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1. A estratégia dos grupos de crescimento

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Introdução

Introdução

CAPÍTULO 1

A estratégia dos grupos de crescimento

Os cristãos se reúnem em vários tipos de grupos para vários propósitos: comissões de igreja, manutenção de propriedades, coral, grupos de jovens, treinamento em ministérios, grupos de compartilhamento e apoio. Alguns deles são grupos para executar tarefas; outros para amizade ensino e preparação. Grupos assim tendem a ter um objetivo principal, além de consequências secundárias, como a construção de relacionamentos mais próximos entre os membros do grupo.

Essa diversidade de grupos e propósitos é válida. No entanto, existe um tipo grupo distintamente cristão com um propósito distintamente cristão. Esse tipo de grupo é o assunto deste curso de treinamento. Poderíamos chamá-lo apropriadamente de “grupo cristão”. Em vez disso, neste curso, chamamos de “grupo de crescimento”.

1.1 OBJETIVOS MINISTERIAIS A PARTIR DE COLOSSENSES

Quais são os objetivos de um grupo de crescimento — seu principal propósito, a razão de sua existência? Qual é o ministério de um grupo cristão? Para responder a essas perguntas, precisamos considerar as razões pelas quais os cristãos se reúnem e as instruções dadas a grupos de cristãos no

Novo Testamento. Ao fazer isso, descobrimos a Palavra de Deus e sua agenda para grupos cristãos, que geralmente são chamados de igrejas.1

Ao longo de nosso treinamento, estudaremos Colossenses; portanto, vamos começar formulando algumas metas para os grupos de crescimento a partir desta epístola. Poderíamos usar qualquer carta do Novo Testamento para as primeiras igrejas, ou mais apropriadamente, estudar todas elas, pois todas são a Palavra de Deus para nós. Por razões práticas, examinaremos Colossenses, fazendo a seguinte pergunta: quais são os objetivos essenciais para um grupo de crescimento?

Possivelmente a frase central de Colossenses está em 2.6-7:

Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.

“Receber” Cristo nesses versículos não se refere a algum tipo de encontro místico em que Cristo entra em nossos corações. Tem a ver com algo que os colossenses foram “instruídos” (no v. 7). Normalmente, não pensamos em “receber” um ensinamento ou uma informação, mas essa é a palavra que o Novo Testamento usa com frequência para descrever a maneira como o evangelho foi transmitido de pessoa para pessoa e de geração em geração (cf. 1Co 15.1ss). Quando os colossenses “aprenderam” o evangelho (de Epafras — Cl 1.7), eles receberam Cristo.

No capítulo 2 de Colossenses, o apóstolo está fazendo um apelo para que eles permaneçam firmes em sua fé neste evangelho, contra evangelhos alternativos legalistas, e continuem a aceitar o senhorio de Cristo na vida diária.

1 Uma das questões dignas de reflexão durante este curso é a distinção entre “igreja” e “pequenos grupos”.

Pode haver diferenças logísticas e estruturais entre eles, mas existem diferenças teológicas?

Extraímos nossas metas para os grupos de crescimento a partir dessa instrução. Definimos nossos objetivos como: • Receber Cristo como Senhor • Viver com Cristo como Senhor

Os objetivos dos grupos de crescimento são centrados em Cristo, não centrados no próprio grupo. Vamos examinar em detalhes o que significa receber a Cristo como Senhor e viver sob seu senhorio.

Receber Cristo como Senhor

Quando os colossenses receberam o evangelho de Cristo e depositaram sua confiança nele, receberam o próprio Jesus Cristo. Eles haviam sido escravos do império das trevas (1.13), mas agora estão “em Cristo” (ver 2.6, 7, 10, 11, etc.); agora eles têm toda a plenitude de Deus que estava no Filho. Não podemos criar uma separação entre Cristo e o evangelho de Cristo, como se nos tornássemos cristãos ouvindo o evangelho, mas só depois pudéssemos conhecê-lo pessoalmente. Só conhecemos a Cristo quando ele vem até nós no evangelho, oferecendo-nos redenção e reconciliação com Deus. É por isso que Paulo pode descrever todo o seu ministério como anunciação de Cristo: “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28).

