Leitor EME - março nº 71

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ano 17 • número 71 • março de 2016

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Lançamentos O jardim das margaridas

Amorosa e pura de coração, aos 13 anos Licinha desencarna de forma violenta. Do outro lado da vida, ela descobre o verdadeiro motivo de sua morte Estreando na EME, Jorge Sincorá dos Santos, em parceria com o espírito Josué, nos traz um romance que ampliará nossos horizontes para esse entendimento tão necessário e consolador, que é a certeza da continuidade da existência. Saiba mais sobre o autor e sua obra em uma entrevista exclusiva! páginas 2 e 3

Educação com sabor de eternidade

Lucia Moysés Educação espírita • 16x22,5 cm • 240 páginas • R$ 30,00 Lucia Moysés reuniu trabalhos bem-sucedidos de educadores espíritas junto a crianças e jovens. Neste livro, ela apresenta a pioneira experiência de evangelização para bebês, mostra os movimentos para além da casa espírita e os recursos da tecnologia que se constituíram em ferramentas destes educadores.

O evangelho de Judas

José Lázaro Boberg Estudo • 14x21 cm • 208 páginas • R$ 28,00 Um trabalho audacioso onde José Lázaro Boberg faz uma análise crítica da vida de Judas Iscariotes baseando-se nos recém-descobertos escritos denominados evangelho de Judas. O autor reflete sobre o verdadeiro papel deste apóstolo na passagem de Jesus pelo planeta Terra. Afinal, Judas é um traidor ou um herói?

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO OK!

Li e gostei

1

Lúcia Cominatto explica o que realmente importa na obra Chico, você é Kardec?

Capacidade moral e intelectual do homem, segundo os espíritos, é tema de vestibular

Wanda A. Canutti e Eça de Queirós estão de volta em Obstinação, seu novo e emocionante romance

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Editorial Olá, tudo bem? Nesta edição, apresentamos O jardim das margaridas, romance mediúnico de Jorge Sincorá dos Santos, que faz sua estreia na Editora EME. Segundo ele, este trabalho foi elaborado sob a inspiração de Josué, amigo espiritual do autor que lhe enviou diversas mensagens. Assim, juntando uma e outra página, surgiu a tocante história de Licinha, menina amorosa e pura de coração, vítima de uma tragédia que se apresenta, em verdade, como valiosa oportunidade de redenção. Uma obra para ser lida com atenção para que se possa absorver a mensagem de esperança, paz e amor, conforme é o desejo de seus autores. E confira, também, outros lançamentos e novidades! Boa leitura!

Expediente Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamente Editor: Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo Jornalista responsável: Rubens Toledo – MTb 13.776 Jornalista: George De Marco Diagramação: Victor Benatti Impressão: Gráfica EME Tiragem: 3.200 exemplares Vendas: (19) 3491­‑7000 Vivo (19) 99983­‑2575 Claro (19) 99317­‑2800 vendas@editoraeme.com.br As respostas das entrevistas e os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, e não refletem necessariamente a opinião da Editora EME.

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O autor

JORGE SINCORÁ DOS SANTOS nasceu em Juiz de Fora, (MG). Casado, pai de três filhos,

advogado e Professor Universitário, é Mestre em Direito Privado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1975 ingressou na Petrobras Distribuidora, onde exerceu a função de advogado e, mais adiante, Gerente Jurídico. Professor Titular de Direito Processual Civil e Prática Jurídica na Universidade Cândido Mendes, onde acu-

mulou o cargo de Coordenador Acadêmico. Nascido em família espírita, é estudioso da doutrina, palestrante, médium incorporador, doutrinador e psicofônico. Atualmente, trabalha na Casa Espírita Aliança da Fraternidade (RJ), onde também atua como Diretor Jurídico. É autor de livros na área jurídica publicados pela Editora Lú-

