40 minute read

Anfí bios e répteis

Next Article
Aves

Aves

FRENTE A

MÓDULO A17

Advertisement

BIOLOGIA

ASSUNTOS ABORDADOS

n Anfíbios e répteis

n Evolução e origem dos anfíbios n Estrutura e fisiologia dos anfíbios n Classificação n Evolução e origem dos répteis n Estrutura e fisiologia dos répteis

ANFÍBIOS E RÉPTEIS

Evolução e origem dos anfí bios

Considerando os animais vertebrados, os anfí bios foram os primeiros a circularem em terra fi rme, embora não tenham conquistado efeti vamente esse ambiente. O grupo anterior – composto pelos peixes - dependia, em todas as fases da vida, do meio aquáti co para sobreviver.

Conforme evidências de fósseis encontrados há 400 milhões de anos (na Era Paleozoica, no Período Devoniano), os anfí bios evoluíram a parti r dos peixes. Esse período foi marcado por altas temperaturas e baixa pluviosidade. Além disso, muitos lagos se transformaram em pântanos pobres em oxigênio, que sufocavam os animais aquáti cos.

Em meio a esse cenário, havia um grupo de peixes que apresentava vantagens sobre os demais- peixes pulmonados (provavelmente, peixes sarcopterígios). Ocasionalmente, eles saíam da água à procura de alimento ou outros corpos hídricos, uti lizando suas nadadeiras musculosas para se arrastarem sobre o solo. Acredita-se que as nadadeiras pares deram origem às patas e, a bexiga natatória (uma espécie de pulmões primiti vos) aos pulmões dos anfí bios. Os peixes, portanto, são provavelmente os ancestrais de todos os tetrápodes (vertebrados terrestres), incluindo os anfí bios modernos, os répteis, as aves e os mamíferos.

Nesse período, os vegetais já haviam iniciado sua dispersão no ambiente terrestre, que era ocupado, na época, por um número relati vamente pequeno de invertebrados. A combinação de abundância de alimento e escassez de competi dores fez do ambiente terrestre o local adequado para a sobrevivência desse ancestral dos anfí bios, permiti ndo a diversifi cação do grupo. Os anfí bios eram os animais dominantes no ambiente terrestre entre 360 e 245 milhões de anos atrás. Após esse período, a classe cedeu espaço aos novos competi dores - os répteis, que se originaram de uma linhagem de anfí bios.

SAIBA MAIS

TETRÁPODES: QUEM SÃO? Os tetrápodes (Tetrapoda) compõem a superclasse de vertebrados terrestres que apresentam quatro membros (reino: Animalia; fi lo: Chordata; subfi lo: Vertebrata; superclasse: Tetrapoda). Os tetrápodes são considerados descendentes dos peixes com nadadeiras lobadas, denominados Sarcopterygii. Os primeiros tetrápodes surgiram no fi nal do Período Devoniano, há 360 milhões de anos. A transição das nadadeiras para membros possibilitou duas vantagens para os vertebrados aquáti cos: a primeira seria que essa mudança viabilizaria a capacidade de elevação da cabeça para fora da água, permiti ndo que os peixes respirassem o ar puro da atmosfera, diferente do ar pobre dos rios e lagos em determinadas ocasiões; a segunda vantagem seria que os membros poderiam ajudar os animais durante a locomoção aquáti ca, vencendo até mesmo as correntezas. Atualmente, a superclasse Tetrapoda abrange mamíferos, aves, répteis e anfíbios. As aves são assim classifi cadas porque suas asas são consideradas membros. No caso das cobras, serpentes e anfí bios sem patas, embora não possuam membros, essa classifi cação se dá pelo fato de que possuem um ancestral que era um tetrápode, ou seja, no passado esses animais possuíam membros. Contudo, devido a um lento processo denominado regressão, esses animais perderam esses membros.

Figura 01 - Representantes das classes dos tetrápodes atuais.

Estrutura e fisiologia dos anfíbios

A classe Amphibia (reino: Animalia; filo: Chordata; superclasse: Tetrapoda) corresponde ao grupo que engloba os animais conhecidos como Gymnophiona ou Apoda (cobras-cegas), Caudata ou Urodela (salamandras) e Anura (sapos, rãs e pererecas). Eles habitam regiões úmidas próximas a corpos hídricos e, apesar de terem pulmões e patas na fase adulta, são altamente dependentes da presença de água doce. Portanto, não existem representantes marinhos.

Os anfíbios compõem um grupo de grande importância ecológica, tanto por sua grande diversidade, quanto pelo fato de corresponderem a um grupo de transição entre a água e a terra. Essa dualidade reflete no nome da classe – “amphibia”, que significa “duas formas de vida”. Assim, muitas espécies de anfíbios apresentam ciclo de vida bifásico, com uma fase larval aquática – exclusiva de água doce – e outra fase terrestre, pós-metamórfica. Cada uma dessas fases tem nicho ecológico particular.

Na fase larval, as dietas variam de acordo com a espécie. Nesse caso, as larvas podem se alimentar de algas, restos orgânicos (sendo classificadas como detritívoras), de pequenos animais ou substâncias encontradas na água (filtradoras), podendo ser classificadas, ainda, como onívoras (que consomem vegetais ou animais) ou carnívoras (que se alimentam de carne, ou seja, de animais mortos ou vivos). Na fase adulta, os anfíbios são predadores por excelência, capturando presas nos ambientes aquáticos e terrestres, principalmente insetos. Por outro lado, servem de alimento a uma ampla variedade de animais, como invertebrados, peixes, répteis, aves, mamíferos e até mesmo para algumas espécies de anfíbios.

Outra característica importante é que, por terem a pele permeável e exposta e ocuparem habitats aquáticos e terrestres, os anfíbios são considerados indicadores sensíveis a diversos fatores ambientais. Esse grupo de animais é dependente da água, tendo em vista que pelo menos uma fase da vida da maioria dos annasal fíbios acontece na água e que eles necessitam dela para se reproduzirem. Além disso, eles possuem uma pele muito fina, que não protege da desidratação e colocam ovos sem casca, que ficam ressecados caso permaneçam fora da água ou longe de ambientes úmidos. Algumas espécies de anfíbios produzem compostos biologicamente ativos, comumente utilizados em pesquisas farmacológicas.

