Jornal Aleluia - out/2015/nº411

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ANO XLIV - OUTUBRO/2015 Nº 411

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S ANO

MISPA COMPLETA 40 ANOS

No dia 18 de outubro de 1975, às 21 horas, no templo da IPR de Teófilo Otoni, MG, foi organizada oficialmente a Missão Priscila e Áquila - Mispa, que em 1979 passou a ser o órgão oficial de missões da IPRB. Saiba mais sobre a história da Mispa nas págs. 8-10.

Escola Bíblica Dominical viva!

1ª IPR de Cianorte, PR, e 2ª IPR de Teófilo Otoni, MG, testemunham o sucesso de suas EBDs

1ª IPR de Cianorte, PR

Falece o pastor Enéas Tognini

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Em 9 de setembro, faleceu, na capital paulista, aos 101 anos, o Pr. Enéas Tognini, um dos grandes nomes na história do avivamento brasileiro nas igrejas históricas, na década de 1960, fundador da Igreja Batista do Povo e do Seminário Teológico Batista Nacional. O sepultamento ocorreu no dia 10 de setembro, às 15h, no Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, SP.

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2ª IPR de Teófilo Otoni, MG

Nesta edição Dimensões do alcance da Missão Priscila e Áquila Pág. 2 Perseverando até o fim

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Medo - doença, virtude ou vergonha?

Pág. 7

O legado espiritual dos reformadores

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Lições de vida que uma criança nos legou Pág. 14


Mispa - 40 anos

Dimensões do alcance da Missão Priscila e Áquila

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1:8). Por ocasião do Jubileu de Rubi da Missão Priscila e Áquila (Mispa), queremos refletir um pouco sobre a missão da igreja de evangelizar o mundo, a começar pela cidade onde se encontra. A Mispa nasceu com esse propósito e, há 40 anos, envia e sustenta missionários em diversos lugares do Brasil e do mundo (Mt 28:18-20). O momento é oportuno para tributarmos gratidão e louvores a Deus por este órgão de missões. Nossa profunda gratidão a todos os ex-presidentes e diretores da Mispa, e também aos vice-presidentes, secretários e tesoureiros de todas as gestões. Ao

Pr. Altair Batista Linhares, seu fundador-mor, pastor pioneiro da IPRB, bem como a seus familiares. Sabemos das dificuldades e desafios enfrentados no começo desta obra. O que antes era um sonho se tornou realidade incontestável. Nesta oportunidade, nominamos os demais presidentes, como forma de gratidão: Natanael Antônio Palazin, 2º presidente e pastor pioneiro da IPRB; Pb. Loudomiro Carneiro, o presidente que ocupou o cargo pelo período mais extenso (20 anos); pastores Daniel da Silveira, Cláudio Cézar Soares e Florencio

Moreira de Ataídes, atual presidente. Cada um contribuiu no tempo certo para a formação, estruturação e crescimento da Missão. Não poderíamos nos esquecer de incluir nos agradecimentos todas as IPRs que têm sido colaboradoras no avanço da Mispa, enviando, mensalmente, suas contribuições; as agências missionárias, como a Missão Antioquia, pelas parcerias realizadas; bem como aqueles(as) que ajudaram ou ajudam algum projeto da Missão. A todos que fazem parte destas comemorações, nossa eterna gratidão.

erusalém é o epicentro da evangelização mundial. Foi lá que nasceu a Igreja do Senhor, em um cenáculo de oração, por ocasião da Festa das Colheitas, mais conhecida como o dia de Pentecostes. Povos de diversos lugares estavam reunidos quando, de repente, o Espírito Santo desceu sobre eles, de maneira sobrenatural (At 2), cumprindo-se o que Jesus havia dito aos discípulos: “Ficai, pois, em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). No contexto de Atos 1:8, o cenário é o seguinte: após a ressurreição, Jesus reaparece aos discípulos e fica com eles por um espaço de 40 dias (At 1:3). Antes de ser assunto aos céus, estando reunido com os discípulos no Monte das Oliveiras, estes lhe perguntam quando seria o tempo da restauração do reino de Israel. O Senhor Jesus lhes responde dizendo que não lhes competia conhecer os tempos e as épocas que o Pai reservou. Então, foi nessa hora que Jesus falou da descida do Espírito Santo (At 1:8). Neste texto, ele repete as promessas da Grande Comissão (Mt 28:18-20; Mc 16:14-18; Lc 24:44-49 e Jo 20:21), porque sabia que sua Igreja não teria condições de alcançar as dimensões propostas por ele na Grande Comissão sem o auxílio do Consolador, o Espírito Santo. Por isso, disse: fiquem em Jerusalém até receberem o poder do alto. Em outras palavras: eu vos capacitarei e vos revestirei de poder, para enfrentarem o desafio de alcançar todas as dimensões, como minhas verdadeiras testemunhas neste mundo. Jerusalém: dimensão urbana-local Biblicamente falando, todo aquele que é salvo em Jesus é um missionário em potencial. Por isso, quando Jesus fala que o cristão precisa ser sua testemunha primeiro em Jerusalém, é certo que ele está falando do desafio de ser missionário na própria cidade. Ou seja, antes de alguém ser missionário em qualquer lugar do mundo, precisa fazer a obra de um evangelista em sua própria casa, bairro, trabalho, escola e cidade. Há cristão que não tem coragem de atravessar a rua onde mora para pregar o evangelho a alguém, mas tem a pretensão de atravessar o oceano para ser missionário. Primeiro é preciso ser missionário na dimensão urbana e local. Portanto, não tem fundamento querer ser um missionário(a) em outra cidade, sem passar pelo crivo da experiência da evangelização urbana. A igreja de Antioquia não enviaria Barnabé e Saulo, se eles não fossem cristãos de destaque na igreja local (At 13:2). Da mesma forma, a criação da Mispa não teria sentido algum, se a igreja onde ela nasceu não

se preocupasse em evangelizar a própria cidade. A evolução do trabalho de uma igreja pode ser percebida pelo seu grau de interesse e preocupação com as pessoas de sua própria cidade, que precisam ouvir o evangelho. Judeia: dimensão urbana-nacional A Mispa nasceu com o propósito de evangelizar primeiro a Bahia, onde não havia sequer um trabalho da Igreja Presbiteriana Renovada. A igreja não pode ficar focada apenas em sua cidade. Alguém disse que a igreja que não evangeliza deixa de ser missionária. Então, ela não poderá fazer missões em outras cidades sem antes evangelizar a cidade onde se encontra. Jesus ensinou que este processo é simultâneo, pois ao mesmo tempo em que ela procura alcançar a dimensão local, precisa buscar alcançar as demais dimensões. A Mispa surgiu para alcançar o Estado da Bahia. As primeiras visitas feitas pelo Pr. Altair Linhares à terra a ser conquistada nesse Estado foram às cidades de Vitória da Conquista e Jequié. Depois, partiu para alcançar outras cidades. Mais tarde, em 1979, quando a Mispa se tornou órgão oficial de missões da IPRB, seus diretores foram sendo desafiados a abrir campos missionários em diversos lugares do Brasil. Hoje, há dezenas e dezenas de trabalhos que foram emancipados e que se tornaram igrejas consolidadas, que também estão fazendo missões. Samaria: dimensão urbana-continental Jerusalém pode ser a nossa cidade, Judeia, a nossa nação, e Samaria, a América do Sul, onde estamos localizados. Por isso, a história de fundação da Mispa tem tudo a ver com nosso continente, uma vez que ela nasceu com a visão de alcançar este continente-urbano. Sua história é muito edificante. Os primeiros passos para entrar no Estado da Bahia não foram fáceis. À medida que cidades brasileiras iam sendo alcançada, a Missão se fortalecia e, aos poucos, missionários eram enviados para países da América Latina. Hoje, há igrejas renovadas em diversos países. No entanto, a América Latina ainda se constitui um grande desafio para a Mispa e para a IPRB. Não pense o leitor que os países resistentes ao Evangelho estão apenas em outros continentes. Não precisamos ir muito longe, pois perto de nós há países em que a Palavra de Deus não pode ser livremente pregada. Há muitas pessoas em nosso continente que ainda não ouviram o evangelho. Lamentavelmente, em nosso continente há praticamente de tudo, desde secularismo moderno, passando pelo animismo, que culmina

com o sincretismo religioso, vivenciado por cristãos nominais, cujo catolicismo é místico. Confins da terra: dimensão urbana-global Confins da terra podem se referir ao “mundo inteiro” que precisa ser alcançado pelo evangelho: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, então virá o fim” (Mt 24:14). Portanto, todo o contexto transcultural constitui-se no grande desafio da obra missionária. Ou seja, os povos de outra cultura, raça, língua que, às vezes, estão dentro das próprias fronteiras geográficas; os povos não-alcançados, como as tribos indígenas, os mais de três bilhões da Janela 10/40, chamada também de Cinturão de Ferro, o mundo muçulmano, budista, etc. Verdade é que o desafio da Igreja para alcançar esta dimensão é grande. A Mispa e outras agências missionárias estão empenhadas em fazer cumprir a ordem de Jesus: “Ide por mundo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). A visão do projeto do Pr. Altair Linhares, homem desbravador e destemido, era começar a evangelização pela Bahia, depois o restante do Brasil e o mundo. E isto se cumpriu, porque a Missão está atualmente em diversos países da Europa, África, Ásia e América. Precisamos orar muito por seus diretores e funcionários da Base, em Assis, SP. Orar, incessantemente, pela saúde, família, finanças, adaptação, aprendizagem da língua, sabedoria dos missionários e missionárias que estão no mundo inteiro levando a Palavra de Deus aos perdidos, e pedir muita graça de Deus sobre eles. Se o leitor não pode ir, poderá contribuir; se não pode contribuir, poderá orar e interceder; mas se não pode orar nem interceder, rogue a misericórdia de Deus sobre sua vida. Por fim, é bom que esclareçamos que foi de propósito o uso da palavra URBANA, em todos os pontos desta reflexão, o que justifica que cada dimensão a ser alcançada pela Mispa ou pelo cristão é parte inseparável do contexto urbano, porque as realidades sociais, políticas, culturais e religiosas das cidades são próprias de cada uma delas. Por isso, não nos esqueçamos de que todo cristão é um missionário em potencial e responsável por alcançar essas dimensões com a evangelização.

