R C0N UIST
Educação de Jovens e Adultos
PRÁTICAS
EM CIÊNCIAS
HUMANAS E ARTE
Solange Utuari Pascoal Ferrari
Angela Rama Luis Gustavo Reis
MANUAL DO PROFESSOR
Volume II
Etapas 7 e 8
Educação de Jovens e Adultos - 2o segmento
Componentes curriculares:
EM CIÊNCIAS
Solange Utuari Pascoal Ferrari
Angela Rama Luis Gustavo Reis
MANUAL DO PROFESSOR
Volume II
Etapas 7 e 8
Educação de Jovens e Adultos - 2o segmento
Componentes curriculares:
Componentes curriculares: Geografia, História e Arte
MANUAL DO PROFESSOR
Educação de Jovens e Adultos - 2o segmento
Solange dos Santos Utuari Ferrari
Educadora, escritora e artista visual. Doutora em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
Licenciada em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Especializada em Antropologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
Especializada em Arte-Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Autora de diversos livros, artigos e propostas curriculares, é ilustradora e assessora em projetos de Educação, Arte e Cultura.
Pascoal Fernando Ferrari
Educador, escritor, ator e diretor teatral. Mestre em Ensino pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul).
Especializado em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
Licenciado em Teatro pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro (Ítalo-SP). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo). Licenciado em Psicologia pela Universidade Braz Cubas (UBC). Autor de diversos livros, artigos e propostas curriculares, é pesquisador de linguagem teatral em escolas.
Maria Angela Gomez Rama
Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (Unifran-SP). Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestra em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular e na Educação Superior.
Luis Gustavo Reis da Silva Lima
Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em História pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Editor de livros didáticos, escritor, pesquisador e professor no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular.
Copyright © Solange dos Santos Utuari Ferrari, Pascoal Fernando Ferrari, Maria Angela Gomez Rama, Luis Gustavo Reis da Silva Lima, 2024
Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Nubia Andrade e Silva
Edição Deborah D’Almeida Leanza (coord.)
André Tomio Lopes Amano, Carlos Zanchetta, Fabio Bonna Moreirão, Mariana de Lucena, Mariana Renó Faria, Rui Campos, Bianca Balisa, Vanessa do Amaral
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)
Cintia R. M. Salles, Veridiana Maenaka
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.)
Sergio Cândido
Imagem de capa
Imagem de capa Viktor Gladkov/Shutterstock.com
Arte e Produção Vinicius Fernandes dos Santos (coord.)
Alexandre Tallarico, Camila Ferreira Leite, Juliana Signal, Manuel Miramontes, Sidnei Moura
Diagramação Estúdio Diagrami
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Erica Brambila, Mylena Santos
Iconografia Danielle de Alcântara Farias, Jonathan Christian do Prado Santos, Lucas Alves Profeta, Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)
Mapas Allmaps, Sonia Vaz, Dacosta Mapas
Ilustrações Bentinho, Gustavo Perg, IRI, Manzi, Nelson Provazi
Ceramista utiliza uma roda de oleiro para fazer um vaso.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Reconquista Educação de Jovens e Adultos : Práticas em Ciências Humanas e Arte:
2o segmento : volume II : etapas 7 e 8 Solange dos Santos Utuari Ferrari...[et al.]. -1. ed. -- São Paulo : FTD, 2024.
Outros autores: Pascoal Fernando Ferrari, Maria Angela Gomez Rama, Luis Gustavo Reis da Silva Lima Componentes curriculares: Geografia, História e Arte. ISBN 978-85-96-04441-7 (livro do estudante)
ISBN 978-85-96-04442-4 (manual do professor)
ISBN 978-85-96-04443-1 (livro do estudante HTML5)
ISBN 978-85-96-04444-8 (manual do professor HTML5)
Ciências Humanas e Arte (Ensino fundamental)
2. Educação de Jovens e Adultos (Ensino fundamental) I. Ferrari, Solange dos Santos Utuari. II. Ferrari, Pascoal Fernando. III. Rama, Maria Angela Gomez. IV. Lima, Luis Gustavo Reis da Silva.
24-206030
CDD-372.19
Índices para catálogo sistemático: 1. Educação de Jovens e Adultos : Ensino integrado : Livros-texto : Ensino fundamental 372.19
Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD
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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
INTRODUÇÃO ...................................................................................... XXXVI
CONCEITOS VINCULADOS ÀS DIMENSÕES DE ANÁLISE DAS
CIÊNCIAS HUMANAS E ARTE ................................................................. XXXVII
Cartografia .................................................................................... XXXVIII
Trabalho de campo e estudo do meio ........................................... XXXIX
Articulação entre passado e presente ................................................. XLI
Nutrição estética e leitura de imagens ................................................ XLI
Ambiências educadoras ....................................................................... XLV
O ateliê fixo ou móvel ......................................................................... XLV
As práticas em diferentes linguagens artísticas ............................... XLVI
EDUCAÇÃO INCLUSIVA .......................................................................... XLVII
INTERDISCIPLINARIDADE E TEMAS GERADORES ................................ XLVIII
ORGANIZAÇÃO DE TEMAS E CONTEÚDOS ................................................ L
Quadro programático – Volume I – Etapas 5 e 6 .................................... L
Quadro programático – Volume II – Etapas 7 e 8 ................................. LII
Quadro de conteúdos das faixas de áudio – Volumes I e II ............... LIV
EXAME NACIONAL PARA CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS (ENCCEJA) .......................................................... LVI
Atividades Encceja – Etapas 5 e 6 ....................................................... LVII
Atividades Encceja – Etapas 7 e 8 ..................................................... LXXI
Gabarito Etapas 5 e 6 ...................................................................... LXXXII
Gabarito Etapas 7 e 8 ...................................................................... LXXXV
OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO VOLUME I .................................. LXXXVIII
OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO VOLUME II ..................................... XCVIII
REFERÊNCIAS COMENTADAS....................................................................CV
..................................... 1
Esta coleção foi planejada e organizada com o propósito de fornecer aos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) um material didático que contribua para a formação integral deles, não só apoiando o desenvolvimento de conhecimentos, competências e habilidades necessárias para o enfrentamento de questões decorrentes do avanço da ciência e da tecnologia e de seus impactos sociais e culturais mas também evidenciando os princípios éticos necessários para o pleno exercício da cidadania.
Aos professores são apresentadas sugestões de procedimentos didáticos que apoiam o trabalho com grupos mistos e diversificados, próprios das turmas da EJA, assim como estratégias para diagnosticar os conhecimentos prévios dos estudantes e indicações sobre como avaliar o processo de ensino-aprendizagem. Tais propostas seguem uma concepção de aprendizagem fundamentada na ideia de que o estudante aprende de forma mais significativa ao confrontar sua experiência e utilizá-la como referência para a elaboração de novos conhecimentos.
Assim, a seleção de conteúdos desta obra considerou a necessidade de garantir o diálogo entre os conhecimentos estabelecidos por meio da metodologia científica e os conhecimentos advindos de saberes e técnicas populares e tradicionais – o que favorece trocas horizontais entre professores e estudantes, que visam tanto à compreensão de fenômenos naturais, sociais e culturais quanto à obtenção de respostas para problemáticas que se observam na sociedade brasileira, especialmente na comunidade e em outros lugares de vivência dos estudantes.
Outra premissa da coleção é oferecer estratégias e ferramentas aos estudantes para que eles possam se comunicar com clareza e de maneira eficaz nas mais diversas situações, tanto em seus processos de fala quanto de escrita. As propostas buscam estimular a leitura analítica e crítica de textos verbais, não verbais e mistos, de diferentes gêneros, trabalhando a ordenação de ideias, a argumentação, a contra-argumentação e a elaboração de novas hipóteses, de modo a incentivar efetivamente o convívio democrático.
Além dos compromissos apresentados anteriormente, a coleção tem como principais objetivos:
• promover uma educação que não dissocie a escola da sociedade nem o conhecimento do trabalho, apresentando desafios que permitam aos estudantes tomar decisões com responsabilidade, criatividade, autonomia, compromisso, espírito crítico e reconhecimento de seus direitos e deveres;
• oferecer conteúdos atualizados que favoreçam aos estudantes o desenvolvimento de competências que ampliem seu potencial como agentes transformadores do cotidiano;
• valorizar a pluralidade étnica e cultural dos diferentes grupos sociais do país, combatendo quaisquer atitudes preconceituosas e discriminatórias relacionadas a manifestações de cunho religioso, cultural, de orientação sexual, gênero, etc.;
• apresentar orientações teórico-metodológicas que promovam um processo educativo crítico, dialógico, problematizador e transformador;
• proporcionar aos professores oportunidades de reflexão sobre a própria ação pedagógica, oferecendo sugestões de ampliação de informações e conhecimentos para superação de problemas enfrentados no fazer pedagógico;
• promover valores, como a tolerância e a solidariedade, por meio de propostas de resolução de problemas baseadas em conhecimentos científicos, diálogo, negociação e mediação;
• tornar a sala de aula um espaço de reflexão sobre as próprias trajetórias e valores pessoais, construindo maior consciência sobre o papel de estudantes e professores como atores sociais e mais alteridade em relação à história do outro;
• promover a troca de vivências e o compartilhamento de saberes, tanto aqueles advindos das experiências de cada um quanto os conceitos próprios das ciências;
• oportunizar ativação cultural por meio de fruição de obras artísticas e experiências estésicas e estéticas.
Organização da coleção
A coleção de Práticas em Ciências Humanas e Arte é destinada ao segundo segmento da EJA, que corresponde ao Ensino Fundamental – Anos Finais, e é composta de dois volumes: o primeiro para as etapas 5 e 6; o segundo para as etapas 7 e 8. Cada volume da coleção conta com Livro do estudante e Manual do professor, ambos em versões impressa e digital.
Além disso, cada volume também apresenta faixas de áudio relacionadas aos conteúdos e outros Objetos Educacionais Digitais (OEDs), como vídeos, podcasts, infográficos, imagens ampliadas e carrosséis de imagens, que ajudam a contextualizar conceitos e fenômenos e a ampliar explicações a respeito de temas abordados no material impresso.
Há muitos caminhos a serem percorridos em Práticas em Ciências Humanas e Arte. Nesse sentido, pesquisar e planejar o tempo, as situações de aprendizagem e os recursos importantes para uma boa experiência educativa são ações fundamentais. Este Manual do professor apresenta orientações pedagógicas para apoiá-lo nas ações didáticas e mediadoras dos conteúdos em sala de aula. Para um melhor aproveitamento da coleção, essas orientações estão organizadas em duas partes: a parte geral apresenta os princípios que embasam a proposta didático-metodológica da coleção como um convite para trilharmos juntos os percursos no ensino de Ciências Humanas e Arte; a parte específica traz orientações para conduzir as dinâmicas e atividades apresentadas no Livro do estudante.
Na parte geral, além da fundamentação teórico-metodológica da coleção, apresentam-se os quadros programáticos dos dois volumes do Livro do estudante, o quadro de conteúdos das faixas de áudio, assim como atividades do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), os objetivos e justificativas em cada unidade e as referências comentadas.
Na segunda parte, apresentam-se a reprodução das páginas do Livro do estudante em tamanho reduzido e, ao redor delas, orientações didáticas, eventuais respostas ou respostas sugeridas/comentadas, sugestões de integração com outros componentes curriculares, sugestões práticas para o ensino em sala de aula, entre outras indicações.
Para demonstrar, contextualizar ou exemplificar o conteúdo trabalhado no Livro do estudante de maneira prática e criativa, são apresentados diversos tipos de Objetos Educacionais Digitais, tais como imagens ampliadas, infográficos, carrosséis de imagens, vídeos e podcasts. Os áudios complementam e estimulam a criatividade dos estudantes por meio de sua percepção auditiva. Sempre em consonância com o tema trabalhado na unidade, são apresentados exemplares da cultura musical, enriquecendo a caracterização geral de movimentos e expressões artísticas. Os áudios também são um recurso valioso no trabalho com a musicalidade dos estudantes.
EM AÇÃO
AÇÃO
Minha voz, meu canto, meu patrimônio No início desta unidade, conhecemos cantoras indígenas que vêm exercendo representatividade e protagonismo na música.
trabalho, como o de professores, atendentes de telemarketing atores, entre outros. Por isso, a saúde vocal deve ser uma preocupação de todas as pessoas. Confira alguns cuidados
CUIDADOS COM A VOZ
musicais, como samba, bossa nova, rock rap entre outros. Deixou como marca artística sua voz rouca e rasgada, estilo que influenciou muitas cantoras. Geralmente, profissionais que trabalham com a voz, como os cantores, antes de começarem a cantar, aquecem a voz, assim como os atletas que se alongam antes de praticar algum esporte. As pregas vocais (popularmente conhecidas como “cordas vocais”) são músculos, por isso precisamos prepará-las antes de soltar a voz. Esses exercícios de aquecimento para o canto são chamados de “vocalises”. Além da voz, os vocalises também preparam o ouvido, ajudando no controle da afinação, da intensidade de emissão da voz e da expressividade em geral. ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Realize alguns exercícios para aquecer sua voz, seguindo o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Em pé, inspire pelo nariz e solte o ar pela boca, devagar, procurando relaxar o corpo todo.
b) Respire normalmente pelo nariz, relaxando partes do corpo, como músculos da face, lábios, garganta e ombros, soltando braços e mãos.
c) Faça alguns movimentos com o pescoço para relaxar as pregas vocais.
d) Gire os ombros em círculos, com movimentos lentos.
e) Relaxe os lábios, fazendo-os vibrar com o som “bruuuuu” e deixando passar ar entre eles.
f) Crie mais sonoridades com a voz, como “trrrrr” e “aaaaaa”, ou pronuncie letras do alfabeto. Procure explorar as alturas, indo do grave para o agudo, ou o contrário, mas sem forçar a voz. 2. 11 Agora, tente cantar com base nesses vocalises de acordo com os áudios da Faixa 11 e conforme as orientações do professor.
a) Vocalise sobre “Pare de falar”. b) Vocalise sobre “Brr”. c) Vocalise sobre “Vi”. d) Vocalise sobre “Lua”. 3. Como foi essa experiência? Converse
Explique
o
e ativar a
dos lábios por meio da vibração enquanto um som é emitido. Assim como no exercício anterior, utilize a introdução feita pelo piano, que estabelece a tonalidade na qual o vocalise será cantado. Após cada repetição da frase, o piano introduz a próxima tonalidade, progressivamente mais aguda que a anterior. Peça aos estudantes que repitam o procedimento seis vezes. Explique que a progressão ajuda a estender o alcance vocal de forma gradual e segura. c) Explique, novamente, que a introdução é realizada pelo piano, que define a tonalidade inicial para o canto. A melodia empregada utiliza a sílaba “vi” e é cantada 11 vezes. A cada repetição da frase musical, o tom se eleva ligeiramente, com o piano indicando a nova tonalidade. É importante reforçar com os estudantes que o objetivo desses vocalises não é simplesmente cantar em um volume mais alto ou em uma tonalidade mais aguda, mas sim preparar a voz de maneira que o canto seja produzido com qualidade e eficiência, em riscos à saúde vocal.
d) Explique aos estudantes que existem diversos tipos e estilos de vocalises variando de exercícios com letras completas a outros que utilizam apenas sílabas, consoantes ou vogais. Alguns são mais estruturados,
“lua” como
duzido pelo
que estabelece o tom para o canto e providencia o acompanhamento ao longo do exercício. É recomendável que a turma ouça a melodia algumas vezes antes de começar a cantar. Isso é importante para que os estudantes se familiarizem com o ritmo e a melodia da palavra “lua”, que é repetida de várias formas. A cada uma das quatro repetições, a tonalidade aumenta ligeiramente, adicionando um desafio progressivo ao exercício. 3. Promova uma roda de conversação para que os estudantes possam compartilhar suas experiências com a turma. Destaque que o exercício de percepção da própria voz (da sua força, da sua potencialidade, dos seus limites etc.) também faz parte da construção do protagonismo em nossas próprias vidas, tema abordado no início desta unidade.
ÁUDIO FAIXA 11 Série de vocalises exercícios de aquecimento e preparo para o canto.
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As páginas reproduzidas a seguir são representativas da segunda parte do Manual do professor.
INTRODUÇÃO O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Identidades e culturas e pretende contribuir para a compreensão de algumas noções e conceitos fundamentais das áreas de Arte e de Ciências Humanas, especialmente de História e Geografia. Inicia-se abordando as linguagens da arte, o papel da estética e a função do estado de estesia na experimentação sensorial. Na sequência, são apresentados os conceitos geográficos de paisagem e espaço. As discussões sobre sujeitos, temporalidades e fontes históricas ampliam o arcabouço teórico dos estudantes; e as escalas espaciais e os elementos dos mapas encerram a unidade, junto dos estudos sobre o cálculo do tempo e a medição do espaço. Os artistas trabalhados nas imagens de abertura de unidade, em geral, são retomados ao longo das unidades. Objetos de conhecimento • Contextos e práticas em diferentes linguagens da arte • Parâmetros sonoros Processos, procedimentos e poéticas visuais Definição de Ciências Humanas Permanências e mudanças • Paisagem e espaço geográfico • Sujeito, fonte e tempo históricos Escala espacial e cartográfica Usos e elementos do mapa
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INICIANDO A UNIDADE A imagem, o texto e as questões presentes nesta abertura de unidade visam convidar os estudantes para uma roda de conversação. Propõe-se, por meio dessa situação de aprendizagem, fomentar “conversas que possam provocar reflexões e ações” (Freire, 1991), valorizando os saberes e as práticas vivenciadas pelos estudantes dentro e fora da escola. Os momentos na roda de conversação são oportunidades para estabelecer uma relação horizontal, democrática e libertadora. Essa situação de aprendizagem está fundamentada nas proposições de Paulo Freire (1921-1997), ao tratar do “Círculo de Cultura”, em que o processo e a aprendizagem valorizam a “pessoa”, seu repertório cultural, suas práticas e vivências, bem como os saberes escolarizados, relacionando-os e significando os estudos e a vida. Desse modo, em toda abertura de unidade, aparece uma imagem e um texto para apresentar os temas e propor, na roda de conversação, momentos de nutrição estética, convidando o professor e os estudantes a ampliarem seus saberes, explorando a fruição, a estesia e a competência de leitura de textos, visuais e verbais.
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Apresenta a descrição dos conteúdos trabalhados ao longo da unidade com a identificação do tema gerador e dos Objetos de conhecimento Destaca noções e conceitos básicos necessários ao desenvolvimento dos temas e sugere práticas didáticas para a exploração e a condução dos conteúdos da unidade com base nos objetos de conhecimento.
certas ou erradas, e sim valorizar a construção de ideias, as contextualizações e as argumentações, além de oportunizar experiências estéticas. Após a leitura e a compreensão do texto introdutório, a arte é trazida para provocar reflexões sobre como os estudantes se reconhecem como seres sensoriais, estéticos, históricos, sociais e políticos que ocupam um espaço e, como sujeitos históricos, possuem uma identidade. Essa identidade deve ser reconhecida não apenas no aspecto pessoal/individual – fator importante a ser destacado, já que, como sujeitos históricos, somos responsáveis por nossas trajetórias –mas deve também ser entendida como parte da vida em sociedade, com a qual estabelecemos relações de pertencimento a uma “comunidade imaginada”, tal como explicou o historiador Benedict Anderson (1936-2015) na obra “Comunidades imaginadas”, de 2008. Atividades As atividades de abertura propiciam levantar conhecimentos prévios dos estudantes e realizar avaliações diagnósticas e formativas. As questões propostas aqui são sugestões, outras podem surgir durante a roda de conversação ou de acordo com a intenção pedagógica e o contexto cultural e educacional dos estudantes. 1. Explique à turma que a obra de Pierre Fonseca é uma proposta artística da série “Máquinas de conexão”. Nela, o artista usa cones, tubos e fones instalados na paisagem com a intenção de convidar o público a uma escuta ativa e sensível da paisagem sonora, a fim de estabelecer conexões com a natureza. 2. Investigue como os estudantes percebem sons, formas, cores, superfícies, planos, clima, entre outros aspectos da paisagem.
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Atividades
Apresenta as respostas e/ou os comentários das atividades propostas aos estudantes. São sugeridas maneiras de trabalhar com as atividades, destacando aquelas que podem configurar instrumentos de avaliação.
Apresenta primeiro o tema, os textos, as imagens e as atividades da abertura de cada unidade. As imagens, amplas, atraem a atenção do estudante e incentiva e a leitura delas e dos textos propostos, além da execução das atividades. Ainda, aciona os conhecimentos prévios que o estudante utilizará no desenvolvimento dos conteúdos. Em seguida, descreve em linhas gerais os principais pontos a serem desenvolvidos na unidade.
Traz comentários e orientações para o desenvolvimento dos conteúdos abordados. A importância dos assuntos tratados determina quais elementos do Livro do estudante são destacados na seção. Além disso, apresenta sugestões de aplicação e ampliação dos temas propostos, sugestões de práticas didático-pedagógicas, dicas de encaminhamento das aulas, ainda traz dicas sobre a organização da sala, os materiais a serem utilizados, as estratégias para a superação de eventuais defasagens e outras questões importantes.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Uma vez que a História é o estudo das ações dos seres humanos no passar do tempo, entender o conceito de tempo histórico é fundamental para essa área de conhecimento, bem como para buscar compreender a passagem da humanidade pelo planeta. A organização do tempo histórico em categorias chamadas de duração é uma ferramenta que permite analisar a complexidade das transformações humanas. Sendo assim, inicie o trabalho com esse tema por meio do conceito de temporalidade, explicando aos estudantes o significado histórico de um tempo de longa, de média e de curta duração. Para isso, podem ser explorados os exemplos no texto-base, propondo aos estudantes que pensem sobre outras situações que possam ser encaixadas em cada uma das temporalidades estudadas. Para incentivá-los a refletir, comente que os eventos de longa duração são aqueles que se estendem por séculos, como o desenvolvimento de religiões ou as mudanças climáticas. Esses são movimentos lentos e profundos que moldam a estrutura da sociedade no decorrer de um longo período. Já a média duração pode se estender por algumas décadas, como o mandato de líderes políticos, mudanças econômicas ou conflitos, e representam transformações observáveis dentro de uma ou mais gerações. Por fim, a curta duração acontece em um breve período, como campanhas de vacinação, terremotos ou protestos. São episódios que podem trazer mudanças imediatas, facilmente notadas.
Ao abordar a periodização da História em idades (ou eras) – antes da escrita (chamada anteriormente de forma mais comum de “Pré-História”), Antiga, Média, Moderna e Contemporânea –, cabe explicar para a turma as limitações dessa divisão, bem como, de forma sucinta, mostrar os episódios que foram escolhidos para serem esses divisores. Destaque como essa periodização, elaborada no século XIX, é eurocêntrica, ou seja, apresenta delimitações temporais com base em acontecimentos ocorridos na Europa e ignora as experiências de outros povos e culturas. Essa é uma oportunidade para apresentar diferentes maneiras de periodizar, com o objetivo de ajudar a pensar criticamente o eurocentrismo e promover uma compreensão mais inclusiva e representativa da História.
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Atividade complementar Para aprofundar o conteúdo sobre os egípcios antigos, organize os estudantes em grupos e solicite uma atividade de pesquisa. Cada grupo ficará encarregado de pesquisar mais informações a respeito de um único aspecto da sociedade egípcia: organização política, religião, estrutura social ou produções culturais. Oriente-os em cada etapa da pesquisa, definindo um passo a passo, como: pesquisar em fontes confiáveis, que podem ser disponibilizadas e/ou sugeridas pelo professor; registrar as informações coletadas; organizar as ideias em forma de texto; e apresentar o resultado da pesquisa oralmente para a turma. Desse modo, os estudantes podem desenvolver mais autonomia quanto a metodologias para pesquisas futuras.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Estudar a história da África antiga contribui para ampliar os conhecimentos dos estudantes a respeito da historicidade das culturas e sociedades africanas, destacando os múltiplos vínculos que interligavam diferentes povos no continente. Nesse sentido, reserve um momento da aula e apresente brevemente para os estudantes a sociedade egípcia na Antiguidade, assim como um de seus povos vizinhos, como os núbios, por exemplo. Destaque, de forma breve e pontual, alguns aspectos dessas sociedades, como: poder centralizado nas mãos de reis; construções de grandes obras e monumentos funerários (como as pirâmides); entre outros. Comente que os beduínos (povos nômades, geralmente muçulmanos, que transitam pelo deserto em camelos com mercadorias para serem vendidas) que viviam na Líbia nem sempre eram bem recebidos pelos egípcios. Esses grupos foram reprimidos violentamente em muitas ocasiões. Atitudes como essa persistem na sociedade contemporânea, pois muitos grupos de pessoas enfrentam dificuldades para ingressar em novos territórios. Se considerar pertinente, pesquise artigos jornalísticos sobre a migração da África para a Europa na atualidade e disponibilize-os aos estudantes para que verifiquem a contemporaneidade dessa questão. Incentive-os a compartilhar o que sentiram ao ler as notícias e a pensar em possíveis medidas e ações que melhorem as condições de vida das pessoas em seu país de origem, auxiliando na adaptação e integração dos migrantes à sociedade de destino.
Texto complementar […] O TBC [turismo de base comunitária] oferece ao turista a oportunidade de conviver com a natureza a partir da perspectiva das comunidades, apreciando a culinária e as manifestações culturais tradicionais. E um dos princípios dessa modalidade de turismo é o respeito à sustentabilidade econômica, sociocultural e ambiental da comunidade, o que colabora
a imagem desta página para que os estudantes reconheçam que as pessoas das comunidades remanescentes de quilombos lutam pelo direito à terra, à ancestralidade e à preservação de suas culturas, pois boa parte dos direitos básicos não estão garantidos a elas nos locais em que vivem. Verifique se os estudantes justificam adequadamente os motivos que levam a essa negligência dos poderes públicos e da sociedade civil em relação aos quilombolas e se articulam o racismo estrutural à pobreza e à exclusão sistemática dessas populações. Para ampliar o repertório da turma sobre os trabalhos nas comunidades quilombolas, acesse o vídeo sugerido no boxe Indicação
Atividade 2. Nessa atividade, é importante orientar os estudantes a realizar pesquisas em fontes confiáveis. Eles podem elaborar uma lista com os nomes das comunidades existentes na Unidade da Federação ou do município em que vivem e compartilhar entre si a responsabilidade de pesquisar as atividades econômicas que elas desenvolvem. É importante incentivar a turma a encontrar informações sobre a vida social e cultural dessas comunidades, a fim de que o mapa pictórico fique mais dinâmico e diversificado. INDICAÇÃO MULHERES do quilombo – Trailer . 2023. Vídeo (2 min). Publicado pelo canal Meios Grupo de Pesquisa. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=0LjBxMrvOzs. Acesso em: 25 abr. 2024. Trailer do documentário que trata das mulheres do Quilombo Corgo das Moças, situado em Minas Gerais.
transformam em destinos turísticos. Brasília, DF: Portal Sebrae, 22 maio 2023. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/quilombos-se-transformam-em-destinos -turisticos,4f0796ebc9496810VgnVCM1000001b00320aRCRD. Acesso em: 14 mar. 2024. 97 D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V1-ET5-U04-082-103-MPU-G25-AVU2.indd 97 01/06/24 11:05
Boxe com sugestões de materiais que incentivam o estudante a identificar e a ampliar o conhecimento desenvolvido na obra através de outros meios, como filmes, livros, sites, podcasts, entre outros.
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Atividades complementares
Sugestões de outras atividades que complementam ou aprofundam aspectos já desenvolvidos no Livro do estudante. Traz indicações de atividades a serem realizadas fora do ambiente escolar, como propostas de pesquisas, estudos de meio, trabalhos em grupo, entre outras sugestões.
Textos complementares
Sugestões de leitura, por meio de trechos de textos que dialogam com as discussões propostas no Livro do estudante e desenvolvidas nas Orientações didáticas. Os trechos são retirados de obras de referência, de revistas científicas, de sites e de páginas oficiais de artistas, organizações governamentais e instituições de pesquisa. Também traz reportagens sobre as temáticas trabalhadas, fornecendo ao professor material para auxiliar os estudantes a reconhecer as maneiras como a mídia aborda os assuntos estudados, o que contribui para a ampliação da busca deles por informações por meio da leitura.
Conecta conteúdos de Geografia, História e Arte a outras áreas do conhecimento ou componentes curriculares. Aqui, você encontra meios para explorar, de forma contextualizada e multidisciplinar, temas de Leitura e Escrita, Ciências da Natureza, Matemática e Educação Física. O mundo interconectado exige que o ensino e a aprendizagem também o sejam. Dessa forma, são explicitados os conceitos próprios das ciências mobilizadas durante a abordagem do fenômeno, que é analisado, portanto, sob o ponto de vista dos diferentes campos do conhecimento.
CONEXÕES
Esta seção propõe uma abordagem interdisciplinar com Matemática e é uma oportunidade para que os estudantes façam levantamentos numéricos sobre a origem de seus antepassados e conheçam mais os movimentos migratórios que ocorreram em suas famílias até que eles pudessem chegar aonde estão agora. Incentive os estudantes a buscar o máximo de informações a respeito de seus antepassados, fazendo uma pesquisa com pais/responsáveis e demais familiares. Reforce a importância de registrar os dados coletados para posterior sistematização em gráfico. Peça aos estudantes que compartilhem oralmente o lugar de origem dos antepassados que eles registraram. Anote na lousa as informações e peça que, em pequenos grupos, eles organizem esses dados. Dessa forma, pode-se descobrir de quais Unidades da Federação e países são, majoritariamente, os antepassados da turma. Oriente-os a elaborar um gráfico de barras para representar os dados levantados com as pesquisas. Caso os estudantes apresentem dúvidas na tabulação dos resultados e no modo de construir o gráfico, auxilie-os, abordando os conceitos de frequência absoluta (quantidade de vezes que a mesma resposta apareceu) e frequência relativa (quantidade de vezes que essa resposta apareceu em relação ao total de respostas da pesquisa). Explique para eles que a tabela deve apresentar a totalidade de dados (n) que será usada na confecção dos gráficos. Proponha uma estrutura como a apresentada a seguir para a organização dos dados.
CONEXÕES COM MATEMÁTICA
A importância da ancestralidade
Muitos artistas expressam suas ideias sobre a ancestralidade por meio de suas produções artísticas. Um exemplo disso é o trabalho “Parede da memória”, da artista Rosana
Paulino (1967-). Observe a imagem a seguir.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Vamos apreciar o trabalho “Parede da memória”, da artista paulista Rosana Paulino. a) Observe as materialidades usadas. Como você imagina que essa instalação foi produzida?
b) Como você percebe volumes, tonalidades e texturas?
2. Você costuma observar fotografias
c) Que sensações, ideias ou memórias esse trabalho transmite a você?
Unidade da Federação/ Região (n) Frequência absoluta (fa) Frequência relativa fr = fa n
Mostre para os estudantes que a frequência relativa pode ser expressa em porcentagem. Para isso, basta multiplicar o valor encontrado para fr por 100. Acrescente uma nova coluna à tabela para apresentar a frequência relativa em porcentagem. Região/Estado (n) Frequência absoluta (fa) Frequência relativa fr = fa n Frequência relativa (%) fr 100
Comentários, orientações e respostas da seção, elaborada por meio de atividades práticas para que os estudantes possam utilizar as habilidades de comunicação e de cooperação deles, de forma verbal e não verbal, para desenvolver podcasts, práticas artísticas, entrevistas, vídeos, mapas e outros tipos de materiais e produções. A elaboração da seção tem por objetivo estimular o interesse pela educação e pelo aprendizado. Tais objetivos ganham relevância especial para os estudantes, sobretudo os de EJA, que estão retornando à escola.
REVEJA Promova a leitura oral das atividades. Incentive a participação dos estudantes neste momento, solicitando a eles que descrevam as imagens livremente, em voz alta. Ao finalizar, promova uma conversação sobre as impressões, emoções e conclusões que as imagens causaram em cada um. Incentive-os a compartilhar conhecimentos prévios e conclusões durante o processo, solicitando que também demonstrem seus conhecimentos acerca dos aspectos históricos e socioculturais relativos à resolução das questões.
Atividades
Esse som foi incorporado na percussão corporal, criando uma dança que combina passos e palmas. Essa manifestação de prática corporal, com música e dança, está presente em vários estados brasileiros, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Modas de viola, cantorias, festejos juninos e/ou contações de “causos” (geralmente ligados ao folclore, como saci-pererê e curupira, por exemplo) ao redor de fogueiras são práticas culturais do universo rural e representam a identidade, majoritariamente caipira, de determinada localidade. Explique aos estudantes que, entre os principais passos da catira, podemos citar os mais conhecidos, como: rasqueado, escova, movimento serra acima e serra abaixo, movimento recortado e movimento levante. Cada um desses passos corresponde a uma forma de dançar e fazer percussão corporal, explorando pisadas com força no chão (como um sapateado) e palmas marcando o pulso na música. Comente com os estudantes que, na linguagem musical, chamamos as batidas que se repetem, de maneira regular e idêntica, de pulso, ou pulsação. A percepção da pulsação pode acontecer de forma natural em nosso corpo; é o que
Consulte orientações no MP.
Caxambu (MG), 2020. Caxambu (MG), 1928-1930.
e qual é mais recente. Como é possível ter essa percepção?
e) Você estudou que uma paisagem pode ser observada por meio dos diferentes sentidos do corpo. Que sons e cheiros você imagina que perceberia se estivesse no município de Caxambu (MG) em cada época retratada? f) Providencie fotografias ou faça um desenho do lugar onde você vive (parte de sua comunidade, bairro, cidade etc.) para mostrar as mudanças e as permanências ao longo do tempo.
1. a) Resposta pessoal. Oriente os estudantes a observar com bastante atenção as duas imagens, justificando oralmente a resposta. b) Caxambu foi a cidade retratada, entre 1928 e 1930 e em 2020, respectivamente. Os anos de 1928 e 1930 correspondem ao século XX, e o ano de 2020 ao século XXI. c) Resposta pessoal. Por meio da observação e comparação das imagens, espera-se que os estudantes apontem que alguns elementos naturais, como o relevo, formado por serra ao fundo, pode ser identificado como uma permanência, enquanto a construção de prédios pode ser compreendida como um elemento humano, que representa uma mudança na paisagem da cidade. d) As fotografias retratam uma porção do espaço muito similar. Ao comparar as imagens, espera-se que os estudantes observem que os prédios presentes na segunda imagem não existiam à época da primeira fotografia e identifiquem construções em comum entre elas. Eles podem destacar, ainda, que o estilo das construções é um indicativo temporal. e) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes usem a imaginação com base na observação das fotografias. f) Os estudantes podem ser conduzidos a um espaço do município (museu, biblioteca, casa de memória, arquivo público etc.) para que busquem fotografias antigas e, caso seja permitido pela instituição, registrem-nas com o uso de celular ou de câmera fotográfica. Caso não seja possível a ida a algum acervo, ajude-os a encontrar imagens na internet ou colete, você mesmo, algumas imagens do passado e do presente do município para serem analisadas, em sala de aula, com os estudantes. 2. a) Resposta pessoal. Chame a atenção da turma para a imagem. Pergunte aos estudantes se eles já assistiram a algum concerto musical semelhante e se reconhecem os instrumentos. A imagem do exercício pode incentivá-los a recordar
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Respostas e comentários para as atividades que favorecem a aplicação e a retomada ou ampliação do que foi trabalhado na unidade. Por meio da análise de imagens, textos, mapas, entre outros, os estudantes verificam o que aprenderam, reforçam os conhecimentos desenvolvidos e refletem sobre diferentes contextos. Por encerrar a maior parte das unidades, essas atividades podem ser aplicadas com a intenção de verificar os avanços dos estudantes e identificar possíveis defasagens, possibilitando ao professor intervir de modo que todos continuem realizando avanços no percurso escolar.
Aqui você pode explorar um dos momentos mais empolgantes do ofício de ensinar: reconhecer e colocar em prática aquilo que o estudante aprendeu. Os projetos permitem, ainda, que os estudantes conectem e relacionem conhecimentos e saberes, sem se aterem à compartimentalização dos componentes curriculares. Competências e habilidades como autonomia, iniciativa, organização e responsabilidade também são facilitadas por meio do trabalho com projetos.
PROJETO Para o encerramento desta etapa, proponha à turma a criação de um Sarau Cultural. Explique que a palavra “sarau” vem do latim e significa “entardecer”, parte do dia em que os saraus tradicionalmente acontecem. Nesse momento, conte aos estudantes que o sarau proposto poderá acontecer no horário escolar mais apropriado (pela manhã, tarde ou noite). A ideia é que os estudantes expressem e compartilhem o que aprenderam por meio de uma linguagem artística. Explique a eles que saraus são feitos com apresentação de poesias, músicas, cantos, danças, exposições etc. Sugira que se apresentem em diferentes linguagens artísticas, como apresentação de musical, pequenas cenas teatrais, coreografias de dança, performances criadas ou em outra linguagem artística que queiram se expressar, desde que atendam às normas e regras relativas ao convívio escolar (como não conter nudez, sexo explícito, utilização de drogas, entre outras). Ajude os estudantes a decidir sobre suas apresentações, bem como a ensaiá-las, dedicando, se necessário, um tempo das aulas para isso. Com os estudantes, combine como eles poderão se apresentar durante o sarau (“que espaço utilizarão?”; “como as pessoas vão assistir a eles: sentadas, em pé, em cadeiras?”; etc.). Estabeleça essa logística com eles, em sala de aula, fazendo um desenho na lousa do espaço onde se apresentarão (como um retângulo, por exemplo). Nesse desenho, cada estudante expressa onde quer se posicionar, os materiais de que precisará, entre outras questões que a turma queira apontar. Isso porque, em um sarau profissional, as atividades ocorrem em um espaço no qual as pessoas escolhem onde farão suas apresentações (ao redor do piano, em cima de uma cadeira, no centro da sala etc.). Para facilitar a dinâmica, todas as apresentações podem ser feitas em um único “palco”, que pode ser em frente à lousa, e todos os estudantes podem ficar sentados em cadeiras/carteiras dispostas em um semicírculo para prestigiar os colegas. Garanta que, durante as apresentações, o clima seja descontraído e acolhedor, de modo que os estudantes possam se expressar de forma livre, interagir e socializar, com um espaço e tempo expressivo e criativo, em um momento de celebração da amizade e da arte, e, o mais importante, a conclusão de mais uma etapa de formação escolar, que, sem dúvidas, há de ser comemorada. Por fim, certifique-se de que todos os estudantes concordam com a divulgação de imagens e do material audiovisual produzido. D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V1-ET6-U12-260-283-MPU-G25_AVU1.indd 282 01/06/2024 11:20
Cada volume desta coleção é organizado em 12 unidades. Cada uma das unidades apresenta páginas de abertura, seções, boxes e outros componentes baseados na proposta teórico-metodológica e nos conteúdos da coleção de Práticas em Ciências Humanas e Arte.
Os títulos e os subtítulos organizam os conteúdos que são trabalhados ao longo das unidades, de maneira a separar os subtemas abordados e, ao mesmo tempo, criar um fio norteador que encadeie as diferentes questões abordadas. Com isso, pretende-se auxiliar o estudante a visualizar de forma explícita, metafórica ou poética o que será estudado.
e a nós mesmos? Como eles estão relacionados à sua vida? Esses componentes curriculares fazem parte da área do conhecimento chamada Ciências Humanas Elas são um conjunto de ciências que têm como objetivo estudar e compreender o comportamento humano, as relações sociais e a cultura em diferentes tempos e espaços. As Ciências Humanas nos ajudam a compreender os acontecimentos da sociedade, tanto no passado quanto no presente. Se os estudiosos dessa área quiserem investigar uma festividade brasileira, como o Bumba meu boi, por exemplo, podem buscar dados sobre suas origens étnico-culturais; os locais em que é praticada; características como vestimentas, formas de expressão, procedimentos ou regras; os significados para a comunidade; as mudanças da prática ao longo do tempo; a importância da festa como expressão social de determinado grupo; as possíveis influências do espaço geográfico, entre outras abordagens.
A página dupla de abertura é composta de uma imagem, uma citação de texto, atividades e os principais tópicos abordados na unidade. O objetivo é apresentar ao estudante, de forma prática, o tema e os principais conteúdos a serem estudados, por meio da fruição da imagem, que entra como nutrição estética e provocadora, e da leitura do texto. A realização das atividades permite que se crie um momento de diálogo sobre o que será estudado e, portanto, de avaliação diagnóstica.
PARTICULAR
Sujeitos históricos Leia um trecho do texto da historiadora Maria Beatriz Nascimento.
Há quanto ao tempo pertenço?
Só esses anos? Impossível Quantas cronologias marcam meu corpo. Infinitas… NASCIMENTO, Maria Beatriz. Femme erecta. In RATTS, Alex; GOMES, Bethania (org.). Todas (as) distâncias poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. [Salvador]: Ogum’s Toques Negros, 2015. p. 78. Maria Beatriz Nascimento. Rio de Janeiro (RJ), 1991.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Em sua opinião, é possível que alguma ação ocorrida no presente influencie o futuro?
2. Você conhece alguma ação praticada no passado que tenha gerado consequências na organização da sociedade atual? Comente com colegas e professor. As Ciências Humanas têm um papel fundamental na construção do conhecimento sobre o ser humano, seu mundo e suas práticas. A História estuda os diferentes sujeitos históricos, suas ações e os efeitos dessas ações no tempo e no espaço. Compreendemos o sujeito histórico como a pessoa ou o grupo que colabora para a construção do processo histórico. Assim, todos nós somos sujeitos históricos. O historiador, profissional que estuda a ciência História, investiga e apresenta diferentes visões sobre determinados acontecimentos, como eles teriam ocorrido e como se relacionam a outros episódios. Por isso, é importante destacar que o estudo da História não é uma lista de acontecimentos, mas uma análise dos eventos em seus contextos, com a percepção de que os fatos não são isolados, mas fazem parte de um processo histórico. Consulte orientações no MP.
Bumba meu boi em São Luís (MA), 2022. Cada área de investigação utiliza metodologias próprias. Nas Ciências Humanas, metodologias são o conjunto de técnicas, procedimentos e regras adotadas para a realização de uma pesquisa ou o desenvolvimento de um projeto de forma organizada. Embora cada ciência tenha suas características, é por meio da interdisciplinaridade, ou seja, da integração das várias disciplinas, que as Ciências Humanas ajudam a conhecer e a transformar a vida em sociedade. 25 24
Os principais conceitos e suas definições ganham destaque visual no texto, com o objetivo de ressaltar a importância dos conhecimentos construídos pela área do conhecimento e pelo componente curricular da coleção.
Boxe que apresenta uma breve biografia das principais personagens ou grupos apresentados na unidade, o que permite ao estudante a contextualização da obra de arte, do texto, da imagem etc.
Seção que pretende promover práticas educativas que contemplem uma visão integrada de saberes, favorecendo múltiplas abordagens e análises críticas sobre um mesmo tema. A característica comum da seção entre as unidades é a parte de atividades, momento em que fica mais evidente a intenção de explorar a intersecção, o ponto de contato, de observação e de análise de algum fenômeno social entre diferentes componentes curriculares e áreas do conhecimento, com ênfase em Leitura e Escrita, Ciências da Natureza, Matemática e Educação Física.
Sugestões de livros, sites, podcasts, documentários, filmes, entre outros conteúdos, para enriquecer ou ampliar o repertório cultural e científico dos estudantes, bem como fomentar sua curiosidade intelectual.
As atividades visam resgatar, sistematizar ou ampliar os conteúdos apresentados. Elas podem ter as seguintes características: ser de reflexão, diálogo e construção coletiva; de escrita individual; de pesquisa; de produção artística ou científica; de análise de texto, imagem, gráfico ou mapa relacionando com a realidade em que vive o estudante ou com realidades mais distantes; de formulação de hipóteses para explicar fenômenos naturais e sociais; de múltipla escolha; entre outras características. Dessa forma, pretende-se oferecer atividades diversas que contemplem etapas de avaliação condizentes com o processo de ensino-aprendizagem proposto pela obra.
Seção que aparece em todas as unidades e coloca o conhecimento em prática ao propor atividades que incluem a produção de pesquisas, entrevistas, vídeos, podcasts, ações comunitárias, práticas artísticas, entre outras. O objetivo é integrar o conhecimento teórico e as práticas científicas e artísticas, o que possibilita aos estudantes relacionar sua vida e seu cotidiano com as práticas coletivas e o conhecimento produzido pela humanidade, na tentativa de quebrar barreiras que impedem que o estudante se perceba como um produtor de conhecimento, de arte e de cultura.
Radioteatro Como estudamos, houve uma época em que tanto o rádio quanto a televisão exerciam forte influência no modo como as pessoas consumiam notícias. Nos programas de rádio, o radioteatro e as radionovelas eram muito populares nas décadas de 1930 e 1940. Integrando a linguagem do rádio e do teatro, os atores interpretavam histórias de romance, de aventura e até de ficção científica. Essas transmissões eram feitas ao vivo e atraíam grande audiência. No dia 30 de outubro de 1938, a emissora de rádio estadunidense Columbia Broadcasting System (CBS) transmitiu uma peça de radioteatro baseada na obra de ficção científica do escritor britânico Herbert George Wells (1866-1946), conhecido como H. G. Wells, intitulada “A guerra dos mundos”. O cineasta George Orson Welles (1915-1985) comandou a transmissão ao vivo de um radioteatro, que, dada a realidade da leitura, pareceu aos ouvintes uma notícia real sobre uma invasão alienígena iminente. Com uma narrativa de estética jornalística, além de entrevistas, diálogos e efeitos sonoros, a
Seção de atividades que encerra a unidade e pretende verificar ou ampliar a compreensão e a reflexão dos estudantes acerca dos principais conteúdos estudados até então.
é colher, nesta safra, cerca de 16 mil toneladas. A produção do arroz orgânico envolve 352 famílias de 22 assentamentos em doze municípios gaúchos. O grão é beneficiado pelas cooperativas dos agricultores assentados e comercializado por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e, ainda, em feiras, supermercados e na rede de lojas Armazém do Campo. […] O grão livre de veneno já é uma forte marca da reforma agrária no Rio Grande do Sul. Os primeiros plantios ocorreram entre 1998 e 1999, em assentamentos da região metropolitana de Porto Alegre.
O Incra/RS participou ativamente da implementação desta cadeia produtiva através da oferta de crédito, de assistência técnica e de infraestrutura, especialmente. Reforma e ampliação de Unidades de Beneficiamento (em Nova Santa Rita e em Tapes), aquisições de silos e equipamentos, implantação de Unidade de Beneficiamento de Sementes e de unidades de recepção/controle, secagem e armazenamento (em Eldorado do Sul) foram viabilizadas, nas últimas décadas, por meio do Programa Terra Sol. A autarquia também investiu na pavimentação de estrada vicinal para escoamento da produção em Nova Santa Rita, obra concluída em 2017. Consulte orientações no MP. Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS), 2023.
Contratação de horas-máquina para preparação de solo e sistematização de lavouras, e de serviços de limpeza de canais foram ações pontuais também executadas pelo Incra/RS que beneficiaram a consolidação do arroz agroecológico em assentamentos gaúchos. INCRA. Assentamentos gaúchos abrem mais uma colheita de arroz agroecológico Brasília, DF: Incra, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/incra/pt-br/assuntos/noticias/assentamentos -gauchos-abrem-mais-uma-colheita-de-arroz-agroecologico. Acesso em: 1 abr. 2024.
a) Quantas famílias estão envolvidas na produção de arroz citada na reportagem? Complemente sua resposta explicando as características da agricultura familiar.
b) Que informações na notícia comprovam que a reforma agrária não deve se limitar à distribuição de terras? c) Quais são as características de uma produção agroecológica? Comente.
2. Explique o que foi a Lei de Terras, instituída durante o período do Brasil Império.
3. Por que o Estatuto da Terra não resolveu o problema da distribuição de terras no Brasil? Comente.
4. Nesta unidade, você observou imagens de cenas de paisagens rurais e conheceu mais sobre a cultura das pessoas que vivem no campo. Em sua opinião, essas cenas são idealizadas ou realmente retratam a vida das pessoas que vivem em áreas rurais na contemporaneidade?
5. Escreva no diário de experiências o que você aprendeu sobre a arte e a cultura sertanejas. Comente o que mais chamou a sua atenção e sobre o que você tem curiosidade de saber mais. Compartilhe suas ideias com colegas e professor. INCRA/RS
Seção que aparece ao final das unidades 6 e 12. O objetivo é incentivar a construção de conhecimento com base em práticas e saberes construídos ao longo da etapa. Com isso, pretende-se fomentar o pensamento criativo e crítico do estudante, para que ele se sinta seguro para trilhar caminhos individuais e coletivos em busca de um mundo socialmente mais justo.
Projeto de vida EJA: memorial de vida escolar […] De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.
SABINO, Fernando. O encontro marcado 32. ed. Rio de Janeiro: Record, 1981. p. 154. Nesta seção, convidamos você a pensar sobre a experiência da sua formação escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e nos contar seus planos para a vida após o término desta etapa. A ideia é fazer um vídeo com depoimentos sobre a vida escolar com o objetivo de registrar toda a caminhada percorrida na EJA, com as dificuldades, aspirações e alegrias. Além disso, pretendemos explorar possibilidades e sonhos para o seu futuro após a formação escolar.
com
Apresenta informação que contextualiza ou explica um aspecto do tema desenvolvido, ou alguma informação relevante que os estudantes devem levar em consideração para a realização de uma atividade.
Os vídeos poderão ser exibidos no mesmo dia do evento de lançamento do livro proposto na seção Em ação Sugerimos que cada estudante elabore um roteiro com os itens a seguir e, se achar conveniente, aproveite trechos do texto produzido na seção Em ação COMO TUDO COMEÇOU Mulher sorrindo e pensando em seus dias como estudante da
exaustiva da jornada dupla. Se for o seu caso, conte também sobre os desafios de conciliar os estudos com tantas outras responsabilidades cotidianas. EU E A ESCOLA Mulher cumprimentando funcionário da escola em que estuda. Mulher conversando com sua professora.
Faça uma introdução. Aqui é o espaço para você se apresentar, dizer quem você é. Fale sobre seu nome, onde nasceu, sua idade etc. Conte pontualmente fatos que você considera importantes de sua vida e finalize dizendo os motivos que o levaram a estudar na EJA.
PROVAZI Relate como foi sua relação com a escola na EJA, se você se sentiu acolhido e se fez novas amizades. Conte sobre seu relacionamento com os trabalhadores da escola, professores e colegas de turma. Em que os conhecimentos escolares e científicos adquiridos mudaram sua forma de pensar e agir na sua vida e na sociedade? Fale sobre as disciplinas que cursou, do que gostou ou não gostou, com qual área do conhecimento mais se identificou etc. EU E O FUTURO
Mulher sorrindo ao pensar sobre as possibilidades do futuro após a EJA. NELSON PROVAZI
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Objetos Educacionais Digitais
O boxe apresenta explicações sobre expressões e termos que aparecem no texto e tem o objetivo de ampliar o vocabulário, esclarecendo e facilitando a compreensão dos estudantes durante a leitura.
Os ícones identificam os Objetos Educacionais Digitais presentes na coleção e os momentos sugeridos para sua utilização, de modo a facilitar a associação entre o livro e os recursos digitais. O objetivo é acrescentar, ampliar e dinamizar os conteúdos tratados.
Em 1996, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) publicou o relatório Educação: um tesouro a descobrir1, no qual apresentava perspectivas e tendências relacionadas à educação. De acordo com o documento, a educação deve ser um processo contínuo e permanente, ancorado em quatro pilares que relacionam aspectos cognitivos e comportamentais: aprender a ser; aprender a conhecer; aprender a fazer; e aprender a conviver
Aprender a ser relaciona-se às experimentações e descobertas que contribuem para a construção da identidade e da personalidade do indivíduo. As múltiplas experiências educativas, emocionais e sociais no ambiente escolar podem permitir que os estudantes da EJA descubram potencialidades, interesses e capacidades até então desconhecidos ou mesmo não estimulados.
Já o pilar aprender a conhecer diz respeito ao domínio dos objetos de conhecimento propriamente e propõe ir além da mera repetição de conteúdos. Para isso, é importante que o estudante da EJA possa associar conhecimentos prévios a conhecimentos novos de maneira crítica e atenta, atribuindo sentido ao que está sendo estudado.
Aprender a fazer é o pilar que corresponde à aplicação dos conhecimentos adquiridos no âmbito de diferentes experiências sociais, inclusive no mundo do trabalho. Diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas e favorece, por exemplo, os processos de iniciar, retomar, reavaliar e recomeçar uma atividade, reconhecendo-se o erro como um fator primordial para a aquisição de experiência.
Professor e estudantes de turma da EJA que participaram de atividade de montagem de robô hidráulico, iniciada em 2022, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Belvedere, localizada na zona rural do bairro Belvedere, em Serra (ES). Fotografia de 2023.
1 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Educação: um tesouro a descobrir, relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI: destaques. Paris: Unesco, 2010. Publicado originalmente em 1996. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por. Acesso em: 20 maio 2024.
O pilar aprender a conviver relaciona-se à compreensão do outro. Trata-se do estímulo ao convívio respeitoso, inclusivo e harmonioso em uma coletividade. Para que se concretize, é essencial valorizar tradições, costumes e interesses dos indivíduos. Nesse pilar, trabalha-se a empatia, a cooperação e a solidariedade, elementos essenciais nos processos de ensino-aprendizagem da EJA.
Embora tenham se passado 30 anos desde a sua publicação, o relatório segue sendo um importante referencial para o planejamento de ações educativas que buscam promover a autonomia, o autoconhecimento e as potencialidades criativas dos estudantes. Desse modo, para atender a esses importantes pilares preconizados pela Unesco, esta coleção privilegia uma prática inspirada nas ideias do educador Paulo Freire: o trabalho com temas geradores
Temas geradores
Paulo Freire2 propôs a metodologia do tema gerador, a qual permite aos estudantes realizar uma investigação temática da realidade, interpretando-a e reconstruindo-a por meio do diálogo e da problematização. O autor defende a discussão do tema gerador como um momento disparador para a interação e a troca de saberes entre professores e estudantes, para a tomada de consciência crítica e, consequentemente, para a ação sobre o mundo, ou seja, a práxis (do grego, “prática”).
A metodologia que defendemos exige, por isto mesmo, que, no fluxo da investigação, se façam ambos sujeitos da mesma – os investigadores e os homens do povo que, aparentemente, seriam seu objeto. Quanto mais assumam os homens uma postura ativa na investigação de sua temática, tanto mais aprofundam a sua tomada de consciência em torno da realidade e, explicitando sua temática significativa, se apropriam dela. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 87. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2023. p. 137.
Nesta coleção, as propostas de investigação baseadas em um tema gerador buscam apoiar os estudantes no processo de apropriação e transformação da realidade, incentivando os estudantes a assumir uma postura curiosa, crítica, ativa e responsável diante do mundo. Os temas geradores foram selecionados com base em questões relevantes, atuais e presentes no cotidiano dos estudantes. Esses temas são estruturados sob uma perspectiva curricular e interdisciplinar, de modo a aprofundar os conhecimentos dos estudantes sobre tais temas e contribuir para a formação cidadã, política, social e ética deles.
Identidades e culturas
Territórios e poderes
Temas geradores trabalhados na coleção
do trabalho
Saúde e bem-estar Mundo digital
EDITORIA DE ARTE
Ambiente e sustentabilidade
2 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 87. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2023.
Identidades e culturas
“Quem sou eu? O que eu sou?” Provavelmente, essas questões já se colocaram no cotidiano de muitas pessoas. Para respondê-las, é necessário conhecer a sociedade em que se vive, o outro com quem se convive e o papel que se exerce no mundo. A construção de si, ou seja, da identidade, passa por diversas mudanças ao longo da vida. Ela se alimenta da história, das instituições, memórias e experiências religiosas, por exemplo3
O conceito de cultura é amplo e complexo, pois ela é vivenciada e produzida por todos os seres humanos cotidianamente. A cultura abrange conhecimentos, linguagens, crenças, arte, normas, leis, costumes, valores e hábitos adquiridos pelos indivíduos que compõem uma sociedade ou um grupo e são transmitidos de uma geração à outra. Não há cultura certa ou errada, superior ou inferior.
Nesta coleção, entende-se que a identidade individual está atrelada à ideia de cultura, pois a identidade se estabelece em contextos culturais compartilhados. Nesse sentido, nesta obra, é proposto o estudo de diferentes matrizes culturais e de como se constituem as diversas identidades dos indivíduos nelas imersos, em uma relação delicada de negociação, reconhecimento e legitimação.
Ainda, são apresentadas atividades que auxiliam os estudantes a investigar e identificar gostos, valores e experiências pessoais e a compreender como esses aspectos estão relacionados ao lugar e à cultura de vivência, promovendo o processo de autoconhecimento e afirmação das próprias identidades.
Territórios e poderes
Numa concepção clássica, o território corresponde ao poder do Estado e aos limites legais, como os que definem municípios, Unidades da Federação e países. Há, no entanto, que se considerar o território como espaços de poder, ação e intervenção de outras instituições, grupos sociais e indivíduos.
Consideramos, assim, o território nos mais diferentes contextos, tempos e escalas espaciais. Na obra, discutimos diversos aspectos da organização política e territorial do Brasil atual, da formação do espaço geográfico brasileiro, dos territórios indígenas e quilombolas, das migrações do campo para a cidade, regionais e internacionais, dos usos do território no campo e na cidade, entre outros.
O território também é considerado nos usos que as expressões artísticas fazem dele, seja provisoriamente, como numa intervenção artística nas ruas da cidade, seja de forma mais duradoura, como uma obra arquitetônica ou um monumento, podendo corresponder a patrimônios históricos e culturais.
Todos esses conteúdos são trabalhados de forma a discutir como os diferentes usos dos territórios e o poder sobre eles imprimem marcas nas paisagens, na coletividade e na vida de cada pessoa. Ao mesmo tempo, são necessárias reflexões sobre as manifestações de poder e intervenções no território, buscando propor ações em que os estudantes sejam protagonistas.
3 CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Tradução: Klauss Brandini Gerhardt. 6. ed. São Paulo: Paz & Terra, 2008. (A era da informação: economia, sociedade e cultura, v. 2, p. 23).
Mundo do trabalho
O mundo do trabalho pode ser definido como o conjunto de fatores que engloba a atividade humana do trabalho, como o ambiente no qual a atividade ocorre, as prescrições, normas e leis que regulamentam o trabalho e suas relações, as técnicas e tecnologias utilizadas, as relações com a natureza e os produtos que são fruto do trabalho. Nesse mundo, existem identidades, subjetividades e comunicação próprias que também devem ser objeto de investigação4
Este tema gerador abrange discussões como mercado de trabalho, possibilidades de atuação profissional, modalidades de trabalho, inclusão, tecnologia no ambiente laboral, direitos trabalhistas, em suma, assuntos de interesse dos estudantes da EJA. Entende-se, também, que a abordagem desses temas auxilia o desenvolvimento de competências e habilidades que permitam aos estudantes debater e refletir acerca de sua atuação profissional, valorizando-se e reconhecendo-se como trabalhadores que têm direitos e que movimentam o mercado de trabalho e a economia, além de vislumbrar perspectivas e caminhos para seus projetos de vida.
Saúde e bem-estar
Em 1946, a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiu a saúde “como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença”5. Assim, o conceito de saúde não se refere apenas ao bom funcionamento do corpo humano ou à oposição entre bem-estar/enfermidade. Entende-se que saúde é também um valor coletivo em torno do qual a sociedade se organiza em defesa da qualidade de vida de todos.
Nesta coleção, os conteúdos sobre o tema são trabalhados por meio de leituras, reflexões, debates e atividades que buscam, entre outras abordagens, auxiliar os estudantes a aplicar no cotidiano hábitos que promovam a saúde humana, ambiental e animal e a reconhecer aspectos que contribuem para a prevenção de doenças físicas ou mentais. Desse modo, propõe-se: promover hábitos saudáveis de vida; esclarecer a importância das medidas de vigilância epidemiológica (identificação, registro e controle da ocorrência de doenças), do saneamento básico, da vigilância sanitária de alimentos, do meio ambiente e de medicamentos; discutir, divulgar e incentivar a proteção à saúde; conhecer a história do Sistema Único de Saúde (SUS) e valorizar os serviços prestados por ele; enfatizar a importância da educação alimentar e nutricional; e enfatizar a importância do acesso aos direitos básicos como parte do bem-estar dos cidadãos.
Ambiente e sustentabilidade
A lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), define o meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”6.
4 FIGARO, Roseli. O mundo do trabalho e as organizações: abordagens discursivas de diferentes significados. Organicom, São Paulo, v. 5, n. 9, p. 90-100, 2008. p. 92. Disponível em: https://revistas.usp.br/organicom/article/view/138986. Acesso em: 4 jun. 2024.
5 BRASIL. Ministério da Saúde. O que significa ter saúde? [Brasília, DF]: Gov.br, 29 jul. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/ pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude. Acesso em: 15 maio 2024.
6 BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 4 jun. 2024.
A aquisição de conhecimentos a respeito do meio ambiente e de sua preservação é fundamental para a compreensão da importância da biodiversidade e de que recursos naturais necessários à vida humana e à manutenção das atividades econômicas devem ser explorados de formas sustentáveis, garantindo a sobrevivência de gerações atuais e futuras.
Na coleção, o tema é trabalhado integrando-se aos conteúdos principais ao trazer importantes contribuições para despertar nos estudantes reflexões sobre a temática ambiental, por meio de abordagens como: educação ambiental; educação para o consumo; combate aos diversos tipos de poluição; incentivo à reutilização dos objetos e reciclagem dos materiais; reconhecimento da importância de conservar rios, matas e áreas verdes em geral; cuidados com a fauna e a flora; atenção ao uso de agrotóxicos; combate ao desmatamento e outros tipos de degradação ambiental; fomento a boas práticas de cuidados com o ambiente em diferentes escalas espaciais (comunidade, municípios, Unidade da Federação etc.); entre outras reflexões e ações que visam ao bem comum, à melhoria das condições de vida e à proteção da biodiversidade.
Mundo digital
A tecnologia pode ser definida como o uso sistemático de técnicas e conhecimentos no desenvolvimento ou aperfeiçoamento de algum processo ou ferramenta. Assim, os avanços tecnológicos estão presentes em todas as etapas da história: o domínio do fogo e o desenvolvimento de instrumentos para caça são exemplos de tecnologia. Atualmente, a palavra “tecnologia” é muito utilizada para designar o uso de computadores e celulares; entretanto, há outros tipos de tecnologia na agricultura, nos processos que melhoram o aproveitamento do solo, no desenvolvimento de medicamentos e vacinas, na mecanização de processos que facilitam diferentes tipos de trabalho, entre outros exemplos.
O conceito de tecnologia é essencial para a compreensão de como as sociedades do presente e do passado lidam com técnicas e transformam o espaço geográfico. Nesse sentido, o conceito está ligado não só à ciência como também à cultura, à cidadania, ao bem-estar, à natureza e a outros aspectos relacionados à vida humana.
Nesta obra, além do estudo propriamente dito do que é tecnologia e dos meios nos quais ela é empregada, são desenvolvidas propostas de atividades e discussões sobre os impactos das tecnologias digitais no mundo contemporâneo e sobre os cuidados essenciais que devem ser tomados com o seu uso, especialmente da internet, garantindo-se, entre outros aspectos, cuidados com a saúde, a segurança e a privacidade de seus usuários.
Não nascemos violentos ou pacíficos, mas diante de situações e experiências é possível desenvolver práticas que nos levem para um caminho ou outro. A educação é uma das experiências que podem contribuir para formar pessoas pacíficas.
Nesse sentido, em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou um movimento global para uma Cultura de Paz, estabelecendo metas e calendários para que todos os países organizassem ações educativas e culturais com este objetivo. Assim, o ano de 2000 foi marcado como “Ano Internacional da Cultura de Paz” e foi colocado como meta que os próximos dez anos seriam a “Década Internacional para uma Cultura de Paz e não violência para as crianças do mundo”. Já estamos na segunda década do século XXI e, no entanto, muito ainda há para ser feito para que essas propostas se concretizem. Por essa razão, a Cultura de Paz precisa estar cada vez mais presente no cotidiano da escola.
Nesta coleção, a Cultura de Paz é abordada a partir de acontecimentos e contextos globais e locais, aproximando-se às realidades dos estudantes e enfatizando o quanto as práticas pacíficas precisam fazer parte do cotidiano das pessoas. O dia pode ser mais feliz com sorrisos e atos de gentileza. As discussões podem ser enriquecedoras quando ouvir é tão importante quanto falar. A percepção de situações de conflitos e o modo como resolver os problemas são atitudes que podem ser aprendidas através de diálogos, sentimento de empatia e análises de complexidades, evitando as generalizações que possam levar a preconceitos e a não aceitação da diversidade. Nesse sentido, trazemos atividades de leituras de obras artísticas, questões reflexivas, rodas de conversações e práticas diversas para que os estudantes possam tanto estudar, analisar e discutir sobre realidades e problemas atuais quanto desenvolver atitudes pacíficas, mediadoras e não violentas, dentro e fora da escola.
As primeiras ações educativas voltadas para jovens e adultos não escolarizados no Brasil remontam ao período colonial. No entanto, essas iniciativas eram coordenadas por religiosos missionários, sendo muito pouco oficializadas, uma vez que o acesso à escolarização e à cidadania era compreendido como privilégio das elites econômicas. No começo do século XX, algumas iniciativas contribuíram para ampliação do acesso à escolarização no Brasil. Em 1925, por meio da Reforma João Alves, foi instituído o ensino noturno para jovens e adultos, com o intuito de atender aos interesses de movimentos mobilizados por grupos da sociedade civil que lutavam contra o analfabetismo. Por trás desses movimentos, no entanto, havia um ideário nacionalista cujo objetivo era aumentar o contingente eleitoral e manter a ordem social, principalmente nos centros urbanos.
O processo crescente de urbanização e industrialização do país, ocorrido a partir da década de 1940, e a necessidade de qualificação da mão de obra marcaram o início de importantes políticas públicas oficiais de educação para os públicos jovem e adulto. Destacam-se a criação do Fundo Nacional de Ensino Primário (1942), do Serviço de Educação de Adultos (1947), da Campanha de Educação de Adultos (1947), da Campanha de Educação Rural (1952) e da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (1958).
No início dos anos 1960, em um contexto de criação de diversos movimentos culturais, sociais e políticos, ganha força a ideia de educação popular. Nesse período, foram criadas diversas experiências de educação popular, como o Movimento de Educação de Base (MEB), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1961; os Centros Populares de Cultura (CPC), em 1962; e o Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura, em 1964, coordenado por Paulo Freire.
O educador Paulo Freire teve participação fundamental na constituição da educação de jovens e adultos no Brasil e da educação popular. Ele estabeleceu importantes referenciais teóricos e pedagógicos para o trabalho com adultos, organizando iniciativas educativas que consideravam a realidade dos estudantes e destacavam a importância da conscientização política e da participação popular na vida pública.
No entanto, com o golpe civil-militar de 1964, as iniciativas de educação popular ligadas ao governo foram encerradas. Em 1967, foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), um programa de alfabetização e educação continuada de adultos. Em 1971, o ensino supletivo foi instituído pelo governo, e a educação de jovens e adultos expandiu-se para todo o antigo Primeiro Grau (correspondente ao atual Ensino Fundamental). O ensino supletivo poderia ser ofertado à distância, por correspondência, e seguia a mesma organização curricular do ensino regular, porém de forma compactada e sem relação com as necessidades e os anseios de jovens e adultos.
Em 1985, o fim da ditadura civil-militar levou à extinção do Mobral. A partir de então, as políticas da EJA adquiriram novas particularidades pedagógicas e legais que passaram a nortear a modalidade. Esse processo teve início com a promulgação da Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã. Em sua versão mais recente, o artigo 208 do texto constitucional define a educação como responsabilidade do Estado e a reconhece como direito de todos, independentemente da idade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, em seus artigos 37 e 38, especificou os critérios para o estabelecimento da EJA. Instituiu a oferta do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, garantiu a sua gratuidade e o respeito às particularidades dos estudantes da EJA, assim como aos seus interesses e às suas condições de vida e de trabalho. A LDBEN previu, ainda, a manutenção dos exames e cursos de habilitação para continuação dos estudos, mediante certificação. Também estabeleceu a idade mínima para o acesso aos exames: educandos com mais de 15 anos, para conclusão do Ensino Fundamental; e maiores de 18 anos, para conclusão do Ensino Médio.
O primeiro desdobramento da LDBEN ocorreu no ano 2000, quando foram aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (resolução CNE/CEB no 1), com parecer do educador Carlos Roberto Jamil Cury (1945-). Os documentos reconheceram a EJA como modalidade da Educação Básica e serviram como referência operacional para a oferta dessa modalidade nas unidades educacionais. Além disso, garantiram o direito à equidade, ao restabelecer o direito à educação dos estudantes da EJA e, também, à alteridade, ao garantir o respeito à individualidade e aos conhecimentos e valores desses sujeitos.
Outra decorrência da Lei de Diretrizes e Bases e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA foi a criação do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), em 2002, instrumento para verificação dos conhecimentos dos estudantes que não concluíram sua escolarização na idade considerada adequada. O Encceja unificou em um único exame as inúmeras avaliações que certificavam a conclusão das etapas dos Ensinos Fundamental e Médio e permitiu aos estudantes, tendo eles frequentado a escola ou não, continuar os estudos no ensino regular ou em outro segmento da EJA. Além de contribuir para a certificação dos estudantes, o exame fornece dados para secretarias municipais e estaduais e para o Ministério da Educação formularem políticas públicas direcionadas a essa modalidade.
As normas estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares foram revisitadas em outras diretrizes, como as Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos de 2010 e de 2021. No entanto, mesmo com os avanços obtidos por meio da legislação e o reconhecimento das especificidades dos sujeitos da EJA, ainda há muitos desafios a serem superados, como inadequação do mobiliário escolar, falta de base curricular, indisponibilidade de investimentos, falta de políticas de avaliação e ausência de formação docente inicial e continuada.
Em 2023, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), havia no Brasil 9,3 milhões de pessoas analfabetas com 15 anos ou mais de idade, o que corresponde a uma taxa de analfabetismo de 5,4%. Dessas pessoas, 54,7% (5,1 milhões de pessoas) viviam na Região Nordeste e 22,8% (2,1 milhões de pessoas), na Região Sudeste.
No Brasil, o analfabetismo está concentrado nos grupos populacionais mais velhos. Em 2023, eram 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 15,4% para esse grupo etário. Entre os mais jovens, nota-se uma queda no analfabetismo: 9,4% entre as pessoas com 40 anos ou mais; 6,5% entre adultos com 25 anos ou mais; e 5,4% entre a população de 15 anos ou mais. Esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas na idade considerada adequada.
Ainda segundo a Pnad Contínua 2023, 9 milhões de pessoas, entre 14 e 29 anos, não completaram o Ensino Médio ou por nunca terem frequentado essa etapa ou por terem abandonado os estudos ao longo de alguma etapa anterior da Educação Básica. Quando questionados sobre as razões que os levaram ao abandono escolar, os homens alegaram a necessidade de trabalhar como principal fator, seguido da falta de interesse em concluir os estudos. As mulheres também apontaram a necessidade de trabalhar como principal fator de desistência escolar, seguido de gravidez e falta de interesse em concluir os estudos.
SEXO, COR OU RAÇA E GRANDES REGIÕES
Sexo
Até os 13 anos 14 anos15 anos16 anos17 anos18 anos 19 anos ou mais
Homem 6,15,912,215,219,722,418,4
Mulher 6,47,613,317,019,219,117,2
Cor
Branca 5,4 6,712,317,020,622,715,2
Preta ou parda 6,6 6,612,815,519,120,419,0
Grandes regiões
Norte 7,47,212,813,015,919,324,5
Nordeste 7,36,412,014,418,320,121,6
Sudeste 5,3 6,913,117,021,222,613,8
Sul 5,5 6,513,518,721,420,414,0
Centro-Oeste 5,3 6,111,617,819,322,317,5
Fonte dos dados: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua : educação 2023. [Rio de Janeiro]: IBGE, 2024. p. 10. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102068_informativo.pdf. Acesso em: 1 maio 2024.
Esses dados revelam que há demanda por vagas na EJA e como a modalidade pode ser estratégica para combater o analfabetismo e reparar os direitos negligenciados de quem não pôde concluir a escolarização na idade considerada adequada. No entanto, nos últimos anos, ocorreu uma diminuição no número de matrículas na EJA. Segundo dados do Censo Escolar 2023, de 2019 a 2023 essa redução foi de 20,9%.
Número de matrículas na Educação de Jovens e Adultos no Brasil (2019-2023)
EJA Médio EJA Fundamental
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais. Diretoria de Estatísticas Educacionais. Resumo técnico do censo escolar da Educação Básica de 2023 : versão preliminar Brasília, DF: MEC: Inep, 2024. p. 43. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/ resumo_tecnico_censo_escolar_2023.pdf. Acesso em: 1 maio 2024.
A necessidade de ainda se investir cada vez mais no fomento, no auxílio estudantil e em estruturas adequadas das escolas ajuda a explicar a diminuição da oferta de vagas na modalidade da EJA. Além disso, devem ser considerados os impactos da pandemia de covid-19 e a adoção do ensino remoto, entre 2020 e 2021. Essa experiência de distanciamento físico foi mais complexa para os estudantes da EJA, por causa dos impactos da doença em si e de seu tratamento, da dificuldade de diálogo e interação entre professores e estudantes, da falta de conhecimento e habilidade dos estudantes com o uso de tecnologias educacionais e da ausência de suporte técnico dos órgãos governamentais de educação.
No início da implantação das primeiras políticas oficiais da EJA, a modalidade cumpria o papel de proporcionar escolarização a quem nunca havia frequentado a escola e, principalmente, de alfabetizar o grande contingente de pessoas que não sabiam ler e escrever. Nos últimos 30 anos, no entanto, observa-se uma mudança no perfil da EJA, e a principal função dessa modalidade passa a ser acelerar os estudos de pessoas com grande defasagem em relação à idade escolar considerada adequada.
Em sala de aula, esses sujeitos são reflexo da diversidade da própria sociedade brasileira: jovens, adultos, pessoas idosas, brancos, negros, indígenas, quilombolas, trabalhadores urbanos e rurais, população privada de liberdade, imigrantes, pessoas com deficiência, população LGBTQIAPN+ (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, pessoas queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, não binárias e outras designações) e tantos outros que carregam consigo diferentes experiências sociais, escolares, familiares e profissionais. Muitos desses estudantes sofreram processos contínuos de exclusão escolar, como reprovação, evasão, ingresso precoce no mundo do trabalho e bullying
Os estudantes da EJA trazem uma marca singular: a condição de vivenciarem, em suas trajetórias pessoais e escolares, a negação de direitos básicos e, ainda, de estarem mergulhados nas desigualdades sociais que marcam a sociedade brasileira. São pessoas que, em geral, experienciaram sistematicamente a impossibilidade de acessar bens educacionais, culturais e sociais, além de serem marcadas por uma inserção subalternizada no mundo do trabalho, seja formal ou informal.
Em tempos recentes, a EJA passou a ser também espaço de acolhimento, inclusão e solução para trajetórias educacionais de insucesso, o que tem implicado um processo bastante significativo na modalidade: a sua juvenilização, ou seja, a entrada de uma
quantidade expressiva de jovens a partir de 14 anos nas turmas da EJA. Para esses estudantes, o retorno à escola representa, entre outros aspectos, a obtenção de certificação escolar e, consequentemente, a possibilidade de inserção no mercado de trabalho ou a melhoria das condições de empregabilidade.
Outro sujeito presente nas salas de aula da EJA são as pessoas idosas. Muitas não estão mais em busca de qualificação profissional, e sim de acessar novos conhecimentos, inspirar filhos e netos e viver experiências das quais foram privadas pela necessidade de trabalhar, de estar com a família ou mesmo pela falta de oportunidades. Muitas se sentem incapazes e invisíveis e esperam poder, nessa oportunidade escolar, reelaborar a imagem que têm de si, recuperando a autoestima e encontrando novos espaços de sociabilidade7.
Pessoas privadas de liberdade têm o direito de conceber planos para o futuro que envolvam sua ressocialização e reintegração à sociedade. Um dos meios de recuperar vínculos sociais é prosseguir com a formação escolar na EJA e obter certificações, conhecimentos e atitudes que facilitem seu reingresso nas mais variadas esferas da vida, sobretudo nos setores produtivos.
Tendo em vista a diversidade de sujeitos da EJA, considerar os estudantes e suas realidades permite ao professor construir práticas que coloquem a ação dialógica no centro da relação pedagógica, de modo que os educandos sejam estimulados e reconhecidos como sujeitos cognoscentes, capazes de construir conhecimentos e de se apropriar de ferramentas para a leitura da palavra e do mundo8. Um exemplo de respeito às realidades é o cuidado de permitir que os estudantes escolham como querem ser chamados, com os respectivos pronomes. Essa medida é importante sobretudo para estudantes transexuais e estimula o respeito à identidade de gênero da pessoa. Ao utilizar exemplos em sala, o professor pode recorrer a situações abrangentes, em que pessoas de diferentes gêneros e orientações sexuais se sintam contempladas.
Para os estudantes da EJA que passam por processos de reinserção escolar, os sentidos e a finalidade desse momento devem ser construídos com delicadeza pela escola e pelo professor, em uma relação pedagógica acolhedora e respeitosa. As práticas educativas devem ser ressignificadas, de modo que os educandos possam vivenciar suas identidades culturais e, assim, na relação uns com os outros e com o professor, possam se identificar mais profundamente e reconhecer, com base em seus próprios processos de conscientização, as marcas identitárias diversas – individuais e coletivas – que os compõem como sujeitos.
Os professores da EJA
Para o mestre Paulo Freire9, ninguém se torna professor de modo instantâneo. O educador(a) se forma a cada dia, a cada encontro com os estudantes, comunidade e seus pares, a cada estudo e reflexão, na sua jornada contínua de formação. Esse entendimento está vinculado a uma compreensão da atividade docente como a constante busca de um fazer bem-sucedido que, para ser legitimado e validado, deve se aproximar
7 SANTOS, Maria Aparecida Silva. O perfil do aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no município de Porto Franco-MA. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Federal do Tocantins, Tocantinópolis, 2022. Disponível em: https://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/4471/1/TCC%20Maria%20Aparecida%20Silva%20Santos.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
8 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz & Terra, 1996. (Coleção Leitura).
9 FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991.
dos modelos observados em suas experiências formativas. Porém, na EJA, os atos de ensinar e aprender são expressão cotidiana e inédita, são processos atravessados pela realidade social de seus sujeitos, escolas e comunidades.
Ainda lembrando das palavras de Paulo Freire10, ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, ou seja, é necessário que os docentes reflitam sobre como organizam os conteúdos, formulam as aulas, mobilizam o material didático e utilizam diferentes estratégias pedagógicas, em um movimento dinâmico entre fazer e pensar o fazer. Além disso, reconhecer quem são esses educandos, seus modos de estar no mundo, suas culturas e, principalmente, as particularidades dos seus modos de aprender contribui para fortalecer a identidade do professor da EJA. De acordo com Freire:
[…] É por isso, repito, que ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor. Ensinar e aprender têm que ver com o esforço metodicamente crítico do professor de desvelar a compreensão de algo e com o empenho igualmente crítico do aluno de ir entrando como sujeito em aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor ou professora deve deflagrar. Isso não tem nada que ver com a transferência de conteúdo e fala da dificuldade, mas, ao mesmo tempo, da boniteza da docência e da discência. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz & Terra, 1996. (Coleção Leitura, p. 118-119).
Assim, é importante que as ações voltadas para a formação de professores da EJA considerem a diversidade cultural do ambiente escolar, as próprias trajetórias dos professores e as dinâmicas sociais nas quais os estudantes estão envolvidos. Desse modo, é possível ao docente atingir experiências mais autônomas e emancipatórias, elaborar currículos mais significativos e criar práticas pedagógicas mais efetivas que contribuam para alcançar um processo de ensino-aprendizagem relevante, garantir a permanência dos estudantes na escola e ajudar a construir uma EJA plural, dialógica e verdadeiramente inclusiva.
O professor da EJA e toda a comunidade escolar assumem, ainda, outro papel de extrema relevância: a busca ativa de estudantes para a formação de turmas. Em comunidades menores em que as relações são mais próximas, esse trabalho delicado de identificação e prospecção de potenciais estudantes da EJA muitas vezes é realizado de porta em porta. Também ocorre por meio da divulgação de cartazes e panfletos, do envio de mensagens de texto e da publicação de postagens em redes sociais. Essas iniciativas geralmente são bem recepcionadas pela sociedade, pois se mostram essenciais no combate à evasão escolar e à queda no número de matrículas na EJA.
Na EJA, é muito importante reconhecer e superar práticas pedagógicas que, em certa medida, possam contribuir para a exclusão ou o fracasso escolar dos estudantes. Para isso, estruturar práticas pedagógicas na análise e problematização do contexto dos sujeitos da EJA pode potencializar o desenvolvimento da sensibilidade do professor e tornar efetiva a aprendizagem dos estudantes.
10 FREIRE, ref. 8.
A construção de práticas pedagógicas deve ocorrer em um espaço de ação coletiva, no qual todos os membros da comunidade escolar possam contribuir, especialmente professores e educandos, em uma relação harmônica e dialógica. O conhecimento a ser estruturado ganha sentido na relação intrínseca com a realidade, que passa a ser notada ao se tornar objeto de análise. Nesse processo complexo, o saber científico deve estar em diálogo com os saberes populares.
Entre as estratégias que podem ser desenvolvidas nas práticas pedagógicas da EJA estão os processos de construção de conhecimento em que se estabeleçam comparações entre teses/perspectivas opostas de um mesmo tema/conteúdo: o pró e o contra; a afirmação e a negação; o local e nacional; o antes e o depois etc.
Outra prática importante é a roda de conversação, que pode ocorrer em diferentes ocasiões. Ela pode ser utilizada como parte de um planejamento pedagógico no qual se compartilham contribuições e problematizações dos estudantes a respeito de um tema e como forma de engajar e motivar a realização de um trabalho proposto. Nessa prática, os estudantes se organizam em círculo e têm a oportunidade de serem ouvidos e de expressarem suas opiniões e visões de mundo. As rodas de conversação permitem aos estudantes refletir criticamente a respeito da própria trajetória educativa e de seus interesses. Além disso, elas podem ser utilizadas para a gestão e resolução de conflitos em sala de aula, funcionando como um dispositivo democrático, no qual todos colaboram para que se possa solucionar um problema.
A docência na EJA é uma experiência viva e dinâmica e exige do professor a capacidade de reconhecer erros e acertos na prática pedagógica e de refletir sobre eles, para, então, estabelecer novos caminhos possíveis, em proximidade dialógica com os discentes, de modo a proporcionar uma educação de qualidade e voltada aos interesses dos estudantes da EJA.
Durante muito tempo, predominou a concepção de avaliação como mecanismo para classificação de estudantes em “bons” ou “ruins”. Os processos avaliativos ignoravam a realidade e as experiências dos estudantes, priorizando a verificação de conhecimentos de maneira tradicional, exigente e disciplinadora. Eram considerados “bons” os estudantes que reproduziam tal e qual os conhecimentos que eram transmitidos pelo professor. Essa forma de avaliação estimulava o individualismo e a competição em sala de aula, sem dar chances para que os estudantes pudessem superar suas dificuldades de aprendizagem, e foi responsável pelo estigma de “atrasados” ou “reprovados” que muitos estudantes da EJA ainda carregam.
Atualmente, a avaliação é compreendida como elemento fundamental nos processos de ensino e aprendizagem e como parte constituinte do planejamento pedagógico. Avaliar não é apenas constatar avanços e dificuldades mas também interpretar a realidade do estudante, tomar decisões e reavaliar práticas e recursos utilizados11
A avaliação diagnóstica é bastante relevante no contexto da EJA. Ela permite ao professor identificar o nível de domínio de certos conhecimentos, habilidades e competências
11 LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. 2. ed. Salvador: Malabares, 2005.
cognitivas, afetivas e procedimentais dos estudantes. Essa coleta de dados deve ter por base indicadores e objetivos de aprendizagem estabelecidos na etapa de planejamento de ensino. Portanto, a avaliação diagnóstica permite o entendimento a respeito dos sujeitos da EJA, seus ritmos, avanços e dificuldades, além de propiciar a revisão do trabalho docente ao considerar esse público e suas necessidades. Nesse processo, avalia-se o que se ensina (conteúdos) e como se ensina (a proposta pedagógica).
Pode-se utilizar como instrumentos de avaliação diagnóstica: provas objetivas; atividades de observação, registro, análise e reflexão a respeito de um determinado conteúdo; criação de portfólios; atividades experimentais; trabalhos em grupo; produção de texto; realização de entrevistas; resolução coletiva de exercícios seguida da apresentação para a turma; rodas de conversação; entre outras estratégias.
O professor pode elaborar fichas de registro para acompanhar o desenvolvimento dos estudantes em aspectos como engajamento nas atividades, respeito às divergências, procedimentos de escuta e acolhimento dos colegas e domínio dos conteúdos que foram trabalhados e estavam explícitos no planejamento.
Na EJA, é importante que o ato avaliativo seja contínuo, reflexivo e investigativo. Deve subsidiar as práticas pedagógicas e constituir um momento de trocas e descobertas entre professores e estudantes. Assim, a avaliação deixa de ser um instrumento de controle e punição e se torna ferramenta a serviço também dos estudantes, para que eles mesmos possam diagnosticar e qualificar as próprias aprendizagens. Além disso, ela aponta revisões de caminhos, suscita novas práticas e propõe indagações e reflexões pertinentes para a realização da leitura de mundo; por isso, não pode se resumir a um momento único na rotina escolar.
Entendemos a avaliação como um processo contínuo, que se inicia no primeiro momento do processo de ensino-aprendizagem e deve seguir no desenvolvimento dos conteúdos. Na abertura das unidades, tem-se a oportunidade de já realizar uma avaliação diagnóstica, verificando o conhecimento prévio dos estudantes sobre determinado assunto, o posicionamento da turma diante de algum questionamento ou, ainda, o domínio de conteúdos procedimentais. Esse primeiro diagnóstico oferece alguns parâmetros para avaliar a necessidade de enfatizar determinados conteúdos.
As questões propostas ao longo do desenvolvimento das unidades permitem avaliar se os estudantes são capazes de extrair informações de mapas, fotografias, gráficos, ilustrações e textos, usando habilidades e procedimentos que envolvam observar, analisar, relacionar, comparar etc. No encaminhamento dos conteúdos, é possível avaliar se os objetivos de aprendizagem estão sendo alcançados, por meio de aula dialogada, observações das atividades em grupo, verificação dos registros de atividades propostas etc.
As seções de Atividades distribuídas ao longo das unidades e o Reveja são momentos privilegiados para avaliar o estudante. Essas seções constituem uma “parada avaliativa”, com atividades que possibilitam verificar, principalmente, conceitos e procedimentos necessários à compreensão da temática da unidade. É uma ocasião propícia para ponderar se os objetivos da unidade foram alcançados.
Entendemos também que a avaliação é um ato inclusivo, no qual o estudante é integrado ao conteúdo, e não um ato exclusivo que permite apenas o julgamento, como define Luckesi:
Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. A avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção (que obrigatoriamente conduz à exclusão). O diagnóstico tem por objetivo aquilatar coisas, atos, situações, pessoas, tendo em vista tomar decisões no sentido de criar condições para a obtenção de uma maior satisfatoriedade daquilo que se esteja buscando ou construindo.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998. p. 172-173.
Além de contribuir no processo junto a outras formas de avaliação ao longo da sequência planejada, a autoavaliação oferece a possibilidade de fortalecer a autonomia dos sujeitos em relação ao seu próprio processo de aprendizagem. Para tanto, o professor poderá escolher os momentos mais propícios para essa forma de avaliação e sugerir formatos e procedimentos que facilitem o processo de autoavaliação para os estudantes, principalmente quando se tratar dos primeiros passos deles nesse quesito. Primeiro, é preciso definir temas e dimensões da vida escolar que serão avaliados pelos próprios estudantes, por exemplo: participação; aproveitamento dos estudos; colaboração com colegas da turma; respeito ao próximo etc. Devem-se escolher também marcadores para a avaliação, como: em uma escala de 0 a 5, indique 0 para pouco satisfatório e 5 para plenamente satisfatório; ou simplesmente: sim e não. A essa etapa conteúdos atitudinais são associados12. Em relação aos conteúdos de História, Geografia e Arte propriamente ditos, que serão trabalhados em função do planejamento e das necessidades da turma com base nesta obra, especialmente os conteúdos conceituais13, a autoavaliação permitirá aos estudantes um momento de reflexão sobre seus pontos fortes e sobre aquilo a que precisam se dedicar ainda mais, inclusive propiciando ao professor a identificação de pontos que, por algum motivo, precisarão ser trabalhados com mais diligência ou com outras estratégias. Apesar de as seções de Atividades e o Reveja constituírem-se como momentos privilegiados para a avaliação do processo de ensino-aprendizagem, é possível propor, ainda, momentos de autoavaliação, de modo a retomar o que for preciso antes de prosseguir com os novos conteúdos e fazer também da passagem de uma unidade a outra um momento privilegiado para a reflexão e a sistematização do trabalho.
12 ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998.
13 ZABALA, ref. 12.
Enquanto no primeiro segmento da EJA a alfabetização proporciona aos estudantes condições básicas para realizar com autonomia atividades cotidianas – como ler uma receita, ver o preço de um produto em uma prateleira de supermercado, preencher uma ficha, tomar um ônibus ou saber a dosagem de uma medicação –, no segundo segmento da EJA, esse processo se amplia e se aprofunda: a aquisição da leitura e da escrita proporciona aos seus sujeitos um aumento da consciência de suas responsabilidades e de seus direitos, oportuniza novas vivências e torna-se ferramenta de combate a injustiças e desigualdades.
A leitura é uma atividade que permite a apropriação de registros e expressões formais e simbólicas de uma certa cultura, assim como o reconhecimento de diferentes formas de ser e estar no mundo. Os atos de ler e escrever são atividades diárias, contínuas, intrinsicamente relacionadas à vida humana e, por isso, são um compromisso de todas as áreas do conhecimento, não somente uma incumbência do professor de Língua Portuguesa. Independentemente do conteúdo abordado, só se aprende a ler, de fato, lendo, assim como só se pode depreender plenamente o processo de escrita escrevendo.
Ao conhecerem, compreenderem e adentrarem no universo dos estudantes, os professores podem selecionar textos que sejam adequados à realidade dos sujeitos da EJA, estimulando o gosto pela leitura, entusiasmando-os e incentivando-os. Leitores competentes não só compreendem o que está escrito em um texto mas também são capazes de identificar elementos que podem estar implícitos e estabelecer relações com outros textos. O papel do educador é primordial nesse processo, pois pode fornecer pistas para antecipar o que está escrito, instigar o estudante a reiteradamente retomar questões de forma contínua, reelaborar conceitos, acionar conhecimentos prévios e propiciar a verificação de hipóteses iniciais.
Já a escrita é parte do processo de interação entre as pessoas e da interpretação dessa interação14. Dominar a língua escrita permite não só compreender um instrumento de codificação e poder como também compreender criticamente a realidade. O ensino da escrita deve permitir aos estudantes a capacidade de produzir textos com coesão e coerência, de acordo com a situação comunicativa pretendida, no suporte que seja mais adequado para a tarefa. É essencial que os estudantes participem do processo e compreendam quais práticas sociais requerem o uso da escrita trabalhada; além disso, deve-se verificar as expectativas deles em relação à prática de escrita a ser desenvolvida.
Estudantes da EJA participando do Projeto “Leitura não tem Idade”, na Escola Municipal Antônio Carlos Jobim, em Palmas (TO). Fotografia de 2024.
14 SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/zG4cBvLkSZfcZnXfZGLzsXb. Acesso em: 4 jun. 2024.
A leitura e a escrita capacitam os estudantes a lidar com as evidências, identificando-as, interpretando-as e (re)utilizando-as em diferentes contextos, o que favorece os processos de argumentar, contra-argumentar, refutar e (re)estruturar posicionamentos próprios com segurança. Permitem a democratização da cultura assim como a reflexão e a tomada de consciência sobre a realidade, desmistificando-a com um olhar mais crítico. Quando se descortina essa lógica, impulsionam-se a autoestima e a autonomia dos sujeitos da EJA que passam não só a compreender o mundo e a entender o seu papel nele mas também a se sentirem pertencentes a ele, tornando-se agentes interventores da realidade.
O surgimento de novas tecnologias digitais de comunicação e informação implicou profundas mudanças sociais, políticas e econômicas e revolucionou as formas de ler, escrever e pensar. Ler e escrever em ambientes digitais se tornou uma realidade para muitos, mas ainda se faz necessário desenvolver habilidades que permitam aos usuários compreender como essas ferramentas funcionam, refletir a respeito dos conteúdos que são disponibilizados nesses meios e entender as implicações éticas, sociais e mesmo cognitivas relacionadas ao uso da tecnologia digital. Letramento digital, então, é a capacidade de comunicar-se em diferentes ambientes digitais, em diferentes contextos, de forma competente e crítica, compreendendo os riscos, as vantagens e os impactos que o uso de ferramentas digitais causa no cotidiano.
Muitas tecnologias digitais estão presentes no dia a dia do estudante da EJA: caixas eletrônicos, aplicativos de compras e serviços on-line, plataformas digitais de streaming de vídeos e músicas, jogos on-line, e-mails, redes sociais, serviços de mensagens em smartphones, entre outros. Para utilizar e compreender esses recursos, não basta apenas ler e escrever, é necessário se apropriar de uma certa linguagem digital que se utiliza de sons, cores, links, hipertextos, símbolos e telas. Por essa razão, sempre que possível, é muito importante que esses recursos sejam introduzidos e trabalhados na EJA, de modo a propiciar acesso à informação, reduzir as desigualdades digitais e proporcionar aos estudantes uma vida digital ativa, colaborativa e segura.
A inclusão e o letramento digital nas salas de aula da EJA devem ocorrer aliados a práticas pedagógicas que estejam em consonância com o planejamento escolar pretendido. O uso das tecnologias
deve ser intencional e favorecer a leitura e a transformação de mundo, além da autonomia, e promover a socialização de informações entre os estudantes. O letramento digital pode ocorrer por meio de propostas para: realização de pesquisas em sites sugeridos pelo professor; acesso a sites de cadastro em vagas de emprego; exibição de vídeos e músicas que possam contextualizar um determinado conteúdo; criação de grupos de mensagens virtuais da turma para o compartilhamento de informações; e produção e compartilhamento de conteúdos digitais, como textos, fotografias e vídeos em redes sociais.
Um dos principais desafios reservados para a modalidade da EJA é a construção de um currículo e de práticas pedagógicas que promovam no cotidiano escolar a reeducação das relações étnico-raciais, de modo a combater diferentes tipos de discriminação na escola e, consequentemente, na sociedade.
Segundo dados do Censo 2022, cerca de 56% da população brasileira se autodeclarou negra (pretos e pardos). Para valorizar o passado e o presente desse grupo, honrar o papel decisivo que tiveram na formação da sociedade brasileira e combater a discriminação de sua história e cultura, foram promulgadas leis e diretrizes importantes, como a lei 11.645, de 10 março de 2008, que instituiu a obrigatoriedade do estudo de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Ensino Médio, públicos e privados, e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Resolução CNE/CP no 1, de 17 de junho de 2004).
O cumprimento dessas normas, no entanto, ainda é um grande desafio. Em muitos casos, a educação antirracista é vista como desnecessária, pois o racismo estrutural alimenta a crença de que o racismo não existe em nossa sociedade. No entanto, as estatísticas oficiais relacionadas a emprego, escolarização e renda mostram que os negros, em geral, estão em posição de inferioridade em relação aos brancos. Além disso, a naturalização da ideia de que afrodescendentes participaram de nossa sociedade apenas como escravizados ofusca as contribuições preciosas desse grupo para a cultura, o direito, a política, a ciência e a literatura de nosso país.
Ao se trabalharem temas da história e da cultura afro-brasileira e indígena de forma isolada da realidade e das experiências de vida de professores e estudantes, não se questionam as relações de poder que oprimem e segregam determinados grupos étnicos. Por isso, é necessário que as práticas educativas voltadas para o entendimento das relações étnico-raciais sejam de interesse de toda a comunidade escolar.
[…] A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à população negra, ao contrário, dizem respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática.
É importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de raiz europeia por um africano, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira. Nesta perspectiva, cabe às escolas incluir no contexto dos estudos e atividades, que proporciona diariamente, também as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das de raiz africana e europeia […]. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana Brasília, DF: MEC, 2004. p. 17. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/diversas/temas_interdisciplinares/ diretrizes_curriculares_nacionais_para_a_educacao_das_relacoes_etnico_raciais_e_para_o_ensino_de_historia_e_ cultura_afro_brasileira_e_africana.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
Mais do que promover a inclusão de conteúdos específicos, as experiências didáticas com temáticas indígenas e negras podem contribuir para que professores e estudantes reconheçam em seus cotidianos determinadas práticas racistas enraizadas e comumente vivenciadas em nossa sociedade. No desvelamento fraterno, coletivo e dialógico dessas práticas, é possível construir caminhos didáticos que venham a colaborar para a construção de uma educação antirracista e, assim, de relações étnico-raciais mais justas e respeitosas.
A OMS15 define violência como “o uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Em ambiente escolar, a violência se manifesta com o uso da força ou da agressividade e pode envolver todos os sujeitos da comunidade escolar: estudantes, professores, gestores e demais funcionários. Os resultados nas vítimas e nos autores são alarmantes: abandono escolar, prejuízo para a consolidação das aprendizagens, problemas comportamentais e danos à saúde física e mental dos envolvidos.
Por trás dessas manifestações violentas, estão imbricadas complexas questões sociopolíticas e culturais, como machismo, sexismo, racismo, xenofobia, preconceitos em relação à orientação sexual e identidade de gênero, intolerância contra minorias, normalização e radicalização dos discursos de ódio e a própria banalização da violência. Assim, as violências observadas nas escolas nada mais são do que reflexo das violências que se observam e se disseminam na sociedade. São desencadeadas por diversos fatores que estão relacionados à realidade dos estudantes, como convívio familiar, social e cultural.
A violência contra as mulheres, especialmente, é uma grave violação dos direitos humanos e um problema de ordem social e de saúde pública. Segundo a OMS, fatores associados ao risco de as mulheres serem vítimas de violência estão ligados sobretudo à desigualdade de gênero e a aspectos como baixa escolaridade das vítimas, exposição à violência na família de origem, abusos durante a infância e dependência financeira de parceiros. Os custos sociais e econômicos da violência contra as mulheres impactam toda a sociedade: muitas sofrem com o isolamento imposto por seus parceiros, deixam o mercado de trabalho e, consequentemente, perdem autonomia e renda. Também deixam de participar de atividades sociais e coletivas que poderiam ser fonte de apoio e empoderamento.
15 KRUG, Etienne G. et al. (ed.). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2002. p. 5. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
Para coibir e proibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, foi criada a lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006, a chamada Lei Maria da Penha. Em 2015, foi promulgada a lei no 13.104, de 9 de março de 2015, que tipificou o feminicídio e o incluiu no rol dos crimes hediondos. Embora essas leis representem um grande avanço, os números de atos violentos contra mulheres e de feminicídios no país ainda atingem níveis alarmantes. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2023, 1 463 mulheres foram vítimas de feminicídio, aproximadamente um caso a cada 6 horas16. Dados de 2022, do mesmo fórum, mostram que 61,1% das vítimas eram negras, 38,4% brancas, 0,3% amarelas e 0,3% indígenas; em 73% dos casos, o autor da violência é um parceiro ou ex-parceiro íntimo da vítima17.
Muitas estudantes da EJA já viveram ou vivem situações de violência e buscam na escola apoio para sair desse ciclo e ressignificar suas vidas. Para essas mulheres, a EJA representa um importante espaço de emancipação, de reconstrução da autonomia e autoestima, de superação de preconceitos e de empoderamento feminino. A escola se torna, ainda, um espaço para construção de novas relações, mudança de comportamentos e elaboração de novas identidades culturais.
Para combater as violências dentro da escola, é necessário promover uma Cultura de Paz, na qual os agentes do processo educativo mantenham um diálogo aberto e franco com os estudantes, coibindo qualquer tipo de ato violento, e utilizem o acolhimento e a escuta como ferramentas para a superação de conflitos.
[…] Desse modo, um processo educativo precisa ser (re)construído tendo como eixo norteador a humanização, a conscientização e a emancipação dos sujeitos, conforme exarado na legislação vigente […]. Para isso, a sensibilidade de ‘olhar’ para o outro dentro da sua própria realidade, em um exercício de tolerância, de escuta e de alteridade, é fundamental.
LIMA, Francisca Vieira; WIESE, Andréia Faxina; HARACEMIV, Sonia Maria Chaves. As mulheres da EJA: do silenciamento de vozes à escuta humanizadora. Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 30, n. 63, p. 131-150, jul./set. 2021. p. 147. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S0104-70432021000300131&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 4 jun. 2024.
É importante que as escolas desenvolvam projetos que favoreçam a interação respeitosa entre os estudantes. Além disso, o combate às violências também pode ocorrer por meio do trabalho com a valorização da diversidade e de propostas alinhadas à identidade dos estudantes da EJA. Outra vertente importante do combate à violência é o incentivo ao letramento digital, como ferramenta para evitar a desinformação e os discursos de ódio que fomentam os atos violentos.
A escola é o espaço onde estudantes se desenvolvem diariamente, aprendendo sobre si mesmos e sobre o outro com base nas experiências informais e espontâneas, assim como por meio de experiências formais e planejadas. Ainda que com vivências já mais avançadas, jovens, adultos e pessoas idosas que frequentam a EJA também passam a experienciar outras sensações e novas formas de convivência que, certamente,
16 BUENO, Samira et al Feminicídios em 2023. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024. p. 3. Disponível em: https:// publicacoes.forumseguranca.org.br/items/77f6dcce-06b7-49c1-b227-fd625d979c85. Acesso em: 4 jun. 2024.
17 BUENO, ref. 16, p. 9.
impactam seu modo de ser e de agir socialmente. Essas experiências contemplam as dimensões humana, intelectual, social e emocional dos estudantes e colocam-se como possibilidades para que eles possam se desenvolver em sua maturidade pessoal e coletiva.
Os estudantes da EJA são pessoas que ou retomam seus estudos após um período afastadas da escola por razões diversas ou estão iniciando sua trajetória escolar. Sendo assim, há diferentes perfis de estudantes, com idades, origens, experiências familiares, vivências profissionais, históricos escolares e ritmos de aprendizagem variados. Para promover um ambiente acolhedor de aprendizagem, o professor dessa modalidade precisa compreender que cada estudante é único e que a turma é heterogênea, composta de pessoas de faixas etárias diferentes, com responsabilidades familiares e sociais, com valores morais e éticos constituídos por meio das experiências de vida, da realidade em que vivem e da interação com a sociedade.
Considerando a diversidade de perfis dos estudantes da EJA, é preciso que o professor dessa modalidade acolha e respeite as experiências e os conhecimentos que esses estudantes já possuem e que muito podem contribuir para a aquisição e ampliação de novos conhecimentos. Por isso, faz-se necessário que o docente considere o estudante agente do processo de aprendizagem, promovendo situações para que ele, junto com a turma, possa refletir, participar, interferir, sugerir, argumentar e compartilhar, atribuindo significado às interações com os colegas e aos novos saberes. Nesse sentido, propõe-se tanto a formação dos estudantes da EJA em valores fundamentais, como empatia e respeito à natureza, à cultura e às diferenças, quanto trabalhos em grupo, debates e fóruns de discussão que desenvolvem superação, perseverança e disciplina, qualidades notórias e tão necessárias para a formação humana, social e emocional, uma vez que, posteriormente, ajudarão a tomar decisões de modo mais consciente sobre si e seu papel na sociedade.
Na coleção, as atividades pedagógicas proporcionam aos estudantes constatar que os valores estão sempre presentes nas escolhas e nas ações propostas, concretas e reais. Diante dessa abordagem, reportamo-nos à fala de Paulo Freire, com o intuito de defender a prática de uma educação libertadora, ratificando a postura do educador, que, de acordo com o pensador,
[…] precisa reconhecer, primeiro, nos educandos em processo de saber mais, os sujeitos, com ele, deste processo e não pacientes acomodados; segundo, reconhecer que o conhecimento não é dado aí, algo imobilizado, concluído, terminado, a ser transferido por quem o adquiriu e quem não o adquiriu.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 43. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 29.
Assim, há diversas propostas em que os estudantes são convidados a se posicionarem em relação a direitos e responsabilidades, a identificar valores importantes para si e para o coletivo, a realizar projetos escolares e comunitários e a propor soluções para problemas de modo coletivo e colaborativo, revelando-se como um caminho possível e saudável para a formação de valores como o trabalho em equipe.
Focada na educação de crianças e jovens estudantes, a Pedagogia parte de duas questões principais: o que ensinar e como ensinar. Essas questões norteadoras são princípios dessa área do conhecimento, que tem como foco a construção do conhecimento. Já a Andragogia tem como público-alvo jovens e adultos que querem, ou precisam, completar sua formação escolar ou profissional. Assim, os conteúdos tratados nessa modalidade de ensino devem ter sentido e aplicabilidade prática na vida dos aprendizes, por isso a importância de um processo de ensino-aprendizagem centrado no estudante.
Ao avançar pelas etapas da vida, seja um jovem, seja um adulto, outras demandas surgem, exigindo equilíbrio entre diversos papéis sociais. A vida juvenil e adulta compreende questões profissionais, familiares e sociais, e, no caso da EJA, as questões estudantis envolvem diferentes responsabilidades e tempo de dedicação.
Malcolm Knowles (1913-1997) foi o sistematizador da teoria da Andragogia na década de 1970 e indicou alguns princípios, que, posteriormente, foram revistos e ampliados. Conheça alguns deles a seguir.
Necessidade de aprender: jovens e adultos precisam saber por que necessitam aprender algo, suscitando aprendizagens na prática e para a prática cotidiana.
Experiências vividas: jovens e adultos possuem uma bagagem de vida e trazem para a sala de aula essas experiências, que devem ser consideradas.
Autoconhecimento: jovens e adultos necessitam ter consciência de seus limites e possibilidades reais de aprendizagem, buscando independência como estudante à medida que aprendem a aprender.
Avaliação da aprendizagem: jovens e adultos precisam se autoavaliar para se conscientizarem de seu real aprendizado, para saber onde e quando erraram e retomar o processo de aprendizagem. A avaliação do professor deve ser formativa, com devolutivas para o estudante se balizar e aprender com os próprios erros.
Assim, a construção de conhecimento em Ciências Humanas e Arte precisa ser, tanto para o estudante quanto para o professor, uma aventura repleta de experimentações, com ênfase na curiosidade, na pesquisa e nas descobertas. Sabemos que o Brasil é um país grande e diverso em identidades, territórios, culturas e arte. Por isso, é importante que possamos construir parâmetros para uma nação justa e democrática, na qual direitos, princípios educacionais, competências e habilidades sejam garantidos a todos os educandos dentro de um ensino de qualidade. Como afirma Roncada:
[…] é necessário transgredir a linha de conteúdos dos currículos oficiais e entender esse currículo como um caleidoscópio da vida do estudante. Portanto, não podemos entender o currículo para/na EJA como um resumo da grade de conteúdos do currículo do ensino regular. Essa minimização curricular que vemos acontecer de forma corriqueira, sem uma avaliação dos impactos na vida desses estudantes, vem fomentar a marginalização
escolar do estudante de EJA. Na compreensão da relação entre avaliação e currículo, Esteban […] destaca: ‘O currículo, assim pensado, se configura a partir de um mínimo que deve ser comum a todos, portanto, uma proposta reduzida de conhecimento e redutora da potência da aprendizagem e do ensino, que desqualifica culturas locais e saberes populares, sem demonstrar uma efetiva preocupação com a ampliação cultural dos estudantes’.
RONCADA, Cristina Astolphi Martins. EJA, curricularizando vidas. 2022. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar) –Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022. p. 131. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/12162. Acesso em: 4 jun. 2024.
Nesta coleção, conceitos vinculados às dimensões de análise das Ciências Humanas e da Arte são discutidos, analisados e demandados de forma que os estudantes tenham ferramentas para compreender o mundo em que vivem, nas mais diferentes escalas espaciais, temporalidades e experiências estéticas. Assim, ferramentas conceituais e categorias da área das Ciências Humanas e da Arte podem aparecer de forma pontual, para a análise de temas específicos ou para a discussão da historicidade do próprio conceito, ou de forma transversal, como categorias de análise, em diferentes momentos da coleção. Alguns exemplos de categorias e conceitos demandados são tempo, espaço, natureza, cultura, sociedade, poder, trabalho, população, patrimônio, paisagem, região, lugar, território, saberes, corpo, gênero, identidades, relações econômicas e sociais, relações étnico-raciais, estética, arte, entre outros. Para a sistematização do conhecimento, as Ciências Humanas e, mais especificamente, a Geografia escolar, se valem do conceito mais amplo da ciência geográfica, o que constitui seu objeto de estudo, o espaço geográfico, que pode ser definido como resultado das relações entre o ser humano e a natureza ao longo da história. Estudar o espaço geográfico na EJA, de forma interdisciplinar e em diferentes escalas espaciais de análise, envolve diversos caminhos. Um deles compreende a leitura e análise da paisagem e de suas transformações. A paisagem, conceito que tem o potencial de aproximar o conhecimento prévio do estudante ao conhecimento sistematizado, é reveladora das relações entre sociedade e natureza, podendo ser ponto de partida ou de chegada no processo de construção do conhecimento. Além disso, a paisagem pode ser analisada de forma direta, em trabalho de campo e nas vivências do cotidiano, por exemplo; e de forma indireta, por meio de linguagens artísticas, registros fotográficos, mapas, croquis etc.
Entre as diversas propostas de atividades desta coleção, muitas envolvem conhecimentos prévios dos estudantes, aspectos da comunidade em que vivem, conhecimentos tradicionais do povo ao qual pertencem, histórias de vida, ancestralidades, memórias, sensações e afetos. Nesse sentido, é demandado o conceito de lugar enquanto categoria de análise relacionada aos vínculos afetivos com o espaço, que passam pelas relações entre pessoas e entre estas e a natureza, configurando modos de vida, manifestações culturais e artísticas. Há que se notar que o conceito de lugar também pode remeter à localização espacial, devendo ser entendido nas relações entre local e
global, considerando-se as múltiplas facetas do processo de globalização, resultado do processo de expansão do capitalismo, marcado, nos últimos tempos, pela expansão e pelo desenvolvimento técnico cada vez maior das tecnologias digitais de informação e comunicação.
Em diferentes momentos desta obra, também é demandado o conceito de região , entendido como parte, subdivisão do espaço geográfico, que, em sua extensão, tem características naturais, econômicas, históricas e culturais comuns. Não desconsideramos, no entanto, que as regiões ou espaços no interior delas se inter-relacionam em diferentes âmbitos (local, nacional e global), levando em conta a complexidade das relações de produção do Brasil. Além disso, há que considerar que as regiões são dinâmicas em sua configuração territorial e em seus aspectos físico-naturais e humanos.
O conceito de território está presente em diversos momentos da coleção e constitui o tema gerador Territórios e poderes. Consideramos, nesta coleção, diferentes dimensões dos territórios, relacionadas aos diferentes atores: a ligada ao poder do Estado e aos limites legalmente estabelecidos e a que se relaciona a ações sobre o território de outras instituições e atores, como organizações não governamentais, povos tradicionais, grupos periféricos, artistas e movimentos da sociedade civil. O trecho do texto a seguir de Claude Raffestin, em Por uma Geografia do Poder, trata dos diferentes atores que “produzem territórios”.
Do Estado ao indivíduo, passando por todas as organizações pequenas ou grandes, encontram-se atores sintagmáticos que ‘produzem’ o território. De fato, o Estado está sempre organizando o território nacional por intermédio de novos recortes, de novas implantações e de novas ligações. O mesmo se passa com as empresas ou outras organizações […]. O mesmo acontece com o indivíduo que constrói uma casa […]. Em graus diversos, em momentos diferentes e em lugares variados, somos todos atores sintagmáticos que produzem ‘territórios’ .
RAFFESTIN apud CAVALCANTI, 2003, p. 108.
O conceito de natureza, na coleção, refere-se à natureza transformada, fruto da ação humana, e à dinâmica própria dos elementos físico-naturais. Concordamos com Cavalcanquando afirma que “é preciso construir no ensino um conceito de natureza que seja instrumentalizador das práticas cotidianas dos estudantes, em seus vários níveis, o que requer inserir esse conceito num quadro da problemática ambiental da atualidade”. Daí nossa preocupação em tratar a natureza de forma transversal, por meio de temáticas mais específicas, como nas unidades do tema gerador Ambiente e sustentabilidade
Cartografia
A cartografia é sistematicamente utilizada nesta coleção, pois é uma linguagem fundamental das Ciências Humanas quando se trata de compreender e representar o espaço geográfico em diferentes tempos e escalas de análise. Por meio de representações cartográficas (mapas, croquis, plantas), os estudantes podem visualizar, analisar
18 CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 5. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 114.
e interpretar informações sobre variados temas das diferentes regiões do mundo e do Brasil de maneira mais tangível e acessível, de forma a relacionar fenômenos físico-naturais, sociais, políticos, culturais, entre outros. Destacamos nesta obra o potencial da cartografia, que, além de ser essencial para a orientação e localização, constitui uma das linguagens que os estudantes utilizam para representar informações pesquisadas e conhecimentos sobre seus lugares de vivência.
Assim, nesta obra, nos preocupamos em desenvolver habilidades para a formação de leitores e produtores de representações cartográficas não como um fim em si, mas como um meio de refletir sobre o espaço geográfico e agir sobre ele. Como observa Passini19, “[…] Aquele que observa o espaço representa-o e tem capacidade para ler as representações em diferentes escalas geográficas será um sujeito cognoscitivo, que dará contribuições significativas na tomada de decisões”.
O trabalho de alfabetização e letramento cartográfico desenvolvido nas etapas iniciais da EJA tem, portanto, continuidade nesta coleção de forma a consolidar o conhecimento espacial e cartográfico dos estudantes.
Trabalho de campo e estudo do meio
O trabalho de campo e o estudo do meio são estratégias fundamentais para a aprendizagem significativa dos estudantes, que será demandada em diferentes momentos ao longo das unidades desta coleção.
Por meio do contato direto com o ambiente externo da escola, os estudantes podem vivenciar na prática os conhecimentos e expandir os conteúdos estudados em sala de aula, tornando o aprendizado mais concreto. Além disso, o trabalho de campo possibilita a observação de fenômenos sociais e naturais, a coleta de dados, o contato com diferentes indivíduos e grupos sociais e a vivência enriquecedora de experiências individuais e coletivas.
O trabalho de campo, que pode ser uma etapa de uma atividade maior (como um estudo do meio), pode atender a diferentes objetivos, desde uma sensibilização e coleta de dados até a verificação de estudos realizados por meio de pesquisa bibliográfica.
O estudo do meio constitui uma estratégia mais abrangente e envolve diferentes etapas.
I – Planejar o trabalho e o encontro dos sujeitos sociais
Nesta etapa, estudantes, professores e outros educadores planejam ações interdisciplinares com base nos objetivos e conteúdos trabalhados, definem o objeto principal da pesquisa e discutem possíveis locais a serem visitados.
II – Visita preliminar e opção pelo percurso
Para definir o local e o eixo norteador do trabalho, professores (e estudantes que se dispuserem) verificam os locais, o tempo necessário nos trajetos e o transporte; este também é o momento de levantar bibliografia sobre o objeto de estudo.
III – Planejamento
Estudantes e professores devem planejar, em sala de aula, o trabalho de campo, discutindo as razões de escolha do roteiro de saída e levantando os objetivos do estudo do meio.
19 PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica e a aprendizagem em geografia. Colaboração: Romão Passini. São Paulo: Cortez, 2012. p. 39.
O ideal é que o caderno de pesquisa de campo seja elaborado por professores e estudantes. Nesse material, podem constar: capa (identifica o objeto de pesquisa), roteiro da pesquisa de campo (mapas e plantas do local pesquisado); textos (conteúdos variados, como orientações para a observação e informações sobre o local visitado); e entrevistas (elaboração de roteiro com questões abrangentes para a atividade a ser realizada no campo).
No caso desta coleção, sugerimos também o uso do diário de experiências
V – Pesquisa de campo reveladora da vida
O olhar e as demais sensações do observador podem ser registrados de diversas maneiras: anotações, desenhos, fotografias e gravações em áudio e vídeo. Trata-se de um “[…] momento do diálogo: com o espaço, com a história, com as pessoas, com os colegas e seus saberes e com tantos outros elementos enriquecedores de nossa prática e de nossa teoria”20
VI – Retorno à sala de aula
O processo de sistematização é constituído por dois momentos que podem se entrelaçar: o momento afetivo e o momento da cognição.
No momento afetivo, deve-se perguntar ao grupo o que foi mais importante para cada um, quais foram os sentimentos mais significativos e as preferências durante o processo, fortalecendo a integração do grupo. No momento da cognição, acontecem as trocas e análises do material coletado, as conexões entre as informações e a divulgação dos resultados dos trabalhos por diferentes recursos e linguagens.
Nesta coleção, indicamos diversos recursos e linguagens para a divulgação de resultados de trabalhos de campo, tais como vídeos, podcasts, rodas de conversação, apresentações impressas e digitais etc.
VII – Cuidados nas saídas para o campo
Os envolvidos nos trabalhos de campo devem estar atentos a situações de prevenção de riscos. Muitas vezes, a turma de EJA é constituída por adultos, mas isso não invalida a atenção para os cuidados necessários para que tudo ocorra sem incidentes a fim de alcançar os objetivos.
Deve-se, antes da saída ao campo, conversar com a turma sobre a importância de atender às orientações dos responsáveis. No campo, a depender do local visitado e do número de estudantes, pode ser necessário maior número de orientadores, bem como identificação e localização individual para o estudante (como informações em crachás e aplicativos de localização em celulares).
Além disso, é fundamental orientar os estudantes sobre como se portar no campo, a depender das regras específicas, deixando evidentes os objetivos da saída. Tais orientações envolvem, por exemplo, como abordar as pessoas, considerando sempre o respeito à diversidade e a construção de práticas de bom convívio e de cidadania.
Por fim, insistimos na importância do planejamento antecipado envolvendo todos os atores e a interlocução com a gestão escolar, já que atividades como essa alteram a rotina, inclusive de muitos que permanecem na escola.
20 PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender geografia. São Paulo: Cortez, 2009. p. 180.
Articulação entre passado e presente
O diálogo entre as áreas de Ciências Humanas e Arte possibilita o desenvolvimento de alguns eixos basilares desta coleção, como a articulação entre o passado e o presente, metodologia crucial para a compreensão da história, da produção do espaço geográfico e das transformações das sociedades humanas. Ao relacionar eventos passados com situações atuais, podemos entender as transformações ocorridas ao longo do tempo, identificar as mudanças e permanências de variados episódios e paisagens, analisar as causas e consequências de determinados acontecimentos e refletir a respeito do impacto do passado sobre o presente. Com base nesse prisma e ancorados em uma variedade de fontes documentais, os estudantes terão acesso a informações valiosas sobre as sociedades, as paisagens e as culturas que nos precederam em diferentes espaços e períodos históricos, ampliando as possibilidades de compreensão do tempo presente. Esta coleção traz diversos tipos de documentos históricos por entender que eles desempenham um papel fundamental no estudo e na compreensão dos fenômenos sociais e físico-naturais ao longo do tempo. Esses documentos são evidências tangíveis do passado, fornecendo informações valiosas sobre sociedades, culturas, eventos e personalidades que moldaram o mundo em que vivemos. Apresentando documentos como inscrições, pinturas, fotografias, mapas, tratados, entre outros, a coleção destaca que cada uma dessas fontes documentais tem sua própria importância e relevância no estudo dos temas propostos, pois revelam detalhes e perspectivas únicas sobre a época e o espaço em que foram criadas.
Ao analisar e interpretar os documentos históricos, os estudantes podem reconstruir o passado, compreender as causas e consequências de eventos históricos, identificar padrões e tendências ao longo do tempo e estabelecer conexões entre diferentes períodos de tempo. Além disso, os documentos históricos também possibilitam aos estudantes a revisão e o questionamento de narrativas estabelecidas, permitindo uma visão mais ampla e abrangente das complexidades do passado.
Nutrição estética e leitura de imagens
Um dos recursos transversais desta coleção é a leitura de imagens, metodologia indispensável para que os estudantes compreendam fenômenos e interpretem significados, discursos, estéticas e poéticas expressas nas Artes Visuais e em registros fotográficos de outras linguagens artísticas. A análise de fotografias, pinturas, gravuras, cenas com performances, dança e outras práticas artísticas e culturais aliada a diversos recursos imagéticos, como mapas, croquis, gráficos e infográficos, permite uma abordagem mais ampla e sensorial dos temas estudados, enriquecendo o processo de aprendizagem e incentivando a percepção visual e sensitiva dos estudantes. A leitura de imagens é uma habilidade fundamental para a interpretação do mundo e a compreensão de sua representação em diferentes meios, espaços e contextos históricos. Encontros com obras artísticas podem ampliar repertórios, desenvolver competências e habilidades de leitura de textos verbais e não verbais, além de oferecer oportunidades para experiências estéticas.
A experiência da sala de aula é única, os encontros entre educadores e estudantes são atravessados por acontecimentos e contextos. Assim, a experiência vivida na escola pode ser planejada, isso não significa que tudo acontecerá dentro das expectativas dos professores, mas, na busca pela “boniteza”21, esses encontros podem oferecer tanto aos professores quanto aos estudantes estados de estesia e experiências estésicas. Paulo Freire22, ao falar da boniteza, associa o termo de bonito ou beleza não a um padrão hegemônico, mas a uma essência do ser humano enquanto ser sensível na busca por viver “bonitezas”.
As propostas articuladas na coleção consideram que, como pessoas sensíveis, estéticas e culturais, professores e estudantes podem ser provocados a vivenciar experiências estéticas ao ler um trecho de um texto poético, ao apreciar uma obra de arte ou uma paisagem (in loco ou em imagens como as citadas anteriormente) ou ao se conectar com as próprias memórias, com palavras de escritores ou pessoas dos lugares de vivência.
Desde que nascemos, vivemos experiências e nos relacionamos com pessoas e com os lugares, bem como carregamos algumas lembranças conosco pela vida. Estas, portanto, nos marcaram de algum modo e fazem parte da nossa bagagem cultural. Já outras são apenas vividas, e seguimos passando por elas sem atribuir maiores significados.
As experiências significativas são aquelas que nos tocam, afetam, e, ao passar por elas, somos atravessados por transformações. A experiência estética é esse tipo de acontecimento. Trata-se de uma experiência que pode nos provocar estados de estesia, mesmo que seja para nos provocar espanto, seja algo sublime, seja grotesco. Independentemente de quais emoções ou ideias forem provocadas, a experiência estética pode desencadear pensamentos moventes. Entretanto, é importante dizer que vivenciar esse tipo de experiência é de foro íntimo e pessoal, pois cada pessoa pode ser provocada, mas poderá senti-la ou não.
O papel do professor é sempre fazer o convite, criar momentos para as experiências, e, nesse sentido, as metodologias ativas que trazem situações de aprendizagem como a nutrição estética podem contribuir para as práticas docentes e a vivência de experiências estéticas.
A nutrição estética é uma das situações de aprendizagem propostas nesta coleção. Trata-se de oportunizar momentos importantes para conhecer, fruir e refletir sobre arte e a bagagem cultural dos estudantes. Ao longo das orientações do Manual do professor, trazemos várias propostas de atividades que podem ajudar a preparar e mediar os momentos de nutrição estética. São propostas para trabalhar competências e habilidades de leitura integrando conhecimentos e práticas de Ciências Humanas e Arte a textos em linguagens verbais e não verbais. As imagens são textos visuais, carregados de elementos de linguagem, como contextos culturais e discursivos, que podem ser percebidos e interpretados pelos estudantes de forma pessoal e na circulação livre de ideias na conversação em grupo. Nesse sentido, considerando a conversação e a nutrição estética como situações de aprendizagem como parte de metodologias ativas, tais estratégias reconhecem o estudante como pessoa criativa, autônoma e protagonista do seu desenvolvimento. A expressão “situações de aprendizagem” nasce com base na obra de vários autores, como o teórico e educador José Libâneo23, que chamou de “situações
21 FREIRE, ref. 8.
22 FREIRE, ref. 8.
23 LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 22. ed. São Paulo: Loyola, 2008.
didáticas” os momentos educativos em que os estudantes são desafiados a viver várias experiências em seu processo de aprendizagem, como estudo de textos, investigações em campo e em livros, rodas de conversação, resolução de exercícios, fruição de vídeos, imagens e outros recursos que pudessem se constituir como pontos fundamentais para uma aprendizagem significativa para o estudante.
Já o termo “nutrição estética” surge em textos das educadoras Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque24, que consideram que o professor, ao selecionar imagens, textos poéticos e outros materiais para a nutrição estética, assume o papel de curador educativo, já que há intenções didáticas nessa seleção. As autoras também chamam a atenção para o papel do professor mediador, aquele que prepara o encontro entre obras artísticas (imagens, textos, vídeos e outros materiais potentes de nutrição estética) e ações educativas que incentivam a conversação sobre o que se vê, ouve ou assiste.
Vale lembrar que a coleção traz rico acervo de imagens e textos poéticos (poemas, letras de canções e outros); no entanto, o universo da arte e da cultura é amplo, e o professor, como um curador educativo e mediador cultural, sempre poderá ampliar esse repertório, trazendo mais material que se conecte às realidades e aos acervos culturais dos estudantes. Nesse sentido, defendemos que educadores, enquanto autores do seu trabalho pedagógico, criem mais situações de aprendizagem com rodas de conversação e nutrição estética interessantes para os estudantes, além de oportunidades de escuta sensível na apreciação de músicas, paisagens sonoras e outras sonoridades, de imagens da cultura visual (obras artísticas, cartazes, infográficos, obras arquitetônicas e outras) e audiovisual (com projeção de vídeos, filmes, videoarte, registros de espetáculos de música, dança, performances, teatro, festejos etc.).
Na coleção, iniciamos cada unidade com propostas de nutrição estética, trazendo textos e imagens que dialogam com outros textos verbais e visuais que compõem as diferentes seções. Para trabalhar cada tema, uma curadoria educativa foi pensada para articular as práticas em Ciências Humanas e Arte e apresentar aos professores e estudantes possíveis caminhos para conhecer essas práticas. Dessa forma, propõe-se uma ativação cultural com possibilidade de ampliação de conhecimento por meio de pesquisa da vida e obra de artistas, geógrafos, historiadores, arqueólogos e outros cientistas que são apresentados em cada unidade.
Partimos também das pesquisas de Ana Mae Barbosa (1936-), que, no fim da década de 1980, desenvolveu a chamada Abordagem Triangular do Ensino de Arte25, proposta que ainda hoje tem influenciado o ensino de Arte em escolas e as ações educativas dentro de museus e instituições culturais no Brasil. A proposta consiste em uma proposição pedagógica que aborda três eixos para a construção de saberes artísticos. Esses eixos não apresentam uma ordem preestabelecida. O professor pode organizar as propostas por meio de situações de aprendizagem com leituras de imagens, bem como apreciação de outras produções em linguagens (escuta de músicas, apreciação de cenas de filmes etc.) e contextualizações com ampliações por pesquisas e rodas de conversação. Também é proposto que os estudantes experimentem práticas artísticas explorando o fazer arte em diversas linguagens.
24 MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação cultural para professores andarilhos na cultura. 2. ed. São Paulo: Intermeios, 2012.
25 BARBOSA, Ana Mae. Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.
Quando focamos a apreciação de obras artísticas, em especial a leitura de imagens, a proposta é que os estudantes possam se expressar de forma autônoma, sendo protagonistas de sua interpretação. Assim, o professor não é um explicador, mas provocador de pensamentos e mediador de conversações.
Ao apreciar a arte, o enfoque dá peso, segundo a própria Ana Mae Barbosa26, à leitura conforme a concepção de Paulo Freire27, uma vez que, antes de “ler” a palavra e os signos de uma imagem ou de perceber sons, gestos ou movimentos em obras de arte, o estudante lê o mundo. Para esses momentos de nutrição estética e conversações, trazemos sempre perguntas que possam servir como “pautas para o olhar”; no entanto, o professor poderá criar outros questionamentos com base no que os próprios estudantes trazem ao realizar a leitura dos textos visuais. É importante lembrar que a interpretação de obras artísticas é sempre aberta. Para Umberto Eco28, a construção de hipóteses interpretativas sempre é aberta, uma vez que cada pessoa lê a produção de um artista de forma singular, conforme um repertório cultural e estético próprio.
Como proposta metodológica para a leitura de imagens, Ana Mae Barbosa29 apresentou em seus estudos vários teóricos que também estavam desenvolvendo caminhos para o ensino de Arte no Brasil e em outros países. Entre estes autores, Robert W. Ott30 estruturou um sistema de leitura de imagens que ficou conhecido como Image Watching (em tradução livre, “observação”, “trabalhando a imagem”), com seis momentos de trabalho ao estar diante de uma obra de arte dentro de um museu ou em sala de aula trabalhando com reproduções, ou seja, imagens de pinturas, esculturas, cenas e outros recursos visuais. Esses seis momentos são propostos a partir de um introdutório, por ele chamado de Thought Watching, que significa “pensar” ou “assistir a uma imagem”, ou, ainda, “provocar sensibilização, aquecimento”. As etapas seguintes trabalham as categorias “descrever”, “analisar”, “interpretar” e “fundamentar” para desenvolver a crítica e o pensamento estético dos estudantes. Na última etapa, os estudantes revelam seus saberes em uma ação criadora ou escrevem textos críticos sobre o que aprenderam nas etapas anteriores. No entanto, a proposta é que o professor ou mediador possa trabalhar esses momentos da forma que considerar mais adequada diante das potencialidades dos materiais disponíveis e das realidades.
Nesta coleção, ao apresentar imagens, propomos que o professor explore com os estudantes, por meio de questões provocadoras, as habilidades de “descrever” o que é percebido ao primeiro olhar, convidando-os para que aos poucos observem todos os detalhes presentes na imagem. Outras questões exploram habilidades de analisar como a obra foi composta, identificando elementos de linguagem (como linhas, formas, cores, uso de espaços, texturas, efeitos de profundidade, luminosidade e outros), ou de identificar em que contextos a imagem está inserida. Ao explorar a interpretação, as perguntas são direcionadas para provocar os estudantes a se expressarem sobre o que a imagem pode levá-los a sentir, lembrar, relacionar, julgar, pensar, entre outras possibilidades. A curadoria educativa desta obra apresenta imagens, áudios e materiais digitais, mostrando a produção de artistas de diferentes linguagens, contextos, matrizes culturais
26 BARBOSA, ref. 25.
27 FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 43. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
28 ECO, Umberto. Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2005.
29 BARBOSA, ref. 25.
30 OTT, Robert William. Ensinando crítica nos museus. In: BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação: leitura no subsolo. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
(indígena, europeia e africana) e de outras culturas que chegaram ao Brasil e contribuíram, e contribuem, para a formação cultural e artística do povo brasileiro, procurando trazer de modo crítico representações e representatividades, provocando conversações sobre o perigo de uma história única, lutas pelo não pagamento histórico, valorização de ancestralidades e identidades culturais. São curadorias educativas pensadas para integrar saberes e provocar reflexões sobre a formação do povo brasileiro aos vários temas abordados na coleção, em um convite para que o professor crie com os estudantes outras possibilidades, ampliando bagagens culturais e experiências.
Ambiências educadoras
Na Educação de Jovens e Adultos, as situações de aprendizagem também permeiam questões de como preparar ambiências educadoras. São espaços que proporcionam tempo e lugar para diálogos e trocas de conhecimentos e experiências. Estas não precisam se limitar apenas à sala de aula. As ambiências educadoras têm como base a proposta de escola expandida31, que considera que existem muitos ambientes que podem ser potencializados para criar e aprender, para além da sala de aula.
Essa proposta prevê que, na escola, sejam organizados laboratórios, ateliês, cineclubes, salas ou espaços acolhedores para conversas, leituras, apreciação de imagens e escuta de canções; e, fora da escola, que os estudantes possam frequentar bibliotecas públicas e ambientes de trabalho (indústria, espaços de apresentação, montagem de espetáculos, exposições, ensaios, oficinas, ateliês de artistas, entre outros).
As expedições culturais podem acontecer na visita a museus e galerias, mas também a ateliês de artistas e artesãos locais, associações culturais, grupos de teatro, casas de espetáculos, pontos de cultura ou mesmo em apresentações que acontecem em espaço público (rua, praças etc.). Como dinamizador cultural, o professor também pode propor a criação de uma agenda cultural local para que os estudantes da EJA possam se envolver com a vida cultural da comunidade e vivenciar experiências às quais, talvez, sem a mediação do professor, eles não teriam acesso. Há instituições culturais que oferecem projetos de acessibilidade para pessoas com deficiência, há programas com incentivos para alimentação e transportes ou, ainda, é possível se inscrever em editais para realizar ações culturais em localidades mais distantes de equipamentos culturais. Diferentes ações e dinamizações culturais do professor podem ajudar os estudantes da EJA a acessar experiências em ambiências educadoras.
Os meios digitais e virtuais também podem oferecer ambiências educadoras, como realizar visitas a museus virtuais, ter acesso a jogos interativos, entre outras experiências. Para isso, é importante que o professor faça antes uma curadoria digital, ou seja, é preciso pesquisar e escolher páginas e aplicativos seguros para que os estudantes tenham acesso à cibercultura com segurança, em experiências positivas e significativas.
O ateliê fixo ou móvel
O ateliê também pode ser uma ambiência educadora e potente para o “fazer” em arte, tanto em práticas das Ciências Humanas quanto em práticas interdisciplinares.
31 HARDAGH, Cláudia Coelho. A escola expandida, proposta de ecologia dos saberes para outras pedagogias e currículo. In: CHALLENGES 2017: APRENDER NAS NUVENS, LEARNING IN THE CLOUDS, 10., 2017, Braga. Atas […]. Braga: Universidade do Minho, 2018. p. 12811297. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/54072. Acesso em: 4 jun. 2024.
Na organização desse tipo de ambiência educadora, são mobilizadas práticas na construção de materiais, nas expressões em diferentes linguagens, nas pesquisas de materialidades, entre outras. No entanto, em muitos locais não é possível ter um espaço destinado exclusivamente a essas práticas. Nesses casos, propomos que o professor organize um ateliê móvel. Os recursos e as materialidades podem ser organizados conforme cada proposta para trabalhar com uma determinada linguagem artística, integradas aos saberes e às práticas em Ciências Humanas.
Cada linguagem tem suas particularidades, suas materialidades e seus elementos a serem potencializados em um ateliê móvel. Assim, sugerimos separar algumas materialidades, apresentando-as aos estudantes em cada proposta. Há dicas que servem tanto para ateliê fixo como móvel. No caso da organização de um ateliê móvel, sugerimos usar uma mala ou uma caixa com rodas para acondicionar os materiais que serão usados em cada proposição de trabalho, com uma ou mais linguagens.
Em vários momentos, propomos a confecção e o uso do diário de experiências Para esses registros e outras expressões com desenhos, indicamos “materiais secos” variados, como canetas coloridas, lápis preto e de cor, giz de lousa ou de cera, bastões de carvão, entre outros. Investigar os tipos e formatos de pontas de canetas, por exemplo, é um exercício interessante para descobrir linhas que possam ser usadas em desenhos e alguns tipos de gravuras. Os processos mistos também são bem-vindos, como fazer recortes, colagens, montagens com apropriação de imagens ou composições com objetos. Desenhos que podem ser fotografados inspiram a criar utilizando diferentes materialidades e procedimentos.
Além do diário de experiências, outros suportes também podem ser investigados, como desenhar sobre folhas de papel em diferentes formatos, espessuras, texturas e cores. Para momentos com pinturas e modelagens, outras materialidades podem ser organizadas. Estes são chamados “materiais úmidos” e pedem materiais de apoio como potes de água, bem como panos para limpar pincéis e mãos. As tintas são materiais que podem ser adquiridos (de forma industrializada) ou produzidos pelos estudantes. Na produção de tintas, explore as diversas possibilidades de efeitos e características desse material. A aquarela é um tipo de tinta que trouxemos como exemplo na coleção, mas os estudantes podem usar a mesma receita trocando os ingredientes – por exemplo, ao usar cola branca como aglutinante, temos uma tinta plástica; ao usar clara de ovo, temos a têmpera etc. Como pigmentos, é possível usar corantes alimentícios, pó de temperos, porções de solo e outros que podem ser pesquisados pelos estudantes.
Outra proposta que permeia a coleção é o uso de materialidades contínuas que podem ser ressignificadas e transformadas em trabalhos artísticos pela poética da materialidade.
As práticas em diferentes linguagens artísticas
É importante explorar os elementos de linguagem de cada proposta de prática artística, como, por exemplo, conversar com os estudantes sobre como percebem e se expressam identificando e explorando pontos, linhas, formas e cores, como criam a partir
de linhas as formas, texturas, sobreposições de elementos, feitos com misturas de cores, criando matizes e tonalidades, entre outras possibilidades.
Ao estudar a linguagem teatral, proponha que investiguem a prática da representação, da improvisação, do movimento e do gesto, da percepção do espaço e do corpo em toda a sua expressividade. Existem muitas formas de fazer teatro, como as que usam bonecos e máscaras, animação de objetos, os espetáculos em que os atores realizam diálogos ou monólogos, apresentações teatrais de mímica que não usam a voz, entre outras. Na coleção, privilegiamos os jogos teatrais a partir das propostas de Augusto Boal (1931-2009), com seus exercícios e jogos de improvisação, a fim de oportunizar a expressão corporal dos estudantes não atores em projetos interdisciplinares com Ciências Humanas.
Na Música, a proposta foi oferecer contextos de estudos sobre paisagens sonoras e fontes sonoras, parâmetros sonoros, elementos da música, como ritmo e melodia, a prática do canto e análises de letras de canções. A proposta busca estabelecer relação entre contextos culturais tradicionais e representatividades e diversidade de produções musicais.
A Dança está presente tanto nas manifestações culturais tradicionais como nas produções artísticas atuais, que também se baseiam em estudos sobre ancestralidades, representatividades, identidades e expressões do corpo físico e poético, com preocupação também com o bem-estar.
As artes integradas também são citadas em vários momentos, mostrando, principalmente, que as tecnologias são potentes na criação da cultural audiovisual.
A escola deve ser um espaço seguro e acolhedor para toda a comunidade escolar. Porém, ainda há muito a construir e aplicar de forma eficaz quanto a práticas de educação inclusivas e não violentas para combater situações como bullying e ciberbullying e qualquer forma de exclusão, preconceito e capacitismo.
A educação inclusiva busca promover o aprendizado e a participação de pessoas com deficiência no meio escolar, considerando suas características e potencialidades. Com base na identificação das singularidades de cada estudante, os profissionais definem as melhores estratégias para o processo de ensino-aprendizagem, como a necessidade de recursos de Tecnologia Assistiva, intérprete de Libras, ensino de Libras, entre outras possibilidades.
Portanto, para a educação inclusiva acontecer, é necessário estrutura física, condições pedagógicas e acessibilidade ao sistema escolar, elementos que contribuem para o desenvolvimento dos estudantes e o trabalho dos professores diante de cada situação e singularidade. Entretanto, sabemos que essas condições básicas para a inclusão ainda estão longe de ser a realidade na maioria das escolas. Por isso, é importante que sigamos na luta por melhorias no sistema educacional.
A interdisciplinaridade parte do princípio da interlocução entre diferentes componentes curriculares dentro do currículo da escola. É um exercício de interação e criação para estudar ou resolver problemas apresentados em percursos de aprendizado – um exercício de ampliação, jamais de redução. Não se trata de uma área estar a serviço da outra, mas sim de descobrir a potência do encontro entre elas e, dessa forma, promover diálogos. Também não se trata de muitas áreas terem o mesmo tema gerador, de forçar relações artificiais, mas sim de incentivar as parcerias em processos colaborativos, parcerias entre educadores de diferentes áreas de conhecimento, que, juntos, possam construir uma teia de relações com base na interação, em que o grande ganho é a diversidade e a ampliação de repertório. A singularidade, a formação e o modo de ver o conhecimento que cada um traz para o grupo potencializam saberes e criam outras possibilidades criativas. A proposta é sempre a busca por parcerias em trabalhos colaborativos e interdisciplinares. A proposição sugere ir além das especializações, em voos mais livres, rompendo as tradicionais fronteiras rígidas entre as categorias do conhecimento e fazendo conexões entre os estudos específicos e a vida. Mais que uma proposta, trata-se de uma postura pedagógica em que os professores podem trazer para as aulas saberes com potencial de integração e conhecimentos de outra ordem.
Assim, ao trazer os conhecimentos em Ciências Humanas e Arte pelo prisma da interdisciplinaridade, esta coleção possibilita trabalhar, entre outras, com as dimensões da crítica e da reflexão a respeito de situações vividas na escola e fora dela, com o objetivo de ampliar o desenvolvimento dos estudantes.
A abordagem interdisciplinar facilita a organização coletiva e cooperativa do trabalho pedagógico. Segundo Fazenda32, tal abordagem visa à integração das diferentes áreas do conhecimento e das pessoas por meio de um trabalho de cooperação que prevê o diálogo e o planejamento. Além disso, facilita a integração do processo formativo dos estudantes e pressupõe um trabalho pedagógico centrado em eixos temáticos.
A concepção de interdisciplinaridade respeita a especificidade de cada área do conhecimento, mas presume a colaboração integrada de diferentes especialistas envolvidos nas propostas de ensino. Esse trabalho pode acontecer por meio da criação de práticas de ensino que visam resolver um problema ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista.
Na escolha dos temas e na seleção e organização dos conteúdos desta coleção, propusemos, ao máximo, a abordagem interdisciplinar. Além disso, para buscar a integração de diversas áreas do conhecimento, apresentamos, na seção Conexões, propostas específicas para essa abordagem. Com isso, pretendemos fomentar iniciativas entre professores para que articulem campos de saber.
Pretendemos, desse modo, enfatizar que a função primordial da escola não é a de informar o estudante, mas a de fornecer a ele os instrumentos necessários para que consiga compreender o mundo em que vive e interagir (mediar, articular, acessar, selecionar etc.) com a grande quantidade de informações e conceitos que circulam à sua volta.
32 FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
Consideramos que, no processo de ensino-aprendizagem, faz-se importante possibilitar aos estudantes um conhecimento contextualizado, que lhes permita uma visão ampla dos processos e que esteja também associado à vida cotidiana. Daí o fato de os temas abordados nas unidades desta coleção estarem organizados em grandes temas geradores: Identidades e culturas , Territórios e poderes , Mundo do trabalho , Saúde e bem-estar , Ambiente e sustentabilidade , Mundo digital e Cultura de Paz . Assim, busca-se propiciar a atuação dos estudantes de forma autônoma e crítica, a fim de mudar a realidade em que vivem e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática, consolidando a vertente cidadã de todos eles.
Identidades e culturas
Territórios e poderes
Mundo do trabalho
Saúde e bem-estar
Ambiente e sustentabilidade
Mundo digital
Cultura de Paz
Volume I: unidades 1, 2, 3 e 4
Volume I: unidades 5, 6, 7, 8 e 9
Volume I: unidades 10, 11 e 12
Volume II: unidades 1, 2 e 3
Volume II: unidades 4, 5 e 6
Volume II: unidades 7 e 8
Volume II: unidades 9, 10, 11 e 12
Nesta coleção, são explorados temas de grande relevância social, como representatividade, preservação do meio ambiente, cultura e diversidade, saúde e alimentação, direitos, convivência, entre tantos outros. Esses e outros temas se ramificam e podem/devem ser abordados por diferentes prismas da educação, especialmente de maneira conjunta com outros saberes e com outras especialidades, ampliando e potencializando o aprendizado dos estudantes. Assim, a abordagem desses temas incentiva novos modos de observar o mundo e impacta a relação dos estudantes com o meio e a sociedade, tornando-os agentes históricos, instrumentos de articulação e de transformação social.
Ciente, portanto, de que a aprendizagem não se dá de forma fragmentária e rígida, mas integrada às diferentes áreas do conhecimento e ao contexto, esta coleção apresenta uma variedade de estratégias e orientações para que o professor, de forma flexível, conforme os interesses da turma e de acordo com as possibilidades da instituição de ensino, proponha atividades em que se relacionem conteúdos de outros componentes curriculares, a fim de desenvolver uma abordagem que abarque a complexidade dos saberes e dialogue com as realidades local, regional e global. O objetivo dessa abordagem é contribuir para um ensino cada vez mais plural, conectado com as necessidades da turma e comprometido com uma aprendizagem integral, que respeita a diversidade dos estudantes e as experiências vivenciadas por eles.
Nos quadros a seguir, são apresentados os temas geradores, as unidades, as etapas correspondentes e os objetos de conhecimento. Além disso, há sugestões de planejamento para o ano letivo e quadros de conteúdos dos áudios para os dois volumes. Quadro programático – Volume I – Etapas 5 e 6
ETAPATEMA GERADOR UNIDADE
1 – Compreender e sentir o mundo p. 12 a 39
ETAPA 5
IDENTIDADES E CULTURAS
ETAPA 6
TERRITÓRIOS E PODERES
2 – Povos e saberes originários p. 40 a 65
3 – Travessias e atravessamentos p. 66 a 81
4 – Diásporas p. 82 a 103
5 – Desenhando e redesenhando territórios p. 104 a 125
6 – Nossas caminhadas p. 126 a 149
Projeto: Cartografia social e cultural
7 – Rompendo fronteiras p. 150 a 171
8 – O campo é meu canto p. 172 a 193
MUNDO DO TRABALHO
9 – Cidades, cidadania, cidadão p. 194 a 215
10 – Criar, produzir e transformar p. 216 a 237
11 – Mãos à obra p. 238 a 259
12 – Protagonismo e representatividade p. 260 a 283
Projeto: Sarau Cultural
• Contextos e práticas em diferentes linguagens da arte
• Parâmetros sonoros
• Processos, procedimentos e poéticas visuais
• Definição de Ciências Humanas
• Permanências e mudanças
• Contextos e matrizes estéticas e culturais
• Patrimônio Cultural
• Identidade sociocultural
• Ocupação da América
• Fruição de obras artísticas, práticas artísticas e as relações com dimensões da vida social, cultural, histórica e estética, estudos de gêneros teatrais (autos)
• Expansão marítima europeia
• Europeus na América e Tratado de Tordesilhas
• Contextos e matrizes estéticas e culturais
• Ancestralidade e contemporaneidade
• Elementos da linguagem da Dança: corpo e movimentos dançados
• Diásporas e escravidão
• Intervenções artísticas e cultura audiovisual
• Patrimônios culturais materiais e monumentos históricos
• Processos de criação: slam, xilogravuras, grafite, lambe-lambe, residência artística
• Fruição de obras e relações de práticas artísticas socialmente engajadas
• Migrações no século XXI
• Fruição de obras e relações de práticas artísticas, com dimensões culturais do campo e heranças culturais
• Produção de arte naïf e de ritmos musicais e outras influências estéticas e culturais, danças tradicionais (catira) e percussão corporal
• Fruição de obras e relações de práticas artísticas com dimensões socioculturais
• Linguagens artísticas e convergentes (arquitetura), intervenções artísticas urbanas, jogos teatrais e arte postal
• Formação das primeiras cidades
• Conceito de cidadania na Grécia
• Práticas de fruição de obras e relações de práticas artísticas com dimensões socioculturais
• Revolução Industrial e organização do trabalho
• Materialidades na arte
• Trabalho como construção social
• Arte biográfica e autobiográfica
• Profissões ligadas ao universo artístico
• Poética da materialidade
• Trabalho formal, informal e autônomo
• Indústria e mercado fonográfico
• Representatividade e protagonismo feminino
• Inserção social e inclusão no trabalho
• Envelhecimento da população
• Paisagem e espaço geográfico
• Sujeito, fonte e tempo históricos
• Escala espacial e cartográfica
• Usos e elementos do mapa
• Povos, culturas e terras indígenas
• Transformação da paisagem
• Biomas, vegetação nativa e atual
• A violência contra povos indígenas com a chegada dos europeus na América
• Representações cartográficas do mundo entre os séculos XV e XVI
• Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil
• Culturas afro-brasileiras
• População e territórios quilombolas
• Patrimônio Cultural Imaterial (cantos de trabalho e danças tradicionais)
• Colonização europeia e formação do território brasileiro
• Organização política e territorial atual do Brasil
• Migrações internas e êxodo rural
• História oral e memória
• Xenofobia e refugiados
• Migrações na história
• Produção no campo
• Agronegócio e agricultura familiar
• Agroecologia e questões ambientais
• Concentração fundiária no Brasil
• Lutas pela terra
• Agrotóxicos
• Direito à cidade e à moradia adequada
• Segregação socioespacial
• Hidrografia urbana
• Artesanato, maquinofatura e indústria
• Produção global e local
• Indústria têxtil: impactos ambientais e produção sustentável
• Exploração do trabalho
• Relações de trabalho no Brasil
• Direitos trabalhistas
• Trabalho análogo à escravidão
• Trabalho do cuidado e invisível
• Plataformização do trabalho
• Desigualdade no trabalho
2 o bimestre
3 o bimestre
2 o semestre
4 o bimestre
3 o trimestre
ETAPATEMA GERADOR
SAÚDE E BEM-ESTAR
ETAPA 7
ETAPA 8
AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
MUNDO DIGITAL
CULTURA DE PAZ
UNIDADE
1 – Cuidar: de si, do outro e de todos p. 12 a 35
2 – Saúde e atitude p. 36 a 59
3 – Você tem fome de quê? p. 60 a 79
4 – Produção e consumo p. 80 a 105
5 – Alertas para o amanhã p. 106 a 127
6 – Por um ambiente saudável p. 128 a 151
Projeto: Vida documentada
7 – Tá na rede p. 152 a 173
8 – Inteligências e urgências p. 174 a 193
9 – Mundo globalizado e movimentos pela paz p. 194 a 215
10 – Guerra e paz p. 216 a 235
11 – Somos muitos e diversos p. 236 a 259
12 – Caminhos e caminhantes p. 260 a 281
Projeto: Projeto de vida EJA: memorial de vida escolar
• Subjetividade artística e promotora de bem-estar
• Movimentos dançados e poéticas pessoais
• Equipamentos do governo para a saúde
• Direito à saúde
• Práticas artísticas no contexto da saúde mental
• Doenças no Brasil e no mundo
• Pop art e land art
• Horta coletiva
• Culinária e identidade cultural
• Arte, consumo e meio ambiente
• Ativismo ambiental na criação de fotografias
• Revoluções industriais e desenvolvimento do capitalismo
• Arte e tecnologia: cultura audiovisual
• Combustíveis fósseis
• Intervenções artísticas e video mapping
• Diálogos entre arte e preservação
• Preservação e conservação da natureza
• Práticas artísticas no ambiente digital
• Arte e sociedade de consumo
• História da comunicação
• Arte analógica, digital e híbrida
• Inteligência artificial e mundo do trabalho
• Cibercultura, ciberguerra e ciberespaço
• Globalização
• Aspectos econômicos e culturais da globalização
• Hip-hop, rap, grafite e dança break
• Arte pela paz
• Happening
• Canto cânone
• Arte como forma de expressão, representatividade e luta
• População mundial
• Planejamento de vida
• História pessoal
• Trabalhos biográficos
• Saúde pública no Brasil
• Saúde Única
• Saúde e espaço geográfico
• Doenças negligenciadas
• Doenças e espaço geográfico
• Alimentos e patrimônios
• Fome, subnutrição e segurança alimentar
• Geração e destinação de resíduos sólidos
• Aquecimento global
• Racismo ambiental
• Impactos socioambientais causados pela geração de resíduos sólidos 2
• Ações locais e globais no campo
• Patrimônio Cultural Material e Imaterial
• Patrimônio Natural
• Internet e redes sociais
• Desigualdade de acesso às redes
• Transformações socioculturais e legislação no uso de IA
• Letramento digital 3
• Manifestações artísticas pela paz
• Cultura de Paz
• Organização das Nações Unidas
• Segurança pública no Brasil
• Violência contra a mulher
• Anamorfoses
• Movimento pelos direitos civis
• Arte tipográfica e slam
• Narrativas artísticas
• Cartografia inclusiva
4 o bimestre
3 o trimestre
ETAPA 5
FAIXA 1 (página 22): Rio São Francisco e o gotejar da nascente
Compositor: Cildo Meireles. Intérprete: Cildo Meireles (01:02).
FAIXA 2 (página 23): Parâmetros sonoros (00:34): Altura. Compositor: domínio público. Intérprete: Fil Pinheiro (00:05); Duração. Compositor: domínio público.
Intérprete: Ricardo Takahashi (00:12); Intensidade. Compositor: domínio público.
Intérprete: Felipe Pipeta (00:08); Timbre. Compositor: domínio público. Intérpretes: Angelo Ursini e Fil Pinheiro (00:09).
FAIXA 3 (página 53): Nhamandu
Compositor: Memória Viva Guarani.
Intérprete: Memória Viva Guarani (03:59).
FAIXA 4 (página 75): Chegança
Compositores: Antonio Nóbrega e Wilson Freire. Intérprete: Antonio Nóbrega (03:56).
FAIXA 8 (página 191): Catira
Compositores: obra de domínio público adaptada por Carlos Kater.
Intérpretes: Angelo Ursini e Ari Colares (01:19).
FAIXA 9 (página 208): Rios enclausurados
Compositor: Marco Scarassatti.
Intérprete: Marco Scarassatti (00:30).
FAIXA 10 (página 264): Araruna
Compositor: Marlui Miranda.
Intérprete: Marlui Miranda (03:09).
FAIXA 11 (página 279): Vocalises (3:40): “Pare de falar”
Compositores: Diana Goulart, Malu Cooper e Carlos Kater.
Intérpretes: Gisele Cruz, Letícia Borovina, Catarina Bruggemann, Helena Lazarini e Giovanna Bonési (00:51);
FAIXA 5 (página 85): Canção da partida
Compositor: Dorival Caymmi.
Intérpretes: Angelo Ursini, André Freitas, Mônica Marsola, Patrícia Nabeiro, Tomaz e Tatiana Parra (03:32).
FAIXA 6 (página 98): Maculelê
Compositor: obra de domínio público adaptada por Carlos Kater.
Intérpretes: Angelo Ursini, Ari Colares, Sapopemba, Mazé Cintra, Verlucia Nogueira e Neusa de Souza (02:09).
FAIXA 7 (página 130): Coco de roda
Compositores: obra de domínio público adaptada por Carlos Kater.
Intérpretes: Angelo Ursini, Ari Colares, Sapopemba, Mazé Cintra, Verlucia Nogueira, Neusa de Souza (01:56).
ETAPA 6
Vocalise sobre “Brr”
Compositor: domínio público.
Intérpretes: Gisele Cruz, Letícia Borovina, Catarina Bruggemann, Helena Lazarini e Giovanna Bonési (00:48);
Vocalise sobre “Vi”
Compositor: domínio público.
Intérpretes: Gisele Cruz, Letícia Borovina, Catarina Bruggemann, Helena Lazarini e Giovanna Bonési (00:55);
Vocalise sobre “Lua”
Compositor: domínio público.
Intérpretes: Gisele Cruz, Letícia Borovina, Catarina Bruggemann, Helena Lazarini e Giovanna Bonési (01:06).
FAIXA 1 (página 17): Coração que sente
Compositor: Ernesto Nazareth.
Intérprete: Fernando Tomimura (03:44).
FAIXA 2 (página 17): Seresta
Compositor: Edino Krieger.
Intérpretes: Fernando Tomimura e Alberto Kanji (03:59).
FAIXA 3 (página 63): Chiclete com banana
Compositores: Almira Castilho e Gordurinha (Waldeck Artur Macedo).
Intérprete: Zélia Duncan (03:25).
FAIXA 4 (página 68): Carimbó
Compositores: obra de domínio público adaptada por Carlos Kater.
Intérpretes: Angelo Ursini e Ari Colares (01:18).
FAIXA 5 (página 85): Música dos tubos
Compositor: Carlos Kater.
Intérpretes: Nelton Essi, Magno Camilo, Leky Onias, Adriana Mello, Carlos Kater (02:36).
FAIXA 6 (página 85): Música breve para tambores ou baldes
Compositor: Carlos Kater.
Intérpretes: Fil Pinheiro e Douglas Alonso (00:34).
FAIXA 7 (página 111): Desbloqueio de games
Compositor: Chelpa Ferro.
Intérprete: Chelpa Ferro (02:51).
FAIXA 8 (página 133): Pot-pourri: cantos das cinco regiões do Brasil
Arranjo: Marcos Scheffel.
Intérpretes: Marcos Scheffel, Ricardo Takahashi, Daniel Pires e Joel de Souza (03:20).
FAIXA 9 (página 177): Autorretrato
Compositor: Fernando Velázquez.
Intérprete: Fernando Velázquez (01:19).
FAIXA 10 (página 177): Orema Rojerure
Araguy’je Ve’i Ma
Compositor: música tradicional guarani.
Intérprete: Grupo Takuá Verá (02:57).
FAIXA 11 (página 177): Mosaic para piano, pianola e processamento digital
Compositor: João Pedro Oliveira.
Intérprete: Ana Claudia de Assis (03:59).
FAIXA 12 (página 221): Paz
Compositor: Carlos Kater.
Intérpretes: Anna Carolina Moura, Regiane Martinez (01:28).
FAIXA 13 (página 242): Epitáfio de Seikilos
Compositor: anônimo.
Intérpretes: Patrícia Nacle, Camilo Carrara, Fil Pinheiro (01:12).
FAIXA 14 (página 263): Cirandeiro
Compositor: domínio público.
Intérprete: Grupo Cauim sob regência de Paulo Moura e Ari Colares (02:01);
Base rítmica de percussão para a ciranda
Compositor: domínio público.