Sistema esquelético

Por serem animais tetrápodes, o esqueleto dos anfíbios é dividido em duas partes: esqueleto axial (crânio e coluna) e esqueleto apendicular (ossos dos membros e ossos que ligam os membros à coluna). Essa estrutura esquelética é o apoio para a inserção muscular e proteção do sistema nervoso e vísceras.

Na ordem Anura, a coluna vertebral é encurtada e rígida, enquanto os membros posteriores são bem desenvolvidos. Esses caracteres favorecem o modo de locomoção saltador, típico do grupo. Já na ordem Caudata e Apoda, a coluna vertebral é mais alongada e flexível.

O crânio dos anfíbios é achatado, pequeno e leve e apresenta grandes orifícios para comportar as narinas e as órbitas.

rádio-ulna

escápula maxilar

carpais

úmero

fêmur metacarpais

bia- bula

ílios

Figura 03 - Existem algumas espécies animais que apresentam em seu corpo cores e linhas muito vibrantes, destacando-as no ambiente ao invés de escondê-las. Essa característica é chamada de coloração de aviso (ou coloração de advertência, ou de aposematismo), que atua como um tipo de sinal, alertando os predadores sobre o fato de que o animal tem um sabor desagradável e/ou é tóxico, sendo, portanto, melhor evitá-lo. Algumas espécies de rãs e sapos ostentam a coloração de aviso: a pele desses anfíbios é dotada de poderosos venenos, que podem não só causar mal-estar ao predador, como até matá-los.

Sistema tegumentar

Como vimos, a pele dos anfíbios é fina permeável. Ela também é rica em vasos sanguíneos e glândulas, o que permite a absorção de água. As glândulas podem ser de dois tipos: mucosas, que produzem muco para manter a pele úmida e íntegra, e serosas, que produzem toxinas. É importante lembrar que todos os anfíbios produzem substâncias tóxicas.

Na derme, encontram-se, ainda, células pigmentares (cromatóforos), responsáveis pela coloração. Muitos anuros possuem cores de advertência e também podem se camuflar no ambiente.

Outro ponto a ser destacado é que os anfíbios são incapazes de manter a temperatura de seu corpo constante. Por isso são animais pecilotérmicos, popularmente chamados de “sangue frio”.

Sistema respiratório

Na fase larval (estágio de vida aquática), os anfíbios respiram por brânquias- como os peixes- e pela pele. Quando se tornam adultos, vivem em ambiente terrestre, realizam a respiração pulmonar e cutânea. No entanto, devido ao fato de os pulmões serem simples e pequenos (saculiformes) e por terem pouca superfície de contato para as trocas gasosas quando comparado com os de outros vertebrados, a respiração pulmonar é pouco eficiente. Nesse caso, o ar entra pelas duas narinas, que se comunicam com a cavidade oral. Em seguida, ocorre o mecanismo de bombeamento de ar para o interior dos pulmões. Esse mecanismo é bastante precário, já que consta basicamente de movimentos da musculatura bucal (movimentos de engolir, também conhecidos como gulares). Portanto, para complementar a obtenção de oxigênio, os anfíbios dependem da respiração cutânea, que consiste no processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele. A pele deve ser permeável e, necessariamente, estar úmida, pois os gases não se difundem em superfícies secas. Por isso as glândulas mucosas e a rica rede de capilares (vascularização) são muito importantes.

traqueia

para outro pulmão

pulmões de salamandra pulmões de rã pulmão de sapo

Figura 04 - Representação esquemática dos pulmões reduzidos e saculiformes dos anfíbios.

Sistema cardiovascular

O sistema circulatório dos anfíbios e de todos os tetrápodes apresenta uma grande novidade: a chamada dupla circulação, isto é, o sangue circula por dois caminhos distintos. Nesse caso, há um ciclo pulmonar (pequena circulação), em que o sangue se limita a circular do coração para o pulmão, e existe também a grande circulação, em que o sangue sai do coração para ser distribuído para o corpo. O coração tem um grande seio venoso, que recebe o sangue venoso de todo o corpo, passando-o para o átrio direito. O átrio esquerdo recebe o sangue arterial dos pulmões e da pele. Dos átrios, o sangue é passado para o único ventrículo, onde há mistura de sangue arterial e venoso, que sai do coração por meio da artéria aorta. Pelo fato de haver essa mistura, esse tipo de circulação é denominado circulação incompleta. A circulação das larvas dos anfíbios é simples e completa como ocorre nos peixes.

Pulmões

Artérias pulmonares

Veias pulmonares

Átrio direito Átrio esquerdo Ventrículo Aorta

Tecidos Átrios

Ventrículo

Figura 05 - Representação esquemática do sistema cardiovascular dos anfíbios.

Sistema digestório e excretor

Os anfíbios são animais predadores. Portanto, possuem adaptações à captura de presas. Em muitos sapos, pererecas, rãs e salamandras há a presença de uma língua longa e elástica, com a ponta viscosa, que pode ser lançada rapidamente para fora da boca do animal e ajudá-lo a capturar presas rápidas, como os insetos voadores. Assim, a língua protrátil é a ferramenta do predatismo. O alimento engolido sai do esôfago em direção ao estômago, onde começa a ser digerido. Em seguida, a massa alimentar segue para o intestino delgado, onde a bile (produzida pelo fígado) e enzimas (produzidas pelo pâncreas) irão finalizar a digestão, seguida de absorção.

Os resíduos da digestão vão para o intestino grosso, onde a água é reabsorvida e as fezes são formadas. O sistema digestório desses animais termina na cloaca, onde as fezes são eliminadas para o meio externo pela abertura cloacal. Os anfíbios adultos realizam sua excreção por meio de rins mesonéfrons, ligados aos ureteres e à bexiga, que, por sua vez, se liga à cloaca. Quando girinos, os anfíbios excretam amônia (amoniotélicos). Já quando adultos, secretam ureia produzida pelo fígado, dissolvida em água (ureotélicos).

Sistema nervoso e sensorial

Os anfíbios apresentam encéfalo bem desenvolvido e, como nos outros vertebrados, os nervos cranianos (em número de 10 pares) comunicam essa estrutura aos músculos e órgão sensoriais da cabeça. A visão, o olfato, o tato, a audição e o paladar são bem desenvolvidos. Contudo, esses animais enxergam apenas objetos em movimento. Apresentam como novidade evolutiva, em relação aos peixes, glândulas lacrimais e pálpebras móveis que auxiliam na manutenção da umidade, proteção e limpeza do globo ocular, uma importante adaptação para a vida terrestre. A presença do tímpano, evidenciando um ouvido médio, também é uma novidade evolutiva, já que os peixes só possuem ouvido interno. Com efeito, nos anfíbios ocorre ainda, a produção de sons- o coaxar, por meio das cordas vocais na laringe. A larva possui linha lateral como os peixes.