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Pr. Advanir Alves Ferreira Presidente da IRPB

ÓRGÃO OFICIAL DA IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA DO BRASIL Editado mensalmente, exceto em janeiro

Redação Pr. Rubens Paes Luana Cimatti Zago Publicações de matérias de interesse interno da Igreja, sem finalidade lucrativa. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Textos e fotos remetidos para impressão entram, a partir da publicação, em domínio público, não cabendo ao autor qualquer reclamação quanto a direitos autorais.

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Fundado em janeiro de 1972 por Pr. Abel Amaral Camargo Rev. Azor Etz Rodrigues Pr. Nilton Tuller Pr. Palmiro F. de Andrade

Junta de Publicações da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil Diretoria 2013/2015

Presidente de honra: Prof. Joel R. Camargo Presidente: Pr. Rubens Paes Vice-presidente: Pr. Adilton Ap. da Silva I Secretário: Pr. Marcelo dos Santos Gaspari II Secretário: Pr. Edson de Souza I Tesoureiro: Pr. Genival Pereira Cruz II Tesoureiro: Pr. Benedito Vieira da Silva

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Abreviaturas e Siglas AEEB: Associação Evangélica Educacional e Beneficente - AEEB-BC: Associação Educacional e Beneficente Brasil Central - AGE: Assembléia Geral Extraordinária - AGO: Assembléia Geral Ordinária - EBD: Escola Bíblica Dominical - EBF: Escola Bíblica de Férias - EMPA - Escola de Missões da MISPA FUNPREV: Fundo de Previdência - IPR: Igreja Presbiteriana Renovada - IPRB: Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil (a denominação) - MISPA: Missão Priscila e Áquila - PESC: Planejamento Estratégico de Crescimento Integral Sustentável - Pr.: pastor - Pr. Aux.: Pastor Auxiliar - Presb.: Presbítero - SAT: Seminário de Atualização Teológica - SC: Secretaria Central - SPR: Seminário Presbiteriano Renovado.

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Igreja em ação

8º Congresso do Grupo Feminino da 2ª IPR de Vilhena, RO O Grupo Feminino da 2ª IPR de Vilhena, RO, realizou seu 8º Congresso. Houve grande festa e conversão de almas, para a glória de Deus. Sob o tema “E vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação”, pregaram a Palavra os pastores João Ancelmo e Denis de Araújo. Informou o Pr. João de Deus Teixeira.

Culto especial impacta IPR do Jd. Irene, em São Paulo

Em 29 de agosto, a IPR do Jd. Irene, em São Paulo, SP, sob a liderança do Pr. Ivan Marinho, realizou um culto especial, cujo tema foi “Toma o teu lugar”. O preletor da noite foi o Pr. Carlos Rocha. Informou Pedro Gabriel.

Batismo em Aquidauana, MS

IPR de Encruzilhada, BA, completa 36 anos A IPR de Encruzilhada, BA, comemorou, nos dias 8 e 9 de agosto, seus 36 anos. A Palavra, cujo tema baseou-se em Mateus 16:19, foi ministrada pela evangelista Hilvana Souza. E o cantor Joselito Filho louvou ao Senhor. Informou o Pr. Silvio Santos de Jesus.

A IPR de Aquidauana, MS, recebeu, em 23 de agosto, 19 membros por batismo. Informou o Pr. Luiz Carlos Mendes.

O que é uma igreja verdadeira? Tenho viajado por todo o país, e fora dele também, e sempre escuto a mesma pergunta: “O que fizeram do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo?” Pouco se fala de salvação, mas é comum ouvirmos o “evangelho da troca”: dê mil para receber 1 milhão de reais. Se der muito, será abençoado; do contrário, não. E os que não têm nada, como fazem? Quando morrerem vão para o inferno? Como será isso? O que é uma igreja verdadeira? Há pouco, vi um pastor pedindo oferta de dez mil, de cinco mil, de mil e de quinhentos reais. Se houvesse alguém com uma oferta menor que quinhentos reais, não deveria entregar, pois ele se recusaria a receber. Que tipo de evangelho é esse? Porventura esse OUTUBRO 2015

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pregador ou esse tipo de pregador não conhece a realidade de seu país? O salário mínimo mal dá para os pais sustentarem suas famílias. Estive com um jovem pregador, no sertão de Pernambuco, em Barra de São Pedro, que recebe duzentos e cinquenta reais por mês para cuidar da igreja. É com esse salário que ele sustenta sua família. E ainda há pregador que pede uma exorbitância de oferta todos os dias, duas ou três vezes ao dia. A Bíblia diz que, no fim dos dias, os homens seriam amantes de si mesmos, presunçosos, avarentos. Ao viajar pelo Vale do Jequitinhonha e pelo Sertão

Nordestino, não vejo os pregadores da prosperidade por lá. Por que será? O que é uma igreja verdadeira? Respondo: é aquela que prega o amor de Cristo e seus ensinamentos. É esta igreja que queremos e devemos ser. Pr. Geraldo Gabriel Ipatinga, MG

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Institucional Institucional

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Novembro

Edmilson Soares dos Santos Márcio Sobreira de Souza Otacílio Gonçalves de Oliveira Héverton Luiz Bacha Junival Alves dos Santos Antônio Braz Teodoro Élcio Roberto Caetano Ermiro Malaquias de Oliveira Luiz Carlos Pinto Altair Batista Linhares Edivaldo Ferreira Rodrigo Correia Da Silva Wellington Luís Araújo Lima Dejaime Oliveira Farias Edmilson Lopes da Silva Luciano André Andrian Mariano Carlos Mateus Reinaldo Gonçalves Erasmo Carlos dos Santos Fernando Vanalli Joel Lopes Farias Florêncio Gomes de Lima Francisco de F. N. Oliveira Gilberto Luís Malaspina José Valmir Dias Rosa Hugo Vieira da Costa Ilto Paulo da Silva Isaías Ventura Valdivino Remes da Silva Célio Rodrigues João Sabino Moreira Saulo José Borges Cléverson de Souza Assêncio Émerson Jorge da Silva João Edmar da Silva Paulo Bispo Vivi de Oliveira João Ferreira de Freitas Filho Lucas Cardoso Almir Rogério Ruiz Jaime Ana Maria Dourado Osvaldo Rodrigues Zengo Renato Sena e Silva Ruben D. Guzman de los Santos Thiago Henrique Santos Vianna Luiz Almeida de Moraes Júnior Luiz Antônio Barbosa Maurício Pinheiro de Jesus Pedro Henrique Moraes Borges Robert Stephen Cooper Edson Luiz de Souza Isaías Aparecido de Souza Josué da Silva Julio Cézar de Oliveira Marcílio Joaquim dos Santos Ailton Cesar Garbosse David Doria Gonçalves Jane Cândida dos S. Pacheco Manoel Barbosa de Sousa Levi Neves de Miranda Marcos Antônio F. Maciel Vilson Júnior Machado David Correia Brasil Francean Belo Mendes Josias do Amaral Lucas Pereira da Silva Marcus Vinícius Cunha Wendel Antônio Porto Andrey Marcelo Garcia Benício Máximo de Carvalho Elio Ferreira dos Santos Gilson Luís de Paula Reis Marcos de Souza Franco Wagner André de Barros Edson Pinheiro Gonçalves Luís Benedito de Jesus Machado Wanderley da Silva Adalberto Pereira de Jesus Cosme Ribeiro Esley Roberto Jordão de Souza Gédison Cardoso da Silva Joanito Ribeiro de Oliveira Jobel Cândido Venceslau José Santana de Souza Junio Ferreira de Jesus Oziel Fernandes Viana João Bortolato Sobrinho Paulo Ricardo Costa Guilherme Eli Berbeth Carvalho Francisco Vieira de Sá Filho Maria Aparecida Paulino da Silva Nivaldo Cecílio Christianini Adolfo Neves Ivani Maria da Silva Manoel Santos Coutinho Marcello Scopel Charliton dos Santos De Sousa Francisco Alves dos Santos Jayme Gervasio Villela Claudomiro Ferreira da Silva Edes Guimarães da Silva Divino de Deus Eterno Leandro Stori Resende Nivaldo Luiz da Silva Ronaldo Costa Maia Geraldo Vieira de Aguiar João Adalberto de Freitas Júnior Osvandi Pedroso Tiago Donizete de Matos Valério Wilson Bonganha Israel Florenciano de Matos Moacir Sgorlon José Osvaldo Mendes Costa Moisés Gusmão Júnior Renato Santos Gomes Valdir Luiz de Almeida William Roberto Rodrigues Calvão

Boituva SP Anápolis GO Suzano SP Borda da Mata MG Anápolis GO Anápolis GO Gama DF Araras SP Ouro Preto do Oeste RO Teófilo Otoni MG Ariquemes RO Assis SP Anápolis GO São Paulo SP Curitiba PR Apucarana PR Dourados MS Sinop MT São Luís MA Maringá PR Campo Grande MS Campo Grande MS Porto Velho RO Goiânia GO Jussara GO Wattignies França Lencóis Paulista SP Itaúna MG Guarulhos SP Alto Araguaia MT Gov. Valadares MG Anápolis GO Sta. Cecília do Pavão PR S. Bernardo do Campo SP Goiânia GO Maringá PR Ouro Preto do Oeste RO Teófilo Otoni MG Marialva PR Valinhos SP Goianésia GO Cascavel PR Bauru SP Corumbá MS Itaobim MG Arari MA Padre Paraíso MG Terra Boa PR Itumbiara GO Londres SP São Paulo SP Ariquemes RO Assis SP Gov. Valadares MG Recife PE Lages SC Aracaju SE Polska Polônia Gama DF Nova Santa Rosa PR Manaus AM Curitiba PR Maringá PR Porto Acre AC Florianópolis SC Porteirinha MG Bauru SP Anápolis GO Mandaguari PR Aquidauna MS Juranda PR Goiânia GO Londres Inglaterra Palmares PE Gov. Valadares MG Cândido Mota SP São José SC Camaçari BA Luanda Angola Lins SP Bauru SP Gov. Valadares MG Assis SP Cuiabá MT Tapejara PR Lagamar MG Barueri SP Natal RN Mamborê PR Iporâ PR Assis SP Bauru SP Maringá PR Santiago Maior Cabo Verde Cabreúva SP Curitiba PR Fortaleza CE Senador Pompeu CE Santa Fé do Sul SP Maringá PR Gov. Valadares MG Goiânia GO Buritis RO Tucuma PA Assis SP Ribeirão das Neves MG Fortaleza CE Tietê SP Capão Bonito SP Mogi-Guaçu SP Belo Horizonte MG Campo Grande MS Angatuba SP Uberlândia MG Camaçari BA Goiânia GO Goiânia GO