Intérprete: Ari Colares (01:58).
Em outubro de 2008, por meio do parecer CNE/CEB no 23/2008, a Câmara de Educação Básica definiu as Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos, especificamente no que tange aos parâmetros de duração e idade dos cursos para a EJA, bem como diretrizes para certificação dos exames, disciplinamento e orientação para os cursos da EJA e a adequação da resolução que estabeleceu as diretrizes33. Assim, a EJA é, atualmente, um direito constitucionalizado, apoiado por mecanismos financeiros e jurídicos que garantem sua implementação, sendo modalidade estratégica, promotora do acesso de jovens, adultos e pessoas idosas à educação, elevando os índices de escolarização dos brasileiros.
Na tentativa de ampliar possibilidades de acesso diferenciadas para um público também diverso, em 2002, surgiu o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), criado pelo Ministério da Educação com o objetivo de conceder periodicamente o certificado de conclusão do Ensino Fundamental e o certificado de conclusão do Ensino Médio para quem não teve oportunidade de concluir os estudos na idade escolar considerada ideal, ou seja, jovens, adultos e pessoas idosas residentes no Brasil ou no exterior, inclusive aqueles em situação de privação de liberdade.
De acordo com Brasil34, o Encceja tem como principal objetivo construir uma referência nacional de educação para jovens, adultos e pessoas idosas, por meio da avaliação de competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou nos processos formativos desencadeados, por exemplo, na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nos movimentos sociais, nas organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Valer-se do Encceja, sobretudo pelas novas regras e pela facilidade que a modalidade oferece aos cidadãos, tem se tornado um recurso prático e relevante para aqueles candidatos que aspiram a uma certificação de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A elevação da escolaridade representa uma requisição fundamental da contemporaneidade, e o exame facilita tal conquista. Diante dessas considerações, novamente nos reportamos à importância de recorrer a um material de qualidade, capaz de oferecer reflexões e subsídios para a articulação em sala de aula que ofereça aos estudantes da EJA a possibilidade de se proporem novos desafios, como fazer a prova do Encceja, já que o tempo se torna um elemento decisivo em suas vidas.
Nesta coleção, como parte do processo de avaliação, sugerimos o uso das atividades selecionadas do Encceja, organizadas por etapa (5 e 6, 7 e 8), para que sejam utilizadas conforme julgar adequado com cada turma.
33 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica. Brasília, DF: MEC: SEB: Dicei, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 4 jun. 2024.
34 BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Brasília, DF: Inep, [2024]. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e -exames-educacionais/encceja. Acesso em: 4 jun. 2024.
1. (Encceja-2020-EF)
THÉRY, H.; MELLO, N. A. Atlas do Brasil : disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2018 (adaptado). De acordo com o mapa, a maior quantidade de trechos navegáveis do Brasil encontra-se na Região
a) Norte.
b) Sudeste.
c) Nordeste.
d) Centro-Oeste.
2. (Encceja-2019-EM)
O avanço das empresas e a expansão do capital sobre a Amazônia atingem principalmente as populações indígenas. A destruição da floresta implica a destruição da cultura indígena, isto é, do próprio indígena. A relação do índio com seu território é uma relação vital. Sua cultura milenar está diretamente associada e dependente de tudo aquilo que compõe seu território: o clima, as plantas, os animais, os minerais, os rios. Introduzir modificações neste território é o mesmo que destruir sua cultura, fazer com que o índio desapareça com a própria floresta.
MARTINS, J. S. O poder do atraso: ensaios de sociologia da história lenta. São Paulo: Hucitec, 1994 (adaptado).
A destruição das florestas e a presença de não indígenas em seus territórios têm contribuído historicamente para sérias modificações no modo de vida dessas populações, devido ao(à)
a) ameaça de perda dos territórios onde vivem e de desorganização das suas tradições.
b) roubo das fórmulas e dos vários tipos de produtos de sua medicina tradicional.
c) deficiência da educação escolar indígena fornecida a esses povos pelo Estado brasileiro.
d) incompreensão pelos não indígenas dos padrões estéticos desses povos.
3. (Encceja-2020-EF)
TEXTO I
TEXTO II
Para os que chegavam, o mundo em que entravam era a arena dos seus ganhos, em ouro e glórias. Para os índios que ali estavam, nus na praia, o mundo era um luxo de se viver. Este foi o efeito do encontro fatal que ali se dava.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995 (adaptado).
As práticas, os costumes, os hábitos, os valores e os conhecimentos tradicionais foram sendo aos poucos substituídos no imaginário coletivo por costumes, valores e conhecimentos dos brancos, na medida em que o novo ideal de vida dos índios passa a ser o modo de vida dos brancos.
LUCIANO, G. S. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: MEC/Secad; Laced/Museu Nacional, 2006 (adaptado).
Os textos relatam os efeitos do processo de ocupação territorial brasileira, cujo reflexo foi o(a)
a) enfraquecimento da cultura nativa.
b) manutenção da agricultura sustentável.
c) valorização das populações tradicionais.
d) fortalecimento das organizações econômicas.
4. (Encceja-2019-EF)
A explicação para a mudança na população indígena, ocorrida entre os anos de 1500 e 1650, está na
a) política de extração mineral.
b) prática da dominação cultural.
c) forma de catequização oficial.
d) violência da ocupação territorial.
5. (Encceja-2019-EF)
O futebol é o circo do mundo. Não há nenhum outro esporte que provoque tanta paixão, tanta alegria, tanta tristeza. O futebol dá sentido à vida de milhões de pessoas que, de outra forma, estariam condenadas ao tédio. É o assunto, nas manhãs de segunda-feira, em bares, escritórios, fábricas, táxis, construções. O futebol é a bola que se joga no jogo das conversas. Faz esquecer lealdades políticas, ideológicas, religiosas, econômicas, raciais. É a grande religião ecumênica.
ALVES, R. O futebol levado a riso: lições do bobo da corte. Campinas: Verus, 2006.
O futebol como prática social permite
a) mascarar as diferenças.
b) humanizar as relações.
c) diminuir as desigualdades.
d) estancar os sofrimentos.
6. (Encceja-2018-EF)
O termo quilombo vem expressar alguma necessidade de parte da sociedade brasileira de mudar o olhar sobre si própria, de reconhecer as diferenças que são produzidas como raciais ou étnicas. Através da luta e de uma complexa dinâmica iniciada no período colonial, o quilombo chega até os dias atuais para falar de algo ainda por se resolver, por se definir, que é a própria cidadania dos afrodescendentes quilombolas.
LEITE, I. B. Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas. Etnográfica, n. 2, 2000. Uma ação governamental para assegurar o atendimento da demanda histórica do grupo citado é a
a) regularização de terras ocupadas.
b) legalização de terreiros de candomblé.
c) construção de moradias de qualidade.
d) criação de escolas de ensino integral.
7. (Encceja-2019-EM)
Pequeno ou grande, estável ou de vida precária, em qualquer região em que existisse a escravidão, lá se encontrava o quilombo como elemento de desgaste do regime servil. O fenômeno não era circunscrito a determinada área geográfica, ele aparecia onde quer que a escravidão surgisse.
MOURA, C. Rebeliões da senzala. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988 (adaptado).
No Brasil, até o final do século XIX, a forma de organização descrita no texto expressava a
a) superação dos conflitos étnicos.
b) valorização dos processos de alforria.
c) resistência à condição de cativo.
d) oposição aos privilégios aristocráticos.
8. (Encceja-2020-EM)
Os quilombolas permanecem na terra de seus antepassados e, por isso, o tempo não apagou sua memória histórica. Lá encontramos as formas tradicionais do uso da terra, seus costumes, manifestações culturais e religiosas. Acontece que em algumas regiões continua a haver ameaças de invasão, por fazendeiros, que se dizem “donos das terras”, mesmo após a garantia de posse aos quilombolas dada pela Constituição Brasileira de 1988.
BRASIL/SEDH. Direitos humanos para os quilombolas — consciência e atitude. Brasília: Ibrap, [s.d.] (adaptado).
Os fazendeiros que atuam da maneira descrita no texto prejudicam a manutenção da identidade e memória histórica dos quilombolas, porque
a) ferem a Constituição e seus vários artigos sobre a propriedade privada.
b) levam os quilombolas para os movimentos sociais de luta pela terra.
c) põem em risco os meios de subsistência e convívio dessas comunidades.
d) contestam judicialmente as origens raciais dos integrantes dessas comunidades.
9. (Encceja-2020-EM)
O samba, ritmo musical criado pelos escravos africanos que chegavam à Bahia durante os séculos de colonização portuguesa e símbolo da tradição cultural brasileira, recentemente foi classificado como uma das mais modernas categorias de patrimônio histórico: a de “patrimônio imaterial”.
FIÚZA, B. O samba, patrimônio histórico imaterial Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 9 dez. 2012.
O samba foi considerado patrimônio histórico imaterial porque essa categoria de patrimônio permitiria incluir os(as)
a) pinturas modernas e pós-modernas.
b) museus antigos e as ruínas de antigas construções.
c) heranças consagradas da arquitetura nacional.
d) conhecimentos e as práticas populares tradicionais.
10. (Encceja-2020-EF)
O Sítio Arqueológico Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, ganhou o título de Patrimônio Mundial da Unesco. O lugar foi o principal porto de entrada de escravos africanos no Brasil e representa a exploração e o sofrimento das pessoas que foram trazidas à força ao país até meados do século XIX. O Cais do Valongo é um local de memória, que
remete a um dos mais graves crimes contra a humanidade, a escravidão. Por ser o porto de desembarque dos africanos, o Cais do Valongo representa simbolicamente a escravidão e evoca memórias dolorosas com as quais muitos brasileiros afrodescendentes podem se relacionar.
Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 9 set. 2019 (adaptado).
O sítio arqueológico mencionado no texto deve ser preservado com o objetivo de manter viva a memória sobre o(s)
a) controle técnico da marinha.
b) episódios trágicos da história.
c) fluxo de viajantes estrangeiros.
d) registros de atividades artesanais.
É possível elaborar um quadro sobre cada fase da formação inicial do território brasileiro. Dando início com a ocupação da faixa litorânea, com poucos núcleos de fixação e economia baseada no extrativismo, e a tão próspera empresa açucareira, até a tão sonhada expansão territorial, introduzindo ainda mais a pecuária e atraindo um grande contingente de europeus e colonos em busca de metais preciosos.
OLIVEIRA, R. T.; SANTOS, F. K. S. O início da formação territorial brasileira: uma reflexão sobre o território em Suape. Revista de Geografia, n. 3, 2014 (adaptado).
A causa socioeconômica motivadora do processo de colonização descrito no texto é o(a)
a) desenvolvimento de centros urbanos.
b) exploração de recursos naturais.
c) abrigo para refugiados políticos.
d) proteção para nativos indígenas.
12.
TEXTO I
TEXTO II
Área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é monumento nacional tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu significado histórico, paisagístico e cultural. Em seus cerca de 140 hectares, abriga um acervo de valor incalculável para a ciência e a cultura nacionais.
VIEIRA, L. O Jardim Botânico como espaço cultural. In: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: 1808-2008.Rio de Janeiro, 2008 (adaptado).
O Museu Histórico Nacional, criado em 1922, surgiu com o objetivo de preservar e divulgar a história nacional.
TOSTES, V. L. Anais do Museu Histórico Nacional, v. 27, 1995 (adaptado).
Apesar de diferentes, as duas instituições mencionadas nos textos propõem-se a
a) resguardar a memória do país.
b) fortalecer o comércio da cidade.
c) privatizar os arquivos de pesquisa.
d) ampliar as áreas de reflorestamento.
Na área da Floresta Amazônica, as ocupações são feitas sem respaldo econômico sustentável e, quase sempre, por meio de grilagem ou de títulos concedidos pelo Incra. E, depois da Constituição de 1988, os índios passaram a ser donos de 13% do território nacional, inclusive regiões de jazidas minerais e grandes áreas de florestas nativas. Está criado o cenário de disputas que levam à violência e à degradação ambiental.
FERNANDES, B. M. et al (Org.). Geografia agrária: teoria e poder. São Paulo: Expansão Popular, 2007 (adaptado).
Vários especialistas e organizações ambientalistas têm denunciado a continuidade do processo de desmatamento e degradação dos ecossistemas amazônicos, apontando como principais motivos o(a)
a) crescimento da população indígena e ribeirinha e o das migrações internas no país. b) expansão da agropecuária extensiva e da soja, além da extração ilegal da madeira.
c) criação de polos industriais e de projetos de infraestrutura urbana nessa região. d) extração da borracha em escala industrial e as roças itinerantes de subsistência das famílias.
14. (Encceja-2020-EF)
As pessoas se reúnem pelo menos duas vezes por semana para ensaiar músicas tradicionalistas gaúchas. O ponto de encontro é o Centro de Tradições Gaúchas, localizado no município de Luís Eduardo Magalhães (Bahia), a mais de 2,5 mil quilômetros de distância do Rio Grande do Sul — terra que muitos sequer conhecem. Entre os mais de cem alunos que formam quatro turmas de invernada, de mirim a adulta, grande parte nasceu bem longe do Sul. Na pista de dança, filhos de gaúchos e de paranaenses se misturam a jovens baianos, mineiros e goianos na troca de passos de chamamé, xote, rancheira, milonga e bugio.
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 6 set. 2019 (adaptado).
Essas tradições, realizadas fora de seu lugar de origem, são resultado das migrações
a) internas, que são feitas entre estados brasileiros.
b) pendulares, que são feitas entre cidades vizinhas.
c) forçadas, que são realizadas por refugiados climáticos.
d) sazonais, que são realizadas por trabalhadores temporários.
15. (Encceja-2020-EF)
Jogos da final da Copa de Refugiados acontecem no feriado prolongado em SP
Com o tema “Não me julgue antes de me conhecer”, o campeonato de futebol realizado pela ONG África do Coração, parceira da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), já está em seu quinto ano — iniciou em São Paulo com a proposta de integrar os refugiados da cidade no contexto da Copa do Mundo de 2014. Em 2018, cerca de 1 000 pessoas refugiadas, imigrantes e mesmo brasileiros estiveram na disputa dos campeonatos regionais, com 41 seleções formadas de 27 diferentes nacionalidades.
Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 7 set. 2019.
Na ação descrita, qual elemento foi usado para promover a integração entre os diferentes povos?
a) Crença na religião.
b) Interesse pelo esporte.
c) Fluência no idioma local.
d) Aceitação pela classe social.
16. (Encceja-2018-EM)
Entre o êxodo e a perda de vidas
No decorrer dos últimos vinte anos, cerca de 2,5 milhões de afegãos perderam suas vidas em diversos conflitos. Atualmente, o Afeganistão é o país de maior êxodo do mundo e estima-se que a maior parte dos refugiados afegãos se encontre em países vizinhos, como o Irã e o Paquistão.
OLIVEIRA, L. G. Conhecimento Prático Geografia, n. 49, 2013.
O fator determinante para o movimento migratório descrito é a
a) instabilidade política.
b) recessão econômica.
c) adversidade climática.
d) degradação ambiental.
17. (Encceja-2019-EF)
Nosso sítio era pequeno
Pelas grandes fazendas cercado
Precisamos vender a propriedade
Para um grande criador de gado
E partimos para a cidade grande
A saudade partiu ao meu lado
A lavoura virou colonião
E acabou-se o meu reino encantado
REIS, V.; MACHADO, V. P. Meu reino encantado. São Paulo: Warner Music Brasil, 2000 (fragmento).
O processo evidenciado na canção traz como consequência para o campo, no Brasil, o(a)
a) declínio da pecuária leiteira.
b) ampliação dos créditos rurais.
c) redução das áreas de monocultura.
d) aumento da concentração de terras.
18. (Encceja-2019-EM)
Na agricultura, as máquinas, os insumos e as novas técnicas de produção elevam a produtividade do trabalho, permitindo que um número cada vez menor de pessoas produzam a mesma (ou maior) quantidade de mercadorias.
NUNES, S. P. O desenvolvimento da agricultura brasileira e mundial e a ideia de desenvolvimento rural. Disponível em: www.deser.org.br. Acesso em: 24 ago. 2013.
A utilização desses recursos tecnológicos na atividade descrita tem como uma de suas consequências a redução do(a)
a) quantidade de empregos no campo.
b) taxa de lucratividade dos produtos.
c) mercado consumidor interno.
d) carga horária de trabalho.
19. (Encceja-2020-EF)
Vista parcial do Palacete Matarazzo, na Avenida Paulista, em janeiro de 1996, em fase de demolição.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 7 set. 2019 (adaptado).
A demolição ilustrada na imagem indica uma desvalorização do patrimônio cultural motivada pela
a) ampliação do transporte coletivo.
b) diminuição do fluxo populacional.
c) manutenção da paisagem urbana.
d) expansão da especulação imobiliária.
20. (Encceja-2020-EM)
Hoje, já não podemos observar a paisagem das cidades sem notar a pichação em muros e paredes, esculturas, estádios, galerias, prédios públicos. O mercado ainda não conseguiu assimilá-la como “arte”; ela caminha por fora, passa a ser considerada em outros meios como filmes, vídeos, documentários, fotografias. Hoje, os pichadores podem ser autores se considerarmos o que diz Joseph Beuys: “Todos são artistas, mas só os artistas sabem disso”.
FRANCO, S. Pichação e aves de rapina. Disponível em: www.diplomatique.uol.com.br. Acesso em: 5 abr. 2011 (adaptado).
Esse texto foi escrito em função da 28a Bienal de Arte de São Paulo, realizada em 2008, e levanta o problema do reconhecimento da pichação como “arte”. Nesse texto, o autor identifica as pichações urbanas como
a) visualmente poluidoras e agressivas, devendo ser proibidas e eliminadas. b) inquietantes expressões de grupos isolados que não chegam ao nível da arte.
c) problemas específicos que devem ser resolvidos pelos comerciantes de obras de arte. d) manifestações culturais que questionam os padrões artísticos convencionais.
21. (Encceja-2020-EM)
Quem é dono desse beco?
Quem é dono dessa rua?
De quem é esse edifício?
De quem é esse lugar?
É meu esse lugar, é nosso esse lugar
Sou carioca, pô
Eu quero meu crachá
Sou carioca brasileira e vascaína
ABREU, F.; FAWCETT, F.; LAUFER, C. Rio 40 graus. In: SLA 2 Be Sample Rio de Janeiro: EMI, 1992 (fragmento).
A relação entre sociedade e espaço apresentada na letra da canção caracteriza-se pela ação de
a) observação de zonas globais.
b) apropriação de territórios urbanos.
c) compreensão de regiões nacionais.
d) contemplação de paisagens naturais.
22. (Encceja-2019-EF)
TEXTO I
Em Caicó (RN), o Sindicato dos Servidores Públicos fará o lançamento da Campanha de Valorização e Respeito Social aos profissionais do município. “O gari é pouco valorizado publicamente e socialmente, por isso queremos ampliar os olhares para uma conscientização do papel social desempenhado por ele”, destaca a presidente do sindicato.
DANTAS, M. Disponível em: http://marcosdantas.com. Acesso em: 25 ago. 2013 (adaptado).
TEXTO II
A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro começou a multar pessoas que são flagradas jogando lixo nas ruas. As multas variam de R$ 157 a R$ 3 mil, dependendo do tamanho do produto que foi descartado.
ABDALA, V. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 25 ago. 2013 (adaptado).
No Brasil do século XXI, as duas ações realizadas demonstram a a) urgência de coibir os atos de preconceito.
b) importância de incentivar os hábitos de higiene.
c) necessidade de promover as práticas de cidadania.
d) responsabilidade de cumprir as normas da legislação.
23. (Encceja-2019-EF)
ECOCARTOON. Salão internacional Pátio Brasil de humor sobre o meio ambiente. Catálogo 2009, Poluição Urbana Disponível em: www.ecocartoon.com.br. Acesso em: 1 ago. 2013 (adaptado). Uma forma de solucionar os efeitos do impacto ambiental ilustrado na charge é o(a)
a) uso da pesca sustentável.
b) canalização dos rios urbanos.
c) remoção das matas ciliares.
d) destinação correta dos resíduos.
24. (Encceja-2018-EF)
Cidadania (do latim, civitas, “cidade”) é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania sempre esteve fortemente atrelado à noção de direitos, no entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade.
Disponível em: www.temmaisbauru.com.br. Acesso em: 10 ago. 2014.
O texto constrói sua argumentação a partir da
a) ampliação das ideias sobre a cidadania.
b) descrição dos direitos dos cidadãos.
c) enumeração dos deveres dos cidadãos.
d) discussão das condições da cidadania.
25. (Encceja-2018-EF)
As pesquisas indicam que os pobres são as principais vítimas da onda de criminalidade violenta, pois não têm os recursos políticos e econômicos que lhes garantam acesso à justiça e à segurança.
ZALUAR, A. Crime, medo e política. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Org.). Um século de favela. São Paulo: Editora FGV, 2008.
Qual fator determina a situação apontada no texto?
a) A autoridade dos órgãos governamentais.
b) A desatualização da legislação penal.
c) A desigualdade da sociedade atual.
d) A diminuição dos conflitos urbanos.
26. (Encceja-2019-EM)
TEXTO I
TEXTO II
Voltaire, filósofo francês (1694-1778): “O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio”.
Máximo Gorki, escritor russo (1868-1936): “Quando o trabalho é prazer, a vida é uma grande alegria. Quando é dever, a vida é escravidão”.
Superinteressante, n. 5, maio 1998.
Sobre o valor do trabalho na vida humana, Voltaire, no contexto do Iluminismo, destaca alguns de seus aspectos positivos; Máximo Gorki, no contexto posterior à Revolução Industrial, aponta para uma visão bastante negativa acerca do mesmo elemento. Dessa forma, a diferença do segundo autor em relação ao primeiro se deve ao fato de que, após a Revolução Industrial,
a) o trabalhador deixou de receber um salário pelo trabalho realizado nas fábricas.
b) as máquinas aumentaram a dificuldade das tarefas a serem realizadas pelos trabalhadores.
c) o trabalho em troca de baixos salários se tornou a única opção para a maioria das pessoas.
d) as ocupações destinadas aos trabalhadores pobres exigiam maior qualificação profissional.
27. (Encceja-2018-EM)
Disponível em: www.cejam.org.br. Acesso em: 30 ago. 2015.
A Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras é um recurso multissensorial desenvolvido pelo Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE) da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Nela, a pessoa com deficiência encontra uma possibilidade autônoma de
a) ler a arte.
b) fazer arte.
c) interferir na obra.
d) moldar a escultura.
28. (Encceja-2018-EF)
TEXTO I
No Brasil, com o fim da escravidão, nada foi oferecido aos libertos além da liberdade — nem escolas, nem terras e muito menos direitos civis.
PAMPLONA, M. A. Direitos suados e lembrados. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 66, mar. 2011 (adaptado).
TEXTO II
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 13,3% para pretos em 2009, de 13,4% para pardos e de 5,9% para brancos.
Disponível em: http://educacao.uol.com.br. Acesso em: 26 abr. 2011.
A forma como ocorreu a abolição da escravidão no Brasil está relacionada à histórica desigualdade de acesso à educação entre brancos e negros no país. Tal relação se deu porque o(a)
a) ex-escravo passou a exercer trabalhos que não exigiam formação técnica e escolar.
b) abolição não foi acompanhada das reformas necessárias para a inclusão social dos libertos e seus descendentes.
c) saída das fazendas retirou dos ex-escravos a possibilidade de frequentar escolas.
d) fim da escravidão causou a diminuição dos recursos econômicos até então disponíveis para a educação pública.
29. (Encceja-2018-EF)
Atualmente, pelas estimativas oficiais, há cerca de 250 mil bolivianos vivendo na cidade de São Paulo. As oficinas de costura e as pequenas confecções representam, para eles, uma oportunidade de melhorar de vida. Contudo, essas oficinas e pequenas fábricas atuam numa zona cinzenta entre o cooperativismo perverso e o regime de semiescravidão. Em média, os costureiros cumprem uma jornada das 6 às 22 horas, sem receber hora extra e com hora predeterminada para irem ao banheiro.
Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 28 ago. 2013 (adaptado).
As causas dessa situação estão relacionadas às diferenças entre os dois países na
a) solução de disputas raciais.
b) remuneração da força de trabalho.
c) superação de desastres naturais.
d) acomodação da população excedente.
30. (Encceja-2019-EF)
CLT completa 70 anos entre conquistas, retrocessos e críticas
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não caiu no gosto dos patrões. Havia uma resistência muito forte ao então presidente Getúlio Vargas por parte das lideranças empresariais de São Paulo. Diziam que a lei afetava as relações econômicas. A universalização desses direitos tem encontrado dificuldades até hoje. O trabalhador rural só foi receber as garantias da CLT em 1988, e as empregadas domésticas só foram conquistar direitos há pouquíssimo tempo.
Disponível em: www.sul21.com.br. Acesso em: 17 set. 2013 (adaptado).
A implementação da legislação descrita no texto teve como principal objetivo
a) normatizar o emprego juvenil.
b) legalizar o movimento grevista.
c) legitimar os ofícios domésticos.
d) regulamentar as relações de trabalho.
31. (Encceja-2019-EM)
Temos um grande desafio: construir uma sociedade igualitária em termos raciais, em que o preconceito não opere em nenhum nível das relações intersubjetivas. E, nessa tarefa, precisamos nos orientar por uma ética da responsabilidade, que considere as consequências das ações propostas.
FAZZI, R. C. O drama racial de crianças brasileiras: socialização entre pares e preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
Quanto ao desafio apontado no texto, uma de suas origens é a a) diferença cultural entre as regiões. b) prática religiosa de origem europeia. c) herança colonial escravista brasileira. d) imigração japonesa na República Velha.
32. (Encceja-2018-EM)
Internet na escola da inclusão
O uso da internet na escola é exigência da cibercultura, isto é, do novo ambiente comunicacional-cultural que surge com a interconexão mundial de computadores em forte expansão no início do século XXI. Novo espaço de sociabilidade, de organização, de informação, de conhecimento e de educação.
SILVA, M. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 22 set. 2013.
Com o surgimento de novas tecnologias, as escolas das futuras gerações serão diferentes das atuais, sendo essa realidade uma preocupação de todos. No texto, argumenta-se que a escola deve
a) difundir, cada vez mais, as mídias eletrônicas.
b) reorganizar a função social da mídia na atualidade.
c) inovar por meio de espaços virtuais de comunicação.
d) informar os alunos sobre os recursos das novas tecnologias.
1. (Encceja-2019-EF)
MATISSE, H. A dança . Óleo sobre tela, 2,60 x 3,90 m. Museu Hermitage, São Petersburgo, 1910. Disponível em: www.hermitage.org. Acesso em: 11 ago. 2015.
Na imagem, a representação dos corpos assume a função de expressar
a) um gesto humano.
b) a ideia de movimento e ritmo.
c) uma coreografia padronizada.
d) a intensidade emocional na pintura.
2. (Encceja-2018-EM)
O Conselho Nacional de Saúde é formado por 48 conselheiros titulares e seus respectivos primeiro e segundo suplentes, representantes de associações e movimentos sociais de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entidades de profissionais de saúde, de prestadores de serviço e empresariais da área da saúde, comunidade científica e governo federal.
BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br. Acesso em: 30 ago. 2014.
A composição do órgão citado no texto atende a um princípio democrático ao
a) consolidar o controle privado da gestão.
b) assegurar a participação da sociedade civil.
c) garantir a arrecadação de recursos tributários.
d) favorecer o modelo empresarial de fiscalização.
TEXTO I
TEXTO II
Disponível em: www.facebook/minsaude. Acesso em: 12 mar. 2018.
Mães têm sido punidas por amamentar seus filhos em público
Na Espanha, uma jovem de 22 anos perdeu a guarda de sua filha, de 1 ano e 3 meses, sob a acusação de amamentá-la demais. Aqui no Brasil, uma mãe foi proibida de amamentar seu bebê enquanto visitava uma exposição, na capital paulista. Mas, se o aleitamento materno é uma característica natural da humanidade, por que esse tema gera tanta polêmica atualmente?
Segundo a historiadora de uma universidade paulista, “o ato de amamentar sempre está ligado a algo sagrado e, portanto, deve ser reservado e preservado. Por isso tanta gente se incomoda ao ver uma mãe amamentando em público.” Na opinião de um psicoterapeuta e professor da PUC-SP, “com a maior exposição atual do corpo feminino, o seio passou a ter mais apelo erótico do que alimentar.” O que as mamães mais desejam é reverter essa situação. Disponível em: http://istoe.com.br. Acesso em: 13 mar. 2018 (adaptado).
Comparando os textos que tratam da amamentação, percebe-se que tal fato é
a) visto de modo equivocado na campanha e também na reportagem.
b) exaltado como algo recomendável na reportagem e como crime na campanha.
c) tratado do ponto de vista da saúde na reportagem e da perspectiva estatal na campanha.
d) interpretado como prática sagrada pela reportagem e como medicinal pela campanha.
4. (Encceja-2019-EF)
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
ANTUNES, A.; BRITTO, S.; FROMER, M. Titãs acústico Rio de Janeiro: WEA/MTV, 1997 (fragmento).
Na letra da canção, a repetição da expressão “A gente não quer só comida” tem por objetivo
a) apresentar explicação para a fome.
b) destacar o combate à falta de água.
c) reforçar o direito à alimentação.
d) reivindicar direitos sociais.
5. (Encceja-2019-EF)
Pato no tucupi
Tacacá
Maniçoba
Caruru
Sarapatel
Moqueca de peixe
Vatapá
Feijoada
Paçoca de amendoim
Feijão tropeiro
Arroz de carreteiro
Arroz com pequi
Canjiquinha com queijo
Pintado na brasa
Costela de ripa Barreado Churrasco Marreco com laranja
Disponível em: www.mundodanet.com.
Acesso em: 22 abr. 2011 (adaptado).
A culinária brasileira é uma prova viva da riqueza de nosso patrimônio cultural. O quadro apresenta vários exemplos de pratos típicos das regiões do país. Essa variedade existe porque cada região
a) está sob forte influência cultural de uma culinária nacional comum.
b) reinventa continuamente seus pratos típicos, que permanecem, assim, desconhecidos das populações de outras regiões.
c) possui uma tradição culinária resultante de sua história, costumes e peculiaridades naturais.
d) utiliza os ingredientes e temperos criados por um dos segmentos da civilização brasileira: portugueses, índios ou negros.
(Encceja-2019-EF)
Disponível em: www.cempre.org.br. Acesso em: 20 ago. 2013.
A inversão dos números representados no gráfico reduziria os índices de
a) consumo de produtos degradáveis.
b) poluição dos lençóis freáticos e rios.
c) despejo de resíduos de indústrias e fábricas.
d) empregabilidade no setor de limpeza urbana.
7. (Encceja-2018-EF)
Criado em 2010, o projeto Eco Fun busca promover um processo eficiente, viável e inovador para reciclagem de tubos usados de pasta de dente. As embalagens vazias feitas de plástico e alumínio são utilizadas na confecção de tábuas “sustentáveis” que podem ter várias aplicações ecologicamente corretas, desde a construção de paredes, bancos e até brinquedos para praças, além de possibilitar o trabalho em educação ambiental com crianças. Disponível em: www.construirsustentavel.com.br. Acesso em: 15 ago. 2015 (adaptado).
A viabilidade do projeto descrito tem como pressuposto a seguinte iniciativa de caráter ambiental:
a) Redução do ciclo de consumo.
b) Implementação de coleta seletiva.
c) Elevação da durabilidade do produto.
d) Produção de materiais biodegradáveis.
8. (Encceja-2018-EM)
Comprados em 1997, os primeiros computadores populares funcionavam, em média, seis anos. Em 2005, já duravam cerca de um terço desse tempo. A tendência atual é a de serem substituídos ainda mais rapidamente. Esses objetos estão mais baratos e populares e, portanto, mais presentes na rotina da população.
ADEODATO, S. O lixo da era digital. Horizonte geográfico. São Paulo, n. 119, out. 2008 (adaptado).
A tendência de consumo descrita intensifica problemas relacionados à
a) capacidade de aterros sanitários que acumulam produtos descartados.
b) lucratividade de unidades fabris que produzem materiais biodegradáveis.
c) produtividade em lojas comerciais que vendem equipamentos de informática.
d) empregabilidade em centros de reciclagem que reutilizam componentes eletrônicos.
9. (Encceja-2019-EM)
Em uma sociedade de consumo, os desejos e as necessidades pessoais são, muitas vezes, realizados por meio da aquisição de bens e produtos. Não importa a categoria, todos eles são desejados como uma espécie de prêmio, de passaporte de entrada para uma classe social desejada ou para uma posição de destaque ou diferenciação dentro do grupo.
SOUZA, R. F.; EHRENBERG, K. C. Apple no Brasil: o consumo de uma marca que vai além da tecnologia. Disponível em: www2.metodista.br. Acesso em: 29 ago. 2014.
No mundo contemporâneo, o comportamento descrito incentiva a a) produtividade do trabalhador.
b) competição dos indivíduos.
c) autonomia da população.
d) igualdade dos gostos.
10. (Encceja-2019-EM)
A indústria de manufatura eletrônica é o setor da produção que mais cresce. Em termos de faturamento, só perde para a indústria petrolífera. Em função desse crescimento, combinado com a rápida obsolescência dos seus produtos, o lixo eletrônico (e-waste) é, agora, o tipo de lixo que cresce mais rapidamente no mundo. Está começando a alcançar proporções desastrosas e, tardiamente, os países industrializados começaram a lidar com o problema.
MATTOS, K. M. C.; PERALES, W. J. S. Os impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico e o uso da logística reversa para minimizar os efeitos causados ao meio ambiente. Disponível em: www.abepro.org.br. Acesso em: 25 mar. 2013. Uma ação eficiente para minimizar o impacto ambiental provocado por essas características produtivas é
a) intensificar o fomento à modernização.
b) instalar filtros nas unidades produtivas.
c) aplicar investimentos em processos de reciclagem.
d) aumentar impostos sobre produtos industrializados.
11. (Encceja-2019-EM)
Mineirão é o primeiro estádio da Copa do Mundo com fonte solar de abastecimento elétrico. A iniciativa de se instalar uma central geradora a partir dos raios do sol no Mineirão foi inspirada nos estádios de Freiburg, considerada a capital solar da Alemanha, e de Berna, na Suíça, e nos estádios construídos para a Eurocopa 2008. A produção será de 1 825 MWh/ano, suficiente para abastecer cerca de 1 200 residências de médio porte.
Disponível em: www.minasarena.com.br. Acesso em: 5 set. 2014 (adaptado).
A opção pelo uso dessa matriz elétrica nos locais citados se deve à
a) dificuldade na geração local.
b) necessidade de energia sustentável.
c) atração do custo de instalação.
d) popularização do consumo doméstico.
12. (Encceja-2019-EF)
O caos climático, do qual a maior seca já ocorrida no Sudeste brasileiro é um dos exemplos, torna infame a discussão sobre se o aquecimento global tem ou não base científica, se o homem é ou não responsável ou se países desenvolvidos têm mais responsabilidade que os demais.
Não dá para pagar para ver se a temperatura média mundial vai subir mais de 4 graus Celsius até 2100, como se comportarão as safras de trigo, arroz, milho e soja diante disso, se o gelo do Ártico terá desaparecido nos meses de setembro até 2050 ou se o nível do mar pode subir 82 centímetros até o fim do século, inundando países insulares e cidades costeiras. A inação, portanto, será trágica para a humanidade.
Se o mundo quiser evitar mudanças climáticas irreversíveis, deve zerar o uso de combustíveis fósseis até 2100. Para isto, terá de quadruplicar o uso de energias renováveis até 2050. A meta, viável, é para ontem.
Disponível em: oglobo.globo.com. Acesso em: 4 nov. 2014.
Para alertar sobre a situação do clima, o texto utiliza argumentos que sustentam a necessidade de
a) realizar ações concretas para alcançar resultados positivos. b) saber quanto tempo vai durar a seca em algumas regiões.
c) continuar os debates a respeito das mudanças climáticas.
d) evitar inundações nos países formados por ilhas.
13. (Encceja-2018-EM)
O Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), é um museu a céu aberto, que convida o espectador à experiência de fruição por meio do(a)
a) diálogo entre arte e paisagismo.
b) interação com a obra de arte.
c) conjunto formado pela natureza.
d) fuga aos centros urbanos.
14. (Encceja-2019-EF)
Aplicativo ajuda a combater a violência contra crianças no Brasil
Um novo aplicativo de celular criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef) está ajudando a combater a violência contra crianças no Brasil. Só no primeiro semestre deste ano, a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos recebeu quase 50 mil denúncias de agressões, uma média de 271 por dia, quase 11 por hora.
BRASIL, G. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 6 ago. 2014.
O resultado alcançado pelo uso do recurso tecnológico mencionado é explicado pela a) ação empresarial.
b) intervenção jurídica.
c) participação popular.
d) política educacional.
Existe uma indústria que comercializa o fitness; o Brasil é o segundo maior mercado de academias no mundo, com um número maior que 23 000 unidades registradas na Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil), ficando atrás somente dos Estados Unidos. Esse é um mercado próspero e lucrativo, alimentado pelo compartilhamento das rotinas relativas à prática de exercícios e à alimentação saudável através das redes sociais.
Disponível: https://blogeducacaofisica.com.br. Acesso em: 30 ago. 2019 (adaptado).
O crescimento no número de academias no Brasil é decorrente do(a)
a) custo acessível às diferentes classes sociais.
b) conscientização da população na busca por saúde.
c) influência da mídia na valorização da estética corporal.
d) carência de espaços públicos para a prática de atividades.
16. (Encceja-2018-EM)
A Wikileaks é uma organização internacional, criada em 2006, que tem o propósito de divulgar vazamentos e submissões anônimas de documentos classificados como sigilosos. Seu alvo são políticos corruptos e instituições
turvas. A estrutura da Wikileaks é amorfa e dinâmica. Não há uma sede, staff ou organograma. Sua base tecnológica está espalhada por servidores em diversos países, de forma a garantir a permanência no ar, mesmo diante de ameaças de governos e instituições poderosas. Seus colaboradores são um exército de anônimos.
WOOD JR., T. Segredos devassados. Carta Capital, jul. 2010 (adaptado).
Os sistemas de informações mundiais, articulados pelas novas tecnologias de comunicação, motivaram preocupações para muitos estados e corporações internacionais porque
a) imagens de satélites tornaram-se instrumentos estratégicos das empresas.
b) inovações derivadas dos softwares empresariais são de uso público e gratuito.
c) hackers e ativistas podem invadir e disseminar os dados de governos e de empresas.
d) estruturas de poder governamental independem cada vez mais do setor de tecnologia.
17. (Encceja-2018-EM)
Cada vez que uma guerra ou desastre natural ameaça o patrimônio histórico e artístico de um país, agentes do Escudo Azul, órgão internacional que tem o mesmo peso que a Cruz Vermelha nas Nações Unidas, entram em ação em missões de inspeção e resgate. Foi assim com a Primavera Árabe, o tsunami no Japão e o terremoto no Haiti.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 8 jul. 2015 (adaptado).
As ações citadas no texto objetivam
a) calcular o valor dos acervos.
b) redistribuir a coleção dos museus.
c) conservar a memória das sociedades.
d) questionar a autenticidade das relíquias.
18. (Encceja-2018-EM)
A compatibilidade da liberdade com a igualdade não é evidente por si, pois um dos dilemas da nossa época é o de que as sociedades que se aventuraram na criação de uma sociedade igualitária terminaram por abolir a liberdade, enquanto as sociedades livres repousam frequentemente em grandes desigualdades sociais.
ROSENFIELD, D. L. O que é democracia. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado).
A polêmica citada no texto encontra-se presente na discussão sobre as vantagens e desvantagens de quais sistemas econômico-políticos?
a) Anarquia versus tirania.
b) Democracia versus monarquia.
c) Comunismo versus capitalismo.
d) Liberalismo versus neoliberalismo.
19. (Encceja-2019-EM)
As transformações geradas pelas descobertas tecnológicas das últimas décadas estão na base das mudanças que ocorrem no mundo hoje. A descoberta da informática e, sobretudo, os avanços extremamente rápidos que se seguiram nessa área, a partir da década de 1970, foram tão significativos para a humanidade que se decidiu igualar sua importância à da descoberta da máquina a vapor ou do tear mecânico e da divisão do trabalho, chamando-os de Terceira Revolução Industrial.
FERREIRA, J. S. W. Os contrastes da mundialização: a economia como instrumento de poder em um sistema internacional excludente. Disponível em: www.usp.br. Acesso em: 4 set. 2014.
No mundo contemporâneo, uma consequência socioeconômica do processo descrito é a
a) integração dos espaços mundiais.
b) redução dos fluxos migratórios.
c) ampliação do emprego formal.
d) estagnação do setor terciário.
20. (Encceja-2019-EM)
A notícia do assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln em 1865 levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar à Europa. A queda da Bolsa de Valores de Hong-Kong, na semana passada, levou 13 segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e Tel Aviv, Buenos Aires e Frankfurt. Eis ao vivo e em cores a globalização como um fato da vida real.
ROSSI, C. Globalização diminui distâncias e lança o mundo na era da incerteza. Folha de S. Paulo, 2 nov. 1997 (adaptado).
No contexto mundial, a mudança citada ilustra a influência da
a) submissão dos mercados ocidentais aos asiáticos.
b) sobreposição dos aspectos econômicos aos políticos.
c) ampliação dos transportes intermarítimos e terrestres.
d) aceleração dos fluxos de informações e comunicações.
21. (Encceja-2018-EF)
TEXTO I
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma. Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: www.humanrights.com. Acesso em: 4 ago. 2015 (adaptado).
TEXTO II
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 21 set. 2015.
Mesmo inseridas em contextos diferentes, as duas cartas destacadas cumprem a mesma função social, que é a de garantir o(a)
a) soberania da nação.
b) dignidade dos indivíduos.
c) desenvolvimento dos estados.
d) fortalecimento da democracia.
22. (Encceja-2020-EF)
TEXTO I
TEXTO II
A dignidade é a base de todos os direitos humanos. Seres humanos possuem direitos, e devem ser tratados com a mais elevada proteção, precisamente porque cada um possui valor intrínseco.
Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 7 set. 2019.
O principal documento brasileiro que promove aos cidadãos os direitos mencionados na tirinha e no texto é o(a):
a) Código Florestal.
b) Estatuto da Cidade.
c) Constituição Federal.
d) Legislação de Trânsito.
23. (Encceja-2019-EM)
Após oito anos de vigência da Lei n. 11 340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, é possível detectar o crescimento da intolerância com qualquer tipo de violência, aliada à sensação de maior segurança proporcionada pela existência do instrumento legal.
Disponível em: www12.senado.gov.br. Acesso em: 9 ago. 2014.
A aplicação da lei descrita no texto significa um avanço na garantia de direitos, uma vez que
a) reduz o divórcio em litígio.
b) amplia a proteção às mulheres.
c) fiscaliza as relações entre casais.
d) impede os crimes contra homossexuais.
24. (Encceja-2020-EF)
A quase totalidade (92,6%) da população brasileira feminina de 14 anos ou mais, que representa mais de 80 milhões de pessoas, realiza afazeres do lar e cuidados de pessoas, em uma média de 21 horas semanais. Se as mulheres cozinham para alguém que vai trabalhar, se levam uma criança para a escola, que às vezes nem é seu filho, para alguém poder trabalhar, elas estão envolvidas nesse emaranhado de sustentação da sociedade.
PERISSÉ, C.; LOSCHI, M. Trabalho de mulher. Retratos: a revista do IBGE, n. 17, jul.-ago., 2019 (adaptado).
O cotidiano das mulheres mencionado no texto é marcado pela
a) valorização das tarefas manuais.
b) ampliação de atividades educativas.
c) transformação das obrigações diárias.
d) concentração de funções domésticas.
1. Alternativa a. O mapa apresenta a malha hidrográfica com os principais rios do território brasileiro e destaca os trechos navegáveis que se encontram, em sua maioria, na Região Norte do país, na Bacia Amazônica.
2. Alternativa a. Segundo o texto, as populações indígenas têm profunda relação com seus territórios. Dessa forma, suas práticas, tradições e modos de vida são afetados quando as características desse território são alteradas pela presença de não indígenas ou pela restrição das áreas que podem ocupar, o que resulta na desorganização de suas tradições.
3. Alternativa a. Ambos os trechos relatam momentos de encontro entre a cultura europeia dos colonizadores portugueses e as culturas dos povos indígenas do território que viria a ser o Brasil. Apresentam, ainda, a substituição de costumes, hábitos, valores e conhecimentos tradicionais dos povos indígenas por tradições europeias que se tornaram o padrão hegemônico, o que evidencia o enfraquecimento da cultura nativa.
4. Alternativa d. O período entre 1500 e 1650 foi marcado por intenso avanço da ocupação colonial do litoral para o interior do território do Brasil. No gráfico, é possível notar como a população indígena do litoral decresce com mais intensidade a partir de 1500, enquanto a população indígena do interior diminui a partir de 1570.
5. Alternativa a. Segundo o texto, sem o futebol, as pessoas viveriam vidas tediosas e teriam lealdades diferentes, sendo comprometidas com posturas políticas e culturais específicas. O futebol faz esquecer essas diferenças e reúne as pessoas. No texto, a metáfora do “circo do mundo” evidencia as máscaras e as cores em que o futebol está enredado e que não altera a realidade em que as pessoas vivem, mas a maneira como podem percebê-la.
6. Alternativa a. A regularização e a titulação das terras ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos é uma forma de atender às demandas históricas por redistribuição de terra e concessão de direitos às populações quilombolas.
7. Alternativa c. Segundo o texto, os quilombos configuravam-se como antíteses do sistema de exploração escravista no Brasil, existindo onde havia escravidão. Dessa forma, os quilombos expressavam a resistência das populações escravizadas à condição de cativos.
8. Alternativa c. Uma vez que a identidade e a memória histórica dos quilombolas estão ligadas à forma como utilizam a terra e expressam seus costumes e manifestações culturais e religiosas nesse território, a progressiva invasão por fazendeiros põe em risco os meios de subsistência e convívio dessas comunidades.
9. Alternativa d. A categoria de Patrimônio Histórico Imaterial engloba, entre outros elementos, práticas, tradições, relatos e narrativas que são transmitidos entre as gerações. Dessa forma, músicas, ritmos, letras, apresentações e desfiles envolvidos na existência do samba são conhecimentos e práticas tradicionais de determinados grupos brasileiros que precisam ser registrados, protegidos e incentivados como Patrimônio Histórico Imaterial.
10. Alternativa b. A escolha de preservar Patrimônios Materiais e Imateriais ocorre inicialmente com a mobilização de memórias, explicações e narrativas sobre o passado
que são importantes para as gerações atuais e futuras. Dessa forma, a preservação do Cais do Valongo objetiva manter viva a memória de episódios trágicos do período da escravidão no Brasil.
11. Alternativa b. Segundo o texto, a colonização brasileira baseou-se na fixação litorânea para a extração de recursos naturais, como o pau-brasil, e o plantio de cana-de-açúcar. Em seguida, áreas de pasto para a pecuária e a extração de metais preciosos foram as principais atividades desenvolvidas na interiorização da ocupação.
12. Alternativa a. Segundo o texto, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro tem valor histórico, paisagístico, cultural e científico. O Museu Histórico Nacional, por sua vez, preserva e divulga objetos, vestimentas, relatos, publicações e outros itens de épocas e lugares diferentes, mas principalmente do Brasil. Por isso, é possível afirmar que as duas instituições se propõem a resguardar a memória do país.
13. Alternativa b. A continuada degradação dos ecossistemas amazônicos está relacionada à expansão da fronteira agrícola, principalmente da produção extensiva de soja, iniciando na Região Centro-Oeste do país. A extração ilegal de madeira e a grilagem de terras são práticas destrutivas que antecedem o plantio ou o desenvolvimento da pecuária em áreas que antes eram florestas.
14. Alternativa a. A região conhecida como Matopiba (junção das siglas das Unidades da Federação Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) tornou-se um importante polo agroexportador, o que atraiu pessoas de diferentes locais do país. Dessa forma, a criação do Centro de Tradições Gaúchas de Luís Eduardo Magalhães (BA) é resultado de migrações internas, que ocorre entre estados brasileiros, na maioria das vezes, de forma autônoma e definitiva.
15. Alternativa b. A realização de um campeonato esportivo foi o elemento utilizado para promover a integração entre diferentes povos. O futebol é amplamente admirado e praticado no mundo, tem regras simples e grande difusão pelos meios de comunicação, o que reduz as barreiras linguísticas. Como esporte coletivo, permite a integração entre pessoas de diferentes origens nacionais e socioeconômicas.
16. Alternativa a. O deslocamento das populações afegãs tem acontecido principalmente em decorrência da instabilidade política do país. Desde a década de 1990, o Afeganistão passou por diferentes conflitos político-militares e, a partir de 2001, foi invadido e ocupado pelos Estados Unidos como parte das iniciativas militares da chamada Guerra ao Terror. Com a saída das tropas estadunidenses do país, entre 2020 e 2021, o governo passou a ser ocupado pelo Talibã.
17. Alternativa d. A canção registra o processo de êxodo rural de famílias de pequenos proprietários de terra que, rodeadas por grandes fazendas, deixam o campo, resultando no aumento da concentração de terras e na formação ou ampliação dos latifúndios.
18. Alternativa a. A progressiva mecanização das atividades agrícolas e a aplicação de novas técnicas produtivas resultam na redução da quantidade de empregos no campo, pois as atividades feitas por grupos de trabalhadores passam a ser realizadas por máquinas sendo operadas por poucas pessoas ou até mesmo a distância.
19. Alternativa d. Na imagem, é possível notar a verticalização da região da Avenida Paulista, em São Paulo (SP), e a presença de vias de transporte alargadas, sendo possível inferir que a demolição ilustrada acontece de forma relacionada à expansão da especulação imobiliária.
20. Alternativa d. Segundo o texto, o mercado da arte não assimilou as pichações como forma de arte, mas ela é praticada e valorizada por diferentes meios. Com isso, o autor destaca as pichações como manifestações culturais que questionam os padrões artísticos convencionais.
21. Alternativa b. A letra da canção evidencia o processo de questionamento sobre a posse ou a responsabilidade por determinados espaços, além de demonstrar o desejo de apropriar-se deles, evidenciando a ação de apropriação de territórios urbanos.
22. Alternativa c. Segundo os textos, tanto a valorização do trabalho de servidores públicos quanto a busca por vias limpas e a conservação do meio ambiente objetivam o bem comum e a convivência cidadã entre as pessoas.
23. Alternativa d. A charge ilustra o descarte irregular de resíduos nas águas que atravessam centros urbanos. Para solucionar esse problema, deve-se procurar realizar a destinação correta dos resíduos, preferencialmente com filtragem, tratamento e descontaminação dos cursos da água ou efluentes de esgotos.
24. Alternativa a. Segundo o texto, o conceito de cidadania parte da noção dos direitos concedidos aos indivíduos integrantes de determinada sociedade. Entretanto, salienta que, nas democracias, esses direitos estão necessariamente relacionados a deveres que os indivíduos devem cumprir. Dessa forma, a argumentação do texto procura ampliar as ideias sobre a cidadania.
25. Alternativa c. Segundo o texto, a disposição de recursos políticos e econômicos que garantem acesso à justiça e à segurança não é um bem do qual as populações pobres dispõem. Assim, a desigualdade social mostra-se como um fator determinante para a continuidade dessa situação.
26. Alternativa c. Com os processos relacionado à Revolução Industrial, boa parte das populações deixaram de viver no campo e transferiram-se para as cidades em busca de empregos. A difusão das máquinas promoveu a desvalorização dos trabalhos manuais e a redução dos salários. Dessa forma, no contexto de Máximo Gorki, o trabalho nas fábricas em troca de baixos salários se tornou a única opção para a maioria das pessoas.
27. Alternativa a. Por meio dos recursos multissensoriais, torna-se possível que pessoas com deficiência, principalmente cegos ou pessoas com baixa visão, realizem de forma autônoma a leitura de obras de arte, pois elas são reproduzidas em formatos táteis.
28. Alternativa b. A abolição da escravidão no Brasil não esteve diretamente relacionada a questões educacionais; entretanto, a configuração da escolarização brasileira ao longo do século XX e no século XXI tem sido bastante afetada por esse sistema. Uma vez que a abolição não foi acompanhada de reformas e políticas públicas de inclusão dos libertos e de seus descendentes, as desigualdades étnico-sociais perduram até hoje.
29. Alternativa b. No contexto contemporâneo da globalização e da divisão internacional do trabalho, diversas atividades produtivas são transferidas dos países mais ricos
e industrializados para países com legislações trabalhistas mais frágeis ou nos quais é possível estabelecer regimes de trabalho com pouco controle das instituições, principalmente quando a mão de obra é migrante. Dessa forma, no caso dos bolivianos em São Paulo (SP), trata-se de diferenças na remuneração da força de trabalho.
30. Alternativa d. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, objetivava regulamentar as relações de trabalho em indústrias e comércios dos centros urbanos, sem alterar a situação dos trabalhadores rurais. Essa legislação buscava organizar as jornadas de trabalho e o salário mínimo, evitando situações degradantes e exploratórias, assim como garantir e promover direitos, como férias remuneradas, medicina do trabalho, proteção a mulheres e crianças, entre outros.
31. Alternativa c. Segundo o texto, o desafio a ser superado é a construção de uma sociedade igualitária em termos étnico-raciais. A desigualdade no Brasil tem sua origem na herança colonial escravista, que, durante 300 anos, promoveu a exploração de africanos, afro-brasileiros e indígenas.
32. Alternativa c. No contexto técnico-informacional do século XXI, o papel da escola passa por transformações, e, segundo o texto, essa instituição deve ter a iniciativa de promover a inovação nas formas de sociabilidade, apresentação de informações, conhecimentos e promoção da educação, que poderão ser feitas por meio de espaços virtuais de comunicação.
Gabarito Etapas 7 e 8
1. Alternativa b. A representação dos corpos dançando, feita por Henri Matisse (1869-1954), com destaque para curvas, sinuosidades e conexões, pretende expressar a ideia de movimento e ritmo. Com isso, não é possível distinguir exatamente o ponto de início ou de fim do movimento, ele acontece ritmadamente envolvendo as pessoas dispostas em círculo.
2. Alternativa b. O texto indica que o Conselho Nacional de Saúde é composto de agentes relacionados à área da saúde que atuam em diferentes atividades, funções e instituições, sejam elas governamentais ou não. Além desses, representantes de associações e movimentos sociais também integram o órgão. Dessa forma, a participação da sociedade civil é garantida nas atividades de consulta, regulamentação e pesquisa sobre saúde no país, o que evidencia os princípios democráticos.
3. Alternativa d. Na campanha, os benefícios da amamentação estão ligados à prevenção de doenças e ao desenvolvimento da criança recém-nascida; portanto, a amamentação é apresentada do ponto de vista medicinal. No caso da reportagem, a amamentação é analisada como prática sociocultural, sendo comentada por uma historiadora e por um psicoterapeuta, que a qualificam como uma prática cultural sagrada.
4. Alternativa d. A repetição da expressão “A gente não quer só comida” busca reforçar a indicação de que se trata de uma reivindicação de direitos sociais que estão além da garantia da subsistência. Trata-se, dessa forma, de um posicionamento pela garantia dos direitos à educação, à cultura e ao lazer, por exemplo.
5. Alternativa c. A diversidade culinária de cada região brasileira está relacionada às tradições e aos produtos disponíveis em cada local, como frutas, carnes e condimentos produzidos à base das peculiaridades naturais da região, como características da vegetação e do relevo que possibilitam a existência de determinadas frutas, temperos ou animais de corte etc.
6. Alternativa b. Com o aumento das práticas de compostagem ou reciclagem e a diminuição do número de aterros ou lixões, a área destinada ao depósito de lixo seria menor. Dessa forma, a inversão proposta possibilitaria a redução dos índices de poluição de lençóis freáticos e rios.
7. Alternativa b. Segundo o texto, a iniciativa apresentada busca reutilizar embalagens de plástico e alumínio na fabricação de novos produtos. Para que isso aconteça, é necessário considerar a implementação da coleta seletiva como pressuposto, uma vez que a correta separação prévia dos resíduos que poderão ser reutilizados no projeto é indispensável.
8. Alternativa a . Segundo o texto, ao longo do tempo, a durabilidade e o preço dos computadores diminuíram, tornando esse produto mais acessível a uma parcela maior da sociedade. Dessa forma, a tendência é que ocorram mais descartes desse produto e, consequentemente, mais problemas relacionados à capacidade dos aterros sanitários existentes.
9. Alternativa b. Segundo o texto, na sociedade contemporânea, muitas necessidades e desejos individuais são satisfeitos com o ato de consumir. O objetivo pode ser a ascensão social ou a mudança de posição dentro de um grupo. Esse processo incentiva a competição entre os indivíduos, pois cria-se um ciclo vicioso em que é necessário consumir cada vez mais e ter mais bens do que os outros.
10. Alternativa c. Segundo o texto, atualmente, um grave problema ambiental são os resíduos da indústria de eletrônicos. Assim, para minimizar o problema, é necessário investir em processos de reciclagem.
11. Alternativa b. Segundo o texto, o uso da fonte solar para geração de energia elétrica em estádios de futebol é algo novo no Brasil, mas não na Europa. A energia elétrica gerada pelos raios solares é uma fonte renovável que não gera poluentes na atmosfera, por isso é considerada uma energia sustentável.
12. Alternativa a. Segundo o texto, as mudanças decorrentes do aquecimento global já são visíveis e demandam ações concretas urgentes para alcançar resultados positivos. Dessa forma, o autor argumenta a favor, principalmente, da redução do uso de combustíveis fósseis e do aumento na utilização de energias renováveis nas próximas décadas.
13. Alternativa a. Na imagem, é possível notar a disposição das partes de uma instalação artística no Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), assim como a presença de elementos naturais (árvores, palmeiras, lago etc.) próximos a ela. Dessa forma, a experiência de fruição artística acontece por meio do diálogo entre arte e paisagismo.
14. Alternativa c. Segundo o texto, o combate à violência contra crianças no Brasil está ocorrendo com a utilização do aplicativo da Unicef. Dessa forma, o recurso tecnológico depende da participação popular, por meio do registro de denúncias, para que os resultados sejam alcançados.
15. Alternativa c. Como o texto destaca, o mercado das academias está relacionado ao compartilhamento de práticas por meio das redes sociais. Dessa forma, o crescimento no número de academias demonstra ser decorrente da influência da mídia na valorização da estética corporal.
16. Alternativa c. Como o texto demonstra ao apresentar a organização Wikileaks, no mundo contemporâneo dos sistemas de informações mundiais, hackers e ativistas podem invadir sistemas e apropriar-se de dados e informações de governos e empresas, utilizando-os para diferentes fins.
17. Alternativa c. Segundo o texto, as ações promovidas pelo Escudo Azul estão relacionadas a salvaguardar e preservar patrimônios históricos e artísticos em contextos extremos. Com isso, o objetivo principal dessas ações é conservar a memória das sociedades nessas situações.
18. Alternativa c. O texto faz uma associação entre a formação econômica e social do comunismo e algumas experiências que resultaram em sociedades repressoras das liberdades individuais. Da mesma forma, relaciona o capitalismo a sociedades livres nas quais existem desigualdades sociais.
19. Alternativa a. Segundo o texto, as descobertas tecnológicas resultaram em transformações sociais em todo o mundo, com destaque para a área da informática. Uma consequência desse processo é a integração dos espaços mundiais, que acontece, por exemplo, por meio da internet.
20. Alternativa d. Segundo o texto, uma informação demorou 13 dias para chegar à Europa com origem nos Estados Unidos. Atualmente, uma informação levou 13 segundos para chegar a três continentes, o que demonstra a aceleração dos fluxos de informações e comunicações.
21. Alternativa b. Tanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos quanto a Constituição Federal de 1988 brasileira cumprem a função de garantir a dignidade dos indivíduos com base no reconhecimento do direito à vida, à liberdade e à segurança.
22. Alternativa c. A Constituição Federal de 1988 é a carta legislativa que estabelece os princípios do Estado Democrático de Direito no Brasil e garante os direitos e deveres dos cidadãos. Com base no estabelecimento desses princípios, a Constituição reúne o conjunto das leis em vigência no país e as respectivas responsabilidades de indivíduos e instituições.
23. Alternativa b. A chamada Lei Maria da Penha foi criada, em 2006, com o intuito de coibir a violência doméstica e familiar contra mulheres, o que significa a ampliação dos direitos e da proteção a elas.
24. Alternativa d. Segundo o texto, as mulheres são responsáveis pelas funções domésticas não remuneradas. Muitas vezes, elas realizam essas tarefas além do trabalho remunerado, o que significa que cumprem uma dupla jornada. Essas funções são também conhecidas como trabalho invisível, pois dão suporte para que outras pessoas possam realizar o trabalho remunerado.
Objetivos
• Conhecer, fruir e refletir sobre o campo da arte por meio da análise e da fruição de produções artísticas de diferentes linguagens.
• Produzir e expressar poéticas pessoais e em grupo por meio de diferentes linguagens artísticas.
Estudar o processo de criação e de poéticas em práticas artísticas.
Refletir sobre experiências estéticas no encontro com obras artísticas.
Analisar e estudar aspectos históricos, sociais e culturais em que práticas artísticas estão inseridas.
Compreender o conceito de paisagem sonora, analisando parâmetros e fontes sonoras. Criar um diário de experiências e realizar diferentes tipos de registros.
Compreender as Ciências Humanas como a área de conhecimento que contribui para a análise das sociedades no passado e no presente.
Analisar a contribuição das Ciências Humanas na compreensão de eventos e fenômenos de construção, ruptura e permanências ao longo do tempo.
Compreender os conceitos de paisagem e espaço geográfico como essenciais para o estudo das Ciências Humanas.
Entender a importância das Ciências Humanas na análise dos processos históricos.
Analisar a importância das fontes históricas para a compreensão do passado.
Compreender que as Ciências Humanas trabalham com escalas espaciais que estão inter-relacionadas.
Reconhecer a importância da medição do tempo e datação para a organização, interpretação e compreensão de acontecimentos ao longo do tempo.
Reconhecer a importância dos mapas em diferentes situações e conhecer seus elementos e funções de forma a realizar uma leitura cartográfica eficaz e crítica.
Diferenciar escala gráfica de escala numérica e fazer uso delas para calcular distâncias. Participar de práticas artísticas e explorar materialidades, processos de criação (individual e em grupo), repertórios culturais e poéticas pessoais.
Justificativas
• A ampliação do repertório cultural e da leitura de mundo desenvolve o senso estético, histórico e espacial.
• O desenvolvimento e a ampliação da percepção dos sons auxiliam na elaboração do conceito de paisagem sonora, estado de estesia, experiências estéticas e poéticas pessoais.
• O registro da observação e da leitura de mundo, em um diário, é importante para a investigação de processos com base na memória e para cultivar o imaginário e o repertório imagético.
• A compreensão da paisagem e do espaço geográfico enquanto conceitos científicos contribui para fundamentar a percepção do mundo, bem como para refletir sobre as variadas interações entre a natureza e a sociedade.
• O conhecimento e o emprego das Ciências Humanas na observação da sociedade fornecem fundamentos teóricos que possibilitam análises mais complexas das dinâmicas sociais.
• A compreensão de conceitos como sujeitos, vestígios e processos históricos permite aos estudantes se reconhecerem também como agentes históricos.
• A leitura cartográfica torna-se mais efetiva com a sistematização e a compreensão dos elementos essenciais presentes nos mapas.
Objetivos
• Conhecer e apreciar obras de arte e refletir sobre produções artísticas e culturais dos povos originários, de artistas indígenas contemporâneos, que abordam os temas de arte e ancestralidade, as visões críticas sobre o eurocentrismo e o ativismo pelo “não apagamento histórico”.
• Produzir e se expressar em poéticas pessoais e em grupo por meio de diferentes linguagens artísticas.
• Refletir sobre o olhar, as imagens e os discursos eurocêntricos.
• Valorizar produções artísticas e culturais dos povos originários.
• Conhecer lutas e propostas artísticas socialmente engajadas.
• Participar de práticas artísticas e explorar materialidades, processos de criação (individual e em grupo), repertórios culturais e poéticas pessoais.
• Conhecer os assentamentos dos primeiros grupos humanos para compreender como, onde e quando ocorreram.
• Conhecer o processo de ocupação dos espaços na América do Sul e no Brasil e as principais características dos primeiros grupos humanos do continente, reconhecendo a importância de estudos arqueológicos.
• Reconhecer a vegetação nativa e os biomas do Brasil de modo a conhecer os processos de transformação da paisagem desde a colonização até os dias atuais.
• Analisar o processo de formação do território brasileiro desde a ocupação do espaço pelos povos originários presentes no atual território do Brasil, para compreender as dinâmicas populacionais reveladas em pesquisas e censos demográficos.
• Conhecer e analisar estudos e trabalhos de artistas indígenas contemporâneos, bem como dos contextos históricos de formação dos discursos eurocêntricos e das lutas por direitos e pelo “não apagamento” histórico e cultural dos povos originários.
Justificativas
• O desenvolvimento do conhecimento sobre produções artísticas contemporâneas é feito por meio da ampliação do repertório cultural, permitindo que os estudantes
explorem diferentes formas de expressão estética e que desenvolvam sensibilidade artística.
• Propostas artísticas socialmente engajadas ajudam a desenvolver a percepção sobre a importância do olhar e sobre a construção dessa visão baseada em experiências pessoais e coletivas.
• A análise de imagens e discursos incentiva os estudantes a pensar criticamente sobre como as narrativas podem ser moldadas e distorcidas, destacando a importância de questionar as fontes e as representações que encontramos no cotidiano, combatendo o apagamento histórico.
Para uma análise mais aprofundada da questão indígena brasileira na atualidade, é preciso retomar a história da ocupação do território onde hoje se localiza o Brasil pelos primeiros grupos humanos que migraram para a América. Desse modo, é possível compreender a relação ancestral dos indígenas com o meio onde vivem, fundamentando discussões acerca da demarcação de terras e do autorreconhecimento étnico.
A compreensão dos contextos históricos e de como os grupos humanos se relacionam com a natureza, com base na leitura de textos e imagens, auxilia no entendimento de que as ações humanas transformam a paisagem ao longo do tempo.
Refletir sobre aspectos culturais e estéticos de produções artísticas de origem lusitana. Realizar a análise e a fruição de obras de diferentes linguagens artísticas.
Produzir e se expressar em poéticas pessoais e em grupo por meio de diferentes linguagens artísticas.
Analisar as Grandes Navegações como um processo de expansão europeia, compreendendo os motivos e as consequências desse processo.
Analisar o choque cultural e as tensões geradas pelo encontro entre europeus e povos originários.
• Compreender e associar a relação entre as representações cartográficas da época das Grandes Navegações com os conhecimentos científicos e o imaginário da sociedade europeia da época.
Justificativas
• A apreciação e o entendimento da herança cultural que influencia nossa sociedade para conhecer os aspectos culturais e estéticos das produções artísticas de origem lusitana permitem promover um reconhecimento das raízes históricas, fortalecer a identidade cultural e ampliar o repertório artístico dos estudantes.
• A produção de um mapa pictórico elaborado com base na contação de causos ou lendas da tradição oral contribui para ampliar a compreensão sobre a integração das linguagens artísticas com conhecimentos cartográficos e sobre representações espaciais, desenvolvendo habilidades e competências relacionadas ao raciocínio espacial e ao pensamento geográfico, como estabelecer relações entre significante e significados, criar ícones e outros tipos de simbologia, bem como aos fenômenos espaciais etc.
• A compreensão sobre a forma como ocorreu a chegada dos europeus à América, mais especificamente ao território onde hoje é o Brasil, permite realizar análises mais aprofundadas da formação da sociedade brasileira e dos primeiros contatos entre europeus e povos originários.
• Como forma de aprofundar as habilidades de leitura cartográfica, propõem-se atividades de localização do Brasil, dos continentes e dos oceanos nos mapas, além do reconhecimento de paralelos, meridianos e fusos horários.
Objetivos
• Refletir sobre aspectos históricos, sociais e culturais da produção artística afro-brasileira.
• Produzir e se expressar em poéticas pessoais e em grupo por meio de diferentes linguagens artísticas.
• Conhecer e refletir sobre saberes ancestrais que atravessaram o Atlântico e foram recriados na contemporaneidade.
• Investigar e localizar jogos, danças e lutas de matriz africana por meio de um jogo usando o mapa oficial do Brasil.
• Discutir a dimensão histórica da diáspora africana com destino à América.
• Conhecer a distribuição espacial dos territórios quilombolas no Brasil e discutir as reivindicações dos seus habitantes junto ao poder público.
Justificativas
• A análise e a fruição de manifestações de arte e cultura quilombolas auxiliam na reflexão sobre aspectos fundamentais da história, da sociedade e da cultura brasileiras, bem como amplia a discussão sobre questões de pertencimento, letramento racial e educação antirracista.
• A discussão sobre a diáspora forçada de africanos e sua condição de escravizados nas terras que viriam a se tornar o Brasil é essencial para dimensionar a forma como ocorreu a integração dos descendentes desses escravizados na sociedade brasileira.
• A análise da sociedade brasileira no passado e na atualidade passa necessariamente pela compreensão da própria ancestralidade e dos movimentos de resistência por todo o país.
Objetivos
• Discutir a construção do território oficial brasileiro, com suas fronteiras, divisas e limites.
• Desenvolver o conceito de interiorização no processo de ocupação a fim de entender o processo de surgimento de vilas, cidades etc.
• Discutir o crescimento das cidades para compreender esse conceito como processo histórico.
Desenvolver as ideias de nações e territórios e relacioná-las com a questão dos povos indígenas.
Discutir o conceito de apagamento histórico.
Estudar o contexto dos diferentes fluxos migratórios internos no Brasil e problematizar a vida dos migrantes, relacionando esses processos com a história de vida dos estudantes. Analisar monumentos históricos, narrativas e visões contemporâneas e críticas históricas. Conhecer e analisar práticas artísticas que usam tecnologias de luz e digitais na produção de intervenções em artes visuais, espetáculos teatrais e artes integradas.
Justificativas
Analisar questões e manifestações artísticas indígenas, aprofundar a discussão sobre as lutas pelo “não apagamento histórico” e promover a valorização de saberes e culturas historicamente menorizadas.
O entendimento da formação do território brasileiro com a fundação das colônias portuguesas próximas à costa atlântica passa pelo conhecimento das diferentes atividades econômicas que motivaram a interiorização da ocupação, a expansão das fronteiras agrícolas e a fundação de vilas e cidades. Dessa forma, compreende-se o Brasil atual como uma construção histórica de vários processos e conflitos desenrolados no passado.
Conhecer a organização político-administrativa do Brasil é a base para que os estudantes compreendam seus direitos como cidadãos e expandam sua participação política. Analisar os recursos tecnológicos e as materialidades é importante para que os estudantes possam escolher linguagens e poéticas pessoais para criar em diferentes linguagens artísticas.
• Conhecer e apreciar obras de arte e refletir sobre produções artísticas e culturais e as relações com dimensões da vida social, cultural, histórica, poética, estética e ética.
• Produzir e se expressar em poéticas pessoais e em grupo por meio de diferentes linguagens artísticas como intervenções urbanas, xilogravura e slam
• Discutir o processo de êxodo rural no Brasil e outros tipos de migrações internas.
• Desenvolver o conceito de migrações pendulares e discutir as questões cotidianas nas cidades grandes.
• Conhecer os projetos de convivência com a seca.
• Discutir o conceito de História oral com base nos percursos migrantes.
• Ampliar o conceito de êxodo rural, aplicando-o à relação entre fluxos e crescimento populacionais.
• Entender o desenvolvimento da construção de cidades com base no exemplo de Brasília (DF).
• Refletir sobre o processo de residência artística.
• Entender a importância da diversidade e da variação linguísticas.
• Pesquisar materiais para produzir e analisar cartografia social e cultural.
Justificativas
• O estudo da relação entre as práticas artísticas do lambe-lambe, da xilogravura e da literatura de cordel dentro do contexto da cultura nordestina permite que se façam análises sobre poéticas pessoais e identidades culturais.
• O desenvolvimento do conceito de residência artística faz parte do processo de criação e pesquisa sobre práticas e elaboração de repertório artístico.
• Para o desenvolvimento de sociedades mais justas e inclusivas, é importante integrar diferentes formas de comunicação e valorizar o conceito de variação linguística na criação de linguagens artísticas.
• O estudo dos diferentes fluxos migratórios internos no Brasil contribui para a identificação dos polos de atração e de repulsão no país ao longo do tempo, possibilitando uma análise mais complexa da história econômica e social brasileira e da história de famílias, comunidades, municípios e outras instituições ou espaços que se relacionam com a vida do estudante.
• O estudo da Região Nordeste do Brasil possibilita a fundamentação da análise sobre movimentos migratórios, pois dimensiona os fenômenos físico-naturais e o panorama social do sertão nordestino.
• Ao conhecer os princípios e os métodos da história oral, os estudantes reconhecem os relatos como fontes históricas.
• Com a organização de uma batalha de slam, os estudantes podem produzir e se expressar em poéticas pessoais e leituras de mundo com foco na oralidade.
• A criação de cartografias social e cultural pode ampliar saberes e repertórios culturais sobre o local em que os estudantes vivem.
Unidade 7
Objetivos
• Fruir e analisar imagens de obras artísticas socialmente engajadas.
• Expressar-se explorando materialidades, processos de criação e poéticas pessoais.
• Caracterizar os principais fluxos migratórios da atualidade no Brasil e no mundo e compreender a importância do reconhecimento do estatuto de refugiado para garantia dos direitos humanos.
• Debater sobre manifestações de xenofobia no Brasil e no mundo, exercitando a empatia e valorizando os direitos humanos.
• Ler e interpretar mapas de fluxo populacional.
• Conhecer e refletir sobre os processos migratórios ao longo da história.
• Reconhecer permanências e mudanças nas formas de exclusão social.
Justificativas
A ampliação de repertórios culturais é uma forma de conhecer e refletir sobre mensagens na arte, ampliando a análise de produções artísticas socialmente engajadas na Música e nas Artes Visuais.
A análise dos principais fluxos migratórios da atualidade aprofunda o conhecimento dos estudantes sobre as condições de vida de migrantes e de refugiados, tanto em seus locais de origem quanto naqueles a que se destinam. Por meio do conhecimento, amplia-se a sensibilidade, a empatia e o combate a preconceitos e xenofobia.
Analisando os diferentes movimentos migratórios ao longo da história, os estudantes compreendem como os deslocamentos são frequentes em muitas sociedades.
Objetivos
Conhecer, analisar e fruir produções da arte sertaneja.
Caracterizar os diferentes modelos de produção agropecuária, identificando a extensão das propriedades, as técnicas utilizadas e a mão de obra empregada.
Discutir o papel da produção rural na economia brasileira e os impactos ambientais relacionados a ela.
Conhecer as práticas agroecológicas a fim de analisar meios sustentáveis de produção agrária.
Debater a concentração de terras no Brasil, contextualizando-a em diferentes momentos históricos do país.
Compreender os movimentos de resistência à concentração fundiária no Brasil.
• Dimensionar a questão dos agrotóxicos no Brasil, especialmente os implementados no agronegócio.
Justificativas
• O estudo das linguagens da Música, da Dança e das Artes Visuais torna possível reconhecer expressões artísticas que configuram a cultura sertaneja.
• O reconhecimento das diferentes formas de produção da terra no Brasil fornece elementos tanto para discutir a produção de alimentos para o mercado interno quanto para debater o papel do agronegócio na economia, de forma a reconhecer a relação estreita entre a produção agrária e a vida no campo e na cidade.
• Por meio da análise da estrutura fundiária brasileira, os estudantes se conscientizam da distribuição desigual de propriedades e compreendem a histórica luta pela terra.
Unidade 9
Objetivos
• Conhecer, fruir e analisar propostas e produções artísticas relacionadas à cidade e ao cidadão.
• Conhecer processos de criação e se expressar pela arte.
• Participar de um processo de criação artística.
• Refletir sobre o espaço da cidade enquanto espaço do cidadão, considerando o direito à cidade e à moradia adequada.
• Conversar e refletir sobre direitos e ocupações do espaço coletivo no exercício da cidadania.
• Estudar e analisar os conceitos de cidade, cidadania e cidadão.
• Discutir os impactos socioambientais causados pela intervenção humana nos rios que cortam as cidades.
• Conhecer a estrutura sociopolítica de algumas cidades da Antiguidade.
• Analisar como vestígios arqueológicos permitem conhecer a estrutura e o modo de vida das primeiras cidades.
• Conhecer linguagens artísticas, como a arte postal e os jogos teatrais, e se expressar nelas.
Justificativas
• O conhecimento, a análise e a fruição de produções artísticas, explorando poéticas pessoais e em grupo, que tenham como tema comum a cidadania, investigando as linguagens artísticas na cidade e no espaço público aberto, como grafites, intervenções urbanas, ocupações artísticas, entre outras, podem estabelecer sentidos e ampliar a compreensão das relações entre arte, cultura e cidade.
• Por meio do estudo da organização socioespacial de diferentes cidades ao longo da história, os estudantes têm a oportunidade de analisar o conceito de cidadania.
• A análise dos espaços urbanos atuais, especialmente em cidades do Sul Global, possibilita ampliar a conscientização dos estudantes sobre os problemas urbanos e os direitos dos cidadãos que não estão devidamente assegurados a todos. Desse modo, os estudantes constroem seus argumentos, podendo atuar de forma mais efetiva e fundamentada na luta por mais acesso a seus direitos.
• O estudo do ambiente urbano aprofunda a compreensão dos impactos causados pelo ser humano, contribuindo para a discussão sobre ocupação imprópria de áreas de várzea, retificação e canalização de rios e impermeabilização do solo.
• A discussão e a reflexão sobre problemas e conceitos de cidade e cidadania por meio de jogos teatrais podem ampliar visões da vida social e colaborativa.
Objetivos
• Discutir o papel do trabalho ao longo da história das sociedades humanas, analisando questões relacionadas à remuneração.
• Diferenciar as formas de produção artesanal, maquinofatureiro e industrial.
• Compreender o conceito de localização flexível da produção, relacionando as escalas global e local das atividades econômicas.
• Discutir e analisar processos de criação artística e poéticas pessoais.
Conhecer aspectos da cadeia produtiva da indústria da moda, relacionando-os a impactos ambientais.
Analisar as relações entre sujeitos, grupos e classes sociais diante das transformações tecnológicas e das novas formas de trabalho ao longo do tempo.
Conhecer, analisar e criar imagens com desenhos de padronagens.
Conhecer as possibilidades de trabalho ligadas ao universo da arte e da cultura.
Participar de processo de criação de práticas artísticas.
Justificativas
O desenvolvimento do conceito de trabalho, quando relacionado às práticas artísticas, apresenta possibilidades de atuação profissional na sociedade.
A análise das diferentes formas de se modificar a matéria-prima confeccionando produtos ao longo do tempo permite que os estudantes reflitam sobre seus impactos ambientais e sociais, facilitando sua busca por modos mais sustentáveis de consumo. O conhecimento e a análise dos processos de criação auxiliam na compreensão de poéticas pessoais.
Unidade 11
Objetivos
Identificar os trabalhos formal, informal e autônomo no mundo do trabalho brasileiro. Discutir as formas de exploração dos trabalhadores ao longo da história do Brasil e analisar a histórica luta por direitos trabalhistas.
• Conhecer formas de trabalho artístico.
• Analisar o trabalho biográfico e autobiográfico como expressão criativa.
• Participar do processo de criação de práticas artísticas.
Justificativas
• Identificar e refletir sobre as subjetividades do trabalho artístico, considerando as possibilidades de narrativas biográficas e autobiográficas.
• A apresentação de diferentes modelos de trabalho, como os executados por alguns povos tradicionais, auxilia os estudantes a compreender que as relações de trabalho
no capitalismo, apesar de predominantes, não são as únicas e que elas foram historicamente construídas.
• A análise das leis trabalhistas e dos direitos do trabalhador contribui para aumentar a consciência dos estudantes sobre si mesmos e a sociedade e fundamenta a atuação política, garantindo que seus direitos sejam respeitados e legitimando as lutas e reivindicações dos trabalhadores.
Unidade 12
Objetivos
• Discutir as diferentes formas de trabalho doméstico e de trabalho invisível, problematizando como a sociedade se posiciona diante delas.
• Analisar o fenômeno da plataformização do trabalho e a flexibilização dos direitos do trabalhador.
• Discutir as desigualdades presentes no mundo do trabalho, com ênfase nas questões de gênero e étnico-raciais.
• Conhecer diferentes formas de trabalho ao longo do tempo, identificando mudanças e permanências nas condições de trabalho atuais.
• Identificar representantes mulheres indígenas na música.
• Discutir o protagonismo e a representatividade de diferentes grupos sociais e étnico-raciais.
Justificativas
• Com base no reconhecimento do trabalho artístico em que a voz é a materialidade, é possível discutir formas de criação e de narrativa engajada na arte, promovendo discussões sobre representatividade e protagonismo.
• A discussão sobre o trabalho do cuidado e o doméstico, chamado de trabalho invisível, amplia a conscientização sobre a importância da execução dessas tarefas, a necessidade de valorizá-las e promover respeito e empatia para com esses trabalhadores, além de problematizar a questão de gênero, pois as mulheres são maioria nesses postos de trabalho.
• A análise de dados estatísticos e realidades no Brasil visa propor a discussão sobre desigualdades no mundo do trabalho, como discriminação racial, de gênero e de pessoas com deficiência, incentivando os estudantes a buscar uma sociedade mais justa e igualitária.
Unidade 1
Objetivos
• Conscientizar-se de que o acesso à saúde é direito de todos os cidadãos.
• Conhecer o histórico das conquistas do povo brasileiro na busca pelo direito à saúde pública e gratuita.
• Compreender o conceito de Saúde Única de modo a entender a interação entre saúde humana, animal e ambiental e como as desigualdades sociais influenciam as diferentes condições de bem-estar.
Discutir os efeitos dos impactos ambientais na Saúde Única, compreendendo como eles afetam a saúde humana.
Refletir sobre o conceito de bem-estar nas relações pessoais e nas práticas artísticas. Estudar sobre a subjetividade na arte.
Conhecer elementos da poética dos movimentos, com foco no conceito de kinesfera e fatores de movimento.
Refletir sobre a subjetividade artística na construção de identidades culturais e nas expressões de poéticas pessoais.
Produzir diário de experiências para realizar registros, criação de práticas artísticas e reflexões.
Justificativas
Analisando poéticas pessoais e processos de criação das diversas linguagens artísticas, é possível refletir sobre como a prática artística dialoga com a ideia de bem-estar. Por meio da compreensão de que a saúde é um direito de todos, os estudantes podem atuar na defesa de seus direitos.
O conhecimento do conceito de Saúde Única leva à compreensão de que é preciso garantir a saúde para todos, integrando os aspectos da vida humana, da vida animal e dos ambientes.
O conhecimento dos elementos das políticas públicas de saúde, como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), permite entender como elas contribuem para a promoção da Saúde Única e para o fortalecimento do autocuidado.
Objetivos
• Conhecer projetos de arte, cidadania e terapias ocupacionais.
• Conhecer e apreciar obras de artistas como Bispo do Rosário e Fernando Diniz, bem como acervos como o do Museu de Imagens do Inconsciente.
• Associar a ocorrência de doenças e epidemias transmissíveis a problemas sociais e ambientais evitáveis.
• Compreender a prevalência de doenças negligenciadas em países do Sul Global.
• Relacionar a grande ocorrência de zoonoses e epidemias a múltiplos fatores como a ocupação humana de áreas de vegetação nativa devastadas, a urbanização e o grande aumento de fluxos populacionais no mundo.
• Reconhecer diferentes formas de produção artística, valorizando subjetividades e poéticas.
• Organizar ambientes como o ateliê para criar de modo poético e autoral.
• Participar de práticas artísticas como jogos teatrais, com foco na reflexão entre arte, saúde e qualidade de vida.
Justificativas
• O conhecimento de produções de arte que tenham como foco narrativas pessoais alternativas valoriza as linguagens artísticas como ferramentas de construção de empatia, comunicação e inclusão.
• O reconhecimento das formas de transmissão de doenças possivelmente epidêmicas possibilita a compreensão dos estudantes e sua atuação na prevenção dessas enfermidades. Assim, os estudantes podem se tornar agentes de eventuais mudanças em sua família e comunidade.
• É importante que os estudantes conheçam produções artísticas de diferentes produtores e contextos para ampliar repertórios culturais, de modo a combater preconceitos em relação à saúde mental e às expressões artísticas.
• As práticas artísticas em diferentes linguagens proporcionam aos estudantes oportunidades para desenvolver processos criativos, poéticos e estéticos, autorais, em grupo e em trabalhos colaborativos.
Objetivos
• Compreender como o modo de preparo de certos alimentos constitui parte da cultura de um povo a ponto de ser considerado Patrimônio Cultural Imaterial.
• Analisar os diversos fatores que devem contribuir para a segurança alimentar do povo brasileiro.
• Discutir os agentes causadores da fome, problematizando a desigualdade de acesso aos alimentos, o destino de grandes extensões de terras agricultáveis para a produção de matéria-prima e a pouca eficácia de políticas públicas que solucionem esse problema mundial.
• Problematizar a concepção de identidades culturais relacionadas a símbolos nacionais.
• Identificar discursos críticos dentro de práticas artísticas.
• Participar de produções de práticas artísticas.
Justificativas
• A identificação da construção de símbolos e discursos artísticos, bem como a reflexão sobre eles, aprofunda a conscientização da relação entre identidade, consumismo, sociedade e valores estéticos.
• Ao associar a fome e a insegurança alimentar à dificuldade de acesso à terra e aos alimentos, os estudantes compreendem que tais problemas não resultam da falta de alimentos em si ou da incapacidade da terra em produzi-los.
Objetivos
• Caracterizar as diferentes fases da Revolução Industrial, relacionando-as ao modo de produção capitalista e ao aumento do consumo.
• Problematizar e discutir questões relacionadas à geração e ao descarte de resíduos sólidos na atualidade.
Discutir os impactos socioambientais causados pelo excesso de produção de resíduos sólidos na atualidade a fim de refletir sobre medidas que objetivem o consumo responsável e sustentável.
Analisar e fruir imagens com fotografias, com foco no ativismo ambiental e em poéticas pessoais.
Criar projetos coletivos e colaborativos explorando a linguagem da fotografia.
Conhecer, fruir e analisar imagens de obras artísticas na linguagem da fotografia.
Justificativas
Com base no estudo e na criação de fotografias, é possível aprofundar o conhecimento sobre poéticas pessoais, processos colaborativos e linguagem da fotografia.
Ao compreender que a escala de produção industrial gera maior quantidade de resíduos sólidos, os estudantes aprofundam sua compreensão ambiental e sua criticidade em relação ao capitalismo.
Conhecendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos e debatendo o tema em sala de aula, os estudantes compreendem a importância de gerar menos resíduos sólidos, bem como de garantir o descarte adequado.
Compreender práticas culturais e artísticas com foco em arte e meio ambiente pode ampliar a compreensão sobre as urgências de questões ambientais discutidas na atualidade.
Unidade 5
Objetivos
• Compreender como o uso crescente de combustíveis fósseis impacta as mudanças climáticas da atualidade.
• Discutir a participação dos seres humanos no acelerado aquecimento da Terra.
• Debater medidas a serem tomadas para evitar que o planeta atinja um ponto de não retorno na elevação da temperatura média da Terra.
• Refletir sobre a desigualdade no impacto dos eventos climáticos extremos, dependendo da situação socioeconômica.
• Contextualizar a cultura audiovisual tanto em relação à sua origem quanto como ferramenta para discutir temas sensíveis, focando as mudanças climáticas.
• Compreender os aspectos de intervenções artísticas e de exposições interativas dentro do contexto social, cultural, ambiental e econômico.
Justificativas
• Com base no estudo de variadas linguagens artísticas, como intervenções, exposições interativas e produções audiovisuais, é possível ampliar a discussão sobre engajamento e sobre questões sensíveis, como mudanças climáticas e aquecimento global.
• A compreensão da relação entre o intenso uso de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) permite que os estudantes identifiquem algumas causas importantes das mudanças climáticas verificadas.
• O entendimento dos efeitos do aquecimento global possibilita aos estudantes inferir suas principais consequências.
Objetivos
• Conhecer e valorizar o manejo e os saberes tradicionais brasileiros, analisando casos no Cerrado, na Mata de Araucárias e na Floresta Amazônica.
• Compreender a importância socioambiental da criação de Unidades de Conservação.
• Contextualizar as práticas artísticas multimídia e a música, focando as reflexões sobre ambiente e sustentabilidade.
• Debater sobre as ameaças aos Patrimônios Culturais e Naturais.
• Participar de produções de práticas artísticas para desenvolver compreensões sobre arte e meio ambiente.
Justificativas
• O estudo dos problemas que envolvem a preservação e a conservação do Patrimônio Cultural e Natural aprofunda discussões sobre a relação entre arte e ativismo. Conhecer produções artísticas que dialogam com o tema ambiental e com o conceito de sustentabilidade aprofunda o repertório cultural e a conscientização social.
• Por meio do conhecimento dos saberes dos povos tradicionais brasileiros e das suas formas de manejar o meio em que vivem, os estudantes reconhecem e valorizam vivências e tradições ancestrais.
• A discussão sobre a importância da preservação e da conservação de biomas brasileiros fornece argumentos para a defesa da manutenção das Unidades de Conservação.
• A exposição a movimentos culturais e ambientais pode apresentar aos estudantes alternativas para o próprio engajamento social, com base nas discussões sobre os problemas ambientais locais.
Objetivos
• Conhecer as mudanças nos meios de comunicação a fim de compreender os fenômenos relacionados à comunicação de massa e às fake news
• Analisar os impactos da popularização da internet e das redes sociais nas relações sociais e na política.
• Discutir a desigualdade do acesso às redes de comunicação atuais, no mundo e no Brasil.
Analisar a alfabetização e o letramento digital como habilidades para acessar e usar as tecnologias atuais.
Debater e contextualizar o impacto das tecnologias de comunicação no acesso e na ampliação das produções artísticas.
Analisar contextos e práticas artísticas por meio de fruição de obras e as relações entre arte, ciberespaço e cibercultura.
Explorar processos de criação com improvisações teatrais e produções de retratos (selfies).
Justificativas
A contextualização das ferramentas digitais, em práticas artísticas e educativas, e o conhecimento sobre elas inserem os estudantes no debate sobre comunicação, alfabetização e letramento digital.
O conhecimento da trajetória dos meios de comunicação auxilia os estudantes a dimensionar seu papel na formação de opinião e sua influência política.
Em uma realidade em que a conexão à internet se torna cada vez mais importante, é preciso discutir as desigualdades de acesso a esse recurso.
Produções artísticas desenvolvem poéticas pessoais e percepções de discursos e mensagens.
Unidade 8
Objetivos
Discutir os impactos da inteligência artificial no mundo do trabalho.
• Analisar a dimensão cibernética nos conflitos mundiais e o controle do ciberespaço.
• Conhecer a regulação aplicada no uso da inteligência artificial e das plataformas digitais.
• Estudar a arte digital e inseri-la no debate sobre reconhecimento de identidades culturais e como ferramenta de democratização de acesso.
Justificativas
• Para o estudo das práticas artísticas digitais, é importante contextualizar os estudantes nos debates sobre usos de inteligência artificial, democratização de acesso, identidade e propriedade intelectual.
• O conhecimento sobre o mundo digital oferece ferramentas importantes aos estudantes e os alerta sobre possíveis fraudes e desinformações.
• O entendimento sobre as disputas cibernéticas é necessário para a compreensão da geopolítica e dos interesses econômicos globais na atualidade.
Objetivos
• Definir e analisar o conceito de globalização.
• Refletir sobre os impactos da globalização nas economias de diferentes países, bem como seus efeitos na cultura mundial e local.
• Conhecer ações individuais, movimentos e coletivos que atuam, por meio das diversas linguagens artísticas, em prol de uma sociedade mais justa e pela Cultura de Paz.
• Inserir a prática da arte no contexto da busca pela paz.
Justificativas
• Dentre as muitas possibilidades de defesa da Cultura de Paz, é importante apresentar as práticas artísticas como ferramenta, individual ou coletiva, para ações e para a luta em prol de uma sociedade mais justa e equitativa.
• A compreensão do mundo cultural e economicamente globalizado permite que os estudantes se percebam como sujeitos inseridos nesse processo mundial.
• O conhecimento sobre a globalização possibilita aos estudantes analisar os aspectos positivos e negativos desse fenômeno mundial.
Unidade 10
Objetivos
• Compreender o contexto da criação da Organização das Nações Unidas (ONU), sua organização interna e as áreas em que atua.
• Entender a estrutura da segurança pública brasileira e discutir a violência no país.
• Conhecer os altos índices de violência contra a mulher e de feminicídio no Brasil e a legislação criada para combatê-los.
• Reconhecer a arte como prática ativa na conscientização da importância da Cultura de Paz.
• Conhecer e praticar o canto cânone, ampliando a experiência artística e musical.
Justificativas
• A apresentação dos recursos e das possibilidades próprios das linguagens artísticas é importante para aprofundar a concepção de coletividade, trazendo como exemplo a experiência de construção do canto cânone.
• O estudo sobre as diferentes formas de violência no Brasil sensibiliza os estudantes, desenvolvendo suas competências socioemocionais e possibilitando sua atuação como defensores da Cultura de Paz.
Objetivos
• Compreender o significado do tamanho da população mundial e suas tendências de crescimento.
• Reconhecer e interpretar mapas produzidos em anamorfose.
• Conhecer a diversidade étnica, religiosa, de gênero e de orientação sexual a fim de compreender, respeitar e valorizar a pluralidade da população.
• Conhecer movimentos artísticos que atuam em prol da justiça social e racial e dos direitos civis.
Reconhecer a arte como linguagem capaz de desenvolver sensibilidades e empatia.
Justificativas
O conhecimento de movimentos e práticas artísticas que lutaram, ou lutam, por justiça e pela inclusão auxilia na construção de sensibilidades e de empatia, valores importantes na Cultura de Paz.
O reconhecimento da diversidade étnica, religiosa, de gênero e de orientação sexual favorece a compreensão e o respeito à diversidade presente na sociedade brasileira.
O conhecimento e a interpretação de representações cartográficas em anamorfose ampliam as habilidades de leitura de mapas.
Identificar metas e objetivos de vida e planejar os meios para alcançá-los.
Refletir sobre a própria história de vida, identificando momentos e lugares marcantes na trajetória pessoal.
Conhecer e propor práticas artísticas para a consolidação de processos e experiências pessoais e coletivas na busca pelo autoconhecimento e no planejamento de projetos de vida.
Justificativas
• A apropriação dos conhecimentos e das práticas artísticas, transformando-os em ferramentas de autoexpressão e autoconhecimento consolida os conceitos de arte, cultura e sociedade.
• A reflexão sobre a própria trajetória de vida e o autoconhecimento permitem a análise de metas futuras e o planejamento de como alcançá-las.
• O ato de criar experienciando várias linguagens e materialidades oferece aos estudantes a oportunidade de autoconhecimento e de desenvolvimento de poéticas pessoais.
ABUD, Kátia Maria; SILVA, André Chaves de Melo; ALVES, Ronaldo Cardoso. Ensino de história. São Paulo: Cengage Learning, 2010. (Coleção Ideias em ação).
A obra discute as principais abordagens do ensino de História com base em formulações teóricas.
AÇÃO EDUCATIVA; CENPEC; INSTITUTO PAULO FREIRE. Em busca de saídas para a crise das políticas públicas de EJA. [São Paulo]: Movimento pela Base, 2022. Disponível em: https://observatorio.movimentopelabase.org.br/wp-content/ uploads/2022/10/dossieeja.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
O documento oferece um histórico das políticas públicas voltadas à Educação de Jovens e Adultos (EJA) desde 1940 até a atualidade, buscando discutir seus impactos, avanços e retrocessos.
A publicação fornece recomendações para contribuir com políticas que priorizem o ensino de jovens e adultos como elemento basilar de uma educação mais democrática.
ADORNO, Theodor W. Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz & Terra, 2002.
Reunião de ensaios do filósofo alemão que tratam do desenvolvimento e das manifestações culturais contemporâneas. Aborda principalmente a ideia de indústria cultural e seus impactos na forma de apreciar e consumir objetos culturais no contexto capitalista industrial.
ALMEIDA, Beatriz Oliveira; ALVES, Lynn Rosalina Gama. Letramento digital em tempos de covid-19: uma análise da educação no contexto atual. Debates em Educação, [Maceió], v. 12, n. 28, p. 1-18, set./dez. 2020. Disponível em: https://www. seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/10282. Acesso em: 4 jun. 2024.
O artigo explora as habilidades de letramento digital exigidas na interação entre estudantes e professores no contexto do ensino remoto durante a pandemia de covid-19. Produzido com metodologia qualitativa, incluindo entrevista semiestruturada, o estudo faz um levantamento da importância do desenvolvimento de habilidades operacionais, informacionais e autorais de letramento digital na Educação Básica.
ALMEIDA, José Ricardo Pires de. Instrução pública no Brasil (1500-1889): história e legislação. Tradução: Antonio Chizzotti. São Paulo: Educ; Brasília, DF: Inep, 2000.
A obra representa um debate fundamental sobre a historiografia da educação pública no Brasil em seus aspectos organizacionais e políticos, com dados estatísticos e vasto material de base para a discussão da relação entre ensino público e Estado.
ANDERSON, Benedict. Comunidade imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Tradução: Denise Bottman. São Paulo: Companhia da Letras, 2008.
Discute a origem e o desenvolvimento de conceitos como Estado-nação, nacionalismo, comunidade e cultura nacional com base em diferentes estudos de caso. Aponta que muitos países desenvolveram ideias de comunidades nacionais a partir do século XVIII como ferramenta de homogeneização cultural.
APPLE, Michael W. Currículo e poder. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 14, n. 2,
p. 46-57, jul./dez. 1989. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/ handle/10183/257907. Acesso em: 4 jun. 2024.
Nesse artigo, são desveladas as relações de dominação e subordinação que trespassam o currículo escolar. Ao desnaturalizar a ideia de consenso e a suposta neutralidade técnica envolvida no que se deve ensinar, o autor problematiza o espaço escolar como legitimador de uma política calcada na desigualdade.
APPLE, Michael W. Ideologia e currículo. Tradução: Vinicius Figueira. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
A obra apresenta um estudo acerca da educação como vetor de ideologias vigentes solidificadas pelo currículo. A discussão proposta traz as relações políticas, econômicas e culturais por trás desse fenômeno, além de observar a natureza da hegemonia, do controle, da reprodução e do currículo oculto, entre outros assuntos, para debater caminhos possíveis visando a uma educação realmente democrática.
ARROYO, Miguel. A educação de jovens e adultos em tempos de exclusão. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; UNESCO. Construção coletiva: contribuições à educação de jovens e adultos. Brasília, DF: Unesco: MEC: Raaab, 2006. (Educação para todos, n. 3, p. 221-230). Disponível em: https://www.gov. br/mec/pt-br/media/publicacoes/semesp/vol3const.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
Nesse texto, o autor traz à tona o aspecto de exclusão que permeia a EJA, cujos indivíduos são comumente afetados por contradições sociais e luta por direitos.
ARROYO, Miguel. Formar educadores e educadoras de jovens e adultos. In: SOARES, Leôncio (org.). Formação de educadores de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica; Brasília, DF: Secad: Unesco, 2006, p. 17-32. Disponível em: http://forumeja.org.br/un/files/Formacao_de_educadores_de_ jovens_e_adultos_.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
O texto aborda os saberes envolvidos na docência voltada à EJA. Nele, o autor defende uma formação de professores que considere as demandas, os anseios e as experiências de vida dos estudantes, elementos inerentes ao trabalho direcionado à garantia de direito ao conhecimento.
ARROYO, Miguel G. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA: itinerários pelo direito a uma vida justa. Petrópolis: Vozes, 2017.
Tendo como recurso narrativo uma viagem de ônibus, o autor ilustra a trajetória de milhões de brasileiros que, no trajeto do trabalho para casa, adiam o descanso e descem na parada “escola” em busca de uma vida mais digna por meio da educação.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2017.
Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação das metodologias ativas.
BARBOSA, Ana Mae. Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.
A obra reúne ensaios de diversos autores que oferecem um panorama sobre a relação entre a arte e a educação através do tempo. Os textos levantam questões sobre o tratamento do ensino de Arte e as possibilidades de difusão por ferramentas digitais, interculturalidade, entre outros aspectos que convergem história e contemporaneidade.
BARBOSA, Ana Mae; COUTINHO, Rejane Galvão (org.). Arte/ educação como mediação cultural e social. São Paulo: Editora da Unesp, 2009. (Coleção Arte e educação). Nessa obra, as organizadoras reúnem textos de pesquisadores que narram suas experiências com espaços fronteiriços, não só entre formas de linguagem mas também entre meios e contextos.
BARROS, Rosanna. Revisitando Knowles e Freire: andragogia versus pedagogia, ou o dialógico como essência da mediação sociopedagógica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 44, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/TdjFHK3N rJdKQ5SrzZbBwjF/. Acesso em: 4 jun. 2024.
O artigo analisa a construção epistemológica de Malcolm Knowles e Paulo Freire, apresentando suas principais contribuições e traçando paralelos entre os teóricos com base em seus pontos convergentes e divergentes, de forma a enriquecer o debate pertinente à formação de educadores humanistas.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
A obra, cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, apresenta questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais.
BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. A obra apresenta a fundamentação teórica empregada no desenvolvimento do Teatro do Oprimido e do Teatro Cidadão, além de trazer inúmeros jogos e exercícios teatrais que podem ser praticados na escola.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 4 jun. 2024.
Texto da Constituição Federal de 1988, que apresenta o conjunto de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento do país, estabelecendo direitos e deveres para todos os cidadãos.
BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 4 jun. 2024.
O texto estabelece o conceito de meio ambiente de acordo com o Estado brasileiro e prevê princípios, atribuições, regulamentos e medidas para a garantia do desenvolvimento socioeconômico, aspectos de interesses da segurança nacional e da proteção da vida.
BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 4 jun. 2024.
Legislação que define e regulamenta o sistema educacional público e privado no país com base nos princípios presentes na Constituição Federal de 1988.
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em: https://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 4 jun. 2024.
A lei altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e estabelece a obrigatoriedade do ensino de conteúdos referentes à História e à Cultura Afro-brasileiras no currículo oficial. Seu texto ainda prevê a inclusão do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar.
BRASIL. Lei no 11.645, de 10 março de 2008. Altera a lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 4 jun. 2024.
A lei modifica a LDB e estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo oficial. O texto da lei reconhece que esses grupos étnicos também participaram da formação da população brasileira com suas contribuições nas áreas social, econômica e política. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Brasília, DF: Inep, [2024]. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/ areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/encceja. Acesso em: 4 jun. 2024.
O portal reúne todas as informações sobre o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), suas diretrizes, suas bases legais e seus processos de aplicação. Disponibiliza, ainda, documentos, editais, materiais de apoio para estudos, orientações, provas e gabaritos de edições anteriores.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: MEC, 2018.
Documento normativo do currículo nacional que estrutura o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes precisam desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana. Brasília, DF: MEC, 2004. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/diversas/temas _interdisciplinares/diretrizes_curriculares_nacionais_para_a_ educacao_das_relacoes_etnico_raciais_e_para_o_ensino_ de_historia_e_cultura_afro_brasileira_e_africana.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
Publicado pelo Ministério da Educação, o documento traz as diretrizes para a formulação de projetos e políticas públicas para a valorização da história e da cultura afro-brasileiras e africanas na promoção da educação pela igualdade étnico-racial.
BRASIL. Ministério da Educação. Documento referencial para implementação das diretrizes operacionais de EJA nos estados, municípios e Distrito Federal: resolução
CNE/CEB no 1, de 28 de maio de 2021. Brasília, DF: MEC, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/media/ acesso_informacacao/pdf/DocumentoReferencialCoejafinal. pdf. Acesso em: 4 jun. 2024. Documento oficial que dispõe as bases legais e procedimentais para o estabelecimento da EJA no país. Seu texto apresenta dados, parâmetros e orientações sobre o acesso a essa modalidade de acordo com as etapas de ensino no âmbito da Educação Básica.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação: lei no 13.005/2014. Brasília, DF: MEC, [2024]. Disponível em: https:// pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano -nacional-deeducacao-lei-n-13-005-2014. Acesso em: 4 jun. 2024. Plano do Governo Federal que estabelece metas para a educação entre os anos de 2014 e 2024, que preveem, entre outros pontos, maior universalização do ensino público, melhorias nos índices de alfabetização e aumento de investimento na rede pública escolar.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB no 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, DF: MEC, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/ arquivos/pdf/CEB012000.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
O documento define e caracteriza as bases curriculares para a EJA no país sob os princípios de equidade, diferença e proporcionalidade. O texto indica, ainda, a extensão das Diretrizes Curriculares Nacionais de Ensino Fundamental e de Ensino Médio à medida disposta, observando as particularidades inerentes à modalidade e à regulamentação de exames supletivos.
BRASIL. Ministério da Educação. Tempo de aprender. Brasília, DF: MEC, [2024]. Disponível em: http://alfabetizacao.mec.gov. br/tempo-de-aprender. Acesso em: 4 jun. 2024.
Portal do programa Tempo de Aprender, do Ministério da Educação, que disponibiliza informações sobre as boas práticas de alfabetização de acordo com o nível de atuação de gestores e educadores. Organizado em eixos, o portal oferece apoio à formação continuada de professores, suporte pedagógico, aprimoramento dos processos de avaliação e valorização dos profissionais de alfabetização.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB 11/2000. Brasília, DF: MEC, 10 maio 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/ pdf/PCB11_2000.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
Em consonância com o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1966, o parecer estabelece a obrigatoriedade, por parte dos Estados, da oferta gratuita e acessível da Educação Básica a todos os cidadãos, prevendo a intensificação de sua implementação àqueles que não receberam educação primária ou não puderam concluir o ciclo completo dela.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução no 3, de 15 de junho de 2010. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. [Brasília, DF]: MEC, 2010. Disponível em: https:// normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/pdf/CNE_RES_ CNECEBN32010.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
A normativa regulamenta aspectos dos cursos de EJA, como duração, idade mínima de ingresso, certificação dos exames e estruturação da modalidade de ensino a distância (EAD).
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica. Brasília, DF: MEC: SEB: Dicei, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_docman&view=download&alias=13448 -diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 4 jun. 2024.
Documento oficial que estabelece direcionamentos curriculares a serem adotados por todas as esferas da Educação Básica no Brasil. As diretrizes são o resultado de debates ocorridos entre diversos agentes da educação e visam estabelecer uma organização pedagógica atualizada para a nova realidade de ensino no país.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. 2. ed. Brasília, DF: MEC: SEB, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
Documento que apresenta resultados de estudos e pesquisas demográficas, estabelecendo a inserção dos estudantes de seis anos de idade no sistema de ensino de forma a prolongar o contato com o ambiente escolar e desenvolver suas potencialidades de forma mais efetiva.
BRASIL. Ministério da Igualdade Racial. Hub igualdade racial: população. Brasília, DF: MIR, [2022]. Disponível em: https:// www.gov.br/igualdaderacial/pt-br/composicao/secretaria -de-gestao-do-sistema-nacional-de-promocao-da-igualdade -racial/diretoria-de-avaliacao-monitoramento-e-gestao-da -informacao/hub-igualdade-racial/populacao. Acesso em: 4 jun. 2024.
Levantamento feito pelo Ministério da Igualdade Racial sobre o perfil da população negra brasileira, com links de acesso a séries históricas e informações organizadas com base no Censo 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. O que significa ter saúde? [Brasília, DF]: Gov.br, 29 jul. 2021. Disponível em: https://www. gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/ noticias/2021/o-que-significa-ter-saude. Acesso em: 15 maio 2024.
Artigo do Ministério da Saúde com recomendações e informações sobre a manutenção de uma vida saudável em sua integralidade. BUENO, Samira et al Feminicídios em 2023. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024. Disponível em: https://publicacoes.forumseguranca.org.br/items/77f6dcce -06b7-49c1-b227-fd625d979c85. Acesso em: 4 jun. 2024. O documento produzido pela equipe do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresenta informações atualizadas sobre casos de feminicídio e inclui indicação de ocorrências por estado e região, bem como as causas relacionadas e as medidas estatais tomadas para combater esse crime.
CABRAL, Umberlândia. De 2010 a 2022, população brasileira cresce 6,5% e chega a 203,1 milhões. Agência IBGE Notícias, Rio de Janeiro, 27 out. 2023. Disponível em: https:// agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de -noticias/noticias/37237-de-2010-a-2022-populacao-brasileira -cresce-6-5-e-chega-a-203-1-milhoes. Acesso em: 4 jun. 2024. Apresenta informações e dados sobre os resultados do Censo 2022, bem como gráficos e listagens de municípios mais e menos populosos.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Tradução: Klauss Brandini Gerhardt. 6. ed. São Paulo: Paz & Terra, 2008. (A era da informação: economia, sociedade e cultura, v. 2).
O livro explora a relação entre a constituição da identidade coletiva e a mobilização dos movimentos sociais em face das disputas de poder na sociedade em rede. Tendo como síntese as recentes transformações culturais e os conflitos derivados da oposição de identidades, a obra visa oferecer perspectivas para os estudos dessas mudanças na Era da Informação.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 5. ed. Campinas: Papirus, 2003.
A obra discute a ação docente no desenvolvimento do pensamento geográfico dos estudantes. A Geografia ajuda os estudantes a pensar a realidade e a atuar sobre ela do ponto de vista da espacialidade, dimensão cada vez mais valorizada pela ciência geográfica dada a complexidade do mundo atual. COELHO, Teixeira. Política cultural em nova chave: indicadores qualitativos da ação cultural. Revista Observatório Itaú Cultural, São Paulo, n. 3, p. 9-22, set./dez. 2007. Disponível em: https://issuu.com/itaucultural/docs/revista-observatorio-3. Acesso em: 4 jun. 2024.
Apresenta um histórico das políticas culturais a partir da Revolução Francesa, no século XVIII. Aborda também os direitos culturais e o modo como realizar pesquisas sobre os impactos das ações culturais no tempo presente.
DEWEY, John. Arte como experiência. Tradução: Vera Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2010. (Coleção Todas as artes).
Essa obra é um marco no estudo da experiência estética no Brasil, influenciando pesquisas e ações mediadoras em museus e escolas. O autor analisa como o observador recepciona o objeto, o que possibilita a sua existência e a criação de processos artísticos com base em seus interesses.
DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de cartografia. 3. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2006.
A ciência cartográfica e a produção de mapas são objetos de estudos e aprimoramento de suas técnicas. O livro traz uma série de encaminhamentos para a elaboração de mapas, além de questionar as convenções e os erros frequentes cometidos na cartografia. Também há um manual da cartografia, com algumas questões críticas que devem ser consideradas durante a elaboração de mapas.
ECO, Umberto. Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2005.
A obra reúne ensaios sobre a natureza da ambiguidade que os artistas buscam alcançar em suas produções, visando principalmente à indeterminação de resultados.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
Nessa obra, a autora defende o uso da interdisciplinaridade e do conteúdo integrado no processo de ensino-aprendizagem. Nesse aspecto, a articulação interdisciplinar leva a estabelecer um elo sobre o que é ensinado e o que é vivido pelo estudante, permitindo sua identificação com a realidade.
FIGARO, Roseli. O mundo do trabalho e as organizações: abordagens discursivas de diferentes significados. Organicom, São Paulo, v. 5, n. 9, p. 90-100, 2008. Disponível em: https:// revistas.usp.br/organicom/article/ view/138986. Acesso em: 4 jun. 2024.
A autora propõe uma nova abordagem que busca superar a ideia de o trabalho ser um “mal necessário” para a aquisição de bens e capitais. A comunicação, nesse âmbito, é trabalhada para além de sua função comercial e reprodutora de uma institucionalidade hierárquica e estanque.
FREIRE, Paulo. Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários: revista de cultura, [Recife], v. 4, p. 5-23, abr./jun. 1963. Disponível em: https:// periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/estudosuniversitarios/ article/view/254888/41803. Acesso em: 4 jun. 2024.
Contextualizando o desenvolvimento da sociedade brasileira ao longo do século XX, Paulo Freire apresenta a importância das relações humanas e do contexto para o desenvolvimento educacional, principalmente na alfabetização.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 29. ed. São Paulo: Paz & Terra, 2006.
Nesse ensaio, o autor trata do princípio de transpor o discurso sectário para o debate das condições reais de opressão, alimentado por uma prática que garanta a libertação do educando diante das contradições e dos desafios históricos.
FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991.
Coletânea de entrevistas que apresentam as atividades de Paulo Freire como secretário da educação da cidade de São Paulo (SP) no início dos anos 1990. Reflete também sobre as intersecções entre educação, política e cultura.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 43. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
O livro apresenta uma palestra proferida por Paulo Freire na abertura do Congresso Brasileiro de Leitura, realizado em Campinas (SP), em novembro de 1981. Destaca-se, na obra, a concepção de que ler não é apenas decodificar palavras, mas sim um ato de sinergia entre um texto e uma leitura de mundo.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz & Terra, 1996. (Coleção Leitura).
Nessa obra, o autor ressalta, de maneira contundente, a importância de uma ética universal para a formação humana em um mundo de desagregação. Contra esse fatalismo, o olhar crítico e aberto ao diferente possibilita aos sujeitos, antes condicionados, tornarem-se seres autônomos.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 87. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2023.
A obra lança luz sobre as injustiças e o medo da liberdade impostos aos oprimidos. A crítica à concepção bancária da educação, a promoção da dialogicidade e a libertação pelo ensino constituem alguns dos elementos fundamentais apresentados como resposta à ideologia opressora, delineando um meio de superação das desigualdades e da manipulação.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’Água, 1997.
Por meio das dez cartas que compõem o livro, o autor discute os desafios estruturais e éticos impostos à prática pedagógica e o modo como o professor deve se posicionar e compreender a seriedade e a responsabilidade de sua atuação em busca de direitos e de valorização.
GIL, Carmem Zeli de Vargas; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A docência em história: reflexões e propostas para ações. Erechim: Edelbra, 2012. (Entre nós: anos finais do ensino fundamental, v. 5).
Com base em práticas pedagógicas, as autoras apresentam outras perspectivas, desnaturalizando estereótipos e provocando questionamentos sobre histórias silenciadas.
HADDAD, Sérgio. Por uma nova cultura na Educação de Jovens e Adultos, um balanço de experiências de poder local. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 30., 2007, Caxambu. Anais […]. Rio de Janeiro: ANPEd, 2007. Disponível em: https://anped. org.br/wp-content/uploads/2024/05/trabalho_encomendado_ gt18_-_sergio_haddad_-_int.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024. O estudo apresenta o balanço das experiências realizadas pelo projeto de pesquisa Juventude, Escolarização e Poder Local em seis regiões metropolitanas do Brasil. Os dados coletados compõem um quadro das políticas públicas em nível municipal
nessas regiões, evidenciando desafios e propostas possíveis para a garantia da EJA como direito.
HARDAGH, Cláudia Coelho. A escola expandida, proposta de ecologia dos saberes para outras pedagogias e currículo.
In: CHALLENGES 2017: APRENDER NAS NUVENS, LEARNING IN THE CLOUDS, 10., 2017, Braga. Atas […]. Braga: Universidade do Minho, 2018. p. 1281-1297. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/54072. Acesso em: 4 jun. 2024.
Esse estudo põe em questão a subutilização dos espaços virtuais que propiciam a ecologia dos saberes na rede de ensino básico da cidade de São Paulo (SP) e propõe uma pedagogia que interligue os saberes da comunidade com os da escola com o intuito de produzir outros conhecimentos que valorizem a cultura local.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Tradução: Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 2000.
O autor demonstra que o ensino de Arte necessita ser repensado, bem como a concepção do ensino em si, ao considerar que a Arte não é um campo marginal nem abstrato, mas que possui impacto na realidade e na formação de sentidos e da identidade.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 35. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.
A autora apresenta sua teoria de avaliação mediadora, refletindo sobre o mito da avaliação classificatória. Além disso, discorre sobre o verdadeiro significado da ação avaliativa e o sentido de testar e medir, bem como sobre a noção de avaliação como mediação.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: educação 2023. [Rio de Janeiro]: IBGE, 2024. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/ liv102068_informativo.pdf. Acesso em: 15 maio 2024. Relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-tínua (Pnad Contínua) com dados gerais e regionais sobre o sistema educacional brasileiro, incluindo perfil estudantil, faixa etária, nível de escolarização, taxa de analfabetismo, abandono escolar, entre outros.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Memória IBGE: dados históricos dos censos demográficos. Rio de Janeiro: IBGE, [2013]. Disponível em: https://memoria.ibge. gov.br/historia-do-ibge/historico-dos-censos/dados-historicos -dos-censos-demograficos.html. Acesso em: 4 jun. 2024. Compilado, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de dados populacionais brasileiros desde 1500, apresentando as fontes.
JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação.
São Paulo: Cortez, 2004.
Aborda trajetórias de vida de professores e estudantes, assim como a importância das narrativas sobre esses sujeitos envolvidos com o aprender e ensinar. O trabalho com as narrativas
possibilita explorar a formação de identidades e a contextualização das práticas profissionais.
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Apontando a necessidade de repensar as relações entre sociedade e natureza, o intelectual indígena aborda suas experiências e a importância de valorizar os conhecimentos dos povos originários para dar continuidade à vida humana e ao planeta.
KRUG, Etienne G. et al. (ed.). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2002.Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/ wp-content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial -sobre-violencia-e-saude.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024. O relatório da Organização Mundial de Saúde traz dados gerais sobre violência e busca caracterizá-la como uma questão de saúde pública, além de registrar recomendações para prevenção, tratamento e conscientização.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução: Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999.
A obra aborda aspectos da revolução que a internet provocou, com implicações na cultura, na política e na educação. Essa nova realidade não só representa um desafio mas também oferece possibilidades com novas práticas comunicacionais e ferramentas que permitem o acesso a uma miríade de informações sem precedentes.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 22. ed. São Paulo: Loyola, 2008.
No livro, o autor formula proposições para o fazer pedagógicocrítico e apresenta reflexões sobre a didática, a psicologia da aprendizagem e a metodologia de ensino.
LIMA, Francisca Vieira; WIESE, Andréia Faxina; HARACEMIV, Sonia Maria Chaves. As mulheres da EJA: do silenciamento de vozes à escuta humanizadora. Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 30, n. 63, p. 131-150, jul./set. 2021. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0104-70432021000300131&lng =pt&nrm=iso. Acesso em: 4 jun. 2024.
O estudo faz o perfilamento do público feminino que acede à EJA em um município de médio porte no Paraná. Com base no diagnóstico sobre a origem, as trajetórias e as perspectivas para o futuro, é apresentada uma reflexão para a elaboração de propostas pedagógicas humanizadoras e emancipadoras. LIMA, Vanda Moreira Machado. A complexidade da docência nos anos iniciais na escola pública. Nuances : Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 22, n. 23, p. 148-166, maio/ago. 2012. Disponível em: https://revista. fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/1767. Acesso em: 4 jun. 2024.
Por meio desse estudo, a autora revela que o significado de ser professor é determinado com base na interação com os estudantes nos anos iniciais do ensino. Também demonstra os desafios enfrentados pelo professor em sala de aula e a inconsistência estrutural dos cursos de formação, sendo premente
o estabelecimento de uma política de valorização e a melhoria das condições de trabalho dos docentes.
LOIS, Lena. Teoria e prática na formação do leitor: leitura e literatura na sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Nessa obra, são discutidas as possibilidades na interação entre o leitor e o ato de ler. Se, por um lado, a leitura tem papel formativo no repertório crítico daquele que lê, por outro, o leitor torna-se protagonista quando confere valor e expressividade ao texto por meio da atribuição de significados advindos desse processo formativo e de sua subjetividade.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2015.
Nessa obra, o autor apresenta subsídios para a constituição de processos avaliativos adequados. Ao desconstruir concepções ultrapassadas – mas persistentes – sobre o tema, o livro possibilita ao educador interpretar o ato avaliativo como uma ferramenta de aprimoramento de sua prática pedagógica.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
Nessa obra, o autor apresenta estudos críticos sobre a avaliação na prática educativa cotidiana e propostas que tornem esse recurso mais viável e construtivo na aprendizagem escolar.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011. Cipriano Luckesi, considerado por vários especialistas o grande nome da avaliação na Era Contemporânea, aponta, nessa obra, os fatores históricos, filosóficos e sociológicos da avaliação nos processos de aprendizagem na escola. O autor também apresenta possibilidades práticas de avaliação no cotidiano escolar.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. 2. ed. Salvador: Malabares, 2005.
Nessa obra, o autor retoma conceitos fundamentais ligados ao ato de avaliar e oferece uma leitura reorientadora desses princípios, indicando procedimentos avaliativos que considerem o acolhimento do educando na promoção da aprendizagem.
MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Tradução: Rubens Figueiredo, Rosaura Eichenberg e Cláudia Strauch. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Nesse livro, o autor Alberto Manguel apresenta as histórias por trás de pinturas, esculturas, fotografias e projetos arquitetônicos, desde a Roma antiga até o século XX, por meio de uma linguagem simples e objetiva.
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias. Arte, só na aula de Arte? Educação, Porto Alegre, v. 34, n. 3, p. 311-316, set./dez. 2011. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/ faced/article/ view/9516/6779. Acesso em: 4 jun. 2022.
No artigo, a autora questiona a noção puramente estética da arte, ressaltando a nutrição estética e o papel do professor como pesquisador, curador e mediador na formação estética e poética do estudante.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação cultural para professores andarilhos na cultura. 2. ed. São Paulo: Intermeios, 2012.
Nessa obra, as autoras abordam as diferentes atuações envolvidas na mediação cultural, considerando a diversidade de situações e lugares em que ela ocorre.
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira de; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria Terezinha Telles. Teoria e prática do ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2009. (Coleção Teoria e prática).
Essa obra propõe construções e reflexões de conceitos para o ensino contemporâneo de Arte, considerando aspectos próprios das linguagens artísticas. Também apresenta a abordagem de ensino por meio dos territórios da arte e da cultura. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução: Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 5. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: Unesco, 2002. Renovando as reflexões pedagógicas, o autor propõe debates sobre a situação contemporânea e aborda desde a condição humana na era da incerteza até o convívio planetário de forma sustentável.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 12, p. 59-73, set./dez.1999. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-24781999000300005. Acesso em: 4 jun. 2024.
O artigo faz uma retomada de conceitos solidificados na literatura sobre educação para situar jovens e adultos como grupos heterogêneos que lidam com o processo de aprendizagem com base em elementos cognitivos, sociais e culturais específicos.
OTT, Robert William. Ensinando crítica nos museus. In:
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação: leitura no subsolo. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
Nesse capítulo, são apresentadas metodologias para a leitura de imagens
PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1983.
A obra apresenta o trajeto histórico das concepções sobre educação popular, sua origem e fundamentação. Além disso, aborda a história dos movimentos voltados à educação de adultos, incluindo a colonização portuguesa, os períodos das repúblicas, o método desenvolvido por Paulo Freire, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), entre outros momentos, em face das demandas pela diminuição do analfabetismo e da universalização do ensino.
PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica e a aprendizagem em geografia. Colaboração: Romão Passini. São Paulo: Cortez, 2012.
Nessa obra, são apresentadas metodologias para o desenvolvimento da alfabetização cartográfica e do pensamento geográfico.
PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1982.
O prolífico poeta português também escreveu textos em prosa, abrangendo novelas e contos.
PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender geografia São Paulo: Cortez, 2009.
A obra tem por principal objetivo discutir como a Geografia, enquanto componente curricular, pode construir um saber escolar com base nos conhecimentos produzidos na universidade e nos conhecimentos prévios dos estudantes.
REDE DE PESQUISA EM SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Inquérito nacional sobre insegurança alimentar no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil: 2o Vigisan: relatório final. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert: Rede PENSSAN, 2022. E-book. Disponível em: https://olheparaafome.com.br/wp-content/uploads/2022/06/ Relatorio-II-VIGISAN-2022.pdf. Acesso em: 21 maio 2024.
Com dados do período da pandemia de covid-19 no Brasil, o documento apresenta a deterioração da qualidade e do acesso à alimentação no país.
RONCADA, Cristina Astolphi Martins. EJA, curricularizando vidas. 2022. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar) –Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022. Disponível em: https://hdl.handle. net/20.500.12733/12162. Acesso em: 4 jun. 2024.
Essa dissertação tem como objetivo analisar, refletir e discutir o processo de escolarização de jovens, adultos e pessoas idosas vivenciado no Projeto EJA Espaço Concórdia, na região noroeste de Campinas (SP).
SAMPAIO, Carlos Eduardo Moreno; HIZIM, Luciano Abrão. A educação de jovens e adultos e sua imbricação com o ensino regular. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, v. 103, n. 264, p. 271-298, maio/ago. 2022. Disponível em: https://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/rbep/article/view/5135. Acesso em: 4 jun. 2024.
Com base nos índices sociodemográficos do IBGE e nos dados demográficos educacionais produzidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o artigo demonstra que, apesar do amplo acesso à educação, torna-se imperativo pensar em políticas públicas que garantam a permanência de jovens e adultos no ensino regular.
SANTAELLA, Lucia. Leitura de imagens. São Paulo: Melhoramentos, 2012.
Lucia Santaella apresenta conceitos fundamentais relacionados à percepção e às interpretações dos signos visuais, das artes plásticas e da publicidade. Propõe sugestões didáticas para o trabalho com anúncios publicitários e com outras linguagens, como a pintura, a escultura, o desenho e a fotografia.
SANTOS, Maria Aparecida Silva. O perfil do aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no município de Porto Franco-MA. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Federal do Tocantins, Tocantinópolis, 2022. Disponível em: https://repositorio.uft.edu. br/bitstream/11612/4471/1/TCC%20Maria%20Aparecida%20 Silva%20Santos.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
A pesquisa desenvolvida faz um levantamento das razões que motivam estudantes da EJA, em Porto Franco (MA), a retornar à escola, além de abordar as dificuldades e os desafios deles,
revelando um perfil vasto de estudantes, de jovens a pessoas idosas, com anseios e realidades únicas.
SCHAFER, Raymond Murray. A afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado do mais neglicenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora. 2. ed. Tradução: Marisa Trench de Oliveira Fonterrada. São Paulo: Editora da Unesp, 2012. O autor aborda aspectos da paisagem sonora (nosso ambiente sonoro), como conjuntos de sons agradáveis e desagradáveis, fortes e fracos, ouvidos ou ignorados, com os quais convivemos.
SENRA, Nelson de Castro (org.). Veredas de Brasília: as expedições geográficas em busca de um sonho. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/livros/liv44769.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024. A publicação apresenta o papel do IBGE no processo de delimitação, construção e transferência da capital federal do Rio de Janeiro (RJ) para Brasília (DF).
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006.
Conjugando rigor acadêmico e linguagem acessível, esse dicionário já se tornou uma importante referência no campo da História. Seu conteúdo inclui não apenas conceitos históricos stricto sensu, como os nomes de períodos ou passagens históricas, mas também passa por assuntos teóricos e da historiografia.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. Disponível em: https://www.scielo. br/j/es/a/zG4cBvLkSZfcZnXfZGLzsXb. Acesso em: 4 jun. 2024.
A autora traz uma análise sobre os impactos da transposição do texto tipográfico para o texto em tela na cibercultura. Essa transformação põe em relevo uma concepção mais ampla sobre letramento (ou letramentos), cujos recursos digitais, como o hipertexto, aproximam a produção textual em nível interdiscursivo.
VESENTINI, José William (org.). O ensino de geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2005.
A obra reúne a contribuição de autores brasileiros e estrangeiros, traçando um panorama do ensino da Geografia em cinco países (França, Estados Unidos, Portugal, Espanha e México), além do Brasil, e examinando as rápidas transformações na atividade educativa a fim de estimular a reflexão sobre os motivos para se ensinar Geografia atualmente.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998.
A obra aborda as relações interativas que se estabelecem na sala de aula, os papéis de professores e estudantes, a distribuição do tempo e a organização dos conteúdos. Analisando e refletindo sobre a prática educativa, o autor propõe pautas e orientações para melhorá-la.
Componentes curriculares: Geografia, História e Arte
Solange dos Santos Utuari Ferrari
Etapas 7 e 8
Educação de Jovens e Adultos - 2o segmento
Educadora, escritora e artista visual. Doutora em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
Licenciada em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Especializada em Antropologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
Especializada em Arte-Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Autora de diversos livros, artigos e propostas curriculares, é ilustradora e assessora em projetos de Educação, Arte e Cultura.
Pascoal Fernando Ferrari
Educador, escritor, ator e diretor teatral. Mestre em Ensino pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul).
Especializado em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
Licenciado em Teatro pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro (Ítalo-SP). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo). Licenciado em Psicologia pela Universidade Braz Cubas (UBC). Autor de diversos livros, artigos e propostas curriculares, é pesquisador de linguagem teatral em escolas.
Maria Angela Gomez Rama
Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (Unifran-SP). Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestra em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular e na Educação Superior.
Luis Gustavo Reis da Silva Lima
Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em História pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Editor de livros didáticos, escritor, pesquisador e professor no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e particular.
1a edição São Paulo ∙ 2024
Copyright © Solange dos Santos Utuari Ferrari, Pascoal Fernando Ferrari, Maria Angela Gomez Rama, Luis Gustavo Reis da Silva Lima, 2024
Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Nubia Andrade e Silva
Edição Deborah D’Almeida Leanza (coord.)
André Tomio Lopes Amano, Carlos Zanchetta, Fabio Bonna Moreirão, Mariana de Lucena, Mariana Renó Faria, Rui Campos, Bianca Balisa, Vanessa do Amaral
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)
Cintia R. M. Salles, Veridiana Maenaka
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Imagem de capa
Design Andréa Dellamagna (coord.)
Sergio Cândido
Imagem de capa Viktor Gladkov/Shutterstock.com
Arte e Produção Vinicius Fernandes dos Santos (coord.)
Alexandre Tallarico, Camila Ferreira Leite, Juliana Signal, Manuel Miramontes, Sidnei Moura
Diagramação Estúdio Diagrami
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Erica Brambila, Mylena Santos
Iconografia Danielle de Alcântara Farias, Jonathan Christian do Prado Santos, Lucas Alves Profeta, Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)
Mapas Allmaps, Sonia Vaz, Dacosta Mapas
Ilustrações Bentinho, Gustavo Perg, IRI, Manzi, Nelson Provazi
Ceramista utiliza uma roda de oleiro para fazer um vaso.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Reconquista Educação de Jovens e Adultos : Práticas em Ciências Humanas e Arte:
2o segmento : volume II : etapas 7 e 8 Solange dos Santos Utuari Ferrari...[et al.]. -1. ed. -- São Paulo : FTD, 2024.
Outros autores: Pascoal Fernando Ferrari, Maria Angela Gomez Rama, Luis Gustavo Reis da Silva Lima Componentes curriculares: Geografia, História e Arte. ISBN 978-85-96-04441-7 (livro do estudante)
ISBN 978-85-96-04442-4 (manual do professor)
ISBN 978-85-96-04443-1 (livro do estudante HTML5)
ISBN 978-85-96-04444-8 (manual do professor HTML5)
Ciências Humanas e Arte (Ensino fundamental)
2. Educação de Jovens e Adultos (Ensino fundamental) I. Ferrari, Solange dos Santos Utuari. II. Ferrari, Pascoal Fernando. III. Rama, Maria Angela Gomez. IV. Lima, Luis Gustavo Reis da Silva.
24-206030
CDD-372.19
Índices para catálogo sistemático:
1. Educação de Jovens e Adultos : Ensino integrado : Livros-texto : Ensino fundamental 372.19
Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
O mundo é repleto de saberes e formas de expressão. A curiosidade e a vontade de ampliar horizontes podem levar a criar coisas novas e a querer saber mais. É preciso, porém, sempre considerar nossas experiências e histórias, valorizando os saberes e as maneiras de viver que já construímos, nossas ancestralidades e nossos sonhos, bem como as bagagens culturais que carregamos.
Estudar na Educação de Jovens e Adultos é um momento muito especial, porque permite continuar a aprender e, ao mesmo tempo, ensinar, pois proporciona a oportunidade de compartilhar conhecimentos e habilidades conquistados ao longo da trajetória de vida.
Foi pensando em sua bagagem cultural e vontade de ampliá-la que escrevemos este livro, convidando você, colegas e professores a vivenciar estudos e práticas de Ciências Humanas e Arte.
Na vida, os conhecimentos não estão apartados. Estamos cercados por imagens, sons, gestos, movimentos e acontecimentos. Ao ler ou ouvir uma notícia, por exemplo, podemos refletir sobre saberes e experiências já vividas, que nos ajudam a interpretar acontecimentos atuais. Assim, a proposta deste livro é convidar você a participar de estudos que integram conhecimentos e práticas.
As propostas visam transitar por variadas formas de expressão e de registros, como documentos, mapas, imagens e outros. Para isso, sugerimos conversas, pesquisas, análises, ações e reflexões para investigar e compreender a vida social e para ajudá-lo a construir seu protagonismo nela.
Considerando sempre seus conhecimentos prévios e o contexto cultural em que você vive, selecionamos temas, saberes e práticas relacionados aos componentes curriculares História, Geografia e Arte, em diálogo com outros campos do saber.
Venha estudar sobre as sociedades, seus desafios e suas conquistas! Aventure-se a conhecer as ideias e as produções de cientistas e artistas! Reflita sobre seu papel como cidadão no fluxo da história e nas transformações sociais e culturais do mundo contemporâneo.
Os autores
Esta coleção de Ciências Humanas e Arte destina-se à modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), do 2o segmento, etapas 7 e 8. O volume é composto de 12 unidades, elaboradas com base em temas geradores que orientam e contextualizam a abordagem dos conteúdos, incentivando a construção interdisciplinar do conhecimento. As unidades 1 a 3, sob o tema “Saúde e bem-estar”, convidam os estudantes a explorar questões relacionadas à saúde individual, à saúde coletiva e às formas de empatia. As unidades 4 a 6, sob o tema “Ambiente e sustentabilidade”, desafiam os estudantes a investigar consequências sociais e ambientais da produção e do consumo no passado e no presente. As unidades 7 e 8, sob o tema “Mundo digital”, levam os estudantes a compreender as transformações socioculturais ocorridas após a massificação da internet e das redes sociais. E, por fim, as unidades 9 a 12, sob o tema “Cultura de Paz”, trabalham com os estudantes questões relacionadas à violência, à guerra, às diferentes formas de mediação de conflito e ao papel da arte na promoção da Cultura de Paz e dos direitos humanos. Conheça, a seguir, como cada unidade é estruturada.
ABERTURAS DE UNIDADE
São organizadas em página dupla. Apresentam imagens acompanhadas de textos variados e atividades para interpretá-los, além dos temas que serão desenvolvidos ao longo da unidade.
8
1. Respostas pessoais. Espera-se que, com base na análise da fotografia, os estudantes conversem sobre como percebem a diversidade étnica, cultural e religiosa do povo brasileiro.
11
2. b) Resposta pessoal. Conduza a conversa de modo que os estudantes se sintam à vontade para falar sobre esse tema, mas reforce que atos de violência e preconceito contra indivíduos de diferentes religiões devem ser combatidos na busca por uma Cultura de Paz.
O discurso na arte ■ Diversidade na população Respeito à diversidade e combate ao preconceito
[…]
O conceito de cultura de paz parte do princípio de que a violência não é inerente à humanidade, nem a paz. A paz precisa ser ensinada, aprendida e estimulada. Juntos, podemos transformar a cultura de guerra e violência em uma cultura de paz. Nesse processo de mudança, cada um pode dar a sua contribuição para […] um mundo mais digno e harmonioso, um mundo de justiça, solidariedade, liberdade e prosperidade.
[…]
2. a) Espera-se que os estudantes compartilhem exemplos e atitudes com base nas vivências de cada um.
RECHENBERG, Ligia. Cultura de paz: novas abordagens sobre prevenção da violência entre jovens. Projeto Juventude e Prevenção da Violência. São Paulo: Instituto Sou da Paz, 2010. p. 13. Disponível em: https://soudapaz.org/ wp-content/uploads/2019/11/cartilha_cultura_de_paz.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Analise e descreva os elementos visuais da fotografia do grupo Afoxé Filhos de Gandhy. O que essa imagem desperta em você? Ela o representa de alguma forma? Como?
2. Relacione a fotografia ao trecho do texto que trata da Cultura de Paz e converse com colegas e professor sobre as questões a seguir:
a) De que forma podemos contribuir para transformar a cultura de guerra e violência em Cultura de Paz? Comente com base nas experiências do seu cotidiano.
b) O Brasil abriga uma ampla variedade de crenças religiosas, com características singulares, provenientes de diferentes culturas. Em sua opinião, é possível que as religiões coexistam na Cultura de Paz?
QUEM É?
O grupo Afoxé Filhos de Gandhy foi fundado em 1949, em Salvador (BA). Destaca-se como o mais expressivo afoxé do Carnaval de Salvador. Sua inspiração vem dos ideais de pacifismo e não violência do líder religioso Mahatma Gandhi (1869-1948). O grupo é reconhecido por seus trajes que remetem ao vestuário tradicional indiano, além dos colares de religiões afro-brasileiras.
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Os títulos e subtítulos organizam os conteúdos que são trabalhados ao longo das unidades. Eles são empregados para estruturar textos, fotografias, mapas, ilustrações, gráficos e outros recursos, os quais são explorados por meio de atividades.
I Saberes tradicionais e ambiente
Os biomas são conjuntos de tipos de vegetação e espécies animais, integrados com outros aspectos físicos (clima, tipo de solo etc.). A paisagem retratada a seguir faz parte do Cerrado um dos biomas de maior biodiversidade do mundo e, também, um dos mais ameaçados.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO. 1. O que mais chama a sua atenção na paisagem retratada na fotografia?
2. Compare as áreas cobertas pelo Cerrado originalmente e em 2020 e descreva o que aconteceu.
3. Elabore hipóteses que expliquem as principais causas da devastação do Cerrado nas últimas décadas.
O Cerrado é fundamental para a hidrografia do Brasil. A região é marcada tanto pela presença de grandes reservatórios subterrâneos de água quanto por abrigar as nascentes de rios de grandes bacias hidrográficas, como a Bacia Amazônica, a do Tocantins-Araguaia,
Saberes tradicionais no Cerrado Os povos tradicionais, como quilombolas, indígenas,
Por meio de atividades contextualizadas e diversificadas, você interage com os temas abordados em cada unidade, resgatando, sistematizando e ampliando os conteúdos estudados.
Seção que explora as ligações que determinados conteúdos têm com outras áreas do conhecimento ou componentes curriculares: Leitura e Escrita, Ciências da Natureza, Matemática e Educação Física.
com colegas como esses eventos afetaram a vida da população local. Consulte orientações no MP. 119
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1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem o tema da vacinação com base em experiências e vivências pessoais.
no qual, a cada mil crianças nascidas vivas, quase cem morrem antes de completar um ano de idade. Esse era o Brasil antes da criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído em 1973, que levou a vacinação para a maioria das crianças do país e reduziu a taxa de mortalidade infantil. Em 2022, por exemplo, essa taxa era de 15 mortes para cada mil nascidos vivos. Atualmente, o PNI do Brasil é um dos maiores do mundo, oferecendo vacinas para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação. O sucesso do PNI, sob a responsabilidade do SUS, deve-se, entre outros fatores, à ampla campanha para informar as pessoas sobre a importância da vacinação.
Nos últimos anos, no entanto, doenças como sarampo e poliomielite têm voltado a acometer as crianças em razão da queda no percentual de vacinados. Essa queda se acentuou após a pandemia de covid-19, quando muitas informações falsas, as chamadas fake news foram disseminadas, especialmente nas redes sociais.
Este livro é reutilizável. Faça as atividades no caderno ou em folhas avulsas.
55 54 Por isso, há um grande desafio de combater as fake news
Garoto é imunizado contra a meningite durante campanha de vacinação. São Paulo (SP), 1974.
SAIBA MAIS
Sugestões de livros, sites, podcasts, documentários, filmes, entre outros conteúdos, para enriquecer ou ampliar assuntos estudados.
dessas pessoas. No Brasil, uma das ações de órgãos de governo para a preservação da biodiversidade é a criação das chamadas Unidades de Conservação (UCs), que são áreas nas quais ocorre tanto a preservação da biodiversidade quanto o desenvolvimento sustentável com base nos recursos naturais, bem como a proteção
Seção que aparece em todas as unidades e coloca o conhecimento em prática ao propor atividades diversas, que incluem pesquisas, entrevistas, produções de vídeo, podcasts, ações comunitárias, práticas artísticas, entre outras.
Latas e enlatados Observe esta imagem.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO. 1. Você acha que essa produção com imagens de latas de sopa pode ser considerada arte?
2. A imagem mostra objetos colocados em sequência, com rótulos coloridos e formas repetidas. Essa obra, intitulada “Latas de Sopa Campbell”, foi produzida no ano de 1962 pelo artista estadunidense Andy Warhol (1928-1987). Em sua opinião, por que ele escolheu pintar latas de sopa, colocando-as nessa disposição? O artista quis fazer referência a qual ambiente?
3. O que você pensa sobre o consumo de alimentos enlatados e multiprocessados? Você considera que os alimentos influenciam nossa saúde? Converse sobre essas questões com colegas e professor. O artista visual estadunidense Andy Warhol se inspirou em produtos encontrados em prateleiras de supermercados para criar a obra “Latas de Sopa Campbell”. Seu objetivo era provocar o pensamento crítico a respeito do modo como a sociedade produz e consome imagens e produtos.
Explicações sobre expressões e termos menos conhecidos, que aparecem próximo do ponto onde surgem no texto.
Os conceitos principais e suas definições aparecem com destaque.
Informação que contextualiza ou explica algum aspecto do tema desenvolvido.
A sociedade em ação
O engajamento de membros da sociedade em ações e discussões sobre as práticas da saúde geraram, entre outros movimentos, o Movimento Antipsiquiatria, uma mobilização mundial que contesta as práticas da psiquiatria tradicional, como o uso de eletrochoques e internações compulsórias, cirurgias e outras práticas que são consideradas violentas e ferem os direitos humanos. A antipsiquiatria influenciou a luta pela humanização dos tratamentos médicos psiquiátricos e o Movimento Antimanicomial, que luta contra a internação dos pacientes psiquiátricos, defendendo que eles não representam ameaças nem oferecem risco à sociedade. Nise da Silveira, que você conheceu no início desta unidade, foi uma das principais vozes desse movimento no Brasil.
compreender situações
Breve biografia das principais personagens apresentadas.
ativismo pode ser compreendido como a
você vive para identificar problemas e elaborar possíveis ações.
II Escolha um problema e faça uma pesquisa sobre ele em livros e na internet. Procure saber se já existem ações e propostas de resolução.
III Registre os dados levantados na pesquisa em seu diário de experiências e depois compartilhe com colegas e professor por meio de reuniões e conversas.
b) Recolher a opinião da comunidade.
I Para compreender a relevância do problema e pensar em possíveis soluções, ouça membros da sua família e da comunidade local. Você pode realizar entrevistas gravadas (por áudio ou vídeo) ou fazer anotações em seu diário de experiências
II Traga esses relatos e opiniões levantados com a comunidade sobre o problema para conversar em grupo.
c) Estabelecer estratégias e ações.
I Com base no que foi pesquisado e discutido, proponha estratégias para uma campanha coletiva com o objetivo de solucionar o problema ou minimizar seus danos.
II Crie uma frase de impacto para chamar a atenção da comunidade para o debate sobre o problema, em busca de soluções.
III Reúnam-se e compartilhem suas ideias.
IV Por meio de votação, escolham uma frase e uma imagem para representar a campanha.
d) Divulgar a campanha.
I A divulgação da campanha pode ser feita por meio de cartazes físicos, mensagens digitais ou linguagens artísticas, como cenas teatrais (com o formato de teatro fórum, por exemplo), canções ou exposições de Artes Visuais.
II Outra proposta de comunicação pode ser criar vídeos, documentários e podcasts e compartilhá-los nas redes sociais. Grandes transformações sociais podem surgir de ações individuais com trabalhos voluntários e colaborativos. Assim, avalie
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. As fake news têm grandes implicações sociais. Leia o trecho do texto e o cartaz
e, em seguida, responda ao que se pede.
[…] Com a explosão no número de casos de dengue em todo o país, as buscas por armadilhas contra o mosquito e tratamentos caseiros para a doença tiveram um pico.
Segundo o Google Trends, pesquisas com o termo ‘repelente caseiro para dengue’, por exemplo, tiveram um aumento repentino de 600% no ano. Já a ‘armadilha para mosquito da dengue’ cresceu 200%.
Vídeos com milhões de visualizações nas redes sociais indicam soluções mágicas contra o Aedes aegypti. Especialistas ponderam, porém, que essas dicas alternativas mais atrapalham do que ajudam a proteger.
[…] [O infectologista Rafael] Galliez alerta para o principal risco dessas ‘medidas alternativas’: ao acharem que estão se protegendo, as pessoas, na verdade, se colocam mais vulneráveis ao efeito grave do vírus, justamente por não cumprirem nenhuma medida científica contra a doença. REZENDE, Leonardo. Veja o que é #FATO ou #FAKE nas medidas caseiras contra a dengue. G1 s. l.], 9 mar. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/fato-ou -fake/noticia/2024/03/09/veja-o -que-e-fato-ou -fake-nas-medidas-caseiras
Seção apresentada ao final das unidades 6 e 12, que envolve reflexões e práticas relativas aos saberes construídos nas unidades anteriores. Você é convidado a agir em sua comunidade, seu bairro, sua escola ou sua moradia, integrando os conhecimentos de mundo àqueles criados pelas Ciências Humanas e Arte, visando ao bem-estar de todos.
REVEJA
Seção de atividades que encerram cada unidade e visam verificar ou ampliar a compreensão dos principais conteúdos.
os motivos que o levaram a estudar na EJA.
Projeto de vida EJA: memorial de vida escolar […] De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro. SABINO, Fernando. O encontro marcado 32. ed. Rio de Janeiro: Record, 1981. p. 154. Nesta seção, convidamos você a pensar sobre a experiência da sua formação escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e nos contar seus planos para a vida após o término desta etapa. A ideia é fazer um vídeo com depoimentos sobre a vida escolar, com o objetivo de registrar toda a caminhada percorrida na EJA, com as dificuldades, aspirações e alegrias. Além disso, pretendemos explorar possibilidades e sonhos para o seu futuro após a formação escolar. Os vídeos poderão ser exibidos no mesmo dia do evento de lançamento do livro proposto na seção Em ação Sugerimos que cada estudante elabore um roteiro com os itens a seguir e, se achar conveniente, aproveite trechos do texto produzido na seção Em ação COMO TUDO COMEÇOU Mulher sorrindo e pensando em seus dias como estudante da EJA.
Mulher esperando ônibus no ponto para ir trabalhar. Mulher estudando em sala de aula da EJA. Mulher lavando a louça em
da jornada dupla. Se for o seu caso, conte também sobre os desafios de conciliar os estudos com tantas outras responsabilidades cotidianas.
EU E A ESCOLA
Mulher cumprimentando funcionário
Aqui, a ideia é que você relate suas expectativas de futuro. Com a etapa da EJA finalizada, qual será seu próximo passo? Conclua o memorial falando algo positivo para os colegas de turma, incentivando-os a continuar os estudos.
Para representar melhor certos conceitos, algumas ilustrações podem alterar a proporção de tamanho entre os elementos ou empregar cores que não são as reais. Quando isso acontecer, a ilustração apresentará algum desses selos.
Estes ícones identificam os variados objetos educacionais digitais presentes na coleção. Esses materiais apresentam temas complementares ao conteúdo, favorecendo a aprendizagem e promovendo o senso crítico e a criatividade.
Os sites indicados nesta obra podem apresentar imagens e eventuais textos publicitários junto ao conteúdo de referência, os quais não condizem com o objetivo didático da coleção. Não há controle sobre esses conteúdos, pois eles estão estritamente relacionados ao histórico de pesquisa de cada usuário e à dinâmica dos meios digitais.
Produção e consumo .................... 80
O mundo pela lente ......................................... 82
Arte e vida ....................................................... 83
Fotografia artística e ativismo ambiental 84
CONEXÕES COM CIÊNCIAS DA NATUREZA 86
A industrialização e o desenvolvimento do capitalismo 88
As quatro revoluções industriais 89
O capitalismo 90
Capitalismo, industrialização e consumismo 91
O “lixo” nosso de cada dia 92
Geração de resíduos sólidos no Brasil 93
Impactos socioambientais 94
As minhas, as suas, as nossas atitudes 96
Política Nacional dos Resíduos Sólidos 98
“Não existe fora”, a responsabilidade é de todos 99 EM AÇÃO • Fotografia como ativismo
5
Uma câmera, uma ideia e um futuro
Revolução
Efeito estufa e aquecimento global
Ação humana
Aquecimento global e cenários possíveis
Uma questão urgente
UNIDADE 6 Por
ambiente ...................
Saberes tradicionais no Cerrado
Saberes tradicionais na Mata de Araucárias
Manejo da Floresta Amazônica ....................
Ações cada vez mais urgentes
de Conservação 142 CONEXÕES COM CIÊNCIAS DA NATUREZA
Vida documentada
Tá na rede .........................................
dos meios de comunicação contemporâneos
meios de comunicação de massa
das redes sociais
no acesso às redes
Inteligências e urgências ...........174
Mundo analógico e digital ............................ 176
Arte digital e suas múltiplas realidades ....... 178
Expedições culturais e virtuais ...................... 180
Criações digitais ............................................ 181
Tecnologia e sociedade no mundo contemporâneo .............................................. 182
No mundo do trabalho 182
As aparências podem enganar 183
Ciberguerra e mundo digital ........................ 184
Disputas internacionais e controle no ciberespaço 184
Regulação das plataformas digitais .............. 186
Como é a lei no Brasil 186
CONEXÕES COM CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA ........................... 188 EM AÇÃO • Histórias reais contadas em acervos digitais 190
Reveja 192
Mundo globalizado e movimentos pela paz .................. 194
Símbolo da paz 196
Sim à paz, não à guerra 197
Movimento pela paz 198
O que é globalização? 200
Além das fronteiras ....................................... 201
Aspectos históricos ........................................ 202
Encurtando distâncias ................................... 203
Economia global ........................................... 204
Cultura globalizada 206
Integrar culturas 207
Globalização: controvérsias 208
CONEXÕES COM LEITURA E ESCRITA ........... 210
EM AÇÃO • Povos que se aproximam ........... 212
Reveja ............................................................. 214
de Paz
artísticos e princípios de
criação da ONU
estrutura da ONU ......................................
de atuação da ONU
A organização da segurança pública no Brasil .............................................
A luta pelo fim da violência no país ............ 227
A luta contra o feminicídio 228
A importância de ações comunitárias na redução da violência 229 CONEXÕES COM LEITURA E ESCRITA 230 EM AÇÃO • Simulação de Assembleia
Somos muitos e diversos ........... 236
Resistência e coexistência .............................. 238
Camadas de cores e discursos ....................... 240
O canto e a coexistência pacífica 242
População mundial 244
População mundial em anamorfose 246
Populações, possibilidades e oportunidades 248
LGBTQIAPN+ .................................................. 249
Movimento negro no Brasil 250
Um país religioso 252
Diversidade e intolerância 253 CONEXÕES COM MATEMÁTICA
EM AÇÃO • Combater preconceitos .............
Caminhos e caminhantes ..........260
A arte de contar histórias 262
Cirandas de histórias
Linguagens, retratos e autorretratos ...........
Viver o presente, pensar o futuro .................
Planejar a vida
Histórias de vida na EJA
CONEXÕES
EM AÇÃO • Nossas memórias (ou histórias de vida) 274
Reveja ............................................................. 276
PROJETO Projeto de vida EJA: memorial de vida escolar .......... 278
Brasil: político ................................................. 282
Mundo: político 283
REFERÊNCIAS COMENTADAS 284
OBJETOS EDUCACIONAIS DIGITAIS
Vídeo: Cinesfera ............................................... 17
Áudio faixa 1: Coração que sente ................... 17
Áudio faixa 2: Seresta ...................................... 17
Carrossel: A importância do SUS para a saúde dos brasileiros ............................ 20
Infográfico: Enfermidade e isolamento na Idade Média ................................................ 59
Áudio faixa 3: Chiclete com banana ............... 63
Áudio faixa 4: Carimbó .................................... 68
Carrossel: Land Art ........................................... 76
Imagem ampliada: Queimado 84
Áudio faixa 5: Música dos tubos 85
Áudio faixa 6: Música breve para tambores ou baldes 85
Carrossel: Geração de lixo e poluição das águas 95
Áudio faixa 7: Desbloqueio de games 111
Infográfico: Racismo ambiental 121
Áudio faixa 8: Pot-pourri: cantos das cinco regiões do Brasil 133
Podcast: Os povos indígenas e a conservação ambiental 136
Imagem ampliada: Mangue 141
Vídeo: A escrita, a palavra e a informação ao longo do tempo 159
Áudio faixa 9: Autorretrato 177
Áudio faixa 10: Orema Rojerure
Araguy’je Ve’i Ma 177
Áudio faixa 11: Mosaic para piano, pianola e processamento digital 177
Áudio faixa 12: Paz 221
Infográfico: Festival Cultural da Paz Filhos de Gandhy ............................................ 237
Áudio faixa 13: Epitáfio de Seikilos .............. 242
Podcast: Raízes do racismo estrutural ........... 251
Áudio faixa 14: Cirandeiro e Base rítmica de percussão para a ciranda .......................... 263
Créditos e transcrições das faixas de áudio .... 288
As informações das imagens do Sumário estão nas respectivas legendas no decorrer das unidades.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Saúde e bem-estar e visa convidar os estudantes a refletir sobre o papel da arte na construção da saúde e do bem-estar pela valorização das subjetividades e pela prática de poéticas do movimento. Neste percurso, discute-se a importância do direito à saúde e do conceito de Saúde Única para o mundo contemporâneo, confrontando-os com as desigualdades espaciais na saúde e considerando o contexto geográfico nacional e as políticas do governo brasileiro. Objetos de conhecimento
Subjetividade artística e promotora de bem-estar Movimentos dançados e poéticas pessoais
Equipamentos do governo para a saúde
Direito à saúde
Saúde pública no Brasil
Saúde Única
Saúde e espaço geográfico
A intenção da abertura de unidade é propor, por meio de uma roda de conversação, um estudo dialogado entre a imagem, o texto e as questões. Com essa situação de aprendizagem, incentive o que Paulo Freire (1991) chama de conversas que possam provocar reflexões e ações, reconhecendo os conhecimentos e as experiências dos estudantes. Essa proposta de aprendizagem está baseada nas ideias de Paulo Freire (1921-1997) sobre o “Círculo de Cultura”, segundo as quais o processo educativo e o aprendizado valorizam a
ETAPA 7
UNIDADE 1
1. e 2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes, em sua fruição, expressem suas percepções de modo livre, com base no que intuem, analisam e interpretam.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes interpretem o texto com base em seus saberes e suas leituras de mundo, levantando hipóteses sobre o significado do termo “subjetividade” e conversando sobre ideias e percepções.
“pessoa”, seu repertório cultural, suas práticas e vivências, assim como seus conhecimentos formalizados, integrando-os de maneira que tanto os estudos quanto a vida cotidiana se enriqueçam.
Para começar, convide os estudantes a observar a obra “Poder da cura”, de Aislan Pankararu. Explique que Aislan é da etnia indígena pankararu, que habita regiões do sertão nordestino, próximas ao Rio São Francisco, onde hoje estão os municípios pernambucanos de Petrolândia e Tacaratu, além de Itaparica (BA).
Os aspectos geográficos e culturais dessa região influenciam a arte de Pankararu, a qual reflete a interação entre o ambiente natural, o espaço social e a cultura ancestral.
A formação do artista em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) também permeia suas obras, apresentando um diálogo entre os saberes tradicionais de seu povo e o conhecimento acadêmico. Esclareça que a obra não sugere, literalmente, que a arte “cura” doenças ou questões físicas, mas é um meio de ex -
■ Subjetividades
■ Poéticas do movimento
■ O direito à saúde
■ O conceito de Saúde Única
■ Desigualdades espaciais e saúde 13
[…] Se existe uma ânsia por consumir a natureza, existe também uma por consumir subjetividades – as nossas subjetividades. Então vamos vivê-las com a liberdade que formos capazes de inventar, não botar ela no mercado. Já que a natureza está sendo assaltada de uma maneira tão indefensável, vamos, pelo menos, ser capazes de manter nossas subjetividades, nossas visões, nossas poéticas sobre a existência. Definitivamente não somos iguais, e é maravilhoso saber que cada um de nós que está aqui é diferente do outro, como constelações.[…]
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 32-33.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Na imagem, há uma produção do artista pernambucano Aislan Pankararu. Analise a composição da obra, descrevendo seus detalhes.
2. Ao ler o título “Poder da cura”, o que você imagina em relação às intenções e poéticas do artista com essa obra?
3. Depois de ler o trecho do texto de Ailton Krenak (1953-), quais são suas reflexões sobre a ideia de preservar e cuidar das “nossas subjetividades” ?
4. Em sua opinião, o que é importante fazer para se manter saudável, física e mentalmente? E quanto ao bem-estar de outras pessoas, você acredita que suas atitudes podem influenciá-las positivamente?
4. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o ato de cuidar de si e do outro.
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pressão para refletir sobre experiências e subjetividades, influenciando como vivemos e percebemos o mundo.
Incentive nos estudantes uma reflexão sobre a forma pela qual a arte afeta a vida deles, tanto na fruição quanto na criação artística. Questione-os sobre o papel da arte no bem-estar físico e mental e proponha que pesquisem e discutam o significado da “subjetividade”.
Peça a eles que elaborem uma interlocução entre a obra e o trecho do texto de Ailton Krenak, pensando em como o autor constrói suas ideias de adiamento
do mundo baseada em fatos que não são influenciados por opiniões pessoais ou emoções.
