Digital Photographer Brasil #9

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Digital Photographer Brasil • Edição 09

CÂMERAS DE MÉDIO FORMATO • DICAS PARA FOTOGRAFIA DE INTERIORES Edição 09

www.fotografodigital.com.br

TÉCNICA

FOTOMETRIA Medição de luz: A revista de fotografia digital para entusiastas e profissionais

como funciona Como garantir medições mais perfeitas

ENSAIOS

EXPEDIÇÃO

Subindo o Monte Roraima

PANORAMAS

Incríveis imagens imersivas em 360 graus

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Workshop

FLASH DEDICADO Animais domésticos exibem sua sofisticação e elegância

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Para fazer belos retratos

EDIÇÃO 09 • ANO 2 • R$ 14,90 • ¤4,90

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© Vanessa Fermino – FotoPets

Conteúdo

Edição 09

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© Steve Hill

© Jean Ponchiroli

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Tópicos

08 Ensaio Ronaldo Winter Caracas conta histórias da rua clicando graffiti 12 DPBR investiga O repórter fotográfico tradicional está em via de extinção? 14 Novidades Revolução em curso na impressão fotográfica 18 Suas Imagens Melhores fotos dos leitores 26 Contato Emails, cartas, postais...

Tutorial

64 Colagem fotográfica Photoshop

Fotos Divulgação

44 Técnicas © AYRTON360

Guias práticos para você desenvolver as suas habilidades fotográficas

Talento

68 Carreira: 10 passos para ser um foto-samurai Primeiro passo da inovadora série. Por J. C. França 70 Making Of: Miramundos Grupo expedicionário faz registro multimídia de sua viagem 76 Portfólio: AYRTON360 Panoramas de imersão total: fotografia sem limites

fod www.fotogra

44 Aula prática com o Leitor: Flash dedicado Yuri Pimenta mostra o que é possível fazer com uma Speedlight

58 Fique por dentro: Médio formato Seu sonho de consumo absoluto é uma 5D ou D3X? Permita-se sonhar ainda mais alto

58

62 Helpdesk Dúvidas dos leitores, respondidas

Testes

84 Canon Rebel T3i/EOS 600D 88 Phase One 645DF 92 Bolsas e mochilas Tamrac 96 Sigma 8–16mm 98 Nikkor 55–300mm

Nossas medalhas

Escolha do Editor é o equipamento que levou a nota máxima na edição. Custo/Benefício é o produto de melhor desempenho em sua categoria de preço. Produto Inovador é aquele que oferece mais recursos ESCOLHA inéditos.

DO EDITOR

Divulgação

publicaigidtala.cosm.!br

54 Truques: Interiores Vinte macetes e conselhos para boas fotos de ambientes internos

49 Masterclass: Fotometria Como funciona a medição de luz e como ajustá-la manualmente

MAIS DE

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30 Análise da foto: John Hicks Nova seção explicando como é feita uma foto comercial

CUSTO/ BENEFÍCIO

PRODUTO INOVADOR

4 DIGITAL PHOTOGRAPHER BRASIL

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RETRATOS DE PETS

Técnicas avançadas para fazer capturas fantásticas de animais domésticos

© Gandee Vasan

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Tร CNICAs4Anรกlise da foto

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Análise

foto

da

Fotógrafo: John Hicks Web: www.johnhicks.co.uk, www.avisuali.com Locação: Valparaíso, Chile Cliente: Confecção Rohan Dados: Canon EOS-1DS Mark II com lente Canon 24–70mm f/2.8 a 40mm, f/8, 1/200, ISO 100 O brief mandava fotografar os modelos como viajantes vestidos com roupas protetoras, leves e 100% à prova d’água, e ao mesmo tempo bonitas. O mercado já está saturado de imagens de vestuário esportivo em uso na natureza; por isso escolhi um cenário urbano – a cidade de Valparaíso, no Chile – para criar contraste. Achei esta rua e gostei das cores e da perspectiva. Eu queria aproveitar a luz do sol por trás do modelo a fim de destacar os pingos da chuva, de forma que o clique foi feito às 15 horas. Como não havia jeito de levar uma máquina geradora de chuva até o local, simplesmente peguei emprestada a mangueira de um quitandeiro próximo dali. Molhar todo o quarteirão com uma mangueira de jardim demorou demais e a água secava rápido. Além disso, eu só disporia de mais uma hora de luz direta do sol. Depois disso, ficaria impossível balancear as luzes na foto. Depois de ajustar as luzes, o desafio foi deixar o modelo com a atitude desejada; fizemos alguns ensaios no seco para obter essa expressão confiante – “e daí se chover, eu tenho uma jaqueta à prova d’água” – que ele fez ao atravessar a água de verdade.