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Igreja em ação

1ª IPR de Cianorte, PR, testemunha o sucesso e a eficácia de sua Escola Bíblica Dominical A Escola Bíblica ainda é uma importante ferramenta de evangelização e ensino bíblico para cristãos, contrariando a opinião de muitos que a veem em crise. Aprendemos, com a experiência, que é necessário muito esforço para consolidá-la, pois não são poucas as circunstâncias contrárias ao seu bom funcionamento. Ao longo do tempo, a 1ª IPR de Cianorte investiu em algumas ações para melhorar a eficiência da EBD, dentre elas: • Professores capazes de ensinar as Escrituras. Pessoas com temor a Deus e conhecedoras das doutrinas cristãs. • Investimento na estrutura física e no ensino sistemático, com material de boa qualidade doutrinária. Construímos, nos últimos

Classe maternal

anos, um prédio para educação religiosa com sete amplas salas, especificamente para EBD, que também são utilizadas para cursos e treinamentos. • Valorização e treinamento de professores e auxiliares. Tivemos, em 26 de agosto último, uma palestra com o Pr. Gilberto Celeti, Superintendente Nacional da Apec, cujo tema foi: “Os ataques do inimigo às crianças”. • Classes para todas as idades. Atualmente, os alunos estão divididos em 12 classes, e temos duas classes para situações especiais, transitórias, que são a de jovens casais e a de novos membros. • Incentivo aos membros da igreja, principalmente aos pais, a virem e trazerem seus filhos para participar dos estudos, promovendo a

integração entre igreja e família. Temos vivenciado, além da educação cristã, momentos de grande comunhão do corpo de Cristo. Temos aproveitado a EBD também para comemoração de datas especiais, como Dia das Mães, Dia dos Pais, trabalhos com o Departamento Infantil, que visam sempre à valorização das famílias. No início do ano letivo da EBD, após o período de férias de três domingos, que ocorrem entre o final do ano e o início do próximo, fazemos um trabalho especial, no qual convocamos os membros para a volta à EBD. Temos o que chamamos de Escola Bíblica Padrão, um desafio que fazemos à igreja com o propósito de atingirmos a marca de 100% em nossos índices, geral-

Classe de crianças

mente no 3º domingo de setembro, em comemoração ao Dia da EBD. Procuramos não agendar nenhum evento da igreja ou dos ministérios para o domingo de manhã, deixando-o somente para a EBD. Após anos à frente da EBD, com muito trabalho e dedicação, com o apoio de colaboradores, do Conselho da igreja, do Pr. Antônio Carlos Paiva e, principalmente, com a direção de Deus, temos conseguido reverter uma situação de aparente crise, com queda de frequência e desinteresse pelo conhecimento e estudo da Palavra, para um crescimento numérico e qualitativo, principalmente entre crianças e jovens. Pb. Márcio Gomes Superintendente da EBD Cianorte, PR

Classe de adolescentes

Trabalho com o dpto. infantil

Comemoração do Dia dos Pais

Classe de varões

Departamento infantil OUTUBRO 2015

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Classe de jovens

Prédio das salas de aula Jornal Aleluia

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Mensagem bíblica

PERSEVERANDO ATÉ O FIM

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verte: “como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação?” (Hb 2.3). Ele sabe que, uma vez salvo por meio do sangue de Cristo, não há outro meio de remissão de pecados. A morte expiatória de Cristo naquela cruz é o único meio para que o homem possa ser redimido e salvo. Por isso, os irmãos hebreus não poderiam descuidar-se dessa salvação, voltando atrás e apostatando-se da fé. O autor faz severa exortação para que eles se cuidassem, para que eles se preparassem, para que eles se fortalecessem em tudo aquilo que haviam aprendido, a fim de que pudessem ter profundas raízes na fé e não naufragassem. Era preciso dar mais uma olhada naquilo que haviam aprendido. Era preciso que se agarrassem àquilo que seus pastores e bispos lhes haviam ensinado. O evangelho da salvação eles já conheciam, mas era preciso relembrar e agarrar-se a ele, para que não fossem, como afirma Dr. Russell Shedd sobre o texto, levados pela correnteza. A advertência do autor de Hebreus aos irmãos, que já compunham a quarta geração de cristãos, era de que eles precisavam perseverar até o fim, mas, para isso, precisavam ter profundas raízes na fé. Essa exortação cabe a nós também, pois Jesus disse que aquele que perseverar até o fim será salvo. A lição que o texto nos ensina aqui é esta: para perseverarmos até o fim, precisamos ter profundas raízes na fé. E elas realmente são necessárias, pois nos ajudam a:

cho muito interessante quando as pessoas se empolgam em ver uma maratona. Mais interessante ainda quando há pessoas que desejam correr essa maratona. Na Corrida de São Silvestre, por exemplo, a mais famosa e tradicional do Brasil, realizada em São Paulo, há milhares de participantes, apenas um leva o prêmio, mas todos os que cruzam a linha de chegada podem ser considerados vencedores. Eles chegaram ao fim da maratona. Eles terminaram aquilo a que se propuseram fazer. Mas, e aqueles que não terminam? Dentre vários fatores que os impedem de terminar a corrida, o principal deles é a falta de preparo. Eles precisam estar preparados para chegar ao fim. Eles precisam ter o desejo de chegar ao fim. Eles também precisam de algo que os impulsione e incentive a terminar a maratona. E é essa, exatamente essa, a preocupação do autor de Hebreus. Muitos estavam se desanimando de sua caminhada com Cristo por, simplesmente, não estarem se preparando para a caminhada, para a maratona que se iniciara com sua conversão ao evangelho. O autor os incentiva a se apegarem com mais firmeza àquilo que eles já conhecem. A Carta aos Hebreus é escrita em caráter de urgência, pois irmãos que haviam se convertido I – Entender a severidade do judaísmo ao Senhor Jesus estado juízo divino vam tencionando voltar às velhas práticas, voltar ao judaísmo e, por “Se, pois, se tornou firme a paisso mesmo, é que o autor os ad- lavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo” (Hb 2:2). O autor expressa sua preocupação de que seus leitores compreendessem que o juízo divino era iminente e completamente justo. Deus, ao julgar, não age com injustiça, nem com complacência 6

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com o pecado. Não! Ele pune o pecado, pois isso faz parte de sua natureza santa e justa, e o contrário seria negar tal natureza. Algo constante é esse contraste que o autor faz entre os dias da aliança do Sinai com o povo de Israel e os dias que ele estava vivendo. Ele apresenta o juízo de Deus sobre o povo hebreu que não guardou a aliança dada por meio dos anjos a Moisés. Ora, esta Lei preciosa, a aliança de Deus, permaneceu totalmente firme. O Eterno não deixou que nenhuma daquelas palavras de condenação para a desobediência caísse. E ressalto aqui o que o autor destacou também: uma palavra falada por meio de anjos. Qual a importância disso? A importância disso se mostra no versículo 3, quando ele faz uma pergunta desesperada: “como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”. Porque, agora, a revelação final de Deus se dá em Cristo Jesus. Não existe mais ninguém além de Cristo que possa salvar a humanidade caída do pecado e, logo, da condenação eterna. Como, então, ignorar as palavras do próprio Jesus, que disse: “quem crer e for batizado será salvo, quem, porém, não crer, será condenado” (Mc 16.16)? Como poderemos desprezar tais palavras tão sérias? O juízo de Deus é severo contra o pecado. Portanto, não podemos ignorá-lo se quisermos permanecer prontos para o grande dia do Senhor. Precisamos estar preparados para esse dia, e só estaremos, se não negligenciarmos a severidade do juízo divino, por isso precisamos ter profundas raízes espirituais. Tais raízes ainda nos ajudam a:

II – Confiar nas promessas de Deus expostas nas Sagradas Escrituras

Eles já sabem que somente em Jesus serão salvos no dia da ira de Deus. Conhecem as palavras de vida eterna contidas no evangelho. Eles conhecem a palavra de Deus. O que o autor requer de seus leitores agora? Que eles se apeguem com mais firmeza a isso. Que eles, agora, não apenas conheçam, mas confiem nessa palavra de salvação. Que eles firmem suas bases cristãs nas promessas da palavra de Deus. Era preciso ter uma vivência maior dessas verdades, uma olhada a mais nas promessas descritas no evangelho de Cristo Jesus, para que não se sentissem tentados a voltar atrás. Para o autor, apegar-se com mais firmeza significa depositar nas verdades ouvidas (o evangelho, as palavras de Jesus) toda a confiança existente em si, assim como um filho agarra-se ao pai no momento em que se sente amedrontado por algo que o ameaça. Os seus leitores sabem do que ele está falando. Eles são crentes, são discípulos de Cristo, mas precisam rever aquilo que já conhecem para que possam depositar maior confiança nisso e, assim, não se afastar do caminho de Deus. Na caminhada com Deus, geralmente, sofremos por falta de conhecimento das promessas de Deus, mas sofremos mais ainda quando as conhecemos e não depositamos nossa confiança nelas, não nos apegamos às verdades já ouvidas. Confie nas promessas de Deus e em sua eterna palavra. E para que essa confiança se estabeleça, precisamos aprofundar nossas raízes da fé em Cristo Jesus. Porque tais raízes ainda nos ajudam a:

III - Permanecer firmes mesmo quando somos tentados a olhar para trás

“ [...] para que delas jamais “[...] importa que nos apegue- nos desviemos” (Hb 1:2). Um cântico antigo dizia: “Há mos, com mais firmeza, às verdamomentos que, na vida, pensades ouvidas” (Hb 2:1). O que o autor está explicando mos em olhar pra trás. É preciso a seus leitores é que eles já conhe- pedir ajuda para poder continuar”. cem a verdade. Eles já conhecem E isso é uma realidade na vida de todo o plano de salvação realizado qualquer pessoa que inicia uma cana pessoa do Senhor Jesus Cristo. minhada com Deus, tanto quanto o Edição 411

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Mensagem bíblica foi na vida dos irmãos que receberam essa carta de encorajamento. Veja que o autor alerta os hebreus quanto ao perigo de se desviarem daquilo que aprenderam. As “verdades ouvidas”, ou seja, o evangelho de Cristo era algo a que eles precisavam constantemente se apegar para que não retrocedessem na caminhada cristã. Esses irmãos, judeus conversos, estavam sendo tentados a voltar às práticas do judaísmo e abandonar a fé em Cristo Jesus por diversos motivos. A questão não são os motivos, a questão é que qualquer pessoa pode ser tentada a abandonar a fé, o que não significa que Deus não irá cooperar conosco com todas as bênçãos espirituais conquistadas na cruz para que os seus santos perseverem até o fim. Contudo, é preciso cuidado para que não venhamos a ceder a esta tentação, pois, além de Cristo, não temos mais ninguém a quem possamos recorrer, se nos afastarmos das palavras do evangelho da salvação. O autor ainda diz, em sua carta, no capítulo 10 e versículo 26, que “se vivermos deliberadamente em pecado, depois de ter-

mos recebido pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados”. É preciso permanecer firme e não abandonar a fé. O autor ainda nos faz a seguinte declaração: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hb 10:39). Não retroceda! Fique firme! Aguente até o fim. Mas lembre-se, você não precisa lutar com suas próprias forças, Deus já proveu o que você precisa para perseverar até o fim. E o que você e eu precisamos são de profundas raízes em nossa fé. Pois elas ainda nos ajudam a:

rio: o povo que recebeu o justo castigo por não crer na palavra de Deus e por zombar da justiça de Deus com seus constantes pecados foi o mesmo que viu as dez pragas do Egito, que viu o Mar Vermelho se abrir e depois se fechar, fazendo sucumbir Faraó e todo seu exército. Foi o mesmo povo que viu o maná vir dos céus para alimentá-lo, viu Deus enviar codornizes. Viu a nuvem do Senhor protegendo-o e orientando-o durante o dia, bem como a coluna de fogo durante a noite com o mesmo objetivo, e inúmeros outros sinais e maravilhas que Deus realizou. No entanto, eles zombaram do juízo de Deus ao adorar o bezerro de ouro; ao insultar o maná, chamando-o de “pão desprezível”; ao IV – Compreender o que é não crer que Deus poderia prover mais importante para nós carne, água e tudo aquilo que eles “[...] como escaparemos nós se necessitassem; ao não crer que, negligenciarmos tão grande sal- mesmo tendo gigantes na terra provação?" (Hb 2:3) metida, Deus os faria herdar aquele Para o autor, o que era realmen- lugar, pois sua palavra não falha. te importante era a salvação de O que vemos em tudo isso? todo aquele que cria em Jesus. Que os milagres, os sinais e as maAo olhar para o Antigo Testa- ravilhas que o povo viu e desfrumento, o autor mostra que o povo tou não eram o mais importante de hebreu recebeu o justo castigo. tudo. O que mais importava para Lembremo-nos de algo muito sé- Deus era a obediência e a confian-

ça em suas palavras. Por isso o autor nos alerta: “como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”. Ou seja, podemos ver Deus agindo em nossa vida de forma sobrenatural, com milagres, sinais, maravilhas e prodígios sem fim, mas o que importa realmente é que “nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas para que delas jamais nos desviemos” e que não negligenciemos tão grande salvação, na pessoa do Senhor Jesus, pois somente a palavra de Deus e a obra de Cristo na cruz garante que chegaremos ao fim de nossa caminhada com Deus. É preciso perseverar. Mas só perseveraremos até o fim se estivermos preparados. Por esta razão, importa que tenhamos profundas raízes na fé. Que Jesus o abençoe nessa caminhada. Que você possa resistir bravamente como alguém que combaterá o bom combate, um dia encerrará a carreira e guardará a fé, aguardando também a coroa da justiça que está reservada. Pr. Willian de Souza Palma Santo Inácio, PR

Medo – doença, virtude ou vergonha? Ter medo é uma virtude prudente, uma doença que deve ser tratada ou vergonha que estigmatiza a pessoa como medrosa? Para responder a essas perguntas, é necessário analisar caso a caso. Entretanto, avaliando superficialmente diferentes situações, o medo doentio é aquele que, quase sempre, não tem fundamento, aliás, não há motivo de sua origem. A pessoa vive com medo de tudo e de todos. Hoje é denominado pela medicina como síndrome do pânico. O medo vergonha é aquele que impede a pessoa de enfrentar uma situação. Isto é, a pessoa pode e deve encarar determinada circunstância, mas, por covardia, deixa de fazê-lo. Nesse caso, o enfrentamento é necessário para se evitar um mal maior, mas, falta-lhe coragem. Como exemplo bíblico, podemos citar o medo que o povo de Israel sentiu do giOUTUBRO 2015

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gante filisteu – Golias. Eram muitos homens, muitos guerreiros, mas todos se acovardaram. Bastaria a união de forças para a derrota do gigante (1Samuel 17:11). O fato é que, apenas um homem, ungido e protegido por Deus, de nome Davi, resolveu enfrentá-lo e vencê-lo diante de todo o povo de Israel (1Samuel 17:49). Finalmente, temos o medo virtude, que envolveu o apóstolo Paulo. Na segunda carta aos Coríntios, Paulo demonstra um medo fundado, um medo prudente e zeloso pelo que era e é correto: “Pois receio que, quando chegar, não vos ache como eu vos quero, e eu seja achado de vós como não me quereis, que de alguma maneira haja contendas, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos e tumultos. Receio que quando for outra vez, o meu Deus me humilhe no meio de vós, e chore por muitos daqueles que dantes pecaram, e não se arre-

penderam da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” (2Co 12:20,21). O medo de Paulo era, ao chegar à igreja de Corinto, encontrar imoralidade e contenda instaladas entre os irmãos, o que certamente o levaria ao choro e à humilhação perante Deus. Que dizer do medo de Paulo, uma vergonha ou uma virtude? Ele poderia, simplesmente, ignorar a situação e dizer: “se querem viver assim, que vivam”. Todavia, o grande zelo de Paulo é o mesmo que pastores devem ter com suas ovelhas, esforçando-se ao máximo para que não se desviem do caminho. O medo, o zelo, o choro e a preocupação devem fazer parte Jornal Aleluia

dos líderes espirituais na condução do rebanho do Senhor, que muitos, por covardia ou acomodação, têm deixado à mercê de lobos travestidos de cordeiro. O certo é que, mesmo a distância, Paulo agia com grande zelo, orientando através de cartas. Será que os líderes de hoje têm demonstrado o mesmo medo ou zelo com o destino de suas ovelhas? Marco Aparecido de Toledo Advogado, empresário e teólogo Lençóis Paulista, SP 7


Mispa - 40 anos

Mispa: uma história Há quem diga que quem nasce grande é monstro. Esse não seria o caso da Missão Priscila e Áquila (Mispa), que nasceu humilde e pequena, em Teófilo Otoni, norte de Minas, no Vale do Mucuri, talvez vista, naquela época, como uma cidade pequena, porém promissora, conhecida como a Capital Mundial das Pedras Preciosas. A história de fundação da Mispa foi construída com fé, coragem, lágrimas e muita determinação. Seu fundador é um dos pioneiros da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil (IPRB). Particularmente, tenho grande admiração por ele e por toda sua família, pois somos conhecidos desde os tempos da Igreja Presbiteriana Independente de Teófilo Otoni (antes e depois da obra de renovação espiritual), onde meus pais, Pedro Dutra e Herotildes, eram membros e muito amigos dele e de sua família. É muito bom falar sobre o Pr. Altair Batista Linhares, porque sua vida entregue à obra de Deus gerou muitos legados para a Igreja. Trata-se de uma pessoa abnegada. Muitas propriedades da IPR nessa região foram doadas por ele, inclusive os terrenos onde estão o templo e a casa pastoral da 1ª IPR de Teófilo Otoni. Isso sem falar na sua capacidade de desapego e de seu empenho nas longas viagens realizadas no início da Mispa e como presidente de Presbitérios. Nunca me esqueço de seus testemunhos,

ao dizer que havia viajado horas e horas de “cabritinha”, apelido dado por ele aos ônibus, visitando os campos missionários e as igrejas. Nesses 40 anos de atuação da Mispa, gostaríamos de conversar um pouco com ele, a fim de relembrarmos alguns dados marcantes dos primeiros dias da Missão. No entanto, o momento não nos proporciona esta alegria. Mas temos uma carta, com as folhas já meio amareladas, datada do dia 30 de outubro de 1983, endereçada ao “irmão Rubens”, hoje diretor da Gráfica e Editora Aleluia, onde estão registradas muitas informações, datilografadas ao seu estilo próprio, sobre o nascimento da Mispa, órgão oficial de missões da IPRB.

ao recebê-la, estava com a preparação do casamento do meu filho, que, somadas às múltiplas ocupações, me levaram a falhar. Mas agora, com prazer, dou-lhe alguns pontos históricos e interessantes da Mispa. A ideia surgiu em T. Otoni. Deus me deu o privilégio de encabeçar o movimento. Nasceu primeiro no coração de Deus. Depois, o nosso amado Senhor privilegiou-me, dando-me a incumbência do seu lançamento. Foi, aproximadamente, em junho de 1975 que começamos a traçar os planos - o alvo era fundar uma obra missionária para ganhar primeiro a Bahia para Jesus, depois o Brasil e sair mundo afora.

