido o obreiro Silas Lima da Rocha; e foi celebrado também o primeiro aniversário de emancipação da III IPR do bairro Alto Umuarama, informou o Pr. Marco A. Almeida, secretário executivo do Ptrim.
IPR de Guaraci, PR, comemora 42 anos Nos dias 29 e 30 de março de 2014, a IPR de Guaraci, PR, comemorou 42 anos de fundação. A igreja foi organizada logo que nasceu a IPIR – Igreja Presbiteriana Independente Renovada –, em 1972. Um de seus fundadores, o presbítero José Messias Nogueira, aparece na foto ao lado. Atualmente, a igreja é pastoreada por Edivan da Silva Merêncio. Os pastores Rubens Paes, de Arapongas, PR, e José Soares da Rocha, de Londrina, PR, foram os preletores desses dias de festividade cujo tema foi “Avivamento”. 10
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Nossos pastores
Meus pais queriam que eu fosse um jogador de futebol, mas Jesus tinha outros planos para a minha vida Pr. Altair Pereira da Silva
Desde criança, fui preparado e incentivado pelos meus pais, vizinhos e conhecidos a ser jogador de futebol. Não me deixavam trabalhar nem me dedicar exclusivamente aos estudos. O negócio era o futebol. E eu gostava, procurava treinar até de forma exaustiva e fui me destacando. Alguns olheiros, como são chamadas as pessoas que caçam talentos para o futebol, me chamaram e me levaram a um dos clubes mais tradicionais do estado de São Paulo, o Palestra Esporte Clube. Fui contratado, mesmo não sendo associado, o que era muito difícil de acontecer. Mas lá estava eu. Em 1982 passei a jogar no América Futebol Clube, nas categorias de base. Mas, no final daquele ano, dispensado do clube, fiquei desempregado. No ano de 1983, entre idas e vindas, fiz testes no Santos Futebol Clube. Ao voltar dessa viagem, estando ainda na rodoviária de Campinas, SP, visualizei, num guichê, o nome Casa Branca, cidade onde morava um amigo, empresário de futebol. Fui para lá. Qual não foi minha surpresa, o filho desse homem havia se converti-
do ao protestantismo. E não demorou a me apresentar um amigo, Jesus Cristo.
no ano de 1987, concluí o curso de Bacharel em Teologia, em 1990. Em 1991 fui designado para Voltei para minha cidade, São José do Rio exercer o pastorado na IPR de General Salgado, Preto, SP; e ele, por meio de cartas, continuou a SP. Em 1993 fui para Bebedouro, onde pastorei por um ano. E desde 1994 estou pastoreando a me evangelizar. IPR de São José do Rio Preto. Ainda continuei jogando. Fui para São PauDesenvolvi por cinco anos o evangelismo na lo, jogar no Juventus Futebol Clube, ocasião em que frequentei uma igreja evangélica. Depois de cadeia pública em São José do Rio Preto e na um ano, de volta à minha cidade, fui convidado obra social. Por mais de seis anos, através de para fazer uma visita à IPR, e ali tive um encontro cerias com restaurantes, distribuíamos, por dia, real com Cristo. Fui orientado por meus discipu- mais de quinhentas refeições em vários bairros, o ladores a deixar o futebol. Não podia imaginar o que chamou atenção da imprensa local, regional problema que isto me traria. Meus pais não acei- e nacional. taram a decisão, nem meus irmãos e, nem mesReconhecido pelas igrejas e pastores, tive o mo, os amigos. Mesmo assim, rompi com tudo privilégio de ser diretor do Conselho de Pastores e com todos, pelo desejo de experimentar uma de São José do Rio Preto por 12 anos ininterrupnova vida com Cristo. tos. Em 2008, fui candidato a vereador, obtendo 803 votos, o que muito me alegrou pelo reconheO chamado cimento da população. Meu chamado para o ministério aconteceu Fui vice-presidente do Presbitério de Auriflaapós pregar na cidade de Potirendaba, SP, onde ma, tesoureiro do Presbitério de Rio Preto e, no a IPR tinha uma congregação. Ali o Senhor falou momento, sou um dos diretores deste Presbitério. comigo e entendi que estava sendo separado para Também tive o privilégio de ser professor do seuma obra especifica, com tempo integral. minário do Presbitério de Rio Preto, na cidade de Encaminhado ao Seminário de Cianorte, PR, José Bonifácio, SP. Saymonton Miguel Santos Silva (22/02/1996) e - Membro e fundador do Conselho de Segurança Walldsthen Karyston Santos Silva (05/05/1997). Alimentar de São José do Rio Preto;
Detentor do prontuário número 610, é pastor da - Vice-presidente do Conselho de Orçamento IPRB desde 08 de janeiro de 1991. Atualmente, é Participativo; pastor da IPR de São José do Rio Preto, SP. - Membro do Conselho de Saúde, conselheiro loNa vida pública atuou como: cal do bairro Eldorado; O pastor Altair Pereira da Silva, nascido aos - Presidente do Conselho Afro Brasileiro; - Fundador do Negros Brancos e Amigos (N.B.A), 27 de julho de 1965, é casado com Maria Apare- - Membro do Conselho de Preservação dos Patri- união de etnias pela paz, saúde e amor por meio cida Gomes dos Santos Pereira da Silva e é pai de mônios Históricos de São José do Rio Preto; da cultura.
