Rodrigo Barsi
FRENTE
A
GEOGRAFIA Por falar nisso Praticamente tudo o que o homem moderno consome ou utiliza, desde os alimentos até os utensílios de preparo, passa por algum processo de industrialização. O progresso da indústria, paralelo ao da ciência e ao da tecnologia, dá a medida da riqueza material de um país. Denomina-se indústria o conjunto de atividades produtivas que o homem realiza, de modo organizado, com a ajuda de máquinas e ferramentas. Dentro dessa ampla definição, enquadram-se os mais diversos afazeres, em diferentes lugares e épocas.
Nas próximas aulas, estudaremos os seguintes temas
A13 A14 A15 A16
Indústria no espaço geográfico.....................................................392 Os diferentes processos de industrialização I...............................400 Os diferentes processos de industrialização II..............................408 A industrialização brasileira I.........................................................415
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De modo geral, toda atividade coletiva que consiste em transformar matérias-primas em bens de consumo ou de produção, com auxílio de máquinas, é industrial.
FRENTE
A
GEOGRAFIA
MÓDULO A13
ASSUNTOS ABORDADOS nn Indústria no espaço geográfico nn Fatores da localização industrial nn As empresas globais nn Concentração industrial nn DIT – Divisão Internacional do Trabalho nn As grandes regiões industriais do mundo nn A expansão da indústria mundial nn Desconcentração industrial nn Tecnopolos
INDÚSTRIA NO ESPAÇO GEOGRÁFICO Fatores da localização industrial Durante muitos séculos, a atividade de produção de bens resumiu-se ao artesanato. Entretanto, na segunda metade do século XVIII, alguns países sofreram um conjunto de transformações na organização das cadeias produtivas e na organização social, que ganharam o nome de Revolução Industrial. Esses acontecimentos marcaram o nascimento da indústria moderna. A máquina, cada vez mais aperfeiçoada e complexa, gradualmente, substituiu os utensílios manuais e as máquinas simples (aquelas que eram alimentadas por fontes energéticas tradicionais como a muscular, eólica e hidráulica), e, nos últimos tempos, até mesmo o trabalhador. Com o surgimento da máquina a vapor, as tradicionais fontes energéticas são suplantadas pelo carvão mineral (ou vegetal), o grande motor da expansão da indústria na sua primeira fase. Os complexos industriais, cada vez mais vastos, passaram a exercer um forte poder de atração sobre vários outros. Na primeira fase da Revolução Industrial, era necessária uma proximidade entre a exploração das fontes energéticas (matérias-primas) e a localização das indústrias. Já a revolução energética, ocorrida no final do século XIX e início do século XX, caracterizou-se pelo surgimento de novas fontes de energia. O petróleo, a energia hidráulica e o gás natural são exemplos dessa revolução. Nesse contexto, a indústria acaba se expandindo de forma rápida para diversas outras localidades. Ocorre também uma grande diversificação da produção. O petróleo destacou-se por ter novas e importantes aplicações e passou a se constituir em uma matéria-prima essencial.
Figura 01 - Ilustração de linha de produção automatizada em uma indústria.
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A tendência à concentração dessas indústrias de tecnologia avançada junto aos centros de produção científica e tecnológica faz parte desse processo, principalmente nas últimas décadas. A evolução dos meios de transporte (cada vez mais rápidos e eficientes) acabou facilitando a dispersão geográfica das indústrias. Esse fator acabou gerando novos padrões para a localização industrial. Outros fatores de grande relevância na localização das indústrias estão relacionados ao custo da mão de obra e à isenção de impostos (seja parcial ou total por um período).
Fonte: shutterstock.com
O sistema de produção em série, o trabalho em cadeia e subsequentemente a automatização proporcionaram uma elevação na produtividade. Acompanhada desses fatores, também pode ser mencionada a exigênca de uma mão de obra especializada além de mais centros urbanos de consumo para o que era produzido. O espaço urbano passou por um processo de forte atração dessas novas indústrias, sendo os fatores locacionais fundamentais para essa nova fase da produção. Assim, a evolução e a ampliação dos meios de transportes e a melhoria significativa na comunicação acabaram facilitando tanto a chegada, quanto a saída de produtos industrializados. Por outro lado, houve maior disponibilidade de capital que se concentrava em instituições financeiras (ex:. bancos), e outras instituições de créditos as quais se tornam indispensáveis para a expansão e renovação tecnológica das indústrias.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Na busca, cada vez maior, da redução de custos, algumas empresas eliminam a unidade de produção, isto é, não há fábricas. Essas empresas têm como objetivo diminuir custos e operar com uma estratégia de marketing única para todos os países que vendem seus produtos. Sua principal característica é a agilidade para identificar locais onde encontram condições atraentes. Quando os custos aumentam, a empresa procura outro local onde existam essas vantagens e transfere para lá a sua base de produção. Isso pode ser feito facilmente, uma vez que a empresa não possui nenhuma fábrica nesses locais, mas apenas encomenda os produtos a fabricantes locais, que devem seguir padrões pré-estabelecidos.
Concentração industrial
#DicaCine Geogafi
Fonte: Wikimedia Commons
Empresas globais
Piratas da informática: A ascensão da Apple e da Microsoft, as duas maiores empresas de informática do planeta. Em busca da liderança do mercado, Steve Jobs (Noah Wyle) e Bill Gates (Anthony Michael Hall), fundadores das empresas, enfrentam-se em uma guerra de bastidores. Steve Jobs: Billion Dolar Hippy: Documentário com a biografia do controvertido e genial fundador da Apple e a influência da filosofia do movimento hippie em sua forma de pensar.
A concentração industrial pode ser tanto de Jobs: O filme destaca momentos decisivos na vida de Steve Jobs, desde o lancaráter geográfico, quanto de caráter econômico. çamento do primeiro Macintosh, em 1984, e a criação da NeXT Inc, até a introNo primeiro caso, o agrupamento de indústrias dução revolucionária do iMac. Fatos da vida pessoal de Jobs também são reveocorre em um espaço concreto. No segundo caso, lados, especialmente o conturbado relacionamento com sua primeira filha Lisa. esse tipo de concentração acontece de forma horizontal (ocorre quando as empresas são do mesmo setor) e vertical (ocorre para cima quando se faz refefência a empresas de setores complementares e para baixo quando o setor de distribuição ou de comercialização de produtos é afetado).
Uma característica marcante relacionada às economias de diferentes países do mundo é que elas apresentam certo grau de especialização. Essa relação é marcada, por exemplo, pelas funções diversas entre os países desenvolvidos (especializados na fabricação de produtos manufaturados) e os países subdesenvolvidos (fornecedores de matéria-prima). Cabe ressaltar que nos dias atuais, essa situação torna-se mais complexa, ou seja, várias empresas que não necessitam de mão de obra qualificada acabam transferindo suas instalações para países subdesenvolvidos, os quais, por sua vez, dispõem de mão de obra barata e abundante, além de outros benefícios relacionados aos fatores locacionais.
A13 Indústria no espaço geográfico
DIT – Divisão Internacional do Trabalho
Mapa 01 - Divisão Internacional do Trabalho.
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Geografia
SAIBA MAIS MARCOS TROYJO: A NOVA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO PRODUÇÃO DESLOCA-SE DO TAYLORISMO AO ‘TAYLOR-MADE’ Comemorou-se em 2017 os 200 anos da publicação do livro Princípios de Economia Política e Tributação de David Ricardo, que ao lado de Adam Smith e Thomas Malthus forma a tríade da Escola Clássica de economia. A obra é particularmente importante para o comércio internacional porque introduz o conceito de “vantagens comparativas”. Em um (impreciso) resumo, isso significa que se a Inglaterra é boa, por suas habilidades específicas, em produzir locomotivas, não deve gastar tempo e esforço em tentar fazer vinho do Porto. Já Portugal, por seu turno, se graças a suas condições geográficas é bom em vinho do Porto, não deve meter-se a fazer locomotivas. Mediante a troca do resultado dessas vantagens comparativas, o comércio floresce. Produtores, consumidores, todos, enfim, ganham. De tal intercâmbio de especialidades resulta, naturalmente, uma divisão internacional do trabalho e da produção. De um lado, países produtores de bens industrializados. De outro, provedores de matéria-prima ou itens de menor valor agregado. No campo industrial, os países latino-americanos buscaram o ideal de exportar porque cresciam, e os países asiáticos, o ideal de crescer porque exportavam. E os asiáticos, uma vez que ofereciam custos mais baixos e orientação pró-exportadora, transformaram-se em plataformas de “outsourcing” ou mesmo da realização de segmentos específicos dos processos produtivos —robustecendo assim as chamadas “cadeias globais de valor”. É claro que tudo isso se complexifica quando a China se torna protagonista do modelo asiático, cuja arremetida industrial é de tamanha escala que ela própria, nos últimos 15 anos, permitiu aos latino-americanos crescerem “à Ricardo” - tirando proveito do enorme apetite chinês por matérias-primas e apresentando vantagens comparativas. E, nas manufaturas (que cada vez mais são “mentefaturas”), o que estamos observando por meio da customização e da individualização da indústria 4.0 é uma acelerada transição do taylorismo ao “taylor-made”. Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/marcos-troyjo-a-nova-divisao-internacional-do-trabalho/
As grandes regiões industriais do mundo
A13 Indústria no espaço geográfico
Existe uma tendência de concentração geográfica das indústrias ao longo dos grandes eixos de comunicação e dos espaços urbanos bem conectados. Quando ocorre uma concentração considerável, formam-se as denominadas regiões industriais.
Mapa 02 - Principais zonas industriais no mundo
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
A expansão da indústria mundial
Fonte: Lee Yiu Tung/Shutterstock.com
A grande maioria das novas regiões industriais, que por sua vez é caracterizada pela adaptação aos novos processos de produção, está localizada principalmente no leste e sudeste do continente asiático e também nos arredores das principais metrópoles dos países desenvolvidos. Os Tigres Asiáticos (Hong Kong, Cingapura, Taiwan e Coreia do Sul) apresentaram um elevado crescimento econômico nas últimas décadas. Dessa forma, esses países consolidaram uma posição entre os principais produtores mundiais. A abertura chinesa, denominada Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), levou o país a se despontar no setor da produção industrial.
Desconcentração industrial Na atualidade, tradicionais regiões industriais já não são polos industriais mais importantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a indústria moderna situa-se nos estados do Sul (Texas, Louisiana, Mississipi) e na Califórnia. No sudeste brasileiro, o setor de serviços já ultrapassa o setor industrial. A Europa Ocidental e o Japão têm exportado muitas indústrias para os chamados Figura 02 - Navio de contêiner em Victoria Harbour, Hong Kong. países emergentes da América Latina e da Ásia. No pós-Guerra, empresas transnacionais estadunidenses, europeias e, posteriormente, japonesas estiveram à frente do processo de estabelecimento de modernas regiões industriais em países africanos, asiáticos e latino-americanos, multiplicando o número de suas filiais e modificando as paisagens dessas regiões. Principalmente após a Segunda Guerra Mundial, acentuou-se esse processo de desconcentração industrial: as indústrias têm abandonado áreas tradicionais (com custos de produção elevados), em busca de maiores vantagens, principalmente em áreas que ofereçam variedade de recursos naturais, mão de obra e energia baratas e abundantes, mercado consumidor expressivo, atuação sindical fraca ou inexistente, ineficiência ou falta de legislação de proteção ao meio ambiente, concessões, isenções de impostos, incentivos fiscais etc. A modernização dos meios de comunicação permite vender produtos e serviços com maior facilidade (via internet, por exemplo) para qualquer parte do mundo, sem estar fisicamente próximo aos grandes centros de consumo ou às fontes de matérias-primas. As redes de comunicação permitem administrar e controlar, simultaneamente, empresas em todo o mundo.
A13 Indústria no espaço geográfico
As indústrias têxtil, siderúrgica e de bebidas, por exemplo, têm transferido suas fábricas para os países subdesenvolvidos, em busca de mão de obra mais barata. Mesmo as indústrias de base, tradicionalmente situadas em locais com matérias-primas abundantes - de modo a reduzir gastos com transporte -, nas últimas décadas afastaram-se desses locais e, em muitos países centrais, aproximaram-se do litoral. Com a modernização das comunicações e dos transportes, matérias-primas provenientes do interior ou de outros países podem chegar rapidamente aos portos, nas proximidades dos quais se instalam siderúrgicas, petroquímicas etc. Dessa forma, é possível exportar mercadorias com a mesma facilidade. Assim, as indústrias se espalham pelos continentes e já não precisam mais se localizar nos corredores das áreas produtoras, o que dificultava muito o transporte até o mercado de consumo.
Tecnopolos Tecnopolo é um centro tecnológico que agrupa, em um mesmo lugar, atividades relacionadas à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D) em áreas de alta tecnologia (exemplo: empresas e universidades). Esses institutos de produção e pesquisa se caracterizam por facilitar contatos pessoais e institucionais entre esses meios, pois produzem uma economia de aglomeração, ou seja, um espaço de grande desenvolvimento tecnológico. 395
Geografia
Os tecnopolos são locais nos quais há uma grande concentração de mão de obra altamente qualificada (exemplo: pesquisadores e professores universitários), com doutorado e pós-doutorado. Os tecnopolos facilitam a criação e o melhoramento de produtos e técnicas.
Fonte: zimmytws/Shutterstock.com
A13 Indústria no espaço geográfico
Relacionados à Terceira Revolução Industrial, os tecnopolos representam, na atualidade, o que as grandes regiões industriais representaram durante a Primeira Revolução Industrial. Os tecnopolos surgiram em território norte-americano. A indústria de produção tecnológica Intel, em conjunto com a Universidade de Stanford e a Universidade da Califórnia, criou um polo de desenvolvimento tecnológico na área de computação e informática. Esse polo ficou conheMapa 03 - Empresas arcam com até 75% dos investimentos em P&D no mundo. No Brasil, o Estado paga a metade. cido como Silicon Valley ou o Vale do Silício. O Vale do Silício, na Califórnia, abriga uma grande quantidade de empresas que, desde a década de 1950, tem como objetivo gerar inovações científicas e tecnológicas, destacando-se na produção de chips, na eletrônica e informática. O Vale do Silício abrange várias cidades do estado da Califórnia, ao sul de São Francisco, como Palo Alto e Santa Clara, estendendo-se até os subúrbios de San Jose.
Mapa 04 - Mapa do Vale do Silício, Califórnia, EUA.
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
As 10 empresas que mais investem em P&D no mundo Empresa
Setor
País de origem
Total
1
Toyota
Automotivo
Japão
19 244
2
Roche
Farmacêutico
Suíça
19 201
3
Microsoft
Informática
EUA
17 267
4
Volkswagen
Automotivo
Alemanha
16 460
5
Pfizer
Farmacêutico
EUA
15 366
6
Novartis
Farmacêutico
Suíça
14 659
7
Nokia
Eletrônico
Finlândia
14 208
8
Johnson & Johnson
Farmacêutico
EUA
13 843
9
Sonofi-Aventis
Farmacêutico
França
12 992
10
Samsung Eletronics
Eletrônico
Coreia do Sul
12 822
Tabela 01 - Os maiores investidores mundiais em P&D
Em que setores estão os maiores investimentos Setor
Empresas
Total
Farmacêutico
112
210 819
Hardware
152
189 155
Automotivo
72
176 409
Software e serviços
74
78 313
Eletroeletrônicos
79
76 336
Indústria química
69
48 569
Aeroespacial e defesa
33
41 337
Indústria do lazer
25
38 134
Engenharia industrial
63
32 412
Indústrias em geral
34
32 022
A13 Indústria no espaço geográfico
*dados de 2009 Fonte: The 2010 R&D Scoreboard, Department lor Business, Innovation & Skills Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso: 29/04/2014.
É notório, como mostra as tabelas, que a maior parte dos investimentos em P&D é realizada nos países desenvolvidos, sejam esses investimentos de origem pública ou privada. Tal quadro colabora para a manutenção da disparidade tecnológica existente no mundo e reforça a dependência dos países subdesenvolvidos em relação aos desenvolvidos.
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Geografia
Exercícios de Fixação 01. (Ufpel RS) Os fatores locacionais que definem onde as indústrias se implantam no espaço, dependem muito do tipo de indústria e variam ao longo do tempo em função da tecnologia. De modo geral, a existência de matérias-primas, as fontes de energia, a mão de obra e o mercado consumidor constituem importantes fatores locacionais. Sobre a localização das indústrias, é correto afirmar que: a) durante a Primeira Revolução Industrial, do final do século XVIII até o início do século XIX, as jazidas de carvão mineral eram um dos fatores mais importantes para a localização das fábricas, porque o carvão era a fonte de energia utilizada nas máquinas. b) com a Segunda Revolução Industrial, a dificuldade para o transporte das principais fontes de energia, o vapor de água e os gases combustíveis, dificultou o desenvolvimento de novas zonas industriais. c) a existência de uma rede de transportes que possibilite o recebimento de matérias-primas e o escoamento das mercadorias produzidas não interfere na decisão locacional, pois o que é relevante é o custo de produção. d) a necessidade das indústrias de estarem junto das reservas de matérias-primas não se alterou com o desenvolvimento tecnológico dos transportes, fazendo com que as regiões industriais mundiais permaneçam as mesmas ao longo do tempo. e) a disponibilidade de mãodeobra e a proximidade do mercado consumidor fazem com que as indústrias se localizem cada vez mais próximo das grandes cidades em um fenômeno conhecido como desconcentração industrial.
A partir do anúncio publicitário, esse novo modelo é caracterizado pela introdução de: a) consumo de massa b) linha de montagem c) fabricação por demanda d) produção com flexibilidade 03. (Fameca SP) Na segunda metade do século XX, ocorreram grandes avanços tecnológicos que tornaram este período conhecido como a Terceira Revolução Industrial. Nesse contexto, destaca-se a) o uso do petróleo e da energia elétrica como fontes de energia, ampliando as possibilidades para a produção de manufaturas. b) a produção no sistema fordista, caracterizado pela hierarquização do trabalho na linha de montagem. c) o aumento da produtividade, permitido pelo incremento nas lógicas de gestão produtiva e no maquinário pesado movido a vapor. d) a regulação do mercado pela lei da oferta e da procura, garantido pela mobilidade e divulgação de novos produtos. e) a flexibilização do capital e da produção, possibilitando a expansão das empresas transnacionais. 04. (Enem MEC) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal come-
02. (Uerj RJ)
ça a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso — todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente. SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).
Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência a A13 Indústria no espaço geográfico
a) melhoria da qualidade da produção industrial. b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais. c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios Adaptado de projetoslokos.blogspot.com.br.
Na década de 1970, o modelo produtivo predominante no capitalismo brasileiro era o fordista. Contudo, na publicidade veiculada em 1977, é possível identificar a transição para o modelo produtivo subsequente.
398
horários. d) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas. e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios Complementares
Octávio Ianni, Estudos Avançados. USP. São Paulo, 1994. Adaptado.
Nesse texto, escrito no final do século XX, o autor refere-se a um processo que persiste no século atual. A partir desse texto, pode-se inferir que esse processo leva à a) padronização da vida cotidiana. b) melhor distribuição de renda no planeta. c) intensificação do convívio e das relações afetivas presenciais. d) maior troca de saberes entre gerações. e) retração do ambientalismo como reação à sociedade de consumo. 02. (Fatec SP) Para preparar uma caixa de telefone celular com carregador de bateria, fone de ouvido e dois manuais de instrução, o empregado da fábrica dispõe de apenas seis segundos. Finalizada essa etapa, a embalagem é repassada ao funcionário seguinte da linha de montagem, o qual tem a missão de escanear o pacote em dois pontos diferentes e, em seguida, colar uma etiqueta. Em um único dia, a tarefa chega a ser repetida até 6 800 vezes pelo mesmo trabalhador. (blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/08/12/ Acesso em: 12.08.2013. Adaptado)
Refletindo sobre a situação exposta no texto, é correto afirmar que essa fábrica se organiza pelo sistema de produção conhecido como a) toyotismo, no qual a mecanização do trabalho leva à divisão equitativa dos lucros entre os operários. b) toyotismo, no qual os trabalhadores controlam os meios de produção e produzem no seu próprio ritmo. c) fordismo, no qual cada um dos trabalhadores realiza todas as etapas do processo produtivo nas fábricas. d) fordismo, no qual a livre iniciativa do trabalhador determina o ritmo das fábricas e o volume da produção. e) fordismo, no qual há uma divisão do trabalho, e a mecanização da produção leva à repetição de tarefas. 03. (Fatec SP) Leia o texto e assinale a alternativa que preenche, corretamente, as lacunas com a expressão que se refere ao tipo de indústria que engloba o setor de máquinas e equipamentos.
Atualmente, em todos os ramos da indústria de ___________ instalada no país, exceto máquinas-ferramenta, a liderança cabe a empresas multinacionais. Essas empresas predominam no segmento de ___________ feitos sob encomenda, que envolve um conjunto mais complexo de conhecimentos técnicos e de produção. Elas se aproveitam de algumas vantagens locais, como a disponibilidade de matérias-primas e mãodeobra a preços baixos. Fonte: Departamento de Setores Intensivos em Capital e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento da Produção. Desenvolvimento.gov.br/sistemas_web/renai/public/arquivo/arq1273166103.pdf Acesso: 28/08/2013.
a) bens de consumo duráveis b) bens de consumo não duráveis c) siderurgia d) bens de capital e) petroquímica 04. (UECE) O momento, iniciado em meados do século XX, em que a sociedade tornou-se global e que imprimiu novas técnicas e maneiras de produzir é conhecido como a) revolução técnico-científica-informacional. b) crise da economia mundial. c) revolução industrial. d) macroeconomia de mercado. 05. (Fameca SP) A industrialização periférica foi uma industrialização diferenciada, duplamente restringida, restringida quanto à abrangência geográfica e quanto à abrangência tecnológica, que ao seu início aprofundou verticalmente a divisão internacional do trabalho nas relações Norte-Sul. A partir de meados dos anos sessenta, a nova divisão internacional do trabalho operada pela industrialização restringida materializa-se num novo padrão. (www.ufrgs.br. Adaptado.)
Mencionada pelo texto, essa nova divisão internacional do trabalho caracteriza-se por países subdesenvolvidos a) não industrializados que exportam produtos primários processados e por países desenvolvidos que trocam entre si produtos à base de tecnologias de uso difundido. b) industrializados que exportam produtos primários e bens industrializados de baixa tecnologia e por países desenvolvidos que exportam produtos inovadores de alta tecnologia. c) industrializados que exportam produtos de alta tecnologia e por países desenvolvidos que exportam produtos primários ou semi-industrializados para recompor divisas cambiais. d) não industrializados que trocam entre si produtos primários tradicionais e por países desenvolvidos que exportam bens primários não tradicionais de maneira complementar. e) industrializados que exportam produtos à base de tecnologias de uso difundido e por países desenvolvidos que exportam produtos primários tradicionais. 399
A13 Indústria no espaço geográfico
01. (Fuvest SP) O local e o global determinam-se reciprocamente, umas vezes de modo congruente e consequente, outras de modo desigual e desencontrado. Mesclam-se e tensionam-se singularidades, particularidades e universalidades. Conforme Anthony Giddens, “A globalização pode assim ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa. Esse é um processo dialético porque tais acontecimentos locais podem se deslocar em um direção inversa às relações muito distanciadas que os modelam. A transformação local é, assim,uma parte da globalização”.
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GEOGRAFIA
MÓDULO A14
ASSUNTOS ABORDADOS nn Os diferentes processos de in-
dustrialização I
nn Principais centros industriais do mundo
Fonte: ESB Professional / Shutterstock.com
Figura 01 - Japão, centro de alta tecnologia.
OS DIFERENTES PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO I Principais centros industriais do mundo De modo geral, no mundo desenvolvido, os complexos industriais estão localizados principalmente em quatro grandes conjuntos territoriais: nn América
do Norte (Estados Unidos da América e Canadá): situa-se um grande espaço industrial entre os Grandes Lagos e a costa nordeste, além de importantes centros industriais na costa do Pacífico e sul dos EUA; Vale do Silício. nn Europa: encontra-se um grande conjunto industrial, bastante denso, que inclui desde o Norte da Itália até o Centro-Sul do Reino Unido. Existem núcleos industrializados de menor importância na maior parte dos países da Europa Central e Oriental, Nórdica Nórdica (veja na figura 01) e Mediterrânea. O continente europeu é onde se encontram as mais antigas regiões industriais do mundo. Enumeram-se alguns fatores que contribuíram para isso: abundância de mão de obra com o crescimento das cidades; ampliação do mercado consumidor, que por sua vez estimulou a criação de indústrias; o acúmulo de riquezas oriundas da exploração colonial, a qual forneceu, durante séculos, ouro e prata para o continente; seguido do fornecimento de matérias-primas industriais. nn Rússia: existem centros industriais de diferentes categorias em torno de São Petersburgo e Moscou, e em terras asiáticas, prolongando-se até a Sibéria Ocidental; nn Japão: apesar de ser território reduzido, possui um grande poder industrial. Seus centros mais destacados ocupam a Costa Sul da ilha Honshu. Indústria nos EUA A indústria apresenta-se como o símbolo maior do sistema capitalista. Riqueza e miséria são reproduzidas pelas indústrias. O processo de globalização da economia acaba adaptando as dinâmicas nacionais à dinâmica mundial. Portanto, na visão de alguns especialistas, essa globalização proporciona além das desigualdes sociais, um processo de abalo da soberania das nações espalhadas pelos quatro cantos do planeta. Um exemplo clássico dessa situação são os Estados Unidos da América. Os EUA, ao se manterem líderes desse processo, defendem o livre comércio, mas, ao mesmo tempo acabam atuando com a implantação de políticas protecionistas, ou seja, suas indústrias e seu setor primário ficam protegidos pelo Estado.
Fonte: Shutterstock.com
Independentes da Inglaterra em 1776 e contando com um território inicial de menos de 1 milhão de km2 (Treze colônias na costa atlântica) e pouco mais de 2 milhões de habitantes, os EUA conseguiram se tornar a maior potência industrial e econômica do mundo em menos de 150 anos.
Figura 02 - Países Nórdicos (Noruega, Suécia, Finlândia).
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Após 80 anos de sua independência, os Estados Unidos já haviam ampliado o território inicial para 8 milhões de km2. Com a compra do Alasca (pertencente à Rússia) em 1867 e a incorporação do Havaí em 1898, os EUA passaram a contar com uma área de 9 372 614 km2 (4º maior território do mundo), estendendo-se
Figura 04 - Detroit, importante centro industrial e tecnológico dos EUA
Figura 05 - NASA - USA.
A indústria estadunidense desenvolveu-se inicialmente no Nordeste e nas proximidades dos Grandes Lagos, na chamada manufacturing belt. Essa área de industrialização antiga ainda é a maior e a mais extensa dos EUA. Nela, encontram-se quase todos os tipos de indústria, embora sejam dominantes a siderúrgica, a mecânica, a metalúrgica (automobilística), a petroquímica, a alimentícia e a têxtil.
Opirus/Arte
Atualmente, novas áreas industriais se destacam nas proximidades do Golfo do México (siderúrgica, petroquímica, aeroespacial, automobilística); na Flórida (aeroespacial, eletrônica e petroquímica) e no litoral do Pacífico, compreendendo Los Angeles (siderúrgica, petroquímica, automobilística, têxtil), São Francisco e Seattle. Entre os tecnopolos, destacam-se o Silicon Valley, o Silicon Prairie, o Silicon Beach e o Electronic Highway. Mapa 01 - Atividades Industriais nos EUA.
401
A14 Os diferentes processo de industrialização I
Depois de 1945, os EUA mantiveram o ritmo de crescimento, principalmente devido à reconstrução da Europa Ocidental (por meio do Plano Marshall) e do Japão, além das necessidades de abastecimento de um mercado interno em rápida expansão. A partir da década de 1950, novos fatores manteriam o ritmo industrial estadunidense: a Guerra Fria, que fez com que o governo impulsionasse a fabricação de material bélico; o desenvolvimento das pesquisas aeroespaciais; a expansão mundial das empresas estadunidenses (as transnacionais), sustentadas pela política imperialista do país etc.
Figura 03 - Ford Company - USA (Cinturão das Manufaturas). Fonte: Nadezda Murmakova / Shutterstock.com
A crise econômica e industrial dos países europeus envolvidos na Primeira Guerra Mundial serviu para dinamizar a indústria estadunidense. Contudo, a prosperidade dos EUA foi interrompida por um período recessivo conhecido como Grande Depressão, que culminou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929. Posteriormente, a economia passou a se recuperar com a política conhecida como New Deal, que consistia em maior intervenção do Estado na economia, promovendo reformas econômicas e sociais e buscando combater o desemprego. Essa política foi aplicada pelo presidente Franklin Roosevelt entre 1933 e 1939. A partir de 1937, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, a indústria bélica deu impulso decisivo à recuperação estadunidense. O país não tinha conflitos internos e contava com um parque industrial capaz de fornecer, com rapidez e em larga escala, os equipamentos bélicos e os combustíveis exigidos pelos aliados. Nessa época, os EUA produziam mais da metade dos produtos manufaturados do mundo. A entrada do país na guerra em 1941, depois do ataque do Japão à base naval de Pearl Harbor, deu novo impulso ao New Deal e reforçou o domínio mundial dos EUA.
Fonte: Castleski / Shutterstock.com
do oceano Atlântico até o oceano Pacífico. Terminada a expansão, a conquista territorial e a guerra entre o Norte e o Sul (Guerra de Secessão, de 1861 a 1865), o governo estadunidense estabeleceu uma política protecionista e estimulou o desenvolvimento industrial. Os principais fatores favoráveis à consolidação do país como potência imperialista foram: abundância de recursos naturais; prática expansionista; participação do governo na ocupação e na expansão territorial, doando terras e impulsionando a marcha para o Oeste; desenvolvimento dos transportes, em especial a implantação de uma importante malha ferroviária ligando o Leste ao Oeste; aniquilamento de milhares de nativos; grande fluxo de imigrantes; acúmulo de capitais; progresso tecnológico.
Fonte: overcrew / Shutterstock.com
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Geografia
SAIBA MAIS ROTEIRO APRESENTA CIDADE HISTÓRICA QUE ABRIGOU COMPANHIA FORD NA AMAZÔNIA
Fonte: Wikimedia Commons
Nos anos 1930 e 40, empresa de Henry Ford extraiu látex na região. Durante passeio por Belterra, pode-se visitar dezenove pontos turísticos .
Figura 02 - Arquitetura americana ainda se faz presente no cenário de Belterra (Foto: Divulgação/Prefeitura de Belterra)
O município de Belterra, no oeste do Pará, localizado a 45 km de Santarém, guarda em seus traços importantes marcas da presença norte-americana na Amazônia. Nos anos 1930, após a primeira tentativa de Henry Ford de produzir látex em Fordlândia ter falhado, a comitiva estadunidense foi obrigada a encontrar outra plantação de seringueiras nativas para fixar moradia e prosseguir com os planos de produzir borracha. Após as buscas, Ford se dirigiu à Bela Terra, onde se deparou com farta plantação em um solo de terra preta bastante fértil. Na época, foi cedida uma área de quase 4 400 km² pelo governo brasileiro à empresa, que construiu sua sede e formou a vila dos trabalhadores. O que de mais moderno havia nos EUA foi trazido para Belterra, que passou a contar com hospital de ponta, telefonia, rádio amador, serviço de água encanada e rede elétrica domiciliar.
Em 1945, com o declínio da produção, a terra foi restituída ao Estado. Somente em 1995 Belterra se tornou, oficialmente, município. Hoje conta com uma população de 16 800 pessoas. Apesar de mais de meio século já ter se passado, Belterra ainda preserva muitas características de quando foi uma vila americana, principalmente a arquitetura das construções. E como forma de expandir o conhecimento dos turistas a respeito da região, e divulgar melhor as potencialidades turísticas do município, a Prefeitura de Belterra elaborou um roteiro que passa pelos principais pontos históricos. As praias banhadas pelo rio Tapajós também são fortes atrativos turísticos. Fonte: http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2013/11/ roteiro-apresenta-cidade-historica-que-abrigou-companhia-ford-na-amazonia.html
Indústria no Canadá A riqueza mineral encontrada no subsolo das províncias de Ontário, Québec e Colúmbia Britânica contribuíram de forma significativa para o surgimento de indústrias metalúrgicas e siderúrgicas no território canadense. A exploração de petróleo e de carvão mineral ocorreu principalmente no Planalto do Labrador e no Escudo Canadense. Além da riqueza mineral encontrada em seu território, com destaque para minério de urânio, o Canadá é um país relevante na produção de energia hidráulica.
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As indústrias canadenses de papel e celulose são muito importantes já que no país elas estão relacionadas à grande disponibilidade de matéria-prima, a um preço muito baixo, e também à facilidade de transporte. A floresta boreal ou de coníferas recobre cerca de um terço do território nacional, e o transporte dos troncos é realizado por meio da flutuação, ou seja, os rios transportam essa matéria-prima até as fábricas. Assim, vale ressaltar que o Canadá é o maior produtor de papel e celulose do mundo. A industrialização do território canadense ocorreu de forma tardia. O principal fator para esse atraso está relacionado ao processo de independência da colônia britânica, que aconteceu no ano de 1867. Após a Primeira Guerra Mundial, o país se caracterizou por um forte crescimento industrial. O conflito que tomou conta do continente europeu foi um fator desfavorável à indústria canadense devido ao fato de que um de seus principais parceiros, o Reino Unido, estava envolvido na guerra. Por outro lado, essa descompensação acabou abrindo oportunidades para que o país vizinho ao Sul, ou seja, os Estados Unidos da América, pudesse entrar em vários setores da economia do Canadá. Desse modo, passou a ocorrer uma grande concentração industrial na região dos Grandes Lagos e no Vale do São Lourenço e, então, a indústria canadense evoluiu sob a influência do capital norte-americano. 402
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Além do aspecto econômico, o aspecto geográfico faz com que o Canadá seja caracterizado como uma extensão do território norte-americano. Os principais centros industriais canadenses estão localizados nas cidades de Toronto, Montreal, Hamilton, Québec e Windsor. Essas cidades fazem fronteira com a costa nordeste dos Estados Unidos da América. Outra importante área industrial está localizada na cidade de Vancouver, uma cidade portuária é bastante representativa para o setor industrial canadense. Indústria Europeia Os grandes centros industriais europeus se encontram em grande parte na Europa Ocidental. Os principais são: nn França:
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o processo de industrialização francês tornou-se significativo após o término da Segunda Guerra Mundial. A França é considerada um dos países mais industrializados do mundo. A indústria é uma das principais geradoras da economia do país e está concentrada principalmente na cidade de Paris. nn Reino Unido: o processo de evolução industrial do Reino Unido está ligado ao fato de o país possuir uma grande reserva de carvão mineral, uma boa localização geográfica, abundância de mão de obra, e pelo sucesso por ser o maior centro econômico durante o século XIX. Nos últimos anos, o setor industrial do Reino Unido tem passado por graves crises, que provocaram uma decadência da produção. As principais indústrias são: siderúrgica, construção naval, automobilística, aeronáutica e têxtil.