Aproveitando as festividades do Jubileu de Rubi da Missão, tivemos a liberdade de transcrever, com a autorização do Pr. Altair Linhares, o que ele escreveu sobre o começo e o desafio da Mispa. Para que a leitura se tornasse mais leve e convidativa, inserimos alguns tópicos, mas sem desfigurar sua originalidade. INCURSÕES À TERRA A SER Assim, queremos parabenizar e deCONQUISTADA sejar ao Pr. Altair Linhares e a toda Dentro deste plano, final de jusua família muita graça de Deus, na certeza de que a recompensa deles lho do mesmo ano para agosto, fiz virá do Senhor. Boa leitura a todos! algumas incursões pela “terra a ser conquistada”. Assim é que visitei COMO SURGIU A IDEIA oficialmente Vitória da Conquista, Caro irmão Rubens, a paz do Se- num dia de sábado. A caravana era nhor. Primeiro, peço desculpa pelo composta por este subscritor, pelo atraso na resposta à sua carta. É que, Pr. Esdras Mendes Linhares, naquela época estudante do 2º Grau, e pelo saudoso e inesquecível irmão Ugulino Jorge, que hoje já se encontra na glória com Jesus. Foi o primeiro passo. Aleluia! Alguns dias mais tarde, já com o apoio incondicional do Pr. Ariovaldo C. Oliveira, da igreja de T. Otoni na época, formamos outra caravana, desta feita a Jequié, BA, a 525 Km de T. Otoni. Fomos ver a terra. Éramos cinco: Pr. Ariovaldo, Presbítero Manoel Costa, da Igreja de Medina, o subscritor desta, e mais dois, cujos nomes me fogem no momento.

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Um milagre notável aconteceu ali. Chegamos de manhã, demos uma volta pela grande cidade. Ao chegarmos num dos maiores bairros, “o Jequiezinho”, paramos o veículo e ficamos contemplando a terra. Era muito povo para ser evangelizado. Alguns momentos depois, avistamos um senhor que vinha célebre em nossa direção, com um violão debaixo do braço. Fomos unânimes em dizer que aquele cidadão era crente e pentecostal. Aproximando-se de nós, o saudamos com a paz do Senhor. Fomos correspondidos. Ali nos abraçamos, oramos e choramos. Era realmente evangelista de um ramo pentecostal, dos muitos espalhados. Como estávamos necessitados de um guia para localizarmos o melhor bairro, com vistas ao início do trabalho renovado, ele, conhecedor da cidade, se pôs pronto e nos levou exatamente ao bairro onde hoje temos uma das maiores igrejas Renovadas na Bahia - o bairro Joaquim Romão. Ali nos despedimos, agradecidos a Deus por tudo, e retornamos, passando por Medina. Edição 411

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Mispa - 40 anos

de fé, coragem e lágrimas PRIMEIRA DIRETORIA ELEITA Fomos autorizados a legalizar oficialmente a obra. Os primeiros compromissos foram levantados nas três igrejas, e pudemos contar, inicialmente, com cerca de Cr$ 1.200,00 por mês, para abrirmos trabalhos nas quatro principais cidades da Bahia. No dia 18 de outubro de 1975, às 21 horas, no templo da IPR de T. Otoni, foi organizada oficialmente a Mispa - Missão Priscila e Áquila, tendo sido eleita a sua primeira diretoria, assim composta:

A CONCRETIZAÇÃO DA IDEIA No final de setembro, em um encontro de obreiros e avivamento em Medina, foi oficialmente lançada a ideia de formarmos uma Junta de Missões para a evangelização da Bahia, do Brasil e do mundo. Surgiram alguns irmãos voluntários e também as igrejas de T. Otoni, Medina e Padre Paraíso. A essa altura, já se podia contar com os seguintes bravos de Gideão: Pr. Ariovaldo C. Oliveira; Pr. Alvino A. Silva; Evangelista Pedro Venâncio; mais os representantes das igrejas mencionadas. Daí até o final do ano, visitamos ainda outras duas cidades mais importantes da Bahia: Itabuna, acompanhado do Pr. Antenor e do Pr. Alvino, e Feira de Santana, acompanhado de Pedro Campanha, Manoel Costa Aguilar e Oséias Olegário Soares, todos da igreja de Medina. Em outubro do mesmo ano, pedimos autorização do Presbitério de Governador Valadares para funcionamento da Missão nos termos Presbiteriais, com o objetivo de evangelizar a Bahia, primeiro. OUTUBRO 2015

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rativos, conseguidas as casas em V. da Conquista e Jequié, no dia 7 de janeiro de 1976, seguiram os dois missionários voluntários: Sebastião Nunes, alfaiate, solteiro, para V. da Conquista, em companhia de sua irmã Pio. Pedro Venâncio, com sua irmã Fátima e mais Maria Helena Caetano para Jequié.

com Jesus e a dizer-lhe que não via possibilidade de continuar a obra. Nunca senti Jesus tão perto de mim como naquele instante, quando ele, falando comigo, deu-me ordens, em resposta a todas as minhas indagações. Verdade é que aquela madrugada frienta de V. da Conquista transformou-se numa Betel. Chorei muito de alegria. O povo passava de um lado para o outro; uns achavam aquilo estranho, mas eu não me sentia incomodado. Glória a Jesus! As coisas começaram a mudar a partir daquela hora. Comecei a fazer o que Jesus determinou e, dentro de três meses, finalzinho de outubro para novembro/76, o Senhor Jesus nos colocou em Itabuna, mas para ficar mesmo. Glória a Jesus!

No dia 9 de janeiro de 1976, instalamos em Jequié, BA, o primeiro trabalho renovado, na rua Leur de Brito, bairro Joaquim Romão. Foi uma grande bênção. Aleluia! No domingo, 10 de janeiro de 1976, fizemos o mesmo em V. da Conquista, no bairro Bateias, onde continua até hoje, já com sede própria. Daí para frente, meu irmão, as lutas se sucederam. O irmão Sebastião, por falta de trabalho e de Daí para frente houve uma radirecursos, teve de voltar, no mês de cal mudança em todas as frentes do setembro, sendo substituído pelo trabalho da Mispa na Bahia. Logo em dias de janeiro, enviamos o Pr. Presidente: Pr. Altair irmão Edmundo Fontes. Batista Linhares; viceEsse moço foi uma revolução em Antenor para assumir o campo de -presidente - Presbítero Vanderlei V. da Conquista. Aleluia! O Pedro Itabuna, e começou a revolução N. Morais, de T. Otoni; 1º secretá- foi substituído pelo Miss. Alcides, e na região cacaueira da Bahia. Não rio - Pr. Ariovaldo C. Oliveira; 2º ficou pouco tempo em Jequié. Mas demorou muito e entramos em Casecretário - Presbítero Manoel Cos- ali tivemos o privilégio de realizar macan, Mascote, Pau Brasil, Santa ta Aguiar, de Medina; e tesoureiro o primeiro batismo, em setembro de Luzia, Jussari, São João do Paraíso. - Oséias Olegário Soares, também 1976, quando recebemos a irmã Ja- Daí para Feira de Santana foi um de Medina. cinta, que até hoje é braço forte da pulo. Vimos o sonho realizado em Renovada. O Alcides foi um desas- novembro/78, às vésperas de entrePOR QUE O NOME MISPA? tre. Os poucos frutos já existentes garmos tudo à Nacional. O nome MISPA - Missão Priscila foram abalados pelo mau testemuO Pr. Antenor Coimbra dos e Áquila - merece uma explicação. nho do obreiro, mas permaneceram Santos não é mais de nossa igreja, É que, na falta absoluta de recur- firmes. Glória a Jesus! mas não posso negar, foi um vaso sos, planejamos fazer o que Priscila do Senhor naquele sul da Bahia. LÁGRIMAS E O DESAFIO e Áquila faziam, isto é, mandar irCom aqueles trabalhos, conseguiDE CONTINUAR mãos profissionais para aquelas cimos, a duras penas, com pequena dades. Muitas igrejas nasceram em A luta prosseguia e, cada vez cooperação do Presbitério de Goseus lares em várias cidades da épo- que ficava mais acirrada, os com- vernador Valadares, cooperação ca. Inspirados no trabalho tão profí- panheiros iam ficando à margem; maciça das igrejas de T. Otoni e cuo (desses irmãos), começamos a cheguei a sentir-me abandonado. P. Paraíso, construir três casas de preparar a arrancada para conquistar Foi nesta hora que, em dias de oração. Vitória da Conquista com a Bahia, começando pelas cidades agosto de 1976, quando senti que casa pastoral, Jequié com casa de maior importância do interior, tudo ia à falência, fui a V. da Con- pastoral, e Itabuna. para depois chegar até a capital. quista pagar um arrendamento da A MISPA TORNA-SE ÓRGÃO casa da missionária. Novamente OS PRIMEIROS CAMPOS OFICIAL DA IPRB recorri a empréstimo para pagar o E MISSIONÁRIOS Quando foi transferido o trabaaluguel. Na madrugada do dia seSurgiram os primeiros volun- guinte, na rodoviária, contemplan- lho missionário para a direção da tários: Pedro Venâncio, Sebastião do o tamanho da cidade, as possi- IPRB, tínhamos, na Bahia, já granNunes, Fátima Nogueira, Maria bilidades e a gente sem poder fazer des trabalhos em Itabuna, V. da Helena Caetano. Feitos os prepa- quase nada, comecei a lamentar Conquista, Jequié e Camacan. Jornal Aleluia

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Mispa - 40 anos Família Outros menores em Encruzilhada, Mascote, Pau Brasil, Jussari, Santa Luzia e Feira de Santana. O resto da história está no Jornal Aleluia de nº 43, de fevereiro de 1982, escrita pelo nosso presidente, Pr. Abel Amaral de Camargo.

