PNLD 2026 EM - CAT 2 - EM MOVIMENTO - LINGUAGENS

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LI GUAGE S

PROJETOS INTEGRADORES EM INTERFACE COM O MUNDO DO TRABALHO

Editora responsável:

Ana Luiza Martignoni Spínola

ORGANIZADORA: FTD Educação Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela FTD Educação

MANUAL DO PROFESSOR

ÁREA DE CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

LI GUAGE S

PROJETOS INTEGRADORES EM INTERFACE COM O MUNDO DO TRABALHO

EDITORA RESPONSÁVEL:

ANA LUIZA MARTIGNONI SPÍNOLA

Mestre em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).

Licenciada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Editora.

ORGANIZADORA:

FTD Educação

Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela FTD Educação

ENSINO MÉDIO

ÁREA DE CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Copyright ©, FTD Educação, 2024.

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Direção de Conteúdo e Negócios Cayube Galas

Direção editorial adjunta Luiz Tonolli

Gerência editorial Natalia Taccetti, Nubia de Cassia de Moraes Andrade e Silva

Edição Luiza Sato (coord.), Eliane Cabariti Casagrande Lourenço, Fernanda Bottallo, Ligia Balista

Preparação e revisão de textos Viviam Moreira (coord.), Revisa Sim Editorial Ltda., Markgräfin' Serviços Editoriais e Linguísticos

Produção de conteúdo digital João Paulo Bortoluci (coord.)

LGG – Sarita Borelli, Agência de Notícias

Gerência de produção e arte Ricardo Borges

Design Andréa Dellamagna (coord.)

Projeto de capa Andréa Dellamagna (coord.)

Imagem de capa Pixel-Shot/Shutterstock.com

Arte e produção Rodrigo Carraro (coord.), SG-Amarante Editorial

Diagramação SG-Amarante Editorial Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Agência de Notícias, Cristina Akisino, Luciana Bierbauer Iconografia Agência de Notícias, Cristina Akisino, Ellen Carneiro Ilustrações SG-Amarante Editorial

Elaboração de originais: Márcia Lenise Bertoletti Bacharela e Licenciada em Letras: Tradutor e Intérprete – Inglês e Português (Unibero-SP).

Especialista, Mestra e Doutoranda no Programa de Língua Portuguesa (PUC-SP).

Editora e professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa.

Silvana Rossi Júlio Licenciada em Pedagogia (FEUSP).

Editora de livros didáticos.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Linguagens em movimento : projetos integradores em interface com o mundo do trabalho : ensino médio : volume único / organizadora FTD Educação ; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela FTD Educação ; editora responsável Ana Luiza Martignoni Spinola. -- 1. ed. -São Paulo : FTD, 2024.

Área do conhecimento: Linguagens e suas tecnologias.

ISBN 978-85-96-04783-8 (livro do estudante)

ISBN 978-85-96-04784-5 (manual do professor)

ISBN 978-85-96-04785-2 (livro do estudante HTML5)

ISBN 978-85-96-04786-9 (manual do professor HTML5)

1. Linguagem (Ensino médio) I. Spinola, Ana Luiza Martignoni. 24-230341

CDD-373

Índices para catálogo sistemático:

1. Linguagem : Ensino médio 373

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP - CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

APRESENTAÇÃO

Caro estudante,

Os Projetos Integradores deste livro permitem a mobilização e a articulação de conhecimentos dos componentes curriculares da área de Linguagens e suas Tecnologias, que são Língua Portuguesa, Arte, Inglês e Educação Física

Nesta obra, convidamos você a trilhar percursos de aprendizagens. Para isso, sugerimos experiências investigativas que envolvem a observação, a coleta e seleção de informações, e a reflexão, que são caminhos pelos quais você poderá explorar temas relevantes com criatividade e autonomia, além de exercitar a empatia e o diálogo.

Ao trabalhar com esses projetos, você terá diversas oportunidades de interação com seus colegas, nas quais o respeito e as atitudes cooperativas, propositivas e responsáveis são fundamentais. Além disso, sempre que possível, os conhecimentos adquiridos devem ser compartilhados com os amigos da escola, os professores e a comunidade.

Então, vamos começar?

PROjETOS iNTEGRADORES

Na obra da área de LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS , você encontrará seis Projetos Integradores. Nos títulos de cada um deles, há a indicação da temática e um questionamento que orientam todo o desenvolvimento dos trabalhos.

Espera-se que você e seus colegas, ao final de cada projeto, elaborem um produto final que tenha relação com o tema sugerido. Nesses seis percursos, vocês serão encorajados a trabalhar individualmente, em duplas e em grupos, para realizar uma série de atividades de caráter investigativo.

Considerando que o questionamento tem origem em situações reais que podem contribuir para o desenvolvimento de todos, é importante compartilhar o produto final com a comunidade escolar (estudantes, professores, funcionários da escola, pais e responsáveis, entre outros) ou com a comunidade externa à escola.

O trabalho com Projetos Integradores enfoca Temas Contemporâneos Transversais e possibilita a mobilização de competências gerais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e de competências específicas e habilidades da área de Linguagens e suas Tecnologias .

Temáticas fundamentais relacionadas com meio ambiente, cidadania, economia, saúde, diversidade cultural e tecnologia estão presentes nas investigações sugeridas neste livro. Em cada projeto, os estudantes são convidados a elaborar hipóteses, pesquisar dados e tomar decisões que desenvolvem a reflexão sobre a realidade. Além disso, as aspirações pessoais e profissionais são evidenciadas em propostas que buscam mobilizar a cidadania, a convivência comunitária e o mundo do trabalho de forma respeitosa, consciente e sustentável.

Os projetos desta obra se iniciam com uma

ABERTURA e a VISÃO

GERAL DO PROJETO. Em seguida, eles se organizam em três etapas:

1

2

Dessa forma, os Projetos Integrad ores auxiliarão em sua formação cidadã, incentivando o desenvolvimento de habilidades necessárias para a convivência em sociedade no século XXI, como a criatividade, a autonomia, a responsabilidade, o pensamento crítico e a colaboração, de forma a permitir que você se torne protagonista do seu aprendizado.

Vamos conhecer como seu livro está organizado?

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CONHEÇA SEU iVRO

Abertura

Nestas páginas, você encontrará o tema, a pergunta-chave e uma apresentação do projeto, destacando a sua relevância.

Visão geral do projeto

Nestas páginas são apresentadas informações gerais sobre o projeto que serão mobilizadas durante as investigações. Consta também um resumo do que será produzido em cada uma das três etapas de desenvolvimento dos Projetos Integradores.

Atividades

Ao longo dos projetos, você encontrará propostas de atividades individuais, em duplas e coletivas que trabalham e ampliam os conteúdos abordados. Para expandir os conhecimentos dos estudantes e ainda possibilitar que todos consigam atingir os objetivos propostos, sugerimos algumas atividades de ampliação.

Organizando os trabalhos

Orientações e dicas para a realização dos trabalhos nas próximas etapas.

INÍCIO

ETAPA 1

VAMOS COMEÇAR

Esta etapa busca sensibilizar e apresentar o tema e a proposta da investigação que será desenvolvida no projeto.

Ícones e comandos das atividades que auxiliam tanto na organização das propostas, como na forma que a turma deverá se organizar no espaço escolar.

Produto final

Neste momento são apresentadas as orientações necessárias para a elaboração do produto final.

ETAPA 2

SABER E FAZER

Nesta etapa diferentes informações relacionadas à temática e ao questionamento propostos no projeto são apresentadas. O conhecimento adquirido ao longo do desenvolvimento desta etapa será essencial para a elaboração do produto final.

ETAPA 3 PARA FINALIZAR

Esta etapa é composta por dois momentos distintos: Produto final e Avaliação.

OBJETOS EDUCACIONAIS DIGITAIS

Os ícones a seguir identificam os diferentes tipos de objetos educacionais digitais presentes neste volume. Esses materiais digitais apresentam assuntos complementares ao conteúdo trabalhado na obra, ampliando a aprendizagem.

Avaliação

Sugerimos, neste momento, dois quadros para avaliação: o primeiro possibilita avaliar os saberes adquiridos em todas as etapas; o segundo trata das atitudes que os estudantes demonstraram ao longo do desenvolvimento do projeto.

Mundo do trabalho

Para concluir, propomos uma atividade de reflexão relacionada com o mundo do trabalho e o tema tratado no Projeto Integrador.

Podcast Carrosel de imagens Infográfico clicável Vídeo

SUMARiO

Acessibilidade: os museus são para todos? 10

Mídias digitais: é tudo verdade? 74

PROJETO 5

Imagens: manipulamos ou somos manipulados? 138

Visão geral do projeto ................................. 140

> ETAPA 1. VAMOS COMEÇAR .......................... 142

Imagens manipuladas 142

Por que manipulamos imagens? 145

Projeto 5 - Imagens ................................................

> ETAPA 2. SABER E FAZER ...............................

O que é manipulação de imagens? 154

A manipulação a favor da arte 158

Sustentabilidade:

Visão geral do projeto .........................................

Manipulação de imagens com IA e os riscos aos direitos 160

Manipulamos imagens ou somos manipulados por elas? ........................................... 162

Objetos Educacionais Digitais

Mapa clicável: Pessoas com deficiência no Brasil ........ 15

Podcast: Acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência ...................................... 24

Podcast: Cultura escolar e culturas juvenis ................. 48

Vídeo: Slam – O desafio da poesia urbana 66

Podcast: Agências de checagem de desinformação 98

Vídeo: Aprenda a fazer um vídeo tutorial 100

Vídeo: Bullying e o Brasil 110

Podcast: As palavras na mediação de conflitos 112

Carrossel de imagens: Guerra, Paz e as obras de Portinari .................................................. 124

Podcast: Filtros de imagem das redes sociais afetam a autoimagem dos jovens? .......................... 147

Infográfico clicável: Como fazer a identificação de imagens criadas por IA? 157

Carrossel de imagens: Dia da sobrecarga da Terra: o que ajuda e o que atrapalha ................................ 174

Infográfico clicável:Objetivos da ONU para o desenvolvimento sustentável 177

ACESSIBILIDADE: OS MUSEUS SÃO PARA TODOS?

Assegurar o acesso ao lazer e à cultura a todos os cidadãos é um dever do Estado garantido pela Constituição. Pensar em formas de permitir que as pessoas com deficiência sejam incluídas de forma plena na sociedade é um dever de todos.

Neste projeto, pesquisaremos o conceito de acessibilidade e os direitos da pessoa com deficiência, a forma como os museus e as instituições culturais trabalham com a acessibilidade e a inclusão e de que maneira a tecnologia tem auxiliado na inclusão de pessoas com deficiência e facilitado o acesso à arte. Dessa forma, encaminharemos o trabalho para o desenvolvimento do produto final: uma exposição acessível na escola.

Mulher com deficiência visual lendo o mapa tátil do Solar da Marquesa de Santos (SP), atual sede do Museu da Cidade de São Paulo, 2024.

BETOCELLI/PULSAR IMAGENS

Acessibilidade: os museus são para todos?

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

• Educação em direitos humanos

COMPONENTES CURRICULARES:

• Ciência e tecnologia

• Líder: Linguagens e suas tecnologia – Arte e Língua Portuguesa

• Outros perfis disciplinares: Ciências da Natureza e suas tecnologias – Física; Matemática e suas tecnologias

OBJETOS DE CONHECIMENTO:

• L íngua Portuguesa: Curadoria de informação, relação entre textos. Arte: Processos de criação, Materialidades, Contextos e práticas

PRODUTO FINAL:

Exposição acessível

ETAPAS DO PROJETO

O percurso deste projeto pode ser alterado e construído de acordo com as necessidades da turma.

Vamos começar

Nesta etapa, serão propostas atividades como a análise de dados oficiais sobre pessoas com deficiência, leitura, interpretação de textos e reflexão a respeito das dificuldades enfrentadas por elas, bem como sobre as melhorias necessárias para garantir a acessibilidade, além de análise de situações do cotidiano para apresentar de que forma os museus, com a ajuda da tecnologia, estão construindo espaços e exposições acessíveis para as pessoas com deficiência.

ETAPA

> > OBJETIVOS:

• Reconhecer a igualdade de direitos de todas as pessoas na sociedade.

• Articular conhecimentos de diferentes áreas, como Arte, Língua Portuguesa, Física e Matemática, buscando incentivar ações alinhadas aos direitos humanos.

• U tilizar a linguagem matemática para interpretar, argumentar e transformar situações do cotidiano, relacionadas às diferentes áreas do conhecimento.

JUSTIFICATIVA:

• Investigar a possibilidade de a instituição museológica ser de fato acessível e inclusiva para todos os públicos.

• Inspirar-se em exemplos de museus acessíveis para aplicar conhecimentos de Arte e organizar uma exposição acessível na escola.

• Analisar como as tecnologias e a ciência apresentam melhorias para pessoas com deficiência e auxiliam a propor soluções para problemas do cotidiano.

ETAPA

Para responder à pergunta Acessibilidade: os museus são para todos?, este projeto integrador propõe reflexões sobre as relações entre os museus e a acessibilidade, a fim de mostrar como essas relações se direcionam à inclusão de pessoas com deficiência em espaços culturais e ao uso de novas tecnologias para esse fim. Com isso, pretende-se proporcionar a possibilidade de aplicação dos resultados em ações não somente no ambiente escolar, mas também em sua comunidade.

Para auxiliar na produção da exposição acessível (produto final), são sugeridas pesquisas sobre leis que garantem direitos às pessoas com deficiência e sobre museus que apresentam projetos direcionados a esse público.

Saber e fazer

Nesta etapa, serão apresentados, por meio de textos, imagens, infográficos e pesquisas, museus que já realizam projetos para pessoas com deficiência. Além de propostas de análise e testes de aplicativos que foram criados para facilitar a vida das pessoas com deficiência, serão propostas uma produção de uma audiodescrição e uma pesquisa de recursos, como os videoguias, para serem usados na exposição.

ETAPA

Para finalizar

Nesta etapa, serão feitos o planejamento e a produção da exposição acessível. A sua organização engloba a elaboração de produções artísticas, a preparação do espaço para atender aos critérios de acessibilidade e a utilização de recursos tecnológicos que possibilitem a inclusão de pessoas com deficiência. O tema da exposição será definido pela turma, mas deve-se sempre recuperar a questão norteadora: Acessibilidade: os museus são para todos?

Professor, muitos termos já foram utilizados para se referir às pessoas com deficiência, porém no texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, em 2006, estabeleceu-se que a terminologia mais apropriada é: pessoas com deficiência.

Vamos começar

CONVERSA

Pessoas com deficiência

No mundo, estima-se que cerca de 1,3 bilhões de pessoas têm algum tipo de deficiência significativa, de acordo com o relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2022, (disponível em: https://www.who. int/publications/i/item/9789240063600, acesso em: 14 ago. 2024).

No Brasil, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei no 13.146/2015) divide as deficiências de acordo com sua natureza: física, mental, intelectual ou sensorial (que inclui visão e audição).

Pessoas com deficiência que residem em países emergentes ou em desenvolvimento enfrentam mais obstáculos para se desenvolver e encontram dificuldades de acesso à cultura, ao lazer, à educação e ao mercado de trabalho pela falta de mecanismos que garantam a inclusão na sociedade. Jovens com deficiência, por exemplo, podem ter mais dificuldades para ir à escola e para serem atendidos em um ambiente educacional inclusivo e adaptado às suas necessidades. O infográfico ao lado apresenta dados sobre as pessoas com deficiência no Brasil.

Taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos de idade, por grandes regiões, segundo a existência de deficiência – Brasil – 2022

Norte Nordeste Sudeste

Pessoas de 15 a 17 anos com deficiência

Sul

Centro-Oeste

Pessoas de 15 a 17 anos sem deficiência

Fonte dos dados: IBGE. PNAD Contínua: Pessoas com deficiência 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. p. 11. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov. br/media/com_mediaibge/arquivos/0a9afaed04d79830f73a16136dba23b9. pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

BRASIL: PROPORÇÃO DE PESSOAS DE 2 ANOS OU MAIS DE IDADE COM DEFICIÊNCIA POR REGIÃO (2022)

São 18,6 milhões de pessoas (8,9%) de 2 anos ou mais de idade com deficiência no Brasil em 2022.

Fonte dos dados: IBGE. PNAD Contínua: Pessoas com deficiência 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. p. 11. Disponível em: https:// agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/0a9afaed04d79830f73a16136dba23b9.pdf Acesso em: 30 out 2024.

Em 2023, a PNAD Contínua publicou o módulo “Pessoas com deficiência 2022” registrando as desigualdades em relação às pessoas com deficiência, que têm taxas de escolarização menores que a população autodeclarada sem deficiência. O mesmo ocorreu em relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma das respostas das pessoas com 2 anos ou mais de idade que declararam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum realizar atividades indicadas na pesquisa. As perguntas buscaram identificar o grau de dificuldade na realização de diversos tipos de atividades dos domínios funcionais.

São pessoas (8,9%) de 2 anos Acessibilidade: os museus são para todos?

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Observe e analise o gráfico de colunas e o mapa no infográfico para responder às questões a seguir.

1. De acordo com as informações do mapa, qual região apresentou a maior prevalência de pessoas com deficiência? E qual foi a região onde esse dado foi menor?

2. Na sua opinião, o recorte de idade indicado no gráfico de colunas é aleatório ou existe um motivo que explica essa escolha? Justifique sua resposta.

3. Em quais regiões do país há a menor taxa de escolarização entre os jovens com deficiência? E entre os jovens sem deficiência?

4. Pesquise se, em seu município e Unidade da Federação, há algum documento oficial com informações sobre o número de pessoas com deficiência. Depois, compare-o considerando os dados apresentados pela "PNAD Contínua: Pessoas com Deficiência 2022" em relação à sua região.

5. Em sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no dia a dia? Por quê?

6. Pesquise as características de cada um dos tipos de deficiência apresentados de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência a seguir e quais são as possíveis barreiras encontradas por essas pessoas no seu dia a dia e no meio social. Copie o quadro, no caderno ou em uma folha à parte, e complete-o com as informações encontradas.

TIPOS DE DEFICIÊNCIA

Deficiência física

Deficiência mental

Deficiência intelectual

Deficiência sensorial

PARA ACESSAR

Você pode consultar o Relatório mundial sobre a deficiência, criado pela OMS, para ter acesso a outros dados e saber mais sobre as dificuldades e os direitos das pessoas com deficiência. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44575/97 88564047020_por.pdf;jsessionid=2B23AEAEFAB5701D13406C FBBBA93931?sequence=4. Acesso em: 15 ago. 2024.

7. Observe, a seguir, os principais símbolos de acessibilidade.

Símbolo de pessoas com deficiência visual

Acessibilidade

Telefone para surdos

a) Você já observou alguns desses símbolos em locais públicos em seu município? Em que locais?

b) Você sabe o que cada um deles representa? Faça uma pesquisa e compartilhe as informações com a turma.

c) Além desses símbolos, pesquise outros que estão relacionados à acessibilidade e às pessoas com deficiência.

Visite o site da Prefeitura de São Paulo para conhecer a lista dos símbolos de acessibilidade. SÃO PAULO (Município). Símbolos de Acessibilidade, 30 nov. 2021. Disponível em: https://capital.sp.gov. br/web/pessoa_com_deficiencia/w/noticias/262211. Acesso em: 15 ago. 2024.

Telefone com controle de volume
Símbolo de Língua de Sinais
Sistemas de Audição Assistida
Closed Caption (Legendas ocultas)
Símbolo do Braille
Símbolo de Baixa Visão
PARA ACESSAR
ALBERT STEPHEN

Direitos das pessoas com deficiência

Você conhece a Constituição Federal Brasileira de 1988? Nesse documento, são descritos os direitos básicos do cidadão. A Constituição de 1988 é considerada o primeiro documento legal brasileiro a tratar dos direitos das pessoas com deficiência na sociedade. Leia a seguir trechos da Constituição Federal.

TÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

[...]

CAPÍTULO II

DA UNIÃO

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

[...]

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

[...]

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

[...]

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência.

[...]

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 out. 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Reflita sobre as perguntas a seguir de acordo com o seu conhecimento de mundo. Caso queira se aprofundar, busque informações por meio de pesquisa em sites e publicações confiáveis.

1. O direito à cultura, assegurado pela Constituição, é respeitado? Comente.

2. As pessoas com deficiência encontram a estrutura adequada em museus, salas de cinema, espaços culturais e espetáculos teatrais? Comente.

3. Você acredita que a tecnologia pode contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade? Como?

4. As cidades apresentam condições adequadas para incluir pessoas com deficiência? Como são as condições em seu município?

Como um panorama da história do movimento social e político pelos direitos das pessoas com deficiência no Brasil, o documentário a seguir apresenta depoimentos sobre os direitos das pessoas com deficiência. DA INVISIBILIDADE à cidadania: os caminhos da pessoa com deficiência. 2018. Documentário (52min01s). Publicado pelo Canal Iannuzzi Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=PxRDuyiRv8M. Acesso em: 8 ago. 2024.

Não escreva no livro.
PARA ASSiSTiR

Acessibilidade

Você já deve ter percebido que a acessibilidade é uma questão fundamental quando nos referimos às pessoas com deficiência. A Lei no 10.098, do ano 2000, estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.

No entanto, não é simples definir esse termo.

Leia duas definições sobre acessibilidade apresentadas a seguir.

acessibilidade substantivo feminino

1 Qualidade ou caráter do que é acessível;

2 Facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição acessível.

ACESSIBILIDADE. In: HOUAISS, Antonio. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia, 2009. 1 CD-ROM.

O símbolo internacional de acessibilidade, lançado pela ONU em 2015, representa a esperança e a igualdade de oportunidades e de acesso para todos. No Brasil, em junho de 2024, foi aprovado no Senado o projeto que determina o uso do símbolo internacional de acessibilidade em substituição ao antigo símbolo, que trazia a representação de uma pessoa cadeirante.

[...] a acessibilidade é condição de possibilidade para a transposição dos entraves que representam as barreiras para a efetiva participação de pessoas nos vários âmbitos da vida social. A acessibilidade é, portanto, condição fundamental e imprescindível a todo e qualquer processo de inclusão social, e se apresenta em múltiplas dimensões, incluindo aquelas de natureza atitudinal, física, tecnológica, informacional, comunicacional, linguística e pedagógica, dentre outras. [...].

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Conceito de acessibilidade. Fortaleza, 2019. Disponível em: http://www.ufc.br/acessibilidade/conceito-de-acessibilidade. Acesso em: 15 ago. 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Com base nos textos, discuta com os colegas e apresente para a turma o que significa acessibilidade para você. Ao final da discussão, construam coletivamente uma definição para o termo "acessibilidade" que ficará exposta na sala de aula e também na exposição acessível que será realizada pela turma.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Professor, muitas leis e decretos foram criados após a Constituição de 1988, a fim de assegurar os direitos das pessoas com deficiência. Consulte as Orientações para o professor para ter acesso à lista de leis e decretos.

• Em grupo, pesquisem algumas leis e decretos criados posteriormente ao texto da Constituição para promover e assegurar os direitos das pessoas com deficiência. Depois, selecionem os documentos em ordem cronológica e destaquem os trechos que considerarem importantes para uma roda de conversa com os colegas em sala de aula. Conversem sobre as partes dos documentos que promovem o acesso à escola, ao convívio social e ao mercado de trabalho.

Não escreva no livro.

Acessibilidade em museus

Observe as duas imagens apresentadas a seguir. EM FOCO

Espaços acessíveis possibilitam às pessoas com deficiência física a apreciação de obras em galerias e museus. Na fotografia, o visitante cadeirante tem mobilidade para as esculturas das Galerias do Partenon no Museu Britânico de Londres, Inglaterra, 2023.

AT¡v¡DaDeS

Reprodução tátil do quadro Independência ou Morte, do pintor brasileiro Pedro Américo, adaptada com relevo e legendas em braille. Museu Paulista da USP, São Paulo (SP), 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. O que cada uma das imagens revela?

2. Em sua opinião, essas cenas se repetem na maior parte dos museus do Brasil? Há cidades que têm maior e menor índice de acessibilidade em museus? Pesquise e compartilhe as informações com a turma.

3. Como é a acessibilidade nos museus, nas galerias, nos centros culturais e nos espaços de exposições do seu município? Comente.

4. Você conhece algum trabalho relacionado à acessibilidade desenvolvido em sua comunidade? Como ele é?

5. Quais profissionais você imagina que estariam relacionados ao desenvolvimento de ações, projetos e políticas públicas de promoção e garantia de acessibilidades?

6. Você conhece aplicativos ou sites que facilitam o acesso de pessoas com deficiência a espaços culturais? Dê exemplos e explique como esses recursos tecnológicos promovem a inclusão.

Não escreva no livro.

7. Leia o post a seguir, publicado na rede social do Museu do Ipiranga, localizado na cidade de São Paulo.

a) Nesse post de rede social, é divulgada uma visita temática ao museu, cujo tema é “Corpo e trabalho”, relacionado à exposição de longa duração “Mundos do trabalho”. Para você, considerando o tema e o título da exposição, o que poderia ser discutido durante essa visita?

b) No site do museu, há um resumo sobre a exposição “Mundos do trabalho”. Forme grupos com quatro ou cinco colegas e entrem no link sugerido no boxe "Para acessar". Leiam o resumo da exposição e discutam, entre outros, aspectos como:

• a importância dessa exposição;

• a relevância dela para a comunidade e para os visitantes;

• as habilidades necessárias ao trabalho no período abordado na exposição e as habilidades necessárias para o século XXI.

PARA ACESSAR

Para conhecer a exposição “Mundos do trabalho”, o Museu do Ipiranga elaborou um livreto que destaca diferentes profissões, seus trabalhadores, ferramentas e produtos de ação. Nele, busca-se entender o trabalho como uma atividade humana que objetiva a transformação de elementos naturais para fins determinados e em que são utilizados instrumentos específicos. Disponível em: https://museudoipiranga.org.br/ wp-content/uploads/2024/09/mundos_ do_trabalho.pdf. Acesso em: 18 out. 2024.

Reprodução da capa do material para professores criado para a exposição "Mundos do Trabalho", que aconteceu no Museu do Ipiranga - USP, em São Paulo (SP), 2024.

Vista aérea do Museu do Ipiranga - USP, São Paulo (SP), 2024.

ORGANIZANDO OS TRABALHOS

Projeto 1 - Acessibilidade

Ao entrar em contato com dados oficiais sobre as pessoas com deficiência e conhecer as leis que asseguram a elas o direito à cultura, ao lazer e à acessibilidade, torna-se inevitável fazer o questionamento Acessibilidade: os museus são para todos? Com base nessa pergunta-chave, começaremos a direcionar o trabalho para a produção final, visando à criação de uma exposição acessível na escola.

Ao final do projeto, você e seus colegas se expressarão artisticamente, por meio de uma das linguagens da arte, e organizarão uma exposição acessível na escola, tendo em vista os critérios de acessibilidade.

Para isso, com a ajuda dos professores envolvidos na construção deste projeto, nas próximas etapas você e seus colegas devem se organizar para trabalhar de forma colaborativa. Na etapa 2, vocês trabalharão ora em duplas, ora em pequenos grupos para a execução das tarefas propostas. Para a formação dos grupos de trabalho, procure colegas com experiências e interesses distintos dos seus, cujas características certamente propiciarão trocas de informações valiosas e inusitadas.

Para a organização da exposição na etapa 3, os grupos serão divididos de acordo com os interesses e as aptidões de cada estudante. A distribuição das tarefas e organiz ação das equipes de trabalho para a exposição serão aprofundadas mais adiante neste projeto.

Elaborem, em uma planilha eletrônica, um cronograma de fluxo de trabalho para organizar e acompanhar cada etapa do desenvolvimento, de forma a facilitar a visão geral do evento que vocês produzirão.

O trabalho coletivo incentiva o desenvolvimento dos estudantes e fortalece a empatia na turma.

Materiais necessários

Para realizar esse projeto, vocês vão precisar de computadores, celulares ou tablets com acesso à internet, fones de ouvido, câmeras digitais, trena, fita métrica, papéis diversos, lápis, canetas variadas, tintas, telas, pincéis, sucatas e materiais reutilizáveis, argila, gesso, tesoura, EVA, entre outros. Planejem-se para ter esses materiais em mãos, conforme a necessidade de cada aula, e, assim, executar adequadamente as atividades propostas.

2

Saber e fazer

Museus acessíveis

Jovem em uma

cadeira de rodas visita uma galeria de arte na cidade de Batumi, Georgia, nos Estados Unidos, 2022.

Os museus são espaços culturais de inclusão por excelência, responsáveis por valorizar nossa memória e nossa cultura, garantir a inclusão de diferentes públicos e permitir que o conhecimento acumulado ao longo de séculos seja acessado pelos visitantes. Além disso, são espaços sociais que se abrem para acolher a diversidade e promover a integração social.

Leia a seguir o trecho de um texto sobre o projeto realizado pelo Museu do Futebol, em São Paulo, com pessoas com deficiência.

Projetos Educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade

Introdução

e inclusão

O Museu do Futebol, equipamento cultural público da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, inaugurado em setembro de 2008, já nasceu com o Núcleo Educativo e com um programa de acessibilidade, chamado Programa de Acessibilidade do Museu do Futebol (PAMF). Pioneiro nessa área, o Museu do Futebol foi o primeiro museu a ser inaugurado com o conceito de acessibilidade concebido antes de sua implantação. Ao abrir as portas para o público, o museu se destacou por possuir recursos que, até então, não eram comuns em espaços culturais. Plataformas para cadeirantes e pessoas com

mobilidade reduzida, piso tátil, elevadores, escadas rolantes, banheiros adaptados, audioguias para pessoas cegas, com baixa visão e estrangeiros são alguns dos recursos com os quais o museu conta desde sua inauguração. Além disso, placas em Braille, maquetes táteis, pranchas com alto contraste de cor e relevo e placas em resina para toque tinham o desafio de ajudar na transposição da linguagem do conteúdo da exposição de longa duração para o público com deficiência visual e intelectual. Para o Museu do Futebol, acessibilidade é propiciar que o maior número de pessoas, independentemente de suas condições físicas, sociais e intelectuais, possam viver suas experiências no Museu. Para isso, o PAMF conta com recursos físicos e comunicacionais além de profissionais qualificados para atender a todos. Todas as salas e conteúdo do museu foram pensados para receber e incluir todos os perfis de públicos: brasileiros e estrangeiros; de diversas classes sociais; pessoas com deficiência; crianças, jovens, adultos e idosos. O PAMF também é responsável por criar materiais lúdico-pedagógicos que, de maneira acessível, dialogam com o conteúdo do nosso acervo, facilitando a compreensão e estimulando a reflexão do público.

Nesse sentido, ter em vista o conceito de Acessibilidade num espaço de educação não formal nos faz compreender a verdadeira amplitude da palavra, seja ela no âmbito físico, intelectual, social ou atitudinal. Para o Educativo, como Núcleo que atua diretamente com o público, os recursos físicos de acessibilidade são um suporte para o atendimento humano. Dessa forma, a acolhida, o afeto, a adaptação da linguagem, a utilização de materiais de apoio além do acervo, em suma, toda a disponibilidade do material humano a favor da pessoa com deficiência torna a atuação do Educativo fundamentalmente acessível e inclusiva.

Nesse aspecto, cabe mencionar a importância de projetos específicos criados por nós, que tanto capacitam a equipe quanto abrem para um maior diálogo com os diferentes tipos de público, tais como o projeto

Maquete tátil, um dos recursos de acessibilidade do Museu do Futebol, em São Paulo (SP), 2010.

NÚCLEO EDUCATIVO/MUESU DO FUTEBOL

premiado  Deficiente* Residente , o projeto  Aproximações , o projeto  Museu Amigo do Idoso e o  Espaço Dente de Leite Além disso, internamente, foi desenvolvido o projeto Conviver, de consciência funcional, para dialogar com nosso público mais fiel: os funcionários do museu, tanto os terceirizados como os celetistas.

Projeto Deficiente Residente

O Projeto Deficiente Residente, iniciado em 2010, nasceu de uma necessidade, experimentada pela equipe do Núcleo Educativo, de tornar universos distantes e desconhecidos, familiares. Dúvidas básicas como, por exemplo, se podíamos dizer a uma pessoa cega a expressão corriqueira “como você vê”, a dúvidas mais complexas, como, por exemplo, se uma pessoa autista ou com síndrome de Asperger consegue identificar as emoções por meio de expressões faciais; ou seja, de que modo lidar com alteridades com as quais temos pouco ou nenhum contato e desconstruir determinados pré-conceitos. Estes anseios fizeram parte dos questionamentos que acompanham o desafio de atender pessoas com deficiência com afeto e levando em conta suas especificidades.

O projeto Deficiente Residente partiu do princípio de que para um museu ser acessível ao público com deficiência era necessário fazer um projeto “com” e não “para” a pessoa com deficiência. A palavra “com” aparecia como algo fundamental para colocar todos os envolvidos no papel de protagonistas, pensando juntos em melhorias na acessibilidade física do museu e no atendimento humano ao público. [...]. Planejamos uma imersão, a cada ano, com uma deficiência específica, escolhida com a equipe. Assim, em 2010 trabalhamos a deficiência visual; em 2011, a deficiência intelectual; em 2012, a deficiência auditiva; em 2013, a deficiência física; em 2014, a saúde mental; em 2015, uma retomada com representantes das edições anteriores. A cada ano, foram selecionados residentes para atuar com a equipe nas quebras de barreiras atitudinais. Todos os residentes foram remunerados.

CARDOSO, Ialê Pereira; CONTINELLI, Marcelo. Projetos Educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão. Rede de redes - diálogos e perspectivas das redes de educadores de museus no Brasil . São Paulo, 2018. Disponível em: https://www. sisemsp.org.br/redederedes/artigos/nucleo3/a2.html. Acesso em: 19 ago. 2024. A seguir, apresentamos a reprodução de um infográfico com os principais recursos de acessibilidade promovidos pelo Museu do Ipiranga, em São Paulo (SP), após sua reforma.

Painéis no interior do Museu do Futebol, localizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP), 2023.

*De acordo com a Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, estabeleceu-se que a terminologia mais apropriada é "pessoa com deficiência". No entanto, alguns textos e leis ainda não estão atualizados e apresentam outra terminologia.

O documentário sobre o Projeto Deficiente Residente apresenta de que forma o Museu do Futebol construiu, com as pessoas com deficiência, projetos para garantir a acessibilidade e a integração de diferentes públicos ao espaço do museu. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=Lk9B-q3S-B4. Acesso em: 19 ago. 2024.

PARA ASSiSTiR

Professor, sugira aos estudantes que visitem o site do Museu do Ipiranga e pesquisem as iniciativas dos Núcleos Educativos.

o MUSEU DO IPIRANGA: PROPOSTA DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

1 Libras e legendagem

Todos os conteúdos audiovisuais do Novo Museu do Ipiranga são acompanhados por Libras e por legendas, para incluir as pessoas com deficiência auditiva. Na imagem, por exemplo, uma das mesas interativas do museu apresenta uma pessoa utilizando a Linguagem Brasileira de Sinais para ler o conteúdo.

2 Braile

O sistema braile também está presente no Museu do Ipiranga. Todos os materiais para leitura possuem versão em braile para possibilitar o entendimento das pessoas com deficiência visual. É possível ver esse recurso na imagem ao lado a réplica tátil da pintura Dona Leopoldina de Habsburgo e Seus Filhos, de Domênico Failutti,com uma descrição em braile o lado.

3 Audioguia

O Museu do Ipiranga disponibiliza propostas de direcionamento da visita, entre elas os audioguias, um sistema de guiagem que descreve e explica o passeio turístico. O audioguia com recursos de acessibilidade (audiodescrição, Libras e inglês) é acessado por meio de um programa, que pode ser baixado no celular. Caso o visitante não possua o aparelho eletrônico, há a possibilidade de retirar um tablet na bilheteria.

4 Piso podotátil

O piso podotátil está ao longo de toda a trajetória do museu. Ele permite uma circulação segura de pessoas com deficiência visual por meio do estímulo tátil.

Piso tátil alerta: composto por círculos em relevo para indicar a presença de algum obstáculo ou mudança de direção.

Piso tátil direcional: composto por faixas paralelas em relevo, que aponta o sentido do fluxo e a direção do caminho a ser seguido.

5 Impressão em fonte ampliada e com alto contraste Esse recurso garante acessibilidade àqueles com dificuldade na leitura, por exemplo, quem possui dislexia ou baixa visão. A fonte ampliada e o alto contraste facilitam a legibilidade dos textos expostos.

6 Recursos multissensoriais

A curadoria do museu buscou estimular os cinco sentidos dos visitantes. Existem 333 objetos multissensoriais espalhados em todo o museu: foram desenvolvidas réplicas originais das obras expostas, que podem ser manipuladas pelo público, além de salas com recursos olfativos, algo pouco explorado pelos museus. Essas salas possuem cheiros relacionados à sua temática. Por exemplo, naquelas cujo tema são instrumentos de cozinha, pode-se sentir o cheiro de lenha queimada, remetendo o visitante a espaços com fogões à lenha.

FOTOS:

8

7 Elevadores, rampas e banheiro acessível

As escadas podem ser um elemento excludente para quem possui mobilidade reduzida, por isso o museu dispõe de elevadores e rampas para garantir a acessibilidade. Além desses itens, também há uma plataforma elevatória para viabilizar o acesso de pessoas com deficiência física ao mirante e aos banheiros acessíveis.

Audiodescrição: #PraCegoVer

A audiodescrição traduz em palavras tudo aquilo que é essencialmente visual. Com uma linguagem descritiva, clara e concisa, permite que pessoas com deficiência acessem os conteúdos visuais de forma audível. A presença desse recurso é indispensável no museu, já que viabiliza a compreensão de imagens pelas pessoas com deficiência visual.

10 Redução de estímulos visuais

Nos conteúdos audiovisuais, o Museu do Ipiranga buscou não utilizar elementos com quantidade elevada de estímulos visuais, como os que piscam muito ou os que possuem luz intensa. A elevada luminosidade pode sobrecarregar a visão das pessoas autistas, e assim prejudicar sua experiência no museu.

9 Escrita simplificada

A escrita simplificada é uma forma reduzida e simples de explicar os conteúdos apresentados. Nas salas, as informações são apresentadas de forma objetiva e em um design atrativo e convidativo. Imagens e símbolos gráficos também auxiliam na compreensão de pessoas com dificuldade de se comunicar por meio de textos.

BARROS, Maria Fernanda. Museu do Ipiranga: um prédio secular que projeta acessibilidade e inclusão. Jornal da USP, São Paulo, 29 set. 2022. Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/museu-do-ipiranga-um-predio-secular-que-projeta-acessibilidade-e-inclusao/. Acesso em: 18 out. 2024.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

• Em grupo, ampliem a discussão investigando em sites de outras exposições no Brasil ou no mundo que também apresentem diversidade de recursos de acessibilidade. Selecionem textos e imagens e compartilhem os resultados das pesquisas com os colegas.

Fonte:
FOTOS:

Professor, pense na possibilidade de levar os estudantes a campo ou de sugerir a eles que visitem museus e espaços culturais de sua região. Além de conhecerem esses espaços, eles terão a oportunidade de fazer uma pesquisa de campo

para levantar os recursos de acessibilidade oferecidos a pessoas com deficiência e de entrevistar educadores que participam de projetos de inclusão elaborados pelo núcleo educativo desses lugares. Oriente-os a observar, registrar por escrito ou por desenhos e fotografar o espaço, as obras, os banheiros, sempre com foco nas questões da acessibilidade.

Essa atividade pode ser fundamental para concretizar a exposição acessível proposta como produto final.

Geralmente, os museus aceitam agendamento prévio para visitas de escolas ou pequenos grupos.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Com base na leitura dos textos e na observação das imagens das páginas anteriores, responda às questões a seguir.

1. Você já conhecia o Museu do Futebol e o Museu do Ipiranga, mesmo que apenas por fotografias ou por notícias relacionadas a eles?

2. Você tinha conhecimento da existência de Núcleos Educativos responsáveis por melhorar a experiência do público em visitas ao museu? Qual é a sua opinião sobre esses núcleos após ler os textos?

3. Quais são os recursos que os museus apresentados oferecem para garantir o acesso e a integração das pessoas com deficiência nas exposições?

4. Como você avalia as estratégias utilizadas pelo Núcleo Educativo do Museu do Futebol para garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Após conhecer os museus apresentados anteriormente, a fim de ampliar a discussão, você e seus colegas farão uma pesquisa para conhecer os espaços culturais da sua região que oferecem programas educativos voltados para pessoas com deficiência.

Para se inspirar, vejam o levantamento feito em: "Acessibilidade Cultural – Guia prático para agentes públicos da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal", disponível em: https://www.cultura.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/08/AnexoI-ACESSIBILIDADE_CULTURAL___GUIA_PRATICO_PARA_AGENTES_PUBLICOS__1_.pdf (Acesso em: 18 out. 2024.).

Pesquisem também quais recursos esses espaços utilizam e se dispõem de serviços como áudio e videoguias, intérpretes de Libras, obras táteis etc. Compartilhem os resultados da pesquisa com a turma.

Os surdos se comunicam por meio de línguas de sinais e utilizando o alfabeto manual (conhecido também como datilológico).

A Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão pela Lei nº 10.436/2002. Cada país apresenta sua própria língua de sinais, assim como suas línguas faladas.

VOCÊ SABIA
Não escreva no livro.

Os aplicativos citados no artigo cumprem com objetivos pedagógicos e de informação, sem caracterizar propaganda para este conteúdo.

Tecnologia e acessibilidade

Aplicativos

Você sabia que existem diversos aplicativos criados para auxiliar as pessoas com deficiência? Leia sobre isso no texto a seguir.

7 aplicativos gratuitos para ajudar as pessoas com deficiência

Para a maioria das pessoas a tecnologia serve para facilitar as tarefas. Porém, no caso das pessoas com deficiência, ela pode representar uma ajuda ainda mais importante, tornando possíveis as atividades.

Aplicativos e soluções podem fazer grande diferença na conexão dessas pessoas com o mundo ao seu redor e, para isso, desenvolvedores são capazes de aproveitar tecnologias que fazem parte do dia a dia das pessoas em prol de uma missão bastante nobre.

Confira alguns dos aplicativos de tecnologia assistiva que você pode usar ou indicar para facilitar a vida de quem tem alguma deficiência.

Expressia

[...]

Para famílias e pessoas não verbais, o Expressia é um aplicativo de Comunicação Alternativa incrível, gratuito, facílimo de usar e totalmente personalizável.

Em segundos é possível criar cartões com figuras, fotos, texto, voz e até músicas, e agrupá-los em pranchas temáticas de acordo com o contexto da comunicação. Depois, é só tocar nos cartões em sequência para compor frases e expressar ideias e pensamentos rapidamente!

[...]

TelepatiX

Pessoas que não conseguem falar e têm movimentos muito limitados, como pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e indivíduos acometidos de Paralisia Cerebral ou sequelas de Acidente Vascular Cerebral / Encefálico (AVC/AVE) podem usar o TelepatiX para se comunicar pelo piscar dos olhos, usando a câmera do próprio celular, tablet ou computador. O aplicativo oferece um alfabeto que é percorrido por uma varredura sequencial de linhas e colunas. O próprio utilizador consegue escolher a velocidade da varredura.

A pessoa seleciona cada linha e coluna simplesmente piscando os olhos ou, alternativamente, tocando em qualquer parte da tela, mesmo tendo o menor e mais impreciso movimento. A seleção também pode ser feita por meio de acionadores externos ou, até mesmo, pelo clique do botão esquerdo de um mouse comum.

Para acelerar a escrita, o TelepatiX vai tentando “adivinhar” as palavras a cada letra escolhida, e também aprende o vocabulário frequente do utilizador e completa suas frases mais usadas. Depois de escrever, a pessoa pode mandar o aplicativo vocalizar a frase em alto e bom som.

[...]

Seeing AI

O Seeing AI é um aplicativo incrível que está ajudando a mudar a vida de pessoas cegas ou com alguma deficiência visual. Usando o poder da Inteligência Artificial, o Seeing AI oferece soluções inteligentes para facilitar a vida de pessoas com algum problema de visão. Com sua ajuda, essas estão tendo mais facilidade para entender o que está acontecendo ao seu redor.

eSSENTIAL Accessibility

O eSSENTIAL Accessibility é uma tecnologia assistiva para computadores pessoais que auxilia os usuários com dificuldades de controlar o mouse, de usar o teclado ou de ler na tela. Na prática, funciona como um navegador com recursos de acessibilidade, permitindo, por exemplo, controlar o cursor com movimentos do rosto e comandos de voz, entre outras alternativas para mouse. [...]

Pro Deaf

ProDeaf é um software de tradução de texto e voz na língua portuguesa para Libras – a língua brasileira de sinais, com o objetivo de realizar a comunicação entre surdos e ouvintes.

Be my Eyes

O app permite que qualquer pessoa possa emprestar sua visão por alguns minutos. O app é gratuito e funciona como um sistema de câmera que conecta deficientes visuais com voluntários e permite que, por meio da fala e da imagem, problemas como identificar locais, fotos ou, por exemplo, o que diz uma placa ou data de validade de um produto sejam resolvidos facilmente.

HandTalk

Para os surdos que utilizam a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e também para aqueles que querem se comunicar com eles, mesmo não tendo o conhecimento da LIBRAS, esse aplicativo é um tradutor simultâneo dos dois idiomas. [...]

Wheelmap

O Wheelmap é um aplicativo que auxilia a encontrar lugares com acessibilidades já visitados por outras pessoas com deficiência. Nele é possível informar se o local tem acessibilidade para cadeirante ou quais problemas tem. É uma troca de informações útil e colaborativa [...] disponível em 22 idiomas [...]

7 APLICATIVOS gratuitos para ajudar as pessoas com deficiência. TiX Tecnologia Assistiva. Belo Horizonte, [20--?]. Disponível em: https://tix.life/ tecnologia-assistiva/7-aplicativos-gratuitos-para-ajudar-as-pessoas-com-deficiencia/. Acesso em: 22 ago. 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Você já conhecia ou já utilizou algum desses aplicativos?

2. Quais desses aplicativos poderiam ser utilizados para propor uma exposição acessível em sua escola? Justifique.

3. É possível se inspirar na tecnologia utilizada por esses aplicativos e adaptá-la para um projeto em sua escola? Como?

ER

Vamos testar? Este é o momento em que você e seus colegas poderão baixar e usar os aplicativos para entender como cada um deles funciona. Muitas ideias poderão surgir neste momento. É importante anotá-las para serem retomadas em momento oportuno. Futuramente, esses aplicativos poderão ser utilizados na exposição organizada por vocês ou servir para inspirar a criação de vídeos e conteúdos acessíveis pensados pela turma.

Leia no site Agência de notícias da indústria a matéria “6 projetos de acessibilidade no mundo das artes que você precisa conhecer!”. Disponível em: https://noticias.portaldaindustria. com.br/noticias/robotica/6projetos-de-acessibilidade-nomundo-das-artes-que-voceprecisa-conhecer/. Acesso em: 19 ago. 2024.

Não escreva no livro.
PARA

A udiodescrição de uma obra de arte

A audiodescrição é um recurso tecnológico utilizado para possibilitar a pessoas com deficiências visual e intelectual fruírem de obras de arte em museus e espaços culturais. Ela transforma imagens em palavras. Contém informações que não são apreendidas visualmente pelos cegos: expressões faciais, composição dos elementos da cena, descrição da luminosidade, detalhamento das vestimentas utilizadas pelos personagens, entre outras.

Transcrevemos a seguir uma audiodescrição de autoria de Simone de Araújo Barbosa.

[...] imagem da obra de arte − Título: “A Ponte de Westminster”. Óleo sobre tela de 1906. Obra de André Derain, pintura característica do movimento fauvismo em que os elementos da natureza são apresentados em cores vivas, contrastantes e não realistas.

Descrição geral: A obra retrata a paisagem de carros sobre uma ponte suspensa vista em perspectiva curvilínea cercada por árvores altas. Ao fundo prédios, sol com pequena nuvem à esquerda.

Detalhes: Parte inferior é representada pela largura da ponte com piso verde que se curva verticalmente à esquerda cerca de dois terços do tamanho da tela.

A ponte de Westminster (1906), de André Derain (1880-1954). Óleo sobre tela, 81 cm × 100 cm.

À medida que os carros se aproximam da parte inferior, a maioria azuis com detalhes em preto, tornam-se mais nítidos seguindo as normas de perspectiva.

As árvores são representadas por linhas finas na cor laranja com alguns traços finos azuis. As copas possuem uma leve inclinação para o lado esquerdo como estivessem acompanhando a curvatura da ponte.

Do lado esquerdo da ponte, sugere rio, na cor amarelo com pinceladas curtas e isoladas na cor azul e verde-claro. Neste ambiente há alguns objetos na cor azul, sugere barcos.

À esquerda, parte superior, terminada a curvatura da ponte, há uma linha do horizonte demarcada em toda extensão por estruturas de prédios de vários tamanhos na cor azul. Logo atrás, há uma luminosidade forte em amarelo, sugere sol, ao se aproximar observa vários tons de azuis e laranja na composição do céu. Do lado esquerdo há uma nuvem pequena com predominância da cor rosa.

Dados complementares: A tela está exposta no Museu d’Orsay (Paris, França). O artista se expressa por meio da cor intensa que define a forma [...].

BARBOSA, Simone de Araujo. Descrição de uma obra de arte por Audiodescrição: “A Ponte de Westminster”. Olhares, 1 nov. 2015. Blogue. Disponível em: http://olharesemdegrau.blogspot.com/2015/11/leitura-de-uma-obra-de-arte-por.html. Acesso em: 19 ago. 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Quais elementos da obra de arte foram explorados para construir a audiodescrição apresentada acima?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Em duplas, escolham uma obra de arte e a observem detalhadamente. Façam anotações sobre os aspectos que mais lhes chamam a atenção. Descrevam a obra da maneira mais detalhada possível, apresentem elementos que possam enriquecer a interpretação e citem as formas, o material utilizado, as dimensões etc. Após finalizar a descrição, façam a leitura do texto produzido e gravem em um aparelho que armazene registros sonoros (pode ser um celular, um gravador ou um computador). Ao final da gravação, ouçam-na com atenção e compartilhem com os colegas a audiodescrição da obra.

• Peçam aos colegas que façam sugestões de melhorias e apontem elementos que poderiam entrar em uma audiodescrição futura, que será utilizada possivelmente na exposição acessível organizada pela turma na escola.

Professor, caso haja estudantes com deficiência visual na turma, eles serão fundamentais para a realização da atividade e poderão dar sugestões importantes para que as audiodescrições fiquem cada vez melhores.

Assista ao vídeo Audiodescrição é importante recurso para acessibilidade para ampliar os conhecimentos sobre o tema. Disponível em: https:// ufmg.br/comunicacao/noticias/ audiodescricao-e-importante-recursopara-acessibilidade. Acesso em: 19 ago. 2024.

PARA ACESSAR

V ideoguias e QR Code

Os videoguias são instrumentos de acessibilidade muito utilizados em diferentes espaços sociais e culturais. Nos museus, os vídeos produzidos em Libras com legenda em português permitem às pessoas com deficiência auditiva ter contato com obras e vivenciar a experiência museal de forma plena. A Pinacoteca do Estado de São Paulo foi uma das pioneiras na utilização do serviço de videoguias para surdos e apresenta diversos conteúdos em sua página oficial.

O QR Code (Quick Response Code), uma evolução do código de barras com grande capacidade de armazenamento e facilmente lido por aplicativos de celular, é uma tecnologia importante para o recurso de videoguia. Desenvolvida nos anos 1990 pela empresa japonesa Denso-Wave para ser utilizada na indústria automobilística, logo se tornou uma ferramenta com diversas outras aplicações. A tecnologia do QR Code aliada aos videoguias permite a compreensão de informações pelas pessoas surdas, sem custo para quem utiliza e para quem fabrica.

Por mais que sejam amplamente utilizados como recurso de acessibilidade, os videoguias não fazem parte da lista da Tecnologia Assistiva. A expressão foi criada em 1988, nos Estados Unidos, e define uma área interdisciplinar do conhecimento, que engloba recursos, produtos, metodologias, estratégias, práticas e serviços com o objetivo de ampliar a participação de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, visando promover vida independente e inclusão. Apesar de a tecnologia apresentar possibilidades e recursos muito eficazes, o seu uso não exclui a atuação de intérpretes de Libras em museus e espaços culturais. É fundamental a presença de funcionários qualificados para atender o público com deficiência auditiva, a fim de contextualizar, descrever o ambiente e acompanhá-lo durante toda a visita.

Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Você já tinha ouvido falar na expressão "Tecnologia Assistiva"? Como ela pode auxiliar as pessoas com deficiência no dia a dia?

2. Você já conhecia o serviço de videoguia? Já utilizou ou conhece alguém que tenha utilizado em alguma visita a museus? Comente essa experiência.

3. Você conhece algum intérprete de Libras? Em que local ele trabalha?

A TV INES é a primeira webTV em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ela oferece conteúdo diversificado sobre cultura, entretenimento, esporte, tecnologia, além de desenhos animados, filmes e aulas de Libras. Para saber mais sobre a TV INES, acesse o site : https://debasi.ines.gov.br/tv-ines. Acesso em: 19 ago. 2024.

PARA ASSiSTiR

Para finalizar

PRODUTO

E xposição acessível

Nesta última etapa, você e seus colegas vão cuidar de todos os detalhes da organização e produção da exposição acessível na escola.

Em um primeiro momento, a turma trabalhará junto para definir as características e o perfil do público a que se destinará a exposição acessível. Em um segundo momento, vocês se dividirão em pequenos grupos. Cada grupo poderá ficar responsável por uma etapa da produção. Os estudantes que se sentirem mais à vontade para produzir artisticamente podem ficar responsáveis por essa etapa; um segundo grupo pode cuidar dos critérios de acessibilidade e da organização do espaço expositivo; e outro pode cuidar da utilização dos recursos tecnológicos adequados à exposição. Organizem-se para que todos possam participar e contribuir da melhor forma possível.

Definindo aspectos da exposição

Com o intuito de iniciar a preparação dos trabalhos, você e seus colegas devem elaborar um planejamento para definir a que público se destinarão a exposição e as produções artísticas criadas por vocês.

É possível realizar uma exposição que atenda a todas as pessoas com deficiência (física, mental, intelectual ou sensorial) ou eleger um tipo de deficiência para ser o foco da exposição.

Vocês realizarão uma pesquisa, em sua comunidade escolar, com o objetivo de delimitar e definir as demandas da preparação da exposição acessível. Esta atividade é muito importante para o desenvolvimento dos trabalhos e será dividida em cinco passos, detalhados a seguir.

1. Elaboração do questionário

Definam as perguntas que farão parte da pesquisa, de forma a esclarecer pontos fundamentais para a realização do evento na escola. Sugestões:

• Qual é a estrutura ideal de um espaço cultural para receber pessoas com deficiência?

• Que tipo de obras de arte pode despertar mais interesse do público?

• Quais recursos tecnológicos você imagina quando falamos em acessibilidade em museus?

• Quais desafios uma pessoa com deficiência enfrentaria em uma exposição de arte realizada nesta escola?

• Em sua opinião, que tipo de deficiência a exposição acessível deve focar?

2 . Público a ser entrevistado

Definam o perfil do público a ser entrevistado: estudantes, professores, funcionários da escola, entre outros. Fiquem atentos: as questões elaboradas no passo anterior devem ser coerentes com o público a ser entrevistado.

Vocês podem realizar uma pesquisa censitária (com todas as pessoas do público escolhido) ou por amostra (escolha aleatória de algumas pessoas, cujos dados passam a representar o todo).

3. Coleta de dados

Definam como será aplicado o questionário (em papel ou por meio de algum aplicativo ou ferramenta on-line) e como serão registradas as respostas dos entrevistados. Organizem e dividam as tarefas a serem desenvolvidas. Para isso, será necessário o uso de computadores, tablets ou celulares com acesso à internet, câmeras digitais, gravadores e blocos de anotações.

4. Organização dos dados

Após a aplicação dos questionários, organizem as respostas em forma de listas, quadros ou planilhas eletrônicas.

5. Análise dos dados

Após a organização dos dados, escolham recursos para realizar a análise dos dados obtidos, como gráficos ou tabelas. Também é possível usar medidas de tendência central para representar alguns dados, como média aritmética, moda ou mediana. Por fim, analisem todas as informações cole tadas para definir como será a exposição na escola.

Ao finalizar a pesquisa, é importante que vocês elejam, coletivamente, um tema a ser desenvolvido na exposição. Em seguida, definam: o local onde será realizada a exposição na escola, que tipo de produções artísticas (escultura, pintura, fotografia, performance etc.) serão feitas, quais recursos tecnológicos serão utilizados para garantir a acessibilidade e qual será o público-alvo da exposição.

P roduções artísticas

Os estudantes que escolherem se expressar artisticamente definirão também a linguagem da arte na qual se sentem mais confortáveis em produzir. Por exemplo: aqueles que gostam de fotografar podem se dedicar à fotografia; os que preferem a pintura podem se dedicar a essa expressão artística; e, ainda, os optantes pela escultura poderão se ocupar da criação de objetos em três dimensões. Há ainda a possibilidade de criar performances que devem ser previamente planejadas para serem apresentadas no dia da exposição.

Com os tipos de produções artísticas definidos, a turma deverá provisionar os materiais necessários para a sua produção, como câmera digital, papéis diversos, tintas, telas, pincéis, sucatas e materiais reutilizáveis, argila, gesso, tesoura, EVA, entre outros. Além disso, é importante verificar se na escola existe algum espaço que poderá ser utilizado como ateliê de arte para a produção e preparação das peças para a exposição.

Uma boa forma de incentivar a criatividade é realizar uma pesquisa sobre as obras de artistas contemporâneos, como Rosana Paulino, Claudia Andujar, Sonia Gomes, Vik Muniz, Cildo Meireles, entre outros, e as técnicas utilizadas por eles. A arte contemporânea tem como características: o uso de materialidades não convencionais que proporcionam a liberdade de escolha para concretizar a obra e a criação de obras interativas, das quais o espectador participa ativamente, utilizando, para isso, técnicas inovadoras e recursos tecnológicos para a criação.

Os artistas, de modo geral, sempre buscam novos meios para se expressar, apoiando-se nas transformações do mundo, na crescente globalização e nos avanços tecnológicos. Sendo assim, o grupo terá a oportunidade de trabalhar com arte e expressar-se na linguagem contemporânea que julgar mais adequada para a exposição.

É importante pensar nos possíveis diálogos dessas obras com o tema da exposição definido pela turma, com o público-alvo e com o espaço onde elas serão expostas. Transcrevam o quadro a seguir, no caderno, e o preencham como orientação do processo criativo, tendo em mente que pode haver mudanças no meio do caminho.

Não escreva no livro.

O grupo responsável pelos recursos tecnológicos deve acompanhar a escolha dos espaços, a criação e produção das obras de arte a fim de pensar em estratégias para tornar o conteúdo acessível ao público escolhido.

R ecursos tecnológicos na busca pela acessibilidade

O grupo responsável por aplicar recursos tecnológicos às peças para a exposição acessível pode planejar a criação de obras táteis, a gravação de audiodescrições ou até mesmo a produção de videoguias com a ajuda de intérpretes de Libras, se possível.

Para trabalhar de acordo com a perspectiva inclusiva, é preciso considerar critérios fundamentais que proporcionem uma experiência significativa para o público. Esses critérios podem ser divididos em duas categorias: acessibilidade à informação e ao espaço.

Esse grupo manterá o foco na primeira categoria: I. Acessibilidade à informação: textos em braile, conteúdos em Libras, audioguias, audiodescrição e obras táteis.

A produção dos conteúdos será feita com base nas obras criadas pelos estudantes. É possível utilizar aplicativos já existentes, mas será preciso realizar uma pesquisa sobre quais deles podem contribuir para o desenvolvimento dos conteúdos criados por vocês. Se optarem pela criação de um aplicativo para a exposição, será preciso realizar pesquisas, consultar tutoriais e aprender com outros estudantes e professores que entendam de tecnologia.

Em um segundo momento, será necessário agendar um dia para realizar a gravação dos áudios e videoguias e fazer uma lista dos materiais que serão necessários para o dia da exposição, como fones de ouvido, celulares ou tablets com acesso à internet para disponibilizar o conteúdo produzido por vocês. Não se esqueçam de que todos os equipamentos e os conteúdos produzidos deverão ser checados antes da exposição para que não apresentem problemas técnicos no momento de sua utilização.

Se existirem pessoas fluentes em Libras na escola, elas poderão ser convidadas a atuar como guias no dia da exposição.

Criança interagindo com o mapa tátil com ajuda de adulto na mostra Convivendo Com Robôs, no Japan House, em

PARA ACESSAR

O site Canal Tech apresenta um passo a passo de como criar um QR Code, cujo tutorial pode servir como base para as produções da turma. MAGALHÃES, A. L. QR Code - Entenda como funciona e aprenda a fazer. CanalTech, 13 jan. 2022.# Disponível em: https://canaltech.com.br/internet/ qr-code-saiba-como-funciona-eaprenda-como-fazer/. Acesso em: 19 ago. 2024.

São Paulo, 2024.
BETO CELLI/PULSAR IMAGENS

A acessibilidade no espaço expositivo

Conhecer com precisão as dimensões do espaço onde se realizará o evento é fundamental para garantir a adequada exposição das obras e assegurar o livre trânsito dos visitantes entre elas. Cálculos de perímetro, de área e de altura devem ser realizados para prever os espaços de instalação das obras, de modo que a contemplação seja acessível a todos os visitantes. Esses cálculos podem ser efetuados com a ajuda de aplicativos. Do mesmo modo, as áreas de circulação dos visitantes devem ser previstas para permitir o deslocamento confortável entre as obras. A instalação de rampas de acesso e a aplicação de piso tátil também devem ser consideradas. Esse grupo focará na segunda categoria de acessibilidade citada anteriormente:

II. Acessibilidade ao espaço: a arquitetura, a concepção e a organização dos espaços expositivos são grandes aliados para auxiliar no deslocamento e na utilização dos ambientes com segurança. Iluminação, distribuição, localização e exposição adequadas das obras também são de fundamental importância para tornar o espaço acessível. Devem-se prever, ainda, avisos luminosos que auxiliem as pessoas com deficiência auditiva, avisos sonoros e piso tátil para as pessoas com deficiência visual e rampas e elevadores para as pessoas com deficiência física. A exposição pode ser realizada em uma sala de aula preparada para receber as produções ou em outro espaço da escola que o grupo julgue adequado. O projeto curatorial de uma exposição que prima pela acessibilidade deve tanto permitir o acesso como facilitar a compreensão dos objetos artísticos expostos, principalmente para pessoas com deficiência, considerando assim aspectos físicos, comunicacionais e atitudinais:

• A spectos físicos – Acesso adaptado para a circulação de pessoas em cadeiras de rodas e mobilidade reduzida, piso tátil para orientação e segurança de pessoas com deficiências visuais, alcance visual e manual de textos, bases e recursos de apoio para pessoas com e sem deficiência.

• A spectos comunicacionais – São maquetes táteis tridimensionais de obras de arte, reproduções em relevo texturizado e alto contraste de imagens bidimensionais, jogos associativos de obras de arte com poemas, palavras, extratos sonoros e imagens, objetos referenciais tridimensionais e quebra-cabeças imantados. Além disso, há textos investigativos disponibilizados em áudio e dupla leitura (tinta com caracteres ampliados e braile).

Projeto curatorial: reflete as escolhas, as motivações e os percursos definidos pelo grupo responsável pela organização de uma exposição, mostra ou bienal de arte.

• A spectos atitudinais – Consistem nas ações de formação para todas as equipes das instituições envolvidas, principalmente aquelas ligadas ao atendimento do público, por meio de cursos, palestras e oficinas a professores e educadores, visando a formação desses profissionais para o planejamento de programas e cursos de arte para alunos e os mais diversos perfis de públicos, permitindo a todos o amplo acesso à fruição e apreciação da arte [...].

TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Acessibilidade cultural: inclusão de públicos escolares com deficiências. Caderno Arte + Educação, São Paulo: Fundação Volkswagen: Editora Segmento, 2015. p. 100-101.

Para que essa acessibilidade seja alcançada, é preciso atentar para as características do espaço expositivo e elencar os itens que necessitam ser adaptados para que ele se torne acessível a todos. Listamos a seguir alguns critérios que precisam ser observados e questionamentos que podem surgir durante a organização:

PARA ER

O Manual de Instruções Técnicas de Acessibilidade para apoio ao Projeto Arquitetônico apresenta informações importantes sobre o dimensionamento básico para pessoas com deficiência acessarem espaços e se locomoverem pela cidade. A leitura do material contribuirá para a montagem e organização do espaço da exposição na escola. SÃO PAULO (Município). Manual de instruções técnicas de acessibilidade para apoio ao projeto arquitetônico. São Paulo: SMPED, [20--?].

Disponível em: https://www.prefeitura. sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/ pessoa_com_deficiencia/manual%20 acessibilidade.pdf. Acesso em: 19 ago. 2024.

1. Distribuir: as obras pelo espaço, considerando a altura e a proximidade adequada para que pessoas com deficiência possam acessá-las.

2. Observar: o local escolhido para a exposição apresenta colunas que dificultam a passagem ou corredores amplos? O percurso até o local é fácil? Necessita de sinalização ou adaptações como rampas de acesso? Como esses problemas podem ser solucionados pela turma?

3. Definir: as obras expostas poderão ser tocadas? Serão acompanhadas por legendas em braile e por suas respectivas reproduções táteis?

4. Prever: alguma formação será oferecida ao grupo que realizará a exposição, visando prepará-lo (grupo) para receber de forma adequada todos os públicos?

Por fim, criem cartazes ou convites virtuais para divulgar a exposição. Definam o período em que a exposição será realizada e se será aberta para toda a comunidade ou somente para os estudantes e funcionários da escola. Organizem-se com antecedência para arrumar o espaço escolhido e dispor as produções artísticas adequadamente no dia do evento.

Uma ótima ideia é fazer registros de todo o processo, que podem ser fotografias, relatos, vídeos e desenhos sobre os trabalhos realizados pelos grupos durante a produção e a organização e no dia da exposição.

Aproveitem cada momento e boa exposição!

Avaliação

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção dos saberes, das atitudes e a reflexão sobre o tema e o mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros que permitem o acompanhamento da produção e a reflexão do que foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem ser copiados e preenchidos de acordo com as orientações do professor.

Avaliação dos saberes

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

Não escreva no livro.

Analisar dados oficiais sobre o número de pessoas com deficiência no Brasil considerando os tipos de deficiência.

Refletir sobre os direitos, as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e as melhorias necessárias para garantir sua acessibilidade.

Conhecer e discutir os recursos disponibilizados por museus que garantem a acessibilidade para pessoas com deficiência.

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES D ESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

ETAPA

2 – SABER E FAZER

Conhecer museus inclusivos e os recursos de acessibilidade utilizados em seus programas educativos.

Fazer levantamento de espaços culturais e museus na região onde moro e pesquisar sobre programas educativos e recursos para pessoas com deficiência que esses espaços disponibilizam.

C.

Conhecer e testar aplicativos criados para facilitar o cotidiano das pessoas com deficiência.

Produzir audiodescrição de uma obra de arte e conhecer os recursos de videoguia.

Pesquisar sobre a tecnologia assistiva e como ela pode auxiliar as pessoas com deficiência.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

Planejar e organizar uma exposição acessível na escola destinada a pessoas com deficiência.

Expressar-se artisticamente e preparar o espaço expositivo de forma a atender aos critérios de acessibilidade. B.

Selecionar, testar e aplicar recursos tecnológicos disponíveis que possibilitem a inclusão de pessoas com deficiência. C.

Avaliação das atitudes

Realizo as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável.

Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado. B.

Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto. C.

Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas. D.

Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas.

Falo com clareza ao compartilhar dúvidas e opiniões.

G.

H.

Atuo de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.

MUNDO DO TRABALHO

Assim como muitas profissões deixaram de existir com o passar do tempo, também outras surgiram em função de novas demandas na sociedade. Como exemplo, diferentes profissões especializadas em acessibilidade estão sendo cada vez mais visadas atualmente por serem essenciais para auxiliar empregadores e empregados na tarefa de adaptar ambientes de trabalho de modo a torná-los acessíveis. Por um lado, temos profissionais como o intérprete de Libras, os desenvolvedores e os programadores de tecnologias assistivas, que atuam diretamente na apresentação de soluções acessíveis para ajudar pessoas e empresas. Por outro, temos algumas profissões tradicionais buscando especializações nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Psicologia voltadas para a acessibilidade. Escolha uma dessas profissões citadas, ou outra que se encaixe nas mesmas características (que tenha correlação com acessibilidade) e explique sua importância para a sociedade do século XXI.

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS

1 Sempre

2 Frequentemente

3 R aramente

4 N unca

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Não escreva no livro.

JUVENTUDES: COMO VALORIZAR AS MANIFESTAÇÕES E CULTURAS JUVENIS NA ESCOLA?

A escola é um espaço fundamental onde os jovens devem ser incentivados a se expressar e a exercer o seu protagonismo, por meio de percursos educativos e práticas artísticas, para que possam atuar de forma crítica e como agentes de transformação da realidade. A juventude tem se destacado de forma positiva na busca pela construção de espaços democráticos em que é fundamental a prática da empatia e do respeito, a valorização da diversidade e o acolhimento das diferenças.

Neste projeto, será proposta a realização de um Festival cultural com o objetivo de dar voz à juventude e oferecer um espaço para que os jovens atuem na comunidade escolar, possibilitando, assim, a prática do autoconhecimento, a ampliação do repertório cultural e a valorização das expressões e manifestações artísticas das culturas juvenis.

A juventude é plural e se expressa por meio de diferentes manifestações artísticas e culturais, como Slam de Minas, competição de poesias só para mulheres da periferia na Escola de Artes Visuais no Parque Lage, em Rio de Janeiro (RJ), em 2020.

ViSÃO GERA DO PROjETO

Juventudes: como valorizar as manifestações e culturas juvenis na escola?

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

• Educação em direitos humanos

COMPONENTES CURRICULARES:

• Diversidade cultural

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa e Arte

• Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – História

OBJETOS DO CONHECIMENTO:

• Língua Portuguesa: Curadoria de informação; Estratégias de leitura: apreender os sentidos globais do texto; Exploração de multissemiose; Relação entre textos; Escuta; Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição. Arte: Materialidades; Contextos e prática; Elementos da linguagem; Processo de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural; Arte e tecnologia.

PRODUTO FINAL:

ETAPAS DO PROJETO

O percurso deste projeto pode ser alterado e construído de acordo com as necessidades da turma.

Vamos começar

Nesta etapa, serão propostas reflexões sobre protagonismo juvenil e hábitos culturais dos jovens por meio de leitura de textos e realização de atividades e pesquisas. Com o objetivo de promover o autoconhecimento, serão realizadas discussões para perceber os anseios e as expectativas da juventude em relação à cultura e à educação, além de aprofundar conhecimentos sobre artistas contemporâneos representantes das culturas juvenis.

OBJETIVOS:

• Conhecer e valorizar a multiplicidade das culturas juvenis.

• Reconhecer a escola como espaço para o convívio social e cultural dos jovens.

• Mobilizar conhecimentos que potencializem atitudes responsáveis e respeitosas no convívio com as diferenças sociais e culturais.

• Analisar e construir ações que contribuam para fomentar a cultura juvenil na escola, proporcionando aos jovens situações em que possam atuar como protagonistas no processo de aprendizagem.

• Reconhecer referências culturais que ampliem o repertório juvenil e dialoguem com as tendências de consumo cultural das juventudes.

JUSTIFICATIVA:

Diante de uma sociedade e juventude plurais, da qual você faz parte, torna-se fundamental conhecer e promover as manifestações culturais e artísticas na comunidade escolar, de forma a incentivar a participação de todos nos debates e nas decisões relacionados às práticas educativas para que, assim, possam desenvolver-se também como cidadãos.

Como elemento central do processo de construção do conhecimento e agente de transformação da realidade, você será convidado a praticar e a compartilhar conhecimentos e habilidades de modo ativo, levando em consideração o contexto em que está inserido e a sua realidade para que possa identificar problemas e propor soluções. Desse modo, você e seus colegas poderão expressar diversas habilidades artísticas com o intuito de usar a arte como forma de expressão e, assim, exercer também o protagonismo juvenil na produção do Festival cultural envolvendo toda a comunidade escolar.

Saber e fazer

Nesta etapa, serão analisadas as características atribuídas às gerações Z e Alpha por meio de leitura de reportagem e realização de atividades. Serão propostas pesquisas e atividade de produção de uma linha do tempo, de modo a ampliar o conhecimento sobre as gerações que antecederam às gerações Z e Alpha. Serão apresentadas manifestações artísticas e culturais de modo a estimular os jovens a se expressar e dar voz aos seus anseios e inquietações por meio das linguagens artísticas.

Para finalizar

Nesta etapa, será feita a organização do Festival cultural com base nas preferências dos estudantes observadas nas pesquisas e sondagens realizadas ao longo do projeto. Serão definidos os tipos de apresentações (dança, teatro, slam, rap, entre outros) que serão produzidos pelos estudantes. As apresentações do festival devem privilegiar as manifestações artísticas contemporâneas que dialoguem com as propostas de valorização das culturas juvenis e o protagonismo jovem.

ETAPA
ETAPA

1

Professor, este é um momento bastante oportuno para ouvir os jovens e permitir que eles se expressem livremente. O texto pode motivar a discussão, mas outras questões interessantes podem surgir e ser debatidas em sala de aula.

Vamos começar

CONVERSA INICIAL

Vocês já pararam para pensar no poder atribuído aos jovens? Já pensaram na multiplicidade de gostos e interesses e nas diversas manifestações artísticas e culturais que caracterizam as juventudes?

Juventude e protagonismo

Dar voz aos jovens é uma forma de incentivá-los a transformar a realidade.

Os jovens podem atuar como agentes de importantes transformações sociais, afinal são capazes de captar rapidamente as mudanças que surgem em diferentes esferas da sociedade, intervindo positiva e colaborativamente em causas sociais. Leia este texto escrito por um Jovem Transformador Ashoka e co-fundador de uma start-up.

É possível um mundo em que pessoas se reconhecem transformadoras? Que seja construído pensando na coletividade? Vou deixar que você reflita sobre as perguntas no transcorrer desta conversa. Vamos começar com a ideia de protagonismo. Para algumas pessoas, a palavra é corriqueira, pois já estão acostumadas a agir diante de situações que requerem sua participação. Para outros, protagonismo pode ser um conceito vazio ou sem significado. Há ainda os que acreditam que protagonistas são aquelas pessoas que apenas querem se destacar. [...]

Identifico a escola como sendo o ambiente catalisador desse protagonismo juvenil, isso porque ela é nosso primeiro grande laboratório de experimentação e não tem como estimular que pessoas criativas se desenvolvam sem esse lugar de construção e diálogo. É na escola que passamos boa parte de nossa infância e juventude. Então, a jornada de descobertas na escola precisa ser intencional e bem aproveitada.

Em um ambiente de experimentação, há espaço para o erro. Identificar que a comunidade escolar é predominantemente constituída por pessoas é o primeiro passo, assim como compreender as subjetividades e o contexto em que se dá a história de cada sujeito, e por isso errar também deve ser celebrado!

Não porque errar é bom, mas porque é possível extrair aprendizados e ressignificar as decisões que foram tomadas equivocadamente. Assim também se vai construindo o protagonismo juvenil.

[...]

Educação transformadora é mais que um conceito, é uma prática que desencadeia em um movimento de pessoas que transformam. Para que ela seja experimentada, é preciso romper com a mentalidade da escola apenas como formadora, responsável por um modelo de ensino feito para treinar profissionais. O produto da educação transformadora são indivíduos e sociedades plurais, com habilidades para participar e criar soluções na política, economia, sociedade e cultura.

Despertar o potencial protagonista das juventudes pode não ser tarefa fácil. Urge uma grande reforma nos métodos de ensino, com mais estímulo para a convivência que gere, em primeiro lugar, liberdade e autonomia no processo de aprendizagem. Em segundo lugar, exercite o pensamento crítico, para que se possa processar um turbilhão de informações ao qual todos somos expostos e, assim, formar opinião própria, com base em valores éticos. Em terceiro lugar, que contribua com a capacidade dos jovens de inovar, de forma que possam desenvolver soluções, levando em conta suas histórias e repertórios culturais, com confiança para conquistar espaços onde quer que estejam. E, por fim, os métodos de ensino precisam despertar a consciência, consciência de si mesmos, para então criar condições de solucionar os problemas emergentes, lidando com as mudanças estruturais que exige nosso tempo. [...]

A educação transformadora gera um ecossistema de educandos e educadores que propagam o protagonismo, que estimula a colaboração e dissemina boas práticas para que mais pessoas sejam contempladas. Uma vez que esse ecossistema começa a crescer, o círculo virtuoso só vai se expandindo. É isso que meus colegas de time e eu temos procurado fazer: criar novas células de educação transformadora para que elas possam se fortalecer e proliferar pelo bem de todos os jovens. E você, como está contribuindo com essa nova história?

RODRIGO, V. Protagonismo Juvenil e Educação Transformadora. Futura, 27 abr. 2023. Disponível em: https://futura.frm.org.br/conteudo/mobilizacaosocial/artigo/protagonismo-juvenil-e-educacao-transformadora. Acesso em: 3 set. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

1. Na sua opinião, qual é a principal mensagem do texto?

Você concorda com ela? Por quê?

2. O que significa protagonismo juvenil para você?

3. Qual é a importância da escola para o protagonismo juvenil?

4. Você acha que o protagonismo juvenil pode levar ao empreendedorismo e à entrada no mercado de trabalho? Comente.

5. Você sente que sua voz é ouvida e respeitada na comunidade escolar? E que sua criatividade e seu protagonismo são incentivados? Por quê?

6. Você conhece jovens que, ao exercerem o protagonismo juvenil, conseguem transformar realidades? Pesquise e compartilhe os resultados com os colegas.

Nos vídeos indicados a seguir, os jovens falam sobre o protagonismo juvenil. Assista!

Protagonismo no Brasil. 2017. Vídeo (15min36s). MultiRio. Disponível em: https://www.multirio. rj.gov.br/index.php/videos/9685p rotagonismojuvenil. Acesso em 9 out. 2024.

Protagonismo Juvenil. 2019. Vídeo (8min17s). TVCG. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=BhSPj6c7Pt0. Acesso em: 9 out. 2024.

PARA ASSiSTiR

C ulturas juvenis

Vocês já pararam para pensar nas características que definem os jovens na atualidade? As culturas juvenis se expressam por meio da música, da dança, do teatro e de outras manifesta ções artísticas. O jovem é o responsável por atribuir significado a essas manifestações e definir o que o representa, por isso, usamos o termo ''cultura'' no plural.

Para investigar e identificar a pluralidade que caracteriza o grupo no qual você se insere no ambiente escolar, vamos realizar uma sondagem sobre os seus gostos e as suas preferências.

As questões a seguir ajudarão você a refletir sobre os gostos e as práticas pessoais, preparando-o para organizar uma ação coletiva e colaborativa na escola ao final do projeto. Essa sondagem é também uma forma de pensar nas referências coletivas da sua turma e de vocês se unirem para atuarem de modo responsável e crítico na construção de espaços inclusivos que valorizem a pluralidade social e cultural das juventudes. Professor, este é um momento de reflexão muito importante para os estudantes. Ao final do processo, acolha todas as respostas a fim de incentivá-los a manifestar o que faz sentido para eles.

Gostos e preferências:

Refletir sobre os próprios gostos e preferências é um modo de se conhecer e se identificar com os demais.

1. Quais são os gêneros musicais que você mais aprecia?

a) Q uem são os cantores e intérpretes mais representativos desses gêneros?

b) Seus ídolos musicais se destacam nas mídias?

2. Qual é a sua relação com o cinema?

a) Qual gênero de filmes você prefere?

3. Você costuma assistir a séries? Se sim, gosta de comentar sobre elas com seus colegas?

4. Você aprecia a leitura?

a) Qual é o gênero de sua preferência?

b) Quais são os seus escritores preferidos?

c) Você gosta mais de livros impressos ou digitais?

5. Você gosta de dançar ? E de assistir a outras pessoas dançando?

a) Qual estilo de dança você aprecia?

6. De quais esportes você mais gosta?

a) Quem são os esportistas que você mais admira?

DANIEL M ERNST/SHUTTERSTOCK.COM

Atividades que pratica:

1. Qual esporte você pratica?

a) Na escola, você pratica o esporte de sua preferência?

2. Você participa de algum coletivo de arte ou se expressa em alguma manifestação artística atribuída à juventude?

3. Você faz parte de alguma comunidade virtual? Essa comunidade defende causas sociais? Quais?

a) Qual é a relação dessa comunidade com a cultura da sua região e do seu país?

b) Você acha que essa comunidade influencia seus gostos e suas preferências?

Informações, acontecimentos e manifestações:

1. De que forma você busca se informar sobre os acontecimentos culturais e artísticos da sua cidade, do seu país e do mundo?

2. Na escola, você tem acesso a manifestações culturais e artísticas de sua preferência?

a) Quais manifestações você acha que deveriam ganhar espaço em sua escola?

Depois de refletir sobre suas preferências, é hora de compartilhar as respostas com os colegas, em uma roda de conversa, com a intenção de mapear as preferências e os gostos da turma. Nesse momento, é interessante observar se esses gostos e essas preferências tendem à homogeneidade ou à diversidade.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

1. Em pequenos grupos, conversem e selecionem algumas informações para serem utilizadas na construção de um painel que representará o perfil do grupo.

2. Construam coletivamente o painel que deve apresentar as informações coletadas. Para isso, produzam textos sobre manifestações culturais, artísticas e esportivas, como sobre gêneros musicais preferidos pelo grupo e artistas que são referência desses gêneros. Apresentem as obras e os artistas, os esportes e os esportistas citados por vocês. Recortem imagens de revistas ou pesquisem na internet imagens para imprimir que possam compor o painel elaborado por vocês. Vocês também podem produzir a própria arte para ilustrá-lo.

3. Compartilhem o resultado com os demais estudantes da turma. Com a ajuda do professor, pensem na possibilidade de expor os painéis na escola, em espaços de grande circulação para que outros estudantes tenham acesso ao trabalho produzido por vocês.

EM FOCO

Manifestações culturais

A arte faz parte do cotidiano e, por meio dela, expressamos a nossa visão de mundo. Ainda que nem todos consigam produzir arte, somos seus consumidores de arte e podemos nos expressar artisticamente. A juventude atual tem acesso às mais variadas expressões culturais por meio das mídias digitais, o que possibilita a identificação com grupos diversos. Essa identificação pode estar relacionada à necessidade de pertencimento a um grupo e de ser reconhecido nos espaços, virtuais ou físicos, que frequenta.

Em busca de espaços para se expressar, os jovens contemporâneos têm ressignificado práticas e locais de forma a transformar ruas em palcos improvisados, muros em telas, áreas ao ar livre em espaços para práticas de dança e oficinas teatrais, os mais variados espaços públicos em cenários para projetos fotográficos e diversas outras manifestações culturais.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

1. A escola pode ser um espaço de manifestações culturais? Por quê?

2. Você acha que os talentos artísticos são vistos como hobbies pela escola e pelos adultos e não como um caminho para o mercado de trabalho e a profissionalização? Comente.

3. A sua escola promove diferentes manifestações culturais, como slam, rap, hip-hop, performances, encenação teatral, apresentações musicais, entre outras, oferecendo espaços para os jovens exercerem o seu protagonismo?

• De que maneira você acredita que a abertura desse espaço valoriza o talento e o protagonismo juvenil, vendo os jovens como o início de uma ação empreendedora? Comente.

Arte de autoria de Mimura Rodriguez na fachada no CEU Butantã, em São Paulo (SP), 2023.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Faça dupla com um colega e ouçam o podcast “Juventude, cultura e trabalho” que faz parte da série Jovens, Lutas e Labutas produzido pelo d’a A Fita, um selo de podcast de periferia, em parceria com o Tô no Rumo. Disponível em: https://youtu.be/wR3INMCmNKU?si=Site9h-UZ_jxHqmh. Acesso em: 15 out. 2024.

A conversa gira em torno das experiências e vivências de duas jovens trabalhadoras da cultura para tentar responder a estas perguntas disparadoras: “Quais caminhos, dificuldades e conquistas se lançam para quem experimenta se expressar com a arte e querer trabalhar com ela na transição entre estudos e trabalho? O que tem motivado as juventudes a ver o campo da cultura como uma possibilidade de lugar no mundo e de profissionalização?”.

Com base nas perguntas disparadoras e nas experiências das jovens trabalhadoras, respondam às questões a seguir, registrando no caderno ou em uma folha à parte as principais conclusões a que chegaram.

1. O podcast dá uma noção geral do que é ser trabalhador cultural em um mundo não tão preparado para ver a arte como uma profissão? Comentem.

2. Quais são os principais temas abordados no podcast. Relacione-os com a realidade de vocês.

Com as anotações em mãos, vocês agora devem trocar ideias com os demais colegas sobre o tema. Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

PARA ER

Caderno Tô no Rumo: Trabalho

O caderno foi composto para ajudar os jovens pensarem em suas trajetórias rumo ao caminho profissional, inserindo a escolha, a formação e a inserção no mercado de trabalho. Também traz reflexões sobre as mudanças nesse mercado e os desafios que os jovens podem enfrentar até conseguir uma posição. Disponível em: https://tonorumo.org.br/materiais/ tonorumotrabalho/. Acesso em: 12 set. 2024.

A cultura como campo de trabalho para a juventude: políticas, experiências e desafios. São Paulo: Ação Educativa, 2015. Vol. 1.

Esta publicação reúne reflexões obre a inserção de jovens no mercado de trabalho cultural, visando ações para ampliar as oportunidades de jovens no mercado de trabalho e em suas expressões culturais. Disponível em: https://acaoeducativa. org.br/wp ­ c ontent/uploads/2016/10/cultura_como_ campo_de_trabalho_da_juventude_vf.pdf. Acesso em: 15 out. 2024.

O Desafio do 1o emprego. Ação Educativa. 26 set. 2022

Este episódio, com o tema mercado de trabalho e juventudes, faz parte de uma série voltada para os debates juvenis sobre o assunto na visão dos próprios jovens que se expressam por meio de suas linguagens, como a fotografia e a poesia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=roh83eBVuyg. Acesso em 30 out. 2024.

PARA

Jaloo

DeCastanhal(PA).Cantora,DJeprodutora.Sua

música aborda temas como identidade, liberdade e amor.

Os Gilsons

2022.

Os Gilsons, formado pelo trio José, João e Francisco, despontam na cena nacional com uma nova proposta com ritmos e sons influenciados pela cultura baiana e a ancestralidade da família.

Bruno Mars

De Honolulu, Havaí, EUA. Compositor, produtor musical, nstrumentista e dançarino. É conhecido por sua voz soulful e seu estilo musical que funk, rock, pop

64 a edição do Grammy Awards em Las Vegas, Nevada, EUA, 2022.

Liniker

De Araraquara (SP). Cantora e compositora brasileira, conhecida por sua música que mistura soul, R&B e MPB com letras sobre amor e identidade. Ela se destacou com a banda Liniker e os Caramelows e ganhou prêmios como o Grammy Latino.

MC Hariel

De São Paulo (SP). Cantor e compositor de funk paulista. Destacou­ se por letras que misturam crítica social e vivências pessoais.

De Recife (PE). Cantora conhecida como a "rainha da sofrência com seu disco de estreia "Sinto muito" e foi eleita Artista Revelação em 2018

Festival de música em São Paulo (SP), 2024.
Festival de música no Rio de Janeiro (RJ), 2022.
Festival de música em São Paulo (SP), 2023.
Festival de música no Rio de Janeiro (RJ),

Kaê Guajajara

De Mirinzal (MA). Aline Silva de Lira, conhecida artisticamente como Kaê Guajajara, é cantora, compositora e artista indígena brasileira da etnia Guajajara, que utiliza sua música e arte para promover a cultura indígena e denunciar questões sociais e ambientais.

São Paulo (SP), 2024.

Juliana

De São Paulo (SP). Escritora e ganhadora do Prêmio Amazon de Literatura Jovem com a obra “Coronel Mostarda com o castiçal na biblioteca”.

Yunchan Lim

De Siheung ­ si, Coreia do Sul. Pianista que se destacou como um prodígio musical. Ganhou o Concurso Internacional de Piano Van Cliburn em 2022, tornando ­ se o mais jovem vencedor da competição.

Bruno Guma

De Santos, (SP). Ilustrador e quadrinista, formado pela Unesp de Bauru e pelo Savannah College of Art and Design (SCAD), nos EUA, publicou de forma independente trabalhos como "Pile Up", "Pequena Green" e "A Decepção Final".

Ópera

Berlioz Le Corum em Montpellier, no sul da França, 2024.

Sheku Kanneh-Mason

De Nottingham, Reino Unido. Violoncelista. Britânico, reconhecido por suas habilidades excepcionais e carisma. Ganhou destaque internacional após vencer o Concurso de Música da BBC em 2016.

Billie Eilish

De Los Angeles, EUA. Cantora que, com apenas 18 anos, foi a primeira mulher a ganhar várias categorias importantes do Grammy 2020. Em 2024, a cantora e compositora ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, com “What was I made for?”

Billie Eilish durante apresentação do Oscar em Hollywood, Califórnia, EUA, 2024.

Apresentação no Kumho Art
Hall Yonsei em Seul , 2022.
São Paulo (SP), 2024.
Festival de música em São Paulo (SP), 2024.

1. Depois de ler as páginas anteriores, responda:

a) Já conhecia os artistas mencionados? Se sim, qual foi a sua impressão?

b) Ficou curioso(a) para ouvir as músicas sugeridas?

c) Você se identifica com as mensagens ou com os estilos desses artistas? Por quê?

2. Como você acha que um artista se conecta com o público jovem hoje em dia? O que faz um artista se destacar?

3. Por que alguns artistas se tornam ícones culturais? O que eles têm de especial que ressoa em tanta gente?

4. Na sua opinião, quais outros artistas representam bem a sua geração? O que eles trazem de novo ou diferente?

5. Em duplas, conversem sobre as questões a seguir:

a) De que forma os artistas de que vocês mais gostam influenciam o comportamento e as ideias dos jovens?

b) Quais outras formas de arte fazem parte do seu dia a dia?

c) Vocês acham que a arte pode ser ao mesmo tempo uma forma de diversão e de reflexão sobre questões importantes? Por quê?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Professor, a ideia é criar situações de trabalho mais colaborativas, que se organizem com base nos interesses dos estudantes e favoreçam seu protagonismo.

Agora é o momento de conhecer os gostos e as preferências dos estudantes da escola. Assim, será possível entender as expectativas e as demandas existentes entre os diversos públicos que compõem a comunidade escolar. Para isso, elaborem questões a serem respondidas por outros estudantes da escola e que contemplem itens, como: estilos musicais; artistas e grupos musicais preferidos; estilos de dança; hábitos de leitura; tipos de séries e filmes a que assistem; manifestações artísticas que apreciam: desenho, pintura, grafite, fotografia, música, dança, slam, teatro, práticas culturais, entre outros.

A divulgação da enquete pode ser realizada de forma impressa ou por meio digital. Depois da etapa de coleta de dados, tabulem as respostas recebidas. Para isso, elaborem tabelas e gráficos que mostrem as preferências dos jovens de sua comunidade escolar. Vocês podem solicitar orientação ao professor de Matemática sobre a elaboração das tabelas e a construção dos gráficos. A divulgação dos resultados da enquete pode ser realizada por meio de cartazes ou panfletos impressos ou por meio de publicação feita no canal de comunicação oficial da escola.

OS TRABALHOS

Projeto 2 - Juventudes

Ao final deste Projeto Integrador, vocês deverão organizar um Festival cultural com base no levantamento dos gostos e das preferências dos estudantes. É importante que a programação do festival apresente manifestações das culturas juvenis e que representem os estudantes da comunidade escolar. Além disso, é essencial retomar a pergunta-chave Juventudes: como valorizar as manifestações e culturas juvenis na escola?

Manifestações artísticas como artes visuais, música, teatro, dança, flash mob, slam e outras podem exigir preparação prévia e maior tempo de ensaio para as apresentações. Figurinos e cenários devem ser providenciados com antecedência e não se esqueçam de usar a criatividade para utilizar material de baixo custo nas produções. Oficinas de pintura vão exigir uso de materiais de acordo com o tipo de pintura a ser realizado. Se houver criação de grafite, a direção da escola deve autorizar o uso do espaço para instalação da obra (muro externo, parede interna, sala de aula etc.) e é necessário tomar as devidas precauções para proteger os espaços que não serão pintados.

Pensem na possibilidade de convidar artistas da comunidade para participarem do evento: músicos, escritores, grafiteiros etc. Eles devem ser convidados com antecedência por meio de convite elaborado pela coordenação ou direção da escola.

Vocês também já podem pensar, com a ajuda do professor, na organização dos grupos para realizar as tarefas da etapa 3.

Entre essas tarefas, um grupo ficará responsável por receber as inscrições dos participantes; outro deve elaborar toda a comunicação visual do evento (cartazes, folders, convites etc.) com informações sobre as apresentações e, ainda, um terceiro ficará responsável pela divulgação do evento. Todos devem ajudar na preparação do local e reorganização da escola ao final do festival.

Materiais necessários

Para realizar este projeto, você vai precisar de computadores, celulares ou tablets com acesso à internet, fones de ouvido, câmeras digitais, papéis diversos, lápis, canetas variadas, tintas, pincéis, entre outros. Planeje-se para ter esse material em mãos, conforme a necessidade de cada aula, para poder executar adequadamente as atividades propostas.

A educação deve incentivar a busca pelo diálogo, o respeito às diferenças e a valorização da pluralidade das culturas juvenis.

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Saber e fazer

Geração Alpha, os nativos digitais

Enquanto a Geração Z cresceu com o desenvolvimento tecnológico, a Geração Alpha, composta por jovens nascidos a partir de 2010, cresce em um contexto ainda mais digital e interconectado, em que a tecnologia e a inteligência artificial estão profundamente integradas ao cotidiano. Os Zs desafiaram normas e abraçaram a imperfeição como forma de resistência; os Alphas podem levar essa revolução adiante com uma abordagem mais fluida e adaptável às constantes mudanças. A Geração Alpha promete redefinir ainda mais os conceitos de identidade, autenticidade e conexão em um mundo que se renova cada vez mais rápido.

L inha do tempo das gerações

Muitas vezes não é fácil compreender o contexto no qual estamos inseridos, mas é possível conhecer o contexto e os fatos que marcaram as gerações anteriores e esse movimento pode ajudar nessa compreensão, pois existem conexões importantes que podemos estabelecer entre essas gerações.

Classificação das gerações

Baby boomers (1946 -1964)

Geração X (1965 -1979)

Geração Y ou Millenials (1980-1995)

Geração Z (1996-2010)

Geração Alpha (a partir de 2010-atual)

Fonte : NOVAES, Simone. Perfil Geracional: um estudo sobre as características das gerações dos Veteranos, Baby Boomers, X, Y, Z e Alfa. Anais do VII SINGEP, São Paulo-SP, Brasil, 22 e 23 out. 2018.

Cada geração apresenta maneiras diferentes de lidar com a informação e com as novas tecnologias.

Professor, divida a turma em cinco grupos e a oriente em relação à distribuição das tarefas. Agende uma data para a entrega do trabalho.

ATiViDADE DE AMPLIAÇÃO

Um modo de compreender a sequência de gerações é por meio de uma demonstração visual. Por isso, a proposta de atividade é construir uma linha do tempo das gerações. Reúnam-se em cinco grupos; cada grupo deverá pesquisar as características de uma geração. Deem especial atenção à relação de cada geração com o mundo digital após o advento da internet.

Para que o panorama de cada geração seja minimamente abrangente, vocês devem seguir as instruções propostas.

1. Observem a divisão em períodos apresentada na Classificação das gerações. Selecionem os acontecimentos relevantes de diversas áreas para cada período, no Brasil, na América do Sul e em outras partes do mundo.

Categorias de acontecimentos:

• gerais: acontecimentos, catástrofes, invenções, nascimentos, mortes que tenham relevância social;

• artístico e cultural: música, cinema, teatro, literatura, dança, pintura, entre outras manifestações – apontem os artistas expoentes de cada uma dessas áreas;

• histórico e/ou político: guerras e avanços sociais;

• descobertas, avanços científicos e tecnológicos que impactaram a vida do ser humano no planeta.

2. Na linha do tempo, todas as categorias de acontecimentos devem ser contempladas, para tanto é necessário selecionar o que é realmente relevante para que o trabalho não fique “poluído” com informações desnecessárias.

• Não é necessário que todos os períodos contemplem todas as partes do mundo, depende da relevância dos acontecimentos, mas lembrem-se de que o panorama deve ser bastante rico.

3. Após essa seleção, pesquisem imagens de cada um dos acontecimentos, artistas representativos e manifestações artísticas para integrar a linha do tempo. Produzam a linha em papel Kraft ou de forma digital, com a ajuda de aplicativos e programas de edição.

4. Compartilhem a linha do tempo da geração que ficou com o seu grupo com os demais da sala e, com a ajuda do professor, organizem para deixá-las expostas em espaços com bastante circulação para que estudantes de outras turmas possam visualizá-las.

A linha do tempo produzida deve valorizar as imagens, apresentar textos concisos e utilizar recursos gráficos para organizar os elementos.

Geração Z: em busca

da autenticidade

A Geração Z, definição sociológica da geração formada por pessoas nascidas em meados dos anos 1990 até o início do ano de 2010, é objeto de discussão e análise de estudiosos de diversas áreas. Leia, a seguir, um trecho da reportagem "Os imperfeitos", que aborda as singularidades dessa geração.