Atividades
1. Incentive os estudantes a descrever os elementos formais: linhas, cores, formas e construção do conjunto. Em seguida, para aprofundar, incentive a interpretação da imagem, explicando que, embora o artista explore formas abstratas, é possível fazer associações com áreas da Biologia, estrutura do corpo humano etc.
2. Aproveite o desenvolvimento da primeira atividade para propor o diálogo entre o título e a escolha das formas da obra. Espera-se que os estudantes identifiquem uma estrutura semelhante ao sistema circulatório ou às organelas. É possível identificar também grafismos indígenas e elementos da natureza.
3. Espera-se que os estudantes identifiquem que a subjetividade é a forma como entendemos o mundo e, por isso, ela é única. Ao pedir que mantenhamos as subjetividades, Krenak faz um paralelo com o “assalto” da natureza e a ânsia da sociedade contemporânea em transformar tudo em consumo e raciocínio lógico.
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do fim do mundo, por que essas reflexões são importantes e de que forma a obra de Pankararu colabora ou entra em conflito com essas ideias.
Para concluir, na roda de conversação, peça aos estudantes que elaborem o que entendem ser “subjetividade”. De maneira ampla, explique que “subjetividade” é um termo que se refere ao modo como cada indivíduo percebe, interpreta e reage ao mundo ao seu redor, baseado em experiências pessoais, sentimentos, crenças e percepções. Ela é contrastada com a objetividade, que busca uma compreensão e representação
4. Proponha aos estudantes que reflitam sobre o que é ser saudável atualmente. Incentive-os a relacionar formas de alimentação, pensando também no bem-estar de maneira ampla. Aproveite para promover um debate sobre a responsabilidade de cada um no seu próprio bem-estar e no dos demais.
Explique aos estudantes que a subjetividade na linguagem é a maneira como interpretamos e damos significado ao mundo ao nosso redor, o que pode ser uma ferramenta para interpretação da obra de Pankararu. Ao escolher o título “Abá Pukuá” (em tradução livre, “homem céu”), o artista faz uma conexão entre diferentes culturas indígenas brasileiras, utilizando palavras dos troncos linguísticos tupi e macro-jê. Essa escolha, além do ato de nomear uma obra de arte, é uma maneira de expressar sua visão de mundo, sua ancestralidade e sua subjetividade.
Nesse contexto, a subjetividade se manifesta na forma como Pankararu incorpora elementos de sua herança cultural na arte. As referências ao universo particular e à ancestralidade em sua obra são interpretadas por meio do uso de símbolos como as pinturas corporais com barro branco, que são uma marca do povo pankararu. Cada escolha de elemento, cor e forma carrega uma carga subjetiva, trazendo elementos da história e da identidade do artista e a forma de interpretar sua cultura.
Além disso, a subjetividade na linguagem pode ser vista como uma ferramenta de resistência e afirmação cultural. Ao utilizar termos específicos de diferentes troncos linguísticos indígenas, Pankararu contesta as visões estereotipadas e eurocentristas impostas aos povos indígenas.
Observe mais um trabalho de Aislan Pankararu, artista que você conheceu na abertura desta unidade.
A obra “Abá Pukuá (Homem Céu)” faz referência à ancestralidade indígena e à subjetividade do artista, que formam seu universo particular. Para Aislan, a arte foi uma forma de expressar o que sentia em meio ao estranhamento cultural e às visões estereotipadas sobre os povos indígenas. Em suas obras, por meio de formas, linhas e cores, expressa o grafismo das pinturas corporais feitas com barro branco, assinatura cultural do povo indígena pankararu.
GLOSSÁRIO
Subjetividade: experiência individual de perceber, interpretar e sentir o mundo.
Assinatura cultural: conjunto de características próprias que identificam cada povo.
QUEM É?
Aislan Pankararu (1990-) nasceu em Petrolândia (PE), mas vive e trabalha em São Paulo (SP). Mesmo formado em Medicina, Aislan optou por se dedicar às Artes Visuais. Por meio de seu trabalho artístico, expressa elementos tradicionais do povo pankararu, do qual é originário.
Observe um detalhe da obra “Poder da cura”, que você apreciou na abertura desta unidade. Em seguida, leia na próxima página o trecho de uma entrevista com o artista.
1. Proponha aos estudantes que reflitam sobre os significados atribuídos ao termo “subjetividade”, considerando as experiências culturais de suas próprias vidas e a maneira como aquelas se relacionam com o bem-estar físico e mental. Peça-lhes que reflitam sobre as formas pelas quais ações como ouvir música, dançar, ler poemas ou contos literários e assistir a espetáculos de teatro e de dança podem influenciar no emocional deles.
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes avaliem não só as heranças, a bagagem cultural e os sonhos que carregam como também o modo como esse conjunto de saberes e percepções permite que se fortaleçam, se protejam de preconceitos e enfrentem melhor situações desafiadoras.
Eu queria trazer a ideia do micro, como se fosse uma organela celular, uma célula viva e suas membranas, suas teias celulares. Essa constituição de células, energia, de unidades, que juntas, se constroem em um todo. Somos distintos, mas oamor transborda pelo macro.
PANKARARU, Aislan. Entrevista: Aislan Pankararu fala sobre arte e a criação da identidade do Festival de Cinema e Cultura Indígena. [Entrevista cedida a] A Terrestre. A Terrestre, Brasília, DF, 25 ago. 2022. Disponível em: https://fecci.com.br/entrevista-aislan-pankararu/. Acesso em: 26 abr. 2024.
Por meio dessa fala de Pankararu, é possível notar a influência das diferentes referências que o compõem, como médico e artista visual indígena. Ele chama a atenção para as muitas dimensões humanas que registra por meio de formas e cores em sua produção artística. Somos seres biológicos e culturais. Somos também seres possuidores de subjetividade. A forma como cada pessoa interpreta e dá significado ao mundo ao redor é influenciada por esses aspectos. Em dicionários, encontramos o termo “subjetividade” como aquilo que se relaciona a sentimentos de pertencimento, emoções, percepções e desejos construídos segundo os referenciais de cada pessoa.
A todo momento, experimentamos alegria, fé e esperança, mas também enfrentamos situações que exigem resiliência. A arte não nos oferece “cura”, mas, na produção ou na fruição artística, podemos encontrar um caminho de compreensão de nossas subjetividades e da subjetividade dos outros.
ATIVIDADES
1. Como você percebe a sua subjetividade?
GLOSSÁRIO
2. Em sua opinião, desenvolver habilidades de compreensão sobre o próprio contexto histórico, social e cultural pode ajudar as pessoas a se defenderem de preconceitos? Você já pensou sobre isso? Converse com colegas e professor.
3. Qual é o papel da arte na sua história de vida? Para você, conhecer produções artísticas em várias linguagens, como ouvir músicas e/ou apreciar imagens, ou se expressar por meio delas, proporciona bem-estar?
a) Escolha uma linguagem artística.
b) Reflita sobre assuntos, formas, temas, intenções artísticas e poéticas pessoais.
4. Escreva sobre um projeto artístico por meio do qual você poderia expressar sua subjetividade.
c) Escolha materialidades, incluindo o próprio corpo no caso de linguagens artísticas, como Dança e Teatro, entre outras.
e) Converse com colegas e professor sobre como viabilizar seu projeto artístico. Consulte orientações no MP.
Resiliência: capacidade de se recompor e se ajustar às situações em meio à adversidade. 15
d) Em folhas de papel avulsas ou em um caderno, descreva seu processo de criação por meio de textos, desenhos, colagens ou pinturas, explorando diversas materialidades
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3. Respostas pessoais. Proponha reflexões sobre as atrações das produções artísticas e sobre as formas pelas quais a arte se faz presente na vida dos estudantes.
4. Nesta prática, os estudantes serão desafiados a pensar e planejar uma produção artística na linguagem pela qual desejam se expressar. A proposta é criar um projeto artístico que poderá ser realizado em curto, médio ou longo prazo, dependendo da complexidade das propostas. É possível também discutir sobre planos da turma para práticas artísticas e amadurecer ideias e processos de criação com base em conhecimentos prévios e em aprofundamento nos estudos sobre linguagens artísticas. É importante incentivar os estudantes a compartilhar seus planejamentos e a realizar seus projetos artísticos, organizando-os em etapas de planejamento, criação e apresentação de suas produções.
Retome a apreciação da imagem nas páginas de abertura focando, especialmente, as formas e cores. Peça à turma que observe como Pankararu emprega, além do branco, outras cores, como o negro azulado do jenipapo, o vermelho do urucum e os verdes e amarelos típicos do bioma da Caatinga, trazendo a diversidade dos povos originários. Nas formas, o artista expressa a cosmologia do povo pankararu, bem como as visões de formas microscópicas e os elementos típicos da fauna e flora da Caatinga. São narrativas artísticas criadas por meio de observações do mundo e explorações imaginárias, permeadas por sua herança cultural e suas subjetividades. Utilize a metáfora dos “epitélios” – estruturas compostas de muitas células que protegem os órgãos do corpo humano – para promover uma reflexão sobre como nossa subjetividade é construída. Assim como os epitélios, nossa subjetividade é formada por inúmeras experiências, emoções, percepções, conhecimentos e sonhos, todos os quais, juntos, protegem nossa identidade e a integridade do nosso corpo físico e mental. Discutam formas pelas quais percebem que podem se proteger e se fortalecer emocionalmente diante de situações difíceis, enfrentando desafios, preconceitos e outras adversidades que podem impactar a saúde física e mental deles.
Explique aos estudantes que podemos conhecer nosso corpo e nossa poética corporal realizando movimentos dançados. Peça-lhes que pensem nas formas como a vida contemporânea, com seus muitos desafios, influencia o cuidado com o corpo físico. As atividades cotidianas e a automatização de tarefas frequentemente limitam nosso movimento, levando muitas pessoas a um estilo de vida cada vez mais sedentário. Destaque as doenças associadas ao sedentarismo resultantes dessa realidade.
Problematize as condições da vida contemporânea que restringem as oportunidades de movimento e a importância de se engajar nos exercícios físicos ou na dança como formas de equilibrar esses efeitos. Faça sondagens para descobrir o que os estudantes pensam sobre o corpo físico e poético e sobre o ato de brincar com o corpo através da dança. Pergunte quais são as experiências que eles têm com a dança e se existe entre eles alguma resistência contra praticar essa forma de expressão corporal. Oriente-os, previamente, a vir com roupas confortáveis e adequadas para realizar movimentos.
OBJETO
EDUCACIONAL DIGITAL
O vídeo “Cinesfera” (página 17) explora a teoria do movimento criada, no início do século XX, por Rudolf Von Laban, a kinesfera ou cinesfera, e incentiva os estudantes a explorar os movimentos do próprio corpo e suas possibilidades criativas.
Somos matéria, feitos de um corpo físico; mas como seres de linguagem, de sensibilidade e poéticas, também nos expressamos de outras maneiras. As linguagens artísticas estão entre essas formas. Como podemos compreender nossa subjetividade, nossa poética? Manoel de Barros (1916-2014), poeta mato-grossense, ao ser questionado sobre como compreende o seu trabalho, isto é, sua subjetividade, respondeu em forma de poema.
Leia um trecho do poema “Arranjos para assobio”.
Para entender nós temos dois caminhos: o da sensibilidade que é o entendimento do corpo; e o da inteligência que é o entendimento do espírito.
Eu escrevo com o corpo
Poesia não é para compreender mas para incorporar BARROS, Manoel de. Arranjos para assobio XV. In: BARROS, Manoel de. Poesia completa São Paulo: Leya, 2010. p. 178.
“Poética” é uma palavra ligada aos estudos da Filosofia, mas, em sentido mais amplo, também se relaciona à qualidade das produções artísticas e a tudo que criamos com intenção estética. Podemos dizer que a poética é o modo singular com que fazemos as coisas, ou ainda o jeito particular com que realizamos práticas artísticas. Cada pessoa tem seu modo poético de ser e fazer.
A Dança, por exemplo, é uma linguagem artística que explora a materialidade física e a poética dos movimentos corporais. Os movimentos corporais na Dança são diferentes dos que realizamos no cotidiano, isto é, há uma intenção não apenas física mas também expressiva e poética. Por isso, dançar pode ser uma forma de cuidar e de conhecer o nosso corpo físico, expressivo e poético.
Rudolf Von Laban observou pessoas em seus movimentos cotidianos, analisando a poética do movimento. Com isso, criou vários estudos que influenciaram artistas
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(página 17)
1. a) Peça aos estudantes que verifiquem se o espaço é adequado para que cada um possa se posicionar a uma distância confortável do outro e segura para se movimentar.
b) Proponha que façam várias respirações lentas e profundas e que, durante a respiração, se concentrem nas partes do corpo, começando pela cabeça e descendo gradualmente a atenção para o pescoço, o tronco, os braços, os quadris, as pernas e, por fim, os pés.
Rudolf Von Laban (1879-1958) nasceu em Pressburg (ÁustriaHungria), atual Bratislava, capital da Eslováquia. Artista, dançarino e coreógrafo, foi também um estudioso da poética e das formas do movimento, considerado um dos maiores teóricos da linguagem da Dança.
Peça a todos da turma que observem se sentem incômodos e que compartilhem as sensações que, porventura, surgirem em cada parte do corpo.
c) Proponha aos estudantes que explorem, com movimentos livres, o espaço, observando como o percebem e como notam o corpo físico e poético de si mesmos e a relação dele com o movimento do outro. A proposta é explorar o fato de que movimentos dançados assim desafiam os estudantes a criar movimentos com intenção expressiva e poética.
Representação de movimentos corporais.
de Dança, Teatro, performance, entre outros profissionais, como os atletas. Com base em seus estudos, desenvolveu o conceito de kinesfera, para representar o limite de ocupação do espaço de cada um, isto é, a forma que existe ao redor do corpo e que é delimitada pelo alcance dos movimentos. De acordo com Laban, esses movimentos seriam constituídos de alguns componentes essenciais, como espaço, tempo, peso e fluência, chamados por ele de fatores de movimento
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Realize alguns exercícios para investigar seu corpo físico e poético.
a) Com colegas e professor, escolham um espaço amplo em que todos possam se movimentar.
b) Antes de iniciar os movimentos, façam exercícios de respiração e relaxamento (por exemplo, em pé, em um ponto do espaço, respire devagar e profundamente, percebendo como o seu corpo responde a essa ação).
c) Em seguida, movimentem-se livremente pelo espaço, percebendo como o corpo se move, que gestos e expressões faciais conseguem fazer.
2. 1 e 2 Inspirado nos fatores de movimento de Rudolf Von Laban e ao som dos áudios das Faixas 1 e 2, explore noções e movimentos pensando em espaço, tempo, peso e fluência.
a) Espaço: escolha um lugar e permaneça nele para explorar os movimentos do seu corpo em um ponto fixo – perceba o espaço que seu corpo ocupa, experimentando até onde os limites e as extensões dos membros do seu corpo podem alcançar. Imagine que em volta do seu corpo há linhas e formas que se transformam a cada movimento e perceba como você transita nesse espaço.
b) Tempo: movimente-se bem devagar, depois aumente a velocidade gradualmente e, por fim, de forma muito rápida, em movimentos súbitos.
c) Peso: aplique diferentes intensidades aos seus movimentos (por exemplo, pise com bastante força no chão ou com mais leveza).
d) Fluência: explore os movimentos de forma livre ou mais controlada, percebendo ritmos, emoções, intenções e poéticas do próprio corpo.
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2. a) Proponha que as linhas e formas imaginárias se transformem a cada movimento. Explique aos estudantes que eles podem explorar formas geométricas e posicionar o corpo como se estivessem dentro de um triângulo, um pentágono, entre outros, ou imaginar formas orgânicas com linhas sinuosas. Na investigação de como o corpo se movimenta no espaço, proponha que percorram o lugar explorando diferentes movimentos, planos e direções.
b) Incentive a turma a se movimentar de
diferentes maneiras, variando a velocidade. Oriente-os a começar devagar e a aumentar gradualmente a velocidade e, por fim, a moverem-se de forma muito acelerada. Peça-lhes que alternem entre movimentos lentos e súbitos e que percebam como a mudança de ritmo afeta a percepção do movimento e as emoções.
c) Peça aos estudantes que experimentem aplicar diferentes intensidades aos seus movimentos. Por exemplo, que pisem no chão com bastante força e
depois tentem pisar de maneira mais leve. Na realização desses movimentos, incentive-os a observar como o uso do peso influencia na energia do movimento e nas respostas do corpo.
d) Explique à turma que a fluência, para Laban, diz respeito à continuidade ou à interrupção do movimento. Assim, um movimento pode fluir livremente ou pode ser controlado e contido. Essa qualidade pode refletir emoções como liberdade e alegria ou tensão e ansiedade. Oriente-os a explorar os movimentos, primeiro de forma livre e, em seguida, de forma mais controlada. Peça a eles que percebam os diferentes ritmos, as emoções e as intenções que surgem de seu corpo e explorem como a fluidez ou a restrição em seus movimentos contribui para expressar diferentes qualidades poéticas do movimento.
Canção “Coração que sente”, composta por Ernesto Nazareth (1863-1934) com interpretação ao piano de Fernando Tomimura (1975-).
Canção “Seresta”, composta por Edino Krieger (1928-2022) e interpretada por Fernando Tomimura e Alberto Kanji (sem data confiável de nascimento). Ela representa uma homenagem a Heitor Villa-Lobos (18871959). Krieger fez parte do movimento Música Viva, criado por Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005), com quem estudou.
Inicie o tema por meio de aula dialogada. É importante conhecer a concepção dos estudantes sobre o direito à saúde, bem como eventuais problemas que enfrentem em seu dia a dia. Desse modo, reserve tempo para que os estudantes expliquem o que entendem sobre saúde e como ela interfere no cotidiano deles. Garanta que esse momento transcorra em um ambiente de paz e acolhimento. É provável que a heterogeneidade da turma fique explícita ao longo da conversa, em relação tanto às diferentes faixas etárias quanto aos impactos da vivência de cada um em suas respectivas condições de saúde.
Amplie a discussão explicando a importância da saúde mental, um aspecto que não deve ser negligenciado. Mais uma vez, é essencial que não haja julgamentos e discriminação, no lugar dos quais devem ser utilizados o mais absoluto respeito, a empatia e o altruísmo por parte dos colegas.
Em seguida, acrescente o papel do “meio” à discussão. Destaque o quanto a interação com os lugares de vivência afeta as saúdes física e mental. Faça uma discussão sobre a infraestrutura urbana, o saneamento básico, os diferentes tipos de poluição a que os estudantes são submetidos, entre outros fatores que surgirem ao longo da conversa.
1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a criar outras frases ou vivências relacionadas à importância da saúde.
2. Resposta pessoal. A concepção de vida saudável envolve vários aspectos
Direito à saúde
Alguma vez você já deve ter se imaginado no futuro, planejando situações e projetando sonhos que gostaria de realizar. Ou, ao menos, já deve ter respondido à pergunta feita diversas vezes na infância: “o que você deseja ser quando crescer?”. Como não controlamos o futuro, temos a tendência de criar possibilidades para o tempo incerto e imprevisível que está por vir. E, ao mesmo tempo, procuramos organizar o presente e tomar decisões e atitudes que garantam nossa vida em sociedade. Uma dessas atitudes está relacionada à nossa saúde.
Observe a imagem.
1. As frases que aparecem na imagem fazem sentido em sua vida?
2. Em sua opinião, do que uma pessoa precisa para ter uma vida saudável? Converse com colegas e professor.
3. Qual é o papel das instituições públicas no cuidado com a saúde dos cidadãos?
A saúde é um dos aspectos fundamentais que sustentam a qualidade de vida de qualquer pessoa. Ela vai muito além da ausência de doenças, envolvendo o bem-estar físico, mental e social. Quando uma pessoa desfruta de boa saúde, ela tem mais energia, disposição e concentração para realizar as atividades diárias, seja no trabalho, seja nos estudos, seja no convívio social.
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que abrangem o físico, o emocional e o social. Podem-se citar a prática de atividades físicas, o consumo de alimentos saudáveis, a realização de exames médicos regulares e as práticas de meditação ou de técnicas de relaxamento etc. Podem ser mencionadas ações que tragam satisfação e propósito à vida, como o cultivo de atitudes positivas em relação a si mesmo e o autocuidado, respeitando as próprias necessidades físicas, emocionais etc.
3. Espera-se que os estudantes respondam que as instituições públicas desempe-
nham o papel de responsáveis por garantir o acesso a uma saúde gratuita e de qualidade para todas as pessoas.
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) reconheceu a saúde como direito inalienável de qualquer pessoa e como um valor social a ser perseguido por toda a humanidade. A partir de então, diversos Estados passaram a incluir esse e outros direitos em suas constituições, reconhecendo que a todo ser humano deve ser garantido o mais alto padrão de saúde física e mental, sem discriminação de nenhum tipo.
No Brasil, após anos de luta da população e de movimentos sociais, o direito à saúde foi reconhecido e garantido pela Constituição Federal de 1988. Nela, determina-se que a saúde é um dever do Estado e um direito do cidadão. Esse direito não se restringe ao acesso a hospitais, consultórios e Unidades Básicas de Saúde. Embora o acesso a esses serviços seja fundamental, o direito à saúde precisa estar associado a outros direitos básicos, como educação, atividades culturais e segurança, que ampliam a qualidade de vida dos cidadãos.
GLOSSÁRIO
Além disso, é essencial garantir o serviço de saneamento básico, que inclui limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, coleta e tratamento de esgoto e abastecimento de água potável.
Leia trechos da Constituição Federal de 1988.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
[…]
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde […].
§ 1o O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais […].
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 abr. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você já vivenciou ou conhece alguém que tenha vivenciado alguma situação em que o direito à saúde não tenha sido cumprido?
2. Em sua opinião, o sistema público de saúde do Brasil garante atendimento a todas as pessoas que vivem no país? Converse com colegas e professor.
Inalienável: que não pode ser vendido ou cedido para outra pessoa. Constituição: conjunto das leis mais importantes de um país, que define direitos e deveres dos cidadãos. 19
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Converse com os estudantes sobre os três princípios da saúde pública no Brasil. A “integralidade” pretende cuidar da pessoa como um todo, desde a prevenção de doenças, passando pelo banimento de situações que possam trazer risco à saúde, até os tratamentos de todas as doenças. A “universalidade” é a garantia de saúde gratuita e de qualidade para todos os cidadãos. A “equidade” refere-se a concentrar mais investimentos onde há menos recursos e maior demanda.
Para aprofundar mais a discussão, sugere-se solicitar aos estudantes uma pesquisa na internet com o objetivo de identificar situações em que o direito à saúde não é cumprido no Brasil. Supervisione a seleção de fontes pelos estudantes, auxiliando-os na escolha de portais confiáveis. É provável que, com a pesquisa, eles encontrem casos de hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS) com problemas de infraestrutura precária, falta de equipamentos médicos adequados e escassez de profissionais. Essas condições podem comprometer a qualidade e a eficiência dos serviços prestados à população.
1. Resposta pessoal. Acompanhe a produção das respostas dos estudantes, mostrando-se disponível e empático aos problemas vivenciados. Comente que denúncias de irregularidade ou de indício de irregularidade na administração ou no atendimento oferecido por entidades públicas ou privadas de saúde no Brasil podem ser feitas por meio do número de telefone 136, do Disque Saúde.
2. Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre a questão da saúde no Brasil. Embora garantido constitucionalmente, o direito à saúde não é uma realidade que contempla todas as pessoas do país. Há diversos desafios a serem superados pelo sistema público de saúde, como falta de financiamento e infraestrutura, longas filas de espera, carência de profissionais em determinadas regiões, entre outros. Essas características resultam em dificuldades de acesso aos serviços de saúde, especialmente para as populações mais vulneráveis.
DIDÁTICAS
Após o trabalho com as duas duplas de páginas, espera-se que os estudantes compreendam a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como um avanço na direção do cumprimento do objetivo de que a saúde seja acessível a todos os brasileiros.
Leia a tirinha com os estudantes. Explique que as tirinhas frequentemente são compostas de três quadros e, no último deles, existe uma quebra de expectativa que leva ao humor associado ao gênero textual.
Informe que as tirinhas de Armandinho são uma série de quadrinhos que retratam situações do cotidiano de maneira leve e humorística. Elas envolvem o protagonista, Armandinho, um menino curioso e observador, que interage com a família, os amigos e o mundo ao seu redor. A personagem, muitas vezes, representa o olhar infantil sobre o mundo, trazendo à tona questões importantes. Assim, a tirinha não apenas diverte o leitor mas também o convida a refletir sobre aspectos do próprio dia a dia.
Converse com a turma e verifique se existem estudantes que se lembram do sistema público de saúde no Brasil anterior à criação do SUS. Peça a eles que relatem aquilo de que se recordam e as mudanças que perceberam entre os antigos sistemas e o atual. A heterogeneidade da turma é muito valiosa nesses momentos de relato de experiências pessoais, pois as vivências dos colegas aproximam o que é estudado da realidade.
Atividades
1. Resposta pessoal. Avalie as impressões de cada estudante.
Analise a tirinha de Armandinho, de Alexandre Beck.
ARMANDINHO. [Atchim! Saúde...]. [Florianópolis], 13 jul. 2021. Facebook: tirasarmandinho. Disponível em: https://www.facebook.com/photo/?fbid=4482391421806129&set=a.488361671209144. Acesso em: 26 abr. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Analise as expressões e ações da personagem. Que ideias, sensações e impressões a tirinha desperta em você?
2. Por que Armandinho usa a expressão “pública, gratuita e de qualidade!”?
3. Em sua opinião, a saúde no Brasil corresponde à fala de Armandinho? Converse com colegas e professor. Armandinho, personagem da tirinha, responde “saúde” para uma pessoa adulta que acabou de espirrar. Em seguida, complementa, afirmando: “pública, gratuita e de qualidade!”. Sabemos que ele se refere ao sistema de saúde no Brasil, mas será que esse sistema sempre foi um direito de todos os cidadãos brasileiros?
QUEM É?
O ativista ambiental e publicitário Alexandre Beck (1972-) nasceu em Florianópolis (SC). É cartunista e ilustrador de diversos jornais brasileiros. Sua personagem mais conhecida é Armandinho, um menino contestador em cujas tiras são abordados temas que englobam política, questões sociais, direitos humanos e arte.
No Brasil, a instituição responsável pelas ações de saúde para os brasileiros é o Sistema Único de Saúde (SUS). Antes da sua regulamentação, em 1990, a saúde pública era marcada por profundas desigualdades. Existiam diferentes redes de saúde, incluindo sistemas públicos, como o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), que atendia apenas os trabalhadores formais que contribuíam com a Previdência Social, seguro público para o qual o trabalhador contribui mensalmente. Isso garante uma renda após sua aposentadoria e em casos de acidente de trabalho ou doença grave que o impeçam de trabalhar.
Já existiam os sistemas privados, voltados ao atendimento de pessoas que pagam por serviços médicos, bem como os poucos serviços municipais, estaduais e de instituições que atendiam quem não podia pagar, como Santas Casas de Misericórdia e hospitais universitários.
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2. Ele usa a expressão para dizer que a saúde deve ser “pública e gratuita” para atender todos os cidadãos brasileiros e “de qualidade” porque deve ser um serviço eficiente e organizado para cuidar das necessidades de todos.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois a legislação brasileira diz que a saúde deve ser pública, gratuita e de qualidade no Brasil.
O carrossel “A importância do SUS para a saúde dos brasileiros” apresenta os princípios que regem o SUS e destaca a importância dele para a vida dos brasileiros.
Essa forma de organização levou à exclusão ou desigualdade no acesso aos serviços básicos de saúde. Os serviços públicos estavam concentrados principalmente nas áreas urbanas do país, deixando vastas áreas rurais e periféricas desassistidas.
Na década de 1970, surgiram diversos movimentos sociais no Brasil que defendiam a saúde como um direito que deveria ser oferecido a todos os brasileiros. Esses movimentos começaram a se organizar para pressionar os representantes da população no governo a oferecer os serviços de saúde gratuitamente e com qualidade.
Um dos eventos organizados por esses movimentos foi a 8a Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em Brasília (DF) em 1986. Essa conferência teve um papel fundamental na consolidação do SUS e na democratização das políticas de saúde no Brasil. A conferência foi convocada no contexto de redemocratização do país, após anos de ditadura civil-militar, e teve como objetivo reunir representantes da sociedade civil, profissionais de saúde e gestores públicos para discutir os rumos da saúde pública brasileira.
Um dos principais resultados dessa conferência foi a elaboração da proposta da Reforma Sanitária Brasileira, que defendia a criação de um sistema de saúde universal, integral e descentralizado. Essa proposta foi fundamentada na ideia da saúde como direito de todos e dever do Estado, princípios que foram adotados na Constituição Federal de 1988.
decisivo para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília (DF), 1986.
Consulte orientações no MP.
1. Em sua opinião, é importante que o Brasil tenha um sistema público de saúde para toda a população? Converse com colegas e professor.
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Texto complementar
[…] A 8 a Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 17 e 21 de março de 1986, foi um dos momentos mais importantes na definição do Sistema Único de Saúde (SUS) […].
[…]
[…] O relatório aponta ainda a necessidade de participação popular, através de entidades representativas, na formulação da política, no planejamento, na gestão e na avaliação do sistema.
Outra grande resolução diz respeito a um conceito mais abrangente de saúde, que é
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descrita no relatório final como uma resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, lazer, liberdade, acesso à posse de terra e a serviços de saúde. Os delegados da 8a atribuíram ao Estado o dever de garantir condições dignas de vida e de acesso universal à saúde, e apontaram a necessidade de integrar a política de saúde às demais políticas econômicas e sociais.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 8a Conferência Nacional de Saúde: quando o SUS ganhou forma. Brasília, DF: CNS, 2019. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592 -8-conferencia-nacional-de-saude-quando-o-sus-ganhou -forma. Acesso em: 8 maio 2024.
Aproveite o estudo sobre o papel da sociedade civil na 8a Conferência Nacional de Saúde para discutir a participação cidadã no contexto de regimes democráticos. Pergunte aos estudantes se alguns deles têm memórias ou conhecimento do panorama sociopolítico brasileiro anterior a 1985. Utilize as respostas para contextualizar brevemente as limitações da participação popular em decisões políticas que afetariam a sociedade durante o período da ditadura civil-militar, entre 1964 e 1985.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que sim, porque um sistema de saúde público garante que todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso aos serviços de saúde básicos. Sem esse modelo, muitas pessoas sem recursos para pagar por tratamentos médicos poderiam enfrentar sérias consequências na saúde e no bem-estar. Por fim, o sistema público de saúde não apenas trata de doenças mas também atua na prevenção e na promoção da saúde. Isso inclui campanhas de vacinação, programas de educação em saúde, entre outros serviços.
Apresente à turma a imagem do grafite que Rafa Mon fez em uma UBS na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Pergunte quais memórias a frase grafitada traz. É provável que alguns estudantes se recordem do período da pandemia de covid-19 e do papel essencial que o SUS teve no atendimento e no cuidado com a população. Em uma dinâmica de roda de conversação, discuta com os estudantes sobre esse período e as impressões deles sobre os frequentes debates quanto à atuação do SUS à época. A lembrança do período da pandemia pode ser especialmente dolorosa para muitos estudantes. O foco da discussão é a participação do SUS no contexto de urgências e incertezas que se estabeleceu no Brasil e no mundo. De qualquer forma, é possível que ocorram relatos sensíveis por parte de alguns estudantes. Mantenha sempre um ambiente de acolhimento e empatia à vivência de todos.
Respostas pessoais. Se necessário, explique aos estudantes que os serviços oferecidos pelo SUS incluem: procedimentos realizados nas UBS, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), Equipe de Saúde da Família (ESF), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) etc.
2. Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar que utilizaram consultas médicas e de enfermagem, cuidados preventivos, programas de vacinação, entre outros. Peça a eles que compartilhem as próprias experiências.
A Constituição brasileira estabelece as responsabilidades do SUS, sistema que oferece diversos serviços de saúde para a população.
A imagem a seguir mostra o grafite feito pela artista mineira Rafa Mon em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Consulte orientações no MP.
QUEM É?
A artista visual Rafaela Monteiro (1978-), mais conhecida como Rafa Mon, nasceu em Monte Sião (MG) e reside no Rio de Janeiro (RJ) desde 2006. Seus painéis de cores fortes abordam temas relacionados à política, à inclusão e às causas humanitárias e ambientais.
1. Você conhece os serviços oferecidos pelo SUS? Quais serviços são esses?
2. Você já usou algum dos serviços do SUS? Registre suas impressões ou expectativas sobre o atendimento.
3. Em sua opinião, qual aspecto da saúde pública deve ser implementado ou melhorado em sua comunidade? Compartilhe com colegas e professor.
Entre os serviços do SUS, a Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida como saúde básica, inclui consultas médicas e de enfermagem, cuidados preventivos, programas de vacinação, acompanhamento pré-natal, saúde da criança, planejamento familiar, entre outros. Outro serviço oferecido pelo SUS é a atenção ambulatorial especializada, que envolve consultas médicas em diferentes especialidades, como cardiologia, ortopedia, neurologia, dermatologia etc. Também abrange procedimentos ambulatoriais específicos, como exames de imagem e procedimentos cirúrgicos de menor complexidade realizados em ambulatórios. Os usuários do SUS ainda contam com serviços de assistência em saúde mental, medicamentos essenciais garantidos gratuitamente, internações hospitalares, programas de prevenção e controle de doenças e muitos outros.
3. Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre possibilidades de melhorias no atendimento hospitalar e psicológico para mulheres vítimas de violência doméstica, atendimento médico domiciliar para pessoas idosas e pessoas com mobilidade reduzida, unidade de atendimento especializada em pessoas com deficiência, distribuição de medicamentos gratuitos, campanha de aleitamento materno etc.
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Observe este infográfico sobre a quantidade de pessoas que dependem exclusivamente do SUS.
7/10 dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS
orientações no MP.
Elaborado com base em: SOUTO, Lígia. Sete em cada 10 brasileiros dependeram do SUS em 2019, diz IBGE. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 4 set. 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc. com.br/radioagencia-nacional/saude/ audio/2020-09/sete-em-cada -10-brasileiros-dependeram-do-sus-em -2019-diz-ibge. Acesso em: 26 abr. 2024.
1. De acordo com o infográfico, a maioria das pessoas que vivem no Brasil depende exclusivamente do SUS. Por que você imagina que isso acontece?
2. Em sua opinião, o SUS contribui para a promoção da igualdade de direitos de acesso à saúde no Brasil?
3. Como você imagina que seria a saúde pública no Brasil sem o SUS? Como isso afetaria as pessoas que não têm condições financeiras de pagar por planos de saúde? Converse com colegas e professor.
A Constituição Federal de 1988 também define princípios fundamentais que norteiam o funcionamento do SUS, como a integralidade dos serviços prestados, ou seja, eles devem ser oferecidos integralmente aos brasileiros, desde cuidados básicos, exames e consultas de rotina até procedimentos de alta complexidade, como transplantes, partos de alto risco, tratamentos oncológicos etc.
GLOSSÁRIO
Apresente o infográfico e solicite aos estudantes que elaborem um texto escrito sobre o SUS brasileiro. Utilize as atividades propostas na página para nortear a produção textual. Espera-se que o texto elaborado pelos estudantes contenha as seguintes informações: o SUS é o principal sistema de saúde público do país e oferece cobertura universal, ou seja, atende todos os cidadãos brasileiros. Por isso, a maioria das pessoas, especialmente aquelas de baixa renda, depende exclusivamente do SUS para obter atendimento médico. Embora existam planos de saúde privados disponíveis em nosso país, eles não são acessíveis para a maioria da população, fazendo com que o SUS seja a única opção viável para muitas pessoas.
Oncológico: referente a tumores, especialmente ao câncer.
Além disso, serviços e ações de saúde devem atender toda a população, sendo, portanto, descentralizados em vez de concentrados em alguns lugares. Por fim, os Conselhos de Saúde, conhecidos como Conselhos do SUS, são as bases para a participação da comunidade; por meio deles os responsáveis pelos serviços oferecidos pelo SUS são informados das necessidades e demandas da população.
As pessoas têm acesso ao SUS por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) Nesses locais, são oferecidos vacinas, medicamentos e alguns exames. Profissionais como médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde estão nas UBS para atender quem necessita de cuidados, inclusive preventivos. Esses serviços incluem visitas domiciliares de acompanhamento do paciente.
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1. Espera-se que os estudantes identifiquem que serviços de saúde privados são muito caros para grande parte da população brasileira.
2. Espera-se que os estudantes respondam que o SUS garante que todos os cidadãos tenham acesso aos mesmos serviços de saúde, independentemente do lugar onde vivem ou de sua situação econômica.
3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que muitas pessoas não teriam acesso a serviços de saúde, o que poderia levar a um aumento das taxas de doenças e até mesmo a uma crise humanitária em algumas áreas.
Inicie o tópico apresentando a definição de saúde na concepção da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a turma. Reserve tempo para análise coletiva dos múltiplos fatores que afetam a saúde: alimentação, habitação, educação, renda, ambiente, trabalho, transporte, lazer, liberdade e acesso à terra. Apresente o conceito de Saúde Única. Por meio de uma aula dialogada, solicite aos estudantes que elaborem hipóteses sobre como saúde humana, saúde animal e meio ambiente se integram. Ao longo da discussão, eles poderão, por exemplo, associar a presença de esgoto a céu aberto e a contaminação de animais e das pessoas que com ele entram em contato. Também podem citar que a proliferação de animais que transmitem doenças e que se reproduzem em água parada afeta a saúde humana, como é o caso da dengue. Pode também ser mencionada a saúde dos animais domésticos, pois uma família sem saúde, vivendo em um ambiente insalubre, pode prejudicar os animais.
Respostas pessoais. Para a produção da resposta, verifique se os estudantes fazem suas reflexões com base no conceito amplo de saúde. É importante que a compreensão da turma sobre saúde vá além da ausência de doenças e do atendimento médico na rede pública. Avalie se eles destacam aspectos das condições de vida relacionados à educação, ao lazer, à renda, ao emprego etc.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1946, define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.
No Brasil, a Conferência Nacional de Saúde de 1986 também considerou a saúde de forma ampla. Observe o esquema a seguir.
acesso à posse de terra e a serviços de saúde
Saúde é resultante de condições de alimentação, habitação, educação, renda, ambiente, trabalho, transporte, lazer, liberdade, acesso à posse de terra e a serviços de saúde.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você concorda com a afirmação: “saúde é ausência de doença”? Se não concorda, o que é saúde para você?
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Texto complementar
O termo “One Health” do qual deriva o termo em português “Uma Só Saúde” surgiu no início dos anos 2000. No entanto, a percepção de que há uma estreita relação entre a saúde humana, animal e ambiental vem de civilizações antigas. Na América Latina, por exemplo, a percepção da saúde em humanos, animais e ambiente, bem como o reconhecimento de sua interconexão, podem ser atribuídos ao conhecimento tradicional de povos indígenas. […]
Desde seu surgimento, e principalmente após o contexto da pandemia de covid-19, a abordagem de Uma Só Saúde vem sendo evidenciada, discutida, difundida e incorporada em diversas iniciativas e por diversas instituições no mundo todo.
BRASIL. Ministério da Saúde. Uma só saúde: o que é uma só saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, [2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/u/uma-so-saude. Acesso em: 8 maio 2024.
Nos últimos anos, ganhou destaque o conceito de Saúde Única, também chamada “Uma só saúde”, do inglês One Health. Observe o esquema.
O conceito de Saúde Única integra saúde humana, saúde animal e saúde ambiental.
ATIVIDADES
Elaborado com base em: GONZÁLEZ, Sara Soto. One Health (Una sola salud) o cómo lograr a la vez una salud óptima para las personas, los animales y nuestro planeta. Barcelona: ISGlobal, 2021. Disponível em: https://www. isglobal.org/healthisglobal/-/ custom-blog-portlet/one-health -una-sola-salud-o-como-lograr-a -la-vez-una-salud-optima-para-las -personas-los-animales-y-nuestro -planeta/90586/0. Acesso em: 22 abr. 2024.
Consulte orientações no MP.
1. Em sua opinião, como os três componentes da “Saúde Única” se integram? Procure dar exemplos de situações do seu dia a dia.
2. Em janeiro de 2024, o governo brasileiro instituiu o Dia Nacional da Saúde Única , a ser celebrado no dia 3 de novembro de cada ano. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a relação entre as saúdes animal, humana e ambiental. Em grupo, imaginem que vocês foram contratados para fazer uma campanha publicitária sobre essa conscientização. Utilizem textos e imagens para compor a campanha em um cartaz digital ou impresso.
3. Considerando os conceitos de saúde apresentados, converse com colegas e professor.
a) O direito à saúde é respeitado no município, no bairro ou na comunidade onde você vive? O que poderia ser realizado para melhorar essa situação?
b) O que todos podem fazer para reivindicar melhorias no atendimento de saúde (por exemplo, entrar em contato com os órgãos de governo das instâncias municipal, estadual e federal)?
Explique aos estudantes que o conceito de Saúde Única é resultado da integração de estudos da OMS, da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Converse com os estudantes sobre algumas diretrizes presentes no conceito. Explique que algumas das preocupações dessas organizações supranacionais são zoonoses como influenza, raiva, leishmaniose, toxoplasmose e leptospirose, cuja proliferação, de acordo com a análise e a recomendação da Saúde Única, deve ser evitada, seja por controle de vetores, seja pela identificação de alimentos contaminados, seja pela promoção do descarte adequado de resíduos.
A Saúde Única também identifica mudanças climáticas, desastres ambientais, grandes movimentos migratórios e urbanização acelerada como eventos com grande potencial de transmissão de doenças e epidemias. As mudanças climáticas, por exemplo, modificam a bioecologia de transmissores de doenças, fazendo com que estas se desenvolvam em ambientes onde antes não ocorriam.
6/8/24 11:37 AM
1. Resposta pessoal. Avalie se os estudantes dão exemplos de casos que associem a saúde humana às saúdes animal e ambiental.
2. Acompanhe a produção dos grupos. Oriente-os a pesquisar modelos do gênero para que percebam quais imagens e frases alcançam os efeitos esperados.
3. a) Respostas pessoais. Se considerar pertinente, organize a turma em grupos tendo os lugares de vivência como parâmetro.
b) Resposta pessoal. Ao longo da conversa com os estudantes, verifique a pertinência dos argumentos deles em relação ao que aprenderam sobre Saúde Única.
Aproveite o tema para incentivar os estudantes a pensar sobre os impactos ambientais provocados pelos seres humanos e sobre o reflexo que a degradação do ambiente tem na saúde das pessoas.
Apresente a obra de Ibã Huni Kuin (Isaías Sales). Contextualize que o artista indígena é um txana, ou seja, um mestre dos cantos na tradição do povo huni kuin. Ele também é educador e pesquisador da cultura e cosmologia dos povos indígenas. Em especial, Kuin trata de narrativas e cantos de cura, tradições culturais indígenas com a presença da música e recursos naturais da floresta, como raízes, ervas e frutos, para cuidar da saúde e do bem-estar das pessoas de sua comunidade. Kuin tem produções em várias linguagens, como na Pintura e na Música. Realiza ações para divulgação de cantos e imagens que narram histórias cantadas e contadas pelo seu povo, além de atuar em vários grupos de artistas, como o coletivo Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku). Para saber mais sobre os huni kuin, acesse o documentário sugerido no boxe Indicação.
Atividades
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes destaquem a diversidade de cores e de traçados e analisem como o artista explorou os elementos da linguagem visual na sua poética pessoal e intenção narrativa.
2. Espera-se que os estudantes identifiquem referências a alguma cultura indígena. É provável que eles reconheçam animais,
A produção do espaço varia de acordo com a maneira como cada grupo de pessoas, em cada época, relaciona-se com a natureza. No Brasil, considerando as subjetividades e cosmologias presentes em suas etnias, os povos indígenas entendem a natureza de forma integrada aos seres humanos, aproximando-se, portanto, do conceito de Saúde Única. Observe a imagem.
QUEM É?
Ibã Huni Kuin é o nome artístico de Isaías Sales, professor, artista e cacique do povo huni kuin (ou kaxinawá), que ocupa um território na fronteira entre o estado do Acre e o Peru. É membro do coletivo Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku), que utiliza o canto indígena tradicional e os desenhos que o traduzem. Com o grupo, participou da 34a Bienal de São Paulo (2023) e, individualmente, realizou exposições como “Histórias mestiças”, “Made by… Feito por brasileiros” e “Nixi Paewen Namate – O sonho do nixi pae”.
1. Que elementos visuais, como linhas, formas, cores e texturas, você observa na imagem?
2. A qual contexto cultural você imagina que o artista se refere em sua obra?
3. O que mais chamou a sua atenção nessa imagem? Consulte orientações no MP.
plantas e outros elementos como representativos da cosmologia do povo representado.
3. Resposta pessoal. Pode ser que os estudantes apontem a desproporção entre elementos, como os animais maiores que as pessoas, as serpentes com cabeças de mulheres etc. O artista, em sua produção de imagens e poética, não tem a preocupação em seguir regras de perspectivas, proporções ou outros cânones. Comente com os estudantes que, ao apreciar a imagem, eles não
devem se preocupar com análises formais rígidas e busca de significações. Não é possível nem desejável recorrer a uma lógica de criação visual da cultura não indígena.
Em sua obra, o artista traz lógicas próprias de sua cultura, pois essas imagens nascem de cantos, contos e encantos presentes na subjetividade do povo huni kuin (kaxinawá), que vive em regiões na fronteira entre Peru e Brasil.
O conceito de Saúde Única também integra diferentes escalas espaciais. Dessa maneira, a queimada e o desmatamento na Amazônia, por exemplo, podem influenciar na qualidade do ar e na ocorrência de chuvas em estados das regiões Sul e Sudeste do país. No Brasil e em diversos outros países, o conceito de Saúde Única ganhou força após a pandemia de covid-19, quando o mundo inteiro foi afetado por um vírus da família do coronavírus, mostrando que uma doença surgida em determinado local pode se espalhar por todo o planeta.
Observe a imagem a seguir.
ATIVIDADES
4. Na intervenção urbana do artista paulistano Eduardo Srur (1974-), o que mais se destaca para você?
5. Em sua opinião, qual foi a intenção do artista ao criar uma intervenção artística às margens de um dos rios mais poluídos do mundo, o Tietê, na cidade de São Paulo?
6. Para você, problemas ambientais, como a poluição de rios, acarretam danos à saúde?
7. Como você cuida do descarte de materiais industrializados?
A cada minuto, toneladas de materiais plásticos são jogados a céu aberto, nas ruas, em rios e nos mares. O artista Eduardo Srur produziu garrafas PET gigantes para nos lembrar de que o descuido com o descarte de materiais tem se tornado um enorme problema ambiental, prejudicando as condições de saúde.
INDÍGENAS.BR – Filme Nixi Pae – O espírito da floresta. 2021. Vídeo (45 min). Publicado pelo canal Centro Cultural Vale Maranhão. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=4_9MPpOi4q0. Acesso em: 18 abr. 2024.
O documentário aborda a cultura do povo huni kuin.
Convide os estudantes a analisar a fotografia da instalação às margens do Rio Tietê, em São Paulo (SP). Peça à turma que interprete a crítica feita pelo artista. Ao longo da conversa, realize uma avaliação diagnóstica investigando os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito de poluição das águas provocada por descarte irregular de resíduos. As garrafas PET frequentemente fazem parte de paisagens com cursos d’água poluídos, razão pela qual se tornaram um dos símbolos dessa degradação. Contextualize que o artista instala as garrafas PET gigantes para chamar a atenção das pessoas para os materiais poluentes nas águas. A escolha do Rio Tietê é emblemática por se tratar de um rio notoriamente poluído que corta a cidade mais populosa e mais rica do país.
4. Resposta pessoal. Considere a elaboração da resposta com base na análise dos estudantes. 5. Resposta pessoal. Verifique se os estudantes associam a reprodução de garrafas PET às margens do rio com a crítica feita pelo artista. 6. Espera-se que os estudantes relacionem a poluição das águas à contaminação delas e à proliferação de animais transmissores de doenças. Em ambos os casos, a saúde das pessoas é afetada pela ingestão dessa água e por potencial disseminação de zoonoses.
7. Resposta pessoal. Aproveite a atividade para discutir medidas como separação de resíduos sólidos recicláveis, reutilização de objetos que seriam descartados, entre outras.
Inicie o tópico promovendo a análise da imagem. Por meio de uma avaliação processual, verifique se os estudantes identificam os impactos ambientais provocados pela ação humana que está retratada na imagem. Em seguida, solicite aos estudantes que respondam às atividades 2 3 como parte da avaliação processual. Avalie se eles aplicam os princípios que norteiam o conceito de Saúde Única nas respostas. Discuta com os estudantes como a desigualdade socioespacial e a precariedade de serviços públicos contribuem decisivamente para o aumento de doenças infecciosas que têm os animais como vetores. Com base na vivência dos estudantes, discuta como a falta de saneamento básico e de tratamento adequado de esgoto e destino de resíduos adoece as pessoas que convivem com tais problemas. Atente para a receptividade da turma a eventuais relatos sensíveis que exponham os estudantes, prevenindo atitudes de bullying
Atividades
Resposta pessoal. Peça aos estudantes que compartilhem suas respostas. Os estudantes podem mencionar coleta e direcionamento adequado dos resíduos sólidos, tratamento de esgoto, fiscalização de depósitos de resíduo irregulares etc. 3. Espera-se que os estudantes citem doenças infecciosas causadas pela ingestão de água contaminada e zoonoses que se utilizam de insetos e ratos como vetores. Explore os conhecimentos
Em nosso país, a desigualdade social é evidente nas paisagens e em diversos setores da sociedade, como o da saúde. Quando observamos as paisagens de cidades brasileiras, principalmente as grandes, muitas áreas apresentam más condições de vida, com falta de água e de saneamento básico, acúmulo de resíduos em ruas, córregos e rios, entre outros problemas. Em áreas onde os serviços públicos estão mais presentes, a incidência de doenças infecciosas é menor. Portanto, saúde e direitos dos cidadãos estão totalmente interligados. Observe a imagem.
1. No município, no bairro ou na comunidade onde você reside existem problemas como o mostrado na fotografia?
2. Considerando o conceito de saúde da OMS, em sua opinião, que ações e políticas públicas são necessárias para solucionar o problema dos esgotos a céu aberto e sem tratamento?
3. Em sua opinião, há doenças que acometem principalmente pessoas que vivem em áreas onde não há tratamento adequado de esgotos e de águas contaminadas?
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de vida dos estudantes e cite exemplos de direitos básicos não atendidos em muitos municípios ou comunidades. Retome o conceito de direito à moradia adequada.
FERREIRA, Luiz Claudio; LISBOA, Vinicius. Populações periféricas são mais vulneráveis à dengue. Agência Brasil, Brasília, DF, 3 mar. 2024. Disponível em: https://agenciabrasil. ebc.com.br/saude/noticia/2024-03/populacoes-perifericas-sao-mais-vulneraveis-dengue. Acesso em: 19 abr. 2024.
A reportagem discute as diferenças de incidência de dengue entre regiões centrais e periféricas.
Um exemplo dessa desigualdade é a ocorrência da dengue, doença que teve grande incidência nos últimos anos por causa de diversos fatores, entre eles as mudanças climáticas (com aumento médio da temperatura) e o rápido crescimento urbano das cidades, sem planejamento e muitas vezes ocupando áreas sujeitas a alagamentos e enchentes. Além disso, de maneira geral, o poder público deixou de investir na prevenção da doença, que havia sido considerada erradicada no Brasil há algumas décadas.
Embora seja dever dos governos atuar sobre as diferentes condições que influenciam a saúde coletiva, é importante que campanhas de orientação e conscientização da população sejam realizadas. Analise o exemplo a seguir.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O que fazer em 10 minutos? 2024. 1 cartaz. Disponível em: https://www.gov.br/ anvisa/pt-br/assuntos/ campanhas/dengue/ o-que-fazer-em-10 -min.jpg/view. Acesso: 2 maio 2024.
4. Você ou as pessoas que vivem em sua moradia costumam realizar as ações indicadas no cartaz? Se sim, que outras ações vocês realizam? Se a resposta for não, por que isso não é feito?
ICICT; FIOCRUZ. Aumento da dengue está associado às mudanças climáticas e ao desmatamento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 15 mar. 2024. Disponível em: https://portal. fiocruz.br/noticia/2024/03/aumento-da-dengue-esta-associado-mudancas-climaticas-e -ao-desmatamento. Acesso em: 19 abr. 2024.
Notícia publicada no portal da Fiocruz, instituto de pesquisa que estuda várias doenças, com dados de pesquisa que mostram que o calor e o desmatamento podem estar relacionados com o aumento da dengue.
Promova a leitura compartilhada do cartaz da campanha de combate à dengue. Verifique se os estudantes já conheciam as medidas apontadas para o combate da doença. Comente que o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, também é responsável pela transmissão de chicungunha, zika e febre amarela urbana. Medidas para a não proliferação desse mosquito são essenciais. Aproveite a oportunidade para perguntar aos estudantes como as mudanças climáticas podem afetar a proliferação de doenças. Comente que há estudos que apontam para o fato de as mudanças climáticas influenciarem a propagação de vetores, a poluição do ar, a qualidade das águas e a produção de alimentos, o que elevaria a proliferação de doenças.
4. Respostas pessoais. Converse com os estudantes detalhadamente sobre cada uma das práticas indicadas na campanha de modo que eles discutam entre si e se incentivem a seguir as ações propostas.
Por meio do estudo de práticas artísticas e de organizações sociais, pretende-se dialogar com conhecimentos referentes às Ciências da Natureza, ampliando concepções sobre saúde, bem-estar e práticas integrativas.
Explique à turma que, na medicina, a abordagem integrativa refere-se à combinação entre práticas de tratamento convencionais (baseadas em metodologias médicas ocidentais) e terapias complementares. O objetivo é tratar o indivíduo integralmente, considerando não apenas sintomas físicos mas também aspectos emocionais, sociais e subjetivos da saúde.
Incentive os estudantes a pesquisar, além das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) oferecidas pelo SUS, informações sobre práticas e formas de cuidado oferecidas por instituições locais, como em instituições religiosas, clubes, organizações não governamentais etc. Oriente os estudantes sobre a importância dessas práticas, reforçando que, entretanto, tais terapias não substituem tratamentos convencionais e atendimento médico especializado.
Acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicações para conhecer o que a Fiocruz, a OMS e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgam sobre o tema.
1. Resposta pessoal. Esclareça, mais uma vez, a proposta da obra e incentive os estudantes a expor suas opiniões.
Bem-estar e práticas integrativas
Aprendemos que a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Esse bem-estar depende de ações individuais e coletivas, de políticas públicas etc. Entre as ações do Ministério da Saúde está o oferecimento de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) pelo SUS. Essas práticas complementam, mas não substituem os tratamentos convencionais, ou seja, aqueles indicados pelos médicos com base no conhecimento científico da chamada medicina ocidental
GLOSSÁRIO
Medicina ocidental: abordagem terapêutica que busca o diagnóstico de problemas específicos de saúde e prescreve tratamentos baseados principalmente em medicamentos químicos e/ou cirurgias.
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. […]
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem conhecimentos tradicionais em seus meios. Incentive-os a dividir esses conhecimentos com a classe.
BRASIL. Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Brasília, DF: MS, [ca. 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pics. Acesso em: 26 abr. 2024.
Para a OMS, tais práticas – denominadas Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) – contribuem para fortalecer o autocuidado, ou seja, o cuidar de si
Nessa imagem, é possível observar uma instalação artística que instiga o público não apenas a olhar mas a participar, sentir e se envolver na fruição e experimentação de sensações que o artista provoca por meio da ativação sensorial: visão, toque e olfato. Na instalação “Cura Bra Cura Te”, o artista carioca Ernesto Saboia de Albuquerque Neto (1964-) propõe um convite para que voltemos às nossas subjetividades, às raízes naturais da humanidade, buscando processos de bem-estar e cura com base em conhecimentos ancestrais dos povos originários ameríndios e outras culturas, como as dos povos africanos e seus descendentes.
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FIOCRUZ AMAZÔNIA. Projeto promove reconhecimento da medicina indígena no Brasil. Canal Saúde , Rio de Janeiro, 3 nov. 2023. Disponível em: https://www. canalsaude.fiocruz.br/noticias/noticiaAberta/projeto-promove-reconhecimento-da -medicina-indigena-no-brasil03112023. Acesso em: 28 abr. 2024.
A notícia traz informações sobre um movimento liderado por instituições brasileiras e italianas, como a Fiocruz Amazônia e a Associação Rede Unida, que buscam o reconhecimento da medicina indígena como um sistema de saúde válido no Brasil. MEDICINAS tradicionais, complementares e integrativas. [Washington, DC]: Opas, [2020]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/medicinas-tradicionais-complementares -e-integrativas. Acesso em: 28 abr. 2024.
A publicação aborda as variadas práticas de medicina reconhecidas pela Opas e pela OMS.
3. Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre a importância do autoconhecimento e
do autocuidado. Incentive-os a refletir sobre aquilo que lhes faz bem e a buscar momentos de
A obra de Ernesto Neto é inspirada na diversidade de tradições e saberes de cura e tratamentos de doenças com uso de plantas, realização de rituais e entendimento de que a saúde humana está integrada aos diversos aspectos da vida humana, animal e ambiental.
Projeto Sonhação
autocuidado. Lembre-os de que isso não substitui a realização de exames periódicos, por exemplo, mas auxilia na prevenção e na busca por diagnósticos. Há inúmeras pesquisas científicas que comprovam
As medicinas tradicionais incluem conhecimentos de diferentes povos e culturas. No Brasil e em todo o mundo, as medicinas dos povos indígenas se destacam com ações individuais e coletivas para a promoção da saúde de indígenas e não indígenas.
O Projeto Sonhação envolve pesquisadores indígenas e não indígenas, movimentos sociais e instituições do Brasil e da Itália. No projeto, são realizados encontros com pajés, promovendo a transmissão de suas vivências e experiências em seus territórios.
Comitiva nacional e internacional do Laboratório Ítalo-Brasileiro do Projeto Sonhação. São Luís (MA), 2023.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
a importância de terapias integrativas para, por exemplo, nos auxiliar no controle de sintomas de ansiedade e depressão, entre outros transtornos mentais.
1. Qual é a sua opinião sobre obras como a instalação de Ernesto Neto?
2. Em sua família ou entre as pessoas com quem você convive, existe uma relação com culturas e conhecimentos tradicionais a respeito de processos alternativos para o cuidado com a saúde?
3. As práticas integrativas, como as citadas nesta seção, promovem o bem-estar das pessoas e o autocuidado de acordo com suas culturas, crenças e preferências. Assim, há pessoas que se sentem bem fazendo meditação, outras preferem musicoterapia etc. E você, como trabalha o autocuidado?
• BAHSERIKOWI – Médicos da Floresta | Consciência Limpa | T02EP05. 2020. Vídeo (22 min). Publicado pelo canal Amazon Sat. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=m9kXSSwQXPw. Acesso em: 26 abr. 2024. O vídeo apresenta a relação entre a sociedade contemporânea e os conhecimentos de medicina dos povos tradicionais.
4. Em sua comunidade, bairro ou município há políticas públicas de promoção de terapias complementares e alternativas? Faça uma pesquisa sobre isso, buscando descobrir onde e quando ocorrem, o público atendido, entre outras informações. Depois, converse com colegas e professor sobre formas de divulgar as informações encontradas na comunidade onde vocês vivem.
4. Resposta pessoal. Auxilie os estudantes na pesquisa, indicando sites oficiais e projetos do município em que vocês vivem. Depois, ajude-os a organizar as informações para divulgação.
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1. Peça aos estudantes que observem atentamente a obra e procurem identificar objetos ou imagens familiares. Promova um momento para a fruição da turma, convidando-os a compartilhar sensações, reflexões e conclusões sobre a obra e as indagações sobre a experiência sensorial.
2. Incentive os estudantes a conversar com parentes próximos ou responsáveis, buscando recuperar tratamentos familiares e memórias de práticas comuns nas gerações anteriores. Para finalizar, incentive-os a compartilhar esses conhecimentos tradicionais, mencionando aqueles que ainda são praticados.
3. Converse com os estudantes sobre terapias integrativas, se eles já passaram por tais cuidados, quais os resultados obtidos etc.
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4. Oriente os estudantes a utilizar recursos disponíveis na internet, como sites de prefeituras, secretarias de saúde municipais e estaduais, além de buscar centros comunitários ou ONGs locais que possam oferecer tais serviços. Encoraje-os a telefonar ou visitá-los pessoalmente, se possível, para obter informações mais detalhadas, atualizadas e precisas. Peça aos estudantes que preparem uma apresentação breve sobre o que descobriram, destacando aspectos importantes como acessibilidade, diversidade das terapias oferecidas e benefícios relatados pela comunidade.
A proposta da seção é trabalhar com a prática em linguagens verbais e visuais na produção de um material do gênero textual diário. Desse modo, os estudantes podem explorar suas subjetividades, poéticas pessoais e observações acerca do que sentem sobre sua saúde e seu bem-estar. Explique que, apesar de haver vários tipos de diários, a proposta da aula é trabalhar com o diário de experiências. Caracterize-o, explicando que se trata de um trabalho autobiográfico para registrar vivências e reflexões. Acrescente que esse diário poderá ser utilizado no decorrer dos estudos deste livro. Explique que o tema das primeiras páginas do diário se baseia na reflexão sobre recursos, meios e ações que realizam para cuidar de si, do corpo físico, expressivo e poético e da sua saúde mental. Desse modo, incentive-os a registrar as práticas culturais e sociais que eles julgam saudáveis e a mostrar como essas atividades estão presentes na vida deles.
diário de experiências pode explorar as linguagens verbal (por meio de textos escritos) e visuais (por meio da criação de desenhos, pinturas, colagens e outros), além de investigar e utilizar várias materialidades e expressar o processo de criação e as poéticas pessoais. Mostre aos estudantes que pode haver várias maneiras de criar autorretratos, inclusive pela utilização de formas estilizadas e até abstratas.
O diário de experiências pode ser usado como instrumento de construção da aprendizagem, de autoconhecimento e reflexão sobre experiências e desenvolvimento pessoal,
Registrar para o bem-estar
Observe a tirinha do cartunista Bill Watterson.
Diário é um tipo de texto pessoal por meio do qual registramos reflexões, ideias, emoções, opiniões, desejos, sentimentos e experiências cotidianas sobre determinada época da vida. Como estamos dando início a uma nova jornada de estudos, é hora de produzir um novo diário para acompanhá-lo ao longo desse percurso que ainda é desconhecido.
A proposta é que você crie um diário que possa ser usado em diversos momentos durante o estudo das Ciências Humanas e da Arte. O seu diário de experiências pode abordar muitos assuntos, com base em diferentes linguagens, com suas próprias intenções artísticas e poéticas. Esse gênero textual permite o uso de uma linguagem informal, o que possibilita expressar subjetividades e sentimentos, trazendo para sua escrita e produção de imagens uma personalidade própria. Isso quer dizer que você pode criar desenhos, pinturas, colagens, costuras, bordados; citar trechos de poemas e canções; e/ou produzir seus próprios textos, de acordo com suas referências pessoais.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Há várias formas de criar um diário. Entretanto, sugerimos que siga este passo a passo para produzir o seu.
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pois facilita a organização de impressões, certezas, dúvidas, análises e avaliações diante de variadas situações.
Sugere-se a criação de um diário de experiências no início de cada etapa ou período de estudos. Ele deve ser usado durante todos os estudos nas unidades que compõem este livro. Oriente os estudantes a sempre trazer consigo esse material, a cuidar dele e nele produzir registros detalhados, indicando datas e locais e desenvolvendo narrativas sobre suas descobertas, experiências, dificulda-
des, indagações, análises e resolução de problemas.
Esclareça os potenciais que o uso desse material traz na organização dos registros e na sistematização das trajetórias de estudos, além de ser um suporte de reflexão sobre vida pessoal, saúde e bem-estar.
Chame a atenção dos estudantes para que considerem trazer na composição do próprio diário trechos de textos de autores literários, compositores ou pensadores. Eles podem copiar trechos de poemas, músicas ou textos de escritores
PASSO A PASSO
a) Escolha um caderno no formato que desejar.
b) Selecione os materiais que quer usar para fazer registros em seu diário (canetas, lápis coloridos, tesoura, tintas, cola, fios de lã, retalhos de papel ou tecidos coloridos para fazer colagens, entre outros).
c) Faça uma capa para o seu diário de experiências (uma possibilidade é criar um autorretrato).
d) Escreva um texto inicial sobre você.
2. Para iniciar seus registros no diário, escreva sobre atitudes que considere positivas no “cuidar de si”.
a) Comece indicando “data” e “local”, para situar as suas reflexões e experiências no tempo e no espaço.
b) Escreva sobre situações, experiências, lugares, atividades e fruições ou práticas artísticas, esportivas e outras que lhe trouxeram estados de estesia e bem-estar, como ouvir música, conversar com um amigo, praticar um esporte, dançar, desenhar, cozinhar, viajar, entre outras.
c) Para acompanhar o texto, faça uma colagem de imagens e/ou desenhos para representar um ambiente de bem-estar no seu entorno.
Lembre-se de que o bem-estar pessoal não depende apenas de ações individuais, embora isso também seja importante.
conforme os objetivos e as poéticas pessoais. Os registros linguísticos, por sua vez, devem ser expressos em primeira pessoa.
Na comunicação virtual, os blogues se assemelham aos diários, pois ambos os gêneros possuem muitas características parecidas. Por isso, os blogues são comumente chamados de “diários virtuais” ou “diários digitais”. O diário de experiências virtual também pode ser uma opção para trabalhar com tecnologias digitais e registros e poéticas pessoais.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1960.
Nessa obra, a autora relata suas vivências como mãe e catadora de papel. FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Tradução: Elia Ferreira Edel. 19. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995.
O diário narra as experiências da autora e sua família no período em que passaram escondidos durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1942 e 1944. MELLO, André Homem de. Diário de bordo: as aventuras do primeiro velejador brasileiro a dar a volta ao mundo em solitário, sem escalas, pelo Oceano Austral. 6. ed. Caeté: Clio, 2011.
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06/06/24 10:46 de outros gêneros de alguma área que gostem de estudar. Esses textos podem constituir um diálogo com o que os estudantes pensam e sentem na relação com a vida, seus conhecimentos e suas leituras de mundo.
Para ampliar o repertório dos estudantes, traga exemplos de diários famosos, como os realizados pela artista Frida Kahlo (19071954) e pelo artista italiano Leonardo da Vinci (1452-1519). Traga trechos de obras literárias baseadas em diários, como “O diário de Anne Frank” e “Quarto de despejo:
diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus (1914-1977).
Explique aos estudantes que a linguagem usada em um diário de experiências não precisa seguir um padrão rígido. A proposta é que eles se expressem de maneira mais coloquial. Quanto à estrutura e à visualidade do diário, valem a criação e a personalização dele por meio das poéticas e intenções artísticas dos estudantes. O autor do diário pode produzi-lo da forma que desejar, explorando o uso de imagens, gráficos, esquemas, cartografias e textos,
O autor é o primeiro brasileiro a dar a volta ao mundo em um barco a vela. No seu diário, ele registra as experiências.
1. a) Imagem 1: mulher sendo vacinada.
Imagem 2 : homens e mulheres praticando capoeira.
Imagem 3 : atividade educativa e formativa em escola.
Imagem 4 : fachada de uma UBS.
Espera-se que os estudantes respondam que todas as imagens mostram atividades e/ou equipamentos que ajudam a promover a Saúde Única.
Espera-se que os estudantes respondam que, para ter saúde, é necessário garantir outros direitos, como atividades de cultura, educação e lazer, que contribuem para o bem-estar das pessoas. Espera-se que os estudantes reconheçam a UBS. Nela se tomam vacinas, se retiram medicamentos e se realizam alguns exames. Nesse tipo de equipamento público, tem-se acesso a profissionais como médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, disponíveis para atender toda a população que necessita de cuidados, inclusive preventivos. Como a UBS é a porta de entrada para o atendimento de saúde, é importante que esteja próxima da população, para que esta possa ser atendida no dia a dia.
Consulte orientações no MP.
1. Observe as fotografias para fazer as atividades.
Oficina de arte circense na Escola Municipal Cleyton Maia Barros. Ponte Alta do Tocantins (TO), 2023.
Unidade
a) O que você observa em cada fotografia? Explique como as imagens se relacionam com o conceito de Saúde Única.
b) Explique de que forma as cenas das fotografias 2 e 3 se relacionam com a saúde das pessoas retratadas.
c) Qual equipamento público de saúde foi retratado na fotografia 4? Qual é a importância dele e de sua localização em diversos bairros e comunidades?
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2. Leia, a seguir, um trecho do artigo 2o da lei no 8.080, de 19 de setembro de 1900. Art. 2o A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
BRASIL. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 26 abr. 2024.
Os atendimentos nas UBS e outros serviços do SUS são direitos de todos e deveres do Estado. Sobre isso, identifique o que for correto.
I A obrigação do Estado é oferecer apenas consultas e vacinas nas UBS.
II O direito à saúde, previsto na Constituição Federal de 1988, resultou de movimentos surgidos a partir da década de 1970 que lutaram pela saúde gratuita e de qualidade para todos.
III Antes da criação do SUS, em 1990, existiam diferentes redes de saúde, incluindo sistemas públicos, como o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), que atendia apenas os trabalhadores formais.
IV No Brasil, a cada dez pessoas, apenas três dependem exclusivamente do atendimento no SUS.
Pessoa idosa tocando violão. Estados Unidos, década de 2000.
3. Que linguagens artísticas você gosta de apreciar e/ou de produzir? Você diria que entrar em contato com produções artísticas como pinturas, livros, músicas, shows, espetáculos de teatro, dança, entre outros, faz bem à saúde? Faça uma lista de suas preferências comentando o porquê dessas escolhas e registre no diário de experiências
2. As afirmações II e III estão corretas. Segundo a legislação brasileira, o Estado deve prover plenas condições de saúde aos cidadãos do país, o que vai além de consultas e vacinas, invalidando a afirmação I. Como foi estudado ao longo da unidade (página 23), sete em cada dez brasileiros dependem exclusivamente do SUS, o que torna a afirmação IV incorreta.
3. Oriente os estudantes a fazer uma lista de preferências artísticas. Para cada item listado, devem escrever um breve comentário explicando por que gostam dessas linguagens artísticas e como essas escolhas contribuem para sua saúde e seu bem-estar. Incentive-os a pensar em momentos específicos em que a arte teve um impacto significativo em suas vidas. Após o registro individual, crie um espaço para que os estudantes compartilhem suas listas e reflexões com a turma. Promova uma discussão coletiva sobre como a arte pode ser benéfica de diversas formas, explorando as diferentes perspectivas trazidas pelos estudantes.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Saúde e bem-estar e convida os estudantes a pensar a prática da arte como forma de autoconhecimento, capaz de ampliar o bem-estar e promover a saúde mental. São apresentados artistas com experiências em instituições psiquiátricas e, por meio de suas histórias e obras, constroem-se repertórios de reflexão, mudança social e acolhimento nas diversas linguagens artísticas.
Ao discutir sobre doenças no Brasil, são analisadas causas biológicas e sociais, convidando os estudantes a reconhecer a importância do espaço geográfico, das manifestações sociais e da organização da sociedade, bem como as desigualdades e os preconceitos que impulsionaram o surgimento de epidemias no Brasil e no mundo ao longo da história.
Objetos de conhecimento
Práticas artísticas no contexto da saúde mental
Doenças no Brasil e no mundo
Doenças negligenciadas
Doenças e espaço geográ-
Inicie o trabalho com a unidade convidando os estudantes a observar a obra “Manto da apresentação”, de Arthur Bispo do Rosário. Contextualize argumentando que o artista viveu por volta de 50 anos internado em instituições psiquiátricas, depois de ter sido diagnosticado com esquizofrenia paranoide. O conjunto de sua obra reúne mais de 800 itens, entre ob-
1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a observar as materialidades que Bispo do Rosário usou no trabalho e a levantar hipóteses sobre o processo de produção do artista.
■ Arte e saúde mental
■ Epidemias no Brasil e no mundo
■ Manifestações e organização social
ROSÁRIO, Arthur Bispo do. Manto da apresentação. [Entre 1964 e 1984]. Costura, bordado e escrita, 118,5 cm x 141, 2 cm x 7 cm. Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Rio de Janeiro (RJ). Detalhe frontal da obra.
jetos artísticos, estandartes, brinquedos, vestimentas, desenhos e outros feitos com materialidades diversas. O bordado foi um dos processos que ele mais utilizou; para conseguir o material necessário, chegou a desfiar cobertores, lençóis e peças de roupas. Na criação do manto, não pretendia fazer um objeto artístico; para ele, o manto tinha outros significados, originados de sua imaginação e leitura de mundo. Mesmo assim, o conjunto da obra de Arthur Bispo do Rosário é considerado um importante acervo artístico por diversas razões, tais
como os estudos que possibilitam entender as subjetividades da mente humana e a força poética, imaginativa e criativa presente no trabalho desse artista. Aproveite a oportunidade para propor à turma uma leitura do trecho da fala de Nise da Silveira. Explique que ela se formou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1926, em um período em que os tratamentos de saúde mental ainda incluíam práticas como internação compulsória (sem a autorização do paciente), eletrochoques, entre outras técnicas médicas e terapêuticas que hoje
2. a) e b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a fala de Bispo e usem o manto como inspiração para fazer registros no diário de experiências com base nas próprias vivências.
O que melhora o atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com outra. O que cura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito.
NISE da Silveira: uma mulher à frente do seu tempo. In: CENTRO CULTURAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nise da Silveira: vida e obra. Rio de Janeiro: CCMS, c2014. Disponível em: http://www.ccms.saude.gov.br/ nisedasilveira/frases.php. Acesso em: 24 abr. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Descreva o que você percebe na imagem da obra “Manto da apresentação”, criada pelo sergipano Bispo do Rosário. Que materiais e processos você acha que ele utilizou na criação desse trabalho?
2. Arthur Bispo do Rosário dizia:
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem o que sabem ou pensam a respeito desse tema.
‘Quando eu subir, os céus se abrirão e vai recomeçar a contagem do mundo. Vou nessa nave, com esse manto e essas miniaturas que representam a existência. Vou me apresentar.’
MUSEU BISPO DO ROSÁRIO ARTE CONTEMPORÂNEA. O manto de Bispo. Rio de Janeiro: mBRac, 2021. Disponível em: https://museubispodorosario.com/ o-manto-de-bispo/. Acesso em: 29 abr. 2024.
a) O que você pensa a respeito dessa afirmação?
4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes levantem conhecimentos prévios sobre o tema, compartilhando opiniões, antes de entrarem em contato com as contribuições de Nise da Silveira na luta antimanicomial.
b) Em sua opinião, que coisas representariam você e poderiam contar a sua história? Reflita e anote no diário de experiências
3. Que ideias você tem sobre saúde mental? Comente.
4. Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra alagoana que desenvolveu trabalhos e pesquisas científicas no campo da saúde mental. No texto, ela fala sobre “afeto” e “preconceito”. O que você sabe e pensa a respeito dos processos de acolhimento e tratamento no contexto da saúde mental?
Arthur Bispo do Rosário (1909-1989) nasceu em Japaratuba (SE). Artista autodidata, passou a maior parte da vida internado em instituições psiquiátricas. Sua obra é marcada por elementos autobiográficos, uma vez que Bispo, com base em itens cotidianos, produzia bordados e criava objetos que contam as histórias da própria vida. QUEM É?
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pessoais e a compartilhar essas narrativas.
3. Proponha uma roda de conversação para que a turma apresente o que sabe a respeito, compartilhando percepções, intuições e interpretações sobre o tema “saúde mental”.
4. Para aprofundar, é possível partir da realidade dos estudantes, perguntando se estão, já estiveram ou conhecem alguém em tratamento de saúde mental. No entanto, avalie se isso pode causar algum constrangimento, sugerindo que se sintam à vontade para escolher se desejam compartilhar experiências individuais ou apenas comentar sobre o tema de forma geral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Relatório Mundial da Saúde, saúde mental é definida como um estado de bem-estar no qual um indivíduo reconhece as próprias habilidades, pode lidar com o estresse cotidiano e trabalhar produtivamente, bem como é capaz de contribuir para sua comunidade; assim, não se trata apenas da ausência de doenças ou enfermidades. Saúde mental está ligada à saúde física, ao cuidado e ao bem-estar emocional e é influenciada por fatores biológicos, psicológicos e sociais.
29/05/24 11:48 são questionadas ou até mesmo proibidas. Dedicou-se à luta antimanicomial, posicionando-se contra as práticas de abandono e violência comuns nas instituições de saúde mental da época. Suas propostas de terapias ocupacionais são focadas em tratamentos não violentos e no estabelecimento de laços de afeto e acolhimento, tornando o atendimento a esses pacientes mais seguro e confortável. Essa iniciativa possibilitou a descoberta de potencialidades criativas e a compreensão das subjetividades da mente humana com base na empatia.
1. Oriente os estudantes a notar o uso de fios e texturas variadas, bem como das palavras, da estrutura feita de amarrações, das cores e de outros detalhes.
2. a) Incentive reflexões que valorizem a subjetividade do artista, fortalecendo um ambiente acolhedor e livre de preconceitos. b) Convide os estudantes a refletir sobre histórias pessoais e trajetos emocionais de suas vidas ao elaborarem as respostas. Incentive-os a escolher objetos que carreguem parte de suas histórias
Comente com os estudantes que, em 1949, o artista Fernando Diniz começou a participar do ateliê de arte da Seção de Terapêutica Ocupacional (STO) no Centro Psiquiátrico Pedro II, localizado no Rio de Janeiro (RJ), atualmente chamado Instituto Municipal Nise da Silveira, em homenagem à médica que desenvolveu propostas terapêuticas focadas na expressão artística e nas relações de afeto. Para trabalhar com a imaginação e as percepções sensoriais na fruição desta obra, sugira aos estudantes que discutam se são visualmente atraídos para algum ponto específico da composição, se associam a imagem a sonoridades, que tipos de movimentos corporais expressivos a imagem pode sugerir e se ela evoca memórias ligadas a percepções sensoriais, incluindo audição, paladar, olfato e tato, além da visão. Explore quais sensações, emoções e outras investigações para além do campo visual podem ser provocadas pela imaginação e percepção com os sentidos do corpo. Durante a análise da obra, sugira aos estudantes que observem como as formas, as linhas, as tonalidades e os elementos visuais são organizados na composição de Diniz. Proponha a eles que imaginem os gestos do artista ao pintar e como ele criou a composição. Comente que Diniz costumava criar composições explorando simetrias. Para ampliar, apresente mais imagens nas quais os estudantes possam observar e analisar as relações de simetria especular (em que uma parte espelha a
Quantas imagens nossa mente pode imaginar? E quantas delas podemos criar?
GLOSSÁRIO
Forma simétrica: possui proporções iguais, quando dividida.
Forma assimétrica: não segue padrões na relação entre as partes, formas e proporções. Mandala: composição visual, geralmente simétrica, formada com base em um centro que se expande com diferentes formas, como círculos, quadrados, triângulos, pentagramas, entre outras.
Fernando Diniz criou cerca de 30 mil desenhos e pinturas. O artista transformou materialidades como tintas, lápis e canetas coloridas em obras sobre folhas de papel e telas, entre outros trabalhos com modelagem e criação de objetos, explorando formas geométricas, formas orgânicas e formas em movimento. Em meio a belezas e injustiças, criou imagens com formas simétricas e/ou formas assimétricas, expressando sua mente imaginativa e suas leituras de mundo. Por exemplo, muitas das imagens produzidas por ele assemelham-se a mandalas, compostas de formas geométricas e simétricas como círculos, estrelas de oito pontas, entre outras.
A criatividade e a expressividade não têm limites. Produzir artisticamente é uma forma de expressar inteligência, subjetividade e imaginação. Observe uma das obras de Diniz e leia um trecho de seu depoimento.
“Mudei para o mundo das imagens. Mudou a alma para outra coisa. As imagens tomam a alma da gente.”
MELLO, Luiz Carlos; EURÍPEDES JUNIOR (ed.). Fernando Diniz. São Paulo: Galeria Estação, 2019. p. 27. Disponível em: https://www. galeriaestacao.com.br/imagens/expo_pdf/ FD2019.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024.
DINIZ, Fernando. [Sem título]. [Entre 1968 e 1988]. Guache sobre papel, 33 cm x 48 cm.
É?
Fernando Diniz (1918-1999) nasceu em Aratu (BA). Sua produção artística teve início dentro da instituição psiquiátrica. Quando o questionavam sobre a beleza de suas pinturas, dizia: “Não sou eu, são as tintas” (Mello; Eurípedes Junior, 2019, p. 5).
outra com igual medida, forma e proporção), simetrias rotacionais (formas circulares) e simetrias de translação (formas dispostas lado a lado). Encoraje-os a considerar o ritmo e o movimento presentes nessa composição visual. Com base em estudos e curadorias das obras produzidas pelos frequentadores do ateliê, Nise da Silveira organizou e realizou diversas mostras de arte. As formas de mandalas, assim como outras produções, compõem hoje o acervo do Museu de Imagens do Inconsciente (MII), um centro de estudo e pesquisa que abriga desenhos, pinturas e esculturas de vários artistas, como Adelina Gomes (1916-1984), Carlos Pertuis (1910-1977), Raphael Domingues (1913-1979), Emygdio de Barros (1895-1986) e Fernando Diniz (1918-1999). Fundado em 1952 por Nise da Silveira, o MII conta com o apoio do Ministério da Saúde, da Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente e do Instituto Municipal Nise da Silveira, órgão da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Fernando Diniz foi diagnosticado com esquizofrenia. Ao ser internado, foi isolado da sociedade. Durante a internação, passou por situações violentas quando submetido aos procedimentos usados na época para os tratamentos psiquiátricos. Foi apenas quando começou a participar do programa da Seção de Terapêutica Ocupacional (STO), proposto por Nise da Silveira no Centro Psiquiátrico Pedro II, que teve a oportunidade de desenvolver sua expressão artística.
Na STO, eram propostas várias atividades, entre as quais estava o ateliê de arte. O objetivo desse ateliê era oferecer às pessoas internadas um tratamento da saúde mental com base na criação de pinturas, desenhos e esculturas. Assim, os pacientes passaram a criar imagens figurativas (formas reconhecíveis, como objetos, pessoas, paisagens, entre outras) e abstratas (formas sem representação reconhecível), ou uma combinação das duas, como a mandala de Fernando Diniz.
Muitos trabalhos produzidos no ateliê de Nise da Silveira estão expostos no Museu de Imagens do Inconsciente (MII), criado em 1952 na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Trata-se de um local para conhecer a produção de artistas como Fernando Diniz e entrar em contato com pesquisas sobre experiências humanizadas no cuidado e no tratamento da saúde mental que valorizam a arte e o afeto.
QUEM É?
Nise da Silveira (1905-1999) nasceu em Maceió (AL). Médica psiquiatra, foi a única mulher em uma turma de 158 estudantes. Durante sua carreira, dedicou-se à causa antimanicomial, isto é, ao fim dos manicômios e das internações psiquiátricas. Sua proposta foi abordar os pacientes psiquiátricos com afeto, proporcionando tratamentos que envolviam o trabalho com as linguagens artísticas e incentivando-os a expressar sua imaginação e subjetividade.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Observe novamente a imagem da obra de Fernando Diniz. Descreva o que você nota, analisando como o artista explorou traços e pinceladas com tinta guache em uma folha de papel.
2. Imagine os movimentos e gestos realizados pelo artista ao criar essa pintura. Em que ponto você imagina que ele teria iniciado essa composição visual?
3. Ao relacionar a pintura com o trecho do depoimento de Fernando Diniz, que ideias ou sensações são provocadas em você?
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem elementos como superfície, conjunto, linha, volume, cor e luz.
2. Resposta pessoal. Espera-se que, por meio da imaginação e percepção, os estudantes identifiquem movimentos, formas, volumes, tonalidades e luminosidades criados pelo gesto do artista. Proponha aos estudantes que infiram o ponto inicial.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes relacionem os textos verbal e visual, ambos de Fernando Diniz, procurando compreender as ideias do artista sobre imaginação e produção de imagens na pintura.
Explique à turma que, antes da reforma psiquiátrica e das contribuições de Nise da Silveira, as instituições psiquiátricas geralmente adotavam práticas rígidas e muitas vezes invasivas. As pesquisas de Nise da Silveira tiveram grande impacto nas abordagens de tratamento da saúde mental, tanto no Brasil quanto no mundo, promovendo a expansão das oficinas de arte para incluir Teatro, Dança, Música e outras formas de expressão.
Comente com os estudantes que eles podem explorar mais sobre o MII acessando o site do museu (disponível em: https://www.museu imagensdoinconsciente. org.br/; acesso em: 6 maio 2024). Explique que uma das propostas de Nise da Silveira era criar ateliês como espaços seguros, saudáveis e positivos, com infraestrutura adequada e profissionais qualificados para acompanhar e orientar pessoas em tratamento de saúde mental. Nesse ambiente, os participantes podiam criar pinturas, desenhos, modelagens e outras formas de expressão artística, explorando suas subjetividades e imaginações.
Em termos simples, a esquizofrenia é um distúrbio mental complexo que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Pessoas com esquizofrenia podem parecer ter perdido o contato com a realidade, o que pode ser assustador tanto para elas quanto para os outros. As contribuições de Nise da Silveira foram particularmente valiosas para esses pacientes, oferecendo-lhes formas de expressar pensamentos e emoções de maneira criativa e terapêutica, ajudando no manejo dos sintomas e na melhoria de sua qualidade de vida.
Inicie o tema explicando que Arthur Bispo do Rosário tinha formação religiosa cristã e acreditava que, um dia, apresentaria seu manto sagrado a Deus. Ele esperava contar sua história por meio de objetos e coisas que selecionou e construiu ao longo de sua vida. Essas materialidades serviriam para expressar como ele viveu, as experiências pelas quais passou, seu cotidiano e seus sonhos.
A obra de Arthur Bispo do Rosário ganhou fama internacional, e ele mostrou para o mundo como viveu e compreendeu sua existência. É importante discutir com os estudantes que cada um possui as próprias crenças religiosas e que é fundamental respeitar as escolhas individuais.
Como prática artística, incentive os estudantes a selecionar um objeto dentre seus pertences (coleções, objetos significativos, imagens, arquivos de áudio ou audiovisuais etc.) que seja importante e que possa, de forma simbólica, contar uma história para compartilhar com a turma. Arthur Bispo do Rosário praticava o colecionismo de materiais e objetos disponíveis nos ambientes hospitalares em que viveu. Discuta com os estudantes sobre colecionismo: o que eles costumam guardar? Como organizam suas coleções? Qual é o significado desses acervos para eles?
O guardião de materialidades, relicários e sonhos
Arthur Bispo do Rosário, assim como Fernando Diniz, foi diagnosticado com esquizofrenia e internado no manicômio Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro (RJ), onde viveu parte de sua vida.
Mesmo dizendo que não era artista, e sim alguém com a função de produzir objetos e guardar coisas para contar como “a vida é”, Arthur Bispo do Rosário criou uma arte simbólica e poética, repleta de materialidades e significados. Ele se tornou um dos principais nomes da arte brasileira. Autodidata, não frequentou escolas para aprender processos de criação artística, mas, durante a vida, mesmo vivendo mais de 40 anos internado em instituições psiquiátricas, criou intensamente.
Observe novamente o “Manto da apresentação”, obra que você conheceu na abertura desta unidade (página 36). Mas, desta vez, observe o avesso da vestimenta.
Bispo acreditava ter uma missão especial: escolher, juntar, amarrar, organizar, registrar, bordar, costurar e construir as coisas do mundo. Em sua imaginação, pensava ser o guardião de materialidades, relicários e sonhos que um dia apresentaria em outras dimensões para contar como era a vida na Terra. Arthur Bispo do Rosário realizou um inventário da própria vida – juntando coisas, costurando retalhos e bordando imagens e textos – e acabou transformando-o em arte.
GLOSSÁRIO
ROSÁRIO, Arthur Bispo do. Manto da apresentação. [Entre 1964 e 1984]. Costura, bordado e escrita, 118,5 cm x 141,2 cm x 7 cm. Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Rio de Janeiro (RJ). Detalhe avesso da obra.
Relicário: lugar em que são guardadas relíquias, ou seja, objetos considerados raros ou sagrados.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. O que você pensa ao observar o avesso da obra “Manto da apresentação”?
2. Se fosse contar a alguém como “a vida é” na sua visão de mundo, como faria? Registre ideias no diário de experiências e compartilhe-as com colegas e professor. Consulte orientações no MP.
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1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar impressões e sentimentos. Explique que esse momento é pessoal e não existem respostas erradas.
2. Resposta pessoal. Proponha aos estudantes que elaborem a resposta e o registro com base em suas visões culturais de mundo. Incentive que reflitam sobre quais imagens, objetos e textos seria importante juntar, como se organizariam para construir esses materiais e em quais linguagens iriam se expressar.
Ateliê: tempo, lugar e coisas para criar e poetizar
Ilustração figurativa de um grupo de pessoas em um ateliê.
Vimos que o ateliê de arte foi um importante recurso na STO proposta por Nise da Silveira. Atelier é uma palavra de origem francesa que, na língua portuguesa, escreve-se “ateliê”. O ateliê é um lugar de criação. Um ateliê de arte, por exemplo, pode ser um espaço para estimular ideias criativas e expressões poéticas, onde podemos escolher materialidades e ferramentas de acordo com cada tipo de linguagem artística que escolhemos trabalhar. Em um ateliê de pintura, a tinta é materialidade importante. Toda tinta é composta de elementos que, misturados, criam a característica dela. A aquarela, por exemplo, tem por característica a transparência, o que permite criar camadas de tonalidades sobre o papel e perceber a luminosidade das cores. Geralmente, as tintas são compostas de substâncias como aglutinante, pigmento, solvente e outros materiais.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
GLOSSÁRIO
Aglutinante: substância que ajuda a fixar as tintas sobre os suportes, como resinas, gema de ovo, óleos, cola branca, goma arábica, entre outras.
1. Propomos que você e os colegas organizem um ateliê de pintura e aprendam a fazer tinta aquarela e a criar efeitos com esse material. Siga o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Para fazer a tinta aquarela, em um recipiente pequeno, misture porções de aglutinante, pigmento e solvente.
• Como aglutinante, você pode usar duas colheres de sopa de goma arábica, um tipo de goma feito de resina de árvores.
• Como pigmento, utilize de quatro a oito gotas de corante alimentício da cor desejada.
• Como solvente, utilize quatro colheres de sopa de água.
b) Outros materiais ajudam a dar consistência e brilho, além de conservar as tintas –assim, se possível, acrescente à sua mistura uma colher de sopa de mel e quatro gotas de óleo de lavanda ou de cravo.
c) Com a tinta pronta, faça várias experiências para sentir as características dessa tinta, como: pintar uma camada e deixar secar antes de aplicar outra; pintar sobre o papel úmido; criar efeitos de tinta diluída, respingada, entre outros.
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A proposta deste tópico é explorar a transformação de ideias e materialidades, mergulhando no imaginário e nas poéticas pessoais dos estudantes. Organize momentos de roda de conversação sobre criatividade e imaginação. Durante essas ocasiões, retome a apreciação das obras de Bispo do Rosário e de Fernando Diniz, bem como as contribuições teóricas de Nise da Silveira. Problematize o que os estudantes pensam sobre o processo de criação. Pergunte se já criaram imagens abstratas ou mandalas e
como preferem se expressar em poéticas visuais. Traga à discussão as opiniões deles sobre o trabalho de Nise da Silveira, especialmente em relação ao atendimento e aos cuidados com a saúde mental de pacientes psiquiátricos. Questione como percebem o acolhimento e o atendimento a essas pessoas em escolas ou outras instituições públicas de educação e saúde no município onde moram. Amplie o debate para incluir o atendimento a pessoas com deficiências físicas ou mobilidade reduzida. Proponha aos estudantes que façam
registros sobre o que aprenderam ao estudar o tema e que compartilhem opiniões, interpretações das obras abordadas e processos criativos. Essa atividade visa fomentar uma reflexão crítica e pessoal sobre as formas de expressão artística e as práticas de inclusão social.
1. a) A goma arábica pode ser encontrada em papelarias e lojas de materiais artísticos ou comprada pela internet. Como alternativa, é possível encontrar variantes pesquisando na internet informações sobre a extração de resinas naturais como a da acácia. Os pigmentos de origem mineral podem ser obtidos em amostras de solo. Como alternativa, explore pigmentos extraídos de plantas.
b) Para pintura com aquarela, que é uma tinta mais líquida, é recomendável usar papéis mais encorpados, com uma gramatura maior, para evitar que o papel enrugue ou rasgue. Para pintar, o ideal é utilizar pincéis de cerdas macias, disponíveis em vários formatos e tamanhos, que permitem uma aplicação suave e variada da tinta. c) Encoraje os estudantes a explorar e experimentar com aquarela para descobrir as possibilidades expressivas e criativas desse material. Eles podem pintar uma camada de cor, deixar secar por alguns minutos e então aplicar uma nova camada de outra cor por cima, criando efeitos interessantes de sobreposição e profundidade. Ou, ainda, utilizar um borrifador para aplicar água sobre o papel antes de pintar, permitindo que as cores se misturem e se espalhem de forma mais fluida sobre a superfície molhada.
Explique aos estudantes que Augusto Boal criou várias técnicas dentro do Teatro do Oprimido, sempre com o objetivo de engajar o público de maneira ativa na discussão de questões sociais. Uma dessas técnicas é o teatro imagem, que utiliza formas corporais estáticas, ou “imagens”, para representar situações, conflitos ou ideias. Os participantes criam “esculturas vivas” que representam a essência de um problema ou situação. Essa técnica é especialmente útil para visualizar dinâmicas de poder ou relações complexas, como as encontradas dentro de uma família ou no ambiente de trabalho.
Outra metodologia é o teatro invisível, que ocorre em espaços públicos, como ruas ou centros urbanos. Nela, os atores encenam uma situação sem revelar que se trata de uma peça, provocando reações espontâneas do público que testemunha a cena, funcionando quase como um experimento social que revela normas sociais e atitudes predominantes. É uma maneira poderosa de explorar como as pessoas reagem a injustiças sociais ou dilemas morais em um contexto real.
teatro legislativo, por sua vez, é direcionado para a mudança social mais direta. Nesse método, as peças são baseadas em problemas reais trazidos pela comunidade, e as apresentações são seguidas por debates em que o público pode sugerir mudanças legislativas ou ações práticas para resolver os problemas apresentados.
A palavra “criatividade” está ligada ao ato de fazer, realizar. Assim, para criar nas linguagens artísticas, é preciso não só se organizar no tempo e no espaço mas também se aventurar a criar coisas novas. Muitas iniciativas oferecem oportunidades para criar nas linguagens artísticas em diferentes contextos, inclusive pensando em saúde e bem-estar. Conhecemos o trabalho de Nise da Silveira, com a proposta do ateliê de artes visuais, mas suas ideias se estenderam também para práticas artísticas em outras linguagens, nas quais a materialidade é o corpo expressivo. Observe a imagem desta página.
O grupo teatral Pirei na Cenna conta com a participação de familiares e pacientes do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói (RJ). Trata-se de uma ação comunitária e cidadã com base nas práticas teatrais do Teatro do Oprimido, idealizado por Augusto Boal (1931-2009). Ator, diretor e pesquisador teatral, Boal propôs diferentes técnicas, jogos e exercícios teatrais para atores e não atores se expressarem por meio da linguagem teatral. Entre as técnicas está o teatro fórum, usado para montar o espetáculo “Doidinho para trabalhar”.
ATIVIDADE
1. Para praticar a técnica do teatro fórum, siga, com colegas, o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Formem grupos de quatro a seis estudantes.
b) Escolham o tema a ser problematizado nas cenas.
c) Planejem as sequências das cenas, com começo, meio e possível final, pois a ideia é que os “espect-atores” proponham outro final para resolver o problema apresentado.
d) Escolham o local das apresentações – pode ser a sala de aula, onde o espaço cênico é centralizado e ao redor do qual são dispostas as carteiras, formando uma arena.
e) Decidam quem deve interpretar cada personagem.
f) Combinem a ordem de apresentação dos grupos.
g) Iniciem as apresentações, que devem ser improvisadas, sem ensaios prévios, para que a cena seja construída no mesmo momento, sem planejamento.
h) Ao final de cada apresentação, um ou dois “espect-atores”, sob o comando do professor-mediador, será(ão) convidado(s) a substituir alguma personagem para sugerir outro final para a cena, de modo que se resolva o problema encenado. Tudo deve acontecer de forma improvisada.
i) Para finalizar a apresentação, abram uma roda com o público presente e conversem sobre essa experiência.
Essa forma teatral tem como princípio a participação da plateia. Ao público que participa da cena, Boal dá o nome de “espect-atores”, que são pessoas da plateia convidadas a participar da cena de forma improvisada pelo mediador do grupo. Caberia a elas, então, sugerir um final ou um novo final para a cena, solucionando o problema apresentado na peça improvisada. A ideia é usar a linguagem teatral para tratar questões do cotidiano dos participantes, discutindo temas como preconceito, oportunidades de trabalho, saúde e bem-estar, entre outros. 43
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Atividade
1. Explique à turma que a ideia desse jogo se baseia na proposta do teatro fórum e envolve a participação ativa do público. Nesse método, os espectadores são convidados a interagir com as cenas, sugerindo finais possíveis, oferecendo novas soluções para os problemas apresentados e até mesmo atuando nas cenas.
Para facilitar a interação, assuma o papel do Coringa, ou seja, o mediador entre a plateia e os atores, intervindo nas cenas para convidar o público a participar e
debate em que todos se sintam confortáveis para compartilhar suas relações com saúde mental, bem-estar e autocuidado. Discuta as visões e opiniões sobre o acolhimento de pessoas com diagnósticos de doenças psiquiátricas. Explore com os estudantes como eles percebem suas relações pessoais, incluindo questões sobre deficiências intelectuais e transtornos mentais. Aproveite esse momento para problematizar termos como “inválido”, “pirei”, “doidinho”, usados pelo grupo teatral Pirei na Cenna como disparador para essa discussão. É essencial que o assunto seja tratado com respeito e empatia, especialmente se houver relatos em que os estudantes exponham questões íntimas e se expressem de forma vulnerável. Atitudes de bullying ou que firam minimamente os direitos humanos precisam ser repreendidas imediatamente.
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alternando os atores. Proponha cenas em que personagens têm desejos ou metas e enfrentam opressores que tentam impedir a realização desses objetivos. Após a divisão dos grupos, decidam coletivamente o dia das apresentações, a ordem de entrada dos grupos e o local – que pode ser em espaço aberto ou fechado, como a sala de aula, deixando as carteiras em círculo ou semicírculo para formar uma arena de apresentações. Ao final do estudo, em uma roda de conversação, convide a turma para um
Caso considere oportuno, apresente à turma os métodos específicos, desenvolvidos por Boal, para que a atividade seja realizada de maneira mais direcionada, pois cada uma dessas técnicas oferece uma forma diferente de usar o teatro para refletir, discutir e agir sobre questões sociais, demonstrando como a arte pode ser um veículo para mudança e conscientização.
O estudo das próximas páginas tem por objetivo contribuir para o conhecimento dos estudantes sobre doenças transmissíveis, especialmente no contexto brasileiro, associando-as às condições sociais do país. Introduza a temática convidando os estudantes a observar a imagem da instalação de Regina Silveira. Reserve um tempo para que eles falem livremente sobre suas primeiras impressões. Chame a atenção para o uso de insetos gigantes, fantasmagóricos, que causam aversão. Relacione os elementos da obra com aspectos históricos, como pragas, pestes, doenças e epidemias. Explique que a artista usou como referências imagens criadas por ilustradores naturalistas para livros relacionados às Ciências da Natureza. Se possível, apresente imagens de ilustrações antigas realizadas por naturalistas. Explique a importância desses registros para a ciência antes da criação da máquina fotográfica. Se possível, acesse o site sugerido no boxe Indicação, no qual se podem explorar outras criações de Regina Silveira.
Atividades
Resposta pessoal. Chame a atenção dos estudantes para os insetos e suas formas, seus movimentos, suas posições e suas sobreposições. Eles podem citar que alguns elementos são semelhantes a baratas, vespas e mosquitos.
2. Resposta pessoal. Lembre aos estudantes que a leitura de obras artísticas é aberta e pode sempre ser ampliada por pesquisas complementares.
Ao longo do tempo, a humanidade enfrentou diversas crises sanitárias que resultaram em doenças, pragas, pestes e epidemias. Essa temática tem sido abordada de diferentes formas pelas áreas das Ciências Humanas e de Arte, como na instalação artística feita pela artista plástica porto-alegrense Regina Silveira (1939-), mostrada na imagem desta página. Analise cada elemento da obra.
ATIVIDADES
orientações no MP.
1. Na fruição da imagem, o que chama a sua atenção? Como a artista representou os elementos que compõem essa imagem?
2. Em sua opinião, qual foi a intenção da artista ao criar essa obra? Converse com colegas e professor.
3. Você acredita que obras de arte como essa sensibilizam a população para determinados temas, neste caso as pragas e pestes?
A artista Regina Silveira produziu obras em que utiliza insetos para representar as pragas, pestes e epidemias que assolam a humanidade, para a exposição “Mundus Admirabilis” no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), em 2007, e apresentada depois em diversos países.
As doenças existem em todos os lugares do mundo. Algumas enfermidades são brandas, mas outras representam grandes ameaças, pois podem matar milhões de pessoas. Durante séculos, a humanidade desconhecia as causas das doenças. As pessoas acreditavam que as enfermidades eram castigo divino, consequência de mudanças climáticas ou vingança de algum povo inimigo. Foram necessários muitos anos de estudos, pesquisas, observações, experimentações e avanços científicos para compreender o que causa, cura e previne cada doença.
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3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que, sim, as obras de arte têm grande capacidade de transmitir emoções, despertar empatia e provocar reflexões profundas sobre questões sociais, culturais e de saúde.
REGINA SILVEIRA. São Paulo, [2022]. Site. Disponível em: https://reginasilveira.com/. Acesso em: 6 maio 2024.
Site de divulgação da obra de Regina Silveira.
Doenças contagiosas se espalham rapidamente, e o contágio de muitas pessoas pode gerar as chamadas epidemias. Quando falamos em epidemia, muitas vezes imaginamos centenas de pessoas enfermas, mortas ou acometidas de qualquer doença transmissível que as faça sofrer. Embora esse pensamento esteja correto, não é a única maneira de definir epidemia.
covid-19. São Paulo (SP), 2020.
Não existe um número exato de pessoas doentes que defina uma epidemia. No Brasil, por exemplo, epidemias de dengue atingem a maioria das cidades brasileiras e contaminam milhares de pessoas. Mas podem ocorrer epidemias que afetam apenas os moradores de uma única cidade ou comunidade ou, se ainda mais restritas, que atingem somente os estudantes de uma determinada turma.
Quando a epidemia atinge níveis mundiais, ou seja, quando se espalha por diversos países e continentes e afeta a população mundial, a enfermidade se torna uma pandemia O Brasil já foi atingido por pandemias que mataram milhares de pessoas, entre elas cólera, varíola, H1N1 e covid-19.
Em maio de 2020, no início da pandemia de covid-19, o artista Alex Flemming (1954-), autor dos 22 rostos da estação de metrô Sumaré, na cidade de São Paulo (SP), colocou máscaras sobre todos eles para expressar o momento que vivíamos.
FLEMMING, Alex. Estação Sumaré 1998. Tinta cerâmica sobre vidro, 175 cm x 125 cm x 1 cm. Detalhe da obra revisitada pelo autor em 2020.
ATIVIDADES
1. Em sua comunidade, há alguma epidemia que ocorra com frequência? Você já foi afetado pela doença que causa essa epidemia? Converse com colegas e professor.
2. No Brasil, ocorrem pequenas epidemias, que também podem ser chamadas de surto ou surto epidêmico. Pesquise esse tema, escolha um caso e proponha medidas para resolver o problema.
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Sugere-se conduzir o tema “epidemias” por meio de uma conversa em que as experiências dos estudantes tenham papel essencial. Portanto, prepare-se previamente com informações sobre eventuais doenças mais frequentes na região da escola.
Explique que, no Brasil, várias doenças têm potencial para causar surtos epidêmicos, principalmente por fatores como condições socioeconômicas, infraestrutura de saúde etc. Alguns dos surtos epidêmicos mais comuns no Brasil incluem influenza (gripe), zika, dengue, hepatite B e C, entre outros.
Discuta com a turma formas de evitar surtos e epidemias. Espera-se que os estudantes concluam que é essencial implementar medidas de prevenção e controle de doenças, tais como campanhas de vacinação; conscientização pública sobre prevenção e sintomas; implementação de saneamento básico; orientação sobre medidas de isolamento e quarentena para indivíduos infectados ou expostos a doenças transmissíveis; investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas etc.
07/06/2024 18:27
1. Respostas pessoais. Converse com os estudantes sobre as epidemias que ocorrem no Brasil e que podem ter afetado a comunidade onde eles vivem, como dengue, covid-19, influenza, chicungunha etc.
2. Auxilie os estudantes a realizar a pesquisa nos mecanismos de busca da internet ou na biblioteca da escola. O site do Ministério da Saúde (disponível em: https:// www.gov.br/saude/pt-br; acesso em: 6 maio 2024) reúne informações sobre os surtos epidêmicos que ocorrem no Brasil. Avalie as propostas de medidas para solucionar o problema e se elas estão coerentes com o que foi discutido com a turma.
Inicie o tema analisando com a turma a obra de Aurora Cursino dos Santos. Na sequência, conduza a realização das atividades. Com essa metodologia, espera-se promover a empatia e o interesse dos estudantes pela condição da pessoa retratada.
Destaque que nas telas de Santos é comum que os elementos pictóricos (desenhos) sejam feitos por meio de traçados grossos e livres. Frequentemente, eles são combinados com escritos, incentivando o público a refletir sobre as relações entre as artes visuais e o texto escrito. As obras da artista compuseram muitas exposições temáticas de arte e transtornos mentais, mas em sua maioria sem a devida atenção à potência crítica e à relevância técnica de seu trabalho. Explique aos estudantes que Santos transpôs para suas obras fatos vividos e imaginados, trabalhando com cores quentes, realçadas por contrastes expressivos e uma gama de frases soltas. Os temas pintados por ela expressam um mundo imaginário, mas de experiências reais e dolorosas vividas ao longo de sua vida.
Antes de explicar aos estudantes o que é tuberculose, pergunte se eles já ouviram falar da doença e se conhecem a forma como é contraída, os tratamentos para cura e os cuidados de prevenção. É possível que alguns estudantes associem a doença a biografias de artistas antigos e a personagens de livros e filmes, pois foi um mal muito presente no mundo até a primeira metade do século XX.
Após essa sensibilização prévia, incentive os estudantes a se expressarem
Por não possuírem conhecimento suficiente ou adequado sobre doenças físicas e mentais, muitas sociedades isolaram ou abandonaram as pessoas que padeciam dessas enfermidades, além de expressarem preconceito contra elas. Observe a pintura feita pela artista plástica Aurora Cursino dos Santos e responda às questões a seguir.
SANTOS, Aurora Cursino dos. [Sem título]. [Entre 1944 e 1959]. Óleo sobre papel, 49,6 cm x 44,8 cm. Museu de Arte
QUEM É?
Aurora Cursino dos Santos (1896-1959) foi uma artista plástica apaixonada por arte desde a infância. Suas pinturas tratam de sua própria experiência de vida, abordando temas relacionados a abusos físicos, violência contra mulher e violência praticada em instituições psiquiátricas. Em suas pinturas, comumente combinou ilustrações e mensagens escritas, incentivando o público a refletir sobre a relação entre Artes Visuais e texto escrito.
Consulte orientações no MP.
1. Descreva a cena da imagem anterior. Como as cores e a forma com que elas foram utilizadas na pintura fazem você se sentir? Quais sentimentos as expressões representadas passam?
2. Que histórias você imagina ao observar a imagem? Em sua opinião, por que a artista escolheu retratar a cena dessa forma? Justifique.
3. Na pintura, próximo à cabeceira da cama, é possível ler a palavra “tuberculose”. Em sua opinião, por que a artista resolveu escrever o nome dessa doença em sua obra? Converse com colegas e professor.
livremente sobre o porquê de a artista ter escrito a palavra “tuberculose” em seu quadro. Contextualize argumentando que a artista ficou internada durante anos no Hospital Psiquiátrico do Juquery, em Franco da Rocha (SP), local onde muitos pacientes tinham tuberculose. A doença foi a causa da morte de muitos deles.
1. Respostas pessoais. Chame a atenção dos estudantes para a forma como a artista representou a cena, as pessoas
e o ambiente, bem como para as cores utilizadas. Peça-lhes que se atentem aos detalhes das expressões faciais, à posição dos corpos, às palavras na parede etc.
2. Respostas pessoais. É provável que os estudantes respondam que a obra apresenta uma pessoa doente, deitada em uma cama, sendo observada por outras pessoas.
3. Resposta pessoal. Se optar por encaminhar as atividades antes da explicação, verifique os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito da tuberculose.
Aurora fez diversas pinturas sobre o cotidiano dos pacientes que, assim como ela, tiveram sua vida marcada por diversas internações em hospitais psiquiátricos, especialmente o de Juquery, no município de Franco da Rocha, em São Paulo. Nesse hospital, Aurora participou de oficinas artísticas em que expressou sua arte por meio de pinturas feitas sobre papel-cartão. Entre os vários temas, ela também pintou as doenças que acometiam os outros pacientes, como a tuberculose, que contaminou e matou muitas pessoas no Brasil. A tuberculose é uma doença que está espalhada em todas as regiões do mundo. Na década de 1940, depois da invenção dos primeiros antibióticos, essa doença praticamente desapareceu dos países ricos, com presença quase exclusiva nos países pobres atualmente.
Combater a tuberculose
Hoje, o Brasil é o país com o maior número de casos notificados de tuberculose das Américas. Essa doença não apenas é um fenômeno biológico mas também, principalmente, um problema social, pois está relacionada com os ambientes produzidos pela extrema pobreza. Ela se dissemina com mais facilidade em áreas de grandes aglomerações de pessoas, nas quais a luz é escassa e o ar mal circula. Causada por uma bactéria, o bacilo Koch, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, embora possa atacar outros órgãos do corpo humano, como rins, ossos etc. Normalmente, quando a bactéria penetra no organismo, ela passa despercebida porque a maioria das pessoas, especialmente as bem alimentadas e saudáveis, matam ou inativam esse micro-organismo. Em contrapartida, em pessoas que estão desnutridas e cuja saúde está fragilizada, o bacilo Koch se reproduz, e a doença se desenvolve.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), é disponibilizado um teste rápido e gratuito para tuberculose, que é uma doença grave, mas tem cura se for identificada nos estágios iniciais e tratada adequadamente.
NOVA VENÉCIA. Assessoria de Comunicação. Secretaria de Saúde faz alerta à população para os sintomas da Tuberculose. Nova Venécia: Prefeitura de Nova Venécia, 2023. Campanha da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Venécia contra a tuberculose. Disponível em: https:// www.novavenecia.es.gov.br/secretaria-de -saude-faz-alerta-a-populacao-para-os-sintomas-da -tuberculose/. Acesso em: 13 maio 2024.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você conhece alguma pessoa que contraiu tuberculose? Na comunidade onde você mora, há casos de tuberculose? Pesquise e identifique as principais formas de prevenção à tuberculose e a maneira como ela é tratada. Registre as informações no diário de experiências e compartilhe com colegas e professor.
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Texto complementar
Explique que a prevenção da tuberculose pode ser feita por todos. Ambientes fechados e mal ventilados contribuem para a transmissão da doença, que ocorre de pessoa para pessoa, principalmente ao espirrar, tossir ou falar, pois o doente com tuberculose pulmonar espalha no ar as bactérias que podem ser aspiradas por outras pessoas.
Após o diagnóstico na unidade de saúde, o tratamento deve ser feito o quanto antes. A única vacina disponível para tuberculose é a BCG, aplicada no primeiro mês de vida. Não existe vacinação para adultos de 30 a 50 anos, que representam a população mais atingida pela doença. No entanto, um diagnóstico ágil e a adesão ao tratamento são soluções para o problema. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, diariamente, sem interrupção, mesmo com o desaparecimento dos sintomas, e só termina quando um profissional da saúde confirmar, por meio de exames, que o paciente está curado.
1. Respostas pessoais. Auxilie os estudantes a realizar a pesquisa nos mecanismos de busca da internet.
07/06/2024 18:30
A tuberculose é uma doença da pobreza, que tem sido negligenciada há muitas décadas. As populações mais atingidas geralmente se encontram em locais com difícil acesso a diagnóstico e tratamento e frequentemente procuram o atendimento tardiamente. Quando buscam o serviço, já terão espalhado a doença para outras pessoas por várias semanas. A menos que tornemos os serviços e diagnóstico disponíveis mais rapidamente a essas populações, não seremos capazes de diminuir o número de casos que acontecem onde chamamos de países de alta carga. […]
CUEVAS, Luis. Tuberculose: uma doença dos pobres. [Entrevista cedida a] Assessoria de Comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. SBMT, Brasília, DF, 8 mar. 2017. Disponível em: https://sbmt.org.br/tuberculose-uma -doenca-dos-pobres. Acesso em: 6 maio 2024.
Durante o relato dos estudantes, garanta um ambiente respeitoso e empático. Não podem ser tolerados comportamentos discriminatórios em relação à vida, a condições físicas e socioeconômicas ou que firam os direitos humanos de qualquer forma.
Converse com os estudantes sobre as doenças indicadas na dupla de páginas. Apresente cada uma delas e peça aos estudantes que compartilhem seus conhecimentos prévios.
A malária se apresenta inicialmente com febre e fraqueza e evolui para dores de cabeça e no corpo e calafrios. Pode ser acompanhada de náuseas e vômitos. Os sintomas levam em média de sete a 14 dias para aparecerem depois da picada do mosquito. Para prevenir a doença, recomenda-se evitar o contato com os mosquitos contaminados por meio de repelentes, mosquiteiros e telas em portas e janelas. Recomenda-se também evitar, desde o entardecer até a manhã, beiras de rios e áreas alagadas.
A cólera está diretamente relacionada ao saneamento básico e às condições de higiene. Os principais fatores de risco são condições precárias de saneamento básico e de higiene soal, consumo de água sem tratamento e de alimentos sem higienização. Portanto, para se prevenir, é preciso lavar as mãos com frequência, manter as áreas de preparação de alimentos limpas, filtrar ou ferver água para consumo, manter o lixo tampado e distante de pessoas e animais. O tratamento é com reposição de líquidos e, algumas vezes, antibióticos.
Explique aos estudantes que a forma de prevenção mais segura contra a febre amarela é a vacinação, administrada em dose única em pessoas que vivem em áreas de risco de transmissão ou viajam para esses locais. As medidas para
Transmissíveis e evitáveis
Algumas doenças que estavam extintas voltaram a aparecer no Brasil. Outras, após melhorias nas condições sanitárias e avanços científicos, como a descoberta de vacinas, desapareceram ou estão controladas no país. Conheça algumas delas.
Malária
Extinta em muitos países, a malária ainda é uma realidade no Brasil. Sua transmissão ocorre por meio de mosquitos, que, ao picarem um indivíduo com malária, sugam-lhe o sangue e transmitem o protozoário causador da doença para outra pessoa na picada seguinte. Bastante comum na Amazônia brasileira, a malária afeta centenas de pessoas anualmente. Apesar de sua gravidade, a doença tem cura com o diagnóstico rápido e o tratamento com antibióticos.
Cólera
GLOSSÁRIO
Autóctone: que se origina na mesma região em que age.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença atingiu o Brasil em 1991, durante a sétima pandemia de cólera, que teve início na Indonésia. A partir de 2006, não houve casos autóctones no país. Transmitida principalmente por meio de água contaminada por vômitos e fezes dos doentes, a cólera se caracteriza por uma infecção intestinal. Frequentemente, é assintomática ou causa diarreia leve. Quando se agrava, causa fortes diarreias, vômitos, dores abdominais e cãibras. Pode ocorrer desidratação intensa, levando a graves complicações e até mesmo ao óbito.
Febre amarela
Entre o final do século XIX e o início do século XX, a febre amarela matou milhares de pessoas no Brasil, principalmente os imigrantes europeus que chegavam a São Paulo. Transmitida por mosquitos, os sintomas da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem depois de três ou quatro dias. A principal ferramenta de prevenção da febre amarela é a vacina, ofertada para toda a população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hanseníase
A doença chegou ao Brasil com os portugueses durante o período colonial e permanece até hoje no país. A hanseníase é uma doença crônica, ou seja, permanece com o doente durante muitos anos, prejudicando lentamente a saúde do indivíduo. Os principais sintomas são manchas na pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e ao frio), sensação de
impedir a proliferação de mosquitos, como evitar acúmulo de água, também contribuem para deter a propagação da doença. O tratamento é apenas controle dos sintomas. Só casos mais graves exigem internação para reposição de líquidos. Para prevenção da hanseníase, os organismos de saúde recomendam hábitos saudáveis, alimentação adequada, prática de exercícios e boas condições de higiene. Caso a doença se instale, ela é tratada com antibióticos.
formigamento em mãos e pés, caroços (nódulos) no corpo etc. A transmissão ocorre através das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse e espirro) de pacientes infectados.
Qualquer doença que cause inflamação no fígado é chamada de hepatite. Existem cerca de cinco tipos de hepatites, nomeadas pelas letras A, B, C, D e E. As mais comuns no Brasil são A, B e C. O contágio de hepatite A, por exemplo, ocorre por meio da água ou de alimentos contaminados com fezes. Já a hepatite C pode ser transmitida por meio do contato com sangue contaminado.
GLOSSÁRIO
Parasito: ser vivo que vive à custa ou na dependência de outro ser vivo.
Causada por um parasito transmitido principalmente por meio da picada de um inseto, conhecido popularmente como “barbeiro”, a doença de Chagas provoca problemas graves no coração, no aparelho digestivo e no cérebro. A transmissão também ocorre pela ingestão de alguns alimentos, principalmente açaí e garapa contaminados pelo inseto, mas também carne de caça crua ou malcozida etc. O tratamento contra essa doença, incluindo a medicação, é fornecido gratuitamente pelo SUS.
De modo geral, a maioria das hepatites causa certo mal-estar, que dura poucos dias e desaparece sem tratamento. No entanto, é possível que a doença se torne crônica, levando ao comprometimento do fígado, evoluindo para cirrose e falência do órgão. Dos três tipos mais comuns no Brasil, a hepatite C é aquela que se torna doença grave com mais frequência. Sua prevenção se faz pelo uso de preservativos e evitando o compartilhamento de agulhas.
Transmitida por um mosquito chamado Aedes aegypti, que chegou a ser erradicado do território brasileiro, a doença voltou a ocorrer no país nos anos 1980. A partir dessa década, principalmente durante os meses de verão, ela afeta milhares de pessoas em diferentes regiões brasileiras. Os sintomas são febre alta, dor no corpo e nas articulações, mal-estar, dor de cabeça etc. Não existe tratamento específico para a dengue, mas na presença dos primeiros sinais da doença é importante buscar ajuda médica. A vacinação teve início no Brasil em 2024, em um esquema de imunização de duas doses com intervalo de três meses. A estimativa do governo foi, no primeiro ano da vacinação, imunizar por volta de 3,2 milhões de pessoas.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Pesquise uma doença grave que foi controlada no Brasil. Anote as características dessa doença, as formas de transmissão dela e o modo como foi controlada. Registre em seu diário de experiências e, na data combinada com o professor, apresente para a turma.
Atividade
1. Auxilie os estudantes a realizar a pesquisa nos mecanismos de busca da internet ou na biblioteca da escola. Doenças que séculos atrás eram consideradas um problema de saúde pública estão controladas na atualidade. Alguns exemplos são: rubéola, coqueluche, varíola, poliomielite (paralisia infantil), caxumba, febre amarela etc.
As formas de prevenção à dengue consistem em evitar a proximidade com mosquitos, utilizando repelentes e evitando acúmulo de água. Caso os sintomas não cedam entre o terceiro e o sétimo dia da doença, é preciso avaliar o agravamento do quadro, que pode evoluir para extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias.
Durante a pesquisa dos estudantes, é importante que eles destaquem o papel da vacinação como política pública brasileira. A imunização da população reduziu o número de pessoas passíveis de serem infectadas por patógenos, ou seja, por organismos que podem produzir doenças. Com isso, aos poucos, as doenças foram desaparecendo ou o número de infectados diminuiu bastante.
Conduza a temática por meio da metodologia da aula dialogada. Nesse caso, pretende-se realizar uma avaliação processual, pois serão retomados conceitos trabalhados na unidade 1, como zoonoses e Saúde Única. Registre as contribuições dos estudantes, verificando eventuais casos em que o conhecimento desenvolvido não foi incorporado ao repertório. Identifique esses casos e encaminhe leituras e atividades extras, de modo a sanar as defasagens. Ao longo da conversa, retome com a turma que a covid-19, da qual se espera que todos tenham memória recente, classifica-se como uma zoonose. Nesse momento, solicite aos estudantes que definam esse conceito. Reforce que a ocorrência de zoonoses normalmente é consequência da ocupação humana em áreas anteriormente cobertas por vegetação original, o que aproxima os agrupamentos sociais de espécies animais com as quais tinham pouco contato.
Analise o mapa a seguir.
Mundo: disseminação da covid-19 – até abril de 2024
Ásia e Oceania África
Europa América
a proporção de infectados entre os continentes. Portanto, não representa valores exatos.
NÃO
Elaborado com base em: WHO. WHO covid-19 dashboard. Genebra, Suíça: WHO, 2024. Disponível em: https://data.who.int/dashboards/covid19/cases. Acesso em: 24 maio 2024.
Consulte orientações no MP.
1. Quais informações estão representadas no mapa? Observe o título e a legenda para responder à questão.
2. Qual continente recebeu os menores fluxos de pessoas infectadas por covid-19?
3. Que memórias você tem sobre a pandemia de covid-19? Converse com colegas e professor.
A covid-19 marcou negativamente a vida de toda a população mundial. Milhares de vidas foram perdidas, e muitos ficaram com sequelas da doença. O período de isolamento foi difícil para muitas pessoas e influenciou diretamente o aumento de diagnósticos de transtornos como ansiedade e depressão. Mesmo com o fim dessa pandemia, de acordo com cientistas, há grandes chances de ocorrerem outras a curto ou médio prazo. Isso se deve ao modo como o espaço geográfico é produzido: a natureza sendo degradada e vista como recurso econômico, o que sujeita grande parcela da população mundial a más condições de vida. Observe, a seguir, alguns dos fatores que, relacionados, ajudam a explicar o surgimento de doenças e pandemias.
• Proximidade com animais silvestres: com as cidades e áreas agrícolas avançando sobre matas e florestas, aumenta a proximidade entre espécies animais e
GLOSSÁRIO
Animal silvestre: animal que vive livremente em seu hábitat natural, sem depender do ser humano. 50
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1. O mapa representa a disseminação da covid-19 pelo mundo e a quantidade de pessoas infectadas até abril de 2024.
2. A Oceania (Antártida não foi considerada).
3. Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre as experiências em relação à covid-19, deixando-os à vontade para fazer os relatos. Procure incentivar também as histórias de superação e solidariedade na comunidade onde vivem.
grupos humanos. Além disso, retirar animais de seu hábitat para serem consumidos e comercializados ilegalmente gera desequilíbrio no ecossistema e transmissão de vírus que podem circular entre algumas espécies.
Para denunciar o comércio ilegal de animais silvestres e outros problemas ambientais, fale com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no telefone 0800 061 8080.
A denúncia também pode ser feita para a Polícia Militar, no telefone 190, ou na delegacia mais próxima de onde você estiver.
Agentes do Ibama carregam gaiola contendo araras-azuis-de-lear resgatadas do Togo, na África ocidental. Guarulhos (SP), 2024.
• Crescimento das cidades: nas últimas décadas, o avanço urbano foi acompanhado pela ocupação de áreas de risco, com moradias inadequadas e pessoas vivendo muito próximo umas das outras, o que aumenta o risco de contágios.
• Globalização: faz parte desse processo o aumento de fluxos de pessoas e mercadorias pelo mundo, o que, por sua vez, aumenta o fluxo de vírus e bactérias causadores de doenças e a velocidade de transmissão pelo mundo. A pandemia de peste negra (peste bubônica), originada na China, no século XIV, levou quase 20 anos para chegar até a Europa. A gripe de 1918, chamada de gripe espanhola, levou um ano para se espalhar pelo mundo. Cerca de cem anos depois, a covid-19 se alastrou para diversos países em menos de dois meses.
Todos os fatores comentados aumentam o risco de zoonoses (doenças transmitidas entre animais e pessoas), que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), correspondem a cerca de 60% das doenças infecciosas humanas. Existem mais de 200 tipos de zoonoses, entre as quais estão: dengue, febre amarela, malária, gripe, covid-19, entre muitas outras.
ATIVIDADES
4. Se um dos fatores do surgimento de novas doenças e pandemias tem relação com a devastação de florestas, quais ações o governo e a sociedade devem tomar? Responda com base em seus conhecimentos sobre o que acontece com os biomas brasileiros.
5. Atualmente, existe alguma doença recorrente no município, no bairro ou na comunidade onde você mora? Se sim, que fatores explicam a disseminação dessa doença? Como ela pode ser prevenida?
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Antes da realização da leitura da página, converse com os estudantes sobre as experiências e os conhecimentos deles sobre a disseminação da covid-19 e de outras zoonoses. Promova um ambiente seguro para que os que queiram falar possam fazê-lo sem constrangimentos.
Ao conversar com a turma sobre o fator “crescimento das cidades”, instigue-os a refletir sobre a desigualdade espacial: quais cidades ou quais áreas das cidades estão mais vulneráveis à transmissão de zoonoses? Como as desigualdades ficaram exacerbadas durante a pandemia da covid-19? Destaque o caso da gripe espanhola. Essa gripe, também chamada gripe de 1918, recebeu essa denominação porque a Espanha, não envolvida na Primeira Guerra Mundial, foi o país que mais divulgou os casos, uma vez que as nações em conflito impuseram censura ao tema. Uma das hipóteses é que essa gripe teve origem nos Estados Unidos.
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4. Espera-se que os estudantes citem, por exemplo, a devastação da Amazônia e indiquem que governos devem agir para freá-la com fiscalizações de combate ao desmatamento para diferentes fins (garimpo, mineração etc.), caça de animais, invasão de terras indígenas e áreas protegidas etc. Caso os estudantes não abordem esses pontos, lembre a eles que também é necessário que a sociedade se sensibilize para o problema e cobre dos órgãos responsáveis atuações contra a devastação.
5. Respostas pessoais, de acordo com o lugar onde os estudantes vivem. Avalie se os estudantes citam as medidas de prevenção estudadas ao longo da unidade. Se julgar conveniente, oriente os estudantes a ir às UBSs locais para buscar as respostas às questões.
Como desafio, solicite aos estudantes que relacionem o que foi estudado nesta aula com o conceito de Saúde Única, desenvolvido na unidade 1. Espera-se que eles percebam as zoonoses como efeito da interação entre as saúdes humana, animal e ambiental.
Conduza a leitura e interpretação do mapa. Chame a atenção dos estudantes para a linha que representa a divisão do mundo em Norte e Sul. Explique que essa divisão tem como critério as condições socioeconômicas e o poder geopolítico dos países. Assim, o grupo de países do Norte (também conhecidos como países desenvolvidos) tem maior relevância mundial que o grupo de países do Sul Global (que já foram chamados de países subdesenvolvidos; atualmente descritos como em desenvolvimento). Explique para os estudantes que essa regionalização tem alto grau de generalização, visto que entre os países do Sul, por exemplo, há aqueles considerados “emergentes” (como Brasil, China, México, Índia e África do Sul) e aqueles que estão entre os mais pobres do mundo. Oriente os estudantes a identificar os nomes dos países no planisfério político da página 283, ampliando a familiaridade deles quanto à localização espacial. Explique à turma que o grupo de enfermidades mencionado na página é chamado de “doenças negligenciadas” por órgãos de saúde, como a OMS. Para saber mais, acesse os conteúdos sugeridos no boxe Indicações
Atividades
1. O mapa apresenta os países onde foram identificados casos de malária entre 2000 e 2022. O Brasil está no grupo de países que apresentaram um ou mais casos de malária no período analisado. O mapa também representa a divisão entre países do Norte e países do Sul Global.
Malária no mundo e no Brasil
Observe o mapa desta página.
Mundo: casos de malária – 2000 a 2022
Círculo Polar Ártico
de Câncer
OCEANO PACÍFICO
Um ou mais casos de malária
Sem casos de malária entre 2021 e 2022
Sem casos de malária em 2022
Sem malária desde 2000
Sem malária
Sem dados
Divisão Norte/Sul Nota: Os dados se referem aos casos autóctones ou seja, aqueles em que a doença é contraída onde a pessoa vive.
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO Meridiano de Greenwich
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Elaborado com base em: WHO. World malaria report 2023 Genebra, Suíça: WHO, 2023. p. 9. Disponível em: https://www.afro.who.int/publications/world-malaria-report-2023. Acesso em: 26 abr. 2024.
Consulte orientações no MP.
1. Quais informações foram representadas no mapa? Qual é a situação do Brasil?
2. Considerando a divisão Norte-Sul representada no mapa, em qual dessas duas regiões do mundo está localizada a grande maioria dos países com ocorrência de malária?
3. Relacione o mapa anterior com o da página 283 e identifique dois países de cada continente afetado.
4. Você ou alguém que conhece já teve malária? O que você sabe sobre essa doença?
Apesar dos avanços científicos no mundo atual, muitas doenças que existem há séculos ainda não foram eliminadas ou tratamentos eficazes não foram desenvolvidos para erradicá-las. Uma das explicações para isso é que grande parte do tratamento dessas doenças não gera lucro para os laboratórios, pois muitas ocorrem principalmente em países do chamado Sul Global, os quais, em grande maioria, não têm condições de pagar por pesquisas científicas e medicações. E, como você estudou, as moradias inadequadas, com condições de saneamento e higiene precárias, são fatores que disseminam doenças como malária, febre amarela, doença de Chagas, dengue, zika, entre outras.
Sul Global é a região do mundo da qual fazem parte países que, em geral, têm como características comuns a grande desigualdade social, o passado colonial e a exploração que sofreram e sofrem. 52
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2. A malária é mais frequente em países do Sul Global.
3. Alguns exemplos podem ser: América: Brasil, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala, México e República Dominicana.
África: África do Sul, Essuatíni, Madagascar, Botsuana, Namíbia, Zimbábue, Moçambique, Zâmbia, Angola, Malauí, Tanzânia, República Democrática do Congo, Congo, Gabão, Quênia, Uganda, Somália, Eritreia, Djibuti, Sudão, Sudão do Sul, Chade, Níger, Nigéria,
Camarões, República Centro-Africana, Guiné Equatorial, Togo, Gana, Benin, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné, Burkina Fasso, Mali, Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal e Mauritânia.
Ásia: Iêmen, Irã, Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh, Mianmar, Laos, Tailândia, Vietnã, Camboja, Indonésia e Filipinas.
Oceania: Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Vanuatu.
4. Respostas pessoais. Reserve um tempo para os estudantes relatarem vivências e conhecimentos.
Observe a fotografia desta página e relacione a paisagem retratada com a ocorrência de doenças transmitidas por mosquitos, como a malária.
Garimpo ilegal próximo ao Polo Base Xitei, na Terra Indígena Yanomami. Boa Vista (RR), 2024.
Observe, agora, a situação do estado de Roraima no mapa desta página.
ATIVIDADES
5. Qual era a situação de Roraima em 2022?
6. Ao comparar esse mapa com o da página 282 e observar as grandes regiões do Brasil, qual delas se destaca? Qual floresta recobre grande parte dessa região?
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2022. Brasília, DF: MS, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/ saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao -epidemiologica-da-malaria/mapa-de-risco/ mapa-de-risco-por-municipio-de-infeccao -brasil-2022/view.
Acesso em: 26 abr. 2024.
Brasil: risco de casos de malária, por município – 2022
Oriente os estudantes a observar atentamente a fotografia, chamando a atenção deles para as áreas alagadas. Pergunte à turma como a paisagem pode se relacionar às doenças negligenciadas. Avalie se os estudantes concluem que áreas como essas são criadouros de mosquitos, possíveis vetores das doenças.
CHILE PARAGUAI
Classificação de risco
Alto risco
Médio risco
Baixo risco
Muito baixo risco
Sem transmissão
Divisa estadual
Fronteira internacional
ARGENTINA
A maior parte do Norte do Brasil, que conta com extensas áreas da Floresta Amazônica, é uma região endêmica da malária. Grande parcela dos casos está associada ao garimpo: a vegetação é retirada, e grandes áreas são alagadas, razão pela qual se formam poços de água parada nos quais os mosquitos transmissores da doença se proliferam. As populações indígenas, como as do povo yanomami em Roraima, estão entre as mais afetadas. Entre as ações de prevenção contra a malária e outras doenças transmitidas por mosquitos estão a fiscalização de áreas ilegais de garimpo, as melhorias nas condições de moradia das pessoas e as obras para drenagem de águas paradas, a fim de reduzir os criadouros. 53 D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET7-U02-036-059-LE-G25_AVU.indd
MENEZES, Maíra. Aumento do número de casos de malária tem correlação direta com o garimpo ilegal. Rio de Janeiro: Fiocruz, 12 abr. 2023. Disponível em: https://portal.fiocruz. br/noticia/aumento-do-numero-de-casos-de-malaria-tem-correlacao-direta-com-o-garimpo -ilegal. Acesso em: 6 maio 2024.
Notícia sobre o aumento do número de casos de malária. VIDAL, Luiza. Quem liga para elas? VivaBem UOL, São Paulo, 31 mar. 2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/reportagens-especiais/doencas-negligenciadas. Acesso em: 6 maio 2024.
A reportagem trata da prevalência de doenças negligenciadas em países do Sul Global. VALVERDE, Ricardo. Doenças negligenciadas. Agência Fiocruz de Notícias, Rio de Janeiro, [2 ago. 2013]. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/doencas-negligenciadas. Acesso em: 6 maio 2024.
Informativo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre doenças negligenciadas.
Chame a atenção dos estudantes para os elementos do mapa necessários à leitura dele, como as siglas das Unidades da Federação e o significado das cores. Se necessário, oriente-os a consultar o mapa do Brasil na página 282 Caso a escola se localize na Região Norte do Brasil ou nos estados vizinhos, na Amazônia Legal, converse com a turma sobre a presença da malária no cotidiano da população, bem como sobre a vasta dimensão de problemas sociais, econômicos e ambientais relacionados à devastação da floresta.
Se a escola se localizar em outra região do país, verifique se existem estudantes migrantes da Região Norte ou que já tenham vivido em alguma parte da Amazônia. Em todos os casos, parta do conhecimento prévio dos estudantes para dimensionar o papel das atividades humanas na região em relação à ocorrência da malária.
5. Em 2022, todo o território da Unidade da Federação tinha risco de malária, estando a maior parte dele em “alto risco” de transmissão. 6. Região Norte, na qual há grande número de municípios com alto risco de malária. A exceção em 2022 era o estado do Tocantins. A vegetação predominante da região é a Floresta Amazônica.
A seção propõe o debate sobre fake news e desinformação em relação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro e possibilita interdisciplinaridade com Ciências da Natureza. Explique que, além da ampla vacinação, outros fatores contribuíram para o rápido declínio da mortalidade infantil, como maior acesso a medicações, tratamentos e prevenções de doenças; criação do Sistema Único de Saúde (SUS); melhorias nas condições de vida da população por meio de obras de saneamento básico, entre outros. Para a discussão sobre fake news, conte com os relatos dos estudantes sobre informações falsas com as quais eles já se depararam. Explique que muitas vezes elas são embasadas em interesses econômicos e políticos. Ressalte que, com os avanços das mídias digitais, a divulgação delas se torna muito mais rápida, especialmente por meio de compartilhamentos. É preciso destacar que nem todas as pessoas que compartilham desinformação o fazem por má-fé. Explique que, em muitos casos, a pessoa realmente acredita na informação falsa. Converse com os grupos sobre quais atitudes tomar diante dessas situações. Espera-se que eles concluam que é preciso checar as fontes, desconfiar de tons alarmistas e sensacionalistas e suspeitar de casos em que não haja embasamento científico. Explique que tais medidas devem ser compartilhadas com amigos e parentes que, porventura, sejam alvos de fake news.
Vacinas salvam vidas!
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem o tema da vacinação com base em experiências e vivências pessoais.
Imagine um país no qual, a cada mil crianças nascidas vivas, quase cem morrem antes de completar um ano de idade. Esse era o Brasil antes da criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído em 1973, que levou a vacinação para a maioria das crianças do país e reduziu a taxa de mortalidade infantil.
Em 2022, por exemplo, essa taxa era de 15 mortes para cada mil nascidos vivos. Atualmente, o PNI do Brasil é um dos maiores do mundo, oferecendo vacinas para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação.
O sucesso do PNI, sob a responsabilidade do SUS, deve-se, entre outros fatores, à ampla campanha para informar as pessoas sobre a importância da vacinação.
Nos últimos anos, no entanto, doenças como sarampo e poliomielite têm voltado a acometer as crianças em razão da queda no percentual de vacinados. Essa queda se acentuou após a pandemia de covid-19, quando muitas informações falsas, as chamadas fake news, foram disseminadas, especialmente nas redes sociais.
2. Resposta pessoal. Chame a atenção dos estudantes para a importância de checar informações
recebidas por redes sociais ou canais não confiáveis, como ler todo o conteúdo de uma notícia, e
Por isso, há um grande desafio de combater as fake news e conscientizar a população sobre a necessidade e a importância de tomar as vacinas. A internet é uma ferramenta que pode contribuir para que informações confiáveis e campanhas alcancem as pessoas, inclusive por meio de linguagens bastante utilizadas nas redes sociais, como os memes. Analise o meme desta página.
ATIVIDADES
Atividades
1. Reserve tempo para que os estudantes compartilhem suas respostas, caso se sintam à vontade para fazê-lo.
não apenas o título; identificar o que é opinião e o que é fato comprovado; verificar a fonte da informação e se ela é confiável; e identificar a data de publicação.
Meme de campanha de vacinação do Ministério da Saúde, 2018-2019.
2. Aproveite a atividade para acompanhar a sistematização dos estudantes daquilo que foi estudado. A atividade pode ser instrumento de avaliação e verificação de possíveis mudanças de atitudes dos estudantes diante do primeiro contato com novas informações.
3. Converse com os estudantes sobre o calendário de vacinação e a importância de se organizarem para não deixar de tomar as vacinas. Além disso, reforce a importância do cuidado para que os dependentes também sejam vacinados (como crianças e pessoas idosas).
Consulte orientações no MP.
1. Qual seria a sua resposta para a pergunta feita no meme? Comente.
2. Você costuma checar as informações que recebe nas redes sociais antes de compartilhá-las? Converse com colegas e professor.
3. Você diria que, na comunidade, no bairro ou no município onde você vive, as campanhas de vacinação do SUS atingem os objetivos de vacinar o público-alvo? Por quê?
SAIBA MAIS
• INSTITUTO BUTANTAN. Fato ou fake: o que é verdade e o que é mentira nas notícias de saúde. São Paulo: Instituto Butantan, [2024]. Disponível em: https://butantan. gov.br/covid/butantan-tira-duvida/ tira-duvida-fato-fake. Acesso em: 24 abr. 2024. A página do Portal do Butantan traz informações verdadeiras (fatos) e chama a atenção para o que é falso (fakes).
3. Respostas pessoais. Os estudantes podem responder com base no conhecimento e nas experiências deles e nas conversas com familiares e vizinhos. Você pode, ainda, orientar uma pesquisa feita por trabalho de campo em UBS.
BARBOSA, Ana Cláudia Amorim; PAIVA, Nágila Rodrigues. Fala aê, especialista: memes e vacinas. [Entrevista cedida a] Fernanda Marques. Fiocruz Brasília, Brasília, DF, 30 maio 2022. Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/ fala-ae-especialista-memes-e-vacinas. Acesso em: 6 maio 2024. O texto é uma entrevista com as jornalistas responsáveis pela comunicação da campanha de vacinação do Ministério da Saúde. POR QUE doenças infantis que foram erradicadas estão voltando? 2023. Vídeo (7 min). Publicado pelo canal Drauzio Varella. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yCyoAkscWrU. Acesso em: 6 maio 2024.
No vídeo, o médico alerta sobre a volta de doenças como sarampo, poliomielite e coqueluche. LISBOA, Vinícius. Fake news sobre vacinas buscam gerar medo, dúvidas e lucro. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 17 set. 2023. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-09/fake-news-sobre-vacinas-buscam-gerar-medo-duvidas -e-lucro. Acesso em: 6 maio 2024.
O texto trata do alerta da OMS sobre a infodemia.
BOTELHO, Patrick Bragança. Você sabe o que é infodemia? [Florianópolis]: Politize!, 19 out. 2021. Disponível em: https://www.politize.com.br/infodemia. Acesso em: 6 maio 2024.
O artigo explica o conceito de infodemia.
A seção tem por objetivo incentivar a participação cidadã dos estudantes. Por meio da proposta, espera-se que eles se reconheçam como agentes sociais e se sintam motivados a tomar atitudes proativas no sentido de contribuir para a solução de problemas na comunidade onde vivem.
Os temas trabalhados ao longo desta unidade podem fornecer o ponto de partida e a inspiração para a escolha do setor em que querem atuar. Assim, colabore para a reflexão dos estudantes, discutindo com eles quais problemas mais os incomodam. Retome assuntos tratados, como situações de preconceito, necessidade de maior representatividade de algum grupo social, prevenção de doenças, cuidados com a saúde, medidas que promovam o bem-estar, combate a notícias falsas etc. Esclareça que a escolha do problema social deve envolver princípios éticos, como luta por direitos, respeito às pessoas, promoção de igualdade e de justiça social, causas ambientais ou movimentos que gerem saúde e bem-estar de pessoas e animais.
A depender de como transcorra a discussão, dada a heterogeneidade da turma, avalie a formação dos grupos com base na comunidade onde vivem e nos problemas em que desejam atuar. A tônica da atividade deve partir do interesse genuíno dos estudantes em exercer a cidadania por meio de atuação prática em uma causa.
O engajamento de membros da sociedade em ações e discussões sobre as práticas da saúde geraram, entre outros movimentos, o Movimento Antipsiquiatria, uma mobilização mundial que contesta as práticas da psiquiatria tradicional, como o uso de eletrochoques e internações compulsórias, cirurgias e outras práticas que são consideradas violentas e ferem os direitos humanos. A antipsiquiatria influenciou a luta pela humanização dos tratamentos médicos psiquiátricos e o Movimento Antimanicomial, que luta contra a internação dos pacientes psiquiátricos, defendendo que eles não representam ameaças nem oferecem risco à sociedade. Nise da Silveira, que você conheceu no início desta unidade, foi uma das principais vozes desse movimento no Brasil.
Manifestantes no Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Fortaleza (CE), 2023.
O ativismo pode ser compreendido como a atitude de defender uma causa. Ao compreender situações e realidades, podemos desenvolver sentimentos de empatia e pertencimento por uma causa, que pode ser social ou ambiental ou pode tratar de outro tema. Ao nos organizarmos e nos mobilizarmos em prol de uma causa, podemos gerar transformações na sociedade.
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ATIVIDADE
1. Convide colegas e professores para diagnosticar e discutir um problema com base no interesse da turma e no contexto da sua localidade.
PASSO A PASSO
a) Diagnosticar e estudar o problema.
I Investigue o local onde você vive para identificar problemas e elaborar possíveis ações.
II Escolha um problema e faça uma pesquisa sobre ele em livros e na internet. Procure saber se já existem ações e propostas de resolução.
III Registre os dados levantados na pesquisa em seu diário de experiências e depois compartilhe com colegas e professor por meio de reuniões e conversas.
b) Recolher a opinião da comunidade.
I Para compreender a relevância do problema e pensar em possíveis soluções, ouça membros da sua família e da comunidade local. Você pode realizar entrevistas gravadas (por áudio ou vídeo) ou fazer anotações em seu diário de experiências
II Traga esses relatos e opiniões levantados com a comunidade sobre o problema para conversar em grupo.
c) Estabelecer estratégias e ações.
I Com base no que foi pesquisado e discutido, proponha estratégias para uma campanha coletiva com o objetivo de solucionar o problema ou minimizar seus danos.
II Crie uma frase de impacto para chamar a atenção da comunidade para o debate sobre o problema, em busca de soluções.
III Reúnam-se e compartilhem suas ideias.
IV Por meio de votação, escolham uma frase e uma imagem para representar a campanha.
d) Divulgar a campanha.
I A divulgação da campanha pode ser feita por meio de cartazes físicos, mensagens digitais ou linguagens artísticas, como cenas teatrais (com o formato de teatro fórum, por exemplo), canções ou exposições de Artes Visuais.
II Outra proposta de comunicação pode ser criar vídeos, documentários e podcasts e compartilhá-los nas redes sociais.
Grandes transformações sociais podem surgir de ações individuais com trabalhos voluntários e colaborativos. Assim, avalie quais são as suas habilidades e onde você poderia fazer a diferença no ativismo e engajamento social. Analise sua realidade e as possibilidades de contribuir para a resolução de problemas sociais, em prol do seu bem-estar e do bem-estar de outras pessoas.
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Atividade
Com os temas definidos, acompanhe a pesquisa dos estudantes a respeito de possíveis soluções que já tenham sido implementadas em outras localidades. Caso encontrem, auxilie-os a avaliar se tais soluções se aplicam à realidade deles ou se podem ser adaptadas. Caso considere pertinente, organize os estudantes em grupos para a realização da atividade.
Considerando a disponibilidade de tempo extraclasse dos estudantes, sugira a possibilidade de fazerem a pesquisa de campo individualmente. Oriente a realização de registros precisos do que encontraram em campo de modo a compartilhar com os demais membros da equipe.
Acompanhe as reuniões para decidir os meios de divulgação da campanha. Explique que o objetivo final – levar a mensagem à comunidade, a grupos específicos, a autoridades – tem de ser considerado a todo momento. Portanto, a escolha de imagens, slogan e textos deve estar sempre alinhada ao público a que a campanha se dirige.
Atividades
1. a) As afirmações corretas são II e IV. De acordo com o texto, a devastação da Amazônia aproxima a ocupação humana de hábitats não ocupados anteriormente, com animais que abrigam grande quantidade de patógenos. Portanto, a afirmativa I está incorreta. Pela mesma razão da superexposição a patógenos até então desconhecidos, a ocupação em larga escala do bioma amazônico apresenta grande probabilidade de que uma nova pandemia surja no Brasil, o que invalida a afirmação III. Espera-se que os estudantes ilustrem fatores como: proximidade e contato entre animais silvestres e seres humanos, por causa da devastação de florestas, do tráfico e consumo desses animais; crescimento das cidades e ocupação de áreas de risco, com moradias inadequadas e pessoas vivendo muito próximas umas às outras; processo de globalização, que aumentou os fluxos de pessoas e mercadorias pelo mundo, juntamente com o fluxo de vírus e bactérias causadores de doenças.
1. Leia o trecho desta notícia e, depois, faça as atividades. Por que a próxima pandemia pode surgir no Brasil
Se patógeno nunca antes visto escapasse da Amazônia, 1,2 bilhão de pessoas poderiam ser infectadas em 6 meses […]
Alguns dos vírus mais devastadores que infectaram humanos no século passado surgiram de morcegos.
Consulte orientações no MP. GLOSSÁRIO
Patógeno: organismo que causa doenças, como vírus, bactérias, fungos etc.
Por razões que incluem seu grande número e diversidade, os animais são um reservatório significativo de patógenos que podem adoecer as pessoas. E, devido ao vasto tamanho da floresta amazônica e à rápida invasão humana em seus hábitats pouco conhecidos, alguns cientistas veem o Brasil como um provável berço de uma futura pandemia.
SPRING, Jake et al. Por que a próxima pandemia pode surgir no Brasil. Folha de S.Paulo, São Paulo, 16 maio 2023. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/05/por-que-a-proxima -pandemia-pode-surgir-no-brasil.shtml. Acesso em: 24 abr. 2024.
a) De acordo com o trecho da notícia e com o que você estudou, identifique as afirmações corretas.
I A devastação da Amazônia não tem relação com o provável surgimento de uma nova pandemia.
II A devastação da Amazônia resulta na destruição dos hábitats, entre eles o de morcegos.
III O risco de surgir uma pandemia no Brasil é muito baixo, pois não há ações de devastação de biomas no país.
IV Vírus ou outros patógenos presentes em animais, como em morcegos, podem ser transmitidos para as pessoas.
b) No diário de experiências, produza uma colagem que fale sobre os fatores de transmissão de doenças e pandemias que acometeram as sociedades, bem como as possibilidades de casos futuros, como a citada no trecho da notícia.
2. Na época da covid-19, muitas pessoas tiveram a sensação de que não havia acontecido nada pior no mundo no que se refere a mortes causadas por doenças. Sobre isso, observe o gráfico e faça as atividades.
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Elaborado com base em: LEPAN, Nicholas. Visualizing the history of pandemics. Vancouver: Visual Capitalist, 2020. Disponível em: https://www.visualcapitalist.com/history-of-pandemics-deadliest/. Acesso em: 24 abr. 2024.
a) Qual pandemia causou o maior número de mortes?
b) Compare a peste negra, a praga de Justiniano, a gripe espanhola e a covid-19 em relação ao número de mortes (total e percentual). De acordo com o que você aprendeu, o que pode justificar a discrepância entre a peste negra e as demais pandemias citadas?
c) O que aconteceria se a pandemia de covid-19 tivesse o mesmo percentual de óbitos da peste negra?
3. Leia o trecho da notícia a seguir. Depois, faça a atividade. Brasil ultrapassa 5 milhões de casos prováveis de dengue [...]
O Brasil já contabiliza 5.100.766 casos prováveis de dengue em 2024. O número representa mais do que o triplo de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado, quando foram anotados 1.649.144 casos. [...]
LABOLSSIÈRE, Paula. Brasil ultrapassa 5 milhões de casos prováveis de dengue. Agência Brasil, Brasília, DF, 21 maio 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-05/brasil -ultrapassa-5-milhoes-de-casos-provaveis-de-dengue. Acesso em: 27 maio 2024.
• Você já foi vacinado contra a dengue? Faça uma pesquisa sobre a situação da vacinação no país. Descubra quantas pessoas já foram vacinadas e quantas ainda precisam ser vacinadas, quais grupos etários têm prioridade na vacinação, o número de doses necessárias, o intervalo de tempo entre as doses, a situação da vacinação em seu município e outras informações relevantes. Depois, troque as informações coletadas com colegas e professor.
O infográfico “Enfermidade e isolamento na Idade Média” explora informações sobre as doenças que assolaram milhares de pessoas no período da Idade Média e destaca as medidas de controle das enfermidades daquele período e ainda presentes na atualidade.
2. a) Peste negra. b) A peste negra matou 200 milhões de pessoas, o que equivalia a cerca de 51% da população da Terra no século XIV. A gripe espanhola matou 45 milhões de pessoas (2,5% da população mundial) no início do século XX. A covid-19 fez 6,9 milhões de vítimas no início do século XXI, o correspondente a 0,09% da população mundial. Considerando-se apenas a velocidade de locomoção de pessoas e mercadorias, espera-se que os estudantes afirmem que, na atualidade, as doenças antigas vitimariam uma parcela bem maior da população. No entanto, destaque que, ao mesmo tempo que o deslocamento espacial está muito mais rápido e mais acessível, as técnicas médicas e as descobertas farmacêuticas atuam no sentido de conter epidemias com mais facilidade e agilidade que no passado.
c) Durante a peste negra morreram 51% da população mundial da época. Hoje, esse percentual corresponderia a cerca de 4 bilhões de mortos. Sugira um trabalho interdisciplinar com o professor de Matemática para explorar os percentuais, comparando as proporções de mortes.
3. a) Resposta pessoal. Auxilie os estudantes na pesquisa dos dados. No site do Ministério da Saúde (disponível em: https:// www.gov.br/saude/pt-br/ assuntos/saude-de-a-a -z/d/dengue; acesso em: 24 maio 2024) são disponibilizadas informações mais recentes sobre a vacinação contra a dengue.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Saúde e bem-estar e pretende contribuir para a conscientização dos estudantes quanto aos processos de produção, distribuição e consumo de alimentos, bem como para a ampliação do conceito de segurança alimentar e nutricional, considerando uma diversidade de contextos e recortes geográficos, históricos, culturais e sociais. Para alcançar esse objetivo, a alimentação é estudada destacando seu papel no reconhecimento de identidades culturais, na arte e no consumo. Além disso, são analisados saberes e práticas da produção e do consumo de alimentos, entendidos como Patrimônios Imateriais.
Objetos de conhecimento
Pop art e land art Horta coletiva
Culinária e identidade cultural
Alimentos e patrimônios
Fome, subnutrição e segurança alimentar
Para iniciar a unidade, organize uma roda de conversação e convide os estudantes para uma leitura coletiva do trecho da canção “Acará”, cantada por Margareth Menezes. Explique à turma que acará, ou àkàrà, é o nome usado no continente africano para acarajé, prato típico da gastronomia baiana originário das culinárias africana e afro-brasileira. Pergunte se os estudantes reconhecem esse alimento e peça que compartilhem os sabores e as memórias que ele provoca. Peça a eles que relacionem a imagem de Ammer Jácome, “Mãe brasileira”, à canção e
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam a imagem, analisando a temática e o modo como o artista articulou linhas, formas, cores, texturas e volumes, e comentem se a obra desperta pensamentos, memórias, sensações ou emoções.
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conclua incentivando-os a inferir os motivos da escolha desse título para a obra. Para aprofundar o tema, comente com os estudantes que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) criou o “Livro de Registros dos Saberes” para documentar os bens culturais imateriais da cultura brasileira. O livro registra conhecimentos e práticas culturais tradicionais de diversas comunidades, abordando técnicas, ofícios e manejo de materiais, além de alimentos que representam as identidades culturais de um grupo social ou localidade específica. Esses saberes, geralmente trans-
mitidos de geração em geração por meio do fazer, são importantes para a cultura, a memória e a identidade dessas comunidades. No site do Iphan (disponível em: https://www.gov.br/iphan/pt-br; acesso em: 6 maio 2024), há registros como os modos artesanais de fazer o queijo de Minas, a viola de cocho e a renda irlandesa; os ofícios das baianas de acarajé, das paneleiras de Goiabeiras, bairro do município de Vitória (ES), dos mestres de capoeira e dos sineiros; os modos e rituais de fazer as bonecas karajá (ritxòkò); a produção
■ Identidades culturais, arte e consumo
■ Alimentos e patrimônios
■ Segurança alimentar e nutricional
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes se expressem quanto ao que sentem, percebem e sabem sobre as formações e influências culturais de sua localidade.
ATIVIDADES
Mãe negra trouxe acará lá da África
Mãe negra baiana aprendeu a fazer
Mãe negra aprendeu a comer
Mãe negra aprendeu a fazer
Mãe negra aprendeu a vender acará
Feijão fradinho de molho pra soltar a casca
Passar no moinho prepara a massa […]
Olha o acarajé, olha o acará
Acarajé quentinho
Acarajé de Itapuã
Acarajé do Rio Vermelho
Acarajé do Garcia
Acarajé da Bahia
Acarajé da Ribeira
Olha o acarajé, olha o acará […]
3. a) De acordo com o trecho da letra da canção, o acarajé tem origem africana. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, frito no azeite de dendê e recheado geralmente com vatapá, vinagrete e camarão seco.
3. b) Os nomes fazem referência a bairros da cidade de Salvador (BA) com tradições artísticas e culturais, o que inclui a culinária característica da Bahia.
VIEIRA, Antonio. Acará. [São Paulo]: Margareth Menezes, c2024. Disponível em: https://margarethmenezes.com.br/acara/. Acesso em: 8 maio 2024.
3. c) Resposta pessoal. Espera-se que, nesse exercício criativo, os estudantes criem versos com base nas relações que têm com o entorno, a cultura e as produções locais.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Descreva a obra “Mãe brasileira”, analisando como o artista norte-rio-grandense Ammer Jácome (1980-) trabalhou com os elementos visuais, e reflita sobre o que essa imagem desperta em você.
2. Cada lugar tem seu povo, suas culturas e seus patrimônios. Em Salvador (BA), por exemplo, o Ofício das Baianas de Acarajé, um saber cultural de preparação de comidas típicas desse local, foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial (nome dado ao conjunto de práticas, saberes e ofícios de um povo). Em seu município, estado ou região, há práticas que são ou poderiam ser consideradas patrimônios? Comente.
3. Muitos artistas criam com base em suas identificações com lugares, aromas, sabores e modo de vida das pessoas. Depois de ler o trecho da letra da canção “Acará”, cantada pela baiana Margareth Menezes (1962-), responda a estas questões.
a) Qual é a origem do acarajé? Você sabe como ele é feito?
b) A que se referem os nomes citados na última estrofe? Levante hipóteses com colegas.
c) Em seu diário de experiências, escreva um verso sobre algo que você valoriza no local onde mora, como sabores e tradições.
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tradicional e as práticas socioculturais associadas à cajuína no Piauí; entre outros. Proponha aos estudantes que se expressem sobre suas memórias e relações de afeto com práticas culturais locais. Inicie com uma sondagem para descobrir o que eles sabem sobre Bens e Patrimônios Culturais. Esses conceitos serão aprofundados mais adiante, mas, nessa conversa inicial, encoraje-os a falar a respeito do que valorizam em relação ao preparo de alimentos e em relação a ofícios e outras práticas culturais. Peça que compartilhem sentimentos de pertencimento, identidades, saberes e
da região. Caso existam estudantes de outras localidades, convide-os a compartilhar semelhanças e diferenças identificadas nas práticas culturais.