Assim, transmitir conhecimento e entendimento corretos é algo central para os grupos cristãos. Receber a Cristo significa aprender alguma coisa; diz respeito à aprendizagem, à compreensão, à sabedoria e ao entendimento. A salvação e a vida piedosa dependem dessas coisas, e elas só podem ser encontradas em Cristo. Portanto, em nossos grupos, temos como objetivo: • Entender a graça de Deus em toda a sua verdade (1.6) • Sermos cheios do conhecimento de sua vontade “em toda sabedoria e entendimento espiritual” (1.9)

• Termos “toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreendermos plenamente o mistério de Deus, Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (2.2-3).

As Escrituras nos ensinam muitas coisas sobre Cristo. À medida que aprendemos essas coisas, as guardamos no coração e depositamos nossa confiança nelas, crescemos em nosso conhecimento pessoal de Cristo. Ele se revela ao falar pela Bíblia, e nós o conhecemos como pessoa quando aprendemos e recebemos tudo o que ele é e tudo o que ele fez por nós.

Tudo o que ele é (1.13-20; 2.9-10):

• A imagem de Deus • O criador • O dono da criação • A razão da criação • Antes da criação • O sustentador da criação • O cabeça de sua igreja • O princípio • O primogênito dentre os mortos • A plenitude de Deus • Supremo • Cabeça sobre todo poder e autoridade

TUDO O QUE ELE FEZ POR NÓS:

Ao longo de Colossenses, os principais verbos que descrevem a obra salvadora de Deus sugerem a riqueza de sua graça em Cristo: • vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz (1.12) • temos a redenção, a remissão dos pecados (1.14; 2.13) • nos libertou do império das trevas (1.13) • nos transportou para o reino do Filho do seu amor (1.13) • apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis (1.22)

• nele estais aperfeiçoados (2.10) • nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de

Cristo (2.11) • tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo (2.12) • vos deu vida juntamente com ele (2.13) • morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo (2.20) • fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos (2.12) • fostes ressuscitados juntamente com Cristo (3.1) • sereis manifestados com ele, em glória (3.4)

Ao conhecer a Cristo, somos resgatados do império das trevas e trazidos para o seu reino de luz. Isto é a fé: conhecer pessoalmente a Cristo; entender quem ele é e o que ele fez por nós de tal maneira que depositamos toda a nossa confiança e segurança nele.

Agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho. (Cl 1.22-23)

Receber a Cristo nunca é um exercício acadêmico ou meramente intelectual. É uma relação de conhecimento pessoal; é um relacionamento de confiança baseada no que aprendemos. Nossos grupos de crescimento devem estimular as pessoas a receberem Cristo dessa maneira e a continuarem firmes e fortes diante das diversas alternativas.

Viver com Cristo como Senhor

Conhecer Cristo como Senhor e Salvador implica viver com Cristo como Senhor. Isso significa:

PERMANECER FIEL: REJEITAR OUTROS SENHORES E SUAS

RELIGIÕES

Na salvação de Cristo, estamos plenos e completos, sem a necessidade de nenhum conhecimento ou dever religioso suplementar. Nossa fé deve estar somente em Cristo.

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. (Cl 2.8-10)

As proibições religiosas são repetidas por toda parte: não devemos ser enganados por argumentos sutis (2.4); não somos julgados pelo que comemos e bebemos (2.16); devemos evitar a falsa humildade e a adoração dos anjos (2.18); não devemos ser orgulhosos, para não perder a conexão com a Cabeça (2.19).

Em contraste, somos duas vezes exortados a continuar: continuar em nossa fé, alicerçados e firmes, sem nos afastarmos da esperança contida no evangelho (1.22-23); e continuar a viver nele (2.6). A oração de Epafras é também a oração dos nossos grupos: “para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus” (4.12).