Figura 06 - A rã marsupial australiana (Assa darlingtoni) possui bolsas ao longo dos seus flancos, onde os girinos podem completar o desenvolvimento larval até à metamorfose.

Sistema reprodutor

A reprodução dos anfíbios ocorre de forma sexuada por fecundação externa, mas pode haver também a fecundação interna em determinadas espécies. A salamandra e a cobra-cega, por exemplo, realizam fecundação interna. O macho coloca no ambiente um pacote cheio de espermatozoides (chamado de espermatóforo) e, com movimentos semelhantes a uma dança, induz a fêmea a ficar sobre essa estrutura, fazendo com que os espermatozoides entrem em seu corpo. É importante lembrar que a reprodução é uma característica que os sujeita à dependência da água.

São animais dioicos, ovulíparos ou ovíparos. Os ovos são desprovidos de casca (motivo pelo qual necessitam da água para protegê-los da radiação solar e choques mecânicos), mas possuem uma envoltória cápsula gelatinosa, mantendo-se vivos apenas em meio aquático. O único anexo embrionário é o saco ou vesícula vitelínica, que exerce a função de nutrir o embrião. Em geral, o desenvolvimento é indireto, ou seja, existe uma larva aquática que sofre metamorfose.

Por sua vez, o sapo, a rã e a perereca realizam fecundação externa (o tipo mais comum). A reprodução dessa ordem começa geralmente com um ritual de corte, como no caso dos sapos, em que a fêmea, no seu período fértil, é atraída pelo parceiro sexual por meio do seu coaxar. A fecundação sexuada externa acontece quando a fêmea libera óvulos e o macho lança seus espermatozoides sobre eles. Geralmente, os machos despejam o líquido seminal sobre um longo cordão ou fileira gelatinosa (bainha), que envolve os óvulos na medida em que saem da cloaca da fêmea. Após a fecundação do óvulo, os cuidados variam de acordo com a espécie.

SAIBA MAIS

METAMORFOSE DE UM ANFÍBIO ANURO. O processo de metamorfose é bastante lento e envolve uma série de transformações como, por exemplo, do anfíbio jovem (girino) em adulto. Após a fecundação na água, o ovo heterolécito envolto por uma camada gelatinosa sofre segmentação holoblástica desigual. Com isso, ocorrerão os estágios do desenvolvimento embrionário, passando pela fase de mórula, blástula, gástrula e nêurula. Por fim, ocorre a eclosão da massa gelatinosa que libera a larva. Nessa fase, os girinos se alimentam primeiramente da própria gelatina que os envolve e depois de algas e plantas aquáticas microscópicas. É durante o processo de metamorfose dos anuros que os girinos desenvolvem seus membros. A cauda inicia o processo de regressão, por apoptose, à medida em que ocorre, primeiramente, o desenvolvimento dos membros posteriores e, depois, dos anteriores. Ocorre também o surgimento dos pulmões, acompanhado do desaparecimento das brânquias, e modificações na estrutura do coração, que passa a ter dois átrios e um ventrículo. O rim passa de pronéfron para mesonéfron e o anfíbio passa de amoniotélico para ureotélico. Assim que o pulmão é formado, o animal pode sair da água. Todo o processo de metamorfose dos anfíbios é controlado por hormônios, que são produzidos pela glândula tireoide, com um aumento na concentração de T4 (tiroxina). Além disso, a metamorfose ocorre em um período de tempo variável de uma espécie para outra.

Figura 07 - Girinos em metamorfose, com patas dianteiras e traseiras, cauda e, posteriormente, com redução da cauda.

Classificação

A classe Amphibia é dividida em três ordens: Anura (sapos, rãs e pererecas), Caudata (salamandra) ou Urodela e Apoda (cecílias) ou Gymnophiona.

Ordem Anura

A ordem Anura (do grego, a, “sem” e oura, “cauda) é a mais diversificada, com mais de 3,5 mil espécies descritas. Os animais dessa ordem são os sapos, rãs e perecas, caracterizados pela ausência de cauda e hábito de locomoção saltador. Eles podem ser encontrados em diversos ambientes - exceto em locais de grandes altitudes, regiões árticas, antárticas e desérticas -, sendo que a maior diversidade ocorre nos trópicos.

O crânio é reduzido e não possuem dentes. Os anuros são os únicos anfíbios que vocalizam para atrair as fêmeas para a reprodução.

É importante lembrar que é muito comum a dúvida sobre a diferenciação entre sapos, rãs e pererecas. Contudo, essa diferenciação esconde uma grande variedade morfológica dentro de cada categoria. De modo geral, os sapos são pertencentes à família Bufonidae, que possuem crânio extensivamente ossificado, pupila vertical, pele glandular espessa e com aspecto verrugoso. Por outro lado, diversas espécies apresentam glândulas paratoides, localizadas atrás dos olhos, na pele e que produzem veneno. Normalmente, essa toxina só é liberada quando a glândula é pressionada, representando uma forma de defesa passiva dos animais. Esses anfíbios costumam viver no solo, sendo que muitas espécies permanecem enterradas, quando em repouso, e podem ser escavadores, tanto para obter alimento quanto para proteção. Entretanto, voltam para a água no período de reprodução.

As rãs habitam locais próximos da água, já que possuem pele muito fina e permeável, sendo necessária a água para sua sobrevivência. Determinadas espécies apresentam membranas entre os dedos, cuja função é viabilizar a movimentação dentro da água. Cabe ressaltar que elas são terrestres e podem permanecer enterradas para evitar a perda de água.

Já as pererecas são os anuros capazes de escalar superfícies. Elas possuem ventosas nas patas, que permitem sua fixação. Além disso, apresentam pele fina e bastante permeável. São comumente encontradas no ambiente urbano.

A B C

Figura 09 - Foto de um representante da ordem Caudata: Salamandra salamandra.