3. a) Explique que o acarajé tem origem no Golfo do Benim, na região da África ocidental, e foi trazido para o Brasil pelos africanos durante o período escravista. A palavra “acarajé” vem do iorubá e significa “comer bola de fogo”. Esse alimento é um exemplo da conexão existente entre comida, religião e cultura africana.
b) Aproveite a atividade para apresentar à turma o mapeamento cartográfico digital da cidade de Salvador (BA) (disponível em: http://mapeamento. salvador.ba.gov.br/geo/ desktop/index.html; acesso em: 10 maio 2024). Explore a localização dos bairros mencionados na canção e incentive os estudantes a explorar a plataforma, ativando diferentes camadas de informações geoespaciais sobre a cidade analisada.
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memórias que trazem de suas heranças e bagagens culturais para enriquecer a roda de conversação.
1. Incentive a turma a identificar os padrões de planejamento, ou seja, o modo como o artista representa as linhas, formas, tonalidades, texturas e padronagens presentes na obra.
2. Incentive os estudantes a resgatar memórias de práticas familiares, costumes locais e formas de preparo típicas
c) Incentive os estudantes a identificar uma característica do local onde vivem que suscite sensações de bem-estar ou felicidade. Peça que descrevam em uma frase simples essa característica e a sensação que ela causa e, somente no final, organizem essa escrita em formato de verso.
Inicie o conteúdo pedindo aos estudantes que observem a imagem e leiam a letra da canção. Comente que a pintura e a canção propõem uma valorização das tradições culturais e artísticas brasileiras, posicionando-se criticamente contra aspectos da indústria cultural. Explique que a indústria fonográfica frequentemente favorece o consumo de músicas internacionais, em geral em língua inglesa, o que resulta em desvalorização e prejuízo econômico para a produção nacional. A crítica se estende às relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, sob a chamada “Política da Boa Vizinhança”, que se intensificou na década de 1930, abordando como essas práticas podem diluir a identidade cultural brasileira em favor de interesses estrangeiros.
A canção emprega símbolos da cultura brasileira para afirmar identidades culturais e questionar visões estereotipadas e preconceituosas sobre o Brasil e seu povo. Promova um debate acerca do conceito de identidade, incentivando os estudantes a refletir sobre como se reconhecem e se eles se sentem pertencentes a determinados grupos e culturas.
Durante a análise da letra, convide os estudantes a identificar palavras desconhecidas ou termos que desejam compreender melhor, como “rumba”, gênero musical de Cuba, com influências africanas, que não deve ser confundido com o samba brasileiro. Ambos os ritmos têm origem africana, mas apresentam diferenças significativas.
Explique que a canção convida o “estrangeiro” a
Observe a imagem e leia a letra da canção.
Eu só ponho bebop no meu samba
Quando o Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele aprender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chiclete eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim...
Tirurururururi bop-bebop-bebop
Tirurururururi bop-bebop-bebop
Tirurururururi bop-bebop-bebop
Eu quero ver a confusão
Bop-bebop-bebop
AMARAL, Antonio Henrique. Boa vizinhança. 1968. Óleo sobre chapa de MDF, 45 cm x 70 cm. Instituto Antonio Henrique Amaral.
QUEM É?
Antonio Henrique Amaral (19352015) nasceu em São Paulo (SP). Artista visual, sua obra é composta de pinturas, desenhos e gravuras e é permeada de críticas sociais.
Tirurururururi bop-bebop-bebop
Tirurururururi bop-bebop-bebop
Tirurururururi bop-bebop-bebop
É o samba-rock, meu irmão
É, mas em compensação
Eu quero ver o boogie-woogie com pandeiro e violão
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
CHICLETE com banana. Intérprete: Jackson do Pandeiro. Compositores: Gordurinha e Almira Castilho. In: JACKSON do Pandeiro. Intérprete: Jackson do Pandeiro. [S. l.]: Columbia, 1959. 1 LP, lado B, faixa 4.
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tocar no ritmo do samba com vários instrumentos musicais, tais como tamborim, pandeiro, zabumba e até mesmo uma frigideira, que, apesar de ser um utensílio de cozinha, é usada também para a emissão de sons metálicos.
Pergunte aos estudantes se eles conhecem esses instrumentos musicais. Caso haja oportunidade, coloque a canção para eles ouvirem; após a escuta, pergunte se foi possível reconhecer os instrumentos, como percebem o ritmo da melodia e o que acharam da melodia da canção.
1. Resposta pessoal. Chame a atenção dos estudantes para a forma, as tonalidades, a relação entre figura e fundo, os volumes e as texturas presentes na composição visual. Pergunte o que pensam sobre a presença de imagens das bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, bem como da fruta banana. Solicite que reflitam e comentem o que esses elementos expressam na obra.
2. Respostas pessoais. Explique que o artista usa frutas, a exemplo da banana, como
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Descreva a obra “Boa vizinhança”, do artista Antonio Henrique Amaral, comentando como percebe cores, formas, texturas e volumes.
2. Em sua opinião, por que o artista escolheu uma banana para criar essa composição visual? Você considera que alimentos podem ter relações com identidades culturais e expressar críticas sociais? Comente.
3. 3 Ouça o áudio da Faixa 3 e leia novamente o trecho da letra da canção “Chiclete com banana”. Que reflexões podem ser feitas com base na escuta e na leitura dessa canção? Compartilhe ideias com colegas e professor.
Atualmente, consumimos uma grande quantidade de produtos originários de outros países – desde alimentos e objetos até moda, músicas e filmes. O comércio e o fluxo de mercadorias entre povos e países sempre aconteceram, mas como essas trocas culturais e econômicas se intensificaram? Por que consumimos tantos produtos estrangeiros, principalmente os industrializados? Você já parou para pensar nessas questões?
A partir da década de 1930, os Estados Unidos da América decidiram reforçar as relações com alguns países da América Latina, entre eles o Brasil, com o objetivo de construir uma relação comercial e cultural que ficaria conhecida como a Política da Boa Vizinhança
Na teoria, a proposta era promover trocas comerciais e culturais igualitárias em relação ao consumo de produtos industrializados, artísticos e culturais. Mas, na prática, não foi assim que as coisas aconteceram. Sobre isso, leia um trecho do texto em que o cantor paraibano Jackson do Pandeiro comenta a questão durante um depoimento nos anos 1970.
‘[…] As rádios insistem nos sucessos estrangeiros. O resultado é que o povo se desacostuma em ouvir o próprio ritmo, só querendo saber do tal do iê-iê-iê. […]’
MOURA, Fernando; VICENTE, Antônio. Jackson do Pandeiro: o rei do ritmo. São Paulo: Editora 34, 2001. p. 281. (Coleção Todos os cantos).
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
4. Depois de refletir sobre a letra da canção “Chiclete com banana” e analisar a pintura “Boa vizinhança”, que relações você percebe entre essas duas obras e o trecho com o comentário de Jackson do Pandeiro?
José Gomes Filho, mais conhecido como Jackson do Pandeiro (1919-1982), nasceu em Alagoa Grande (PB). Músico, compositor e multi-instrumentista, é considerado um dos maiores ritmistas brasileiros e foi responsável pela divulgação da música nordestina em todo o Brasil, especialmente os gêneros musicais forró e coco. Sua interpretação da canção “Chiclete com banana” é uma das mais conhecidas.
QUEM É? 63
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET7-U03-060-079-LE-G25-AVU2.indd 63 31/05/24 17:30 metáfora para criticar questões sociais e políticas. No caso da banana, ele faz referência à ideia da “república das bananas”, o que estereotipa o Brasil e outros países latino-americanos. Na obra “Boa vizinhança”, ele critica as relações culturais e comerciais desiguais, em que os produtos e a cultura dos Estados Unidos são valorizados em detrimento dos produtos e da cultura do Brasil.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes exponham a crítica à forte influência cultural estadunidense no Brasil.
4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem que ambas as produções artísticas fazem, em tempos históricos distintos, críticas a respeito dos interesses nas relações econômicas, culturais e de poder entre países.
“Chiclete com banana”, composição de Almira Castilho e Gordurinha, originalmente cantada por Jackson do Pandeiro, em interpretação de Zélia Duncan para o álbum “Forró pras crianças”, de 2006.
Incentive os estudantes a trazer suas próprias impressões, percepções, intuições e interpretações, guiadas por experiências pessoais, bagagens culturais, estados emocionais e relações com a vida cotidiana, incluindo as notícias que acompanham. Esse processo destaca a interpretação como uma experiência aberta e subjetiva, em que cada estudante pode encontrar significados únicos nas obras artísticas. Explique aos estudantes que as obras de Amaral expressam críticas a períodos históricos e políticos específicos, como a repressão e a violência durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) e as interferências dos Estados Unidos nas relações comerciais e políticas do governo brasileiro naquela época. Na obra “Boa vizinhança”, por exemplo, Amaral critica as relações entre Brasil e Estados Unidos empregando a imagem de uma banana no centro da composição para simbolizar as relações de poder e os jogos de interesse, com detalhes das bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. Incentive a turma a refletir sobre como esses elementos podem ser interpretados de várias maneiras e como as obras de arte podem ser um recurso poderoso de comentário social e político. Convide-os a discutir e compartilhar suas próprias leituras e conexões com os temas apresentados. Pergunte aos estudantes como eles percebem a influência da cultura de outros países no consumo de músicas e de outras produções artísticas e culturais, como a forma de se vestir, de se alimentar e de se divertir, e se percebem o peso da indústria cultural nesse consumo.
Explique para a turma o conceito de indústria cultural e pergunte se eles identificam marcas desse fenômeno no cotidiano deles. Acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicações para aprofundar a temática.
Comente que a indústria cultural e o estilo de vida estadunidense são temas entrelaçados. A publicidade estadunidense agressiva e o incentivo ao consumo exagerado, por exemplo, fazem parte da estratégia econômica do país, que, no contexto abordado na página, estava em ascensão hegemônica.
Converse com a turma sobre a presença de frutas e alimentos na publicidade, em filmes, séries, desenhos animados e outras mídias. Pergunte aos estudantes o que pensam ao ver o Brasil e outros países representados com imagens de “frutas tropicais” e discutam os estereótipos associados a povos e nações.
Destaque a presença de adereços em forma de banana na imagem de Carmen Miranda, conhecida por sua interpretação de músicas brasileiras em shows e filmes musicais no Brasil e nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1940. A imagem das frutas como símbolos estereotipados de “países tropicais” tornou-se comum no século XX, contribuindo para a construção de repertórios imagéticos desconectados da realidade, mas úteis aos interesses da indústria cultural, influenciando imagens caricatas de povos e culturas latino-americanas, como o Brasil.
O meu samba não é rumba
Indústria cultural é um conceito que se refere à produção, à comercialização e ao consumo em larga escala de produtos culturais e artísticos. O grande alcance das mídias tradicionais e atuais, como televisão, rádio e plataformas digitais, contribui para a influência que esses produtos – canções, livros, séries, filmes, espetáculos etc. – exercem na vida das pessoas, em diferentes países e contextos culturais.
As palavras no título da canção “Chiclete com banana” (página 62) ilustram essa questão. O chiclete é um produto industrializado criado nos Estados Unidos por Thomas Adams Jr. (1818-1905) em 1872. No século XX, “virou moda” ao ser amplamente divulgado nos meios de comunicação, passando a ser conhecido e comercializado mundialmente como um símbolo cultural. A banana, por sua vez, um produto agrícola de origem asiática, visto por alguns como algo “comum” e “sem valor”, transformou-se em um símbolo estereotipado de “país tropical”, imagem atribuída a países da América Latina, como Brasil, Cuba, República Dominicana, entre outros.
Tanto a canção “Chiclete com banana” quanto a obra “Boa vizinhança” problematizam essa questão, chamando a atenção para o fato de que as trocas comerciais e culturais entre Estados Unidos e Brasil durante a Política da Boa Vizinhança foram desiguais. Isso contribuiu para a formação de estereótipos do Brasil e incentivou a adoção de elementos da cultura estadunidense pelos brasileiros em seus hábitos de consumo. Os filmes, por exemplo, tiveram um papel relevante nessa dinâmica, influenciando profundamente essa difusão cultural.
A artista luso-brasileira Carmen Miranda (19091955) em cena do filme Carmen Miranda: bananas is my business (em tradução livre, “Bananas são o meu negócio”), realizado nos Estados Unidos em 1995.
1. Em sua opinião, as informações e ideias contidas em produtos de arte e cultura divulgados em meios de comunicação de massa, como músicas e filmes, influenciam suas opiniões e decisões de consumo? Converse sobre isso com colegas e professor. Consulte orientações no MP.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que as informações e ideias transmitidas em produtos de arte e cultura influenciam as opiniões e decisões de consumo.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Tradução: Francisco De Ambrosis Pinheiro Machado. Porto Alegre: Zouk, 2012.
O autor analisa como o surgimento da fotografia e do cinema tiraram a “aura” das obras de arte, por não serem mais únicas.
ADORNO, Theodor W. Indústria cultural e sociedade. 15. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2021. Essa reunião de ensaios do autor busca compreender a manifestação da cultura dentro do modo de produção capitalista.
Observe esta imagem.
Consulte orientações no MP.
ATIVIDADES
1. Você acha que essa produção com imagens de latas de sopa pode ser considerada arte?
WARHOL, Andy. Latas de Sopa Campbell. 1962. Acrílico sobre 32 telas, 50,8 cm x 40,6 cm cada uma. Museu de Arte Moderna de Nova York (Estados Unidos).
2. A imagem mostra objetos colocados em sequência, com rótulos coloridos e formas repetidas. Essa obra, intitulada “Latas de Sopa Campbell”, foi produzida no ano de 1962 pelo artista estadunidense Andy Warhol (1928-1987). Em sua opinião, por que ele escolheu pintar latas de sopa, colocando-as nessa disposição? O artista quis fazer referência a qual ambiente?
3. O que você pensa sobre o consumo de alimentos enlatados e multiprocessados? Você considera que os alimentos influenciam nossa saúde? Converse sobre essas questões com colegas e professor.
O artista visual estadunidense Andy Warhol se inspirou em produtos encontrados em prateleiras de supermercados para criar a obra “Latas de Sopa Campbell”. Seu objetivo era provocar o pensamento crítico a respeito do modo como a sociedade produz e consome imagens e produtos.
Warhol fez parte da pop art, movimento artístico mundial que surgiu na década de 1950 em que muitos artistas contestavam o crescimento dos meios de comunicação em massa e o consumo. Naquele momento, a publicidade começava a se espalhar, despertando o desejo das pessoas de adquirir produtos e objetos, assim como de buscar um modo de vida baseado no consumo. Atualmente, está cada vez mais evidente como os meios de comunicação, em especial as redes sociais, influenciam nossa cultura. De uma hora para outra, pessoas, objetos e produtos ficam em evidência quando citados na mídia. Mas, assim como surgem, também podem ser rapidamente esquecidos.
SAIBA MAIS
• THE ANDY WARHOL MUSEUM. Pittsburgh, c2024. Site. Disponível em: https://www.warhol.org/. Acesso em: 8 maio 2024. A página do museu contém a história de Andy Warhol e sua trajetória, bem como uma coleção de obras – use o recurso de tradução de seu navegador para conhecer mais sobre esse artista.
Explique aos estudantes o que é cultura de massa: o conjunto da produção cultural voltada a um público amplo e diverso, geralmente criada por grandes grupos de mídia, com enorme poder de distribuição desses conteúdos. Comente que teóricos e filósofos, como Theodor Adorno (19031969), propõem a substituição do termo “cultura de massa” por “indústria cultural” (Adorno, 2021), uma vez que não são as massas que criam a cultura de consumo, mas sim a indústria liderada por uma elite capitalista que concebe, manipula e determina a quem se destinam produtos e ideologias, criando a chamada sociedade de consumo.
1. Resposta pessoal. Proponha aos estudantes que recuperem o que já foi trabalhado sobre arte e procurem aplicar os significados construídos a essa nova forma de apresentar objetos artísticos.
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET7-U03-064.indd 65 08/06/24 12:15 ORIENTAÇÕES
Explique aos estudantes que a pop art, movimento artístico ao qual Andy Warhol pertencia, nasceu na Inglaterra, mas ganhou destaque nos Estados Unidos. O movimento criticava a sociedade de consumo, os produtos industrializados e a falta de reflexão sobre suas consequências sociais, culturais e de saúde. Os artistas da pop art chamaram a atenção para o consumo de produtos industrializados, para o modismo e para a falta de reflexão sobre as consequências sociais e culturais da industrialização, inclusive em relação à saúde, com o aumento do
consumo de produtos processados e ultraprocessados, com alto teor de gordura e sódio, como os enlatados, entre outros alimentos.
No Brasil, o artista Amaral, autor da obra “Boa vizinhança” (página 62), aproximou-se dessa estética e estilo de arte. Suas produções artísticas traziam elementos visuais da cultura popular e de massa, explorando o uso de cores e formas, como a figura da banana. Ele usou a fruta como símbolo da cultura pop, questionando a identidade e a independência política e econômica do Brasil e de outros países.
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que o ambiente provável das latas seria a prateleira de um mercado. Explique a eles que Warhol criou composições artísticas utilizando uma única imagem repetida várias vezes. A marca de sopas Campbell era muito popular nos Estados Unidos e estava presente em diversos meios de comunicação. O artista associou as prateleiras de supermercados, símbolo do comércio varejista, repletas de produtos industrializados, aos enlatados, à arte e à cultura.
3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compreendam que os alimentos consumidos impactam a saúde. Incentive-os a relacionar aos hábitos alimentares tanto o aumento de doenças como a melhoria de condições de saúde.
A seção propõe a interdisciplinaridade com Ciências da Natureza e Leitura e Escrita e tem por objetivo auxiliar os estudantes na obtenção de informações sobre sua alimentação e ingestão de nutrientes por meio da interpretação dos rótulos de produtos alimentícios.
Aprofunde as dinâmicas durante a discussão para trazer algumas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, por meio do “Guia alimentar para a população brasileira” (disponível em: https://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/ guia_alimentar_populacao_ brasileira_2ed.pdf; acesso em: 6 maio 2024).
Explique que os alimentos processados mantêm a identidade básica e a maioria dos nutrientes dos alimentos, porém os ingredientes e a maneira pela qual são processados durante a fabricação podem modificar sua composição nutricional. Exemplifique esses ingredientes, como o sal e o açúcar, que são acrescentados em quantidades muito maiores do que as que seriam utilizadas em uma preparação culinária, elevando o potencial de esses alimentos contribuírem para doenças do sistema cardiovascular, obesidade etc. Se houver necessidade, oriente os estudantes a fazer pesquisas sobre essas doenças e outras citadas na seção (como hipertensão, câncer e depressão), para que conheçam suas características e compreendam a relação com uma alimentação inadequada.
A adição de açúcar e de óleo em alimentos processados, por exemplo, transforma alimentos pouco ou medianamente calóricos em alimentos hipercalóricos, sendo recomendado seu uso
Ingredientes nos rótulos de embalagens
De acordo com a legislação brasileira, as indústrias de alimentos devem informar a lista de ingredientes de alimentos embalados que contenham mais de um componente. Geralmente, essa lista é colocada na parte de trás da embalagem e nos ajuda a identificar se o alimento é ultraprocessado. Quando a lista de ingredientes apresenta aditivos químicos, corantes e conservantes, em geral, o alimento tende a ser ultraprocessado. Observe estes exemplos.
1. a) Não há morango na lista de ingredientes do biscoito e não há bacon entre os ingredientes do salgadinho.
Ingredientes de biscoito recheado sabor morango
Açúcar invertido, gordura vegetal, farinha
Ingredientes de salgadinho sabor bacon
Farinha de trigo fortificada com ferro e ácido fólico, fécula de mandioca, sal, maltodextrina, óleo vegetal, condimento preparado sabor bacon amido de milho, glutamato monossódico e fermento químico (bicarbonato de sódio).
1. b) Os estudantes poderão citar: maltodextrina, glutamato monossódico, aromatizantes, açúcar invertido, entre outros.
Leia os ingredientes dos produtos dos exemplos e responda a estas questões. Há morango no biscoito? E, no salgadinho, há bacon?
b) Quais desses ingredientes não costumamos utilizar em receitas culinárias?
c) Utilize um dicionário para descobrir o significado de pelo menos três dos ingredientes citados. Depois, compartilhe com colegas e professor o que você descobriu sobre eles.
d) Um dos componentes que se repete na lista de ingredientes é a maltodextrina, feita principalmente à base de milho. Além dela, o amido de milho também aparece mais de uma vez. Faça uma pesquisa para descobrir quais outros produtos são feitos à base de milho nos alimentos que você consome. Registre as informações no diário de experiências e compartilhe com colegas e professor.
1. c) Os estudantes poderão descrever que as substâncias químicas dos alimentos ultraprocessados são usadas para conservá-los e torná-los atraentes em relação à cor, ao sabor, ao aroma e à textura.
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moderado, sempre associado a alimentos in natura.
Diferencie os alimentos processados dos ultraprocessados, destacando que os ultraprocessados têm maior quantidade de ingredientes e a maioria deles é pouco familiar (de uso industrial). Muitas vezes, os ultraprocessados não incluem alimentos in natura ou esses estão em proporção muito baixa.
Explique que, se o Ministério da Saúde recomenda consumo moderado de alimentos processados, ele desaconselha
o uso de ultraprocessados, pois sua capacidade nutricional é baixíssima e o risco de provocar ou agravar enfermidades é muito alto.
Neste momento, pode ser interessante discutir com a turma a função da alimentação para o organismo e o que constitui uma alimentação saudável. É por meio da alimentação que o organismo obtém os nutrientes de que necessita para se manter vivo, crescer e manter suas estruturas. Há nutrientes que fornecem energia, necessária para as atividades do corpo, outros
2. Agora, observe a classificação dos alimentos de acordo com sua origem e produção.
2. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes discutam estratégias que levem as pessoas a fazer escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
2. a) Espera-se que os estudantes comentem seus hábitos alimentares usando as informações do infográfico como referência.
Texto complementar [...]
2. c) Espera-se que os estudantes concluam que há uma correlação entre o consumo de alimentos processados e ultraprocessados e o agravamento de várias doenças. Compartilhar essas descobertas com outras pessoas pode promover hábitos alimentares mais saudáveis e conscientes.
SAIBA MAIS
• IDEC. Raio-x dos rótulos São Paulo: Idec, c1996-2024. Disponível em: https://idec.org.br/ raio-x-rotulos. Acesso em: 8 maio 2024. O texto, disponível no site do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), oferece informações detalhadas sobre rótulos de alimentos, ajudando os consumidores a entender melhor os produtos que consomem.
Fonte: NEPA. Quadro de ultraprocessados. In: FERREIRA, Ivanir. Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados pode aumentar risco de declínio cognitivo. Jornal da USP, São Paulo, 13 dez. 2022. Localizável em: subt. Análises, 1 infográfico. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/consumo-excessivo-de-alimentos-ultraprocessados-aumenta-o-risco-de-declinio-cognitivo. Acesso em: 8 maio 2024.
a) Que tipos de alimento você costuma consumir? Identifique-os no infográfico e comente.
b) Em sua opinião, de que forma as pessoas poderiam aumentar a proporção de alimentos in natura e minimamente processados nas refeições?
c) Existem inúmeras pesquisas que associam uma dieta à base de alimentos processados e ultraprocessados ao agravamento de doenças como hipertensão, obesidade, câncer e até transtornos mentais, como a depressão. Faça uma pesquisa para coletar informações sobre essa relação e anote no diário de experiências o que você descobriu. Depois, compartilhe essas informações com as pessoas do seu entorno.
1. d) O objetivo da atividade é que os estudantes compreendam que, embora os alimentos processados e ultraprocessados consumidos pela maioria da população pareçam ser diversos e variados, grande parte dos produtos tem a mesma fonte: o milho.
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que fornecem substâncias necessárias para a composição de estruturas do organismo e, ainda, nutrientes que são necessários para regular processos metabólicos. Por isso, uma alimentação equilibrada, que inclua todos os tipos de nutrientes em quantidades adequadas para cada indivíduo, é tão importante. Isso reflete nas escolhas por alimentos in natura e minimamente processados em detrimento dos processados e ultraprocessados, que são menos variados nutricionalmente e mais desequilibrados.
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O “Guia alimentar para a população brasileira” informa que os alimentos ultraprocessados são produzidos com ingredientes que os tornam altamente palatáveis e atraentes. Sua forma de apresentação ao público é prática, incentivando o consumo a qualquer momento, sem atenção, o que leva muitas vezes a serem utilizados como substitutos da “comida de verdade”.
Além dos impactos à saúde, o material faz outro alerta: o alto consumo de ultraprocessados interfere na cultura tradicional brasileira e provoca consequências ambientais.
Ao acompanhar seus nuggets de frango com qualquer refrigerante encontrado no supermercado, você estará acrescentando milho ao milho. Desde a década de 1980 absolutamente todos os refrigerantes e a maior parte das bebidas à base de frutas vendidas nos supermercados vêm sendo adoçados com xarope de milho com alto teor de frutose (HFCS) – depois da água, o adoçante à base de milho é o seu principal ingrediente. Se, em vez disso, optarmos por pegar uma cerveja, ainda assim estaremos bebendo milho, na forma de álcool fermentado a partir de glicose refinada de milho. Leia os ingredientes na embalagem de qualquer alimento processado e, contanto que saiba decifrar os termos químicos que o disfarçam, milho é o que você encontrará. Para amido modificado ou não modificado, para xarope de glicose e maltodextrina, para frutose cristalina e ácido ascórbico, para lecitina e dextrose, ácido lático e lisina, para maltose e HFCS, para MSG e poliálcoois, para a cor caramelo e goma xantana, por tudo isso, leia-se: milho. O milho está no creme para o café [...], no iogurte congelado e na refeição semipronta, na fruta em lata, no ketchup e nos doces, nas sopas e tira-gostos e misturas para bolo, [...] nos congelados, nos xaropes e molhos quentes, na maionese e na mostarda, nos cachorros-quentes e no molho à bolonhesa, na margarina e na manteiga de bolo, no molho para saladas e nos condimentos e até nas vitaminas. [...]
POLLAN, Michael. O dilema do onívoro: uma história natural de quatro refeições. Tradução: Cláudio Figueiredo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2007. E-book. Localizável em: cap. 1.
O conteúdo a seguir tem por objetivo contribuir para a reflexão dos estudantes sobre a alimentação dos brasileiros, desde os pratos tradicionais e regionais até o consumo cada vez maior de alimentos processados e ultraprocessados.
Promova a análise coletiva das imagens e ajude a turma a identificar os elementos mostrados.
Se possível, reproduza para a turma as canções indicadas no boxe Saiba mais do Livro do estudante.
Promova a escuta da faixa de áudio “Carimbó” com os estudantes. Chame a atenção para o momento em que o narrador indica que, enquanto ritmo, o carimbó é uma manifestação cultural do Pará, na região Norte do país. Proponha aos estudantes aprofundar a pesquisa sobre esse Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Atividades (página 69)
Respostas pessoais. Destaque os ingredientes utilizados na produção do tacacá e, com base neles, incentive os estudantes a imaginar o sabor, a consistência, a textura e as outras sensações que o prato pode despertar. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes citem alguns pratos característicos da região onde vivem. Alguns exemplos são arroz com pequi, na Região Centro-Oeste; baião de dois, na Região Nordeste; feijoada, na Região Sudeste; barreado, na Região Sul etc. É provável que os estudantes listem alimentos que não são tradicionais, como cachorro-quente, salgados, hambúrguer e itens processados e ultraprocessados, como biscoitos e salgadinhos. Aproveite para conversar com eles sobre o valor nutritivo de
Observe estas imagens. Depois, leia o texto. 4
Você aprendeu na abertura desta unidade que o Ofício das Baianas de Acarajé, em Salvador (BA), é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Além disso, está inscrito no “Livro de Registro dos Saberes”, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em todo o país, encontramos modos de preparo e ofícios ligados aos alimentos. O tacacá, de origem indígena, é um prato de destaque da culinária da Região Norte do Brasil
pratos tradicionais quando comparados a alimentos ultraprocessados.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes constatem um aumento no consumo de produtos industrializados na alimentação das pessoas de sua convivência, especialmente ao comparar os hábitos alimentares de adolescentes e jovens com os de idosos. Aproveite a heterogeneidade da turma para ouvir relatos distintos sobre a forma como se alimentam. Garanta que todos se sintam à vontade para falar.
Apresentação narrada sobre o Carimbó, seus significados na cultura brasileira e sua presença enquanto manifestação cultural popular paraense, com exemplo musical de dois instrumentos característicos, o curimbó e os maracás. No contexto da cultura paraense apresentada nesta dupla de páginas, o Carimbó (uma dança realizada em um ritmo com elementos indígenas, africanos e portugueses) também é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
e envolve os saberes tradicionais das tacacazeiras, como os modos de fazer e servir. O alimento, servido numa cuia, é feito com goma de mandioca, tucupi, camarão seco e jambu
SAIBA MAIS
GLOSSÁRIO
Cuia: recipiente feito com o fruto esvaziado e seco da cuieira. Tucupi: caldo extraído da mandioca. Jambu: hortaliça, também conhecida como agrião-do-pará, entre outros nomes, que causa dormência nos lábios.
• DONA Onete (Feitiço caboclo) – 03 Jamburana. 2017. Vídeo (4 min). Publicado pelo canal Dona Onete. Disponível em: https://youtu.be/ETqUAfnN47M. Acesso em: 8 maio 2024. Na canção, a cantora Dona Onete elenca os efeitos do jambu e cita alimentos famosos da Região Norte do país, como o tacacá.
• JOELMA – Voando pro Pará. 2017. Vídeo (3 min). Publicado pelo canal Joelma Oficial. Disponível em: https://youtu.be/wR3jqHayULY. Acesso em: 8 maio 2024. No vídeo, a cantora Joelma apresenta a canção “Voando pro Pará”, na qual cita cenários e pontos turísticos famosos de Belém (PA), bem como menciona o tacacá.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você já experimentou tacacá? Se sim, converse com colegas e professor sobre sua experiência gastronômica. Caso não tenha experimentado, qual sensação você imagina que esse prato despertaria em você?
2. Nas ruas de Belém (PA) ou de Manaus (AM), por exemplo, é comum tomar um tacacá nas barracas das tacacazeiras. No lugar onde você mora ou que costuma frequentar, há alimentos vendidos em locais públicos? Se sim, quais são? São comidas consideradas tradicionais? Converse com colegas e professor. Muitos alimentos tradicionais, consumidos desde gerações passadas, foram substituídos por alimentos processados e ultraprocessados, como embutidos, salgadinhos e biscoitos. Isso se deve a diferentes fatores, indicados a seguir.
• Modo de vida urbano: com uma rotina corrida, muitas pessoas acabam consumindo alimentos que têm um preparo mais rápido.
• Encarecimento dos alimentos naturais: alimentos que compõem as tradicionais refeições dos brasileiros, como arroz, feijão, carne, verduras e frutas, sofrem aumentos constantes de preço.
• Expansão da indústria alimentícia: o modo de produção em larga escala, prática dessa e de outras indústrias, barateia os custos, mas exige que muitos conservantes sejam utilizados para prolongar a vida útil dos alimentos, os quais podem ficar mais tempo nas prateleiras dos mercados ou em estoques. Alimentos in natura estragam mais rapidamente, causando prejuízos aos produtores.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Reflita sobre a alimentação de sua família, comunidade ou povo. Do passado ao presente, houve mudanças? Converse com familiares e amigos sobre isso e anote suas descobertas em seu diário de experiências.
PERES, João. Mercado financeiro: três empresas controlam metade das corporações do sistema alimentar. [São Paulo]: O Joio e o Trigo, 4 mar. 2024. Disponível em: https://ojoioeotrigo. com.br/2024/03/mercado-financeiro-sistema-alimentar/. Acesso em: 25 abr. 2024.
A reportagem trata das empresas que controlam o setor alimentício mundial. PRATO Cheio 1: ultraprocessados, uma relação tóxica. Locução de: João Peres. [São Paulo]: O Joio e o Trigo, 8 ago. 2023. Podcast. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2023/08/ ultraprocessados-uma-relacao-toxica/. Acesso em: 10 maio 2024.
Primeiro episódio de uma série de podcast intitulada “A máquina de criar problemas”, dedicada a abordar aspectos do consumo de ultraprocessados.
Converse com os estudantes sobre o que eles gostam de comer e se existe preocupação com os nutrientes que ingerem. Destaque a oposição frequente de alimentos in natura x alimentos industrializados. Procure saber se os estudantes têm consciência dos diferentes valores nutritivos de cada um desses grupos de alimentos. Caso afirmem que seria preferível consumir alimentos mais naturais, mas optam muitas vezes pelos ultraprocessados, analise coletivamente as razões. A escassez de tempo para se dedicar às refeições, o preço dos alimentos e a validade prolongada dos ultraprocessados podem aparecer na discussão como fatores que levam os estudantes a consumir mais produtos industrializados do que consideram saudável. Ao longo da discussão, é fundamental que não ocorra julgamento dos hábitos alimentares de ninguém. Esse é um momento de aprendizado que pode impactar tanto a vida dos estudantes quanto a de seus familiares. Portanto, quanto mais confortáveis os estudantes estiverem para fazer seus relatos e seus questionamentos, mais proveitosos serão os conhecimentos desenvolvidos. Acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicações para aprofundar a temática.
O Iphan é um órgão do governo federal que atua para que as histórias de povos, comunidades e regiões do Brasil sejam preservadas, valorizadas e divulgadas. Para isso, o instituto reconhece como Patrimônios Históricos diferentes bens culturais, que podem ser materiais (monumentos, conjunto de construções etc.) e imateriais (procissões, festas, modo de preparar alimentos etc.). Os estados e municípios também têm órgãos públicos que realizam o reconhecimento de Patrimônios Culturais.
Após a realização da atividade 1, converse com os estudantes a respeito dos resultados das pesquisas. Contribua com mais informações. Explique que a definição do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas como Patrimônio Imaterial foi uma requisição dos produtores locais para que o produto se enquadrasse nas leis sanitárias. Assim, apesar de ele não ser pasteurizado como exigia a legislação até então, os órgãos oficiais liberaram a produção mediante muitas análises, pesquisas e inspeções. O queijo de Minas precisa ser produzido com água de boa qualidade, sal grosso para higienização e em curral de ordenha tranquilo e com pouco trânsito de pessoas.
O Ofício das Baianas de Acarajé também foi considerado Patrimônio Imaterial depois de protestos de baianas tradicionais contra a industrialização do acarajé e sua venda fora do contexto da tradição. Assim, definiu-se que o ofício deve envolver elementos tradicionais e seculares: produção e arrumação do tabuleiro, preparação do
A maneira como os alimentos são produzidos, passada de geração a geração, ajuda a contar histórias sobre as culturas e origens de um povo, assim como a sua relação com a natureza. O conhecimento que envolve as culturas tradicionais gera um sentimento de identidade e continuidade em comunidades e grupos que formam a sociedade brasileira. Por isso, alguns alimentos tradicionais são considerados bens culturais imateriais.
Desde 2013, o ofício das tacacazeiras, que você acabou de conhecer, é Patrimônio Cultural Imaterial no município de Belém (PA), mas o processo de registro, que reconheceria o ofício como Patrimônio Cultural nacional, ainda está sendo analisado pelo Iphan.
Observe as fotografias de alguns Patrimônios Culturais Imateriais relacionados à alimentação no Brasil e reconhecidos pelo Iphan.
Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas
O patrimônio inclui as regiões do Serro, da Serra da Canastra e da Serra do Salitre/Alto Paranaíba e foi registrado em 2008.
Produção artesanal de queijo em São Roque de Minas (MG), 2024.
Ofício das Baianas de Acarajé Desde 2004, esse ofício é Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro.
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lugar onde as baianas se instalam, modo de fazer as comidas oferecidas, venda exclusivamente em tabuleiro, comercialização informal, além do uso de indumentárias próprias, que remetam às religiões de matriz africana.
A Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí passaram a ser consideradas Patrimônio Imaterial por seu grande simbolismo para a cultura do Piauí, pois são uma marca da hospitalidade e da valorização dos laços familiares e de amizade. Bebida não al-
coólica, a cajuína é produzida por meio de técnicas seculares com o objetivo de realçar sua cor, doçura e cristalinidade. No Piauí, é tradição degustar a cajuína em família, oferecê-la a visitas e bebê-la em comemorações.
Produção Tradicional e Práticas
Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí
O modo de fazer e as práticas socioculturais associadas à cajuína são patrimônios desde 2014.
Cajuínas engarrafadas na Cooperativa dos Produtores de Cajuína do Piauí. Teresina (PI), 2023.
Tradições Doceiras da Região de Pelotas e Antiga Pelotas
As tradições foram registradas como patrimônio em 2018.
Produção artesanal de quindins em Pelotas (RS), 2023.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Faça uma pesquisa para ampliar o conhecimento sobre os Patrimônios Culturais Imateriais que você acabou de conhecer. Depois, em uma roda de conversação, apresente a importância de cada patrimônio e os saberes nele envolvidos.
2. Em grupos de até cinco estudantes, façam uma pesquisa para descobrir se existem Patrimônios Culturais Imateriais em seu município ou em sua Unidade da Federação. Procure informações como a importância do bem imaterial, como foi o processo de reconhecimento e em que ano foi reconhecido. Escolham uma forma de apresentar o trabalho (cartaz físico ou digital com textos e imagens, podcast, vídeo etc.) e combinem a data de apresentação com o professor.
3. De que forma seria possível promover maior conscientização entre as pessoas sobre a importância dos Patrimônios Culturais Imateriais? Converse com colegas e professor sobre estratégias que poderiam ser implementadas para envolver as pessoas do seu entorno na valorização desses bens culturais.
1. Sugira fontes de pesquisa para os estudantes. Confira a seguir alguns exemplos.
As Tradições Doceiras da Região de Pelotas e Antiga Pelotas (Arroio do Padre, Capão do Leão, Morro Redondo, Turuçu) se tornaram Patrimônio Imaterial por tudo que representam para a sociedade gaúcha. Unindo doces finos e doces coloniais, a produção geralmente é transmitida por gerações e é carregada de simbolismo. Como sempre foram feitos especialmente por mulheres, os doces representam a visibilidade feminina em uma sociedade em que muitas tradições se associam a valores masculinos.
• Sobre o queijo de Minas: https://www.ipatrimonio.org/minas-gerais-modo-artesanal-de-fazer-queijo-de-minas.
• Sobre as baianas do acarajé: https://www.ipatrimonio.org/bahia-oficio-das-baianas-de-acaraje.
• Sobre a produção de cajuína: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/286.
• Sobre as doceiras de Pelotas: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4653/tradicao-doceira-de-pelotas -rs-e-reconhecida-como-patrimonio-imaterial-brasileiro. Acessos em: 11 maio 2024.
2. A pesquisa pode ser feita no site do Iphan e de órgãos dos governos estadual e municipal. Auxilie os estudantes na montagem da apresentação.
3. Espera-se que os estudantes identifiquem e valorizem produtos e saberes tradicionais da região em que vivem.
Espera-se que os estudantes compreendam o conceito de segurança alimentar, conheçam políticas públicas relacionadas à alimentação e analisem situações conhecidas nesse contexto.
Promova uma análise coletiva da imagem. Pergunte à turma se os alimentos mostrados constituem uma alimentação saudável. Aproveite as respostas para realizar uma avaliação processual, pois os estudantes devem aplicar os conhecimentos desenvolvidos ao longo da unidade para realizar essa apreciação.
Identifique os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a estrutura fundiária brasileira. Verifique se há estudantes que não compreendem o modelo de agricultura familiar, as lutas pelo acesso à terra e as políticas relativas ao tema. Encaminhe leituras e atividades extras em casos de defasagem, pois o entendimento do campo brasileiro é essencial para a progressão dos estudos de um modo geral. Comente com a turma que a lei no 14.660, de 23 de agosto de 2023, instituiu que a aquisição de produtos comprados da agricultura familiar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) deve ser feita no nome da mulher da família em pelo menos 50% do valor adquirido. Para ampliar o repertório sobre o PNAE, acesse o site sugerido no boxe Indicação. Explique que a definição de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) passou por transformações ao longo do tempo. Atualmente, ela engloba dimensões alimentares, nutricionais, culturais, de saúde, de sustentabilidade ambiental e econômica, de direitos humanos, entre outras.
Observe os alimentos oferecidos na merenda escolar do Colégio Estadual Presidente Abraham Lincoln, em Colombo (PR). Depois, faça as atividades.
Consulte orientações no MP.
1. Você considera saudável a alimentação oferecida nessa escola? Você substituiria algum ingrediente? Justifique sua resposta.
2. Analisando as refeições oferecidas em sua escola, você acha que algo deveria mudar? Converse sobre isso com colegas e professor.
Presidente Abraham Lincoln. Colombo (PR), 2013.
Desde que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi criado, em 2009, as refeições nas escolas públicas brasileiras passaram a atender um maior número de estudantes com uma alimentação variada, nutritiva e que respeita a cultura e as tradições locais. Além de alimentar os estudantes, o programa contribui para gerar renda e emprego, pois parte dos alimentos deve ter origem em produções locais de agricultura familiar, com prioridade para assentamentos, comunidades tradicionais indígenas, comunidades quilombolas e grupos formais e informais de mulheres.
Políticas públicas de alimentação na escola, como o PNAE, contribuem para a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), ou seja, o direito a uma alimentação saudável de forma regular e permanente, com qualidade e quantidade suficientes.
Leia o trecho de um texto sobre a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN)
GLOSSÁRIO
Assentamento: lote de terra, proveniente de políticas de reforma agrária, destinado à família de agricultor ou trabalhador rural que não tem renda para comprar uma propriedade no campo.
A execução da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) envolve a integração dos esforços entre governo e sociedade civil e ações e programas estratégicos como:
• Acesso a Água (Cisternas);
• Fomento Rural às atividades produtivas da agricultura familiar;
• Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);
• Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana;
• Distribuição de Alimentos;
• Inclusão Produtiva Rural de Povos e Comunidades Tradicionais e/ou Grupos e populações tradicionais e específicos;
FNDE. Programa Nacional de Alimentação Escolar . Brasília, DF: FNDE, c2024. Disponível em: https://www. gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/ acoes-e-programas/programas/pnae. Acesso em: 10 maio 2024.
A página do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fornece mais informações sobre o PNAE.
Atividades
1. Respostas pessoais. Retome com os estudantes o que são considerados alimentos saudáveis e peça que indiquem quais são oferecidos pela escola, analisando os ingredientes e a forma de preparo.
2. Converse com os estudantes sobre a refeição oferecida na escola, analisando diversos aspectos relacionados a ela, desde os ingredientes até a forma de servir. Caso os estudantes tenham críticas, elogios ou sugestões para melhorar os processos, sugira uma conversa com os responsáveis por administrar a cozinha e o refeitório.
• Apoio a estruturação de Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição, como Rede de Bancos de Alimentos, Restaurantes Populares e Cozinhas Comunitárias;
• Ações de apoio a Educação Alimentar e Nutricional, etc.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília, DF: MDS, [2021]. Disponível em: https://www. gov.br/mds/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/inclusao-social-e -produtiva-rural/sistema-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional. Acesso em: 8 maio 2024.
Portanto, o PNAE e PNSAN, além de estarem articulados, envolvem diferentes ações, desde a produção do alimento, passando pela comercialização e distribuição, até chegar ao consumidor. Suas práticas respeitam a diversidade cultural, o ambiente e os trabalhadores envolvidos.
É papel dos órgãos federais, estaduais e municipais promover encontros a fim de discutir e fortalecer compromissos políticos para uma alimentação adequada a todos, em especial aos mais pobres e vulneráveis. Observe este cartaz.
BRASIL. Secretaria-Geral da Presidência da República. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. 2023. 1 cartaz. Disponível em: https:// www.gov.br/secretariageral/pt-br/noticias/2023/setembro/consea-lanca-a-plataforma-digital-da-6a-conferencia -nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional. Acesso em: 10 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Discuta o significado da ilustração e do texto no cartaz com colegas e professor.
4. Em sua opinião, o que dificulta a aquisição e o consumo de alimentos saudáveis, variados e frescos pelas famílias? Responda com base em sua vivência e seus conhecimentos sobre sua comunidade.
5. Que políticas governamentais, práticas de instituições (empresas, escolas etc.) ou ações individuais contribuem para a PNSAN e para o combate à fome em sua comunidade, bairro ou município? Faça uma pesquisa sobre o assunto e compartilhe os resultados com colegas e professor.
3. Oriente os estudantes a observar cada elemento ilustrado. Comente que, juntos, fazem referência à diversidade de grupos sociais (idosos, mulheres, indígenas, negros, pessoas com deficiência, LGBTQIAPN+ etc.), remetendo à democracia e à equidade citadas no texto. A imagem se refere, ainda, à “comida de verdade”, representada por uma panela em que estão sendo preparados alimentos, bem como pelas frutas, pelo plantio de alimentos e pelo pão com aspecto artesanal ou caseiro.
4. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar, por exemplo, os gastos com a comida. Vale destacar também questões culturais, hábitos e atitudes que podem ser mudados com o acesso a informações, como o papel dos alimentos na prevenção de doenças, a importância de priorizar o ato de cozinhar, envolvendo toda a família, a aquisição de alimentos da estação etc.
5. Resposta pessoal. Caso julgue pertinente, organize um trabalho de campo ou solicite a realização de entrevistas com pessoas envolvidas em ações voltadas à PNSAN e ao combate à fome.
Explique aos estudantes o significado de assentamento e destaque o papel da criação dessas unidades como política de reforma agrária. Para saber mais, leia o trecho de texto do boxe Texto complementar
Texto complementar
Como funciona um assentamento?
Os agricultores que recebem o lote comprometem-se a morar na parcela e a explorá-la para seu sustento, utilizando mão de obra familiar.
Eles contam com créditos, assistência técnica, infraestrutura e outros benefícios de apoio ao desenvolvimento das famílias assentadas.
Até a emissão do título de domínio, o lote pertence ao Incra. Portanto, sem o documento o beneficiário não pode vender, alugar, doar, arrendar ou emprestar sua terra a terceiros.
É bom saber:
Os assentados pagam pelo lote que receberam do Incra e pelos créditos contratados.
Além da distribuição de terras, os assentamentos da reforma agrária dão condições de moradia e de produção familiar. Garantem a segurança alimentar de brasileiros das zonas rurais que, até então, se encontravam sob risco alimentar e social.
INCRA. Assentamentos. Brasília, DF: Incra, 2024. Disponível em: https:// www.gov.br/incra/pt-br/assuntos/ reforma-agraria/assentamentos. Acesso em: 10 maio 2024.
Por meio do trabalho com essas páginas, pretende-se auxiliar os estudantes na reflexão sobre o acesso à alimentação no mundo e sobre a relação entre a fome e as desigualdades social e econômica.
Discuta com a turma as razões da insegurança alimentar na vida de tantas pessoas pelo planeta, como má distribuição dos alimentos, terras agricultáveis produtoras de cultivos não alimentares e falta de políticas públicas voltadas para a solução do problema.
Reúna os estudantes em grupos e solicite que interpretem o mapa da página 74, associando a legenda à coloração dos países. Peça a eles que identifiquem os países que, em 2022, apresentavam percentuais de insegurança alimentar elevados e muito elevados. Para isso, oriente-os a utilizar o planisfério político da pá283
Se possível, acesse com a turma o mapa interativo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) sobre insegurança alimentar e subnutrição (disponível em: https://www.fao.org/ interactive/state-of-food -security-nutrition/2-1-1/en/; acesso em: 10 maio 2024). A página está em língua inglesa. Explique que subnutrição é a tradução de undernourishment e que insegurança alimentar é a tradução de food insecurity. O mapa permite fazer comparativos com dados desde 2014 e explorar como os dados de determinado país foram alterados (ou mantidos) ao longo dos períodos analisados.
Você já se perguntou por que tantas pessoas passam fome? Alguns acreditam que a quantidade de alimentos seja insuficiente para os mais de 8 bilhões de pessoas no mundo. Outros acreditam ser algo natural, que faz parte da história da humanidade. Essas ideias, no entanto, são equivocadas. Não há falta de alimentos no mundo, mas sim distribuição desigual de renda, o que impede a camada mais pobre da população de adquirir alimentos. Além disso, a maior parte das áreas agricultáveis não produz alimentos.
Pesquisas comprovam que políticas públicas para melhor distribuição de renda e acesso à alimentação adequada tiram os países do Mapa da Fome. Em 2014, o Brasil saiu desse mapa em razão de políticas adotadas a partir dos anos 2000, que fizeram com que a população saísse do estado de insegurança alimentar. O exemplo do Brasil, portanto, mostra que a questão da fome não é algo natural e que políticas adequadas podem trazer soluções para o problema. Infelizmente, em 2022, o país voltou a figurar no Mapa da Fome. Atualmente, há esforços e políticas públicas com o intuito de tirar o Brasil desse mapa até 2026.
Um dos estudiosos brasileiros que mais estudaram o tema da fome foi Josué de Castro. Em um dos seus livros mais importantes, intitulado “Geografia da fome”, o autor destaca a relação entre a fome e a desigualdade social e econômica. Ele argumenta que a fome não é causada pela escassez de alimentos, mas sim pela má distribuição desses alimentos e pela falta de acesso a eles por parte das populações mais vulneráveis.
Observe este mapa.
GLOSSÁRIO
Mapa da Fome: documento publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Esse relatório apresenta a fome e a insegurança alimentar no mundo, por região e por país.
QUEM É? Mundo: insegurança alimentar – 2020-2022
GLACIAL ÁRTICO
Polar Ártico Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO
Nascido em Recife (PE), Josué de Castro (1908-1973), médico e geógrafo, foi um estudioso da fome no Brasil, relacionando-a com o atraso da distribuição de terras e a necessidade da reforma agrária. Além de “Geografia da fome”, outra obra importante de Josué, publicada após a sua morte, é “Fome: um tema proibido”, em que o autor analisou a fome e suas consequências.
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
GLACIAL ANTÁRTICO Menos de 10% De 10% a 24,9%
25% a 39,9% De 40% a 60%
Elaborado com base em: FAO. [Hunger map]. Roma: FAO, [2023].Disponível em: https://www.fao.org/ interactive/hunger-map -2023-embed-dark/en/. Acesso em: 2 maio 2024.
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1. Continente africano. Verifique se os estudantes compreendem que as cores mais fortes no mapa mostram maior percentual de insegurança alimentar.
2. De acordo com o mapa, o Brasil tem 25% a 39,9% da população em insegurança alimentar.
Atividade complementar
Solicite uma atividade complementar em grupo sobre os países com prevalência de insegurança alimentar elevada ou muito
elevada. Para tanto, cada grupo deverá escolher um país para investigar as causas de tão grave situação social. Certifique-se de que cada grupo fique responsável por um país diferente. Na data combinada, promova uma grande roda de debate em que cada grupo apresente os resultados de sua pesquisa. Para tornar a atividade mais dinâmica e interativa, organize o momento de apresentação dos resultados da pesquisa em forma de conversa, para que diferentes grupos possam comentar os panoramas pesquisados pelos colegas, promovendo a troca de conhecimentos.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Qual continente tem o maior número de países em situação de insegurança alimentar elevada?
2. Qual é a situação do Brasil?
Preços dos alimentos
Sabemos que o Brasil é um grande produtor agrícola e pecuário. Então, por que os preços dos alimentos para uma refeição saudável e diversificada não são acessíveis a todos? Para entender essa questão, leia estas manchetes.
Safra de grãos do Brasil bate novo recorde com colheita de 322,8 milhões de toneladas
Soja e milho puxaram o resultado, com altas de produção acima de 15%. Colheita de arroz caiu e feijão perdeu área de plantio.
SALATI, Paula. Safra de grãos do Brasil bate novo recorde com colheita de 322,8 milhões de toneladas. G1, [s. l.], 6 set. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2023/09/06/ safra-de-graos-do-brasil-bate-novo-recorde-com-colheita-de-3228-milhoes-de -toneladas.ghtml. Acesso em: 8 maio 2024.
Falta de estoques e safra menor acendem alerta para preços de alimentos em 2024
Preço da comida já subiu quase o dobro da inflação nos dois primeiros meses deste ano.
KONCHINSKI, Vinicius. Falta de estoques e safra menor acendem alerta para preços de alimentos em 2024. Brasil de Fato, Curitiba, 18 mar. 2024. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/03/18/falta-de -estoques-e-safra-menor-acendem-alerta-para-precos-de-alimentos-em-2024. Acesso em: 8 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Com base nas manchetes e em sua opinião, como o preço dos alimentos cotidianos se relaciona com a produção de soja e milho?
4. Você ou a pessoa responsável pela aquisição de alimentos em sua moradia costuma substituir alimentos por causa do preço? Converse com colegas e professor.
GLOSSÁRIO
O agronegócio é um importante setor da economia brasileira, representando boa parcela do produto interno bruto (PIB) do país. No entanto, a produção de alimentos destinados à população está perdendo área de plantio há várias décadas. Isso acontece porque, para os grandes produtores agrícolas, é financeiramente mais vantajoso investir em monoculturas de grande escala para a exportação. Nesse cenário, vê-se a necessidade e a importância de políticas governamentais de subsídios agrícolas, redução de impostos sobre alimentos, entre outras ações, para encorajar os pequenos produtores, que cultivam produtos para alimentação da população.
Subsídio agrícola: apoio governamental à produção agrícola que resulta em preços menores dos cultivos e melhoria na renda dos agricultores, entre outros incentivos. 75
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Texto complementar
O Mapa da Fome é uma ferramenta que apresenta o número de pessoas que enfrentam a fome e a insegurança alimentar no mundo. O Mapa aponta os países em que existem populações que não têm acesso à alimentação, têm acesso inadequado ou insuficiente para uma vida saudável.
[…]
Um país entra no Mapa da Fome quando mais de 2,5% de sua população enfrenta falta crônica de alimentos e, para identificar esse percentual e outros números relacionados a fome e a insegurança alimentar, a FAO utiliza indicadores tais como:
• Profundidade da fome, a qual é medida pela estimativa de pessoas que enfrentam a fome ou têm alimentação insuficiente e inadequada;
• Desnutrição, a qual considera não somente pessoas que não têm acesso à alimentação, mas também aquelas que têm acesso insuficiente e/ou inadequado;
• População, consiste na identificação de populações em situação de vulnerabilidade e que, consequentemente, enfrentam a fome, tais como mulheres e crianças.
SANTOS, Stephani dos. Entenda o que é o Mapa da Fome e quais são seus objetivos. [Florianópolis]: Politize!, 14 fev. 2023. Disponível em: https://www.politize. com.br/mapa-da-fome/. Acesso em: 10 maio 2024.
Leia com os estudantes as manchetes em destaque. Chame a atenção para a característica desse tipo de texto, que resume a reportagem, notícia ou artigo que vem em seguida. Para avaliar a competência dos estudantes em relacionar os textos citados e o conhecimento que estão construindo, peça a eles que respondam à atividade 3 Explique aos estudantes que a oferta de subsídios agrícolas é essencial para a produção de alimentos e que é uma política adotada por muitos países, em especial os europeus.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes relacionem o aumento da produção de grãos à ocupação de terras agrícolas antes voltadas ao cultivo de alimentos, como feijão e arroz. A redução de áreas de plantio de alimentos é um dos motivos das menores colheitas. Assim, com menor estoque, os preços tendem a subir. Chame a atenção dos estudantes para outros fatores que influenciam o preço dos alimentos, como condições climáticas, época da safra e instabilidades políticas e econômicas, tanto internas quanto externas.
4. Resposta pessoal. Chame a atenção dos estudantes para a importância de consumir “produtos da época”, não só pela melhor qualidade mas também por serem mais baratos.
Inicie a seção contextualizando que, em razão das mudanças climáticas e da degradação ambiental, muitos artistas usam a linguagem e a prática da arte como ferramenta de resistência e engajamento político ambiental. Por meio de performances, instalações e intervenções urbanas, buscam conscientizar o público sobre questões urgentes, como desmatamento, poluição, perda de biodiversidade e justiça climática.
Uma característica da arte contemporânea, que é ressaltada na land art, é sua efemeridade e conexão com os ciclos naturais. Artistas criam obras temporárias que se integram ao ambiente natural, utilizando materiais orgânicos e biodegradáveis. Essas obras são muitas vezes documentadas em fotografia e vídeo, permitindo que sua mensagem perdure mesmo após sua dissolução, ressaltando a transitoriedade da vida e a importância da preservação ambiental.
Explique aos estudantes o conceito de cultivo consorciado, uma prática agrícola na qual diferentes espécies de plantas são cultivadas próximas umas das outras, de forma planejada e coordenada. Essa técnica tem como objetivo aproveitar ao máximo os recursos disponíveis e promover interações positivas entre as plantas, aumentando a produtividade e a diversidade de alimentos.
No cultivo consorciado, as plantas são escolhidas com base em suas características complementares, de modo que uma espécie possa beneficiar a outra. Um exemplo desse sistema é a combinação de tomate, manjericão e cebolinha. O tomate é uma planta alta
Horta: produzir alimentos e muito mais
Uma horta comunitária proporciona a melhoria na alimentação do grupo ou da comunidade em que está inserida, além de outras vantagens, como:
• utilização produtiva de terrenos que estavam sem uso ou sendo usados de forma inadequada, por exemplo, como depósito de resíduos sólidos;
• diminuição da quantidade de rejeito gerado, pois resíduos domésticos (como pó de café, casca de frutas e vegetais etc.) são aproveitados para fazer adubo;
• geração de renda, pois os produtos podem ser comercializados;
• promoção de momentos de diálogo e lazer entre membros da família, vizinhos e amigos;
• oportunidade de analisar o desenvolvimento de plantas e compreender como acontece a relação entre a água, o solo e o clima, por exemplo;
• compreensão de aspectos da produção agrícola e valorização dos trabalhadores rurais. Além de tudo isso, a horta pode se relacionar com a arte de diversas maneiras. Muitos artistas criam seus trabalhos com base em elementos que tiveram origem no cultivo. A arte ambiental se insere na arte contemporânea por meio do diálogo entre filosofia, sustentabilidade, arte e cultura. São instalações ou intervenções que transformam a natureza e o espaço e fazem parte da estética do movimento artístico conhecido como land art (em tradução livre, “arte da terra”), também chamado de Earth art (em tradução livre, “arte da Terra”) ou Earthwork (em tradução livre, “trabalho da Terra”).
Leia um trecho desta notícia.
Segundo a curadora e diretora do Museu do Pontal, Angela Mascelani, a horta do Museu do Pontal faz parte de um sonho que reúne arte e natureza. ‘Sonho que nos leva a entender a arte e a natureza como
que fornece sombra e proteção para o solo, enquanto o manjericão tem propriedades repelentes de insetos que podem beneficiar o tomateiro, além de melhorar o sabor dos frutos. A cebolinha, por sua vez, pode atuar como uma planta companheira, ajudando a afastar pragas que afetam o tomate.
Outro exemplo é o consórcio entre alface e rabanete. O rabanete cresce mais rápido e pode ser colhido antes que a alface atinja seu tamanho máximo, o que permite um uso mais eficiente do espaço no canteiro.
Além disso, as raízes do rabanete ajudam a soltar o solo, facilitando a absorção de água e nutrientes pela alface.
Ao plantar hortaliças juntas, é importante considerar as necessidades de luz, água, nutrientes e espaço de cada uma. Essa prática pode resultar em maior diversidade de alimentos, melhor aproveitamento dos recursos disponíveis e redução da necessidade de insumos externos, contribuindo para sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes.
dimensões que favorecem o afeto e a consciência. E que nos fez plantar mais de 70 espécies nativas e muitas frutíferas em nossos jardins. Além disso, cultivar e plantar está na origem do trabalho de muitos artistas com obras no acervo, que vivem em áreas rurais e se desdobram na escultura e na agricultura’, disse a antropóloga.
BRASIL, Cristina Indio do. No Rio, Museu do Pontal inaugura neste domingo horta/jardim sensorial. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 23 out. 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/ noticia/2021-10/no-rio-museu-do-pontal-inaugura-neste-domingo-hortajardim-sensorial. Acesso em: 8 maio 2024.
ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
1. Com tantas vantagens, vamos fazer uma horta?
MATERIAIS NECESSÁRIOS
• Enxada, ancinho, pá e outras ferramentas para trabalhar a terra
• Carrinho de mão
• Sementes
• Mudas de plantas
• Placas para identificar as espécies
PASSO A PASSO
• Regadores/mangueiras para regar a horta
• Vasos
• Caixas
• Sacos de lixo
a) Planejar o trabalho: verificar áreas disponíveis para a horta e planejar as tarefas de cada pessoa envolvida no projeto.
b) Preparar o terreno: avaliar o solo e fazer a limpeza, retirando entulhos, resíduos, grama etc. Em seguida, revolver o solo com enxada para descompactá-lo e nivelá-lo. Verificar a proximidade da fonte de água e a necessidade de fertilizar a terra com nutrientes.
c) Escolher as espécies: selecionar as plantas de acordo com o clima da região, o espaço disponível, os cuidados necessários na manutenção e as demandas do grupo.
d) Germinar as sementes e plantar: em vasinhos ou caixas próprias para germinar as sementes, colocar um pouco de terra, molhá-la, plantar a semente e cobri-la com mais um pouco de terra. Após a germinação, plantar as mudas na horta, cuidando para que fiquem firmes.
e) Cuidados: aplicar substâncias naturais para repelir insetos e larvas; fazer a adubação com fertilizantes naturais, como resíduos de vegetais e frutas, por exemplo.
Atividade
1. Antes de iniciar o plantio, oriente os estudantes a fazer um levantamento das áreas disponíveis para a horta e a planejar as tarefas de cada pessoa envolvida no projeto. Peça-lhes que considerem fatores como insolação, acesso à água e disponibilidade de espaço para garantir o sucesso da horta.
Na etapa b, explique à turma que é necessário avaliar o solo da área escolhida para a horta e fazer os ajustes necessários para melhorar sua qualida-
que sejam resistentes a pragas e doenças e que atendam às preferências alimentares do grupo ou da comunidade. Na etapa d, explique aos estudantes que, antes de plantar as sementes, é recomendável germiná-las em vasos ou caixas próprias para essa finalidade. Oriente-os a utilizar substrato de qualidade e manter as sementes em local protegido e com boa luminosidade até que germinem. Após a germinação, auxilie-os no plantio das mudas na horta, garantindo uma distância adequada entre as plantas para facilitar o desenvolvimento e evitar a competição por nutrientes. Na etapa e, é importante relembrar que uma horta nunca está finalizada. Oriente a turma a manter a horta livre de ervas daninhas e pragas com métodos orgânicos de controle, como a utilização de inseticidas naturais. Organizem um cronograma de adubação, usando fertilizantes orgânicos ricos em nutrientes, como esterco, composto orgânico ou adubo verde. Além disso, é importante que todos monitorem a umidade do solo e reguem as plantas conforme necessário para garantir o crescimento saudável das hortaliças.
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de. Incentive os estudantes a remover entulhos, pedras e raízes e revolver o solo utilizando ferramentas adequadas, com cuidado, para evitar acidentes. Depois, adicionar matéria orgânica, como composto orgânico ou esterco, para fornecer nutrientes essenciais às plantas e melhorar a estrutura do solo.
Na etapa c, proponha à turma que pesquise e selecione as espécies de plantas que se adaptam ao clima e às condições de cultivo da região onde vivem. Oriente os estudantes na escolha de variedades de hortaliças, ervas e frutas
O carrossel “Land Art” (em tradução livre, “Arte da terra”), da página 76, apresenta esse movimento artístico que surgiu na década de 1960, nos Estados Unidos, e explora por meio das imagens as suas principais características e a sua relação com as questões ecológicas e sustentáveis.
1. a) Espera-se que os estudantes respondam algo como: “comida de verdade” é aquela preparada nas cozinhas das moradias, restaurantes, escolas etc., com ingredientes in natura ou pouco processados. É o caso, por exemplo, do arroz e do feijão, acompanhados de carne e salada. Receitas de “comida de verdade” podem variar de uma família para outra, de um lugar para outro, de uma comunidade para outra, de acordo com as tradições e ingredientes locais. Alimentos ultraprocessados são aqueles elaborados com muitos ingredientes que simulam sabores, texturas e cores e aumentam a durabilidade artificialmente. Retome com os estudantes o conceito de Saúde Única trabalhado na unidade 1 Esse conceito integra saúde humana, animal e ambiental. Espera-se que respondam que uma dieta baseada em alimentos ultraprocessados está relacionada a diversas doenças e ao agravamento da saúde humana, resultando, muitas vezes, em altas taxas de colesterol e açúcar no organismo, diabetes, obesidade, anemia etc. A saúde animal também é afetada, pois as criações bovina, suína e de aves são feitas em escala industrial, sem preocupação com o bem-estar animal. A saúde ambiental sofre impactos na medida em que produtos ultraprocessados dependem, em geral, da agricultura comercial, que, na maioria das vezes, não leva em conta processos sustentáveis, reduz a biodiversidade e
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Este cartaz foi elaborado pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar de Foz do Iguaçu (Comsea), em 2023, como parte de uma iniciativa local para debater propostas relacionadas à erradicação da fome.
FOZ DO IGUAÇU. Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. Conselho Municipal de Segurança e Alimentar de Foz do Iguaçu. Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Foz do Iguaçu. 2023. 1 cartaz. Disponível em: https://www5. pmfi.pr.gov.br/noticia. php?id=52367. Acesso em: 10 maio 2024.
a) Com base no cartaz e em seus conhecimentos, explique o significado da expressão “comida de verdade”.
b) Em oposição à “comida de verdade”, estão os alimentos ultraprocessados, considerados “produtos industrializados comestíveis”. Explique o que são os alimentos ultraprocessados e de que forma afetam a Saúde Única.
2. Em 2016, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) aos Estados-membros para serem alcançados por meio de ações de diferentes setores da sociedade. Leia os ODS 2 e 3.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 Fome zero e agricultura sustentável. Brasília, DF: ONU Brasil, c2024. Disponível em: https://brasil. un.org/pt-br/sdgs/2. Acesso em: 9 maio 2024.
Objetivo 2 Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 Saúde e bem-estar. Brasília, DF: ONU Brasil, c2024. Disponível em: https://brasil.un.org/ pt-br/sdgs/3. Acesso em: 9 maio 2024.
Objetivo 3 Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades.
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utiliza agrotóxicos e outras substâncias que poluem solos, águas e ar, entre outros problemas.
2. São corretas: I e III. A agricultura sustentável também contribui para a saúde, pois preserva a saúde ambiental. A fome não é algo intrínseco à humanidade, mas resultado da má distribuição de alimentos.
3. a) O incêndio seria a fome no Brasil. b) Na fábula, o beija-flor faz a parte dele para combater o incêndio. Assim, cada pessoa, grupo, governos, organi-
zações não governamentais, empresas, igrejas e outras instituições podem se envolver em ações para ampliar o acesso de todos à alimentação saudável, de forma permanente. Entre as ações, estão campanhas emergenciais, como doações de alimentos; políticas ligadas direta e indiretamente à alimentação, como redução de impostos de alimentos saudáveis; PNAE e subsídios a agricultores; incentivo ao consumo de alimentos da estação; apoio a ações comunitárias, como hortas; entre muitas outras ações.
Com base no que você estudou e nos ODS 2 e 3, identifique as afirmações corretas.
I Embora apresentados separadamente, os objetivos 2 e 3 estão relacionados.
II A segurança alimentar tem relação com a saúde e o bem-estar, mas não está associada à agricultura sustentável.
III Políticas públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), contribuem para alcançar os ODS 2 e 3.
IV Os ODS 2 e 3 só podem ser alcançados parcialmente, pois a fome é natural e sempre fez parte da história da humanidade. 3. Na década de 1990, o sociólogo mineiro Herbert de Souza (1935-1997), conhecido como Betinho, mobilizou pessoas e grupos para acabar com a fome no Brasil. Sobre isso, observe a fotografia e leia o trecho de notícia.
Em 2024, Betinho foi homenageado com uma estátua no Rio de Janeiro (RJ) em razão de seu importante trabalho, que rende frutos até hoje.
A escultura faz uma homenagem à Fábula do Beija-Flor, que ficou conhecida na voz de Betinho e dizia que, durante um incêndio numa floresta, um beija-flor jogava pequenas quantias de água, fazendo a sua parte para amenizar o fogo.
RODRIGUES, Thayná. Estátua de Herbert de Souza, o Betinho, é inaugurada em Botafogo, Zona Sul do Rio. O Globo, Rio de Janeiro, 21 mar. 2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/ noticia/2024/03/21/estatua-de-herbert-de-souza-o-betinho-e-inaugurada-em -botafogo-zona-sul-do-rio.ghtml. Acesso em: 8 maio 2024.
a) Analise o trabalho de Betinho, relacionando-o à fábula do beija-flor. O que seria o “incêndio”?
b) Na sociedade brasileira atual, quem faz ou poderia fazer o papel do beija-flor para promover a segurança alimentar e nutricional? Discuta com colegas e professor.
4. Como a indústria cultural, com produtos de arte e cultura como filmes, canções e séries de televisão, influencia seus hábitos de consumo, inclusive os relacionados à alimentação? Comente.
JORGE, Marçal Henrique Amici; JARD, Waldirene Faria; VAZ, Ana Paula Artimonte. Como implantar e conduzir uma horta de pequeno porte. Brasília, DF: Embrapa, 2012. Disponível em: https://www.embrapa. br/busca-de-publicacoes/ -/publicacao/941469/como -implantar-e-conduzir -uma-horta-de-pequeno -porte. Acesso em: 8 maio 2024.
O folheto ensina como implantar uma horta, além dos cuidados necessários para mantê-la.
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4. Resposta pessoal. Chame a atenção para as propagandas subliminares em produções artísticas que beneficiam setores da indústria, como os de alimentos ultraprocessados, de tabacaria, de bebidas alcoólicas e outros produtos que podem ser prejudiciais à saúde. Relembre o estudo sobre alimentos tradicionais considerados Patrimônios Culturais Imateriais, com os quais diversas comunidades têm relações de identidade cultural.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Ambiente e sustentabilidade e visa convidar os estudantes a refletir sobre o processo de industrialização e o desenvolvimento do capitalismo, analisando como esse sistema modificou as práticas e os costumes socioculturais e gerou o fenômeno do consumismo.
Neste percurso, busca-se analisar como as revoluções industriais provocaram transformações ambientais profundas, o que demandou a necessidade de estabelecer, entre outros aspectos, novos parâmetros de gestão de resíduos sólidos.
Com base nesses conteúdos, são estudadas práticas e linguagens artísticas engajadas no ativismo ambiental, retratadas principalmente por meio da fotografia artística.
Objetos de conhecimento
Arte, consumo e meio ambiente
Ativismo ambiental na criação de fotografias
Revoluções industriais e desenvolvimento do capitalismo
Geração e destinação de resíduos sólidos
Impactos socioambientais causados pela geração de resíduos sólidos
Inicie o trabalho da unidade propondo a organização de uma roda de conversação para que os estudantes expressem as sensações e as reflexões provocadas pela observação e pela fruição da obra de Mandy Barker, “Ninho de pássaro”. Peça-lhes que leiam atentamente a legenda da obra e comen-
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem a imagem e expressem suas percepções. Chame a atenção deles para formas e cores, perguntando se consideram ser uma imagem com formas abstratas ou se reconhecem algum material ou objeto.
tem como os objetos foram retratados na fotografia. Aproveite a ocasião e pergunte a eles se conhecem iniciativas propositivas e positivas, sejam elas de indivíduos, do poder público ou de empresas, relacionadas ao descarte adequado de materiais e ao tratamento das águas em córregos, rios, lagos, mares e outros corpos hídricos no Brasil. Incentive-os a observar e a investigar como as águas são tratadas no município, na Unidade da Federação ou na região em que vivem, considerando a atuação dos cidadãos e do poder público. Convide-os para uma reflexão sobre as ações individuais de preservação do
meio ambiente, incentivando um debate sobre quais soluções são implementáveis para resolver ou amenizar os problemas causados pela poluição.
Pergunte aos estudantes sobre a proximidade de rios, córregos, açudes, mar etc. da moradia deles ou se visitam frequentemente locais próximos a corpos de água. Questione também se conhecem comunidades ribeirinhas ou tradicionais, como caiçaras, jangadeiros e marisqueiros, que vivem próximo a esses corpos hídricos. Incentive-os a discutir o impacto do descarte de materiais plásticos e
■ Ativismo ambiental
■ Industrialização e capitalismo
■ Gestão de resíduos sólidos
Nunca tive pressa, Mas agora tenho.
Nunca tive pressa, não
2. a) e b) Respostas pessoais. Contextualize que, mesmo sendo feita em estúdio, a imagem nos lembra uma “sopa”, com vários elementos flutuando em material líquido. A artista
Tenho pressa que essa gente (se) conscientize Que respeite a vida (e) que economize Acredito que um dia o homem vá mudar
E as crianças do futuro vão poder brincar
E é preciso paciência para ensinar
E é preciso consciência pra poder mudar
Deixa, deixa os bichos do mar.
Deixa, deixa as tartarugas
Deixa, deixa a natureza
[…]
recorre à imagem da “sopa” como uma metáfora para materiais e substâncias que estão destruindo
MARTINS, Chico; MARCOVALDI, Guy; LENINE. Bichos do mar Rio de Janeiro: Espaço Ciência Viva, c2024. Disponível em: https://cienciaviva.org.br/musiciencia-bichos-do-mar/. Acesso em: 6 maio 2024.
a vida nos oceanos. Embora haja microplásticos e outros resíduos espalhados por todos os grandes oceanos, o termo “sopa de plástico” tem sido usado para designar um enorme aglomerado em uma área do Pacífico Norte.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Ao olhar atentamente a imagem da fotografia “Ninho de pássaro”, de Mandy Barker, da série “Sopa”, o que você percebe?
2. Agora, releia a legenda da imagem. a) Como você imagina que essa fotografia foi produzida?
b) Quais ideias surgem ao relacionar a imagem ao nome que a artista deu à sua fotografia?
3. Leia o trecho da letra da canção “Bichos do mar”. O que você sabe e pensa a respeito da poluição de rios, mares e oceanos? Em sua opinião, que atitudes individuais e coletivas deveriam ser tomadas em relação ao descarte de materiais poluentes? 3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compartilhem notícias ou testemunhos de situações em que pessoas têm descartado resíduos materiais industrializados, como plásticos, tecidos, objetos e outros, em locais inadequados.
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de outros poluentes nesses ambientes e quais são as opiniões da turma sobre essa atitude. Explique que a canção “Bichos do mar”, de Chico Martins, Guy Marcovaldi e Lenine, faz parte do projeto “Movimento Tamarear”, que nasceu como parte dos eventos em comemoração aos 30 anos do Projeto Tamar – projeto dedicado a promover a recuperação e a conservação marinha –, em 2010, reunindo compositores e intérpretes da música popular brasileira, como Lenine (1959-), Milton Nascimento (1942-) e outros que, pela música, expressam a importância
de cuidar da vida nos oceanos, em especial das tartarugas marinhas.
1. Explique aos estudantes que a série “Sopa”, de Barker, aborda a questão dos detritos que poluem os oceanos, particularmente os plásticos. Na obra “Ninho de pássaro”, é possível observar composições que imitam a aparência de ninhos naturais, mas, em vez de materiais orgânicos, os “ninhos” são compostos de detritos plásticos coletados dos oceanos.
Neles estão incluídos outros objetos, como linhas de pesca descartadas, pedaços de plástico colorido, cordas, entre outros, que contrastam fortemente com o ambiente natural onde os ninhos de verdade seriam encontrados.
2. a) Comente com os estudantes que a artista viajou para diferentes localidades do planeta para realizar esses registros fotográficos. Depois, editou as imagens, criando relações de contrastes, figuras, fundos, profundidades, proporções e movimentos. b) É possível que os estudantes relacionem o nome “Ninho de pássaro” a imagens de um ambiente natural e ao cuidado parental associado a esses hábitats. No entanto, ao usar detritos plásticos para construir os “ninhos” na imagem, a artista cria um contraste entre o natural e o artificial, destacando a invasão do plástico nos ambientes naturais e como os resíduos humanos estão substituindo materiais naturais nos ecossistemas. 3. Explique aos estudantes que a poluição de rios, mares e oceanos é uma das questões ambientais mais graves enfrentadas atualmente. Essa poluição não apenas afeta a biodiversidade aquática mas também gera consequências para a saúde humana e para os ecossistemas globais. O descarte inadequado de resíduos, especialmente de plásticos, produtos químicos e outros materiais não biodegradáveis, contribui para a deterioração desses ambientes vitais, e, por isso, ações efetivas, coletivas ou individuais, são tão urgentes.
Inicie o conteúdo apresentando aos estudantes diferentes técnicas e estilos fotográficos, enfatizando como cada um deles serve a um propósito distinto e reflete a poética e a intenção do fotógrafo. Fale sobre a fotografia social e como ela captura momentos de interação humana e eventos sociais, preservando as memórias pessoais. Aproveite a ocasião para problematizar a popularidade das selfies na cultura contemporânea, considerando suas implicações culturais e como elas mudaram a autoexpressão nas redes sociais. Discuta o fotojornalismo e explique como a imagem é um recurso que adiciona significado ao texto informativo. Descreva também a fotografia científica como uma ferramenta para documentar fenômenos diversos, inclusive invisíveis a olho nu, sendo importante para pesquisas e publicações científicas. Prossiga apresentando o trabalho de David Liittschwager, fotógrafo que utiliza sua arte para sensibilizar o público com questões ambientais, como a poluição por plásticos nos oceanos. Peça aos estudantes que observem como a obra vai além da documentação de uma cena, incitando discussões sobre conservação e impactos humanos nos ecossistemas. Converse com a turma sobre a declaração do artista, comentando que ele se expressa artisticamente na linguagem da fotografia e exerce ativismo ambiental por meio dela. Encoraje os estudantes a discutir o papel da fotografia na construção de percepções e na influência sobre questões sociais e ambientais.
Há várias técnicas, formatos, estilos e temáticas na linguagem fotográfica, dependendo da intenção do fotógrafo e a que se destina sua produção.
A fotografia social registra momentos de lazer, como aniversários e outros eventos pessoais. As selfies são fotografias de autorretrato, ou seja, fotos que se faz de si mesmo. São facilmente encontradas nas redes sociais e costumam ser tiradas com o celular. Já as fotografias jornalísticas são produzidas para notícias e reportagens, como as que vemos em jornais e revistas impressos ou digitais. E as fotografias científicas são feitas com a intenção de gerar imagens para análises e/ou para ilustrar estudos científicos.
Além disso, as imagens fotográficas podem nos convidar a pensar sobre determinada situação ou problema. O fotógrafo David Liittschwager (1961-), por exemplo, tem se dedicado a registrar a diversidade da vida selvagem em diferentes ecossistemas. A fotografia que observamos nesta página foi feita por ele, com base na coleta de uma amostra da água do oceano na costa de K holo, no Havaí (Estados Unidos). Nela, podemos observar peixes nadando em meio a resíduos plásticos. Sobre a presença do plástico nas amostras coletadas, o fotógrafo fez a declaração a seguir.
‘Para mim, a quantidade [de plástico] que há em amostras relativamente pequenas é um pouco chocante’ […].
[…]
‘O plástico é um material incrível [...]. Mas a ideia de fazer algo de uso único é absurda.’
[…]
‘Queria que as pessoas vissem o que realmente há ali’ […].
GIBBENS, Sarah; PARKER, Laura. Fotos surpreendentes revelam plástico e plânctons lado a lado. National Geographic, [s l.], 2020. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/planeta -ou-plastico/2019/02/fotos-plastico-planctons-peixes-oceano-poluicao. Acesso em: 7 maio 2024.
Fotografia de David Liittschwager, especialista em imagens da vida marinha, registra a vida natural em meio a resíduos plásticos. K holo (Estados Unidos), 2019.
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Organize uma roda de conversação para realizar, coletivamente, as atividades propostas.
1. Observe atentamente a produção do fotógrafo David Liittschwager. Que impressões e ideias essa imagem transmite a você? Resposta: Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar sensações, memórias e reflexões sobre a obra.
2. Você costuma fotografar? O que lhe causa interesse para expressar sua leitura de mundo e poética por meio da fotografia? O que podemos ver e registrar usando essa linguagem? Resposta: Respostas pessoais. Aproveite a ocasião para promover um debate sobre os usos que a turma faz da prática fotográfica, refletindo sobre ela.
Chris Jordan (1963-), artista, ativista e fotógrafo estadunidense, também produz imagens impactantes. Seu projeto mais conhecido, chamado “Midway” (em tradução livre, “Meio do caminho”), mostra um remoto arquipélago situado a mais de 3,2 mil quilômetros do continente mais próximo, onde ele fotografou uma ave marinha chamada albatroz. As aves adultas confundem os detritos flutuantes na superfície do oceano com alimento, ingerindo quantidades fatais de plástico. Sem saber, alimentam seus filhotes com essa substância tóxica. Após a morte das aves e sua decomposição, o plástico permanece intacto em seus corpos. Em 2017, esse projeto virou o documentário intitulado “Albatross” (em tradução livre, “Albatroz”), que mostra a realidade do que acontece nas Ilhas Midway (Estados Unidos), no oceano Pacífico.
O objetivo de Chris Jordan é impactar a consciência pública. Seu projeto serve como um alerta para que a humanidade observe atentamente os detalhes, aparentemente pequenos, do nosso consumo diário. Cada pequena escolha de consumo e forma de descarte tem um impacto significativo na degradação ambiental.
SAIBA MAIS
• CHRIS JORDAN. [S. l., c2024]. Site. Disponível em: https://www.chrisjordan.com/. Acesso em: 7 maio 2024. Use o recurso de tradução de seu navegador e conheça mais trabalhos, vídeos e declarações do artista.
• ALBATROSS. Direção: Chris Jordan. Estados Unidos: Midway Project, 2017. Vídeo (97 min). Disponível em: https://www.albatrossthefilm.com/watch-albatross. Acesso em: 7 maio 2024. Use o recurso de tradução de seu navegador e, se necessário, acione as legendas em português para assistir ao documentário.
Explique aos estudantes que, quando o fotógrafo estadunidense Chris Jordan visitou pela primeira vez as Ilhas Midway, um atol dos Estados Unidos no oceano Pacífico, em setembro de 2009, para documentar a poluição dos oceanos, ele não imaginava que uma de suas fotos, a de um filhote de albatroz morto com objetos de plástico em seu estômago, teria grande impacto mundial e mudaria a percepção sobre a crise do plástico.
Explique à turma que a ingestão de plástico é fatal para os animais, podendo causar perfurações intestinais e envenenamento por metais pesados, e Jordan quis, por meio da fotografia, capturar imagens que demonstrassem a profundidade da tragédia ambiental na ilha, que fica a 2 100 km de Honolulu, capital do Havaí (Estados Unidos).
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Após retornar a Seattle, no estado estadunidense de Washington, Jordan publicou as fotos tiradas em Midway, sem prever que elas se tornariam virais antes da popularização das redes sociais. A reação da sociedade foi intensa, demonstrando o forte impacto que imagens artísticas podem provocar. O fotógrafo recebeu milhares de e-mails e precisou contratar um assistente para gerenciar as respostas. Muitas pessoas expressaram o desejo de ajudar a diminuir a poluição por plástico, destacando a natureza sistêmica desse problema.
Caso considere pertinente, acesse com a turma o documentário sugerido no boxe Saiba mais do Livro do estudante.
Explique aos estudantes que os plásticos e os microplásticos poluem os oceanos, o que provoca a morte de muitos animais marinhos, altera a composição química da água e do ecossistema, além de prejudicar a saúde humana. Comente que, atualmente, o microplástico é encontrado também no ar que se respira, nas águas de rios e em diferentes ambientes. Convide os estudantes a observar atentamente a obra da artista Barker. Explique que ela utiliza a arte da fotografia como ativismo, buscando chamar a atenção do público e gerar conscientização sobre os problemas ambientais causados pelo descarte irresponsável de plásticos.
Contextualize que Barker cria uma ilusão de profundidade e de suspensão por meio da sobreposição de imagens de objetos maiores no primeiro plano e menores nos demais planos, criando camadas em um fundo escuro. O resultado é uma cena que lembra o ambiente marinho. Converse com os estudantes sobre o trecho da entrevista da artista, comentando que ela se expressa artisticamente na linguagem da fotografia, exercendo também ativismo ambiental.
Na obra “Queimado”, observam-se objetos parcialmente queimados que parecem estar imersos no fundo do mar. Ela faz parte da série de fotomontagens “Sopa”, na qual a fotógrafa britânica Mandy Barker expõe resíduos plásticos encontrados em praias de Hong Kong, na Ásia, promovendo a reflexão sobre a gravidade da poluição nos oceanos.
A artista Mandy Barker, que conhecemos na abertura desta unidade, coleta resíduos de regiões costeiras de várias partes do mundo. Assim, cria fotomontagens que, em um primeiro olhar, podem ser confundidas com cenas do fundo do mar. Porém, se observarmos com mais atenção, perceberemos que são objetos, resíduos de plásticos, restos de linhas de pesca e outros materiais que têm poluído mares e oceanos. Sua proposta é criar fotografias impactantes a fim de chamar a atenção das pessoas para esse problema ambiental. Leia, a seguir, o trecho de uma entrevista de Mandy Barker.
Fotografo o plástico de vários tamanhos em fundo preto, no meu estúdio. As peças menores e as partículas minúsculas são espalhadas aleatoriamente – tal como existiriam no fundo do mar. Termino com os objetos maiores e, de seguida, junto todas as camadas, o que dá essa ilusão de profundidade e suspensão, que é como se olhássemos para debaixo do mar.
BARKER, Mandy. Do fundo do mar. [Entrevista cedida a] Ana Murcho. Vogue, Lisboa, 12 set. 2019. Disponível em: https://www.vogue.pt/mandy-barker-fotografa-residuos -oceanicos. Acesso em: 7 maio 2024.
QUEM É?
Mandy Barker (1964-) nasceu em Hull, na Inglaterra. Artista fotográfica de renome internacional, dedica-se há mais de 14 anos a explorar o tema dos detritos plásticos nos oceanos. Seu trabalho recebeu reconhecimento em todo o mundo, destacando a urgência da preservação dos ecossistemas marinhos.
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Atividades (página 85)
1. Barker começa seu processo criativo com a coleta de detritos plásticos dos oceanos. Ela participa ativamente de expedições para áreas remotas, onde a poluição por plástico nos oceanos é mais visível. Barker utiliza os detritos coletados para criar suas composições, organizando os plásticos de maneira a refletir padrões naturais ou criar imagens que evocam associações com objetos conhecidos, como ninhos ou outras formas orgânicas. Essa recontextualização dos materiais
descartados em novas formas artísticas é fotografada e se torna uma crítica visual ao impacto ambiental das atividades humanas.
2. Respostas pessoais. A técnica e a poética de Barker desafiam a pensar sobre as consequências das ações cotidianas, como o consumo desenfreado e o descarte irresponsável. Suas obras carregam mensagens sobre a degradação ambiental e incentivam uma reflexão crítica sobre a sustentabilidade e as responsabilidades ambientais da sociedade. Ao transformar os resíduos sólidos em arte, Barker propõe
Mandy Barker escolhe a linguagem da fotografia para exercer seu ativismo ambiental, isto é, seu engajamento nas causas ambientais, especialmente a causa da vida marinha. Por meio da poética da materialidade, isto é, as intenções do artista ao escolher os materiais que devem compor sua obra, ela provoca reflexões sobre como a sociedade consome produtos que não são reciclados ou reutilizados, poluindo as águas com materiais como os microplásticos
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
GLOSSÁRIO
Microplástico: partícula de plástico muito pequena, com menos de 5 milímetros, que resulta da decomposição de objetos de plástico descartados de forma inadequada, poluindo o meio ambiente.
1. Comente o processo de criação de Mandy Barker, com base na leitura do trecho da entrevista e na análise da imagem da página 84
2. Qual é o efeito visual criado pela artista nas imagens da série “Sopa” que você conheceu neste livro: “Ninho de Pássaro” (páginas 80 - 81) e “Queimado” (página 84)? O que a técnica e a poética dessa fotógrafa nos provocam a pensar?
3. Como você percebe o ativismo ambiental expresso por meio de linguagens artísticas como a fotografia?
4. Em sua opinião, fotografias como essas, produzidas por artistas ativistas ambientais, podem provocar as pessoas a pensar em temas como consumo e sustentabilidade? Comente.
5. 5 e 6 Crie no diário de experiências uma proposta para um projeto artístico com o tema “Arte e ativismo ambiental”. Para se inspirar e conhecer ideias desenvolvidas em outras linguagens artísticas, ouça os áudios das Faixas 5 e 6.
• MANDY BARKER. [Leeds], c2023. Site. Disponível em: https://www.mandy-barker. com/. Acesso em: 7 maio 2024. A história e os projetos da artista podem ser explorados em seu site oficial.
A artista fotográfica Mandy Barker em busca de materialidades para compor sua obra, na Praia Lap Sap Wan em Hong Kong, 2012.
Chame a atenção dos estudantes para a primeira fotografia, a obra “Queimado”. Trata-se de uma fotomontagem com imagens que a artista recolheu em áreas costeiras. A segunda fotografia desta dupla de páginas mostra Mandy Barker em uma praia, onde resíduos plásticos foram jogados no mar e trazidos ao local pelo movimento das marés.
As obras da série “Sopa” referem-se à mistura fragmentada de plásticos que flutuam nos oceanos, semelhante a uma sopa tóxica com ingredientes artificiais. As imagens produzidas pela artista imitam a estética de estudos científicos ou de objetos naturais, enganando o olhar do espectador até que ele perceba que, na verdade, está olhando para resíduos poluentes.
Composição de Carlos Kater para tubos sonoros de mesmo diâmetro e comprimentos diferentes que produzem as notas dó, fá e sol em uma sonoridade que deflagra a materialidade dos instrumentos.
Peça rítmica composta por Carlos Kater e interpretada por Fil Pinheiro e Douglas Alonso sob forma de cânone a três vozes.
6/9/24 3:54 PM uma reflexão sobre como a arte pode influenciar a percepção e o comportamento em relação a questões globais críticas.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que artistas engajados no ativismo ambiental têm a intenção de chamar a atenção para essa questão importante da sociedade atual, fomentando debates e reflexões sobre temas ambientais. Embora a arte não ofereça respostas diretas para esses problemas, ela formula perguntas que podem inspirar reflexões e ações socialmente engajadas, como o próprio ativismo ambiental.
4. Espera-se que os estudantes identifiquem que as fotografias produzidas por artistas ativistas têm grande potencial para provocar reflexão sobre temas como consumo e sustentabilidade. Ao produzir imagens que ilustram as consequências do consumo excessivo ou a beleza das práticas sustentáveis, os artistas podem promover a conscientização das pessoas, incentivando ações concretas.
5. Proponha aos estudantes que reflitam e conversem sobre o que eles poderiam expressar acerca de arte e ativismo ambiental. Oriente-os a pesquisar o tema e escolher uma linguagem, como Desenho, Pintura, Fotografia, Teatro, Dança, Música, Performance e outras, para desenvolver o esboço de uma prática artística.
Por meio da análise do consumo excessivo de plásticos, de seu descarte incorreto e dos impactos na saúde, a proposta da seção é realizar um trabalho interdisciplinar com Ciências da Natureza.
Apresente a primeira imagem da página e oriente a turma a responder à pergunta norteadora: de onde vêm os microplásticos que poluem os oceanos?
Retome a definição de microplásticos da página 85 e informe aos estudantes que esses resíduos se formam de diversas maneiras, por meio da degradação de plásticos maiores que são descartados incorretamente no ambiente, do desgaste no uso de objetos plásticos cotidianos, da fabricação de materiais plásticos, como subproduto etc. Muitos produtos, como alguns cosméticos, têm entre seus componentes microesferas de plástico; quando eles são descartados no esgoto doméstico, as microesferas também contribuem para essa poluição. Incentive os estudantes a relacionar as diversas fontes de microplásticos e as situações que estão sendo mostradas no infográfico.
Mostre aos estudantes a medida de 5 mm em uma régua. Comente que muitos microplásticos têm tamanho inferior a isso e são microscópicos, ou seja, não são visíveis a olho nu. Se achar pertinente, questione-os sobre o que é um microscópio e para que eles costumam ser usados.
Trabalhe as dimensões das partículas apresentadas no infográfico, explicando que um nanoplástico mede menos de 0,001 mm de diâmetro, sendo menor que o microplástico. Contextualize que a crescente preocupação com a ingestão de microplásticos por
A produção crescente de plásticos representa um grande desafio para a humanidade. Nos anos 1950, foram produzidos 2 milhões de toneladas de plástico. Em 2030, estima-se que esse número alcance 550 milhões de toneladas. No mundo todo, apenas 9% dos resíduos plásticos são reciclados.
Partículas de microplástico em uma gota de água do mar.
De onde vêm os microplásticos que poluem nossos oceanos?
Fonte: GAUDIAUT, Tristan. D’où viennent les microplastiques qui polluent nos océans? Paris: Statista, 31 maio 2019. Disponível em: https://fr.statista.com/ infographie/18234/sources -microplastiques-oceans/. Acesso em: 7 maio 2024.
Do fundo dos oceanos ao topo das montanhas, os microplásticos estão em toda a parte, sendo visíveis ou não. Eles também estão presentes nos corpos de diversos animais marinhos e no organismo humano. Analise o infográfico.
Microplásticos que ingerimos no cotidiano
Número médio de micropartículas de plástico encontradas por grama/litro/m3 nos itens selecionados
Número médio de micropartículas de plástico encontradas por grama/litro/m3 nos itens selecionados
Água em garrafa PET Cerveja Ar Água da torneira
Estima-se que, em média, uma pessoa ingira e inale entre 74000 e 121000 micropartículas de plástico por ano*. 94,37 32,279,804,241,480,440,110,10
*As estimativas são sujeitas a grandes variações, provavelmente subestimadas. Água em garrafa PET Cerveja Ar Água da torneira Peixes e frutos do mar Açúcar Sal Mel
*As estimativas são sujeitas a grandes variações, provavelmente subestimadas.
diversas espécies, incluindo a humana, é consequência das transformações históricas e das práticas de produção e consumo que se intensificaram no século XX. A invenção do plástico transformou as sociedades modernas, oferecendo materiais baratos, duráveis e versáteis que modificaram a produção e o consumo de embalagens, brinquedos, ferramentas, vestuários e itens de cozinha e de tecnologia. No entanto, o custo desse desenvolvimento para o ambiente e a saúde das pessoas só começou a ser compreendido décadas depois. Convide os estudantes a organi-
Peixes e frutos do mar Açúcar Sal Mel
Estima-se que, em média, uma pessoa ingira e inale entre 74000 e 121000 micropartículas de plástico por ano*. 94,37 32,279,804,241,480,440,110,10
Fonte: GAUDIAUT, Tristan. Les microplastiques ingérés au quotidien. Paris: Statista, 1 abr. 2022. Disponível em: https:// fr.statista.com/ infographie/18374/ microplastiques -trouves-dans-eau -aliments-air-et -ingeres-par -homme/. Acesso em: 7 maio 2024.
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zar uma lista coletiva com objetos e itens importantes no cotidiano deles que são feitos de plástico. Incentive-os também a propor medidas para reduzir o consumo de plástico e o consumo em geral e para promover o descarte correto, bem como a reutilização e reciclagem.
Uma preocupação em especial com a contaminação do organismo por componentes dos plásticos é a exposição a substâncias que são desreguladoras endócrinas. Elas mimetizam hormônios, alterando o funcionamento do sistema endócrino. Comente que os hormônios são substâncias produ-
A ingestão de microplásticos por diferentes espécies animais, incluindo os seres humanos, começa a chamar a atenção da comunidade científica.
Apesar de os estudos dos impactos do plástico na saúde humana ainda precisarem de mais aprofundamento, pesquisadores já identificaram mais de 2 400 produtos químicos utilizados nos plásticos que são preocupantes e que podem causar problemas de saúde. Observe o infográfico e leia o trecho de texto a seguir. Depois, faça as atividades.
produto, considerando informações como a reciclabilidade da embalagem ou a origem dos ingredientes. Incentive-os a discutir esses hábitos com os colegas, pensando em como promover práticas de consumo mais responsáveis.
Fonte: MONTENEGRO, Marcelo; VIANNA, Manoela; TELES, Daisy Bispo (org.). Atlas do plástico: fatos e números sobre o mundo dos polímeros sintéticos. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2020. p. 20. Disponível em: https://br.boell.org/pt -br/2020/11/29/atlas-do -plastico. Acesso em: 7 maio 2024.
[…] Ninguém sabe a extensão total dos produtos químicos aos quais estamos expostos nos bens de consumo. Para os consumidores, é praticamente impossível identificar substâncias químicas perigosas que os produtos contêm. A maioria dos varejistas não tem ideia do que há nos produtos que vende: as informações simplesmente se perdem no caminho, através de uma longa e sinuosa cadeia de suprimentos, ou são deliberadamente escondidas pelos fabricantes porque são ‘informações comerciais confidenciais’. Há uma urgente necessidade de informações disponíveis publicamente sobre o uso de produtos químicos em plásticos e sobre a composição química exata de produtos plásticos acabados.
MONTENEGRO, Marcelo; VIANNA, Manoela; TELES, Daisy Bispo (org.). Atlas do plástico: fatos e números sobre o mundo dos polímeros sintéticos. Rio de Janeiro: Fundação Heirich Böll, 2020. p. 20. Disponível em: https://br.boell.org/pt-br/2020/11/29/atlas-do-plastico. Acesso em: 7 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Analise o infográfico e indique quais são os principais problemas de saúde que o contato com plásticos e a ingestão de microplásticos podem causar em crianças, mulheres e homens.
2. Você costuma ler as informações disponíveis nos rótulos dos produtos que consome para conhecer a composição química deles ou outro tipo de informação? Comente com colegas e professor.
Resposta pessoal.
1. TDAH, asma, obesidade, puberdade precoce, distúrbios da tireoide, diabetes, infertilidade e câncer de mama e de próstata.
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Atividades
1. Oriente a turma a observar e a analisar cuidadosamente o infográfico.
Incentive-os a discutir as informações que identificarem e a compartilhar suas conclusões com colegas.
2. Comente com a turma que ler os rótulos dos produtos é uma prática importante para tomar decisões fundamentadas sobre o que consumimos. Essa leitura nos permite entender a composição dos produtos e identificar a presença de alergênicos ou de ingredientes que preferimos evitar por razões de saúde ou éticas. Além disso, os rótulos fornecem informações sobre a nutrição, o modo de uso e até mesmo o impacto ambiental do
Atividade complementar Pergunte aos estudantes se conhecer as informações sobre a composição química de produtos de plástico pode alterar os hábitos de consumo das pessoas e peça que justifiquem suas respostas.
Espera-se que eles reconheçam que o conhecimento sobre a composição dos produtos é uma forma de incentivar o consumo consciente. A conscientização pode levar o consumidor a preferir alternativas mais seguras e sustentáveis, estimulando a demanda por produtos que sejam livres de toxinas e melhores para o ambiente.
MONTENEGRO, Marcelo; VIANNA, Manoela; TELES, Daisy Bispo (org.). Atlas do plástico: fatos e números sobre o mundo dos polímeros sintéticos. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2020. Disponível em: https://br.boell.org/ pt-br/2020/11/29/atlas -do-plastico. Acesso em: 7 maio 2024.
O ”Atlas do plástico” traz informações completas sobre todo o ciclo de vida do plástico, desde a fabricação até o descarte (correto e incorreto).
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, espera-se que os estudantes reconheçam as características das diferentes fases da Revolução Industrial.
Identifique os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema por meio de uma avaliação diagnóstica. Pergunte a eles o que foi a Revolução Industrial e peça-lhes que indiquem onde ela ocorreu. Questione também o que caracterizava o trabalho e o modo de vida dos operários da época. Essa atividade diagnóstica é valiosa para avaliar se toda a turma se refere à mesma fase da Revolução Industrial. É comum que haja confusões, especialmente misturando elementos da Primeira e da Segunda Revolução Industrial. Com base no confronto das informações desses dois momentos históricos, esclareça que se trata de duas fases distintas, com tecnologias e modos de trabalho diferentes.
A identificação desses conhecimentos prévios será fundamental para a condução da leitura do infográfico da página 89.
Atividades
Resposta pessoal. A proposta da atividade é conhecer as experiências dos estudantes com as indústrias, tanto as próprias vivências como as de pessoas do convívio deles. Caso os estudantes afirmem não possuir experiências a respeito do tema, é possível compartilhar informações e dados selecionados previamente para ampliar as ideias do grupo e iniciar a discussão em torno do processo da Revolução Industrial.
No início do processo de Revolução Industrial, ocorrido na Inglaterra em meados do século XVIII, surgiram as primeiras indústrias que utilizavam máquinas a vapor, ou seja, movidas pela energia obtida com a queima do carvão.
Essas indústrias tiveram grande impacto na organização das sociedades humanas, pois promoveram mudanças nas relações sociais, econômicas, políticas e culturais. Foi com o avanço da industrialização que o desenvolvimento do capitalismo se acelerou, culminando na formação da sociedade capitalista global do mundo contemporâneo. Leia o trecho de texto a seguir, que discorre sobre as principais mudanças introduzidas no mundo do trabalho pela Primeira Revolução Industrial.
Os resultados humanos da Revolução Industrial, 1750-1850
[…] o trabalho industrial [...] impõe uma regularidade, uma rotina e uma monotonia totalmente diferente dos ritmos pré-industriais de trabalho – que dependem da variação das estações e do tempo, da multiplicidade de tarefas em ocupações não afetadas pela divisão racional do trabalho, pelos caprichos de outros seres humanos ou de animais, e até mesmo pelo desejo de se divertir em vez de trabalhar. [...] A indústria traz consigo a tirania do relógio, a máquina que regula o tempo, e a complexa e cuidadosamente prevista interação dos processos: e a mensuração da vida não em estações […] ou mesmo em semanas e dias, mas em minutos [...]. E como os homens não assimilavam espontaneamente esses novos costumes, tinham de ser forçados – por disciplina e multas, por leis […] e por salários tão baixos que somente a labuta incessante e ininterrupta os fazia ganhar o suficiente para sobreviver […].
HOBSBAWM, Eric J. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Tradução: Donaldson Magalhães Garschagen. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. p. 80.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você já trabalhou em uma indústria ou conhece alguém que trabalhou nesse tipo de atividade? Compartilhe com colegas e professor suas experiências e o que sabe sobre as condições de trabalho nas indústrias no presente.
2. De acordo com o trecho do historiador Eric Hobsbawm (1917-2012), quais foram os efeitos do trabalho industrial nos ritmos e rotinas das sociedades?
3. Você conhece as tecnologias de inteligência artificial? De que maneira você acredita que elas têm alterado as condições e funções dos trabalhadores?
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2. O modo de trabalho industrial passou a exigir maior velocidade dos trabalhadores, pois as rotinas se tornaram independentes dos ritmos da natureza e os lucros ficaram vinculados apenas à maior produtividade em menos tempo. 3. Respostas pessoais. Converse com os estudantes sobre o que eles conhecem a respeito da inteligência artificial (IA). Dada a heterogeneidade da turma, é possível que haja contribuições muito diferentes. Ao longo dessa conversa, os estudantes podem elaborar hipóteses
sobre atividades profissionais da atualidade que poderão deixar de existir com o surgimento da IA, além das novas profissões que deverão surgir.
Os historiadores dividem a história da industrialização em quatro etapas, ou quatro fases da Revolução Industrial. Analise o infográfico a seguir, que apresenta as principais características de cada uma dessas fases.
As transformações industriais
Segunda Revolução
Industrial
Período: entre meados do século XIX e primeira metade do século XX.
Local: países europeus, Estados Unidos e Japão.
Recursos energéticos principais: carvão, petróleo, eletricidade.
Produção em massa.
Primeira Revolução Industrial
Período: entre meados do século XVIII e meados do século XIX.
Local: Inglaterra.
Recurso energético principal: carvão. Início da mecanização da produção realizada com máquinas a vapor, que desempenharam papel relevante na expansão da capacidade produtiva das primeiras indústrias.
A primeira máquina a vapor foi desenvolvida por James Watt (1736-1819) entre 1763 e 1775. Watt desenvolveu uma série dessas máquinas, buscando maior economia de combustível.
Terceira Revolução
Industrial
Período: segunda metade do século XX.
Local: países em todos os continentes.
Recursos energéticos principais: carvão, petróleo, eletricidade, energia nuclear.
Produção automatizada com desenvolvimento da eletrônica e das tecnologias de informação.
Quarta Revolução
Industrial Período: início do século XXI.
Local: países em todos os continentes.
Recursos energéticos principais: carvão, petróleo, eletricidade, energia nuclear.
Introdução de novas tecnologias (inteligência artificial, big data, sistemas ciberfísicos), avanço da robotização e da automatização.
Sala de controle de operações da cidade do Rio de Janeiro (RJ), para monitoramento do tráfego e do tempo atmosférico, 2017.
Auxilie os estudantes na leitura do infográfico e reforce as diferenças entre a Primeira e a Segunda Revolução Industrial. Em seguida, apresente a Terceira e a Quarta Revolução Industrial. Provavelmente, alguns estudantes possuem referências e memórias sobre as linhas de montagem automatizadas e até mesmo sobre os braços robóticos. Porém, a caracterização de cada fase da Revolução Industrial, disposta no infográfico, contribui para a compreensão
do panorama industrial completo e a organização das ideias da turma. Destaque que, quando se inicia uma nova fase na Revolução Industrial, os modos de produção das fases anteriores não desaparecem. Atualmente, dependendo do setor industrial, coexistem fábricas que utilizam linhas de montagem tradicionais, mecanizadas e computadorizadas. É importante destacar que as mudanças técnicas de cada fase da Revolução Industrial tiveram impactos sociais variados, como a intensificação da capacidade
produtiva ou as modificações nas relações de trabalho. O avanço da mecanização impactou o mercado de trabalho e a organização da classe operária, já que muitos trabalhadores foram substituídos por máquinas automatizadas. Esse fenômeno também ocorre no contexto da Quarta Revolução Industrial, com o intenso desenvolvimento de tecnologias de informação e de IA, que possibilitam a substituição de trabalhadores humanos em funções variadas.
Por fim, destaque a questão do crescente impacto ambiental associado ao processo de industrialização. Pergunte aos estudantes quais são as relações entre o modelo industrial e o uso crescente de recursos energéticos e matérias-primas. Espera-se que eles apontem desequilíbrios ambientais, como poluição do ar e das águas, além de devastação de meios naturais para explorar matéria-prima mineral, vegetal e animal. Essa prática pode ser utilizada tanto como avaliação diagnóstica para auxiliar no planejamento das aulas quanto como avaliação processual, verificando os conhecimentos construídos ao longo da unidade.
O estudo deste tema tem por objetivo estabelecer as relações entre o modo de produção capitalista, a industrialização e o consumismo.
Atividade
1. A proposta da atividade é mobilizar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito do conceito de capitalismo. Registre as respostas da turma para ter subsídios para realizar o planejamento das aulas seguintes. É possível que haja estudantes menos familiarizados com os princípios formais do capitalismo. O trecho presente no Texto complementar pode auxiliar na superação de tais defasagens, de modo que todos os estudantes possam prosseguir nos estudos com o tema. É possível que eles conheçam diferentes usos do termo “capitalismo”, comuns nos meios de comunicação. Incentive-os a compartilhar essas ideias com a turma. Verifique se eles expressam opiniões a respeito de pontos positivos e negativos desse modo de produção. Nesse caso, é importante que eles justifiquem as próprias ideias, respeitando as opiniões contrárias dos colegas.
Texto complementar Podemos definir Capitalismo como um sistema econômico surgido no Ocidente, na Idade Moderna, que se expandiu pelo mundo contemporâneo nos séculos seguintes. Assim, pensar o Capitalismo é uma forma de compreender o presente. Hoje, é esse o sistema econômico que impera em uma escala praticamente global, rompendo fronteiras e culturas. Mas para entendermos sua hegemonia no mundo contemporâneo, precisamos refletir sobre suas origens.
O processo de industrialização foi central para o desenvolvimento do capitalismo. Mas o que significa essa palavra? O conceito de capitalismo foi explorado por muitos pensadores desde o século XIX, podendo ser definido de formas muito diversas.
orientações no MP.
1. O que você entende pelo termo “capitalismo”? De que maneira esse conceito pode ser relacionado às suas experiências cotidianas? Discuta com colegas e professor.
Uma dessas definições aponta que o capitalismo é um sistema econômico que começou a se desenvolver na Europa durante a Idade Moderna (séculos XV a XVIII). A base desse sistema econômico é a busca pelo lucro, com o objetivo de gerar novos investimentos econômicos para promover a contínua ampliação da produção de riquezas.
No capitalismo, os meios de produção, como as fábricas, são propriedades privadas, e seus donos podem explorar livremente seus recursos para a produção de novas riquezas. Além disso, na sociedade capitalista, a base das diferenças sociais é a posse dos meios de produção e o controle das riquezas.
Com as Revoluções Industriais, o sistema capitalista se transformou progressivamente até se tornar o sistema dominante no planeta. Atualmente, a maior parte das sociedades humanas está organizada segundo a lógica do sistema capitalista.
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Historicamente, o Capitalismo assumiu diversas fases. Surgiu como Capitalismo comercial, fase chamada de mercantilista, entre os séculos XVI e XVIII, e sobre a qual alguns autores discordam se constituiu de fato uma etapa propriamente capitalista ou se deve ser interpretada apenas como um período de transição entre estruturas feudais e estruturas capitalistas; a segunda fase do Capitalismo é o momento em que ele atingiu com vigor a produção industrial. Era o Capitalismo industrial de livre concorrência, característico dos primeiros avanços da Revolução Industrial na Inglaterra de fins do século XVIII e grande parte do século XIX. A seguir, surgiu o Capitalismo monopolista,
típico do imperialismo dos anos 1870-1914, e caracterizado pela concentração de capitais, pela luta por mercados e pelo protecionismo das Nações em competição. Por fim, ainda no mesmo período emergiu o Capitalismo financeiro. Nessa fase, grandes bancos concentravam os capitais advindos do crescimento econômico, e as bolsas de valores negociavam ações das empresas. […] Atualmente, os avanços no campo da informática e da eletrônica vêm tendo imensas repercussões na produção capitalista, nas relações comerciais e nas relações sociais de trabalho.
CAPITALISMO. In: SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2009. p. 43.
A industrialização e o desenvolvimento do capitalismo resultaram em uma ampliação sem precedentes da capacidade de produção de mercadorias. Isso significa que as sociedades industriais se tornaram capazes de criar uma quantidade cada vez maior de diversos produtos, promovendo novos hábitos de consumo.
Ao longo do século XX, a expansão da produção e do consumo resultou na intensificação da exploração da natureza, provocando grandes danos ambientais ao planeta. O consumo excessivo se tornou um problema importante, sendo chamado de consumismo.
Além disso, o avanço da industrialização e do consumismo se deu de forma desigual no planeta. Países ricos consomem mais mercadorias e impactam o meio ambiente de modo mais intenso do que países mais pobres.
Muitos cientistas e pesquisadores associam a expansão da capacidade produtiva industrial e o aumento do consumismo a grandes problemas ambientais, como o aquecimento global, a destruição de biomas e a contaminação do solo e das águas.
1. Observe a charge a seguir. Depois, responda ao que se pede.
a) De que maneira o capitalismo foi descrito na charge?
b) Segundo a charge, qual é a relação entre o capitalismo e a destruição da natureza?
D’AGOSTINHO, Toni. [A fábula do capitalismo]. [S l.], 23 maio 2024. Instagram: tonidagostinho. Disponível em: https:// www.instagram.com/p/ C7UPUIOOlMA/. Acesso em: 27 maio 2024.
Ao analisar a relação entre expansão da capacidade produtiva, consumismo e impacto ambiental, explique aos estudantes que existem padrões desiguais de consumo. Além disso, existem desigualdades regionais, em que as populações de países mais ricos impactam de forma mais intensa o planeta do que as populações dos países mais pobres.
Discuta a importância de ações que, de forma combinada, possam reduzir o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, combater as desigualdades de acesso a mercadorias fundamentais para garantir uma vida digna e saudável. Nesse sentido, o combate ao consumismo e a adoção de posturas sustentáveis são essenciais, evitando práticas de consumo que possam ser supérfluas ou desnecessárias.
1. a) A charge descreve o sistema capitalista como algo que objetiva o lucro, aproveitando toda oportunidade para ampliar o acúmulo de riquezas, controladas pelos proprietários dos meios de produção. Para isso, há um processo de transformação da natureza, simbolizado pela lagoa, em bens privados, os quais podem ser vendidos. b) A charge apresenta o capitalismo como um sistema que explora a natureza em busca de lucro. Isso implica a destruição do meio ambiente de modo a possibilitar a criação de mercadorias negociáveis. Sendo assim, para o autor da charge, o sistema capitalista está diretamente associado ao processo de destruição da natureza.
Inicie uma conversa com os estudantes solicitando que eles apresentem suas concepções acerca do significado da palavra “lixo” e do que ela representa para cada um. Ao promover a análise do gráfico, explique aos estudantes que a tendência observada nos dados é válida para todas as regiões do planeta – com variações de acordo com a renda, a cultura, entre outros fatores que caracterizam as populações –com alimentos compondo grande parte dos resíduos sólidos, seguidos de papel e papelão e de plástico. Ressalte que nem todos os tipos de plástico, papel, metal e vidro são recicláveis. Aproveite a situação para verificar os conhecimentos da turma acerca dos materiais que podem ou não ser reciclados. Acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicação para mais detalhes sobre o tema.
Fale com os estudantes a respeito do desperdício de alimentos. Explique que, se esse desperdício fosse reduzido, com práticas mais conscientes de consumo e com compostagem, o montante de resíduos sólidos poderia diminuir quase à metade. Reserve tempo para que os estudantes falem sobre a gestão dos alimentos em suas residências e sobre possíveis desperdícios, além de políticas públicas relacionadas a tais questões.
Destaque a importância de explorar as desigualdades socioeconômicas, em diferentes escalas de análise, quando se aborda a questão do consumo, da produção e da coleta de resíduos sólidos. Em geral, os países com maior renda consomem mais e têm melhores serviços de coleta e reciclagem de resíduos, enquanto os países com rendimento mais baixo tendem a
Analise a imagem do lambe-lambe. Depois, responda às questões.
Lambe-lambe Lixões, parte de uma série de conteúdos elaborados para expandir o tema do documentário Descarte (2021), de Leonardo Brant. Disponível em: https://www.descarte.net/conteudos. Acesso em: 19 maio 2024.
Consulte orientações no MP.
1. Qual é o tema abordado na imagem?
2. Qual é a mensagem da campanha? Você concorda com essa ideia?
Nem tudo o que jogamos fora diariamente é “lixo”. Se analisarmos, veremos que no meio do “lixo” existem resíduos, partes que sobram do que foi descartado, que podem ser reutilizados, reaproveitados ou reciclados. Analise o gráfico.
O aumento do consumo de mercadorias em escala mundial causa grande impacto na produção e coleta dos resíduos gerados no descarte dos produtos. De acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), estima-se que 2,1 bilhões de toneladas de resíduos foram gerados no planeta em 2020. Se continuarmos nesse ritmo, chegaremos a 3,8 bilhões de toneladas em 2050. Esses números se referem apenas à parcela dos resíduos sólidos urbanos (RSU) gerados em moradias, comércios e pequenas empresas de áreas urbanas. Não foram computados os resíduos gerados pela construção, pela indústria, pela agricultura e pelos serviços de saúde. Estima-se que cerca de 27% dos RSU produzidos no planeta não sejam descartados e coletados adequadamente, causando sérios impactos ambientais. Quando entendemos que nem tudo o que jogamos fora é lixo, fica evidente que, independentemente das políticas públicas, é importante reduzir a quantidade de resíduos que produzimos.
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consumir menos e a tratar menos os resíduos sólidos. Essa mesma tendência pode ser observada no Brasil, com disparidades regionais e locais importantes.
Atividades
1. O tema abordado é o descarte de resíduos sólidos.
2. A mensagem da campanha é que todos os resíduos produzidos permanecem no planeta, interagindo com os solos, as águas e a atmosfera. Verifique os argumentos formulados pelos estudantes.
Elaborado com base em: UNEP. Global waste management outlook 2024: beyond an age of waste: turning rubbish into a resource. Nairobi: UNEP: ISWA, 2024. p. 20. Disponível em: https://www.unep.org/resources/ global-waste-management-outlook-2024. Acesso em: 7 maio 2024.
LEITE FILHO, Acir de Paula. Materiais recicláveis. Botucatu: Faculdade de Ciências Agronômicas: Unesp, 2015. Disponível em: https://www.fca.unesp.br/#!/extensao/ projeto-coleta-seletiva/materiais-reciclaveis/. Acesso em: 11 maio 2024.
O texto indica os materiais que podem ou não ser reciclados.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), os brasileiros produziram 77 milhões de toneladas de resíduos sólidos em 2022. Em média, é como se cada brasileiro tivesse produzido 380 quilos de resíduos por ano. Mas, na realidade, a produção e a gestão desses resíduos ocorrem de forma desigual pelo território. Entenda melhor analisando o mapa.
Elaborado com base em: ABREMA. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2023. São Paulo: Abrema, 2023. p. 21-25. Disponível em: https:// boletimdosaneamento.com.br/wp-content/ uploads/2024/01/Panorama_2023_P1.pdf.
Acesso em: 7 maio 2024.
Brasil: produção e coleta de resíduos sólidos, em % – 2022
Participação na geração de resíduos sólidos do país, por região (em %)
Resíduos sólidos coletados, por região (em %)
População atendida com coleta seletiva, por região (em %)
Após serem coletados nas residências, comércios e outros estabelecimentos do município, os resíduos sólidos têm destinos diferentes. A solução mais adequada para o descarte, do ponto de vista ambiental, são os aterros sanitários, onde foram descartados 61% do total dos resíduos coletados em todo o país em 2022. Os 39% restantes foram descartados em lixões, ou vazadouros, e aterros controlados, locais inadequados para a disposição dos resíduos. Retorne ao mapa e responda às questões em seu caderno.
ATIVIDADES
Aterro sanitário: local projetado especificamente para o descarte de resíduos sólidos.
Lixão: local onde despejam resíduos sólidos sem medidas de proteção para o meio ambiente e a saúde pública.
Vazadouro: outro nome para lixão. Aterro controlado: forma intermediária entre o aterro sanitário e o lixão; nesse local, os resíduos são aterrados e, como o local não foi projetado para isso, ocorre a contaminação do solo e do lençol freático.
1. Qual região brasileira gerou mais resíduos sólidos? O que podemos inferir sobre o desempenho dessa região em relação ao das demais?
2. Quais são as regiões menos atendidas em relação à coleta de resíduos sólidos?
3. Em sua região, qual é o percentual de atendimento de coleta seletiva? Esse serviço existe no município onde você mora? Em caso negativo, você conhece locais alternativos para o descarte de resíduos recicláveis?
Consulte orientações no MP. 93 D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET7-U04-080-105-LE-G25_AVU5.indd
1. A Região Sudeste gerou quase a metade de todos os resíduos sólidos do país em 2022. Isso pode significar que essa região é mais urbanizada e populosa do que as demais.
2. As regiões menos atendidas são Norte e Nordeste.
3. Respostas pessoais a depender da localidade onde os estudantes vivem. Verifique se a turma identifica corretamente as informações no mapa. Depois, caso haja coleta seletiva porta a porta, veja se os estudantes fazem a separação dos resíduos recicláveis, pois é sabido que muitas pessoas, apesar da disponibilidade do serviço, não têm esse hábito. Proponha a eles que pesquisem alternativas para a destinação dos resíduos recicláveis no município, caso não haja coleta seletiva porta a porta. Podem ser mencionados o reúso desses resíduos e a organização de coletivos que reúnam o material reciclável e o levem para a cooperativa mais próxima.
Sugere-se pedir aos estudantes que registrem tudo o que eles descartam em um dia. Esses dados podem ser compartilhados com a turma para que possam verificar as práticas individuais em relação ao descarte de resíduos e em que medida seria possível reduzir a sua produção, de acordo com a realidade de cada um. Caso julgue interessante, é possível formar grupos entre os estudantes e pedir-lhes que tabulem e analisem os dados obtidos pelos integrantes. Leia o mapa com os estudantes para aferir se eles interpretam adequadamente as informações apresentadas. Aproveite a abordagem sobre a coleta seletiva e verifique os conhecimentos dos estudantes a respeito do assunto. Se necessário, retome os conceitos básicos relacionados ao tema, a fim de que todos avancem na discussão sobre medidas que colaborem para minimizar a geração de resíduos sólidos.
Explique aos estudantes que a renda per capita, os hábitos de consumo, o número de habitantes e a concentração urbana ajudam a explicar as disparidades regionais em relação à geração, à coleta e ao tratamento dos resíduos sólidos urbanos.
Organize os estudantes em grupos para a leitura do infográfico. Após uma breve discussão, apresente as questões norteadoras a seguir à turma, para orientar e aprofundar a explicação sobre o tema: como o descarte inadequado de resíduos pode contribuir para as mudanças climáticas? Como a perda da biodiversidade é acentuada pelo excesso de eliminação de resíduos?
Ao final da discussão, é possível propor uma atividade de resgaste do que foi estudado nas unidades anteriores. Solicite aos grupos que relacionem o descarte inadequado de resíduos, o conceito de Saúde Única e a ocorrência de doenças negligenciadas. A realização dessa atividade mobiliza os conhecimentos previamente construídos ao longo do ano letivo, aplicando-os como repertório para a elaboração de um raciocínio mais complexo. Verifique se os estudantes relacionam a poluição causada pelo depósito incorreto de resíduos sólidos à perda da saúde ambiental e à criação de condições propícias para a proliferação de patógenos que causam as doenças negligenciadas.
Texto complementar
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010) determina que, após a submissão dos RSU [resíduos sólidos urbanos] aos tratamentos e destinações disponíveis, os resíduos restantes, ou rejeitos, devam ser enviados para uma disposição final ambientalmente adequada. Essa disposição final deve observar normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar impactos ambientais adversos. A instalação que se enquadra nessa definição de
Analise o infográfico a seguir.
Resíduos sólidos e a tripla crise planetária
O transporte, o tratamento e a eliminação de resíduos aumentam a produção de gás carbônico, de gases de efeito estufa (GEE) e de outros poluentes atmosféricos que contribuem para as mudanças climáticas.
Gás metano é liberado na decomposição de resíduos orgânicos em campos, aterros e lixões.
A queimada de resíduos libera dióxido de carbono (CO2). Quando o carbono se instala na superfície das geleiras, contribui para o aceleramento do derretimento do gelo.
Blocos de gelo desprendem-se da Geleira Kongsfjord, no Polo Ártico, 2023.
GLOSSÁRIO
A eliminação indiscriminada de resíduos em locais inapropriados contamina os solos, os corpos de água e o ar com substâncias químicas perigosas, causando danos irreversíveis à fauna e à flora locais, impactando negativamente a biodiversidade.
A poluição do solo e dos ecossistemas aquáticos pelo despejo de resíduos foi reconhecida como uma das principais culpadas pela perda da diversidade mundial e coloca em risco a integridade de todo o ecossistema.
Peixes mortos por falta de oxigênio em razão da estiagem. Manacapuru (AM), 2023.
Gases de efeito estufa (GEE): gases que absorvem e retêm o calor do sol, aumentando a temperatura do planeta. Patógeno: organismo, como vírus, bactéria ou parasita, que pode causar doenças em seu hospedeiro.
Todos os anos, entre 400 mil e 1 milhão de pessoas morrem por diarreia, malária, câncer e doenças cardíacas e respiratórias em razão da má gestão de resíduos que poluem as fontes de água e a atmosfera.
O descarte inapropriado de resíduos causa a poluição de águas com patógenos, metais pesados e componentes químicos prejudiciais à saúde humana.
Queimadas de resíduos liberam poluentes que são carregados pelo ar até longas distâncias e resultam em doenças respiratórias e prejuízos ao meio ambiente.
Camada de poluição sobre a zona norte da cidade de São Paulo (SP), 2023.
Elaborado com base em: UNEP. Global waste management outlook 2024: beyond an age of waste: turning rubbish into a resource. Nairobi: UNEP: ISWA, 2024. p. 12. Disponível em: https://www.unep.org/resources/global -waste-management-outlook-2024. Acesso em: 7 maio 2024.
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disposição final é o aterro sanitário, uma obra de engenharia que inclui impermeabilização de base, coleta e aproveitamento ou queima de biogás, drenagem, coleta e tratamento de chorume, além de contar com monitoramento ambiental e geotécnico da área. Lixões, aterros controlados, valas, vazadouros e áreas similares não possuem essa proteção ambiental e são considerados ambientalmente inadequados para a disposição final de resíduos.
No Brasil, estima-se que 61% dos RSU coletados em 2022 foram encaminhados para aterros sanitários, correspondendo a 43,8 milhões de toneladas de resíduos. [...] Áreas de disposição inadequada receberam cerca de 39% do total de resíduos coletados em 2022 no Brasil e estão presentes em todas as regiões do país.
ABREMA. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2023. São Paulo: Abrema, 2023. p. 26. Disponível em: https://www.abrema.org.br/download/92323/?tmstv=1709314789. Acesso em: 11 maio 2024.
Como você aprendeu no infográfico da página anterior, os impactos socioambientais causados pelo tratamento inadequado dos resíduos sólidos não ficam restritos ao local onde são descartados.
Catadores aguardam despejo de resíduos no “lixão” da Estrutural, o segundo maior da América Latina. Brasília (DF), 2017.
Imagine que, na cidade onde você mora, há um rio no qual são jogados diariamente diversos tipos de resíduos. Esses resíduos não ficam “estacionados”, eles são carregados pelas águas e correm para rios maiores ou diretamente para os oceanos, gerando graves problemas para a fauna marinha e para os seres humanos que se alimentam dos peixes que vivem em águas contaminadas.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Como é a qualidade do ar no bairro ou município onde você vive? Ocorrem queimadas de resíduos?
2. O descarte dos resíduos sólidos é feito corretamente em aterros sanitários no município onde você mora? Converse com colegas e professor.
3. Observe a imagem desta página. Quais são os principais impactos socioambientais relacionados à forma de descarte de resíduos sólidos representada? Discuta com colegas e professor.
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Promova a análise conjunta da imagem. Solicite aos estudantes que observem os elementos presentes nela. Peça a eles que respondam à atividade 3 e, depois, compartilhem as respostas. A elaboração dessa resposta é uma forma de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os impactos socioambientais provocados pelo descarte inadequado de resíduos sólidos.
Durante a correção da atividade, retorne à imagem e, por meio do diálogo, auxilie a turma a concluir que a deposição de resíduos sólidos sem os devidos cuidados contribui para a contaminação dos solos e das águas, tanto de lençóis freáticos quanto de mananciais. Além disso, a decomposição dos resíduos a céu aberto libera gases tóxicos na atmosfera, contribuindo para a poluição do ar e para a proliferação de doenças. Explique que os riscos à saúde são ainda maiores para catadores de materiais recicláveis que são expostos a essas condições insalubres.
O carrossel “Geração de lixo e poluição das águas” propõe a reflexão sobre o aumento do consumo de produtos industrializados e sua relação com a contaminação e poluição das águas, em razão do descarte incorreto de resíduos e da falta de saneamento básico.
1. Respostas pessoais a depender da localidade onde os estudantes vivem. Acolha as percepções dos estudantes relacionadas às experiências do lugar onde vivem. É possível que eles se recordem de totens, telejornais, entre outros meios de comunicação, que divulgam informações relativas à qualidade do ar. Caso considere pertinente, acesse o site do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) (disponível em: http://meioambiente.cptec.inpe.br/; acesso em: 11 maio 2024) e explore os mapas sobre qualidade do ar e emissões de poluentes.
2. Resposta pessoal a depender da localidade onde os estudantes vivem. Pesquise previamente informações sobre o descarte de resíduos no município onde se localiza a escola para contribuir durante a discussão.
3. Espera-se que os estudantes indiquem a emissão de gás metano e a consequente poluição do solo, da água e do ar. Além disso, as pessoas retratadas estão mais expostas a doenças diversas.
O trabalho com esta dupla de páginas tem o objetivo de fomentar a reflexão sobre as atitudes pessoais e coletivas que os estudantes podem tomar a fim de contribuir para a redução de impactos ambientais relacionados ao descarte de resíduos sólidos. Desse modo, é fundamental que a discussão parta da própria turma, relatando o que já fazem a esse respeito e compartilhando suas práticas e seus saberes. Cuide para que o conhecimento empírico de cada estudante e as ações realizadas por eles sejam valorizadas por todos e sirvam como ponto de partida para a reflexão coletiva.
Abra o debate para que os estudantes possam comentar o destino dos resíduos sólidos urbanos no município onde eles moram ou onde a escola está situada. Questione sobre a presença de aterros sanitários, lixões ou aterros controlados, bem como de coleta seletiva ou de postos de coleta para materiais específicos, e sobre como são utilizados pela população. Aproveite para introduzir a questão acerca da responsabilidade compartilhada em relação aos resíduos sólidos.
Discuta com os estudantes outras atitudes que podem ser adotadas no dia a dia,
• sair de casa com guardanapo de pano, talheres reutilizáveis e copo retrátil, devidamente higienizados, para evitar o uso de materiais descartáveis;
• comprar produtos a granel e levar os próprios potes para acomodá-los, evitando usar o plástico do mercado para embalá-los;
• reaproveitar embalagens e recipientes de produtos usados;
As minhas, as suas, as nossas atitudes
Nossas ações locais podem ter impacto em todo o mundo. A vida de diversos animais, como as tartarugas marinhas, está ameaçada por causa do descarte incorreto de resíduos gerados pelos seres humanos todos os dias. As tartarugas, assim como outros animais, morrem ao ingerir resíduos plásticos. Também podem morrer se ficarem presas em emaranhados de fios de nylon das linhas de pesca e redes espalhadas e descartadas nos oceanos. Por isso a ideia de “jogar algo fora” é equivocada.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Volte ao início da unidade e releia o trecho da letra da canção “Bichos do mar”, de Chico Martins, Guy Marcovaldi e Lenine. Os autores participam do Movimento Tamarear, que faz parte do Projeto Tamar, fundação dedicada a pesquisas e ações para preservar a vida das tartarugas marinhas na costa brasileira há mais de 30 anos.
a) Crie no seu diário de experiências um poema sobre uma espécie marinha ou terrestre para sensibilizar outras pessoas acerca da importância de atitudes em prol da preservação de vidas e ecossistemas.
b) Represente com ilustrações os sentimentos que você experimentou ao criar o poema.
2. O que você pode fazer para diminuir os danos causados pelo consumismo e pela falta de tratamento adequado de resíduos?
3. Converse com colegas e professor sobre as atitudes que podemos tomar para evitar a poluição de rios e do oceano Atlântico, que banha todo o litoral brasileiro.
SAIBA MAIS
• DESCARTE | Um filme de Leonardo Brant. 2023. Vídeo (52 min). Publicado pelo canal Deusdará Filmes. Disponível em: https://youtu.be/ UnrVAaOqNaY. Acesso em: 7 maio 2024. No documentário, Leonardo Brant (1969-) aborda o drama social do descarte de resíduos.
• PROJETO TAMAR. Videoteca Tamar. Brasil, c2010-2024. YouTube: [Canal] @TVTamar. Disponível em: https://www. youtube.com/@TVTamar. Acesso em: 7 maio 2024. A videoteca do Projeto Tamar possui vários vídeos interessantes para conhecer as ações do projeto.
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• juntar materiais recicláveis e entregá-los a cooperativas que trabalham com eles. Em geral, essas organizações têm especial interesse por caixas cartonadas (chamadas de longa vida), garrafas PET com suas tampas e latas de alumínio com seus lacres.
Atividades
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o problema assumindo responsabilidades, sugerindo soluções e argumentando sobre como podem fazer a sua parte, engajando-se na causa ambiental.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que nosso modo de vida está programado para criar cada vez mais demanda por embalagens e objetos feitos de materiais que levam
1. A atividade pode ser realizada de modo interdisciplinar com Leitura e Escrita. Reitere a importância de realizar registros e promova um momento para que os estudantes possam compartilhar suas produções.
Uma das atitudes que podemos tomar é separar os nossos resíduos corretamente para o descarte. Leia o trecho e observe o infográfico a seguir.
Como separar o lixo doméstico?
Não misture recicláveis com orgânicos – sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes. Coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados. Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores. Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados. Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com os vidros planos.
RIBEIRO, Rafaela. Como e porquê separar o lixo? Brasília, DF: MMA, 24 jul. 2012. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/noticias/como-e-porque-separar-o-lixo. Acesso em: 7 maio 2024.
1Sabiaque toneladadeevitapapelreciclado ocortede15a20árvores?
Reciclável: jornais e revistas, folhas de caderno, caixas de papelão em geral, fotocópias, envelopes.
Não reciclável: etiquetas adesivas, papel carbono e celofane, papéis sanitários, papéis metalizados, para nados, bitucas de cigarro, fotogra as.
Reciclável: tampinhas de garrafas, latas de óleo, leite em pó e conservas, latas de refrigerante, cerveja e suco, alumínio, embalagens metálicas de congelados.
1Sabiaque toneladade evitaalumínioreciclado aextraçãode5toneladasde minério?
Reciclável: cano, sacos, embalagens de produtos de limpeza, garrafas plásticas, de refrigerante, suco e óleo, plásticos em geral.
Não reciclável: clipes, grampos, esponjas de aço, tachinhas, pregos.
Não reciclável: cabos de panelas, tomadas.
Reciclável: garrafas, copos, recipientes em geral.
Não reciclável: espelhos, vidros planos e cristais, cerâmicas e porcelanas, tubos de TV e computador.
Sabiaque 100toneladasde plásticoreciclado evitamaextração de 1tonelada depetróleo?
Sabiaque 1toneladade vidro reciclado evitaaextração de 1,3tonelada de areia?
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Como separar. São Paulo: Semil, [2021]. Disponível em: https://www.quata.sp.gov.br/noticias/agricultura-e-meio-ambiente/2021/10/29/colabore-com-o-meio-ambiente -separe-o-lixo-reciclavel/2815#&gid=1&pid=galeria-noticia-2815-2. Acesso em: 7 maio 2024. O papel de cuidado com a produção e o destino de resíduos não é só do cidadão. Nas páginas a seguir, você aprenderá mais sobre os papéis do poder público e das empresas. 97
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET7-U04-080-105-LE-G25_AVU6.indd 97 6/10/24 10:43 AM
muitos anos para se decompor na natureza, como plásticos e tecidos sintéticos. Caso esses materiais não sejam descartados corretamente, reciclados ou reutilizados, acabam por poluir rios, mares e oceanos. Avalie as propostas dos estudantes sobre possíveis ações individuais e coletivas para mudar essas realidades, analisando os argumentos e as propostas de resolução de problemas.
Além das atitudes relacionadas à redução pessoal do descarte de resíduos sólidos, discuta com os estudantes outras ações cotidianas que contribuem para reduzir os impactos ambientais, como: evitar o desperdício de alimentos; promover a economia de água, reduzindo tempo de banho, por exemplo; propor a economia de energia, evitando luzes e aparelhos elétricos ligados sem necessidade e substituindo lâmpadas incandescentes; e planejar as compras, analisando o descarte que elas podem gerar. É possível que os estudantes mencionem o armazenamento de água do banho e da chuva para a lavagem de áreas externas. Explique que isso só pode ser feito certificando-se de que os recipientes de armazenamento estão devidamente tampados, para evitar a proliferação de mosquitos.
Além das ações individuais, é importante reforçar o papel de indústrias, comércios e governos, os quais devem ser cobrados por políticas públicas e fiscalizações relacionadas à questão da redução e descarte de resíduos. Essa questão será tratada nas próximas páginas.
Promova a leitura compartilhada do trecho da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Por se tratar de um texto jurídico, é possível que alguns estudantes não estejam familiarizados com alguns termos. Aproveite a heterogeneidade da turma e pergunte se há voluntários para explicar o que entenderam aos colegas, de forma coletiva.
Os estudantes devem identificar seis etapas: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem a não geração, a redução e a reutilização de materiais e resíduos sólidos. Na produção textual, eles devem fazer uma autoavaliação das práticas cotidianas em relação ao assunto, verificando em que aspectos podem melhorar a gestão doméstica dos resíduos sólidos. O grupo poderá ser incentivado a criar cartazes com práticas já adotadas ou a adotar, que poderão ser compartilhados com a comunidade escolar.
3. Espera-se que os estudantes apontem a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final desses materiais em aterros, que são responsabilidade das indústrias e de outras empresas, além dos governos municipal, estadual e federal. Eles podem citar que a sociedade civil também pode se organizar criando associações e
Política Nacional dos Resíduos Sólidos
Em 2010, o governo federal aprovou a lei no 12.305, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), cujo principal objetivo é propor uma gestão adequada desses resíduos, considerando que ainda há muitos lixões no Brasil e que o percentual de reciclagem ainda é inferior a 5%.
Conheça, no trecho a seguir, alguns princípios e objetivos da lei que têm bastante relação com nossa vida cotidiana.
Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
[…]
VI – a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII – o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
IX – o respeito às diversidades locais e regionais;
[…]
Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II – não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
[…]
GLOSSÁRIO
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição correta de rejeitos em aterros sanitários, de acordo com as normas específicas, para evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e minimizar os impactos ambientais.
BRASIL. Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2010. Grifos nossos. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 7 maio 2024.
Converse com colegas e professor sobre as questões a seguir e anote suas observações no seu diário de experiências
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Quais são as etapas apresentadas no inciso II?
2. Em sua opinião, quais dessas etapas você consegue realizar individualmente? Escreva um pequeno texto avaliando a sua atuação hoje e como poderia contribuir de forma mais eficiente na gestão dos resíduos sólidos.
3. Quais etapas são tarefas de outros atores sociais? Quem são esses atores?
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cooperativas, além de exercer pressão sobre os representantes eleitos e as empresas das quais são clientes.
“Não existe fora”, a responsabilidade é de todos
A existência de leis que regulam a vida em sociedade é muito importante. Porém, precisamos garantir que elas sejam aplicadas.
A gestão dos resíduos sólidos é um bom exemplo. Quando a PNRS traz a questão da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, entendemos que os rejeitos são responsabilidade de todos os setores da sociedade: cidadãos, fabricantes, distribuidores, comerciantes, governos e responsáveis pelos serviços públicos de limpeza, tratamento e disposição dos rejeitos. Analise o quadro a seguir.
Hierarquia de resíduos e papel dos atores sociais no controle da geração e gestão de resíduos urbanos
Atores responsáveis
Ações
GovernosProdutoresComerciantes
Prevenir
Fonte: UNEP. Global waste management outlook 2024: beyond an age of waste: turning rubbish into a resource. Nairobi: UNEP: ISWA, 2024. p. 13. Disponível em: https://www.unep.org/resources/global-waste-management-outlook-2024. Acesso em: 7 maio 2024.
Atividade complementar
Organize os estudantes em cinco grupos. Utilizando por base o quadro “Hierarquia de resíduos e papel dos atores sociais no controle da geração e gestão de resíduos urbanos”, distribua um ator social para cada grupo. Os estudantes deverão discutir e elaborar hipóteses sobre quais medidas esses atores devem tomar para atingir os objetivos definidos nas linhas do quadro.
SANTOS, Daniel. Os lixões do Brasil não serão encerrados em 2024. A Crítica, Manaus, 2024. Disponível em: https://www.acritica.com/opiniao/meio ambientesustentabilidade/os-lix-es -do-brasil-n-o-ser-o-encerrados-em-2024 -1.328804. Acesso em: 12 maio 2024. Texto sobre o não cumprimento da política de encerramento dos lixões até o ano de 2024.
Comente com os estudantes que a PNRS, aprovada em 2010, havia estabelecido uma meta de desativação de todos os lixões e aterros controlados no país até 2014. Porém, no ano de 2024, mais de 3 mil municípios brasileiros ainda contavam com lixões em funcionamento. Veja mais no texto sugerido no boxe Indicação. Explique aos estudantes que a desativação dos lixões depende de uma gestão mais eficiente dos resíduos sólidos. O ideal, recomendado pelo Marco do Saneamento, de 2020, é a criação de mais aterros sanitários eficazes, com tecnologias modernas de tratamento de resíduos e reaproveitamento do lixo para geração de energia e compostagem. No entanto, estados e municípios afirmam não ter recursos suficientes para zerar os lixões. Ambientalistas e cientistas defendem, como medida paliativa, o uso da logística reversa. Por meio dessa ferramenta, a maior parte dos produtos e das embalagens têm de ser readquiridos pelos fabricantes, que se comprometem a reutilizá-los, reciclá-los ou prover-lhes um descarte adequado.
Explique que, juntamente com a logística reversa, se sugerem medidas de conscientização da população sobre a importância da redução e da reutilização dos produtos.
Converse com os estudantes sobre a geração de resíduos eletrônicos. Explique à turma que o enorme volume de resíduos eletrônicos domésticos é algo relativamente novo na sociedade brasileira, em razão do consumo cada vez maior de aparelhos eletroeletrônicos, em especial celulares, baterias e fones de ouvido, que são trocados com mais frequência do que os eletrodomésticos. Caso haja heterogeneidade na turma, aproveite a experiência de estudantes mais velhos e peça-lhes que relatem a frequência com que se desfaziam de aparelhos elétricos e eletrônicos antigamente. É provável que eles expliquem que eram (ou ainda são) ocasiões raras e, pelo porte dos aparelhos, seu descarte era feito por meio de doações para outras pessoas, normalmente aquelas que lidavam profissionalmente com peças eletrônicas. Explique que, na atualidade, ainda há muitas dúvidas sobre como descartar eletrônicos adequadamente. Comente que a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) recomenda que os dispositivos sejam descartados inteiros, limpos e desconectados. Não é recomendável desmontar qualquer aparelho em casa, pois isso eleva o risco de contaminação das pessoas e do ambiente. O desmonte de eletrônicos segue técnicas e normas especiais, por isso deve ser feito por profissionais qualificados, que trabalham para empresas de reciclagem. As baterias de lítio de celulares e notebooks
Resíduos eletrônicos
Os resíduos eletrônicos são compostos de pilhas, aparelhos eletrodomésticos, computadores, telefones celulares, fones de ouvido, aparelhos de som e TV etc. Esses equipamentos contêm materiais tóxicos, como mercúrio, chumbo e outros metais pesados. Quando reciclados corretamente, evitam a contaminação do solo e das águas e permitem a recuperação de metais valiosos que podem ser utilizados na fabricação de outros produtos.
Nessa cadeia de responsabilidade compartilhada, a parte que nos compete é cuidar dos nossos aparelhos, consertá-los quando possível e avaliar bem nossas necessidades antes de fazer uma compra ou troca de aparelho. Os fabricantes, por sua vez, devem se comprometer com a recuperação dos aparelhos que fabricam para reaproveitar os materiais ou descartá-los de forma adequada. Finalmente, os governos devem criar iniciativas para que a população possa descartar corretamente os resíduos eletrônicos, oferecendo postos de coleta especiais, como mostrado na fotografia.
Ponto de entrega voluntária de pilhas e eletroeletrônicos. Osasco (SP), 2021.
Catadores de materiais recicláveis
Considerando que apenas 14,7% dos brasileiros contam com o serviço porta a porta dos caminhões de coleta seletiva, os catadores de materiais recicláveis são fundamentais no processo de encaminhamento dos resíduos sólidos urbanos para a reciclagem. Essa profissão, reconhecida pelo governo em 2002, ainda é pouco valorizada pela sociedade.
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merecem especial atenção. De preferência, elas devem ser descartadas dentro das carcaças dos aparelhos dos quais fazem parte. Caso não seja possível, as baterias de lítio devem ser separadas dentro de caixas e plásticos, de modo a evitar reações químicas ao entrar em contato com outros produtos e materiais, contaminando eventualmente os coletores e o ambiente.
Além disso, explique aos estudantes que é muito importante apagar todos os dados pessoais contidos em aparelhos
eletrônicos antes de descartá-los, evitando que as informações sejam utilizadas de forma ilegal.
No site da Abree (disponível em: https:// abree.org.br/pontos-de-recebimento; acesso em: 12 maio 2024), é possível consultar pontos específicos de coleta de resíduos eletrônicos em todo o país.
O trabalho dos catadores, que podem ser autônomos ou filiados a cooperativas, é, na maioria das vezes, pesado, sem as condições ideais de segurança, insalubre e mal remunerado. Para melhorar as condições profissionais da categoria, podemos separar de forma adequada os materiais recicláveis, facilitando o trabalho de coleta. As empresas que geram resíduos e as prefeituras podem, por sua vez, criar parcerias e investir nas cooperativas, gerando mais oportunidades de negócios e oferecendo condições dignas de trabalho para os catadores.
Quando as empresas não compartilham a responsabilidade
As empresas têm grande responsabilidade na gestão de resíduos. No Brasil, a atividade mineradora tem um histórico de acidentes graves. Desde 2014, várias barragens de rejeitos se romperam, ocasionando danos socioambientais irreparáveis.
Em janeiro de 2019, uma barragem de rejeitos se rompeu no município de Brumadinho (MG), causando um desastre que tirou a vida de quase 300 pessoas. A lama tóxica liberada pela barragem afetou profundamente a fauna e a flora locais, contaminando as águas dos rios Paraopeba e São Francisco.
Nesse caso, foi comprovado que a empresa mineradora responsável pela barragem não fez a manutenção necessária dos reservatórios. Um desastre que poderia ter sido impedido se a fiscalização governamental dessas empresas fosse mais rigorosa. Para evitar esse tipo de acidente, toda a sociedade precisa se mobilizar, cobrando que o governo atue com fiscalizações mais rigorosas e exigindo processos industriais com riscos menores ao meio ambiente e descarte correto de rejeitos.
Rio Paraopeba tomado pela lama após o rompimento de barragem em Brumadinho (MG), 2019.
GLOSSÁRIO
Barragem de rejeito: estrutura construída para depositar os rejeitos da mineração, ou seja, os materiais sólidos e líquidos que sobram da extração do minério e que geralmente contêm substâncias tóxicas.
08/06/24 12:39
https://reporterbrasil.org. br/mapa-da-lama-confira -se-sua-casa-seria-soterra da-pelo-rompimento-de -uma-barragem-de-mine racao/; acesso em: 12 maio 2024).
Além dos resíduos eletrônicos e daqueles produzidos por empresas e indústrias, é possível trabalhar outros exemplos de responsabilidade compartilhada com os estudantes, partindo da realidade do município onde a escola está situada e dos hábitos de consumo da turma. É importante destacar o papel e o poder que o consumidor tem em relação às empresas, podendo exigir que entreguem, por exemplo, produtos com menos embalagens ou, ainda, que se comprometam com a recuperação e a reciclagem desses produtos, além de outras ações.
Atividade complementar
101
Destaque a importância do trabalho dos catadores no processo de encaminhamento dos resíduos sólidos urbanos para a reciclagem. Comente que uma das iniciativas do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia culminou no mapeamento participativo dos lixões e dos aterros de Belém (PA), pretendendo fortalecer o grupo de catadores do município. Se considerar pertinente, acesse com a turma o fascículo “Catadores na cidade de Belém”, com informações
desse projeto (disponível em: http://nova cartografiasocial.com.br/download/05 -catadores-na-cidade-de-belem/; acesso em: 12 maio 2024).
Aproveite a questão das barragens de rejeitos da mineração para explicar aos estudantes que diversas iniciativas buscam alertar sobre os impactos socioambientais caso haja o rompimento de novas barragens. Entre essas iniciativas, podemos destacar o “Mapa da lama”, elaborado pela equipe da página Repórter Brasil (disponível em:
Proponha aos estudantes que reflitam sobre seu papel como cidadãos quanto ao ciclo de vida dos produtos que adquirem. Espera-se que eles abordem a questão do consumo individual, da realização de melhores escolhas, da compra do que é necessário, da separação do que pode ser reaproveitado, entre outras ações. Além disso, poderão abordar o aspecto da participação cidadã, ao citar a pressão que podem exercer junto a empresas e representantes políticos, pensando em uma gestão mais eficiente dos resíduos sólidos.
Organize uma roda de conversação sobre a história da fotografia. Explique à turma que o primeiro dispositivo óptico, precursor da máquina fotográfica, era a câmera escura: uma caixa de paredes opacas com um pequeno orifício que permitia a entrada de luz, projetando imagens invertidas em uma superfície interna, porém sem a capacidade de capturar essas imagens permanentemente.
Em 1826, Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833), inventor francês, conseguiu criar a primeira imagem permanente usando uma técnica que ele chamou de heliografia. Niépce aplicou betume da Judeia, um derivado de petróleo fotossensível, em uma placa de estanho que escurecia com a exposição à luz. Após várias horas de exposição, a imagem criada pelo betume foi fixada na placa, tornando-se a primeira fotografia permanente da história. A prática da fotografia foi ampliada por Louis Daguerre (1787-1851), artista francês que, em 1839, desenvolveu o daguerreótipo, um processo que conseguiu reduzir o tempo necessário de exposição à luz e produzir imagens mais claras e detalhadas.
Explique à turma que, ao longo do século XIX, a técnica da fotografia continuou a ser aprimorada com a introdução de processos cada vez mais eficientes e acessíveis, culminando na invenção do filme fotográfico flexível e da câmera portátil, no final desse século. Essas inovações popularizaram a fotografia, permitindo ao público geral capturar e preservar momentos da vida cotidiana.
Fotografia como ativismo ambiental
O artista Vik Muniz (1961-) utiliza em suas obras materialidades reaproveitáveis e de reciclagem para produzir imagens. Ele foi o responsável pela produção do Projeto Paisagem para a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20.
O projeto foi realizado com a colaboração dos visitantes, que foram incentivados a trazer embalagens e garrafas plásticas para completar e formar a obra. Uma extensa área de 1 300 metros quadrados foi preparada, contando com uma equipe de 70 profissionais. Em uma semana, o evento atraiu um público superior a 10 mil pessoas e resultou no uso de mais de uma tonelada de resíduos recicláveis (destinados à ONG Doe Seu Lixo) na criação de uma representação artística da Baía de Guanabara (RJ).
(RJ).
Um click, uma imagem, um alerta
Embora Vik Muniz crie imagens com materialidades diversas, a sua linguagem principal é a fotografia. Conhecemos, nesta unidade, artistas como David Liittschwager, Mandy Barker e Chris Jordan. Cada um desses artistas fotógrafos tem seus interesses, suas intenções e suas poéticas.
SAIBA MAIS
• VIK MUNIZ. Nova York, c2024. Site. Disponível em: https://vikmuniz.net/. Acesso em: 7 maio 2024. Use o tradutor de seu navegador para explorar a galeria, a biblioteca e os projetos de Vik Muniz pelo mundo.
GLOSSÁRIO
Câmera analógica: câmera que captura imagens em filmes sensíveis à luz, sem uso de tecnologias digitais.
Desde que a fotografia foi inventada, no século XIX, muitas pessoas se interessaram em produzir imagens utilizando diferentes recursos, desde as câmeras analógicas até as digitais, como as disponíveis em aparelhos celulares. Em várias localidades do planeta, encontramos clubes de fotografia (também conhecidos como fotoclubes), onde essas pessoas se unem para trocar conhecimentos sobre a produção fotográfica, como técnicas, recursos, modos e possíveis temas.
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No século XX, a fotografia tornou-se uma forma de arte e um instrumento de registro importante no jornalismo, na publicidade e na expressão pessoal. A introdução da fotografia digital no final do século XX e início do XXI transformou novamente o campo, com câmeras digitais e smartphones, tornando a fotografia uma prática rotineira da vida contemporânea.
Encoraje os estudantes a discutir suas experiências pessoais com a fotografia e a refletir sobre o papel que essa forma de arte desempenha em suas vidas.
1. Para realizar essa atividade, oriente os estudantes a se organizarem em grupos para realizar a pesquisa. Caso exista a possibilidade, promova uma visita ao clube ou convide os participantes para uma conversa com a turma.
Incentive os estudantes a criar um formulário simples para auxiliar na organização das informações sobre o clube. Os dados pertinentes são: a faixa etária dos participantes, a profissão, se os encontros acontecem sempre no mesmo
ATIVIDADES NÃO
1. Há clubes de fotografias na sua localidade? Faça uma pesquisa no seu entorno ou use livros de história da fotografia e páginas da internet para descobrir como um fotoclube funciona.
a) Quem são os participantes? Como são as atividades? Quando acontecem as reuniões? Elas são presenciais ou remotas (on-line)?
b) Que materiais e recursos fotográficos os participantes utilizam?
c) Quais são os temas ou as formas que os participantes escolhem para criar imagens fotográficas?
d) Registre as informações coletadas no diário de experiências e, depois, compartilhe com colegas e professor.
2. Organize com colegas um clube de fotografia com o tema ”Consumo e sustentabilidade”. Não há regras, cada estudante pode escolher o modo como quer fazer seus registros, com base em seus interesses, poéticas e recursos disponíveis. Combinem o que gostariam de fotografar e organizem como serão os encontros para compartilhar os detalhes de produção, processos de criação, técnicas e materiais.
3. A fotografia artística pressupõe uma intenção estética e artística, propondo expressar de modo poético ideias, sensações, emoções, memórias e, como estudamos nesta unidade, uma forma de ativismo ambiental. Para a produção de suas fotografias, escolha ângulos de visão e enquadramentos diferentes, experimentando diversas formas de criar registros com uma câmera fotográfica. Leia as dicas a seguir.
DICAS
a) Grande plano geral: enquadramento fotográfico no qual o ambiente é o principal elemento da imagem (por exemplo, a vista de uma paisagem).
b) Plano geral: enquadramento que evidencia o elemento no espaço (por exemplo, um objeto, uma pessoa ou algo que mereça destaque em meio a uma paisagem).
c) Plano médio: enquadramento fotográfico no qual o elemento ocupa a maior área da imagem (por exemplo, a imagem de uma pessoa, da cintura à cabeça).
d) “Sangramento da imagem”: técnica usada para causar a sensação de que as formas ultrapassam os limites da fotografia.
e) Olho em zoom: quando nos aproximamos do elemento a ser fotografado ou usamos recursos da câmera fotográfica para ampliar a imagem. Consulte
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local, a periodicidade desses encontros, o material utilizado, o tema, as dificuldades e as satisfações desse clube. Peça que registrem todas as informações no diário de experiências
2. Conduza uma discussão sobre a organização de um clube de fotografia e os temas interessantes a serem explorados, com ênfase em consumo e sustentabilidade. Explique aos estudantes que as fotografias podem ser uma forma de exercer ativismo ambiental. Oriente-os na criação de imagens
fotográficas, abordando detalhes de como as fotografias serão tiradas, quais técnicas serão exploradas e como os encontros serão organizados para a discussão dos trabalhos. Proponha que, coletivamente, escolham um motivo, uma forma ou um tema dentro da proposta sobre consumo e sustentabilidade. Há muitas possibilidades, mas é importante que os estudantes observem o que acontece na localidade deles, expandindo as ideias para eventos no Brasil e no mundo.
No clube de fotografia, eles podem trocar experiências e informações, compartilhar materiais e até mesmo montar um laboratório coletivo. Podem também organizar exposições com as fotografias produzidas pela turma, podendo ser realizadas em algum espaço da escola, em pontos de cultura do município e em outros locais, inclusive de forma remota.
3. Oriente os estudantes a acompanhar as dicas desenvolvidas no Livro do estudante. Incentive a turma a integrar a expressão artística com o que aprenderam sobre consciência e ativismo ambiental. Convide-os a explorar as próprias percepções e emoções na criação da imagem fotográfica, desenvolvendo argumentos pertinentes sobre o meio ambiente. Para concluir, organize uma roda de conversação para que todos reflitam sobre o impacto, pessoal e coletivo, da fotografia e das demais práticas artísticas na percepção e no engajamento para mudanças de hábitos.
Atividades
1. a) Segundo o infográfico, os dois alimentos que consomem mais água durante a produção são a carne bovina e o chocolate. b) De acordo com a reportagem, o maior impacto ambiental do consumo no mundo contemporâneo está associado aos produtos de uso cotidiano, como livros, objetos eletrônicos, roupas e alimentos. Explique aos estudantes que, para fabricar os objetos que consumimos, é necessário extrair e transformar os recursos da natureza. Esses processos de fabricação de produtos envolvem consumo de água e energia, além de poluir os ecossistemas. O impacto que os seres humanos causam no ambiente não está relacionado apenas ao processo de compra e descarte de bens, mas também aos processos produtivos, que muitas vezes podem ser invisíveis para o consumidor.
De acordo com os dados do infográfico e do trecho da reportagem, a ampliação do poder de consumo está diretamente relacionada com o aumento da pegada ecológica, que traz grandes danos ao meio ambiente. Essa ampliação foi um desdobramento direto do processo de industrialização, que possibilitou o surgimento de máquinas e indústrias com maior capacidade produtiva, levando ao aumento acelerado do consumo em todas as regiões do planeta.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Um conceito importante para se refletir sobre o impacto ambiental do consumo é a pegada ecológica , também chamada de pegada de carbono. Esse conceito é utilizado para calcular a quantidade de recursos naturais que cada ser humano necessita a fim de manter seu modo de vida e seus hábitos de consumo, como alimentação, ferramentas do dia a dia, aparelhos eletrônicos, roupas, meios de transporte, entre outros. O infográfico e o trecho de reportagem a seguir discutem esse conceito. Analise-os atentamente e, depois, responda às questões.
Fonte: COMO entender (e diminuir) o impacto dos seus hábitos no meio ambiente, de roupas a comida. G1, São Paulo, 27 nov. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/ noticia/como-entender-e -diminuir-o-impacto-dos-seus -habitos-no-meio-ambiente-de -roupas-a-comida.ghtml. Acesso em: 8 maio 2024.
Ao pesquisar sobre o tema, [a designer industrial e escritora holandesa Babette] Porcelijn percebeu que pelo menos em países ricos como Holanda e Estados Unidos mais de um quarto da ‘pegada ecológica’ de cada ser humano é perceptível no dia a dia. O resto está embutido no ciclo de vida de produtos e serviços – da extração de matérias-primas, passando pelo transporte, até o descarte.
