ANO XLVI - SETEMBRO/2017 Nº 432
IPRB reúne pastores e seus familiares em dias de edificação e lazer
Em Caldas Novas, GO, pastores, suas esposas e filhos são ministrados pela Palavra do Senhor e desfrutam de momentos de comunhão
Presbítero Pedro Mendes Dutra completa 90 anos de vida
Pr. José Carlos Caldeira de Santana recebe homenagem de presbitério
Familiares, amigos e irmãos celebram os 90 anos de Pedro Mendes Dutra, servo do Senhor que reflete em sua vida a arte de envelhecer com Deus, para Deus e em Deus.
Servindo ao reino na IPRB há 40 anos, Pr. Caldeira fundou todas as igrejas do ministério Torre-Recife, que hoje conta com oito congregações oito pastores e um trabalho missionário no agreste do Pernambuco.
Leia nesta edição • Criados para pensar Pág. 4 • Os dois caminhos Pág. 11 • A conduta do pregador Pág. 5 • A verdade do evangelho: a justificação pela fé
Págs. 12-14
Institucional
Cidade das águas termais recebe eventos da IPRB Gomes, da Igreja Presbiteriana Independente, falou aos casais, de maneira abrangente e prática, abordando não apenas questões conjugais, mas também falou da importância do zelo pastoral consigo mesmo e para com a família. O cantor e pastor Asaph Borba ministrou louvores e adoração antes das palestras, acompanhado de seu filho, André Borba, que também trouxe um testemunho edificante aos filhos. Asaph focou os temas sabedoria e fé como valores inegociáveis da família cristã, que os filhos precisam preservar e praticar. Destacou, também, a relevância e necessidade de remir o tempo nos dias atuais, uma vez que o jovem vive em um mundo de grandes expectativas e transformações Palestras e lazer diárias. Segundo os participantes, Foram três períodos de pales- as ministrações foram impactantes tras durante os eventos: dia 10, às e muito práticas, o que colaborou 18h30min, e dia 11, às 10h30min para que houvesse descanso, intee às 18h30min. O Pr. Marcelo ração e renovação de propósitos. Caldas Novas, GO, recebeu, nos dias 10 a 12 de agosto deste ano, a 5ª edição do Ciclo de Palestras para Pastores e Esposas e o 5º Encontro para Filhos e Filhas de Pastores da IPRB. A hospedagem foi no hotel da Rede Boulevard e as palestras em auditórios separados. Participaram cerca de 250 pastores, esposas e filhos, de diversas regiões do país: São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiânia, Mato Grosso do Sul, Rondônia e um casal da Suíça (Pr. Otávio Rocha e esposa). A Diretoria Executiva esteve presente aos eventos, bem como o presidente da MISPA, Pr. Florêncio M. de Ataídes, e o Diretor do SPR do Brasil Central, Pr. Ivailton José Soares.
Agradecimentos O presidente da IPRB, Pr. Advanir Alves Ferreira, em nome da Diretoria Executiva, agradece e reconhece o empenho dos pastores, suas esposas e filhos que deixaram suas cidades para participar desses trabalhos, realizados a cada triênio, como uma oportunidade ímpar de investimento pastoral-familiar. Agradece, também, aos preletores que foram bênçãos na vida dos participantes, bem como aos Presbitérios e Igrejas Locais que apoiaram e enviaram seus pastores a esses empreendimentos, cujos resultados não temos como mensurar. Não há dúvidas de que muitos participantes voltaram para as cidades já pensando nos próximos eventos. Secretaria Central da IPRB Maringá, PR
ÓRGÃO OFICIAL DA IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA DO BRASIL Editado mensalmente, exceto em janeiro
Redação Pr. Rubens Paes Luana Cimatti Zago Silvério Publicações de matérias de interesse interno da Igreja, sem finalidade lucrativa. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Textos e fotos remetidos para impressão entram, a partir da publicação, em domínio público, não cabendo ao autor qualquer reclamação quanto a direitos autorais.
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Jornal Aleluia
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Igreja em ação
Retiro e confraternização na 2ª IPR de Teófilo Otoni, MG Nos dias 1 e 2 de julho de 2017, o ministério Canta Criança, da segunda IPR de Teófilo Otoni, MG, realizou o retiro de encerramento das atividades do primeiro semestre. O tema foi "O Senhor
das alianças". Houve gincanas, fogueira, ministrações. Todos se reuniram para agradecer a Deus as inúmeras bênçãos derramadas no primeiro semestre de 2017. No dia 3 de julho foi feito um
culto de gratidão a Deus pelo encerramento do Projeto de EBD do primeiro semestre, cujo tema foi “Apocalipse e a sétima trombeta”. Na ocasião, a Santa Ceia foi ministrada. Estiveram presentes as con-
gregações de Ataléia, Turma 37, Taquara e outras. Após o culto, foi oferecido um saboroso almoço aos participantes. Aproximadamente 500 pessoas participaram do evento. Informou Lene Alcântara.
Varal Solidáro, da 3ª IPR de Curitiba, beneficia dezenas de famílias
Em 29 de julho, a 3ª IPR de Curitiba, PR, realizou o Varal Solidário. O projeto tem quase cem famílias cadastradas. Mais de 2.000 peças de roupas e 300 pares de sapatos foram doados. Os organizadores se sentem honrados de participar desse trabalho, por ver o brilho nos
olhos de quem foi beneficiado pelas doações, a gratidão das pessoas e atitudes que tocaram o coração, como pessoas passando na rua, tirando suas jaquetas e deixando no Varal para serem doadas. Famílias contaram suas histórias e, apesar de todas as suas dificuldades, mos-
traram que a esperança se renova a cada dia. Mércia Martins, a responsável pelo projeto, declara: “Vale a pena plantar a semente do amor. Foram tantas experiências maravilhosas, ver o nosso Projeto Plantar se consolidar, nosso Varal crescer e o nos-
so amor em servir ficar cada vez mais forte dentro de nós. Gratidão é a palavra que tenho em meu coração, pela nossa igreja em liberar o templo, pelas pessoas que doaram, pela nossa equipe linda e feliz, pelo apoio de nossos pastores, pelos amigos que divulgaram a nossa ação”.
Mispinha promove curso de capacitação para líderes de crianças No dia 17 de junho, ocorreu na Mispa o Chá do Reino, com a participação de líderes do Ministério Infantil de várias igrejas. Juntos, a equipe do Mispinha e os participantes confraternizaram-se e compartilharam as bênçãos inefáveis de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, bem como fizeram um Curso de Capacitação na área de Musicalização Infantil, com a missionária Rejeane. SETEMBRO 2017
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A missionária falou da importância do louvor na vida das crianças e os frutos gerados pelo ele. A Palavra de Deus ensina no salmo 147:1: “Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável; decoroso é o louvor”. Que essa seja a atitude do coração de todos que têm a valiosa missão de ensinar aos pequeninos! Contatos: www.mispa.org.br/ mispinha - mispinha@mispa. org.br - facebook.com/mispinha Jornal Aleluia
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Reflexão Institucional
Criados para pensar O ser humano foi criado por Deus para pensar. Uma das mais nobres características de nossa semelhança com o Criador é a capacidade do homem de pensar. Quem pensa encontra razão, juízo e bom senso, que é a faculdade própria do homem de conhecer, pelo espírito, a distinção das ideias e das coisas. Portanto, quem pensa pensa para o seu próprio bem, já que, quem age sem pensar corre enorme risco de errar o alvo e sofrer consequências inimagináveis. É verdade que todas as criaturas sub-humanas têm cérebro, alguns mais rudimentares, outros mais desenvolvidos. Experiências com ratos demonstraram que tais animais tiveram dúvidas em vencer obstáculos
para alcançar o alimento, que a ciência chama de “dúvidas intelectuais primitivas”. Ora, se criaturas sub-humanas são tomadas de dúvidas, imagine o ser humano, dotado de inteligência, quando se depara com obstáculos? O grande Fernando Pessoa escreveu: “Pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar”. René Descartes, em sua célebre frase, expressou: “Penso, logo existo”. Algumas criaturas têm dúvidas. Apenas o homem tem o que a Bíblia chama de entendimento, e retrata isso desde que o homem foi criado. Em Gênesis 2 e 3, vemos Deus se comunicando com o homem de uma forma que Ele não se comunica com os animais. Ele espera que o homem coopere de forma consciente e inteligente, preservando e guardando o jardim onde Ele o colocou, e que discrimine – racional e moralmente – o que é permitido do que é proibido. Desde o princípio o homem foi levado a pensar, discernindo
o que pode e o que não pode fazer. Uma de suas primeiras missões foi a de dar nome aos animais, demonstrando o seu senhorio sobre eles. Mais tarde, Deus cria a mulher de tal forma que o homem imediatamente reconhece a compatibilidade que tem com ela. Essa racionalidade do homem na criação pode ser vista em todo lugar. A Bíblia deixa clara a distinção entre animais e seres humanos: “Não sejam como cavalo ou burro que não têm entendimento” (Sl 32:9). Tanto que o homem é exortado e reprovado quando seu comportamento é bestial e irracional. Algumas vezes os animais excedem aos humanos. As formigas são mais prudentes no trabalho que muitos preguiçosos. Animais domésticos são mais obedientes ao seu dono do que alguns cristãos ao Senhorio de Deus. Os pássaros, quando migram, costumam voltar, enquanto pessoas relapsas vão e falham em voltar. Nesse aspecto animais e humanos se assemelham. Porém, o animal foi criado para agir por instinto, enquanto o ser humano pra pensar e agir por uma escolha inteligente. Marcos Aparecido de Toledo Lençóis Paulista Advogado, empresário e teólogo