Os imperfeitos

Mais realista, geração Z usa o deboche para definir espírito do tempo e abolir a busca pela perfeição

Os Zs acreditam que não existe diferença entre on e off Por se verem tanto em selfies e telas, descobriram que o mundo é mais plural do que padrões estéticos, morais e de comportamento. Eles fogem dos rótulos, mas são religiosos. Querem viver e experimentar relações, embora desejem se casar. Entre memes e textões, eles estão aqui para escancarar que a vida é imperfeita – e tudo bem. Se os problemas do mundo parecem difíceis de serem resolvidos, a solução pode vir pela transformação interior.

A busca pela perfeição rege a humanidade desde a Antiguidade Clássica. Na Grécia Antiga, o filósofo Aristóteles entendia o conceito como o objetivo comum de qualquer jornada. [...] “Não gosto dessa palavra perfeição”, diz a estudante Maria Luiza, após gravar uma sequência de stories no Instagram.

Aos 21, ela pode não ter certeza que caminho seguir nesses tempos difíceis, mas sabe que o fim da linha não é esse. Maria Luiza é representante do movimento body positive, que prega amor ao corpo, de qualquer formato e cor. É também um dos 48 milhões de jovens adultos, adolescentes e crianças de 10 a 24 anos que formam a Geração Z no Brasil –justamente a faixa etária que serve de antena para captar as pulsões de um mundo que muda cada vez mais rápido.

A mensagem captada parece gritar contra a ideia da vida plena guiada por uma longa lista de “tem que ser”: bonito, aceitável, bem-sucedido, masculino, perfeito. Sentar e chorar? Bom, essa geração prefere usar outras linguagens. Memes, gifs, textões e stories fazem rir e propagam a ideologia #nofilter – a verdade nua, crua e imperfeita precisa ser mostrada. Se o mundo não é transparente, eles serão.

Professor, a reportagem será o ponto de partida para os estudantes pensarem sobre a geração a que pertencem: a Alpha. A ideia é que as questões propostas sejam debatidas e respondidas primeiro em pequenos grupos, para que, na sequência, o debate seja ampliado ao grupo todo.

“O mote agora é ser original, é ser quem você é. A prisão da perfeição é muito pesada. Fazer tudo ‘certinho’ não garante mais equilíbrio, sustentabilidade financeira, felicidade”, afirma Hilaine Yaccoub, doutora em Antropologia do Consumo pela UFF (Universidade Federal Fluminense). “Esse grupo não quer rótulo estático, preso. Eles não buscam o preto ou o branco. Eles querem todos os tons de cinza”, completa.

[...]

DIAS, Tiago. Os imperfeitos. Tab, São Paulo, 3 jun. 2019. Disponível em: https://tab. uol.com.br/edicao/geracao-z/#page2. Acesso em: 5 set. 2024.

É importante acolher a pluralidade de escolhas, pessoas, identidades e objetivos.

1. Quais características você acha que a Geração Alpha pode trazer de diferente em relação à Geração Z? Compartilhe suas ideias.

2. Como a aceitação da imperfeição, típica da Geração Z, pode influenciar a Geração Alpha?

3. Uma característica comportamental dos Zs é a de se verem constantemente em selfies e telas. Em sua opinião, isso impacta a Geração Alpha? Se sim, de quais formas?

4. Como o tipo de conteúdo que você consome ou produz pode influenciar as novas gerações?

5. A ideia de ser original foi associada à Geração Z.

a) Em sua opinião, o que é ser original?

b) Você vê algum problema no uso de filtros e edição de fotos? Acha que isso pode afetar a originalidade de uma pessoa?

6. Você acha que existe uma geração mais desenvolvida que outra? Justifique.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Beleza ideal × beleza real

Quando pensamos em Antiguidade Clássica, quase sempre nos voltamos aos heróis e deuses da Mitologia sobre os quais aprendemos na escola. Embora as narrativas mitológicas apresentem características bastante humanas atribuídas aos personagens, como vaidade e espírito vingativo, guardamos mais fortemente a imagem dos corpos perfeitos e padrões de beleza praticamente inatingíveis para a maioria dos mortais.

Esses padrões greco-romanos da Antiguidade Clássica, “milimetricamente” calculados, influenciaram por muito tempo o ideal de beleza cultuado no Ocidente. Por conta disso, algumas pessoas ainda cultuam um ideal físico impossível de ser alcançado.

Ainda nos dias atuais, as produções de Hollywood buscam reproduzir fielmente padrões estabelecidos na Antiguidade Clássica. Na fotografia à direita, o ator Jason Momoa como o personagem Aquaman, inspirado no deus Netuno (representado na estátua da foto à esquerda).

A vaidade andou por muito tempo de braços dados com a perfeição, mas sempre sob a sombra da angústia pela dificuldade de atingir padrões inalcançáveis.

A artista Evelyn Queiróz nasceu em 1989. Apesar de não fazer parte da Geração Z nem da Alpha, e sim da Y, em seus trabalhos, em que assina como Negahamburguer, ela já busca desconstruir a beleza ideal em suas obras, apresentando corpos que representam a realidade e a diversidade. Leia o texto a seguir.

Negahamburger

Para a paulistana Evelyn Queiróz, 24 anos, a arte tem a obrigação de dizer algo. “Jamais faria arte sem um estofo político.” Ela conta que escolheu falar de amor, mas não o romântico, e sim o que trata de respeito e cuidado com o outro. “Todo o julgamento sobre o corpo feminino é falta de amor e respeito com o próximo, então é isso que eu mais quero comunicar.”

Pra isso ela criou a Negahamburguer, uma garota inspirada em tantas outras, especialmente nas mais comuns, como a garota que você encontra no elevador quando sai pra comprar pão. Grafitada em muros ou colorida por aquarela e nanquim, a personagem é a ferramenta de Evelyn pra gritar suas indignações.

Evelyn Queiróz posa ao lado de um de seus grafites, em São Bernardo do Campo (SP).

“Eu era criticada por não ter cabelos longos, por não usar maquiagem nem salto. Já ouvi muito ‘por que você não deixa seu cabelo igual ao de mulher?’ Eu tenho barriga, não me depilo inteira... Aconteceu de ex-namorado me pedir pra alisar o cabelo, pra eu deixar ele crescer, de reclamar que eu tava engordando”, lembra a artista.

Beleza Real

Evelyn tem um projeto para a Negahamburguer, o Beleza Real. Nele, ela retrata através de intervenções urbanas as histórias que recebe. “São todas histórias reais, de gente que por culpa do padrão de beleza que é imposto já sofreu algum tipo de preconceito por ser gorda, magra, alta, baixa, negra, albina, ou qualquer outra condição linda que a nossa sociedade insiste em falar que não é bom ou bonito”, conta.

[...]

CORTÊZ, Natacha. Negahamburguer. TPM , 1 out. 2013. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/negahamburguer. Acesso em: 5 set. 2024.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

1. Você já ouviu alguém fazer um elogio à beleza física de outro, dizendo: “Parece um deus grego”? Que referência está embutida nesse elogio?

2. Quais são os padrões de beleza mais veiculados na mídia? Em duplas, discutam e apresentem exemplos.

3. Vocês concordam que os Zs e os Alphas realmente pararam de se punir e de punir aqueles que não se enquadram nos padrões idealizados de beleza? Justifiquem.

Reúnam-se em grupos e pensem em uma maneira de representar, artisticamente, a pluralidade dos perfis e as formas de beleza que podem ser encontradas em sua escola. Vocês podem fazer montagens, desenhos, pinturas, colagens e fotografias para representar a diversidade dos estudantes.

Novas formas de expressão

Há bem pouco tempo o fã precisava literalmente seguir seu ídolo pelas cidades onde os shows eram realizados ou por onde o ídolo fosse passar. Os jovens de hoje, por sua vez, só precisam de alguns cliques para acompanhar uma turnê virtual ou para trocar likes e mensagens com eles em redes sociais, afinal a internet facilita o contato e aproxima os ídolos de seus fãs. Autodidatas e criativos, os Zs e os Alphas aproveitam as possibilidades das mídias digitais para existir além dos estreitos limites do mundo físico. Nas redes sociais, inventam maneiras criativas e bem-humoradas para compartilhar as próprias experiências, protagonizando e acompanhando a todo momento a alegria e a dor de se viver conectado.

As mídias sociais são plataformas digitais que permitem o compartilhamento de conteúdos por usuários sem que haja necessariamente interação entre eles, pois o usuário disponibiliza o conteúdo na plataforma para que fique acessível a todos. Já as redes sociais fazem parte das mídias sociais e permitem a interação entre os usuários, que compartilham conteúdos, interesses comuns e imagens entre si.

Priorizar os contextos da juventude no mundo contemporâneo significa também estar alinhado com as novas demandas do mundo do trabalho.

POLLYANA
VENTURA/GETTY IMAGES

Gerações Z e

Alpha, tecnologia e mercado de trabalho

A Geração Z já atua no mercado de trabalho há alguns anos e traz características únicas: são digitais nativos, pragmáticos e flexíveis, e buscam uma cultura de trabalho autônoma e personalizada, com oportunidades de crescimento e desenvolvimento contínuo. A Geração Alpha, por sua vez, começa a ingressar no mercado a partir de 2024, priorizando a aprendizagem contínua, a sustentabilidade e a inclusão.

Juntas, essas gerações impulsionam as empresas a se adaptarem a uma cultura de trabalho mais flexível, colaborativa e tecnológica.

Leia um trecho de uma reportagem "Geração Alpha já pode entrar no mercado de trabalho este ano – o que esperar desses profissionais?" que relaciona as duas gerações ao mercado de trabalho.

A geração Alpha já pode entrar neste ano no mercado de trabalho. Nascidos a partir de 2010, jovens com 14 anos já estão aptos, segundo a legislação trabalhista brasileira, a terem empregos como aprendizes, durante 6 horas por dia, de forma que não atrapalhe seus estudos.

[...]

"A geração Z já trouxe transformações significativas, mas a geração Alpha promete ser ainda mais impactante", afirma Brancaccio. "A nova geração será marcada por comunicação e aprendizados rápidos, consciência social muito forte e intolerância a discriminações".

[...]

O que a geração Z e a geração Alpha têm de diferente?

Embora ambas as gerações tenham crescido com a tecnologia e tenham uma forte presença online, segundo Santini existem algumas diferenças notáveis entre elas:

• A geração Z é a primeira geração a crescer com smartphones e redes sociais desde o berço. Eles são conhecidos por serem tecnologicamente ágeis e adaptáveis, garantindo que a tecnologia esteja integrada em suas vidas. Um estudo da Pew Research Center descobriu que 95% dos adolescentes da geração Z possuem ou têm acesso a um smartphone

• A geração Alpha, por outro lado, não conheceu um mundo sem smartphones e Internet das Coisas (IoT). Eles são ainda mais conectados e dependentes da tecnologia do que a geração Z, e são mais propensos a adotar tecnologias emergentes como inteligência artificial e realidade aumentada.

As expectativas de trabalho da geração Z e da geração Alpha podem evoluir à medida que envelhecem e ganham mais experiência no local de trabalho. Atualmente, a geração Z tende a buscar empregos que ofereçam flexibilidade e autonomia, permitindo que eles trabalhem em seu próprio ritmo e estilo. Um estudo da Deloitte confirma essa tese ao descobrir que 75% da Geração Z prefere ter a opção de trabalhar remotamente, afirma Santini.

"A geração Alpha, sendo mais jovem, ainda não entrou na força de trabalho em grande número, mas algumas previsões sugerem que eles podem buscar empregos que ofereçam propósito e significado, além de remuneração e benefícios competitivos", diz o pesquisador internacional.

SERRANO, Layane. Geração Alpha já pode entrar no mercado de trabalho este ano – o que esperar desses profissionais? Exame, 1o jul. 2024. Disponível em: https://exame.com/carreira/geracaoalpha-ja-pode-entrar-no-mercado-de-trabalho-neste-ano-o-queesperar-desses-profissionais/. Acesso em: 12 set. 2024.

Professor, faça a correção final dos textos produzidos e devolva aos autores para que vejam os pontos em que os textos precisam de correções ou melhorias.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

1. Segundo o texto, por que a geração Alpha promete trazer transformações mais impactantes com relação ao mercado de trabalho? Comente.

2. Segundo o texto, quais são as principais expectativas de trabalho para as gerações Z e Alpha? Comente essas expectativas.

3. Reúna-se com seu grupo e leiam os trechos selecionados. Depois, respondam às questões propostas.

A geração Z é a primeira geração a crescer com smartphones e redes sociais desde o berço. Eles são conhecidos por serem tecnologicamente ágeis e adaptáveis, garantindo que a tecnologia esteja integrada em suas vidas. [...]

[...] A geração Alpha, por outro lado, não conheceu um mundo sem smartphones e Internet das Coisas (IoT). Eles são ainda mais conectados e dependentes da tecnologia do que a geração Z e são mais propensos a adotar tecnologias emergentes como inteligência artificial e realidade aumentada.

As expectativas de trabalho da geração Z e da geração Alpha podem evoluir à medida que envelhecem e ganham mais experiência no local de trabalho.

a) Discutam sobre as características dos Zs e dos Alphas apontadas nesses trechos e no que se esperar dos jovens dessas gerações com relação ao mercado de trabalho. Em seguida compartilhem com os outros grupos as conclusões a que chegaram.

b) Elaborem, em conjunto, um texto argumentativo com as ideias levantadas nessa discussão.

c) Ao finalizarem a produção, troquem os textos entre os grupos e façam a revisão gramatical. Depois, devolvam o texto revisado para o grupo responsável pela autoria do texto.

d) Ao receber o texto revisado, observem e validem as correções propostas.

e) Discutam com os colegas uma forma de expor para a comunidade escolar os textos com as conclusões. Pode ser a produção de um mural, alguns cartazes ou em um recurso digital. Após a escolha, avaliem os ajustes necessários ao portador que escolheram.

As mídias sociais possibilitam aos jovens explorar novas formas de expressão.

Manifestações artísticas

Protagonista é aquele ou aquela que protagoniza uma ação, ou seja, o jovem ou a jovem atuante que assume o seu papel na história.

Vocês já conheceram e refletiram sobre as características atribuídas às gerações Z e Alpha, e puderam discutir sobre os ídolos, sobre as expressões artísticas e sobre as formas de expressão mais representativas dos jovens de sua comunidade escolar. Nesse momento, vocês aprofundarão os conhecimentos sobre algumas manifestações artísticas, associadas à cultura juvenil, que podem ser escolhidas por vocês para compor a programação do Festival cultural que será organizado na escola.

Slam : duelo de rimas

Slam (Poetry Slams) é uma batalha de poesia falada que surgiu nos Estados Unidos nos anos 1980 e se espalhou pelo mundo. O nome é uma onomatopeia em inglês para designar uma batida. No Brasil, o slam foi adotado pelo público jovem principalmente como instrumento de contestação e autoafirmação. Leia o texto a seguir para saber mais sobre o slam.

Escola de São Paulo leva slam para a sala de aula

Batalhas de rima e poesia fortalecem autoestima dos jovens, e ainda, melhoram a argumentação, a articulação e o pensamento crítico em sala de aula.

Já ouviu falar em slam? As batalhas de rima e poesia, surgidas nos Estados Unidos na década de 1980, chegaram ao Brasil no começo dos anos 2000, e rapidamente se popularizaram, tornando-se uma manifestação cultural e um instrumento potente das periferias para discutir problemas da sociedade atual como desigualdade, violência e preconceito.

No extremo Leste de São Paulo, o slam foi parar na sala de aula em 2018, na Escola Municipal Altino Arantes. Pautados pelos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, professores e estudantes demonstraram interesse em se aprofundar no assunto.

[...]

“Uma aluna tinha assistido a uma batalha de slam na Praça Roosevelt”, conta Carolina Lobrigato, na época, professora de português do 8º ano. “Quando citei o slam como gênero textual, ela sugeriu que fizéssemos apresentações na escola também.”

Os 120 estudantes do 8º ano encararam então o desafio duplo de escrever sua própria poesia e apresentá-la aos colegas. [...]

[...]

Além de exercitar a escrita, a articulação, argumentação e o pensamento crítico, por meio de um gênero textual ainda pouco conhecido nas escolas, o projeto ajudou a fortalecer a identidade e a autoestima dos jovens.

[...]

FUNDAÇÃO TELEFÔNICA VIVO. Escola de São Paulo leva slam para a sala de aula . São Paulo, 28 nov. 2019. Disponível em: https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/escola-de-sao-paulo-leva-slam-para-a-sala-de-aula/. Acesso em: 5 set. 2024.

Professor, se houver recursos na escola, apresente para os estudantes o vídeo da edição 2019 do ''Slam de Poesias'' Interescolar de São Paulo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5tuDuYuWDwc. Acesso em: 5 set. 2024.

Jovens se reúnem em Slam, em Guarulhos (SP), em 2019.

PARA ACESSAR

LUZ, Igor Gomes Xavier. O que é Slam? Poesia, educação e protesto. PROFS, 12 nov. 2018.

Conheça mais sobre o slam , sua origem e seu propósito, acessando o conteúdo "O que é Slam? Poesia, educação e protesto". Disponível em: https://profseducacao.com.br/ artigos/o­que­e­slam­poesia­educacaoe­pr otesto/. Acesso em: 5 set. 2024.

PARA ASSiSTiR

SLAM: Voz de levante. Direção: Roberta Estrela D’Alva, Tatiana Lohmann. Produção: Exótica Cinematográfica. Brasil: Pagu Pictures, 2017. Filme (82 min).

O documentário mostra cenas de batalhas de rimas no Brasil e nos Estados Unidos e acompanha a campeã nacional de 2016, Luz Ribeiro, até a Copa do Mundo de Slam, em Paris. Conheça detalhes da produção e assista ao trailer. Disponível em: https:// ims.com.br/filme/slam ­ v oz­ de ­ le vante/. Acesso em: 5 set. 2024.

Juventudes: como valorizar as manifestações e culturas juvenis na escola? 67

Rap

O rap (Rhythm and Poetry), um dos elementos da cultura hip-hop, surgiu no início dos anos 1970 nos bairros periféricos de Nova York, nos Estados Unidos. Misturando música e poesia, seu conteúdo trata especialmente de problemas enfrentados por grupos sociais marginalizados.

O rap chegou ao Brasil nos anos 1980, inicialmente nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

O movimento surgiu entre jovens da periferia. Em São Paulo, os jovens se reuniam nas ruas do centro da cidade, em locais como a estação de metrô São Bento e a Praça Roosevelt, e se expressavam por meio do rap e da breakdance (um estilo de dança de rua que faz parte da cultura hip-hop).

M ano Brown e Criolo, considerados gigantes do rap nacional, durante show em Porto Alegre (RS), 2018.

Leia a notícia a seguir sobre um grupo de rap formado por indígenas da Zona Norte de São Paulo.

Indígenas da Zona Norte de SP

cantam rap em guarani para defender causa indígena

Wera e Xondaro usam a música para lutar pela demarcação de terra da aldeia indígena Teoka Pyal, no Jaraguá. [...]

Em busca de chamar a atenção para causas como a demarcação de terras, jovens indígenas que são lideranças da aldeia Teoka Pyal, na região do Pico do Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, cantam rap em guarani e português.

[...]

O rap

A música tem sido o meio que MC Wera, que segue carreira solo, e o rapper Xondaro, que integra o grupo Oz Guaranis, encontraram para a luta e a resistência das causas indígenas.

“O rap surgiu na aldeia em 2014 durante uma reintegração de posse. Antes disso a gente já gostava de rap, já tinha outros artistas que inspiravam a gente, mas nunca imaginamos um dia cantar a nossa própria música como uma forma de luta”, conta Jefersom. Segundo ele, a primeira música que surgiu foi “Conflitos do passado”.

[...]

VIEIRA, Bárbara Muniz. Indígenas da Zona Norte de SP cantam rap em guarani para defender causa indígena. G, 2 jan. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/24/jovens-indios-da-zonanorte-de-sp-cantam-rap-em-tupi-guarani-para-defender-causa-indigena.ghtml. Acesso em: 5 set. 2024.

G

rafite: arte das ruas

O grafite é uma manifestação artística feita em espaços públicos, uma forma de expressão contemporânea exposta democraticamente a todos que passam pelos lugares onde se encontram. São desenhos e pinturas feitos em muros, paredes de edifícios, ruas, praças etc.

O grafite brasileiro teve início na década de 1970, associado ao movimento hip-hop, e desenvolveu linguagem própria, tornando-se apreciado em diversos outros países. A arte de grafiteiros brasileiros, como Eduardo Kobra, Nina Pandolfo e OSGEMEOS, ultrapassou fronteiras e pode ser apreciada em edifícios de diversos países do mundo (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Holanda e outros).

Essa arte inspira e motiva jovens artistas a aprender as técnicas e a ressignificar sua relação com o espaço onde a escola se insere por meio da arte.

O grafite é uma manifestação juvenil contemporânea e pode ajudar a transformar realidades por meio da arte.

AT¡v¡DaDeS

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

1. Pesquise em livros, revistas e sites da internet as principais diferenças que existem entre o rap e o slam. Cite também quais nomes do rap nacional você conhece.

2. Você conhece alguma obra dos grafiteiros mencionados acima?

3. Em seu município, há intervenções artísticas em muros e paredes? Cite algumas e informe onde estão instaladas.

4. É possível afirmar que as mídias sociais e as plataformas digitais ampliaram o acesso às manifestações artísticas e culturais? Justifique.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Em pequenos grupos, pesquisem:

Professor, essas pesquisas servirão para construção de repertório dos estudantes e vão contribuir para a realização do Festival cultural na parte final do projeto.

• Sobre os artistas citados no texto e apreciem obras de sua autoria.

• Sobre grafiteiros de sua região e suas obras.

• Sobre os primeiros rappers brasileiros e ouçam algumas de suas músicas.

• Quem são os principais nomes do rap nacional atualmente e ouçam algumas de suas músicas.

• Documentem os resultados das pesquisas e compartilhem com a turma.

Não escreva no livro.

3

Enquanto os estudantes se preparam para as apresentações, o professor deve organizar a programação das aulas de modo a conciliar seu conteúdo com o do Festival cultural. Para a apresentação de slam, o professor pode preparar uma aula para discutir o gênero textual ao qual essa forma de expressão está relacionada.

Para finalizar

PRODUTO FINAL

F estival cultural

Com relação às apresentações de rap, breaking ou dancebreak e grafite, pode ser discutido em sala o momento político em que essas expressões artísticas deram entrada no Brasil e o caráter contestatório dessas manifestações culturais. Podem-se discutir também os rumos que essas expressões tomaram no Brasil.

Chegou o momento de você e seus colegas apresentarem os seus talentos e as suas habilidades em um Festival cultural, que mostrará a pluralidade da juventude para toda a comunidade escolar por meio de manifestações artísticas definidas por vocês.

A ideia é divulgar as produções juvenis realizadas pelos estudantes da escola, de forma a promover o protagonismo juvenil e permitir que todos conheçam as manifestações artísticas desses jovens. Além de apresentações musicais, de batalhas de rimas (slam e rap) e da produção de grafites, outras manifestações podem integrar o festival, como teatro, dança, oficina de pintura, flash mob, exposições fotográficas, entre outras.

O objetivo é que vocês possam se expressar por meio das manifestações culturais próprias.

Ao mostrar aos demais estudantes e à população local que há meios diversos de expressão que dão voz ao jovem, vocês estarão oferecendo oportunidade a outros jovens de tomar conhecimento de que podem comunicar seus anseios e suas angústias por meio da arte e da cultura. Esse protagonismo pode se refletir em ações futuras.

A organização do festival deve acontecer com antecedência, de forma a permitir a preparação dos participantes para apresentar os números de dança, teatro, música, entre outros, e possibilitar a produção de cenários e figurinos, se houver. Para garantir que o evento ocorra de forma planejada sugerimos que:

• Uma comissão formada por estudantes escolhidos pela comunidade escolar deve trabalhar na organização, dividindo-se em diferentes subcomissões: divulgação, inscrição dos participantes, organização da programação e do cronograma das apresentações, planejamento e preparação do local e do material necessário para as apresentações e reorganização da escola ao final do evento.

• A comissão organizadora deve explicar para a direção da escola os objetivos do evento para que juntos definam a data na qual ele ocorrerá. Depois de definida a programação do festival, deve ser elaborado um cartaz elencando as apresentações com breve descrição sobre cada uma delas e a indicação dos nomes dos participantes. Esse cartaz deve ser distribuído em locais de grande visibilidade, na escola e em locais do entorno.

• A programação deve ser seguida dentro do combinado para que todos possam se apresentar. Cada grupo deve obedecer ao tempo previamente determinado para sua apresentação para que nenhum seja prejudicado.

• Além do cartaz, podem ser elaborados outros materiais de divulgação, como panfletos, convites (impressos ou virtuais) e publicações que podem ser feitas nas redes sociais dos estudantes e no canal de comunicação oficial da escola.

Todo o evento, desde a preparação, deve ser registrado em fotos, vídeos e entrevistas, que poderão ser compartilhados com toda a comunidade escolar pelos canais de comunicação oficiais da escola.

Após a realização do evento, pode ser feita uma roda de conversa com toda a turma e com os professores envolvidos para análise dos resultados. O foco da discussão deve ser o quanto a experiência que vocês tiveram com a realização do Festival cultural, focado nas manifestações juvenis, proporcionou o engajamento e estimulou a criatividade dos estudantes.

O sucesso do evento depende do engajamento de todos os participantes. Bom Festival cultural!

A dança e o teatro podem ser uma das manifestações escolhidas para ser apresentadas no Festival cultural.

HILL STREET STUDIOS/GETTY IMAGES

Avaliação

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção dos saberes, das atitudes e a reflexão sobre o tema e o mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros que permitem o acompanhamento da produção e a reflexão do que foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem ser copiados e preenchidos de acordo com as orientações do professor.

Avaliação dos saberes

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

A.

B.

C.

D.

Discutir sobre o tema protagonismo juvenil e educação transformadora.

Refletir sobre os hábitos culturais.

Relacionar juventude, cultura e trabalho.

Reconhecer e analisar anseios e expectativas dos jovens contemporâneos.

Considerar artistas contemporâneos relacionadas às culturas juvenis. E.

ETAPA 2 – SABER E FAZER

A.

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES D ESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

Pesquisar sobre as características que representam as gerações que precederam a geração Z.

Produzir uma linha do tempo de forma a contemplar os resultados de pesquisas relacionados a cada uma das gerações. B.

C.

D.

E.

F.

Ler e interpretar uma reportagem sobre as características e formas de expressão dos jovens.

Analisar e discutir sobre o conceito de beleza ideal e beleza real.

Discutir sobre as características das gerações Z e Alpha e da relação desses jovens com o mercado de trabalho.

Aprofundar conhecimentos sobre manifestações culturais que representam e inspiram as culturas juvenis.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

A.

B.

C.

Definir a programação e os tipos de manifestações artísticas que serão apresentados no Festival cultural.

Organizar, definir e planejar as etapas do Festival cultural.

Elaborar, confeccionar e compartilhar um cartaz que apresente as informações gerais e a programação do Festival cultural, com uma breve descrição sobre cada uma das atrações que fará parte do evento.

Não escreva no livro.

Avaliação das atitudes

B.

C.

D.

Não escreva no livro.

Realizo as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável.

Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.

Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto.

Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas. E.

Falo com clareza ao compartilhar dúvidas e opiniões.

Atuo de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

H.

Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.

MUNDO DO TRABALHO

No decorrer do projeto, você estudou as gerações Z e Alpha e conheceu artistas que representam os jovens dessas gerações. Junto de seus colegas, também montaram um Festival cultural, no qual apresentaram os seus talentos e as suas habilidades em diferentes manifestações artísticas e culturais. Agora, que tal mapear algumas carreiras associadas à Arte?

Com a orientação do professor e organizados em grupos, pesquisem em sites exemplos de profissionais que atuam nas áreas culturais e artísticas. Após a pesquisa, compartilhem os resultados das investigações com os colegas de sala.

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS

1 Sempre

2 Frequentemente

3 R aramente

4 N unca

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

MÍDIAS DIGITAIS: É TUDO VERDADE?

No projeto Mídias digitais: é tudo verdade?, propõem-se a análise de informações veiculadas nas redes sociais para definir o que são fake news e a observação de características que permitem o reconhecimento e a classificação de uma notícia como falsa.

A proposta é investigar procedimentos semelhantes aos de fake news, com intenção de produzir informações incorretas ou inverdades, e que passaram aos registros da história por influenciarem os processos democráticos; analisar o papel das midias digitais e das redes sociais na contemporaneidade; apresentar ferramentas da lógica e da ciência que embasam os procedimentos de verificação de informações; e, ao final, produzir um videotutorial, com instruções precisas de checagem de notícias, com o intuito de espalhar essa prática para toda a comunidade escolar.

Nem todas as informações que recebemos ou lemos nas redes sociais são verdadeiras. É preciso checar a informação antes de compartilhá-la.

ViSÃO GERA DO PROjETO

Mídias digitais: é tudo verdade?

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

• Ciência e tecnologia

COMPONENTES CURRICULARES:

• Educação em direitos humanos

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa

• Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – História e Sociologia; Matemática e suas tecnologias

OBJETOS DO CONHECIMENTO:

• Curadoria de informação; Relação entre textos; Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto; Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais; Elementos da linguagem; Contexto e práticas; Processo de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural; Arte e tecnologia

PRODUTO FINAL:

Videotutorial

ETAPAS DO PROJETO

O percurso deste projeto pode ser alterado e construído de acordo com as necessidades da turma.

Vamos começar

Nesta etapa, será feita a investigação dos conhecimentos prévios da turma por meio de um quiz sobre desinformações, com o objetivo de aprofundar conteúdos e encaminhar as discussões para auxiliar no desenvolvimento do produto final. Para ampliar a discussão, serão apresentadas as características das fake news e os impactos negativos que as notícias falsas podem ter na sociedade contemporânea. Serão dadas orientações sobre o planejamento e a organização dos trabalhos para realização das etapas do projeto e do produto final, o videotutorial.

OBJETIVOS:

• Aprofundar conhecimentos sobre o letramento digital.

• Promover o uso responsável das mídias digitais e redes sociais e a análise crítica ao compartilhar conteúdos.

• F ortalecer práticas democráticas, orientadas pelo respeito aos Direitos Humanos.

JUSTIFICATIVA:

• Combater a produção e a propagação de notícias falsas.

• Produzir conteúdo educativo para disseminar conhecimentos sobre checagem de dados e averiguação de notícias.

A crescente rapidez na disseminação de informações, desencadeada, em grande medida, pelo maior acesso às mídias digitais na atualidade, acentuou um fenômeno chamado pelos teóricos de pós-verdade. Os procedimentos de produção de desinformação na atualidade têm uma relação direta com a elaboração e a propagação de fake news – "notícias falsas", em português –, e essa relação traz impactos significativos para a compreensão da realidade, para a tomada de decisões políticas, para a afirmação de políticas públicas, entre outros aspectos.

Sob uma perspectiva cidadã, o Projeto Integrador Mídias digitais: é tudo verdade? tem como objetivo levá-lo a reconhecer os procedimentos de disseminação de fake news para que se aproprie dos mecanismos de checagem de informações, multiplicando esse conhecimento vital para a construção de uma sociedade justa e igualitária.

Saber e fazer

Nesta etapa, por meio de análise, interpretação e leitura de textos, dados e gráficos sobre produção e apresentação de informações em diversas mídias, serão estimulados o pensamento crítico, a tomada de decisão ética e a percepção de que todo conteúdo é produzido e divulgado de acordo com a intencionalidade do produtor, de forma a retomar a pergunta motivadora: Mídias digitais: é tudo verdade?. Além das atividades de reflexão e pesquisa, serão apresentadas técnicas de averiguação de informações, sobretudo pelas agências de verificação de notícias, e elaboração de critérios de checagem para serem utilizados na produção do videotutorial

Para finalizar

Nesta etapa, serão feitos o planejamento e a elaboração de um videotutorial apresentando técnicas eficientes de checagem de informações. O vídeo deverá ser publicado nos canais de comunicação oficiais da escola e nas redes sociais utilizadas pelos estudantes, e seu objetivo é o combate às notícias falsas. As etapas de elaboração do roteiro, de produção e gravação do vídeo e do seu compartilhamento mobilizarão diversas habilidades e possibilitarão colocar em prática os procedimentos de checagem de informação e combate à fake news apresentados ao longo das etapas do projeto.

ETAPA
ETAPA

Vamos começar

CONVERSA INICIAL

Desinformação e fake news

Muita gente acredita em tudo que lê, sem checar as informações. No entanto, a checagem é uma prática necessária para identificar boatos, mentiras, fraudes e notícias falsas.

Você já se escandalizou ou se chocou com uma notícia e depois descobriu que se tratava de uma mentira? Já recebeu uma informação de uma pessoa confiável por meio de redes sociais e mais tarde se deu conta de que era falsa? Já se deparou com uma fotografia muito verossímil e acreditou que ela retratava a realidade, até perceber que, na verdade, foi enganado? Já compartilhou uma notícia crendo ser de um veículo com credibilidade e mais tarde ficou sabendo que era uma farsa?

Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, saiba que não está sozinho. A rápida disseminação de informações e a ampliação do acesso às mídias e redes sociais vêm trazendo muitas vantagens, principalmente para o campo da educação, mas, por outro lado, têm intensificado um fenômeno bastante comum na atualidade: as fake news e a desinformação. As fake news são um tipo de desinformação. Já "desinformação" é um termo amplo usado para se referir a informações falsas, erradas ou descontextualizadas. Assim, é importante analisarmos com que tipo de informação estamos lidando. No quiz a seguir, vamos testar sua capacidade de identificar desinformações.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Você sabe identificar uma informação falsa?

1. Para cada pergunta, escolha a opção Confio ou Desconfio, indicando se a informação apresentada motiva confiança ou se, por algum motivo, você é levado a desconfiar dela.

a) Você confia nas informações desta postagem (imagem e texto)?

Não escreva no livro.

O QUE É RESILIÊNCIA? A LIÇÃO DO CAVALO CARAMELO Durante quatro dias, Caramelo permaneceu no topo de um telhado, desafiando a fome, a sede e o frio.

Mais informações sobre essa postagem estão disponíveis em: IMAGENS geradas por IA reforçam fake news sobre enchentes no RS. UOL Confere, 31 maio 2024. Disponível em: https://noticias.uol. com.br/confere/ultimas-noticias/2024/05/31/imagens-geradas-poria-reforcam-desinformacao-sobre-enchentes-no-rs.htm

b) Você confia nas informações desta notícia?

Like

Comentários

Professor, essa imagem foi produzida por meio de montagem para que ficasse similar à imagem gerada por IA divulgada em 2024. Optou-se por não utilizar a imagem gerada por IA por questões éticas.

Vídeo: mais de 100 baleias ficam encalhadas em praia turística da Austrália

Fonte da notícia disponível em: VÍDEO: MAIS de 100 baleias ficam encalhadas em praia turística da Austrália. CNN Brasil , 25 abr. 2024. Disponível em: https://www. cnnbrasil.com.br/internacional/ video-mais-de-100-baleias-ficamencalhadas-em-praia-turistica-daaustralia/. Acesso em: 30 out. 2024.

Mídias digitais: é tudo verdade?

Confio Desconfio
Confio Desconfio
Você e mais 99 pessoas 100 Comentários

c) Você confia nas informações desta notícia?

Estudo da NASA aponta que Brasil pode ficar inabitável em 50 anos

Um estudo recente da NASA revela que partes do Brasil podem tornar-se inabitáveis dentro de 50 anos devido ao aumento extremo das temperaturas. Utilizando dados de satélites, os investigadores mapearam as regiões do mundo onde o calor poderá impossibilitar a sobrevivência humana nas próximas décadas.

O estudo, liderado pelo investigador Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, indica que a combinação de calor e humidade extremos poderá transformar certas áreas do Brasil em zonas inóspitas. [...]

Confio Desconfio

Mais informações sobre o texto e fonte de onde ele foi retirado estão disponíveis em: MATSUKI, E. Nasa não concluiu em relatório que Brasil ficará inabitável daqui a 50 anos. Boatos.org, 1 ago. 2024. Disponível em: https://www. boatos.org/mundo/relatorio-da-nasa-conclui-que-brasil-ficara-inabitavel-em50-anos.html. Acesso em: 28 ago. 2024.

d) Você confia nas informações desta mensagem?

Confio

Desconfio

Fonte das informações disponível em: Golpes no WhatsApp: veja cinco fraudes comuns e como se proteger delas. GZH, Zero Hora. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2024/04/golpesno-whatsapp-veja-cinco-fraudes-comuns-e-como-se-proteger-delasclushshup00nb013fkwfm8lmf.html. Acesso em: 24 set. 2024.

e) Você confia nas informações desta manchete?

Confio Desconfio

Mais informações sobre o texto e a fonte de onde ele foi retirado estão disponíveis em: 95% DAS RESOLUÇÕES de se matricular em algum esporte após as Olimpíadas não são cumpridas, diz estudo. Sensacionalista , 12 ago. 2024. Disponível em: https://www.instagram. com/p/C-lLNY3SFpL/. Acesso em: 25 set. 2024.

REPRODUÇÃO/@JORNALSENSACIONALISTA

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Vamos ao resultado?

a) Desconfie! A imagem e o texto da postagem, que teve ampla circulação nas redes sociais em 2024, quando houve uma série de enchentes de grandes proporções no estado do Rio Grande do Sul, não passam de manipulação de dados com base em informações inicialmente verdadeiras. O cavalo realmente existiu e ficou em cima do telhado durante cerca de 24 horas até ser resgatado. No entanto, a imagem não é real, pois foi gerada com o uso de IA, informação checada pelo UOL Confere, uma seção dedicada à checagem e ao esclarecimento de fatos. O texto também está errado ao informar que o cavalo ficou quatro dias sobre o telhado da casa. Diversas agências de notícias esclareceram que o animal ficou cerca de 24 horas em uma posição incômoda e se equilibrando.

b) Confie! A notícia sobre as 160 baleias encalhadas na Austrália foi publicada por um veículo considerado de credibilidade. A foto é real e ilustra o local onde as baleias acabaram encalhadas nas areias da praia. A leitura da notícia completa informa ainda que, como as baleias-piloto têm fortes laços sociais, quando uma delas enfrenta dificuldades e encalha, é possível que o restante do grupo termine na mesma situação.

c) Desconfie! Circulou nas redes sociais, em aplicativos de mensagens, que a NASA havia publicado que o Brasil ficaria inabitável em 50 anos devido às mudanças climáticas. Notícias catastróficas devem sempre ser verificadas. Essa notícia, por ter característica de anúncio de desastre, logo "viralizou" (ou seja, se espalhou rapidamente), gerando medo e apreensão em muitas pessoas. As agências de checagem de notícias e os veículos jornalísticos tradicionais verificaram que o artigo existe, mas é baseado em dados globais e trata-se de um alerta a todos os países, não apenas ao Brasil. Os estudiosos consultados chamaram a atenção para o fato de que um estudo serve para ser aprofundado e pode até mesmo ser refutado. Nesse caso, houve uso distorcido dos dados de um estudo real.

d) Desconfie! Agências de verificação de informações identificaram as mensagens enviadas pelo celular como golpes. Geralmente, os criminosos utilizam o sistema de mensagens instantâneas, que faz parte do dia a dia das pessoas, para aplicar o golpe por meio de vários formatos que levam sempre ao mesmo objetivo: extorquir dinheiro do outro. Ao se passar pela vítima, o estelionatário usa o nome e a foto da conta clonada para pedir dinheiro aos familiares e amigos. Outras vezes, quando não conseguem clonar, os golpistas enviam aos contatos da vítima mensagem dizendo que o número do celular foi trocado e, ao aceitarem o novo número, eles pedem o dinheiro em nome da vítima.

e) Desconfie! Criar notícias fictícias com o objetivo de apresentar críticas de maneira engraçada é um recurso utilizado por diversos grupos que trabalham com o humor. De forma semelhante, o veículo divulgou uma sátira, utilizando um layout bastante semelhante ao dos veículos de imprensa tradicionais. O site anuncia que é um portal "isento de verdade", slogan de duplo sentido que deixa clara sua natureza fictícia e humorística.

E então, como foi seu desempenho?

Converse sobre o resultado com os colegas.

EM FOCO Pistas e indícios

Para constatar se uma notícia é verdadeira ou falsa, é necessário seguir pistas e indícios que indicam a credibilidade da informação.

Você conseguiu diferenciar informações verdadeiras e falsas no quiz? É importante pensar nas pistas que o levaram às respostas corretas! Se não conseguiu acertar todas, não desanime! Ao final do nosso projeto, você estará apto a lidar com todos os procedimentos de checagem de informações e poderá discernir desinformações das informações que de fato correspondem à realidade. Além disso, poderá compartilhar esses conhecimentos com toda a comunidade escolar, alertando sobre os perigos de notícias que propagam a desinformação.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Em duplas, conversem e respondam:

1. Quais são as pistas e os indícios que os levaram a desconfiar das desinformações no quiz? Escrevam um pequeno roteiro apresentando os principais itens identificados por vocês, depois, comentem o porquê.

2. Vocês costumam desconfiar de informações recebidas em aplicativos de mensagens instantâneas? Comentem.

3. Qual é a postura adotada por vocês quando desconfiam que uma informação compartilhada pode ser fake news?

PARA ASSiSTiR

No canal da TV Cultura na internet, é possível assistir a uma reportagem sobre golpes sofisticados que usam a inteligência artificial para manipular imagens e vozes.

GOLPES cibernéticos: organização criminosa manipula vídeos de personalidades para atrair vítimas. TV Cultura, 24 jun. 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=kxBAwH7LppM. Acesso em: 14 ago. 2024. Mídias digitais: é tudo verdade? 83

Mas, afinal, o que são fake news?

É importante ressaltar que essa expressão possui diversas definições e, muitas vezes, torna-se difícil identificar prontamente se determinada informação é uma notícia falsa, um boato, uma fraude ou uma mentira. Por exemplo, no quiz inicial, com exceção da notícia publicada por um portal de notícias, todas as outras publicações trazem alguma desinformação. Mas repare: nem todas podem ser consideradas fake news.

Estas são as características mais comuns das fake news, que nos ajudarão a perceber quando é preciso ligar o sinal de alerta:

• São publicações que costumam imitar o formato de texto jornalístico, com o objetivo de enganar ou confundir o receptor, uma vez que nos acostumamos a dar credibilidade a informações divulgadas pelos veículos da grande mídia.

• As informações são disseminadas de forma ampla e rápida. Geralmente, é uma publicação viral, que atinge um enorme número de pessoas em curto período.

• O formato desses textos busca se aproximar daquele das notícias, mas o conteúdo nunca é aprofundado, nem são apresentados fontes, dados confiáveis ou opiniões assinadas por um autor.

• O objetivo é enganar as pessoas, mas sempre se busca ocultá-lo. Essa característica diferencia as fake news das ficções tradicionais, das piadas, das anedotas, dos “causos”, das paródias e das sátiras, pois nesses casos o público receptor está ciente de que se trata de uma brincadeira e, com humor e espírito crítico, pode se posicionar diante das informações publicadas.

• A intenção enganosa busca tirar algum proveito, seja para fins políticos, seja pela visibilidade midiática ou pelo ganho financeiro.

Ao contrário de publicações como a do site humorístico, os produtores de fake news se esforçam para que a verdadeira autoria das informações não seja descoberta.

Sites, organizações e pessoas que propagam fake news procuram ocultar ou adulterar a autoria dos textos, atribuindo-a, muitas vezes, a pessoas conhecidas pelo público. Essa postura de ocultar a verdadeira autoria da publicação, preservando a identidade dos farsantes, é muito recorrente.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Leia os textos e faça o que se pede nos itens.

COB esclarece que criticar atletas no sofá não é esporte olímpico

O comitê olímpico brasileiro emitiu uma nota dizendo que ficar deitado no sofá criticando o maior número de atletas nas mais diferentes modalidades não caracteriza atividade olímpica. Apesar de esportes pouco convencionais estarem entrando para os jogos como breakdance e escalada, a admissão de novos esportes está restrita a atletas reais e a cornetada não está entre eles. [...]

COB ESCLARECE que criticar atletas no sofá não é esporte olímpico. Sensacionalista , 4 ago. 2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/ humor/sensacionalista/post/2024/08/cob-esclarece-que-criticar-atletas-no-sofanao-e-esporte-olimpico.ghtml. Acesso em: 14 ago. 2024.

Olimpíadas Mundial

Governo brasileiro irá taxar medalhas olímpicas conquistadas por brasileiros campeões em Paris

a) Com base nas características apresentadas na página anterior, como você classificaria os textos 1 e 2?

b) Considerando o que foi observado na página 82, que características podem ser identificadas no texto 1?

c) Em sua opinião, de que forma o texto 2 pode ter circulado e com qual objetivo?

2. As fake news também podem ser difundidas por meio de mensagens de texto ou de voz. Em 2024, em meio ao aumento de casos de dengue no país, circularam mensagens de texto sobre uma nova arma contra o mosquito Aedes aegypti que não é divulgada pelas prefeituras. Constatou-se posteriormente a inverdade dessa informação. Leia a seguir a reprodução de um trecho dessa mensagem de texto.

Texto 2
Texto 1

CAFÉ, a nova arma contra o mosquito da dengue. IMPORTANTE! ! MAS VCS SABEM PORQUE ISSO NÃO É DIVULGADO NÉ? AS PREFEITURAS ARRECADAM TODOS OS ANOS UMA POLPUDA VERBA EXTRA POR CONTA DO MOSQUITINHO! !! POR QUE ACABAR COM ELE!?!?!? GENIAL E IMPORTANTE!! ! NÃO DEIXEM DE REPASSAR A TODOS!!! VERÃO E DENGUE ANDAM JUNTOS. Uma cientista paulista, a bióloga Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências da UNESP (campus de São José do Rio Preto), durante a pesquisa da sua dissertação de mestrado, descobriu que a borra de café produz um efeito que bloqueia a postura e o desenvolvimento dos ovos do Aedes aegypti . O processo é extremamente simples: o mosquito pode ser combatido colocando-se borra de café nos pratinhos de coleta de água dos vasos, no prato dos xaxins, dentro das folhas das bromélias, e a borra de café, que é produzida todos os dias em praticamente todas as casas, tem custo zero. O único trabalho é o de colocá-la nas [...]

Fonte da informação: ELIMINAR criadouros é melhor método para combater o Aedes aegypti; borra de café não é recomendada. Estadão, 22 fev. 2024. . Disponível em: https://www.estadao.com.br/estadao-verifica/borra-cafe-pratinhos-mosquito-dengueenganoso/. Acesso em: 14 ago. 2024.

Após a leitura do trecho, responda:

a) Sabendo que o trecho acima é uma notícia falsa comprovada por várias agências de checagem de informações, faça uma lista com indícios que poderiam chamar a atenção do receptor e indicar a falsidade da notícia.

b) Imagine que você tenha recebido essa mensagem de texto de um parente próximo e, percebendo os indícios de falsidade da informação, resolve esclarecer o fato ao seu interlocutor. Quais atitudes adotaria para impedir que esse texto com fake news se propagasse em seu círculo de amizades?

3. Com base em tudo o que foi apresentado anteriormente, como você definiria a expressão fake news?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Agora que já são capazes de identificar as características de fake news, você e os colegas farão uma entrevista para identificar os hábitos de usuários de redes sociais e os procedimentos adotados por eles ao se depararem com informações suspeitas. Em dupla, entrevistem usuários de aplicativos de mensagens para saber se eles já receberam golpes, imagens manipuladas ou fake news semelhantes às reproduzidas nas páginas anteriores. Questionem também os hábitos e os procedimentos mais comuns desses usuários de aplicativos e como eles se protegem das fake news. Para isso, sigam o passo a passo a seguir.

1. Elaborem o roteiro da entrevista e selecionem o público da pesquisa, que pode ser composto por estudantes de outras turmas, funcionários da escola ou moradores do entorno.

2. Definam se as entrevistas serão filmadas, gravadas ou se as respostas serão anotadas.

3. Analisem os dados e façam um relatório apresentando a conclusão a que você e o colega chegaram com base nas entrevistas.

4. Criem uma lista, no caderno, com procedimentos que poderiam contribuir para um melhor uso desses aplicativos de mensagens, com o intuito de evitar que o usuário seja enganado por notícias falsas e as dissemine.

Projeto 3Mídias digitais

Nesta etapa, você foi convidado a refletir sobre fake news, estudando seu conteúdo e checando seus conhecimentos, além de aprender a identificar pistas e indícios para identificar desinformações. Ao final do projeto, você e os colegas vão produzir um videotutorial sobre técnicas eficientes de checagem de informações para ser publicado nos canais de comunicação oficiais da escola e em redes sociais.

Na etapa 2, vocês vão se organizar em pequenos grupos de acordo com a tarefa a ser realizada. Vocês já podem, inclusive, pensar na divisão dos grupos e na organização das tarefas para a realização do produto final (o videotutorial ) na etapa 3, respeitando as preferências e habilidades de cada um na distribuição dos seguintes trabalhos: pesquisa de notícias e verificação de dados; produção de conteúdo digital; elaboração de roteiro de vídeo, revisão, edição de conteúdos; locução; montagem de cenário; escolha de figurino (se houver); filmagem etc. Com o professor, também decidam se a turma toda fará um único videotutorial ou se cada grupo produzirá o seu.

Na formação das equipes, considerem a possibilidade de trabalhar com colegas com os quais vocês não estão acostumados. Essa experiência pode enriquecer a troca de informações.

Durante todo o projeto, é importante manter o foco na questão motivadora Mídias digitais: é tudo verdade? Ela deve possibilitar a produção de uma boa pesquisa e expandir os conhecimentos sobre o tema, preparando-os para o desenvolvimento do produto final.

Materiais necessários

Para realizar esse projeto, serão necessários computadores com acesso à internet, celulares, câmeras digitais, softwares para edição de vídeos, blocos para anotações, papéis diversos, lápis e canetas variadas. É importante ter esse material à mão, conforme a necessidade de cada aula, a fim de executar adequadamente as atividades propostas.

O planejamento e a organização de tarefas são essenciais para o desenvolvimento de um projeto.

1903

2

Saber e fazer

Das mentiras às fake news

Vamos aprofundar um pouco mais os conhecimentos sobre fake news para desenvolver o nosso produto final: o videotutorial com orientações para a checagem de informações. Para isso, é essencial conhecer a história e os procedimentos que permitem checar se uma informação é verdadeira ou falsa.

Engana-se quem pensa que a veiculação de mentiras é um fenômeno da atualidade. Vamos conhecer três episódios que envolviam histórias falsas. O que elas têm em comum é que, por motivos diversos, foram veiculadas para parecerem ser verdadeiras.

Os protocolos dos sábios de Sião

A obra, que foi publicada na Rússia, em 1903, contém informações inverídicas sobre uma conspiração judaica para dominar o mundo. Décadas depois, o livro foi usado pelo nazismo para justificar a morte de 6 milhões de judeus no Holocausto. As consequências, como sabemos, foram trágicas. Na década de 1990, uma juíza da Suprema Corte de Israel, Hadassa Ben-Itto, investigou, ao longo de seis anos, a história do que ela chamou de maior farsa literária do século XX. Suas investigações resultaram na obra A força da mentira, lançada no Brasil em 2017.

O regime nazista, consolidado por Adolf Hitler quando foi nomeado chanceler da Alemanha, valeu-se de falsas teorias conspiratórias para justificar o extermínio de 6 milhões de judeus, incluindo crianças, em um dos maiores genocídios da história da humanidade. A foto, de 2017, mostra crematório próximo à câmara de gás no campo de concentração de Auschwitz, Polônia, atual Museu do Holocausto.

1937

O Plano Cohen

No dia 30 de setembro de 1937, o general Góes Monteiro, chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro, noticiou, por meio do programa radiofônico Hora do Brasil, a descoberta de um plano comunista cujo objetivo era derrubar o presidente Getúlio Vargas e tomar o poder. Segundo o general, o Plano Cohen, como passou a ser chamado, tinha sido arquitetado pelo Partido Comunista Brasileiro com organizações comunistas internacionais. Anos mais tarde, ficaria comprovado que o documento fora falsificado com a intenção de justificar a instauração da ditadura do Estado Novo, em novembro de 1937.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Em grupo, façam uma pesquisa sobre outros momentos em que acontecimentos que podem ser considerados fake news desencadearam mudanças que afetaram de modo importante uma civilização ou indivíduos. Peçam ajuda ao professor de História para aprofundar os conhecimentos sobre os fatos descobertos por vocês e compartilhem sua descoberta com a turma.

1938

A guerra dos mundos

Na véspera do Halloween de 1938, a emissora de rádio estadunidense CBS resolveu fazer uma apresentação especial em seu programa de dramatização de obras literárias: uma adaptação do livro A guerra dos mundos , de H. G. Wells, dirigida pelo então pouco conhecido cineasta Orson Welles. Como o programa apresentava a história em formato jornalístico, logo no início o locutor explicou que se tratava de uma fantasia inspirada na história ficcional criada por Wells. Entretanto, quase metade da audiência sintonizou a rádio no meio da transmissão e, sem ter ouvido o alerta, acreditou que a invasão de marcianos relatada na ficção estava acontecendo de verdade. A falta de contexto levou mais de 1 milhão de pessoas a acreditar que o mundo estava acabando, o que provocou pânico generalizado, com congestionamentos e ligações desesperadas para a polícia.

Neste link, você pode ler a matéria jornalística que fala sobre como um programa de rádio que simulava uma invasão extraterrestre acabou causando pânico entre os ouvintes.

TESCHKE, Jens. 1938: Pânico após transmissão de "Guerra dos mundos". DW, 30 out. 2020. Disponível em: https://www.dw.com/ pt-br/1938-p%C3%A2nico-ap%C3%B3stransmiss%C3%A3o-de-guerra-dosmundos/a-956037. Acesso em: 30 out. 2024.

PARA ER

O s perigos da desinformação

Leiam juntos o texto a seguir que fala sobre mídias sociais, jornalismo e desinformação.

Mídias sociais e jornalismo: os perigos da desinformação

[...]

Para marcar o Dia das Mídias Sociais, celebrado em 30 de junho, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) conversou com pesquisadores da Faculdade de Comunicação (Facom), [...] que analisam os impactos das mídias sociais na disseminação de conteúdo e estratégias no combate à desinformação.

[...]

Segundo dados do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os conteúdos falsos se espalham 70% mais rápido que as notícias verdadeiras. Para os entrevistados, esta questão está relacionada ao fato de que muitas pessoas não sabem identificar conteúdos inverídicos. Outra questão alertada pelo instituto é que o conteúdo falso, mesmo quando não surge no ambiente digital, tem a velocidade e o alcance do conteúdo ampliados nele.

Nesse contexto, os resultados das chamadas fake news podem causar sérios problemas tanto na vida pessoal, como pública. Como exemplo, recorda-se o episódio da moradora do litoral de São Paulo que foi vítima de linchamento, após uma notícia falsa divulgada em uma rede social causar uma confusão entre ela e uma suposta “bruxa” sequestradora de crianças.

Em uma perspectiva pública mais ampla, as notícias falsas também alcançam impactos substanciais em áreas como a saúde e a política – durante uma pandemia ou campanhas de vacinação, por exemplo, informações incorretas ou enganosas podem atrapalhar esforços para proteger a saúde pública; já na esfera política, a disseminação de notícias falsas durante eleições ou na publicidade de dados governamentais pode distorcer a percepção do público e afetar a tomada de decisões de maneira adversa.

“Um ponto importante que devemos considerar é com relação ao tipo de desinformação. Existem aquelas que são criadas de fato com conteúdos falsos, com o intuito de propagar conteúdos inverídicos, mas também existem aquelas notícias que estão fora de contexto ou mal redigidas, que também devem ter nossa atenção”, explica a coordenadora.

Para Pernisa, o motivo de parte da sociedade confiar nas notícias propagadas nas redes sociais como única fonte de informação acontece em decorrência de três razões: a primeira está relacionado à questão de proximidade e confiança nas redes, ou seja, receber informações de amigos e/ou parentes; a segunda é a identificação com assuntos que atraem pessoalmente quem está lendo; por último, temos as estratégias utilizadas pelas plataformas, como títulos sensacionalistas, utilização de palavras estratégicas, entre outros subterfúgios para aumentar o engajamento e os cliques.[...]

MÍDIAS sociais e jornalismo: os perigos da desinformação. UFJF Notícias, 30 jun. 2023. Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/2023/06/30/midias-sociais-e-jornalismo-os-perigos-da-desinformacao/. Acesso em: 30 set. 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. No texto, foram elencadas três razões para as pessoas confiarem em notícias propagadas somente por redes sociais. De modo resumido, seriam: 1. proximidade e confiança nas redes (receber a informação de conhecidos); 2. identificação com o assunto; 3. estratégias próprias das redes. Você concorda que essas três razões realmente influenciam na opinião das pessoas? Explique.

2. Você já tinha pensado nas consequências que desinformações, que circularam pelas redes sociais, poderiam gerar? Leia a descrição das fake news a seguir, levante hipóteses sobre as consequências que foram desencadeadas pela propagação de cada uma delas e, em seguida, compare a sua resposta com as de seus colegas.

a) Em 2024, circulou um texto acompanhado de um vídeo por meio de um aplicativo de mensagens de celular. O texto dizia que estava ocorrendo uma cheia recorde nas Cataratas do Iguaçu, no estado do Paraná, em razão das enchentes ocorridas no estado do Rio Grande do Sul naquela época. A história era falsa e o vídeo era antigo: mostrava uma cheia real ocorrida nas Cataratas, mas datava de 2014.

b) Em 2013, torcedores gaúchos inventaram um jogador argentino chamado Enrico Cabrito e espalharam em uma rede social que ele seria o novo reforço do Grêmio para a temporada.

c) Em 2019, um surto de sarampo assolou os habitantes das Filipinas. Ao mesmo tempo, espalhou-se pelo país a notícia de que uma nova vacina contra a dengue estaria causando mortes, o que levou as pessoas a evitar as vacinas em geral.

3. Agora, faça uma pesquisa sobre fake news atuais e discuta com os colegas as possíveis hipóteses da disseminação de cada uma delas para a sociedade.

É preciso utilizar as mídias digitais de forma crítica e consciente.

L etramento digital

A pretensão do produtor de fake news é fazer com que elas tenham o maior alcance possível. Para atingir esse propósito, ele conta com um elemento central: o público receptor dessas informações. Portanto, a pessoa que recebe uma informação falsa, desconfia dela e opta por não repassá-la está contribuindo para interromper o fluxo das fake news

Vamos refletir sobre quais fatores podem levar o receptor a não espalhar notícias que lhe parecem ser falsas? Um deles é o adequado letramento digital. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais definiu letramento digital como o domínio de técnicas e habilidades para acessar, interagir, processar e desenvolver multiplicidade de competências na leitura das mais variadas mídias digitais. É fundamental analisar os interesses que movem o jornalismo tradicional e, mais recentemente, os que movem o campo, ainda obscuro, em que circulam as fake news. Essa capacidade também está relacionada ao letramento digital.

Um leitor com maior familiaridade com o meio digital estará apto a tomar decisões mais seguras em relação à divulgação de notícias. Por isso, é extremamente importante que o leitor desenvolva pensamento crítico com relação às informações que recebe e assuma a postura, igualmente crítica, de checá-las antes de espalhar, mesmo que não intencionalmente, notícias que podem não ser verdadeiras ou que sejam capazes de confundir outros leitores.

A nálise de gráficos na mídia

Um jornal digital apresentou uma análise interessante de como alguns detalhes dos gráficos que circulam junto às notícias podem nos enganar. A matéria alertava para o fato de que, mesmo em veículos com grande credibilidade, informações podem ser divulgadas sem total conformidade com a realidade. Para ilustrar, os autores do texto analisaram procedimentos na construção de gráficos que podem contribuir para a disseminação de informações pouco precisas ou distorcidas. Leia a seguir trechos da matéria.

Como mentir com gráficos:

mais 7 detalhes que podem te enganar

Escalas quebradas, intervalos suspeitos e eixos duplos: veja essas e outras maneiras de levar a interpretações erradas em visualizações de dados

Em 1º de abril de 2018, o Nexo publicou este gráfico que mostra como a visualização de dados pode ser utilizada de maneira enganosa (ainda que bem-intencionada). [...]

Dados faltantes, linhas imaginadas

Seja por problemas de coleta de dados ou pela frequência irregular em que determinados estudos são realizados, é comum encontrar séries históricas interrompidas por dados faltantes. Essa ausência representa uma zona misteriosa: um período sobre o qual não se pode afirmar nada a partir da base de dados.

Nesses casos, muitos gráficos de linha representam esse conjunto ligando os pontos disponíveis da série histórica, como no exemplo acima. Essa representação pode ser enganosa por causar a impressão de que os dados seguiram a variação mostrada na linha, o que não é possível saber.

SEM DADOS
linha é interrompida
mesmo que faltem dados, linha é contínua
EDITORIA DE ARTE

A prática indicada, no caso de dados faltantes, é ser transparente sobre os momentos em que existem ou não dados, interrompendo a linha onde não há informação ou até mesmo destacando visualmente o período problemático. Caso seja feita uma interpolação de dados, ou seja, se “preencha” o dado faltante com uma suposição, isso deve ser comunicado ao apresentar o gráfico.

Eixos duplos e correlações

escolha dos eixos pode gerar diferentes interpretações dos dados

separadas e em suas próprias escalas, as linhas não sugerem uma correlação

Quando um gráfico de linha apresenta dois eixos verticais, é possível que se interprete uma suposta correlação entre os dados, ainda que não exista na realidade. A escolha dos limites para as escalas dos dois diferentes eixos verticais pode causar essa distorção, mesmo que não intencionalmente.

O ideal, nesses casos, é exibir os dados em dois gráficos separados, cada um com sua própria escala adequada. Isso porque corre-se o risco de induzir à percepção de correlações que na realidade são espúrias, como nestes exemplos, sobretudo se os dados mostrarem a evolução de dados ao longo do tempo.

[...]

ALMEIDA, Rodolfo; ZANLORENSSI, Gabriel. Como mentir com gráficos: mais 7 detalhes que podem te enganar. Nexo, 28 dez. 2023. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2018/03/31/como-mentir-comgraficos-7-detalhes-que-podem-te-enganar. Acesso em: 30 out. 2024.

Percebe-se, nesse trecho, que o modo como a informação é apresentada e transmitida e a forma como os recursos gráficos são utilizados determinam quão fiel será a informação à realidade. Nesse caso, o papel do produtor da informação é imprescindível, uma vez que ele terá de manter um compromisso não apenas com a veracidade e com a precisão dos dados e dos fatos, mas também com o leitor, de forma a tratá-lo com respeito e transparência.

Nesse sentido, o papel do leitor também se torna fundamental e cabe a ele ler de forma ativa e crítica as informações, verificando, sempre que possível, sua veracidade e validade.

EDITORIA DE ARTE

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

5 países com maior inflação nos últimos 12 meses* AT¡v¡DaDeS

1. Imagine que você é jornalista de um jornal de grande circulação na sua cidade e, cumprindo os protocolos do seu local de trabalho, submete a matéria que escreveu a um editor para que, depois de revisada, possa ser publicada. Sua matéria, que trata dos efeitos da inflação, contém um gráfico no qual são comparados os cinco países com maior inflação nos últimos 12 meses. Ao analisar as informações, o editor detecta uma inconsistência no modo como os dados são apresentados e, além de fazer a indicação em vermelho no gráfico, escreve um recado direcionado a você:

*Dados publicados em abril de 2019.

ainda que seja indicado, quebra de escala não permite visualizar a dimensão da diferença

Fonte: ALMEIDA, Rodolfo; ZANLORENSSI, Gabriel. Como mentir com gráficos: mais 7 detalhes que podem te enganar. Nexo, 28 dez. 2023. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ grafico/2018/03/31/como-mentir-com-graficos-7detalhes-que-podem-te-enganar. Acesso em: 28 ago. 2024.

Jornalista K, Detectei no gráfico que compõe sua matéria um problema que julgo ser de “escala quebrada”. Geralmente, em gráficos de barras pode acontecer de um determinado valor ser tão maior que o restante que esse valor sozinho torne praticamente invisíveis todos os outros. E é exatamente isso o que ocorre na arte que apresentou. Preocupo-me que essa proporção desmedida pode levar a uma leitura equivocada das informações do gráfico, interferindo, possivelmente, na compreensão do leitor do nosso jornal. Por isso, primando pelo respeito que nossa empresa sempre teve com nossos leitores, solicito que reveja o modo como apresentará esse dado, reformulando o gráfico.

Atenciosamente, Editor X

a) E xplique como você alteraria o gráfico, de modo a atender à solicitação do editor. Caso ache necessário, solicite a ajuda do professor de Matemática.

b) Agora, utilizando material apropriado, construa um gráfico que contenha a modificação sugerida por você no item acima.

c) Compare sua alteração com as alterações criadas pelos colegas e, juntos, reflitam sobre qual foi a melhor solução encontrada para o problema.

Venezuela
Sudão do S.
Sudão

2. Em períodos eleitorais, é muito comum que sejam divulgadas pesquisas de intenção de votos. Embora as instituições que recolhem esses dados possam ter grande credibilidade e compromisso com a divulgação da verdade, algumas vezes veículos de notícias ou empresas de propagandas ligadas aos candidatos divulgam a proporção dos números de maneira a produzir leituras errôneas sobre o panorama da corrida eleitoral.

Uma das formas de fazer essa divulgação manipulada é não considerar o início da escala em zero. Na situação hipotética reproduzida no gráfico abaixo, a diferença entre os candidatos é pequena, mas ela parece muito maior do que realmente é pelo fato de os números serem mostrados em um gráfico de barras com início em um patamar diferente de zero. Veja:

Escalas que não começam no 0

Fonte: ALMEIDA, Rodolfo; ZANLORENSSI, Gabriel. Como mentir com gráficos: mais 7 detalhes que podem te enganar. Nexo, 28 dez. 2023. Disponível em: www.nexojornal.com.br/grafico/2019/04/01/Como-mentir-comgr%C3%A1ficos-mais-7-detalhes-que-podem-te-enganar. Acesso em: 28 ago. 2024.

a) Considere que, em uma pesquisa de intenção de votos de uma eleição hipotética, o candidato A tem 32% das intenções de voto, enquanto o candidato B tem 28% e o candidato C tem 27%. Elabore um gráfico em que essas diferenças sejam apresentadas de forma mais fidedigna.

b) Faça uma pesquisa para identificar manipulação de dados favorável a algum candidato em eleições em diferentes países ou cidades do Brasil ou do mundo. Verifique de que forma essa informação foi divulgada. Depois, analise e discuta com a turma as implicações desse comportamento no processo democrático das eleições.

C hecagem de notícias

Ao longo do projeto, você deve ter percebido como é importante checar as informações antes de compartilhá-las. Todas as pessoas podem realizar a checagem de informações para identificar se há ocorrência de fake news ou não. Leia algumas dicas apresentadas a seguir.

Mídias digitais: é tudo verdade?

A gências de fact-checking

A disseminação de fake news tornou-se um hábito tão comum que algumas agências de checagem de notícias foram criadas para combater essa e outras práticas de desinformação. Existem diversas iniciativas de combate à desinformação por meio da tecnologia e de variados recursos de verificação. As agências de checagem de notícias, ou fact-checking , têm exercido papel fundamental no desafio de garantir a autenticidade dos fatos e ao comunicar o resultado das verificações de forma veloz.

Entre as metodologias de checagem de notícias de várias agências está a criação de etiquetas de identificação das informações, que funcionam como um código de alerta para graus de veracidade de informações que circulam nas redes sociais. Essa metodologia permite avaliar dados históricos, estatísticos, comparações e informações relativas à legalidade ou constitucionalidade de um fato e classificá-los para que o leitor tenha clareza de sua autenticidade.

Veja ao lado exemplos de etiquetas utilizadas por uma agência em seu processo de checagem.

PARA ACESSAR

Para saber mais sobre agências de checagem que atuam no Brasil, conheça o trabalho de algumas delas nos sites a seguir.

• A gência Lupa: https://lupa.uol.com.br/

• Boatos: https://boatos.org

• E stadão Verifica: https://www.estadao.com.br/estadao-verifica/

• E-Farsas: https://www.e-farsas.com/

• F ato ou Fake (Globo): https://g1.globo.com/fato-ou-fake

• Detector de Fake News: https://nilc-fakenews.herokuapp.com/ (Acessos em: 28 ago. 2024.)

ENTENDA as etiquetas da Lupa. UOL , 15 out. 2015. Disponível em: https://lupa.uol.com.br/ institucional/2015/10/15/entenda-nossas-etiquetas. Acesso em: 28 ago. 2024.

O vídeo Como funciona a checagem de notícias mostra os bastidores de uma agência de checagem de notícias. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=ZHJ_9Johmmo. Acesso em: 28 ago. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Imagine que você trabalha em uma agência de checagem e, com os colegas, resolve elaborar etiquetas para classificar um conjunto de trechos de postagens ou de vídeos sobre o tema "Dicas contra a onda de calor" que circularam em um aplicativo de mensagens de celular em 2023. Em seguida, todas essas "dicas" serão conferidas pela equipe.

• Criem os títulos das etiquetas e um desenho associado a cada um deles.

• Avaliem, de acordo com o grau de veracidade, cada umas das "dicas".

a)

• Utilizem as etiquetas para classificar as "dicas".

b)

Vamos prevenir qualquer situação com nosso corpo! Vamos beber água com limão e uma pitada de sal para recuperar os eletrólitos que perdemos ao suar! [...]

(trecho de postagem)

E isotônicos são ótimos, assim como o suco de frutas, às vezes com um pouquinho de sal e às vezes com um pouquinho de açúcar pra ajudar na absorção desse líquido.

(trecho de vídeo)

c)

Vamos colocar muitos potes com água nas portas e tentar colocar em pontos estratégicos da cidade, como praças, portas de estabelecimentos, lugares onde tem sombra. Os animais também sofrem com esse calor.

(trecho de vídeo)

Fonte dos textos disponível em: DICAS contra a onda de calor: veja o que é falso ou verdadeiro. UOL , 21 nov. 2023. https://lupa.uol.com.br/ jornalismo/2023/11/21/dicas-contra-a-onda-de-calor-veja-o-que-e-falso-ou-verdadeiro. Acesso em: 28 ago. 2024.

• Todas as “dicas” foram retiradas de postagens ou vídeos que circularam em um aplicativo de mensagens e foram verificados por uma agência de checagem. Converse com o professor depois de realizar a atividade para saber mais sobre essa verificação.

• Para ajudá-los na verificação dos textos e na indicação das etiquetas, vocês podem seguir o fluxo proposto neste infográfico.

Professor, nesta etapa, o videotutorial será finalmente produzido com base nos conhecimentos adquiridos pela turma ao longo do projeto. Durante a produção, os estudantes devem assumir suas tarefas e desenvolvê-las em grupos.

Para finalizar

As fake news, ou notícias falsas, invadem nosso cotidiano e podem causar muitos danos à sociedade, por isso é de grande importância saber como reconhecê-las.

PRODUTO FINAL

Organização e produção do videotutorial

Para iniciar esta etapa, você e os colegas, com a orientação do professor, vão se dividir em grupos menores, de três a cinco estudantes, e pensar quais conteúdos e objetivos dos videotutoriais serão produzidos. Lembrem-se de que o conteúdo deve estar relacionado às reflexões que foram levantadas, por isso é imprescindível que dicas para verificação de informações façam parte do seu roteiro. Elencamos a seguir algumas sugestões de como o tema das fake news pode ser abordado no videotutorial:

• Vídeo informativo sobre os mecanismos que as agências de checagem utilizam e os cuidados necessários ao usar as mídias digitais e redes sociais, e ao compartilhar notícias.

• Vídeo prático no qual os estudantes apresentarão uma notícia falsa como exemplo e aplicarão a ela os mecanismos de checagem de informações.

• Vídeo informativo sobre os cuidados relacionados à divulgação de notícias falsas e as orientações sobre como impedir sua propagação.

• Vídeo no qual os estudantes interpretarão personagens e encenarão uma situação fictícia em que um deles recebe uma notícia falsa e os outros o aconselham a verificar a sua veracidade, explicitando estratégias de checagem.

Para decidir sobre o formato do videotutorial, reúna-se com os colegas do grupo, pesquisem na internet produções semelhantes já realizadas e discutam as formas que lhes parecem mais eficientes para atrair o público.

É importante acolher todas as opiniões e evitar críticas às ideias expressas, pois a intenção é reunir o maior número de sugestões para a elaboração do produto final. Costuma-se chamar esse procedimento de brainstorming ou tempestade de ideias.

Após definirem o formato do videotutorial, é importante pensar na estrutura e no encadeamento dos conteúdos. Atentem-se para que a linguagem utilizada esteja de acordo com o contexto de produção e para que o público-alvo seja atingido. É importante ter clareza sobre a ideia central do videotutorial a ser produzido e as estratégias que serão utilizadas para apresentar o argumento principal (ou seja, como explicar com clareza as ideias do grupo ao interlocutor).

Para isso, respondam a estas perguntas orientadoras no caderno.

• Que tipo de videotutorial será produzido?

• Qual é o objetivo?

• Onde, quando e como o vídeo será produzido?

• Quem gravará e quem aparecerá no vídeo?

• Quais são as demais pessoas envolvidas na produção?

• Qual metodologia será utilizada em sua produção?

• Com qual recurso (celular, câmera digital) será produzido?

• Haverá custos para essa produção?

• Será preciso produzir cenários? Preparar figurinos específicos?

Professor, sugira aos estudantes que a organização desta etapa seja feita por meio de mapas mentais.

A e scolha da notícia

Os grupos que assumirem a tarefa de checar a autenticidade de uma informação devem oferecer, ao longo das cenas, explicações sobre os procedimentos de checagem utilizados nessa verificação. Como ponto central do videotutorial, você e seus colegas podem escolher uma notícia falsa recente, que tenha circulado nas redes sociais e obtido grande alcance de público, com muitos compartilhamentos.

Seguem algumas dicas para essa seleção:

• Avalie a estrutura do texto. As fake news costumam apresentar erros de português e de formatação, linguagem coloquial, letras em caixa-alta e uso inadequado da pontuação.

Duvidar é o primeiro passo para evitar a propagação de notícias falsas.

• Preste atenção na data da publicação e avalie se a notícia ainda é relevante e está atualizada.

• Não basta ler o título e o subtítulo; leia a notícia até o fim. Muitas vezes, o título e o subtítulo não condizem com o texto.

• Pesquise em outros sites de notícias. Se o conteúdo não tiver sido publicado em outros sites, pode ser sinal de fake news.

• Verifique se não se trata de um site de paródias. Alguns sites de humor ironizam situações possíveis para fazer piadas.

• Planeje como expor a informação após checar se ela está correta ou se é notícia falsa.

• Não compartilhe conteúdos por impulso. Você é responsável pelas informações que compartilha.

Professor, solicite aos estudantes que copiem o quadro para preenchê-lo.

P lanejamento do roteiro

Após selecionar os procedimentos, é hora de produzir o roteiro do videotutorial. Para facilitar, os grupos devem preencher o quadro abaixo como modelo. É necessário que cada cena seja descrita em detalhes para orientar a gravação.

CENA

01 Escreva aqui exatamente o texto que será falado no videotutorial

• Descrição do cenário e do vestuário (quando necessário).

• Descrição breve das cenas.

• Indicações de diálogos, narração, efeitos sonoros e trilha sonora.

• Indicações para edição, como cortes, tipo de transição, inserção de animação, legendas.

• Sugestão de posicionamento de câmera.

• Sugestão de encenação e tom de voz para os atores.

Não escreva no livro.

Finalização

Mesmo que vocês não se tornem especialistas em produções audiovisuais nem pretendam seguir carreira nesse trabalho futuramente, é interessante conhecer alguns termos técnicos, característicos da linguagem do mundo do trabalho nessa área, pois esse conhecimento pode ajudar na produção e na edição do conteúdo que vocês produzirão para este projeto.

Conheçam algumas expressões a seguir.

Background

Significa “algo que está no fundo” e é uma marcação usada, principalmente, para a indicação de sons presentes no vídeo. Sendo assim, sempre que você quiser se referir a uma trilha sonora ou a uma conversa paralela que acontece com menos destaque ao fundo da cena, por exemplo, essa é a sua marcação.

Off Screen (O.S.)

Sabe quando, em um vídeo, você escuta a voz de alguém que, apesar de estar na cena, não se encontra em frente à câmera? Esse é o conceito de off screen! Portanto, se você está gravando uma cena na cozinha e quer que um personagem que se encontra no quarto diga alguma coisa, isso é categorizado como off screen

Voice Over (V.O.)

Um recurso muito similar ao off screen , o voice over se caracteriza como a fala de alguém que não está presente fisicamente na cena – como um narrador, ou uma voz do passado ou, até mesmo, um deus, por exemplo.

Lettering

Toda vez que algo escrito é adicionado à imagem durante a edição do seu vídeo, você está fazendo uso de lettering. Por isso, usar essa marcação no roteiro é importante para que você ou o responsável por editar o filme não se esqueça de inserir o texto no momento da pós-produção.

Transição

A marcação de transição é responsável pela passagem de uma cena a outra. Você pode decidir por um corte seco ou um fade, por exemplo, e, ao pontuar essa escolha no roteiro, você poupa tempo durante a edição do vídeo.

SAMBATECH. Guia completo para produzir um roteiro de sucesso. Belo Horizonte, 2019. E-book (30 p.). Disponível em: https://cdn2.hubspot.net/hubfs/4559537/roteiro%20de%20sucesso.pdf?utm_campaign=Material%20-%20 %5Bebook%5D%20Kit%20para%20produzir%20roteiros%20de%20sucesso&utm_medium=email&_hsmi=64038462& _hsenc=p2ANqtz--r-EGVaJ1_yEUmVDC0D1qSLlSOl3cb4PwM1vrhcvbughcVJBfxFKijg1puDggAZ2ONpJZ32Ra7AOW23w_gLkysZMu -6ygCbqi7zaskln81VyvhFwM&utm_content=64038462&utm_source=hs_automation. Acesso em: 28 ago. 2024. Após o planejamento do roteiro, é hora de gravar o videotutorial. Não se esqueçam de pensar na duração e na linguagem que será utilizada. Separem os equipamentos que serão utilizados no dia da gravação (câmera digital, celulares, filmadoras, microfones etc.), verifiquem a necessidade de utilizar os computadores da escola para realizar a edição do videotutorial após a filmagem e pesquisem programas que podem ajudar na edição e finalização do conteúdo.

Depois de finalizados, os videotutoriais devem ser compartilhados nos canais de comunicação oficiais da escola e nas redes sociais. Com a ajuda do professor, vocês também podem organizar um momento de bate-papo para contar como foi a concepção dos videotutoriais e compartilhar as produções realizadas pelos grupos com outras turmas e com os funcionários da escola.

Mãos à obra e bom trabalho!

Avaliação

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção das atitudes, dos saberes e a reflexão sobre o tema e o mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros que permitem o acompanhamento da produção e a reflexão do que foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem ser copiados e preenchidos de acordo com as orientações do professor.

Avaliação dos saberes

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

Responder a um quiz sobre informações falsas para avaliação do nível de confiança nas fontes e na veracidade de imagens, mensagens e notícias.

Conhecer características das fake news que permitam reconhecê-las.

Realizar uma entrevista com usuários de aplicativos de mensagens para identificar se já foram vítimas de golpes, imagens manipuladas ou fake news veiculados pela internet e quais procedimentos adotam para se proteger de mensagens suspeitas.

ETAPA 2 – SABER E FAZER

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES D ESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

Conhecer, por meio de fatos apresentados e atividade de pesquisa, notícias falsas veiculadas no passado que impactaram a história de povos e países.

Refletir, com base em fatos apresentados, sobre as consequências da circulação de fake news em redes sociais. B.

C.

D.

Aprofundar os conhecimentos sobre letramento digital de forma a possibilitar a análise crítica e impedir a circulação de notícias falsas.

Desenvolver o pensamento crítico considerando que todo conteúdo é produzido e divulgado com uma intencionalidade, positiva ou negativa, e, com base nessa percepção, adotar postura ética e consciente na divulgação de informações veiculadas em mídias digitais e redes sociais.

Analisar e interpretar dados em gráficos para verificar a veracidade e a fidelidade das informações apresentadas. E.

F.

Conhecer técnicas de averiguação de notícias e critérios de checagem de fatos para identificar a fidelidade das informações recebidas.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

Planejar e organizar em grupo a produção de um videotutorial sobre o tema combate às fake news

Pesquisar sobre produção de vídeos e participar da elaboração do roteiro contemplando o formato escolhido pelo grupo.

Selecionar os recursos necessários e aplicá-los na produção do videotutorial, tendo em vista a posterior divulgação dele por meio dos canais previamente definidos.

Não escreva no livro.

Avaliação das atitudes

Realizo as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável.

Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.

Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto. C.

Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas.

Falo com clareza, ao compartilhar dúvidas e opiniões.

Atuo de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.

MUNDO DO TRABALHO

• Durante a elaboração das etapas do projeto, vocês conseguiram ter uma percepção de que diferentes empresas e profissionais fazem parte do grupo de combate às fake news. Ainda em grupo, elenquem todos os diferentes profissionais que vocês encontraram neste Projeto. Em seguida, descrevam brevemente o papel de cada um deles nesse combate.

a) Vocês sentiram falta de mais algum profissional? Qual? Comentem.

b) Além dos profissionais envolvidos no combate, há algum que atua no momento posterior à disseminação de informações falsas, controlando ou amenizando as consequências e os danos materiais e psicológicos causados? Qual ou quais? Comentem.

c) Você se imagina atuando em algum desses papéis? O que o levaria a essa atuação ou por quais motivos você não se vê nessas profissões?

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS

1 Sempre

2 Frequentemente

3 R aramente

4 N unca

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Não escreva no livro.

4

PAPO ABERTO: COMO MEDIAR CONFLITOS NA ESCOLA?

A escola, importante espaço de desenvolvimento humano, pode também ser palco para o surgimento de conflitos de diversas naturezas. Pensar em estratégias para, com o auxílio de estudantes, professores e outros profissionais, mediar conflitos é uma forma de atuar na transformação da realidade e de promover as culturas de paz.

Neste projeto, vamos refletir, por meio da leitura de poemas, canções, reportagens e citações de grandes pensadores, sobre as possibilidades que as palavras oferecem de fortalecer e transformar relações humanas, além de potencializar a construção de diálogos significativos, que levem ao reconhecimento do outro, desenvolvam a capacidade de escutar e respeitar pontos de vista diferentes e motivem formas de expressão sinceras e assertivas, capazes de contribuir em situações que envolvam desenvolver as dimensões pessoais e profissionais. Dessa forma, encaminharemos o trabalho para o desenvolvimento do produto final: a definição do modelo de mediação de conflitos a ser aplicado na escola.

A mediação de conflitos é uma prática essencial para a dimensão cidadã e deve ser vivenciada pelos estudantes em seu cotidiano.

Papo aberto: como mediar conflitos na escola?

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

• Direitos da criança e do adolescente

• Educação em direitos humanos

COMPONENTES CURRICULARES:

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa, Arte e Educação Física

• Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – História, Filosofia e Sociologia; Matemática e suas Tecnologias

OBJETOS DO CONHECIMENTO:

• Escuta; Distinção de fato e opinião; Apreciação e réplica; Estratégia de produção: planejamento e participação em debates regrados; Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ou de relevância social; Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social; Produção de textos orais

ETAPAS

DO PROJETO

O percurso deste projeto pode ser alterado e construído de acordo com as necessidades da turma.

Vamos começar

Nesta etapa, serão propostos textos e atividades para motivar a discussão sobre a importância de usar as palavras adequadas e de praticar o diálogo e a escuta ativa, de modo a construir relações interpessoais mais saudáveis e positivas em todas as esferas da vida social e em sintonia com o mundo do trabalho. Serão apresentados o conceito de práticas restaurativas e alguns modelos de mediação de conflitos, associados à Justiça Restaurativa, para que todos reflitam de que forma essas práticas podem colaborar para a resolução de conflitos na comunidade escolar.

PRODUTO FINAL:

Modelo de mediação de conflitos na escola

OBJETIVOS:

• Apresentar noções básicas de diálogo e o conceito de práticas restaurativas.

• Contribuir para a construção de relações mais saudáveis e para a convivência harmônica em casa, na comunidade e na escola.

• Desenvolver a consciência crítica e motivar a busca por ações positivas para a mediação de conflitos.

JUSTIFICATIVA:

• Propiciar a criação e a implantação de modelos de mediação de conflitos na escola.

• Desenvolver habilidades de mediação de conflitos para, em contextos pessoais, profissionais e de cidadania, poder atuar na transformação da realidade e na promoção da cultura de paz.

Diante da necessidade e da urgência de promover a cultura de paz, é preciso empregar esforços para reduzir a intolerância e a violência no Brasil e no mundo. O Projeto Integrador Papo aberto: como mediar conflitos na escola? busca criar situações de aprendizado, nas quais os estudantes possam discutir e desenvolver a capacidade de mediação de conflitos para lidar com possíveis situações de desentendimentos vividas tanto no ambiente escolar como no mundo do trabalho, fortalecendo assim os sentimentos de empatia, solidariedade e responsabilidade social.

Saber e fazer

A partir do levantamento e da análise dos conflitos mais recorrentes na escola, os sentidos da palavra “conflito” serão aprofundados nesta etapa. Por meio de atividades e dinâmicas, haverá a discussão sobre possibilidades de mediar os conflitos vivenciados na escola. Além disso, com base nos exemplos de povos que historicamente usam os princípios da mediação de conflitos, será realizada uma pesquisa para entender o que rege esses princípios.

ETAPA 3

Para finalizar

Nesta etapa, será definido o modelo de mediação de conflitos a ser desenvolvido na escola. Por meio de aplicação de questionário com membros da comunidade escolar, com o intuito de diagnosticar os conflitos mais significativos que ocorrem na escola e ouvir as possibilidades de mediação de conflitos mais indicadas na opinião deles, será definido em assembleia, com base na análise dos dados, o modelo mais indicado para aplicação na escola.

Vamos começar

CONVERSA

INICIAL

O valor do diálogo

Conflitos e desavenças são inerentes às relações humanas e se manifestam de variadas formas. No ambiente escolar, estudantes e professores muitas vezes também vivenciam situações de conflito, que podem ser motivadas por diferentes razões, resultando em discussões, violência verbal, prática de bullying e, em casos extremos, agressão física. Leia, a seguir, um trecho de uma reportagem publicada no jornal El País.

Estudantes chegam à Escola Municipal Benedicto de Oliveira Barros, em Itaparica (BA), 2019.

Estados investem em vigilância nas escolas e estudantes como mediadores para inibir violência

[...] há um problema crônico que assola as escolas brasileiras: a violência cotidiana. No país em que 69% dos estudantes afirmam ter presenciado alguma situação de violência no chão da escola – segundo dados do Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas –, as políticas desenvolvidas pela maioria dos Estados focam principalmente em ações de segurança ostensivas e ainda patinam em soluções com o intuito de melhorar a convivência escolar, apontadas por especialistas como mais eficazes para enfrentar o problema a longo prazo. Um ano depois que a lei federal 13.663/2018 obrigou expressamente o poder público a desenvolver ações para combater todos os tipos de violência nas escolas – da agressão ao bullying –, as ações desenvolvidas pelos Estados envolvem medidas difusas que vão da criação de aplicativos para controlar a presença do aluno na escola e instalação de sistemas de vigilância 24 horas até ações de educação socioemocional e mediação escolar.

[...]

Para [Luciene Tognetta], as escolas precisam se preparar para resolver internamente seus conflitos. Para isso, aponta, o poder público precisa garantir os recursos humanos necessários e desenvolver ações que ensinem os jovens a agir de forma assertiva.

[...]

“Temos que parar de terceirizar os problemas”, defende. “Que atividades a gente faz com os estudantes pra colocar na prática ações socioemocionais? Como organizar o cotidiano para que possam se sentir respeitados e pertencentes a esses espaços[?]”, questiona a pesquisadora.

O modo como se dá o diálogo define a resolução ou a intensificação do conflito.

Uma ação que tem apresentado resultados nas escolas, informa Tognetta, são os projetos que colocam o próprio aluno como protagonista na mediação de conflitos nas escolas. Estados como Ceará, Bahia, Mato Grosso e Minas Gerais afirmam desenvolver ações nesta perspectiva. A pesquisadora pondera, no entanto, que a implantação da mediação escolar também requer formação dos profissionais para que eles saibam como solucionar os conflitos por meio de um trabalho que seja organizado e sistemático. “A formação é fundamental para a implantação de políticas contínuas, que durem mais de um semestre ou o dia da paz”, afirma.

JUCÁ, Beatriz. Estados investem em vigilância nas escolas e estudantes como mediadores para inibir violência. El País, 15 jul. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/28/politica/1561744612_999785.html. Acesso em: 15 jul. 2024.

A reportagem aponta ações eficazes para a mediação de conflitos; há escolas que apostam no controle e na vigilância, e outras que acreditam no poder das relações humanas, da comunicação e do diálogo. Este projeto abordará a mediação de conflitos de forma a demonstrar como a escola, importante espaço de desenvolvimento de habilidades socioemocionais, pode promover a construção de diálogos que envolvam escuta ativa, respeito a opiniões diferentes, reconhecimento do outro e produção de falas assertivas sem uso de ironia ou agressividade.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Reflitam sobre as questões a seguir.

1. Como vocês avaliam as soluções mencionadas no texto para mediar conflitos nas escolas?

2. Como vocês lidam com as situações conflituosas do dia a dia?

3. Vocês costumam partilhar seus dilemas, conflitos e desavenças do cotidiano com colegas?

4. No último parágrafo, fala-se da importância da capacitação dos profissionais para trabalhar com a mediação de conflitos de modo organizado e sistemático. Que profissionais vocês imaginam que poderiam atuar nessa área e que tipos de saberes vocês acham que seriam importantes para realizar esse trabalho?

5. Vocês gostariam de criar ou participar de grupos para mediar conflitos no ambiente escolar? De que forma esses grupos poderiam ser estruturados?

Não escreva no livro.

Palavra: mãe de todos nós

As palavras têm um enorme poder de construção. No entanto, é bom lembrar que elas também podem destruir. Usar a palavra errada ou fora de contexto, dizer algo em um momento inadequado ou, simplesmente, não usar palavra alguma e se calar quando o momento pede uma conversa é abrir campo para o desentendimento, o confronto, a desarmonia e, em última instância, quando nenhuma palavra faz mais sentido, para a violência física.

Ao longo do desenvolvimento deste projeto, você vai perceber como é importante escolhermos e utilizarmos as palavras corretas, a fim de construirmos diálogos significativos e destruirmos barreiras, sejam elas físicas, sejam comunicativas.

A letra de canção a seguir foi interpretada pelo grupo musical Titãs. Leia a letra e, se puder, ouça também a música na internet.

Palavras

Palavras não são más

Palavras não são quentes

Palavras são iguais

Sendo diferentes

Palavras não são frias

Palavras não são boas

Os números para os dias

E os nomes para as pessoas

Palavras eu preciso

Preciso com urgência

Palavras que se usem

Em casos de emergência

Dizer o que se sente

Cumprir uma sentença

Palavras que se diz

Se diz e não se pensa

Palavras não têm cor

Palavras não têm culpa

Palavras de amor

Pra pedir desculpas

Palavras doentias

Páginas rasgadas

Palavras não se curam

Certas ou erradas

Palavras são sombras

As sombras viram jogos

Palavras pra brincar

Brinquedos quebram logo

Palavras pra esquecer

Versos que repito

Palavras pra dizer

De novo o que foi dito

Todas as folhas em branco

Todos os livros fechados

Tudo com todas as letras

Nada de novo debaixo do sol

PALAVRAS. Intérpretes: Titãs. Compositores: FROMER, Marcelo; BRITTO, Sérgio. Õ blésq blom. São Paulo: WEA. 1989. 1 disco vinil, lado A, faixa 5. Disponível em: https://discografia. discosdobrasil.com.br/discos/o-blesq-blom. Acesso em: 25 jul. 2024.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Após a leitura da letra da canção, responda às questões a seguir.

1. Você já conhecia essa música? O que o texto dela comunica para você?

2. Quais sentidos atribuídos ao termo "palavras" podemos identificar nessa canção?

3. De que depende essa variação de sentidos de “palavra” na letra da canção?

4. Leia novamente a letra da canção e crie um par adicional de versos, que converse com a forma poética da(s) estrofe(s) escolhida(s) (rimas, repetições e estrutura sintática).

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Os versos da canção "Palavras" remetem à ideia de que palavras são ferramentas importantes nas situações da comunicação humana, mas podem assumir diferentes significados e conotações dependendo de como são usadas. Converse com seus colegas sobre essas possibilidades e pense em exemplos do dia a dia. Em seguida, responda às questões propostas.

1. Quais são as melhores coisas que as palavras podem gerar, na opinião de vocês?

2. Ainda na opinião de vocês, quais são as piores coisas que as palavras podem gerar?

3. Vocês sabiam que existem comunicação assertiva e comunicação agressiva? Pesquisem as características de cada uma delas e comentem-nas.

4. Quais são os danos que a comunicação agressiva pode causar? Deem exemplos.

5. Como podemos construir diálogos significativos em nosso dia a dia?

6. Como as habilidades de uma comunicação assertiva podem contribuir na dimensão pessoal e profissional da vida das pessoas?

A s palavras podem ser luz ou podem ser pedra, depende da forma como as utilizamos.

A potência da palavra

Quem nunca se emocionou ao ler um poema, ao escutar a sua música preferida ou ao ter uma conversa incrível com o seu melhor amigo?

Ao pensar nessas situações, lembramo-nos novamente do elemento central desses contextos: a palavra. Ela permite que nos expressemos, seja por meio da fala, seja por meio da escrita, seja por meio dos gestos (nas línguas de sinais). Ela sempre foi a matéria-prima da arte de poetas e escritores e tema de reflexão de estudiosos da linguagem e da comunicação.

Se quisermos nos fazer entender, se quisermos ser uma voz no mundo, não podemos jamais subestimar o poder das palavras. Como agentes sociais, estamos imersos em um ambiente de relações no qual as palavras (as ditas e as não ditas) têm valor imenso. Graças a elas, fazemos acordos pessoais ou profissionais, contamos histórias e expressamos pensamentos e sentimentos, ideias e projetos.

Há momentos em que nos perguntamos se usamos as palavras certas no momento oportuno, mesmo que saibamos o significado delas sem precisar recorrer a dicionários, por exemplo. Há momentos em que estranhamos algum sinal que vemos ou alguma palavra que escutamos ou lemos em algum texto. E há momentos em que nos arrependemos de algumas palavras que expressamos diante do efeito negativo que causaram.

As palavras nomeiam seres, objetos e conceitos que apresentam as mesmas características essenciais, de modo que falantes da mesma língua os reconheçam pelo mesmo nome. Contudo, as palavras também adquirem sentidos de acordo com as relações afetivas que estabelecemos com elas. Para uma pessoa, a palavra “campo” pode representar um lugar hostil se, por exemplo, ela tiver passado pela experiência negativa de ter se perdido por horas no escuro em um sítio na infância. Para outra pessoa, “campo” pode trazer o sentimento de felicidade, remeter a um almoço agradável com a família em um dia ensolarado, ligando-se a lembranças boas da infância.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Leia em voz alta o poema abaixo, do poeta João Cabral de Melo Neto (19201999). Procure prestar atenção na forma como as palavras são utilizadas ao longo do poema. Depois, responda às questões a seguir.

O papel em branco

Esta folha branca

Me prescreve o sonho; Me incita ao verso

Nítido e preciso.

[...]

Fico em silêncio, Vigilante, desperto. Ah, não ter pensamento, Palavras ou obras.

[...]

Nessa folha branca, Em desenho me deito, Magro ser de linhas

E dedos finos.

Pareço estar alegre

De me saber na praia, Roupa de brim branco, Camisa lavada.

Ou do sol, que não é

Lâmpada que se acende

Para afugentar os sonhos Que povoam o quarto.

Essa folha branca É também paisagem

De que sei traçar

Toda a geografia.

Tudo aí existe

Possível e futuro: Acidentes de terreno

De trânsito e amor.

[...]

Nessa folha branca

Agora, poeta, escreve

Versos que contêm

Sempre a palavra: branco.

O poema no corpo

Se aproxima tímido

Para grafar o mundo

Que deseja branco.

Sem compreender

Que o poema, talvez, Seja o deserto branco

Que sua mão destrói.

[...]

MELO NETO, João Cabral de. O papel em branco. In: MELO NETO, João Cabral de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2020. p. 789-791.

1. Releia o título do poema e reflita sobre qual foi a sua compreensão global sobre o poema. Explique.

2. Nesse poema, qual a pessoa verbal utilizada pelo eu lírico? O que isso revela?

Pessoas verbais indicam a posição de fala no discurso.

1a pessoa (singular ou plural): indica quem fala – eu / nós.

2a pessoa (singular ou plural): indica com quem se fala – tu / vós / você / vocês.

3a pessoa (singular ou plural): indica de quem se fala – ele / eles.

3. No poema são usadas algumas metáforas e comparações. Escolha alguns versos do poema, anote-os no caderno e explique o efeito de sentido utilizado pelas figuras de linguagem.

Dialogar para resolver

Você sabe quais são os princípios e valores essenciais de um bom diálogo? Para que nossos diálogos e relações sejam positivos, devemos assumir a responsabilidade pelo que é dito e pela forma como é dito. Essa atitude é tão ou mais importante do que a forma como agimos. Ao construirmos diálogos, podemos nos reconhecer como parte de um grupo, de uma comunidade, da sociedade. Ao analisar as formas de dizer e as construções dos discursos que fazemos em nosso dia a dia, reconhecemo-nos também como cidadãos e vamos tecendo relações humanas de forma cada vez mais positiva.

A melhor maneira já encontrada de prevenir e resolver conflitos é o diálogo. A palavra diálogo vem do grego: nasce da união do prefixo dia ("através, para o outro lado") com o termo logos ("razão" ou "palavra"). Diálogo, aqui, será entendido como uma forma de fazer circular sentidos e significados. A troca de ideias e de pontos de vista nos aproxima do outro, ao mesmo tempo que desenvolve em cada um a consciência do coletivo.