Opirus/Arte
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Mapa 02 - Distribuição Espacial da Indústria Francesa
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Geografia
nn Itália:
no Norte da Itália está localizado o maior centro industrial e também o centro financeiro do país. Destacando-se sua tradição artesanal, o forte comércio, a considerável quantidade de mão de obra, o investimento estrangeiro, e a facilidade de comunicação com a Europa Ocidental.
nn Alemanha:
é um dos países mais industrializados do mundo. É na bacia do rio Reno e na região do Ruhr que estão localizados os maiores setores industriais do país. Na região do Ruhr, está localizada uma proeminente região siderúrgica. A facilidade para o transporte fluvial (rio Reno) é uma importante característica que alavanca a economia não só da Alemanha, mas da União Europeia.
Nórdicos: localizados na porção norte do continente europeu, os países nórdicos são representados por Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia. Os principais destaques são o acesso aos recursos naturais e o grande aproveitamento da energia hidráulica. Por esses motivos, ampliam-se as possibilidades de uma grande diversidade industrial nesses países. Os principais destaques estão ligados às indústrias siderúrgicas, mecânica e à atividade pesqueira.
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A14 Os diferentes processo de industrialização I
nn Países
Mapa 03 - Energia e indústria na Itália
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios de Fixação
02. (Uncisal AL) A indústria de alta tecnologia – eletrônica e informática, biotecnologia e química fina, aeroespacial e bélica – reflete, nas suas opções de localização, uma reação às aglomerações industriais. Esses setores industriais procuram novas localizações nos subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em pequenas cidades interioranas. Por outro lado, mão de obra científica e técnica altamente qualificada e intensos investimentos de capital constituem as principais exigências para o sucesso desses empreendimentos. Qual a região abaixo que apresenta as características do texto? a) Região dos Grandes Lagos (EUA) b) Bacia de Londres (Inglaterra) c) Vale de Ruhr (Alemanha) d) Vale do Damodar (Índia) e) Vale do Silício, na Califórnia (EUA) 03. (FMJ SP) As companhias concentraram recursos para reprimir, na Europa, as forças ascendentes da industrialização e bloquearam a emergência de classes mercantis nativas inde-
pendentes na Ásia, na África e no Novo Mundo. No entanto, na Europa, novas forças levaram ao colapso dessas organizações e à emergência de formas empresariais mais modernas. (Warren Dean. As multinacionais, 1983.)
O excerto descreve o processo de transição entre duas fases da produção capitalista: a transição da fase ________________ para a fase__________________ . Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto. a) mercantil – industrial b) financeira – industrial c) industrial – mercantil d) industrial – financeira e) mercantil – financeira 04. (Unificado RJ) A crise política do Antigo Regime que antecede a Revolução Francesa foi acompanhada de uma crise econômica. A crise da indústria francesa, devido, em parte, ao tratado firmado com a Inglaterra, em 1786, compõe o conjunto de dificuldades daquele momento. Por esse tratado, os ingleses exportariam tecidos para a França que, por sua vez, exportaria vinhos para a Inglaterra. A crise econômica francesa se agravou ainda mais em função desse tratado porque a) a interferência das condições climáticas sobre a agricultura na França reduziu a sua competitividade econômica em relação aos agricultores ingleses. b) a excessiva cobrança de impostos sobre os vinicultores da França provocou uma retração da produção e consequente colapso desse setor. c) as indústrias francesas sucumbiram à concorrência, em seu mercado interno, da vigorosa indústria têxtil inglesa. d) o ritmo de produção dos melhores vinhos franceses era inferior à produtividade econômica dos vinicultores ingleses. e) os ingleses descumpriram os termos do tratado, reexportando os vinhos franceses para vários países da Europa. 05. (UECE) As indústrias que possuem várias filiais espalhadas por diversos países são as chamadas indústrias globais ou mundiais. Esses conglomerados industriais têm, dentre as suas características, a) um pequeno investimento em pesquisa, alta produtividade e elevada lucratividade. b) o desenvolvimento de tecnologias acessíveis para os países nos quais estão instalados. c) a garantia do desenvolvimento tecnológico dos países subdesenvolvidos. d) a atuação em diversos setores da economia, como os setores financeiro e comercial, além do industrial.
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A14 Os diferentes processo de industrialização I
01. (Udesc SC) Analise as proposições sobre a localização industrial italiana. I. Concentra-se no norte do país por razões históricas, pois do século XII ao XVI as cidades-estado do Norte dominaram o comércio com o Oriente, fazendo ligação, pelos Alpes e pelo Mediterrâneo, com outras regiões da Europa. Cidades como Veneza e Gênova tiveram força comercial muito importante. II. Do renascimento comercial houve o florescimento das cidades do Norte italiano e esta aglomeração converteu-se em mão de obra para a indústria e em mercado consumidor. III. A região sul da Itália permaneceu presa às estruturas feudais e agrícolas durante muito tempo, fazendo com que permanecesse uma agricultura atrasada, realizada em grandes propriedades e utilizando abundante mão de obra. IV. A industrialização do Norte foi fruto de intervenção do Estado italiano que proibiu indústrias na região Sul, no período pós Segunda Guerra. V. No sul da Itália não se encontram recursos naturais importantes (como minerais, petróleo etc.) por isso somente o Norte é industrializado, cabendo ao Sul o plantio de oliveiras e videiras. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Geografia
Exercícios Complementares 01. (Unesp SP) Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional em um esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com certa perspectiva, essa violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, em umaépoca em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas sim o próprio trabalho. (Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.)
A14 Os diferentes processo de industrialização I
O texto afirma que a Revolução Industrial a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar mecanismos de defesa e proteção dos trabalhadores. b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos de todos os segmentos da população. c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-os em um duro processo de produção. d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia de que o trabalho enobrece o homem. e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o alastramento de epidemias. 02. (UEFS BA) Na escola inglesa The School of Life, que abriu filiais no Brasil, o físico irlandês Stephen Little é professor de mindfulness, uma filosofia moderna cuja orientação é estimular as pessoas a ter atenção em cada atividade que desempenham. Little considera os estímulos tecnológicos rivais desta meta e, neoludita, tomou medidas drásticas contra os gadgets. “Não quero me distanciar do que há de prazeroso na vida, como olhar o mundo sem uma tela na frente”, diz. Ele instalou em sua casa um dispositivo que desliga o wi-fi às 6 da tarde e decidiu checar o e-mail apenas duas vezes ao dia. (VILICIC; BEER, 2015, p. 81). VILIVIC, F.; BEER, R. Thibum! Veja. São Paulo: Abril, ed. 2413, ano 48, n. 7, 18 fev. 2015, p. 66.
O termo “neoludita”, aplicado ao físico irlandês, se diferencia do movimento ludita, que eclodiu na Inglaterra na primeira fase da Revolução Industrial, porque o
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a) ludismo aceitava as descobertas no uso das máquinas e buscava adequar a vida dos indivíduos às novas condições de trabalho. b) ludismo defendia a volta do sistema familiar/artesanal de produção, incentivando o pequeno comércio local. c) neoludismo aceita as inovações tecnológicas buscando, contudo, disciplinar sua interferência na vida cotidiana do indivíduo. d) neoludismo rejeita a convivência com a moderna tecnologia, por considerá-la prejudicial ao pleno desempenho humano. e) ludismo desenvolveu-se como um movimento de destruição de máquinas, buscando derrubar o controle das corporações de ofício. 03. (EBMSP BA) Dispositivo de papel controlado remotamente pode ser usado para explorar áreas de risco.
Já pensou em ter seus próprios robôs, criados segundo as suas necessidades? O dia em que esse sonho vai se tornar realidade pode estar mais perto. Isso porque um dos mais conceituados centros de pesquisa do mundo, o Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT), nos Estados Unidos, lançou um projeto de cinco anos para desenvolver tecnologias que permitam a qualquer um desenhar, customizar e imprimir robôs em impressoras 3D em menos de um dia. [Os pesquisadores] trabalham para que, em futuro não muito distante, pessoas sem conhecimento específico tenham acesso a um programa de computador ou aplicativo para celular que ofereça diversas possibilidades de funções e aparências para um robô. Escolhidos os detalhes, bastaria ir a uma loja de impressão em 3D e retirar o produto sob medida. (MOITINHO, 2012, p. 73). MOITINHO, S. Robôs sob medida. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, v. 49, n. 292, maio 2012.
O projeto do MIT, caso venha a ser vitorioso, terá como consequência Gab: 03 01. o acesso a uma tecnologia sofisticada, restrita a uma elite intelectual. 02. a produção em larga escala de robôs uniformemente projetados.
Ciências Humanas e suas Tecnologias Questão 06 a) A chamada “Terceira Revolução Industrial”, que teve início por volta da década de 1960, apresentou características como elevada automação e informatização do processo produtivo, culminando com a robotização; utilização de mão de obra qualificada, com alto grau de conhecimento; separação entre os processos produtivo, administrativo e de pesquisa e desenvolvimento, com elevados investimentos nesse último setor. Para o desenvolvimento e a integração de todas essas características, foi preciso que se criassem os chamados tecnopolos, centros de inovação tecnológica que concentram tanto setores de estudo e ensino, como de desenvolvimento de pesquisa tecnológica. Geralmente localizados em cidades de porte médio, atraem para a sua circunvizinhança indústrias que já se encontram nesse nível de desenvolvimento.
04. (Ufal AL) “Desde o século XVI vinha-se operando na Inglaterra uma verdadeira revolução agrária que consistia, sobretudo, na substituição da produção fragmentada em pequenas unidades distribuídas entre proprietários ou arrendatários camponeses por uma produção em larga escala concentrada em grandes propriedades, controladas por um único senhor, que se tornava cada vez mais um grande empresário. Essa alteração foi possibilitada principalmente pelas leis de enclousures ou leis de cercamento dos campos comuns.” (NADAI, Elza; NEVES, Joana. História Geral, Moderna e Contemporânea. Saraiva. 1984).
Levando em consideração o texto e o seu conhecimento, pode-se afirmar que a) um dos fatores que explica o pioneirismo inglês na Revolução Industrial foi a abundância de mão de obra. b) as Leis de Cercamento permitiram o surgimento de novas práticas econômicas, chamadas mercantilistas. c) o trabalho em série não garantiu uma maior produtividade. d) os tratados de comércio e navegação determinaram a importação de produtos manufaturados e a exportação de matéria prima. e) os cercamentos não ofereciam a matéria prima para a indústria têxtil. 05. (Uerj RJ)
Parlamento Britânico e a Torre do Big Ben, Londres, Inglaterra. www.twip.org
Na Inglaterra, um horário ferroviário uniforme foi adotado em meados do século XIX. Baseava-se na hora do Tempo Médio de Greenwich, isto é, a hora do meridiano do Observatório Real de Greenwich, geralmente indicada pelas letras GMT (Greenwich Mean Time). No final da década de 1840, Sir George Airy, astrônomo real, insistiu para que o Big Ben, novo relógio a ser construído, fosse regulado pela hora de Greenwich. Airy expandiu muito o serviço público baseado na GMT, fazendo com que essa hora fosse transmitida por todo o país por cabos que cor-
riam ao longo das linhas férreas. Em 1853, escreveu: “Não posso sentir senão satisfação ao pensar que o Observatório Real está assim contribuindo para a pontualidade dos negócios por toda uma grande extensão desse país”. Adaptado de WHITROW, G. J. O tempo na história: concepções do tempo da pré-história aos nossos dias. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.
As sociedades industriais modernas desenvolveram formas de medir o tempo associadas ao uso do relógio e à padronização dos horários em escala nacional, como no caso da Inglaterra, no decorrer do século XIX. Um dos efeitos dessas medidas padronizadoras do tempo se manifestou basicamente na regulação dos: a) ritmos do trabalho b) sistemas de plantio c) níveis de escolaridade d) fluxos de investimentos 06. (Fuvest SP) Os centros de inovação tecnológica são exemplos de transformações espaciais originados da chamada Terceira Revolução Industrial.
Com base no mapa e em seus conhecimentos, a) aponte duas características da Terceira Revolução Industrial que favoreceram o aparecimento dos centros de inovação tecnológica. Explique. b) identifique e caracterize o conjunto de centros de inovação tecnológica destacado na porção sudoeste dos Estados Unidos. 07. (Udesc SC) Em relação à localização das indústrias italianas, é correto afirmar que: a) Existe uma concentração no Norte do país decorrente do renascimento comercial e urbano, que facilitou a concentração de capitais e o aumento da população urbana. b) Desenvolveu-se, sobretudo nos arredores de Roma, em função do enorme crescimento da cidade e do porto de Roma. c) Concentrou-se na região de Nápoles, que agrupa também boa parte do turismo e da produção de gás natural, usado pelas indústrias. d) A indústria italiana se localiza nas regiões da Sicília e da Sardenha, em função da facilidade de comércio, mão de obra e matérias primas. e) O Sul da Itália é mais industrializado, contrastando com o Norte, mais agrícola e menos densamente povoado.
Questão 06 b) Um dos pioneiros no desenvolvimento de pesquisas tecnológicas, o chamado “Vale do Silício” (Silicon Valley), localizado próximo à cidade de São Francisco, na Califórnia, EUA, desenvolveu pesquisas em tecnologia de miniaturização de circuitos, utilização de transistores integrados em larga escala, circuitos integrados, que levaram ao desenvolvimento da informática, mais tarde ramificando-se para a criação de softwares (programas de computadores). Lá, sediam-se algumas das mais famosas empresas de informática do mundo, como a Microsoft, a Yahoo, a HP, entre outras. Conta também com centros de pesquisa (tecnopolo) como a Caltech, universidade de tecnologia da Califórnia, que preparam mão de obra altamente qualificada, atuando em consonância com a iniciativa privada lá estabelecida.
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A14 Os diferentes processo de industrialização I
03. a satisfação de necessidades que aumenta a qualidade de vida de forma personalizada. 04. a exclusão de portadores de necessidades especiais como autores de seus próprios projetos. 05. o monopólio na elaboração de robôs por uma classe financeiramente privilegiada.
FRENTE
A
GEOGRAFIA
MÓDULO A15
ASSUNTOS ABORDADOS nn Os diferentes processos de in-
dustrialização II
nn Indústria no Japão nn Indústria Chinesa nn Indústria nos Tigres Asiáticos nn Os novos Tigres Asiáticos
OS DIFERENTES PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO II Indústria no Japão No início do século XIX, o Japão ainda mantinha uma estrutura nos moldes feudais, visto que a agricultura configurava-se como a principal atividade do país. O isolamento territorial também era uma característica marcante, pois os japoneses se opunham a qualquer aproximação com povos ocidentais. Essa situação começou a se alterar quando, no ano de 1853, um oficial da marinha norte-americana propôs, por meio de um tratado com o governo japonês, que se autorizasse o recebimento de navios dos EUA. Esse episódio acabou estimulando o comércio entre os dois países. A partir daí, os governantes japoneses perceberam a importância da abertura territorial. Estabelecia-se então maior intercâmbio com outras partes do mundo. Isso começou a tornar-se realidade quinze anos após o tratado proposto pelos EUA, ou seja, a partir do ano de 1868, o imperador Meiji assumiu o trono e restabeleceu o poder imperial no país. O desejo de acompanhar o desenvolvimento tecnológico estabelecido nos governos do mundo ocidental fez com que o governo japonês começasse a investir na implantação de estabelecimentos industriais em todos os setores nos quais o capital privado não tinha condições de atuar.
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Os zaibatsus, conglomerados industriais que tiveram fortes influências na economia japonesa, surgiram da venda de algumas empresas estatais no país. A economia japonesa alcançou grande sucesso entre o período Meiji e o fim da Segunda Guerra Mundial. Desse modo, o processo de industrialização do Japão fez com que o país pudesse expandir territorialmente (Extremo Oriente), e ficasse livre da dominação por parte de algumas nações do mundo ocidental.
Figura 01 - Imagem de indústria em Kawasaki, Kanagawa, Japão.
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Com o término da Segunda Guerra Mundial, as principais economias da Europa Ocidental estavam arrasadas. O Japão havia sido devastado por meio das duas bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki. Começava a utilização da energia nuclear. Os Estados Unidos da América ampliaram ainda mais seu poder sobre as nações mundiais, e tornou-se a superpotência do bloco capitalista, passando a investir tanto na reconstrução da Europa Ocidental (Plano Marshall), quanto na recuperação do Japão. Esses investimentos foram realizados em virtude da disputa pela hegemonia mundial na época, pois a Guerra Fria opunha os dois principais polos ou sistemas econômicos, capitalista e socialista. O governo norte-americano tinha o receio do avanço socialista no continente Europeu e no continente Asiático. Assim, a principal característica da inter-
Ciências Humanas e suas Tecnologias
jovens japoneses são recrutados por várias empresas assim que eles concluem seus cursos universitários. Uma característica marcante no país é o tempo de trabalho em uma única empresa, ou seja, é comum a permanência dos trabalhadores até completarem o tempo de aposentadoria;
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Figura 03 - Robô criado pela Honda.
nn É prática comum, nas empresas japonesas, a garantia do emprego para os filhos
dos trabalhadores; n n Os
salários dos trabalhadores são aumentados à medida que o tempo na empresa aumenta, e também quando esses trabalhadores se qualificam. Esse é um fator característico no Japão, ou seja, praticamente não há troca ou mudança de emprego. A busca constante por cursos de atualização ou de especialização também é uma característica dessa relação trabalhista.
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Cabe destacar ainda o papel estratégico do Estado no desenvolvimento industrial do Japão. Ao contrário dos Estados Unidos, cujo governo procura intervir pouco na economia e geralmente deixa a cargo de cada empresa fazer a sua política particular de investimentos ou pesquisas, no Japão, o governo procura coordenar a política industrial de sua economia. O Estado japonês investe pesadamente na educação pública de ótima qualidade (que garante mão de obra qualificada para as empresas) e na pesquisa tecnológica, além de exercer um papel ativo na conquista de mercados externos e na proteção à indústria nacional.
Figura 04 - Legenda: Instrumentos musicais fabricados pela japonesa Yamaha.
Mapa 01 - Distribuição geográfica de indústrias no Japão.
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nn Muitos
Figura 02 - Fábrica da Honda, uma grande indústria japonesa.
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Devido ao auxílio ou aporte financeiro recebido do governo norte-americano, a economia japonesa voltou a crescer de forma acelerada a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Para tal fato, foi de fundamental importância a manutenção da estrutura social tradicional, que acabou permitindo o pagamento de baixos salários para uma população caracterizada pela disciplina e pelo sentimento de reerguer a economia do país. As elevadas cargas horárias de trabalho, além dos baixos salários, fizeram com que houvesse grande elevação na produção industrial japonesa. A partir da década de 1980, os salários e também o consumo passaram a ter significativo crescimento no Japão, o país deixou de ser uma economia voltada somente para atender o mercado externo e passou a ser também uma importante sociedade de consumo. Os aspectos da política trabalhista japonesa se apoiam nas seguintes características:
Fonte: SUKIYASHI / Shutterstock.com
venção dos Estados Unidos no Japão acabou sendo a desmilitarização japonesa. O objetivo dos EUA era o de impedir que o país oriental voltasse a investir na indústria bélica. Atualmente, o Japão não possui exército, apenas uma força armada voltada para o policiamento. Exatamente por isso, a segurança do país até hoje é garantida pelas forças armadas norte-americanas.
Geografia
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Indústria Chinesa
Mapa 02 - Distribuição geográfica de indústrias na China.
A partir do ano de 1842, a fabricação artesanal de tecidos, cristais e cerâmicas na China passou também a conviver com a implantação de indústrias locais. Até a Revolução promovida por Mao Tse-tung no ano de 1949, as indústrias presentes em território chinês estavam ligadas à Inglaterra, à Russia e ao Japão. As mudanças propostas por Mao revolucionaram o processo industrial na China, o qual se atrelou aos investimentos econômicos e tecnológicos provenientes da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O fracasso da política conhecida como o “grande salto para frente” e o fim da ajuda soviética acabaram gerando uma desaceleração no crescimento industrial chinês. Após a morte de Mao Tse-tung, assume o poder na China Deng Xiaoping. Esse presidente foi o responsável pela abertura econômica chinesa conhecida como Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). Essa política adotada por Deng se caracterizou pela grande evolução industrial. Uma das suas características estava relacionada ao avanço nas importações de bens de equipamento e de tecnologia, além do estímulo à produtividade.
SAIBA MAIS COMO É O TRABALHO EM UMA FABRICANTE DA APPLE NA CHINA
A15 Os diferentes processo de industrialização II
Fonte: Wikimedia Commons
Poucos minutos depois das 9 horas na enorme fábrica da Pegatron que fica na periferia de Xangai, milhares de trabalhadores com casacos cor-de-rosa se preparam para fabricar aparelhos iPhone. Homens e mulheres passam por detectores faciais e de crachás ao atravessar as catracas de segurança para bater o ponto. O objetivo das estritas verificações de identidade é garantir que eles não trabalhem horas extras excessivas. O procedimento dura menos de dois segundos. Esse é o reduto onde os smartphones mais lucrativos do mundo são fabricados, parte da cadeia de abastecimento da Apple, que a empresa faz questão de guardar em segredo. Depois de serem acusadas durante anos de que seus trabalhadores na China eram obrigados a trabalhar jornadas longas e extenuantes, a Pegatron e a Apple adotaram novos procedimentos para impedir que os funcionários da linha de montaFigura 02 - Fábrica de eletrônicos da Pegatron, fornecedora da Apple gem acumulem horas extras em excesso. Elas estão ansiosas para mostrar como o sistema funciona e, pela primeira vez, permitiram que um jornalista ocidental entrasse em seu santuário. Essa fábrica, na esquina das ruas Xiu Yan e Shen Jiang, é uma das instalações mais secretas do cerne da produção do iPhone e cobre uma área que equivale a quase 90 campos de futebol americano. No centro, tem uma praça com lareira, posto policial e correio. Há ônibus de traslado, cafeterias imensas, gramados paisagísticos e lagos artificiais com carpas. Os edifícios cinza e amarronzados anseiam evocar a arquitetura tradicional chinesa. A nova Disneylândia de Xangai, que abrirá as portas em junho, fica a 20 minutos de carro dali. Segredo Do lado de dentro, a fábrica ainda esconde um segredo, de acordo com a China Labor Watch. O salário-base continua tão baixo que os trabalhadores precisam fazer horas extras simplesmente para pagar as contas, disse o grupo ativista. O grupo afirma que 1 261 contracheques da unidade da Pegatron em Xangai referentes a setembro e outubro de 2015 comprovam o excesso de horas extras. A Pegatron, uma unidade da Asustek, é a maior fabricante contratada de produtos eletrônicos do mundo depois da Foxconn, de acordo com a Bloomberg Intelligence. Na verdade, alguns funcionários gostam da oportunidade de incrementar o próprio salário, mas essa prática diminuiu, disse um funcionário da Pegatron, indicado à Bloomberg pela China Labor Watch, que revelou apenas seu sobrenome por temor a represálias. “O máximo é 60, mas os funcionários escolheriam mais horas porque os salários são baixos”, disse Ma. “Podemos ganhar muito mais com as horas extras, então sempre queremos horas extras”. Trabalho flexível A Pegatron resume o panorama de mudanças sociais e econômicas da China, que, apesar de anos de aumento dos custos trabalhistas, continua sendo a peça-chave da rede de abastecimento mundial de produtos eletrônicos. Fabricantes contratadas, como a Foxconn e a Pegatron, dominam a produção mundial de diversos produtos, como laptops, televisores, smartphones e tablets. Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/como-e-o-trabalho-em-uma-fabricante-da-apple-na-china/
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Indústria nos Tigres Asiáticos O tigre é o animal símbolo do continente asiático e representa poder e força. Os tigres asiáticos são países com culturas e estruturas econômicas diferentes, e apresentam desníveis em seu desenvolvimento econômico. Também conhecidos por NICs (New Industrialized Countries), esses países receberam grandes investimentos por parte do governo dos Estados Unidos da América durante a Guerra Fria. Nesse período, é importante salientar que houve o isolamento por parte dos países capitalistas em relação ao avanço do bloco composto por países socialistas, liderados então pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Um episódio relacionado a esses aspectos econômicos e financeiros durante esse período ficou conhecido como Cordão Sanitário.
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
Esse grupo formado por Coreia do Sul, Taiwan (Formosa), Cingapura e Hong Kong é conhecido pelo seu grande crescimento econômico e agressividade nas práticas comerciais. Realiza a desvalorização de novos mercados, usando de mão de obra barata, legislação tributária, trabalhista e ambiental flexível. Uma grande parte da produção de manufaturados é voltada para o mercado externo. Na atualidade, os tigres têm feito grandes investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) com o objetivo de ganhar, manter e diversificar sua base tecnológica. Outros importantes investimentos estão relacionados ao setor imobiliário e ao de infraestrutura, sen- Mapa 03 - Mapa dos Tigres e Novos Tigres Asiáticos (o país que está em rosa é o Vietnã) do ampliados e até mesmo construídos portos e rodovias. A Coreia do Sul é um país com alto desenvolvimento tecnológico e industrial. Em seu setor de produção podem-se destacar o de automóveis, produtos eletroeletrônicos, navios, computadores, máquinas industriais e equipamentos de telecomunicações.
Os novos Tigres Asiáticos Os Novos Tigres Asiáticos também são conhecidos como os Tigres de Segunda Geração. Fazem parte dessa nova geração, Vietnã, Tailândia, Indonésia, Malásia e Filipinas. São países cuja industrialização e expansão econômica recente estão relacionadas tanto aos investimentos realizados pelos Tigres Asiáticos, quanto aos investimentos oriundos de países industrializados. A15 Os diferentes processo de industrialização II
Uma característica marcante dos Novos Tigres é o grande investimento internacional, principalmente por meio das empresas transnacionais. Podem ser citadas também a instalação de fábricas de peças e até mesmo as montadoras conhecidas como indústrias maquiladoras. As principais indústrias que se instalaram no território dos Novos Tigres Asiáticos são dos setores têxteis, alimentícios, de calçados, de brinquedos e também de materiais e produtos eletroeletrônicos. As práticas relacionadas aos menores custos de produção, ou seja, a aplicação dos fatores locacionais, são características em comum dos Tigres Asiáticos e dos Tigres de Segunda Geração. Salários baixos, isenção parcial ou total de impostos, leis ambientais brandas, são exemplos dessa política industrial.
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Geografia
Exercícios de Fixação 01. (Enem MEC) A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de várias décadas do século XX. ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009 (adaptado).
O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo produtivo industrial que, para tanto, a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações. b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda. c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente. d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do produto. e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de execução de suas tarefas. 02. (Uerj RJ)
Esse fluxo está mais adequadamente associado a: a) pagamentos de licenças b) capitais para especulação c) compensações de impostos d) investimentos em infraestrutura 03. (Unicamp SP) Sobre a Revolução Informacional e suas implicações para a reorganização do mundo contemporâneo, podemos afirmar que: a) Alguns Estados e um conjunto diminuto de grandes empresas controlam o essencial da revolução tecnológica em curso, atualizando o desenvolvimento geograficamente desigual. b) Dado o alcance planetário do sistema técnico informacional, a população tem amplo acesso a uma informação verdadeira que unifica os lugares, tornando o mundo uma democrática aldeia global. c) Há um acentuado enfraquecimento das funções de gestão das metrópoles, processo determinado pela descentralização da produção, apoiada no uso intensivo das tecnologias da informação e comunicação. d) Os mais diversos fluxos de informações perpassam as fronteiras nacionais, anulando o papel do Estado-Nação como ente regulador e definidor de estratégias no jogo político mundial.
A15 Os diferentes processo de industrialização II
04. (UERN) A ilustração apresentada mostra algumas mudanças tecnológicas que trouxeram repercussões econômicas e sociais importantes para o espaço geográfico e para o modo de vida em sociedade. A forma e a organização industrial atual estão relacionadas a um país e um modelo. Assinale a associação correta.
Adaptado de El Atlas de Le Monde Diplomatique II. Buenos Aires: Capital Intelectual, 2006.
A distribuição espacial da produção técnico-científica entre os países, parcialmente apresentada no mapa, é um dos fatores que explicam as desigualdades socioeconômicas entre as nações. Pela importância do mercado consumidor norte-americano, quase todos os produtos ou tecnologias relevantes desenvolvidos no mundo são registrados nesse país. Um resultado dessa espacialidade diferenciada é a formação de um grande fluxo financeiro internacional para as empresas dos países desenvolvidos.
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(Lucci, E. A.; Branco, A. L.; Mendonça, C. Geografia geral e do Brasil: Ensino Médio. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2005.)
a) Fordismo – EUA. b) Toyotismo – China. c) Taylorismo – EUA. d) Just-in-time – Japão.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios Complementares
02. (Enem MEC) Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício. CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado).
No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos modelos orientais de gestão.
b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do desemprego crônico. c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e com vistas à mobilidade dos investimentos. d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores. e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de harmonização das relações de trabalho. 03. (Udesc SC) Sobre a localização das indústrias, pode-se afirmar que: I. nos Estados Unidos, assim como na China, as áreas mais industrializadas estão localizadas na porção Leste; II. no Brasil, as áreas mais industrializadas se localizam na vertente Atlântica; III. na Itália, a região mais industrializada fica no Norte do país, contrastando com o Sul, que é mais agrícola; IV. na França, Inglaterra e Alemanha existem indústrias distribuídas por todo o território nacional, mas se encontram mais indústrias nas confluências dos rios Ruhr e Reno na Alemanha, no Norte da França e no Sul da Inglaterra; V. são fatores de localização industrial: a proximidade com fontes de matéria-prima, com o mercado consumidor e com fontes de energia; a mão de obra abundante e a existência de rede de transportes. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 04. (Enem MEC) As relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista ― e o sistema de fábrica é seu “estágio superior” ―, tornaram possível o desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é, aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho. Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho. DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).
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A15 Os diferentes processo de industrialização II
01. (UFSC) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S), sobre as características dos países em fase de industrialização acelerada. Gab: 73 01. Uma forte arrancada industrial é seguida sobretudo por uma intensa urbanização, privilegiando a lógica da acumulação capitalista e criando desigualdades urbanas locais. 02. Uma característica comum é a mão de obra qualificada, fruto de investimentos em educação e alta automação, exigindo, portanto, menos treinamento para os trabalhadores urbano-industriais. 04. Nesses países a agricultura não se subordina à indústria, pois esta tem seus próprios meios de conseguir matérias-primas vitais para a produção. 08. Parcela significativa desses países têm necessidade de atrair investimentos estrangeiros devido ao seu alto grau de dependência para alavancar seus processos de desenvolvimento econômico e social. 16. Esses países estruturam-se sobre a produção agrícola que utiliza modernas técnicas de produção em todos os setores. 32. Esses países, como o Brasil, expandem-se nos mesmos moldes dos países capitalistas industriais mais avançados, dominando econômica e politicamente os países mais atrasados, como China, Canadá e África do Sul. 64. Em seus territórios nacionais há grande concentração de empresas transnacionais, inclusive bancos estrangeiros atuantes.
Geografia Questão 06 a) Primeira Revolução Industrial • Capital acumulado (mercantilismo); • Abundância de minérios e fontes de energia (ferro e carvão); • Mercado consumidor e mão de obra abundante. Terceira Revolução Industrial • Informatização; • Integração entre pesquisa e tecnologia; • Terceirização; • Toyotismo (just-in-time),
Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de fábrica”, expropriou o trabalhador do seu “saber fazer”, provocando, assim, a) a desestruturação de atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade Média. b) a divisão e a hierarquização do processo laboral, que ocasionaram o distanciamento do trabalhador do seu produto final. c) o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas em direção às rurais, devido à escassez de postos de trabalho nas fábricas. d) a organização de grupos familiares em galpões para elaboração e execução de manufaturas que seriam comercializadas. e) a associação da figura do trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho e a inserção no processo fabril.
robotização, automação; • Avanço tecnológico (microeletrônica, biotecnologia química fina, robótica etc.); • Desconcentração espacial. b) Novo modelo produtivo baseado na desconcentração espacial da atividade; distribuição do processo produtivo de bens por diferentes lugares. • Linha de montagem em X; • Baterias em Z; • Teclados em Y.
Sobre a China, é correto afirmar que a) o modelo de desenvolvimento adotado buscou o fortalecimento da indústria local, tendo sido evitados os subsídios estatais e os investimentos estrangeiros, sobretudo em função da política nacionalista do governo. b) mantém, ao longo da costa leste, as chamadas Zonas Econômicas Especiais, onde as empresas estrangeiras podem se instalar com o incentivo do estado. Essas zonas são responsáveis pela absorção do conhecimento tecnológico multinacional, conferindo ao país uma verdadeira reforma industrial. c) Taiwan, por ter sido um protetorado inglês devolvido à China recentemente, é uma região especial, onde o governo chinês controla assuntos de defesa e política externa, deixando livre o funcionamento da economia de mercado. d) as condições de vida da população têm crescido na mesma
05. (Enem MEC) A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura.
medida que o crescimento econômico como um todo. Mi-
Um desses estágios foi o artesanato, em que se a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada. b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série. c) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas. d) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado. e) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.
e) o meio ambiente é uma grande preocupação do gover-
lhões de chineses deixaram a pobreza, e a diferença entre ricos e pobres tem diminuído muito, recentemente. no, o que levou o país a combater a desertificação com sucesso, e a despoluir rios e lagos. Por ter alcançado um desenvolvimento industrial planejado, sua indústria não é mais poluente. 08. (UFJF MG) Observe o mapa abaixo: Os quinzemaiores produtores de automóveis.