Ordem Caudata

Se comparados aos anuros, os urodelos (como também são conhecidos) apresentam poucos representantes, sendo aproximadamente 515 espécies. Como exemplo, podem ser citados as salamandras e os tritões, que são encontrados de forma mais abundante em regiões de clima frio. Esses animais, ao contrário dos anuros, apresentam quatro patas de tamanho praticamente iguais. Portanto, para se locomoverem, há uma combinação dos movimentos das patas com ondulações laterais do corpo. Outro fator importante é a presença de caudas longas.

A fecundação pode ser externa ou interna. Na fecundação interna, a fêmea captura a massa de espermatozoides liberada pelo macho e a deposita no interior de sua cloaca. Já em relação ao sistema respiratório, muitas espécies de salamandras não possuem pulmões e apresentam apenas respiração cutânea.

Ordem Apoda

Os Gymnophiona ou Apoda são representados por cerca de 160 espécies, popularmente chamadas de cobras-cegas ou cecílias. Esses animais são classificados como ápodes, ou seja, não possuem membros locomotores e o corpo é cilíndrico e alongado. A maioria das espécies vive em ambiente terrestre e, muitas vezes, enterrada no solo. Os olhos são vestigiais (atrofiados), mas existem tentáculos sensoriais que auxiliam na percepção do ambiente. Os machos apresentam um órgão copulador denominado falodeu, que permite a fecundação interna.

Fonte: Wikimedia Commons

Evolução e origem dos répteis

Agrupados no reino Animalia, no filo Chordata, no subfilo Vertebrata e na superclasse Tetrapoda, tem-se a classe Reptilia, cujos representantes mais conhecidos são as serpentes, lagartos, jacarés, crocodilos, jabutis e tartarugas. Os répteis são considerados o primeiro grupo de vertebrados tipicamente terrestres, que evoluíram de um grupo primitivo de anfíbios há, aproximadamente, 350 milhões de anos na Era Paleozoica, no período Carbonífero.

Os cotilossauros (Cotylosauria) são a primeira ordem de sauropsídeos (répteis) e os mais primitivos. Eles são considerados como os mais antigos ancestrais de todas as espécies de répteis terrestres como, por exemplo, os jabutis, as cobras de terra e também os lagartos. Os cotilossauros viveram do período carbonífero ao período triássico. Neste grupo, encontravam-se répteis que possuíam características de anfíbios e de répteis também, seu tamanho era variado, entre 0,30 cm e 1,5 metros. Posteriormente, linhagens de répteis primitivos diversificaram-se e originaram mamíferos e aves.

Figura 11 - Ilustração representativa de um cotilossauro, feita com base nos registros fósseis.

0

‒65

‒150

‒220 Pe ixes An bios Ré ptei s

Dinossauros

5 AvesMamíferos Aves primi vas

4 Mamíferos primi vos

‒300 ‒350 2 3 Répteis primi vos

‒420 Peixes mandibulados

‒500 M.a 1 An bios primi vos

Peixes primi vos (sem mandíbulas)

Fonte: Wikimedia Commons

Figura 12 - Árvore filogenética que representa possíveis relações de parentesco entre peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Há 230 milhões de anos, os répteis foram os animais dominantes no Planeta. Esse domínio se estendeu por quase 150 milhões de anos. Nessa época, conhecida como idade dos répteis, esses animais viviam em todos os ambientes terrestres, havendo também espécies aquáticas e voadoras. Os répteis mais conhecidos desse período são os dinossauros, com representantes de alta diversidade morfológica (tamanho, cores, dietas etc.).

Além disso, características compatíveis com a sobrevivência no ambiente terrestre foram selecionadas entre os ancestrais e individualizaram os répteis no sentido de garantir sua independência em relação ao ambiente aquático, no que diz respeito à respiração, equilíbrio hídrico e reprodução. As principais novidades evolutivas que fizeram dos répteis animais efetivamente terrestres foram:

n pele impermeável; n pulmões com grande superfície respiratória; n ácido úrico como principal excreta nitrogenada; n reprodução totalmente independente da água.

Atualmente, a classe dos répteis é representada por 10450 espécies divididas em quatro ordens: Squamata (reúne as serpentes, lagartos e anfisbenas), Crocodilia (crocodilos e jacarés), Rhynchocephalia (tuataras, que são espécies restritas à Nova Zelândia) e Testudines (tartarugas marinhas e de água doce, cágados e jabutis).

Outra característica importante desse grupo de animais é a ectotermia. As variações de temperatura no ambiente terrestre são maiores se comparadas ao ambiente aquático. Além disso, manter a temperatura média corpórea constante foi fundamental para os vertebrados terrestres.

Os répteis são animais ectodérmicos que possuem estratégias de termorregulação. Assim, aquecem seus corpos por meio de fontes externas de calor, como o sol ou a superfície quente do substrato. Devido a isso, é comum observarmos esses animais expostos ao calor do sol ou com o corpo totalmente encostado no substrato para absorver o calor retido ao longo do dia. Quando ficam muito aquecidos, geralmente eles buscam locais sombreados ou entram na água, e com esse mecanismo de termorregulação, eles reduzem a variação da temperatura corpórea constante.

Apesar de os répteis terem invadido todos os principais habitats, seu metabolismo favorecido por temperaturas mais altas e as estratégias de termorregulação parecem ser responsáveis pela abundância desses vertebrados em regiões tropicais, áridas e semiáridas. É possível ter ocorrido também o alcance da endotermia em alguns répteis fósseis, inclusive em alguns dinossauros.

Estrutura e fisiologia dos répteis

Revestimento corporal e sistema esquelético

A pele dos répteis é seca, grossa, queratinizada, não possui glândulas mucosas e é recoberta por escamas de origem epidérmica ou por placas ósseas ou córneas de origem mesodérmica. Essas características proporcionam uma resistência quanto à dessecação, que faz com que a pele deixe de ser um órgão permeável. O desenvolvimento da pele seca e não permeável deixou também de ser uma estrutura de respiração, como acontece nos anfíbios. A impermeabilização, portanto, ocorreu graças à intensa produção de uma molécula proteica - a queratina, a novidade bioquímica produzida em grande quantidade pela epiderme dos répteis, fato que se repetirá também nas aves e nos mamíferos. Na verdade, na pele dos anfíbios, essa molécula já existe, mas em pequeníssima quantidade, sendo incapaz de tornar a pele impermeável à água e aos gases da respiração. Tal adaptação permitiu aos répteis a economia de água, possibilitando viverem em habitats diversos, inclusive desérticos.