Em um diálogo, não se busca convencer o outro de que seu argumento é o “certo” ou de que a razão está apenas do seu lado. Diferentemente de como acontece em um debate regrado, não existem, em um diálogo, um vencedor e um perdedor; existem pontos de vista convergentes ou divergentes – e o discurso, construído com base em argumentos, visa sustentá-los. O diálogo, em suma, é o caminho mais eficaz para chegar a soluções conjuntas e justas para um determinado problema.

Leia, a seguir, algumas citações de grandes pensadores sobre o tema "diálogo".

O diálogo é uma espécie de postura necessária, na medida em que os seres humanos se transformam cada vez mais em seres criticamente comunicativos. O diálogo é o momento em que os humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como a fazem e refazem. O diálogo libertador é uma comunicação democrática, que invalida a dominação ao afirmar a liberdade dos participantes de refazer a cultura.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Cortez, 1997. p. 123.

reza. Viver significa participar de um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar etc. Neste diálogo o homem participa todo e com toda a sua vida: com os olhos, os lábios, com as suas ações. Ele se põe todo na palavra, e esta palavra entra no tecido dialógico da existência humana.

BAKHTIN, Mikhail.

Monumento em homenagem ao filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) em Saransk, Rússia, 2018.

EM FOCO

1. Em duplas, discutam e respondam:

a) O que é um bom diálogo para vocês?

b) O que faz uma conversa ser boa ou ruim?

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

c) Quais são os componentes de uma boa conversa?

2. Vocês realizarão um exercício de empatia: um dos colegas da dupla deverá começar contando ao outro uma situação de conflito que tenha vivido, sem ser interrompido. Em seguida, o outro deverá fazer o mesmo. Ao final do exercício, os dois deverão estar preparados para contar para a sala toda o conflito do colega, colocando-se no lugar do outro e apresentando a forma como ele se sentiu na ocasião.

EU E O OUTRO

Ao fim das apresentações das duplas, a turma inteira poderá conversar sobre:

• as causas mais recorrentes dos conflitos;

• semelhanças e diferenças entre as situações apresentadas;

• semelhanças e diferenças nas formas de lidar com o conflito;

• semelhanças e diferenças nos sentimentos envolvidos;

• o desfecho dos conflitos e as soluções apresentadas na ocasião.

3. Produzam um registro criativo inspirado na conversa com a turma e que contemple os elementos levantados pelo grupo. Pode ser um cartaz, um poema, um desenho, uma colagem ou até mesmo um vídeo. Usem a criatividade! Combinem uma data com o professor para apresentar as produções e definam uma forma de compartilhá-las com outras turmas, se for possível.

Agora, individualmente, pense em uma situação de conflito que tenha vivido na sua vida escolar e responda:

uem estava envolvido no conflito?

omo você se sentiu durante a situação?

omo você agiu?

omo o conflito foi resolvido? esfecho do conflito o deixou satisfeito?

E a outra parte, ficou satisfeita? que poderia ter sido diferente?

Compartilhar os sentimentos de forma respeitosa é uma maneira eficiente de lidar melhor com conflitos que podem surgir no dia a dia.

C onstruindo relações positivas

A escola deve ser um espaço onde os estudantes e os demais membros da comunidade escolar sintam-se acolhidos e possam exercitar a tolerância e o respeito, além de tratar e serem tratados com dignidade.

A escola é o espaço do NÓS, onde juntos temos a oportunidade de vivenciar a construção do conhecimento, da solidariedade e da cidadania, mas é também palco para diversas formas de conflito. Em todos esses processos, a palavra exerce papel fundamental, como vimos anteriormente. É pensando nessa potência transformadora (ou destruidora) da palavra e na fertilidade do espaço escolar que é preciso propor formas de mediar conflitos e situações que desestabilizam a rotina de estudantes, de professores e de outros membros da comunidade escolar.

A Justiça Restaurativa pode ser entendida como um "conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias [...] por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado". Para saber mais sobre esse tema, acesse o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/justica-restaurativa/. Acesso em: 18 jul. 2024.

É importante saber que, ao enfrentar ou presenciar uma situação de conflito, não há necessidade de lidar com ela sozinho. Há muitas maneiras de solicitar ajuda e aprender com essas situações, buscando exercitar a empatia com a vítima e também com o ofensor, sendo importante atuar na dimensão pessoal, entre o EU e o OUTRO.

Diante da necessidade de lidar com as emoções e as habilidades socioemocionais para resolver conflitos, passaram a ser aplicados em algumas escolas os conceitos e procedimentos da Justiça Restaurativa.

Essas ações são conhecidas como práticas restaurativas , cujo fundamento é preservar as relações interpessoais diante de situações de conflito. Ao falar em “práticas restaurativas”, estamos falando em construir relações de cuidado.

Existem várias modalidades de práticas restaurativas: mediação, conferência ou reunião familiar, círculos de paz, círculos restaurativos, entre outras.

Veja, a seguir, as características de algumas modalidades de práticas restaurativas.

• Mediação: consiste em oferecer uma oportunidade de a vítima reunir-se com o infrator em ambiente seguro e estruturado, acompanhados por um mediador, a fim de construir um plano de ação para abordar o conflito e solucioná-lo.

• R eunião familiar : participam das reuniões a vítima e o ofensor, além de pessoas próximas e importantes para ambos, familiares e amigos, de forma a ajudá-los a administrar e superar o conflito.

mediador ou facilitador: é uma pessoa neutra no conflito que não deve julgar quem está certo ou errado, mas analisar todos os aspectos e necessidades para auxiliar na resolução do conflito. No âmbito da Justiça, pode ser um profissional, geralmente com formação humanista.

• Círculos: participam as partes envolvidas no conflito, seus familiares, pessoas ligadas às vítimas e ao infrator que queiram apoiá-los e pessoas da comunidade interessadas em participar. O objetivo é chegar a um consenso entre todos os participantes.

PARA ACESSAR

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

1. Leia, a seguir, um texto sobre práticas restaurativas.

[...]

A disciplina restaurativa se soma aos modelos disciplinares já em uso que procuram prevenir ou refrear o mau comportamento e ensinar reações mais positivas, que apoiem a vida ao invés de perturbá-la. [...] A disciplina restaurativa ajuda os estudantes a lidarem com o ato lesivo praticado contra indivíduos ou contra a comunidade escolar. Os objetivos da disciplina restaurativa beneficiam não apenas os envolvidos ou afetados pelo mau comportamento, mas também a comunidade escolar como um todo.

OBJETIVOS-CHAVE DA DISCIPLINA RESTAURATIVA

Para aprofundar os conceitos de práticas restaurativas, conheça o material Justiça Restaurativa na escola , elaborado pela Comiss ã o d e Justiça e Pr á t icas Restaurativas do Fórum Permanente do Sistema de Atendimento Socioeducativo de Belo Horizonte. Disponível em: https:// ciranda.direito.ufmg.br/wp-content/ uploads/2018/08/cartilha-nos-versao-final.pdf. Acesso em: 15 jul. 2024.

• Compreender o mal praticado e desenvolver empatia para com a vítima e o ofensor;

• Escutar e atender as necessidades da pessoa que sofreu o dano e daquela que o provocou;

• Estimular o compromisso de assumir as consequências dos próprios atos e a responsabilidade através da reflexão pessoal dentro de um processo de planejamento colaborativo;

• Reintegrar o ofensor (e, se necessário, a vítima) como membros valiosos que contribuem para a comunidade escolar;

• Criar ambientes de solidariedade que ofereçam apoio a uma comunidade saudável;

• Mudar o sistema quando ele estimula o mau comportamento.

AMSTUTZ, Lorraine S.; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Tradução: Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012. p. 27-28.

Após a leitura do texto, responda às questões a seguir.

a) Quais são as contribuições das práticas restaurativas para a escola citadas no texto?

b) Em quais aspectos as práticas restaurativas se diferenciam de outras práticas adotadas nas escolas?

c) N esse contexto, qual é o sentido assumido pelo verbo restaurar?

2. Como sua escola costuma lidar com situações de conflito e quais profissionais costumam participar?

3. O que acha que poderia ser melhorado nesse sentido?

4. Você já conhecia as práticas restaurativas? Acha importante aplicá-las em sua escola? Explique.

PARA ACESSAR
Professor mediando reunião entre dois estudantes.
Papo aberto: como mediar conflitos na escola?

ORGANIZANDO OS TRABALHOS

Projeto 4 – Papo aberto

Nesta etapa, você analisou de que formas as palavras podem contribuir para a construção de diálogos significativos e relações mais positivas. Iniciou a reflexão sobre como os conflitos podem alterar as relações e rotinas da comunidade escolar e conheceu os princípios da Justiça Restaurativa e sua aplicabilidade em diferentes contextos. Assim, já é possível pensar na pergunta-chave deste projeto, Papo aberto: como mediar conflitos na escola?. Com base nessa questão, começaremos a direcionar o nosso trabalho para a produção final, visando à definição de um modelo de mediação de conflitos que será aplicado na escola.

Para isso, com a ajuda do professor, nas próximas etapas, você e os colegas devem se organizar para trabalhar de forma colaborativa.

Concluída com a realização de análises e reflexões sobre os textos estudados. Faça algumas anotações sobre os pontos que chamaram a sua atenção ou que ainda permaneceram com dúvidas, para refletir com os colegas.

Nesta etapa, vocês se organizarão ora em duplas, ora em pequenos grupos, para realizar as atividades de discussão, de produção e de pesquisa propostas a fim de conhecer e avaliar as possibilidades de mediação de conflitos para a sua escola, com o objetivo de melhorar a convivência, aprimorar as relações e facilitar o diálogo.

Grupos de trabalho

Para a formação dos grupos de trabalho, procure colegas com experiências e interesses distintos dos seus; essas características certamente podem propiciar trocas de informações valiosas e interessantes.

Por fim, será definido o modelo de mediação de conflitos a ser desenvolvido na escola (assembleias, conselhos escolares, grêmio estudantil, círculos restaurativos etc.). A decisão será tomada de forma coletiva –em uma assembleia – e com base nos resultados obtidos após a análise de questionário aplicado a membros da comunidade escolar, a fim de chegar a um consenso sobre o modelo mais adequado.

Materiais necessários

Para realizar este projeto, vamos precisar de computadores, celulares ou tablets com acesso à internet, lápis, canetas, tintas, papéis, entre outros. Planeje-se para ter esse material em mãos, conforme a necessidade de cada aula, a fim de executar adequadamente as atividades propostas.

ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3
VIKTORIA KURPAS/SHUTTERSTOCK.COM

O conflito pode ser motivado por diferentes razões. Geralmente, é um embate entre pessoas com visões, posturas e/ou opiniões divergentes.

Saber e fazer

E ntendendo o conflito

A palavra conflito tem sua origem no latim — conflictus, que significa “choque, embate, luta ou ataque”. No Direito, o termo conflito é definido como um litígio, isto é, uma divergência entre duas partes. No campo da Psicologia, o conflito é inerente ao ser humano — dado que vivemos em sociedade, sempre haverá o choque do nosso desejo com as limitações impostas por nossa relação com as outras pessoas.

É compreensível que onde houver convívio haverá conflito, e o ambiente escolar não é exceção. Afinal, é um ambiente onde convivem muitas pessoas durante um longo tempo, as quais possuem vivências diferentes, pertencem a gerações distintas, desempenham papéis específicos e possuem múltiplos interesses, ou seja, o contexto é bastante propício para o surgimento de situações conflituosas e atritos. Isso não é necessariamente algo ruim, pois esse caldeirão de ideias e pontos de vista distintos potencializa o desenvolvimento individual e coletivo. Se bem solucionados, os conflitos podem fortalecer o sentimento comunitário, a empatia e a solidariedade.

Leia, a seguir, trechos de uma reportagem e um infográfico que traz uma "radiografia" sobre conflitos no ambiente das escolas paulistas.

Veja os principais pontos do plano de combate à violência escolar do MEC

[...]

"Cada caso de violência nas escolas ou incitação à violência deveria ser tratado por uma rede de proteção social, formada por educadores da escola, psicólogos, assistentes sociais, policiais, integrantes da promotoria e vara da infância e juventude, visando à realização de um estudo de caso para adoção da medida mais adequada. [...]", afirmou Ariel de Castro Alves, Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, ao Correio.

Radiografia da insegurança nas escolas estaduais paulistas

O nível de violência nas instituições de ensino é classificado como médio-alto por:

[...]

Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), aponta que os ambientes escolares estão cada vez menos seguros para alunos e docentes. Ainda segundo o levantamento, a falta de segurança e relatos de violência crescem na periferia paulistana.

69% dos estudantes

68% dos professores

75% dos parentes dos alunos

73% dos parentes dos alunos

71% dos estudantes

41% dos professores

48% dos estudantes

Percentual daqueles que consideram muito importante a existência de projetos de acompanhamento da saúde mental de estudantes e professores:

89% dos estudantes

74% dos professores

89% parentes dos alunos

souberam, no último ano, de casos de violência nas escolas que frequentam;

19% dos professores sofreram algum tipo de violência nas escolas em que estudam e trabalham;

Para a comunidade escolar, problemas relacionados à saúde mental se tornaram mais frequentes depois da pandemia. Há forte demanda de estudantes e professores por mais acompanhamento psicológico

Fonte: Pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Dados do infográfico baseados em: 69% DOS ALUNOS de escolas de São Paulo consideram unidades violentas. Band.com.br, 29 mar. 2023. Disponível em: https://www.band.uol.com.br/ noticias/69-dos-alunos-de-escolas-de-sao-paulo-consideram-unidades-violentas-16592418. Acesso em: 23 set. 2024.

Segundo Castro Alves, a crescente violência é resultado da falta de educação contra as formas de intolerância [...]. Para ele, os currículos escolares deveriam incluir matérias que versassem sobre direitos humanos, cidadania e cultura de paz. Além disso, ele considera que a saúde mental dos alunos não pode mais ser um tabu.

"São vários os fatores, como a falta de espaços de participação e organização dos alunos, e de diálogo e integração com famílias dos alunos e comunidades. Precisam ter matérias de enfrentamento à incitação ao ódio e à intolerância, ter equipes técnicas, com psicólogos e assistentes sociais. E ter professores mediadores para atuarem na prevenção da violência", cobrou o secretário.

ALBUQUERQUE, Mariana. Veja os principais pontos do plano de combate à violência escolar do MEC. Correio Braziliense, 30 mar. 2023. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/03/5084162veja-os-principais-pontos-do-plano-de-combate-a-violencia-escolar-do-mec.html. Acesso em: 15 jul. 2024.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Após a leitura da reportagem, responda às questões a seguir.

1. Qual ou quais situações são apresentadas na reportagem?

2. Em sua opinião, além da violência, quais outros tipos de conflito podem ocorrer nas escolas?

3. Quais são as partes envolvidas e afetadas nesses casos?

4. O que a pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Apeoesp, demonstrou?

5. Refletindo sobre os dados da reportagem, que trata das escolas paulistas, e considerando a sua experiência pessoal, você acredita que a violência tem aumentado nas escolas ou não? Justifique sua resposta.

6. Quais fatores elencados pelo Secretário Castro Alves seriam necessários para enfrentar a questão da violência nas escolas?

O diálogo é o caminho mais eficaz para chegar a soluções conjuntas e justas.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Professor, é possível estipular critérios para a formação dos grupos. É interessante que os estudantes trabalhem com colegas com quem não costumam conversar muito ou com quem tenham algum atrito, para que ao longo do projeto avancem nessas questões.

Vamos investigar quais são os conflitos mais comuns no seu cotidiano escolar.

a) Conversem e procurem elaborar uma definição para a palavra conflito. Registrem-na por escrito.

b) Façam uma lista com os tipos mais comuns de conflitos vivenciados em sua escola e descrevam as consequências relacionadas a cada um deles.

c) Tentem expressar as emoções e os sentimentos relacionados a cada um dos conflitos listados acima.

d) Reflitam sobre quais foram as soluções apresentadas para cada um deles e quem eram os profissionais envolvidos em sua mediação.

e) Sugiram outras possibilidades de mediação para cada um dos conflitos mencionados por vocês.

f) Ao final da atividade, compartilhem os resultados com a turma.

STÍGUR MÁR

C ultura de paz

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma, em seu artigo 1o da Declaração sobre uma Cultura de Paz, que:

Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados:

a) No respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação;

[...]

c) No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;

d) No compromisso com a solução pacífica dos conflitos;

[...]

g) No respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens.

[...]

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Declaração e programa de ação sobre uma cultura de paz . 6 out. 1999. Disponível em: http://www.comitepaz.org.br/download/Declara%C3%A7%C3%A3o%20e%20Programa %20de%20A%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20uma%20Cultura%20de%20Paz%20-%20ONU.pdf. Acesso em: 15 jul. 2024.

Muitos artistas dedicaram-se à produção de obras relacionadas à temática da paz, como a japonesa Yoko Ono, a brasileira Lygia Pape, o espanhol Pablo Picasso, entre outros.

Um artista brasileiro que se destacou na abordagem do tema foi o pintor Candido Portinari, que criou os painéis Guerra e Paz . Encomendados pelo então presidente Juscelino Kubitschek para presentear a ONU, cuja sede é em Nova York, esses painéis, de aproximadamente 14 metros de altura cada um, foram pintados entre 1952 e 1956. Observe, ao lado, o painel Paz e analise os elementos que o compõem.

Paz (1952-1956), de Candido Portinari, obra criada para a sede da ONU, em Nova York, EUA. Óleo sobre madeira compensada. Cerca de 14 m × 10 m.

DIREITO

Candido Portinari já havia expressado sua preocupação com o tema e reforçado o apelo à "paz" em uma mensagem enviada à ONU em 1949.

A luta pela paz é uma decisiva e urgente tarefa. É uma campanha de esclarecimento e de alerta que exige determinação e coragem. Devemos organizar a luta pela paz, ampliar cada vez mais a nossa frente antiguerra, trazendo para ela todos os homens de boa vontade, sem distinção de crenças ou de raças, para assim, unidos, os povos do mundo inteiro, não somente com palavras, mas com ações, levar até a vitória final a grande causa da paz, da cultura, do progresso e da fraternidade entre os povos.

PROJETO PORTINARI. Do cafezal à ONU: a carreira internacional de um dos principais nomes do modernismo brasileiro. Rio de Janeiro, [201-]. Slide n. 37. Disponível em: https://artsandculture.google.com/exhibit/ewKipdPbS1NCLA?hl=pt-BR. Acesso em: 15 jul. 2024.

Assista ao vídeo criado para a exposição Guerra e Paz , realizada no Memorial da América Latina, em São Paulo (SP), em 2013 (52 min). As narrações dos poemas e canções associados às pinturas de Portinari são feitas por Carlos Drummond de Andrade e Milton Nascimento. O vídeo está dividido em três partes. Disponíveis em: https:// www.youtube.com/watch?v=PzEHDhMJ7K8; https://www.youtube.com/ watch?v=9HjOl1kvkMI; https://www. youtube.com/watch?v=edB1fcd8SmA. Acessos em: 15 jul. 2024.

Como disse Portinari, a luta pela paz é urgente e deve ser promovida por todos. Existem formas diversas para promover a paz e a resolução de conflitos. Segundo a ONU, é por meio da educação que conseguiremos promover a não violência, a igualdade e o respeito mútuo.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

1. Criem um mural coletivo para representar o que entendem por "cultura de paz". Cada estudante pode começar a trabalhar em uma parte do mural e, depois, todos podem complementar as produções dos outros. O mural pode ser composto de frases, desenhos, letras de músicas e outros elementos que julgarem interessantes.

2. Com base nas leituras realizadas e na análise do painel Paz, de Portinari, pesquisem músicas, poemas, obras de arte ou trechos de discursos que explorem a paz como elemento central. Os resultados dessa pesquisa serão utilizados na composição do mural.

3. Definam, com a ajuda do professor, um local onde o mural será exposto para que outras turmas da escola tenham acesso a ele.

O jovem e a mediação de conflitos

A juventude tem papel fundamental na busca pela paz. Apesar de os jovens constituírem um grupo etário sujeito a vulnerabilidades sociais de diversas ordens, são também os agentes primordiais que podem transformar situações de conflito propondo soluções não violentas.

Leia a entrevista a seguir com o especialista em educação pela Universidade de Valladolid, na Espanha, José María Avilés, sobre a importância dos jovens na mediação de conflitos na escola.

O mediador de conflitos

Há muitas frentes de ação e de pesquisa sobre convivência e resolução de conflitos na escola. Poucos, no entanto, consideram a participação dos alunos para o enfrentamento dessas questões. Essa é a proposta que vem notabilizando o [...] pesquisador José María Avilés Martínez [...].

[...] A característica central é o envolvimento de [...] jovens no acolhimento, na ajuda, na mediação e na mentoria de situações de conflito escolar, incluindo o bullying [...].

Nesta entrevista [...], Martínez explica como tem feito para envolver os alunos na construção de um clima escolar positivo [...].

Por que é importante envolver os alunos nos projetos de melhoria da convivência escolar?

Porque é preciso que o aluno compreenda a responsabilidade de cuidar de sua própria convivência, como protagonista de sua própria educação. Se ele vem à escola para educar-se, tem de assumir uma cota de responsabilidade. Como queremos que os jovens sejam autônomos, se estiverem sempre apenas olhando a cara do professor? [...] Como caminhamos para a moral autônoma, concedendo espaços para que ocupem, experimentem, equivoquem-se, acertem? O educador tem de intermediar para que avancem. [...]

E o que a escola pode fazer?

Começar. Se esperarmos que a realidade social mude para começarmos a mudar, então há pouco o que fazer. O que estou propondo é buscar soluções para todos os problemas que surgem. Estamos construindo mecanismos que às vezes têm a ver com as pessoas – como as redes de ajuda, nas quais os alunos também participam.

Quais são as funções desempenhadas pelos alunos?

Os alunos podem participar em diversos momentos. As equipes de ajuda são eleitas pelos companheiros e sua missão é escutar e ajudar. As equipes de mediação são formadas por jovens que se oferecem para servir como mediadores de conflitos. E também existem os cybermentores, alunos maiores que usam bem as redes sociais e ajudam os alunos mais novos a resolver problemas vividos no âmbito virtual. É preciso lembrar que os alunos que sofrem por bullying quase nunca procuram um professor ou um adulto. Se pedem ajuda a alguém, é para um amigo.

Como os alunos ajudam?

Eles encaminham soluções. Todos os alunos que participam desses grupos recebem formação específica e não tomam lado, fazem juízo ou denunciam. Eles se oferecem como apoiadores, inclusive para buscar a interferência de um adulto, sempre dentro de estrita confidencialidade. Além disso, os educadores fazem um trabalho anterior com os demais para identificar quais são os jovens que potencialmente são vistos com mais confiança. Assim, os próprios alunos vão indicando seus interlocutores.

CAMARGO, Paulo de. O mediador de conflitos. Educação, 6 mar. 2015. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2015/03/06/o-mediador-de-conflitos/. Acesso em: 15 jul. 2024.

Professor, nesta atividade, ajude os estudantes a se organizar em grupos de modo que trabalhem com colegas com quem não costumam conversar muito. Dê um exemplo de conflito na escola para facilitar o início do trabalho.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Leia sobre a jovem estadunidense que presenciou uma situação de violência em sua escola e se posicionou sobre questão do armamento da população naquele país.

Quem é Emma González, a garota de 18 anos que desafia a América

Admirada por Demi Lovato e Zendaya, a estudante sabe o que quer: o fim dos massacres em escolas. E sabe o que não quer: a venda indiscriminada de armas.

estudante

[...] A garota de 18 anos, [...] fez um discurso emocionante sobre a posse de armas facilitada nos Estados Unidos. A adolescente chamou a atenção para uma lei de Obama que Trump revogou, que proibia a venda de armas para pessoas que tivessem distúrbios mentais comprovados. “Não preciso ser uma psicóloga para saber que revogar essa lei foi uma ideia muito estúpida”, afirmou a estudante. Emma ainda deixa claro que não acredita que esses massacres sejam apenas tragédias e garante que, na verdade, o Governo não faz nada porque lucra com o comércio de armas de fogo. “Se o Presidente vier até mim e falar que foi uma terrível tragédia, que nunca deveria ter acontecido, mantendo seu discurso de que nada vai ser feito, eu vou ficar feliz em perguntar quanto dinheiro ele recebe da indústria armamentista”, desafiou a estudante, que foi ovacionada por colegas de escolas, professores e pela internet. Foi com esse discurso, dado logo após o massacre, que aconteceu em 14 de fevereiro [de 2018], que Emma González ficou conhecida no mundo todo. A adolescente, que presenciou o ataque, estava no último ano, se preparando para cursar ciências na faculdade. [...]

OTTO, Isabella. Quem é Emma González, a garota de 18 anos que desafia a América. Capricho, 27 fev. 2018. Disponível em: https://capricho.abril. com.br/comportamento/quem-e-emma-gonzalez-a-garota-de-18-anos-que-desafia-a-america. Acesso em: 26 jul. 2024.

Aprendendo a mediar conflitos

1. Reúnam-se em pequenos grupos e criem uma situação hipotética em que haja um conflito com vítima e ofensor. Pensem no contexto escolar e em conflitos anteriores que tenham presenciado ou vivido. Em uma folha avulsa, descrevam a situação, explicitando: 1. Quem são os envolvidos na situação? 2. Qual é o motivo pelo qual se desentenderam? 3. Qual é o ponto de vista de cada um na situação? 4. Como cada um se sentiu e se expressou?

2. Após a definição do conflito, cada grupo vai trocar a folha avulsa com o grupo vizinho. A ideia é analisar e discutir a situação descrita pelo outro grupo e propor uma ou mais formas de mediar o conflito, respondendo às seguintes questões:

a) De que forma vítima e ofensor poderiam chegar a um consenso?

b) Quem poderia auxiliá-los na resolução deste conflito?

c) Quais ações poderiam ajudar a solucionar ou amenizar o conflito?

Ao final da discussão, os casos e as soluções apresentadas pelos grupos serão compartilhados com a turma.

A
Emma González, 2018. PAUL

A importância dos jogos na mediação de conflitos

Situações vivenciadas durante alguns jogos coletivos podem ser utilizadas como aprendizado em outras esferas da vida social. Os jogos são uma ótima ferramenta para estimular a confiança, a empatia, o trabalho colaborativo e a solução criativa de conflitos. Por meio deles, é possível descobrir novas formas de se relacionar e fazer com que objetivos sejam atingidos de forma cooperativa. Há muitas dinâmicas e jogos em que é possível vivenciar situações de conflito que parecem insolúveis em um primeiro olhar, mas, vistas com distanciamento, podem se tornar mais leves e de fácil resolução.

Alguns jogos e exercícios teatrais propostos pelo diretor e teatrólogo carioca Augusto Boal (1931-2009), criador do Teatro do Oprimido, possibilitam transformar a realidade por meio do diálogo e da representação teatral.

Um exemplo que pode ser praticado pela turma é o teatro-fórum. Leia, a seguir, as orientações sobre o jogo.

O teatrólogo Augusto Boal é reconhecido mundialmente pela criação de um teatro genuinamente brasileiro. Rio de Janeiro (RJ), 1980.

OBJETIVO – Após a apresentação de um problema social que oprime, impede o indivíduo de gozar plenamente dos seus direitos ou de realizar um desejo, testar as soluções apresentadas em uma espécie de ensaio para a vida real.

COMO SE FAZ – Os participantes compartilham histórias de vida que serão discutidas, avaliadas, selecionadas e organizadas para a montagem. Será preciso estruturar a situação em forma de roteiro para orientar os estudantes que atuarão.

TÉCNICAS – Nesse jogo de conflitos, serão apresentadas diversas motivações do opressor e do oprimido em cena. Os protagonistas (espect-atores) buscarão solucionar o problema apresentado, que deve ser claro e em forma de pergunta para ser levada ao fórum (público). O curinga, pessoa que organiza o debate, convidará alguém da plateia para propor alternativas para a situação apresentada.

DICA – O mais importante não é solucionar o problema, mas perceber que existem diversas possibilidades de atuação do oprimido diante do opressor.

Assim como podemos usar o diálogo e os jogos teatrais para essa abordagem, também é possível aprender a lidar com conflitos e tornar mais leves situações desagradáveis do cotidiano por meio da prática esportiva e da participação em jogos coletivos na escola ou na comunidade. Eles têm o poder de unir as pessoas e propiciar o desenvolvimento de diversas habilidades, além de incentivarem a criatividade, a postura positiva ante as dificuldades e a motivação para vencer desafios e solucionar conflitos do dia a dia.

PAULO LEITE/AE/ESTADÃO CONTEÚDO

Jogos criativos

Além dos esportes tradicionais praticados nas escolas, há jogos criativos que estimulam o respeito e a tomada de decisões, desenvolvem a consciência corporal e estimulam a prática de exercícios. Conheça um exemplo a seguir. Pessoa pra pessoa

OBJETIVOS – Despertar a atenção e o tempo de reação. Diminuir a distância entre as pessoas e promover o contato. Desfazer preconceitos e incentivar a criatividade. Exercitar a liderança circular.

PARTICIPAÇÃO – Um único grupo, sem limite de participantes, mas composto por um número ímpar de pessoas.

ESPAÇO – Lugar aberto ou fechado, compatível com o número de participantes e livre de obstáculos.

COMO SE FAZ – Inicia-se incentivando as pessoas a caminhar livre e criativamente pelo ambiente: andar com passo de gigante, de formiguinha, como se o chão estivesse pegando fogo, com um tique nervoso etc. Depois de poucos minutos, alguém (chamado “focalizador”) indica, em voz alta, duas partes do corpo: mão na testa, dedo no nariz, orelha com orelha, cotovelo na barriga etc. Então todos devem formar duplas e tocar, um no outro, as partes indicadas, o mais rápido possível! Por exemplo: se a indicação for “mão na testa”, cada pessoa deverá encontrar um par e tocar com a mão na testa do outro e vice-versa.

Quando todos estiverem em duplas e se tocando, o focalizador reinicia o processo, propondo a caminhada livre e criativa. Após duas ou três dessas combinações o focalizador diz em voz alta o nome do jogo: Pessoa pra pessoa . Nesse momento, todos – inclusive o focalizador – devem formar uma nova dupla e abraçar um ao outro [...].

Com a entrada do focalizador diretamente no jogo, alguém ficará sem par. E o que fazer com quem sobra? Diferente dos jogos convencionais, aquele que sobra não será castigado, nem excluído. Quem sobra vira focalizador e reinicia o jogo servindo ao grupo, em vez de ser servido por ele.

VARIAÇÃO – Propor contatos em trios, quartetos, ou em grupos maiores.

DICAS – Este jogo trata de dois aspectos fundamentais da cooperação: contato (toque) e liderança. Trabalha a questão do poder de um modo lúdico e muito eficaz, propondo exercitar a aproximação e a empatia num ritmo gradativo e que respeita a integridade pessoal e grupal.

DISKIN, Lia; ROIZMAN, Laura Gorresio. Paz, como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas. 4. ed. Brasília, DF: Unesco: Associação Palas Athena: Fundação Vale, 2008. p. 54. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/ pf0000178538?posInSet=1&queryId=4bf8992d-1bf7-46c893e2-dafbff2e3ac4. Acesso em: 15 jul. 2024.

Os jogos coletivos e teatrais proporcionam momentos de descontração e estimulam a criatividade.

Povos tradicionais e a mediação de conflitos

Podemos nos inspirar em duas culturas cujos aspectos centrais para o manejo dos conflitos da comunidade são o diálogo e a ideia de coletividade.

Uma delas é a do povo Maori, da Nova Zelândia, onde historicamente surgem os princípios da mediação de conflitos como conhecemos hoje. O outro exemplo vem dos povos do sul da África, falantes das línguas bantas do grupo angune (ndebele, zulu, xhosa, suázi, entre outras), que têm no seu cerne a noção de Ubuntu. Essa palavra, repleta de significados, todos eles baseados no conceito de solidariedade e respeito, refere-se a ações que buscam o bem-estar da coletividade. Dessa forma, a palavra está associada à luta contra a segregação racial, o apartheid, na África do Sul, empreendida sobretudo por Nelson Mandela e pelo arcebispo Desmond Tutu.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Nelson Mandela (1918-2013) foi um dos defensores dos direitos humanos mais reconhecidos do século XX. Ganhador do Nobel da Paz, ele lutou pelo fim do apartheid, regime de segregação racial implementado pelo Estado na África do Sul, de 1948 a 1994.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.

Você e seus colegas vão realizar uma pesquisa para aprofundar conhecimentos sobre as práticas de solidariedade e respeito utilizadas por esses povos.

a) A turma será dividida em dois grupos: de um lado, os que querem pesquisar sobre a ideia de mediação de conflitos entre os Maori; de outro, os que desejam saber mais sobre a noção de Ubuntu dos povos tradicionais do sul da África.

b) Cada grupo irá pesquisar, em diferentes fontes confiáveis, impressas ou digitais, sobre uma das culturas citadas.

c) Anotem sempre as fontes de consulta e procurem garantir a confiabilidade da informação, verificando em pelo menos duas fontes diferentes.

d) Finalizada a pesquisa, seu grupo fará uma apresentação para a outra metade da sala. Vocês podem usar apresentação em slides, cartazes, vídeos etc.

e) Registrem aspectos importantes da apresentação do outro grupo para responder à pergunta: Do que foi aprendido, qual(is) ensinamento(s) todos gostariam de ver incorporado(s) no dia a dia da escola?

f) Registrem o(s) ensinamento(s) escolhido(s).

3

Para finalizar

PRODUTO

FINAL

Modelo de mediação de conflitos na escola

Este é o momento em que vocês se organizarão para definir qual modelo de mediação de conflitos será desenvolvido em sua escola, após a verificação dos conflitos que mais interferem na rotina da comunidade escolar. Vejam algumas possibilidades a seguir.

Conselhos escolares

Círculos restaurativos

Possibilitam variadas técnicas e roteiros. Podem ser criados sempre que for preciso resolver algum tipo de conflito interpessoal (vide a pesquisa sobre os Maori).

Comissões

Criadas para discutir assuntos que interferem no cotidiano escolar (campanhas de saúde; separação do lixo e reciclagem; situações de conflito, como: violência, bullying, cyberbullying etc.) e para propor ações na escola. As comissões podem ser formadas por estudantes, professores, profissionais especializados e outros membros da comunidade escolar.

Grupos de estudo

Formados para pesquisar, aprofundar e discutir assuntos do interesse dos estudantes; podem ocorrer reuniões periódicas ou de acordo com a disponibilidade do grupo.

Formados por representantes de turma eleitos democraticamente pelos estudantes com o objetivo de levantar as principais demandas e conflitos e levá-los aos gestores da escola, a fim de chegar a um consenso e encontrar soluções. Depois, os representantes ficam responsáveis por transmitir aos estudantes o posicionamento oficial.

Grêmio estudantil

Organização de estudantes voluntários que promovem encontros para discutir sobre temas variados, de diferentes esferas, como: culturais, sociais, cívicos, políticos, entre outros.

Assembleias

Podem ser realizadas reuniões pontuais (sobre um assunto predeterminado) ou periódicas (com o objetivo de manter a harmonia e o canal aberto para o diálogo). Os participantes também podem variar: pode ser uma assembleia de sala com todos os estudantes, com alguns estudantes, educadores e profissionais, com todos os membros da comunidade escolar, entre outros.

E laboração do questionário

Para definir o modelo de mediação de conflitos que será aplicado e desenvolvido por vocês em sua escola, a proposta é ouvir a comunidade escolar. Por meio dessa escuta, será possível investigar os conflitos que, na opinião dos membros da comunidade, mais afetam a rotina escolar, bem como as possibilidades de mediação.

O gerenciamento de conflitos passa pelo uso do diálogo.

A proposta é elaborar um questionário e conversar com as pessoas para entender os conflitos e as possibilidades de mediação percebidas por elas. O questionário pode ser aplicado para toda a comunidade escolar ou para algumas pessoas escolhidas entre o corpo diretivo, os professores, os estudantes, os funcionários, os psicólogos, os assistentes sociais e, até mesmo, os pais. Quanto mais ampla a investigação, mais variada será a percepção das necessidades e expectativas dos participantes.

Apresentamos, a seguir, um passo a passo para a realização da pesquisa.

Para elaborar o questionário, a turma deverá se reunir e pensar nas perguntas que serão feitas. É importante considerar se haverá necessidade de criar variações do questionário de acordo com o perfil do público a ser entrevistado.

Não há necessidade de fazer muitas perguntas, o importante é que elas ajudem a definir a opção ou as opções dos modelos que serão desenvolvidos por vocês com o objetivo de facilitar a resolução de conflitos na escola.

Vocês podem fazer um questionário misto, com perguntas fechadas (cuja resposta é SIM ou NÃO) e abertas (cuja resposta é dissertativa), ou apenas com perguntas abertas. Peçam ajuda ao professor para imprimir cópias em número suficiente do questionário, de modo que cada entrevistador disponha de uma, ou organizem-se para disponibilizá-lo on-line em algum canal de comunicação da escola.

Antes de aplicar o questionário, é necessário ter clareza sobre os pontos a ser levantados:

1. Diagnosticar os conflitos mais significativos que ocorrem na escola na opinião de cada participante.

2. Apresentar e explicar cada um dos modelos de mediação de conflitos possíveis e considerados eficazes (como os apresentados anteriormente) e considerar as escolhas dos participantes.

3. Levantar assuntos relacionados à mediação de conflitos que poderiam ser discutidos e debatidos na escola.

4. Discutir a importância do apoio de profissionais especializados, como psicólogos, assistentes sociais e educadores mediadores, para auxiliar nos momentos de conflitos.

A plicação do questionário

Conversem com os gestores da escola sobre o melhor modo de aplicar os questionários e, principalmente, sobre o melhor momento. Essa comunicação prévia é muito importante para a organização do trabalho.

Feito isso, o grupo deverá planejar a ação junto com o professor, definindo: as tarefas relacionadas à pesquisa e como a turma será dividida para executá-las; os participantes; quando serão feitas a pesquisa e a aplicação dos questionários.

A dinâmica pode ser registrada com a câmera de celulares (é preciso solicitar aos participantes a autorização prévia de uso da imagem), gravadores ou por meio da escrita. É importante que os estudantes se organizem em duplas ou grupos definidos previamente.

Ao conversar com os participantes, você devem:

• explicar a eles, em linhas gerais, os objetivos da pesquisa;

• praticar a escuta ativa, ou seja, não interromper o entrevistado, mesmo que vocês discordem do que está sendo dito;

• seguir o questionário elaborado pelo grupo e apresentar todas as perguntas aos participantes.

S istematização e análise qualitativa dos dados

Sistematizar os dados significa organizá-los em categorias para que possam ser analisados. Em uma pesquisa como essa, com questões abertas, não é tão simples fazer tal sistematização quanto seria se fosse o caso de apenas contar o “sim” e o “não” em questionários fechados ou os votos em uma eleição. Por isso, é preferível que, nesta etapa, a sala seja dividida em grupos menores, segundo a categoria de entrevistados. Por exemplo: os que vão analisar as informações coletadas na conversa com os professores; os que vão fazê-lo com os questionários dos estudantes; com os dos coordenadores e gestores; e com os dos demais funcionários da escola. A sistematização deve passar por estes cinco momentos:

1. Criar categorias para a organização dos dados, como número de entrevistados por categoria, idade, conflitos mencionados, modelos de mediação sugeridos, assuntos que gostariam de tratar na escola e outros tópicos que eventualmente tenham aparecido.

2. Compilar os dados de todos os grupos em um único documento, virtual ou físico. Pode ser mais produtivo se apenas dois ou três estudantes se responsabilizarem por essa etapa.

3. Compartilhar os dados. Nessa etapa, o documento final deverá ser apresentado para toda a turma. Se a escola dispuser de site na internet, o relatório pode ser disponibilizado em área exclusiva de acesso para estudantes e funcionários.

4. Fazer a análise qualitativa dos dados tentando responder à pergunta: O que descobrimos sobre conflitos e as possibilidades de mediação em nossa comunidade escolar?

5. Discutir o assunto coletivamente, registrar as conclusões e produzir um relatório que pode ser anexado aos documentos da pesquisa.

A final, qual modelo de mediação escolher?

Chegou o momento de eleger o modelo de mediação mais adequado para a escola, isto é, aquele capaz de propiciar a construção de uma comunidade escolar harmoniosa, que esteja mais aberta a dialogar sobre seus conflitos e suas contradições, buscando a responsabilização de todos por suas palavras e atos.

É esperado que, neste momento, todos estejam mais conscientes do uso cotidiano que fazem das principais ferramentas do diálogo: a fala e a escuta. Espera-se também que as atitudes que tomam no dia a dia priorizem a aproximação entre as pessoas da comunidade escolar e o fortalecimento dos vínculos, e não a exclusão social e o isolamento.

Pensando em tudo o que foi apresentado neste projeto e no percurso realizado até este momento, deve-se agora escolher um modelo de mediação de conflitos para ser utilizado e desenvolvido na escola a fim de buscar caminhos efetivos para a solução de conflitos.

É importante tomar por base os conflitos mais significativos apontados pela comunidade escolar e as possibilidades de mediação diagnosticadas na pesquisa realizada anteriormente.

O roteiro apresentado a seguir pode ajudar a eleger e colocar em prática esse novo modelo, por meio do qual estudantes e demais membros da comunidade escolar poderão discutir sobre temas que os afetam diretamente e buscar soluções para conflitos interpessoais vividos no ambiente escolar.

Passo 1

Professor, orientar os estudantes apontando os elementos necessários para a organização de uma assembleia. Sugestões para aprofundar o conteúdo: o artigo “Assembleias escolares: saiba como e quando criar”, publicado pelo portal EscolaWeb, publicado em 13 out. 2017 (disponível em: https://escolaweb.com.br/gestao-escolar/assembleias-escolares-saiba-como-e-quando-criar/; acesso em: 18 jul. 2024), e o livro Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos, de Ulisses Araújo.

Com base na análise dos dados obtidos na pesquisa, organizem primeiramente uma assembleia, com a ajuda do professor e dos gestores, para definir o modelo de mediação mais adequado para ser implementado na escola de acordo com os conflitos mais significativos mencionados pelos participantes da pesquisa.

Convocada e reunida a assembleia, que será composta por todos os membros da escola, apresentem os dados coletados na pesquisa e discutam sobre as possibilidades de mediação que podem ser desenvolvidas na escola. Ponderem, apresentando diferentes argumentos, e definam, por votação (pode ser aberta ou fechada) ou consensualmente, os seguintes pontos:

1. Qual(is) modelo(s) de mediação de conflitos é(são) mais adequado(s) para a escola (assembleias, conselhos escolares, grêmio estudantil, entre outros) de acordo com o conflito a ser mediado?

2. Qual(is) técnica(s) de mediação de conflitos pode(m) ser adotada(s)?

3. D entre os profissionais da comunidade escolar, quais estariam aptos para exercer o papel de mediador, se necessário?

4. Qual(is) espaço(s) físico(s) da escola é(são) mais adequado(s) e pode(m) ser utilizado(s) para o exercício do diálogo e da reflexão sobre os conflitos?

5. Qual será a periodicidade de realização dos encontros e/ou atividades escolhidas?

6. Como divulgar essa decisão para toda a comunidade escolar?

Passo 2

Professor, orientar os estudantes na elaboração do documento, ajudando-os a elencar todas as informações necessárias para apresentação e formalização de um projeto.

Definidos, em assembleia, o(s) modelo(s) de mediação de conflitos, os possíveis mediadores, os possíveis espaços físicos de instalação, a periodicidade dos encontros e/ou atividades, a(s) técnica(s) de mediação e a forma de divulgação, construam um projeto. Para isso, conversem com os gestores e escutem as considerações deles sobre o projeto: seu ponto de vista é muito valioso e deve ser considerado, já que eles têm experiência com a condução de atividades na escola e com a execução de projetos. Estejam preparados para negociar, ceder e fazer modificações no projeto, se necessário.

Passo 3

Aprovado o projeto, deem um nome para ele e coloquem-no em prática assim que possível. É muito importante que comuniquem toda a comunidade escolar sobre a criação do modelo e divulguem a data do primeiro encontro. A divulgação pode ser realizada por meio de cartazes ou por meio de comunicação verbal, de sala em sala, com a ajuda dos representantes. Se a escola dispuser de site na internet, pode-se solicitar a divulgação desse encontro e dos seguintes na página. Deixem sempre o canal aberto para que outros estudantes e educadores participem e contribuam com o projeto. Quanto mais pessoas envolvidas na promoção do diálogo e da mediação de conflitos, melhor.

Passo 4

Ao fim da reunião inaugural, marquem uma roda de conversa para avaliar o que funcionou no primeiro encontro, qual foi o nível de envolvimento da comunidade escolar e o que pode ser aprimorado para o segundo encontro.

Planejem desde já o próximo encontro. Daí em diante, continuem sempre avaliando o que tem funcionado e o que pode melhorar. Dessa forma, o projeto poderá ter vida longa e inspirar outros a promover a convivência pacífica na escola. Os modelos e as técnicas de mediação de conflitos devem ser sempre aprimorados por meio de pesquisas.

É importante a divulgação constante do modelo de mediação de conflitos existente na escola, para que as ocorrências de conflitos interpessoais sejam direcionadas e tratadas de forma adequada. Professor, os modelos e as técnicas de mediação de conflitos devem ser sempre aprimorados por meio de pesquisas realizadas não apenas pelos estudantes, mas também por professores e gestores da escola. O aprendizado por parte dos estudantes das técnicas de mediação de conflitos praticadas na escola poderá ser levado para as famílias e para outros setores da comunidade por onde esses estudantes transitem.

Avaliação

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção dos saberes, das atitudes e a reflexão sobre o tema e o mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros que permitem o acompanhamento da produção e a reflexão do que foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem ser copiados e preenchidos de acordo com as orientações do professor.

Avaliação dos saberes

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

Não escreva no livro.

Discutir sobre as possibilidades de mediação de conflitos na escola. A.

B.

C.

D.

Ler, refletir e analisar a importância das palavras na comunicação e na produção de diferentes discursos e gêneros textuais.

Reconhecer a importância de construir relações positivas com base no diálogo, em trocas saudáveis e no respeito mútuo.

Conhecer o conceito e as modalidades de práticas restaurativas que podem ser aplicadas na escola inspiradas nos mecanismos da Justiça Restaurativa.

ETAPA 2 – SABER E FAZER

Refletir sobre o conceito de conflito e como ele interfere na rotina escolar.

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES D ESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

Reconhecer os tipos de conflito mais recorrentes na escola e refletir sobre as possibilidades de mediação de acordo com as práticas restaurativas. B.

Refletir sobre o conceito de culturas de paz, por meio da análise de obras de artistas, como o pintor Candido Portinari. C.

Analisar os contextos de violência nas escolas paulistas e comentar sobre a realidade nas escolas da região onde vive.

Conhecer e praticar a empatia e a solidariedade por meio de jogos teatrais, esportivos e criativos. E.

Analisar e pesquisar as experiências de outros povos, como os Maori, em relação à mediação de conflitos. F.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

Produzir um questionário e aplicá-lo aos membros da comunidade escolar para identificar quais são os conflitos mais recorrentes e as possibilidades de mediá-los na opinião dos participantes da pesquisa.

Analisar as respostas obtidas com os questionários e transformá-las em dados para que possam ser avaliados por todos.

Produzir um relatório para apresentar as conclusões sobre os principais conflitos e as estratégias que devem ser utilizadas como mediação.

Organizar, com a ajuda do professor, uma assembleia para definir, com base nos resultados obtidos com o questionário, o modelo de mediação de conflitos a ser implementado na escola.

Avaliação das atitudes

Não escreva no livro.

Realizo as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável.

Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.

Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto.

Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas.

Falo com clareza, ao compartilhar dúvidas e opiniões.

Atuo de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.

Estabeleço relações de confiança com os colegas, valorizando suas atuações em um ambiente colaborativo.

MUNDO DO TRABALHO

Ao longo deste projeto, observamos práticas de resolução de conflitos diversas, como jogos teatrais, práticas da Justiça Restaurativa, comissões, assembleias, entre outras. Junto com essas práticas, diferentes profissionais foram citados, como arte-educadores, psicólogos, assistentes sociais e mediadores profissionais da Justiça. Essa diversidade mostra a importância e o impacto do trabalho realizado por esses profissionais para contribuir com a promoção do diálogo e de uma cultura de paz. Pensando no seu futuro profissional, você acredita que apenas algumas profissões teriam compromisso com essas atitudes ou a preocupação com um bom diálogo e a resolução de conflitos seria importante em qualquer profissão? Justifique sua resposta.

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS 1 Sempre

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

IMAGENS: MANIPULAMOS OU SOMOS MANIPULADOS?

Diariamente, somos expostos a milhares de imagens, no ambiente virtual e no físico. Nem todas essas imagens podem ser consideradas fiéis à realidade; elas podem ter sido produzidas com a intenção de modificar os fatos, de motivar a compra de um produto ou, até mesmo, com o intuito de fazer com que almejemos padrões de beleza inatingíveis.

Neste projeto, exploraremos o universo da manipulação de imagens com o objetivo de entender os propósitos que levam as pessoas a fazê-lo, de forma a propor um posicionamento crítico sobre as consequências dessa prática na sociedade. A fim de disseminar os conhecimentos adquiridos ao longo do projeto, será produzida uma revista: manipulação de imagens, com textos e imagens, para ser compartilhada com a comunidade escolar.

Somos bombardeados diariamente por imagens manipuladas que testam a nossa percepção.

ViSÃO GERA DO PROjETO

Imagens: manipulamos ou somos manipulados?

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

• Ciência e tecnologia

• Educação para o consumo

• Trabalho

• Diversidade cultural

COMPONENTES CURRICULARES:

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa e Arte

• Educação em direitos humanos

• Outros perfis disciplinares: Matemática e suas tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas –História e Sociologia

OBJETOS DE CONHECIMENTO:

• Curadoria de informação; Estratégias de leitura: apreender os sentidos globais do texto; Exploração de multissemiose; Relação entre textos; Estratégias de produção: planejamento de textos informativos; Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição

ETAPAS

DO PROJETO

O percurso deste projeto pode ser alterado e construído de acordo com as necessidades da turma.

Vamos começar

Nesta etapa, será feito o levantamento dos conhecimentos prévios sobre o tema da manipulação de imagens. Com base na leitura de textos, na análise de imagens e em atividades sobre algumas técnicas de manipulação e uso de recursos de inteligência artificial, serão apresentados e discutidos alguns propósitos que levam à realização dessa prática, de modo a desenvolver uma posição crítica e a atuar com protagonismo e responsabilidade na identificação dos impactos negativos associados a essa prática.

> PRODUTO FINAL:

• Revista: manipulação de imagens

> > OBJETIVOS:

• Despertar o olhar crítico dos jovens para a manipulação das imagens produzidas pelas mídias e por eles mesmos.

• Promover uma reflexão sobre as questões éticas e os propósitos da manipulação de imagens e sobre as questões relacionadas aos aspectos pessoais – como em selfies –, da publicidade e do mundo do trabalho.

• Provocar a reflexão sobre como nossas escolhas de consumo podem ser movidas pela manipulação de imagens em publicidade.

JUSTIFICATIVA:

• Alertar sobre os riscos de sermos movidos por enganos – inclusive relacionados a eventos históricos – provocados pela manipulação de imagens.

• Refletir sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) na criação e alteração de imagens e suas consequências.

• Provocar a conscientização de que devemos ficar atentos aos riscos de sermos manipulados por imagens falsas e buscar instrumentos de reconhecimento dessas intervenções em imagens.

A manipulação de imagens foi usada não poucas vezes com o propósito de fazer o observador crer em uma realidade distorcida ou adulterada. Os modernos recursos digitais multiplicaram as possibilidades de adulteração e criação de imagens e as mídias sociais facilitaram a sua propagação. É nesse sentido que este Projeto Integrador levanta a questão Imagens: manipulamos ou somos manipulados? e propõe a produção da Revista: manipulação de imagens com o objetivo de desenvolver uma visão crítica sobre as práticas de manipulação de imagens considerando as responsabilidades e a ética profissional, além de aspectos do mundo do trabalho para analisar seus propósitos e possíveis consequências para si e para a sociedade.

Saber e fazer

Nesta etapa, serão apresentados textos e imagens com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre as técnicas de manipulação e criação com o uso de IA e sobre a importância de analisar as imagens criticamente, para perceber se elas foram manipuladas. Além disso, serão apresentados artistas contemporâneos que fazem uso de técnicas de manipulação para produzir obras de arte. Por fim, será proposta uma investigação sobre a manipulação de imagens por meio de um questionário.

ETAPA

Para finalizar

Nesta etapa, será elaborada uma revista para reunir textos e imagens manipuladas produzidas pelos estudantes com o objetivo de divulgar e compartilhar com a comunidade escolar os conhecimentos sobre manipulação e criação de imagens adquiridos ao longo do projeto. Todas as etapas de produção, elaboração e publicação da revista serão executadas pelos estudantes, com a ajuda do professor, organizados em pequenos grupos.

Vamos começar

CONVERSA INICIAL

Imagens manipuladas

A manipulação de imagens já era uma técnica muito utilizada por fotógrafos e artistas muito antes do surgimento dos recursos tecnológicos modernos, mas se intensificou com o surgimento das ferramentas digitais, inteligências artificiais e com a ampliação do uso das mídias sociais, que permitem o compartilhamento de imagens sem restrição. Considerada um dos sintomas da pós-modernidade, a manipulação de imagens tornou-se tão comum no cotidiano, em diferentes esferas da sociedade, que cabe a todos refletir sobre as formas como essas imagens manipuladas podem impactar nossa vida. Observe as imagens a seguir.

1 - Uma praia criada com objetos do cotidiano.

2 - Jogador no estádio do Pacaembu e adversário parcialmente apagado, São Paulo (SP), 1963.

3 - Homem-balão ou a estranha leveza do ser.

5 - Atleta preparando-se para começar a corrida.

4 - Representação do DNA humano em 3D.

6 - É preciso ouvir o planeta e se conscientizar.

FREEPIK

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. A que áreas ou campos de atividades as imagens apresentadas na página anterior estão associadas?

2. Em sua opinião, qual é o efeito provocado pela manipulação em cada uma dessas imagens?

3. Você aprecia tirar fotografias? Faça uma lista, obedecendo a uma ordem de preferência, com os itens de que você mais gosta de fotografar: pessoas, paisagens, lugares que visita, detalhes de encontros com amigos, comidas, animais, entre outros.

4. Você já utilizou algum recurso para editar ou manipular imagens? Qual?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Jogo dos erros

Professor, dependendo dos recursos disponíveis, este jogo pode ser praticado entre os estudantes no ambiente virtual ou as imagens podem ser impressas para que eles joguem sem a necessidade do uso do computador.

Você e alguns colegas vão se organizar para montar um cenário e tirar algumas fotografias. Façam os registros fotográficos com uma câmera digital ou com um smartphone

Procurem fazer modificações sutis a cada fotografia: elementos podem ser retirados ou acrescentados ao cenário; estudantes podem repetir as mesmas poses e apenas modificar os acessórios que estavam utilizando, entre outras opções.

Escolham duas imagens, uma delas para ser a “cópia” da outra. Com o auxílio do professor e utilizando um programa de edição de imagens, façam as alterações ainda necessárias na fotografia considerada a “cópia”, como: modificar cores, retirar objetos da imagem etc., de modo que seja possível identificar sete diferenças entre a cópia e a imagem original. Essa composição vai formar um “jogo dos sete erros” criado a partir de sua fotografia.

Apresentem as composições para os demais colegas da turma e peçam a eles que identifiquem as sete diferenças entre as duas imagens.

Jovens posam para foto em estúdio.

No jogo dos sete erros, as imagens apresentam pequenas diferenças entre si.

EM FOCO

Por que manipulamos imagens?

A interferência em fotografias é sempre um ato intencional, por isso é importante discutir as motivações que levam à manipulação de imagens, sejam elas pessoais ou públicas.

Essas motivações podem estar relacionadas à forma como as pessoas lidam com a própria imagem, à vontade de modificar o curso da história ou à mudança cultural que facilitou o acesso a recursos tecnológicos que permitem a criação e o compartilhamento de diferentes imagens manipuladas, de selfies a fake news.

Apresentaremos a seguir algumas dessas motivações.

A e ra das selfies

Na era das imagens digitais, tudo precisa ser postado.

Vivemos na era das redes sociais. Em qualquer lugar que disponibilize acesso à internet, dificilmente encontraremos alguém que não tenha criado um perfil em alguma delas. O objetivo dos inscritos, invariavelmente, é mostrar-se a pessoas desconhecidas ou a um grupo fechado de “amigos” ou seguidores. Mostrar-se não significa necessariamente se revelar. Qualquer que seja a motivação para se mostrar, o que se observa é que as selfies, os retratos de si mesmo, proliferam nas redes sociais.

Querer mostrar-se a um público não é um fenômeno tão novo. Antes do advento da fotografia, retratos eram encomendados a pintores, que, por sua vez, também criavam seus autorretratos. O que mudou de lá para cá é que, com o surgimento da fotografia e o desenvolvimento tecnológico, fotografar tornou-se uma prática acessível a quase toda a população.

Chegamos à era das selfies. É possível construir uma narrativa sobre um indivíduo observando as fotos que ele posta nas redes sociais. Mas aí entramos no campo do ser e do parecer. Ao escolher o ângulo, a pose e o fundo, queremos construir uma história, que pode ser entendida superficialmente, porque a preocupação com a imagem apresentada na foto tem mais a ver com a forma como desejamos ser vistos do que com aquilo que realmente somos ou com o momento que estamos vivendo.

Leia a seguir uma reportagem sobre a relação entre as selfies e a manipulação de imagens.

Exagero no uso de filtro em selfies pode revelar fragilidade emocional

Doutor em Psicologia, Leonardo Goldberg alerta: “Perfeição atingível apenas através da imagem computadorizada”

Como resistir à tentação de usar filtro quando se faz uma selfie ? Os recursos de alteração de imagem de uma fotografia são inúmeros. Trata-se de uma nova forma de maquiagem virtual, da qual muita gente não vive mais sem.

Até que ponto o exagero no uso de filtros em imagens pode revelar a fragilidade emocional de um indivíduo?

O uso excessivo de filtros em imagens pode representar a busca por padrões de beleza inatingíveis.

Para desvendar o assunto, a reportagem do E+ entrevistou o psicanalista Leonardo Goldberg, doutor em Psicologia. Ele lembra que as pessoas sempre sentiram vontade de realizar edições na própria imagem, como com a própria maquiagem, que data já do antigo Egito. Essa necessidade, do ponto de vista estético, faz com que o sujeito tente se aproximar de uma imagem ideal , que varia de acordo com o tempo e a cultura. E é aí que mora o perigo, enfatiza o psicanalista: “Apesar de o conceito de imagem ideal ser inalcançável, o sujeito hoje é bombardeado por uma exigência estética computadorizada, editada através de filtros, [...] cada vez mais acessíveis por qualquer usuário que consiga manejar um smartphone ”. Para o especialista, essa necessidade de editar a própria imagem, sobretudo na selfie , faz com que o sujeito tenha a impressão – sempre passageira – de que diminuiu a distância entre a beleza que tem e

aquela que gostaria de ter. “O engano é crer que a concepção do belo pode ser pautada pela supressão das marcas, das pequenas assimetrias, imperfeições, que às vezes destacam a beleza de cada um”, analisa.

O uso exagerado de filtros em selfies também pode revelar uma espécie de disputa entre os internautas. “O que pauta a disputa nas redes é uma lógica do reconhecimento: aquele que é mais curtido torna-se uma influência digital. Os perfis com maior engajamento, das celebridades digitais, não ao acaso, são seguidos por milhões de pessoas e seguem pouquíssimas. Um exemplo claro desta disputa é o perfil que segue, é seguido de volta e depois deixa de seguir o usuário. É um circuito muito concreto de uso do outro enquanto espectador”, afirma Leonardo Goldberg.

[...] “Selfies filtradas podem fazer com que as pessoas percam o contato com a realidade, criando a expectativa de que devemos estar perfeitamente preparados, bonitos, elegantes e desejáveis o tempo todo. Isso pode ser especialmente prejudicial para adolescentes e pessoas com Transtorno Dismórfico Corporal e é importante que os cirurgiões plásticos compreendam as implicações das mídias sociais na imagem corporal para melhor tratar e aconselhar os pacientes”, defende Ruben Penteado, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O psicanalista Leonardo Goldberg acredita que associar uso de filtros ao transtorno de imagem é exagero. “É impossível corroborar com a tese. Seria mais prudente pensarmos que os filtros aparecem para suprir uma demanda e um sintoma da cultura – o que chamamos de estética – cada vez mais agressiva, que idealiza corpos e rostos de uma perfeição atingível apenas através da imagem computadorizada”, argumenta. [...]

TUCHLINSKI, Camila. Exagero no uso de filtro em selfies pode revelar fragilidade emocional.

O Estado de S. Paulo, São Paulo, 9 ago. 2019. Disponível em: https://www.estadao.com.br/emais/comportamento/exagero-no-uso-defiltro-em-selfies-pode-revelar-fragilidade-emocional/. Acesso em: 30 out. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. Após a leitura do texto e refletindo sobre sua experiência, discutam coletivamente: o que leva as pessoas a manipularem a própria imagem?

2. Retomem no texto a opinião dos dois especialistas citados. Destaquem as frases que indicam os danos de manipulação citados.

3. As selfies são muito utilizadas em diferentes situações do nosso cotidiano. Elaborem uma lista de situações nas quais você e seus colegas utilizam esse recurso.

4. Você costuma aplicar filtros em suas selfies? Por quê?

5. Qual é a sua opinião a respeito da manipulação de imagens pessoais?

6. Reúnam-se agora em grupos menores e releiam o texto para discutir sobre os pontos com os quais concordam e sobre os pontos dos quais discordam, apresentando argumentos para as opiniões defendidas.

• Escrevam um pequeno texto, no caderno ou em uma folha à parte, para registrar os pontos discutidos e as opiniões defendidas pelo grupo.

Professor, para a atividade 6, organize a turma em grupos de quatro estudantes, idealmente, e proponha um debate, solicitando que compartilhem as opiniões registradas. Enfatize que todas as opiniões devem ser respeitadas.

F otografias que alteraram a história

Muito antes do surgimento da fotografia, os acontecimentos importantes da história eram registrados na linguagem da pintura, sendo feitos consideravelmente depois da ocorrência dos fatos. Dessa forma, a composição da imagem dependia de relatos de testemunhas, obrigando o artista a confiar na memória e na descrição, talvez repleta de subjetividade do autor do relato.

Com o surgimento da fotografia em 1826, os registros tornaram-se mais precisos. No entanto, constatou-se que, ainda assim, em alguns momentos a veracidade dos registros fotográficos poderia ser igualmente questionável, como será apresentado no texto a seguir.

Apagando desafetos

Joseph Stalin não tinha qualquer problema em mandar “apagar” as pessoas de quem ele não gostava – e ele mandava que isso fosse feito inclusive em suas fotos e com bastante frequência. Veja um exemplo notório a seguir, onde um comissário soviético chamado Nikolai Yezhov foi removido de um retrato com Stalin depois de se indispor com o ditador: [...]

A imagem do alto mostra a constituição original da fotografia. Na imagem de baixo, a fotografia após manipulação, sem o comissário Nikolai.

12 FOTOS famosas que foram manipuladas. Megacurioso, 15 mar. 2018. Disponível em: https://www. megacurioso.com.br/fotografia/102154-12-fotos-famosas-que-foram-manipuladas.htm. Acesso em: 30 ago. 2024.

A manipulação da fotografia teve motivação claramente política, ao modificar um fato histórico no caso do ditador Stalin.

Adulterar fotografias para fins políticos não é exclusividade de regimes totalitários ou grupos específicos. Com frequência, fotografias são manipuladas para ressaltar o aspecto de liderança do personagem retratado ou para esconder detalhes que diminuiriam a grandeza do fato. Personagens históricos podem ganhar novos corpos, em poses mais heroicas do que as originalmente registradas, por exemplo, entre outras distorções históricas que podem ocorrer com a ajuda da manipulação de imagens.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

1. Leiam juntos o texto a seguir.

Histórias de manipulação – ontem e hoje

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

A manipulação de imagens não é conceitualmente originada na era digital. Muitos negativos já foram modificados ao longo do tempo e, em muitos casos, especialistas detectaram a interferência. Com a tecnologia digital, a percepção e a comprovação da interferência se tornam muito mais difíceis, posto que não existem negativos.

Muito antes do surgimento de equipamentos digitais, o homem vem alterando a realidade dos fatos históricos, com o uso de imagens manipuladas. Uma pesquisa realizada por Alain Jaubert e publicada no livro Les commissariat aux archives: les photos qui falsifient l´histoire revela que muitos políticos utilizaram a manipulação fotográfica para omitir a realidade e se colocar em posição de triunfo diante do povo que governavam. [...]

ALMEIDA, Cláudia Maria Teixeira de; BONI, Paulo César. A ética no fotojornalismo da era digital. Discursos Fotográficos, Universidade Estadual de Londrina, v. 2, n. 2, p. 11-42, 2006. Disponível em: https://ojs.uel.br/ revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/1477. Acesso em: 30 ago. 2024.

Com base no texto lido, respondam de forma coletiva, oralmente, às questões a seguir.

a) A manipulação de imagens é uma prática que surgiu com o advento de recursos digitais modernos? Justifique.

b) Em sua opinião, quais motivos podem levar um líder ou grupo político a alterar imagens?

c) A falta de fidelidade e ética com os fatos pode trazer consequências ao profissional e à sociedade? Justifique a sua opinião.

2. A fotografia pode ser considerada uma “prova” da realidade?

Expectativa × realidade

Nesta imagem, os ingredientes do lanche apresentam cores vivas e texturas atraentes.

Nesta imagem, mais próxima da realidade, os ingredientes quase desaparecem no meio do lanche e não possuem cores e texturas atraentes.

Você já ficou decepcionado quando escolheu um lanche pela foto no painel da lanchonete e recebeu um desbotado sanduíche com a metade do tamanho desejado?

O lanche da primeira foto parece muito maior, as cores dos ingredientes estão mais vivas e brilhantes, além do aumento na altura da carne e do pão; tudo pensado para aguçar os sentidos e estimular a compra. Essa é uma estratégia muito utilizada, principalmente em propagandas publicitárias e até mesmo em embalagens de alimentos.

A manipulação de imagens em embalagens de alimentos tem sido objeto de regulação pelos órgãos de defesa do consumidor. Leia o texto a seguir.

Para comer com os olhos

Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, fotos são publicidade enganosa; fabricantes afirmam que mostram a verdade

É um choque de realidade preparar uma lasanha congelada no micro-ondas. Enquanto a foto da caixa mostra uma massa firme, com queijo derretido na medida certa, a que sai do forno parece ter sido arremessada contra uma parede. Mas será que é mesmo um choque ou todo mundo já se acostumou a ser enganado?

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) fez um levantamento comparando as imagens apresentadas nas embalagens e a real aparência de alguns alimentos industrializados. Entraram no estudo comida pronta e congelada, vendida no supermercado, e pratos de restaurantes de fast-food. [...].

Os pesquisadores encontraram cookies [...] com muito menos gotinhas de chocolate do que a embalagem promete, biscoito wafer [...] bem mais pálido do que no rótulo, pizza congelada [...] com menos azeitonas e queijo do que na imagem da caixa, panetone [...] com falta de chocolate, polpetone [...] espatifado no molho, sanduíche mirrado [...] e esfiha [...] recheada com carne bem menos corada do que a do cartaz.

De acordo com o entendimento do Idec, mesmo havendo na embalagem o alerta de que as imagens são “meramente ilustrativas”, as fotografias manipuladas ferem os direitos do consumidor. MISMETTI, Débora. Para comer com os olhos . Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 nov. 2009. Caderno Vitrine. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/vitrine/vi2111200906.htm. Acesso em: 30 ago. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. Leia o texto e responda às questões a seguir.

Bye, bye, real

Tornemos mais concretas as coisas. Vejamos o que significa o ambiente pós-moderno. Saque essa. – “Que criança linda” – disse a amiga à mãe da garota. – “Isto é porque você não viu a fotografia dela a cores” – respondeu a mãe! Cínica, a piada contém a essência da pós-modernidade: preferimos a imagem ao objeto, a cópia ao original, o simulacro (a reprodução técnica) ao real. E por quê? Porque desde a perspectiva renascentista até a televisão, que pega o fato ao vivo, a cultura ocidental foi uma corrida em busca do simulacro perfeito da realidade. Simular por imagens como na TV, que dá o mundo acontecendo, significa apagar a diferença entre real e imaginário, ser e aparência. Fica apenas o simulacro passando por real. Mas o simulacro, tal qual a fotografia a cores, embeleza, intensifica o real. Ele fabrica um hiper-real, espetacular, um real mais real e mais interessante que a própria realidade.

[...]

O hiper-real simulado nos fascina porque é o real intensificado na cor, na forma, no tamanho, nas suas propriedades. É um quase sonho. Veja uma dose do iogurte [...] em revistas ou na TV. Sua superfície é enorme, lustrosa, sedutora, tátil – dá água na boca. O [...] verdadeiro é um alimento mixuruca, mas seu simulacro hiper-realizado amplifica, satura sua realidade. Com isso, somos levados a exagerar nossas expectativas e modelamos nossa sensibilidade por imagens sedutoras. […]

SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 2012. p. 12-13.

a) Segundo o texto, o que significa “hiper-real”?

b) E xplique o que você entendeu com a frase “Com isso, somos levados a exagerar nossas expectativas e modelamos nossa sensibilidade por imagens sedutoras”.

2. Relate uma ou mais experiências de ter comprado um alimento motivado pela imagem estampada na embalagem ou no painel da lanchonete e depois ter se decepcionado com a aparência real do alimento. Compartilhe com a turma o seu relato.

3. Reúnam-se em pequenos grupos e discutam sobre o conceito de “simulacro hiper-realizado” apresentado no texto e as imagens apresentadas em embalagens de produtos e na publicidade em geral.

a) Após a discussão, elaborem um texto com os pontos levantados e a conclusão a que chegaram.

b) Apresentem suas conclusões para o restante da turma.

Professor, conduza a discussão com toda a turma, orientando os estudantes a respeitar os turnos de fala e a opinião dos colegas.

Simulacro: o que simula ser algo; imitação ou representação de algo.

O que é propaganda enganosa?

A propaganda enganosa é uma estratégia de marketing que envolve a promoção enganosa de produtos ou serviços, com o intuito de induzir o consumidor a tomar decisões baseadas em informações falsas ou manipuladoras.

Para combater essa prática, muitos países têm leis e regulamentações que proíbem anúncios enganosos e impõem penalidades às empresas que as utilizam.

Entre as consequências mais comuns estão as multas financeiras, que podem ser substanciais, dependendo da gravidade da infração e de outros fatores relevantes.

PROPAGANDA enganosa: o que é, quais os tipos e como denunciar. Exame, 2 out. 2023. Disponível em: https://exame.com/invest/ minhas-financas/propagandaenganosa-o-que-e-quais-ostipos-e-como-denunciar/. Acesso em: 30 ago. 2024.

Manipulação de imagens científicas

As imagens obtidas em pesquisas científicas encantam até mesmo quem não atua nas áreas das ciências biológicas e das ciências médicas. A captura de algumas dessas imagens geralmente é feita em laboratórios.

Quando a pesquisa objetiva capturar imagens de organismos e componentes invisíveis ou praticamente invisíveis a olho nu, é necessário fazer uso de aparelhos como os microscópios.

Existem vários tipos e tamanhos de microscópios destinados à observação de materiais e seres vivos que não podem ser vistos a olho nu, como o microscópio óptico.

As imagens obtidas com a ajuda de microscópios e outros aparelhos científicos podem ser consideradas pouco atrativas. Os microscópios eletrônicos, por exemplo, geram imagens com gradação de cinza, isto é, as imagens ampliadas são em preto e branco. Observe ao lado uma imagem obtida por microscopia eletrônica.

Imagem obtida por microscópio eletrônico evidenciando hifas e esporos de fungo (microscopia eletrônica; aumento aproximado de 1 300 vezes).

No entanto, em revistas e sites de divulgação científica, vemos imagens bastante coloridas e, em alguns casos, até mesmo criadas em 3D ou com inteligência artificial, que podem não condizer com a realidade do material observado.

Essa manipulação de imagens feita em imagens obtidas em microscopias é um caso de manipulação para fins de estudos, divulgação de pesquisas, ilustrações didáticas, ou seja, com o propósito de divulgação científica.

A intenção é chamar a atenção de um público que, sem a utilização de recursos como a manipulação de imagens, não compreenderia os componentes da imagem ou não despertaria interesse pela área científica.

Manipulação e colorização feita em computador sobre imagem de partes de neutrófilo, células brancas do sangue humano (em azul), com bactéria Klebsiella pneumoniae (em rosa). Imagem originalmente em preto e branco obtida em um microscópio eletrônico de varredura.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. Você já encontrou, em livros, revistas ou sites na internet, imagens capturadas com a ajuda de microscópios, mas com a informação de que as cores apresentadas são artificiais? O que essas imagens retratavam?

• Em sua opinião, a manipulação ou criação de imagens com o objetivo de facilitar o entendimento e a observação prejudica ou favorece as ciências?

2. Você viu neste projeto que é possível: criar imagens para o uso em campanhas publicitárias; manipular imagens para facilitar o trabalho dos cientistas; manipular ilustrações científicas (por profissionais especializados) para fins didáticos, entre outros exemplos. Com base nos diferentes exemplos, reflita sobre as questões éticas que envolvem o uso de manipulação e geração de imagens em diferentes áreas do mercado de trabalho.

Sugira uma lista de editores grátis disponíveis para serem baixados.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Reúna-se com os colegas do seu grupo e listem quais aplicativos e programas de edição de imagens vocês conhecem, utilizam ou já utilizaram.

a) Anotem os dez programas ou aplicativos de edição de imagem mais mencionados pelos estudantes do seu grupo.

b) Redijam uma resenha, elencando as funcionalidades, as vantagens e as desvantagens de cada programa que vocês escolheram. Em seguida, publiquem o conteúdo na internet ou compartilhem as resenhas de forma impressa. Combinem com o professor como será a publicação ou a apresentação de cada grupo.

ORGANIZANDO OS TRABALHOS

Projeto 5 - Imagens

Nesta etapa, você refletiu sobre a intencionalidade (política, científica, publicitária, do mundo do trabalho etc.) relacionada à produção de imagens manipuladas. Agora, retome a pergunta-chave Imagens: manipulamos ou somos manipulados?, que nos conduzirá ao produto final deste projeto: uma revista com conteúdos sobre manipulação de imagens produzida pela turma.

Na etapa 2, você e seus colegas serão divididos ora em duplas, ora em pequenos grupos para desenvolver as atividades propostas e aprofundar seus conhecimentos sobre o tema abordado. Para a formação dos grupos de trabalho, procure colegas com experiências e interesses distintos dos seus; essas características certamente podem propiciar trocas de informações valiosas e inusitadas.

Na etapa 3, toda a turma será envolvida na produção da revista. Para isso, é preciso, com a ajuda do professor, pensar desde já na divisão das tarefas e formação dos grupos de acordo com as aptidões dos estudantes.

Materiais necessários

Computador, tablet ou notebook com acesso à internet, aplicativos e programas de edição de imagens, impressora, câmera digital ou smartphone com câmera.

2

Saber e fazer

O que é

manipulação de imagens?

Há diferenças entre as técnicas de tratamento e de manipulação de imagens. Quando falamos em tratamento de imagens, estamos nos referindo a técnicas que objetivam, por exemplo, retocar ou corrigir imperfeições da imagem; como quando uma fotografia antiga, amarelada pelo tempo ou vincada pelo manuseio, é digitalizada e submetida a correções por meio de programas de edição de imagens. O tratamento de imagens também é realizado em arquivos digitais, como quando se esmaece o fundo para destacar um elemento específico. No entanto, quando a imagem é alterada de modo a descaracterizá-la, com o objetivo de transformar o personagem ou fato retratado ou transmitir uma mensagem diferente da original, passamos, então, a falar de manipulação de imagens. Leia o texto a seguir para entender a diferença entre as duas técnicas.

Antigamente, as manipulações em fotografias eram feitas a partir dos negativos.

STEVE ALLEN/SHUTTERSTOCK.COM

Tratamento × manipulação

Para falar em alteração de imagens, faz-se necessária a discussão da diferença que existe entre o tratamento e a manipulação de imagens fotográficas, uma vez que os dois conceitos, apesar de muito diferentes, são muitas vezes confundidos.

O tratamento de uma fotografia constitui na melhora da qualidade de sua imagem. É o uso da tecnologia disponível para clarear pontos escuros, ressaltar a luz e até alterar a saturação das cores, tornando-as mais fortes ou esmaecidas, dependendo do que se quer transmitir. Quando se trata uma imagem, a intenção não é alterar o seu conteúdo, portanto, as informações que fazem parte do quadro não são modificadas.

[...]

Na manipulação – no caso específico do fotojornalismo – existe interferência na realidade dos fatos. Elementos podem ser acrescentados ou excluídos, dependendo da intenção de quem a manipula. Neste caso, o real pode ser transformado em ficção. Ou seja, o que nunca existiu pode tomar forma, e o que estava presente no ato da captura da imagem pode simplesmente desaparecer do quadro.

O tratamento de imagem deixou as cores da imagem mais vivas e alterou a intensidade da luz, sem modificar o conteúdo retratado na cena.

ALMEIDA, Cláudia Maria Teixeira de; BONI, Paulo César. A ética no fotojornalismo da era digital. Discursos Fotográficos, Universidade Estadual de Londrina, v. 2, n. 2, p. 11-42, 2006.

Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/1477. Acesso em: 30 ago. 2024.

O aspecto negativo da manipulação de imagens

Na etapa 1, vimos que a manipulação de imagem está relacionada a uma intencionalidade e que, em alguns casos, imagens podem ser manipuladas com o objetivo de distorcer um fato histórico ou induzir ao consumo de um produto, por exemplo. No entanto, nos tempos atuais, com a facilidade de acesso a redes sociais e a programas de edição de imagens e de inteligência artificial, além do menor custo de equipamentos fotográficos, o ato de manipular e usar imagens fora do contexto original vem sendo utilizado como uma ferramenta para enganar pessoas propositadamente. Algumas pessoas e profissionais transitam pelos limiares da ética.

Dessa forma, a manipulação e criação de imagens pode levar a consequências mais graves, por isso precisamos ser críticos em relação às imagens a que somos expostos diariamente. É importante perceber que a ética não é uma restrição na ação pessoal ou profissional, mas uma necessidade que nos instiga a analisar com mais profundidade e a apreciar com mais respeito as representações visuais e imagens e seus contextos de produção.

Leia o texto a seguir:

40% das imagens manipuladas não são percebidas pelas pessoas, diz estudo

A manipulação de fotos, há poucos anos, restringia-se aos especialistas. Antes das imagens digitais, ela era feita recortando e colando pedaços de filmes fotográficos para fabricar uma cena. Usava-se até pintura à mão. Quando surgiram as imagens computadorizadas, editores recorriam a softwares caríssimos e computadores potentes para fazer essas alterações. Hoje, você pode editar uma foto na tela do seu celular.

A facilidade, porém, trouxe perigos. Os programas de edição avançaram tanto que é muito difícil distinguir o que é real e o que é manipulado em uma foto. E mais: uma montagem não precisa ser profissional para enganar os nossos olhos. Um estudo publicado recentemente na revista Cognitive Research: Principles and Implications quantifica o problema e aborda os possíveis impactos dele.

Segundo o artigo, apenas 60% das imagens manipuladas são descobertas pelos seus observadores. Para chegar à conclusão, os pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, realizaram dois experimentos em que voluntários tinham que avaliar a veracidade de imagens. Apesar do resultado parecer uma porcentagem alta, ele fica pouco acima do acaso: se os participantes chutassem todas as respostas, o número seria próximo de 50%, segundo os autores. [...]

“Imagens falsas têm implicações em quase todos os domínios, desde a aplicação de lei e segurança nacional a publicações científicas, política, mídia e publicidade”, ressalta a líder do estudo, Sophie Nightingale, do Departamento de Psicologia da Universidade de Warwick. [...]

Alterações comuns

O estudo contou com dois experimentos parecidos, feitos por meio de questionário on-line em que os participantes tinham que avaliar a veracidade de 10 fotografias, sendo que apenas metade delas era original. [...]

Os pesquisadores usaram, nas imagens, quatro tipos comuns de manipulação: a airbrushing –retoques em uma foto, principalmente para remover imperfeições em rostos; a adição ou a exclusão de objetos; a apresentação de objetos em formas fisicamente impossíveis; e o uso de sombras em direções impossíveis.

Os resultados dos dois experimentos foram consistentes, e cerca de um terço das manipulações não foi percebida pelos participantes. Além disso, mesmo quando as montagens foram descobertas, em 55% das vezes, os voluntários não conseguiram identificar o que havia sido alterado. [...].

Nem retoque

Muitos casos envolvem manipulações complexas e criadas intencionalmente para enganar o observador, mas mesmo os retoques podem ser prejudiciais, alerta Sophie Nightingale. “Pesquisas mostram que esses padrões de beleza difíceis de serem atingidos, se não impossíveis, podem levar a problemas psicológicos e colocar pessoas em risco de desenvolver comportamentos perigosos de exercícios e alimentação”, explica.

O que preocupa é que esse tipo de manipulação se espalha de forma descontrolada nas redes sociais, nas publicidades tradicionais e nas feitas pela internet. “O público é constantemente bombardeado com fotos de modelos e celebridades impossivelmente magras, sem rugas e sem espinhas. O que é pior: o uso de edição de fotos é, agora, disponível para a maioria das pessoas. Até celulares vêm com poderosas ferramentas de edição”, diz a pesquisadora. [...]

CORREIA, Victor. 40% das imagens manipuladas não são percebidas pelas pessoas, diz estudo. Correio Braziliense, Brasília, DF, 21 ago. 2017. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2017/08/21/interna_tecnologia,619245/como-saber-se -uma-imagem-foi-manipulada.shtml. Acesso em: 30 ago. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. De que formas a manipulação de imagens pode ser usada para prejudicar pessoas e empresas, de acordo com o texto?

2. Em sua opinião, que tipos de problemas os “padrões de beleza difíceis de serem atingidos” podem acarretar? Pesquise.

3. Vocês já receberam uma imagem manipulada compartilhada como fake news? Qual foi a atitude que tiveram ao recebê-la?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Reúna-se com o seu grupo e leiam as informações do infográfico de como fazer a identificação de imagens manipuladas. Escrevam sugestões de como as pessoas podem agir ao se deparar com imagens manipuladas na internet. Compartilhem as sugestões com a turma.

como fazer a identificação de imagens manipuladas ? 1

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s especialistas ac O nselham O bservar se as b O rdas d O r O st O estã O b O rradas O u nítidas e se O t O m de pele d O r O st O c O mbina c O m O rest O da cabeça O u d O c O rp O . O lhe também O s dentes , a fim de n O tar se estã O b O rrad O s , perderam O c O nt O rn O de cada dente O u nã O têm uma aparência muit O real .

m ãos e orelhas a inteligência artificial e O s artistas c O stumam c O meter inc O erências n O pr O cessament O de mã O s e O relhas , alterand O suas f O rmas , pr O p O rções e até mesm O O númer O de ded O s .

c ontextos e panoramas O bserve se O c O ntext O nã O é tã O nítid O em c O mparaçã O c O m a imagem principal , p O is essa p O de ser uma característica de algumas pr O duções c O m ia . m as , O pan O rama geral também p O de dar indíci O s c O m áreas desf O cadas O u alteradas em relaçã O às imagens , c O m O f O nte de luz , reflex O s e s O mbras nã O harm O ni O s O s . 5

V erifique os metadados c ada vez que uma câmera digital registra uma f O t O grafia , alguns dad O s , c O m O a data , a h O ra , a câmera , O zoom e O utr O s p O dem ser gravad O s n O arquiv O da imagem , que sã O O s metadad O s . a lguma alteraçã O O u inc O erência n O s dad O s p O de dar pistas na autenticidade da imagem .

A manipulação a favor da arte

O ato de fotografar envolve escolhas prévias, motivadas pela intenção do fotógrafo, mesmo quando essas escolhas são feitas de modo intuitivo. O enquadramento, a iluminação, o cenário e a lente utilizada ao fotografar interferem no resultado final do trabalho. Cabe ao fotógrafo definir se as cenas capturadas permanecerão fiéis ao ato ou se serão manipuladas na pós-produção.

Existem artistas que optam pela manipulação de imagens com a intenção de ampliar os sentidos já apresentados pela fotografia, acrescentando assim alguns recursos digitais. Um desses artistas é o fotógrafo contemporâneo David LaChapelle, nascido em 1963, nos Estados Unidos, conhecido pelas imagens surreais e inusitadas que produz.

O artista fotografa principalmente personalidades e aplica sobre essas fotografias recursos digitais para valorizar ou ressaltar características e intenções de acordo com o desejo do fotografado ou do fotógrafo.

Cindy Sherman é outra artista que faz uso da manipulação para produzir imagens questionadoras e artísticas. Por meio de uma rede social, a artista publica selfies produzidas com a utilização de filtros e diferentes técnicas de manipulação.

É interessante refletir sobre o poder e alcance das selfies na sociedade contemporânea. Há quem diga que as selfies teriam surgido para ocupar o lugar dos autorretratos produzidos ao longo da história da Arte (pintores como Frida Kahlo, Van Gogh, Tarsila do Amaral, entre outros, foram adeptos dessa forma de expressão). Leia o texto sobre a produção de Cindy Sherman.

Cindy Sherman torna pública sua conta do Instagram e as fotos são incríveis!

A artista criou discretamente uma conta pública, levantando a questão: seus posts podem ser considerados novos trabalhos?

[...] Embora suas obras, tecnicamente, não sejam autorretratos, o método de Sherman de virar as lentes para si mesma é estranhamente apropriado para nossos tempos, em que as selfies tornaram-se tão onipresentes que agora são suportes para exposições e, muitas vezes, citadas como uma forma de arte.

Selfies da artista Cindy Sherman capturadas do seu perfil em uma rede social.

PARA ACESSAR

Para conhecer mais sobre a vida e a obra de Cindy Sherman, acesse: • MOMA, Cindy Sherman. Disponível em: https://www.moma.org/ artists/5392. Acesso em: 30 out. 2024.

A conta, que silenciosamente mudou de particular para pública nos últimos meses, é uma mistura de fotos pessoais e imagens manipuladas de si mesma. As imagens misteriosas de si mesma começaram a aparecer em meados de maio e a primeira delas carrega a legenda: “Selfie ! Sem filtro, hahaha”.

CINDY Sherman torna pública sua conta do Instagram e as fotos são incríveis! Touch of Class, 9 ago. 2017. Disponível em: http://www.touchofclass.com. br/index.php/2017/08/09/cindy-sherman-torna-publica-sua-conta-do-instagram-e-as-fotos-sao-incriveis/. Acesso em: 30 ago. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. Pesquise sobre o modo de composição da artista e responda: Qual inovação se observa no recente trabalho de Cindy Sherman?

2. Acesse o perfil público de Cindy Sherman nas redes sociais e escolha uma das imagens como inspiração. Tente reproduzir a técnica em uma selfie sua. Compartilhe o seu trabalho com a turma.

CURIOSO/SHUTTERSTOCK.COM

Reúna-se com seu grupo e façam dois exercícios de manipulação de imagens.

Colagem apresentando cidades turísticas do Brasil. É possível identificar na imagem cenas do Rio de Janeiro (RJ) e de Ouro Preto (MG).

a) Para o primeiro exercício, recortem de jornais e revistas algumas fotografias que contenham paisagens, pessoas, animais, elementos que possam ser usados para compor um cenário. Desconstruam as fotografias originais e façam uma montagem com os recortes em folhas de papel avulsas, de modo que os elementos justapostos passem a compor cenas diferentes das originalmente apresentadas. Fotografem os novos arranjos e montem uma galeria virtual com as imagens reconstruídas.

b) Para o segundo exercício, busquem na internet fotografias que apresentem elementos que possam compor uma nova imagem: objetos, paisagens, pessoas, animais, entre outros. Usando programas de edição de imagens, recortem elementos das fotografias e componham imagens diferentes das originais. Salvem as imagens criadas em uma pasta no computador e compartilhem os resultados com a turma, por meio de uma apresentação virtual ou física.

c) Em uma roda de conversa com toda a turma, escolham qual foi a manipulação de imagem mais impressionante e discutam sobre qual técnica de manipulação apresentou mais dificuldade e qual obteve melhores resultados. Conversem sobre as principais diferenças em trabalhar com a manipulação em fotografias impressas e em imagens digitais.

Manipulação de imagens com IA e os riscos aos direitos

As imagens de pessoas públicas frequentemente sofrem manipulações, dos mais diversos tipos e com as mais diversas finalidades, incluindo as campanhas publicitárias e o uso sem autorização em redes sociais. Leia os textos que debatem sobre os vários aspectos em relação ao tema e quais os direitos garantidos pela lei.

Na Rio2C, Gilberto Gil diz que homem ainda controla inteligência artificial

O homem continua no comando, disse Gilberto Gil, depois de um debate com o cineasta Andrucha Waddington na Rio2C (Rio Creative Conference), mediado por sua esposa e empresária, Flora Gil. O músico, entusiasta das ciências, se referia à ascensão da inteligência artificial, um dos temas recorrentes no evento da indústria criativa na capital fluminense.

Músico Gilberto Gil no festival Rock in Rio, no Rio de Janeiro (RJ), 2022.

“Tem uma música minha que diz, em resumo, que qualquer coisa que venha das máquinas vai estar em última análise regida por uma dimensão humana. A inteligência pode ser artificial, transartificial, pós-artificial… quem pluga e despluga é o ser humano”, afirmou ele. “Ainda é o homem mandando nas máquinas e não as máquinas mandando no homem.”

[...] Ele diz que, hoje, a pasta tem novos desafios à frente nessa área – que envolvem a regulação das redes sociais.

“O principal problema são os conflitos relacionais entre tecnologias, seus usos e abusos. Regular esse setor é muito difícil, porque tem implicações na liberdade de expressão”, afirma.

“Mas um dos grandes desafios do capitalismo moderno e seu afã de produzir cada vez mais é a regulação. Nessa área da comunicação é fundamental que as sociedades pensem em formas regulares de regular.” [...]

MEIRELES, Mauricio. Na Rio2C, Gilberto Gil diz que homem ainda controla inteligência artificial. Folha de S.Paulo, Rio de Janeiro, 12 abr. 2023. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/04/na-rio2c-gilberto-gil-diz-que-homem-ainda-controla-inteligencia-artificial.shtml

Acesso em: 30 jul. 2024.

Manipulação de imagens com IA: riscos aos direitos de imagem e voz na publicidade e entretenimento

[...]

Além de diversas discussões éticas relacionadas à ressureição digital, preservação da memória, segurança digital, deep fakes e direito à informação, a manipulação de imagens de seres humanos com IA também levanta algumas preocupações relacionadas aos direitos de personalidade (como o direito de imagem).

O direito de controle da imagem (que também compreende o uso da voz) é inviolável, segundo o art. 5º, X, da Constituição Federal. Em decorrência disso, a violação dos direitos de imagem pode causar dano moral ou dano material, sujeitando o indivíduo que comete a violação ao dever de indenizar. [...]

RIBEIRO, Ana Clara; CAMARGO, Paula Giacomazzi. Manipulação de imagens com IA: riscos aos direitos de imagem e voz na publicidade e entretenimento. Baril Advogados, 8 ago. de 2023. Disponível em: https://www.bariladvogados.com.br/post/manipula%C3%A7%C3%A3o-deimagens-com-ia-riscos-aos-direitos-de-imagem-e-voz-na-publicidade-e-entretenimento. Acesso em: 30 out. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações didáticas ao final do livro.

1. Você concorda com a opinião de Gilberto Gil?

2. Em sua opinião, a manipulação de imagens por meio de ferramentas de inteligência artificial (IA) serve a quais finalidades no campo da publicidade e do entretenimento?

3. Em sua opinião, qual é o limite para os profissionais e as redes sociais, ao se tratar de manipulação de imagens?

Batalha do IA será travada no direito autoral

Dentre as várias coisas que a chegada da inteligência artificial vai mudar, uma das mais relevantes será o direito autoral. Será nesse campo em que boa parte da batalha regulatória será travada. [...]

O fato é que hoje tudo está em aberto, e há muitas propostas sobre a mesa. Vale analisar algumas. Nos EUA, a regra atual é que obras criadas usando IA não geram direitos autorais. [...]

Porém, o modelo que considero mais intrigante é a proposta de criação de um novo tipo de direito autoral aplicável a inteligências artificiais individualizadas. Na minha visão, estamos nos aproximando do momento em que cada pessoa poderá ter sua própria IA. Um músico, como Drake ou Gilberto Gil, poderá reunir toda a sua produção de vida e transformá-la em uma IA, que seria então protegida por direitos autorais.

Qualquer criação de obras relacionadas a esse artista deve, então, acontecer em colaboração com sua IA pessoal. O resultado dessa colaboração seria compartilhado entre o criador original e aqueles que se utilizaram de sua obra. Em outras palavras, se Gil tivesse sua própria IA, sua obra estaria viva e aberta a colaborações. Ao mesmo tempo, se alguém cocriasse com sua IA, teria de compartilhar os benefícios resultantes dessa colaboração. [...]

LEMOS, Ronaldo. Batalha da IA será travada no direito autoral. ITS, 3 jul. de 2023. Disponível em: https://itsrio.org/pt/artigos/ batalha-da-ia-sera-travada-no-direito-autoral/. Acesso em: 30 ago. 2024.

Em grupos, debatam sobre a manipulação e a criação de imagens e os direitos de imagens e voz. Depois, produzam as diretrizes de qual deveria ser a regularização do uso de IA na manipulação de imagens para as pessoas, os profissionais e os meios de comunicação geral. Compartilhem com os outros grupos.

Manipulamos imagens

ou somos manipulados por elas?

A turma será envolvida em atividades de pesquisa, análise de dados e produção de conteúdos sobre imagens manipuladas.

Ao longo do projeto, vocês analisaram diferentes tipos de manipulação e criação de imagens e puderam refletir sobre as consequências, muitas vezes negativas, relacionadas ao uso dessa técnica. Chegou a hora de encaminhar o trabalho para o desenvolvimento do produto final, a Revista: manipulação de imagens. Dessa forma, você e seus colegas vão se reunir em grupos, para realizar uma pesquisa na escola com o objetivo de verificar a percepção de estudantes de outras turmas e de funcionários em relação à manipulação e criação de imagens nas mídias.

Elaborem um questionário com perguntas como as que seguem e acrescentem outras que julgarem pertinentes:

VOCÊ COSTUMA POSTAR SELFIES EM MÍDIAS SOCIAIS?

Sim Não

QUANDO POSTA SELFIES , VOCÊ APLICA ALGUM FILTRO PARA TIRAR IMPERFEIÇÕES E “MELHORAR” A IMAGEM?

Sim Não

COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ APLICA FILTROS PARA “MELHORAR” SUAS SELFIES ?

Nunca Menos de 50% das vezes

Mais de 50% das vezes

COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ APLICA FILTROS DIVERTIDOS PARA DEIXAR SUAS SELFIES ENGRAÇADAS?

Nunca Menos de 50% das vezes

Mais de 50% das vezes

VOCÊ JÁ DESCONFIOU DE MANIPULAÇÃO EM IMAGENS PUBLICADAS EM JORNAIS, REVISTAS OU SITES DA INTERNET?

Sim Não

Não escreva no livro.

VOCÊ JÁ RECEBEU CONTEÚDOS E IMAGENS SUSPEITOS DE FAMILIARES E GRUPOS DE AMIGOS?

Sim Não

VOCÊ INVESTIGA SOBRE A VERACIDADE DE CONTEÚDOS QUE RECEBE EM APLICATIVOS DE MENSAGENS INSTANTÂNEAS?

Sempre Às vezes Nunca

VOCÊ FAZ USO DE PROGRAMAS DE EDIÇÃO DE IMAGENS OU DE FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA MANIPULAR OU CRIAR IMAGENS?

Sim Não

VOCÊ DESCONFIA DE ALGUMAS IMAGENS, SUPONDO QUE ELAS PODEM SER MANIPULADAS?

Sim Não

VOCÊ CONSIDERA QUE A ADULTERAÇÃO DE IMAGENS É UMA FORMA DE NOS MANIPULAR?

Sim Não

QUANDO DESCONFIA DA MANIPULAÇÃO DE UMA IMAGEM, VOCÊ COSTUMA PESQUISAR SOBRE A VERACIDADE DELA, CONFIRMANDO SUA FONTE OU BUSCANDO OUTRAS VERSÕES DA MESMA IMAGEM?

Sim Às vezes Nunca

VOCÊ CONSIDERA QUE O USO DE MANIPULAÇÃO OU CRIAÇÃO DE IMAGENS COM IA SEM AUTORIZAÇÃO DOS ENVOLVIDOS PODE SER CONSIDERADO UM ATO CRIMINOSO?

Sim Não

GOSTARIA DE TER ACESSO A UMA REVISTA COM CONTEÚDO SOBRE MANIPULAÇÃO DE IMAGENS?

Sim Não

Um grupo ficará responsável pela divulgação do questionário; outros dois ficarão incumbidos da coleta e tabulação dos dados para criação de gráficos com os resultados.

1. O grupo responsável pela tabulação dos dados deve elaborar uma tabela em que as respostas às perguntas sejam transformadas em valores numéricos. A tabela de valores numéricos será utilizada pelo grupo incumbido da elaboração dos gráficos.

2. O grupo responsável pela elaboração deve escolher o tipo de gráfico mais adequado para visualização dos dados (de colunas, de setores etc.).

3. Os grupos devem se reunir para interpretar os dados dispostos nos gráficos, levando em consideração o número de participantes que são adeptos das selfies, que usam filtros para manipulação de imagens, que desconfiam de conteúdos veiculados na mídia, que se preocupam com a veracidade de imagens compartilhadas e assim por diante.

4. O grupo que ficou responsável pela divulgação do questionário deve usar os mesmos meios para compartilhar os resultados com a turma e com os participantes.