SUBMETER-SE A CRISTO EM TODAS AS ESFERAS DA VIDA

“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (3.17). A fonte desta nova vida não é imediatamente aparente para o mundo, pois é uma vida “oculta juntamente com Cristo, em Deus”. Cristo é a nossa vida, mas isso só será revelado quando Cristo se manifestar (3.3-4).

Outros verbos em Colossenses destacam a vida totalmente transformada do cristão: • Viver uma vida digna do Senhor (1.10) • Agradar ao Senhor inteiramente (1.10) • Frutificar em toda boa obra (1.10) • Ser fortalecido com todo o poder, segundo a força da sua glória (1.11) na fé (2.7) • Ter perseverança e longanimidade (1.11) • Dar graças ao Pai, com alegria (1.12), a Deus Pai por meio de Cristo (3.17) • Ser agradecido (3.15) • Transbordar de gratidão (2.7) • Colocar o coração nas coisas de cima (3.1), a mente nas coisas de cima, não nas terrenas (3.2) • Fazer morrer o que pertence à natureza terrena (3.5) • Despojar-se de todas as coisas como estas (3.8) • Revestir-se do novo eu, que está sendo refeito no pleno conhecimento à imagem de seu Criador (3.10); de amor (3.14) • Revestir-se de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e longanimidade (3.12) • Suportar um ao outro (3.13) • Perdoar como o Senhor nos perdoou (3.13) • Habitar a palavra de Cristo em você (3.16) • Submeter-se ao seu marido (3.18) • Amar sua esposa (3.19) • Obedecer a seus pais (3.20) • Não irritar seus filhos (3.21) • Obedecer aos seus senhores terrenos (3.22) • Tratar os servos com justiça e equidade (4.1) • Perseverar na oração, sendo vigilante e agradecido (4.2)

• Portar-se com sabedoria na maneira de agir em relação aos de fora (4.5) O resumo da vida cristã é prosseguir em viver com: • fé em Cristo Jesus (1.4; 2.5) • amor por todos os santos (1.4) • esperança no que nos é preservado no céu (1.5)

1.2 OBJETIVOS DE CRESCIMENTO

Uma imagem usada repetidamente em Colossenses é a de crescimento. Isso nos fornece outra maneira de expressar o propósito dos grupos — e uma maneira de explicar seu nome.

Crescimento do evangelho

Paulo se alegra com o crescimento e a frutificação do evangelho (1.6). Seu chamado é para proclamar Cristo a todos, incluindo os gentios (1.24-29) e ele pode dizer que o evangelho “foi pregado a toda criatura debaixo do céu” (1.23). Ele pede oração por sua missão mundial e exorta os colossenses a serem sábios para ganhar as pessoas de fora (4.26). Grupos cristãos são comprometidos com a propagação do evangelho. Eles são criados pelo ouvir da palavra da verdade (1.5); logo, naturalmente compartilham da missão do evangelho.2 Para avaliar nossos grupos de crescimento, devemos perguntar: o evangelho está alcançando mais pessoas por intermédio de nosso grupo?

Crescimento cristão

O evangelho cresce e dá frutos transformando as pessoas. Devemos crescer no conhecimento de Deus (1.10) e é Deus quem faz o corpo crescer, por meio da conexão com Cristo, a cabeça (2.19). Epafras ora pelo crescimento até a maturidade (4.12).

2 Mais sobre isso no tópico de treinamento 9: crescimento do evangelho por meio de grupos de crescimento.

Nossos objetivos para o crescimento cristão podem agora ser resumidos: • Receber Cristo como Senhor, o que significa conhecer e confiar pessoalmente em Cristo: • tudo o que ele é; e • tudo o que ele fez. • Viver com Cristo como Senhor, o que significa: • permanecer fiel — rejeitar outros senhores e suas religiões; e • submeter-se a Cristo em todas as esferas da vida.

Para avaliar nossos grupos de crescimento, devemos perguntar: • Os membros do nosso grupo estão recebendo a Cristo como Senhor? • Estão vivendo com Cristo como Senhor?

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