Em alguns répteis, como cobras e lagartos, as escamas mais velhas são substituídas periodicamente por escamas mais novas. O animal realiza trocas dessas escamas, abandonando a pele formada pelas antigas.

Figura 13 - A: escamas epidérmicas (presente nas cobras e lagartos); B: placas córneas (presente nos crocodilos e jacarés); C: placas ósseas (presente nas tartarugas).

A B C

O termo “réptil” deriva do modo de locomoção: as quatro patas, com garras na extremidade dos dedos, (mas que são ausentes nas cobras) situam-se no mesmo plano do corpo, determinando o rastejamento do ventre no solo (do latim reptare = rastejar). Para a realização desses movimentos, os animais apresentam músculos bem desenvolvidos. Nos quelônios (tartarugas e jabutis) as costelas e vértebras são fundidas à carapaça óssea dérmica.

Sistema respiratório

Os pulmões dos répteis são bem desenvolvidos, com um grande número de dobras internas, que resultam em um aumento da superfície respiratória. Diferentemente dos anfíbios, que forçam o ar para dentro dos pulmões, os répteis têm a capacidade de aspirar o ar, uma vez que possuem costelas que formam uma caixa torácica, com capacidade de expandir na inspiração e retrair-se na expiração. Nos Testudines (ou quelônios), entretanto, o ar é aspirado por meio de movimentos corporais, uma vez que eles não conseguem expandir a caixa torácica. Algumas espécies de serpentes apresentam apenas um pulmão, característica possivelmente relacionada a sua forma corporal cilíndrica e ao seu hábito alimentar predatório.

Para outro pulmão

Figura 14 - Ilustração de um pulmão de réptil.

Sistema cardiovascular

Assim como nos anfíbios, em geral, o coração dos répteis apresenta três cavidades: dois átrios (um direito e um esquerdo) e um ventrículo. Contudo, no caso dos répteis crocodilianos, existem quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Nos ventrículos, ocorre a mistura de sangue oxigenado (arterial) com sangue não-oxigenado (venoso). O sangue entra no coração pelo átrio direito e esquerdo, saindo do coração pela artéria pulmonar e pelos arcos aórticos direito e esquerdo. O átrio direito recebe sangue venoso do corpo e o átrio esquerdo recebe sangue arterial dos pulmões. Os crocodilos e jacarés apresentam uma abertura entre as artérias direita e esquerda, denominada forâmen de Panizza, que possibilita a passagem de sangue arterial da artéria direita para a esquerda.

De maneira geral, portanto, a circulação dos répteis é dupla e incompleta. Em função disso, a oxigenação dos tecidos desses animais não é volumosa e limita a produção energética. Em consequência, os animais desse grupo são exotérmicos, isto é, obtêm calor do meio externo e o volume do metabolismo é dependente da temperatura do ambiente.

Forâmen de Panizza

1 2

V AD

VD AE

VE

Répteis não crocodilianos

Répteis crocodilianos

Figura 15 - Representação esquemática da anatomia do coração dos répteis crocodilianos e não crocodilianos. O azul corresponde ao sangue venoso (pobre em oxigênio e rico em gás carbônico), enquanto o vermelho ao sangue arterial (rico em oxigênio e pobre em gás carbônico).

Sistema digestório e excretor

Os répteis são predominantemente carnívoros, com poucas espécies herbívoras e onívoras. O sistema digestório é semelhante ao sistema dos animais vertebrados superiores. No processo digestório desses animais, o alimento passa da boca para a faringe, segue para o esôfago, em seguida, para o estômago, depois, para o intestino delgado, grosso e, por fim, para a cloaca. A cloaca é a saída dos sistemas digestivo, excretor e reprodutor. Os anexos são o fígado e o pâncreas. O alimento não aproveitado pelo organismo é eliminado pelo ânus.

A maioria dos répteis não aquáticos possui glândulas orais mais desenvolvidas que os anfíbios, devido à necessidade de umedecer o alimento seco para reduzir a fricção durante a deglutição. Essas glândulas salivares incluem as glândulas palatinas, as labiais, as linguais e as sublinguais. As glândulas venenosas dos répteis originam-se de modificações dessas glândulas orais.

Diferentemente dos anfíbios, os répteis consomem água pela boca. Muitos bebem água de lagos, como os mamíferos e as aves. No caso das tartarugas, um dos pontos de destaque é que a boca é desprovida de dentes, possuindo placa córnea cortante (bico córneo).

Os répteis possuem rins metanéfricos. Em alguns deles, a urina produzida nos rins é conduzida diretamente para a cloaca. Em outros casos, há uma bexiga urinária que armazena a urina antes de ser lançada na cloaca e eliminada. Essa estrutura, contudo, não aparece nos crocodilianos, nas serpentes e em alguns lagartos. Outra característica importante é que os répteis liberam uma urina semissólida, formada principalmente por ácido úrico (animais uricotélicos), íons e outros compostos. O ácido úrico não tem solubilidade em água e precipita rapidamente. A excreção do ácido úrico é outra adaptação desse grupo para reduzir a perda de água.

Sistema nervoso e sensorial

O cérebro dos répteis é similar aos de outros vertebrados. Se comparados com os dos anfíbios, os hemisférios cerebrais são maiores e totalmente separados. Esse aumento de tamanho resulta em uma melhoria do sistema olfativo. O lóbulo óptico e o cerebelo também são maiores, o que reflete em uma maior precisão visual e uma coordenação mais refinada das funções musculares. Os répteis apresentam 12 pares de nervos cranianos e possuem os mesmos sentidos dos anfíbios: visão, olfato, audição e paladar.

O olfato é excepcionalmente desenvolvido, devido à presença do órgão de Jacobson, localizado na zona anterior do palato e que está em comunicação com a cavidade bucal por ductos, onde são detectadas as informações químicas dos ambientes. Esse órgão é mais desenvolvido nos escamados e ausente nos crocodilianos e quelônios. Ao retornar para o interior da boca, a língua toca o órgão de Jacobson, que detecta moléculas de odores. O fato de ser bífida permite à língua (das cobras e lagartos) detectar um gradiente de substâncias e localizar a sua origem, funcionando como um órgão olfativo acessório.

Outro fator de destaque é uma estrutura sensorial inovadora localizada entre os olhos e as narinas, especificamente de cobras, chamada fosseta loreal. Este é um órgão termorreceptor, que possibilita que o animal perceba a presença de outros animais vivos por meio do calor emitido pelo corpo deles.