para escrever essa história. Em princípio não aceitei, tenho dificuldades para colocar em ordem os fatos. Estou orando ao Senhor. Se ele me der os meios suficientes, inclusive o tempo, colocarei no papel tudo o que Jesus fez conosco nestes poucos anos, quando Creio ter dado um pouco da tivemos o privilégio de entregar à contribuição da história da nossa Nacional uma junta de missões, querida Mispa. Já fui solicitado sem escritório, mas com várias

casas de oração em vários luga- humilhação de companheiros até, res, casas pastorais, propriedades da própria Igreja, no seu âmbito geral, mas o que recebi compende grandes valores. sou em muito a tudo isso. Jesus E o mais importante, centenas me deu demais em tudo. Glória de almas salvas num Estado onde seja a ele para sempre. Amém e não tínhamos nem um membro amém. Fraternalmente, Pr. Altair sequer, e a igreja era totalmente Batista Linhares. desconhecida até a nossa entrada. (Pr. Emerson Garcia Dutra Vivi lances de muito sofrimento, Maringá, PR) muito abandono, muito descaso,

Hoje a Mispa conta com, aproximadamente, 90 missionários em vários projetos, tais como: plantação de igrejas em parceria com Presbitérios em 10 estados do Brasil, trabalhos em 7 etnias indígenas, frente missionária em 10 cidades do estado do Amapá, o projeto PAS que abriu 8 igrejas no sertão nordestino em 2014 e 2015 e, além disso, está presente em 25 países com plantação de igrejas e trabalhos sociais.

Os dez piores países do mundo para ser cristão Em agosto de 2015, a Veja publicou uma lista dos países mais intolerantes ao Cristianismo.

COREIA DO NORTE

A Coréia do Norte, onde as religiões são proibidas, ocupa o primeiro lugar. Muitos cristãos já foram torturados e executados. Atualmente, milhares estão presos.

SUDÃO

Ocupando o sexto lugar, vem o Sudão, país que não tolera outra religião além do islamismo. Aqueles que professam outra religião podem ser presos ou mortos.

SOMÁLIA

A Somália, cuja religião oficial é o islamismo, é o segundo da lista. Ali, a conversão para outra religião é um ato ilegal, passível de morte. Boa parte dos cristãos estão em segredo no país.

IRÃ

Em seguida, vem o Irã, cuja religião oficial é o islamismo. O cidadão que se converte ao Cristianismo é considerado apóstata. Os estrangeiros que vivem no país, como armênios e assírios, são autorizados a praticar o Cristianismo, todavia são considerados cidadãos de segunda classe. As igrejas são monitoradas e frequentemente invadidas pelo governo que, no ano passado, prendeu pelo menos 75 cristãos.

IRAQUE

O Iraque, com grande parte de seu território dominado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), vem em seguida. A presença do EI aumentou a perseguição aos cristãos, obrigando-os a fugir do país.

PAQUISTÃO

O Paquistão, um dos países mais conservadores do mundo, ocupa a oitava posição. À semelhança do Irã, as igrejas são monitoradas e, por vezes, atacadas pelo governo. Os cristãos são considerados cidadãos de segunda classe. Mulheres e crianças cristãs, não raras vezes, são alvo de abuso sexual.

SÍRIA

Em quarto lugar

vem a Síria, também dominada pelo EI. Tal como no Iraque, os cristãos são perseguidos e, por vezes, raptados, feridos ou mortos.

ERITREIA

Na nona posição está a Eritreia, onde os cristãos são considerados uma ameaça ao partido político que controla o país. Frequentemente, os cristãos têm suas casas atacadas ou são torturados, espancados e presos.

AFEGANISTÃO

No Afeganistão, o quinto país da lista, os poucos cristãos que existem devem manter sua fé em segredo ou arriscar sofrer crueldades como rejeição familiar e até mesmo morte.

10º

NIGÉRIA

Em décimo lugar está a Nigéria, país onde milhares de cristãos foram sequestrados ou mortos pelo grupo terrorista Boko Haham. No norte do país, os cristãos são tratados como cidadãos de segunda classe.

Agradecemos a Deus porque no Brasil temos liberdade de professar nossa fé em Jesus Cristo e cultuar a Deus. Oremos por nossos irmãos que moram nesses países intolerantes ao Cristianismo. Referência: Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/saiba-quais-sao-os-dez-piores-paises-para-ser-cristao. Acesso em 2 de agosto de 2015. 10

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Família Igreja em ação

2ª IPR de Teófilo Otoni, MG Congresso de adolescentes Nos dias 6 e 7 de junho, a 2ª IPR de Teófilo Otoni realizou seu primeiro congresso de adolescentes. Houve palestras, gincanas, vídeos, jantar, acampadentro, louvor, teatro, coreografia.

No sábado, a nutricionista Luciene ministrou uma palestra bíblica e científica sobre os benefícios de uma alimentação saudável e os danos causados pela má alimentação. No encerramento,

o adolescente Kleber Salmen, da Igreja Presbiteriana Esperança, de Governador Valadares, ministrou uma edificante mensagem baseada no tema “Fazendo a diferença em tempos difíceis”, ins-

pirado em Filipenses 2:15. Os organizadores do evento foram Carlos Pimenta e Neusiane Fernandes, auxiliados pelas professoras e mães dos adolescentes. Informou Lene Alcântara.

tantes, musicais e teatros. Outros fatores que acumulam pontos são novas matrículas na EBD, entrega da caderneta de chamada no horário devido, presença de professores nas reuniões de planejamento, frequência de 70% dos alunos por domingo, grito de guerra durante o relatório, e outras.

As três primeiras colocadas receberam prêmios pelo seu desempenho. No início do ano, a EBD contava com 418 alunos. Ao final do semestre, a soma foi de 453, com média dominical de 355 pessoas, entre alunos e visitantes. “A Deus toda a glória”, declarou o Pr. João Ferreira.

Escola Bíblica Dominical Em 5 de julho, a 2ª IPR de T. Otoni encerrou a campanha de EBD do primeiro semestre de 2015. O tema trabalhado durante o semestre foi “Jesus para o Brasil”. A classe Lírio dos Vales foi a vencedora, seguida das classes Ágape e Rosa de Saron. O projeto EBD consiste no de-

senvolvimento de atividades por parte das classes, de modo que cada atividade seja pontuada. Ao final do semestre, a classe com mais pontos é a vencedora. Entre as atividades desenvolvidas no semestre estão EBD domiciliar, evangelismo criativo, culto dominical, convite e recepção de visi-

Batismo

Encontro de casais em Florianópolis, SC A 2ª IPR de Teófilo Otoni, MG, recebeu, em março de 2015, cinco membros por batismo e cinco por jurisdição. Informou o Pr. João Ferreira.

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Nos dias 5 a 7 de setembro, ocor- to de forma integral e sustentável”. reu na IPR de Florianópolis, SC, um Informou o Pr. Héverton Luiz Bacha. encontro de casais organizado pelo Pr. Jaaziel Vieira e sua esposa Joyce de Souza Vieira. Entre os participantes, estavam o Pr. Héverton Luiz Bacha, com sua esposa Cláudia, e o evangelista André Guedes, com sua esposa Cristiane, da IPR de Borda da Mata, MG. O tema do encontro foi “Como viver as diferentes fases do casamenJornal Aleluia

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Lançamento de livro Família

Uma história escrita com fogo No dia 5 de setembro de 2015, ocorreu em Londrina, PR, o lançamento do livro Uma História Escrita com Fogo, nas dependências do Cedro Hotel. A obra, impressa pela Gráfica e Editora Aleluia, foi organizada por Vilma Ferreira Bueno. Os textos foram redigidos por ex-alunos do extinto Instituto Bíblico de Arapongas - IBA.

Que foi o IBA? O IBA foi uma instituição de ensino teológico, com sede em Arapongas, PR. “Funcionava, desde 1962, nas dependências do Colégio Evangélico de Arapongas, PR, o Instituto Bíblico João Calvino, o IBJC, escola de teologia fundada e dirigida pelo Rev. Antonio de Godoi Sobrinho. Em 1969, havendo conflitos com a igreja local, seu diretor demitiu-se e a Fundação Eduardo Carlos Pereira, entidade que administrava o IBJC, nomeou, no dia 25 de fevereiro de 1970, para seu lugar, o Rev. Palmiro de Andrade, que de imediato se transfere de Joinville, SC, para Arapongas, no começo de 1970, e se apresenta para assumir a direção da escola. O ex-diretor, alegando que o nome “IBJC” era um patrimônio da família, não consentiu no seu uso e 12

ele foi extinto. Em seu lugar, o Rev. Palmiro criou, no dia 3 de maio de 1970, o IBA, Instituto Bíblico de Arapongas, com novos currículos, novos métodos de trabalho e novos professores.” (Joel Ribeiro de Camargo, “O lugar do IBA nas raízes históricas da IPRB”. Revista Ressurgir, maio/2011, pp. 13ss)

Novos rumos para o IBA Em julho de 1972, ocorreu a cisão na IPI por causa do movimento de renovação espiritual. Nascia, então, a Igreja Presbiteriana Independente Renovada – IPIR.