Lígia Tokano doa coleção de jornais à Editora Lígia Vieira Tokano, viúva do pastor Tetsuya Tokano, doou à Editora Aleluia a coleção de exemplares do Jornal Aleluia deixada por seu esposo. Ele tinha o cuidado de encadernar os exemplares que recebia, reconhecendo, assim, o valor histórico dessas publicações da IPRB. A coleção doada compreende desde a primeira edição do jornal até a edição de número 400. Ficam registrados nossos agradecimentos à irmã Lígia. 4
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Adiel de Souza Quintela Maringá PR Alcides Fabrício dos Santos Taubaté SP Ângelo Gabriel Matoso Jussara PR Ernesto Custodio Nório Júnior Filipinas Euzídio Sartori Rio Verde GO Marcelo Meira Curitiba PR Neil de Souza Jaru RO Charliston Ferreira de Souza Caratinga MG Expedito Domingos Goiânia GO Waldir Alves da Silva Jussara GO Arnaldo Luiz C. e Vasconcelos Brasília DF Daniel Costa de Oliveira Registro SP Israel de Jesus Campo Grande MS Levy Pereira da Silva Paulista PE Daniel Ribeiro do Nascimento Londrina PR Francisco de Assis Lemos Gilvando Messias de Paula Campo Mourão PR Marco Antônio Amâncio Coronel Fabriciano MG Valdeir José Ferreira Votuporanga SP Benjamim Franco Presidente Médici RO Écio Ferreira Pousas Governador Valadares MG Gerson Augusto Nimbu Miranda MS Luís Alberto da Cruz Tavares Pedra Badejo Cabo Verde Adão Gomes de Oliveira Tangará da Serra MT Carlos Alberto Rodrigues Rondon PR Eliel De Camargo da Silva PR Kleberson Viero Cuiabá MT Valdir Andrade Viana Santa Adélia SP Vilmar Gomes Honorato Senador Canedo GO Edilson Ornelas Azevedo Medina MG Jacy Aguiar de Souza Maringá PR Marcos Antônio Ribeiro Macedo Itamaraju BA Éder Almeida Dias São Paulo SP Flávio de Jesus Marques Brasília DF João Fidelis Moreira de Abreu Campo Largo PR Otoniel Antônio de Souza Filho Recife PE Zaqueu Pereira da Silva Carlinda MT Eliã Marcos Caetano Pinhais PR Valdivo de Oliveira Maringá PR Esdras Mendes Linhares Cianorte PR Joselito Douglas de Lima Nova Santa Bárbara PR Juliano Ferreira De Moura Brasília DF Nelson Castaldelli Palotina PR Altamir Baptista dos Santos Ponta Grossa PR Braz Cartone Patrocínio MG Heberson Carlos de Oliveira Capivari SP José Amaro de Oliveira Contagem MG José Soares da Rocha Londrina PR Ailton Carlos Schiavone Maringá PR Antônio Luiz Barroso Salvador BA Cassiano Barbosa da Silva Dracena SP Guilherme de Lafaiete R. Silva Anápolis GO Marcos Francisco Peres Marília SP Roberto de Lima Melo Jardim Alegre PR Wasny Alexandre Correa Jaru RO Luiz Carlos Mendes Aquidauana MS Caleb Araújo de Oliveira Jaraguá GO Calisto de Deus Coutinho Campo Mourão PR Lucivaldo da Silva Lima Campo Grande MS Timóteo de Souza Gaia Novo Progresso PA Antônio de Oliveira Da Silva Jaru RO Herleans de Oliveira Martins Sinop MT Sidnei da Costa Pereira Buerarema BA Anderson Luis Santos da Silva Cianorte PR Carlos Alberto de Paula Lima Brasília DF Daniel Aparecido Braga de Oliveira Anápolis GO Joséias da Silva Cuiabá MT Leônidas de Oliveira Braga Portugal Lúcio Mariscal de Albuquerque Brasília DF Dario da Silva Teixeira Rio Crespo RO Genival José da Silva Filho Pablo Jordan Pereira da Costa Valinhos SP Edson Apolinário Vilhena RO Gladstone Sousa dos Reis Itabirinha MG Jubel Ramos de Oliveira Cianorte PR Madson Belo de Souza Porto Velho RO Osmar Fernandes Barreira Ourinhos SP Rivadávio Ferreira Guimarães Anápolis GO Sebastião de Almeida São Paulo SP Wagner Aparecido Barbosa Apucarana PR Antônio Avelino Fonseca Montes Claros MG Claudinei Ferreira Nova Odessa SP José Gil Azevedo Ferrari Iúna ES Laertes Domenguetti Cianorte PR Osmar José da Silva Nova Odessa SP Roger Ribeiro Depollo Goionésia GO Claudio Lisias da Silva Auriflama SP José Octávio Camilo Maringá PR Rodrigo Mesuraro Maringá PR Euclydes Cruciti Osasco SP Fábio Garcia Domingues Geraldo Geferson A. da Cunha Ponta Porã MS João De Ribamar da Silva São Paulo SP Nelson Salviano da Silva Belo Horizonte MG Saulo Leal Pinheiro Cianorte PR Sílvio Santos de Jesus Salvador BA Gileade Fernandes Barbosa Sorriso MT Sebastião Ramiro Rosa Acreúna GO Ariovaldo José da Silva Sinop MT Edenilson de Lima Itiquira MT Florencio Moreira de Ataídes Assis SP Adriano de Almeida e Silva Anápolis GO Denis Araújo Correia São Fco do Guaporé RO Gilmar Ferreira da Silva Contagem MG José Geraldo Campos Filho Governador Valadares MG Carlos Augusto da Silva Goiânia GO Ednei Eduardo Vitulich Joinville SC Geraldo Afonso de Pauli Santa Filomena PE Luiz Roberto Florentino Aparecida de Goiânia GO Rosmari Zancani Villela Santa Fé Do Sul PR Heloísio de Oliveira Santos Conceição da Barra ES Jonas Vitor Hugo da Silva Ipatinga MG Rosenil da Silva Machado Ji-Paraná RO Alex Schinaider Santos Salto de Pirapora SP Jéferson Stori Rezende Machadinho D'Oeste RO Josoel Franco Júnior Pato Branco PR Luiz Wellington Silveira Paranaíta MT Sebastião Evangelista Silva Ipatinga MG Aluízio Lino da Silva Olinda PE Daniel Vieira Mundim Barra do Bugres MT Edivan da Silva Merencio Guaraci PR Nivaldo Salmazzi Juína MT Vanderlei Silva Santos Colorado PR Wellington Avelino dos Santos
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Pastoral
A conduta do pregador O exercício ministerial requer, além de compromisso com os atos pastorais, disciplina na conduta devocional, pois a saúde espiritual do ministro é requisito inegociável para o exercício do ofício da pregação. Espera-se que tenha uma conduta pautada na piedade, porque, se é dever do pastor conduzir o rebanho à prática das Escrituras, ele precisa ser modelo para a comunidade dos santos. Um dos aspectos mais enfatizados por Baxter em “Manual Pastoral de Discipulado” é a relação entre pregação e vida; discurso e práxis do ministro. Baxter (2008, p.45) diz: “não desmintam com a vida aquilo que dizem com a língua, pois este é o maior empecilho para o sucesso verdadeiro do seu trabalho”. O caráter do pregador e sua pregação são aspectos inseparáveis. O bom testemunho abre caminhos para aceitação da mensagem, e, em contrapartida, o mal testemunho torna-se pedra de tropeço para os ouvintes. Aristóteles (2005) entendia que o discurso persuasivo possuía três elementos: logos, o conteúdo verbal; pathos, os traços emotivos, como paixão, fervor e compulsão; e ethos, o caráter do comunicador. O comunicador pode demonstrar competências linguísticas (logos) bem como compulsão na transmissão discursiva (pathos), mas se não tiver caráter confiável (ethos), o discurso não terá efeito esperado. Segundo Lawson (2008), João Calvino defendia que o pregador
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precisa ter não apenas uma mente cheia de conhecimento das Escrituras, mas também um coração cheio de devoção e piedade, pois o chamado de Deus traz consigo a exigência da santidade. João Wesley (apud CHAPELL, 2002, p. 30), conversando com um ministro sobre a razão da falta de poder no ministério, disse-lhe: “Seu temperamento é irregular; falta-lhe amor ao próximo; você se enraivece facilmente; sua língua é áspera demais – assim, as pessoas não o ouvirão”. Embora as palavras de Wesley sejam pesadas, elas refletem sinceridade e, sobretudo, expressam a verdade bíblica de que o pregador precisa ficar atento ao caráter e não apenas às técnicas discursivas. Paulo é um exemplo da importância do caráter ilibado no exercício do ministério da Palavra. Aos coríntios, ele testificou: “Não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado” (2Co 6:3). E aos tessalonicenses disse: “Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós” (1Ts 1:5). Paulo ainda diz: “[...] querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não apenas o evangelho de Deus, mas, igualmente, a nossa própria vida, [...] Vós e Deus sois testemunhas do modo por que piedosa, justa e ir-
repreensivelmente procedemos em relação a vós outros, que credes". (1Ts 2.8,10). Chapell comentando a postura de Paulo, afirma:
6:11). O ministro da Palavra deve viver de tal forma que a sua vida não venha a envergonhar o nome de Cristo. Deve “apresentar-se a A arte não é o bastante para Deus como obreiro aprovado que tornar poderosa a mensagem, não tem de que se envergonhar e se o coração e o caráter não validarem suas verdades. Pau- que maneja bem a Palavra da verlo torna claro que, embora o dade” (1Tm 2:15). Martin diz: Espírito Santo molde o caminho do evangelho, os ouvintes avançam para uma confrontação com a Palavra através das portas que o pregador abre com a mensagem. Paulo cita, significativamente, sua própria vida como afetando a receptividade da mensagem, dando assim credencial bíblica à noção de que o ethos é uma força poderosa no processo ordinário da persuasão espiritual (CHAPELL, 2002, p.27).