Entrevista com o autor Como conheceu o espiritismo? Meus pais eram espíritas e uma vez por semana frequentávamos um centro, não obstante, minha aproximação efetiva com o espiritismo aconteceu já na maturidade por força da admiração que tinha pelo saudoso médium Francisco Cândido Xavier. Ele foi meu grande incentivo para estudar a doutrina espírita e enveredar por esse caminho redentor. Como a mediunidade auxilia nos seus livros e como ela auxilia no seu cotidiano? Costumo dizer que a mediunidade de prova é um sério encargo que o espírito assume quando do planejamento de sua reencarnação. No que tange ao auxílio que presta na elaboração dos livros, posso dizer que sem ela não haveria a possibilidade da comunicação com o plano espiritual por qualquer de suas formas. Vamos lembrar que nenhuma criação científica/intelectual é possível sem a ajuda do plano espiritual, embora muitos cientistas ainda dominados pelo materialismo pensem que fazem tudo sozinhos. A mediunidade propicia que o médium receba a inspiração e seja o condutor das ideias transmitidas pelo espírito comunicante. Em muitas oportunidades nossa criação decorre de uma expansão de consciência, e não estou falando simplesmente de uma psicografia. No meu cotidiano a mediunidade

tem papel relevante. Funciona como um alerta constante no comportamento, lembrando que não devemos ser espíritas apenas no interior da casa que frequentamos. Ademais, é lícito dizer que nosso guia espiritual está em contato conosco e por isso é importante “escutarmos” nossa intuição. Você tem informações sobre quem é o espírito Josué? E qual é a sua ligação com ele? O espírito Josué fez sua primeira comunicação pouco antes de 2012, durante o Culto do Evangelho no Lar. A partir daí, passei a psicografar suas mensagens logo após o término do culto. Certamente tenho ligação com ele, mas até hoje não o identifiquei com exatidão. Não sei quem é meu guia espiritual, mas sinto que Josué é um amigo generoso. Espero ainda obter informações mais detalhadas, mas como sabemos, não depende de mim. Penso que o espírito Josué faz parte de uma falange. Qual a principal motivação para escrever O jardim das margaridas? Trazer informações sobre a vivência numa colônia espiritual destinada a crianças. Não sei se há outras obras espíritas a respeito. Alguém o estimulou a desenvolver este trabalho? Sim, foi minha mulher Zezinha (Josefa), uma espírita dedicada à doutrina, médium que conheci no trabalho do

grupo de encaminhamento do qual participei na Aliança da Fraternidade. Foi ela quem me passou a informação de que deixei de transmitir conhecimentos em vidas passadas e que nesta encarnação eu deveria consertar essa omissão. À vista dessa informação, eu lhe disse: – Acho que os amigos espirituais estão enganados, pois lecionei por 36 anos e escrevi livros jurídicos. Respondendo ela disse: – Estou falando de conhecimentos espirituais. O que o espírito Josué deseja transmitir aos leitores com esta obra? Que a vida é um constante ir e vir. Ora estamos haurindo forças no mundo espiritual, ora estamos encarnados para novas experiências corporais. Estamos sempre onde é necessário, seja no umbral ou em camadas mais inferiores, seja numa Colônia Espiritual como exemplo Nosso Lar, seja numa Colônia para crianças, como a Raios do Amanhecer. O importante é prosseguir sempre. Na introdução de O jardim das margaridas você afirma que “todos têm direito à felicidade, mas que é necessário saber como e onde encontrá-la”. O livro ajuda o leitor neste encontro? De que maneira? A felicidade a que me refiro não é a que via de regra os encarnados perseguem durante sua vivência na carne. Essa é


ento EME men Juris. Pela literatura espírita, segundo ele por inspiração dos amigos espirituais, já publicou Caminhos para a escuridão (Editora do Conhecimento). Escreveu outros dois romances, entre eles, este O jardim das margaridas, que a EME está lançando. Para que conheçamos melhor o autor e a obra, o Leitor EME teve uma conversa com Jorge Sincorá dos Santos. Confira a entrevista:

efêmera, eis que está atrelada ao mundo de César. Falamos da felicidade que é o ideal de todo espírito na sua longa jornada evolutiva; é aquela que não é deste plano terreno. É necessário saber onde e como encontrá-la. As experiências vividas na Colônia das Crianças mostram que seus habitantes são espíritos milenares com seus erros e acertos. Não são criancinhas espirituais que perderam mais cedo o cobertor com que suas mães terrenas as agasalhavam. Não, são espíritos que precisam e devem evoluir do mesmo modo que aqueles que habitam colônias como Nosso Lar ou São Sebastião. Que mensagem você deixaria aos nossos leitores? Como disse-me o espírito irmão Ernest em uma ocasião em que precisei experimentar uma enfermidade que muito me abateu, nós somos o que pensamos. Nosso pensamento se materializa no Universo em frações de segundos, cria formas. Devemos lembrar que o pensamento positivo eleva a vibração, de modo que em nenhum momento devemos nos sentir abatidos por força das intempéries, sejam elas quais forem. Está inscrito na resposta à pergunta 662 de O Livro dos Espíritos, que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal”. 3