3

Para finalizar

PRODUTO FINAL

R evista: manipulação de imagens

Agora é o momento de colocar em prática todo o conhecimento adquirido ao longo do projeto para produzir matérias sobre manipulação ou criação de imagens e apresentá-las na revista que será produzida pela turma. A atividade deve ter a participação de todos os estudantes nas etapas que envolvem desde a elaboração dos textos até a publicação, digital ou impressa, e distribuição do produto final a Revista: manipulação de imagens.

O objetivo é apresentar ao público leitor as diferentes esferas de circulação de conteúdos que fazem uso de imagens manipuladas ou criadas com IA, sendo possível apresentar um texto sobre os perigos relacionados a imagens falsas e ao fenômeno das fake news, além de um alerta sobre como não ser enganado por elas. A revista também pode apresentar um tutorial sobre como identificar a manipulação de imagens.

É importante que vocês decidam quais serão as seções e as matérias que farão parte da revista e definam o nome que será atribuído a ela. Veja algumas sugestões a seguir.

Seção: Ciência em foco – Ciência e a manipulação de imagens

Seção: É fato! – Manipulações de imagens históricas

Seção: Isto é Arte! – Obras de arte e artistas que manipulam imagens

Seção: Reflexão – Manipulação e criação de imagens e os seus direitos

Essas são algumas ideias, mas é importante que o grupo responsável pela produção dos textos se reúna para discutir, com base nos dados obtidos com a aplicação do questionário na etapa 2 , e definir quais artigos, reportagens, entrevistas ou notícias poderiam atrair a atenção e despertar interesse do público leitor. Todas as imagens manipuladas produzidas por vocês, ao longo deste projeto, podem ser utilizadas na revista, relacionando-se aos conteúdos definidos e produzidos pela turma.

Fases da produção da revista

1. Produção dos textos

Para a produção dos textos que serão apresentados na revista, os estudantes deverão se dividir em duplas ou pequenos grupos para elaborá-los, conforme o interesse em relação ao conteúdo a ser abordado. É importante estarem atentos aos gêneros textuais da esfera jornalística (editorial, notícia, crônica, reportagem, resenha etc.) que serão utilizados nesta publicação e adaptar a linguagem, respeitando a norma-padrão, as características de cada gênero, a situação de comunicação e o público a que a revista se destina. Além desses pontos, na produção do(s) texto(s) observem também:

1. Pensando no gênero escolhido e no público-alvo, a linguagem pode ser mais formal ou mais informal?

Produzir uma revista na escola é uma forma de incentivar a leitura e produção de textos.

2. Os textos serão criados a partir de relatos reais, necessitando, assim, de entrevistas com outros estudantes ou pessoas da comunidade?

3. Será necessário fazer uma pesquisa de conceitos e dados históricos para a produção dos textos?

Verifiquem os recursos disponíveis para a produção dos textos na escola, levando em conta se haverá um computador por estudante ou se os textos precisarão ser produzidos primeiro manualmente e, depois, digitados por uma única pessoa. Escrevam os originais pensando no projeto gráfico, atentando para o número de caracteres em uma página e prevendo espaços para ilustrações e fotografias. Troque seu texto com os de outros colegas para que possam dar opiniões e sugestões antes da finalização do material.

2. Criação do projeto gráfico

O grupo responsável pela criação do projeto gráfico deve pensar nas cores que serão utilizadas na revista, na disposição dos textos e das imagens, nas fontes dos títulos, entre outros elementos, de modo que essas escolhas contribuam para o conteúdo que será apresentado na revista.

O projeto gráfico pode ser feito no computador, com a ajuda de softwares de design, edição de texto, ferramentas de inteligência artificial, ou à mão, com a ajuda de lápis e canetas coloridas e diferentes tipos de papéis.

Depois de elaborado, mostrem o projeto para os membros dos outros grupos e ouçam a opinião de todos. Incorporem as sugestões dos colegas e, caso acreditem que alguma decisão da equipe de projeto gráfico deva ser mantida, argumentem, explicando e justificando os motivos da escolha.

A escolha das cores, do tamanho das fontes e do layout é determinante para a produção da revista.

3. Definição da sequência dos textos

Após a elaboração dos textos, é preciso definir, com os outros grupos responsáveis pela produção das matérias, qual será a ordem de apresentação de cada um deles.

É importante pensar em intercalar conteúdos mais divertidos com conteúdos mais densos, como: apresentar obras de arte produzidas com técnicas de manipulação de imagens e, em seguida, uma matéria sobre a produção e o compartilhamento de fake news, por exemplo. As produções realizadas podem ter um destaque especial na revista e serem apresentadas como uma matéria especial, podendo inclusive utilizar na produção de um artigo de opinião os debates e as reflexões já feitas sobre regularização, direitos de imagem e autorais e ética profissional.

4. Produção e escolha da capa

A capa também é um item que pode ser definido na etapa do projeto gráfico, mas pode ser interessante elaborá-la quando a revista estiver mais desenvolvida, pois ela deve conversar com o conteúdo e com o projeto gráfico – e esses elementos podem sofrer alterações durante o processo.

O grupo responsável pela produção da imagem de capa da revista deverá analisar as fotografias produzidas pelos estudantes, ao longo do projeto, e separar algumas opções consideradas mais adequadas para apresentar em uma revista, cujo conteúdo aborda a manipulação de imagens. Existe também a possibilidade de uma nova imagem ser manipulada ou criada com inteligência artificial, especialmente para compor a capa da revista.

Depois de separadas as fotografias, os estudantes votarão na foto que consideram mais representativa. Se for preciso, ainda podem ser usadas ferramentas de edição de imagens para realizar intervenções na foto escolhida.

Usem a criatividade, é essencial que a imagem seja impactante e faça com que os leitores fiquem curiosos para ler as matérias e artigos da revista.

A capa é o primeiro contato do leitor com o conteúdo que será apresentado; por isso, ela deve ser atraente e apresentar a mensagem que se quer veicular.

VIAGENS

5. Publicação e divulgação da revista

Agora que está tudo encaminhado, um grupo cuidará da etapa de publicação de exemplares da revista e da divulgação.

Caso tenham optado pela revista impressa, considerem:

• Quantos exemplares vocês gostariam de imprimir, para que ela circule entre os estudantes das outras turmas?

• Há recursos disponíveis na escola para a impressão ou cópia de mais de um exemplar?

Se optarem pela produção de uma revista digital, considerem:

• Q ual será a plataforma utilizada para produzir e apresentar o conteúdo?

• A s funcionalidades da plataforma foram testadas? Apresentam algum tipo de limitação?

A divulgação da revista pode ser feita por meio de recursos físicos, como banners, fôlderes e cartazes, ou de forma virtual, pelas redes sociais, por exemplo. Discutam para decidir a opção mais apropriada ao produto e aos recursos disponíveis, tendo em vista o objetivo de alcançar o público-alvo na comunidade escolar e local.

Boa leitura a todos!

Com a revista em mãos, os estudantes podem apresentá-la para outras turmas e membros da comunidade escolar.

Avaliação

Veja nas Orientações didáticas observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção dos saberes, das atitudes e a reflexão sobre o tema e o mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros que permitem o acompanhamento da produção e a reflexão do que foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem ser copiados e preenchidos de acordo com as orientações do professor.

Avaliação dos saberes

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

Não escreva no livro.

Analisar e discutir sobre imagens manipuladas, apresentadas em diferentes esferas da sociedade. A.

Experimentar, por meio de um jogo dos erros, a percepção em relação a imagens manipuladas. B.

Refletir sobre os diferentes propósitos (políticos, pessoais, científicos etc.) relacionados à manipulação de imagens.

ETAPA 2 – SABER E FAZER

A.

Identificar as diferenças entre tratamento, manipulação e criação de imagens.

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES D ESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

Reconhecer as consequências, positivas e negativas, envolvidas no processo de manipulação e criação de imagens com recursos com IA. B.

C.

D.

E.

F.

Conhecer e analisar obras de arte manipuladas e artistas que aplicam técnicas de manipulação de imagens em suas produções.

Produzir imagens manipuladas, utilizando diferentes suportes e técnicas.

Analisar a recepção de imagens manipuladas pelos veículos midiáticos.

Posicionar-se crítica e eticamente em relação à manipulação e criação de imagens com recursos de IA.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

A.

B.

C.

D.

Planejar e criar uma revista, física ou digital, para divulgação de conteúdos sobre manipulação de imagens.

Elaborar os textos que serão apresentados nas seções definidas para a revista.

Criar o projeto gráfico e definir a imagem que será apresentada na capa da revista

Organizar e planejar as estratégias utilizadas para impressão ou publicação on-line e divulgação da revista.

Avaliação das atitudes

Não escreva no livro.

Realizo as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável. A.

B.

C.

D.

Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.

Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto.

Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas.

Falo com clareza, ao compartilhar dúvidas e opiniões.

Atuo de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus. H.

MUNDO DO TRABALHO

Ao longo deste projeto, observamos diferentes usos e contextos de manipulação e criação de imagens e possíveis riscos dessa prática. Pensando no seu futuro profissional, você acredita que apenas algumas profissões teriam compromisso com a ética e responsabilidade na manipulação e criação de imagens que possam impactar os direitos de imagem ou autorais? Justifique sua resposta.

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS

1 Sempre

2 Frequentemente

3 R aramente

4 N unca

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

SUSTENTABILIDADE: COMO REDUZIR

OS IMPACTOS AMBIENTAIS POR

MEIO DO CONSUMO CONSCIENTE?

As diversas manifestações da juventude estão associadas a vivências cotidianas. A simples escolha da forma como se vestir envolve questões relacionadas à moda, ao consumo e à possibilidade de fazer escolhas conscientes. Toda a cadeia de produção de produtos, os serviços e a conscientização na atuação do mundo do trabalho estão intimamente relacionadas com os conceitos de sustentabilidade. Questões ligadas ao tema da sustentabilidade, mudanças climáticas e ações conscientes serão debatidas ao longo do projeto.

Nesse sentido, este projeto visa, por meio de uma ação cultural, coletiva e social, conscientizar sobre questões relacionadas ao consumo. O produto final será a realização de uma Feira de trocas com foco no consumo consciente, a fim de envolver todos em uma ação que ultrapasse o ambiente da escola e na qual seja possível levar a ideia de redução dos impactos ambientais para a comunidade escolar.

Os jovens são agentes de transformação da realidade e podem atuar de forma consciente para reduzir os impactos ambientais.

Sustentabilidade: como reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente?

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

• Educação ambiental

• Educação para o consumo

COMPONENTES CURRICULARES:

• Vida familiar e social

• Educação em direitos humanos

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Arte e Língua Inglesa

• Outros perfis disciplinares: Matemática e suas tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas –Geografia e História; Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Biologia

OBJETOS DO CONHECIMENTO:

• Curadoria de informação; Conversação espontânea; Estratégia de leitura: apreender os sentidos; Escuta; Estratégia de produção: textualização de textos Informativos; Contexto e práticas; Processo de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural: Arte e tecnologia

ETAPAS

DO PROJETO

O percurso deste projeto pode ser alterado e construído de acordo com as necessidades da turma.

Vamos começar

Nesta etapa, serão propostas atividades de levantamento dos conhecimentos prévios com perguntas relacionadas ao tema da sustentabilidade e discussões sobre consumo consciente com base em textos para análise e reflexão. Além disso, será realizada uma enquete com o propósito de conhecer os hábitos de consumo da turma, com foco no desenvolvimento do produto final do projeto: uma Feira de trocas envolvendo a comunidade escolar e seu entorno.

> PRODUTO FINAL:

Feira de trocas

OBJETIVOS:

• Investigar hábitos de consumo e descarte de resíduos na comunidade escolar e no seu entorno.

• Despertar a consciência da comunidade escolar sobre a importância do cuidado com o meio ambiente, mudanças climáticas e da necessidade de redução dos impactos ambientais ocasionados por hábitos de consumo.

JUSTIFICATIVA:

• R ealizar ações incentivando o estudante de forma a repensar o consumo na vida familiar e social e reduzir os impactos ao planeta.

• Desenvolver o protagonismo dos estudantes por meio de ação cultural, coletiva e social relativamente ao consumo consciente.

• Conhecer e valorizar obras de arte criadas com materiais inusitados.

O Projeto Integrador Sustentabilidade: como reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente? apresenta um dos principais desafios da atualidade, que é promover o desenvolvimento sustentável suprindo as demandas da atual geração e de gerações futuras minimizando o uso dos recursos naturais. Nesse contexto, é imprescindível adotar práticas sustentáveis, disseminando-as ao maior número de pessoas, por meio de ações diárias, e incentivar o uso responsável dos recursos naturais, lançando a todos o desafio de ser agentes da transformação da realidade e do mundo que nos cerca.

ETAPA 2

Saber e fazer

Nesta etapa, serão apresentados textos com exemplos de atitudes sustentáveis e o trabalho de artistas como Vik Muniz e Bernard Pras, que utilizam sucatas na produção de obras de arte, ampliando o repertório e os conhecimentos sobre o tema. Por meio de um trabalho de campo, que contará com entrevistas e registros fotográficos, será possível investigar e identificar o nível de conhecimento e de adoção de ações sustentáveis e de problemas relacionados ao descarte inadequado do lixo no entorno da escola.

Para finalizar

Nesta etapa, serão desenvolvidas tarefas e atividades relacionadas à criação da Feira de trocas, cujo objetivo será permitir à comunidade escolar e aos moradores do entorno a realização de troca direta de itens diversos. A realização da feira, além de estimular ações positivas dos participantes relacionadas a práticas sustentáveis em favor do meio ambiente, oportunizará o exercício da conscientização e da transformação da realidade.

ETAPA

Professor, aproveite esta etapa inicial para realizar um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre os temas conservação do meio ambiente e sustentabilidade. Proponha um bate-papo inicial e, em seguida, explore os textos e imagens apresentados na sequência. Os estudantes serão convidados não somente a ler e a compreender o conteúdo, mas também a refletir sobre ações sustentáveis, repensar atitudes, exercer o protagonismo e reconhecer a necessidade de mudanças de hábitos individuais e coletivos visando à conservação de recursos e do ambiente.

Vamos começar

CONVERSA INICIAL

impactos ambientais: são alterações causadas no meio ambiente, tanto por atividades humanas quanto por fatores naturais. Essas alterações podem ser positivas, quando resultam em melhorias para o meio, ou negativas, quando causam danos ou destruição ao meio ambiente (danos à água, ao ar, à fauna e à flora; alterações climáticas; redução da biodiversidade etc.). Embora existam essas duas classificações, a expressão é mais utilizada no sentido negativo.

Juventude

e meio ambiente

Você já deve ter se questionado sobre como as ações humanas impactam o meio ambiente e deve, também, ter se perguntado de que maneira todos podem exercer seu protagonismo por meio de práticas e ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Esses e outros questionamentos fazem parte do dia a dia das juventudes de todo o mundo e estão relacionados à preocupação com o planeta e com os impactos ambientais.

O fato é que, ao viver no planeta, tudo o que é produzido e consumido pelo ser humano, de alguma forma, interfere no equilíbrio dos ecossistemas e na capacidade dos recursos naturais em toda cadeia de produção e trabalho. As chamadas "pegadas ecológicas" se referem ao tamanho das áreas produtivas de terra que seriam necessárias para produzir bens que utilizamos no nosso dia a dia, e elas têm impactos cada vez maiores no planeta. Essa demanda maior do que a oferta é contabilizada todos os anos e apresentada no Dia da Sobrecarga da Terra.

Para conhecer mais sobre o Dia da Sobrecarga da Terra, acesse o conteúdo da WWF. Disponível em: https://www.wwf.org.br/overshootday/. Acesso em: 8 ago. 2024.

Para saber mais sobre o conceito de pegada ecológica e testar a sua, acesse o site, disponível em: http://www.inpe.br/noticias/ arquivos/pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.pdf. Acesso em: 8 ago. 2024.

PARA ACESSAR

As novas gerações têm se destacado nessa luta por um futuro mais sustentável, por se preocuparem com o meio ambiente e por saberem que não existe um planeta reserva. Pode não ser fácil, em um primeiro momento, identificar como pequenas ações e práticas do dia a dia podem contribuir para a conservação ou causar menos danos ao planeta, mas ao longo do projeto você vai perceber de que forma suas escolhas podem ser mais conscientes e como você pode ser agente de mudança.

“A Terra está falando. E está dizendo que não temos mais tempo.” Líder indígena e fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, Txai Suruí, 26 anos (Brasil), do povo Paiter Suruí, discursa na COP26, em Glasgow, na Escócia, 2021.

1. Como agentes de mudança, que ações você e sua família podem inserir no seu cotidiano para contribuir na redução dos impactos ambientais?

2. Você conhece jovens que se destacam na luta por práticas sustentáveis e pelo uso responsável dos recursos naturais no Brasil e no mundo? Quais são suas principais ações? Cite um deles e explique o porquê de sua escolha.

Reúnam-se em grupos e façam uma pesquisa em livros e na internet sobre o tema "Como calcular a pegada ecológica". Em seguida, escolham uma atividade ou população para calcular a sua pegada ecológica. Junte os dados coletados e montem um relatório para divulgar na comunidade escolar por meio de panfletos e cartazes.

PAUL

PARA ACESSAR

Para saber mais sobre sustentabilidade acesse o conteúdo disponível em: https:// semil.sp.gov.br/ educacaoambiental/ prateleira-ambiental/ sustentabilidade/. Acesso em: 14 set. 2024.

O que é sustentabilidade?

O padrão de vida da modernidade, impulsionado pelo crescente desenvolvimento industrial das últimas décadas, tem se mostrado insustentável e requer que as novas gerações repensem os hábitos para que possamos utilizar os recursos naturais de maneira mais responsável. Dessa forma, pensar em sustentabilidade é também pensar nas mudanças climáticas que estão cada vez mais em evidência e nas crises geradas por essas mudanças. Então, o que é sustentabilidade afinal?

Leia o trecho a seguir.

[...] Sustentabilidade é manter o equilíbrio ao longo do tempo, ou seja, suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades. O conceito está relacionado a aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade com o objetivo de dar continuidade ao desenvolvimento sem esgotar os recursos do planeta.

SÃO PAULO (Estado). Você sabe o que é sustentabilidade? São Paulo, 20 jun. 2012. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/ voce-sabe-o-que-e-sustentabilidade/. Acesso em: 30 out. 2024.

O termo sustentabilidade pode adquirir muitos sentidos de acordo com o contexto em que é utilizado, mas de forma geral podemos dizer que sustentabilidade é a capacidade de “manter-se”: manter-se de forma equilibrada sem causar danos ao planeta e sem comprometer os recursos naturais para as gerações futuras.

Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no Rio de Janeiro (RJ), consolidou-se uma agenda global para o meio ambiente e chegou-se à conclusão de que é preciso agregar ao termo sustentabilidade os componentes econômico, social e ambiental, conhecidos como pilares da sustentabilidade, para que possamos atingir o desenvolvimento sustentável.

PARA ACESSAR

Para conhecer a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) e saber mais sobre os 17 objetivos já consolidados, e dos três novos objetivos propostos pelo Brasil, ODS 18, ODS 19 e ODS 20 ("Igualdade Racial", "Arte, Cultura e Comunicação" e "Direitos dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais", respectivamente) acesse o conteúdo disponível em: https://www.guiaagenda2030.org/ download. Acesso em: 14 set. 2024.

Os pilares da sustentabilidade refletem nos 17 objetivos da ONU para o desenvolvimento sustentável. Observe a imagem internacional a seguir.

Professor, conduza o momento de observação do cartaz, explorando os elementos gráficos e os termos em inglês. Oriente-os a consultar as palavras que desconhecem em um dicionário de inglês ou a fazer buscas em sites confiáveis na internet.

PARA ACESSAR

ONU. Sobre o nosso trabalho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Disponível em: https:// brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 14 set. 2024.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem ser implementados nos países até 2030.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro. AT¡v¡DaDeS

1. Em duplas, façam uma pesquisa para coletar informações sobre as características e ações relacionadas aos pilares da sustentabilidade indicados no quadro a seguir. Reproduzam o quadro no caderno ou em uma folha à parte e registrem os resultados. Depois compartilhem as respostas com a turma.

Pilar

Características

2. Com base nos textos apresentados anteriormente, o que significa sustentabilidade para vocês?

3. Quais práticas cotidianas podem ser consideradas sustentáveis?

4. Que propostas de ação global ou regional vocês conhecem que envolvam planos de desenvolvimento sustentável? Pesquisem e compartilhem os resultados.

5. Leiam o texto a seguir e respondam às questões.

Mudanças Climáticas e Meio Ambiente

Toda criança tem direito a um meio ambiente limpo, saudável e sustentável

[...]

No Brasil e no mundo, crianças e adolescentes já estão sendo afetados pelas mudanças climáticas. Catástrofes climáticas, a degradação ambiental e a perda de biodiversidade ameaçam sistemas de saúde e estão associadas a surtos de doenças; podem devastar a agricultura, ameaçando a segurança alimentar de crianças, adolescentes e suas famílias, e também dificultam o acesso a água potável; causam a destruição de moradias e colocam enorme pressão sobre sistemas de proteção social e educacionais, que são essenciais para a garantia de que meninas e meninos vão sobreviver e se desenvolver.

40 milhões de crianças e adolescentes no Brasil já vivem hoje expostos a mais de um risco climático.

[...]

[...] Os esforços para sustentar um planeta habitável não devem apenas ter em conta as necessidades e vulnerabilidades únicas dos mais jovens; esses esforços também devem incluí-los nas soluções. As crianças e os jovens têm competências, experiências e ideias críticas para sociedades mais seguras e sustentáveis. Eles não são simplesmente herdeiros da nossa inação – eles estão hoje vivendo as consequências. E são parte da resposta para esse desafio.

MUDANÇAS climáticas e meio ambiente. Unicef Brasil. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/mudancas-climaticas-emeio-ambiente?gad_source=1&gclid=CjwKCAjw2dG1BhB4EiwA998cqH2vsSoz9z-pttRJsjNve8ML03oKGSK0ChLE17VL8hQomLSAVU mpUBoCxowQAvD_BwE. Acesso em: 8 ago. 2024.

a) Compartilhe com os colegas o que você sabe sobre a crise climática no Brasil e no mundo.

b) Na região em que vive, você percebe alguma alteração relacionada às mudanças climáticas?

c) Quais os alertas principais que o texto destaca?

d) Conforme o texto, qual a participação das crianças e dos jovens perante a crise climática?

e) O compromisso assumido com os ODS tem a intenção de garantir a todos o acesso a educação de qualidade, proteger as crianças e adolescentes em situações vulneráveis ou que acabem envolvendo-os em condições adversas, como o trabalho infantil? Leia um trecho do ODS 4 e justifique sua resposta relacionando os dois textos.

"4.7 - Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, [...] cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável."

OBJETIVO 4 - Educação de qualidade. Plataforma Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Maranhão Disponível em: https://basededados.ods.ma.gov.br/objetivo/4. Acesso em: 16 out. 2024.

6. Observem a charge a seguir.

a) Que sentido pode ser atribuído ao verbo "mudar" nessa charge? Conversem e apresentem para a turma a conclusão a que chegaram.

b) Pesquisem, em sites e em fontes confiáveis, notícias recentes que apresentam dados sobre danos ao meio ambiente.

Mudança do clima e desenvolvimento socioeconômico: dois lados de um mesmo Plano

No Brasil, o governo federal discute com diferentes setores da sociedade a elaboração da proposta de atualização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Plano Clima).

Disponível em: https://portal.fgv.br/ artigos/mudanca-clima-e-desenvolvimentosocioeconomico-dois-lados-mesmo-plano. Acesso em: 8 ago. 2024.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

Façam uma lista com possíveis ações sustentáveis que poderiam ser implementadas em sua escola. Em grupo, discutam como a turma poderia atuar na implementação dessas ações.

GILMAR
PARA ACESSAR

C onsumo consciente

De acordo com a ONU, uma das práticas que podem contribuir para o aumento da qualidade de vida e para a conservação do meio ambiente é o consumo responsável. Ao consumir menos, por exemplo, produzimos menos lixo e evitamos que produtos e alimentos, adquiridos por impulso ou exagero, sejam desperdiçados. Consumir de forma consciente é também analisar a origem do produto, avaliar o impacto ambiental causado pela sua produção e considerar a responsabilidade de profissionais e de empresas produtoras para com o meio ambiente. Observe a seguir um infográfico que representa os impactos negativos relacionados a produtos e serviços, segundo a designer Babette Porcelijn.

TOP 10 DO IMPACTO

O maior impacto humano no planeta, de acordo com Babette Porcelijn, é a fabricação de novos produtos: de gadgets a itens para a casa, como livros e enfeites

poluição por plástico poluição da água

emissão de gás de efeito estufa co2 co2 emissão oculta de gás de efeito estufa

diferentes formas de poluição

coisas e produtos vegetais e bebidas roupasvooáguaovos e laticínios transporte público carnecarrocasa uso da terra e desmatamento

GONÇALVES, Maria Beatriz. O papel do design na sustentabilidade do planeta. Casa e Jardim, 7 mar. 2018. Disponível em: https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Entrevistas/noticia/2018/03/o-papel-dodesign-na-sustentabilidade-do-planeta.html. Acesso em: 30 out. 2024.

Leia o texto a seguir.

Setores do MICBR: moda pode atingir faturamento de US$ 1 trilhão em 2025

Marketplaces e e-commerce impulsionam vendas no setor

O mercado da moda brasileiro vai terminar o ano de 2023 com 6,55 bilhões de peças comercializadas, segundo estimativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Parte dessas vendas é resultante do e-commerce – formato impulsionado pela pandemia da Covid-19 que, hoje, se consolidou e se transformou em um importante vetor econômico.

[...]

Tido como segmento de maior faturamento global no e-commerce B2C [direto ao consumidor], registrou vendas de US$ 525 bilhões anuais. E a expectativa é de que o faturamento, em 2025, seja de até US$ 1 trilhão de dólares em todo o globo.

[...]

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

B2C é a relação comercial que se estabelece diretamente do produtor, empresa ou prestador de serviços ao consumidor.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Setores do MICBR: moda pode atingir faturamento de US$ 1 trilhão em 2025. Gov.Br, 6 nov. 2023. Disponível em: https:// www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/setores-do-micbr-moda-pode-atingir-faturamento-de-us-1-trilhao-em-2025. Acesso em: 14 set. 2024.

1. Após a leitura do texto, respondam o que vocês sabem sobre marketplaces e e-commerce

2. Na opinião do grupo, qual é a diferença entre consumo e consumismo?

3. O consumismo restringe-se à indústria da moda? Comentem sua resposta.

4. Quais consequências o consumismo pode trazer ao meio ambiente?

5. Qual a opinião do grupo sobre as ofertas do tipo “compre agora e pague depois”, oferecidas por vários estabelecimentos comerciais?

a) Que consequência negativa esse tipo de compra pode trazer ao consumidor?

b) De que forma consumo consciente e sustentabilidade estão relacionados?

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

O mundo da moda envolve milhares de profissionais desde as primeiras etapas de produção até a venda. Muitas dessas etapas são realizadas em países menos desenvolvidos e recorrem à mão de obra trabalhadora menos especializada. Já houve casos em que se explorava a mão de obra infantil, o que é proibido em nosso país e prejudicial ao desenvolvimento do indivíduo.

Em grupo, façam uma pesquisa sobre as diretrizes para proteger os direitos das crianças e dos adolescentes em relação ao trabalho no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em institutos e ONGs ligadas à infância e escrevam um breve relatório sobre o que encontraram para compartilhar com a turma.

Moda e consumo

Leia o texto e, em seguida, converse com os colegas sobre a relação que se estabelece entre moda sustentável e consumo consciente.

Espaços de venda de peças seminovas podem ser uma opção que considera a responsabilidade ambiental.

Confira 5 tendências de moda sustentável

À medida que o mundo da moda evolui em direção à sustentabilidade, [...] está moldando-se como um ano revolucionário para as tendências que combinam estilo e responsabilidade ambiental. Com um foco renovador na ética, inovação e consciência ambiental, a moda sustentável está se tornando cada vez mais uma prioridade para consumidores conscientes e marcas visionárias. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, nove em cada dez brasileiros valorizam a compra de roupas, calçados e acessórios produzidos de maneira sustentável e se sentiriam mal se essas aquisições contribuíssem para a destruição do meio ambiente. Além disso, a busca por peças seminovas também cresceu. [...]

Para Giovanna Domiciano, [...] essa nova onda também inclui o setor de roupas e itens para bebês e crianças, uma vez que se torna mais vantajoso, tendo em vista o crescimento constante desse público e a renovação das suas necessidades.

Pensado nisso, ela resolveu listar 5 tendências do setor de moda sustentável:

Moda Circular e Upcycling : Uma das principais tendências deste ano é a moda circular e o upcycling , onde peças vintage são reinventadas e atualizadas para um novo propósito. Essa abordagem criativa não apenas reduz o desperdício têxtil, mas também oferece designs exclusivos e personalizados que se destacam no cenário da moda

Upcycling: é uma técnica de reúso ou reaproveitamento de peças ou materiais já existentes, transformando roupas que seriam descartadas e dando um novo uso ou sentido para elas.

Tecidos Sustentáveis: A busca por tecidos sustentáveis está impulsionando a inovação na indústria da moda. Materiais como algodão orgânico, linho, liocel e poliéster reciclado estão ganhando popularidade devido às suas pegadas ambientais reduzidas e ao compromisso com a transparência na cadeia de suprimentos.

Peças Seminovas: Busca por locais onde é possível adquirir peças seminovas, de alta qualidade e bom estado, garantem uma economia no bom estado, garantem uma economia no bolso do consumidor, além de uma ajuda ao meio ambiente, evitando a produção e o descarte de tecidos e itens do mercado têxtil.

Inclusão e Diversidade: Além das preocupações ambientais, a moda sustentável também está se concentrando na inclusão e diversidade. As marcas estão ampliando suas linhas para atender a uma variedade de tamanhos, formas e origens, promovendo uma moda mais acessível e representativa para todos.

Colaborações e Parcerias Estratégicas: Parcerias entre marcas de moda sustentável e organizações ambientais estão se tornando mais comuns, envolvem criar sinergias e ampliar os esforços de sustentabilidade. Essas colaborações estratégicas ajudam a contribuir para a conscientização e ações positivas em direção a um futuro mais sustentável.

“Com essas tendências emergentes [...] onde a criatividade, inovação e consciência ambiental se unem para redefinir o conceito de estilo consciente. À medida que mais consumidores e marcas adotam práticas sustentáveis, o impacto positivo na indústria da moda e no planeta como um tudo se torna cada vez mais tangível”, finaliza Giovanna.

PRESSWORKS. Confira 5 tendências de moda sustentável. Valor Econômico, 24 abr. 2024. Disponível em: https://valor.globo.com/patrocinado/pressworks/noticia/2024/04/24/confira-5tendencias-de-moda-sustentavel.ghtml. Acesso em: 14 set. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Após a leitura da reportagem, reúnam-se em grupos para discutir as questões a seguir:

• Identifiquem o tema abordado no texto e as tendências relacionadas a ele no mundo do trabalho de moda.

2 . Vocês já fizeram compras em brechós? Contem como foi a experiência. Qual é a opinião do grupo sobre esse mercado?

3. Na opinião do grupo, como as cinco tendências do setor de moda sustentável podem apoiar um consumo consciente?

• Quais deles já fazem parte da sua forma de consumo?

4. Vocês se consideram consumidores conscientes? De que forma vocês acreditam contribuir para a sustentabilidade ambiental?

Leia o texto Bateu vontade de comprar algo novo? Pense sobre a real necessidade do produto. Disponível em: https://akatu.org. br/dica/bateu-vontade-de-compraralgo-novo/. Acesso em: 14 set. 2024.

PARA ER

P esquisa

sobre os hábitos de consumo dos estudantes

Que tal conhecer um pouco mais sobre os seus hábitos de consumo, os de seus colegas e de outras turmas?

Pesquisem na internet ferramentas gratuitas para a realização de enquetes. A divulgação da enquete pode ser feita por lista de e-mail ou pelo veículo de comunicação oficial da escola, disponibilizando o link de acesso à pesquisa. Se não for possível realizar a enquete on-line, organizem-se para fazê-la em dia e horário a ser combinados com o professor. Não se esqueçam de imprimir os questionários produzidos por vocês com base nas questões sugeridas a seguir e em outras que julgarem necessárias sobre o tema da sustentabilidade e do consumo consciente.

COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ COSTUMA COMPRAR ROUPAS?

Raramente 1 vez ao ano 2 a 3 vezes ao ano Mais de 4 vezes ao ano

VOCÊ PLANEJA SUAS COMPRAS DE ROUPAS?

Sempre Às vezes Raramente ou

Não escreva no livro.

Sempre Às vezes

Raramente ou nunca

VOCÊ USA SACOLAS REUTILIZÁVEIS QUANDO REALIZA COMPRAS?

Sempre Às vezes

Raramente ou nunca

VOCÊ SEPARA ITENS DE DESCARTE PARA RECICLAGEM?

Sempre Às vezes

Raramente ou nunca

Após a coleta e a análise dos dados, construam gráficos (de linhas ou colunas) para a apresentação dos dados. Os resultados obtidos e os gráficos podem ser compartilhados on-line ou em cartazes afixados em locais de grande circulação na escola.

A organização dos dados permite traçar o perfil de consumo dos estudantes e de membros da comunidade escolar. Com base nele, a turma, dividida em grupos, pode discutir qual é o nível de engajamento com o tema e propor atitudes de consumo consciente que possam reduzir impactos ambientais. Essas propostas podem compor um documento a ser compartilhado com todos os estudantes por meio de blog, página oficial da escola ou folhetos impressos.

ORGANIZANDO

OS TRABALHOS

Projeto 6 - Sustentabilidade

Ao longo do projeto, vocês discutirão sobre diversos aspectos do consumo consciente e como ele pode favorecer a sustentabilidade e, como produto final, organizarão uma Feira de trocas, praticando o consumo de forma consciente. Para isso, é importante que vocês já comecem a idealizar a Feira de trocas e retomem, sempre que necessário, a pergunta-chave: Sustentabilidade: como reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente?

Na etapa 2, você e seus colegas se organizarão em duplas ou em pequenos grupos para realizar atividades de pesquisa, leitura e interpretação de textos, análise de obras de arte e de iniciativas que transformam objetos sem uso em peças sustentáveis e discussões sobre hábitos, ações e práticas sustentáveis da comunidade escolar e dos moradores do entorno.

Na etapa 3, vocês deverão se organizar em grupos para a execução de tarefas específicas da Feira de trocas, como produção do material de divulgação; definição da moeda de troca; coleta e seleção dos itens para troca; reparo, conserto e customização de peças; e organização, divulgação e registro do evento.

Materiais e recursos necessários

Para realizar esse projeto, você vai precisar de computadores com acesso à internet, celulares, câmeras digitais, tintas, linhas, ferramentas para artesanato, etiquetas autoadesivas, papéis diversos, caixas para organizar as peças, entre outros. Planeje-se para ter esse material em mão, conforme a necessidade de cada aula, para poder executar adequadamente as atividades propostas. Sustentabilidade:

2

Saber e fazer

Práticas sustentáveis

Leia a reportagem a seguir.

O que é consumo consciente e qual a sua importância

Mudar hábitos e pressionar por uma sociedade mais sustentável são as bases do consumo consciente. Entenda e pratique!

O primeiro passo para entender o que é consumo consciente é perceber que o consumo de toda e qualquer coisa, seja um produto ou serviço, traz consigo consequências positivas e negativas. O ato de consumir afeta não apenas quem faz a compra, mas também o meio ambiente, a economia e a sociedade como um todo. Por isso é tão importante refletir sobre os nossos hábitos de consumo, estar atento à real necessidade do que consumimos e aos possíveis impactos que uma compra pode causar. Produzir menos lixo, conhecer a origem e os processos de fabricação dos produtos que compramos e saber os impactos que eles causam ao longo de toda sua vida útil, da extração da matéria-prima ao descarte final, são algumas das atitudes que fazem parte do consumo consciente. Esse olhar atento às externalidades do consumo é também o que permite ao consumidor consciente cobrar mudanças do poder público.

Como o consumidor é a ponta final do ciclo de produção, essas são algumas das atitudes que podem ser adotadas para minimizar o impacto ambiental do nosso consumo. Ou seja, o consumo consciente, também chamado de consumo sustentável, nada mais é do que consumir melhor – é um consumo diferente, oposto ao paradigma comportamental de consumo imediatista, que busca apenas a satisfação rápida e o lucro (do ponto de vista das empresas), sem considerar as consequências ambientais.

[...] o consumidor consciente sabe que tem um grande poder em suas mãos ao escolher um produto e uma empresa produtora, e pode transformar a sua compra em um ato de reconhecimento de boas práticas sustentáveis. Tudo isso começa pela análise prévia da necessidade: preciso realmente comprar?

O consumidor consciente toma decisões com base na real necessidade de consumo e nas características sustentáveis do produto.

Se resolver que sim, o consumidor deve definir as características que precisa no produto, pensar sobre como irá comprar, escolher o fabricante de acordo com sua responsabilidade socioambiental na produção, fazer um uso otimizado do produto para que ele tenha uma vida útil mais longa e, por fim, definir uma forma de descarte adequada. Só assim, tomando decisões conscientes em cada uma dessas fases, o consumidor poderá comparar e escolher a melhor opção.

Dessa maneira, é possível minimizar os impactos do nosso consumo no planeta, já que cada item afeta todo o ecossistema, pois consome água, energia, petróleo e outras matérias-primas para sua produção. Cada novo produto comprado representa um gasto adicional de recursos naturais e humanos, além do descarte do item que está substituindo. O consumo consciente é parte de toda sociedade que preza pelo desenvolvimento sustentável e é um passo importante para a construção de uma Economia Circular.

Em todo o planeta, milhares de pessoas frequentam centros de compras nas grandes cidades, como no shopping localizado em Fortaleza (CE), 2024.

[...] a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. Essa estimativa mostra que, nos próximos 20 anos, teremos três bilhões de pessoas desperdiçando alimentos, demorando mais do que o necessário no banho, idolatrando vitrines de shoppings , esperando nas filas das lojas e comprando pela internet.

Esse modelo não se sustenta a longo prazo e já vem mostrando suas consequências, seja no que diz respeito às mudanças climáticas ou na questão dos lixões que se acumulam em países como China, Índia e Bangladesh. [...]

Além de fazer a sua parte como elo final da cadeia de produção, é muito importante que o consumidor consciente cobre ações do poder público. Apenas agir de maneira mais sustentável no plano individual não é suficiente para fazer com que o mundo mude sua lógica de produção e consumo; é preciso agir no todo, divulgar a causa, exigir leis que regulamentem os processos de produção e as substâncias permitidas nos itens de uso diário. Cobrar, enquanto cidadão, para que governos e empresas coloquem sua força a favor das pessoas, e não apenas no lucro desenfreado. Exigir o incentivo a uma nova Economia.

BUZZO, Bruna. O que é consumo conscientee qual a sua importância. eCycle, c2010/2020. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/6414-consumo-consciente. Acesso em: 14 set. 2024.

AT¡v¡DaDeS Não escreva no livro.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Após a leitura da reportagem, converse com seus colegas a respeito do que compreenderam do texto e sobre os pontos mais interessantes na opinião de cada um de vocês.

1. O que é possível aprender sobre ações sustentáveis com essa reportagem?

2. Vocês já tinham ouvido falar em “economia circular”? O que significa? Pesquisem e compartilhem os resultados com a turma.

3. Quais são as atitudes de um consumidor consciente?

4. Após a discussão com a turma, escreva, individualmente e no caderno, um resumo da reportagem lida, a fim de sintetizar as ideias essenciais do texto.

O de stino do lixo

Leia o texto a seguir sobre economia circular e conceito de resíduo zero.

Imagine uma comunidade vibrante onde cada produto é desenhado com o seu fim em mente, seguindo o princípio de que nada se perde, tudo se transforma. Aqui, os materiais circulam em um ciclo contínuo de uso, reúso, redesenho, recuperação e reciclagem, minimizando o desperdício e maximizando o valor.

Mercados de segunda mão florescem, e programas de compartilhamento são populares, incentivando as pessoas a ver os produtos sob uma nova luz — não como bens a serem descartados, mas como recursos a serem valorizados.

Esta é a essência da economia circular, uma resposta direta ao modelo linear de "extrair, fabricar, descartar" que por tanto tempo dominou nossa sociedade.

[...]

O que é Resíduo Zero?

Você já deve ter ouvido falar no conceito de “Resíduo Zero", mas sabe o que realmente significa? Essa abordagem visa manter os resíduos fora de aterros e do oceano. O foco é mantê-los na economia, diminuindo a quantidade de novos resíduos produzidos. O resíduo zero promove padrões responsáveis de produção e consumo.

Desde 1970, o uso de recursos naturais cresceu de 30 para 106 bilhões de toneladas, acarretando impactos ambientais dramáticos, e a estimativa é de que a geração de resíduos aumente em 56% de 2023 até 2050, de acordo com dois relatórios recentes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

[...]

O Brasil é o maior produtor de plástico da América Latina, com cerca de 500 bilhões de itens de plástico de uso único (pratos, copos, embalagens e talheres) produzidos anualmente. Grande parte disso está contido em produtos descartáveis que rapidamente se tornam resíduos, poluindo a terra, o mar e o ar.

[...]

O mundo precisa eliminar os plásticos de uso único e desnecessários. Redesenhar os produtos. Redesenhar as embalagens para que não sejam necessárias ou usem menos plásticos. Reformular os sistemas de reutilização, recarga e, sim, reciclagem.

A boa notícia é que, segundo o PNUMA, indica que podemos reduzir a poluição plástica em 80% até 2040 se os países e as empresas fizerem mudanças profundas nas políticas e no mercado usando as tecnologias existentes. [...]

#RESÍDUOZERO: 7 formas de transformar o lixo em recurso valioso. Nações Unidas Brasil, 30 mar. 2024. Disponível em: https://brasil.un.org/ptbr/264256-res%C3%ADduozero-7-formas-de-transformar-o-lixo-em-recurso-valioso. Acesso em: 14 set. 2024.

Hábitos de consumo e descarte de resíduos

O desafio agora será identificar os problemas relacionados a hábitos de consumo e descarte de resíduos entre o público escolar e a comunidade local. O trabalho de campo será realizado por meio de entrevistas e registros fotográficos.

A pertinência desse trabalho de campo consiste na possibilidade de levantamento das ações individuais e coletivas relacionadas a práticas sustentáveis com foco no consumo consciente.

Lixo na Praia da Costa Azul, em Salvador (BA), 2021.
JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK.COM

Com base nos dados obtidos, vocês exercerão o protagonismo e proporão ações de intervenção que objetivem a conscientização da comunidade quanto à necessidade de adoção de atitudes sustentáveis com vistas à conservação ambiental.

O trabalho se baseará no estudo dos hábitos da comunidade escolar e dos moradores de seu entorno por meio da coleta de dados. O objetivo é investigar práticas relacionadas ao consumo consciente; obter dados sobre a adesão dos entrevistados à separação do lixo, reutilização e reciclagem de itens; investigar problemas relacionados ao descarte indevido do lixo; e verificar o nível de conhecimento dos moradores a respeito do consumo consciente e em que medida adotam essa prática.

Entrevistas

Em pequenos grupos, você e seus colegas vão realizar entrevistas com diferentes perfis que compõem a comunidade escolar: profissionais da limpeza e da manutenção, da coordenação escolar, da secretaria, do corpo docente e responsáveis pela merenda (se houver). Em um segundo momento, selecionem alguns moradores da região para participar da entrevista.

As entrevistas podem ser realizadas de diversas formas: gravadas e posteriormente transcritas; filmadas com celulares ou câmeras digitais (com prévia autorização dos entrevistados); ou ainda podem ser feitas anotações por escrito. No momento da entrevista, não se esqueçam de solicitar o e-mail do participante para posterior compartilhamento dos resultados.

Cada grupo deverá formular previamente as perguntas a serem apresentadas aos entrevistados, com o objetivo de conhecer os hábitos dos participantes. As perguntas utilizadas no questionário apresentado na etapa 1 podem ser retomadas e servir como base para a elaboração do roteiro da entrevista. Veja a seguir outras sugestões de questões.

Sugestões de questões para a entrevista sobre hábitos de consumo e descarte de resíduos

1. É realizada coleta de resíduos na região onde você mora?

2. Há locais adequados para o descarte de resíduos onde você mora?

3. Há pontos de coleta seletiva de resíduos recicláveis próximo a sua casa?

4. Você separa os itens de descarte para reciclagem?

5. Quando faz compras, você usa sacolas reutilizáveis?

6. Você dá preferência a embalagens de papel, papelão ou vidro em vez do plástico?

7. Você sabe o que significa consumo consciente?

8. Já participou de uma feira de trocas de produtos? Você participaria de uma feira como essa?

Registros fotográficos

Façam também registros fotográficos sobre os problemas encontrados no bairro durante o trabalho de campo e que estejam relacionados ao tema da pesquisa, como: depósitos de lixo a céu aberto; descarte indevido de resíduos; lixeiras e caçambas superlotadas, entre outros.

Análise e divulgação dos dados

Os dados obtidos devem ser compilados, organizados, analisados e tabulados, efetuando-se o levantamento do número de adeptos, de parcialmente adeptos e de não adeptos às práticas sustentáveis. Após a organização dos dados, os grupos podem aproveitar o momento para compartilhar os resultados com a comunidade escolar. Esse compartilhamento pode ser realizado por meio do canal de comunicação oficial da escola, se houver, ou por folhetos impressos.

Concluída essa etapa, o desafio será elaborar um boletim informativo (digital ou impresso), no qual deverão constar: objetivos da pesquisa; conceituação do tema sustentabilidade e explanação acerca do conceito de consumo consciente; número de pessoas que participaram da entrevista, registros fotográficos e os dados referentes aos resultados da pesquisa, como: número de pessoas que praticam reciclagem; número de pessoas que fazem uso de sacolas reutilizáveis; número de interessados em participar de uma feira de trocas; entre outros.

Aproveitem o boletim para divulgar a Feira de trocas (que será mais bem detalhada na última etapa deste projeto), elencando seus benefícios socioambientais e econômicos. É preferível que esse material seja divulgado digitalmente: enviado para os e-mails fornecidos pelos participantes e divulgado por meio de redes sociais e aplicativos de conversas on-line, justamente por se tratar de um conteúdo que incentiva hábitos sustentáveis. Para a produção do boletim informativo, utilizem os computadores do laboratório de informática, se a escola dispuser de um.

Se não for possível trabalhar digitalmente, produzam cartazes que podem ser distribuídos em locais de grande visibilidade na escola.

Do lixo à arte

Alguns artistas dedicam-se à produção de obras de arte com objetos considerados inúteis e, até mesmo, com resíduos descartados incorretamente. Associar a produção artística ao conceito de sustentabilidade de forma a provocar a conscientização e a reflexão é um trabalho que vem sendo desenvolvido por artistas contemporâneos nacionais e internacionais, como os brasileiros

Eduardo Srur e Néle Azevedo e as estadunidenses Wendy Osher e Mierle Laderman Ukeles. Muitos objetos considerados sucatas podem ser transformados em incríveis obras de arte. Conheça, a seguir, a produção de dois artistas: o brasileiro Vik Muniz e o francês Bernard Pras.

Q uem é Vik Muniz?

Vik Muniz (1961-) é o nome artístico de Vicente José de Oliveira Muniz, um artista plástico, fotógrafo e pintor brasileiro. A originalidade de sua obra está nos inusitados materiais empregados na composição, como lixo, materiais recicláveis, açúcar, geleia e chocolate. Com esses materiais, ele compõe e reproduz as obras – para, depois, ampliá-las –, por meio de técnicas fotográficas.

PARA ASSiSTiR

Lixo extraordinário. Direção: Lucy Walker, Karen Harley e João Jardim. Brasil/Reino Unido, 2010. Documentário (90 min).

O documentário, produzido em 2010, apresenta o trabalho do artista Vik Muniz junto aos catadores de lixo em um grande aterro sanitário localizado no Jardim Gramacho, município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O projeto é constituído por narrativas de pessoas que vivem da coleta de lixo nesse aterro e revela o profundo envolvimento do artista com sua obra.

Marat-Sebastião: Pinturas do lixo (2009), de Vik Muniz. Fotografia digital, 129 cm × 100 cm.

©️VIK MUNIZ/AUTVIS, BRASIL, 2024.

Q uem é Bernard Pras?

O artista plástico francês Bernard Pras (1952-) é conhecido por suas obras construídas com sucata e materiais descartados: embalagens diversas, instrumentos musicais, brinquedos, resíduos plásticos, eletrodomésticos, entre outros. Uma das peculiaridades de suas obras é a possibilidade de a imagem se transformar a partir de uma perspectiva específica.

Segundo o próprio artista, a ideia é possibilitar ao espectador diversas formas de observar a obra de arte e experimentar sensações diferentes de acordo com o ponto de vista: ao olhá-la de lado, pode-se avistar o caos; mas, ao mudar o ponto de vista, é possível perceber sentido.

A adoção de hábitos sustentáveis, como o consumo consciente, pode ser uma das soluções para a diminuição na produção de resíduos, como vimos anteriormente. Outra solução é inspirar-se nas produções de artistas para reaproveitar resíduos, customizar e ressignificar peças do cotidiano já sem uso, transformando-as em objetos artísticos ou dando a elas uma nova utilidade. Você já pensou nessas possibilidades? Leia, a seguir, trechos de uma reportagem que aborda o tema da reutilização criativa de objetos.

Upcycling promove economia circular ao ressignificar peças da moda e decoração

Cuidado com o meio ambiente e sustentabilidade são pilares da reutilização criativa de objetos

A moda tem surfado a onda da sustentabilidade ao desenfrear o ritmo de consumo e encorajar o comércio de segunda mão. As apostas em prol do meio ambiente prometem impactar o setor, ainda que lentamente, mas já trazem perspectivas animadoras reservadas para o futuro da indústria.

Albert Einstein (2000), de Bernard Pras. Impressão colorida em offset, 85,5 cm × 77,0 cm.

O termo upcycling inicialmente esteve relacionado aos períodos de crise econômica, quando consumidores aderiram à customização para evitar gastos extras. Agora, a reutilização criativa de materiais que seriam descartados possui um significado muito maior que permeia questões de sustentabilidade, slow fashion e moda consciente.

Por meio da economia circular [...] marcas dos segmentos da moda e decoração estão crescendo com propostas sustentáveis para ressignificar objetos.

[...]

Ressignificar

Em média, uma pipa de kitesurf tem um ciclo de vida útil de aproximadamente 300 horas de velejo. Por outro lado, o nylon presente na pipa usada para a prática do esporte aquático leva 300 anos para se decompor na natureza. Sem saber o que fazer com seus kites (pipas, em português) em desuso, o arquiteto e velejador Alexandre Rezende criou a marca [...] em 2015 com a ideia de transformar o tecido das pipas em casacos.

“Já fizemos mais de 200 pipas nesses quatro anos e meio, sendo mais de dois mil metros quadrados de nylon que não foram para o lixo e ganharam um segundo ciclo de vida”, expõe Alexandre, que toca a marca ao lado da sócia e namorada Paula Lagrotta.

Já no universo dos calçados, a [...] acumula números surpreendentes de reciclagem: 21 mil garrafas plásticas, 2 mil metros de tecido, quase uma tonelada de algodão, mais de 1.600 quilos de papelão e 6.800 quilos de borracha já foram reciclados pela paulistana.

No mercado há cinco anos, a marca [...] busca ressignificar materiais que estão no lixo. “Além do tecido do sapato ser sempre de upcycling, a sola é de borracha reciclada, a couraça e o contraforte também, a palmilha é feita com o excedente de tecido da nossa produção, e até a linha de costura é feita de garrafa PET reciclada”, conta a criadora da marca, que cresce cada vez mais no mercado do slow fashion

Descarte é arte

O segmento da decoração também sabe como agregar as tendências sustentáveis, principalmente o upcycling.

[...]

Transformando descarte em arte, as peças de reúso ainda carregam histórias. A poltrona de avião da década de 1950, a mesa lateral feita com uma maleta militar alemã, [...] e a mesa produzida a partir de um boneco [...] e ferro fundido são exemplos de objetos decorativos que ganharam novos significados a partir do upcycling.

Não é preciso ir muito longe para aderir ao movimento. Na decoração, por exemplo, os pallets são ótimos exemplos de itens fáceis de encontrar e com baixo custo. A partir das estruturas de madeira, é possível explorar customizações que transformam os itens em sofás, camas, mesas e escrivaninhas.

[...]

BAYAOPIX/SHUTTERSTOCK.COM

Objetos que seriam descartados ganham uma segunda chance após serem ressignificados.

PEREIRA, Bárbara. Upcycling promove economia circular ao ressignificar peças da moda e decoração. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 jun. 2019. Disponível em: https://www.estadao.com.br/emais/comportamento/upcycling-promove-economia-circular-ao-ressignificarpecas-da-moda-e-decoracao/. Acesso em: 30 out. 2024.

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Após a análise das obras de arte dos artistas Vik Muniz e Bernard Pras, converse com seus colegas sobre as questões a seguir.

1. Quais aspectos das produções artísticas mais atraíram a sua atenção?

2. Quais materiais vocês conseguem identificar na composição das obras?

3. Vocês conseguem mensurar o impacto que esses materiais causariam ao meio ambiente se descartados incorretamente?

4. Pesquisem sobre o tempo médio que alguns desses itens levariam para se decompor no meio ambiente.

5. O texto de Bárbara Pereira apresenta palavras e expressões em inglês. Converse com seus colegas sobre os significados que podem ser atribuídos a esses termos, de acordo com o contexto em que são utilizados.

ATiViDADE DE AMP i AÇÃO

A proposta desta atividade é ressignificar objetos sem uso e materiais descartados.

1. Escolha um objeto ou uma peça de roupa que você não utiliza mais.

2. Pense em uma maneira de esse item ganhar uma nova utilidade ou em como ele poderia ser transformado em um objeto artístico. Por exemplo: uma escada sem uso pode se tornar uma estante.

3. Pesquise artistas que criam obras de arte a partir de resíduos ou ressignificando objetos.

4. Pesquise tutoriais na internet que ensinam como um móvel ou uma peça pode ganhar novas utilidades.

5. Defina que tipo de produção será realizada e faça um breve descritivo de sua proposta.

6. Use a criatividade para transformar o item escolhido por você em um novo objeto.

7. Apresente a sua criação para a turma e guarde-a para integrar a Feira de trocas no final do projeto.

Rodas de bicicleta podem ser transformadas em relógios ou utilizadas como peças decorativas na parede.

Para finalizar

O trabalho em grupo será fundamental para a organização e o desenvolvimento da Feira de trocas na escola, além de ser uma oportunidade para os jovens exercerem o protagonismo.

F eira de trocas

Ao longo do projeto, você analisou o conceito e as práticas sustentáveis e refletiu sobre o consumo consciente – por meio da leitura de textos, compartilhamento de ideias e opiniões, além da observação atenta de obras de arte e da realização de pesquisas e análise de resultados. Chegou a hora de aplicar todo o conhecimento adquirido na execução do produto final, a Feira de trocas. Este é o momento para organizar os grupos, dividir as tarefas e preparar a realização do evento. A seguir, serão apresentadas cada uma das atividades que precisam ser consideradas para a realização da Feira de trocas. Você e seus colegas se dividirão em grupos, de acordo com as habilidades, aptidões e disposição para realizar as tarefas elencadas.

Material de divulgação do evento

Para a divulgação da Feira de trocas, a turma deverá se organizar para criar um panfleto, físico ou digital. Ele deve conter o endereço da escola, a data e o horário da coleta dos produtos e a data e horário de realização da feira. As duas atividades ocorrerão em datas diferentes para que haja tempo de preparar e organizar os produtos para a exposição. Informem que, para participar da feira, basta que os interessados levem produtos em bom estado, disponíveis para troca.

Elaborem um texto convidativo; escolham uma imagem marcante; e destaquem o propósito da ação, que se concentra, essencialmente, em reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente. O texto deve explicar que essa é uma oportunidade de prolongar a vida útil de objetos em desuso, de modo que sejam reutilizados em vez de descartados.

Feito isso, o panfleto deve ser compartilhado em aplicativos de conversas, em redes sociais, por e-mail (incluir os contatos dos moradores do entorno que foram entrevistados na etapa 2) e distribuído no entorno da escola, se for o caso.

Definição da moeda de troca

A proposta desta fase é a criação de uma moeda a ser utilizada na Feira de trocas. Para isso, será necessário definir algum objeto que a representará e preestabelecer valores para ela. Poderão ser utilizadas fichas de papel colorido ou botões de roupa coloridos, por exemplo. Qualquer que seja a escolha da turma, é necessário atribuir um valor para cada cor de botão ou ficha. Assim, por exemplo:

Moeda = botões coloridos

1 botão verde = 1 unidade

5 botões verdes = 1 vermelho

2 botões vermelhos = 1 azul

5 botões azuis = 1 amarelo

Definidos a moeda e o objeto que a representará, criem um nome para ela. Além disso, a turma deve se empenhar para providenciar as fichas ou os botões e um recipiente, caixa ou cesta, para armazená-los.

Neste momento, é necessário que a turma eleja três a cinco estudantes para formarem uma comissão que vai atuar junto ao público no dia da coleta e definir, de comum acordo, o valor atribuído ao produto que está sendo entregue para troca.

Com a orientação do professor, formem mais três grupos, além da comis são definida pela turma, para executar as tarefas apresentadas a seguir. É importante considerar as habilidades, interesses e aptidões dos estudantes na divisão dos grupos.

KRIACHKO OLEKSII/SHUTTERSTOCK.COM

R ecepção e seleção dos objetos

A coleta de produtos e a feira serão realizadas dentro do espaço escolar em dia e horário preestabelecidos, em acordo com os professores e a direção da escola.

Na data programada, o grupo 1, responsável pela coleta dos produtos, deve organizar-se para recepcionar os moradores do entorno, os familiares dos estudantes e os membros da comunidade escolar interessados em participar. Enquanto alguns estudantes recepcionam os participantes e coletam os produtos, outros separam os itens recebidos e os organizam de acordo com as categorias predefinidas pelo grupo, como: vestuário e acessórios; calçados; artigos de decoração; livros e revistas; eletroeletrônicos; antiguidades; brinquedos/artigos infantis e outras.

No ato da entrega dos produtos, a comissão eleita pela turma determinará o valor que será atribuído ao item entregue. Em seguida, etiquetará a peça com o valor combinado e entregará a quantidade de moedas ao participante.

Após a recepção e separação dos produtos por seção, os integrantes deste grupo devem se organizar para verificar o estado de conservação de cada peça. As peças que necessitarem de reparos devem ser separadas e direcionadas ao grupo 2, que cuidará dos reparos e consertos. Outras devem ser direcionadas ao grupo 3, que customizará objetos e peças de vestuário.

R eparo e conserto de peças

O objetivo do grupo 2 é deixar os produtos nas melhores condições possíveis, para que se tornem mais atrativos e interessantes aos olhos dos visitantes. Para tanto, pequenos reparos podem ser executados, como: colar a capa rasgada de um livro; apertar um parafuso solto em um eletroeletrônico; consertar um brinquedo quebrado; costurar alguma peça de roupa rasgada; pregar um botão faltante, entre outros.

Era comum para as gerações mais antigas fazer pequenos reparos nas roupas e passá-las de um filho para o outro. Hoje em dia o costume é usar e, depois, descartar. Cuidar bem de suas roupas significa contribuir com a conservação do planeta.

C ustomização de peças

O grupo 3 pode, por meio de intervenções artísticas, fazer a customização de alguns itens, transformando-os em peças únicas, diferentes do que se costuma encontrar em lojas de varejo.

Para a seção de roupas e acessórios, por exemplo, é possível trabalhar com habilidades manuais que envolvam pintura em tecido, crochê, corte e costura. Alguns exemplos de intervenções simples: colocar botões de modelos diferentes dos já existentes; customizar peças com pedrarias; rasgar ou desfiar jeans; colocar rendas, entre outras opções.

É possível encontrar, em pesquisas na internet, tutoriais, blogs e textos explicativos sobre como fazer customizações de roupas e objetos.

Or ganização do espaço do evento

Linhas, tintas, patches e bordados podem transformar roupas comuns em peças únicas.

A organização do espaço do evento deve ser prévia e alinhada com a direção e a coordenação da escola. Devem ser definidos o local onde será realizada a feira, a forma de disposição dos produtos, o tipo e o número de mesas necessárias para formar os estandes, bem como se essas mesas serão deslocadas de outros espaços da escola ou fornecidas por colaborador externo.

Caixas, estantes e araras de roupas podem ser necessárias de acordo com a variedade de produtos que serão expostos no dia do evento. Cadeiras também podem ser utilizadas.

Painéis feitos de cartolina ou de papel Kraft com informações sobre o propósito da feira devem ser afixados em pontos estratégicos para que os participantes se solidarizem com a promoção do consumo consciente. Eles podem conter fotografias com as fases de desenvolvimento do projeto e textos curtos e complementares de modo a estimular os participantes a circular pelo ambiente.

Os objetos criados e ressignificados pela turma na etapa 2 do projeto podem ser apresentados na feira, como parte da decoração do evento ou como um item especial dentro de uma das categorias.

YURIY GOLUB/SHUTTERSTOCK.COM

O dia da Feira de trocas

Antes da abertura da feira aos convidados, os estandes devem estar montados e os produtos devidamente expostos por categoria.

No dia do evento, os grupos de estudantes se dividirão entre as tarefas a seguir: recepção e orientação dos visitantes, explicando a forma como estão organizadas as seções e como ocorrerão as trocas; apresentação da moeda criada especificamente para a feira; atendimento nos estandes para auxiliar os participantes na escolha das peças; explicação dos propósitos e das ações que motivaram a realização da feira, que tem como objetivo promover o consumo consciente etc. A distribuição dessas tarefas deve ser definida pela turma, com a ajuda do professor. Pode-se inclusive dividir a turma em turnos, para que todos consigam participar pelo menos durante um período. À porta do evento, coloquem uma mesa e disponibilizem recortes de papel, uma caneta e uma caixa para que os participantes deixem seus comentários e impressões sobre a experiência de trocar produtos.

A organização das peças é importante para facilitar a escolha dos participantes.

No dia da entrega das peças, cada participante recebeu, em moedas de troca, o valor que poderá ser utilizado para adquirir outros produtos de seus interesses.

Aqueles que não tiveram a oportunidade de entregar os objetos no dia da coleta, poderão no dia do evento se dirigir ao estande referente ao produto que gostariam de disponibilizar para troca e entregar a peça à comissão, que avaliará as condições do item e, se estiver em bom estado, entregará ao interessado a quantidade de moedas correspondente ao item. Assim, ele poderá escolher e adquirir outras peças de seu interesse.

No dia do evento, os estudantes podem se revezar dentro do período determinado para a feira e devem ficar atentos aos visitantes, esclarecendo suas dúvidas, tratando-os com cordialidade e desejando sempre boas trocas a todos.

Uma equipe deve ficar responsável pela cobertura fotográfica da feira para registrar esse momento e compartilhar com a turma. O material produzido pode ser exposto posteriormente em cartazes na escola ou compartilhado no canal de comunicação oficial, de modo que outros estudantes, professores e funcionários possam vê-lo e sentirem-se motivados a realizar outras ações como essa. Após a realização da feira, todos os envolvidos na produção do evento devem empreender esforços para reorganizar o espaço, deixando tudo como encontrado originalmente.

Boa Feira de trocas!

Avaliação

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção dos saberes, das competências e das atitudes nos projetos integradores, sugerimos duas propostas de quadros que permitem o acompanhamento detalhado do desenvolvimento da produção. Os quadros devem ser copiados e preenchidos de acordo com as orientações do professor. Observe a seguir os critérios que sugerimos para a autoavaliação de atitudes e posturas e das ações desenvolvidas:

Avaliação dos saberes

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

Não escreva no livro.

Discutir sobre o tema do meio ambiente e da sustentabilidade. A.

B.

C.

Refletir sobre mudanças climáticas, escolhas e consumo consciente.

Analisar os hábitos de consumo da turma.

ETAPA 2 – SABER E FAZER

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES D ESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

Analisar textos e obras de arte que apresentam formas de reduzir o descarte de resíduos e estimular o consumo consciente.

Realizar entrevistas para investigar as ações sustentáveis e os hábitos de consumo praticados pela comunidade escolar e pelos moradores do entorno. B.

C.

D.

Produzir registros fotográficos para identificar o descarte inadequado de resíduos no entorno da escola.

Expressar-se artisticamente e ressignificar objetos e peças de roupas e acessórios, de modo a atribuir-lhes novas utilidades e prolongar o uso.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

Planejar as etapas de realização da Feira de trocas na escola. A.

Elaborar, revisar, editar e compartilhar o material de divulgação do evento com as informações gerais sobre a Feira de trocas. B.

C.

D.

E.

Definir e nomear a moeda de troca que será utilizada no dia da feira.

Coletar, separar, reparar e customizar as peças de roupas e os objetos recebidos da comunidade escolar e dos moradores do entorno.

Organizar o espaço de exposição e preparar a disposição dos itens para a Feira de trocas.

Avaliação das atitudes

Não escreva no livro.

Realizo as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável.

Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado. B.

Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto. C.

D.

Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas.

Falo com clareza, ao compartilhar dúvidas e opiniões.

Atuo de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.

MUNDO DO TRABALHO

Ao longo deste projeto, observamos diferentes atitudes de consumo consciente e práticas sustentáveis. Agora, pensando nas competências que podem auxiliar no seu futuro profissional, como a compreensão de toda a cadeia de produção dos produtos e as práticas sustentáveis podem se relacionar com a sua formação e atuação profissional no mundo do trabalho? Justifique sua resposta.

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS

1 Sempre

2 Frequentemente

3 R aramente

4 N unca

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

COMPETÊNCiAS E HABi iDADES

DESENVO VIDAS NESTA OBRA

Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as competências são identificadas por números (de 1 a 10) e as habilidades, por códigos alfanuméricos.

No caso de Língua Portuguesa, as habilidades específicas estão organizadas em campos de atuação social.

A seguir, os textos na íntegra das competências gerais, competências específicas e habilidades desenvolvidas nesta obra.

A relação de competências específicas e habilidades das demais áreas de conhecimento

Competências gerais da Educação Básica

desenvolvidas nos projetos integradores encontra-se nas Orientações para o professor

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. E xercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. U tilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, r esolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. E xercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com

base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio

Competência 1:

Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as f ormas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

• (E M13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.

• (E M13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade.

• (E M13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).

• (EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

• (EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, d esenvolvendo diferentes modos de participação e intervenção social.

Competência 2:

Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

• (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.

• (EM13LGG202) Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), compreendendo criticamente o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias.

• (EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e em suas produções (artísticas, corporais e verbais).

• ( E M13LGG204) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Humanos.

Competência 3:

Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

• (E M13LGG301) Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos.

• (EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(E M13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

(EM13LGG304) Formular propostas, intervir e tomar decisões que levem em conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global.

(EM13LGG305) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica, criativa, solidária e ética.

Competência 4:

Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, econhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.

(EM13LGG401) Analisar criticamente textos de modo a compreender e caracterizar as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, cultural, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.

(EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem preconceito linguístico.

(E M13LGG403) Fazer uso do inglês como língua de comunicação global, levando em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo. Competência 5

Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade.

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas corporais, de modo a estabelecer relações construtivas, empáticas, éticas e de respeito às diferenças.

• ( EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.

• (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.

Competência 6

Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e

mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

• (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

• (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.

• (EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos de criação autorais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas intersecções entre elas, recorrendo a referências estéticas e culturais, conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e experiências individuais e coletivas.

• (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas.

Competência 7:

Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

• (EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos.

• (EM13LGG702) Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção de discursos em ambiente digital.

• (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.

• (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede.

Língua Portuguesa por campo de atuação

Todos os campos de atuação social

• (EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/ escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos d e vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações.

• ( E M13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua.

• (EM13LP11) Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos.

• (EM13LP12) Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso comum) e contemple a sustentação das posições defendidas.

• (E M13LP15) Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio-histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à v ariedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir.

(EM13LP17 ) Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts , playlists comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e engajar-se em práticas autorais e coletivas.

(EM13LP18) Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento de projetos.

Campo da vida pessoal

(E M13LP20) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.

Campo de atuação na vida pública

(EM13LP24) Analisar formas não institucionalizadas de participação social, sobretudo as vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e formas de expressão típica das culturas juvenis que pretendam expor uma problemática ou promover uma reflexão/ação, posicionando-se em relação a essas produções e manifestações.

(EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.), agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns de discussão etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ ou de consideração do discurso do outro (como solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro, parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas e reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum.

• (EM13LP26) Relacionar textos e documentos legais e normativos de âmbito universal, nacional, local ou escolar que envolvam a definição de direitos e deveres – em especial, os voltados a adolescentes e jovens – aos seus contextos de produção, identificando ou inferindo possíveis motivações e finalidades, como forma de ampliar a compreensão desses direitos e deveres.

• (E M13LP27 ) Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a coletividade, denunciando o desrespeito a direitos, organizando e/ou participando de discussões, campanhas e d ebates, produzindo textos reivindicatórios, normativos, entre outras possibilidades, como forma de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade, pelo consumo consciente e pela consciência socioambiental. Campo das práticas de estudo e pesquisa

• (E M13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em vista os objetivos pretendidos e demais elementos do contexto de produção, como forma de compreender como o conhecimento científico é produzido e apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização de pesquisas.

• ( E M13LP32) Selecionar informações e dados necessários para uma dada pesquisa (sem excedê-los) em diferentes fontes (orais, impressas, digitais etc.) e comparar autonomamente esses conteúdos, levando em conta seus contextos de produção, referências e índices de confiabilidade, e percebendo coincidências, complementaridades, contradições, erros ou imprecisões conceituais e de dados, de forma a compreender e posicionar-se criticamente sobre esses conteúdos e estabelecer recortes precisos.

• (E M13LP33) Selecionar, elaborar e utilizar instrumentos de coleta de dados e informações (questionários, enquetes, mapeamentos, opinários) e de tratamento e análise dos conteúdos obtidos, que atendam adequadamente a diferentes objetivos de pesquisa.

Campo jornalístico-midiático

• (E M13LP36) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os impactos das novas tecnologias digitais de informação e comunicação e da Web 2.0 no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria e da checagem de informação uma prática (e um serviço) essencial, adotando atitude analítica e crítica diante dos textos jornalísticos.

• (EM13LP37 ) Conhecer e analisar diferentes projetos editorias – institucionais, privados, públicos, financiados, independentes etc. –, de forma a ampliar o repertório de escolhas possíveis de fontes de informação e opinião, reconhecendo o papel da mídia plural para a consolidação da democracia.

• (E M13LP38) Analisar os diferentes graus de parcialidade/imparcialidade (no limite, a não neutralidade) em textos noticiosos, comparando relatos de diferentes fontes e analisando o recorte feito de fatos/dados e os efeitos de sentido provocados pelas escolhas realizadas pelo autor do texto, de forma a manter uma atitude c rítica diante dos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas feitas como produtor.

• (EM13LP39) Usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e fotos publicadas (verificar/avaliar veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, formatação; comparar diferentes fontes; consultar ferramentas e sites checadores etc.), de forma a combater a proliferação de notícias falsas (fake news).

• (E M13LP40) Analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os mecanismos de disseminação de fake news e também exemplos, causas e consequências desse fenômeno e da prevalência de crenças e opiniões sobre fatos –, de forma a adotar atitude crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever crenças e opiniões quando fatos apurados as contradisserem.

• (EM13LP42) Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acontecimentos e questões de relevância social, local e global, comparando diferentes enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um determinado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e manter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a coletividade.

Campo artístico-literário

• (EM13LP47 ) Participar de eventos (saraus, competições orais, audições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), inclusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo.

REFERÊNCiAS BiB i OGRAFiCAS COMENTADAS

#RESÍDUOZERO: 7 formas de transformar o lixo em recurso valioso.

Nações Unidas Brasil, 30 mar. 2024.

Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/264256-res%C3%ADduozero-7formas-de-transformar-o-lixo-em-recurso-valioso. Acesso em: 14 set. 2024. Texto sobre economia circular e conceito de resíduo zero.

7 APLICATIVOS gratuitos para ajudar as pessoas com deficiência. TiX

Tecnologia Assistiva, Belo Horizonte, 2024.

Disponível em: https://tix.life/tecnologia-assistiva/7-aplicativos-gratuitospara-ajudar-as-pessoas-com-deficiencia/. Acesso em: 22 ago. 2024. Texto com algumas soluções de tecnologia para ser recursos de acessibilidade a algumas deficiências.

AGÊNCIA LUPA.

Disponível em: https://lupa.uol.com.br/. Acesso em: 30 out. 2024. Agência de checagem de informações políticas.

AGENDA 2030. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Disponível em: https://www.guiaagenda2030.org. Acesso em: 23 out. 2024. Texto da Plataforma Agenda 2030 com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

ALBUQUERQUE, Mariana. Veja os principais pontos do plano de combate à violência escolar do MEC. Correio Braziliense, 30 mar. 2023. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/03/5084162veja-os-principais-pontos-do-plano-de-combate-a-violencia-escolar-do-mec. html. Acesso em: 30 out. 2024.

Reportagem e infográfico sobre violência dentro do ambiente escolar no estado de São Paulo.

ALEIXO, Isabela. Imagens geradas por IA reforçam fake news sobre enchentes no RS. UOL Confere. 31 maio 2024. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/confere/ ultimas-noticias/2024/05/31/imagens-geradas-por-ia-reforcamdesinformacao-sobre-enchentes-no-rs.htm. Acesso em: 30 out. 2024.

• Matéria comenta notícias falsas acompanhadas de imagens geradas por IA.

ALMEIDA, Cláudia Maria Teixeira de; BONI, Paulo César. A ética no fotojornalismo da era digital. Discursos Fotográficos, Universidade Estadual de Londrina, v. 2, n. 2, p. 11-42, 2006. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/ article/view/1477. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Artigo avalia a ética em relação aos profissionais que lidam com imagens após o advento da tecnologia digital. Aborda ainda a diferença entre tratamento e manipulação de imagens.

ALMEIDA, Rodolfo; ZANLORENSSI, Gabriel. Como mentir com gráficos: mais 7 detalhes que podem te enganar. Nexo, 1 abr. 2019.

Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2018/03/31/comomentir-com-graficos-7-detalhes-que-podem-te-enganar. Acesso em: 30 out. 2024

• Reportagem que explica como é possível construir gráficos com o intuito de enganar o leitor.

ALMEIDA, Tamíris. O protagonismo juvenil tem um poder muito grande para evitar a evasão. Futura, 24 abr. 2018.

Disponível em: http://www.futura.org.br/o-protagonismo-juvenil-nasescolas/. Acesso em: 30 out. 2024.

• Entrevista com Isabella Rozzino, coordenadora dos Núcleos Locais do Mapa Educação, em que fala sobre o protagonismo juvenil e a expectativa dos jovens em relação à educação.

ALMEIDA, Tania. Mediação e conciliação: dois paradigmas distintos, duas práticas diversas. Mediare, 2019.

Disponível em: https://mediare.com.br/mediacao-e-conciliacao-doisparadigmas-distintos-duas-praticas-divers. Acesso em: 30 out. 2024.

• O artigo trata da mediação e da conciliação como mecanismos para auxiliar pessoas a construírem consenso sobre uma determinada desavença.

AMSTUTZ, Lorraine S.; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para as escolas: responsabilidades e ambientes de cuidado mútuo. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.

• A obra aborda os benefícios da disciplina restaurativa na escola, promovendo o autocuidado, o respeito e a cooperação na tentativa de restaurar relacionamentos.

ARAÚJO, Ulisses F. Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo: Moderna, 2014.

• A obra aborda a assembleia escolar como estratégia na resolução de conflitos dentro da escola para a construção de valores democráticos e de cidadania.

ASSEMBLEIAS escolares: saiba como e quando criar. Escolaweb. 13 out. 2017.

Disponível em: https://escolaweb.com.br/gestao-escolar/assembleiasescolares-saiba-como-e-quando-criar/. Acesso em: 30 out. 2024.

• O texto trata da assembleia escolar como espaço para a mediação de conflitos, orientando quando e como utilizar essa ferramenta na escola.

BARBOSA, Simone de Araujo. Descrição de uma obra de arte por Audiodescrição: “A Ponte de Westminster”. Olhares, 1o nov. 2015. Blogue. Disponível em: http://olharesemdegrau.blogspot.com/2015/11/leitura-deuma-obra-de-arte-por.html. Acesso em: 19 ago. 2024.

• Texto que traz um exemplo comentado de uma audiodescrição de obra de arte.

BARROS, Maria Fernanda. Museu do Ipiranga: um prédio secular que projeta acessibilidade e inclusão. Jornal da USP, São Paulo, 16 out. 2022. Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/museu-do-ipiranga-umpredio-secular-que-projeta-acessibilidade-e-inclusao/. Acesso em: 19 ago. 2024.

• M atéria apresenta recursos de acessibilidade implementados no Museu do Ipiranga depois de sua reabertura.

BENTO, Maria Cristina Marcelino; SILVA, Jonathan Florentino da; OLIVEIRA, Neide Aparecida Arruda de. Whatsapp e possibilidades multimodais em articulações com letramentos digitais. Lorena, 2017.

Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2017/trabalhos/pdf/396.pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

• A rtigo analisa a utilização do WhatsApp como ferramenta que oferece o contato com textos multimodais, propiciando a reflexão sobre a construção de sentidos e aspectos comunicacionais em ambientes digitais.

BITTENCOURT, Renata et al. Mediações acessíveis: ciclo de encontros sobre acessibilidade em espaços de educação e cultura. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2018.

Disponível em: https://issuu.com/institutotomieohtake/docs/livro_mediacoes. Acesso em: 30 out. 2024.

A obra apresenta 21 textos de profissionais de diferentes áreas que compartilharam experiências sobre práticas e mediações para pessoas com deficiência.

BRASIL. Ministério da Sáude. Fake news [s.d.].

Disponível em: http://www.saude.gov.br/fakenews. Acesso em: 30 out. 2024. Agência de checagem de informações sobre saúde.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Consumo sustentável: manual de educação. Brasília, DF: Consumers International: MMA: MEC: IDEC, 2005.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

Publicação de apoio à educação para o consumo sustentável, que faz parte das ações de difusão de padrões sustentáveis de consumo no Brasil.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Impacto das embalagens no meio ambiente. [s.d]

Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/ producao-e-consumo-sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/ impacto-das-embalagens-no-meio-ambiente.html. Acesso em: 30 out. 2024.

Página do site do Ministério do Meio Ambiente com informações sobre o impacto das embalagens descartadas inadequadamente.

BUZZO, Bruna. O que é consumo consciente? eCycle, c2010/2020. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/6414-consumo-consciente. Acesso em: 14 set. 2024.

Reportagem sobre consumo consciente e mudança de hábitos.

CAMARGO, Paulo de. O mediador de conflitos. Educação, 6 mar. 2015. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2015/03/06/o-mediador-deconflitos/. Acesso em: 15 jul. 2024.

• Entrevista com especialista em educação José María Avilés, sobre a importância dos jovens na mediação de conflitos na escola.

CARDOSO, João B. F. Manipulação digital na fotografia publicitária: criatividade e ética. Intexto, Porto Alegre, n. 29, p. 147-164, dez. 2013. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/intexto/article/viewFile/41349/27821. Acesso em: 30 out. 2024.

• O artigo discute o uso de recursos digitais na manipulação de imagens na comunicação publicitária, considerando as dimensões ética e criativa.

CARDOSO, Ialê Pereira; CONTINELLI, Marcello. Projetos Educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão. Rede de redes - diálogos e perspectivas das redes de educadores de museus no Brasil. São Paulo, 2018.

Disponível em: https://www.sisemsp.org.br/redederedes/artigos/media/pdfs/ nucleo3_artigo2.pdf. Acesso em: 19 ago. 2024.

• Texto sobre os Projetos educativos implementados no Museu do Futebol em SP visando à acessibilidade e inclusão.

COMO funciona a checagem de notícias. 30 jul. 2018. Publicado pelo canal Curso Vaza, Falsiane!. Vídeo (4min2s).

Disponível em: www.youtube.com/watch?v=ZHJ_9Johmmo. Acesso em: 30 out. 2024.

• Vídeo publicado pelo canal Curso Vaza, Falsiane!, mostrando os bastidores de uma agência de checagem de notícias.

CORREIA, Victor. 40% das imagens manipuladas não são percebidas pelas pessoas, diz estudo. Correio Braziliense, Brasília, DF, 21 ago. 2017. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ tecnologia/2017/08/21/interna_tecnologia,619245/como-saber-se-umaimagem-foi-manipulada.shtml. Acesso em: 30 out. 2024.

• Notícia aponta para os perigos individuais e coletivos das manipulações em imagens.

CORTÊZ, Natacha. Negahamburguer. TPM, 1 out. 2013.

Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/negahamburguer. Acesso em: 30 out. 2024.

• Matéria sobre a obra, os interesses e os projetos artísticos de Evelyn Queiróz.

COSCARELLI, Carla V.; RIBEIRO, Ana Elisa (org.). Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

• A obra apresenta o conceito de letramento e analisa como a escrita pode sofrer interferência no ambiente digital.

DEMILLY, Christian. Arte em movimentos e outras correntes do século XX. São Paulo: Cosac Naify, 2016.

• A obra aborda como nascem os movimentos artísticos e o que diferencia uma corrente de outra, mostrando obras dos principais artistas do século XX.

DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas & movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

• A obra oferece um panorama da arte moderna a partir do Impressionismo até a Web Art.

DEUTSCHE WELLE. Como o plástico mudou a sociedade brasileira. G1, 8 fev. 2019.

Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/02/08/como-oplastico-mudou-a-sociedade-brasileira.ghtml. Acesso em: 30 out. 2024.

• A matéria aborda a introdução e popularização do plástico na sociedade brasileira a partir da década de 1950 e seus impactos no meio ambiente. DIAS, Tiago. Os imperfeitos. Tab, São Paulo, 3 jun. 2019.

Disponível em: https://tab.uol.com.br/edicao/geracao-z#tematico-1. Acesso em: 30 out. 2024.

• Matéria publicada pelo portal UOL sobre a geração Z, suas características e expectativas.

DISKIN, Lia; ROIZMAN, Laura Gorresio. Paz, como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas. 4. ed. Brasília, DF: Unesco: Associação Palas Athena: Fundação Vale, 2008. p. 54.

Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000178538?posInSet =1&queryId=4bf8992d-1bf7-46c8-93e2-dafbff2e3ac4. Acesso em: 15 jul. 2024.

• Traz exemplo do jogo criativo "Pessoa pra pessoa", a ser realizado em grupo.

EIROA, Camila. Cores e valores. TPM, 11 jun. 2015.

Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/conheca-a-grafiteira-criola. Acesso em: 30 out. 2024.

• A matéria da revista TPM apresenta o trabalho da grafiteira Criola, que explora cores e elementos bem brasileiros em seus grafites. ENTENDA as etiquetas da Lupa. UOL , 15 out. 2015.

Disponível em: https://lupa.uol.com.br/institucional/2015/10/15/entendanossas-etiquetas. Acesso em: 28 ago. 2024.

• Categorias usadas por site de checagem de informação.

ESTADÃO VERIFICA.

Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/. Acesso em: 30 out. 2024.

• Agência de checagem de informações de ordem geral.

FONSECA, André. O que pensam os jovens brasileiros sobre a cultura? Cultura e Mercado, 6 jul. 2006. Disponível em: https://www.culturaemercado.com.br/site/o-que-pensam-osjovens-brasileiros-sobre-a-cultura/. Acesso em: 30 out. 2024.

• A matéria aborda os resultados de uma pesquisa sobre as percepções e preocupações dos jovens brasileiros em relação à cultura e ao acesso a ela e a espaços de lazer.

FUNDAÇÃO TELEFÔNICA VIVO. Escola de São Paulo leva slam para a sala de aula. São Paulo, 28 nov. 2019. Disponível em: https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/escolade-sao-paulo-leva-slam-para-a-sala-de-aula/. Acesso em: 5 set. 2024. O texto trata da entrada do slam em uma escola em 2018 e do trabalho com aspectos desse gênero textual.

GABRIEL, Fabiana et al. Práticas de oralidade na escola: o tutorial em vídeo. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2018. Disponível em: http://www.ufjf.br/projetodeoralidade/files/2018/06/3Tutorial-em-v%C3%ADdeo.pdf. Acesso em: 30 out. 2024. Material criado com o objetivo de dar suporte ao trabalho com o gênero textual tutorial em vídeo.

GOVEIA, Fabio. Verdade, representação e simulação: fotografia publicitária e fotojornalismo. In: Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 14. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2009. O ar tigo trata da relação entre representação e verdade na fotografia e seu uso na publicidade e no jornalismo, além de abordar o papel das tecnologias digitais nessa relação.

GONÇALVES, Maria Beatriz. O papel do design na sustentabilidade do planeta. Casa e Jardim, 12 jun. 2019. Disponível em: https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/ Entrevistas/noticia/2018/03/o-papel-do-design-na-sustentabilidade-doplaneta.html. Acesso em: 14 set. 2024. Entrevista com a ambientalista holandesa Babette Porcelijn sobre soluções sustentáveis aplicados à projetos de designers. HAND TALK. Acessibilidade na educação. [s.d]. E-book Disponível em: https://acessibilidade.handtalk.me/acessibilidade-instituicoesensino-universidades. Acesso em: 30 out. 2024. E-book com dicas e ferramentas sobre acessibilidade para instituições de ensino de acordo com a Lei Brasileira de Inclusão. JUCÁ, Beatriz. Estados investem em vigilância nas escolas e estudantes como mediadores para inibir violência. El País, 15 jul. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/28/ politica/1561744612_999785.html. Acesso em: 15 jul. 2024. Reportagem sobre empenho de escolas para mediação de conflitos a fim de inibir violências.

LEMOS, Ronaldo. Batalha da IA será travada no direito autoral. 3 jul. de 2023.

Disponível em: https://itsrio.org/pt/artigos/batalha-da-ia-sera-travada-nodireito-autoral/. Acesso em: 30 ago. 2024.

• O ar tigo faz uma reflexão sobre a autoria de criações geradas por inteligência artificial.

MEIRELES, Mauricio. Na Rio2C, Gilberto Gil diz que homem ainda controla inteligência artificial. Folha de S. Paulo, Rio de Janeiro, 12 abr. 2023.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/04/na-rio2cgilberto-gil-diz-que-homem-ainda-controla-inteligencia-artificial.shtml. Acesso em: 30 out. 2024.

• Notícia sobre Gilberto Gil comentando sobre inteligência artificial. MÍDIAS sociais e jornalismo: os perigos da desinformação. UFJF Notícias, 30 jun. 2023.

Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/2023/06/30/midias-sociais-ejornalismo-os-perigos-da-desinformacao/. Acesso em: 12 ago. 2024.

• Texto sobre cuidados para distinção entre verdade e notícias falsas diante do grande fluxo de informação.

MISMETTI, Débora. Para comer com os olhos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 nov. 2009. Caderno Vitrine.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/vitrine/vi2111200906.htm. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Texto sobre manipulação de imagens em embalagens de alimentos e regulação pelos órgãos de defesa do consumidor.

MUDANÇAS climáticas e meio ambiente. Unicef Brasil.

Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/mudancas-climaticas-e-meioambiente. Acesso em: 30 out. 2024.

• O t exto traz informações sobre as mudanças climáticas e as consequências.

MUSEUS ACESSÍVEIS.

Disponível em: https://fundacaodorina.org.br/blog/5-museus-acessiveis-eincriveis-para-visitar-em-sao-paulo/. Acesso em: 30 out. 2024.

• O site da Fundação Dorina Nowill para Cegos dá dica de 5 museus acessíveis para se visitar em São Paulo.

OTTO, Isabella. Quem é Emma González, a garota de 18 anos que desafia a América. Capricho, 27 fev. 2018.

Disponível em: https://capricho.abril.com.br/comportamento/quem-e-emmagonzalez-a-garota-de-18-anos-que-desafia-a-america. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Notícia sobre jovem norte-americana se posicionou sobre questão do armamento da população em seu país.

PEREIRA, Bárbara. Upcycling promove economia circular ao ressignificar peças da moda e decoração. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 jun. 2010.

Disponível em: https://www.estadao.com.br/emais/comportamento/ upcycling-promove-economia-circular-ao-ressignificarpecas-da-moda-e-decoracao/?srsltid=AfmBOooU2EhXs2n9W Tav_g3qUV8jFAUwHgvBC_Y3wr7w0Wn-mIJztZhc. Acesso em: 30 out. 2024.

• Reportagem aborda tema da reutilização criativa de objetos. PRESSWORKS. Confira 5 tendências de moda sustentável. Valor Econômico, 24 abr. 2024.

Disponível em: https://valor.globo.com/patrocinado/pressworks/ noticia/2024/04/24/confira-5-tendencias-de-moda-sustentavel.ghtml. Acesso em: 14 set. 2024.

• Texto apresenta e comenta aspectos da moda sustentável. PROJETOS educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão. In: TOJO, Joselaine Mendes; AMARAL, Lilian (org.). Rede de redes: diálogos e perspectivas das redes de educadores de museus no Brasil [recurso eletrônico]. São Paulo, 2018.

Disponível em: https://www.sisemsp.org.br/redederedes/artigos/nucleo3/ a2.html. Acesso em: 30 out. 2024.

• Textos sobre diversos processos educativos em museus, incluindo o olhar para acessibilidade.

RESOURCE. Museologia: roteiros práticos: acessibilidade. v. 8. São Paulo: Edusp, 2005.

Disponível em: https://www.edusp.com.br/livros/museologia-vol-8/. Acesso em: 30 out. 2024.

• A obra aborda o tema da acessibilidade aos bens culturais, em particular os disponíveis em museus, arquivos e bibliotecas.

R IBEIRO, Ana Clara; CAMARGO, Paula Giacomazzi. Manipulação de imagens com IA: riscos aos direitos de imagem e voz na publicidade e entretenimento. 8 ago. de 2023.

Disponível em: https://www.bariladvogados.com.br/post/ manipula%C3%A7%C3%A3o-de-imagens-com-ia-riscos-aos-direitos-deimagem-e-voz-na-publicidade-e-entretenimento. Acesso em: 30 jul. 2024.

• Texto aborda direitos em relação a imagens manipuladas com inteligência artificial.

RIBEIRO, Ana Elisa; NOVAIS, Ana Elisa (org.). Letramento digital em 15 cliques. Belo Horizonte: RHJ, 2013.

• A obra aborda as culturas digitais e as formas de se relacionar com elas, por meio de produções autorais, compartilhamento, conectividade e colaboração nas redes presenciais e on-line

ROCHA, Jéssica Norberto et al Guia de museus e centros de ciências acessíveis da América Latina e do Caribe. Rio de Janeiro: Fiocruz: COC, 2017.

Disponível em: http://www.redpop.org/wp-content/uploads/2017/12/GUIA-PTFinal_sem-audiodescri%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

A publicação constitui-se como um guia da acessibilidade em centros de ciências e museus da América Latina e do Caribe.

RODRIGO, V. Protagonismo Juvenil e Educação Transformadora. Futura, 27 abr. 2023.

Disponível em: https://futura.frm.org.br/conteudo/mobilizacao-social/artigo/ protagonismo-juvenil-e-educacao-transformadora. Acesso em: 3 set. 2024. Texto sobre possibilidades de protagonismo para jovens, pensando práticas de uma educação transformadora.

SAMBATECH. Guia completo para produzir um roteiro de sucesso Belo Horizonte, 2019. E-book. Disponível em: https://cdn2.hubspot.net/hubfs/4559537/roteiro%20de%20 sucesso.pdf?utm_campaign=Material%20-%20%5Bebook%5D%20 Kit%20para%20produzir%20roteiros%20de%20sucesso&utm_ medium=email&_hsmi=64038462&_hsenc=p2ANqtz--r-EGVaJ1_ yEUmVDC0D1qSLlSOl3cb4PwM1vrhcvbughcVJBfxFKijg1puDggAZ2ONpJZ32Ra 7AOW23w_gLkysZMu-6ygCbqi7zaskln81VyvhFwM&utm_content=64038462& utm_source=hs_automation. Acesso em: 28 ago. 2024. Material que traz muita informação sobre como criar e estruturar um roteiro.

SAIBA onde descartar seus resíduos. Ecycle. © 2010/2013

Disponível em: https://www.ecycle.com.br/postos/reciclagem.php. Acesso em: 30 out. 2024.

Informação de utilidade pública que permite buscar, pelo CEP indicado, os postos de descarte mais próximos (na cidade de São Paulo), de acordo com os materiais.

SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 2012.

A obra explica o conceito de Pós-Modernismo, referido como o período a partir de 1950, marcado pelas grandes mudanças nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas.

ÃO PAULO (Estado). Você sabe o que é sustentabilidade? São Paulo, 20 jun. 2012.

Disponível em: http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/voce-sabe-oque-e-sustentabilidade/. Acesso em: 14 set. 2024.

• Texto traz definição de sustentabilidade.

SARRAF, Viviane Panelli. Reabilitação do museu: políticas de inclusão cultural por meio da acessibilidade. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

• Dissertação de Mestrado em que a autora investiga a relação entre os museus e pessoas com deficiência, analisando as teorias e práticas voltadas à ação cultural e programas inclusivos.

SERRANO, Layane. Geração Alpha já pode entrar no mercado de trabalho este ano – o que esperar desses profissionais? Exame, 1o jul. 2023. Disponível em: https://exame.com/carreira/geracao-alpha-ja-pode-entrar-nomercado-de-trabalho-neste-ano-o-que-esperar-desses-profissionais/. Acesso em: 30 out. 2024.

• A reportagem traz um panorama do mercado de trabalho com as últimas cinco gerações e faz uma comparação entre profissionais das Gerações Z e Alpha.

TANJI, Thiago. Escravos da moda: os bastidores nada bonitos da indústria fashion. Galileu, 23 jun. 2016.

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/06/ escravos-da-moda-os-bastidores-nada-bonitos-da-industria-fashion.html. Acesso em: 30 out. 2024.

• A matéria aborda como a indústria da moda se vale de uma fórmula que combina o consumo desenfreado e a exploração da mão de obra.

TOJAL, Amanda P. Fonseca. Acessibilidade cultural: inclusão de públicos escolares com deficiência. Caderno Arte mais educação, São Bernardo do Campo.

Disponível em: http://arteinclusao.com.br/wp-content/uploads/2019/01/ Artigo-da-Revista-Arte-Educa%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

• Artigo em que a autora aborda a inclusão de pessoas com deficiência em escolas e museus.

TOJAL, Amanda P. Fonseca et al. Caderno de acessibilidade: reflexões e experiências em museus e exposições. São Paulo: Expomus, 2010.

• A obra apresenta reflexões e experiências de profissionais que se especializaram em acessibilidade e exemplos de instituições museológicas na criação dos seus programas de acessibilidade.

TRATAMENTO de lixo no Japão é exemplo de cuidado com o ambiente. G1, 20 mar. 2017.

Disponível em: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2017/03/ tratamento-de-lixo-no-japao-e-exemplo-de-cuidado-com-o-ambiente.html. Acesso em: 30 out. 2024.

• A matéria aborda o tratamento do lixo como um princípio de preservação do meio ambiente no Japão, que inclui a preocupação com a reciclagem e o cuidado de não produzir muito lixo.

TUCHLINSKI, Camila. Exagero no uso de filtro em selfies pode revelar fragilidade emocional. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 9 ago. 2019.

Disponível https://www.estadao.com.br/emais/comportamento/exagero-nouso-de-filtro-em-selfies-pode-revelar-fragilidade-emocional/. Acesso em: 30 out. 2024.

• Reportagem entre que relaciona as selfies e a manipulação de imagens.

VIEIRA, Barbara Muniz. Indígenas da Zona Norte de SP cantam rap em guarani para defender causa indígena. G1, 24 jan. 2019.

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/24/ jovens-indios-da-zona-norte-de-sp-cantam-rap-em-tupi-guarani-paradefender-causa-indigena.ghtml. Acesso em: 30 out. 2024.

• Matéria sobre o uso do rap como expressão artística e política por indígenas da Zona Norte de São Paulo.

VINICIUS, Marcus. Manual de instruções para cegos. Rio de Janeiro: Letras; Juiz de Fora: FUNALFA, 2004. p. 19-20.

• Poemas que abordam o tema da deficiência visual, escritos pelo autor Marcos Vinicius, ganhador do Prêmio Cidade Juiz de Fora de Literatura.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

Caro professor, cara professora,

Os Projetos Integradores que elaboramos para vocês apresentam estudos interdisciplinares que pretendem mobilizar o protagonismo juvenil e as competências e habilidades cognitivas e socioemocionais. Além disso, as ações elaboradas estimulam a investigação e instigam a reflexão sobre os aspectos da vida pessoal e profissional dos estudantes.

Certamente, no cotidiano da sua escola, você já desenvolveu práticas integradoras em diferentes situações. Assim, ao preparar este Manual, pretendemos oferecer outras possibilidades de trabalhar temas que fazem parte do cotidiano dos estudantes e da comunidade onde estão inseridos.

Sabemos que o livro é somente um dos instrumentos disponíveis para a produção de conhecimento. Por esse motivo, sugerimos recursos alternativos que ampliam e valorizam tanto a sua capacidade de ação como a dos estudantes.

Esperamos que as práticas desenvolvidas nos Projetos Integradores sejam úteis, dinâmicas e eficazes para você no propósito que é o de todo educador: o de formar e acolher todas as juventudes da escola.

Bom trabalho!

SUMÁRIO

ETAPA 1: Vamos começar

Projeto 1 – Acessibilidade: os museus são para todos?

Projeto 2 – Juventudes: como valorizar as manifestações e culturas juvenis na escola?

Projeto 3 – Mídias digitas: é tudo verdade?

Projeto 4 – Papo aberto: como mediar conflitos na escola?