De forma geral, o ouvido interno dos répteis é similar aos dos anfíbios. No caso das serpentes, os ouvidos detectam vibrações no substrato e no ar, por meio de adaptações para receber ondas transmitidas pelas mandíbulas. Em outros répteis, a membrana timpânica (ouvido médio) pode estar na superfície ou em uma depressão na cabeça.

Sistema reprodutor

Quanto ao aspecto reprodutivo, os répteis tiveram como novidades evolutivas: n Fecundação interna por meio de cópula. O pênis, como órgão copulador, ocorre pela primeira vez entre os vertebrados. n Desenvolvimento direto dentro do ovo com casca calcária porosa, que isola e protege o embrião. n Ampliação dos tipos de anexos embrionários que garantem nutrição, oxigenação, hidratação e remoção de excretas do embrião.

A fecundação interna, independente da água, permite que os gametas (óvulos e espermatozoides) fiquem protegidos das influências do meio externo, garantindo maior taxa de fecundação. Normalmente, as fêmeas são ovíparas, isto é, quando fecundadas, põem ovos e os embriões se desenvolvem dentro deles, portanto, fora do corpo materno. A casca porosa do ovo proporciona a ocorrência de trocas gasosas entre o embrião e membranas embrionárias e o meio externo.

Por outro lado, alguns lagartos e cobras peçonhentas podem ser: ovovivíparos – quando o ovo é posto depois de permanecer durante um certo tempo do desenvolvimento do embrião dentro do corpo da mãe; ou vivíparos – quando o desenvolvimento do embrião ocorre totalmente dentro do organismo da fêmea.

Anexos embrionários

A vesícula amniótica é uma bolsa cheia de líquido que garante o desenvolvimento do embrião em meio aquoso. Há também uma vesícula vitelínica, repleta de reservas alimentares - o vitelo, derivado de ovo telolécito e que, portanto, sofre segmentação parcial após a fecundação, garantindo a sobrevivência do embrião com alimentos provenientes do óvulo. Outro anexo embrionário importante para a sobrevivência do embrião no ambiente terrestre, os répteis possuem uma bolsa excretora - o alantoide, que recolhe o ácido úrico e o imobiliza na forma de cristais que não interferem na vida do embrião, já que é uma substância atóxica.

Aderido à membrana da casca, há outro anexo embrionário - o cório. Ele se apresenta sob a forma de uma membrana ricamente vascularizada, garantindo as trocas gasosas respiratórias com o sangue, que encaminha o oxigênio para as células embrionárias.

É importante lembrar que os répteis não apresentam fase larval. Ao concluir o desenvolvimento, o jovem indivíduo (com mais características de adulto), rompe a casca do ovo e passa a viver em ambiente externo.

Âmnio Anexos embrionários

Alantoide Córion

Saco vitelínico

Embrião

Líquido amnió co Vitelo

Casca Albumina

Figura 16 - Representação esquemática do ovo de um réptil com seus anexos embrionários. Répteis e aves apresentam o mesmo tipo de ovo. Já os mamíferos apresentam os mesmos anexos embrionários, mas com disposições diferentes em relação aos ovos.

SAIBA MAIS

COBRAS PEÇONHENTAS DO BRASIL. Como vimos, determinadas cobras apresentam a fosseta loreal, órgão sensorial sensível ao calor, que caracteriza o animal como peçonhento. Essa estrutura permite que as serpentes detectem a presença de animais de sangue quente (aves e mamíferos), suas principais presas. Entre as cobras venenosas, destacam-se: a jararaca, a jararacuçu, a jararaca-ilhoa, a urutu, a cascavel e a surucucu. Já as cobras muçurana, falsa-coral e a cobra-cipó apresentam presas inoculadoras de veneno, situadas na região posterior da boca. Devido à localização das presas, o veneno não é inoculado de forma eficiente. Por isso, tais serpentes não representam perigo para o homem. Por outro lado, há as cobras que não são peçonhentas, mas que são bastante temidas. É o caso, por exemplo, da sucuri, que pode atingir até dez metros de comprimento. Este animal mata suas presas por estrangulamento. Já a jiboia, que pode chegar a três metros de comprimento, não ataca o homem.

Figura 17 - À esquerda, exemplo de uma cobra não peçonhenta, a sucuri. À direita, exemplo de uma cobra peçonhenta, a cascavel.

Veja na tabela a seguir outras características utilizadas para diferenciar uma cobra peçonhenta de uma não peçonhenta. Contudo, os critérios utilizados para a diferenciação entre os dois tipos de cobras apresentam exceções. A cobra coral-verdadeira, por exemplo, é peçonhenta, mas não apresenta fosseta loreal e tem cabeça arredondada.

Venenosas Não Venenosas

Cabeça chata, triangular e bem destacada.

Olhos pequenos, com pupila em fenda ver cal e fosseta loreal entre os olhos e as narinas. Cabeça estreira, alongada e mal destacada.

Olhos grandes, com pupila circular e osseta loreal ausente.

Escamas do corpo alongadas, pontudas, imbricadas, com carena mediana, dando ao tato uma impressão de aspereza. Escamas achatadas, sem carena, dando ao tato uma impressão de liso, escorregadio.

Cabeça com escamas pequenas semelhantes às do corpo. Cabeça com placas em vez de escamas.

Cauda curta e afinada bruscamente. Cauda longa, afinada gradualmente.

Quando perseguida, toma a tude de ataque, enrodilhando-se. Quando perseguida, foge.

SAIBA MAIS

EXTINÇÃO DOS DINOSSAUROS Os dinossauros foram extintos há 66 milhões de anos, aproximadamente, no final do período Cretáceo e da era Mesozoica. Na ocasião, diversos tipos de animais foram aniquilados, como algumas espécies de peixes, répteis, mamíferos, aves e tubarões. Entretanto, outras espécies sobreviveram, como os lagartos, rãs, tartarugas, salamandras, diversas espécies marinhas, crocodilos, mamíferos, artrópodes e aves (descendentes dos dinossauros). No campo científico, a teoria mais aceita para essa extinção em massa, atualmente, é a de uma colisão da Terra com um asteroide, que extinguiu cerca de 75% da vida no Planeta. O vazio provocado pela extinção acabou por se revelar como uma oportunidade para outros animais aparecerem. Nesse cenário, os mamíferos se diversificaram e surgiram cavalos, baleias, morcegos e primatas.