EsQUEMA DE LUZ 1. A luz principal, um flash Canon 580EX, foi colocada um pouco acima do modelo, em modo manual a 1/1.

3 SOL COMO CONTRALUZ

4 1 MODELO

LUZ PRINCIPAL

REBATEDOR

ASSISTENTE COM 2 MANGUEIRA NO CÂMERA EM LUZ DE ALTO DE UMA PREENCHIMENTO ÂNGULO BAIXO VISTA DE CIMA ESCADA 2. A luz frontal veio de outro flash Canon 580 EX em modo manual a 1/8 de carga. Havia a opção de aumentar a potência para mostrar mais a roupa, mas isso poderia comprometer o estilo de “reportagem” e o clima da foto.

© John Hicks

3. Usando o sol como contraluz, a leitura foi de 1/200 a f/5.6. Fiz a foto com 1/200 a f/8, subexpondo o fundo em 1 ponto e usando os flashes e o rebatedor para preencher as sombras. 4. Com a chuva adicionada à cena, tudo parecia muito bonito, porém ficou artificial demais. Pedi então ao produtor para buscar um guarda-chuva e caminhar com ele rua abaixo. Fiz o foco manualmente no local exato em que o modelo estaria recebendo o flash ao vir caminhando em direção à câmera; dessa forma, pude fazer o clique sem usar tripé, com a câmera na mão.

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TESTESobjetivas

Sigma 8–16mm f/4–5.6 DC HSM

a mais extrema lente zoom retilinear ultra-grande-angular do mercado para câmeras de sensor aps-C. Por Kevin Carter R$ 2.300

A Sigma é a maior fabricante independente de objetivas do mundo. Ela produz várias zooms grande-angulares. A 8–16mm f/4.5– 5.6 DC HSM é uma delas, a primeira com distância focal mínima de apenas 8mm. Como você deve ter adivinhado, ela foi especialmente projetada para DSLRs de sensor APS-C, com um ângulo de visão equivalente ao de uma 12–24mm em uma câmera full-frame. Com efeito, esta é a versão “digital” da bem cotada 12–24mm f/4.5–5.6 EX DG de 2003 – anos à frente da popular AF-S 14–24mm f/2.8 da Nikon, que ainda não se aproxima dos 121 graus de cobertura das objetivas da Sigma. O lado negativo é a abertura máxima de f/4–5.6, um a dois pontos mais escura que a lente da Nikon, mas dê uma olhada na diferença de preço: a Nikon custa o triplo, em torno de US$ 2 mil nos EUA. Além de deter o título de mais extrema zoom ultragrande-angular atualmente no mercado (a full-frame Canon EF 8–15mm f/4L Fisheye USM é mais ampla, com 180 graus de cobertura, mas obviamente não é retilinear), esta 8–16mm f/4.5–5.6 é a primeira da Sigma a ostentar seu vidro FLD. A Sigma diz que, no que tange ao desempenho, esse vidro de baixa dispersão é equivalente à fluorita, mineral usado em elementos de objetivas ultracaras para eliminar aberrações cromáticas. Na construção da objetiva há quatro elementos que usam o vidro FLD e um que usa o vidro SLD, outro tipo de baixa dispersão, além de três elementos com superfícies asféricas (com curvatura controlada para reduzir a distorção nas bordas). Esta é uma lente altamente corrigida, mas com seu elemento frontal altamente

Na Web

O site da Digital Photographer Brasil contém as fotos de teste feitas com este produto. Confira!

convexo e o parassol integrado em forma de pétala, não há como usar filtros. Vem com ela uma capa de lente em duas partes, formada por uma capa convencional e um tubo de metal com uma rosca de filtro. Você pode pensar que ela funcionaria como porta-filtro, mas ela produz uma vinheta perceptível, mesmo na distância focal mais longa. Externamente, com uma mistura de componentes de metal e de plástico, a objetiva parece bem feita e sólida. Os controles são bem posicionados e o zoom e o foco ocorrem internamente, o que significa que o comprimento externo da objetiva nunca se altera.