O testemunho e a seriedade com que Paulo exerceu seu ministério deram-lhe a autoridade para exortar aos jovens pastores Timóteo e Tito quanto à conduta de um ministro aprovado (cf. 2:15,16, 22-24; Tt 2:7,8). Em 1Tm, Paulo aponta várias qualificações do ministro de Cristo, e a maioria delas está diretamente relacionada com a conduta moral. Desta forma, a preocupação com a integridade e reputação pessoal não é uma questão facultativa, uma vez que o ministro precisa ser irrepreensível, pois “o caráter e a piedade do ministro determinam mais a qualidade da mensagem ouvida do que as características da mensagem pregada” (CHAPELL, 2002, p.31). Para Anderson (2009), a sexualidade, as finanças, a prestação de contas, a veracidade e a manipulação são áreas que precisam de atenção no exercício pastoral. O ministro não deve se contaminar com paixões desse século, mas guardar o coração da soberba, do amor ao dinheiro, da imoralidade, das ciladas do poder; mantendo a humildade, a retidão e a fidelidade ao nosso Senhor Jesus Cristo. Isto significa ouvir o apelo de Paulo: “Tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas (amor ao dinheiro, cobiça, concupiscências insensatas); antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão” (1Tm Jornal Aleluia
Acredito que se trata de uma regra válida aquela que diz que a pregação poderosa está fundamentada sobre o solo da vida diária do pregador [...] Se a pregação, em última análise, é a transmissão da verdade por meio de algum instrumento humano então a verdade particular que é transmitida tem o seu efeito incrementado ou diminuído pela vida através da qual ela se expressa (MARTIN apud LOPES, 2011, p.117).
Uma das evidências da piedade do ministro é o lugar que Cristo ocupa em seu ministério. O verdadeiro ministério pastoral possui caráter cristocêntrico. Logo, não se pode exercer o ofício pastoral para autopromoção ao invés de promover Cristo e o seu Reino. Cristo deve ser o centro da vida e ministério, e o foco deve estar sempre na mensagem de Cristo, e não no mensageiro. Uma pregação cristocêntrica exige demonstração vivencial do amor pela graça de Cristo, humildade, coração contrito, gratidão, amor servil, alegria e dependência do Espírito Santo. Pregação que não comunica a graça certamente se apoiará em práticas meritórias, o pregador ocupará o centro da prédica e o seu coração se encherá de soberba. Assim, o pregador aprovado precisa ser regenerado, comunicar com a vida, relacionar-se com Deus em obediência, fugir da tentação de agradar a homens, ser imitador de Cristo para que as barreiras entre pregação e ouvintes sejam removidas e Cristo seja glorificado.
Pr. Sergio Dario Costa Silva Professor do SPR Anápolis 5
Homenagem
90 anos de vida: a arte de envelhecer com Deus, para Deus e em Deus A Família Garcia Dutra, no dia 5 de agosto, em sua residência, na presença de pastores, irmãos, parentes e amigos, celebrou com louvores e gratidão a Deus os 90 anos de seu patriarca, Pedro Mendes Dutra Os anos se passam, os aniversários se sucedem e o senhor continua forte a cada dia. Celebramos a sua vida com a sua energia, força, vitalidade e sabedoria. Do alto da sua experiência, o senhor já deve ter percebido quanto nós, esposa, filhos, genros e noras, netos e bisnetos, irmãos em Cristo
P
edro Mendes Dutra nasceu em 5 de agosto de 1927, na pequena Santo Amaro de Minas, Distrito do Município de Manhuaçu, MG, cidades vizinhas de Caratinga, produtoras de café, e que fazem parte da chamada Região das Matas de Minas Gerais. Ele é o quinto dos nove filhos de Antônio Dionísio Dutra e Maria Sifrônia Mendes Dutra (in memoriam), descendentes de imigrantes europeus que vieram morar no Brasil no decorrer do século XX. Sua infância e juventude foram iguais à de qualquer outra criança de sua época. Desde os sete anos de idade já trabalhava com os pais, moendo cana para fazer rapadura, tirando o bagaço do engenho, levando e buscando cavalos no pasto. Hoje as crianças nascem e, em pouco tempo, já estão brincando com smartphones, tablets, etc. Em sua época, não havia algumas facilidades como hoje em dia, principalmente no que diz respeito aos estudos, cultura e lazer. Por outro
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e amigos, o amamos, e quanto nos alegra desfrutar do seu convívio, ouvir, aprender e nos divertir com cada um dos “causos” que o senhor conta.
Deus está permitindo celebrar essa data. Queremos que saiba que sentimos muito orgulho de ter na família um pai e um avô atencioso, presente e participativo, sempre com bons conseÉ um privilégio desfrutar- lhos, para nos instruir e orienmos da sua presença e receber tar, com os braços abertos para a sua amável atenção e carinho. nos receber a nos dedicar todo Estamos muito felizes porque o seu carinho. lado, a vida era mais natural, principalmente no quesito alimentação. A criação de filhos era mais rígida, os pais eram mais severos na disciplina e educação. Nada de Conselho Tutelar! No entanto, independentemente da época, há que se considerar que qualquer criança ou adolescente traz sempre dentro de si aquele sentimento peralta de alegria e liberdade. Afinal de contas, essas fases da vida passam e, por isso, precisam ser bem desfrutadas e valorizadas pelos pais, mas respeitando sempre os parâmetros bíblico-sociais. Geração vai, geração vem, e a vida continua seguindo o seu curso e sendo um dos dons mais preciosos que Deus nos deu (1Sm 2:5-8). Casamento e trabalho Aos 26 anos de idade, no dia 25 de abril de 1953, em Santo Amaro, casou-se com Herotildes Garcia Dutra, que nasceu no dia 19 de abril de 1935. Logo nos primeiros dias de casamento, precisou trabalhar em outra cidade, como operador de máquinas (trator de esteira), em Leopoldina, MG, sendo depois transferido para Aimorés, MG. Pedro conta que, quando nasceu o primeiro filho, Edson, em 29 de abril de 1954, estava muito longe de casa e que as esJornal Aleluia
tradas, os meios de comunicação e locomoção eram muito limitados. Precisava ver o filho! O patrão não quis liberá-lo; só depois que terminasse o serviço contratado – abrir estradas. Ele conta que o jeito foi pedir as contas. Levou dias para chegar a Santo Amaro, tendo de fazer, inclusive, um trecho da viagem a pé. Foi muito difícil chegar a sua casa para ver o recém-nascido. Agora, estava sem emprego e sem dinheiro. Depois de alguns meses, conseguiu um novo trabalho para ser operador de máquinas em Manhuaçu. Os dias se passaram e, em 1959, foi trabalhar em Carlos Chagas, MG. Regressou novamente para Santo Amaro no início do ano de 1960. No período de 1955 a 1960, nasceram-lhes os seguintes filhos: Sulemir (29/07/1955), Renilda (26/11/1956), Gláucio (05/03/1958) e Emerson (26/12/1960). Em 1961, voltou para Carlos Chagas, mas desta feita levou a família. Ficou nessa cidade mais ou menos dois anos, onde nasceram Romilda (05/04/1962) e Sílvia (02/08/1963). Depois de trabalhar seis anos como operador de máquinas, inclusive na construção da BR 116, a maior malha rodoviária do país, em agosto de 1963 mudou-se para Teófilo Otoni, MG, cidade muito conhecida pela exploração de pedras preciosas. Por 18 anos trabalhou como motorista de carreta em
O senhor é um exemplo de vida e dignidade, temor e fé em Deus. Nossa oração é que Deus continue a conservá-lo e nos presenteie com a sua presença por muitos anos. Que Deus lhe dê mais saúde e vigor, paz e alegria, amor e fé e um relacionamento mais íntimo com ele, o Autor da Vida. Parabéns!
Pedro e a esposa, Herotildes uma só empresa (Serraria), transportando madeira do mato. Em T. Otoni instalou-se, educou e casou os filhos e filhas. Ali reside até hoje, acompanhado da esposa, que atualmente encontra-se enferma e necessita de cuidados da família. Conversão ao evangelho Servir a Jesus foi o bem mais precioso que ele adquiriu para sua vida e sua família. Segundo ele, sua conversão se deu por ocasião de sua primeira estada na cidade de Carlos Chagas, início de 1960, um pouco antes de regressar para Santo Amaro, em uma pequena Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Foi um dia inesquecível. A reação da esposa ao saber não foi das melhores, pois não tolerava Edição 432
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Homenagem os crentes. Convicto, frequentou a igreja por muito tempo sozinho. A conversão da esposa ocorreu aproximadamente cinco anos após a sua, na Igreja Presbiteriana Independente Renovada (IPIR), já em T. Otoni. Ela, conta ele, antes, nem queria saber de crente, mas passou a ser uma mulher apaixonada por Jesus e que amava estar na igreja. Podia até perder uma programação da igreja, menos a EBD, que é para ela uma preciosidade. Foi secretária de sua classe por muito tempo e gostava de fazer a chamada dos matriculados. Após a escola, tinha o costume de convidar as pessoas para almoçar em sua casa. São membros da 1ª IPR de Teófilo Otoni desde a sua fundação, 1975, ocasião em que os membros da IPIR aderiram à obra de renovação espiritual. Pedro exerceu o ofício de presbítero na IPIR e na IPR por alguns mandatos. Foram seus pastores, por esta ordem: João Galvão, Altair Batista Linhares, Ariovaldo Cardoso de Oliveira, João Souza Matos, João Gonçalves de Assis (in memoriam), Enéias Batista, José Roberto da Rocha e, atualmente, Elias Alves Lachert. A esses pastores, a nossa gratidão pelo carinho e cuidado que sempre dispensaram a nossa família. Uma vida de milagres Chegar aos 90 anos com saúde e vigor, indo à igreja uma ou duas vezes por semana, de carro, dirigindo normalmente e andando com disposição, bem como fazendo compras no mercado, não é algo para qualquer pessoa dessa idade. Isso é motivo de grande motivação e encorajamento a todos que o conhecem. Interessante que quando se fala que não seria aconselhável ele ir à igreja ou a outro lugar dirigindo, isso não lhe soa bem. Por outro lado, é para ele uma atividade terapêutica que faz bem a sua saúde física e emocional.