A15 Os diferentes processo de industrialização II
06. (UEG GO) O avanço tecnológico das últimas décadas deu origem a setores muito sofisticados do ponto de vista técnico, tais como a microeletrônica, a biotecnologia, a robótica etc. Eles integram a chamada fábrica global, determinando uma nova distribuição espacial das indústrias, cujas características atendem, em última análise, à lógica do lucro. Com relação aos fatores determinantes da teoria de localização industrial, responda: a) Identifique os fatores que foram fundamentais para a localização industrial na primeira e na terceira Revolução Industrial. b) Explique o significado do termo “fábrica global”. 07. (Ufpel RS) A China é um país que tem despertado o interesse mundial face o grande progresso econômico que tem alcançado nos últimos anos. Apesar disso, chama à atenção a falta de progresso na área política, pois já há algum tempo a China deixou de ser atrasada e agrícola para se tornar industrial e competitiva. 414
ATLAS do Meio Ambiente Le Monde Diplomatique Brasil. São Paulo: Instituto Polis, 2009. p. 22.
a) Quantos países produtores de automóveis há por continente? b) Ford, GM e Chrysler ajudaram a moldar o século XX, com um produto de massas e uma indústria rica. Mas as “três grandes de Detroit” entraram no século XXI ameaçadas de falência.
a) América(4), Europa(6 incluindo a Rússia) ou 5 (não incluindo a Rússia), Ásia 5 (não incluindo a Rússia) ou 6 (incluindo a Rússia) b) Decadência de empresas tradicionais americanas, antigas líderes do mercado mundial de automóveis, e nova liderança assumida por empresas asiáticas, principalmente.
FRENTE
A
GEOGRAFIA
MÓDULO A16
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA I
ASSUNTOS ABORDADOS nn A industrialização brasileira I
A industrialização brasileira
nn A industrialização brasileira
O processo de industrialização brasileiro ocorreu a partir do final do século XIX. Desse modo, pode-se dizer que é um processo tardio ou periférico. A industrialização do Brasil foi, portanto, extensão da industrialização clássica que ocorreu no continente europeu a partir do ano de 1750, ou seja, com a Primeira Revolução Industrial. A Revolução Industrial consolidou, de uma vez por todas, o modelo de acumulação capitalista, tornando-se hegemônico na sociedade mundial. Um aspecto negativo desse processo está relacionado às grandes desigualdades sociais geradas a partir da concentração de renda nas mãos da elite econômica da sociedade industrial, ou seja, os controladores dos meios de produção. O processo de industrialização do Brasil Por meio da substituição de importações, modelo econômico responsável pelo surgimento da economia do tipo urbano-industrial no Brasil, o governo buscou criar condições para que os mais diversos setores industriais fossem instalados no país, passando a produzir mercadorias internamente. Esse processo iniciou-se na década de 1930, no governo de Getúlio Vargas, que chegou ao poder com uma plataforma política claramente desenvolvimentista, ou seja, privilegiava a criação de um ambiente propício à modernização por meio da industrialização. Para isso, o governo erguia elevadas barreiras alfandegárias, a fim de assegurar o mercado interno para as indústrias instaladas no Brasil.
Desse período, duas características precisam ser exaltadas: espacialmente, esse impulso de industrialização concentrou-se na região Sudeste, o berço da industrialização brasileira; e, no decorrer da Segunda Guerra, em função do quadro internacional, os montantes arrecadados pelo país com suas exportações foram maiores que as importações, gerando uma balança comercial favorável.
Fonte: Wikimedia Commons
Entre as décadas de 1930 e 1950, durante o governo de Getúlio Vargas, o modelo substitutivo de importação e a política nacional desenvolvimentista foram postos em prática a partir do investimento estatal em infraestruturas e especialmente nas indústrias de base. Os recursos financeiros e tecnológicos empregados nesse processo, em grande parte, vieram de outros países, em especial dos EUA, na forma de empréstimos ou parcerias. Visando a preencher uma lacuna da indústria nacional, que até então era formada basicamente por indústrias de bens de consumo, várias estatais foram estrategicamente criadas para impulsionar os demais setores da indústria, dentre as quais merecem destaque a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), criada em 1941; a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), fundada em 1942; e em 1953 a Petrobras era fundada.
Figura 01 - Até o início da década de 1930, o espaço geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com que a configuração das atividades econômicas fosse dispersa e com rara ou ausente interdependência.
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Geografia
#DicaCine Geogafi Getúlio A intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então presidente do Brasil, em seus 19 últimos dias de vida. Pressionado por uma crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes até tomar a decisão de se suicidar. JK – O menino que sonhou um país Documentário que por meio de material de arquivo discute a história política do Brasil, centrando-se na figura do presidente Juscelino Kubitschek, visto como o responsável por um dos períodos mais democráticos do nosso país, a segunda metade dos anos 1950.
No ano de 1956, Juscelino Kubitschek (JK) assumiu a presidência da República com um governo que se caracterizou, entre outras medidas, pela abertura ao capital estrangeiro. O eixo de seu plano para modernização do país estava na implantação de um parque automobilístico assentado sobre tecnologias transplantadas diretamente dos Estados Unidos e da Europa. Com as características da base industrial criada nas décadas anteriores, a construção de rodovias e hidrelétricas, a expansão do refino de petróleo e a urbanização acabaram por propiciar um ambiente econômico favorável à implantação das modernas fábricas de bens de consumo duráveis. Nessa época, os conglomerados transnacionais estavam multiplicando filiais e abrindo novas fronteiras de investimentos. O Estado brasileiro, por sua vez, atuava no sentido de viabilizar os investimentos externos. Para tanto, liberava as importações de equipamentos e máquinas e criava mecanismos de crédito destinados a expandir o mercado consumidor interno.
Os investimentos estatais em novos programas rodoviários, energéticos e siderúrgicos asseguravam o fluxo de matérias-primas para as indústrias, bem como a infraestrutura indispensável para a ampliação do consumo. O mercado brasileiro integrava-se ao resto do mundo e oferecia elevadas margens de lucro para os capitais estrangeiros. Assim, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) era alavancada pelo crescimento acelerado do setor industrial.
Fonte: T photography / Shutterstock.com
Figura 02 - Fabricação de aço pela Usiminas.
A16 A industrialização brasileira I
Fonte: Bakhtiar Zein / Shutterstock.com
O Tripé da industrialização: capital estatal, privado nacional e transnacional Protegida da concorrência internacional, a indústria brasileira se beneficiava das elevadas tarifas de importação praticadas pelos governos militares. Entretanto, a estrutura produtiva passou a ser dominada por três grandes agentes (tríplice aliança): o capital estatal, o capital privado nacional e o capital transnacional. O capital estatal predominava nos setores de infraestrutura e de bens de produção, ou seja, naqueles destinados a servir à produção de outros bens ou ao exercício de atividades essenciais à indústria. Surgiram assim grandes companhias estatais que controlavam setores estratégicos da indústria e da economia brasileira, tais com a Siderbras (na siderurgia), a Eletrobras (na geração de eletricidade) e a Telebras (telecomunicações). Essas companhias forneciam, a preços inferiores aos de mercado, os insumos e matérias-primas consumidos tanto pelas transnacionais, que mantinham filiais no país, quanto pelas grandes empresas nacionais. Um exemplo foi a construção da usina hidrelétrica de Tucuruí que vendia, de forma mais barata, a energia para os projetos de transformação mineral na região amazônica. As empresas transnacionais destacavam-se principalmente no setor de bens de consumo duráveis, que se tornou o mais dinâmico da economia brasileira. Desse modo, o setor automobilístico foi o que mais apresentou crescimento no período, acompanhado de perto pelo setor de eletrodomésticos. Além disso, as empresas transnacionais eram as principais compradoras dos bens de produção e da energia produzidos pelas empresas estatais.
Figura 01 - Telecomunicações - Brasil.
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O capital privado nacional, por sua vez, dominava o setor de produção de bens de consumo não duráveis, tais como têxteis, alimentícios e calçados, que, em sua maioria, exigem menores investimentos em tecnologia. Essa estrutura garantiu elevadas taxas de crescimento, em especial durante os anos do chamado milagre econômico (19681974), nos quais a economia brasileira cresceu a taxas médias anuais de 9%. Trata-se de um recorde histórico: somente a Alemanha e o Japão do pós-guerra e a China, na década de 1990, registram crescimento semelhante. Infelizmente, a renda nacional estava fortemente concentrada e, por isso mesmo, a maior parte dos brasileiros não usufruiu dos benefícios do crescimento da economia.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
SAIBA MAIS INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: DE VARGAS A FHC
Pré-industrialização
Até o início da década de 1930, o espaço geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com que a configuração das atividades econômicas fosse dispersa e com rara ou ausente interdependência. Dentre os produtos que compunham a pauta comercial brasileira destacaram-se a cana-de-açúcar, o algodão, o ouro, a borracha e o café. Como tais atividades se encontravam dispersas no espaço, por convenção denomina-se de configuração em Arquipélago Econômico Regional (mapa Arquipélago Econômico Regional), isso porque as regiões brasileiras formavam uma espécie de ilhas.
Impulso industrial
A crise do modelo agrário-exportador, em fins de 1929, é sentida no Brasil ao longo da década de 1930. Assim, temos uma relativização desse padrão econômico. A Crise do café gerou, por exemplo, diversas condições para a industrialização brasileira. Também estimulou a necessidade de produção de bens de consumo no país por conta da redução drástica das importações. A concentração de riqueza na região Sudeste, principalmente no eixo Rio-São Paulo, faz com que haja também Mapa 01 - Economia e território - Brasil (Foto: Reprodução) uma concentração de indústrias na região, destacando-se como pioneira na industrialização nacional. Getúlio Vargas (1930-1945/1950-1954) Esse período foi caracterizado pela nacionalização da economia, em que foi adotado o modelo de Substituição das Importações, criando as chamadas indústrias de base necessárias para o impulso de outros ramos industriais. Foram criadas nesse período a Companhia Siderúrgica Nacional, importante centro de produção de aço, a Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale, empresa responsável pela exploração dos diversos minerais utilizados pelas indústrias, e a Petrobras, importante produtora de energia. Cabe lembrar, também, a sistematização da Consolidação das Leis Trabalhistas, necessária para a organização das relações de trabalho que vinham sendo estabelecidas no país. Juscelino Kubitschek (1956-1961) JK, por sua vez, participa da organização do espaço industrial brasileiro por meio da internacionalização da economia. Tal prática política abriu espaço para a entrada de capitais (investimentos) estrangeiros, em especial aqueles ligados à indústria automobilística (“motor” da economia). Esse período é marcado pelo tripé da economia: capital estatal alocado em indústrias de base e em investimentos em comunicação, energia e transportes notadamente, ao passo que o capital privado nacional concentrou-se no investimento de indústrias de bens de consumo não duráveis e o capital privado internacional voltou-se ao desenvolvimento de indústrias de bens de consumo duráveis. O slogan “50 anos em 5” marcou o período em questão, quando foram edificadas altas taxas de crescimento econômico à custa da abertura da dívida externa. Governos Militares Os diversos presidentes que compunham o período militar, entre 1964 e 1985, apresentaram duas características marcantes: modernização da economia e autoritarismo político. A modernização da economia deu-se via aprofundamento da dívida externa, responsável pela experiência do Milagre Econômico (1968-73), quando o Brasil apresentou exorbitantes taxas de crescimento econômico, acima de 10% ao ano. Collor e FHC A década de 1990 é marcada pela implementação do modelo político-econômico neoliberal na administração pública federal, quando surgem as ondas de privatizações de nossas estatais. Período em que há um processo de desregulamentação da economia por meio da flexibilização das leis trabalhistas, maior abertura do mercado nacional para produtos, capitais e serviços internacionais, além da redução de investimentos em setores sociais e criação de agências reguladoras. A onda de desconcentração espacial das indústrias, que já vinha sendo registrada desde a década de 1970, sofre um efeito catalisador a partir desse período, por meio da chamada Guerra Fiscal, em que cidades em vários pontos do Brasil oferecem incentivos, e até mesmo renúncias fiscais e financiamento do parque industrial de empresas, no intuito de hospedar empreendimentos. Fonte: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/industrializacao/industrializacao-brasileira-de-vargas-ao-periodo-neoliberal.html
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A16 A industrialização brasileira I
Vargas e JK
Geografia
Exercícios de Fixação 01. (Enem MEC) O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve momentos de maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma desaceleração no ritmo de crescimento populacional nos grandes centros urbanos.
II.
III.
BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).
Uma causa para o processo socioespacial mencionado no texto é o(a) a) carência de matérias-primas. b) degradação da rede rodoviária. c) aumento do crescimento vegetativo. d) centralização do poder político. e) realocação da atividade industrial.
A16 A industrialização brasileira I
02. (Fac. Direito de Sorocaba SP) A partir da segunda metade do século XX, tem início a Terceira Revolução Industrial, que também é conhecida como Revolução técnico-científica informacional. Essa Revolução promoveu e ainda promove transformações no espaço geográfico mundial, entre as quais pode-se destacar a) o fortalecimento dos complexos industriais europeus e japoneses que passaram a empregar mão de obra barata de imigrantes. b) a descentralização dos centros de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias por diferentes países do mundo. c) o desenvolvimento de tecnopolos destinados a absorver mão de obra barata em regiões com elevada densidade demográfica. d) a desconcentração industrial com a criação de novas regiões industriais, muitas delas em países subdesenvolvidos. e) a criação de parques industriais destinados a produzir bens de alto valor agregado em países do continente africano. 03. (Unifor CE) A Política de Substituição de Importações é um mecanismo de política econômica que visa proporcionar condições para a industrialização dos países, a partir da restrição de importações e do estímulo à produção interna. Com respeito a esse assunto, analise as afirmativas a seguir. I. A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), atualmente, preconiza que o desenvolvimento econômico dos países do terceiro mundo deve passar necessariamente por um amplo programa de substituição de importações.
418
IV.
V.
O processo de substituição de importações, no Brasil, iniciou-se após a crise de 1929, e seus efeitos contribuíram para eliminar importantes lacunas do sistema industrial, até a década de 1970. O processo de substituição de importações procurou repetir nos países subdesenvolvidos a experiência de industrialização dos países desenvolvidos, adequando-se às restrições do comércio exterior inerentes a cada país. O modelo de substituição de importações apresenta como uma de suas características predominante o incremento do dinamismo do setor externo dos países, contribuindo para equacionar problemas crônicos de natureza interna e externa. O modelo de substituição de importações é prioritariamente indicado para países com economias predominantemente agrícolas, como forma de induzir e acelerar seu processo de industrialização.
Marque a opção correspondente às afirmativas FALSAS: a) I e II apenas. b) IV e V apenas. c) I, II e IV. d) III, IV e V. e) II e III. 04. (Univag MT) A Argentina anunciou que vai aplicar, a partir de julho [de 2012], uma tarifa de 14% para a importação de bens manufaturados fabricados em países que não participam do Mercosul. Bens de capital, especialmente materiais de metalurgia, máquinas agrícolas e peças automotivas devem ser os mais atingidos pela alta tarifária. (www.portugues.rfi.fr. Adaptado.)
A medida adotada pelo governo argentino é uma estratégia repetida com frequência por diversos países. Conhecida como barreira protecionista tarifária, essa sobretaxa procura a) restringir a importação de mercadorias já sobre taxadas nos países de origem. b) promover restrições ligadas às boas práticas de produção internacionais. c) proteger a indústria nacional da concorrência estrangeira mais competitiva. d) incentivar a adoção de cotas de importação para limitar a entrada de produtos estrangeiros. e) estimular os países ricos a comercializar sua produção no mercado internacional.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios Complementares
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado).
Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a) a) atração de empresas estrangeiras. b) reformulação do sistema fundiário. c) incremento da mão de obra imigrante. d) desenvolvimento de política industrial. e) financiamento de pequenos agricultores. 02. (Unesp SP) Base da formação, há 35 anos, do Polo Industrial de Camaçari, considerado o maior do gênero no Hemisfério Sul, na região metropolitana de Salvador (BA), a indústria química e petroquímica pode estar em via de extinção no local, onde seguidos fechamentos de fábricas do setor no polo ilustram a situação. Apenas na última década, a Braskem – maior indústria do setor no local – fechou três de suas oito unidades. Além dela, deixaram o polo ou reduziram bastante a atividade, nos últimos cinco anos, grandes empresas internacionais, como Dow, DuPont, Air Products e Taminco, entre outras. (www.estadao.com.br. Adaptado.)
Constituem motivos para a saída das indústrias do ramo químico e petroquímico do Polo Industrial de Camaçari: a) o fim dos incentivos fiscais, os elevados gastos com segurança e o aumento dos impostos. b) as frágeis redes de transporte, a dificuldade de comunicação e a falta de matérias-primas. c) a queda na demanda do consumo local, a baixa qualificação da mão de obra e o sucateamento dos maquinários. d) o término das concessões, a falta de manutenção das infraestruturas e o desmembramento dos terrenos. e) as plantas industriais rígidas, a logística precária e os elevados custos de produção. 03. (Enem MEC) Depois de dez anos de aparente imobilidade, 77 950 operários estavam em greve em São Bernardo, Santo André, São Caetano e Diadema – o chamado ABCD, coração industrial do país. Em todas as fábricas, os operários cruza-
ram os braços em silêncio. Apanhado de surpresa, o governo militar ficou por algum tempo sem ação. Os empregadores, por sua vez, sofriam sérios prejuízos a cada dia de greve. ALVES, M. H. M. Estado e oposição no Brasil (1964-1984). Petrópolis: Vozes, 1984 (adaptado).
O movimento sindical, em fins dos anos 1970, começou a se rearticular e a patrocinar greves de significativa repercussão. Essas greves aconteceram em um contexto político-institucional de a) revogação da negociação coletiva entre patrões e empregados. b) afirmação dos direitos individuais por parte de minorias. c) suspensão da legislação trabalhista forjada durante a Era Vargas. d) limitação à liberdade das organizações sindicais e populares. e) discordância dos empresários com as políticas industriais. 04. (Puc Campinas SP) Na história nacional, o período pós-1964 foi caracterizado por uma relação de interesses mútuos entre os níveis de capitais aplicados no processo industrial. Sobre esta relação é correto afirmar que a) no setor de base − siderúrgicas, petroquímicas e refinarias − prevaleceu o capital nacional associado ao capital estatal devido ao caráter estratégico dos empreendimentos. b) o capital estatal tornou-se predominante em setores de ponta em geral e nos segmentos em que não havia interesse das empresas estrangeiras ou nacionais. c) formou-se o que se tornou conhecido como o “tripé da indústria”, agrupando em um mesmo cenário o capital estatal, o capital transnacional e o grande capital nacional. d) ampliaram-se as políticas nacionalistas em defesa do setor de bens de consumo durável, privilegiando o capital nacional em detrimento do transnacional. e) o capital transnacional e o estatal dedicaram-se à produção considerada moderna e mais avançada tecnologicamente, favorecendo o endividamento externo do país. 05. (Centro Universitário de Franca SP) No Brasil, as dificuldades econômicas da década de 1930, e, mais tarde, as advindas da Segunda Guerra Mundial, levaram a um rápido esgotamento da capacidade ociosa gerada na década anterior, ao mesmo tempo que elevava o esforço interno da produção de bens de produção. Com isso, o mercado interno tornou-se cativo para a indústria nacional. (Barjas Negri. Concentração e desconcentração industrial em São Paulo (1880-1990), 1994. Adaptado.)
O processo indicado pelo excerto caracterizou-se pela a) substituição de exportações. b) especulação de capitais estrangeiros. c) estagnação da produção industrial. d) substituição de importações. e) redução dos investimentos em infraestrutura.
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A16 A industrialização brasileira I
01. (Enem MEC) Ao deflagra-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evacuação das reservas.
FRENTE
A
GEOGRAFIA
Exercícios de Aprofundamento 01. (Puc RS) Considere as informações a seguir, que tratam da ati-
III.
Canadá - aprimoramento de técnicas de armazenagem
IV.
Israel - dessalinização das águas do Mar Morto.
em silos climatizados.
vidade industrial. Os fatores locais variam ao longo do tempo e em função do tipo de indústria que se quer implantar. Atualmente podemos dizer que ocorre uma descentralização industrial em escala mundial, mas também em escala nacional e local, graças ao desenvolvimento dos setores de transportes, telecomunicações e informações. Como outros fatores a considerar na atividade industrial, citam-se: 1. fontes de energia 2. mercado consumidor 3. matérias primas
Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II e III. c) apenas IV. d) apenas I, II e III. e) I, II, III e IV.
Questão 04 As duas áreas escolhidas do Canadá apresentam características muito diferentes, opostas, tais como: Área I
Área II Maior concentração da população canadense, onde estão as principais cidades (Toronto). Domínio de clima subpolar, Principal área industrial do Canalongo e rigoroso período de dá. Intensa atividade comercial e inverno, domínio da tundra, turística e agricultura intensiva, solos congelados. como pecuária leiteira. Vazios populacionais
04. (Unesp SP) No mapa do Canadá estão assinaladas duas áreas, 1 e 2.
4. mão de obra Estão corretamente identificados os fatores a) 1 e 3, apenas. b) 2 e 4, apenas. c) 1, 2 e 4, apenas. d) 2, 3 e 4, apenas. e) 1, 2, 3 e 4. 02. (Udesc SC) Analise os fatores de localização industrial. I.
energia
II.
mão de obra
III.
rede de comunicação e transporte
IV.
matérias-primas
Assinale a alternativa correta. a) Somente os fatores I e II são verdadeiros. b) Somente os fatores I, III e IV são verdadeiros. c) Somente os fatores II e III são verdadeiros. d) Somente os fatores II e IV são verdadeiros. e) Todos os fatores são verdadeiros. 03. (UFSM RS) O mundo em que vivemos começou há aproximadamente 6 mil anos, nos vales férteis do Oriente Médio e da Ásia. No entanto, nem todos os povos tiveram a sorte de ter uma geografia prodigiosa. Atualmente, os países conscientes das restrições espaciais e climáticas recorrem a sofisticadas tecnologias, como: I. II.
420
Holanda - desenvolvimento da técnica de construção de
(Atlas National Geographic: América do Norte e Central, (v. 6), 2008. Adaptado.)
Justifique a escolha dessas áreas, mencionando duas características geoeconômicas de cada área destacada. 05. (Enem MEC) Entre as promessas contidas na ideologia do pro-
pôlderes.
cesso de globalização da economia estava a dispersão da pro-
Japão - aterramento nas regiões litorâneas, com técnicas
dução do conhecimento na esfera global, expectativa que não
similares às dos pôlderes da Holanda.
se vem concretizando. Nesse cenário, os tecnopolos aparecem
Ciências Humanas e suas Tecnologias
nologia que conta com mão de obra altamente qualificada. Os impactos desse processo na inserção dos países na economia global deram-se de forma hierarquizada e assimétrica. Mesmo no grupo em que se engendrou a reestruturação produtiva,
07. (Mackenzie SP) No período compreendido entre 1964 e 1985, conhecido como “ditadura civil-militar”, o Brasil apresentou um grande crescimento industrial, comparado às décadas anteriores.
gico e organizacional. O peso da assimetria projetou-se mais
Entre os diferentes fatores que caracterizaram esse processo, assinale a alternativa que apresenta apenas afirmativas corretas.
fortemente entre os países mais desenvolvidos a aqueles em
I.
houve difusão desigual da mudança de paradigma tecnoló-
desenvolvimento. BARROS, F A. F. Concentração técnico–científica: uma tendência em expansão no mundo contemporâneo? Campinas: Inovação Uniemp, v. 3 nº1, jan./fev. 2007 (adaptado).
Diante das transformações acorridas, é reconhecido que
II.
a) a inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o campo, incorporando a agricultura, indústria, e os serviços, com maior destaque nos países desenvolvidos.
III.
b) os fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas têm desacelerado, obedecendo ao novo modelo fundamentado em capacidade tecnológica. c) as novas tecnologias se difundem com equidade no espaço geográfico entre populações que as incorporam em seu diaadia. d) os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam os antigos centros de industrialização, concentradas em alguns países emergentes. e) o crescimento econômico dos países em desenvolvimento, decorrente da dispersão da produção do conhecimento na esfera global, equipara-se ao dos países desenvolvidos. 06. (ESPM SP) Da interpretação do gráfico a seguir, podemos aferir que:
Dados relativos ao período 2002-2006 Fonte: Centro de Estudos em Gestão Naval (CEGN)
a) os maiores produtores navais coincidem com as maiores economias mundiais. b) os países membros do G8 são os grandes produtores navais. c) os Tigres Asiáticos têm tradição na indústria naval. d) a pequena participação brasileira no contexto mundial deve-se à ausência de grandes consumidores internos. e) o continente asiático vem diminuindo sua participação global na produção estaleira.
IV.
Além dos investimentos públicos em infraestrutura, com destaque para rodovias e usinas hidrelétricas, o país contou com investimentos de grandes grupos transnacionais da Europa e dos EUA. O Estado priorizou o desenvolvimento de indústrias siderúrgicas, petroquímicas, mecânicas e automobilísticas, ou seja, setores típicos da chamada Terceira Revolução Industrial. A ditadura civil-militar não preparou o país adequadamente para a Terceira Revolução Industrial. Isso pode ser comprovado pela constatação dos investimentos em educação, ciência e tecnologia, que não viabilizaram a formação da mão de obra qualificada, fator importante para os mais avançados processos industriais no mundo contemporâneo. O desenvolvimentismo no Brasil teve a combinação entre a prioridade dos investimentos em rodovias e incentivos para a indústria automobilística. Essa opção justifica, de um lado, a posição de destaque internacional do país na produção de automóveis; de outro, os elevados custos com transportes de cargas e passageiros que prejudicam outros setores da economia.
a) I, II e III apenas. b) I, III e IV apenas. c) II, III e IV apenas. d) I e II apenas. e) III e IV apenas. 08. (Puc RS) Identifique as características comuns aos processos de industrialização do México, do Brasil e da Argentina. I. Associação do capital estatal com o de multinacionais. II. Modelo de industrialização por substituição de importações. III. Estabelecimento de zonas econômicas especiais, nas áreas centrais dos países. IV. Estruturação de plataformas de exportação com restrição do consumo interno. Estão corretas apenas as características apresentadas em a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 421
FRENTE A Exercícios de Aprofundamento
como um centro de pesquisas e desenvolvimento de alta tec-
FRENTE
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GEOGRAFIA Por falar nisso Não estamos acostumados a pensar uma África caracterizada pela diversidade cultural, política, religiosa e linguística que lhe é própria. A imagem que temos do continente é exatamente aquela que o historiador africano Ali A. Mazrui expressa, ao afirmar que “alguns não temeram ofender simultaneamente as mulheres e a África, chegando ao ponto até de denominar esta última como - o continente-mulher -, em alusão a uma suposta passividade e penetrabilidade”. Hoje não seria estranho ainda encontrar pessoas que se espantem ou duvidem da informação referente ao engajamento dos africanos e das colônias na África na Segunda Guerra Mundial, sendo que eles não estavam motivados pela fúria de seus colonizadores em caso de resistência, e sim pela vontade de querer defender seus territórios, povos e respectivas culturas, além de alimentar esperanças de dias melhores. Nas próximas aulas, estudaremos os seguintes temas
B13 B14 B15 B16
Continente africano e a Conferência de Berlim............................424 Continente africano pós Segunda Guerra Mundial.......................429 Divisões regionais do continente africano....................................434 África: problemas e conflitos ........................................................440
FRENTE
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GEOGRAFIA
MÓDULO B13
ASSUNTOS ABORDADOS nn Continente africano e a Confe-
rência de Berlim
nn O congresso de Berlim
CONTINENTE AFRICANO E A CONFERÊNCIA DE BERLIM A África é o segundo continente em população do planeta Terra e o segundo mais extenso. Esse continente possui cerca de 30 milhões de km², cobrindo 20,3% da área total da terra firme do planeta e abrigando mais de 1,1 bilhão de habitantes em 54 países, o que representa cerca de um sétimo da população do mundo.
Mapa 01 - População mundial
Mapa 02 - Mapa político do continente africano.
424
Ciências Humanas e suas Tecnologias
O continente africano abriga as mais antigas evidências da presença do homem moderno no planeta. A África também é o continente que mais foi pilhado, dividido (exemplo: Conferência de Berlim), e ocupado pelas potências da Europa a partir do século XV, período correspondente ao colonialismo. A partir desse século, milhões de africanos foram escravizados por essas potências, que mantiveram a exploração dos recursos naturais da região mesmo após o fim da escravidão. O processo de descolonização da África e os movimentos anticoloniais se desenvolveram principalmente na segunda metade do século XX e se misturam aos conflitos da Guerra Fria. Mesmo assim, ainda persistem no continente, intensas rivalidades étnicas entre populações de países cujas fronteiras foram criadas artificialmente pelas nações europeias no fim do século XIX.
#DicaCine Geogafi
O continente africano parece mesmo ter sido uma grande incógnita, e ainda continua sendo nos dias atuais. Apesar de ser conhecido e vizinho dos europeus desde os primórdios, e de ter sido o epicentro das grandes civilizações da Antiguidade, não passou por um processo de colonização até o século XIX. Portanto, sua formação colonial ocorreu no final deste século, quando no Congresso de Berlim, em 1884/85, foi definida a partilha da África entre as grandes potências. O continente era conhecido apenas na faixa litorânea, em função do papel exercido até então, uma vez que era um entreposto de mão de obra para a América Latina. E ainda serviu como um verdadeiro laboratório de pesquisa europeu, pois nos séculos XVIII e XIX vários pesquisadores da Europa se instalaram no continente buscando informações diversas, e foram seguidos por outros, dando início a um processo de dominação sem precedentes.
Lord of War Traficante de armas, sem o menor escrúpulo, fornece armamentos para milícias africanas, contribuindo para as guerras civis e a violência.
SAIBA MAIS CIENTISTAS DESCOBREM FÓSSIL MAIS ANTIGO DO GÊNERO “HOMO” Pesquisadores indicam que o fóssil combina os traços primitivos do Australopithecus com as características mais modernas do Homo.
Fonte: http://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-descobrem-fossil-mais-antigo-do-genero-homo/
425
B13 Continente africano e a Conferência de Berlim
Fonte: Wikimedia Commons
Washington – Uma equipe de cientistas confirmou nesta quarta-feira a descoberta de um fóssil de um hominídeo de 2,8 milhões de anos, que se torna assim o mais antigo encontrado até agora do gênero Homo, ao qual pertence o homem atual. Trata-se de parte da mandíbula de um hominídeo achada em 2013 na Etiópia, cuja análise em dois estudos publicados na revista Science aponta que a divisão do gênero Homo ocorreu quase meio milhão de anos antes do que se tinha concluído anteriormente. Os pesquisadores indicam que o fóssil, que é conhecido como LD 350-1, combina os traços primitivos do Australopithecus com as características mais modernas do Homo, que situariam este gênero antes no tempo, pelo menos de maneira incipiente. No entanto, os pesquisadores apontam que ainda é cedo para chegar a tal conclusão, e que são necessários mais estudos para determinar a qual espécie pertence o achado. Até agora, os fósseis mais antigos descobertos do gênero Homo, que agrupa as espécies que evoluíram no homem moderno (Homo sapiens sapiens), datavam de aproximadamente 2,3 ou 2,5 milhões de anos. “Apesar de muitas buscas, os fósseis da linhagem Homo de mais de 2 milhões de anos são muito raros”, afirmou Brian Villmoare, da Universidade de Nevada, um dos principais cientistas envolvidos nessa descoberta. Villmoare e sua equipe estudaram a fundo a mandíbula, que conta com cinco de seus dentes intactos, e descobriram que, embora a idade e localização do fóssil o coloquem perto do Australopithecus afarensis, sua arcada dentária coincide mais com as primeiras espécies do Homo. O acadêmico explicou que o período que abrange entre 2 e 3 milhões de anos é um dos que têm mais lacunas a respeito do estudo das origens do homem. “Ter uma ideia da fase mais antiga da evolução de nossa linhagem é particularmente emocionante”, afirmou. A pesquisadora do departamento de geociências da Universidade Estadual da Pensilvânia Erin DiMaggio lidera outro estudo no qual é descrita geologicamente a jazida onde foi descoberta a mandíbula e confirma a idade do fóssil. “Temos certeza da idade do LD 350-1”, afirmou Erin, acrescentando que foram utilizados diferentes sistemas de datação, como análise radiométricas das camadas de cinzas vulcânicas, para determinar a idade dos sedimentos da jazida. As rochas e fósseis vegetais que estão sendo analisados “permitem lançar luz não só sobre uma linhagem humana, mas sobre o estabelecimento de um entorno geológico no qual viveram os primeiros Homo”, explicou a pesquisadora.
Geografia
O congresso de Berlim A partilha da África, feita de forma tirânica, teve seu apogeu quando foi realizada a Conferência de Berlim entre os anos de 1884 e 1885. A Conferência de Berlim contou com a participação de treze países europeus, os Estados Unidos da América e a Turquia. Mesmo não possuindo colônias no continente africano, os EUA vislumbravam a conquista de novos territórios.
B13 Continente africano e a Conferência de Berlim
Dentre os vários temas abordados durante a Conferência de Berlim, o maior objetivo estava voltado para a elaboração de um conjunto de regras que dispusessem sobre a conquista do continente africano. Nesse sentido, acabou sendo acordado que essa divisão seria realizada da forma mais ordenada possível. Os resultados não tiveram ligação alguma com esse pacto. Os países que mais colônias conquistaram foram a Inglaterra e a França. Países como Portugal, Bélgica, Espanha e Itália, também conquistaram significativas partes do território africano. Em suma, a partilha no Congresso de Berlim foi feita entre as seguintes potências – Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Bélgica, Portugal e Espanha.
Mapa 04 - Divisão da África entre potências europeias
Mapa 03 - Fronteiras política e étnica
426
Em função dessas caracterizações, é fácil entender por que o processo de divisão foi baseado nas chamadas linhas geodésicas, gerando os Estados Artificiais, o que na atualidade determina a configuração dos países componentes desse continente.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios de Fixação 01.