O grupo que aderiu à renovação deixou o Colégio EvanPalmiro Francisco de Andrade, gélico, onde funcionava o IBA, e além de pastor da IPI em Joinville, as aulas passaram a ser ministradas também lecionava em uma escola em um salão na rua Tico-Tico, na região central de Arapongas. Fora alugado um hotel na cidade, o hotel Jaú (hoje, Hotel Prado), situado na rua Marabu, 229, que serviu de internato masculino e de residência para o Pr. Palmiro e sua família. O aluguel dos primeiros seis meses foi pago pelo irmão Teixeirinha, que sempre colaborou para o sustento de seminaristas. O alojamento feminino ficava em uma casa alugada. O diretor

evangélica luterana e era professor de História em uma faculdade. Dona Mariazinha, viúva do pastor Palmiro, conta que tinham uma vida financeira folgada. Tinham casa de praia e planos para construção de uma casa grande e confortável na cidade. Porém, quando o pastor Palmiro recebeu o convite para dirigir o seminário em Arapongas, alguns sonhos, o bom salário e a vida abastada ficaram para trás. Entendeu que aquele era um chamado de Deus para uma nova área do ministério. Na cidade de Arapongas, dirigindo o seminário, ele ficou dois anos sem receber salário. Porém, o Senhor sempre supriu as necessidades da família, que não era pequena. Tinham quatro filhos e mais uma estava a caminho, a Cláudia. Jornal Aleluia

O IBA foi a primeira instituição de ensino voltada para a formação teológica dos presbiterianos independentes que abraçaram a renovação espiritual. Recebeu vocacionados de diferentes regiões do Brasil que desejavam preparar-se para ser evangelistas, pastores e missionários. O Instituto formou três turmas. A de 1972, com 13 alunos; a segunda, em 1973, com 14 alunos e a última, em 1974, com três alunos. A extinção do Instituto Bíblico de Arapongas

(Aleluia, out/74, p. 4). A união das igrejas foi oficializada em assembleia geral realizada em janeiro de 1975. Uma história escrita com fogo A professora Vilma Ferreira Bueno teve a iniciativa de reunir os ex-alunos do IBA e promoveu vários encontros. O primeiro deles foi em Arapongas, nos dias 1 e 2 de maio de 2010. Lá nasceu a ideia de publicar um livro sobre o Instituto Bíblico de Arapongas. Naquela ocasião, foi lançado o projeto “Livro Dourado de Memórias – registrando nossas memórias, construiremos nossa história”. O plano era publicar o livro um ano depois, no segundo encontro dos ex-alunos. Demorou um pouco mais, mas o projeto se concretizou. Cinco anos depois daquele primeiro encontro, o sonho do grupo tornou-se realidade com a publicação da obra. “Este livro foi construído, predominantemente, a partir de relatos de ex-alunos e de pessoas envolvidas diretamente com o Instituto Bíblico de Arapongas”, declara Vilma ao prefaciar a obra. O livro narra detalhes da convivência daquele grupo de jovens no início da década de 70 e registra memórias de momentos importantes para seus autores.

Em 14 de setembro de 1974, quando foi tomada a decisão sobre a união da Igreja Presbiteriana Independente Renovada com a Igreja Cristã Presiteriana, as lideranças optaram pela extinção do IBA. Uma das resoluções toO livro recebeu esse título por madas na assembleia de setembro causa do intenso mover do Espíde 1974 foi: “Fundir os institutos rito Santo nas igrejas históricas bíblicos em um só, funcionando em Cianorte, em 1975, e dando os passos no sentido de se aproveitar as áreas em Marialva ou Arapongas para a construção de um Seminário” Edição 411

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Família Artigo brasileiras no fim da década de 60 e início da década de 70 do século passado. No lançamento do livro, lembrou o pastor Pau-

lo Bueno de Camargo que, antes No domingo, dia 6 de setemdo fogo, veio o vento do Espírito bro, o grupo participou do culto na Santo, que soprou fortemente na 2ª Igreja Presbiteriana Renovada igreja brasileira. de Londrina, pastoreada pelo pas-

tor Lael Meirelles de Andrade, filho do pastor Palmiro Franciso de Andrade e de dona Maria Isabel Meirelles de Andrade.

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O legado espiritual dos reformadores No dia 31 de outubro, nos lembramos do início da Reforma Protestante. A história dos homens que lideraram a Reforma no continente europeu, no século XVI, inspira nossa caminhada de fé no presente. Esses homens, certamente, nos deixaram um legado. Legado é uma herança, um costume ou uma tradição que é passada de geração em geração. Martinho Lutero e João Calvino foram alguns desses homens (re)formadores de uma tradição espiritual que continua a exercer sua influência através dos séculos. Convém-nos olhar para a história, para as Escrituras e para a teologia dos reformadores a fim de interpretar seu legado espiritual e, assim, encontrar aplicações para nossa vida de fé. 1) Os reformadores nos inspiram à coragem de dirigir a vida pela Palavra de Deus

Vejamos 2Tm 3:16-17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Reconhecendo a importância de ter uma vida norteada pela Palavra, João Calvino disse que a fé e todo reto conhecimento de Deus “nascem da obediência à Palavra”. OUTUBRO 2015

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2) Os reformadores nos desafiam a buscar incansavelmente a piedade pessoal

Observe 1Tm 4:7b: “Exercita-te, pessoalmente, na piedade”. O conselho do apóstolo Paulo a Timóteo é uma preciosa dica para uma vida espiritual bem-sucedida. Neste ponto, precisamos definir “piedade”. Ora, piedade é aquele santo temor, devoção e amor a Deus que se encontra no coração dos justos. A piedade pessoal se relaciona com o esforço para viver na constância do “orai sem cessar” das Escrituras (1Ts 5:17). Em perspicaz demonstração deste esforço, Lutero escreveu: "Hoje tenho muito a fazer, portanto hoje vou precisar orar muito”. De sua experiência de devoção e conhecimento bíblico, Calvino propôs quatro regras para a oração: I. reverência; II. contrição (coração arrependido); III. humildade; IV. confiança. 3) Os reformadores nos ensinam que o melhor caminho é o de confiar nas promessas de Deus

Calvino insistia no caminho da plena confiança nos propósitos eternos de Deus. “Seja o que for que Deus tenha que fazer, inquestionavelmente o fará, se ele o tiver prometido”. Nossa confiança precisa ser exercida – seja qual for o mo-

mento que estamos passando – naquilo que Deus promete em sua Palavra: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós” (Ef 3:20). 4) Os reformadores nos inspiram a fazer uma reflexão radical sobre nossa missão no reino de Deus

O Senhor Jesus nos diz em Marcos 16:15: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Refletindo sobre este mandato, Lutero escreveu: "A pregação dos apóstolos seguiu por todo o mundo [...] Esta ida começou e foi levada adiante, apesar de ainda não estar concluída, visto que continuará até o último dia". O retorno à Palavra deve ser seguido do avanço missionário. Nossa obra, portanto, é a “continuidade” da missão de pregar o evangelho ao mundo. Diante dos quadros de estagnação e do comodismo missionário de muitas igrejas herdeiras da Reforma, somos desafiados a refletir radicalmente sobre nossa Jornal Aleluia

inserção na missão de anunciar o reino de Deus neste mundo. A palavra de Lutero, depois de mais de quatro séculos, nos inspira a perseguir a continuidade da missão até o último dia da Igreja na terra. Conclusão

Será que não chegou o tempo de “reformarmos” nossa vida num sentido integral? Conheço uma pessoa que trabalha com a restauração de edifícios antigos numa grande capital. Essa é uma reforma que pretende deixar o “velho” novo e utilizável. De igual modo, nossa vida de fé, de relacionamentos e de serviço a Deus pode estar precisando de uma reforma. Como os reformadores, deixemos a Palavra de Deus “reformar” a nossa história. Pr. Adilton Ap. da Silva Londrina, PR 13


Reflexão Família

Lições de vida que uma criança nos legou Uma reflexão sobre o acolhimento de crianças Mateus é o nome do primeiro dos quatro Evangelhos da Bíblia Sagrada. Seu significado é muito singular e sugestivo: “dom de

Deus”, ou “presente de Deus”. Esse evangelho foi escrito para os judeus, numa linguagem simples e de fácil compreensão. Ele apre-

senta o lado messiânico de Jesus, que veio ao mundo como o Messias prometido. Diante disso, a propósito do dia da criança, 12 de

outubro, gostaríamos de compartilhar nossa experiência com o Mateus, uma criança “acolhida”, que nos legou muitas lições de vida.

ra precisamente o dia 5 de junho de 2014. O dia estava se escondendo e a noite se aproximando, quando me dirigia para casa. Ao chegar, antes de subir para o apartamento, encontrei-me com meu filho Gladson, que me disse: “Pai, não vai achar ruim com a mãe, só porque o Mateus está em casa”. Meu coração bateu mais forte e fiquei até mesmo um pouco apreensivo, pois estava ciente do que se tratava. Sabia que o Mateus iria chegar, e havia chegado. Ao abrir a porta, ainda dominado pela ansiedade, a primeira cena que presenciei foi o Mateus dentro do bebê-conforto, no tapete da sala, virado para a porta de entrada, olhando para mim, como se estivesse me recebendo. Toda tensão e preocupação quanto a trazer um bebê para casa, acolhendo-o, num instante foi desfeita. Agora, eu e ele estávamos sozinhos, frente a frente. Abaixei-me e olhei para aquela linda criança e, não sei como, mas já me apaixonei por ela. Como diz o ditado: foi amor à primeira vista. Verdade é que o Mateus havia acabado de chegar e passaria um tempo indeterminado conosco. Jamais imaginaríamos que sua estada em nosso meio seria tão especial como foi. Particularmente, quanto a mim, nem cogitava que iria cuidar dele como cuidei, dando-lhe mamadeira, banho, trocando fralda, fazendo-o dormir, etc. Passeávamos com frequência de carro ou a pé, carregando-o ao colo. Sentia-me profundamente realizado estando com ele.

ao nosso alcance. Cuidamos dele como se fosse nosso filho. Aliás, muito mais do que um filho. E como o Mateus era querido por todos! Seu sorriso chamava a atenção por onde passava, nas igrejas, nos shoppings, nas praças, nas clínicas e em outros lugares. Era e ainda é uma criança cativante. Não havia quem não gostasse dele. Depois que aprendeu a andar, ninguém mais o segurava. Era canseira acompanhá-lo, pois essa fase inspirava cuidados especiais em tudo. Como era divertido estar com ele pra lá e pra cá, pois "era elétrico". Mateus foi a nossa maior motivação no período em que esteve em casa. Até parece que havíamos encontrado um tesouro e que nossos filhos - Nayalle, Gladson e Nandalle - nunca haviam sido crianças. Parecia novidade! Não via a hora de ir embora do trabalho para me encontrar com ele. Mal sabíamos nós quanto o Mateus estava nos ensinando e nos levando a rever e redescobrir tantos conceitos de vida. Ele era para nós uma criança muito especial, e jamais será esquecido.