“Os cinco elementos de baixa dispersão mantêm a aberração cromática em nível insignificante”

Porém, a célula frontal move-se para a frente e para trás, usando um tubo interior durante a operação do zoom, de maneira que em distâncias focais mais curtas o elemento frontal fica mais exposto e mais propenso a apresentar flare, se houver esse risco. A objetiva também usa o autofoco hipersônico da Sigma, o que à primeira vista parece um luxo, mas garante compatibilidade total com os sistemas de foco automático das cinco marcas para as quais ela é produzida – em particular, as DSLRs de entrada da Nikon. Se existe um ponto fraco, é que um autofoco mais silencioso é essencial para as novas DSLRs que fazem vídeo. Quando operada em Live View na Nikon D90, a Sigma refaz o foco em pequenos saltos, aumentando a vibração e o ruído em relação à focalização suave do modo Viewfinder. Porém, você não compraria esta objetiva por suas capacidades de focalização, mas sim por seu alcance e qualidade óptica. Os cinco elementos de baixa dispersão mantêm a aberração cromática em nível insignificante, mas não a removem completamente. Aparece muito pouco a

EMDETAlHErecursos DISTORÇÃO

DEfINIÇÃO

fIlTROS

a distorção em barril nesta foto feita a 8mm é bastante óbvia, a julgar pela curvatura aparente da coluna à direita, mas isso você poderá corrigir via software.

a objetiva é nítida no centro a 8mm, mas é preferível fechá-la até f/11 para que as bordas estejam à altura. esta foto, feita a 16mm, é mais consistente.

Fotógrafos de paisagem fariam fila para comprar esta sigma, se não fosse por uma coisa: o parassol integrado em forma de pétala impede o uso de filtros.

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Sigma 8–16mm f/4–5.6 DC HSM 8mm, quando se esperaria que ela fosse gritante nas bordas, e vai melhorando conforme se fecha o diafragma. Outro ponto positivo é que ao menos a partir dos 12 mm você pode usá-la sem preocupações com distorção geométrica, o que é incomum até entre zooms de alta qualidada como esta. Somente na extremidade mais ampla aparece uma pronunciada distorção complexa em forma de onda. Isso pode fazer com que você pense duas vezes antes de usar a objetiva para fotografar arquitetura, mas é preciso levar esse ponto em consideração também na fotografia cotidiana. Em termos de nitidez, a Sigma tem um bom desempenho. O modelo full-frame 12–24mm é conhecido por sua performance, mas este modelo é melhor na extremidade mais longa, com as distâncias focais médias mais ou menos equiparáveis. Na abertura máxima a 8mm, as bordas derrubam o resultado em nosso gráfico, mas a nitidez no centro do quadro se mantém muito boa. Para manter a nitidez em todo o campo seria preciso fechar a f/11, e isso se aplica também às outras distâncias focais. A f/16 o desempenho começa a cair devido à difração, mas não chega a ser ruim. A vinhetagem costuma ser um problema com as lentes ultra-amplas, mas a Sigma não se saiu pior que outras lentes da categoria. A vinhetagem está presente e visível nos arquivos RAW. O único problema real é que no ajuste de 8mm a f/4 a queda de luz nos cantos fica por volta de 1,6 pontos, mas ainda está em torno de 1,3 pontos a f/8, o que significa que não há uma grande melhora na DP vinheta ao se diminuir a abertura.

