Leitor EME Janeiro 2013 Edição 38

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ano 14 • número 38 • janeiro de 2013

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IMPRESSO

Lançamentos De amores e guerras

A envolvente história de um encontro e de muitas lembranças marcantes, que tornam a obra um romance de muita emoção “O personagem que protagoniza esta história representa o homem comum, um estrangeiro refugiado no Brasil, em busca de si mesmo. Quem sabe encontraremos pelo menos parte de nossas respostas ao longo da jornada terrena, não importa se ainda na juventude ou se na velhice do corpo?”, comenta o autor no início do livro. Leia mais em uma entrevista especial. páginas 2 e 3

Mãe, estou aqui

Ricardo Orestes Forni Romance espírita • 14x21 cm • 200 pp. • R$ 20,00 Apresenta o comovente drama vivido por Lúcia, que se vê separada do filho Júlio, morto com apenas dez anos de idade. A partir desse episódio, a mãe se recusa a aceitar a possibilidade do socorro espírita, mas os acontecimentos da vida vão guardando provas que serão apresentadas no momento apropriado.

Reparação – um difícil propósito

Wanda A. Canutti • Eça de Queirós (espírito) Romance mediúnico • 14x21 cm • 256 pp. • R$ 25,00 Todas as nossas ações têm consequências e, muitas vezes, a reparação é necessária, exigindo reconhecimento do erro, arrependimento sincero e um firme propósito de mudar. É isso que veremos nesse envolvente romance mediúnico, que retrata duas encarnações de uma mesma personagem em busca da reparação.

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

30 ANOS Em 2012, a Editora EME completou 30 anos de atividades. Leia aqui comentário de autores e leitores sobre o editorial e o encarte especial da Revista de Livros EME nº 13

Resenhas de livros de Ivan René Franzolim, Nedyr Mendes da Rocha e Donizete Pinheiro

páginas 3 e 4

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Lançamento

Editorial Olá! Você está recebendo mais uma edição do Leitor EME, a primeira logo depois do “fim do mundo”. Na entrevista deste mês, conheça o escritor mineiro Paulo R. Santos e seu último livro, o romance espírita De amores e guerras. Veja ainda dois dos nossos últimos lançamentos, além de comentários sobre autores e leitores sobre a última edição da Revista de Livros EME, que tratou dos 30 anos da editora, comemorados no ano passado. Leia também resenhas escritas por Vital Cruvinel em seu blog de análise de obras espíritas, sobre três obras de sucesso da editora. Tenha um 2013 com muita paz e muito amor, e aguarde a próxima edição. Sempre que precisar, conte com a Editora EME!

Expediente Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamente Editor: Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo Jornalista responsável: Rubens Toledo – MTb 13.776 Diagramação: Editora EME Fotolitos e impressão: Gráfica EME Tiragem desta edição: 3.200 exemplares Vendas: (19) 3491-7000 vendas@editoraeme.com.br

SAL

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O autor

Paulo R. Santos nasceu em 1957, na cidade de Santo Antônio do Monte, residindo atualmente em Divinópolis, ambas

cidades da região centro-oeste de Minas Gerais. É casado com Maria José S. Santos, advogada, com quem tem três filhos, Daniel, Lívia e Rafael. Formou-se em ciências sociais pela UFMG e fez pós-graduação em política e sociedade pela PUC-MG, em Belo Horizonte, durante sua permanência na capital mineira. É professor de socio-

logia geral e de antropologia cultural. Escreve artigos regularmente para a imprensa espírita e dedica-se a palestras em escolas, instituições espíritas e ambientes onde se pensa sobre a vida coletiva e as relações humanas. Sobre o seu interesse pela literatura, comenta que surgiu “desde quando me alfabetizei. Depois disso nunca mais parei

Entrevista com o autor Como conheceu o espiritismo? Um amigo me convidou para fazer um curso de esperanto na União Espírita Mineira, em Belo Horizonte. A ideia me agradou e comecei a frequentar essa instituição por causa do curso e não pelo espiritismo, que era, até então, desconhecido para mim. Naqueles tempos de adolescência eu andava mais ligado às ideias budistas, apesar da formação católica. Ao terminar o curso procurei um livro em esperanto na própria UEM e encontrei Nosso Lar, de Chico Xavier/André Luiz. Queria aprofundar o conhecimento da língua e comecei a entender também o espiritismo. Dessa leitura inicial passei a outros livros espíritas, e cá estamos! Frequenta ou trabalha em instituições espíritas? Colaboro em algumas instituições, mas regularmente frequento o Centro Espírita Estudantes do Evangelho, onde auxilio nas palestras públicas, no chamado “Atendimento Fraterno” e nas reuniões mediúnicas. Qual a importância do espiritismo em sua vida? Deu-me respostas essenciais e oportunidades de contribuir com a sociedade de forma mais condizente com o que me parece mais adequado em termos de informações e consolo. Qual a principal motivação para escrever De amores e guerras? Esse livro foi escrito em 2007 e ficou guardado até o início de 2012. Teve como motivação principal minha percepção do