Conseguimos refletir, por exemplo, sobre a energia elétrica gasta para carregar nossos celulares, laptops e outros aparelhos eletrônicos. Mas falamos pouco sobre as consequências da mineração dos metais necessários para produzi-los ou a quantidade de água utilizada nesse processo.
Mas a principal revelação da pesquisa, conta Porcelijn, é que ‘o maior impacto ambiental não é causado exatamente pelos carros que dirigimos ou
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pelo ar-condicionado das casas e, sim, por produtos que consumimos – livros, eletrônicos, roupas, alimentos’. […]
COMO entender (e diminuir) o impacto dos seus hábitos no meio ambiente, de roupas a comida. G1, São Paulo, 27 nov. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/como-entender-e -diminuir-o-impacto-dos-seus-habitos-no-meio-ambiente-de-roupas-a-comida.ghtml. Acesso em: 8 maio 2024.
a) De acordo com o infográfico, quais são os dois alimentos que consomem mais água ao serem produzidos?
b) Segundo o trecho da reportagem, qual é a relação entre os objetos que são consumidos cotidianamente e a pegada ecológica produzida por cada indivíduo?
c) De que maneira é possível relacionar o conceito de pegada ecológica ao processo histórico das Revoluções Industriais?
2. Leia o trecho de reportagem a seguir e responda às questões.
Nos Estados Unidos, 80% do lixo eletrônico é enviado de navio para países asiáticos, como Índia e China. África e países da América Latina também são destinos comuns para materiais eletrônicos descartados. Em comunidades pobres, computadores de segunda mão são reutilizados, mas boa parte chega sem quaisquer condições de aproveitamento.
Na África, estima-se que mais de 75% do e-waste [lixo eletrônico] não é reaproveitado, sendo descartado ou queimado em condições inadequadas, contaminando o solo, a água e o ar. Computadores que são despejados nos lixos britânicos (responsáveis por 15% do e-waste europeu) acabam em favelas de países como a Nigéria, onde, depois de retiradas peças economicamente viáveis, viram verdadeiras ‘bombas químicas’ na natureza.
SALATIEL, José Renato. Importação de lixo: destino dos dejetos é grande desafio ambiental. UOL Educação, [São Paulo], 31 jul. 2009. Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ importacao-de-lixo-destino-dos-dejetos-e-grande-desafio-ambiental.htm. Acesso em: 8 maio 2024.
a) Com base em seus conhecimentos, como você explicaria as desigualdades de consumo observadas entre os Estados Unidos, alguns países da Europa, a Índia, a China e alguns países africanos e latino-americanos?
b) Em sua opinião, por que alguns países têm interesse em comprar resíduos sólidos de outros? Dê exemplos.
c) De acordo com os temas estudados na unidade, por que os resíduos eletrônicos se transformam em bombas químicas na natureza depois de retiradas as peças que podem ser vendidas?
3. Pesquise, na internet, sites que disponibilizam calculadoras de pegada ecológica. Depois, calcule a sua pegada e compartilhe com colegas e professor.
4. Qual é a sua opinião sobre as ações e produções artísticas socialmente engajadas no ativismo ambiental?
2. a) Espera-se que os estudantes, com base nos próprios conhecimentos, identifiquem os Estados Unidos e os países europeus como desenvolvidos e onde há mais consumo. Em contrapartida, é esperado que os estudantes reconheçam a Índia, a China e os países da África e da América Latina como pertencentes ao Sul Global, consumindo proporcionalmente menos que os países desenvolvidos.
b) Resposta pessoal. Os estudantes podem inferir que os países menos desenvolvidos podem se interessar por bens descartados pelos países mais desenvolvidos com o objetivo de, eventualmente, reutilizá-los. Esse seria o caso de veículos e aparelhos eletrônicos. Explique que há países, como a China, que aproveitam sua mão de obra abundante e barata para extrair matérias-primas de resíduos sólidos de outros países, para com elas desenvolver sua própria indústria e o setor de reciclagem.
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3. Existem muitas calculadoras que podem estimar a pegada ecológica individual. Sugira a calculadora criada pela organização não governamental WWF (disponível em: https://www.wwf.org.br/nosso_trabalho/pegada_ecologica/; acesso em: 12 maio 2024). Depois, peça aos estudantes que compartilhem com colegas o que descobriram. Proponha que reflitam sobre hábitos que poderiam ser modificados para reduzir a pegada ecológica encontrada.
4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância das produções artísticas no ativismo ambiental, especialmente na sensibilização e na capacidade de mobilizar pessoas. A arte, com sua subjetividade e poética, tem o poder de provocar reflexões, desenvolver empatia e inspirar ações. Explique à turma que a arte também pode contribuir para a documentação e a preservação da memória de eventos relevantes, legando registros para as gerações futuras e servindo como base para reflexões na contemporaneidade.
c) Porque na composição dos equipamentos eletrônicos há diversas substâncias poluentes que contaminam o ambiente e oferecem riscos à saúde dos seres vivos, como chumbo, mercúrio, berílio, cádmio, entre outras. Quando não são descartados corretamente, esses equipamentos fora de uso podem causar sérios danos ambientais.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Ambiente e sustentabilidade e convida os estudantes a refletir sobre as causas e os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Para isso, eles entram em contato com o processo de industrialização, os aspectos da matriz energética mundial e a questão dos combustíveis fósseis. A unidade destaca, ainda, a origem da cultura audiovisual e o seu papel enquanto meio de promoção de temas sensíveis como as mudanças climáticas. Os estudantes são convidados a compreender aspectos da indústria cinematográfica e de exposições interativas e imersivas, por exemplo.
Objetos de conhecimento
Arte e tecnologia: cultura audiovisual
Combustíveis fósseis
Aquecimento global
Racismo ambiental
Inicie a unidade comentando com os estudantes que serão estudadas as transformações ocorridas na arte após a invenção da fotografia e do cinema. Além disso, serão abordadas as mudanças climáticas, considerando suas possíveis e principais causas e consequências. Convide os estudantes a observar a imagem da exposição interativa “O dia seguinte”. Pergunte-lhes se já estiveram em uma exposição interativa. Caso considere oportuno, apresente mais imagens e vídeos de exposições desse tipo, ampliando o repertório imagético e artístico da turma. Comente que a
1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a olhar a imagem atentamente, acolhendo as falas de todos e considerando suas percepções e interpretações.
exposição interativa “O dia seguinte” é uma instalação com vários ambientes e propostas de fruição de imagens, sons e atividades interativas. Nela, o visitante é convidado a interagir com imagens holográficas, usando óculos de realidade virtual e telas sensíveis ao toque, e a participar de jogos eletrônicos, entre outras atividades. Cada ambiente da instalação apresenta temas e abordagens diferentes sobre as mudanças climáticas nos centros urbanos, convidando os visitantes a, por exemplo, caminhar sobre imagens que mostram o
acúmulo de objetos e resíduos plásticos e a ouvir relatos de pessoas que têm a vida afetada diretamente pelas mudanças do clima, como pela poluição ou pelas queimadas. Também é possível assistir a animações que narram a história da Terra, seus biomas e seus ecossistemas, além de presenciar cenas apocalípticas, como da imagem de abertura, mostrando o que pode ocorrer no planeta se ações do presente não forem modificadas. Segundo os organizadores, o objetivo da exposição é fomentar experiências que gerem empatia
■ Cultura audiovisual
■ Combustíveis fósseis
■ Matriz energética mundial
■ Mudanças climáticas: causas e efeitos
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[...]
O sol reflete na terra mapas sombrios Manchas enormes na natureza calcinada Esse pesadelo incendeia o mundo Nos faz inimigos da natureza, nossa infância
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que as duas produções expressam preocupações sobre como
Somos inimigos de nós mesmos, inimigos da vida e da esperança.
HATOUM, Milton. O clima ao avesso. In: NUNES, Mônica. Milton Hatoum escreve poesia para a Mobilização Mundial do Clima inspirado pela tragédia do Rio Doce. [São Paulo]: Conexão planeta, 27 nov. 2015. Disponível em: https:// conexaoplaneta.com.br/blog/milton-hatoum-escreve -poesia-para-a-mobilizacao-do-clima-inspirado-pela-tragedia -do-rio-doce/. Acesso em: 25 maio 2024.
as diferentes gerações estão lidando com questões ambientais relacionadas ao clima.
ATIVIDADES
Observe a imagem e leia o trecho do poema. Depois, responda às questões a seguir.
1. Analise como os elementos de linguagem visual são apresentados na fotografia da instalação “[Des]ordem”, parte da exposição interativa “O dia seguinte”. Que sensações e ideias podem ser provocadas na fruição dessa imagem? Compartilhe suas impressões com colegas e professor.
2. Relacione a fotografia ao trecho do poema de Milton Hatoum (1952-). Com que tipo de problemas ambientais os artistas expressam preocupação? Comente.
3. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a fazer um exercício de imaginação no qual
3. Faça um exercício de imaginação, descrevendo como será, no futuro, o lugar onde você vive. Em sua opinião, as decisões tomadas hoje em relação às questões ambientais locais impactarão, por exemplo, a paisagem e os modos de vida? Compartilhe suas hipóteses imaginativas com colegas e professor e registre-as no diário de experiências por meio de textos, desenhos, colagens e pinturas.
GLOSSÁRIO
reflitam sobre como estará o lugar de vivência deles no futuro, considerando diferentes elementos da natureza, como clima, solo e água.
Calcinado: transformado em cal, carvão ou cinza, por meio do fogo ou por corrosão. 107
pela causa ambiental, incentivando reflexão e engajamento social.
Peça aos estudantes que leiam o trecho do poema de Milton Hatoum. Incentive-os a relacionar a mensagem do poema à fotografia da instalação, compartilhando opiniões, sensações e conclusões sobre o tema.
Atividades
1. Retome os estudos sobre os componentes visuais que podem ser observados ao analisar uma imagem, como linhas, for-
mas, cores, volumes, texturas, sensação de movimento, profundidade, entre outros, considerando diferentes expressões artísticas, como desenhos, pinturas, fotografias e outras linguagens visuais.
2. Utilize este momento para explorar o conhecimento prévio dos estudantes sobre mudanças climáticas e outros fenômenos relacionados a ela, como o aquecimento global, investigando se eles compreendem as causas e consequências. Esses conceitos serão detalhadamente explorados ao longo desta unidade.
3. É fundamental que os estudantes reflitam sobre como suas atitudes atuais podem impactar o futuro. Pergunte como lidam com o descarte ou o reúso de objetos, resíduos e outros materiais, com base nestas questões norteadoras: quais ações vocês consideram que estão adotando para construir um futuro melhor? Economizam energia elétrica? Como percebem o papel das instituições públicas e privadas na produção de energia renovável, no combate ao desmatamento e na redução de emissões de poluentes?
Peça-lhes que registrem, por meio da escrita, suas respostas e reflexões no diário de experiências e criem imagens que representem suas visões, utilizando diferentes materiais, técnicas e linguagens das Artes Visuais. Durante a roda de conversação, solicite que compartilhem suas ideias, promovendo um diálogo enriquecedor sobre as projeções e responsabilidades ambientais de cada um.
Explique aos estudantes que cultura é um conceito amplo que engloba costumes, práticas, normas e estilos de viver, de pensar e de agir, os quais são aprendidos e compartilhados pelos integrantes de uma sociedade e transmitidos de geração em geração por meio da comunicação, dos usos e das convenções. A cultura inclui linguagem, valores, crenças, leis, arte, tecnologia e muitos outros aspectos da vida humana. Ela influencia a maneira como as pessoas percebem o mundo ao seu redor e como interagem entre si e com o ambiente.
A cultura pode ser vista tanto em grande escala –tradições e costumes de uma nação, por exemplo –quanto em pequena escala, como práticas e tradições de uma comunidade local, uma família ou mesmo de pequenos núcleos dentro de um coletivo. Enfatize que a cultura também é dinâmica, transformando-se e adaptando-se à medida que novas gerações adotam e, por vezes, rejeitam elementos culturais passados a elas.
Comente com os estudantes que o filme “O céu da meia-noite” é uma ficção científica, pois apresenta tecnologias e conceitos que não existem, mas que poderiam existir no futuro. Ao explorar futuros alternativos, esse gênero literário e cinematográfico propõe reflexões sobre questões éticas e morais e sobre possíveis consequências de novas tecnologias e descobertas científicas. Isso inclui questões sobre inteligência artificial, manipulação genética e vigilância, além dos efeitos da tecnologia na sociedade e no indivíduo.
Observe a imagem da cena do filme “O céu da meia-noite” (2020), com direção de George Clooney (1961-). Ele conta a história de pessoas que viajam para outros planetas em busca de locais habitáveis, enquanto outras permanecem na Terra em meio a um apocalipse.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Como você define a palavra “cultura”?
2. E o termo “cultura audiovisual”?
3. Você considera que produções artísticas, como os filmes de ficção científica, podem dar indícios de como será o futuro? Comente.
Cultura é tudo aquilo que criamos, fazemos e acreditamos. Mas existem culturas dentro das culturas? O que isso significa? Podemos entender “cultura” como a maneira individual pela qual vivemos, assim como as práticas e os saberes compartilhados dentro do nosso grupo social. Além disso, podemos ampliar o conceito de cultura para abranger o conjunto de conhecimentos, crenças, valores e ideias vivenciados por um povo ou uma sociedade, levando em conta diferentes épocas, lugares e contextos. Como seres culturais, ao longo do tempo e em cada lugar ou região, as pessoas têm influenciado a realidade de várias maneiras: construindo, destruindo, criando, modificando e intervindo. Todas essas ações constituem práticas culturais e refletem o modo de vida de diferentes culturas dentro de outras culturas.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expressem que a cultura é um conjunto de práticas, produções, crenças, tradições, valores e saberes de um povo ou sociedade. Todos possuem sua própria cultura, e cada pessoa, grupo ou sociedade a vivencia de maneira coletiva e única ao mesmo tempo, refletindo essa diversidade na vida cotidiana.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a cultura audiovisual surgiu e se desenvolveu com
as tecnologias que possibilitaram a integração de imagem e som, abrangendo formatos como cinema, vídeo, videoarte, videoinstalação, videodança, videoclipe, entre outras manifestações presentes em programas de televisão, salas de exposição, cinemas e internet. Essas são linguagens artísticas e práticas culturais que combinam recursos sonoros e visuais para criar experiências audiovisuais ricas e diversas.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que as produções artísticas, ao imaginar o futuro por
Nossas relações com a natureza e a forma como interpretamos a história, vivemos a nossa cultura e expressamos afetos, sentimentos de pertencimento e valores podem nos inspirar a refletir sobre o passado, agir no presente e imaginar possibilidades futuras. Assim, não podemos simplesmente “criar ou prever o futuro”, mas, por meio das linguagens artísticas, somos capazes de imaginar, sentir, questionar e evocar ideias, sensações e emoções que podem fazer alguma diferença no amanhã.
A arte integra o conjunto de práticas que compõem uma cultura. Por meio dela, podemos refletir sobre eventos passados, situações que estamos vivendo no presente e desafios que enfrentaremos no futuro, em diversas áreas da vida.
Então, como são formados nossos repertórios de imagens e sons? As imagens que vemos no cinema, no celular ou na televisão influenciam nossa maneira de lembrar, pensar e criar imagens? Já parou para pensar nisso?
O desenvolvimento de tecnologias para reprodução de imagens em série ampliou o uso e a produção de fotografias. Dessa forma, logo se percebeu que as imagens fotográficas, quando exibidas em determinada velocidade, criavam a ilusão de movimento. Esse fenômeno visual vinha sendo estudado muito antes da invenção do cinema, que ocorreu no final do século XIX, e foi amplamente explorado pela indústria cinematográfica, conhecida como “fábrica de sonhos”.
Desde as primeiras projeções – como a realizada em dezembro de 1895 em Paris, na França, pelos irmãos Lumière –, o cinema, que nasceu “mudo”, evoluiu para se tornar sonoro e continuou a se desdobrar em diferentes gêneros cinematográficos (classificação dos filmes com base no tema, no estilo e na estrutura, como drama e comédia). Os filmes nos fazem rir, chorar, temer, ter esperança e também pensar no futuro, como é o caso dos filmes de ficção científica.
Cenas do filme Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès (1861-1938), em que uma nave espacial atinge a Lua, que, na imaginação do cineasta, é representada por um rosto redondo e cheio de crateras.
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meio das diversas linguagens e recursos possíveis, discutem, interpretam e projetam medos, desejos e sonhos do cotidiano da sociedade, propondo soluções ou elaborando realidades baseadas na experiência do presente.
Peça aos estudantes que reflitam sobre como percebem imagens e sonoridades e compartilhem se possuem memórias de filmes que marcaram suas experiências estéticas e estésicas. Questione se, ao recordarem momentos, eles os imaginam com diferentes ângulos de câmera, como zoom, close-up, planos abertos, entre outros, uma vez que as produções audiovisuais influenciam as maneiras de perceber imagens, imaginá-las e lembrá-las.
Explique à turma que o cineasta Georges Méliès, reconhecido como um dos pioneiros do cinema e do uso de efeitos especiais, cria a ilusão de viagem espacial em seu filme “Viagem à Lua” aproximando gradualmente a imagem da Lua e aumentando sua escala até que pareça colidir com a nave espacial. Méliès utilizava técnicas inovadoras para a época, como o zoom progressivo, para dar a impressão de movimento e profundidade. Esses efeitos visuais eram alcançados com as imagens sendo projetadas a uma velocidade de 16 quadros por segundo, que era o padrão naquele tempo. Esse método de projeção contribuía para a sensação de realismo e dinamismo das cenas. Esse filme é considerado um marco na história do cinema e dos efeitos especiais e foi muito popular no início do século XX. Proponha aos estudantes que pesquisem e relatem histórias de filmes de ficção científica, discutindo o que pensam sobre esses conteúdos fictícios, porém baseados em premissas científicas.
Explique aos estudantes que a linguagem audiovisual é uma área da arte que engloba elaboração, produção, distribuição e consumo de conteúdo que articula o som à imagem. Essa linguagem se estabeleceu como prática cultural contemporânea e se manifesta em diversas formas, como no cinema, na televisão, nos vídeos on-line e na videoarte, possuindo implicações na sociedade moderna.
Comente que a cultura audiovisual começou a se consolidar com o surgimento do cinema, no final do século XIX, e se expandiu de forma inquestionável com o desenvolvimento da televisão, no século XX. Atualmente, com a internet e as plataformas de streaming, essa cultura se diversificou e ganhou ainda mais importância nas relações sociais, oferecendo uma ampla variedade de conteúdos audiovisuais. Exemplifique para os estudantes o uso de recursos audiovisuais no contexto educacional, que envolve a integração desses recursos e das metodologias de ensino, auxiliando em uma aprendizagem engajada, atraente e transversal. Chame a atenção da turma para a fotografia da instalação “[R]evolução”. Incentive-a a refletir sobre como essa proposta artística dialoga com o tema central da exposição imersiva “O dia seguinte” e quais devem ter sido as motivações para a escolha dos títulos da instalação e da exposição imersiva da qual ela faz parte. Comente com os estudantes que o desenvolvimento das técnicas de produção audiovisual e a consequente democratização dos meios de criação e distribuição de vídeos tiveram um impacto
A arte expressa interpretações do que se passa na realidade, representando ideias e subjetividades de cada época e lugar. Ela nasce de uma cultura, mas também pode influenciar outras culturas. A fotografia e o cinema, por exemplo, transformaram a forma como percebemos o mundo e influenciaram o modo como “pensamos as imagens”. Também aprendemos a projetar imagens e a criar “futuros”, imaginando situações que ainda não aconteceram, como na ficção.
Ao pensar em uma imagem, o que você percebe em termos de ângulos, focos de visão, detalhes, movimentos e volumes? O que mais há para notar? Podemos imaginar sons e experimentar emoções através dessa imagem?
A cultura audiovisual, originada do cinema, envolve a produção e o consumo de conteúdos que combinam linguagens visuais e sonoras. Ela se desenvolveu em diversas linguagens e expressões artísticas, tais como: videoarte, videoinstalação, videodança, videoclipe, além de outras formas de expressão, como exposições imersivas, ambientes interativos com projeções de imagens, músicas, sonoridades e vídeos que convidam o público a vivenciar experiências sensoriais e estéticas. Um exemplo é a exposição imersiva “O dia seguinte”, que você conheceu na abertura da unidade (página 106), com a imagem da instalação “[Des]ordem”, e pode observar também nesta página, com a imagem da instalação “[R]evolução”.
[R]EVOLUÇÃO. 2021. Torres de tela de LED. Museu Catavento, São Paulo (SP). Detalhe da exposição imersiva O dia seguinte que mostra uma cidade do futuro possível, com soluções sustentáveis.
importante no cotidiano das sociedades. Inicialmente, contar uma história por meio de uma produção audiovisual era algo elitizado, pois a indústria cinematográfica e televisiva detinha o controle sobre as tecnologias e técnicas necessárias para a produção de filmes e vídeos. Essas mídias estavam acessíveis apenas a profissionais, em razão do alto custo dos equipamentos e da complexidade dos processos de filmagem. Com o desenvolvimento de ferramentas e recursos tecnológicos e com o surgimento de novas mídias, esse cenário começou a
mudar. A introdução de câmeras de custo mais baixo e, posteriormente, a inclusão de câmeras em celulares modificaram a forma como as imagens e os sons são capturados e compartilhados, tornando essa prática mais acessível. Isso permitiu que um número cada vez maior de pessoas participasse ativamente da criação de conteúdo audiovisual, e os vídeos caseiros, por exemplo, passaram a registrar não apenas momentos íntimos e pessoais, como reuniões familiares e encontros com amigos, mas também eventos culturais, protestos e documentários.
A integração entre sons e imagens em movimento representa um acontecimento que impulsionou não só a linguagem cinematográfica mas também a dos vídeos, abrindo várias possibilidades de uso e criação dentro da cultura audiovisual.
No início da cultura audiovisual, a indústria cinematográfica e televisiva dominava as técnicas e os recursos na produção de filmes e vídeos. Com o surgimento de outras mídias e tecnologias, o acesso a câmeras e aos processos de filmagem tornou-se mais acessível, causando um grande impacto cultural. As pessoas não apenas podiam assistir à combinação de imagens e sons como também passaram a produzir vídeos caseiros, registrando momentos da vida social, em família e com amigos, além de documentários e vídeos artísticos em diferentes gêneros, como os de curta-metragem.
Atualmente, além das câmeras analógicas, dispomos de recursos digitais, inclusive em smartphones, e o ato de filmar, compartilhar e ver vídeos faz parte do nosso cotidiano. Com o passar do tempo, aparelhos e recursos são criados e descartados, mas algo permanece constante: a vontade de contar histórias por meio da união de imagens e sons.
ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
1. Em grupo, explorem a criação de um filme de curta-metragem no gênero ficção científica, com o tema “mudanças climáticas”. Sigam o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Organizem quem irá realizar cada tarefa dessa produção, distribuindo as responsabilidades de acordo com as habilidades e os interesses de cada um. Entre as funções estão: escolher as locações, produzir figurinos e cenários, criar efeitos visuais e sonoros, selecionar a trilha sonora, cuidar da iluminação, definir quem serão os atores, diretores e operadores de câmera etc.
b) Planejem os recursos que serão necessários para a realização desse curta-metragem, procurando soluções criativas.
c) Montem um cronograma para organizar a produção.
d) Elaborem um roteiro para planejar a sequência da história.
e) Iniciem a gravação das cenas, que podem ser realizadas em uma única sessão ou em partes.
f) 7 Escolham um programa de edição de imagem e som para editar o filme, que deverá ter entre 5 e 15 minutos de duração. No áudio da Faixa 7, há uma sugestão de trilha sonora, que poderá ser utilizada em partes ou integralmente neste momento.
g) Organizem uma sessão de cinema na escola para exibir os curtas produzidos pela turma.
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Atividade
1. a) Explique aos estudantes a importância de cada função dentro da produção de um filme. Incentive-os a considerar suas habilidades e seus interesses ao escolher suas funções. Por exemplo, aqueles com habilidades manuais podem preferir trabalhar na criação de cenários e figurinos, enquanto os com maior interesse em questões técnicas podem se concentrar na operação de câmeras ou na edição. b) Oriente-os a maximizar os recursos disponíveis e encontrar soluções criativas
estejam cientes de suas responsabilidades e das datas combinadas.
d) Auxilie os estudantes na estruturação do roteiro de uma narrativa dentro do tema “mudanças climáticas”. Encoraje-os a explorar cenários futurísticos ou alternativos em que as consequências das mudanças climáticas sejam evidentes.
e) Instrua a turma sobre as técnicas de filmagem, como a composição de quadros, movimentação de câmera e iluminação. f) Explique os fundamentos da edição de filmes, incluindo a seleção e a montagem de cenas para construir a narrativa e a sincronização de trilhas e efeitos sonoros. Recomende recursos existentes nos smartphones ou softwares de edição que sejam acessíveis e adequados ao nível de habilidade dos estudantes. Aproveite a oportunidade para avaliar a participação dos estudantes em atividades em grupo. g) Organize previamente com a turma a sessão de cinema. Em seguida, promova uma roda de conversação para que os estudantes possam compartilhar suas impressões a respeito do processo de criação do curta-metragem e dos temas escolhidos pelos diferentes grupos.
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para as limitações. Por exemplo, se o orçamento é limitado, sugira o uso de materiais reciclados para cenários e figurinos. Destaque também como as tecnologias disponíveis, como smartphones e softwares de edição gratuitos, podem ser utilizadas para produzir efeitos visuais e sonoros.
c) Oriente os estudantes na elaboração de um cronograma realista, levando em consideração as etapas da produção, desde a escrita do roteiro até a edição final do curta-metragem. Peça a eles que definam prazos claros para cada etapa e certifique-se de que todos os envolvidos
A composição “Desbloqueio de games”, do coletivo Chelpa Ferro, é constituída de quatro partes e busca explorar sons de baixa qualidade gerados por instrumentos caseiros (chamados de circuit bend), alterando a função original para a qual foram criados.
O trabalho com as páginas tem por objetivo auxiliar os estudantes na associação entre o modo de produção industrial e as mudanças climáticas verificadas no planeta, com especial destaque aos combustíveis fósseis e ao aquecimento global.
Para iniciar o trabalho, organize a sala em uma roda de conversação e leia com a turma a tirinha. Reserve um tempo para que os estudantes comentem espontaneamente o que entenderam. Aproveite a prática para realizar uma atividade diagnóstica. É possível que haja comentários com diferentes níveis de cientificismo, pois, além de ser um tema trabalhado no ambiente escolar, é pauta constante de noticiários nas diversas mídias. Registre as observações dos estudantes durante essa avaliação prévia, pois elas serão essenciais para o planejamento e a abordagem das aulas seguintes.
Ainda dispostos em roda, apresente as atividades 1 e peça aos estudantes que debatam sobre elas antes de registrar as respostas por escrito. O objetivo da atividade 1 é mobilizar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito do tema das mudanças climáticas e do aquecimento global. É importante destacar que as mudanças climáticas e o aquecimento do planeta são fatos científicos, não uma questão de opinião ou uma teoria.
Comente que, entre os fatores naturais envolvidos nas mudanças climáticas ao longo da história do planeta, é possível citar as intensas atividades vulcânicas, as glaciações e as quedas de meteoritos, que atuaram alterando a vegetação, as formas do relevo, a distribuição das águas e a circulação de gases na atmosfera,
Observe a tirinha.
Consulte orientações no MP.
1. Você sabe a diferença entre mudanças climáticas e aquecimento global? Converse com colegas e professor e registre as hipóteses de vocês no caderno.
2. O pai da personagem Armandinho se refere à pessoa que falava sobre esses temas quando ele era criança como “maluca”. Em sua opinião, por que o que parecia impossível num passado recente está se tornando realidade?
O planeta Terra passou por diversas mudanças climáticas ao longo do tempo. Houve momentos nos quais ocorreu uma elevação global da temperatura, enquanto em outros ocorreu uma queda da temperatura média. Essa dinâmica, provocada por fatores naturais, aconteceu de forma extremamente lenta ao longo dos milênios. Estudos indicam que a Antártida já foi uma floresta tropical há centenas de milhões de anos, evidenciando que as mudanças climáticas são parte de um processo natural da Terra. No entanto, a interferência humana nas mudanças climáticas começou a se tornar relevante a partir da Revolução Industrial, no final do século XVIII. Com a segunda Revolução Industrial, no final do século XIX, e a invenção do motor a combustão intensificou o uso de combustíveis fósseis (como petróleo, gás natural e carvão mineral), o que elevou significativamente a capacidade humana de intervir no clima, conforme estudaremos adiante.
Entre todas as fontes de energia (hidráulica, solar, eólica, biomassa etc.), os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) são os mais utilizados atualmente.
ARMANDINHO. [Aquecimento global]. [Florianópolis], 24 ago. 2021. Facebook: tirasarmandinho. Disponível em: https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos/d41d8cd9/4606716809373589/?paipv=0&eav=AfZxx7Bz BykSt_14L__Z50pZh9c51j91VzgwGLaXFDPrLZL0TLc0nB_xSTLCSjGL4lI&_rdr. Acesso em: 11 maio 2024. 112
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substituindo áreas de climas úmidos por desertos, e vice-versa.
Atividades
1. Espera-se que, após a discussão em sala de aula, os estudantes respondam que a expressão “mudança climática” se refere a transformações mais amplas que envolvem temperatura, intensidade das chuvas e eventos climáticos extremos, como furacões e ondas de calor. O aquecimento global se refere ao aumento da temperatura média da superfície da Terra.
2. Resposta pessoal. As opiniões dos estudantes poderão variar de acordo com as faixas etárias do grupo. Estudantes mais velhos poderão afirmar que a discussão sobre as mudanças climáticas não fazia parte do cotidiano deles. Os mais jovens, por sua vez, já podem ter crescido ouvindo falar sobre o assunto. Espera-se, de qualquer forma, que os estudantes apontem que a ação humana tem acelerado as mudanças climáticas, superando previsões de diversos estudos científicos.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Em nosso cotidiano, utilizamos diversas fontes de energia de forma direta ou indireta para realizar atividades variadas. Reflita sobre isso e identifique quais são as principais fontes que fazem parte da sua rotina. Converse com colegas e professor.
A Revolução Industrial aumentou a demanda por energia, levando as indústrias a utilizar o carvão mineral para alimentar as novas máquinas a vapor. Mais tarde, durante a Segunda Revolução Industrial, as máquinas passaram a consumir outros tipos de combustíveis fósseis. Dessa forma, o petróleo se tornou uma das principais fontes utilizadas na matriz energética mundial
Os combustíveis fósseis se formam com a decomposição de plantas, animais, bactérias, algas e micro-organismos, que são cobertos e preservados por sedimentos. Durante milhões de anos, a pressão e as temperaturas elevadas desencadeiam processos químicos que transformam essa matéria orgânica em petróleo, gás natural e carvão mineral.
Formação de combustíveis fósseis
Sedimentos orgânicos
Xisto limoso
Xisto limoso e material orgânico
Rocha contendo petróleo
2. Os
e areia, cobrem os depósitos orgânicos; as bactérias os decompõem.
Gás natural
3. Reações bacterianas e químicas sobre a camada orgânica criam petróleo e gás, que se infiltram na rocha de cima.
4. Subindo através do arenito e de outras rochas porosas, o petróleo e o gás atingem, por fim, uma camada impermeável da rocha densa. O fluido se reúne em grandes depósitos abaixo dessa camada.
Rocha impermeável
Petróleo
Sal-gema
Cores não reais. Imagens fora de proporção.
Utilize a atividade como ponto de partida para a discussão sobre matriz energética. Retome o conceito de fontes de energia e elenque as principais fontes de energia primárias: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia solar, hidráulica, eólica e geotérmica, biomassa e biocombustíveis.
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1. Espera-se que os estudantes reflitam sobre as diferentes fontes de energia presentes no cotidiano, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral, as energias solar, hidráulica (que usamos principalmente para gerar energia elétrica) e eólica e os biocombustíveis – como o proveniente da cana-de-açúcar. É importante que eles observem que as fontes energéticas são fundamentais para a realização das mais diversas atividades cotidianas, como trabalho, estudo, lazer, deslocamento etc.
Destaque que as fontes de energia não renováveis foram o pilar do processo de industrialização desde a Primeira Revolução Industrial. Até o presente, a matriz energética de muitos países industrializados é fortemente dependente da energia fóssil, tanto para a produção de combustíveis quanto para a geração de energia elétrica (via usinas termelétricas). Muitos pesquisadores, ativistas e políticos defendem a adoção de práticas para acelerar a transição dessas matrizes energéticas em prol de fontes mais limpas e renováveis. Ressalte que isso é considerado fundamental para a sustentabilidade do planeta, além de reduzir o impacto humano sobre o aumento da temperatura da Terra. Apesar dessa mobilização, medidas concretas para acelerar a transição do modelo energético baseado em combustíveis fósseis ainda precisam avançar e se consolidar. Explique que esse é um dos dilemas centrais do mundo contemporâneo, já que o processo de aquecimento do planeta, diretamente relacionado ao uso de combustíveis fósseis, avança rapidamente, e muitos cientistas alertam para a urgência de políticas mais sustentáveis.
Conduza a explicação sobre matrizes energéticas com base na análise do gráfico.
Explique aos estudantes que os combustíveis fósseis são recursos finitos, ou seja, possuem um ritmo de renovação muito lento e podem se esgotar pelo uso contínuo e intenso. Assim, a constante utilização de carvão mineral, petróleo e gás natural deve resultar no fim da disponibilidade desses recursos. É importante que os estudantes percebam que, apesar de ter caído a participação na matriz energética dos combustíveis fósseis nos últimos anos, eles continuam sendo as principais matrizes energéticas mundiais. Explique que a relação do Brasil com essas matrizes é relativamente menor, mesmo havendo uma grande dependência do petróleo como combustível para motores. O percentual relativamente menor do uso de matrizes não renováveis no Brasil se deve ao fato de elas serem menos usadas para a geração de eletricidade no país, pois a maior parte dela é proveniente de usinas hidrelétricas, eólicas e de biomassa.
Destaque que o processo de transição energética, ou seja, a passagem de uma matriz predominantemente dependente dos combustíveis fósseis para uma matriz renovável e sustentável, é uma questão central nas discussões em torno do enfrentamento das mudanças climáticas no presente. Diversos países vêm tomando ações para promover a substituição dos combustíveis fósseis por outros recursos energéticos, mas isso ainda não resultou em uma redução significativa do uso do petróleo, do carvão e do gás natural ao redor do planeta. Explique que movimentos
Matriz energética é o conjunto de fontes de energia utilizado nas atividades econômicas de um país. Observe o gráfico sobre as fontes de energia primária
Mundo: participação de fontes de energia primária na matriz energética mundial – 2000-2022
GLOSSÁRIO
Fonte de energia primária: aquela que é encontrada na natureza e não sofre nenhuma transformação ou ação humana.
Fonte: ENERGY INSTITUTE. Statistical review of world energy 2023. 72nd ed. London: EI, 2023. p. 10. Disponível em: https:// www.energyinst. org/__data/assets/ pdf_file/0004/1055542/ EI_Stat_Review_PDF_ single_3.pdf. Acesso em: 13 abr. 2024.
Consulte orientações no MP.
1. Com base na leitura do gráfico, o que se pode afirmar sobre a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial?
GLOSSÁRIO
Fonte de energia não renovável: é aquela que se esgota, que tem um estoque finito na natureza. Um exemplo são as fontes de energia de origem fóssil.
Embora a participação do petróleo esteja diminuindo, ele ainda é a matriz energética mais utilizada no mundo. Além disso, tanto o petróleo como outros combustíveis fósseis são transformados em energia elétrica nas usinas termoelétricas. Assim, as sociedades contemporâneas continuam extremamente dependentes do uso dos combustíveis fósseis. O problema reside no fato de que o uso dessas fontes de energia não renováveis gera elevados impactos ambientais. A queima do petróleo, do carvão e do gás natural emite grande quantidade de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera.
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ambientalistas defendem medidas para incentivar o uso de biocombustíveis, energia eólica e solar como forma de reduzir o impacto ambiental da queima dos combustíveis fósseis. Converse com eles para saber o quanto a temática está presente no cotidiano deles, se existem iniciativas visando à utilização de energias mais sustentáveis na comunidade ou na região onde vivem. Destaque que, no Brasil, as discussões em torno da transição energética avançam, mas há previsões que afirmam que até 2050 o país não deve alcançar a neutralidade climática, ou seja, não conseguirá zerar
ou reduzir significativamente a emissão de gases de efeito estufa (GEEs), de modo que mecanismos naturais do planeta consigam neutralizar os gases emitidos. Isso significa que medidas mais efetivas precisam ser tomadas para promover uma transição energética mais rápida e eficaz.
Atividade
1. Espera-se que os estudantes respondam que o consumo aumentou para algumas fontes de energia. Entre as hipóteses possíveis, espera-se que eles indiquem o aumento da produção de mercadorias,
O aquecimento global pode ser definido como o aumento da temperatura média da superfície da Terra. Segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2023, as atividades humanas causaram o aumento de 1,1 °C na temperatura global no período entre 2011 e 2020 em comparação ao período de 1850 a 1900, que coincide com a intensificação do uso de combustíveis fósseis a partir da Segunda Revolução Industrial.
Para entender a relação entre o aumento da emissão de GEEs e o aquecimento global, é importante compreender que o efeito estufa é um fenômeno natural que possibilita a existência de vida na Terra. Os GEEs naturalmente presentes na atmosfera permitem que o planeta absorva parte da radiação solar recebida, mantendo uma temperatura média adequada ao desenvolvimento da vida. O problema acontece quando começamos a emitir excedentes de GEEs, criando o que chamamos de efeito estufa adicional
Quanto mais GEEs disponíveis na atmosfera, maior será a quantidade de radiação solar absorvida, o que leva a um aumento na temperatura média do planeta. Isso resulta em diversas consequências que já podemos observar em nosso cotidiano. A ilustração nos ajuda a compreender melhor esse processo.
O dióxido de carbono (CO2) é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa adicional, emitido durante a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia.
GLOSSÁRIO
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas: em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change. É um programa criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fornecer avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima e propor opções de adaptação e mitigação. Atualmente, conta com 195 países-membros, incluindo o Brasil.
ppm: parte por milhão é uma medida que indica quantas partes de uma determinada substância existem diluídas em 1 milhão de partes de outra substância.
que
Os gases lançados pelas atividades humanas contribuem para aprisionar o calor ainda mais. É o efeito estufa adicional.
Radiação solar absorvida pela superfície terrestre.
O calor aprisionado aquece a atmosfera. É o efeito estufa natural.
A superfície devolve calor para a atmosfera.
com base em: CHRISTOPHERSON, Robert W.; BIRKELAND, Ginger H. Geossistemas: uma introdução à geografia física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. p. 84.
Mundo: evolução da concentração de CO2 na atmosfera, em partes por milhão (ppm) – 1959-2022
Certifique-se de que os estudantes compreendem o fenômeno do efeito estufa. Comente que, sem os gases do efeito estufa, o calor irradiado pelo sol se dissiparia de volta às camadas mais altas da atmosfera, impossibilitando a vida na Terra, já que a temperatura média do planeta giraria em torno de –18 ºC. Sobre o efeito estufa adicional, é importante apresentar evidências científicas já divulgadas sobre o fenômeno e notícias veiculadas em mídias diversas, buscando alertar os estudantes contra a divulgação de fake news. Comente que evidências científicas mostram que o aquecimento global é agravado pelo desenvolvimento das atividades humanas, pois estas provocam o aumento das emissões de GEEs, especialmente o dióxido de carbono (CO2). Na leitura do gráfico sobre a evolução da concentração de CO 2 na atmosfera, explique que a sigla “ppm” significa “partes por milhão”, ou seja, a cada 1 000 000 de moléculas no ar, 418,5 são CO2, o que equivale a 0,041% do ar.
Fonte: LE MONDE. Le bilan du monde: géopolitique, environnement, économie: édition 2023. Paris: Le Monde, 2023. p. 54.
da construção de infraestruturas, dos fluxos de transporte e do consumo no mundo todo.
Converse com a turma sobre os principais setores da economia que emitem GEEs no planeta. Destaque a produção e o consumo de energia e verifique se os estudantes compreendem e relacionam a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia à emissão de GEEs.
Em seguida, leia com os estudantes o gráfico sobre as emissões de CO2 no Brasil, por atividade. É importante que eles percebam que a participação do setor de energia é menor do que a média mundial. Proponha, como desafio, que a turma explique o porquê desse fato. Verifique os conhecimentos prévios dos estudantes quanto à prevalência das hidrelétricas no Brasil e à grande utilização do etanol como combustível.
Destaque a grande participação da devastação florestal nas emissões de GEEs no Brasil. Comente com os estudantes que, além dessas emissões, a perda das áreas florestais prejudica a regulação das temperaturas da superfície terrestre, já que a vegetação densa contribui para preservar a umidade e, consequentemente, manter as temperaturas mais baixas. Os solos expostos costumam absorver maior radiação solar e, por isso, mantêm as temperaturas mais elevadas. Portanto, a preservação das florestas é fundamental no combate ao aquecimento global, pois, além de armazenarem carbono, elas contribuem para a regulação das temperaturas médias do planeta.
Acesse a página do governo federal sobre o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC,
Em um relatório publicado em 2023, o IPCC afirmou que as atividades humanas, principalmente as emissões de GEEs, ocasionaram mudanças rápidas e generalizadas no planeta, resultando em eventos climáticos e meteorológicos extremos.
Entre as atividades que mais contribuem para as emissões de GEEs em escala global, destacam-se a produção e o consumo de energia, responsáveis por 33% das emissões; seguidas pela indústria, com 24%; pela agricultura, com 22%; e pelos transportes, com 15%.
em Hangzhou (China), 2021.
Quase um terço da energia produzida no mundo tem o carvão mineral como fonte. Na China, país que tem um dos maiores índices de emissão de CO2 do mundo, esse percentual é de 60%.
As atividades que mais emitem CO2 no território brasileiro estão associadas às mudanças de uso da terra, compreendidas principalmente pelo desmatamento e pelas queimadas. Em 2022, essas atividades foram responsáveis por 48% do total das emissões de CO2 no país. A expansão da atividade agropecuária na fronteira agrícola está fortemente relacionada ao desmatamento e às queimadas. Para cultivar soja e abrir novas áreas de pastagem, milhares de hectares de formações vegetais da Amazônia e do Cerrado são devastados. Quando a biomassa vegetal é queimada, o carbono armazenado nas árvores é liberado em grandes quantidades na atmosfera.
Elaborado com base em: TSAI, David et al Análise das emissões de gases de efeito estufa e suas implicações para as metas climáticas do Brasil: 1970-2022. [Piracicaba]: Seeg, 2023. p. 7. Disponível em: https://oc.eco.br/ wp-content/uploads/2023/11/Relatorio -SEEG_gases-estufa_2023FINAL.pdf. Acesso em: 30 abr. 2024.
Brasil: participação nas emissões de CO2, por atividade – 2022
Agropecuária
Energia
Resíduos
Processos industriais e uso de produtos Mudança de uso da terra e florestas
• A TERRA é redonda 4: pintou um climão. Locução de: Bernardo Esteves. [São Paulo]: Rádio Piauí, 21 abr. 2020. Podcast. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/terra-e-redonda-pintou-um -climao/. Acesso em: 11 maio 2024. Podcast da Revista Piauí sobre o aquecimento global.
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sigla em inglês para Intergovernmental Panel on Climate Change), sugerida no boxe Indicação, a fim de verificar os dados mais recentes sobre a temática.
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Relatórios especiais do IPCC Brasília, DF: [2023]. Disponível em: https:// www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/ sirene/publicacoes/relatorios-do-ipcc. Acesso em: 13 maio 2024.
A página reúne os principais relatórios publicados pelo IPCC, traduzidos para o português.
Além do desmatamento e das queimadas, outras atividades no setor agropecuário contribuem para a emissão de GEEs, entre as quais podemos destacar: as emissões de metano (CH4) provenientes da digestão dos rebanhos bovinos; o tratamento e a disposição dos dejetos dos animais de criação e de outros resíduos agrícolas; o manejo dos solos, que envolve o uso de fertilizantes químicos e calcário; etc.
O caso do cultivo de eucaliptos no Vale do Jequitinhonha
O Vale do Jequitinhonha, situado ao norte do estado de Minas Gerais, teve as temperaturas mais altas do país em 2023. Além do clima tropical e da ocorrência de fenômenos como o El Niño, a atividade mineradora também é responsável pelo aumento das temperaturas na região. Para compreender melhor, leia os trechos de duas reportagens que abordam o assunto.
GLOSSÁRIO
A partir dos anos de 1970, o Alto Jequitinhonha foi alvo de incentivos fiscais públicos para implantar monoculturas de eucalipto. […] o governo de Minas Gerais, por meio de uma empresa estatal denominada Acesita, se apropriou de grande parte das chapadas comuns, tomando terras de inúmeras comunidades camponesas; marcando profunda e negativamente a história da região e seu povo.
MACEDO, Valmir Soares de et al. Dilemas e lutas de camponeses impactados pela monocultura do eucalipto. Le Monde Diplomatique Brasil, [São Paulo], 15 set. 2023. Disponível em: https://diplomatique.org.br/ dilemas-e-lutas-de-camponeses-impactados-pela-monocultura-do-eucalipto/. Acesso em: 16 abr. 2024.
‘Há mais de 40 anos, esses eucaliptos estão matando a gente com falta de água e agrotóxico na terra. A gente colhia frutas na Chapada e voltava com cesto cheio. O Rio Fanado, que passa aqui, tinha muita água, mas as nascentes secaram. Hoje ele tem um filete de água. Muita gente que vivia de agricultura teve que ir embora, porque, sem água, não tem como plantar’, conta uma moradora que não quis se identificar.
PERDIGÃO, Juliana. O rastro do monocultivo de eucalipto no Cerrado de Minas. [S. l.]: Projeto Preserva, 2024. Disponível em: https://www.projetopreserva.com.br/post/o-rastro-do-monocultivo-de -eucalipto-no-cerrado-de-minas. Acesso em: 14 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Com base em seus conhecimentos, escreva um pequeno texto explicando como as atividades relacionadas à monocultura do eucalipto contribuem com a emissão de GEEs e com a ocorrência de altas temperaturas no Vale do Jequitinhonha.
2. Quais são os impactos do cultivo do eucalipto na vida das comunidades que moram na região? Converse com colegas e professor.
El Niño: fenômeno natural que aumenta a temperatura das águas superficiais do oceano Pacífico, o que interfere na dinâmica climática de vários lugares, aumentando a temperatura média e intensificando as chuvas. No Brasil, os efeitos dele são seca nas regiões Norte e Nordeste e chuva acima da média nas regiões Sul e Sudeste. 117
1. Espera-se que os estudantes indiquem que, para realizar o plantio dos eucaliptos no sistema de monocultura, é necessário desmatar a vegetação original. Depois, para a produção do carvão vegetal, é preciso queimar o eucalipto. Esses fatores, somados às alterações do solo, da cobertura vegetal, da disponibilidade de água e das características climáticas, fazem com que a região do Vale do Jequitinhonha tenha temperaturas cada vez mais elevadas.
2. As comunidades são impactadas de diversas formas: menos acesso às terras, pela concentração das empresas que exploram o cultivo do eucalipto; terras com menos reservas de água, tirando dos agricultores os meios para cultivá-las; terras e águas poluídas pelo uso de agrotóxicos etc.
Ressalte que o eucalipto não é uma espécie nativa brasileira e adaptada ao ecossistema local, por isso o cultivo dela é tão prejudicial. Ao apresentar aos estudantes a situação das comunidades do Vale do Jequitinhonha, aproveite para perguntar se conhecem outros exemplos de práticas não sustentáveis de empresas que geram emissões de GEEs, causando impactos socioambientais.
Ao final do trabalho com as próximas quatro páginas, espera-se que os estudantes compreendam o papel dos seres humanos nas mudanças climáticas, mais especificamente no acelerado aquecimento global, e que construam subsídios sólidos para argumentar sobre o assunto.
Leia a charge com a turma. Para que os estudantes possam compreender a crítica feita nela, é importante que tenham noções sobre o tempo geológico. No boxe Indicações , há um texto bastante didático sobre o Antropoceno, que pode ser trabalhado com a turma.
O conceito de Antropoceno foi formulado na década de 1980, mas apenas recentemente tem ganhado destaque nos meios de comunicação. Ressalte que esse conceito ainda está sendo debatido pela comunidade científica internacional, não sendo aceito por todos os pesquisadores. Há cientistas que defendem que as intervenções humanas no planeta foram tão intensas que justificam a aplicação do conceito de Antropoceno. Já outros entendem que as intervenções humanas provocaram alterações graves no meio ambiente, mas que isso não ampara a ideia de uma nova era geológica. Entre os que aceitam a proposta, também há discussões em torno da periodização do Antropoceno, não existindo consenso sobre o ponto de partida dessa era geológica.
Atividades
1. Respostas pessoais. Verifique os conhecimentos dos estudantes acerca da escala de tempo geológico. Explique que “Era
Analise a charge e, em seguida, responda às questões.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Uma das personagens da charge faz referência ao período da Era do Gelo. Você tem ideia do que se trata? Imagina quando ocorreu e como era o planeta nesse período?
2. Em sua opinião, o fogo contribuiu para a aceleração do aquecimento global? Dê exemplos estudados na unidade que validem sua resposta.
O planeta Terra existe há, aproximadamente, 4,5 bilhões de anos. Para estudar a história do planeta, cientistas estabeleceram divisões no tempo geológico, chamadas de eras geológicas Nossa espécie, o Homo sapiens, surgiu entre 300 mil e 200 mil anos aproximadamente, durante o Pleistoceno
Durante o Holoceno, já com condições climáticas estáveis, a humanidade pôde se desenvolver, ocupando todo o planeta. Desde o surgimento da agricultura até a Revolução Industrial, passando por eventos como os testes nucleares e o uso excessivo de produtos químicos, a Terra vem sendo intensamente transformada. Para descrever os impactos da ação humana sobre o planeta, muitos cientistas passaram a utilizar o conceito de Antropoceno, palavra formada com base na união dos termos gregos “antropos” (em tradução livre, “ser humano”) e “kainos” (em tradução livre, “novo”), expressando a ideia de que a humanidade criou uma época geológica.
GLOSSÁRIO Tempo geológico: todo o tempo transcorrido desde a formação do planeta Terra.
Pleistoceno: época geológica entre 2,5 milhões de anos e 11 mil anos atrás.
Holoceno: época geológica entre 11 mil anos atrás e os dias atuais.
Embora o conceito venha sendo utilizado desde os anos 1980, ainda não há consenso entre os cientistas sobre o ponto de início do Antropoceno e suas implicações. De qualquer forma, o uso desse termo destaca as profundas mudanças e ameaças ambientais causadas pelas nossas ações, enfatizando a urgência de agir para retardar o aquecimento do planeta e evitar um colapso generalizado do meio ambiente, cujas consequências para os seres vivos e os ecossistemas já podem ser observadas.
do Gelo” faz referência à época das glaciações, conhecida como Pleistoceno, entre 2 milhões e 10 mil anos atrás. Nessa época, o clima era caracterizado por intervalos glaciais intercalados com momentos de temperaturas mais amenas, como conhecemos hoje. Nos períodos de glaciação, o clima era frio e seco, e calotas de gelo cobriam aproximadamente um terço da superfície do planeta.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compreendam que o aqueci-
mento global é causado pelo excesso de emissão de GEEs e que percebam que o autor da charge faz uma brincadeira, antecipando a função do fogo como agente da combustão e sugerindo que isso aquecerá o planeta de tal forma que o tirará da Era do Gelo. Portanto, é esperado que os estudantes associem o fogo à queima de combustíveis fósseis, que comprovadamente emitem gases que participam na intensificação do aquecimento global.
O cenário atual apresenta inúmeros desafios para a humanidade, sendo prioritárias a redução da emissão de GEEs e a proteção das populações mais vulneráveis às consequências do aquecimento global.
O Acordo de Paris, documento assinado em 2015 por 195 países, estabeleceu como principal objetivo limitar o aumento da temperatura mundial a 2 °C e, se possível, a 1,5 °C até 2100, a fim de evitar mudanças climáticas irreversíveis.
Porém, as iniciativas implementadas pelos países, tanto pelo poder público como pela sociedade civil, indicam que corremos o risco de não alcançar essa meta até 2030. Se nada mudar em relação à emissão de GEEs, é possível que ocorra um aumento de 4 °C ou mais até o final do século.
Analise o mapa a seguir. Depois, faça as atividades.
Mundo: controle de temperatura em conformidade com o Acordo de Paris – 2024
Sugere-se reunir os estudantes em grupos para que eles analisem conjuntamente o mapa. Peça-lhes também que realizem as atividades em grupo. Para compreenderem melhor os resultados obtidos por políticas ambientais em diferentes países, oriente os estudantes a acessar o site IBGE Países (disponível em: https://pai ses.ibge.gov.br/#/; acesso em: 13 maio 2024). Ao clicar no país desejado, a aba “Síntese” expõe indicadores do país selecionado. Na aba “Comparar países” (acessada quando se clica em “Mais sobre o país”), é possível selecionar os indicadores dos países desejados para a realização da comparação.
Os dados deste mapa são de abril de 2024.
ATIVIDADES
GLACIAL ANTÁRTICO
Elaborado com base em: CLIMATE ACTION TRACKER. [Alemanha], 2024. Site. Disponível em: https://climateactiontracker.org/. Acesso em: 6 maio 2024.
Consulte orientações no MP.
1. Observe o mapa. O que você acha que significa a falta de países representados na cor verde?
2. De acordo com o mapa, em que situação o Brasil está? Qual é a sua opinião sobre isso?
3. Desde 2023, você percebeu a ocorrência de eventos climáticos extremos (seca, chuvas abundantes, ciclones etc.) na região onde você mora ou em áreas próximas? Compartilhe com colegas como esses eventos afetaram a vida da população local.
DIAZ, Luccas. O que é a Era do Antropoceno – e por que alguns defendem que entramos nela. São Paulo: Guia do Estudante, 21 jul. 2023. Disponível em: https://guiadoestudante. abril.com.br/atualidades/o-que-e-a-era-do-antropoceno-e-por-que-alguns-defendem-que -entramos-nela. Acesso em: 13 maio 2024.
O texto explica as razões de alguns cientistas defenderem a existência do Antropoceno. BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento. Coordenação-Geral do Clima. Acordo de Paris. Brasília, DF: MCTIC: Seped: CGCL, [2017]. Disponível em: https://www.gov. br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene/publicacoes/acordo-de-paris-e-ndc/arquivos/pdf/ acordo_paris.pdf. Acesso em: 13 maio 2024.
O texto traz a tradução do Acordo de Paris, adotado em dezembro de 2015 por países da 21a Conferência das Partes (COP21).
1. Espera-se que os estudantes compreendam que a falta de países na cor verde no mapa indica que a maioria dos países não deve alcançar o objetivo estabelecido pelo Acordo de Paris.
2. O Brasil está entre os países em que se espera ter um aumento de temperatura entre 2 °C e 2,9 °C. Essa projeção está acima do objetivo traçado pelo Acordo de Paris.
3. Resposta pessoal. O compartilhamento de respostas pode abordar temas sensíveis aos estudantes, especialmente se a escola se localiza em locais que passaram por tragédias climáticas, como o Rio Grande do Sul em 2024. Mesmo em outras Unidades da Federação, enchentes, secas prolongadas e deslizamentos vêm se tornando mais severos e mais frequentes, e é possível que os estudantes, seus familiares ou conhecidos tenham sido atingidos. Portanto, garanta um ambiente de acolhimento e empatia durante a atividade.
O infográfico permite uma ampliação da análise dos impactos socioambientais relacionados ao aquecimento global, que pode ser feita de formas variadas, respeitando as características da turma e as diversidades nas formas de aprendizagem. Comece pela leitura compartilhada do infográfico, que explora causas e consequências das mudanças climáticas. Depois, solicite aos estudantes que elaborem frases ou textos curtos que estabeleçam relações entre os itens apresentados. Alguns exemplos de frases que podem ser feitas pela turma: “O aumento das temperaturas médias e extremas causa inundações, que podem reduzir a produtividade agrícola e gerar desnutrição.”; “A ocorrência de poluição atmosférica e de condições meteorológicas excepcionais pode causar doenças cardiovasculares e respiratórias.”.
Durante a análise dos impactos do aquecimento global, enfatize que existem evidências científicas sólidas e consolidadas que demonstram o papel desempenhado pelas atividades humanas nas transformações globais do equilíbrio ambiental do planeta. Sendo assim, é importante problematizar qualquer postura negacionista a respeito do tema, já que esse tipo de argumento não tem validade científica reconhecida pela comunidade internacional.
Destaque que a maioria dos cientistas aponta ser possível reverter os efeitos mais graves do aquecimento global, mas isso exige uma coordenação geral de modo a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, bem como combater a destruição de zonas vegetais ao redor do planeta. Nesse caso, os diversos países precisam priorizar
O aquecimento global afeta o planeta de várias maneiras, tendo como principais consequências o derretimento das calotas polares, a elevação do nível do mar, a acidificação dos oceanos e os eventos climáticos extremos. Consulte o infográfico a seguir para conhecer os principais impactos socioambientais relacionados a cada um desses riscos.
Relação entre mudanças climáticas e saúde humana
Emissão de gases de efeito estufa (GEEs)
Mudanças climáticas
Perda da biodiversidade, destruição de ecossistemas, parasitas
Impactos sobre a saúde humana
Embora o aquecimento global tenha impacto em todo o planeta, as consequências socioambientais são vivenciadas de formas diferentes pelas populações ao redor do mundo. As empresas e os países mais ricos do Norte Global são responsáveis por emitir mais GEEs do que as empresas e os países mais pobres do Sul Global, que acabam sendo mais afetados pelo aquecimento global. Mulheres, povos originários, comunidades tradicionais e grupos marginalizados estão entre os mais vulneráveis aos impactos dessas mudanças.
medidas com o objetivo de evitar que o planeta atinja um ponto sem retorno na elevação da temperatura. Essas medidas, muitas vezes, contrariam vontades políticas e interesses econômicos.
Comente com os estudantes que, entre todos os países do mundo, os 10% mais ricos contribuem para quase metade (48%) das emissões globais de GEEs, enquanto a parcela mais pobre contribui com apenas 12% dessas emissões. Se considerarmos apenas o 1% dos países mais ricos, eles são responsáveis por quase 17% das emissões. Reforce que essas desigualdades também
são observadas dentro dos países, entre as parcelas mais e menos favorecidas da população. Alguns dados publicados pela Oxfam França, em 2023, podem ser compartilhados com os estudantes, como os demonstrados a seguir.
• O 1% mais rico emite mais CO2 do que os 66% mais pobres do planeta.
• O 0,1% mais rico do mundo emite mais CO2 do que 38% da população mundial.
• Os 50% mais pobres da humanidade são responsáveis por apenas 8% das emissões globais de CO2
Racismo ambiental e justiça climática
Leia o trecho a seguir, escrito pela jornalista e ambientalista Mariana Belmont (1988-).
O racismo ambiental diz respeito sobre quem são as pessoas que moram nas favelas, morros, nas beiras dos rios e trilhos, beira de represas das pequenas e das grandes cidades. Qual a cor dos corpos levados pelas enchentes, soterrados pelos deslizamentos e que são afetados pela escassez de alimentos nas cidades? […]
[…]As pessoas mais afetadas pela crise climática são as que menos contribuem para o aquecimento do planeta: nas regiões mais pobres e marginalizadas, o número de mortes por secas, enchentes e tempestades foi 15 vezes maior na última década do que nas regiões com mais infraestrutura.
BELMONT, Mariana (org.). Racismo ambiental e emergências climáticas no Brasil. São Paulo: Oralituras: Instituto de Referência Negra Peregum, 2023. E-book. Disponível em: https://peregum.org. br/publicacao/racismo-ambiental-e-emergencias-climaticas-no-brasil/. Acesso em: 20 maio 2024.
ATIVIDADE
1. Com base no texto e no que você estudou nesta unidade, elabore, com colegas e professor, uma definição para o conceito de racismo ambiental.
O racismo ambiental denuncia a discriminação, as injustiças ambientais e as violações de direitos que afetam de forma desproporcional as populações mais pobres e as minorias étnicas, em virtude da degradação ambiental e das mudanças climáticas. Assim, para combater o racismo ambiental e lidar com a crise que estamos vivendo, é necessário, além de repensar nossos hábitos individuais, reivindicar justiça ambiental e climática, ou seja:
• assegurar que os direitos humanos sejam respeitados e estejam no centro da tomada de decisões sobre as mudanças climáticas;
• responsabilizar países, indústrias, empresas e pessoas que emitem grandes quantidades de GEEs, para que assumam os custos da crise e auxiliem os países mais vulneráveis no processo de adaptação às mudanças climáticas.
Manifestantes se reúnem na Marcha Mundial pela Justiça Climática, enquanto líderes mundiais se encontravam em Glasgow (Escócia) para as conversações climáticas globais da COP26. Lisboa (Portugal), 2021.
BELMONT, Mariana (org.). Racismo ambiental e emergências climáticas no Brasil. São Paulo: Instituto de Referência Negra Peregum, 2023. E-book. Disponível em: https:// peregum.org.br/publicacao/racismo-ambiental-e-emergencias-climaticas-no-brasil/. Acesso em: 13 maio 2024.
O livro traz a urgência das pautas raciais dentro do contexto do movimento ambientalista.
PAUTA Pública 107: Racismo ambiental e justiça climática – com Mariana Belmont. Entrevistadora: Clarissa Levy. Entrevistada: Mariana Belmont. [S l.]: Agência Pública, 16 fev. 2024. Podcast. Disponível em: https://apublica.org/podcast/2024/02/podcast-pauta -publica/racismo-ambiental-e-justica-climatica-com-mariana-belmont/#. Acesso em: 13 maio 2024.
No podcast, a jornalista explica a importância do recorte racial na pauta ambiental.
Explique aos estudantes que a primeira menção pública ao racismo ambiental foi feita por Benjamin Franklin Chavis Jr. (1948-), ativista que liderou um protesto no condado de Warren, na Carolina do Norte (Estados Unidos), na década de 1980, para impedir a instalação de um depósito de resíduos tóxicos na área onde os moradores eram, em sua maioria, negros. É importante que os estudantes tenham espaço para relatar momentos em que foram vítimas ou presenciaram situações de racismo ambiental. A temática pode ser muito sensível para alguns estudantes, portanto é fundamental que haja cuidado ao abordá-la. Acesse os conteúdos sugeridos no boxe Indicações para ampliar a discussão sobre o tema.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes conceituem o racismo ambiental como uma forma de discriminação em relação às populações periféricas ou compostas de minorias étnicas, que sofrem mais os impactos ambientais. É causado pela ausência ou pela ineficiência de políticas públicas que ofereçam serviços básicos essenciais para garantir qualidade de vida e reduzir a segregação socioespacial.
O infográfico “Racismo ambiental” promove a reflexão sobre os impactos das mudanças climáticas e os danos ambientais causados às populações que residem em áreas periféricas, além de sinalizar a falta de investimentos e de políticas voltadas às populações historicamente oprimidas.
A seção é uma proposta para conhecer e repensar a Carta da Terra de modo interdisciplinar com Ciências da Natureza. No Texto complementar, leia mais um trecho desse documento para conduzir a discussão com a turma.
No documento oficial, cada princípio é acompanhado de objetivos detalhados, que servem como guia para que todos os atores sociais (indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições) possam agir efetivamente, cuidando melhor do nosso planeta e garantindo que as mudanças climáticas em curso não aprofundem ainda mais as desigualdades existentes.
Para apresentar os 16 princípios que compõem a Carta da Terra, propõe-se uma atividade de inferência, por meio da qual os estudantes assumem uma postura dinâmica e participativa em relação à leitura do documento. Assim, escreva na lousa o primeiro pilar – Respeitar e cuidar da comunidade da vida – e pergunte à turma quais princípios podem ser desdobrados dessa frase. A intenção é que a turma infira os objetivos que formam esse pilar. Após a elaboração de hipóteses, leia os princí2, 3 e 4 relacionados ao primeiro pilar e verifique as semelhanças e diferenças com aqueles sugeridos pelos estudantes.
Proceda da mesma forma com os demais pilares da Carta da Terra: Integridade ecológica, Justiça social e econômica e Democracia, não violência e paz. Pergunte aos estudantes se eles consideram necessária uma aliança global para evitar a destruição do planeta. Avalie se a temática abordada e analisada nesta unidade sensibilizou os estudantes e
A Carta da Terra é um documento que reúne 16 princípios éticos voltados para a construção de uma sociedade justa, sustentável e pacífica. Surgiu com base em um apelo feito em 1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a qual buscava criar uma nova carta que estabelecesse os princípios fundamentais do desenvolvimento sustentável, após uma série de consultas internacionais.
Os 16 princípios da Carta da Terra estão organizados em quatro pilares. Analise o infográfico para compreendê-los melhor.
Logotipo da Carta da Terra.
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.
11. Afirmar a igualdade e a equidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
Elaborado com base em: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Carta da Terra. Brasília, DF: MMA, [2012]. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/destaques/item/8071-carta-da-terra.html. Acesso em: 13 maio 2024.
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forneceu elementos para que eles argumentem a respeito das atitudes necessárias para a formação de uma sociedade mais justa, sustentável e embasada em princípios éticos. Proponha uma atividade desafiadora à turma. Reúna os estudantes em duplas ou trios e solicite que formulem uma solução includente para o enfrentamento dos desafios climáticos atuais. Organize um momento de partilha para que cada grupo possa apresentar sua proposta aos colegas. Ao final, auxilie-os a propor soluções aplicáveis ao contexto em que eles estão inseridos.
Texto complementar
Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais,
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que, de forma geral, o conhecimento
e a tecnologia desenvolvidos são utilizados para aumentar os benefícios das grandes empresas
O documento é o resultado de uma década de discussões realizadas internacionalmente, envolvendo centenas de organizações e milhares de pessoas, baseadas em objetivos comuns e valores compartilhados. Sua versão final foi adotada em março de 2000, durante uma cerimônia realizada em Paris (França), na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Consulte orientações no MP.
e corporações, que comprovadamente são grandes emissores de GEEs e, portanto, responsáveis em grande parte pelo aquecimento global. Por outro lado,
Leia, a seguir, o trecho do preâmbulo da Carta da Terra. Depois, converse com colegas sobre as atividades propostas.
– e devem – ser aplicados de forma cada vez mais contundente, em benefício das populações vulneráveis
Desafios Para o Futuro
o conhecimento e a tecnologia podem do planeta, gerando melhores condições de vida para todos.
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Carta da Terra. Brasília, DF: MMA, [2012]. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/destaques/item/8071-carta-da-terra.html. Acesso em: 13 maio 2024.
1. O texto afirma: “Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente”. Nesse caso, por que, em sua opinião, ainda observamos desigualdades socioeconômicas extremas?
GLOSSÁRIO
Preâmbulo: parte preliminar em que se anuncia a publicação de uma lei ou um decreto. Texto que antecede o primeiro capítulo de um livro e que resume o conteúdo dele.
2. A Carta da Terra teve sua primeira versão em 1987 e recebeu alterações com base em debates e sugestões até a sua versão final, em 2000. Considerando que tanto a sociedade quanto a natureza estão em constante transformação e que já se passaram mais de 20 anos desde o lançamento oficial da carta, o que você acredita que poderia ser acrescentado a esse documento? Elabore a resposta de acordo com as instruções a seguir.
a) Converse com colegas e professor sobre mais itens que poderiam ser inseridos na Carta da Terra.
b) Com base no que o grupo conversar, escrevam um texto que poderia compor a Carta da Terra.
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solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos
violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Carta da Terra Brasília, DF: MMA, [2012]. Disponível em: https://antigo. mma.gov.br/o-ministerio/quem-e-quem/item/8071-carta -da-terra.html. Acesso em: 11 maio 2024.
2. Explique que a proposta da atividade é a produção e a expressão de uma
reescrita da Carta da Terra, que pode ser acompanhada de imagens. Os estudantes podem ser organizados em grupos, em que cada um escolherá um pilar ou princípio para reescrever e criar imagens. Reserve um tempo para que os estudantes possam ler e analisar o documento da Carta da Terra. Depois, sugira que conversem e proponham mais princípios ou alterações nos que já existem, apresentando a compreensão e as sugestões deles com base nesse documento. Na sequência, os estudantes podem produzir textos e fazer anotações no diário de experiências, se expressando também por meio da linguagem visual (desenhos, pinturas e colagens).
Como ampliação desta proposta, os estudantes podem criar um painel, uma pintura mural coletiva ou produções individuais de imagens e textos em suportes maiores (como papéis em grandes formatos) explorando as linguagens visual e verbal.
Explique aos estudantes que, ao longo desta atividade, embora sejam recorrentes temas preocupantes para o futuro de localidades, de países e do próprio planeta, é importante que imaginem um futuro com sentimentos de pertencimento, acolhimento, resiliência e coragem. Peça a eles que se inspirem no verbo “esperançar” e cultivem ter esperança enquanto agem. Incentive que se inspirem em pessoas que sonham, mas que tomam atitudes, agindo no presente para construir um futuro melhor.
Atividade
Oriente os estudantes a se organizarem em grupos de dois a quatro integrantes para criar um roteiro de filmagem, escolhendo textos, cenas, imagens, músicas e sonoridades que comporão a produção de uma cinepoesia. Cada grupo deverá realizar um vídeo com base em um trecho ou poema escolhido, ou criar um texto original em forma de poema. Explique à turma que, nesta criação audiovisual, eles terão a oportunidade de expressar suas ideias, opiniões, visões de mundo e sentimentos, abordando os temas e conceitos estudados nesta unidade por meio de experiências cinematográficas e poéticas. A criação é livre, permitindo que cada grupo escolha como deseja expressar suas poéticas audiovisuais, baseando-se em suas emoções e expectativas para o futuro.
b) Explique aos estudantes que o tema pode ser explorado de várias maneiras nesta proposta de criação de cinepoesia. Eles podem se inspirar
Como estudamos, a criação e a expressão por meio de linguagens visuais e sonoras têm sido parte da história da humanidade. No entanto, o desenvolvimento de tecnologias que combinam esses elementos é relativamente recente, com as primeiras experiências datadas do final do século XIX.
Agora, observe este infográfico e reflita sobre como a cultura audiovisual tem estado presente em sua vida.
Embora vários experimentos tenham sido feitos anteriormente, foi em 1927 que o filme estadunidense O cantor de jazz foi lançado. Ele é considerado o primeiro longa-metragem com integração de áudio e imagem.
Na década de 1950, câmeras portáteis passaram a ser comercializadas e, com o tempo, tornaram-se cada vez mais acessíveis. Isso impulsionou a criação de vídeos caseiros, documentais, artísticos, entre outros.
Além da presença de sons nos filmes, a incorporação de cores também representava um desafio. Um exemplo marcante foi o filme de animação Flores e árvores, produzido por Walt Disney (19011966) em 1932, considerado uma das primeiras experiências bem-sucedidas na integração de música, sonoridades e imagens coloridas.
Nos anos 1990, as tecnologias desenvolvidas até então abriram caminho para o surgimento de aparelhos celulares com câmeras digitais, possibilitando não apenas a produção de vídeos mas também sua transmissão pela internet.
Criada na década de 1920, a televisão chegou ao Brasil no início da década de 1950, influenciando o consumo e a vida cultural dos brasileiros.
Atualmente, além das filmadoras analógicas, vídeos também podem ser produzidos por qualquer pessoa que tenha acesso a recursos tecnológicos, como celulares e câmeras digitais.
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em elementos como os princípios da Carta da Terra, a ecoansiedade (ansiedade causada pelo medo das mudanças climáticas), o racismo ambiental, o desmatamento, o aquecimento global, as mudanças climáticas, entre outros. Sugira que reflitam sobre o título da unidade, “Alertas para o amanhã”, que evoca a questão: o que as pessoas deixarão para as futuras gerações? O título também convida os estudantes a considerar o que é possível fazer no presente, tanto individual quanto coletivamente, que possa impactar
positivamente o futuro em relação às questões ambientais.
c) Oriente os estudantes a desenvolver um roteiro detalhado para o vídeo, que deve incluir a sequência das cenas filmadas, a seleção de fotografias e/ou imagens e a integração de trechos de textos poéticos com narração. Encoraje-os a pensar em como cada elemento pode ser combinado para transmitir suas mensagens de forma eficaz e coesa, mantendo uma narrativa que flua naturalmente e capte a atenção do espectador. Caso seja possível, peça
Filmar, poetizar e esperançar
Nesta unidade, estudamos os desafios relacionados às questões ambientais e refletimos sobre o futuro do planeta. Além disso, exploramos como a linguagem do cinema influenciou a formação da cultura audiovisual, criando diferentes formas de contar histórias, expressar emoções e pensar sobre o passado, o presente e o futuro. Dentro desse vasto campo da cultura audiovisual, uma das possibilidades de criação é a cinepoesia. Nesse gênero e nessa estética cinematográficos, a ideia é integrar textos poéticos, imagens e sons para criar uma experiência sensorial única.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Em duplas ou em grupos, explorem o universo de palavras, imagens e sons por meio da produção de um vídeo no gênero da cinepoesia. Para isso, sigam o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Escolham um tema com base nos estudos realizados nesta unidade, abordando os sonhos que têm para o futuro do planeta.
b) Criem um texto poético ou escolham o trecho de um poema ou da letra de uma canção que se relacione com o tema selecionado.
c) Com base nesse texto, elaborem um roteiro para organizar a composição do vídeo, que pode envolver a mistura de cenas filmadas, fotografias e/ou imagens, trechos de textos poéticos e narração.
d) Organizem a produção, definindo o local da filmagem, quem deve operar a câmera, quem vai ler ou declamar o texto, se alguém vai atuar ou se as imagens mostrarão outros elementos e quem vai ficar responsável pela edição do vídeo.
Na produção, lembrem-se de que o importante é se expressar de modo autoral, poético e criativo, focando as suas preocupações com o futuro e com o meio ambiente.
e) Escolham um programa de edição de imagem e som para editar o vídeo.
f) Organizem uma mostra de cinepoesia na escola para compartilhar as produções da turma.
SAIBA MAIS
• CINEPOESIA – arte híbrida – por Pedro Hey Branco. 2022. Vídeo (3 min). Publicado pelo canal Fundação Cultural de Curitiba. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hsND7oBJsAc. Acesso: 21 maio 2024. Confiram um exemplo de cinepoesia nesse vídeo para explorar as possibilidades criativas nessa linguagem artística.
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ajuda ao professor de Leitura e Escrita para organizar essa etapa.
d) Auxilie os estudantes a definir os detalhes logísticos da produção. Isso inclui escolher o local das filmagens, quem operará a câmera, quem vai ler ou declamar o texto e se haverá atuação ou apenas exibição de elementos visuais. É importante que a turma defina também quem será responsável pela edição do vídeo.
e) Discuta com os estudantes as opções de programas de edição de imagem e som disponíveis, considerando as ferra-
mentas gratuitas. Ajude-os a escolher o software que melhor se adapte às necessidades e habilidades da turma. f) Incentive os estudantes a planejar uma mostra de cinepoesia na escola para compartilhar as produções com colegas, professores e comunidade escolar. Esse trabalho poderá promover uma discussão e uma reflexão sobre os temas abordados nos vídeos. Ajude-os a organizar o evento, pensando em aspectos como programação, divulgação e logística do espaço.
1. a) O infográfico destaca que a poluição do ar, os incêndios florestais, o aumento do nível do mar e da temperatura, os fenômenos meteorológicos extremos e as secas são os impactos que causam maior preocupação no presente.
b) Com base no infográfico, é possível destacar problemas de saúde, como alterações no estado físico provocadas pelo calor, aumento de alergias, exposição a doenças transmitidas pela água, sintomas de estresse, ansiedade, depressão, além de transtornos de estresse pós-traumático e tensões nas relações sociais, bem como problemas interpessoais, violências e instabilidade social.
O fenômeno da ecoansiedade está diretamente relacionado com os impactos ambientais associados ao aquecimento global. O consenso científico atual é que o aquecimento global está ligado ao uso excessivo dos combustíveis fósseis a partir do início da industrialização. Assim, é possível relacionar a ecoansiedade com a permanência de um modelo energético fortemente dependente dos combustíveis fósseis no mundo contemporâneo.
d) Espera-se que os estudantes reflitam sobre a questão com base em experiências na comunidade onde vivem. Caso julgue conveniente, é possível propor aos estudantes que leiam os artigos citados no boxe Indicações para conhecer mais sobre o fenômeno e refletir sobre a experiência na comunidade.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. O aquecimento global tem desdobramentos em todo o planeta, mas também tem impactos regionais, locais e mesmo individuais. Nos últimos anos, um fenômeno que tem ganhado importância é a ecoansiedade, caracterizada por um pânico ou uma preocupação excessivos com o futuro em decorrência das transformações climáticas que estão ocorrendo no presente. Observe o infográfico e, em seguida, responda ao que se pede.
a) De acordo com o infográfico, quais são os impactos climáticos que causam maior preocupação nos indivíduos nos dias atuais?
b) Quais são os impactos físicos, mentais e comunitários que estão relacionados com a ecoansiedade?
c) Discuta com colegas e professor: é possível relacionar a intensificação do fenômeno da ecoansiedade com o modelo energético predominante no mundo contemporâneo?
d) Em sua opinião, a ecoansiedade é um problema que pode ser identificado em sua comunidade? Justifique sua resposta.
2. a) Resposta pessoal. Mesmo que os estudantes não sejam do Rio Grande do Sul, muito provavelmente têm memórias sobre as enchentes de maio de 2024 nesse estado, que mobilizaram ajuda e chamaram a atenção de todo o país.
b) São os combustíveis que se formam com a decomposição de plantas, animais, algas e micro-organismos que são cobertos e preservados por sedimentos. A formação dos combustíveis fósseis dura milhões de anos.
c) Com a Revolução Industrial, as fontes energéticas tradicionais já não supriam as necessidades das primeiras indústrias, que começaram a utilizar o carvão mineral para o funcionamento das máquinas a vapor. Depois, com a Segunda Revolução Industrial, o petróleo começou a se tornar uma das principais fontes de energia.
A participação dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial está diminuindo, mas ainda corresponde a mais de 80%, sendo usados principalmente
2. Leia o trecho do texto a seguir e, depois, responda ao que se pede. Catástrofe no Rio Grande do Sul mostra a urgência de ação climática global
3 de maio de 2024
[…]
Os impactos das tempestades na sociedade gaúcha demonstram que, se persistirmos com a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento das florestas do planeta, eventos climáticos severos e extremos, como chuvas intensas e secas escaldantes, se tornarão cada vez mais frequentes.
[…]
A catastrófica situação em Porto Alegre […] evidencia o grande desafio de promover a adaptação às mudanças climáticas de forma urgente. Para além da mitigação e adaptação, é importante que os estados se preparem para atuar nesses casos, reduzindo a exposição das famílias aos riscos climáticos e aumentando a capacidade de resposta governamental.
Para o Brasil, país diverso e grande produtor agrícola, a demanda por ações de combate às mudanças climáticas, como o fim do desmatamento, e de adaptação, como o reflorestamento, é extremamente urgente. Sem medidas eficazes, corremos o risco de comprometer nosso futuro.
CATÁSTROFE no Rio Grande do Sul mostra a urgência de ação climática global. [Brasília, DF]: Ipam Amazônia, 2024. Disponível em: https://ipam.org.br/catastrofe-no-rio-grande -do-sul-mostra-a-urgencia-de-acao-climatica-global/. Acesso em: 9 maio 2024.
Cerca de 400 municípios foram afetados pela pior calamidade natural que já atingiu o estado do Rio Grande do Sul, deixando centenas de pessoas mortas ou feridas.
Eldorado do Sul (RS), 2024.
a) Quais sentimentos ou memórias você teve ao observar a fotografia?
b) O que são combustíveis fósseis?
c) Qual é o papel dos combustíveis fósseis na Segunda Revolução Industrial e na matriz energética atual?
d) Dê exemplos de combustíveis fósseis e explique como eles se relacionam com as mudanças climáticas.
e) De acordo com o texto, quais ações devem ocorrer para combater os eventos climáticos extremos, como o ocorrido no Rio Grande do Sul?
MACHADO, Thales Barufi Ferreira. Ecoansiedade: o que é, como surgiu e como nos afeta? [Florianópolis]: Politize!, 12 jan. 2024. Disponível em: https: //www.politize.com.br/ ecoansiedade/. Acesso em: 13 maio 2024.
A reportagem trata da nova condição mental relacionada às mudanças climáticas, abordada pela Associação Americana de Psicologia.
SUZUKI, Shin. O que é ‘ecoansiedade’, angústia pelo planeta que atinge mais crianças e adolescentes. BBC, São Paulo, 22 abr. 2023. Disponível em: https://www.bbc. com/portuguese/articles/ c84m3j2nx7po. Acesso em: 13 maio 2024.
O artigo analisa o impacto da ecoansiedade na saúde mental das crianças e dos adolescentes.
127
08/06/24 13:00 nas usinas termelétricas, nas indústrias e nos meios de transporte.
d) São exemplos: petróleo, gás natural e carvão mineral. A queima desses combustíveis emite grande quantidade de dióxido de carbono (CO2) e outros GEEs na atmosfera. De acordo com cientistas, além de muito poluentes, esses gases estão diretamente relacionados com o processo de aquecimento global e intensificação das mudanças climáticas.
e) Deve-se aumentar a capacidade de resposta governamental para reduzir
a exposição das pessoas; deve haver também o fim do desmatamento, além de investimentos em reflorestamento.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Ambiente e sustentabilidade e pretende contribuir para a compreensão dos estudantes quanto aos saberes tradicionais, expressos em movimentos culturais e ambientais, por meio de linguagens artísticas multimídias e música. Além disso, são analisadas formas de ameaças aos Patrimônios Culturais e Naturais e, dentro dessa discussão, são apresentadas questões pertinentes às Unidades de Conservação.
Objetos de conhecimento
Intervenções artísticas e mapping
Diálogos entre arte e preservação
Preservação e conservação da natureza
Ações locais e globais no campo
Patrimônio Cultural Material e Imaterial
Patrimônio Natural
Inicie a unidade convidando os estudantes a observar a obra “Submersas”, parte integrante do Projeto Symbiosis, de Roberta Carvalho. Explique que a artista visual nasceu na cidade de Belém (PA), em 1980, e é reconhecida por seu trabalho que integra tecnologias, como videoarte e projeções, a temáticas que discutem a relação entre o meio ambiente e a urbanidade. Ao longo de sua carreira, participou de inúmeras exposições tanto no Brasil quanto em outros países, com obras incorporadas em coleções de prestigiadas instituições, como o Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro (RJ).
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem a imagem e expressem suas percepções e interpretações, analisando elementos visuais como formas, cores, volumes e profundidade.
O Projeto Symbiosis foi iniciado em 2007 e já realizou projeções em praças, parques e outras áreas verdes urbanas, além de paisagens de matas e regiões ribeirinhas. A proposta da artista é explorar linguagens artísticas integradas, misturando fotografia, vídeo e intervenção artística, para provocar debates e reflexões como: quais relações temos estabelecido com a natureza? Como sentimos o meio ambiente e cuidamos dele? Quais sensações, sentimentos de pertencimento e identidades desenvolvemos em relação à natureza?
Incentive os estudantes a observar como
diversos artistas da atualidade se expressam por meio de práticas e organização de coletivos, criando obras que abordam questões urgentes como a preservação e a conservação da Amazônia. Explique à turma que, diante do aumento da devastação da Floresta Amazônica e das ameaças aos povos que nela vivem, artistas se uniram, em 2021, para produzir um vídeo em que interpretam a composição de Nando Reis (1963-) e Carlos Rennó (1956-), com o intuito de ampliar esse canto de alerta em muitas vozes. A “Canção pra Amazônia” é um manifesto poético-musical, arte ativista
■ Linguagens multimídia
■ Patrimônios Culturais e Naturais
■ Saberes tradicionais
■ Unidades de Conservação
■ Movimentos culturais e ambientais
Maior floresta tropical da terra
A toda hora sofre um duro golpe
Contra trator, corrente, motosserra
A bela flora clama em vão: Me poupe!
Porém, tem uma gente surda e cega
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes indiquem a interação arte-natureza proporcionada pela projeção do rosto humano, integrando-o à paisagem e permitindo o movimento de acordo com o recurso do vídeo e o movimento das folhas.
Para a beleza e o valor da mata Embora o mundo grite que já chega Pois é a vida que desmate mata […]
RENNÓ, Carlos; REIS, Nando. Canção pra Amazônia Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Disponível em: https://www. letras.mus.br/nando-reis/cancao-pra-amazonia-part-agnes-nunes -anavitoria-arnaldo-antunes-baco-exu-do-blues-caetano-veloso -camila-pitanga-ceu-chico-cesar-criolo-danie/. Acesso em: 17 maio 2024.
3. Resposta pessoal. Espera-se que, com base em suas interpretações,
ATIVIDADES
os estudantes expressem suas percepções, destacando
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
o papel da intervenção humana na paisagem.
1. Descreva os detalhes da projeção em video mapping da artista multimídia Roberta Carvalho, intitulada “Submersas”, parte do Projeto Symbiosis, e compartilhe suas percepções com colegas e professor.
2. A artista utiliza a natureza como suporte para propor ao público experiências artísticas e estéticas. De que maneira a projeção na copa das árvores contribui para o diálogo entre arte e natureza? Em sua opinião, que reflexão a artista intenciona provocar?
3. Leia o trecho da “Canção pra Amazônia”, composta por Nando Reis e Carlos Rennó. Qual é a relação desse trecho com a arte de Roberta Carvalho?
Fotografia do video mapping Submersas, de Roberta Carvalho, 2019. Parte do Projeto Symbiosis, realizado desde 2007 em diversas localidades ribeirinhas do Pará.
em prol da causa ambiental e da conservação da maior floresta tropical do mundo. Caso seja oportuno, apresente aos estudantes a letra completa da canção e, também, a melodia (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=y E1PENHOpDQ; acesso em: 21 maio 2024). Para enriquecer a experiência pedagógica, organize um coral com os estudantes em que cada um possa cantar um trecho da canção “Canção pra Amazônia”, de modo semelhante ao qual os artistas fizeram na gravação original.
QUEM É?
A artista multimídia Roberta Carvalho (1980-) nasceu em Belém (PA). Desenvolve trabalhos artísticos em que faz projeções em paisagens, entre outras propostas, valorizando as comunidades residentes nas áreas florestais e às margens dos rios.
1. Espera-se que os estudantes observem a imagem e expressem suas percepções sobre elementos visuais na projeção e como eles remetem aos povos que vivem em regiões ribeirinhas e de florestas. É importante que eles considerem as formas utilizadas e como elas interagem entre si e com o ambiente onde são projetadas, transmitindo uma ideia de profundidade e dinamismo durante a projeção.
2. Explique aos estudantes que, ao utilizar a natureza como suporte para suas projeções, Roberta Carvalho convida o público a participar de uma experiência artística que estabelece um diálogo íntimo entre arte e natureza. A projeção na copa das árvores contribui para esse diálogo ao integrar a arte diretamente ao ambiente, usando as folhas e os galhos como elementos que interagem com a luz e as imagens projetadas. Quanto à reflexão que a artista intenciona provocar, é provável que a turma identifique que a artista busca sensibilizar o público para a importância da natureza e promover uma reflexão sobre nossa responsabilidade em preservá-la.
3. Espera-se que os estudantes reconheçam que “Canção pra Amazônia” é um manifesto musical que aborda a importância da conservação da Floresta Amazônica e denuncia as ameaças ao seu ecossistema e aos povos que nela habitam, enquanto a artista Roberta Carvalho utiliza suas projeções e intervenções artísticas para explorar e questionar a relação entre humanidade e natureza. O trecho da canção e a arte de Roberta Carvalho compartilham um objetivo: ambos buscam, por meio de diferentes formas de arte, inspirar mudanças e sensibilizar o público sobre a necessidade de proteger e valorizar biomas como a Amazônia.
Inicie o conteúdo retomando a noção de Patrimônios Material e Imaterial com a turma. Comente que organizações como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) têm reconhecido cada vez mais a importância do Patrimônio Cultural Imaterial, que inclui práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que comunidades, grupos e, em alguns casos, indivíduos reconhecem como parte de seu Patrimônio Cultural. Esse reconhecimento é importante para garantir que os esforços de conservação dos patrimônios sejam inclusivos e respeitem as visões e as necessidades das comunidades tradicionais, garantindo que seus direitos sejam protegidos e que sua autonomia em relação ao modo como seu patrimônio é gerenciado e apresentado seja respeitada.
De modo geral, para as populações indígenas, por exemplo, o conceito de patrimônio é inseparável de suas terras, línguas, práticas culturais e espirituais e recursos naturais. Esse tipo de patrimônio não é percebido como algo a ser preservado para o benefício das gerações futuras, mas como parte integrante da vida cotidiana e da identidade comunitária.
Essa ideia de patrimônio também envolve um forte componente de resistência e resiliência. Após séculos de colonização e políticas de assimilação, a preservação de suas culturas e seus territórios é uma forma de resistência contra o apagamento de suas identidades e seus modos de vida.
Você já estudou os Patrimônios Culturais anteriormente, mas vamos conversar mais sobre esse conceito? A palavra “patrimônio” tem sua origem no termo do latim “patrimonium”, junção de pater (em tradução livre, “pai” ou “paterno”) e monium (em tradução livre, “condição” ou “estado”). Patrimônio, portanto, está relacionado aos bens que são deixados como herança para as próximas gerações. A preservação dos patrimônios de uma sociedade é muito importante para a valorização de identidades e memórias coletivas, bem como da biodiversidade do território.
Existem variadas formas de preservação dos bens culturais – como os Patrimônios Materiais (sítios arqueológicos, construções, cidades históricas, obras de arte como esculturas, pinturas e artefatos históricos) e os Patrimônios Imateriais (festejos, ofícios, modos de fazer, canções e danças) – e dos bens que compõem os Patrimônios Naturais
Alguns Patrimônios Culturais e Naturais do Brasil também são reconhecidos como Patrimônios Mundiais da Humanidade. Os Patrimônios Naturais são áreas como sítios naturais, parques ecológicos e reservas ambientais que possuem grande importância ambiental e relevância para as comunidades. Algumas áreas naturais são consideradas Patrimônios Naturais da Humanidade porque sua preservação impacta diretamente os avanços da ciência e a manutenção da vida e da biodiversidade em todo o planeta. Observe a imagem e leia o trecho da canção.
INSTITUTO INHOTIM. Brumadinho, [c2021]. Site. Disponível em: https://www.inhotim. org.br. Acesso em: 21 maio 2024.
O site oficial do instituto possui um rico acervo das obras de muitos artistas que contribuem para o espaço expositivo.
Visão monumental, que maravilha
Obra da natureza que exubera
De cores, seres, cheiros, som, de vida
Tão pródiga, tão pura, tão diversa
A fábrica de chuva mais prolixa
A máquina do mundo mais complexa
O doceanoverdeparaíso
O coração pulsante do planeta
Quinze mil árvores, contudo
Agora estão indo pro chão
Quinze mil vidas derrubadas
Só durante o tempo desta canção!
SAIBA MAIS
• CANÇÃO pra Amazônia. 2021. Vídeo (11 min). Publicado pelo canal Greenpeace Brasil. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=yE1PENHOpDQ. Acesso em: 17 maio 2024. Assista ao vídeo para conhecer a canção completa e ouvir a melodia do manifesto poético-musical em defesa da Amazônia.
RENNÓ, Carlos; REIS, Nando. Canção pra Amazônia. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/nando-reis/cancao-pra-amazonia-part-agnes -nunes-anavitoria-arnaldo-antunes-baco-exu-do-blues-caetano-veloso-camila-pitanga-ceu -chico-cesar-criolo-danie/. Acesso em: 17 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. A instalação artística “De lama lâmina” foi produzida pelo artista estadunidense Matthew Barney (1967-). O que Barney expressa em sua poética visual ao compor um trator carregando uma árvore?
2. Em sua opinião, a canção e a instalação artística abordam qual tema?
A instalação “De lama lâmina” está exposta como acervo permanente do Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG). Nessa obra, o artista produziu um domo de aço e vidro e, em seu interior, instalou um trator que carrega uma árvore. A “Canção pra Amazônia”, de Carlos Rennó e Nando Reis, é um manifesto pela defesa da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, que abriga, no estado do Amazonas, vários Patrimônios Naturais, como a Estação Ecológica Anavilhanas, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável de Amaña e Mamirauá e o Parque Nacional do Jaú.
As duas linguagens artísticas (canção e instalação) expressaram um manifesto contra a destruição de Patrimônios Naturais, como destacado no trecho da canção: “Quinze mil vidas derrubadas / Só durante o tempo desta canção!”.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem que, ao compor a obra com um trator, que é uma máquina associada à alteração do ambiente natural, carregando uma árvore, um símbolo de natureza e vida, o artista pode estar expressando as tensões entre o desenvolvimento humano e o ambiente. Explique que essa contraposição reflete uma crítica à exploração desenfreada dos recursos naturais e apresenta uma reflexão sobre a relação entre a tecnologia e a natureza.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expressem que são linguagens artísticas diferentes, porém tanto a canção quanto a instalação de Barney podem ser percebidas como abordagens artísticas que destacam a urgência da proteção e da conservação ambiental e a necessidade de uma conscientização maior sobre o impacto humano no planeta.
Explique aos estudantes que Matthew Barney, em sua obra, explora a arte conceitual, ou seja, uma arte que foca ideias. Em suas criações, que incluem construção arquitetônica, escultura e instalação, ele busca provocar sensações e emoções, além de fomentar sentimentos de pertencimento e empatia, engajando-se em ativismo ambiental. Em suas composições, Barney integra objetos a ambientes em uma simbiose que funde realidades e significados, criando uma experiência artística que desafia as percepções convencionais e convida à reflexão. Aproveite a oportunidade para comentar com os estudantes que o Instituto Inhotim é um dos mais importantes museus de arte contemporânea e jardins botânicos da América Latina, localizado em Brumadinho (MG). O espaço abriga uma vasta coleção de arte contemporânea com obras de artistas brasileiros e internacionais, distribuídas tanto em galerias fechadas quanto ao ar livre, integradas ao ambiente natural. As obras de arte disponíveis no acervo variam, sendo possível apreciar tanto esculturas monumentais quanto instalações interativas e videoarte, como as criações de artistas renomados como Hélio Oiticica (1937-1980), Tunga (19522016), Vik Muniz (1961-) e Yayoi Kusama (1929-). Além de seu foco em arte, o Instituto Inhotim é também um jardim botânico, com uma grande coleção de plantas raras e tropicais, algumas das quais estão ameaçadas de extinção. Os jardins são planejados para dialogar com as obras de arte, constituindo um espaço expositivo fluido, efêmero e transitório.
Converse com os estudantes sobre o modo como eles percebem as linguagens artísticas que utilizam tecnologias de projeção de imagens. Durante a atividade, avalie o conhecimento prévio deles sobre as tecnologias de projeção de imagens em video mapping e utilize essas informações para estruturar as atividades didáticas seguintes, adaptando-as para aprimorar o entendimento do grupo.
Contextualize o video mapping, um recurso visual de projeção em superfícies utilizado em intervenções artísticas urbanas e em ambientes naturais, como matas e paredões de rochas. As projeções podem ser de imagens estáticas ou em movimento e costumam ser acompanhadas e complementadas por sonoridades e canções.
As projeções que utilizam fotografias, vídeos, animações e outros formatos são conhecidas como grafite digital. Por definição, o video mapping é uma arte efêmera, ou seja, as projeções duram apenas um curto intervalo de tempo. Comente que as tecnologias utilizadas vão desde projetores superpotentes até programas de edição de imagens digitais e de design gráfico que mapeiam superfícies tridimensionais e irregulares (como construções e árvores), adaptando a projeção sobre esses suportes. Sons, luzes, cores, volumes e outros elementos das linguagens audiovisuais são trabalhados em conjunto para criar ilusões e poéticas visuais que encantam aqueles que assistem a esse “cinema” expandido. Para uma melhor compreensão dessas produções, realize uma curadoria educativa, selecionando imagens
O Projeto Symbiosis, da artista Roberta Carvalho, reúne fotografias e vídeos que são projetados nas copas das árvores, como você conheceu no video mapping “Submersas”, na abertura desta unidade. O termo “video mapping” se refere a técnicas de mapeamento de vídeo sobre superfícies tridimensionais ou irregulares. Nesse caso, as imagens digitais foram trabalhadas para criar efeitos de movimento e expressões faciais sobre as folhagens, que são o suporte dessa produção. Nas projeções, os rostos de pessoas que vivem em regiões ribeirinhas, em meio às matas e florestas, adquirem movimentos e parecem dialogar com o público.
[…]
‘Ter o olhar e expressão destas pessoas espelhados em seus lugares de origem, além de ser uma felicidade de compartilhamento e construção de um trabalho em conjunto, suscitam diversas questões, entre elas a invisibilidade destas comunidades em relação ao mundo, e até em relação à Belém. […]’
ANGELO, Damaris de. Artista brasileira é pioneira em intervenções com projeções na Amazônia [São Paulo]: ArchDaily, 19 mar. 2017. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/867319/artista -brasileira-e-pioneira-em-intervencoes-com-projecoes-na-amazonia. Acesso em: 17 maio 2024.
[…]
[…] ‘São dois entes: imagem e natureza, sendo a natureza hospedeira da arte, criando com ela um novo ser, um UNO. E desta relação uma coisa outra é gerada: escultura de luz, uma árvore observadora’ […].
[…] ‘São dois entes: imagem e natureza, sendo a natureza hospedeira da arte, criando com ela um novo ser, um UNO. E desta relação uma coisa outra é gerada: escultura de luz, uma árvore observadora’ […].
SOUSA, Gilvânia. Artista paraense Roberta Carvalho leva a Amazônia contemporânea para o Noticia/226551/artista-paraense-roberta-carvalho-leva-a-amazonia-contemporanea-para-o-rock
SOUSA, Gilvânia. Artista paraense Roberta Carvalho leva a Amazônia contemporânea para o Rock in Rio 2022. Rede Pará, Belém, PA, 17 jul. 2022. Disponível em: https://redepara.com.br/ Noticia/226551/artista-paraense-roberta-carvalho-leva-a-amazonia-contemporanea-para-o-rock -in-rio-2022. Acesso em: 17 maio 2024.
Fotografia do video mapping Submersas, de Roberta Carvalho, 2019. Parte do Projeto Symbiosis, realizado desde 2007 em diversas comunidades ribeirinhas do Pará.
e vídeos para que os estudantes possam ampliar seus repertórios artístico-culturais.
Atividades (página 133)
1. Oriente os estudantes a realizar pesquisas sobre comunidades locais ou de outras regiões do país que despertem o interesse deles, explorando a cultura e as atividades relacionadas ao mundo do trabalho e à subsistência. Essas atividades incluem os modos como as pessoas vivem, criam arte e cultura, transmitem saberes de geração em geração, obtêm
seu sustento e mantêm a vida e os bens culturais e naturais.
Chame a atenção dos estudantes para as consequências da devastação de biomas, destacando como muitas comunidades perdem seus modos de vida tradicionais e o direito de permanecer em seus territórios originários, resultando em danos significativos em relação tanto à cultura quanto ao ambiente. Solicite aos estudantes que reflitam e manifestem suas percepções sobre esses problemas, bem como proponham soluções para enfrentá-los. Encoraje uma discussão
Vários artistas criam projeções de imagens que expressam preocupações ambientais, valorizando as vidas, as culturas, os saberes, os trabalhos e as lutas das pessoas que vivem uma relação mais próxima e direta com a natureza, como seringueiros, agricultores, ribeirinhos e povos indígenas. O artista e fotógrafo francês Philippe Echaroux (1983-) também produziu uma intervenção artística usando tecnologias digitais em um projeto intitulado The Crying Forest (em tradução livre, “A floresta que chora”). Intervenção artística é uma linguagem que propõe intervir na paisagem e na vida cotidiana de um lugar, com propostas de experiências estésicas e estéticas apresentadas diretamente ao público. Tanto Roberta Carvalho quanto Philippe Echaroux utilizaram ferramentas tecnológicas e multimídias para fazer intervenções nas paisagens da Floresta Amazônica, com projeções de imagens dos habitantes que nela vivem, alertando sobre as ameaças aos Patrimônios Culturais e Naturais, como o desmatamento relacionado com agropecuária, garimpo ilegal, incêndios, entre outras ações degradantes.
Fotografia do video mapping The Crying
Consulte orientações no MP.
1. O que você conhece da vida e das culturas dos povos que vivem em contato direto com a natureza para garantir sua sobrevivência física e cultural? Escolha um desses povos ou comunidades no Brasil e pesquise o modo como as pessoas vivem, seguindo o passo a passo para realizar a sua pesquisa.
PASSO A PASSO
a) Identifique quais são as atividades profissionais e econômicas predominantes.
b) 8 Pesquise as manifestações culturais e artísticas dessa região. Para se inspirar, ouça o áudio da Faixa 8, que contém cantos das cinco regiões do Brasil.
c) Resgate as histórias e os contos de tradição oral contados nesse lugar.
d) Elenque os desafios ambientais enfrentados pela população dessa região.
2. Você costuma acompanhar notícias e debates sobre queimadas, desmatamento e destruição de biomas como a Amazônia? Escolha uma notícia e analise as informações apresentadas. Em sua opinião, quais ações podem ser realizadas para a preservação ambiental? Compartilhe com colegas e professor e, depois, registre suas conclusões em seu diário de experiências.
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profunda que permita aos estudantes expressar suas visões e ideias para a conservação ambiental e cultural.
2. Respostas pessoais. Auxilie a turma na escolha de notícias que apresentem dados confiáveis e verídicos. Incentive os estudantes a criar, no diário de experiências, textos poéticos e desenhos que expressem suas ideias, sentimentos de empatia, pertencimento e identidade relacionados a causas de proteção cultural e ambiental.
Explique aos estudantes que intervenção artística é uma forma de arte que interage diretamente com um espaço específico, frequentemente público, com o objetivo de transformar a percepção desse ambiente e engajar o público de maneiras variadas. As intervenções podem variar em forma e conteúdo, incluindo instalações, performances, murais, entre outras. Esclareça que elas são pensadas para dialogar diretamente com o ambiente em que estão inseridas, questionando aspectos
sociais, culturais, políticos ou ambientais.
Comente com os estudantes que Philippe Echaroux é um fotógrafo e artista de rua francês reconhecido por seu estilo chamado de street art 2.0, o qual consiste em projetar imagens, geralmente retratos em grande escala, em superfícies urbanas e naturais usando a luz como principal meio. Esse método evita danificar ou deixar marcas físicas no ambiente ao mesmo tempo que serve como ferramenta de sensibilização social. O projeto The Crying Forest, realizado em 2016, foi um trabalho de colaboração entre o artista e o povo indígena suruí paiter da Amazônia brasileira. Echaroux fotografou membros dessa comunidade e projetou seus retratos nas árvores da floresta, criando uma fusão visual que destaca a conexão entre os povos indígenas e a floresta. Esse trabalho foi uma resposta direta aos desafios enfrentados pela comunidade em razão do desmatamento ilegal e visava chamar a atenção das pessoas para as consequências devastadoras dessa prática tanto para a floresta quanto para as comunidades tradicionais.
FAIXA 8
“Pot-pourri: cantos das cinco regiões do Brasil” apresenta arranjo de Marcos Scheffel de cantos brasileiros em um pot-pourri, forma musical em que temas diferentes são apresentados sem repetição um após o outro (ABCDE...), que existe desde o século XVIII.
A dupla de páginas propicia o trabalho com a temática dos modos de vida e saberes tradicionais com base no estudo sobre as características ambientais do bioma Cerrado.
Inicie o estudo da página analisando a imagem. Proceda a uma avaliação processual quanto ao emprego das técnicas de leitura de imagem, verificando se os estudantes observam os elementos que compõem a paisagem.
Explique aos estudantes que cada tipo de vegetação resulta dos tipos de climas e demais condições físicas das áreas onde ocorrem, como altitude e relevo. Peça a eles que analisem os aspectos do Cerrado e que infiram as características climáticas que condicionam a ocorrência das formações vegetais que o caracterizam. Desse modo, avalie se os estudantes associam os atributos dos vegetais, como o espaçamento entre as espécies, as folhas pequenas e as cascas grossas, ao período de seca sazonal na região onde se desenvolve esse bioma.
Os biomas são conjuntos de tipos de vegetação e espécies animais, integrados com outros aspectos físicos (clima, tipo de solo etc.). A paisagem retratada a seguir faz parte do Cerrado, um dos biomas de maior biodiversidade do mundo e, também, um dos mais ameaçados.
O Cerrado apresenta paisagens diversas, desde matas mais fechadas até aquelas mais abertas.
Elaborado com base em: INPE. Coordenação Espacial da Amazônia; EMBRAPA. Terraclass: [mapa do Cerrado]. Belém, PA: Coeam: Embrapa, 2020. Disponível em: https://www.terraclass.gov.br/ webgis-cerrado/. Acesso em: 17 maio 2024.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. O que mais chama a sua atenção na paisagem retratada na fotografia?
2. Compare as áreas cobertas pelo Cerrado originalmente e em 2020 e descreva o que aconteceu.
3. Elabore hipóteses que expliquem as principais causas da devastação do Cerrado nas últimas décadas.
Explique que, no Cerrado, diversas espécies vegetais compõem desde paisagens mais abertas – com árvores espaçadas, arbustos e plantas rasteiras – até densas e fechadas matas, com árvores altas, entre outras espécies vegetais. Atividades
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GLOSSÁRIO Bacia hidrográfica: área banhada por um rio principal e seus afluentes. Em geral, a bacia hidrográfica recebe o nome de seu rio principal.
O Cerrado é fundamental para a hidrografia do Brasil. A região é marcada tanto pela presença de grandes reservatórios subterrâneos de água quanto por abrigar as nascentes de rios de grandes bacias hidrográficas, como a Bacia Amazônica, a do Tocantins-Araguaia, a do São Francisco, a do Paraná, entre outras. Assim, a preservação do Cerrado influencia muito o abastecimento de água de grande parte do território brasileiro e de países vizinhos. Por isso, muitas vezes o Cerrado é chamado de “caixa-d’água” de uma boa parte da América do Sul.
1. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a casca grossa e o formato tortuoso do tronco de algumas árvores. Esse aspecto é uma adaptação natural das espécies vegetais, em resposta, por exemplo, à estação seca e às queimadas naturais.
2. Espera-se que os estudantes respondam que houve grande devastação do Cerrado, um bioma que cobria, originalmente, grande porção do território brasileiro.
3. Espera-se que os estudantes citem como causa principal da devastação de áreas do Cerrado a expansão da agropecuária, em especial a produção de soja e a criação de gado.
Os povos tradicionais, como quilombolas, indígenas, entre outros, são fundamentais para a preservação dos biomas em razão de seus saberes ancestrais sobre a natureza local e o manejo correto das diversas espécies vegetais e animais presentes na área. No Cerrado, há grande uso de plantas medicinais. Os conhecimentos para extração de seus benefícios vêm dos povos tradicionais. Nos povoados e municípios abrangidos pelo bioma, a escolha de raízes, cascas, folhas e sementes das plantas e o modo de utilizá-las são baseados nos saberes de mulheres, chamadas de raizeiras. Observe, no infográfico, as principais plantas medicinais do Cerrado.
Plantas medicinais nativas do Cerrado mais utilizadas
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Fonte: REDE CERRADO. Goiás: a medicina das plantas. Brasília, DF: Rede Cerrado, [c2024]. Disponível em: https://redecerrado.org.br/ historiasdocerrado/home/goias/. Acesso em: 17 maio 2024.
SAIBA MAIS
Lucely Pio vive na Comunidade Quilombola do Cedro, em Mineiros (GO), e é referência nacional na utilização de plantas medicinais. Mineiros (GO), 2022.
Consulte orientações no MP.
• REDE CERRADO. Goiás: a medicina das plantas. Brasília, DF: Rede Cerrado, [c2024]. Disponível em: https://redecerrado.org.br/ historiasdocerrado/home/goias/. Acesso em: 17 maio 2020. Com base na trajetória da raizeira quilombola Lucely Pio, conheça um pouco mais das plantas medicinais do Cerrado e os motivos para preservar esse bioma tão ameaçado.
1. Qual é a importância da preservação da biodiversidade do Cerrado para a saúde das comunidades tradicionais e para as pesquisas científicas sobre medicamentos? Converse com colegas e professor.
Converse com os estudantes, com base nas ideias e nos conhecimentos prévios deles, a respeito do uso de espécies do Cerrado para o tratamento de doenças. Verifique se há estudantes oriundos de regiões onde essas práticas são comuns e parta dos saberes deles para iniciar a discussão com a turma. É importante destacar que o uso de ervas medicinais não deve substituir a medicina convencional, pautada em pesquisas científicas e na formulação de medicamentos em grandes laboratórios.
1. Resposta pessoal. Durante a atividade, explique que os saberes tradicionais podem oferecer importantes benefícios para a saúde das pessoas, como já comprovado em estudos científicos. Além disso, laboratórios do mundo todo fazem pesquisas sobre plantas com base nos conhecimentos tradicionais para aproveitá-las na fabricação de medicamentos.
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Texto complementar
Era perto do ano de 1880 quando seu tataravô […] instalou-se nas margens do Rio Verde, uma área hoje localizada a 420 km da capital Goiânia, […] criou lá os dez filhos e formou um quilombo. Lucely [Pio] é da quinta geração de descendentes que resistem e mantêm vivas as tradições da Comunidade do Cedro. […]
[…] O conhecimento passado de geração em geração garantiu à comunidade e à Lucely o reconhecimento como referência nacional na utilização de plantas medicinais. Hoje, o laboratório caseiro da Comunidade do Cedro produz remédios a partir de 450 espécies nativas diferentes, catalogadas e com seus usos descritos.
As curandeiras da comunidade criaram o laboratório em 1997. De lá para cá, formularam cerca de 90 medicamentos […] desde 2006, o governo federal validou oficialmente a utilização das plantas medicinais como uma estratégia para melhorar a atenção à saúde da população, fortalecer a agricultura familiar, gerar emprego e renda de forma sustentável.
REDE CERRADO. Goiás: a medicina das plantas. Brasília, DF: Rede Cerrado, [c2024]. Disponível em: https://redecerrado.org.br/historiasdocerrado/home/goias/. Acesso em: 21 maio 2024.
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, espera-se provocar a discussão sobre a Mata de Araucárias, sua importância para os povos tradicionais da Região Sul e sua devastação acelerada em razão da política nacional de colonização.
Inicie a abordagem realizando dinâmicas semelhantes às propostas na dupla de páginas anterior. Assim, solicite aos estudantes que analisem as imagens e os mapas. Reserve um tempo para que eles se manifestem espontaneamente. Baseie-se sempre nos conhecimentos prévios da turma. Desse modo, caso haja estudantes provenientes da Região Sul ou se a escola estiver localizada nessa região, aproveite suas contribuições como ponto de partida para a discussão.
Da mesma forma como foi encaminhada a atividade sobre o Cerrado, proponha à turma o desafio de caracterizar, com base em inferências, o clima condicionante da formação da Mata de Araucárias. É possível que alguns estudantes associem as espécies e as folhas pontiagudas a uma adaptação a temperaturas mais frias. Comente que a Mata de Araucárias é um domínio vegetal que faz parte do bioma Mata Atlântica.
Atividade
OCEANO PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Área original de Mata de Araucárias
Durante milhares de anos, sociedades ameríndias em diversas partes do continente interagiram com a natureza em busca de recursos necessários para a sobrevivência. Nesse processo, transformaram a paisagem, contribuindo para o desenvolvimento de formações vegetais complexas e variadas.
Um exemplo disso é a Mata de Araucárias, também chamada de Mata dos Pinhais, cuja espécie de árvore predominante é o pinheiro-do-paraná ou araucária. Observe as fotografias e os mapas.
Pinha e pinhões (sementes da araucária).
Mata de Araucárias no Parque Nacional de Aparados da Serra. Cambará do Sul (RS), 2022.
1. Respostas pessoais de acordo com a região onde o estudante vive.
original de
Fonte: RBMA. Projeto Inventário dos Recursos Florestais da Mata Atlântica. Destruição da araucária: araucária (Araucaria ansgustifolia). São Paulo: RBMA, [2000]. 2 mapas. Escala 1:10.000.000. Disponível em: https://www.rbma.org.br/anuario/mata_03_anosdedesttuicao_dest_araucaria.asp. Acesso em: 17 maio 2024.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. A araucária, que produz o pinhão, é considerada símbolo do estado do Paraná. Que espécie vegetal é ou poderia ser considerada símbolo do seu estado ou região? Que usos se faz dela?
O podcast “Os povos indígenas e a conservação ambiental” apresenta informações sobre a conexão dos povos originários com a natureza e aborda a importância da demarcação das Terras Indígenas para a recuperação e a preservação do meio ambiente.
Atividade (página 137)
2. A araucária é fonte de alimento, bem como uma árvore sagrada que integra tradições e rituais ancestrais.
A Mata de Araucárias encontra-se atualmente em risco crítico de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN), já que ocupa cerca de 3% de sua área original. O desmatamento das araucárias foi provocado principalmente pela exploração comercial de sua madeira, especialmente a partir do século XIX.
Pesquisas recentes destacam que a disseminação das araucárias contou com a contribuição de intervenções realizadas por sociedades indígenas que viveram há milhares de anos na região onde atualmente é o Sul do Brasil. Diversas comunidades se alimentavam do pinhão produzido pelas araucárias e, por isso, agiram de modo a promover a expansão dessa espécie.
Povos indígenas e grupos ativistas permanecem agindo para que a Mata de Araucárias não seja extinta, o que afetaria a renda e as tradições de povos e comunidades locais.
Em Santa Catarina, indígenas do povo xokleng criaram o Instituto Zág que, entre outras ações, atua no reflorestamento da Mata de Araucárias. Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem que aborda essa questão.
‘A araucária representa nossa vida, o ar que a gente respira, a árvore sagrada que nossos ancestrais deixaram para nós há mais de 2.000 anos’, diz Isabel Gakran, que em sua aldeia ocupa o cargo de kujá, uma jovem xamã.
[…]
O pinhão, principal alimento para as aldeias, é que dá origem às mudas, que também integram o ritual sagrado chamado ‘ãggla’.
‘Dançamos, cantamos e falamos com as sementes para que cresçam perfeitas e fortes’, explica Isabel, lembrando que as crianças participam da preparação. ‘Também recebemos crianças não indígenas e grupos de escolas.’
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
LUC, Mauren. Projeto de indígenas planta araucárias em Santa Catarina. Folha de S.Paulo, Curitiba, 16 jul. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol. com.br/ambiente/2022/07/ projeto-de-indigenas -planta-araucarias-em -santa-catarina.shtml. Acesso em: 17 maio 2024.
Isabel Gakran (na imagem, com a filha Zágtxo Gakran) e Carl Nduzi Gakran são os idealizadores do Instituto Zág (“araucária”, na língua xokleng). José Boiteux (SC), 2022.
2. De acordo com a fala de Isabel Gakran, citada no trecho da reportagem, qual é a importância da araucária para o povo xokleng?
TOLEDO, Karina. Dispersão da araucária na Mata Atlântica foi influenciada por povos pré-colombianos. Jornal da Unicamp, Campinas, 23 jul. 2019. Disponível em: https://www. unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2019/07/23/dispersao-da-araucaria-na-mata-atlantica-foi -influenciada-por-povos-pre. Acesso em: 21 maio 2024. A notícia apresenta o estudo que investigou as causas de a araucária ter se expandido em áreas de Mata Atlântica.
FREIRE, Diego. Povos pré-colombianos podem ter evitado extinção da araucária. Pesquisa Fapesp, São Paulo, 8 abr. 2019. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/povos -pre-colombianos-podem-ter-evitado-extincao-da-araucaria/. Acesso em: 21 maio 2024. A reportagem comenta um estudo que identificou o fato de a extinção de araucárias ter sido evitada por povos pré-colombianos.
Outro exemplo que pode ser trabalhado com os estudantes é a atuação dos indígenas na manutenção da biodiversidade de São Paulo (SP). O território ocupado atualmente pela cidade de São Paulo apresenta cobertura vegetal com grande biodiversidade. Antes do início da colonização portuguesa no século XVI, essa região contava com trechos de Mata Atlântica, Matas de Araucárias mistas e trechos de Cerrado.
Diversos fatores combinados resultam nessa biodiversidade, como o clima e a topografia irregular. A atuação de diversas comunidades indígenas que habitavam esse território contribuiu para sua conservação, pois elas dependiam da exploração da vegetação e da fauna para sobreviver. Uma estratégia utilizada pelas comunidades indígenas era promover incêndios controlados nessas áreas. Isso impedia o adensamento da vegetação, contribuindo para a manutenção do Cerrado na paisagem. Os incêndios também estimulavam a renovação da vegetação local, atraindo animais que buscavam alimentos e, assim, eram caçados, contribuindo para a sobrevivência das comunidades indígenas. Explique à turma que a ocorrência desses incêndios controlados ajudou a moldar a paisagem e enriqueceu a biodiversidade do território, sendo um exemplo de intervenção humana sustentável que não causa o esgotamento ou o desequilíbrio da natureza local. Para ampliar o repertório sobre a Mata de Araucárias, acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicações
Ao fim do trabalho com a dupla de páginas, espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância da atuação das comunidades tradicionais na manutenção da Floresta Amazônica.
Inicie a abordagem por meio da leitura da imagem. Avalie processualmente os estudantes, verificando se eles analisam os elementos que compõem a paisagem e selecionam adequadamente aqueles que caracterizam o bioma. Peça aos estudantes que infiram as características climáticas necessárias para o desenvolvimento de uma vegetação tão diversificada. Espera-se que, com base em seus conhecimentos prévios, os estudantes concluam que calor e umidade são necessários para o desenvolvimento e a manutenção da floresta densa e com folhas sempre verdes.
Assim como trabalhado nas atividades anteriores, se a escola não estiver localizada na Amazônia, verifique se há estudantes na turma que já tenham vivido na região amazônica e aproveite os relatos deles para continuar o estudo.
Verifique se os estudantes conhecem os frutos e as sementes mencionados, como açaí, cacau, castanhas e cupuaçu. Pergunte-lhes se sabem como esses produtos são obtidos. Aproveite para caracterizar o extrativismo vegetal, diferenciando-o da agricultura e relacionando-o às práticas das comunidades tradicionais da floresta.
A Floresta Amazônica é frequentemente descrita como uma paisagem natural que tem grandes áreas que não foram tocadas ou modificadas pela ação humana. Porém, diversas pesquisas recentes demonstram que essa ideia não é correta.
orientações no MP.
1. Descreva a paisagem da Floresta Amazônica registrada na imagem.
2. Em sua opinião, como a ação humana contribuiu, ao longo de milhares de anos, para a formação dessa paisagem?
As densas florestas e a biodiversidade da Região Amazônica são resultantes de diversos fatores, inclusive da atuação de muitas comunidades indígenas que nela viveram há milhares de anos.
Pesquisas científicas mais recentes, como de arqueólogos do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), defendem que os primeiros povos indígenas começaram a viver na Região Amazônica por volta de 8 ou 9 mil anos atrás. Essas comunidades não só exploravam a vegetação e a fauna local para a obtenção de recursos mas também desenvolveram técnicas agrícolas para o plantio de alimentos. Ao longo do tempo, as comunidades locais cresceram, intervindo de maneira mais intensa na paisagem. Um desdobramento disso foi o processo de hiperdominância de algumas espécies, como as árvores de onde extraíam açaí, cacau, castanhas e cupuaçu.
GLOSSÁRIO
Essas espécies eram exploradas pelas comunidades indígenas para a obtenção de alimentos. Por isso, os pesquisadores defendem que esses grupos agiam de modo a disseminar essas árvores na paisagem.
Dessa maneira, as comunidades indígenas desenvolveram formas sustentáveis de obter alimentos necessários para a sobrevivência, assegurando a manutenção da floresta.
Hiperdominância: processo em que determinadas espécies vegetais se tornam muito mais dominantes que outras. 138
1. Resposta pessoal. Liste as palavras que os estudantes citarem e discuta com eles o significado de cada uma, levantando conhecimentos prévios e resgatando conteúdos estudados anteriormente.
2. Converse com os estudantes sobre a questão com base nas respostas deles. É possível que eles respondam que a paisagem da Floresta Amazônica resulta apenas da ação da natureza. Nesse caso, instigue-os a pensar em como as ações de povos da floresta que nela vivem há milhares de anos contribuíram para transformá-la.
Outros estudos sobre a ação de comunidades indígenas na Amazônia são relacionados à chamada terra preta. Trata-se de um solo muito rico, que possibilita o plantio de diversos gêneros agrícolas. Ele é formado à base de matéria orgânica, como restos de mandioca, peixes, cinzas e outros elementos que contribuem com nutrientes para o solo.
Pesquisadores, como os do grupo de brasileiros e estrangeiros coordenados pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, apontam que a terra preta não se formou apenas com base em processos naturais, mas é resultado de ações de comunidades indígenas, que faziam fogueiras para a produção de alimentos e para o aquecimento. As cinzas que restavam eram lançadas ao solo de modo a adubá-lo e torná-lo adequado ao cultivo.
A terra preta contribuiu para a manutenção da biodiversidade amazônica e foi um elemento essencial para a sobrevivência de grandes comunidades indígenas. O solo fértil permitiu o cultivo de alimentos, como a mandioca, assegurando a alimentação das comunidades. O processo de formação da terra preta ainda é praticado atualmente. Sobre o assunto, leia o trecho a seguir.
‘[…] Como os indígenas criam um solo muito fértil, conseguem plantar sem usar agrotóxicos e adubos químicos. Algumas dessas práticas são usadas em toda a Amazônia não só pelos indígenas, mas também pelos ribeirinhos e não indígenas.’
CONTERNO, Ivan. Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado. Jornal da USP, São Paulo, 18 out. 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/ ciencias/adubo-pre-historico -foi-planejado-por-indigenas-da -amazonia-no-passado/. Acesso em: 17 maio 2024.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Em sua família ou comunidade, há saberes tradicionais relacionados a elementos da natureza (solo, rios, relevo etc.) ou fenômenos (chuvas, cheias, secas etc.) que ajudam a compreender as mudanças na paisagem?
Ao apresentar a terra preta amazônica, discuta com a turma o modo como os saberes tradicionais podem tornar os solos férteis e com grande produtividade sem a utilização de aditivos químicos.
Atividade
3. Resposta pessoal. É fundamental que todos os relatos dos estudantes sejam acolhidos com respeito e compreendidos como parte da sua tradição ou da cultura
de sua região, devendo ser repreendidos juízos de valor por parte dos colegas. Texto complementar Em artigo publicado na revista Science Advances (20/9/[2023]), pesquisadores sugerem que havia – e ainda há – intencionalidade dos povos indígenas. O estudo contraria trabalho que sugere uma origem natural desse tipo de solo. Formada por sobras de comida, como mandioca e peixe, cinzas e outros restos orgânicos da floresta, a terra preta é rica em nutrientes como fósforo, cálcio, magnésio e nitrogênio, essenciais para o cultivo
de alimentos. Todos esses compostos aumentariam a fertilidade do solo, indicam os pesquisadores.
‘Quando a terra preta começou a ser estudada, foi uma revolução na arqueologia amazônica: trouxe evidências da existência de grandes populações naquele território, porque, para formar esse material, é preciso que haja muita gente por bastante tempo no mesmo lugar’, afirma a arqueóloga britânica Jennifer Watling […]. Antes das pesquisas com terra preta, o entendimento geral era de que a Amazônia não poderia abrigar uma população muito densa por falta de solo fértil, conta ela. ‘A terra preta mostra que é possível sustentar muitas pessoas sem destruir a floresta.’
Os achados do grupo refutam a interpretação de que a formação da terra preta pelas comunidades locais viria do acúmulo de descarte orgânico, mas de modo não intencional. Os pesquisadores realizaram entrevistas com moradores, observaram o cotidiano das aldeias e os viram depositar resíduos de peixe e mandioca em lixeiras que chegavam a 60 centímetros de altura. ‘A maior parte da terra preta se forma em áreas de descarte, como se fosse uma compostagem’, conta Watling. ‘Eles misturam a matéria orgânica com cinza e carvão para formar uma terra fértil e espalhar nas áreas de cultivo.’
NAÍSA, Letícia. Menos dúvidas sobre a origem da terra preta amazônica. Nexo, São Paulo, 28 dez. 2023. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ externo/2023/10/29/menos-duvidas -sobre-a-origem-da-terra-preta -amazonica. Acesso em: 21 maio 2024.
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, pretende-se discutir a importância da conservação ambiental. Para isso, os manguezais foram escolhidos como exemplos de ecossistema altamente sujeito à degradação.
Apresente a ilustração de Rogério Dalmonech para a turma. Aproveite a oportunidade para perguntar aos estudantes se conhecem esse ecossistema e se já estiveram em manguezais.
Comente que a mistura de água doce e salgada, característica de manguezais, resulta na água salobra. Reitere a importância desse ecossistema enquanto berçário de espécies marinhas. Pergunte aos estudantes por que a destruição de ecossistemas tão ricos como os manguezais causa pouca comoção nas pessoas e, consequentemente, menos ações em sua defesa. Nesse momento, é possível que os estudantes mencionem que a vegetação desse ecossistema é “feia”, “suja” ou “malcheirosa”. Comente que essa percepção é muito comum e reforçada por motivos econômicos, uma vez que a presença dos manguezais é um empecilho para empreendimentos imobiliários nos locais onde esses ecossistemas ocorrem, por exemplo.
Atividades
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que a fotografia se refere a uma manifestação contra o desmatamento e em defesa do meio ambiente. Converse com os estudantes sobre a importância do engajamento de grupos da sociedade
Atualmente, não há dúvidas entre pesquisadores e grande parte da sociedade mundial de que ações para preservar o meio ambiente são cada vez mais necessárias e devem envolver pessoas, famílias, empresas, escolas, governos e organizações não governamentais, bem como diversos setores públicos e privados. Analise as imagens a seguir.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Descreva a ação retratada na fotografia. Em sua opinião, qual é a importância desse tipo de ação?
2. Em sua opinião, como a ilustração do artista Rogério Dalmonech (1968-) ressalta a relação entre a sociedade e a natureza?
Em Vitória, capital do Espírito Santo, o artista Rogério Dalmonech chamou a atenção da sociedade para a preservação do manguezal do município. Percorrendo as áreas dos manguezais há décadas, o artista se baseou em suas observações e experiências para produzir ilustrações que fizeram parte da exposição “Manguezal: múltiplos olhares”.
O manguezal é um ecossistema formado em áreas de encontro das águas de rios e de mares, em regiões tropicais e subtropicais. Nessa mistura de água doce e salgada, desenvolvem-se e vivem espécies adaptadas a esse ambiente, compondo uma rica biodiversidade vegetal e animal. Essa biodiversidade se estende aos oceanos, pois os manguezais funcionam como “berçários” dos peixes marinhos que neles desovam.
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civil contra a degradação ambiental, de forma a pressionar governos, empresas e outros envolvidos com questões ambientais, pois a deterioração do meio ambiente impacta diversos aspectos da vida humana e da biodiversidade.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que a pessoa retratada na ilustração está explorando a vegetação do manguezal, evidenciando a relação entre sociedade e natureza. Comente com a turma a rica biodiversidade dos manguezais, que permite
múltiplas relações entre sociedade e natureza. A coleta de caranguejos, por exemplo, é uma atividade praticada nesse ecossistema por inúmeras comunidades ao longo do litoral brasileiro. Explique que a coleta de caranguejos deve respeitar o defeso, período em que é proibido coletar esses crustáceos, com o objetivo de impedir a exploração predatória e garantir a reprodução da espécie.
Várias comunidades tradicionais dependem do ecossistema específico dos manguezais, como os pescadores, que aproveitam a diversidade de peixes em suas proximidades, os marisqueiros e os catadores de caranguejos.
No entanto, os manguezais foram, e continuam sendo, bastante degradados e destruídos. Isso se deve principalmente ao interesse econômico em explorar as valorizadas áreas litorâneas no Brasil. Frequentemente, manguezais são devastados para dar lugar a estradas, portos, hotéis, casas de veraneio e outras construções que aproveitem a zona costeira.
A destruição dos manguezais gera outros impactos ambientais. Esses ecossistemas são como barreiras que evitam a erosão da costa, especialmente quando ocorrem grandes tempestades. Naturalmente, eles retêm sedimentos carregados pelas águas dos rios, evitando que alcancem o mar, por exemplo. Portanto, sua retirada aumenta a erosão e a poluição marinha.
3. Pesquise os manguezais no Brasil para descobrir como são preservados. Depois, em uma roda de conversação, analise as causas de possíveis degradações e o que pode ser feito para contê-las.
4. Em sua opinião, de que forma a preservação de manguezais pode contribuir para reduzir as consequências da elevação do nível do mar que vem ocorrendo em razão das mudanças climáticas?
ICMBIO. Atlas dos manguezais do Brasil Brasília, DF: ICMBio, 2018. Disponível em: https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile. php/4592/mod_data/content/14085/ atlas%20dos_manguezais_do_brasil.pdf. Acesso em: 21 maio 2024.
A publicação apresenta informações sobre vários aspectos relacionados aos manguezais no Brasil.
Os manguezais – ecossistemas litorâneos caracterizados pela água salobra e lamacenta, resultante do encontro da água do mar com o ambiente terrestre – estendem-se por quase toda a costa brasileira, mas a grande biodiversidade dos mangues está em risco ambiental pelo aumento do desmatamento e da poluição e pela expansão imobiliária indevida.
Aplicando a metodologia da aula dialogada, converse com os estudantes de modo que eles concluam a grande importância dos manguezais por sua biodiversidade, que é fonte de renda para comunidades tradicionais, bem como por seu papel de proteção das regiões costeiras, especialmente considerando as consequências cada vez mais graves das mudanças climáticas nas áreas litorâneas. Caso considere pertinente, explore com a turma o atlas sugerido no boxe Indicação
3. Resposta pessoal. Caso a escola se localize em uma Unidade da Federação costeira, oriente os estudantes a pesquisar manguezais do estado onde vivem. A atividade pode ser realizada em grupos. Desse modo, organize a turma para que manguezais de diferentes localidades sejam investigados. Outra possibilidade é cada grupo escolher uma ou duas Unidades da Federação para investigar. 4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que, por funcionar como uma barreira protetora, o manguezal pode minimizar o avanço das águas sobre o continente.
O estudo com a dupla de páginas tem o objetivo de apresentar e discutir os espaços de conservação ambiental determinados e protegidos pelo Estado. Explique à turma que as Unidades de Conservação (UCs) podem ser definidas no âmbito federal, estadual ou municipal. A gestão das UCs federais fica a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), enquanto as UCs estaduais e municipais são geridas pelos órgãos ambientais locais. Todos esses órgãos são coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). De acordo com os objetivos e os usos específicos, as UCs se dividem em vários tipos. Acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicação para mais informações sobre o objetivo e o uso permitido em cada tipo de UC.
O artista Luanderson Santos nasceu em Belém (PA) e, em suas obras, cria imagens de cenas do cotidiano de pessoas que observa em seu dia a dia, em afazeres típicos de comunidades tradicionais, expressando sentimentos de empatia, pertencimento e identidades culturais.
SANTOS, Luanderson. Horizonte 2020. Guache e pigmento sobre papel paraná, 80
Consulte orientações no MP.
1. Você costuma observar as atividades realizadas pelas pessoas no lugar onde vive? Registre em seu diário de experiências suas ideias e percepções sobre essas atividades e elabore textos poéticos e imagéticos (desenhos, colagens, pinturas, bordados, entre outras formas) que representem esses ofícios, bem como as características das paisagens nos locais de atuação dessas pessoas. No Brasil, uma das ações de órgãos de governo para a preservação da biodiversidade é a criação das chamadas Unidades de Conservação (UCs), que são áreas nas quais ocorre tanto a preservação da biodiversidade quanto o desenvolvimento sustentável com base nos recursos naturais, bem como a proteção de povos e comunidades tradicionais.
Mucugê (BA), 2021.
WWF BRASIL. Unidades de conservação: o que são unidades de conservação? Brasília, DF: WWF Brasil, [c2023]. Disponível em: https://www.wwf.org. br/natureza_brasileira/ questoes_ambientais/unid/. Acesso em: 21 maio 2024. Publicação do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) sobre os tipos de Unidades de Conservação existentes no Brasil. Atividade
1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a anotar os detalhes observados, como o tipo de trabalho realizado, as ferramentas usadas e o ambiente onde as atividades ocorrem. Tendo como base as descrições e as emoções evocadas pelas atividades observadas, oriente-os a criar textos poéticos que capturem a essência do trabalho e dos trabalhadores. Além dos textos, peça-lhes que explorem diferentes formas artísticas, como desenhos, colagens, pinturas e bordados, para representar visualmente as atividades. Para concluir, proponha aos estudantes que reflitam sobre como a observação dessas atividades os impacta pessoalmente. Que lições ou novas ideias surgiram? Como essas observações podem mudar a forma como eles percebem a comunidade ou a cultura?
Há dois grupos de Unidades de Conservação: de Proteção Integral (Estação Ecológica, Parque Nacional etc.) e de Uso Sustentável (Área de Proteção Ambiental, Reserva Extrativista etc.). Na página anterior, você conheceu um exemplo de Unidade de Conservação de Proteção Integral. As imagens a seguir registram um exemplo de Unidade de Conservação de Uso Sustentável.
ATIVIDADES
2. Em sua opinião, por que é importante a existência de Unidades de Conservação que permitem o uso de seus recursos por comunidades tradicionais? Converse com colegas e professor, citando exemplos de atividades e comunidades que você conhece ou de que já ouviu falar.
Nas Unidades de Uso Sustentável , como a Reserva Extrativista Rio Unini, é permitida a presença de moradores que podem explorar os recursos naturais para gerar renda, mas respeitando as regras de proteção ambiental.
3. Em grupo, pesquisem sobre as UCs do estado ou município onde vivem conforme as orientações a seguir.
PASSO A PASSO
a) Acessem sites indicados pelo professor ou entrem em contato com a prefeitura ou Secretaria do Meio Ambiente do estado.
b) Cada grupo pode escolher uma UC e anotar no diário de experiências: nome e tipo da UC; localização; bioma onde se encontra; importância ambiental e social; usos permitidos e outras informações que acharem relevantes.
c) Investiguem possíveis problemas que envolvem a UC pesquisada e que afetam a conservação e o uso sustentável. Procurem descobrir ações para resolver o problema enfrentado.
d) Escrevam um e-mail coletivo para os órgãos competentes, fazendo reivindicações ou elogios relacionados às UCs.
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Explique aos estudantes que os municípios têm autonomia para criar UCs, o que envolve estudos sobre os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos que comprovem a importância da área. Também são feitas consultas à comunidade, levando-se em conta que, em muitos casos, há iniciativas populares para criação de UCs.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância das UCs de Uso Sustentável para a sobrevivência física e cultural de povos e comunidades tradicionais. Incentive-os a compartilhar exemplos que conhecem, como povos indígenas, comunidades de pescadores artesanais, extrativistas, ribeirinhos, catadores de mangaba, seringueiros, entre tantos outros.
3. a) Alguns sites, como os sugeridos a seguir, podem ser indicados para a
pesquisa dos estudantes: Mapa das Unidades de Conservação Federais do ICMBio (disponível em: https://www.gov. br/icmbio/pt-br/assuntos/ dados_geoespaciais/ mapa-tematico-e-dados -geoestatisticos-das -unidades-de-conservacao -federais/mapa_oficial _2024_150dps_site.pdf); Situação atual das Unidades de Conservação (disponível em: https:// uc.socioambiental.org/ pt-br); Mapa das Unidades de Conservação no Brasil do Instituto Socioambiental (disponível em: https:// uc.socioambiental.org/ pt-br#pesquisa); Painel das Unidades de Conservação Brasileiras (disponível em: https: //app.powerbi.com/ view?r=eyJrIjoiMGNm MGY3NGMtNWZlOC0 0ZmRmLWExZWItNTNi NDhkZDg0MmY4Iiwid CI6IjM5NTdhMzY3LTZ kMzgtNGMxZi1hNGJhL TMzZThmM2M1NTBlN yJ9&pageName=Repor tSectione0a112a2a9e0 cf52a827; acessos em: 21 maio 2024).
A seção possibilita o trabalho interdisciplinar com Ciências da Natureza. Convide os estudantes a observar a obra “A alegria do vaqueiro”, o trecho da canção “O xote das meninas” e as fotografias dos frutos e da flor do mandacaru. Peça-lhes que relacionem as expressões artísticas às imagens. Permita aos estudantes que compartilhem espontaneamente suas ideias e percepções. Solicite-lhes que caracterizem o Sertão nordestino, identificando as Unidades da Federação que fazem parte dessa sub-região, bem como o clima, a vegetação e os modos de vida das pessoas que nela vivem. Verifique se, ao final da discussão, os estudantes reconhecem as Unidades da Federação da Região Nordeste como aquelas com porções territoriais no Sertão, com exceção do Maranhão. É possível que mencionem também o norte de Minas Gerais. Avalie se eles associam esse espaço à ocorrência de clima semiárido, vegetação de Caatinga e presença de sertanejos vivendo da agropecuária familiar. É provável que os estudantes utilizem termos populares, como “clima seco”, “vegetação de cactos e espinhos”, “trabalho na roça” etc. Apresente também as terminologias científicas relacionadas ao Sertão, de modo a contribuir para a expansão do vocabulário da turma.
Profetas da chuva: conhecimento tradicional no Sertão nordestino
Leia o trecho da letra da canção e observe as imagens. Mandacaru quando fulora na seca É um sinal que a chuva chega no sertão
GONZAGA, Luiz; DANTAS, Zé. O xote das meninas. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/47104/. Acesso em: 17 maio 2024.
LIMA, Tarcísio. A alegria do vaqueiro. 2023. Acrílica sobre tela, 120 cm x 70 cm.
Mandacaru é um cacto encontrado no bioma Caatinga, adaptado às condições do clima tropical semiárido e resistente à seca, uma vez que tem grande capacidade de captar e reter água. Seu fruto serve de alimento para as aves e os habitantes da região.
GLOSSÁRIO
Fulorar: termo usado popularmente pelo sertanejo que significa “florescer, dar flor”.
MAIA, Diego Corrêa; MAIA, Ana Claudia Nogueira. A utilização dos ditos populares e da observação do tempo para a climatologia escolar no Ensino Fundamental II. In: MAIA, Diego Corrêa; MAIA, Ana Claudia Nogueira (ed.). Climatologia escolar: saberes e práticas. São Paulo: Editora Unesp, 2018. p. 29-48. E-book. Disponível em: https://books.scielo.org/id/w4sy5/ pdf/maia-9788595462830-02.pdf. Acesso em: 21 maio 2024.
O capítulo reúne ditos populares relacionados à climatologia e analisa sua utilização de forma pedagógica. BRITO, Thaís. ‘Profetas’ preveem volume de chuva com observações de cupins, formigas e pássaros; entenda. G1, [Fortaleza], 12 jan. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2024/01/12/profetas-preveem-volume-de-chuva-com -observacoes-de-cupins-formigas-e-passaros-entenda.ghtml. Acesso em: 21 maio 2024.
A reportagem aborda o encontro dos “profetas da chuva” que ocorreu em Quixadá (CE) em janeiro de 2024. FUENTES, Manuel Calabar; BASTOS, Selma Barbosa; SANTOS, Naíara Mota dos. Estudo do conhecimento climático popular na região semiárida do estado da Bahia. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 15, n. 2, p. 349-365, jul./dez. 2015.
ATIVIDADES NÃO
Consulte orientações no MP.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem o conhecimento e as experiências relacionados à região onde vivem.
1. De acordo com o trecho da letra da canção, o que indica que haverá chuva?
1. A flor do mandacaru.
2. Você ou alguém que conhece costuma fazer previsões de tempo com base em observações de elementos da natureza?
Os conhecimentos tradicionais de pessoas que vivem ou viveram no campo, como o sertanejo do Nordeste, revelam formas de compreender e se relacionar com a natureza.
Todo começo de ano, no Sertão nordestino, no município de Quixadá (CE), acontece o maior encontro do país dos chamados profetas das chuvas. São homens e mulheres que compartilham suas previsões do tempo para o ano que irá iniciar, de forma que os agricultores possam planejar o trabalho no campo. As formas de previsão são diversas, muitas delas passadas de geração em geração. Eles observam o comportamento de formigas, cupins e aves, por exemplo, e fazem experimentos com sal e muitos outros métodos. Observe as fotografias.
O experimento com sal é feito no Dia de Santa Luzia, em 13 de dezembro. São colocadas seis pedrinhas, ou seis porções, de sal no sereno, cada uma correspondendo a um mês do primeiro semestre do ano. O sal que amanhece derretido ou mais úmido indica o mês em que haverá chuva.
(CE), 2024.
Profeta da chuva e um dos apetrechos utilizados para previsões com o sal. Quixadá (CE), 2020.
Outra tradição sertaneja para prever a ocorrência de chuva está relacionada à interpretação e observação de cupins. Quando cupins aumentam a produção de larvas e criam asas para voar, é sinal de que tem chuva se aproximando.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Nesta etapa, pode ser solicitado o auxílio do professor de Ciências da Natureza para descobrir como os
3. Converse com pessoas mais velhas de sua família, comunidade ou bairro sobre os modos como costumam observar, prever ou sentir mudanças no tempo. Anote no diário de experiências e, depois, comente suas descobertas com colegas e professor.
conhecimentos tradicionais ou cotidianos podem se relacionar com os conhecimentos científicos. 145 D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET7-U06-128-151-LE-G25-AVU3.indd 145
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Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RCH/article/download/3090/Estudo%20do%20 Conhecimento%20Clim%C3%A1tico%20Popular%20na%20Regi%C3%A3o%20 Semi%C3%A1rida%20do%20/14394. Acesso em: 21 maio 2024.
O artigo apresenta os resultados de um estudo sobre os saberes populares acerca do clima do Sertão nordestino.
CÂMARA, Yls Rabelo. O conhecimento ancestral dos profetas da chuva e sua continuidade ameaçada: onde entra a escola? Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 16, n. 2, p. 438-465, maio/ago. 2023. Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index. php/reducacaoemancipacao/article/view/21205. Acesso em: 21 maio 2024.
O estudo apresenta os “profetas da chuva” e sua importância para a cultura sertaneja.
Caso haja na turma estudantes que já viveram no Sertão nordestino, parta de seus relatos e suas vivências. De todo modo, após a caracterização do clima e da agropecuária, peça aos estudantes que infiram os anseios e as expectativas dos sertanejos em relação a eventos climáticos. Espera-se que eles identifiquem a enorme importância da chuva para os produtores que dela dependem. Assim, os estudantes poderão dimensionar o papel que as previsões de chuva têm no imaginário sertanejo, tornando compreensível o apreço às tradições populares dos “profetas da chuva”. Explique que os “profetas da chuva” do Sertão nordestino costumam afirmar que fazem sua previsão por meio de saberes adquiridos de seus antepassados. Muitos deles relatam que sintetizam tradições de pessoas diferentes e incorporam às suas “técnicas” as observações com maiores índices de acerto.
Explique que, de modo geral, os “profetas da chuva” empregam três linhas de percepção: mudanças na fauna e na flora, posição dos astros no céu e sonhos.
2. Complemente a resposta dos estudantes interpretando alguns ditados populares que têm embasamento científico. “Névoa baixa, sol que racha” é relacionado a um fenômeno comum no Brasil, especialmente no fim do inverno. “Céu pedrento é sinal de chuva e vento” faz alusão às nuvens, as “pedras” do céu, que frequentemente são indicativos da chegada de uma frente fria, trazendo vento e chuva.
Comente com os estudantes que o maracatu é uma festa composta de um tipo de música e dança tradicional do Brasil, originário do estado de Pernambuco. Conhecido por sua combinação de elementos culturais africanos, indígenas e europeus, o maracatu originou-se no período colonial, ligado às celebrações de coroação dos reis do Congo, figuras importantes nas comunidades afro-brasileiras da época. Existem dois principais tipos de maracatu: o maracatu nação, ou de baque virado, e o maracatu rural, ou de baque solto. O maracatu nação é mais tradicional e cerimonial, realizado com tambores grandes chamados de alfaias, acompanhados de gonguês, taróis, mineiros e caixas de guerra, que são tocados em ritmos específicos. As apresentações incluem uma corte real com figuras como o rei, a rainha e outras personagens vestidas em trajes extravagantes que desfilam em procissões. Já o maracatu rural, originário das áreas canavieiras de Pernambuco, tem um ritmo mais rápido e vibrante, com os participantes também usando fantasias coloridas, mas de estilo diferente, incorporando elementos da cultura rural e chapéus decorados com fitas e flores.
Ambos os estilos de maracatu são acompanhados de cantos que narram histórias repletas de simbolismo cultural e religioso, sendo também uma expressão da resistência cultural e espiritual da diáspora africana. O maracatu permanece como prática cultural realizada durante o Carnaval de Pernambuco e em outras festividades locais, configurando parte importante da identidade cultural da região.
Comente com os estudantes que a Mundo Livre S/A
Movimento cultural e ambiental
Conforme estudamos nesta unidade, alguns artistas expressam em suas obras preocupação com a natureza, a riqueza cultural e a biodiversidade do território brasileiro. O movimento de arte, cultura e meio ambiente manguebeat, originado no Recife (PE) no início dos anos 1990, nasceu com a intenção de expressar e divulgar a cultura tradicional do estado de Pernambuco, bem como de criar ritmos e poéticas musicais com base em misturas estéticas e culturais. Esse movimento foi impulsionado pelos problemas ambientais que afetam os manguezais e consequentemente a vida das pessoas e suas expressões culturais. Além disso, surgiu em razão da necessidade dos artistas de discutir os caminhos da música brasileira, explorando de modo criativo o uso de instrumentos musicais eletrônicos e de instrumentos tradicionais do maracatu em uma mesma composição musical. A televisão e a internet também influenciaram esse movimento.
GLOSSÁRIO
Maracatu: festa pernambucana com ritmos característicos e danças. Existem variações como o maracatu de baque solto (ou rural) e o maracatu nação (ou de baque virado).
A palavra “manguebeat” é uma união dos termos “mangue” – que remete ao manguezal, um ecossistema litorâneo com rica biodiversidade de onde vários trabalhadores retiram seu sustento, como estudado nas páginas 140 e 141 – e “beat” , palavra de origem inglesa que significa “ritmo, vibração, pulsação, batuque”, entre outras definições. Esse movimento tem como símbolo a imagem de um caranguejo, animal encontrado em diversos hábitats, como oceanos, rios, lagos e manguezais, e expressa o ativismo em defesa dos Patrimônios Naturais e Culturais do povo brasileiro, em especial os do povo pernambucano. No manguebeat, as misturas culturais aconteceram principalmente na música, com ritmos nordestinos, como o maracatu, além de rock, rap e música eletrônica, explorando a fusão entre culturas locais e mundiais. Observe uma escultura em homenagem ao artista pernambucano Chico Science (1966-1997), um dos principais expoentes desse movimento. Para expressar as ideias dos integrantes que criaram o manguebeat, um texto em forma de manifesto foi escrito em 1992 pelo pernambucano Fred Zero Quatro (1962-), jornalista
Escultura de Demetrio Albuquerque (1961-) em homenagem ao músico e compositor pernambucano Chico Science, criador do movimento manguebeat. Recife (PE), 2014.
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é uma das bandas mais importantes no movimento do manguebeat. Formada em 1984 no Recife (PE), a banda se destacou por misturar ritmos tradicionais brasileiros com elementos do rock e do hip-hop e com o samba-rock, sendo Fred Zero Quatro um dos principais compositores e vocalistas.
Ao longo dos anos, a Mundo Livre S/A lançou vários álbuns musicais, como “Samba esquema noise” e “Carnaval na obra”, e continua a ser uma voz ativa no cenário musical brasileiro, explorando temas que vão desde a crítica social até a celebração da cultura local.
Explique à turma que, musicalmente, o movimento manguebeat utiliza os elementos do maracatu na organização rítmica, usando instrumentos tradicionais de percussão para criar uma base rítmica. As músicas seguem a estrutura chamada de “baque”, característica do maracatu, que é um padrão rítmico específico.
Liricamente, o manguebeat aborda temas que são centrais no maracatu, mas com uma perspectiva contemporânea. Questões como resistência contra a opressão, a desigualdade social e a celebração da herança cultural africana são comuns.
e músico da banda Mundo Livre S/A. O texto “Manifesto mangue 1: caranguejos com cérebro” expressa os conceitos e objetivos do movimento manguebeat. Leia, a seguir, um trecho desse manifesto.
Estuário. Parte terminal de rio ou lagoa. Porção de rio com água salobra. Em suas margens se encontram os manguezais, comunidades de plantas tropicais ou subtropicais inundadas pelos movimentos das marés. Pela troca de matéria orgânica entre a água doce e a água salgada, os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo. […]
Não é por acaso que os mangues são considerados um elo básico da cadeia alimentar marinha. […] para os cientistas os mangues são tidos como símbolos de fertilidade, diversidade e riqueza.
A planície costeira onde a cidade do Recife foi fundada, é cortada por seis rios. Após a expulsão dos holandeses, no século XVII, a (ex) cidade ‘maurícia’ passou a crescer desordenadamente às custas do aterramento indiscriminado e da destruição de seus manguezais.
FRED ZERO QUATRO. [Manifesto mangue 1: caranguejos com cérebro]. Destinatário: Fórum Manguebeat. Recife, 1 jan. 2008. 1 mensagem eletrônica. Disponível em: http://manguebeat. directorioforuns.com/t2-manifesto-mangue-1-caranguejos-com-cerebro. Acesso em: 17 maio 2024.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Converse com colegas e professor sobre os movimentos artístico-culturais e as questões ambientais mais relevantes em sua região. Redija um manifesto para representar essas expressões, conforme o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Proponha um movimento cultural e ambiental e crie um símbolo para representá-lo.
b) Realize entrevistas com pessoas do seu entorno, como músicos e outros artistas envolvidos em manifestações tradicionais culturais, além de pessoas que trabalham com recursos naturais.
c) Selecione os bens culturais e ambientais que o movimento pretende valorizar.
d) Com os colegas, divulguem o manifesto em redes sociais ou organizem um sarau cultural na escola.
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Consulte orientações no MP. 147
Esses temas refletem um profundo respeito pelas raízes culturais do maracatu, enquanto usam a música como uma plataforma para tecer comentários sociais e críticas. Através de suas letras, o manguebeat consegue dialogar com o público sobre problemas sociais urgentes, mantendo uma conexão com tradições culturais.
Atividade
1. a) Retome com os estudantes a simbologia utilizada pelo movimento manguebeat, como a imagem de um caranguejo, e as estéticas artísticas e
culturais empregadas, com elementos da cultura regional tradicional misturados a gêneros da música contemporânea mundial. Oriente-os a criar um símbolo que dialogue e consiga expressar, de alguma maneira, a essência do movimento. b) Para realizar as entrevistas, peça aos estudantes que elaborem questões em formato de roteiro, explorando a relação desses indivíduos com suas práticas culturais e ambientais. Solicite-lhes que as questões abarquem temas relacionados a técnicas, inspirações e desafios que os entrevistados enfrentam em seus ofícios.
c) Solicite aos estudantes que, com base nas entrevistas e nas observações, identifiquem quais práticas culturais e recursos naturais são mais valorizados pela comunidade e que determinem quais desses bens são fundamentais para a identidade da comunidade e quais estão em risco de desaparecimento ou degradação. d) Comente com os estudantes que, na produção do manifesto, é importante esclarecer quais são as ideias, os conceitos e os princípios do movimento. Proponha-lhes que reflitam e conversem sobre quais são as motivações e os objetivos que os levaram a escolher o tema, a situação ambiental e/ou a manifestação cultural, bem como que indiquem a relação entre esses pontos. Oriente os estudantes a criar, com base no texto do manifesto, ações do movimento cultural e ambiental, letras de canções, poemas, coreografias, cenas teatrais e produções artísticas visuais (desenhos, pinturas, grafite, esculturas etc.), além de projetos de imagens e sons para manifestar suas ideias em várias linguagens artísticas. Converse também sobre como eles percebem a mistura de ritmos, como o samba-rock, o manguebeat e o hip-roça, por exemplo. Que sons e ritmos eles gostariam de explorar em combinações próprias? Outra ideia é propor que criem uma playlist com canções que resultem dessas fusões de ritmos. Ouçam juntos essas seleções, analisando as simbioses artísticas e culturais que surgem dessas misturas. Essa lista pode ser gravada em um arquivo digital e compartilhada entre os estudantes, permitindo uma discussão aprofundada sobre como essas fusões artísticas e culturais ocorrem.
Atividades
1. a) É um tipo de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, ou seja, uma área conservada onde é permitido o uso sustentável dos recursos naturais pelas comunidades que nela vivem, respeitando as regras de proteção ambiental.
b) O outro grupo é formado pelas Unidades de Conservação de Proteção Integral. Nessas áreas, é permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, como pesquisas, atividades de educação ambiental e turismo ecológico.
Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes apontem a luta e a pressão das comunidades junto aos órgãos do governo para a criação de reservas e outros tipos de UCs. Também se espera que apontem que as UCs podem garantir a sobrevivência física e econômica das inúmeras famílias que praticam atividades ligadas ao bioma e aos ecossistemas que caracterizam tais áreas.
Os manguezais têm importância na geração de renda (pesca e coleta de mariscos e caranguejos, por exemplo) e grande importância ambiental, pois, entre outros aspectos, esse ecossistema contribui para evitar a erosão costeira e retém sedimentos carregados pelas águas dos rios. 2. Esse tipo de solo é muito rico, possibilitando o plantio de diversas espécies vegetais e gêneros agrícolas. Ele é formado à base de matéria orgânica, como restos de mandioca, peixes, cinzas e outros
orientações no MP.
1. Leia o trecho da notícia a seguir e faça as atividades.
Governo cria duas reservas extrativistas no Pará
Após quase duas décadas de luta, comunidades tradicionais comemoram a criação das reservas extrativistas marinhas Filhos do Mangue e Viriandeua, no nordeste do estado.
[…] As duas unidades de conservação, situadas na região do Salgado Paraense, ajudarão a proteger o maior e mais conservado cinturão contínuo de manguezais do planeta.
Com aproximadamente 40 mil hectares, a Reserva Extrativista (Resex) Filhos do Mangue, nos municípios de Primavera e Quatipuru, [...] abriga cerca de 4 mil famílias. Já a Resex Viriandeua, em Salinópolis e São João de Pirabas, conta com cerca de 34 mil hectares, divididos em três áreas, onde vivem cerca de 3.100 famílias.
MENEGASSI, Duda. Governo cria duas reservas extrativistas no Pará. O Eco, [Rio de Janeiro], 22 mar. 2024. Disponível em: https://oeco.org.br/noticias/governo-cria-duas-reservas-extrativistas-no-para/. Acesso em: 17 maio 2024.
a) O que é uma Reserva Extrativista?
b) Reservas Extrativistas fazem parte do grupo Unidade de Conservação de Uso Sustentável. Qual é o outro grupo de Unidade de Conservação e quais atividades são permitidas na área?
c) Em sua opinião, qual é a importância das comunidades locais na criação de reservas como as noticiadas? E qual é a importância dessas mesmas reservas para as comunidades?
d) Qual é a importância da criação das reservas extrativistas localizadas em áreas de manguezais, como as noticiadas?
2. Leia o trecho a seguir e, com base no que você estudou na unidade, faça a atividade.
O modo de lidar com a terra pelos povos amazônicos antigos pode ser simulado na agricultura comercial, para amenizar os efeitos da degradação do ambiente. Isso porque solos ricos em nutrientes como esse minimizam
elementos que contribuem para incorporar nutrientes no solo. Pesquisadores apontam que a terra preta não se formou apenas durante processos naturais, mas que resultou de ações intencionais de comunidades indígenas, que faziam fogueiras para a produção de alimentos e para o próprio aquecimento. As cinzas que restavam das fogueiras eram lançadas ao solo de modo a adubá-lo e torná-lo adequado ao cultivo.
A terra preta contribuiu para a manutenção da biodiversidade amazônica, bem
como foi um elemento essencial para a sobrevivência de grandes comunidades indígenas. O solo fértil permitiu o cultivo de alimentos, como a mandioca, assegurando a alimentação das comunidades.
3. Espera-se que os estudantes indiquem a alternativa b. Na alternativa a, as legendas referentes ao Cerrado e à Mata de Araucárias estão trocadas. Na alternativa c, a área de Cerrado está indicada como Amazônia. Na alternativa d , a Mata de Araucárias está identificada como Amazônia.
as doenças que normalmente acometem as plantações industriais, em solos mais pobres.
CONTERNO, Ivan. Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado. Jornal da USP, São Paulo, 18 out. 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/adubo-pre-historico-foi -planejado-por-indigenas-da-amazonia-no-passado/. Acesso em: 17 maio 2024.
• O trecho se refere a um tipo de solo encontrado na Amazônia, conhecido como terra preta. Explique as características desse tipo de solo e o que pesquisas recentes apontam sobre o papel dos povos indígenas na formação dele.
Observe o mapa para fazer as atividades 3 e 4
3. Indique, em seu caderno, qual das legendas a seguir é a do mapa.
a)
b)
c)
d)
4. As áreas destacadas no mapa correspondem também às áreas atuais desses biomas? Explique.
5. Sobre a relação de povos indígenas com a Mata de Araucárias, indique em seu caderno quais são as afirmações corretas.
Cerrado e Mata de Araucárias originais
Trópico de Capricórnio
Elaborado com base em: INPE. Coordenação Espacial da Amazônia; EMBRAPA. Terraclass: [mapa do Cerrado]. Belém, PA: Coeam: Embrapa, 2020. Disponível em: https://www.terraclass.gov.br/webgis-cerrado/. RBMA. Projeto Inventário dos Recursos Florestais da Mata Atlântica. Destruição da araucária: araucária (Araucaria ansgustifolia). São Paulo: RBMA, [2000]. 2 mapas. Escala 1:10.000.000. Disponível em: https://www. rbma.org.br/anuario/mata_03_anosdedesttuicao_dest_araucaria.asp. Acessos em: 17 maio 2024.
a) Atualmente, há pesquisas que comprovam o papel de povos indígenas antigos na disseminação da Mata de Araucárias.
b) A única importância das araucárias para os povos indígenas era, e ainda é, a extração do pinhão para alimentação.
c) Comunidades indígenas atuais não se envolvem na conservação da Mata de Araucárias.
d) Um exemplo de ação para impedir a devastação atual da Mata de Araucárias é a do povo xokleng, que atua no seu reflorestamento.