Conhecendo a Coleção

Para começar – escola, transformação e projetos

As transformações sociais, científicas e tecnológicas, no decorrer do século XX e nas primeiras décadas do século XXI, atingiram fortemente o espaço escolar. A escola é um lugar voltado para a produção do conhecimento e, neste contexto de inovação, é desafiada a criar novas formas de produzir, transmitir e coletivizar o conhecimento para propiciar uma educação que estimule o desenvolvimento dos estudantes, a fim de adquirir condições de enfrentar as demandas do mundo contemporâneo.

[...]

As transformações sociais, políticas e econômicas que vivenciamos nas décadas recentes estenderam a educação formal para quase 100% da população, trazendo consigo demandas e necessidades de uma sociedade democrática, inclusiva, permeada por diferenças. Além disso, o surgimento de novas realidades e linguagens, digitais e virtuais vem demandando de educadores, políticos e da população em geral uma reinvenção da escola que conhecemos, cujo modelo se consolidou no século 19.

Para continuar ocupando o papel de destaque que as sociedades lhe destinaram nos últimos 300 anos, a escola depende, paradoxalmente, tanto da capacidade de conservar suas características de excelência e de produtora de conhecimentos como da capacidade de transformação para adaptar-se a novas tecnologias e exigências da sociedade, da cultura e da ciência. [...] (Araújo, 2014, p. 8).

A necessidade de transformações fundamenta a elaboração de métodos que inovam as formas de desenvolver os conteúdos trabalhados na escola. Além disso, é preciso ressaltar que esses saberes proporcionam a busca de valores que podem influenciar na formação de um cidadão engajado na produção das prementes transformações sociais, científicas e econômicas, entre outras, que contribuirão para um futuro mais satisfatório para a humanidade.

Dentro dessa concepção, é indispensável a “reinvenção” de uma educação escolar que contemple a utilização das novas tecnologias na construção dos conhecimentos. É nesse contexto que propomos o trabalho com metodologias de projeto interdisciplinar na escola, destinadas a apresentar situações de aprendizagem dinâmicas e investigativas, capazes de envolver estudantes e comunidade escolar não somente na produção de informações, mas também no desenvolvimento de habilidades, na mudança

de comportamentos e na obtenção de conhecimentos significativos de forma cooperativa, integrada e criativa.

O Novo Ensino Médio

As rápidas transformações tecnológicas e culturais que ocorrem em nossa sociedade nos trazem também a tarefa de reavaliarmos, como professores, o que compreendemos por juventude. O reconhecimento dos jovens como sujeitos de direitos exige que passemos a compreendê-los como pessoas dotadas de singularidades que não correspondem à visão de que eles são apenas “adultos em formação”. É preciso reconhecer que existem múltiplas juventudes em nosso país, respeitando-as em sua pluralidade.

A presente obra foi elaborada de acordo com as orientações curriculares formuladas na Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, que se baseia na perspectiva da multiplicidade. Como se sabe, esse documento “é um conjunto de orientações que deverá nortear a (re)elaboração dos currículos de referência das escolas das redes públicas e privadas de ensino de todo o Brasil. A Base trará os conhecimentos essenciais, as competências, habilidades e as aprendizagens pretendidas para crianças e jovens em cada etapa da educação básica” (Brasil, 2018).

Nesse contexto, uma ampla reformulação do currículo tem ocorrido em todas as etapas da Educação Básica. No caso do Ensino Médio, especificamente, a Lei no 13.415/2017 definiu uma nova organização, considerando a complexidade do mundo do trabalho e da sociedade contemporânea. Essa reestruturação está prevista na BNCC e nos itinerários formativos baseados no desenvolvimento de competências e habilidades.

Competências e habilidades

A nova organização curricular tem como base a formação ética voltada a valores de justiça, solidariedade, respeito aos direitos humanos e combate a preconceitos.

É importante destacar que os componentes curriculares farão parte do processo de formação dos estudantes nos Projetos Integradores, de forma integrada nas áreas. A interdisciplinaridade atua na integração de componentes curriculares com o propósito de relacionar temas e conteúdos específicos de cada área e promover o diálogo, a interação e a globalização dos saberes, como explica Hernández: “Globalizar, do ponto de vista escolar, significa somatória de matérias, conjunção de diferentes disciplinas ou ciências, centralizar múltiplos ângulos de um tema para descobrir conexões de saberes” (1998, p. 47). Assim, esta obra pretende oferecer caminhos de trabalho com

abordagem globalizada e alinhada aos pressupostos da BNCC (Brasil, 2018, p. 470), na qual [...] para cada área do conhecimento, são definidas competências específicas, articuladas às respectivas competências das áreas do Ensino Fundamental, com as adequações necessárias ao atendimento das especificidades de formação dos estudantes do Ensino Médio.

Portanto, em consonância com a BNCC, o novo Ensino Médio pretende ampliar os repertórios e a autonomia nos estudos, tendo como desafios o diálogo entre as áreas do conhecimento e o uso das novas tecnologias de maneira crítica e consciente. Espera-se, dessa forma, favorecer o protagonismo do jovem na escola e na sociedade e seu desenvolvimento socioemocional.

Mas e as c ompetências, o que são? Competência é definida como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais) e atitudes e valores, para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno e xercício da cidadania e do mundo do trabalho” (Brasil, 2018, p. 8).

As competências gerais foram formuladas considerando-se a perspectiva de que os estudantes tenham acesso a uma educação integral, que inclui a aprendizagem de tecnologias presentes em nosso cotidiano. Por meio delas, é esperado que os jovens aprendam a saber fazer, estando abertos e reagindo de forma autônoma às rápidas mudanças que vivenciarem. Dessa maneira, o conjunto de competências consideradas imprescindíveis para que os estudantes atinjam os objetivos de aprendizagem, dominem procedimentos necessários e potencializem o desenvolvimento socioemocional na escola são, conforme a BNCC (Brasil, 2018, p. 9-10):

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens − verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, vi-

sual, sonora e digital −, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

O conjunto de competências gerais e específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias possibilita que sejam delineados os conteúdos atitudinais e procedimentais pertinentes a cada turma, à estrutura da escola e à comunidade onde os estudantes estão inseridos. Assim, para o Novo Ensino Médio, espera-se uma maior flexibilidade para que docentes elaborem seus planos de ensino de acordo com o perfil e necessidades de seu público.

Competências socioemocionais

A educação tem mudado sua prática nos últimos anos para além do desenvolvimento das habilidades cognitivas vinculadas ao conhecer, compreender, relacionar, comparar, entre outras. Para a resolução dos problemas contemporâneos, considera-se também importante desenvolver as competências socioemocionais: ser solidário, trabalhar em grupo, ter empatia e ética, por exemplo, são valores essenciais para a formação de um cidadão autônomo, crítico e criativo para o mundo.

De acordo com as novas diretrizes da BNCC, as competências socioemocionais deverão ser incluídas ao currículo escolar. Assim, também cabe aos Projetos Integradores ampliar e relacionar os conhecimentos conceituais às atitudes, com o objetivo de mobilizar o estudante para uma aprendizagem significativa e integral para a vida no século XXI. Para tanto, cinco competências são essenciais:

Autoconsciência Relaciona-se com os conhecimentos, as forças e as limitações das pessoas, sempre estimulando atitudes otimistas e voltadas para o crescimento.

Autogestão Envolve a definição de metas, o controle dos impulsos e o gerenciamento do estresse.

Consciência social Envolve o respeito à diversidade e o exercício da empatia.

Habilidades de relacionamento Relacionam-se com as habilidades de falar com clareza, ouvir com empatia, cooperar na solução de conflitos de modo respeitoso e resistir à pressão social inadequada, como o bullying.

Tomada de decisão responsável Envolve as interações sociais e as escolhas pessoais, de acordo com os cuidados e padrões éticos que envolvem uma sociedade. Assim, o grande desafio é investir nas competências acadêmicas e emocionais para beneficiar o estudante no seu desenvolvimento integral, contribuindo para o aprimoramento das relações no espaço escolar e em todos os âmbitos da vida. Com essas diretrizes, é recomendável, sempre que for oportuno, tematizar questões relacionadas com problemas que ocorrem na vida do jovem, como bullying, comportamento agressivo, violência praticada contra o outro ou autoprovocada, enfim, questões que interferem na saúde mental dos estudantes. Os Projetos Integradores, por sua metodologia, permitem que esses problemas também sejam trabalhados. A reflexão sobre eles pode ser bem-sucedida se resultar em atividades que promovam relações mais empáticas, respeitosas e éticas.

Projetos Integradores

A palavra projeto é derivada do latim projectus, que significa “lançar-se para frente”, possibilitando a ideia de movimento, de mudança. Os projetos podem ser entendidos como planos de ação ou estratégias organizadas explicitamente para alcançar resultados determinados.

Se refletirmos sobre a educação escolar com base nessas ideias, a metodologia de projetos integradores de pesquisa é uma proposta que busca a solução de problemas como fonte de desafio e de aperfeiçoamento educacional. Ela se estrutura em experiências e vivências colaborativas, envolvendo diferentes componentes curriculares integrados, para construir conhecimentos e promover o protagonismo do estudante. Os Projetos Integradores desenvolvem habilidades relacionadas à pesquisa, à tomada de decisões e à atuação em equipe para atingir objetivos de aprendizagem predeterminados.

O estudante e a comunidade têm papel fundamental na construção do conhecimento motivado pelas perguntas suscitadas nos projetos. Dessa forma, no ensino promovido pela metodologia de projetos integradores de pesquisa, aprende-se com experiências colaborativas e atividades motivadoras, nas quais prevalece a comunhão de vivências entre estudantes, professores e comunidade escolar de forma significativa e contextualizada.

No Ensino Médio, pode-se buscar mais problematização e análise de contextos, conjunturas e fenômenos locais e globais. Dessa f orma, por meio de métodos de pesquisa escolar, pautados em evidências científicas, os estudantes podem construir hipóteses, argumentos e caminhos possíveis para solucionar problemas de sua r ealidade, contando com o auxílio do professor no sentido de facilitar a aquisição de capacidades relacionadas com:

– a autodireção: pois favorece as iniciativas para levar adiante, por si mesmo e com outros, tarefas de pesquisa;

– a inventiva: mediante a utilização criativa de recursos, métodos e explicações alternativas;

– a formulação e resolução de problemas, diagnóstico de situações e o desenvolvimento de estratégias analíticas e avaliativas;

– a integração, pois favorece a síntese de ideias, experiências e informação de diferentes fontes e disciplinas;

– a tomada de decisões, já que será decidido o que é relevante e o que se vai incluir no projeto;

– a comunicação interpessoal, posto que se deverá contrastar as próprias opiniões e pontos de vista com outros, e tornar-se responsável por elas, mediante a escrita ou outras formas de representação [...] (Hernández, 1998, p. 73-74).

Metodologias de aprendizagem baseadas em Projetos Integradores

Sabemos que nenhum conhecimento é estanque ou isolado, pois todos se integram a outros conhecimentos quando vistos em contexto. Áreas, saberes, competên -

cias e habilidades se relacionam dando origem a novos conhecimentos.

Ao definir os conteúdos que deverão ser desenvolvidos no ano letivo, os professores se deparam com questões relacionadas ao que é, de fato, importante ensinar aos estudantes em cada componente curricular: Quais conhecimentos são relevantes e quais habilidades eles precisam desenvolver no Ensino Médio?

Nesse sentido, um planejamento escolar minucioso e bem organizado pode ajudar na seleção dos conteúdos adequados, haja vista não ser viável abarcar a totalidade de conteúdos de todos os componentes curriculares em um período letivo limitado. Além disso, um planejamento escolar que se propõe a esgotar os conteúdos acaba por não selecionar ou definir o que é o mais importante para o estudante aprender e desenvolver.

A metodologia de aprendizagem fundamentada em projetos interdisciplinares apresenta-se como uma estratégia didática voltada à construção de saberes significativos, que agregam conhecimentos de diversas disciplinas e ativam os saberes em direção a questões relacionadas ao cotidiano do estudante e do mundo que o cerca.

[...]

Todos os processos de organizar o currículo, as metodologias, os tempos, os espaços precisam ser revistos e isso é complexo [...]. Por isso, é importante que cada escola defina um plano estratégico de como fará estas mudanças. Pode ser de forma mais pontual inicialmente, apoiando professores, gestores e alunos – alunos também e alguns pais [...]. Podemos realizar mudanças incrementais, aos poucos ou, quando possível, mudanças mais profundas, disruptivas, que quebrem os modelos estabelecidos. Ainda estamos avançando muito pouco em relação ao que precisamos. [...] (Morán, 2015, p. 31).

Se, anteriormente, a função dos estudantes se restringia a aprender os conteúdos e a fazer tarefas, atualmente o que se espera é que eles tenham participação ativa no processo de aprendizagem. Nesta proposta, o professor deixa o papel centralizador que tradicionalmente é atribuído a ele. Tampouco os livros escolares precisam apresentar longos textos teóricos e atividades organizadas para auxiliar o trabalho do professor e a aprendizagem do estudante.

As propostas aqui desenvolvidas não objetivam a memorização de conteúdos, mas colocam o estudante como foco do processo de aquisição de saberes, com o professor atuando como orientador, a fim de instigar e auxiliar os estudantes no processo de produção do conhecimento. O livro é um instrumento auxiliar, sistematizando o processo do conhecimento, oferecendo as orientações necessárias para a investigação, organização e aplicação do conhecimento produzido.

Se assumimos que a aprendizagem tem como meta principal a produção de conhecimentos significativos, valorizando questões do universo do estudante e da comunidade escolar, o papel que cabe às escolas, aos professo-

res e aos estudantes é pesquisar, refletir e experimentar soluções mais eficazes para problemas do mundo contemporâneo. Assim, a escola contribuirá para a construção de uma sociedade preocupada com o desenvolvimento de valores como respeito mútuo, ética, democracia, sustentabilidade e com a formação de cidadãos capacitados e questionadores, que buscam qualidade de vida e a preservação do planeta e dos seres que nele habitam.

A escola, como uma comunidade de investigação, deve proporcionar aos estudantes todos os meios possíveis para uma aprendizagem significativa, que lhes sirva futuramente para aprender com autonomia.

Melhorar a compreensão leitora é uma das dimensões essenciais desses objetivos, como discute o texto a seguir. [...]

Promover a antecipação ou predição de informações, acionar conhecimentos prévios, verificar hipóteses são algumas das estratégias que ele [o professor] pode ensinar os estudantes a realizarem para que eles tenham boa compreensão leitora. O certo é que o processo inferencial ocorre com grande dinamismo e conduz o leitor a organizar constantemente as informações para processar e compreender o que lê. Esse processo pode ser ensinado por meio de estratégias que conduzem à explicitação dos implícitos, ao preenchimento de lacunas com informações que emergem com base em pistas textuais associadas ao conhecimento de mundo que tais pistas requisitam e, além disso, à exclusão ou confirmação de hipóteses cuja pertinência depende de comprovação. A informação inferida não está no texto, mas só pode ser acessada por meio dele (Dell'isola, 2014).

Perguntas-chave e sequências didáticas

Um dos alicerces da proposta desta obra são as perguntas-chave que abrem cada Projeto Integrador e que devem ser respondidas pelos estudantes. Trata-se de uma abordagem que lhes possibilita compreender que os saberes escolares têm relevância social e que, somando-se ao processo de investigação e criação que eles desenvolverão durante as atividades aqui propostas, torna o ato da aprendizagem mais significativo para os estudantes. Já as sequências didáticas são um recurso bastante útil no planejamento das atividades. Sabendo de antemão os recursos e as técnicas que utilizará, o professor poderá administrar melhor o tempo de cada aula e mais facilmente dimensionar a distribuição dos conteúdos ao longo do planejamento elaborado por ele.

Resumidamente, sequências didáticas são

[...] um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos (Zabala, 1998, p. 18).

As sequências didáticas estão relacionadas ao planejamento de ensino, o que implica objetivos e metas definidos a partir dos conteúdos a serem trabalhados.

[...] uma forma de planejamento de aulas que deve favorecer o processo de aprendizagem por meio de atividades planejadas e desenvolvidas como situações didáticas encadeadas, formando um percurso de aprendizagem para que o estudante construa conhecimentos ao realizá-las. Assim, as atividades que constituem uma sequência didática não são escolhidas aleatoriamente. O professor as encadeia a partir de sua hipótese sobre as necessidades de aprendizagem, de modo que cada atividade potencialize a outra, permitindo que os estudantes reelaborem conhecimentos, coloquem em uso e/ou ampliem o que já aprenderam. O professor cria nesses encadeamentos desafios perante os conteúdos apresentados [...]. (São Paulo, 2007).

Nesse excerto, evidencia-se a ideia de percurso, que remete ao caminho a ser trilhado pelo estudante, previamente definido pelo professor. As hipóteses levantadas pelo professor sobre as necessidades de aprendizagem indicam a importância da relação entre teoria e prática para a elaboração da sequência. Sendo a hipótese uma resposta preliminar a um problema ou a uma pergunta, em sala de aula, é importante que elas criem desafios vinculados às necessidades de aprendizagem identificadas também na sala de aula. É no contato regular com os estudantes que o professor poderá reavaliá-las, tendo como base os referenciais teóricos adotados.

Metodologias ativas

As estratégias mencionadas até aqui, que buscam garantir uma aprendizagem significativa colocando o estudante como protagonista da produção do conhecimento, são chamadas metodologias ativas.

Sabe-se que as ações educativas, em qualquer âmbito, contribuem para a introdução, o desenvolvimento e a consolidação de diferentes conhecimentos ao longo da vida. No processo de construção do conhecimento escolar, é fundamental que as ações educativas sejam motivadoras, para que os estudantes possam compartilhar os saberes já adquiridos, fazer descobertas, desenvolver competências e adquirir novos conhecimentos.

Dessa maneira, ações educativas devem assegurar que as intervenções didáticas atuem de forma que as atividades estimulem o desenvolvimento das estruturas cognitivas e afetivas. Além disso, as ações educativas também precisam possibilitar a formação para a cidadania, para que os estudantes, ao se apropriarem do conhecimento científico, compreendam melhor a realidade e manifestem consciência de seus direitos e de valores como justiça, igualdade e solidariedade.

Este livro baseia-se em pesquisas sobre ensino e aprendizagem que mostram diferentes maneiras de esti-

mular o pensamento crítico e de promover a capacidade de argumentar e resolver problemas. Dessa forma, pretende-se que os estudantes questionem ou ampliem a visão que possuem, apropriando-se de experiências que instigam o saber e o saber fazer, sempre amparados no conhecimento científico.

As abordagens educacionais, tanto no âmbito curricular como em relação às metodologias de ensino, destacam cada vez mais o protagonismo do estudante na construção do conhecimento, a ampliação do repertório cultural e a formação de um sujeito de direitos. Isso implica mudanças ou ampliação de práticas pedagógicas que deem suporte a esse processo.

[...] As situações que nos parecem mais favoráveis ao processo de construção são aquelas em que o aluno participa efetivamente do planejamento das atividades, com objetivos claramente estabelecidos, mesmo que as tarefas e seu significado venham a se modificar ao longo da execução do projeto negociado com a turma. Quanto maior o envolvimento do aprendiz com o seu processo de aprendizagem, com os objetivos de seu conhecimento, maiores serão as possibilidades de uma aprendizagem significativa, de uma mudança conceitual efetiva e duradoura. Além disso, o processo favorece não apenas a aprendizagem de conceitos, mas ainda de procedimentos e atitudes em relação ao conhecimento e ao trabalho cooperativo. [...] (Aguiar Junior, 1995, p. 14).

Diante disso, com uma formação docente sólida, que considere os saberes conceituais e metodológicos do componente que será ensinado, o professor não apenas trabalha com esses conhecimentos e saberes, mas também tem mais repertório e estratégias para integrá-los e relacioná-los a outros componentes ou áreas, organizando suas aulas por meio de situações de aprendizagem que contextualizem os conteúdos.

Ao descrever uma situação, conjugando o conhecimento escolar à realidade do indivíduo, o professor estimula seus estudantes a aplicar conhecimentos em vivências cotidianas, facilitando a compreensão conceitual.

O professor, quando apresenta a origem científica dos saberes, observando um fato ou fenômeno ou provocando o estudante a superar uma visão estática e dogmática da natureza do conhecimento, ajuda-o a superar o senso comum. Dessa maneira, um ensino com foco na transmissão de dados e na memorização é um grande obstáculo para o desenvolvimento de habilidades cognitivas necessárias para a metodologia ativa por resolução de problemas, pois ela envolve diferentes situações de aprendizagem, tais como relatos, discussões, argumentações, questionamentos e explicações, de modo a mobilizar o pensamento do estudante.

[...]

Uma só forma de trabalho pode não atingir a todos os alunos na conquista de níveis complexos de pensamento e de comprometimento em suas ações, como desejados, ao mesmo tempo e em curto tempo. Essa é a razão

da necessidade de se buscarem diferentes alternativas que contenham, em sua proposta, as condições de provocar atividades que estimulem o desenvolvimento de diferentes habilidades de pensamento dos alunos e possibilitem ao professor atuar naquelas situações que promovem a autonomia, substituindo, sempre que possível, as situações evidentemente controladoras.

Cabe ao professor, portanto, organizar-se, para obter o máximo de benefícios das Metodologias Ativas para a formação de seus alunos. [...] (Berbel, 2011, p. 37).

Nos Projetos Integradores, quando se atua dessa forma, assume-se que a aula passa a ser investigativa, por meio da resolução do problema.

Aprendizagens por resolução de problemas

O método PBL (problem-based learning) ou ABP (aprendizagem baseada em problemas) visa a uma aprendizagem ativa e significativa orientada pelos seguintes princípios: construtivo, colaborativo, contextual e autodirigido.

Nesse método, a partir da contextualização e da resolução de problemas reais, o estudante constrói ativamente o conhecimento de maneira colaborativa ao compartilhar tarefas e responsabilidades. O resultado, no decorrer desse trabalho, é a formação do sujeito e o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, como liderança, senso crítico, comunicação, trabalho em equipe, raciocínio lógico, entre outras.

No contexto das práticas pedagógicas, sabe-se que existem várias maneiras de ensinar e aprender; contudo, ao propor mudanças nas práticas de sala de aula, há a necessidade de fazer leituras de aprofundamento para que as alterações nas práticas não sejam compreendidas como “modismos pedagógicos”. A prática com base em metodologias ativas por resolução de problemas é um caminho de mudanças pedagógicas que possibilita mobilizar os estudantes para a construção do conhecimento e para a busca pela autonomia intelectual.

Muitos professores têm experiência em sala e consciência de que não há uma única e perfeita metodologia que esolva uma situação de ensino e aprendizagem. Também sabem, por experiências concretas, que algumas medidas reais e muito próximas do cotidiano podem tornar a aprendizagem mais estimulante e significativa, e o ensino, coerente com a proposta de formar sujeitos que contribuam com a sociedade, questionando valores, levantando hipóteses sobre o que lhes acontece e argumentando cientificamente sobre fatos e fenômenos.

Como qualquer método de ensino, o PBL tem diferentes formas de aplicação e princípios filosóficos e metodológicos. Além disso, o PBL adota uma linha metodológica que, necessariamente, precisa apresentar problemas bem definidos, porque são eles que determinam os conceitos e conteúdos que serão desenvolvidos e a motivação que será gerada nos estudantes. Nesse sentido, o PBL supera

uma prática de aula tradicional para torná-la um ambiente de ensino no qual estudantes e professores trabalham em conjunto para construir conhecimento com significado.

O que vai definir a qualidade do problema são o objetivo e o processo de investigação; e é no contexto da resolução que o estudante percebe os conteúdos embutidos no problema. Portanto, ao propor uma pergunta ou um problema, o estudante deve ser motivado a pensar, estabelecendo conexões entre áreas do conhecimento.

Ao conduzir uma aula que supera um ambiente tradicional, o professor permite ao estudante percorrer os próprios caminhos para a aprendizagem, pensando nos saberes científicos e, também, em como ”fazer ciência” e em entender de que forma se pode investigar (pesquisar) por meio da resolução de problemas.

Pelas etapas do PBL, o professor planeja um percurso para a aula considerando os interesses dos estudantes, seus conhecimentos prévios e as ações que podem desestabilizá-los cognitivamente, com o objetivo de obter mudanças conceituais e competências associadas à obtenção de informação e à resolução de problemas. Tendo por base os fundamentos da teoria de Ausubel (1968), a aprendizagem significativa poderá ocorrer se houver uma contextualização envolvendo fatos e fenômenos do cotidiano relacionados às explicações científicas. Essa linha metodológica pode acontecer em toda a educação básica.

A bibliografia a respeito do PBL informa que, até os anos 1980, sua aplicação estava majoritariamente vinculada ao currículo das áreas da saúde, como Medicina e Enfermagem, e aos cursos de Engenharia, Química e Física. Já nos anos 1990, propagaram-se experiências relacionadas ao PBL para as áreas de Direito e Administração e, no final dessa década, encontramos relatos do PBL aplicado ao Ensino Fundamental e Médio (Glasgow, 1997; Lambros, 2002).

Teorias cognitivas

Os trabalhos recentes sobre PBL têm se apoiado em teorias cognitivistas, que são aquelas que investigam como o indivíduo interpreta e armazena a informação adquirida. Pelas teorias cognitivistas, o indivíduo aprende por meio de um processo dinâmico, no qual o que será aprendido se relaciona com sua estrutura cognitiva e passa por um processo de organização, ruptura e atribuição de novos significados.

As primeiras aplicações dos estudos das ciências cognitivistas no campo da educação foram realizadas por Robert Gagné em meados dos anos de 1970. O modelo do tratamento da informação criado por Gagné contribuiu para melhorar a compreensão do processo de aprendizagem. A partir desse modelo, é possível ver que o processo de aprendizagem comporta três fases distintas, porém complementares: a aquisição, a retenção e a transferência. Pode-se acrescentar a isso o desenvolvimento da metacognição.

Tomando por base a teoria cognitivista, o docente deve:

1. Ensinar explicitamente como fazer, quando fazer, onde fazer e por que fazer.

2. Assegurar-se de que as aprendizagens foram realizadas pelo menos algumas vezes em aula.

3. Ajudar o estudante a distinguir o essencial, a reter aquilo que viu e ouviu ou objetivar as aprendizagens realizadas em aula.

Para os cognitivistas, as atividades de aprendizagem constituem uma situação de resolução de problemas. No processo de aprendizagem, resolver diferentes problemas gera novos saberes (Gauthier; Tardif, 2010).

O que é um problema?

A concepção em torno do que é um problema, adotada no desenvolvimento desse material, pode ser entendida na seguinte frase de Pozo, Postigo e Crespo (1995, p. 16): [...] a solução de problemas estaria mais relacionada à aquisição de procedimentos eficazes para a aprendizagem, sendo um procedimento definido como um conjunto de ações organizadas para a consecução de uma meta.

[...]

Orientar o currículo para a solução de problemas significa procurar e planejar situações suficientemente abertas para induzir os estudantes à busca e apropriação de estratégias didáticas; por exemplo, a pesquisa em fontes diversas e o uso de diferentes gêneros textuais para dar respostas a perguntas escolares e/ou para o desenvolvimento do conteúdo escolar.

Partir de uma pergunta ou de um processo investigativo para estudar reforça o enfoque das metodologias ativas e isso pode ocorrer em qualquer área do conhecimento escolar.

A metodologia da resolução de problemas fundamenta-se na ideia de que a educação é uma ação e um processo exercidos na mediação entre professor e estudante. Sendo assim, no processo educativo, os estudantes devem ser estimulados a pensar, a ter consciência de suas capacidades de trabalhar por hipóteses, a ressignificar suas experiências, a fim de dar sentido ao que aprendem na escola. Carvalho (2011, p. 255-257) assim descreve as premissas iniciais de uma sequência de ensino investigativa:

Da importância de um problema para um início da construção do conhecimento. Esse é um ponto fundamental que retiramos das leituras dos trabalhos piagetianos: sempre eram propostas questões para que o indivíduo organizasse seu pensamento. Esse ponto – a importância do problema como gênese da construção do conhecimento – também está presente nos trabalhos de Bachelard [...], quando ele propõe que “todo conhecimento é a resposta a uma questão”.

Da ação manipulativa para a ação intelectual. Traduzindo para o ensino a necessidade apontada pelos trabalhos de Piaget da passagem da ação manipulativa para a ação intelectual e vice-versa, isto é, da ação intelectual para a construção de novas hipóteses que levarão a uma ação manipulativa mais diferenciada, temos de criar espaços em nossas au-

las [...] para que o aluno tenha a oportunidade de elaborar essas passagens.

A importância da tomada de consciência de seus atos para a construção do conhecimento. A tomada de consciência é um fator essencial na construção do conhecimento [...] sendo que o referencial teórico nos mostra que nem sempre isso acontece, de maneira espontânea. Assim, em uma sala de aula [...] cabe ao professor, por meio de questões, levar os alunos à tomada de consciência do que fizeram, isto é, quais foram suas ações, para resolver o problema proposto.

As diferentes etapas das explicações científicas. As discussões com os alunos precisam chegar até a etapa das explicações do fenômeno que está sendo estudado. Observamos esta fase quando, nas falas dos alunos, estes deixam de ser eles próprios os agentes e passam a falar do fenômeno com um agente ativo [...]. Alguns alunos vão além atribuindo uma inovação (uma nova palavra) à realidade para dar coerência a suas explicações. Ao responderem à pergunta “por que deu certo o problema?”, alguns alunos param nas explicações legais dando suporte às leis. Alguns alunos vão mais longe chegando às explicações causais, e nessa hora eles vão procurar uma nova palavra em seu vocabulário para se comunicar – é o começo da conceitualização. Na sala de aula [...] o professor deve ter consciência dessa possibilidade ajudando os alunos na conceitualização do conteúdo e não esperando que todos cheguem sozinhos a essa etapa.

As atividades propostas visam vincular o estudante ao processo, ou seja, inseri-lo em situações reais, tais como um cenário do cotidiano, uma imagem, um vídeo, entre outras situações, reforçando a ideia de que a aprendizagem por descoberta promove significados.

As investigações sugeridas nas atividades podem ser elaboradas de forma individual, em dupla ou em grupos de trabalho e são indicadas nos enunciados ou em ícones, que buscam auxiliar tanto na organização das propostas, como também orientar nas possíveis configurações do espaço escolar.

Temas Contemporâneos

Transversais (TCTs)

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) buscam a contextualização de temas relevantes para o desenvolvimento dos estudantes como cidadãos.

De acordo com o MEC (2018), os TCTs visam garantir aos estudantes os direitos de aprendizagem, pelo acesso aos conhecimentos que possibilitam a formação para a cidadania, a democracia e o mundo do trabalho, além de estimular o respeito às características econômicas e culturais regionais, locais e específicas da comunidade escolar.

Eles estão dispostos em seis temáticas, identificadas no esquema a seguir:

Meio ambiente

Educação ambiental e Educação para o consumo

Economia

Ciência e tecnologia

Ciência e tecnologia

Trabalho, Educação financeira e Educação fiscal

Temas Contemporâneos

Transversais (TCTs) BNCC

Multiculturalismo

Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

Saúde Saúde e Educação alimentar e nutricional

Cidadania e civismo

Vida familiar e social, Educação para o trânsito, Educação em direitos humanos, Direitos da criança e do adolescente e Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Os Temas Contemporâneos Transversais são utilizados como referência nacional para a elaboração de propostas pedagógicas e as temáticas abordadas estão presentes nas investigações sugeridas nos Projetos Integradores disponíveis neste livro. Para os estudantes, evidenciamos os TCTs nas páginas iniciais que apresentam a visão geral do projeto, e para os professores, eles estão indicados nas orientações didáticas.

Projetos Integradores, cidadania e o mundo do trabalho

O Ensino Médio engloba uma proposta educacional que tem como meta preparar os estudantes para suas necessidades pessoais e seus projetos que envolvem futuras demandas pessoais e profissionais. Além disso, busca exercitar a cidadania plena, mediante o desenvolvimento da autonomia intelectual, do pensamento crítico e da reflexão sobre a sustentabilidade planetária, conforme sugerido em documentos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Neste livro de Projetos Integradores, contemplamos aspectos fundamentais relacionados à cidadania e ao projeto de vida, principalmente relacionado com o mundo do trabalho. No decorrer de cada projeto, são desenvolvidas propostas, nas quais os estudantes, com a orientação dos professores, são convidados a exercitar e tomar decisões que envolvem autonomia, responsabilidade e desenvolvem a percepção e a reflexão sobre as aspirações cidadãs e profissionais. Desta forma, estruturamos propostas, com textos e perguntas desafiadoras, que atendem e mobilizam questões que envolvem:

• A reflexão sobre a cidadania, abrangendo a relação dos estudantes com os colegas, os familiares e a comunidade, para que eles atuem de forma respeitosa, consciente e sustentável.

• A percepção e a identificação dos interesses e aspirações profissionais que abrange o mundo do trabalho, bem como a promoção e o alinhamento entre a vida pessoal e profissional dos estudantes.

Nesse sentido, os temas que apresentam as múltiplas visões sobre os fenômenos e processos envolvendo o trabalho humano e os distintos campos de atuação profissional relacionados com os saberes característicos das áreas do conhecimento são desenvolvidos em diversos momentos no decorrer dos conteúdos tratados e, por essa razão, não apresentam um lugar fixo nos projetos.

Propostas de ampliação e inclusão

A escola é um ambiente ideal para preparar os estudantes para a vida em sociedade. Encontramos nela distintas realidades; dessa forma, é necessário diversificar as estratégias de ensino-aprendizagem para possibilitar a construção de conhecimentos e o desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes.

No que diz respeito às pessoas com deficiência, a educação inclusiva é um fundamento essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais respeitosa, justa e igualitária. Para o educador, pesquisador e especialista em acessibilidade Romeu Sassaki (1938-2022), a inclusão educacional precisa promover uma ampla cultura de respeito às diferenças e envolver a adaptação de práticas pedagógicas para a inserção de estudantes com deficiência no ambiente escolar. A escola inclusiva deve possibilitar que todos os estudantes tenham acesso ao aprendizado em condições de equidade, respeitando suas potencialidades e necessidades específicas.

Por isso, ao longo deste livro, sugerimos a utilização de atividades de ampliação e de propostas que possibilitem a realização de trabalhos em diferentes formatos, como em duplas ou em grupos, onde os estudantes possam interagir socialmente. São também fornecidas algumas indicações simples de estratégias individuais, coletivas ou colaborati-

vas a fim de acomodar estudantes com deficiência e dificuldades de aprendizagem para, dessa forma, ampliar o repertório pedagógico. Essas estratégias podem ser expandidas e adaptadas para diversos contextos educacionais e propostas, principalmente pelas atividades de múltiplas linguagens desenvolvidas nos Projetos Integradores.

Avaliação de aprendizagem

O processo de aprendizagem e de avaliação está diretamente relacionado com o ato de aprender e de ensinar. Nesses processos, é preciso levar em consideração o enfoque pretendido, isto é, se o objetivo é averiguar se o estudante assimilou e aprofundou informações sobre um tema ou se associou os conceitos e as informações com situações do cotidiano. Assim, é essencial que o processo de avaliação seja funcional e adequado aos objetivos propostos. Por ser um processo contínuo, sistemático e ordenado, a avaliação deve ser discutida com os estudantes, que precisam saber “como, por que e para que” são avaliados. Desse modo, os estudantes entendem que não são avaliados pela produção final, mas durante todas as propostas de trabalho.

Como na aprendizagem proposta em projetos, o problema é o ponto de partida, sendo fundamental que todos os procedimentos sejam planejados e definidos em todo o processo. Dessa forma, os projetos foram desenvolvidos em etapas que visam acompanhar todo o período de aprendizagem dos estudantes. Na etapa 1: Vamos começar – é promovido o diagnóstico dos conhecimentos prévios e das afinidades que os estudantes têm com o tema. Na etapa 2: Saber e fazer – são estabelecidos os conhecimentos somativos necessários para a elaboração do produto final. Na etapa 3: Para finalizar – os conhecimentos adquiridos são formalizados e aplicados na construção da proposta que deverá ser compartilhada entre estudantes e comunidade.

Estudantes e professores estabelecem as melhores formas de atuar diante dos problemas em cada etapa, utilizando como base os procedimentos adequados de investigação e pesquisa. Assim, entende-se que a aprendizagem é mutável e imprevisível, e que existem muitas possibilidades ou caminhos para produzir respostas às perguntas propostas.

Além disso, o processo de avaliação não deve se limitar a um instrumento ou forma avaliativa. As propostas oferecidas nos Projetos Integradores permitem que os professores tenham à sua disposição diversos instrumentos e possibilidades de avaliação coerentes com as expectativas e os objetivos propostos e com as competências e as habilidades previstas. Métodos e práticas distintas de avaliação, que oferecem aos estudantes diferentes possibilidades de demostrar o conhecimento e ao professor diversas maneiras de verificação da aprendizagem, estabelecem contínua relação entre o avaliador e a pessoa avaliada, entre profes-

sor e estudante. Dessa forma, é possível verificar a intenção do avaliador e o aprendizado dos estudantes.

Avaliação nas etapas do projeto

Nos Projetos Integradores, a avaliação está diretamente relacionada ao acompanhamento de cada proposta apresentada para os estudantes. É fundamental que o professor considere na avaliação todos os objetivos sugeridos em todas as etapas e que observe como o estudante atuou nas propostas de trabalho em grupo, em dupla ou individual.

Avaliar nessa perspectiva coloca a produção dos estudantes em outro patamar, pois o mais importante é acompanhar o processo de escolha e a construção dos caminhos escolhidos para resolver os problemas, perceber os argumentos utilizados em grupo e fundamentar a avaliação a partir dos objetivos definidos para as aulas.

O trabalho em seu conjunto permite ao estudante uma real dimensão do que de fato aprendeu e mostra ao professor o que deve ser feito para que ocorra a aprendizagem, especialmente no caso dos estudantes que não tiveram um desenvolvimento esperado ou não chegaram a compreender alguma das etapas propostas nos itinerários.

É importante que todas as atividades estejam registradas, para que sejam analisadas em seu conjunto, valorizando a produção de todos os estudantes em relação aos saberes adquiridos e às competências e habilidades previstas. Partindo dessa necessidade, sugerimos quadros de avaliação com os objetivos e as atividades propostas em cada etapa do Projeto Integrador.

Quadros de avaliação

O quadro de avaliação proposto para aluno e professor permite o acompanhamento minucioso do desenvolvimento da produção.

Eles são apresentados no Livro do Estudante, na etapa de finalização do Projeto e possibilitam ao professor e ao estudante uma rápida localização das atividades desenvolvidas. Observe, a seguir, como os critérios de avaliação adotados são claros e diretos, possibilitando ao estudante momentos de reflexão. São eles:

• Realizei com facilidade

• Realizei

• Realizei com dificuldade

• Não realizei

Os quadros podem ser copiados em folha avulsa e preenchidos pelos estudantes individualmente, no momento de finalização de cada etapa ou no final do itinerário. Sugerimos que eles utilizem os quadros como ferramentas de reflexão e construção do automonitoramento.

Se considerar adequado, amplie o quadro com outras propostas ou ações, conforme as necessidades do grupo e da comunidade escolar.

O importante é permitir que, ao final da avaliação, os estudantes, com o professor, estabeleçam compromissos e metas para as próximas etapas de produção do conhecimento.

Após o preenchimento, sugerimos que você organize conversas individuais ou coletivas com os estudantes para identificar possíveis dificuldades no processo de aprendizagem, sugerir métodos e práticas de aprimoramento, destacar os avanços na produção do conhecimento, entre outras estratégias para aprimorar o desempenho dos estudantes.

Avaliação atitudinal

A escola é um lugar privilegiado para pensar estratégias que incentivem os estudantes a respeitar e construir atitudes relacionadas ao desenvolvimento da identidade e à formação cidadã.

No Livro do Estudante, apresentamos uma proposta de quadro de avaliação atitudinal que possibilita ao estudante tomar consciência das suas atitudes durante o percurso de aprendizagem, refletindo sobre as atitudes individuas e em colaboração com os colegas. Sugerimos que o quadro seja utilizado como um convite para uma conversa entre docente e educando, logo após a etapa de reflexão individual.

A conversa sobre as questões inseridas no quadro possibilita o diálogo entre professor e estudante acerca das propostas apresentadas no decorrer do itinerário e auxilia ambos no planejamento de ações futuras.

Se considerar adequado, amplie o quadro proposto no Livro do Estudante com outros temas relacionados à atitude e à postura dos estudantes, conforme as necessidades do grupo e da comunidade escolar.

Os Projetos Integradores deste livro

Considerando os referenciais teóricos expostos anteriormente, trilhamos percurso nos seis Projetos Integradores que desenvolvemos neste livro, contemplando os diversos momentos e procedimentos para a elaboração de um produto final em cada projeto, a partir de questões geradoras, levantamento de conhecimentos prévios, sensibilização, problematização, recorte do objeto de investigação, pesquisa e mobilização de habilidades e competências para construir argumentos e solucionar a pergunta-chave proposta em cada investigação.

Estrutura dos Projetos Integradores

Os Projetos Integradores foram planejados e divididos em três etapas:

ETAPA 1: Vamos começar

Nessa etapa, é estabelecido o diagnóstico dos conhecimentos prévios dos estudantes e a pergunta-chave é evidenciada. Desse modo, o tema e a problematização envolvida no percurso do projeto são introduzidos por meio de atividades de sensibilização. Após esse momento, o processo de investigação é planejado e os grupos de trabalho são organizados, levando em consideração diferentes critérios de seleção dos componentes.

ETAPA 2: Saber e fazer

Após a apresentação do tema, o próximo momento é de formalizar e ampliar os conhecimentos dos estudantes por meio de subsídios e atividades que os convidem à investigação científica. O livro oferece uma diversa gama de textos, infográficos, fotografias, ilustrações, entre outros recursos que pretendem nortear o itinerário de investigação. Este é aprofundado nas atividades de pesquisa e sistematização dos conhecimentos pesquisados, os quais serão utilizados na próxima etapa.

ETAPA 3: Para finalizar

Nesse momento, são adicionados e formalizados os conhecimentos levantados nas etapas anteriores para a composição do produto final. As etapas anteriores são retomadas com as atividades de sensibilização e pesquisa propostas, na intenção de elaborar um produto baseado na aprendizagem significativa e com função social. Após a produção e apresentação do produto, professor e estudantes são convidados à realização de diferentes propostas de avaliação e de autoavaliação, e de ação relacionada com o mundo do trabalho, evidenciada na temática do projeto.

Cada um dos seis projetos pode ser realizado por livre escolha dos professores. A seleção do professor que vai liderar cada projeto pode ser estabelecida por afinidade, conhecimento ou experiência em relação aos assuntos e às temáticas tratados. Na parte específica destas Orientaç ões , dedicada a cada projeto, evidenciamos algumas temáticas que prioritariamente podem ser desenvolvidas por professores de determinados componentes curriculares. As abordagens, orientações e sugestões aqui propostas permitem que qualquer professor, de

qualquer componente curricular da área de Linguagens e suas Tecnologias, possa desenvolver os Projetos Integradores desta obra.

Sugestões de cronograma

Com o propósito de facilitar o trabalho do professor, mas sem engessá-lo, sugerimos a seguir possibilidades de cronograma para o desenvolvimento dos Projetos Integradores. Nessa condição, cada Projeto pode ser desenvolvido ao longo de um bimestre. A seguir, sugestão da quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas, considerando uma aula por semana.

Cronograma bimestral – Total de 8 aulas

Etapa 1 2 aulas

Etapa 2 4 aulas

Etapa 3 2 aulas

Caso seja mais adequado à sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em um trimestre, também considerando uma aula por semana. Para isso, basta utilizar as atividades e propostas de ampliação sugeridas no manual.

Cronograma trimestral – Total de 12 aulas

Etapa 1 3 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 3 aulas

Pode-se, ainda, adequar o seu cronograma desenvolvendo 3 projetos a cada semestre. Para isso, amplie ou reduza as propostas considerando as necessidades de seus estudantes e o número de aulas disponíveis.

No caso da preferência pelo desenvolvimento de forma completamente integrada, a quantidade de aulas destinadas ao projeto pode ser ampliada e combinada com todos os professores participantes.

Projeto 1

Acessibilidade: os museus são para todos?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

• Educação em direitos humanos; Ciência e tecnologia

Componentes Curriculares:

Líder: Linguagens e suas tecnologia – Arte e Língua Portuguesa

Outros perfis disciplinares: Ciências da Natureza e suas tecnologias – Física; Matemática e suas tecnologias

Objetos de Conhecimento:

Língua P ortuguesa: Curadoria de informação, relação entre textos. Arte: Processos de criação, Materialidades, Contextos e práticas

Produto Final:

Exposição acessível

Introdução

Neste projeto, os Temas Contemporâneos Transversais

Educação em direitos humanos e Ciência e tecnologia serão trabalhados de forma a motivar os estudantes a buscar soluções para uma questão atual e premente: Acessibilidade: os museus são para todos?. As soluções para essa questão vão incluir invariavelmente a pesquisa e aplicação de Tecnologias; o uso de conceitos de Engenharia relacionados à adaptação dos espaços, perpassando os componentes que lhe são intrínsecos: as Ciências e a Matemática. Por fim, por meio da análise de como museus e centros culturais podem ser espaços acessíveis e inclusivos, serão aprofundados conceitos fundamentais da Arte.

O desenvolvimento deste projeto permitirá aos estudantes articularem conhecimentos de diferentes áreas, objetivando a criação de uma exposição acessível na escola.

Em função da diversidade brasileira e das diferentes realidades e especificidades da comunidade escolar, ficará a critério dos professores e dos estudantes escolherem o percurso mais apropriado e estabelecerem uma dinâmica de acordo com as necessidades da turma.

A BNCC neste projeto

Este projeto proporciona oportunidades de desenvolver várias competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias, de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e de Matemática e suas Tecnologias.

A seguir, apresentamos os códigos das habilidades e as competências específicas a que se relacionam, bem como das competências gerais.

Competências gerais da BNCC:

• 1, 2, 4 e 7

Competências específicas e habilidades:

• Área de Linguagens e suas Tecnologias:

• Habilidades referentes à competência específica 1: EM13LGG102, EM13LGG104 e EM13LGG105.

• Habilidades referentes à competência específica 2: EM13LGG201 e EM13LGG204.

• Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG301, EM13LGG303 e EM13LGG304.

• Habilidade r eferente à competência específica 6: EM13LGG603.

• Habilidades referentes à competência específica 7: EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

• Língua Portuguesa por campo de atuação:

• Campo de atuação na vida pública: EM13LP26 (relacionada à competência específica 1) e EM13LP27 (relacionada à competência específica 3).

• Campo das práticas de estudo e pesquisa: EM13LP32 (relacionada à competência específica 7).

• Campo artístico-literário: EM13LP47 (relacionada às competências específicas 3 e 6).

• Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 3: EM13CNT302.

• Área de Matemática e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 2: EM13MAT201.

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento deste Projeto Integrador permitirá aos estudantes articularem conhecimentos de diferentes áreas com o uso das linguagens próprias a elas, como a linguagem matemática para interpretar dados e dimensionar espaços, a linguagem artística nas criações dos estudantes, além do uso adequado da linguagem verbal, objetivando a criação de uma exposição acessível na escola. Dentro dessa proposta, as competências gerais 1, 2, 4 e 7 da BNCC são trabalhadas como exposto a seguir.

A competência geral 1 será desenvolvida por meio de propostas de pesquisas sobre os direitos das pessoas com deficiência garantidos em lei e sobre instituições museológicas que oferecem recursos de acessibilidade e os tipos de recurso oferecidos pelos Núcleos Educativos. Desse modo, será desenvolvida no estudante a valorização de conhecimentos historicamente construídos e já aplicados que poderão ser utilizados na elaboração de um projeto que visa contribuir “para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva” (conforme apresenta a competência).

A competência geral 2 será desenvolvida pelas leituras disponibilizadas e pesquisas sugeridas, integrando diferentes áreas e permitindo aos estudantes aprofundarem

conhecimentos e construírem conceitos, viabilizando a formação do repertório que permitirá a reflexão e a análise crítica de dados e informações, de modo que possam propor soluções factíveis e de acordo com o contexto em que estão inseridos. A pesquisa realizada junto à comunidade escolar para a elaboração do produto final – a exposição acessível – demandará a escolha do método de investigação – pesquisa censitária ou por amostra –, a coleta, a organização e a análise dos dados obtidos. Os resultados da análise permitirão a reflexão sobre as necessidades e carências do público entrevistado, propiciando o planejamento adequado da exposição.

O desenvolvimento da competência geral 4 permitirá a compreensão e o uso apropriado de diferentes linguagens, manifestando-se também na escolha da linguagem adequada ao contexto e ao conteúdo que se quer transmitir. Neste projeto, os estudantes terão a oportunidade de analisar e interpretar infográfico, apresentar, por meio de gráficos, os resultados de tratamento de dados obtidos em pesquisas, expressar-se por meio da linguagem artística, além de expressar-se por meio da linguagem verbal oral ou escrita.

A competência geral 7 será desenvolvida por meio de discussões em grupo e rodas de conversa que oportunizarão aos estudantes o exercício da argumentação para que possam apresentar seus pontos de vista e propor respostas à situação-problema apresentada, de forma a promover a aplicação dos direitos das pessoas com deficiência. Os onhecimentos adquiridos por meio das leituras e pesquisas realizadas neste projeto possibilitarão aos estudantes a ampliação do repertório cultural, de modo que possam refletir e argumentar com propriedade sobre a questão nele proposta.

Espera-se estimular de maneira responsável uma educação transformadora, em que o estudante passe a atuar ativamente no processo de ensino-aprendizagem e na construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas como exposto a seguir.

As habilidades EM13LGG102, EM13LGG104 e EM13LGG105 (relacionadas à competência específica 1) serão desenvolvidas na análise de texto multimodal; na leitura, interpretação e produção de textos em linguagens diversas – linguagem verbal, linguagem matemática, linguagem artística –; nas produções multimídias e nas criações artísticas. Durante esse processo, os estudantes poderão compreender o funcionamento e a adequação das linguagens, considerando o público, o contexto e os propósitos de produção.

As habilidades EM13LGG201 e EM13LGG204 (relacionadas à competência específica 2) serão desenvolvidas nas apreciações e análises de produções verbais e não verbais – como poema, infográfico e obras de arte –, objetivando a ampliação da compreensão do recorte social estudado e a proposta de utilizar essa compreensão na busca

por soluções que possam transformar o contexto em que se está inserido por meio de projetos de inclusão social.

As habilidades EM13LGG301, EM13LGG303 e EM13LGG304 (relacionadas à competência específica 3) serão desenvolvidas nas atividades de produção artística dos estudantes – com uso de linguagens diversas – para a exposição acessível, no trabalho colaborativo para a produção da exposição e no desenvolvimento das discussões em grupo e rodas de conversa ao longo do projeto. Nessas atividades, os estudantes exercerão o protagonismo, a criatividade, a cooperação, o respeito mútuo e a solidariedade.

A habilidade EM13LGG603 (relacionada à competência específica 6) será desenvolvida na apreciação estética de obras de arte para atividades de audiodescrição e nas pesquisas sobre artistas contemporâneos, suas obras e técnicas empregadas, com o objetivo de inspirar os estudantes para produções autorais a serem apresentadas na exposição acessível.

As habilidades EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704 (relacionadas à competência específica 7) serão contempladas no uso de ferramentas de busca de informações, nas oportunidades de conhecimento e teste de aplicativos, no desenvolvimento de aplicativos que proporcionem acessibilidade, bem como nas propostas de uso de mídias digitais para compartilhamento de conteúdos produzidos.

A habilidade EM13LP26 será atendida na realização das leituras e pesquisas sobre leis e decretos que tratam da garantia de direitos às pessoas com deficiência.

A habilidade EM13LP27 será desenvolvida durante todo o projeto, na medida em que a situação-problema apresentada mobilizará os estudantes na busca de soluções para as questões de acessibilidade de pessoas com deficiência. Essas soluções poderão ser aplicadas em outros espaços de cultura.

A habilidade EM13LP32 será desenvolvida por meio de diversas pesquisas propostas neste projeto, as quais fornecerão aos estudantes diversas informações e fontes que irão requerer seleção criteriosa e comparações a fim de se obter dados confiáveis que permitam a adoção de uma postura crítica e consciente.

A habilidade EM13LP47 será desenvolvida com a realização da exposição acessível, em que os estudantes poderão apresentar para toda a comunidade escolar as suas produções autorais.

A habilidade EM13CNT302 (relacionada à competência específica 3) da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias será trabalhada no compartilhamento de resultados de pesquisas, por meio de gráficos, tabelas e textos, fazendo uso da linguagem e do meio apropriados ao modo de compartilhamento, oferecendo subsídios para a elaboração de propostas e envolvendo recursos tecnológicos que respondam à situação-problema apresentada.

A habilidade EM13MAT201 (relacionada à competência específica 2) da área de Matemática e suas Tecnologias

será desenvolvida na realização do dimensionamento do espaço expositivo, com definição da largura de corredores para passagem dos visitantes e da altura de instalação das obras e sinalizações, escolha dos locais para instalação de rampas de acesso para pessoas com deficiência física e de pisos táteis para pessoas com deficiência visual etc. Esse dimensionamento será obtido por meio de cálculos de perímetro e área.

Professores envolvidos

A abordagem interdisciplinar no desenvolvimento do projeto é uma oportunidade de os estudantes apreenderem que o conhecimento, embora muitas vezes apresentado de forma fragmentada, é sempre aplicado de modo integrado.

No decorrer das etapas previstas, será necessário o trabalho conjunto de professores especialistas de diferentes omponentes curriculares. O professor de Arte poderá conduzir o desenvolvimento do projeto e promover o diálogo om os demais especialistas da área de Linguagens e suas Tecnologias e de outras áreas envolvidas.

A condução do professor de Arte será essencial para prover aos estudantes o conhecimento sobre museus, artistas e obras, a contextualização, as técnicas e os recursos expressivos aplicados. Esse conhecimento será importante na produção artística dos estudantes e na aplicação dos recursos de audiodescrição e videodescrição para a apresentação das obras. As orientações do professor de Arte também serão importantes na escolha dos tipos de produção artística que serão expostos, na construção de obras táteis, na disposição das obras e das sinalizações acessíveis e na concepção e organização da área de circulação entre elas.

O desenvolvimento de leitura e interpretação de textos verbais e multissemióticos, de diferentes gêneros (leis e decretos, artigos, manual de instruções, verbete, poema etc.), e a produção oral e escrita – elementos-chave na construção do conhecimento linguístico – serão conduzidos pelo professor de Língua Portuguesa.

A orientação do professor de Física será fundamental na condução dos conteúdos relativos à Ciência e Tecnologia. As adaptações a serem feitas no espaço expositivo para dispor as obras de arte, as rampas de acesso e a aplicação de piso tátil, por exemplo, são especificidades da Engenharia e poderão ser trabalhadas pelos professores de Física e de Matemática.

Ficará a cargo do professor de Matemática a orientação na realização de cálculos de dimensionamento do espaço expositivo e no tratamento de dados obtidos em pesquisas e enquetes, com produção de planilhas eletrônicas e transformação em gráficos, como forma de ampliar a capacidade de leitura e escrita de informações em diferentes linguagens.

Ao final do projeto, os estudantes terão exercitado habilidades necessárias para o seu percurso escolar e pessoal, como pensar múltiplas alternativas para a solução de pro-

blemas, buscar conhecimentos, desenvolver o pensamento crítico, argumentar, executar trabalhos de forma colaborativa, além de desenvolver a criatividade, a curiosidade, o respeito a opiniões diversas e as práticas inclusivas.

Materiais sugeridos

• Computadores, celulares ou tablets com acesso à internet; fones de ouvido; gravadores e blocos de anotações; trena e fita métrica; lápis e canetas variadas; tintas, telas e pincéis; sucatas e materiais reutilizáveis; E.V.A. e papéis diversos; tesoura; argila, gesso etc.

Caso a escola não disponibilize computadores com acesso à internet, os estudantes podem usar computadores, notebooks, tablets ou celulares aos quais tenham acesso fora do ambiente escolar. Podem ser usadas câmeras digitais ou câmeras de celulares para registro de fotografias e para a realização das entrevistas. Também podem ser usados gravadores ou blocos de anotações.

Todos os equipamentos deverão ser checados antes da exposição para que não apresentem problemas técnicos no momento de sua utilização.

Para as criações artísticas, os estudantes devem definir os materiais que serão utilizados para a forma de expressão escolhida por eles. Muitos materiais podem ser recolhidos sem custo, como as sucatas e os materiais reutilizáveis. Sugira aos estudantes que usem a criatividade para realizar as produções com materiais que possam ser facilmente encontrados.

Orientações didáticas

C onversa Inicial

Etapa 1: Vamos começar

Pessoas com deficiência

Para começar, reforce que, para a divisão dos tipos de deficiência, foi usado o estabelecido no Estatuto das Pessoa com Deficiência (Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015).

Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em 18 out. 2024.

Se possível, peça aos estudantes que entrem no site indicado a fim de ter um primeiro contato com a legislação relacionada aos direitos de pessoas com deficiência.

O objetivo da etapa inicial é promover uma conversa com os estudantes sobre os tipos de deficiência e o número de pessoas com deficiência no Brasil de acordo com as informações da “Pnad Contínua: Pessoas com deficiência 2022”. É proposta a leitura de um infográfico que apresenta um conjunto de informações relevantes sobre o tema. A conversa pode ser inicialmente dirigida com a finalidade de ativar conhecimentos prévios relacionados ao conceito de deficiência e ao uso do termo correto (“pessoa com deficiência”), à escolarização de jovens com deficiência e ao

percentual de cada um no Brasil e, se possível, no município de residência do estudante.

Propiciar práticas de leitura de diferentes textos (verbais, visuais etc.) que utilizam linguagens diversas é uma estratégia para desenvolver habilidades cognitivas, estéticas, éticas, políticas e sociais que se reflitam em ações destinadas a responder a demandas da vida cotidiana. Os infográficos são amplamente utilizados para sintetizar ou mesmo ampliar determinados assuntos, de modo a permitir uma análise abrangente do assunto tratado.

Converse com os estudantes sobre a importância da infografia na vida cotidiana e escolar e explique que se trata de uma ferramenta que permite expandir e complementar informações por meio da linguagem verbal (títulos, frases, legendas e dados) e da linguagem não verbal (fotografias, ilustrações, símbolos, códigos, mapas etc.), fazendo diversas referências ao universo cultural, unindo informação, arte e criatividade.

Por se tratar de um texto multimodal, o infográfico requer estratégias diferenciadas de leitura, já que tanto os recursos verbais como os não verbais são elementos responsáveis pela veiculação de informações, conceitos e dados que se integram na construção global de sentidos do texto.

Sugerimos iniciar pela exploração integral na forma de compor, estruturar e organizar os pequenos textos e as imagens do infográfico. Ajude os estudantes a perceber que os textos e as informações numéricas são apresentados em boxes em conjunto com recursos gráficos (desenhos, ilustrações, mapas, cores e outros símbolos) para ormar uma unidade de sentido.

Para ampliar a apreciação de textos multimodais, sugira aos estudantes a leitura da tirinha O poder da diferença, produzida pela equipe do site Ver com Palavras, que apresenta a particularidade de ser composta pelas linguagens não verbal, verbal escrita e verbal oral. Essa última está presente no texto por meio de audiodescrição.

SUPER Normais: o poder da diferença. Blog do Ver com Palavras, 13 mar. 2013.

Disponível em: http://vercompalavras.com.br/blog/supernormais-tirinha-4-com-audiodescricao/. Acesso em: 19 out. 2024.

Atividades Páginas 16 e 17

1. Maior prevalência: região Nordeste (10,3%). Menor prevalência: região Sudeste (8,2%).

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o grupo de pessoas com 15 a 17 anos corresponde às idades recomendadas para início e término do Ensino Médio. Como a pesquisa cita escolarização de pessoas desse grupo etário, o mais provável é que o recorte de idade foi escolhido de modo proposital para identificar os jovens que estariam estudando nesse segmento do ensino.

3. Analisando o gráfico, é possível verificar que a região Sul apresenta o menor índice de escolarização entre os jovens com deficiência, ou seja, apenas 79,5% dos jovens com deficiência dessa região são escolarizados. No

caso dos jovens sem deficiência, a região Centro-Oeste é a que apresenta o menor índice: 91,3%, ou seja, 91,3% dos jovens sem deficiência, na região Centro-Oeste, são escolarizados. Lembre os estudantes de que, para a análise desses dados, deve-se levar em conta que o Brasil é um país com dimensões continentais e com realidades e especificidades que são particulares a cada região. Sugerimos o acesso ao documento completo da pesquisa da “PNAD Contínua: Pessoas com deficiência 2022” (divulgação 7 jul. 2023), indicado a seguir, pois nele há outros gráficos com dados importantes sobre escolarização de pessoas com deficiência que poderão ser analisados em sala de aula. Nesse caso, seria interessante solicitar a colaboração do professor de Matemática para orientar os estudantes na interpretação dos demais gráficos presentes no estudo. Esta atividade permitirá aos estudantes desenvolver a leitura e interpretação de informações representadas em linguagem matemática.

Os dados apresentados no gráfico podem ser consultados no arquivo do estudo disponível no site:

• IBGE. PNAD Contínua: Pessoas com deficiência 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/ com_mediaibge/arquivos/0a9afaed04d79830f73a16136dba23b9. pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

4. Resposta pessoal. Alguns municípios dispõem, em sua organização administrativa, de órgãos responsáveis pela criação e implementação de políticas públicas direcionadas às pessoas com deficiência. Oriente os estudantes a pesquisar na página oficial do município na internet ou a realizar uma visita ao órgão municipal responsável por essas políticas públicas para coletar dados sobre o número de pessoas com deficiência no município. Caso não haja registro desses dados, amplie a atividade para a região geográfica intermediária da Unidade da Federação em que o município se encontra, ou para a própria UF.

É possível que os dados encontrados pelos estudantes de pessoas com deficiência no município estejam em valores absolutos. Nesse caso, solicite aos estudantes que peçam ajuda ao professor de Matemática para auxiliá-los a transformar esses valores em porcentagem, a fim de possibilitar a comparação com os dados apresentados no infográfico presente no Livro do Estudante

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem exemplos como: falta de ônibus adaptados ao t ransporte de pessoas com deficiência física; ausência de piso tátil nas calçadas e de placas de sinalização em braile para as pessoas com deficiência visual na maioria dos estabelecimentos; dificuldade de comunicação dos surdos por desconhecimento de muitas pessoas da Língua Brasileira de Sinais (Libras) etc. Se necessário, peça aos estudantes que façam uma pesquisa e tentem analisar quais tipos de dificuldade podem ser encontradas em sua cidade.

6. Para que os estudantes conheçam alguns tipos de deficiência, suas características e como eliminar barreiras, agindo para incluir as pessoas com deficiência no convívio social.

7. a) Respostas pessoais. É possível que os estudantes já tenham visto algum(ns) dos símbolos em estações de metrô, parques, cinemas e até mesmo restaurantes. O símbolo que traz uma pessoa cadeirante ainda é utilizado em vários locais para indicar acessibilidade. No entanto, a ONU lançou um novo símbolo em 2015 e, no Brasil, um projeto de lei propunha a sua utilização de maneira oficial. Mais adiante, no Livro do Estudante , é apresentada a imagem do novo símbolo.

b) As descrições para cada símbolo foram compostas sob as imagens no Livro do Estudante .

c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem símbolos de acessibilidade como o da deficiência auditiva, o novo símbolo universal de acessibilidade cr iado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o símbolo de cão-guia, o símbolo do transtorno do espectro autista, entre outros.

Direitos das pessoas com deficiência

Este é um momento oportuno para se trabalhar o Tema Contemporâneo Transversal (TCT) Educação em direitos humanos. Antes da leitura dos trechos da Constituição Federal Brasileira, estabeleça uma conversa com os estudantes sobre os significados das palavras “Constituição” e “federal” presentes no título. Peça a eles que consultem os significados no dicionário e discutam a acepção que mais corresponde ao sentido proposto no documento e compartilhem os resultados com os colegas. Incentive os estudantes a pensar no contexto de produção desse documento e a pressupor o objetivo de sua criação. Pergunte por que acham que a Constituição Brasileira foi criada e quais direitos imaginam que ela garante aos cidadãos. Destaque a importância da Constituição promulgada em 1988, uma vez que ela foi o primeiro documento legal brasileiro a tratar dos direitos das pessoas com deficiência na sociedade. Comente com os estudantes de que forma as práticas individuais de ação cidadã promovem a solidariedade e a inclusão.

Após a leitura dos trechos da Constituição, organize uma roda de conversa para que a turma possa discutir as questões propostas.

Atividades Página 18

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que, se as pessoas com deficiência e os demais g rupos sociais não tiverem acesso efetivo a museus, bibliotecas, cinemas, teatros, casas de cultura e outros espaços culturais, o pleno exercício de acesso às fontes culturais garantido a todos pela Constituição não será respeitado.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes deduzam, com base em suas observações, que a maior parte dos museus e espaços de cultura nacionais não possui estrutura adequada para atender às pessoas com deficiência.

3. Resposta pessoal. As tecnologias podem contribuir de várias formas para a inclusão social de pessoas com deficiência, como a instalação de elevadores para pessoas com deficiência física em prédios que dispõem de escadas para acesso à entrada; o emprego de recursos tecnológicos para oferecer acesso a pessoas com deficiência auditiva ou visual aos conteúdos oferecidos em cinemas, teatros e museus, entre outros recursos.

4. Resposta pessoal. Algumas cidades já apresentam diversas condições mais adequadas para incluir pessoas com deficiência, outras ainda estão em processo e precisam investir em acessibilidade.

Incentive os estudantes a assistir ao vídeo indicado em Para assistir para que eles conheçam um pouco sobre a história dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil e comecem a refletir sobre o tema “acessibilidade”.

Acessibilidade

Antes da leitura dos textos propostos neste tópico, organize a sala em grupos para que os estudantes conversem a respeito do que compreenderam sobre o termo “acessibilidade”. Em seguida, proponha a leitura das acepções e do conceito desse termo presentes no Livro do Estudante e, em conjunto, elaborem uma única definição para ser exposta na sala de aula ou na exposição acessível ao final do projeto.

O registro da definição do termo “acessibilidade” poderá ser feito em forma de cartaz, apresentando textos e colagens, ou elaborado no computador com a utilização de diferentes recursos gráficos.

Atividade Página 19

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes se apossem dos sentidos apresentados nos textos e construam uma definição que os abarque.

Para ampliar o conhecimento dos estudantes sobre o tema acessibilidade, assista com a turma ao documentário: “O que é acessibilidade?” e entenda quão amplo é esse conceito. O que é acessibilidade? | TV Uerj Explica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Hf3Ui1slstY. Acesso em: 8 ago. 2024.

Atividade de ampliação Página 19

Muitas leis, decretos e portarias foram criados após a Constituição de 1988 a fim de assegurar os direitos das pessoas com deficiência. São eles:

• Lei no 7.853/1989: dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – Corde –, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a

atuação do Ministério Público, define crimes e dá outras providências;

• Lei no 8.080/1990: dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. É a Lei Orgânica da Saúde, conhecida como “Lei do SUS”;

• Decreto no 3.298/1999: regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências;

• Lei n o 10.048/2000: dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica e outras providências; Lei no 10.098/2000: estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências;

P ortaria MS/GM n o 1.060/2002: instituiu a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência;

Decreto no 5.296/2004: regulamenta as leis no 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências;

Decr eto n o 6.949/2009: promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007;

Lei no 13.146/2015: institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), conhecida como “Lei de inclusão”.

Se os estudantes demonstrarem dificuldades em relação aos objetivos pedagógicos do tema, bem como om a linguagem presente no textos de lei, auxilie-os no entendimento dos termos desconhecidos. Possibilite também que expandam seu conhecimento a respeito de textos legais apresentando outras normas sobre os direitos de pessoas com deficiência disponíveis no site da Câmara dos Deputados. Nele é possível encontrar uma lista completa de leis com uma breve descrição dos temas abordados e os links para acessar o texto oficial de cada uma delas.

Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/ estruturaadm/gestao-na-camara-dos-deputados/ responsabilidade-social-e-ambiental/acessibilidade/legislacao-2/ leis-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia. Acesso em: 18 out. 2024.

Oriente os estudantes durante a roda de conversa, mas não dê respostas diretas caso surjam dúvidas, leve-os a refletir e a pensar em uma solução para a pergunta que surgiu. Chame a atenção para as partes dos documentos em que leis e decretos procuram garantir acesso à escolaridade, no contexto da dimensão pessoal, e ao mundo do trabalho, no contexto de inclusão no mercado de trabalho.

Neste momento, podem surgir questões relacionadas às cotas para pessoas com deficiência nas empresas e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Se considerar interessante, peça a um dos grupos que fique responsável por coletar informações sobre documentos internacionais que tratam sobre acessibilidade, a fim de comparar com o que é apresentado nos documentos brasileiros.

E m foco

Acessibilidade em museus

A proposta deste tópico é sensibilizar os estudantes quanto à importância de os museus criarem, com auxílio da tecnologia, espaços e exposições acessíveis para as pessoas com deficiência. O objetivo é também levá-los a refletir sobre o fato de esses recursos não serem amplamente empregados, promovendo obstáculos ou mesmo privando pessoas do acesso aos museus e outros espaços de cultura. Esse conhecimento e essa reflexão devem instrumentalizar os estudantes para a formulação de propostas que atendam à situação-problema inicialmente apresentada.

Na leitura das duas imagens apresentadas, é possível observar situações concretas de atendimento às necessidades de pessoas com deficiência em museus. Legendas de obras em braile e maquete tátil são itens disponibilizados para pessoas com deficiência visual, assim como a organização adequada do espaço museal permite o acesso das pessoas com deficiência física.

Atividades Páginas 20 e 21

1. As imagens revelam opções de acessibilidade por meio do oferecimento de reprodução tátil de obra de arte na primeira imagem e de espaço adequado para movimentação na segunda, ampliando possibilidades para que pessoas com deficiência possam visitar exposições em museus.

2. A primeira parte da resposta é pessoal. Quanto à segunda parte, espera-se que os estudantes pesquisem informações nos meios de comunicação e em documentos oficiais. De acordo com a Pesquisa Anual de Museus do Instituto Brasileiro de Museus, realizada somente no ano de 2014, cerca de 55% dos museus do Brasil atendiam visitantes com dificuldade de locomoção e somente 9,9% atendem pessoas surdas e cegas.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes tenham tido a oportunidade de observar a existência ou a ausência de recursos de acessibilidade nos espaços de cultura que frequentam, como pisos táteis e legendas em braile para cegos; banheiros acessíveis para pessoas com deficiência física; intérpretes de Libras para pessoas com deficiência auditiva etc.

4. Respostas pessoais. Os estudantes podem citar cursos de Libras; treinamentos para guias de pessoas com deficiência em museus; locais para impressão de livros em braile; estúdios para gravação de audiolivros;

treinamento de cães-guia; e outros trabalhos e cursos específicos para pessoas com deficiência ou pessoas que prestam apoio a elas e que demonstram a importância da acessibilidade no mundo do trabalho.

5. Resposta pessoal. Podem ser citados intérpretes de Libras, locutores para as gravações, advogados, assistentes sociais etc.

6. Resposta pessoal. Para incentivar a investigação e ampliar os saberes dos estudantes, sugira que baixem e e xplorem o aplicativo VLibras .

Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/ acessibilidade-e-usuario/vlibras. Acesso em: 19 ago. 2024.

Explique que ele é gratuito e traduz automaticamente conteúdos digitais (textos, vídeos e áudios) em Libras. Apresente também o site Turismo Acessível , em que podem ser consultados os recursos de acessibilidade de pontos turísticos, hotéis, restaurantes, parques e atrações diversas.

Disponível em: https://turismoacessivel.gov.br/ta/index. mtur;jsessionid=Aja6BZIS0T6SQ0tCtCCzKXay?windowId=9ed. Acesso em: 19 ago. 2024.

7. a) Resposta pessoal. O estudante poderá citar questões relacionadas a trabalhos manuais (também chamados de trabalhos braçais), que dependem de esforço f ísico para a realização de tarefas, bem como situações relacionadas à acessibilidade e à segurança do trabalho, considerando como os cuidados com o corpo implicam nas relações de trabalho.

b) As reflexões sobre o mundo do trabalho que serão feitas entre os grupos colaboram para que os jovens estabeleçam relações entre a transição das profissões, as evoluções devido a tecnologias inovadoras, o apagamento de algumas profissões, o surgimento de outras, a s competências e as habilidades que precisam ser desenvolvidas para se entrar no mercado de trabalho do século XXI.

O texto a seguir faz parte do “Material para professores” dessa exposição e é interessante para propor conversas a respeito da dimensão social no contexto dos impactos que o trabalho tem sobre o indivíduo que vive em comunidade. Sugerimos que o texto seja compartilhado com o s estudantes para que possa embasar as discussões na sala de aula.

[...]

O que é trabalho? Uma possibilidade é pensá-lo como um processo em que a atividade humana opera para uma transformação dos elementos naturais, orientada por um objetivo e por meio de instrumentos.

Você já pensou quantos músculos do corpo são utilizados para fazer um trabalho? Percebeu como o organismo é capaz de fazer mais ou menos força dependendo da atividade? E que para atingir o resultado, temos que usar habilidades mentais e manuais?

A exposição busca refletir sobre essas questões a partir das ações de trabalhadores do campo e da ci-

dade no Brasil, nos séculos 19 e 20. Ela nos convida a pensar que todo trabalho pressupõe planejar, dominar técnicas, pôr a “mão na massa” e criar, mobilizando esforços físicos e intelectuais.

Ao observarmos os objetos, avaliamos de que materiais são feitos, refletimos sobre as técnicas e o tempo empregados para sua elaboração e pensamos sobre seu uso para a fabricação de outros objetos, imaginando os gestos executados pelos trabalhadores, além de tomá-los como formas de representação do próprio trabalho.

Todo trabalho, ainda que realizado individualmente, tem repercussões sociais. Essa repercussão pode ser o acúmulo de conhecimento que pode trazer reflexões e transformações para a sociedade, como acontece com os trabalhadores de um museu, professores ou cientistas. Pode ser também a contribuição para o desenvolvimento de objetos, a criação de identidades ou para a manutenção de tradições e culturas de um grupo ou comunidade, como é o caso de uma costureira e um artesão.

[...]

ARRUDA, Isabela Ribeiro de; PEIXOTO, Denise Cristina Carminatti; RIBEIRO, Vanessa Costa (org.). Exposição Mundos do trabalho. Material para professores. São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo. 2022. p. 4. Disponível em: https://museudoipiranga.org. br/wp-content/uploads/2024/09/mundos_do_trabalho.pdf. Acesso em: 18 out. 2024.

Organizando os trabalhos

Projeto 1 – Acessibilidade

Converse com os estudantes sobre as próximas etapas do trabalho e a importância de agendar e combinar antecipadamente o que será feito para que eles possam se organizar e realizar as atividades. Este também pode ser o momento de articulação com os demais professores envolvidos no projeto, para que possam se inteirar sobre as ocasiões em que sua colaboração será necessária e organizar seus cronogramas e planos de aula levando em conta sua participação no projeto.

Oriente os estudantes na formação dos grupos e para que trabalhem de forma colaborativa ao longo do projeto e na elaboração do produto final. Para a etapa 2, sugerimos grupos formados por 3 a 5 componentes com experiências e interesses distintos, uma vez que essas características poderão enriquecer o desenvolvimento das atividades propostas.

Para a etapa 3, sugerimos grupos organizados de acordo com interesses e aptidões comuns dos componentes para a organização da exposição na escola.

Apresente também a lista de materiais necessários ao desenvolvimento do trabalho para que sejam providenciados, ou substituídos, e estejam disponíveis no momento em que se fizerem necessários, conforme listagem e descrição presentes no Livro do Estudante

Etapa 2: Saber e fazer

Museus acessíveis

No início desta etapa, os estudantes farão a leitura de textos que apresentam informações sobre museus nacionais que implantaram programas voltados para acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.

Antes da leitura do texto da página 24, “Projetos Educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão”, explique aos estudantes que o uso dos termos “pessoa com deficiência” e “pessoas com deficiência” foi aprovado mundialmente durante a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência que aconteceu na Assembleia Geral da ONU em 13 de dezembro de 2006. Esses termos foram ratificados no Brasil pelo Decreto Legislativo no 186/2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949/2009. Desde então, o uso do termo “portador de deficiência” –que remetia a alguém que carregava consigo uma deficiência – está em desuso, embora ainda possa ser encontrado em textos e em legislações anteriores a 2008.

Em seguida, peça aos estudantes que observem a primeira fotografia que o acompanha e lance algumas questões com o objetivo de levar os estudantes a levantar hipóteses, preparando-os para a leitura e compreensão global do texto. Por exemplo: A fotografia que vocês observam foi tirada no Museu do Futebol. O que ela registra? O que chama a atenção de vocês nessa imagem? Vocês já tinham ouvido falar no Museu do Futebol? Sabem onde fica e qual a importância dele para o Brasil? Que relação pode ser estabelecida entre a situação que a fotografia mostra e o texto que será lido?

Proponha então a leitura silenciosa do texto. Tão logo a terminem, peça aos estudantes que levantem os pontos mais significativos e convide-os a elaborar uma síntese das informações apresentadas nesse texto.

Convide os estudantes a visitar o site do Museu do Futebol (disponível em: https://www.museudofutebol.org.br/, acesso em: 19 out. 2024) e a pesquisar sobre os programas, as exposições e os cursos oferecidos.

Depois de conhecer as propostas do Museu do Ipiranga para a promoção da inclusão e da acessibilidade e tendo realizado a pesquisa proposta na atividade de ampliação, os estudantes podem ser convidados a pesquisar, em fontes confiáveis, outros museus e espaços de cultura brasileiros que oferecem recursos de acessibilidade a pessoas com deficiência. Os resultados das pesquisas podem ser compartilhados em uma roda de conversa em que se possa discutir em que medida os recursos de acessibilidade são implementados em museus e espaços de cultura no Brasil.

Atividade de ampliação Página 27

Atualmente, muitos museus possuem sites com diversas informações sobre seu prédio, acervo, cursos, entre outras. Muitos disponibilizam também acesso a visitas virtuais, tanto a exposições permanentes como temporárias. Além da pesquisa proposta, essa é uma boa oportunida-

de de os estudantes conhecerem e apreciarem diferentes obras artísticas. Se possível, convide o professor de Arte para os acompanhar nessas visitas.

Atividades Página 28

1. Resposta pessoal. Mesmo que não conheçam presencialmente os museus citados, os estudantes podem reconhecê-los por meio do contato com diversas mídias em que estes possam aparecer, seja em posts de redes sociais, seja em em notícias de jornal (digitais ou tradicionais), entre outros.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que iniciativas como essa são essenciais para a inclusão e o pleno exercício de cidadania de todos.

3. Os museus oferecem, entre outros recursos, plataformas para pessoas com deficiência física e pessoas com mobilidade reduzida, elevadores, banheiros adaptados, piso tátil, audioguias, placas em braile, entre outros.

4. Resposta pessoal. É esperado que os estudantes destaquem o pioneirismo e a abrangência nas ações de inclusão empreendidas pelo Núcleo e citem algumas dessas ações.

Atividade de ampliação Página 28

Se houver museus e outros espaços culturais próximos e de fácil acesso aos estudantes, sugira a eles que realizem a pesquisa no local, visitando-os e avaliando os recursos de acessibilidade que disponibilizam. Se possível, consulte os responsáveis pelo local e peça que realizem com eles uma breve entrevista sobre os programas educativos para pessoas com deficiência que o espaço oferece. Os estudantes podem expandir a pesquisa para outras regiões caso a localidade onde morem não disponha de museus ou outros espaços culturais.

Tecnologia e acessibilidade

Aplicativos

Para os nativos digitais, a palavra “aplicativo” ou simplesmente app já faz parte do vocabulário utilizado no dia a dia. Mas o que é um aplicativo? Quais apps os estudantes conhecem e usam? Faça essas perguntas a eles. Verifique se eles sabem que a palavra tem origem no idioma inglês (application, cuja abreviação é app) e que um aplicativo pode ser definido como um tipo de software para processar dados eletronicamente, facilitando e reduzindo o tempo de execução de uma tarefa pelo usuário.

Esta é uma boa oportunidade para direcionar dúvidas e questionamentos dos estudantes ao professor de Física ou de Matemática para que eles ajudem a compor um estudo sobre esses conceitos.

Promova a leitura do texto e abra espaço para que os estudantes baixem e testem os aplicativos citados no Livro do Estudante para entender como eles funcionam e quais benefícios promovem. Vale lembrar que esses aplicativos poderão ser usados na exposição acessível, ao final

do projeto, ou servir como inspiração para criar outros mais adequados ou oportunos à finalidade do trabalho realizado pelos grupos.

Professor, os aplicativos citados no artigo cumprem com objetivos pedagógicos e de informação necessários para as práticas educativas dos estudantes e que se deve optar sempre pelo uso não comercial destes, ou seja, que sejam usadas suas versões gratuitas que são suficientes e eficientes para as atividades propostas.

Atividades Página 30

1. Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes escolham o Hand Talk e o Be My Eyes como recursos que podem ser utilizados na escola.

3. Resposta pessoal. Seria interessante que os estudantes já começassem a pensar nas produções artísticas que pretendem desenvolver para a exposição acessível e que escolhessem tecnologias que possam auxiliá-los na produção de conteúdos acessíveis.

Atividade de ampliação Página 30

Peça à turma que se reúnam em grupos de cinco ou seis estudantes. Oriente os grupos a fazerem o download dos aplicativos que mais lhes chamaram a atenção para testá-los e verificar as funcionalidades oferecidas. A realização desta atividade em grupo vai favorecer o surgimento de ideias que poderão ser aplicadas na criação da exposição acessível.

Audiodescrição de uma obra de arte

A audiodescrição pode ser empregada tanto para descrever em áudio um material impresso e as imagens nele ontidas como para descrever diversos outros produtos, como filmes, documentários, mostras fotográficas e eventos culturais, como peças de teatro, exposições artísticas, entre outras possibilidades. Esse recurso de acessibilidade tem sido cada vez mais empregado no Brasil e no mundo. Sugira aos estudantes que se organizem em duplas, nas quais uma pessoa lê o texto apresentado em voz alta enquanto a outra tenta imaginar o cenário sem observar a imagem.

Atividade Página 32

1. Além dos objetos que compõem a pintura (ponte, carros e árvores), a autora explora as cores utilizadas e a forma dos elementos presentes na cena. Ela também apresenta informações sobre a luminosidade e a relação de proporção entre os elementos da pintura.

Atividade de ampliação Página 32

O professor de Arte pode orientar as duplas de estudantes na escolha da obra para audiodescrição. O professor de Língua Portuguesa dará orientações sobre a elaboração do roteiro, a entonação e a modulação da voz e a velocidade

da fala, tornando a audiodescrição a mais adequada possível para a compreensão do ouvinte. Essa atividade é um preparo para as audiodescrições de obras que devem ser realizadas para a exposição acessível.

Solicite aos estudantes que assistam ao vídeo Audiodescrição é importante recurso para acessibilidade, sugerido no Livro do Estudante, para motivá-los e dar subsídios à produção da audiodescrição de obras de arte.

Videoguias e QR Code

Videoguias são dispositivos utilizados em museus por pessoas com deficiência auditiva que apresentam as obras do acervo em Libras (Língua Brasileira de Sinais) com ou sem legendas em português. Pergunte aos estudantes se eles conhecem ou já tiveram contato com videoguias e de que forma eles tornam acessíveis os ambientes para pessoas com deficiência auditiva. Solicite aos estudantes que realizem uma pesquisa sobre museus e outras instituições culturais brasileiras que oferecem o recurso de videoguia, e, em seguida, compartilhem com a turma, em uma roda de conversa, os resultados da pesquisa.

O professor de Língua Portuguesa pode conversar com os estudantes sobre a Libras e falar da importância do uso dessa língua em diversos eventos públicos e programas jornalísticos, como o que está indicado no Livro do Estudante. Solicite aos estudantes que acessem o site e conheçam o conteúdo atualizado e diversificado dessa webTV.

Pergunte aos estudantes se eles já viram ou já usaram o QR Code. É possível que eles respondam que já tenham visto esse código em embalagens de produtos. Alguns museus usam o QR Code em seu acervo, para que o visitante possa aproximar a câmera do celular ao código afixado na sala de exposições e ter acesso a conteúdos com informações das obras expostas. Essa tecnologia do QR Code pode ser utilizada em videoguias.

Solicite aos estudantes que realizem uma pesquisa sobre museus que adotam o QR Code em suas salas de exposição e que, depois, compartilhem-na com a turma.

Para conhecer um pouco mais sobre Tecnologias Assistivas, solicite aos estudantes que acessem a cartilha Tecnologia Assistiva (TA): experiências inovadoras: soluções de acessibilidade, organizada pelo Instituto de Tecnologia Social, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, ou façam seu download.

• ITS BRASIL. Tecnologia Assistiva (TA): Experiências inovadoras: Soluções de acessibilidade. São Paulo: ITS Brasil: MCTI-Secis, 2012.

Disponível em: https://repositorio.mcti.gov.br/bitstream/ mctic/5058/1/2012_tecnologia_assistiva_experiencias_ inovadoras_solucoes_acessibilidade%20%281%29.pdf. Acesso em: 18 out. 2024.

Atividades Página 33

1. Respostas pessoais. A Tecnologia Assistiva visa garantir autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência, proporcionando ou

ampliando suas habilidades funcionais. Ela é utilizada em diversas esferas da sociedade, facilitando a inclusão digital de pessoas com deficiência ao criar novas formas de interação e promover o acesso ao conhecimento e à cultura. No lazer e no turismo, ela abre as portas de espaços públicos, museus, teatros, cinemas e prédios históricos para a diversidade.

2. Respostas pessoais.

3. Respostas pessoais. As reflexões sobre a atuação do profissional responsável pela interpretação de Libras no dia a dia ajudam os estudantes a observar como esta já é uma profissão imprescindível em diferentes ambientes comunicativos e cada vez mais valorizada no âmbito do mundo do trabalho relacionado às diversas mídias.

Etapa 3: Para finalizar

P roduto final

Exposição acessível

A reflexão sobre como os museus, além de espaços democratizantes, podem ser acessíveis e inclusivos tem o potencial de estimular os estudantes a protagonizar ações inclusivas em outros setores da vida social, objetivando a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

O processo de construção coletiva da exposição acessível na escola com a possibilidade de ampliação dos resultados em ações fora do ambiente escolar poderá propiciar grandes ganhos para a comunidade do entorno, com o estímulo à implementação de recursos de acessibilidade nos espaços de cultura locais.

Para ajudar a definir os responsáveis por cada etapa da produção, sugira aos estudantes que pensem em quais profissionais estariam envolvidos em uma exposição em um museu de verdade e qual seria o papel de cada um deles.

Tendo clara a função de cada profissional, fica mais fácil para os estudantes atribuírem os papéis aos membros do grupo.

Definindo aspectos da exposição

Convide os estudantes a definir os procedimentos a serem adotados para a montagem da exposição.

Explique que uma pesquisa censitária ou por amostragem tem como característica principal a interrogação direta feita a pessoas sobre um determinado assunto. Quando todas as pessoas do universo da pesquisa são interrogadas, temos um levantamento censitário; quando apenas algumas delas são interrogadas, temos um levantamento por amostragem.

Os dados obtidos na entrevista sugerida no Livro do Estudante, realizada com o público delimitado pelo grupo, ajudarão a definir os aspectos da exposição.

Produções artísticas

O professor de Arte pode orientar os grupos nas produções artísticas e na realização das atividades, além de ajudar com conhecimentos específicos para o desenvolvimento dos trabalhos.

Neste momento, é importante que os estudantes assumam a curadoria da exposição. Fale que a curadoria de arte é o processo de organização e montagem de uma exposição artística, formada por um conjunto de obras de um ou de vários artistas, a partir da seleção prévia feita pelo curador, considerando a intencionalidade do diálogo entre as obras, a distribuição no espaço, os elementos de apoio, o tema proposto e o público visitante.

Recursos tecnológicos na busca pela acessibilidade

Concomitantemente à criação e produção das obras de arte, o grupo responsável pelos recursos tecnológicos deverá entrar em ação de forma a pensar em estratégias para tornar o conteúdo acessível ao público-alvo. É chegado o momento de dar andamento ao processo de seleção das ferramentas que garantirão a acessibilidade, como textos em braile, videoguias, audiodescrição e obras táteis. Os estudantes devem contatar previamente instituições de apoio a pessoas com deficiência visual e verificar a possibilidade da produção de legendas das obras em braile. Para a produção dos videoguias, será necessária a participação de um intérprete de Libras. Os estudantes devem contatar previamente esse profissional e verificar sua disponibilidade para colaborar no projeto; instituições que formam intérpretes em Libras podem indicar profissionais que possam se dispor a participar do projeto nessa fase.

Neste momento, é importante ajudar os estudantes a pensar, refletir e decidir sobre a dimensão que o projeto poderá ganhar, visto que deve ser adequado às reais condições materiais (espaciais e tecnológicas) e humanas para a produção do evento.

A acessibilidade no espaço expositivo

Definido o lugar em que será feita a exposição, peça aos grupos que se dirijam a esse local e estudem o espaço, refletindo sobre o que será necessário fazer para adequá-lo e/ou adaptá-lo. Com a ajuda dos professores de Matemática e Física, será possível encontrar soluções relativas à instalação de estruturas que tornem o espaço acessível, como as rampas e o piso tátil. As orientações na escolha do material adequado e nos cálculos das dimensões dessas instalações serão providas por esses professores.

A iluminação, a distribuição, a localização e a exposição adequadas das obras são de fundamental importância para tornar o espaço acessível e, nesse aspecto, os estudantes poderão ser auxiliados pelo professor de Arte em conjunto com os professores de Matemática e/ou de Física, que também poderão indicar onde colocar avisos luminosos

para orientar as pessoas com deficiência auditiva e avisos sonoros para aquelas com deficiência visual.

Divulgando a exposição

Antecipadamente à data da exposição, os estudantes deverão se organizar e escolher aqueles que ficarão responsáveis pela divulgação da exposição.

Ajude-os a definir a montagem de cartazes e avisos e verificar os locais em que poderão ser afixados. Oriente-os a utilizar, se possível, os canais digitais de comunicação para divulgar o evento, como o site da escola e as redes sociais. O jornal da comunidade, físico ou on-line, também é um bom veículo de disseminação rápida de informações.

Lembre aos estudantes de que o local e a data da exposição devem ser definidos previamente com a diretoria da escola.

Montando a exposição

É chegado o momento de reunir todo o material produzido pelos estudantes para montar a exposição. Convoque-os para que, em conjunto com os professores especialistas, verifiquem se o espaço ficou ajustado conforme o previsto e desejado a fim de que eles organizem e instalem todas as obras e recursos tecnológicos produzidos. Se os estudantes tiverem escolhido um título para a exposição, sugira que afixem à entrada do local ou em algum lugar visível da escola uma placa ou cartaz com o título escolhido.

Terminada a montagem da exposição, aconselhe os estudantes a testar a aparelhagem para verificar eventuais problemas e poder corrigi-los a tempo.

Cobrindo o evento

Chegou a hora de receber os visitantes e observar o interesse deles pela exposição e a forma como interagem com as obras, com o espaço, com os videoguias e audiodescrições e com os demais recursos de acessibilidade disponibilizados. Os estudantes poderão fotografar e/ou gravar o evento, focando-se na interação do público om a exposição e na reação diante dos recursos de acessibilidade. Oriente os estudantes a colher dos visitantes as autorizações para filmagem e fotografias.

Sugira que sejam disponibilizados um caderno e uma caneta na porta do evento para que as pessoas registrem comentários, opiniões e deixem sugestões que poderão ser aproveitadas em outras oportunidades de trabalho ou na avaliação realizada pela turma ao final do projeto.

Avaliação

Com relação às avaliações, realize-as de acordo com o que julgar pertinente, levando em conta o comportamento e a participação dos estudantes durante o desenvolvimento do projeto. As questões sugeridas podem ser ampliadas e outras podem ser incluídas para que o quadro avaliativo corresponda a sua realidade.

Os quadros localizados ao final do projeto podem ser utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você pode marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens desses quadros. Busque

sempre o consenso. O preenchimento dos quadros pode ser feito gradualmente, à medida que o projeto for sendo desenvolvido, ou ao final, após a realização do produto final.

O primeiro quadro pode ser usado, também, para que os grupos avaliem seus integrantes, permitindo que os estudantes se avaliem, o que possibilita momentos de conversas produtivas que podem colaborar para o desenvolvimento de cada um. Durante todo o processo avaliativo, é fundamental que as colocações sejam respeitosas e sinceras.

Mundo do trabalho Página 41

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes escolham uma profissão ligada à acessibilidade e expliquem sua importância atual para proporcionar condições igualitárias a todos os cidadãos, garantido a pessoas com deficiência que tenham bem-estar, condições adequadas de trabalho e as ferramentas necessárias para que possam realizar seus projetos de vida em nossa sociedade.

Planejamento

A seguir, é sugerida a quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para que o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em outro período de tempo, por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1 4 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 6 aulas

Sugestão de cronograma

Sugerimos que este projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas que serão tratados no decorrer da investigação.

Nas aulas 1 e 2, serão apresentados os tipos de deficiência e os números oficiais de pessoas com deficiência no Brasil. Atividades e pesquisas serão propostas de modo a sensibilizar os estudantes e levantar seus conhecimentos prévios sobre o tema proposto. Serão apresentados e dis-

cutidos os direitos das pessoas com deficiência garantidos por lei e o conceito de acessibilidade.

Nas aulas 3 e 4, o tema acessibilidade será aprofundado e os estudantes serão aproximados do foco do produto final ao refletirem sobre museus que oferecem recursos de acessibilidade e ao darem início à organização da exposição acessível. Use as atividades propostas para fazer os estudantes refletirem sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no acesso aos espaços de cultura e promova um levantamento sobre os recursos de acessibilidade que eles conhecem.

Etapa 2: Saber e fazer

A avaliação na etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, a que os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final.

Nas aulas 5 e 6, os estudantes conhecerão alguns museus brasileiros que oferecem recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência. Serão apresentados mais detalhadamente os programa de acessibilidade adotados pelos Museus do Ipiranga – USP e Museu do Futebol localizados em São Paulo. Será solicitado aos estudantes que realizem pesquisa sobre museus e espaços de cultura localizados na região onde moram que oferecem recursos de acessibilidade.

Nas aulas 7 e 8, os estudantes conhecerão diversos aplicativos desenvolvidos para proporcionar acessibilidade. Estimule os estudantes a fazer download dos aplicativos que mais lhes interessarem para entenderem o seu funcionamento. Chame a atenção para o aplicativo Hand Talk, que ealiza traduções automáticas para Libras.

Na aula 9 , os estudantes vão conhecer o que é audiodescrição por meio da leitura de uma audiodescrição de uma obra de arte. N o final da aula 9 , proponha que eles realizem em duplas a audiodescrição de uma obra de arte escolhida por eles para apresentação na aula seguinte. Na aula 10 , eles conhecerão os videoguias, dispositivos que disponibilizam a descrição em Libras de obras expostas em museus e outros espaços de cultura. Ao final dessa aula, converse com os estudantes sobre como as novas tecnologias podem auxiliar os espaços museológicos a se tornarem acessíveis. Se possível, acesse a TV INES com os estudantes para que eles conheçam o conteúdo dessa webTV disponibilizado para pessoas com deficiência auditiva.

As atividades propostas nas aulas 5 a 10 visam instrumentalizar os estudantes para a realização da exposição acessível.

Etapa 3: Para finalizar

A etapa 3 é somativa: nela os estudantes desenvolvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores.

Nas aulas 11 a 16, os estudantes farão o planejamento

e adotarão os procedimentos necessários para a execução da exposição acessível. Eles deverão se organizar em grupos para a realização de tarefas específicas. Nessas aulas, os estudantes devem elaborar e realizar a pesquisa de preferência do público e efetuar a tabulação dos dados obtidos. Os professores que orientarão os estudantes devem ser informados com antecedência sobre o cronograma de aulas reservadas para o projeto para que participem no momento adequado. Essas aulas também devem ser reservadas para as produções artísticas, para a produção das audiodescrições e dos videoguias e outros recursos tecnológicos e para produção do material de divulgação.

Projeto

2 Juventudes:

como valorizar as manifestações e culturas juvenis na escola?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais

• Educação em direitos humanos

• Diversidade cultural

Componentes curriculares

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa e Arte

• Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – História

Objetos de conhecimento

• Língua Portuguesa: Curadoria de informação; Estratégias de leitura: apreender os sentidos globais do texto; Exploração de multissemiose; Relação entre textos; Escuta; Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição

• Arte: Materialidades; Contextos e prática; Elementos da linguagem; Processo de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural; Arte e tecnologia.

Produto Final:

• Festival cultural

Introdução

Este projeto articula o tema integrador Protagonismo

Juvenil à proposta de aliar as manifestações culturais juvenis ao currículo escolar, valorizando a vivência dos estudantes, proporcionando-lhes situações em que possam atuar como protagonistas no processo de aprendizagem. Com esse propósito, serão desenvolvidas atividades di-

versas, que envolvem pesquisas, leitura de notícias e entrevistas, reconhecimento de referências culturais, entre outros. Nesse contexto, será possível trabalhar os Temas Contemporâneos Transversais Educação em direitos humanos e Diversidade cultural ao abordar as diversas manifestações culturais próprias dos grupos juvenis, além de promover o autoconhecimento, viabilizar momentos de reflexão sobre preferências culturais, possibilitar o questionamento sobre padrões impostos pela sociedade e, especialmente, mobilizar ações em que os jovens possam atuar como protagonistas em processos de produção cultural.

Como parte da proposta, os estudantes desenvolverão um Festival cultural, evento no qual poderão se expressar de diferentes formas (por meio das linguagens do teatro e da dança, da realização de exposição de fotografias, apresentações de slam, entre outras expressões artístico-culturais), a fim de exercer o protagonismo juvenil tanto em elação à produção cultural como em relação à sua formação educacional. A proposta considera o contexto escolar e suas realidades e as necessidades e interesses dos estudantes, buscando atender a duas das propostas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC): a superação da fragmentação disciplinar e o estímulo à aplicação das vivências do estudante na construção do conhecimento.