aumento do número de livros que pouco tratavam efetivamente de temas espíritas. Houve uma profusão de romances superficiais, sem acrescentar realmente algo original ou que repetissem temas importantes em linguagem mais acessível ao público leitor de hoje. De amores e guerras retoma alguns temas que aparecem no livro Obras Póstumas, dentre outros assuntos. Foi escrito para ser uma leitura leve, mas que estimulasse a reflexão e a busca de aprofundamento de certos temas. Teve alguma surpresa ou dificuldade para realizar o livro? Não, exceto o esforço de buscar palavras e expressões que tornassem o assunto, ao mesmo tempo, agradável, acessível e instrutivo. Daí a escolha do formato de um memorial. Um homem já com certa idade relembrando e reavaliando a própria vida. O que deseja transmitir aos leitores com esta obra? Além da importância de se buscar uma boa formação doutrinária, revalorizar a velhice, o conhecimento e a experiência, e o que há de mais humano em cada um de nós. Você tem alguma relação com esta história? De certo modo sim. Além disso, conheci duas pessoas que aparecem no enredo, preservadas as identidades, naturalmente. O livro aborda a questão das guerras e das suas consequências. Qual a importância deste tema para o público espírita? Além da guerra convencional, o mundo entrou num processo

de diversas formas de violência – guerras também –, e que o espírita, conhecendo, poderá contribuir com seu conhecimento para amenizar sofrimentos. Os dois personagens principais têm grande diferença de idade e convivem juntos. Você acredita que deixamos de ter este tipo de amizade, em nossa sociedade? Sim, lamentavelmente. Alguns preconceitos se foram e outros apareceram, por isso a referência à viúva e filha, desencarnadas, do mais velho, e à namorada do mais jovem, para se evitar que os novos preconceitos interfiram no mais importante da trama. Hoje, um avô precisa ter cautela ao brincar com seu neto... A que ponto chegamos. Isso pode ser interpretado como pedofilia por mentes obtusas. Os dois personagens não convivem, mas se encontram regularmente em local público para as conversas de mútuo interesse. O romance é, por isso, indicado também para o público jovem? Sem dúvida! Você acredita que os romances espíritas têm tanta importância quanto os livros de estudo da doutrina? Sim. O romance pode ser uma forma mais leve e didática de se apresentar o conteúdo doutrinário, mas não exclui a necessidade da leitura de certas obras de aprofundamento. Uma coisa é a casuística, outra é a teoria espírita, que a explica! Como a doutrina espírita pode contribuir com o entendimento das dificuldades do dia a dia?


ançamento EME A obra de ler e de escrever. A leitura é tão necessária para mim, como comer e beber!”. Além do lançamento, publicou pela Editora EME os livros A outra margem, Adolescente, mas de passagem, Dia a dia – conceitos para viver melhor, Espiritismo e formação política, Pequeno manual do orientador espírita e Torre de marfim.

Simples! Quando começamos a entender como a vida “acontece”, muitas de nossas preocupações se vão, embora outras possam aparecer. Mas, as que se vão são as inúteis, e as que aparecem são as que nos ajudam a crescer espiritualmente. Alguma coisa mudou na sua compreensão da vida, durante a escrita dos seus livros? Muita coisa mudou. Além do aprendizado pela passagem dos anos e das experiências naturais que a vida oferece, escrever é pesquisar e refletir, é organizar as ideias, os pensamentos, os sentimentos e nossa visão de mundo e de vida. Depois disso, a tentativa de compartilhar! Quais são seus próximos projetos literários? Já há um livro pronto, um romance histórico sobre coisas acontecidas nas Minas Gerais de tempos passados. Acredito que todo fundo histórico real é sempre muito útil para o leitor ir aprendendo a contextualizar o próprio conteúdo doutrinário, e ver que a História é a nossa história, sem interrupções entre o antes e o depois, entre a vida extrafísica e como encarnados. Há fios invisíveis que interligam tudo! Deixe um comentário final para o leitor. Espero e desejo que leiam muito. Que formem o hábito da leitura dos bons autores e não só de livros espíritas. Que leiam menos, se for o caso, mas que leiam obras de qualidade, separando o joio do trigo!