Pedro e filhos SETEMBRO 2017
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Além desses fatos, seria oportuno relembrarmos, nesta ocasião memorável, alguns livramentos que consideramos milagres em sua vida e pelos quais somos eternamente gratos a Deus. Não há como falar com detalhes de todos os incidentes e acidentes que o nosso pai sofreu e que nos marcaram em épocas diferentes. Verdade é que a vida nos proporciona certos dissabores os quais não aceitamos de imediato. No entanto, o tempo passa e chegamos à conclusão de que tudo valeu a pena. Grandes livramentos Vários acidentes ocorreram em sua vida, como tratorista, caminhoneiro e taxista, sem contar as ocasiões em que foi mordido uma vez por cobra jararacuçu, três vezes por escorpião, sendo que na terceira vez escapou por um triz. No entanto, o que está bem vivo na memória da família foi o acidente do dia 6 de janeiro de 1971, na região de São Miguel de Ataleia, MG, a aproximadamente 60 km de Teófilo Otoni, lugar de pouco acesso e que não oferecia recursos médicos e facilidade de transporte. Nessa época, em determinado momento em que o caminhão estava sendo carregado de madeira, uma das toras que estava sendo puxada por uma catraca manual deslizou da carga e o atingiu, sem que os colegas percebessem. Somente depois de algum tempo ouviram seu gemido e perceberam que ele estava preso debaixo da madeira. Com muita dificuldade, tiraram-no e conduziram-no, em um Jeep, para o Hospital Santa Rosália, em T. Otoni, onde ficou internado. O médico ortopedista, Dr. Luiz Bernardo, não deu nenhuma esperança à família. Disse ao Rev. Dr. João Galvão, da IPIR, e ao Pr. Altair B. Linhares que, se ele sobrevivesse, ficaria numa cadeira de rodas, porque uma vértebra de sua coluna estava quebrada, amassada e torcida. A única coisa que a medicina poderia fazer seria engessá-lo e aguardar o resultado de uma nova radiografia. Essa situação causou pânico na família, em pessoas da igreja e em amigos.
A intervenção de Deus Nosso pai estava sujeito a ficar incapacitado de suas atividades rotineiras. Mas Deus é poderoso! A igreja foi solidária e começou a interceder. Nesse Pedro, Pr. Vanderlei N. Moraes (à direita) e Elias A. tempo, éramos oito Larchet (à esquerda), atual pastor da 1ª IPR local irmãos, pois a Ratrabalhar na cidade como taxista. quel já havia nascido (21/05/1970). Ninguém em casa Esse trabalho durou até o ano de tinha trabalho fixo. Nossa mãe 2016, uma vez que decidiu cuidar ficou praticamente sem chão! Os da esposa. Às vezes, sente falta filhos tiveram de ficar alguns dias do dia a dia, do longo período de em outras casas, porque não tínha- trabalho e fala que, se tivesse a oportunidade, seria caminhoneiro mos nenhum parente por perto. A novamente. Orgulha-se em dizer família Linhares, a quem somos que sua carteira nunca foi pontuaeternamente gratos, nos prestou da por cometer infração de trânsiesse apoio. O Rev. João Galvão to. Essa é demais! foi um pastor presente, inclusive no aspecto financeiro. A vida é um precioso dom de Deus! Depois de apenas dezenove Pobre de quem não sabe aprendias de internamento, ele recebeu der com a sabedoria de seus avós alta para ficar em casa, pois o exa- e das pessoas mais idosas. É nesme de Raio X comprovava que a se contexto, de celebrar e recordar sua coluna estava perfeita. Ficou a vida dos que são sinais de graça, em casa por 90 dias, praticamen- que trazemos em nossa memória te com todo o corpo engessado. e em nosso coração a vida dos 90 Após esse período, o gesso foi re- anos do nosso querido e admirado tirado, ficando mais 90 dias deita- pai, Sr. Pedro Mendes Dutra. Como do e proibido de colocar os pés ao é bom e agradável participarmos de chão. Por fim, com a autorização mais uma etapa vencida. médica e a ajuda de um colete esNem todos envelhecem da mespecial, segurando aqui e ali, comema forma. Há até mesmo aqueles çou aos poucos a andar pela casa. que nem gostam do termo “velho”, Lembramo-nos dessa cena como porque é uma palavra que traz sense fosse hoje! tido pejorativo. Porém, nem todos Desse dia em diante, o tempo têm a graça de se tornarem velhos, se encarregou da escrita da his- porque velho é ser sobrevivente de tória. Dentro de poucos dias já uma batalha, em que o cuidado da estava indo à igreja. Por diversas vida e a sabedoria de Deus foram vezes, quando estava na cama, armas que tornaram possível celedizia: “Nunca mais vou trabalhar brar uma idade com saúde invejácom caminhão nem dirigir car- vel por todos. reta”. Mas como a cura foi uma Ora, quem não gostaria de cheintervenção divina e não humana, gar a essa etapa da vida com a em pouco já estava trabalhando mente lúcida, tranquila, consciencomo motorista, em uma empre- te e amável? “Quem envelhece sa de coletivo público da cidade. perde o viço, mas não perde o lusIsso durou um ano. Em meados tro; perde o brilho, mas não perde de 1973, voltou a trabalhar com o calor”, assim é caracterizada a carreta, transportando madeira velhice. Precisamos aprender com para o Rio de Janeiro. Em maio a sabedoria e com a fragilidade de 1977, nasce Wesley, o último dos idosos, principalmente daquedos nove filhos. les que deram a vida pelo bem da Despois disso, continuou en- vida de todos. frentando a vida, levando cedo Envelhecer é uma graça que todos os dias, viajando como ca- Deus reservou para aqueles que minhoneiro pelo Brasil a serviço o amam e amam a vida. Quantos de outras empresas. No ano de jovens não sabem se guardar e se 1990, já cansado da estrada, foi preservar para o futuro. EnveredaJornal Aleluia
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Homenagem enviou a Cades-Barneia [...] Qual era a minha força então, tal ainda é agora, para a guerra, para sair e para entrar” (Js 14). Que Deus o abençoe sempre, dando-lhe saúde, paz e muita esperança. Ao eterno Deus, a nossa profunda gratidão por sua vida.
ram-se pelos caminhos da morte e da destruição. Envelhecer é uma escolha, e muitos escolheram morrer cedo. Não tiveram esperança, por isso envelheceram e morreram jovens.
vida não está no brilho de sua pele nem de seus olhos, mas no testemunho e na fortaleza de luta e de fé que permearam em cada passo do passado e iluminam os passos do futuro.
Obrigado, meu pai, pela esperança cultivada nesta caminhada de 90 anos de vida com Deus, para Deus e em Deus. A sua alegria é a nossa alegria. A beleza de sua
Que as palavras de Calebe sejam reais em sua vida: “Agora, pois, o Senhor me conservou em Parabéns por essa histórica e vida [...] Ainda estou tão forte inesquecível data! São os votos como no dia em que Moisés me de sua esposa, Herotildes Garcia
Pedro e filhas
Pedro e netos
Dutra, de seus filhos e filhas, Edson, Sulemir, Renilda, Gláucio, Emerson, Romilda, Sílvia, Raquel e Wesley; de seus genros e noras, netos e netas, bisnetos e binestas, irmãos em Cristo, parentes e amigos que estão ao seu redor. Um forte abraço e um beijo! (texto adaptado). Teófilo Otoni, 5 de agosto de 2017. Família Garcia Dutra.
Pedro e bisnetos
Fases pedagógicas da gratidão a Deus “Como posso retribuir a Deus a bondade e os benefícios que ele me tem feito?” (Salmo 116:12) Salmos são poemas caracterizados mais pelo ritmo do que pela rima e que eram cantados pelo povo de Israel com instrumentos de cordas em diversas ocasiões. Trata-se, também, de orações feitas a Deus, expressões de confiança, amor, louvor, adoração e ação de graças pelos Seus feitos. Segundo os estudiosos, os Salmos foram escritos por diversos autores. Davi escreveu 73 dos 150. O levita Asafe escreveu 12; os filhos de Corá são autores de 9; Salomão, de 2; Moisés, os filhos de Hemã e Etã, 1 salmo cada. Cinquenta e um salmos são de autores anônimos. A maioria deles foi escrita no século X a.C., durante a era áurea da poesia de Israel. O salmo 116, de autoria desconhecida, expressa a gratidão ao Senhor pelo livramento (v. 8). O que se passou com o salmista? Alguns comentaristas falam em um sofrimento ou doença terminal. Independentemente de qualquer situação, ele afirmava: “Que darei ao Senhor, ou como vou pagar os benefícios, as graças, os favores ou recompensas que me foram concedidas?” Os três verbos que aparecem nos versos 13 e 14, e que estão no futuro do presente, falam de retri8
buições a Deus pelo livramento. Em um discurso intrapessoal (ele pergunta e ele mesmo responde), o salmista apresenta, de maneira sincera e objetiva, algumas manifestações, que podem ser chamadas de fases pedagógicas da gratidão a Deus. Assim, vejamos.
Fase 1: gratidão pessoal No primeiro momento, temos a gratidão particular, pessoal. “É a minha gratidão”, dizia o salmista. “Tomarei o cálice da salvação... ”. Ou seja, “farei a Deus uma oferta de vinho, símbolo de vitória, agradecendo o livramento que tive da morte”: “Cordéis de morte me cercaram, as angústias do inferno se apoderaram de mim. Sofri tribulação e tristeza” (v. 3). Reconhecimento pessoal faz-nos lembrar do leproso que voltou glorificando a Deus em alta voz para agradecer a Jesus o milagre (Lc 17:16). Reconhecimento pessoal faz-nos lembrar, também, de Paulo: “A minha graça te basta. Porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. O apóstolo se gloriava em suas fraquezas, para que o poder de Cristo habitasse nele” (2Co 12:9,10). Jornal Aleluia
Fase 2: gratidão espiritual Na segunda fase, ele sente que a sua gratidão precisa estar comprometida com o seu espírito: “invocarei o nome do Senhor”. Ou seja, “eu serei de Deus; eu me comprometo com Deus; eu o invocarei enquanto viver” (v. 2). Isso fala e mexe com o lado espiritual. A sua alma estava envolvida nesse processo de gratidão. Neste aspecto, ele se sentia vivo espiritualmente. Aqui está uma das maiores retribuições que o ser humano poderá prestar a Deus: invocá-lo, cultuá-lo, reverenciá-lo diante de outros deuses, porque somente ele merece culto (Mt 4:10). Ele sabia o que estava fazendo: “Eu viverei bem perto do Senhor até o fim da minha vida” (v. 9). O salmo 145:18 diz que o Senhor está bem perto de todos aqueles que o invocam de verdade.