A obra Um mundo de conhecimentos e de informações da vida além da morte se descortina para nós com a a história de Licinha, desencarnada de forma violenta aos 13 anos de idade. Este envolvente livro escrito por Jorge Sincorá dos Santos, teve a supervisão de Josué, espírito que tem a missão de acolher e orientar as crianças e jovens recém-chegados da Terra, através de desencarnação prematura.

A história de Licinha dará aos pais que ficam na Terra a convicção de que seus filhos, que se despediram da vida ainda na infância ou na adolescência, estão muito bem amparados no Além.

OK!

Li e gostei

Romance mediúnico Romance mediúnico Romance mediúnico Romance mediúnico Romance mediúnico

O jardim das margaridas

Jorge Sincorá dos Santos Josué (espírito) 14x21 • 192 páginas • R$ 29,00

Chico, você é Kardec?

Trecho da obra – Não! Não! Não! Licinha debate-se no leito. Um pesadelo? Não, não era. Mas revivia momentos de terror e angústia. Lembrava-se vagamente de algo... A estrada de chão batido, o milharal verde e um vulto saindo do meio dele. As imagens não eram claras. Sentou-se na cama. A expressão nos olhos daquele homem... Aquilo lhe traz um mal-estar e uma opressão no peito. – O que estou fazendo aqui? E aquela moça que falou comigo? Será que tive um sonho? E este lugar? Parece um hospital! O que estou fazendo aqui? Deitou-se outra vez, procurando junto à cabeceira algum tipo de campainha... Mas nem chegou a chamar. Margarida adentrou o recinto, solícita.

– Você dormiu por mais de seis horas... – Tive um sonho horrível... Vejo-me caminhando por uma estrada... O lugar me parece familiar... De repente, tudo começa a girar na minha mente... Vejo um homem... Ele sorri de um jeito muito estranho e me deixa com medo... – Você se encontra numa colônia espiritual, em recuperação. O sono aqui é mais do que o refazimento do corpo físico. Mas é um recurso terapêutico essencial para retomada do equilíbrio emocional. Ao mesmo tempo, você está se tratando de algumas lesões... Licinha toca o próprio corpo e nota que é de natureza mais sutil. Trecho extraído do capítulo 5, Raios do amanhecer

É um livro fundamental para aqueles que buscam dirimir qualquer dúvida sobre a possibilidade do Chico ter sido a reencarnação de Kardec. Baseado em opiniões de alguns espíritas de renome, o livro traz esclarecimentos a respeito, para que continuemos a usufruir das obras mediúnicas produzidas pelo Chico, sem desmerecer as de Kardec, que constituem as bases do espiritismo. Seja ele ou não Kardec, isso pouco importa. O que realmente importa, é saber que ambas as obras se completam, para que tenhamos um bem viver aqui na Terra e nos tornemos pessoas melhores, preparando-nos para, num futuro ainda distante, ficarmos um pouco mais próximos da grandiosidade de Jesus. Parabéns ao autor! Lúcia Cominatto


AGUARDE! – obstinação –

O perigoso desejo de se sentir superior Eça de Queirós (espírito)

Wanda A. Canutti (médium)

A professora Wanda Canutti (1932-2004) e o espírito Eça de Queirós (1845-1900) já nos presentearam com grandes romances, como Getúlio Vargas em dois mundos e o mais recente, Meu filho. Agora a dupla de autores nos apresenta Obstinação contando a história de Ingrid, espírito determinado que, na vida, age com paixão em tudo que se dispõe a realizar. Vivendo na Alemanha ela se dedica inteiramente a sua profissão de enfermeira, cuidando dos pacientes sob sua responsabilidade com extremado zelo, característica de sua personalidade forte e decidida. Nesse cenário, quando explode a primeira guerra mundial, uma grande perda vem abalar profundamente esse coração ousado e destemido que se atira de corpo e alma em tudo que realiza. Incapaz de superar esse episódio, com a mesma determinação e arrojo, Ingrid envereda por um caminho perigoso cometendo atrocidades que culminariam na perda da própria vida. Fortes influências espirituais e assédio constante de companheiros do passado desafiarão sua persistência, pondo à prova seu aprendizado. Enfim, uma história que vale à pena esperar para conferir!