De amores e guerras

Paulo R. Santos Romance espírita • 14x21 cm • 160 pp. • R$ 20,00 Alexander nasceu na Polônia, enfrentou a Segunda Guerra Mundial ainda criança, tendo que viver na antiga União Soviética. Hoje, beirando os oitenta anos, tem muitas histórias a compartilhar, lembranças da guerra e da Rússia, que o deixaram sem família e o obrigaram a fugir para o Brasil. Alexander e Alexandre, um jovem estudante, se encontram casualmente na praça de um bairro do Rio de Janeiro, e entre eles nasce uma bela amizade. Em suas conversas, Alexander conduz o jovem por um mundo de experiências marcantes, mas também de descobertas, como a imortalidade da alma e a comunicação com os espíritos.

Recebi a revista da editora, como sempre muito boa. Li sobre a trajetória de 30 anos. Trabalho admirável, pois contribui de modo concreto para o esclarecimento das consciências. Parabéns! Desejo força, coragem e perseverança para que ampliem estas realizações, que com certeza fazem a diferença em vossa evolução, enriquecendo de experiências salutares. Francislene Magda da Silva

Trecho da obra Certo dia meu pai chegou correndo e aflito em casa. Gritou para que arrumássemos alguma coisa em sacolas leves e fugíssemos, pois a guerra chegava à nossa vila e era preciso tomar distância imediatamente. Soube pelos outros camponeses que os invasores logo acionariam a artilharia na região para abrir caminho e que tanques já avançavam atravessando a fronteira. [...] Em poucos minutos estávamos prontos e saíamos, já com as explosões das bombas nas redondezas. Eu era jovem demais para antever o horror que viria em seguida. Minha mãe agarrou-me pela mão e começamos a correr, enquanto meu pai arrastava apressadamente meus dois irmãos. Após um assobio que anunciava a queda do explosivo, uma detonação aconteceu atrás de nós. Eu e minha mãe nos voltamos e vimos meu irmão caçula, Martov, com apenas sete anos, tentando levantar meu pai e sacudindo meu outro irmão. Minha

30 ANOS

mãe quis voltar para socorrê-los quando ocorreu outra explosão muito perto da anterior. Perdemos de vista nossos entes queridos em meio àquela poeira, estilhaços e fumaça. Não sei de onde minha mãe retirou tanta coragem e força, mas puxou-me chorando, para longe, me fazendo entender que os outros haviam morrido, apanhados pela barragem de artilharia. Essa cena horrível me acompanha até hoje, por mais que eu tente desvencilhar-me dela. Tem sido um alerta permanente para mim sobre a fragilidade da vida. Minha mãe será sempre uma referência de força e determinação ao lidar com marido e filhos em condições tão adversas até mesmo antes da guerra, mas principalmente durante o conflito, estimulando-me a aprender, a conhecer pessoas, descobrir o mundo pelo olhar do outro. Trecho extraído do capítulo “O início da guerra e a fuga”, páginas 24 e 25.

Li e me emocionei muito com o editorial da revista, onde a Izabel reporta, brilhantemente, sobre “Dois sonhos, duas realidades – filhos e livros”. Uma grande mulher, guerreira e inteligente. A Editora EME tem sucesso, e ela soube conciliar, com eficiência, o trabalho perfeito da editora – que não é fácil – com a maternidade responsável, demonstrando a garra das grandes mulheres, participando, ao lado do esposo, de seu sonho empreendedor, admirado em todo Brasil. José Lázaro Boberg Excelente o resgate histórico feito no encarte da revista! Um trabalho que cresceu por idealismo, perseverança e empreendedorismo. Ganharam e se desenvolveram com isso o espiritismo, os leitores e, claro, todos os envolvidos. Hoje o sonho envolve editora com mais de 400 livros, gráfica, centro espírita, instituição para dependentes químicos e outra de assistência social. Parabéns! Luiz Fernando Menezes

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Resenhas de obras por Vital Cruvinel