Como testamosare as lentes How lenses tested We use an image-analysis Imatest Para testar a resolução deapplication lentes, nóscalled usamos um Pro (www.imatest.com) to test the resolution of Pro software de análise de imagens chamado Imatest lenses. Photos of specially designed test charts are (www.imatest.com). Primeiramente, fotografamos taken in controlled andcondições consistentde conditions at a imagens de teste sob iluminação range of focalelengths and apertures. area gama controladas consistentes, ao longoThese de toda analysed for sharpness at thedas centre and edge. de distâncias focais. A média medições deThe nitidez average ofethese two figures is used éfor final final no centro nos cantos da imagem o the número resolution figure.a resolução. que representa Resolution is quoted in ‘line widths/picture height’por , A unidade dessa medida é “contagem de linhas which da is the number of lines that canmáximo be resolved altura imagem” , isto é, o número de linhas within the height of the picture. is different toNão é que podem ser distinguidas noThis sentido vertical. ‘lines per millimetre’ figures,por because they only a mesma coisa que “linhas milímetro” , poisapply esta to a single negative size/format (typically 35mm). medida é referente a um formato de filme, como o Digital cameras haveJá different sensor sizes, which negativo de 35mm. que os tamanhos dos sensores mean differentdigitais enlargement for prints and das câmeras variam,ratios os fatores de ampliação hence different ‘lpm’ requirements for lenses. Line das imagens também variam, gerando valores widths/picture height measurements this diferentes de linhas por milímetro. As sidestep medições de and relate to the final image instead. linhas por resolution altura da imagem relacionam diretamente a Lensesda don’t justcom ‘stop’ resolvingfinal. progressively finer resolução lente a imagem detail – they resolve it at lower In the past, As objetivas não deixam decontrast. captar detalhes cada photographers have disagreed whenvez detail vez mais finos, apenas o fazemabout com cada menos becomes to count. Imatest gets this bya contraste.too No‘soft’ passado, os fotógrafos nãoround chegavam using modulation transfer frequency analysis um consenso sobre o limite aceitável(MTF) de nitidez. O and defines a cut-off point resolution. is called Imatest utiliza a análise defor frequência deThis transferência ‘MTF50’ , or the (MTF), point where the contrast falls to 50%. de modulação obtendo um limiar exato. Ele é The resolution also dependent on the chamado MTF50,figures pois éare o ponto em que o contraste camera havetêm different cai paraused. 50%.Different Como asSLRs câmeras sensores e resolutions, different strength low-pass (anti-moire) filtros com características ópticas bastante variadas, filters over the and different processing and o resultado dosensor teste depende do modelo de câmera sharpening algorithms. The same testeddiferentes on usado. A mesma lente testada emlens câmeras different will diferentes. yield different results. produzirácameras resultados

Resolução (contagem de linhas por altura da imagem)

Sigma 8–16mm f/4-5.6 DC HSM

■ 8mm ■ 12mm ■ 16mm

Dados técnicos Preço R$ 2.300 15 elementos em 11 grupos Construção Ângulo de cobertura 121–84 graus (formato DX) f/4–5.6 Abertura máxima Abertura mínima f/22 Distância de foco mínima 24cm Baioneta Disponível para Canon, Sigma, Nikon, Pentax e Sony Rosca de filtro 82mm Comprimento 105,7mm Diâmetro 75mm Peso 545g

Veredito Recursos 8/10 ■ Esta objetiva é a primeira da fabricante a usar vidro FLD, que supostamente tem o desempenho da fluorita. São quatro elementos em FLD, um em SLD e três asféricos. Mas apesar dos vidros exóticos, a objetiva é relativamente escura (f/4–5.6)

Construção 8/10 ■ A construção da Sigma é praticamente indefectível. O tubo é metálico com alguns componentes externos de plástico. Zoom e foco ocorrem internamente, de modo que os tubos não se estendem

Desempenho 8/10 ■ Os controles de zoom e foco são tão suaves quanto os das concorrentes, se não mais, e o motor hipersônico é rápido e quase silencioso em operação, embora o nível de ruído aumente e ocorram saltos no modo de autofoco por detecção de contraste

1800 1600

Resultados 8/10

1400

■ A nitidez é muito boa no centro a 8–12mm, mas é um pouco melhor também nas bordas com as distâncias focais mais longas. A f/11 o desempenho no centro e nas bordas se nivela bastante com todas as distâncias. Há uma boa quantidade de distorção em barril no extremo mais curto (8mm)

1200 1000

Custo/benefício 8/10

800

■ Não existe outra zoom retilinear ultra-grandeangular tão ampla quanto esta para câmeras de sensor APS-C. Por isso, trata-se de uma proposição única. Não é barata, mas a qualidade e a versatilidade compensam o preço

600 400

Total

200 0 0

Sigma 8-16mm f/4–5.6 DC HSM

f/5.6

f/4

f/8

f/11

f/16

f/22

Abertura

Reultado dos testes Corpo Nikon D3x em modo DX, montada em tripé, arquivos RAW a ISO 100

ABERRAÇÃO CROMÁTICA A aberração cromática existe, mesmo com os elementos de baixa dispersão, mas é leve. É preciso cortar muito a foto até começar a ver franjas.

8/10

Nenhuma lente Nikon ou Canon se equipara no momento a esta, com qualidade óptica e alcance impressionantes

DISTÂNCIA focal

VINHETAGEM

A distância mínima de 8mm (equivalente a 12mm ou 121° sob fator de corte de 1,5x) é seu ponto forte; até 16mm (24mm) é uma ótima vantagem na fotografia cotidiana.

Vinhetas são comuns nos zooms grandeangulares. Não há como se livrar delas na captura, mas é fácil removê-las totalmente no pós-processamento. digital photographer Brasil 97

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