Caiu na prova! O Livro dos Espíritos é tema de vestibular

O

s vestibulandos da primeira fase da UNESP (Universidade Estadual Paulista), realizado no mês de novembro do ano passado, depararam-se com uma questão no mínimo surpreendente. O enunciado de uma das questões trazia dois textos para explicar as capacidades morais e intelectuais do homem, o conceito filosófico do inatismo, especialmente as habilidades no campo da Música. Um dos textos era de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. O outro foi extraído de um artigo da Revista Superinteressante. É preciso destacar a atualidade do pensamento espírita, capaz de confrontar a ciência oficial e apresentar respostas para questões complexas. A resposta dos espíritos, com adaptações ao texto original, foi apresentada da seguinte maneira: “Não confundais o efeito com a causa. O espírito tem sempre as capacidades que lhe são próprias; ora, não são os órgãos que produzem as capacidades, mas as capacidades que conduzem ao desenvolvimento dos órgãos. O espírito, se encarnando, traz certas predisposições, admitindo-se, para cada uma, um órgão correspondente no cérebro. O desenvolvimento desses órgãos será um efeito e não uma causa. Se as capacidades se originassem nesses órgãos, o homem seria uma máquina sem livre-arbítrio e sem responsabilidade dos seus atos. Seria preciso admitir que os maiores gênios, sábios, poetas, artistas, não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais”.

Já o artigo da Revista Superinteressante, de autoria de Nelson Jobim, intitulado “Um dom de Gênio”, cita uma pesquisa do neurologista alemão, Helmut Steinmetz, pesquisador da Universidade Henrich Heine, de Düsseldorf, que comparou cérebros de um grupo de 30 músicos com os de outros 30 que não se dedicavam à arte musical. Na conclusão do cientista, o virtuosismo dos primeiros explicar-se-ia por um acentua­ do desenvolvimento do lobo temporal esquerdo (região do córtex cerebral onde são processados os sinais sonoros). “Nos músicos, esse tamanho pode ser duas vezes maior”, diz o texto. Os professores do Colégio Objetivo também prepararam uma resposta, que dizia o seguinte: “No de Kardec, codificador do espiritismo, religião amplamente professada no Brasil, o Universo é visto como constituído de matéria e espírito. Essa concepção tem ressonância no pensamento de Platão e Descartes, considerados também pensadores dualistas. Assim, o corpo material é plasmado pelo Espírito que o encarna. A alma, entendida por Kardec como o espírito encarnado, é o portador de uma bagagem cultural e moral de existências passadas. Conceito semelhante ao inatismo cartesiano e platônico, em que a razão humana é portadora e produtora de conhecimento humano”.

O livro dos espíritos Allan Kardec Tradução de Matheus R. Camargo Edição EME • Letras maiores e formato grande 15,5x21,5 cm • 360 páginas • R$13,00

Já em relação ao artigo de Nelson Jobim, a genialidade humana surge como produto de determinação biológica. “Tal concepção se aproximaria mais dos empiristas, para quem toda inteligência nasce como tábula rasa, e nesse caso poderíamos admitir que a genialidade resultaria do acaso. O que, na crítica de Kardec, ‘os maiores gênios, sábios, poetas e artistas não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais’”. E a pergunta que se faz é: Como terão reagido os vestibulandos frente a essa questão? Essa não foi a única questão com temas filosóficos. O pensamento atualíssimo de Voltaire, o grande mestre do Iluminismo, também foi tema da questão que abordou, de forma implícita, as lutas étnicas e a ação de grupos extremistas. No texto de Voltaire, o pensador apresenta Deus não como uma divindade de um povo, de uma raça ou de uma nação, mas como o criador do Universo e pai de todos os homens. Uma visão, com certeza, coerente e compatível com o ensino trazido pelo espiritismo. Fonte: USE São Paulo


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