Erra uma vez – UMA JORNADA VISUAL SOBRE AS NOSSAS INSEGURANÇAS CRIATIVAS

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MÚSICA

CULTURA POP

ESTILO DE VIDA

CRIATIVIDADE & IMPACTO SOCIAL

COMIDA



uma jornada visual sobre as nossas inseguranças criativas e a busca utópica pela perfeição.


Copyright 2021 by

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Este livro foi tirado do papel com a ajuda de uma comunidade maravilhosa com a qual tive a oportunidade de me conectar pela internet. Obrigado por apoiar o projeto deste livro pelo Catarse.

2021 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Belas Letras Ltda. Rua Antônio Corsetti, 221 – Bairro Cinquentenário CEP 95012-080 – Caxias do Sul – RS www.belasletras.com.br

Criado com carinho e gente-finice por Gustavo Guertler (publisher), Fernanda Fedrizzi (coordenação editorial), Paloma Keil (coordenação da campanha no Catarse) e Germano Weirich (revisão). Dados Internacionais de Catalogado na Fonte (CIP) Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer Caxias do Sul, RS

H519e Henriques, Tiago Erra uma vez / Tiago Henriques. - Caxias do Sul, RS : Belas Letras, 2021. 216 p. ISBN: 978-65-5537-125-3 ISBN: 978-65-5537-153-6 1. Artes. 2. Criatividade. 3. Projetos. I. Título. 21/51 Catalogação elaborada por Vanessa Pinent, CRB-10/1297

CDU 7 (07)


com carinho, para seu zezinho (do brasileirinho)


Erra uma vez é uma jornada visual sobre as nossas inseguranças criativas e a busca utópica pela perfeição. Este livro, levemente* baseado-em-si-mesmo, reflete sobre como os maiores obstáculos criativos são psicológicos.

* ou, talvez, extremamente...


perfeccionismo procrastinação j u l g a m e n t o s planejardemais oprimeiropasso afolhaembranco omedodeexporideias esenãodercerto julgamentosinter nos oquevãopensar m i n h a t i m i d e z e s e d e r e r r a d o alguémjáfazmelhor esediscordarem nãoseiosuficiente esealguémcopiar qualoprimeiropasso jáfizeramalgoassim aindanãotábom o q u e v ã o d i z e r


Nessa história vamos acompanhar a jornada de alguém que sonha em escrever um livro.


Alguém que vai lidar com bloqueios criativos e descobrir que criar é uma das formas mais mão na massa de autoconhecimento.


Você talvez não sinta vontade de escrever um livro.

sa pre

em

Seu sonho pode ser criar uma ilust raçã o od ã ocum iç s entá po e rios ex ou ap crônic as re tivo p se aplica oe ou nt sia aç p ôste blo quad ão e r g ros peça de m ou t á e atro gic evento co a r n o ce o u l e l r p to as ara op t e j j o o g o r o u p de ta bule o ã ç iro a a e m i p m o pint a an dca gr ura st pro


Mas projetos criativos têm algo em comum. Eles envolvem o gesto corajoso de trazer algo da nossa imaginação para o mundo real. E todos começam por uma ideia...



capítulo 1

a ideia “perfeita”


Erra uma vez uma ideia... Mas não qualquer ideia. Uma ideia que me fez sentir algo diferente.



No meio de tantas ideias que vêm e vão… Acho que encontrei a ideia perfeita.



Eu amo essa ideia. E se o meu livro se inspirar nela, ele talvez tenha o potencial de ser... ...perfeito?



Vou começar a escrever...


...amanhã.



capítulo 2

a espiral da meia-noite


Começar amanhã me parece uma decisão sensata.


23:59


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Mas, à meia-noite, o amanhã vira hoje.



De repente, começar hoje já não parece uma boa escolha.


Hoje eu prefiro pensar como seria o livro impresso... Como ele ficaria exposto na livraria... Como sua capa seria bonita...



Se eu só começar amanhã, minha ideia permanecerá segura e intocável.


deixamos

para

amanhã

porque

vivemos

uma

sequência

de

hojes


O amanhã protege nossas ideias perfeitas.


amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã

amanhã


Enquanto isso, continuo usando os meus hojes para apontar meu lápis. Planejando cada passo, arquitetando o início perfeito.



Por que o hoje faz eu me sentir assim?


eu sinto que r in s po

urança de c eg om

ar eç

a

in d

a h oj e


Apontar o lápis é mais seguro que escrever.


Mas livros não são escritos com apontador.


Apontar o lápis sem usá-lo começa a me desapontar.


“não há uma agonia maior do que carregar uma história não contada dentro de você.”