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4. Espera-se que os estudantes apontem que a área atual da Mata de Araucárias e a do Cerrado foram bastante devastadas e apresentam coberturas bem menores que as representadas no mapa.
5. As afirmações corretas são a e d. A afirmação b desconsidera a importância da araucária nas tradições indígenas, sendo a araucária considerada sagrada; e a afirmação c não considera, por exemplo, que os xokleng são um exemplo de povo indígena atuante na conservação da mata.
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Neste momento, proponha aos estudantes que reflitam sobre tudo o que foi estudado até agora nas unidades. Incentive-os a recordar os temas, os conceitos, as linguagens e as práticas abordadas em Ciências Humanas e Arte, bem como a compartilhar o que aprenderam, do que mais gostaram e o que desejam aprofundar ou explorar criativamente. Convide-os para o projeto de criação de um filme documentário. Esse projeto permitirá que ampliem e apliquem os conhecimentos adquiridos de maneira prática e criativa. Oriente-os a escolher um tema relevante, que seja um recorte da realidade local ou global, e a desenvolver um argumento central para o documentário. Para o roteiro, sugira aos estudantes que formulem questões para as entrevistas com pessoas da comunidade ou especialistas, como trabalhadores de diversos segmentos, historiadores, geógrafos, filósofos, artistas e cientistas, que possam contribuir com perspectivas valiosas sobre o tema escolhido. As entrevistas podem ser realizadas tanto presencialmente quanto remotamente, em plataformas
Além disso, incentive-os a discutir e decidir os elementos visuais e sonoros que serão usados no documentário, como imagens e trilhas sonoras que complementem e enriqueçam os relatos. Essa abordagem colaborativa e criativa não só engaja os estudantes em uma prática educativa significativa mas também os ajuda a desenvolver habilidades importantes como pesquisa, planejamento e produção audiovisual. Para iniciar o projeto de criação de um filme documentário, pergunte aos
gravado na cidade de Manaus (AM) e na Reserva Extrativista Lago do Cuniã, em Porto Velho (RO).
Criar é, antes de tudo, conversar: conversas internas e externas, diálogos com outros e com nós mesmos. Conversações entre o que sabemos sobre nós e o mundo, como o sentimos e o lemos, em que acreditamos e o que defendemos conforme nossos princípios e argumentos. Criamos, com base em conhecimentos e experiências que carregamos, o nosso modo de poetizar e as linguagens que utilizamos para nos expressarmos. As materialidades e os recursos que escolhemos para percorrer os processos de criação também são fundamentais para realizar um trabalho.
GLOSSÁRIO
Argumento: defesa de uma opinião, hipótese ou teoria (uma tese) com justificativas e alegações (premissas).
O documentário “Águas que me tocam”, de Juraci Júnior, percorreu várias comunidades que são conhecidas também como “povos das águas”, pessoas e grupos que vivem suas culturas, religiosidades e ofícios com base em sua relação com lagos, rios e igarapés da Região Amazônica. O documentário propõe uma conversação entre cenas que mostram paisagens naturais e atividades culturais que acontecem na vida à beira dessas águas, com depoimentos de pessoas indígenas, ribeirinhas e urbanas. São imagens, sons e palavras que expressam o argumento em favor da preservação dessas águas que cortam territórios e “atravessam vidas”, uma vez que são fundamentais para a cultura e o ambiente dos “povos das águas”.
SAIBA MAIS
• ÁGUAS que me tocam. Direção: Juraci Júnior. Porto Velho: Casa do Rio Filmes, 2022. Vídeo (17 min). Disponível em: https://festivaltaguatinga.com.br/festivalTagua/17/assista/curta/filme/4124. Acesso em: 17 maio 2024. Gravado no estado de Rondônia, o documentário apresenta a relação de moradores, pescadores, pesquisadores, cozinheiros e indígenas com os rios que atravessam seus territórios e possibilitam a vida, o sustento e as relações sociais.
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estudantes se preferem se organizar em grupos ou trabalhar com a turma toda, dependendo do escopo e da complexidade do projeto que desejam empreender. É essencial que o tema do documentário seja escolhido pelos próprios estudantes, baseando-se em questões ou realidades sobre as quais eles desejam argumentar e que consideram importantes o suficiente para explorar. A escolha do tema pode ser feita por meio de uma discussão aberta seguida de votação, se houver várias ideias em pauta.
Encoraje os estudantes a pensar criticamente sobre que tipo de realidade eles querem documentar, considerando qual será o argumento central do filme e como o tema poderia ser adaptado para refletir suas próprias visões ou preocupações locais. Questões sobre a relevância do tema escolhido e sua aplicabilidade ao interesse público também devem ser discutidas. Além da escolha do tema e da formulação do argumento, os estudantes precisam entender as práticas envolvidas na criação de um documentário. Isso inclui desde a
Consulte orientações no MP.
1. Convidamos você a desenvolver um projeto e a realizar a produção de um documentário de curta duração (de 5 a 15 minutos). Para criar uma produção audiovisual do gênero filme documentário, reflita e converse com colegas e professor sobre o argumento, o recorte da realidade e as temáticas que serão o foco dessa produção, que deve ser coletiva e colaborativa. Em grupo, combinem a distribuição das funções: roteirista, diretor, apresentador, entrevistador, narrador (se houver), maquiador, figurinista, sonoplasta, técnico de iluminação e outros. Analise, a seguir, algumas ideias.
PASSO A PASSO
a) Após a escolha do argumento do filme documentário, realizem as pesquisas. Elas são fundamentais para compreender o tema e o recorte da realidade que pretendem documentar.
b) Elaborem as questões para as entrevistas. Entrevistas e depoimentos podem enriquecer o documentário, pois apresentam diversas realidades, leituras de mundo e opiniões sobre um mesmo problema ou acontecimento.
c) Com base nas etapas anteriores, criem um roteiro e um cronograma para realizar as entrevistas e, se necessário, agendar as locações para as filmagens.
d) Durante as filmagens, explorem elementos da linguagem audiovisual como formas, texturas, cores, iluminação, profundidade, volumes, ângulos de visão, sonoplastia, trilha sonora, entre outros. No momento das entrevistas, é importante cuidar da qualidade do som e da imagem.
e) Após analisar o material inicial, finalizem o documentário com base no argumento e roteiro finais. As imagens, os sons, as palavras escritas ou os textos orais podem ser editados para compor uma sequência de cenas com apresentação inicial, desenvolvimento e final do filme documentário.
f) Organizem um meio para divulgar o documentário produzido. Você e colegas podem criar cartazes, textos apresentando o argumento e uma sinopse do material. As sessões para assistir ao filme podem acontecer na escola, na comunidade que participou da produção ou em meio digital, pela internet.
É importante solicitar a autorização das pessoas filmadas e entrevistadas ou dos textos de terceiros que serão usados na produção do filme documentário. Providenciem essas autorizações com o auxílio do professor.
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pesquisa inicial e a elaboração de um roteiro até a realização de entrevistas, a captação de imagens e sons e a edição final do material gravado. Cada etapa requer diferentes habilidades e conhecimentos, que podem ser explorados através de atividades práticas. Para ajudá-los a se familiarizarem mais com o gênero do filme documentário, organize uma curadoria educativa que inclua uma seleção de documentários importantes. Essa curadoria deve servir como uma fonte de inspiração e aprendizado com base na qual os estudantes possam analisar diferentes estilos de documentário,
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técnicas narrativas e abordagens temáticas. A análise de documentários existentes amplia o repertório dos estudantes, além de demonstrar como os documentaristas capturam e apresentam histórias reais de modo a engajar e informar os espectadores. Esse projeto final, ao combinar pesquisa, trabalho em equipe e expressão criativa, amplia o conhecimento dos estudantes sobre o mundo ao seu redor, bem como desenvolve habilidades críticas e técnicas que serão valiosas para sua formação acadêmica e pessoal.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Mundo digital e convida os estudantes a pensar em como a prática da arte foi ressignificada com o advento das tecnologias de comunicação, desde o rádio até o universo digital construído pela internet. Espera-se que eles compreendam que a arte nos meios de comunicação de massa passou por transformações e adaptações, ora colaborando com o sistema sociocultural, ora oferecendo críticas pertinentes e, por fim, assimilando essa nova linguagem para sua própria estética.
Nesse percurso, busca-se analisar como a desigualdade no acesso às redes é consequência de um processo histórico, que gerou a exclusão social e a criação de obstáculos subjetivos na construção de uma sociedade equitativa.
Com base nesses conteúdos, são apresentados, ainda, recursos de proteção e adaptação a essa realidade digital, como os usos das redes sociais e a identificação e o combate às fake news
Objetos de conhecimento
Práticas artísticas no ambiente digital
Arte e sociedade de consumo
História da comunicação
• Internet e redes sociais
• Desigualdade de acesso às redes
• Letramento digital
Inicie o trabalho com a unidade convidando os estudantes a observar a obra “Desde que você nasceu”, de Evan Roth. Explique que o artista estadunidense é
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam a imagem, levantando hipóteses sobre o contexto de produção da obra. 152
2. a) e b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes comentem e reflitam sobre a própria relação com a internet.
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conhecido por seu trabalho com tecnologia e cultura digital. Roth é cofundador do Free Art and Technology Lab, ou F.A.T. Lab (em tradução livre, “Laboratório de Arte e Tecnologia Livre”), grupo de artistas e engenheiros que atua ressignificando os domínios públicos na internet com cultura. Convide a turma a refletir sobre o título da obra e peça aos estudantes que compartilhem suas conclusões e sensações. Caso considere oportuno, solicite que imaginem como seria uma obra de arte que reunisse todas as imagens produzidas com e por eles ao longo de toda a vida.
Aproveite a oportunidade para propor à turma uma leitura do trecho da canção “Pela internet 2”, de Gilberto Gil. Explique que Gil é um dos músicos mais influentes do Brasil, conhecido por sua habilidade de mesclar diferentes estilos e temas em suas composições, produzindo sambas, bossa nova, reggae, baião etc., ao mesmo tempo que aborda questões políticas, sociais e culturais importantes. Caso seja possível, reproduza a canção para que os estudantes possam ampliar seus repertórios culturais e aprofundar esse momento de reflexão e fruição.
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■ Meios de comunicação de massa
■ Redes sociais e fake news
■ Desigualdade no acesso às redes
[...]
Lancei minha homepage
Com 5 gigabytes
Já dava pra fazer
Um barco que veleje
[…]
Se é música o desejo a se considerar
É só clicar que a loja digital já tem
[…]
O pensamento é nuvem
O movimento é drone
[...]
GIL, Gilberto. Pela internet 2. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Disponível: https://www.letras.mus.br/gilberto -gil/pela-internet-2/. Acesso em: 13 maio 2024.
ATIVIDADES
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Descreva a imagem da instalação artística do estadunidense Evan Roth. Como você imagina que ela foi produzida? Reflita sobre os materiais usados e o processo de criação do artista.
2. Após ler o trecho da música “Pela internet 2”, de Gilberto Gil, responda.
a) Quais são suas principais dificuldades e/ou facilidades no acesso e no uso da internet? Como você descreveria sua experiência ao utilizar esse recurso?
3. a) e b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes expressem opiniões, debatendo
b) Que sites ou aplicativos você costuma acessar? Por quanto tempo?
sobre liberdade de expressão e fake news no ambiente digital.
3. Converse com os colegas sobre liberdade de expressão na internet e respondam.
a) Quais são os limites das publicações on-line?
b) Como vocês percebem a disseminação de notícias falsas nas redes sociais?
Na obra “Desde que você nasceu”, Evan Roth registrou dados de quatro meses de navegação na internet, desde o nascimento de sua filha. Assim, informações que inicialmente não estavam destinadas a serem duradouras tornaram-se permanentes.
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Proponha aos estudantes que registrem, no diário de experiências , textos poéticos que incluam as conversas e reflexões a respeito das questões trazidas nesta abertura de unidade. Oriente-os a buscar e selecionar poemas e letras de canções para reproduzir em seus diários, explorando temas como “eu e a internet”.
Atividades
1. A instalação artística possui uma característica imersiva, na qual milhares de imagens impressas da internet cobrem completamente o chão, as paredes e o
teto do espaço expositivo. A obra transforma o ambiente em uma espécie de cápsula visual, criando um panorama que traz uma reflexão sobre as interações digitais e o consumo de mídia.
2. a) e b) Aproveite a oportunidade para avaliar o quão familiarizados os estudantes estão com a internet e considere essa informação no desenvolvimento das demais atividades ao longo desta unidade. Acolha as respostas dos estudantes, atentando para a heterogeneidade da turma e enfatizando o respeito às dificuldades que possam
ser expostas. Na condução do item b, se considerar pertinente, pergunte aos estudantes se utilizam aplicativos para auxiliar no acesso a serviços do governo, no deslocamento, na encomenda de alimentos, no agendamento de consultas e/ou exames, entre outras situações.
3. a) É possível que os estudantes citem aspectos legais e éticos que restringem o que pode ser publicado na internet. Eles podem discutir como as leis de difamação, os direitos autorais e o discurso de ódio são importantes para estabelecer os limites do que podemos publicar. Proponha a eles que discutam, coletivamente, sobre como esses limites são necessários para proteger indivíduos e grupos contra danos ao mesmo tempo que se promove um espaço para livre expressão e diálogo. b) Espera-se que os estudantes compartilhem suas percepções sobre o impacto das notícias falsas nas redes sociais, comentando como a rapidez com que as informações são compartilhadas por meio da internet contribui para a disseminação de fake news. Proponha a eles que discutam as consequências dessa prática, como desinformação pública, polarização política e desconfiança nas mídias tradicionais e instituições. É relevante concluir com uma discussão sobre as estratégias para identificar e combater notícias falsas, incluindo a educação para a mídia e o papel das plataformas de redes sociais em moderar e verificar os fatos.
Explique aos estudantes que a afirmação de Warhol é uma reflexão crítica que resume os valores estabelecidos por meio do fortalecimento da influência das variadas mídias na construção dos valores e da identidade dos indivíduos, ou seja, na estrutura sociocultural da atualidade. Destaque que Warhol estava comentando como a sociedade preza e busca a visibilidade pública, a fama e o sucesso, tanto econômico quanto social.
A “cultura da fama” refere-se ao fenômeno social no qual o renome e a notoriedade são apreciados, desejados e almejados. Historicamente, essa cultura se desenvolveu em várias fases, influenciada pela mídia e pela tecnologia. Em termos gerais, podemos separar o desenvolvimento desse valor ao longo do século XX. No início do século, com o cinema e o rádio, atores e músicos alcançaram reconhecimento e público extensos. Já a partir da segunda metade do século XX, a televisão fortaleceu essa tendência, disseminando a imagem de celebridades, tornando-as presença constante na vida das pessoas.
Por fim, com o surgimento da internet, essas fronteiras se alargaram bastante. Antes, a fama era limitada a um grupo de celebridades conhecidas, como atores, músicos e atletas; agora, com as redes sociais, uma variedade muito mais ampla de indivíduos tem a oportunidade de alcançar reconhecimento. Essa condição reflete uma mudança na forma como as identidades são construídas e apresentadas no espaço público, que agora é composto, também, do espaço digital.
‘No futuro, todo mundo será famoso por 15 minutos.’
WARHOL, Andy. “No futuro, todo mundo será famoso por 15 minutos”. Rio de Janeiro: Acervo O Globo, c19962024. Declaração feita em 22 jan. 1978, reproduzida em uma reportagem que citava Andy Warhol. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/frases/no-futuro-todo -mundo-sera-famoso-por-15-minutos-17105144. Acesso em: 13 maio 2024.
O artista Andy Warhol em anúncio comercial de 1983 para uma multinacional japonesa de materiais eletrônicos. A imagem foi exibida na exposição Warhol TV, no Sesc Pinheiros. São Paulo (SP), 2011.
Ao dizer que, no futuro, todos teriam o seu “tempo de fama”, o artista estadunidense Andy Warhol (1928-1987) não fez uma previsão, mas uma análise sobre o anseio pela fama e pelas vantagens associadas a ela, como ascensão social e sucesso financeiro. Esse pensamento faz referência à cultura da fama, fenômeno que valoriza e promove a busca por reconhecimento público, o desejo de se tornar uma celebridade ou de estar próximo a pessoas famosas.
O termo “celebridade” se refere a uma pessoa que é considerada célebre, que se destaca na sociedade em que vive, seja por seus conhecimentos, seja por sua posição social, seja por suas realizações, seja pela capacidade de influenciar outras pessoas. No entanto, o significado dessa palavra pode ter distintas variações em cada contexto cultural e tempo histórico.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Relacione a imagem de Andy Warhol com a frase dita por ele no ano de 1978. O que você percebe? Em sua opinião, Andy Warhol tinha razão?
2. Que sentido a palavra “celebridade” tem para você?
3. Como você percebe a contribuição das redes sociais para a cultura da fama? Comente.
4. Cite alguém que você considera uma celebridade e compartilhe com colegas e professor, justificando a sua escolha.
1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes se manifestem sobre como percebem a imagem, os detalhes, os elementos visuais e a interpretação da cena. Contextualize que, na época em que o artista proferiu a frase, a transmissão de dados já vinha sendo estudada, mas ainda não era uma realidade mundial. Ao falar sobre a “cultura da fama”, Warhol se referiu à fama que poderia ser conseguida pelos meios de comunicação de massa em alta na época, como rádio, televisão e cinema.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que “celebridade” se refere a uma pessoa que alcançou um alto nível de reconhecimento público e influência na sociedade. Geralmente esse status é acompanhado pela atenção constante da mídia e pelo interesse público em aspectos variados de suas vidas. A palavra também evoca a ideia de alguém que, além de famoso, exerce impacto ou serve como ícone dentro de seu campo de atuação ou na cultura.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que as redes sociais
Como um artista performático e midiático, Andy Warhol compreendeu o que a sociedade ocidental da época entendia por “celebridade” e “cultura da fama”. Sensível às transformações sociais e às tendências culturais do seu tempo, expressou sua crítica à sociedade de consumo e à indústria cultural por meio de pinturas, fotografias, vídeos e programas de televisão com pessoas consideradas celebridades nacionais ou mundiais.
GLOSSÁRIO
Sociedade de consumo: modelo socioeconômico que incentiva e valoriza a produção e o consumo de bens e serviços.
Nos programas de televisão que produziu, para criar um ambiente protagonizado por celebridades, desenvolveu uma linguagem artística e midiática que incluía performances, enquadramento de imagens, expressões corporais e faciais, movimentos em cena e situações, por vezes inusitadas, visando obter notoriedade e audiência. Para esse artista, a televisão era como um “retrato em movimento”, no qual era possível construir ou mudar a imagem pública de alguém, expondo a vida de uma celebridade para provocar emoções no público e despertar o desejo de fazer parte desse mundo de fama.
O artista Andy Warhol posa em frente à sua obra da série Atletas, de 1979, na qual aparecem, da esquerda para a direita, o jogador de futebol brasileiro Pelé; o boxeador estadunidense Muhammad Ali; a patinadora artística estadunidense Dorothy Hamill; o jogador de beisebol estadunidense Tom Seaver; o jogador de futebol estadunidense O. J. Simpson e a tenista estadunidense Chris Evert.
Warhol com a câmera de vídeo que utilizou para gravar um episódio do programa de televisão The
1970.
têm ampliado bastante a cultura da fama ao tornar a visibilidade algo mais acessível e controlado pelos próprios usuários. Comente que as plataformas ou redes sociais mais populares permitem que indivíduos compartilhem conteúdo, estabeleçam formas de comunicação com seu público e alcancem, ocasionalmente, um público global, criando oportunidades para uma forma de fama autogerida. Essa realidade possibilitou o surgimento de uma nova categoria de celebridades, as “microcelebridades”, que podem não ter o alcance global de estrelas de
cinema, mas são influentes dentro de nichos específicos. Essa transformação democratiza a fama, mas também a torna mais saturada e efêmera.
4. Incentive os estudantes a apresentar a celebridade escolhida, comentando qual é a importância dessa pessoa, no coletivo e individualmente, na vida deles. Garanta um espaço de escuta e acolhimento, não permitindo manifestações desrespeitosas ou que desqualifiquem as falas de cada um.
Explique aos estudantes que, a partir da década de 1950, a televisão começou a exercer uma forte influência sobre as mudanças sociais e os hábitos de consumo. A publicidade e a indústria cultural passaram a reforçar ideias de “necessidades e desejos”, desenvolvendo a cultura do “ter para ser”. Essa mudança de organização na comunicação e nas estruturas que influenciam as práticas de consumo incentiva as pessoas a se manterem atualizadas com as últimas tendências da moda e com os lançamentos de produtos, que são constantes. A mídia, isto é, o conjunto dos meios de comunicação, também passou a associar a ideia de que ser famoso é sinônimo de ser bem-sucedido e que isso pode tornar a vida mais confortável e tranquila. Explique aos estudantes que, na cultura da fama contemporânea, a ansiedade digital pode levar ao desejo excessivo por notoriedade ou desencadear problemas, como depressão, frequentemente associados à falta de likes ou ao excesso de exposição nas redes sociais. Incentive-os a refletir sobre como se posicionam em relação à vida na era digital e peça-lhes que compartilhem suas experiências e opiniões sobre a influência das redes sociais em suas emoções, como lidam com a pressão por reconhecimento e a exposição constante na internet. Encoraje uma discussão aberta sobre estratégias para manter um equilíbrio saudável entre a vida on-line e off-line, explorando formas de proteger a saúde mental em um mundo cada dia mais conectado.
Explique aos estudantes que é importante refletir sobre como eles interagem com as redes sociais e como a cibercultura influencia suas escolhas e interações. Incentive-os a considerar como formam grupos, de quais tipos de comunidades digitais participam e que produtos e postagens consomem e apreciam. Exemplifique perguntando sobre as preferências em termos de músicas, vídeos, filmes, séries e até mesmo de mensagens e imagens que circulam nas redes sociais, explorando os valores que esses conteúdos trans-
Questione: existe público para todo tipo de conteúdo nas redes sociais? Como a reação das pessoas a certas postagens pode determinar o que é considerado um “sucesso”? Discuta como, nesse ambiente repleto de informações, algumas pessoas se tornam rapidamente famosas e podem também desaparecer com a mesma velocidade. O que eles pensam sobre a efemeridade da fama?
Atividades
Resposta pessoal. Proponha aos estudantes que conversem sobre a cultura da fama e se valorizam as ideias e opiniões que transitam em ambientes virtuais. Incentive que reflitam sobre quais relações estabelecem entre mundo digital e real e o que pensam sobre situações extremas ou vexatórias pelas quais as pessoas passam para conseguir visualizações e curtidas em postagens e conteúdos em páginas da internet.
2. Respostas pessoais. Converse com os estudantes
Cinema, rádio, televisão e internet transformaram a vida das sociedades nos séculos XX e XXI. Atualmente, a internet desempenha um papel central no cotidiano das pessoas, acelerando as comunicações, facilitando o acesso a produções artísticas, notícias e ideias, além de documentar a vida, construindo um banco de memórias pessoais e sociais. Os estudos e as experiências com a internet começaram na década de 1960, mas chegaram ao Brasil apenas na década de 1980. No entanto, foi somente na década seguinte que a internet se popularizou, permitindo que mais pessoas tivessem acesso a ela. Hoje em dia, muitos brasileiros vivenciam ambientes virtuais, mas nem todos têm acesso igualitário à internet. Essa expansão do acesso e do uso diário da internet deu origem à cibercultura, conjunto de práticas e comportamentos que se desenvolvem no ciberespaço, que é o ambiente virtual onde interagem pessoas conectadas por computadores, smartphones e tablets com acesso à internet. Nesse contexto, a cultura da fama tem ganhado espaço. No ambiente virtual, as pessoas podem se destacar por diversos motivos. Porém, para isso, muitas vezes acabam se colocando em risco, físico ou emocional, para conseguir likes, ou curtidas, que são reações das pessoas a postagens em redes sociais, por meio de botões com ícones que expressam aprovação (em algumas redes sociais, há botões com desaprovação ou com outras reações, como surpresa). O número de likes e a quantidade de visualizações demonstram o engajamento obtido pela publicação.
GLOSSÁRIO
Like: palavra em inglês que, em tradução livre, significa curtir, gostar.
iHEART. Ninguém gosta de mim. 2014. Grafite. Stanley Park, Vancouver (Canadá).
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Analise a imagem da obra “Ninguém gosta de mim”, do artista canadense conhecido como iHeart, relacionando-a ao texto que você acabou de ler. Em seguida, compartilhe suas ideias com colegas e professor.
2. Você já ouviu falar do termo “ansiedade digital”? A que você imagina que ele diz respeito? Levante hipóteses com base em suas experiências com a internet.
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sobre a ansiedade digital e proponha que eles comentem como percebem suas emoções diante de expectativas de curtidas e acesso de outras pessoas às suas mensagens. Pergunte a opinião deles sobre a exposição excessiva da vida pessoal ou autoimagem na era digital e se já se sentiram desrespeitados por alguma mensagem ou comentário nas redes sociais. Caso os estudantes não tenham acesso à internet e às redes sociais, adapte essa atividade para explicar o contexto dessas realidades.
O artista Evan Roth, que você conheceu na abertura da unidade (páginas 152-153), criou a instalação “Desde que você nasceu” com o objetivo de fazer o público se sentir como se estivesse dentro de um universo virtual. Sua intenção foi convidar as pessoas a refletir sobre suas relações com ambientes virtuais e sobre como estão narrando suas histórias e construindo memórias na era digital. O trabalho de Evan Roth transita entre o universo virtual e o físico, abordando o fato de que, muitas vezes, esquecemos que a internet é apenas uma dimensão do nosso cotidiano e que ela só existe em função das experiências reais que a alimentam.
QUEM É?
ROTH, Evan. Desde que você nasceu 2019. Fotografias e capturas de tela. Museu de Arte Contemporânea, Flórida (Estados Unidos).
Evan Roth (1978-) nasceu no estado do Michigan, nos Estados Unidos. Conhecido por obras que exploram internet, tecnologia e arte, suas produções provocam reflexões sobre o uso e a influência da internet na vida contemporânea.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você costuma postar ou visualizar selfies em redes sociais? Considera que deve haver cuidado ao publicar imagens do rosto de outras pessoas em um ambiente virtual?
GLOSSÁRIO
Selfie: termo em inglês derivado de “self-portrait” (em tradução livre, “autorretrato”).
2. A selfie é um autorretrato. Ao ser publicada na internet, estará exposta a diversas interpretações. Que imagem de si mesmo você gostaria de transmitir? Embora criar uma selfie possa parecer simples, existem recursos que podem auxiliar na composição dessa autoimagem. Que tal produzir uma selfie seguindo essas orientações?
DICAS
a) Verifique e ajuste os recursos disponíveis em seu equipamento (celular ou câmera digital), como cor, luz, nitidez, filtros, proporção, entre outros.
b) Explore as relações entre luz e sombra. A luz natural pode ser uma boa escolha, mas é importante estudar o ângulo ideal. Para isso, experimente diferentes posições e poses. Mantenha o rosto voltado para a direção com maior luminosidade. Ao optar por espaços fechados, escolha ambientes claros com fundo neutro.
c) Se quiser usar um cenário de fundo, prepare o ambiente com antecedência, garantindo que não haja espaços desorganizados ou objetos indesejados à vista.
1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes comentem a prática de compartilhamento de imagens pessoais nas redes sociais. Encoraje-os a refletir sobre as implicações de publicar imagens pessoais on-line. Discuta com a turma questões de privacidade, a permanência da imagem na internet e como isso pode afetar a vida atual e futura de cada um. Pergunte se eles têm preocupações sobre quem pode ver suas fotos e de que maneira isso pode impactar sua imagem pública.
Nunca se coloque em risco no momento de fazer uma selfie
2. Explique a importância de entender os recursos técnicos disponíveis em seus dispositivos. Esse entendimento pode promover uma melhoria na qualidade das fotos e ajudar os estudantes a se expressarem artisticamente de maneira mais ampla e eficaz. Ensine como a luz pode alterar a aparência de uma selfie, demonstrando a diferença entre luz natural e artificial e como explorar isso pode melhorar o registro das imagens. Demonstre de que maneira mudanças no ângulo da câmera e na pose podem expressar diferentes emoções.
Peça aos estudantes que observem atentamente a imagem da obra. Incentive-os a expressar que ideias, sensações, emoções e memórias ela evoca e pergunte se notam que várias imagens presentes nela podem ter sido retiradas de sites e redes sociais. Peça-lhes que revisitem a primeira análise que fizeram da obra desse artista, conforme descrita na página de abertura desta unidade, e discuta se a percepção deles sobre a obra mudou após estudarem os textos e responderem às perguntas das páginas anteriores. Essa reflexão pode ajudá-los a entender melhor não só a arte em questão mas também o impacto das mídias digitais na interpretação de imagens e textos. Explique que o artista criou sua obra utilizando imagens que pesquisou e coletou de páginas da internet, incluindo postagens de amigos e familiares, ao longo de quatro meses, começando na data do nascimento da filha dele. Esse processo de coleta de imagens destaca como a arte pode ser gerada por meio de conteúdos disponíveis na internet e reflete o modo como as pessoas compartilham histórias, criam memórias e registram momentos dentro do ciberespaço. Incentive os estudantes a pensar sobre como a cultura digital e a constante busca por novas tecnologias moldam a forma de consumir e produzir arte e narrativas pessoais na sociedade contemporânea, cada vez mais voltada ao consumo e à tecnologia.
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, espera-se que os estudantes conheçam o desenvolvimento dos meios de comunicação, a partir das décadas finais do século XIX.
Para introduzir a temática, realize uma avaliação diagnóstica dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre a evolução dos meios de comunicação. Contribua para a discussão incentivando a turma a pensar em como era estabelecida a comunicação no passado, sem especificar um momento histórico. Explique que existem continuidades e descontinuidades entre presente e passado no que diz respeito aos meios de comunicação. Uma descontinuidade marcante foi o surgimento das tecnologias que possibilitam a comunicação instantânea, no século XIX. No entanto, o século XX ficou marcado pela ampliação e disseminação da comunicação em massa e cada vez mais acessível.
Respostas pessoais. Caso julgue necessário, promova uma discussão sobre os diferentes meios de comunicação comumente utilizados no presente, como televisão, rádio, jornais, revistas, internet, telefonia, correio, entre outras possibilidades. Espera-se que os estudantes observem que os meios de comunicação têm grande impacto na vida em sociedade, contribuindo para a disseminação de ideias e informações; para a organização de indivíduos e grupos; para o desenvolvimento de práticas de sociabilidade; entre outros aspectos da vida coletiva.
Atualmente, é possível enviar áudios, textos e vídeos de forma instantânea para qualquer região do mundo por causa do desenvolvimento dos meios de comunicação, como a telefonia e a internet. Por isso, é possível afirmar que esses recursos contribuíram para a integração do planeta. A história desse processo está associada ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia.
No final do século XIX, o telégrafo possibilitava o envio instantâneo de mensagens escritas para diversas partes do mundo. Esse meio de comunicação transmitia informações por meio de cabos elétricos interligados. Na década de 1870, foram construídos longos cabos entre o Brasil e o continente europeu, viabilizando a transmissão de mensagens curtas.
Entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, novas tecnologias aceleraram o processo de envio de mensagens. A disseminação dos telefones permitiu conversas entre pessoas que viviam em regiões distantes. O rádio também foi outro importante meio de comunicação que surgiu nesse período, pois acelerou a transmissão de informações, notícias e práticas culturais.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Quais são os principais meios de comunicação que você utiliza no cotidiano? De que modo esses meios impactam sua vida em comunidade? Discuta essas questões com colegas e professor.
Texto complementar
A Rádio Nacional iniciou suas atividades com a pretensão de se transformar na maior emissora do país. Já na inauguração contava com um cast de artistas exclusivos, composto, na maior parte, por jovens que já vinham atuando com sucesso nas rádios concorrentes. […] […]
A Nacional permaneceu, reconhecidamente, como a emissora de maior penetração e audiência por todo o país na era de ouro do rádio; pelos índices de popularidade e eficiência financeira atingidos, tornou-se, em especial no período compreendido entre 1945 e 1955, uma espécie de modelo que foi seguido pelas demais rádios em todo o país. Seu estilo de programação servia de base para a organização das concorrentes, até mesmo quando tentavam atrair a faixa de público que não se interessava pelos programas da Rádio Nacional.
O modelo de programação privilegiado pelo rádio brasileiro desde sua criação, e que vigorou até a década de 1960, apoiava-se em quatro núcleos: a música, a dramaturgia, o jornalismo
Nas primeiras décadas do século XX, o rádio se tornou um meio de comunicação de grande importância. Famílias se reuniam ao redor de aparelhos radiofônicos para acompanhar as últimas notícias sobre o que acontecia em seu país e em outros lugares do mundo. Grandes acontecimentos como eleições, guerras e crises econômicas eram explorados em radiojornais diários. Por causa do rádio, as pessoas passaram a receber informações com uma velocidade sem precedentes, o que mudou a maneira como as notícias circulavam. As emissoras de rádio também transmitiam programas humorísticos, novelas, espetáculos musicais e campeonatos esportivos, o que contribuiu para a difusão de novas tradições e práticas culturais. Entre as décadas de 1920 e 1960, o rádio desempenhou um papel central na informação e no entretenimento de vários segmentos das sociedades em todo o mundo. Por isso, é possível afirmar que esse foi o primeiro meio de comunicação em massa do século XX, pois as transmissões radiofônicas atingiam milhões de pessoas diariamente. A partir da década de 1960, a televisão se popularizou e ocupou o papel desempenhado anteriormente pelo rádio. Um exemplo da importância da televisão foi a transmissão da chegada do ser humano à Lua em 1969, que foi acompanhada por mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo por meio de seus aparelhos de TV.
Francisco Alves (18981952), chamado de O Rei da Voz, fez grande sucesso nas rádios brasileiras durante a primeira metade do século XX. Fotografia do final da década de 1940 e início da década de 1950.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Atualmente, você tem o costume de acompanhar transmissões radiofônicas ou programas televisivos? Qual é a importância do rádio e da televisão em seu cotidiano? Compartilhe suas ideias com colegas e professor. Consulte orientações no MP.
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Dada a heterogeneidade da turma, é provável que as referências ao rádio como meio de comunicação sejam distintas entre os estudantes, a depender de suas faixas etárias, do local onde moraram e de seus hábitos. Desse modo, aproveite as diferentes vivências para enriquecer a aula, promovendo a troca de experiências e de percepções entre os colegas. Explique que o rádio teve grande importância no Brasil, principalmente a partir da década de 1930. Um dos símbolos da chamada “era de ouro” do rádio popular foi a Rádio Nacional, criada em 1936. O trecho indicado no Texto complementar caracteriza brevemente o surgimento dessa emissora radiofônica.
1. Respostas pessoais. O rádio e a televisão são meios de comunicação muito populares no Brasil. Por isso, é provável que os estudantes tenham o hábito de utilizar esses meios. Há também emissões radiofônicas na internet, as quais podem ser citadas pelos estudantes. Durante a discussão, é possível lembrar que novas tecnologias ocupam lugares antes dominados pela televisão, como, por exemplo, as plataformas de streaming.
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e os programas de variedades. […] O elenco artístico de uma emissora de rádio era muito mais diversificado do que o das redes de televisão atuais.
Cada um dos núcleos radiofônicos se subdividia em outros setores. No jornalístico, por exemplo, encontravam-se repórteres, redatores e locutores que atuavam nos setores esportivo, de notícias, feminino, de serviços, de crônicas etc. […] A música sempre foi um elemento fundamental dentro da programação de uma emissora de rádio […]. Os músicos também acompanhavam os cantores exclusivos da rádio e os convidados. Ou seja, a estrutura interna de uma emissora de rádio era complexa, com todos os setores funcionando de maneira interligada.
CALABRE, Lia. A era do rádio. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. p. 31-33. (Coleção Descobrindo o Brasil).
O vídeo “A escrita, a palavra e a informação ao longo do tempo” apresenta um panorama da criação da escrita e da invenção da imprensa no século XV, bem como promove a reflexão sobre as formas de produção e veiculação da informação na atualidade.
O conteúdo proposto objetiva incentivar os estudantes a compreender os impactos das fake news. Inicie o trabalho discutindo o papel das redes sociais na sociabilidade e na organização social e política no mundo contemporâneo. A circulação imediata de informações contribuiu para a intensificação do compartilhamento de saberes, mas também para o fortalecimento do fenômeno das fake news
Explique que as fake são frequentemente pensadas como um fenômeno contemporâneo, decorrente do advento da internet e, principalmente, das redes sociais. Porém, destaque a longa história de continuidade no campo das notícias falsas. Através da história, existem muitos exemplos de situações nas quais a disseminação de notícias falsas teve grande impacto político e social. Exemplifique por meio de situações em que a propaganda política utilizou falsas notícias, como durante a Guerra Fria, quando tanto os governos capitalistas quanto os socialistas se aproveitaram dessa prática para convencer a opinião pública a apoiá-los.
Durante a discussão, aproveite para traçar paralelos com o presente, reforçando o papel que as fake news desempenham na fragilização da democracia, ao fortalecer ideias e teses antidemocráticas em setores da população. Incentive a participação dos estudantes durante essa reflexão.
Fake news são notícias, conteúdos ou informações falsas criadas de forma deliberada, ou seja, planejada, visando à obtenção de vantagens políticas e sociais. Sua disseminação é um dos problemas mais relevantes do mundo contemporâneo. Normalmente, são veiculadas em redes sociais ou em outros meios de comunicação on-line
Durante a pandemia de covid-19 no Brasil, que gerou insegurança e medo na população em relação à transmissão da doença, muitas fake news foram disseminadas. Diante do grande número de pessoas infectadas e mortas e do pouco conhecimento científico sobre a nova doença, as pessoas buscavam informações na internet sobre prevenção. Nesse contexto é que se massificou a disseminação de informações falsas. O falso conteúdo compartilhado em perfis das redes sociais gerou grandes transtornos para boa parte da população. A grande maioria continha indicações de remédios sem eficácia comprovada, que, na verdade, causavam problemas de saúde aos pacientes, além de receitas caseiras que não evitavam ou curavam a covid-19. Essas e outras fake news foram divulgadas para muitas pessoas, o que contribuiu para a desinformação da sociedade.
Para combater a circulação de conteúdos, notícias e informações falsas, surgiram diferentes agências de checagem de fatos, algumas independentes e outras ligadas a grandes veículos de comunicação impressa e digital.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Observe a charge e, em seguida, responda ao que se pede.
QUINHO. [Fake news]. Estado de Minas, Belo Horizonte, 10 abr. 2022. Disponível em: https://www.em.com.br/ app/charge/2022/04/10/interna_charge,1358984/fake-news.shtml. Acesso em: 13 maio 2024.
a) Para o autor da charge, qual é o impacto das fake news na vida em sociedade?
b) De que maneira a disseminação de fake news no presente afeta a comunidade em que você vive? Converse com colegas e professor.
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Atividade
1. a) O autor da charge considera as fake news uma armadilha (representada pela ratoeira) para o pensamento. Na charge, as fake news são apresentadas como o elemento que aprisiona os cérebros, impedindo o livre-pensamento e a reflexão crítica.
b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre os impactos negativos das fake news no presente, como a disseminação de ideias equivocadas a respeito de conhecimentos científicos e questões políticas ou o fortalecimento de práticas e posturas autoritárias. É interessante incentivar os estudantes a selecionar exemplos concretos durante a reflexão proposta na atividade.
Na década de 1950, pesquisadores desenvolveram computadores digitais eletrônicos que tinham como função colaborar no cálculo de quantidades volumosas de dados para o planejamento de grandes empresas e órgãos governamentais. Esses aparelhos eram imensos, caros e exigiam muitos recursos para seu desenvolvimento.
Para interligar esses computadores, foram criadas redes de dados que permitiam a transmissão de informações de forma limitada. No início, não era possível transmitir comandos e informações entre dois computadores localizados a quilômetros de distância.
Isso mudou em 1969, quando pesquisadores estadunidenses criaram a Rede da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (Arpanet), uma rede de computadores que serviu de base para o desenvolvimento da internet. Por meio dela, foi possível transmitir comandos entre computadores localizados a mais de 500 km de distância.
Inicialmente utilizada apenas pelo governo estadunidense, ao longo da década de 1970 instituições de pesquisa e empresas passaram a ter acesso a essa tecnologia, interligando um número crescente de computadores. Foi nesse contexto que as ferramentas necessárias para o funcionamento da internet foram criadas, entre as décadas de 1970 e 1980. Essas tecnologias possibilitaram a conexão entre computadores de todo o mundo, transmitindo informações de forma instantânea. No final dos anos 1980, surgiram os primeiros serviços comerciais de acesso à internet. Na década seguinte, esses serviços se popularizaram e passaram a fazer parte do cotidiano de milhões de pessoas.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. No início, a internet era acessada apenas por meio de computadores, mas isso mudou ao longo do tempo. Observe o gráfico e, depois, responda ao que se pede.
a) Qual é o principal meio de acesso à internet no Brasil?
b) Dos dispositivos destacados no gráfico, quais são aqueles que você utiliza?
c) Quais são os principais usos da internet em seu cotidiano?
Elaborado
d) Formule uma hipótese para explicar as razões pelas quais as pessoas usam mais alguns dispositivos do que outros para acessar a internet. Compartilhe suas ideias com colegas e professor.
Acesso em: 13 maio 2024.
Explique que as primeiras redes de comunicação entre computadores foram estabelecidas no meio acadêmico durante a década de 1980, porém o acesso era limitado e possibilitava apenas a transmissão de pequenos dados (como e-mails ou arquivos pequenos). O serviço público de acesso à internet foi inaugurado em 1994; no entanto, esse serviço era caro e bastante restrito. Ao longo da década de 1990, investimentos foram feitos para ampliar esse uso. Segundo o Serviço Federal de Processamento de Dados, do governo brasileiro, em 2008, 18% dos domicílios brasileiros tinham acesso a essa tecnologia. Em 2014, esse número alcançou 50% dos domicílios e, em 2021, 82% dos domicílios acessavam a internet. Dados de 2022, no entanto, indicam que há ainda 36 milhões de brasileiros que não possuem acesso à internet no país. Trabalhando com turmas heterogêneas, é provável que haja interações distintas dos estudantes com a internet. Aproveite todas as experiências, destacando a necessidade de compreender e respeitar as diferentes formas de se relacionar com as tecnologias de comunicação.
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1. a) De acordo com os dados do gráfico, o principal meio de acesso à internet é o celular.
b) Resposta pessoal. Incentive a reflexão sobre os dispositivos utilizados em diferentes espaços e contextos.
c) Resposta pessoal. É importante lembrar que atividades corriqueiras, como o pagamento de contas ou o cadastro em serviços públicos, frequentemente são realizadas através da internet. Estudo, diversão e atividades profissionais também ocorrem por meio do uso da internet no presente. Se considerar pertinente, retome as discussões promovidas na abertura da unidade sobre o uso de aplicativos.
d) Resposta pessoal. Acompanhe a reflexão dos estudantes durante a elaboração de hipóteses. Eles podem concluir que a faixa etária influencia na questão, pois os jovens tendem a usar mais celular do que televisão. Podem pensar também que o tempo que cada pessoa passa em casa e fora dela determina maior uso de equipamentos móveis ou fixos.
O trabalho com a dupla de páginas contribui para a reflexão sobre o papel das redes sociais na atualidade. Explique aos estudantes que diversas pesquisas destacam que o Brasil é um dos países do mundo no qual há o maior uso dessas plataformas. Além disso, o tempo médio gasto pelos usuários brasileiros nas redes sociais também é elevado. Redes de troca de mensagens, compartilhamento de fotos e de informações sobre a rotina diária são as mais populares no país. Muitas pessoas utilizam a internet apenas para acessar redes sociais, o que impacta diretamente os conteúdos acessados. Por essa razão, utilize a discussão proposta na atividade 1 para promover a reflexão a respeito das redes sociais e de seus usos cotidianos. É possível explorar diversas questões, como a formação de bolhas (grupos que compartilham o mesmo ponto de vista a respeito de temas sociais ou políticos), a circulação de fake news, a maneira como as redes sociais podem estimular comportamentos agressivos entre as pessoas, o papel das redes sociais na circulação de informações importantes ou mesmo na mobilização política.
Atividade
1. Respostas pessoais. Ao final da discussão, solicite aos estudantes que elaborem um registro escrito no diário de experiências sintetizando as principais ideias debatidas durante a atividade. Dessa maneira, eles podem retomar suas reflexões e analisar criticamente o papel das redes sociais na experiência cotidiana.
A internet é um meio de comunicação que combina recursos multimídia, como textos, imagens, sons e vídeos, que podem ser acessados de forma imediata por qualquer pessoa, onde quer que ela esteja. Além disso, ao contrário de outros meios de comunicação, como o rádio ou a televisão, qualquer pessoa pode criar e compartilhar conteúdo na internet. Assim, ela apresenta semelhanças com os meios de comunicação de massa desenvolvidos anteriormente (por exemplo, a transmissão acelerada de informações), mas também traz diferenças, como a interatividade. Essa novidade fica mais evidente quando observamos a importância das redes sociais.
As redes sociais começaram a se desenvolver quase de forma simultânea ao avanço do acesso comercial à internet. Os primeiros exemplos de redes sociais foram e-mails, programas de chat para conversas em tempo real, grupos de discussão, fóruns de debate, entre outros.
No início do século XXI, surgiram as primeiras plataformas de rede social de grande popularidade. Elas se organizaram como espaços nos quais indivíduos podiam compartilhar ideias, experiências e conteúdos com outros usuários, criando redes de conexão que aproximavam pessoas com interesses e ideias comuns.
Desde então, diferentes redes sociais ganharam popularidade e passaram a ser utilizadas por segmentos sociais variados. Esses espaços se tornaram importantes fontes de informação e sociabilidade e desempenham um crescente papel político no mundo contemporâneo.
Nos últimos anos, diversas redes sociais foram utilizadas como espaços para compartilhar informações em tempo real a respeito de acontecimentos sociais e políticos marcantes, como nesta fotografia da tela de um celular. Manila (Filipinas), 2018.
Consulte orientações no MP.
1. Em uma roda de conversação sobre redes sociais, discuta os seguintes tópicos com colegas.
a) Quais são as principais redes sociais utilizadas na comunidade?
b) De que maneira o uso das redes sociais impacta o cotidiano da comunidade?
c) As redes sociais contribuem para a organização da comunidade?
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Texto complementar
‘Saímos do Facebook’. A inscrição popularizada em cartazes durante as manifestações de junho de 2013 em diferentes cidades do país reflete o marco que foi para a vida política e social brasileiras o uso das redes sociais nos eventos de uma década atrás.
[…]
Até aquele momento, as plataformas digitais não tinham influência em eventos políticos, seja para pautá-los, seja para convocar manifestantes. Na eleição presidencial de 2010, a TV ainda teve a primazia na campanha.
A partir de 2013, abriu-se um caminho sem volta, como se pôde ver nas eleições de 2014 e sobretudo depois, nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e mais tarde na chegada da extrema-direita ao poder com a eleição em 2018 de Jair Bolsonaro. Caso extremo, a depredação realizada por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro, foi organizada e anunciada nas redes.
Nas últimas décadas, importantes movimentos sociais e políticos se organizaram nas redes sociais. Diferentes plataformas vêm sendo utilizadas para compartilhar informações e ideias e organizar grandes manifestações.
No Brasil, as Jornadas de Junho, que aconteceram em 2013, são um exemplo da relação entre redes sociais e política. O movimento teve início com pequenas manifestações e protestos motivados pelo aumento das tarifas de transporte público em algumas cidades brasileiras. Lideranças envolvidas nessas manifestações passaram a utilizar as redes sociais para ampliar o apoio da sociedade ao movimento.
No dia 13 de junho, a notícia da repressão violenta da polícia aos manifestantes em São Paulo (SP) se disseminou rapidamente em diversas redes sociais. Isso teve grande impacto na opinião pública, o que provocou uma mobilização crescente da sociedade brasileira. Nas semanas seguintes, milhões de manifestantes em todas as regiões do Brasil saíram às ruas para protestar contra diversos problemas sociais do país.
As Jornadas de Junho tiveram um grande impacto nos anos seguintes, servindo como exemplo do papel desempenhado pelas redes sociais na organização de manifestações em prol de maior participação política democrática. É importante lembrar, porém, que ações antidemocráticas também ocorreram por meio das redes sociais.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você já participou de manifestações ou movimentos sociais e políticos organizados em redes sociais? Você considera essas manifestações importantes para o exercício da cidadania? Compartilhe suas experiências e ideias com colegas e professor.
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‘O termo ‘saímos do Facebook’ é a melhor análise sociológica de 2013. Comunidades que se organizavam nas redes e saíram às ruas por raiva, ressentimento ou frustração. Há ali uma nova forma de mobilização de massa’, afirma o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, presidente do Instituto Cultiva. Para ele, as jornadas de junho de 2013 representaram a entrada do Brasil na política do século XXI.
FERRAZ, Lucas. Junho de 2013 foi marco no uso das redes sociais para a política. Valor Econômico, São Paulo, 3 jun. 2023. Disponível em: https://valor.globo.com/politica/noticia/2023/06/03/junho-de-2013-foi-marco -no-uso-das-redes-sociais-para-a-politica.ghtml. Acesso em: 15 maio 2024.
Converse com os estudantes acerca das Jornadas de Junho, consideradas, por muitos pesquisadores, um marco da relação entre redes sociais e política. Pergunte a eles quais lembranças têm do período, se participaram e como foi essa participação. Aproveite a discussão para promover a reflexão sobre o papel de cada um como cidadão, assumindo posicionamentos ativos no sentido da luta por direitos e pela justiça social. Caso haja estudantes que relacionem os manifestantes a “baderneiros” e “agressores”, converse sobre generalizações e formas de diferenciar manifestações justas, legítimas e pacíficas de movimentos depredatórios e com objetivos escusos.
1. Resposta pessoal. Caso os estudantes afirmem que não participaram de manifestações ou movimentos, apresente exemplos de acontecimentos marcantes para a comunidade que foram organizados através das redes sociais. Dessa forma, é possível aproximar a discussão proposta na atividade ao cotidiano da turma.
O estudo com a dupla de páginas tem por objetivo a análise da desigualdade de acesso às redes e o trabalho com a interpretação de mapas e gráficos.
Inicie a abordagem por meio da leitura do mapa. Sugere-se utilizar o planisfério disponível na página 283 para que os estudantes possam identificar os países e as regiões citadas. Caso haja dúvidas sobre os cabos submarinos, explique para os estudantes que esses cabos de fibra óptica são utilizados para transmitir sinais de telecomunicações, entre eles sinais de internet. Apresente outros dados que auxiliem no aprofundamento da análise sobre o tema. De acordo com o “Global Connectivity Report” (em tradução livre, “Relatório de Conectividade Global”), de 2022, publicado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), 65% dos usuários de internet no mundo eram mulheres e 70%, homens. Quanto ao acesso nas áreas rurais e urbanas, esses percentuais foram de 50% e 81%, respectivamente.
Sobre a relação entre o aprofundamento das desigualdades socioeconômicas e o acesso à internet, use o exemplo da pandemia de covid-19. Durante o período de distanciamento social, as parcelas da população sem acesso à internet que estavam estudando foram prejudicadas por não poder acompanhar de forma adequada as propostas colocadas em prática para o ensino a distância. Nesse sentido, promova um momento para que os estudantes que se sintam à vontade relatem as próprias experiências em relação ao acesso às redes.
Comente que a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011, e o Marco Civil da Internet, instituído em 2014 no Brasil, definiram o acesso à internet como um direito humano fundamental.
A desigualdade no acesso às redes pode ser explicada pela falta de três fatores principais: infraestrutura (conexão à internet e equipamentos), acessibilidade (equipamentos, serviços e programas que possam ser utilizados por todos) e habilidades necessárias para utilização das ferramentas digitais
Analise o mapa, o gráfico e as informações a seguir. Depois, responda às questões.
Mundo: população usuária de internet, por país, em % – 2022
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
Parte da população que utiliza a internet (em %)
020406080100
Países menos conectados
Países onde 100% da população utiliza internet
Dados indisponíveis
Cabos submarinos de telecomunicação 0 2510
Mundo: crianças em idade escolar que não têm acesso à internet em casa, por região, em % – 2010-2020
ÁfricacentraleocidentalÁfricaorientalemeridionalSuldaÁsiaOrienteMédioe
Elaborado com base em: L’ATLAS des inégalités: 6000 ans d’histoire: 150 cartes & infographies. Paris: Le Monde; Malesherbes, 2023. p. 150-151. (Coleção Le Monde/La Vie, série 43).
Em 2022, 34% da população mundial não utilizou a internet. No mesmo ano, 67% das crianças em idade escolar não tinham acesso à internet em casa.
Elaborado com base em: L’ATLAS des inégalités: 6000 ans d’histoire: 150 cartes & infographies. Paris: Le Monde; Malesherbes, 2023. p. 150-151. (Coleção Le Monde/La Vie, série 43).
Consulte orientações no MP.
1. Qual é o continente com menor percentual de usuários de internet?
2. Em quais regiões as crianças têm menos acesso à internet em casa?
3. Como é a densidade dos cabos submarinos nessas regiões menos conectadas do planeta?
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Atividades
1. Continente africano.
2. As crianças têm menos acesso à internet na África central e ocidental; na África oriental e meridional; e no sul da Ásia, com percentuais que variam entre 95% e 88% de crianças em idade escolar sem acesso à internet.
3. No continente africano e em determinadas porções do continente asiático, a densidade de cabos é menor do que em outras regiões, como na América do Norte, na Europa e no Oriente Médio.
DIRETORIA DE PESQUISAS; COORDENAÇÃO DE PESQUISAS POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Pnad Contínua: acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2022. Rio de Janeiro: IBGE, c2023. Disponível em: https://biblioteca. ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102040 _informativo.pdf. Acesso em: 15 maio 2024.
O relatório traz o resultado da pesquisa do IBGE sobre o acesso aos meios de comunicação no Brasil.
No território brasileiro, também são observadas desigualdades no acesso à internet.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Analise os dados representados no mapa e nos gráficos a seguir e discuta sobre as desigualdades no acesso à internet com colegas e professor.
Brasil: domicílios que utilizam a internet, por região, em % – 2022
VENEZUELA GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) COLÔMBIA PERU
OCEANO PACÍFICO
BOLÍVIA PARAGUAI URUGUAI ARGENTINA CHILE
Brasil: população que utiliza a internet, por idade, em % – 2022
10
O mapa e os gráficos desta página foram elaborados com base em: DIRETORIA DE PESQUISAS; COORDENAÇÃO DE PESQUISAS POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Pnad Contínua: acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2022. Rio de Janeiro: IBGE, c2023. p. 6, 7, 9. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102040_informativo.pdf. Acesso em: 13 maio 2024.
Brasil: domicílios que não utilizam a internet, por motivo, em % – 2022
Preocupação com privacidade ou segurança
Nenhum morador sabia usar a internet
Falta de tempo
Falta de necessidade
Serviço de acesso à internet não estava disponível na área do domicílio
Equipamento eletrônico necessário para acessar a internet era caro
motivo
Preocupação com privacidade ou segurança
Nenhum morador sabia usar a internet
Falta de tempo
Falta de necessidade
Serviço de acesso à internet não estava disponível na área do domicílio
Equipamento eletrônico necessário para acessar a internet era caro
Serviço de acesso à internet era caro
ser observado em escala mundial e regional, pois as regiões Norte e Nordeste são justamente as que apresentam piores índices socioeconômicos. Observa-se também que as áreas rurais são menos conectadas e têm na questão da infraestrutura um ponto importante, já que em 15,2% dos domicílios rurais o serviço de acesso à internet não estava disponível (contra 0,6% nas áreas urbanas). O custo do equipamento eletrônico necessário para acessar a internet também foi citado como uma barreira. Finalmente, apesar de o número de usuários de todas as faixas etárias ter aumentado, pode-se observar a tendência de redução do uso da internet a partir dos 50 anos de idade, apontando uma exclusão digital das pessoas mais velhas.
Converse com os estudantes sobre a experiência deles com o uso da internet e de ferramentas como computadores, tablets e celulares.
165 6/1/24 2:55 PM ORIENTAÇÕES
Antes das discussões a respeito do tema, reúna os estudantes em duplas ou trios e peça-lhes que explorem livremente o mapa e os gráficos. Circule entre eles verificando as habilidades leitoras desses documentos desenvolvidas ao longo do percurso escolar. Caso considere pertinente, obtenha o relatório completo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel
celular para uso pessoal sugerido no boxe Indicação
Atividade
1. Com base na análise do mapa e dos gráficos, espera-se que os estudantes indiquem que as regiões Norte e Nordeste são as menos conectadas, enquanto a região Centro-Oeste é a mais conectada, seguida das regiões Sudeste e Sul. Os estudantes poderão concluir que o padrão de exclusão digital relaciona-se às condições socioeconômicas de um país, o que pode
O objetivo da atividade é que o estudante se projete como usuário de tecnologias digitais e observe quais são as dificuldades e facilidades nesse uso, fazendo um levantamento prévio de experiências que serão abordadas nas reflexões sobre o letramento digital.
Ao abordar a alfabetização e o letramento digital com os estudantes, é muito importante considerar as vivências e expectativas deles. Nesse sentido, propõem-se algumas questões que podem ser debatidas com o grupo para introdução do assunto.
• Quais são suas expectativas em relação ao uso de computadores e da internet?
Quais são seus temas de interesse? Você já os pesquisou na internet?
Você tem acesso a um computador? Em caso positivo, você o utiliza?
Em caso negativo, o que o impede?
Você se sente mais confortável utilizando um telefone celular ou um computador?
É preciso explicar aos estudantes que muitos podem ser os níveis de aprendizagem no que se refere à alfabetização e ao letramento digital em uma mesma turma. Para alguns estudantes, poderá ser necessário partir do início: aprender o que é um computador, como se conectar à internet, usar um teclado, criar um endereço e-mail, buscar uma informação etc. Para outros, com mais competências digitais, o desafio pode ser criar e divulgar conteúdos. De qualquer forma, é importante destacar que o processo de letramento digital é continuado e que nunca é tarde para aprender a utilizar as ferramentas digitais e ter a oportunidade de ampliar o repertório cultural e intelectual, diminuindo a exclusão social e desenvolvendo a autonomia. O respeito às habilidades e às dificuldades dos colegas precisa ser observado e preservado.
Texto complementar
Ser letrado digital implica saber se comunicar em diferen-
Navegar na internet, fazer compras em um site ou preencher um formulário on-line são ações que fazem parte do cotidiano de muitas pessoas e parecem muito simples para os nativos digitais. Porém, podem representar um verdadeiro desafio para quem não tem intimidade com as ferramentas digitais.
Com dispositivos como computadores e smartphones, entre outros, e a difusão massiva da internet, o ato de ler e escrever não está mais restrito ao papel. As telas passaram a ocupar lugar de destaque, convidando as pessoas a aprender outras formas de leitura e escrita.
Alfabetização e letramento digital referem-se, portanto, às diversas competências e habilidades que aprendemos ao longo da vida quando usamos as tecnologias digitais para buscar, selecionar, compreender, criticar, criar, usar e compartilhar informações.
Aprender a utilizar as tecnologias digitais é importante para que possamos exercer nossa cidadania de forma plena e evitar a exclusão digital. Além de usar a internet para conversar por aplicativos, assistir a vídeos, ouvir música e usar redes sociais, há muitas outras ações importantes que podem ser realizadas on-line. Analise o gráfico.
Brasil: finalidade de acesso à internet das pessoas a partir de 10 anos de idade, em % – 2022 . ...
Conversar por chamadas de voz ou vídeo
Enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail
Assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes
Usar redes sociais
Ouvir músicas, rádio ou podcast
Ler jornais, notícias, livros ou revistas pela internet
Acessar bancos ou outras instituições financeiras
Enviar ou receber e-mails (correio eletrônico)
Comprar ou encomendar bens ou serviços
Usar algum serviço público
Jogar (pelo videogame celular, computador etc.)
Vender ou anunciar bens e serviços
Finalidades (%)
Nativo digital: pessoa nascida a partir dos anos 1990, que cresceu familiarizada com tecnologias como internet, celulares e computadores.
Fonte: BELANDI, Caio. 161,6 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade utilizaram a internet no país, em 2022. Agência IBGE Notícias Rio de Janeiro, 9 nov. 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias. ibge.gov.br/agencia -noticias/2012 -agencia-de-noticias/ noticias/38307-161-6 -milhoes-de-pessoas-com -10-anos-ou-mais-de -idade-utilizaram-a -internet-no-pais-em-2022. Acesso em: 13 maio. 2024.
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tes situações, com propósitos variados, nesses ambientes, para fins pessoais ou profissionais.
[...] A busca de informações na internet também implica saber encontrar textos e compreendê-los, o que pressupõe selecionar as informações pertinentes e avaliar sua credibilidade.
Um dos aspectos do letramento amplificado pelos ambientes digitais é o acesso à informação.
[...] Sendo assim, há muita informação disponível, e cabe ao leitor estar mais atento do que nunca à autoria, à fonte da informação, além de ter senso crítico para avaliar o que encontra.
Outro aspecto saliente em ambientes digitais é a multimodalidade […]. Saber ler e produzir
textos explorando essas linguagens faz parte das competências dos digitalmente letrados, com exigências sociais e motivações pessoais cada vez mais precoces.
LETRAMENTO digital. In: RIBEIRO, Ana Elisa; COSCARELLI, Carla Viana. Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita/Faculdade de Educação da UFMG, 2014. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg. br/glossarioceale/verbetes/letramento-digital. Acesso em: 15 maio 2024.
Nunca é tarde para aprender
No gráfico da página 166, observamos que as pessoas utilizam menos a internet conforme as atividades on-line vão se tornando mais complexas. Se 94,4% dos usuários conversam por chamadas de voz ou vídeo, apenas 33,4% usam algum serviço público, como emitir documentos.
Muitas pessoas desistem de realizar alguma atividade quando é necessário utilizar a internet, seja para lazer, seja para tarefas administrativas, o que pode resultar numa sensação de desconexão e solidão.
ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
Felizmente, nunca é tarde para aprender! É possível pedir ajuda a membros da família e conhecidos. Além disso, existem associações que oferecem cursos e oficinas que ensinam as pessoas a utilizar o computador e a internet.
Mulher aprendendo a utilizar o computador. Buenos Aires (Argentina), 2022.
1. As afirmações a seguir podem ser utilizadas para você avaliar seus conhecimentos sobre as ferramentas e tecnologias digitais. Copie-as em seu caderno e indique, para cada item, uma autoavaliação (entre as quatro destacadas em azul) que mais se aproxima da sua experiência pessoal.
I Sei ligar um computador e usar os principais recursos do teclado.
II Sei usar um editor de textos para escrever frases e textos.
III Sei salvar um arquivo no computador.
IV Sei acessar a internet no celular e no computador
V Sei navegar na internet pelo celular e pelo computador.
VI Sei enviar e responder e-mails no celular e no computador.
VII Sei verificar a veracidade das informações que recebo em redes sociais e outros aplicativos
VIII Sei como proteger meus dados pessoais na internet.
IX Sei buscar informações na internet
Atividade complementar
Há diversos encaminhamentos possíveis com base na autoavaliação presente na atividade 1. Uma possibilidade é auxiliar os estudantes a compartilhar e tabular os tópicos que representam as facilidades e dificuldades do grupo. Essas informações podem ser utilizadas para a formação de grupos heterogêneos, nos quais estudantes com competências e habilidades mais consolidadas poderão auxiliar seus pares em momentos de trabalho com ferramentas digitais. Os resultados da autoavaliação também podem servir para a organização de momentos em que os recursos digitais poderão ser deliberadamente utilizados no contexto do estudo de temas variados, buscando incentivar os estudantes a utilizar o celular e o computador.
Atividade
entendo a finalidade.
Questione os estudantes: a tecnologia possibilita um melhor aprendizado? Peça a eles que justifiquem a resposta com base em suas experiências ou em experiências de conhecidos.
Verifique as argumentações dos estudantes, principalmente daqueles que afirmam não reconhecer a finalidade de desenvolver competências e habilidades relacionadas ao letramento digital. O objetivo é problematizar a questão, reforçando a importância da inclusão digital como parte de um processo de inclusão socioeconômico mais amplo.
1. Resposta pessoal. É importante estabelecer um clima de confiança para que os estudantes se sintam à vontade para responder ao questionário de modo sincero, aproveitando esse momento para uma autoavaliação.
A seção propõe um trabalho interdisciplinar com Matemática, mais especificamente com educação financeira.
O tema “segurança de dados na internet” deve ser abordado com os estudantes considerando-se o número de fraudes praticadas em aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais e sites. Foi escolhido o exemplo do Pix, pois esse meio de pagamento faz parte do cotidiano dos estudantes. Destaque que, quando se fala em segurança na internet, é preciso considerar um número grande de variáveis, que envolve desde a formatação do celular até a verificação dos sites e das informações veiculadas pelos interlocutores, que podem ser potenciais golpistas.
Ressalte que todas as faixas etárias, gêneros e classes sociais estão sujeitas a golpes. De acordo com dados do estudo feito pela fintech Silverguard, a média de prejuízo de um golpe com Pix é de aproximadamente 3 mil reais, o que equivale a quase dois meses da renda média do brasileiro. Além disso, os golpes começam nos aplicativos mais utilizados de mensagens instantâneas e nas duas maiores redes sociais. Por isso, reforce com os estudantes o cuidado que eles devem tomar quanto à partilha de informações pessoais e à verificação dos dados enviados por supostos vendedores ou funcionários de bancos.
Atividades
1. Durante o compartilhamento das respostas, cuide para que nenhum estudante exponha seus dados ou sua vida financeira.
Com o avanço tecnológico da internet, bancos e outras instituições financeiras têm apostado cada vez mais na oferta de serviços digitais por meio de aplicativos e sites
Apenas alguns toques na tela do celular ou alguns cliques no computador nos permitem fazer compras, transferências e pagamentos. Se por um lado isso torna nosso dia a dia mais prático, por outro é preciso aprender a proteger nossos dados pessoais e bancários, reduzindo a possibilidade de golpes e fraudes.
Um dos serviços mais utilizados hoje pelos brasileiros é o Pix. Lançado pelo Banco Central do Brasil em 2020, esse meio de pagamento instantâneo permite a realização de transferências bancárias isentas de taxas.
Segundo o Banco Central do Brasil, 9% dos brasileiros já foram vítimas de golpes do Pix. Leia o trecho de texto a seguir.
Vendedor ambulante de coco e água mineral em Ipojuca (PE), 2024.
A pesquisa revelou que 9% dos brasileiros já caíram em algum golpe financeiro com PIX. E, na maioria dos casos, ele começa por aplicativos de mensagem. Os tipos mais comuns de golpes com PIX são:
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Pix foi o meio de pagamento mais utilizado no Brasil em 2023.
• venda de produtos falsos ou feita por loja que não existe;
• golpista que se passa por parente ou amigo para pedir dinheiro;
• pessoa que oferece uma oportunidade de investimento falsa usando o PIX. QUATRO em cada dez brasileiros já sofreram alguma tentativa de golpe com PIX, diz pesquisa. G1, [s. l.], 6 set. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2023/09/06/quatro -em-cada-dez-brasileiros-ja-sofreram-alguma-tentativa-de-golpe-com-pix-diz-pesquisa.ghtml. Acesso em: 13 maio. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
Converse com colegas e professor sobre as questões a seguir.
1. Como você se relaciona com as tecnologias na hora de realizar transações financeiras?
Resposta pessoal.
2. Você já foi vítima ou conhece alguém que foi vítima de golpes financeiros utilizando o Pix?
Resposta pessoal.
3. Você adota alguma medida para proteger seus dados nas redes?
Resposta pessoal.
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2. Garanta que a sala de aula seja um ambiente de paz e acolhimento para possíveis relatos sensíveis em que os estudantes se sintam vulneráveis.
3. O objetivo dessas questões é propiciar um momento para que os estudantes possam refletir sobre a relação deles com o uso das ferramentas digitais para realização de transações financeiras.
Esse diálogo fornecerá importantes elementos de reflexão e encaminhamento das propostas de atividades sugeridas e de outras que poderão ser criadas e
desenvolvidas para atender às necessidades da turma. Será possível verificar as práticas relacionadas à segurança de dados de cada estudante, permitindo, por exemplo, a formação de grupos heterogêneos para que os estudantes possam trocar informações entre si.
Aprender a proteger os próprios dados pessoais e bancários é essencial para podermos desfrutar das facilidades oferecidas pelas ferramentas digitais com mais segurança. Leia as dicas com atenção.
• Use uma senha diferente para cada conta (e-mail, redes sociais, aplicativos).
• Crie senhas fortes, difíceis de serem descobertas. Use palavras aleatórias com letras maiúsculas e minúsculas, intercaladas por números e caracteres especiais (@, #, $).
• Nunca use nomes de pessoas da família e datas de nascimento.
• Guarde suas senhas em um aplicativo com essa função.
• Nunca deixe suas senhas no bloco de notas do celular.
• Nunca repasse senhas ou códigos de verificação por mensagem, e-mail ou telefone. Em caso de dúvida, entre em contato com a empresa ou o banco em nome do qual a pessoa que pede esses dados está falando.
• Desconfie de ofertas atraentes de produtos ou de pedidos urgentes de dinheiro em aplicativos de mensagens instantâneas.
• Nunca faça transferências bancárias sem antes ligar para a pessoa que supostamente está pedindo dinheiro, a fim de verificar a informação.
• Nunca clique em links de promoções e prêmios que você supostamente ganhou nem informe seus dados pessoais nesses casos.
• Nunca utilize o número de CPF como chave Pix. Prefira as chaves aleatórias.
• Configure as opções de segurança do seu celular para dificultar a vida do ladrão em caso de roubo.
Fui vítima de um golpe, e agora?
• Em caso de celular roubado desbloqueado, entre em contato com a operadora o quanto antes para solicitar o bloqueio da linha.
• Ligue imediatamente para o canal de atendimento do seu banco e solicite o bloqueio de todas as contas, cartões e serviços.
• Registre um boletim de ocorrência, independentemente do valor perdido no golpe.
• Acompanhe a evolução do caso e acione os responsáveis até obter uma resposta.
Organizem-se em grupos para elaborar uma cartilha ilustrada sobre segurança na internet.
PASSO A PASSO
1. Decidam com colegas e professor os itens a serem desenvolvidos e como serão produzidos os textos para as orientações. Reflitam sobre o que é essencial dizer para o público desse material.
2. Produzam os textos de modo direto e objetivo.
3. Criem ilustrações que dialoguem com os textos escritos.
4. Planejem a divulgação do material elaborado, a qual pode ser feita por meio impresso e/ou digital.
É importante destacar que as medidas de segurança indicadas são condutas básicas, que podem ser ampliadas de acordo com os conhecimentos técnicos dos estudantes. Reforce a ideia de que, sempre que houver dúvida, é fundamental verificar as informações antes de realizar uma transferência, pois os golpes mais populares costumam ser vendas falsas de produtos e pedidos de dinheiro por pessoas que se passam por familiares. Explique aos estudantes que é possível solicitar a devolução do dinheiro em caso de fraudes, utilizando o Mecanismo Especial de Devolução (MED), exclusivo do Pix. No boxe Indicações, consta a página do Banco Central, que fornece mais informações sobre esse serviço de devolução.
MATERIAIS – EGC 5.0. [São Paulo]: CERT.br, 2023. Disponível em: https://cartilha. cert.br/guardiao/. Acesso em: 15 maio 2024.
A página traz diversos materiais bastante completos sobre segurança na internet.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. O que é e como funciona o mecanismo especial de devolução (MED) Brasília, DF: BCB, 2023. Disponível em: https:// www.bcb.gov.br/meubc/ faqs/p/o-que-e-e-como -funciona-o-mecanismo -especial-de-devolucao -med. Acesso em: 15 maio 2024.
A página traz informações sobre o funcionamento do MED.
Explique aos estudantes que diversas formas de expressão artística estão disponíveis em plataformas digitais, como apresentações musicais e visitas virtuais a museus e exposições artísticas. Essa acessibilidade digital tem impulsionado um aumento no ativismo artístico e cultural on-line
Organize uma roda de conversação e contextualize que, devido à pandemia de covid-19, muitas regiões do mundo tiveram que proibir eventos culturais presenciais, como espetáculos, visitas a museus e sessões de cinema, para evitar aglomerações. Destaque como essa situação levou ao crescimento das alternativas digitais, permitindo que as pessoas continuassem acessando a cultura e a arte de forma segura.
Assim, diante das restrições impostas, artistas e grupos de diferentes linguagens artísticas ocuparam as redes sociais e plataformas digitais para apresentar e divulgar seus trabalhos. Mesmo após o fim da pandemia, quando público e artistas puderam retomar os encontros presenciais, o espaço virtual continuou sendo um importante meio de expressão. Isso ampliou as possibilidades de diálogo, reflexão e exploração de temas na prática artística. Um exemplo disso é a Cia. Barbixas de Humor, com o espetáculo “Improvável”, que atuou nas redes sociais e plataformas digitais durante o período da pandemia e continua gravando e publicando seus improvisos e risos digitalmente. Explique aos estudantes que, hoje, muitos grupos de teatro adaptaram suas apresentações para o ambiente on-line, utilizando plataformas de internet
Como estudamos, houve uma época em que tanto o rádio quanto a televisão exerciam forte influência no modo como as pessoas consumiam notícias. Nos programas de rádio, o radioteatro e as radionovelas eram muito populares nas décadas de 1930 e 1940. Integrando a linguagem do rádio e do teatro, os atores interpretavam histórias de romance, de aventura e até de ficção científica. Essas transmissões eram feitas ao vivo e atraíam grande audiência.
No dia 30 de outubro de 1938, a emissora de rádio estadunidense Columbia Broadcasting System (CBS) transmitiu uma peça de radioteatro baseada na obra de ficção científica do escritor britânico Herbert George Wells (1866-1946), conhecido como H. G. Wells, intitulada “A guerra dos mundos”. O cineasta George Orson Welles (1915-1985) comandou a transmissão ao vivo de um radioteatro, que, dada a realidade da leitura, pareceu aos ouvintes uma notícia real sobre uma invasão alienígena iminente. Com uma narrativa de estética jornalística, além de entrevistas, diálogos e efeitos sonoros, a peça levou parte do público a acreditar em uma invasão extraterrestre.
Orson Welles, no alto à esquerda, durante transmissão da peça de radioteatro baseada no clássico
A guerra dos mundos, de George Wells. Estados Unidos, 1938.
Artistas inventam e reinventam formas de criar e divulgar sua arte. Na contemporaneidade, as mídias digitais tornaram-se uma ferramenta indispensável a essa tarefa. Com o distanciamento social imposto pela pandemia de covid-19, houve um aumento do uso da internet e dos meios digitais para a criação e divulgação de espetáculos artísticos em todas as linguagens.
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para alcançar um público maior. Pergunte se eles costumam assistir a esses tipos de espetáculos on-line e, em caso afirmativo, incentive-os a compartilhar suas observações sobre essa forma de teatro adaptada para vídeos gravados.
Para concluir, pergunte como eles ficam sabendo dessas produções. Isso pode incluir seguir canais de teatro nas redes sociais, assinar newsletters ou receber recomendações de amigos. Por fim, discuta a experiência de assistir a esses espetáculos virtualmente: quais são as vantagens e
desvantagens? Como eles se sentem ao assistir a uma peça de teatro sem estar fisicamente presente na plateia? Essa conversa pode ajudar os estudantes a refletir sobre as mudanças na maneira de consumir cultura e arte no formato digital.
Atividade complementar Observe atentamente a imagem da cena do espetáculo “Improvável”. Identifique e descreva os elementos da linguagem teatral presentes, como a iluminação, o figurino, os objetos de cena e a disposição
Foi esse o caso da Cia. Barbixas de Humor. Durante a fase de isolamento social, o trio de humoristas dedicou-se a eventos on-line. Com o retorno da plateia presencial, eles voltaram a montar o espetáculo “Improvável”, em que as pessoas sugerem temas e os artistas improvisam cenas com humor. As apresentações são conduzidas por um mestre de cerimônias que orienta as cenas e facilita a relação entre público e atores. Os espetáculos são gravados e transmitidos pelas redes sociais, alcançando milhares de pessoas virtualmente.
Consulte orientações no MP.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Em grupos, apresentem uma história em forma de notícia de modo improvisado.
PASSO A PASSO
a) Escolham uma história factual ou fictícia e selecionem um trecho dela para ser apresentado em cena.
b) Transformem esse trecho da história em uma notícia, inspirando-se na peça de radioteatro de Orson Welles.
c) Em 15 minutos, combinem previamente alguns detalhes sobre a cena improvisada, que deve durar cerca de 5 minutos.
d) Definam a ordem das apresentações.
e) Ao final das apresentações, conversem sobre essa experiência e avaliem as facilidades e dificuldades encontradas na improvisação das cenas.
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET8-U07-152-173-LE-G25-AVU.indd 171 6/1/24 2:55 PM dos atores e do mediador no palco. Registre detalhadamente suas observações em seu diário de experiências e compartilhe suas descobertas com colegas.
Incentive os estudantes a analisar o figurino e a maquiagem dos atores. Peça-lhes que observem a iluminação do palco, as posições e as expressões corporais dos atores e do mediador e que notem, também, os objetos de cena utilizados. Oriente-os a considerar como cada um desses elementos contribui para a atmosfera e a narrativa do espetáculo e a avaliar a interação en-
tre esses diversos componentes. Por fim, incentive os estudantes a refletir sobre o efeito que esses elementos têm na percepção da apresentação.
1. Explique aos estudantes que a atividade tem como objetivo combinar elementos de literatura e jornalismo em um formato de teatro improvisado. Incentive os estudantes a pensar sobre as práticas de improvisação nas diversas formas de arte, questionando se eles já assistiram a
alguma apresentação que incorporou a improvisação. Discuta exemplos que eles possam ter visto em teatro, música, dança ou mesmo em artes visuais.
Após essa reflexão inicial, apresente a ideia de realizar jogos de improvisação teatral, explicando como esses jogos funcionam e como podem ser uma forma divertida e educativa de explorar as habilidades de pensamento rápido. Organize uma breve demonstração ou explique as regras de um jogo de improvisação para prepará-los para participar ativamente.
Oriente cada grupo a escolher um trecho de um livro que seja narrativo e rico em eventos ou diálogos que possam ser transformados em uma notícia. Instrua os estudantes a reescrever o trecho escolhido em formato de notícia, pensando em como uma emissora de rádio dramatizaria essa história. Durante o tempo disponível, explique as etapas de trabalho: quem serão os narradores, as personagens envolvidas e como utilizarão a voz e as expressões corporais para transmitir a notícia de forma mais envolvente. Oriente os estudantes a filmar as próprias apresentações de improvisação. Explique que assistir a essas gravações posteriormente é uma ferramenta valiosa para autoavaliação e aprendizado. Encoraje-os a observar atentamente como realizaram as improvisações, notando pontos fortes e áreas para melhoria. Discuta a importância de refletir sobre o próprio desempenho para desenvolver habilidades artísticas e expressivas.
Atividades
1. a) São criticadas as soluções caseiras que não têm comprovação científica contra a dengue.
b) O principal risco é que as pessoas não cumpram as medidas científicas contra a dengue.
c) A popularização das redes sociais intensificou a disseminação de fake news , já que elas possibilitam uma comunicação instantânea e a circulação acelerada de informações.
Respostas pessoais. Promova um momento para o compartilhamento das experiências dos estudantes, garantindo o respeito e acolhimento de todos os relatos.
Consulte orientações no MP.
1. As fake news têm grandes implicações sociais. Leia o trecho do texto e o cartaz e, em seguida, responda ao que se pede.
[…] Com a explosão no número de casos de dengue em todo o país, as buscas por armadilhas contra o mosquito e tratamentos caseiros para a doença tiveram um pico.
Segundo o Google Trends, pesquisas com o termo ‘repelente caseiro para dengue’, por exemplo, tiveram um aumento repentino de 600% no ano. Já a ‘armadilha para mosquito da dengue’ cresceu 200%.
Vídeos com milhões de visualizações nas redes sociais indicam soluções mágicas contra o Aedes aegypti . Especialistas ponderam, porém, que essas dicas alternativas mais atrapalham do que ajudam a proteger.
[…]
[O infectologista Rafael] Galliez alerta para o principal risco dessas ‘medidas alternativas’: ao acharem que estão se protegendo, as pessoas, na verdade, se colocam mais vulneráveis ao efeito grave do vírus, justamente por não cumprirem nenhuma medida científica contra a doença.
REZENDE, Leonardo. Veja o que é #FATO ou #FAKE nas medidas caseiras contra a dengue. G1, [s. l.], 9 mar. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/fato-ou -fake/noticia/2024/03/09/veja-o -que-e-fato-ou -fake-nas-medidas-caseiras -contra-a-dengue.ghtml. Acesso em: 13 maio 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. [Campanha] Conselhos contra a dengue. 2024. 1 cartaz.
172
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a) Quais medidas consideradas fake news são criticadas pelos cientistas?
b) De acordo com o texto, qual é o principal risco das fake news para a população?
c) De que forma é possível relacionar a popularização das redes sociais com a disseminação de fake news no presente?
d) Você já se deparou com fake news? O que você fez a respeito? Converse com colegas e professor.
2. Analise o mapa e a informação a seguir. Depois, responda ao que se pede.
Brasil: população em idade escolar com acesso à internet, por condição, em % – 2022
No Brasil, em 2022, 92,2% dos estudantes acessaram a internet, enquanto 85,9% das pessoas em idade escolar, mas que não estavam estudando, acessaram a internet.
2. a) Não é possível afirmar que todos os estudantes têm acesso à internet. A Região Sudeste é aquela com a maior parcela de estudantes com acesso à internet, ainda assim nem todos os estudantes dessa região têm acesso. Já na Região Norte, cerca de 16% dos estudantes não possuem acesso à internet.
SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) COLÔMBIA
PERU
VENEZUELA GUIANA
BOLÍVIA
OCEANO PACÍFICO
ARGENTINA
Estudante Não estudante 0250
Divisa regional Fronteira internacional
Elaborado com base em: DIRETORIA DE PESQUISAS; COORDENAÇÃO DE PESQUISAS POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Pnad Contínua: acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2022. Rio de Janeiro: IBGE, c2023. p. 9. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/livros/liv102040_informativo.pdf. Acesso em: 13 maio 2024. SONIA VAZ
PARAGUAI URUGUAI
a) Com base no mapa, é possível afirmar que todos os estudantes brasileiros têm acesso à internet no país? Justifique.
b) Além do acesso desigual à internet pelos estudantes, quais outras desigualdades marcam o acesso dessa tecnologia no país?
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b) Os estudantes podem retomar informações estudadas ao longo da unidade, como a desigualdade por idade, as desigualdades regionais ou as desigualdades entre domicílios urbanos e rurais.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Mundo digital e pretende contribuir para a compreensão dos estudantes quanto aos processos, às ferramentas e às transformações que a inteligência artificial (IA) tem promovido na sociedade, considerando uma diversidade de contextos e recortes geográficos, históricos, culturais e sociais. Para alcançar esse objetivo, a arte digital é estudada, com destaque para o seu papel no reconhecimento de identidades culturais, na democratização de acesso e nas discussões contemporâneas. Além disso, são analisadas questões do espaço digital, ou ciberespaço, e acontecimentos como a ciberguerra. Dentro dessa discussão, apresentam-se questões pertinentes à adaptação social e cultural em relação à tecnologia, como o Marco Civil da Internet e outras legislações.
Objetos de conhecimento
Arte analógica, digital e híbrida
Inteligência artificial e mundo do trabalho
Cibercultura, ciberguerra e ciberespaço
Transformações socioculturais e legislação no uso de IA
Inicie a unidade comentando com os estudantes que serão estudadas a inteligência artificial, as mudanças e transformações socioculturais nas ciências e nas artes provocadas pelo surgimento dessa nova ferramenta e a urgência dos debates e posicionamentos pela ética na cibercultura.
Convide-os a observar a imagem da instalação interativa “O essencial é invisível aos olhos”, de Ygor Marotta e Ceci Soloaga. Explique que
1. Resposta pessoal. Na imagem, um visitante interage com ferramentas, criadas pelos artistas Yago Marotta e Ceci Soloaga, que permitem a criação de desenhos por meio da realidade virtual.
■ Arte digital
■ Inteligência artificial
■ Ciberespaço e ciberguerra
■ Marco Civil da Internet
Marotta é um artista visual de São Paulo (SP), conhecido pelo seu trabalho como parte da dupla VJ Suave, junto com Ceci Soloaga, uma artista audiovisual preocupada, principalmente, com a arte de rua. Eles se destacam no mundo da arte por utilizar tecnologia interativa e mapeamento de projeção e por adaptar animação tradicional para o que eles chamam de “grafite digital”, projetando as animações ao mesmo tempo que interagem com o público em tempo real. O trabalho de VJ Suave foi levado a diversos países, incluindo Rússia, Luxemburgo e Eslováquia, além de várias cidades do Brasil, transformando
espaços públicos em telas gigantes para suas expressões artísticas.
O título da obra, inspirado na famosa frase de “O pequeno príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), sugere uma reflexão sobre as forças invisíveis da natureza e os conhecimentos ancestrais, que, embora não visíveis, são profundamente sentidos. A experiência é projetada para ser breve, mas intensa, com sessões de 10 minutos que podem ser repetidas para explorar todas as trajetórias possíveis dentro desse universo virtual.
Performance de Ygor Marotta com realidade virtual na instalação interativa O essencial é invisível aos olhos, idealizada pela dupla VJ Suave (por Ygor Marotta e Ceci Soloaga). Rio de Janeiro (RJ), 2017.
[…]
Você não precisa de artistas?!
Então fecha os olhos.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes levantem conhecimentos prévios e hipóteses sobre o tema, comentando se já ouviram falar ou se já se informaram sobre isso em jornais, páginas na internet, filmes, séries, videogames e outras mídias.
Mora no breu.
Esquece o que a arte te deu.
Finge que não te deu nada.
Nem um som, nem uma cor, nem uma flor na sua blusa.
3. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes debatam sobre a presença da arte no cotidiano, comentando como percebem as linguagens artísticas na fruição e também como forma de expressão de poéticas pessoais.
Nem Van Gogh, nem Tom Jobim, nem um Gonzaga, nem Diadorim. […]
3. b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compartilhem opiniões sobre o impacto da cibercultura na arte.
Transcrito de: VIDA em branco – você não precisa de artistas?!, Zélia Duncan – #ZoioNoZoio: poesia #1. 2020. Vídeo (1 min). Publicado pelo canal Zélia Duncan. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=IjV-99mZ8eM. Acesso em: 15 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Observe a imagem e leia o trecho do poema desta abertura de unidade.
1. Descreva a imagem da performance de Ygor Marotta na instalação “O essencial é invisível aos olhos”. O que está acontecendo na cena? Que sensações são provocadas em você?
2. Você já ouviu falar de “arte digital”? Converse com colegas e professor sobre o que sabe ou imagina que esse termo signifique.
3. Leia o trecho do poema de Zélia Duncan (1964-) e responda ao que se pede.
a) Qual é a importância da arte em sua vida?
b) O que você pensa sobre o uso da inteligência artificial (IA) em produções artísticas? Em sua opinião, uma máquina pode substituir a poética e a criação humana na arte?
A dupla VJ Suave é formada pela argentina Ceci Soloaga (1983-) e pelo paulistano Ygor Marotta (1986-). Especialistas em arte digital, desenvolvem projetos artísticos que promovem experiências imersivas e interativas por meio da tecnologia. QUEM SÃO?
Explique aos estudantes que essa instalação convida o visitante a refletir sobre a relação entre tecnologia e percepção sensorial, questionando o que é essencial e como isso pode ser experienciado além do visual. A performance propõe uma imersão que vai além do entretenimento, tocando em aspectos culturais, utilizando a realidade virtual como uma nova forma de expressão artística e de conexão com saberes tradicionais. Pergunte aos estudantes se já estiveram em instalações que utilizam recursos de experiência em realidade virtual. Caso con-
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sidere oportuno, apresente mais imagens e vídeos de apresentações ou exposições desse tipo, ampliando o repertório imagético e artístico dos estudantes. Peça-lhes que leiam o trecho do poema de Zélia Duncan, “Vida em branco – você não precisa de artistas?!”. Incentive-os a relacionar a mensagem do poema à imagem da instalação, compartilhando opiniões, sensações e conclusões sobre o tema. Caso haja possibilidade, promova a audição do poema completo, declamado pela autora.
1. Explique aos estudantes que “O essencial é invisível aos olhos” é uma instalação interativa de realidade virtual que transporta o visitante, equipado com óculos e luvas de realidade virtual, para uma floresta digital. Na experiência, o visitante tem a liberdade de escolher o próprio caminho, explorando vegetação, grutas e quedas-d’água. A estética e a interatividade da instalação remetem ao universo dos videogames, explorando a tecnologia de realidade virtual para criar um ambiente imersivo.
2. Incentive os estudantes a compartilhar experiências e opiniões. Explique que arte digital é uma forma de manifestação artística que utiliza tecnologia digital na criação ou exibição de obras e pode incluir técnicas como animação, realidade virtual, arte interativa e projeções, explorando a relação entre tecnologia e expressão poética e criativa.
3. a) e b) Proponha aos estudantes uma reflexão sobre a influência da arte em suas vidas e como eles percebem as diversas linguagens artísticas e interagem com elas, tanto nas obras de outros quanto como meio de expressão das próprias poéticas. Discuta o uso da inteligência artificial na criação de imagens, textos e vídeos, questionando como acompanham esses debates e quais são suas opiniões a respeito. Explore como as tecnologias digitais podem ser utilizadas de forma positiva e se eles têm conhecimento de usos negativos da inteligência artificial, incentivando-os a dar exemplos. Ressalte que as tecnologias digitais são ferramentas cujo impacto depende de como são utilizadas. Finalize solicitando as opiniões dos estudantes sobre o impacto da cibercultura na arte e se consideram necessária a regulamentação de conteúdo na internet.
Organize uma roda de conversação com os estudantes para discutir o que sabem a respeito da arte híbrida, também chamada de artes integradas. Explique que esses termos descrevem práticas artísticas que incorporam elementos de diversas linguagens e materialidades. Os artistas podem utilizar uma combinação de recursos tecnológicos e diferentes mídias. Discutam exemplos que vão das Artes Circenses ao Cinema e Vídeo, incluindo videoarte, videodança, videoinstalação e videoescultura.
Comente com os estudantes que a relação entre arte e tecnologia, exemplificada pelo trabalho do artista Beeple, demonstra como as fronteiras entre o analógico e o digital estão se tornando cada vez mais fluidas e interconectadas. Beeple, em particular, é conhecido por utilizar uma variedade de mídias em suas obras, combinando técnicas tradicionais com ferramentas digitais para criar uma forma de arte engajada, que se propõe a discutir essa nova realidade contemporânea.
A obra “Human One” é um exemplo de como as tecnologias digitais podem ser aplicadas na arte para criar experiências imersivas e multidimensionais. Essa videoescultura, que apresenta uma personagem em um ambiente de realidade virtual, é um exemplo de arte híbrida que convida o espectador a repensar a condição humana na Era da Informação. Aproveite a oportunidade para fazer sondagens sobre os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito dessas questões.
Era da Informação é uma expressão utilizada para se referir aos acontecimentos e desenvolvimentos tecnológicos decorrentes da expansão do ciberespaço e da cibercultura. Isso inclui o uso de ferramentas digitais e meios de comunicação viabilizados pela internet, além do modo como essas tecnologias estão transformando as sociedades. Estamos vivenciando um período repleto de inovações, com o surgimento constante de novos termos e novos significados para descrever cada tipo de tecnologia e seu uso. Assim, termos como “digital”, “virtual” e “artificial” podem estar integrados, porém não devem ser confundidos. Cada um deles, envolvidos em diferentes processos de criação e de uso, pode exigir ferramentas e interações distintas, juntando arte analógica e digital, como na obra reproduzida a seguir.
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O artista multimídia estadunidense conhecido como Beeple, por exemplo, usa diferentes materiais, processos e ferramentas em suas obras de arte. Em algumas produções, ele combina desenhos e pinturas feitas com materialidades tradicionais (como papel, tinta, pincel, caneta, entre outras) com ferramentas de tecnologias digitais para criar e editar imagens. Em obras como as de Beeple, integra-se arte analógica (criações artísticas produzidas de modo manual, sem o uso de ferramentas digitais) e arte digital (produções artísticas criadas com o uso de tecnologias digitais, que podem incluir diversas formas, ferramentas e processos na criação de imagens, músicas, animações, vídeos, entre outros).
Como resultado dessas experimentações, temos uma arte híbrida, que combina diferentes linguagens, materialidades e processos de criação. Na obra “Human One” (em tradução livre, “Primeiro Humano”), por exemplo, Beeple produziu uma videoescultura em forma de cápsula retangular. Nessa videoescultura, o artista apresenta uma personagem que nasceu e vive apenas no universo digital. Essa personagem está em constante movimento, e o espectador pode observá-la caminhar conforme o ambiente muda ao redor dela.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. 9, 10 e 11 Ouça os áudios das Faixas 9, 10 e 11. Você consegue identificar qual faixa traz arte analógica, arte digital e arte híbrida? Converse com colegas e professor.
2. O que chama a sua atenção na arte híbrida “Human One”, do artista Beeple? Que temas podem ser discutidos por meio dessa obra?
3. Você já viu filmes ou séries de televisão que usam realidade virtual (RV)? Já teve experiências imersivas com jogos, exposições e outros produtos que permitem vivenciar realidades paralelas?
4. Em sua opinião, RV, realidade aumentada (RA) e metaverso possuem o mesmo significado? Levante hipóteses, compartilhando o que sabe ou imagina com base em suas experiências.
QUEM É?
Mike Winkelmann (1981-), mais conhecido como Beeple, nasceu no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. Designer gráfico que se destaca no mundo da arte digital, é conhecido por seus trabalhos com NFT (non-fungible token; em tradução livre, “token não fungível”), ativo registrado em ambiente digital que representa algo exclusivo, autêntico e de propriedade de alguém.
SAIBA MAIS
• BEEPLE, Human One. 2022. Vídeo (13 s). Publicado pelo canal Christie’s. Disponível em: https://vimeo. com/681939440. Acesso em: 22 maio 2024. Acesse o link e observe a videoescultura em movimento.
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experiências e relatos. Comente que esses recursos tecnológicos e as sensações e ideias que eles podem provocar no espectador são explorados em diversas linguagens artísticas. Tais abordagens incluem temas de filmes e textos literários de ficção científica, além de propostas para vivenciar sensações e emoções em ambientes virtuais, como assistir a filmes em 3D, usar games ou visitar exposições imersivas e instalações que utilizam realidades virtuais ou aumentadas.
4. Resposta pessoal. Aproveite a oportunidade para elencar os conhecimentos prévios dos estudantes. Os termos indicados na atividade serão retomados ao longo da unidade. Espera-se que eles respondam que realidade virtual (RV), realidade aumentada (RA) e metaverso não são a mesma coisa.
“Autorretrato”, música de autoria de Fernando Velázquez criada de forma digital com base no código genético do artista uruguaio.
“Orema Rojerure Araguy’je Ve’i Ma”, registro de canção tradicional guarani interpretada pelo grupo Takuá Verá, com canto, violão, violino e percussões.
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1. Resposta pessoal. Oriente os estudantes na identificação das sonoridades, reconhecendo instrumentos e recursos que possam auxiliá-los na classificação dos sons.
2. Respostas pessoais. Convide os estudantes a compartilhar suas impressões e sensações sobre a obra. Garanta um espaço de escuta respeitosa e acolhedora, não permitindo comentários ou ações que invalidem ou desqualifiquem falas ou opiniões dos colegas.
3. Respostas pessoais. Converse com os estudantes sobre suas experiências e proximidades com realidade virtual ou filmes que abordam esse tema. Explique que essas produções utilizam tecnologias digitais para criar ambientes ilusórios, permitindo ao espectador vivenciar experiências quase reais. Destaque que, nesses ambientes virtuais, também é possível a interação entre usuários através de avatares em espaços como o metaverso. Incentive-os a compartilhar as próprias
“ Mosaic para piano, pianola e processamento digital”, composição do português João Pedro Oliveira (1959-), especialmente para a pianista brasileira Ana Cláudia de Assis. O compositor propôs que Ana tocasse um piano e um piano de brinquedo, enquanto a composição eletrônica, já gravada, era disparada.
DIDÁTICAS
Explique aos estudantes que a arte digital é o resultado de pesquisas realizadas por diversos artistas e cientistas que buscam compreender a Era da Informação, explorando ferramentas e recursos eletrônicos, mídias, aplicativos e programas de computadores para criar, editar e transformar imagens, movimentos, sons e técnicas. Essas produções são cada vez mais dinamizadas pela internet. Existem muitos processos e formas para criar poéticas artísticas na arte digital.
Pergunte aos estudantes se já perceberam a presença de imagens digitais em diversos contextos, desde telas de computador até projeções em shows de música, destacando como essas tecnologias impactam visual e sonoramente as apresentações.
A proposta do infográfico é apresentar alguns caminhos no processo de criação de artistas e grupos que produzem arte com base em intenções, poéticas, recursos e contextos históricos e culturais de que dispõem; bem como mostrar que, a cada instante, novas produções podem surgir em linguagens híbridas, através de recursos já inventados, como realidade virtual, realidade aumentada, metaverso, inteligência artificial e outros a serem criados no futuro.
Contextualize que o paulista Arlindo Machado (1949-2020) foi um importante pesquisador e professor de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e precursor nos estudos sobre mídias e artes digitais no Brasil.
‘A arte sempre foi produzida com os meios de seu tempo. […]’
MACHADO, Arlindo. Arte e mídia. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010. p. 9.
GILBERTTO PRADO, 9/4 FRAGMENTOS DE AZUL, INSTALAÇÃO INTERATIVA, 1997. DISPONÍVEL EM: HTTPS://WWW.GILBERTTOPRADO.NET/94-FRAGMENTOS-DE-AZUL.HTML
Arte é uma criação humana que se funde à própria origem, história e existência da humanidade. As produções artísticas foram sendo criadas com base em materiais e ideias que estavam à disposição em cada tempo, cultura e lugar do mundo. É esse o caso, por exemplo, da arte digital, que oferece diversas possibilidades de criação artística e de expressão de poéticas, emoções e ideias.
PRADO, Gilbertto. Fragmentos de azul. 1997. Instalação em ambiente interativo com computadores e estrutura de metal. Espaço Cultural Itaú, São Paulo (SP).
É um método de codificação de dados que utiliza somente dois valores: 0 e 1. Pode ser considerada a base da linguagem de programação de computadores, representando um grande avanço para a Era da Informação. Nesta imagem, o conjunto de números significa “arte” na linguagem binária.
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Na década de 1960, o artista ítalo-brasileiro Waldemar Cordeiro (1925-1973), em parceria com o físico italiano Giorgio Moscati (1934-), desenvolveu produções que utilizavam a linguagem binária. Juntos, criaram imagens e textos que permitiam a programação de computadores para decodificar sons, imagens e palavras, usando combinações numéricas.
Esclareça que a Geometria Fractal é uma área da Matemática que estuda formas e padrões que se repetem em diferentes escalas; incentive a reflexão sobre a apli-
EXPOSIÇÕES IMERSIVAS
Explora o ciberespaço e a cibercultura para criar maior interação com o público por meio de jogos, objetos de robótica, imagens em 3D e exposições interativas e imersivas, tendo como suporte diversas mídias digitais e ambientes virtuais.
CORDEIRO, Waldemar. Computer plotter art. 1969. Mini Galeria do Usis, São Paulo (SP).
cação desse padrão tanto na natureza quanto na arte digital.
Gilbertto Prado (1954-) nasceu em Santos (SP) e é professor do Departamento de Artes Plásticas da USP. Seu trabalho como artista se destaca no contexto brasileiro por sua abordagem às mídias digitais, explorando como essas tecnologias podem ser utilizadas para expandir as formas tradicionais de expressão artística.
Comente que a artista maranhense Silvana Mendes dedica-se a pesquisar livros de História e a buscar imagens de paisagens antigas e de natureza na internet.
Arte fractal
É criada com base em equações matemáticas que geram imagens digitais com padrões que se repetem em diferentes escalas, podendo ser ampliadas sem perder os detalhes da forma original. Elas podem estar presentes, por exemplo, na tela de computadores ou em projeções de imagens durante shows de música.
Imagem fractal que representa uma concha abstrata em tons de azul e amarelo. 2019.
Desenhos, pinturas e colagens digitais
São produzidas em programas de computador e utilizadas em infográficos, capas de revista, álbuns de música, ilustrações de livros, entre outras produções criadas para meios impressos e/ou digitais. No Brasil, artistas como Silvana Mendes (1991-) têm desenvolvido colagens digitais que expressam o ativismo pelo não apagamento histórico do povo negro e de suas ancestralidades.
MENDES, Silvana. Afetocolagens. 2019. Colagem digital impressa sobre papel.
Têm explorado a RV, tecnologia que simula cenas e objetos que imitam a realidade, possibilitando a imersão e a interação dos usuários em ambientes digitais tridimensionais (3D) criados digitalmente; a RA, recurso tecnológico capaz de integrar imagens digitais com cenas reais, por meio de câmeras, filtros e sensores; e o metaverso, que, além de usar tecnologias de RV e RA, propõe criar experiências em que as pessoas vivenciem personagens, histórias, ambientes e interações com outros usuários por meio de avatares.
Mulher experimenta dispositivo para criar personagens virtuais utilizando a IA, em uma exposição com o tema metaverso. Kunshan (China), 2023.
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Com esses materiais, ela cria composições visuais que expressam a representação e a representatividade do povo negro e suas histórias, demonstrando seu desejo por uma formação cultural e educacional antirracista. Suas obras são exibidas tanto em espaços físicos, como galerias e museus, quanto virtualmente, em suas redes sociais e outras páginas da internet.
A artista busca desconstruir visualidades negativas e estereótipos impostos a corpos negros, ressignificando símbolos e visualidades através da fotografia, da
XIX, com óculos que simulavam e modificavam a realidade em cores e formas. Na década de 1930, essas ideias começaram a aparecer na literatura e no cinema de ficção científica, levando à criação de alguns tipos de óculos que permitiam ver imagens em 3D, como os usados ainda hoje em salas de cinemas. Essas experiências visuais e ilusórias surgiram do desejo de investigar como percebemos o mundo real e como podemos escapar dele, ainda que brevemente, mergulhando em realidades virtuais.
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colagem digital e do uso de dispositivos móveis para produção fotográfica e audiovisual, com o objetivo de democratização desses meios.
Contextualize que, na atualidade, muitas produções artísticas digitais misturam técnicas e linguagens, o que pode dificultar a classificação em categorias específicas. Explique que, embora realidade virtual e metaverso estejam ligados à cibercultura e proporcionem experiências virtuais imersivas, a realidade virtual tem suas raízes nos primeiros experimentos ainda no século
Tanto o termo quanto a ideia de metaverso, em contrapartida, são mais recentes, surgindo na década de 1990 em livros e filmes de ficção científica. Essas obras são construídas por narrativas de realidades paralelas chamadas metaverso, em que as personagens podem viajar no tempo, participar de eventos históricos ou abandonar suas rotinas diárias para viver na pele de um príncipe, astronauta, soldado ou ser fantástico, interagindo com o ambiente por meio de avatares. A indústria cultural, aproveitando os avanços tecnológicos, criou e comercializou jogos e ferramentas digitais para transformar o que antes era apenas ficção científica em experiências imersivas e interativas com outras pessoas através de avatares e programas que permitem intercomunicações digitais e virtuais.
Explique aos estudantes que a internet oferece inúmeras possibilidades para a realização de expedições culturais. Através de páginas de museus e recursos digitais, é possível fazer visitas virtuais, explorar processos de criação de artistas e conhecer obras em diversas linguagens artísticas, como Música, Teatro, Dança, e exposições em galerias de arte. Faça uma curadoria educativa para selecionar endereços na internet que sejam relevantes e adequados às realidades e aos interesses dos estudantes.
Atividade
Instrua os estudantes a acessar várias páginas de museus virtuais e selecionar as que eles considerarem mais interessantes. Caso considere necessário, forneça uma lista de museus recomendados com visitas virtuais disponíveis ou deixe que escolham com base em seus interesses. Destaque a importância de observar as tecnologias utilizadas para a experiência virtual. Resposta pessoal. É importante que os estudantes descrevam o tipo de acervo encontrado no museu, como arte moderna, contemporânea, de muitos artistas ou de apenas um, se possui um acervo permanente, entre outros.
b) Incentive os estudantes a investigar e relatar como o acervo foi formado. Oriente-os a buscar informações sobre as origens das coleções, os fundadores do museu ou os significados culturais/ históricos importantes associados ao acervo.
c) Oriente os estudantes a descrever as ferramentas e abordagens usadas pelo museu para tornar a visita
Na história das sociedades, muitas pessoas se aventuraram em viagens para ampliar conhecimentos e vivenciar experiências. Porém, para embarcar em uma expedição cultural, não é necessário ir muito longe.
É possível encontrar esse tipo de produção artística e cultural presencialmente em museus, centros culturais, sedes de grupos locais, entre outros ambientes, além de espaços virtuais. A cibercultura trouxe ferramentas eletrônicas que facilitam o acesso a expedições culturais virtuais navegando por páginas de museus, por exemplo.
Visitação on-line ao Museu Imperial, em Petrópolis (RJ), por meio do site https:// artsandculture.google. com/partner/museu -imperial. Acesso em: 27 maio 2024.
Os museus são responsáveis por guardar, conservar e apresentar acervos ao público, mantendo e divulgando Patrimônios Culturais Materiais (conjunto de bens físicos de um povo, como obras arquitetônicas, pinturas, esculturas, partituras musicais, entre outros, que são reconhecidos como tal). Os visitantes, mesmo virtualmente, podem participar de diversas ações interativas oferecidas por museus virtuais, que trazem experiências com imagens em 3D, visão 360º, jogos, propostas interativas e vídeos que simulam ambientes das salas desses espaços culturais, permitindo que os espectadores apreciem obras artísticas como se estivessem fisicamente diante delas, incluindo esculturas, pinturas, desenhos e outras produções.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Acesse a página de um museu virtual e relate no diário de experiências como foi essa expedição cultural. Em seus registros, considere responder às perguntas a seguir.
a) Que tipo de acervo há nesse museu?
b) Qual é a história sobre a formação desse acervo?
c) Que tipo de experiências essa instituição oferece para as visitas virtuais?
d) Que tecnologias são usadas?
SAIBA MAIS
• GOOGLE ARTS & CULTURE. [S. l.], c2024. Site Disponível em: https:// artsandculture.google. com/partner. Acesso em: 15 maio 2024. Na página do Google Arts & Culture, é possível realizar visitas virtuais a museus e exposições em diferentes partes do mundo.
virtual mais envolvente. Nessa descrição, eles podem incluir interatividade, visitas guiadas, informações detalhadas sobre as obras etc.
d) Resposta pessoal. É importante que identifiquem as tecnologias empregadas para a realização das visitas virtuais, como realidade virtual, realidade aumentada, panoramas em 360 graus etc., e reflitam sobre elas. Com base nessa experiência, encoraje os estudantes a pensar sobre como as tecnologias digitais estão mudando a forma como acessamos
a arte e a cultura e interagimos com essas formas de expressão.
Após completarem suas visitas, organize uma roda de conversação para que os estudantes compartilhem suas descobertas e impressões. Isso pode ajudar a aprofundar o entendimento e a valorização das diferentes formas de arte e história.
A dupla de artistas conhecida como ANAVITÓRIA usou poéticas e recursos digitais audiovisuais para criar um visualizer Visualizer é uma linguagem audiovisual que surgiu com base em programas de computador que, ao tocar música, mostram imagens gráficas reagindo de forma visual às variações sonoras. Nesse caso, em vez de criar um videoclipe em que conta uma história com diferentes cenas, a dupla optou por uma produção mais simples e econômica. Ao usar essa linguagem como alternativa, por meio de uma única cena, apresenta uma coreografia feita com movimentos e gestos com as mãos, em referência aos gráficos visuais dos programas de computador.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Siga o passo a passo para criar a sua arte digital no formato de visualizer.
PASSO A PASSO
a) Pesquise artistas que exploram e criam na linguagem audiovisual de visualizer
b) Observe as músicas, os movimentos, os gestos e as expressões, além dos cenários, dos ângulos de visão, dos tratamentos das cores e dos sons, entre outros elementos.
c) Escolha uma música e planeje movimentos, gestos e expressões que poderão compor o seu visualizer
d) Defina também o cenário e o figurino.
e) Convide um colega para filmar sua produção.
f) Escolha um meio digital para compartilhar sua criação.
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ORIENTAÇÕES
Para explorar mais expressões na arte digital, proponha aos estudantes a produção de colagens digitais utilizando programas de criação, edição e transformação de imagens. Se possível, organize parcerias com professores e membros da comunidade que tenham conhecimento em processos de criação digital para oferecer aos estudantes oportunidades e acessos ao mundo da arte digital.
1. a) e b) Oriente os estudantes a pesquisar sobre produções em visualizer. Na produção do visualizer da dupla de artistas conhecida como ANAVITÓRIA, por exemplo, é criada uma coreografia que explora a gestualidade e os movimentos das mãos. As cenas são capturadas em uma única gravação contínua, sincronizada com a canção “Amarelo, azul e branco”, que homenageia o estado do Tocantins. c) e d) Explique aos estudantes que a música escolhida deve inspirar a
produção do vídeo. Assim, com base nas sonoridades ou nos temas da música, eles devem criar uma representação gestual que harmonize com a canção. Oriente-os a planejar movimentos corporais, gestos e expressões faciais que serão incorporados às cenas do vídeo. Oriente os estudantes a considerar como cada elemento visual pode complementar e realçar a mensagem e a emoção transmitidas pela música.
e) Peça aos estudantes que escolham um colega que tenha habilidades com câmeras e disponibilidade de horário, que combinem os detalhes da filmagem e que se mostrem flexíveis em relação aos acordos necessários. f) Instrua os estudantes a escolher programas de edição de vídeos para que possam experienciar práticas de informática criando efeitos visuais e sonoros. Explique que os programas de edição de vídeos permitem escolher trechos, fazer cortes, mixagens de sons, entre outros efeitos visuais, sonoros e audiovisuais. Oriente e acompanhe o trabalho, cuidando para que apresentem conteúdos livres de preconceitos e estereótipos e em ambientes digitais seguros, como no site institucional da escola, em redes sociais com acesso restrito e outros. Lembre-os de que toda imagem a ser publicada ou mostrada em público deve dispor de autorização das pessoas que participaram da produção.
Por meio do trabalho com a página, pretende-se promover a reflexão sobre o papel da inteligência artificial na atualidade. Ao longo da conversa, destaque que as tecnologias de inteligência artificial se popularizaram recentemente, mas o conceito é mais antigo. Desde o desenvolvimento dos primeiros computadores, pesquisadores exploram a possibilidade de criar programas de inteligência artificial.
Destaque que o princípio geral de toda tecnologia de inteligência artificial é semelhante: a utilização de bases de dados muito vastas para a pesquisa e a seleção de informações. Com isso, a ferramenta produz respostas solicitadas pelo usuário. Uma plataforma de produção de texto, por exemplo, funciona por meio de perguntas. O usuário elabora uma pergunta, a qual é analisada pela plataforma, que identifica a solicitação. Em seguida, o programa pesquisa em sua base de dados as informações pertinentes e elabora uma resposta.
Atividade
A primeira parte da chartraz a caricatura de Rui Barbosa (1849-1923), que está elaborando um texto complexo, utilizando diversos livros como fonte de pesquisa. Na segunda parte, há um homem que usa a inteligência artificial para produzir um texto utilizando apenas alguns critérios básicos, aparentemente sem trabalho de pesquisa prévio. Em algumas áreas do conhecimento, o uso da inteligência artificial pode desestimular novos estudos, privilegiando
Observe a charge sobre inteligência artificial (IA; na sigla em inglês, AI).
LAERTE. [A.I.]. Folha de S.Paulo, São Paulo, 2 mar. 2023. Disponível em: https://fotografia.folha.uol.com.br/ galerias/1759196257239226-charges-marco-de-2023. Acesso em: 4 jun. 2024.
Consulte orientações no MP.
1. De que maneira a charge apresenta o impacto das tecnologias de inteligência artificial na produção de conhecimentos hoje?
Atualmente, o uso da tecnologia vem modificando diferentes setores da vida social: educação, trabalho, entretenimento, política etc. Quem domina os recursos tecnológicos tem poder. É importante compreender essas mudanças para situar-se na infinidade de informações disponíveis e garantir os direitos e a segurança no mundo virtual, principalmente com a disseminação e a popularização da IA.
No mundo do trabalho
Muitas empresas utilizam ferramentas de IA para a realização de tarefas como: organização de bibliotecas, serviços de teleatendimento, criação de textos, produção de gráficos e imagens, preparação de roteiros de filmes e séries, entre outras.
Esses usos podem contribuir para a criação de novas profissões e para o aumento da produtividade de muitas empresas, o que pode reduzir custos e acelerar a realização de tarefas. Por outro lado, as tecnologias de IA também têm impactos sociais negativos ao suprimir postos de trabalho.
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bases de dados já existentes para a replicação de conteúdos pouco originais.
A INTELIGÊNCIA artificial ameaça o mundo. IstoÉ, [s. l.], 21 jul. 2023. Disponível em: https://istoe.com.br/a-inteligencia-artificial -ameaca-o-mundo/. Acesso em: 17 maio 2024.
A reportagem explica como mais de 300 milhões de profissionais no mundo estão sujeitos a ser substituídos pela inteligência artificial.
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Atualmente, os aplicativos on-line que empregam a inteligência artificial para criar textos, fotografias, vídeos e áudios estão ao alcance de qualquer pessoa com acesso à internet.
A tecnologia que permite trocar ou alterar digitalmente um rosto ou um áudio, em um conteúdo já existente, e originar um conteúdo falso recebe o nome de deepfake A IA reconhece emoções, falas e gestos humanos com base em conteúdos de bancos de som e imagem.
GLOSSÁRIO
Deepfake: palavra criada por meio da contração de “deep learning” (em tradução livre, “aprendizado profundo”) e “fake” (em tradução livre, “falso”), palavras da língua inglesa.
Existem muitas deepfakes criadas para divertir as pessoas e fazer sátiras e críticas sociais. Deve-se ter cuidado, porém, com a possibilidade de criação de conteúdos modificados que parecem reais e que podem ser usados para manipular a opinião das pessoas.
Políticos de diversos países utilizam deepfakes para difamar seus adversários ou enganar eleitores. Pessoas mal-intencionadas utilizam fotografias de famosos ou anônimos para criar conteúdos que envolvem pornografia, e as mulheres são as principais vítimas desse tipo de prática. Leia um trecho de reportagem sobre os modos de reconhecer as deepfakes
! Ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjunto com o que ela diz.
! Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum momento apresenta cortes entre uma palavra e outra.
! Considere o contexto. Ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa diga o que parece dizer naquele momento.
[…]
ENTENDA o que é deep fake e saiba como se proteger. Estúdio Folha, São Paulo, 5 out. 2022. Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico/2022/10/entenda-o-que-e-deep-fake-e-saiba -como-se-proteger.shtml. Acesso em: 15 maio 2024.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Escreva em seu caderno um parágrafo explicando como identificar vídeos falsos na internet. Em seguida, compartilhe com colegas e professor.
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Atividade
1. Produção pessoal. Espera-se que os estudantes retomem, com as próprias palavras, os passos indicados no quadro. É importante incentivar os estudantes a se tornarem multiplicadores das boas práticas de verificação de informações na comunidade em que estão inseridos.
Explique aos estudantes que a tecnologia deepfake geralmente utiliza um vídeo de referência e o rosto (ou o corpo) de alguém que não tinha participação no vídeo original. Também é possível ensinar à inteligência artificial a maneira como uma pessoa fala, para criar uma montagem alterando aquilo que a pessoa diz, inclusive movimentando os lábios dela para acompanhar as palavras que foram criadas.
É sempre importante relativizar o papel e o uso das tecnologias, evitando evidenciar apenas os aspectos negativos dos recursos. Deepfakes são utilizadas para entretenimento e lazer e podem até ser interessantes. O problema é a questão ética do seu uso. Verifique se os estudantes que utilizam celulares já testaram aplicativos de deepfake para fins recreativos e o que pensam dos usos dessa tecnologia. Ressalte a importância de aprender a identificar deepfakes na luta contra a desinformação.
Destaque que as tecnologias de inteligência artificial evoluem muito rapidamente, sendo necessário se atualizar constantemente para conhecer novas práticas. Portanto, para identificar uma deepfake, vale sempre a orientação de analisar o contexto e a origem de vídeos e imagens divulgados.
O trabalho com a dupla de páginas pretende apresentar o conceito de ciberguerra e discutir como ela vem se desenrolando na atualidade.
Antes de abordar o exemplo de ciberguerra apresentado na página 184 , converse com os estudantes sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Utilize esse momento para verificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os dois países. Com auxílio do planisfério da página 283, ajude-os a localizar os dois países e as principais áreas de conflito. Por meio de uma aula dialogada, converse com os estudantes a respeito do que eles conhecem sobre Rússia e Ucrânia e as razões que os levaram à guerra.
É possível explorar de forma mais clara os impactos que um ataque de ciberguerra teria sobre a população civil por meio da análise do trecho presente
Texto complementar.
A internet se tornou fundamental na organização do mundo atual. Governos e empresas utilizam a rede para compartilhar informações valiosas, incluindo dados estratégicos para a defesa de um país. As operações dos bancos, como contas correntes e poupanças dos clientes, também são organizadas pela internet.
Nesse sentido, a internet se tornou um alvo cada vez mais almejado em conflitos entre grupos sociais ou países. Roubos de dados ou operações para derrubar a internet estão ficando cada vez mais comuns. Essas ações são chamadas de ciberguerra ou guerra cibernética.
Durante a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022, agentes de ambos os países organizaram ações para sabotar a internet dos adversários. Naquele ano, por exemplo, os russos derrubaram provisoriamente sites necessários para a realização de operações bancárias na Ucrânia e para a organização das Forças Armadas.
Um ataque russo também sabotou as ferramentas de monitoramento da usina nuclear de Chernobil (Ucrânia), local onde ocorreu, na década de 1980, um dos maiores vazamentos nucleares da história. Com isso, foi impossível medir o nível de radiação da região por horas.
Esses são exemplos dos riscos da ciberguerra. Um ataque bem-sucedido pode provocar a queda da internet, o que acarreta o desligamento de todos os sistemas que estejam ligados a ela, inclusive da rede elétrica de um país ou dos mecanismos de segurança em usinas nucleares.
Disputas internacionais e controle no ciberespaço
Texto complementar
GLOSSÁRIO Hegemonia: liderança, predominância ou superioridade.
A ciberguerra é apenas um exemplo de como o mundo digital se tornou importante para as disputas políticas e econômicas entre potências mundiais. Um exemplo disso é a disputa pela hegemonia mundial envolvendo os Estados Unidos e a China. Em 2018, os Estados Unidos declararam uma “guerra comercial” à China, aumentando as taxas para importação de produtos chineses e incentivando o consumo de produtos nacionais.
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Na última semana [dezembro de 2023], 24 milhões de pessoas – mais de metade da população na Ucrânia – ficaram sem acesso à rede telefônica. Um grupo de hackers pró-Kremlin reivindicou o ataque à maior operadora do país, a Kyivstar.
‘A guerra também acontece no ciberespaço. Infelizmente, fomos atingidos’, afirmou o director executivo da operadora de telecomunicações, Oleksandr Komarov, à televisão ucraniana. [...].
‘Não só deixaram em baixo serviços de comunicações como roubaram informação: moradas, dados de contabilidade, facturação, dados pessoais, entre outros’, afirma Bruno Castro, líder da empresa portuguesa de cibersegurança […].
Entre as consequências deste ataque, lançado na última terça-feira, uma das mais importantes foi a desactivação do sistema de alertas para ataques aéreos das forças russas, incluindo na capital, Kiev, que estava sob a responsabilidade da Kyivstar. […]
‘Isto vem demonstrar, mais uma vez, que a guerra cibernética assume um papel fundamental no conflito’, diz o director da empresa portuguesa. ‘E não só por questões de espionagem, como sempre existiu, mas pelo impacto social, para causar alarmismo’, pondo em causa a credibilidade de serviços e instituições estatais.
AMADO, Carolina. Ucrânia sofreu maior ciberataque desde o início da guerra. Público, Maia, 17 dez. 2023. Disponível em: https://www.publico.pt/2023/12/17/ mundo/noticia/ucrania-sofreu-maior-ciberataque-desde-inicio-guerra-2074022. Acesso em: 17 maio 2024.
ARIONAURO. Charge Disputa comercial Estados Unidos-China. Arionauro Cartuns. [S. l.], 2 jan. 2019. Blogue. Disponível em: http://www.arionaurocartuns. com.br/2019/01/charge-disputa -comercial-estados-unidos.html. Acesso em: 15 maio 2024. A águia representa os Estados Unidos; e o dragão, a China. Os dois países disputam a liderança mundial econômica, tecnológica e militar nesse início de século XXI.
Em 2020, um novo episódio entre os dois países teve início, dessa vez no ciberespaço. Os Estados Unidos alegavam que uma das maiores redes sociais do mundo, bastante popular por exibir vídeos curtos, com sede na China, estava espionando e coletando dados dos usuários estadunidenses e, portanto, ameaçando a segurança nacional.
Dessa forma, em 2024, o governo dos Estados Unidos criou uma lei obrigando a companhia responsável pela rede social a vender suas operações para uma empresa estadunidense. Caso contrário, ela seria proibida no país, impedindo qualquer usuário de acessá-la.
A companhia chinesa negou o fato e acionou a justiça para recorrer da decisão do governo dos Estados Unidos. Independentemente do desfecho, duas questões importantes se apresentam para discussão: a segurança dos dados dos usuários e a liberdade de expressão
ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
1. Leia o trecho do texto e, em seguida, responda ao que se pede.
Em uma guerra cibernética, não há fronteiras geográficas. Um dos exemplos é a participação do grupo Anonymous, que tirou o site do Kremlin do ar e atacou outros órgãos do governo russo. Esse e outros grupos são formados por hackers de diferentes países. Então, mesmo que determinadas nações não estejam participando diretamente do conflito, seus cidadãos estão batalhando, de um lado ou de outro.
GLOSSÁRIO Kremlin: sede do governo russo situada em Moscou (Rússia). Hacker: pessoa que tem grande conhecimento de tecnologia da informação e acessa ilegalmente sistemas de empresas ou governos.
IGREJA, Arthur. Como a tecnologia afeta diferentes dimensões da guerra. Época Negócios, [Rio de Janeiro], 14 mar. 2022. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/colunas/noticia/2022/03/ como-tecnologia-afeta-diferentes-dimensoes-da-guerra.html. Acesso em: 15 maio 2024.
• Quais as diferenças entre a ciberguerra e a guerra convencional em relação ao campo de batalha e às pessoas envolvidas na luta?
Apresente a charge aos estudantes e peça-lhes que a interpretem livremente. Avalie se eles associam a águia e as cores de sua cartola aos Estados Unidos e o dragão e o modelo de seu chapéu à China. Em seguida, pergunte à turma por que há uma disputa entre os dois países. Registre os principais pontos levantados durante o debate, de modo a identificar o conhecimento dos estudantes a respeito dos maiores atores do comércio internacional e da disputa econômica travada entre as duas potências.
1. Espera-se que os estudantes respondam que, em uma guerra cibernética, não há fronteiras geográficas. Isso significa, além da abstração da dimensão espacial como uma dimensão física, a ideia de que não há um exército nacional, e sim pessoas que, atuando no ciberespaço, podem escolher o campo ao qual se alinharão do ponto de vista ideológico, desconsiderando ou deixando em segundo plano a questão da nacionalidade. Esse aspecto traz uma camada de complexidade à compreensão dos conflitos mais recentes.
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O trabalho com a dupla de páginas tem por objetivo discutir a regulamentação digital. É importante relativizar o papel da inteligência artificial no cotidiano, ressaltando a importância do ser humano como regulador das tecnologias. Converse com os estudantes sobre o fato de que a inteligência artificial pode abrir brechas para a prática de crimes e a desinformação, mas destaque que ela tem também um potencial positivo. Além do que já se sabe, é provável que a inteligência artificial traga muitos benefícios em diversas áreas, como na medicina. Cite exemplos de usos da inteligência artificial aplicada ao cotidiano que tornam a vida diária mais ágil, como os sistemas de navegação integrados smartphones , as tecnologias de biometria, o reconhecimento facial, entre outros.
Converse com os estudantes sobre como o rápido desenvolvimento tecnológico ocorrido desde o advento comercial da internet trouxe inúmeras transformações sociais, representando grandes desafios internacionais. As questões associadas ao processo de regulamentação das redes sociais, mantidas por empresas que atuam ao redor do planeta, são um exemplo disso. Debates entre governos e sociedade civil são fundamentais para a construção de políticas que assegurem os direitos individuais ao mesmo tempo que garantam a autonomia dos países para organizar suas leis e práticas sociais.
Leia o trecho do texto a seguir. Depois, faça as atividades.
GLOSSÁRIO
Deliberar: decidir após reflexão ou consulta. Mitigar: diminuir, suavizar.
Como toda tecnologia, a IA é social e humana, seus efeitos dependem do que os seres humanos fazem com ela, como a percebem, como a experimentam e usam, como a inserem nos ambientes técnico-sociais. Cabe à sociedade humana deliberar, dentre inúmeras questões, sobre se a IA deve ser aplicada em todos os domínios e para executar todas as tarefas, e se o uso da IA em aplicações de alto risco se justifica. O desafio é buscar o equilíbrio entre mitigar (ou eliminar) os riscos e preservar o ambiente de inovação, sem supervalorizar nem demonizar a IA.
KAUFMAN, Dora. Desmistificando a inteligência artificial. Belo Horizonte: Autêntica, 2022. p. 24.
Consulte orientações no MP.
1. Qual é a opinião da autora sobre a IA? Você concorda com o ponto de vista dela? Justifique sua resposta.
2. Em sua opinião, qual o papel da sociedade na regulação dos usos da IA e das plataformas digitais (redes sociais, sites de pesquisa e aplicativos de mensagens instantâneas)? Converse com colegas e professor.
Você aprendeu que o mundo digital se tornou importante na vida de grande parte da população mundial. Também aprendeu sobre fraudes, golpes, uso de imagem, plágio, veiculação de fake news, vazamento de dados pessoais, crimes de ódio etc.
Em resposta a esses problemas, diversos países começaram a elaborar leis que garantam os direitos de empresas e usuários da internet e que atribuam penalidades aos crimes cometidos na esfera digital, com o objetivo de regular as atividades realizadas on-line
Como é a lei no Brasil
No Brasil, a regulação das plataformas digitais entrou em vigor em 2014 com o Marco Civil da Internet (lei no 12.965), que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Analise o trecho a seguir sobre os pontos principais da lei.
• Neutralidade da rede: É uma das bases do Marco Civil. Significa que todo o tráfego de dados na internet deve ser tratado igualmente, sem discriminação por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação. As operadoras de internet não podem, por exemplo, reduzir a velocidade de um serviço on-line para favorecer outro;
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1. A autora defende que a inteligência artificial é uma tecnologia criada pelos seres humanos e que, portanto, seus efeitos dependem do uso que fazemos dela. Além disso, argumenta que é preciso que a sociedade se mantenha aberta às possibilidades de desenvolvimento dessa tecnologia, sem colocá-la em um pedestal ou considerá-la como algo a ser abolido. Verifique se a argumentação apresentada pelos estudantes para justificar suas respostas é coerente.
2. Resposta pessoal. O objetivo da atividade é chamar a atenção dos estudantes para a importância da participação da sociedade no que se refere à regulamentação dos usos da inteligência artificial e das plataformas digitais. Observe quais são as medidas indicadas pelos estudantes como possibilidades de regulação da vida no ciberespaço.
• Privacidade e proteção de dados: O Marco Civil protege a privacidade dos usuários e a confidencialidade de suas comunicações na internet, exceto em casos previstos por lei. Além disso, as empresas só podem coletar dados pessoais com o consentimento expresso do usuário, e esses dados só podem ser utilizados para os fins que motivaram a sua coleta;
• Liberdade de expressão: A legislação assegura a liberdade de expressão e impede que o acesso à internet seja arbitrariamente bloqueado, interrompido ou degradado;
• Responsabilidade dos provedores: Os provedores de conexão à internet não são responsáveis pelo conteúdo publicado por seus usuários. No entanto, os provedores de aplicações na internet, como redes sociais e blogs, podem ser responsabilizados judicialmente se não tomarem as medidas necessárias para retirar conteúdos que infrinjam a lei (como pornografia infantil ou discursos de ódio), após ordem judicial específica.
SPADONI, Pedro. 10 anos de Marco Civil da Internet: o que mudou (e pode mudar)? Olhar Digital, [São Paulo], 23 abr. 2024. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2024/04/23/pro/10-anos-de-marco -civil-da-internet-o-que-mudou-e-pode-mudar/#google_vignette. Acesso em: 13 maio 2024.
NÃO!”) a aprovação do Marco Civil da Internet após votação no plenário do Senado. Brasília (DF), 2014.
Com mais de dez anos, o Marco Civil da Internet necessita de atualizações, pois não trata de questões mais recentes sobre o tema, como a desinformação veiculada pelas fake news e a IA.
Comente com os estudantes que o projeto de lei no 2.630, conhecido como Lei das Fake News, foi amplamente discutido pela sociedade civil e começou a tramitar no Senado Federal em 2020. A proposta tinha o objetivo de ampliar a discussão trazida pelo Marco Civil da Internet e, principalmente, exigir maior regulação das plataformas digitais para controle da difusão de notícias falsas e discursos de ódio. Porém, o projeto foi arquivado em abril de 2024, provavelmente pela pressão das grandes empresas que controlam a internet, as chamadas big techs, e pelo aspecto polêmico relacionado à questão da liberdade de expressão na repressão às fake news. Nesse sentido, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (lei no 13.709/2018) são as referências que norteiam a regulação das plataformas digitais no Brasil.
6/10/24 10:46 AM
A seção propõe uma análise do uso da internet e dos impactos dessa tecnologia na saúde mental. De forma interdisciplinar com Ciências da Natureza e Matemática, promova um trabalho de autorreflexão, de modo que os estudantes avaliem o papel da internet em sua saúde e, eventualmente, repensem o modo de uso desse recurso.
Como o trabalho com a seção é voltado à autoanálise, incentive a participação dos estudantes na sua condução. No entanto, o tema pode ser muito sensível para alguns deles, que podem identificar potenciais danos à própria saúde provocados ou intensificados pelo uso das redes. Assim, só deverão se manifestar e fazer relatos pessoais os estudantes que se sentirem à vontade e desejarem compartilhar suas vivências. Durante todo o trabalho, a sala de aula deve se manter como um espaço de acolhimento, onde se pratica a empatia e a Cultura de Paz.
A condução do trabalho pode partir de relatos dos estudantes, identificando algumas de suas interações com a internet e quais usos fazem das redes. Explique que, na atualidade, há casos frequentes de pessoas que têm a saúde mental impactada pelo uso das redes, seja por excesso de tempo em frente às telas, seja pela exposição a conteúdos que lhes fazem mal. Explique que a quantidade de transtornos provocados ou agravados pelo uso da internet é tão significativa que muitos psicólogos afirmam que estamos vivendo uma verdadeira epidemia, sendo a ansiedade, a depressão e os transtornos de autoimagem algumas das condições mentais mais diagnosticadas.
Internet e saúde mental
GLOSSÁRIO
Serviço de streaming: tecnologia de fluxo de dados, geralmente vídeos e músicas. Sites ou aplicativos em que é possível assistir a filmes, séries, documentários, ou ouvir músicas, podcasts etc.
Pode ser que você se lembre do tempo em que quase ninguém tinha acesso a tecnologias digitais, como a internet e os aparelhos celulares. Agora, imagine o mundo atual sem elas e sem tudo que proporcionam, como trocas de mensagens, fotos digitais, chamadas de vídeo, acesso a serviços de streaming, visitas virtuais a diversos museus, acesso a conteúdo de espetáculos de dança ou teatro, pagamento on-line de contas e outras facilidades do dia a dia. A julgar pelo tamanho da população brasileira e pelo percentual que acessa a internet, o cenário que você imaginou traria muitos problemas tanto no cotidiano das pessoas quanto nas relações entre países, por exemplo.
[…]
• A proporção de pessoas com 10 anos ou mais de idade que utilizaram a internet no país passou de 84,7% em 2021 para 87,2% em 2022.
[…]
• O equipamento mais utilizado para acessar a internet em 2022 foi o telefone móvel celular (98,9%). Em seguida, ainda com considerável diferença, vinha a TV (47,5%).
[…]
3. a) Oriente os estudantes a atentarem para os itens à esquerda do esquema. Eles poderão citar outros benefícios para a saúde mental, de acordo com gostos, cultura, idade e outros fatores.
• A PNAD Contínua investigou, pela primeira vez em 2022, a frequência com que as pessoas utilizavam a internet: 93,4% usavam todos os dias.
• 94,4% dos usuários acessaram a internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo. As outras finalidades mais relatadas foram: enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (92,0%); assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%) e usar redes sociais (83,6%).
• […]
BELANDI, Caio. 161,6 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade utilizaram a internet no país, em 2022. Agência IBGE Notícias, Rio de Janeiro, 9 nov. 2023. Disponível em: https:// agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38307-161-6 -milhoes-de-pessoas-com-10-anos-ou-mais-de-idade-utilizaram-a-internet-no-pais-em-2022. Acesso em: 15 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Em grupos e com a ajuda do professor, verifiquem o uso da internet pela turma em relação a cada item citado anteriormente. Depois, calculem os percentuais dos resultados. Consulte orientações no MP.
1. Resposta pessoal. Sugere-se fazer quatro perguntas para a turma, conforme os itens do texto citado.
Delimite um período para que os alunos respondam às perguntas.
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Explique que a interação com as redes sociais está entre os hábitos com maiores impactos na saúde mental das pessoas. O constante acompanhamento do recorte da vida de outras pessoas leva a comparações com a própria vida, gerando frustrações e sentimentos de incapacidade e inferioridade. Converse com os estudantes sobre a existência de perfis sociais mais fiéis à realidade, que podem ter efeitos benéficos a quem os acompanha, oferecendo outros pontos de vista sobre problemas cotidianos, exemplificando maneiras de
lidar com certas situações e servindo como inspiração para buscar maior qualidade de vida.
Oriente os estudantes a refletir sobre a interação virtual deles com as pessoas. Essas trocas podem ser interessantes e positivas, mas é necessário compreender que elas não substituem as relações interpessoais presenciais. Alerte-os para casos em que haja desinteresse pela vida real e pelo convívio com as pessoas, substituindo a realidade apenas por trocas de mensagens e interações em redes sociais.
2. Em sua opinião, como o uso da internet pode afetar a saúde mental das pessoas?
2. Resposta pessoal. Converse com os estudantes levantando os conhecimentos prévios e as experiências de vida deles. Convide a responder à pergunta apenas aqueles que se sentirem à vontade para isso.
3. Dependendo do uso que se faz da internet, as pessoas podem ter a saúde mental afetada de diferentes formas. Observe o esquema.
a) Você, sua família ou amigos se beneficiam da internet e de aparelhos digitais (celular, computador, videogames) para cuidar da saúde mental?
b) Você ou pessoas conhecidas já sofreram os problemas citados no esquema a seguir? Conte para colegas e professor, caso se sinta confortável.
4. Leia o texto e, depois, responda ao que se pede.
Benefícios para o bem-estar mental
Capacitação através do acesso à informação
Acesso mais fácil a cuidados de saúde mental
Mais oportunidades de compromisso social (virtual)
Malefícios para o bem-estar mental
Sobrecarga de informação e informação falsa
Vícios digitais
Cibercrime
Ciberassédio, ciberperseguição, ciberintimação e isolamento social
Elaborado com base em: PNUD. Relatório do desenvolvimento humano 2021/2022: tempos incertos, vidas instáveis: a construir o nosso futuro num mundo em transformação. Nova York: PNUD, 2022. p. 83. Disponível em: https://www.undp.org/sites/g/files/zskgke326/files/2023-05/hdr2021 -22ptpdf.pdf. Acesso em: 15 maio 2024.
Nos últimos anos, têm aumentado casos de transtornos ligados ao uso de internet e celulares no Brasil e em muitos outros países. Um desses transtornos é a nomofobia, no qual a pessoa tem forte medo de ficar sem o celular, trazendo até consequências físicas, como dor de cabeça e diarreia, caso isso aconteça. A palavra deriva do inglês “no mobile” (em tradução livre, “sem celular”) associada à palavra “fobia” (medo).
As redes sociais também são ambientes virtuais que podem provocar ou piorar transtornos como ansiedade e depressão. Fotografias de pessoas felizes, lugares bonitos, diversão e festas contam sobre um mundo em que não há problemas, bem diferente da vida real. Podemos ainda nos referir à necessidade de aceitação ou de aprovação social na expectativa de obter vários “likes”.
• Em grupos, pesquisem formas de usar a internet que não oferecem tantos riscos à saúde mental dos usuários. Depois, numa roda de conversação, troquem as informações que julgarem relevantes.
3. b) Resposta pessoal. Converse com os estudantes levantando os conhecimentos prévios e as experiências de vida deles. Convide a responder à pergunta apenas aqueles que se sentirem à vontade para isso.
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Atividades
1. Perguntas sugeridas: você acessou a internet todos os dias? Você acessou a internet para trocar mensagens de texto, de voz ou imagens por aplicativos?
E para assistir a vídeos, incluindo séries?
E para acessar redes sociais?
Auxilie os estudantes na tabulação dos dados e no cálculo das porcentagens. Caso considere necessário, convide o professor de Matemática para a realização dessa etapa.
4. Auxilie os estudantes na pesquisa e promova um momento para o compar-
tilhamento das informações. Comente que a redução da exposição a telas e o estabelecimento de períodos sem acesso à internet, por exemplo, reduzem o risco à saúde mental dos usuários.
Texto complementar O uso excessivo de telas está ligado a uma piora da saúde mental de seus usuários, independentemente da idade, segundo mostra tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG. Os resultados mostraram, de forma inesperada, a presença da nomofobia (medo de ficar longe do celular) em idosos.
Além disso, dos estudos que avaliaram as crianças, 72% deles encontraram aumento da depressão associado ao uso excessivo de telas.
A pesquisa aponta que a participação em redes sociais foi responsável por aumentar o risco de depressão em meninas, uma vez que o conteúdo fornecido nas redes é de corpos perfeitos, gerando comparação e afetando a saúde mental. Da mesma forma em idosos que consomem conteúdos violentos na televisão. ‘A conclusão que a maioria dos estudos teve é de que não basta limitar o tempo de tela, mas também enriquecer o tempo fora dela, tentando manter a mente ativa. A falta de gerenciamento do tempo aumenta o estresse de forma considerável, visto que nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 30% dos adultos utilizam de jogos em seus aparelhos, atrapalhando as tarefas do dia a dia’, defende a pesquisadora.
PEPINO, Vitor. Uso excessivo de telas está associado à saúde mental de diferentes gerações Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG, 2023. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/ uso-excessivo-de-telas -esta-associado-a-saude-mental-de -diferentes-geracoes/. Acesso em: 17 maio 2024.
CIÊNCIA & Cultura Cast 15: saúde mental na era digital. Entrevistadora: Cris Bueno. Entrevistada: Nara Helena Lopes Pereira da Silva. [S. l.]: Ciência & Cultura, 17 abr. 2023. Podcast Disponível em: https:// revistacienciaecultura.org. br/?p=4016. Acesso em: 15 maio 2024.
Nesse podcast, a especialista apresenta os malefícios e os benefícios das redes sociais para a saúde mental dos usuários.
Explique aos estudantes que colecionismo se refere à ação de selecionar, organizar e guardar objetos ou itens de variados tipos de acordo com preferências pessoais. Proponha aos estudantes que discutam sobre coleções que eles próprios realizam ou sobre as quais têm conhecimento, como coleções de carros, moedas, fragmentos de rochas, sapatos, brinquedos, relógios, figurinhas esportivas, bonecos de personagens, receitas culinárias, revistas, livros, álbuns de música em vinil, obras de arte (incluindo esculturas, pinturas, partituras musicais, fotografias, materiais em áudio e audiovisual), além de objetos históricos e etnográficos que refletem os modos de vida de pessoas, grupos de determinado tempo, lugar e cultura, entre muitas outras possibilidades.
Contextualize que o Museu da Pessoa (disponível em: https://museudapessoa. org/; acesso em: 17 maio 2024) possui um acervo com mais de 20 mil histórias, 60 mil imagens e 5 mil vídeos. Incentive os estudantes a acessar esse acervo e contribuir com as próprias histórias. Oriente-os a se organizar para produzir textos escritos, imagens e vídeos com relatos orais, entre outras possibilidades. Instrua os estudantes a escolher programas e aplicativos adequados para transformar imagens e textos em arquivos digitais e decidir qual meio virtual será utilizado para divulgar esse acervo. Sugira a criação de uma página em rede social, um blogue ou outro formato digital, escolhendo entre acesso controlado ou aberto, conforme os interesses dos
Histórias reais contadas em acervos digitais
Você tem o costume de colecionar coisas? Que ideias o termo “colecionismo” desperta em você? O que pode ser guardado em uma coleção? Histórias de pessoas podem ser consideradas bens culturais, constituindo acervos de museus?
Uma coleção geralmente é composta de um tema comum a todos os objetos. Para algumas pessoas, pode ser um hobby; para outras, um negócio. Em outros casos, são de interesse histórico e cultural de uma sociedade. Há coleções particulares ou públicas, individuais ou coletivas. Podem ter caráter artístico, histórico, técnico, científico ou pessoal – às vezes, envolvem mais de um desses aspectos. Tradicionalmente, os acervos de museus eram compostos de objetos físicos, mas, com o advento da cibercultura e do ciberespaço, muitas possibilidades se abriram, proporcionando que histórias reais também se tornem acervos preciosos, guardados em arquivos digitais.
Museu: histórias e vidas
O Museu da Pessoa constitui um espaço virtual interativo e coletivo, dedicado ao compartilhamento de relatos de vida. Seu acervo é acessível a qualquer pessoa interessada em contribuir ou em conhecer esse rico “banco” de histórias.
BORGES, Lucélia; SOAR, Artur. [Sem título]. 2023. Xilogravura. A imagem é capa do folheto da exposição virtual Museu da Pessoa: uma história e muitas vozes, do Museu da Pessoa. São Paulo (SP), 2023.
estudantes e as autorizações das pessoas que participam com suas imagens e histórias.
Enfatize a importância de conduzir o projeto com respeito e empatia, assegurando que o conteúdo seja livre de preconceitos e estereótipos.
Atividade
1. a) Organize uma roda de conversação com a turma para que definam, coletivamente, os processos e recursos necessários, como gravadores de áudio, câmeras ou softwares de edição. Instrua
os estudantes a refletir sobre quem são as pessoas cujas histórias eles desejam coletar; isso ajudará a guiar os tipos de perguntas e a abordagem durante as entrevistas.
b) Explique aos estudantes que um cronograma detalhado, que organize os dias e o tempo necessário para as conversas com as pessoas que concordaram em compartilhar suas histórias, ajuda a entender tanto o processo como um todo, ou seja, o trabalho que deverá ser realizado, quanto cada etapa necessária
Museu de vivências
Acessando a página virtual do museu, é possível narrar sua trajetória, criar coleções personalizadas com base no acervo existente e explorar as vivências de pessoas de distintas idades, etnias, crenças e ofícios. Criado em 1991, esse museu sustenta a visão de que o ato de narrar, ouvir, descobrir e guardar memórias tem o poder de transformar a perspectiva sobre o mundo.
[…]
Inventou cabines móveis, Estando consolidado. Histórias e mais histórias
Do presente e do passado Mostravam que da pessoa A memória é o legado.
HAURÉLIO, Marco. Museu da Pessoa: uma história e muitas vozes. São Paulo: Museu da Pessoa, [2023]. p. 7. Disponível em: https://memo.museudapessoa.org/vidas-em-cordel/wp-content/ uploads/sites/25/2024/03/10_MUSEU.pdf. Acesso em: 15 maio 2024.
SAIBA MAIS
• VIDAS EM CORDEL. São Paulo, [2023]. Site. Disponível em: https://memo.museudapessoa.org/ vidas-em-cordel/. Acesso em: 15 maio 2024. Página da exposição “Vidas em cordel”, do Museu da Pessoa, que conta as histórias de vida de pessoas que fazem parte do acervo do museu por meio da literatura de cordel e da xilogravura.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações
1. Siga o passo a passo para criar uma exposição virtual com acervo formado de histórias reais.
PASSO A PASSO
a) Converse com colegas e professor sobre formas de recolher a história de vida de pessoas do seu entorno, definindo processos e recursos necessários.
b) Monte um cronograma para organizar as conversas com as pessoas que aceitarem contar a própria história.
c) Planeje os materiais que devem compor o seu acervo (entrevistas, fotografias, histórias escritas, narrativas orais, áudios, vídeos, entre outras possibilidades), definindo se os registros serão feitos de modo presencial ou virtual.
d) Com o material pronto, crie um blogue ou um perfil em rede social para montar sua exposição virtual.
e) Antes de tornar seu acervo público, avalie se o conteúdo apresenta respeito e empatia, além de ser livre de preconceitos e estereótipos.
f) Exponha seu acervo e compartilhe-o com a comunidade escolar.
Lembre-se de que é preciso ter autorização das pessoas para divulgar as imagens e as histórias delas em páginas da internet e nas redes sociais.
191 05/06/24 09:37 e a ordem de execução, além de evitar contratempos.
c) Peça-lhes que planejem quais materiais eles gostariam que compusessem o acervo. Isso pode incluir entrevistas em vídeo, fotografias, histórias escritas, narrativas orais e áudios. Oriente-os a decidir, também, se os registros serão feitos presencialmente ou de forma virtual, dependendo das condições e da disponibilidade das pessoas envolvidas. Explique aos estudantes que é recomendado que desenvolvam um conjunto de
perguntas, ou roteiro, que possa guiar a conversa, mas que estejam preparados para seguir novos caminhos conforme a conversa for se desenvolvendo. O objetivo é fazer com que o entrevistado se sinta confortável para compartilhar suas experiências de maneira aberta. d) Ressalte a importância de se obter consentimento das pessoas cujas histórias estão sendo coletadas. Elas devem entender como as informações serão usadas e concordar com isso explicitamente. Instrua os estudantes a respeitar
a privacidade e as sensibilidades culturais dos entrevistados, garantindo que o material coletado não seja usado de maneira que possa causar danos ou desconforto. e) e f) Explique à turma que, antes de publicar qualquer conteúdo, é interessante revisá-lo cuidadosamente para garantir que está apresentado com respeito e empatia, livre de preconceitos e estereótipos. É importante que a exposição reflita integridade e sensibilidade cultural.
Atividades
1. a) Tecnologias de IA são um sistema capaz de pesquisar e organizar uma quantidade muito grande de informações em um tempo muito curto. Com isso, elas podem fornecer respostas que simulam a inteligência humana. b) O texto indica que parte dos trabalhadores pode ser beneficiada pelas tecnologias de inteligência artificial, já que elas ajudam a ampliar a produtividade do trabalho.
O texto indica que as tecnologias de inteligência artificial podem executar tarefas-chave desempenhadas por trabalhadores, reduzindo a demanda de trabalho. Isso pode reduzir a oferta de empregos e o salário dos trabalhadores. Em casos extremos, pode acarretar o desaparecimento de algumas profissões.
O texto classifica as deepfakes como tecnologias que podem ser utilizadas para substituir o rosto de pessoas em vídeos ou simular falas, com o mesmo tom de voz e sincronizadas com o movimento dos lábios.
As deepfakes podem ser utilizadas para criar imagens que prejudiquem ou favoreçam candidaturas. É possível, por exemplo, criar uma imagem de um político defendendo algo que ele nunca propôs, de modo a prejudicar seu apoio popular.
c) Espera-se que os estudantes reflitam sobre a questão ética do uso de deepfake, já que ela possibilita a criação de imagens que comprometem noções de verdade fundamentais para a organização do debate público.
1. O desenvolvimento das tecnologias de IA tem provocado impactos sociais. O trecho da reportagem a seguir destaca os possíveis impactos dessas tecnologias no mercado de trabalho no futuro próximo. Leia-o atentamente e, depois, responda ao que se pede.
Quase 40% dos empregos em todo o mundo podem ser afetados pelo aumento da Inteligência Artificial (IA), uma tendência que provavelmente aprofundará a desigualdade, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em uma publicação […], a chefe do FMI, Kristalina Georgieva, pediu que os governos estabeleçam redes de segurança social e ofereçam programas de reciclagem [para os trabalhadores] para conter o impacto da IA.
‘Na maioria dos cenários, a IA provavelmente piorará a desigualdade geral, uma tendência preocupante que os formuladores de políticas devem abordar proativamente para evitar que a tecnologia estimule ainda mais as tensões sociais’, escreveu ela […].
Em economias mais desenvolvidas, por exemplo, até 60% dos empregos podem ser afetados pela IA. Aproximadamente metade deles pode se beneficiar de como a IA promove maior produtividade, disse ela.
‘Para a outra metade, os aplicativos de IA podem executar tarefas-chave atualmente executadas por seres humanos, o que poderia reduzir a demanda de trabalho, levando a salários mais baixos e contratação reduzida’, escreveu Georgieva, citando a análise do FMI.
‘Nos casos mais extremos, alguns desses empregos podem desaparecer.’
TOH, Michelle. Inteligência artificial deve afetar 40% dos empregos no mundo, diz FMI. CNN Brasil, [São Paulo], 15 jan. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/inteligencia -artificial-deve-afetar-40-dos-empregos-no-mundo-diz-fmi/. Acesso em: 15 maio 2024.
a) Explique o que são as tecnologias de IA.
b) De acordo com o texto, quais são os possíveis impactos positivos dessas tecnologias?
c) De acordo com o texto, quais são os possíveis impactos negativos dessas tecnologias para os trabalhadores?
2. Atualmente, o uso de ferramentas de deepfake causa grande preocupação. Essas ferramentas podem impactar eleições e outros processos sociais. Por essa razão, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil proibiu o uso dessas ferramentas nas eleições de 2024. Leia o trecho do texto a seguir a respeito desse tema e, depois, responda ao que se pede.
Consulte orientações no MP. 192
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É possível adulterar informações de modo a prejudicar a análise dos eleitores a respeito dos melhores candidatos. Além disso, ao espalhar informações falsas, as deepfakes podem contribuir para a desinformação ou para deslegitimar conhecimento científico a respeito de questões sociais relevantes.
3. Permita que os estudantes se expressem livremente, enfatizando que, neste momento, não existem respostas certas ou erradas. Na elaboração da resposta no diário de experiências, explique à
turma que é interessante definir o que eles entendem por arte e explicar como a criatividade é percebida em humanos e se pode ser encontrada de maneira similar nas criações de inteligência artificial. Organize uma roda de conversação e discuta com a turma se a arte é apenas a expressão de emoções e experiências humanas ou se também pode ser a produção de novas formas e padrões esteticamente agradáveis, algo que as máquinas já estão começando a fazer. Pondere sobre o papel da intenção na
O deepfake é uma das grandes preocupações da Justiça Eleitoral pelo potencial de desequilibrar as eleições. Com a tecnologia, é possível, por exemplo, substituir o rosto de pessoas em vídeos ou simular falas, com o mesmo tom de voz e com a sincronização com o movimento dos lábios.
Para o TSE, o deepfake – que será proibido – é ‘conteúdo sintético em formato de áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia’.
A proibição é para uso com fins de prejudicar ou favorecer candidaturas. A utilização irregular da IA poderá ser enquadrada como uso indevido dos meios de comunicação, o que pode levar à cassação do mandato ou do registro de candidatura.
MENDES, Lucas. TSE proíbe “deep fakes” nas eleições e amplia responsabilidade de big techs CNN Brasil, Brasília, DF, 28 fev. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/tse-proibe -deep-fakes-nas-eleicoes-e-amplia-responsabilidade-de-big-techs/. Acesso em: 15 maio 2024.
a) De acordo com o texto, o que são as deepfakes?
b) Explique como as deepfakes podem impactar as eleições.
c) Em sua opinião, quais são as possíveis implicações do uso de deepfakes em uma disputa eleitoral? Converse com colegas e professor.
3. Observe as duas imagens a seguir e, depois, reflita: você acredita que uma máquina pode criar arte como um artista? Escreva um pequeno texto em seu diário de experiências sobre o uso de IA na criação de obras de arte.
criação artística e questione se uma máquina pode possuir tal intenção ou se ela simplesmente executa as ordens baseadas em algoritmos. Utilize os exemplos de inteligência artificial na arte, como programas que compõem música, criam pinturas ou escrevem poesias, e convide os estudantes para avaliar se essas criações se qualificam como arte. Peça-lhes que considerem, ainda, as implicações éticas e culturais da arte criada por inteligência artificial. Discuta como isso pode mudar nossa compreen-
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são de autoria e originalidade e quais poderiam ser as implicações para os artistas humanos.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Cultura de Paz e convida os estudantes a pensar em como a prática da arte pode reivindicar a paz, além de lutar e defendê-la em movimentos a seu favor. São apresentados artistas nas diversas linguagens artísticas que, individualmente ou por meio de movimentos ou coletivos, atuam para uma sociedade mais justa, inclusiva e equitativa.
Ao discutir o mundo globalizado, seus aspectos econômicos e culturais, são analisados os desafios da globalização, convidando os estudantes a reconhecer os benefícios e os problemas desse fenômeno.
Objetos de conhecimento
Globalização
Aspectos econômicos e culturais da globalização
Hip-hop , rap , grafite e dança break
Manifestações artísticas pela paz
Cultura de Paz
Para iniciar a unidade, organize uma roda de conversação e convide os estudantes para uma leitura coletiva do trecho da canção “Paz”, composta por Gabriel, o Pensador (1974-). Explique aos estudantes que Gabriel, o Pensador, é um nome influente no cenário musical brasileiro, conhecido por suas letras que misturam crítica social, humor e reflexão. Nascido no Rio de Janeiro (RJ), Gabriel começou sua carreira na década de 1990 e rapidamente se destacou pela habilidade de abordar te-
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam os símbolos que representam paz global, amor, bondade e afeto.
2. Resposta pessoal. Proponha aos estudantes que expressem como percebem cada elemento simbólico e o conjunto da mensagem.
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mas complexos, como desigualdade social, política e questões educacionais, de uma maneira que dialoga com o público jovem, incentivando-o a pensar criticamente sobre a sociedade.
Convide os estudantes a observar a fotografia da obra feita pelo artista conhecido como Banksy e esclareça aos estudantes que a verdadeira identidade do artista é desconhecida, suas obras surgem com assinatura, de um dia para o outro, sem ninguém presenciar a criação. Caso considere necessário, comente que o símbolo
que é somado ao coração é tradicionalmente reconhecido como símbolo global da paz. Proponha que compartilhem as sensações e reflexões provocadas pela imagem, buscando estabelecer um diálogo entre a letra da canção e a obra de arte. Explique aos estudantes que o artista britânico Banksy é reconhecido mundialmente por suas intervenções de arte urbana que trazem críticas sociais, convidando-nos à reflexão. Comente com a turma que estêncil é uma técnica artística usada no mundo do grafite para criar imagens ou
■ Movimentos pela paz
■ Mundo globalizado: aspectos econômicos e culturais
■ Desafios da globalização
Aqui se planta
Aqui se colhe
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre as próprias atitudes em relação ao outro.
Mas para a flor nascer é preciso que se molhe
É preciso que se regue pra nascer a flor da paz, É preciso que se entregue com amor e muito mais
É preciso muita coisa e que muita coisa mude
Muita força de vontade e atitude
Pra poder colher a paz, tem que correr atrás e tem que ser ligeiro!
Pra poder colher a fruta é preciso ir à luta, e tem que ser guerreiro!
CONTINO, Gabriel (O Pensador). Paz. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/ gabriel-pensador/124052/. Acesso em: 13 maio 2024.
Observe a imagem e leia o trecho do texto desta abertura de unidade.
1. Na fotografia do mural feito pelo artista conhecido como Banksy, observamos a figura de um homem que parece interagir com o desenho em traços vermelhos. Em sua opinião, o que cada elemento desse mural representa?
2. O artista, em sua poética visual, expressa mensagens. Qual mensagem você acha que Banksy tem a intenção de expressar por meio dessa obra? Converse com colegas e professor.
3. Na canção “Paz”, o rapper Gabriel, o Pensador, diz que é preciso regar a flor da paz para que ela possa florescer. Quais atitudes você adota na escola para fazer florescer a Cultura de Paz? Comente.
QUEM É?
Banksy é o pseudônimo de um artista urbano, ativista político e cineasta britânico, cuja verdadeira identidade é desconhecida. Supõe-se que tenha nascido em Bristol, na Inglaterra, em 1974. Suas obras, em paredes, edifícios e muros de vários países, são caracterizadas pela crítica social e política.