Figura 18 - Fauna no final do período Cretáceo.

Exercícios de Fixação

01. (Faculdade Baiana de Direito BA) A transição do ambiente aquático para o ambiente terrestre foi marcada pelo surgimento de diversas características que possibilitaram a sobrevivência e a reprodução dos seres vivos neste novo ambiente.

Uma adaptação dos seres vivos ao ambiente terrestre é a) a ectotermia, presente em aves e mamíferos. b) a pele úmida, comum a todos os anfíbios. c) o exoesqueleto quitinoso, característico dos equinodermos. d) a presença dos gametas flagelados nas rodofíceas. e) a presença de clorofila A nas algas verdes.

02. (Enem MEC) Surgidos há 370 milhões de anos, os anfíbios apresentam inovações evolutivas que permitiram a eles tornarem-se os primeiros vertebrados a colonizar o ambiente terrestre, passando apenas parte da vida no meio aquático. Apesar disso, alguns aspectos fisiológicos limitam a sua distribuição; por exemplo, no Brasil existe uma diversidade menor de espécies na Região Sul.

A característica adaptativa que limita a distribuição geográfica desses organismos é a a) presença de embriões protegidos por ovos. b) ocorrência de metamorfose na fase de girino. c) incapacidade de controle interno da temperatura. d) excreção de resíduos nitrogenados na forma de ureia. e) realização de trocas gasosas por pulmões e tegumento.

03. (Udesc SC) Analise as proposições quanto às características dos anfíbios.

I. A reprodução é sexuada, com fecundação externa, e são de sexos distintos (macho e fêmea).

II. São homeotérmicos, ou seja, mantêm a temperatura corpórea praticamente constante, independente das variações térmicas do ambiente.

III. Apresentam pele lisa e glândulas mucosas, que são responsáveis pela manutenção da umidade da pele.

IV. São amniotas, pois apresentam bolsa amniótica ou âmnio que protege o embrião.

Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

04. (IFGO) Os anfíbios são conhecidos como os primeiros vertebrados a transitarem entre o meio aquático e o terrestre. A ordem mais expressiva da classe Amphibia é a dos anuros, que tem como representantes os sapos, rãs e pererecas. Assinale a alternativa que contém os três tipos de respiração realizados pelos sapos na fase adulta. a) Cutânea, traqueal e branquial. b) Gular, pulmonar e traqueal. c) Difusão, filotraqueal e cutânea. d) Branquial, difusão e gular. e) Cutânea, gular e pulmonar.

05. (Unicastelo SP) Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar definitivamente o ambiente terrestre.

Decisiva para essa conquista e ausente em peixes e anfíbios, a novidade adaptativa adquirida por esses animais foi a presença de a) sistema reprodutor com fecundação interna e produção de ovo amniótico, revestido por casca calcária. b) pálpebras móveis e glândulas lacrimais para proteger o olho em meio seco e repleto de partículas. c) pulmões com mecanismo de bombeamento à pressão, que possibilitaram a respiração no meio terrestre. d) sistema tegumentar com glândulas mucosas e serosas, que tornou o animal mais resistente à desidratação. e) coluna vertebral bem desenvolvida e reforçada por costelas fortes, para sustentação do corpo.

06. (UEMG) “Zoiuda (...) Foi numa noite que ele conheceu Zoiuda. Foi numa noite - e nem poderia ser de outra forma, já que, como as prostitutas e as estrelas, as lagartixas também são seres da noite e só nela, ou de preferência nela, se mostram - , foi numa noite que ele a viu pela primeira vez.

Era uma sexta-feira e ele tinha acabado de chegar da rua: quando se aproximou da talha para tomar um copo d’água, lá estava a lagartixa, na parede, perto do vitrô que dava para a área de serviço do apartamento onde ele morava, no décimo andar.

Era esbranquiçada, um pouco mais cabeçudinha que o comum, e quase rabicó. Mas foram os olhos, foram os olhos o que mais lhe chamou a atenção: exorbitados, duas bolinhas brilhantes, parecendo duas miçangas.”VILELA, 2013, p.11

O animal citado no texto se encaixa em um mesmo agrupamento de cobras e lagartos. Esta classe animal se caracteriza por possuir, entre outras características, a) reprodução assexuada por regeneração. b) circulação sanguínea aberta. c) excreção predominante de ureia. d) respiração pulmonar.

Exercícios Complementares

01. (UFG) No último verão, devido a um fenômeno meteorológico, no qual uma imensa massa de ar quente e seco estacionou no território brasileiro bloqueando as frentes frias, as temperaturas passaram de 36 °C em diversas regiões, e a sensação térmica foi ainda maior. Os vertebrados possuem mecanismos fisiológicos para detectar tal sensação e estruturas orgânicas para responderem a alguns fatores abióticos envolvidos nessa situação climática.

Nesse cenário, os anfíbios são mais susceptíveis ao risco de morte. Nesse sentido, conclui-se que os fatores abióticos detectados por esses animais e o motivo pelo aumento de fragilidade no contexto descrito são, respectivamente, a) temperatura e umidade; presença de glândula uropigeana. b) temperatura e umidade; presença de tênue queratinização da pele. c) evaporação e convecção; ausência de escamas epidérmicas. d) umidade e evaporação; presença de glândula uropigeana. e) evaporação e convecção; presença de tênue queratinização da pele.

02. (Unesp SP) Leia os versos da música Águas de Março, de

Tom Jobim.

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã

É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão

É a promessa de vida no teu coração

(www.radio.uol.com.br) O sapo, a rã e a febre terçã não fazem parte dos versos apenas por uma necessidade de rima, também têm relação com as chuvas que caem em regiões de clima tropical. Sobre o sapo e a rã, referidos na letra de Tom Jobim, é correto afirmar que a) fazem parte de um mesmo táxon, Amphibia, ao mesmo tempo em que diferem em categorias taxonômicas abaixo deste. b) a reprodução no período de chuvas lhes confere vantagem adaptativa sobre os répteis, o que lhes permite explorar uma maior diversidade de hábitats. c) têm em comum com alguns insetos o fato de passarem por metamorfose durante o desenvolvimento, o que os torna evolutivamente próximos aos insetos e distantes dos demais vertebrados. d) compartilham entre si um ancestral comum mais antigo que aquele que compartilham com os répteis ou mamíferos. e) são o macho e a fêmea de uma mesma espécie, podendo cruzar entre si e deixar descendentes férteis. 03. (UEPG PR) Os anfíbios são animais extremamente dependentes do ambiente aquático, em especial, na fase reprodutiva.