Fase 3: gratidão pública Por fim, o salmista diz que pagaria os seus votos publicamente: “Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo” (vv.14,18). Não vamos entrar no mérito do voto, porque isso era uma prática do povo de Deus no Antigo Testamento. Provavelmente ele fez votos e mais votos, caso fosse curado ou protegido.
Se o autor deste salmo fosse o sábio Salomão, com certeza seria fácil entendermos porque ele escreveu Eclesiastes 5:4,5: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo: porque não se agrada de tolos, mas o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues”. A manifestação pública em gratidão aos feitos que Deus fez, faz e fará é a garantia de que dele não nos envergonhamos quando somos abençoados. Concluindo, é preciso que no coração de cada um flua a verdadeira gratidão pela vida e pelos feitos do Senhor. Relembrando, assim diríamos: a) gratidão pessoal fala da dimensão introspectiva: eu e somente eu = humildade e reconhecimento; b) a gratidão espiritual está relacionada à dimensão vertical: eu e Deus = adoração e culto; c) a gratidão pública diz respeito à dimensão horizontal: eu e o próximo = serviço e testemunho, pelos feitos de Deus em nós. Que Deus abençoe sempre! Pr. Emerson Garcia Dutra Reflexão de gratidão a Deus pelos 90 anos de vida concedida a Pedro Mendes Dutra Edição 432
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Nossos pastores
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Vida e ministério do pastor José Carlos Caldeira de Santana
astor José Carlos Caldeira de Santana nasceu em 22 de maio de 1963. Aceitou a Cristo aos doze anos. Foi batizado pelo Pr. Otoniel de Souza, em 1975, de quem foi discípulo e filho na fé. Casado com a missionária Adriane Teodósio Santana da Silva. Descrever a vida desse homem é crescer na fé e, ao mesmo tempo, desejar realizar a grande obra que ele já realizou e ainda realiza para o nosso Deus. Um homem que investiu toda a sua juventude na Igreja do Senhor, há quarenta anos servindo ao rei dos Reis na IPRB.
Sua conversão Com doze anos, caminhando pelas ruas do Recife, no bairro da Torre, encontrou um folheto no chão deixado pelas irmãs da congregação recém-fundada, na rua dos Operários. Lendo o folheto, deparou-se com a mensagem de Cristo, que o chamava para si. Ali mesmo, chorando, sozinho, confessou que queria Jesus. Posteriormente, foi para a congregação da IPR e tomou a sua decisão por Cristo Jesus. Chegando a sua casa, confessou a todos que agora era um crente. Sua mãe, ouvindo isso, ficou muito contrariada e disse que era uma vergonha ter um crente na família. Na época, foi preciso enfrentar toda a família para servir ao Senhor e até mesmo, contra sua vontade, ser obrigado a sair de casa para servir ao Senhor. Sua mãe lhe perguntou se “os crentes iriam sustentá-lo” e chegou a fazer trabalhos no baixo espiritismo
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para que ele deixasse Jesus. Foi muito ajudado pelos irmãos em Cristo, entre eles as irmãs Zélia e Rene, as quais lhe ajudaram muito. Grandes mulheres de Deus em sua vida.
Batismo com o Espírito Santo Ainda com doze anos, ajudando o Pr. Otoniel de Souza na congregação na rua dos Operários, reunia os adolescentes e jovens e iam todos para a igreja sede em Olinda, para a vigília de oração, onde se buscava o batismo com Espírito Santo. Muita unção era derramada e muitos jovens sentiam o chamado de Deus para o ministério e também para santificar a vida e trabalhar na obra do Senhor. Em uma de suas visitas à igreja sede, foi batizado com o Espírito Santo, falando línguas estranhas e sendo revestido de muito poder de Deus, ainda recém-convertido. Após esse acontecimento, resolveu pregar o evangelho de Jesus distribuindo folhetos nos semáforos e nas praças de Recife.
Chamada ao ministério O pastor Carlos Caldeira foi treinado por Deus durante toda a sua juventude. Aqui na região, nessa época, adolescentes e jovens eram recrutados por Deus e também pelos pastores. Na verdade, esses jovens acompanhavam o pastor, caminhando sempre ao lado dele. No caso do pastor Carlos Caldeira, aprendeu e dedicou-se ao ministério do Pr. Otoniel de Souza, que foi o seu grande mentor.
Pastor Caldeira foi presidente dos jovens da congregação em Torre, onde trabalhou fielmente para o seu crescimento. Foi eleito diácono, sendo chamado para o presbiterato aos 18 anos. Nessa ocasião, foi-lhe entregue a direção da congregação. Era uma localidade difícil, incrédula, muito religiosa, rejeitava todo tipo de pregação protestante. Mesmo sem muita experiência, assumiu toda a responsabilidade desse campo. Ele ainda se lembra de uma frase do Pr. Otoniel de Souza, que, ao lhe dar chave da congregação, disse-lhe: “TV” ("te vira"). Estudou Teologia no Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste, ao mesmo tempo em que dirigia a congregação e orava pela possibilidade de comprar um grande terreno. Isso veio a acontecer como um grande milagre de Deus, na comunidade de Santa Luzia, no bairro da Torre. Foi ordenado ao ministério após ter sido evangelista da IPRB, no ano de 1987. Pastor Carlos Caldeira sempre esteve na diretoria do PRENOR, ao lado do Pr. Otoniel de Souza e do Pr. Marcos Andrade. Hoje é vice-presidente do PRENOR, ao lado do Pr. Rossine Veloso, sempre assumindo o papel de um grande amigo e conselheiro.
mesmo de outras denominações para contribuírem com a construção. Cheio do poder do Espírito Santo, era usado por Deus em praças públicas e na comunidade, onde ganhou muitas vidas. E, assim, a igreja cresceu para a glória do nosso Senhor Jesus. Pastor Carlos Caldeira fundou todas as igrejas do ministério Torre-Recife, que hoje conta com oito congregações e igrejas em forte crescimento, oito pastores e um trabalho missionário no agreste do Pernambuco, em Glória de Goitá. Ao todo, são quase mil membros. Esse homem de Deus formou novos pastores e líderes, construiu novas igrejas, sendo a sua uma das que mais crescem na região. Serve ao Senhor sempre ao lado de sua esposa, Miss. Adriane Teodózio de Santana, uma mulher de Deus, cheia de desejo missionário.
Conclusão
O Pr. José Carlos Caldeira de Santana é um desses vultos sagrados nas fileiras da IPRB. Pastor dessa grande Igreja Torre-Recife, serve há 40 anos na IPRB e com muita vontade de avançar para conquistar grandes coisas para a glória do nosso Deus. Com a vida pautada na força e no poder do nosso Deus. No dia 22 de maio do corrente ano, o Presbitério do Nordeste o homenageou e o parabenizou pelo seu Crescimento da igreja aniversário e pela sua dedicação a Após muitas lutas, construiu essa grande causa, conferindo-lhe a um grande templo, realizando vácomenda de Pioneiro do PRENOR, rias campanhas, devido à grande na cidade do Recife, PE. dificuldade financeira na região. Presenciou milagres, como o fato Pr. Rossine Veloso Presidente do PRENOR de Deus tocar pessoas amigas e até
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Igreja em ação
Ordenação pastoral no presbitério de Teófilo Otoni No dia 7 de maio de 2017, o pastor Adriano Pacheco Alomba foi ordenado ao sagrado ministério. Formado pelo SPR de Cianorte em 2010, foi recebido no Presbitério de Teófilo Otoni em 2011, ano em que assumiu o campo de Poté, onde continua seu ministério. A cerimônia de ordenação ocorreu no templo da 2ª IPR de Teófilo Otoni, igreja onde se converteu, atuou
como diácono e líder dos jovens e onde seus pais Valter e Jorgina Alomba congregam. A ordenação foi oficiada pela comissão designada pelo presbitério de Teófilo Otoni, que teve o presbítero Reginaldo Ruas como relator e o pastor Vanderlei do Nascimento Moraes como oficiante. O presbitério de Teófilo Otoni deseja ao pastor Adriano êxito em sua jorna-
da ministerial e muitas bênçãos sobre sua família. Informou o Pastor João Ferreira, presidente do presbitério de Teófilo Otoni.
Cruzada de Fé e Milagres em Santa Cecília do Pavão A IPR de Santa Cecília do Pavão, PR, realizou uma cruzada de fé e milagres em que vários pregadores ministraram a Palavra. No dia 30 de julho, o pastor Genival Pereira Cruz falou sobre “prosperidade em tempos de crise”. “Foi tremendamente abençoador”, declarou o pastor Cléverson de Souza Assêncio. No dia 3 de agosto, a igreja deu início à campanha “A fé ri das impossibilidades”, com a presença do Pr. Thomas Jefferson Avellino.
4ª IPR de Governador Valadares investe em capacitação de professores de EBD
A 4ª IPR de Governador Valadares, MG, tem uma forte Escola Bíblica Dominical. A igreja promoveu recentemente, com o auxílio da Mispa – Missão Priscila e Áquila, um curso de treinamento de professores do departamento infantil. O pastor Edes Guimarães está à frente da igreja.
1ª IPR de Barueri, SP, celebra 41 anos de fundação
“Gratidão” tem sido a palavra de ordem na 1ª IPR de Barueri, SP, ao celebrar seus 41 anos de fundação. Na semana comemorativa, os pastores locais Ram-
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sés de Jesus Azevedo e Ramsés Júnior, além do seminarista Luis Pagero, da IPR Moçambique, ministraram a Palavra com base no livro de Atos dos Apóstolos.
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Dias 28, 29 e 30 de julho, ministrou-a o Pr. Erasmo Carlos Santos, da IPR de São Luiz, MA. “Nossa missão é ser uma igreja serva, avivada, frutífera, que
cumpre a Missio Dei. Batismo e recepção de novos membros são parte da missão da igreja”, informou o pastor Ramsés de Jesus Azevedo.