agosto de 2008, para evitar o atendimento institucional em abrigos e garantir à criança e ao adolescente o direito da convivência familiar. Ficamos conhecendo este projeto por meio de um panfleto. A partir de então, querendo saber mais, a Nícia entrou em contato com as responsáveis, recebeu visitas e preencheu os formulários necessários para se cadastrar como Família Acolhedora. É bom dizer que o objetivo desse projeto é receber crianças que saem das Casas de Abrigo, por determinação do juiz, e encaminhá-las às famílias acolhedoras cadastradas, que recebem o termo de guarda provisória, expedido pelo juiz à família, notadamente a mãe que irá acolher a criança. O tempo do acolhimento de uma criança é indeterminado. No caso de irmãos, não podem ficar separados, ou seja, um em uma casa e outro noutra. Durante o tempo do acolhimento, a assistente social ou a psicóloga do projeto trabalha com a família da criança (geralmente com a mãe), objetivando restabelecer as condições, a fim de receber de volta seu filho(a), assim como com a família acolhedora para acompanhar a evolução da criança. No entanto, vale dizer que, com respeito à questão da adoção da criança, que não seja por uma família acolhedora, só acontecerá na falta principalmente da mãe ou se ela, a criança e/ou sua família extensiva não for localizada ou não desejar ficar com ela. Mas, para que isso aconteça, os trâmites le-

gais percorrem um longo caminho, junto aos órgãos competentes.

E

Mas, quem era Mateus? Quando Mateus chegou à nossa casa, tinha exatamente cinco meses e dezesseis dias. Ficou sob nossa guarda provisória até o dia 12 de março de 2015. Foram praticamente 10 meses, em que pudemos fazer por ele tudo que esteve 14

Família acolhedora Para melhor compreensão da história do Mateus, precisamos falar um pouco sobre a Família Acolhedora (FA), o que é e como funciona. Trata-se de um projeto amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, que funciona em algumas poucas cidades brasileiras. Em Maringá, PR, por exemplo, foi criado, pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania - SASC, em Jornal Aleluia

Lições deixadas pelo Mateus Que benefícios ou o que mudou em nossa vida com a experiência do Mateus? Sempre que ouvíamos falar de adoção de filhos, por exemplo, não tínhamos a menor ideia de como era o sentimento paterno ou materno neste aspecto. Há certos fatos na vida que só aprendemos depois que vivemos esta ou aquela situação. É aquela velha história: só se sabe o que é ser pai ou ser mãe quando se tem um filho. Neste caso, aprendemos que o amor dos pais transcende os laços da genética familiar. O amor é parte de um profundo sentimento de compaixão e solidariedade humana. É comum ouvirmos falar de pais que se separam e ficam reivindicando na justiça a guarda do(a) filho(a). Outras vezes, presenciamos mães inconformadas porque perderam seu filho de forma drástica. Tudo isso soa muito distante e parece não ter nada a ver conosco, até o momento em que não nos envolvemos em uma situação assim. Adotar uma criança parecia coisa do outro mundo, porque sempre achamos que filho é somente aquele que é sangue do sangue e carne da carne, não é mesmo? Mas existem também os filhos do coração. Um filho natural é fácil amar e cuidar, porque é nosso. Mas amar ou se doar por aquele que não saiu de nossas entranhas parece não ser de nossa responsabilidade. Nossa visão, nesse sentido, era inocentemente diferente. Era um lado da vida que desconhecíamos. Não sabíamos que o amor por uma criança que não nos pertence seria tão grande assim. E o Mateus nos fez enxergar essa realidade. O amor por ele era e ainda Edição 411

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Família Reflexão é algo fora do comum. Hoje, para nós, está mais fácil compreender a questão da adoção. Assimilamos o drama de uma mãe e o desespero de um pai que perdeu um filho. Depois da experiência com o Mateus, que foi o primeiro que acolhemos, é tudo muito mais dinâmico. O acolhimento dessa criança nos trouxe novos horizontes e nos deu maior expectativa de vida. Sentir o sofrimento de uma criança desamparada, de uma mãe desolada é algo que aprendemos com o Mateus.

E o Mateus se foi... Chegou o dia que ninguém em casa queria que chegasse: 12 de março de 2015, quando a assistente da Família Acolhedora foi buscá-lo. Já estávamos cientes de que seria assim, por determinação do juiz, para ser encaminhado à família que iria adotá-lo definitivamente. Não tive nem coragem de ficar em casa, pois foi um momento comovente, de muito choro para todos. Apesar de ter sido e ainda continuar sendo muito dolorido, estávamos certos de que éramos apenas acolhedores, e que o Mateus, um dia, haveria de ir para seu novo lar. Dizem que o dinheiro move o mundo, mas não é verdade.

Segundo a Bíblia, o que move o mundo é o amor, o carinho, a solidariedade, a compaixão e a voluntariedade em carregar a carga uns dos outros, como fez Jesus pela a humanidade (Jo 3:16 e 1Jo 3:16). É exatamente disso que crianças como o Mateus precisam. Crianças que vivem nos abrigos, crianças abandonadas e desvencilhadas de seus sonhos. São crianças que necessitam de um aconchego e carinho, nem que seja por pouco tempo.

Missão gratificante Não há dúvidas de que o Mateus nos deixou muitas lições e eternas saudades. Às vezes, lembramo-nos dos momentos em que corria a casa inteira e mexia em quase tudo. Muita coisa em casa teve de ser mudada em função dele, para que sentisse total amor e segurança da nossa parte. O Mateus se foi e está muito bem! Oramos sempre para que ele seja muito feliz. A dor da saudade é intensa e constante, mas temos o sentimento de que cumprimos uma missão muito gratificante. Particularmente, tem sido muito difícil, porque a ligação entre nós e ele era algo incompreensível e inexplicável. No entanto, não importa a saudade, a separação, as constantes lembranças que passam em nossa mente, como se fossem um filme. O relevante é

que fizemos por ele o melhor, e queremos fazer por outras crianças o que pudermos. Como cristãos, devemos fazer isso. Quanto ao Mateus, temos a certeza de que fizemos nosso “dever de casa”, como pais sociais. O mais gratificante, ainda, é podermos contar, de forma voluntária e amorosa, com muitas pessoas, das igrejas ou de fora delas, apoiando esse trabalho de maneira incondicional. Nossos agradecimentos e oração a todos os que se têm juntado a nós nesse empreendimento social. A conhecida frase tem sido uma verdade neste sentido: “A união faz a força”. O acolhimento e cuidado de crianças é fruto de um trabalho coletivo e participativo.

Para refletir Agora leia esta ilustração e reflita seriamente sobre o grande desafio de fazer o que precisa ser feito, urgentemente, sem sequer pensar naquilo que os outros vão dizer a respeito do que você esteja fazendo, ainda que julguem desnecessário. “Esta é a história de um escritor que morava numa praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs, ele passeava à beira-mar para buscar inspiração e, à tarde, ficava em casa escrevendo. Um dia, cami-

nhando pela praia, viu um vulto que parecia dançar. Ele foi ao encontro do vulto e, ao aproximar-se, encontrou um menino pegando as estrelas-do-mar da areia e jogando-as, uma por uma, de volta ao oceano. - Por que você está fazendo isto? Perguntou o escritor. - Você não vê? Disse o garoto. A maré está baixa e o sol muito quente. Elas se secarão com o calor, vão morrer se ficarem aqui. - Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praia por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas por elas. Você joga umas poucas de volta ao oceano... Que diferença isso faz? Indagou o sábio escritor. O jovem pegou mais uma estrela da areia, jogou-a no mar. Olhou dentro dos olhos do escritor e disse: - Para esta, eu fiz a diferença. Não importa se o que estamos fazendo vai resolver os problemas do mundo. O que interessa é que estejamos fazendo sempre o nosso melhor. Isto é fazer a diferença! E é assim mesmo que acontece conosco, não é verdade? Pr. Emerson Garcia Dutra Maringá, PR

Batismo em Teresina, PI A Igreja Presbiteriana Renovada do Planalto Ininga, em Teresina, PI, batizou, em 23 de agosto, seis pessoas. À noite, em um glorioso culto de celebração, houve a entre-

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ga dos certificados aos novos irmãos e o recebimento de mais dois membros, um por jurisdição e outro por transferência. Informou o Pr. Otelino Cardoso dos Santos.

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Missões para um mundo globalizado

Oportunidades e desafios da globalização para missões brasileiras

No atual cenário da globalização, encontram-se muitas oportunidades que devem ser avaliadas pela missiologia pós-moderna como uma conjuntura importante para o envio de novos missionários a partir do Brasil, mas que estejam devidamente qualificados para enfrentar os desafios deste novo mundo de povos interligados. As mudanças ocorridas com a globalização exigem um perfil missionário contextualizado com os novos tempos, mas também proporcionam oportunidades e facilidades que precisam ser exploradas em benefício do trabalho de missões. Milton Santiago

Uma história escrita com fogo Este livro é constituído por 26 relatos de ex-seminaristas que, quarenta anos depois da extinção do Instituto Bíblico de Arapongas (IBA), PR, se encontraram e começaram a registrar suas lembranças. Vilma Ferreira Bueno (org.)

Por que amo Maria? Neste livro, de teor apologético, a autora conta as origens históricas de devoção a Maria e de outras doutrinas romanas, apontando sempre para a singularidade de Cristo. Jeanne Louise B. da Silva

Consolidando igrejas saudáveis - Revista de EBD Esta revista de estudos bíblicos propõe uma debate proveitoso sobre os passos que uma igreja deve dar para se fortalecer e, assim, tornar-se uma comunidade saudável. Os temas analisados são de grande relevância e, com certeza, conduzirão os alunos a pensar com muita seriedade sobre o papel da comunidade cristã nesta sociedade carente de uma ação eficaz e transformadora do povo de Deus.

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