04. (Fuvest SP) No processo de ocupação da África Negra “O continente condenado” “África em chamas” As manchetes que atualmente são publicadas sobre a África, como as apresentadas acima, expressam o trágico quadro socioeconômico desse continente. Assinale a opção que NÃO inclui um aspecto desse quadro. a) A baixa expectativa de vida de grande parte da população. b) O número significativo de africanos contaminados com a AIDS. c) Os conflitos e guerras tribais envolvendo nações africanas.
pelos europeus surgiu um tipo étnico chamado afrikander descendente de: a) ingleses belgas, de formação anglicana. b) dinamarqueses e holandeses, de formação calvinista. c) portugueses e espanhóis, de formação católica. d) alemães e belgas, ligados a Igreja Anglicana Reformada. e) holandeses e alemães, ligados a Igreja Reformada Holandesa. 05. (Enem MEC) Analise o quadro acerca da distribuição da miséria no mundo, nos anos de 1987 a 1998.
d) As guerras civis estimuladas pelas potências imperialistas Mapa da Miséria
europeias. em busca de trabalho. 02. Analise as alternativas sobre o continente africano e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. a) Com extensão territorial de 30,1 milhões de quilômetros quadrados, a África é o maior continente do planeta. b) O continente africano é subdivido em África Mediterrânea e África Subsaariana, sendo o islamismo o divisor cultural e o deserto do Saara a barreira natural. c) Vários países da África apresentam problemas socioeconômicos: baixo IDH, elevadas taxas de mortalidade infantil, baixa expectativa de vida, altos índices de analfabetismo e subnutrição. d) A linha do Equador corta o continente africano na porção centro-sul, fazendo com que todo o território pertença ao Hemisfério Setentrional. e) São países que integram o continente africano: África do Sul, Nigéria, Camarões, Jamaica, Angola e Somália. 03. (Unesp SP) O termo “africanização” designa países que, mesmo não pertencendo ao continente africano, apresentam as seguintes características: fome crônica, elevada dependência de ajuda humana externa e mortalidade causada por doenças já erradicadas na maioria dos países. Assinale a alternativa que contém todos os países que se enquadram nessa classificação. a) Somália, Ruanda, Turquia, Bangladesh, Haiti. b) Etiópia, Somália, Bangladesh, Haiti, Ruanda. c) Etiópia, Somália, Ruanda, Moçambique, México. d) Bangladesh, Haiti, Colômbia, Etiópia, Somália.
População que vive com menos de US$ 1 por dia (em %) Região
1987
1990
1993
1996
1998*
Extremo Oriente e Pacífico
26,6
27,6
25,2
14,9
15,3
Europa e Ásia Central
0,2
1,6
4,0
5,1
5,1
América Latina e Caribe
15,3
16,8
15,3
15,6
15,6
Oriente Médio e Norte da África
4,3
2,4
1,9
1,8
1,9
Sul da Ásia
44,9
44,0
42,4
42,3
40,0
África Subsaariana
46,6
47,7
49,7
48,5
46,3
Mundo
28,3
29,0
28,1
24,5
24,0
*Preliminar (Fonte: Banco Mundial.) (Adaptado. Gazeta Mercantil, 17 de outubro de 2001, p. A-6)
A leitura dos dados apresentados permite afirmar que, no período considerado, a) no sul da Ásia e na África Subsaariana está, proporcionalmente, a maior concentração da população miserável. b) registra-se um aumento generalizado da população pobre e miserável. c) na África Subsaariana, o percentual de população pobre foi crescente. d) em números absolutos a situação da Europa e da Ásia Central é a melhor dentre todas as regiões consideradas. e) o Oriente Médio e o Norte da África mantiveram o mesmo percentual de população miserável.
e) Moçambique, Ruanda, Panamá, Somália, Haiti.
427
B13 Continente africano e a Conferência de Berlim
e) O contingente de africanos fora de seus países de origem,
Geografia
Exercícios Complementares 01. A chamada “Partilha da África” deu-se no fim do século XIX, em um contexto em que as potências nacionalistas europeias tinham expandido os seus domínios pelos continentes asiático e africano. Sobre o processo de “Partilha da África”, é INCORRETO afirmar que: a) A Conferência de Berlim foi decisiva para organizar os domínios europeus sobre o território africano. b) A França foi o único país a não estabelecer domínios coloniais em território africano. c) O Congo passou a ser um território submetido ao domínio particular do rei Leopoldo II, da Bélgica. d) A “Partilha da África” pode ser enquadrada no fenômeno mais abrangente denominado “Neocolonialismo”. e) Muitas tribos e etnias africanas diferentes ficaram circunscritas a um mesmo território na ocasião em que o continente africano foi dividido. 02. A “Partilha da África” suscitou uma grande discussão ideológica e científica que procurava justificar a “inferioridade” dos povos africanos e a “missão civilizatória” que a Europa desempenhava em seu processo de colonização. A corrente ideológica com bases cientificistas que mais se destacou nessa época foi:
B13 Continente africano e a Conferência de Berlim
a) a microbiologia b) a antropologia cultural c) o existencialismo d) o darwinismo social e) a sociobiologia 03. (Puc RJ) Assinale a alternativa correta a respeito da expansão imperialista na Ásia e na África, na segunda metade do século XIX. a) Ela derivou da necessidade de substituir os mercados dos novos países americanos, uma vez que a constituição de Estados nacionais foi acompanhada de políticas protecionistas. b) Ela foi motivada pela busca de novas fontes de matérias-primas e de novos mercados consumidores, fundamentais para a expansão capitalista dos países europeus. c) Ela foi consequência direta da formação do Segundo Império alemão e da ampliação de suas rivalidades em relação ao governo da França. d) Ela atendeu, primordialmente, às necessidades da expansão demográfica em diversos países europeus, decorrente de políticas médicas preventivas e programas de saneamento básico. e) Ela viabilizou a integração econômica mundial, favorecendo a circulação de riquezas, tecnologia e conhecimentos entre povos e regiões envolvidos.
428
04. (Mackenzie SP) Uma das alternativas a seguir NÃO corresponde às diferenças entre o colonialismo do século XVI e o Neocolonialismo do século XIX. a) A principal área de dominação do Colonialismo europeu foi a América e o Neocolonialismo voltava-se para a África e a Ásia. b) O Colonialismo teve como justificativa ideológica a expansão da fé cristã, enquanto que no Neocolonialismo, a missão civilizadora do homem branco foi espalhar o progresso. c) Os patrocinadores do Colonialismo foram a burguesia financeiro/industrial e os Estados da Europa, América e Ásia, enquanto que os do Neocolonialismo, o Estado metropolitano europeu e sua burguesia comercial. d) O Colonialismo buscava garantir o fornecimento de produtos tropicais e metais preciosos, enquanto que o Neocolonialismo, a reserva de mercados e o fornecimento de matérias-primas. e) A fase do capitalismo em que o Colonialismo se desenvolveu denominou-se Capitalismo Comercial e a do Neocolonialismo, Capitalismo Industrial e Financeiro. 05. O século XX é marcado por várias transformações entre as quais a independência e formação de novos países nos continentes africano e asiático, processo conhecido como Descolonização da África e da Ásia. Em relação à história do continente africano, analise as proposições. I. A maioria dos países africanos tornou-se independente no final do século XIX devido ao desenvolvimento da industrialização nos países europeus. II. O continente africano é caracterizado por diferenças étnicas, linguísticas e culturais. III. Os processos de independência dos países africanos foram pacíficos, possibilitando, desta forma, o desenvolvimento de estados democráticos. IV. O Norte da África é caracterizado pela presença de povos que seguem a religião islâmica como, por exemplo, os marroquinos e argelinos. V. Ao sul do deserto do Saara, o continente africano é conhecido como África Negra. Esta região é formada por vários países entre os quais citam-se a África do Sul, Angola,Camarões e Nigéria. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
FRENTE
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GEOGRAFIA
MÓDULO B14
CONTINENTE AFRICANO PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o território africano caracterizava-se como sendo um continente que vivia o período colonial. Essa característica se explica pelo fato de apenas quatro países terem declarado independência (Egito, Etiópia, Libéria e a União Sul-Africana).
ASSUNTOS ABORDADOS nn Continente africano pós Segunda
Guerra Mundial
nn Egito – foi um protetorado britânico até ser anunciada a sua independência em
28 de fevereiro de 1922. Contudo, permaneceu sob influência britânica, que tinha o controle militar e financeiro da área mais importante do Egito, o canal do Suez, responsável pela ligação entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. nn Etiópia – foi área de domínio da Itália de 1935 até 1941, quando passou para o centro de influência britânica. nn Libéria – criada em 1822, pelos EUA, com o intuito de acolher descendentes de escravos negros. Esse país, apesar de ser oficialmente autônomo, sempre esteve relacionado economicamente aos EUA. nn República Sul-Africana – área autônoma desde 1909, ainda se mantinha economicamente vinculada com a Comunidade Britânica das Nações. Após a Segunda Guerra Mundial, o processo de descolonização foi acelerado pelos seguintes fatores: nn Esfacelamento
econômico e político das potências europeias; de movimentos nacionalistas nas colônias; nn Pressões anticolonialistas exercidas por movimentos políticos nas principais potências europeias e pelas novas potências emergentes.
Figura 01 - Crianças brincando no tanque em campo minado em Kuito Angola.
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Por Nathan Holland-Shutterstock.com
nn Surgimento
Geografia
#DicaCine Geogafi
Na África do Sul dos anos 70, Donald Woods, um jornalista branco, faz amizade com Stephen Biko, um corajoso ativista negro contra o apartheid. Biko é executado em 1977 e Donald, exilado, dedica-se a divulgar a luta do amigo pela liberdade.
O processo de formação de novas nações ocorreu de maneira significativa, dando origem a cerca de 50 novos Estados até o ano de 1980, marcando o ingresso desses novos países em outra forma de dominação. Assim como as ex-colônias da América, países dependentes econômica e tecnologicamente das novas superpotências, , os países africanos fugiam do domínio colonial clássico, mas tinham que se submeter a uma nova forma de dominação classificada como neoimperialismo. Nesse contexto, surgem dois tipos de governos: os nacionalistas pró-soviéticos (lutas armadas), contra antigos colonizadores, e os ocidentais, que conservam profundos laços com antigas metrópoles. Ambos os tipos optaram por partidos únicos, devido à frágil tradição democrática existente na África. Fronteiras retilíneas: elas são um sinal de desrespeito à realidade cultural de tribos de famílias, e foram construídas em acordos de gabinete. Resultado: mais conflitos, muitos deles sangrentos. Na escassez de capital do mundo global, o primeiro mundo mal tem conseguido atender às exigências impostas pela América Latina, Leste Europeu e Tigres Asiáticos, portanto a tendência é de faltar, ainda mais, investimentos na África, dificultando a consolidação de democracias. Com a alta dos juros, em meados da década de 1970, culminam-se as crises com as dívidas externas, somadas à corrupção e incompetência dos regimes nacionalistas. Crises econômicas são acentuadas pelos problemas naturais (seca), lutas entre etnias e guerrilhas financiadas pelo Ocidente, contra os governos nacionalistas.
SAIBA MAIS TRÁFICO DE ARMAS CONTINUA A AGRAVAR INSTABILIDADE NA ÁFRICA CENTRAL Os países da África Central e os Estados fornecedores de armas devem intensificar os seus esforços individuais e colectivos para erradicar o tráfico de armas, defendeu, hoje, a Vice-Secretária-Geral, Asha-Rose Migiro, por ocasião de um debate do Conselho de Segurança sobre as consequências desse tráfico na região. Na África Central, “a procura continua a ser importante, especificamente por parte de milícias ou de grupos rebeldes”, explicou Asha-Rose Migiro. “As fracas capacidades nacionais e regionais, a porosidade das fronteiras e a propagação dos conflitos na região entravam a regulação eficaz das armas ligeiras”, sublinhou. O tráfico de armas ilegal, estimado globalmente entre 200 e 300 milhões de dólares, equivale a 20% do comércio ilícito. A África é “o mercado mais rendível para o contrabando de armas”, afirmou o Director Executivo do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), Antonio Maria Costa, durante a sua intervenção perante o Conselho de Segurança. Os grupos criminosos, as milícias de combatentes e os Estados submetidos às sanções internacionais são as principais entidades que criam a procura de armas. O comércio ilegal de armas “alimenta a violência e mina a segurança, o desenvolvimento e a justiça”, lembrou. Fonte: http://www.unric.org/pt/actualidade/27754-trafico-de-armas-continua-a-agravar-instabilidade-na-africa-central
B14 Continente africano pós Segunda Guerra Mundial
Maiores compradores africanos de armas (em bilhões de dólares) – 1980-1990
Mapa 01 - Estabilidade política em cheque na África
430
Líbia
19,2
Egito
12,0
Argélia
7,5
Angola
7,0
Etiópia
6,7
Marrocos
2,7
Nigéria
2,4
Moçambique
1,7 Tabela 01 - Comércio de armas na África
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios de Fixação
GUIMARÃES, S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo: EdUSP,v. 22, n.º 62, jan.- abr. 2008 (adaptado).
Relacionando as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes mencionados no texto. a) Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no período da independência e formação do Estado brasileiro. b) A maior distinção entre os processos histórico-formativos dos continentes citados é a que se estabelece entre colonizador e colonizado, ou seja, entre a Europa e os demais. c) À época das conquistas, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador. d) Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos modelos institucionais europeus. e) O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores à conquista. 02. (Enem MEC) A participação da África na Segunda Guerra Mundial deve ser apreciada sob a ótica da escolha entre vários demônios. O seu engajamento não foi um processo de colaboração com o imperialismo, mas uma luta contra uma forma de hegemonia ainda mais perigosa. MAZRUI,A. “Procurai primeiramente o reino do político...” In: MAZRUI, A.: WONDJI, C (Org.). História geral da África: África desde 1925. Brasília: Unesco, 2010.
Para o autor, a “forma de hegemonia” e uma de suas características que explicam o engajamento dos africanos no processo analisado foram: a) Comunismo / rejeição da democracia liberal. b) Capitalismo / devastação do ambiente natural. c) Fascismo / adoção do determinismo biológico. d) Socialismo / planificação da economia nacional. e) Colonialismo / imposição da missão civilizatória. 03. (Unitau SP) O continente africano é compreendido como uma unidade, no entanto é dotado de ampla diversidade étnico-linguística, religiosa e cultural. Devido a esses aspectos, a África comumente é chamada de “Duas Áfricas”. Essa regionalização deve-se a) ao fato de o norte do continente apresentar características árabes, mulçumanas e brancas, enquanto o sul apresenta características negras, cristã e animistas. b) ao movimento segregacionista ocorrido na África do Sul, conhecido como Apartheid. c) ao fato de terem ocorrido conflitos em Ruanda, entre Tutsis e Hutus. d) ao fato de o sul do continente apresentar características árabes, mulçumanas e brancas, enquanto o norte apresenta características negras, cristãs e animistas. e) ao fato da presença, no norte do continente, do Deserto do Saara, e no sul, a presença da Floresta Equatorial do Congo. 04. (Puc SP) “No final da semana passada a epidemia de ebola na África do Oeste atingiu uma cifra sinistra. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de mortos pela doença ultrapassou 3 mil pessoas, num total de 6574 casos suspeitos ou confirmados. Um estudo feito pelos Centers for Disease Control (CDC), rede de órgão do governo americano, cuja sede se encontra perto de Atlanta, indica que a cada 30 dias o número de novos casos diários de ebola triplica. Na hipótese mais pessimista haveria 1,4 milhões de pessoas contaminadas na África do Oeste, no próximo mês de janeiro.” (Luiz Felipe de ALENCASTRO. O ebola é um desafio da saúde pública no século 21.http://noticias.uol.com.br/blogs-ecolunas/ coluna/luiz-felipe-alencastro /2014/09/29/o-ebola-e-umdesafio.htm, 29/09/2014)
Considerando essa epidemia e as condições geográficas das regiões onde ela se origina pode ser afirmado que a) ela está restrita apenas às zonas rurais e mais florestadas (que no caso da África são bastante habitadas), pois seus agentes transmissores não sobrevivem em ambientes urbanos.
431
B14 Continente africano pós Segunda Guerra Mundial
01. (Enem MEC) A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina — onde as instituições das populações locais existentes à época da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do transplante de instituições europeias feito pelas metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas organizações políticas do Estado asiático.
Geografia
b) a falta de meios e ações preventivas, assim como de assis-
05. (Unitau SP) O declínio no crescimento populacional africano
tência nas concentrações urbanas dos países do oeste afri-
é mais lento do que em outras regiões do mundo. A respeito
cano, aumenta o risco de a epidemia ganhar outras localida-
desse assunto, analise as afirmações abaixo.
des do planeta.
I.
c) a baixa conexão entre a África e outros continentes, que implica uma movimentação mínima das pessoas desses países, di-
continente africano. II.
O aumento do número de pessoas portadoras do HIV reduziu a população do continente africano.
minui o risco de essa epidemia atingir outras partes do mundo. d) essa doença é própria dos climas tropicais e sua área pos-
A Nigéria e a Etiópia são os dois países mais populosos do
III.
A persistência da elevada taxa de nascimento no conti-
sível de expansão terá de ter as mesmas características, o
nente africano se deve a fatores culturais, econômicos e à
que elimina os riscos dessa epidemia no hemisfério norte
falta de acesso ao controle de natalidade ou planejamen-
temperado.
to familiar.
e) ela está confinada a apenas alguns países africanos, pois a
Dentre as afirmativas acima, qual(is) está(ão) CORRETA(S)?
circulação intracontinental é ínfima por falta de ligações ge-
a) I, apenas.
d) I e II, apenas.
ográficas, logo não há risco de essa doença se espalhar no
b) II, apenas.
e) I e III, apenas.
continente.
c) III, apenas.
Exercícios Complementares 01. (UFSC)
não se preocuparam com as culturas das diversas etnias nem com o uso de seus territórios. 16. os problemas sociais dos países africanos são resultado da forma de organização política e econômica, baseada em culturas ancestrais, e do isolamento do mundo ocidental. 32. a Revolução Técnico-Científico-Informacional, ocorrida na Europa oriental, motivou vários países europeus a explorar matérias-primas no continente, especialmente minérios, fundamentais para a produção industrial. 02. (Enem MEC) Voz do sangue Palpitam-me os sons do batuque e os ritmos melancólicos do blue.
B14 Continente africano pós Segunda Guerra Mundial
Disponível em: <www.pordentrodaafrica.com> Acesso em: 19 set. 2014. Gab: 14
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Sobre o continente africano, é CORRETO afirmar que: 01. é um continente cuja população urbana é superior à rural, considerando que a indústria é a atividade econômica predominante. 02. mesmo com enormes riquezas naturais, em sua maior parte é um continente pobre e subdesenvolvido que apresenta baixos índices de desenvolvimento econômico. 04. a origem dos baixos índices de desenvolvimento econômico e social no continente tem raízes históricas, relacionadas às ocupações e à expropriação de riquezas por parte de vários países europeus desde pelo menos o século XV. 08. a maior parte dos países que formam o continente teve suas fronteiras traçadas por países colonizadores que
Ó negro esfarrapado do Harlem ó dançarino de Chicago ó negro servidor do South Ó negro da África negros de todo o mundo Eu junto ao vosso magnífico canto a minha pobre voz os meus humildes ritmos. Eu vos acompanho pelas emaranhadas áfricas do nosso Rumo.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Eu vos sinto negros de todo o mundo eu vivo a nossa história meus irmãos. Disponível em: www.agostinhoneto.org. Acesso em: 30 jun. 2015.
Nesse poema, o líder angolano Agostinho Neto, na década de 1940, evoca o pan-africanismo com o objetivo de a) incitar a luta por políticas de ações afirmativas na América e na África. b) reconhecer as desigualdades sociais entre os negros de Angola e dos Estados Unidos. c) descrever o quadro de pobreza após os processos de independência no continente africano. d) solicitar o engajamento dos negros estadunidenses na luta armada pela independência em Angola. e) conclamar as populações negras de diferentes países a apoiar as lutas por igualdade e independência. 03. (Unicamp SP) No mapa abaixo, estão indicados por números três países do Continente Africano. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a localização e características desses países.
A alternativa que apresenta a correta identificação dos países numerados, em ordem crescente, é a) Guiné – Serra Leoa – Libéria b) Camarões – Guiné Equatorial – Togo c) República do Congo – Eritreia – Chade d) Nigéria – Níger – Mauritânia e) Marrocos – Argélia – Tunísia 05. (Unemat MT) “A África é o segundo maior e mais populoso continente do mundo. É também o continente com maior número de conflitos duradouros em todo o planeta. De um total de 54 países que compõem a África, 24 encontram-se atualmente em guerra civil ou em conflitos armados”.
a) Angola (1) e Moçambique (2) foram colonizados por franceses, enquanto a África do Sul (3) integra atualmente o NAFTA. b) Angola (3) e Moçambique (1) foram colonizados por ingleses, enquanto a África do Sul (2) integra atualmente o G7. c) Angola (1) e Moçambique (2) foram colonizados por portugueses, enquanto a África do Sul (3) integra atualmente os BRICS. d) Angola (2) e Moçambique (3) foram colonizados por portugueses, enquanto a África do Sul (1) integra atualmente os BRICS. 04. (Puc RS) Leia as informações sobre a febre Ebola e analise o mapa da África com alguns países numerados. Uma epidemia mortal e sem precedentes assombra a África. É o surto da Ebola, uma febre hemorrágica transmitida por contato direto com o sangue, os fluidos ou os tecidos dos indivíduos infectados, e para a qual não existe tratamento específico. Os países africanos atingidos pela febre estão marcados no mapa com os números 1,2 e 3.
É correto afirmar que: a) A dominação colonial americana impôs ao continente africano um processo de artificialização de fronteiras que provocou a unificação num mesmo território de povos historicamente rivais, causa da maioria dos conflitos no continente. b) Os países africanos em guerra ficam na chamada África do Sul. A região é caracterizada pela pobreza, instabilidade política, economia precária, epidemias, baixos indicativos sociais e constantes embates entre governos e rebeldes. c) Os povos africanos, vítimas históricas da fragmentação territorial construída pelo colonialismo europeu, convivem ainda com rivalidades de toda ordem, como demonstram as várias guerras regionais, exemplificadas no conflito de Ruanda. Esses conflitos internos têm como principais causas a falência do Estado, a batalha pelo controle do governo e a luta por autonomia dos grupos étnicos. d) Com a ajuda humanitária, todos os países em guerra na África estão conseguindo se reconstruir economicamente, alterando, de forma efetiva, as condições de vida da população. e) Na atualidade, com a independência política formal, o continente africano vivencia um avanço econômico e, consequentemente, um cessar nos conflitos internos. 433
B14 Continente africano pós Segunda Guerra Mundial
Fonte: Organização das Nações Unidas. Relatório de conflitos no continente africano, 2012, s/p.
FRENTE
B
GEOGRAFIA
MÓDULO B15
ASSUNTOS ABORDADOS nn Divisões regionais do continente
africano
nn África Subsaariana nn África Muçulmana
DIVISÕES REGIONAIS DO CONTINENTE AFRICANO Na história da África jamais sucederam tantas e tão rápidas mudanças como durante o período entre 1880 e 1935. Na verdade, as mudanças mais importantes, mais espetaculares – e também mais trágicas –, ocorreram em um lapso de tempo bem mais curto, de 1880 a 1910, marcado pela conquista e ocupação de quase todo o continente africano pelas potencias imperialistas e, depois, pela instauração do sistema colonial. A fase posterior a 1910 caracterizou-se essencialmente pela consolidação e exploração desse sistema. O desenvolvimento desse drama foi verdadeiramente espantoso, pois até 1880 apenas algumas áreas bastante restritas da África estavam sob a dominação direta dos europeus. Em toda a África Ocidental, essa dominação limitava-se às zonas costeiras e às do Senegal. Na África setentrional, em 1880, os franceses tinham colonizado apenas a Argélia. Da África Oriental, nem um palmo de terra havia tombado em mãos de qualquer potência europeia, enquanto, na África Central, o poder exercido pelos portugueses restringia-se a algumas faixas costeiras de Moçambique e Angola. Só na África Meridional é que a dominação estrangeira se achava firmemente implantada, estendendo-se largamente pelo interior da região. Hoje, como resultado de um processo de colonização, temos um continente fragmentado em diversos países estabelecidos em diferenças étnicas e culturais sem precedentes. As duas áfricas África Setentrional O continente africano abriga duas sub-regiões claramente delimitadas: a África Setentrional e a Subsaariana. O limite natural entre ambas é o deserto do Saara. Os sete países da África Setentrional têm características físicas e humanas semelhantes às das nações do Oriente Médio. Seu clima é desértico e a região, majoritariamente ocupada, desde o século VII, por povos árabes, que difundiram o islamismo, a língua e a cultura árabes. África Subsaariana A África Subsaariana, bem mais extensa, reúne a maioria da população, predominantemente negra. Essa região concentra alguns dos principais problemas econômicos e sociais do planeta, incluindo as guerras civis que opõem diversos grupos étnicos e os ciclos de golpes e contragolpes de Estado. Índices altíssimos de desnutrição são registrados na República Democrática do Congo (73%), na Somália (71%) e no Burundi (69%). Nessa região, também viviam cerca de 70% dos portadores do vírus HIV no mundo em 2002. No ranking do índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU), os países subsaarianos ocupam 32 das 35 piores posições.
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
Divisões regionais da África geográfica, étnica e cultural.
África Subsaariana
O fim da Guerra Fria repercute na África porquanto ela deixa de ser um palco indireto de conflitos entre as duas ex-grandes potências do mundo bipolar. O fim da URSS isolou definitivamente seus aliados africanos: Angola, Moçambique, Guiné e Cabo Verde, e os nacionalistas Tanzânia e Zâmbia. Conflitos nacionalistas, pró-socialistas e de guerrilheiros iniciaram o processo de dissolução. No Togo, Zâmbia, Botsuana e Madagáscar, a população exige eleições livres. Na África do Sul, avança-se o desmantelamento do apartheid (regime racista). A Etiópia, simpatizante do regime pró-soviético, busca solução para os conflitos do “chifre da África” (Eritreia). No Saara Ocidental, negociações procuram pôr fim ao domínio marroquino. Apesar de haver ventos de democratização, as perspectivas econômicas ainda não são boas. Problemas como a subnutrição, doenças endêmicas, PIB extremamente baixo, dependência da exportação de produtos agrícolas estão presentes.
B15 Divisões regionais do continente africano
O termo refere-se à “África Negra”,, à porção Centro-Sul do continente africano que não tem a maioria árabe, como é o caso do Norte da África, que em função do domínio do Turco-Otomano, entre o século XVI e XX, passou a ser de domínio muçulmano e é denominada “África Branca”. Vale ressaltar que a África Negra ainda possui forte influência cultural tribal em sua organização. A África é um continente ainda mais marginal do que a porção subdesenvolvida da América e da Ásia.
Mapa 01 - Chifre da África
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Geografia
#DicaCine Geogafi
Países selecionados
1980/1990
1990/2000
2000/2005
Angola
3,5
1,6
9,1
Moçambique
-0,1
6,4
8,6
Sudão
2,3
5,4
6,1
Nigéria
1,6
2,5
5,9
Ruanda
2,2
-0,3
4,9
República Democrática do Congo
1,6
-4,9
4,4
África do Sul
1,0
2,1
3,7
República Centro-Africana
1,4
2,0
-1,4
Zimbábue
3,6
2,1
-6,1
Tabela 01 - Taxa de crescimento do PIB na África Subsaariana (Média anual em %)
O Deserto do Deserto São inúmeros os conflitos civis que eclodiram no continente africano nas últimas décadas, sejam por questões tribais ou por questões de descolonização. Um deles, conflito pouco conhecido, é o que acontece na região do Saara Ocidental, impulsionado pela saída da Espanha do local, país colonizador que dividiu a região entre o Marrocos e a Mauritânia, algo que provocou uma guerra sem fim e também a dispersão da população saharaui.
Busca de alternativas Os governos nacionalistas até a década de 1970 conseguiam crédito fácil com os parceiros socialistas. No entanto, instituições como a OUA – Organização da Unidade Africana e Movimento dos Países Não Alinhados (busca de recurso no Terceiro Mundo), limitavam as políticas econômicas do Ocidente. Assim, a ideia de uma Unidade Africana acabou fortalecendo poucos países no setor industrial e financeiro - África do Sul e em certa medida o Egito, Senegal e Nigéria. A crise do mundo socialista forçou os nacionalistas a optarem pelo pluripartidarismo com eleições, havendo uma tendência de reaproximação ao liberalismo, numa expectativa de que o FMI pudesse suprir as carências: um grande engano! Em 1989, a África do Sul concorda com a paz no território da Namíbia (colonizado pela Alemanha e quartel general de guerrilheiros de direita contra o regime de esquerda de Moçambique e Angola), em troca da saída dos cubanos desses países socialistas.
B15 Divisões regionais do continente africano
Em 1988 o apartheid da África do Sul inicia seu processo de extinção ao estilo da antiga Rodésia, hoje Zimbábue, ou seja, por meio da transição negociada entre minoria branca e maioria negra. Em 1994, pela primeira vez, os negros votam e vence o líder do Congresso Nacional Africano (CNA) Nelson Mandela. Insatisfações de conservadores brancos de extrema-direita e de facções negras de extrema-esquerda ainda colocam em risco a frágil estabilidade política do país.
África Muçulmana Refere-se à África “Branca” na porção norte do continente, que é delimitada pelo mar Mediterrâneo, ao Norte; pelo oceano Atlântico, a Oeste; a Leste é banhada pelo Mar Vermelho; enquanto que ao Sul temos o deserto do Saara, que a isola do restante do continente. Como dito anteriormente, o predomínio árabe na região foi determinado pela expansão do império Turco-Otomano após o século VII, tendo como traços culturais a língua árabe e a religião islâmica, as quais dão uma homogeneidade cultural a esse espaço.
Mapa 02 - Regiões da África
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Na região merece destaque o Magreb, área que é composta pela Tunísia, Marrocos e Argélia, sendo ocupada pela Cadeia do Atlas. No Magreb, os vales interiores e o litoral do Mediterrâneo são as maiores concentrações demográficas e de maior importância econômica, pela fertilidade de seus solos.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Os países que compõem essa região são: Mauritânia, Saara Ocidental, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito.
Fonte: Anton_Ivanov / Shutterstock.com
No geral, a África muçulmana é caracterizada pela economia tradicional, mas existe também uma produção voltada para o mercado internacional, com destaque para as plantations introduzidas no século XIX, pelos ingleses no Egito, e na Argélia pela colonização francesa. Outro elemento importante é a exportação de recursos minerais e energéticos, com destaque para a produção de petróleo na Líbia e Argélia, países membros da OPEP, e o Marrocos, que é o terceiro maior produtor de fosfato do mundo.
Figura 01 - Etiópia.
Regiões importantes da África da África: essa região sofreu com uma agricultura comercial predatória e é uma das regiões mais pobres do mundo, é também alvo de campanhas mundiais contra a fome.
Fonte: Wikimedia Commons
nn Chifre
nn Região
central: é uma região onde prevalecem os climas tropical úmido e equatorial, com vegetação predominante de florestas. É marcada por conflitos étnicos nos vários países, em consequência da colonização europeia. setentrional: possui uma economia baseada no comércio e na exploração mineral, principalmente o petróleo. É uma das regiões com maior desenvolvimento no continente, favorecida pela proximidade com a Europa e pelas riquezas do subsolo.
Figura 02 - Guerra Civil em Ruanda.
Fonte: Dmitry Pichugin / Shutterstock.com
nn Região
nn Região
meridional: essa região é marcada por vários problemas sociais, agravados pelas condições climáticas, devido à predominância dos climas semiárido e desértico, deserto da Namíbia e o deserto do Kalahari.
nn África do Sul: o país viveu, recentemente, o fim do regime de segregação racial.
Apresenta o maior desenvolvimento econômico do continente, embora sofra com graves problemas de saúde pública.
Figura 03 - Pôr do sol no deserto de Kalahari, na Namíbia
01. (Enem MEC) Antes de o sol começar a esquentar as terras da faixa ao sul do Saara conhecida como Sahel, duas dezenas de mulheres da aldeia de Widou, no norte do Senegal, regam a horta cujas frutas e verduras alimentam a população local. É um pequeno terreno que, visto do céu, forma uma mancha verde — um dos primeiros pedaços da “Grande Muralha Verde”, barreira vegetal que se estenderá por 7 000 km do Senegal ao Djibuti, e é parte de um plano conjunto de vinte países africanos. GIORGI, J. Muralha verde. Folha de S. Paulo, 20 maio 2013 (adaptado).
O projeto ambiental descrito proporciona a seguinte consequência regional imediata: a) Facilita as trocas comerciais. b) Soluciona os conflitos fundiários. c) Restringe a diversidade biológica. d) Fomenta a atividade de pastoreio. e) Evita a expansão da desertificação. 02. Os países localizados na região denominada África do Norte apresentam características que os diferenciam dos países situados na África Subsaariana.
Entre as características dos países da África do Norte, destaca-se a a) existência dos mais baixos indicadores socioeconômicos do continente. b) economia em que prevalece a exportação de produtos agrícolas. c) diversidade étnica e predomínio de religiões que cultuam a natureza. d) predominância da população árabe e adepta da religião islâmica. 03. (Unificado RJ) A opinião pública internacional, constantemente, se vê abalada pelas notícias sobre o fantasma da fome que ameaça a milhões de africanos. A interrupção da produção por guerras civis e golpes de estado é uma das causas. Mas, também, há o risco de que a fome se alastre, em virtude do avanço de processos de desertificação, o que se verifica, já em estado avançado, na área imediatamente ao sul do Saara, conhecida como: a) Sahel. d) Benguela. b) Magreb. e) Kalahari. c) Atlas.
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B15 Divisões regionais do continente africano
Exercícios de Fixação
Geografia
04. (ESPM SP) Leia a matéria e observe o mapa de regionalização africana. Após décadas de um suposto controle do vírus Ebola, em agosto passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a nova epidemia como uma emergência pública internacional. Esse é o surto mais longo desde a sua descoberta, em 1976. Revista Espaço Aberto USP, nº 167. USP. São Paulo, COSEAS?USP< 2014.
A região mais atingida pela epidemia retratada na matéria é: a) África Setentrional d) África Meridional b) África Ocidental e) África Oriental c) África Central 05. (UFSC) Sobre o continente africano, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 38 01. A grande diversidade étnica e cultural da África não impede a divisão do continente em dois grandes conjuntos separados pelo monte Everest: a África Meridional e a África Subsaariana. 02. Desde o século XVI, pelo menos, a África passou a integrar o sistema capitalista europeu com as feitorias comerciais portuguesas na costa do oceano Atlântico. 04. O rio Nilo foi considerado de importância fundamental para a formação do Egito antigo, devido às cheias de suas margens, cuja matéria orgânica era utilizada na agricultura. 08. As inovações tecnológicas desenvolvidas a partir dos anos 1970, que utilizam baixa quantidade de capital e mão de obra, fazem com que a extração de minérios e as exportações de petróleo em alguns países africanos percam importância. 16. A África é o único continente cortado pela linha do Equador e pelos trópicos de Câncer (23°27’N) e de Greenwich (0°). 32. A forma como foi explorado o continente, principalmente pelos países europeus, mais precisamente, desde o século XIX, após o Congresso de Berlim, é uma das explicações para os conflitos étnicos, culturais e religiosos.