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Opinião
Os dois caminhos Você, certamente, já ouviu falar, ou leu, sobre a existência de dois caminhos: há um que leva à perdição e outro que conduz à salvação. Talvez já tenha visto um quadro que tem a figura desses caminhos. Aliás, é um quadro muito interessante, pois mostra, de maneira bem sugestiva, a representação do que seriam esses caminhos. Lembro-me de que, quando eu era criança, ficava assustado quando via o caminho largo, com suas figuras interessantes e atrativas, mas cujo final era escuro e cheio de demônios, raios, aves de rapina etc. No entanto, alegrava-me com o outro lado, que representava um caminho de belas paisagens, figuras dóceis e um ar de paz e alegria, com um final majestoso, brilhante, com figuras angelicais, sem faltar a figura do Cordeiro. Bem, esse assunto e esse quadro têm fundamentação bíblica ou não? Leiamos Mt 7:13-14: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que con-
duz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”. Vejamos, também, Lucas 13:24: “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.” Vejamos o que é porfiar: é teimar, insistir, disputar, ser constante, ser contínuo etc. Bem, a esta altura do campeonato, perguntaríamos: Com que finalidade Jesus falou isso se, de acordo com alguns “teólogos”, Deus escolheu algumas pessoas pecadoras para salvar, de acordo com a Sua soberania e Sua determinante eleição? Diríamos que quem é escolhido, eleito, etc, não precisaria porfiar par achar a porta; e nem o perdido, não eleito, etc, para achar a porta larga que leva para o inferno. Então, Jesus teria falado inutilmente. Nós não cremos assim. Pelo contrário, preferimos ficar com o que está em João 1:11-12: “Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome”. Só não precisam porfiar as criancinhas inocentes, que morrem antes de terem consciência do pecado. Aliás, o que leva à perdição é o pecado. E qual o pecado que um bebê comete? Não faz muito tempo, uma mãe perguntou ao seu pastor se a filhinha dela, que morrera antes de completar um mês de vida, era ou não era salva. Ouvi o pastor responder: “Não sei! Se era eleita, sim; se não era, não foi salva!” Graças a Deus, depois eu pude consolar a mãe, dizendo que ela poderia dar glória a Deus, pois sua filha era privilegiada de já estar com Deus antes de nós todos. Mostrei na Bíblia o texto em que o próprio Jesus diz: “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam.
Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus” (Mt 19:14). Veja também Mc 10:13 e Lc 18:15. Bom é observarmos que a palavra “tais” no grego é "toiouton", que significa, entre outros sinônimos, “semelhantes”. Logicamente, além daquelas que estavam naquele momento com Jesus, todos os que preenchessem as qualidades de um semelhante a elas herdariam o reino dos céus. Honestamente, sito pena desses “teólogos” que ficam pregando teologia de homens e dispensam as palavras do próprio Salvador. Que Deus tenha misericórdia deles. Poderiam dizer eles: “O apóstolo Paulo, em suas cartas, dá a entender que é assim”. Mas, sinceramente, antes das palavras de Paulo, prefiro ficar com as palavras de Jesus. Pr. Natanael Antonio Palazin Várzea Grande, MT
IPR de Bangu, RJ Culto de jovens
Dia com as crianças
Falecimento Evangelina Bem de Aguilar nasceu em 25 de novembro de 1936, na cidade de Comercinho, MG, Vale do Jequitinhonha. Na IPR da cidade de Comercinho, teve como pai da fé o grande homem de Deus Carlos Atenor (cabo da Polícia Militar, in memoriam), cuja família reside hoje em Governador Valadares, MG. SETEMBRO 2017
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A irmã Evangelina foi batizada na cidade de Medina, MG, pelo pastor João de Matos. Mudou-se com a família para a cidade de Montes Claros no ano de 1985 e foi recebida como membro pelo pastor José Pires da Luz, à época, com poucos membros. Ali, a irmã, como uma mulher guerreira, tra-
balhou muito em prol da obra. Foi dizimista e ofertante fiel. Viu o crescimento da igreja pouco a pouco, ajudando vários pastores locais. Faleceu no dia 09 de fevereiro de 2017, aos 80 anos de idade, deixando seu esposo Adeido Batista, filhos, netos e igreja com muita saudade. Jornal Aleluia
Sempre foi uma mulher dedicada, trabalhadora e guerreia na fé. Teve total apoio do pastor Adelço Belchior e do pastor Antônio Avelino, bem como da igreja, onde foi membro por várias décadas. Sinceros agradecimentos de toda a sua família. 11
Artigo
A verdade do evangelho: a justificação pela fé1
O
grito de guerra da Reforma Protestante no século XVI foi a “justificação pela fé, somente”. Mortes, guerras, cismas ocorreram em decorrência de tal confissão teológica. A verdade que mudou a vida do monge agostiniano Martinho Lutero representava a denúncia do que se ensinava acerca da salvação naquela época. Lutero descobrira, por meio da leitura de Romanos 1:17, que o “o justo viverá pela fé”. O evangelho da verdade iluminou-lhe a alma e, então, compreendeu que os méritos pessoais nada tinham a ver com a sua salvação. Diante disso, Lutero afirma que a justificação é aquela doutrina pela qual a igreja está de pé ou está falida. O homem, em seu total estado de depravação, só poderia ser aceito por Deus mediante a justiça perfeita de Cristo Jesus.
ela vem como resposta de Deus à nossa fé (que é o contrário de depender de nós mesmos ou das nossas boas obras). Embora a justificação seja o resultado da ação de Deus em resposta à nossa fé, isso não significa que a nossa fé tem algum mérito diante de Deus. Não é nossa fé que nos faz merecer o favor de Deus. A Bíblia é clara: a justificação está fundamentada somente nos méritos da obra de Cristo (Rm 3.24); nunca está baseada em qualquer mérito da nossa fé. Essa é uma notícia realmente boa porque significa que não precisamos compensar ou pagar pelos nossos pecados. Podemos pedir a Deus, por meio de Cristo, que nos dê aquilo que, conforme sabemos, não podemos nos dar a nós mesmos.3
Ora, essa doutrina não poderia fazer menos do que fez no século XVI e não fará nada menor se a estivermos pregando em nossas igrejas. Seria, então, exagero do apóstolo Paulo tratar os gálatas tão rigorosamente? Não é Para que se possa entender a ex- insultante trocar essa doutrina da gratensão da doutrina da justificação ça pela pretensa obra das mãos humaé necessário que a definamos. A nas? Não seria invalidade ultrajar e justificação é, conforme Roger L. menosprezar a suficiência de Cristo? Smalling, “uma declaração legal, Conhecendo a Epístola de Paulo feita por Deus, de que uma pessoa aos Gálatas é justa em relação à lei Divina, por causa da justiça perfeita de Cristo, Provavelmente, Gálatas tenha concedida à pessoa, por meio da fé sido a primeira epístola do apóstolo em Cristo”2. Essa definição deixa Paulo. É possível que tenha sido esclaro que a justificação não pode ser, crita pouco antes do concílio de Jeportanto, um ato contínuo; antes, é rusalém (At 15), em que se decide a um ato divino realizado uma única questão do evangelho entre gentios e vez em favor do crente. Cristo mor- judeus. Tal assunto se deve ao fato reu uma única vez, e o poder de seu de Paulo não recorrer à decisão tosacrifício é eficaz eternamente para mada pelas autoridades eclesiástica, a satisfação divina aceitar o homem a fim de lhe garantir a pregação da perante a Sua santidade ( Gl 3:15ss; graça entre os gentios. Trata-se de uma epístola dura, em que se vê zelo Hb 5:3,6,9; 7:27; 9:12; 10:10). Portanto, devemos evitar detur- pelo evangelho, amor pelos fracos e par a justificação ao imaginar que ela intolerância para com o a deturpação signifique “tornar-se justo”. Antes, da mensagem da cruz. Paulo não foi tolerante para com ela significa ser “declarado justo”. Devemos entender que, conforme o os hereges da Galácia como o foi, Novo Testamento, justificação não é por exemplo, aos romanos. Por que uma recompensa à nossa fé. A fé sal- essa diferença? A motivação dos vadora é obra da graça de Deus (Ef judaizantes na Galácia era espúria, 2:8). Sei que o assunto é sensível e propositalmente desejosa de perverexige-nos máxima atenção e temor, ter a verdade do evangelho. O apósmas a fé não é a base de nossa justi- tolo leva essa atitude tão a sério que ficação. A base de nossa justificação afirma: “Ainda que nós mesmos ou é a justiça perfeita de Cristo! A fé é, um anjo do céu vos anuncie outro sim, o meio essencial para receber- evangelho além do que já vos tenha anunciado, seja anátema”. (Gl 1:8). mos a justiça. Conforme Lutero, “o amor cede, O Novo Testamento alude que: mas a fé não cede” A justificação vem como resulQual o problema com o ensino de tado da graça de Deus (que significa que não a merecemos), e “um outro evangelho”? O problema é 12
Pr. Eliandro da Costa Cordeiro SPR Cianorte, PR
Gálatas 2:1-21(19-21)
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que “um outro evangelho” não converte ninguém. Ele pode até apontar para um estilo de vida, mas Cristianismo é muito mais do que um estilo de vida; é vida conforme Cristo, pois é esta vida que satisfaz a justiça que Deus exige do homem. É crer em Cristo para a justificação. O evangelho da verdade põe o homem em seu lugar e dá o verdadeiro lugar a Deus. Todavia, os judaizantes diziam: “Crê em Deus, obedece a Lei de Deus da melhor maneira possível e, então, você será justificado”4. Mas a cruz do evangelho da graça não é Cristo e algo mais, ou Cristo e você. Não! O evangelho da cruz é “glória somente a Cristo”. O Cristianismo não é a religião do mérito, mas da graça. Portanto, a luta de Paulo com os judaizantes não era meramente uma indisposição teológica. Era a luta pelo próprio significado de tudo o quanto significa Cristianismo. Os cristãos da Galácia deveriam saber que a justificação pela fé é ato de graça. Tira do homem todo o falso poder de seu ego e apresenta-lhe a verdadeira fraqueza de seu eu. Consequentemente, é um ato de graça. E aquelas boas obras que o homem apresenta, agora, a Deus não são vistas por Ele como apresentadas por mãos meramente humanas, mas pelas próprias mãos de Cristo. Assim, nas mãos vazias dos homens, Cristo descansa suas virtudes. Isso implica maior responsabilidade cristã para com suas ações, bem como, demonstra os efeitos das virtudes de Cristo por meio de sua vida, donde se pode afirmar que a justificação não existe sem efeitos na vida cristã. Uma leitura atenta dos versículos 19-21 pode apresentar alguns efeitos resultantes da justificação pela fé na vida cristã:
1 - Nascer
de novo,
nova vida (v.