Falecimentos Em 11 de fevereiro de 2014, a irmã Elizabeth Durann foi promovida às mansões celestiais. A causa natural de seu falecimento foi um enfarto fulminante. Dona Elizabeth foi batizada em novembro de 2011, pelos pastores Vanderlei Moraes e João Ferreira, da II IPR de Teófilo Otoni, MG. Durante o tempo que passou nessa igreja, deixou marcas profundas. A despeito das enfermidades que enfrentava, colocava sua habilidade de costureira a serviço do reino. Ajudava especialmente o ministério Canta Criança, confeccionando bonecas e dando acabamentos em outros materiais.
de Dona Elizabeth fizeram. Esse gesto comoveu a todos. “Deus nos deu uma Dorcas. Que o seu exemplo inspire outros a dedicarem seus dons e talentos a serviço do reino”, declarou a irmã Zilly Linhares, coordenadora do ministério Canta Criança. Dona Elizabeth deixou No culto fúnebre realizado na igreja, o filho Mauro, a nora Lia e os netos as crianças fizeram uma exposição dos Tarick, Erick e Laura, informou o Pr. trabalhos que as mãos hábeis e dedicadas João Ferreira. JUNHO 2014
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Faleceu no dia 2 de setembro de 2013, aos 77 anos, a irmã Maria Ritano, esposa do presbítero Osvaldo Ritano, pioneiros da I Igreja Presbiteriana Renovada de Londrina. Maria Ritano, mulher crente e de vida exemplar, era membro da I IPR de Londrina desde 1977. Deixou muita saudade e boas recordações, informou o presbítero Tiago Chanan, secretário da I IPR de Londrina. 11
ARACAJU, SE
Eu Escolhi Esperar reúne mais de 1000 jovens
A Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju recebeu, mais uma vez, o esposa Amanda Tiezzi Josepetti, vive um casamento estruturado nos prinseminário Eu Escolhi Esperar. cípios que abraçaram ainda quando solteiros. Para enriquecer ainda mais o Organizado pelos Jovens Renovados, sob a liderança da Ana Cláudia evento, o cantor Lincoln Borges, ex-integrante desse ministério, ministrou Josepetti de Andrade, o evento recebeu a presença do Pr. Nelson Junior belas canções.
(líder do movimento Eu Escolhi Esperar) que, com sua equipe, ministrou a “Louvamos a Deus por mais essa realização, porque somente pela ação mais de 1000 jovens. do Espírito Santo na igreja é que podemos reunir mais de 1000 jovens, em As palestras tiveram por tema: “Como não sofrer na vida sentimental”, um sábado inteiro, para aprenderem sobre pureza sexual e sobre viver em “Como escolher a pessoa certa” e “O top five dos solteiros”. Os jovens tam- santidade. É por essa mesma ação do Espírito Santo que nossa igreja tem bém tiveram a oportunidade de ouvir o testemunho do Pr. Jeter Josepetti sido forte e tem vencido o maligno, em nome de Jesus!”, afirmou o Pr. de Andrade, que participou deste seminário no último ano e, hoje, com sua Marcos Andrade.
Lançamento Editora Aleluia Se pretendermos compreender e discernir somente aquilo que está diante de nossos olhos físicos, certamente falharemos em nosso ministério. Temos de reconhecer que existe um mundo espiritual que não está plenamente acessível aos nossos sentidos naturais. Isso não tem nada a ver com misticismo, esoterismo e mesmo com o exagerado espiritualismo que vemos em nossos dias. Há um fato que não podemos negligenciar: estamos envolvidos em uma guerra espiritual, e devemos estar sempre preparados para as batalhas. O autor, pastor Sebastião Lúcio Guimarães, é Bacharel em Teologia e Educação Cristã, Mestre em Teologia Prática (TBSB), Mestre em Teologia com ênfase em Educação Missionária (UWC, RSA), Doutor em Teologia com ênfase em Missiologia (Th. D. – UWC, RSA). Foi pastor na África do Sul e Moçambique. Hoje atua como professor, conferencista e professor.