B15 Divisões regionais do continente africano
Exercícios Complementares 01. (UECE) A região conhecida como África Subsaariana é tida por alguns pesquisadores como uma das últimas fronteiras do capitalismo. Sobre esta região, analise as afirmações abaixo e assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) Esta região está sendo disputada pelos grandes grupos econômicos mundiais, pelo fato de possuir uma classe média dominante que anseia pelas comodidades proporcionadas pelo capital. ( ) Muitos desses países têm governos que são incapazes de cumprir com suas obrigações econômicas e sociais, fato que os fragiliza ainda mais frente ao capitalismo global. ( ) A África subsaariana é um espaço que ainda não está totalmente inserido na dinâmica da globalização, portanto muito susceptível às manobras neoliberais da economia global. ( ) Nesta região, estão alguns países que ainda têm conflitos étnicos internos, além de profundos problemas sociais e econômicos que demandam ajuda humanitária de outros países. A sequência correta, de cima para baixo, é a) F, F, F, V. c) F, V, V, F. b) V, F, F, F. d) V, V, V, V.
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02. (Fac. Santa Marcelina SP) Dentre as transformações ocorridas no mundo a partir da década de 1990, destacam-se o aumento da mobilidade populacional, por meio de deslocamentos sob variados motivos – turismo, trabalho, fuga de situações de fome, de conflitos religiosos e étnicos, etc. No campo da saúde, essa situação teve grande impacto nos países mais pobres da África, pois, seus governos a) passaram a ser pressionados pela ONU para que seus sistemas de saúde se tornassem compatíveis com os dos países desenvolvidos. b) tiveram que passar a investir na saúde para atrair o turismo internacional, cujas exigências nessa área incluem saneamento básico. c) precisaram lidar com doenças novas e complexas, como a AIDS, mesmo sem conseguir erradicar doenças endêmicas, como a malária. d) não conseguiriam atrair bons profissionais do exterior, porque precisavam investir a maior parte de seus recursos na saúde da população. e) não conseguiram vencer a demanda por atestados de saúde dos imigrantes que chegaram em busca de trabalho.
Ciências Humanas e suas Tecnologias Questão 05 a) A Conferência de Berlim objetivou a partilha do território africano de acordo com as vontades dos europeus. b) Devido ao fato de que cada país europeu influenciou na colonização, na língua, e na exploração do território de acordo com suas necessidades.
(http://1.bp.blogspot.com)
Com base nos conhecimentos geográficos sobre o continente africano em seu período mais recente, a interpretação mais adequada para a charge é: a) em razão da abundância de recursos naturais, a África é um dos únicos continentes que não participa da economia globalizada. b) de acordo com os cientistas que estudam as mudanças climáticas, o continente africano é relativamente preservado das secas. c) apesar de todos os problemas, o continente africano está sendo visto como uma região com riquezas naturais pouco exploradas. d) a combinação entre clima ameno e abundância de terras fez da África o continente de maior produção agrícola e mineral do mundo. e) a existência de áreas naturais pouco alteradas faz do continente africano um exemplo de como produzir riquezas sem destruir o meio ambiente. 04. (Uem PR) Sobre o continente Africano, assinale o que for correto. 13 01. No século XIX, vários países africanos tiveram seus limites traçados pelos países europeus. Porém os limites estabelecidos não foram respeitados, pois não foram consideradas as diferenças étnicas existentes anteriormente à sua constituição, o que acarretou uma série de conflitos ao longo da história. 02. O separatismo na região do Cáucaso, na África subsaariana, culminou com o final da Primeira Grande Guerra (19391945). O Tratado de Versalhes, assinado em 1946, instituiu a independência da Nigéria, da Ruanda e da Eritreia, sendo esses os primeiros países africanos a serem reconhecidos pelos europeus. 04. Antigas colônias portuguesas, como Angola e Moçambique, tornaram-se independentes após longo período de guerras contra a Metrópole. 08. O tráfico de escravos africanos foi conduzido inicialmente pelos árabes, mas experimentou vigoroso crescimento a partir do século XVI, quando passou a enviar mão de obra para as
colônias europeias na América. Os traficantes raramente se aventuravam na captura dos negros no interior da África, uma vez que esses eram capturados por outros africanos. 16. Desde a Antiguidade, o fluxo comercial entre a África subsaariana e o Norte da Europa é intenso, sendo que o Saara, maior deserto do mundo, constituiu-se um verdadeiro “rio de areia” que permitiu uma estreita ligação comercial entre as duas regiões. e) os rios de planalto são perenes. 05. (UFTM MG) Segundo muitos autores, a Conferência de Berlim (1884-1885) definiu não apenas regras para a colonização da África, mas também o futuro político do continente. a) Explique quais foram os objetivos da Conferência de Berlim. b) Justifique a interpretação de que a Conferência de Berlim também definiu o futuro político do continente. 06. (Unisa SP) Analise o mapa.
(www.g1.globo.com. Adaptado.)
A região hachurada no mapa – onde doenças como cólera, sarampo, meningite e pólio são frequentes – está entre aquelas que apresentam as maiores taxas de mortalidade infantil. No ano de 2012, pela irregularidade das chuvas e pelas condições sociais, políticas e econômicas, esses países anunciaram estado de emergência devido a uma grave crise de fome. Localizada em uma área de transição entre o Saara árido e a floresta tropical, essa faixa do território africano é conhecida como a) Rift. Questão 07 a) – Elemento fisiográfico: o deserto do Saara, nas proximie) Kalahari. dades do paralelo de 25o Norte. c) Sahel. – Fator cultural: no Norte, predomínio da cultura árabe e da religião muçulmana, frutos da ocupação pelo Império Otod) Tell. mano; no Sul, predomínio de idiomas europeus como uma e) Magreb. das línguas oficiais e de religiões cristãs (católicos, principalmente) e tradicionais (animistas).
07. (UFG GO) a) indique um elemento fisiográfico e um fator cultural que estejam associados a essa divisão latitudinal do continente africano; b) identifique dois países africanos que estejam localizados na parte setentrional e dois na parte meridional, que sejam característicos do contraste existente no continente africano.
Questão 07 b) – Setentrional (norte): Argélia, Chade, Egito, Gâmbia, Guiné, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria, Somália, Senegal, Sudão, Tunísia. – Meridional (sul): Angola, Botswana, Burundi, Congo, Gabão, Lesoto, Madagáscar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Quênia, República da África do Sul, República Democrática do Congo, Ruanda, Suazilândia, Tanzânia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue.
439
B15 Divisões regionais do continente africano
03. (Fac. Santa Marcelina SP) Examine a charge.
FRENTE
B
GEOGRAFIA
MÓDULO B16
ASSUNTOS ABORDADOS nn África: problemas e conflitos nn Atualidade da África
ÁFRICA: PROBLEMAS E CONFLITOS Atualidade da África O legado histórico explica por que o continente africano responde atualmente por aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. A África abriga quase a metade da população que vive abaixo da linha de pobreza, ou seja, com renda inferior a 1 dólar por dia, e está sendo devastada por uma epidemia de AIDS. A despeito do fim de algumas guerras civis sangrentas, como em Moçambique e Angola, as disputas por recursos minerais e as rivalidades étnicas, regionais e religiosas continuam a fomentar conflitos armados que matam milhões de pessoas e causam migrações maciças. O Norte da África é uma típica área de rejeição, a qual é caracterizada por guerras civis, crise religiosa, ocidentalização da cultura islâmica. Em contrapartida, as áreas de atração – EUA e Europa Ocidental – são áreas de ampliação das xenofobias e políticas restritivas à imigração africana.
Gráfico 01 - Infectados pelo HIV - 2011
O continente é considerado o mais pobre do mundo e destaca-se por ter um grande avanço de epidemias (lá se encontram mais de 2/3 dos portadores do vírus HIV de todo o planeta), e pela continuidade dos conflitos armados, prejudicando assim o seu desenvolvimento e tornando a miséria do país cada vez maior. As principais causas da pobreza extrema são – a infraestrutura precária, instabilidade governamental, o impacto do vírus HIV na população em idade economicamente ativa e a corrupção.
Mapa 01 - Mapa – A AIDS pelo mundo
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
SAIBA MAIS ÁFRICA CONCENTRA 90% DAS CRIANÇAS COM VÍRUS DA AIDS, DIZ ONU
A África abriga quase a totalidade de crianças infectadas pelo vírus HIV no mundo, lamentou na terça-feira (10), em Abidjã, o diretor-executivo da Unaids, um dos braços da ONU para questões sobre Aids/HIV, Michel Sidibé. Ele pediu que os menores tivessem acesso universal ao tratamento antirretroviral. “É uma questão de justiça social (...), uma questão de desigualdade profunda porque 90% das crianças que vivem com AIDS se encontram, infelizmente, na África”, afirmou Sidibé na abertura de uma reunião sobre a AIDS e as crianças. Essa reunião foi assistida por uma dezena de ministros de Saúde do continente e especialistas internacionais. “Cinquenta por cento destas crianças que nascem com AIDS morrem antes do seu quinto aniversário” porque não têm “a sorte de ter acesso aos serviços à disposição das demais crianças do resto do mundo”, denunciou o diretor-executivo da Unaids. “O acesso universal ao tratamento para as crianças deve se transformar em Cerca de 90% das crianças com AIDS estão na África (Foto: realidade”, pediu. A questão do HIV pediátrico tem um “caráter importante e urgente”, assegu- Seyllou Diallo/Arquivo AFP) rou por sua parte Dominique Ouattara, primeira-dama da Costa do Marfim e embaixadora da Unaids para a eliminação da transmissão de mãe para filho. Na Costa do Marfim, “somente 18% dos menores de 5 anos que vivem com o HIV/AIDS têm acesso ao tratamento antirretroviral”, recordou Terence McCulley, embaixador americano na Costa do Marfim. Cinco milhões de pessoas seguem sem ter acesso ao tratamento contra o HIV/AIDS na África Central e Ocidental, segundo informação da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), publicada em março.
Fonte: Wikimedia Commons
Cinquenta por cento dessas crianças morrem antes dos cinco anos de idade. Organização pede que os menores tenham acesso a tratamento antirretroviral
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/05/africa-concentra-90-das-criancas-com-virus-da-aids-diz-unaids.html
Inspirados na União Europeia, os países do continente criaram, em 2002, a União Africana, que prevê a implementação de programas de desenvolvimento e a possibilidade de eliminação das fronteiras. A enorme carga de problemas, no entanto, torna esse objetivo difícil de ser alcançado.
#DicaCine Geogafi
Nos últimos anos, a África tem sido alvo do interesse norte-americano, que tem aumentado sua presença militar no continente na tentativa de garantir acesso aos recursos naturais, principalmente o petróleo. Além dessa situação, o governo dos EUA tem buscado aliados no sentido de reforçar suas posições nos organismos multilaterais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Verifica-se o predomínio das religiões nativas, aparentadas com o Candomblé do Brasil, nos países ao Sul do Saara, e do Islamismo nas nações do Norte. Há também importantes centros cristãos, como a Etiópia, uma das nações cristãs mais antigas do mundo e outros decorrentes da colonização europeia. A diversidade linguística é muito grande: as línguas e os dialetos locais do tronco africano convivem com os idiomas introduzidos pelos colonizadores europeus, em especial o inglês, o francês e o africâner, este derivado do holandês falado no século XVII. Em termos econômicos, a África é o continente menos desenvolvido. Os poucos polos de desenvolvimento se devem à exploração mineral, como é o caso da África do Sul,
Yesterday Yesterday, nome da protagonista (Leleti Khumalo), mora em um vilarejo na África do Sul, com sua filha Beaty, de 7 anos. Yesterday adoece e descobre que está infectada com o vírus da Aids. Ela deseja apenas uma coisa: viver o suficiente para ver a filha ir para a escola. 441
B16 África: problemas e conflitos
Por outro lado, a população se distribui de forma desigual no continente, enquanto os desertos são praticamente despovoados. O vale do rio Nilo, por exemplo, apresenta densidade média superior a 800 habitantes por quilômetro quadrado. Há também centros urbanos intensamente povoados, como Cairo, Argel e Cidade do Cabo.
Geografia
Líbia, Nigéria e Argélia, e, em menor escala, à industrialização da África do Sul. A mineração responde por 90% da receita total de exportação, lembrando que essa atividade é destacada na África do Sul, que detém, sozinha, mais de um quinto do PIB africano, caracterizando-se como a maior potência emergente do continente, fazendo parte do IBAS – Índia, Brasil e África do Sul, o grupo dos 3 (G3), representando os países emergentes, que discute as questões comercias com o G7 –, grupo dos países ricos, dentro da OMC – Organização Mundial do Comércio. O continente mantém a essência de ser dependente das práticas agrícolas. As principais monoculturas de exportação, como o café, cacau, algodão, amendoim, entre outros, alternam-se com lavouras de subsistência. Na extração de petróleo e gás natural, os principais produtores são a Líbia, a Nigéria e a Argélia. De acordo com dados do Banco Mundial, entre 1970 e 1995 a África é o único continente que viu diminuir a renda per capita de – 0,8% para –1,2%. O Nepad – Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, é um programa desenvolvido por meio da União Africana. Esse programa tem como objetivo alavancar a economia do continente. Alavancar o crescimento econômico dos países africanos está relacionado à atração de investimentos estrangeiros. Em contrapartida, serão adotadas pelos países participantes, rigorosas políticas fiscais. Essa iniciativa tem o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Países da África – Total: 54 África do Sul, Angola, Argélia, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Egito, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malauí, Mali, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Seicheles, Senegal, Serra Leoa, Somália, Suazilândia, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia, Sudão do Sul e Zimbábue.
SAIBA MAIS UNIÃO AFRICANA
B16 África: problemas e conflitos
A União Africana (UA) foi criada em 2002, em substituição à antiga Organização da Unidade Africana. A União Africana tem atuado na mediação e prevenção de conflitos, como nos casos da Somália e do Sudão. Um dos princípios consagrados em seu tratado constitutivo e que tem contribuído para a defesa da democracia no continente é aquele que estabelece a condenação e rejeição a mudanças inconstitucionais de governo. Criado em 2004, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana foi concebido para atuar diante de circunstâncias graves nos países-membros – tais como crimes de guerra, genocídio ou crimes contra a humanidade. A disposição de intervir em tais situações é, em si, outro elemento inovador da organização. A vertente econômica da União Africana – a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD) – tem privilegiado projetos de cooperação internacional nos quais o conceito de “parceria” se sobreponha ao da “assistência”, com vistas a fomentar efetivo desenvolvimento no continente. Esse é outro exemplo do empenho africano, estimulado pela UA, de engajar-se ativamente na solução dos problemas que afetam a região. A União Africana tem contribuído de maneira significativa para a evolução institucional do continente, passando a capitanear o chamado “renascimento africano” e forjando um novo perfil para a África – caracterizado, sobretudo, pela modernização das instituições políticas e das estruturas econômicas. As iniciativas da União Africana estão voltadas ao respeito aos direitos humanos, à abertura econômica e à transparência administrativa nos Estados-membros. A União Africana é ator de grande importância para a política externa brasileira, pois é foro incontornável para articular e impulsionar iniciativas em várias áreas – da política à economia, da agricultura ao desenvolvimento social. A abertura da Embaixada do Brasil em Adis Abeba, sede da União Africana, em 2005, refletiu o interesse brasileiro em acompanhar as atividades da organização. O Brasil tem sido convidado, desde então, a participar dos principais eventos da UA, na condição de observador. Fonte: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3681-uniao-africana
442
Ciências Humanas e suas Tecnologias Questão 03. a) Devido ao processo de colonização que a África sofreu dos europeus que se deu de forma arbitrária e impositiva. O africano não tinha acesso à modernidade que os outros povos, e no caso os europeus, possuíam. b) O aluno pode se referir ao caso do Aparthaid por exemplo, em que o negro africano era totalmente marginalizado, escravizado em sua própria terra. Esses negros eram criminalizados. Aos negros, delimitaram-se bairros e ônibus específicos, além de uma série de leis proibitivas.
Exercícios de Fixação
TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).
Uma vacina eficiente contra o HIV deveria a) induzir a imunidade, para proteger o organismo da contaminação viral. b) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a síntese de enzimas protetoras. c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este entre nas células do organismo humano. d) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais transmissores do vírus para os seres humanos. e) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do vírus por gotículas de saliva.
e) a tese filosófica sobre um “estado de natureza” livre e pacífico é insuficiente para explicar os conflitos étnicos atuais na África. 03. (UFTM MG) Nos últimos anos do século XIX e na primeira metade do século XX, a África teve de se adaptar rapidamente a novas formas de governo, a novos meios de transporte — ao barco a vapor, à ferrovia, ao caminhão, à bicicleta e ao aeroplano —, à energia elétrica, a drásticas mudanças no tratamento das doenças, à escrita, à leitura, à escola que dava acesso ao conhecimento desenvolvido na Europa. [...] Convencer o africano de sua inferioridade fazia parte do processo de dominação. (Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.)
a) Explique os motivos que justificaram a necessidade de adaptação mencionada no texto. b) Analise o período final do texto (Convencer o africano de sua inferioridade fazia parte do processo de dominação.).
(Leandro Narloch. Guia politicamente incorreto da história do mundo, 2013. Adaptado.)
04. (Udesc SC) Sobre o continente africano é correto afirmar, exceto: a) De forma geral, o continente se caracteriza pelo baixo nível de instrução escolar de sua população, apresentando um grande número de analfabetos. b) O baixo nível de renda da maioria da população determina a formação de bolsões internos de pobreza, agravada pela má distribuição da renda. c) Existe uma dependência das atividades primárias, como a agricultura e o extrativismo, o que explica a ocorrência de elevado número de trabalhadores nesse setor na grande maioria dos países. d) O desenvolvimento econômico localizado e setorizado, uma vez que apenas algumas áreas ou setores se desenvolvem – em geral, aqueles ligados às produções voltadas para o mercado externo –, determina a formação de “ilhas de prosperidade”. e) As maiores cidades se localizam no interior do continente, para onde as populações se deslocaram no período da colonização.
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que: a) as desigualdades sociais e econômicas no mundo atual originam-se exclusivamente das contradições materiais do capitalismo. b) o conhecimento histórico que privilegia a “óptica dos vencidos” apresenta um grau superior de objetividade científica. c) na relação entre diferentes etnias, o etnocentrismo é um fenômeno antropológico exclusivo dos países ocidentais modernos. d) para explicar a existência dos atuais conflitos étnicos na África, é necessário resgatar os pressupostos da ideologia colonialista.
05. (Udesc SC) O continente africano abriga sociedades extremamente diversas, que falam muitas línguas e centenas de dialetos. Parte dessas línguas existem em função da colonização do continente pelos países europeus, e parte são originárias nas próprias populações autóctones. Assinale a alternativa que contém o nome dos países africanos em que a língua portuguesa é falada. a) África do Sul e Comores b) Nigéria e Gabão c) Angola e Moçambique d) Namíbia e Uganda e) Zimbábue e Quênia
02. (Unesp SP) Não há livro didático, prova de vestibular ou resposta correta do Enem que não atribua a miséria e os conflitos internos da África a um fator principal: a partilha do continente africano pelos europeus. Essas fronteiras teriam acotovelado no mesmo território diversas nações e grupos étnicos, fazendo o caos imperar na África. Porém, guerras entre nações rivais e disputas pela sucessão de tronos existiam muito antes de os europeus atingirem o interior da África. Graves conflitos étnicos aconteceram também em países que tiveram suas fronteiras mantidas pelos governos europeus. É incrível que uma teoria tão frágil e generalista tenha durado tanto – provavelmente isso acontece porque ela serve para alimentar a condescendência de quem toma os africanos como “bons selvagens” e tenta isentá-los da responsabilidade por seus problemas.
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B16 África: problemas e conflitos
01. Estima-se que haja atualmente no mundo 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo que as taxas de novas infecções continuam crescendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um marco na história planetária e também uma esperança para as populações carentes de tratamento antiviral e de acompanhamento médico.
Geografia
Exercícios Complementares 01. (FGV SP) Leia o depoimento de um advogado congolês. O problema não é quem é o comprador mais recente de nossas commodities. A China está assumindo o lugar do Ocidente: ela leva embora nossas matérias-primas e vende produtos acabados ao mundo. O que os africanos estão recebendo em troca – estradas, escolas ou produtos industrializados – não importa. Continuamos no mesmo esquema: nosso cobalto parte para a China como minério em pó e retorna na forma de pilhas que custam caro. (Exame Ceo, junho de 2010. Edição 6. Adaptado)
O depoimento apresenta como tema central a) a possibilidade de o continente africano sofrer novo colonialismo. b) a necessidade de a África voltar à esfera de influência do Ocidente. c) o atual papel da África na Divisão Internacional do Trabalho. d) a ampliação das diferenças econômicas entre os países africanos. e) a valorização dos produtores de commodities no mercado mundial. 02. (Mackenzie SP)
III.
Serra Leoa foi classificada pela ONU, em 2008, como o lugar onde a população tinha o pior nível de vida do planeta, devido à guerra civil que afetou todo o país.
Dessa forma, a) I e III estão corretas. b) II e III estão corretas. c) I e II estão corretas. d) I, II e III estão corretas. e) apenas II está correta. 03. (FGV RJ) Até que a filosofia que sustenta uma raça Superior e outra inferior Seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada, Haverá guerra, eu digo, guerra. (...) Até que os regimes ignóbeis e infelizes, Que aprisionam nossos irmãos em Angola, em Moçambique, África do Sul, em condições subumanas, Sejam derrubados e inteiramente destruídos, haverá Guerra, eu disse, guerra. (...) Até esse dia, o continente africano Não conhecerá a paz, nós, africanos, lutaremos, Se necessário, e sabemos que vamos vencer, Porque estamos confiantes na vitória Do bem sobre o mal, Do bem sobre o mal... War. Bob Marley, 1976.
http://blogdabethmuniz.blogspot.com/2011/02/ mae-africa-o-continente-de-todos.
B16 África: problemas e conflitos
A respeito da África subsaariana, que concentra, hoje, os países mais pobres do mundo, considere I, II e III, abaixo. I. Com a sua descolonização, que atingiu o seu ápice nas décadas de 1960 e 1970, ficou evidente a tragédia provocada pela ocupação colonial europeia no século XIX. II. Em tempos de globalização, a África subsaariana tem sido preterida na disputa pelos blocos econômicos, por abrigar em todo o seu território, ecossistemas completos que devem ser preservados, como os desertos e as savanas, não disponíveis à exploração econômica.
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A canção War foi composta por Bob Marley, a partir do discurso pronunciado pelo imperador da Etiópia, Hailé Selassié (1892-1975) em 1936, na Liga das Nações. As ideias do discurso, presentes na letra da canção acima, estão associadas: a) Ao darwinismo social, que propunha a superioridade africana sobre as demais raças humanas. b) Ao futurismo, que consagrava a ideia da guerra como a higiene e renovação do mundo. c) Ao pan-africanismo, que defendia a existência de uma identidade comum aos negros africanos e a seus descendentes. d) Ao sionismo, que defendia que o imperador Selassié era descendente do rei Salomão e da rainha de Sabá e deveria assumir o governo de Israel. e) Ao apartheid, que defendia a superioridade branca e a política de segregação racial na África do Sul.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
04. (Fac. Santa Marcelina SP) Analise os mapas. África – incidência de meningite meningocócica – 2006 EUROPA Estreito de Gibraltar
Mar Mediterrâneo
TUNÍSIA MARROCOS
SERRA LEOA LIBÉRIA
NÍGER
Mar Vermelho CHADE
ERITREA
BURKINA FASO
SUDÃO NIGÉRIA
REP. CENTRO AFRICANA
GANA
BENIN TOGO CAMARÕES
CONGO
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
GABÃO
CABINDA
UGANDA QUÊNIA REP. RUANDA DEM. CONGO BURUNDI TANZÂNIA
ANGOLA
erto Des íbia am da N
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO ÍNDICO
MALAVI ZÂMBIA
Trópico de Capricórnio
DJIBUTI ETIÓPIA
IA
MALI
SENEGAL GÂMBIA GUINÉ-BISSAU GUINÉ
EGITO
ÁL
CABO VERDE
LÍBIA
Deserto do Saara
MAURITÂNIA
M
ARGÉLIA
SAARA OCID. (Marrocos)
ÁSIA
SO
Trópico de câncer
MOÇAMBIQUE
ZIMBÁBUE BOTSUANA
NAMÍBIA ÁFRICA DO SUL
MADAGÁSCAR SUAZILÂNDIA LESOTO
Cinturão de meningite, 2006
(www.travel-vaccines.com)
África – Índice de Desenvolvimento Humano – IDH
05. (FGV SP) Em julho de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou crise de fome em algumas partes do sul da Somália, o que significa que mais de 30% da população está desnutrida. Sobre essa crise, considere as seguintes afirmações: I. As fortes secas que atingiram a região nos últimos anos resultaram em perda generalizada de colheitas. II. O quadro de instabilidade política dificulta a distribuição de alimentos nas áreas atingidas. III. A crise alimentar aumentou dramaticamente tanto o número de deslocados internos quanto o de refugiados na região. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) I e II. c) I, II e III. d) I e III. e) II e III. 06. (UFSC) Não adianta mais procurar. A Esperança desapareceu. Esperança Noé tinha dois anos e pesava seis quilos. Tudo aconteceu no dia 09 de março de 2006, vítima da AIDS. Assim como a maioria da população de Moçambique, um dos dez países mais miseráveis do dito mundo globalizado, morava em uma palhoça sem energia elétrica, banheiro ou água encanada.
(Marieta de Moraes et al. História em curso, 2008. Adaptado.)
Comparando-se os dois mapas é possível realizar a seguinte correlação: a) o atraso tecnológico da maioria dos países da África, evidenciado no baixo IDH, explica a falta de vacinas para doenças epidêmicas como a meningite. b) o clima semidesértico, que predomina no continente africano, favorece a proliferação de doenças infectocontagiosas nas áreas de baixo IDH. c) a lenta transição demográfica evidenciada no IDH africano explica a disseminação de doenças como a meningite no continente. d) as más condições de vida em muitos países africanos, refletidas no IDH, ajudam a explicar a permanência de doenças epidêmicas como a meningite. e) o uso de armas biológicas em conflitos militares pode ser a explicação para a permanência de doenças epidêmicas como a meningite em países africanos com baixo IDH.
Sobre o contexto político e socioeconômico do continente africano, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). Gab: 17 01. Em diversas áreas do continente africano, disputas territoriais, rivalidades étnicas e tribais levam a guerras civis e entre países, além de ocasionarem uma grande instabilidade política. 02. O neocolonialismo do século XX deixou como herança uma economia agrícola para subsistência, suficiente para erradicar a fome crônica que assola grande parte do continente africano. 04. O processo de islamização imposto pelos Estados Unidos restringe as possibilidades de intervenção econômica, principalmente dos países europeus, no continente africano. 08. Com o crescimento vertiginoso do apartheid, países como Moçambique, Angola e África do Sul, colonizados por ingleses, estão sofrendo embargos econômicos por parte de todos os países da União Europeia. 16. Durante o período da Guerra Fria, os EUA e a URSS, disputando a hegemonia mundial, fizeram da África um dos palcos de lutas de seus interesses.
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B16 África: problemas e conflitos
DIÁRIO CATARINENSE. Florianópolis: p. 26, 09 jul. 2006.
FRENTE
B
GEOGRAFIA
Exercícios de Aprofundamento 01. (Unifor CE) Autoridades nigerianas da área de saúde ainda tentam entrar em contato com passageiros e comissários dos dois aviões tomados pelo americano Patrick Sawyer, 40, morto após ser infectado pelo ebola. Das 59 pessoas, apenas 20 foram localizadas. Sawyer, que trabalhava na Libéria, um dos principais países afetados pela epidemia de ebola, teria contraído a doença de uma irmã, que também morreu. O americano tomou o primeiro voo na Libéria, pela Asky Airlines, mesmo apresentando os sintomas comuns da doença – vômito e diarreia. Ele então fez duas paradas – em Gana e Togo (onde mudou de avião)– e rumou para Lagos, capital da Nigéria. Na Nigéria, Sawyer permaneceu em quarentena em um hospital, mas não resistiu à doença e morreu na última sexta-feira (25). Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/07/29/ americano-que- morreu-por-ebola-tevecontato- com-59-pessoas-em-2-avioes.htm
O caso acima relatado trata de mais uma vítima do vírus Ebola no mundo. Tem-se discutido que o Continente Africano vem enfrentando o maior surto de Ebola desde o descobrimento da doença, em 1976. A Organização Mundial de Saúde já se pronunciou afirmando que tal epidemia de febre hemorrágica trata-se da maior já ocorrida quando da comparação em termos de extensão geográfica de pessoas afetadas por número de mortes. Considerando, então, o tema proposto é incorreto afirmar que a) a Organização Mundial de Saúde enviou diversos profissionais de saúde para o território sujeito à epidemia, mas tais profissionais vem enfrentando diversas dificuldades para trabalhar em algumas regiões em razão da desconfiança da população nativa. b) a Organização Mundial de Saúde é ligada a ONU e por isso todas as suas recomendações com relação à epidemia de Ebola devem ser obrigatoriamente cumpridas pelos países que se encontram em situação crítica da doença. c) o surto do Ebola foi tido como uma das piores epidemias já ocorridas na África, mas a Organização Mundial de Saúde não chegou a realizar restrições com relação a voos, nem com relação ao fechamento de fronteiras terrestres. d) no Brasil, a Anvisa já informou que seguirá as mesmas diretrizes da Organização Mundial de Saúde, inclusive no que diz respeito à detecção e isolamento de casos suspeitos. e) alguns países decidiram fechar suas fronteiras terrestres para evitar uma propagação do surto do Ebola, dentre eles a Libéria. 02. (Unitau SP) A febre hemorrágica ebola é uma doença provocada por um vírus do mesmo nome, que foi inicialmente identificada às margens do rio Ebola. Em qual continente está situado esse rio?
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a) América do Norte b) África c) Europa d) Ásia e) América do Sul 03. (Uem PR) Sobre a África, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01. Países europeus mantiveram colônias na África até meados do século passado. A descolonização teve como marco histórico recente a independência de Gana, em 1957, sendo completada em 1990, originando os atuais países ou estados nacionais africanos. 02. O continente africano é o segundo maior do mundo em extensão geográfica, com seus 10 832 224 km², sendo superado pela América do Sul, que tem 12 984 126 km². Na divisão interna do continente africano, um terço do território é ocupado por florestas equatoriais, um terço por desertos e um terço por áreas utilizadas pela agricultura moderna. 04. Muitos dos países ou estados nacionais africanos têm seu território delimitado por fronteiras políticas artificiais, onde foram instalados, pelos colonizadores, grupos étnicos rivais. Ausência de fronteiras naturais e convivência forçada de povos de etnias e culturas diferentes têm sido causas de conflitos internos. 08. A regionalização com base em critério étnico ou cultural divide o continente em África Branca, ou Setentrional, formada predominantemente por povos árabes que professam o islamismo; e África Negraou Subsaariana, com população predominantemente negra e com multiplicidade religiosa. 16. A África, depois de cinco séculos de exploração colonial e nos seus 40 anos de descolonização, temconseguido conviver com regimes democráticos na maioria dos Estados Nacionais, graças, principalmente, aos recursos econômicos gerados pelo petróleo e aplicados em projetos culturais.
Gab: 13
04. (Unirg TO) O Sahel é conhecido como uma das regiões mais pobres da África. Localizada ao sul do deserto do Saara, essa faixa de terras apresenta um quadro estrutural marcado a) pelo modo de vida tradicional vigente há séculos, o que constitui um fator de degradação do solo, contribuindo, inclusive, para o avanço do deserto, que cresce cerca de 100 mil hectares por ano. b) pelos avanços tecnológicos recentes, o que tem permitido à população adaptar-se às precárias condições do meio e propiciado o aumento da densidade demográfica na região na última década.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
c) pela manutenção da pobreza herdada do colonialismo, o que resulta na desestruturação da economia ancestral em função da ocupação das melhores terras para o cultivo de produtos de exportação. d) pela restrição das migrações nas últimas décadas, o que tem solucionado o processo de avanço do deserto e a redução da crise na região, tornando a paisagem local menos suscetível à degradação.
07. (Uerj RJ)
05. (UFRN) Os países localizados na região denominada África do Norte apresentam características que os diferenciam dos países situados na África Subsaariana. Entre as características dos países da África do Norte, destaca-se a a) existência dos mais baixos indicadores socioeconômicos do continente. b) economia em que prevalece a exportação de produtos agrícolas. c) diversidade étnica e predomínio de religiões que cultuam a natureza. d) predominância da população árabe e adepta da religião islâmica. 06. (UCS RS)
Adaptado de HERGÉ. Tintim na África. Rio de Janeiro: Record, 1975.