19)
Paulo atribui ao novo nascimento a noção de “união com Cristo”- morte e ressurreição. Conforme o apóstolo, todo homem está sob o poder do pecado, herdado pelo primeiro homem, Adão (Rm 3; 5:12ss). Assim, o homem sem Cristo está morto, afastado de Deus. O seu estado é de natureza pecaminosa.
1.1 “morri para a Lei”. O que isso significa? Significa que o apóstolo já não mais confiava em sua autojustiça. Aprendera a descansar na graça de Cristo. Por que Paulo estava morto para a Lei? Porque o evangelho que ele experimentou era autêntico. (a) É o evangelho de Deus (Gl 1:1). A justiça salvífica se revela pelo evangelho (Rm 3:20,28; 4:5; 5:1; 8:33; Gl 2:16). Não significa simplesmente perdão de Deus. Mas uma declaração de que você agiu de acordo com a Lei exigida por Ele. E você fez isso realmente? Portanto, o homem não pode se justificar através de um pacto realizado por sua parte. Deve ser o próprio Deus quem o faz. O coração do pecador diante da justiça de Deus deve ser como o daquele publicano: “Deus, sê propício a mim, pecador...” (Lc 18:9-14). Por essa razão, pode-se afirmar que o evangelho é Deus! (b) Não depende de homem algum (Gl 1:11,12); Não se trata de um misticismo. Paulo considerava a autoridade dos apóstolos (cf. Gl 1:18,19; 2:1,9,10). Todavia, o apóstolo cedo aprendera a basear a sua fé no Cristo das Escrituras. O Jesus ressurreto lhe era real. É provável que nas igrejas da Galácia insinuassem que o apóstolo quisesse conquistar alguém (1:10). Paulo prontamente diz que o evangelho da verdade não é o “outro evangelho”. O evangelho da cruz não agrada ao homem, antes, o crucifica (Gl 1:10,11). A mensagem da cruz é humilhante ao homem que se recusa a se aceitar como depravado. O que os mestres judaizantes tinham a oferecer aos crentes da Galácia senão um “outro” evangelho que enaltecia o homem? A mensagem do evangelho, em que salvação é pela graça, mediante a fé, expõe a natureza do homem (Jr 17:9; 13:23). Paulo prega a salvação pela fé. Esta crucifica o crente. Ora, a teologia da salvação pela graça propõe em si mesma a ideia de que “a fé é a autodenúncia; as obras são autocongratulatórias” (J. Edição 432
SETEMBRO 2017
Artigo Murray). A fé não é o fundamento da salvação, mas o meio de recebê-la (Rm 3:25,28,30). Que alma humana não se sente humilhada antes de receber a alegria dos céus? E não é isto mesmo uma das evidências do arrependimento: reconhecer-se o mais indigno e miserável dos homens? A rejeição dessa verdade não consiste em prova máxima dos pecados próprios? Isso esvazia o homem de completa escusa ou virtudes perante o justo Deus. A cruz esvazia a própria noção de fé per si. Pois, se a fé fosse a base para a justificação, ela seria uma obra meritória. Podemos ilustrar o lugar da fé ao “compará-la com um enfermo tomando remédio que o médico receitou, ou como um mendigo que estende a sua mão para receber um pedaço de pão” (Franklin Ferreira). A fé reduz o homem ao seu estado de profunda carência da graça de Deus. A justiça de Deus fecha a porta à jactância humana. (c) É Soberano (15,16) O evangelho chamou a Paulo, o perseguidor da igreja, lançou-o no chão e transformou-o no pregador da cruz. Esse é o evangelho de Cristo, o evangelho da cruz. Somente o evangelho da cruz pode matar o orgulho do homem e ressuscitar o homem juntamente com Cristo. Não existe evangelho especial para gente especial ou evangelho específico para épocas específicas. O evangelho é eterno. Os falsos mestres da Galácia ofereciam um evangelho que fascinava, mas não transformava o homem morto em homem vivo. 1.2 Nascer de novo significa primeiramente morrer, para depois viver: "E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo" (Lc 14:27) Quando Paulo morre? Quando Deus revelou o seu Filho nele (1:1316). Observemos que, a partir desse ponto (revelação), o apóstolo põe-se a testemunhar da sua conversão. O tempo é apresentado sob perspectiva passada: “como era o meu proceder...”, “como eu perseguia...”. Todavia, no capítulo 2, o apóstolo diz no tempo presente: “eu estou morto”; “estou crucificado...” (2:1921). A ideia está no presente. Isso é conversão! E assim o é, pois, em Gl 2:19-21, o apóstolo utiliza-se da primeira pessoa singular (eu, me, mim,) doze vezes! SETEMBRO 2017
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2 - Vida
cristocêntrica (v.
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2.1 Cristo no crente e o crente em Cristo Paulo, neste versículo, mostra como e onde morreu: na cruz. “Estou crucificado”, trata-se de um tempo verbal perfeito. A morte na cruz tem efeito eterno, permanente. Paulo morre para que se cumpra o que Jesus disse sobre os seus discípulos em Jo 15. Isto é, o ramo só pode estar vivo se enxertado na videira. “Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos” (Rm 6:8); "Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos" (2Tm 2:11). Porque Ele morreu, eu vivo; porque morri, Ele vive. Não mais vivo eu, mas Ele em mim. A respeito disso, Paul Washer disse: “Você pode se julgar um cristão, mas a não ser que Cristo seja tudo para você, você não é um cristão”. Os discípulos de Jesus o ouviram dizer o que significava ser um servo seu: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim” (Jo 17:23); "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele". (Jo 6:56); “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Eu só posso estar morto para a Lei se, antes, estiver crucificado com Cristo. Caso contrário, serei um violador da Lei e um condenado pela própria graça de Cristo. Conforme Jorge Fernandes Isah: “Se Cristo não vive em nós, a morte viverá”. 2.2 Vida cristocêntrica é um esquecer-se em Cristo Os evangelhos trazem provas inúmeras acerca da relação que o homem tem consigo mesmo quando confrontado pelo chamado de Cristo. Tomemos por exemplo: “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará” (Mc 8:35). Ora, o evangelho insinua um paradoxo existencial para quem é discípulo de Cristo. O paradoxo consiste no fato de que ninguém perde a sua vida quando é Cristo quem a vive por ele. Que vida maravilhosa é esta em Cristo! Quando o “eu humano” não mais vive para si mesmo
é quando o homem encontra a mais viva de todas as vidas: a de Cristo. Sim, pois Cristo morreu para que o “eu humano” vivesse como deveria viver - para Deus. O homem, com meus pecados, só pode viver se for por meio do Filho de Deus que ressuscitou! Ninguém pode dizer estar morto para si se Cristo não estiver vivo nele. Doutra sorte, ninguém pode dizer que Cristo está vivo nele se antes ele mesmo não estiver morto em Cristo Jesus (Mt 10:39). 2.3 O impacto do evangelho da verdade: “Cristo se entregou por mim” (v. 20) Neste ponto, a vida piedosa de Paulo se manifesta. Ele é a prova de que o que se crê deve refletir de modo prático na vida. O evangelho leva o apóstolo a revelações profundas, numa escala entre elevada teologia unida à elevada piedade. Paulo ensina como deve ser o coração de um nascido de novo: a ambição de crescer no conhecimento de Deus concomitantemente com a vida devocional. Não seria isso um coração inteiro para Deus? Observemos como as linhas se tocam, mas não se atam em nó. Depois de expor a doutrina da justificação, o apóstolo de modo natural extasia a sua comunhão com Cristo: “Cristo se entregou por mim”. Mas, transitar entre profundas teologia e piedade só se é possível depois de o evangelho ter impactado genuinamente o coração do homem. A vida de Paulo como piedade e teologia bem nos lembra Calvino, quando diz: “Chamo de piedade aquela reverência unida com o amor a Deus que o conhecimento de seus benefícios produz”5. 2.4 Eis o convencimento do pecado: “Esta é uma palavra fiel e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15) Aquele que sabe que foi salvo pela graça de Deus, ao considerar o seu estado de completa miséria, nunca se colocará numa posição de superior ao seu irmão. Nunca dirá que Cristo morreu pelo pecado do outro, mas que Cristo morreu pelo seu próprio pecado. Ninguém é mais pecador do que ele. Cristo lhe mostrou o inferno que estava sob os seus pés e o seu estado de inimizade com Deus nunca teria acabado caso o próprio Deus não lhe fosse condescendente. Conforme M.Lloyd-Jones, “quanJornal Aleluia
do alguém vê verdadeiramente a si mesmo, sabe que ninguém pode dizer algo a seu respeito que seja exageradamente mau”6 . E endossa-o J. G. Machen, ao dizer: “Se alguém, alguma vez, já esteve debaixo da verdadeira convicção de pecado, essa pessoa terá pouca dificuldade com a doutrina da cruz”7. 2.5 Eis a intimidade com Cristo: “me amou”... “se entregou por mim”, “foi por mim” O evangelho impactou a vida de Paulo. Ele está sob a verdadeira convicção de pecado (1Jo 4:10). A verdade do evangelho só lhe oferece um momento em que você poderá ser “egoísta”, pensar em si mesmo antes de nos outros. Eis o momento: “Cristo morreu por mim”. Não simplesmente porque ele ama você mais do que ama aos outros crentes. Morreu por você porque os seus pecados são maiores do que os dos outros salvos. Logo, é esta a condição dos crentes diante de Cristo: humilhados. Isso porque a graça de Deus não pode estar unida ao mérito dos homens. Isso não significa que Paulo desconsidere o pecado do próximo (cf. Gl 1:4: “...que se entregou pelos NOSSOS pecados, para NOS livrar...”). Saber dos nossos pecados leva Paulo a respeitar o próximo. A justificação pela fé implica humilhação da moral do homem, apontando-lhe os seus próprios pecados, que se tornam tão imensos aos alcançados pela graça, que estes não podem acusar o pecado de outro sem que, antes, vejam-se, fatalmente, os maiores dos pecadores. A justificação pela fé é motivo tanto de alegria como de humilhação, porque retira das mãos do homem toda a esperança de salvar-se. E é aqui que voltamos a mencionar a vida piedosa de Paulo. Só quando se entende o que significa a justificação pela fé é que as obras do crente fazem sentido. Surge a pureza dupla da piedade: justificação e santificação. Estas são a “graça dupla”, isto é, juntas proveem uma pureza dupla. A justificação oferece a pureza imputada; a santificação, por sua vez, traz a pureza atual. Desse modo, os homens têm as suas mãos vazias. E quanto mais trabalhem a fim de se apresentarem inocentes perante Deus, mais frutos da carne hão de se manifestar. Nada mais lhes resta a não ser descansar na suficiência de Cristo. A fé que justifica consiste em impedir o desespero do homem e o seu orgulho. 13
Artigo É por isso que Paulo pode dizer que está crucificado com Cristo. Um homem que não morreu para si mesmo jamais sossegará a sua alma nas mãos de um Deus Todo-Poderoso.