30 ANOS Fiquei encantado com o editorial e o encarte da edição de 30 anos da valiosa Editora EME, contidos na última Revista de Livros. Foi uma surpresa muito agradável. Trata-se do registro e documentação de uma história emocionante, que não conhecia os detalhes dos sonhos, lutas, realizações e sucessos. Achei muito oportuna a elaboração do encarte, porque registra acontecimentos históricos e os passos das conquistas e vitórias de pessoas que têm ideais e perseverança no atingimento dos objetivos. Percebi que a realização de seus sonhos permitiu a realização de sonhos de escritores, leitores, espíritas em geral, funcionários, fornecedores etc. O trabalho de vocês é maravilhoso e vejo que a estrutura já montada pode concretizar muitos outros sonhos maiores. Geziel Andrade Ao ler o editorial da última Revista de Livros EME, que acabou de chegar às minhas mãos, não posso deixar de parabenizá-los, à Izabel, ao Arnaldo e aos inúmeros colaboradores pelo gigantesco trabalho nesses trinta anos, na construção dessa maravilhosa editora, do centro espírita e, principalmente, da Comunidade Nova Consciência. Vocês são pessoas muito especiais, para terem recebido missão tão grandiosa e a estarem executando com tanto brilhantismo. Muito obrigado por tudo de bom que têm feito! David Aloísio Braga da Rocha

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Comunicação & discernimento 14x21 cm • 176 páginas • R$ 20,00

Quando o autor tem o que falar e sabe do que fala então é meio caminho andado para o sucesso. E isto se torna evidente pela forma simples e clara na exposição das ideias. Não há brecha para mal-entendidos. A proposta do livro é muito digna e necessária em nosso movimento espírita. Felizmente, o autor atingiu seus objetivos com grande mérito. Foi muito sincero em diversos pontos que não são fáceis de abordar. Vale destacar a boa organização dos assuntos separados em pequenos capítulos e também a boa argumentação nos textos. Ao iniciar um capítulo, o leitor rapidamente já compreende a mensagem... Não há enrolação, não há confusão. Podemos dizer que é um livro de vanguarda e que surpreende pelo seu modo propositivo de abordar as questões da comunicação no meio espírita. Com certeza será muito útil para quem se dispor a lê-lo (e compreendê-lo).

O fotógrafo dos espíritos 14x21 cm • 208 páginas • R$ 24,00

Após tantos anos decorridos das famosas sessões de materialização de Uberaba apareceu um livro com o registro fotográfico dos fenômenos. De certa forma ele vem preencher a lacuna da promessa não cumprida pela equipe de médicos da publicação dos experimentos realizados com os médiuns. Deve-se louvar a iniciativa do autor já que estes acontecimentos fazem parte da história do espiritismo brasileiro e não podem ser esquecidos. Provavelmente muitas pessoas o aconselharam a não publicar este livro porque foi um momento muito difícil para o movimento espírita, onde pouquíssimas pessoas se lançaram na defesa dos fenômenos. E não foi por falta de coragem dos espíritas, mas sim pela contundência das críticas baseadas nos muitos indícios de fraude. Podemos até não colocar a questão no centro das discussões, mas também ela não pode ser abandonada como tem sido desde então. Assim, parece muito oportuno o lançamento deste livro para que seja feita uma revisão de tudo o que aconteceu. Este livro cumpre esta função e, mais do que isso, revela uma história emocionante de um homem que viveu intensamente o espiritismo. É uma pena que Nedyr tenha partido antes do lançamento de seu livro, mas, com certeza, de onde estiver ele estará com a sensação do dever cumprido.

Um olhar sobre a honestidade 14x21 cm • 176 páginas • R$ 23,00

Aborda aspectos ligados ao tema da honestidade, apresentando exemplos para a reflexão e estímulo de como vivenciá-la. O destaque desta obra é a abordagem objetiva de um tema extremamente relevante para a conduta das pessoas. A honestidade pode até ser ignorada pelos mais relapsos, mas ela se apresenta em quase todas as ações do dia a dia como bem mostra o autor. A estrutura dos capítulos estimula de início uma reflexão e a desenvolve na medida em que o autor apresenta vários exemplos reforçando a ideia que ele pretende passar. A manutenção desta estrutura em quase todos os capítulos e os textos curtos facilitam a vida do leitor tornando a leitura mais prazerosa. Você pode até não concordar com uma ou outra avaliação do autor do que seja honestidade, mas não passará sem pensar sobre elas. Aliás, foi o meu caso.

* Vital Cruvinel reside em São Carlos. É engenheiro da computação e amigo do livro espírita. Mantém junto a Adriano Bello o blog Analisando o Livro Espírita (www.analisando-livro-espirita.blogspot.com.br), de onde foram extraídas estas resenhas.


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