Torna-se relevante, portanto, fomentar práticas significativas e contextualizadas de protagonismo juvenil, articulando as áreas de conhecimento aos interesses dos estudantes. Nesse sentido, a participação deles no seu próprio processo formativo converte-se em ação, na busca do desenvolvimento de competências e habilidades que os auxiliem a “aprender a aprender”, para que cada vez mais tenham autonomia na tomada de decisões e sejam proativos nas demandas de soluções para os desafios da vida.

A BNCC neste projeto

Este projeto proporciona oportunidades de desenvolver várias competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

A seguir, estão apontados os códigos das habilidades e competências específicas, bem como as competências gerais. O texto completo referente a cada um dos códigos está apresentado nas páginas 202 a 205 deste livro.

Competências gerais da BNCC:

• 1, 3, 4, 5, 7 e 8

Competências específicas e habilidades

• Área de Linguagens e suas Tecnologias

• Habilidades referentes à competência específica 1: EM13LGG101, EM13LGG103 e EM13LGG105.

• Habilidades referentes à competência específica 2: EM13LGG201 e EM13LGG203.

• Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG301 e EM13LGG305.

• Habilidades referentes à competência específica 6: EM13LGG601 e EM13LGG602.

• Habilidade r eferente à competência específica 7: EM13LGG703.

• Língua Portuguesa por campo de atuação

• Todos os campos de atuação social: EM13LP01 (relacionada à competência específica 2), EM13LP06 ( relacionada à competência específica 1), EM13LP11 (relacionada à competência específica 7) e EM13LP15 (relacionada às competências específicas 1 e 3).

• Campo da vida pessoal: EM13LP20 (relacionada às competências específicas 2 e 3).

• Campo de atuação na vida pública: EM13LP24 (relacionada à competência específica 1).

• Campo das práticas de estudo e pesquisa: EM13LP30 (relacionada à competência específica 7).

• Campo artístico-literário: EM13LP47 (relacionada às competências específicas 3 e 6).

• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13CHS104.

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento deste Projeto Integrador possibilitará aos estudantes o conhecimento e a prática das linguagens empregadas em diversas manifestações culturais, compreendendo seus discursos como modos de participação e intervenção social. Dentro dessa proposta, as competências gerais 1, 3, 4, 5, 7 e 8 da BNCC são trabalhadas como exposto a seguir.

A competência geral 1 será desenvolvida por meio dos trabalhos com os diversos textos apresentados e em atividades de pesquisa, como a que será realizada para a elaboração da linha do tempo das gerações.

A competência geral 3 será contemplada nas propostas de conhecimento e valorização de manifestações artísticas e culturais nacionais e estrangeiras, e será explorada nas manifestações culturais apresentadas pelos estudantes na criação e realização do Festival cultural.

As competências gerais 4 e 5 tratam, respectivamente, da utilização das diferentes linguagens para expressar e compartilhar informações, e do uso de tecnologias digitais para se comunicar. Após a realização das pesquisas que serão sugeridas, os jovens deverão compilar e tratar os dados e compartilhar os resultados, desenvolvendo, assim, ambas as competências de modo integrado.

A competência geral 7 tem como foco o desenvolvimento da capacidade argumentativa e a defesa de ideias, de modo respeitoso e que leve em conta a promoção dos Direitos Humanos, que pode ser trabalhada em diferentes etapas do projeto, especialmente nas diversas propostas de discussão e rodas de conversa.

A competência geral 8 estará presente nos processos

de conhecimento e identificação proporcionados durante a apreciação e estudo das manifestações culturais juvenis e no reconhecimento dessas manifestações como possibilidades de dar voz aos anseios e expectativas dos jovens.

Espera-se estimular de maneira responsável uma educação transformadora, em que o estudante passe a atuar ativamente no processo de ensino-aprendizagem e na construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas, como exposto a seguir.

As habilidades EM13LGG101, EM13LGG103 e EM13LGG105 (relacionadas à competência específica 1) serão desenvolvidas na leitura e interpretação de textos e nas produções artísticas para o Festival cultural, fazendo uso de diferentes linguagens. Nesse processo, os estudantes poderão compreender o funcionamento dessas linguagens e se apropriar de conceitos e adequações necessárias considerando o público, o contexto e a intenção de produção.

As habilidades EM13LGG201 e EM13LGG203 (relacionadas à competência específica 2) serão desenvolvidas nas apreciações e análises de diversos textos e imagens, objetivando a ampliação do conteúdo estudado para que, a partir disso, os estudantes possam buscar soluções que transformem a realidade na qual estão inseridos, possam exercer o protagonismo juvenil e se engajar em projetos culturais que sejam de fato representativos.

As habilidades EM13LGG301 e EM13LGG305 (relacionadas à competência específica 3) serão desenvolvidas nas atividades de produção artística e cultural dos estudantes – com a mobilização de diferentes linguagens da Arte, no trabalho colaborativo para a produção do Festival cultural e no desenvolvimento das discussões em grupo e rodas de conversa ao longo do projeto. Nessas atividades, os estudantes exercerão o protagonismo, a criatividade, a cooperação, o respeito mútuo e a solidariedade.

As habilidades EM13LGG601 e EM13LGG602 (relacionadas à competência específica 6) serão desenvolvidas na apreciação estética de produções de diferentes linguagens artísticas e na pesquisa sobre artistas contemporâneos e suas obras, com o objetivo de inspirar os estudantes para produções autorais que possam ser apresentadas por eles a todos colegas no Festival cultural.

A habilidade EM13LGG703 (relacionada à competência específica 7) será contemplada no uso de ferramentas de busca de informações e nas oportunidades de avaliação dos novos formatos de comunicação das Gerações Z e Alpha, bem como nas propostas de uso de mídias digitais para compartilhamento dos conteúdos produzidos e nas contribuições delas advindas para a produção do Festival cultural .

Ao longo do projeto, as habilidades EM13LP01, EM13LP06, EM13LP11 e EM13LP15, de Língua Portuguesa, serão desenvolvidas em diferentes situações de leitura e interpretação de textos, produção escrita e adequação textual, como a elaboração do convite para o

evento, formulação do questionário que compõe a pesquisa, detalhamento das apresentações, entre outras atividades. Para todas essas produções, exige-se um trabalho de escrita, revisão e reescrita, até que se chegue ao produto final, composto por um texto objetivo, que obedeça à norma-padrão da língua, mas ao mesmo tempo utilize uma linguagem convidativa e que seja adequada ao público jovem.

As habilidades EM13LP20 e EM13LP30 serão mobilizadas em atividades de pesquisa sugeridas ao longo do projeto, principalmente em relação à busca por artistas e manifestações culturais referentes a cada uma das gerações e no processo de autoconhecimento propiciado aos estudantes para que possam compartilhar gostos, interesses e práticas culturais.

As habilidades EM13LP24 e EM13LP47 serão desenvolvidas por meio da realização do Festival cultural, no qual os estudantes poderão expressar-se em diferentes linguagens artísticas e apresentar as suas produções para toda a comunidade escolar.

A habilidade EM13CHS104 (relacionada à competência específica 1), da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, é contemplada especialmente na produção da linha do tempo das gerações, quando se solicita que os estudantes pesquisem acontecimentos, fatos históricos e manifestações artísticas que marcaram cada uma das gerações apresentadas no Livro do Estudante

Professores envolvidos

Levando-se em consideração que o projeto é constituído por vários textos, exercícios de interpretação e produção textual, com diferentes objetivos, propõe-se que o professor de Língua Portuguesa conduza o desenvolvimento do projeto. No entanto, será essencial contar com a contribuição do professor de Arte e de Educação Física no desenvolvimento das atividades que envolvam expressão artística dos estudantes e, principalmente, na produção e organização do Festival cultural.

A contribuição do professor de História será importante na análise dos momentos históricos e políticos atrelados às manifestações artísticas de cada geração proposta na pesquisa para a criação da linha do tempo. O professor de Arte será fundamental, neste momento, na contextualização das manifestações artísticas apresentadas pelos estudantes, fazendo aproximações com movimentos e artistas do presente.

Materiais sugeridos

• Computadores, celulares ou tablets com acesso à internet; fones de ouvido; câmeras digitais; papéis diversos; lápis; canetas variadas; tintas e pincéis.

No caso de a escola não dispor de laboratório de informática com computadores com acesso à internet, oriente os estudantes a realizar as pesquisas como atividades ex-

traclasse. Para atividades que envolvam o uso de celulares, sugere-se a formação de duplas ou trios, quando nem todos os estudantes possuírem esses aparelhos.

Na ausência de fones de ouvido para a reprodução de áudios e vídeos, podem-se utilizar caixinhas de som, que funcionem preferencialmente via bluetooth, para facilitar as conexões. As câmeras digitais podem ser substituídas por smartphones com câmeras, no momento de realizar os registros do evento, tanto em vídeos quanto em fotos. Lápis, canetas, tintas e papéis diversos são materiais que podem ser utilizados para a confecção de convites manuscritos, de cartazes para a divulgação do evento ou para reproduzir os resultados das pesquisas.

Orientações didáticas

Etapa 1: Vamos começar

Juventude e protagonismo

Este é um momento bastante oportuno para ouvir os jovens e permitir que eles se expressem livremente. O texto “Protagonismo Juvenil e Educação Transformadora” pode motivar a discussão, mas outras questões interessantes podem surgir e ser debatidas. Propõe-se a organização dos estudantes em círculo, a fim de criar um ambiente acolhedor, por meio do qual se sintam à vontade para participar, expondo suas ideias acerca do assunto abordado. Peça a um estudante que inicie a leitura dos dois primeiros parágrafos do texto.

Ao final da leitura, sugira que se organizem em grupos de até quatro integrantes para discutir as atividades 1 a 4 e respondê-las no caderno.

Atividades Página 47

1. Resposta pessoal. Se for necessário, peça aos estudantes que releiam o texto e façam anotações no caderno com os pontos que acharam mais importantes.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que protagonismo juvenil está associado a uma prática educativa na qual os jovens são os elementos centrais do processo de aprendizagem.

3. A escola, se transformadora, torna-se um local de fomentação do protagonismo juvenil.

4. Resposta pessoal. Espera-se que o jovem estabeleça relações entre o protagonismo e o empreendedorismo juvenil, para refletir sobre o futuro e seu o papel nele como cidadão crítico e atuante.

5. Resposta pessoal. Esta pergunta reflexiva propõe ao jovem uma leitura crítica do mundo e da sociedade em que está inserido. Incentive-os a pensar em soluções para que possam ter suas vozes ouvidas, que possam ser criativos e protagonistas.

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem ou encontrem, nos resultados de suas pesquisas, não somente exemplos internacionais, como

a jovem paquistanesa Malala e a ativista sueca Greta Thunberg, mas também nomes nacionais, como o da estudante Hamangaí Marcos Melo Pataxó, que atua na defesa dos direitos indígenas, o de Paloma Costa Oliveira, ativista ambiental, entre outros. Incentive-os a aprofundar a pesquisa e reforce a importância de consultar sites oficiais e fontes confiáveis, a fim de evitar notícias falsas.

Culturas juvenis

Proponha aos estudantes que respondam oralmente à questão apresentada no início do parágrafo: “Vocês já pararam para pensar nas características que definem os jovens na atualidade?”.

Instigue-os a expor suas ideias. Apresente novas perguntas que permitam a eles refletir a respeito de suas próprias características ou das particularidades dos grupos nos quais estão inseridos, como: Vocês saberiam dizer quais são as características atribuídas à sua geração?

Após essa discussão introdutória, peça aos estudantes que respondam no caderno, individualmente, ao questionário proposto neste tópico. O objetivo dessas atividades é identificar as preferências de cada estudante, a fim de auxiliá-los no processo de autoconhecimento. Em seguida, proponha a eles que compartilhem suas respostas com os colegas, com o propósito de mapear os interesses da turma.

Atividade de ampliação

Página 49

Oriente os estudantes a produzir, coletivamente, um painel com base nas informações obtidas no questionário. Recomende que façam impressões de imagens representativas das preferências do grupo para ilustrar o painel, que produzam textos coletivos e que exponham as obras literárias mencionadas, entre outras possibilidades. Esse painel poderá ser afixado na sala de aula ou em local de grande circulação, com autorização da direção/coordenação escolar, para que outros estudantes possam apreciar o trabalho realizado pelos grupos.

E m foco

Manifestações culturais

Após a leitura do texto inicial deste tópico, seria interessante consultar a opinião dos estudantes a respeito da questão: Você considera que os talentos artísticos podem ser o início de uma carreira profissional?

Reserve alguns minutos da aula para que os estudantes reflitam e exponham suas opiniões sobre essa ideia inicial, antes de começarem a Atividade de Ampliação. Procure registrar no quadro algumas observações que considerar relevantes para comparação posterior.

Atividades Página 50

1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante perceba que a arte é uma forma de expressão e pode integrar

diferentes linguagens artísticas a todos os componentes. Por esse motivo, a escola pode ser um ótimo espaço de manifestação artística, oferecendo oportunidade para que os estudantes desenvolvam sua criatividade.

2. Resposta pessoal. Essa pergunta objetivo a reflexão sobre até que ponto os jovens podem ser motivados ou desmotivados a seguirem seus talentos e sonhos, tanto no campo artístico e cultural como nos demais. Ou seja, até onde os jovens têm voz ativa para seguir a carreira em que se sentem mais confortáveis.

3. Resposta pessoal. Caso não haja na escola um espaço para manifestações culturais, sugira que os estudantes pensem em como levar uma proposta à coordenação da escola para que seja cedido um espaço para esse fim.

Atividades de ampliação Página

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Organize a turma em duplas e oriente os estudantes a ouvir o podcast “Juventude, cultura e trabalho”.

Oriente-os a, ainda em duplas, responder às questões propostas, fazendo anotações sobre os pontos levantados entre eles. Chame a atenção dos estudantes para os principais pontos levantados no podcast e, de acordo com as respostas, faça novas perguntas que os levem a iniciar a reflexão sobre as profissões que podem ser seguidas, lembrando-os também de todos os outros profissionais que trabalham nos bastidores: diretores, roteiristas, produtores, editores, sonoplastas, fotógrafos, maquiadores, c abeleireiros, entre outros.

Em seguida, faça uma roda de conversa para que toda a turma possa apresentar suas anotações e trocar impressões sobre o podcast

Incentive os estudantes a fazer a leitura dos textos sugeridos no boxe “Para Ler” antes da discussão. As publicações poderão enriquecer ainda mais o debate.

A pós as discussões geradas pelas perguntas iniciais, introduza o vídeo O Desafio do 1o emprego para complementar e ampliar a discussão.

Disponível em: https://youtu.be/ roh83eBVuyg?si=vwJ0hYGNFelmco86. Acesso em: 22 out. 2024.

No ritmo da juventude

Antecipe que, neste tópico, serão apresentados alguns representantes da música nacional e internacional, além de uma escritora e um quadrinista e ilustrador brasileiros. Para isso, solicite voluntários para falar sobre cada um deles para a turma.

Sugere-se levar uma caixinha de som para mostrar músicas de cada artista. Se a escola dispuser de recursos tecnológicos, podem-se projetar alguns clipes, previamente selecionados, desses artistas. Além disso, proponha o acompanhamento dos clipes pelos celulares, fazendo uso de fones de ouvido, de forma individual ou em duplas. É possível também projetar trechos dos textos de Juliana Giacobelli e quadrinhos e ilustrações de Bruno Guma.

Pergunte aos estudantes se já conheciam alguns dos artistas mencionados, se acompanham seu trabalho, do

que gostam (ou do que não gostam) em suas produções etc. Sugira que mencionem outros músicos, escritores e artistas gráficos que considerem representantes da geração deles e peça que apresentem informações sobre esses artistas, seus trabalhos etc. Questione por que consideram a obra deles relevante.

Proponha que pesquisem mais sobre os nomes apresentados no Livro do Estudante, possibilitando, dessa forma, a ampliação do repertório cultural da turma.

Atividades Página 54

1. a) , b) e c) As respostas dos itens são pessoais e dependem, além do gosto pessoal do estudante, do acesso aos artistas referidos. Se houver oportunidade, os estudantes poderão pesquisar na internet ou em streamings de vídeos e músicas os artistas citados para apreciar o seu trabalho.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem a internet como um meio para compartilhar e tornar conhecidos os jovens artistas.

3. Os estudantes podem citar que alguns artistas são engajados ou defendem alguma causa, mas também é possível que mencionem nomes que são referência devido ao talento musical, ao seu estilo pessoal etc.

4. Respostas pessoais. Os estudantes podem citar representantes de outros gêneros musicais, como o forró, o sertanejo e o samba, por exemplo.

5. a ) Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem que os artistas influenciam os jovens por meio de exemplos, portanto suas escolhas de comportamento, estilo e vestimenta ditam regras e tendem a ser copiadas por seus admiradores.

b) Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem que gostam de assistir a séries, ler quadrinhos, a ssistir a filmes, ler livros, entre outras possibilidades.

c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que as manifestações culturais podem estar a ssociadas tanto a entretenimento quanto a contestações sociais, como é o caso da música, por meio da qual um rapper, por exemplo, expõe realidades que revelam desigualdades sociais, racismo e variadas formas de violência.

Atividade de ampliação Página 54

Concluídas as atividades, a proposta agora, em consonância com a BNCC, é criar situações de trabalho mais colaborativas, que esteja em consonância com os interesses dos estudantes e favoreçam seu protagonismo. Por meio da atividade de ampliação proposta, os jovens serão estimulados a elaborar questões para fazer uma enquete sobre as preferências artístico-culturais da comunidade escolar. Uma vez finalizada estas duas etapas, sugere-se compilar as informações e criar gráficos e planilhas que permitam visualizar o perfil do público participante. É possível articular o trabalho de tabulação de dados e a organização das informações com a ajuda do professor de Matemática.

Organizando os trabalhos

Projeto 2 – Juventudes

O produto final do projeto consistirá na realização de um Festival cultural, por meio do qual os jovens serão convidados a expor suas habilidades artísticas, sejam elas relacionadas à música, à dança, ao teatro, à fotografia ou à intervenção artística no espaço urbano, como grafite e lambe-lambe, entre outras possibilidades.

O convite pode e deve se estender à comunidade onde a escola está inserida, possibilitando ao público não somente assistir às apresentações, mas também participar delas, onforme suas habilidades e interesses.

Para a concretização das etapas 2 e 3, é importante que os estudantes formem duplas ou pequenos grupos e assumam algumas responsabilidades para garantir que todas as ações necessárias para a execução do projeto como um todo sejam passíveis de realização, como: recebimento das inscrições dos participantes; elaboração de toda a comunicação visual do evento (cartazes, folders, convites); divulgação do festival; organização do espaço do evento etc.

É imprescindível também que todos os estudantes se envolvam na reorganização da escola após a realização do evento.

Etapa 2: Saber e fazer

Linha do tempo das gerações

A fim de estabelecer conexões entre as gerações, a proposta é criar uma linha do tempo e identificar características pertinentes a cada uma delas.

Atividade de ampliação Página 5758

Esta atividade mostra um nível de dificuldade maior, pois os estudantes terão de seguir corretamente as etapas a fim de chegar ao objetivo final: a construção de uma linha do tempo com as características das últimas cinco gerações. Caso os estudantes mostrem dificuldades em especial na etapa 1, com a ajuda do professor de História, ajude-os a levantar hipóteses de pesquisa por meio de uma roda de conversa, momento no qual o repertório e a participação de todos enriquecerá ainda mais a atividade.

Geração Z: em busca da autenticidade

Antes da leitura do texto, colete as informações prévias e destaque que a reportagem será o ponto de partida para entender mais sobre esse assunto. A ideia é que as questões propostas sejam debatidas primeiramente em pequenos grupos, para que, na sequência, o debate seja ampliado com o grupo todo. Proponha a leitura do texto “Os imperfeitos” e, logo depois, a realização das atividades.

Atividades Página 60

1. Resposta possível: A Geração Alpha, composta por indivíduos nascidos a partir de 2010, é conhecida por ser ainda mais imersa em tecnologia do que a Geração Z. Eles cresceram em um ambiente onde a inteligência artificial, a realidade aumentada e a automação são partes comuns do dia a dia. É provável que essa geração seja mais adaptável às mudanças tecnológicas e tenha um entendimento mais intuitivo das ferramentas digitais.

2. Resposta possível: A ideia de imperfeição adotada pela Geração Z, que rejeita a busca pela perfeição em favor da autenticidade e da diversidade, pode influenciar a Geração Alpha a valorizar mais a individualidade e a inclusão. Ou seja, uma geração pode aprender bastante com a anterior, mantendo alguns hábitos e padrões ou modificando-os de acordo com suas necessidades.

3. Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem que os jovens, ao produzirem selfies e se verem tanto em telas, percebem que a diversidade é bela e que os padrões estéticos impostos em especial pela mídia podem não ser seguidos.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o uso da internet e das tecnologias digitais r evolucionou a produção e a divulgação de conteúdo, tornando o mundo mais conectado, acessível e diversificado.

Por esse motivo, é possível que identidades culturais e formas de expressão pessoais sejam influenciadas por esse acesso a informações dos mais diversos locais do planeta.

5. a) Resposta pessoal. Ajude os estudantes a entender que ser original pode ir além de negar as pressões e aceitar as imperfeições. É necessário também ter autoconhecimento.

b) Resposta pessoal. Os filtros e a edição de fotos são recursos do mundo digital, mas que, se utilizados de forma excessiva ou sem cuidados, podem prejudicar a imagem que as pessoas têm de si mesmas, afetando seu autoconhecimento e sua autoestima.

6. Resposta pessoal. Debata com estudantes o problema de achar uma geração superior a outra. É importante reforçar que todas as gerações têm seus ensinamentos e devemos respeitá-los. Explique o fato de que cada geração é resultado de um contexto histórico e socioeconômico, estando, portando, cada uma delas bem preparadas para lidar com as demandas de seu tempo. Assim, não podemos comparar as gerações entre si, afirmando que uma é mais desenvolvida que a outra.

Beleza ideal × beleza real

Para abordar o tema beleza ideal e beleza real, proponha aos estudantes que façam a leitura dos textos deste tópico. Sugira a leitura compartilhada do texto “Negahamburger”, elegendo um estudante para dar início. Esse estudante lê um trecho e, na sequência, escolhe outro colega para dar continuidade, e assim sucessivamente.

No decorrer da leitura, é possível fazer pequenas pausas para esclarecer algum termo ou ideia que não tenham ficado claros. Oriente-os, ao final, a apreciar o grafite de Evelyn Queiróz e comentar suas percepções sobre a ilustração. Se possível, leve os estudantes ao laboratório de informática e oriente-os a acessar páginas confiáveis na internet que apresentem os trabalhos dessa artista.

Atividades Página 62

1. Espera-se que os estudantes concluam que as obras da Antiguidade Clássica estabeleceram um padrão de beleza que influencia o Ocidente até os dias atuais. Dizer que alguém parece um deus grego é afirmar que a pessoa elogiada é realmente bela na opinião de quem fez o elogio.

2. É possível que os estudantes digam que geralmente são apresentados corpos musculosos ou bem definidos, cabelos lisos, modelos brancos e jovens, ou seja, sem respeitar a diversidade da população brasileira.

3. Resposta pessoal. Padrões de beleza é um tema que pode gerar um bom debate. Incentive-os a perceber que não existe padrão ideal e que todos os tipos de corpos devem ser valorizados e respeitados.

Atividade de ampliação Página 62

Nesta atividade, é proposto um trabalho de criação artística, por meio do qual os estudantes devem observar a diversidade e evidenciar a pluralidade de perfis e belezas encontrados na escola, por meio de uma das linguagens da arte. Convide o professor de Arte para auxiliar no desenvolvimento dessa atividade.

Novas formas de expressão

É interessante chamar a atenção dos estudantes para os avanços tecnológicos e questioná-los sobre os benefícios trazidos por essa revolução em relação à difusão cultural. Permita que se expressem livremente, expondo suas opiniões de maneira ordenada, destacando a importância do respeito aos turnos de fala e especialmente do respeito às opiniões de todos.

Gerações Z e Alpha, tecnologia e mercado de trabalho

Antes de ler o texto, abra uma roda de conversa sobre o que os estudantes já sabem sobre as Gerações Z e Alpha e como eles acham que essas gerações vão atuar no mundo do trabalho. Reforce que ambas as gerações cresceram em meio à tecnologia e ao mundo digital e isso certamente impacta, em muito, na vida profissional desses jovens e no mundo do trabalho como um todo. Em seguida, leiam o texto “Geração Alpha já pode entrar no mercado de trabalho este ano – o que esperar desses profissionais?”. Antes de começar a atividade, sugira à turma que reflita se as hipóteses levantadas antes da leitura bateram com as informações trazidas pelo texto.

Atividades Página 65

1. A geração Alpha, segundo o texto, “será marcada por comunicação e aprendizados rápidos, consciência social muito forte e intolerância a discriminações’”. Espera-se que os estudantes entendam que os Alphas estão crescendo em meio a mudanças sociais significativas, como o aumento da diversidade étnica e racial em vários setores da sociedade, e a diversos movimentos atuantes relacionados a lutas sociais importantes. Essas mudanças impactam diretamente a relação dos jovens com o mundo.

2. Segundo o texto, os jovens da geração Z tendem a buscar empregos flexíveis, que lhe proporcione mais autonomia e que lhes garanta que trabalham de acordo com seu ritmo e estilo. As expectativas com relação aos jovens da geração Alpha é que busquem empregos que, além da remuneração e dos benefícios, lhes ofereça um propósito e um significado.

3. Respostas pessoais. Nesta atividade, os estudantes devem refletir sobre os hábitos das Gerações Z e Alpha. Pergunte aos estudantes com quais características e expectativas atribuídas a essas gerações eles se identificam, em especial no que diz respeito ao mercado de trabalho. Permita que exponham suas posturas e oriente-os a respeitar o posicionamento dos colegas. Espera-se que essa discussão leve os estudantes a refletir sobre suas atitudes e sobre suas tomadas de decisão com relação a sua vida profissional. Depois da discussão, oriente-os a elaborar um texto argumentativo, considerando as ideias estabelecidas na discussão oral. Promova a troca entre os grupos para que possam ler os textos uns dos outros. Os textos também podem ser expostos em um mural e em cartazes espalhados pelos espaços de grande circulação dos estudantes de outras turmas ou mesmo no site oficial da escola, para que a comunidade escolar também reflita sobre o que esperar das modificações que essas gerações estão trazendo

Manifestações artísticas

Neste momento, será possível aprofundar o conhecimento a respeito de algumas manifestações artísticas típicas das culturas juvenis contemporâneas como as práticas de slams, rap e grafite.

Uma proposta para este trecho do projeto é dividir a turma em três grandes grupos e atribuir um tema a cada um, de modo que eles pesquisem, se apropriem e depois apresentem os resultados aos colegas. Essa pesquisa pode partir dos conteúdos apresentados no livro e ser expandida em jornais e revistas on-line, vídeos de variados canais sobre o assunto na internet, blogs etc.

Slam: duelo de rimas

Se houver recursos na escola, apresente para os estudantes ou peça a eles que pesquisem vídeos de slams realizados pelo país, como o da edição 2018 do Slam de Poesias Interescolar de São Paulo.

• SLAM Interescolar SP 2018: EMEF Cláudio Manoel da Costa. 2018. Vídeo (3min49s). Publicado pelo canal Slam da Guilhermina.

Disponível em: https://youtu. be/5tuDuYuWDwc?si=MIyyekd38TE4MeyI. Acesso em: 23 jan. 2020.

Rap

O rap é um movimento do início dos anos 1980 e ganhou força por apresentar letras que tematizam questões sociais, por meio de rimas fortes e batida inconfundível. Em 1988, foi lançado o primeiro álbum de rap nacional, denominado Hip-Hop Cultura de Rua

Grafite: arte das ruas

O grafite pode despertar bastante o interesse dos jovens, por isso explore o assunto para estimular propostas de intervenção artística que utilizem essa linguagem no espaço escolar, com a autorização da direção da escola. Peça aos estudantes que pesquisem se existem obras de grafite no bairro onde moram, no entorno da escola ou em outros pontos da cidade e que apresentem os resultados para a turma.

Atividades Página 69

1. Espera-se que os estudantes encontrem em suas pesquisas que o rap une música e poesia, mesmo nas batalhas nas quais as letras são improvisadas. O slam é uma batalha de poemas declamados, e não cantados. É possível que os estudantes citem nomes de artistas como: Mano Brown, Criolo, MV Bill, Marcelo D2, Projota etc.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes já tenham visto obras desses e de outros grafiteiros ao vivo ou em programas de televisão. Selecione e apresente algumas em sala de aula, se possível.

3. Resposta pessoal. Seria interessante pedir aos estudantes que fotografem essas obras e as apresentem para a turma em uma roda de conversa.

4. Espera-se que os estudantes afirmem que as mídias sociais e as plataformas digitais contribuíram para a ampliação das manifestações artísticas, uma vez que possibilitaram a divulgação e o compartilhamento desses trabalhos de forma instantânea, o que possibilitou a e xposição imediata nas mais variadas formas de interação virtual, pelas redes sociais, aplicativos de conversas, e-mail , entre outras possibilidades.

Atividade de ampliação Página 69

Essa atividade pode ser utilizada como proposta de ampliação para os estudantes que não atingiram os objetivos propostos no projeto, contribuindo para ampliar os conhecimentos de toda a turma.

Proponha a formação de pequenos grupos e oriente-os a seguir o roteiro estabelecido no Livro do Estudante. Essas pesquisas servirão para a construção do repertório dos

estudantes e vão contribuir para a realização do Festival cultural na parte final do projeto.

Etapa 3: Para finalizar

Produto final

Festival cultural

O produto final consistirá na realização de um Festival cultural com o objetivo de valorizar os talentos e as habilidades artísticas dos jovens, oferecendo-lhes a oportunidade de exercer seu protagonismo em um evento multicultural. Essa ação propõe ainda explorar a pluralidade juvenil, de modo que os estudantes possam se manifestar artisticamente por meio de variadas expressões e linguagens artísticas.

Com a realização desse evento, espera-se que os estudantes possam reconhecer no espaço escolar uma oportunidade de convívio social, no qual a cultura juvenil seja reconhecida e valorizada.

Agora, será o momento de atuação dos grupos previamente estabelecidos para a organização das tarefas que antecedem o evento. Oriente a organização dos grupos de trabalho do festival, de modo que cada grupo fique responsável por executar ações determinadas, como: divulgação, inscrição dos participantes, preparação do local etc. Explique que todos devem se comprometer com a reorganização da escola após o evento.

A comissão organizadora deve primeiramente enviar uma carta à direção da escola, explicando os objetivos do evento e propondo algumas datas possíveis para que o Festival cultural aconteça.

Outro detalhe considerável é eleger um grupo que fará a cobertura do projeto do início ao fim, principalmente no dia da realização do festival, por meio de registros fotográficos e gravações de vídeos.

É preciso considerar também a preparação dos participantes para apresentar os números de dança, teatro, música, entre outros, e possibilitar a produção de cenários e figurinos, se houver. Nesta etapa, é importante que o professor de Arte acompanhe os ensaios, o figurino, o cenário, entre outros detalhes, para que possa sugerir ajustes e substituições, se necessário. O professor de Educação Física também poderá contribuir nos ensaios de dança e outras expressões corporais.

Para a apresentação de slam, o professor de Língua Portuguesa pode preparar uma aula para discutir o gênero textual ao qual essa forma de expressão está relacionada. Com relação às apresentações de rap, dança e grafite, pode ser discutido em sala o momento político em que essas expressões artísticas passaram a acontecer no Brasil e o caráter contestatório dessas manifestações culturais, contando, para isso, com os conhecimentos e as contribuições dos professores de História e Arte. Podem-se discutir também os rumos que essas expressões tomaram no Brasil.

Durante os ensaios para as apresentações, será necessário conciliar as aulas com as tarefas do projeto, de modo que os estudantes que atuarão nas apresentações não sejam prejudicados por faltas ou perda de conteúdos importantes.

Ao final do festival, quando o espaço escolar já for reorganizado, podem-se reunir os estudantes em uma roda para uma conversa sobre os pontos fortes e os pontos que podem ser melhorados para futuros projetos similares.

Em outro momento, o grupo que fez os registros por fotos e vídeos ficará responsável pela divulgação do festival nos canais de comunicação da escola ou em um blog criado para esse fim.

Avaliação

Com relação às avaliações, realize-as de acordo com o que julgar pertinente, levando em conta o comportamento e a participação dos estudantes durante o desenvolvimento do projeto. As questões sugeridas podem ser ampliadas e outras podem ser incluídas para que o quadro avaliativo corresponda à sua realidade.

Os quadros, localizados ao final do projeto, podem ser utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante por você. Você pode marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens desses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros pode ser feito gradualmente, à medida que o projeto for sendo desenvolvido, ou após a realização do produto final.

O primeiro quadro pode ser usado, também, para que os grupos avaliem seus integrantes, o que possibilita momentos de conversas produtivas que podem colaborar para o desenvolvimento de cada um. Durante todo o processo avaliativo, é fundamental que as colocações sejam respeitosas e sinceras.

Mundo do trabalho Página 73

Essa atividade é uma oportunidade para explorar as habilidades e interesses das Gerações Z e Alpha em profissões relacionadas à arte, manifestação presente em diferentes linguagens na cultura jovem e que deve ser incentivada como forma de autoconhecimento e protagonismo individual e coletivo. Entre as profissões que podem ser mapeadas estão a artistas visuais ou gráficos, bailarinos, músicos, atores, escritores, roteiristas, dramaturgos, curadores de arte, críticos, produtores, diretores, entre muitas outas.

Planejamento

A seguir, apresentamos uma sugestão de quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para que o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em outro período de

tempo; por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1 4 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 6 aulas

Sugestão de cronograma

Sugerimos que este projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas que serão tratados no decorrer da investigação.

Na aula 1 , ocorrerá a apresentação geral do tema do projeto e se iniciará a discussão sobre juventude e protagonismo. Na aula 2 , os estudantes retomarão o conteúdo estudado na aula anterior e realizarão as atividades interpretativas, com o propósito de entender melhor a leitura realizada. Na aula 3 , discutirão sobre as características dos jovens da atualidade e farão um mapeamento dos perfis individual e coletivo, no que se refere a preferências culturais. Ao final da aula, serão orientados a produzir um painel representativo dos gostos e interesses do grupo. Na aula 4 , será abordado o tema das manifestações culturais e os estudantes conhecerão diversos artistas que podem ser considerados representantes das culturas juvenis.

Etapa 2: Saber e fazer

A etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, onde os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final.

Na aula 5, os estudantes realizarão a leitura e análise do texto “Os imperfeitos” e responderão a algumas questões que os auxiliarão na melhor compreensão do conteúdo. Nas aulas 6 e 7, será abordado o tema beleza ideal e beleza real e a obra da grafiteira Evelyn Queiróz. A aula 8 será dedicada à parte artística, por meio da qual os estudantes terão o desafio de produzir alguma obra representativa da pluralidade de perfis encontrada na escola. Na aula 9, será abordado o conceito de geração Z. A aula 10 será destinada ao aprofundamento sobre as manifestações artísticas, como slam, rap e grafite.

Etapa 3: Para finalizar

A etapa 3 é somativa, nela os estudantes desenvolvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores.

Na aula 11, serão definidos os grupos e será feita a primeira parte da organização das demandas em cada frente de trabalho para a realização do Festival cultural. Nas aulas 12 a 14, cada grupo cuidará do desenvolvimento das tarefas e realizará os ensaios para as apresentações. As aulas 15 e 16 serão destinadas à organização do espaço em que ocorrerá o festival, para a preparação dos cenários, para o teste de equipamentos sonoros e ensaios finais, entre outras demandas que possam surgir.

Projeto 3 Mídias digitais: é

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

Ciência e tecnologia

Educação em direitos humanos

Componentes curriculares:

Líder: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa

Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais

Aplicadas – História e Socio logia; Matemática e suas tecnologias

Objetos de conhecimento

Curadoria de informação; Relação entre textos; Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto; Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais; Elementos da linguagem; Contexto e práticas; Processo de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural: arte e tecnologia

Produto Final:

Videotutorial

Introdução

Para os jovens contemporâneos, considerados nativos digitais, as redes sociais e os aplicativos de mensagens são os principais recursos utilizados para comunicar e acessar informações. Segundo dados da pesquisa “TIC Kids On-Line Brasil”, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, divulgados em 2018, jovens entre 15 e 18 anos têm uma relação muito estreita com seus celulares, e é com eles que 51% desses jovens entram em contato com as informações e notícias do mundo que os cerca. A estreita relação entre o uso de mídias digitais e o compartilhamento de dados coloca em evidência o processo de desinformação e o fenômeno recentemente batizado de fake news: a produção e a divulga-

ção de notícias, imagens, artigos, vídeos e outros materiais falsos, que se disseminam rapidamente, com a intenção de convencer, enganar, manipular ou motivar o leitor a realizar ações visando a ganhos de alguma natureza, sejam eles financeiros ou não.

Ler, identificar e, principalmente, saber o que fazer diante de uma notícia falsa é, portanto, essencial para a comunicação cotidiana e um dos objetivos deste projeto, em consonância aos temas contemporâneos Ciência e tecnologia e Educação em direitos humanos. O trabalho com o tema Educação em direitos humanos, em especial, é propício e essencial para a vida cidadã, comunitária e democrática, posto que a desinformação pode provocar sérias consequências sobre as escolhas dos indivíduos, promovendo preconceitos, estimulando a discriminação e distanciando-os do conhecimento acadêmico e científico. Dessa forma, torna-se fundamental desenvolver competências cognitivas e socioemocionais que possibilitem lidar com tantas peculiaridades e fatos complexos e, ao mesmo tempo, preparar os indivíduos para assumir um posicionamento crítico e ético diante dessas situações.

A BNCC neste projeto

Este projeto proporciona oportunidades de desenvolver várias competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias, de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e de Matemática e suas Tecnologias.

A seguir, estão apontados os códigos das habilidades e competências específicas, bem como as competências gerais.

Competências gerais da BNCC:

• 1, 2, 4, 5, 7 e 10 Competências específicas e habilidades

• Área de Linguagens e suas Tecnologias

• Habilidades referentes à competência específica 1: EM13LGG102, EM13LGG103 e EM13LGG105.

• Habilidades referentes à competência específica 2: EM13LGG201, EM13LGG202 e EM13LGG204.

• Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG305.

• Habilidades referentes à competência específica 7: EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.

• Língua Portuguesa por campo de atuação

• Todos os campos de atuação social: EM13LP17 (relacionada às competências específicas 3 e 7) e EM13LP18 (relacionada à competência específica 7).

• Campo jornalístico-midiático: EM13LP36 e EM13LP37 (relacionadas à competência específica 2), EM13LP38 (relacionada às competências específicas 1 e 2), EM13LP39 (relacionada à competência específica 7), EM13LP40 (relacionada às competências específicas 2 e 7) e EM13LP42 (relacionada à competência específica 2).

• Área de Matemática e suas Tecnologias

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13MAT102.

• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

• Habilidades referentes à competência específica 1: EM13CHS101 e EM13CHS106.

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento deste Projeto possibilitará aos estudantes o aprofundamento do letramento digital, a reflexão sobre o uso responsável de mídias digitais e redes sociais, a análise crítica de conteúdos compartilhados nessas mídias e a adoção de postura cidadã no combate à produção e propagação de notícias falsas.

Dentro dessa proposta, as competências gerais 1, 2, 4, 5, 7 e 10 da BNCC serão trabalhadas de diversas maneiras, como exposto a seguir.

As competências gerais 1 e 2 serão desenvolvidas por meio das atividades de leitura, reflexão, pesquisas e discussões que levam os estudantes a perceber, por meio dos onhecimentos historicamente construídos, como procedimentos produziram informações incorretas ou inverdades, que passaram aos registros da história por influenciarem os processos democráticos, disseminando falsas notícias que provocaram mudanças no rumo da história política e social, cujas implicações estão presentes nas mais diversas situações vivenciadas no nosso dia a dia. Esse estudo pretende levar os jovens estudantes a adotar uma posição crítica diante de fake news e mobilizar conhecimentos das ciências, para investigar e verificar fontes e fatos por meio de processos de checagem de informações.

A competência geral 4 será desenvolvida ao possibilitar que os estudantes tenham contato com diferentes textos em diferentes linguagens, como fotografias, notícias, reportagens e gráficos, para que analisem e percebam os sentidos e os interesses que movem o campo, ainda obscuro, em que circulam as fake news. Especialmente em relação ao estudo de diferentes gráficos publicados em matéria de um jornal digital, apresentados no tópico sobre “Letramento digital”, alerta-se para a importância de uma leitura crítica das informações de forma a verificar, sempre que possível, a veracidade e a validade do que veem, leem e ouvem.

A competência geral 5 será desenvolvida com a criação de um videotutorial, produto final do projeto, possibilitando aos estudantes a elaboração e o compartilhamento de conteúdos informativos, por meio da tecnologia, com o objetivo de combater a propagação de fake news e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, ética e crítica.

A competência geral 7 será desenvolvida em diversos momentos do projeto com base em atividades de leitura de textos verbais e não verbais sobre fatos históricos e atuais, na realização do quiz, na análise da entrevista sobre hábitos de aplicativos de mensagens e nos resultados da pesquisa sobre disseminação de notícias falsas na atualidade e suas implicações, possibilitando posicionamentos e

a expressão de argumentos e justificativas em defesa da adoção de procedimentos imprescindíveis para o compartilhamento de informações confiáveis, atentando assim para a responsabilidade social dessas ações.

A competência geral 10, assim como a 7, será desenvolvida em vários momentos durante as três etapas do projeto, uma vez que as ações do estudante devem abarcar não apenas a dimensão pessoal, como também a coletiva, levando-o a assumir de forma crítica sua parte de responsabilidade no compartilhamento de conteúdos em redes sociais ou a tomar decisões de compartilhar ou não com base em princípios éticos.

Espera-se estimular uma educação transformadora em que os estudantes passem a atuar ativamente e de forma responsável no processo de ensino-aprendizagem e na construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas como exposto a seguir.

As habilidades EM13LGG102, EM13LGG103 e EM13LGG105 (relacionadas à competência específica 1) serão trabalhadas por meio da análise de textos multissemióticos, da reflexão sobre a intencionalidade presente na produção de discursos em diferentes contextos e da compreensão do funcionamento das diversas linguagens empregadas na produção de notícias visando atender a objetivos específicos.

As habilidades EM13LGG201, EM13LGG202 e EM13LGG204 (relacionadas à competência específica 2) serão desenvolvidas por meio de propostas de discussões sobre fake news, leitura e análise dos textos e reflexões proporcionadas pelas atividades, motivando os estudantes a combater a disseminação de notícias falsas, de modo a posicionar-se criticamente e atuar na construção de uma sociedade pautada em princípios e valores democráticos.

As habilidades EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG305 (relacionadas à competência específica 3) serão desenvolvidas e trabalhadas em rodas de conversa, grupos de trabalho e atividades de pesquisa, de modo a ampliar o conhecimento dos estudantes quanto às ferramentas de verificação e checagem de informações, tornando-as parte dos procedimentos de uso das redes sociais. Para o campo social e comunitário, espera-se contribuir formando um cidadão crítico que possa argumentar e desconstruir a sensação coletiva de descrença nos veículos de mídia desencadeada pela disseminação de fake news, contribuindo, assim, para a manutenção do processo democrático de acesso à informação. Tomar consciência desse processo e agir na elaboração de práticas mais conscientes e responsáveis são preocupações deste projeto.

As habilidades EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704 (relacionadas à competência específica 7) serão desenvolvidas pelos estudantes ao elaborarem, produzirem e compartilharem o videotutorial visando combater as fake news. Para isso, eles deverão posicionar-se criticamente e usar a criatividade em busca de soluções

para a elaboração do conteúdo, de forma colaborativa e utilizando mídias e ferramentas digitais, como softwares de edição de vídeos.

As habilidades de Língua Portuguesa EM13LP17 e EM13LP18 serão desenvolvidas com a construção coletiva do videotutorial, possibilitando aos estudantes a elaboração e compartilhamento de conteúdos informativos, por meio da tecnologia, com o objetivo de combater as fake news

As habilidades EM13LP36, EM13LP37, EM13LP38, EM13LP39, EM13LP40 e EM13LP42 serão desenvolvidas por meio da leitura, pesquisa e produção de conteúdos, com o objetivo de observar as características básicas de cada gênero textual, o público-alvo, o suporte e a linguagem utilizada e como se dá a circulação do texto nas mídias digitais. Os exemplos de checagem de fatos serão utilizados não apenas para que os estudantes tomem conhecimento das agências de checagem de notícias, mas também para que se espelhem nas práticas, procedimentos e metodologias usados por elas para fazer a checagem de fatos no seu dia a dia. Os conhecimentos adquiridos e as reflexões compartilhadas ao longo do projeto os ajudarão a construir argumentos para defender suas posições e os impulsionarão a buscar soluções respeitosas para lidar com questões relacionadas à problemática do projeto no seu cotidiano, tanto no ambiente digital quanto físico.

Na área de Matemática e suas Tecnologias, a habilidade EM13MAT102 (relacionada à competência específica 1) pode ser trabalhada, com a ajuda do professor de Matemática, para a análise e interpretação dos gráficos apresentados neste Projeto, ampliando os conhecimentos e a apropriação dos conceitos e procedimentos tanto estatísticos como matemáticos na formulação de ideias e conclusões, permitindo aos estudantes questionarem a forma de exposição e o aferimento de informações que podem falsear resultados.

Na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, as habilidades EM13CHS101 e EM13CHS106 (relacionadas à competência específica 1) podem ser desenvolvidas em parceria com o docente de História, uma vez que poderá ampliar o entendimento das informações e práticas intrínsecas à linguagem e aos fatos históricos e aprofundar os onhecimentos sobre fatos descobertos pelos estudantes em pesquisa solicitada neste projeto. Esses procedimentos abrem um diálogo importante sobre a problemática das fake news, possibilitando o desenvolvimento reflexivo dos estudantes sobre os fatos, de modo a ampliar a construção de saberes e fortalecer o protagonismo no combate à disseminação de notícias falsas.

Professores envolvidos

Neste Projeto, cujo objetivo é refletir sobre temas midiáticos, o professor de Língua Portuguesa tem o perfil mais indicado para a condução, organização e desenvolvimento dos trabalhos a serem realizados. Entretanto, pelo

fato de articular diferentes áreas do conhecimento, os trabalhos poderão ser desenvolvidos conjuntamente com professores de outros componentes curriculares, como os de História, Sociologia e Matemática.

As orientações dos professores de História e de Sociologia serão especialmente importantes na análise do contexto de produção das inverdades do passado que mudaram os rumos da história, trabalhada na etapa 2.

Materiais sugeridos

• Blocos ou cadernos para anotações, canetas variadas, computadores com acesso à internet, lápis, borracha, papéis diversos, aparelhos para gravação dos vídeos, softwares para a edição dos textos e dos vídeos.

Caso a escola não disponibilize computadores com acesso à internet, os estudantes podem usar computadores, notebooks, tablets ou celulares aos quais tenham acesso fora do ambiente escolar. Podem ser usadas câmeras digitais ou câmeras de celulares para a gravação dos vídeos.

Orientações didáticas

Etapa 1: Vamos começar

Desinformação e fake news

Leia com a turma o texto que inicia este tópico e aproveite as questões do primeiro parágrafo, que tratam de experiências pessoais sobre recebimento e compartilhamento de informações em redes sociais, para ouvir o que os estudantes têm a dizer sobre isso. Se julgar oportuno, algumas respostas podem ser anotadas no quadro em forma de itens para que sejam retomadas à medida que os estudantes avançarem nas atividades de análise e reflexão sobre o tema e sejam confrontadas à luz das novas informações. Após a leitura da segunda parte do texto, prepare a turma para a realização do quiz apresentado a seguir.

Você sabe identificar uma

informação falsa?

Para dar início à reflexão, é importante investigar os conhecimentos prévios dos estudantes, por isso a sugestão é começar com um quiz (ou teste), sendo essa uma atividade que mapeia – ainda que informalmente – a habilidade da turma de discernir informações falsas das verdadeiras. Essa atividade pode ser realizada com base nas imagens desse material ou, se houver disponibilidade, em dispositivos com acesso à internet, por meio de aplicativos de construção de testes. Há vários deles on-line; por exemplo: • QUIZUR.

Disponível em: https://pt.quizur.com/criar-quiz. Acesso em: 28 ago. 2024.

Sugerimos que a atividade seja realizada oral e coletivamente, com a participação de toda a turma. Caso seja

possível realizar a atividade em computador on-line, os estudantes poderão ser organizados em pequenos grupos para esse fim. Independentemente da oportunidade, solicite aos estudantes que defendam suas escolhas, promovendo uma discussão em grupo sobre as evidências que os levaram a cada opção escolhida.

Vamos ao resultado?

É importante que toda a turma participe ativamente da discussão dos resultados, que são expressos pelas palavras “Confie!” ou “Desconfie!”. Para aprofundar esse momento de reflexão, apresentamos todas as fontes dos textos e das imagens propostos neste projeto. Apresente essas informações para os estudantes, sugerindo a eles que os investiguem por conta própria.

a) IMAGENS geradas por IA reforçam fake news sobre enchentes no RS. UOL Confere , 31 maio 2024. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/confere/ultimasnoticias/2024/05/31/imagens-geradas-por-ia-reforcamdesinformacao-sobre-enchentes-no-rs.htm. Acesso em: 28 ago. 2024.

b) VÍDEO: MAIS de 100 baleias ficam encalhadas em praia turística da Austrália. CNN Brasil, 25 abr. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/ video-mais-de-100-baleias-ficam-encalhadas-em-praiaturistica-da-australia/. Acesso em: 28 ago. 2024.

c) MATSUKI, E. Nasa não concluiu em relatório que Brasil ficará inabitável daqui a 50 anos. Boatos.org , 1 ago. 2024.

Disponível em: https://www.boatos.org/mundo/relatorio-danasa-conclui-que-brasil-ficara-inabitavel-em-50-anos.html. Acesso em: 28 ago. 2024.

Leia também o esclarecimento sobre a notícia falsa em: https:// g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2024/07/25/especialistasdizem-que-estudo-da-nasa-nao-diz-que-brasil-vai-ficarinabitavel.ghtml. Acesso em: 28 ago. 2024.

d) GOLPES no WhatsApp: veja cinco fraudes comuns e como se proteger delas. GZH, Zero Hora . Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/ seguranca/noticia/2024/04/golpes-no-whatsapp-vejacinco-fraudes-comuns-e-como-se-proteger-delasclushshup00nb013fkwfm8lmf.html . Acesso em: 28 ago. 2024. e) 95% DAS RESOLUÇÕES de se matricular em algum esporte após as Olimpíadas não são cumpridas, diz estudo. Sensacionalista , 12 ago. 2024. Disponível em: https://www.instagram.com/p/C-lLNY3SFpL/. Acesso em: 28 ago. 2024. Com base nas respostas dadas pelos estudantes ao quiz, proponha um momento de reflexão e uma roda de conversa. Essa é uma ótima oportunidade para analisar e conversar sobre o alerta necessário de verificação de fontes fidedignas das informações recebidas e compartilhadas.

E m foco

Pistas e indícios

Após a realização e compartilhamento das respostas do quiz, este tópico proporcionará o aprofundamento

da análise das desinformações, sobretudo em relação à sua identificação e efeitos na sociedade contemporânea. Esse aprofundamento será essencial para o planejamento e execução do produto final deste projeto.

Utilizando o quadro ou outro recurso para registro (como folhas de papel Kraft), anote as respostas dadas pelos estudantes às três atividades propostas. Fique atento para registrar, sobretudo, as dicas e os procedimentos usados pela turma para identificar as imagens, informações e notícias falsas e mentirosas.

Esses registros poderão ser retomados pela turma logo a seguir, quando deverá ser apresentada uma definição de fake news. Da mesma maneira, as respostas apresentadas pelos estudantes poderão se tornar um material de base para a produção do videotutorial proposto ao final do projeto, objetivando promover uma campanha de combate às fake news

Atividades Página 83

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem a falta de fontes confiáveis, manchetes consideradas suspeitas, ausência de autoria, informações e xageradas, entre outras possibilidades.

2. Resposta pessoal. Incentive o respeito entre os colegas ao comentarem as respostas.

3. Pode ser que os estudantes já adotem uma postura crítica diante de conteúdos compartilhados e surpreendam ao dizer que costumam verificar o conteúdo em mais de um veículo e checar as informações sempre que possível.

Mas, afinal, o que são fake news?

Antes de ler os itens que definem as fake news, estimule o levantamento de hipóteses de definições que os estudantes tenham sobre esse assunto e registre-as no quadro para que as comparem às apresentadas no Livro do Estudante e façam ajustes, se necessário. Em seguida, encaminhe a leitura das definições e esclareça que elas são pautadas por estudos acadêmicos e informações jornalísticas consideradas fontes de credibilidade. Esse é um momento oportuno para informar aos estudantes que os itens que caracterizam as fake news, presentes nesta seção, serão retomados na etapa final para a produção do videotutorial, produto final deste Projeto. Esclareça que eles poderão propor adendos, alterações e exemplos para tornar esses itens ainda mais completos. Sugira que anotem no caderno os acréscimos que julgarem pertinentes para que possam ser utilizados na atividade 3

Atividades Páginas 85 e 86

1. a) Com base nas características apresentadas, o texto 1 é uma paródia de um site de comédia, criada com objetivo humorístico. O texto 2 pode ter sua veracidade questionada, sendo classificado como fake news

b) A notícia reproduzida nesta atividade é um exemplo claro de inversão do propósito discursivo das notícias

(que prezam pela credibilidade), o que caracteriza a paródia. Pode-se concluir, com isso, que a intenção do jornal digital é produzir críticas humorísticas sobre acontecimentos diversos, repassando ao público leitor a responsabilidade de não divulgar a notícia como verdadeira. Explique aos estudantes que a simulação de uma notícia verdadeira faz parte da construção de humor nesse texto e, se julgar necessário, conte aos estudantes que esse site humorístico deixa explícito em seu slogan que é “isento de verdade”.

c) Resposta pessoal. O texto em formato de notícia cuja manchete é “Governo brasileiro irá taxar medalhas olímpicas conquistadas por brasileiros campeões em Paris” circulou durante as Olimpíadas de Paris de 2024, se espalhou pelas redes sociais e obteve bastante engajamento nelas (soma de curtidas, compartilhamentos e comentários). No entanto, de acordo com matéria publicada pela Lupa , empresa especializada em checagem de informação e educação midiática, ficou comprovado que se tratava de uma notícia falsa. Sobre o objetivo para esse texto ter circulado, possivelmente foi para manipular uma opinião. Mais informações estão disponíveis em:

https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2024/08/06/e-falso-quegoverno-ira-taxar-medalhas-olimpicas-de-brasileiros. Acesso em: 28 ago. 2024.

2. a) Algumas características que podem chamar a atenção dos estudantes: 1. tom alarmista; 2. insistência no p edido para repassar a mensagem; 3. falta de identificação do emissor; 4. falta de indícios de que essa informação tenha sido divulgada por alguém capacitado; 5. falta de notícias recentes ou atualizadas sobre a pesquisa; 6. falta de comprovação por órgãos públicos, como o Ministério da Saúde ou a Anvisa; entre outros. b) Resposta pessoal. Sugere-se, contudo, que os estudantes possam – com base nos seus conhecimentos prévios – elencar algumas atitudes práticas, dentre as quais a mais significativa (e simples) é: não compartilhar a notícia falsa.

3. É possível definir fake news como publicações virais espalhadas em redes sociais que contêm informações comprovadamente falsas, em geral com um formato que simula o estilo jornalístico, mas cuja autoria se oculta com a intenção de enganar o público. Ou seja, nem todas as informações falsas são fake news , mas todas as fake news são notícias falsas.

Atividade de ampliação Página 86

Nesta atividade, propõe-se a realização, em duplas, de uma entrevista que abranja outros estudantes, professores e demais membros da comunidade escolar. Sugira aos estudantes que realizem a entrevista apresentando três elementos essenciais: 1. Algumas informações falsas, exageradas ou mentirosas para que os entrevistados identifiquem (procedimento semelhante ao quiz realizado pela turma); 2. Perguntas de múltipla escolha para registrar o que os entrevistados reconhecem como

fake news ; 3. Perguntas de múltipla escolha com hábitos de uso dos aplicativos de troca de mensagens e procedimentos que o usuário adota para se proteger de informações inverídicas. Além disso, a turma deve incluir um breve questionário sobre o entrevistado (recolhendo nome, idade, sexo/gênero, profissão, grau de instrução etc.). Sugira que os estudantes aproveitem do trabalho em dupla para se auxiliarem em possíveis dificuldades na realização da atividade.

Converse com os estudantes sobre a forma como devem se comportar durante a entrevista: apresentar-se e explicar o objetivo da entrevista; solicitar autorização do entrevistado para publicar as respostas e a gravação em áudio ou vídeo, se for o caso; fazer as perguntas articulando as palavras em tom audível; ouvir e respeitar os turnos de fala e lembrar de agradecer ao final.

Organizando os trabalhos

Projeto 3 – Mídias digitais

Informe aos estudantes que o produto final deste Projeto será um videotutorial para combate às fake news, que será elaborado com base na pergunta-chave Mídias digitais: é tudo verdade? Fale sobre as etapas de trabalho para chegar a esse produto e informe que algumas atividades serão desenvolvidas em pequenos grupos e que, idealmente, esses grupos devem ser formados levando-se em conta as experiências e interesses de seus componentes, uma vez que poderão propiciar trocas de conhecimentos valiosas na execução das tarefas.

Para a elaboração do produto final, os grupos serão formados com um número maior de componentes, cujos interesses e aptidões para determinadas tarefas deverão ser levados em conta no momento da formação.

Aproveite esse momento para falar sobre a importância de combinar antecipadamente o que será feito para que os estudantes possam se organizar e realizar as atividades em seus devidos prazos, com a aprovação, inclusive, dos demais professores envolvidos no projeto, os quais acompanharão os grupos na pesquisa, nas anotações e na síntese das ideias presentes nas fontes consultadas, bem como no planejamento e na elaboração do produto.

Oriente a turma a iniciar a organização dos materiais para a produção dos videotutoriais com antecedência e incentive-os a exercer o protagonismo em todas as etapas.

Etapa 2: Saber e fazer

Das mentiras às

fake news

A fim de estabelecer uma perspectiva histórica, propomos a análise de três boatos difundidos no passado cuja função e objetivo se assemelham ao das atuais fake news

É importante que os estudantes saibam que a difusão de informações mentirosas não é necessariamente restrita à divulgação jornalística, mas também pode estar presente nos discursos políticos de toda ordem.

Oriente a turma a refletir sobre como falsas informações podem ter produzido efeitos em outros momentos históricos, sejam eles muito antigos ou mais recentes, discutindo essas informações com o professor de História antes de realizar pesquisas sobre o tema.

Atividade de ampliação Página 89

Oriente a realização da pesquisa, lembrando a turma de que, ao pesquisar, é importante verificar a fonte das informações, abandonando aquelas que não tenham embasamento acadêmico (ou seja, que não apresentam dados bibliográficos, credenciais acadêmicas ou fontes de pesquisa). Converse com os estudantes sobre suas dificuldades e a necessidade de retomar conceitos que não foram amplamente compreendidos.

Após a realização da atividade, sugira à turma a composição de uma linha do tempo, acrescentando, às três situações lidas neste tópico, outras que foram pesquisadas pela turma. Essa linha do tempo pode demonstrar, como dito inicialmente, que o fenômeno de propagação de informações inverídicas é muito antigo.

Os perigos da desinformação

As fake news são um tipo de desinformação e podem produzir sérias consequências. Em maior ou menor grau, informações inverídicas podem levar uma pessoa ou uma parte da população ao erro. O texto apresentado nesta seção traz comentários sobre como isso pode acontecer.

Peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre os bots, mecanismos que disseminam notícias falsas para um grande público. Sobre o assunto leia: “Isso É fake news? Um guia rápido sobre desinformação na internet”.

Disponível em: https://lapin.org.br/o-que-sao-fake-news/. Acesso em: 24 out. 2024.

Atividades Página 91

1. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante argumente em favor de suas opiniões, mas sempre considerando que essas razões são bastante complexas, pois t ratam de como as pessoas lidam com as informações que recebem.

2. Resposta pessoal. A discussão pode acontecer após a leitura das respostas pelos estudantes, de modo a possibilitar a problematização das hipóteses levantadas quanto à gravidade das fake news e à responsabilidade de quem a dissemina.

a) Resposta pessoal. Comente que textos e vídeos antigos como esses costumam ser retomados em situações de catástrofes para chamar a atenção das pessoas. Como é difícil identificar em que data ocorreram, é comum que esses recursos sejam utilizados. Para saber mais sobre essa fake news , acesse o site Boatos.org Disponível em: https://www.boatos.org/brasil/video-mostracataratas-do-iguacu-com-cheia-recorde-apos-enchentes-no-riogrande-do-sul.html. Acesso em: 28 ago. 2024.

b) Resposta pessoal. Comente com os estudantes que as mensagens divulgadas, que anunciavam a contratação, rapidamente “viralizaram” na internet. Alguns jor nalistas, acreditando na veracidade da informação, chegaram a compartilhar a falsa notícia em suas redes sociais e a comentá-la em programas de rádio e de TV. Leia mais sobre isso na reportagem “Internautas inventam reforço para o Grêmio, caso vira hit e vai parar na TV Globo” (UOL ). Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ ultimas-noticias/2013/02/05/internautas-inventam-reforcopara-o-gremio-caso-vira-hit-e-vai-parar-na-tv-globo. htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 28 ago. 2024).

c) Resposta pessoal. Comente que, em razão da desconfiança contra vacinas gerada pelas fake news , inúmeras crianças deixaram de ser vacinadas e ficaram de sprotegidas; algumas morreram. O caso ganhou notoriedade após uma mãe confessar que o motivo que a levou a não vacinar seus dois filhos foi acreditar nas fake news que circularam à época. Para saber mais sobre o caso, leia esta matéria: “A mãe que perdeu 2 filhos para o sarampo por acreditar em fake news sobre vacinas” (BBC News Brasil). Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ internacional-48726373. Acesso em: 28 ago. 2024.

3. Organize uma roda de conversa para que os estudantes possam apresentar os resultados das pesquisas e compartilhar as hipóteses com os colegas.

Letramento digital

O letramento digital diz respeito a competências leitoras (e escritoras) necessárias à compreensão, navegação e interação por meio de recursos tecnológicos próprios da internet. Por exemplo, algumas dessas competências estão relacionadas à capacidade de encontrar informações, reconhecer suas fontes e seus autores, assim como identificar e analisar técnicas de apresentação de dados em textos multissemióticos com recursos multimidiáticos. Assim, é perceptível que, para além de ter ou não ter um aparelho tecnológico como um celular, o estudante – como cidadão – deve desenvolver essas competências para contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade ética e democrática. Dessa forma, esses conhecimentos sobre o mundo digital somam-se aos conhecimentos acadêmicos e de mundo dos estudantes para que, ao ler um gráfico, uma notícia ou assistir a um vídeo, por exemplo, seja possível identificar usos intencionalmente maliciosos desses recursos técnicos.

Análise de gráficos na mídia

Nesta seção, apresentamos uma reportagem do jornal Nexo , um veículo de mídia digital que analisou o uso de gráficos para divulgar informações que, apesar de serem verídicas, são apresentadas de modo incorreto ou falacioso. Recomendamos que a leitura da reportagem seja feita coletivamente e com o apoio do professor de Matemática para a análise e interpretação dos dados

nela apresentados e para questionar o aferimento de informações que falseiam os resultados, chamando a atenção para o uso de recursos gráficos e matemáticos, como setas, cores, índices, escalas etc. Os gráficos são apresentados de duas formas: uma indicando o uso correto desses recursos; e a outra mostrando o uso incorreto, mentiroso ou falso.

Ao finalizar a leitura, retome com os estudantes os gráficos. Anote no quadro as técnicas e recursos gráficos utilizados para manipular as informações e, também, as dicas dadas na reportagem para reconhecê-los. Essas informações serão úteis para os estudantes em diversos momentos, inclusive para a composição de seus videotutoriais, na etapa 3 deste projeto.

Para conhecer mais sobre o que é e como se dá o processo de letramento digital, confira os seguintes artigos:

BARBOSA, Jacqueline P. Culturas digitais e tecnologias na escola. Saberes e práticas, 26 mar. 2019.

Disponível em: https://saberesepraticas.cenpec.org.br/tematicas/ novos-e-multiletramentos-culturas-digitais-e-tecnologias-naescola. Acesso em: 28 ago. 2024.

ROMANCINI, Richard. Afinal, o que é letramento digital. Saberes e práticas, 26 mar. 2019.

Disponível em: https://saberesepraticas.cenpec.org.br/tematicas/ afinal-o-que-e-letramento-digital. Acesso em: 28 ago. 2024.

RIBEIRO, Ana Elisa; COSCARELLI, Carla Viana. Letramento digital. Glossário Ceale

Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/ verbetes/letramento-digital. Acesso em: 28 ago. 2024.

Atividades Página 95

1. a) No gráfico, a inflação da Venezuela, em comparação à inflação dos demais países, apresenta uma desproporção por uma questão de escala. Caso fosse utilizada uma escala de 1 em 1 milhão por cento, as porcentagens de inflação dos demais países não poderiam ser v isualizadas no gráfico. Dessa forma, os estudantes poderiam mostrar as informações em gráficos separados, indicando a escala correta para cada um deles. Outra possibilidade seria apresentar os dados do gráfico indicando a quebra no eixo horizontal da porcentagem (EM %), o que permitiria observar todas as barras. E ntretanto, essa decisão deve considerar que a real dimensão do valor destoante não será contemplada no gráfico. Sem a quebra de escala, a crise inflacionária da Venezuela ganharia uma dimensão muito mais dramática.

b) Resposta pessoal. Os estudantes podem utilizar o caderno, réguas e outros materiais à disposição deles para a construção do gráfico solicitado. Caso seja possível, sugira que utilizem recursos de aplicativos de computador ou do celular que permitam a manipulação de t abelas para construção de gráficos.

c) Resposta pessoal. Os estudantes podem perceber que existe uma variedade de soluções possíveis para

resolver o problema apresentado pelo gráfico. Contudo, sugira que, ao compartilharem suas propostas, verifiquem se não produziram alguma distorção não intencional nos dados ou, por meio da apresentação dessas informações, não criaram alguma incoerência que prejudicaria a leitura.

2. a) Resposta pessoal. Para apresentar os dados de forma mais fidedigna, a escala utilizada para a construção do gráfico deve começar em 0. Assim, os estudantes construirão um gráfico mais condizente com a realidade.

b) Resposta pessoal. Sugira à turma que opte por dados fornecidos pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) de sua região (pontue que essa seria uma fonte primária de informações). Oriente os estudantes a realizar as pesquisas consultando fontes confiáveis e a verificar os dados obtidos em mais de uma fonte.

Checagem de notícias

Leia com a turma as dicas propostas no infográfico “Como identificar notícias falsas”. Esse material é um anúncio de internet da Secretaria de Estado da Administração do governo do Rio Grande do Norte e disponibilizado em seu sistema de Armazenamento e Diagramação de Conteúdo Digital (ADCON). Podemos considerar a fonte confiável; e as dicas, práticas e úteis. Se julgar oportuno, convide a turma para formar sete grupos, ficando cada um deles responsável por compor um cartaz para cada uma das dicas dadas no anúncio. Esses cartazes podem ser espalhados pela escola a fim de iniciar uma campanha de combate às fake news e, inclusive, divulgar os videotutoriais que serão preparados pela turma ao final do projeto.

Agências de fact-checking

Para iniciar o trabalho com este tópico, assista com a turma ao vídeo Como funciona a checagem de notícias, 2018. Vídeo (4 min). Publicado pelo canal Curso Vaza, Falsiane!.

Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=ZHJ_9Johmmo. Acesso em: 28 ago. 2024.

Em seguida, se possível, os estudantes podem usar o celular ou computador com acesso à internet para navegar pelos endereços de agências de checagem sugeridos no Livro do Estudante, além de pesquisar outras agências de checagem que atuam no país para conhecer o trabalho delas e entender a importância dessa atuação. Convide a turma a escolher um fato que aparece em uma das agências e, depois, pesquisar esse mesmo fato em outras agências. Assim, a turma pode perceber: quais são e como usar as estratégias de checagem dos fatos; como cada agência “rotula” ou “etiqueta” os dados analisados; e a forma como essas checagens são divulgadas, levando-os a perceber que as checagens não têm o mesmo tipo “viral” de circulação das fake news, o que dificulta a reparação dos problemas causados por elas.

Atividades Página 99

1. Todos os dados e fatos foram verificados pela Agência Lupa e estão disponíveis em:

• RÔMANY, Ítalo. Dicas contra a onda de calor: veja o que é falso ou verdadeiro. Lupa, Rio de Janeiro, 21 nov. 2023. Disponível em: https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2023/11/21/ dicas-contra-a-onda-de-calor-veja-o-que-e-falso-ou-verdadeiro. Acesso em: 30 out. 2024.

Oriente os estudantes a criar suas próprias etiquetas para validar ou marcar os fatos checados por eles; contudo, eles podem utilizar as etiquetas sugeridas na página 98 do Livro do Estudante como base para suas criações. As respostas sugeridas a seguir se basearam na verificação de dados feitos no link do texto “Dicas contra a onda de calor: veja o que é falso ou verdadeiro” indicado anteriormente. Se considerar interessante, apresente o site para os estudantes e leia as informações completas com eles.

a) Falso. Segundo especialistas consultados pela agência de checagem, beber água com aditivos ou com receitas estranhas não são recomendações válidas.

b) Exagerado. Especialistas explicam que isotônicos são mais indicados para tratamento de diferentes males da saúde do que para prevenir tais problemas. O ideal é a hidratação simples, sem receitas mirabolantes.

c) Verdadeiro, mas há mais detalhes. Veterinários explicam que é preciso ter cuidado com a troca da água todo dia, para evitar contaminação, e que, além da água fresca, há cuidados básicos para a saúde de animais em geral, como oferta de banhos com regularidade e passeios à sombra.

Etapa 3: Para finalizar

Produto final

Organização e produção do videotutorial

Converse com os estudantes sobre esta etapa final do Projeto. Explique que o objetivo é orientar a produção de um ou mais videotutoriais para conscientizar a população da comunidade escolar e de seu entorno sobre procedimentos intencionais de manipulação e veiculação de notícias, informações, vídeos e imagens falsos e prescrever ações de combate a essas manifestações na mídia digital e nas redes sociais.

Pergunte se eles sabem o que é um tutorial, onde podemos encontrar tutoriais e para que servem. Se necessário, corrija ou complemente o que sabem a respeito informando que tutorial é um texto ou vídeo instrucional que serve para instruir, explicar como agir e executar algo e que podem ser encontrados em embalagens, manuais de instrução, jogos, bulas, folhetos informativos etc. Como em todo texto instrucional, os verbos dos enunciados são empregados no imperativo ou no infinitivo.

Na internet, há diversos videotutoriais, como, por exemplo, o que prescreve as regras e orienta o jogo de xadrez; há ainda outros que instruem como criar o seu próprio tutorial. Selecione e mostre um vídeo de curta duração sobre algum tema relacionado ao universo juvenil. Oriente os estudantes a perceber e anotar o tempo de projeção, a linguagem utilizada (mais formal ou coloquial, conforme o contexto e os interlocutores), o tom de voz, os gestos e as expressões utilizados.

A escolha da notícia

Estimule a exposição de opiniões e argumentos sobre as vantagens de fazer um videotutorial, como: visual atrativo; maior alcance nas redes sociais; comunicação dinâmica e próxima do ouvinte; fácil divulgação em diversas plataformas; rapidez na transmissão do conteúdo; versatilidade e criatividade na apresentação dos conteúdos, de forma a atrair os interlocutores, entre outras.

Em seguida, apresente uma lista de ações que podem contribuir para o desenvolvimento do produto final:

• Selecionar um título para a campanha do videotutorial com base no tema “combate às fake news” e na pergunta-chave Mídias digitais: é tudo verdade?

• Determinar quem é o público-alvo.

• Selecionar a linguagem (mais formal ou menos formal) com base no contexto e no público-alvo.

• Planejar e elaborar o roteiro: conteúdos e etapas.

• Estimar o tempo de duração do vídeo.

• Definir o local da gravação: sala de aula, biblioteca, sala de informática.

• Determinar a pessoa responsável pela gravação do vídeo.

• Decidir como deve ser a iluminação e se haverá som ambiente ou se será acrescentado na edição do vídeo.

• Definir as pessoas que se encarregarão de cuidar da iluminação, do som ambiente, do cenário.

• Eleger quem será o locutor, levando em conta a dicção, tom da fala, velocidade, pausas, ênfases.

• Resolver quais serão os canais de divulgação do vídeo.

• Providenciar equipamentos e materiais necessários à produção do videotutorial.

Organize a formação dos grupos, caso isso ainda não tenha ocorrido, para que deem início ao trabalho, lembrando que é importante levar em conta as aptidões individuais para o envolvimento pleno de seus componentes com as tarefas. Com os grupos formados, peça aos estudantes que se reúnam para organizar o próximo passo, que é o planejamento do roteiro.

Planejamento do roteiro

O planejamento do roteiro deve levar em conta a abordagem em uma sequência lógica e progressiva dos conteúdos, a ser realizada preferencialmente em um tempo curto de duração, tornando o videotutorial mais atrativo ao espectador. Dessa forma, sugerimos algumas abordagens:

I. Apresentar o videotutorial: título, tema, finalidade do vídeo.

II. Conceituar fake news e exemplificar situações que se configuram como fake news , oferecendo uma lista de fake news históricas ou atuais que possam servir de exemplo para os interlocutores e a identificação de ao menos um caso de fake news recente, analisado, verificado e rotulado como tal; além disso, explicar como os produtores de fake news manipulam intencionalmente dados para seus próprios benefícios.

III. Prescrever regras e orientações de combate às fake news . Expor maneiras de analisar as informações semelhantes às indicadas neste projeto; entre elas, consultar as agências de verificação de notícias. Compor dicas para não “cair” em fake news , como a maneira de verificar fontes, a sugestão de fontes seguras, entre outras que julgarem necessárias e importantes para repassar ao público.

IV. Fechamento/despedida: momento em que o locutor pode dizer que, se as regras forem seguidas, é provável que não se caia mais em fake news . Pode solicitar também que o vídeo seja compartilhado para f ins educativos ou acolher outras sugestões que os estudantes acharem interessantes.

Com base no planejamento do roteiro, cada grupo poderá escrever o texto que comporá o videotutorial, lembrando que ele vai servir como um guia para a gravação. Finalizado, o texto deverá ser revisado pelos estudantes e aprovado pelo professor de Língua Portuguesa, que verificará se o texto cumpre o objetivo de instruir o público-alvo a combater as fake news, se os comandos foram construídos com verbos no imperativo ou no infinitivo, conforme o gênero prevê, e se a linguagem é adequada ao contexto e à esfera de circulação.

Além disso, na produção escrita, os estudantes poderão levar em conta estes itens:

Número de cenas: Saber o número de cenas e a duração aproximada ajuda a manter o vídeo no tamanho desejado: de 6 a 15 minutos. Por exemplo: se cada bloco tiver 3 cenas de 2 minutos, o vídeo inteiro terá 6 minutos. Quanto mais cenas, menor será seu tempo de duração, o que pode tornar o vídeo mais ágil e atrativo para o espectador.

Descrição de cenas: As cenas das filmagens devem ser discriminadas, incluindo imagens de “ponte” ou “transição”, que podem ser usadas entre etapas do vídeo, relativamente rápidas, geralmente acompanhadas de uma trilha sonora, dando apenas a ideia de transição entre uma parte e outra do vídeo.

• Modo de apresentar: Definir se os estudantes aparecem em cena para falar, com aparições entrecortadas por outras imagens, fragmentos de textos e vídeos etc., procedimento muito usado em documentários.

Sugerimos que os grupos realizem ensaios antes da gravação, com o objetivo de treinar as falas e as formas de organização do grupo e a preparação do lugar onde ocorrerá a gravação. Chame atenção para a forma oral de comuni-

cação: gestos e expressões faciais, atitudes e movimentos que podem resultar em um bom vídeo.

Finalização

Antes de iniciar a filmagem e a gravação, os estudantes devem verificar se os materiais listados anteriormente foram providenciados e estão em pleno funcionamento, observar se a iluminação é adequada, se a composição do cenário está de acordo com o propósito e se o som interno e/ou externo não vai atrapalhar a gravação.

Oriente a turma a usar os mesmos equipamentos em todas as filmagens, salvando-as em disco ou cartão de memória. Hoje, há aplicativos de celular que permitem gravação e edição de pequenos vídeos. Para isso, verifique com a turma quais são as opções mais relevantes para o momento.

Antes de finalizar os videotutoriais, os estudantes devem assistir a eles para verificar se existe algum ponto que merece atenção e precisa ser ajustado ou editado. Editar um vídeo significa eliminar possíveis erros e efeitos indesejados. Uma boa edição possibilita a transmissão da mensagem de forma correta e adequada ao que se espera. Isso aumenta as chances de o vídeo se tornar atraente e ser visto e compartilhado por um grande número de pessoas.

Informe aos estudantes que, na internet, é possível encontrar programas e tutoriais que explicam como realizar a edição. Com esse suporte, eles poderão finalizar o trabalho de gravação.

A publicação do videotutorial deve ser autorizada pelos responsáveis, mesmo que a imagem dos estudantes não apareça. Se possível, essa autorização deve ser feita por escrito.

Sugerimos que sejam usados os canais on-line de divulgação da escola (se houver) e, também, plataformas de compartilhamento de vídeos. Nesse caso, o professor pode criar um canal para a turma ou para o projeto, organizando uma lista com todos os videotutoriais produzidos.

Avaliação

Realize as avaliações de acordo com o que julgar pertinente, levando em conta o comportamento e a participação dos estudantes durante o desenvolvimento do projeto. As questões sugeridas podem ser ampliadas e outras podem ser incluídas para que o quadro avaliativo corresponda à sua realidade.

Os quadros localizados ao final do projeto podem ser utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você pode marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens desses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros pode ser feito gradualmente, à medida que o projeto for sendo desenvolvido, ou ao final, após a realização do produto final.

O primeiro quadro pode ser usado, também, para que os grupos avaliem seus integrantes, permitindo que os estudantes se avaliem, o que possibilita momentos de

conversas produtivas que podem colaborar para o desenvolvimento de cada um. Durante todo o processo avaliativo, é fundamental que as colocações sejam respeitosas e sinceras.

Mundo do trabalho Página 105

Organize os grupos e disponibilize acesso à internet e aos materiais já consultados até esta fase do projeto. Permita aos grupos criarem estratégias para identificar e listar os diversos profissionais envolvidos no processo de checagem e combate às fake news, como jornalistas, sociólogos, advogados, entre outros. Eles também podem fazer novas pesquisas de complementação. É fundamental que os estudantes percebam que essas são atividades sérias e realizadas por pessoas preparadas para isso. Como se tratam de atividades profissionais, eles podem um dia vir a exercê-las no futuro dependendo de suas escolhas e interesses elacionados ao mundo do trabalho ao entrar no mercado profissional. Também é importante que percebam que há outros profissionais que trabalham tentando controlar ou amenizar as consequências, como juízes, psicólogos, psiquiatras etc.

Planejamento

A seguir, sugere-se a quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para que o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em outro período; por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta ever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1 4 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 6 aulas

Sugestão de cronograma

Sugerimos que este projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas que serão tratados no decorrer da investigação. Na aula 1, propõem-se a análise e reflexão sobre desinformação e fake news. As aulas 2 a 4 serão dedicadas à investigação do que os estudantes co-

nhecem sobre o tema com base em um quiz, que apresenta textos verbais e não verbais e permite a troca de conhecimentos entre eles, bem como à discussão sobre os resultados do quiz e sobre como os estudantes identificam as desinformações, imagens e outros artigos mentirosos da internet. Essa reflexão levará os estudantes, mais adiante, a reconhecer ferramentas, recursos e procedimentos que lhes permitirão identificar fake news. Outras discussões e atividades de pesquisa e aprofundamento propostas no Livro do Estudante e suscitadas pelas reflexões promovidas em sala de aula podem ocupar mais uma aula.

Etapa 2: Saber e fazer

A avaliação da etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, nos quais os estudantes são convidados a desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final. As aulas 5 e 6 serão dedicadas à discussão, dentro de uma perspectiva histórica, sobre o fenômeno das fake news com base no tópico inicial, intitulado “Das mentiras às fake news”, e à pesquisa proposta na atividade de ampliação. Na aula 7 serão propostas a leitura do tópico “Os perigos da desinformação” e a realização das atividades relacionadas a ele. Nas aulas 8 e 9, os estudantes serão orientados, no tópico “Letramento digital”, a analisar e ler textos, dados e gráficos que circulam em diversas esferas midiáticas e públicas. O principal objetivo é fornecer ao estudante a possibilidade de refletir sobre os usos das informações inverídicas e, principalmente, as implicações éticas de produzi-las e de compartilhá-las intencionalmente. A aula 10 será dedicada ao reconhecimento de procedimentos muito utilizados de verificação de informações; em especial, serão apresentadas agências de verificação de notícias. A discussão, a definição e a construção de etiquetas de averiguação de notícias – atividade que será proposta ao final desta etapa – serão importantes na produção do videotutorial proposto como produto final.

Etapa 3: Para finalizar

A avaliação na etapa 3 é somativa: nela os estudantes desenvolvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores. As aulas 11 a 16 serão dedicadas à produção do videotutorial, com base nos conhecimentos adquiridos pela turma ao longo do projeto. Durante a produção, os estudantes podem assumir tarefas específicas ou participar de várias etapas, colaborando coletivamente (produção do roteiro, revisão do texto, gravação e edição dos vídeos). É importante que a divisão do tempo por tarefas a serem realizadas seja compartilhada com os estudantes, somando a esse cronograma atividades extraclasse que serão essenciais para a finalização do projeto. Dedique uma aula para a leitura das propostas e organização dos materiais e outra para realizar a avaliação com os estudantes, em uma roda de conversa, por exemplo.

Projeto 4 Papo aberto: como mediar conflitos na

escola?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

• Direitos da criança e do adolescente e Educação em direitos humanos

Componentes curriculares:

Líder: Língua Portuguesa, Arte e Educação Física

Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais

Aplicadas: História, Filosofia e Sociologia; Matemática

Objetos do conhecimento:

Escuta; Distinção de fato e opinião; Apreciação e réplica; Estratégia de produção: planejamento e participação em debates regrados; Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ou de relevância social; Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social; Produção de textos orais.

Produto Final:

Modelo de mediação de conflitos na escola

Introdução

Neste Projeto Integrador, são propostas situações de aprendizado em que os estudantes podem, coletivamente, refletir sobre os conflitos recorrentes em sua comunidade escolar e apresentar soluções que envolvam a promoção da cultura de paz e a redução da violência por meio do protagonismo juvenil e de uma perspectiva cidadã. Ademais, os estudantes terão oportunidade de refletir sobre a importância do diálogo na construção de relações saudáveis e na convivência harmônica no espaço escolar e em outras esferas da vida social e em sintonia com o mundo do trabalho.

A busca de solução de conflitos não se empreende de modo unilateral; a pacificação se alcança por meio do emprego conjunto de esforços. Nesse sentido, os estudantes, de posse dos instrumentos teóricos apresentados e por meio de pesquisas realizadas, avaliarão as técnicas de mediação de conflitos aplicadas em diversos contextos, para construírem, de modo colaborativo, propostas de mediação adequadas ao ambiente escolar em que estão inseridos.

O desenvolvimento deste projeto propõe levar os estudantes a atuarem em seu meio de forma ética, respeitando as diferenças, fazendo uso do diálogo e do protagonismo para promover práticas pacificadoras e buscando modos de expandir essa atuação cidadã para além do espaço

escolar, desenvolvendo a compreensão sobre Direitos da criança e do adolescente e Educação em direitos humanos. Essas atuações podem ajudar a desenvolver capacidades de mediação de conflitos que serão importantes nas situações envolvendo desavenças pessoais e/ou possíveis desentendimentos no mundo do trabalho.

A BNCC neste projeto

Este projeto proporciona oportunidades de desenvolver competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências específicas a que se relacionam. O texto completo referente a cada um dos códigos está apresentado nas páginas 202 a 205 deste livro.

Competências gerais da BNCC:

• 6, 7, 9 e 10

Competências específicas e habilidades :

• Área de Linguagens e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13LGG103.

• Habilidade r eferente à competência específica 2: EM13LGG204.

• Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG303 e EM13LGG304.

• Habilidade r eferente à competência específica 5: EM13LGG501.

• Habilidade r eferente à competência específica 7: EM13LGG704.

• Língua Portuguesa por campo de atuação:

• Todos os campos de atuação social: EM13LP06 (relacionada à competência específica 1).

• Campo de atuação na vida pública: EM13LP25 (relacionada às competências específicas 1, 2 e 3).

• Campo das práticas de estudo e pesquisa: EM13LP30 (relacionada à competência específica 7), EM13LP32 (relacionada à competência específica 7) e EM13LP33 (relacionada à competência específica 3).

• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:

• Habilidades referentes à competência específica 5: EM13CHS501, EM13CHS502 e EM13CHS503.

• Área de Matemática e suas Tecnologias:

• EM13MAT102 (relacionada à competência 7).

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento deste Projeto Integrador permitirá aos estudantes articularem conhecimentos de diferentes áreas com o uso das linguagens próprias a cada uma delas. Por exemplo, fazendo uso da linguagem artística para experimentar e propor jogos teatrais na escola, da linguagem

corporal para participar de jogos colaborativos e da linguagem verbal, objetivando a criação de um modelo de mediação de conflitos na escola.

Dentro desta proposta, as competências gerais 6, 7, 9 e 10 da BNCC são trabalhadas de diversas maneiras, como exposto a seguir.

A competência geral 6 poderá ser trabalhada no decorrer de vários momentos do projeto, possibilitando aos estudantes valorizar a diversidade de saberes e de vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências importantes para entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade, nos diversos ontextos de discussão e reflexão expostos nas propostas do projeto.

A competência geral 7 será trabalhada nos momentos de discussão em grupo com base nas informações obtidas nas leituras e nas pesquisas sugeridas e nos momentos de apresentação de ideias e opiniões, quando os estudantes terão oportunidade de argumentar apresentando pontos de vista e propondo sugestões de modo a construir consensos sobre a temática proposta no projeto.

A competência geral 9 será trabalhada durante todo o desenvolvimento do projeto, já a partir do acolhimento da proposta de estabelecer modelos de mediação de conflitos no ambiente escolar. Os textos teóricos que embasarão a escolha dos modos de mediação apropriados permitirão aos estudantes a construção e ampliação do conhecimento sobre estratégias de mediação de conflitos, sobre a importância do diálogo e do exercício da empatia na busca dessas soluções e sobre a necessidade do trabalho colaborativo na construção da convivência pacífica, baseada no respeito ao outro.

A competência geral 10 será desenvolvida nas tomadas de decisões conjuntas, que exigirão o exercício da escuta ativa e da flexibilidade, em um projeto que possui o potencial de desenvolver o senso de responsabilidade, em relação às coletividades próximas, regionais e globais e objetiva promover a cultura de paz.

Espera-se estimular de maneira responsável uma educação transformadora, em que o estudante passe a atuar ativamente no processo de ensino-aprendizagem e na construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas como exposto a seguir.

A habilidade EM13LGG204 (relacionada à competência específica 2) será desenvolvida nos diálogos e discussões propostos em que os estudantes construirão entendimentos com vistas à escolha de estratégias de mediação de conflitos adequadas ao seu ambiente escolar. Os jogos teatrais ou criativos, fazendo uso das linguagens artísticas, corporais e verbais, propostos neste projeto, também são exercícios que possibilitam o aprimoramento da criatividade e a prática de entendimento mútuo.

As habilidades EM13LGG303 e EM13LGG304 (relacionadas à competência específica 3) são trabalhadas em atividades que proporcionam momentos de discussão entre os estudantes acerca dos conflitos que vivenciam ou presenciam, ao analisarem as possibilidades existentes de mediação desses conflitos e ao formularem propostas de solução. A elaboração do produto final envolverá os estudantes em uma ampla investigação acerca dos conflitos recorrentes no ambiente escolar e na busca de modelos apropriados de mediação.

A habilidade EM13LGG501 (relacionada à competência específica 5) será trabalhada por meio do estudo e práticas de jogos teatrais e jogos criativos, fazendo uso das práticas corporais como ferramentas que estimulam o autoconhecimento e o trabalho colaborativo, a busca de soluções criativas para mediar conflitos e a construção de relações democráticas, éticas e de respeito à diversidade.

A habilidade EM13LGG704 (relacionada à competência específica 7) será desenvolvida nas atividades de pesquisa propostas, em que os estudantes terão a oportunidade de utilizar plataformas de busca on-line e exercitar critérios de seleção de conteúdos. De forma semelhante, os estudantes vão desenvolver aspectos da habilidade EM13MAT102 (relacionada à competência 7), da área de Área de Matemática e suas Tecnologias, que será importante na exploração e análise de dados de uma pesquisa sobre conflito e violência nas escolas.

A habilidade EM13LP06, de Língua Portuguesa, será desenvolvida nas atividades de apreciação e análise de letra de canção e trecho de poema, com vistas a reforçar a importância da escolha adequada das palavras na construção de sentido nos discursos, considerando a intenção discursiva, que pode levar tanto à solução quanto à deflagração do conflito.

A habilidade EM13LP25 será trabalhada durante o estudo de modelos de mediação de conflito e na realização de uma assembleia, ao final do projeto, para definição do modelo de mediação mais adequado para o ambiente escolar dos estudantes.

As habilidades EM13LP30, EM13LP32 e EM13LP33 serão desenvolvidas nas pesquisas propostas, que irão requerer dos estudantes a seleção de fontes e comparação de informações, a fim de se obterem dados confiáveis, e na realização da pesquisa ao final do projeto para definição do modelo de mediação de conflitos mais apropriado para a escola.

As habilidades EM13CHS501, EM13CHS502 e EM13CHS503 (relacionadas à competência específica 5) da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas serão trabalhadas nas leituras e pesquisas sobre modos de mediação de conflitos praticados pelo povo Maori, da Nova Zelândia, e pelos povos do sul da África e nas pesquisas e discussões sobre combate à violência nas escolas, propondo ações que promovam os direitos humanos, a solidariedade e o respeito.

Professores envolvidos

A abordagem interdisciplinar do projeto solicitará a colaboração de docentes de outros componentes curriculares, como História, Filosofia, Sociologia, Arte, Educação Física e Matemática. Sugerimos o professor de Língua Portuguesa para liderar o desenvolvimento deste projeto e mediar o diálogo com os docentes colaboradores para que estes apresentem sua contribuição nos momentos oportunos. Os professores de História ou Sociologia podem contribuir no estudo das práticas de mediação de conflitos do povo Maori, da Nova Zelândia, e dos povos do sul da África, abordando os contextos culturais e histórico-sociais desses povos. A orientação desses professores auxiliará os estudantes na condução da pesquisa que será proposta sobre esses povos.

O professor de Arte pode orientar os estudantes na realização dos jogos teatrais e na apreciação estética do painel Paz, de Candido Portinari, e o professor de História pode apresentar o contexto histórico em que esse painel foi criado. O professor de Sociologia pode discutir com os estudantes os termos da Declaração sobre uma Cultura de Paz, da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda, a participação do professor de Educação Física será essencial para a práticas de jogos criativos, objetivando a construção de relações mais saudáveis e colaborativas.

A orientação do professor de Matemática será muito importante na etapa de análise e tratamento dos dados da pesquisa sobre violência escolar, além dos dados obtidos na aplicação do questionário, empreendida junto à comunidade escolar, que orientará a escolha do modo de mediação de conflitos a ser proposto para aplicação na escola.

Estudantes e professores poderão propor, no desenvolvimento deste projeto, outros percursos mais adequados à sua realidade e necessidades.

Materiais sugeridos

Computadores, celulares ou tablets com acesso à internet, canetas, tintas e papéis.

Oriente os estudantes a ter em mão todos esses materiais, conforme a necessidade de cada aula, e a verificar o funcionamento de todos os equipamentos antes do seu uso para não afetar a programação das atividades.

Se não houver essa possibilidade dentro do ambiente escolar, oriente-os a pesquisar previamente em casa ou em bibliotecas públicas para não prejudicar o andamento das ações solicitadas ao longo do projeto.

Orientações didáticas

C onversa Inicial

Etapa 1: Vamos começar

O valor do diálogo

A proposta inicial é apresentar a temática para as estudantes e motivá-los a refletir sobre o valor do diálogo e a importância do emprego adequado das palavras, considerando os efeitos e sentidos produzidos em cada contexto de uso.

Antes da leitura da reportagem do jornal El País, peça aos estudantes que apresentem, de forma coletiva, as principais situações de conflitos que podem ocorrer dentro das escolas. Anote essas impressões no quadro para comparar, após a leitura, com as informações apresentadas no texto.

Atividades Página 111

1. Resposta pessoal. Espera-se que, avaliadas as soluções, conclua-se que as práticas que envolvem os estudantes como mediadores podem apresentar resultados mais positivos.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem a sua vivência e conhecimentos sobre conflitos e desavenças, por presenciá-los ou por terem notícia de sua ocorrência, para apresentar sugestões de como lidar com questões conflituosas.

3. Resposta pessoal.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem profissionais como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, professores, entre outros. Eles poderão citar saberes relacionados a competências socioemocionais que se relacionam com o mundo do trabalho, como empatia, comunicação clara, escuta ativa; ou saberes mais técnicos, como conhecimento de leis e conhecimentos ligados a tratamentos de transtornos psicológicos, por exemplo.

5. Resposta pessoal. Solicite aos estudantes que guardem os registros das respostas para retomá-los e apresentá-los em discussão futura no processo de definição do modelo de mediação de conflitos na escola.

Para ampliar, sugerimos a consulta ao livro lançado pela Unesco:

• Violências nas escolas: versão resumida, de Miriam Abramovay e Maria das Graças Rua.

Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/ pf0000133967_por. Acesso em: 19 jul. 2024.

Palavra: mãe de todos nós

Estimule os estudantes a pensar em situações reais pelas quais eles (ou um conhecido) tenham passado, em que o uso de uma palavra, expressão ou frase tenha gerado desacordo. Peça que compartilhem o ocorrido e como foram as reações das pessoas envolvidas.

Solicite aos estudantes que façam a leitura da letra da canção “Palavras” e pesquisem versões da música em plataformas de streaming. Sugira que ouçam a versão interpretada pelos Titãs, no LP O blésq blom, de 1989.

Atividades Página 113

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a letra apresenta os diversos sentidos e significados atribuídos ao termo palavra , como: palavras que identificam números e nomes de pessoas, palavras de apoio, de expressar amor, de desculpas, de memória e outros significados que podem expressar a complexidade nas diversas comunicações humanas.

2. Sentidos possíveis: acalentos, declarações, desculpas, sofrimento, jogos verbais, repetição, redundância ou descaso, entre outros.

3. A variação de sentidos depende do contexto em que a palavra é usada e da intenção de quem a usa.

4. Resposta pessoal. Exemplo:

Palavras de saudades / Pra lembrar alardes / Palavras sofridas / Pra sarar feridas.

Atividade

de ampliação

Página 113

1. Resposta pessoal. Respostas possíveis: acordos, parcerias, amizades, conhecimento.

2. Resposta pessoal. Respostas possíveis: desacordos, brigas, discussões, ofensas, agressões verbais.

3. Resposta pessoal. Comunicação assertiva é aquela que envolve a emissão de opinião ou expressão franca de pensamentos ou sentimentos, ponderando a resposta emitida pelo outro sem manifestação de agressividade diante de opiniões contrárias. A comunicação agressiva é aquela em que se usa a imposição de opinião, não aceitando posições contrárias e, muitas vezes, fazendo uso de expressões que desqualificam o outro.

4. Resposta pessoal. A comunicação agressiva pode gerar discórdia, agressão verbal, agressão física.

5. Diálogos significativos são construídos com uso de palavras adequadas ao contexto do diálogo, respeitando os turnos de fala e as opiniões do interlocutor, expressando pontos de vista, ideias e opiniões sem uso de agressividade.

6. Espera-se que os estudantes percebam que desenvolver habilidades que possibilitem construir uma comunicação assertiva, respeitosa e ética é algo que poderá a judá-los a estabelecer relacionamentos importantes, contribuindo no seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Após a realização da atividade de ampliação proposta, sugira uma roda de conversa com toda a turma para que compartilhem as opiniões e ideias que surgiram na realização da atividade. Converse com os estudantes sobre suas dificuldades e a necessidade de retomar temas e conceitos que não foram amplamente compreendidos.

A potência da palavra

Os parágrafos apresentados no início deste tópico estimulam o estudante a pensar na palavra enquanto elemento central das manifestações expressivas do nosso dia a dia. Caso haja oportunidade e interesse do grupo, estabe-

leça mais uma oportunidade de apreciação artística, sugerindo aos estudantes trazerem para a sala de aula outros textos que, de alguma forma, os tenham tocado. A ideia é estimular uma reflexão sobre a palavra como instrumento de transformação do sujeito.

Atividades Página 115

Antes da leitura, explore o título da poema com os estudantes e a expectativa prévia sobre que contexto o poema explora. Para conhecer mais sobre João Cabral de Melo Neto, sugerimos:

• Biografia entrelaça vida e obra de João Cabral de Melo Neto, de Luiz Prado. In: Jornal da USP, 26 nov. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/cultura/biografia-entrelacavida-e-obra-de-joao-cabral-de-melo-neto/. Acesso em 23 set. 2024.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam as comparações e os impasses que o poeta apresenta ao passar da página em branco e decidir as palavras que podem compor o texto.