Na década de 1930, foi publicada a primeira edição da história em quadrinhos em que o personagem Tintim, um jovem repórter belga, faz uma expedição ao Congo, colônia do seu país na época. Com base nas imagens e nos diálogos apresentados, nota-se que Tintim simbolizava as práticas de colonização europeia na África, associadas à política de: a) integração étnica b) ação civilizadora c) cooperação militar d) proteção ambiental 447
FRENTE B Exercícios de Aprofundamento
África O continente africano está dividido em dois conjuntos geopolíticos: a África do Norte e a África Subsaariana. Essa bipartição reflete heranças históricas e culturais divergentes que se traduziram em processos diferentes de formação dos Estados contemporâneos. Com relação ao continente africano, analise a veracidade (V) ou falsidade (F) das proposições que seguem. ( ) A religião islâmica propagou-se para os povos que habitavam a orla meridional do Saara, a região do Sahel. Atualmente, os países do Sahel (Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Djibuti, Somália e Etiópia), apresentam maiorias populacionais muçulmanas. ( ) No domínio climático tropical, que caracteriza grande parte do Continente, a irregularidade das precipitações provoca perdas periódicas de safras e instabilidade dos ciclos agrícolas. ( ) A Conferência Mundial sobre a AIDS, realizada em 2000, na África do Sul, registrou que mais de 25 milhões de pessoas infectadas no Planeta estão na África. A dimensão da tragédia torna-se mais nítida quando se observa que, na África Subsaariana, a prevalência do HIV concentra-se entre as mulheres em idade reprodutiva. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo. a) VFF b) FFF c) VVV d) VVF e) FFV
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FRENTE
C
GEOGRAFIA Por falar nisso O solo caracteriza-se como parte vital para o desenvolvimento de toda a natureza. Diferentemente do que muitos pensam, o solo não se trata apenas de terra e raízes de plantas. Na composição do solo existe todo um complexo ecossistema vivo e dinâmico, interagindo entre si e desempenhando funções vitais das quais depende toda a fertilidade e sobrevivência daquele solo, como a decomposição e conversão da matéria orgânica morta e minerais em nutrientes aproveitáveis para as plantas. São bactérias, fungos, pequenos invertebrados e vários seres vivos que ajudam a formar essa estrutura viva, que é a chave para a produção agropecuária e por isso uma questão de segurança alimentar. Nas próximas aulas, estudaremos os seguintes temas
C13 C14 C15 C16
Geomorfologia...............................................................................450 Geomorfologia brasileira...............................................................458 Pedologia.......................................................................................467 Pedologia brasileira........................................................................476
FRENTE
C
GEOGRAFIA
MÓDULO C13
ASSUNTOS ABORDADOS nn Geomorfologia nn A importância dos estudos em geomorfologia nn O relevo terrestre nn Agentes internos e externos do relevo nn Principais formas do relevo terrestre
GEOMORFOLOGIA A importância dos estudos em geomorfologia De acordo com o professor Valter Casseti, “a geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por objetivo analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais. Como componente disciplinar da temática geográfica, a geomorfologia constitui importante subsídio para a apropriação racional do relevo, como recurso ou suporte, considerando a conversão das propriedades geoecológicas em sócio-reprodutoras. Seu objeto de estudo é a superfície da crosta terrestre, apresentando uma forma específica de análise que se refere ao relevo. A análise incorpora o necessário conhecimento do jogo de forças antagônicas, sistematizadas pelas atividades tectogenéticas (endógenas) e mecanismos morfoclimáticos (exógenos), responsáveis pelas formas resultantes”. (CASSETI, Valter. Geomorfologia, 2005) Os fatores internos (endógenos) e os fatores externos (exógenos) são classificados como forças vivas que transformaram e continuam transformando o relevo terrestre. Ao longo do tempo geológico, portanto, afirma-se que o relevo do planeta Terra não foi sempre o mesmo e que continuará evoluindo. Faz-se necessário, então, que ao analisar geomorfologicamente uma determinada área, o profissional deva ter o conhecimento dos processos de evolução que o relevo apresenta. Nesse caso, é primordial realizar estudos das formas e das sucessivas deposições de materiais que são resultantes dos diferentes processos morfogenéticos a que foi submetido um dado relevo.
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Figura 01 - A preservação do solo é de fundamental importância para a vida, produção de alimentos e para o bem-estar. Na imagem, vemos um solo infértil resultante da falta de chuvas e submetido à intensa ação do sol.
450
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Para a ocupação do espaço é fundamental o estudo do relevo, uma vez que as diversas formas que incluem as propriedades de suporte ou recurso relacionam-se com o comportamento da paisagem e suas consequências. Quando se analisa um determinado tipo de relevo, é fundamental a elaboração de um estudo completo ou integral. Dessa forma, é necessário levar em consideração os seguintes níveis de abordagem: a compartimentação morfológica, o levantamento da estrutura superficial e o estudo da fisiologia da paisagem. Ao realizar a abordagem sobre a compartimentação morfológica, deve-se incluir as observações relativas aos diversos níveis topográficos e características do relevo. Essas observações são essenciais, pois apresentam importância direta no processo de ocupação do relevo. A geomorfologia é primordial nesse aspecto. Ela assume importância ao definir os diferentes graus de risco que uma área possui, oferecendo subsídios ou recomendações quanto à forma de ocupação e uso. A análise e a caracterização relacionadas à maior ou menor fragilidade de um terreno devem ser levadas em conta quando são elaborados estudos da estrutura superficial e dos depósitos correlativos. Esses estudos são fundamentais para o entendimento histórico da evolução do relevo em questão. Para a análise desses depósitos correlativos, é essencial a realização de estudos sobre as diferentes condições climáticas. A compreensão dessa dinâmica evolutiva está ligada aos diversos elementos do clima. É necessário também levar em consideração a posição em relação aos níveis de bases atuais, vinculados ou não aos movimentos tectônicos.
O relevo terrestre O relevo é o conjunto das formas da superfície da Terra, que apresenta altitudes diferentes entre si.
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Altitude é a distância vertical medida a partir do nível do mar. O altímetro é o aparelho utilizado para medir a altitude. A maior altitude do relevo terrestre é encontrada na Cordilheira do Himalaia, onde está localizado o Monte Everest, com 8 848 metros.
C13 Geomorfologia
Figura 02 - A altitude é medida pelo instrumento de nome altímetro. Como unidade de medida, utiliza-se pés (feet, do inglês). No visor do altímetro, vemos uma altitude de 138 Ft ou 138 pés.
As áreas do relevo submarino são medidas de acordo com a sua profundidade. Para medir essa profundidade, utiliza-se um aparelho chamado batímetro. As maiores profundidades estão localizadas nos oceanos, em regiões de fossas tectônicas, como a fossa de Mindanao, no Oceano Pacífico, com 11 500 metros abaixo do nível do mar. 451
Geografia
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Agentes internos e externos do relevo O vulcanismo, o tectonismo e os terremotos são agentes internos que formam e modificam o relevo terrestre, como já foi visto no início desta aula. Os agentes externos são aqueles que, atuando conjuntamente, modificam e modelam o relevo da superfície terrestre. Esse processo, chamado erosão, engloba três fases: intemperismo (meteorização), transporte e sedimentação (deposição). A ação da água A água constitui-se no elemento mais importante quando ocorre a modelagem do relevo terrestre. A água que cai em forma de chuva (precipitação pluvial), a neve que escoa de maiores altitudes, a água que corre nos rios, córregos e riachos acabam construindo caminhos e influenciando no transporte de sedimentos. Esses sedimentos são relacionados ao material que foi desagregado das rochas. Chuvas intensas aliadas à maior declividade, proporcionam maior ação erosiva. A sedimentação provocada pela ação dos rios leva material desgastado das partes mais elevadas para as partes mais baixas.
Figura 03 - Vale fluvial. Vale do Itaimbezinho – Parque Nacional dos Aparados da Serra (RS/SC).
Figura 04 - Processo de erosão
Opirus/Arte
C13 Geomorfologia
A ação erosiva provocada pela água dos oceanos e mares ocorre basicamente no ponto de contato entre os oceanos e continentes. Esse processo dá origem às formas de relevo conhecidas como falésias, restingas, tômbolos, praias, entre outras.
As falésias são formas de relevo encontradas em vários pontos do litoral e constituem costões, que, em contato com as águas oceânicas, sofrem um forte processo erosivo, levando à fragmentação das rochas que os compõem.
452
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Figura 05 - Falésias - CE.
Outro agente externo do relevo é a ação do gelo. As geleiras são grandes massas duradouras de gelo, formadas nas regiões continentais extremamente frias. A erosão glacial ocorre pela incorporação e remoção, pelas geleiras, de partículas ou detritos da superfície sobre a qual elas se movem. A ação da água do degelo provoca o transporte dos fragmentos de rochas para áreas mais baixas, dando origem a diferentes tipos de solo. No litoral da Noruega, da Islândia, da Groenlândia e de outros países, a erosão glacial escavou no relevo inúmeros vales em forma de U, que originaram os fiordes, braços de mar escavados em litorais montanhosos.
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As restingas resultam do acúmulo de sedimentos provenientes da ação de mares e oceanos. Esses sedimentos são depositados (pela ação das ondas) principalmente próximo à foz dos rios, produzindo, assim, cordões arenosos. Os tômbolos, por sua vez, ocorrem quando o depósito de areia trazido pelas águas marinhas promove a ligação de uma ilha ao continente.
A ação do gelo
Figura 06 - Restinga.
A ação dos ventos Os ventos são responsáveis pela erosão eólica, que consiste na retirada de sedimentos (pequenos grãos de areia) das rochas. Esse processo é frequente nas áreas semiáridas e litorâneas. A força dos ventos também desloca com intensidade grandes quantidades de sedimentos que, ao serem depositados, formam as dunas. No Brasil, as dunas ocorrem principalmente próximas ao litoral nordestino, caso das dunas de Genipabu (RN) e em Lençóis Maranhenses (MA). Muitas vezes, as dunas mudam de lugar, ou seja, suas areias são levadas pelos ventos para outros locais, provocando o soterramento de casas, rodovias, ferrovias, lagos, plantações, e o desvio do curso natural de rios próximos à costa litorânea. Muitas pessoas procuram amenizar essa ação da natureza plantando árvores em solo arenoso ou gramíneas na base das dunas. É uma estratégia que funciona como obstáculo e reduz o deslocamento dos sedimentos.
Figura 07 - Fiordes.
Principais formas do relevo terrestre As principais formas do relevo terrestre são: montanhas, planaltos, planícies e depressões. Montanhas As montanhas são formas de relevo acidentadas, com vales profundos, encostas abruptas e picos elevados. Apresentam as altitudes mais elevadas do planeta, atingindo, muitas vezes, milhares de metros. Nessas formações, o processo de erosão é intenso, assim como ocorre com os planaltos. Como exemplos de cadeias de montanhas, podem ser citados os Alpes (Europa), os Andes (América do Sul), o Himalaia (Ásia), as Montanhas Rochosas (América do Norte) e a Cadeia do Atlas (África). Essas áreas são menos povoadas e exploradas, em virtude da dificuldade de ocupação. 453
C13 Geomorfologia
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O loess é outro fenômeno eólico importante. Constitui-se em grandes depósitos de sedimentos finos, comumente amarelados, originados, na sua maior parte, da ação erosiva provocada pelo derretimento da neve. Esses sedimentos transportados pelo vento e depositados sobre vastas regiões deram origem aos solos férteis situados em regiões temperadas, como no norte da China.
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Geografia
Figura 08 - Rizicultura em terraços sobre solo de loess na Ásia.
Planaltos
C13 Geomorfologia
Figura 09 - Planalto.
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Nos planaltos, o processo de erosão (perda de sedimentos) é bastante intenso e supera o de acúmulo de sedimentos (agregação). Nessas formações, as águas dos rios escoam com maior velocidade em função da declividade dos terrenos, fator este que, associado a grandes volumes de água, é responsável pelo alto potencial hidrelétrico do lugar. É por isso que a grande parte das hidrelétricas se localiza nessas áreas. O Brasil tem boa parte do seu território formado por planaltos, o que explica seu grande potencial energético.
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São formas de relevo caracterizadas por se localizarem em terras altas, ou seja, onde ocorre o predomínio de ondulações, por sua vez sujeitas às intempéries. Em relação às bordas, os planaltos podem se apresentar em forma de escarpa ou de rampas suaves. Cabe ressaltar que pelo menos uma de suas bordas está situada em maior altitude quando comparada às planícies vizinhas.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Planícies Planícies são formas de relevo mais ou menos planas que não apresentam grandes desnivelamentos. São formadas pela deposição de grande quantidade de sedimentos, trazidos, principalmente, pelas águas dos rios. Por isso, as planícies geralmente são formadas por rochas sedimentares recentes. Essa forma de relevo pode ocorrer em qualquer altitude. Muitas áreas de extensas planícies apresentam maior adensamento populacional em função das características físicas, como topografia suave, solos geralmente férteis e presença de rios.
quando estão situadas acima do nível do mar, mas abaixo das áreas vizinhas. Um exemplo é a Depressão Periférica, no estado de São Paulo.
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nn Relativas:
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Figura 11 - Depressões – Mar Morto.
Figura 10 - Planícies.
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Depressões São formas de relevo rebaixadas em relação às formas vizinhas. As depressões podem ser: nn Absolutas: quando estão situadas abaixo do nível do mar.
Um exemplo é a Depressão do Mar Morto, entre Israel e Jordânia, situada a 392 metros abaixo do nível do mar.
Figura 12 - Periférica Paulista.
Exercícios de Fixação 01. (UECE) O processo de transformação de uma rocha do tipo
diferentes coeficientes de dilatação térmica, comportam-se
protólito, em estado sólido, através do aumento da tempe-
de forma diferenciada às variações de temperatura, o que
ratura e/ou pressão sem que seja atingido o ponto de fusão
provoca deslocamento relativo entre os cristais, rompendo
dessa rocha é denominado
a coesão inicial entre os grãos.
b) vulcanismo. c) metamorfismo. d) magmatismo. 02. (FGV SP) As variações de temperatura ao longo dos dias e
Todos os processos que causam desagregação das rochas, com separação dos grãos minerais antes coesos e com sua fragmentação, transformando a rocha inalterada em material descontínuo e friável, constituem o processo de a) intemperismo físico.
C13 Geomorfologia
a) diastrofismo.
b) laterização.
noites nas diferentes estações do ano causam expansão e
c) lixiviação.
contração térmica nos materiais rochosos, levando à frag-
d) formação das voçorocas.
mentação dos grãos minerais. Além disso, os minerais, com
e) ravinamento.
455
Geografia
03. (Famema SP)
(Dirce M. A. Suertegaray (org.). Terra: feições ilustradas, 2008. Adaptado.)
Os números 1, 2 e 3 indicados na imagem correspondem, respectivamente, a) ao talvegue, ao interflúvio e ao barlavento. b) ao interflúvio, ao talvegue e ao sopé. c) à montante, ao interflúvio e ao sotavento. d) ao interflúvio, à vertente e à jusante. e) à vertente, ao interflúvio e à jusante. 04. (UFPR) A geomorfologia é o campo do conhecimento técnico e científico que estuda as formas do relevo e os processos pretéritos e presentes envolvidos. Em regiões sob a influência de clima tropical e subtropical, o relevo, em grande parte, está sendo moldado pela ação das chuvas, que promove o intempe-
rismo nas rochas e o transporte e deposição dos sedimentos. Apesar de esses processos participarem da dinâmica natural, eles podem ser influenciados pela ação humana. A alteração no seu equilíbrio pode trazer graves consequências à sociedade. Sobre os processos geomorfológicos que têm sido intensificados pela influência humana, considere as seguintes afirmativas: 1. O processo de assoreamento tem ocorrido com grande frequência nas áreas mais elevadas do relevo, onde as declividades são mais íngremes, trazendo prejuízos por afetar os chamados topos de morros. 2. Os escorregamentos e as corridas de detritos e lama, que são deflagrados por grande volume de chuvas e ocorrem, predominantemente, em regiões serranas e nas encostas com maiores inclinações, estão entre os processos geomorfológicos que trazem maiores danos à sociedade. 3. A erosão pluvial em vertentes, que traz grandes prejuízos econômicos e ambientais, está condicionada, além de às características do relevo, também aos tipos de solo, à dinâmica das chuvas, à cobertura da vegetação e ao tipo de uso antrópico. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
Exercícios Complementares 01. (UEPG PR) Assinale onde todas as expressões estejam corretamente relacionadas ao item em destaque. 21 01. Vulcão – Vulcanismo, atividade extrusiva, lavas, cratera, câmara magmática, basalto, Cinturão de Fogo do Pacífico, Etna e Vesúvio. 02. Mar – Agente externo, abrasão marinha, erosão eólica, morainas, meandros, marés, ondas e atividades efusivas. 04. Terremoto – Abalo sísmico, agentes internos, causas tectônicas, movimentos naturais que se propagam através de vibrações, sismógrafos, hipocentro, magnitude, escala Richter e epicentro. 08. Geleira – Erosão glaciária, agente interno, fiordes, restingas, tômbolos, dunas, morenas, vales em U e lixiviação. 16. Rio – Agente externo, erosão fluvial, deltas, jusante, estuários, montante, leitos superior, médio e inferior, fluviômetros e meandros. 02. (Puc GO) C13 Geomorfologia
XXII Na planície desolada do meu ser, há muito um anjo me incomoda no seu modo de alar o verbo a plumagem e transmutar-se a duras penas;
456
há muito questiono absolto na descomunal paisagem dos conflitos; e meu coração, tambor ribombando à luz da esfera, a tudo diz que não é tudo nem primavera, mas apenas o se (lenço) de um assombro explodindo na janela! (VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 45.)
O trecho “Na planície desolada do meu ser, / há muito um anjo me incomoda [...]”, constante do texto, faz uma analogia da profundeza solitária do ser humano com uma das formas do relevo da superfície terrestre: a planície. A respeito das características dessa e de outras formas do relevo, marque o item correto entre os apresentados a seguir: a) As formas de relevo são resultado de processos externos que agem sobre a superfície terrestre, como a tectônica de placas, a epirogênese, a orogênese, os vulcanismos, os terremotos.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
03. (Udesc SC) Analise as proposições em relação ao continente africano. I. No relevo predominam os planaltos em escudos antigos. II. O Norte do continente tem grandes restrições para o uso agrícola em razão da presença de um enorme deserto. III. As florestas se concentram na região equatorial do continente. IV. A população se concentra nas zonas litorâneas do continente. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente a afirmativa IV é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 04. (Unitau SP) Uma erupção vulcânica é um fenômeno da natureza geralmente associado à extravasação de material oriundo de regiões profundas da Terra. As rochas originárias desse processo vulcânico são denominadas a) argilosas. b) arenosas. c) magmáticas. d) sedimentares. e) metamórficas. 05. (Unimontes MG) O relevo corresponde às irregularidades contidas na superfície terrestre, e sua formação pode ter duas origens, provenientes de fatores endógenos e exógenos. Sobre os fatores formadores do relevo terrestre, podemos afirmar que a) os fatores endógenos são os responsáveis pelas formações dos relevos denominados mares de morros, localizados na região Sudeste do Brasil. b) os relevos de planalto e serras são áreas sedimentares, pois formam-se pela deposição de sedimentos provenientes de formações rochosas mais antigas. c) os fatores exógenos formam o relevo por meio, principalmente, das erosões, que podem ser glacial, eólica, pluvial e fluvial. d) o homem também é agente transformador das grandes formações do relevo; devido aos avanços tecnológicos, sua intervenção atinge o relevo em escala nacional.
06. (Unievangélica GO) O relevo refere-se ao conjunto das diferentes formas existentes na superfície terrestre, tais como planaltos, planícies, depressões e montanhas. Sua formação, transformação e esculturação é resultado da combinação de dois tipos de fatores e/ou agentes: internos ou externos. São agentes internos do relevo: a) a orogênese e pedogênese, o vulcanismo e os terremotos. b) a orogênese e pedogênese, os terremotos e as erosões. c) o vulcanismo, as erosões e o intemperismo. d) os processos morfogenéticos, o intemperismo e os terremotos. 07. (Unesp SP) Considerando os rios como agentes modeladores do relevo terrestre, é correto afirmar que: a) em seus alto e baixo cursos, predominam tanto os processos de erosão do relevo como de remoção de materiais; em seu médio curso, predominam os processos de deposição e de sedimentação. b) em seu alto curso, predominam os processos de deposição e de sedimentação de materiais; em seu baixo curso, predominam os processos de erosão do relevo e de remoção de materiais. c) em seu alto curso, predominam os processos de erosão do relevo e de remoção de materiais; em seu baixo curso, predominam os processos de deposição e de sedimentação. d) ao longo de todos os seus cursos, os processos de deposição e de sedimentação de materiais predominam sobre os processos de erosão do relevo e de remoção de materiais. e) ao longo de todos os seus cursos, predomina o transporte de materiais, sem que os processos de erosão e de sedimentação tenham relevância sobre o esculpimento do relevo. 08. (UECE) “As histórias que cercam o Buraco das Araras em Jardim, a 239 km de Campo Grande, são parte do passeio. Os turistas que visitam o atrativo turístico ouvem dos guias as teorias para o surgimento da dolina.” Com direito a lendas, Buraco das Araras é passeio imperdível em MS 26/12/2013 06h11 - Atualizado em 26/12/2013 06h15http://g1.globo. com/mato-grosso-do-sul/noticia/2013/12/com-direito-lendas-buraco-das-araras-e-passeio-imperdivel-em-ms.html.
As dolinas são depressões que podem ocorrer em litologias cársticas. Sobre esta forma de relevo, é correto afirmar que a) pode ser formada pela dissolução de rochas calcárias ou pelo desmoronamento do teto de grutas da mesma litologia. b) é comumente encontrada em relevos sedimentares, formada a partir de litologias compostas por rochas como quartzito. c) sua origem está associada à atuação da vegetação nos movimentos de terra das áreas de encosta onde o relevo é predominantemente cristalino. d) pode surgir em qualquer tipo de terreno como consequência das práticas de extração da caulinita sem o manejo adequado.
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C13 Geomorfologia
b) As principais formas do relevo são: montanhas, planícies, depressões, inundações e erosões. c) Nos planaltos predominam os processos de sedimentação, porque eles funcionam como uma barreira orográfica ao transporte de sedimentos pelos ventos. d) As formas de relevo caracterizadas como planície e depressão tendem a apresentar as menores altitudes, inclusive com depressões encontradas abaixo do nível do mar.
FRENTE
C
GEOGRAFIA
MÓDULO C14
ASSUNTOS ABORDADOS nn Geomorfologia brasileira nn Aspectos gerais nn A classificação de Aroldo de Azevedo nn A classificação de Aziz Nacib Ab’Sáber (década de 1960) nn A classificação atual: Jurandyr Ross nn As características e formas da superfície brasileira nn As unidades do relevo
GEOMORFOLOGIA BRASILEIRA Aspectos gerais O território brasileiro sofreu a ação de movimentos tectônicos em eras geológicas remotas. Essas ações resultaram em fortes pressões exercidas pelo magma em direção à crosta terrestre. Em virtude da predominância de formações geológicas antigas, admite-se que as manifestações tectônicas estejam muito diminuídas sob o território brasileiro. Os abalos sísmicos que de tempos em tempos ocorrem em alguns pontos do litoral do Brasil são condicionados à pressão exercida pela expansão da cordilheira Meso-Atlântica. A estrutura geológica do território brasileiro apresenta-se dividida em escudos cristalinos ou maciços antigos (rochas metamórficas e magmáticas). São datados do Pré-Cambriano e correspondem a 36% do território nacional. As bacias sedimentares, por sua vez, recobrem uma área de 64% das formas de relevo do território do país. As condições climáticas presentes no território brasileiro, onde há predominância de médias relativamente elevadas de temperatura, aliadas à grande umidade do país, condicionam os mecanismos externos de atuação do intemperismo e da erosão sobre as rochas cristalinas e sedimentares.
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Nas regiões com maior umidade, o relevo se caracteriza por possuir formas suaves, arredondadas, com topos convexos (como os pães-de-açúcar e as meias-laranjas), típicos das serras elevadas encontradas na região Sudeste. As precipitações pluviais, a ação das enxurradas, a ação das águas fluviais constituem-se as principais modeladoras do relevo. As formas mais abruptas do relevo são encontradas nas regiões com menores índices de precipitações pluviais. A desagregação das rochas, provocada pela ação torrencial das chuvas irregulares, é característica do clima semiárido presente no sertão nordestino. 458
Mapa 01 - Mapa Físico da América do Sul.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Outro fator de extrema importância relacionado aos processos erosivos ocorridos no território brasileiro é a densa rede hidrográfica que atua nas mais diversas regiões do país. Nos planaltos, esses rios atuam como importantes agentes erosivos, enquanto que os rios de planícies agem diretamente nos processos de sedimentação de material desgastado das rochas.
A classificação de Aroldo de Azevedo Durante muito tempo, a classificação mais comum do relevo brasileiro foi a proposta pelo geógrafo Aroldo de Azevedo.
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Nessa classificação, lançada no início da década de 1940, apesar de sua relativa simplicidade, o professor Aroldo já demonstrava a preocupação com o uso de terminologias geomorfológicas. Em sua classificação, ele subdivide o país em quatro grandes planaltos e três planícies, os quais ainda possuíam subdivisões regionais. Mapa 02 - Relevo – Classificação de Aroldo de Azevedo.
A classificação de Aziz Nacib Ab’Sáber (década de 1960)
Observa-se, pelo mapa ao lado (Ab’Sáber), que os compartimentos do relevo são divididos em planaltos e planícies. Essas formas de relevo são caracterizadas por apresentarem superfícies expostas respectivamente a processos erosivos e de deposição. O fato mais significativo nessa classificação é o de que as unidades recebem denominações regionais, e não geológicas, sem que se desconsidere a importância da litologia, ou seja, o estudo das rochas para a caracterização de cada uma delas.
Opirus/Arte
A classificação do geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber foi a primeira a romper, de forma mais definitiva, com a confusão existente entre estrutura geológica e relevo. O relevo, como vimos, modela-se a partir do contato das rochas com a atmosfera. Além disso, no Brasil a estrutura geológica é antiga, mas as atuais formas de relevo, em geral, foram esculpidas recentemente, no decurso da Era Cenozóica.
Mapa 03 - Relevo – Classificação de Aziz Ab’Sáber.
C14 Geomorfologia brasileira
Os planaltos de origem sedimentar (exemplos: parte do planalto Central e o planalto do Maranhão/Piauí) se caracterizam por apresentar muitas chapadas. Os desgastes presentes em áreas sedimentares acabam expondo os vários estratos rochosos, mantendo-se sempre sua feição tabular. Já as elevadas altitudes (exemplo: planalto das Guianas e serras e planaltos do Leste e Sudeste) são explicadas não apenas pela intensa atividade tectônica de tempos remotos , mas, sobretudo, por serem caracterizadas por rochas cristalinas com maior resistência a processos erosivos (exemplo: serras do Sudeste). Portanto, essa classificação proposta por Ab’Sáber foi elaborada com base na estrutura geológica e na influência dos climas atuais sobre a atuação dos processos geomorfológicos. 459
Geografia
#Curiosidades AZIZ AB’SÁBER, GEÓGRAFO E AMBIENTALISTA Fonte: Wikimedia commons
“Um pesquisador com engajamento político.” Essa é a definição para Aziz Ab’Sáber (19242012) dada pelo também geógrafo Wagner Costa Ribeiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e coordenador do Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do IEA. Ribeiro destaca o papel de Ab’Sáber na formulação de conceitos inovadores em geografia e geociências, seu profundo conhecimento do território brasileiro e seu trabalho de classificação do relevo do país. “Sua contribuição para a Teoria dos Refúgios, com Paulo Vanzolini, também é de grande importância.” 70 anos de geografia Aziz Ab’Sáber nasceu em 24 de outubro de 1924, em São Luiz do Paraitinga, SP, e dedicou quase 70 anos ao estudo da geografia. Aos 17 anos ingressou no curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências (FFLC) da USP. Decidiu-se pela geografia, na qual se licenciou em 1944. Tornou-se especialista em geografia física em 1946, quando iniciou estudos sobre geologia e ingressou na USP como jardineiro, passando a prático de laboratório três meses depois, no Departamento de Geologia e Paleontologia da FFLC. Manteve-se no cargo enquanto obtinha o doutorado (1956) e até tornar-se livre-docente (1965), quando passou a dar aulas de geografia física na Universidade. Antes de ser professor da USP, deu aulas no Ensino Médio e na Pontifícia Universidade Católica Aziz Ab’Sáber em seminário em homenagem aos (PUC) de São Paulo. Tornou-se professor titular em 1968, aposentando-se na Faculdade seus 85 anos realizado pelo IEA em outubro de 2009. de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) em 1982. Mesmo aposentado, continuou desenvolvendo suas pesquisas e, em 1988, passou a integrar o IEA como professor visitante da Área de Ciências Ambientais, tornando-se depois professor honorário do Instituto, no qual atuou até a véspera de sua morte em 16 de março de 2012. Ab’Sáber foi autor de estudos e teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil. Sua produção em geografia centrou-se sobretudo em domínios morfoclimáticos e fitogeográficos brasileiros, sertões do Nordeste, estudos amazônicos, superfícies aplainadas do Brasil, Teoria dos Refúgios e na revisão das pesquisas sobre “desertificação” na Campanha Gaúcha de Sudoeste, além de esforços para cruzamento entre o ensino fundamental com uma educação de base regional para o país. Realizou centenas de pesquisas e tratados de relevância internacional nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, fitogeografia, geologia, arqueologia e geografia. Sua produção contabiliza mais de 500 trabalhos, entre artigos acadêmicos, teses, capítulos de livros, prefácios e apresentação de livros, resenhas, publicações em jornais, revistas, documentos e relatórios.
A classificação atual de Jurandyr Ross A classificação do relevo brasileiro realizada por Jurandyr Ross, professor da USP, foi feita a partir de descobertas que revelaram, por exemplo, que a planície Amazônica não possuía as proporções citadas anteriormente. Foi analisada por Ross a quantidade de planaltos proposta pelas duas classificações anteriores, como também as formas de relevo.
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Considerando os grandes compartimentos geológicos da litosfera – escudo cristalino, bacia sedimentar e dobramentos modernos –, as classificações genéricas da estrutura geológica do Brasil apontavam uma combinação de bacias sedimentares (64% do território) e escudos cristalinos (36%), e a inexistência de dobramentos modernos - encontrados na América do Sul somente em sua parte oeste (os Andes). A nova proposta parte da mesma base, apresentando apenas um dado diferente: os escudos cristalinos são divididos em duas partes, em razão das diferentes origens dessas rochas. A primeira delas são as plataformas, terrenos formados na chamada era Pré-Cambriana (abrangendo as eras Azoica, Aqueozoica e Proteozoica), portanto, entre 900 milhões e 4,5 bilhões de anos atrás. Trata-se de terras baixas e aplainadas, predominando as rochas cristalinas. A segunda são os cinturões orogênicos, áreas que sofreram dobramentos antigos e ainda guardam traços serranos, como testemunho da movimentação ocorrida. No Brasil, essas áreas datam também do período Pré-Cambriano, com predomínio de rochas cristalinas. 460
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Mapa 03 - Classificação do relevo brasileiro por Jurandyr Ross.
As características e formas da superfície brasileira Quando se analisa o mapa de altimetria referente ao territóiro brasileiro, percebe-se que o Brasil apresenta altitudes bastante modestas, ou seja, apenas aproximadamente 3% do nosso território possui altitudes acima de 900 m. Mas, por que temos altitudes tão baixas? Há milhões de anos que os agentes endógenos não promovem grandes soerguimentos no país. A não ocorrência desse fenômeno está ligada à nossa atual posição sobre a placa tectônica, afastada das bordas. Assim, sofremos a ação dos agentes exógenos, que provocam desgaste da superfície, sem a contrapartida de grandes soerguimentos.
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As maiores altitudes do país estão localizadas nas serras do Imeri, Parima e Pacaraima, na fronteira com a Venezuela e Guiana. Nelas encontramos o pico da Neblina (ponto culminante do Brasil), o pico 31 de Março, e o monte Roraima. Outra região com altitudes significativas (para os padrões brasileiros) é a do planalto e serras do Atlântico Leste e Sudeste, onde se encontram o pico da Bandeira, Pedra da Mina e o pico das Agulhas Negras. Predominam hoje no Brasil três grandes formas: planaltos, planícies e depressões. O processo de erosão e sedimentação é de fundamental importância para que possamos compreender a existência dessas formações. 461
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Mapa 04 - Mapa altimétrico do Brasil.
As unidades do relevo O relevo brasileiro é classificado em grandes unidades ou compartimentos: planaltos, depressões e planícies. Essa classificação distingue três tipos de compartimentos: planaltos, depressões e planícies. Nos planaltos e nas depressões há o predomínio dos processos erosivos, enquanto que nas planícies predominam os processos de acúmulo de sedimentos. Os planaltos
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Os planaltos brasileiros se diferenciam pelas estruturas geológicas que os sustentam. São registrados planaltos em maciços cristalinos antigos (exemplos: Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste e o Planalto da Borborema) e planaltos em bacias sedimentares (exemplos: Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná). Esses compartimentos são caracterizados como relevos residuais por apresentarem estrutura rochosa com maior resistência aos processos erosivos e permanecem em altitudes mais elevadas do que as altitudes das depressões circunvizinhas. As depressões O desgaste ocorrido pela ação das intempéries em rochas menos resistentes gerou as formas de relevo conhecidas como depressões. As depressões são caracterizadas por circundarem os planaltos e serem constituídas por bacias sedimentares.
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Figura 01 - Seção geológica e geomorfológica do estado de São Paulo. Adaptado de Aziz Ab’Sáber, 1956. “A terra Paulista”, Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, 23:5-38.
As planícies As planícies são as formações do relevo brasileiro que possuem sedimentação recente. Elas são formadas por material depositado no período Quaternário. Suas superfícies apresentam-se aplainadas e ainda em processo de consolidação. A planície do Pantanal Mato-Grossense é a mais extensa das planícies do território brasileiro. O Chaco Sul-Americano é uma extensa área rebaixada presente em terras do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Limita-se a Oeste pelos contrafortes da Cordilheira dos Andes, e a Leste, pelos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. As Planícies e Tabuleiros Litorâneos são, na verdade, um conjunto de compartimentos heterogêneos, formados por sedimentos marinhos, fluviais e lacustres do Quaternário. As planícies estendem-se do leste do Pará até o Rio Grande do Sul, exibindo larguras maiores no norte e chegando a desaparecer em trechos da costa sudeste e sul, onde afloram os embasamentos cristalinos e aparecem em formas de relevo costeiro com vertente abrupta – falésias – em contato direto com o mar. Na costa nordeste, tabuleiros assentados em sedimentos do Terciário interpõem-se nas planícies e formam falésias voltadas para o mar. Ao longo do litoral, sucedem-se paisagens muito diversificadas. No trecho nordestino, destacam-se os cordões arenosos e as dunas do Maranhão e do Ceará, os mangues associados a estuários fluviais de Pernambuco, e as lagoas e brejos de Alagoas. No trecho do sudeste, destacam-se, sobre o pano de fundo das majestosas escarpas da Serra do Mar, formações arenosas dispostas paralelamente às linhas de maré – as restingas – e lagunas do Rio de Janeiro e as enseadas e ilhas costeiras de São Paulo. Nas praias, o trabalho de sedimentação resultante da ação dos ventos forma, muitas vezes, dunas frontais e lençóis de dunas interiores. As dunas são reservas de areia que contribuem para proteger a planície costeira de avanços do mar, por elevação local do nível das águas ou por ocasião de tempestades. Em condições naturais, as dunas frontais sustentam vegetação rasteira, enquanto os lençóis de dunas chegam a apresentar árvores baixas e arbustos.
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A vegetação é a proteção das dunas, fixando-as e impedindo que sejam destruídas pelos ventos e pelas chuvas. A retirada da vegetação rompe o equilíbrio natural, propiciando o transporte das dunas e, com isso, uma atuação mais ampla da erosão marinha sobre a planície costeira. As densidades demográficas são bastante significativas na maior parte das planícies litorâneas. Há metrópoles, diversas capitais de estados e inúmeras cidades de médio porte situadas nesses compartimentos. Em outros trechos, desenvolve-se uma urbanização linear e descontínua, associada ao turismo de praia. A interferência das atividades humanas provoca modificações, às vezes intensas, na morfologia litorânea. Essa interferência afeta padrões de erosão e sedimentação e degrada as paisagens. 463
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Exercícios de Fixação 01. (Enem MEC) As áreas do planalto do cerrado – como a Chapada dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com altitudes que variam de 400 m a 800 m – são importantes para a planície pantaneira mato-grossense (com altitude média inferior a 200 m), no que se refere à manutenção do nível de água, sobretudo durante a estiagem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversidade é assegurada pelas águas da calha dos principais rios, cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras. Cabeceiras ameaçadas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC. Vol. 42, jun. 2008 (adaptado).
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A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície pantaneira e à preservação de sua grande biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a organização de movimentos sociais que exijam a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal mato-grossense. b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a biodiversidade. c) o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão do solo. d) o controle do desmatamento e da erosão, principalmente nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o período de cheias. e) a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os ecossistemas. 02. (FMABC SP) Quando se fala em estrutura geológica a referência é a distribuição geográfica (espacial) das rochas na superfície terrestre. Essa distribuição forma diferentes conjuntos como, por exemplo, os escudos cristalinos, constituídos por rochas cristalinas (ígneas ou magmáticas e metamórficas) antigas como os granitos e gnaisses. Tendo em vista esses conjuntos de estrutura geológica e sua associação com as formas de relevo no Brasil, é correto afirmar que a) no Brasil há o Escudo Brasileiro e o Escudo das Guianas, e o padrão de relevo em suas áreas se caracteriza por médias altitudes - 200 a 800 metros - raramente ultrapassando os 2 000 metros. b) as estruturas geológicas de maior extensão no Brasil são as bacias sedimentares, e o relevo nessas áreas se caracteriza por altitudes mais elevadas do que as dos escudos cristalinos. c) a forma de relevo caracterizada como planalto, que são terras elevadas em meio a áreas erodidas, são ocorrências exclusivas das áreas dominadas por escudos cristalinos, tal como o Planalto das Guianas.
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d) as bacias sedimentares, como o nome diz, constituem-se de rochas sedimentares e as mais antigas, em nosso território, já nem podem mais ser consideradas como áreas de relevo de terras baixas. e) as formas de relevo dependem da estrutura geológica que as suporta, e fatores externos interferem pouco na sua configuração, tal como acontece no Brasil. 03. (Enem MEC) Os movimentos de massa constituem-se no deslocamento de material (solo e rocha) vertente abaixo pela influência da gravidade. As condições que favorecem os movimentos de massa dependem principalmente da estrutura geológica, da declividade da vertente, do regime de chuvas, da perda de vegetação e da atividade antrópica. BIGARELLA, J. J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis: UFSC, 2003 (adaptado).
Em relação ao processo descrito, sua ocorrência é minimizada em locais onde há a) exposição do solo. b) drenagem eficiente. c) rocha matriz resistente. d) agricultura mecanizada. e) média pluviométrica elevada. 04. (Udesc SC) O relevo corresponde às formas do terreno que foram moldadas pelos agentes internos e externos sobre a crosta terrestre. Cada forma de relevo corresponde a um estado da atuação desses agentes. Analise as proposições referentes ao relevo. I.
II.
III.
IV. V.
Planalto é um compartimento do relevo com superfície irregular e altitude superior a 300 metros, onde predominam processos erosivos. Planície é uma parte do relevo com superfície plana e altitude igual ou inferior a 100 metros, onde predominam os acúmulos recentes de sedimentos. Depressão é uma fração do relevo mais plano que o planalto, onde predominam processos erosivos, com suave inclinação e altitude entre 100 e 500 metros. No Brasil predominam planaltos e depressões. Talude é a parte do relevo submarino, onde há o encontro da crosta continental com a crosta oceânica, formando desníveis de profundidade variável que chegam a atingir 3 mil metros.
Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente a afirmativa V é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
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Exercícios Complementares 01. (Puc RS) A planície costeira do Rio Grande do Sul, localizada na porção leste do Estado, é a paisagem de formação geológica mais recente do território gaúcho (quaternário). Apresenta-se mais estreita no seu trecho norte e mais ampla nas porções centro-sul. Além dessas características, a planície costeira I. é formada basicamente por deposição sedimentar originária de avanços e recuos do nível do mar nos últimos quatrocentos mil anos. II. apresenta um grande número de corpos d-água − lagunas e lagoas costeiras − que configuram um registro na paisagem de níveis de mar mais alto, relacionado aos períodos de aquecimento global de um passado geológico recente. III. apresenta, como cobertura vegetal original, a vegetação de restingas sobre sequências de depósitos sedimentares marinhos/eólicos, intercalados com corpos d-água. IV. tem, como limite interior, no trecho norte, as escarpas do Planalto Meridional; e, no trecho sul, os leques aluvias junto à encosta do embasamento cristalino. Estão corretas as características a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III, IV.
b) área rebaixada e aplainada, sujeita a constante processo de erosão e com eventual ocorrência de relevos residuais, formados por inselbergs, que são rochas do escudo cristalino, resistentes aos processos erosivos. c) área de deposição formada, exclusivamente, por material sedimentar que confere a ela uma topografia aplainada. d) área do núcleo cristalino arqueado com altitudes superiores a 1000m apresentando eventual ondulamento típico de regiões com atividade erosiva. e) área de depressão absoluta por se encontrar abaixo do nível do mar, mas que se apresenta seca devido à barreira formada pelo Planalto da Borborema que impede o avanço do oceano. 03. (FPS PE) O mapa a seguir reveste-se de uma particular importância, sobretudo para os estudos ambientais. O que ele está representando?
02. (IFPE) ESTRUTURA DO RELEVO NORDESTINO A geologia do Nordeste brasileiro apresenta estruturas antigas e recentes formadas por processos de cristalização e sedimentação, como podemos ver nesse perfil de leste-oeste confeccionado por Jurandyr Ross, em que se destacam unidades como a do Planalto da Borborema e os Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba, além da Depressão Sertaneja e os Tabuleiros litorâneos.
a) As grandes bacias hidrográficas b) As unidades fitoecológicas c) As unidades da estrutura geológica d) As principais áreas de tensão ecológica
ROSS, Jurandyr. Geografia do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996.
Considerada uma importante e extensa unidade de compartimentação do relevo da região Nordeste, a Depressão Sertaneja é caracterizada como a) área de alta altitude resultante de antigos planaltos do escudo cristalino brasileiro que se apresenta como testemunho da atuação tectônica na região.
04. (UFPR) No dia 11 de março de 2011, ocorreu na região central da Serra do Mar paranaense um conjunto de escorregamentos, desencadeados em virtude de elevados índices pluviométricos concentrados nesse dia, associados à umidade acumulada dos dias antecedentes. Os escorregamentos, predominantemente, situaram-se nas posições superiores e íngremes das encostas. O volume de material desprendido nesse episódio, por meio dos escorregamentos, consistiu de
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e) Os grandes grupos de solos
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blocos rochosos, solo e troncos de árvores, que foram transportados e seguiram caminho de fluxo em direção às áreas de planície, resultando em mortes e grandes danos por destruição total ou parcial de casas, ruas, estradas, pontes e lavouras. Sobre esse evento ocorrido na Serra do Mar do estado do Paraná, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Os solos nas posições superiores das encostas da Serra do Mar paranaense apresentam-se pouco espessos, característica que contribuiu para os escorregamentos, levando a uma rápida saturação hídrica pelo evento de chuva, o que promoveu o desencadeamento dos processos. ( ) Um dos fatores que agravou a ocorrência dos escorregamentos nesse evento na Serra do Mar paranaense foi a ocupação urbana nas áreas mais elevadas, pois exercem grande peso nas encostas. ( ) A declividade da encosta afeta diretamente na sua estabilidade frente aos processos de escorregamento, motivo pelo qual a maior parte deles ocorreu nas áreas mais declivosas. ( ) Consensualmente, sabe-se, no meio científico, que, devido ao aquecimento global promovido pela ação do homem, os valores de precipitação aumentarão na Serra do Mar, ampliando cada vez mais a ocorrência desses processos e a sua área de influência. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – V. b) F – V – V – V. c) V – F – V – F. d) F – F – F – V. e) V – V – F – F. 05. (FGV SP) Considere os mapas a seguir.
(Maria E. R. Simielli. Geoatlas, 2013. Adaptado)
Os mapas apresentam as grandes estruturas geológicas brasileiras. Sobre eles, é correto afirmar que temos, a) em A, escudos cristalinos compostos por rochas magmáticas e metamórficas. b) em B, maciços antigos compostos por rochas ígneas intrusivas e extrusivas. c) em A, bacias sedimentares compostas por rochas aluvionais. d) em B, crátons compostos por rochas cristalinas e magmáticas. e) em A, depósitos sedimentares compostos por materiais orgânicos. 06. (USF SP) Analise o texto a seguir. Neste ponto, começou a dar-se um fenômeno muito interessante. A água, de tanto lidar com o Calor e o Ar, fez com eles um trato. “Está muito feia a terra, assim reduzida a uma rocha dura.” − disse a Água. “Precisamos combinar umas modificações que permitam o aparecimento da Vida. Quero ver a terra cheia de verdura e de bichos que andem, corram e se ataquem uns aos outros”. (...). Na sua mania de corroer tudo, ela vai rebaixando o solo, afundando-o até que alcança o alto da capa impermeável e a ataca. (...) Como é democrática! −
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exclamou Narizinho. LOBATO, 1972, p. 14-35.
No texto, Monteiro Lobato descreve o conceito de a) magmatismo. b) tectonismo. c) metamorfismo. d) intemperismo. (Maria E. R. Simielli. Geoatlas, 2013. Adaptado)
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e) grau geotérmico.
FRENTE
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GEOGRAFIA
MÓDULO C15
PEDOLOGIA A pedologia é um ramo da ciência do solo que trata de estudos relacionados com a identificação, morfologia, classificação e mapeamento dos solos. Embora seja uma ciência relativamente recente, ela é de suma importância para: Agronomia, Geografia, Geologia, Engenharia, Biologia, Arqueologia, dentre outras áreas do conhecimento. Os estudos e análises dos variados tipos de solos tornam-se fundamentais para essas várias áreas, uma vez que o solo é crucial para as diversas sociedades espalhadas pelo planeta Terra, além de ser o substrato principal da produção de alimentos. Os solos também se constituem em uma das principais fontes de nutrientes e sedimentos que são depositados em vários mananciais.
ASSUNTOS ABORDADOS nn Pedologia nn O solo e seu processo de formação nn Material de origem nn Processos de formação do solo nn Processos específicos de formação do solo nn Propriedades físicas do solo nn Os solos nn Os solos brasileiros
O solo e seu processo de formação O solo é um recurso natural indispensável à humanidade, sendo necessária uma escala de tempo que varia de centenas a milhares de anos para a formação de poucos centímetros desse recurso.
Fonte: Wikimedia commons
O solo é essencial para as plantas, pois serve como sustentação para variadas formações vegetais. O lento processo de formação dos solos está ligado aos agentes biológicos, físicos e químicos. Esse processo, que pode levar milhares de anos, pode ser destruído, em pouco tempo, por fenômenos naturais ou até mesmo por práticas ou utilizações incorretas. A composição mineral de um solo é resultado dos processos erosivos ao longo do tempo. Um solo é constituído essencialmente por matéria mineral e orgânica - sua fração sólida; por água - sua fração líquida; e ar - fração gasosa. Por esse motivo, o solo é considerado um sistema trifásico. As proporções de cada constituinte variam, principalmente, de acordo com a natureza de cada solo, o qual é constituído por partículas de diferentes tamanhos. Sua parte mineral é composta de: argila (< 0,002 mm), silte (0,002 - 0,05 mm), areia (0,05 - 2 mm), cascalho (2 mm - 2 cm), calhau (2- 20 cm) e matacão (> 20 cm).
Figura 01 - A formação do solo é resultado da ação simultânea do clima e de organismos que atuam sobre um material de origem (rocha) que ocupa determinada paisagem ou relevo, durante certo período de tempo.
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Geografia
A água desempenha um papel muito importante, uma vez que as plantas retiram do solo, por meio das suas raízes, a água de que necessitam e que irá transportar os nutrientes para a sua parte aérea (ramos e folhas). Porém, nem toda a água que se encontra no solo está disponível para as plantas. O ar é outro dos componentes do solo, essencial à respiração, não só das raízes das plantas, mas também de toda a fauna existente.
Tempo O processo inicial de formação de um solo começa a ocorrer a partir do momento em que uma rocha sã começa a ser alterada ou até mesmo quando um processo de sedimentação é finalizado. Clima Os fatores climáticos atuam de forma isolada no processo de formação e modificação dos solos. Esses processos estão ligados ao intemperismo que atua em cada região em questão. O fator clima (precipitação pluvial e temperatura) é o que mais contribui para essas intempéries. A água é um elemento de fundamental importância para que haja as reações químicas (intemperismo). Dessa forma, a água age (intemperismo) de forma direta (como solvente), e indireta (favorecendo os seres vivos que irão acelerar os processos intempéricos). Quando essas reações são processadas, a circulação de água exercerá um importante papel na remoção de partículas sólidas (erosão) e produtos solúveis (lixiviação) do intemperismo. Cabe ressaltar que quanto maior for a disponibilidade de água (total de chuvas e sua distribuição durante ano) e mais frequente for a sua renovação (processo de drenagem), mais completas serão as reações químicas do intemperismo.
Figura 02 - Composições típicas do solo.
C15 Pedologia
A pedogênese ou formação do solo é estudada pela pedologia, cujas noções básicas e conceitos fundamentais foram definidos no ano de 1877 pelo cientista russo Dokuchaev. Até essa época, prevaleceu a visão geológica que considerava o solo apenas um manto de fragmentos de rocha e produto de alteração, refletindo unicamente a composição da rocha que lhe deu origem. Com a constatação da existência de solos diferentes desenvolvidos a partir de uma mesma rocha de origem, a concepção sobre o que é o solo passou a ter uma conotação mais genética, em que o solo é identificado como um material que evolui no tempo, sob a ação dos fatores naturais ativos na superfície terrestre. Dentre os fatores de formação do solo, o material de origem e o tempo são considerados fatores passivos, clima e organismos são fatores ativos, e o relevo é fator controlador. O fator passivo de formação do solo é considerado aquele que não adiciona e não exporta material, nem gera energia que possa acelerar os processos de intemperismo e pedogênese. Aos fatores ativos, se atribui o provimento de energia e compostos químicos que promovem os processos de formação do solo.
Material de origem O material de origem de um solo pode ser uma rocha ou um sedimento inconsolidado, aluvial - depósito de rio, ou coluvial - depósito de material no sopé das elevações. 468
A temperatura desempenha um papel duplo, condicionando a ação da água. Ao mesmo tempo em que acelera as reações químicas, aumenta a evaporação, diminuindo a quantidade de água disponível para a lixiviação dos produtos solúveis. A elevação da temperatura em 10°C, por exemplo, gera um aumento de duas a três vezes a velocidade das reações químicas.
Processos de formação do solo São tidos como os processos que produzem as modificações que ocorrem no solo. Esses processos são resultados de fatores relacionados à formação do solo, como adição, perda, transformação e translocação. A ação mais ou menos pronunciada de um ou mais desses processos gerais conduz aos chamados processos específicos de formação do solo. Adição Qualquer contribuição externa (ex.: chuva, ar, vegetação) ao perfil do solo é classificada como adição. São exemplificadas pela adição de matéria orgânica (restos orgânicos animais e vegetais), poeiras e cinzas trazidas pelo vento, materiais depositados tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas, gases que entram por difusão nos poros do solo, adubos, corretivos, agrotóxicos, adição de solutos pela chuva etc.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Remoção ou perda
Podzolização
É representada pela perda de gases, líquidos ou sólidos sofrida por uma determinada porção de solo. Essa perda pode ocorrer nas camadas superficiais (perda de nutrientes pelas colheitas ou queimadas) ou nas camadas mais profundas (processo de lixiviação proporcionado pelo lençol freático).
O processo de podzolização se caracteriza pela translocação de argila e de compostos organominerais dentro do perfil de um solo. Os processos de adição, perda e transformação do solo ocorrem concomitantemente com a translocação. A podzolização é fenômeno característico de regiões de clima temperado. Essas regiões são condicionadas pelo acúmulo de matéria orgânica, produção de ácidos húmicos, dispersão de óxidos de ferro e alumínio, e um enriquecimento (relativo) em sílica.
Caracteriza-se pelo movimento de materiais de um ponto a outro dentro do perfil de um solo. Esses processos de translocação podem ser exemplificados pela movimentação de argilas e/ou solutos de um horizonte para o outro no perfil, pelo preenchimento de espaços vazios deixados por raízes decompostas, pela ação de seres vivos (como minhocas e formigas), pelo movimento de materiais relativos às atividades agrícolas dentre outros. Transformação Constituem-se em processos relativos às transformações físicas, químicas ou biológicas dos constituintes do solo. Essas transformações envolvem síntese e decomposição. As transformações físicas são caracterizadas pela quebra de minerais e rochas, pelo umedecimento e secagem do solo (nesse caso há a quebra de agregados), e pela compressão gerada pelo crescimento de raízes. Nas transformações químicas, além da atuação da água, ocorre a neoformação de minerais da fração argila do solo.
Processos específicos de formação do solo Processos como os de adição, transformação e remoção são responsáveis pela formação dos variados tipos de solos. A latossolização, o hidromorfismo, a salinização e a podzolização são os principais processos específicos de formação de um solo.
Hidromorfismo O hidromorfismo é caracterizado pela submersão contínua de algumas camadas ou horizontes do solo. No processo específico de formação de solos hidromórficos, alguns horizontes estão sujeitos à submersão contínua ou periódica. Os processos gerais que mais se destacam são o da transformação de minerais passíveis de redução, e a adição de matéria orgânica. Pelo fato de possuir menor taxa de composição, há maior adição de matéria orgânica. A grande porcentagem de água nesse tipo de solo proporciona menor quantidade de oxigênio.
Propriedades físicas do solo Textura De acordo com a EMBRAPA, “textura é um termo empregado para designar a proporção relativa das frações argila, silte ou areia no solo. Estes se diferenciam entre si pelo tamanho de suas partículas (granulometria). A textura é, geralmente, determinada em laboratório. Muitas vezes, no entanto, ela pode ser avaliada diretamente no campo, como é o caso das descrições de perfis de solos”.
Latossolização Consiste no processo específico de formação dos latossolos. Nesse caso sobressaem os processos gerais de remoção e transformação. As condições climáticas e a ação de organismos ao longo do tempo são responsáveis pelos fatores dessa formação. Com a perda de sais básicos, que são mais solúveis, durante o processo de latossolização, o solo tende a se tornar mais ácido (aproximando-se do pH neutro). Tudo isso permite um solo com alta permeabilidade e arejamento. Nesse caso, pode-se compará-lo aos solos arenosos, mesmo que contenham altos teores de argila. Os latossolos estão presentes em extensos chapadões, que, por serem planos, são caracterizados pelo intenso processo de lixiviação (grande quantidade de precipitação pluvial como agente do intemperismo).
argila
< 0,002 mm
silte
0,002 – 0,05 mm
areia
0,05 – 2 mm
cascalho
2 mm – 2 cm
calhau
2 – 20 cm
matacão
> 20 cm
http://marianaideiasforadacaixa.files.wordpress.com/2010/10/textura-do-solo-sistema-de-atterberg-pedologia.jpg
Estrutura A estrutura de um solo é classificada quanto à forma, tamanho e grau de desenvolvimento. A forma da estrutura do solo corresponde à sua geometria, ou seja, à intensidade das forças de coesão entre as partículas minerais e orgânicas, além da ação física e química de microorganismos (ani469
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Translocação
Geografia
mais e vegetais). O tamanho das unidades estruturais varia de > 1mm a vários centímetros. A classificação varia de muito pequeno a muito grande. O grau de desenvolvimento é o reflexo da condição de coesão dentro e entre os agregados. Porosidade O espaço do solo que não é ocupado por partículas está relacionado à sua porosidade. Nesse espaço (poros) a água e o ar acabam ocupando o lugar das partículas. Nos solos arenosos ocorre a predominância de macroporos, enquanto que nos solos argilosos a tendência é a de microporos. Permeabilidade A permeabilidade de um solo é a referência de menor ou maior facilidade com que a água, o ar e as raízes atravessam o solo. Os solos permeáveis são aqueles que deixam atravessar mais facilmente a água, o ar e partes vegetais, enquanto que os solos que não deixam atravessar a água, o ar e as partes vegetais, chamam-se impermeáveis. Coesão Entende-se por coesão a resistência que a fração argilosa empresta ao solo. Ela determina a ligação, entre si, das partículas de um solo. Os solos são classificados como leves e soltos quando as partículas apresentam baixa capacidade de se agregarem entre si (exemplo: areias puras e pedregulhos). No caso da alta capacidade de se agregarem, os solos são denominados compactos ou fortes.
solo. Essa superfície vertical exposta, com seu conjunto de horizontes ou camadas, é denominada perfil do solo, o qual apresenta variação predominantemente no sentido vertical (anisotropia vertical). O solo, por apresentar anisotropia horizontal e vertical, é um corpo tridimensional. Os vários horizontes e camadas componentes de um perfil de solo nem sempre são evidentes e nem sempre têm limites bem definidos. Em depósitos geológicos muito recentes, tais como material aluvial depositado às margens de rios, lagos e encostas íngremes muito erodidas, horizontes genéticos podem não ser distinguíveis. À medida que a formação do solo prossegue, podem ser detectados horizontes, em seus primeiros estágios, por meio do estudo de amostras em laboratório. O solo é variável nas três dimensões. Quando se observa a variação vertical em um corte de estrada, tem-se um perfil, isto é, a face de um conjunto de seções, zonas ou faixas mais ou menos paralelas à superfície. Quando as camadas evidenciam a diferenciação do perfil (por efeito dos processos formadores do solo), são chamadas de horizontes; caso contrário, são apenas camadas. A, E e B são sempre horizontes principais; C, O, H e F, dependendo da evolução pedogenética, podem ser horizontes ou camadas.
Cor A cor do solo é o resultado da natureza do material de origem, além de variados fatores que estão relacionados ao seu processo de formação (exemplo: matéria orgânica e drenagem interna). Na classificação dos diferentes tipos de solos, a cor (em conjunto com a textura e a disposição dos horizontes) é uma das propriedades mais importantes. Perfil do solo
Essas diferenças, na escala pequena ou grande, refletem-se, em geral, em substanciais diferenças no uso. As áreas têm padrões diferentes, e é sempre um bom exercício de observação. Em cortes de estrada ou em paredes de trincheira, observa-se no solo a ocorrência de uma sucessão vertical de camadas diferenciáveis entre si. São, nesses casos, os horizontes produzidos pela ação dos processos de formação do 470
Opirus/Arte
C15 Pedologia
Os solos variam de acordo com as condições ambientais (clima, organismos, material de origem e tempo), em uma escala continental ou local. É comum a diferença entre os solos de elevações e os das baixadas (terraços e leitos maiores).
Figura 03 - Composição média (fases) do solo.
Opirus/Arte
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Figura 04 - Escala continental.
Os solos Pércio de Moraes Branco
As rochas existentes na superfície da terra estão sujeitas ao intemperismo, que é o conjunto das modificações de natureza física (desagregação) e química (decomposição) que elas sofrem e que dependem de vários fatores, como clima, relevo, fauna, flora, tipo de rocha e tempo de exposição. Os produtos friáveis e móveis formados pelo intemperismo e que não são imediatamente removidos pela água, vento ou gelo evoluem, sofrendo uma reorganização estrutural, e dão origem ao que se chama de solo, em um processo conhecido por pedogênese. Perfil e horizontes A estrutura de um solo compreende várias camadas horizontais diferentes em cor, textura, composição etc. Cada uma dessas camadas é um horizonte do solo e seu conjunto constitui o que se chama de perfil do solo. A delimitação dessas camadas é feita visualmente no campo, pelo pedólogo, o especialista em solos.
Fonte: Wikimedia commons
A figura mostra um perfil de solo, com seus diferentes horizontes descritos a seguir: O – horizonte formado pela matéria orgânica em via de decomposição, razão de sua cor escura. nn Horizonte A – zona com mistura de matéria orgânica e substâncias minerais, com bastante influência do clima e alta atividade biológica. nn Horizonte B – horizonte caracterizado pela cor forte e pela acumulação de argilas procedentes dos horizontes superiores e também de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio. nn Horizonte C – mistura de solo pouco denso com rocha-matriz pouco alterada. nn Horizonte
Horizonte
C15 Pedologia
nn Horizonte
D – rocha matriz sem alteração (não representada na figura).
Entre os horizontes A e B é possível, às vezes, delimitar um horizonte E, caracterizado pela remoção de argila, matéria orgânica e óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, que vão se acumular no horizonte logo abaixo.
Figura 05 - Perfil de solo.
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Geografia
Classificação dos solos São bastante conhecidas as classificações francesa e portuguesa, muito usadas para os solos africanos; e a classificação adotada pela FAO (Food and Agricultural Organization, órgão da ONU), usada para uma classificação mundial dos solos. A mais difundida, porém, é a classificação norte-americana (Soil Taxonomy), que compreende 12 ordens de solo divididas em subordens, grandes grupos, grupos, famílias e séries.
Os solos brasileiros O território brasileiro encontra-se quase todo na zona tropical e tem um relevo que desde o final do Cretáceo não sofreu grandes movimentações. Assim, a natureza da rocha e o relevo têm importância secundária na formação dos solos. Logo, o clima é o fator predominante na pedogênese. Solo
Características
Neossolo
Solo pouco evoluído, com ausência de horizonte B. Predominam as características herdadas do material original
Vertissolo
Solo com desenvolvimento restrito; apresenta expansão e contração pela presença de argilas 2:1 expansivas.
Cambissolo
Solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente.
Chernossolo
Solo com desenvolvimento médio; atuação de processos de bissialitização, podendo ou não apresentar acumulação de carbonato de cálcio.
Luvissolo
Solo com horizonte B de acumulação (B textural), formado por argila de atividade alta (bissialitização); horizonte superior lixiviado.
Alissolo
Solo com horizonte B textural, com alto conteúdo de alumínio extraível; solo ácido.
Argissolo
Solo bem evoluído, argiloso, apresentando mobilização de argila da parte mais superficial
Nitossolo
Solo bem evoluído (argila caulinítica – oxi-hidróxidos), fortemente estruturado (estrutura em blocos), apresentando superfícies brilhantes (cerosidade)
Latossolo
Solo altamente evoluído, laterizado, rico em argilominerais 1:1 e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio
Espodossolo
Solo evidenciando a atuação do processo de podzolização: forte eluviação de compostos aluminosos, com ou sem ferro; presença de húmus ácidos
Planossolo
Solo com forte perda de argila na parte superficial e concentração intensa de argila no horizonte subsuperficial
Plintossolo
Solo com expressiva plintitização (segregação e concentração localizada de ferro)
Gleissolo
Solo hidromórfico (saturado em água), rico em matéria orgânica, apresentando intensa redução dos compostos de ferro.
Organossolo
Solo essencialmente orgânico; material original compõe o próprio solo Tabela Embrapa Classificação Solos
UM ERRO HISTÓRICO Quando os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil, instalaram-se em áreas de solo argiloso, desenvolvidas sobre basaltos. Esses solos são avermelhados pela oxidação da magnetita (um óxido de ferro), sempre presente no basalto. C15 Pedologia
Em razão dessa cor, aqueles italianos chamaram o solo de terra rossa, ou seja, terra vermelha. Mas, pela semelhança de rossa com roxa, os brasileiros passaram a chamar a terra vermelha de terra roxa, um equívoco que se perpetuou e continua sendo usado. Fonte:http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/ Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/Os-Solos-2620.html
472
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Exercícios de Fixação 01. (Enem MEC)
03. (Puc RJ)
Fonte: http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/ riscos/risco11b.html. Acesso: 04 mai 2015.
O gráfico relaciona diversas variáveis ao processo de formação de solos. A interpretação dos dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois nas áreas a) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e grande profundidade de solos. b) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se relaciona com a menor profundidade das rochas inalteradas. c) de latitudes em torno de 30° ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que há maior umidade. d) tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo químico da água sobre as rochas. e) de menor latitude ocorrem as maiores precipitações, assim como a maior profundidade dos solos. 02. Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas. GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).
A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é a) a aração. d) a drenagem. b) o terraceamento. e) o desmatamento. c) o pousio.
O movimento de massa que forma, lentamente, a paisagem natural da gravura selecionada é conhecido por a) voçoramento. b) queda. c) rastejo. d) escorregamento. e) clivagem. 04. (UEFS BA) Com base nos conhecimentos sobre o intemperismo como raiz da transformação das rochas, os solos e sua importância econômica, é correto afirmar: a) Os horizontes dos solos não permitem identificar sua origem e idade. b) A alteração das rochas sempre se verifica na formação de fragmentos, principalmente nos climas intertropicais úmidos. c) A Amazônia brasileira tende a melhorar seus solos com o avanço do desmatamento, uma vez que a camada superficial rica em húmus está assentada em uma camada compacta. d) A queimada limpa, incorporando cinza orgânica, cupins, formigas e minhocas, é responsável pela aeração e pelo aumento da fertilidade do solo. e) A origem do solo está ligada ao intemperismo sobre as rochas, sendo fundamental para o desenvolvimento das atividades agropecuárias e para a fixação dos grupos humanos. 05. (UECE) Os solos são o produto da desagregação das rochas pelos processos físicos, químicos e biológicos, sendo constituídos, do ponto de vista pedológico, por matéria mineral, ar, água, matéria orgânica e atividade biológica. Os latossolos são solos a) pouco evoluídos, com ausência de horizonte B. b) altamente evoluídos e ricos em argilominerais. c) essencialmente orgânicos. d) derivados de rochas calcárias.
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C15 Pedologia
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009 (adaptado).
Geografia
Exercícios Complementares 01. (UECE) Os movimentos de massa são um importante agente do meio físico, responsável pelo processo de evolução das vertentes e, consequentemente, da superfície como um todo. Considerando esses movimentos, analise as afirmações abaixo. I. Solifluxão corresponde aos movimentos coletivos do regolito quando este se encontra saturado de água. Ocorre quando a presença de uma camada impermeável do regolito impede a penetração da água, provocando a concentração e saturando a camada sobrejacente. II. Creep e escoamento difuso são os principais processos que explicam a convexidade das encostas. O reflexo do rastejamento é observado na curvatura de árvores, postes inclinados e pequenos terraços ao longo das encostas. III. Corrida de lama ou mudflow são formas rápidas de escoamento de fluidos viscosos, com ou sem uma superfície definida de movimentação. De caráter hidrodinâmico, são ocasionadas pela perda de atrito interno, em virtude da destruição da estrutura, em presença de excesso de água. Está correto o que se afirma em a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e III apenas. d) I, II e III.
03. (UEMG) BANGCOC AFUNDA, EM MÉDIA, DEZ MILÍMETROS POR ANO, SEGUNDO ESPECIALISTAS. “De acordo com as conclusões do estudo, Bangcoc afunda em média dez milímetros ao ano, embora haja certas áreas da capital que cheguem aos 20 milímetros”. Durante anos, a cidade foi chamada de “a Veneza do Leste” por sua complexa rede de canais provenientes das águas do rio Chao Phraya, sendo as embarcações a principal forma de transporte tanto humano como de mercadorias. A partir da década de 1950 as autoridades taparam grande parte dos canais por motivos higiênicos, mas ainda hoje restam alguns que sulcam a capital entre casas e mercados flutuantes. Esta obstrução de forma precipitada de canais é uma das causas pelas quais o solo tende a afundar-se com o peso dos inumeráveis edifícios que são erguidos na cidade, ressaltou o especialista de recursos hídricos. “O controle urbanístico da cidade não é nada conveniente, com a construção desenfreada de edifícios e com materiais não adequados ao tipo de solo da capital.” http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/bangcoc-afunda-10milimetros-por-ano-devido-a-erosao-do-solo-26/09/2015
02. (Famerp SP) Taxa de infiltração em diferentes tipos de solo
http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/ geologia/11_aguas_subterraneas_d.htm
A textura de um solo e sua aparência, ou “sensação de toque” dependem de tamanhos relativos e formas das partículas, bem como da faixa ou distribuição de tamanhos. (Antonio J. T. Guerra (org.). Processos erosivos nas encostas. In: Antonio J. T. Guerra e Sandra B. Cunha. Geomorfologia, 2012. Adaptado.)
C15 Pedologia
Considerando a leitura do gráfico e os conhecimentos acerca da formação dos solos, é correto afirmar que o escoamento a) superficial ocorrerá primeiro no solo argiloso. b) subsuperficial sofrerá saturação por último no solo arenoso. c) superficial ocorrerá primeiro no solo siltoso. d) subsuperficial sofrerá saturação por último no solo argiloso. e) superficial ocorrerá primeiro no solo arenoso.
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Levando-se em consideração o tipo de solo na construção da paisagem urbana, da capital Tailandesa, e as informações obtidas no texto e ilustração acima, é CORRETO afirmar que refere-se a um tipo de solo a) arenoso, com baixo teor de matéria orgânica, pouca capacidade de retenção de água e menor escoamento superficial. b) argiloso que retém muita água, mais compacto e maior escoamento superficial.
Ciências Humanas e suas Tecnologias Gabarito questão 04 a) A erosão caracteriza-se pelo processo de desagregação, remoção e transporte de partículas existentes no solo e na litosfera, por meio da ação de diversos agentes, como água, vento, gelo, organismos (animais e vegetais) e ação antrópica. O assoreamento é um fenômeno decorrente da erosão e caracteriza-se pela deposição de sedimentos no leito de rios, mares, lagos e reservatórios, tornando-os mais rasos.
04. (Unicamp SP) A erosão dos solos é um fenômeno natural e acontece em áreas onde existe certa declividade. O delta do rio Nilo, por exemplo, é historicamente conhecido pela deposição de sedimentos férteis que provêm da erosão dos solos na Etiópia, ou seja, em alguns lugares a erosão e a deposição dos sedimentos contribuem para a manutenção da fertilidade natural dos solos. Durante séculos a fertilidade do rio Nilo se manteve, mas a construção de barragens, para controle do regime hídrico, alterou esse equilíbrio. Os problemas relacionados à erosão são agravados quando as taxas de perda de solo ultrapassam certos níveis naturais, o que normalmente resulta da falta de práticas conservacionistas. (Adaptado de A. T. Guerra e M. do C. O. Jorge. Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2013, p.8.)
a) Explique o que são erosão e assoreamento. b) Em rios das áreas tropicais, que sinal evidencia a ocorrência de erosão? Aponte uma causa da erosão em áreas urbanas periféricas das grandes cidades de regiões tropicais. 05. (UEPG PR) A respeito dos solos, formação, tipos e degradação, assinale onde todos os termos são relacionados ao assunto. 24 01. Anticiclonais, pampeiro, ressurgência, matéria orgânica, interzonais, cambissolo. 02. Regolito, canga, ácido, halomórfico, afélio, diáspora, conurbação, verticalização. 04. Aluviais, salmourão, assoreamento, grumossolo, ponto de saturação, ciclonais, siroco. 08. Pedologia, húmus, horizontes ou camadas, loess, massapê, laterítico, salinização. 16. Eluviais, zonais, tchernozion, terra roxa, orgânicos, podzol, latossolo, lixiviação. 06. (Fac. Cultura Inglesa SP) Analise o esquema.
(Igo F. Lepsch. 19 lições de pedologia, 2011.)
O esquema ilustra o perfil de um solo ideal em ambientes tropicais. Analisando-o, é correto afirmar que o horizonte pedogenético C apresenta a) alto teor de matéria orgânica, dividido em áreas zonais, azonais e intrazonais. b) máxima expressão de cor, resultado do processo de laterização. c) material inconsolidado de rocha, pouco alterado pela ação do intemperismo. d) menor quantidade de minerais, resultado de constantes processos de lixiviação. e) nenhuma alteração basal, preservando as características da rocha-mãe.
07. (UECE) Os processos pedogenéticos são mecanismos e/ou reações físicas, químicas e biológicas que produzem, no solo, características relacionadas com os fatores de formação. Atente ao que se diz sobre a formação de alguns tipos de solo. I. Os chernossolos são derivados de material argiloso ou muito argiloso e com alta saturação por bases e, ao mesmo tempo, sob vegetação com alta biomassa no horizonte A. II. Os neossolos quatzarênicos podem-se formar sobre depósitos arenosos, da mesma forma, local e processo como se formam os neossolos flúvicos. III. A origem dos organossolos está relacionada ao excesso de água e à alta taxa de adição de restos orgânicos. Está correto o que se afirma em a) I e III apenas. b) I, II e III. c) III apenas. d) I e II apenas. 08. (Unimontes MG) Associe o tipo de solo com a suas características principais. 1. Solo arenoso 2. Solo argiloso 3. Solo humoso (húmus) 4. Terra roxa ( ) É bastante fértil, pois contém grande concentração de material orgânico em decomposição; logo, é adequado para a realização da atividade agrícola. ( ) É extremamente fértil e possui a tonalidade avermelhada, uma vez que tem sua origem relacionada a partir da decomposição de rochas; nesse caso, o basalto. ( ) É muito permeável, pois a água infiltra facilmente; no entanto, em geral, é pobre em nutrientes. ( ) É formado por grãos pequenos e compactos, sendo pouco permeável e apresenta boa quantidade de nutrientes; por isso, é apto à agricultura. A sequência CORRETA é a) 2, 4, 1 e 3. b) 3, 1, 4 e 2. c) 2, 1, 4 e 3. d) 3, 4, 1 e 2.
Gabarito questão 04 b) Em rios de áreas tropicais, uma significativa evidência da ocorrência de erosão é a perda da transparência das águas, devido à enorme quantidade de sedimentos diluídos ao longo dos seus cursos. Nas áreas urbanas periféricas das grandes cidades de regiões tropicais, a ocupação irregular das encostas e fundos de vale deixa o solo exposto à ação de agentes erosivos. Isso potencializa o processo erosivo e acarreta maior assoreamento no leito dos rios existentes nas imediações dessas áreas.
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C15 Pedologia
c) argiloso, de baixa porosidade, pouco arejado, impermeável e dificuldade de drenagem. d) arenoso que possui pequenos grãos, de baixa porosidade, pouco permeável e com maior fertilidade.
FRENTE
C
GEOGRAFIA
MÓDULO C16
ASSUNTOS ABORDADOS nn Pedologia brasileira nn Classificação dos solos brasileiros nn Classificação dos principais solos encontrados no Brasil
PEDOLOGIA BRASILEIRA As bases da pedologia, ramo do conhecimento relativamente recente, ou Ciência do Solo como também é chamada, foram lançadas no ano de 1880 na Rússia pelo geólogo Vasily Dokuchaiev. Dokuchaiev citou que um solo não se caracterizava por um simples amontoado de materiais não consolidados, em diferentes estágios de alteração. Em sua visão, o solo é um processo que resulta em uma complexa interação de inúmeros fatores genéticos (clima, organismos e topografia). Esses fatores genéticos, ao agirem por um certo período de tempo sobre o material de origem, acabam produzindo o solo propriamente dito. Dokuchaiev preocupou-se inicialmente em explicar o processo de formação do solo. Essa preocupação de cunho pedológico resultou também em um sistema para a classificação dos solos. Os estudos envolvendo a pedologia se expandiram a partir das seguintes necessidades: nn Corrigir
a fertilidade natural dos solos, degradados ao longo dos anos pelas práticas agrícolas e os acelerados processos erosivos; nn Melhorar a fertilidade natural dos solos originalmente degradados; nn Neutralizar a acidez do solo; nn Agrupar solos adequados para determinadas culturas. Algumas instituições voltadas para estudos do solo foram criadas no Brasil. Um decreto de Dom Pedro II, no ano de 1887, criou a Estação Agronômica de Campinas (depois denominada Instituto Agronômico). A Escola de Agronomia e Veterinária Eliseu Maciel no município de Pelotas (RS) foi fundada no ano de 1892. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz no município de Piracicaba (SP) foi fundada em 1900. Em 1935 foi fundada a Seção de Solos do Instituto Agronômico, cujo programa de pesquisa tinha como objetivos: nn o
estudo de metodologia analítica, física, química e mineralógica; caracterização química e física de solos; nn a tentativa de identificação das diferentes unidades de solos; nn a conceituação sobre teores trocáveis.
Fonte: Budimir Jevtic-Shutterstock.com
nn a
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
No início dos anos 1980, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), absorveu a equipe técnica do Projeto RADAMBRASIL com o objetivo principal de desenvolver trabalhos técnicos em diversas áreas do conhecimento. Dentre essas áreas podem-se destacar a pedologia (solos), vegetação, geologia e geomorfologia. Esse projeto, que se iniciou na Amazônia, foi estendido a todo o território nacional. A homogeneização dos trabalhos realizados por essas equipes interdisciplinares foi pautada na necessidade de se estabelecer conceitos, critérios e técnicas comuns, ou seja, o estabelecimento de maior controle sobre a qualidade dos trabalhos realizados.
em consideração que o fator climático (predomínio do clima tropical) é fundamental no processo de formação da maior parte dos solos brasileiros. A topografia e a rocha matriz passam a ter importância secundária.
No ano de 1995 foi lançado o Manual Técnico sobre os estudos relacionados aos solos do Brasil. Publicações da Embrapa, órgão público que normatiza as ações na área de pedologia, formaram a base para esse manual.
a) latossolos: solo bem evoluído, laterizado, rico em argilominerais e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio.
Classificação dos solos brasileiros
c) cambissolos: solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente.
O sistema de classificação que vem sendo usado no Brasil é, de certa forma, uma mistura de nomes antigos com conceituações novas. Alguns nomes nos sistemas americanos de 1938 (com revisões de 1949) são usados, mas definidos de uma forma mais precisa. Nesse aspecto, as conceituações da Soil Taxonomy são muito usadas mas não estritamente. A classificação usada no Brasil é profundamente relacionada com a ocorrência do solo na paisagem. Objetiva principalmente servir ao levantamento de solos. Isto torna muito estreita a correspondência entre os conceitos de cada classe e a ocorrência dos solos na paisagem. Esse sistema de classificação de solos do Brasil está sofrendo modificações muito rápidas atualmente. Há, no entanto, um hiato entre o solo como encontrado no campo, nos levantamentos detalhados, e as classes a que ele deveria corresponder em um nível categórico mais baixo. Isso é, a classificação brasileira ainda não se desenvolveu para dar significado taxonômico às unidades mais homogêneas de solo, como as separadas com detalhe no campo.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) é um órgão do Governo Federal de suma importância nos estudos referentes aos tipos de solos do Brasil. Como dito anteriormente, no ano de 1999 a EMBRAPA publicou um estudo referente aos solos do país. Os solos foram subdivididos em classes com seis níveis hierárquicos diferentes. O primeiro nível comporta 14 classes sendo que as três mais frequentes em relação à representação geográfica no Brasil são:
b) argissolos: solo bem evoluído, argiloso, apresentando mobilização de argila da parte mais superficial.
Latossolos De acordo com a EMBRAPA, os latossolos são formados pelo processo denominado latolização, que consiste basicamente na remoção da sílica e das bases do perfil (Ca2+, Mg2+, K+ etc), após transformação dos minerais primários constituintes. Os latossolos apresentam tendência a formar crostas superficiais, possivelmente, devido à floculação das argilas que passam a comportar-se funcionalmente como silte e areia fina. A fração silte desempenha papel importante no encrostamento, o que pode ser evitado, mantendo-se o terreno com cobertura vegetal a maior parte do tempo, em especial, em áreas com pastagens. Essas pastagens, quando manejadas de maneira inadequada (com o uso de fogo e pisoteio excessivo de animais), deixam o solo exposto e, portanto, sujeito ao ressecamento e a outros agentes erosivos.
Figura 02 - Latossolo.
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C16 Pedologia brasileira
A primeira classificação brasileira de solos foi realizada na década de 1950 e baseou-se no Sistema Americano e no mapa de solos elaborado pela FAO/UNESCO. Essa classificação vigorou até o ano de 1999. A necessidade de se elaborar um sistema próprio (brasileiro) de classificação foi colocada em prática a partir do ano de 1979. Depois de vinte anos de estudos, ou seja, no ano de 1999 ocorreu a divulgação da 1ª edição dessa nova classificação. Em 2006 ocorreu a divulgação de uma 2ª edição da classificação. Deve-se levar
Fonte: Wikimedia Commons
Classificação dos principais solos encontrados no Brasil
Geografia
Os latossolos que são encontrados em todas as regiões brasileiras são passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e reflorestamento. Eles normalmente estão situados em relevo plano a suave-ondulado, com declividade que raramente ultrapassa 7%, o que facilita a mecanização. São profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando muito argilosos, friáveis e de fácil preparo. Apesar do alto potencial para agropecuária, parte de sua área deve ser mantida como reserva para proteção da biodiversidade desses ambientes. Um fator limitante é a baixa fertilidade desses solos. Contudo, com aplicações adequadas de corretivos e fertilizantes, aliadas à época propícia de plantio de cultivares adaptadas, obtêm-se boas produções. No cerrado, os latossolos ocupam praticamente todas as áreas planas a suave-onduladas, sejam chapadas ou vales. Ocupam ainda as posições de topo até o terço médio das encostas suave-onduladas, típicas das áreas de derrames basálticos e de influência dos arenitos. Argissolos
C16 Pedologia brasileira
De acordo com a EMBRAPA, os argissolos são solos minerais, não hidromórficos, com horizonte A ou E (horizonte de perda de argila, ferro ou matéria orgânica, de coloração clara) seguido de horizonte B textural, com nítida diferença entre cada um deles. Apresentam horizonte B de cor avermelhada até amarelada e teores de óxidos de ferro inferiores a 15%. Podem ser eutróficos, distróficos ou álicos. Têm profundidade variada e ampla variabilidade de classes texturais. Nesses solos, constata-se grande diversidade nas propriedades de interesse para a fertilidade e uso agrícola (teor variável de nutrientes, textura, profundidade, presença ou ausência de cascalhos, pedras o concreções, ocorrência em diferentes posições na paisagem, entre outras). Dessa forma, torna-se difícil generalizar suas qualidades. Problemas sérios de erosão são verificados naqueles solos em que há grande diferença de textura entre os horizontes A e B, sendo tanto maior o problema quanto maior for a declividade do terreno.
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Ciências Humanas e suas Tecnologias
Quando a fertilidade natural é elevada e não há pedregosidade, sua aptidão é boa para agricultura. São particularmente indicados para situações em que não é possível grande aplicação de capital para o melhoramento e a conservação do solo e das lavouras, o que é mais comum em áreas de agricultura familiar. Apesar de não ocorrerem em grandes áreas contínuas no cerrado, sua presença é frequente. Presentes em todas as regiões do país, os argissolos ocupam, na paisagem, a porção inferior das encostas onde o relevo apresenta-se ondulado (8% a 20% de declive) ou forte-ondulado (20% a 45% de declive). Cambissolos De acordo com a EMBRAPA, o solo cambissolo é um solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente. Uma das principais características dos cambissolos é serem pouco profundos e, muitas vezes, cascalhentos. São solos jovens que possuem minerais primários e altos teores de silte até mesmo nos horizontes superficiais (os latossolos, por exemplo, podem ter muita areia ou argila, mas nunca têm teores altos de silte). O alto teor de silte e a pouca profundidade fazem com que esses solos tenham permeabilidade muito baixa. O maior problema, no entanto, é o risco de erosão. Devido à baixa permeabilidade, sulcos são facilmente formados nesses solos pela enxurrada, mesmo quando eles são usados para pastagens. Contudo, existem cambissolos muito férteis no Brasil (com exceção do Cerrado). Eles são mais comuns nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Mapa 01 - Solos férteis presentes no território brasileiro. nn Terra
roxa: solo extremamente fértil, possui uma coloração avermelhada. É encontrado, especialmente, na região Sul, oeste do Estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e Goiás. A terra roxa é resultado da decomposição de rochas compostas de basalto, que têm origem vulcânica. Isso prova que em um passado remoto já houve derramamento de lavas nas áreas citadas. é um tipo de solo caracterizado pela elevada fertilidade, possui cor escura em razão de sua formação ser proveniente da decomposição de rochas, como gnaisses escuros, calcários e filitos. É encontrado na região litorânea do nordeste brasileiro.
C16 Pedologia brasileira
nn Massapé:
nn Salmorão:
é um tipo de solo constituído a partir da decomposição de rochas graníticas e gnaisses claros. É encontrado, principalmente, no Centro-Sul do Brasil.
nn Aluviais: é um tipo de solo identificado em todos os pontos do Brasil. É formado
a partir do acúmulo de sedimentos em várzeas, vales etc. 479
Geografia
Exercícios de Fixação 01. (Unicamp SP) A figura abaixo apresenta a ocorrência de derrames basálticos na porção centro-sul do Brasil. Área de Ocorrência dos Derrames Basálticos no Brasil
associados a processos eólicos e fluviais. Quando estáveis, as restingas dão forma às “planícies de restinga”, com desenvolvimento de vegetação herbácea e arbustiva e até arbórea. As restingas são áreas sujeitas a processos erosivos desencadeados, entre outros fatores, pela dinâmica da circulação costeira, pela elevação do nível relativo do mar e pela urbanização. (Adaptado de Célia Regina G. Souza e outros, Restinga: conceitos e emprego do termo no Brasil e implicações na legislação ambiental. São Paulo: Instituto Geológico, 2008.)
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Sobre essa ocorrência, é correto afirmar: a) Trata-se de uma manifestação eruptiva do Mesozoico, associada com o riftiamento que formou o Oceano Atlântico, sendo uma das maiores manifestações vulcânicas da história geológica da Terra. As alterações dessas rochas formam solos muito férteis, chamados de Nitossolos. b) Trata-se de uma manifestação eruptiva do Quaternário, relacionada a uma série de hotspots associados à bacia do Paraná. As alterações dessas rochas formam solos muito ácidos, que acabam por dificultar as atividades agrícolas. c) Corresponde a um evento vulcânico que foi ativo durante milhões de anos, associado à deriva continental da América do Sul, em direção leste. As alterações dessas rochas formam solos extremamente férteis, classificados atualmente como “Terras Roxas”. d) Foi uma atividade vulcânica entre as maiores da história da Terra, que ocorreu durante o Paleógeno (antigo Terciário Inferior), quando se iniciou a separação América do Sul-África. Os solos desenvolvidos sobre essas rochas são extremamente férteis. 02. (Unicamp SP) As restingas podem ser definidas como depósitos arenosos produzidos por processos de dinâmica costeira atual (fortes correntes de deriva litorânea, podendo interagir com correntes de maré e fluxos fluviais), formando feições alongadas, paralelas ou transversais à linha da costa. Podem apresentar retrabalhamentos locais
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a) pouco sobrecarregadas dos ecossistemas costeiros, devido ao modo como ocorreu a ocupação humana, com o processo de urbanização. b) onde a cobertura vegetal ocorre em mosaicos, encontrando-se em praias, cordões arenosos, dunas, depressões, serras e planaltos, sem apresentar diferenças fisionômicas importantes. c) suscetíveis à erosão costeira causada, entre outros fatores, por amplas zonas de transporte de sedimentos, elevação do nível relativo do mar e urbanização acelerada. d) onde o solo arenoso não apresenta dificuldade para a retenção de água e o acesso a nutrientes necessários ao desenvolvimento da cobertura vegetal herbácea em praias e dunas. 03. (IF SC)
Imagem disponível em: http://www.laborsolo.com.br/site/wpcontent/ uploads/2015/01/ano-solos-2.jpg. Acesso em: 30 abr. 2015
A ONU - Organização das Nações Unidas decretou 2015 como o Ano Internacional dos Solos e espera que a iniciativa sirva para mobilizar a sociedade para a importância dos solos como parte fundamental do meio ambiente e os perigos que envolvem a degradação deles em todo o mundo. No Brasil, as comemorações sobre o tema estão sendo incentivados pela SBCS –Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, uma das mais antigas e tradicionais sociedades científicas do Brasil. Texto disponível em: http://www.sbcs.org.br/?post_type= noticia_geral&p=3810. Acesso em: 30 abr. 2015.
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Leia e analise as proposições abaixo: I. Os solos sustentam não apenas a produção agropecuária, mas também as cidades e empreendimentos industriais. II. Os melhores solos do Brasil encontram-se na Região Norte, principalmente para o cultivo do café e da cana de açúcar. III. A degradação do solo é reconhecida como componente de risco para manutenção da vida no planeta. IV. Não há relação entre a redução da capacidade de armazenamento dos reservatórios de água no Brasil com a degradação dos solos. Assinale a alternativa CORRETA. a) Apenas a proposição II é verdadeira. b) Apenas a proposição IV é verdadeira. c) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. d) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. e) Apenas as proposições II e IV são verdadeiras. 04. (Ufu MG) Solo do sudoeste gaúcho sofre processo de arenização Jean Ramos, de 27 anos, nasceu e foi criado no pampa. É um homem simples como todos os moradores da localidade de Jacaquá, única região do interior do município de Alegrete. De pé sobre uma pedra, Jean vê se estender a seus pés uma paisagem insólita: em vez dos infindáveis campos e lavouras característicos do lugar, uma mancha de areia de 83 hectares, equivalente a cerca de 111 campos de futebol, que avança sobre os quintais das casas.
O processo de arenização na área descrita tem se intensificado em decorrência da a) mudança climática e a diminuição das chuvas. b) superexploração agrícola e a pecuária extensiva. c) laterização do solo e a ação do vento. d) monocultura da cana-de-açúcar e a geração do vinhoto. 05. (UEFS BA) Sobre o intemperismo, os solos e sua importância socioeconômica, é correto afirmar: a) O intemperismo é a denominação dada pelos geólogos ao conjunto de processos químicos e biológicos responsáveis pela integração das rochas. b) O podzol é um solo típico das áreas de baixa latitude das regiões equatoriais, enriquecidas pela presença de húmus e suas principais ocorrências estão na Amazônia brasileira e no Congo belga. c) O loess é constituído por grande variedade de sedimentos e materiais orgânicos, que são transportados pelas águas, sendo que suas principais ocorrências estão na Patagônia Argentina. d) O desenvolvimento das pesquisas sobre a história da utilização dos solos aponta para sua profunda importância para as práticas agrícolas. e) O tchernoziom é um solo de granulação fina, de cor clara, e facilmente transportado pelos ventos nas regiões de clima tropical.
Disponível em: <http://www.sescsp.org.br> Acesso em: 12 de fev. 2015.
01. (Cefet MG) Leia o trecho abaixo. O território brasileiro possui algum grau de suscetibilidade aos processos erosivos devido a uma série de fatores tais como: diferentes classes de solos, com suas respectivas propriedades físico-químicas; tropicalidade dos climas; tipo de cobertura vegetal; forma, declividade e comprimento das encostas e, finalmente, o uso e manejo inadequado dos solos.
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Fonte: CUNHA, S.B. e GUERRA, A.J.T. Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
Nesse contexto, é correto afirmar que a suscetibilidade do território brasileiro aos processos erosivos pode ser acentuada pela presença de a) plantação em degraus. b) relevo movimentado. c) cobertura vegetal. d) solos profundos. e) aridez climática. 02. (UFSC) Sobre desertificação, é CORRETO afirmar que: 14 01. gera vários problemas e prejuízos para o ser humano. Com a formação de áreas úmidas, a temperatura dimi-
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nui e o nível de umidade do ar aumenta, dificultando a vida do ser humano nestas regiões. ocorre sobre afloramento rochoso onde antes havia solo, com aparecimento de ravinamento e voçorocas; o pouco solo restante apresenta, em geral, salinidade por causa de sua formação rochosa. a ação antrópica gera principalmente a erosão laminar através da destruição da cobertura vegetal, que se agrava com as alterações nos índices pluviométricos, criando condições materiais para o desenvolvimento dos processos de desertificação. no Brasil, a desertificação vem aumentando e atinge várias regiões. Nordeste (região do sertão), pampas gaúchos, cerrado no Tocantins, norte do Mato Grosso e norte de Minas Gerais são áreas do território brasileiro afetadas atualmente pela desertificação. as áreas desertificadas são de clima árido e a evaporação potencial é menor que a precipitação média anual. Caracteriza-se pela presença de solos úmidos e de cobertura vegetal densa e pela ausência de xerófilas e de plantas temporárias.
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Exercícios Complementares
Geografia
03. (UEFS BA) O solo é a camada superficial da crosta terrestre continental constituída de matéria mineral decomposta e misturada em diferentes proporções, com a matéria orgânica, na qual há água e aeração. Com base nessa informação e nos conhecimentos sobre o intemperismo como raiz das transformações das rochas e dos solos, e sua importância socioeconômica, é correto afirmar: a) As voçorocas, produzidas pelas águas subterrâneas, são facilitadoras da expansão agrícola. b) A intensidade do intemperismo pouco varia de local para local e, nas regiões úmidas, predominam as alterações físicas. c) Os solos aluviais, juntamente com os de origem eólica, e os produzidos pelos depósitos morainicos, são solos autóctones. d) O tchernozion revela uma coloração amarela, pobre em húmus, e corresponde ao clima quente e úmido, sendo pouco utilizado nas atividades agrícolas. e) Os impactos mais comuns registrados atualmente resultantes do uso indevido do solo são a erosão, a desertificação, os deslizamentos e a contaminação. 04. (Fac. Cultura Inglesa SP) A imagem apresenta os resultados de um processo de formação das rochas.
(cienciadaterra.xpg.com.br. Adaptado.)
Este processo, que ocorre sob altas condições de pressão e temperatura, é denominado de
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a) decomposição. b) metamorfismo. c) erosão. d) desagregação. e) sedimentação. 05. (Uem PR) Assinale o que for correto sobre o relevo e sua dinâmica no território brasileiro. 11 01. A classificação mais recente do relevo brasileiro foi baseada em grandes unidades ou compartimentos, dividindo-se em três tipos: os planaltos, as depressões e as planícies. 02. Ao longo do território brasileiro, não são encontradas cadeias montanhosas formadas por dobramentos modernos, pois o país se encontra no meio da placa tectônica sul-americana. 482
04. Os fatores climáticos atuais não interferem na dinâmica do modelado do relevo brasileiro, devido à proximidade dele com a linha imaginária do Equador. 08. As frentes de cuestas são feições do relevo que ocorrem devido à erosão diferencial e são características de diversas áreas do Brasil. 16. Ao longo do litoral brasileiro, sucedem-se paisagens muito diversificadas. No litoral nordestino, destacam se as formações arenosas dispostas paralelamente às linhas de maré, são as conhecidas enseadas que, em alguns trechos, circundam as escarpas da Serra do Mar. 06. (UFT) “A formação dos solos é resultado da interação de muitos processos, tanto geomorfológicos como pedológicos. Esses processos retratam uma variabilidade temporal e espacial significativa, sendo dessa forma importante abordar os solos como um sistema dinâmico”. Fonte: VITEE, A. C.; GUERRA, A. J.T. (ORGS) Reflexões sobre a geografia física no Brasil. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
Geralmente os solos estão dispostos em camadas mais ou menos horizontais denominadas horizontes do solo e são identificadas pelas letras O, A, B, C e R, com suas respectivas características. Todas as características abaixo estão relacionadas aos horizontes aos quais pertencem, com exceção do: a) horizonte O - corresponde ao acúmulo de material orgânico decomposto e incorporado aos horizontes inferiores b) horizonte A - apresenta grande atividade biológica e muitas raízes dos vegetais c) horizonte B - apresenta acúmulo de compostos de ferro, argila e quartzo d) horizonte C - camada superficial escura, normalmente o horizonte mais fértil do perfil e) horizonte R - camada mineral constituído da rocha matriz com algumas fendas 07. (UEM PR) Em relação ao processo conhecido como intemperismo e formação de solos, é correto afirmar que 24 01. a meteorização dos solos é um termo utilizado para os impactos causados pelos meteoritos que atingem a superfície terrestre. 02. o processo de transformação da rocha matriz em solo é rápido. Em regiões tropicais úmidas, são necessários, em média, dez anos para a formação de dez metros de solo. 04. o intemperismo químico atua nas rochas em ambientes frios e secos e é causado pela variação da temperatura diurna e noturna. 08. o perfil de solo é um esquema em que são representados os horizontes do solo, desde a rocha pouco intemperizada até a superfície. 16. a atuação do intemperismo físico, químico e biológico é acentuada ou atenuada conforme características do clima, da topografia, da biosfera, do tipo de rochas e do tempo de exposição ao meio.
FRENTE
C
GEOGRAFIA
Exercícios de Aprofundamento 01. (Uem PR) Com relação à constituição da crosta terrestre e às influências na dinâmica interna e externa da Terra, assinale o que for correto. 25 01. A litosfera representa a camada mais superficial da Terra e é formada pelas crostas continental e oceânica, e pela parte superior do manto. 02. A crosta terrestre é constituída essencialmente por dois elementos químicos, o enxofre e o níquel, que são os responsáveis pela estruturação do relevo. 04. As fendas encontradas em algumas partes da crosta oceânica auxiliam na formação de cadeias montanhosas submersas conhecidas como canyons. 08. Dentre os agentes internos que influenciam o desenvolvimento da crosta terrestre estão os movimentos orogenéticos que ocorrem nas margens das placas tectônicas. 16. Os escudos cristalinos são estruturas geológicas oriundas de dobramentos antigos que ocorreram na Terra. O território brasileiro abrange uma parte do escudo das Guianas e os escudos Brasil Central e Atlântico. 02. (UFPR) As formas ou conjuntos de formas de relevo participam da composição das paisagens em diferentes escalas. Relevos de grandes dimensões, ao serem observados em um curto espaço de tempo, mostram aparência estática e imutável; entretanto, estão sendo permanentemente trabalhados por processos erosivos ou deposicionais, desencadeados pelas condições climáticas existentes. Esses processos, originados pelas forças exógenas, promovendo, ao longo de grandes períodos de tempo, a degradação (erosão) das áreas topograficamente elevadas e a agradação (deposição) nas áreas topograficamente baixas, conduzem a uma tendência de nivelamento da superfície terrestre. Isso só se completará caso não haja interferência das forças endógenas, que podem promover soerguimentos ou rebaixamentos terrestres. Há que se considerar, ainda, a ação conjunta das duas forças e as implicações altimétricas geradas por ocorrências de variações do nível do mar. Adaptado de MARQUES, J.S. Ciência Geomorfológica. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. (Orgs.) Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand,1994, p. 23-45.
Tendo como referência o texto acima e os conhecimentos de geomorfologia, a ciência que estuda as formas do relevo, identifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O relevo é o resultado da atuação das chamadas forças endógenas e exógenas. Os processos endógenos estão associados à dinâmica das Placas Tectônicas e os exógenos relacionados à atuação climática.
( ) Durante a era Cenozoica, as formas de relevo, em grande escala, permaneceram estáveis em consequência do equilíbrio entre forças exógenas e endógenas. ( ) Os deslizamentos de terra, fluxos de lama e detritos, que ocorrem em grandes maciços rochosos, como é o caso da Serra do Mar, apesar de resultarem muitas vezes em catástrofes e danos à população, podem ser processos naturais de degradação, que participam da evolução das formas do relevo. ( ) Os processos de agradação ocorrem predominantemente no Brasil em relevo de planícies. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – V – F – F. b) F – V – F – V. c) F – F – V – V. d) V – F – V – V. e) V – F – V – F. 03. (Uncisal AL)
INFANTI JUNIOR, N. & FORNASARI FILHO, N. Processos de Dinâmica Superficial. In: OLIVEIRA, A.M.S. & BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), 1998. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/imagens/interacao /esccirc.gif>. Acesso em: 02 nov. 2015.
Segundo os fatores geométricos, os escorregamentos de terra estão relacionados à a) preservação da rede fluvial. b) pressão interna da superfície. c) perenidade das matas ciliares. d) permeabilidade do tipo de solo. e) destruição das reservas florestais.
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Geografia
04. (Unicamp SP) A imagem abaixo apresenta um gráben, formado a partir do abatimento de um bloco da crosta ao longo de falhas normais.
c) impedir a erosão fluvial próxima aos cursos d’agua. d) prevenir o processo de compactação do solo, pelo uso de máquinas. 08. (Unimontes MG) “A natureza é uma totalidade onde todos os seres vivos dependem de todos. Essa totalidade é resultado de inúmeras interações e combinações de fatores que criam as condições necessárias para que as espécies obtenham energia e participem dessas interações.” Fonte: ROSS, J. L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2005, p.120.
b) Os recursos minerais que se formam junto com a evolução das bacias sedimentares são essencialmente o petróleo, gás natural, carvão mineral, sal gema, calcário, areia e argila.
a) Quais são os processos que geram abatimentos da crosta associados às falhas normais? Por que nessas áreas formam-se bacias sedimentares? b) Indique dois recursos minerais que se formam junto com a evolução de bacias sedimentares.
05. (Puc RS) Associe algumas formas de relevo do território brasileiro com sua descrição. Gabarito questão 04 1. chapada a) As falhas normais são muito comuns nas áreas de rift, ou 2. planalto seja, áreas onde a movimentação das placas tectônicas se faz de forma divergente (margens distensivas). Nestas áre3. planície as, o afastamento das placas forma zonas abatidas, delimi4. depressão tadas por planos de falhas normais. Estas áreas rebaixadas criam espaço para a acomodação de sedimentos, formando as bacias sedimentares.
( ) Relevo aplainado, rebaixado em relação ao seu entorno e com predominância de processos erosivos. ( ) Forma predominantemente plana em que os processos de sedimentação superam os de erosão. ( ) Terreno com extensa superfície plana em área elevada.
FRENTE C Exercícios de Aprofundamento
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 2 – 3 d) 4 – 3 – 1 b) 3 – 1 – 4 e) 4 – 1 – 2 c) 3 – 4 – 2 06. (Ufam AM) Com relação aos solos eluviais, é correto afirmar que: a) São formados em depósitos aluviais recentes. b) São típicos das planícies fluviais. c) Formam-se no próprio local onde a rocha matriz se decompôs. d) Sofrem a sedimentação e o transporte fluvial ou eólico para ser formado. e) São constituídos por material decomposto, encontrado no sopé de encostas, transportado por gravidade. 07. (Ufu MG) O termo terraço em agricultura é usado para designar barreiras de terra construídas em intervalos regulares no sentido transversal à inclinação do terreno, sendo considerado uma das práticas mais tradicionais utilizadas pelos agricultores para conservar o solo. Nesse contexto, o terraceamento feito pelos agricultores busca a) evitar o processo de lixiviação do solo por meio de barreiras. b) controlar as enxurradas, forçando a água a infiltrar no solo. 484
Todas as alternativas estabelecem relação com o texto, EXCETO a) A água é essencial para todas as formas de vida; sem ela não existiriam os processos vitais de fotossíntese e respiração. b) Na agricultura, houve a necessidade de muitas plantas passarem por processo de hibridização para serem adaptadas às diferentes condições climáticas. c) Os solos, por serem constituídos de matérias da rocha-mãe, apresentam condições de quantidade de tipos de nutrientes semelhantes, independentes dos ecossistemas em que tenham evoluído. d) Nos ambientes em que o volume de água é muito variável ou onde a salinização da água é muito elevada, os organismos desenvolvem estratégias de adaptações. 09. (Udesc SC) O conceito de fertilidade do solo refere-se à sua importância econômica, isto é, à sua capacidade de permitir um eficaz desenvolvimento da agricultura. Para ser fértil, um solo deve possuir, naturalmente, uma série de condições: boa quantidade de húmus, um pH neutro, boa quantidade de elementos nutrientes, fácil penetração do ar e da água em seu interior, entre outras. Sobre os solos férteis do Brasil pode-se afirmar. I. Os solos de maior fertilidade natural do Brasil se localizam nas áreas dos planaltos sedimentares basálticos, principalmente, nos estados de São Paulo e do Paraná. Destacase aí a “terra roxa”, como é regionalmente conhecida. II. O “massapé” é outro solo fértil, encontrado na faixa litorânea do Nordeste, na chamada Zona da Mata. O massapê se origina da decomposição do granito, do gnaisse e, às vezes, do calcário. III. Embora existam alguns solos de alta fertilidade natural no Brasil, normalmente, eles, como todos os solos tropicais em geral, são frágeis e requerem cuidados especiais, para não se empobrecerem de forma intensa. IV. Nos solos férteis encontram-se grandes quantidades de minerais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, zinco, boro, cobre e outros. V. Os solos férteis naturais são aqueles que nunca perdem suas propriedades, mesmo com intensa atividade da agricultura e o uso de técnicas de manejo atrasadas como a queimada, também conhecida como coivara. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.