– Maya Angelou


O nosso amor pelas ideias é proporcional à vontade de não errar no processo...


...mas esperar o início perfeito pode fazer elas nunca existirem.


d en te n racional men te,

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e qu

op

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ativo tem s s o cr i

s alto

en volv e errar

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os aix eb

,e


mas sonhar com escrever palavras na ordem perfeita acaba me paralisando



Só existe uma forma de sair da espiral da meia-noite.


A ideia e o lápis precisam colaborar... ...ainda hoje :)



O escrever precisa virar escrevendo.


“para escritoras(es) o difícil não é escrever. o difícil é sentar para escrever.”

– Steven Pressfield



capítulo 3

o efeito colateral do bom gosto


Nosso gosto desperta a nossa vontade de fazer. O que mais amamos tende a ser inspiração para começarmos a criar.


musicais jogos concertos comerciais livros desfiles animações festas museus

filmar escrever dançar atuar desenhar cantar fotografar pintar programar


O efeito colateral do nosso bom gosto é a expectativa irreal sobre a qualidade do que criamos no começo.


Se aquilo que criamos não atende às nossas próprias expectativas de qualidade, nós podemos paralisar. Criar algo de que não gostamos pode ser bastante desconfortável.


Os livros que eu amo parecem perfeitamente diagramados. As palavras fluem naturalmente pela página, com ritmo e muita elegância. Eu amo ler!


imagina o que aconteceria

se eu começasse a escrever hoje? uma vírgula, mal posicionada uma, frase mal escrita... exiStem tantos riscos de eu escrever mal, de... não Faz a leitura fluir... criar algo simplesmente

esQui S i t o


Meu perfeccionismo é proporcional ao meu bom gosto por literatura. Meu amor pelos livros deixa o lápis mais d i

s

t


a

n

t

e



gosto


Isso faz com que seja muito mais difícil começar ainda hoje. Evoluir nossa habilidade é simples na teoria, mas envolve um dos maiores dilemas criativos.


“eu aprecio o blues mais do que eu consigo tocá-lo... ...meu ofício é, de certa forma, elevar o meu nível de performance até o nível de apreciação que sinto por ele.”

– John Mayer



capítulo 4

o dilema da evolução


Para evoluir, nós precisamos criar coisas-não-tão-boas...


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113 112


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113 112


...mas o medo de criar coisas-não-tão-boas nos faz ter medo de começar.


É desafiador sentir que fazemos mal aquilo que amamos. Mesmo sabendo que isso é parte do processo.


“é pelos erros que você realmente cresce... ...você precisa ficar ruim antes de ficar boa(m).”

– Paula Scher


Como me sentir mais confortável para criar coisas-não-tão-boas? O que me faria começar com menos pressão e insegurança?


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ar e is c

ss e ude p u e e se

ab ,r r e ev r c es

m se

em pr

ar ud

de ideia...


...errar, ap aga re

ex pe

r

im tar en se m

ni ng

115, 116 ué m

julga r?


E se eu pudesse criar de forma discreta...

115, 116


...e me tornar “menos pior” sem chamar a atenção?



capítulo 5

cri(ação) ação, sem luz e câmera



Aqui no escurinho ninguém me vê. Posso criar muitas coisas-não-tão-boas no meu ritmo.


A ideia de escrever algo muito refinado desde o início me afastava da página em branco.


Aqui eu posso apagar, rabiscar, experimentar e mudar quantas vezes quiser. Sem ninguém saber.


De repente, brincar com palavras não é mais tão arriscado.


ao criar, existe sempre

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o risco de errar

mas aqui eu sigo riscando (e brincando com) palavras

há risco, mas arrisco e A risco.

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As palavras que escrevo começam a construir as primeiras frases... ...que constroem alguns parágrafos... ...que se encaixam e viram páginas... ...que se transformam em capítulos.


começoaescrever semjulgaroquees toufazendo,seest ouquebrandoregr asounãotantofaz comoninguémest áprestandoatenç ãoeuescrevoalgu mascoisasqueter iamedodear risca rládoladodefora! brincocompalavr a s e q u e b r o a l g u m asregrasesigoarris c a n d o c o m m u i t o menosrisco


Quanto menor o nosso medo de mudar, menor o medo de começar.



capítulo 6

as vozes de dentro proteção e “sabotagem”


Escrever “no escuro” me trouxe clareza. Não apenas sobre a minha ideia. Sobre mim.



Por mais livre que eu me sinta, meus julgamentos me acompanham enquanto escrevo.