Sobre a reprodução desses animais, assinale o que for correto. 01. Seus ovos sem casca, apenas com envoltório gelatinoso, só se mantêm viáveis em meio aquático. A fecundação é externa, como na maioria dos peixes. 02. Os machos, em cópula, despejam seu líquido seminal sobre um cordão gelatinoso que envolve os óvulos à medida que eles saem pela cloaca da fêmea. Uma vez fecundados, os ovos recebem diferentes cuidados. Em algumas espécies, eles se desenvolvem nos sacos vocais, em reentrâncias da pele dorsal, enrolados nas pernas ou simplesmente enovelados, aos milhares, em plantas aquáticas. Em pouco tempo surgem as larvas, que nos anuros são os girinos. 04. Antes da metamorfose, os girinos aumentam muito de tamanho. A primeira modificação marcante é o aparecimento das pernas posteriores. Em seguida amplia-se a boca, atrofiam-se as brânquias, surgem as pernas anteriores, menores, e acentua-se a regressão da cauda, que desaparece rapidamente. As substâncias da cauda são reabsorvidas e reaproveitadas para a sequência do desenvolvimento. 08. Não é de se estranhar que o estágio com pernas e cauda seja de curta duração, pois é um período crítico da vida desse anfíbio. Isso porque o desajeitado animal aquático tem dificuldade em nadar com as pernas e não salta bem na terra porque a cauda atrapalha. Torna-se, portanto uma presa fácil para os predadores. 16. A metamorfose dos anfíbios é controlada pelos hormônios tireoidianos.

04. (Unitau SP) As mais importantes evidências da transição dos seres vivos dos ambientes aquáticos para o ambiente terrestre são reconhecidas por meio dos fósseis do período

Siluriano, na era Paleozoica, há aproximadamente 430 milhões de anos. A conquista desse ambiente obrigou esses seres vivos a enfrentarem uma série de desafios. Entretanto, a despeito de dificuldades, o ambiente terrestre também ofereceu vantagens.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, uma vantagem e uma desvantagem oferecidas aos seres vivos por meio da conquista do ambiente terrestre.

a) Maior disponibilidade de oxigênio e de água. b) Menor facilidade de locomoção e menor disponibilidade de alimento. c) Maior facilidade de locomoção e maior disponibilidade de oxigênio. d) Menor disponibilidade de água e menor disponibilidade de alimento e) Maior disponibilidade de oxigênio e menor disponibilidade de água.

05. (FuvestSP) As briófitas, no reino vegetal, e os anfíbios, entre os vertebrados, são considerados os primeiros grupos a conquistar o ambiente terrestre. Comparando os, é correto afirmar que, a) nos anfíbios e nas briófitas, o sistema vascular é pouco desenvolvido; isso faz com que, nos anfíbios, a temperatura não seja controlada internamente. b) nos anfíbios, o produto imediato da meiose são os gametas; nas briófitas, a meiose origina um indivíduo haploide que posteriormente produz os gametas. c) nos anfíbios e nas briófitas, a fecundação ocorre em meio seco; o desenvolvimento dos embriões se dá na água. d) nos anfíbios, a fecundação origina um indivíduo diploide e, nas briófitas, um indivíduo haploide; nos dois casos, o indivíduo formado passa por metamorfoses até tornar-se adulto. e) nos anfíbios e nas briófitas, a absorção de água se dá pela epiderme; o transporte de água é feito por difusão, célula a célula, às demais partes do corpo.

06. (UFRGS) Observe a tira abaixo, que ilustra hábitos dos ofídios.

Fonte: Fernando Gonsales. Zero Hora. 26 jul. 2014.

Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre características do ofídio representado na tira. a) Mandíbula com dupla articulação. b) Caixa torácica com costelas unidas ao esterno. c) Corpo recoberto por escamas e placas córneas. d) Fecundação externa. e) Ausência de dentes nos maxilares.

07. (UEPG PR) Em comparação aos anfíbios, os répteis possuem uma série de adaptações que os permitiram conquistar o ambiente terrestre, levando a uma independência do ambiente aquático. Com relação às características e adaptações deste grupo animal, assinale o que for correto. 01. Visto que os répteis são endotérmicos, ou seja, são animais que controlam a sua temperatura corporal, é comum que estes animais se escondam em locais de sombra, como os buracos no caso das serpentes, para evitar perda excessiva de calor. 02. No ovo dos répteis, o saco vitelínico possui pouco vitelo. O âmnio recebe as excretas do embrião na forma de amônia e o alantoide fornece proteção e evita a desidratação dos animais. 04. A pele grossa e seca dos répteis (sem glândulas mucosas), bastante queratinizada, evita a perda excessiva de água.

Além disso, o esqueleto ósseo e os músculos são mais fortes do que nos anfíbios. 08. Os répteis possuem fecundação externa e ainda dependem do ambiente aquático para o encontro de seus gametas, porém uma importante adaptação ao ambiente terrestre foi o desenvolvimento do embrião em um ovo com casca porosa, o qual fornece proteção e permite troca gasosa com o ambiente. 16. O pulmão dos répteis apresenta maior superfície relativa e é mais eficiente do que dos anfíbios, contribuindo para o sucesso do animal no ambiente terrestre, pois dispensa a pele da função respiratória.

08. (UEL PR) O aparecimento de ovos com casca foi uma evolução adaptativa dos répteis para a conquista definitiva do ambiente terrestre pelos cordados. Além do ovo com casca, há outras adaptações que permitiram que os répteis pudessem sobreviver no ambiente terrestre quando comparadas com as adaptações dos anfíbios. Portanto, há adaptações que surgem nos anfíbios e permanecem nos répteis e há adaptações que têm sua origem pela primeira vez nesse grupo.

Sobre as características adaptativas associadas à conquista do ambiente terrestre que surgiram pela primeira vez nos répteis, considere as afirmativas a seguir. I. Pernas locomotoras e respiração pulmonar. II. Ectotermia e dupla circulação. III. Queratinização da pele e ácido úrico como excreta nitrogenado. IV. Ovo amniota e desenvolvimento direto. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

This article is from: