Batalha Espiritual

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1 Anjos e

demônios Batalha espiritual

Vivemos em um mundo de domínio espiritual. Basta andar por certos lugares e você logo sente a diferença no ar. Esse pode lhe parecer um conceito medieval, mas é um fato. O mundo que vemos, ouvimos, tocamos e percebemos com todos os nossos sentidos faz parte de uma realidade maior. Há alguns anos, foi publicado o livro Este mundo tenebroso, de Frank Peretti. Trata-se de uma ficção, mas com algum fundamento bíblico. Claro que, como uma ficção, uma publicação como essa sofre certas limitações e até traz consigo alguns perigos. Podemos nos confundir e achar que é uma descrição fiel de tudo o que acontece na vida real. Tendo feito esse importante “porém”, convenhamos

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que nosso mundo é ocupado por seres humanos, mas também por seres que não são inteiramente deste mundo. Sabemos da existência de pessoas que se entregam a espíritos malignos, lhes servem como vasos e são visitados periodicamente, sendo possuídos e levados a fazer as suas vontades. Todo folclore à parte, essa é a realidade de muitos que vivem uma vida de escravidão e de pavor. Quão grande é a alegria de alguém que, uma vez escravizado dessa maneira, é surpreendido pela graça libertadora de Jesus Cristo! Sim, pois o nome de Jesus é poderoso para libertar. No nome de Jesus pessoas podem ser libertas desses espíritos malignos. Sei que de uns tempos para cá a prática de libertação tem caído em descrédito, por ter sido usada como uma espécie de show em programas de televisão. É trágico ver pessoas humilhadas dessa maneira. Mas é importante lembrar que há libertação para o cativo. Também existem anjos bons em ação neste mundo. Falamos pouco sobre a sua função, até porque na Bíblia há poucas referências a anjos após os primeiros livros do Novo Testamento. No Antigo Testamento, vemos anjos proclamando, anunciando e trazendo mensagens aos homens. Vemos sua atuação no anúncio da vinda do Nosso Senhor ao mundo. Os pastores no campo assistiram a um verdadeiro coral celestial proclamando o nascimento do Rei Jesus. Maria recebeu de um anjo a notícia do propósito de Deus de usá-la para ser a mãe do Salvador. Ela aceitou com as simples palavras: “Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra” (Lucas 1.38). Foram os

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anjos que ficaram ao lado do túmulo vazio de Jesus e anunciaram a sua ressurreição. Quando Jesus finalmente ascendeu ao Céu, foram os anjos que lembraram aos discípulos que deveriam voltar para Jerusalém e esperar a promessa de poder do alto. Ainda lembraram que Jesus voltaria um dia da mesma maneira que ascendeu ao Pai. No livro de Atos dos Apóstolos também há relatos de alguns casos de atividade angelical. Porém, o que mais vemos é a ação do Espírito Santo, por meio dos membros do Corpo de Cristo. Há nas cartas de Paulo uma ausência de instruções referentes a anjos, exceto de não adorá-los, como no caso de Colossenses 2.18: “Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa”. Existem casos em que são apenas mencionados, mas somos instruídos a não nos preocupar com eles. Havia na Igreja primitiva um grupo herege que tinha muita preocupação com os anjos. Eram os gnósticos, que se preocupavam em falar deles e até de estudar genealogias angelicais. Um livro neotestamentário fala muito de anjos. Em Hebreus, temos uma mensagem escrita para pessoas que estavam sendo tentadas a voltar a seguir uma religião muito característica de Alexandria, no norte da África. Essa religião era uma mistura das Escrituras Hebraicas com a filosofia de um alexandrino chamado Philo. Ele elogiava o papel dos anjos. Mas o autor aos hebreus fez questão de mostrar que o nosso mediador é Cristo e somente Ele.

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Finalmente, vemos no livro de Apocalipse uma atividade tremenda dos exércitos angelicais. Parece que no Céu eles estão em franca atividade. No fim, eles celebrarão a revelação dos filhos de Deus. E, segundo João, que teve a visão descrita no livro enquanto se achava na Ilha de Patmos, anjos fizeram parte dessa ópera cósmica, que mostrou a verdadeira natureza da guerra travada no mundo espiritual. Devemos nos preocupar com eles? Não. Devemos orar para eles? Também não há uma menção sequer na Bíblia sobre isso. Devemos procurar saber mais sobre eles? Somente até o ponto que se torna necessário para entender o que o texto bíblico diz a respeito dos eventos que em breve todos celebraremos, sendo o evento maior a vinda do nosso Senhor à Terra. Todo o mundo espiritual se mobilizou para anunciar e celebrar que Deus estava entre nós. Um menino nos nasceu. Um rei. O Rei! Que anjos tenham atuação em nosso mundo, eu não tenho dúvida. Mas em nenhum lugar somos instruídos a supervalorizá-los. Podemos descansar na certeza de que, se orarmos a Deus Pai, em nome do seu Filho, e pelo poder do Espírito Santo, o Pai tem a seu dispor todos os recursos para realizar a sua vontade. Tenho ouvido sobre grupos que emprestam seus anjos da guarda uns aos outros. Há pessoas que pedem a Deus mais anjos da guarda em ocasiões de aparente necessidade ou perigo. Confesso que já

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pedi tal coisa, em épocas passadas, de maior ignorância bíblica. Mas, pensando bem, a coisa se desvia do alvo e do culto racional. Tenho que depositar toda a minha fé em Deus e em Deus somente. Tenho que confiar a Ele todos os meus cuidados e não instruí-lo acerca dos meios que eu acho que Ele deva empregar para fazer a sua vontade. Sinceramente, é brincar com coisa séria. Anjos e demônios existem. Podemos ordenar aos demônios que saiam de alguém, no nome de Jesus, e eles terão que obedecer. Não cabe a nós conversar com eles, nem tentar obter mais informações do que sejam necessárias para o ato de libertação. Os próprios discípulos ficaram maravilhados com o fato de poder expulsar demônios. Mas, quando voltaram com essa notícia, Jesus se limitou a dizer que o que realmente importava não era isso, e sim ter o nome escrito no Livro da Vida. O que importa, segundo Jesus, é sermos salvos eternamente com Deus. Vivemos num mundo espiritual e não há dúvida quanto a isso. Vivemos num mundo de domínios. Mas posso lhe afirmar, com absoluta certeza, que a missão e os cuidados da Igreja não passam por essas coisas. Temos que nos submeter a Deus, resistir às tentações do Diabo e ele fugirá de nós. O que os anjos estão fazendo nesses dias não é assunto nosso, pois não nos obedecem, mas sim a Deus. Veja como servem a Deus, confome Hebreus 1.14: “Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?”.

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No fim, quando Jesus voltar e todas as coisas se consumarem, veremos Cristo em toda a sua glória. Veremos o Senhor exaltado entre os anjos e os anjos nos verão, transformados, pois seremos como Cristo é. O que é corruptível será tragado pelo que é incorruptível. A morte não existirá mais. E juntos contemplaremos o Ser mais glorioso de todo o universo, o Cordeiro de Deus. Seu rosto brilhando como o Sol e seus olhos como fogo. Cairemos aos seus pés, lançaremos por terra nossas coroas e reconheceremos que Ele fez tudo com perfeição. Até aquele dia, fitemos nossos olhos somente em Cristo. Os anjos não são preocupação nossa. Oremos: Nosso Deus e Pai, os Teus caminhos são misteriosos para nós. A Tua glória é incalculável. A Tua criação, visível e invisível, é perfeita e simétrica. Sabemos que a criação que vemos geme pelo dia da volta do Cordeiro de Deus. Nós gememos pela volta do Cordeiro de Deus. O próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis, pelo dia em que todo mal será lançado no fogo eterno. Seja conosco. Dá-nos graça e perseverança nessa peregrinação numa terra hostil e seca. Ajuda-nos em nossas fraquezas e levanta os que caem vez por outra. Acima de tudo, hoje, nós te pedimos que sejamos imbuídos de uma fome pela Tua santa Palavra, que é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos. Peço isso em o nome de Jesus, nosso Mestre e Senhor. Amém.

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