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textos de forma rápida e precisa. Essa técnica usa um molde, geralmente feito de papel, plástico ou metal, que é cortado em um padrão específico. O artista posiciona esse molde sobre a superfície desejada e aplica tinta spray ou em rolo por cima. Quando o estêncil é removido, a forma recortada deixa uma impressão nítida na superfície, enquanto as áreas cobertas pelo molde permanecem sem pintura. Para aprofundar o tema, proponha à turma uma pesquisa sobre as obras de arte realizadas por Banksy. Muitas delas
podem ser encontradas no site oficial do artista (disponível em: https://www.banksy. co.uk/out.html; acesso em: 27 maio 2024). Comente que o cartaz, grudado na parede ao lado da obra de Banksy, diz: “Por favor, ajude-nos a preservar essa obra de arte! É muito difícil obtê-la e destruí-la seria uma perda para todos!”.
Atividades
1. e 2. Espera-se que os estudantes reconheçam que o desenho é composto de um círculo entrecruzado por três linhas, simbolizando a paz global. Além disso, há um símbolo de adição, da linguagem matemática, que se conecta a uma forma simbólica de coração. Esse coração, por sua vez, faz referência a sentimentos universais, como amor, bondade e compaixão. A figura humana retratada pode ser interpretada como um profissional da saúde, possivelmente um médico, dada a presença de instrumentos médicos e uma maleta, elementos comumente associados a essa profissão. Encoraje os estudantes a expressar como percebem cada elemento simbólico e o que eles interpretam da mensagem como um todo. Questione se a turma reconhece o símbolo da paz global e o que sabem sobre ele ou se já o viram em outros contextos.
3. Encoraje os estudantes a refletir sobre como suas ações diárias na escola contribuem para a promoção de uma Cultura de Paz. Comente que a música usa a metáfora de regar uma flor para falar sobre nutrir a paz, o que oferece um ponto de partida visual e emocional para os estudantes explorarem as próprias atitudes.
Instrua-os a pensar especificamente sobre as interações cotidianas e como eles respondem a conflitos, além do tipo de linguagem que usam ao se comunicar com colegas e professores, se incluem todos em atividades e conversas, por exemplo.
Explique aos estudantes que a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022, representa um dos muitos conflitos complexos com raízes históricas e políticas. Destaque a importância de entender o contexto que levou à escalada das tensões entre os dois países, incluindo questões de identidade nacional, geopolítica e segurança regional.
Incentive-os a considerar os impactos humanitários da guerra, como o deslocamento de milhões de pessoas, a perda de vidas e as dificuldades enfrentadas pelos civis em áreas de conflito. Discuta as respostas internacionais ao conflito, incluindo sanções econômicas impostas à Rússia e o apoio militar e humanitário fornecido à Ucrânia por diversos países. Peça-lhes que reflitam sobre a importância do jornalismo e da informação confiável em situações de conflito. Explique de que maneira a desinformação pode ser usada como ferramenta de guerra e ressalte a necessidade crítica de buscar fontes confiáveis para entender a situação corretamente.
Por fim, encoraje uma discussão sobre as possíveis resoluções para o conflito, considerando as complexidades das negociações de paz e os desafios para alcançar uma solução duradoura, que respeite a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, ao mesmo tempo que aborde as preocupações de segurança da Rússia.
Atividades
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes relacionem a manifestação com um desejo coletivo
Símbolo é uma figura que representa uma ideia, um objeto, um ser e até mesmo um país (como as bandeiras). Há símbolos específicos de lugares, períodos ou culturas particulares. E há aqueles que são reconhecidos por todos, em qualquer tempo. Esse é o caso do símbolo global da paz, que pôde ser visto na obra de Banksy, na abertura da unidade, e na fotografia desta página, em que podemos observar um grupo de pessoas em Budapeste, capital da Hungria, formando com lanternas o símbolo global da paz, em manifestação pelo fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
ATIVIDADES
1. Que ideias a fotografia da manifestação com o símbolo global da paz desperta em você?
2. Você conhece movimentos ou ações pela paz local ou global? Cite-os.
3. Em sua opinião, ações locais podem influenciar movimentos pela paz mundial?
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pela paz. É possível, também, destacar a solidariedade entre pessoas de diferentes origens unidas por uma causa comum, demonstrando a força de indivíduos que se reúnem para apoiar ideais de justiça e não violência.
Além disso, a imagem pode inspirar reflexões sobre a eficácia do ativismo pacífico e a importância do posicionamento político na sociedade. O acontecimento retratado pode lembrar momentos históricos em que símbolos como o da paz foram empregados para reivindicar
mudanças, sugerindo que, mesmo em tempos de divisão e incerteza, existe esperança na ação coletiva e na busca por valores pacíficos.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem seus conhecimentos sobre ações locais e movimentos mundiais pela paz.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem argumentos, opiniões e ideias que reforcem a importância de atitudes e desejos de paz tanto no âmbito local como mundial.
Frequentes tensões políticas e sociais vêm ameaçando a paz mundial. Talvez seja por esse motivo que o símbolo global da paz esteja tão presente em nossa época. Mas você sabe como ele surgiu?
O símbolo global da paz foi criado como marca do movimento pacifista Campaign for Nuclear Disarmament, ou CND (em tradução livre, “Campanha pelo Desarmamento Nuclear”). Esse movimento, fundado em 1958 no Reino Unido, defendia a proibição do uso de armas de destruição em massa e a regulamentação do uso de energia nuclear.
Nas décadas de 1960 e 1970, o símbolo da paz foi adotado pelo movimento hippie e se espalhou pelo mundo. Por meio de protestos pacíficos, criação de comunidades e promoção de festivais de música, o movimento hippie se pronunciava contra o consumismo, a indústria cultural, a produção de armas e as guerras, bem como contra as normas e os padrões culturais que influenciavam a sociedade da época. Com suas mensagens de paz, o movimento hippie também influenciou a moda, o design, a música e outras linguagens da chamada contracultura, ao questionar e negar concepções de culturas hegemônicas.
Jovem segurando uma flor diante de soldados da Guarda Nacional dos Estados Unidos durante uma manifestação contra a guerra do Vietnã. Washington, DC (Estados Unidos), 1967.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Jimi Hendrix (1942-1970), compositor e guitarrista estadunidense, considerado um dos ícones do movimento hippie, em apresentação no Festival Woodstock. Bethel (Estados Unidos), 1969.
1. Pesquise outros símbolos globais que representam mensagens de paz e esperança. Escolha um desses símbolos, desenhe-o no diário de experiências e escreva um breve texto sobre a mensagem a ele relacionada. Consulte orientações no MP.
1. Resposta pessoal. Existem símbolos mundialmente conhecidos que representam a paz e a esperança, como a imagem de uma pomba com um ramo de oliveira. Oriente os estudantes a escolher materialidades e a desenhar símbolos conhecidos, pesquisando suas mensagens e seus significados. Para ampliar a atividade, sugira a eles que também criem os próprios símbolos e mensagens de paz.
Explique aos estudantes que a contracultura é um movimento ou conjunto de atitudes que rejeitam os valores e as normas dominantes da sociedade. Mostre que, historicamente, esses movimentos surgiram como formas de expressão de grupos que se sentiam marginalizados ou insatisfeitos com as direções políticas, sociais ou culturais predominantes.
Discuta exemplos de movimentos de contracultura no Brasil, como o Tropicalismo, no final dos anos 1960, liderado por músicos como Caetano Veloso (1942-), Gilberto Gil (1942-) e pela banda Os Mutantes (formada em 1966). Esse movimento musical misturou elementos da música brasileira com influências do rock internacional, no contexto da ditadura civil-militar, utilizando a arte como forma de protesto e questionamento.
Mencione que o Cinema Novo, inspirado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, buscou retratar a realidade brasileira de forma crua e autêntica, focando as lutas das classes desfavorecidas e criticando a desigualdade social. Diretores como Glauber Rocha (1939-1981) e Nelson Pereira dos Santos (1928-2018) usaram o cinema como uma ferramenta de crítica social e política.
Incentive-os a pensar sobre as manifestações contemporâneas de contracultura, que podem incluir expressões artísticas digitais, movimentos de resistência e formas alternativas de comunidade e economia. Peça-lhes que considerem como a contracultura influencia mudanças sociais e como, eventualmente, alguns de seus aspectos podem ser absorvidos pela cultura da sociedade em geral.
Em uma roda de conversação, proponha aos estudantes um debate sobre a cultura e o movimento hip-hop, que surgiram nos Estados Unidos e têm suas origens nos grupos minorizados, especialmente entre jovens negros e latinos das periferias de Nova York. Aprofunde o debate falando sobre o DJ Afrika Bambaataa, nome artístico de Lance Taylor, que é compositor, cantor, produtor, ativista cultural e líder da banda Zulu Nation.
Comente que a cultura hip-hop se espalhou mundialmente e é muito presente no Brasil, abrangendo diversas linguagens artísticas, como o grafite (visual), o rap (musical) e o (Dança). Com o tempo, o movimento hip-hop incorporou novas formas de expressão artística, como as competições de slam. Amplie o debate com os estudantes mencionando breaking estreou como esporte olímpico nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires, em 2018. Nos Jogos Olímpicos Paris 2024, o breaking foi oficialmente incluído como uma modalidade esportiva, ao lado do surfe e do skate, modalidades que foram incluídas nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Apresente aos estudantes o dançarino de break Nelson Triunfo (1954-). O coreógrafo, dançarino, músico e ativista social é pernambucano e escolheu São Paulo (SP) como palco para expressar sua arte. Nelson Triunfo foi um dos pioneiros do break no Brasil durante a década de 1980 e ganhou reconhecimento internacional no movimento hip-hop. O artista tem suas raízes
Você já ouviu falar em “declarações de paz”? Sabe como a cultura hip-hop surgiu e quais linguagens artísticas ela representa? Leia um trecho da “Declaração de Paz do Hip-Hop”, que foi entregue à Organização das Nações Unidas (ONU) em maio de 2001 e assinada por centenas de artistas e grupos ligados à cultura hip-hop Princípio décimo primeiro
A comunidade hip-hop existe como uma cultura internacional de […] todas as raças, tribos, religiões, pessoas e diferentes estilos. Uma fundação voltada para incentivar a comunicação das suas melhores ideias e obras. O hip-hop em si é unido por pessoas multiqualificadas, de diferentes ramos multiculturais, multirreligiosas, pessoas de diferentes ambientes multirraciais, comprometidas com o estabelecimento e o desenvolvimento da paz.
DECLARAÇÃO de paz do hip-hop Universidade Hip Hop. Luanda, c2017. Blogue. Disponível em: https://universidadehiphop.blogspot.com/2011/01/declaracao-de-paz-do-hip-hop_26.html. Acesso em: 10 maio 2024.
GLOSSÁRIO
Beatbox: palavra em inglês que, em tradução livre, significa “caixa de batida”; técnica que consiste em reproduzir o som das batidas, dos instrumentos musicais e dos efeitos sonoros utilizando apenas a voz.
O movimento hip-hop surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1970, entre comunidades que se sentiam oprimidas e marginalizadas, especialmente jovens negros e latinos que viviam nas periferias da cidade de Nova York. Muito presente no Brasil e no mundo, desde a década de 1980, o movimento hip-hop tem como característica uma forte crítica social associada à estética urbana e contempla diferentes linguagens artísticas: a Música (rap e beatbox, com a atuação de DJs, rappers e MCs, ou mestres de cerimônia), a Arte Visual (grafite, com a atuação de grafiteiros ou writers) e a Dança (break, com a atuação de dançarinos conhecidos como b-boys e b-girls).
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na soul music e no funk, estilos musicais de origem estadunidense que surgiram nas comunidades afro-americanas e se espalharam globalmente.
Atividades (página 199)
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem suas experiências.
2. São as linguagens: musical (rap), visual (grafite) e dança (break). Incentive a turma a compartilhar saberes e opiniões.
3. Resposta pessoal. Peça aos estudantes que registrem suas criações no diário de
Décima edição do Encontro Paulista de Hip-Hop, realizado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo para celebrar a Declaração de Paz do Hip-Hop São Paulo (SP), 2016.
experiências. Na roda de conversação, incentive-os a compartilhar as rimas com a turma. Espera-se que os estudantes aprimorem suas habilidades de improvisação de versos para o tema escolhido, mantendo o fluxo e o argumento. Oriente-os no desenvolvimento dessa experiência, valorizando a criatividade, o ritmo e a interação entre os integrantes do grupo.
4. Observe o que os estudantes já sabem sobre o rap e suas referências. Incentive a turma a falar sobre o estilo musical que mais apreciam. Explique que rap
Desde o seu surgimento, o hip-hop passou por diversas transformações. No início, os DJs criavam músicas manipulando discos de vinil. Com o tempo, esses discos foram substituídos por CDs e arquivos digitais armazenados em pen drives. Atualmente, as sonoridades também podem ser criadas com programas de computador. Além disso, outras linguagens artísticas foram sendo incorporadas, como as batalhas ou competições de slam, em que poesias rimadas são declamadas junto com movimentos corporais que expressam os sentimentos e pensamentos dos competidores, formando uma combinação de ritmo e poesia.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você já ouviu músicas ou assistiu a apresentações de dança relacionadas ao movimento hip-hop? Compartilhe com a turma.
2. Quais são as principais linguagens artísticas que compõem a cultura hip-hop? Comente.
3. Vamos fazer uma competição de slam? Em dupla, criem uma estrofe com no mínimo quatro versos rimados sobre um tema que será proposto pelo professor. Escrevam a poesia no diário de experiências. Depois que todos terminarem, cada dupla apresentará as rimas que criou, desafiando outra dupla no slam
DJ Afrika Bambaataa tocando em Liverpool (Inglaterra), 2006.
Lance Taylor (1957-) nasceu no bairro Bronx, em Nova York. Conhecido pelo nome artístico Afrika Bambaataa, é DJ, compositor, cantor, produtor e ativista cultural. É considerado o primeiro artista a usar o termo “hip-hop” (em tradução livre, “balançar dos quadris”).
4. Uma das formas de expressão do rap é conhecida como freestyle (em tradução livre, “estilo livre”), em que artistas improvisam os versos, rimados ou não, com base em determinado tema. Que tal criar um rap freestyle?
a) Convide um colega para um desafio de freestyle
b) Escolham um tema e comecem a criar e a cantar os versos de improviso.
c) Outros colegas da turma podem colaborar para a apresentação da dupla, fazendo backing vocal (vocal de apoio, repetindo palavras ou trechos dos versos) ou beatbox
5. Você já assistiu a alguma apresentação ao vivo ou virtual de dança break? Qual é o seu estilo de dança preferido? Conte para colegas e descubra se alguns deles têm o break como dança predileta.
Aborde a problemática de como, inicialmente, a cultura hip-hop oferecia poucos espaços para a participação feminina. No entanto, recentemente, esses espaços vêm sendo conquistados por mulheres. Além disso, a Cultura de Paz dentro dos grupos de hip-hop valoriza a participação de mulheres e pessoas LGBTQIAPN+.
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06/06/24 09:33 freestyle é uma forma de expressão dentro do hip-hop em que o artista improvisa os versos na hora, sem preparação prévia. Esses versos são criados instantaneamente e refletem a habilidade do rapper em pensar sobre temas variados e criar rimas rapidamente, mantendo o ritmo e o fluxo com a batida musical. No freestyle, o rapper pode ou não rimar as palavras, mas a habilidade de rimar é vista como um sinal de destreza e criatividade. O conteúdo das letras varia desde assuntos pessoais, sociais
e políticos até lúdicos ou competitivos, especialmente em batalhas de rap 5. Respostas pessoais. Incentive a turma a falar sobre o estilo ou gênero de dança que mais apreciam. Promova momentos em que os estudantes possam se expressar através de movimentos dançantes, tanto dentro da cultura do break quanto em outras manifestações culturais.
Proponha aos estudantes criar imagens usando técnicas de estêncil. Para uma atividade prática, oriente-os a escolher suportes como painéis de papelão, que são materiais reaproveitáveis, ou até mesmo muros e paredes da escola, desde que tenham as autorizações para realizar a atividade. Para a confecção dos moldes, sugira à turma que use folhas de acetato, obtidas, por exemplo, de chapas de radiografia ou materiais similares. Os desenhos podem ser criados em folhas avulsas e, posteriormente, transferidos para o acetato usando canetas permanentes. Oriente os estudantes a recortar com uma tesoura as partes do desenho que desejam deixar vazadas. Para a pintura, eles podem utilizar esponjas embebidas em tinta guache ou tinta de parede, ou optar por aplicar sobre o molde a tinta spray . Oriente-os sobre as formas de uso da tinta escolhida e o tipo de proteção necessária.
A proposta do trabalho com esta dupla de páginas é iniciar as reflexões sobre globalização com base na letra de uma canção do gênero reggae. Analisando-se o papel desempenhado pelo reggae no Brasil, mais especificamente no estado do Maranhão, trabalha-se com um exemplo prático de globalização cultural. Além disso, as temáticas abordadas nas canções de reggae frequentemente as aproximam de aspectos decorrentes de um mundo globalizado, com fortes críticas às desigualdades socioeconômicas acentuadas pela globalização.
Leia com os estudantes a letra da canção. Ela traz muitos conceitos relacionados à globalização que podem ser retomados ao longo do estudo com a unidade. Neste primeiro momento, reúna os estudantes em grupos e peça-lhes que realizem uma segunda leitura da letra da canção e que discutam sua interpretação pessoal de cada verso. Circule entre os grupos e registre os principais pontos levantados pelos estudantes. Essa atividade é uma avaliação diagnóstica valiosa, que balizará a abordagem dos assuntos tratados até o final da unidade. Além disso, a compreensão da complexidade do mundo globalizado e de seus impactos na economia, na política, na sociedade e na cultura é fundamental para uma leitura crítica do mundo, permitindo um posicionamento ativo e fundamentado nas questões da comunidade, município, região ou país onde se vive. Em seguida, apresente o reggae como gênero musical. Se possível, selecione
São Luís, capital do Maranhão, é conhecida como a Capital Nacional do Reggae. Ao caminhar pela cidade, é possível ouvir batidas, arranjos, melodias e cantos desse gênero musical. A seguir, leia alguns trechos da letra da canção “Globalização”, do grupo maranhense Tribo de Jah, uma das mais conhecidas bandas de reggae do Brasil.
Os dirigentes do sistema impõem seu lema:
[…]
Com seus tentáculos multinacionais querem mais, e mais, e mais...
Lucros abusivos
[…]
Querem abocanhar o globo, dividindo em poucos o bolo
[…]
Não veem seres humanos e os seus valores, só milhões e milhões de consumidores
[…]
É a lei infeliz do grande capital,
O poder da grana internacional que faz de cada país apenas mais um seu quintal
É o poder do dinheiro regendo o mundo inteiro BEYDOUN, Fauzi. Globalização. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Fauzi é vocalista e compositor da banda Tribo de Jah. Disponível em: https://www.letras.mus.br/tribo-de-jah/304063/. Acesso em: 10 maio 2024.
QUEM É?
Tribo de Jah é uma banda de reggae formada em São Luís (MA), em 1986, por músicos que se conheceram em uma escola para pessoas com deficiência visual. Conhecida internacionalmente, a banda desempenha um papel significativo na disseminação do reggae e na representação de aspectos da cultura brasileira no mundo.
Capa do álbum Até que o bem triunfe no final, do grupo Tribo de Jah, 2021.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Você conhece canções que fazem críticas sociais, como a presente na letra da canção que acabou de ler? Converse com colegas e professor.
2. O título dessa letra faz referência ao termo “globalização”. Você sabe o que ele significa? Quais ideias você associa a ele? Converse com colegas e professor.
previamente alguns exemplos significativos de canções, de modo que os estudantes compreendam as contribuições culturais e o impacto do reggae no pensamento crítico de parcelas da sociedade.
Com auxílio do planisfério da página 283 , localize a Jamaica e peça aos estudantes que identifiquem as razões da composição étnico-cultural do país. Contextualize historicamente a discussão, retomando o modelo colonial de exploração e escravização de africanos para o trabalho na ilha da América Cen-
tral, especialmente nas plantações de cana-de-açúcar.
Atividades
1. Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre as referências musicais deles. É possível que eles mencionem canções da música popular brasileira (MPB) ou de rap
2. Respostas pessoais. Reserve um tempo para que os estudantes se expressem livremente e utilize a atividade como instrumento de avaliação diagnóstica.
O reggae é um gênero musical originado na Jamaica, país localizado na América Central, banhado pelo Mar do Caribe. Com forte influência de ritmos africanos, o reggae também incorporou culturas indígenas e movimentos religiosos e políticos. O cantor e compositor jamaicano Bob Marley (1945-1981) tornou-se um ícone do reggae, sendo responsável por torná-lo popular em seu país e difundi-lo pelo mundo. Em 2018, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu o reggae jamaicano na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Alguns estudiosos sugerem que o reggae chegou ao Maranhão através das ondas de rádio provenientes da América Central, enquanto outros defendem que foram os marinheiros que, ao aportarem em São Luís (MA), trouxeram consigo discos desse ritmo jamaicano. Com o passar dos anos, o reggae se tornou um dos símbolos da capital maranhense, que passou a ser considerada a “Jamaica brasileira”.
Misturando diferentes ritmos musicais, o reggae passou por grandes mudanças desde sua origem. No entanto, as referências a Jah (ou Yah, uma abreviação de Yahweh – Deus, na transliteração para a língua portuguesa) e ao continente africano, as mensagens pacíficas e a forte crítica social são características que permaneceram ao longo do tempo.
Atualmente, o reggae é tocado e cantado por pessoas de várias nacionalidades, que adaptam o estilo aos seus contextos culturais. Sem a globalização, que pode ser definida como um processo histórico de interligação econômica, social, cultural e política entre diferentes povos e países, o reggae poderia ter permanecido como um movimento local, restrito à Jamaica.
Captura de tela de gravação de live do grupo Filosofia Reggae em 2021. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=S95LEeSXkPs&ab _channel=FilosofiaReggae. Acesso em: 7 jun. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. A Música, assim como as demais linguagens artísticas, atravessa fronteiras. Em sua opinião, ela desempenha um papel importante na divulgação da cultura dos povos? Converse sobre isso com colegas e professor.
2. Uma das características das letras das canções de reggae é a crítica contundente às injustiças e desigualdades sociais. Você considera importante que a música provoque reflexões sobre questões sociais?
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1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a refletir sobre o papel da Música no mundo contemporâneo e sobre o papel que ela tem na divulgação da cultura de diferentes povos. Muitas tradições musicais são transmitidas oralmente de geração em geração e podem ser uma forma de preservar a história e os costumes de uma comunidade.
2. Resposta pessoal. Explique aos estudantes que as letras de muitas canções desempenham um papel importante na promoção da reflexão e da crítica sobre os
problemas sociais. Informe que, para além do entretenimento, elas podem inspirar ações e promover mudanças, enquanto fornecem uma plataforma para expressão e validação das experiências individuais e coletivas. As canções despertam a consciência social ao abordar temas como desigualdade, injustiça, discriminação, pobreza, entre outros problemas sociais. Muitas vezes, as letras das canções são usadas para denunciar injustiças e dar voz aos grupos marginalizados e oprimidos das sociedades, como ocorre com muitas canções de reggae.
Converse com os estudantes sobre o papel cultural da Música, uma linguagem artística profundamente enraizada nas tradições de uma comunidade ou de um povo. Por isso, ela reflete valores, crenças, tradições e experiências, podendo transmitir histórias, mitos e eventos importantes. Além disso, a Música constitui símbolo de identidade e cultura e pode ajudar os membros de uma comunidade a se conectarem com suas raízes e se orgulharem de sua herança cultural, como ocorre com o reggae jamaicano.
O trabalho com esta dupla de páginas tem o objetivo de historicizar o fenômeno da globalização, dando maior destaque às mudanças relativas às tecnologias de transporte.
Por meio da metodologia da aula dialogada, realize uma avaliação diagnóstica dos conhecimentos prévios dos estudantes em relação às Grandes Navegações. Aproveite todas as contribuições que surgirem, mas enfatize os avanços tecnológicos que permitiam às naus e às caravelas realizar viagens a longa distância, viabilizando a colonização de continentes distantes. Reforce como as mudanças no tempo de deslocamento modificam as noções de tempo e espaço, dando a impressão de que o planeta se torna menor. Explique aos estudantes que, ao longo do século XVIII, especialmente durante a Primeira Revolução Industrial, essa mundialização se intensificou, ganhando impulso ainda maior no século seguinte, com a Segunda Revolução Industrial. No século XX, ocorreram diversas inovações tecnológicas em diferentes regiões do planeta. A partir do momento em que grande parte do mundo se globalizou, muitos acontecimentos locais ou regionais passaram a ter impacto global. Um exemplo disso foi a crise econômica que afetou os Estados Unidos em 2008 e teve consequências em quase todo o mundo, ou a pandemia de covid-19, que começou na Ásia em 2019 e se alastrou para outras regiões do planeta.
Atividades
1. O autor diz que a globalização é a intensificação das relações sociais em escala mundial, interligando regiões distantes
O termo “globalização” surgiu na década de 1980 para designar as modificações econômicas, políticas e culturais que passaram a ocorrer no mundo naquele período. Leia um trecho do texto do sociólogo britânico Anthony Giddens (1938-).
A globalização pode assim ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa.
GLOSSÁRIO
Milha: unidade de distância terrestre usada principalmente nos países de língua inglesa; equivale a, aproximadamente, 1 609 metros.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade Tradução: Raul Fiker. São Paulo: Editora Unesp, 1991. p. 60.
Consulte orientações no MP.
1. Como o autor do texto define o conceito de globalização?
2. Você se recorda de algum evento que tenha ocorrido em outra região do mundo e que tenha provocado algum impacto em sua vida? Converse com colegas e professor.
Para alguns estudiosos, determinados processos característicos da globalização começaram antes da década de 1980. Entre os séculos XV e XVI, os europeus encontraram rotas alternativas de comércio e territórios até então desconhecidos por eles. Desse modo, foi possível estabelecer contato e aumentar as trocas entre diferentes continentes, como Ásia, África, Europa e América, o que possibilitou o início da mundialização do comércio
BRAUN, Georg et al Civitates orbis terrarvm. Coloniae Agrippinae: Petrum à Brachel, t. 5, 1612-1618. Detalhe do mapa que ilustra uma vista do Porto de Cádiz (Espanha) e o comércio de produtos provenientes da América no século XVI. Disponível em: https:// www.loc.gov/resource/g3200m. gct00128c/?sp=17&r=-0.147, -0.102,1.315,0.815,0. Acesso em: 5 jun. 2024.
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que são mutuamente afetadas por acontecimentos ocorridos localmente.
2. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a pandemia de covid-19, que teve início no continente asiático e acabou se espalhando por várias regiões do mundo, afetando milhões de pessoas de maneira direta ou indireta. Estudantes mais velhos podem mencionar outros eventos, como a pandemia de gripe H1N1 em 2009, a crise econômica estadunidense de 2008 e as guerras que levaram ao deslocamento de grandes contingentes populacionais, inclusive para o Brasil.
Texto complementar
A globalização é principalmente um processo de integração global, definindo-se como a expansão, em escala internacional, da informação, das transações econômicas e de determinados valores políticos e morais. Em geral, valores do Ocidente. Herdeira do imperialismo financeiro dos séculos XIX e XX, a globalização ultrapassa as fases anteriores de internacionalização da economia para abranger praticamente todos os países do mundo. É uma nova fase do Capitalismo, surgida com o fim do bloco socialista e a queda do muro de Berlim em 1989; eventos que levaram à
A globalização tem transformado profundamente a maneira como o mundo se conecta e interage, com os meios de comunicação e transporte desempenhando papéis fundamentais nesse processo.
Com o grande desenvolvimento tecnológico e de infraestrutura ocorrido nas últimas décadas, houve um aumento expressivo na circulação de bens, serviços e pessoas em escala global. A redução no tempo de deslocamento contribui para aumentar a integração entre diferentes partes do mundo.
Outro aspecto marcante da globalização é a troca de informações. Com a ampliação do acesso à internet, é possível receber e transmitir informações de quase todos os lugares do mundo em tempo real. Com isso, aspectos de diferentes culturas podem ser conhecidos, ideias se espalham e informações circulam rapidamente.
Mundo: tempo de viagem entre Brasil e Portugal
No século XVI, uma caravela levava cerca de dois meses na viagem entre Portugal e Brasil, atravessando o oceano
De avião, a viagem de Portugal para o Brasil dura entre 8 e 10 horas.
Atualmente, um navio pode fazer o mesmo trajeto em poucos dias.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. De acordo com o mapa, quanto tempo durava uma viagem de Portugal para o Brasil no século XVI? E atualmente, em quanto tempo é possível fazer esse trajeto? O que possibilita essa rapidez no deslocamento entre países?
2. Embora o transporte aéreo facilite o deslocamento e reduza o tempo das viagens, esse meio de transporte ainda é inacessível para a maioria das pessoas. Em sua opinião, por que viajar de avião é um privilégio de poucas pessoas?
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06/06/24 09:33 grande expansão de mercados, alcançando áreas antes vetadas ao Capitalismo.
Apesar da globalização atingir a cultura e as mentalidades, seu principal fator é a economia, criando mercados e integrando regiões, a partir de uma nova distribuição internacional de trabalho entre os países globalizadores e globalizados. Ou seja, entre aqueles Estados que controlam a dinâmica produtiva e comercial e aqueles que precisam se submeter a essa dinâmica.
GLOBALIZAÇÃO. In: SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2009. p. 169-170.
Converse com os estudantes sobre os avanços tecnológicos no setor de transportes. Explique que o desenvolvimento de aeronaves de alta velocidade permite viagens rápidas entre países, reduzindo o tempo de deslocamento em comparação com outros meios de transporte.
1. No século XVI, a viagem durava cerca de dois meses, enquanto atualmente leva entre 8 e 10 horas. Espera-se que os estudantes respondam que a rapidez no deslocamento de um país para outro é explicada principalmente pelo desenvolvimento das tecnologias de transporte e infraestrutura.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que, embora a aviação comercial tenha se tornado mais acessível ao longo do tempo, especialmente com o crescimento do número de companhias aéreas e o aumento da concorrência, ainda há barreiras para que grande parte da população desfrute desse meio de transporte, como o custo das passagens aéreas, especialmente em rotas de longa distância ou durante períodos de alta demanda. Em muitas regiões, sobretudo em áreas rurais, a infraestrutura aeroportuária é limitada ou inexistente. Isso significa que as pessoas que vivem nessas áreas podem não ter acesso fácil a aeroportos.
Com esta dupla de páginas, pretende-se discutir as grandes mudanças econômicas provocadas pela globalização. Para tanto, parta da vivência dos estudantes, utilizando a metodologia da sala de aula invertida. Solicite que pesquisem previamente produtos que tenham sido feitos fora do Brasil ou em regiões brasileiras distantes da Unidade da Federação onde a turma vive. Com base nos resultados da pesquisa, problematize o processo produtivo, chegando ao conceito de mundialização da produção. Explique que, com as tecnologias atuais de comunicação e transporte, diferentes fases da produção de um único produto podem ocorrer em qualquer lugar que seja mais vantajoso, pela oferta de matéria-prima, de mão de obra barata, de profissionais qualificados, de benefícios fiscais etc. É possível que entre os estudantes existam alguns que trabalhem em multinacionais ou em empresas em que parte dos serviços é prestada remotamente, muitas vezes em outro país. Pergunte a eles como isso é possível. O importante é que, ao final da discussão, os estudantes compreendam que os meios de transporte da atualidade permitem a circulação pelo mundo de componentes de um produto a custos vantajosos para a empresa, gerando mais lucro durante o processo produtivo. Acrescente que os atuais meios de comunicação, em geral, possibilitam que, em diversas áreas, sejam prestados serviços remotamente, com a mesma qualidade e eficiência que esse profissional entregaria se trabalhasse presencialmente.
O processo de globalização gerou consequências na economia global, como a expansão de grandes empresas pelo mundo e o aumento do fluxo de capitais.
A expansão das grandes empresas multinacionais, também chamadas de transnacionais, provocou grandes mudanças no processo de produção industrial. Com isso, atualmente, os diversos componentes de um mesmo produto podem ser fabricados em diferentes países.
GLOSSÁRIO Empresa multinacional: empresa que mantém a produção, as vendas, a administração ou outros processos em dois ou mais países.
1. É possível estabelecer alguma relação entre a imagem e o processo de globalização? Justifique.
Com a informatização e o avanço dos meios de transporte e de comunicação, as empresas multinacionais estão descentralizando as etapas de produção, distribuindo-as entre suas filiais espalhadas pelo mundo ou estabelecendo parcerias com outras indústrias. Isso é feito com o intuito de reduzir custos e aumentar a produtividade e o lucro. Assim, uma fábrica de aparelhos eletrônicos pode ter sua sede principal no Japão, o departamento de marketing no Brasil, as matérias-primas extraídas no Congo e a montagem feita na Índia ou na China, além de lojas espalhadas por todo o mundo para comercializar o produto. Uma decisão tomada no Japão pelos dirigentes dessa empresa, como reduzir o quadro de funcionários ou substituir a mão de obra por máquinas, pode impactar os trabalhadores dessa multinacional em lugares muito distantes. Do mesmo modo, uma eventual paralisação em uma das etapas de produção em determinado país pode impactar toda a cadeia produtiva.
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1. Auxilie os estudantes durante a elaboração da resposta. Explique que, para produzir celulares, uma fábrica precisa de componentes como bateria, chip e outros elementos que são, muitas vezes, importados de diferentes partes do mundo, aspecto que acaba refletindo a natureza globalizada da cadeia de produção. Essas grandes indústrias de eletrônicos operam em um mercado global, exportando seus produtos para diferentes países. Por fim, empresas de eletrônicos buscam constantemente novas formas de melhorar seus produtos, aumentar a eficiência e reduzir os custos de produção, os quais são itens que podem envolver a adoção de tecnologias avançadas de produção.
O fluxo de capital financeiro constitui outro elemento da economia mundial que se intensificou com os avanços das tecnologias digitais de comunicação.
A economia globalizada possibilitou o aumento crescente da transferência de capitais. Atualmente, a maior parte do dinheiro que circula pelo mundo está relacionada aos investimentos especulativos em bolsas de valores. Esse tipo de investimento busca lucros rápidos, aproveitando-se da oscilação dos preços, sem contribuir para a criação de empregos. Já com o investimento produtivo, os recursos são usados para ampliar a produção, o que gera o aumento dos postos de trabalho.
A interdependência entre bancos, seguradoras, bolsas de valores e outras empresas garante que as transações financeiras ocorram de forma contínua, e a transferência de capital ocorra de maneira instantânea.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Realize uma pesquisa sobre o que é a Bolsa de Valores e qual é o papel dela na economia de um país. Registre as informações em seu diário de experiências e, depois, compartilhe suas descobertas com colegas e professor.
Explique aos estudantes que a Bolsa de Valores serve como um termômetro da situação econômica de um país, refletindo o desempenho das empresas listadas e a reação dos investidores em relação ao mercado.
1. Auxilie os estudantes na realização da pesquisa. A Bolsa de Valores é um mercado organizado em que são negociados títulos e valores mobiliários, como ações de empresas, títulos de dívida, fundos de investimento e outros ativos financeiros. O papel da Bolsa de Valores na economia de um país é facilitar o financiamento das empresas, permitindo que elas levantem capital por meio da venda de ações ao público, chamado de investidor. Essa dinâmica, em tese, deveria incentivar o investimento e o crescimento econômico, além de proporcionar aos investidores a oportunidade de diversificar seus investimentos e obter retornos financeiros.
205 06/06/24 09:33
Texto complementar […] os economistas começam a estabelecer uma distinção entre internacionalização e globalização. ‘Embora sejam usados muitas vezes como sendo intercambiáveis, esses termos não são sinônimos. Internacionalização se refere simplesmente ao aumento da extensão geográfica das atividades econômicas através das fronteiras nacionais; isso não é um fenômeno novo. A globalização da atividade econômica é qualitativamente diferente. Ela é uma forma mais avançada, e complexa, da internacionalização, implicando um certo grau de integração funcional entre as atividades econômicas dispersas.’ […]
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 2007. p. 15-16.
O trabalho com esta dupla de páginas tem por objetivo analisar a dimensão cultural da globalização. Inicie o trabalho pela análise da fotografia. Antes da explicação e da discussão coletiva, solicite aos estudantes que relacionem a fotografia ao conceito de globalização estudado até então. Essa atividade mobiliza raciocínios complexos e pode fornecer elementos importantes para o planejamento de novas estratégias que visem desenvolver competências mais sofisticadas dos estudantes.
Em seguida, peça-lhes que se reúnam em duplas ou trios e respondam à atividade 1. Sugere-se considerar a heterogeneidade da turma na formação dos pequenos grupos, pois faixa etária e vivências distintas podem sofrer e provocar impactos também diferenciados em relação à globalização cultural.
Resposta pessoal. É provável que os estudantes identifiquem as massas como alimentos presentes tanto no cotidiano de brasileiros quanto de italianos. Eles também podem mencionar carnes, queijos, tomate, azeite, entre outros.
Texto complementar
Muito interessado pela maneira como a sociedade consome produtos e gera resíduos, o fotógrafo estadunidense Gregg Segal documenta, de maneira artística, séries imagéticas que abordam questões como globalização, desigualdade e desperdício. […] […]
Para Gregg, os projetos em que documenta o lixo são como ‘arqueologia instantâ-
A interação entre diferentes povos e culturas é um dos grandes benefícios da globalização. Com o avanço dos meios de comunicação e de transporte, a aproximação e a troca entre diversas sociedades tornaram-se mais acessíveis. Nos dias de hoje, pessoas de diferentes culturas interagem, mesmo à distância, e seus modos de vida, tradições, crenças, linguagens, vestimentas e hábitos alimentares podem influenciar pessoas de outras partes do mundo, com práticas diferentes entre si. Na nossa alimentação, por exemplo, podemos observar a influência de hábitos alimentares de diversas culturas: o vatapá, um dos elementos da rica herança dos povos africanos; o sushi, uma influência japonesa; a pizza, típica da Itália e tão consumida em todo o país. Nos séculos XIX e XX, com a chegada dos imigrantes italianos ao Brasil, a pizza passou a fazer parte da culinária brasileira. Em meados do século XX, esse prato tornou-se popular em diferentes lugares do mundo, sendo considerado um dos mais globalizados do planeta. Em cada país, a pizza possui combinações, ingredientes e temperos que refletem as características gastronômicas locais.
Consulte orientações no MP.
1. Além da pizza, que outros alimentos são consumidos tanto pelas pessoas que vivem na Itália quanto pelos brasileiros? Pesquise alguns deles e anote no diário de experiências.
nea’. ‘As coisas que nós jogamos fora contam uma história não apenas sobre o que nós consumimos, mas também sobre quais são os nossos valores’, explica. ‘Essas mesmas coisas também contam a história não apenas sobre a nossa saúde, mas também ‘falam’ sobre a saúde do planeta.’
Ao falar sobre globalização, Gregg cita o Brasil ao exemplificar as consequências alimentares do fenômeno que notou durante as próprias pesquisas. ‘O Brasil é um país em que, há cerca de 34 anos, crianças não tinham o suficiente para comer, e, agora, 57% da população está acima do peso ou é obesa’, diz. ‘Uma grande parte disso se deve à globalização
e aos alimentos ultraprocessados que saturaram os mercados.’ Por outro lado, o fotógrafo também chama a atenção para a diferença de realidades socioeconômicas em que, em algumas localidades, é barato consumir fast food, mas é caro comprar alimentos naturais e frescos, enquanto em outras regiões ocorre o exato oposto.
FOTÓGRAFO aborda globalização em imagens curiosas. [Lucas do Rio Verde]: Nova Color Fotografia, [202-]. Disponível em: https://www.fotonovacolor.com.br/blog/ fotografo-aborda-globalizacao-em-imagens-curiosas-258. Acesso em: 27 maio 2024.
A internet é uma ferramenta poderosa na disseminação da cultura globalizada, pois ela revolucionou a forma como as pessoas interagem com conteúdos produzidos em diferentes regiões do mundo. Por meio de mecanismos de busca, é possível explorar e aprender sobre a história de lugares distantes, bem como sobre diferentes culturas, idiomas e tradições.
As redes sociais conectam pessoas de diferentes partes do mundo, permitindo que compartilhem experiências. Plataformas de streaming, que exibem conteúdos multimídia on-line, e sites de compartilhamento de conteúdo proporcionam acesso a uma ampla variedade de informações e entretenimento. Conteúdos como notícias, filmes, séries de TV, músicas, jogos e vídeos são disseminados de maneira global, facilitando a interação entre culturas, o acesso à informação e a troca de ideias.
A cultura globalizada não elimina as culturas locais. Com o objetivo de divulgar seus valores e suas experiências, comunidades tradicionais como quilombolas, ribeirinhos e indígenas usam a internet como uma ferramenta em benefício de suas comunidades.
Muitos estudiosos das Ciências Humanas defendem que a globalização possibilita a heterogeneidade cultural, especialmente por evidenciar a diversidade de culturas que existe no mundo.
As irmãs Fabiola e Fabiane, youtubers conhecidas como As Ribeirinhas da Amazônia, que mostram o dia a dia da comunidade tradicional onde vivem, em entrevista para um programa de TV. Tefé (AM), 2022.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. No lugar onde você vive, há algum influenciador que divulgue a cultura local? Você costuma acompanhar as postagens de influenciadores com esse perfil de trabalho? Converse com colegas e professor.
2. Você considera importante o uso das redes sociais para divulgar a cultura e defender os direitos das comunidades tradicionais? Justifique sua resposta.
1. Respostas pessoais. Reserve tempo para que todos que desejam possam falar. Aproveite a atividade para que os estudantes possam partilhar indicações de influenciadores e canais digitais sobre o tema.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compreendam que a internet é uma importante ferramenta das comunidades tradicionais, pois possibilita a esses grupos divulgar suas culturas, lutar contra estereótipos e tornar suas causas conhecidas pela população nacional e internacional.
Além das influências globais nos hábitos alimentares, solicite aos grupos que reflitam sobre outras áreas da cultura globalizada com as quais eles interagem e as quais apreciam. Sugira que pensem em canções, filmes, séries, artistas, esportes e demais assuntos que os interessem. Em um segundo momento, proponha uma roda de conversação com toda a turma, de modo que amplie a discussão. É interessante que a reflexão sobre os próprios gostos e as trocas com os colegas se transformem em dicas culturais, inspirando interesses e expandindo o conhecimento de todos. Converse sobre o paradoxo que emerge com a globalização: ao lado do maior acesso a uma “cultura única mundial”, destacam-se as expressões nacionais, regionais e locais. Peça aos estudantes que exemplifiquem. Dê especial atenção a esse momento, pois os canais de comunicação de massa de décadas atrás têm sido substituídos por uma pluralidade de plataformas na internet, o que atinge públicos mais segmentados. Assim, incentive o compartilhamento entre os estudantes, pois é muito provável que muitos tenham o primeiro contato com artistas e conteúdos culturais por meio de colegas.
A proposta desta dupla de páginas é provocar a reflexão sobre os aspectos positivos e negativos da globalização. Desse modo, espera-se que os estudantes, ao final da discussão, não tenham uma percepção limitada e unilateral, mas que analisem por que a globalização, assim como grande parte dos fenômenos mundiais, apresenta prós e contras. Inicie a discussão por meio de uma atividade diagnóstica. Escreva o título “Globalização” na lousa e divida-a em duas partes. Explique que os estudantes devem mencionar aspectos que julgam positivos e negativos em relação ao fenômeno. Registre as respostas como instrumento de avaliação processual, verificando se eles retomam adequadamente o que vem sendo trabalhado ao longo da unidade.
Após essa dinâmica, leia junto à turma o trecho da entrevista do economista alemão Hans-Olaf Henkel. Problematize a fala de Henkel sobre a globalização. Ressalte que a afirmação sugere que a globalização não se limita apenas à movimentação física de mercadorias mas também envolve a troca de conhecimentos, valores e ideias entre diferentes culturas e sociedades. No entanto, destaque que é importante reconhecer que a globalização nem sempre resulta em um intercâmbio equitativo de ideias. Muitas vezes há um fluxo desigual de influências culturais, nas quais as narrativas dominantes e as formas de conhecimento ocidentais prevalecem sobre as perspectivas de outras culturas. Isso pode levantar questões sobre a homogeneização cultural e a preservação da diversidade cultural.
Alguns estudiosos defendem a globalização como um processo que gera riquezas e desenvolvimento para as nações envolvidas. Argumentam que ela tem o potencial de reduzir a pobreza ao criar oportunidades de emprego, aumentar a renda e melhorar o acesso a bens e serviços essenciais, especialmente em países mais pobres. Com a ampliação dos mercados mundiais e a facilitação do comércio internacional, ocorre o aumento da competitividade entre as empresas, levando à diminuição dos preços dos produtos.
Um dos defensores da globalização é o economista alemão Hans-Olaf Henkel (1940-). A seguir, leia o trecho de uma entrevista que ele concedeu sobre o tema.
Sr. Henkel, o que significa globalização para o senhor?
Para mim, é a melhor notícia para a humanidade, desde o Iluminismo e a Declaração dos Direitos Humanos. Globalização não significa apenas que bens, mercadorias e serviços circulam pelo mundo inteiro; acima de tudo, ela implica o intercâmbio das melhores ideias.
[…]
Todo Estado tem de garantir que as pessoas possam compartilhar da globalização e com ela lucrar. É preciso entender que o empresariado não apenas se beneficia do processo social como também contribui significativamente para ele. […]
HENKEL, Hans-Olaf. Globalização: prós e contras. [Entrevista cedida a] Oliver Schilling. DW, [s. l.], 8 ago. 2002. Grifo nosso. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/globaliza%C3%A7%C3%A3o -pr%C3%B3s-e-contras/a-606341. Acesso em: 17 maio 2024.
Consulte orientações no MP.
1. De acordo com o entrevistado, a globalização não se limita apenas à circulação de bens e serviços mas também envolve o intercâmbio das melhores ideias. Você concorda com esse posicionamento? Justifique sua resposta.
2. O economista também defende que a globalização é a melhor notícia para a humanidade desde a Declaração dos Direitos Humanos. Você concorda com essa afirmação? Converse com colegas e professor.
3. Como você interpreta a ideia de que o Estado deve garantir que as pessoas possam compartilhar da globalização e com ela lucrar? Você acha que isso é possível? Justifique sua resposta.
Aspectos negativos
Para parte dos estudiosos, a globalização resulta em desemprego e na redução dos direitos dos trabalhadores. Segundo eles, o processo é excludente e não beneficia a todos com igualdade, já que grande parte da população mundial continua sem acesso às novas tecnologias e aos novos bens de consumo. Além disso, a pobreza e a concentração de renda cresceram muito nas últimas décadas.
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Destaque que a ideia de Henkel sugere um compromisso com a inclusão e a equidade no processo de globalização. Isso implica garantir que todos os membros da sociedade tenham acesso às oportunidades criadas pela globalização e possam se beneficiar delas. Em teoria, essa ideia é louvável e alinha-se com princípios de justiça social e de desenvolvimento humano, mas, na prática, alcançar esse objetivo é quase impossível em uma sociedade capitalista que se organiza de maneira desigual.
1. Resposta pessoal. Acompanhe a produção das respostas e verifique se os estudantes se utilizam de argumentos coerentes com o próprio posicionamento.
2. Resposta pessoal. Os estudantes devem responder que a afirmação expressa uma visão otimista sobre os benefícios da globalização. Ao equiparar a globalização à Declaração dos Direitos Humanos, sugere-se que ela representa um avanço significativo na história da humanidade, promovendo valores como liberdade e igualdade.
Manifestação de desempregados e trabalhadores informais por mais subsídios do governo nacional. Buenos Aires (Argentina), 2023.
Leia, a seguir, o trecho de um texto escrito pelo geógrafo Milton Santos (1926-2001). De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. […] […]
Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. […]
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 19-20.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Embora crítico ao processo de globalização, Milton Santos alega que é possível pensar em um outro mundo, ou seja, em uma “outra globalização”. Quais argumentos o autor apresenta para defender esse ponto de vista?
2. O que a globalização representa para você? Em sua opinião, ela traz mais aspectos positivos ou negativos? Você já vivenciou algum aspecto positivo ou negativo da globalização? Converse com colegas e professor.
Complemente que, além dos motivos sinalizados no texto de Milton Santos, a forma como a globalização ocorre leva à perda de empregos, a condições precárias de trabalho, à exploração dos recursos naturais de maneira predatória, causando desmatamento, poluição e esgotamento de água potável, bem como a uma facilidade na disseminação de doenças infecciosas e de pandemias, como a vivenciada no caso da covid-19. Promova uma roda de conversação para refletir sobre os pontos positivos e negativos da globalização após a análise dos textos estudados.
Atividades
1. Espera-se que os estudantes respondam que o autor defende outra globalização, que é uma abordagem alternativa à forma predominante de globalização. Segundo ele, a unidade da técnica e o acúmulo de conhecimento atual podem gerar “uma outra globalização” (Santos, 2001, p. 20), que seja mais humana, justa e sustentável.
3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que, no contexto do capitalismo, é praticamente impossível que haja lucros para todas as pessoas.
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Promova a leitura coletiva do trecho de texto do geógrafo Milton Santos. Destaque que os críticos da globalização, como o geógrafo, destacam que ela gera desigualdade econômica, perda de identidade cultural e exploração de recursos naturais e de mão de obra. Converse com os estudantes sobre o fato de Milton Santos não acreditar ser possível a inexistência da globalização, porém ele fala sobre a necessidade de um novo modelo, mais justo e sustentável.
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes apontem como aspectos positivos o intercâmbio cultural entre pessoas de diferentes origens e regiões, bem como o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, que tornou a comunicação global mais rápida e acessível. Entre os aspectos negativos, eles podem ressaltar a desigualdade de acesso a bens e serviços e os impactos ambientais. Converse sobre a vivência dos estudantes em relação ao fenômeno da globalização.
Explique aos estudantes que, quando queremos entender o significado profundo e objetivo de uma palavra, é importante buscarmos a sua origem etimológica. A etimologia nos permite traçar a história de uma palavra desde a sua raiz mais antiga, frequentemente em uma língua ancestral, até o seu uso atual.
Com a colaboração do professor responsável por Leitura e Escrita, demonstre como o conhecimento da etimologia de uma palavra pode ajudar a melhorar a habilidade linguística, pois oferece uma compreensão mais profunda das palavras, auxiliando na ortografia, no vocabulário e na capacidade de aprender novos idiomas.
Comente que, na Grécia antiga, a paz era representada pela palavra “eiréné”. Esse termo era utilizado para descrever a ausência de guerra e também o estado de tranquilidade, segurança e ordem pública, semelhante ao significado da palavra em latim “pax”.
Além disso, Eiréné (ou Irene, em português) era personificada, na mitologia grega, como uma das “deusas Horas”, que representavam as estações do ano e os aspectos naturais do tempo. Eiréné, especificamente, representava a paz e a prosperidade, sendo associada à abundância e à segurança que se segue ao fim de um conflito.
Comente que, por meio da etimologia, podemos concluir que a noção de paz na Grécia antiga estava ligada à ideia de prosperidade e harmonia dentro da pólis, ou cidade-Estado, sendo importante para o bem-estar da comunidade e para a manutenção da ordem social e política
A cidade de Salvador (BA) é sede de uma organização cultural conhecida como Olodum. Desde a sua criação, em 1979, o grupo tem como missão promover a arte e a cultura afro-brasileiras, combater o racismo, a discriminação e a desigualdade social, além de difundir mensagens de paz por meio da música, da dança e da educação. A paz, inclusive, é um dos elementos principais de sua identidade.
Tombado pela ONU como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia, o Olodum tornou-se uma das mais importantes expressões da música mundial.
ATIVIDADES
QUEM É?
O Olodum foi fundado em 1979, em Salvador (BA), como um bloco afro de Carnaval. No ano seguinte, já tinha mais de 2 mil associados, e seus desfiles tratavam de temas relevantes da cultura africana e afro-brasileira. Em 1987, foi criada a Banda Olodum, que, no mesmo ano, lançou seu primeiro LP, intitulado “Egito Madagascar”.
Apresentação do Olodum no Pelourinho, bairro do centro histórico de Salvador (BA) onde fica a sede do grupo. Fotografia de 2023.
Consulte orientações no MP.
1. O que mais chamou a sua atenção na imagem? Essa apresentação está sendo feita em um espaço público ou privado? Converse com colegas e professor. 2. Vamos descobrir mais sobre o grupo Olodum? Reúnam-se em duplas e pesquisem as seguintes informações.
a) Qual é o gênero de música tocado pelo grupo?
b) Onde e como as apresentações são realizadas?
1. Respostas pessoais. Peça aos estudantes que analisem a imagem e a respectiva legenda.
c) Qual é o significado das cores das vestimentas usadas pelo grupo?
Registrem as informações em seus diários de experiências e, depois, compartilhem com colegas e professor.
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes registrem e compartilhem as informações coletadas durante a pesquisa.
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1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes expressem percepções livremente, com base no que imaginam, intuem, analisam e interpretam.
2. Auxilie os estudantes a realizar a pesquisa nos mecanismos de busca da internet ou na biblioteca da escola. O site oficial do grupo (disponível em: https:// olodum.com.br/; acesso em: 27 maio 2024) reúne informações importantes para a pesquisa. Explique à turma que o Olodum é uma banda percussiva, que
toca o gênero musical samba-reggae. A maioria das apresentações do grupo é realizada em espaços públicos, especialmente no Largo do Pelourinho, em Salvador (BA), onde fica a sede do Olodum, e em geral reúne centenas de pessoas. As cores do Olodum têm significados simbólicos: verde representa as florestas e o amarelo, o ouro do continente africano; vermelho, o sangue da população negra; preto, o orgulho da população negra; e o branco, a paz mundial.
O símbolo do Olodum, composto de três linhas e um círculo, é semelhante ao símbolo global da paz. Assim como o Olodum, muitas pessoas e organizações buscam a paz, e essa cultura atravessa fronteiras, povos e idiomas. Em cada língua, ela se expressa de maneira única, refletindo as características e os valores de determinada sociedade.
A palavra “paz”, em todas as línguas, evoca uma sensação de tranquilidade, harmonia entre as pessoas e ausência de conflito. Remete à justiça, às relações pacíficas e ao respeito entre todos.
Em inglês, “peace” é uma palavra que simboliza imagens de tranquilidade e calma. Na língua francesa, “paix” carrega um significado semelhante, transmitindo a ideia de tranquilidade e ausência de agitação. Na língua japonesa, a palavra “heiwa” é usada para descrever a paz, mas vai além do simples cessar-fogo, englobando a ideia de harmonia, equilíbrio e respeito mútuo entre todas as formas de vida. Em espanhol, a palavra “paz” reflete a aspiração por uma convivência justa e pacífica, ressoando em toda a América Latina, onde as comunidades muitas vezes lutam por justiça e estabilidade em meio a desafios socioeconômicos e políticos.
3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que é fundamental promover a paz porque ela é essencial para o bem-estar de indivíduos, comunidades e sociedades como um todo.
Imagem com símbolo pacifista contra o armamento nuclear criado pelo artista gráfico britânico Gerald Holtom (1914-1985) em 1958, que traz a palavra “paz” em diversas línguas.
3. O que a paz significa para você? Por que é importante promover a paz local e mundial?
4. Em sua opinião, o que é preciso para que a paz seja permanente no mundo?
4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a busca pela paz é uma jornada contínua que requer esforços coletivos para superar as divisões e construir entendimento.
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3. Respostas pessoais. Quando há paz, as pessoas podem viver sem medo, concentrar-se em seu crescimento pessoal e coletivo e construir relacionamentos saudáveis. Promover a paz não é só uma questão moral, é também uma necessidade prática para garantir um mundo melhor para as gerações atuais e futuras.
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4. Resposta pessoal. A paz não é apenas a ausência de conflito, é também a presença de justiça, igualdade e respeito pelos direitos humanos. Ela é um ideal pelo qual todos devem lutar, pois nos lembra permanentemente da nossa humanidade compartilhada e da nossa capacidade de tornar o mundo melhor.
Texto complementar O grupo Olodum foi fundado em 1979, no Centro Histórico de Salvador, e celebra 40 anos de história, arte e cultura afro-brasileira. Tombado pela ONU como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia, o grupo tornou-se uma das mais importantes expressões da música mundial.
O bloco afro foi inicialmente criado como opção de lazer para os moradores de Maciel/ Pelourinho, a fim de garantir o direito de brincarem o carnaval de maneira organizada e também para mostrar a origem, história e cotidiano da população negra do centro de Salvador.
Olodum é uma palavra de origem yorubá e, no ritual religioso do candomblé, significa ‘Deus dos Deuses’ ou ‘Deus maior’ Olodumaré; não representa um orixá, mas o Deus criador do Universo.
O bloco vem se desenvolvendo, ao longo dos anos, com ações afirmativas na cidade de Salvador. A sua sede, A casa do Olodum, é um espaço que visa combater a discriminação social e racial, estimular a autoestima e o orgulho dos afro-brasileiros, disseminar a cultura e assegurar os direitos civis e humanos das pessoas marginalizadas na Bahia e no Brasil.
[…]
[…] A Banda Olodum trouxe diferentes sonoridades e transformou as músicas africanas, o que originou novos ritmos como o Ijexá, Samba, Alujá, forró e diversificou com o ritmo Samba-reggae, característica marcante do Olodum […].
BRASIL. Ministério da Cultura. Fundação Cultural Palmares. Olodum: 40 anos de história. Brasília, DF: Fundação Cultural Palmares, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/ palmares/pt-br/assuntos/ noticias/olodum-40-anos-de -historia. Acesso em: 27 maio 2024.
Para acompanhar a pesquisa e a produção dos estudantes, prepare-se com informações que julgue interessantes sobre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Povos que se aproximam
Observe o mapa a seguir.
Portugal é o país de origem da língua portuguesa e foi o colonizador dos demais membros da CPLP. No século XX, era considerado um dos países mais pobres da Europa, porém tem expandido sua economia no século XXI. Os destaques são o turismo, o setor terciário ligado ao mercado financeiro e ao comércio, além do parque industrial diversificado. Com território pequeno e população reduzida, Portugal conta com infraestrutura eficiente e alta qualidade de vida, apesar de o envelhecimento da população ser um fator preocupante para a continuidade do crescimento econômico no futuro. Por essa razão, o país promove políticas de atração populacional, o que vem gerando casos de xenofobia em relação aos muitos imigrantes. Localizado em um arquipélago de dez ilhas a 500 km da costa oeste africana, Cabo Verde tem menos de 600 mil habitantes e apenas 10% de seu território é agricultável. Ainda assim, o país tem apresentado melhorias nos aspectos político-econômicos. Os altos índices de pobreza vêm se reduzindo com o crescimento da economia do turismo, e o país tem mantido a democracia. Por ser formado por ilhas, Cabo Verde é muito suscetível às mudanças climáticas. Composto de duas ilhas no Golfo da Guiné, São Tomé e Príncipe também é classificado como um país do Sul Global, com problemas de infraestrutura e poucas possibilidades de crescimento econômico. Os principais empecilhos são a distância da costa e a população e o território pequenos. Politicamente, o país mantém regime democrático estável. Na costa atlântica da porção meridional da África, Angola é um típico país dependente da produção de petróleo, muito vulnerável às oscilações mundiais dos preços das commodities. O país enfrenta longa crise econômica, com alto endividamento externo, inflação e taxas
Trópico
Equador
Trópico
Círculo Polar Ártico
OCEANO PACÍFICO
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Elaborado com base em: CPLP. Estados-membros. Lisboa: CPLP, c2024. Disponível em: https://www.cplp.org/id-2597.aspx. Acesso em: 19 maio 2019.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Quais países formam a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e em quais continentes eles se localizam?
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma organização internacional criada em 1996 com o objetivo de “aprofundar a amizade mútua” e aumentar a cooperação entre países lusófonos, ou seja, países que têm em comum o português como língua oficial ou uma das línguas oficiais.
Como você estudou nesta unidade, no mundo globalizado, a distância entre os países não é um entrave para a comunicação entre as pessoas. Além disso, as tecnologias digitais facilitam o acesso a diversas fontes de pesquisa.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
2. Em grupos, façam uma pesquisa sobre cada país da CPLP e, em seguida, elaborem uma proposta de intercâmbio com instituições desses países. Para isso, sigam o passo a passo.
GLOSSÁRIO
Intercâmbio: relação entre países, instituições ou grupos para trocas culturais ou em diversos setores, tais como educação, comércio, agricultura, entre outros.
de desemprego elevadas. Cerca de 80% dos trabalhadores situam-se no mercado informal. As terras naturalmente férteis não são exploradas de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e a agropecuária vem sofrendo com secas mais extensas em razão do aquecimento global.
PASSO A PASSO
1. Pesquisa sobre os países da CPLP
a) Organizem-se em oito grupos. Cada grupo ficará responsável por pesquisar sobre um país da CPLP, com exceção do Brasil.
b) Façam um roteiro de pesquisa, isto é, uma lista do que vocês desejam descobrir sobre o país. Por exemplo: notícias recentes, aspectos naturais e culturais, sistema escolar, principais atividades econômicas, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), regiões turísticas, regime de governo etc.
c) Busquem as informações em sites oficiais e em fontes de pesquisa confiáveis, como as indicadas pelo professor.
d) Registrem as informações encontradas no diário de experiências
e) Em uma data combinada com o professor, apresentem os resultados da pesquisa. Escolham um formato de apresentação: digital, impresso, podcast, vídeo etc.
2. Primeiros passos para o intercâmbio
a) Nesta etapa, você e os colegas vão escolher um dos países pesquisados para elaborar, todos juntos, a proposta de intercâmbio.
b) Pesquisem canais de contato com órgãos do governo do país ou outras instituições, em especial as ligadas à educação.
c) Com a ajuda do professor, e de forma coletiva, discutam os objetivos do intercâmbio. Vocês podem, por exemplo, trocar informações sobre os sistemas de ensino, o mercado de trabalho, questões ambientais ou outros temas de interesse.
d) Escrevam uma carta de apresentação da turma, explicando a proposta da atividade e os objetivos do intercâmbio.
e) Feito o primeiro contato, estabeleçam um cronograma de atividades, que pode ser realizado até o final do ano letivo.
f) Combinem com o professor a forma e a data de apresentação. A divulgação da proposta de intercâmbio poderá ser feita para toda a comunidade escolar!
SAIBA MAIS
• CPLP. Portal da Cultura. Contos tradicionais da CPLP. [Lisboa]: CPLP, [2014]. Disponível em: https://cultura.cplp.org/media/wprdx0j2/contos-cplp-18-anos.pdf?File=%2fFiles%2fFiler% 2fcplp%2fCPLP_miolo-contos.pdf. Com temas, ilustrações e abordagens diversas, o livro apresenta contos selecionados de países lusófonos, com o objetivo de divulgar a cultura literária e preservar o Patrimônio Imaterial da CPLP. Há também uma versão em audiolivro (disponível em: https://cultura. cplp.org/comunicacao/publicacoes/; acessos em: 17 maio 2024).
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O Timor-Leste, no sudeste asiático, tornou-se independente de Portugal em 1975, mas foi ocupado pela Indonésia em seguida. Só teve sua independência declarada em 2002. Muito pobre, sua economia depende da agroexportação de café. Mais de 90% da população está ligada ao campo, porém mais da metade está desempregada.
1. Portugal (Europa), Brasil (América), Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique (África) e Timor-Leste (Ásia).
2. Para a realização da atividade, organize a turma de modo que cada grupo escolha um país diferente da CPLP, exceto o Brasil. Entre as fontes de pesquisa sobre os países, podem ser indicados canais de notícias e sites oficiais (disponíveis em: https://www.cplp.org/; https://unilab.edu.br/; https://governo.gov.ao/; https://www.governo. cv/; https://www.portal dogoverno.gov.mz/por/ Mocambique; acessos em: 27 maio 2024).
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Na porção sudeste da África, Moçambique figura entre os países com piores qualidades de vida no mundo. Mais de dois terços da população trabalha no setor primário, do qual dependem as exportações do país. É classificado como politicamente autoritário e atravessa crises humanitárias, com migrações forçadas. A pobreza multidimensional afeta 63% da população.
A permanente instabilidade política também marca a história de Guiné-Bissau, na África ocidental, constantemente passando por golpes de Estado e crises
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políticas. A economia fortemente dependente da exportação de caju oferece poucos recursos e poucas condições para a população, que apresenta grandes percentuais de pobreza.
Também localizada na África ocidental, a Guiné Equatorial enfrenta problemas graves de corrupção política e pobreza da população. A descoberta de petróleo, no fim do século XX, tornou o país dependente das exportações das commodities e muito vulnerável às oscilações internacionais.
1. Respostas pessoais. Auxilie os estudantes no processo de pesquisa e acompanhe os registros.
2. Alguns estudiosos defendem que o processo de globalização se iniciou após o período da expansão marítima europeia, quando várias regiões do mundo começaram a se integrar. Durante esse período, houve contato e aumento de trocas, principalmente comerciais, entre diferentes continentes, como Ásia, África, Europa e América. Globalização é um termo que descreve o processo de integração das economias, culturas e sociedades em escala global. É impulsionada principalmente pelas transformações na comunicação e nos meios de transporte, que “encurtam” as distâncias físicas, facilitam a comunicação instantânea entre pessoas em diferentes partes do mundo e possibilitam a circulação de pessoas e produtos de maneira acelerada.
O tema é a produção e o consumo mundial de cacau.
A concentração é ressaltada nas informações sobre as multinacionais: seis multinacionais dividem 40% do mercado de chocolate; e quatro multinacionais especializadas no mercado de amêndoas de cacau e sua transformação dividem 66% da produção mundial.
c) O Sul Global é o principal produtor da matéria-prima do chocolate, o cacau, enquanto o Norte Global é o principal produtor e consumidor de chocolate, o que é ilustrado nas fotografias de
Consulte orientações no MP.
1. O artista Banksy produziu obras visuais com mensagens que promovem a paz mundial. Observe a imagem a seguir.
BANKSY. Flower thrower (em tradução livre, Atirador de flores). 2014. Estêncil. Mural localizado na cidade de Beit Sahour (Palestina).
a) Agora, pesquise artistas que propõem ações e mensagens de paz no mundo, assim como Banksy, e anote suas descobertas no diário de experiências. Durante sua pesquisa, procure responder às perguntas a seguir.
I Qual linguagem artística é explorada nas obras desse artista?
II Que mensagens são transmitidas por meio dessas obras?
III O artista utiliza símbolos globais de paz?
IV O que mais chama a sua atenção no conjunto de criações desse artista?
2. Relacione a globalização ao período das Grandes Navegações europeias nos séculos XV e XVI.
3. Explique o significado do termo “globalização”.
4. O processo de globalização é controverso, divide opiniões e gera diferentes análises e pontos de vista. Em seu caderno, classifique os argumentos a seguir como favoráveis (F ) ou contrários (C ) à globalização.
a) Aumenta a concorrência entre as empresas e contribui para a diminuição dos preços das mercadorias.
b) Contribui para o aumento da pobreza e da concentração de renda.
d) Possibilita que um número maior de pessoas tenha acesso a bens e tecnologias. (F)
(C) (C) (F)
c) Possibilita maior flexibilização da legislação trabalhista, retirando direitos sociais dos trabalhadores.
produção de cacau na Costa do Marfim, o maior produtor mundial, e de produção de chocolate em uma fábrica na Alemanha, localizada na Europa, continente de origem de parte das maiores multinacionais do chocolate.
d) Espera-se que os estudantes retomem os aspectos que caracterizam a globalização para relacionar com o mercado mundial de chocolates. Assim, eles poderão responder, por exemplo, que os avanços nos meios de transporte facilitam um maior fluxo de cacau dos
países do Sul Global para países do Norte Global. Os avanços nas tecnologias digitais de informação também beneficiam as negociações do mercado de cacau. Discuta com os estudantes que argumentos favoráveis e contrários ao processo de globalização podem ser levantados com base no exemplo do mercado de cacau. Um argumento favorável pode ser o aumento das exportações dos países produtores. Um argumento contrário é que há um controle do mercado pelas grandes empresas do Norte Global,
5. Observe o mapa e as fotografias para responder ao que se pede.
Mundo: mercado de cacau e chocolate – 2021
OCEANO
Principais países produtores
OCEANO
Fonte: L’ATLAS des inégalités: 6 000 ans d’histoire: 150 cartes & infographies. Paris: Le Monde; Malesherbes, 2023. p. 149. (Coleção Le Monde/La Vie, série 43).
a) Qual é o tema abordado no mapa?
b) Quais informações representadas no mapa indicam a concentração do mercado de chocolate e de amêndoas (parte da fruta utilizada para fazer o chocolate) no mundo?
c) Quais são os papéis do Sul Global e do Norte Global no mercado mundial de chocolate e de cacau? Relacione o mapa com as fotografias.
d) Explique quais são os aspectos que evidenciam a relação entre a globalização e o mercado mundial de cacau e de chocolate.
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06/06/24 09:33 cujas decisões são capazes de afetar preços, exportações, empregos e renda nos países produtores de cacau. Além disso, podem ser citadas a devastação das florestas para o cultivo da fruta, a exploração de mão de obra infantil, entre outras questões.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Cultura de Paz e convida os estudantes a refletir sobre formas de combate à violência. Para isso, são apresentados os princípios elaborados pela
Organização das Nações
Unidas (ONU) em prol dos direitos humanos. A unidade destaca, ainda, as práticas artísticas que contribuem para a conscientização sobre a importância de se defender uma Cultura de Paz. Nesse processo, os estudantes são convidados a compreender os muitos aspectos do problema da violência no Brasil e, assim, refletir sobre as muitas lidades que compõem
Objetos de conhecimento
Arte pela paz
Happening
Canto cânone
Organização das Nações
Unidas
Segurança pública no Brasil
Violência contra a mulher
Para iniciar a unidade, organize uma roda de conversação e convide os estudantes para uma leitura coletiva da mensagem de Candido Portinari à ONU, no trecho do texto de Antonio Campos, “A paz de Portinari para o mundo”. Aproveite a ocasião para mencionar que o artigo, na íntegra, qualifica a obra “Guerra e Paz”, de Candido Portinari, como um marco artístico, entregue à sede da ONU em 1956.
Convide a turma a observar a obra de Portinari e explique que ela é composta de dois painéis monumentais, um retratando a
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem se conhecem a Cultura de Paz, levantando conhecimentos prévios com base na análise da citação de Portinari sobre o tema.
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guerra e o outro, a paz, cada um medindo cerca de 14 metros de altura e 10 metros de largura. No painel “Guerra”, são retratadas cenas de violência, desespero e sofrimento, por meio de cores mais escuras e frias e figuras contorcidas para evocar o horror e a brutalidade dos conflitos. Em contrapartida, o painel “Paz” é repleto de cenas que simbolizam a felicidade, a harmonia e a celebração da vida humana, com cores mais claras e quentes e formas que transmitem serenidade e esperança. Esses painéis foram criados durante um
período de 5 anos, e o processo artístico, de acordo com relatos, prejudicou a saúde de Portinari em razão da toxicidade das tintas utilizadas. Apesar dos riscos, o artista priorizou a conclusão de sua obra, refletindo seu compromisso com a arte como meio de comunicação e mudança social.
Explique aos estudantes que a obra reflete a percepção de Portinari em relação à necessidade urgente de paz mundial, sendo um apelo visual em favor do fim dos conflitos e da união entre os povos. Essa mensagem é destacada pela dimen-
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■ Cultura de Paz
■ A ONU e os direitos humanos
■ O problema da violência no Brasil
■ Formas de combate à violência
2. Respostas pessoais. Chame a atenção dos estudantes para o modo como o artista escolheu usar tonalidades mais escuras e frias para o painel “Guerra” em comparação às tonalidades mais claras e quentes no painel “Paz”.
[…] ‘A luta pela Paz é uma decisiva e urgente tarefa. É uma campanha de esclarecimento e de alerta que exige determinação e coragem. Devemos organizar a luta pela Paz […] não somente com palavras mas com ações […].’
CAMPOS, Antonio. A paz de Portinari para o mundo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 4 jan. 2012. Disponível em: https://www.jb.com.br/antonio -campos/noticias/2012/01/04/a-paz-de-portinari-para-o-mundo.html. Acesso em: 18 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Observe a imagem e leia o trecho de uma mensagem enviada por Candido Portinari à Organização das Nações Unidas (ONU) em 1956.
1. Você concorda com as palavras de Portinari? Reflita sobre elas, conversando com colegas e professor a respeito da urgência de incentivar a Cultura de Paz.
2. Observe os painéis “Guerra e Paz”, pintados pelo artista Candido Portinari. Em cada imagem, Portinari explorou diferentes elementos visuais para expressar os temas “guerra” e “paz”.
a) Descreva o que você nota ao apreciar cada uma das pinturas. b) Como Portinari aborda cada tema? Que cores e formas predominam em cada painel?
3. Como você expressaria a sua percepção sobre “guerra” e “paz”? Se fosse criar um desenho ou uma pintura, que imagens fariam parte da sua composição visual? E, se fosse escrever um poema ou uma letra de canção, que palavras escolheria? Crie um esboço com base nessas ideias no diário de experiências
Candido Portinari (1903-1962) nasceu em Brodowski (SP). Artista plástico, retratou em suas obras o cotidiano do povo brasileiro. Reconhecido como uma das figuras mais importantes da pintura brasileira, conquistou notoriedade no cenário global. QUEM É?
3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes criem esboços com base na percepção que têm sobre os temas “guerra” e “paz”.
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são física e visual dos painéis, assim como pelo contexto de sua criação: a Guerra Fria, um período marcado por tensões globais intensas.
Atividades
1. Incentive os estudantes a comentar se concordam com a importância de uma campanha global contra a guerra e peça-lhes que expliquem as partes que os impactaram mais no trecho da mensagem. É importante que os estudantes reflitam sobre o que a Cul-
muitas vezes sobrepostas e entrelaçadas, criando uma sensação de caos e destruição. Elementos como armas, fogo e ruínas são visíveis, destacando a brutalidade e a devastação da guerra. No painel “Paz”, é possível perceber cores mais claras e quentes, como tons de amarelo, além de azul e branco, que tradicionalmente são usadas para provocar uma sensação de serenidade e esperança. As figuras são representadas em harmonia e alegria, envolvidas em atividades pacíficas e festivas, como em danças e abraços. A presença de elementos naturais, como árvores e pássaros, e a inclusão de crianças reforçam o tema da renovação e da vida. 3. Permita que os estudantes expressem suas opi niões livremente. Esclareça que não existem respostas corretas ou erradas, o objetivo é refletir sobre a obra e exercitar a imaginação. Para a elaboração do esboço, disponibilize o tempo que julgar necessário para a atividade.
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tura de Paz significa para eles. Convide-os a refletir sobre como ela pode ser promovida na escola, na comunidade ou globalmente, além de como as ações individuais e coletivas podem contribuir para esse objetivo.
2. a) e b) No painel “Guerra”, os estudantes podem notar a predominância de cores escuras, como tons de cinza e marrom, que ajudam a transmitir um sentimento de opressão e tristeza. As figuras humanas são retratadas em estados de desespero, dor e sofrimento,
Comente com a turma que Cultura de Paz é um conceito que abrange valores, atitudes e comportamentos que promovem a harmonia social e o respeito pelos direitos humanos. Esse conceito envolve a educação para a paz, que inclui ensinar e aprender sobre resolução de conflitos, diversidade e cooperação. Também está relacionado à promoção da comunicação aberta e ao acesso à informação, o que ajuda a disseminar ideias de não violência e de tolerância.
Uma Cultura de Paz enfatiza o desenvolvimento socioeconômico sustentável, buscando uma sociedade justa sem prejudicar o meio ambiente. Enfatize que respeitar os direitos humanos e assegurar a equidade são pilares fundamentais, pois ajudam a construir uma base sólida em que a paz pode prosperar. A Cultura de Paz visa transformar a maneira como as comunidades interagem, além de promover a convivência pacífica e o respeito mútuo entre as pessoas. Explique aos estudantes que a proposta da artista Yoko Ono, intitulada “Mapa Imagine a Paz”, pode ser considerada um happening . Esse termo, que surgiu em meados dos anos 1950, refere-se a produções, no contexto da arte contemporânea, que combinam ação poética com elementos visuais. O happening busca aproximar o espectador da intenção e da poética dos artistas por meio de uma arte que é propositora, participativa e socialmente engajada. Nesse caso específico, espera-se uma participação ativa do público.
Nos anos de 1997 e 1998, a ONU anunciou resoluções que proclamavam esperanças por um futuro com base na Cultura de Paz. Diante dessas resoluções, muitos países se mobilizaram para implementar campanhas e ações em diversas áreas, incluindo educação, cultura e saúde, entre outras. Essas iniciativas tinham como objetivo promover um conjunto de valores e atitudes, como uma postura antirracista e não violenta, com foco em empatia, diálogo, prevenção e mediação de conflitos. Observe as imagens.
QUEM É?
Imagine que não há países
Não é difícil
Nenhum motivo para matar ou morrer
[…]
ONO, Yoko; LENNON, John. Imagine. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Reprodução do original de 1971. Disponível em: https://www.letras.mus.br/john-lennon/90/traducao.html. Acesso em: 18 maio 2024.
Yoko Ono (1933-) nasceu em Tóquio, no Japão. É artista multimídia, cantora e compositora, além de atuar como ativista pela paz mundial. Ganhou reconhecimento internacional por sua arte inovadora e suas canções, que transmitem mensagens de paz e reflexão.
A artista japonesa Yoko Ono organiza exposições em que convida o público a participar da construção de suas obras. Na obra “Mapa Imagine a Paz”, por exemplo, a proposta é que os visitantes usem carimbos com a frase “Imagine a Paz” sobre mapas de diferentes regiões do mundo, em um convite para que “cubram o mundo” de paz.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a intenção de Yoko Ono poderia ser promover a reflexão sobre a paz mundial e a necessidade de harmonia entre diferentes nações e culturas. Comente que a artista frequentemente aborda temas de paz e amor em seu trabalho, e essa produção específica busca inspirar participantes e espectadores a visualizar um mundo sem fronteiras, no qual as pessoas estão unidas pelo desejo comum de paz.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes escolham locais que, na concepção deles, são prioridade quanto à questão da paz. Podem ser regiões em conflito, como zonas de guerra atuais ou áreas em que as tensões políticas estão elevadas. A discussão pode se expandir para incluir os motivos pelos quais esses locais são significativos, além do modo como a representação simbólica de “paz” nesses mapas pode influenciar a percepção das pessoas sobre os conflitos em questão ou a paz mundial de maneira geral.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Em sua opinião, qual foi a intenção de Yoko Ono com essa proposta artística? Comente.
2. Imagine que você foi convidado a participar da exposição de Yoko Ono, carimbando o termo “Imagine a Paz” sobre mapas de diferentes regiões do mundo. Que local no mapa você escolheria? Converse sobre isso com colegas e professor.
3. Relacione o trecho da canção “Imagine” com a produção artística de Yoko Ono. Que ideias são provocadas em você?
Acontecimentos artísticos e princípios de Paz
Tanto os conflitos que acontecem longe de nós, como os mundiais, quanto aqueles que acontecem no nosso entorno, como na escola ou no bairro, podem nos afetar de algum modo. Para evitar essas situações, cada localidade pode desenvolver valores e atitudes relacionados à Cultura de Paz. Entre essas práticas, estão, por exemplo, o respeito à vida, à dignidade e ao direito de qualquer pessoa; o cuidado com o bem-estar de todos, em especial das pessoas mais vulneráveis; a defesa da liberdade de expressão e da diversidade cultural; a valorização do diálogo e da empatia, rejeitando qualquer forma de fanatismo e intolerância; entre outras ações individuais e/ou coletivas que respeitem os princípios democráticos e o Estado democrático de Direito.
Pensando nisso, artistas como Yoko Ono desenvolvem trabalhos interativos com base na Cultura de Paz. Chamadas de happenings, essas produções têm por objetivo aproximar os espectadores do processo de criação do artista, convidando-os a participar de uma ação poética, propositora, participativa e socialmente engajada.
“Happening” é uma palavra do inglês que, em tradução livre, significa “acontecimento”. Essa linguagem artística surgiu na década de 1950, com artistas engajados em movimentos artísticos e culturais que defendiam uma arte interativa, caracterizada pela concepção de obra como um “acontecimento coletivo”.
Como uma linguagem artística contemporânea, artistas podem criar happenings de muitas formas, misturando, por exemplo, ações cênicas com visualidades e propondo interações com o público com base na espontaneidade. O happening se aproxima da linguagem da performance, mas se distingue pela forma de participação do público e pelo planejamento das ações. Em um happening, o público é parte integrante da ação poética, e sua participação é imprevisível e singular, ou seja, cada pessoa pode reagir de uma forma diferente.
SAIBA MAIS
• EXPOSIÇÃO Yoko Ono. 2017. Vídeo (4 min). Publicado pelo canal Programa ApêTV Oficial. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fDZ1pso_VAU. Acesso em: 18 maio 2024. Assista ao vídeo para conhecer a exposição da artista Yoko Ono no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (SP).
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3. Resposta pessoal. A letra da canção “Imagine”, de John Lennon (1940-1980) e Yoko Ono, incentiva a imaginar um mundo sem divisões, onde barreiras entre as nações não existem, promovendo um ideal utópico de paz. Os estudantes podem comentar o modo como essa visão se alinha com as obras de Yoko Ono, especialmente o projeto “Mapa Imagine a Paz”, em que ela convida os participantes a carimbar as fronteiras nacionais com a frase “Imagine a Paz”, sugerindo um mundo mais integrado e harmonioso. As ideias provocadas podem girar em torno da esperança, da inspiração para a mudança, e ajudar a refletir sobre o poder da arte como ferramenta de transformação social.
Esclareça que Yoko Ono se dedica a criar obras de acordo com as concepções de arte participativa e socialmente engajada. Suas propostas visam provocar o público a refletir sobre temas como arte, política, história, preconceitos, violência, paz, vida cotidiana, entre outros. Em suas produções, ela convida os espectadores a participar ativamente, incentivando-os a mergulhar no processo criativo e poético da arte. Essas proposições buscam abrir espaços para diálogos ampliados entre artistas, obras e apreciadores, integrando arte e vida. Incentive os estudantes a discutir sobre a arte participativa e socialmente engajada. Pergunte-lhes como percebem as propostas artísticas que convidam o público a interagir ativamente com a obra, especialmente em contextos como shows de música, espetáculos de teatro, dança, performances, instalações e intervenções urbanas, incluindo happenings Converse com os estudantes sobre as experiências que eles têm com essas linguagens e promova uma curadoria educativa para apresentar mais obras de artistas como Yoko Ono, que utilizam o happening para expressar suas ideias. Mencione que essa artista atua como ativista pela paz desde o início de sua carreira. O objetivo de suas instalações, performances e happenings é transmitir a mensagem de que o mundo precisa de pessoas comprometidas com a construção da Cultura de Paz.
Caso considere oportuno, inicie o trabalho explicando aos estudantes que “arte contemporânea” é um termo amplo que se refere às práticas artísticas desenvolvidas no período que se estende do final do século XX até os dias atuais. Esse tipo de arte é caracterizado por produções que incluem diversas abordagens, materiais e conceitos que contemplam e refletem as complexidades do mundo e suas constantes transformações sociais, políticas, tecnológicas e culturais.
Inserido nesse contexto, o happening é uma forma de arte em que o limite entre o artista e o público é fluido, pois pressupõe a participação ativa dos espectadores. happenings têm como objetivo principal quebrar a passividade do público, transformando-o em parte integrante das obras, sempre expostas em ambientes que promovem a interação das pessoas com a arte. Em muitos casos, os happenings visam comentar ou criticar aspectos da sociedade, da política ou da cultura e são organizados como eventos que provocam reflexão ou mudança.
Conclua comentando com os estudantes que os happenings, na arte contemporânea, funcionam como ferramenta para explorar as relações entre arte e vida, questionando as convenções artísticas e promovendo uma forma de expressão que é simultaneamente arte e vida real. Isso se alinha com muitas das questões centrais da arte contemporânea, como a interação com o público, a fusão de gêneros e mídias e o uso da arte como um meio de intervenção social.
Na exposição “Dream come true” (em tradução livre, “Sonho que se torna realidade”), um dos happenings que a artista Yoko Ono propôs aos visitantes foi que juntassem cacos de cerâmica com cola e fita adesiva. Observe a imagem e faça as atividades a seguir.
dizeres: “Repare com cuidado. Enquanto o faz, pense em reparar o mundo”.
Consulte orientações no MP.
1. Em sua opinião, é possível reconstruir coletivamente “vidas”, cidades e sociedades diante de tanta violência? Reflita sobre isso e converse com colegas e professor.
2. Crie, com colegas e professor, um happening seguindo o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Com base nos princípios da Cultura de Paz e inspirados pela obra de Yoko Ono, façam uma seleção de mapas (mapa-múndi, do Brasil, de uma Unidade da Federação ou município, entre outros).
b) Criem um painel para colocar os mapas e disponibilize-o em um local na escola ao qual todos tenham acesso, como um corredor ou saguão de entrada.
c) Próximo ao painel, disponibilizem materiais como notas adesivas e canetas.
d) Em um local acessível, deixem um convite para a ação poética (por exemplo: “Escreva sua mensagem de paz e espalhe-a pelo mundo”).
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1. Resposta pessoal. Promova uma roda de conversação para que os estudantes possam compartilhar suas opiniões.
2. Explique que, como se trata de um happening, não é possível prever a reação do público, e a participação de cada pessoa poderá ser diferente. a) e b) Oriente os estudantes a selecionar uma variedade de mapas, incluindo um mapa-múndi e mapas do Brasil, de Unidades da Federação ou de municípios específicos. Converse com eles sobre os locais que, na percepção deles, mais
necessitam de mensagens de paz e o porquê. Peça-lhes que criem um painel e o instalem em um local acessível na escola, como um corredor, um saguão de entrada ou uma quadra esportiva, onde todos possam acessar o painel e participar do evento. c) e d) Forneça materiais e coloque-os próximos ao painel. Instrua os estudantes a manter esses materiais organizados e prontos para uso. Ajude-os a criar um convite para a ação poética, que deve ser colocado em um local acessível para atrair a atenção e incentivar a participação.
A dimensão de uma obra, como pintura, desenho, escultura, entre outras, pode variar. Os painéis “Guerra e Paz”, de Portinari, que você conheceu na abertura desta unidade, têm grandes dimensões: cada um tem, aproximadamente, 14 metros de altura por 10 metros de largura. Já imaginou estar diante de pinturas gigantes como essas?
Esses painéis apresentam muitos detalhes, com imagens que, na concepção do artista, representam diversas possibilidades de leituras. Por um lado, conflitos, violência, dificuldades e dor; por outro, alegria, confraternização e arte.
Observe os detalhes do painel “Paz” e leia a letra da canção de mesmo nome.
12
Paz,
Palestina, Somália, Afeganistão
Mianmar, Sri Lanka, Peru, Paquistão
Paz aqui
Tibete, Líbia, Angola, Iraque, paz ali Paz no mundo todo e dentro de você!
Composição: Carlos Kater.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Ouça a canção “Paz” no áudio da Faixa 12 e, com base nos princípios da Cultura de Paz, crie mais versos para continuar a letra dessa canção. Siga o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Escolha ou invente palavras que combinem com essa melodia e experimente cantá-la com colegas e professor.
b) Explorem o canto à capela, ou seja, usem apenas a voz, sem acompanhamento musical, gravações em áudio ou instrumentos musicais.
c) Outra opção é explorar o canto cânone, nome do procedimento em que duas ou mais vozes cantam uma única melodia (uma linha melódica), começando em momentos diferentes.
SAIBA MAIS
• PROJETO PORTINARI. Rio de Janeiro, [2024]. Site. Disponível em: https://www.portinari.org.br/. Acesso em: 18 maio 2024. Conheça o Projeto Portinari, iniciativa de divulgação e salvaguarda da vida e da obra do artista brasileiro Candido Portinari.
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Proponha aos estudantes que cantem a canção em forma de cânone. Para isso, comece a atividade explicando que cânone é uma técnica musical em que uma frase rítmica ou melódica, chamada de tema, é cantada ou tocada por uma pessoa ou grupo e, logo depois, é repetida por outra pessoa ou grupo, com um breve atraso temporal, criando o efeito de eco. À medida que a primeira voz continua a cantar, a segunda voz inicia a mesma frase melódica um pouco mais tarde, e esse
padrão pode continuar, dependendo de quantas vozes o cânone incluir. O resultado é uma sobreposição de linhas melódicas ou rítmicas que se intercalam, criando um efeito conhecido como contraponto.
Ao explicar essa técnica, demonstre com um exemplo simples, cantando uma frase e pedindo aos estudantes que cantem em sequência com o mesmo tema. Isso ajudará os estudantes a perceber como as diferentes entradas se alinham e interagem. Encoraje-os a ouvir atentamente uns aos outros, para manter a precisão rítmica e melódica.
Organize a turma para um exercício prático de canto usando a canção “Paz”. Durante a prática, incentive os estudantes a prestar atenção à maneira como suas vozes se entrelaçam e se complementam, formando uma textura musical.
1. a) Oriente os estudantes a formar frases com palavras que eles associam à Cultura de Paz. Encoraje-os a experimentar diferentes combinações de palavras e a testar como elas soam quando cantadas. O processo de tentativa e erro ajudará a refinar os versos até que eles fluam bem com a melodia.
b) Explique aos estudantes que o canto à capela é um procedimento em que se canta sem nenhum acompanhamento musical, gravação ou instrumento. Nessa prática, os cantores precisam manter suas vozes afinadas e ritmicamente precisas. c) Para mais informações, retome as orientações didáticas sugeridas para esta página.
A canção “Paz”, composição de Carlos Kater, traz um cânone a três vozes interpretado à capela por vozes femininas com o tema da paz em um jogo de escalas: as nações, o global e o individual.
O trabalho com a dupla de páginas tem o objetivo de apresentar aos estudantes o contexto da criação da ONU e da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
Comece o trabalho por meio de uma avaliação diagnóstica a respeito da Segunda Guerra Mundial. Peça aos estudantes que definam, temporal e espacialmente, o conflito, apresentando sempre referenciais para assegurar que a turma de fato identifique o contexto da virada da década de 1930 para a de 1940, bem como as características dos países europeus, da União Soviética, do Japão e dos Estados Unidos no período. Reserve um tempo para registrar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o conflito, que podem ter sido adquiridos por meio do estudo. No entanto, considere que, provavelmente, os referenciais deles são filmes, documentários, programas de televisão, livros, revistas etc.
Entre 1939 e 1945, o mundo foi abalado pela Segunda Guerra Mundial. Milhões de pessoas morreram durante o conflito. Além disso, esse período foi marcado pelo Holocausto, a política adotada pelo governo da Alemanha nazista que promovia o extermínio da população judaica e de outros povos e grupos sociais que viviam no país.
As violências cometidas durante essa guerra serviram de alerta para políticos e lideranças em todo o mundo. Muitos líderes passaram a defender a necessidade de uma organização que pudesse assegurar a paz mundial e evitar novos conflitos mundiais ou violências contra grupos minoritários.
Essa preocupação resultou em discussões realizadas ainda durante a guerra para a criação de um documento que seria a base de uma organização mundial. Em abril de 1945, representantes de 50 países se reuniram nos Estados Unidos para a realização da Conferência das Nações Unidas. Nesse encontro, os representantes analisaram as propostas e redigiram um documento que foi chamado de Carta das Nações Unidas.
Ao final da conferência, os representantes das nações presentes assinaram a Carta, documento que estabeleceu as bases de funcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU), um organismo internacional que tem como função principal mediar conflitos para manter a paz. A data oficial de criação desse órgão é 24 de outubro de 1945.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. Observe atentamente o emblema oficial da ONU. Em sua opinião, que mensagem esse símbolo visa transmitir a respeito da paz mundial? Consulte orientações no MP.
A Segunda Guerra Mundial é tema frequente da produção cultural realizada a partir da segunda metade do século XX, e é muito provável que os estudantes a associem especialmente à ideologia do nazismo. É preciso cuidado ao abordar o tema, explicando o caráter criminoso, racista e preconceituoso dessa ideologia. Normalmente, os estudantes associam a perseguição nazista apenas ao Holocausto. Destaque a brutalidade com o povo judeu por parte do regime nazista e ressalte que outras pessoas também foram alvo de perseguição, segregação e assassinato, como socialistas e comunistas, homossexuais, pessoas com deficiência, ciganos e pessoas de etnias que os nazistas julgavam inferiores à do povo ariano.
oficial da Organização das Nações Unidas.
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Ao discutir a questão da criação da ONU, lembre-os de que essa organização surgiu como consequência de uma série de ações tomadas por agentes diplomáticos, políticos, intelectuais e outros indivíduos ao longo do tempo, visando criar mecanismos internacionais de proteção dos indivíduos. Antes da ONU, por exemplo, líderes europeus criaram a Liga das Nações em 1919, buscando estabelecer um órgão
internacional com o propósito de evitar novas guerras. A Liga teve curta duração e não contou com o apoio de países como os Estados Unidos, mas foi um passo importante no esforço de criação de organismos internacionais para a manutenção da paz.
Atividade
1. O emblema representa todos os continentes, simbolizando a unidade do planeta. Sem destacar divisões políticas, o emblema reforça o ideal de cooperação entre todos os povos desses continentes.
Uma das primeiras ações da ONU foi elaborar um documento que tinha como objetivo definir regras internacionais para responsabilizar indivíduos, grupos ou nações que cometessem novas violações dos direitos fundamentais para a vida humana.
Esse documento foi produzido pela Comissão dos Direitos Humanos da ONU entre 1946 e 1948. No final de 1948, a maior parte dos países que reconheciam a autoridade da ONU aprovou o texto elaborado pela comissão. Esse documento foi chamado de Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em vigor até os dias atuais.
A Declaração é importante para a manutenção da paz, pois estabelece os direitos humanos fundamentais. Os países-membros da ONU, inclusive o Brasil, devem adotar medidas para proteger os indivíduos de violências, além de garantir o direito à educação, à proteção, entre outros.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
Atividade
1. a) Produção do grupo. Avalie a seleção das informações para a produção do cartaz. b), c) e d) Os estudantes podem selecionar fotografias nas quais se evidencia a importância dos artigos da Declaração, utilizando um pequeno texto para relacionar a imagem com o conteúdo do artigo. Ao final, é possível montar um mural com as produções dos estudantes.
1. Reúnam-se em grupos para elaborar um cartaz sobre um dos 30 artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos. Sigam as orientações.
PASSO A PASSO
a) Selecionem um dos 30 artigos da DUDH (disponibilizado pelo professor) para elaborar o cartaz.
b) Selecionem uma fotografia ou elaborem uma ilustração que represente o artigo escolhido.
c) Elaborem explicações que evidenciem a importância do artigo.
d) Organizem todos os elementos de maneira harmoniosa no cartaz e o exponham nas paredes da sala de aula ou pelos corredores da escola.
Impressão de página da Declaração Universal dos Direitos Humanos na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Estados Unidos), 1955. 223
A projeção utilizada também não coloca um determinado continente em evidência, como é o caso dos planisférios mais usados, em que a Europa se encontra no centro do mapa. Se necessário, apresente aos estudantes mapas com outros tipos de projeção para que comparem a posição dos continentes.
223 08/06/24 14:21
Para a condução do conteúdo desta página, se possível, disponibilize para a turma a íntegra da DUDH (disponível em: https:// www.unicef.org/brazil/declaracao-universal -dos-direitos-humanos; acesso em: 20 maio 2024). Proponha a leitura oral coletiva do texto e avise previamente à turma que a proposta da atividade 1 envolve a escolha de um dos artigos que compõe o texto da Declaração.
Texto complementar A Declaração logrou um surpreendente consenso interestatal sobre a relevância dos direitos humanos, considerando a diversidade dos regimes políticos, dos sistemas filosóficos e religiosos e das tradições culturais dos Estados-membros da ONU […]. Na sessão de aprovação realizada em 10 de dezembro de 1948, o delegado brasileiro Austregésilo de Athayde, na qualidade de orador escolhido por seus pares, ressaltou que a Declaração era o produto de uma cooperação intelectual e moral das nações. […] Sublinhou que ‘A sua força vem precisamente da diversidade de pensamento, de cultura e de concepção de vida de cada representante. Unidos, formamos a grande comunidade do mundo e é exatamente dessa união que decorre a nossa autoridade moral e política’.
MAGNOLI, Demétrio (org.). História da paz. São Paulo: Contexto, 2008. p. 307.
O objetivo do trabalho com a página é demonstrar a complexidade da organização interna da ONU, destacando suas diversas áreas de atuação.
Ressalte que a ONU é uma organização complexa, com vários órgãos associados. Além disso, existem instituições vinculadas à ONU em diversos países do mundo.
Explique que 193 Estados-membros fazem parte da organização, cujas deliberações ocorrem principalmente durante sessões da Assembleia Geral, com representação universal, ou seja, todos os Estados-membros têm direito a um voto, independentemente da área de seu território, do tamanho de sua população e do volume de sua economia.
Destaque a importância do Conselho de Segurança e a de seus membros permanentes, especialmente o fato de que todos eles têm o poder de veto. Reserve um tempo para que os estudantes avaliem o conflito entre os membros permanentes em razão dos diferentes interesses geopolíticos e econômicos.
Peça aos estudantes que infiram os papéis do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH), da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Apresente o Conselho Econômico e Social, que também coordena e revisa os diálogos e as recomendações relacionadas a metas de desenvolvimento e questões ambientais; o Tribunal Internacional de Justiça, que resolve litígios e emite pareceres consultivos sobre questões jurídicas submetidas pelos Estados; e o Secretariado da ONU, que lida com a administração diária da organização.
A ONU foi criada com 51 Estados-membros, os quais participam de diferentes maneiras do funcionamento da organização. Posteriormente, novos países ingressaram e, atualmente, são 193 Estados-membros.
Os dois principais órgãos da ONU são a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança. No primeiro, todos os Estados-membros participam e têm direito a voto para decidir o posicionamento da ONU diante de conflitos ou problemas mundiais.
O Conselho de Segurança é formado por cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e dez membros temporários. As decisões são tomadas por meio do voto, mas os membros permanentes podem vetar qualquer decisão. Além desses dois órgãos, a ONU é formada por agências, entidades e outras instituições que discutem diversos problemas mundiais. Podem ser citados como exemplos o Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH), a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Leia as manchetes que destacam a atuação do Unicef na defesa dos direitos humanos no mundo contemporâneo e, em seguida, responda ao que se pede. Unicef apoia resposta às chuvas no Rio Grande do Sul
NAÇÕES UNIDAS. Unicef apoia resposta às chuvas no Rio Grande do Sul. ONU News, [Nova York], 9 maio 2024. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2024/05/1831391. Acesso em: 18 maio 2024.
Unicef incentiva adolescentes a tirar título de eleitor
CAMPOS, Ana Cristina. Unicef incentiva adolescentes a tirar título de eleitor. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 7 maio 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-05/unicef -incentiva-adolescentes-tirar-titulo-de-eleitor. Acesso em: 18 maio 2024.
Unicef garante que milhares de haitianos tenham água potável
NAÇÕES UNIDAS. Unicef garante que milhares de haitianos tenham água potável. ONU News, [Nova York], 10 maio 2024. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2024/05/1831436. Acesso em: 18 maio 2024.
a) De acordo com as manchetes, como o Unicef atua na defesa dos direitos humanos atualmente?
b) Além das ações descritas nas manchetes, quais outras ações o Unicef poderia tomar para proteger os direitos humanos de crianças em diferentes regiões do mundo?
Discuta o tema com colegas e professor.
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Atividade
1. a) As manchetes destacam diferentes iniciativas do Unicef, como ajuda em casos de desastres ambientais e campanhas de estímulo ao exercício da cidadania, bem como fornecimento de recursos fundamentais para a vida humana.
b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância de ações que visam ao apoio a grupos minoritários, ao auxílio em contextos de conflito ou crise social, à promoção e garantia de direitos humanos essenciais, como a educação, entre outras ações.
04/06/24 12:32
A ONU pode atuar de diferentes maneiras em busca da paz mundial. Ela age na mediação de conflitos e no apoio a populações em risco com ajuda humanitária, bem como pode denunciar e/ou punir nações que violam os direitos humanos.
A ONU não possui uma força militar e não tem o poder de interromper uma guerra, mas ela pode convocar os Estados-membros para atuar em caso de conflito. O Conselho de Segurança pode impor sanções, penalidades ou, ainda, organizar operações de paz com tropas dos Estados-membros. É importante reconhecer os limites da atuação da ONU. Em muitos conflitos, a falta de um acordo entre as principais potências mundiais dificultou a atuação da ONU. Exemplos disso podem ser observados nos conflitos entre Israel e Palestina e na guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022.
As discordâncias e o poder de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança dificultam as ações para encerrar conflitos e assegurar direitos humanos fundamentais.
ATIVIDADE
1. Um dos campos de atuação da ONU na promoção da paz mundial é a realização de campanhas de conscientização. Observe a imagem e, em seguida, responda ao que se pede.
a) Qual é o objetivo dessa campanha da ONU?
b) Em sua opinião, qual é a importância das campanhas de conscientização para o respeito aos direitos humanos e a manutenção da paz?
c) Se você fosse criar uma campanha de conscientização a respeito dos direitos humanos, qual tema você escolheria? Por quê? Converse com colegas e professor.
Ao trabalhar a atuação da ONU nas missões de paz, destaque a participação das Forças Armadas brasileiras, que atuaram no Haiti coordenando a missão da ONU no país. Converse com os estudantes verificando se alguns deles se recordam da missão dos brasileiros no país caribenho ou se tinham conhecimento sobre o evento. Explique que o Haiti mergulhou em uma grave crise política, econômica e social após a destituição do seu presidente em
2004 e as disputas por territórios entre gangues e milícias. Inicialmente, as tropas brasileiras combateram diretamente as ações violentas. Em seguida, passaram a dar treinamento a policiais haitianos.
Depois do grave terremoto ocorrido em 2010, as tropas da ONU, sob liderança das forças brasileiras, agiram no resgate das vítimas e em ações de apoio humanitário.
Converse com os estudantes sobre a grande quantidade de imigrantes haitianos no Brasil, muitos dos quais escolheram o país como destino em razão do
contato com os soldados brasileiros durante a ocupação da ONU.
Leia, na seção Texto complementar, o trecho de um texto que aborda o reposicionamento do Brasil no cenário internacional após a atuação no Haiti.
1. a) A campanha da ONU tem como objetivo combater o discurso de ódio. b) É importante que os estudantes reflitam sobre o impacto de campanhas de conscientização para a Cultura de Paz e a criação de comportamentos que inibam práticas violentas. c) Respostas pessoais. Retome com os estudantes os direitos estudados na atividade proposta na página 223.
Texto complementar A cooperação internacional para o desenvolvimento é um tipo de apoio que países oferecem a nações mais pobres para resolver problemas. A ajuda pode acontecer de diversas formas: a transferência de dinheiro, de tecnologia ou a realização de projetos sociais e de infraestrutura.
[…]
A atuação brasileira no Haiti significou um novo posicionamento do país na política internacional. […]
Após o desastre [terremoto de 2010], o Brasil destinou toneladas de alimentos e medicamentos e providenciou recursos para a assistência humanitária de emergência. Além disso, dezenas de projetos de cooperação técnica foram levados ao Haiti em áreas como saúde, educação, saneamento, agricultura e justiça.
CUNHA, Carolina. Haiti: Brasil deixa missão de paz após 13 anos no país caribenho. [São Paulo]: UOL, c1996-2024. Disponível em: https:// vestibular.uol.com.br/resumo-das -disciplinas/atualidades/haiti-brasil -deixa-missao-de-paz-apos-13-anos -no-pais-caribenho.htm. Acesso em: 20 maio 2024.
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, pretende-se discutir o direito dos brasileiros à segurança pública e refletir sobre a luta pelo fim da violência. Organize os estudantes em uma roda de conversação. Apresente a questão da segurança como um dos direitos universais cuja garantia é responsabilidade de diferentes órgãos do poder público. Mencione que a violência é um sério problema social do Brasil, ameaçando a paz e a segurança de milhões de pessoas. Ressalte a distribuição espacial desigual da violência, que, em geral, ocorre com mais frequência em determinadas comunidades e menos em outras, uma vez que, em muitos municípios brasileiros, os maiores índices de práticas violentas são de zonas periféricas e os menores, de zonas centrais.
Durante a análise da questão relacionada à busca pela paz no Brasil, é importante destacar que a violência é um dos mais graves problemas sociais do país, estando associada com as estruturas desiguais da sociedade e os limites estruturais relativos ao pleno exercício da cidadania de muitos brasileiros. Também é oportuno lembrar que a violência é um fenômeno social complexo, resultado de múltiplos processos sociais, não existindo uma forma simples de superá-la. Por isso, as políticas de segurança pública precisam ser combinadas com ações de redução da desigualdade social, de conscientização e de educação, bem como de programas educacionais ou de inserção no mundo do trabalho. Destaque que
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma, no artigo 3o, que todas as pessoas têm direito à segurança pessoal. A garantia desse direito é fundamental para a construção de uma sociedade pacífica e harmoniosa. Portanto, é responsabilidade dos governos agir de modo a garantir a segurança de todos os seus cidadãos.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Em sua opinião, no lugar onde você vive, o direito à segurança é garantido para todos?
Para garantir a segurança de todos, os governos devem elaborar políticas de segurança pública. No Brasil, essa responsabilidade é da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). O órgão, além de formular políticas, promove a integração entre diferentes esferas do governo e agências de segurança para que todos trabalhem alinhados com o objetivo de combater a violência e promover a paz.
Além da elaboração de políticas, diversas medidas são necessárias para a manutenção da segurança pública, como o policiamento de ruas das cidades, estradas e áreas rurais, a divulgação de campanhas de conscientização, entre outras ações.
O policiamento é feito por diversos órgãos de segurança pública. Leia o infográfico a seguir, que apresenta informações a respeito da organização de alguns dos órgãos no país.
Órgãos de segurança pública
Elaborado com base em: FARIA, Ícaro Corrêa G. Segurança pública brasileira: responsáveis, números e desafios. [Florianópolis]: Politize!, 13 jun. 2018. Disponível em: https://www.politize.com.br/seguranca-publica-brasileira-entenda/. Acesso em: 18 maio 2024.
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apenas as práticas repressivas ou o policiamento ostensivo não são capazes de resolver os problemas que causam a violência no país. O assunto pode ser sensível para muitos estudantes, portanto é fundamental que se pratique a escuta ativa, a empatia e o acolhimento durante toda a prática. É natural que alguns estudantes queiram relatar experiências pessoais em relação à violência, por isso eles devem ser ouvidos e respeitados.
1. Resposta pessoal. As respostas elaboradas pelos estudantes podem ser analisadas com base no que foi discutido em relação à questão do direito à segurança e da garantia de paz no Brasil. Desse modo, espera-se que eles se conscientizem dos seus direitos, reforcem os seus valores enquanto cidadãos e possam atuar de modo efetivo na luta pela paz.
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A violência é um dos problemas mais graves do Brasil, com raízes profundas no processo de colonização e resultante das grandes desigualdades socioeconômicas do país. Embora investimentos sejam feitos em políticas de segurança pública, o problema da violência está longe de ser resolvido. Mesmo que pesquisas indiquem redução no número de assassinatos nos últimos anos, os valores continuam elevados. Leia o trecho de uma notícia a seguir, que apresenta dados de 2023 relacionados a essa questão.
Em 2023, o Brasil registrou 39.492 homicídios dolosos (com intenção de matar), feminicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de mortes, o que representa média de mais de 108 vítimas por dia. […]
PINHONI, Marina; PETRÓ, Gustavo. Monitor da violência: assassinatos caem 4% no Brasil em 2023, mostra edição final do levantamento periódico. G1, [s. l.], 12 mar. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2024/03/12/monitor-da-violencia-2023.ghtml. Acesso em: 18 maio 2024.
Agora, analise o gráfico a seguir. De fato, por mais que continuem altos, os números de assassinatos, de acordo com o gráfico, estão em queda nos últimos anos. Para especialistas no tema, a redução é resultado de políticas públicas mais coordenadas que promovem ações mais eficientes para prevenir crimes violentos. Ainda assim, há muito a ser feito para acabar com a violência no país.
Elaborado com base em: PINHONI, Marina; PETRÓ, Gustavo. Monitor da violência: assassinatos caem 4% no Brasil em 2023, mostra edição final do levantamento periódico. G1, [s. l.], 12 mar. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor -da-violencia/noticia/2024/03/12/monitor-da -violencia-2023.ghtml. Acesso em: 18 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. De acordo com o gráfico, qual foi o ano com o menor número de homicídios no país?
2. Com base na análise do gráfico, é possível afirmar que a queda no número de homicídios ocorreu de forma contínua nos últimos anos? Por quê?
Ao analisar a questão da luta pelo fim da violência, reforce que os dados disponíveis demonstram que o cotidiano de muitos brasileiros continua marcado por diversas práticas violentas. Os homicídios são apenas o exemplo mais grave disso, mas há também outras expressões, como agressões, práticas discriminatórias, roubos, furtos, entre outras práticas que violam os direitos fundamentais e ameaçam a paz de indivíduos e comunidades.
Ainda assim, é importante destacar que o esforço combinado dos diversos órgãos do governo, bem como da sociedade civil, pode transformar essa realidade. Os dados disponíveis no gráfico sinalizam uma redução contínua no número de homicídios, o que indica a queda da violência no país. É importante destacar, durante a discussão, que a redução acelerada desse indicador é complexa, já que depende de mudanças amplas na sociedade, as quais ocorrem lentamente. Ainda assim, ações locais, organizadas com base em experiências e necessidades da comunidade, podem ter um efeito mais intenso e direto. Por isso, é importante valorizar esse tipo de iniciativa.
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Atividades
1. O gráfico mostra que 2023 foi o ano com o menor número de homicídios no país.
2. De acordo com o gráfico, houve uma queda contínua no número de homicídios desde 2021. Em 2020, os dados indicam uma elevação se comparados aos de 2019. Depois, teve início o movimento de queda, o qual resultou, em 2023, no menor número desde o início do levantamento (em 2007).
A abordagem do tema da violência contra a mulher deve ser feita com muito cuidado e sensibilidade. O assunto precisa ser tratado com seriedade em razão da gravidade, uma vez que pode remeter a problemas pessoais de muitos estudantes cujas trajetórias podem incluir experiências de violência em seus ambientes domésticos. A proposta do trabalho não é a exposição dos estudantes, mas a conscientização sobre eventuais situações pelas quais eles ou pessoas próximas estejam passando, bem como a garantia de acesso a informações relacionadas a seus direitos.
Atividades
Resposta pessoal. É importante que os estudantes observem o papel das campanhas de conscientização para a prevenção ativa da violência. Essas campanhas podem contribuir para que a sociedade adote práticas cotidianas que reduzam as violências, fortalecendo a cooperação e a Cultura de Paz.
Os estudantes podem refletir a respeito de diferentes formas de violência, como a violência racial, contra adolescentes, crianças, pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, entre outras possibilidades. É importante que o cartaz apresente uma imagem simbólica que reforce a mensagem de combate contra a violência e em favor da valorização da Cultura de Paz.
Texto complementar
O que diz a lei Maria da Penha? Já de saída, a lei afirma que é responsabilidade do Estado coibir a violência praticada
A luta contra o feminicídio
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Segurança Pública. Secretaria da Mulher. [Campanha] Sinal vermelho contra a violência doméstica. [2021]. 1 imagem digital.
GLOSSÁRIO Coibir: proibir, impedir.
Mulheres do Brasil e de outros países são vítimas de diversas violências no dia a dia, sendo o feminicídio o tipo mais grave. Feminicídio é o crime de assassinar mulheres em contexto de violência doméstica ou discriminação de gênero. Além do feminicídio, mulheres também sofrem outros tipos de violência em razão do gênero, como assédios, agressões verbais, ofensas, entre outros. De acordo com a Rede de Observatórios da Segurança, a cada 24 horas, ao menos oito mulheres foram vítimas dessas e outras violências de gênero no Brasil (nestes estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo) em 2023. E, a cada 15 horas, uma mulher foi vítima de feminicídio, na maioria das vezes pelas mãos do próprio parceiro ou ex-parceiro. Em 2006, foi instituída, no Brasil, a Lei Maria da Penha (lei no 11.340/2006), que tem como objetivo coibir, prevenir e punir a violência doméstica e familiar praticada contra mulheres. Além disso, a lei estabeleceu a obrigação dos órgãos governamentais de promover campanhas educativas de conscientização para prevenir a violência contra mulheres. Infelizmente, a lei não acabou com a violência contra as mulheres, mas foi e continua sendo uma importante conquista social que incentiva a criação de outras políticas de proteção às mulheres brasileiras.
QUEM É?
Maria da Penha Maia Fernandes (1945-), ativista dos direitos das mulheres e farmacêutica, ficou conhecida por lutar para que seu agressor e ex-companheiro fosse condenado judicialmente pelas duas tentativas de homicídio contra ela. O nome da lei que hoje protege as mulheres brasileiras contra a violência doméstica foi definido em homenagem a ela.
Consulte orientações no MP.
1. Em sua opinião, qual é a importância de campanhas contra a violência na construção de uma sociedade mais pacífica?
2. Em grupo, elaborem um cartaz para uma campanha de prevenção contra algum tipo de violência. Depois, exponham sua produção em uma parede da sala de aula.
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contra mulheres nos contextos doméstico e familiar. Essa foi uma novidade importante: até a promulgação da Lei Maria da Penha, não havia legislação no Brasil sobre violência doméstica. Ocorrências de agressão familiar eram tratadas como pequenas causas: casos de menor complexidade, que poderiam ser encaminhados em Juizados Especiais –aqueles que se encarregam de infrações de menor potencial ofensivo.
[…]
Ao tratar da punição ao agressor e da assistência à mulher agredida, a lei cria inovações:
[…] A partir de 2006, casos de violência
doméstica passaram a ser punidos com maior rigor. A pena mínima foi reduzida para 3 meses de prisão, mas a pena máxima passou a 3 anos. A possibilidade de substituir a prisão por pagamento de multa deixou de existir.
[…] Nos Juizados Especiais de Violência Doméstica, a mulher pode tratar de questões cíveis (como um processo de divórcio) e criminais. A intenção é facilitar a vida da vítima, ao permitir que ela resolva todos os problemas em um lugar só.
[…]
A lei ainda explica que a violência doméstica
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Existem diversas estratégias que podem ser utilizadas pelos órgãos governamentais para reduzir a violência. Além da criação de leis e de políticas de segurança, como o policiamento, é fundamental criar políticas sociais em comunidades urbanas e rurais para estimular a Cultura de Paz e reduzir a criminalidade.
Um bom exemplo de políticas sociais foi a criação de Centros da Juventude em comunidades periféricas. Nesses locais, jovens podem ter acesso a atividades culturais e educativas, além de aprender novas profissões e ampliar as possibilidades de ingresso no ensino superior. De acordo com o Governo do Estado do Paraná, em 27 municípios, a taxa de homicídio de jovens de 15 a 24 anos caiu pela metade entre 2016 e 2021, resultado que o governo associa ao desenvolvimento de projetos nos Centros da Juventude. No Rio Grande do Sul, a queda associada ao mesmo motivo foi ainda mais acentuada, atingindo um patamar de 60% entre 2017 e 2020. Além disso, a evasão escolar caiu 24% em cinco anos.
Os Centros da Juventude são importantes exemplos de integração entre políticas sociais e políticas de segurança pública com o objetivo de reduzir a violência e promover a paz. Dessa forma, é possível contribuir para a redução das desigualdades sociais, propiciando melhores condições de vida para inúmeras comunidades brasileiras.
ATIVIDADES
1. Em sua opinião, de que forma programas como a criação de Centros da Juventude podem contribuir para a promoção e a manutenção da paz no Brasil?
2. Que outras ações afirmativas podem ser tomadas para reduzir a violência no Brasil? Discuta essa questão com colegas e professor.
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET8-U10-216-235-LE-G25-AVU.indd 229 03/06/24 16:37 pode ser praticada por qualquer pessoa que mantenha uma relação próxima com a mulher: pode ser seu namorado ou namorada (a legislação vale para pessoas de todas as orientações sexuais), pai ou irmãos. Pode ser, inclusive, que a pessoa nem mesmo more na mesma casa que a vítima – mas mantenha uma relação íntima de afeto com ela.
CISCATI, Rafael. Como funciona a lei Maria da Penha?: 3 perguntas para entender a Lei 11340/2006. [S. l.]: Brasil de Direitos, 26 mar. 2024. Disponível em: https://www. brasildedireitos.org.br/atualidades/como-funciona -a-lei-maria-da-penha-3-perguntas-para-entender-a -lei-113402006. Acesso em: 20 maio 2024.
Os Centros da Juventude são um exemplo de política comunitária que apresenta resultados relevantes na redução da violência e na criação de uma sociedade mais pacífica. Assim como essa política, em diferentes comunidades brasileiras, medidas que promovem espaços de sociabilidade, lazer, educação e formação profissional contribuem para a redução da violência e demonstram a possibilidade de transformar positivamente a realidade social. Durante a conversa sobre esse tema, verifique se os
estudantes conhecem medidas semelhantes em vigor na comunidade onde vivem e, caso conheçam, proponha-lhes que compartilhem o que sabem a respeito. Dessa forma, é possível ampliar a reflexão em torno da importância de políticas sociais na redução da violência, evidenciando como a busca pela paz precisa de medidas combinadas e variadas, não se limitando à repressão ou à criação de leis mais duras.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes discutam a importância de ações visando à redução das desigualdades sociais por meio de acesso à educação e ao mercado de trabalho. É oportuno lembrar que nem toda violência está diretamente relacionada às desigualdades sociais, mas uma parte importante das práticas de violência está relacionada a outros problemas sociais. Assim, programas como os Centros da Juventude podem ajudar a reduzir a violência no país em certa medida.
2. Espera-se que os estudantes reflitam sobre medidas que podem contribuir para reduzir tanto as desigualdades sociais quanto o impacto da violência no cotidiano. É possível pensar em exemplos de ações culturais ou educativas, bem como relativas à inclusão no mercado de trabalho. Pesquise previamente exemplos de ações realizadas na comunidade e apresente-os durante a discussão.
A seção propõe uma abordagem interdisciplinar com Leitura e Escrita. O objetivo é apresentar aos estudantes os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e identificar situações brasileiras em que os problemas listados pela ONU estejam presentes. Em seguida, os estudantes são convidados a produzir um relatório e uma carta apresentando um dos problemas identificados. A carta deverá ser enviada a uma das agências da ONU. Em relação aos ODS, ressalte que, em 2000, a ONU estabeleceu oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) que deveriam ser atingidos até 2015. Porém, em 2012, após uma avaliação dos avanços e dos pontos que ainda precisavam ser melhorados, esses objetivos foram substituídos por metas favoráveis ao desenvolvimento sustentável. Essas novas 17 metas da agenda de desenvolvimento sustentável são desdobramentos dos ODM e devem ser atingidas até 2030. Apresente aos estudantes os objetivos, analisando-os um de cada vez, de modo que eles compreendam a importância de cada um desses objetivos para a melhoria das condições de vida no planeta. Com base nessa análise, a turma pode compreender os desafios que se impõem às sociedades para cumprir essa agenda até o ano de 2030.
Atividade complementar
Organize os estudantes em duplas ou trios e atribua um dos ODS para cada grupo. Depois, os grupos deverão analisar o texto do objetivo com o qual vão trabalhar, reconhecendo os aspectos da vida cotidiana
COM LEITURA E ESCRITA
Objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)
Em 2015, representantes dos Estados-membros da ONU e da sociedade civil definiram uma agenda de desenvolvimento sustentável composta de 17 objetivos a serem alcançados até 2030, visando reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir paz e prosperidade em todo o mundo. Analise o infográfico.
GLOSSÁRIO
Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento equilibrado entre aspectos ambientais, econômicos e sociais, capaz de atender às necessidades da geração atual sem comprometer as da geração futura.
AÇÃO
INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA 10 REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES 11 CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
15 VIDA TERRESTE 16
JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES EFICAZES 17 PARCERIAS E MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO
ENERGIA LIMPA E ACESSÍVEL 13
1
ERRADICAÇÃO DA POBREZA
SAIBA MAIS
TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO 9
3 SAÚDE E BEM-ESTAR 4 EDUCAÇÃO DE QUALIDADE 5
8
7
IGUALDADE DE GÊNERO 6 ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO
Elaborado com base em: NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: sobre o nosso trabalho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Brasília, DF: ONU Brasil, c2024. Disponível em: https://brasil. un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 18 maio. 2024.
• NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: sobre o nosso trabalho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Brasília, DF: ONU Brasil, c2024. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 18 maio 2024. Na página, é possível ler em detalhe as metas de cada objetivo e se informar sobre as ações da ONU em território nacional.
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aos quais ele está relacionado. Em seguida, oriente-os a buscar no site das Nações Unidas Brasil (disponível em: https://brasil. un.org/pt-br/sdgs; acesso em: 20 maio 2024) as metas relacionadas ao objetivo que está sendo analisado e a verificar em que medida cada uma delas está sendo atendida no local onde moram.
O “Relatório de Desenvolvimento Sustentável”, publicado pela ONU em 2023, apresenta a situação do Brasil em relação aos ODS. Observe a seguir.
Desafios maiores
Desafios significativosDesafios remanescentes
Diminuindo Estagnado Melhorando moderadamente
1. É possível adaptar o encaminhamento dessa atividade de acordo com as necessidades e as características de cada turma. O objetivo é que os estudantes
Elaborado com base em: SACHS, Jeffrey D. et al Sustainable development report 2023: implementing the SDG Stimulus. Paris: SDNS; Dublin: Dublin University Press, 2023. p. 168. Disponível em: https://dashboards.sdgindex.org/. Acesso em: 18 maio 2024.
Os desafios para alcançar os ODS são grandes. Vamos refletir sobre o que podemos fazer para efetivamente alcançar esses objetivos?
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
1. A ONU possui agências que atuam em parceria com governos, empresas e organizações não governamentais (ONGs) do mundo todo, inclusive no Brasil. Escreva um relatório e uma carta para uma das agências da ONU que atuam em nosso país. Para isso, siga o passo a passo.
PASSO A PASSO
GLOSSÁRIO Organizações não governamentais (ONGs): entidades sem fins lucrativos que atuam em causas sociais, ambientais, educacionais, entre outras.
a) Em trios, escolham um problema no Brasil que merece nossa atenção.
b) Recolham informações sobre esse problema (por exemplo, dados oficiais, notícias e artigos de especialistas) e façam uma análise para compreender o contexto e os aspectos envolvidos nessa questão.
c) Com base na pesquisa, elaborem um relatório explicando a situação e propondo possíveis soluções para o problema.
d) Escrevam uma carta para a ONU com base nesse relatório, descrevendo o problema, suas causas e sugerindo ações para enfrentá-lo.
e) Enviem a carta, por meio eletrônico ou correio, para a agência da ONU responsável pelo problema que vocês estão denunciando.
compreendam que a sociedade civil e cada cidadão têm o direito de acionar instâncias governamentais e institucionais que, por sua vez, têm o dever de responder aos cidadãos, iniciando um diálogo. 231
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1. Discuta com a turma exemplos que justifiquem a escolha do problema. Destaque que o pleno exercício da cidadania também engloba se recordar dos políticos em quem votou e acompanhar o trabalho deles, incluindo o cumprimento de promessas de campanha e as respostas aos anseios dos cidadãos. A proposta de encaminhamento para a atividade interdisciplinar pode ser adaptada de acordo com as necessidades e características da turma. Avalie se, neste momento do percurso escolar, os estudantes conseguem trabalhar de forma mais autônoma, com pequenas intervenções, ou se é necessário orientá-los de forma mais diretiva.
Com o professor de Leitura e Escrita, converse com os estudantes sobre os gêneros textuais propostos, retomando suas características e trazendo exemplos de uso no cotidiano. O site das Nações Unidas Brasil (disponível em: https://brasil.un.org/ pt-br; acesso em: 7 jun. 2024) traz as informações necessárias para a realização da atividade, incluindo endereços para onde as cartas poderão ser enviadas. É importante reservar um momento para a análise da devolutiva dessas cartas quando ela ocorrer. Caso não ocorra, reenvie as correspondências até que uma resposta seja dada pelas agências contatadas. Esse processo é importante para que os estudantes compreendam que a sociedade civil tem o direito de acionar instâncias governamentais e institucionais, que, por sua vez, têm o dever de responder aos cidadãos, abrindo um diálogo.
Explique, resumidamente, como funciona uma sessão da Assembleia Geral da ONU. Destaque a importância dessa organização nos processos de tomada de decisão, que, após longos períodos de negociação e debates, servem como referência para todos os Estados-membros. No boxe Indicações, são sugeridos alguns documentos que auxiliam no desenvolvimento da proposta, além de referências que podem orientar os estudantes para a preparação da atividade. Em relação à acessibilidade para as pessoas com deficiência, converse com os estudantes a respeito de impressões e conhecimentos que eles têm sobre o assunto. Caso haja na turma estudantes com deficiência ou que convivam com PcD, deixe-os à vontade para trazer seus relatos pessoais, de modo que suas vivências forneçam elementos preliminares para a discussão sobre acessibilidade.
Atividade
b) Respostas pessoais. O objetivo dos questionamentos é promover o compartilhamento das experiências dos estudantes relacionadas ao tema e incentivar a curiosidade da turma para a realidade de outros países. Cuide para que o compartilhamento das respostas ocorra com o mais absoluto respeito, altruísmo e empatia com as dificuldades enfrentadas pelo outro.
2. Organize os estudantes em duplas ou trios para que realizem a pesquisa prévia ao debate. É possível propor a formação de grupos heterogêneos para que todos possam contribuir. Explique ao
As sessões da Assembleia Geral da ONU são eventos em que os Estados-membros discutem temas e elaboram propostas de intervenção que melhorem a vida das pessoas.
Muitas vezes, nas sessões, surgem conflitos e divergências que podem envolver longas negociações na busca do consenso.
Para experienciar uma situação de debate semelhante, faremos uma simulação de uma sessão da Assembleia Geral da ONU, cujo tema aborda os direitos das pessoas com deficiência (PcD) e, mais especificamente, a questão da acessibilidade
Em 2007, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi adotada na 62a Assembleia Geral da ONU. O documento serve como base para que os Estados-membros elaborem políticas públicas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, que representam 10% da população mundial. Atualmente, o responsável por essa questão é o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD)
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, no Brasil, a população estimada de pessoas com deficiência é de 18,6 milhões.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Sessão da Assembleia Geral na sede da ONU, em Nova York (Estados Unidos). Fotografia de 2024.
GLOSSÁRIO
Acessibilidade: condições de uso dos espaços, dos serviços de transporte, dos meios de comunicação e informação e do sistema de educação para eliminar as barreiras e garantir a inclusão social das pessoas com deficiência.
Consulte orientações no MP.
1. Converse com colegas e professor sobre as questões a seguir.
a) Você é ou conhece alguma pessoa com deficiência? Se você for PcD e se sentir à vontade, comente suas experiências. Se não for, consegue imaginar quais são as dificuldades enfrentadas por grande parte dessa população?
b) Em sua opinião, PcD de outros países enfrentam as mesmas dificuldades que as brasileiras? Justifique sua resposta.
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grupo que formará a mesa o papel que deverá desempenhar, principalmente o presidente, que deverá manter a organização e coordenar as intervenções dos colegas. O secretário poderá, durante o debate, auxiliar o relator na tomada de notas que comporão o texto final do comitê. Durante o preparo das argumentações, é fundamental que os estudantes que representarão os delegados sigam as políticas públicas dos países que representam, ainda que não concordem com
elas. Compreender que eles são representantes do interesse público de seus países é um dos elementos essenciais da política externa de uma nação. Em uma folha avulsa, peça que elaborem uma placa com o nome e a bandeira do país, que deverá ser colocada em cima da mesa no momento do debate e facilitará a identificação da delegação. Durante a simulação, os participantes vão discutir e negociar, com os países que fazem parte do comitê, possíveis ações e propostas de melhoria para a questão
2. Organizem uma rodada de debates sobre o tema “acessibilidade para pessoas com deficiência”. Sigam as orientações.
a) Preparar as equipes.
I Mesa: um grupo de três estudantes será responsável pela organização (secretário), mediação (presidente) e registro escrito (relator) das sessões. Esse grupo não participa do debate.
II Delegações: grupos de três estudantes que representarão um país à sua escolha no debate (delegados). Sugerimos que um dos países seja o Brasil e que os outros países estejam localizados em continentes diferentes.
b) Pesquisa prévia e preparo da argumentação.
I Observem nos quadros as atribuições da mesa e das delegações.
Tarefas da mesa
• Escrever um parágrafo apresentando o tema e a importância de debatê-lo.
• Escrever um parágrafo apresentando o comitê.
• Escrever uma lista com os principais pontos a serem discutidos em cada uma das sessões (ordem de trabalho).
• Escrever uma lista com as delegações participantes (nomes dos países e de seus representantes).
c) Sessões de debate.
Tarefas das delegações
• Pesquisar a história, a geografia, a economia, a política, a cultura e as questões atuais do país representado.
• Pesquisar a situação das pessoas com deficiência e a questão da acessibilidade no país representado (leis, dificuldades, casos de sucesso, necessidades).
• Investigar as políticas dos outros países que participarão do debate.
• Elaborar um texto inicial, de até um parágrafo, com propostas para melhorar a acessibilidade com base na realidade do país.
I O presidente abrirá a sessão lembrando as regras do debate e organizando as inscrições das delegações, por ordem de chegada.
II Cada delegação deverá escolher um representante para apresentar a argumentação preparada previamente e debater com as outras delegações.
III O número de sessões será definido de acordo com os pontos a serem discutidos.
d) Negociação e elaboração do projeto de resolução.
I Finalizadas as discussões, as delegações deverão chegar a um consenso sobre a elaboração e a apresentação do projeto de resolução das questões relacionadas à acessibilidade.
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D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET8-U10-216-235-LE-G25-AVU2.indd 233 03/06/24 19:35 internacional em pauta. Explique a importância das técnicas de negociação, oratória e análise crítica para embasar e comunicar com eficiência o ponto de vista do país representado. Um dos objetivos é desafiar os estudantes a superar suas visões pessoais e comunicar aos outros delegados os interesses do país que estão representando. Explique aos estudantes as regras de um debate, como a expressão oral, o respeito e a consideração ao tempo de fala dos outros. Comente a questão do
consenso como uma forma importante de garantir que todas as manifestações serão consideradas, ainda que nem todos estejam totalmente de acordo com o que está sendo decidido. Desse modo, os estudantes ficarão mais inclinados a aderir às proposições adotadas pelo grupo. Acompanhe os estudantes na redação final do projeto de resolução, que poderá ser feita pelo relator, com auxílio de uma pequena comissão formada pelos delegados dos grupos participantes.
BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência: protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília, DF: SEDH, 2007. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/index.php?op tion=com_docman&view= download&alias=424-cart ilha-c&category_slug=docu mentos-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 20 maio 2024. Texto oficial da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
DIRETORIA DE PESQUISAS; COORDENAÇÃO DE PESQUISAS POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Pnad Contínua: pessoas com deficiência 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://biblioteca.ibge. gov.br/visualizacao/livros/ liv102013_informativo.pdf. Acesso em: 20 maio 2024.
O documento traz os resultados da pesquisa realizada pelo IBGE sobre as pessoas com deficiência no Brasil em 2022.
BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/cci vil_03/_ato2015-2018/2015/ lei/l13146.htm. Acesso em: 20 maio 2024.
O link traz o texto da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. NAÇÕES UNIDAS. Guia das Nações Unidas sobre o modelo das Nações Unidas Nova York: ONU, 2020. Disponível em: https://unric. org/pt/wp-content/uploads/ sites/9/2023/05/modelo-onu -2023-HighResolution.pdf. Acesso em: 20 maio 2024.
O guia apresenta toda a metodologia de simulações de conferência da ONU em escolas.
1. Resposta pessoal. Os estudantes poderão indicar qualquer um dos objetivos, desde que apresentem uma argumentação coerente para a escolha realizada. Considerando os aspectos multidimensionais que envolvem o combate à violência, os objetivos diretamente alinhados à promoção de uma Cultura de Paz constam no trecho a seguir.
Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles
[…]
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Brasília, DF: ONU Brasil, 2015. p. 18. Disponível em: https://brasil.un.org/sites/default/ files/2020-09/agenda2030-pt-br.pdf. Acesso em: 20 maio 2024.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Retome os ODS apresentados nas páginas 230 e 231 e indique quais deles estão relacionados à diminuição da violência e, consequentemente, à promoção de uma Cultura de Paz. Justifique suas escolhas com exemplos do cotidiano.
2. Analise o mapa e leia a informação no boxe a seguir. Depois, responda às questões.
Brasil: homicídios, por Unidade da Federação – 2021
No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ocorreram 33 039 homicídios por arma de fogo em 2021, o que equivale a 69,1% do total de homicídios no país.
Fonte: IPEA. Núcleo de Disseminação de Pesquisa. Homicídios no Brasil Brasília, DF: Ipea, 2023. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/ arquivos/artigos/4850-dashhomicidiosbr asilfinalconferido.pdf. Acesso em: 18 maio 2024.
a) Quais são as cinco Unidades da Federação (UF) que apresentaram maior número de homicídios em 2021? Qual é a situação da UF onde você vive?
b) Qual é a participação da categoria “armas de fogo” no total de homicídios ocorridos no Brasil em 2021? Em sua opinião, qual é a relação da circulação de armas de fogo com a violência?
c) Você conhece alguma política pública cujo objetivo é reduzir a circulação de armas no país? Em caso negativo, faça uma pesquisa sobre o assunto.
3. Existem diversas iniciativas e políticas em nosso país que visam à redução da violência em diferentes níveis. O Instituto Sou da Paz, que há mais de 25 anos atua na promoção do controle de armas no Brasil, desenvolveu com jovens da periferia da cidade de São Paulo (SP) a “Agenda Juvenil de Prevenção à Violência Letal contra a Juventude Negra”, em que eles propõem medidas para enfrentar a mortalidade de jovens negros. Leia alguns trechos a seguir.
2. a) Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e São Paulo. Resposta pessoal de acordo com a UF onde o estudante vive. Caso necessário, solicite aos estudantes que consultem o mapa político do Brasil disponível na página 282 para identificar corretamente as Unidades da Federação. Sobre os dados, é importante notar que são números absolutos. Outra forma de apresentar dados de homicídios é considerando a população da UF. Assim, calcula-se o número de homicídios a cada 100 mil habitantes. Nesse caso,
o ranking das UFs seria diferente do apresentado na resposta.
b) De acordo com a informação do boxe, 69,1% dos homicídios foram perpetrados com armas de fogo. Espera-se que os estudantes estabeleçam uma correlação entre o número de armas de fogo em circulação e o aumento do número de homicídios. É possível que a questão do porte de armas de fogo suscite um debate entre os estudantes. Se necessário, abra um espaço seguro para que os estudantes possam se expressar, cuidando sempre para que as opiniões
EKLER/ SHUTTERTOCK.COM
SKYLINES/ SHUTTERSTOCK.COM
DAVOODA/ SHUTTERSTOCK.COM
Mais policiamento
Uma polícia mais empática e próxima da comunidade […];
Educação
[…]
Escola mais acolhedora e conectada com as temáticas de diversidade, direitos humanos (questões raciais e de gênero) e violência contra adolescentes e jovens;
Cultura
Ampliação de ofertas culturais para adolescentes e jovens;
VOODOODOT/ SHUTTERSTOCK.COM
ABBASYKAUTSAR CREATIVE/ SHUTTERSTOCK.COM
BSD STUDIO/ SHUTTERSTOCK.COM
STOCKSMARTSTART/ SHUTTERSTOCK.COM
BLAN-K/ SHUTTERSTOCK.COM
Trabalho
Mais oportunidades de emprego formal para a juventude
Poder Legislativo
Aprimorar a legislação para os crimes sexuais;
Infraestrutura Urbana
No mínimo, saneamento básico na nossa região de moradia
Melhorar a iluminação das vias públicas;
Participação Social
Possibilitar a efetivação de espaços de discussão sobre violências e formas de enfrentamento em espaços comunitários;
Realizar campanhas sobre assédio e violência sexual;
Assistência Social
Projetos que possibilitem encontros com pessoas que apoiem a juventude; e que desenvolvam ações de Proteção/orientação para possíveis riscos
INSTITUTO SOU DA PAZ. Relatório agenda juvenil de prevenção à violência letal contra a juventude negra. São Paulo: Instituto Sou da Paz, 2023. p. 11-12. Disponível em: https://soudapaz.org/o-que -fazemos/desenvolver/prevencao-da-violencia/adolescencia-e-juventude/juventude-e-prevencao-da -violencia/?show=documentos#9490-3. Acesso em: 18 maio 2024. Agora, responda às questões.
a) De acordo com o texto, cabe afirmar que o combate à violência passa por vários aspectos da vida social? Justifique sua resposta com exemplos encontrados no documento ou com base em sua própria experiência.
b) Você acrescentaria outras medidas que contribuiriam para diminuir a violência entre os jovens das periferias brasileiras? Indique algumas proposições e converse sobre o assunto com colegas e professor.
235
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03/06/24 16:37 sejam respeitadas e que não haja manifestações de apologia à violência.
c) Resposta pessoal. Verifique os conhecimentos dos estudantes sobre o tema. É possível explicar aos estudantes que o número de registros de armas de fogo caiu 82% em 2023 se comparado a 2022, em razão da adoção, em julho de 2023, de novas medidas com o objetivo de desarmar a população, como o aumento das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes, e a restrição da
venda de alguns modelos de armas para civis, tais quais pistolas nove milímetros, ponto 40 e ponto 45.
3. a) Sim. O documento, formulado por jovens periféricos expostos à violência, traz várias propostas que envolvem a cultura, o trabalho, a educação, as infraestruturas e a segurança pública como aspectos importantes a serem levados em conta quando falamos em promoção da Cultura de Paz.
b) Resposta pessoal. Verifique as respostas trazidas pelos estudantes. Caso desejem, eles podem organizar um
documento comum que contenha todas as propostas para apresentar e discutir com a comunidade extraescolar, bem como encaminhá-lo para representantes políticos e líderes comunitários, visando melhorar a situação das juventudes na comunidade em que os estudantes estão inseridos.
O conteúdo desta unidade foi estruturado com base no tema gerador Cultura de Paz e convida os estudantes a refletir sobre formas de lutar por respeito à diversidade e sobre o combate ao preconceito. Para isso, são apresentados os vários aspectos históricos, econômicos, sociais e culturais que compõem a riqueza e a diversidade da população. A unidade destaca, ainda, como a prática e o discurso na arte oferecem ferramentas importantes para a busca da justiça social e para o desenvolvimento de sensibilidades e empatia.
Objetos de conhecimento
Arte como forma de expressão, representatividade e luta
Movimento pelos direitos
População mundial
Anamorfoses
Convide os estudantes a observar a imagem de abertura, que mostra os integrantes do grupo Afoxé Filhos de Gandhy. Em uma roda de conversação, proponha aos estudantes que compartilhem opiniões e conhecimentos prévios sobre esse grupo. Explique que afoxé é uma expressão cultural afro-brasileira que combina música, dança e rituais religiosos, com forte influência dos cultos de candomblé. Originário da Bahia, o afoxé ganha mais destaque durante o Carnaval, quando grupos, conhecidos como blocos de afoxé, desfilam pelas ruas com cantos e sons de instrumentos como atabaques, agogôs e xequerês.
1. Respostas pessoais. Espera-se que, com base na análise da fotografia, os estudantes conversem sobre como percebem a diversidade étnica, cultural e religiosa do povo brasileiro.
2. b) Resposta pessoal. Conduza a conversa de modo que os estudantes se sintam à vontade para falar sobre esse tema, mas reforce que atos de violência e preconceito contra indivíduos de diferentes religiões devem ser combatidos na busca por uma Cultura de Paz.
Peça aos estudantes que leiam o trecho da cartilha “Cultura de paz”, elaborada pelo Instituto Sou da Paz em conjunto com o Ministério da Justiça, para o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Esclareça que o objetivo desse material é apresentar ideias e recursos práticos que possam orientar projetos de prevenção da violência entre jovens.
Conforme destaca a cartilha, no Brasil, desde o final do século XX, cerca de 26% da população é considerada jovem, ou seja, possui entre 15 e 29 anos, e justamente essa
camada da população é reconhecidamente a mais afetada pela violência. Como medida preventiva e de conscientização, a cartilha aprofunda conceitos importantes, como a definição das diversas violências existentes, e apresenta ideias de interferência para fortalecer referências positivas e promover a diversidade e a comunicação entre jovens. Convide a turma a refletir sobre a importância da conscientização e prevenção da violência, em ações com profissionais ou representantes que atuam com adolescentes e jovens.
■ O discurso na arte
■ Diversidade na população
■ Respeito à diversidade e combate ao preconceito
O conceito de cultura de paz parte do princípio de que a violência não é inerente à humanidade, nem a paz. A paz precisa ser ensinada, aprendida e estimulada. Juntos, podemos transformar a cultura de guerra e violência em uma cultura de paz. Nesse processo de mudança, cada um pode dar a sua contribuição para […] um mundo mais digno e harmonioso, um mundo de justiça, solidariedade, liberdade e prosperidade.
[…]
2. a) Espera-se que os estudantes compartilhem exemplos e atitudes com base nas vivências de cada um.
RECHENBERG, Ligia. Cultura de paz: novas abordagens sobre prevenção da violência entre jovens. Projeto Juventude e Prevenção da Violência. São Paulo: Instituto Sou da Paz, 2010. p. 13. Disponível em: https://soudapaz.org/ wp-content/uploads/2019/11/cartilha_cultura_de_paz.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Analise e descreva os elementos visuais da fotografia do grupo Afoxé Filhos de Gandhy. O que essa imagem desperta em você? Ela o representa de alguma forma? Como?
2. Relacione a fotografia ao trecho do texto que trata da Cultura de Paz e converse com colegas e professor sobre as questões a seguir:
a) De que forma podemos contribuir para transformar a cultura de guerra e violência em Cultura de Paz? Comente com base nas experiências do seu cotidiano.
b) O Brasil abriga uma ampla variedade de crenças religiosas, com características singulares, provenientes de diferentes culturas. Em sua opinião, é possível que as religiões coexistam na Cultura de Paz?
QUEM É?
O grupo Afoxé Filhos de Gandhy foi fundado em 1949, em Salvador (BA). Destaca-se como o mais expressivo afoxé do Carnaval de Salvador. Sua inspiração vem dos ideais de pacifismo e não violência do líder religioso Mahatma Gandhi (1869-1948). O grupo é reconhecido por seus trajes que remetem ao vestuário tradicional indiano, além dos colares de religiões afro-brasileiras.
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O infográfico “Festival Cultural da Paz Filhos de Gandhy” apresenta informações sobre o grupo carnavalesco de tradição religiosa Afoxé Filhos de Gandhy e aborda suas ações em prol da paz e da tolerância religiosa.
Atividades
1. Explique aos estudantes que membros do grupo costumam usar túnicas e tur-
bantes azuis e brancos, simbolizando paz e pureza. Os adornos com colares de contas azuis e brancas são associados ao orixá Oxalá nas religiões de matriz africana. Essa imagem pode despertar sentimentos de admiração pela preservação da cultura e história afro-brasileira, além de transmitir uma sensação de união e força comunitária. Caso algum dos estudantes seja praticante ou esteja familiarizado com essa expressão da cultura brasileira, a imagem pode representar uma conexão pessoal
ou espiritual, evocando orgulho e respeito pelas tradições mantidas vivas pelo grupo.
2. a) Auxilie os estudantes na identificação dos possíveis diálogos entre grupos religiosos e a Cultura de Paz. Convide-os a pensar em formas de violência ou de tolerância que existem no cotidiano deles e, caso se sintam confortáveis, peça-lhes que compartilhem com a turma.
b) Ao abordar esse tema em sala de aula, é importante criar um ambiente seguro e respeitoso no qual os estudantes possam expressar suas próprias crenças e experiências. Encoraje-os a compartilhar suas perspectivas sobre como diferentes práticas religiosas são vivenciadas em suas comunidades e famílias. Reforce a importância de combater preconceitos e atos de violência, destacando que o respeito mútuo é a base para qualquer coexistência pacífica. Esse diálogo pode ser enriquecido com exemplos históricos e/ou contemporâneos de coexistência religiosa, tanto do Brasil quanto de outras partes do mundo, ilustrando como diferentes comunidades têm encontrado caminhos para a harmonia religiosa.
Inicie o conteúdo propondo aos estudantes que reflitam sobre como o discurso, ou seja, o modo como nos comunicamos, pode ser uma forma de resistência. Comente que o discurso é uma ferramenta que permite que indivíduos e comunidades marginalizadas expressem suas histórias e perspectivas, muitas vezes invisibilizadas ou suprimidas das narrativas dominantes. Ao dar voz a essas experiências, o discurso pode desconstruir concepções estereotipadas e promover um entendimento mais profundo das questões sociais, culturais e políticas.
O discurso construído por artistas, políticos ou representantes de comunidade possibilita mobilização e ação coletivas; é um chamado à ação em torno de causas comuns, impulsionando as pessoas a se organizarem e lutarem por mudanças. No contexto de protesto e ativismo, por meio do discurso se questionam autoridades e estruturas de poder. Ao reivindicar espaço de fala, grupos historicamente silenciados usam o discurso para afirmar sua presença e influência, negociando poder em espaços de onde foram excluídos.
Comente com os estudantes que Martin Luther King foi um líder e ativista dos direitos civis estadunidense cuja liderança e oratória foram fundamentais na luta contra a segregação racial e pela igualdade de direitos para os afro-americanos nos Estados Unidos. Nascido em Atlanta, no estado da Geórgia, King foi influenciado pelos princípios cristãos e pelas ideias de não violência preconizadas por Mahatma Gandhi (1869-1948).
A arte é uma forma poderosa de expressão e de protesto na luta por direitos e na disseminação de ideais de justiça. Cada linguagem artística tem elementos que podem ser articulados pelos artistas para construir discursos estéticos e poéticos, bem como políticos e sociais.
Discurso pode ser entendido como uma forma de comunicação por meio da qual ideias são apresentadas para um público específico. Em geral, reflete o ambiente social, histórico e/ou cultural de quem o expressa, seja qual for a linguagem escolhida (verbal, visual, sonora, corporal ou híbrida). Existem várias maneiras de discursar. Na arte, discursos podem ser expressos em imagens, músicas, filmes, textos literários, espetáculos teatrais e de dança, entre outras possibilidades.
Você já ouviu falar sobre Martin Luther King (1929-1968)? O que sabe sobre a história desse ativista e líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos? Leia com atenção um trecho do discurso feito por ele em 1963.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.
KING, Martin Luther. Eu tenho um sonho. Brasília, DF: Fundação Cultural Palmares, [202-]. Disponível em: https://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/mlk2.pdf.
Acesso em: 20 maio 2024.
DELSARTE, Louis. Dreams, visions and change (em tradução livre Sonhos, visões e mudança). 2010. Tinta sobre aço, 762 cm x 304,8 cm. Parque Histórico Nacional, Atlanta (Estados Unidos). Mural em homenagem a Martin Luther King.
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King destacou-se pela primeira vez durante o boicote aos ônibus de Montgomery, no estado do Alabama, em 1955, que começou quando Rosa Parks, uma mulher negra, se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco. King foi um dos principais organizadores do boicote, que durou mais de um ano e resultou na dessegregação dos ônibus na cidade.
Um dos momentos mais lembrados de sua militância foi o discurso “Eu tenho um sonho”, proferido em Washington, D.C.,
durante a Marcha por Trabalho e Liberdade, em 1963. Esse discurso, feito diante de mais de 250 mil pessoas no Lincoln Memorial, narrou a visão de um país onde os filhos de ex-escravizados seriam respeitados pelos filhos de ex-proprietários de pessoas escravizadas e, dessa forma, poderiam viver juntos e em harmonia.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Qual é o impacto que o trecho do discurso de Martin Luther King causa em você? Compartilhe suas percepções com colegas e professor.
2. Observe o mural feito pelo artista afro-americano Louis Delsarte em homenagem à vida e à luta de Martin Luther King, que é retratado com sua família e junto a outras pessoas. Descreva como o artista usou formas, tonalidades, efeitos de profundidade e sobreposições, entre outros elementos visuais.
3. Que relações podem ser estabelecidas entre o discurso do texto verbal de Martin Luther King e o texto visual criado por Louis Delsarte? É possível estabelecer uma intertextualidade entre eles? Comente.
GLOSSÁRIO
Intertextualidade: quando um texto cita, dialoga ou faz referência a outro de maneira implícita ou explícita.
QUEM É?
Louis Delsarte (1944-2020) nasceu em Nova York, nos Estados Unidos. Artista visual, professor e poeta, sua arte abrange a pintura, o desenho, a criação de murais, a gravura e a poesia.
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Convide os estudantes a observar o mural em homenagem a Martin Luther King, criado por Louis Delsarte. Comente que a obra é uma representação de episódios da vida e da luta do ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos. Com relação à linguagem artística, os murais de Delsarte são conhecidos por sua técnica expressiva e uso de cores intensas. O mural funciona como uma ferramenta educativa e proporciona um momento de
reflexão sobre a importância da luta por igualdade e justiça.
Atividades
1. Resposta pessoal. Caso seja possível, apresente aos estudantes trechos maiores do discurso de Martin Luther King (disponível em: https://www.palmares.gov. br/sites/000/2/download/mlk2.pdf; acesso em: 22 maio 2024). Proponha à turma uma roda de conversação para explorar como esse discurso ressoa em questões contemporâneas de igualdade
e direitos humanos. Para concluir, peça que comentem como cada um pode contribuir para a realização dessa visão inclusiva e justa proposta por King.
2. O mural de Louis Delsarte emprega uma paleta de cores diversas e intensas que remete à ideia de vitalidade de King. Além disso, Delsarte faz uso de sobreposições e formas que se entrelaçam para criar um sentido de continuidade entre as diferentes cenas e figuras, sugerindo a conexão entre a vida pessoal e a vida pública de ativismo. Efeitos de profundidade são habilmente aplicados para destacar certos elementos, trazendo-os para o primeiro plano e indicando sua importância na narrativa visual.
3. Espera-se que os estudantes reconheçam que ambas as formas de expressão, embora distintas no estilo, concordam em relação ao seu propósito, pois exploram temas como justiça, igualdade e humanidade. Tanto o discurso de King quanto o mural de Delsarte abordam os temas centrais dos direitos civis e da luta pela igualdade. O discurso de King articula uma visão de uma sociedade em que todos são aceitos e respeitados pelo seu caráter, e não pela cor de sua pele. Nessa mesma direção, o mural de Delsarte celebra essa visão através da representação visual de King e dos momentos marcantes de sua vida e militância, destacando a importância da união e da paz.
Contextualize para os estudantes a banda inglesa The Beatles, uma das mais influentes do século XX. A música “Blackbird” foi composta por Paul McCartney e John Lennon durante o período de luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e traz uma mensagem de esperança para a comunidade afro-americana, usando a metáfora de um pássaro negro aprendendo a voar apesar das adversidades. McCartney explicou que a ideia veio, em parte, de ouvir o chamado dos pássaros durante uma viagem à Índia, mas também refletiu sua percepção das tensões raciais e do movimento por direitos civis que ocorria na época. Comente com a turma que a estadunidense Angela Davis é uma importante acadêmica, escritora e ativista pelos direitos civis. Durante a década de 1960, ela se envolveu com o movimento Panteras Negras, o que destacou seu compromisso com as causas da justiça social e da igualdade racial. Sua associação com grupos radicais levou à sua demissão da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e, em 1970, foi presa, acusada de estar envolvida na tentativa de fuga de três prisioneiros negros. Davis foi absolvida de todas as acusações em 1972, em um caso que atraiu atenção internacional e ampliou sua notoriedade como uma figura de resistência contra a opressão. Explique aos estudantes que os movimentos pelos direitos civis englobam muitas formas de resistência e lutas por igualdade e justiça social. Comente que esses movimentos visavam garantir tratamento igual
Compreender discursos poéticos em produções artísticas, como imagens ou músicas, por exemplo, vai além de analisar apenas os elementos que constituem essas linguagens. É preciso compreender os artistas e o contexto em que estão inseridos, saber daquilo que os toca e reconhecer possíveis intertextualidades. Leia o trecho da canção “Blackbird” (em tradução livre, “Melro” ou “Pássaro preto”), composta por Paul McCartney (1942-) e John Lennon (1940-1980), integrantes dos Beatles.
Melro cantando na calada da noite […]
Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar MCCARTNEY; Paul; LENNON, John. Blackbird. Belo Horizonte: Letras, c2003-2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/ the-beatles/209/traducao.html. Acesso em: 20 maio 2024.
Detalhe do mural A união faz a força, do coletivo Unlogic Crew, que retrata 15 mulheres referências no feminismo mundial, entre elas a ativista afro-americana Angela Davis. Madrid (Espanha). Sem data.
Essa canção foi composta no final da década de 1960, época em que aconteciam muitos protestos em defesa dos direitos civis, principalmente nos Estados Unidos, com a liderança dos Panteras Negras. Ela foi feita em homenagem às mulheres negras que sofriam racismo. O mural, criado pelo coletivo Unlogic Crew, foi idealizado para homenagear mulheres que representam a luta por igualdade de gênero, a defesa de direitos e a valorização das mulheres, estampando os rostos, por exemplo, de Rosa Parks (1913-2005), Frida Kahlo (1907-1954)
Nina Simone, Frida Kahlo e Lyudmila Pavlichenko: algumas das mulheres homenageadas no mural A união faz a força, do coletivo Unlogic Crew. Madrid (Espanha), 2021.
perante a lei para todos os indivíduos, independentemente de suas características pessoais, como raça, etnia, gênero ou orientação sexual.
Atividades (página 241)
1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam como complexa a questão do vandalismo de arte e monumentos. Por um lado, os monumentos e obras de arte possuem um valor histórico e cultural e devem ser preservados. A destruição de tais objetos pode representar uma perda irreparável de patrimônio e conhecimento. Por outro lado, algumas ações de “vandalismo” são, na verdade, manifestações políticas direcionadas a símbolos de opressão ou ideologias
e Angela Davis (1944-), ativista política retratada no detalhe do mural da página anterior, presa por estar envolvida com os Panteras Negras, mas depois absolvida em 1972. Em 2021, os rostos de cada mulher foram pintados com tinta preta por membros de grupos extremistas. No dia seguinte ao vandalismo, manifestantes colaram, por cima da tinta preta, imagens das mulheres homenageadas, em uma forma de expressar discursos afirmando que a violência não é capaz de apagar a história. O que surgiu foi uma arte em camadas de cores e discursos.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
orientações no MP.
1. Você conhece alguma obra de arte, prédio histórico ou monumento público que tenha sido vandalizado? Qual é a sua opinião sobre isso? Comente.
2. Com colegas, façam um painel em homenagem a pessoas que lutam por direitos civis, composto de lambe-lambes, linguagem artística de produção de cartazes em papel (com textos e imagens produzidos à mão ou por meio digital), que são colados em paredes, muros, postes, entre outros espaços. Para isso, sigam o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Para produzir um lambe-lambe, imprimam uma imagem e façam intervenções sobre ela, criando discursos em linguagem verbal (com frases, trechos de letras de canções, poemas) e em linguagem visual (com colagens de imagens, desenhos ou pinturas).
b) Após a finalização da arte, façam uma mistura usando duas partes de água para uma parte de cola branca e mexam bem com um pincel ou um rolo de tinta.
c) Passem a mistura no suporte (parede, painel etc.) usando o mesmo pincel ou rolo de tinta e apliquem o lambe-lambe em cima da área úmida. Em seguida, passem de duas a três demãos da mistura com cola sobre o lambe-lambe, com um intervalo de 10 a 15 minutos entre cada demão.
d) Os colegas podem fazer o mesmo processo, criando um grande mural de pessoas homenageadas por sua luta pela Cultura de Paz e pelos direitos civis.
A união faz a força, mural criado pelo coletivo Unlogic Crew vandalizado no Dia Internacional da Mulher, com tinta preta sobre os rostos de mulheres ativistas. Posteriormente as manchas foram encobertas com lambe-lambes. Madrid (Espanha), 2021.
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controversas. Nesses contextos, o ato de vandalizar ou remover um monumento pode ser visto como um esforço para rejeitar uma narrativa histórica dolorosa e buscar justiça ou reforma. Explique que, no caso do mural “A união faz a força”, o ato de vandalismo foi motivado por ideias extremistas e misóginas.
2. Oriente os estudantes a seguir o passo a passo para realizar esta atividade. Caso considere oportuno, organize as etapas da produção de forma coletiva, em uma roda de conversação, apresentando gru-
pos ativos que produzem lambe-lambes na região onde os estudantes residem. Explique que a arte pode ser toda finalizada de forma digital, já com aplicação de texto, sobreposição de imagens etc.
Vale enfatizar que a ação deve ser feita em local permitido, de preferência na própria escola. Isso porque é uma prática considerada ilegal nos espaços públicos da maioria dos municípios brasileiros.
Explique aos estudantes que os Panteras Negras, organização fundada em 1966 em Oakland, Califórnia, inicialmente buscavam proteger as comunidades afro-americanas da brutalidade policial. Eles patrulhavam os bairros com maioria de população negra, o que era uma forma de inibir a violência policial. Comente que, além da autodefesa, os Panteras Negras promoveram os chamados programas de serviço à comunidade, com clínicas de saúde gratuitas, programas de alimentação infantil e aulas de educação política, expandindo, assim, a definição de ativismo dos direitos civis ao incluir iniciativas de apoio comunitário. No Brasil, o movimento pelos direitos civis se misturou aos grupos de resistência à ditadura militar, pois o país enfrentava restrições severas à liberdade de expressão e repressão política. Ressalte que, apesar desse contexto adverso, grupos ativistas negros começaram a se organizar de forma mais estruturada, buscando combater o racismo e promover a igualdade racial. Destaque a criação do Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978, que se tornou um marco na luta contra a discriminação racial no Brasil por reunir diversas vozes negras em um esforço coletivo para enfrentar o racismo em várias frentes, como protestos, denúncias contra a violência policial e a defesa dos direitos dos afro-brasileiros à educação, ao trabalho digno e à representação política.