3-A
vida pé-no-chão:
“a
vida
que agora vivo...”
É provável que aqui se encontre uma resposta aos perfeccionistas8. Este “viver-morto e morrer-vivo” é continuamente apresentado por Paulo como algo natural na vida cristã. Com isso não se quer significar que a alma do salvo deva descansar tranquila com as feridas de seus pecados (Rm 6:1ss). A bem da verdade, este texto de Gálatas estende aquela noção cristã de que cada crente deve carregar a sua cruz. Não se trata de uma experiência particular, subjetiva, aqui. Não. Paulo insinua que a vida cristã (neste aspecto de confronto com os legalistas) implica nossa união com Cristo. Noutros termos, todo verdadeiro crente está crucificado com Cristo. Embora o apóstolo sempre mencione o “eu” (aproximadamente 12 vezes nos versículos 19-21), esse “eu” sugere a realidade do cristão com Jesus Cristo. É esse o aspecto objetivo da fé. Assim, embora o “estar crucificado com Cristo” esboce, também, um aspecto de sofrimento cristão, o apóstolo tem intenções mais profundas em sua resposta aos falsos mestres da Galácia. Podemos apreender o significado desta crucificação dos seguintes modos: 3.1- Estar crucificado com Cristo implica estar:
Santidade não significa não ser pecador, mas ser santificado por Cristo. (b) “vivo” (qualidade). Morrer para si e viver para Cristo não é abandono de personalidade, alienação. Paulo apresenta um agradável paradoxo: quando eu morro para mim, devido ao fato de que Cristo por mim morreu, estou realmente vivo. Cristo vivo no homem é igual ao homem vivo, pois está vivo para Deus. (c) “na carne” (estado). Eis um dos pontos em que se descobre onde nossa carne está pregada: na cruz de Cristo ou em nosso ego. Oh! Quão bom é viver em Cristo quando nossas orações são respondidas prontamente, quando o dinheiro é recebido, quando se está saudável. Mas, quando o contrário nos ocorre... a cruz, não poucas as vezes, nos é objeto de vergonha e desprezo. Paulo descreve a vida espiritual e oculta dos crentes. Como em Rm 6, o velho homem está crucificado. O crente vive na carne, mas não mais segundo a carne. (d) “vivo pela fé” (modo/realidade). Observe que as características da vida em Cristo aludidas são perfeitamente compreendidas como a maneira de ser cristão. Isto é, conforme Paulo, viver pela fé. Paulo não vive da fé, ele vive pela fé, através da fé. A fé é o caminho e não a salvação. Não se trata de fé na fé, mas fé em Cristo. Fé sem Cristo é vazia e morta. Só a fé genuína em Cristo é poderosa para matar o velho homem!
(e) “no Filho de Deus” (confissão/ vida). Paulo confessa a sua fé. Ele (a) “agora” (tempo), hoje, não tem a graça de unir teologia e vida, ontem ou amanhã. Cristo sempre comprovando que o dogma é mais presente no coração do crente. A do que declaração explícita da relivida eterna começa agora. A sua ma- gião. Essa confissão encarnou-se no nifestação ocorre com a santidade. apóstolo.
3.2- Não parece existir conflito entre viver na carne e viver na fé Roberto Jamieson, A.R.Fausset e David Brown afirmam que este “viver na fé” sugere a ideia de “descansar em Cristo”. Assim, a fé é, e não a carne, o verdadeiro elemento sobre o qual o crente vive. E é este o poder da cruz: ela me mantém vivo diante de Deus! Por que Paulo se diz morto para a Lei? O apóstolo completa: “para viver para Deus.” O prazer do apóstolo é o de usar a sua liberdade para a glória de Deus. Eis a verdadeira razão da existência do homem: viver para Deus. Deus é o verdadeiro deleite e anseio de todos os homens. E só um coração encontrado pelo evangelho da cruz pode viver para Deus. Estar vivo para Cristo só é possível quando se está morto para a autojustiça. É essa a doutrina que eleva a glória de Cristo e derrota a inútil glória do homem. Essa doutrina dá ao homem a sua justa medida: a liberdade necessária para vencer o pecado, mas, também, o espinho aprovado para esvaziar-lhe a alma da soberba. Do contrário, o homem poderia bem pensar que o seu sucesso perante Deus se deve aos seus esforços e não à inteira graça de Cristo. O evangelho da verdade põe o homem em seu real lugar: “agora vivo na carne, pela fé”.
Conclusão Estar morto com Cristo não é, portanto, uma realidade subjetiva na vida cristã. Trata-se de uma realidade objetiva na vida do verdadeiro crente! É uma afirmação teológica da posição de alguém em Cristo. Não depende de apenas um esforço pessoal do homem, a fim de viver a fé cristã. Não! A fé cristã implicou,
objetivamente, sua morte na cruz com Cristo (Gl 6:14). Estar crucificado com Cristo significa união com Cristo mediante o que ele fez pelo salvo, e não o que o salvo fez por Cristo. Não é isso o que se chama graça? Justificação pela fé? Assim, Paulo pode dizer que não mais vive ele, mas Cristo. O apóstolo experimentou do efeito da crucificação: já não vive mais para si mesmo, mas Cristo vive nele.
Notas: 1 O objetivo deste artigo é preservar o seu caráter homilético; isto é, “prático/pastoral, uma vez que, a doutrina da justificação não pode estar longe do alcance das ovelhas de Cristo. Elas devem se alimentar continuamente desta verdade, tendo livre acesso a esta fonte, quer ouvindo-a ou lendo-a. Deste modo, o texto é apresentado em forma da pregação. 2 SMALLING, R. L. Justificação pela Fé. Os Puritanos, ano IV, n.6, nov/dez. 1996, p.3. 3 GRUDEM, W. Entenda a fé Cristã: um guia prático e acessível com 20 questões que todo cristão precisa conhecer. São Paulo: Vida Nova, 2010, p.121. 4 MACHEN, J. GRASHAM. Cristianismo e liberalismo. São Paulo: Shedd Publicações, 2012, pp. 26,27. 5 CALVINO, J. Institutas da Religião Cristã, 1.2.1. 6 JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. São José dos Campos-SP: Fiel, 2008,p.63. 7 MACHEN, J. GRASHAM. Cristianismo e liberalismo. São Paulo: Shedd Publicações, 2012. 8 Esta doutrina acreditava que a santificação era instantânea e total, negando-a como um acontecimento imediato à justificação. Os perfeccionistas tratam a santificação como uma segunda experiência de conversão. Todavia, conforme as Escrituras, a santificação começa no exato momento da justificação e se estende por toda a vida cristã, pois ampara-se na santidade de Cristo.
O outro lado da verdade Certas inversões da linha de pensamento são muito curiosas. Alguém disse que o jovem Davi, ao se deparar com o gigante Golias, longe de ter medo do temível guerreiro, teria dito apenas: Hum, beleza! Um alvo tão grande, com certeza não vou errar! Algumas pessoas costumam menosprezar o Novo Testamento, afirmando sarcasticamente ser um livro escrito há dois mil anos e que, por isso, não merece confiança. Mas William Albright, um dos mais acreditados arqueólogos da atualidade, invertendo essa posição, explica que, exatamente por ter sido um livro escrito há dois mil anos, estando, portanto, mais perto dos acontecimentos, por isso mesmo é que merece toda confiança. Há sempre uma forma mais correta de vermos a verdade! Joel Camargo Arapongas, PR 14
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Igreja em ação
2ª IPR de Ji-Paraná, RO, celebra formatura do curso Casados para Sempre
No dia 16 agosto de 2017, a 2ª IPR de Ji-Paraná, RO, realizou a formatura do Curso "Casados Para Sempre”. Foram 14 semanas de ministrações
pelo casal Jocélio e Patrícia Plaster. Houve um total de 36 participantes no evento. Cinco casais receberam a condecoração da formatura. Foi um
momento maravilho, em que os formandos testemunharam o que Deus fez na vida deles por meio do curso. Informou o pastor João de Deus Teixeira.
Congresso de adolescentes no Jd. Irene, SP
Congresso de jovens em Carlinda, MT A IPR de Carlinda, MT, realizou um congresso de jovens nos dias 29 e 30 de julho, sob o tema “Construindo uma geração que busca a Deus”.
Nos dias 18 e 19 de agosto, a IPR do Jd. Irene realizou o 27° congresso do grupo de adolescentes Arautos de Israel. Estavam presentes igrejas da região e amigos convidados.
O pastor Jackson Luz e sua esposa Juniceia Luz ministraram a Palavra. Está à frente da igreja de Carlinda o pastor Zaqueu Pereira da Silva.
Dia do Presbítero na 3ª IPR de Campo Mourão Ensino bíblico em Eldorado, MS Os adolescentes e jovens da IPR de Eldorado, MS, recebem do seu pastor, Elias Yembo, muita atenção e cuidado pastoral. Na
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foto, aula de Escola Bíblica Dominical, em que os jovens estão recebendo ensinos sobre os princípios básicos da fé cristã.
A 3ª IPR de Campo Mourão, PR, comemorou em 6 de agosto o Dia do Presbítero. O templo estava lotado. O pastor Edimar Guidino está à frente da igreja.
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Mulher
cristã
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