2. O eu lírico utiliza a 1ª pessoa do singular, que indica quem fala – eu (“Fico em silêncio”; “Em desenho me deito”; “Pareço estar alegre”). Esse uso indica uma proximidade e intimidade com o tema, mostrando o envolvimento do eu poético.

3. Há várias respostas possíveis. Observe se a escolha e a leitura apresentada fazem sentido. Por exemplo: “Essa folha branca / É também paisagem / De que sei traçar / Toda a geografia.” A metáfora aproxima as características da paisagem e as ações do homem diante dela com o espaço da palavra na escrita poética: em ambos se pode traçar um registro.

Depois de feitas as atividades, aproveite para propor aos estudantes que inspirem-se nesse momento de leitura e reflexão e escrevam um poema ou um texto em prosa para expressar-se e explorar a força das palavras. Para compartilhar os textos, proponha a realização de um pequeno sarau e estimule os estudantes a se expressarem livremente e a respeitarem os textos dos colegas.

E m Foco

Dialogar para resolver

A proposta deste tópico é propiciar o contato dos estudantes com o conceito de diálogo segundo dois teóricos. Antes da leitura dos fragmentos de texto, peça a eles que registrem como definiriam essa palavra. Solicite àqueles que se sentirem à vontade que leiam em voz alta as definições registradas. Após os estudantes expressarem suas definições, peça-lhes que façam a leitura silenciosa dos textos apresentados. Organize uma roda de conversa para que comparem os trechos lidos com as definições que criaram e observem como se complementam. A proposta permite o desenvolvimento de âmbitos relacionados ao projeto de vida de cada um, possibilitando aos estudantes refletir sobre aspectos que permeiam as dimensões do Eu, do Outro e

do Nós, ou seja, explorando as dimensões pessoais, além de favorecer habilidades socioemocionais que contribuam com suas futuras inserções no mundo do trabalho.

Atividades Página 117

1. Respostas pessoais. Para esta atividade, é interessante que os estudantes trabalhem com colegas com quem não costumam conversar muito.

2. Reflexão pessoal. Conduza a socialização das respostas e faça um registro no quadro, anotando pontos importantes de tudo o que foi discutido em sala de aula. É importante criar um ambiente apropriado de escuta para que os estudantes se sintam confortáveis para expor suas opiniões e sentimentos, possibilitando uma postura de respeito com a diversidade.

3. Reflexão pessoal. Ajude os estudantes a pensarem em formas de registrar as discussões apresentadas em sala de aula. Ajude-os também na escolha da data e da forma de compartilhamento dos trabalhos.

4. Respostas pessoais. O registro desta atividade pode ser guardado pelo estudante e, ao final do projeto, retomado para que ele faça uma autorreflexão em relação ao que acredita que mudaria (ou não) em suas respostas, após os debates realizados ao longo do projeto.

Construindo relações positivas

Inicie a conversa com os estudantes com base nas seguintes perguntas:

O que você faz quando vive algum problema ou conflito?

A quem você geralmente recorre e pede ajuda?

De que forma solicitar apoio pode ajudar na resolução do conflito?

Permita aos estudantes que respondam livremente e anote as ideias da turma. Após a realização das atividades, volte a esses apontamentos e converse com o grupo para que eles avaliem se mudaram ou não sua forma de pensar. É importante estimular sempre a autorreflexão junto aos jovens.

Atividades Página 119

1. a) A curto prazo, as práticas restaurativas pretendem refrear o comportamento inapropriado, ao mesmo tempo que tentam demonstrar o que é apropriado. A longo prazo, as práticas restaurativas visam ajudar a assumir a responsabilidade pelas atitudes e pelos comportamentos.

b) Nas práticas tradicionais, o comportamento do indivíduo é controlado por regras que lhe são impostas e cujo cumprimento é obrigatório; nesse caso, o indivíduo é submetido a um controle externo. Nas práticas restaurativas, o ofensor é conduzido a adotar algumas atitudes, como: compreender o mal praticado e desenvolver empatia para com a vítima; refletir e assumir as consequências dos seus atos; desenvolver o autocontrole; entre outras atitudes.

c) Espera-se que os estudantes comentem que o verbo “restaurar” adquire o sentido de restabelecer, recuperar o sentido das relações.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam algumas situações que vivenciaram no ambiente escolar e discriminem quais profissionais auxiliaram na mediação do conflito.

3. Resposta pessoal. Os estudantes podem trazer apontamentos relevantes mas também possíveis críticas, que devem ser recebidas com escuta e respeito.

4. Resposta pessoal. Alguns estudantes talvez nunca tenham tido contato com essas práticas. Acolha todas as respostas.

Organizando os trabalhos

Projeto 4 – Papo aberto

Leia com atenção as etapas de realização do projeto com os estudantes. É muito importante que eles tenham conhecimento da proposta antes de realizá-la.

A partir de agora, os estudantes devem organizar os grupos e as tarefas que devem ser realizadas para o desenvolvimento das atividades propostas nas etapas 2 e 3 e a concretização do produto final, a definição do modelo de mediação de conflitos na escola, preparando com antecedência materiais que serão utilizados ao longo do projeto.

Etapa 2: Saber e fazer

Entendendo o conflito

Nesta etapa, os sentidos da palavra “conflito” serão aprofundados. Serão feitos o levantamento e a análise dos conflitos mais recorrentes na escola e, por meio de atividades e dinâmicas, haverá a discussão sobre possibilidades de mediação de conflitos vivenciados na escola.

Além disso, tomando como base as culturas de povos como o Maori, da Nova Zelândia, e de povos do sul da África, será realizada uma pesquisa para compreender os princípios que regem a mediação entre esses povos. Nessas propostas, o trabalho em conjunto com os professores dos componentes curriculares História e Sociologia será apropriado para conhecer os contextos históricos e sociais nos quais esses povos estão inseridos e de que forma a prática de mediação de conflitos é promovida por essas culturas.

Vale ressaltar que todas as propostas do projeto podem ser realizadas no momento que mais se adequar à realidade da turma, podendo inclusive ocorrer alterações de percurso, conforme a demanda dos estudantes.

Antes da leitura dos trechos que trazem o resultado da pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), peça aos estudantes que citem os principais conflitos que eles imaginam que sejam apresentados na reportagem e retome, após a leitura, essas hipóteses iniciais para checagem e reflexão coletiva.

Atividades Página 123

1. A reportagem mostra o resultado de um estudo nomeado de “Radiografia da insegurança nas escolas e staduais paulistas”, feito em escolas de periferia do estado de São Paulo.

2. Resposta pessoal. Pode ser que os estudantes citem episódios de bullying , casos de depressão, além de episódios mais graves, como os de violência ou suicídio. É um momento importante para praticar a escuta ativa e orientar os estudantes sobre a importância de procurar ajuda com profissionais.

3. De um lado, estão professores, funcionários em geral e estudantes, que são atingidos diretamente. Do outro lado, está a comunidade local, que sofre indiretamente com as consequências das invasões, roubos e violências.

4. Espera-se que os estudantes percebam que o estudo tem como objetivo apontar que os ambientes escolares estão cada vez menos seguros para estudantes e d ocentes. Ainda segundo o levantamento, a falta de segurança e relatos de violência crescem na periferia paulistana.

5. A resposta pode variar, mas espera-se que, ao formular uma opinião pessoal para esta questão, o estudante relacione na resposta os dados apontados, que se referem especificamente a escolas paulistas, à própria e xperiência diária com o tema da violência escolar. É importante que os estudantes descrevam situações ou fatos que tenham presenciado para apoiar suas opiniões, mas que também citem dados da reportagem, como o fato de que, nas escolas estaduais paulistas, o nível de violência é considerado “médio-alto” para 71% dos estudantes daquele estado.

6. Espera-se que os estudantes citem os seguintes fatores apontados pelo secretário: falta de espaços de participação e organização dos estudantes, e de diálogo e integração com famílias dos estudantes e comunidades; a necessidade de haver matérias de enfrentamento à incitação ao ódio e à intolerância; a importância de se ter equipes técnicas, com psicólogos e assistentes sociais, e a atuação de professores como mediadores na prevenção da violência.

Atividade de ampliação Página 123

Oriente a formação dos grupos de modo que os estudantes trabalhem com colegas com os quais não costumam interagir ou com quem já tenham tido algum tipo de atrito. O propósito é que, trabalhando juntos no desenvolvimento das atividades, busquem solução para os conflitos inerentes à comunidade escolar.

Ao longo da realização da atividade, faça a mediação necessária, estimulando os estudantes a refletirem sobre o porquê de alguns conflitos acontecerem e quais os profissionais que podem apoiar na mediação desses conflitos. A ideia é que desenvolvam uma postura de respeito para estimular o diálogo constante.

Cultura de paz

Verifique com antecedência a possibilidade de assistir na escola, com os estudantes, à série de três vídeos Portinari do Brasil, criada para a exposição Guerra e Paz, realizada no Memorial da América Latina, em São Paulo, SP, em 2013, conforme sugerido no boxe “Para assistir”.

Se não houver disponibilidade na escola, oriente os estudantes a assistirem aos vídeos previamente em casa.

Atividade de ampliação Página 125

Oriente os estudantes a definirem previamente o que gostariam de apresentar no mural. Cada estudante deve escolher elementos visuais ou verbais (fotografias, ilustrações, letras de música, poemas etc.) de sua preferência para compor o mural sobre o tema paz. Oriente-os a planejar a distribuição de suas expressões artísticas no espaço predeterminado de modo a criarem uma composição harmônica.

O mural pode ser composto diretamente sobre uma parede ou muro da escola, com autorização prévia da direção. Caso não seja possível, os estudantes podem compô-lo sobre placas de madeira compensada, folhas de papel Kraft ou cartolinas, por exemplo.

O jovem e a mediação de conflitos

Peça aos estudantes que façam a leitura da entrevista “O mediador de conflitos” em duplas, simulando o entrevistador e o entrevistado. Se considerar interessante, sugira a eles que pesquisem mais sobre os diferentes profissionais que atuam nessa área e quais práticas de mediação de conflitos costumam ser aplicadas por esses profissionais considerando o contexto escolar.

Por fim, peça aos estudantes que, depois de ler o texto sobre Emma González, pesquisem sobre ela e reflitam por que essa jovem se destacou a ponto de conseguir alterar a lei de armamento nos Estados Unidos.

Atividade de ampliação Página 127

Caso perceba que ainda persistem dúvidas, esta atividade pode servir de apoio para mitigar as dificuldades dos estudantes ao mesmo tempo em que reforça as habilidades a serem desenvolvidas.

1. Para a criação da situação hipotética de conflito, estimule os estudantes a se organizarem de modo que t rabalhem com colegas com quem não costumam conversar muito. Se houver necessidade, dê um exemplo de conflito na escola para facilitar o início do trabalho.

2. Conduza a socialização das respostas e ajude os estudantes a identificar quais são as formas de conflito mais recorrentes na escola. Peça que analisem se as soluções sugeridas são de fácil execução e se realmente ajudariam a aproximar as partes. Anote na lousa os pontos principais da discussão e reforce o quão essencial o diálogo é para solucionar conflitos.

A

importância dos jogos na mediação

de conflitos

Neste tópico, a orientação e contribuição dos professores de Arte e Educação Física são fundamentais, uma vez que os estudantes serão convidados a experimentar práticas corporais que podem contribuir para a mediação de conflitos na escola.

Pergunte aos estudantes se já tinham ouvido falar no nome de Augusto Boal e se já conheciam o Teatro do Oprimido. Se houver possibilidade, programe uma sessão coletiva para todos assistirem ao documentário dedicado ao teatrólogo:

AUGUSTO Boal e o Teatro do Oprimido. Direção: Zelito Viana. Rio de Janeiro (RJ): Mapa Filmes, 2010. Vídeo (62 min).

Caso não seja possível, reforce que essa é uma atividade relevante que pode ser realizada em casa, e as percepções e os comentários podem ser compartilhados com a turma em uma roda de conversa.

Leve os estudantes a perceber que no teatro-fórum, jogo teatral em que alguém representa o papel da vítima enquanto outro estudante assume o papel do ofensor e o público é convidado a intervir para propor soluções para o conflito, a empatia se estabelece entre os participantes e possibilita que se compreendam melhor os sentimentos e as percepções tanto do ofensor quanto do ofendido.

Peça aos estudantes que pensem em uma proposta de jogo criativo do qual gostariam de participar e que poderia auxiliar na mediação de conflitos. Solicite a eles que se organizem em grupos de 3 a 5 estudantes para a criação do jogo. Eles podem se inspirar nos jogos apresentados neste tópico e também realizar pesquisas para descobrir outras possibilidades.

Eles devem produzir um texto para apresentar brevemente o jogo: as regras gerais, os objetivos, o número de participantes; ou seja, as informações principais que facilitarão a compreensão. Antes de realizar a prática do jogo om a turma, é importante testar todas as etapas. Solicite a ajuda do professor de Educação Física para realizar os testes e definir as regras detalhadamente. Seria interessante também fazer um registro em vídeo para ser compartilhado com outras turmas no canal de comunicação oficial da escola.

Povos tradicionais e a mediação de conflitos

Com a ajuda do professor de História ou Sociologia aprofunde o contexto social em que estão inseridos o povo Maori e os povos do sul da África e o conceito de ubuntu, uma palavra originária da língua Zulu (pertencente ao grupo linguístico bantu). Ubuntu é uma palavra que sintetiza conceitos humanísticos, como: a solidariedade, a cooperação, o respeito, o acolhimento, a generosidade; e está intimamente relacionada à luta contra o apartheid

Verifique se os estudantes compreenderam como desenvolver a pesquisa solicitada. Estimule o diálogo dos estudantes com os professores de outras áreas para que estes possam apoiá-los na pesquisa.

Atividade de ampliação Página 130

Para orientá-los no trabalho, apresente um roteiro com itens que podem ser contemplados na pesquisa, como: objeto da pesquisa; localização geográfica; noção de justiça, de sujeito e de comunidade; como se relacionaram e se relacionam hoje com a cultura dos colonizadores, entre outros itens.

Para a socialização da pesquisa, verifique a disponibilidade de uso de projetor na escola ou de um local para a exposição de cartazes que podem ser elaborados pelos grupos. Decida, com os estudantes, se as apresentações realizadas podem ser ampliadas para outras turmas da escola.

Para conhecerem mais sobre Nelson Mandela, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, e a luta contra o apartheid na África do Sul, com a colaboração do professor de História ou Sociologia, sugira aos estudantes que assistam a este filme:

• MANDELA – Luta pela liberdade. Direção: Bille August. Reino Unido/Alemanha/França/África do Sul, 2007. DVD (140 min).

P roduto final

Etapa 3: Para finalizar

Modelo de mediação de conflitos na escola

Solicite aos estudantes que leiam o conteúdo do quadro com sugestões de modelos de mediação de conflitos que podem ser implementados na escola.

Peça-lhes que discutam sobre as características de cada um deles e levantem seus pontos positivos e negativos, considerando as demandas da escola. Se necessário, pode ser realizada uma breve pesquisa para aprofundar o conhecimento sobre algumas práticas que despertaram o interesse dos estudantes.

O conhecimento sobre esses exemplos de mediação somado aos conteúdos e às atividades desenvolvidas ao longo de todo o projeto servirão de base para que os estudantes possam escolher o modelo de mediação de conflitos a ser desenvolvido na escola.

Elaboração do questionário

A melhor maneira de conhecer o outro é escutar o que ele tem a dizer. Agora é hora de conhecer melhor a comunidade escolar. A proposta aqui é que os estudantes elaborem um questionário para aplicar entre os membros da comunidade escolar.

Os estudantes deverão definir como será composto o grupo de participantes. As perguntas devem ser elaboradas considerando os perfis que compõem esse grupo. Procure

orientá-los na elaboração das perguntas, para que o questionário traga resultados consistentes que possam orientar na escolha do modelo de mediação de conflitos adequado à realidade da escola e à necessidade de implantação de um grupo de apoio de profissionais especializados, como psicólogos, assistentes sociais e educadores mediadores, para auxiliar nos momentos de conflitos.

Aplicação do questionário

A aplicação do questionário deve ser realizada em momento previamente definido junto à direção ou coordenação da escola de modo que não atrapalhe a rotina escolar. Oriente os estudantes na organização da atividade e na distribuição das tarefas.

Os estudantes podem disponibilizar as perguntas em uma plataforma gratuita de questionários digitais e compartilhar o link para os participantes. Essas plataformas também dispõem de recursos para tratamento dos dados obtidos que podem ser utilizados para apresentar os resultados da pesquisa.

Nas participações presenciais, os estudantes devem se dirigir aos participantes com respeito, formulando as perguntas educadamente e escutando atentamente as respostas, prontos a atender às dúvidas que eventualmente possam surgir. Essa será uma oportunidade de exercitar a escuta ativa.

Antes de responderem ao questionário, os participantes devem ser informados sobre os objetivos da pesquisa e orientados sobre os modelos de mediação de conflitos passíveis de aplicação na escola. Para isso, componham um texto com descrições objetivas e sucintas dos modelos de mediação e disponibilizem-no com as questões que ompõem o questionário.

Sistematização e análise qualitativa dos dados

A etapa de análise e tratamento dos dados obtidos é muito importante, pois é nesse momento que os aspectos mais representativos dos resultados são observados. A colaboração do professor de Matemática será importante nessa tarefa para orientar os estudantes no tratamento dos dados, a fim de se levantarem os conflitos recorrentes no ambiente escolar apontados pelos participantes e os modelos de mediação mais indicados.

O documento gerado nesta fase deve ser compartilhado com a comunidade escolar. Os estudantes também deverão escolher o modo de divulgação dos resultados: por meio de cartazes espalhados pela escola, por canais de comunicação oficiais da escola ou por uma combinação desses meios.

Afinal, qual modelo de mediação escolher?

Para a realização da assembleia na qual será definido o modelo de mediação a ser implantado na escola, é funda-

mental orientar os estudantes sobre os elementos necessários para instalá-la. Sugerimos, para aprofundamento do tema, a leitura deste artigo:

• ASSEMBLEIAS escolares: saiba como e quando criar. EscolaWeb, 13 out. 2017.

Disponível em: https://escolaweb.com.br/gestao-escolar/ assembleias-escolares-saiba-como-e-quando-criar/. Acesso em: 22 jul. 2024.

Sugerimos também a leitura deste livro:

• ARAÚJO, Ulisses. Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo: Moderna, 2004. Após a realização da assembleia e definição coletiva do modelo que será implementado na escola, oriente os estudantes na elaboração da versão final do projeto. É importante elencar todas as informações necessárias no documento, como: objetivos, justificativas, principais ações e resultados esperados.

A discussão sobre modelos de mediação passíveis de serem adotados na escola deve ser constante, levando em conta a dinâmica do ambiente escolar. Um grupo, formado por membros da direção, professores e estudantes, pode ser eleito para formar uma comissão permanente de gestão de conflitos na escola. A composição do grupo pode ser renovada em um período definido pela comunidade escolar. Combine com os estudantes a realização de uma reunião, após a primeira aplicação do modelo de mediação escolhido na escola, para discutir a sua eficácia, considerando os conflitos e os resultados obtidos nessa primeira tentativa de mediação.

Avaliação

Com relação às avaliações, realize-as de acordo com o que julgar pertinente, levando em conta as atividades desenvolvidas e os quadros localizados no final do projeto. Se achar que convém, a avaliação pode ser feita de duas formas: ao longo do projeto, avaliando as atividades realizadas, ou ao final – após a realização do produto final.

Os quadros localizados ao final do projeto podem ser utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você pode marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens desses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros pode ser feito gradualmente, à medida que o projeto for sendo desenvolvido.

O primeiro quadro pode ser usado para que os grupos avaliem seus integrantes. É fundamental que as colocações sejam respeitosas e sinceras, sob uma perspectiva cidadã.

Mundo do trabalho Página 137

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a questão e, independentemente de suas aspirações e escolhas profissionais, entendam que o diálogo, a boa comunicação, a empatia, a argumentação eficiente e a capacidade de ouvir o outro são habilidades importantes para todos e ajudam a melhorar suas relações

tanto profissionais quanto pessoais. Dessa forma, poderão perceber que refletir sobre as relações presentes no mundo do trabalho é também um aspecto relevante para a construção do projeto de vida de cada um.

Planejamento

A seguir, apresentamos uma sugestão da quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para que o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em outro período, por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta ever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1 5 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 5 aulas

Sugestão de cronograma

Sugerimos que este projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas que serão tratados no decorrer da investigação. Na aula 1, será apresentado o tema com leitura de reportagem e realização das atividades. Nessa aula, deve ser realizada a sensibilização ao tema, levando os estudantes a refletirem sobre o modo como lidam com os conflitos. Nas aulas 2 e 3, será feita a análise da letra de uma música e do trecho de um poema, além de atividades que levam à reflexão sobre o uso adequado da palavra nos processos de comunicação interpessoal. Na aula 4, os estudantes serão levados a refletir sobre a importância do diálogo e serão conduzidos a discutir sobre o que consideram um bom diálogo. Na aula 5, os estudantes conhecerão algumas modalidades de práticas restaurativas por meio da leitura do tópico “Construindo relações positivas” e da realização das atividades.

Etapa 2: Saber e fazer

A etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, onde os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final. Nas aulas 6 e 7, deve ser aprofundada a compreensão da noção de conflito e efetuada a leitura e interpretação do texto que traz a “Radiografia da insegurança nas escolas estaduais paulistas”; os estudantes deverão realizar a atividade de ampliação para levantamento dos conflitos mais recorrentes na escola e apresentar exemplos de como foram solucionados. Nas aulas 8 e 9, será apresentado o conceito de “cultura de paz” e os estudantes poderão apreciar o painel Paz, de Portinari; após a análise da obra e produção do mural coletivo, deverá ser proposta a leitura, reflexão e discussão sobre o conteúdo do texto “O mediador de conflitos”; os estudantes deverão elaborar em grupos uma situação hipotética de conflito e compartilhar com a turma os casos discutidos. Na aula 10, serão apresentados jogos teatrais e jogos criativos e será proposta a reflexão sobre como essas práticas podem ser instrumentos de mediação de conflitos. Na aula 11, devem ser apresentados aos estudantes os contextos históricos e sociais dos povos que serão o objeto da pesquisa a ser proposta. Os professores de História e/ou Sociologia podem contribuir na elaboração da base teórica desta aula.

Etapa 3: Para finalizar

A etapa 3 é somativa, nela os estudantes desenvolvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores. Na aula 12, os questionários deverão ser produzidos, a data de aplicação e a forma como será feita a análise dos dados deverão ser definidas pela turma. Também deverão ser acertados os detalhes da realização da assembleia: quem vai presidir; quem vai secretariar; se houver registro em ata, quem ficará responsável pelos registros etc. Na aula 13, será realizada a assembleia para definição do modelo de mediação mais apropriado para implementação na escola. Nas aulas 14 a 16, as decisões tomadas em assembleia deverão ser transformadas em um relatório, apresentando o projeto por escrito, com os detalhes de implementação e funcionamento do modelo de mediação de conflitos escolhido, para ser apresentado à direção da escola. Com a aprovação da direção da escola, caberá aos estudantes colocar o modelo de mediação de conflitos em prática, cuidando para que seja feita a adequada divulgação do projeto para toda a comunidade escolar e, ainda, seja possível realizar uma roda de conversa para avaliar os pontos positivos e o que ainda precisa ser melhorado depois da primeira atividade realizada.

Projeto 5 Imagens: manipulamos

ou somos manipulados?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

• Educação para o consumo; Trabalho; Ciência e tecnologia; Diversidade cultural; Educação em direitos humanos

Componentes curriculares:

Líder: Linguagens e suas Tecnologias: Língua Portuguesa e Arte

Outros perfis disciplinares: Matemática e suas tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: História e Sociologia

Objetos de conhecimento: Curadoria de informação; Estratégias de leitura: apreender os sentidos globais do texto; Exploração de multissemiose; Relação entre textos; Estratégias de produção: planejamen to de textos informativos; Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição; Materialidades; Contextos e prática, Elementos da linguagem.

Produto final:

Revista: manipulação de imagens

Introdução

Este Projeto Integrador, desenvolvido dentro do tema integrador Midiaeducação, trabalha o letramento midiático e tem como objetivo principal oferecer aos estudantes a oportunidade de entender como funciona a produção e a circulação de informações nas diversas mídias que existem contemporaneamente, objetivando a sua efetiva apropriação, já que não se pode desconsiderar a sua presença maciça no mundo atual. O ponto central da reflexão que este projeto propõe baseia-se na questão problematizadora “Imagens: manipulamos ou somos manipulados?” e no pressuposto de que o processo de analisar essa forma de manipulação nas diversas mídias exige um domínio cada vez maior da linguagem midiática, por isso a necessidade imperativa de sua presença na escola como objeto de reflexão sobre sua história, impactos e consequências e como processo de apropriação por parte dos estudantes até serem capazes de utilizá-la com intencionalidades artísticas, sociais, profissionais e políticas.

Nesse contexto, os estudantes serão estimulados a refletir sobre situações-problema que podem ser pensadas em nível local, considerando a realidade da sua própria comunidade ou região, ou em nível mais global, como parte dos desafios da sociedade contemporânea, possibilitando, assim, que exerçam seu protagonismo e olhar crítico. En-

tre os Temas Contemporâneos Transversais da BNCC, este Projeto Integrador possibilita trabalhar, de forma preponderante, Ciência e tecnologia, mas ao longo do seu desenvolvimento há atividades relacionadas a outros temas, como Educação para o consumo, Trabalho, Diversidade cultural e Educação em direitos humanos.

A BNCC neste projeto

Este projeto proporciona oportunidades de desenvolver várias competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias, de Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências específicas a que se relacionam. Competências gerais da BNCC:

• 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8

Competências específicas e habilidades:

• Área de Linguagens e suas Tecnologias:

• Habilidades referentes à competência específica 1: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103 e EM13LGG105.

• Habilidade r eferente à competência específica 2: EM13LGG202.

• Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG301 e EM13LGG302.

• Habilidades referentes à competência específica 6: EM13LGG602 e EM13LGG603.

• Habilidades referentes à competência específica 7: EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.

• Língua Portuguesa por campo de atuação:

• Todos os campos de atuação social: EM13LP11 (relacionada à competência específica 7), EM13LP12 ( relacionada às competências específicas 1 e 7) e EM13LP18 (relacionada à competência específica 7).

• Campo das práticas de estudo e pesquisa: EM13LP33 (relacionada à competência específica 3).

• Campo jornalístico-midiático: EM13LP39 (relacionada à competência específica 7).

• Área de Matemática e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 2: EM13MAT202.

• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13CHS103.

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento deste Projeto Integrador permitirá aos estudantes articularem diferentes linguagens, como a linguagem matemática, na interpretação e representação de dados e resultados de pesquisas, e as linguagens verbal

e visual, na interpretação de textos multissemióticos veiculados por diversos meios e, especialmente, na elaboração do produto final, uma revista cujo tema será a criação e manipulação de imagens.

Dentro dessa proposta, as competências gerais 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 da BNCC são trabalhadas como exposto a seguir.

A competência geral 1 será desenvolvida ao possibilitar aos estudantes mobilizar conhecimentos e reflexões que proporcionem atuações objetivas na promoção do respeito ao direito do indivíduo e da coletividade de receber dos diversos veículos, por variadas mídias, informações cuja veracidade não esteja comprometida devido à manipulação, considerando que o respeito ao direito à informação orreta, clara e precisa é um dos elementos da construção de uma sociedade justa.

A competência geral 3 será trabalhada ao proporcionar aos estudantes a apreciação de obras artísticas compostas por meio de manipulação de imagens e na proposta de pesquisa de outras manifestações artísticas relacionadas ao tema.

A competência geral 4 será trabalhada durante o desenvolvimento do produto final – criação coletiva da revista sobre manipulação de imagens –, quando os estudantes deverão criar conteúdo para composição da revista, processo em que terão a oportunidade de produzir textos, selecionar imagens, desenvolver o projeto gráfico, fazendo uso das linguagem verbal e visual, bem como da linguagem digital no caso de produção de versão virtual da revista.

A competência geral 5 será desenvolvida ao permitir aos estudantes lidar com as aplicações das tecnologias digitais e refletir sobre seu impacto na sociedade contemporânea, de forma a buscar uma solução ética, construída coletivamente, para a situação-problema que norteia a proposta. O desenvolvimento deste projeto também proporcionará o exercício do protagonismo, o fortalecimento da autoestima dos estudantes e a melhora de sua capacidade de comunicação e argumentação.

A competência geral 6 permite que os estudantes tenham oportunidade de apropriar-se, no desenvolvimento do projeto, de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas à responsabilidade ética e ao exercício da cidadania.

A competência geral 7 será desenvolvida ao proporcionar aos estudantes oportunidades de exercitar a argumentação na defesa de pontos de vista com base em dados obtidos de fontes variadas e confiáveis e de participar de decisões que afetam a si como indivíduos e como parte da sociedade, com propostas éticas para solução de problemas que atingem a coletividade, local ou globalmente.

A competência geral 8 será desenvolvida ao fortalecer a autoestima dos estudantes e sua saúde por meio de processos em que possa exercitar o autoconhecimento e lidar com questões emocionais, suas e dos outros, participando de um projeto coletivo que tem como pressuposto a troca entre colegas, a colaboração e a ética.

Espera-se estimular de maneira responsável uma educação transformadora, em que o estudante passe a atuar ativamente no processo de ensino-aprendizagem e na construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas como exposto a seguir.

As habilidades EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103 e EM13LGG105 (relacionadas à competência específica 1) e a habilidade EM13LGG202 (relacionada à competência específica 2) serão desenvolvidas, seja por meio de atividades de reconhecimento e análise de imagens manipuladas e da reflexão sobre os sentidos que criam, seu alcance em tempos de redes sociais, a motivação dos seus produtores e a reflexão sobre outras intenções por trás de sua criação e divulgação, as implicações que acarretam e ao mesmo tempo o interesse que despertam, seja por meio da atividade de produção de uma revista sobre imagens manipuladas que sirva como instrumento para intervir na situação-problema abordada no Projeto Integrador.

As habilidades EM13LGG301 e EM13LGG302 (relacionadas à competência específica 3) serão desenvolvidas por meio do trabalho coletivo proposto no projeto, que requer participação ativa dos estudantes ao mesmo tempo com autonomia e colaboração nas discussões, trazendo subsídios a elas e enfatizando o seu protagonismo na condução do trabalho e na proposição de ações para a solução da situação-problema.

As habilidades EM13LGG602 e EM13LGG603 (relacionadas à competência específica 6) serão desenvolvidas por meio de atividades de observação e análise de imagens manipuladas com propósitos artísticos, científicos, políticos e publicitários, da produção de fotografias e de uma revista sobre o tema proposto neste Projeto Integrador.

As habilidades EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704 (relacionadas à competência específica 7) serão desenvolvidas por meio de atividades que levarão o estudante a explorar tecnologias digitais da informação e da comunicação (TDICs), seja do ponto de vista de uma análise crítica de sua função social, seja na exploração de seus formatos e funcionalidades, seja no seu uso criativo e ético, compreendendo todas as suas dimensões e impactos sobre as relações sociais.

As habilidades EM13LP11, EM13LP12 e EM13LP18 (relacionadas a todos os campos de atuação social), EM13LP33 (relacionada ao campo das práticas de estudo e pesquisa) e EM13LP39 (relacionada ao campo jornalístico-midiático), de Língua Portuguesa, serão desenvolvidas por meio de atividades que instrumentalizam o estudante para o reconhecimento das fontes confiáveis de pesquisa em meio físico e digital, para a seleção, organização e apresentação de dados e para a curadoria de informação, utilização de softwares para edição de textos e imagens, na realização de produções colaborativas e sobretudo no desenvolvimento de postura ética e responsável no uso das tecnologias de informação, combatendo a produção e divulgação de notícias falsas.

Na área de Matemática e suas Tecnologias, a habilidade EM13MAT202 (relacionada à competência específica 2) pode ser trabalhada, com a ajuda do professor de Matemática, na análise e interpretação de dados coletados por meio de pesquisa e na apresentação dos resultados para a turma em forma de gráficos, ampliando os conhecimentos e promovendo a apropriação dos conceitos e procedimentos estatísticos e matemáticos na formulação de ideias e conclusões.

Na Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a habilidade EM13CHS103 (relacionada à competência específica 1), os estudantes poderão, com a participação do professor de História, refletir sobre a manipulação de imagens históricas e seus contextos, para compreender o uso da manipulação de imagens, seus riscos e limites éticos, seja na esfera profissional ou pessoal.

O projeto integra diversos componentes curriculares, como Língua Portuguesa, Arte, Matemática, História e Sociologia, por meio de diversas atividades que articulam conhecimentos, conteúdos e habilidades de cada uma das áreas e disciplinas, buscando soluções para a pergunta-chave Imagens: manipulamos ou somos manipulados? e para outras questões que surgirem durante o percurso.

Professores envolvidos

O perfil do professor líder deste projeto corresponde ao do professor de Língua Portuguesa, por requerer, em suas etapas, domínio de estratégias de leitura de diversos gêneros, incluindo textos multimodais e da esfera jornalístico-midiática, de forma que possa mobilizar conhecimentos que permitam a adequada mediação de discussões e debates entre os estudantes e consiga encaminhar a proposta de intervenção alinhada com os conhecimentos adquiridos e princípios éticos requeridos para isso, culminando no desenvolvimento do produto final, a revista com conteúdos sobre manipulação de imagens. O professor de Arte também terá papel significativo no desenvolvimento deste Projeto Integrador ao apresentar artistas que usaram, em suas obras, técnicas de manipulação de imagens e ao contribuir nas diversas atividades de manipulação de imagens ealizadas ao longo do projeto, assim como orientar a criação e o desenvolvimento do projeto gráfico para a revista, realizado na etapa do produto final. O professor de História poderá contribuir na reflexão sobre a manipulação de imagens históricas em diferentes contextos e os impactos e riscos dessa prática.

Materiais sugeridos

• Computador, tablet ou notebook com acesso à internet.

• Aplicativos e programas de edição de imagens incluindo programas de inteligência artificial gratuitos.

• Impressora.

• Câmera fotográfica digital ou smartphone com câmera.

• Papéis variados.

• Canetas.

Caso não haja computadores com acesso à internet na escola, os estudantes poderão usar seus computadores pessoais, notebooks, tablets ou smartphones

Oriente os estudantes a ter em mãos todos esses materiais, conforme a necessidade de cada aula, para executar adequadamente as atividades propostas em cada etapa e não comprometer o planejamento. Oriente-os também a verificar o funcionamento de todos os equipamentos antes do seu uso para não afetar a programação das atividades.

Orientações didáticas

C onversa Inicial

Etapa 1: Vamos começar Imagens manipuladas

Inicie o trabalho com o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema da manipulação de imagens. Com base na leitura de textos e na observação das imagens, serão apresentados e discutidos alguns propósitos para a produção de imagens manipuladas ou criadas com ferramentas de Inteligência Artificial (IA) de modo a desenvolver uma posição crítica em relação a essa prática. Serão apresentadas também propostas de atividades para que os estudantes possam identificar e praticar algumas técnicas de manipulação na edição de imagens.

O professor, como mediador da roda de conversa, deve lançar algumas questões, como:

• As imagens têm o poder de nos manipular ou enganar de alguma maneira? Elas podem ser alteradas com essa finalidade? Como?

• Manipular uma imagem pode ser considerado um ato mentiroso ou de distorção da realidade?

• Você se sente atraído ou ameaçado pela ação de manipular imagens? Por quê?

• Somos manipulados por imagens o tempo todo ou em algum momento percebemos a intenção de nos manipular?

As questões propostas acima devem motivar outras discussões e permanecer em aberto, pois permeiam todo o desenvolvimento do projeto, podendo ser retomadas no percurso quantas vezes for necessário.

Para ilustrar o que se afirma no texto introdutório sobre imagens manipuladas, mencione o caso conhecido como “Fadas de Cottingley”, ocorrido entre 1917 e 1920, que exemplifica a manipulação de imagens no início da expansão da fotografia, bem antes da existência dos recursos tecnológicos atuais. O nome da série de fotografias é uma referência à cidade da Inglaterra onde o caso ocorreu e uma curiosidade desse caso é que a manipulação foi feita

por uma criança e uma adolescente. Obtenha mais informações sobre as “Fadas de Cottingley” nas matérias das revistas Galileu e Questão de ciência:

• FERNANDES, N. O estranho caso das fadas de Cottingley que enganou toda a Inglaterra. Galileu, Rio de Janeiro, 20 fev. 2017.

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/ noticia/2017/02/o-estranho-caso-das-fadas-de-cottingley-queenganou-toda-inglaterra.html. Acesso em: 14 out. 2024.

• ORSI. C. “Fadas” que enganaram Conan Doyle vão a lelilão. Questão de Ciência, São Paulo, 11 abr. 2019. Disponível em: https://revistaquestaodeciencia.com.br/ apocalipse-now/2019/04/11/fadas-que-enganaram-conan-doylevao-leilao. Acesso em: 14 out. 2024.

Encaminhe a análise das imagens apresentadas neste tópico e oriente a discussão das atividades sobre elas.

Atividades Página 144

1. Espera-se que os estudantes percebam que as imagens podem estar associadas a diferentes esferas da sociedade. A imagem 1: esfera artística; 2: jornalística; 3: artística; 4 : científica; 5: esportiva ou publicitária; 6 : científica ou publicitária.

2. Não existem respostas fechadas para esta questão. A ideia é que os estudantes discutam e tentem perceber o efeito provocado pela manipulação das imagens. Espera-se que destaquem elementos presentes em cada uma delas e associem esses elementos à s esferas da sociedade a que elas pertencem. Por exemplo, a imagem 2 pode ter a intenção de destacar o jogador à esquerda para divulgação sobre o jogo, na esfera jornalística. Informe aos estudantes mais detalhes sobre a fotografia manipulada (Tupãzinho, jogador do Palmeiras, à esquerda, e Jair Francisco, do Juventus, parcialmente apagado à direita, em jogo do Campeonato Paulista, de 2 de outubro de 1963) e comente como essa foto mostra uma manipulação feita com recursos tecnológicos bem diferentes dos atuais. A imagem 6 pode gerar discussões sobre campanhas de conscientização sobre sustentabilidade e cuidados com o planeta Terra.

3. Resposta pessoal. Se houver possibilidade, peça aos estudante que apresentem algumas imagens do que mais gostam de fotografar para a turma.

4. Resposta pessoal. Atualmente, é muito comum o uso de aplicativos e programas de edição de imagem que são usados por jovens, em especial nas redes sociais. Aproveite o momento para iniciar uma conversa sobre o tema relacionado à distorção de imagens e à ética.

Atividade de ampliação Página 144

Para o “Jogo dos erros”, defina com os estudantes uma data para realizar a atividade de forma que eles possam preparar o figurino e o cenário que será utilizado para a produção das fotografias. Na data combinada, peça aos grupos que se organizem e determinem quem serão os estudantes que serão fotografados, quem será o fotógrafo

e, ainda, quem fará a edição das imagens. Os estudantes poderão utilizar editores de imagens ou ferramentas de inteligência artificial disponíveis.

Com as fotografias finalizadas (a original e a cópia), combine com a turma como será feito o compartilhamento das imagens: em ambiente virtual ou de forma impressa. Reserve um momento para que os grupos possam apresentar o trabalho realizado e também participem do jogo.

E m foco

Por que manipulamos imagens?

A era das selfies

O tema das selfies, abordado na reportagem apresentada no Livro do Estudante, pode motivar debates e discussões atuais e interessantes, conectadas ao universo juvenil. Peça aos estudantes que leiam o título do texto e apresentem algumas hipóteses sobre que tipos de fragilidade emocional o uso de filtros em fotografias pode revelar. Anote as contribuições dos estudantes no quadro e peça a eles que façam uma leitura silenciosa da reportagem.

Após a leitura, peça que retomem as respostas apresentadas para o questionamento inicial e, com base nos dados e informações apresentados no texto, digam quais delas poderiam ser mantidas ou reformuladas e quais outras poderiam ser acrescentadas.

Depois de propor a leitura da reportagem de Camila Tuchlinski no Livro do Estudante, pesquise textos recentes, publicados no momento da execução do trabalho, que estejam relacionados ao tema e compartilhe com os estudantes, de forma a incentivá-los a pesquisar sobre o assunto e auxiliá-los na compreensão e no planejamento do projeto, com foco no produto final: a revista sobre manipulação de imagens.

Convide os estudantes a refletir sobre a relação entre a manipulação de imagens e a facilidade oferecida pelas mídias digitais, propondo situações por meio das quais eles levantem hipóteses e criem estratégias para atuar na resolução de eventuais problemas.

Sugira algumas pesquisas aos estudantes sobre: a relação entre manipulação de imagens e mídias digitais, a origem da fotografia e quais foram as primeiras manipulações de imagem da história, entre outros temas.

Para complementar o trabalho, proponha aos estudantes acessar a entrevista com o psicólogo Vitor Barros Rego sobre como os filtros aplicados em fotografias podem afetar a autoimagem dos jovens.

(https://radios.ebc.com.br/tarde-nacional/2023/06/filtros-doinstagram-como-afetam-autoimagem-do-jovem). Acesso em: 4 set. 2024.

Atividades Página 147

1. Resposta pessoal. Segundo o texto, a manipulação de imagens pode ser motivada pelo desejo de se aproximar

de uma imagem ideal e pela disputa por curtidas entre os internautas.

2. Para Ruben Penteado, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, as imagens manipuladas podem fazer com que as pessoas percam o senso de realidade e podem impactar na imagem corporal, causando transtorno de imagem, uma vez que se espera co nquistar um corpo desejável o tempo todo. Para o psicanalista Leonardo Goldberg, pode-se sofrer com a estética agressiva, que dissemina uma perfeição de rostos e corpos que só poderá ser atingida de forma computadorizada.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes percebam que a manipulação os leva a buscar uma imagem de si mesmos e da vida que levam distante, muitas vezes, de suas próprias realidades.

4. Respostas pessoais. É possível que a maioria dos estudantes afirme registrar e compartilhar selfies . No entanto, seria interessante investigar quantos estudantes só postam selfies após aplicar filtros na imagem.

5. Resposta pessoal. Pode ser que os estudantes não considerem o uso de filtros como uma forma de manipulação de imagens, mas seria interessante discutir com a turma como o uso deles ajuda a “maquiar” imperfeições ou esconder características indesejadas, podendo também ser considerados como uma forma de manipulação.

6. Resposta pessoal. O objetivo é estimular os estudantes a construírem argumentos para refutar ou validar as opiniões apresentadas no texto.

Fotografias que alteraram a história

Após a leitura do texto, oriente os estudantes a pesquisar outros casos de manipulação de fotografias históricas e apresentá-las aos colegas, contextualizando as imagens e explicando a adulteração. Sugira a eles que pesquisem em sites confiáveis, como o Observador, que publicou uma matéria a respeito:

DESCUBRA as diferenças. 25 fotografias históricas manipuladas. Observador, 3 out. 2015. Disponível em: https://observador.pt/2015/10/03/descubra-asdiferencas-25-fotografias-historicas-manipuladas/. Acesso em: 2 out. 2024.

Solicite colaboração do professor de História para orientar os estudantes sobre o contexto histórico em que essas manipulações foram realizadas. Se considerar interessante, proponha que pesquisem imagens mais atuais e usos com adulterações em fake news.

Atividades Página 149 1. a) Espera-se que os estudantes respondam que a prática de manipulação de imagens é anterior à criação das tecnologias e recursos modernos de edição, como visto na alteração feita na fotografia de Stalin, em que uma pessoa foi retirada da imagem.

b) Entre as respostas esperadas, os estudantes podem citar que esse tipo de alteração de imagens possui motivação política, com finalidades como: exaltar um líder, criticar e fazer com que inimigos políticos fiquem desacreditados e, até mesmo, manipular a opinião pública com o objetivo de permanecer no poder.

c) Resposta pessoal. A falta de fidelidade e ética com os fatos pode abalar a confiança nos veículos de comunicação ou profissionais, bem como a legislação pode responsabilizar tanto o profissional quanto o veículo pela adulteração.

2. Espera-se que os estudantes concluam que a fotografia nem sempre pode ser considerada uma prova absoluta da realidade. Há casos em que é preciso investigar t odos os elementos que envolvem sua produção para descartar possibilidades de manipulação e de fraude e, se considerarmos a era digital e de inteligência artificial, a complexividade aumenta, dificultando ainda mais a identificação de manipulação e fraude.

Proponha que os estudantes compartilhem livremente suas conclusões com toda a turma. Registre na lousa as posições mais recorrentes. Incentive os estudantes a realizarem um debate sobre o tema, se as opiniões conduzirem a isso.

Sites sugeridos:

• DOMINGUES, J. E. Fotografias que falsificam a História. Ensinar História, 17 abr. 2015.

Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/fotografias-quefalsificam-a-historia/. Acesso em: 14 out. 2024.

• GRAY, R. Como identificar se uma imagem foi manipulada. BBC News Brasil, 11 mar. 2024.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ c72370y9yz1o. Acesso em: 14 out. 2024.

• RKAIN, J. A manipulação fotográfica no passado e no presente. Arte!Brasileiros, 20 ago. 2018.

Disponível em: https://artebrasileiros.com.br/arte/a-manipulacaofotografica-no-passado-e-no-presente/. Acesso em: 14 out. 2024.

Expectativa × realidade

Discuta com os estudantes o uso de imagens em anúncios publicitários como mecanismo de apelo ao consumo, nem sempre respeitando os direitos do consumidor. Oriente-os a pesquisar exemplos em que o uso de imagens em embalagens de alimentos pode ser considerado propaganda enganosa.

Aproveite as considerações apresentadas no texto Bye, bye, real para discutir com os estudantes o que vem a ser um sujeito pós-moderno. Uma forma de trabalhar o tema de maneira integrada com a disciplina de Sociologia é abordar a globalização e seus efeitos para a identidade dos sujeitos pós-modernos. Amplie a discussão de forma a possibilitar que os estudantes reflitam sobre as questões tecnológicas, de que maneira influenciam a vida das pessoas e ditam regras. Apresente questões como: Somos influenciados pelas mídias? Vivemos em uma prisão tec-

nológica? A exclusão tecnológica também é uma forma de exclusão social?, entre outras.

Leituras sugeridas:

• BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: ADORNO et al. Teoria da Cultura de massa. Trad. de Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 221-254.

• KU BRUSLY, C. A. O que é fotografia . São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos).

• S ANTOS, J. F. O que é pós-moderno . São Paulo: Brasiliense, 1986. (Coleção Primeiros Passos).

Atividades Página 151

1. a) Espera-se que os estudantes concluam que o “hiper-real” é uma representação da realidade que se torna mais atraente do que a própria realidade. O “hiper-real” possui cor, forma, tamanho e propriedades mais intensos do que o real.

b) Espera-se que os estudantes argumentem que a imagem “hiper-realizada” de um produto cria em nós uma expectativa de algo que está além da realidade e nossa sensibilidade torna-se modelada pelo fascínio exercido pelo “hiper-real”.

2. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante descreva sentimentos como decepção e frustração ao receber um produto menor ou menos atraente do que o a nunciado.

3. A ideia é que os grupos apresentem em seus textos uma síntese dos pontos discutidos e o posicionamento defendido por seus componentes ao analisar de forma crítica as imagens apresentadas em embalagens de alimentos.

Site sugerido:

SARDINHA, E. “Atenção, imagem retocada”: projeto obrigada aviso em propaganda com foto manipulada. Uol, 18 mar. 2023. Disponível em: https://congressoemfoco.uol.com.br/area/ congresso-nacional/atencao-imagem-retocada-projeto-obrigaaviso-em-propaganda-com-foto-manipulada/. Acesso em: 3 set. 2024.

Manipulação de imagens

científicas

Oriente os estudantes a ler as legendas das imagens científicas apresentadas neste tópico e peça a eles que citem elementos que diferenciam as duas imagens. Eles poderão também pesquisar outras imagens científicas manipuladas para finalidades didáticas.

Discuta com eles se esse tipo de manipulação pode ser considerado antiético, como em outros casos de manipulação de imagens veiculados pela mídia. Explique que a coloração inserida posteriormente nas imagens pode destacar estruturas de interesse ou servir para diferenciar um ser vivo de outro. Já nas lâminas de microscópio óptico o uso de corantes e fixadores pode ser feito direito na observação, no tratamento da lâmina. Assim, é necessário que os cientista e profissionais mantenham um comprometimen-

to ético e compreendam os limites para a manipulação e criação de imagens, conforme as diretrizes de órgãos científicos e reguladores.

Atividades Página 153

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes digam que já viram essas imagens em seus livros de Ciências da Natureza ou de Biologia.

• Espera-se que os estudantes percebam que algumas manipulações possibilitam a melhor observação e o entendimento de alguns conteúdos científicos e cumprem papel importante na divulgação de pesquisas para um público mais amplo.

2. Espera-se que os estudantes percebam que, com o avanço das tecnologias, a utilização de manipulação e da geração de imagens no mercado de trabalho tem se tornado cada vez mais relevante. No entanto, é fundamental que essa prática seja realizada de maneira ética, sem a intenção de manipular informações ou divulgar conteúdos falsos, e respeitando a privacidade, a imagem e a integridade de indivíduos e de grupos.

Atividade de ampliação Página 153

Para esta atividade, solicite que os estudantes se organizem em grupos de três a cinco pessoas. Sugira uma pesquisa sobre os editores de imagens existentes e acessíveis. Depois reúna os grupos e peça que comentem sobre os editores que encontraram. Se achar interessante, solicite que façam resenhas com os pontos positivos e negativos de cada um.

Se necessário, sugira uma lista de editores gratuitos disponíveis para serem baixados: Adobe Photoshop Fix, Adobe Photoshop Mix, Snapseed, Adobe Photoshop Lightroom CC, PicsArt, Pixlr, GIMP, Paint.net, Photoscape, Pixlr-o-Matic. E algumas ferramentas gratuitas de inteligência artificial para criação de imagens: DALL-E 2 by OpenAI, MidJourney, Leonardo.AI, NightCafe Studio, entre outras. Sugira a eles que pesquisem na internet as funcionalidades desses aplicativos, caso ainda não conheçam, antes de fazerem o download

Explique aos estudantes que a resenha se caracteriza por um texto crítico sobre alguma obra ou assunto, no caso sobre os aplicativos e programas de edição. Na escrita da resenha, os produtores devem colocar seu posicionamento em face das funcionalidades, vantagens e desvantagens de cada programa e expor uma boa sustentação argumentativa em favor do ponto de vista defendido.

Se os estudantes demonstrarem dificuldades em relação aos objetivos pedagógicos de escrever uma resenha, proponha mais atividades que explorem esse gênero textual. Proponha, por exemplo, que leiam algumas resenhas de games, programas de computadores, aplicativos de celulares, filmes, entre outros, previamente selecionados. Dessa forma, eles conseguirão entender os objetivos e a estrutura de uma resenha na forma prática.

Organizando os trabalhos

Projeto 5 – Imagens

Converse com os estudantes sobre as próximas etapas do trabalho e a importância de agendar e combinar antecipadamente o que será feito para que eles possam se organizar e realizar as atividades. Este também pode ser o momento de articulação com os demais professores envolvidos no projeto, para que possam se inteirar sobre as ocasiões em que sua colaboração será necessária e organizar seus cronogramas e planos de aulas levando em conta sua participação no projeto.

Oriente os estudantes na formação dos grupos e para que trabalhem de forma colaborativa ao longo do projeto e na elaboração do produto final. Para a etapa 2, sugerimos grupos formados por 3 a 5 componentes com experiências e interesses distintos, uma vez que essas características poderão enriquecer o desenvolvimento das atividades propostas.

Para a etapa 3, sugerimos grupos organizados de acordo com os interesses e aptidões comuns dos componentes para a produção da revista.

Etapa 2: Saber e fazer

O que é manipulação de imagens?

O intuito do trabalho na etapa 2 é familiarizar o estudante com informações que servirão de base para a criação do produto final deste Projeto Integrador, a revista com conteúdos sobre manipulação de imagens.

A distinção entre tratamento de imagem e manipulação de imagem é o foco deste tópico. É importante que os estudantes entendam que as técnicas de tratamento de imagem são importantes em muitas situações, como na preservação de acervos fotográficos, por exemplo. O tratamento de imagem não altera o conteúdo apresentado na fotografia, ele apenas melhora ou ressalta alguns elementos.

Oriente os estudantes a ler os textos e observar as imagens apresentadas no Livro do Estudante para que possam discutir e elencar diferenças entre as duas técnicas. Peça a eles que compartilhem as considerações com a turma.

O aspecto negativo da manipulação de imagens

Um aspecto importante a discutir com os estudantes é a busca por um padrão de beleza, muitas vezes imposto por meio das redes sociais, e suas consequências para a saúde emocional e a autoestima. A busca pelo melhor ângulo para registrar o rosto na foto, o uso de filtros nas selfies e o preparo artificial do cenário fotográfico também constituem formas de manipulação da imagem.

Conduza uma discussão entre os estudantes para que reflitam sobre o indivíduo em relação aos aspectos consumista, hedonista e narcisista. Consome-se na busca de

uma satisfação súbita e momentânea, dentro de um individualismo extremo, somado a uma paixão por si mesmo, intensificada pela glamourização da autoimagem. Pode ser interessante fazer a leitura do mito de Narciso com a turma, trazendo a reflexão sobre vaidade, busca pela perfeição e construção da beleza.

Incentive-os a pesquisar, investigar e analisar imagens e identidades, relacionando o que vem a ser manipulação e de que forma somos manipulados pelas mídias e guiados pelos likes. Levante questões pertinentes que relacionem o tema e a pergunta-chave, a fim de gerar reflexões entre os âmbitos público e privado da vida, como as questões apresentadas a seguir: Como se dá a nossa exposição nas redes sociais? Estamos nos tornando escravos das redes sociais?

Qual é a razão disso? A aprovação da imagem que postamos é traduzida em likes; quantos deles são necessários para validar nossa imagem?

Atividades Página 157

1. De acordo com o texto, a manipulação de imagens pode ser usada de forma perigosa ao criar padrões de beleza inatingíveis, interferindo na saúde; levando a conclusões tendenciosas ao ser utilizada para disseminar notícias falsas e ao contribuir para a difamação de pessoas e empresas.

2. As imagens de rostos e corpos publicadas na internet podem não corresponder à realidade por serem, muitas vezes, resultado de manipulação. Os estudantes devem ser capazes de perceber que essas imagens podem levar as pessoas à busca por padrões irreais, prejudicando a saúde com dietas e exercícios exagerados, podendo chegar a casos extremos de desenvolvimento de distúrbios alimentares. Em caso de dificuldades dos estudantes, estimule que aproveitem a atividade em dupla para que um possa auxiliar o outro.

3. Resposta pessoal. Pode ser que os estudantes já adotem uma postura crítica diante de conteúdos compartilhados e surpreendam ao dizer que costumam verificar o conteúdo em mais de um veículo e checar as informações sempre que possível, quando desconfiam de sua veracidade.

Atividade de ampliação Página 157

Sugere-se que os estudantes possam – com base nos seus conhecimentos – elencar algumas atitudes práticas, entre as quais, a mais significativa (e simples) seria: não compartilhar a imagem manipulada, bloquear ou denunciar nas redes sociais o conteúdo de origem não confiável e, se possível, denunciar o fato a órgãos competentes. Na data combinada para a apresentação das sugestões de como as pessoas devem agir para se protegerem da manipulação de imagens, solicite aos estudantes que se organizem para compartilhar as sugestões e combinem uma forma de divulgá-las à comunidade escolar.

Alguns estudantes podem apresentar maior dificuldade em perceber detalhes em imagens manipuladas. Neste

caso, pode ser proveitoso projetar algumas imagens manipuladas que tragam alterações perceptíveis e discutir coletivamente as interferências realizadas ali, a fim de auxiliá-los nessa compreensão.

A manipulação a favor da arte

A manipulação de imagens também pode ser utilizada com intenções artísticas, como procedimento para a criação de obras de arte.

Após a leitura do texto “Cindy Sherman torna pública sua conta do Instagram e as fotos são incríveis!”, discuta com os estudantes a função do autorretrato na representação da identidade e apresente a obra de alguns artistas que trabalharam com o tema. Essas discussões podem ser integradas à disciplina de Arte, de modo que é oportuno solicitar ao docente dessa disciplina que faça a condução das discussões e das atividades propostas neste tópico.

Apresente aos estudantes artistas que trabalham com a fotografia e com técnicas que, de alguma maneira, transformam a imagem: German Lorca e Geraldo de Barros, dois fotógrafos brasileiros que inovaram na fotografia; a americana Brooke Shaden, que transforma a otografia, explorando a intersecção entre arte e tecnologia; Maggie Taylor, artista americana que trabalha com imagens digitais criando um efeito que se aproxima do surreal; Cig Harvey, fotógrafa de arte conhecida por suas imagens surreais da natureza e da família (seu trabalho foi comparado ao de René Magritte). Proponha aos estudantes que pesquisem outros artistas contemporâneos ou de outros períodos que utilizam a manipulação de imagens com finalidade artística.

Na história da arte, há muitos exemplos de artistas que retrataram a si mesmos de diversas formas. Proponha uma discussão sobre o autorretrato, guiada pela ideia de que, ao fazer uma obra dessas, estamos nos expondo, pois lançamos um olhar avaliativo sobre nós mesmos. Não existem egras fixas para um autorretrato, podendo-se explorar e utilizar diversas linguagens para efetuá-lo.

Uma forma de propor a interdisciplinaridade com Língua Portuguesa é discutir com os estudantes se um diário particular pode ser visto como um autorretrato. É interessante levantar as diferentes formas de diário que se produzem atualmente e até mesmo as formas de se expor nas redes sociais, de maneira nada particular. As discussões podem ser motivadas por este filme:

• A PAIXÃO de J. L. Direção: Carlos Nader. São Paulo (SP): Instituto Itaú Cultural: Já Filmes, 2014 (82 min). O documentário usa fitas gravadas pelo artista plástico José Leonilson. Sonhos, desejos, passeios com os amigos e criações são documentados por Leonilson em um diário íntimo em que registrou os últimos anos de sua vida.

Leitura sugerida:

• TOURINHO, P. Eu, eu mesmo, e minha selfie : como cuidar da sua imagem no século XXI. São Paulo: Portfolio Penguin, 2019.

Site sugerido:

• MIDDLE AND OFF Disponível em: https://middleandoff.tumblr.com/. Acesso em: 30 ago. 2024.

Atividades Página

159

1. Cindy Sherman inovou ao passar a manipular sua própria imagem, aplicando filtros e fazendo modificações em suas selfies

2. Professor, projete as imagens da artista, escolhidas pelos estudantes, em sala de aula de forma a promover discussões sobre os resultados apresentados por eles ao aplicar os artísticas efeitos em suas selfies .

Atividade de ampliação Página 159

Atividades de experimentação e produção permitirão aos estudantes ter contato efetivo com técnicas de manipulação de imagens, por meio de colagens e montagens com ajuda de programas de edição de imagens. Explique aos estudantes que a manipulação de imagens antes do surgimento dos arquivos digitais era feita com a manipulação dos negativos. Se possível, leve alguns negativos para a sala de aula. Se preferir, peça aos estudantes que pesquisem e peçam depoimentos aos familiares para saber como eram produzidas as fotografias antes das câmeras digitais e tragam negativos de fotos que seus pais, avós ou outro familiar tenham guardado.

a) Na impossibilidade de armazenamento virtual das imagens, os trabalhos podem ser colados em cartolinas ou papel Kraft e apresentados em forma de cartaz.

b) Peça aos estudantes que usem os editores de imagens de que dispuserem. Caso eles não disponham de editores de imagens ou queiram usar outros além dos que eles já conhecem, sugira uma lista de editores gratuitos disponíveis para serem baixados: Adobe Photoshop Fix, Adobe Photoshop Mix, Snapseed, Adobe Photoshop Lightroom CC, PicsArt, Pixlr, GIMP, Paint.net, Photoscape, Pixlr-o-Matic.

Na impossibilidade de acesso à internet, os estudantes podem pesquisar imagens físicas que possam ser manipuladas ou produzir imagens no ambiente escolar ou no entorno e dar continuidade à atividade conforme a realizada no item a .

c) Estimule a conversa entre os estudantes, incentivando-os a argumentarem sobre os resultados dos t rabalhos e sobre as dificuldades que encontraram na aplicação das duas técnicas de manipulação de imagem sugeridas.

Manipulação de imagens com IA e os riscos aos direitos

Figuras públicas frequentemente sofrem com manipulações de imagens suas, com finalidades que variam e podem incluir mentiras ou objetivos publicitários até mesmo a glamourização em relação à vida de artistas e pessoas

famosas. Muito tem se discutido sobre o uso de IA e os ricos de direito de imagem e de direito autoral, e como o uso indevido e criminoso já tem acontecido nas redes sociais, necessitando de uma regularização mais eficaz. Oriente os estudantes a ler os textos que exploram a manipulação de imagens com o uso de IA e como as leis resguardam os direitos.

Atividades Página 161

1. Resposta pessoal. Motive os estudantes a exporem suas opiniões, ressaltando que para esta atividade não há respostas certas ou erradas.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem algumas suposições considerando os diferentes campos, como a necessidade do veículo de informação de atrair o leitor; transformar a personalidade em um exemplo de beleza a ser alcançada, no uso criminoso para se promover em campanhas publicitárias ou políticas, entre outros.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que em qualquer atuação profissional existe uma regulamentação da categoria que discrimina uma postura ética e responsável e que está alinhada à Constituição Federal do país.

Atividade de ampliação Página 161

Oriente os estudantes para debaterem entre si, com respeito, e se organizarem para expor a produção aos outros grupos. É possível que haja bastante divergência entre os estudantes sobre os riscos envolvendo direitos (tanto pessoais quanto profissionais) na regularização do uso de IA na manipulação de imagens.

Manipulamos imagens ou somos manipulados

por elas?

Os estudantes poderão se organizar em quatro grupos para realização das tarefas distribuídas nas etapas da pesquisa. Dois grupos podem se responsabilizar pela elaboração e divulgação do questionário, considerando a possibilidade de haver mais de um modo de divulgação. Os outros dois grupos ficarão incumbidos da tabulação dos resultados obtidos e da elaboração dos gráficos. A orientação do professor de Matemática será importante na escolha e na elaboração dos gráficos.

O questionário pode ser disponibilizado na página oficial da escola na internet, se houver. Outra alternativa é utilizar ferramentas de pesquisa on-line. Solicite aos estudantes que procurem as ferramentas de pesquisa confiáveis disponíveis na internet e elejam a mais apropriada à aplicação deste questionário.

P roduto final

Etapa 3: Para finalizar

Revista: manipulação de imagens

O produto final de um projeto deve dar visibilidade a todo o processo de sua construção. Em geral, é apresentado para a comunidade escolar, aos pais e familiares dos estudantes. Por isso, tem um propósito social e importância para a comunidade local, que é convidada de alguma maneira a participar do processo.

Nesta etapa, serão reunidos, em uma revista, textos e imagens manipuladas produzidas pelos estudantes com o objetivo de divulgar e compartilhar com a comunidade escolar os conhecimentos sobre manipulação de imagens adquiridos ao longo do projeto.

Fases da produção da revista

Todas as etapas de produção, elaboração e publicação da revista serão executadas pelos estudantes, organizados em pequenos grupos, com a ajuda do professor.

A turma irá definir e escolher o nome da revista, as seções, as imagens e os textos que a comporão; elaborar o projeto gráfico; criar a capa e cuidar da publicação da revista. Essas definições podem ser realizadas por meio de votação ou em roda de conversas organizadas por você, professor.

1. Produção dos textos

É fundamental levar para a turma ou indicar uma investigação on-line de algumas revistas, com diferentes abordagens, para que os estudantes observem e analisem suas principais características: estrutura, organização, gêneros textuais adequados à esfera de circulação, linguagem etc.

A observação e comparação certamente vai garantir que eles tenham parâmetros sobre os detalhes de estrutura e diagramação que poderão ser usados no momento da elaboração da revista que produzirão.

Fale sobre as características e os principais gêneros da esfera jornalística, como a reportagem, o editorial, a notícia, a resenha, a entrevista, o artigo de opinião, entre outros. Oriente-os a escolher o(s) gênero(s) que melhor se adapte(m) aos propósitos do tema e ao caráter da revista, de forma que lhes permita(m) abordar o conteúdo sobre manipulação de imagens.

Peça a eles que considerem os pontos apresentados neste tópico no Livro do Estudante na elaboração dos textos. Ao produzir os conteúdos, os estudantes devem considerar o número de caracteres destinado a cada texto, de acordo com o projeto gráfico da revista, e pensar nas imagens que irão ilustrar o conteúdo produzido.

Reserve um momento para ler os textos produzidos e fazer indicações de correções e melhorias que devem ser efetuadas antes da publicação.

2. Criação do projeto gráfico

O grupo responsável pela criação do projeto gráfico pode contar com a colaboração do professor de Arte para definir cores, fontes, espaços destinados aos textos e imagens e outros elementos relacionados ao design que devem ser considerados nesta etapa.

Além dessas definições, é importante que alguns estudantes fiquem responsáveis pela diagramação dos con-

teúdos e edição de imagens, realizando tratamento ou manipulação intencional delas, quando necessário. Esse trabalho pode ser realizado com a ajuda de programas como o Scribus, livre para as plataformas Windows, Linux e Mac OS. (Disponível em: www.scribus.net/downloads/. Acesso em: 30 ago. 2024.). E algumas ferramentas gratuitas de inteligência artificial para criação de imagens: DALL-E 2 by OpenAI, MidJourney, Leonardo.AI, NightCafe Studio, entre outras.

3. Definição da sequência dos textos

Com o projeto gráfico definido e com os textos finalizados, será necessário determinar a ordem das seções que omporão a revista. É indicado que conteúdos mais densos e outros mais divertidos apareçam de forma intercalada para atrair a atenção do público leitor e estimulá-lo a fazer a leitura da revista como um todo.

4. Produção e escolha da capa

A imagem da capa deve ser escolhida em acordo com toda a turma. Para isso, proponha um momento de roda de conversa e estimule os estudantes a tecer considerações sobre as imagens selecionadas pelo grupo responsável por esta tarefa.

É importante considerar que a imagem que ilustrará a capa será o primeiro contato que os leitores terão com o conteúdo da revista, por isso ela precisa ser impactante e atraente.

5. Publicação e divulgação da revista

A publicação da revista pode ser feita de forma impressa ou digital. A utilização da tecnologia pode motivar os estudantes e facilitar a aplicabilidade, uma vez que os softwares não são tão complexos de manusear. Avalie se a realidade escolar favorece a escolha do meio digital para a publicação da revista.

Além disso, cartazes, fôlderes ou publicações digitais podem compor a divulgação da revista criada pelos estudantes. Os canais de comunicação oficial da escola podem ser acionados para auxiliar essa divulgação.

A produção da revista permite levar ao centro das discussões em sala de aula temáticas de relevância histórica, social, cultural, econômica e política, dando aos estudantes a possibilidade de posicionar-se criticamente em relação à temática da manipulação de imagens proposta neste projeto, além de proporcionar a oportunidade de exercer o protagonismo e mobilizar a criatividade para propor soluções e aprender sobre mídias produzindo mídias.

Avaliação

Com relação às avaliações, realize-as de acordo com o que julgar pertinente, levando em conta as atividades desenvolvidas e os quadros localizados no final do projeto. Se achar que convém, a avaliação pode ser feita de duas formas: ao longo do projeto, avaliando as atividades realizadas, ou ao final – após a realização do produto final. Os quadros localizados ao final do projeto podem ser utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do es-

tudante pelo professor. Você pode marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens desses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros pode ser feito gradualmente, à medida que o projeto for sendo desenvolvido.

O primeiro quadro pode ser usado para que os grupos avaliem seus integrantes. É fundamental que as colocações sejam respeitosas e sinceras, sob uma perspectiva cidadã.

Mundo do trabalho Página 169

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a questão e, independentemente de suas aspirações e escolhas profissionais, entendam que em qualquer atuação profissional existe uma regulamentação da categoria que discrimina uma postura ética e responsável, alinhada à Constituição Federal do país. Espera-se ainda que compreendam como manipulação e a geração de imagens é uma prática comum no mercado do trabalho, no entanto a ética e a responsabilidade não se restringem apenas a algumas profissões, já que todas as áreas que lidam com imagens devem considerar os direitos de imagem e autorais, pois a manipulação pode influenciar a percepção pública e afetar a reputação de indivíduos e marcas. Profissionais de marketing, por exemplo, têm a responsabilidade de não distorcer a realidade de forma enganosa. Além disso, a educação sobre ética na manipulação de imagens deve ser uma prioridade em todos os campos, promovendo uma cultura de respeito e integridade.

Planejamento

A seguir, sugere-se a quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para que o Projeto Integrador seja trabalhado ao longo de um semestre, considerando uma aula por semana destinada ao seu desenvolvimento.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em outro período de tempo, por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas semanais destinadas a esse trabalho.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1 4 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 6 aulas

Sugestão

de cronograma

Sugerimos que este projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1, são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas que serão tratados no decorrer da investigação.

Na aula 1, será feita a apresentação do projeto e sensibilização para o tema da manipulação e criação de imagens, além do levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o assunto, com observação de algumas imagens. Os estudantes participarão de atividades que os ajudarão a refletir sobre a manipulação de imagens e discutirão alguns propósitos que permitem a produção de imagens manipuladas. No final, experimentarão ações de manipulação de imagens na construção de um jogo. Nas aulas 2 e 3, entrarão em contato com imagens históricas que foram manipuladas, discutirão questões sobre a autoimagem e a relação da autoexposição nas redes sociais, muitas vezes relacionadas à manipulação de selfies. Na aula 4, os estudantes analisarão o uso de imagens manipuladas com fins publicitários e a questão do consumo estimulado pelas imagens; também terão contato com imagens manipuladas com fins didáticos e científicos e pesquisarão aplicativos e programas de manipulação de imagens para que possam experimentar em outras atividades.

Etapa 2: Saber e fazer

A etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, nas quais os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final.

Nas aulas 5 e 6, os estudantes lerão um texto e verão imagens com o objetivo de compreender a diferença entre tratamento e manipulação de imagem, os aspectos negativos desta prática e as questões éticas envolvidas nesse procedimento. Nas aulas 7 e 8, aprofundarão os conhecimentos sobre as técnicas de manipulação e terão ontato com as obras de artistas contemporâneos que fazem uso de técnicas de manipulação para produzir obras de arte; também aprenderão mais sobre o autorretrato e sua relação com o fenômeno contemporâneo das selfies. Nas aulas 9 e 10, refletirão sobre a manipulação de imagens de pessoas públicas pela grande mídia e participarão de uma atividade de pesquisa sobre a percepção que a sua comunidade escolar tem a respeito da manipulação de imagens, elaborando um questionário para realizar esse levantamento, organizando e tabulando os dados levantados.

Etapa 3: Para finalizar

A etapa 3 é somativa, pois nela, os estudantes desenvolvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores.

Nas aulas 11 a 16, os estudantes estarão envolvidos com a produção da revista, que será o produto final pro-

posto para este Projeto Integrador. Assim, a turma definirá o nome, a estrutura e organização da revista, para que, nas aulas seguintes, possam reunir imagens, produzir, revisar e editar textos para cada seção. Ainda os grupos se dedicarão à produção do projeto gráfico, diagramação dos conteúdos, revisão do texto final, seleção da imagem de capa e definição da forma como se dará a publicação e divulgação da revista.

Projeto 6

Sustentabilidade: como reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

• Educação ambiental

• Educação para o consumo

• Vida familiar e social

• Educação em direitos humanos

Componentes curriculares:

• Líder: Linguagens e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Arte e Língua Inglesa

• Outros perfis disciplinares: Matemática e suas tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Geografia e História; Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Biologia Objetos do conhecimento:

• C uradoria de informação; Conversação espontânea; Estratégia de leitura: apreender os sentidos; Escuta; Estratégia de produção: textualização de textos Informativos; Contexto e práticas; Processo de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural: Arte e tecnologia

Produto Final:

• Feira de trocas

Introdução

Definir ações que contribuam para uma educação transformadora é um dos objetivos do Projeto Integrador Sustentabilidade: como reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente? Nele, serão propostas atividades que visam articular dos Temas Contemporâneos Transversais, como Educação Ambiental, Educação para o consumo, Vida familiar e social e Educação em direitos humanos, ao trabalho com algumas competências gerais da BNCC, com o objetivo de despertar nos estudantes a von-

tade de participação cidadã e promover a conscientização sobre a necessidade de reduzir os impactos ambientais ocasionados pelos hábitos de consumo e de descarte inadequado de resíduos.

Dessa forma, os estudantes serão orientados a realizar leituras que ampliam o conhecimento sobre esse tema e a participar de debates sobre conservação ambiental e sustentabilidade, assim como refletir sobre o consumo consciente e problemas ambientais advindos da ação humana, finalizando com a produção de uma Feira de trocas que envolverá toda a comunidade escolar. Nessa perspectiva, a proposta é que os estudantes assumam um papel propagador de ações sustentáveis, que permitam mudanças de hábitos individuais e coletivos, além de desenvolver habilidades que contribuirão com seu projeto de vida e escolhas para o mundo do trabalho, visando justamente concretizar os estudos teóricos realizados no decorrer das aulas destinadas à realização deste projeto.

A BNCC neste projeto

Este projeto proporciona oportunidades de desenvolver várias competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências a que se relacionam.

Competências gerais da BNCC: 3, 7, 8 e 9

Competências específicas e habilidades: Área de Linguagens e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13LGG101.

• Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG304 e EM13LGG305.

• Habilidade r eferente à competência específica 4: EM13LGG403.

• Habilidade r eferente à competência específica 6: EM13LGG602.

Língua Portuguesa por campo de atuação:

• Todos os campos de atuação social: EM13LP15 (relacionada às competências específicas 1 e 3).

• Campo de atuação na vida pública: EM13LP27 (relacionada à competência específica 3).

• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:

• Habilidade r eferente à competência específica 3: EM13CHS301.

• Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13CNT101.

• Área de Matemática e suas Tecnologias:

• Habilidade r eferente à competência específica 1: EM13MAT102.

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento deste Projeto Integrador possibilitará aos estudantes desenvolverem o pensamento crítico sobre práticas individuais e coletivas que causam impactos ambientais e socioeconômicos, levando em conta o consumo excessivo e consequente descarte inadequado de resíduos. Os textos apresentados e as pesquisas propostas permitirão a reflexão sobre modos de promover a sustentabilidade socioambiental, conduzindo os estudantes a realizarem uma Feira de trocas ao final do projeto, objetivando sensibilizar e incluir a comunidade escolar e moradores do entorno em ações que visem à adoção de práticas sustentáveis com a produção de um folheto, que utilizará recursos que contribuem com a Educação Digital.

Dentro dessa proposta, as competências gerais 3, 7 8 e 9 da BNCC serão trabalhadas como exposto a seguir.

A competência geral 3 será desenvolvida por meio do trabalho de análise, reflexão e apreciação de obras artísticas produzidas com materiais inusitados, como sucata, e ao incentivar os estudantes a ressignificar objetos do cotidiano, inspirados pelas produções de artistas nacionais e internacionais. Espera-se que os estudantes mobilizem esses conhecimentos adequando-os à realidade em que a escola está inserida, sendo criativos diante da oportunidade de poderem se expressar artisticamente, experiência sugerida na etapa 2 do projeto.

A competência geral 7 será desenvolvida por meio do levantamento de conhecimentos prévios, de conversas e discussões sobre o tema e de leituras de textos (verbais e não verbais), de forma a incentivar a argumentação fundamentada e o posicionamento crítico, com o objetivo de respeitar e promover os direitos humanos e a consciência socioambiental, a fim de reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente e responsável. Além de chamar a atenção para a importância do consumo consciente, será proposta uma pesquisa para investigar o descarte de resíduos sólidos na região em que a escola se situa e onde os estudantes habitam, mais uma atividade que contribuirá para a realização do produto final: a Feira de trocas. As competências gerais 8 e 9 serão desenvolvidas por meio da análise de informações com base na enquete sobre os próprios hábitos de consumo e sobre o descarte de resíduos e na comparação entre o manejo adequado de resíduos em outros locais do planeta e a forma como esse procedimento é realizado por eles próprios e por sua comunidade, visando atitudes responsáveis e sustentáveis. A ideia é propiciar uma autocrítica e promover uma ação transformadora dos hábitos de consumo, descarte e coleta dos resíduos recicláveis, promovendo a saúde e bem-estar pessoal e social e a transformação da realidade na qual os jovens estão inseridos. Espera-se estimular uma educação transformadora em que o estudante passe a atuar ativamente no processo de ensino-aprendizagem, com vistas à construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas como exposto a seguir.

As habilidades EM13LGG304 e EM13LGG305 (relacionadas à competência específica 3) serão exploradas à medida que se propõe aos estudantes que, com base na realidade local, tomem iniciativas e façam intervenções que incentivem o consumo responsável e consciente, tanto na comunidade escolar quanto em seu entorno.

A habilidade EM13LGG602 (relacionada à competência específica 6) será desenvolvida na apreciação estética de obras de arte e de peças decorativas ressignificadas e na atividade em que os estudantes ressignificarão objetos sem uso e materiais descartados.

As habilidades EM13LGG101 (relacionada à competência específica 1) e EM13LP15, de Língua Portuguesa, serão desenvolvidas no decorrer do projeto nas práticas de leitura, interpretação, planejamento e produção de textos verbais e multissemióticos, na revisão, edição, reescrita e avaliação, considerando a adequação dos textos às condições de produção, sempre que o contexto o exigir. A produção do boletim informativo, do material de divulgação da Feira de trocas, bem como as atividades realizadas ao término de cada leitura são exemplos práticos do trabalho com essas habilidades.

A habilidade EM13LP27 será desenvolvida por meio de estudo de campo realizado no entorno escolar para levantar dados dos moradores sobre os hábitos de consumo e descarte de resíduos; formulação de perguntas para a entrevista; compilação e tabulação de dados coletados e análise dos resultados visando à promoção do consumo consciente e da conscientização ambiental.

A habilidade EM13CHS301, da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, poderá ser trabalhada no estudo dos hábitos da comunidade local, no que diz respeito ao descarte e reaproveitamento de resíduos sólidos e nas propostas de ação que promovam práticas de sustentabilidade.

A habilidade EM13MAT102, da área de Matemática e suas Tecnologias, será desenvolvida por meio da interpretação de dados apresentados ao longo do projeto; da análise e compreensão de dados da pesquisa que os estudantes ealizarão; e da escolha da melhor representação dos resultados para compor os gráficos de linhas ou colunas. Também será desenvolvida com a definição da moeda de troca e atribuição dos valores às peças e aos objetos que serão apresentados na Feira de trocas. A habilidade EM13CNT101 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, neste contexto, procura levar o estudante a analisar as situações do cotidiano em que é possível consumir de maneira consciente e a buscar ações e atitudes sustentáveis, minimizando os impactos ambientais causados por hábitos de consumo.

Professores envolvidos

Neste Projeto Integrador, fundamentado nos Temas Transversais Contemporâneos sobre Educação ambiental, Educação para o consumo, Vida familiar e social e Educação em direitos humanos, o professor de Língua Portuguesa tem o perfil mais indicado como líder, para efetuar

a condução, organização e desenvolvimento dos trabalhos a serem realizados. Entretanto, pelo fato de articular diferentes áreas do conhecimento, os trabalhos poderão ser desenvolvidos com professores de outros componentes curriculares, como História, Geografia, Arte, Matemática, Biologia e Língua Inglesa.

O professor de Arte poderá auxiliar o professor de Língua Portuguesa na execução das etapas que envolvem análise de obras artísticas, ressignificação de objetos e customização das peças que comporão a Feira de trocas.

Os professores de História e Geografia poderão contribuir nas atividades que envolvam estudo da realidade local e ampliação do conhecimento sobre consumo consciente e responsável, na elaboração de propostas que incentivem práticas sustentáveis, na análise dos impactos ambientais, no estudo dos recursos naturais e outros que se fizerem necessários para o desenvolvimento do projeto.

Já o professor de Matemática poderá auxiliar na análise e discriminação dos dados obtidos na pesquisa proposta, contribuindo para a interpretação das informações e para a escolha da melhor forma de representação dos resultados na composição dos gráficos, contribuindo com a Educação digital, assim como na definição da moeda de troca e atribuição de valores às peças que serão apresentadas na Feira de trocas. O professor de Biologia pode auxiliar nos debates de conceitos como recolha e destino dos resíduos, tempo de decomposição dos materiais e manejo de florestas sustentáveis. O professor de Língua Inglesa poderá trabalhar os termos em inglês na imagem internacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, discutindo a importância de estudar uma segunda língua e o debate sobre língua universal para comunicação, inclusive no uso de outros termos em inglês, no Brasil, como os relacionados à economia circular.

Materiais sugeridos

• Computadores, celulares com câmera ou tablets com acesso à internet.

• Retroprojetor.

• Tintas, linhas, fitas e ferramentas para artesanato.

• Etiquetas autoadesivas.

• Papéis diversos.

• Caixas para organizar as peças.

Para possibilitar a execução das atividades em cada etapa, é importante que esses materiais sejam providenciados antecipadamente para tê-los em mãos, conforme a necessidade de cada aula, de forma a possibilitar a execução sem nenhum contratempo.

Caso a escola não disponha de computadores conectados à internet para a produção do boletim informativo e a realização da enquete, uma segunda opção será produzir as atividades de forma manual, utilizando folhas de sulfite tamanho A4 e canetas. Os celulares com câmera podem ser substituídos por câmeras fotográficas para realizar os registros fotográficos, e as respostas das entrevistas po-

dem ser anotadas nos cadernos dos estudantes. As caixas organizadoras podem ser substituídas por caixotes de madeira (se forem de fácil aquisição), restaurados para esse fim, ou caixas de papelão. As tintas, linhas, fitas e ferramentas para artesanato serão utilizadas para ressignificar e customizar objetos e peças de roupas que serão expostos na Feira. Etiquetas autoadesivas podem ser utilizadas para categorização dos produtos.

Orientações didáticas

C onversa inicial

Etapa 1: Vamos começar Juventude e meio ambiente

Cada vez mais os estudantes querem deixar o lugar de espectadores do processo educativo para se tornarem protagonistas de suas próprias aprendizagens. Nos dias de hoje, recusam-se a assumir o papel de atores passivos desse processo e assumem um papel atuante e participativo em atividades que possibilitam trazer à tona um conjunto de conhecimentos já adquiridos, propiciam experimentações e incentivam a prática transformadora na maneira de aprender e de atuar na sociedade.

Como forma de dar voz aos estudantes e considerar os conhecimentos por eles já adquiridos, converse acerca do que já sabem sobre formas de preservação do meio ambiente e sustentabilidade. Sugerimos propor as perguntas a seguir:

1. Todo cidadão tem direitos civis e políticos garantidos pelo Estado, mas também tem deveres e obrigações perante as leis, e uma delas é preservar o meio ambiente.

a) Vocês sempre jogam lixo no lugar adequado, reciclam ou incentivam a reciclagem?

b) Vocês economizam ou incentivam a economia de água e energia elétrica?

c) Vocês respeitam a natureza no local onde moram e em espaços públicos? O que fazem para exercer essa prática?

d) Quando vão consumir algum produto, vocês consideram a cadeia de produção e a forma como foi produzido?

e) Na opinião de vocês, como o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável se relacionam com o Mundo do trabalho?

f) Em relação ao meio ambiente, vocês se consideram bons cidadãos? Se não, o que acham que precisam mudar em sua conduta?

Após esse bate-papo, explore os textos das páginas 174 e 175, levando os estudantes a ler e a compreender o conteúdo e a refletir sobre ações sustentáveis, repensar atitudes, exercer o protagonismo e reconhecer a necessidade de mudanças de hábitos individuais e coletivos, visando à

conservação do meio ambiente e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Caso a escola disponha de laboratório de informática, os estudantes poderão acessar os sites sugeridos para obter informações adicionais sobre o Dia da Sobrecarga da Terra e sobre a pegada ecológica. A turma pode ser dividida em dois grandes grupos e cada um fica responsável por acessar uma página. Ao final da aula, os grupos podem se reunir para compartilhar as informações obtidas com a pesquisa.

Converse com os estudantes sobre o protagonismo juvenil no Brasil e no mundo. Explore a imagem que apresenta uma líder indígena brasileira discursando em Glasgow, na Escócia, 2021. Em seguida, encaminhe as atividades propostas.

A atividade de pesquisa sobre jovens ativistas poderá ser feita em casa e compartilhada nos minutos iniciais da aula seguinte.

Atividades Página 175

1. Resposta pessoal. O estudantes poderão citar desde ações como redução tempo do banho ou separação adequada de resíduos, aproveitamento da luz natural para fazer tarefas diárias, diminuição do uso de aparelhos elétricos e eletrônicos, trocas de roupas e outros objetos que não servem ou não são usados mais.

2. É possível que um dos nomes que os estudantes apresentem seja o da ativista sueca Greta Thunberg, mas existem muitos outros jovens engajados na luta pelo meio ambiente, como os brasileiros Matsi Waura Txucarramãe, líder indígena; a estudante Hamangaí Pataxó; Paloma Costa Oliveira, ativista brasileira, responsável pela abertura da Cúpula de Clima das Nações Unidas (ONU) em 2019; Richard Alves, brasileiro, voluntário do Greenpeace e mobilizador climático; Anurag S aha Roy, ativista indiano, entre outros.

Atividade de ampliação Página 175 Os estudantes possivelmente chegarão à conclusão de que a pegada ecológica é uma medida da área de terra, água e recursos naturais necessários para sustentar os hábitos de vida e de consumo de determinada população. Para calcular a pegada ecológica, é necessário que se identifique a população que você deseja avaliar (ex.: uma família, uma empresa, uma cidade etc.). Em seguida, é preciso reunir informações sobre o consumo de recursos naturais por essa população ou atividade, como energia, água, alimentos etc. Depois, deve-se converter os dados coletados em hectares de terra necessários para produzir, processar e transportar esses recursos e somar a área de terra necessária para produzir todos os recursos consumidos. O cálculo da pegada ecológica é feito por meio da comparação da área de terra bioprodutiva com a área de terra disponível por pessoa no planeta (cerca de 1,7 hectares per capita). Isso dará uma ideia de quão sustentável é a população ou atividade avaliada. Por exemplo: se uma população consumir recursos que requerem 5 hectares de

terra por pessoa, e a área de terra disponível por pessoa no planeta é de 1,7 hectares, então a pegada ecológica dessa população é 2,94 vezes maior do que a área de terra disponível. Com esse cálculo, é possível identificar áreas de melhoria para reduzir o impacto ambiental e alcançar uma vida mais sustentável. Em caso de dificuldades dos estudantes, explique coletivamente esse exemplo de cálculo para auxiliar a compreensão.

O que é sustentabilidade?

Neste tópico, os estudantes serão levados a confirmar, ampliar ou reelaborar o conceito que têm sobre a sustentabilidade. Leve-os a compreender que o termo não se aplica necessária e exclusivamente ao meio ambiente, mas a aspectos econômicos, sociais e culturais. Na sequência, serão propostas leituras e atividades que permitirão compreender esse conceito e identificar práticas sustentáveis, que podem ser realizadas no dia a dia, contribuindo para uma atuação social mais consciente.

Peça aos estudantes que leiam o texto e, depois, explorem a imagem que apresenta os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que devem ser implantados em todos os países nos próximos anos, até 2030. Em um primeiro momento, sugira que observem os aspectos gráficos, como a disposição dos elementos, a imagem do planeta Terra no centro, as cores, os símbolos e os números, sem ler os textos em inglês, e façam o exercício de tentar descobrir cada objetivo somente analisando a respectiva imagem. Em seguida, oriente-os a ler os textos que compõem a imagem e, com a ajuda do professor de Língua Inglesa, conversem sobre os sentidos das expressões, ou peça que pesquisem as palavras desconhecidas em um dicionário do

Pilar

Características

idioma. Chame a atenção para como esses elementos formam um todo significativo. Para mais leituras do tema em inglês, o professor pode acessar o site: https://sdgs.un.org/goals. Acesso em: 15 out. 2024.

Ao ler textos em inglês, os estudantes percebem como saber uma segunda língua é uma importante ferramenta de comunicação e passam a ver o inglês como uma língua universal que ajuda a aproximar pessoas. Aproveite o momento e apresente aos estudantes a canção “The 3 R’s”, do cantor Jack Johnson, que aborda o tema da sustentabilidade e pode ser uma ótima maneira de ampliar e aprofundar os conhecimentos da língua inglesa. Pode ser interessante comentar com os estudantes como depois a ideia foi ampliada e passou-se a utilizar o conceito dos 5 Rs (Reduzir, Repensar, Reaproveitar, Reciclar, Recusar). Para conhecer mais sobre o cantor.

Disponível em: https://www.condominiosverdes.com.br/musicade-jack-johnson-aborda-os-3-rs-da-sustentabilidade/. Acesso em: 15 out. 2024.

Em relação às atividades, proponha a pesquisa solicitada no item 1 e peça que reproduzam o quadro numa folha A4 para registrar as informações coletadas. Além disso, lembre os estudantes de que devem fazer a busca em fontes confiáveis e citá-las na apresentação.

Em seguida, os estudantes podem responder às questões 2 a 4 oralmente. Dependendo das respostas, complemente-as informando que o conceito de sustentabilidade está relacionado a um conjunto de ideias, estratégias e ações que visam a um desenvolvimento econômico e social que não esgote os recursos naturais.

Atividades Páginas 178 e 179 1.

Ações Ambiental

Refere-se à busca pelo equilíbrio e pela conservação ambiental, principalmente em relação à mitigação dos impactos causados ao meio ambiente ao longo do tempo.

Usar somente a quantidade de água e energia necessárias; consumir produtos de empresas que não ameaçam o meio ambiente; consumir menos carne vermelha; usar transportes com baixa ou nenhuma emissão de gases de efeito estufa, como bicicletas; participar da coleta seletiva; realizar reciclagem e reutilização de materiais etc.

Social

Econômico

Refere-se à criação de mecanismos que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos, englobando leis de amparo às necessidades da população e desenvolvimento de políticas de melhorias em áreas como educação, segurança e lazer. Este pilar parte do princípio de que a busca por uma sociedade sustentável deve ser pautada em uma sociedade solidária, justa e saudável.

Refere-se à busca por formas de garantir o crescimento econômico sem gerar impactos ao meio ambiente, resultando inclusive em novas oportunidades no mundo do trabalho e que sejam economicamente viáveis e sustentáveis.

Oferta de transporte coletivo de qualidade visando à diminuição do uso de carros particulares; oferecimento de coleta seletiva em todos os bairros; acesso à educação pública e de qualidade etc.

Reciclagem de materiais, como o plástico para a produção de novos produtos; uso de lâmpadas fluorescentes ou de led, que podem resultar em uma economia de até 80% na conta de luz, uma vez que elas duram 10 vezes mais que as incandescentes e consomem menos energia elétrica etc.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que o conceito de sustentabilidade está relacionado a um conjunto de ideias, estratégias e práticas que visam ao desenvolvimento social, de forma q ue os recursos naturais não sejam esgotados pela humanidade.

3. Espera-se que os estudantes comentem algumas práticas cotidianas sustentáveis como: descarte adequado de resíduos recicláveis e orgânicos, economia de água e energia, uso de sacolas reutilizáveis ou biodegradáveis, consumo consciente de produtos em geral, substituição de produtos plásticos de uso único ou produtos reutilizáveis e duráveis, entre outros.

4. Resposta pessoal. Os estudantes podem conhecer e citar planos de ação global promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), como a Campanha Mares Limpos, Ação contra a Mudança Global do Clima e a Campanha Fé pelas Florestas, e planos de ação regionais ou locais, como o Programa Áreas Protegidas da Amazônia, do Ministério do Meio Ambiente.

5. a) Resposta pessoal. Dependendo das respostas, complementar que as mudanças climáticas têm impactado diferentes áreas no Brasil e no exterior. Cite alguns e xemplos de cidades que sofreram com a crise climática, como as que foram afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul (no Brasil), o aumento do calor no verão em vários países na Europa e outros.

b) Resposta pessoal. Possibilite um momento para que os estudantes descrevam situações que consideram relacionadas às mudanças climáticas e expliquem q uais fatores acarretam essas mudanças. Caso não saibam, peça que pesquisem para compartilhar com os colegas.

c) O principal alerta que o texto aponta é o fato de que no Brasil e no mundo crianças e adolescentes já estão sendo afetados pelas mudanças climáticas. O texto destaca que 40 milhões de crianças e adolescentes no Brasil já vivem expostos em mais de um risco climático.

d) As crianças e os jovens podem contribuir com soluções, por terem competências, experiências e ideias críticas para sociedades mais seguras e sustentáveis.

e) Resposta pessoal. O foco do ODS 4 é assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos, conduzindo a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes para que adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável.

Para acessar:

• O mapa interativo que prevê o clima de cidades no futuro Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ expresso/2024/07/12/o-mapa-interativo-que-preve-o-clima-decidades-no-futuro. Acesso em: 08 ago. 2024.

6. a) O verbo ‘’mudar’’ usado pela personagem pode estar associado à mudança de espaço físico, enquanto

o mesmo verbo, implícito na fala do personagem, refere-se à mudança de hábitos.

b) Resposta pessoal. Oriente os estudantes a buscar em fontes confiáveis, em jornais e revistas, impressos ou on-line , notícias do Brasil e do mundo sobre danos ao meio ambiente.

Atividade de ampliação Página 179

Peça aos grupos que registrem, em seus cadernos, as ações sugeridas e escolham as que gostariam de implementar. Proponha a eles que elaborem estratégias para a implementação dessas ações. Sugira ações de fácil execução, como: instalação de recipiente de coleta de pilhas e baterias usadas em um local de fácil acesso na escola – alguns estudantes ficariam incumbidos de levar periodicamente esse material para um local adequado de descarte; instalação de caixas de coleta de roupas e brinquedos usados para posterior doação – estudantes, professores e funcionários podem apresentar entidades assistenciais para a doação desses itens; eleição de um dia de mutirão para instalação de redutores de vazão de água nas torneiras da escola – estudantes com aptidão para consertos hidráulicos podem se voluntariar para a execução desse plano. As fases de implementação e acompanhamento da execução e manutenção dessas ações podem ser registradas em fotos ou vídeos para a apresentação de painéis periódicos com fotos ou no blog da turma ou da escola, se houver. Converse com os estudantes sobre suas dificuldades e a necessidade de retomar conceitos que não foram amplamente compreendidos.

E m Foco

Consumo consciente

Os dados apresentados no infográfico têm grande importância e podem ser analisados e interpretados pelos estudantes.

A contribuição do professor de Matemática será muito importante na análise dos dados, propondo uma reflexão sobre seu significado por meio de perguntas interpretativas como: Qual dos itens gera maior emissão de gás de efeito estufa? (carro); Em qual deles se observa maior uso da terra e desmatamento? (carne); Qual elemento causa menor impacto ambiental de forma geral? (transporte público) etc. Que medidas os fabricantes e os consumidores desses produtos podem tomar para reduzir os impactos ambientais?

Na sequência, proponha aos estudantes a leitura do texto sobre o perfil do mercado da moda brasileiro e a contribuição dos marketplaces e e-commerces. Em seguida, proponha a realização das atividades para discutir a diferença entre os termos consumo e consumismo, compreender os malefícios causados pelo consumismo e expor suas opiniões a respeito das compras parceladas.

Para acessar:

- Akatu e Prolata Reciclagem lançam formação on-line gratuita para educadores

Curso on-line para profissionais da Educação Básica de todo o país terá foco nos temas consumo consciente, gestão de resíduos e economia circular.

Disponível em: https://akatu.org.br/akatu-e-prolata-reciclagemlancam-formacao-online-gratuita-para-educadores/ . Acesso em: 8 ago. 2024.

Atividades Página 181

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expliquem o que sabem sobre marketplaces e e-commerce Incentive-os a comentar como os e-commerce acabaram por se fortalecer durante a pandemia de Covid-19. Para acessar:

Marketplace e e-commerce: quais as diferenças e como fazer a melhor escolha?

Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/ marketplace-e-e-commerce-quais-as-diferencas-e-como-fazer-amelhor-escolha. Acesso em: 09 out. 2024.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que o consumo está relacionado ao que se adquire para suprir necessidades diversas, como alimento, vestuário, educação, cultura e lazer; o consumismo consiste no consumo em excesso, associado à aquisição de produtos por impulso, por exemplo.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que não. Os vários setores da indústria têm estimulado o excesso de consumo lançando e divulgando novos produtos continuamente, como o setor automobilístico, o de eletrodomésticos, o de eletrônicos, entre outros.

4. Resposta pessoal. O consumismo envolve a substituição rápida de itens diversos que, uma vez substituídos, g eralmente são descartados de forma inadequada, gerando o acúmulo de resíduos sólidos, provocando a degradação do meio ambiente.

5. Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem que são uma alternativa para pessoas que não têm condições de realizar o pagamento à vista ou que optam por parcelar o pagamento de suas compras. No entanto, esse tipo de oferta pode também incentivar o consumo por impulso, levando os consumidores a comprarem produtos de que não necessitam em virtude da f acilidade do crédito.

a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que esse tipo de compra apresenta o risco de endividamento.

b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o consumidor consciente colabora com a sustentabilidade ao consumir somente o necessário, evitando desperdício e promovendo a conservação dos recursos naturais. Também podem citar a importância de fazer escolhas na hora de comprar, selecionando fabricantes que consideram a sustentabilidade na criação dos produtos, por exemplo.

Atividade de ampliação Página 182

Converse com os estudantes sobre o que sabem so-

bre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei no 8.069/1990) e sobre os direitos integrais das crianças e adolescentes. Depois, proponha que pesquisem e relacionem o mundo da moda com a exploração de mão de obra barata e, em alguns casos, do trabalho infantil. Oriente-os a registrar os pontos principais da lei e outros exemplos de desrespeito ao Estatuto, como apoio na produção do relatório. Auxilie os estudantes a ler e a interpretar a legislação referente ao tema. Peça ao professor de História para falar a respeito do trabalho infantil ao longo dos tempos. Se preciso, utilize outros exemplos sobre exploração de mão de obra infantil para auxiliar na compreensão dos estudantes.

Para acessar:

Mapa do trabalho infantil no Brasil. IBGE, Censo Demográfico 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/apps/ trabalhoinfantil/. Acesso em: 28 set. 2024.

NERY, Carmen; CABRAL, Umberlândia. De 2019 para 2022, trabalho infantil aumentou no país. Agência notícias IBGE, 20 dez. 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/ agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38700-de2019-para-2022-trabalho-infantil-aumentou-no-pais. (Acesso em: 28 set. 2024)

Moda e consumo

Antes de propor a leitura do texto “Confira 5 tendências de moda sustentável”, peça ajuda aos estudantes para organizar as carteiras em formato de círculo. Informe-os de que farão a leitura de um texto que trata de moda sustentável e consumo consciente e, em seguida, faça algumas perguntas para instigar a reflexão e a leitura, como:

1. Na opinião de vocês, o que significa moda sustentável?

2. Em termos de moda, o que vocês entendem por consumo consciente?

3. Vocês são consumidores de moda? E acreditam que são consumidores de moda conscientes?

Acate as respostas dadas pelos estudantes e explique que elas serão confirmadas e esclarecidas durante e após a leitura do texto.

Proponha a um voluntário que dê início à leitura e, na sequência, esse mesmo estudante deverá sugerir o nome de outro para dar continuidade. Assim, sucessivamente, até a conclusão do texto. Em seguida, em grupos, os estudantes realizarão as atividades.

Atividades Página 183

1. Espera-se que os estudantes comentem que o tema abordado no texto está relacionado ao consumo consciente e as tendências sustentáveis no mundo do trabalho, em especial o de roupas.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes façam relatos pessoais sobre experiências relacionadas a compras ou visitas a brechós , que se relacionam com a tendência de peças seminovas e que expressem opiniões favoráveis ou contrárias a esse tipo de comércio. A compra em brechós envolve a reutilização de itens de vestuário. É uma forma de manter esses itens em

uso por mais tempo e contribuir para a diminuição do descarte de resíduos no meio ambiente.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam práticas sustentáveis na sua forma de consumir. À medida que o mundo da moda evolui em direção à sustentabilidade, as 5 tendências do setor de moda combinam estilo e responsabilidade ambiental, com um foco renovador na ética, inovação e consciência ambiental, tornando-se cada vez mais uma prioridade para consumidores conscientes e marcas visionárias.

4. Resposta pessoal. Dependendo das respostas, complemente que é possível contribuir com a sustentabilidade a partir de ações como evitar o desperdício, separar o lixo adequadamente, comprar de forma consciente, avaliar a origem dos recursos e cadeias produtivas, evitar o uso de sacolas plásticas etc.

Para acessar:

O consumo de moda e o potencial brasileiro. Disponível em: https://gente.globo.com/o-consumo-de-moda-eo-potencial-brasileiro/. Acesso em: 8 ago. 2024.

Pesquisa sobre os hábitos de consumo dos estudantes

Oriente os estudantes a produzir a enquete on-line utilizando e-mail ou outros recursos que contribuam com a ormação digital dos estudantes e, em seguida, a respondê-la. Ao final, essa pesquisa poderá ser estendida aos demais estudantes da escola, permitindo uma análise do perfil de consumo dos estudantes e viabilizando propostas de intervenção para a redução dos impactos ambientais gerados pela comunidade escolar.

O professor de Matemática poderá ser solicitado para orientar os estudantes na análise dos dados coletados e no trabalho de construção dos gráficos.

Organize os grupos com estudantes de perfis e habilidades diferentes, de modo que todas as equipes tenham estudantes com facilidade para elaborar textos, outros que tenham facilidade com informática e ainda outros que possam auxiliar na tabulação dos resultados.

Organizando os trabalhos

Projeto 6 – Sustentabilidade

Converse com os estudantes sobre as próximas etapas do trabalho e a importância de agendar e combinar o que será feito, para que possam se organizar e realizar as atividades em seus devidos prazos. Isso também é importante para garantir o acompanhamento dos demais professores envolvidos, a fim de que orientem os grupos na pesquisa, nas anotações e na síntese das ideias presentes nas fontes consultadas, bem como no planejamento e na elaboração do produto.

Fale sobre a divisão dos grupos e a relevância de trabalhar colaborativamente para a elaboração do produto final. Se julgar apropriado, para a etapa 2, sugerimos duplas ou

grupos constituídos de 3 a 5 componentes com experiências e interesses distintos, uma vez que poderão efetuar trocas de informações valiosas e inusitadas na execução das tarefas propostas.

Para a etapa 3, sugerimos grupos organizados de acordo com os interesses e aptidões de cada componente para a realização de tarefas específicas, conforme será explicitado mais adiante. E, com a ajuda do professor de Matemática, os estudantes poderão elaborar uma planilha eletrônica com uma lista das tarefas a serem executadas, os prazos previstos e os nomes dos responsáveis por cada uma delas.

Não se esqueça de reforçar a lista de materiais necessários ao desenvolvimento do trabalho para que sejam providenciados ou substituídos e estejam disponíveis no momento em que se fizerem necessários.

Cabe destacar que a ordenação das etapas propostas neste Projeto Integrador é uma sugestão para o seu desenvolvimento. No entanto, é importante que os professores envolvidos neste trabalho tenham autonomia para fazer ajustes na ordem das etapas, realizando as adequações necessárias, de acordo com características próprias da escola, dos estudantes ou da comunidade escolar. Além disso, de acordo com o interesse dos professores e dos estudantes envolvidos, é possível ampliar o trabalho em uma ou mais etapas e incorporá-las a este Projeto Integrador.

Etapa 2: Saber e fazer

Práticas sustentáveis

Apresente o título da reportagem “O que é consumo consciente?” e, antes de dar início à leitura, pergunte aos estudantes o que compreenderam sobre consumo consciente até este momento. Anote as respostas no quadro.

Em seguida, retome o conceito de reportagem. Você pode perguntar: O que é uma reportagem? Qual é a sua finalidade? Em que contextos a reportagem circula? Qual linguagem é utilizada em sua elaboração? Qual é a importância das imagens que acompanham uma reportagem? Registre as ideias no quadro para que sejam comparadas em um momento após a leitura. Estimule o pluralismo de ideias, incentivando todos a darem suas opiniões, de forma ordenada e respeitando os turnos de fala.

Peça que façam uma primeira leitura silenciosa, individualmente, e, na sequência, proponha à turma uma leitura em voz alta e que respondam às questões da seção Atividades

Encerre a tarefa retomando as ideias dos estudantes apresentadas na pré-leitura sobre o tema e sobre o gênero reportagem (anotadas no quadro). Verifique com os estudantes se há algo a acrescentar, modificar ou complementar e peça que justifiquem, com elementos do texto, as características desse gênero textual. Por exemplo: tema de interesse social “consumo consciente”; presença de informações que resultaram de uma pesquisa, com levantamento de dados; texto essencialmente objetivo com

a colocação de alguns elementos críticos: “Por isso é tão importante refletir sobre os nossos hábitos de consumo”; “Esse olhar atento às externalidades do consumo é também o que permite ao consumidor consciente cobrar mudanças do poder público.” Também há a presença de imagem com pessoas em espaços de consumo corroborando a ideia de que é preciso “mudar hábitos e pressionar por uma sociedade mais sustentável”.

Atividades Página 187

1. Espera-se que os estudantes comentem que é possível concluir que ações sustentáveis são essenciais para a conservação do meio ambiente. O consumo consciente está associado à prática de consumir melhor, partindo do questionamento da real necessidade de determinada aquisição, passando pela escolha do fabricante d e acordo com sua responsabilidade socioambiental, observando a vida útil do produto, definindo formas adequadas de descarte. Esses são alguns exemplos de aprendizagens que podem ser obtidas a partir da leitura.

2. Resposta pessoal. Os estudantes poderão responder que fazem parte da economia circular repensar as práticas econômicas e propor ações sustentáveis que vão além dos princípios dos 5 Rs. Para aprofundar o conceito, peça a eles que pesquisem sobre a expressão, nos sites indicados aqui.

Para acessar: https://antigo.mma.gov.br/acessibilidade/ item/9410-a-pol%C3%ADtica-dos-5-r-s.html. Acesso em: 17 out. 2024. https://www.ideiacircular.com/economia-circular/. Acesso em: 28 set. 2024.

Essa é uma das atividades que estimulam a investigação científica, possibilitam aos estudantes a ampliação de seus conhecimentos, viabilizam o caráter autônomo no processo de sua formação acadêmica e também posicionam os jovens no papel de protagonistas na busca d as aprendizagens necessárias para o seu completo desenvolvimento.

3. O consumidor consciente, quando necessita comprar um produto, pesquisa e avalia se o fabricante age com responsabilidade ambiental, se a qualidade do item permite que ele tenha uma vida útil mais longa e se o produto possibilita uma forma de descarte adequada.

4. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: O texto inicia-se com uma ponderação de que o ato de consumir afeta não somente o consumidor, mas também o meio ambiente e toda a sociedade. A autora argumenta que reduzir a geração de resíduos e conhecer o processo de industrialização e os impactos ambientais que determinado produto causa, ao longo de sua vida útil, fazem parte do consumo consciente. Outro ponto importante citado no texto diz respeito a práticas sustentáveis no ato da compra, que passam pela escolha do fabricante, de acordo com a responsabilidade socioambiental, uso otimizado do produto para prolongar sua vida útil e descarte adequado. Ao final, são apresentados dados com b ase em estudos realizados, indicando que o modelo

atual não se sustenta, por isso a importância de se colocar em prática o consumo consciente, além de cobrar políticas públicas e ações empresariais voltadas à responsabilidade socioambiental.

O destino do lixo

Solicite aos estudantes que façam a leitura do trecho de uma matéria que aborda economia circular e conceito de resíduo zero.

Proponha aos estudantes que reflitam sobre a realidade brasileira e o compromisso global de reduzir a poluição plástica em 80% até 2040.

Hábitos de consumo e descarte de resíduos

Neste tópico, os estudantes serão convidados e orientados a sair a campo para identificar os problemas relacionados a hábitos de consumo e descarte de resíduos na comunidade escolar e em seu entorno, realizando entrevistas e fazendo registros fotográficos.

O objetivo é investigar e obter dados sobre a adesão dos entrevistados à separação dos resíduos, reutilização e reciclagem de itens; problemas relacionados ao descarte indevido de resíduos, como alagamentos em períodos de chuva, doenças recorrentes etc.; nível de conhecimento dos moradores a respeito do consumo consciente e em que medida adotam essa prática, entre outras informações que os estudantes julgarem pertinentes à realidade local.

Entrevistas

Peça ajuda aos estudantes para organizar as carteiras em círculo e estabeleça uma conversa sobre quem serão os profissionais entrevistados e quais são os objetivos e procedimentos a serem adotados no momento da entrevista.

No Livro do Estudante são sugeridas oito perguntas, que podem ser ampliadas, substituídas, reformuladas, conforme as especificidades da turma, da escola e da comunidade. Definidas as perguntas, oriente-os quanto à forma adequada de comportar-se nessas situações: apresentar-se e expor o objetivo da entrevista, pedir autorização dos entrevistados, caso a entrevista seja gravada em áudio e vídeo, pedir autorização prévia também para a gravação de voz e da imagem, articular bem as palavras para que sejam compreendidos e agradecer no final.

Registros fotográficos

Oriente os grupos que sairão a campo a providenciar, com antecedência, os equipamentos e materiais necessários para fazer os registros fotográficos e as anotações. É importante lembrá-los dos objetivos a serem atingidos com essa tarefa: fazer um levantamento de adeptos, de parcialmente adeptos e de não adeptos às práticas sustentáveis. Para que os dados não se percam, é importante que descrevam, em uma folha à parte ou no caderno, qual foi o problema detectado, o nome do lugar ou da região em que ele ocorre e a que

fotografia corresponde. Esses dados serão muito úteis para a análise que será feita posteriormente.

Análise e divulgação dos dados

Concluídas as etapas de entrevista e registros fotográficos, o professor de Língua Portuguesa, líder deste Projeto Integrador, poderá solicitar apoio dos docentes de Ciências, História e Geografia para auxiliarem os estudantes a traçar o perfil dos entrevistados e do espaço objeto de estudo. Com a orientação dos professores de Arte e de Matemática, os estudantes poderão elaborar um boletim informativo digital ou impresso no qual devem constar os objetivos da pesquisa, a conceituação do tema e uma explanação acerca do consumo consciente, revelando o número de pessoas que fazem uso de sacolas reutilizáveis, o número de interessados em participar da Feira de trocas, entre outros. Na internet há diversos modelos de boletins informativos que poderão servir de inspiração e ser adaptados para os objetivos deste projeto.

A criação do boletim informativo previsto nesta etapa também possibilita integrar diferentes áreas e disciplinas em uma única atividade, uma vez que, além de utilizar conhecimentos de Língua Portuguesa, os estudantes devem utilizar os conhecimentos básicos de informática para a elaboração da arte final.

Do lixo à arte

Inicie perguntando aos estudantes se já tiveram a oportunidade de visitar alguma exposição de arte. Peça que omentem a experiência. Caso não haja exemplos, informe que na aula que segue eles serão convidados a conhecer dois artistas mundialmente famosos por suas obras contemporâneas que constituem um trabalho diferenciado. Instigue-os a comentar o tipo de obra que esses artistas produzem, de acordo com o título Do lixo à arte. Se possível, projete as imagens e permita que os estudantes as apreciem por um tempo determinado. Propicie um momento de conversa sobre o que viram e as emoções provocadas pelas obras de arte; é fundamental ouvir o que eles têm a dizer sobre o que pensaram e sentiram. O docente da disciplina de Arte pode conduzir a atividade a fim de propor novos pensamentos, rumos e inspirações.

Em seguida, proponha a leitura em duplas do texto Upcycling promove economia circular ao ressignificar peças da moda e decoração”. Antes, porém, peça que levantem hipóteses acerca do significado de upcycling, termo em inglês presente no título que significa “reaproveitar materiais sem degradar o meio ambiente”. Deixe que o significado se confirme, após a leitura, como a técnica que consiste em dar um novo e melhor propósito a um material, que seria descartado, sem degradar a sua qualidade e composição. Um item que passou pelo upcycle normalmente possui uma qualidade igual ou superior à do objeto de origem. Além de upcycling, há no texto outros termos do mesmo idioma, cujos significados devem ser averiguados pelos estudantes em dicionários ou sites confiáveis.

Atividades Página 194

1. Resposta pessoal. Incentive que os estudantes se expressem livremente e com respeito, mesmo se não gostaram das obras de arte.

2. Na primeira obra, é possível identificar pneus, galões de plástico e de metal, cones de trânsito, entre outros tipos de sucata. Já na segunda, é possível reconhecer malas, embalagens de cosméticos, partes de brinquedos, objetos decorativos, eletroeletrônicos, entre outros.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que, se descartados de forma incorreta, os materiais levariam anos e anos para serem decompostos.

4. O tempo médio de decomposição de cada objeto varia de acordo com os materiais que o compõem, por exemplo:: metal, mais de 100 anos; plástico, mais de 400 anos; vidro, mais de 1000 anos e borracha, indeterminado.

5. Slow fashion (ao pé da letra significa “moda lenta”, termo que surgiu em contraposição a fast fashion – método que oculta os impactos ambientais do ciclo de vida do produto); kitesurf (esporte aquático que utiliza uma pipa e uma prancha com ou sem alças); nylon (tecido feito de material sintético) e pallets (estrados de madeira).

Atividade de ampliação Página 194

Para encerrar esta etapa, os estudantes serão desafiados a se expressarem artisticamente, produzindo objetos ressignificados com uso de materiais inusitados ou que seriam descartados. Novamente a participação do professor de Arte é fundamental para dar o suporte necessário aos estudantes na produção autoral das peças.

Ao propor a realização de trabalhos manuais, podemos promover a saúde mental dos estudantes.

P roduto final

Etapa 3: Para finalizar

Feira de trocas

O produto final consiste na realização de uma Feira de trocas de produtos usados. Esse evento tem como finalidade estimular o exercício do protagonismo dos estudantes junto à comunidade escolar e seu entorno, propondo uma ação educativa que conscientize os membros dessas comunidades da necessidade de evitar o desperdício e adotar medidas conscientes de consumo e práticas sustentáveis, reduzindo a produção de resíduos sólidos e atuando de forma efetiva no cuidado do planeta em que vivem.

Converse com os estudantes, com os professores que trabalharam de forma colaborativa e integrada para o desenvolvimento deste projeto e com a direção da escola sobre o dia e horário da coleta dos produtos e da realização da Feira de trocas, bem como sobre o local onde esse evento poderá ocorrer.

Os produtos a serem trocados podem ser distribuídos em estandes, conforme estes critérios sugeridos: vestuário e acessórios; calçados; objetos de decoração; livros; apa-

relhos eletroeletrônicos; eletrodomésticos; antiguidades, brinquedos etc.

Será definida uma moeda simbólica de trocas, que poderá ser representada por botões coloridos, ou outros materiais. Cada cor corresponderá a uma quantidade. Os valores atribuídos a cada uma das peças serão estabelecidos em comum acordo entre o público e a comissão escolar, definida pela turma.

Com a realização desse evento, espera-se que os participantes enxerguem a possibilidade de prolongar a vida útil dos objetos que deixaram de usar, possibilitando que outras pessoas continuem a utilizá-los, e ainda substituindo esses itens por algo de seu interesse.

Algumas tarefas da etapa 3 (criação do material de divulgação, definição da moeda de troca e organização do espaço) serão realizadas por toda a turma; para outras, serão definidos grupos que podem ser organizados conforme sugestão a seguir:

Comissão: formada por estudantes eleitos pela turma, ficará responsável por atribuir valores aos produtos entregues. Deverá etiquetá-los com o valor ajustado entre as partes e pagar ao participante com a moeda de troca que representa esse valor.

Grupo 1: deverá receber e separar os produtos.

Grupo 2: cuidará dos reparos e consertos dos produtos.

Grupo 3: fará a customização dos produtos.

Material de divulgação do evento

Para a divulgação da Feira de trocas, os estudantes irão produzir um panfleto, um texto publicitário curto, que poderá ser impresso e distribuído em locais de grande circulação próximos à escola. Atualmente, com o advento da internet, o meio de divulgação também pode ocorrer via redes sociais, e-mails, canal de comunicação oficial da escola, entre outros.

Se houver possibilidade, apresente algum panfleto de evento para a turma observar e analisar suas características: estrutura, linguagem e recursos gráficos. Como forma de ampliação, informe que alguns sites que possam contribuir com a Educação digital dos estudantes, e disponibilizam modelos e tutoriais de criação de panfletos. Sugestão: Canva, Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/criar/panfletos/. Acesso em: 19 set. 2024.

Defina com os estudantes o texto que irá compor o folheto e, caso seja possível, utilizem um computador para essa produção. Oriente os estudantes a revisar o texto produzido. O professor de Arte poderá auxiliar na diagramação, na organização do texto e imagem, na criação artística, estimulando a criatividade dos estudantes, de modo a desenvolverem um material que atraia o público para a leitura do texto e a participação no evento.

Definição da moeda de troca

O professor de Matemática é o docente indicado para

desenvolver o conceito de moeda de troca. Ele poderá, em seguida, definir em conjunto com os estudantes que objeto representará a moeda de troca e o valor que ela representará. Uma opção é que a moeda seja representada por botões coloridos e cada cor represente um valor previamente estabelecido, como sugerido no Livro do Estudante. Definidos a moeda e o valor, os estudantes deverão providenciar os botões ou outro material e entregar a uma comissão, a ser eleita pela turma, que ficará responsável por guardar as moedas e pagar ao público os produtos recebidos no dia da coleta.

Recepção e seleção dos objetos

Retome com os estudantes a data e o local preestabelecidos para a coleta dos produtos e organize os grupos para desenvolver cada uma das tarefas.

É importante, nesse momento, que o professor líder do projeto e o professor de Arte incentivem os estudantes a realizar as tarefas e os auxiliem dando o suporte necessário com ideias e propostas que contribuam para o sucesso do evento.

O grupo 1, encarregado de receber e separar os produtos de acordo com os critérios preestabelecidos (ver sugestão de categorias dada anteriormente), deverá ser orientado a tomar cuidado ao manusear e armazenar objetos frágeis ou que apresentam algum risco de acidente. Os objetos que necessitem de algum reparo devem ser separados e encaminhados ao grupo 2, que cuidará desse aspecto; já objetos intactos (ou já consertados pelo grupo 2) que possam ser transformados em peças exclusivas serão direcionados ao grupo 3, responsável pela customização.

Converse com os estudantes sobre os critérios que devem utilizar para separar as peças que necessitam de reparos.

Reparo e conserto de peças

Com a ajuda e orientação do professor de Arte, o grupo 2 poderá recuperar capas de livros, colar alguma aba ou página prestes a se soltar, pregar algum botão etc., tomando os devidos cuidados com as peças e a proteção individual.

Uma das oportunidades de se trabalhar o respeito e o combate à intimidação sistemática (bullying) pode ocorrer nesta atividade de reparo e conserto de peças, quando é possível surgirem roupas de tamanhos extragrandes, por exemplo, gerando motivo de comentários indesejados. Nesse momento, é fundamental o papel do educador no sentido de promover a consciência igualitária, enfatizar a necessidade do respeito às diferenças, abordar as consequências negativas atreladas à prática do bullying em diferentes contextos sociais, especialmente nas escolas.

Customização de peças

Explore com o grupo 3 o significado de customizar. Estimule o levantamento de hipóteses e explique que o termo tem origem no idioma inglês customize e significa perso-

nalizar, adaptar ou adequar algo ao gosto ou necessidade de alguém.

Muitas vezes uma roupa desgastada pode ganhar ares novos com a aplicação de fitas, brilhos e rendas; um caderno pode ser mais atraente e impactante após a colagem de papéis que chamem a atenção, brinquedos podem ganhar novas cores ou detalhes diferenciando-os do padrão encontrado em lojas de varejo etc. O professor de Arte poderá contribuir para o desenvolvimento do trabalho deste grupo.

Lembre os estudantes de que a customização é uma ação sustentável e destaca-se no combate ao consumismo, uma vez que as peças podem ganhar novos significados e ser reutilizadas.

Organização do espaço do evento

Ao definirem o local para a realização da Feira de trocas, decida também com os estudantes como se dará a organização do espaço. Será preciso definir quais e quantos serão os móveis e materiais necessários para o evento e como será a disposição das peças, de forma a facilitar o deslocamento dos participantes. O professor de Arte poderá ontribuir para o desenvolvimento deste trabalho, uma vez que pode estar mais habituado a observar a organização de exposições.

O dia da Feira de trocas

A colaboração de todos os envolvidos será a garantia do sucesso do evento. Estimule o envolvimento dos estudantes, professores e funcionários para que tudo esteja pronto no dia da feira: o local deve estar organizado, todas as peças devem ser distribuídas por categoria em seus estandes, as moedas devem estar disponíveis e em número suficiente para distribuição e os estudantes devem estar designados para cuidar dos estandes. Oriente a organização dos grupos de estudantes, distribuindo tarefas específicas no dia da Feira de trocas:

1. Recepção e orientação dos visitantes, explicando a forma como estão organizadas as seções e como ocorrerão as trocas.

2. Explicação sobre como funciona a moeda criada especificamente para a feira.

3. Atendimento nos estandes para auxiliar os participantes na escolha das peças.

4. Explicação dos propósitos e das ações que motivaram a realização da feira, com o objetivo de promover o consumo consciente.

5. Registros fotográficos do evento e posterior divulgação para os participantes via redes sociais, para a comunidade escolar via site e outros canais de comunicação. Poderá ocorrer eventual entrega de objetos no dia da feira; se isso acontecer, o interessado deverá ser direcionado à comissão encarregada de receber e precificar o produto em comum acordo com o participante. Em seguida, a peça deverá ser avaliada, categorizada e encaminhada para reparo e customização, se for necessário.

À porta da Feira, os estudantes poderão disponibilizar sobre uma carteira uma caixa com recortes de papel e uma caneta para que os participantes registrem suas impressões, comentários, elogios ou críticas sobre a experiência de trocar produtos. Uma dupla de estudantes poderá orientar o público a depositar os papéis na caixa e agradecer pela contribuição realizada.

No final da Feira, todos os envolvidos na produção do evento poderão se reunir para abrir a caixa e ler os elogios e/ou críticas deixados pelo público. Todos os comentários poderão servir de análise e reflexão para melhorias dos próximos eventos.

Para finalizar, todos poderão ser convocados para a desmontagem da feira, reorganizando os materiais e o espaço, deixando tudo como originalmente foi encontrado.

Avaliação

Realize as avaliações de acordo com o que julgar pertinente, levando em conta as atividades desenvolvidas e os quadros localizados no final do projeto. Se achar que convém, a avaliação pode ser feita de duas formas: ao longo do projeto, avaliando as atividades realizadas, ou ao final – após a realização do produto final.

Os quadros localizados ao final do projeto podem ser utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você pode marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens desses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros pode ser feito gradualmente, à medida que o projeto for sendo desenvolvido.

O primeiro quadro pode ser usado para que os grupos avaliem seus integrantes. É fundamental que as colocações sejam respeitosas e sinceras, sob uma perspectiva cidadã.

O processo de avaliação possibilita que o estudante reflita sobre seu desenvolvimento e participação no projeto, mensurando seu processo de aprendizagem, bem como elaborando reflexões sobre seu projeto de vida e profissional.

Mundo do trabalho Página 201

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a questão e, independentemente de suas aspirações e escolhas profissionais, entendam que qualquer atuação profissional deve estar relacionada com o compromisso de conservação dos recursos naturais, com a preocupação em relação à crise climática e com as práticas sustentáveis que possam contribuir com o planeta.

Planejamento

A seguir, sugere-se a quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para que o Projeto Integrador seja trabalhado ao longo de um semestre, considerando uma aula por semana destinada ao seu desenvolvimento.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto pode ser desenvolvido em outro período, por exem-

plo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas semanais destinadas a esse trabalho.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1 4 aulas

Etapa 2 6 aulas

Etapa 3 6 aulas

Sugestão de cronograma

Sugerimos que este projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas que serão tratados no decorrer da investigação. Na aula 1 ocorrerá a apresentação geral do tema do projeto e se iniciará a discussão sobre o que é sustentabilidade e consumo consciente. A aula 2 pode ser destinada à pesquisa sobre tipos de sustentabilidade e apresentação dos resultados. A aula 3 pode ser focada no estudo sobre moda sustentável. Na aula 4 poderá ser realizada a pesquisa sobre hábitos de consumo dos estudantes e a produção de um gráfico com os resultados.

Etapa 2: Saber e fazer

A etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, a que os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final. As aulas 5 a 6 poderão focar a leitura dos dois textos: uma reportagem que trata de informações diversas sobre atitudes sustentáveis por parte dos consumidores e um texto sobre economia circular e resíduo zero. Nas aulas 7 e 8, os estudantes farão entrevistas e registros fotográficos para coletar informações sobre hábitos de consumo e descarte de resíduos na comunidade escolar e no entorno dela para posterior análise e divulgação dos dados coletados. A aula 9 poderá ser dedicada à produção do boletim informativo. Na aula 10, os estudantes poderão estudar as obras de Vik Muniz e Bernard Pras, que se notabilizaram na utilização de sucatas para produzir obras de arte, e realizar a leitura do texto sobre upcycling, complementando o conceito de ressignificação de um produto.

Etapa 3: Para finalizar

A etapa 3 é somativa: nela os estudantes desenvolvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores. Nas aulas 11 e 12 os estudantes se dedicarão à criação dos panfletos para a divulgação do evento e à definição da moeda de troca. As aulas 13 a 16 poderão ser dedicadas à seleção por categoria, reparos, consertos, customização e precificação das peças e organização do evento.

ANEXOS

Avaliação atitudinal

Realizou as tarefas nas datas sugeridas de forma atenta e responsável.

Atuou com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.

Demonstrou comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto.

Escutou com atenção as explicações e proposições do professor, colegas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

Apresentou atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os colegas.

Falou com clareza, ao compartilhar dúvidas e opiniões.

Atuou de forma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pelos colegas.

Demonstrou empatia e respeito quando lidou com opiniões e contextos diferentes dos seus.

Autoavaliação

A autoavaliação deve refletir a postura mais frequente de cada estudante durante o projeto. O ideal é que os itens contidos nela estejam fixados na sala desde as primeiras aulas e sirvam como norteadores da postura esperada e dos objetivos a serem alcançados. Mais uma vez, deve-se estimular a reflexão, a honestidade e a maturidade ao assinalar os itens propostos.

Para ampliar a reflexão sobre o tema, sugerimos a leitura indicada ao lado.

• PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens - Entre duas lógicas. Tradução de Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

Obra fundamental que discute as diversas concepções de avaliação e aborda os conflitos entre a avaliação formativa e a seletiva.

Projeto

1

Acessibilidade:

os museus são para todos?

ATIVIDADES PROPOSTAS

NO DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA

ETAPA

1 VAMOS COMEÇAR

ETAPA

2 SABER E FAZER

Analisar dados oficiais sobre o número de pessoas com deficiência no Brasil considerando os tipos de deficiência.

Refletir sobre os direitos, as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e as melhorias necessárias para garantir sua acessibilidade.

Conhecer e discutir os recursos disponibilizados por museus que garantem a acessibilidade para pessoas com deficiência.

Conhecer museus inclusivos e os recursos de acessibilidade utilizados em seus programas educativos.

Fazer levantamento de espaços culturais e museus na região onde mora e pesquisar sobre programas educativos e recursos para pessoas com deficiência que esses espaços disponibilizam.

Conhecer e testar aplicativos criados para facilitar o cotidiano das pessoas com deficiência.

Produzir audiodescrição de uma obra de arte e conhecer os recursos de videoguia.

Pesquisar sobre a tecnologia assistiva e como ela pode auxiliar as pessoas com deficiência.

Realizou com facilidade Realizou Realizou com dificuldade Não realizou

ETAPA

3 PARA FINALIZAR

Planejar e organizar uma exposição acessível na escola destinada a pessoas com deficiência.

Expressar-se artisticamente e preparar o espaço expositivo de forma a atender aos critérios de acessibilidade.

Selecionar, testar e aplicar recursos tecnológicos disponíveis que possibilitem a inclusão de pessoas com deficiência.

Orientações para aprimorar o desempenho:

Projeto 2 — Juventudes: como valorizar as manifestações e culturas juvenis na escola?

ATIVIDADES PROPOSTAS

NO DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA Realizou com facilidade

ETAPA

1 VAMOS COMEÇAR

ETAPA

2 SABER E FAZER

Discutir sobre o tema do Protagonismo Juvenil.

Refletir sobre os hábitos culturais.

Reconhecer e analisar anseios e expectativas dos jovens contemporâneos.

Considerar artistas contemporâneos relacionados às culturas juvenis.

Ler e interpretar uma reportagem sobre as características e formas de expressão dos jovens.

Analisar e discutir sobre o conceito de beleza ideal e beleza real.

Discutir sobre as características da geração Z.

Pesquisar sobre as características que representam as gerações que precederam a geração Z.

Produzir uma linha do tempo de forma a contemplar os resultados de pesquisas relacionados a cada uma das gerações.

Aprofundar conhecimentos sobre manifestações culturais que representam e inspiram as culturas juvenis.

ETAPA

3 PARA FINALIZAR

Definir a programação e os tipos de manifestações artísticas que serão apresentados no Festival cultural.

Organizar, definir e planejar as etapas do Festival cultural.

Elaborar, confeccionar e compartilhar um cartaz que apresente as informações gerais e a programação do Festival cultural, com uma breve descrição sobre cada uma das atrações que fará parte do evento.

Orientações para aprimorar o desempenho:

com dificuldade Não realizou

Projeto

3 — Mídias digitais: é

tudo verdade?

ATIVIDADES PROPOSTAS

NO DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA

ETAPA

1 VAMOS COMEÇAR

ETAPA

2 SABER E FAZER

Responder a um quiz sobre o tema fake news para avaliação do nível de confiança nas fontes e na veracidade de imagens, mensagens e notícias.

Conhecer características das fake news que permitam reconhecê-las.

Realizar uma entrevista com usuários de redes sociais para identificar se já foram vítimas de informações falsas veiculadas pela internet e quais procedimentos adotam para se proteger de mensagens suspeitas.

Conhecer, por meio de fatos apresentados e atividade de pesquisa, notícias falsas veiculadas no passado que impactaram a história de povos e países.

Refletir, com base em fatos apresentados, sobre as consequências da circulação de notícias falsas em mídias sociais.

Aprofundar os conhecimentos sobre letramento digital de forma a possibilitar a análise crítica e impedir a circulação de notícias falsas.

Desenvolver o pensamento crítico considerando que todo conteúdo é produzido e divulgado com uma intencionalidade, positiva ou negativa, e, com base nessa percepção, adotar postura ética e consciente na divulgação de informações veiculadas em mídias sociais.

Analisar e interpretar dados em gráficos para verificar a veracidade e a fidelidade das informações apresentadas.

Conhecer técnicas de averiguação de notícias e critérios de checagem de fatos para identificar a fidelidade das informações recebidas.

Realizou com facilidade

Realizou

ETAPA 3 PARA FINALIZAR

Planejar e organizar em grupo a produção de um videotutorial sobre o tema fake news.

Pesquisar sobre produção de vídeos e participar da elaboração do roteiro contemplando o formato escolhido pelo grupo.

Selecionar os recursos necessários e aplicá-los na produção do videotutorial, tendo em vista a posterior divulgação dele por meio dos canais previamente definidos.

Orientações para aprimorar o desempenho:

Realizou com dificuldade Não realizou

Projeto 4 — Papo aberto: como mediar conflitos na escola?

ATIVIDADES PROPOSTAS

NO DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA

ETAPA

1 VAMOS COMEÇAR

ETAPA

2

SABER E FAZER

Discutir sobre as possibilidades de mediação de conflitos na escola.

Ler, refletir e analisar a importância das palavras na comunicação e na produção de diferentes discursos e gêneros textuais.

Reconhecer a importância de construir relações positivas com base no diálogo, em trocas saudáveis e no respeito mútuo.

Conhecer o conceito e as modalidades de práticas restaurativas que podem ser aplicadas na escola inspiradas nos mecanismos da Justiça Restaurativa.

Refletir sobre o conceito de conflito e como ele interfere na rotina escolar.

Reconhecer os tipos de conflito mais recorrentes na escola e refletir sobre as possibilidades de mediação de acordo com as práticas restaurativas. Refletir sobre o conceito de culturas de paz, por meio da análise de obras de artistas, como o pintor Candido Portinari.

Analisar os contextos de violência nas escolas paulistas e comentar sobre a realidade nas escolas da região onde vive.

Conhecer e praticar a empatia e a solidariedade por meio de jogos teatrais, esportivos e criativos.

Analisar e pesquisar as experiências de outros povos, como os Maori, em relação à mediação de conflitos.

Realizou com facilidade

Realizou

ETAPA 3 PARA FINALIZAR

Produzir um questionário e aplicá-lo aos membros da comunidade escolar para identificar quais são os conflitos mais recorrentes e as possibilidades de mediá-los na opinião dos participantes da pesquisa.

Analisar as respostas obtidas com os questionários e transformá-las em dados para que possam ser avaliados por todos.

Produzir um relatório para apresentar as conclusões sobre os principais conflitos e as estratégias que devem ser utilizadas como mediação.

Organizar, com a ajuda do professor, uma assembleia para definir, com base nos resultados obtidos com o questionário, o modelo de mediação de conflitos a ser implementado na escola.

Orientações para aprimorar o desempenho:

Realizou com dificuldade Não realizou

Projeto 5 — Imagens: manipulamos ou somos manipulados?

ATIVIDADES PROPOSTAS

NO DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA

ETAPA

1 VAMOS COMEÇAR

ETAPA

2 SABER E FAZER

Analisar e discutir sobre imagens manipuladas, apresentadas em diferentes esferas da sociedade.

Experimentar, por meio de um jogo dos erros, a percepção em relação a imagens manipuladas.

Refletir sobre os diferentes propósitos (políticos, pessoais, científicos etc.) relacionados à manipulação de imagens.

Identificar as diferenças entre tratamento e manipulação de imagens.

Reconhecer as consequências, positivas e negativas, envolvidas no processo de manipulação de imagens.

Conhecer e analisar obras de arte manipuladas e artistas que aplicam técnicas de manipulação de imagens em suas produções.

Produzir imagens manipuladas, utilizando diferentes suportes e técnicas.

Analisar a recepção de imagens manipuladas pelos veículos midiáticos.

Posicionar-se criticamente em relação à manipulação de imagens.

ETAPA

3 PARA FINALIZAR

Planejar e criar uma revista, física ou digital, para divulgação de conteúdos sobre manipulação de imagens.

Elaborar os textos que serão apresentados nas seções definidas para a revista.

Criar o projeto gráfico e definir a imagem que será apresentada na capa da revista.

Organizar e planejar as estratégias utilizadas para impressão ou publicação on-line e divulgação da revista.

Orientações para aprimorar o desempenho:

Realizou com facilidade

Realizou

Realizou com dificuldade

Não realizou

Projeto 6 — Sustentabilidade: como reduzir os impactos ambientais por meio do consumo consciente?

ATIVIDADES PROPOSTAS

NO DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA

ETAPA

1 VAMOS COMEÇAR

ETAPA

2 SABER E FAZER

Discutir sobre o tema do meio ambiente e da sustentabilidade.

Refletir sobre mudanças climáticas,, escolhas e consumo consciente.

Analisar os hábitos de consumo da turma.

Analisar textos e obras de arte que apresentam formas criativas de reduzir o descarte de resíduos e estimular o consumo consciente.

Realizar entrevistas para investigar as ações sustentáveis e os hábitos de consumo praticados pela comunidade escolar e pelos moradores do entorno.

Produzir registros fotográficos para identificar o descarte inadequado do lixo no entorno da escola.

Expressar-se artisticamente e ressignificar objetos e peças de roupas, de modo a atribuir-lhes novas utilidades e prolongar o uso.

Realizou com facilidade Realizou Realizou com dificuldade Não realizou

ETAPA

3 PARA FINALIZAR

Planejar as etapas de realização da Feira de trocas na escola.

Elaborar, revisar, editar e compartilhar o material de divulgação do evento com as informações gerais sobre a Feira de trocas.

Definir e nomear a moeda de troca que será utilizada no dia da feira.

Coletar, separar, reparar e customizar as peças de roupas e os objetos recebidos da comunidade escolar e dos moradores do entorno.

Organizar o espaço de exposição e preparar a disposição dos itens para a Feira de trocas.

Orientações para aprimorar o desempenho:

Audiotranscrições

OED

Narradora

Acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência página 24

(vinheta)

Você já parou para pensar em quantas barreiras uma pessoa com deficiência enfrenta no dia a dia? Se locomover por ruas, calçadas e prédios é, muitas vezes, uma tarefa extremamente complicada. Isso pensando apenas em algumas barreiras físicas... pois pode haver diversos outros obstáculos a serem enfrentados, quando a sociedade não prioriza o acesso de fato a todos. Por isso, o tema da acessibilidade é cada vez mais importante. Neste episódio, vamos escutar alguns trechos do podcast “Acessibilidade e inclusão” para entender melhor o que são as barreiras e os tipos de acessibilidade. Quem narra é Edluci Mathias.

(vinheta)

Edluci Mathias

“Mas o que são barreiras? Barreiras “é” qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso, à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outras. Podemos classificar as barreiras em urbanísticas, aquelas que existem em vias e espaços públicos, privados, abertos ao público ou de uso coletivo. Temos também as barreiras “arquitetônica”, as que existem nos edifícios públicos e privados. As barreiras dos transportes... são aquelas que existem em meios de transporte. As barreiras de comunicação e informação, que são qualquer entrave ou obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o reconhecimento de mensagem e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e tecnologia da informação. Temos também as barreiras atitudinais, que são as atitudes e comportamentos que impedem ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com demais pessoas. As barreiras tecnológicas também impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.”

“Mas, então, o que são os tipos de acessibilidade? As acessibilidades são aquelas que justamente proporcionam o acesso de maneira igualitária a todos. Deles, temos seis tipos de acessibilidade. A arquitetônica, “aonde” são tiradas as barreiras físicas nos recintos externos e “externos” e nos transportes públicos, como rampas, elevadores... Temos também a acessibilidade comunicacional,

que são aquelas que estão na área da comunicação, como a língua de sinais, a linguagem corporal, a gestual, a comunicação escrita, né, com o uso dos textos em “brailes’ e letras ampliadas para as pessoas que têm baixa visão, notebooks e outras tecnologias assistivas. Temos a acessibilidade metodológica, que é aquela adaptação que “são feita” nos currículos e nas aulas para que todos possam ter... acesso à aprendizagem, à avaliação e à educação de maneira igualitária. Temos também a ação comunitária, que “são” a metodologia social, cultural e artística baseada em participação ativa. A acessibilidade instrumental “são” aquelas que utilizam instrumentos e “ustensílio” para proporcionar acessibilidade, como lápis, caneta, transferidor, régua, computador e materiais pedagógicos. A acessibilidade programática, sem barreiras invisíveis, embutidas nas políticas públicas, são as leis, os decretos, as portarias, resoluções, medidas provisórias que procuram trazer a igualdade de direito às pessoas com deficiência. E a acessibilidade atitudinal, que é por meio de programas e “páticas” de sensibilização e conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade humana, resultando em quebra dos preconceitos, estigmas e estereótipos. Essas seis... habilidades... contribuem... para... garantir a efetiva igualdade e oportunidade às pessoas com deficiência física, contribuindo para a inclusão e permanência, e a concretização da garantia dos direitos e a plena participação em sociedade.”

Narradora

Quando falamos em acessibilidade, falamos de um universo muito vasto. Como vocês aprenderam com este podcast, são muitos os desafios para que as pessoas com deficiência sejam verdadeiramente incluídas na sociedade. Para que isso aconteça, é preciso o envolvimento permanente do poder público e das empresas e instituições. (vinheta)

Créditos: O trecho do podcast “Acessibilidade e inclusão” está disponível no Spotify. Os outros áudios deste conteúdo são da Freesound

OED

Narrador

Cultura escolar e culturas juvenis página 48 (vinheta)

É comum nos referirmos aos jovens como se eles fossem uma coisa só. “Ah, os jovens são isso, os jovens fazem aquilo, os jovens pensam tal coisa”. Mas... será que isso faz sentido?

Imagino que você respondeu “não”, e você está certo. Quando falamos em “jovens” ou em uma “cultura juvenil”, falamos em um grupo da população constituído por diferentes idades, visões de mundo, classes sociais e preferências. É uma enorme pluralidade. Para refletirmos sobre essas e outras questões, vamos escutar um trecho da entrevista do professor Paulo Carrano, de uma faculdade de educação do Rio de Janeiro, para o podcast “A escola tá ON”. O professor responde a uma pergunta sobre o estudo que mapeou o que o jovem brasileiro pensa sobre política, religião, família e outros temas do dia a dia. (vinheta)

“Vamos lá... é... é importante chamar a atenção, já nessa... conversa inicial... é... de que a longa faixa etária, né... de... de juventude de 15 a 29 anos, ela... é...é... um avanço, é importante, porque ela ampliou a preocupação da sociedade com... com o segmento jovem, mas existe muita diferença entre as faixas de idade, né? Uma coisa é ser...é... um jovem de 15 anos... é...16, 17 anos, outra coisa é ser um jovem adulto... é... de 29 anos. Então, esse é o primeiro ponto que eu queria destacar. Um outro aspecto... é... que a pesquisa...é... nos traz é... é essa dimensão da... da pluralidade também de formas de agir e de pensar, né?. Não é à toa que, ao longo dos últimos anos, né, todo o campo de estudo de juventude, mas também organizações sociais, movimentos, formuladores de políticas, passaram a introduzir o ‘s’, né, no final da... da... da ‘juventude’, do termo ‘juventude’, reconhecendo a pluralidade que se manifesta na arte, na cultura, no modo de ser, de pensar... é... no engajamento político ou religioso. Então, essa é outra... outra dimensão. A gente não... não deve homogeneizar a juventude. Muitas vezes, é... por... é... orientações de mercado, né, se fala muito em gerações y, x, z, ou seja, há uma tendência de homogeneizar sujeitos muito distintos, muito plurais. Então, esse é o primeiro aspecto: a pluralidade. A outra dimensão é que, dentro dessa pluralidade, há também unidades sociais, né? A gente não pode apagar a pista também [de] determinada noção de geração. Ou seja, geração... geração, o conceito clássico de geração, pegando lá o... é.... o clássico Mannheim, né, é ... Karl Mannheim, é... aquele campo histórico-social de sujeitos que experimentam o mesmo tempo e espaço, né? Então, é... falar de uma geração só porque as pessoas têm a mesma idade é um equívoco, né? A gente tem jovens hoje no Brasil que fazem parte de uma geração empobrecida. Uma geração, por exemplo, que é... é... é vítima predominante e prioritária das forças policiais, especialmente os jovens negros, populares... Então, existe uma condição de experimentar o tempo de juventude não apenas diversa e plural, mas também desigual. E é essa dimensão da desigualdade que deve ser é... o foco maior é... das políticas públicas, né.

De um modo geral, essa pesquisa, ela confirmou alguns... dados, né, de séries históricas anteriores. Nós temos um... uma enorme dificuldade das jovens mulheres, por exemplo, de ganhar o espaço público, de participar de atividades “aonde” o... o... o grupamento masculino,

é, tem predominância, por exemplo, os esportes. As mulheres, jovens mulheres praticam muito menos esporte do que os jovens hom... homens. Elas têm muito menos autonomia de circular na cidade, até por conta da questão da segurança. Esse é um outro ponto que os jovens trouxeram na pesquisa, né? Cidades seguras, né... cidades seguras são cidades que fortalecem o campo da autonomia juvenil e da independência em relação às famílias. É... os jovens, em grande medida, é... sinalizam que possuem medo... é... do presente, né? Medo, inclusive, da morte violenta, no caso específico de jovens moradores de favelas, jovens negros. É... Jovens mulheres, medo da violência sexual. E também têm... é... incertezas diante do futuro. Ou seja, são jovens que não têm o presente assegurado nunu...num país que não assegura a base material “pra” que todos possam fazer uma transição, é... pro... “pra”... “pra” vida adulta...é... segura, tranquila e feliz. Então, o futuro desapareceu, né? E isso aparece na pesquisa também como um... como um dado.... é... de preocupação.” (vinheta)

Narrador

Como vocês escutaram, a juventude brasileira constitui um universo muito diversificado. Compreendê-lo é fundamental para escolas, governantes e todos os que estão empenhados em proporcionar um futuro digno. Isso sem nos esquecermos, claro, dos muitos desafios que eles enfrentam no presente.

(vinheta)

Créditos: A entrevista de Paulo Carrano está disponível no podcast “A escola tá ON”, no Spotify. Os outros áudios deste conteúdo são da Freesound.

OED

Narradora

Agências de checagem de desinformação página 98

(vinheta)

A disseminação de fake news é um fenômeno mundial. A desinformação influencia eleições, alimenta discursos de ódio e leva as pessoas a duvidarem da ciência.

O dicionário Collins definiu fake news como informações falsas que são disseminadas em forma de notícias, muitas vezes de maneira sensacionalista. Em outras palavras, são conteúdos criados e apresentados como se fossem notícias reais, o que muitas vezes confunde e engana as pessoas. Elas se espalham pelas redes sociais, aplicativos de mensagens e outras plataformas. (vinheta)

Um levantamento feito pelo Instituto Locomotiva e divulgado pela Agência Brasil, em abril de 2024, mostrou que quase 90% dos brasileiros admitem que já acredita-

ram em algum tipo de conteúdo falso. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, muita gente duvidou da eficácia das vacinas por conta das fake news. Um outro estudo, realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante o segundo turno das eleições de 2022, detectou que a circulação de notícias falsas no período cresceu 23% no Telegram, 36% no WhatsApp e 57% no Twitter, atual X. (vinheta)

Enfrentar as fake news é uma tarefa complexa. Mas essa luta tem importantes aliadas: as agências de checagem. Seu trabalho é justamente o de comprovar, ou não, a veracidade de uma informação que está em circulação. Um exemplo é o site Aos fatos, que publica a checagem de informações falsas de grande repercussão. Grandes empresas de comunicação também têm seus próprios serviços de checagem, como o “Lupa” ou o “Fato ou Fake”. (vinheta)

Para sabermos mais sobre as agências de checagem, vamos ouvir um trecho de uma entrevista de Cristina Tardáguila para o “Projeto Apura Verdade”. A Cristina é fundadora e sócia da Agência Lupa. Quem faz a pergunta é Nicole Thessing, estudante de jornalismo

Entrevistadora – Nicole Thessing

“Oh... é... Cristina, o cenário da desinformação ele foi se transformando, né, no decorrer dos anos. Então, é... até com o avanço da tecnologia da inteligência artificial... é ... sendo utilizada para criar... é... desinformação. Nesse sentido, as agências de checagem também tiveram que se adaptar a essas novas realidades. Quais têm sido...como você vê... quais tem sido os desafios nesse novo contexto, né?”

Entrevistada – Cristina Tardáguila

“Bom, eu comecei a fazer checagem, Nicole, em 2014. Não... muito antes de...de... é... do Trump, de fake news ser uma expressão que o mundo inteiro conhece...é... a... a mudança é radical. Assim, é... e aí... e... vai desde... técnicas... de difusão de desinformação, que cada vez são mais sofisticadas, mais “conectadas”. É... o número de plataformas cresceu absurdamente. Se “cê” para “pra” pensar, na eleição de 14 [2014], a gente “num”... a gente n... não tinha nem WhatsApp direito. É... a gente, né... assim... a gente... olhava, eu “checa”... (ruido de voz seguido de notificação sonora de chegada de mensagem em celular) programa de rádio, de TV (ruído sonoro) entrevistas individuais e as... e as... entrevistas é... coletivas, de... de... de todos candidatos. Um pouquinho o site de campanha deles. Então assim... e aí, de repente, entra o WhatsApp, entra o Facebook, entra o Twitter, entra o YouTube, entra... é... os... o Telegram e, aí, agora, o TikTok. Então cada vez tem... uma... o... o... o... a... o campo de batalha cada vez maior, maior, maior... é... Esse é um fato. O outro fato, além da, da.. da... acho que tem uma coisa, assim, desco-

briu-se que isso é um negócio, né. Antes, desinformar era uma coisa feia... que os políticos faziam... é... “pra” ganhar voto... né... E hoje, desinformar é um trabalho para quem “tá” na rua...”

Narradora

Mas então a luta contra as fake news está perdida? De modo algum. É o que Cristina explica em outro trecho da entrevista.

Entrevistada – Cristina Tardáguila

“Cresceu exponencialmente o problema. É... ele ficou muito mais difícil... é... de ser... visto, contido, né?. E... mas, ao mesmo tempo, pelo lado positivo, Nicole, a gente tem... muito mais gente preocupada com esse assunto. A gente tem um Brasil inteiro ligado... O Brasil inteiro sabe o que é notícia falsa, eu acho, eu diria, né, aí quando eu comecei, as pessoas não tinham nem ideia né (fala inaudível) né, assim, era uma coisa muito curiosa. Hoje, muita gente sabe o que é, muita gente consome, muita gente ”tá” atento.”

(vinheta)

Narradora

Cobrar agentes públicos e empresas de tecnologia é fundamental no combate à desinformação generalizada. Mas também podemos fazer nossa parte. Antes de acreditar em uma informação, procure estudar e se informar em fontes confiáveis. Saber e compartilhar a verdade é sempre o melhor caminho.

(vinheta)

Créditos: A entrevista com Cristina Tardáguila está disponível no canal do “Projeto Apura Verdade”, no YouTube Os outros áudios deste conteúdo são da Freesound.

OED

Narrador

As palavras na mediação de conflitos página 112

Você já pensou no poder das palavras em nossas relações? Na capacidade que elas têm para fortalecer ou, ao contrário, para prejudicar o bem-estar de uma pessoa?

O uso que fazemos das palavras pode ter muito poder nas relações humanas e nas diversas experiências enfrentadas em nosso cotidiano. A comunicação, uma das marcas dos seres humanos, pode indicar diferentes estágios de desenvolvimento da convivência em grupo. É pela comunicação que interagimos e compartilhamos; e é por ela que podemos resolver conflitos com outras pessoas.

Pelas palavras, transmitimos sentimentos ou ideias, aprovamos ou desaprovamos uma atitude ou acontecimento, criamos ações novas ou retomamos ações passada; demonstramos gestos de amor ou contrariamos

ideias e rompemos relações. Quando bem utilizadas, podem restaurar relações.

(vinheta)

Se as palavras são o meio pelo qual nos comunicamos, podem ser tanto adequadas quanto inadequadas, conciliatórias ou conflituosas. O uso que se faz das palavras pode aproximar seres humanos ou afastá-los; pode construir projetos ou destruir relações no mundo.

Quem trabalha sua habilidade de usar as palavras com destreza pode melhorar suas formas de convívio em grupo.

Preciosas são as palavras que acalentam, animam, consolam e estimulam a crescer e viver bem. Valiosas são as palavras que permitem que enfrentemos nossos conflitos com calma e que conheçamos melhor nossas relações e o mundo em que vivemos.

Você já havia refletido sobre o uso das palavras na mediação de conflitos? Em todas essas possibilidades? (vinheta)

Para pensarmos mais no poder das palavras mediando conflitos, vamos conhecer sete formas de mediação de conflitos na escola a partir do uso das palavras.

A primeira forma são os grupos de apoio e mentoria, que promovem um espaço seguro aos estudantes para refletirem sobre seus problemas (acadêmicos ou pessoais) e receberem orientações de quem já tem experiência naquela área, seja um professor, seja outro estudante mais velho.

A segunda forma é a mediação de pares, na qual estudantes com algum treinamento podem mediar conflitos entre colegas, ajudando-os a conversar e a encontrar uma solução para o conflito. Essa prática cria uma rede de suporte dentro do ambiente escolar, que pode ajudar em conflitos futuros.

Já uma terceira possibilidade são as sessões de escuta ativa, uma técnica poderosa de ouvir atentamente, sem interrupções e com empatia, todas as partes envolvidas. Nessa prática, todos são incentivados a expressar seus sentimentos em relação ao conflito vivido, e o mediador faz perguntas para tentar garantir o entendimento entre todos.

A quarta forma de mediar conflitos na prática escolar seriam os círculos restaurativos, que se fundamentam na ideia de preservar relações interpessoais e construir relações de cuidado diante de uma situação conflituosa. O foco dessa prática está em promover cura e reparação de relações, a partir da reunião das partes envolvidas e com ajuda de um facilitador previamente treinado. A ideia dos círculos valoriza a empatia no diálogo entre as pessoas, a partir da responsabilidade de cada envolvido e da busca pela restauração das relações.

Como quinto exemplo, temos as aulas que desenvolvem habilidades socioemocionais e os projetos de vida propostos no currículo escolar. Essa prática pode ajudar a prevenir muitos conflitos e dar perspectiva de futuro aos

estudantes, desenvolvendo-os para os desafios da convivência pessoal e do mundo do trabalho.

Como sexto exemplo, podemos mencionar as palestras e os workshops com especialistas em mediação de conflitos, para compartilhar, com os estudantes e professores, práticas e técnicas de comunicação eficaz e não violenta.

Por fim, como sétimo exemplo, existem os contratos de convivência, que são acordos escritos, elaborados com o auxílio de um professor, por exemplo, que registra os combinados feitos entre alunos em conflito. Esse registro, por meio da palavra escrita, ajuda a especificar as expectativas tanto dos comportamentos quanto das responsabilidades de cada envolvido. O documento pode prever também algumas consequências, caso o acordo não seja cumprido. Essa prática é uma tentativa de formalizar um compromisso entre as partes, em busca da resolução do conflito de modo pacífico e respeitoso.

(vinheta)

E aí? Você já conhecia alguma dessas práticas? Já viveu algo parecido na sua vida escolar até hoje?

Como você pode acompanhar, são muitas as possibilidades de uso da palavra em nossas vivências sociais, tanto para melhorar as relações quanto para enfrentar desafios no nosso dia a dia, dentro ou fora da escola, na vida pessoal ou no mundo do trabalho.

Créditos: Os áudios utilizados neste conteúdo são da Freesound

Referências para HTML

GOMES, Luiz Flávio. A força das palavras. Jusbrasil, 16 out. 2013. Disponível em:https://www.jusbrasil.com.br/ artigos/a-forca-das-palavras/121932612 Acesso em: 11 out. 2024.

12 EXEMPLOS de mediação de conflitos na escola. Edify, 24 jun. 2024. Disponível em: https://edifyeducation.com.br/blog/exemplos-mediacao-conflitos-escola/. Acesso em: 11 out. 2024.

OED

Narradora

Filtros de imagem das redes sociais afetam a autoimagem do jovem? página 147 (vinheta)

As redes sociais fazem parte do dia a dia de muitas pessoas. Hoje, apesar da dificuldade de acesso em algumas regiões do país, é comum que tentem participar em, pelo menos, uma delas. As redes que utilizam fotos permitem e incentivam o uso de filtros variados, que trazem consequências para a recepção e compreensão daquela imagem. Como será que crianças e adolescentes estão lidando com esse uso? Quais riscos as redes sociais re-

presentam para eles? Existe uma idade certa para ter um perfil?

Neste podcast, você vai ouvir trechos de uma entrevista com o psicólogo e coordenador do curso de Psicologia em uma universidade em Brasília, Vitor Barros Rego, sobre como os filtros de redes sociais afetam a autoimagem dos jovens.

Entrevistador

“Doutor, seja bem-vindo! Boa tarde!”

Entrevistado – Vitor Barros Rego

“Oi, boa tarde! Boa tarde a todos que estão nos escutando e acompanhando.”

Entrevistador

“Pois é, doutor. Esse assunto interessa tanto a todos nós, né, pais, ‘vós’, ‘vôs’, porque acaba afetando os nossos netos, filhos... E... esses filtros ...: isso afeta mesmo? Pode afetar a autoimagem do jovem? Vamos explicar isso “pra” nossa audiência, doutor?”

Entrevistado – Vitor Barros Rego

“É, bem, sim, infelizmente ... é... afeta, porque faz com que esse jovem, que ainda ‘tá’ num processo de construção da sua identidade, ele ainda ‘tá’ também buscando, né, um... um grupo ‘onde’ ele se sinta pertencente, ele vai buscar ... é... mecanismos que se... a... se... se aproximem cada vez mais daquilo que foi dito que é o melhor, né. É... então ele fica sem discernimento de... de... de se reconhecer como ele é, na sua singularidade, na sua história de vida. E... ‘muita’ das vezes... é... adota uma postura apenas de rejeitar a si mesmo.

A... a provocação aqui é ‘pra’ quem a gente realmente utilize a rede social de uma forma inteligente, de uma forma saudável. Inclusive alguns países... é... já obrigam, por exemplo, influenciadores digitais, youtubers, enfim, profissionais que trabalham nessas plataformas que, quando eles utilizarem algum... é... é... algum... filtro que interfere na imagem da pessoa, que isso fiquei sinalizado naquele vídeo ou naquela postagem que a pessoa ‘tá’ fazendo. É uma maneira de alertar aquelas pessoas que estão consumindo essa imagem — ‘que’, querendo ou não, nós somos consumidores de produtos digitais, né, de uma forma gratuita —, então, essas pessoas que, quando estão consumindo, elas saibam que aquilo não condiz cem por cento com a realidade.”

Entrevistadora

“Doutor Vitor, Márcia aqui falando com o senhor, boa tarde. É... o senhor tocou em um ponto aí, né, de acesso a rede social, perfil e... a gente vê que... pais e responsáveis, alguns muito cedo, permitem que o filho tenha um perfil na rede social. Existe uma orientação, né, que a gente possa dizer: ‘Não deixe’, ‘Não faça o perfil’, ‘Não facilite’, uma faixa etária que a gente possa dizer: ‘É seguro’... a...

o jovem ou o adolescente já tem pelo menos uma noção certa, aí, você, tudo bem, permite. Tem isso? Tem como a gente orientar assim?”

Entrevistado – Vitor Barros Rego

“Olha, eu particularmente acho melhor não. Sabe por quê? Porque a rede social não é regulamentada. A gente não tem... algo que norteie, que diga assim: ‘Isso pode ser publicado, isso pode continuar em publicação, não pode’. É... então... pensar assim numa faixa etária... você pode criar uma rede social, por mais que tenha as limitações do tipo ‘é um perfil infantil’ ou coisa assim do tipo... é... mas a gente não tem o controle daquilo ali”.

Entrevistadora

“Deixa “pra” maioridade, né? (superposição de voz do entrevistado) Fica igual a dirigir o carro, né?”

Entrevistado – Vitor Barros Rego

“Justamente. (risos da entrevistadora) Então assim... ó... é... é... é... é porque a rede social... é... e alguns estudos (superposição da voz da entrevistadora: “É... muito sério.) de neurocientistas têm mostrado que a rede social tem tido uma função ... é... no cérebro, muito semelhante “do”... “do” uso da droga. Então, a gente não vai tendo uma hora de parar, né. A gente precisa realmente de um... de um instrumento muito forte, ou externo a nós, ou que a gente realmente tenha um certo discernimento, “pra” gente saber a hora de parar. E aí você vai colocar essa responsabilidade “pr’uma” criança e um adolescente que ‘tá’ descobrindo essas coisas na vida e falar ‘Olha, você tem que saber a hora de parar ou de não parar ...usar... de usar uma rede social que, no cérebro, tem um funcionamento tão... é... é... viciante quanto, né, de outras drogas. É por isso que eu acho que é importantíssimo aí o papel do pai, da mãe, de estar próximos, de até mesmo assistir junto com os filhos”.

Entrevistadora

“Mas eu... eu... é... “pra”... só “pra” deixar claro aqui “pro” nosso ouvinte, também servir de alerta. Então lá nac... nesses filtros, tem condição... eles oferecem “pra” gente destacar olho, boca, rosto inteiro, corpo completo também?”

Entrevistado – Vitor Barros Rego

“É, infelizmente, esses filtros eles vão, né... eles vão buscando quanto mais adeptos, melhor, né. É... e... e... e, curiosamente, né, a gente tem aí o... o uso do algoritmo, que é também uma terra que a gente não sabe muito bem como funciona, né. Nós leigos, que eu “tô” dizendo... Então, aparece simplesmente o seguinte: ‘Olha, se você quiser ter o... ter o seu vídeo com mais... replicação, use esse filtro, ou então use esse áudio, usa essa dancinha’. Então...”

Entrevistadora

“Eita... É uma armadilha.”

Entrevistado – Vitor Barros Rego

Justamente. Isso intui... E aí, de novo, não tem ninguém, né, controlando isso. É... é... é... o algoritmo dizendo que “tá” todo mundo utilizando; ou foi um influenciador, uma influenciadora que começou aquilo e... e conseguiu fazer bombar “com” as suas redes. E aí, de repente, a pessoa vê que ela tem que fazer aquela dancinha, é... que é... que ela tem que escutar aquela música. E... e... e... enfim né... é um pouco complicado porque tem algumas músicas e danças que não necessariamente “tão” apropriadas...” (vinheta)

Narradora

Como você ouviu, as redes sociais podem ter um lado lúdico e divertido, mas também oferecem muitos perigos que demandam a atenção de todos nós.

Antes de abrir uma conta ou usar uma rede social, converse com os adultos com quem convive e leve em consideração tudo o que o Doutor Vitor nos contou neste episódio. (vinheta)

Até a próxima! (vinheta)

Créditos: Os trechos da entrevista usados neste episódio estão disponíveis no site da EBC. A trilha sonora foi retirada da Freesound

Referências bibliográficas comentadas

Apresentamos aqui as principais referências que nortearam a produção desta Coleção, bem como as que foram citadas neste texto. Por consequência, estas referências podem, também, fomentar o processo de ensino e de aprendizagem, ampliando e complementando o que foi proposto na obra.

• #RESÍDUOZERO: 7 formas de transformar o lixo em recurso valioso. Nações Unidas Brasil, 30 mar. 2024.

Disponível em: https://brasil.un.org/ pt-br/264256-res%C3%ADduozero-7-formas-detransformar-o-lixo-em-recurso-valioso. Acesso em: 14 set. 2024.

Texto sobre economia circular e conceito de resíduo zero.

• 7 APLICATIVOS gratuitos para ajudar as pessoas com deficiência. TiX Tecnologia Assistiva. Belo Horizonte, 2024.

Disponível em: https://tix.life/tecnologia-assistiva/7aplicativos-gratuitos-para-ajudar-as-pessoas-com-deficiencia/. Acesso em: 22 ago. 2024.

Texto com algumas soluções de tecnologia para ser recursos de acessibilidade a algumas deficiências.

• 12 FOTOS famosas que foram manipuladas. Megacurioso, 15 mar. 2018.

Disponível em: https://www.megacurioso.com.br/ fotografia/102154-12-fotos-famosas-que-foram-manipuladas. htm. Acesso em: 23 jan. 2020.

Site apresenta fotos históricas manipuladas.

• 95% DAS RESOLUÇÕES de se matricular em algum esporte após as Olimpíadas não são cumpridas, diz estudo. Sensacionalista, 12 ago. 2024.

Disponível em: https://www.instagram.com/p/C-lLNY3SFpL/. Acesso em: 25 set. 2024.

Site de humor cria sátira de assuntos variados.

• A MÃE que perdeu 2 filhos para o sarampo por acreditar em ‘fake News’ sobre vacinas. BBC NEWS BRASIL, 21 jun. 2019.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ internacional-48726373. Acesso em: 23 jan. 2020. Matéria sobre mulher que perdeu dois filhos durante surto de sarampo nas Filipinas por ter acreditado em notícias falsas sobre vacinas.

• A PAIXÃO de J. L. Direção: Carlos Nader. São Paulo (SP), 2014. Filme (82 min).

• Documentário sobre a vida de José Leonilson, produzido com base em um diário que o artista plástico registrou em fitas gravadas nos últimos anos de sua vida.

• AFONSO, Nathália. Outubro Rosa: usuários do Twitter publicam mitos e verdades sobre câncer de mama. Agência Lupa, 2019.

Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2019/10/18/ outubro-rosa-twitter-mitos/. Acesso em: 23 jan. 2020.

• Agência de fact-checking realiza checagem de tuítes sobre

câncer de mama.

• ALBUQUERQUE, Mariana. Veja os principais pontos do plano de combate à violência escolar do MEC. Correio Braziliense, 30 mar. 2023.

Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ brasil/2023/03/5084162-veja-os-principais-pontos-do-plano-decombate-a-violencia-escolar-do-mec.html.

Acesso em: 15 jul. 2024.

• Reportagem e infográfico sobre violência dentro do ambiente escolar no estado de São Paulo.

• ALEIXO, Isabela. Imagens geradas por IA reforçam fake news sobre enchentes no RS. UOL Confere. 31 mai. 2024.

Disponível em: https://noticias.uol.com.br/confere/ ultimas-noticias/2024/05/31/imagens-geradas-por-ia-reforcamdesinformacao-sobre-enchentes-no-rs.htm. Acesso em: 25 set. 2024.

• Matéria comenta notícias falsas acompanhadas de imagens geradas por IA.

• ALMEIDA, Cláudia Maria Teixeira de; BONI, Paulo César. A ética no fotojornalismo da era digital. Discursos Fotográficos, Universidade Estadual de Londrina, v. 2, n. 2, p. 11-42, 2006.

Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/ discursosfotograficos/article/view/1477. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Artigo avalia a ética em relação aos profissionais que lidam com imagens após o advento da tecnologia digital. Aborda ainda a diferença entre tratamento e manipulação de imagens.

• ALMEIDA, Rodolfo; ZANLORENSSI, Gabriel. Como mentir com gráficos: mais 7 detalhes que podem te enganar. Nexo, 28 dez. 2023. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ grafico/2018/03/31/como-mentir-com-graficos-7-detalhes-quepodem-te-enganar. Acesso em: 28 ago. 2024.

• Explica maneiras variadas que podem levar a interpretações erradas por meio de gráficos.

• ALVES, M. Z.; HERMONT, C. Estratégias metodológicas de trabalho com jovens. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Observatório da Juventude. Curso de Atualização Juventude Brasileira e Ensino Médio Inovador. Belo Horizonte, dez. 2012. Disponível em: http://observatoriodajuventude.ufmg.br/ jubemi/pdf/modulo06.pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.

• Texto traz algumas metodologias para facilitar o trabalho com jovens.

• AMSTUTZ, Lorraine S.; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para as escolas: responsabilidades e ambientes de cuidado mútuo. Tradução: Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012. p. 27-28.

• Texto sobre práticas restaurativas, que destaca seus principais objetivos.

• ANDRADE, K. O desafio da Educação 4.0 nas escolas. Canaltech, 12 mar. 2018.

Disponível em: https://canaltech.com.br/mercado/o-desafioda-educacao-40-nas-escolas-109734/. Acesso em: 31 jan. 2020.

• Texto discute como a quarta revolução industrial afetou a experiência de aprendizagem.

• ARAÚJO, U. Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo: Moderna, 2004.

• Livro aborda o papel da escola na aprendizagem do diálogo, no fortalecimento do protagonismo social e na construção coletiva das regras de convívio visando à justiça e à democracia.

• ARAÚJO, U. Temas transversais, pedagogia de projetos e mudanças na educação. São Paulo: Summus, 2014.

Livro discute temas transversais, articulados com a pedagogia de projetos e com os princípios de interdisciplinaridade.

• ASSEMBLEIAS escolares: saiba como e quando criar. EscolaWeb, 13 out. 2017.

Disponível em: https://escolaweb.com.br/gestao-escolar/ assembleias-escolares-saiba-como-e-quando-criar/. Acesso em: 13 jan. 2020.

Artigo sobre a prática de realização de assembleias como ferramenta de resolução de conflitos na escola.

• AUSUBEL, D. Educational psychology: a cognitive view. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968. Livro (em inglês) discute a natureza, as condições e os resultados da aprendizagem, do ponto de vista da aprendizagem verbal.

• BARBOSA, Simone de Araujo. Descrição de uma obra de arte por Audiodescrição: “A Ponte de Westminster”. Olhares, 1 nov. 2015. Blogue. Disponível em: http://olharesemdegrau.blogspot.com/2015/11/ leitura-de-uma-obra-de-arte-por.html. Acesso em: 19 ago. 2024. Texto que traz um exemplo comentado de uma audiodescrição de obra de arte.

• BARROS, Maria Fernanda. Museu do Ipiranga: um prédio secular que projeta acessibilidade e inclusão. Jornal da USP, São Paulo,16 out. 2022. Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/ museu-do-ipiranga-um-predio-secular-que-projetaacessibilidade-e-inclusao/. Acesso em: 19 ago. 2024. Matéria apresenta recursos de acessibilidade implementados no Museu do Ipiranga depois de sua reabertura.

• BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.

• Texto reflete sobre autonomia de alunos e o potencial do uso de metodologias ativas.

• BIBIANO, B. et al. Como agrupo meus alunos? Nova Escola, 1 mar. 2009.

Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1475/comoagrupo-meus-alunos. Acesso em: 17 jan. 2020.

• Texto traz orientações sobre trabalho em grupo, nos estudos realizados sobre como o intercâmbio cognitivo e dis-

cussões, contribuem com o desenvolvimento intelectual e à aprendizagem.

• BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Presidência da República, [2016].

Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/const/ con1988/con1988_05.10.1988/CON1988.pdf. Acesso em: 15 ago. 2024.

• Texto geral em que são descritos os direitos básicos do cidadão; considerada o primeiro documento legal brasileiro a tratar dos direitos das pessoas com deficiência na sociedade.

• BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 20 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394. htm. Acesso em: 12 fev. 2020.

• Lei de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB).

• BRASIL. Lei n. 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei n. 9.394 para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Brasília, DF, 4 abr. 2013.

Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2013/ lei-12796-4-abril-2013-775628-publicacaooriginal-139375-pl. html. Acesso em: 12 fev. 2020.

• Lei de 2013 que altera a LDB de 1996.

• BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação. Brasília, DF, 25 jun. 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20112014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 12 fev. 2020.

• Lei de 2014 que estabelece o Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação.

• BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera a Lei n. 9.394 e dá outras providências para instituir a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Brasília, 16 fev. 2017.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20152018/2017/Lei/L13415.htm. Acesso em: 3 fev. 2020.

• Lei que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e estabelece uma mudança na estrutura do Ensino Médio.

• BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2018.

• Texto da Base Nacional Comum Curricular – BNCC.

• BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao bullying. Brasília, DF, 2018.

Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov. br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-comofator-de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying?highlight=W yJlc2NyaXRhIl0=. Acesso em: 29 jan. 2020.

• Texto da página oficial da BNCC sobre competências socioemocionais.

• BRASIL. Ministério da Educação. História e cultura africana e afro-brasileira na Educação Infantil. Brasília, DF, 2014.

Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/ pf0000227009. Acesso em: 29 jan. 2020.

• Texto que apresenta projetos como forma de promover aprendizagens integradas.

• BRASIL. Ministério da Educação. Novo Ensino Médio: perguntas e respostas. Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/content/ article?id=40361. Acesso em: 28 jan. 2020.

• Texto do Ministério da Educação sobre o novo Ensino Médio.

• BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 3, de 21 novembro de 2018. Atualiza as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio. Brasília, DF, 21 nov. 2018. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_ publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51281622. Acesso em: 12 fev. 2020.

Resolução de 2018 que atualiza as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio.

• BRITISH COUNCIL. Guia de acessibilidade na cultura – Igualdade de direitos para pessoas com deficiência. [s.l.] Shape Arts, <data?>

Disponível em: https://issuu.com/britishcouncilbrasil/docs/ guia_unlimited_de_acessibilidade_na. Acesso em: 4 fev. 2020. Programa de treinamento desenvolvido por pessoas com deficiência para prestar informações sobre a realidade da deficiência no ambiente e na prática institucionais.

• BUZZO, Bruna. O que é consumo consciente? eCycle, c2010/2020.

Disponível em: https://www.ecycle.com.br/6414-consumoconsciente. Acesso em: 14 set. 2024. Reportagem sobre consumo consciente e mudança de hábitos.

• CAMARGO, Paulo de. O mediador de conflitos. Educação, 6 mar. 2015.

Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2015/03/06/omediador-de-conflitos/. Acesso em: 15 jul. 2024. Entrevista com especialista em educação José María Avilés, sobre a importância dos jovens na mediação de conflitos na escola.

• CARVALHO, A. M. P. de. Ensino e aprendizagem de ciências: referenciais teóricos e dados empíricos das sequências de ensino investigativas (SEI). In: LONGHINI, M. D. (org.). O uno e o diverso na educação. Uberlândia: EDUFU, 2011. p. 253-266.

• Texto explora questões relacionadas ao ensino por investigação.

• CARVALHO, A. M. P. Fundamentos teóricos e metodológicos do ensino por investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 18, n. 3, p. 765-794, set.-dez. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/ article/view/4852/3040. Acesso em: 17 jan. 2020.

• Texto fundamenta o ensino por investigação.

• CARVALHO, I. C. de M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2011.

• Livro pretende contribuir para a formação de sujeitos que tenham postura ética, alinhada com a dimensão ambiental.

• CINDY Sherman torna pública sua conta do Instagram e as fotos são incríveis! TOUCHOFCLASS, 9 ago. 2017.

Disponível em: http://www.touchofclass.com.br/index. php/2017/08/09/cindy-sherman-torna-publica-sua-conta-doinstagram-e-as-fotos-sao-incriveis/. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Texto comenta o método Sherman: trabalho da artista com suas próprias selfies.

• COB ESCLARECE que criticar atletas no sofá não é esporte olímpico. Sensacionalista, 4 ago. 2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/humor/ sensacionalista/post/2024/08/cob-esclarece-que-criticaratletas-no-sofa-nao-e-esporte-olimpico.ghtml. Acesso em: 14 ago. 2024.

• Site de humor cria sátira de assuntos variados.

• CORTÊZ, Natacha. Negahamburguer. Tpm, 1 out. 2013. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/ negahamburguer. Acesso em 5 set. 2024.

• O te xto apresenta a artista Evelyn Queiroz, que apresenta corpos diversos em suas obras, desconstruindo a beleza ideal.

• CORREIA, Victor. 40% das imagens manipuladas não são percebidas pelas pessoas, diz estudo. Correio Braziliense, Brasília, DF, 21 ago. 2017. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/ noticia/tecnologia/2017/08/21/interna_tecnologia,619245/ como-saber-se-uma-imagem-foi-manipulada.shtml. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Notícia aponta para os perigos individuais e coletivos das manipulações em imagens.

• COSCARELLI, Carla Viana; RIBEIRO, Ana Elisa (org.). Letramento digital – aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

• Livro aborda questões sobre o preparo das escolas dos e professores para lidar com o ambiente digital.

• DESCUBRA as diferenças: 25 fotografias históricas manipuladas, Observador, 3 out. 2015. Disponível em: https://observador.pt/2015/10/03/descubra-asdiferencas-25-fotografias-historicas-manipuladas/. Acesso em: 26 jan. 2020.

• Site apresenta a comparação de fotografias manipuladas com fotografias originais.

• DIAS, Tiago. Os imperfeitos. Tab, São Paulo, 3 jun. 2019. Disponível em: https://tab.uol.com.br/edicao/geracaoz#tematico-. Acesso em: 5 set. 2024.

• O texto caracteriza a chamada “geração Z”.

• DISKIN, Lia; ROIZMAN, Laura G. Paz, como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas. 4. ed. Brasília, DF: Unesco: Associação Palas Athena: Fundação Vale, 2008. p. 54.

Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/ pf0000379604. Acesso em: 15 jul. 2024.

• Traz exemplo do jogo criativo “Pessoa pra pessoa”, a ser realizado em grupo.

• ECHEVERRÍA, M. P. P.; POZO, J. I. Aprender a resolver problemas e resolver problemas para aprender. In: POZO, J. I. (org.). A solução de problemas. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 13-42.

• Texto discute a solução de problemas como estratégia de aprendizagem.

• ENCONTRADAS mortas 300 tartarugas em risco de extinção na costa do México, El País, 29 ago. 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/29/ internacional/1535543363_993139.html. Acesso em: 23 jan. 2020. Notícia publicada no jornal El País sobre morte de cerca de 300 tartarugas marinhas na costa de Oaxaca, sul do México.

• ENTENDA as etiquetas da Lupa. UOL, 15 out. 2015. Disponível em: https://lupa.uol.com.br/institucional/2015/10/15/ entenda-nossas-etiquetas. Acesso em: 28 ago. 2024. Categorias usadas por site de checagem de informação.

• ESCOLA de São Paulo leva slam para a sala de aula. Fundação Telefônica Vivo, São Paulo, 28 nov. 2019. Disponível em: https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/ noticias/escola-de-sao-paulo-leva-slam-para-a-sala-de-aula/. Acesso em: 3 nov. 2024.

O texto trata da entrada do slam em uma escola em 2018 e do trabalho com aspectos desse gênero textual.

• FERNANDES, Nathan. O estranho caso das fadas de Cottingley que enganou toda a Inglaterra. Galileu, 20 fev. 2017.

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/ noticia/2017/02/o-estranho-caso-das-fadas-de-cottingley-queenganou-toda-inglaterra.html. Acesso em: 20 jan. 2020. Matéria sobre um dos casos de boatos falsos pré-internet, conhecido como as “Fadas de Cottingley”.

• GABRILLI, Mara. Manual de Convivência – pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. [s.n][s.l]. [s.d.] Disponível em: https://www.maragabrilli.com.br/wp-content/ uploads/2017/10/manual_web.pdf. Acesso em: 20 jan. 2020. Esse manual traz esclarecimentos sobre os tipos de deficiência e sobre ações que provêm inclusão às pessoas com deficiência.

• GAUTHIER, C; TARDIF, M. A pedagogia: teorias e práticas da Antiguidade aos nossos dias. Petrópolis: Vozes, 2010.

Livro propõe uma interpretação da evolução das ideias e das práticas pedagógicas da Antiguidade até os nossos dias.

• GLASGOW, N. A. New curriculum for new times: a guide to student-centered, problem-based learning. Thousand Oaks: Corwin Press, 1997.

• Livro (em inglês) traz exemplos de como desenvolver e avaliar currículos baseados em resolução de problemas.

• GOLPES no WhatsApp: veja cinco fraudes comuns e como se proteger delas. GZH [s.d.].

Disponível em: https://gzhstories.clicrbs.com.br/web-stories/ golpes-no-whatsapp-veja-cinco-fraudes-comuns-e-como-seproteger-delas/. Acesso em 24 set. 20244.

• Explicações sobre tipos de fraudes usando redes sociais.

• GUIA TURISMO ACESSÍVEL.

Disponível em: https://turismoacessivel.gov.br/ta/index. mtur;jsessionid=Aja6BZIS0T6SQ0tCtCCzKXay?windowId=9ed. Acesso em: 11 jan. 2020.

• Guia on-line em que podem ser consultados os recursos de acessibilidade de pontos turísticos, hotéis, restaurantes, parques e atrações diversas.

• HERNÁNDEZ, F; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998.

• Livro discute e apresenta a utilização de projetos para organizar uma proposta pedagógica curricular.

• HOUAISS, Antonio. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia, 2009.

• Dicionário que pode ser consultado para discussão de verbetes/definições e para consulta de ortografa das palavras.

• IBGE. Pessoas com deficiência 2022. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Disponível em: https://agenciadenoticias. ibge.gov.br/media/com_mediaibge/ arquivos/0a9afaed04d79830f73a16136dba23b9.pdf. Acesso em: 12 ago. 2024.

• Divulgação dos resultados gerais da Pesquisa com PcDs no Brasil, coletada em 2022 e divulgada em 2023.

• IDEIA CIRCULAR. O que é economia circular. Disponível em: https://www.ideiacircular.com/economiacircular/. Acesso em: 11 jan. 2020.

• Site com explanação do conceito de economia circular.

• IDEIAS INCRÍVEIS. 27 truques usados nas propagandas para fazerem os alimentos parecerem deliciosos, 30 out. 2019.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vbWaUNItJk. Acesso em: 7 fev. 2020.

• Site mostra algumas das estratégias usadas em publicidade para manipular imagens de alimentos.

• ITS Brasil (org.). Tecnologia Assistiva (T.A.) – Experiências inovadoras/Soluções de acessibilidade. São Paulo: ITS BRASIL/MCTI-Secis, 2012.

Disponível em: http://docs.wixstatic.com/ ugd/85fd89_572a5aeb590f4543910e54786beef32c.pdf. Acesso em: 20 jan. 2020.

• Livro apresenta produtos e serviços de Tecnologia Assistiva (T.A.) como recursos que proporcionam maior autonomia e inclusão social das pessoas com deficiência.

• JUCÁ, Beatriz. Estados investem em vigilância nas escolas e estudantes como mediadores para inibir violência. El País, 15 jul. 2019.

Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/28/ politica/1561744612_999785.html. Acesso em: 15 jul. 2024.

• Reportagem sobre empenho de escolas para mediação de conflitos a fim de inibir violências.

• KAHOOT.

Disponível em: https://kahoot.com/community/study/. Acesso em: 3 nov. 2024.

• Aplicativo de criação de quiz on-line em que os alunos acessam o quiz por meio de um pin fornecido pelo professor.

• KUBRUSLY, Claudio A. O que é fotografia. São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos.)

• Esse livro trata da fotografia como meio de expressão e seu lugar no contexto das artes visuais.

• LAMBROS, A. Problem based learning in k-8 classrooms: a teacher’s guide to implementation. Thousand Oaks: Corwin Press, 2002.

• Guia (em inglês) para o professor que queira implantar em sala de aula a aprendizagem baseada em problemas.

• LOIOLA, R. As trocas que fazem a turma avançar. Nova Escola, 1o jan. 2009.

Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/366/ as-trocas-que-fazem-a-turma-avancar. Acesso em: 5 fev. 2020. Texto discute estratégias para a realização de trabalhos em grupo.

Playlist produzida pela Rádio Cultura com depoimentos e interpretações de rappers brasileiros.

• MARKHAM, T.; LARMER, J.; RAVITZ, J. (org.). Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. Tradução de Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2008.

Guia para implementação da metodologia de aprendizagem baseada em projetos.

• MEIRELES, Mauricio. Na Rio2C, Gilberto Gil diz que homem ainda controla inteligência artificial. Folha de S. Paulo, Rio de Janeiro, 12 abr. 2023.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ ilustrada/2023/04/na-rio2c-gilberto-gil-diz-que-homem-aindacontrola-inteligencia-artificial.shtml. Acesso em: 30 jul. 2024. Notícia sobre Gilberto Gil comentando sobre inteligência artificial.

• MÍDIAS sociais e jornalismo: os perigos da desinformação. UFJF Notícias, 30 jun. 2023.

Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/2023/06/30/ midias-sociais-e-jornalismo-os-perigos-da-desinformacao/. Acesso em: 12 ago. 2024.

Texto sobre cuidados para distinção entre verdade e notícias falsas diante do grande fluxo de informação.

• MINISTÉRIO DA CULTURA. Setores do MICBR: moda pode atingir faturamento de US$ 1 trilhão em 2025. Gov.Br, 6 nov. 2023.

Disponível em: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/ noticias/setores-do-micbr-moda-pode-atingir-faturamentode-us-1-trilhao-em-2025. Acesso em: 14 set. 2024.

• Texto comenta o mercado da moda e seu faturamento.

• MISMETTI, Débora. Para comer com os olhos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 nov. 2009. Caderno Vitrine. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/vitrine/ vi2111200906.htm. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Texto sobre manipulação de imagens em embalagens de alimentos e regulação pelos órgãos de defesa do consumidor.

• MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In : SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T. (org.). Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. p. 15-33.

Disponível em: https://moran.eca.usp.br/wp-content/ uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 30 jan. 2020.

• Texto discute as vantagens do uso das metodologias ativas.

• MUDANÇAS climáticas e meio ambiente. Unicef Brasil Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/mudancasclimaticas-e-meio-ambiente. Acesso em: 3 nov. 2024.

• Texto conceitua mudanças climáticas e discute como elas afetam crianças e adolescentes.

• MÚSICA de Jack Johnson aborda os 3 R’s da sustentabilidade. Condomínios Verdes, 1° maio 2018. Disponível em: https://www.condominiosverdes.com.br/ musica-de-jack-johnson-aborda-os-3-rs-da-sustentabilidade/. Acesso em: 23 jan. 2020.

• Site apresenta a música “The 3 R’s”, do cantor Jack Johnson, que aborda o tema da sustentabilidade, e outras iniciativas sustentáveis adotadas por ele.

• OLIVEIRA, C. L. Significado e contribuições da afetividade, no contexto da Metodologia de Projetos na Educação Básica. Dissertação (Mestrado) – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.

Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile. php/7697373/mod_resource/content/1/Pedagogia%20 Metodologia%20de%20Projetos.pdf. Acessp em: 23 out. 2024.

• Capítulo 2 da dissertação trata particularmente da metodologia de projetos como recurso de ensino e aprendizagem na Educação Básica.

• ORSI, Carlos. “Fadas” que enganaram Conan Doyle vão a leilão. Questão de Ciência, 11 abr. 2019.

Disponível em: http://revistaquestaodeciencia.com.br/ apocalipse-now/2019/04/11/fadas-que-enganaram-conandoyle-vao-leilao. Acesso em: 20 jan. 2020.

• Matéria sobre o caso conhecido como “Fadas de Cottingley”, ocorrido entre 1917 e 1920, que exemplifica a manipulação de imagens no início da expansão da fotografia.

• PERRENOUD, P.; THURLER, M. G.; MACEDO, L. de.; MACHADO, N. J.; ALESSANDRINI, C. D. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2007.

• Livro aborda a formação de professores à luz de alguns desafios, como as múltiplas formas de aprendizagem, as competências essenciais para o século XXI e a avaliação.

• OTTO, Isabella. Quem é Emma González, a garota de 18 anos que desafia a América. Capricho, 27 fev. 2018. Disponível em: https://capricho.abril.com.br/comportamento/ quem-e-emma-gonzalez-a-garota-de-18-anos-que-desafia-aamerica. Acesso em: 26 jul. 2024.

• Notícia sobre jovem norte-americana se posicionou sobre questão do armamento da população em seu país.

• PEREIRA, Bárbara. Upcycling promove economia circular ao ressignificar peças da moda e decoração. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 jun. 2010.

Disponível em: https://www.estadao.com.br/emais/ comportamento/upcycling-promove-economia-circular-aoressignificar-pecas-da-moda-e-decoracao/?srsltid=AfmBOopjD R432i7mTjG34L3TvxnXbtgaela6sGFJc5sV6O-2d283F-_R. Acesso em: 14 set. 2024.

• Reportagem aborda tema da reutilização criativa de objetos.

• PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens - entre duas lógicas. Tradução de Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

Obra que discute concepções de avaliação e aborda os conflitos entre a avaliação formativa e a seletiva.

• PERSICH, G. D. O. Ensino por investigação no Ensino Médio: potencialidades do projeto Conexão Delta. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 11. Anais [...] Florianópolis: Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 2017. Disponível em: https://abrapec.com/enpec/xi-enpec/anais/ resumos/R0430-1.pdf. Acesso em: 17 jan. 2020.

Texto apresenta o ensino por investigação como estratégia para a promoção do ensino-aprendizagem de conceitos científicos e a formação cidadã.

• PORTAL do Governo. Você sabe o que é sustentabilidade? São Paulo, 20 jun. 2012. Disponível em: http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/ voce-sabe-o-que-e-sustentabilidade/. Acesso em: 14 set. 2024. Texto traz definição de sustentabilidade.

• PROJETOS educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão. In: TOJO, Joselaine Mendes; AMARAL, Lilian (org.). Rede de redes: diálogos e perspectivas das redes de educadores de museus no Brasil [recurso eletrônico]. São Paulo, 2018. Disponível em: https://www.sisemsp.org.br/redederedes/ artigos/nucleo3/a2.html. Acesso em: 19 ago. 2024. Textos sobre diversos projetos educativos em museus, incluindo o olhar para acessibilidade.

• PIAGET, J. Fazer e compreender. São Paulo: Edusp, 1978. Livro aborda os processos cognitivos relacionados à conceituação.

• POZO, J. I.; POSTIGO, Y.; CRESPO, M. A. G. Aprendizaje de estrategias para la solución de problemas em ciencias. Alambique: Didáctica de las Ciencias Experimentales, Barcelona, n. 5, ano 2, p. 16-26, jul. 1995.

• Artigo analisa as possibilidades que novos conteúdos procedimentais oferecem para o ensino de Ciências mediante solução de problemas.

• PRESSWORKS. Confira 5 tendências de moda sustentável. Valor, 24 abr. 2024. Disponível em: https://valor.globo.com/patrocinado/ pressworks/noticia/2024/04/24/confira-5-tendencias-de-modasustentavel.ghtml. Acesso em: 14 set.2024.

• Texto apresenta e comenta aspectos da moda sustentável.

• QUIZUR.

Disponível em: https://pt.quizur.com/criar-quiz. Acesso: 23 jan. 2020.

• Plataforma para criação de quiz on-line

• RIBEIRO, Ana Elisa; COSCARELLI, Carla Viana. Letramento digital. Glossário Ceale Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/ verbetes/letramento-digital. Acesso em: 23 out. 2024.

• Verbete com definição da expressão letramento digital.

• RIBEIRO, Ana Elisa; NOVAIS, Ana Elisa (org.). Letramento digital em 15 cliques. Belo Horizonte: RHJ, 2013.

• A obra aborda as culturas digitais e as formas de se relacionar com elas, por meio de produções autorais, compartilhamento, conectividade e colaboração nas redes presenciais e on-line.

• RODRIGO, V. Protagonismo Juvenil e Educação Transformadora. Futura, 27 abr. 2023.

Disponível em: https://futura.frm.org.br/conteudo/ mobilizacao-social/artigo/protagonismo-juvenil-e-educacaotransformadora. Acesso em: 3 set. 2024.

• Texto sobre possibilidades de protagonismo para jovens, pensando práticas de uma educação transformadora.

• RODRIGUES, B. A. O ensino de ciências por investigação em escolas da rede pública. 2008. 197f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ FAEC-85BQLJ/1/disserta__o_bruno_a_rodrigues_2008.pdf. Acesso em: 17 jan. 2020.

• Dissertação propõe uma metodologia para avaliar aspectos do conhecimento procedimental geral de estudantes da rede pública no início do Ensino Médio.

• ROMANCINI, Richard. O que é, afinal, o letramento digital? Plataforma do Letramento, 4 ago. 2014. Disponível em: https://www.eca.usp.br/acervo/producaoacademica/002653922.pdf. Acesso em: 3 nov. 2024.

• Artigo com definição e informações sobre questões atuais que envolvem o letramento digital.

• RÔMANY, Ítalo. Dicas contra a onda de calor: veja o que é falso ou verdadeiro. UOL, 21 nov. 2023. Disponível em: https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2023/11/21/ dicas-contra-a-onda-de-calor-veja-o-que-e-falso-ouverdadeiro. Acesso em: 28 ago. 2024.

• Site de checagem explica informações verdadeiras e falsas em uma notícia.

• SAMBATECH. Guia completo para produzir um roteiro de sucesso. Belo Horizonte, 2019. E-book.

• Material que traz muita informação sobre como criar e estruturar um roteiro.

• SANTAELLA, Lúcia. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal. 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 2005.

• Obra propõe uma reflexão sobre a variedade de linguagens e a multiplicidade de mídias híbridas, suas características e origens.

• SANTAELLA, Lúcia; WINFRIED, Nöth. Imagem: cognição, semiótica e mídia. 1. ed. São Paulo: Iluminuras, 2005.

• Obra aborda as principais correntes teóricas da representação por imagem.

• SANTOS, Jair F. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 1986. (Coleção Primeiros Passos).

• Esse livro trata do fenômeno da pós-modernidade e das mudanças ocorridas na Arte, nas Ciências e nas sociedades.

• Texto traz definição de sustentabilidade.

• SÃO PAULO (Município). Secretaria Municipal de Educação. Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o ensino fundamental: ciclo II – Geografia. São Paulo, 2007. Texto que aborda a importância das sequências didáticas como percurso de aprendizagem.

• SCARPA, D. L.; CAMPOS, N. F. Potencialidades do ensino de Biologia por investigação. Estudos Avançados, São Paulo, v. 32, n. 94, p. 25-41, dez. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-40142018000300025. Acesso em: 30 jan. 2020. Artigo busca mostrar as potencialidades do ensino por investigação.

• SUPER normais: tirinha 4 com audiodescrição. Ver com palavras, 13 mar. 2013.

Disponível em: http://vercompalavras.com.br/blog/super-normaistirinha-4-com-audiodescricao/. Acesso em: 20 jan. 2020. Site com recursos de inclusão apresenta uma tirinha do grupo Super normais com audiodescrição.

• TAMASSIA, S. 4 estratégias para potencializar o trabalho em grupo na sala de aula. Geekie, 3 jul. 2017. Disponível em: https://www.geekie.com.br/blog/trabalho-emgrupo/. Acesso em: 5 fev. 2020. Texto propõe quatro estratégias para a realização de trabalho em grupo.

• TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Acessibilidade cultural: inclusão de públicos escolares com deficiências. Caderno Arte + Educação, São Paulo: Fundação Volkswagen: Editora Segmento, 2015, p. 100-101. Comenta aspectos físicos, comunicacionais e atitudinais da acessibilidade cultural.

• TOKARNIA, Mariana. Escola pública no DF atua para prevenir depressão e automutilação. EBC, 4 mar. 2019. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/ noticia/2019-03/escola-publica-no-df-atua-para-prevenirdepressao-e-automutilacao. Acesso em: 15 jan. 2020.

• Projeto executa ações na escola para promover a saúde mental de estudantes.

• TOURINHO, Pedro. Eu, eu mesmo, e minha selfie: como cuidar da sua imagem no século XXI. São Paulo: Portfolio Penguin, 2019.

• Livro trata de como lidar com a própria imagem nas redes sociais.

• TUCHLINSKI, Camila. Exagero no uso de filtro em selfies pode revelar fragilidade emocional. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 9 ago. 2019.

Disponível em: https://www.estadao.com.br/emais/ comportamento/exagero-no-uso-de-filtro-em-selfies-poderevelar-fragilidade-emocional/. Acesso em: 30 ago. 2024.

• Reportagem entre que relaciona as selfies e a manipulação de imagens.

• UFC. Conceito de acessibilidade. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2919.

Disponível em: https://www.ufc.br/acessibilidade/conceito-deacessibilidade. Acesso em 23 out. 2024.

• Além da definição de acessibilidade, o material traz outras informações importantes para pensar a inclusão de pessoas com alguma deficiência.

• VIEIRA, Bárbara Muniz. Indígenas da Zona Norte de SP cantam rap em guarani para defender causa indígena. G1, 24 jan. 2019.

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/ noticia/2019/01/24/jovens-indios-da-zona-norte-de-sp-cantamrap-em-tupi-guarani-para-defender-causa-indigena.ghtml

• Notícia sobre indígenas da Zona Norte de São Paulo cantando rap em guarani e em português para defender causas.

• VIGOTSKI, L. S. Pensamento e palavra. Tradução de Paulo Bezerra. In: VIGOTSKI, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes.

• Livro examina a relação entre pensamento e linguagem, constituindo-se como um referencial teórico sobre o assunto.

• VINICIUS, Marcus. Manual de instruções para cegos. Rio de Janeiro: Letras; Juiz de Fora: Funalfa, 2004. p. 19-20.

• Poemas que abordam o tema da deficiência visual, escritos pelo autor Marcos Vinicius, ganhador do Prêmio Cidade Juiz de Fora de Literatura.

• XAVIER, Igor Gomes. O que é slam?, poesia, educação e protesto. PROFS, 12 nov. 2018.

Disponível em: https://profseducacao.com.br/artigos/o-que-eslam-poesia-educacao-e-protesto/. Acesso em: 27 jan. 2020.

• Texto explica o que é slam, sua origem e sua utilização como ferramenta na educação.

• ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

• Livro apresenta orientações sobre a ação educativa com o objetivo de melhorá-la.

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