Utilize o exemplo da composição encontrada no Epitáfio de Seikilos para ilustrar a importância da música na educação da Grécia antiga. Durante os períodos Clássico e Helenístico, acreditava-se que a música tinha o poder de induzir emoções e desenvolver virtudes morais. Revisite o conceito de estesia e explore como ele se relaciona com a experiência estética. Use esses conceitos para conectar a discussão às experiências musicais pessoais dos estudantes.
Comente que o trecho do “Hino a são João”, de Paulo Diácono (ca. 720-799), pode ser traduzido, de forma aproximada, como “A fim de que teus servidores, liberados, possam cantar as maravilhas de tuas ações, retira o pecado de seus lábios impuros, são João”. É interessante refletir sobre o significado histórico da relação entre estesia e prazer musical, exemplificado pela doutrina do ethos na filosofia educacional grega, que destacava a influência da música na formação ética e estética, afetando o caráter e a conduta pessoal. Aristóteles, filósofo grego (384 a.C.-322 a.C.), argumentava que a música poderia representar os estados da alma e afetar diretamente a expressão das emoções humanas, além de sua conexão com o divino.
ÁUDIO
FAIXA 13
O “Epitáfio de Seikilos” é uma inscrição em coluna de mármore que traz um exemplo de notação musical grega datada entre 200 a.C. e 100 d.C., que é considerada a composição musical mais antiga e completa encontrada até hoje.
O canto e a coexistência pacífica
Como estudamos, as linguagens artísticas podem expressar diferentes discursos. Entre eles, encontram-se também aqueles que expressam sentimentos sobre o sagrado. Desde os primeiros agrupamentos humanos, danças, cantos e encenações ritualísticas, entre outras manifestações, já estavam presentes em diversas culturas.
A composição musical considerada mais antiga e completa foi encontrada no Epitáfio de Seikilos, uma coluna de mármore com inscrição de notação musical grega datada entre 200 a.C. e 100 d.C.
Hoson zes, phainou meden holos sy lypou
Pros oligon esti to zen to telos ho chronos apaitei.
Texto da canção inscrita no Epitáfio de Seikilos, transcrito do grego atual.
ATIVIDADE NÃO
Enquanto você viver, brilhe!
Não se entristeça, não tenha preocupações.
A vida é curta e efêmera.
O tempo exige o seu tributo.
Tradução livre feita pelos autores especialmente para esta obra.
Consulte orientações no MP.
1. 13 Ouça o áudio da Faixa 13 acompanhando a letra da canção.
a) Componha mais dois versos para essa canção e anote-os no diário de experiências
b) Convide os colegas para compor melodias para acompanhar os versos criados pela turma.
Na Idade Média, no contexto da religião católica ocidental, a palavra bíblica passou a ser cantada sem o acompanhamento de instrumentos. Com isso, criou-se o canto gregoriano, gênero de música sacra cujo nome homenageia o papa Gregório I (540-604), que estabeleceu normas e procedimentos litúrgicos na religião cristã ocidental. É um tipo de música vocal monofônica, ou seja, em que todos cantam juntos uma só melodia, sem o acompanhamento de instrumentos musicais.
Nessa época, o filósofo santo Agostinho (354-430) disse: “quia bene canta bis ora” (em tradução livre, “quem canta bem ora duas vezes”). A forma de notação musical com as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si surge nesse contexto e está presente no início dos versos do “Hino a são João”, a seguir.
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Atividade
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Iohannes.
Compositor: Paulo Diácono.
“Ut”, primeira sílaba do verso, foi substituída por “dó” dada a dificuldade de ser entoada durante o canto. Essa alteração parece ter sido feita pelo compositor italiano Giovanni Battista Doni (c. 15931647), recorrendo, assim, à primeira sílaba de seu sobrenome (Doni). O nome da nota “Si” foi formado com as letras iniciais de “Sancte Iohannes” (são João). Assim, temos as sete notas da música ocidental: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.
1. Comente com a turma que melodia é um conceito fundamental na música e se refere à sequência de notas musicais que são percebidas como uma única entidade coerente. Em termos simples, é a parte da música que frequentemente se cantarola ou assobia. Explique que o Epitáfio de Seikilos é uma coluna de mármore de aproximadamente 1 metro de altura, com uma inscrição em grego antigo. Seikilos, um cidadão da época, colocou essa coluna sobre o túmulo de
sua esposa como uma homenagem. A coluna foi encontrada em Trales, atual Aydin, situada a 30 quilômetros de Éfeso, na Turquia. O aspecto mais notável desse artefato é a presença de uma notação musical, tornando-o um dos achados arqueológicos mais valiosos para a compreensão da música na cultura grega antiga e de sua contribuição para a história musical global. Incentive os estudantes a se envolverem ativamente com esse símbolo da história musical, convidando-os a cantar a letra
ATIVIDADE
2. As notas musicais representam a altura dos sons.
a) Pronuncie as notas musicais que estão no quadro, explorando a altura do som de cada uma delas.
Representação gráfica da escala de Dó maior –ascendente e descendente.
b) Agora, observe as notas em uma partitura (representação escrita de uma composição musical) e pronuncie-as novamente.
Notação musical em partitura da escala de Dó maior.
A tradição da música sacra atravessou tempos e culturas. Desde o século XIX, o gospel, estilo musical que surgiu nos corais protestantes afro-americanos, transformou-se e espalhou-se pelo mundo. Misturando tradições culturais e marcando o ritmo com palmas e batidas de pés, foi influenciado e influenciou vários outros ritmos, como soul music, black gospel, southern gospel, country gospel e até celtic gospel
A música ligada a diferentes religiões também está presente em festivais e mostras de arte e cultura espalhados pelo mundo. Muitos desses festivais trazem o estandarte da paz e versam sobre a paz individual, que seria uma paz interior, com equilíbrio e resiliência para resolver os problemas cotidianos, e sobre a paz coletiva, uma paz mundial entre as diferentes nações e povos, na busca por um mundo sem guerras ou conflitos.
Apresentação da banda gospel sul-africana Soweto Gospel Choir no Global Citizen Festival: Mandela 100, em homenagem ao ativista social e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela (1918-2013). Joanesburgo (África do Sul), 2018.
Diversas pessoas participando do desfile dos Filhos de Gandhy no Carnaval. Salvador (BA), sem data.
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET8-U11-236-259-LE-G25_AVU5.indd 243 6/9/24 4:57 PM da canção com uma melodia que eles mesmos criarem. Encoraje-os a desenvolver ainda mais a canção, adicionando novos versos. Essa atividade permite explorar tanto a interpretação musical quanto a criatividade na composição.
2. Proponha aos estudantes que pronunciem as sete notas musicais – Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si – enfatizando as diferentes alturas de cada uma. Destaque que, quando sequenciadas, essas notas formam os graus de uma escala, que podem ser visualizados como os “degraus” de uma escada. O objetivo dessa atividade é familiarizar os estudantes com as notas musicais e explorar as variações de altura dos sons.
Discuta com os estudantes como a música tem sido uma ferramenta universal para expressar reverência às crenças religiosas e estabelecer conexões com sentimentos de sagrado. Destaque a importância da notação musical, que hoje é uma convenção internacional e cuja criação teve significativa influência da Igreja Católica durante a Idade Média.
Comente com os estudantes que, no período medieval, a música começou a ser incorporada nos rituais católicos com o objetivo de atrair os fiéis. A missa, que antes era apenas falada, passou a ser cantada utilizando os modos musicais gregos, que são relacionados à formação do espírito humano. Assim, a música foi elevada ao status de uma linguagem artística “nobre”, especialmente quando associada a tradições religiosas, como o canto gregoriano.
É importante notar que os cantos religiosos são parte de tradições muito mais antigas, sendo praticados em sinagogas já no século I. Existiam mesmo antes, na Antiguidade, quando a relação entre religião, cultura, política e sociedade era interconectada. Além disso, muitas outras culturas ao redor do mundo desenvolveram formas de canto ligadas ao sagrado, reforçando a conexão histórica entre música e religião.
O trabalho com a dupla de páginas pretende provocar a reflexão sobre o significado do tamanho da população mundial.
Inicie a abordagem convidando os estudantes a ler os trechos das duas notícias e a observar as imagens. Promova uma roda de conversação e peça aos estudantes que compartilhem com a turma as respostas das atividades propostas. É provável que haja relatos de apreensão em relação ao tamanho da população brasileira e mundial e menções de que não será possível produzir a quantidade de alimentos necessária para todos. Explique que esses sentimentos são muito comuns e frequentemente propagados pelos meios de comunicação.
As notícias se referem à população brasileira e à população mundial, respectivamente. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a expressar sensações e ideias evocadas pelas notícias. Pode ser que sejam sensações negativas em relação ao futuro do planeta, o que será discutido a seguir. Espera-se que os estudantes respondam que as notícias passam a ideia de que a população é muito grande, de que há muita gente no mundo e que essa grande quantidade de pessoas pode trazer consequências indesejadas para a vida na Terra.
Como apontado em relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Brasil e do mundo aumenta anualmente. Em 2022, o mundo alcançou a marca de 8 milhões de pessoas. Dessas, 203 milhões são brasileiras. Leia os trechos das notícias e observe as fotografias a seguir. População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022
O Censo 2022 mostra que a população do Brasil atingiu 203.062.512 pessoas, com aumento de 12,3 milhões desde a última coleta, feita para o Censo 2010. […]
BRASIL, Cristina Índio do. População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 28 jun. 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/ economia/noticia/2023-06/populacao -do-brasil-passa-de-203-milhoes -mostra-censo-2022. Acesso em: 20 maio 2024.
Somos 8 bilhões de pessoas e não vamos parar por aí
Em 2022, a população mundial chegou a 8 bilhões de habitantes. Segundo estimativas de um relatório da ONU, o dia em que chegamos nessa marca é 15 de novembro de 2022.
Rua 25 de Março, centro de comércio popular, durante as festas natalinas de 2022. São Paulo (SP).
Proximidades da Praça do Senado, em Macau (China), 2023.
LADEIRA, Sávio. Somos 8 bilhões de pessoas e não vamos parar por aí. G1, [s. l.], c2000-2022. Disponível em: https://especiais.g1.globo.com/mundo/2022/8-bilhoes-de-pessoas/. Acesso em: 20 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. A quais populações as notícias se referem?
2. Quais sensações você tem ao ler as notícias e observar as fotografias?
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Atividade complementar
Caso julgue conveniente, introduza o conceito de densidade demográfica. Explique que esse conceito é apenas o resultado de uma operação matemática e que não corresponde à distribuição populacional de forma homogênea nos territórios, pois desconsidera que a população se concentra de maneira desigual pelos continentes. É possível providenciar previamente um mapa da distribuição da população mundial, de modo que os estudantes conheçam as áreas mais densamente povoadas e aquelas com menor densidade demográfica, percebendo a grande desigualdade na ocupação territorial do planeta. Como atividade desafiadora, proponha aos estudantes que expliquem por que há áreas pouco povoadas no planeta. Por meio dessa dinâmica, eles irão associar seus conhecimentos prévios sobre zonas climáticas, cadeias montanhosas, áreas de florestas e desertos a condições que dificultam a fixação humana. A atividade mobiliza raciocínios complexos ao localizar cartograficamente tais eventos.
Notícias sobre o crescimento da população de um país ou do mundo costumam alarmar e sensibilizar as pessoas para o fato de que o número de habitantes cresce cada dia mais e a Terra não suportará tantas pessoas No entanto, a taxa de crescimento populacional mundial vem caindo ao longo das últimas décadas. Em 1960, por exemplo, a taxa de crescimento chegou a 2%. Em 2020, ficou abaixo de 1%. A projeção da ONU é que a redução chegará a um momento de crescimento negativo da população. Isso significa que a quantidade de habitantes da Terra começará a diminuir ao invés de aumentar.
Por muito tempo, e ainda hoje, muitos grupos acreditaram que os problemas ambientais e sociais do mundo poderiam ser explicados pela população cada vez maior. Agora, a maior parte dos estudiosos das Ciências Humanas afirma que a pressão sobre a Terra está, principalmente, no modo de vida e na produção fundamentados na exploração desenfreada de recursos naturais e no grande consumo, sem controle sobre os impactos ambientais.
SAIBA MAIS
• LADEIRA, Sávio. Somos 8 bilhões de pessoas e não vamos parar por aí. G1, [s. l.], c2000-2022. Disponível em: https://especiais.g1.globo.com/mundo/2022/8-bilhoes-de-pessoas/. Acesso em: 20 maio 2024. A reportagem traz destaques do relatório da ONU sobre a quantidade de pessoas que vivem no mundo e gráficos sobre a expectativa de crescimento populacional.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Observe o gráfico a seguir. Consulte orientações no MP.
Mundo: crescimento da população, em % – 1950-2100*
Elaborado com base em: PAIXÃO, Mayara; HARADA, Tatiana; QUEIROLO, Gustavo. Gráficos e mapas explicam como o mundo chegou a 8 bilhões de habitantes. Folha de S.Paulo, São Paulo, 14 nov. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ mundo/2022/11/graficos-e-mapas -explicam-como-o-mundo-chegou-a-8 -bilhoes-de-habitantes.shtml. Acesso em: 20 maio 2024.
a) De acordo com o gráfico, o que aconteceu com o crescimento da população de 1950 até os dias atuais?
b) O que acontecerá com a taxa de crescimento da população mundial até 2100, segundo a projeção representada no gráfico? Qual é a consequência disso para o total da população mundial?
Reúna os estudantes em duplas ou trios e peça a eles que analisem o gráfico e respondam à atividade 3 Solicite aos estudantes que elaborem hipóteses que justifiquem a diminuição do ritmo de crescimento da população mundial. É possível que eles associem a desaceleração do crescimento demográfico à urbanização pela qual o mundo tem passado e, portanto, à tendência de que a taxa de fecundidade seja menor em espaços urbanos; ao maior acesso a informações e métodos contraceptivos; à mudança no papel social das mulheres, que passaram a ter maior participação no mercado de trabalho e na educação formal, entre outros.
Aproveite a discussão para desmistificar a ideia de que há fome, escassez e problemas ambientais em razão da grande população mundial. Proponha uma reflexão sobre o modo de produção e de consumo mundial, em que predominam a concentração de renda e a desigualdade de acesso a bens e serviços.
3. a) De 1950 até os dias atuais, a taxa de crescimento caiu.
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b) O crescimento da população será abaixo de zero. Isso significa que a população mundial deverá diminuir.
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, espera-se que os estudantes conheçam as anamorfoses e reflitam sobre as tendências populacionais no mundo.
Reúna os estudantes em duplas ou trios e apresente o mapa “Mundo: população por país, em anamorfose –2022”. Reserve um tempo para a análise da turma e a exposição de suas primeiras impressões. Peça aos estudantes que comparem a forma como os países foram representados com a maneira como eles se apresentam no mapa “Mundo: continentes” e elaborem hipóteses que expliquem as diferenças entre as dimensões dos países nas duas representações.
É importante que a turma compreenda que a anamorfose representa um evento por meio da distorção das dimensões de um espaço em função do valor atribuído ao tema representado. Explique a diferença entre os conceitos de populoso e povoado. Populoso se refere ao número total de habitantes de um território (população absoluta) e povoado se refere à densidade demográfica, ou seja, o número de habitantes por quilômetro quadrado (população relativa).
O número total de habitantes no mundo e a projeção de crescimento da população mundial apresentam diferenças entre os países. Podemos observar isso com mais destaque em anamorfoses. Compare a anamorfose e o mapa a seguir.
Mundo: população por país, em anamorfose – 2022
GLOSSÁRIO
Anamorfose: tipo de representação cartográfica no qual o tamanho das áreas é deformado de acordo com a informação representada. Assim, os territórios podem ser inflados ou reduzidos conforme os dados.
América Latina
América Anglo-Saxônica África Europa e Rússia
Oceania Ásia
Fonte: POPULATION year 2022. Oxford: Worldmapper, c2024. Disponível em: https://worldmapper.org/ maps/population-year -2022/?sf_action=get_data &sf_data=results&_sft_ product_cat=population#& gid=1&pid=1. Acesso em: 20 maio 2024.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 23.
Consulte orientações no MP.
1. O que mais lhe chamou a atenção na anamorfose?
2. Compare as representações cartográficas 1 e 2. Que diferenças você nota entre elas?
3. Quais são os dois países mais populosos do mundo de acordo com a anamorfose? Consulte o mapa da página 283 para identificar os nomes deles.
4. Identifique alguns países que chamaram a sua atenção pela redução do território. Explique a relação dessa redução com a população.
1. Resposta pessoal. Acompanhe as respostas dos estudantes.
2. Espera-se que os estudantes percebam que, no mapa 1, os territórios foram dilatados ou contraídos de acordo com a população de cada país. Assim, em relação ao mapa 2, os territórios tiveram seus contornos e áreas modificados, mas suas localizações foram mantidas.
3. China e Índia.
4. Os territórios de alguns países com áreas extensas, como Canadá e Austrália, aparecem bastante contraídos, pois apresentam menor população absoluta.
A anamorfose a seguir apresenta uma projeção da população mundial para o ano de 2100.
Mundo: projeção da população, por país – 2100
Peça aos estudantes que analisem o mapa “Mundo: projeção da população, por país – 2100” e que respondam às atividades 5, 6 e 7. Explique que uma projeção se baseia em dados e estudos estatísticos. Como é uma previsão, existe uma margem de erro.
Fonte: POPULATION year 2100. Oxford: Worldmapper, c2024. Disponível em: https://worldmapper.org/maps/population-year-2100/?sf_action=get_data&sf_data=results&_sft_product_cat=language. Acesso em: 20 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
5. Qual continente apresentará maior crescimento da população até 2100? Qual país se destaca? Consulte o planisfério político da página 283 para identificá-lo.
6. Quais são as projeções para a população da América?
7. Qual continente tem países com maior redução da população?
SAIBA
MAIS
• WORLDMAPPER. Oxford, c2024. Site. Disponível em: https://worldmapper. org/. Acesso em: 20 maio 2024. Site com mapas em anamorfoses que representam temas relacionados à população, economia, educação, saúde, habitação, entre outros.
O crescimento populacional de um país depende de vários fatores. Um deles é o número de filhos por mulher. Atualmente, nas sociedades em que os avanços econômicos e sociais são maiores, em geral, o número de filhos por mulher é menor. Isso tem a ver com diversos motivos, como maior nível educacional, acesso a métodos contraceptivos, políticas públicas que orientem pais e mães no planejamento familiar, entre outros. Assim, muitos pesquisadores concordam que homens e mulheres devem ter o direito de decidir sobre o tamanho de suas famílias. Além disso, controlar o tamanho da população não é a solução para problemas da pobreza ou fome, por exemplo. As soluções estão atreladas a melhorias nas condições de vida da população, como melhor distribuição de renda, por exemplo.
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Texto complementar […] quase todos os casos atuais de queda no tamanho da população são atribuíveis ao declínio da fecundidade e à emigração, e não a eventos de mortalidade em massa – tendências que são um testemunho dos avanços na ciência, tecnologia e construção da paz. Hoje, a maioria dos especialistas concorda: as mudanças populacionais são normais e os tamanhos populacionais não são bons nem ruins; o que é necessário são sistemas resilientes que possam responder às necessidades de uma população, não obstante sua dimensão. Da mesma forma, o aumento e a queda das taxas de fecundidade não são bons nem ruins; devem, todavia, ser uma expressão dos direitos reprodutivos e das escolhas das pessoas.
UNFPA. Situação da população mundial 2023: 8 bilhões de vidas, infinitas possibilidades: em defesa de direitos e escolhas. Brasília, DF: UNFPA, 2023. p. 14. Disponível em: https://brazil.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/swop2023-ptbr-web.pdf. Acesso em: 16 maio 2024.
Converse com a turma sobre as tendências demográficas que se apresentam. Solicite aos estudantes que infiram as razões da queda de fecundidade observada em muitos países, em especial, os considerados mais desenvolvidos. Espera-se que eles associem o modo de vida urbano, com maior escolaridade e maior acesso a métodos de planejamento familiar, à redução do número de filhos por mulher. Converse sobre os impactos culturais de tal modo de vida, em que as famílias não se definem mais por modelos heteronormativos e pela presença de filhos. Aproveite a vivência dos estudantes. Converse com eles sobre pessoas que optaram por não ter filhos e como casos assim vão se tornando mais comuns e mais aceitos em sociedades com mais avanços econômicos. Pergunte se eles identificam essa tendência de ter menos filhos na própria família ou na comunidade em que vivem. Peça que comparem a quantidade de filhos que as gerações mais antigas tinham com a composição familiar atual.
Atividades 5. O continente é a África, e o país é a Nigéria. 6. A população da América tende a diminuir até 2100. 7. Europa.
O trabalho com a dupla de páginas visa reconhecer alguns grupos sociais que compõem uma população. O objetivo é que os estudantes compreendam que estudos demográficos devem ir além de dados estatísticos generalizantes para de fato se converterem em políticas que melhorem a vida e atendam às necessidades das pessoas. Converse com os estudantes sobre a importância de conhecer a população de um país. Se o país apresenta grande número de jovens, por exemplo, isso pode ser interpretado positivamente, pois significa que haverá muita mão de obra que pode contribuir para o desenvolvimento socioeconômico, pois em curto e médio prazo eles serão jovens trabalhadores. No entanto, é necessário criar políticas públicas de acesso a escolas, universidades, mercado de trabalho, saúde pública etc., para garantir que esses jovens tenham oportunidades de se qualificarem. Caso contrário, em um contexto de poucos recursos para o setor social, o grande número de jovens ampliará problemas relacionados com gravidez precoce, uso de drogas e violência.
Atividades
1. Respostas pessoais. Disponibilize tempo para que a turma observe atentamente a imagem. Incentive os estudantes a compartilhar as inferências sobre a composição e as impressões e reflexões sobre a imagem.
2. Resposta pessoal. Chame a atenção dos estudantes para os símbolos mundiais de paz e aponte, por
Observe atentamente a gravura a seguir e, depois, responda às questões.
orientações no MP.
1. Descreva os detalhes da imagem e analise os elementos de linguagens. Como o artista compôs a obra? Que elementos, cenas, figuras lhe chamam a atenção?
2. Retomando o estudo sobre discursos nas linguagens artísticas, quais ideias e mensagens a imagem provoca em você?
3. Qual relação pode ser feita entre a imagem e as questões populacionais estudadas nesta unidade?
Quando analisamos números, gráficos e mapas sobre a população mundial ou brasileira, é importante ter em mente que estamos falando de pessoas. Os 8 bilhões de habitantes do mundo ou os mais de 200 milhões no Brasil são vidas humanas, com projetos, sonhos, possibilidades e histórias próprias.
É fundamental reconhecer que as populações são caracterizadas pela diversidade, que é fonte de riqueza cultural, social e humana. Mas essas populações enfrentam grandes desigualdades entre grupos e pessoas que têm diferentes oportunidades e condições de vida.
Por isso, pesquisas populacionais são muito importantes – como o Censo Demográfico do IBGE –, pois elas indicam caminhos que governos e outros setores da sociedade podem seguir para melhorar as condições de vida de todos.
É preciso saber o número de pessoas por faixa etária para que políticas públicas sejam direcionadas aos grupos específicos de crianças, jovens, adultos e idosos. Também é necessário cruzar critérios como renda, escolaridade, gênero e etnia para verificar as desigualdades de renda.
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exemplo, que a pomba branca, um símbolo do grupo Afoxé Filhos de Gandhy, também está presente na composição de Ricardo Amadasi, expressando mensagens e discursos sobre a paz. Proponha que eles destaquem outros elementos e expliquem como os interpretam, lembrando que essa leitura é sempre aberta, já que cada estudante/fruidor tem sua própria bagagem cultural e experiência.
3. Espera-se que os estudantes identifiquem a grande densidade populacional retratada na imagem. Incentive-os a inferir
a grande diversidade etária, sexual e cultural presente nas populações.
Nem todos os grupos sociais são considerados pelo Censo Demográfico brasileiro. É o caso das pessoas LGBTQIAPN+, sobre as quais são feitas outras pesquisas que ajudam a levantar informações para garantir direitos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais e demais orientações sexuais e identidades de gênero.
GLOSSÁRIO
LGBTQIAPN+: sigla para pessoas lésbicas; gays; bissexuais; transexuais, transgêneros; queer e questionando; intersexo; assexuais, arromânticas, agênero; pansexuais, polissexuais; não binárias; e mais.
No Brasil, o preconceito e a violência contra esses grupos resultaram em sua marginalização em diferentes setores da sociedade, incluindo educação, mercado de trabalho e na própria família. No entanto, a luta do movimento LGBTQIAPN+ ao longo do tempo trouxe conquistas importantes de políticas públicas e combate à homofobia.
2010:
Direito ao nome social, isto é, o nome pelo qual as pessoas travestis e transexuais preferem ser chamadas, podendo ser feita a alteração na documentação.
2011:
Direito à união estável entre pessoas do mesmo sexo.
2015:
Direito à adoção para casais do mesmo sexo.
2019:
Transfobia e homofobia se tornaram crimes e podem levar a até 5 anos de reclusão.
2022:
O registro de nascimento de filho pode ter o nome de duas mães ou de dois pais.
Consulte orientações no MP.
1. Você conhece alguma pessoa LGBTQIAPN+ que já sofreu preconceito ou violência? Ou, ainda, já presenciou cenas em que pessoas desse grupo foram vítimas de algum tipo de violência? Converse sobre isso com colegas e professor.
2. Embora existam leis contra transfobia e homofobia, o Brasil está entre os países com maior número de casos de violência contra pessoas LGBTQIAPN+. Em sua opinião, por que isso acontece? De que forma esses casos podem deixar de existir? Converse com colegas e professor.
D’MASCHIO, Ana Luísa; CAVALLIN, Beatriz; ABREU, Ronaldo. LGBTQIAP+: confira livros, filmes e planos de aula para o debate na escola. São Paulo: Porvir, 2023. Disponível em: https://porvir.org/lgbtqiap-confira-livros-filmes-e-planos-de-aula-para-o-debate -na-escola/. Acesso em: 16 maio 2024.
A página traz uma curadoria com materiais para o planejamento pedagógico de discussões sobre identidade de gênero e orientação sexual.
RIBEIRO, Guilherme. Crianças intolerantes: o papel da escola na luta contra a LGBTQIA+fobia. Jornal da USP, São Paulo, 16 fev. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/diversidade/ criancas-intolerantes-o-papel-da-escola-na-luta-contra-a-lgbtqiafobia/. Acesso em: 16 maio 2024.
Pesquisa identifica ações pedagógicas de combate à intolerância contra pessoas LGBTQIAPN+ no ambiente escolar.
O trabalho com as questões LGBTQIAPN+ deve ser conduzido com precaução e atenção. Desde o começo da dinâmica, esclareça que todas as manifestações e relatos deverão respeitar os direitos humanos e a legislação, sendo inadmissíveis posicionamentos preconceituosos e intolerantes. Isso posto, comente que, no Brasil, há muitos casos de transfobia e homofobia por uma série de fatores, incluindo uma cultura profundamente enraizada em padrões de masculinidade e feminilidade tradicionais, associados à heterossexualidade como norma. A falta de informações e debates sobre diversidade sexual e de gênero pode levar à perpetuação de estereótipos e preconceitos contra pessoas LGBTQIAPN+, o que pode alimentar atitudes discriminatórias e contribuir para a violência e o assédio. Acesse o conteúdo sugerido no boxe Indicações para ampliação do repertório sobre a temática.
1. Respostas pessoais. A produção e o compartilhamento das respostas devem ser feitos com muito cuidado, evitando a exposição de pessoas. Esclareça aos estudantes que os relatos devem ser recebidos e acolhidos com empatia e respeito. 2. Respostas pessoais. É possível que os estudantes mencionem o conservadorismo de parte da sociedade brasileira e a dificuldade de aceitar e compreender realidades e visões de mundo diferentes. Aproveite a atividade para reforçar que a Cultura de Paz não se restringe a buscar um mundo sem conflitos físicos ou armados, pois a paz também é ferida pela violência do preconceito.
Comente com os estudantes que as releituras históricas que enfocam as narrativas da diáspora da população africana e de seus descendentes são fundamentais porque oferecem uma revisão e, em certa medida, uma correção às narrativas históricas tradicionalmente eurocêntricas.
A historiografia dos séculos XIX e XX, e anterior a esse período também, tendia a minimizar ou omitir as contribuições e experiências dos povos colonizados ou subjugados, como os africanos e afrodescendentes, indígenas etc. O movimento atual de releitura histórica, ao destacar essas histórias apagadas e negligenciadas, contribui para um entendimento mais justo, aprofundado e inclusivo do passado.
Além disso, essas releituras destacam as ricas tradições culturais, inovações, protagonismos e movimentos de resistência que foram vitais na formação de muitas sociedades modernas. Elas também destacam as conexões transnacionais formadas ao longo de séculos de migração, comércio e intercâmbio cultural, que são cruciais para entender a globalização e suas raízes históricas.
Explique à turma que, ao integrar essas perspectivas nas narrativas históricas, também promovemos maior inclusão social e educacional. Isso permite que comunidades afrodescendentes vejam suas próprias histórias refletidas e valorizadas no discurso histórico, o que pode fortalecer a identidade cultural e promover o respeito e a compreensão entre diferentes grupos. Por fim, comente que as releituras históricas da
Em 2018, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) realizou a exposição “Histórias Afro-Atlânticas”. Composta de obras de arte que abordavam a diáspora da população africana e de seus descendentes, a exposição contou com quadros, objetos e intervenções de artistas de diferentes regiões do mundo. Uma das obras, intitulada “Okê Oxóssi”, foi feita pelo ator, escritor e artista plástico paulista Abdias Nascimento (19142011). Observe-a atentamente.
orientações no MP.
1. O que chamou a sua atenção na imagem? Quais ideias e sensações a obra provoca em você?
2. O que você imagina que o artista quis expressar? Há algo na imagem relacionado à história do Brasil? Converse com colegas e professor.
3. O nome da obra de arte é “Okê Oxóssi”. Você já ouviu falar em Oxóssi? Sabe o que significa? Faça uma pesquisa, anote as principais informações que você descobrir e, depois, registre em seu diário de experiências.
A abolição da escravidão em 1888 não representou o fim do racismo no Brasil, e a população negra continuou a enfrentar uma sociedade que tolerava diferentes formas de discriminação. Além de lutarem por moradia, emprego e remuneração, as pessoas negras tinham de enfrentar o racismo e a violência policial, que as impediam de circular livremente pelas ruas das cidades e praticar suas culturas e religiões. No começo do século XX, buscando lidar com essas situações e denunciar o racismo, surgiram os primeiros jornais editados por pessoas negras, entre eles “O Baluarte” (1903), “O Menelick” (1915) e “O Clarim da Alvorada” (1924). Esses jornais foram reconhecidos como parte da imprensa negra. Surgiram também organizações voltadas para a promoção dos direitos da população negra, como a Frente Negra Brasileira (1931), que organizava palestras, cursos de alfabetização, oficinas de costura e festivais de música para seus associados.
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diáspora africana são uma ferramenta importante na luta contra o racismo e a discriminação, pois desconstroem as premissas raciais e os estereótipos que têm sido perpetuados por narrativas históricas enviesadas.
Atividades
1. Respostas pessoais. Deixe que os estudantes expressem suas sensações e ideias livremente, apontando os diferentes elementos que compõem a obra de arte.
2. Respostas pessoais. Na obra, Abdias Nas-
cimento reinventa os símbolos do Brasil e verticaliza a bandeira brasileira, substituindo o lema “Ordem e Progresso” pela palavra iorubá “Okê!” – saudação a Oxóssi, orixá da caça e da fartura, representado pelo arco e flecha.
3. Espera-se que os estudantes respondam que Oxóssi é uma divindade das religiões de matriz africana, mais especificamente da religião afro-brasileira conhecida como candomblé. Oxóssi é associado à caça, à fartura, à prosperidade e à sabedoria. Ele é frequentemente representado como
Lutar contra o racismo
A fotografia apresenta uma intervenção artística feita no Masp, em 2018. Exposta em uma das principais avenidas do país, a Avenida Paulista, em São Paulo (SP), a obra atraiu a atenção de quem passava pelo museu.
Intervenção artística Onde estão os negros?, do coletivo Frente 3 de Fevereiro, na fachada do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. São Paulo (SP), 2018.
Consulte orientações no MP.
1. O que a leitura da faixa e o local em que foi exposta despertam em você? Em sua comunidade, bairro ou município, onde estão as pessoas negras?
2. Qual seria o objetivo dos artistas que criaram essa intervenção? Em sua opinião, intervenções como essa provocam reflexões sobre temas importantes da sociedade brasileira? Converse com colegas e professor.
Na década de 1940, o movimento negro ganhou impulso com a criação do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por Abdias Nascimento e outras pessoas que lutavam pela inserção das pessoas negras no mundo da cultura. Além disso, o TEN buscava a valorização das pessoas negras brasileiras em diversos setores: social, cultural, educacional, político, econômico e artístico.
Com a instauração da ditadura civil-militar (1964-1985), o movimento negro passou a ser perseguido, pois o novo regime negava a existência do racismo e acusava os militantes de divulgar mentiras. Mesmo sob ameaças, um grupo de pessoas fundou o Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978.
Atualmente, a comunidade negra ainda enfrenta violência policial, negação da existência do racismo e ações que visam anular o protagonismo das pessoas negras no Brasil. No entanto, a efetivação das cotas raciais em universidades e institutos federais, a implementação do Estatuto da Igualdade Racial e a criação da Fundação Cultural Palmares são alguns exemplos das recentes conquistas da comunidade negra em nosso país.
D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET8-U11-236-259-LE-G25_AVU5.indd 251 6/9/24 4:58 PM um caçador, vestindo trajes de caça e empunhando um arco e flecha. Sua ligação com a natureza é forte, sendo considerado o senhor das matas, das florestas e dos animais. Por isso, é também visto como um guardião dos segredos das plantas medicinais e das ervas.
Explique aos estudantes que representatividade é a presença e a participação de diferentes grupos de pessoas em diversos setores da sociedade, garantindo
que esses grupos sejam visíveis e tenham suas vozes ouvidas em posições de poder e influência, como na política, na cultura, na educação e na mídia. A representatividade é fundamental para que diversas identidades, experiências e perspectivas sejam consideradas na formulação de políticas e na representação cultural, promovendo um diálogo mais inclusivo.
A representatividade negra fortalece a democracia. Um sistema verdadeiramente democrático reflete a diversidade de sua população em todas as esferas de decisão.
A inclusão de negros em todos os níveis de poder não é apenas uma questão de justiça social, mas um componente importante para a estabilidade de uma sociedade equitativa.
Atividades
1. Respostas pessoais. Incentive os estudantes a refletir sobre os espaços sociais e políticos ocupados pela população negra na sociedade brasileira. Pergunte se consideram que a população negra tem uma representatividade justa nas relações de trabalho, nas narrativas literárias, nas produções artísticas, nos espaços sociais e políticos.
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes concluam que a obra tem o objetivo de provocar a reflexão sobre a pergunta feita na faixa, bem como promover o questionamento sobre os espaços que a população negra ocupa na sociedade brasileira. Tais intervenções chamam a atenção para temáticas muitas vezes veladas, como é o caso do racismo, sofrido e praticado por muitas pessoas diariamente.
O podcast “Raízes do racismo estrutural” traz dados sobre a desigualdade racial no país e propõe a reflexão sobre as origens do racismo contra as populações negras no Brasil, destacando a importância de realizar ações que promovam a igualdade e a justiça social.
Por meio do trabalho com a dupla de páginas, pretende-se analisar o papel das religiões na sociedade brasileira.
Inicie o trabalho por meio da leitura do gráfico e do encaminhamento da atividade 1
Comente com os estudantes que, ao analisar a proporção de pessoas por estabelecimento religioso, devem ser consideradas duas variáveis: o número de estabelecimentos religiosos e o da população de cada Unidade da Federação. Explique que, segundo o Censo Demográfico, em 2022, no Distrito Federal, por exemplo, havia cerca de 5,5 mil estabelecimentos religiosos e uma população de quase 2,9 milhões de pessoas, o que faz, proporcionalmente, essa Unidade da Federação ter uma das maiores quantidades de habitantes por estabelecimento religioso. Já no Pará, no mesmo período, havia cerca de 37,8 mil estabelecimentos religiosos para uma população de quase 8,1 milhões de habitantes, o que confere a essa Unidade da Federação uma média menor de habitantes por estabelecimento religioso. Esclareça que, para algumas pessoas, a religiosidade é um fator muito importante da vida, balizador dos valores e presente nas relações sociais. Destaque que é fundamental o respeito a todas as pessoas, independentemente da fé que professam ou mesmo se têm alguma crença ou não. Atitudes dentro da legalidade, da ética e do respeito aos direitos humanos independem da religiosidade de cada um e são princípios valiosos para a convivência em sociedade.
Observe o gráfico sobre a proporção entre os habitantes e os estabelecimentos religiosos em cada uma das Unidades da Federação.
Brasil: proporção entre habitantes e estabelecimentos religiosos, por Unidade da Federação – 2022
Elaborado com base em: IBGE. Downloads: estatísticas. Rio de Janeiro: IBGE, [2024]. Disponível em: https://ftp.ibge.gov.br/Cadastro_Nacional_de_Enderecos_para_Fins_Estatisticos/Censo_Demografico_2022/Coordenadas_enderecos/UF/. IBGE. Censo 2022: panorama. Rio de Janeiro: IBGE, [2023]. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/. Acessos em: 22 maio 2024.
Consulte orientações no MP.
1. De acordo com o gráfico, qual Unidade da Federação tem a maior proporção entre habitantes e estabelecimentos religiosos? Como é no seu estado? E na sua comunidade, você identifica muitos estabelecimentos religiosos? A quais religiões eles pertencem?
2. Você é religioso? Qual é o papel da religião em sua vida? As religiões desempenham papel importante na vida de uma pessoa? Converse com colegas e professor.
A identidade cultural de um país é composta de vários elementos, entre eles pode-se destacar a religião. Ela une pessoas que possuem um mesmo conjunto de crenças, pontos de vista e valores morais, bem como geram sentimento de pertencimento. As crenças religiosas são construídas por meio de histórias e símbolos, que podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, por livros considerados sagrados, por indivíduos ou grupos com autoridade espiritual e moral.
1. Os estudantes devem responder que São Paulo é a Unidade da Federação com maior proporção de pessoas por estabelecimento religioso. Incentive-os a comentar a presença de estabelecimentos religiosos em seus lugares de vivência.
2. Respostas pessoais. O objetivo da atividade é partir da vivência dos estudantes e auxiliar a turma a reconhecer a pluralidade religiosa no Brasil. É possível que alguns estudantes identifiquem na religiosidade um papel significativo na
vida das pessoas, fornecendo orientação moral, conforto espiritual, sentimento de pertencimento e de propósito, enquanto outros não associam valores morais e senso de comunidade a práticas religiosas e crenças. Portanto, é essencial que, durante o compartilhamento das respostas, haja o mais absoluto respeito a todos os posicionamentos.
GLOSSÁRIO
Preceito: regra, norma.
No Brasil, a religião tem papel fundamental na organização da sociedade e, principalmente, no cotidiano das pessoas. Com base em determinados preceitos, que alguns religiosos chamam de doutrina, diferentes religiões ajudam as pessoas na tomada de decisões e fornecem orientações para conduzirem suas vidas.
De acordo com o Censo 2010 do IBGE, a maioria dos brasileiros se declara da seguinte maneira: católicos (64,6%), evangélicos (22,2%), sem religião (8%), espíritas (2%), umbandistas e candomblecistas (0,3%). Para se ter uma ideia da importância da religião no país, segundo o Censo 2022, no Brasil existem 579,8 mil estabelecimentos religiosos, 264,4 mil estabelecimentos de educação e 247,5 mil estabelecimentos de saúde.
No Brasil, o Estado é laico, o que significa neutralidade em assuntos religiosos. Em nosso país, todas as manifestações de fé são respeitadas e protegidas por lei.
É direito de todo cidadão ter liberdade para seguir a sua crença religiosa. Quem não pratica nenhuma religião e quem não acredita em Deus ou deuses (ateu) também tem seus direitos resguardados. No Brasil, existe um canal para denunciar violações dos direitos humanos, inclusive a intolerância religiosa: Disque Direitos Humanos – Disque 100, que pode ser acessado de qualquer telefone, em qualquer lugar do país, de forma gratuita e acessível.
Brasil: denúncias e violações por intolerância religiosa (Disque 100) – 2022-2023
2022 2023
Variação (em %)
de aumento
Fonte: BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, MDHC reforça canal de denúncias e compromisso com promoção da liberdade religiosa. Brasília, DF: MDHC, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2024/janeiro/no-dia-nacional-de-combate-a-intolerancia-religiosa-mdhc-reforca -canal-de-denuncias-e-compromisso-com-promocao-da-liberdade-religiosa. Acesso em: 20 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. De acordo com a tabela, em qual ano houve mais denúncias e violações? Por que você acredita que esses ataques aconteceram?
2. Você já sofreu discriminação religiosa? Como você imagina que uma pessoa se sente por sofrer ataques por causa da sua religião?
3. Em sua opinião, como é possível evitar que ataques religiosos aconteçam? Converse com colegas e professor.
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Texto complementar
Explique que práticas que levem ao diálogo e à cooperação entre diferentes religiões estimulam a compreensão e a solidariedade, reduzindo os preconceitos que alimentam o ódio religioso.
Atividades
1. 2023. Espera-se que os estudantes indiquem o ódio e a intolerância religiosa como motivações para a discriminação.
2. Respostas pessoais. O compartilhamento de experiências deve ocorrer em um ambiente respeitoso e acolhedor. Ataques religiosos podem causar medo de futuras agressões, sensação de insegurança ou mesmo revolta com o ataque, especialmente se ele foi motivado por ódio ou intolerância religiosa.
3. Resposta pessoal. Evitar ataques motivados pela religião é um desafio complexo que requer um esforço coordenado em várias frentes, entre elas promover a educação sobre diversidade religiosa, tolerância e respeito desde cedo nas escolas e na sociedade em geral.
05/06/24 15:49
[…] Somando-se ao cristianismo e às religiões de matriz africana e ameríndia, essas novas religiões [budismo, xintoísmo e islamismo] e religiosidades contribuem para a grande diversidade religiosa no Brasil contemporâneo, à qual se soma também o fenômeno emergente dos sem religião (ateus, agnósticos e aqueles que não se identificam com nenhuma forma institucionalizada de religião).
O Brasil ainda se mantém, em termos numéricos, majoritariamente cristão. Não mais majoritariamente católico, mas cristão. […] É o Brasil Evangélico que somado ao Brasil Católico forma o Brasil cristão. […]
[…] O fato de que o Brasil seja, em termos numéricos, majoritariamente cristão, não subtrai a pluralidade e a diversidade religiosa que nos caracteriza. […]
BRAGA, Antônio. As religiosidades do Brasil: da Independência à pluriexistência. Jornal da Unesp, São Paulo, 31 out. 2023. Disponível em: https://jornal.unesp.br/2022/07/05/as-religiosidades-do-brasil-da-independencia-a-pluriexistencia/. Acesso em: 16 maio 2024.
O objetivo da seção é discutir a questão da violência contra a mulher, reconhecendo as formas como essa violência se dá no cotidiano. De modo interdisciplinar com Matemática, a análise e a discussão resultarão na confecção de um gráfico sobre a percepção da turma a respeito do assunto.
O tema da seção pode ser particularmente sensível para estudantes que já tenham vivenciado algum tipo de violência citado. Por isso, é essencial que o assunto seja trabalhado com seriedade, respeito e empatia. As reações das mulheres a comportamentos violentos podem ser muito variáveis. Portanto, todos os eventuais relatos que ocorrerem durante o trabalho com a seção deverão ser recebidos sem juízo de valor por parte dos colegas.
Incentive os estudantes a observar o cartaz e explorar todos os elementos textuais e imagéticos.
As definições a seguir baseiam-se na Lei Maria da Penha (lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006, capítulo II, artigo 7o, incisos I, II, III, IV e V).
Violência física: conduta que ofende a integridade ou saúde corporal da mulher.
Violência psicológica: ação que causa dano emocional e diminuição da autoestima; prejudica e perturba o pleno desenvolvimento da mulher; ou visa degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.
• Violência sexual: conduta que constrange a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
• Violência patrimonial:
1. Espera-se que os estudantes respondam que o objetivo é contribuir para a conscientização da sociedade pelo fim da violência contra a mulher e incentivar as mulheres a denunciar a violência sofrida.
Mulheres: por uma vida sem violência
Observe a imagem a seguir.
SAIBA MAIS
2. Converse com os estudantes levantando o conhecimento prévio deles. Depois, esclareça as características das violências apresentadas no cartaz.
ARARAQUARA. Prefeitura Municipal de Araraquara. Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular. Coordenadoria de Políticas para as Mulheres. [Campanha] Agosto Lilás 2023. 1 cartaz.
3. a) “Homens abordando mulheres na rua de forma desrespeitosa, mexendo, passando cantadas, dizendo ofensas.”
• TIPOS de violência. Fortaleza: Instituto Maria da Penha, c2024. Disponível em: https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/tipos-de-violencia.html. Acesso em: 20 maio 2024. Saiba o que são e como denunciar os tipos de violência aos quais as mulheres podem ser submetidas.
3. b) O percentual de mulheres vítimas que responderam que presenciaram situações de violência é maior do que o percentual de mulheres que não foram vítimas.
1. Em sua opinião, qual é o objetivo da campanha anunciada no cartaz?
2. Quais são os tipos de violência citados no cartaz? Você sabe o que caracteriza cada um deles? Converse com colegas e professor.
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conduta que configura retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
• Violência moral: qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
3. a) Ao explorar os gráficos, explique que os pesquisadores que os elaboraram chegaram à conclusão de que, aparentemente, mulheres que vivenciaram situações de violência se tornam mais atentas a outras
manifestações violentas, mesmo contra outras mulheres. O contraste entre as respostas daquelas que relataram ter sofrido violência recentemente e as que não passaram por essa experiência é muito expressivo. Enquanto 45% das mulheres que não passaram por violência responderam ter testemunhado alguma situação do gênero, essa resposta é dada por 83% das mulheres que foram vítimas de violência.
3. b) Comente com os estudantes que as reações e as atitudes de mulheres
3. Analise os gráficos a seguir. Depois, responda às questões. 50 100
Homens abordando mulheres na rua de forma desrespeitosa, mexendo, passando cantadas, dizendo ofensas
Homens humilhando, xingando ou ameaçando namoradas ou ex-namoradas, mulheres ou ex-mulheres, companheiras ou ex-companheiras
Homens brigando, agredindo-se, ameaçando-se ou discutindo por causa de ciúmes de uma namorada ou ex-namorada, companheira ou ex-companheira, mulher ou ex-mulher
Mulheres que residem na sua vizinhança sendo ameaçadas por seus companheiros, maridos, namorados ou ex-companheiros, ex-maridos, ex-namorados
Mulheres que residem na sua vizinhança sendo agredidas por maridos, companheiros, namorados ou ex-maridos, ex-companheiros, ex-namorados
Meninas, moças ou mulheres adultas que residem na sua vizinhança sendo agredidas por parentes como pai, padrasto, irmão, tio, cunhado, avô etc.
50 0 0 100
Vítima de violência ou agressão*
Não foi vítima de violência ou agressão*
Nos últimos 12 meses *
4. Resposta pessoal. Sugerimos primeiramente realizar o levantamento das respostas, que podem ser divididas em grupos: homens e mulheres. Depois, com a ajuda do professor responsável por Matemática, os estudantes vão calcular percentuais e elaborar gráficos para representar os resultados.
Presenciou alguma dessas situações
Fonte: BUENO, Samira et al. (org.). Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. 4. ed. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023. p. 14. Disponível em: https://apidspace.universilab.com.br/server/api/core/bitstreams/ f485a782-01e7-447e-9768-6f29f124ac1a/content. Acesso em: 20 maio 2024.
a) Qual situação foi a mais citada pelos dois grupos de mulheres?
b) Compare as respostas de vítimas com as de não vítimas. O que chama a atenção?
4. Em grupos e com a ajuda do professor, construam os mesmos tipos de gráficos, com base nas respostas da turma para cada item. Depois, comparem com os da pesquisa: os resultados são semelhantes? Conversem sobre isso.
vítimas de violência variam muito e elas não devem ser julgadas por isso. Ao contrário, essas mulheres são vítimas e precisam de acolhimento e orientação, de forma a ajudá-las a superar a situação e evitar novos episódios violentos. Comente com os estudantes os resultados da pesquisa “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada em quatro momentos diferentes: 2017, 2019, 2021 e 2023. Os resultados estão presentes no quadro a seguir. 4. Proponha aos estudantes a elaboração de gráficos de diferentes tipos (setor, barra ou colunas).
RAMOS, Silvia et al Elas vivem: liberdade de ser e viver. Rio de Janeiro: CESeC, 2024. E-book . Disponível em: https:// observatorioseguranca. com.br/wordpress/wp -content/uploads/2024/03/ RELATORIO_elas-vivem_ fev24_-corrigido-WEB.pdf. Acesso em: 18 maio 2024.
O relatório apresenta dados sobre a violência contra mulheres no Brasil, especificamente nos estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, em 2023.
Atitude em relação à agressão mais grave sofrida nos últimos 12 meses. Série histórica, 2017-2023 2017201920212023
Procurou ajuda da família 13%15%21,6%17,3%
Procurou ajuda dos amigos 12%10%12,8%15,6%
Denunciou em uma Delegacia da Mulher 11%10%11,8%14%
Denunciou em uma delegacia comum 10%8% 7,5%8,5%
Procurou a Igreja 5% 8%
Ligou para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180)
Fonte: BUENO, Samira et al. (org.). Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. 4. ed. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023. p. 35. Disponível em: https://apidspace.universilab.com.br/server/api/core/bitstreams/f485a782-01e7-447e-9768-6f29f124ac1a/content. Acesso em: 3 jun. 2024.
A proposta do trabalho com a seção é realizar uma entrevista com um líder religioso ou algum praticante de religião a fim de conhecer melhor os princípios, os valores e as práticas associadas à religião escolhida. A atividade tem por objetivo aumentar o conhecimento sobre diferentes vertentes religiosas, combatendo, assim, o preconceito em relação a elas.
Para tornar a atividade mais enriquecedora, recomenda-se que os grupos de estudantes realizem as entrevistas com pessoas de diferentes religiões. Caso seja necessário, auxilie os grupos a encontrar representantes ou líderes religiosos que se disponham a falar com os estudantes. Durante o planejamento da atividade, ajude os estudantes a coletar as informações nos mecanismos de busca da internet ou na biblioteca da escola e verifique se os temas de pesquisa foram divididos entre os membros do grupo.
Ao longo da preparação do roteiro da entrevista, oriente-os a elaborar perguntas simples. Além disso, eles precisam ficar atentos ao número de questões para não tornar a entrevista cansativa.
Informe os estudantes de que é importante explicar o propósito da entrevista ao entrevistado. Eles devem deixar claro que seu objetivo é aprender sobre diferentes religiões, conhecer a religião do entrevistado e o que ela representa para ele. Os grupos também devem pedir autorização do entrevistado para gravar e fazer anotações.
Caso seja necessário, auxilie os estudantes a entrar em contato com as
Embora o Brasil ainda registre altos índices de intolerância religiosa, há muitas ações para que essa prática não ocorra mais. Por meio de iniciativas individuais ou coletivas, o combate à intolerância religiosa mobiliza diferentes setores da sociedade.
As iniciativas também partem de lideranças religiosas, que promovem encontros ecumênicos, ou seja, que reúnem pessoas de diferentes religiões para discutir e propor medidas sobre temas como fome, violência, mudanças climáticas, intolerância religiosa etc. Católicos, protestantes, espíritas, candomblecistas, umbandistas e demais setores da sociedade, religiosos ou não, podem contribuir e desempenhar um papel importante na promoção da paz e da reconciliação entre as pessoas. Promover iniciativas de diálogo inter-religioso, denunciar o ódio e a intolerância e incentivar uma Cultura de Paz e respeito mútuo são responsabilidades de todo ser humano.
Líderes religiosos se unem em evento Natal Solidário, em defesa da vida. São Paulo (SP), 2023. Da esquerda para a direita: pastor Leandro Rodrigues, sheik Rodrigo Jalloul, babalorixá Caio de Odé, padre Júlio Lancellotti e a espiritualista Cris Gimenez.
Existem algumas maneiras de combater a intolerância, tais como conhecer a história de uma religião, entender os motivos que levam as pessoas a praticá-la e compreender as sensações e respostas que ela traz para seus seguidores. Agora, vamos entrevistar uma pessoa para conhecer algumas informações sobre a religião dela.
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lideranças religiosas ou representantes das comunidades religiosas para agendar as entrevistas. É possível elaborar uma carta de recomendação, pedir ajuda aos funcionários da escola ou familiares dos estudantes.
A entrevista é uma conversa na qual uma pessoa (entrevistador) pede informações e opiniões à outra (entrevistado) sobre um assunto previamente escolhido. Por meio dessa atividade, pode-se conhecer opiniões diversas sobre determinado tema, o que serve para ampliar as possibilidades de conhecimento e o debate de ideias.
Consulte orientações no MP.
1. Reúnam-se em grupos para entrevistar uma pessoa que siga alguma das seguintes vertentes religiosas: católica, protestante, espírita, umbanda ou candomblé.
2. Façam uma pesquisa prévia sobre história, crenças e tradições religiosas atribuídas ao grupo.
3. Identifiquem lideranças ou outros integrantes para a entrevista. Essa etapa pode ser feita por meio do contato com pessoas da família, vizinhança, escola ou diretamente no templo religioso.
4. Elaborem uma lista de perguntas para a entrevista. A seguir, uma sugestão de roteiro.
a) Qual é a história e a origem da sua comunidade religiosa?
b) Quais são as crenças principais?
c) Quais são os principais rituais ou práticas?
d) Por que você decidiu seguir essa crença?
e) Quais sensações e sentimentos sua crença provoca em você?
f) Quais são os desafios enfrentados pela sua comunidade religiosa na atualidade?
5. Verifiquem a disponibilidade do entrevistado e agendem a entrevista com antecedência.
6. Durante a entrevista, fiquem atentos ao vocabulário e façam uma pergunta de cada vez, enquanto ouvem atentamente as respostas do entrevistado.
7. Finalizada a entrevista, é preciso organizar as respostas do entrevistado e transcrevê-las para o seu diário de experiências. Depois, façam um breve texto com uma análise das respostas.
8. Na data definida pelo professor, apresentem o resultado do trabalho aos colegas.
Oriente os grupos a selecionar o local onde ocorrerá a entrevista, que deve ser calmo e silencioso para que não haja interferência na conversa.
Verifique a possibilidade de os estudantes realizarem uma entrevista-teste antes da data marcada. Assim, eles podem testar o equipamento que vão utilizar (celular, gravador e/ou bloco de notas). Informe que eles podem tentar memorizar as perguntas para que a conversa seja mais espontânea e não pareça um interrogatório. É importante que eles levem o roteiro anotado caso esqueçam alguma pergunta. Posteriormente à entrevista, é fundamental que todos os integrantes do grupo tenham as informações registradas no diário de experiências e que estejam cientes do conteúdo produzido.
Ao final, organize as apresentações em sala de aula para que cada grupo compartilhe as informações obtidas durante as entrevistas. É interessante destacar as semelhanças e diferenças entre as diferentes religiões, mas, acima de tudo, incentive os estudantes a fazer conexões entre elas e a refletir sobre a importância da diversidade religiosa na comunidade e na sociedade como um todo. Encoraje-os a criar materiais complementares, como cartazes, folhetos ou apresentações digitais, para compartilhar as informações coletadas com a escola ou a comunidade. Promova uma roda de conversação final para a reflexão sobre o que aprenderam com a atividade e como isso influenciou sua compreensão sobre a diversidade religiosa e a importância do diálogo inter-religioso.
1. a) A afirmação correta é a II. A afirmação I não é correta, pois a população brasileira é de pouco mais de 200 milhões de habitantes.
b) Espera-se que os estudantes infiram, com base no que estudaram ao longo da unidade, que o subtítulo se refere aos direitos reprodutivos das famílias: ter ou não filhos e, no caso de tê-los, decidir quantos ter. Tais escolhas se tornam possíveis quando há garantia de direitos como educação, trabalho e políticas públicas de saúde, como orientações relacionadas ao planejamento familiar. Tivemos progresso nas áreas da medicina, ciência, saúde, nutrição, agricultura e educação, entre outras. Os compromissos foram: direitos humanos, saúde universal, desenvolvimento sustentável e igualdade de gênero. Resposta possível: Grande parte dos pesquisadores e estudiosos dos temas da população afirmam que os problemas sociais e ambientais do mundo atual, como fome, pobreza, desmatamento, poluição de rios e oceanos etc., não são explicados pelo grande número de pessoas que vivem no mundo, mas sim pela concentração de renda, desigualdade social, grande consumo e exploração de recursos naturais 3. a) É o nome pelo qual pessoas trans e travestis preferem ser chamadas e que, por direito, pode ser alterado na documentação da pessoa.
b) Direito à união estável entre pessoas do mesmo sexo; criminalização da transfobia e da homofobia;
1. “Situação da População Mundial” é um documento publicado todos os anos pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que trata de questões mundiais que afetam pessoas do mundo todo. Observe a capa da publicação de 2023.
a) Reescreva em seu caderno a alternativa correta.
I O número indicado na capa do relatório se refere à população brasileira.
II O número indicado na capa se refere à população mundial.
b) Em sua opinião, o subtítulo do relatório se refere a quais direitos e escolhas?
c) Leia o trecho do relatório e indique em quais áreas tivemos progressos e quais foram os compromissos assumidos por governos, organizações não governamentais e outros agentes que permitiram avanços históricos para a humanidade.
Nossa família humana agora tem 8 bilhões de membros, um marco a ser comemorado. Representa avanços históricos para a humanidade na medicina, ciência, saúde, agricultura e educação. […]
Situação da população mundial 2023: 8 bilhões de vidas, infinitas possibilidades: em defesa de direitos e escolhas. Brasília, DF: UNFPA, 2023. Capa. Disponível em: https://brazil. unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/swop2023-ptbr-web.pdf. Acesso em: 10 jun. 2024.
Esses ganhos são o resultado do progresso na saúde pública, nutrição, educação e em outras áreas, e do número crescente de pessoas capazes de desfrutar desses benefícios. Nas últimas décadas, esses avanços foram amplificados por compromissos com os direitos humanos, a saúde universal, o desenvolvimento sustentável e a igualdade de gênero – feitos por governos,
nomes de duas mães ou de dois pais no registro de nascimento de filho; direito à adoção para casais do mesmo sexo. c) Faça a mediação da conversa de forma a garantir falas respeitosas e que considerem os direitos das pessoas LGBTQIAPN+. Com o exemplo de Maria Claudia, pode-se refletir sobre o quanto é importante a presença dessas pessoas em diferentes setores da sociedade, sendo reconhecidas por suas capacidades e atividades de trabalho, como os demais cidadãos. A participa-
ção política de pessoas LGBTQIAPN+ ajuda a pensar em soluções para os problemas enfrentados pelo grupo, lutando pela garantia e ampliação de direitos. Para conhecer mais sobre a plataforma Respeita Meu Nome, consulte a reportagem “Startup da USP lança plataforma para exigir de empresas o respeito ao nome social” (disponível em: https:// jornal.usp.br/diversidade/startup-da -usp-lanca-plataforma-para-exigir-de -empresas-o-respeito-ao-nome-social/; acesso em: 17 maio 2024).
movimentos não governamentais, setor privado e muitos outros agentes. Os avanços incluem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) globais, que estão no cerne de uma agenda internacional transformadora para o desenvolvimento de todas as pessoas até 2030. A comunidade internacional, por meio não apenas dos ODS, mas também de muitas décadas anteriores de acordos, instrumentos jurídicos e normas sociais em evolução, vem assegurando que cada pessoa tenha o mesmo direito à vida e ao mais alto padrão alcançável de saúde e dignidade. Todos os seres humanos que compartilham nosso planeta hoje fazem jus a esses direitos humanos e às possibilidades que os direitos humanos podem ajudá-los a alcançar. UNFPA. Situação da população mundial 2023: 8 bilhões de vidas, infinitas possibilidades: em defesa de direitos e escolhas. Brasília, DF: UNFPA, 2023. p. 12. Disponível em: https://brazil.unfpa.org/sites/default/ files/pub-pdf/swop2023-ptbr-web.pdf. Acesso em: 10 jun. 2024
2. Em seu caderno, transcreva o trecho a seguir, completando as lacunas com suas palavras.
Grande parte dos pesquisadores e estudiosos dos temas da população afirmam que os problemas sociais e ambientais do mundo atual, como , não são explicados pelo grande número de pessoas que vivem no mundo, mas sim .
3. Maria Claudia Miranda Cardoso é uma mulher transgênero, estudante da Universidade de São Paulo (USP) e fundadora da plataforma Respeita Meu Nome, que auxilia pessoas travestis e transgêneros a notificar empresas que desrespeitem o direito ao nome social.
a) Explique o que é o nome social.
b) Cite outras conquistas das pessoas LGBTQIAPN+, além do direito ao nome social.
c) Em sua opinião, qual é a importância de pessoas LGBTQIAPN+ terem lugar em todos os setores da sociedade, como na universidade e na política? Converse com colegas e professor.
4. Produza uma fotografia escolhendo cenários, objetos, cartazes, entre outros recursos que simbolizam e construam significados, para expressar discursos em prol da Cultura de Paz. Essa produção pode ser impressa, apresentada em uma exposição na escola ou em algum espaço cultural do seu bairro, ou compartilhada em mostra virtual na internet.
4. Produção pessoal. Retome símbolos que podem representar a paz ou a luta contra diversas formas de violência: no trânsito, na política, no esporte, misoginia, homofobia ou transfobia, ou ainda preconceitos de raça, gênero, religião e outros. Proponha aos estudantes que apresentem suas produções e cuide para que o material esteja livre de preconceitos e estereótipos. Toda a conversação e a produção devem ser mediadas e orientada pelos princípios democráticos e com base nos direitos humanos.
O conteúdo desta unidade foi organizado com base no tema gerador Cultura de Paz e convida os estudantes a refletir sobre a importância das histórias de vida para a compreensão de processos individuais e coletivos de autoconhecimento e para a organização, de forma consciente e crítica, dos projetos de vida. Por meio de histórias contadas pela arte, destacam-se formas de comunicação e ferramentas interpretativas que poderão auxiliar os estudantes na finalização desta etapa, retomando, ressignificando e consolidando experiências pessoais dentro e fora do ambiente pedagógico.
Objetos de conhecimento
Planejamento de vida
História pessoal
Trabalhos biográficos
Arte tipográfica e slam
Narrativas artísticas
Cartografia inclusiva
Inicie explicando aos estudantes que esta unidade terá como objetivo estudar as muitas formas de contar uma história. Atualmente, o termo “história” pode significar várias coisas; tradicionalmente, refere-se ao registro dos acontecimentos do passado e à interpretação deles, considerando os processos que envolvem as sociedades e os indivíduos. História também pode indicar o vasto conhecimento acumulado sobre o passado, englobando desde datas e eventos importantes até narrativas da vida das pessoas.
Nesta unidade, os estudos, as análises e as refle-
■ Histórias contadas pela Arte
■ Histórias de vida
■ Projeto de vida
xões serão feitos com base nas diversas possibilidades de narrativas, utilizando diferentes linguagens e materialidades. O termo “história” também é usado no contexto pessoal, como na expressão “a história de sua vida”, que fala sobre as experiências pessoais de um indivíduo. Proponha aos estudantes a leitura oral coletiva do trecho de poesia slam das gêmeas Maria Vitória e Maria Fernanda. Convide a turma para uma roda de conversação sobre os possíveis significados do trecho, buscando refletir a respeito
das reivindicações das artistas e o que é preconceito e direito de ser e estar para elas.
Com base nessa discussão, proponha à turma a observação do desenho de Wellington Martins, intitulado “Marias”. Comente que Martins apresenta ideias a respeito das individualidades e dos valores da sociedade desenvolvidos pelas irmãs Maria Vitória e Maria Fernanda no slam, usando a linguagem artística do desenho. Incentive os estudantes a identificar as palavras que compõem as Marias na obra.
[…]
Ser menina, Ser menino,
Ser o que quiser ser,
O que isto para você quer dizer?
Não sei, só sei que para mim significa meu direito em ser e estar no mundo do meu jeito!
Não te agrada?
Tudo bem, respeita!
[…]
Atividades
1. Resposta pessoal. O artista visual Wellington Martins utilizou o desenho tipográfico em seu trabalho.
Muitos são julgados sem ao menos poder se expressar.
Jovens julgados pelo seu modo de aparecer, vestir, agir, falar, pensar, amar, sonhar…
Preconceito e perseguição é um modo de não compreender a beleza. Então! O que vamos fazer?
Nascermos para ser o que quisermos ser?
Seguimos e não vamos nos arrepender em ser e também em tentar fazer você compreender.
LEMES, Maria Vitória; LEMES, Maria Fernanda. Slam: o que isto pra você quer dizer? Mural Periférico [São Paulo], 4 jan. 2021. Blogue. Disponível em: https://muralperiferico.blogspot.com/. Acesso em: 23 maio. 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
2. Produção pessoal. Oriente os estudantes a realizar um desenho simples (por exemplo, elementos da natureza ou objetos). Adiante, nesta unidade, eles serão desafiados a fazer um autorretrato tipográfico.
Observe a imagem e leia o texto desta abertura de unidade.
1. Como você imagina que os desenhos da obra “Marias”, do artista Wellington Martins, foram construídos?
2. Nessa obra, Wellington Martins fez um retrato das irmãs gêmeas Maria Vitória (2003-) e Maria Fernanda (2003-) usando as palavras do slam escrito por elas. Essa prática artística é conhecida como desenho tipográfico, porque envolve o uso de letras e palavras na composição de uma imagem. Inspire-se no trabalho de Wellington e escolha algumas palavras para criar um desenho tipográfico no diário de experiências
3. Como você já aprendeu, o slam é uma competição de poesia falada na qual poetas fazem uma performance usando textos autorais, os quais podem falar de questões sociais, políticas e/ou do cotidiano. Pense na sua história, nas questões que afetam o seu dia a dia, e conte tudo isso em forma de versos. Anote seu poema no diário de experiências e, depois, compartilhe-o com colegas.
3. Produção pessoal. A proposta é que os estudantes criem um texto pequeno, arriscando-se a criar versos e a contar sobre si de modo poético. Não há regras rígidas, o que vale é a criação. 261 D2-2130-PNLDEJA-EFAF-PRTCHSA-V2-ET8-U12-260-281-LE-G25_AVU.indd 261
Explique que essa forma de produzir arte usa o recurso da tipografia. A palavra “tipografia” vem do grego antigo e possui duas raízes: “typos”, que significa “impressão” ou “marca”, e “graphia”, que significa “escrita”. Portanto, etimologicamente, tipografia significa “a escrita com marcas impressas” ou “o processo de criar impressões”.
Para aprofundar, explique aos estudantes que a arte tipográfica compartilha o princípio da visualidade das palavras com a poesia concreta, na qual as palavras
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são tratadas como elementos visuais cuja disposição tipográfica na página é fundamental para a construção do significado. Assim, tanto na arte tipográfica quanto na poesia concreta, a forma visual das palavras se torna uma parte crucial da mensagem artística.
1. Comente com os estudantes que o artista visual Wellington Martins, como ponto de partida, busca descobrir a essência de cada indivíduo, sua história e suas lutas e, assim, seleciona ferramentas e técnicas artísticas que melhor traduzem a pessoa representada.
2. Incentive os estudantes a compartilhar as suas criações e avaliar as diferentes formas de se criar um desenho tipográfico.
3. A proposta é que os estudantes escrevam os versos em seus diários de experiências e, caso sintam-se confortáveis, que se expressem oralmente. O slam pode ser expresso por escrito e oralmente, explorando a performance vocal. Na prática oral, geralmente os autores se apresentam criando também com o corpo, por meio de gestos, expressões faciais e movimentos.
Contextualize que Carolina Maria de Jesus foi eternizada por seu livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, publicado em 1960. Essa obra-prima da literatura brasileira contemporânea narra a saga de uma mulher negra, moradora de favela, mãe solteira de três filhos, que sobrevivia coletando papéis nas ruas do centro de São Paulo (SP) e sonhava em se tornar escritora. Carolina tinha apenas dois anos de escolaridade formal, mas desenvolveu, de forma autodidata, habilidades excepcionais para a criação literária. Seu livro já foi traduzido e publicado em 14 países, tendo vendido cerca de 100 mil exemplares. Explique aos estudantes que a produção artística de Antonio Obá é marcada pela valorização de personalidades da cultura negra, pessoas afrodescendentes que lutaram para ter suas histórias visibilizadas e de algum modo contribuíram para a resistência cultural com sua resiliência e o incentivo para que outras pessoas também se expressem e valorizem suas próprias histórias de vida e arte.
Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar sensações, memórias e saberes prévios que lhes sejam perceptíveis durante a fruição da obra. b) Resposta pessoal. Explique aos estudantes que a leitura e interpretação de imagens é um processo sempre aberto e subjetivo. Chame a atenção deles para alguns detalhes específicos, instigando-os a refletir e formular suas próprias interpretações e percepções. Contextualize a obra explicando que foi encomendada para uma exposição no
De que forma podemos contar histórias? Você diria que a pintura de um retrato pode contar uma história? Observe a imagem.
Consulte orientações no MP.
1. Analise e descreva a obra “Meada”, de Antonio Obá. Em seguida, responda:
a) Você reconhece essa pessoa?
b) Como o artista escolheu representá-la?
c) Que pistas ele deixou nessa pintura sobre a história da pessoa retratada?
d) Que histórias você imagina que essa pessoa viveu?
Moreira Salles. São Paulo (SP), 2021.
A imagem retrata a escritora mineira Carolina Maria de Jesus. Ela escolheu contar sua história pela arte das palavras, escrevendo reflexões, memórias, poemas, diários e crônicas cotidianas. Com seus escritos, Carolina nos convidou a olhar criticamente para os contextos sociais e a perceber quanta poesia existe na vida, mesmo diante de tantas dificuldades.
Para contar a história de Carolina Maria de Jesus em formas e cores, o artista Antonio Obá criou uma narrativa visual baseada em pesquisas fotográficas. Sua intenção foi buscar uma abordagem poética livre de estereótipos, apresentando a escritora como em um retrato antigo, clássico. Na imagem, há também uma folha de caderno, instrumento de trabalho no qual ela escrevia palavras, frases e textos, os quais, na visão do pintor, são “pérolas” costuradas a cada pensamento poético de Carolina.
QUEM SÃO?
Antonio Obá (1983-) nasceu em Ceilândia (DF). Artista visual e professor, dedicou-se ao ensino de Arte para o público infantil. Sua obra explora a história e o simbolismo, utilizando linguagens e vivências próprias. Ressalta a arte e a cultura do povo negro brasileiro.
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) nasceu em Sacramento (MG). Uma das primeiras e mais notáveis escritoras negras do Brasil, retratava em suas obras a desigualdade social, o racismo e a realidade da favela em que vivia. Seu primeiro livro, “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, teve grande destaque e reconhecimento.
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Instituto Moreira Salles (IMS). Intitulada “Meada”, essa obra foi inspirada na criação de uma nova imagem visual de Carolina Maria de Jesus e influenciada por retratos do Renascimento, destacando-se como um dos elementos centrais da mostra. c) e d) Respostas pessoais. Contextualize dizendo que, em entrevista, o artista Antonio Obá explicou que procurou retratar Carolina Maria de Jesus de uma maneira que desafiasse os estereótipos de uma mulher negra sofrida que alcançou notoriedade apenas na idade madura. Ele a retrata como uma mulher
forte, resiliente e nobre, que expressa sua força e poética mesmo em meio às dificuldades enfrentadas como mulher negra, pobre e brasileira. Na pintura, há um tecido vermelho estendido em um fio de arame farpado. A cor simboliza a nobreza, evocando os retratos dos nobres renascentistas, enquanto o arame farpado faz alusão à coroa de espinhos, uma metáfora para o sofrimento e a resistência. As pérolas que são colocadas com cuidado em um alinhavo com linha e agulha representam as palavras e a escrita poética e inspiradora de Carolina.
Cirandas de histórias
Ciranda é o nome dado a danças e/ou a canções de origem nordestina cujos ritmos e movimentos fazem referência às ondas do mar. Quando um canto, uma dança ou um verso é passado de um mestre para um aprendiz, é costume dizer “quem me deu foi…”. Na cultura de tradição oral, esse costume é muito importante, porque mostra respeito pelas tradições e mantém vivo o Patrimônio Cultural Imaterial. Por isso, é muito comum que contos e cantos de manifestações tradicionais narrem as histórias de quem as inventou ou as trouxe até nós. Assim foi com Lia de Itamaracá.
Mas quem é Lia? Você já ouviu falar dela?
Existem muitos grupos de ciranda em todo o país, especialmente na Região Nordeste, mas é na Ilha de Itamaracá (PE) que se encontra uma das mais famosas cirandeiras do país, reconhecida internacionalmente. Ela se chama Maria Madalena Correia do Nascimento (1944-). No verão de 1971, a compositora capixaba Teca Calazans (1940-) descobriu o talento de Maria Madalena, a cirandeira conhecida como Lia de Itamaracá. Juntas, difundiram canções tradicionais e compuseram outras tantas. Em 1977, Lia gravou seu primeiro álbum, “A rainha da ciranda”. Seu segundo trabalho, “Eu sou Lia”, foi lançado somente no ano 2000.
SAIBA MAIS
Explique aos estudantes que o ritmo da ciranda é marcado e segue um compasso quaternário, com um andamento moderado a lento, o que facilita a participação de pessoas de todas as idades. O compasso é a divisão da música em unidades de tempo iguais, chamadas “batidas”, ou “tempos”. Cada compasso contém um número fixo de batidas. No caso de um compasso quaternário, cada compasso tem quatro batidas (ou tempos).
• LIA de Itamaracá. São Paulo: Enciclopédia Itaú Cultural, 2023. Disponível em: https://enciclopedia. itaucultural.org.br/pessoa240506/lia-de-itamaraca. Acesso em: 23 maio 2024. Para conhecer um pouco mais sobre a vida dessa artista pernambucana, acesse o item “Mídias” e confira um documentário sobre sua trajetória.
Capa do álbum Ciranda sem fim, de Lia de Itamaracá, 2019. ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
1. 14 Você conhece o ritmo da ciranda? Sabe como se canta e dança ao som desse ritmo? Ouça o áudio da Faixa 14 e depois faça uma pesquisa para descobrir se há grupos de ciranda em sua cidade. Como você imagina que sejam essas canções? Que histórias elas contam?
1. Respostas pessoais. É possível que os estudantes mencionem que a ciranda é uma dança tradicional nordestina, especialmente popular em Pernambuco. É dançada em roda, com os participantes de mãos dadas, movendo-se em passos sincronizados, geralmente ao som de músicas típicas. Para a pesquisa sobre grupos de cirandas, recomende aos estudantes que procurem centros culturais, associações de moradores ou até eventos locais que promovam a cultura nordestina.
Essa faixa de áudio traz, ao menos, três oportunidades de uso: promover a escuta e conversar sobre as características da ciranda, como o ritmo cadenciado e mais lento que a maior parte dos folguedos brasileiros; explorar a dança da ciranda baseando-se no áudio; e cantar outras cirandas utilizando a base rítmica.
Os instrumentos típicos da ciranda incluem a zabumba, o ganzá (chocalho) e o triângulo. Às vezes, outros instrumentos, como a sanfona e o pandeiro, também são usados, com o maracá marcando o ritmo com seu som característico. As melodias da ciranda são simples e repetitivas, o que facilita a memorização e o canto em grupo, e a harmonia geralmente é feita usando acordes simples em tons maiores, que conferem um ar alegre e festivo à música.
As letras das canções costumam abordar temas do cotidiano, como a natureza e a vida comunitária, sendo cantadas em coro pelos participantes, o que reforça o aspecto coletivo e comunitário da ciranda. A estrutura musical da ciranda costuma seguir um formato de chamada e resposta, em que um cantor solista entoa um verso e o coro responde, repetindo o refrão ou um trecho da canção. Dessa forma, cria-se uma dinâmica de interação entre o líder e o grupo.
Explique aos estudantes que a arte é uma importante ferramenta para o autoconhecimento e a percepção dos sentimentos. Comente que histórias podem ser contadas de diversas maneiras: com palavras, como na literatura introspectiva de Clarice Lispector (1920-1977); com formas e cores, como nas pinturas expressivas de Van Gogh (1853-1890); e com ritmos e movimentos, ao som das cirandas de Lia de Itamaracá. Enfatize que cada artista escolhe sua linguagem, conforme sua subjetividade e sua poética, para narrar as próprias histórias ou contar a história de outras pessoas.
Atividades
Respostas pessoais. Na análise e fruição da obra de Alex Flemming (1954-), chame a atenção dos estudantes para a integração das linguagens verbal e visual. Explique que o artista estabelece um diálogo entre essas linguagens com a intenção de convidar as pessoas que frequentam a estação de metrô a “conversar” com a obra, encorajando-as a se aproximarem, motivadas pela curiosidade, para que percebam as letras, palavras e imagens. Dessa forma, as obras poderão suscitar reflexões e interpretações a respeito das poesias que cada um carrega em si. Flemming propõe que o público interaja com a obra, mergulhando nas camadas de significados e explorando a conexão entre a arte e as próprias experiências pessoais.
2. Resposta pessoal. Quanto ao poema de Olavo Bilac, espera-se que os
Histórias podem ser contadas com palavras, como na arte de Carolina Maria de Jesus; com formas e cores e outros elementos visuais, como na arte de Antonio Obá; e com ritmos e movimentos ao som das cirandas de Lia. Muitas são as formas de narrar as próprias histórias ou as de outras pessoas – cada artista escolhe a sua linguagem.
Observe a imagem.
Consulte orientações no MP.
1. Na fruição da imagem de um detalhe da obra “Estação Sumaré”, instalação artística de Alex Flemming em uma estação de metrô da cidade de São Paulo (SP), observamos um trabalho com arte híbrida. Converse com colegas sobre estas questões:
a) Que linguagens compõem essa obra?
b) Quem você imagina ser a pessoa retratada nessa imagem? Do que será que ela gosta? Quais são seus sonhos?
c) Há um trecho de poema sobre o rosto retratado. Você consegue identificá-lo? Saberia dizer quem é o autor desse poema?
2. Agora, leia um trecho do poema “Via Láctea”, de Olavo Bilac (1865-1918), escolhido por Alex Flemming para compor sua obra. O que esse texto faz você pensar, sentir ou lembrar?
‘Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!’ E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto…
BILAC, Olavo. Via Láctea. Belém, PA: Unama, [202-]. p. 7. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000252.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
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estudantes observem como o poeta retrata sentimentos humanos e genuínos, presentes em qualquer tempo e lugar. Explique que Olavo Bilac fala de um estado sensível do ser, em que, em estado de estesia, as pessoas são capazes de “ouvir estrelas”. Essa metáfora representa a capacidade de sonhar, realizar e, talvez, transformar a realidade. Encoraje os estudantes a refletir sobre como esses sentimentos podem ressoar nas experiências deles. Se possível, retome conceitos ou saberes prévios sobre estesia,
que é a capacidade de perceber e apreciar sensações estéticas, e sobre metáforas, que são figuras de linguagem por meio das quais se comparam elementos distintos para expressar ideias complexas de maneira mais vívida e poética.
Como vimos, o artista visual Wellington Martins, que você conheceu na abertura desta unidade, cria retratos e autorretratos por meio de um processo conhecido como desenho tipográfico. Para o seu autorretrato, ele escolheu palavras de canções que marcaram sua trajetória, como “Eu não sei na verdade quem eu sou”, da banda O Teatro Mágico, e “Quase sem querer”, da banda Legião Urbana. Observe a imagem.
MARTINS, Wellington. Autorretrato 2018. Desenho feito com canetas coloridas, 21 cm x 29,7 cm. Coleção particular.
Wellington Martins (1991-) nasceu em São Paulo (SP). Artista visual e arte-educador, cria sua poética através de desenhos feitos com palavras.
3. Produza um autorretrato usando trechos de uma canção ou de um poema que marcou sua vida ou que o representa de alguma forma. Conheça duas formas de fazer isso neste passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Digitalizando uma fotografia.
I Digitalize uma fotografia sua e projete-a usando o recurso que tiver disponível (por exemplo, um projetor multimídia).
II Posicione na parede uma folha grande, do tamanho da imagem projetada, e trace sobre ela as linhas principais da fotografia.
III Depois, escolha uma música ou um poema para compor essa imagem.
IV Escreva as palavras nas linhas de seu desenho usando os materiais que desejar (por exemplo, canetas ou lápis coloridos).
b) Imprimindo uma fotografia.
I Outra opção é imprimir a fotografia (colorida ou em preto e branco) e fazer intervenções diretamente no papel impresso, escrevendo trechos do poema ou da canção que você escolheu sobre a imagem.
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Incentive os estudantes a mergulhar nas emoções deles através da atividade proposta, explorando pensamentos mais profundos e encontrando novas formas de expressar quem são. Seja escrevendo um poema, pintando um quadro ou dançando ao som de uma música, explique que eles estão continuamente descobrindo aspectos da própria identidade e compreendendo melhor seus sentimentos.
Convide-os a ver o mundo sob diferentes perspectivas através da observação, fruição e prática da arte e a refletir sobre a própria existência e as experiências pelas quais passaram. Comente que, ao criar ou apreciar uma obra de arte, é possível entrar em um estado de estesia, de sentir e interpretar a complexidade da vida.
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3. a) Incentive os estudantes a realizar essa atividade individualmente. É importante que, ao longo das práticas e reflexões propostas, eles tenham a oportunidade de avaliar e recuperar memórias e saberes relevantes de sua própria história.
I e II Como alternativa, sugira aos estudantes imprimir a imagem em folha de acetato e projetá-la usando um retroprojetor. III e IV Oriente a turma na escolha da música ou do poema para compor a imagem. Incentive-os a recordar canções, ditos populares, frases relevantes, trechos de livros e outras fontes que tenham um significado ou provoquem emoções. Encoraje cada estudante a selecionar palavras e frases que reflitam suas experiências pessoais e emoções, criando uma composição rica e individualizada. Dessa forma, eles poderão expressar suas identidades e histórias de maneira criativa.
O trabalho com estas páginas convida os estudantes a planejar suas ações e conquistas futuras. Leia com os estudantes a tirinha e peça a eles que a interpretem. Pergunte como o fato de as personagens serem crianças interfere no diálogo. É provável que os estudantes afirmem que essas reflexões são mais frequentes na infância, ainda que de forma mais idealizada, sem planejamento. Pergunte a eles por que indagações como as de Charlie Brown não são comumente feitas a adultos e a pessoas mais velhas. Durante a infância, é natural que as crianças sejam questionadas sobre seus planos futuros. Existe uma expectativa cultural de que crianças e jovens tenham planos e sonhos para o futuro, enquanto, para as pessoas mais velhas, pode haver a expectativa de que tenham atingido um estágio de estabilidade ou maturidade em suas vidas. Pessoas mais velhas geralmente têm mais experiência de vida e conhecimento sobre si mesmas, o que pode tornar a pergunta sobre o futuro menos relevante. Elas podem ter uma compreensão melhor de quem são e do que desejam da vida, o que não significa que não tenham sonhos e que não possam pensar em realizá-los no futuro.
Converse com os estudantes sobre o que pensam a respeito dessas expectativas da sociedade. Proponha reflexões de modo que eles avaliem a própria trajetória e, eventualmente, repensem o futuro deles. Para isso, pergunte: como você avalia sua trajetória de vida até hoje? Você tem alguma expectativa ou aspiração a ser realizada?
A tirinha a seguir é parte da série “Peanuts”, que no Brasil ficou conhecida como “Minduim”. Criada pelo cartunista estadunidense Charles Monroe Schulz (1922-2000), a série foi publicada em vários países e até hoje é reproduzida em jornais de todo o mundo.
SCHULZ, Charles. Peanuts. [S l.]: GoComics, c2024. Reprodução do original de 8 jan. 2007. Disponível em: https://www. gocomics.com/ peanuts/2007/01/08. Acesso em: 2 jun. 2024.
1. A tirinha desperta alguma reflexão em você? Você costuma refletir sobre seu futuro?
2. Em algum momento da sua vida você já precisou responder o que você gostaria de ser quando crescesse? Se sim, o que você respondeu? Você acha que alcançou aquilo que desejava?
Pensar no futuro é uma tarefa que nos convida a imaginar as possibilidades sobre esse tempo incerto e imprevisível. Entretanto, pode ser um exercício de planejamento para auxiliar na antecipação e no preparo do porvir. Ao encarar as incertezas, é possível agir de maneira positiva e focar em nosso papel como sujeitos históricos na definição dos caminhos a serem construídos, sejam eles individuais ou coletivos. É fundamental considerar nossos desejos pessoais, assim como as relações sociais, econômicas e ambientais que moldarão o mundo. Ao imaginar o futuro, nos conectamos com sonhos, aspirações e objetivos, planejando os passos necessários para realizá-los.
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1. Respostas pessoais. Incentive os estudantes a compartilhar ideias sobre o futuro. Refletir sobre o futuro é fundamental, pois permite traçar planos e objetivos.
2. Respostas pessoais. A pergunta é feita com mais frequência durante a infância e a adolescência, pois as pessoas estão em uma fase de exploração e descoberta, em que começam a desenvolver interesses, habilidades e aspirações. Planejar o futuro requer o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas, tomada de decisão e organização do tempo. Começar a praticar essas habilidades desde a juventude nos torna mais preparados para lidar com os desafios que surgem ao longo do caminho.
Antes de construir um guarda-roupa, o marceneiro calcula as medidas, contabiliza o número de gavetas e portas, define os materiais a serem utilizados, faz o desenho e finaliza o projeto. Assim como ele, outros profissionais, artistas e estudiosos da área de Ciências Humanas também planejam suas produções antes de realizá-las. O planejamento é uma etapa importante, porque define objetivos e fornece a direção que se deseja seguir e o resultado que se deseja alcançar.
Assim como o marceneiro, nós também podemos planejar nossa vida, que é sempre um projeto único e irrepetível. Para isso, é possível pensar em objetivos que podem ser alcançados em curto, médio e longo prazos. A aquisição de conhecimentos e habilidades para realizar uma prova escolar ou um concurso, por exemplo, pressupõe objetivos de curto prazo, enquanto a conclusão dos estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou o ingresso em um curso técnico ou universitário é algo conquistado a médio prazo. Por fim, a conquista da casa própria ou a construção de uma carreira profissional são objetivos de longo prazo.
O planejamento e o engajamento nessas ações são fundamentais para garantir que os objetivos sejam realizados. A conquista de cada um deles permite que você elabore seu projeto de vida.
ATIVIDADE
1. Cada artista tem sua forma de planejar e criar arte. Vincent Van Gogh, por exemplo, costumava fazer desenhos e anotações escritas em folhas avulsas, cadernos e até em cartas para familiares e amigos como estudos para futuros trabalhos. Em sua opinião, fazer esboços e anotações é importante no seu processo de criação? Você considera importante planejar antes de criar?
1. Respostas pessoais. A atividade tem por objetivo a reflexão individual dos estudantes sobre as maneiras de criar que consideram mais satisfatórias. É possível que alguns estudantes pensem no planejamento para criar expressões artísticas como uma metáfora de sua forma de lidar com metas e objetivos pessoais.
Explique aos estudantes que traçar metas e objetivos é muito importante para se ter maior clareza de seus propósitos. No entanto, é preciso planejar as ações do presente de modo que seja possível alcançar a realização pretendida. Esclareça que é necessário muito cuidado para não projetar e associar o sentimento de felicidade e realização apenas para quando a meta estipulada for alcançada. Esse tipo de pensamento pode, inclusive, ter impactos na saúde mental, gerando ansiedade e pensamentos obsessivos. Comente com os estudantes que, sim, é importante ter planos para o futuro, mas que é fundamental vivenciar o presente e comemorar as pequenas conquistas ao longo do caminho.
Esclareça que existem objetivos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo e que os planejamentos para alcançá-los são diferentes, porém igualmente necessários.
É possível que, ao longo da conversa, os estudantes exponham frustrações e quebras de expectativas. A sala de aula deve ser um espaço de acolhimento a tais relatos, que devem ser ouvidos atentamente e respeitados sem que se emitam juízos de valor. Se os estudantes que expuserem suas vivências estiverem abertos a comentários dos colegas, posto o ambiente de conversa e troca durante a aula, garanta que os comentários ocorram sempre de forma respeitosa, sem julgamentos, valorizando as vivências.
Por meio da dupla de páginas, os estudantes são convidados a conhecer dois exemplos de ex-estudantes da EJA e a refletir sobre a própria trajetória e sobre suas aspirações.
Organize a sala em uma roda de conversação. Promova a leitura coletiva do primeiro trecho e proponha que a atividade 1 seja respondida, a princípio, oralmente. Reserve um tempo para que eles reflitam sobre o texto e apresentem interpretações. Se durante as falas os estudantes usarem suas próprias vivências como exemplo, incentive-os, garantindo que estejam à vontade e confortáveis para fazê-lo. Explique que a trajetória dos estudantes que cursam a EJA costuma conter muitos percalços que os impediram de estudar no período regular. Portanto, conhecer a história de cada um é sempre um momento enriquecedor e inspirador para todos.
Reserve um momento para que os estudantes reflitam sobre os caminhos que pretendem seguir após completar a etapa da EJA. Conheça os sonhos e os desejos deles. Eventualmente, auxilie-os quanto aos planos que podem ser feitos para realizar objetivos. Conversem sobre os projetos de vida e discutam quais aspectos são importantes na construção deles. Nesse momento, os estudantes podem mencionar pessoas e caminhadas nas quais eles se inspiram. Ao final, solicite que elaborem por escrito a resposta à atividade 1. Avalie a produção textual e como transferem para a linguagem escrita as reflexões feitas oralmente.
Histórias de vida na EJA
Leia o trecho do texto a seguir.
Se a trajetória escolar de milhares de brasileiros pudesse ser representada por um terminal metropolitano que leva viajantes ao futuro, provavelmente a Educação de Jovens e Adultos seria o último ônibus a transportar esperanças para muitos deles.
D’MASCHIO, Ana Luísa; LOPES, Marina. Da EJA à universidade: histórias de quem voltou a estudar e não parou mais. Porvir, São Paulo, 30 nov. 2022. Disponível em: https://porvir.org/da-eja-a -universidade-historias-de-quem-voltou-a-estudar-e-nao-parou-mais/. Acesso em: 23 maio 2024.
ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
1. Você concorda com a afirmação feita pelas autoras do texto? Discuta com colegas e professor.
Após o término do 2o Segmento da EJA, são muitos os caminhos que podem ser seguidos. Entre eles, a continuação dos estudos, como aconteceu com Alex e Michelle. Conheça as histórias deles a seguir.
Alex Cardoso
Alex deixou a escola quando estava no 6o ano. Tinha 15 anos e, para ajudar a família, precisou trabalhar como catador de materiais recicláveis. Com o nascimento de sua primeira filha, ficou mais difícil voltar aos estudos. Depois de muitos anos de trabalho, Alex retornou à escola no curso da EJA e se sentiu acolhido desde que entrou para pedir informações. Concluiu o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, fez curso pré-vestibular popular, entrou na universidade, formou-se cientista social e, depois, continuou na pós-graduação. Leia o depoimento dele.
‘É um salto grande, sair da quinta série do ensino fundamental e, em oito anos, entrar em um programa de pós-graduação. Teve bastante esforço, mas a minha história está aí justamente para contradizer a ideia de meritocracia’, afirma, ao reforçar que
GLOSSÁRIO
Pós-graduação: curso realizado após a graduação no Ensino Superior.
Meritocracia: sistema que premia a conquista do sucesso ou dos objetivos pelo próprio mérito, pelo esforço individual.
1. Resposta pessoal. Verifique se os estudantes escrevem sobre seus planos, seus projetos de vida, sobre os próximos passos em suas trajetórias etc.
precisou de apoios e de políticas para ocupar esse espaço, como as cotas sociais. ‘A universidade vai ganhar muito mais quando tiver mães, trabalhadoras, indígenas e quilombolas trazendo suas vivências, que são processos empíricos, e não só teóricos.’
D’MASCHIO, Ana Luísa; LOPES, Marina. Catador se torna cientista social depois de passar pela EJA e ingressa no mestrado. Porvir, São Paulo, 30 nov. 2022. Disponível em: https://porvir.org/catador-se -torna-cientista-social-depois-de-passar-pela-eja-e-ingressa-no-mestrado/. Acesso em: 23 maio 2024.
Michelle Murta
Michelle nasceu em 1982, em Belo Horizonte (MG). Retornou à capital depois de viver um bom tempo no interior, em Salinas. Por causa da surdez e de métodos pedagógicos inadequados, Michelle teve dificuldades na aprendizagem. Foi reprovada cinco vezes até o 4o ano, quando parou de estudar. Voltou à escola depois de vários anos e retomou os estudos na EJA. Hoje, é professora numa universidade federal. Leia um trecho do seu depoimento.
[…] ‘Tudo abalava a minha autoestima. Tinha vergonha. Via minha mãe ser discriminada nas reuniões de uma escola que nunca ensinou o que era inclusão, o que era ser diferente.’ […]
[…] ‘Ter o título de primeira doutora surda da UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais] me dá muito orgulho. Estou muito feliz com a conquista. Mas é preciso fazer uma crítica: estamos no século 21 e somente agora fomos ter uma doutora surda formada pela instituição… Espero que venham muitas outras.’
D’MASCHIO, Ana Luísa; LOPES, Marina. Primeira doutora surda da UFMG atribui à EJA o sonho de ser professora. Porvir, São Paulo, 30 nov. 2022. Disponível em: https://porvir.org/primeira-doutora-surda -da-ufmg-atribui-a-eja-o-sonho-de-ser-professora/. Acesso em: 23 maio 2024.
ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Consulte orientações no MP.
1. Segundo o relato de Alex, qual é a importância das políticas públicas na vida dele?
2. De que forma o sistema escolar excluiu e acolheu Michelle? Você ou alguém que conhece passou por situações parecidas?
3. Qual é a conclusão de Michelle sobre a presença de surdos na universidade?
4. Ao concluir o 2o Segmento da EJA, você pensa em continuar os estudos? Converse com colegas e professor.
1. Alex relata que as políticas públicas, como as cotas sociais, tiveram importante papel para ele chegar à universidade e, depois, à pós-graduação, além do seu próprio esforço.
2. No passado, até o 4o ano, Michelle não foi acolhida pelo sistema escolar, apresentando baixa autoestima, vergonha ao frequentar a escola e problemas de aprendizagem. Já adulta, Michelle foi acolhida na EJA, tendo a possibilidade de continuar a vida escolar. Resposta pessoal.
3. Michelle considera uma conquista ter sido a primeira doutora surda na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas ela acha que isso demorou para acontecer e espera que muitas outras pessoas surdas possam alcançar o mesmo que ela.
4. Resposta pessoal. Verifique se os estudantes elaboram planos para os anos seguintes.
Reúna os estudantes em grupos para que eles possam ler os relatos de Alex Cardoso e Michelle Murta. Peça que respondam às atividades 1, 2 e 3 Ao final, abra uma roda de conversação e proponha que reflitam sobre a atividade 4 . Incentive os estudantes a apresentar os motivos para continuar ou não na vida escolar, respeitando a vontade de cada um para expor suas ideias e argumentos. Converse também sobre o que poderia ser feito para que todos pudessem ter condições de continuar na vida escolar, se assim desejarem: mais creches, horários mais flexíveis na escola, escolas mais próximas às moradias ou ao trabalho etc.
A proposta da seção é a criação de um atlas pessoal, de modo interdisciplinar com Leitura e Escrita e Matemática. Desse modo, os estudantes partirão de suas vivências e de suas memórias para resgatar espaços importantes na história e formação deles, associando-os aos lugares afetivos e de representatividade pessoal. Apresente aos estudantes os dois modelos de atlas e explique suas diferenças. Esclareça que há atlas digitais ou não) que podem ser acessados gratuitamente, como: o “Atlas nacional digital do Brasil” (disponível em: https://www.ibge.gov. br/apps/atlas_nacional/#/ home; acesso em: 18 maio 2024); o “Brasil visto do espaço” (disponível em: https: //www.cnpm.embrapa .br/projetos/cdbrasil/; acesso em: 18 maio 2024); e o “Atlas histórico do Brasil” (disponível em: https://atlas. fgv.br/; acesso em: 18 maio
Se possível, explore com os estudantes os atlas disponíveis na escola, impressos ou digitais. Questione-os sobre as partes que constituem um atlas e os tipos de mapas nele contidos.
Ao trabalhar a etimologia da palavra “atlas”, estabeleça a conexão com Leitura e Escrita, baseando-se no trabalho de consulta ao dicionário (impresso ou digital). Solicite aos estudantes que busquem, em dicionários disponíveis na biblioteca ou em sites, os diferentes significados da palavra “atlas”, como no exemplo a seguir.
Atlas da nossa vida
Nesta seção, propomos a produção de um pequeno atlas com mapas que representem informações sobre suas histórias e vivências. Mas, antes disso, vamos entender o que é um atlas e qual é a origem desse nome.
Observe as imagens de diferentes versões do atlas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
1.Espera-se que os estudantes respondam que a imagem 1 se refere à versão física, impressa (em papel), do atlas do IBGE, enquanto a imagem 2 se refere à versão digital, on-line
2.Levante o conhecimento prévio dos estudantes sobre o conteúdo de um atlas. Em geral, um atlas contém mapas, mas também pode ser uma publicação que reúne dados e informações sobre um tema específico que não necessariamente inclui mapas.
2
IBGE. Atlas geográfico escolar 9. ed.
https://atlasescolar.ibge.gov.br/; acesso em: 23 maio 2024).
Texto complementar
a.tlas [Mitôn. lat. Atlas.] sm2n. 1. Livro que reúne uma coleção de mapas. 2. Volume que contém um conjunto coerente e completo de estampas, gráficos, quadros etc., acompanhado de textos elucidativos. [...]
ATLAS. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Míni Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8. ed. rev. atual. Curitiba: Positivo, 2010. p. 76.
ATIVIDADES
Consulte orientações no MP.
1. Qual é a principal diferença entre os dois tipos de atlas?
2. Você já folheou ou utilizou um atlas? Se sim, qual era o conteúdo dele?
A definição mais comum de atlas é uma publicação que reúne um conjunto de mapas. Existem atlas impressos e atlas digitais, como os que você observou na página anterior.
Leia o texto a seguir para descobrir a etimologia da palavra “atlas”.
Na mitologia grega, Atlas foi um dos titãs que enfrentou os deuses do Olimpo e, por isso, foi condenado a carregar o céu sobre os ombros para sempre. Assim, temos a ideia de sustentação, de apoio, como explica o texto.
GLOSSÁRIO
Etimologia: é o estudo da origem das palavras e como elas evoluíram ao longo do tempo.
PICART, Bernard. Atlas supports the heavens on his shoulders (em tradução livre, Atlas suporta os céus em seus ombros). 1731. Gravura, 60 cm x 82 cm. Coleção Stapleton.
[...] a palavra ‘atlas’ está quase sempre associada a algum tipo de apoio. Na coluna vertebral, por exemplo, a primeira vértebra se chama atloide, porque sustenta a cabeça. Atlas também pode designar uma figura masculina que serve como coluna de sustentação em construções. Um atlas escolar funciona como apoio para pesquisas. Ter à mão um atlas é ter um mundo de informações. Informações sustentadas, informações que sustentam o conhecimento.
IBGE. Atlas geográfico escolar: introdução: o que é um atlas. Rio de Janeiro: IBGE, [2024]. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/introducao/21723-o-que-e-um-atlas.html. Acesso em: 23 maio 2024.
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Explore os diferentes significados da palavra com os estudantes, discutindo a importância de compreendê-los nos diferentes contextos, como na anatomia e na arquitetura, conforme citado no texto da página 271. Explique que, de acordo com a mitologia grega, o semideus Hércules (para os romanos; Héracles para os gregos), conhecido por sua força descomunal, era filho de Zeus com a mortal Alcmena, filha do rei de Micenas. A esposa de Zeus, a deusa Hera, odiava Hércules e fazia de tudo para prejudicá-lo. Em um de seus atos, Hera levou Hércules à loucura, o que fez com que ele matasse a própria esposa e seus filhos acreditando se tratar de inimigos. Por causa disso, o rei de Micenas o condenou a fazer 12 trabalhos impossíveis, como forma de expiação. Um dos 12 trabalhos de Hércules era transpor um estreito marítimo. Segundo a mitologia, Hércules abriu a passagem do mar Mediterrâneo para o oceano usando a força de seus ombros. Assim, surgiu o Estreito de Gibraltar, que separa a Europa da África. O estreito é ladeado por dois montes ou rochedos, conhecidos como Colunas de Hércules. De acordo com a mitologia, essas colunas passaram a segurar o céu, liberando o titã Atlas de seu fardo. Por causa disso, a cadeia montanhosa ao norte da África se chama Cordilheira do Atlas. O titã tornou-se, então, rei de Atlântida (derivação de seu nome) e senhor das águas distantes. É por causa dele também que o oceano para o qual o mar Mediterrâneo se abriu recebeu o nome de Atlântico.
Incentive a criatividade dos estudantes durante a atividade. É possível que eles insiram como espaços significativos desde paisagens onde se desenrolaram filmes e livros importantes para eles até o local de nascimento e moradia de seus ídolos (artistas, atletas etc.).
Explique que o atlas pessoal é uma outra forma de contar a história de alguém, trazendo informações que poderiam estar dispostas em um diário pessoal escrito ou em uma autobiografia.
Atividade
Reúna os estudantes em grupos e peça-lhes que conversem sobre os lugares onde viveram ou onde viveram pessoas importantes para a história deles: antepassados, companheiros, amigos etc. Explique a eles que, quanto mais se recordarem dos momentos importantes de suas vidas, mais elementos terão para criar o mapeamento espacial das suas histórias. Ao longo dos relatos, podem aparecer destinos para os quais viajavam na infância, locais que os impactaram e espaços com os quais se relacionaram de alguma maneira. Explique que o mapeamento não implica apenas espaços em que os estudantes estiveram presencialmente, mas deve conter lugares significativos para a história de vida deles. Oriente os estudantes sobre o croqui, um tipo de representação espacial em que o espaço é desenhado de forma mais livre, sem necessidade de regras cartográficas ou precisão em relação à proporção e às distâncias, por exemplo. Nos croquis, não há necessidade de inserir escala cartográfica.
Na atividade a seguir, além dos conhecimentos cartográficos que vocês desenvolveram, utilizem a criatividade e procurem expressar também os sentimentos de cada integrante, para que o atlas que vão produzir espelhe um pouco da vida de vocês.
ATIVIDADE NÃO ESCREVA NO LIVRO.
3. Então, agora, vamos produzir um atlas! Sigam o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Em grupo, troquem histórias, memórias e sentimentos relacionados aos locais que fazem, fizeram ou poderão fazer parte da vida de vocês, seja de forma direta (onde nasceram, moraram, trabalham, para onde gostariam de viajar etc.), seja de forma indireta (local de origem da família, onde moram amigos queridos etc.).
b) Enquanto conversam, façam uma lista dos locais mencionados nas histórias de cada membro do grupo. Podem ser países, regiões, estados, municípios, bairros, comunidades, entre outros lugares.
c) Dentre os locais citados nas histórias compartilhadas pelo grupo, selecionem alguns que consideram de maior importância para que sejam representados no atlas.
d) Como base para a produção dos mapas, podem usar mapas-múndi, do Brasil, de uma grande região do país (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste, Sul), de uma Unidade da Federação com destaque para municípios significativos ou outros recortes.
e) Usem cores e formas na produção dos mapas. E não se esqueçam de incluir os elementos cartográficos mais importantes: título, legenda, escala (aproximada), orientação (rosa dos ventos ou norte) e fonte. Para enriquecer o trabalho, vocês também podem acrescentar croquis dos espaços de menor escala espacial, ou seja, espaços mais próximos, como uma vila, uma comunidade, um bairro etc. Ilustrações, como uma casa que foi importante para vocês, também podem ser inseridas.
f) Para calcular as escalas, utilizem seus conhecimentos em Matemática. As bases escolhidas para produzir seus mapas já têm uma escala. Então, vocês podem partir das escalas desses mapas para calcular as dos mapas que irão produzir.
g) Com os mapas prontos, vocês podem criar uma capa para o atlas e reunir todas as folhas em um único volume.
h) Apresentem suas produções para o professor, contando todo o processo. Depois, reservem os materiais para expor no dia do lançamento do livro, proposto na atividade da seção Em ação (páginas 274 e 275).
Durante a produção dos mapas, retome com os estudantes conhecimentos prévios de cartografia, em especial os elementos do mapa: título, legenda, escala, fonte e indicação de norte.
De maneira interdisciplinar com Matemática, trabalhe com os estudantes a questão da escala cartográfica. Retome com a turma o conceito de escala, certificando-se de que não há defasagens em relação aos elementos do mapa. Espera-se que os estudantes afirmem que a escala cartográfica indica em quantas
vezes a realidade foi reduzida durante a confecção de um mapa. Desse modo, aproveitem os mapas que os estudantes estão utilizando como base para que eles compreendam que o denominador da escala numérica corresponde a quanto a realidade foi reduzida na representação cartográfica. Assim, em um mapa com escala 1:25 000 000, a realidade foi reduzida 25 milhões de vezes.
Explique que as escalas numéricas não vêm acompanhadas de unidades porque indicam uma correspondência. No caso
i) Se na turma houver estudantes cegos, com baixa visão ou surdos, elaborem mapas adaptados. Esse tipo de produção cartográfica se chama cartografia inclusiva Observe as imagens a seguir como exemplo.
Planisfério elaborado para pessoas surdas por pesquisador da Universidade Federal de Goiás. Os sinais inseridos no topo e à esquerda do mapa correspondem às coordenadas geográficas.
j) Para adaptar os mapas:
Mapa com textura física elaborado por um professor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) para ajudar estudantes com deficiência visual a entender informações cartográficas. Recife (PE), 2018.
Os mapas destinados a cegos e pessoas com baixa visão são chamados de mapas táteis, produzidos com diferentes texturas e em braille.
Há também mapas adaptados para pessoas surdas e com baixa audição. Neles são usadas a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), a datilologia (sistema de representação das letras do alfabeto em forma de sinais) e a visografia (representação gráfica da língua de sinais).
I O mapa tátil deve ter texturas. Utilizem diferentes elementos (botões, grãos, algodão, barbante etc.) para diferenciar as áreas e destacar os limites.
II Para o mapa em Libras, é importante realizar uma pesquisa sobre a linguagem para fazer as representações gráficas corretamente.
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Durante a pesquisa e no convívio com os pais, Pedro percebeu que os mapas tradicionais usados nas escolas não possibilitam uma boa compreensão da cartografia para os estudantes surdos. Saber ler mapas é importante para que o indivíduo desenvolva os conhecimentos geográficos. No cotidiano, [...] nos deparamos com mapas em diversos locais e situações, como pontos de ônibus, shoppings, aplicativos de transporte, dentre outros.
FERNANDES, Mariza. Pesquisa desenvolve mapas inclusivos para estudantes surdos. Jornal UFG, Goiânia, 19 fev. 2020. Disponível em: https://jornal.ufg.br/n/124018 -pesquisa-desenvolve-mapas -inclusivos-para-estudantes-surdos. Acesso em: 19 maio 2024.
PASSO a passo: produção de mapas táteis para pessoas com deficiência visual. Rio de Janeiro: IBGEeduca: Professores, [2018]. Disponível em: https://educa.ibge.gov. br/professores/educa -recursos/20774-passo-a -passo-producao-de -mapas-tateis-para-pes soas-com-deficiencia-visual. html. Acesso em: 19 maio 2024.
A página fornece um tutorial para produzir mapas táteis.
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do exemplo, 1 centímetro no mapa corresponde a 25 milhões de centímetros na realidade. Para tornar essa informação mais compreensível, trabalhe em parceria com o professor responsável por Matemática para converter 25 milhões de centímetros em quilômetros. Desse modo, demonstrem o passo a passo para se construir a escala cartográfica e a forma como ela auxilia na compreensão das reais distâncias em relação às dimensões que um mapa representa. Para saber mais sobre os mapas inclusivos, leia o trecho presente no Texto com-
plementar e acesse os conteúdos sugeridos no boxe Indicações. Texto complementar
Segundo o pesquisador [Pedro Moreira dos Santos Neto], pessoas surdas que se comunicam por meio da língua de sinais enfrentam diversas dificuldades em uma sociedade cuja forma padrão de comunicação é a linguagem oral e escrita. Os surdos organizam o pensamento e compreendem o mundo por meio da língua de sinais, que é visual e espacial. [...]
SANTOS NETO, Pedro Moreira dos. O mapa e a língua brasileira de sinais (Libras): possibilidades da linguagem cartográfica para construção do pensamento geográfico dos alunos surdos na/da educação básica. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg. br/tede/bitstreams/13cb b9c7-6789-4192-be72 -942b037dd9be/download. Acesso em: 19 maio 2024. Tese de doutorado sobre mapas acessíveis a pessoas com deficiência auditiva.
Como a proposta da seção é a produção de textos autobiográficos, é possível desenvolver a atividade de modo interdisciplinar com Leitura e Escrita.
Atividade
Explique aos estudantes algumas das características principais do gênero autobiográfico. Esclareça que se trata da narração de fatos verídicos da história do autor. A autobiografia obedece à linearidade cronológica, por isso, durante a fase de planejamento, solicite aos estudantes que façam um esquema definindo cronologicamente quais fatos serão narrados. Para uma maior fidelidade à realidade, peça-lhes que anotem eventuais impressões, fatos ou informações de que eles não se lembram bem para perguntar a familiares, amigos ou quaisquer pessoas que tenham esses
Explique que a narrativa fica mais interessante se apresentar oscilações, ou seja, momentos em que problemas foram enfrentados seguidos da superação. Reviravoltas são um recurso que costuma ser atraente nas autobiografias.
Outra possibilidade é pensar em algumas mensagens que as histórias de vida dos estudantes possam passar para o leitor. Durante a seleção dos fatos que constituirão o recorte autobiográfico, eles podem pensar em qual sequência de fatos em sua vida culmina em um eventual exemplo, ensinamento ou inspiração para os leitores.
Lembre aos estudantes que, diante de uma autobiografia, o leitor é transportado para a vida do autor do texto. Assim,
Nossas memórias (ou histórias de vida)
Antes de chegar às mãos do leitor, um livro passa por muitas etapas e, geralmente, envolve o trabalho de vários profissionais. Este livro, por exemplo, contou com o trabalho de autores, editores, ilustradores, cartógrafos, iconógrafos, revisores de texto, diagramadores, designers, entre muitos outros profissionais.
ATIVIDADE
Consulte orientações no MP.
1. Produzam um livro coletivo, no qual vocês serão os autores, ilustradores, iconógrafos (especialista em imagens) e diagramadores. Os professores farão o papel de editores e revisores. Cada estudante deve produzir um relato de sua história de vida. Sigam o passo a passo.
PASSO A PASSO
a) Planejamento
Organizem as etapas de produção do livro. Para isso, elaborem um cronograma e combinem o tamanho de cada texto, considerando a quantidade de estudantes e o número de páginas do livro. Definam quem ficará responsável por trabalhos específicos, como ilustrar as páginas, tratar as imagens, digitar, montar o livro, criar a capa etc. Planejem também o evento de lançamento da publicação.
b) Escrita
Cada estudante (autor) deve escrever um relato de vida, com foco em suas experiências pessoais mais marcantes. Na data combinada previamente, o texto deverá ser entregue ao professor, que fará as primeiras revisões (correções) e edições (sugestão de cortes, reescrita etc.).
c) Ajustes
Cada autor deverá ajustar seu texto e corrigi-lo de acordo com as observações feitas pelo professor, que, depois, fará uma segunda revisão.
d) Imagens
O próprio autor do texto pode fazer as ilustrações e pesquisar as imagens, exercendo o papel de ilustrador e de iconógrafo. Essa tarefa também pode ser atribuída a estudantes que se sintam à vontade para realizá-la, produzindo fotografias ou pesquisando imagens em fontes diversas, como internet, livros e revistas.
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pode-se sugerir que eles selecionem uma passagem para fornecer um pouco mais de detalhes, exprimindo sensações e utilizando os sentidos.
Além do texto, incentive os estudantes a explorar a parte artística da autobiografia. Oriente-os a criar ilustrações que complementem e enriqueçam suas histórias. As ilustrações podem representar momentos-chave, emoções ou símbolos que são significativos em suas narrativas. Explique que a capa do livro é a primeira impressão que o leitor terá, então deve
ser cuidadosamente pensada para refletir o conteúdo e a essência da autobiografia. Incentive-os a usar diferentes linguagens da arte, como desenho, pintura, colagem ou fotografia, para expressar visualmente as experiências e emoções.
Explique aos estudantes que, ao relatar a própria vida, é provável que mencionem pessoas próximas e importantes para a história deles. Por isso, é importante que todos os citados estejam cientes e concordem com a forma como são descritos.
e) Título, capa, sumário e prefácio
Pensem num título para o livro e no projeto de capa, que pode ter imagens que se relacionem com as histórias compartilhadas. O sumário é composto do título de cada história, seguido da indicação do número da página na qual se encontra. O prefácio pode ser escrito pelo professor ou por outro membro da comunidade escolar que queira escrever algumas palavras de apresentação sobre o livro ou sobre o processo de elaboração.
f) Diagramação
Com o conteúdo ajustado, é hora de diagramar, distribuindo e organizando textos e imagens pelas páginas.
g) Montagem e impressão
As páginas deverão ser reunidas em um único volume. Podem ser impressas em grande quantidade em uma gráfica ou em pequenas tiragens, em gráficas digitais, para serem distribuídas no dia do lançamento.
h) Finalmente, os autógrafos!
Na data combinada e divulgada com antecedência para toda a comunidade escolar, familiares e amigos, os autores vão autografar os livros. Nesse momento, cada um pode ler trechos de seu relato para o público presente. A distribuição dos livros pode ser gratuita ou o público pode levar um quilo de alimento em troca de um livro. Depois, os alimentos podem ser doados para instituições locais ou famílias em situação de vulnerabilidade.
Durante a realização da atividade, explique que a autobiografia é escrita sempre em primeira pessoa. Portanto, eles deverão usar pronomes como “eu”, “nós”, “meu”, “minha”. Grande parte dos verbos estarão no passado (pretérito perfeito e imperfeito), e advérbios e locuções adverbiais de tempo deverão ser empregados para localizar o leitor no momento em que as ações ocorreram. Dê exemplos: “antes”, “depois”, “naquele tempo”, “durante a minha infância”, “depois de dois anos” etc.
O evento de lançamento do livro pode ser no mesmo dia de apresentação dos vídeos propostos na seção Projeto.
Atividades
1. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que a tirinha é sobre o futuro e a forma como as pessoas lidam com ele.
b) Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre o fato de muitas pessoas refletirem sobre os rumos que poderiam ter tomado. Essas reflexões podem ser uma forma de explorar diferentes possibilidades e de se entender melhor, bem como entender as próprias motivações. Resposta pessoal. Reflita com os estudantes sobre as escolhas de vida que cada um de nós fazemos ao longo de nossas trajetórias. Muitas escolhas são condicionadas pelos contextos sociais, econômicos e políticos e não dependem da nossa vontade. Outras são feitas de maneira deliberada e consciente. O questionamento sobre termos feito escolhas corretas ou não e sobre como seria nossa vida se tivéssemos enveredado por outros caminhos tende a nos acompanhar por toda a jornada, mas é importante termos consciência de que fazemos aquilo que é possível ser feito. d) Resposta pessoal. Há uma variedade de fatores que podem influenciar escolhas e levar a determinados caminhos em vez de outros. Nossas experiências anteriores moldam nossas percepções, nossos valores e nossas preferências. As escolhas que fizemos no passado, bem como os resultados dessas escolhas, podem determinar
NÃO ESCREVA NO LIVRO. Consulte orientações no MP.
1. A tirinha a seguir, conhecida como Macanudo (termo em espanhol que, em tradução livre, significa “bacana”), foi elaborada pelo cartunista argentino Ricardo Liniers Siri (1973-). Analise-a e, depois, responda ao que se pede.
a) Qual é o tema principal da tirinha? Ao pensar no futuro, que emoções ou ideias podem ser provocadas?
b) Ter medo diante dos desafios da vida é normal, mas, em sua opinião, o que se pode fazer para se aventurar e seguir pela vida?
c) Você já se perguntou como seria sua vida se tivesse seguido por outros caminhos?
d) O que pode nos influenciar a fazer determinadas escolhas e não outras em nossas caminhadas pela vida?
2. Leia um trecho da obra “O filho de mil homens”, do escritor angolano Valter Hugo Mãe (1971-).
nossas decisões futuras. Além disso, circunstâncias socioeconômicas, como renda, classe social e acesso a recursos, podem limitar ou expandir as opções disponíveis. Todos esses fatores estão envolvidos nas escolhas que fazemos em termos de educação, carreira, estilo de vida etc.
2. a) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar as sensações e reflexões que a leitura do texto provocou.
b) Espera-se que os estudantes respondam que o sonho de Crisóstomo
era ser pai e, por não ter realizado o sonho, sentia-se muito triste. Converse sobre o fato de muitas pessoas ficarem frustradas e tristes por não terem sonhos realizados. Explore o fato de que nem sempre é possível a realização dos objetivos, pois às vezes os meios para alcançá-los envolvem circunstâncias alheias à vontade e aos esforços da pessoa.
c) Respostas pessoais. Possibilite um ambiente acolhedor para que os estudantes compartilhem seus sonhos. Infelizmente,
Um homem chegou aos quarenta anos e assumiu a tristeza de não ter um filho. Chamava-se Crisóstomo.
Estava sozinho, os seus amores haviam falhado e sentia que tudo lhe faltava pela metade, como se tivesse apenas metade dos olhos, metade do peito e metade das pernas, metade da casa e dos talheres, metade dos dias, metade das palavras para se explicar às pessoas.
[…]
Um dia, depois de ter comprado um grande boneco de pano que encontrou à venda numa feira, o Crisóstomo sentou-se no sofá abraçando-o.
Abraçava o boneco e procurava pensar que seria como um filho de verdade, abanando a cabeça igual a estar a dizer-lhe alguma coisa. Afagava-lhe os cabelos enquanto fantasiava uma longa conversa sobre as coisas mais importantes de aprender. Começava sempre as frases por dizer: sabes, meu filho. Era o que mais queria dizer. Queria dizer meu filho, como se a partir da pronúncia de tais palavras pudesse criar alguém.
A certa altura, abraçou mais forte o boneco, encolhendo-o até por o espremer de encontro ao peito, e acabou chorando muito, mas não chorou sequer metade das lágrimas que tinha para chorar. […] [...]
Abriu a sua porta e arriscou a sorrir. Imaginou, assim como num sonho, que uma criança abandonada poderia estar passando e quisesse entrar. Sonhou que um filho mais demorado poderia enfim descobrir o caminho para sua casa e ocupar o seu lugar no sofá onde o boneco de pano permanecia com um sorriso tão alegre mas indiferente, um sorriso feito de botões vermelhos.
MÃE, Valter Hugo. O filho de mil homens. São Paulo: Cosac Naify, 2013. p. 11-12.
a) O que a leitura do texto provoca em você?
b) Qual era o sonho de Crisóstomo? Como ele se sentia por não ter conseguido realizar seu sonho?
c) A concretização do sonho de algumas pessoas está associada à realização de um curso no Ensino Superior; enquanto para outras, está em conquistar a casa própria. Esse é o seu caso? Será que todos têm oportunidades iguais de realizar sonhos como esses?
d) Atualmente, você tem feito ações que vão ajudá-lo no futuro? Há algo que você gostaria de fazer para colaborar para a realização de um sonho, mas ainda não começou? A realização dos seus sonhos depende exclusivamente de você?
e) Ao fazer um balanço de tudo o que você viveu e conquistou até o momento, você considera esse saldo positivo ou negativo? Para além de bens materiais, reflita sobre seus valores éticos, morais e religiosos: você se orgulha do ser humano que se tornou?
Chame a atenção para a importância de planejar estratégias e ações para concretizar os sonhos que cada um deles almeja. Explique aos estudantes que estabelecer metas e traçar caminhos para alcançá-las é muito importante. No entanto, existem momentos em que fatores alheios à vontade dos estudantes os impedem de realizar seus sonhos.
e) Respostas pessoais. Possibilite uma roda de conversação para que os estudantes, caso se sintam à vontade, compartilhem experiências e pontos de vista sobre eles mesmos. Deixe que falem sobre valores como honestidade, respeito ao próximo, cooperação, lealdade etc. É importante que não se sintam pressionados a falar, mas que seja algo espontâneo e que vejam significado em compartilhar com os colegas informações que eles possam considerar sensíveis.
nem todos têm oportunidades iguais de realizar seus sonhos, como cursar o Ensino Superior ou conquistar a casa própria. Existem várias barreiras que podem impedir ou dificultar o acesso a essas oportunidades para diferentes grupos de pessoas. As desigualdades de renda e classe social têm papel significativo na capacidade de as pessoas acessarem oportunidades educacionais e habitacionais. A falta de recursos financeiros pode ser uma barreira para financiar a compra de uma casa, por
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exemplo, ou para realizar um curso universitário.
d) Respostas pessoais. Incentive os estudantes a compartilhar ações que têm feito e que podem ajudá-los futuramente. A conclusão da Etapa 8 da EJA é uma das atitudes que podem ser elencadas, pois, ao finalizá-la, os estudantes têm mais possibilidades de conseguir emprego, continuar estudando até chegar à universidade ou a algum outro curso que exija deles a formação nos Anos Finais do Ensino Fundamental.
Explique que o objetivo da atividade é gravar um vídeo no formato de documentário, em que os estudantes irão registrar sua jornada acadêmica e suas projeções para o futuro. Ele poderá ser apresentado em conjunto com o livro proposto na seção Em ação Auxilie-os na criação de um roteiro para o vídeo, explicando que o roteiro deve incluir uma introdução com a apresentação do estudante e um resumo de sua jornada escolar; o desenvolvimento com o detalhamento das experiências escolares, os relacionamentos e os momentos marcantes; e a conclusão com uma reflexão sobre o que aprenderam e as expectativas para o
Sugira que façam anotações e esboços para organizar as ideias antes de começarem a gravar. Durante a gravação dos vídeos, dê dicas práticas, como escolher um local bem iluminado e tranquilo, garantir que o ambiente seja silencioso e que o áudio capturado tenha boa qualidade e esteja claro. Oriente-os a falar com clareza, olhar para a câmera e manter uma postura condizente com a narrativa. Ofereça suporte na edição do vídeo, se necessário, para garantir que a produção comunique de forma eficiente.
Prepare os estudantes para a apresentação do vídeo, explicando a importância de compartilhar suas histórias e como isso pode inspirar outras pessoas. Garanta um espaço de acolhimento, segurança e apoio para que eles se sintam confortáveis em se expressarem com tranquilidade.
[…]
De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.
SABINO, Fernando. O encontro marcado. 32. ed. Rio de Janeiro: Record, 1981. p. 154.
Nesta seção, convidamos você a pensar sobre a experiência da sua formação escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e nos contar seus planos para a vida após o término desta etapa.
A ideia é fazer um vídeo com depoimentos sobre a vida escolar, com o objetivo de registrar toda a caminhada percorrida na EJA, com as dificuldades, aspirações e alegrias. Além disso, pretendemos explorar possibilidades e sonhos para o seu futuro após a formação escolar.
Os vídeos poderão ser exibidos no mesmo dia do evento de lançamento do livro proposto na seção Em ação
Sugerimos que cada estudante elabore um roteiro com os itens a seguir e, se achar conveniente, aproveite trechos do texto produzido na seção Em ação
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Faça uma introdução. Aqui é o espaço para você se apresentar, dizer quem você é. Fale sobre seu nome, onde nasceu, sua idade etc. Conte pontualmente fatos que você considera importantes de sua vida e finalize dizendo os motivos que o levaram a estudar na EJA.
esperando ônibus no ponto para ir trabalhar.
Neste item, descreva sua experiência como estudante da EJA, suas dificuldades e as facilidades que encontrou ao longo do caminho, bem como possíveis preconceitos que enfrentou. Conte como foi sua experiência ao estudar e trabalhar. Muitas mulheres, em especial as que têm filhos, convivem com a realidade exaustiva da jornada dupla. Se for o seu caso, conte também sobre os desafios de conciliar os estudos com tantas outras responsabilidades cotidianas.
EU E A ESCOLA
cumprimentando funcionário
Mulher conversando com sua professora.
Relate como foi sua relação com a escola na EJA, se você se sentiu acolhido e se fez novas amizades. Conte sobre seu relacionamento com os trabalhadores da escola, professores e colegas de turma. Em que os conhecimentos escolares e científicos adquiridos mudaram sua forma de pensar e agir na sua vida e na sociedade? Fale sobre as disciplinas que cursou, do que gostou ou não gostou, com qual área do conhecimento mais se identificou etc.
EU E O FUTURO
Aqui, a ideia é que você relate suas expectativas de futuro. Com a etapa da EJA finalizada, qual será seu próximo passo? Conclua o memorial falando algo positivo para os colegas de turma, incentivando-os a continuar os estudos.
Explique aos estudantes que este é um momento de ensino-aprendizagem em que a ideia é convidá-los a olhar para sua própria jornada estudantil e refletir sobre a caminhada que realizaram até agora. Ajude-os a ampliar os relatos e as reflexões, projetando o futuro em relação à continuidade dos estudos. Incentive-os a compartilhar impressões sobre diversos aspectos da vida escolar, como o acolhimento na escola e as relações sociais com colegas, professores e outros funcionários.
Pergunte como se sentiram ao serem recebidos na escola e como essa experiência decorreu ao longo do tempo. Incentive-os a falar sobre suas relações com colegas de turma, professores e outros trabalhadores da escola. Peça-lhes que reflitam sobre momentos importantes de aprendizado, dificuldades superadas e conquistas. Sugira que incluam no memorial de vida escolar outros itens importantes, como participação em atividades extracurriculares, projetos especiais ou eventos.
Explique aos estudantes que a finalização de um trabalho é um momento importante que marca o encerramento de uma etapa e permite que a experiência vivida durante esse período seja plenamente elaborada. Este momento de conclusão é fundamental para que a turma possa refletir sobre as aprendizagens, reconhecer os esforços e celebrar as conquistas alcançadas. Incentive-os a ver a finalização como uma oportunidade para transformar a experiência em algo significativo e duradouro. Destaque a importância de dedicar atenção e cuidado ao trabalho de finalização. Encoraje-os a revisar, aperfeiçoar e fazer os acabamentos em seus projetos, garantindo que cada detalhe esteja em harmonia com o que se propuseram a fazer. Explique que este é o momento de consolidar o que aprenderam e de refletir sobre o caminho percorrido.
Como produzir depoimento em vídeo Confira, a seguir, as dicas para a produção de um vídeo sobre a vida de um estudante de EJA.
DICAS
• Formem duplas.
• Os vídeos poderão ser gravados utilizando celular ou câmeras de gravação.
• Uma pessoa da dupla será o entrevistado e a outra será o entrevistador e quem gravará o vídeo.
• A voz do entrevistador fará parte do vídeo, mas apenas o entrevistado será filmado.
Transformem os itens do roteiro em perguntas feitas pelo entrevistador. Por exemplo: apresente-se e nos conte: como tudo começou? Como foi seu ofício de estudante? Como foi sua experiência com a escola? Quais são seus planos para o futuro?
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• As respostas deverão ter uma média de um minuto cada uma, totalizando 5 a 6 minutos de duração do vídeo.
• Escolham um local tranquilo, com um cenário de fundo adequado para gravar o vídeo, e preparem o ambiente.
• Sendo o entrevistado, pense na roupa que irá usar para aparecer na gravação, na maquiagem, no cabelo. Organizem os detalhes da produção.
Indicamos o enquadramento que chamamos “três por quatro”, como a fotografia do documento de identidade.
• Verifiquem se a voz do entrevistado está sendo gravada, se o som está claro e audível. Façam testes de gravação para garantir a qualidade visual e sonora do vídeo com os depoimentos.
• Vocês poderão gravar cada pergunta separadamente e depois editar o vídeo, juntando as partes. Esse procedimento facilitará as filmagens.
• Durante a gravação, sendo o entrevistado, fique tranquilo e seja o mais natural possível durante as respostas. Não evite possíveis emoções que possam surgir.
• Em seguida, troquem os papéis: quem foi entrevistado será o entrevistador.
• Com os vídeos prontos, entreguem os arquivos para o professor para que as projeções sejam feitas durante o evento de lançamento do livro proposto na seção Em ação
Ressalte a importância do trabalho colaborativo ao longo do planejamento, da organização, da produção e da finalização do material audiovisual. Explique que as relações pessoais construídas durante o desenvolvimento do projeto são valiosas, assim como a troca de ideias, o apoio mútuo e a cooperação entre colegas. Mostre que o trabalho em equipe enriquece o resultado, trazendo diferentes perspectivas e habilidades para o projeto.
Enfatize que essas relações pessoais, além de contribuir para a qualidade do trabalho, são um componente para o crescimento pessoal e profissional, fazendo com que as interações e parcerias formadas durante esta etapa se tornem futuras colaborações e amizades duradouras, criando uma rede de apoio e inspiração.
Encoraje-os a celebrar a finalização do trabalho e o percurso que trilharam juntos, reforçando a ideia de que cada etapa concluída, cada desafio superado e cada momento de colaboração são partes essenciais de uma experiência transformadora.
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SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) COLÔMBIA
Equador
VENEZUELA GUIANA
Boa Vista Manaus
RORAIMA
ACRE
Porto Velho Rio Branco
PERU
AMAZONAS RONDÔNIA
BOLÍVIA
Regiões
Norte
CHILE
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Divisa estadual
Fronteira internacional
Capital estadual
Capital federal
ARGENTINA
Cuiabá
PARÁ AMAPÁ
Macapá
Belém
São Luís Fortaleza
PIAUÍ CEARÁ MARANHÃO
Palmas
TOCANTINS
MATO GROSSO DISTRITO FEDERAL
Goiânia Brasília
GOIÁS
MATO GROSSO DO SUL
Campo Grande
PARAGUAI
RIO GRANDE DO NORTE
Teresina
PARAÍBA PERNAMBUCO
Natal
João Pessoa
SERGIPE ALAGOAS
BAHIA
Recife Maceió Aracaju Salvador
OCEANO ATLÂNTICO
MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO
Belo Horizonte
SÃO PAULO
PARANÁ
São Paulo Curitiba
SANTA CATARINA
RIO GRANDE DO SUL
URUGUAI
Vitória
RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro
Trópico de Capricórnio
Florianópolis
Porto Alegre
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar . Rio de Janeiro: IBGE, [2024]. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/brasil/3036-federacao-e-territorio/unidades-politico-administrativas.html. Acesso em: 6 maio 2024.
OCEANO PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
GROENLÂNDIA (DIN) SENEGAL GUINÉ-BISSAU SEICHELES COMORES MALDIVAS CINGAPURA BRUNEI CAMBOJA
FEDERAÇÃO RUSSA
PAPUA NOVA GUINÉ FILIPINAS MALÁSIA JAPÃO INDONÉSIA NOVA ZELÂNDIA CHINA NÍGER MAURITÂNIA MALI NIGÉRIA SOMÁLIA SRI LANKA LÍBIA CHADE ÁFRICA DO SUL TANZÂNIA ARGÉLIA MADAGASCAR MOÇAMBIQUE BOTSUANA ZÂMBIA GABÃO REPÚBLICA CENTRO- -AFRICANA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO TUNÍSIA MARROCOS ISLÂNDIA TURQUIA UGANDA ESSUATÍNI LESOTO MALAUÍ BURUNDI RUANDA TOGO BENIN GANA COSTA DO MARFIM LIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉ BURKINA FASSO GÂMBIA CAMARÕES SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE ZIMBÁBUE CONGO GUINÉ EQUATORIAL
AUSTRÁLIA
ROMÊNIA BULGÁRIA SÉRVIA LETÔNIA LITUÂNIA MALTA I. de Creta FED.RUSSA LUXEMBURGO
45º N 2
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar . Rio de Janeiro: IBGE, [2024]. Disponível em: https: //atlasescolar.ibge.gov.br/mundo/2980-divisoes -politicas-e-regionais/planisferio-politico.html. Acesso em: 6 maio 2024.
OCEANO ÍNDICO
ANGOLA NAMÍBIA QUÊNIA ETIÓPIA DJIBUTI ERITREIA SUDÃO SUDÃO DO SUL EGITO CAZAQUISTÃO MONGÓLIA IRÃ ARÁBIA SAUDITA ÍNDIA
OCEANO ATLÂNTICO
ALASCA (EUA) GUATEMALA EL SALVADOR NICARÁGUA COSTA RICA PANAMÁ BELIZE CUBA BAHAMAS HAITI CABO VERDE REPÚBLICA DOMINICANA HONDURASJAMAICA GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) CHILE ARGENTINA
OCEANO PACÍFICO
Polinésia Francesa (FRA)
Havaí/Sandwich (EUA) KIRIBATI SAMOA TONGA
onaidireM ed hciwneerG
Kerguelen (FRA) URUGUAI
Is. Falkland/Malvinas (RUN)
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ANTÁRTIDA
Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Equador Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico
PORTO RICO (EUA) Ilhas Virgens I. Anguila (RUN) (RUN) (EUA) DOMINICA TRINIDAD E TOBAGO GRANADA
SÃO CRISTÓVÃO E NÉVIS
SÃO VICENTE E GRANADINAS I. Montserrat (RUN)
ANTÍGUA E BARBUDA I. Martinica (FRA) SANTA LÚCIA BARBADOS I. Guadalupe (FRA) 60º O 15º N 1 BRASIL BOLÍVIA PARAGUAI PERU EQUADOR COLÔMBIA VENEZUELA MÉXICO ESTADOS UNIDOS CANADÁ
BELMONT, Mariana (org.). Racismo ambiental e emergências climáticas no Brasil. São Paulo: Oralituras: Instituto de Referência Negra Peregum, 2023. E-book. Disponível em: https://peregum.org.br/publicacao/racismo-ambiental-e -emergencias-climaticas-no-brasil/. Acesso em: 20 maio 2024. Resultado de debates recentes sobre o racismo ambiental e sua relação com a situação de exclusão social e periferização das populações negras no Brasil, além dos efeitos da crise climática mundial.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 2020. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/ bitstream/handle/id/566968/CF88_EC105_livro.pdf. Acesso em: 2 maio 2024.
A chamada “Constituição Cidadã” instituiu as eleições livres e diretas, promoveu a liberdade de expressão e consolidou os direitos humanos de forma abrangente, incluindo os direitos das crianças, dos adolescentes, dos indígenas e dos quilombolas, além de promover a igualdade de gênero e muitos outros direitos.
BRASIL. Decreto no 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm. Acesso em: 4 abr. 2024. O decreto define as políticas e ações do Estado brasileiro para o reconhecimento, o fortalecimento e a garantia dos direitos dos povos e das comunidades tradicionais.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. 6. ed. Brasília, DF: Senado Federal, 2005. Disponível em: https://www2. senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70318/64.pdf. Acesso em: 30 abr. 2024.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) torna esses indivíduos sujeitos de direito. Confere à família, à comunidade, à sociedade e ao poder público o dever de lhes garantir, com prioridade, “a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” (Art. 4o).
BRASIL. Estatuto da Pessoa Idosa. Brasília, DF: Senado Federal, 2003. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/ pt-br/centrais-de-conteudo/pessoa-idosa/estatuto-da-pessoa -idosa.pdf. Acesso em: 30 abr. 2024. Alguns direitos garantidos pelo Estatuto do Idoso: gratuidade no transporte público e no fornecimento de medicamentos de uso contínuo, atendimento preferencial na prestação de serviços e no acesso à Justiça, entre outros. Lei sancionada em 2003, nomenclatura atualizada em 2022.
BRASIL. Lei no 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000 […]. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm. Acesso em: 22 maio 2024.
O marco legal do saneamento básico, ao realizar uma série de alterações em legislações anteriores, pretende ajustar processos e financiamentos, bem como a execução de serviços nessa área. BRASIL. Ministério da Saúde. Brasília, DF, [2024]. Site. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/. Acesso em: 20 maio 2024.
O site do ministério apresenta notícias, prestações de contas das atividades e calendários de vacinação, entre outros. O Ministério da Saúde é o órgão responsável por promover a saúde e o bem-estar da população brasileira, formulando e implementando políticas públicas na área.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Brasília, DF, [2024]. Site. Disponível em: https://www.gov.br/ mma/pt-br/. Acesso em: 20 maio 2024.
O site apresenta informações e relatórios sobre as atividades desenvolvidas pelo ministério e outras publicações. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima é o órgão responsável pela administração direta de diversas políticas nacionais, como a do meio ambiente e a de recursos hídricos, visando à preservação e à conservação de ecossistemas e biodiversidades.
COLLYMORE, Nan. Sonia Gomes: “Minha obra é negra, feminina e marginal”. Tradução: Heitor Augusto. C& América Latina, [Berlim], 30 jul. 2018. Disponível em: https://amlatina. contemporaryand.com/pt/editorial/my-work-is-black-feminine -and-marginal-sonia-gomes/. Acesso em: 6 maio 2024. “Porque sou uma mulher, porque sou negra”: esse é o lugar de fala da artista Sonia Gomes, de que trata o artigo. Suas esculturas são feitas de tecidos e materiais que se interpõem entre nossa pele, nossas experiências e o mundo exterior.
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Goiânia, [202-]. Site. Disponível em: https://www.cptnacional.org.br. Acesso em: 29 abr. 2024. O site apresenta a missão e o histórico dessa instituição católica dedicada ao trabalhador rural, além de campanhas e eventos organizados pela comissão.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Brasília, DF, [2024]. Site Disponível em: https://www.gov.br/palmares/pt-br. Acesso em: 20 maio 2024.
Instituída em 1988, a Fundação Cultural Palmares foi a primeira instituição pública dedicada à promoção e à preservação dos valores culturais, históricos, sociais e econômicos advindos da influência negra na sociedade brasileira. Atualmente, é responsável pela emissão do registro de comunidades remanescentes de quilombos e pela difusão de referências afro-brasileiras pelo país. No site da Fundação, há registros de atividades, publicações e outras informações sobre suas responsabilidades.
FUNDAÇÃO HEINRICH BÖLL. Rio de Janeiro, [202-]. Site Disponível em: https://br.boell.org/pt-br. Acesso em: 29 abr. 2024.
A fundação, surgida do movimento ecológico e pacifista alemão, presente em 60 países, impulsiona ações e publicações relacionadas a questões de meio ambiente, de gênero e étnicas.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Rio de Janeiro, [2024]. Site. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/. Acesso em: 20 maio 2024.
Fundada em 1900, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é uma instituição brasileira de saúde pública e pesquisa científica de grande importância. Reconhecida por sua contribuição no desenvolvimento de vacinas e pesquisas sobre doenças infectocontagiosas, a Fiocruz disponibiliza em seu site informações sobre sua história, pesquisas e outras atividades desenvolvidas.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Rio de Janeiro, [202-]. Site. Disponível em: https://www.ibge. gov.br. Acesso em: 29 abr. 2024. O instituto pesquisa, analisa e publica informações necessárias à administração do país e ao exercício da cidadania. O portal agrupa agência de notícias, biblioteca, portal de mapas e outras páginas e serviços.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Brasília, DF, [2024]. Site. Disponível em: https:// www.gov.br/iphan/pt-br. Acesso em: 20 maio 2024. Criado em 1937, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é a instituição responsável por registrar, salvaguardar, preservar e divulgar os patrimônios culturais materiais e imateriais do Brasil. No site, é possível acessar os registros de patrimônios e obter mais informações sobre as atividades desenvolvidas pelo órgão.
ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de; LIMA, Fernanda Deborah Barbosa (org.). Arte jovem: redesenhando fronteiras da produção artística e cultural. Rio de Janeiro: Gramma, 2016. (Coleção Subjetividades juvenis na contemporaneidade). Esse livro reúne estudos que exploram as relações sociais presentes nas expressões artísticas, culturais e comunicacionais da juventude.
AVOLESE, Claudia Mattos; MENESES, Patricia Dalcanale (org.). Arte não europeia: conexões historiográficas a partir do Brasil. 2. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2020.
O livro apresenta uma coletânea de textos que abordam a história da arte do ponto de vista não eurocêntrico, destacando pesquisas realizadas em contextos expandidos. Ele também examina produções artísticas e culturais de diferentes continentes, incluindo arte pré-colombiana, ameríndia, africana, japonesa, entre outras.
AXT, Gunter; SCHÜLER, Fernando (org.). Intérpretes do Brasil: cultura e identidade. 2. ed. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2011.
Antropólogos, sociólogos, historiadores e literatos apresentam uma visão panorâmica do pensamento dos chamados “intérpretes do Brasil”, como Gilberto Freyre (1900-1987), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), Antonio Candido (19182017), Raymundo Faoro (1925-2003) e outros.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. São Paulo, c2020. Site. Disponível em: https://www.socioambiental.org. Acesso em: 29 abr. 2024.
Site do Instituto Socioambiental (ISA), uma organização não governamental que há 30 anos pesquisa, publica e atua em favor da preservação da diversidade ambiental e dos direitos dos povos tradicionais.
MELLO, Luiz Carlos; EURÍPEDES JUNIOR (ed.). Fernando Diniz. São Paulo: Galeria Estação, 2019. Disponível em: https://www.galeriaestacao.com.br/imagens/expo_pdf/ FD2019.pdf. Acesso em: 24 abr. 2024.
No catálogo da exposição de Fernando Diniz, o leitor tem acesso às principais obras expostas na Galeria Estação, aos dados técnicos delas e aos textos dos curadores Luiz Carlos Mello e Eurípedes Júnior, bem como de outros autores, que analisam e contextualizam as obras e o autor.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Brasília, DF, c2024. Site. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br. Acesso em: 29 abr. 2024. O site agrupa as atividades da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e em outros compromissos internacionais do país como membro da ONU.
POVOS INDÍGENAS NO BRASIL - INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. São Paulo, [202-]. Site. Disponível em: https://pib.socioambiental. org/pt/P%C3%A1gina_principal. Acesso em: 2 maio 2024. No site, há centenas de verbetes, com informações etnográficas detalhadas sobre os povos indígenas no Brasil, além de artigos sobre políticas indigenistas, direitos, terras indígenas e outros temas.
BARCINSKI, Fabiana Werneck (org.). Sobre a arte brasileira: da pré-história aos anos 1960. São Paulo: WMF Martins Fontes: Edições Sesc, 2015.
O livro aborda obras, análises e contextos relacionados a produções artísticas e culturais, desde a arte rupestre produzida no Brasil, passando pela arte dos povos originários e pelos movimentos artísticos brasileiros, até o final da década de 1960.
BERTAZZO, Ivaldo. Cidadão corpo: identidade e autonomia do movimento. 5. ed. São Paulo: Summus, 1998. Nesse livro, o autor compartilha os fundamentos teóricos de seu método, juntamente a suas pesquisas sobre dança, consciência corporal e expressão. Além disso, a obra tem servido como uma ferramenta terapêutica para milhares de estudantes ao longo das últimas décadas.
BLOCH, Marc. Apologia da História, ou, O ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
A obra trata de elementos de metodologia de pesquisa em História, com base na ideia de que a história é a ciência que estuda os seres humanos no tempo.
BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e não ator com vontade de dizer algo através do teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
A obra traz inúmeros jogos e exercícios teatrais que podem ser praticados na escola contemporânea.
FEITOSA, Charles. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
O livro faz das obras de arte interlocutoras na busca de compreensão de alguns problemas filosóficos, como as relações entre corpo e natureza e verdade e arte.
FUNARI, Pedro Paulo; PIÑÓN, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011.
O livro traz orientações e propostas para o estudo da temática indígena na sala de aula.
GEMENNE, François; RANKOVIC, Aleksandar; ATELIER DE CARTOGRAPHIE DE SCIENCES PO. Atlas de l’anthropocène. Paris: Presses de Sciences Po, 2019.
Registrando os acontecimentos do Antropoceno e os impactos das atividades humanas no planeta, o livro aborda a mudança climática, a diminuição da biodiversidade, o crescimento demográfico, a poluição atmosférica, as catástrofes naturais, as crises sanitárias e outros temas relacionados à crise ecológica no mundo contemporâneo.
GIDDENS, Anthony; SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da sociologia. Tradução: Claudia Freire. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2017.
Um manual com os principais conceitos sociológicos, da origem à aplicação em contextos do contemporâneo.
GOMES, Flávio dos Santos; LAURIANO, Jaime; SCHWARCZ, Lilia Moritz. Enciclopédia negra: biografias afro-brasileiras.
São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
A enciclopédia apresenta verbetes sobre mais de 550 personagens históricas, da colonização aos dias atuais, destacando o protagonismo negro na história do Brasil.
GOMPERTZ, Will. Isso é arte?: 150 anos de arte moderna do impressionismo até hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
O livro nos leva a uma viagem emocionante pela arte moderna, desde o impressionismo até os dias atuais. Por meio da história dos movimentos artísticos, dos artistas e das obras-primas que moldaram o mundo moderno, a obra revela os segredos por trás da arte moderna.
GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. São Paulo: Record, 2006.
O romance conta a história da menina Kehinde, sequestrada em um reino africano e escravizada na Bahia. A narrativa expõe o duro cotidiano e as lutas dos escravizados no Brasil, que já inspiraram samba-enredo e exposições de arte.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. Tradução: Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Obra de referência que analisa o século XX desde o início da Primeira Guerra Mundial até a dissolução da União Soviética.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
Conceitos, noções, obras e pensadores importantes da Filosofia mundial, em linguagem direta e precisa.
KAUFMAN, Dora. Desmistificando a inteligência artificial Belo Horizonte: Autêntica, 2022. Reunindo artigos publicados em revistas de ampla circulação, o livro de Kaufman debate e explica os principais pontos da origem e do uso das inteligências artificiais.
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Pensar o futuro pode ser difícil pelos cenários adversos que se esboçam. Por outro lado, os problemas de agora não podem ser adiados indefinidamente. Em ambos os casos, as ilusões nos afastam do que está à nossa volta. Nessa coletânea de textos, Ailton Krenak nos faz pensar de modo diferente, desafiando o senso comum e nos deixando maravilhados.
LAGROU, Els (ed.). Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: C/Arte, 2013.
O livro, enriquecido por imagens, leva-nos a um universo fascinante da arte indígena amazônica, desafiando o olhar ocidental. Explora concepções indígenas sobre arte, da contemplação estética à produção de corpos e pessoas.
LASZLO, Cora Miller. Outros caminhos de dança: técnica Klauss Vianna para adolescentes e para adolescer. São Paulo: Summus, 2018.
O livro aborda o desenvolvimento da dança durante a adolescência e a juventude, explorando os caminhos da cena contemporânea, os processos criativos e as expressões poéticas nessa fase da vida.
LE GOFF, Jacques. História e memória. 7. ed. Campinas: Unicamp, 2019.
A obra apresenta alguns conceitos fundamentais da prática historiográfica, como a relação entre presente e passado e memória pessoal e coletiva, além de uma longa discussão sobre os significados da história.
O LIVRO da arte. São Paulo: Globo Livros, 2019. (Coleção As grandes ideias de todos os tempos).
Obra rica em imagens, infográficos, ilustrações e textos interessantes. Explora os movimentos, temas e estilos da história da arte com a reprodução de mais de 200 obras, além de traduzir termos técnicos da área.
PANIZZA, Andrea de Castro. Paisagem. São Paulo: Melhoramentos, 2014. (Coleção Como eu ensino).
O livro, destinado principalmente a professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental, acompanha a formação do conceito de paisagem na história, com indicações de diversas fontes digitais que podem ser utilizadas em sala de aula.
PEDROSA, Adriano; TOLEDO, Tomás (org.). Histórias afro-atlânticas: vol. 1 catálogo. São Paulo: Masp: Instituto Tomie Ohtake, 2018.
A obra reúne uma ampla coleção de obras de arte e documentos relacionados à história dos africanos e seus descendentes na África, nas Américas, no Caribe e na Europa ao longo de cinco séculos.
PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tania Regina de et al O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009.
A obra oferece um repertório variado de fontes históricas e apresenta metodologias para que os pesquisadores possam utilizar esses recursos.
POLLAN, Michael. O dilema do onívoro: uma história natural de quatro refeições. Tradução: Cláudio Figueiredo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2007.
O livro, escrito por um jornalista estadunidense, investiga os processos de produção dos principais pratos consumidos no mundo. Ele acompanha o percurso inverso dos alimentos, da mesa até o solo. Além disso, aborda a produção de ultraprocessados e discute os principais questionamentos éticos e ecológicos relacionados a essa área.
RIOS, Eloci Peres; THOMPSON, Miguel. Biomas brasileiros. São Paulo: Melhoramentos, 2013. (Coleção Como eu ensino).
Questões ambientais contemporâneas, como o modelo de consumo predatório, a poluição e a expansão agrícola, são desenvolvidas em linguagem simples e com rigor conceitual, por meio de exemplos comuns ao cotidiano dos jovens.
ROSS, Jurandyr Luciano Sanches et al. (org.). Geografia do Brasil. 6. ed. São Paulo: Edusp, 2019. (Coleção Didática).
Os autores trazem temas clássicos da Geografia que abordam especificidades do espaço geográfico brasileiro, sem deixar de fazer a relação com a escala global.
SAKAMOTO, Leonardo (org.). Escravidão contemporânea São Paulo: Contexto, 2020.
Especialistas nacionais e estrangeiros analisam diversas faces da exploração do trabalho escravo contemporâneo no Brasil e em outros países.
SANTOS, Bárbara. Teatro das oprimidas. Rio de Janeiro: Casa Philos, 2019.
A autora apresenta o Teatro do Oprimido com base em uma perspectiva feminina, valorizando subjetividades e poéticas femininas e questionando violências e situações opressoras na construção de uma arte cidadã.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2022. (Coleção Milton Santos).
O geógrafo propõe, nesse livro, a teoria geral do espaço, um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações no contexto da globalização.
SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. 7. ed. São Paulo: Edusp, 2007. (Coleção Milton Santos).
O autor aborda a cidadania relacionando-a ao espaço e refletindo sobre a desigualdade socioeconômica nas cidades.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Debatendo os fenômenos da globalização como discurso e acontecimento, o autor apresenta críticas e propostas para que possamos repensar esse conceito tão importante para a Geografia contemporânea.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos (org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
O livro apresenta verbetes essenciais para a compreensão da escravidão no Brasil e suas consequências até os dias atuais.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
As autoras traçam um panorama amplo da história do Brasil, desde o período colonial até os dias atuais, discutindo com profundidade e rigor metodológico momentos decisivos da história do país.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2012. Os autores apresentam conceitos gerais da historiografia, conceitos históricos específicos e ferramentas para o trabalho do historiador e do professor.
SIMÕES, Alan Caldas. Musicalidade crítica: fundamentos para uma educação musical pautada na pedagogia crítica de Paulo Freire. Curitiba: Appris, 2021.
Partindo das teorias de formação crítica de Paulo Freire, o livro apresenta orientações tanto para educadores como para estudantes na formação musical, com base em uma educação humanista, pautada na vivência cultural e no sentimento de pertencimento.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. Tradução: Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos. São Paulo: Perspectiva, 2012.
A obra apresenta os fundamentos e a importância do trabalho com jogos teatrais na escola. Detalha a estrutura e a prática desses jogos, além de apresentar uma ampla variedade de exemplos que podem ser desenvolvidos no ambiente escolar.
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra história das músicas. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. O autor explora a linguagem musical em relação à sociedade e a construções mitológicas, filosóficas e literárias. Abrange tradições musicais de todo o mundo, dividindo-as nas categorias “modal”, “tonal” e “serial”. Um roteiro sonoro disponibilizado digitalmente enriquece a experiência, proporcionando uma viagem transcultural pela música e por seus significados.
FAIXA 1 (página 17): Coração que sente. Compositor: Ernesto Nazareth. Intérprete: Fernando Tomimura (03:44).
Execução em piano da música instrumental “Coração que sente”, de Ernesto Nazareth.
FAIXA 2 (página 17): Seresta. Compositor: Edino Krieger. Intérpretes: Fernando Tomimura e Alberto Kanji (03:59).
Execução com violoncelo em primeiro plano e piano da música instrumental “Seresta”, de Edino Krieger.
FAIXA 3 (página 63): Chiclete com banana. Compositores: Almira Castilho e Gordurinha (Waldeck Artur Macedo). Intérprete: Zélia Duncan (03:25). Eu só ponho bebop no meu samba / Quando o Tio Sam pegar o tamborim / Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba / Quando ele aprender que o samba não é rumba / Aí eu vou misturar Miami com Copacabana / Chiclete eu misturo com banana / E o meu samba vai ficar assim... // Tirurururururi bopbebop-bebop / Tirurururururi bop-bebop-bebop / Tirurururururi bop-bebop-bebop / Eu quero ver a confusão / Bop-bebop-bebop / Tirurururururi bop-bebop-bebop / Tirurururururi bop-bebopbebop / Tirurururururi bop-bebop-bebop / É o samba-rock, meu irmão // É, mas em compensação / Eu quero ver o boogie-woogie com pandeiro e violão / Quero ver o Tio Sam de frigideira / Numa batucada brasileira
FAIXA 4 (página 68): Carimbó. Compositores: obra de domínio público adaptada por Carlos Kater. Intérpretes: Angelo Ursini e Ari Colares (01:18).
Narração: Carimbó. Carimbó possui vários significados em nossa cultura. Ele representa uma dança realizada sobre um ritmo que funde elementos indígenas, africanos e portugueses, onde tem destaque um tambor utilizado pelos índios, chamado curimbó. Por outro lado, ele dá nome a esse tambor, que em algumas regiões é conhecido também por carimbó, e que é feito cavando-se um tronco de árvore e colocando numa das extremidades uma pele de animal. E, finalmente, carimbó se refere ainda a um ritmo do Norte do Brasil, mais precisamente do Pará, que utiliza maracá, banjo, alguns instrumentos de sopro e o tambor curimbó. Vamos escutar dois de seus instrumentos característicos, em ordem de entrada respectiva: curimbó e maracás, dois chocalhos feitos com um tipo de coco contendo sementes em seu interior. [Sons dos instrumentos citados em ritmo de carimbó.]
FAIXA 5 (página 85): Música dos tubos. Compositor: Carlos Kater. Intérpretes: Nelton Essi, Magno Camilo, Leky Onias, Adriana Mello e Carlos Kater (02:36).
Execução musical com cinco intérpretes tocando tubos sonoros com paisagem sonora composta de sons de água e gaivotas a partir de 02:03.
FAIXA 6 (página 85): Música breve para tambores ou baldes. Compositor: Carlos Kater. Intérpretes: Fil Pinheiro e Douglas Alonso (00:34).
Execução musical com dois intérpretes tocando baldes em cânones rítmicos a três vozes (linhas rítmicas) em cânone.
FAIXA 7 (página 111): Desbloqueio de games. Compositor: Chelpa Ferro. Intérprete: Chelpa Ferro (02:51).
Composição musical instrumental com sons produzidos por aparelhos eletrônicos, como videogames e geradores de ruídos, e guitarra elétrica.
FAIXA 8 (página 133): Pot-pourri: cantos das cinco regiões do Brasil. Arranjo: Marcos Scheffel. Intérpretes: Marcos Scheffel, Ricardo Takahashi, Daniel Pires e Joel de Souza (03:20).
Música instrumental executada por quarteto de cordas.
FAIXA 9 (página 177): Autorretrato. Compositor: Fernando Velázquez. Intérprete: Fernando Velázquez (01:19).
Música instrumental processada digitalmente a partir de texto codificado.
FAIXA 10 (página 177): Orema Rojerure Araguy’je Ve’i Ma. Compositor: música tradicional guarani. Intérprete: Grupo Takuá Verá (02:57).
Orema rojerure / Peteı / Mokõe / Mboapy / Araguyjeve’y ma (2x) // Jaje’oi jopive’i / Jaguata mavy tape mirim rupi (2x) // Xondaro’i xondaria’i / Nee katu / Jajopy katu (katu) (2x) // Jajapukai nhanderu amba re / Mem˜e ngatu / Pave’i katu (2x)
FAIXA 11 (página 177): Mosaic para piano, pianola e processamento digital. Compositor: João Pedro Oliveira. Intérprete: Ana Claudia de Assis (03:59).
Música instrumental com piano, pianola (piano de brinquedo) e sons eletrônicos processados digitalmente.
FAIXA 12 (página 221): Paz. Compositor: Carlos Kater. Intérpretes: Anna Carolina Moura e Regiane Martinez (01:28).
Paz / Palestina, Somália, Afeganistão / Mianmar, Sri Lanka, Peru, Paquistão // Paz aqui / Tibete, Líbia, Angola, Iraque, paz ali / Paz no mundo todo e dentro de você!
FAIXA 13 (página 242): Epitáfio de Seikilos. Compositor: anônimo. Intérpretes: Patrícia Nacle, Camilo Carrara e Fil Pinheiro (01:12).
Texto da canção inscrita no Epitáfio de Seikilos, transcrito do grego atual: Hoson zes, phainou / meden holos sy lypou / Pros oligon esti to zen / to telos ho chronos apaitei
FAIXA 14 (página 263): Cirandeiro. Compositor: domínio público. Intérprete: Grupo Cauim sob regência de Paulo Moura e Ari Colares (02:01); Base rítmica de percussão para a ciranda Compositor: domínio público. Intérprete: Ari Colares (01:58). Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol / Cirandeiro, cirandeiro, ah! / A pedra do teu anel brilha mais do que o mar // Eu fui fazer uma casa de farinha / Tão maneirinha que o vento possa levar / Oi, passa sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar // Achei bom, bonito, meu amor cantar / Ciranda faceira, vem cá, cirandeira, vem cá cirandar / Lá, lá, lá, lá, lá / Ciranda faceira, vem cá, cirandeira, vem cá cirandar