Mas, conforme crio, começo a entender a razão de estarem tão presentes.


esetivererrinhos? esealguémjáfez? esefalaremmaldemim? eseformaisdomesmo?

eseninguémseimportar?

eseeununcafinalizar?

esemecopiarem?

eseninguémgostar?


esenãodercerto? eseninguémentender? eseminhafamíliajulgar? esealguémfizessemelhor? eseninguémler? esenãovender? esequemeuadmirocriticar?

eseforóbviodemais?

esemecriticarem?


Em vez de tentar silenciar essas vozes, eu decido escutá-las com atenção.


São elas que motivam o meu perfeccionismo, a minha procrastinação. Mas, ao escutá-las, percebo algo novo.



Elas não querem me “sabotar” ou atrapalhar. O instinto delas é tentar me proteger.



Elas não querem que eu me arrisque escrevendo textos que eu criticaria. Ou que eu me “machuque” ao criar frases imperfeitas.


Se uma parte de mim me conhece e quer me proteger, eu acho importante escutá-la.



Depois de escutar, eu agradeço as opiniões e reflito. No final, a decisão sobre escrever (ou não) é minha. Hoje eu decido seguir escrevendo.




capítulo 7

érrelevante o relacionamento com os nossos erros


Criar “no escuro” mudou como lido com os meus erros.


Quando comecei a escrever, também comecei a errar. Quanto mais escrevia, mais erros eu cometia. Quanto mais erros, mais eu aprendia. Quanto mais criava, menos eu me julgava por errar.


Se ajustarmos o nosso foco...


...conseguiremos ver o mesmo processo de outro jeito.


érrelevante ér • re • le • van • te [ neologismo criativo ]

se errar é relevante, erre e levante.


Se errar é relevante, por que não somos mais gentis com nossos erros?


Todo livro já foi uma prova de impressão. Toda prova de impressão já foi um rascunho. Todo rascunho já foi só uma ideia anotada no papel.



Todos os livros na minha estante foram refinados após uma sequência de erros. Por que o meu não passaria por isso?


Eles me ajudam a criar um livro melhor. Se antes me paralisavam, hoje guiam os meus próximos passos.


Escrever “no escuro” me ajudou a começar a tirar a ideia do papel e me ensinou muito sobre mim.


Agora, mais confortável, eu sinto que preciso escutar outras pessoas.

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capítulo 8

escut(ação) ouvidos atentos, lápis na mão


Escutar perspectivas diferentes me ajuda a pensar e refletir.


então, quando você me pediu para eu opinar sobre o livro eu confesso que fiquei com medo de ser mais um livro daqueles de jornada, inspirados naqueles livros infantis em que você fica só passando as páginas toda hora, ainda bem que... ah! olha só... é um livro de jornada mesmo! nossa... o que eu poderia dizer? poxa, que bacana a ideia, em. você sabia que pode sempre contar comigo

, legal bem ho chei sive, ac a eu a lu ss . inc talvez po a sabe m você ela de u o d que ma b vros dar u a nos li nhece? o d olha kleon, c mbém n ta austi e eles em da b te u pega porq n ifere uma têm ... algo d e você l u visua ho. m, q omu pidin ... do c m lê ra isso é , dito stá tamb enfim e e mas cho qu talvez a r ok... eu pega do fican a pena com valha leve mais

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Se criar é sobre combinar ideias... As conversas são uma nova fonte de matéria-prima. E as perguntas ajudam a refletir sobre como tudo se adapta ao meu contexto criativo.


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Expor o que criei me mostrou que muitas pessoas estão dispostas a construir comigo...


...e que, infelizmente, outras preferem usar sua energia para destruir.



capítulo 9

diz(truição) quando palavras não focam em ajudar


Criar acontece de dentro para fora, é um gesto corajoso. Expor o que fizemos nos deixa vulneráveis. Por que alguém investiria sua energia em atacar o que criei?


“existem duas formas rápidas de se sentir bem sobre si:

...para criticar pessoas usar seu tempo... ...para ajudar pessoas.”

– Jack Butcher


Nascemos com uma quantidade finita de tempo e energia. Quem usa sua energia para destruir poderia estar tirando suas ideias do papel.


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Críticas destrutivas costumam ser uma válvula de escape autobiográfica.


“tendemos a julgar pessoas em áreas em que nos sentimos vulneráveis a sentir vergonha.”

– Brené Brown


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Destruir é mais fácil que construir. Existe menos risco, exige menos energia.


Muita gente sente medo de trazer suas ideias perfeitas para o mundo. Criticar quem se expõe é mais fácil e muito menos arriscado.



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Se não é possível filtrar o que escutamos, refletir sobre como lidar com essas palavras se torna parte da jornada. E, para minha surpresa, o que mais me ajuda é um olhar empático sobre quem critica.


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Quem usa seu tempo e energia para destruir não costuma estar em um “lugar bom”. Por isso, aos poucos, as críticas que escuto começam a perder peso. As palavras dizem mais sobre estas pessoas do que sobre mim.


Espero que um dia, quem foca em destruir comece a construir. Quem sabe, nesse dia, possamos conversar.

!! !!!!!! !!! !! !!


Até lá, dedico a minha atenção para quem também constrói. Até lá, sigo escrevendo :)



capítulo 10

perspectivas e nossa busca utópica pelo perfeito


“nós temos apenas um mundo

mas vivemos

em mundos

diferentes”

– Brothers in arms, Dire Straits


Conversar com outras pessoas me ensinou algo essencial: A perfeição unânime é inalcançável.


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Nossas experiências, gostos, esquisitices e muitos outros traços moldam a nossa forma única de interpretar e perceber o mundo.



Toda criação é percebida de forma diferente, de acordo com a bagagem de cada pessoa.


1 3 1 131 131


O que é perfeito para mim pode não ser perfeito para você. A perfeição não é universal, muito menos indiscutível.


Eu controlo o meu processo, mas o resultado é...


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por

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interpretado livremente

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visto por um outro ângulo

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Não existe um ministério da perfeição para aprovar o que criamos.




Não existe um selo da perfeição universal.


Não existem livros perfeitos, existem livros prontos. Tudo está sujeito à perspectiva.


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Quando entendo que não existe uma validação oficial, sinto que o momento chegou.



O livro está pronto...


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...eu acho.


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capítulo 11

o “pronto” existe?


Se amanhã eu posso criar algo melhor...


...por que eu botaria o ponto final hoje?


Quanto mais perto do fim, mais sinto meu “olhar acostumado” a evitar o ponto final.


“muitas(os) artistas começam uma obra, se dão bem com ela e descobrem, à medida que se aproximam do final, que ela parece ter tido seu mérito drenado misteriosamente.”

– Julia Cameron


O “olhar acostumado” faz nossos acertos parecerem o mínimo que poderíamos ter feito.


E dobra o tamanho dos defeitos e de tudo com um pouco mais de potencial.


Em teoria, tudo aquilo que nos inspira poderia ter sido melhorado no dia, mês ou ano seguinte. O livro que nós mais amamos, o nosso filme favorito...


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Quando é a hora de trazer a ideia para o mundo real? Se podemos criar algo melhor amanhã, por que botaríamos o ponto final hoje?



capítulo 12

o ponto final


Usar o ponto final não é uma declaração de que achamos nossa criação perfeita.


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É apenas uma forma de fazer as nossas ideias existirem. Iniciar conversas e inspirar pessoas.



Os pontos finais são como migalhas que marcam nosso trajeto criativo.


De ponto em ponto, a nossa jornada é construída.


Eles trazem ideias para o mundo real, onde outras pessoas podem conhecê-las.


Eles iniciam conversas, inspiram e nos conectam com outras pessoas.


Pontos finais separam o que criamos daquilo que ainda vamos criar.


Eles indicam o fim e o recomeço.


Os pontos finais de outras pessoas nos motivaram a começar. Quando criamos algo novo, continuamos o alcance dessa onda de inspiração.



. . . . . ..


Usar o ponto final é um gesto de coragem.


E, com este ponto, entrego este livro.



Este livro só existe por causa deste ponto. Nossas jornadas criativas se cruzaram porque ele foi usado. E, depois deste nosso encontro, podemos começar outra vez.



Erra uma vez...


...de cada vez.



...sua vez :)


188 189 É difícil conversar sobre nossas inseguranças e medos e olhar para “dentro” quando nos sentimos travadas(os). Este livro é uma forma de refletir e motivar conversas sobre esse assunto tão importante.


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188 189 A você, por estar aqui :) À comunidade incrível de pessoas que apoia meu trabalho e criou este projeto comigo. Estas palavras só foram impressas por causa do seu carinho.


‘Escrevilustro’ e crio vídeos no Tira do papel. Meu trabalho explora a interseção entre desenvolvimento pessoal e criatividade.

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O equilíbrio de botar a mão na massa e respeitar a nossa saúde mental. Eu me aprofundo sobre os temas deste livro pelo mundo mágico da internet.


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tira.do.papel

tiradopapel.com


Sua compra tem um propósito.

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Saiba mais em www.belasletras.com.br/compre-um-doe-um

Este livro foi composto em Museo e impresso em papel off set 90 g pela gráfica Copiart em setembro de 2021.


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