geografia vontade 9

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VONTADE de

SABER

GEOGRAFIA Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Geografia

MANUAL DO PROFESSOR

9

Neiva Camargo Torrezani • • • •

Licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela UEL-PR. Mestra em Geografia pela UEL-PR. Atuou como professora de Geografia em escolas da rede particular de ensino.

1a edição

São Paulo

2018

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Copyright © Neiva Camargo Torrezani, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica Projeto e produção editorial Edição Assistência editorial Revisão e preparação Projeto gráfico Edição de arte Iconografia Tratamento de imagens Diagramação Editoração eletrônica

Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido Peeterv/Getty Images Vinicius Fernandes Lilian Semenichin Adriana Soares Elaine Bueno Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno Scriba Soluções Editoriais Karolyna Aparecida Lima dos Santos Raffael Garcia da Silva Amanda de Camargo Mendes, Moisés Manzano da Silva Laís Garbelini Barbara Sarzi Soraya Pires Momi Equipe Scriba Leda Teodorico Renan de Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Torrezani, Neiva Camargo Vontade de saber : geografia : 9o ano : ensino fundamental : anos finais / Neiva Camargo Torrezani. — 1. ed. — São Paulo : Quinteto Editorial, 2018. “Componente curricular: Geografia.” ISBN 978-85-8392-161-5 (aluno) ISBN 978-85-8392-162-2 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 18-20790

CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático:

1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

QUINTETO EDITORIAL Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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Apresentação As transformações que estão ocorrendo no mundo globalizado têm exigido, cada vez mais, mudanças na educação. É preciso formar cidadãos capazes de analisar e interpretar criticamente a grande quantidade de informações transmitidas a eles diariamente. Nesse sentido, esta coleção foi elaborada e organizada para o ensino de conceitos e temas geográficos, mas também para colaborar com esse objetivo. A fim de contribuir ainda mais com esse trabalho, este Manual do professor apresenta-se como um guia prático com comentários e sugestões que cooperam com o trabalho docente, tornando as aulas mais atraentes e agradáveis. Inicialmente, este manual apresenta textos que discorrem sobre a importância do ensino de Geografia, destacando também os principais objetivos que norteiam o processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina na presente coleção. Ainda nessas orientações iniciais, você pode encontrar informações sobre a estrutura da obra, ou seja, a maneira como os capítulos do volume estão organizados, além de mapa de conteúdos do ano letivo com os principais conceitos e noções, objetos de conhecimento, habilidades, competências e temas contemporâneos presentes na obra. Já as laterais e os rodapés das orientações específicas apresentam sugestões para o desenvolvimento dos capítulos e para o trabalho em sala de aula. São apresentados comentários a respeito de algumas atividades, sugestões de como trabalhar alguns conceitos, atividades complementares, entre outros. Há, também, textos adicionais, extraídos de fontes variadas, que contemplam diferentes assuntos tratados nos capítulos e que apresentam informações úteis para o professor e, em muitos casos, para os alunos. Esses textos permitem ao professor aprofundar seus conhecimentos e podem ser úteis na preparação das aulas. Espero, sinceramente, que você, professor, realize um bom trabalho! A autora.

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Sumário A estrutura da obra ...........................................V Livro do aluno ................................................................................................ V Manual do professor ..................................................................................XI Material digital ..........................................................................................XIV

A Base Nacional Comum Curricular ...............XV As competências da BNCC ...................................................................XVI Os temas contemporâneos e a formação cidadã ................. XVIII

O papel do professor .......................................XX Práticas pedagógicas ..................................... XXI A avaliação ...................................................................................................XXI A defasagem em sala de aula ..........................................................XXIII O ensino interdisciplinar ...................................................................XXIV A competência leitora .........................................................................XXVI Recursos didáticos .............................................................................. XXVII

Proposta teórico-metodológica da coleção ...................................................... XXX O ensino de Geografia .......................................................................... XXX Importantes estratégias para o ensino de Geografia ........XXXIV Principais conceitos/categorias da Geografia ................... XXXVII

Habilidades do 9o ano de Geografia na BNCC ..................................................... XLI Quadro de conteúdos Geografia 9o ano ...... XLII Referências bibliográficas .......................... XLVII

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A estrutura da obra Livro do aluno A presente coleção é composta de quatro volumes, correspondentes aos anos finais do Ensino Fundamental: 6o, 7o, 8o e 9o anos. Cada volume apresenta oito capítulos, organizados internamente em temas e subtemas. Os capítulos têm início em páginas de abertura duplas, que apresentam recursos deflagradores dos assuntos a serem estudados. As páginas de conteúdos são organizadas em textos principais intercalados com diferentes seções e boxes, que complementam, ampliam e dinamizam o trabalho teórico. Em alguns momentos, em meio à teoria, algumas questões são sugeridas com o pro-

pósito de investigar o conhecimento prévio dos alunos, incentivando sua colaboração no estudo do tema abordado. De modo geral, cada capítulo é composto de dois blocos de atividades. Antes do último bloco, constará uma seção cuja intenção é, além da leitura e interpretação de textos e imagens, contextualizar o que foi estudado com situações e/ou acontecimentos locais ou globais. Os capítulos são encerrados com uma seção que visa recapitular o que foi estudado. Veja, a seguir, informações mais detalhadas sobre a estrutura dos capítulos.

Página de abertura Tem como principais objetivos explorar o conhecimento prévio e despertar o interesse dos alunos em relação aos temas que serão abordados. Por meio de imagens e textos nas aberturas, o professor vai encontrar alguns questionamentos para análise dos recursos apresentados. Esses questionamentos propiciam a exploração de habilidades fundamentais para o estudante, como observação, comparação, investigação, reflexão e descrição. Além disso, com a mediação do professor, o leque de interpretações pode ser aberto e enriquecido. Há questões específicas de exploração do conhecimento prévio que propiciam um importante momento de interação e troca de ideias entre professor e alunos, assim como dos alunos entre si. As questões propostas nessa

página de abertura podem ser muito úteis, também, como forma de comparar os conhecimentos dos alunos antes e depois do trabalho com os assuntos do capítulo. O papel do professor como mediador é fundamental para que os objetivos propostos nas aberturas e, consequentemente, o ensino

da disciplina, sejam alcançados. No processo de ensino-aprendizagem, o professor trabalha como mediador para que o aluno supere o senso comum e construa um conhecimento mais sistematizado. O aluno deve perceber que o conteúdo estudado no decorrer dos capítulos está relacionado à realidade de onde vive.

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Geografia em foco Essa seção terá por finalidade ampliar e/ou aprofundar o assunto estudado, visto que a complexidade de alguns deles exige um trabalho diferenciado. Por meio dessa seção serão apresentados aos alunos conceitos e temas importantes para a construção do conhecimento geográfico, relacionados à teoria apresentada. Em alguns momentos, essa seção poderá desempenhar uma função menos teórica, na qual será possível desenvolver trabalhos que envolvam acontecimentos factuais, com novas leituras de textos e imagens interessantes que contribuirão para o enriquecimento do assunto estudado. Além disso, a seção permitirá desenvolver conteúdos procedimentais, muito importantes para o ensino de Geografia.

Momento da Cartografia A Cartografia é uma ferramenta muito importante para o ensino de Geografia, uma vez que, por meio dela, é possível representar diferentes aspectos do espaço geográfico. Essa seção terá como principal objetivo desenvolver, cada vez mais, as noções cartográficas dos educandos, seja ampliando as que eles já possuem, seja criando situações em que possam se apropriar de novos conhecimentos. Além disso, nessa seção, por meio do trabalho com a Cartografia Escolar, será possível desenvolver conteúdos procedimentais que envolvam produção, leitura e interpretação de representações gráficas. Desse modo, o aluno será fundamentado na compreensão do espaço geográfico, por meio da elaboração das competências e habilidades que deve desenvolver. Os temas cartográficos são trabalhados com graus de complexidade que respeitam o nível cognitivo dos alunos.

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Investigando na prática Essa seção tem por finalidade desenvolver atividades investigativas de um dos temas apresentados no capítulo. As atividades propostas podem ser realizadas em sala de aula, em casa, no pátio da escola ou em um trabalho de campo. Com elas, os alunos podem desenvolver habilidades práticas de análise das características naturais e sociais do espaço geográfico que os cerca. Outro objetivo dessa seção é fazer a aproximação entre as teorias e as práticas geográficas, incentivando assim o levantamento de hipóteses por meio de questionamentos e conduzindo o assunto de modo a desenvolver os conhecimentos geográficos.

Explorando o tema Seção apresentada em todos os capítulos. Diferentes recursos são utilizados, como textos teóricos, literários, jornalísticos ou textos elaborados pela autora que, acrescidos de imagens diversas, como mapas, gráficos, fotografias e ilustrações, levarão o aluno a refletir sobre temas contemporâneos, indicados pela BNCC. Em geral acompanhada de questionamentos, debates e sugestões de pesquisa, essa seção contribui para o aprimoramento da aprendizagem dos alunos, estimulando-os à reflexão e à tomada de atitudes em situações que envolvem essas temáticas.

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Encontro com... Os diversos assuntos nos quais os conhecimentos geográficos estão integrados aos saberes de outras ciências são abordados nessa seção. Nela, você pode realizar trabalhos em conjunto com professores de outras disciplinas, a fim de contribuir para o enriquecimento do tema estudado, propiciando a compreensão dos alunos de modo abrangente.

Atividades As atividades apresentam respostas para o professor, porém é fundamental que os alunos sejam estimulados a elaborar respostas com suas próprias palavras, baseadas na interpretação dos assuntos trabalhados, e não produzir uma simples cópia. Os debates, quando apresentados, têm como principal objetivo estimular atitudes voltadas à socialização, à colaboração, ao respeito às opiniões dos colegas e, sobretudo, à tomada de decisões.

Essas atividades têm como objetivo principal desenvolver habilidades fundamentais para a compreensão dos assuntos trabalhados, além de verificar e revisar o que foi estudado. Os questionamentos sugeridos contribuem com a formação da competência leitora, visto que, para respondê-los de maneira satisfatória, os alunos precisam retomar o que foi estudado.

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Bloco de atividades com questões não consumíveis sugeridas para serem realizadas em sala de aula. Essa seção está organizada em três subseções:

Atividades • Exercícios de compreensão Composta de questões de verificação de conteúdo.

Atividades • Geografia no contexto Composta de atividades mais contextualizadas, com a exploração de diferentes recursos, como imagens, reportagens, charges etc.

Atividades • Pesquisando Composta de atividades que necessitam de pesquisa para serem concluídas.

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Os boxes Os boxes são utilizados nesta coleção com o objetivo de complementar os assuntos estudados e torná-los mais interessantes para os alunos.

Boxe complementar Ampliar o conhecimento dos educandos, com novas leituras de textos e imagens interessantes, que tragam assuntos relacionados ao tema em estudo, também está entre os objetivos de ensino desta coleção. Desse modo, apresentamos algumas sugestões nesses boxes, com o intuito de complementar o assunto estudado, aprimorar a competência leitora e auxiliar na elaboração do saber geográfico dos alunos.

Sugestão de livros

Sugestão de filmes

Apresenta a sinopse de livros que tratam de temas relacionados ao assunto estudado.

Apresenta a sinopse do filme que contextualiza e enriquece o tema abordado. visite

Sugestão de sites

Visita

Apresenta a descrição resumida e o endereço do site que contextualiza e enriquece o tema abordado.

Sugestão de visita a lugares como museus feiras-livres, praças etc., com o intuito de complementar o estudo dos temas abordados em sala de aula.

Os ícones Para ajudar a organizar o estudo dos alunos e o andamento das aulas, a coleção conta com ícones que indicam o momento dos questionamentos ao longo do livro. Veja a seguir explicações sobre cada um deles.

Ícone oral

Ícone no caderno

Ícone proporção

Ícone cor

Este ícone indica que a resposta da atividade deve ser apresentada oralmente.

Este ícone indica que a resposta da atividade deve ser realizada no caderno.

Este ícone indica que o elemento representado está fora de proporção em relação à realidade.

Este ícone indica que as cores dos elementos representados se assemelham à realidade.

Refletindo sobre o capítulo Seção localizada no final de todos os capítulos. Essa seção trará afirmações relacionadas aos principais assuntos estudados no capítulo. Com base nelas, o aluno será orientado a refletir e a realizar uma autoavaliação, estabelecendo relações com o que aprendeu.

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Manual do professor O Manual do professor apresentado nesta coleção é organizado em duas partes. Na primeira, que está localizada no início de cada volume, estão presentes as informações gerais sobre a coleção, as relações estabelecidas com a BNCC e a fundamentação teórico-metodológica adotada. A se-

gunda parte do manual, por sua vez, é composta de orientações nas laterais e nos rodapés, que buscam subsidiar e complementar o trabalho em sala de aula. A seguir, veja as características das seções presentes neste manual.

Objetivos do capítulo No início de cada capítulo, são apresentados os objetivos a serem desenvolvidos pelos alunos. Você pode utilizar essa seção como modo de orientar suas aulas e também para acompanhar o aprendizado dos alunos.

BNCC Nessa seção são indicadas as relações entre os conteúdos da coleção e a BNCC. Assim, são elencados os temas contemporâneos, as competências gerais, as competências específicas para a área de Ciências Humanas e para o componente curricular Geografia, bem como as habilidades.

Orientações gerais

Respostas

A fim de orientar o trabalho com os conteúdos (proposto em páginas de teoria e em seções, como Momento da Cartografia e Explorando o tema), serão apresentadas instruções, informações complementares, sugestões e outras orientações que vão auxiliá-lo na condução da aula.

Esse boxe é utilizado sempre que houver necessidade de apresentar resposta às questões nas laterais ou nos rodapés.

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Material audiovisual Nas indicações relacionadas a esse tipo de material, são apresentadas sugestões de arquivo de áudios e vídeos que possibilitam uma complementação do conteúdo abordado no livro do aluno.

Refletindo sobre o capítulo Ao final de cada capítulo são apresentadas orientações para o professor explorar essa seção com os alunos, auxiliando-os na autoavaliação e verificando o desenvolvimento das habilidades da BNCC.

Sugestão de atividade Serão indicadas sugestões de atividades a serem abordadas pelo professor com a turma, para aprofundar os conteúdos quando oportuno.

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Material digital Esse quadro apresenta sugestões ao longo do conteúdo para a utilização do material digital (sequências didáticas, projetos integradores e avaliações).

Integrando saberes Esse boxe apresenta as relações de determinados conteúdos com outros componentes curriculares, possibilitando uma articulação entre as diferentes áreas do conhecimento.

Indicações de outras fontes As Orientações gerais também apresentam indicações de livros, sites e filmes para ampliar seus conhecimentos.

Textos complementares Nas Orientações gerais também serão apresentados textos que poderão contribuir com a sua formação ou ser utilizados no trabalho com os alunos.

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Material digital Esta coleção oferece um Material digital que foi elaborado para contribuir com a organização do trabalho do professor em sala de aula. Assim como este manual, o Material digital apresenta recursos que propiciam o desenvolvimento de objetos de conhecimento e habilidades em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esses recursos são organizados em: planos de desenvolvimento, projetos integradores, sequências didáticas, propostas de acompanhamento das aprendizagens e material audiovisual. Cada um dos elementos que compõem o Material digital está estruturado em bimestres e alinhado a esta coleção. Neste Manual do professor, são identificadas oportunidades para aplicação deles junto aos alunos. Vale salientar que essas oportunidades configuram um complemento ao trabalho em sala de aula, portanto não devem ser consideradas como as únicas ferramentas de ensino. A seguir, são descritos mais detalhes sobre os elementos que compõem esse material.

Plano de desenvolvimento Cada bimestre apresenta um plano de desenvolvimento. O plano de desenvolvimento apresenta um panorama da distribuição dos objetos de conhecimento e suas respectivas habilidades na BNCC em cada bimestre do livro do aluno. Além disso, esse elemento reúne orientações que podem auxiliar o trabalho do professor em diversos momentos. Seguem algumas delas. • Práticas didático-pedagógicas relacionadas às habilidades desenvolvidas em cada bimestre. • Práticas recorrentes na sala de aula que favorecem o desenvolvimento de habilidades vinculadas aos conteúdos do bimestre. • Objetivos de aprendizagem e habilidades essenciais para os alunos avançarem nos estudos. • Indicações de livros, filmes, sites, entre outras fontes de pesquisa e consulta que se relacionam aos conteúdos do bimestre.

• Projeto integrador que articula objetos de conhecimento e habilidades de diferentes componentes curriculares.

Projeto integrador Cada plano de desenvolvimento apresenta um projeto integrador. Além de viabilizar o trabalho com componentes curriculares integrados, esse recurso é organizado em etapas conduzidas de modo a auxiliar na gestão da sala de aula e no acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Cada etapa desenvolve atividades direcionadas à elaboração de um produto final a ser apresentado pelos alunos aos seus familiares, a toda a comunidade escolar ou à comunidade em geral.

Sequências didáticas Para cada bimestre são apresentadas três sequências didáticas. As sequências didáticas são atividades complementares, independentes do livro do aluno, conduzidas de modo a auxiliar na gestão da sala de aula e com orientações a respeito do acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Esses recursos se organizam com base em objetivos de aprendizagens relacionados aos objetos de conhecimento e às habilidades propostos no plano de desenvolvimento para cada bimestre.

Proposta de acompanhamento da aprendizagem O Material digital oferece ferramentas bimestrais para contribuir no processo de acompanhamento da aprendizagem dos objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos a cada bimestre. Cada proposta de acompanhamento da aprendizagem é composta de uma avaliação e uma ficha de acompanhamento das aprendizagens.

Avaliação Cada avaliação apresenta dez questões em uma estrutura pronta para ser entregue aos alunos. Essas avaliações são acompanhadas de gabaritos que contemplam as respostas

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corretas, possíveis interpretações das respostas dos alunos e sugestões de reorientação de planejamento, de modo a contribuir com o acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Além disso, as avaliações apresentam uma grade de correção com o objetivo de facilitar a aferição das habilidades avaliadas.

Ficha de acompanhamento das aprendizagens As fichas de acompanhamento das aprendizagens são instrumentos que possibilitam uma aferição de aprendizagem objetiva em relação aos objetivos de aprendizagem do bimestre. Essas fichas são in-

dividuais e podem auxiliar o trabalho do professor, principalmente, nas reuniões do conselho de classe e no atendimento dos pais ou responsáveis pelos alunos.

Material digital audiovisual O material digital audiovisual é direcionado aos alunos e composto de áudios e vídeos que podem ser utilizados para sintetizar os assuntos estudados, aprofundar conceitos ou contribuir para a compreensão de determinados conteúdos. Esse material é direcionado ao estudante e tanto o livro do aluno quanto este manual identificam oportunidades em que os áudios e vídeos sugeridos podem ser trabalhados.

A Base Nacional Comum Curricular A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como objetivo definir as aprendizagens essenciais que os alunos desenvolverão de modo progressivo ao longo das etapas da educação básica. Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, esse documento normativo apresenta uma concepção de educação baseada em princípios éticos, políticos e estéticos que favorecem a formação integral dos estudantes. Nesse sentido, a BNCC valoriza a formação cognitiva dos alunos, mas também reconhece a necessidade de trabalhar com aspectos socioemocionais, buscando combater problemas como o preconceito e valorizar a diversidade. Além disso, a BNCC apresenta orientações para a construção de uma sociedade justa, democrática, inclusiva e preocupada com os problemas contemporâneos. Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as

necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 14. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

Na etapa do Ensino Fundamental (Anos Finais), a BNCC sugere que seja feito um trabalho de retomada e aprofundamento do que foi desenvolvido na etapa dos Anos Iniciais, principalmente por causa da maior especialização assumida pelos componentes curriculares. Nos Anos Finais, os alunos devem fortalecer também sua autonomia ao refletir de modo crítico, realizando argumentações coerentes, análises embasadas criteriosamente e buscando sempre valorizar o diálogo e os princípios dos direitos humanos. Nesse período da vida escolar, os estudantes vivenciam uma etapa de transição à adolescência, o que impõe muitos desafios em relação à formação de sua personalidade, por exemplo. Eles também estão inseri-

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dos em uma cultura digital em ascensão, que deve ser pouco a pouco incorporada pela escola de modo crítico e responsável. Considerando esse contexto, a BNCC pre-

tende contribuir para evitar análises superficiais, fragmentadas e imediatistas, buscando fornecer subsídios para o desenvolvimento pleno, social e pessoal dos alunos.

As competências da BNCC A organização da BNCC foi estabelecida por meio da definição de competências gerais, competências específicas de área e competências específicas dos componentes curriculares. Nesta coleção, as competências gerais serão trabalhadas ao longo dos conteúdos,

nas atividades e nas propostas disponibilizadas nas orientações ao professor. Nesses momentos, os alunos serão incentivados a realizar reflexões que os levem a desenvolver seu senso crítico e sua capacidade de mobilização social diante dos desafios contemporâneos.

Competências gerais da BNCC 1 Valorizar e utilizar os conhecimentos historica-

mente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à

abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4 Utilizar diferentes linguagens ‒ verbal (oral ou

visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital ‒, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5 Compreender, utilizar e criar tecnologias digi-

tais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências

culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7 Argumentar com base em fatos, dados e infor-

mações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde

física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de

conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia,

responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 9-10. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

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O trabalho com desenvolvimento das competências gerais auxilia os alunos a estabelecer relações com sua vida cotidiana, resolver problemas e atuar de modo consciente no mundo. Algumas iniciativas em sala de aula podem favorecer o trabalho com as compePesquisa

tências gerais, auxiliando os alunos a mobilizar seus conhecimentos para se tornarem pessoas atuantes na sociedade. Leia a seguir algumas estratégias didáticas que podem ser desenvolvidas para que as competências gerais sejam contempladas no trabalho com esta coleção.

Diálogo

Produção de textos escritos

CG 1, 2, 5

CG 4, 7, 8, 9

CG 1, 4, 7

Em atividades que permitem desenvolver essas competências, os alunos são orientados a usar de modo responsável os meios digitais, além de exercitar sua curiosidade intelectual.

Diferentes abordagens de diálogo são propostas ao longo da coleção, nas quais os alunos são levados a utilizar diversas linguagens para se expressar, desenvolvendo também a capacidade de argumentação.

Durante a coleção, os alunos poderão utilizar os conhecimentos construídos ao longo dos capítulos para expressar-se por meio da linguagem escrita para argumentar, formular reflexões, registrar informações etc.

Contexto local

Interpretação

Análise de imagens

CG 6, 8, 10

CG 1, 4, 7

CG 1, 2, 3

Em alguns momentos da coleção, serão estabelecidas relações entre os conteúdos e o contexto de vivência dos alunos. Desse modo, eles poderão refletir sobre a realidade em que vivem para que possam propor possíveis intervenções.

Para compreender de modo crítico os conteúdos apresentados no material, é necessário trabalhar a capacidade de interpretação. Desse modo, os alunos terão fundamentação para explicar a realidade e reconhecer a diversidade.

As análises de imagens permitem que os alunos desenvolvam seu senso estético, valorizando diferentes manifestações culturais.

Esta coleção também contempla as competências específicas de área e as competências específicas dos componentes curriculares, propostas pela BNCC. Competências específicas de Ciências Humanas 1 Compreender a si e ao outro como identidades

diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.

2 Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.

3 Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.

4 Interpretar e expressar sentimentos, crenças e

dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

5 Comparar eventos ocorridos simultaneamente

no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.

6 Construir argumentos, com base nos conheci-

mentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabili-

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dade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

7 Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 355. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

Competências específicas de Geografia 1 Utilizar os conhecimentos geográficos para en-

tender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

2 Estabelecer conexões entre diferentes temas do

conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.

3 Desenvolver autonomia e senso crítico para

compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.

4 Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.

5 Desenvolver e utilizar processos, práticas e pro-

cedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.

6 Construir argumentos com base em informa-

ções geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

7 Agir pessoal e coletivamente com respeito,

autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 364. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

Os temas contemporâneos e a formação cidadã No decorrer desta coleção, procuramos estimular os alunos à participação social, política e cidadã. Para isso, nesta obra, os alunos encontrarão auxílio para compreender a cidadania como a efetivação de seus direitos básicos, de modo a combater as diversas formas de segregação. É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente. Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento, processar um médico que tenha agido com negligência. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o

direito de ser negro, índio, homossexual, mulher, sem ser discriminado. De praticar uma religião sem ser perseguido. Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios da cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa pública. O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. [...] DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 2005. p. 12-13.

Ao longo da coleção, a noção de cidadania será trabalhada de modo integrado aos temas contemporâneos apontados pela BNCC. Conheça mais sobre esses temas no quadro abaixo.

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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado no Brasil em 1990, trata da necessidade de conceder proteção integral à criança e ao adolescente, atribuindo prioridade a essa parcela da sociedade em diversos setores públicos e na destinação de recursos. Essa nova concepção acerca das crianças e dos adolescentes passou a compreendê-los como pessoas em estágio de desenvolvimento e que requerem atenção e proteção da sociedade como um todo. Nesse sentido, prima-se por uma educação que destaque elementos como a prevenção do trabalho e a exploração infantil, a promoção da convivência familiar saudável, a prevenção da violência intrafamiliar, além do incentivo e apoio à ampliação do universo cultural das crianças e adolescentes. Problemas relacionados à convivência no trânsito se impõem como um dos grandes desafios atuais, principalmente em um mundo cada vez mais urbanizado e com escassos investimentos em planejamento de infraestrutura. Nesse sentido, a educação para o trânsito tem como objetivo contribuir para reflexões sobre posturas responsáveis e sustentáveis de pedestres, ciclistas e motoristas. Considerando as perspectivas alarmantes divulgadas nos últimos anos sobre a situação do planeta, discutir a educação ambiental na escola tornou-se algo essencial. Essa formação visa preparar cidadãos que sejam preocupados, conscientes e que consigam tomar atitudes adequadas em relação ao consumo de recursos, à poluição, ao despejo indevido de resíduos, à implantação de energias alternativas, entre outras questões. Nesse sentido, assuntos como o desenvolvimento sustentável e o consumo consciente devem fazer parte do cotidiano dos alunos. A preocupação com a alimentação e com o aprimoramento nutricional também é muito importante no contexto atual. Com os altos níveis de industrialização vivenciados nos últimos anos e com a aceleração do ritmo de vida imposta pelo sistema capitalista, nos submetemos a uma alimentação muitas vezes de má qualidade e sem critérios adequados para saúde. Assim, a educação nutricional se faz necessária, para que possamos identificar e seguir melhores hábitos. O Estatuto do Idoso foi aprovado no Brasil em 2003, visando garantir o bem-estar das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Nesse documento, uma série de leis busca promover o respeito, a autonomia, a integração e a participação efetiva dos idosos na sociedade brasileira. A educação tem um papel relevante a cumprir na efetivação dessas leis, atuando na conscientização dos alunos sobre a importância das pessoas idosas em nossa sociedade, buscando promover a sociabilização e o compartilhamento de experiências entre pessoas idosas e alunos. A noção de direitos humanos foi construída historicamente, ao longo de anos de lutas e mobilizações. Tratar o outro com dignidade, considerando sua condição humana fundamental, é um dever de todos. A escola se apresenta então como um espaço ideal para que essas noções sejam discutidas. Desse modo, busca-se combater concepções e atitudes que tenham como base perspectivas discriminatórias. A aprovação de leis afirmativas, como a lei no 10.639, de 2003, que determinou a introdução do ensino de história da África e da cultura afro-brasileira, e a lei no 11.645 de 2008, que estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão de história e cultura dos povos indígenas aos alunos dos níveis fundamental e médio, colabora para a desconstrução de preconceitos e estereótipos sobre africanos e indígenas, fortemente impregnados no conteúdo escolar. No caso da inserção da história da África e da cultura afro-brasileira e da história e cultura indígenas nos currículos dos ensinos fundamental e médio, vemos a expansão dos direitos de grupos tradicionalmente marginalizados, os quais têm agora sua cultura e sua contribuição para a construção da sociedade brasileira reconhecidas, ao mesmo tempo que as especificidades desses grupos devem ser valorizadas como responsáveis por contribuições originais na formação de nosso povo.

Direitos da criança e do adolescente

Educação para o trânsito

Educação ambiental

Educação alimentar e nutricional

Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Educação em direitos humanos

Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena

Saúde A escola apresenta um papel importante nas reflexões dos estudantes sobre sua saúde. Os conhecimentos apreendidos com base nos componentes curriculares e na convivência diária no ambiente escolar devem sempre contribuir para a formação de hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos e a higiene, além de promover o cuidado com o bem-estar físico, mental e emocional. Conceber a convivência familiar e social como um tema significativo de ser abordado com os estudantes faz parte da proposta de educação integral. Assim, é necessário que se tenha na escola reflexões sobre: diferentes constituições familiares, conceito de concepções patriarcais e matrilineares, papel dos membros familiares, regras de convivência com diferentes grupos, importância do diálogo e do respeito, entre outras discussões.

Vida familiar e social

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Educação para o consumo

Educação financeira e fiscal

Nos últimos anos, o estabelecimento de políticas responsáveis de consumo tem sido um grande desafio, levando em conta a repercussão dos meios de comunicação em incentivar o consumo de bens e serviços de modo desenfreado. Com isso, a educação para o consumo visa contribuir para que os estudantes analisem criticamente o contexto atual, identificando assim atitudes consumistas e possíveis alternativas sustentáveis em seu dia a dia. É papel do cidadão compreender as dinâmicas que envolvem a aplicação de investimentos tributários pelo poder público e também saber lidar com aspectos da economia. Assim, a escola pode contribuir para a formação inicial dos estudantes em relação à educação financeira, apresentando reflexões que envolvam noções de planejamento financeiro, aplicação, investimentos, consumo consciente, tomada de decisões etc.

Trabalho

Ciência e tecnologia

Diversidade cultural

Reflexões sobre as relações de trabalho são importantes para os alunos compreenderem de modo crítico o mundo em que vivemos. Temas como trabalho infantil, desemprego, direitos trabalhistas, importância dos sindicatos e trabalho escravo devem ser abordados em sala de aula para auxiliar os alunos a perceber as dinâmicas do sistema capitalista nas quais estão inseridos. A partir de discussões como essas, é possível auxiliar os alunos a analisarem as condições adversas que podem estar presentes em seu dia a dia, como é o caso da desigualdade social. Refletir criticamente sobre as aplicações do desenvolvimento científico, analisando as tecnologias sob diferentes perspectivas e olhares, torna-se essencial no contexto contemporâneo. O espaço escolar deve estar aberto às transformações e às modernizações, aplicando-as com responsabilidade e capacitando os alunos a desenvolver o uso consciente desses recursos. Entrar em contato com povos e culturas variados permite aos estudantes desenvolverem a ideia de diversidade, reconhecendo, portanto, que o mundo é formado por diferentes modos de vida e tradições. Uma educação escolar voltada à valorização da diversidade favorece a desconstrução de ideias etnocêntricas. Nesse sentido, o Brasil surge como país privilegiado para discutir tais questões, vista a grande diversidade de etnias que contribuíram para a formação do povo brasileiro.

O papel do professor O professor vem desempenhando cada vez mais um papel de mediador entre os conteúdos específicos de cada componente curricular e os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Assim, o professor deve desenvolver de maneira constante a reflexão para demonstrar que o ato de estudar não é apenas fundamental, mas também prazeroso, despertando, assim, o interesse dos alunos. A união entre teoria e prática geralmente ocorre quando o professor propicia aos alunos momentos em que eles possam debater, refletir e emitir opiniões sobre acontecimentos ocorridos em contextos locais e mundiais. Dessa forma, a prática reflexiva sobre os conteúdos estudados é essencial para o ensino contextualizado. É fundamental que o professor tenha sensibilidade para perceber as singularida-

des do relacionamento professor-aluno e aluno-aluno, intervindo em casos de possíveis dificuldades de aprendizagem e conduzindo suas aulas de modo a promover a construção do conhecimento pautada em respeito e empatia. Para isso, o docente deve ter autonomia, tanto perante seus alunos quanto perante os colegas. Essa autonomia refere-se à capacidade de fazer escolhas e de posicionar-se, participando de maneira cooperativa diante de percalços e desafios. É importante que, ao adotar essa postura, o professor se esquive de atitudes impositivas, alheias ao interesse coletivo, e se dispa de conceitos preestabelecidos. Além disso, faz parte do papel do professor estimular a autonomia do estudante, a fim de que ele assuma um papel proativo em sala de aula – e, também, fora dela –, encorajando e sendo encorajado ao questio-

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namento e à argumentação em suas tomadas de decisões. Para isso, o professor deve assumir a responsabilidade no processo ensino-aprendizagem, preservando a consciência de que suas ações refletem diretamente no desenvolvimento dos alunos.

Para adotar a postura mediadora, a formação do professor deve ser constante, extrapolando a sua formação inicial e firmando-se em uma carreira docente construída por meio da observação dos alunos e da atualização de práticas e conteúdos.

Práticas pedagógicas A avaliação A importância da avaliação A avaliação é um instrumento que o professor possui para diagnosticar, analisar, sistematizar e orientar suas ações pedagógicas. Entende-se a avaliação como um diálogo contínuo entre professor e aluno, uma vez que, quando elaborada em concordância com o conteúdo ensinado, serve como resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-aprendizagem. No contexto em que atua, deve estar claro para o professor que além de a avaliação ser importante, seu processo deve ser contínuo e não se restringir a resultados ou a momentos definidos e estanques, pois ela diagnostica os reais problemas e defasagens na aprendizagem dos alunos e colabora para a evolução de seu conhecimento. Segundo Bonesi e Souza, a avaliação é definida como: [...] o ato por meio do qual A e B avaliam juntos a prática implementada, as aprendizagens efetivadas, as conquistas erigidas, o desenvolvimento conquistado, os obstáculos encontrados ou os erros e equívocos porventura cometidos. Daí seu caráter dialógico. BONESI, Patrícia Góis; SOUZA, Nadia Aparecida de. Fatores que dificultam a transformação da avaliação na escola. Estudos em avaliação educacional, v. 17, n. 34, maio/ago. 2006. p. 134.

Assim, professores e alunos participam da avaliação, que só acontece efetivamente se as dificuldades, os erros e os acertos fizerem sentido para ambos, como uma via de mão dupla para o ensino e a aprendizagem.

O professor pode desenvolver, dentro de sua atuação em sala de aula, três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa (também conhecida como classificatória). A avaliação diagnóstica deve ser realizada a cada início de um ciclo de estudos, já que se constitui uma sondagem do que os alunos conhecem, ao mesmo tempo que é uma projeção do que o professor deverá planejar para seu trabalho com os próximos conteúdos. Segundo Santos e Varela (2007, p. 4), “É uma etapa do processo educacional que tem por objetivo verificar em que medida os conhecimentos anteriores ocorreram e o que se faz necessário planejar para selecionar dificuldades encontradas.”. Já a avaliação formativa é importante que seja utilizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem, pois está relacionada aos aspectos que proporcionam a formação dos alunos e considera o processo de aprendizagem tão importante quanto aquilo que se aprende. A avaliação formativa privilegia a observação do processo ensino-aprendizagem por meio de diversos instrumentos que podem ser utilizados para verificar o alcance dos objetivos almejados, o domínio do conhecimento, os avanços, as dificuldades em que o aluno necessita de uma nova abordagem. O erro é visto como parte integrante de uma caminhada e revela a necessidade interventiva em determinado conteúdo ou em dado momento. GAVASSI, Susana Lisboa. Avaliação formativa: um desafio aos professores das séries finais do ensino fundamental. Medianeira: UTFPR, 2012. p. 21.

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A avaliação somativa pretende ajuizar o progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitam aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativo a um todo sobre o qual, até então, só haviam sido feitos juízos parcelares. É fato que a avaliação somativa é a mais utilizada nas escolas e que, em muitos casos, representa um caráter classificatório. Cabe ao professor pensar na avaliação como um processo que vai além de sua mera realização, que precisa ser cuidadosamente elaborado. O resultado dessa avaliação, por sua vez, deve ser devolvido e revisado com os alunos, para perceberem o ensino como um processo, o que implica rever os motivos de seus erros a fim de avançar na aprendizagem. O planejamento do processo de avaliação deve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de maneira contextualizada e reflexiva, levando em consideração o processo de aprendizagem do aluno. Deve, ainda, na medida do possível, conter atividades que valorizem diferentes formas de expressão do conhecimento do aluno, como exercícios objetivos, dissertativos, trabalhos em grupo, debates, e assim por diante. Para que a avaliação não se torne uma forma de seleção e exclusão, focada apenas em princípios de eficiência e competitividade, é importante haver um canal de comunicação entre alunos e professor. Desse modo, os critérios da avaliação, seja ela formativa ou somativa, precisam ser apresentados e discutidos antes de sua realização, para que o aluno saiba como e sob quais aspectos será avaliado. Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente e passa a avaliar o aluno de maneira formativa e continuada, além de possibilitar que o professor reveja sua prática pedagógica.

A autoavaliação A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A utilização dessa ferramenta possibilita tanto a alunos quanto a professores avaliarem seu desempenho em sala de aula. [...] Para o aluno autoavaliar-se é altamente favorável o desafio do professor, provocando-o a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Mas não é tarefa simples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e desafios às possibilidades de cada um, às etapas do processo em que se encontra, priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar, refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz. [...] HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. p. 54.

Portanto, ao desafiar os alunos, o professor também passa a refletir sobre a sua atuação nos processos didáticos, adequando-se às necessidades do dia a dia em sala de aula e tomando consciência de seu papel diante dos desafios do processo de ensino-aprendizagem. Veja a seguir sugestões de questionamentos autoavaliativos que podem ser apresentados aos alunos.

• O que estou aprendendo? • O que eu já aprendi? • De que forma poderia aprender melhor? • Como poderia agir/participar para aprender mais?

• Que tarefas e atividades foram realizadas?

• O que aprendi com elas? O que mais poderia aprender?

• O que eu aprendi, com meus colegas e professores, a ser e a fazer?

• De que forma contribuí para que todos aprendessem mais?

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A defasagem em sala de aula Cada aluno aprende de um jeito. Dentro de uma mesma sala de aula temos uma diversidade de alunos quando pensamos em características comportamentais e cognitivas. Cada um tem uma história, que é única, e decorre das particularidades de sua estrutura biológica, psicológica, familiar e sociocultural, resultando em diferenças que interferem diretamente na maneira como eles se apropriam do conhecimento na escola, ou seja, eles aprendem de formas diversas. Como salienta Bencini (2003), “As crianças [e os adolescentes] são o resultado de suas experiências. Para compreender seu desenvolvimento é preciso considerar o espaço em que elas vivem, a maneira como constroem significados, as práticas culturais etc.”. A questão norteadora do trabalho docente deve ser: como enfrentar a heterogeneidade das turmas? Tendo em vista essas condições, é importante estarmos conscientes de que os níveis de aprendizagem em uma sala de aula serão distintos, e devemos estar preparados para lidar com esse aspecto do trabalho docente, de modo que o desenvolvimento dos alunos não seja prejudicado. É função da escola “[...] detectar a diversidade presente nas salas de aula e criar condições para que os conteúdos trabalhados, quando não são bem compreendidos, sejam retomados em classe com novas atividades e estratégias de ensino” (FRAIDENRAICH, 2010). Antes mesmo de refletirmos sobre rendimento e defasagem escolar, salientamos que, para um bom desempenho dos alunos em sala de aula, é fundamental que eles compreendam a importância dos estudos e abandonem a visão pessimista que muitos têm de que “estudar é chato”. Atividades instigantes, desafiadoras e que saiam da rotina contribuem para atrair a atenção do aluno e para o desenvolvimento de competências que favoreçam tanto a aprendizagem quanto a sua formação socioemocional. O envolvimento da família nesse processo é de suma importância para criar uma relação de confiança com a escola.

O rendimento escolar dos alunos e a possível defasagem em sala de aula podem ser influenciados por aspectos cognitivos (crianças com necessidades especiais relacionadas à linguagem, à percepção ou ao raciocínio, por exemplo, ou outros problemas de saúde), socioculturais (ambiente familiar, lugar onde mora, convívio social, oportunidade de desenvolvimento de atividades extracurriculares, tempo e lugar para se dedicar aos estudos em casa, relação da família com a escola e participação no processo de educação, entre outros) e político-institucionais (legislação educacional, trabalhista e de saúde em seus diversos níveis, metodologia de ensino adotada pela escola, corpo diretivo escolar, qualificação e motivação dos professores, infraestrutura da escola etc.). Desse modo, é necessário refletirmos a respeito das situações de ensino e aprendizagem que podem detectar os tipos de defasagens dos alunos. Para conhecer os níveis de aprendizagem dos alunos e detectar uma possível defasagem, as ferramentas de avaliação e o trabalho do professor em conjunto com a coordenação pedagógica da escola são fundamentais. “O diagnóstico inicial, as provas, a observação de sala de aula, as atividades de sondagem, as tarefas de casa e a análise de cadernos e portfólios são alguns dos instrumentos que ajudam a ter um panorama da turma.” (FRAIDENRAICH, 2010). Geralmente, o que se faz em sala de aula é desenvolver o mesmo tipo de atividade para todos os alunos. Em vários casos, alguns alunos terminam mais rápido, outros precisam de mais tempo e outros nem conseguem realizar a atividade, de maneira que o objetivo de ensino-aprendizagem nem sempre é atingido. Essa situação acaba desestimulando aqueles que têm resultados e ritmos diferentes da maioria da classe. Uma possibilidade de auxiliar todos a atingirem os objetivos de aprendizagem de maneira satisfatória e eficiente é diversificar as estratégias de ensino, respeitando

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essa diversidade de modo a potencializar as habilidades de cada aluno. E quais são as estratégias de ensino que podem contribuir para corrigir as defasagens dos alunos? São muitas e devem variar de acordo com a realidade de cada comunidade escolar. No entanto, podem começar pelo espaço da sala de aula: em vez de trabalhar permanentemente com as carteiras enfileiradas, é possível alterar a organização delas em círculo ou em grupos, para que a interação entre os alunos flua. O importante é que a sala de aula seja um ambiente flexível. Também devem fazer parte da rotina os trabalhos em grupo, em dupla e individuais. Para cada um deles, é possível desenvolver diferentes habilidades. Ao propor trabalhos em dupla ou em grupo, é importante misturar alunos que possuam diferentes níveis de aprendizagem, pois dessa forma um ajuda o outro e desenvolvem diferentes competências, como trabalho em equipe, organização, liderança e empatia. Em outros momentos, concentrar nos grupos os alunos com níveis de aprendizagem semelhantes é relevante para dar a atenção necessária, e de maneira integrada, para o grupo. Já os trabalhos individuais permitem ao aluno momentos de autonomia e criatividade. Do mesmo modo, é importante utilizar outros espaços, além da sala de aula, para atividades de ensino e aprendizagem, como o pátio da escola, o laboratório, o bairro, uma praça, um parque municipal, um museu etc. Tais espaços possibilitam, muitas vezes, a aprendizagem de forma lúdica, informal, permanecendo o objetivo educativo. Outro ponto importante é alternar o uso de materiais pedagógicos – revistas, mapas, jogos didáticos, histórias em quadrinhos,

músicas, filmes – que desafiam o aluno a refletir e a diversificar as formas de aprendizagem e expressão do conhecimento formulado. Isso porque há alunos que são mais visuais, outros que são mais auditivos e outros, cinestésicos. A avaliação diagnóstica inicial, com atividades variadas de escrita, leitura e interpretação de diferentes linguagens, auxilia a detectar as principais características dos alunos, pois alguns podem ter dificuldades em interpretar uma música (estímulo auditivo), por exemplo, enquanto outros podem ter bom desempenho em analisar uma imagem (estímulo visual). Utilizar ferramentas digitais também é um ótimo recurso, quando corretamente empregado e mediado pelo professor. No caso das escolas que tenham sala de tecnologia, o professor pode usar as ferramentas como sites e aplicativos para corrigir as defasagens. Em alguns casos, quando se detecta que a defasagem de determinado aluno está muito aquém do desempenho da turma, é importante desenvolver atividades educativas separadas dos demais, para avançar com ele na compreensão de certos conteúdos. Para isso, sempre que possível, reserve momentos, ainda que semanais, para acompanhar individualmente as atividades realizadas por alguns alunos. Em outros casos, atividades extras em sala separada, com auxílio de outro professor e da coordenação pedagógica, são conduções relevantes para a progressão do aluno. Em todas essas situações, o professor deve planejar seu cotidiano, “Por isso, é papel de todo professor ter muito claros os objetivos e resultados que pretende alcançar com uma atividade, para não exigir mais nem menos da turma.” (BENCINI, 2003).

O ensino interdisciplinar O conceito norteador de um trabalho educacional feito em parceria, fruto de uma

pedagogia integradora, é o de interdisciplina, definido a seguir.

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[...] Interdisciplina — Interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios. [...] FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 54.

Em sala de aula, essa interação pode ocorrer, por exemplo, por meio de projetos investigativos ou de pesquisa. Por apresentarem etapas, como planejamento, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análises, deduções e conclusões, essas atividades possibilitam maior integração entre os componentes curriculares. Além disso, elas podem criar situações de aprendizagem de forma dinâmica, por meio da reflexão, do questionamento e da argumentação dos alunos. Dentro dessa perspectiva, um trabalho interdisciplinar preocupa-se em relacionar os conceitos de maneira articulada, levando em conta os objetivos gerais e específicos de cada componente curricular envolvido, com o propósito de evitar a fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos alunos para envolvê-los diretamente no processo de aprendizagem. Cabe enfatizar que o trabalho interdisciplinar deve estar ligado à vida dos alunos e às suas motivações, de modo que os envolva e se torne, além de útil, prazeroso. Nessas atividades, os alunos aprendem a trabalhar coletivamente, privilegiando a interação com os colegas e favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e organizar as informações. O en-

volvimento dos alunos motiva o fortalecimento das relações entre professores de diferentes componentes curriculares. [...] O estilo de educação que prioriza o trabalho em equipe, que busca a interdisciplinaridade e o compromisso com a integralidade das ações e que procura respeitar as especificidades de cada profissão, está pautado nas concepções teóricas das metodologias ativas de ensino-aprendizagem. [...] BASSIT, Ana Zahira (Org.). O interdisciplinar: olhares contemporâneos. São Paulo: Factash Editora, 2010. p. 118.

Na escola, uma postura interdisciplinar traz contribuições quando os alunos começam a estabelecer um relacionamento de parceria e colaboração com a equipe escolar, bem como com a comunidade onde a escola está inserida. Propostas como essas abrangem estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem; possibilita a formulação de um saber crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes componentes curriculares; e permite uma nova postura de professores e alunos diante do conhecimento, deixando de concebê-lo como algo estanque. [...] “Interdisciplinaridade” é um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência [...]. Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando a um enriquecimento mútuo. [...] FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 73.

A fim de promover a superação da fragmentação disciplinar, em sintonia com a BNCC, esta coleção propõe em diversos momentos uma articulação entre os componentes curriculares e seus respectivos objetos de conhecimento com base em temas,

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conteúdos, recursos e seções que favoreçam tal abordagem. A seção Encontro com..., por exemplo, apresenta essa proposta de maneira clara e fácil de ser reconhecida pelo professor. Em outros momentos, são apre-

sentadas orientações de desenvolvimento específicas para compreender quais componentes podem ser desenvolvidos com base na leitura de um texto ou na resolução de uma determinada atividade.

A competência leitora De acordo com pesquisas recentes, uma parcela significativa dos brasileiros, apesar de saber ler e escrever, não consegue compreender textos mais extensos ou complexos, ou seja, não tem competência leitora de qualidade. Sabendo que a capacidade de apreender aquilo que se lê e observa é imprescindível para participar efetivamente da vida em sociedade, é importante que a escola possibilite ao aluno desenvolver estratégias de leitura contínua e atenta que o auxiliem a compreender e explorar mensagens, verbais ou não verbais, em diversos níveis de cognição. O fato de um aluno ser considerado alfabetizado não significa que ele consiga utilizar a leitura e a escrita como maneiras de se expressar. Nesse sentido, a noção de competência leitora, especificamente, está ligada à prática de estratégias de leitura que possibilitem ao aluno explorar as mensagens (estejam elas em textos, imagens, gráficos, formulários ou tabelas, por exemplo) em diversos níveis de cognição, o que viabiliza a interpretação e a compreensão para uma leitura mais crítica e autônoma, além da construção de novos saberes. A prática da leitura é importante para ampliar o vocabulário dos alunos e, consequentemente, torná-los mais seguros para desenvolver suas habilidades de comunicação oral e escrita. Ao desenvolver a competência leitora, o aluno estabelece mais facilmente relações entre os diversos assuntos que fazem parte do seu repertório cultural. Nesse sentido, é importante a criação de estratégias de leitura que permitirão ao aluno:

Extrair o significado do texto, de maneira global, ou dos diferentes itens incluídos nele. Saber reconduzir sua leitura, avançando ou retrocedendo no texto, para se adequar ao ritmo e às capacidades necessárias para ler de forma correta. Conectar novos conceitos com os conceitos prévios que lhe permitirão incorporá-los a seu conhecimento. SERRA, Joan; OLLER, Carles. Estratégias de leitura e compreensão de texto no ensino fundamental e médio. In: TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução: Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 36-37.

Além da leitura, a escrita também deve ser constantemente estimulada. A produção de textos incentiva os alunos a pensarem criticamente e a refletirem sobre aquilo que estão escrevendo. [...] Num mundo como o atual, em que os textos estão por toda parte, entender o que se lê é uma necessidade para poder participar plenamente da vida social. Professores como você têm um papel fundamental nessa tarefa [...]. Independentemente de seu campo de atuação, você pode ajudar os alunos a ler e compreender diferentes tipos de texto, incentivando-os a explorar cada um deles. Pode ensiná-los a fazer anotações, resumos, comentários, facilitando a tarefa da interpretação. Pode, enfim, encaminhá-los para a escrita, enriquecida pelos conhecimentos adquiridos na exploração de livros, revistas, jornais, filmes, obras de arte e manifestações culturais e esportivas. [...] RATIER, Rodrigo. O desafio de ler e compreender em todas as disciplinas. Nova Escola. São Paulo: Abril, 10 jan. 2010. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1535/o-desafio-de-ler-ecompreender-em-todas-as-disciplinas>. Acesso em: 6 set. 2018.

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Se o objetivo principal é formar leitores autônomos com base na leitura de textos e imagens, é preciso favorecer esse processo escolhendo temas relevantes e interessantes à sua faixa etária; selecionando textos verbais com vocabulário e extensão adequados; apresentando ao aluno o objetivo das leituras, a fim de que ele perceba que em alguns momentos lemos para buscar informações e, em outros, a leitura consiste em diversão, por exemplo; orientando como a leitura deverá ocorrer: silenciosamente, guiada, em grupo etc. Ao longo desta coleção, o desenvolvimento da competência leitora é constantemente estimulado por meio da utilização de recursos textuais e imagéticos diversifi-

cados, aumentando a autonomia dos alunos e tornando-os sujeitos mais ativos no próprio aprendizado. Para favorecer a análise desses recursos, são propostas questões de interpretação no livro do aluno, além de sugestões de questões de análise nas orientações ao professor. Promover atividades em que os alunos tenham que perguntar, prever, recapitular para os colegas, opinar, resumir, comparar suas opiniões com relação ao que leram, tudo isso fomenta uma leitura inteligente e crítica, na qual o leitor vê a si mesmo como protagonista do processo de construção de significados. [...] SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução: Cláudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1988. p. 173.

Recursos didáticos O uso de diferentes recursos didáticos propicia maior dinâmica em sala de aula, além de possibilitar que o aluno tenha acesso à informação por meio de diferentes linguagens, desenvolvendo assim estratégias de aprendizagem diversas, afinal, realizar uma pesquisa em um livro é diferente de realizar a mesma pesquisa em uma revista ou na internet, ainda que seja sobre o mesmo assunto, ler uma imagem é diferente de ler um texto verbal, e assim por diante. Dessa maneira, é importante compreender quais recursos podem ser utilizados em sala de aula e como esse uso pode efetivamente auxiliar o aluno a ser protagonista de seu aprendizado.

Tecnologia A tecnologia faz parte da evolução do ser humano e da história da humanidade. Atualmente, temos as tecnologias de informação e comunicação (TICs), que modificam as noções de tempo e espaço e influenciam diretamente as relações humanas. Elas permitem o processamento de qualquer tipo de informação, e a comunica-

ção ocorre em tempo real mesmo entre pessoas distantes geograficamente. A presença das TICs ampliou a gama de elementos disponíveis para enriquecer o trabalho em sala de aula, que há muito tempo já contava com recursos tecnológicos como televisão, filmes, músicas e projeções. O uso de tecnologias em sala de aula potencializa o processo de aprendizagem, favorecendo a interação entre professor, aluno e conhecimento. Além disso, por meio da internet, os recursos e as ferramentas tecnológicas transformam a escola em um espaço aberto, conectado com o mundo, capaz de promover trocas de experiências entre professores e alunos de outras localidades. É importante ressaltar, porém, que o uso de TICs é um instrumento para o processo de ensino-aprendizagem, e não o foco. A lousa, o giz e o professor compartilham espaço na sala de aula com televisores, CDs, DVDs, computadores, softwares, lousas digitais e projetores multimídia e não reduzem o papel da escola ou do professor na educação.

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[...] Os recursos semióticos que encontramos nas telas dos computadores são basicamente os mesmos que podemos encontrar em uma sala de aula convencional: letras e textos escritos, imagens estáticas ou em movimento, linguagem oral, sons, dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em resumo, está realmente no fato de que as TIC digitais permitem criar ambientes que integram os sistemas semióticos conhecidos e ampliam até limites inimagináveis à capacidade humana de (re)apresentar, processar, transmitir e compartilhar grandes quantidades de informação com cada vez menos limitações de espaço e de tempo, de forma quase instantânea e com um custo econômico cada vez menor (COLL e MARTÍ, 2001). [...] COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.

Ao longo da coleção, é possível encontrar sugestões de como aproveitar as novas ferramentas e recursos tecnológicos multimidiáticos e multimodais, presentes no dia a dia dos alunos, para ampliar o campo da educação e torná-la mais significativa e prazerosa, um desafio para a formação das novas e futuras gerações. É inegável que a educação seja influenciada pela tecnologia e pelas diferentes formas de comunicação, assim como não é possível desvincular o ensino da comunicação em massa, seja ela impressa ou digital. Por isso, propomos também a utilização de outros recursos no ensino, como programas de televisão, filmes, pinturas, esculturas, histórias em quadrinhos, literatura variada, jornais, revistas ou trechos de livros paradidáticos, recursos que permitem ao professor avançar na prática pedagógica.

Televisão e cinema A televisão e o cinema podem ser utilizados para mostrar fatos históricos, a cons-

trução de conceitos científicos e os conceitos errôneos presentes em muitas ideias de senso comum. Os filmes e a televisão têm em comum o aspecto motivador e, dependendo da ação do professor, podem ser contextualizados com os conceitos científicos do currículo escolar. Ao longo da coleção são encontradas orientações de trabalho com essas ferramentas.

Artes gráficas e literatura O trabalho com leitura de imagens é extremamente importante e pode ser utilizado em diferentes momentos. O próprio material didático apresenta fotografias, pinturas, murais, entre outras imagens que podem ser exploradas em sala de aula, considerando sempre que possível o contexto em que a imagem foi produzida, a técnica utilizada, o artista que a produziu (quando for o caso) e o objetivo da imagem (apresentar uma crítica social, expressar um sentimento, retratar um momento etc.). Outra possibilidade é o trabalho com literatura, que, além de estimular a leitura, permite aos alunos o desenvolvimento da criatividade e da imaginação. É importante que o professor conheça o contexto da obra (autor, época, público) para que, dessa forma, o conteúdo se torne mais instigante. Algumas atividades podem ser realizadas de modo a desenvolver nos alunos a competência leitora e a habilidade de interpretar textos literários.

Jornais e revistas A leitura de jornal traz diversos benefícios ao trabalho em sala de aula, pois, além de contribuir para o desenvolvimento da competência leitora, ele é uma importante fonte de informação. Nele estão registradas informações, opiniões, fatos históricos, descobertas científicas e conflitos políticos e econômicos. Trata-se de um veículo de comunicação capaz de auxiliar na formação de cidadãos críticos. O trabalho com jornais na escola desenvolve nos alunos habilidades como: identi-

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ficar, relacionar, combinar, comparar, selecionar, classificar e ordenar, codificar, esquematizar, reproduzir, transformar, memorizar, conceituar, criar e reaplicar conhecimentos. Esse trabalho também promove a capacidade de indução, dedução, levantamento e verificação de hipóteses. Além de se depararem com textos reproduzidos de importantes jornais brasileiros, ao aluno e ao professor são feitas indicações de diferentes veículos de comunicação que podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. As revistas especializadas (História, Ciências, Linguística) geralmente têm uma preocupação com o caráter didático de suas reportagens, o que facilita a compreensão e aumenta o comprometimento com o assunto estudado. Elas são indicadas tanto para a sua leitura quanto para a do aluno, sempre que o momento for propício.

Sala de aula invertida A sala de aula invertida é, atualmente, um recurso que promove o protagonismo do aluno, incentivando a participação mais ativa dele no processo de aprendizagem. Consiste em o professor sugerir ao aluno projetos ou pesquisas como atividade inicial. O docente lança um tema ou assunto a ser pesquisado de acordo com o perfil e a autonomia do aluno, que se empenha na busca pelas informações por meio das tecnologias da informação e da comunicação, somadas aos recursos físicos, como livros, enciclopédias, dicionários e combinadas com seus conhecimentos prévios e estratégias particulares de estudo. Posteriormente ele compartilha suas descobertas, impressões, conclusões e dúvidas com a turma sob a monitoração do professor. A sala de aula invertida é um ambiente de interação resultante da participação, da troca, da síntese e da discussão entre colegas com a supervisão do professor, que

passa a assumir o papel de orientador e tutor. Ao aluno cabe a responsabilidade pela busca do conhecimento básico, e os estágios mais avançados são norteados pelo docente e pelo grupo, o que torna o processo mais criativo e empreendedor. Nesta coleção, o professor encontra sugestões metodológicas que dialogam com essa prática, por exemplo, quando solicita ao aluno uma pesquisa prévia sobre determinado conteúdo que venha a ser trabalhado. [...] O importante para inverter a sala de aula é engajar os alunos em questionamentos e resolução de problemas, revendo, ampliando e aplicando o que foi aprendido on-line com atividades bem planejadas e fornecendo-lhes feedback imediatamente. Há muitas formas de inverter o processo de aprendizagem. Pode-se começar por projetos, pesquisa, leituras prévias e produções dos alunos e depois promover aprofundamentos em classe com a orientação do professor. [...] MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 14.

Pesquisa O ato de pesquisar é fundamental para o processo de aprendizagem e está diretamente ligado à proposta da sala de aula invertida. Nesta coleção, em vários momentos, os alunos são instruídos a realizar pesquisas, tanto individuais quanto coletivas. Para que a pesquisa escolar obtenha resultados satisfatórios, existem algumas etapas importantes que devem ser seguidas sempre que possível: definição do tema, planejamento, coleta de dados, análise e interpretação dos dados, produção do texto, revisão, socialização.

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Proposta teórico-metodológica da coleção O trabalho com o ensino de Geografia, sempre que possível, deve partir da reflexão do espaço vivido pelos alunos, ou seja, de situações em que os educandos relacionem sua vivência com a de outros lugares do mundo. Essas situações são importantes à medida que estimulam os alunos a refletirem sobre diferentes aspectos do mundo atual, levando-os, assim, a construir conhecimentos cada vez mais complexos sobre a relação sociedade e natureza. É necessário compreender que nossos alunos chegam à escola repletos de conhecimentos, os quais necessitam ser sistematizados e enriquecidos no decorrer do processo de ensino-aprendizagem. Por essa razão, em vários momentos desta coleção, os alunos são estimulados a expor o que sabem sobre os conteúdos estudados. Uma vez que o aluno interage diuturnamente com o universo no qual ele vive, torna-se inerente ao procedimento didático do professor inteirar-se desse universo. O aluno na escola, o aluno na aula de Geografia não é um fragmento de pessoa, ele é esta pessoa como um todo, ele é um feixe de modos de ser no qual se inclui também o ser cognitivo a quem se pretende disponibilizar algumas formas de compreender geograficamente o mundo. [...] KIMURA, Shoko. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 118-119.

Com vistas a atingir tais objetivos, ressaltamos a importância do trabalho do pro-

fessor na investigação dos conhecimentos prévios dos alunos. A utilização de recursos didáticos variados, como textos literários, entrevistas, poemas, obras de arte e histórias em quadrinhos, também contribui para que os alunos reflitam sobre o espaço vivido e realizem analogias com outros espaços. Além de serem úteis para a investigação dos conhecimentos prévios, os recursos didáticos constituem importantes deflagradores para o trabalho com os temas propostos, tornando assim o estudo mais dinâmico e interessante aos alunos. Por meio desses recursos, os alunos reconhecem as informações geográficas explícitas ou implícitas nesses diferentes meios, de modo que o professor, por sua vez, encontre formas diversificadas de dinamizar e estimular a aprendizagem em sala de aula. Veja no quadro a seguir alguns dos recursos utilizados no decorrer das páginas desta coleção. Textos

• Jornalísticos (livros, revistas e internet). • Literários (poemas, crônicas etc.). • Entrevistas. • Histórias em quadrinhos e charges. Imagens

• Mapas, gráficos e tabelas. • Fotografias. • Ilustrações e esquemas. • Obras de arte. • Imagens de satélite.

O ensino de Geografia O mundo atual é marcado por uma intensa rede de relações econômicas, sociais e culturais, sendo denominada, em muitos estudos, de globalização. Diante dessa realida-

de nos perguntamos: Como fica o ensino de Geografia, que busca refletir sobre a relação entre sociedade e natureza nessa atual organização do espaço geográfico mundial?

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Em razão desse e de outros questionamentos, muito se tem discutido sobre os caminhos a serem seguidos no ensino de Geografia. Um dos consensos dessas discussões é o de que os materiais didáticos atuais necessitam ser muito mais que apenas um elenco de conteúdos descritivos de fenômenos geográficos, sejam eles naturais ou sociais. Na atualidade, tornou-se imprescindível que esses materiais sejam instrumentos competentes, úteis e interessantes aos olhos daqueles que se encontram envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, principalmente os professores e os alunos. Pensando nisso, apresentamos esta coleção voltada para o ensino da ciência geográfica, que tem como foco os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. A proposta de trabalho desta coleção foi estruturada de acordo com as mais recentes discussões sobre o ensino de Geografia, nas quais os objetivos de estudo dessa ciência na escola voltam-se, principalmente, para a compreensão da produção e da organização do espaço geográfico de maneira integrada às variáveis que determinam essa produção e organização. De acordo com Lana de Souza Cavalcanti: [...] A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a formar raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço. Trata-se de possibilitar aos alunos a prática de pensar os fatos e acontecimentos enquanto constituídos de múltiplos determinantes; de pensar os fatos e acontecimentos mediante várias explicações, dependendo da conjugação desses determinantes, entre os quais se encontra o espacial. A participação de crianças e jovens na vida adulta, seja no trabalho, no bairro em que moram, no lazer, nos espaços de prática política explícita, certamente será de melhor qualidade se estes conseguirem pensar sobre seu espaço de forma mais abrangente e crítica. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 24.

A abordagem integrada entre aspectos físicos e humanos possibilita aos alunos perceberem a relação de interdependência entre tais elementos, além de compreenderem que essa interdependência figura como a principal responsável pela transformação constante das paisagens e da construção do espaço geográfico. A proposta desta coleção está baseada no trabalho com conteúdos que possibilitem aos alunos compreenderem de que maneira as sociedades humanas se relacionaram, entre si e com a natureza, ao longo do tempo, e como essas relações se apresentam na atualidade. Esse estudo serve de base para a compreensão do espaço geográfico, vislumbrado nas paisagens. Entendemos que, com base nesse estudo, os alunos têm condições de identificar as particularidades do lugar em que vivem, assim como as diferentes relações que esse lugar estabelece com outros lugares do planeta. A presente coleção também prima pelo desenvolvimento de valores éticos e de preservação ambiental. Os trabalhos com esses valores estão diretamente relacionados à elaboração do saber geográfico, à medida que incentivam os alunos a assumirem posturas críticas diante de diferentes situações, com o intuito de atuar por um mundo cada vez melhor. Os temas apresentados abordam, sempre que possível, os aspectos físicos e humanos de maneira integrada, visto que no processo de ensino da Geografia é necessário promover situações por meio das quais os alunos possam refletir a respeito das relações sociais, culturais, econômicas e naturais em conjunto, reconhecendo tanto suas particularidades em escala local, a exemplo do espaço vivido por eles, quanto as características dessas relações em escala global.

Os objetivos que norteiam o ensino de Geografia Como sabemos, os objetivos são os principais norteadores do processo de ensino-aprendizagem. Ao estabelecê-los, estamos direcionando a prática docente e de-

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terminando bases conscientes de trabalho, com as quais podemos dialogar e vislumbrar a finalidade de contribuir com a construção do conhecimento feita pelos alunos. Para o ensino de Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental, consideramos pertinente que cada aluno atinja objetivos como:

• Reconhecer que a sociedade e a natu-

reza possuem princípios e leis próprios e que o espaço geográfico resulta das interações entre elas, historicamente definidas; [...] • Reconhecer a importância da cartografia como uma forma de linguagem para trabalhar em diferentes escalas espaciais as representações locais e globais do espaço geográfico; [...] • Compreender que os conhecimentos geográficos que adquiriram ao longo da escolaridade são parte da construção da sua cidadania, pois os homens constroem, se apropriam e interagem com o espaço geográfico nem sempre de forma igual; • Perceber, na paisagem local e no lugar em que vivem, as diferentes manifestações da natureza, sua apropriação e transformação pela ação da coletividade de seu grupo social; • Reconhecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com as manifestações da natureza presentes em outras paisagens; • Reconhecer semelhanças e diferenças nos modos que diferentes grupos sociais se apropriam da natureza e a transformam, identificando suas determinações nas relações de trabalho, nos hábitos cotidianos, nas formas de se expressar e no lazer; • Conhecer e começar a utilizar fontes de informação escritas e imagéticas utilizando, para tanto, alguns procedimentos básicos; [...] • Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orien-

tação e distância, de modo que se desloque com autonomia e represente os lugares onde vive e se relaciona; • Reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que vive, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se devem ter na preservação e na conservação da natureza; [...] • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhe-se em democratizá-las; [...] • Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação, de modo que interprete, analise e relacione informações sobre o território e os lugares e as diferentes paisagens; • Utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos; [...] • Fortalecer o significado da cartografia como uma forma de linguagem que dá identidade à Geografia, mostrando que ela se apresenta como uma forma de leitura e de registro da espacialidade dos fatos, do seu cotidiano e do mundo; • Criar condições para que o aluno possa começar, a partir de sua localidade e do cotidiano do lugar, a construir sua ideia do mundo, valorizando inclusive o imaginário que tem dele. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia. Brasília, 1998. p. 53-100.

A BNCC e o ensino de Geografia O estudo da ciência geográfica é fundamental para que os alunos compreendam o mundo atual, marcado por uma comple-

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xa rede de relações econômicas, sociais e culturais, que são, ao mesmo tempo, globais e locais. É importante que os alunos consigam compreender a relação entre os conteúdos do currículo e possam agir com base nos conhecimentos elaborados ao longo de sua vida escolar e social, reconhecendo-se como protagonistas na busca por soluções para os problemas da vida cotidiana, individual ou coletiva. De acordo com a BNCC: [...] No Ensino Fundamental – Anos Finais, espera-se que os alunos compreendam os processos que resultaram na desigualdade social, assumindo a responsabilidade de transformação da atual realidade, fundamentando suas ações em princípios democráticos, solidários e de justiça. Dessa maneira, possibilita-se o entendimento do que é Geografia, com base nas práticas espaciais, que dizem respeito às ações espacialmente localizadas de cada indivíduo, considerado como agente social concreto. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 1o out. 2018.

O objetivo é levar os alunos a se apropriar de conhecimentos e desenvolver habilidades com as quais possam fazer uma

leitura cada vez mais realista e crítica do mundo, apoiados por um pensamento espacial, por meio do raciocínio geográfico. [...] Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educação Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e para o exercício da cidadania. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular, 2017. p. 358.

Desenvolver nos alunos o senso crítico e as habilidades que permitam o uso de ferramentas para analisar e interpretar a realidade é uma das grandes contribuições da Geografia para a Educação Básica. O raciocínio geográfico tem como base alguns princípios norteadores para que os alunos consigam desenvolver, exercitar ou aperfeiçoar o pensamento espacial. Observe o quadro a seguir.

Princípio

Descrição

Analogia

Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.

Conexão

Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos próximos ou distantes.

Diferenciação

É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença entre áreas.

Distribuição Extensão

Localização

Ordem

Exprime como os objetos se repartem pelo espaço. Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico. Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por interações espaciais). Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade.

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Importantes estratégias para o ensino de Geografia O ensino de Geografia pode valer-se de alguns instrumentos ou técnicas que se transformam verdadeiramente em estratégias de ação para o processo de ensino-aprendizagem. Essas estratégias podem ser utilizadas pelo professor de Geografia a qualquer momento que julgar pertinente, além de poder adotar sugestões que estão presentes em toda a coleção.

Planejamento O planejamento se torna uma estratégia fundamental para a reflexão do professor sobre como, onde, quando e o que trabalhar para desenvolver diferentes habilidades nos alunos ou para abordar diferentes conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Cabe ressaltar que o ato de planejar não pode ser um impulso alheio aos objetivos finais, nem ser totalmente destituído de visões políticas e sociais, como mostra o texto a seguir. O planejamento não será nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será, sim, um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científico, na medida em que não se pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter os resultados. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. p. 108.

Contudo, ao focar no objetivo a ser alcançado para a aprendizagem de cada assunto, o planejamento permite, ao professor, adequar-se ao tempo disponível e estabelecer o tempo necessário para cada atividade. O texto a seguir fala sobre a importância do planejamento para alcançar resultados.

O ser humano age em função de construir resultados. Para tanto, pode agir aleatoriamente ou de modo planejado. Agir aleatoriamente significa “ir fazendo as coisas”, sem ter clareza de onde se quer chegar; agir de modo planejado significa estabelecer fins e construí-los por meio de uma ação intencional. [...] LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. p. 102.

Portanto, o planejamento deve contemplar desde a delimitação do tema e o levantamento de hipóteses, passando pela investigação do problema e a sistematização dos conceitos, até a avaliação dos conteúdos.

Trabalho em grupo O trabalho em grupo se torna uma ferramenta fundamental para o incentivo à ação coletiva. Trabalhar coletivamente, organizar ideias e realizá-las em grupo são ações extremamente importantes para desenvolver a socialização dos alunos, como explica Celso Antunes no texto a seguir. Colocar os alunos em grupos não os faz necessariamente aprender a “trabalhar juntos”; portanto, torna-se essencial ensiná-los a cooperar, somar, dividir responsabilidades, interagir. Ensinar os alunos a trabalhar em equipes, despertar-lhes a sensibilidade para o relacionamento interpessoal, para a descoberta de si mesmo através da descoberta do outro [...] ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 102.

O trabalho em grupo desenvolve a autonomia individual, o poder de tomar decisões, de concordar ou não com o que o colega propõe e de ponderar a compreensão do outro sobre determinado assunto. Além disso, quando se proporciona um trabalho em grupo no qual a cooperação é verdadeiramente necessária, seu objetivo principal, que é o enriquecimento da aprendizagem, é facilmente alcançado.

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Trabalho de campo O trabalho de campo é uma ferramenta fundamental para a compreensão do espaço geográfico. Ele se torna o elo entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e a realidade externa. É durante o trabalho de campo que o aluno pode vislumbrar e vivenciar os conceitos fundamentais dessa ciência, além de perceber o espaço geográfico como aquele próximo a si e não apenas aquele teorizado pelos professores durante as aulas. É a oportunidade que a Geografia proporciona ao seu estudante de aproximar-se do foco de estudo, seja ele ambiental, populacional, econômico etc., de acordo com o objetivo estabelecido para o trabalho de campo. O trabalho de campo ainda favorece momentos de socialização, permitindo maior convívio entre os alunos, e até mesmo entre alunos e professores, além de proporcionar momentos incomuns, como a pesquisa, a observação fora do ambiente escolar e o trabalho em conjunto com outras disciplinas. No entanto, para os trabalhos de campo, são necessários alguns cuidados que devem ser observados pela escola e pelo professor.

Preparando o trabalho de campo Inicie o planejamento da atividade selecionando previamente o local a ser estudado durante o trabalho de campo. Em seguida, verifique com a direção da escola a melhor data, a disponibilidade do transporte para os alunos e a possibilidade de contar com a participação de outros professores e funcionários.

Providencie termos de autorização a serem encaminhados aos pais ou responsáveis pelos alunos, solicitando possíveis materiais necessários, assim como trajes e calçados adequados. Em sala de aula, estabeleça com os alunos e os demais professores o objetivo do trabalho de campo a ser realizado, assim como os elementos e conteúdos que devem ser observados durante o trabalho.

Durante o trabalho de campo Incentive a observação e o registro das informações por meio de anotações, desenhos, croquis, fotografias, filmagens ou até mesmo gravações de áudios. Esteja atento à participação, assegurando que as informações possam ser alcançadas ou acessadas por todos os alunos. Lembre-se de mostrar os pontos, as situações ou os elementos que devem ser considerados, de acordo com os conteúdos que dizem respeito à aula.

Após o trabalho de campo De volta à sala de aula, promova um diálogo entre os alunos, para que a experiência seja compartilhada, considerando que a percepção de cada indivíduo sobre o mesmo elemento pode ser sempre diferenciada. Certifique-se da participação de todos, valorizando o convívio e o respeito às opiniões diversas.

Visite o local previamente, estabeleça o tempo necessário para a realização do trabalho e verifique questões como acessibilidade e infraestrutura de apoio, como locais de paradas para descanso e/ou explicações teóricas sobre o que pode ser observado.

Oriente-os na produção do trabalho que deve resultar dessa experiência. Estimule a criatividade dos alunos, solicitando a apresentação desse trabalho de diferentes maneiras, como textos, cartazes, paródias, peças teatrais, entre outras, apontando os principais elementos que devem ser relatados.

Organize regras de comportamento a serem estabelecidas previamente para os alunos. Essas regras podem, inclusive, ser organizadas com a participação dos alunos e dos outros professores.

Avalie os resultados do trabalho de campo de maneira integral. Não considere apenas um ou outro momento, mas observe o quanto ele foi enriquecedor para a elaboração do conhecimento geográfico de cada aluno.

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Tempestade cerebral A técnica da tempestade cerebral é uma estratégia de ensino geralmente muito utilizada pelo professor de Geografia, principalmente para investigar os conhecimentos que os alunos trazem para a sala de aula. Essa técnica ainda favorece a socialização deles, estimulando a criatividade individual e o respeito ao outro. Aplique essa dinâmica como estratégia didática sempre que julgar pertinente, especialmente para iniciar um novo capítulo. O texto a seguir trata a tempestade cerebral de maneira sistematizada.

Tempestade cerebral A “tempestade cerebral” constitui um modo de estimular a geração de novas ideias. Fundamenta-se no plano de captar as ideias em estado nascente, antes de serem submetidas aos esquemas fechados e rígidos dos processos de pensamento lógico. Ao mesmo tempo que nos comprometemos a nos considerar como uma equipe durante a sessão, estabelecemos a regra de que cada um é capaz de produzir ideias. Em lugar de proceder à análise crítica dos elementos que possuímos, solicita-se ao grupo que deixe funcionar sua imaginação, evitando o controle, seja a respeito dos critérios de coerência interna da série de ideias produzidas, seja a respeito de critérios exteriores à atividade presente. Sem pretender opor-se ou sobrepor-se às técnicas clássicas de reflexão, a tempestade cerebral trata de preservar a parte de imaginação criadora. Apoiada na educação ativa, a tempestade cerebral tem sido usada em muitas universidades e empresas de publicidade, que organizam ciclos regulares de exercício para a criatividade. Exemplos de Tempestade cerebral 1. O professor descreve aos alunos as condições ecológicas da Ama-

zônia, o padrão de dispersão da população e outras características. Logo anuncia aos alunos que, empregando a técnica de Tempestade cerebral, gostaria de solicitar-lhes ideias – as mais originais e inovadoras possíveis – para conseguir a alfabetização sólida e rápida de toda a população amazônica. [...] Como gerar as ideias 1. Os participantes devem expressar, em frases ou palavras curtas, todas as ideias sugeridas pela questão proposta, com toda liberdade e conforme surjam em seu espírito. 2. Devem eliminar toda atitude crítica que levaria a emitir um juízo e selecionar as ideias próprias ou as dos outros. 3. Como exercício de imaginação podem-se emitir ideias originais ainda que inspiradas nas ideias emitidas por outros. Cada ideia pode ser desenvolvida, transformada ou achar outra que se oponha a ela. Devemos observar a regra geral da Tempestade cerebral: Os participantes não devem rodear-se de garantias, verificando hipóteses, antes de emitir suas ideias. O animador estabelecerá a duração da sessão de 10 minutos a uma hora. [...] BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 157-158.

Para explorar essa técnica em sala de aula, anote no quadro as palavras ou frases levantadas pelos alunos e, ao final do tempo determinado, leia as anotações para eles, de modo a elaborar uma linha de partida para o trabalho. Se julgar necessário, solicite aos alunos que também anotem as palavras no caderno. Em seguida, ao refletir sobre o assunto tratado no capítulo, retome as ideias iniciais, construindo um paralelo com os conhecimentos adquiridos.

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Principais conceitos/categorias da Geografia O trabalho e o entendimento de determinados conceitos e categorias da ciência geográfica, como lugar, paisagem, região, território e espaço geográfico, são essenciais no processo de ensino-aprendizagem. Pela compreensão desses conceitos, os alunos passam a realizar uma efetiva transposição do senso comum para os conhecimentos científicos. Nossa proposta nesta coleção é desenvolver um estudo em espiral, que envolva, em cada um dos volumes, os conteúdos com um nível maior de complexidade sobre os conceitos e os temas próprios dessa ciência, respeitando o nível cognitivo dos alunos. Essa proposta de trabalho visa promover um estudo integrado entre cada um dos volumes e, sobretudo, possibilitar que os educandos compreendam cada vez mais a dinâmica do espaço onde vivem e atuam.

Lugar O lugar corresponde à porção do espaço vivido, onde as pessoas estabelecem suas relações mais diretas, sobretudo as afetivas. Os lugares, apesar de terem características mundiais manifestas, também são únicos, carregados de características próprias que os diferem dos demais lugares, como aspectos físicos, sociais, econômicos, culturais e políticos. O texto abaixo complementa a definição de lugar. O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida — apropriada através do corpo — dos sentidos — dos passos de seus moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade lato sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade – vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos. CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 20-21.

Veja o texto a seguir, que apresenta o conceito de lugar visto por diferentes perspectivas.

Na Geografia Humanística, lugar é o espaço que se torna familiar ao indivíduo, é o espaço do vivido, do experienciado. [...] Na concepção histórico-dialética, lugar pode ser considerado no contexto do processo de globalização. A globalização indica uma tensão contraditória entre a homogeneização das várias esferas da vida social e fragmentação, diferenciação e antagonismos sociais. Por ser assim, a compreensão da globalização requer a análise das particularidades dos lugares, que permanecem, mas que não podem ser entendidas nelas mesmas. O que há de específico nas particularidades deve ser encarado na mundialidade, ou seja, o problema local deve ser analisado como problema global, pois há na atualidade um “deslocamento” (no sentido de deslocar) das relações sociais. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 89-90.

Região A noção de região está ligada à noção de diferenciação de áreas. Neste sentido, uma região é delimitada por apresentar um conjunto de características distintas em relação a outras áreas. O texto a seguir aborda o conceito de região. É possível, então, compreender a região, na atualidade, como uma área formada por articulações particulares no quadro de uma sociedade globalizada. Essa região é definida a partir de recortes múltiplos, complexos e mutáveis, mas destacando-se, nesses recortes, elementos fundamentais, como a relação de pertencimento e identidade entre os homens e seu território, o jogo político no estabelecimento de regiões autônomas ante um poder central, a questão do controle e da gestão de um território (Gomes 1995). CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 104.

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Território Territórios são delimitados por relações de poder e, na maioria das vezes, são associados à figura do Estado, como território nacional. Veja o texto a seguir. [...] Territórios existem e são construídos (e desconstruídos) nas mais diversas escalas, da mais acanhada (p. ex., uma rua) à internacional (p. ex., a área formada pelo conjunto dos territórios dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN); territórios são construídos (e desconstruídos) dentro de escalas temporais as mais diferentes: séculos, décadas, anos, meses ou dias; territórios podem ter um caráter permanente, mas também podem ter uma existência periódica, cíclica. [...] SOUZA, Marcelo José Lopes. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias de (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. p. 81.

Os territórios podem ser destituídos na medida em que as relações de poder cessam. Em escala nacional, o Estado é o gestor do território e, quando finda seu poder, acaba também sua soberania sobre o território.

Paisagem A paisagem é aquilo que se apreende pela visão. Essa categoria não é estática, nela estão presentes elementos como cores, sons, odores e movimentos. Ela exprime as relações entre o homem e a natureza, ocorridas em momentos e lugares específicos. O geógrafo Milton Santos diferencia paisagem artificial ou cultural de paisagem natural, sendo a primeira aquela transformada pelo homem, e a segunda, aquela que ainda não sofreu nenhuma interferência da ação humana. A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro critério. A paisagem é sempre heterogênea. [...] SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 65.

Espaço geográfico O espaço geográfico é a materialização da relação dinâmica entre sociedade e natureza no decorrer do tempo. Um dos principais objetivos da ciência geográfica é compreender o dinamismo da transformação e da construção do espaço geográfico. Para essa ciência, o espaço é um conjunto de relações entre os objetos sociais e naturais, animados pelo movimento da sociedade. O espaço é resultado de um conjunto inseparável de sistemas de objetos (casas, ruas, lavouras, indústrias) e sistemas de ações (trabalho, comércio, relações sociais e familiares). O espaço é resultado da ação dos homens sobre o próprio espaço, intermediados pelos objetos, naturais e artificiais. [...] SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 71.

O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. [...] O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoado por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2004. p. 63.

Cartografia e o ensino de Geografia No ensino de Geografia, a aquisição de noções cartográficas pelos alunos é essencial para sua interpretação e intervenção na realidade. Assim, um dos objetivos da Geografia, como disciplina escolar, é preparar alunos leitores e produtores de mapas. Esse processo possibilita a eles uma maior consciência de sua prática social, pois, de certa maneira, todo produtor de mapas tem aprimoradas suas habilidades de observação, interpretação, análise, síntese, entre outras.

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[...] O aluno precisa ser preparado para “ler” representações cartográficas. Só lê mapas quem aprendeu a construí-los. [...] O fundamental no ensino da Geografia é que o aluno/cidadão aprenda a fazer uma leitura crítica da representação cartográfica, isto é, decodificá-la, transpondo suas informações para uso do cotidiano. [...] CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Apreensão e compreensão do espaço geográfico. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. p. 39.

A consulta a mapas e a globos terrestres precisa fazer parte do cotidiano escolar no decorrer das aulas, sobretudo nas aulas de Geografia. Esses instrumentos não podem ser utilizados em eventuais situações e como algo incomum, e sim regularmente, a fim de incentivar os alunos a consultarem mapas, atlas e globos, com o intuito de extrair informações desses recursos. Nesse sentido, ressaltamos a importância da presença constante desses materiais em sala, como fundamentado pelo texto a seguir. A formação dos alunos para entender os fatos geográficos em sua espacialidade necessita de mapas e globos como acervos permanentes nas salas de aula, sem que haja necessidade de transporte a cada aula. Paralelamente à necessidade de o professor de Geografia possibilitar a visualização do espaço geográfico em estudo, os mapas e globos são um convite para os alunos pensarem o espaço. [...] Como sabemos, todo fato ocorre em um lugar e em um determinado tempo, portanto não há necessidade de se planejar uma aula específica para trabalhar com mapas, pois estes devem fazer parte do material de todo estudante — como a carteira, o dicionário, o caderno, os estojos etc. [...] PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica. In: PASSINI, Elza Yasuko; ALMEIDA Rosângela D. de (Org.). Prática de ensino de Geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. p. 143.

Embora saibamos que a Cartografia tenha significativa importância no processo de ensino-aprendizagem, é preciso ter alguns cuidados muito claros no ensino das linguagens e noções cartográficas na escola. De acordo com Ângela Massumi Katuta, existem dois pressupostos para o ensino da Cartografia. [...] Primeiro pressuposto: a apropriação e o uso da linguagem cartográfica devem ser entendidos no contexto da construção dos conhecimentos geográficos, o que significa dizer que não se pode usá-la per se, mas como instrumental primordial, porém não único, para a elaboração de saberes sobre territórios, regiões, lugares e outros. Se a supervalorizarmos, em detrimento do saber geográfico, corremos o sério risco de defender a linguagem por ela mesma, o que, a nosso ver, a esvazia em importância e significado tanto no ensino superior quanto no básico. É preciso que ocorra a aprendizagem e o uso da linguagem cartográfica para, sobretudo, entendermos a lógica da (re)produção dos territórios; caso contrário, ela perde seu sentido ou razão de ser no ensino geográfico superior e básico. Segundo pressuposto: a apropriação e [a] utilização da linguagem cartográfica depende não só, mas em grande parte, das concepções de Geografia e do ensino dessa disciplina que os professores e seus alunos possuem. Por exemplo: se entendermos que ela é uma ciência e/ou disciplina que tem como objetivo apenas localizar e descrever lugares, o uso que se fará da linguagem cartográfica e de seus produtos, tais como mapas, cartodiagramas, gráficos, quadros, plantas e outros, será o de mera localização e descrição de fenômenos. [...] KATUTA, Ângela Massumi. A linguagem cartográfica no ensino superior e básico. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Org.). Geografia em perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002. p. 133-134.

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Os conteúdos a serem considerados em Geografia Os conteúdos desta coleção estão organizados e apresentados com o objetivo de estabelecer relação entre a educação escolar e a realidade dos alunos, tendo em vista suas relações sociais e, posteriormente, o mundo do trabalho. Desse modo, essa proposta possibilita ao professor trabalhar com os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais, permeados por oportunidades de desenvolver com os alunos valores, habilidades e competências que lhes permitam tornarem-se indivíduos atentos ao que ocorre à sua volta, autônomos na obtenção e análise de informações e críticos ao perceberem o importante papel que desempenham no mundo em que vivem. Assim, as atividades propostas, como análises de imagens, pesquisas, debates, produções de textos e até mesmo as perguntas orais sugeridas ao professor para verificar conhecimentos prévios dos alunos, tornam-se momentos muito importantes de aprendizagem, considerando que o aprendizado é um movimento constante entre o pensar e o fazer consciente. Sendo assim, os conteúdos conceituais permitem que o aluno entre em contato com noções e conceitos importantes que envolvem cada disciplina escolar. Esses conceitos são a base para a compreensão e organização dos fatos na realidade. Desse modo, a fim de que esses conceitos estejam contextualizados à realidade vivida pelo aluno, e façam sentido em seus estudos, torna-se imprescindível que a sondagem da vivência e da realidade próxima do aluno seja a base para o planejamento do professor, para que ele possa organizar seu trabalho de maneira eficaz.

Os conteúdos procedimentais envolvem propostas que possibilitam ao aluno buscar cada vez mais autonomia visando compreender as informações e a formação do conhecimento. Esses conteúdos instrumentalizam os alunos, capacitando-os intelectualmente a buscar novos conhecimentos. Sendo assim, as atividades envolvidas por conteúdos procedimentais, nesta coleção, incentivam o aluno a observar, ler, descrever, comparar, analisar, refletir, interpretar, inferir, levantar hipóteses, registrar, produzir textos, entre outras ações, a respeito de conceitos e situações presentes em seu cotidiano. Já os conteúdos atitudinais estão relacionados ao conhecimento escolar em um contexto socializador e de formação cidadã. Esses conteúdos privilegiam a formação de valores e atitudes que visam à convivência social, seja na escola ou em outras comunidades de vivência do aluno. Portanto, as atividades que envolvem o trabalho com conteúdos atitudinais propiciam o diálogo, a expressão de opiniões, o respeito mútuo, o repúdio ao preconceito, entre outras propostas. Cabe ressaltar a importância do papel da escola para o desenvolvimento de cada tipo de conteúdo relacionado anteriormente, assim como é de responsabilidade de cada área do conhecimento e do professor a reflexão sobre esses conteúdos, com vistas a viabilizar e desenvolver cada um deles de acordo com a realidade que os rodeia. Em Geografia esses conteúdos são trabalhados por meio da espacialização, possibilitando aos alunos compreender o espaço geográfico com base no próprio cotidiano e estabelecer relações sociais em seu dia a dia.

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Habilidades do 9o ano de Geografia na BNCC EF09GE01

Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

EF09GE02

Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.

EF09GE03

Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.

EF09GE04

Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades regionais.

EF09GE05

Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização.

EF09GE06

Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

EF09GE07

Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.

EF09GE08

Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.

EF09GE09

Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

EF09GE10

Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na Oceania.

EF09GE11

Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.

EF09GE12

Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.

EF09GE13

Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.

EF09GE14

Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

EF09GE15

Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções cartográficas.

EF09GE16

Identificar e comparar diferentes domínios morfoclimáticos da Europa, da Ásia e da Oceania.

EF09GE17

Explicar as características físico-naturais e a forma de ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa, da Ásia e da Oceania.

EF09GE18

Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes países. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão homologada. Brasília: MEC, 2017. p. 390-393. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 10 out. 2018.

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Europa Ocidental

ítulo Cap

europeu. • Regionalização do território europeu. • A divisão política entre Europa e Ásia. • As fronteiras e os territórios no mundo atual. • Principais características naturais do continente europeu. • População da Europa Ocidental. • Distribuição da população na Europa Ocidental. • A elevada qualidade de vida da população europeia. • Os problemas sociais na Europa Ocidental. • Perfil etário da população europeia. • Fluxos migratórios para a Europa. • A União Europeia. • A economia da Europa Ocidental. • Política Agrícola Comum (PAC). • A atividade industrial na Europa Ocidental. • Cartografia: anamorfose, cartograma. • O espaço urbano da Europa Ocidental. • O espaço agrário na Europa Ocidental. • As grandes potências econômicas europeias. • A questão energética na Europa Ocidental.

• Aspectos gerais do continente

Principais conceitos e noções

8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • As manifestações culturais na formação populacional. • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

• A hegemonia europeia na economia, na política e

Objetos de conhecimento

• EF09GE01 • EF09GE02 • EF09GE03 • EF09GE04 • EF09GE05 • EF09GE06 • EF09GE07 • EF09GE08 • EF09GE09 • EF09GE10 • EF09GE11 • EF09GE13

Habilidades

Veja a seguir o quadro detalhado de conteúdos do 9o ano. Nele, você também vai encontrar as relações entre os objetos de conhecimento do 9o e do 8o ano da BNCC, que indicam as progressões de conteúdos ao longo da coleção.

Quadro de conteúdos Geografia – 9o ano

• CG1 • CG3 • CG5 • CG7 • CECH1 • CECH2 • CECH3 • CECH4 • CECH6 • CECH7 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CEG4 • CEG5 • CEG6

Competências

ambiental.

cultural. • Ciência e tecnologia. • Direitos da criança e do adolescente. • Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. • Vida familiar e social.

• Diversidade

• Educação

Temas contemporâneos

CG: Competência geral CECH: Competência específica de Ciências Humanas CEG: Competência específica de Geografia


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Ásia

ítulo Cap

Europa Oriental e o passado socialista

ítulo Cap

Ásia e Oceania.

8o ano • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.

paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

• Diversidade ambiental e as transformações nas

informações geográficas.

• Políticas de controle de natalidade. • Transformações do espaço na sociedade urbano• A economia asiática. -industrial. • Índia, Japão e China. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas. • Os Tigres Asiáticos. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis • Asean e a integração regional. e outras formas de representação para analisar • A questão energética na China.

populacional na Ásia.

informações geográficas.

• Diversidade ambiental e as transformações nas

• O território da Ásia. • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Principais características naturais • Corporações e organismos internacionais. da Ásia. • A instabilidade geológica da Ásia. • As manifestações culturais na formação populacional. • Integração mundial e suas interpretações: • A Ásia e sua população. globalização e mundialização. • Distribuição e crescimento • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa,

agricultura e recursos minerais). • As relações internacionais da Rússia.

• O socialismo na Europa Oriental. • As manifestações culturais na formação populacional. • A expansão e queda do socialismo • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, no Leste Europeu. Ásia e Oceania. • A Comunidade dos Estados Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis • Independentes. e outras formas de representação para analisar • A economia russa (indústria,

• EF09GE01 • EF09GE02 • EF09GE03 • EF09GE04 • EF09GE05 • EF09GE07 • EF09GE09 • EF09GE10 • EF09GE13 • EF09GE14 • EF09GE15 • EF09GE16 • EF09GE17 • EF09GE18

• EF09GE03 • EF09GE04 • EF09GE06 • EF09GE08 • EF09GE09 • EF09GE14 • EF09GE15 • EF09GE17 • EF09GE18

• CG3 • CG5 • CG6 • CECH4 • CECH7 • CEG2 • CEG3 • CEG4

• CG2 • CG7 • CEG5 • CEG6

ambiental.

envelhecimento, respeito e valorização do idoso. • Saúde. • Educação em direitos humanos.

• Processo de

tecnologia.

• Ciência e

cultural.

• Diversidade

• Educação

cultural.

• Trabalho. • Diversidade


XLIV

11/24/18 3:27 PM

Oceania e regiões polares

ítulo Cap

Oriente Médio

ítulo Cap

energética. • O espaço agrário. • Os recursos minerais. • Turismo na Oceania. • A Apec. • Principais características naturais das regiões polares. • A população do Ártico.

-industrial. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

e outras formas de representação para analisar informações geográficas. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

• Oceania. • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Principais características naturais da Oceania. • Corporações e organismos internacionais. • Oceania e sua população. • As manifestações culturais na formação populacional. População nativa da Oceania. • • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. • População atual da Austrália e da Nova Zelândia. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania. • Economia da Oceania. • A atividade industrial e a questão • Transformações do espaço na sociedade urbano-

Oriente Médio. • O fundamentalismo islâmico. • O terrorismo. • A Questão Palestina. • A criação do Estado de Israel. • A disputa pela água no Oriente Médio.

Objetos de conhecimento

• População do Oriente Médio. • As manifestações culturais na formação populacional. • Distribuição da população. Integração mundial e suas interpretações: • Religiões no Oriente Médio. • • A economia petrolífera no Oriente globalização e mundialização. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Médio. Ásia e Oceania. • Cartografia: mapas de fluxos. Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis • • As economias não petrolíferas no

Principais conceitos e noções

• EF09GE01 • EF09GE02 • EF09GE03 • EF09GE04 • EF09GE05 • EF09GE08 • EF09GE09 • EF09GE10 • EF09GE13 • EF09GE14 • EF09GE15 • EF09GE16 • EF09GE17 • EF09GE18

• EF09GE03 • EF09GE04 • EF09GE05 • EF09GE08 • EF09GE09 • EF09GE14 • EF09GE15 • EF09GE16 • EF09GE17 • EF09GE18

Habilidades

• CG2 • CG3 • CG4 • CECH1 • CECH6 • CEG2 • CEG5

• CG7 • CECH4 • CECH6 • CECH7 • CEG2 • CEG4

Competências ambiental.

ambiental.

cultural.

• Diversidade

direitos humanos.

• Saúde. • Educação em

• Educação

direitos humanos.

• Educação em

cultural.

• Diversidade

• Educação

Temas contemporâneos


XLV

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A globalização e o mundo atual

ítulo Cap

Um mundo globalizado

ítulo Cap

Oceania e regiões polares

ítulo Cap

globalização. • Globalização e xenofobia. • Migração Sul-Sul. • Migrações clandestinas. • Os refugiados no mundo globalizado. • Os refugiados ambientais. • As megacidades e as cidades globais. • A urbanização e os problemas da vida urbana. • Globalização e desemprego. • Globalização e cultura.

• Os fluxos populacionais na

e dos meios de transporte na globalização. • Globalização e as tecnologias do cotidiano. • Internet e globalização. • A globalização e os fluxos econômicos mundiais. • Bolsas de valores. • As multinacionais. • G7 e G20.

• Globalização. • A dinâmica das informações

espaço geográfico.

• A economia do Ártico. • Globalização e a representação do

e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

• CG3 • CG4 • CG5 • CG6 • CECH1 • CECH3

• EF09GE02 • CG5 • EF09GE05 • CG7 • CECH5 • CECH7 • CEG2 • CEG3.

• Corporações e organismos internacionais. • EF09GE02 • As manifestações culturais na formação populacional. • EF09GE03 • Integração mundial e suas interpretações: • EF09GE05 globalização e mundialização. • EF09GE10 • Transformações do espaço na sociedade urbano• EF09GE11 -industrial. • EF09GE13 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos • EF09GE14 naturais e matérias-primas. • EF09GE15 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis

8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

globalização e mundialização.

• Corporações e organismos internacionais. • Integração mundial e suas interpretações:

8o ano • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

cultural. • Trabalho. • Saúde. • Educação em direitos humanos. • Educação para o consumo. • Direitos da criança e do adolescente. • Educação ambiental.

• Diversidade

consumo. • Trabalho. • Ciência e tecnologia. • Saúde. • Educação em direitos humanos. • Direitos da criança e do adolescente.

• Educação para o


ítulo Cap

Os desafios para um meio ambiente melhor

ítulo Cap

A globalização e o mundo atual

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8o ano • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

e outras formas de representação para analisar informações geográficas. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

Objetos de conhecimento

• Sociedade de consumo. • Corporações e organismos internacionais. • Consumo e meio ambiente. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas. • Produção e consumo desigual. Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis • Produção e consumo de alimentos • no mundo. • Meio ambiente e agricultura. • Os organismos geneticamente modificados. • O consumo e o lixo. • Cartografia: os hotspots da biodiversidade. • A consciência ecológica. • Agenda 21. • O lixo eletrônico.

Principais conceitos e noções

• EF09GE02 • EF09GE13 • EF09GE14 • EF09GE15 • EF09GE17

Habilidades

• CG7 • CG10 • CECH2 • CECH3 • CECH6 • CEG6 • CEG7

Competências

consumo.

alimentar e nutricional.

• Educação

tecnologia.

• Saúde. • Ciência e

ambiental.

• Educação

• Educação para o

Temas contemporâneos


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VONTADE de

SABER

GEOGRAFIA Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Geografia

9 Neiva Camargo Torrezani • • • •

Licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela UEL-PR. Mestra em Geografia pela UEL-PR. Atuou como professora de Geografia em escolas da rede particular de ensino.

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Copyright © Neiva Camargo Torrezani, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica Projeto e produção editorial Edição Assistência editorial Revisão e preparação Projeto gráfico Edição de arte Iconografia Tratamento de imagens Diagramação Editoração eletrônica

Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido Peeterv/Getty Images Vinicius Fernandes Lilian Semenichin Adriana Soares Elaine Bueno Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno Scriba Soluções Editoriais Karolyna Aparecida Lima dos Santos Raffael Garcia da Silva Amanda de Camargo Mendes, Moisés Manzano da Silva Laís Garbelini Barbara Sarzi Soraya Pires Momi Equipe Scriba Leda Teodorico Renan de Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Torrezani, Neiva Camargo Vontade de saber : geografia : 9o ano : ensino fundamental : anos finais / Neiva Camargo Torrezani. — 1. ed. — São Paulo : Quinteto Editorial, 2018. “Componente curricular: Geografia.” ISBN 978-85-8392-161-5 (aluno) ISBN 978-85-8392-162-2 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 18-20790

CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático:

1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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Apresentação Estudar Geografia é uma oportunidade de ficarmos cada vez mais atentos ao mundo em que vivemos, não apenas como simples observadores, mas como indivíduos atuantes e críticos em relação a tudo o que está a nossa volta. Além desses benefícios, o estudo da Geografia nos leva a conhecer o modo de vida de diferentes povos e a compreender os motivos pelos quais o ser humano utilizou os recursos da natureza, transformando as paisagens terrestres, descobrindo e criando novos espaços geográficos. O conhecimento geográfico também contribui para pensarmos e agirmos de modo a estabelecer relações entre o lugar em que vivemos e outros lugares, conscientes de fazermos parte de um mundo conectado. Considerando tudo isso, esta coleção foi elaborada com o intuito de tornar seu estudo ainda mais agradável e de auxiliar você a se preparar para os desafios tanto do presente quanto do futuro.

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Os autores.

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s e u li v r o e s tá o m Co o rg an i za do

Abertura de capítulo Nestas páginas, você verá imagens e questionamentos que nortearão o estudo do capítulo.

Geografia em foco

Boxe complementar

Nesta seção, algumas informações referentes ao assunto estudado serão acrescentadas. É um momento em que você desenvolverá trabalhos relacionados a acontecimentos reais, enriquecendo o conteúdo.

Aqui você encontrará informações complementares, como textos e imagens, que vão enriquecer seu aprendizado.

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Explorando o tema Nesta seção, serão apresentados textos e imagens que o levarão a refletir sobre temas contemporâneos relevantes para sua formação como cidadão.

Investigando na prática Nesta seção, você encontrará atividades que podem ser realizadas tanto na escola quanto em casa ou em um trabalho de campo. Nesse momento, você também conhecerá, na prática, as características naturais e sociais do espaço geográfico que o cerca.

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Este ícone indica sugestões de leituras que tratam de temas relacionados ao assunto estudado.

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Momento da Cartografia Nesta seção, você conhecerá diferentes representações para contemplar os aspectos do espaço geográfico.

Encontro com... Nesta seção, são apresentados conteúdos que podem ser trabalhados em conjunto com outros componentes curriculares e que contribuirão para seus estudos em Geografia.

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Atividades Nesta seção, você realizará atividades que o auxiliarão a desenvolver habilidades fundamentais para a compreensão dos assuntos trabalhados, além de conferir e revisar o que foi estudado.

Refletindo sobre o capítulo Neste momento, você poderá retomar os conteúdos abordados no capítulo, além de promover a reflexão e o diálogo com os colegas. Você também poderá fazer uma autoavaliação sobre o conteúdo aprendido.

Glossário Os significados de algumas palavras pouco mencionadas em nosso dia a dia ou que podem gerar dúvidas em relação ao sentido utilizado no texto serão destacados nas páginas para auxiliar sua compreensão.

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Sumário Cap

ítulo

Europa Ocidental 12 Aspectos gerais do continente europeu 14

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ci/Shutterstock.com

Regionalização do território europeu 15

Geografia em foco 16 O mundo ocidental e o mundo oriental

Entendendo as fronteiras e os territórios no mundo atual 18 Encontro com... História 20 Ex-Iugoslávia: da união à separação

Atividades 22 Principais características naturais do continente europeu 24 Relevo e hidrografia 24 Clima e formações vegetais 26

Europa Ocidental e sua população 29 Distribuição da população na Europa Ocidental 30 Regiões intensamente ocupadas da Europa 31 A elevada qualidade de vida da população europeia 32

Geografia em foco 33 Os problemas sociais presentes na Europa Ocidental Europa: menos bebês e mais idosos 34

Geografia em foco 36 Cap

Os fluxos migratórios para a Europa 37

Atividades 38 A União Europeia 40 A economia da Europa Ocidental 42 Geografia em foco 43 Política Agrícola Comum (PAC)

A atividade industrial na Europa Ocidental 44 Momento da Cartografia 47 O cartograma no estudo das questões ambientais: a emissão de CO2

O espaço urbano da Europa Ocidental 48 Encontro com... História 49 O crescimento urbano na Europa

O espaço agrário na Europa Ocidental 50 Geografia em foco 52 As grandes potências econômicas europeias

Explorando o tema 54 A questão energética na Europa Ocidental

Atividades 56

Incentivo financeiro à natalidade

ítulo

Europa Oriental e o passado socialista 58 O socialismo na Europa Oriental 60

B et

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nn Co llection/Getty Images

Encontro com... História 61 Socialismo no Leste Europeu

A expansão e queda do socialismo no Leste Europeu 62 A Comunidade dos Estados Independentes 65 Atividades 66 A economia russa 67 Atividade industrial russa: um setor econômico em transformação 69

Agricultura da Rússia 70 Recursos minerais russos e sua potencialidade econômica 70

Geografia em foco 71 Estratégia energética

As relações internacionais da Rússia 72 Geografia em foco 73 Os conflitos no Cáucaso

Explorando o tema 74 Alemanha dividida, vidas separadas

Atividades 76

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Cap

Ásia 78 Principais características naturais da Ásia 81 O relevo e a hidrografia da Ásia 81

Geografia em foco 84 A instabilidade geológica da Ásia O clima e a vegetação da Ásia 86

Geografia em foco 88 O clima de monções

A Ásia e sua população 90 Distribuição da população 91

Geografia em foco 92 China: grande mosaico étnico da Ásia O crescimento populacional na Ásia 93

Geografia em foco 94 A política de menos filhos

Os contrastantes indicadores socioeconômicos 96

Atividades 98 A economia asiática 100 A Índia 102 Geografia em foco 104 A sociedade indiana e a importância do rio Ganges

O Japão 106 A China 108 Os Tigres Asiáticos 110

ing/Shutterstock.com y u np mao

O território da Ásia 80

ítulo

A economia regional: o Asean e a integração regional 112 A questão energética na China 113 Explorando o tema 114 O Mar de Aral

Atividades 116

Cap

ítulo

População do Oriente Médio 120 Distribuição da população 122

O fundamentalismo islâmico no Oriente Médio 134

Investigando na prática 124

Geografia em foco 136

Religiões no Oriente Médio

A economia petrolífera no Oriente Médio 126 O possível esgotamento das reservas de petróleo 127

Momento da Cartografia 128 Os mapas de fluxos

As economias não petrolíferas no Oriente Médio 130 Geografia em foco 131 As piscinas naturais da Turquia

Atividades 132

O terrorismo nacional e internacional

A Questão Palestina: conflitos entre árabes e israelenses 138 O movimento sionista e a migração de judeus para a Palestina 139 A criação do Estado de Israel e sua expansão territorial 140 O difícil caminho para a paz entre judeus e palestinos 142

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Oriente Médio 118

Explorando o tema 144 A disputa pela água no Oriente Médio

Atividades 146

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Cap

ítulo

Oceania e regiões polares 148

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A Oceania 150 Principais características naturais da Oceania 151 Relevo e hidrografia 151

Geografia em foco 154 Os atóis do oceano Pacífico Clima e vegetação 156

Oceania e sua população 158 Encontro com... História 160 Austrália: colônia penal inglesa População nativa: a luta pela sobrevivência 161 População atual da Austrália e da Nova Zelândia 162

Economia da Oceania 163 A atividade industrial e a questão energética na Oceania 163

Cap

O espaço agrário da Oceania 164 Os recursos minerais na Oceania 165 A atividade do turismo na Oceania 166

A economia regional: a Apec 167 Atividades 168 As regiões polares 170 Principais características naturais das regiões polares 171 Auroras polares 173

Explorando o tema 174 Perigos que ameaçam os polos

A população do Ártico 176 A economia do Ártico 178 Atividades 180

ítulo

Um mundo globalizado 182 A globalização 184

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Momento da Cartografia 186 A globalização e a representação do espaço geográfico

A dinâmica das informações e dos meios de transporte na globalização 188 Explorando o tema 190 A globalização e as tecnologias do cotidiano

Internet e globalização 192 Encontro com... Ciências 194 Internet e saúde

Atividades 195 A globalização e os fluxos econômicos mundiais 196

Geografia em foco 198 A Organização Mundial do Comércio (OMC) Os fluxos financeiros: o capital sem pátria 200

Geografia em foco 202 Como funcionam as bolsas de valores

As multinacionais e a mundialização da produção 204 Globalização: as multinacionais organizadas em rede 206 O poder das multinacionais e o Estado 208 As multinacionais e a DIT 209

Geografia em foco 210 O Grupo dos 7 e o Grupo dos 20

Atividades 212

Os fluxos de mercadorias 196

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Cap

ítulo

A globalização e o mundo atual 214

Combate à xenofobia Migração Sul-Sul 221

Geografia em foco 222 Migração e religião Migrações clandestinas 223

Geografia em foco 224 O tráfico internacional de pessoas Os refugiados no mundo globalizado 226 Os refugiados ambientais 228

A urbanização e os problemas da vida urbana 234 A globalização serve a todos? 236 Globalização e desemprego 237

Globalização e cultura 238 Explorando o tema 240 Que globalização queremos?

Atividades 242

Os desafios para um meio ambiente melhor 244 Sociedade de consumo 246 O consumismo 247

Geografia em foco 248 Aprendendo a consumir

Consumo e meio ambiente 250 Produção e consumo desigual 252 Consumo desigual de água 254

Produção e consumo de alimentos no mundo 256 Encontro com... Ciências 257 O modelo alimentar ocidental

Meio ambiente e agricultura 258 Os organismos genetricamente modificados e o futuro da alimentação humana 260 Produtos transgênicos: abrangência e rapidez 261

t/Shutterstock.com dshoo

Geografia em foco 219

As megacidades e as cidades globais 232

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Globalização e xenofobia 218

Atividades 230

Cap

ítulo

Consumo e o lixo 262 Investigando na prática 264 8 Rs

Momento da Cartografia 266 Os hotspots da biodiversidade

Atividades 268 As questões ambientais não são atuais 270 A consciência ecológica 271

utterstock.com roda/Sh na U arzy Kat

Os fluxos populacionais na globalização 216

Um meio ambiente sustentável: compromisso para todas as nações 274 Agenda 21 e as metas para o desenvolvimento sustentável 275

Explorando o tema 276 O lixo eletrônico: e-lixo

Atividades 278

Mapas 280 Bibliografia 287

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Objetivos do capítulo

• Identificar

a Europa Ocidental e a Europa Oriental e compreender os critérios dessa regionalização do continente europeu.

pít Ca

u lo

Europa Ocidental

• Compreender as alterações no território de países da Europa ocorridas ao longo do tempo.

• Conhecer as principais

características do clima, do relevo e da vegetação do continente europeu.

• Analisar os principais

aspectos culturais, demográficos e socioeconômicos da Europa ocidental.

• Reconhecer que a po-

pulação na Europa ocidental está envelhecendo e as causas e consequências desse processo.

• Compreender

que a Europa ocidental representa uma área de atração de imigrantes devido ao elevado desenvolvimento socioeconômico.

• Identificar

a União Europeia como o bloco econômico com maior integração econômica e política entre suas nações, assim como sua relevância global.

• Reconhecer a impor-

Yavuz Meyveci/ Shutterstock.com

tância e as características principais do espaço industrial europeu.

• Identificar

o nível de urbanização do continente europeu e as causas desse processo.

• Analisar a importância

e as características principais do espaço agropecuário europeu.

• Identificar as principais

fontes de energia utilizadas pelas nações da Europa ocidental.

Fotografia da sede do Banco Central Europeu em Frankfurt, Alemanha, 2018.

12

Orientações gerais

• Chame a atenção dos alunos para as fotografias e veri-

fique se eles identificam o elevado desenvolvimento socioeconômico europeu, assim como para o fato de que as nações desenvolvidas do continente configuram áreas de atração de imigrantes.

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• Levante conhecimentos prévios dos alunos sobre a Eu-

ropa e sobre as dinâmicas populacionais verificadas atualmente. Avalie se eles são capazes de apontar as principais causas que contribuem para estimular os fluxos migratórios em direção à Europa, como razões econômicas, guerras e conflitos étnicos ou religiosos, entre outros exemplos.

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Nesta fotografia, é possível observar agentes de segurança espanhóis detendo vários migrantes ilegais que conseguiram passar na fronteira entre o Marrocos e a Espanha, na cidade de Ceuta, 2018.

As imagens destas páginas retratam dois aspectos diferentes da Europa Ocidental. Enquanto a fotografia maior representa, pela imponência do prédio do Banco Central, a força da economia e da política da União Europeia, que proporciona altos índices de qualidade de vida para grande parte de seus habitantes, a imagem acima apresenta um dos problemas enfrentados pela Europa nas últimas décadas: a imigração ilegal de pessoas de diversas origens, especialmente da África, do Oriente Médio e do Leste Europeu. Neste capítulo estudaremos um pouco mais sobre a porção ocidental do continente europeu, suas características e tensões sociais.

BNCC temas desenvolvidos ao longo deste capítulo favorecem o desenvolvimento das habilidades EF09GE01, EF09GE02, EF09GE03, EF09GE04, EF09GE05, EF09GE06, EF09GE07, EF09GE08, EF09GE09, EF09GE10 e EF09GE13, formando ainda as bases necessárias ao desenvolvimento das competências gerais 1, 3, 5 e 7, das competências específicas de Ciências Humanas 1, 2, 3, 4, 6 e 7 e das competências específicas de Geografia 2, 3, 4, 5 e 6 da BNCC.

• Os

• Os temas contemporâneos que abrangem o capítulo estão relacionados à Educação ambiental, Diversidade cultural, Ciência e tecnologia, Direitos da criança e do adolescente e Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso e Vida familiar e social.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Converse com seus colegas sobre o que vocês conhecem a respeito da Europa Ocidental. B Em sua opinião, quais são os motivos que levam as pessoas das regiões mencionadas no texto a saírem de seus países para tentarem entrar nos países da União Europeia?

13

Respostas A Resposta pessoal. Estimule os alunos a se lembrar de informações que tenham obtido, por exemplo, pelos meios de comunicação, filmes, livros etc. B Possível resposta: os países da União Europeia ofere-

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cem mais oportunidades de emprego, segurança e qualidade de vida que países do Leste Europeu, África e Oriente Médio. Muitas pessoas também fogem de guerras, epidemias e fome generalizada.

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Aspectos gerais do continente europeu

BNCC

• Os conteúdos das páginas 14 e 15 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE06 e EF09GE07 e formam as bases necessárias ao desenvolvimento das habilidades EF09GE08 e EF09GE09 da BNCC.

No continente europeu encontram-se alguns dos países mais ricos e industrializados do mundo. A maior parte dos países europeus compõe a União Europeia, um dos blocos econômicos mais expressivos mundialmente. O mapa abaixo mostra a divisão política do continente europeu. Observe que ele é relativamente pequeno em extensão territorial se comparado a outros continentes do mundo, porém é dividido em um grande número de países.

•O

Europa: divisão política atual

uso da linguagem cartográfica contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4 da BNCC.

Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO cu lo P ola r Ár tico ISLÂNDIA

1 - ANDORRA 2 - BÓSNIA-HERZEGOVINA 3 - ESLOVÊNIA 4 - LIECHTENSTEIN 5 - LUXEMBURGO 6 - MACEDÔNIA 7 - MÔNACO 8 - MONTENEGRO 9 - SAN MARINO

FINLÂNDIA NORUEGA SUÉCIA

RÚSSIA (parte europeia)

ESTÔNIA

Orientações gerais

• Explique

atenção para o Estreito de Bósforo, na Turquia, que separa a cidade de Istambul e a Turquia em duas partes, uma na Europa e outra na Ásia, e também para o fato de que a Rússia, assim como a Turquia, tem partes de seu território em ambos os continentes citados.

7

1

UCRÂNIA

Mar Cáspio

MOLDÁVIA

ROMÊNIA

CROÁCIA

9 ITÁLIA

iano d Merid 360 km

2 SÉRVIA BULGÁRIA

8 6 ALBÂNIA

Mar Negro

GEÓRGIA AZERBAIJÃO ARMÊNIA

TURQUIA (parte europeia)

N L

O S

GRÉCIA

Mar Mediterrâneo

CHIPRE

O continente europeu estende-se no sentido oeste-leste, do oceano Atlântico aos Montes Urais, localizados no interior do território russo. Em relação à extensão norte-sul, a Europa prolonga-se do oceano Glacial Ártico ao Mar Mediterrâneo.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 43.

• Além da Rússia, cite outro país que apresenta o território dividido em parte europeia e parte asiática? Observe o mapa acima e responda. A Turquia.

PhotoLondonUK/Shutterstock.com

• Chame

BELARUS

REPÚBLICA TCHECA ESLOVÁQUIA 4 ÁUSTRIA SUÍÇA HUNGRIA

3

ESPANHA

0

°N

5

e Gre enwic h

PORTUGAL

50

LITUÂNIA RÚSSIA POLÔNIA

BÉLGICA ALEMANHA

FRANÇA

• Oriente os alunos a ob-

servar a localização dos Montes Urais no mapa da página 24, assim como a extensão total do território da Rússia e da Turquia em um mapa-múndi.

DINAMARCA

HOLANDA

OCEANO ATLÂNTICO

E. Cavalcante

aos alunos que tanto a Europa como a Ásia são continentes apenas por convenção e ambas integram a Eurásia, um bloco de terras emersas e contíguas. Esses dois continentes por convenção estão separados por marcos naturais, entre eles os Montes Urais, o Rio Ural, a Cordilheira do Cáucaso e o Estreito de Bósforo.

LETÔNIA

REINO UNIDO

IRLANDA

Turquia A Turquia possui uma particularidade que poucos países do mundo apresentam. Seu território é transcontinental, ou seja, estende-se entre dois continentes. A menor parte do território turco está localizada no continente europeu e a maior, no continente asiático. Em Istambul, é possível observar parte da porção europeia e parte da porção asiática da Turquia, separadas pelo Estreito de Bósforo, 2017.

14

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14

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:31 PM

Capítulo 1

Regionalização do território europeu Levando em consideração os aspectos históricos e econômicos da Europa, podemos regionalizar o continente europeu em dois grupos de países. Um deles, denominado Europa Ocidental ou desenvolvida, é formado por países que apresentam, em sua maioria, uma economia forte, diversificada e altamente industrializada. O outro, Europa Oriental, é composto por países com economia menos industrializada, predominando países que adotavam o regime socialista. Observe no mapa essa divisão do continente europeu. Europa Ocidental e Europa Oriental ISLÂNDIA

Cír cul

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

oP olar Á

Europa Oriental FINLÂNDIA NORUEGA SUÉCIA ESTÔNIA IRLANDA

DINAMARCA REINO UNIDO HOLANDA ALEMANHA

OCEANO ATLÂNTICO

BÉLGICA

RÚSSIA (parte europeia)

LETÔNIA

50

LITUÂNIA RÚSSIA

°N

BELARUS POLÔNIA

REPÚBLICA UCRÂNIA TCHECA ESLOVÁQUIA FRANÇA ÁUSTRIA MOLDÁVIA SUÍÇA HUNGRIA ESLOVÊNIA SAN ANDORRA MÔNACO ROMÊNIA MARINO CROÁCIA PORTUGAL Mar Negro SÉRVIA BÓSNIA-HERZEGOVINA MONTENEGRO BULGÁRIA ESPANHA MACEDÔNIA TURQUIA ITÁLIA (parte europeia) ALBÂNIA

Merid ia

E. Cavalcante

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LUXEMBURGO

360 km

GEÓRGIA

AZERBAIJÃO ARMÊNIA

L

O 0

Mar Cáspio

GRÉCIA

N

S

Mar Mediterrâneo

A divisão política entre Europa e Ásia

Fonte: SCALZARETTO, Reinaldo; MAGNOLI, Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1996. p. 23.

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A Europa, um dos menores continentes do globo, constitui a maior península do mundo. O território europeu é um prolongamento do continente asiático, estando a ele diretamente conectado via terrestre. A definição dos limites da Europa Oriental com a Ásia sempre foi uma tarefa bastante controversa entre os geógrafos. Para resolver essa questão, foi necessário “dividir” o território russo entre os dois continentes: ao meio dele, em sentido longitudinal (norte-sul), passam os Montes Urais, uma antiga cordilheira já bastante desgastada, ao longo da qual se estabeleceu uma fronteira, imaginária, que separa a Europa da Ásia. Península: prolongamento de terras de um continente que se encontra rodeado de água, exceto pelo lado em que se une ao continente.

• Verifique se os alunos compreenderam que a Europa ocidental engloba a porção da Europa que, durante a Guerra Fria, abrangeu os países do bloco capitalista. Aproveite para avaliar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto.

• Realize um exercício de leitura e interpretação de mapas, pedindo aos alunos que localizem alguns países e sub-regiões da Europa ocidental. Verifique se todos compreendem que esta abrange a Península Ibérica (Portugal e Espanha), os países escandinavos (Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia), as ilhas britânicas (Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Irlanda), além de Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Grécia, Itália, Luxemburgo, Islândia, Suíça e Países Baixos.

Europa Ocidental

rtico

Orientações gerais

Imagem artística em que é possível observar o continente europeu.

15

• Apresente a seguinte questão para os alunos responderem: > A regionalização apresentada obedece a critérios estritamente geográficos? Justifique.

• Explique que a divisão do continente europeu apresentada não obedece a critérios estritamente geográficos, baseando-se na divisão que existia durante o período da Guerra Fria entre o bloco capitalista e o bloco socialista. Chame atenção para países localizados na porção oriental do continente e que integravam o bloco capitalista, como a Grécia, sendo, portanto, considerados parte da Europa ocidental.

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15

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Orientações gerais

Geografia

• Antes de iniciar o estu-

em foco

Martin Gardeazabal/ Shutterstock.com

do desta página, leve um planisfério político para a sala de aula e, com os alunos, localize o meridiano de Greenwich.

• Relembre

os alunos da divisão em hemisférios que o meridiano de Greenwich marca na superfície terrestre.

O mundo ocidental e o mundo oriental

O território europeu pode ser regionalizado em Europa Ocidental e Europa Oriental, como vimos na página anterior. No entanto, essa divisão não é simples, como aquela proposta para os hemisférios Ocidental e Oriental da Terra, delimitada pelo meridiano de Greenwich e que podemos observar em qualquer planisfério. Trata-se da divisão do mundo entre o Ocidente e o Oriente, cuja regionalização é mais complexa e extrapola os critérios geográficos. Para compreender essa divisão, devemos analisar, sobretudo, fatores históricos, culturais e religiosos.

• Leia o texto das pági-

nas 16 e 17 em conjunto com o alunos.

De modo geral, podemos definir o mundo oriental como a porção da Terra formada pelas nações da Ásia e do Oriente Médio, enquanto o mundo ocidental engloba a Europa e grande parte dos territórios que foram colonizados pelos europeus, notadamente a América, a Austrália e a Nova Zelândia. No mundo oriental predominam o Islamismo, o Hinduísmo e o Budismo como religiões principais e as culturas orientais muito tradicionais. No mundo ocidental predomina o Cristianismo e outros aspectos culturais são intensamente influenciados pelas culturas europeia e estadunidense. Diversas nações situadas na África, na Europa Oriental e na porção ocidental da Ásia apresentam influências significativas tanto das culturas ocidentais como das culturas orientais, estando situadas no entroncamento entre essas duas porções do mundo. Para que possamos entender o motivo pelo qual essa divisão começou, devemos lembrar de que no século XIX e início do século XX as potências industrializadas da Europa colonizaram grande parte do mundo, incluindo terras e povos que os europeus pouco conheciam ou compreendiam.

Edifício Empire State, um dos símbolos da cidade de Nova York, Estados Unidos, 2016.

16

Material digital

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• A proposta de sequência didática 1, disponível no

material digital, permite complementar o trabalho com o tema explorado nesta página e com as habilidades EF09GE06 e EF09GE08.

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:31 PM

Capítulo 1

Nesse período, o termo “oriente” passou a ser usado para se referir a esse mundo que era culturalmente diverso, mas igualmente exótico e diferente para os povos europeus, justamente por ser desconhecido. De modo a justificar o processo colonial, muitos europeus compartilhavam a visão de mundo na qual o seu continente e seus povos eram naturalmente superiores, o que ajudou a consolidar a disseminação de sua cultura e seus hábitos nas áreas colonizadas.

Orientações gerais

• Chame a atenção dos alunos para as imagens apresentadas nas páginas 16 e 17. Pergunte o que eles sabem sobre estas imagens. Verifique se os alunos reconhecem que elas retratam construções que atribuem identidade a paisagens existentes no Ocidente (edifício Empire State) e no Oriente (Templo budista).

• Aproveite a oportunidade e pergunte aos alunos sobre outras paisagens existentes no Ocidente e no Oriente que eles conhecem. Peça que contem para os colegas da sala quais são elas.

Embora o mundo ocidental e o mundo oriental continuem sendo culturalmente diferentes, é importante compreender que tanto em uma como em outra dessas regiões podemos encontrar países culturalmente diversos. Esses países também têm diferentes sistemas de governo e influências de distintos processos históricos, igualmente importantes e ricos culturalmente, seja em escala local, seja em escala global.

A globalização e os processos migratórios têm contribuído, na atualidade, para diminuir as diferenças e integrar as culturas entre os povos de todo o mundo, tornando essa regionalização, em certos aspectos, cada vez mais difícil de delimitar.

Lenush/ Shutterstock.com

Atualmente, essa divisão tem tido como principal motivo a religião, sobretudo no caso da oposição entre Cristianismo e Islamismo e a atuação de alguns grupos extremistas que se identificam como “inimigos do Ocidente”.

Templo da religião budista, em Kyoto, Japão, 2018.

17

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Entendendo as fronteiras e os territórios no mundo atual

Orientações gerais

• Auxilie os alunos na lei-

tura e interpretação dos mapas apresentados nas páginas 18 e 19 e solicite a eles que apontem as diferenças ao longo do tempo.

No decorrer da história da humanidade, as fronteiras e os territórios nacionais passaram por várias mudanças. Essas mudanças ocorreram, por exemplo, em virtude da ampliação do território de um país, da anexação de novas áreas ou da criação de um novo Estado.

• Peça que os alunos observem um país de cada vez, acompanhando as transformações em seu território (se ocorreram) em cada mapa.

No decorrer do século XX, as mudanças na configuração dos territórios e fronteiras nacionais foram muito expressivas. Desde então, o mapa político do mundo vem sendo periodicamente atualizado. Isso porque todas as mudanças na configuração do território dos países acarretam alterações nos limites traçados em seus mapas políticos. Até meados do século XX, as maiores modificações nos limites territoriais entre os países se devem, sobretudo, à Primeira (1914-1918) e à Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais. Esses dois conflitos se desenvolveram, principalmente, em razão da expansão territorial promovida pelos principais países envolvidos, e foram marcados por disputas violentas, tanto por territórios quanto pela dominação dos povos que neles habitavam. Veja as transformações ocorridas nos limites dos países europeus.

1900

1920

1940

Cír cu

Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO cu lo P ola ISLÂNDIA r Ár tico (DINAMARCA)

lo P

ISLÂNDIA

Ilustrações: E. Cavalcante

Europa - 1937

Europa - 1914

OCEANO GLACIAL ÁRTICO ola

r Ár

N

tico

N L

O

L

O

SUÉCIA

S S

0

NORUEGA 490 km

0

FINLÂNDIA

NORUEGA

490 km

SUÉCIA

ESTÔNIA DINAMARCA

wich

FRANÇA SUÍÇA

i ano d e G re en

PORTUGAL

Merid

ESPANHA

ITÁLIA ANDORRA

DINAMARCA REINO UNIDO HOLANDA ALEMANHA

IMPÉRIO ALEMÃO

BÉLGICA

50° N

OCEANO ATLÂNTICO

IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO ROMÊNIA SÉRVIA MONTENEGRO BULGÁRIA

Mar Negro

IMPÉRIO TURCO-OTOMANO

ALBÂNIA GRÉCIA

Mar Mediterrâneo

CHIPRE (REINO UNIDO)

Fonte: LACOSTE, Yves (Org.). Atlas 2000. Paris: Nathan, 1999. p. 31.

PORTUGAL

LUXEMBURGO FRANÇA

wi ch

BÉLGICA LUXEMBURGO

i ano d e G re en

HOLANDA

OCEANO ATLÂNTICO

IRLANDA

IMPÉRIO RUSSO

ESPANHA

Merid

REINO UNIDO

ANDORRA

LETÔNIA LITUÂNIA

UNIÃO SOVIÉTICA (Parte europeia)

URSS POLÔNIA

50° N

TCHECOSLOVÁQUIA

SUÍÇA

ÁUSTRIA HUNGRIA LIECHTENSTEIN

MÔNACO

ROMÊNIA

IUGOSLÁVIA Mar Negro BULGÁRIA SAN MARINO ITÁLIA ALBÂNIA

Mar Mediterrâneo

TURQUIA (Parte europeia)

GRÉCIA

CHIPRE

Fonte: LACOSTE, Yves (Org.). Atlas 2000. Paris: Nathan, 1999. p. 31.

18

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18

11/24/18 9:41 AM


:31 PM

Nas últimas décadas do século XX, o continente europeu foi a região do mundo que mais passou por modificações em sua configuração territorial, ocorridas, sobretudo, em razão da decadência do sistema socialista e do decorrente fim da União Soviética. Esse importante fato histórico culminou na independência de vários países e, consequentemente, na mudança de seus limites territoriais.

Capítulo 1

Europa - 1947 Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO cul oP ola r Ár ISLÂNDIA tico

N L

O S

0

FINLÂNDIA

490 km

NORUEGA SUÉCIA

DINAMARCA

IRLANDA

HOLANDA ALEMANHA ORIENTAL BÉLGICA POLÔNIA LUXEMBURGO ALEMANHA OCIDENTAL TCHECOSLOVÁQUIA

OCEANO ATLÂNTICO

O desmembramento da antiga Tchecoslováquia, em 1991, em dois novos países, a República Tcheca e a Eslováquia, em decorrência do enfraquecimento da União Soviética, e a desintegração da Iugoslávia em vários novos países também trouxeram intensas modificações às fronteiras dos países europeus.

UNIÃO SOVIÉTICA

REINO UNIDO

FRANÇA

SUÍÇA

ÁUSTRIAHUNGRIA ROMÊNIA

wich

iano d e G re en

PORTUGAL

50° N

ANDORRA

ITÁLIA

Mar Negro

IUGOSLÁVIA BULGÁRIA

ESPANHA

ALBÂNIA

TURQUIA

Merid

GRÉCIA Mar Mediterrâneo

CHIPRE

Fonte: SCALZARETTO, Reinaldo; MAGNOLI, Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1998. p. 22.

Integrando saberes

• Para aprofundar os conhecimentos sobre o tema e realizar uma integração com o componente curricular de História, peça ao professor deste componente curricular que mostre mapas antigos da Europa e que evidenciem distintas configurações territoriais. • Explique que a configuração atual da Europa ocidental foi definida ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, no caso da Alemanha após a queda do muro de Berlim, enquanto a configuração atual da Europa oriental somente se consolidou na década de 1990. Orientações gerais

1960

1980

• Explore os mapas com os alunos por meio das orientações a seguir.

2000

Europa – 2015 Ilustrações: E. Cavalcante

Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO cu lo P ola r Ár tico ISLÂNDIA

1 - ANDORRA 2 - BÓSNIA-HERZEGOVINA 3 - ESLOVÊNIA 4 - LIECHTENSTEIN 5 - LUXEMBURGO 6 - MACEDÔNIA 7 - MÔNACO 8 - MONTENEGRO 9 - SAN MARINO

FINLÂNDIA NORUEGA SUÉCIA

RÚSSIA (parte europeia)

ESTÔNIA LETÔNIA

REINO UNIDO

IRLANDA

DINAMARCA

HOLANDA

OCEANO ATLÂNTICO

5

enwic h

REPÚBLICA TCHECA ESLOVÁQUIA FRANÇA 4 ÁUSTRIA SUÍÇA HUNGRIA

3

7

1

e Gre

PORTUGAL

Merid iano d

ESPANHA

0

°N

BELARUS

POLÔNIA

BÉLGICA ALEMANHA

50

LITUÂNIA RÚSSIA

380 km

ITÁLIA

2 SÉRVIA BULGÁRIA

8 6 ALBÂNIA

N

Mar Cáspio

ROMÊNIA

CROÁCIA

9

UCRÂNIA MOLDÁVIA

Mar Negro

GEÓRGIA AZERBAIJÃO ARMÊNIA

TURQUIA (parte europeia)

GRÉCIA L

O S

Mar Mediterrâneo

CHIPRE

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 43.

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> Com base nos mapas, dê exemplos de territórios nacionais europeus que tiveram suas fronteiras alteradas entre 1914 e 1937. R: Possível resposta: Itália, Reino Unido, Império Alemão, Romênia, Império Russo, Chipre, Montenegro, Império Austro-Húngaro, Sérvia, Bulgária, Grécia e Império Turco-Otomano. > Identifique no mapa alguns territórios nacionais que tiveram seus traçados modificados na Europa entre 1937 e 1947. R: Possível resposta: a Alemanha foi dividida em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental; a União Soviética incorporou os territórios da Lituânia, Letônia e Estônia; e a Itália anexou os territórios de Mônaco e San Marino. > Agora identifique no mapa alguns territórios nacionais traçados na Euro-pa entre 1947 e início do século XXI. R: Possível resposta: República Tcheca, Eslováquia, San Marino, Estônia, Letônia, Lituânia, Mônaco, Liechtenstein, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Monte n e g ro, M a ce d ô ni a , Moldávia, Ucrânia e Bielorrússia.

19

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Encontro com... História

BNCC conteúdo das páginas 20 e 21 abrange a habilidade EF09GE08 ao tratar das transformações territoriais pelas quais parte do continente europeu passou ao longo do tempo.

•O

Ex-Iugoslávia: da união à separação Após o final da Segunda Guerra Mundial (1945), a Iugoslávia teve como principal líder militar e político Josip Broz Tito. Por mais de três décadas, Tito comandou a Iugoslávia e conseguiu, por causa de interesses políticos, abafar o sentimento nacionalista das diversas nações que compunham a região dos Bálcãs: sérvios católicos ortodoxos, croatas católicos romanos e bósnios muçulmanos.

• Auxilie

os alunos na leitura e interpretação dos mapas que são base para o entendimento destas transformações do território.

No final da década de 1980, teve início na Sérvia uma campanha de expansão do sentimento nacionalista sérvio. Essa campanha foi liderada por Slobodan Milosevic, que, ao assumir o governo sérvio em 1989, buscou suprimir as demais etnias da Iugoslávia, para assim, prevalecer o domínio sérvio perante as demais nações. Esse movimento desencadeou, a partir de 1990, várias ações separatistas na região dos Bálcãs, que culminaram em alguns dos mais violentos combates ocorridos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Um exemplo foi a Guerra do Kosovo, que deixou centenas de milhares de vítimas.

• Traga

mais informações atualizadas sobre os países da ex-Iugoslávia, como reportagens ou manchetes de jornais e revistas.

Somente após intensas guerras civis contra o exército iugoslavo, sob a liderança sérvia, a Croácia e a Eslovênia tornaram-se independentes em 1991 e a Bósnia-Herzegovina em 1992. As únicas nações da antiga Iugoslávia que conquistaram a independência sem maior resistência, ou seja, de maneira pacífica, foram Macedônia, em 1992, e Montenegro, em 2006.

• Veja, no mapa A, as principais nações que compunham a antiga Iugoslávia. A

Iugoslávia: grupos étnicos ÁUSTRIA HUNGRIA

ESLOVÊNIA Liubliana

Zagreb CROÁCIA

Voivodina ROMÊNIA

BÓSNIA-HERZEGOVINA

44° N

Sarajevo

População de maioria sérvia Etnias

Belgrado SÉRVIA

MONTENEGRO Podgorica Kosovo Mar Adriático N

E. Cavalcante

ALBÂNIA

L

O

Skopje MACEDÔNIA

S

0

80 km

17° L

GRÉCIA

Sérvios Muçulmanos Albaneses Montenegrinos Eslovenos Croatas Macedônios Limite da antiga Iugoslávia Capital do país

Fonte: SCALZARETTO, Reinaldo; MAGNOLI, Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1996. p. 57.

20

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20

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:31 PM

Capítulo 1

• Sob o governo de Tito, a Iugoslávia tinha o território formado por seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia, além das duas províncias autônomas de Kosovo e Voivodina, como pode ser observado no mapa B. B

Iugoslávia – 1948 Limites das Repúblicas da Iugoslávia

Eslovênia Zagreb

Liubliana

Croácia

Limites das províncias autônomas

Voivodina

Cidade

Bósnia-Herzegovina

44° N

Sérvia

Sarajevo Mar Adriático

• Comente com os alunos que o Parlamento de Kosovo declarou sua independência da Sérvia em 17 de fevereiro de 2008. No entanto, até novembro de 2018, a independência de Kosovo não era reconhecida pelo Conselho de Segurança da ONU e pela comunidade internacional.

Capital do país

Belgrado

I UGO SL ÁVI A

Orientações gerais

Montenegro Titogrado

Kosovo

Skopje N

Macedônia

L

O

17° L

S

90 km

0

Fonte: BRENER, Jayme Brener. Os Bálcãs: história e crise. São Paulo: Ática, 1996. p. 51.

• O mapa C apresenta a área da ex-Iugoslávia, hoje formada por seis países independentes. Alguns deles apresentam problemas nacionalistas internos.

C Ilustrações: E. Cavalcante

Ex-Iugoslávia: divisão política atual ÁUSTRIA

Capital do país

HUNGRIA

ESLOVÊNIA Zagreb

Liubliana

ROMÊNIA

CROÁCIA Belgrado BÓSNIA-HERZEGOVINA

44° N

SÉRVIA

Sarajevo

Mar Adriático

MONTENEGRO Podgorica

MACEDÔNIA

N L

O

0

80 km

S

Skopje

17° L

ALBÂNIA GRÉCIA

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 89.

21

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Atividades

BNCC

Orientações gerais

• Auxilie na exploração do mapa pelos alunos. Verifique se compreenderam que os países colonizadores estão representados com cores fortes e que os colonizados com as mesmas cores dos colonizadores, porém em tons mais claros.

1. A Europa pode ser regionalizada em Ocidental e Oriental. A Europa Ocidental compreende os países de economia desenvolvida e altamente industrializada, e a Europa oriental agrupa os países com economia menos desenvolvida, representados, sobretudo, por nações ex-socialistas.

2. Integrava o Exercícios de compreensão bloco dos países capitalistas, sob 1. A Europa pode ser regionalizada em dois grupos de países. Identifique e descrea influência dos va os principais aspectos que caracterizam cada um desses grupos. Estados Unidos. A Europa Oriental, por sua 2. A Europa Ocidental compreende a porção da Europa que, durante a Guerra Fria, vez, englobava englobou os países que integravam qual bloco geopolítico? E a Europa Oriental? as nações socialistas com 3. Podemos afirmar que, no decorrer da história, os limites territoriais dos países a influência da do mundo sempre foram estáveis? No caderno, justifique sua resposta com URSS. 3. Ao longo da exemplos que podem ser encontrados nos mapas das páginas 18 a 21. história, as fronteiras e os 4. Cite quais conflitos ou embates geopolíticos ocorridos no século XX tiveram mais territórios influência sobre a configuração dos limites territoriais entre os países da Europa. nacionais passaram por 5. Em relação à Europa, cite quais são as mudanças territoriais mais recentes no várias mudanças. que se refere à configuração de países. A dissolução e a fragmentação da União Soviética, assim Elas ocorreram, como de vários países sob sua influência no cenário internacional. por exemplo, em 6. Que fatores estão entre os principais responsáveis por desencadear conflitos terrazão da ampliação do ritoriais na ex-Iugoslávia, no final da década de 1980? território de um país, em virtude 7. Quais países se formaram após a fragmentação da antiga Tchecoslováquia, em da anexação de República Tcheca e a Eslováquia, em 1991? Qual a principal causa desse acontecimento? Adecorrência novas áreas, do do enfraquecimento da desaparecimento União Soviética. de um país ou, Geografia no contexto 4. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Segunda Guerra Mundial então, por causa (1939-1945) e a Guerra Fria. da criação de um 8. Observe o mapa e responda às questões. novo Estado. 6. Entre os principais fatores estão os interesses políticos e os sentimentos nacionalistas das diversas Mundo: colonização europeia – séculos XVI-XX nações que compunham a região dos Bálcãs. Renan Fonseca

• O trabalho com a atividade 8 colabora com o desenvolvimento da habilidade EF09GE06, ao analisar a regionalização do mundo em Oriente e Ocidente, associando a colonização europeia ocorrida entre os séculos XVI e XX.

N L

O S

Círculo Polar Ártico

CANADÁ 1534 - 1536 OCEANO ATLÂNTICO MARROCOS 1912 - 1956 Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

ARGÉLIA 1830 - 1962 MÉXICO 1519 - 1821

VENEZUELA 1527 - 1821

COLÔMBIA 1536 - 1819

Equador

OCEANO PACÍFICO PERU 1532 - 1821

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

CHILE 1561 - 1818

Fonte: LACOSTE, Yves (Org.). Atlas 2000. Paris: Nathan, 1999. p. XV.

ETIÓPIA 1935 - 1941

NIGÉRIA 1861 - 1960 CONGO 1908 - 1960 BRASIL 1522 - 1822

Colonizadores Alemanha Bélgica Espanha França

Holanda Inglaterra Itália Portugal

ÍNDIA 1764 - 1947

FILIPINAS 1521 - 1948 0°

OCEANO ÍNDICO

AUSTRÁLIA 1770 - 1901

ÁFRICA DO SUL 1814 - 1910

0

Colônias Alemães Belgas Espanhóis Franceses

Holandeses Ingleses Italianos Portugueses

2 500

5 000 km

1770 - 1901 Data da colonização

Independência da colônia

Limite internacional atual

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:31 PM

Capítulo 1

a ) O mapa apresenta as áreas de colonização europeia, entre os séculos XVI e XX. Como esse domínio influenciou na regionalização do mundo em Ocidente e Oriente? b ) Descreva as principais características do mundo ocidental e indique quais são os fatores responsáveis pelos aspectos culturais comuns entre as nações do Cristianismo, forte influência das culturas agrupadas nessa classificação. Predominância europeia e estadunidense.

c ) De que maneira a divisão entre mundo ocidental e mundo oriental tem se essa divisão tem tido como principal motivo a religião, sobretudo caracterizado no século XXI? Atualmente, no caso da oposição entre Cristianismo e Islamismo e a atuação de alguns grupos extremistas que se identificam como “inimigos do Ocidente”.

9. Leia os textos para responder às questões propostas. I

[...] Na metade do século XIX, muitos europeus e americanos consideravam sua dominância no mundo como prova de superioridade biológica inata, não como indicação de vantagem cultural, tecnológica ou geográfica. França, Grã-Bretanha, Alemanha, Portugal, Bélgica e Estados Unidos usaram essa ideologia racial para justificar a conquista de novos territórios coloniais. [...] BROWN, Cynthia Stokes. Grande história: do big bang aos dias de hoje. Tradução: Vitor Paolozzi. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 321.

II

8. a) Para justificar o processo colonial, muitos europeus compartilhavam uma visão de mundo na qual o continente e seus povos eram naturalmente superiores, o que ajudou a consolidar a disseminação de sua cultura e de seus hábitos nas áreas colonizadas. Desse modo, vastas regiões do mundo passaram a ter características culturais que, agrupadas, delimitam o Oriente e o Ocidente.

Orientações gerais

• Oriente os alunos na leitura dos textos utilizados na atividade 9. Peça que procurem no dicionário o significado das palavras que eles não conhecem. • Esta atividade, assim como a atividade 8, auxilia no desenvolvimento da habilidade EF09GE06 da BNCC.

[...] A Europa começou o século [XX] dominando e acabou em segundo lugar. Os vastos impérios ultramarinos cujos governos estavam na Europa Ocidental foram extintos ou continuaram apenas em poucas ilhas distantes, mantidas como curiosidades ou ornamentos. Do desaparecimento desses impérios emergiram várias nações independentes, sobretudo na África e na Ásia, mas muitas delas não sabiam o que fazer com sua independência. No início do século, os Estados Unidos sairiam cautelosamente de seu prolongado isolamento; no fim, prevaleciam como a única superpotência. [...] BLAINEI, Geofrey. Uma breve história do século XX. Curitiba: Fundamento, 2010. p. 305-306.

a ) De acordo com o texto I, quais foram as principais causas que levaram potências europeias a colonizar territórios no século XIX? Europeus e americanos consideravam sua dominância no mundo prova de superioridade biológica.

b ) No século XIX era comum a definição de raças, principalmente na Europa. De acordo com o texto I, de que forma as nações da Europa utilizavam a ideojustificar a dominação, no sentido de que, sendo nações superiores, sua dominação logia racial? Para das diferentes áreas colonizadas seria um benefício às nações conquistadas. c ) Relacione o conteúdo do texto I com a divisão entre mundo ocidental e mundo oriental apresentada nas páginas 16 e 17.

Em razão do colonialismo e da ideia de superioridade criada pelas potências europeias, o Oriente passou a ser visto como um mundo de culturas inferiores e exóticas, em um contexto que buscava justificar a exploração colonial.

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Principais características naturais do continente europeu

BNCC

• Este conteúdo contem-

pla o desenvolvimento da habilidade EF09GE07, das competências específicas de Ciências Humanas 3 e 7 e das competências específicas de Geografia 3 e 4 da BNCC, permitindo ainda contemplar o tema contemporâneo Educação ambiental.

Uma das peculiaridades dos aspectos físicos do continente europeu é a posição que ocupa no planeta Terra, pois está localizado entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico. O clima europeu é influenciado tanto pelas massas de ar marítimas vindas do oceano Atlântico como pelas massas de ar polar vindas do oceano Glacial Ártico.

Relevo e hidrografia O relevo do continente europeu caracteriza-se, principalmente, por cordilheiras e extensas áreas de planícies, percorridas por rios permanentes, que deságuam em áreas litorâneas, onde se destacam as ilhas.

Orientações gerais

• Verifique se os alunos são capazes de identificar as principais elevações do continente no mapa desta página, notadamente a Cordilheira dos Alpes, os Alpes Escandinavos e a Cordilheira do Cáucaso.

Observe no mapa abaixo as altitudes do relevo e os principais rios da Europa. Europa: relevo e hidrografia Po lar

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CENTRAL FRANÇÊS

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I. da Grã-Bretanha Rio Tâm isa ha nc Ma Canal da Ri oS ena Rio Loire MACIÇO

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elevação da Europa é o Monte Elbrus, no Cáucaso, com 6 633 metros. Essa montanha se localiza na zona de fronteira entre a Geórgia e a Rússia.

I. da Irlanda

OCEANO ATLÂNTICO

PLANALTO DE VALDAI

Mar do Norte

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identificam que a Planície Norte Europeia é atravessada por inúmeros desses rios navegáveis que nascem nos Alpes (e também nos Montes Cárpatos) e deságuam no Mar do Norte e no Mar Báltico. Entre esses rios, podemos citar alguns de grande importância econômica, como o Rio Elba, o Rio Reno e o Rio Vístula. Peça aos alunos que identifiquem alguns desses rios no mapa e avalie a capacidade de leitura de mapas.

Mar Branco Rio D ivin ad oN ort e PLANÍCIE L. Onega SARMÁTICA L. Ládoga

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• Verifique se os alunos

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capazes de identificar as grandes elevações do continente onde nascem alguns dos principais rios mostrados no mapa.

PLANÍCIE DE KOLA

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• Avalie se os alunos são

Is. Nova Zembla Mar de Barents

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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Mar Cáspio

Mar Negro

Mar de Mármara

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Mar Egeu

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CÁUCASO

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I. de Creta

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 42.

Altitudes em metros Acima de 2 000 De 1 000 a 2 000 De 200 a 1 000 De 0 a 200 Pico Rios

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Orientações gerais

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• Chame a atenção dos alunos para o fato de que grande parte do continente apresenta baixas elevações, principalmente ao longo da grande Planície Norte Europeia, que domina parte significativa do continente e abriga a maioria de sua população.

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Capítulo 1

Cordilheiras, penínsulas e arquipélagos

Alberto Zamorano/Shutterstock.com

Um dos aspectos marcantes do relevo europeu é a presença de algumas cordilheiras. Essas cordilheiras encontram-se interligadas por sua principal formação, os Alpes europeus. Duas áreas montanhosas se estendem ao sul dos Alpes, na direção do Mar Mediterrâneo, constituindo cordilheiras menores que contribuem na formação de penínsulas. Na borda ocidental, os Apeninos constituem a estrutura principal da Península Itálica, com alguns vulcões ativos, como o Monte Etna, na Sicília. A leste dos Alpes está a cordilheira de Cárpatos. Nas porções setentrionais do continente se estendem algumas cordilheiras de formação mais antiga, como os Alpes escandinavos.

Orientações gerais

• Explique aos alunos que cordilheira é o nome que se dá a uma cadeia de montanhas e que uma península é uma porção de terra continental que se encontra cercada de água, com exceção da porção de terra que é ligada ao continente. • Peça que localizem algumas penínsulas no mapa. Chame a atenção para a existência de penínsulas importantes, como a Península Balcânica, a Península Escandinava, a Península Ibérica e a Península Itálica. Além disso, a própria Europa caracteriza-se como uma grande península. • Ressalte para os alunos que o maior rio da Europa é o Rio Volga e destaque a importância cultural do Rio Danúbio, que conecta as porções oriental e ocidental da Europa e, do ponto de vista histórico, apresenta grande relevância comercial.

A oeste do continente está a cordilheira dos Pirineus, que marca a fronteira política entre França e Espanha. Na fotografia, parte da cordilheira dos Pirineus, em Andorra, 2018.

Planície e grandes rios A grande maioria dos rios da Europa são navegáveis e percorrem a maior parte do continente europeu. Essas características são muito favoráveis à ocupação humana e ao desenvolvimento de atividades agropecuárias. Na Europa Ocidental, destacam-se os rios que percorrem importantes áreas econômicas, como o Sena, na França, e o Ruhr, na Alemanha, constituindo planícies densamente povoadas, urbanizadas e industrializadas. Na porção oriental do continente, destaca-se o Rio Volga, na Rússia, que deságua no Mar Cáspio. Além dele, há o Rio Don, também no território russo, e o Rio Dnieper, ambos despejando suas águas no Mar Negro.

Amani A/Shutterstock.com

Conectando as porções ocidental e oriental da Europa, estende-se o Rio Danúbio. Por atravessar o território de nove países, antes de desaguar no Mar Negro, ele integra os países europeus do leste e do oeste.

Na fotografia, paisagem do Rio Danúbio em Budapeste, Hungria, 2018.

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Clima e formações vegetais

BNCC conteúdo permite criar bases necessárias ao desenvolvimento das habilidades EF09GE04 e EF09GE07, das competências específicas de Ciências Humanas 3 e 7 e das competências específicas de Geografia 3, 4 e 6 da BNCC.

•O

Na maior parte do continente europeu predomina o clima temperado. No extremo norte atuam os climas frio e polar, marcados por temperaturas muito baixas, enquanto na porção sul as temperaturas são mais elevadas em razão do clima mediterrâneo. Os climas que atuam na porção oeste da Europa geralmente são influenciados pelas massas de ar provenientes do oceano Atlântico. Essa diversidade climática se reflete nas formações vegetais da Europa. Observe os mapas e verifique os principais tipos climáticos e as formações vegetais presentes no continente. Europa: climas

Orientações gerais

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

• Auxilie os alunos a ob-

servar e a interpretar os mapas apresentados, de modo a avaliar se conseguem relacionar os tipos de clima verificados aos tipos de vegetação.

Círculo Polar Ártico

SUÉCIA RÚSSIA

(parte europeia)

Semiárido Temperado Mediterrâneo Frio Alta montanha Polar

fluência do fator climático da maritimidade e em especial da Corrente do Golfo, uma corrente quente, sobre o clima no norte da Europa. Resgate conhecimentos sobre o tema e explique que a atuação da Corrente do Golfo torna o clima mais ameno do que seria no caso de um cenário no qual essa corrente oceânica não existisse. Compare, por exemplo, o clima verificado nas áreas costeiras da Península Escandinava (temperado) com o clima verificado em áreas na mesma latitude, mas com menor proximidade em relação ao Atlântico Norte. alunos para o efeito da maritimidade sobre o clima indicando o exemplo de uma porção do sul da Europa na qual predomina o clima mediterrâneo, cuja área de abrangência coincide quase que exatamente com a área de ocorrência da vegetação Mediterrânea. Aproveite para avaliar a capacidade de leitura, interpretação e comparação entre os mapas.

OCEANO ATLÂNTICO

POLÔNIA ALEMANHA UCRÂNIA

FRANÇA

ROMÊNIA ITÁLIA

45° N Mar Cáspio

Mar Negro

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58.

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440 km

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

SUÉCIA Tundra Floresta de Coníferas Floresta Temperada Vegetação Mediterrânea Estepe e Pradaria Alta montanha Gelo

Fontes: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 26. FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 24.

Ilustrações: E. Cavalcante

Europa: formações vegetais

RÚSSIA

(parte europeia)

REINO UNIDO

OCEANO ATLÂNTICO

Meridiano de Greenwich

• Chame a atenção dos

REINO UNIDO Meridiano de Greenwich

• Comente acerca da in-

POLÔNIA ALEMANHA UCRÂNIA FRANÇA

ESPANHA

ROMÊNIA

45° N

Mar Cáspio

Mar Negro

ITÁLIA GRÉCIA N

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0

Mar Mediterrâneo

440 km

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Capítulo 1

A Europa possui quase todas as suas formações vegetais naturais alteradas pela ação humana. As florestas foram derrubadas principalmente para abrir áreas de cultivo e para obtenção de madeira, restando poucas áreas florestais atualmente. Vamos estudar a seguir as principais formações vegetais naturais da Europa e as condições climáticas que propiciam o seu desenvolvimento.

KeskiHeikkila/Shutterstock.com

Floresta de Coníferas Ao norte da Europa predominam as Coníferas, também conhecidas por Taiga. As Coníferas ocupam extensas áreas que passam boa parte do ano congeladas. Essas árvores são intensamente exploradas para a obtenção de madeira.

Paisagem de Floresta de Coníferas na Finlândia, 2018.

Naeblys/Shutterstock.com

Vegetação Mediterrânea Ao sul do continente predomina o clima do tipo mediterrâneo, que se caracteriza por verões secos e invernos chuvosos. Nessas condições, desenvolvem-se plantas com características adaptáveis, como folhas permanentes, pequenas e resistentes à evaporação.

Integrando saberes

• Este conteúdo permite uma abordagem em conjunto com o componente curricular de Ciências e possibilita contemplar o tema contemporâneo Educação ambiental através de uma discussão sobre as áreas protegidas da Europa e sua conservação.

• Comente com os alunos que o tipo de vegetação original predominante na Europa é a Floresta Temperada e que essas florestas cobriam, no passado, grande parte do continente, mas foram quase totalmente desmatadas. Uma das poucas áreas remanescentes é a floresta temperada do Parque Nacional da Bialowieza, na Polônia. Peça ajuda ao professor de Ciências para disponibilizar material para que os alunos conheçam mais sobre a Floresta Temperada da Europa, sua fauna e flora.

• Este texto pode ser utilizado para ampliar os conhecimentos.

Paisagem com Vegetação Mediterrânea, na ilha de Córsega, território da França, 2017.

robertharding/Alamy/Fotoarena

Florestas Temperadas Quando ocupava praticamente toda a área de clima temperado (que se caracteriza pelas quatro estações do ano bem definidas e pela regularidade nas precipitações), consistia na vegetação mais abundante do continente. É composta, principalmente, de espécies caducifólias, ou seja, de folhas caducas, que geralmente caem no período mais frio do ano.

[...] As Florestas europeias e os lugares de paisagens mais bucólicas passaram a ter muito mais valor para recreação, lazer, residência secundária ou residência de aposentados que se produzisse madeira ou produtos agropecuários. Enormes florestas públicas ou privadas são agora mantidas apenas para caça esportiva ou lazer, sendo a eventual produção de madeira uma opção secundária. [...] DOUREJEANNI, Marc J; PÁDUA, Maria Tereza Jorge. Biodiversidade: a hora decisiva. Curitiba: UFPR, 2001. p. 271.

Paisagem de Floresta Temperada localizada na Alemanha, 2018.

27

Orientações gerais

• Proponha aos alunos uma pesquisa complementar sobre as florestas da Europa e o que vem sendo feito em prol de sua conservação, de modo a estimular o desenvolvimento da competência geral 5 da BNCC. Apresente a seguin-

11/23/18 2:33 PM

te questão para nortear a pesquisa: as nações da Europa têm lutado pela preservação das florestas remanescentes em seus territórios? • Espera-se que concluam que os países europeus estão hoje entre aqueles que mais se em-

penham em garantir a conservação de áreas remanescentes, contando com leis ambientais, áreas de conservação e programas voltados à recuperação dessas florestas.

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• Converse com o pro-

fessor do componente curricular de Ciências para que, em conjunto, apresentem aos alunos espécies da fauna e flora encontradas nas formações vegetais da Europa. Também podem abordar os principais motivos pelos quais as estepes se encontram alteradas.

Chris Craggs/Alamy/Fotoarena

Integrando saberes

Vegetação de Alta Montanha Vegetação que se desenvolve em regiões de altitudes elevadas, de clima frio. Caracterizam-se por gramíneas, pinheiros e arbustos, de acordo com a altitude. Pode ser encontrada no norte da Europa, em uma vasta faixa montanhosa dos territórios da Noruega, Suécia e Finlândia e também na porção centro-sul do continente, na região dos Alpes.

Natalia Golubnycha/Alamy/Fotoarena

Paisagem de vegetação de Alta Montanha nos Alpes, França, 2018.

Tundra Desenvolve-se no extremo norte europeu e caracteriza-se pela ausência quase total de árvores, principalmente em razão das condições climáticas severas, ou seja, dos invernos longos e rigorosos. Essa formação vegetal é representada por liquens, gramíneas e musgos.

gennadij_sirotenko/Shutterstock.com

Paisagem com vegetação de Tundra na Noruega, 2017.

Estepe e Pradaria Na porção sudeste do continente europeu, ocupando principalmente áreas da Rússia, da Ucrânia e dos países localizados na região do Cáucaso, entre os mares Negro e Cáspio, estende-se uma ampla faixa de vegetação de Estepe, cujo solo é conhecido por tchernozion. Atualmente, essa formação vegetal está, em sua maior parte, alterada.

Paisagem de vegetação de Pradaria na Ucrânia, 2016.

Tchernozion: tipo de solo de coloração negra e muito fértil para a atividade agrícola graças à existência de matéria orgânica em sua composição. Em português é conhecido por terra negra.

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Capítulo 1

Europa Ocidental e sua população O continente europeu apresenta grande pluralidade étnica e cultural na composição de sua população. É possível encontrar, em algumas regiões da Europa, a convivência entre povos tradicionais cujas identidades culturais são divergentes. Essas identidades culturais estão relacionadas, sobretudo, à religião, à língua e ao modo de vida desses povos. A língua é uma das principais formas de expressão cultural de um povo. Para muitos deles, até mesmo aqueles considerados minorias nacionais, ou seja, que não têm soberania sobre a porção do território onde vivem, como os bascos (na Espanha), os lapões (na Lapônia), os corsos (na França) e os sicilianos (na Itália), a preservação do idioma constitui uma maneira de promover a identidade da nação. Estima-se que na Europa sejam reconhecidas várias línguas originárias de grupos linguísticos diversos, como: germânico, latino, basco, turco, céltico e helênico. Veja no mapa a diversidade linguística na Europa.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

Alemão Espanhol Francês Inglês

Meridiano de Greenwich

E. Cavalcante

Europa: variedade linguística

Demétrio Magnoli. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica).

SUÉCIA RÚSSIA

(parte europeia)

REINO UNIDO

Italiano

União Europeia: história e geopolítica.

POLÔNIA ALEMANHA

Português

UCRÂNIA

Romeno

FRANÇA

ROMÊNIA

Russo

45° N

Sérvio, Croata

ITÁLIA

Outras línguas Línguas nativas

ESPANHA

GRÉCIA N

OCEANO ATLÂNTICO

L

O

0

420 km

S

Fonte: RUBENSTEIN, James M. The cultural landscape an introduction to human geography. 8. ed. New Jersey: Pearson Education, 2005. p. 160, 164-165.

29

Orientações gerais

• Avalie a capacidade de leitura de mapas e se os alunos

compreenderam que a língua é parte importante da cultura de um povo. • Incentive atitudes de respeito e valorização às diversas culturas que compõem a população da Europa ocidental, ressaltando que parte dessas características culturais foi trazida por migrantes ao Brasil, fazendo parte da cultura do povo brasileiro.

Material digital

• O uso de mapas temáticos contribui ainda para o desenvolvimento do pensamento espacial e da interpretação da linguagem cartográfica, contemplando a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4. Orientações gerais

Nesta fotografia, pessoas do povo basco apresentam uma dança tradicional de sua cultura em San Sebastián, Espanha, 2017.

Alvaro German Vilela/Shutterstock.com

Lapônia: região localizada no norte da Escandinávia, estendendo-se pelo território de quatro países: Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia.

Livro sobre o histórico da identidade europeia, retratando as lutas étnicas, os desejos de emancipação, as crises econômicas e a prosperidade social.

BNCC apresentar elementos necessários à compreensão da formação dos territórios europeus, das identidades culturais de suas nações, da existência de minorias étnicas e da distribuição da população pelo território, o tema abordado contempla o desenvolvimento das habilidades EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08 e EF09GE09, das competências gerais 1 e 3, das competências específicas de Ciências Humanas 1, 3 e 4 e das competências específicas de Geografia 3 e 6 da BNCC, assim como do tema contemporâneo Diversidade cultural.

• Ao

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• Realize perguntas que instiguem a observação no mapa, pedindo aos alunos que localizem países e idiomas predominantes. • Chame a atenção para a fotografia e comente que o povo basco habita uma região autônoma da Espanha, o País Basco. Por apresentarem uma identidade cultural forte e distinta, incluindo um idioma que não se assemelha em nada ao espanhol, muitos bascos defendem a independência da região em relação à Espanha.

• A proposta de projeto integrador referente ao 1º bi-

mestre serve de complemento ao estudo do tema abordado, dentro da temática da população europeia e suas características.

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Orientações gerais

Distribuição da população na Europa Ocidental

• Realize a leitura com-

A Europa Ocidental é bastante populosa e sua população encontra-se mal distribuída pelo continente. Como podemos observar no mapa abaixo, existem áreas da Europa Ocidental densamente povoadas, como os maiores centros urbanos, e áreas menos ocupadas, como áreas no noroeste e leste da Espanha e o sul de Portugal. Além disso, as áreas de altas montanhas e as de elevadas latitudes (extremo norte do continente), por apresentarem condições inóspitas, são as menos povoadas da região.

partilhada da página e a observação do mapa. Resgate conhecimentos prévios sobre o assunto e peça aos alunos que observem novamente o mapa apresentado na página 24, de modo a relacionar a densidade populacional verificada no continente europeu com as características físicas deste.

Veja também na tabela da página seguinte quais as principais cidades europeias, o número de habitantes e a densidade de cada uma.

uma discussão sobre os fatores que influenciam na distribuição da população, como o clima, o relevo e outras características físicas e também históricas. Avalie se os alunos compreenderam a relação entre clima, relevo e ocupação humana.

Círculo Polar Ártico Reykjavik ISLÂNDIA

NORUEGA

Dublin IRLANDA

Habitantes por km2

alta densidade populacional na porção central da Europa, em especial nas áreas de planície e para a baixa densidade populacional no extremo norte, em áreas de ocorrência de clima frio.

Menos de 1 De 1 a 25 De 25 a 100 Mais de 100

Zurique

FRANÇA

OCEANO ATLÂNTICO

Lyon

SUÍÇA

• Peça

PORTUGAL L

Lisboa

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Barcelona

Madri ESPANHA

Viena ÁUSTRIA SAN MARINO

Milão

MÔNACO N

Mar Báltico

Hamburgo Manchester Berlim Birmingham Amsterdã Londres HOLANDA ALEMANHA BÉLGICA LUXEMBURGO Munique Paris

O

Helsinque

60° N

Mar do DINAMARCA Norte Copenhague

ANDORRA Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

Estocolmo

Oslo

REINO UNIDO

• Chame a atenção para

ITÁLIA Roma Nápoles

Mar Mediterrâneo

Mar Adriático GRÉCIA Atenas

Mar Egeu

290 km

Paisagem da densa ocupação urbana de Milão, Itália, 2018.

Paisagem da cidade de Uusikaupunki, Finlândia, 2018. MikhailBerkut/Shutterstock.com

aos alunos que observem o mapa e localizem os países com maior ou menor densidade populacional da Europa. Eles poderão identificar, por exemplo, a Alemanha, a Holanda e a Bélgica como países que apresentam alta densidade populacional. Já países que apresentam densidade populacional mais baixa são Espanha, Portugal, Finlândia, Suécia e Noruega.

FINLÂNDIA SUÉCIA

yari2000/Shutterstock.com

• Realize

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Meridiano de Greenwich

E. Cavalcante

Europa Ocidental: densidade demográfica - 2015

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11/23/18 2:34 PM

30

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:34 PM

Densidade demográfica (hab./km2)

Paris

2,2

21 369

Barcelona

1,6

15 533

Madri

3,2

5 298

Londres

8,1

5 100

Berlim

3,6

4 035

Cidade

Capítulo 1

Número de habitantes (em milhões) – 2016

Orientações gerais

• Solicite aos alunos que observem os dados da tabela e analisem em conjunto com o mapa da página anterior.

• Chame a atenção para a fotografia e explore o fato de a Europa ser um dos continentes mais urbanizados do mundo. Esse processo é posteriormente explorado nas páginas 48 e 49.

Fonte: United Nations. Demographic Yearbook 2016. Disponível em: <https://unstats.un.org/ unsd/demographic-social/ products/dyb/documents/ dyb2016/table08.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2018.

Regiões intensamente ocupadas da Europa

Importantes metrópoles do continente europeu, como Zurique, na Suíça, Düsseldorf, na Alemanha, e Roterdã, na Holanda, onde se localiza o porto de Roterdã, fazem parte dessa região intensamente ocupada, onde se verifica, anualmente, um intenso fluxo de pessoas, mercadorias, capitais e informações. Vista da cidade de Zurique, Suíça, 2018.

Antonio P. Lencastre/ Shutterstock.com

No mapa da página anterior, verificamos que as regiões densamente povoadas correspondem às áreas mais urbanizadas da Europa Ocidental, que se estendem de Londres, no sul da Inglaterra, a Milão, no norte da Itália.

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A elevada qualidade de vida da população europeia

BNCC

• Os conteúdos podem

ser relacionados ao trabalho com a habilidade EF09GE09 da BNCC e a competência específica de Geografia 5. Podem ainda ser relacionados aos temas contemporâneos Ciência e tecnologia e Direitos da criança e do adolescente dentro do contexto da valorização de investimentos na educação de jovens como um dever do Estado.

Entre os dez mais elevados IDHs do mundo, sete são de países da Europa Ocidental. Isso, em parte, é reflexo da elevada qualidade de vida de suas populações. Nesses países, os governos destinam parte significativa das riquezas nacionais para investimentos em programas voltados à melhoria e manutenção da boa condição de vida da população, como educação de qualidade, infraestrutura adequada e sistema de saúde eficiente. O resultado desses investimentos é observado nas baixas taxas de analfabetismo e de mortalidade infantil e na elevada expectativa de vida entre os idosos europeus. Além disso, em razão da elevada renda per capita das populações europeias, seus habitantes desfrutam de alto poder aquisitivo, o que lhes proporciona melhores condições de lazer, alimentação e, sobretudo, moradia. Veja na tabela ao lado os investimentos em educação feitos por alguns países do mundo, no período entre 2010 e 2014.

Orientações gerais

• Explique

que, dentro do contexto do alto desenvolvimento socioeconômico, as cidades europeias configuram importantes centros culturais, educacionais e financeiros mundiais e apresentam serviços de alta qualidade, estando também entre as que mais investem em educação e pesquisa.

Conforme podemos perceber pela análise da tabela, os países da Europa realizam maiores investimentos na área de educação do que os outros países mostrados. Além de destinar maior parcela do PIB a essa área, os países europeus possuem o PIB muito elevado, o que torna o valor investido ainda mais significativo. Esses investimentos se refletem diretamente na qualidade de vida da população europeia. Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de desenvolvimento humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/ default/files/2016_human_development_report.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2018.

• Oriente os alunos a in-

Dinamarca

9

Noruega

7

França

6

Suíça

5

Espanha

4

Indonésia

3

Peru

4

Camboja

2

Richard Chivers-VIEW/Alamy/Fotoarena

terpretar a tabela corretamente e converse com eles sobre a importância da educação para um país. Peça que indiquem os contrastes entre os países evidenciados na tabela.

País

% do PIB investido em educação - 2010-2014

O ensino de qualidade colabora para que as taxas de analfabetismo na Europa estejam entre as menores do mundo. Em países como Chipre e Espanha, apenas 0,9% e 1,9% da população, respectivamente, é analfabeta. Na fotografia, sala de aula em Cambridge, Inglaterra, 2018.

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em foco

Os problemas sociais da Europa Ocidental

Capítulo 1

Geografia Leia as manchetes a seguir.

Desemprego entre jovens ainda desafia Europa Jornal Estado de Minas, 1º fev. 2018. Disponível em: <https://www. em.com.br/app/noticia/internacional/2018/02/01/interna_ internacional,935210/desemprego-entre-jovens-ainda-desafia -europa.shtml>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Quase metade dos desempregados na Europa busca vaga há mais de 1 ano

• Realize a leitura da seção e avalie se os alunos compreenderam que a desigualdade de riqueza é evidente na Europa Ocidental, apesar dos altos índices de desenvolvimento verificados ao analisarmos a região como um todo. • Destaque o Reino Unido, a Alemanha, a Holanda, a Bélgica e os países da Escandinávia como aqueles que apresentam os mais altos valores de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Entre aqueles que apresentam menor IDH, podemos citar Portugal e Grécia.

O Globo, 10 set. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/ economia/quase-metade-dos-desempregados-na-europa-buscavaga-ha-mais-de-1-ano-21804942>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Como é possível perceber pelas manchetes, problemas sociais como o desemprego, além de baixos rendimentos, não são exclusivos de países subdesenvolvidos. Esses e alguns outros, como a falta de moradias, também estão presentes nos países da Europa, ainda que em proporções menores. Embora o PIB per capita de grande parte dos países europeus seja elevado, esse índice é uma média e acaba não evidenciando os problemas sociais da região.

• Comente que Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha foram os países da Zona do Euro que mais sofreram com a crise econômica europeia de 2008, que provocou estagnação do crescimento, aumentou a dívida externa e interna e elevou o desemprego nessas nações. A França não é uma dessas nações, mas apresenta desigualdades internas e também mostrou crescimento do desemprego.

Nos últimos anos, o aumento do número de desempregados e de atividades de baixa remuneração entre os países ricos da Europa vem gerando um crescimento da população que vive em condições de pobreza. A taxa média de desemprego na França, entre 2007 e 2017, foi de 9%, e na Espanha foi de 19% para esse mesmo período. Na Grécia, em razão da intensa crise econômica registrada nos últimos anos, a taxa de desemprego chegou a 21%.

LE PICTORIUM/Alamy/Fotoarena

Outro reflexo da pobreza nos países europeus está no aumento de bairros deteriorados, com moradias precárias e na periferia de grandes centros urbanos, ou até mesmo no aumento do número de moradores de rua.

• Chame a atenção para a paisagem evidenciada na fotografia e reforce a existência tanto de desigualdades entre países como entre pobres e ricos em um mesmo país.

Moradias precárias em um bairro de Paris, França, 2017.

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Orientações gerais

Orientações gerais

• Comente com os alunos que na periferia de Paris, a capital francesa, de modo geral concentra-se a população de baixa renda, da mesma forma que ocorre em algumas cidades latino-americanas.

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• Para ampliar o estudo do tema da desigualdade social em países da Europa Ocidental, tomando como exemplo o caso da França, e desenvolver o tema contemporâneo Diversidade cultural, sugerimos a apresentação do filme abaixo, seguido de uma discussão. • Entre os muros da escola. Direção de Laurent Cantet, 2009. (128 min).

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Europa: menos bebês e mais idosos

BNCC

• O tema explorado nas

páginas 34 e 35 permite contemplar a habilidade EF09GE09 da BNCC, assim como abordar a competência específica de Ciências Humanas 2 e a competência específica de Geografia 5 e desenvolver o tema contemporâneo Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso ao analisar as características demográficas da Europa com ênfase para a queda no ritmo de crescimento e o processo de envelhecimento.

A Europa é o continente que concentra o maior número de países com baixas taxas de crescimento populacional, abrigando também populações com crescimento negativo. Observe, na tabela, a taxa de crescimento da população de alguns países da Europa entre os anos de 2015 e 2020. País

Crescimento médio da população (em %) – 2015-2020

Noruega

1

França

0,4

Holanda

0,3

Alemanha

0,2

Itália

-0,1

Transição demográfica: processo pelo qual, após uma fase de crescimento acelerado, determinada população passa a apresentar baixa natalidade e baixa mortalidade, ou seja, um equilíbrio, com crescimento demográfico mínimo ou negativo.

Fonte: United Nations. World Population Prospects 2016. Disponível em: <https:// population.un.org/wpp/DVD/Files/1_ Indicators%20(Standard)/EXCEL_FILES/1_ Population/WPP2017_POP_F02_POPULATION_ GROWTH_RATE.xlsx>. Acesso em: 31 out. 2018.

As baixas taxas de natalidade no continente europeu são decorrentes da queda na taxa de fecundidade. Um exemplo é a taxa de fecundidade entre as mulheres portuguesas, que até 1975 era de 3% e no ano de 2015 foi de 1,2%.

Orientações gerais

• Ressalte

que a diminuição das taxas de fecundidade e natalidade foram acompanhadas do envelhecimento da população, isto é, de uma gradual elevação do contingente de indivíduos idosos na composição da população. Isso ocorreu porque as taxas de mortalidade permaneceram baixas, fruto do alto nível dos serviços de saúde e do desenvolvimento socioeconômico elevado da Europa Ocidental.

Esse processo histórico de mudança na estrutura demográfica europeia é marcado pela transição demográfica e tem como consequência o envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da expectativa de vida e pela redução da taxa de fecundidade. A Europa também vem apresentando um aumento significativo do número de idosos no total da população. A boa qualidade de vida das populações europeias, associada, principalmente, ao acesso a sistemas de saúde eficientes, vem diminuindo as taxas de mortalidade.

O crescimento negativo da população é registrado em um país quando a taxa de natalidade passa a ser inferior à de mortalidade. Essa situação, em geral, pode ser identificada em países que possuem nível de desenvolvimento socioeconômico elevado. Na Europa, por exemplo, países como a Alemanha e a Itália são marcados por essa característica demográfica.

• Retome, se considerar

oportuno, os conceitos demográficos trabalhados nesta página para um melhor entendimento do conteúdo, sanando dúvidas dos alunos sobre taxa de natalidade e transição demográfica antes de dar prosseguimento ao estudo. Aproveite para resgatar conhecimentos prévios sobre o assunto.

MikeDotta/Shutterstock.com

Crescimento negativo da população

A baixa natalidade deixa unidades pediátricas vazias em hospitais da Europa, como mostrado ao lado em Milão, Itália, 2016.

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Capítulo 1

Observe a pirâmide etária da Holanda. Note que a proporção de adultos e idosos é bem maior que a de crianças e jovens. Essa característica da composição etária se repete em vários países europeus. Holanda: pirâmide etária – 2018 Idade

Sistema previdenciário: sistema que administra as contribuições obrigatórias pagas por trabalhadores e empregadores, além do pagamento de pensões, aposentadorias, entre outros benefícios.

Mulheres

80 ou mais 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 7

6

5

4

3

2

1

0

0

1

2

3

4

5 6 7 Mil habitantes

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível: <https://population.un.org/ wup/Download/>. Acesso em: 31 out. 2018.

• O que significa para um país apresentar uma composição etária com maior pro-

porção de pessoas adultas e idosas, como mostra a pirâmide etária da Holanda? Significa que a população do

Em alguns países da Europa, o crescimento do número de idosos vem dando si- país está envelhecendo. nais de uma futura falência do sistema previdenciário. Isso preocupa os governos porque, com a diminuição do número de jovens na população economicamente ativa (PEA) e, consequentemente, com a queda na produção de riquezas, eles se veem obrigados a investir volumosas quantias em áreas como previdência e saúde para assegurar a qualidade de vida dos habitantes idosos. Além disso, os impostos que custeiam tanto os serviços públicos como as despesas previdenciárias tendem a cair com a diminuição cada vez maior do número de jovens e adultos contribuintes. Nos últimos anos, vários países europeus têm apresentado propostas de reformas em políticas públicas, visando, sobretudo, a manutenção do sistema previdenciário. Estender o tempo de contribuição do trabalhador e aumentar a idade mínima para a aposentadoria são algumas das medidas que têm sido adotadas para manter o sistema previdenciário nos países ricos europeus. Porém, algumas dessas medidas são impopulares e causam descontentamento entre os trabalhadores.

• Comente com os alunos que outro problema relevante causado pelo envelhecimento é o fato de a população economicamente ativa (PEA) poder não suprir as necessidades de mão obra de um país. Questione os alunos sobre outros processos que podem vir a suprir essa demanda e avalie se eles são capazes de identificar os processos migratórios.

• Explique que quando é negativo o valor da diferença entre a arrecadação e o pagamento de auxílios e benefícios previdenciários concedidos por um país em determinado período ocorre o que chamamos de déficit previdenciário, situação que configura um empecilho ao desenvolvimento dessa nação. Consequentemente, a maioria dos países europeus realizou reformas em seu sistema previdenciário quando os reflexos do envelhecimento se tornaram muito evidentes.

gary yim/Shutterstock.com

Carmen Martinez

Homens

Orientações gerais

• Peça aos alunos que comentem sobre a distribuição da população de acordo com o sexo e comente que as taxas de participação política das mulheres e sua equidade salarial em relação aos homens são, de modo geral, maiores na Europa do que em outras regiões do mundo. Cite exemplos de lideranças políticas femininas no continente.

Grupo de idosos em uma roda de conversa na Sicília, Itália, 2017.

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Orientações gerais

Geografia

• Questione

os alunos sobre os motivos econômicos envolvidos na criação de políticas públicas de incentivo à geração de filhos por casais e cite casos de exemplos contrários, nos quais os governos buscam reduzir as taxas de natalidade, como no caso de países asiáticos.

em foco

Incentivo financeiro à natalidade

Muitos governos europeus, como França, Portugal e Alemanha, vêm adotando políticas públicas para conter a queda da taxa de natalidade na Europa. Uma dessas ações é a oferta de subsídios que incentivam os casais a terem mais filhos. Veja a seguir exemplos de valores destinados às famílias com dois filhos em alguns países europeus. Subsídio oferecido pelo governo aos casais com dois filhos – 2014

• Realize

uma discussão sobre planejamento familiar e, dentro do contexto do desenvolvimento do tema contemporâneo Vida familiar e social, analise junto aos alunos os motivos pelos quais é possível verificar uma relação entre o desenvolvimento socioeconômico de um país e as taxas de fecundidade e natalidade verificadas.

Luxemburgo

1o

Euros/mês: 293

Euros/mês: 150

2o

Euros/mês: 207

4o

Áustria

Alemanha

Dinamarca Euros/mês: 145

Bélgica

3o

Euros/mês: 192

5o

Irlanda

6o

Euros/ mês: 140

• Ressalte que as quedas

Rawpixel.com/Shutterstock.com

nas taxas de fecundidade em países desenvolvidos se devem a diversos fatores, entre eles o maior nível de escolaridade das mulheres e a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho.

• Incentive os alunos a

comentar o que pensam acerca de políticas do Estado voltadas ao planejamento familiar e no caso do estímulo a casais para que tenham mais filhos.

Fonte: IPF (Instituto de Política Familiar). Rapport sur l’evolution de la famille en Europe 2018. Disponível em: <http://www.laityfamilylife.va/content/dam/laityfamilylife/Pdf/Rapport_sur_l_evolution_de_la_famille_en_ Europe_2018_c.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2018.

• Em sua opinião, a queda na taxa de natalidade da população europeia seria resolvida com políticas públicas, como o exemplo apresentado nesta página? Troque ideias com os colegas. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

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Resposta

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• Resposta pessoal. Conduza o debate entre os alunos e incentive a participação de todos de modo que exponham suas opiniões. Peça que anotem os resultados desse debate no caderno, posteriormente confira se as respostas dos alunos estão coerentes com a atividade proposta.

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Capítulo 1

Os fluxos migratórios para a Europa

Jacopo Landi/NurPhoto/Getty Images

O desemprego, a pobreza, os conflitos de ordem étnica, política e civil, aliados à falta de esperança em alcançar melhores condições de vida, vêm fazendo que muitos habitantes de países subdesenvolvidos migrem, principalmente, para os países mais ricos da Europa. A qualidade de vida nesses países e as oportunidades de emprego com altos salários são melhores que em muitos outros lugares do mundo. Para se ter uma ideia, de todas as pessoas que migram no mundo, cerca de 30% vão para o continente europeu. A maioria das pessoas que se dirigem para a Europa vem de países subdesenvolvidos, especialmente os da Ásia e da África, e de países do Leste Europeu, buscando melhores condições de vida. Além disso, muitos países europeus têm recebido migrantes provenientes de países que foram suas colônias no passado, como os argelinos na França. Muitas vezes, na Europa, os imigrantes inserem-se em atividades que exigem baixa escolaridade, como operários da construção civil, trabalhadores domésticos e do campo. Apenas uma pequena parcela deles é constituída de profissionais qualificados, inseridos em profissões mais valorizadas financeiramente. No país de origem desses imigrantes, a saída das pessoas mais bem preparadas intelectualmente recebe o nome de fuga de cérebros. Nos últimos anos, em virtude da mudança na estrutura demográfica europeia, houve uma diminuição da PEA e um aumento significativo do número de idosos. Com isso, foi crescente a demanda por mão de obra no continente europeu, que muitas vezes passou a ser atendida por imigrantes. Esse fato aumentou as manifestações de xenofobia, pois um dos argumentos contra a imigração é a perda de postos de trabalho para os estrangeiros. Grande parte dos casos de xenofobia que ocorrem na Europa é identificada por atitudes de preconceito e de discriminação em relação às pessoas de outras etnias, culturas e religião.

• O estudo das dinâmicas migratórias envolvendo a Europa também permite contemplar as competências específicas de Ciências Humanas 1 e 2 e a competência específica de Geografia 6, aproximando-se do tema contemporâneo Diversidade cultural. Orientações gerais

Xenofobia: sentimento de aversão a pessoas estrangeiras.

Manifestantes contra a entrada de imigrantes, chamados no protesto de“invasores” . Na imagem acima, a faixa diz“Pare a invasão” , em um protesto em Roma, Itália, 2017.

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Material digital

• A proposta de sequência didática 2, dis-

ponível no material digital, possibilita um trabalho conjunto com o tema estudado nesta página e com as habilidades EF09GE02 e EF09GE09.

• Verifique se os alunos compreenderam que qualquer manifestação de xenofobia deve ser repudiada e que a discriminação em virtude do país de origem ou religião é considerada crime no Brasil.

BNCC temática abordada nesta página favorece o desenvolvimento das habilidades EF09GE05, EF09GE08 e EF09GE09, assim como as competências gerais 1 e 7 da BNCC.

•A

• Questione os alunos sobre o que eles sabem sobre as migrações em direção à Europa atualmente. Comente que, hoje em dia, o continente se caracteriza pela grande quantidade de imigrantes e peça a eles que identifiquem possíveis benefícios da presença desses imigrantes e por quais motivos são vistos por parte da população como uma ameaça. O texto a seguir pode ser utilizado para ampliar os conhecimentos sobre o assunto. Claro que o medo da globalização não é fruto apenas da terceirização. Um medo mais visceral é provocado pelo aumento da migração da periferia pobre para o Ocidente rico. Novas ondas de migração africana têm chegado ao litoral europeu, causando preocupação com a perda de empregos e a mudança da identidade nacional. [...] CHANDA, Nayan. Sem fronteira. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 414.

• Ressalte aos alunos a importância de res11/23/18 2:34 PM

peitar e valorizar a pluralidade cultural existente entre os diferentes povos do mundo.

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Atividades

Orientações gerais

• Oriente

os alunos a realizar as atividades, buscando sempre avaliar se compreenderam os conceitos e assuntos tratados até o momento.

Exercícios de compreensão

1. Por que o Rio Danúbio pode ser considerado importante para a integração terriResposta esperada: porque ele atravessa o território torial da Europa? Justifique sua resposta. de nove países e constitui um importante fator de

• Para

a realização da atividade 3, peça aos alunos que observem novamente o mapa da página 29. Verifique se os alunos são capazes de identificar, no mapa, o contraste entre os continentes e que a Europa como um todo apresenta a população envelhecida.

4. Resposta esperada: transição demográfica é o processo pelo qual, após uma fase de crescimento acelerado, determinada população passa a apresentar baixa natalidade e baixa mortalidade. A transição tem como consequência o envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da expectativa de vida e pela redução da fecundidade.

integração continental entre os países europeus do leste e do oeste.

3. A população europeia apresenta características culturais distintas. Isso se deve às diferenças entre as religiões, as línguas e as tradições culturais dos povos que a compõem, originários de diferentes etnias.

2. No caderno, descreva algumas das principais formações vegetais da Europa utia) Resposta esperada: a Floresta Temperada desenvolve-se em lizando as palavras abaixo. 2. climas temperados e é composta, principalmente, por espécies a ) Temperada – caducifólias – frio

caducifólias, cujas folhas caem no período frio do ano.

Vegetação Mediterrânea ocorre em áreas de clima mediterrâneo, b ) Mediterrânea – evaporação Acom plantas pequenas e resistentes à evaporação.

c ) Coníferas – norte – Taiga As Coníferas, também conhecidas por Taiga, predominam no

norte da Europa e passam boa parte do ano cobertas por gelo.

3. No caderno, caracterize a pluralidade cultural da população europeia. 4. Caracterize o processo de transição demográfica e suas consequências. 5. Com base no que você estudou, podemos afirmar que toda a população europeia tem acesso a uma boa qualidade de vida? Explique sua resposta. Resposta esperada: não, pois, apesar de a Europa Ocidental ser constituída por países desenvolvidos, eles apresentam problemas sociais como desemprego e falta de moradias, de modo que nem toda a população tem acesso a uma boa qualidade de vida.

Geografia no contexto

6. Observe o mapa a seguir e responda às questões no caderno. Mundo: população idosa – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

CANADÁ

Trópico de Câncer

SUÉCIA

ALEMANHA

OCEANO ATLÂNTICO

JAPÃO ARGÉLIA

ARGENTINA

ÍNDIA

OCEANO PACÍFICO 0°

Meridiano de Greenwich

BRASIL

Trópico de Capricórnio

ARÁBIA SAUDITA ETIÓPIA

SERRA LEOA

Participação de pessoas com 60 anos ou mais na população total do país (em %) 33 17,5 10,5 6,5 2 Sem dados

L S

FRANÇA

Equador

OCEANO PACÍFICO

RÚSSIA

OCEANO ÍNDICO

E. Cavalcante

ESTADOS UNIDOS

N O

ÁFRICA DO SUL

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0

Círculo Polar Antártico 2 200

4 400 km

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 23 out. 2018.

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Capítulo 1

6. a) O continente europeu (França, b ) Quais regiões do mundo apresentam os menores índices de população idosa? Alemanha e continente africano (Argélia, Etiópia e Serra Leoa) Suécia), a Cite alguns países. Oe os países do Oriente Médio. América do c ) Explique no caderno a relação entre a intenção do governo de países europeus Norte (Canadá e Estados em aumentar a idade mínima para a aposentadoria e as informações apresen- Unidos) e parte da Ásia tadas sobre esse continente no mapa da página anterior. Possível resposta: com o crescimento do número de idosos, o sistema previdenciário europeu vem sendo comprometido. (China e Japão). A redução do número de jovens na PEA gera uma queda na produção de 7. Leia o texto a seguir. riquezas e também de contribuições para a previdência. O aumento da idade mínima está entre as ações voltadas à manutenção do sistema previdenciário.

a ) De acordo com o mapa, quais regiões do planeta concentram países cuja população idosa é mais numerosa? Cite alguns países dessas regiões.

Discriminada, a mão de obra estrangeira é essencial

É cada vez mais numerosa a parcela dos trabalhadores europeus que, assustados com o desemprego, veem os imigrantes como culpados por sua insegurança econômica e social. Uma pesquisa realizada no início de 2006 constatou que 3 em cada 10 franceses admite ser “ao menos um pouco” racista. Cegos pelo preconceito, esses europeus não percebem que a presença da mão de obra estrangeira – inclusive em proporções muito maiores do que a atual – é essencial para impedir que, nos próximos anos, a economia desses países entre em colapso por falta de braços para o trabalho. A Europa é um continente em rápido envelhecimento. Isso ocorre porque, de um lado, a expectativa de vida é cada vez mais alta, e, por outro, o número médio de filhos por casal vem caindo sem cessar. Morrem mais pessoas do que nascem. A queda das taxas de fertilidade está elevando a proporção de idosos entre os europeus nas próximas décadas. Na Itália, por exemplo, a média de idade deverá subir dos atuais 41 anos para 53 – doze anos a mais – até 2050. Na metade do século, a população da Espanha pode ser 22% menor do que agora, e a da Holanda, 10% menor. No total, 34 países terão um declínio populacional até 2050.

7. Resposta pessoal. Oriente o debate de forma que todos os alunos sejam ouvidos. Verifique se eles realizaram as anotações de acordo com o O único fator capaz de reverter essa tendência é a entrada maciça de tema proposto. alunos estrangeiros. Os imigrantes são, na média, mais jovens do que os europeus Os poderão citar a nativos, e têm mais filhos – em parte, pela pouca idade, mas também por- questão do em que geralmente vêm de países com taxas de fertilidade mais altas. Caberá preconceito relação ao a eles sustentar a vida econômica nesses países quando os europeus se trabalhador a retirarem, em números cada vez maiores, para desfrutar de sua confortável imigrante, questão da falta de mão de obra aposentadoria. devido ao Os especialistas calculam que, para manter estável a atual proporção en- envelhecimento da população e tre as pessoas que trabalham e as que vivem de pensões, a Europa a queda da taxa precisará de 3 milhões de novos imigrantes por ano – o dobro da quantida- de natalidade e a necessidade de atual de trabalhadores recém-chegados, legais ou ilegais. O que muitos de imigrantes no mercado de veem como um problema é, na realidade, uma solução. trabalho para FUSER, Igor. Geopolítica: o mundo em conflito. 3. ed. não estagnar a São Paulo: Salesiana, 2010. p. 78-79. economia dos países europeus. Com os colegas da sala, faça um debate sobre o seguinte tema: “O trabalho Caso considere pertinente, imigrante na Europa”. Durante a conversa, procurem abordar os pontos de vis- promova a de ta apresentados no texto acima e na página 37. Após o término do debate, elaboração um texto anotem no caderno as principais conclusões obtidas. coletivo.

Orientações gerais

• Reforce as diferenças entre migrações legais e ilegais, imigrantes e requerentes de asilo, migrações temporárias e definitivas. Ressalte que a maioria dos fluxos migratórios em direção à Europa é motivada por razões econômicas, tanto de outros continentes em direção à Europa como de países da Europa oriental, que integram a União Europeia, em direção à Europa ocidental. Comente, porém, que em função de conflitos como a guerra civil na Síria, por exemplo, existem também muitos refugiados e requerentes de asilo que ingressam no continente. Resgate conhecimentos prévios sobre o tema e avalie se os alunos compreendem que os imigrantes podem ajudar a suprir uma demanda importante por mão de obra em países com população envelhecida.

• Comente com os alunos que os imigrantes ilegais, vítimas de maior preconceito, na maioria das vezes exercem atividades informais ou de baixa remuneração e não competem por vagas de emprego com a população local, mas a noção de que eles “roubam” empregos é explorada por alguns políticos, elevando o sentimento de xenofobia por parte da população.

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A União Europeia

BNCC

• O tema explorado nas

páginas 40 e 41, juntamente com a observação do mapa e uma discussão sobre a União Europeia e a integração econômica e cultural entre seus países-membros, permite contemplar as habilidades EF09GE02, EF09GE05, EF09GE09 e EF09GE10 da BNCC.

<http://livro.pro/i85qka>. Acesso em: 1o nov. 2018.

Capital Rashad Ashur/ Shutterstock.com

As pessoas e as empresas são livres para gerir e investir o seu dinheiro em qualquer Estado-membro, ou seja, podem abrir contas bancárias, fazer investimentos e adquirir outras empresas ou propriedades em outros países da União Europeia.

Serviços As pessoas e as empresas podem prestar serviços livremente de maneira estável e contínua ou temporária em um ou em vários Estados-membros, sem ter que se estabelecer.

Pessoas Para os cidadãos das diferentes nacionalidades do bloco, tais princípios ampliam o mercado de trabalho e de consumo, pois essas pessoas podem circular livremente entre os países, estabelecendo-se em qualquer um deles como cidadãos europeus.

Por estender a liberdade de circulação aos cidadãos europeus, diferentemente do que ocorre em outros blocos, nos quais se permite apenas a circulação de serviços, capitais e mercadorias, a UE caracterizou-se como o primeiro, e até hoje o único, Mercado Comum regional do globo.

• Explique

aos alunos que a livre circulação de capital acontece com uma supervisão financeira, por meio de fiscalizações aplicáveis pelos governos.

• Ressalte que para aderir à União Europeia as nações devem atender aos Critérios de Copenhague, tais como possuir um governo democrático.

Para encontrar várias informações sobre a União Europeia, como história do bloco, dados estatísticos e documentos oficiais, acesse o site:

om une/Shutterstock.c

• Inicie uma discussão sobre o tema avaliando o entendimento dos alunos sobre o nível de integração proporcionado pela União Europeia. Chame atenção para o fato de que os países-membros da UE compartilham legislação específica comercial, ambiental, fiscal e trabalhista. Este é o maior nível de integração entre países em um bloco e prevê a livre circulação de pessoas, mercadorias e capital.

A livre circulação de mercadorias propicia aos consumidores uma ampla escolha de produtos, além de permitir a eles comprar produtos de melhor qualidade a preços reduzidos. Ao mesmo tempo, permite às empresas desenvolverem um mercado diversificado e competitivo.

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Orientações gerais

União Europeia

Mercadorias AnaBoo/Shutterstock.com

o estudo das páginas mencionadas referente à ocupação humana e produção do espaço geográfico e exigindo igualmente a interpretação de mapas, contemplam-se a competência específica de Ciências Humanas 7 e as competências específicas de Geografia 3, 4 e 5.

A Constituição da UE baseia-se em quatro liberdades principais de circulação. Veja quais são.

lp studio/Shutterstock.com

• Sendo

Iniciada há mais de 50 anos com a união de seis países, a União Europeia (UE) é composta atualmente de 28 Estados-membros. Esse bloco econômico configura-se como um dos mais poderosos do mundo globalizado, além de ter grande importância política.

No entanto, o princípio das quatro liberdades não se estende igualmente a todos os membros do bloco, pois, com a adesão de 12 países da Europa Oriental (Leste Europeu), entre 2004 e 2007, ocorreu uma série de restrições em relação à entrada de seus cidadãos nos países da Europa Ocidental.

40

Orientações gerais

• Avalie os conhecimentos prévios dos alunos sobre o

tema, resgatando conhecimentos e experiências sobre o estudo de outros blocos econômicos.

• Os seguintes materiais podem ser indicados como su-

11/23/18 2:36 PM

> JAF, Ivan; MARTIN, André. A União Europeia. São

Paulo: Ática, 2007. > Portal da União Europeia. Disponível em: <http://livro.

pro/i85qka>. Acesso em: 22 out. 2018.

gestão de leitura e pesquisa para complementar o estudo da União Europeia e seu funcionamento.

40

11/24/18 9:42 AM


:36 PM

Contrastes na UE Existem também contrastes internos gerados pelas disparidades econômicas e tecnológicas nos países que compõem União Europeia. Um exemplo disso ocorre entre Alemanha e Portugal. Veja a tabela com dados de 2016.

Alemanha 3,5 trilhões

42 mil

Portugal

20 mil

o de Me r idian

FINLÂNDIA

NORUEGA SUÉCIA ESTÔNIA

BÉLGICA 5

LITUÂNIA RÚSSIA

SUÍÇA 1

7

ESPANHA

RÚSSIA (parte europeia)

BELARUS

ALEMANHA

FRANÇA

PORTUGAL

POLÔNIA

50° N

REPÚBLICA TCHECA 4 ÁUSTRIA

9

UCRÂNIA

ESLOVÁQUIA MOLDÁVIA

HUNGRIA 3 ROMÊNIA CROÁCIA

ITÁLIA

2

SÉRVIA BULGÁRIA 8

MACEDÔNIA 6

Mar Negro

TURQUIA

GRÉCIA

Mar Mediterrâneo N L

O S

0

300 km

MALTA

E. Cavalcante

Em processo de saída da UE desde 2016

LETÔNIA DINAMARCA HOLANDA

OCEANO ATLÂNTICO

Países fundadores, 1957 Adesões, 1973 1981 1986 1995 2004 2007 2013 Países candidatos Membros da Zona do Euro

CHIPRE

A Zona do Euro Ao estabelecer o euro como moeda comum aos seus principais países, no início do século XXI, a Zona do Euro avançou no sentido de se tornar uma União Econômica e Monetária, atingindo o nível mais alto de unificação em um bloco. Veja no mapa acima os países-membros da União Europeia que adotaram o euro.

1 – ANDORRA 2 – BÓSNIA-HERZEGOVINA 3 – ESLOVÊNIA 4 – LIECHTENSTEIN 5 – LUXEMBURGO 6 – ALBÂNIA 7 – MÔNACO 8 – MONTENEGRO 9 – SAN MARINO

Fonte: União Europeia. Disponível em: <http:// europa.eu/about-eu/ countries/index_pt.htm>. ECB (Banco Central Europeu). Eurosistema. Disponível em: <www.ecb. europa.eu/euro/intro/ html/map.pt.html>. Acessos em: 3 nov. 2018.

MimaCZ/Shutterstock.com

tico

REINO UNIDO

IRLANDA

204 bilhões

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank. worldbank.org>. Acesso em: 1º nov. 2018.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Gre enw ich

ISLÂNDIA

ola r Ár

PIB Renda per capita (em US$) (em US$)

País

União Europeia – 2018 C ír cu lo P

Capítulo 1

Alguns países temem os efeitos da imigração maciça, proveniente dos países do antigo bloco socialista, por apresentarem intensos conflitos étnicos e, sobretudo, um padrão inferior de desenvolvimento econômico e tecnológico. Além disso, a União Europeia restringe a migração de pessoas originárias de nações subdesenvolvidas. A entrada de imigrantes é rigorosamente controlada pelos governos europeus, que fiscalizam a quantidade e a origem desses imigrantes. Por isso, atualmente, muitos acusam o bloco econômico de intensificar as barreiras contra a imigração de não europeus e de cidadãos de países europeus mais pobres.

Símbolo do euro.

41

Integrando saberes

• Realize um trabalho em conjunto com o professor de História. Para aprofundar o estudo, explique o contexto no qual surgiu a primeira organização de cooperação econômica internacional nos moldes de um bloco econômico em 1951, no contexto do pós-guerra. A Comunidade Euro-

Orientações gerais

• Comente com os alunos que o livre trânsito das pessoas residentes nos países-membros é previsto no Acordo de Schengen e inclui a possibilidade de um indivíduo de um país-membro buscar emprego em outro país-membro. Questione-os sobre as consequências desse cenário, dentro do contexto da desigualdade socioeconômica entre os países da Europa. Espera-se que identifiquem que os países que tendem a oferecer maiores oportunidades de emprego, como a Alemanha, atraem imigrantes de outros países da UE, em especial aqueles da Europa Oriental.

• Realize a leitura do boxe complementar e verifique se os alunos compreenderam o que é a Zona do Euro. Reforce que a maioria dos países da UE utiliza uma moeda em comum e compartilham um banco central – o Banco Central Europeu (BCE) -, apresentando, portanto, uma política econômica totalmente unificada. • Comente com os alunos que em 23 de junho de 2016, por meio de um referendo, a população do Reino Unido decidiu pela sua saída da União Europeia. O processo de saída do Reino Unido do bloco econômico ficou conhecido como Brexit, ou seja, Britain exit (saída da Grã-Bretanha). Esse processo estipulou a data de dezembro de 2020 para sua finalização.

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peia do Carvão e do Aço, que está na gênese da Comunidade Econômica Europeia (CEE), criada em 1957 e que posteriormente se transformaria na União Europeia, foi uma organização criada para estabelecer regras para a utilização conjunta de recursos minerais, em especial o carvão.

41

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A economia da Europa Ocidental

BNCC

• O trabalho com as pá-

ginas 32 e 33 permite aprofundar o estudo sobre o espaço econômico europeu e sua integração, dando sequência ao desenvolvimento das habilidades EF09GE02, EF09GE05, EF09GE09 e EF09GE10 da BNCC, além da competência específica de Geografia 3.

O comércio externo sempre representou um aspecto importante dos países da Europa Ocidental. Com a criação da União Europeia, a participação deles nas exportações mundiais aumentou consideravelmente. As próprias trocas efetuadas pelos países entre si obtiveram significativo aumento, de forma que, atualmente, cerca de 64% do comércio externo dos países europeus se dá no interior do próprio bloco. O gráfico a seguir apresenta o destaque da Europa no comércio mundial. Outro aspecto marcante do comércio externo europeu é a diferença atribuída às políticas desenvolvidas nos setores agrícola e industrial. Enquanto a agricultura conta com uma sólida política comunitária, seguida por todos os países-membros da UE, e com a Política Agrícola Comum (PAC), marcada por um forte protecionismo comercial, a indústria segue desprovida de Mundo: participação das uma efetiva orientação política coexportações por região – 2017 mum, sendo marcada, em razão disso, pelo liberalismo econômico. África CEI

Orientações gerais

• Realize

a leitura da página seguida de uma discussão sobre a economia dos países europeus, ainda dentro do contexto de sua integração econômica proporcionada pela UE. Reforce que as relações comerciais dos países-membros do bloco com o resto do mundo se dão por meio da UE, portanto é comum analisarmos o desempenho econômico da UE como um todo.

América do Sul e Central 3%

3%

2%

Oriente Médio 5% América do Norte 14%

Europa 37%

Ásia 36%

Fonte: WTO (World Trade Organization). Statistics database. Disponível em: <http://stat.wto.org/ StatisticalProgram/WsdbExport.aspx?Language=E>. Acesso em: 31 out. 2018.

Leonardo Mari

• Comente que a União

Europeia representa o principal bloco econômico do mundo, levando em consideração o volume de exportações realizadas.

Isso significa que, enquanto o setor agrícola permanece protegido da concorrência do mercado global, com uma política unificada para o bloco, no setor industrial acentuam-se as divergências entre as estratégias nacionais de industrialização, marcadas por diferentes políticas econômicas entre os países da Europa Ocidental.

Liberalismo econômico: teoria econômica que defende a ideia de um maior desempenho econômico sem a intervenção do Estado e que o mercado disponha de mecanismos próprios de regulação, como a livre concorrência e a lei da oferta e da procura.

• Ressalte que a Europa apresenta desigualdades entre os países-membros e explique que essas desigualdades vêm, dentro do contexto do bloco e sua integração, gerando críticas em relação à dependência de determinados países mais pobres em relação às principais potências do bloco, notadamente a Alemanha.

Cédulas de euro, moeda comum entre os países da Zona do Euro. S

asd

jvin

m .co ock rst tte u h

• Explique que o Parla-

mento Europeu, o órgão legislativo da UE cujos membros são diretamente eleitos pelos cidadãos europeus, decide os acordos internacionais do bloco e o ingresso de novos membros, entre outras funções.

42

Orientações gerais

• Resgate conhecimentos prévios dos alunos sobre pro-

tecionismo comercial e subsídios concedidos pelo Estado aos produtores antes de dar prosseguimento ao estudo do capítulo. Avalie se os alunos compreendem de que forma um conjunto de ações protecionistas pode proteger um determinado setor da economia da concorrência no mercado global.

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• Comente que, ao mesmo tempo em que promovem integração, blocos econômicos também prejudicam as relações comerciais multilaterais, entre todos os países do mundo, ao privilegiarem o comércio entre os países-membros.

42

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:36 PM

em foco

Capítulo 1

Geografia

Política Agrícola Comum (PAC)

Criada em 1962, a PAC (Política Agrícola Comum) busca a unificação do setor agrícola dos países europeus em torno de uma orientação política comum a todos. Desde a sua criação, ela estabeleceu como prioridade garantir o abastecimento das populações europeias, produzindo em grande quantidade, alta qualidade e a preços baixos. Com a modernização do campo e a mecanização agrícola europeia, houve um significativo aumento da produtividade, sendo que na década de 1970 a União Europeia já produzia excedentes de cereais e laticínios, e nos anos 1980 tornou-se um dos grandes exportadores mundiais de alimentos.

Steve Allen/Shutterstock.com

O acirramento da concorrência internacional e a competitividade dos preços cada vez mais baixos passaram a gerar uma série de tensões entre a União Europeia e os Estados Unidos, de modo que, em 1992, uma ampla reforma foi promovida na orientação da PAC. A partir de então, os subsídios passaram a seguir outros critérios, não mais visando estimular a produtividade por mecanismos de mercado, ou seja, pela compra de toda a produção dos agricultores e sua revenda por um preço mais barato no mercado internacional. Agora, os subsídios consistem em um pagamento direto ao produtor, que adquire uma espécie de “renda complementar”. Os subsídios, assim, passam a ter a função de conter a produtividade, a fim de evitar a superprodução.

Orientações gerais

• Avalie se os alunos compreenderam que os subsídios e a política de preços fixos estabelecida pela União Europeia permitem que os produtores rurais comercializem seus produtos com preços menores em comparação aos produtos importados de países não membros do bloco.

• Explique que, no caso dos países que integram a União Europeia, a maior parte da produção agropecuária é destinada a abastecer o mercado interno. Além dos subsídios e do livre comércio entre os países-membros, outra característica do espaço agropecuário europeu que propicia esse cenário é o fato de que diferentes nações se destacam pela especialização de suas produções, podendo assim complementar as necessidades umas das outras.

• O seguinte material pode ser utilizado para ampliar seu conhecimento sobre o assunto. > Agricultura. União Europeia. <http://livro.pro/ zh67m8>. Acesso em: 28 out. 2018.

A concessão de subsídios aos agricultores sempre foi a marca principal do protecionismo europeu. Na fotografia, lavoura de trigo em North Yorkshire, Inglaterra, 2018.

43

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A atividade industrial na Europa Ocidental

BNCC

• O estudo realizado nas

páginas 44 e 45 permite contemplar as habilidades EF09GE01, EF09GE05, EF09GE09 e EF09GE10 da BNCC, assim como a competência específica de Ciências Humanas 3 e a competência específica de Geografia 2.

O continente europeu, sobretudo a região da Europa Ocidental, apresenta elevado nível de desenvolvimento industrial, sendo uma das áreas mais industrializadas do planeta. Essa porção do continente concentra aproximadamente 17% de toda a atividade industrial do mundo. Países da Europa: composição do PIB – 2016

Orientações gerais

• Realize a leitura com-

79%

partilhada da página e resgate conhecimentos prévios sobre o tema e conceitos necessários ao desenvolvimento do estudo proposto. de industrialização e distribuição espacial das indústrias nas nações europeias seguiu uma lógica comum, com as regiões que abrigavam as jazidas de carvão representando inicialmente os principais centros industriais. Essa característica do espaço industrial europeu foi se alterando com o tempo, ao passo que novas fontes de energia foram desenvolvidas e novos setores da indústria passaram a ganhar importância, sobretudo ao longo do século XX e no contexto pós-guerra.

79%

74%

74%

73%

Indústria Serviços

19% Gilberto Alicio

• Ressalte que o padrão

69%

Composição PIB (em %)

2%

30% 20% 1%

França Alemanha

1%

Reino Unido

24%

25%

2%

1%

Itália

Suécia

26%

Agricultura

1%

Suíça Países

Observe no gráfico a participação da atividade industrial no produto interno bruto (PIB) de alguns países europeus. A prosperidade das atividades industriais europeias teve como impulso a Primeira Revolução Industrial, iniciada nas últimas décadas do século XVIII. A partir desse período, as unidades fabris começaram a ganhar força e se expandir, promovendo, assim, significativas transformações econômicas na Europa. Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank. worldbank.org/data/views/variableSelection/selectvariables. aspx?source=world-development-indicators#s_a>. Acesso em: 31 out. 2018.

Os grandes investimentos nas redes de transporte foram extremamente importantes para que a Europa Ocidental se tornasse uma das áreas mais industrializadas e desenvolvidas do mundo. Tanto as modernas e complexas rodovias como as ferrovias, as hidrovias e os aeroportos implantados no território promoveram a integração entre os países europeus e também com o restante do mundo, dinamizando as transações comerciais europeias. Atualmente, vários países da Europa Ocidental contam com sofisticado e amplo parque industrial, composto de indústrias de base, bens de consumo duráveis e não duráveis e de tecnologias de ponta. Portanto, a Europa Ocidental participa da atual Divisão Internacional do Trabalho (DIT) como compradora de produtos primários, além de ser uma das principais regiões mundiais fornecedoras de produtos industrializados de alta tecnologia. Vista panorâmica de indústrias de aço na cidade de Port Talbot no País de Gales, Reino Unido, 2018.

• Aproveite

a oportunidade e comente com os alunos a importância da atividade industrial europeia, tanto de um ponto de vista histórico quanto do seu desenvolvimento nos dias atuais.

44

11/23/18 2:37 PM

44

11/24/18 9:42 AM


Capítulo 1

Note que grande parte das indústrias está concentrada em regiões específicas do território europeu, como o Vale do Rio Sena, Loire, Reno, Ruhr e o Vale do Rio Pó, que abrangem as principais potências europeias, como Alemanha, França, Holanda e Itália. Essas regiões foram intencionalmente escolhidas pelo fato de nelas estarem localizadas as maiores bacias carboníferas do continente europeu. Isso significa que as unidades fabris se instalaram em áreas próximas às fontes de energia. Verifique que regiões como Portugal, Espanha e Grécia possuem concentração industrial bem menos expressiva que outras porções do continente.

N

NORUEGA Bergen Oslo

L

O

FINLÂNDIA SUÉCIA

REINO UNIDO

S

Helsinque

E. Cavalcante

Europa Ocidental: regiões industriais - 2013

Estocolmo

Newcastle

IRLANDA Dublin

Malmo DINAMARCA Copenhague

Liverpool Manchester

HOLANDA Hamburgo Amsterdã Roterdã

Londres BÉLGICA

Liège

o

S Paris ena LUXEMBURGO

o Rio L

ir e

FRANÇA Bordeaux Lyon

Bilbao Toulouse

Sevilha

e Gre

Lisboa

ESPANHA Madri

Barcelona

Indústrias Aeronáutica Automobilística Química Eletrônica Alimentícia Têxtil Alta tecnologia Engenharia

50° N Linz

Viena

Berna SUÍÇA Turin Milão

Marselha

Mar Mediterrâneo

ÁUSTRIA

Fonte: Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 90.

Veneza

Rio Pó

ITÁLIA Roma Nápoles

Merid iano d

PORTUGAL

io anúb Rio D

Munique

enwic h

Porto

Dresden

Frankfurt Stuttgart

• Realize uma articulação com o componente curricular de História buscando abordar o processo de industrialização dos países europeus e resgatar conhecimentos sobre o assunto. Se considerar oportuno, peça ajuda ao professor de História para desenvolver uma discussão sobre o tema e uma avaliação do que os alunos sabem sobre a Revolução Industrial na Europa.

GRÉCIA Atenas

Palermo

Siderúrgica Construção naval Processamento de madeira Carvão Petróleo Principais áreas industriais

0

220 km

Matthew Horwood/Getty Images

Nantes

Colônia

o Ren Rio

Rouen

OCEANO ATLÂNTICO

ALEMANHA Berlim Rio Ru hr

Bruxelas

Integrando saberes

• Comente que a Inglaterra foi a primeira nação a se industrializar no século XIX, seguida da França. Tanto a unificação como a industrialização da Alemanha ocorreram tardiamente se comparada às suas principais rivais, no entanto se industrializou rapidamente e em poucas décadas já competia de igual para igual com as demais potências europeias.

Glasgow Belfast

Ri

:37 PM

O mapa da Europa Ocidental abaixo mostra as principais regiões industrializadas e alguns exemplos de indústrias operantes nessas regiões.

45

11/23/18 2:37 PM

45

11/24/18 9:42 AM


BNCC

O gráfico abaixo mostra a importância de produtos de elevada tecnologia no comércio externo de alguns países da Europa.

• O estudo da página 46

dá sequência ao desenvolvimento das habilidades EF09GE01, EF09GE05, EF09GE09 e EF09GE10 da BNCC e da competência específica de Ciências Humanas 3 e a competência específica de Geografia 2, permitindo também uma aproximação com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia ao focar na importância das indústrias tecnologicamente avançadas no contexto europeu.

Países da Europa: exportação de produtos de alta tecnologia – 2016 Exportação (em %) 30

1 - Irlanda 2 - Suíça 3 - França 4 - Reino Unido 5 - Malta

25

6 - Noruega 7 - Holanda 8 - Alemanha 9 - Hungria 10 - República Tcheca

As informações contidas nesta ou em qualquer outra página do livro possuem interesse exclusivamente didático, sem a finalidade de promover marcas ou produtos.

20 15

Ilustrações: Camila Ferreira

10

Orientações gerais

• Realize

a leitura do texto e a observação do gráfico. Chame a atenção para a paisagem evidenciada na fotografia. Aproveite para resgatar conhecimentos prévios sobre indústrias de alta tecnologia e avalie se compreendem as relações entre investimentos e desenvolvimento de tecnologias e as alterações decorrentes no processo produtivo e na competitividade de produtos no mercado global.

5 0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10 Países

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org/data/ reports.aspx?source=worlddevelopment-indicators#>. Acesso em: 30 out. 2018.

Um aspecto que retrata a importância da atividade industrial na Europa é o grande número de multinacionais distribuídas pelo mundo. Em várias regiões do planeta é possível encontrar multinacionais europeias. Elas representam diferentes setores de atividades, como o de energia, o automobilístico, o eletroeletrônico e o agroindustrial, e movimentam grande volume de negócios no cenário internacional.

• Você conhece alguma multinacional europeia? Em qual setor da economia ela desempenha seus negócios? Troque ideias com os colegas.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Resposta pessoal. Os alunos podem responder setores de energia, automobilístico, eletroeletrônico, entre outros.

• Comente que Alema-

nha e Reino Unido se destacam pelo alto nível de tecnologia de seus parques industriais, com destaque para os setores automobilístico, da biotecnologia, informática e a indústria aeroespacial, entre outros.

• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos sobre a importância do desenvolvimento de produtos de alta tecnologia desenvolvidos pelos países europeus para o comércio mundial.

Na fotografia de 2015, uma filial da Fiat, empresa multinacional de origem italiana, localizada na cidade de Betim (MG). A Fiat está presente em mais de 60 países no mundo, por meio de suas filiais.

46

11/23/18 2:37 PM

46

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:37 PM

O cartograma no estudo das questões ambientais: a emissão de CO2

Capítulo 1

Momento da Cartografia

Os países da Europa estão entre os que mais poluem a atmosfera. Os países da União Europeia são responsáveis por 9% da emissão de CO2 no planeta. Observe no cartograma a seguir a distribuição das emissões totais de CO2 no mundo em 2017. Note também que os dados mostrados ora se referem especificamente a um país, ora a uma região do planeta por causa do volume de emissões. Mundo: emissão de CO2 – 2017

ESTADOS UNIDOS 15%

AMÉRICA LATINA 5%

• Sendo o estudo do tema complementado pela análise de um mapa em anamorfose, abrange igualmente o desenvolvimento da competência específica de Ciências Humanas 7 e da competência específica de Geografia 4.

E. Cavalcante

CANADÁ 2%

EUROPA 12%

ORIENTE MÉDIO 6%

CEI 7% CHINA 28%

SUL DA ÁSIA 8%

ÁFRICA 4%

Representação cartográfica sem escala.

SUDESTE DA ÁSIA 8%

JAPÃO 4%

Orientações gerais

• Inicie o estudo da página questionando os alunos de modo que resgatem conhecimentos prévios sobre as emissões de gases estufa dentro do contexto do aquecimento global e da conservação do meio ambiente. Avalie se eles compreenderam os conceitos tratados antes de dar sequência à leitura compartilhada do texto e da observação da representação.

AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA 1%

Fonte: BP. Statistical review of world energy. Disponível em: <https://www.bp.com/content/dam/bp/en/corporate/pdf/energyeconomics/statistical-review/bp-stats-review-2018-full-report.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) De acordo com a representação, qual país ou região emitiu maior quantidade de CO2 na atmosfera no período retratado? Quais emitiram menos? b) Com base nos dados acima, qual grupo de países mais emitiu CO2 para a atmosfera em 2017? Trata-se de países desenvolvidos ou subdesenvolvidos? Na fotografia, poluição causada pela queima de carvão em termelétrica no Reino Unido, 2018.

Alice-D/Shutterstock.com

• Auxilie os alunos durante a observação do cartograma. Verifique se são capazes de identificar os países com maior desenvolvimento econômico como os principais responsáveis pelas emissões de CO2. 47

Integrando saberes

• Esse tema permite um trabalho em conjunto com o

componente curricular de Ciências. Convide o professor desse componente curricular para auxiliar os alunos na interpretação das questões ambientais contidas no mapa.

BNCC estudo proposto nesta página permite o desenvolvimento da habilidade EF09GE09 e da competência geral 7 da BNCC. Estas são complementadas pela competência específica de Ciências Humanas 6 e pela competência específica de Geografia 6, assim como pelo trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental.

•O

11/23/18 2:37 PM

• Aponte, na representação, para o tamanho dos países europeus em relação aos outros, pois esse tamanho se refere, proporcionalmente, à emissão de CO2 desses países. Permita que os alunos falem sobre suas impressões a respeito da anamorfose representada.

Respostas a ) China, Estados Unidos, países da União Europeia e da CEI. Países da América Latina, Sudeste da Ásia, África, Canadá, Japão, Austrália e Nova Zelândia. b) Países desenvolvidos.

47

11/24/18 9:42 AM


O espaço urbano da Europa Ocidental

BNCC

• O estudo do tema da ur-

Europa Ocidental: população urbana e rural de alguns países – 2018 População (em %)

Urbana

Rural

100 9 91

80

20 80

23 77

20 80

17 83

15 21 79

85

35 65

60

40

20

Orientações gerais 0

• Faça a leitura compar-

tilhada do texto seguida de uma discussão sobre o processo de urbanização. Resgate conhecimentos prévios sobre o assunto e ressalte que a urbanização da população é uma tendência global. Este tema já foi estudado pelos alunos no contexto de outras regiões e continentes.

França Alemanha Holanda Espanha

Reino Unido

Finlândia

Grécia

Portugal Países

Keithy Mostachi

A Europa Ocidental é considerada uma das regiões mais urbanizadas do planeta. No gráfico podemos observar a distribuição da população urbana e rural de alguns países dessa região. Embora muitos países europeus apresentem grande população urbana, essa não é uma característica uniforme em toda a Europa. Em países como Portugal e Grécia, o número de pessoas vivendo no campo é de 35% e 21%, respectivamente, como é possível ver no gráfico.

Fonte: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wup/ Download/>. Acesso em: 31 out. 2018.

O processo de industrialização ocorrido a partir do século XVIII em vários países europeus intensificou o crescimento de muitas cidades, tornando-as cada vez mais interligadas e dando origem às atuais regiões metropolitanas da Europa, como as de Londres (Inglaterra), Paris (França), Bruxelas (Bélgica), Amsterdã (Holanda), Frankfurt (Alemanha) e Milão (Itália). A população economicamente ativa (PEA) da Europa Ocidental atualmente concentra-se em atividades econômicas desenvolvidas nos centros urbanos, como as de indústria, de comércio e de prestação de serviços.

• Chame a atenção pa-

ra as diferenças entre o processo de urbanização ocorrido ao longo do século XX nas grandes metrópoles latino-americanas com aquele verificado na Europa desde a Revolução Industrial.

Na fotografia de 2017, vista da cidade de Paris, capital francesa, que se tornou o centro de uma das metrópoles mais importantes da Europa, considerada uma forte região econômica do mundo.

BAHDANOVICH ALENA/ Shutterstock.com

banização na Europa, suas causas e consequências, dentro do contexto do trabalho com as páginas 48 e 49, permite o desenvolvimento das habilidades EF09GE09, EF09GE10, EF09GE11 e EF09GE12 da BNCC. Estas são complementadas pela competência específica de Ciências Humanas 2 e pela competência específica de Geografia 5.

• O seguinte texto pode

ser utilizado para instigar uma conversa. [...] Em 1995, pelos menos 25 cidades tinham mais de 7 milhões de habitantes cada uma. Só quatro – Londres, Paris, Moscou e Istanbul – ficavam na Europa. Em compensação, 13 estavam na Ásia e outras 7 nas Américas, incluindo 4 na América Latina. [...] BLAINEY, Geofrey. Uma breve história do mundo. Paraná: Fundamento, 2010. p. 328.

48

Orientações gerais

• Chame a atenção para a fotografia evidenciada e para o fato de que a verticalização não ocorre na região central de Paris da mesma forma que ocorre nas cidades latino-americanas. Ressalte que existem leis contra a construção de edifícios altos e modernos em muitas partes da cidade.

11/23/18 2:38 PM

• Relembre aos alunos que as regiões metropolitanas

constituem um grupo de municípios que estabelecem uma forte relação de interdependência econômica com uma cidade maior, geralmente uma metrópole.

48

11/24/18 9:42 AM


:38 PM

Encontro com... História

Orientações gerais

• Avalie se os alunos são capazes de identificar as relações entre o processo de industrialização e a urbanização, assim como o crescimento de regiões metropolitanas e o deslocamento de pessoas do campo para as cidades, ou de cidades pequenas em direção às metrópoles.

O crescimento urbano na Europa A rápida e expressiva urbanização registrada nos países europeus está relacionada ao forte processo de industrialização ocorrido nesse continente desde a primeira Revolução Industrial, inicialmente na Inglaterra e, posteriormente, na França e em outros países da Europa. O crescimento das atividades industriais não só transformou as relações econômicas e o modo de vida das pessoas nas cidades como também dinamizou o processo produtivo no campo, com a inserção de equipamentos tecnologicamente mais desenvolvidos, promovendo sua modernização.

Integrando saberes

• Este tema possibilita um trabalho em conjunto com o componente curricular de História. Comente que, durante e após o início do processo de industrialização, as principais cidades da Europa apresentavam diversos problemas ambientais decorrentes da poluição atmosférica, poluição das águas e condições de saneamento básico. No entanto, os governos europeus foram, gradualmente, capazes de contornar esses problemas por meio de políticas públicas e medidas voltadas à conservação ambiental. Alguns rios, como o Tâmisa, eram consideravelmente poluídos, mas foram recuperados.

Assim, milhares de pessoas que viviam no campo tiveram seus postos de trabalho excluídos, o que desencadeou um processo de migração para as cidades denominado êxodo rural, em busca de oportunidades de emprego nas indústrias em crescimento. Estima-se que no início do século XIX milhares de pessoas migraram em direção ao espaço urbano. O grande deslocamento populacional para as cidades promoveu um acelerado crescimento das áreas urbanas e o surgimento de inúmeros problemas, como de saúde e infraestrutura. A precariedade que passaram a viver serviu como incentivo a muitos migrantes europeus que partiram para outros continentes, como a América.

Biblioteca Britânica, Londres, Inglaterra

Na imagem a seguir, é possível observar as condições precárias em que algumas pessoas viviam nos centros urbanos nesse período.

A imagem retrata, por meio de uma gravura de 1872, a situação em que viviam as pessoas nos centros urbanos europeus nesse período.

• Converse com os colegas sobre as situações de precariedade que vocês observam na imagem.

Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

49

Resposta

• Possível resposta: é possível evidenciar uma grande

concentração de pessoas na rua, desassistidas de infraestrutura, como iluminação pública e pavimentação. Explique aos alunos que não existia assistência médica e

11/23/18 2:38 PM

pessoas doentes conviviam com as que estavam saudáveis. As condições de higiene eram precárias. Havia pessoas que não possuíam moradia, ficavam amontoadas à beira do meio-fio das calçadas.

49

11/24/18 9:42 AM


O espaço agrário na Europa Ocidental

BNCC estudo das páginas 50 e 51 permite que sejam contempladas as habilidades EF09GE05, EF09GE09, EF09GE10 e EF09GE13 da BNCC.

•O

A forte industrialização ocorrida nos países que compõem a Europa Ocidental promoveu intensas transformações no seu espaço agrário, pois, além de necessitar de quantidades cada vez maiores de matérias-primas para as indústrias, a população urbana, que trabalha nas indústrias, passou a necessitar cada vez mais de alimentos. Assim, com a entrada de maquinários e equipamentos agrícolas, o espaço agrário foi modificado. Essas novas e modernas tecnologias acabaram interferindo significativamente no modo de produção, que passou gradativamente a apresentar melhores resultados na produção.

•O

estudo do espaço agropecuário europeu possibilita também uma articulação com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia e o desenvolvimento da competência específica de Ciências Humanas 3 e da competência específica de Geografia 2 da BNCC.

Desse modo, atualmente, na maioria das propriedades rurais da Europa Ocidental são adotadas técnicas modernas que contribuem para a elevada produtividade. Observe a seguir os principais gêneros agrícolas produzidos, assim como os números dessa produção e os maiores países produtores. Europa Ocidental: principais gêneros agrícolas – 2016

Orientações gerais

Gênero

Produção (em milhões de toneladas)

% da produção mundial

Maiores produtores

Trigo

98

13

França e Alemanha

Cevada

47

34

França e Alemanha

Aveia

6

25

Finlândia e Espanha

Beterraba

89

32

França e Alemanha

Centeio

5

36

Alemanha e Dinamarca

Batata

43

11

Alemanha e França

• Resgate conhecimen-

tos prévios sobre o assunto antes de dar início à leitura compartilhada do texto. Chame atenção para as fotografias das páginas 50 e 51 e peça aos alunos que identifiquem se há contrastes existentes entre o nível de tecnologia empregado em cada um dos cenários evidenciados.

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 2 nov. 2018.

Europa Ocidental: principais gêneros pecuários – 2016

• Explique

que a alta produtividade, o uso intenso de tecnologia e a especialização são aspectos comuns do espaço agrário de vários países da Europa ocidental. Ressalte que a maior parte dos cultivos é intensiva e conta com trabalho mecanizado. os alunos de modo que eles interpretem corretamente as tabelas e comente que, em relação aos gêneros agrícolas, o continente se destaca na produção de grãos, como o trigo, o centeio e a cevada.

Produção (em milhões de cabeças)

% da produção mundial

Maiores produtores

Suínos

126

13

Espanha e Alemanha

Ovinos

87

7

Reino Unido e Espanha

Bovinos

79

5

França e Alemanha

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 2 nov. 2018.

A produção de leite na Europa Ocidental corresponde a 139 milhões de toneladas. Na fotografia, ordenha mecânica sendo realizada em Drucat, França, 2017.

Philippe Huguen/AFP

• Auxilie

Gênero

50

Orientações gerais

• Peça aos alunos que, por meio dos dados evidenciados

11/23/18 2:38 PM

nas tabelas, destaquem países que são grandes produtores agrícolas na Europa ocidental. • Comente que a França é a maior potência agrícola da região e a maior produtora de grãos em função de uma combinação de fatores, como extenso território e condições favoráveis de solo e clima. Alemanha e Itália também se destacam.

50

11/24/18 9:42 AM


:38 PM

Capítulo 1

Conforme mencionado anteriormente, um fator que contribui significativamente para o desenvolvimento da atividade agropecuária na Europa são os subsídios agrícolas fornecidos pelo governo, os quais possibilitam o investimento em tecnologias e aumentam a rentabilidade dessa atividade. Além disso, tais subsídios acabam barateando as produções agrícolas, que tornam os produtos europeus muito mais competitivos no mercado mundial.

lorenza62/Shutterstock.com

Embora muitos países europeus apresentem uma agropecuária moderna, com elevada produtividade, existem regiões no interior da Europa Ocidental que ainda se utilizam de mão de obra numerosa e baixa inserção de tecnologia.

Colheita de uva na região de Salorno, Itália, 2018.

Os pôlderes holandeses Os Países Baixos (país chamado popularmente de Holanda) estão localizados na região noroeste da Europa. O país apresenta 27% do território abaixo do nível do mar. Por possuir ampla área costeira, baixas altitudes e localizar-se próximo ao delta de cinco rios, a Holanda construiu uma grande infraestrutura com diques e canais para conter as águas. Os pôlderes são porções de terras antes cobertas pelo mar, cujas águas são contidas com a construção de diques e retiradas por meio de máquinas de bombeamento, o que as torna utilizáveis para habitação e para a agropecuária.

Orientações gerais

• Comente com os alunos que os países da Europa ocidental com menor nível de industrialização de suas economias, a exemplo de Portugal e Grécia, representam as nações com maior proporção de indivíduos empregados em atividades agropecuárias.

• Chame a atenção para a colheita manual de uva, evidenciada na fotografia na parte superior da página. Explique que em inúmeros vinhedos ocorre a colheita mecanizada da uva, em menos tempo e com custos inferiores ao produtor, mas a colheita manual ainda é muito valorizada por inúmeras razões. Entre elas podemos destacar a possibilidade de selecionar as uvas colhidas, os menores danos proporcionados às uvas e o fato de que as colheitadeiras exigem terrenos relativamente planos e maior espaço entre as vinhas, o que nem sempre ocorre.

Aerovista Luchtfotografie/Shutterstock.com

• Chame a atenção para fotografia na parte inferior da página e comente que a alta produtividade agropecuária holandesa advém, em larga medida, da engenhosidade com a qual o país lida com o fato de seu território estar localizado, em sua maior parte, abaixo do nível do mar.

Na fotografia, campos de cultivo na Holanda, 2018.

51

Orientações gerais

• Comente que no extremo norte da Europa, em áreas de

ocorrência de clima frio, a agricultura é dificultada pelas condições climáticas rigorosas. Por conta disso, nações localizadas nessa porção do continente não se caracterizam como potências agropecuárias.

11/23/18 2:38 PM

• Ressalte que países do sul da Europa, em especial a Es-

panha, têm se destacado pela produção em estufas, que são construções cobertas com plástico para proporcionar um ambiente favorável às plantas. Esse modo de produção vem ganhando espaço também em outros países.

51

11/24/18 9:42 AM


BNCC estudo das páginas 52 e 53 permite contemplar as habilidades EF09GE01, EF09GE09 e EF09GE10 da BNCC e fornece as bases necessárias ao desenvolvimento da competência específica de Ciências Humanas 3 e da competência específica de Geografia 2.

Geografia

•O

em foco

As grandes potências econômicas europeias

Conforme você estudou, a Europa Ocidental é composta de vários países desenvolvidos. Entretanto, três deles (Alemanha, França e Reino Unido) são considerados grandes potências econômicas dessa porção do continente e do mundo. Juntos, eles são responsáveis por, aproximadamente, metade de toda a riqueza gerada na União Europeia.

Orientações gerais

Hans Blosse y/Alamy/Foto arena

• Realize a leitura compartilhada da página e resgate conhecimentos prévios sobre os países mencionados. Dentro do contexto da importância das redes no estudo do espaço geográfico, chame atenção para as fotografias e destaque a importância de rios, como o Reno, para o escoamento da produção industrial dos países europeus, em especial Alemanha e França.

Na fotograf ia, região ind ustrial do Va Ruhr, Aleman le do ha, 2016.

• Comente que, no caso

da França, a concentração de indústrias na região da Alsácia e Lorena, que abrigava as principais reservas de carvão, foi seguida pela desconcentração em função de investimentos voltados à criação de parques industriais no entorno da capital Paris e das cidades de Nantes, Lyon e Toulouse.

Elena Krivo rotova/Sh utterstoc

volvimento econômico da Alemanha está nos centros industriais siderúrgicos da região das grandes jazidas de carvão mineral e minério de ferro, no oeste do país e próximo ao encontro dos rios Reno e Ruhr. Ao longo do século XX, porém, diversas outras regiões do país se industrializaram, como as áreas metropolitanas de Berlim e Stuttgart.

k.com

• Explique que o desen-

Na fotog rafia, port o de Marse França, 20 lha, 17.

52

Orientações gerais

• Ressalte que hoje a Alemanha apresenta Índice de De-

senvolvimento Humano (IDH) considerado muito elevado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, é a principal economia da União Europeia, além de sua principal articuladora política.

11/23/18 2:38 PM

• Comente que, desde 2008, medidas do governo fran-

cês têm sido voltadas à recuperação da economia após a crise que assolou o país.

52

11/24/18 9:42 AM


:38 PM

Capítulo 1

A atividade industrial é muito expressiva na economia desses países. Além dela, o turismo também se destaca, uma vez que existem belas paisagens históricas e culturais em seus territórios, como a ponte Moselle, na Alemanha, a torre Eiffel, na França, e o Observatório Real de Greenwich, na Inglaterra.

Fotomontagem. Foto: Sparkle, astudio, squarelog oe 19srb81/Shutterstock.com

Veja a seguir os destaques da economia de cada um desses países.

ia, Regi

res, Inglat

erra, 2018

• De modo a realizar uma aproximação com o componente curricular de História, explique que as nações estudadas tiveram, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), suas economias reconstruídas pelo Plano Marshall, plano econômico de ajuda desenvolvido pelos Estados Unidos para conter a crescente influência soviética no continente europeu e conduzido entre 1948 e 1951. O plano beneficiou principalmente a Alemanha ocidental. Orientações gerais

• Comente que a Inglaterra representou a primeira nação a se industrializar, no século XIX, com prioridade para o setor têxtil e siderúrgico. No entanto, o esgotamento das jazidas de carvão e outros fatores levaram ao declínio dos centros industriais tradicionais e gradualmente o governo britânico passou a investir na formação de novos centros industriais, impulsionando novos setores da indústria, em especial a indústria de alta tecnologia.

om hutterstock.c pxl.store/S

Na fotograf

l de Lond ão industria

Integrando saberes

• Comente que, apesar de representarem grandes potências industriais globais, os países estudados nas páginas 52 e 53 apresentam predominância do setor de comércio e serviços na composição do Produto Interno Bruto (PIB).

.

53

11/23/18 2:38 PM

53

11/24/18 9:42 AM


BNCC tema da produção e consumo de energia na Europa atende aos objetivos da habilidade EF09GE09 da BNCC, aproximando-se também das competências específicas de Ciências Humanas 2, 3 e 6 e das competências específicas de Geografia 1, 2, 3 e 6. Estas são complementadas pela aproximação com os temas contemporâneos Educação ambiental e Ciência e tecnologia.

•O

Explorando o tema

A questão energética na Europa Ocidental

A Europa Ocidental necessita importar mais da metade da energia que consome, cerca de 54%, para suprir sua demanda interna. As fontes de energia utilizadas provêm de recursos não renováveis, como o petróleo e o gás natural, importados principalmente da Rússia. Atualmente, medidas estratégicas estão sendo tomadas pela comissão da União Europeia com o objetivo de diminuir a dependência de fontes energéticas importadas, buscando, principalmente, aumentar a eficiência na produção interna de energia limpa. Veja a seguir quais foram as principais fontes de energia não renováveis consumidas na Europa em 2018.

Orientações gerais

Gás natural

Petróleo

• Realize a leitura com-

O petróleo representa 37% da energia consumida na Europa.

partilhada das páginas 54 e 55. Peça aos alunos que relatem o que sabem sobre as fontes de energia exploradas, suas vantagens e desvantagens, além dos impactos ambientais envolvidos. Resgate conhecimentos prévios sobre o assunto e avalie se compreendem a diferença entre fontes convencionais e renováveis.

• Comente que o Reino

Energia nuclear

Unido vem explorando estratégicas reservas de petróleo e gás natural no Mar do Norte e se destaca nesse sentido, juntamente com a Noruega.

O gás natural representa 23% da energia consumida na Europa.

Carvão

A energia nuclear representa 10% da energia consumida na Europa.

O carvão representa 15% da energia consumida na Europa.

• Explique que a França

IVO

AT DIO

RA

Estúdio Meraki

se dedicou a diversificar sua matriz energética em uma tentativa de reduzir sua dependência de petróleo e gás natural do Oriente Médio e da África. O país é hoje o que mais utiliza a energia nuclear na região e possui um dos programas nucleares mais desenvolvidos do mundo. Cerca de 70% da energia elétrica produzida na França vem de centrais nucleares.

IVO

AT DIO

RA

Fonte: BP. Statistical Review of World Energy 2018. Disponível em: <https://www.bp.com/content/dam/bp/en/corporate/pdf/ energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2018-full-report.pdf>. Acesso em: 2 nov. 2018.

54

Orientações gerais

11/23/18 2:38 PM

• Ressalte que os rios europeus apresentam, de maneira

geral, baixo potencial hidrelétrico, dificultando o uso dessa fonte de energia. • Explique que vários países da região, como a Alemanha, dependem de importações de gás natural para atender sua demanda energética, sobretudo da Rússia, além de importações de petróleo de países do Oriente Médio.

54

11/24/18 9:42 AM


:38 PM

Vários países da Europa Ocidental estão investindo em fontes renováveis de energia, como eólica, solar, hidrelétrica, geotérmica, biomassa, entre outras.

Capítulo 1

Roger Utting/Shutterstock.com

Energias renováveis e alternativas na Europa Ocidental

Devido ao constante crescimento da demanda por energia, a busca por fontes de energia mais econômicas e limpas se faz cada vez mais necessária, não somente para substituir as fontes tradicionais, mas também para complementá-las.

Orientações gerais

• Faça a leitura compartilhada do texto e, dentro do contexto do desenvolvimento do pensamento sustentável e do trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental, valorize as fontes de energias renováveis e alternativas.

• Chame atenção para os aerogeradores mostrados na fotografia. Comente que, quando construídos em alto-mar, em estruturas flutuantes, os aerogeradores podem ter altura ainda maior. Por esse motivo, assim como pelo fato de que em áreas costeiras a força e constância do vento tendem a ser maiores, essas estruturas são com frequência instaladas em águas oceânicas.

Veja os exemplos a seguir. Entre os tipos de energia renovável utilizada na Europa, a eólica foi uma das que cresceram mais nos últimos anos. Países como Portugal e Holanda exploram essa fonte de energia em razão de os ventos na região serem favoráveis para essa finalidade. A luz do Sol é uma das mais importantes fontes de energia renovável, e Portugal é o país europeu que mais explora esse recurso. O país possui uma das maiores centrais de captação de energia solar do mundo, diminuindo assim sua dependência de recursos não renováveis.

• Relembre os alunos do elevado custo de instalação e manutenção das usinas solares como uma das principais barreiras à utilização dessa fonte de energia. Os parques solares demandam a ocupação de grandes áreas e, além disso, a maior parte dos países europeus apresenta baixo potencial para gerar esse tipo de energia, a baixa participação dessa fonte energética na matriz elétrica europeia.

Entre os países que mais utilizam matéria orgânica para produção de energia está a Áustria, que privilegia o uso do biogás, produzido por meio da decomposição de resíduos orgânicos (lixo, esgoto, esterco).

Na fotografia é possível observar alguns geradores em uma usina eólica de Zeebrugge, Bélgica, 2018.

Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

• Faça uma pesquisa em livros, revistas ou na internet sobre notícias atuais do consumo de energia do continente europeu. Verifique exemplos concretos de iniciativas que ampliaram a geração de energias renováveis no continente. Traga as notícias para a sala de aula e apresente-as aos demais colegas.

55

Resposta

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• Resposta pessoal. Verifique se as notícias trazidas pelos alunos estão de acordo com a pesquisa proposta.

55

11/24/18 9:42 AM


Atividades

Orientações gerais

• Peça aos alunos que busquem identificar os principais aspectos do espaço econômico europeu e destaquem o que aprenderam durante o estudo do capítulo antes de iniciar a realização das atividades. Em seguida, divida os alunos em duplas e solicite que realizem as atividades propostas.

• Para

complementar as atividades propostas, selecione e mostre aos alunos exemplos de manchetes de notícias sobre a situação econômica atual dos países da Europa ocidental. Preferencialmente, o conteúdo das manchetes deve estar relacionado a assuntos estudados ao longo deste capítulo.

1. Resposta esperada: com a criação do euro, moeda comum aos seus principais países, a União Europeia tornou-se também uma União Econômica e Monetária, atingindo o nível mais elevado de unificação de um bloco conhecido até hoje. Ao contrário de outros blocos econômicos, existe, nesse bloco, a livre circulação não somente de mercadorias, compreensão capitais e serviços, mas também de pessoas. É importante ressaltar que as “4 liberdades” são limitadas a alguns países.

2. a) As regiões Exercícios de com os maiores 1. Com base na afirmativa abaixo e em outros aspectos que você estudou sobre índices de exportação e União Europeia, elabore um texto, explicando-a em seu caderno. importação são os próprios países europeus, seguidos da Ásia. A implantação de uma moeda única na União Europeia, o euro, tornou 2. b) As trocas comerciais da União Europeia com países fora da Europa são maiores com os países da Ásia; as menores são realizadas com o Oriente Médio e outras regiões do mundo. Os valores de exportação e importação são equilibrados em cada região.

a

esse bloco econômico diferente dos demais existentes atualmente. Além disso, outro fator que diferencia a União Europeia são as “4 liberdades de circulação”. 2. Observe a tabela abaixo. Depois, responda às questões a seguir.

2. c) De acordo com os dados da tabela, as trocas comerciais entre a União Europeia e a América do Sul e Central, grupo no qual se inclui o Brasil, chegam em média a 2%, tanto das exportações quanto das importações.

União Europeia: comércio internacional de mercadorias (em %) – 2014 Exportação

Importação

69,7

Países da Europa (exceto CEI)

68,8

10,1

Ásia

13

7,9

América do Norte

5,4

3,3

CEI (Comunidade dos Estados Independentes)

5,2

3,1

África

3,4

2,9

América do Sul e Central

1,7

1,8

Oriente Médio

1,6

1,2

Outras regiões

0,9

Fonte: WTO (The World Trade Organization). International Trade Statistics 2015. Disponível em: <https://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2015_e/its2015_e.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2018.

a ) Quais são as regiões que concentram os maiores índices de exportação para

3. a) Resposta a União Europeia? E os de importação? esperada: grande parte dos países b ) Analisando as informações obtidas pela questão a, como é possível descrever europeus conta as trocas comerciais realizadas pela União Europeia com países fora da Europa? com sofisticado e amplo parque c ) De acordo com a tabela, descreva a relação comercial da União Europeia com industrial, a região onde se localiza o Brasil. composto por indústrias de base, tradicionais 3. Sobre a atividade industrial na Europa Ocidental, responda às questões a seguir e de tecnologia de no caderno. ponta. 3.b) As principais regiões industriais da Europa Ocidental estão localizadas nos vales dos rios Sena, Reno, Rhur e Pó.

56

a ) Descreva as principais características do parque industrial de grande parte dos países da Europa Ocidental. b ) Observe novamente o mapa da página 45 e escreva, no caderno, onde estão localizadas algumas das principais regiões industriais da Europa Ocidental.

c ) De que maneira a Europa Ocidental participa da Divisão Internacional do Trabalho (DIT)? A Europa Ocidental participa da DIT como compradora de produtos primários e como fornecedora de produtos industrializados de alta tecnologia.

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:38 PM

Capítulo 1

Geografia no contexto

Aerial-motion/Shutterstock.com

4. A fotografia abaixo mostra a cidade de Londres, em 2018. A metrópole londrina está localizada no Reino Unido, país onde a cada 100 habitantes, 83 vivem nas cidades. Atualmente, essa cidade concentra 8,3 milhões de habitantes. Responda às questões no caderno.

Orientações gerais

• Ao propor a atividade 5, aproveite a oportunidade e solicite aos alunos que, ao buscar informações de diferentes recursos utilizados, verifiquem quais se adequariam ao nosso país. • Peça aos alunos que pesquisem manchetes de notícias com a temática economia, de modo a complementar a atividade 5.

a ) Qual fator contribuiu para o crescimento urbano de várias metrópoles da Europa Ocidental? Resposta esperada: o principal fator foi o processo de industrialização ocorrido nesse continente após a Primeira Revolução Industrial.

b ) As elevadas taxas de urbanização podem ser consideradas uniformes entre os países que compõem a Europa Ocidental? Por quê? c ) Observe novamente o mapa da página 30 e caracterize a população da Europa Ocidental quanto à sua distribuição territorial. Algumas regiões apresentam elevada densidade demográfica, enquanto em outras a densidade é relativamente baixa.

4. b) Não. Porque existem países onde uma parcela considerável da população ainda vive no campo, como Portugal e Grécia.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das informações a seguir.

• O século XX apresentou muitas mudanças na configuração dos territórios e fronteiras nacionais.

• O continente europeu é considerado a maior península do mundo, sendo um prolongamento do continente asiático.

• O relevo é caracterizado por formações de cordilheiras e extensas planícies. A grande maioria dos rios da Europa é navegável.

• O clima predominante na Europa é o temperado e as principais formações vegetais do

continente europeu são: Floresta Temperada, Vegetação Mediterrânea, Floresta de Coníferas, Vegetação de altas montanhas, Tundra, Estepe e Pradaria.

• A população na Europa Ocidental está envelhecendo, o que vem sendo um desafio para os países europeus.

• A União Europeia, o mais poderoso bloco econômico do mundo, baseia-se na liberdade de circulação de mercadorias, de capitais, de serviços e de pessoas.

• As fontes de energia mais utilizadas na Europa Ocidental provêm de energias não renováveis. 57

Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos sobre conceitos trabalhados ao longo deste capítulo.

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• Avalie se os alunos desenvolveram as habilidades indicadas no decorrer deste capítulo. Se necessário, verifique a necessidade de utilizar outras estratégias de aprendizagem para que as habilidades e os objetivos sejam alcançados. É fundamental que os alunos percebam

a importância de realizar a autoavaliação com seriedade para que reconheçam o que aprenderam e se precisam do auxílio do professor para rever algum conteúdo.

57

11/24/18 9:42 AM


Objetivos do capítulo

• Conhecer

ítulo Cap

alguns aspectos que marcaram a Revolução Russa de 1917.

Europa Oriental e o passado socialista

• Verificar como ocorreu

a expansão do Socialismo no Leste Europeu e também como esse sistema chegou ao fim na região.

• Refletir

sobre a formação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

• Analisar a situação econômica atual da Rússia.

• Compreender

o processo de diversificação pelo qual o setor industrial russo vem passando para o fortalecimento dessa atividade no país.

• Analisar

os fatores que impedem maior desenvolvimento da agricultura russa.

• Verificar que a grande quantidade de recursos minerais presentes em território russo é importante para a economia do país e que também assegura o abastecimento de combustíveis fósseis para a Europa.

• Compreender a importância das relações internacionais russas.

• Refletir sobre os con-

flitos e tensões geopolíticas existentes na região do Cáucaso.

• Analisar a divisão da Alemanha e o período da Guerra Fria.

Fotografia de um desfile militar na antiga União Soviética, em comemoração à Revolução Russa de 1917, Moscou, 1978.

58

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58

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:39 PM

BNCC

• Neste capítulo verifi-

Com o fim do regime socialista, os países do Leste Europeu passaram a buscar, por vias capitalistas, o desenvolvimento socioeconômico alcançado pelos países da Europa Ocidental e de outras partes do mundo. Ainda que essas nações não conservem mais os principais símbolos de seu passado socialista, como estátuas, bandeiras, nomes de ruas, instituições etc., que foram retirados da paisagem ou guardados em museus, sua história política imprimiu importante marca na geopolítica do século XX.

RosaIreneBetancourt 13/Alamy/Fotoarena

Nas páginas a seguir, iremos estudar o contexto dos acontecimentos que culminaram em significativas mudanças territoriais e no cenário social e político da Europa Oriental atualmente.

cam-se a geopolítica e as relações econômicas que envolvem a Europa Ocidental, bem como seu processo histórico que perpassa o sistema socialista e sua crise. Os temas abordados favorecem os temas contemporâneos de Trabalho e Diversidade cultural. • O conteúdo abrange principalmente as habilidades EF09GE03, EF09GE04, EF09GE06, EF09GE08, EF09GE09, EF09GE14, EF09GE15, EF09GE17 e EF09GE18. Orientações gerais

• Aproveite as imagens dessas páginas para avaliar o conhecimento prévio dos alunos a respeito da Revolução Russa de 1917. Respostas

Veja as respostas das Fotografia de uma estátua danificada do questões nas orientações ex-ditador Josef Stalin, em Moscou, 2014. ao professor.

A Converse com seus colegas sobre o que vocês conhecem a respeito da extinta União Soviética.

Bettmann Collection/ Getty Images

B Reflita sobre como as imagens representam o apogeu e a queda do regime socialista na Europa Oriental. Troque ideias com os colegas.

A Resposta pessoal. Estimule os alunos a expressarem o que sabem sobre o assunto, seus conhecimentos obtidos por meio de leituras de reportagens ou estudos anteriores. B Possível resposta. Em seu apogeu, a União Soviética costumava representar seu poder na Guerra Fria por meio de grandes desfiles militares e da construção de estátuas de seus líderes espalhadas por todos os países socialistas. Assim, enquanto uma imagem representa o poder do bloco socialista, a outra mostra a sua queda.

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O socialismo na Europa Oriental

BNCC

• As

habilidades EF09GE14 e EF09GE15 podem ser trabalhadas nesta página e nos demais conteúdos do capítulo, ao proporcionar ao aluno a interpretação de informações geográficas por meio de gráficos, anamorfose e mapas temáticos.

O continente europeu é composto de países com economias bem diferentes entre si. Alguns deles, sobretudo aqueles da Europa Ocidental, têm importantes relações comerciais internacionais e forte desenvolvimento industrial, conforme estudamos no Capítulo 1. No entanto, grande parte dos países da Europa Oriental possui economia pouco expressiva, com forte peso agrário e desenvolvimento industrial baixo, se comparada a dos países da Europa Ocidental. Esse desigual desenvolvimento econômico entre as nações europeias pode ser verificado na diferença de renda per capita de suas populações. Veja a representação abaixo, que mostra a renda per capita de alguns países europeus.

• Ao

trabalhar com as características da divisão do mundo em Ocidente e Oriente, a habilidade EF09GE06 também é contemplada, assim como a habilidade EF09GE08, pois os alunos poderão analisar as transformações territoriais da Europa Oriental ao longo do tempo.

Países europeus: renda per capita – 2017 ISLÂNDIA

NORUEGA

REINO UNIDO

FINLÂNDIA

HOLANDA DINAMARCA

Orientações gerais

FRANÇA

• Explique

PORTUGAL

aos alunos que, embora a Europa seja composta, em sua maior parte, de países desenvolvidos, há uma diferença econômica entre eles. Aponte que há uma disparidade muito grande principalmente quando se comparam países da Europa Ocidental (mais desenvolvida) com os da Europa Oriental (menos desenvolvida).

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank.worldbank.org/ data/source/worlddevelopmentindicators#>. Acesso em: 29 out. 2018.

POLÔNIA

LUXEMBURGO SUÍÇA

ITÁLIA

UCRÂNIA

Renda per capita em dólares = 100 mil

BULGÁRIA

GRÉCIA

Keithy Mostachi

= 50 mil = 10 mil

Representação cartográfica sem escala

CHIPRE

• Observando o mapa da página 15 e a representação acima, identifique onde es-

• Sugere-se

que proponha aos alunos uma pesquisa acerca de dados econômicos de países da Europa Ocidental e Oriental, buscando compará-los. Em trios, solicite que produzam gráficos e tabelas da pesquisa realizada e façam um levantamento de hipóteses para tais diferenças, favorecendo as competências gerais 2 e 7 da BNCC, assim como as competências específicas de Geografia 5 e 6. Por meio de uma roda de discussões, peça aos alunos que exponham suas pesquisas.

LETÔNIA ALEMANHA

tão localizados os países que apresentam as menores rendas per capita do continente europeu. Os países que apresentam as menores rendas per capita estão localizados na Europa Oriental.

Enquanto a maioria dos países da Europa Ocidental possui um nível de renda per capita acima de 46 mil dólares, os países da Europa Oriental apresentam renda per capita abaixo de 11 mil dólares. Entre as razões que levaram a essa desigualdade econômica na região, estão as raízes históricas que envolvem o passado socialista de parte dos países do Leste Europeu. Nas páginas seguintes veremos alguns dos aspectos do sistema político-econômico socialista na Europa Oriental.

60

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Encontro com... História

Integrando saberes

Socialismo no Leste Europeu O socialismo adotado no Leste Europeu foi um sistema político e econômico diferente do capitalismo: era pautado, principalmente, no fim da propriedade privada e da divisão da sociedade em classes sociais. Além da economia planificada, ou seja, com indústrias, comércios e serviços controlados pelo Estado, o regime socialista possuía como principal característica o regime ditatorial de partido único. A instauração do socialismo na Europa Oriental ocorreu a partir da Revolução Russa.

Revolução Russa de 1917 Em fevereiro de 1917 emergiu uma revolta entre as massas populares na cidade de Petrogrado, na Rússia. Após esse levante popular, o governo do sistema czarista foi derrubado e um governo provisório foi formado pela coalizão de vários partidos e grupos políticos envolvidos com a revolução. No entanto, a incapacidade do governo provisório em atender às reivindicações populares, principalmente a de retirar-se da Primeira Guerra Mundial e de melhorar a situação precária do povo, levou à eclosão de um segundo levante, desta vez mais bem planejado, organizado pelo Partido Socialista Bolchevique e por seus líderes, Lenin e Trotski. Assim, após vários anos de revolução e conflito civil interno, os socialistas firmaram-se no governo, estabelecendo, então, o sistema político-econômico socialista.

Corbis Historical/Getty Images

Em 1922, a Rússia passou a adotar um novo nome: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ou, simplesmente, União Soviética.

Partido Socialista Bolchevique: criado em 1903 na Rússia, com a liderança de Lenin, defendia a ideia de uma mudança radical na política em relação à sociedade. Sistema czarista: forma de governo absolutista em que o poder está centralizado no czar, título dado aos monarcas russos entre os séculos XVI e XX.

Na fotografia, de 1917, soldados do exército bolchevique marchando em frente ao Kremlin de Moscou, que sediava o governo da URSS. Atualmente, o Kremlin sedia o governo da Rússia.

• O presente tema permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de História. Convide o professor desse componente curricular para comentar os ideais socialistas que deram início à Revolução Russa de 1917. Explique que o socialismo ideal não foi exatamente o socialismo que se implantou nos países da URSS.

• Esclareça a eles que o socialismo ideal previa que a classe operária se tornasse dominante, fazendo que a coletividade tivesse maior importância sobre os interesses do indivíduo, sendo um sistema mais justo e igualitário, sem divisão de classes. Contudo, o que se praticou foi a manutenção das desigualdades sociais e países dominados por pequenas elites burocráticas. • Busque com o professor de História propor aos alunos uma atividade investigativa, assim como recomenda a competência geral 2 da BNCC. Dessa investigação, sugere-se a construção de uma linha do tempo em que os alunos possam visualizar os processos históricos do Socialismo no Leste Europeu, apoiando-se na competência específica de Geografia 5 da BNCC.

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A expansão e queda do socialismo no Leste Europeu

Orientações gerais

• Como complemento ao

tema, apresente aos alunos o texto a seguir a fim de exercitar a curiosidade intelectual para um fato histórico, assim como recomenda a competência geral 2 da BNCC.

Assista no material audiovisual a um curta-metragem que explica as principais características da Guerra Fria.

Terminada a Segunda Guerra Mundial, os países vencedores (Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética) estabeleceram tratados políticos que dividiram o continente europeu em dois lados: um sob comando dos capitalistas, outro sob comando socialista, situação que resultou no início da Guerra Fria. Essa divisão territorial trouxe significativas mudanças políticas e econômicas à Europa e ao mundo. Os soviéticos, além de implantar o socialismo nos países situados entre a União Soviética e a Alemanha, conseguiram recuperar territórios que haviam sido perdidos em troca de sua retirada dos confrontos na Primeira Guerra Mundial.

[...] O colapso da União Soviética foi precedido e preparado pela implosão do bloco soviético no Leste Europeu. O caráter súbito, revolucionário, da derrocada dos regimes comunistas nos países-satélites evidenciou a carência de raízes sociais desses regimes, que se sustentavam, quase exclusivamente, no poder de Moscou. Quando Gorbachev imprimiu um novo curso à política externa soviética, descartando a Doutrina Brejnev, os Estados da Europa Oriental foram varridos por revoluções populares que desmontaram os regimes de um partido único. As revoluções populares no Leste Europeu difundiram-se como um rastilho de pólvora, que atingiu finalmente o coração do bloco soviético: a Alemanha Oriental. A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, assinalou a falência da RDA e a supressão da Cortina de Ferro. Esse evento maior removeu a fronteira estratégica que dividia a Europa em blocos geopolíticos antagônicos e marcou, real e simbolicamente, o encerramento da Guerra Fria. [...]

A partir do final da década de 1940, os países do Leste Europeu tornaram-se, um a um, repúblicas socialistas. Nesses países, com exceção da Iugoslávia e da Albânia, o socialismo não foi resultado de uma escolha do povo e de seus governantes, como na União Soviética, e sim uma imposição política. Em meados da década de 1950, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária, Romênia, Iugoslávia e Albânia, além de parte da Alemanha, constituíam países de regime socialista liderados pela URSS. Embora o regime socialista tenha comandado autoritariamente a vida dos cidadãos, essa população obteve melhorias significativas em seu padrão de vida: o desemprego e o analfabetismo foram praticamente extintos, e o acesso à educação e à saúde públicas de qualidade foi universalizado. Mudanças e queda do socialismo no Leste Europeu A

ISLÂNDIA

Po lar

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Árti co

FINLÂNDIA

NORUEGA SUÉCIA

GRÃ-BRETANHA REINO U

IRLANDA

ESTÔNIA

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BÉLGICA

LITUÂNIA ESTADO LIVRE DE DANTZIG

ALEMANHA

TCHECOSLOVÁQUIA

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SUÍÇA PORTUGAL

Fronteiras do antigo Império Russo Fronteiras do antigo Império Alemão Fronteiras do antigo Império Austro-Húngaro 1 - ANDORRA 2 - LIECHTENSTEIN 3 - LUXEMBURGO

1

4

ESPANHA

2

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5

IUGOSLÁVIA

4 - MÔNACO 5 - SAN MARINO

Mar Cáspio

ROMÊNIA

Mar Negro

BULGÁRIA ITÁLIA MONTENEGRO

GEÓRGIA AZERBAIJÃO ARMÊNIA N

TURQUIA (parte asiática)

L

O

GRÉCIA MALTA (RUN)

UCRÂNIA

HUNGRIA

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Mar Mediterrâneo

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50°

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3 FRANÇA

UNIÃO SOVIÉTICA (criada em 1922)

LETÔNIA

HOLANDA

OCEANO ATLÂNTICO

E. Cavalcante

Cír cu lo

Merid iano d e

MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo. 2. ed. São Paulo: Atual, 2008. p. 155-156.

Europa: após a Primeira Guerra Mundial – 1919

O

Observe no mapa A as transformações territoriais que resultaram da Primeira Guerra Mundial, marcadas pelo surgimento de novos Estados e o desmoronamento dos impérios Russo, Alemão e Austro-Húngaro. Em seguida, compare-as com aquelas decorrentes do segundo conflito, mostradas no mapa B, da página seguinte, marcadas pela ampliação do território soviético.

S

CHIPRE (RUN)

0

460 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 138.

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Material audiovisual

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• Um dos materiais disponíveis nesta coleção é apre-

sentado em forma de vídeo curta metragem e aborda a questão da Guerra Fria. Esse material apresenta aspectos da ascensão e queda do socialismo, da disputa pelo poder entre Estados Unidos e URSS e sua repercussão no mundo.

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Capítulo 2

No entanto, faltava para os países socialistas a diversificação industrial e de mercadorias, pois a ênfase excessiva no desenvolvimento das indústrias de base, principalmente a bélico-militar, acabou se sobrepondo a outros investimentos, como indústrias de bens de consumo e tecnologia. O resultado foi uma situação contraditória, em que a superpotência era competitiva em produtos sofisticados, em geral com finalidade bélica, mas se via incapaz de produzir eletrodomésticos de qualidade ou suprir a demanda de itens básicos simples, como roupas e alimentação. A agricultura passou a apresentar baixos índices de produtividade, obrigando o governo a destinar maiores investimentos a subsídios agrícolas e à importação de alimentos. Além disso, a Guerra Fria acabou exigindo da União Soviética gastos militares cada vez mais onerosos, a fim de garantir seu poder perante as repúblicas socialistas, assim como diante de seu principal rival capitalista, os Estados Unidos. Peter Turnley/Corbis Historical/Getty Images

O fim da União Soviética Lauro Machado Coelho. São Paulo: Ática, 1996. Este livro narra, por meio de acontecimentos culturais e da arte, a década anterior ao fim da União Soviética e os aspectos da crise do mundo socialista.

• Explique que a Doutrina Brejnev foi uma das medidas tomadas pelo governo soviético que proporcionou a ascensão do socialismo.

• Comente ainda que a expressão Cortina de Ferro se refere à divisão do continente europeu entre países que adotavam o sistema capitalista, a oeste, e países que faziam parte do sistema socialista, a leste. • Explore o texto questionando os alunos sobre o papel das revoluções populares na implosão do bloco socialista.

Na fotografia, observamos pessoas em uma fila de mercado público para comprar alimentos na Rússia, 1991.

B

Europa: após a Segunda Guerra Mundial – 1945 C ír cu

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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1 - ANDORRA 2 - LIECHTENSTEIN 3 - LUXEMBURGO 4 - MÔNACO 5 - SAN MARINO

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ISLÂNDIA

FINLÂNDIA NORUEGA

UNIÃO SOVIÉTICA (parte europeia)

REINO UNIDO

DINAMARCA

50°

REP. DEMOCRÁTICA BÉLGICA ALEMÃ POLÔNIA REP. 3 FEDERAL ALEMÃ TCHECOSLOVÁQUIA 2 FRANÇA ÁUSTRIA SUÍÇA HUNGRIA ROMÊNIA

OCEANO ATLÂNTICO

PORTUGAL

1

4

ESPANHA

5 ITÁLIA

IUGOSLÁVIA BULGÁRIA MONTENEGRO ALBÂNIA

Mar Mediterrâneo

N

Mar Cáspio Mar Negro N

TURQUIA (parte asiática)

MALTA (RUN)

L

O

GRÉCIA

• No mapa da Europa, após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em República Democrática Alemã e República Federal Alemã; Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão e Armênia foram incorporados à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O Estado Livre de Dantzig deixou de existir.

SUÉCIA

HOLANDA

E. Cavalcante

Orientações gerais

S

CHIPRE (RUN)

0

450 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 139.

• Compare os

mapas das páginas 62 e 63 e identifique as principais mudanças territoriais ocorridas após a Segunda Guerra Mundial.

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Orientações gerais

Na segunda metade da década de 1980, iniciaram-se, em vários países socialistas, as declarações de abertura política e econômica, culminando, por fim, no declínio do sistema socialista e na desintegração da própria União Soviética. Abriram-se as portas à democratização do Leste Europeu e à economia de mercado, ou seja, ao capitalismo.

• Comente com os alu-

nos que foi a partir da queda do socialismo que se deu início à organização internacional do poder no mundo atual, em que se estabeleceram algumas superpotências.

A queda do sistema socialista provocou a desintegração da União Soviética em 15 países, os quais, com exceção da Estônia, Letônia e Lituânia, formaram a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), tendo a Rússia como principal líder político, econômico e militar. Observe o mapa.

• Comente também que

60°

N

N

Rússia (Participante da CEI)

ic o

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Repúblicas Eslavas (Participantes da CEI) Cáucaso (Participantes da CEI) Repúblicas Muçulmanas da Ásia Central (Participantes da CEI) Estados Bálticos (Não participantes da CEI)

• Explique que hoje pou-

cos são os países socialistas, sendo representados pela Coreia do Norte e Cuba.

rc Cí

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E. Cavalcante

União Soviética: desintegração – 1991

desde 1970 o mundo vivenciava um processo que seria essencial para todos: a globalização. Relembre o conceito de globalização, relacionando-o aos esforços tecnológicos do período da Guerra Fria.

RÚSSIA

ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA

Fonte: BONIFACE, Pascal; VÉDRINE, Hubert. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 95.

BELARUS CAZAQUISTÃO

UCRÂNIA MOLDÁVIA

QUIRGUISTÃO GEÓRGIA

UZBEQUISTÃO

TURCOMENISTÃO ARMÊNIA TADJIQUISTÃO AZERBAIJÃO 80° L

0

940 km

A Letônia, em 1990, tinha um PIB de aproximadamente 7 bilhões de dólares e, em 2016, esteve em torno de 28 bilhões de dólares. Em 2004, passou a integrar a União Europeia. Na fotografia, vemos Riga, capital do país, 2018.

Ingus Kruklitis/ Shutterstock.com

Na década de 2000, os países do Leste Europeu passaram por uma fase de intensos problemas econômicos. Alguns deles tiveram suas economias fortemente abaladas e outros estavam em processo de recuperação. Embora, na atualidade, contem com maior participação política, os cidadãos do Leste Europeu vêm convivendo com uma acentuada disparidade de renda e muitos problemas sociais, como desemprego e enfraquecimento das instituições públicas. Por esses motivos, a recente inserção de ex-repúblicas socialistas da Europa Oriental na União Europeia tem gerado grandes expectativas, tanto para os novos ingressantes quanto para os antigos membros desse bloco.

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Capítulo 2

A Comunidade dos Estados Independentes A CEI foi criada em 1991 com a participação de 15 países. Em 2009, a Geórgia retirou-se da Comunidade por problemas políticos com a Rússia. Outros países também deixaram de fazer parte dela e, desse modo, atualmente a CEI conta com 11 países-membros. Veja o mapa.

Cí rcu lo P

olar Ártico

CEI

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

60° N

CEI - 2018

Orientações gerais

• Ao trabalhar o tema A Comunidade dos Estados Independentes, comente que as atividades comerciais desenvolvidas pela CEI ocorrem principalmente entre os próprios países-membros e, externamente, sobretudo entre países da Europa ocidental.

Mar de Bering

Símbolo da CEI.

BELARUS MOLDÁVIA

Fonte: Presidência da República da Belarus. Disponível em: <http://e-cis. info/index.php?id=2>. Acesso em: 1o nov. 2018.

RÚSSIA

UCRÂNIA Mar Negro Lago Baikal Mar Cáspio

E. Cavalcante

AZERBAIJÃO N

S

0

780 km

CEI: PIB em bilhões de dólares – 2016

UZBEQUISTÃO

TURCOMENISTÃO

L

O

CAZAQUISTÃO

Mar Aral

QUIRGUISTÃO

TADJIQUISTÃO 90° L

A CEI é um bloco político e econômico criado com o objetivo de manter a cooperação entre as ex-repúblicas socialistas soviéticas, de modo a colaborar para que a transição da economia planificada para a economia de mercado ocorresse sem maiores problemas. As economias das antigas repúblicas soviéticas possuem grande dependência das estruturas produtivas e do mercado consumidor da Rússia. Desse modo, uma crise econômica ou política na Rússia acabaria se refletindo em todos os países do bloco. O papel da hegemonia russa na CEI e a importância estratégica dos países do bloco para ela podem ser observados no fato de o governo russo manter tropas militares em alguns desses países. A interferência russa nos países do bloco aumentou com o ressurgimento do nacionalismo e de movimentos separatistas no interior de várias repúblicas, como na região da Chechênia, na porção sudoeste do território russo, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro, além da Abkházia e da Ossétia do Sul, república da Geórgia e da Ucrânia com a Crimeia. Neste último caso, a Ucrânia representa importante papel estratégico, pois o seu território é atravessado por oleodutos e gasodutos, com os quais a Rússia abastece a Europa Ocidental com combustíveis fósseis.

Rússia 1 283 Cazaquistão 137 Ucrânia 93 Uzbequistão 67 Belarus 47 Azerbaijão 38 Turcomenistão 36 Armênia 11 Moldávia 7 Tadjiquistão 7 Quirguistão 7

Sparkle/Shutterstock.com

ARMÊNIA

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank.worldbank.org>. Acesso em: 1º nov. 2018.

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Atividades

• Para finalizar o conteú-

do abordado até o momento, é importante que sejam trabalhados com os alunos conceitos como desigualdade social a partir de imagens, charges, vídeos e discussões com os alunos, além de conceitos como distribuição de renda e classes sociais.

2. Possível resposta: a União Soviética investia em armamentos para garantir seu poder perante as repúblicas soviéticas e, principalmente, em relação ao seu maior rival, os Estados Unidos. Ao longo dos anos, esses gastos militares cada vez mais onerosos foram comprometendo a economia dos países da Europa Oriental, levando à adoção de medidas de abertura econômica e política que iniciaram o processo de desintegração do bloco. 3. Possível resposta: foram estabelecidos tratados políticos que dividiram o continente europeu em dois lados: um sob comando dos capitalistas, outro sob comando socialista, situação que resultou no início da Guerra Fria. Essa divisão territorial permitiu aos soviéticos implantar o socialismo nos países situados entre a União Soviética e a Alemanha, e recuperação de territórios que haviam sido perdidos na Primeira Guerra Mundial.

Exercícios de compreensão

1. Resposta esperada: a pouca diversificação industrial e de mercadorias, consequência do investimento em indústrias de base, acabou comprometendo, por exemplo, o desenvolvimento de indústrias de bens de consumo; a baixa produtividade agrícola; os gastos militares e, por fim, a abertura política e econômica.

1. Quais foram os principais aspectos que contribuíram para o declínio do sistema socialista no Leste Europeu? Anote sua resposta no caderno. 2. Relacione os gastos militares da União Soviética e os movimentos que iniciaram sua desintegração no final da década de 1980. 3. Comente, no caderno, as mudanças ocorridas na divisão territorial da Europa após a Segunda Guerra Mundial. 4. Explique no caderno o que foi a Revolução Russa de 1917.

Geografia no contexto 5. A imagem abaixo apresenta um cartaz utilizado durante o período da Revolução Russa. Os cartazes produzidos nessa época tinham a intenção de disseminar a ideologia da revolução, por meio de slogans fáceis e bastante coloridos, a fim de facilitar o entendimento da massa analfabeta da população. Observe-o e, em seguida, responda às questões no caderno. a ) Como os trabalhadores são representados neste cartaz? b ) No caderno, comente sobre a Comunidade dos Estados Independentes. Photo 12/Alamy/Fotoarena

Orientações gerais

4. A Revolução Russa foi uma revolta popular que ocorreu na cidade russa de Petrogrado. Após vários anos de revolução e conflito civil interno, os socialistas firmaram-se no governo, estabelecendo o sistema político-econômico socialista, o que culminou com o surgimento da União Soviética. 5. a) Possível resposta: Com seus instrumentos de trabalho, parecem caminhar em uma mesma direção, sobre as riquezas acumuladas pelo antigo regime. 5.b) A CEI é um bloco político e econômico criado com o objetivo de manter a cooperação entre as ex-repúblicas socialistas soviéticas, de modo a colaborar para que a transição da economia planificada para a economia de mercado ocorresse sem maiores problemas.

O cartaz de 1920 traz a seguinte mensagem:“Sobre as ruínas do capitalismo, vamos caminhar para a fraternidade: os agricultores e os operários estão caminhando para junto dos povos de todo o mundo”.

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Capítulo 2

A economia russa A desintegração da União Soviética e a transição para uma economia de mercado levaram a Rússia a mergulhar em uma crise financeira que se estendeu por praticamente toda a década de 1990. A recessão que abateu esse país ao longo dos anos 1990 desvalorizou intensamente sua moeda, o rublo, em relação ao dólar, contribuindo para o grande endividamento do país no mercado mundial. Em 1998, a crise atingiu seu ponto máximo, quando o país decretou estado de moratória, ou seja, o não pagamento de suas dívidas. Essa medida atingiu diretamente o mercado financeiro internacional, culminando em quedas bruscas nas bolsas de valores em todo o mundo.

Rússia: o ressurgimento da grande potência Roberto Colin. Florianópolis: Letras Brasileiras, 2007. Este livro traz um panorama da situação econômica, política e social da atual Rússia. Conta as transformações ocorridas na sociedade russa até se tornar uma potência mundial.

•A

sequência didática 3, disponível no material digital, pode complementar o trabalho com o conteúdo abordado até o momento, a partir da identificação das características dos setores econômicos da Rússia e da compreensão da Rússia no Brics e no cenário econômico mundial. Esta proposta aborda as habilidades EF09GE09 e EF09GE14.

TIM SLOAN/AFP

Com a crise, houve uma diminuição expressiva das importações russas, o que acabou impulsionando o desenvolvimento da produção industrial interna. Assim, o crescimento das atividades industriais associado ao alto valor adquirido pelo gás natural e o petróleo russo no mercado internacional conseguiu reverter a situação crítica pela qual a economia do país passava com o fim da União Soviética.

Material audiovisual

Recessão: período de declínio da atividade econômica caracterizado pela queda contínua do PIB, refletindo em problemas socioeconômicos, como desemprego, redução do poder aquisitivo da população etc.

Com o intuito de prestar assistência à Rússia e contribuir para a recuperação de sua economia, o Fundo Monetário Internacional (FMI), com outras instituições financeiras, concordou em destinar um pacote de ajuda. Somente no primeiro semestre de 1998, o FMI liberou cerca de 11 bilhões de dólares para esse país.

AP Photo/Alexander Zemlianichenko/Glow Images

Na fotografia, pessoas buscando uma oportunidade de emprego na Rússia, 1998. A grande quantidade de pessoas na fila revela a dificuldade de colocação no mercado de trabalho nesse período no país.

Na fotografia, reunião do FMI realizada em Washington, Estados Unidos, 1998.

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Orientações gerais

A recuperação da economia russa iniciou-se basicamente no início do século XXI, quando o país passou a estabelecer uma série de medidas embasadas na economia de mercado. Nesse sentido, a Rússia passou a firmar acordos comerciais principalmente com os países capitalistas desenvolvidos. Observe no gráfico a seguir a oscilação do PIB russo desde o final do século XX.

• Proponha

aos alunos que pesquisem dados referentes à economia da Rússia Socialista e Capitalista, bem como de sua participação na Apec. Esses dados podem ser transformados em tabelas e gráficos para que sejam comparados pelos alunos.

E. Cavalcante

Rússia: evolução do PIB – 1990-2016 PIB

(em bilhões - US$)

Governo de Boris Yeltsin Governo de Vladimir Putin

2 200

• Os

dados e análises podem ser registrados em cartazes e apresentados à turma. Incentive os alunos a produzir desenhos e charges críticas acerca do assunto.

2 000 1 800

2097

1 661

1 600 1 400 1 200

1 283

1 000 800 Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank. worldbank.org/ data/download/ GDP.pdf>. Acesso em: 1º nov. 2018.

600

517

400

395

271

260

592

200 0

1990

1994

1998 2000

2004

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2013

2016 Anos

Sergei Bobylev/ TASS/Getty Images

Entre as medidas adotadas está a intensificação da exploração de petróleo e de gás natural, setor energético considerado de grande peso na economia mundial. Ao mesmo tempo, houve incentivo ao desenvolvimento das indústrias internas, sobretudo as de base, as de bens intermediários e as do ramo alimentício. Em conjunto, esses setores foram os grandes propulsores da expansão da economia russa. No entanto, atualmente, o ritmo de crescimento econômico da Rússia vem diminuindo consideravelmente. Esse fato é decorrente, principalmente, da diminuição do preço do petróleo no comércio internacional, do aumento das taxas de juros e das sanções impostas pelos países ricos em consequência das ações tomadas pelo governo russo para a anexação da Crimeia, território que pertencia à Ucrânia. Além desses fatores, a Rússia também sofreu os impactos da crise mundial que abalou o continente europeu em 2008.

Vista aérea de uma refinaria de petróleo localizada em Moscou, Rússia, 2017.

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Capítulo 2

Atividade industrial russa: setor em transformação Entre os países da CEI, a Rússia é o que apresenta o maior nível de industrialização. Contudo, em relação aos países da Europa Ocidental, o parque industrial russo é considerado pouco diversificado e com grande defasagem tecnológica, no qual predominam indústrias de base remanescentes do período socialista. O mapa a seguir mostra a organização espacial das indústrias no território russo. Rússia: atividade industrial

Cí rcu lo P olar

Ártico

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

RÚSSIA

E. Cavalcante

60° N

Mar de Bering

São Petersburgo

Moscou

Samara

Chelyabinsk Lago Baikal

Khabarovsk N

Novosibirsk

Indústrias Metalúrgica Petroquímica Siderúrgica Mineração Química

• Auxilie os alunos a interpretar o mapa desta página, ressaltando a proximidade das principais indústrias com a capital do país. Questione-os sobre os motivos dessa distribuição espacial das indústrias russas.

RÚSSIA

Volgogrado

Mar Cáspio

Orientações gerais

Jaroslavl Nijni Novgorov

Voronej

BNCC conteúdos abordados nas páginas 59 a 61 permitem trabalhar com as habilidades EF09GE17 e EF09GE18, ao permitir que os alunos compreendam as principais atividades econômicas da Rússia.

• Os

L

O S

Mar Aral

Mecânica Aeronáutica Automóveis Têxtil Cimento

0

340 km

Vladivostok

90° L

Estaleiros Eletrônica e telecomunicações Pneus Cidade Capital

Fontes: Atlas national geographic: Europa II. São Paulo: Abril, 2008. v. 4. p. 54. Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 123.

Nas áreas próximo aos Montes Urais, onde existem grandes jazidas de petróleo, gás natural e ferro, podemos encontrar grande concentração de indústrias de base, como as siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas. Na porção próximo à Sibéria, as indústrias de base também se destacam, uma vez que nessa região estão concentradas as maiores jazidas de carvão do território russo. A capital Moscou e a cidade de São Petersburgo, localizadas na parte ocidental, configuraram-se como centros industriais de maior potencial, em relação tanto ao número de indústrias quanto à existência de um mercado consumidor em expansão. Formou-se nessa porção da Rússia um importante parque industrial, composto, principalmente, de indústrias têxteis, automobilísticas, eletrônicas e de telecomunicações.

Sibéria: região localizada na porção setentrional do continente asiático, no território da Rússia. Ela se estende dos Montes Urais ao oceano Pacífico, onde se localizam as imensas planícies e planaltos sobre os quais crescem grandes Florestas de Coníferas, recobertas por gelo durante boa parte do ano.

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Atualmente, uma das políticas mais importantes do governo russo é diversificar a produção industrial por meio do fortalecimento de outros ramos, como vem acontecendo com as indústrias de bens de consumo. Além disso, outro desafio do governo é intensificar a participação dos produtos nacionais industrializados no mercado internacional.

Colorshadow/Shutterstock.com

As imagens contidas nesta ou em qualquer outra página do livro possuem interesse exclusivamente didático, sem a finalidade de promover marcas ou produtos.

A Gazprom é uma importante empresa estatal russa, responsável por abastecer grande parte do continente europeu com gasodutos que cruzam diversos países. Na fotografia, observamos instalações da Gazprom, em São Petersburgo, Rússia, 2018.

Agricultura da Rússia A atividade agrícola russa ainda gera safras menores que o consumo de sua população, obrigando o país a importar grande quantidade de alimentos. Ilya Platonov/Shutterstock.com

Outro aspecto que impede o melhor desempenho agrícola na Rússia é a sua localização geográfica. Boa parte das terras agrícolas está situada em regiões extremamente frias do planeta, onde predominam os climas frio e polar, cujo solo, em geral, é pouco fértil. Portanto, a atividade agrícola da Rússia está concentrada na porção oeste do país, que apresenta climas mais quentes e solo fértil, denominado tchernozion. Apesar disso, a Rússia destaca-se mundialmente por ser um forte produtor de cereais, como aveia, trigo e cevada, além de batata, beterraba e girassol.

Na fotografia, colheita mecanizada de trigo sendo realizada em Krasnodar, Rússia, 2018.

Recursos minerais russos e sua potencialidade econômica O território russo é abundante em recursos minerais e grande parte deles está localizada na porção europeia do país, mas outras regiões também dispõem de reservas minerais, em especial gás natural e carvão. As bacias dos Rios Volga e Ural são regiões de destaque na exploração petrolífera. Próximo aos Montes Urais encontram-se importantes jazidas de ferro, além de gás natural e petróleo. A leste dos Urais, na região da Sibéria, existem riquezas naturais pouco exploradas, embora sejam bastante conhecidas.

Orientações gerais

• Apresente aos alunos

alguns dados referentes aos principais produtos agropecuários da Rússia em relação ao mundo.

70

Principais produtos agropecuários

Semente de girassol

Cevada

Beterraba

Trigo

Batata

Abelhas

Bovino

Suíno

Ovino

Equino

% da produção russa em relação ao mundo (–) 2016

23

13

19

10

8

4

1

2

2

2

11/23/18 2:49 PM

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www.fao.org/>. Acesso em: 2 nov. 2018.

70

11/24/18 9:34 AM


:49 PM

em foco

Capítulo 2

Geografia

Estratégia energética

A exploração de recursos minerais na Rússia, além de ser importante para a economia, atribui poder político ao país na geopolítica europeia, isso porque boa parte dos países da União Europeia depende das exportações russas para o abastecimento interno de combustíveis fósseis. Esse fornecimento é efetuado por meio de uma sofisticada infraestrutura que abrange estradas, ferrovias, extensos gasodutos e oleodutos.

Orientações gerais

• Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema apresentado nesta página, sugerimos a leitura a seguir. > CAVALCANTI-SCHIEL,

Ricardo. A nova geopolítica russa do petróleo. GGN, 23 set. 2017. Disponível em: <http://livro. pro/427cyc>. Acesso em: 30 out. 2018.

Desse modo, os gasodutos que ligam as partes orientais à região central do país, nas imediações de Moscou, são muito importantes. Dessa área saem conexões com diversas partes do continente europeu (veja no mapa), proporcionando aos governantes russos valiosas vantagens nas negociações de exportação de petróleo e gás. Assim, a ampla oferta de combustíveis fósseis russos assegura certa estabilidade ao abastecimento da Europa, pois, além de balancear os preços, diminui a dependência do continente em relação ao petróleo e ao gás provenientes de países do Oriente Médio.

60° N

Cír c ul oP

olar Á

rtico

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

RÚSSIA

E. Cavalcante

Rússia: recursos minerais e energéticos

Mar de Bering

São Petersburgo Jaroslavl Moscou

Samara Volgogrado

Chelyabinsk

Principais recursos minerais

Mar Cáspio

Bauxita

Estanho

Mar Aral Carvão

Ferro

Cobre Chumbo

Ouro

Zinco

Níquel Petróleo

Energia Gás natural Central nuclear Central térmica Central hidrelétrica Oleoduto Gasoduto

Novosibirsk

Khabarovsk

Lago Baikal

N L

O S

90° L

0

Grigvovan/ Shutterstock.com

Voronej

RÚSSIA

Nijni Novgorov

Vladivostok

500 km

Fontes: Atlas national geographic: Europa II. São Paulo: Abril, 2008. v. 4. p. 54. Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 123.

Vista de um gasoduto na Rússia, 2015.

71

11/23/18 2:49 PM

71

11/24/18 9:34 AM


As relações internacionais da Rússia

Orientações gerais

• Comente com os alu-

Nas últimas décadas, a expansão econômica estadunidense pelo mundo e sua supremacia militar levaram a Rússia a diversificar suas estratégias geopolíticas, estabelecendo, assim, relações políticas e militares com outras nações, entre elas a China, a Índia e o Irã. Buscando reconquistar sua influência geopolítica, sobretudo no Leste Europeu e na Ásia Central, a Rússia vem intensificando, cada vez mais, suas exportações de produtos bélicos. Com indústrias bélicas altamente sofisticadas, o país configura-se como o segundo maior vendedor de armamentos do mundo (atrás apenas do Estados Unidos), tendo como principais compradores a Índia, o Egito, a China, a Argélia e o Vietnã. Entre os produtos bélicos exportados pela Rússia estão BBC Brasil submarinos, navios, helicópteros e sistemas antimísseis. No site BBC Brasil você poderá

se manter informado sobre os principais acontecimentos relacionados à economia, à política, ao meio ambiente, à ciência e aos conflitos atuais na região do Leste Europeu. Acesse o site pelo endereço eletrônico <http://livro.pro/8f589m>. Acesso em: 1o nov. 2018.

nos que a Rússia, com todo seu poderio bélico, militar e estratégico é um dos membros do Conselho de Segurança da ONU, organização que autoriza, por exemplo, o envio de tropas de paz para regiões de conflito, ações de intervenção militar, entre outras funções.

O caso da Crimeia A Crimeia, um território localizado a sudeste da Ucrânia, é formada por uma população de maioria étnica russa. A região enfrentou uma crise que se iniciou no final de 2013, envolvendo a Ucrânia, a Rússia e os países da União Europeia. As medidas adotadas pela Ucrânia em favor do governo russo e em oposição às relações de livre-comércio com a União Europeia geraram insatisfação popular e uma série de manifestações, que foram violentamente reprimidas pelo governo ucraniano. Na Crimeia, o clima de instabilidade favoreceu a tomada do Parlamento por líderes políticos pró-Rússia e a posterior anexação dela a esse país. Essa ação russa não foi reconhecida pela comunidade internacional, o que culminou em uma série de sanções impostas à Rússia pelos países da União Europeia.

Crimeia

UCRÂNIA Península da Crimeia

Mariia Golovianko/Shutterstock.com

• A Rússia, apesar de ser

membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar criada em 1949, é um dos principais rivais dos demais países-membros desta organização.

Apesar de toda sua influência militar e política, a Rússia não consegue impedir que, internamente, se intensifiquem os movimentos separatistas promovidos pelas minorias nacionais. Os recorrentes conflitos com terroristas separatistas na Chechênia, bem como a intervenção militar na Geórgia, em 2007, demonstram a persistência e a disposição dos russos em manter sua influência econômica e geopolítica.

E. Cavalcante

BNCC importante reconhecer a multiplicidade cultural das minorias étnicas existentes no território apresentado neste capítulo. Desta forma, as habilidades EF09GE03 e EF09GE04 podem ser trabalhadas. Reforce com os alunos o respeito às diversas culturas do mundo, pois cada grupo social apresenta diferentes histórias de vida e é importante valorizar esta riqueza.

•É

45° N

N L

O Mar Negro 34° L

S

0

80 km

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 43.

Manifestação na Ucrânia contra a interferência da Rússia na região da Crimeia, 2014.

72

11/23/18 2:49 PM

72

11/24/18 9:34 AM


:49 PM

em foco

Capítulo 2

Geografia

Os conflitos no Cáucaso

[...] Cáucaso é a cadeia montanhosa situada entre os mares Negro e Cáspio, que engloba em seu interior inúmeros planaltos e vales fluviais. A região é um mosaico étnico, religioso e linguístico, constituído de duas sub-regiões. Na vertente norte da cordilheira, está a Ciscaucásia ou Cáucaso russo, onde se localizam as sete repúblicas autônomas que fazem parte da Federação Russa. A vertente sul corresponde à Transcaucásia ou Cáucaso não russo, onde se situam Geórgia, Armênia e Azerbaijão, repúblicas que, até 1991, faziam parte da URSS. Com a desintegração do Império Soviético, as três repúblicas tornaram-se independentes e se integraram à Comunidade de Estados Independentes (CEI). No interior da Geórgia existem três regiões autônomas, e duas delas, a Abkházia e a Ossétia do Sul, pretendem se separar da Geórgia. Para entender melhor, retornaremos ao passado. O Império Russo incorporou toda a região do Cáucaso entre a segunda metade do século XVIII e a década de 1870. Em 1917, a União Soviética herdou esses territórios. Depois de 1991, mesmo com a independência das repúblicas da Transcaucásia, a Rússia nunca deixou de considerar a área como sua zona de influência direta. Há séculos, Moscou definiu fronteiras estratégicas que estão além das fronteiras políticas russas. Os limites políticos na região foram traçados, entre 1923 e 1936, pelo ditador soviético Josef Stalin, curiosamente nascido na Geórgia. Esses traçados, estabelecidos de forma Cáucaso arbitrária, são fontes de N conflitos e tensões geoRÚSSIA L O políticas. Em 1991 e 1992 KaratchaiS Kabardino-Tcherkess eclodiram conflitos entre -Balkária Gudauta Chechênia Mar Abkházia a Geórgia e as regiões seOssétia do Cáspio Sukhumi Norte paratistas da Abkházia e 1993 1991 Ossétia 300 000 da Ossétia do Sul. Nesta Mar 100 000 do Sul Daguestão Negro última, um cessar-fogo Tskhinvali GEÓRGIA foi alcançado em 1992, Batumi Adjaria Tbilisi Akhalkalaki com interferência inter1990-93 nacional e com a ajuda 200 000 TURQUIA ARMÊNIA 1990-93 AZERBAIJÃO de “forças de paz”, essenBaku 50 000 40° N cialmente russas, da CEI. Yerevan Nagorno 1990-93 1990-93 Karabakh [...] 250 000 525 000 MORAES, Marcos Antonio de; FRANCO Sérgio Silva. Geopolítica: uma visão atual. 3. ed. Campinas: Átomo, 2009. p. 176-177.

Fluxo dos refugiados 1990-93 (Data do fluxo) 50 000 (Número de refugiados)

Orientações gerais

• Este conteúdo permite um trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive atitudes de valorização e respeito à diversidade cultural dessa região europeia. Para isso, comente que a região é composta por cristãos ortodoxos e católicos, islâmicos e judeus que possuem hábitos e costumes próprios dessa região, com forte influência russa.

E. Cavalcante

• Comente com os alunos que a Abecásia, república autônoma localizada no norte da Geórgia, vive situação similar aos demais casos já mencionados no texto. Embora seja reconhecida pela Rússia como independente (a partir da guerra de 1992-1993), não é reconhecida pela ONU.

• Oriente a atividade com o mapa, solicitando aos alunos que citem os países que compõem o Cáucaso e descrevam o fluxo de refugiados, decorrente dos conflitos étnicos descritos no texto da página.

1990-93 30 000 Nakhichevan

IRÃ 0

100 km

45° L

Fonte: SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. p. 59.

• Observe o mapa acima. Em seu caderno, faça um pequeno texto contextua-

lizando o conflito do Cáucaso. Por fim, apresente seu texto aos colegas e conheça o que eles produziram. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor

73

Resposta

11/23/18 2:49 PM

• Resposta pessoal. Depois de concluída a questão, pe-

ça aos alunos que apresentem sua síntese para a sala. Oriente-os a comparar as informações e, caso necessário, complementar os textos produzidos.

73

11/24/18 9:35 AM


A construção do Muro de Berlim, que dividiu fisicamente a principal cidade da Alemanha por 28 anos e se consolidou como maior símbolo da Guerra Fria, pegou de surpresa quase todas as pessoas que teriam as vidas transformadas por ele a partir do dia 13 de agosto de 1961. [...] Uma operação ultrassecreta de codinome “Rosa” [...] levou apenas cinco horas para fechar completamente as fronteiras internas da cidade, proibindo a circulação entre as zonas ocidentais e a área sob influência da União Soviética. Tudo foi feito sob sigilo, durante a madrugada de um domingo, para que não houvesse reação dos berlinenses ou dos Estados Unidos, maior potência que fazia oposição aos soviéticos. Além dos envolvidos na operação, ninguém foi informado sobre a decisão de fechar as fronteiras, e mesmo os que viam a instalação das cercas de arame farpado, que mais tarde se tornariam um muro de concreto, achavam improvável que o fechamento fosse definitivo. Às 6h da manhã, enquanto a cidade dormia, era finalizada a primeira parte da operação que bloqueava 81 pontos de cruzamento e 193 ruas que atravessavam a fronteira, bem como os sistemas de transportes públicos. A cidade de 4 milhões de pessoas, que havia sido dividida de forma teórica após a Segunda Guerra Mundial, mas que na prática funcionava até

Explorando o tema

Alemanha dividida, vidas separadas

Após a Segunda Guerra Mundial, as potências vencedoras, Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética, dividiram o território alemão entre si, formando quatro porções distintas. Toda a porção oriental conquistada pelos militares soviéticos, até as margens do Rio Elba, ficou sob o domínio dos socialistas, enquanto o restante do território acabou se unificando sob a administração dos países capitalistas. A Alemanha dividida tornou-se o palco principal da Guerra Fria. Nela se concen- Berlim: divisão da cidade N trava grande parte das tropas, tanto da L O Otan como do Pacto de Varsóvia, com Berlim S seus respectivos armamentos. Enfim, soZona bre o território da Alemanha dividida, enfrancesa contravam-se os limites dos dois grandes Zona soviética polos geopolíticos mundiais, o oriental Zona britânica socialista e o ocidental capitalista. 52° 31’ N A cidade de Berlim constituiu o lugar de representação máxima da Guerra Fria. A divisão da cidade ficou marcada concretamente pela construção de um muro que separava a parte pertencente à Alemanha Oriental da parte pertencente à Alemanha Ocidental. Veja o mapa. Otan: a Organização do Tratado do Atlântico Norte é uma aliança militar estabelecida entre os países do bloco ocidental capitalista, liderada pelos Estados Unidos. Pacto de Varsóvia: acordo militar estabelecido entre os países do bloco oriental e encerrado em 1991.

E. Cavalcante

ção, que trata da divisão da Alemanha e especificamente de Berlim, enriqueça seus conhecimentos sobre o assunto por meio da leitura do texto a seguir.

Keystone-France/ Gamma-Keystone/ Getty Images)

• Ao trabalhar esta se-

Zona norte-americana

0

Muro de Berlim

7 km

13° 23’ L

Fonte: World history atlas. London: Dorling Kindersley, 2005. p. 212.

A divisão de Berlim foi marcada pelo muro, por barricadas, arames e por vários pontos de verificação, como eram chamadas as guaritas vigiadas. Um desses pontos mais movimentados foi o Checkpoint Charlie, no limite entre a porção estadunidense e soviética de Berlim, mostrada na imagem abaixo, 1962. Na porção direita da fotografia, observa-se parte da área dos Estados Unidos e na porção esquerda, parte de Berlim Oriental.

74

então como um único organismo urbano, acordou cortada ao meio, separando famílias, amigos, casais e afastando trabalhadores dos seus empregos e estudantes de suas escolas. O dia ficou conhecido como “o domingo do arame farpado”. O governo da República Democrática da Alemanha (RDA, o lado oriental) havia mobilizado 10 mil homens para garantir a segurança e evitar protestos após o fecha-

mento da fronteira. [...]. Pego igualmente de surpresa, o11/23/18 governo norte-americano preferiu evitar o enfrentamento, permitindo que o lado socialista concluísse sua operação.

2:50 PM

BUARQUE, Daniel. “Operação Rosa” levou apenas 5 horas para dividir Berlim com arame farpado. G1. 1o nov. 2009. Disponível em: <http://g1.globo.com/ Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1361418-17398,00-OPERACAO+ROSA+LEV OU+APENAS+HORAS+PARA+DIVIDIR+BERLIM+COM+ARAME+FARPADO. html>. Acesso em: 14 nov. 2018.

74

11/24/18 9:35 AM


:50 PM

Capítulo 2

Os cidadãos da porção oriental foram impedidos de se deslocar livremente para a porção oeste da cidade e do país. Para se reunirem com pessoas da porção ocidental ou deslocar-se até lá era necessário solicitar autorização ao governo, que poderia ou não ser concedida.

Keystone/Hulton Archive/Getty Images

O descontentamento e a onda de manifestações nacionalistas e populares que questionavam o regime socialista em todo o Leste Europeu, na década de 1980, também ocorreram na Alemanha Oriental. Tal fato se converteu em grande pressão pela reunificação do país, incidindo sobre Berlim, e a circulação pelas áreas da cidade foi autorizada com a queda do muro, em novembro de 1989. A Alemanha voltou a constituir um país unificado, e a desintegração da URSS ocorreu poucos anos depois. Crianças que estão do lado oeste (ocidental) conversando com parentes que ficaram no lado leste (oriental) de Berlim, 1961.

• Oriente a leitura e comparação das imagens que mostram o Checkpoint Charlie em dois momentos históricos diferentes. Peça aos alunos que comparem as ruas, as construções, entre outros elementos visíveis nessas paisagens.

• Se possível, sugira aos alunos acessar uma reportagem na internet do jornal EL País, na qual se podem observar imagens de antes e depois de várias localidades de Berlim, na porção oriental. Com essa observação é possível perceber as alterações nas paisagens ao longo do tempo. > Cidade dividida/cidade unificada. El País. Disponível em: <http://livro. pro/yyqhr9>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) Descreva como a Alemanha e a cidade de Berlim ficaram divididas após o final da Segunda Guerra Mundial. b) Converse com os colegas da sala e reflitam sobre como passou a ser o cotidiano das pessoas que foram separadas pela divisão da Alemanha. Se necessário, façam uma pesquisa em livros, revistas ou na internet para obter essas informações e tragam para serem debatidas em sala de aula.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos. N.M.Bear/ Shutterstock. com/ID/BR

Atualmente, o Checkpoint Charlie é visitado por turistas e é um elemento que marca a história da cidade de Berlim e da vida de seus cidadãos. Nesta fotografia, de 2018, podemos observar, ao fundo, como a cidade foi transformada.

Orientações gerais

75

Respostas

11/23/18 2:50 PM

A Resposta esperada: a Alemanha ficou dividida entre

B Resposta pessoal. Oriente os alunos na pesquisa, se

os soviéticos socialistas e os capitalistas Estados Unidos, Inglaterra e França. Berlim também foi dividida em duas grandes partes, assim como o país; uma socialista e outra capitalista.

necessário. Peça que os alunos preparem resumos sobre a pesquisa realizada e marque uma data para que apresentem para o restante da turma. Promova uma conversa sobre como o cotidiano das pessoas, a convivência familiar, profissional etc., foi alterada com a ocasião da divisão da Alemanha.

75

11/24/18 9:35 AM


Atividades

Material digital

• No material digital está

os alunos na realização da atividade 5. Explique que as taxas negativas representam períodos de recessão da economia e que as taxas positivas indicam períodos de crescimento econômico.

2. Um número Exercícios de compreensão significativo de indústrias foi 1. No caderno, cite os principais motivos da recessão econômica da Rússia durante implantado em pontos a década de 1990. estratégicos do 2. Descreva como está organizada a distribuição espacial das indústrias pelo territerritório, em regiões próximas tório russo. às fontes de matérias-primas. 3. No caderno, caracterize a produção agropecuária da Rússia. Em razão disso, por exemplo, as 4. Cite as principais medidas adotadas pela Rússia, no início do século XXI, que indústrias fizeram que sua economia retomasse o crescimento econômico. siderúrgicas, as 3. Em razão dos climas extremamente frios que atuam em grande parte metalúrgicas e as da Rússia, sua produção agrícola está concentrada na porção oeste do petroquímicas país, onde atuam os climas mais quentes e onde o solo, denominado encontram-se Geografia no contexto tchernozion, é fértil. Destaca-se a produção de cereais, como aveia, trigo e próximos às cevada, além de batata, beterraba e girassol. jazidas de 5. O gráfico mostra a evolução da taRússia: evolução do PIB – 1990-2016 petróleo, gás natural e ferro. Já xa de crescimento da economia na capital Moscou russa a partir da queda da União Crescimento anual e na cidade de São (em %) 10 Petersburgo, onde Soviética até os dias atuais. Ob10 existe um serve-o e, em seguida, responda mercado 8 às questões no caderno. consumidor em expansão, 6 a ) Qual período mostra a recessão formou-se um 6 5 importante da economia russa? Como o parque industrial 4 gráfico representa esse período? com indústrias têxteis, 2 automobilísticas, b ) De acordo com o gráfico, qual eletrônicas e de período marca o início do cres0 telecomunicações. 0

cimento econômico russo?

1990

Resposta esperada: inicia-se em 1995, com índice mais elevado no ano 2000.

–2

Fonte: The World Bank. Disponível: <http://databank.worldbank.org/data/ reports.aspx?source=world-developmentindicators>. Acesso em: 1o nov. 2018.

6. Observe os mapas a seguir. União Soviética – 1975

–4

1995

2000

2005

2010

2016

Anos –3

Leonardo Mari

• Auxilie

1. Resposta esperada: a desintegração da URSS, a transição para a economia de mercado, a desvalorização do rublo em relação ao dólar, a dívida externa, a moratória, a diminuição das importações.

–4

4. Resposta esperada: a intensificação da exploração de petróleo e gás natural e o incentivo ao desenvolvimento das indústrias internas, sobretudo as de base, as de bens intermediários e as alimentícias. 5. a) Resposta esperada: a recessão da economia pode ser observada no período entre 1990 e 1995. A recessão é registrada pelos índices negativos da economia obtidos no período.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

E. Cavalcante

disponível uma proposta de avaliação para acompanhamento da aprendizagem dos alunos, referente aos conteúdos dos capítulos 1 e 2.

UNIÃO SOVIÉTICA 60° N

OCEANO PACÍFICO N L

O

0

110° L

360 km

S

Fonte: World history atlas. London: Dorling Kindersley, 2005. p. 107.

76

11/23/18 2:50 PM

76

11/24/18 9:35 AM


:50 PM

Capítulo 2

Países da ex-União Soviética OCEANO GLACIAL ÁRTICO

RÚSSIA

UZBEQUISTÃO QUIRGUISTÃO TURCOMENISTÃO

N L

O

TADJIQUISTÃO

0

110° L

560 km

S

Fonte: World history atlas. London: Dorling Kindersley, 2005. p. 111. 6.a) Representa a desintegração da União Soviética e a criação de novos países que deixaram de ser dependentes do socialismo.

a ) O que representa a diferença na divisão territorial mostrada no mapa acima e 6. b) A CEI foi criada com o objetivo de manter a cooperação no da página anterior? entre as ex-repúblicas socialistas soviéticas, visando b ) Com qual finalidade a CEI foi criada?

questão 6 contribui para a exploração da Competência específica de Ciências Humanas 7 ao trabalhar a linguagem cartográfica no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal.

• Oriente os alunos so-

OCEANO PACÍFICO

CAZAQUISTÃO

GEÓRGIA ARMÊNIA AZERBAIJÃO

60° N

E. Cavalcante

ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA BELARUS UCRÂNIA MOLDÁVIA

•A

bre a pesquisa sugerida na questão 7, comentando que procurem notícias mais recentes possíveis, pois algumas questões geopolíticas são dinâmicas e podem se alterar constantemente.

colaborar com a transição da economia planificada para a economia de mercado, sem maiores problemas.

c ) Qual papel é desempenhado pela Rússia na CEI?

6.c) A Rússia ocupa lugar de destaque nesse bloco; sua economia exerce forte influência sobre as antigas

soviéticas, tornando esses países dependentes das estruturas produtivas e do mercado consumidor Pesquisando repúblicas russo. Assim, se uma crise econômica ocorre na Rússia, os outros países-membros da CEI são afetados.

7. Em alguns países do Leste Europeu, ainda hoje, há a ocorrência dos conflitos separatistas. Faça uma pesquisa em jornais, revistas e na internet sobre alguns conflitos separatistas no Leste Europeu. Procure informações sobre como as motivações e os objetivos dos grupos envolvidos, os prejuízos econômicos e sociais provocados pelos conflitos, a interferência do Estado na formulação de acordos de paz, a atuação de organizações internacionais que visam o fim dos conflitos, entre outros. Escreva no caderno os principais fatos encontrados na pesquisa e, em sala de aula, apresente ao professor e aos colegas.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das informações a seguir. • A Europa Oriental possui uma economia baseada no setor agrário e apresenta desenvolvimento industrial baixo, se comparado aos dos países da Europa Ocidental. • O fim do socialismo europeu foi marcado pela abertura política e econômica dos países socialistas e a queda do muro de Berlim, em 1989. • Com a queda do sistema socialista, a União Soviética dividiu-se em 15 países. • Entre os países da CEI, a Rússia é o que apresenta o maior nível de industrialização. • A agricultura russa se destaca mundialmente pela produção de cereais. • Os recursos minerais russos são uma garantia de potencial econômico, principalmente com a exploração de combustíveis fósseis. • As relações internacionais da Rússia são intensificadas cada vez mais pela exportação de produtos bélicos. • A CEI é um bloco político e econômico, formado por ex-repúblicas socialistas soviéticas, criado com o objetivo de colaborar para que a transição da economia planificada para a economia de mercado ocorresse sem maiores problemas.

7. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa realizada pelos alunos está coerente com a atividade proposta. Estimule o debate sobre os temas pesquisados e, também, a participação de todos os alunos. Caso necessário, anote na lousa os principais pontos discutidos e, posteriormente, esclareça alguns desses temas. 77

Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos.

11/23/18 2:50 PM

• Verifique se os objetivos do capítulo foram cumpridos e se as habilidades indicadas foram trabalhadas. • Neste caso, relembre o conteúdo por meio de uma tempestade de ideias, em que o aluno pos-

sa relembrar os conceitos e conteúdos trabalhados. Após a dinâmica da tempestade de ideias, solicite a produção de um texto em que possa ser avaliado os principais pontos do capítulo.

77

11/24/18 9:35 AM


Objetivos do capítulo

• Reconhecer a Ásia co-

ítulo Cap

Ásia

mo o maior continente do planeta e identificar seus países.

• Perceber que a Ásia também é formada por ilhas que se agrupam em sua costa. • Perceber

que a Ásia apresenta grande variedade de climas e formações vegetais.

• Compreender a ocorrência das monções.

• Reconhecer

maoyunping/ Shutterstock.com

a população asiática como a maior do planeta e identificar algumas de suas características.

• Analisar

alguns aspectos das políticas de controle de natalidade existentes em países asiáticos.

• Perceber que os países asiáticos reúnem características socioeconômicas muito contrastantes.

• Analisar alguns aspectos socioeconômicos e culturais de países como Japão, China e Índia.

• Identificar os países que

fazem parte dos Tigres Asiáticos e analisar alguns aspectos de sua economia.

• Reconhecer

a Asean como um bloco econômico que teve por objetivo inicial a garantia da soberania e da estabilidade política dos países do leste e sudeste asiáticos.

• Associar

o problema energético da China com o acelerado aumento da produtividade de seu setor industrial.

• Refletir sobre os problemas ambientais ocorridos no Mar de Aral.

Vista panorâmica do centro financeiro de Pequim, capital chinesa, 2015. Essa moderna paisagem representa o crescimento econômico da China desde o final do século XX.

78

Orientações gerais

• Oriente os alunos a observar as imagens e questione-os sobre quais características do continente asiático podem ser percebidas com base nas fotografias. Verifique se eles percebem que a modernidade dos centros urbanos e as

11/23/18 2:51 PM

tradições culturais milenares convivem constantemente nos países asiáticos. Questione, ainda, se é possível encontrar alguma semelhança com características culturais brasileiras.

78

11/24/18 9:38 AM


:51 PM

BNCC temas desenvolvidos ao longo deste capítulo favorecem o desenvolvimento das habilidades EF09GE01, EF09GE03, EF09GE04, EF09GE07, EF09GE09, EF09GE10, EF09GE13, EF09GE14, EF09GE15, EF09GE16, EF09GE17 e EF09GE18, formando ainda as bases necessárias ao desenvolvimento das competências gerais 3, 5 e 6, das competências específicas de Ciências Humanas 4 e 7 e das competências específicas de Geografia 2, 3 e 4.

• Os

No continente asiático é possível observar uma grande diversidade de paisagens (como as imagens apresentadas), de etnias, de grupos religiosos e de condições socioeconômicas. Ao mesmo tempo que vemos um país como a China, que apresenta uma das maiores taxas de crescimento econômico do mundo, porém com diversos problemas sociais, existem países como o Japão, que é econômica e tecnologicamente avançado, e outros ainda como Camboja e Bangladesh, basicamente agrários, que registram baixos índices de desenvolvimento econômico, levando grande parte da população a viver em condições de extrema pobreza.

Rattanapon Saranukunphan/Shutterstock.com

Ao longo do estudo deste capítulo, conheceremos vários aspectos do continente asiático, entre eles as tensões religiosas e os conflitos sociais.

• Os temas contemporâneos que abrangem o capítulo estão relacionados à Educação ambiental, Diversidade cultural, Ciência e tecnologia e Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. Orientações gerais

• Ao iniciar os estudos a respeito da Ásia, apresente aos alunos as manchetes de jornais a seguir, para avaliar os conhecimentos dos alunos a respeito do continente asiático.

Templo Angkor Wat, em Siem Reap, Camboja, 2018. Considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o templo de Angkor, construído no século XII, é um dos maiores monumentos religiosos do mundo. Atualmente, atrai milhares de turistas de muitos países.

Conflitos no Oriente Médio podem afetar preço do petróleo, alerta especialista

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Converse com seus colegas sobre as duas imagens apresentadas nestas páginas, discutindo as diferenças entre elas.

Senado Notícias, 22 maio 2018. Disponível em: <www12.senado. leg.br/noticias/audios/2018/05/ conflitos-no-oriente-mediopodem-afetar-preco-do-petroleoalerta-especialista>. Acesso em: 5 nov. 2018.

B Escolha um país asiático e produza um pequeno texto com seus conhecimentos sobre ele e depois apresente para o restante da turma.

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Orientações gerais • Peça aos alunos que identifiquem quais aspectos do continente asiático estão sendo tratados nas manchetes e pergunte o que conhecem sobre esse continente. Explore as informações apresentadas nessas manchetes, verificando se os alunos percebem que elas tratam da situação econômica e os conflitos existentes no continente. Reforce que o Oriente Médio é uma região que será estudada no capítulo 4.

Respostas

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Economia do Japão cresce mais que o esperado no 2º tri G1, 10 ago. 2018.Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/ noticia/2018/08/10/economiado-japao-cresce-mais-queo-esperado-no-2o-tri.ghtml>. Acesso em: 5 nov. 2018.

A Possível resposta: na fotografia menor é possível observar uma paisagem milenar, em um dos países mais pobres da Ásia, em contraposição com a imagem maior, que representa a modernidade e a força da economia chinesa. B Resposta pessoal.

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O território da Ásia

BNCC co nte ú d o s d a s páginas 80 a 89 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE07 e EF09GE16.

• Os

Com uma superfície territorial de aproximadamente 45 milhões de km2, o que equivale a cerca de um terço das terras emersas do planeta, a Ásia é o maior continente da Terra. Por causa de sua grande dimensão territorial, tanto no sentido leste-oeste como no sentido norte-sul, o continente possui uma grande variedade de aspectos físicos, como o Monte Everest – a mais alta montanha do mundo – e os rios Yang-tsé e Ganges, que correm por extensas áreas de planície do continente.

•O

uso da linguagem cartográfica durante todo o capítulo, principalmente por meio de mapas temáticos e análise de gráficos, contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4 da BNCC e desenvolve também as habilidades EF09GE14 e EF09GE15.

A presença de diversas condições climáticas também se destaca na Ásia: existem áreas onde predominam climas frios e extremamente rigorosos, como a Sibéria, e outras marcadas por climas quentes e de chuvas abundantes, a exemplo do sul e do sudoeste da Ásia. Considerando a diversidade dos aspectos físicos e socioeconômicos, como também dos históricos e religiosos, que caracterizam o continente asiático, estudaremos esse território dividindo-o em cinco regiões que podem ser observadas no mapa abaixo.

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E. Cavalcante

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OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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Orientações gerais

• Apresente aos alunos

EUROPA

o texto a seguir sobre a aldeia de Oymyakon; localizada no leste da Sibéria, um dos lugares mais inóspitos da Terra com temperaturas que chegam a –50 oC.

EX-UNIÃO SOVIÉTICA (parte asiática)

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ORIENTE MÉDIO

[...] Os moradores dependem de uma dieta principalmente de carne, porque frutas, legumes e produtos frescos não sobrevivem as temperaturas brutais. O solo congelado torna difícil manter a água encanada, por isso a maioria dos banheiros são alpendres, para proteger do frio. Carros devem ser mantidos em execução enquanto do lado de fora ou ser armazenados em garagens aquecidas. Poucas pessoas permanecem fora de casa, ao invés disso, o que você vê é uma paisagem ao ar livre mais solitária. [...] NAVILLE, Natt. Conheça a aldeia mais fria do mundo na Sibéria. Mistura Urbana, 26 dez. 2014. Disponível em: <http:// misturaurbana.com/2014/12/ conheca-aldeia-mais-fria-mundona-siberia/>. Acesso em: 27 out. 2018.

Ártico

Ásia: divisão regional

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LESTE ASIÁTICO

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OCEANO PACÍFICO

SUL DA ÁSIA ÁFRICA

SUDESTE ASIÁTICO

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OCEANO ÍNDICO

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360 km

105° L

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 142.

No capítulo anterior, estudamos uma porção da Ásia ao tratar da ex-União Soviética e sua relação com o Leste Europeu. Trataremos neste capítulo das regiões sul, sudeste, leste, central e setentrional (parte da ex-União Soviética) da Ásia. Em seguida, no Capítulo 4, estudaremos a região do Oriente Médio, que possui várias particularidades históricas, culturais e socioeconômicas.

80

Orientações gerais

• A partir da leitura do texto, auxilie os alunos a refletir sobre como frutas e legumes chegam até os lugares mais distantes da Sibéria. Se possível, traga um mapa político dessa região da Ásia para mostrar como a população da

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região da Sibéria se concentra ao Sul do Planalto Central Siberiano, tendo comunidades isoladas ao Centro e ao Norte, justamente por causa do clima rígido.

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Capítulo 3

O continente asiático é banhado pelo oceano Pacífico a leste, pelo Índico ao sul e pelo Glacial Ártico ao norte. Seus limites a oeste, com o continente europeu, são marcados pelos mares Mediterrâneo, Negro e Cáspio, além dos limites terrestres pelos Montes Urais e pela Cordilheira do Cáucaso. Com a África, possui como limites o Mar Vermelho, o Mediterrâneo e o Canal de Suez. Vamos estudar nesta e nas próximas páginas alguns aspectos naturais do continente asiático.

O relevo e a hidrografia da Ásia O continente asiático é uma imensa extensão de terra contínua com diversas ilhas agrupadas em suas costas. Algumas dessas ilhas constituem países, como o Japão, o Sri Lanka, a Indonésia e as Filipinas.

Ásia: relevo e hidrografia

Mar do Japão (mar do Leste)

DESERTO DE GOBI

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• P ro c u re c h a m a r a atenção dos alunos para aspectos como: o tamanho do continente; o predomínio de terrenos desérticos e semiáridos nas terras distantes dos oceanos; a presença de grandes rios, planícies e cordilheiras; o contraste entre países territorialmente extensos, como Rússia, Índia e China, e países pequenos, como Catar e Coreia do Sul.

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• Ao abordar o tema O relevo e a hidrografia da Ásia, identifique com os alunos a região da Sibéria. Explique que o litoral da Sibéria é extremamente frio e pouco chuvoso. Além da neve que prejudica a fertilidade do solo, há também o fato de os mares do norte congelarem durante grande parte do ano, inviabilizando também a navegação e as atividades portuárias russas, apesar dos seus grandes litorais setentrionais.

Mar da China Oriental

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OCEANO PACÍFICO

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PLANALTO DO IRÃ

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Mar Vermelho

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Mar Negro

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Mar de Kara

PLANÍCIE DA SIBÉRIA

Altitude (em metros) Mar de Bering

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Mar da Sibéria Oriental

Ártico

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Orientações gerais

• Peça aos alunos que observem essa delimitação do continente asiático comparando os mapas das páginas 80 e 81.

Em razão da diversidade natural do continente asiático, vamos estudar nas páginas seguintes as principais características do relevo e da hidrografia desse continente. Observe no mapa a seguir o relevo e a hidrografia da Ásia.

Canal de Suez

:51 PM

Principais características naturais da Ásia

Golfo de Áden

OCEANO ÍNDICO

PLANALTO DO DECAN

Baía de Bengala

PENÍNSULA DA INDOCHINA

Mar da China Meridional

Mar das Filipinas

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Mar de Java

320 km

105° L

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 46.

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Integrando saberes

Planícies

• Ao abordar o conteú-

do sobre a planície mesopotâmica, é possível realizar um trabalho em conjunto com o professor de História.

O continente asiático é marcado por extensas planícies, algumas das quais são consideradas as maiores ou as mais férteis do mundo. Quatro grandes planícies destacam-se nesse continente: a Mesopotâmica (na bacia dos rios Tigre e Eufrates); a Indo-gangética (na Índia); as planícies do norte e do litoral oriental da China; e as planícies da porção ocidental da Sibéria.

o berço da civilização, a Mesopotâmia (atual região do Iraque), abrigou diversas civilizações, como sumérios, babilônicos, hititas, assírios e caldeus. Explique aos alunos que, por conta das cheias dos rios Tigre e Eufrates, foi possível praticar a agricultura em suas margens no período da vazante, uma vez que o solo se tornava úmido e rico em sedimentos. Essa foi uma transição importante na história da humanidade, uma vez que é a partir da descoberta da agricultura que o homem passa a ser sedentário.

Na cordilheira do Himalaia, a cerca de 8 mil metros de altitude, nasce um grande rio da Ásia, o Ganges, que, com o Rio Indo, forma a extensa e fértil Planície Indo-gangética. Essa planície é uma das áreas mais populosas e povoadas do mundo. Ihsan Gercelman/Alamy/Fotoarena

• Considerada

Planície da Mesopotâmia, região onde ocorre a confluência dos rios Tigre e Eufrates, Iraque, 2018.

•É

possível também abordar o surgimento das primeiras cidades nesta região: Ur, Uruk e Nipur.

A metade norte do continente asiático é marcada por rios volumosos que banham uma das maiores planícies do mundo, a Planície da Sibéria Ocidental. Parte dessa grande planície é recoberta pelo tchernozion, um solo negro e extremamente fértil.

• Acerca da Planície In-

Kirill Kukhmar/TASS/Getty Images

do-Gangética, comente com os alunos que ela possui uma extensão de 700 000 km2 e abrange os países do Paquistão, Índia e Bangladesh. Esta planície se tornou uma das regiões mais populosas do planeta, principalmente devido ao clima ameno e solo fértil.

Solo do tipo tchernozion sendo arado em região da Planície da Sibéria Ocidental, Rússia, 2017.

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Orientações gerais

• Caso considere pertinente, leve os alunos ao laborató-

rio de informática para acessar o Mapcarta, um site que disponibiliza fotos dos diferentes lugares do planeta. A sugestão é que pesquise previamente os lugares mostrados nas imagens ou peça aos alunos que o façam.

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> Mapcarta. Disponível em: <http://livro.pro/f4tydf>.

Acesso em: 27 out. 2018.

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:51 PM

Capítulo 3

Planaltos e cordilheiras Extensos planaltos ocupam grandes áreas do continente asiático. Na porção central do continente, ergue-se a Cordilheira do Himalaia com montanhas de altitudes superiores a 8 mil metros, que fazem dela a mais elevada cordilheira do mundo. Essa cordilheira é formada por processos de dobramentos modernos, ou seja, ocorridos na Era Cenozoica (há 65 milhões de anos), a partir da colisão de duas placas tectônicas.

Orientações gerais

• Sugerimos a apresentação do documentário a seguir aos alunos, que relata a formação geológica do Monte Everest. > Como nasceu nosso

planeta - Everest. Direção de Louise Astbury. 2009. (45 min).

Nessa cordilheira, localiza-se o Monte Everest, que marca a fronteira entre o Nepal e o Tibete (China). Com cerca de 8 850 metros de altitude, essa montanha impõe-se como o mais elevado pico do planeta. Jose HERNANDEZ Camera 51/Shutterstock.com

• Comente com os alunos que os rios Yang-tsé e Hoang-ho são importantes para a economia chinesa, pois seus vales possuem terras férteis e importantes jazidas minerais. O rio Yang-tsé é o mais extenso da Ásia e nele foi construída a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas, considerada a maior do mundo.

Vista do Monte Everest, na fronteira entre o Nepal e o Tibete, China, 2018.

Meiqianbao/Shutterstock.com

Ao norte da Cordilheira do Himalaia se estende o Planalto do Tibete. Esse planalto, com altitude média de aproximadamente 5 mil metros, abriga as nascentes de vários dos principais rios asiáticos, como o Mekong, o Brahmaputra e o Indo, além de dois dos mais importantes rios chineses, o Yang-tsé (ou Rio Azul) e o Hoang-ho (ou Rio Amarelo).

Vista panorâmica do Planalto do Tibete, China, 2018.

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Integrando saberes

Geografia

• O estudo da ocorrência de tsunamis permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências. Converse com o professor desse componente curricular e proponha aos alunos uma pesquisa sobre outras ocorrências de instabilidade geológica da região. Oriente os alunos a buscar notícias em jornais e revistas e também em sites da internet. Utilize como exemplo os terremotos que atingem frequentemente o Japão. Indique sites de revistas e jornais como os sugeridos.

em foco

A instabilidade geológica da Ásia

As áreas de instabilidade geológica na Ásia, assim como em todo o planeta, estão localizadas nas proximidades dos limites das placas tectônicas. Todos os dias são registrados diversos abalos sísmicos no continente asiático. Isso ocorre porque as bordas de contato de algumas placas tectônicas estão sob o relevo continental, como é o caso do Irã, país asiático que está sobre o limite de cinco placas tectônicas.

Os tsunamis Um tsunami é uma onda marinha desencadeada por um evento submarino como um terremoto ou um deslizamento, ou pela erupção de um vulcão marinho. [...] Esses eventos empurram ou deslocam uma grande massa de água oceânica sobrejacente e essa perturbação é transformada em uma onda que percorre o oceano com velocidades de até 800 km/h. No meio do mar, onde a coluna d’água é profunda, os tsunamis dificilmente são perceptíveis. Entretanto, quando se aproximam de águas costeiras rasas, as ondas tornam-se íngremes e empilham-se até se tornarem destrutivamente enormes – às vezes, com mais de 20 m. O tsunami gerado pela explosão do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883, atingiu 40 m de altura e afogou 36 mil pessoas na região costeira próxima. [...]

> Revista Superinte-

ressante. Disponível em: <http://livro.pro/ v3bcxp>. Acesso em: 5 nov. 2018.

Tsunamis desastrosos são ameaças para 22 países que cercam o oceano Pacífico. Também são conhecidos por causar danos em países costeiros atlânticos, embora ocorram com menos frequência no Atlântico do que no Pacífico. Devido ao fato de os tsunamis serem tão destrutivos, foram iniciados (e devem ser expandidos) programas para reduzir seus danos. O Centro do Pacífico de Advertências sobre Tsunamis rapidamente localiza os terremotos submarinos, estima seu

> Revista Isto É. Dispo-

nível em: <http://livro. pro/9zwwuo>. Acesso em: 5 nov. 2018. > Jornal Folha de S. Paulo.

Disponível em: <http:// livro.pro/zad4jf>. Acesso em: 5 nov. 2018.

O tsunami no Índico O fim do ano de 2004 foi marcado por um dos maiores tsunamis já ocorridos no oceano Índico. O choque entre a placa Euroasiática e a Indo-australiana, a 180 km de distância da costa, provocou um abalo sísmico de nove graus na escala Richter. Essa grande quantidade de energia liberada gerou uma imensa onda que atingiu 13 países da Ásia e da África. Segundo estimativas, mais de 300 mil pessoas morreram.

• Explique

aos alunos que, quando o abalo sísmico se localiza próximo à superfície da crosta coberta por águas oceânicas, as ondas se propagam pelas águas, gerando um movimento que causa um forte recuo das águas à beira-mar e, posteriormente, um avanço desastroso dessas águas sobre a costa das regiões secas de ilhas e continentes, caracterizando o tsunami.

A Indonésia foi um desses países atingidos e o mais afetado por estar mais perto do hipocentro do sismo, que registrou mais de 9 graus de magnitude. Mais de uma década pós-tsunami, o país não se esquece da catástrofe que mudou a vida de muitas pessoas.

Na fotografia obtida em janeiro de 2005, soldado sobre os escombros do que restou da cidade de Banda Aceh, Indonésia.

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Capítulo 3

potencial de desencadear um tsunami e rapidamente adverte países que possam estar em perigo. Uma advertência pode ser divulgada até algumas horas antes da chegada do tsunami, permitindo a evacuação de populações costeiras. Uma situação mais difícil surge quando um tsunami gerado por um terremoto chega tão rápido que não há tempo de advertir as comunidades próximas. Esse foi o caso do mortal tsunami na Papua Nova Guiné em 1998, quando cerca de 3 mil pessoas morreram. As comunidades podem ser protegidas nesses casos com a construção de barreiras para bloquear a inundação do mar, mas tal construção é custosa e está sendo testada de forma significativa apenas no Japão.

• Sugerimos que apresente aos alunos os vídeos a seguir, sobre os tsunamis que atingiram o Japão em 2011 e a Indonésia em 2018. > O momento em que o

tsunami atinge a cidade de Palu, na Indonésia. El País. Disponível em: <http://livro.pro/jhrti7>. Acesso em: 5 nov. 2018.

• Explique para os alunos que o tsunami no Japão em 2011 deixou cerca de 15 mil mortos e mais de 2 mil desaparecidos. O tremor atingiu grau de magnitude 9.1 na escala Richter.

Abaixo segue uma lista de coisas [...] para fazer se você vive em uma área sujeita a tsunamis:

• Se você sentir um forte terremoto, dirija-se rapidamente para longe das planícies costeiras, até os terrenos mais altos.

• Se você ouvir que um terremoto ocorreu sob o oceano ou em uma área costeira, prepare-se para mudar para terrenos mais altos.

• Os tsunamis assinalam, algumas vezes, sua chegada por uma prévia eleva-

• O tsunami que atingiu as cidades da Indonésia deixou cerca de 900 mortos. O tremor foi de magnitude 7.5 na escala Richter.

ção e recuo da água costeira, e essa advertência natural deve ser levada em consideração.

• Pessoas já perderam vidas por descer à praia para ver um tsunami. Não cometa o mesmo erro.

• Ressalte que os tsunamis são fenômenos naturais e que as tragédias só ocorrem por conta da aglomeração humana no litoral.

• Siga as orientações de sua organização local de emergência. PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman. 2006. p. 491.

• Chame a atenção para potenciais agravantes das consequências dos tsunamis, como, a destruição da usina nuclear de Fukushima, que causou a contaminação de pessoas, solos etc.

PixelPro/Alamy/Fotoarena

PixelPro/Alamy/Fotoarena

Orientações gerais

A fotografia obtida em dezembro de 2014, uma década depois, mostra o mesmo local da cidade de Banda Aceh, Indonésia, reconstruído.

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Orientações gerais

O clima e a vegetação da Ásia

• Relacione a diversida-

Na Ásia, praticamente todos os grandes domínios naturais, com seus climas e formações vegetais, resultam em uma grande diversidade de paisagens. Veja os mapas a seguir.

de climática do continente asiático com os fatores e elementos do clima.

• Explique primeiro que

Ásia: climas

a grandiosidade do continente permite que atue na Ásia os climas tropical, temperado e polar.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

• Peça

aos alunos que façam a relação do mapa de clima, com o mapa de vegetação, explicando que esses fatores estão inter-relacionados.

RÚSSIA (parte asiática)

• Oriente os alunos a fazer uma leitura comparada dos mapas.

CHINA

IRÃ

Equatorial Tropical Subtropical Semiárido Desértico Temperado Mediterrâneo Frio Altas Montanhas Polar Adaptado da classificação de Köppen.

JAPÃO

Trópico de Câncer

ÍNDIA OCEANO PACÍFICO N L

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OCEANO ÍNDICO

45° L

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58.

Ásia: formações vegetais OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

RÚSSIA (parte asiática)

Tundra Floresta de Coníferas Floresta Temperada Vegetação Mediterrânea Estepe e pradaria

CHINA

IRÃ

Deserto

JAPÃO

Savana Floresta Pluvial Tropical

Trópico de Câncer

Alta Montanha

ÍNDIA OCEANO PACÍFICO

Ilustrações: E. Cavalcante

N L

O S

0

45° L

Equador 1 130 km

OCEANO ÍNDICO

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 61.

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Capítulo 3

Florestas Tropicais e Equatoriais Nas áreas de clima equatorial, ou seja, caracterizado pela grande quantidade de chuvas durante o ano todo e, também, por apresentar temperaturas médias elevadas, desenvolve-se uma vegetação densa e de grande porte, conformando vastas florestas com feições bastante parecidas às da Amazônia brasileira.

Tundra e Florestas de Coníferas No extremo norte do continente asiático predominam as paisagens de Tundra, vegetação rasteira que se desenvolve durante os curtos verões nos climas polares. Ao sul, limita-se com as Florestas de Coníferas também conhecidas como Taiga. As coníferas mantêm-se esverdeadas praticamente o ano todo, pois, embora as precipitações não sejam abundantes, a conservação da água na forma de neve é capaz de manter os solos permanentemente úmidos.

Savanas Desenvolvem-se em áreas de clima tropical típico, com verões chuvosos e invernos secos, muito influenciados pela dinâmica das monções, assunto que vamos estudar nas páginas seguintes. Esse ambiente apresenta vegetação arbórea esparsa em campos de gramíneas e arbustos.

Zoonar GmbH/Alamy/Fotoarena

Florestas Temperadas Na região de clima temperado desenvolve-se uma vegetação de bosques temperados mistos. Estes, no entanto, embora muito ricos em biodiversidade, encontram-se praticamente devastados em sua maior parte após séculos e até milênios de intensiva alteração por parte da ação humana.

Deserto, Estepes e Altas Montanhas Estendem-se por uma ampla faixa de climas secos, variando do árido ao semiárido, nos quais predominam vegetações desérticas ou estepes semidesérticas. Na cordilheira do Cáucaso, assim como na região do Himalaia e do Tibete, predominam climas e vegetações típicas das altas montanhas, que se diferenciam da maioria dos desertos e das estepes pela temperatura fria e pelas elevadas altitudes a que as plantas têm de se adaptar.

Dmitry Fch/Shutterstock.com

Na fotografia, paisagem com vegetação de Tundra, na Rússia, 2016.

Vegetação e clima Mediterrâneos Vegetação que se desenvolve em áreas de clima mediterrâneo. Esse tipo de clima apresenta verões quentes e secos alternados com invernos úmidos e moderadamente frios. A Vegetação Mediterrânea é formada principalmente por arbustos, como as oliveiras.

HSBortecin/Shutterstock.com

Vegetação de Alta Montanha no pico Sairam, Cazaquistão, 2017.

Orientações gerais

• Ao tratar o assunto Desertos, estepes e altas montanhas, esclareça aos alunos algumas características peculiares do deserto de Gobi, um dos mais frios do continente. Leia para eles o texto complementar a seguir e oriente-os a observar a localização desse deserto no mapa da página 81. O deserto de Gobi, na Ásia Central, é um dos lugares mais ermos do planeta. Seus milhões de quilômetros quadrados de dunas, voçorocas e montanhas escarpadas sofrem, alternadamente, o calor excruciante do sol de verão e o gelo dos ventos do inverno siberiano. Não é um lugar que possa ser explorado sem preparo: a travessia das áreas inabitadas entre os poucos oásis do deserto requer planejamento cuidadoso, como para escalar o Himalaia ou atravessar a Antártida. Existem poucos mapas da região, e a navegação via satélite não ajuda muito um viajante que tenta achar seu caminho em trilhas complicadas, que serpenteiam de forma tão imprevisível quanto os povoados nômades que atravessam. Mesmo uma expedição moderna corre o risco de ficar sem água, sem combustível ou sem comida. Aqui, perder-se não é apenas frustrante, mas também muito perigoso. [...] NOVACEK, Michael J. et al. Fósseis dos penhascos de fogo. Scientific American Brasil, São Paulo, Duetto, n. 5, jun. 2004. p. 56. Edição especial.

Paisagem com Vegetação Mediterrânea, localizada na Turquia, 2017.

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Orientações gerais

Geografia

• Complemente o estu-

em foco

do deste assunto apresentando aos alunos o texto a seguir, que aborda a importância da dinâmica das monções para a vida dos indianos e como ela transforma as paisagens da Índia. [...] Na Índia, onde grande parcela da população depende da terra, a chuva é um fator crucial. Ela chega com a monção, vento sazonal do sul asiático. Todos os anos, milhões de pessoas observam a monção cruzar o país. Pelo rádio e pelos jornais, acompanham sua evolução com intenso interesse. É uma ansiedade antiquíssima. A maioria das regiões indianas tem anualmente apenas um período de chuvas, e o início do ano é seco em todo o subcontinente. Janeiro é o mês mais frio, com temperaturas abaixo de 15 graus centígrados em Delhi e formação de gelo no lago Dal, em Cachemira. Mas o termômetro sobe acentuadamente em março e abril; por volta de maio, com frequência faz mais de 37,5 graus na planície do Ganges. Então, com grandes temporais, finalmente a monção irrompe, enquanto agricultores encharcados riem de alívio. O vento das chuvas vem do sudoeste, atingindo a Índia no final de maio. E demora algumas semanas para subir o subcontinente; Cachemira só o recebe em julho. Num ano típico, cada região do país pode contar com três meses dessa chuva, que cai torrencialmente durante algumas horas e então para. Aí tudo se evapora sob o sol, até a chuva mais uma vez recomeçar. Em certos anos, porém, a monção desaparece antes que a chuva atinja o noroeste em quantidade razoável, com desastrosas consequências para os agricultores locais. [...] A transformação dos rios indianos de uma estação para outra é notável. Em fins de maio, uma

O clima de monções

Quando se trata de clima no continente asiático, uma característica marcante é a influência das monções sobre as regiões sul e sudeste do continente. Denominam-se monções os ventos que possuem características bem definidas, de acordo com o período do ano em que atuam e a quantidade de umidade que carregam. Atuam mais especificamente nessa porção do continente asiático por causa do Planalto do Tibete, que funciona como uma barreira para esses ventos e não permite que avancem para o interior do continente. A existência de uma estação seca e outra chuvosa interfere diretamente na agricultura. Durante a monção úmida (verão), o cultivo predominante é o de arroz. As regiões sul e sudeste asiáticas são responsáveis por aproximadamente 67% da produção mundial desse gênero agrícola. Cultivado tradicionalmente com uma técnica conhecida como “agricultura de jardinagem”, o arroz é geralmente plantado em pequenas e médias propriedades, com utilização intensiva de mão de obra. Pressão atmosférica Para compreender a atuação das monções na Ásia, é necessário relembrar os mecanismos de alta e baixa pressão atmosférica que, em parte, são responsáveis pela circulação da atmosfera terrestre. Conforme você estudou anteriormente, pressão atmosférica é o peso que o ar exerce sobre qualquer lugar da superfície terrestre. Em regiões onde as temperaturas são mais baixas, tende a ocorrer uma área de alta pressão atmosférica. Em áreas onde as temperaturas são elevadas, a região tende a ter baixa pressão atmosférica. Isso acontece porque o ar frio é mais denso que o ar quente. Na circulação atmosférica, o ar se desloca das áreas mais frias e de alta pressão para as áreas mais quentes e de baixa pressão.

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ou duas semanas antes do início da temporada chuvosa, o nível do Ganges diminui tanto, que as pessoas passam facilmente a pé de uma a outra margem. Uma semana após o início da monção, as lentas águas transformam-se numa impetuosa corrente de mais de 900 metros de largura, que vai crescendo a cada dia. [...]

• Explore o texto questionando os alunos sobre a in-

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fluência das monções no cotidiano das pessoas que habitam o subcontinente indiano.

• Comente com os alunos que as monções também ocorrem em outros continentes, mas em menor escala.

HOBSON, Sarah et al. Nações do mundo: Índia. Tradução: Gabriel Tranjan Neto. Rio de Janeiro: Cidade Cultural, 1989. p. 31-32.

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:52 PM

Capítulo 3

A circulação dos ventos das monções ocorre por causa da diferença de pressão entre as massas continentais e as massas oceânicas. Veja a seguir como as monções atuam no continente asiático. No inverno, esse fenômeno ocorre inversamente, ou seja, as áreas oceânicas ficam mais aquecidas (baixa pressão atmosférica) e as continentais, mais frias (alta pressão atmosférica), gerando, assim, a circulação inversa dos ventos.

Durante o verão, em razão da maior incidência de raios solares, as áreas continentais aquecem e transformam-se em áreas de baixa pressão atmosférica, ao contrário das extensões oceânicas, que levam mais tempo para se aquecer, tornando-se áreas de alta pressão atmosférica. É essa diferença de pressão que promove o deslocamento dos ventos úmidos vindos do oceano para o continente.

A monção seca acontece no inverno, quando os ventos sopram no sentido continente-oceano. Como as temperaturas registradas no continente são baixas, esses ventos tornam-se secos e frios.

A monção úmida ocorre no verão, quando os ventos sopram no sentido oceano-continente. Esses ventos são bastante úmidos e ocasionam muitas chuvas.

Monção úmida

UZBEQUISTÃO

RÚSSIA MONGÓLIA

MONGÓLI A

QUIRGUISTÃO

N

TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO

L

O QUIRGUISTÃO

IRÃ

N

AFEGANISTÃO

TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO

L

O IRÃ

AFEGANISTÃO

PLANALTO DO TIBETE HIM ALA IA NEPAL

PAQUISTÃO EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

BUTÃO

BUTÃO BANGLADESH

Trópico de Câncer MIANMAR

OMÃ

BANGLADESH MIANMAR

LAOS

PENÍNSULA DA INDOCHINA VIETNÃ

Trópico de Câncer

OMÃ

S

CHINA

PLANÍCIE DO GANGES ÍNDIA

PLANÍCIE DO GANGES ÍNDIA

NEPAL

PAQUISTÃO EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

S

CHINA

PLANALTO DO TIBETE HIM ALA IA

CAMBOJA

LAOS

SRI LANKA

PENÍNSULA DA INDOCHINA VIETNÃ

TAILÂNDIA BRUNEI

CAMBOJA SRI LANKA

M A L Á S I A

CINGAPURA

Equador

TAILÂNDIA

I

BRUNEI M A L Á S I A

CINGAPURA

Equador

I

OCEANO ÍNDICO

0

760 km

OCEANO ÍNDICO 0°

N

D

O

N É S I A

0

0° N

D

O

760 km

N É S I A

80° L

Ventos de monções de inverno (secos)

80° L

Ventos de monções de verão (úmidos)

Fonte dos mapas: AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Tradução: Maria Juraci Zani dos Santos. São Paulo: Difel, 1986. p. 88-90.

picton/Shutterstock.com

UZBEQUISTÃO

Fotomontagens de E. Cavalcante. Fotos: NASA

RÚSSIA

CAZAQUISTÃO

• O conteúdo apresentado nesta página favorece o desenvolvimento de aspectos das habilidades EF09GE14 e EF09GE17 ao trabalhar mapas temáticos com características físico-naturais da região da Ásia.

Monção seca CAZAQUISTÃO

Orientações gerais os alunos na interpretação dos mapas apresentados nesta página. Para isso, leia os textos com os alunos e na sequência faça a relação com os respectivos mapas apresentados, que expliquem a monção úmida e a monção seca.

• Auxilie

Pessoas trabalhando no cultivo de arroz em Lamphun, Tailândia, 2018.

89

11/23/18 2:52 PM

89

11/24/18 9:38 AM


A Ásia e sua população

BNCC

• Os conteúdos das pági-

nas 90 a 95 contemplam o desenvolvimento da habilidade EF09GE09. A competência específica de Geografia 3 também poderá ser trabalhada ao permitir que os alunos reflitam sobre os aspectos populacionais, desenvolvendo o senso crítico para compreensão e aplicação do conhecimento geográfico.

A Ásia concentra quase dois terços da população mundial e é o continente mais populoso do planeta, com cerca de 4,5 bilhões de habitantes. A China e a Índia concentram juntas cerca de 61% da população asiática.

Orientações gerais

• Para complementar o

Número de habitantes (em milhões) – 2018

Tóquio (Japão)

38

Algumas das cidades mais populosas do mundo são asiáticas. Veja a tabela ao lado.

Nova Délhi (Índia)

28

Xangai (China)

26

Grande parte da população asiática ainda vive no campo. No entanto, os fluxos migratórios do campo para a cidade estão em crescimento na maior parte dos países.

Beijing (China)

23

Mumbai (Índia)

22

São Paulo (Brasil)

22

Cidade do México (México)

21

Osaka (Japão)

20

Alguns países da Ásia: população rural e urbana – 2018 País

População rural (em %)

População urbana (em %)

Bangladesh

66

34

Índia

63

37

Indonésia

45

55

Fonte: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wup/DataQuery/>. Acesso em: 5 nov. 2018. Lmspencer/Shutterstock.com

[...] De 1980 a 2010, a população urbana da Ásia aumentou em 1 bilhão. [...] principalmente por causa do crescimento urbano na China, Índia, Paquistão, Indonésia e Bangladesh. Uma das características únicas desta urbanização maciça é o seu ritmo rápido. Levou 150 anos para a população urbana da Europa crescer de 12 para 51% (1800-1950). [...] A China, por exemplo, passou a marca de 50% em pouco mais de 60 anos, começando em 1950, quando apenas 11% da população residia em cidades. Mesmo com essa rápida expansão, a região ainda tenta se nivelar. Em 2010, o nível de urbanização da Ásia e do Pacífico foi de 43% em comparação com a média global de 52%. [...] Outra característica única da urbanização asiática é a alta densidade populacional. Dezessete das 25 cidades mais densas do mundo estão na Ásia e no Pacífico. As três primeiras da lista são Mumbai e Calcutá na Índia e Karachi no Paquistão. A Ásia também tem a maioria das megacidades, cidades com 10 milhões de habitantes ou mais. Das 23 megacidades do

Cidade

Fonte: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/ DataQuery/>. Acesso em: 5 nov. 2018.

estudo sobre a população asiática, sugerimos a leitura do texto a seguir.

Mundo: cidades mais populosas

Mumbai é a segunda cidade mais populosa da Índia, com 22 milhões de habitantes. Na fotografia, concentração de pessoas em uma rua comercial em Mumbai, 2016.

90

globo, 12 estão na Ásia: Pequim, Dhaka, Deli, Guangzhou, Karachi, Calcutá, Manila, Mumbai, Osaka-Kobe, Shanghai, Shenzhen e Tóquio.

11/23/18 2:53 PM

Estilo de urbanização asiático. Epoch Times, 4 set. 2012. Disponível em: <www.epochtimes.com.br/estilo-de-urbanizacao-asiatico/>. Acesso em: 27 out. 2018.

90

11/24/18 9:38 AM


Capítulo 3

Mesmo numerosa, a população asiática não está distribuída de maneira uniforme pelo continente. Veja o mapa.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

E. Cavalcante

Ásia: densidade demográfica N L

O S

Círculo Polar Ártico

Astana

Mar de Okhotsk

CASAQUISTÃO

Mar Aral Mar Cáspio

Mar Negro

Beijing CHINA

Teerã

Mar Mediterrâneo

IRÃ ARÁBIA Golfo SAUDITAPérsico

Ma

erm rV

PAQUISTÃO Karachi Nova Délhi

Riad Mar Arábico

elh

ÍNDIA Mumbai

Habitantes (por km2) Menos de 1 1 a 10 10 a 25 25 a 100 Acima de 100 Capital de país Cidade

Mar do Japão

Seul Mar Amarelo Xangai

BANGLADESH

Colombo

SRI LANKA Equador

Orientações gerais

• Para complementar o estudo, solicite aos alunos que façam uma pesquisa sobre as diversas religiões que são praticadas neste continente, assim como as numerosas línguas que são faladas. Os resultados da pesquisa devem ser apresentados em sala de aula de maneira que os alunos reconheçam a importância de valorizar e respeitar a diversidade cultural. Este momento é oportuno para trabalhar o tema contemporâneo Diversidade cultural e também abordar a competência geral 6 da BNCC. • Na leitura do mapa da densidade demográfica, identifique com os alunos as áreas mais povoadas e as menos povoadas. Faça uma leitura comparada deste mapa com o da página 81 e estabeleça relações sobre influências naturais na ocupação do espaço.

OCEANO PACÍFICO

Jacarta 660 km

Tóquio Osaka

Trópico de Câncer

OCEANO ÍNDICO

0

JAPÃO

Daca

Golfo de Bengala

o

:53 PM

Distribuição da população

INDONÉSIA

90° L Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

A distribuição da população pelo território da Ásia deve-se, em grande parte, aos aspectos naturais do continente. Ele abriga vários desertos e áreas de relevo montanhoso, assim como áreas de clima frio, o que influencia a população a se concentrar ao longo dos vales, dos rios e nas planícies, áreas mais favoráveis para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária e também para a construção de cidades. Conforme podemos ver no mapa acima, as áreas da Ásia que apresentam maior concentração populacional estão localizadas na porção sul, nas planícies chinesas e nas áreas menos montanhosas do Japão. As áreas de menor concentração estão na região setentrional do continente, assim como nas áreas desérticas. Esse continente também abriga uma enorme variedade étnico-cultural. Atualmente, diversas religiões são praticadas e numerosas línguas são faladas na Ásia. Na região sudoeste do continente, podemos encontrar uma grande quantidade de povos turcos, iranianos e semitas, nas porções leste e norte concentram-se as variantes dos povos mongóis e, no sul, a etnia indiana. A etnia caucasiana está distribuída na maioria dos países que compõem o continente.

Semita: grupo no qual estão inclusos povos de diferentes línguas, como o árabe e o hebraico.

91

11/23/18 2:53 PM

91

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BNCC

Geografia

• Este conteúdo permite

China: grande mosaico étnico da Ásia

em foco

tratar do tema contemporâneo Diversidade cultural e desenvolver as habilidades EF09GE03 e EF09GE04. Comente com os alunos que a diversidade e as etnias presentes na população chinesa apontam para a riqueza cultural desse país. Incentive a valorização e o respeito a essas culturas.

A China, o país mais populoso do mundo, não é composta somente de uma etnia. Assim como nos outros países, diferentes etnias vivem em seu território e deram origem ao povo chinês. Embora uma das etnias, a han, compreenda 92% de sua população, hoje em dia existem cerca de 55 etnias na China, compondo as chamadas minorias étnicas. Grande parte dessa diversidade se deve ao período imperial em que a China anexou vários territórios constituídos por outros povos até formar o território que compõe o país atualmente. China: composição étnica

•A

E. Cavalcante

diversidade étnica existente na China resulta também em uma grande diversidade de manifestações culturais. Sua valorização é uma forma de abordar a competência geral 3.

N

Principais grupos étnicos: Sino-tibetano

L

O S

Han (chinês) Hui (muçulmanos chineses) Tibetanos Kadaí (inclusive tailandês e zhuang)

Pequim (Beijing)

Fonte: Le Monde Diplomatique. Cartes. Disponível em: <www.mondediplomatique. fr/cartes/ chineethnies>. Acesso em: 17 out. 2018.

Miao-yao Austro-asiático 30°

CHINA

N

Mon e khmers coreanos Coreano Indo-europeu Tadjiks Altaic

Trópico de Câ ncer

OCEANO PACÍFICO

100° L

450 km

Kazakhs Kirghizes Áreas pouco habitadas

Yavuz Sariyildiz/ Shutterstock.com

Família da etnia mongol com vestimentas festivas na China, 2017.

0

Mongóis Tungus Ouigours

92

Material digital

11/23/18 2:53 PM

• No material digital está disponível a sequência didática 4,

que aborda a multiculturalidade no continente asiático. As habilidades EF09GE02 e EF09GE03 serão trabalhadas e os alunos poderão conhecer os aspectos culturais de diferentes povos que habitam este continente.

92

11/24/18 9:38 AM


:53 PM

Capítulo 3

O crescimento populacional na Ásia De cada 100 pessoas que compõem a população mundial atual, 60 vivem na Ásia. Esse continente registra um aumento no número total de seus habitantes a cada ano, ainda que sua população tenha crescido mais lentamente desde o final da década de 1990. Esse crescimento não é homogêneo entre os países da Ásia. Alguns países como China e Coreia do Sul apresentam taxa de crescimento populacional em torno de 0,4% ao ano, e outros, como Malásia e Filipinas, taxas de aproximadamente 1,43%. Ao contrário do que acontece com algumas populações de países europeus, que, nas últimas décadas, têm demonstrado um envelhecimento acelerado, as populações dos países asiáticos, com exceção da japonesa, possuem em sua estrutura etária um grande percentual de jovens. Esse fato é decorrente das elevadas taxas de natalidade, o que tem levado muitos governos asiáticos a assumir políticas de rígido controle do crescimento da população. Embora as taxas de mortalidade tenham diminuído consideravelmente nos últimos anos, essa redução não modificou o perfil demográfico asiático, ou seja, a população da Ásia ainda cresce significativamente.

PARINYA ART/Shutterstock.com

O crescimento populacional tão expressivo nos muitos países asiáticos não interfere apenas no número de habitantes do continente, mas em sua qualidade de vida. Quanto maior o número de pessoas, maior será a demanda por serviços de saúde, moradia, saneamento, transporte, energia, habitação e alimentos. Em razão dessa demanda, os problemas ambientais também se tornam cada vez mais graves na Ásia. E, em sua maior parte, os governos asiáticos não estão preparados para essa situação tampouco dispõem de recursos suficientes para suprir as necessidades de uma população em expansão.

Xangai é a cidade mais populosa da China, com 26 milhões de habitantes. Na fotografia, concentração de habitantes em rua movimentada de Xangai, 2018.

93

Orientações gerais

• Para complementar o conteúdo desta página, sugerimos a leitura do texto a seguir sobre o envelhecimento da população e algumas tendências para a demografia global. [...] O documento ressalta que a Índia deverá ter um incremento de 115 milhões de pessoas em idade economicamente ativa na próxima década, enquanto a China e o Japão verão uma queda nesse mesmo recorte populacional na escala de 21 milhões e 5 milhões de pessoas, respectivamente. Outros países da Ásia, tais como Filipinas e Indonésia, apresentarão igualmente o crescimento de sua população de jovens na próxima década. A China possui cerca de 150 milhões de pessoas com mais de 65 anos e o crescimento deste substrato populacional é em parte creditado, no relatório, à política do filho único. No momento, o Governo Central já determinou o fim desta política. [...] Outras perspectivas afirmam que o envelhecimento populacional é um fato social advindo do desenvolvimento econômico e do decorrente aumento da expectativa e qualidade de vida. [...] Por fim, a nova onda no crescimento econômico global deverá ser impulsionada pelo dinamismo da Índia e por uma economia chinesa altamente tecnológica. [...] O envelhecimento da população chinesa e tendências para a demografia global. Laboratório de Demografia e Estudos Populacionais, 28 dez. 2018. Disponível em: <www.ufjf. br/ladem/2017/12/28/oenvelhecimento-da-populacaochinesa-e-tendencias-para-ademografia-global/>. Acesso em: 27 ago. 2018.

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Integrando saberes

Geografia

•O

trabalho com este tema permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências e abordar o tema contemporâneo Saúde.

A política de menos filhos

em foco

Diante das elevadas taxas de crescimento da população de muitos países asiáticos, o governo de alguns deles passaram a implantar políticas de controle do crescimento demográfico, baseadas, principalmente, em medidas severas de contenção da natalidade. Entre esses países estão a Índia e a China. Veja a seguir com mais detalhes em que consistem essas políticas nesses dois países.

• Convide

o professor desse componente curricular para auxiliar os alunos a interpretarem os gráficos apresentados nas páginas 94 e 95. O professor de Ciências pode comentar, também, sobre os métodos contraceptivos utilizados para o controle da natalidade. Explique que, embora o Brasil não apresente uma política de controle de natalidade, o uso de métodos anticoncepcionais é bastante incentivado em campanhas sobre gravidez na adolescência e sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Índia

População (em milhões - hab.) 1 354

1 500 1 042

1 125

869

750 375 0

1 206

E. Cavalcante

Medidas como esterilização em massa de mulheres com baixo poder aquisitivo e incentivo ao uso de métodos contraceptivos são algumas das alternativas adotadas pelo governo indiano com o intuito de atenuar a expansão demográfica no país. Embora os últimos anos da década de 1980 tenham registrado uma ligeira diminuição no índice de crescimento da população, influenciada, sobretudo, pela queda na taxa de natalidade, esse fato não foi suficiente para alterar o quadro da expansão demográfica no país. Isso porque as taxas de mortalidade também diminuíram consideravelmente no mesmo período. Índia: crescimento da população – 1950-2018

376

450

1950

1960

555

1970

699

1980

1990

2000

2010

2018 Anos

Arthimedes/ Shutterstock.com

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/ wpp/DataQuery/>. Acesso em: 29 out. 2018.

Esta imagem representa o território indiano.

94

11/23/18 2:53 PM

94

11/24/18 9:38 AM


:53 PM

Capítulo 3

China A China implantou a política do filho único. Essa política impunha que as famílias chinesas tivessem um único filho por casal. Desobedecendo a essa lei, famílias, com exceção para as do campo, estavam propensas a sofrer rígidas punições impostas pelo governo, como pagamento de multas, perda de alguns benefícios sociais e, em alguns casos, perda do emprego, além de discriminação perante a sociedade. Programas de divulgação de métodos contraceptivos, como o uso de pílulas anticoncepcionais, também foram uma das medidas adotadas no país.

Dois anos depois do fim da política do filho único que durante décadas afetou milhões de mulheres na China, as taxas de natalidade do país continuam caindo, e agora são as próprias famílias, asfixiadas pelas pressões econômicas, que resistem a ter um segundo bebê. [...]

983

1 125 750

550

658

1 145

1 269

1 341

1 415

Leonardo Mari

China: crescimento da população – 1950-2018 População (em milhões - hab.)

China continua a envelhecer, apesar do fim da política do filho único. G1, 3 fev. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/ mundo/noticia/china-continuaa-envelhecer-apesar-do-fim-dapolitica-do-filho-unico.ghtml>. Acesso em: 5 nov. 2018.

814

375 0

1950

1960

1970

1980

1990

• Leia o texto a seguir para os alunos e realize um debate sobre as consequências do envelhecimento da população e também da queda da taxa de natalidade para a economia chinesa. China continua a envelhecer, apesar do fim da política do filho único

O rígido controle imposto pelo governo chinês no passado repercutiu na diminuição significativa do número de jovens chineses e, por outro lado, nas últimas décadas, no aumento do número de idosos na China. Essa situação está deixando o governo chinês mais maleável em relação às medidas antinatalistas. A partir de 2013, o governo passou a permitir que casais em que um dos cônjuges fosse filho único tenham até dois filhos. • Converse com os colegas a respeito das informações apresentadas no gráfico abaixo e no da página 94. O que esses gráficos informam sobre as populações indiana e chinesa? Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

1 500

Orientações gerais

2000

2010

2018 Anos

Arthimedes/ Shutterstock.com

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 29 out. 2018.

Esta imagem representa o território chinês.

95

Resposta

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• Verifique se os alunos percebem que os gráficos mos-

tram o acentuado crescimento da população desses países a partir da década de 1950. Os alunos também podem comentar o padrão de crescimento contínuo da população dos dois países, ainda que se realizem neles programas de controle de natalidade.

95

11/24/18 9:38 AM


Os contrastantes indicadores socioeconômicos

Orientações gerais

• Peça

aos alunos que observem, no gráfico, que na Ásia há países inseridos nos três níveis de desenvolvimento mundial: Japão - que é considerado um país desenvolvido; China e Índia que fazem parte dos países emergentes (também considerados em desenvolvimento); e Vietnã, Timor-Leste, Bangladesh e Nepal – que são considerados países subdesenvolvidos.

O continente asiático reúne países com características socioeconômicas bastante contrastantes. Para se ter uma noção dessa disparidade socioeconômica no continente, ao compararmos o valor da renda per capita do Japão no ano de 2016, que foi de 38 901 dólares, com a renda per capita de Bangladesh, cujo valor registrado nesse mesmo ano foi de 1 359 dólares, verificamos que os índices de ambos os países apresentaram uma discrepância de 37 542 dólares. Isso significa que a renda per capita do Japão naquele período foi aproximadamente 29 vezes maior que a de Bangladesh. Além disso, o contraste socioeconômico também ocorre de maneira interna, pois, em alguns países, é possível observar pessoas extremamente ricas e outras extremamente pobres.

• Faça-os observar que

Compare a seguir os indicadores sociais de alguns países asiáticos.

Timor-Leste e Vietnã possuem o IDH mais alto do que a Índia, mesmo esta compondo os Brics, e que uma das causas dessa diferença é a qualidade de vida.

Países

IDH – 2015

Analfabetismo (em %) – 2015

Mortalidade Expectativa infantil de vida (por mil (em anos) nascidos vivos) – 2015 – 2015-2020

Renda per capita (em US$) – 2016

Japão

0,903

Pouco significativo

84

2

38 901

China

0,738

4

76

10

8 123

Vietnã

0,683

5

76

17

2 171

Índia

0,624

28

68

35

1 710

Timor-Leste

0,605

32

69

34

3 580

Bangladesh

0,579

38

72

27

1 359

Nepal

0,558

35

70

26

729

Fontes: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org/>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_ human_development_report.pdf>. Acessos em: 5 nov. 2018.

Quem Quer Ser um Milionário? Direção de Danny Boyle. 2008. (120 min). Nesse filme, você conhecerá a história de um jovem indiano que utiliza os conhecimentos de seu dia a dia para vencer as etapas de um programa de televisão do qual participa. Ao mesmo tempo, o filme retrata as difíceis condições em que vive boa parte dos indianos.

96

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96

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:54 PM

Capítulo 3

Os contrastes nesse continente também podem ser caracterizados pelos fatores abaixo:

• países como a China e a Índia, que, mesmo possuindo alguns indicadores sociais ruins, vêm apresentando, nos últimos anos, crescimento econômico elevado;

• o Japão, que apresenta elevado nível de industrialização e indicadores socioeconômicos com valores expressivos;

• em alguns países, principalmente os situados no sul do continente, podemos

constatar que mais de 16% das pessoas vivem com menos de 1,90 dólar por dia, ou seja, parte da população vive em condições de extrema pobreza.

• Após a observação das imagens desta página, solicite aos alunos que pesquisem outros contrastes existentes nas paisagens dos países asiáticos e apresentem em sala de aula o resultado da pesquisa. Relacione as imagens aos dados apresentados na tabela da página anterior.

Jay Kong/Shutterstock.com

As fotografias abaixo retratam o contraste socioeconômico visível na paisagem de países asiáticos.

Orientações gerais

Fredy Thuerig/Shutterstock.com

Na imagem, paisagem de Tóquio, metrópole japonesa onde vivem aproximadamente 38 milhões de pessoas, 2018.

Moradias precárias em um bairro de Dhaka, 2017, localizada em Bangladesh. Nessa cidade vivem aproximadamente 20 milhões de pessoas.

97

11/23/18 2:54 PM

97

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• Para

diversificar as atividades apresentadas nestas páginas, você também poderá solicitar aos alunos que realizem uma pesquisa sobre diferentes etnias existentes na China, denominadas minorias étnicas.

Os alunos poderão apresentar o resultado da pesquisa por meio de cartazes, em que devem retratar diferentes paisagens culturais que representem essas minorias. Resposta 5. a) Possível resposta: a população não tem acesso igualitário a uma boa qualidade de vida. No Japão, os indicadores sociais são mais elevados, refletindo a elevada qualidade de vida de seus habitantes. Já no Nepal, a população apresenta uma qualidade de vida insatisfatória, uma vez que boa parte de sua população é analfabeta, a taxa de mortalidade infantil é muito elevada e há uma baixa expectativa de vida. b) Possível resposta: o continente asiático reúne nações com características socioeconômicas bastante contrastantes entre si, existindo desde países mais desenvolvidos e com melhores indicadores, como o Japão, a países que apresentam condições de extrema pobreza, como o Nepal e Bangladesh.

Atividades Exercícios de compreensão

2. a) Resposta esperada: a monção seca acontece no inverno, quando os ventos sopram no sentido continente-oceano. Como as temperaturas registradas no continente são baixas, esses ventos se tornam secos e frios.

1. Clima tropical típico - Savanas; clima equatorial – Florestas Tropicais e Equatoriais; clima temperado – Floresta Temperada; clima polar – Tundra; clima árido e semiárido – Estepes; clima mediterrâneo – Vegetação Mediterrânea.

1. No caderno, relacione os tipos de clima atuantes no território asiático com suas respectivas vegetações. 2. Em seu caderno, descreva as principais características do clima de monções utilizando as palavras dos quadros abaixo. A

monção

seca

inverno

B

monção

úmida

verão

3. Utilizando o mapa da página 91, escreva, no caderno, sobre a distribuição populacional no continente asiático e como os aspectos naturais influenciam nessa distribuição.

2. b) Resposta 4. Quais as diferenças na estrutura etária dos países europeus e asiáticos? esperada: a monção úmida ocorre no verão, 5. Observe a tabela da página 96 e, em seguida, responda às questões no caderno. quando os a ) A população do continente asiático tem acesso igualitário a uma boa qualidaventos sopram no sentido de de vida? Justifique sua resposta utilizando exemplos de dois países apreoceanosentados na tabela. -continente. Esses ventos são b ) De que maneira é possível caracterizar as condições socioeconômicas dos paíbastante úmidos e ocasionam ses asiáticos? Veja as respostas das questões nas orientações ao professor. muitas chuvas.

3. Possível Geografia no contexto resposta: conforme o 6. Leia a afirmativa abaixo e observe a fotografia a seguir. mapa, a população asiática não está distribuída de Se nosso planeta fosse uma vila composta de 100 habitantes, maneira uniforme pelo continente. As áreas 60 destes seriam asiáticos. menos povoadas são as desérticas e as setentrionais. Já as áreas que apresentam maior concentração populacional estão localizadas na porção sul, nas planícies chinesas, no vale do Rio Ganges e nas áreas menos montanhosas do Japão. 4. Resposta esperada: algumas populações de países europeus, nas últimas décadas, têm demonstrado um envelhecimento acelerado, enquanto as populações dos países asiáticos, com exceção da japonesa, possuem em sua estrutura etária um grande percentual de jovens. Esse fato é decorrente das elevadas taxas de Multidão de chineses em Xian, China, 2017. natalidade nos países asiáticos. • Qual é a relação entre a frase e a fotografia? Resposta esperada: o continente asiático é o mais populoso do nosso planeta, concentrando cerca de 4,5 bilhões de habitantes, o que equivale a mais da metade da população mundial. A imagem mostra um aglomerado de pessoas, representando a numerosa população asiática. 98 Maciej Bledowski/Shutterstock.com

Orientações gerais

11/23/18 2:54 PM

98

11/24/18 9:38 AM


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Lou-Foto/Alamy/Fotoarena

7. a) Possível resposta: Para conter o elevado crescimento populacional, o governo chinês impôs a política do filho único. Caso isso não fosse respeitado, os pais seriam obrigados a pagar multas, podendo até mesmo perder o emprego, além de serem discriminados pela sociedade.

7. b) Resposta esperada: Sim, pois a repercussão de tais medidas foi claramente notada na estrutura etária da população chinesa, que teve seu perfil modificado e o ritmo de crescimento reduzido.

Capítulo 3

7. A imagem a seguir, registrada na província chinesa de Hebei, em 2013, representa a política do filho único na China.

7. c) Nas últimas décadas, o aumento do número de idosos na China está deixando o governo chinês mais maleável em relação às medidas antinatalistas. A partir de 2013, ele passou a permitir que casais, em que um dos cônjuges é filho único, tenham até dois filhos.

Orientações gerais

• Para a realização da atividade 9, os alunos poderão elaborar um vídeo com imagens e narrativas dos principais acontecimentos referentes a episódios de tsunamis na Ásia. Desta forma eles poderão desenvolver a competência geral 5 da BNCC.

a ) A política adotada pelo governo chinês tinha como objetivo conter o rápido crescimento de sua população e o seu descumprimento sujeitava o casal a algumas punições. Cite, no caderno, algumas dessas punições. b ) De acordo com o que você aprendeu, a política do filho único surtiu efeito na estrutura etária da população chinesa? Justifique sua resposta. c ) Descreva como está sendo atualmente a postura do governo chinês em relação a essa política. 8. Leia as manchetes a seguir e responda a questão em seu caderno.

População da Índia irá ultrapassar em 25% a da China em 2050 Época Negócios. 23 ago. 2018. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/08/ populacao-da-india-ira-ultrapassar-em-25-da-china-em-2050.html>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Índia vive crise hídrica com 600 milhões de pessoas afetadas O Globo. 15 jun. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/meio-ambiente/ india-vive-crise-hidrica-com-600-milhoes-de-pessoas-afetadas-22782737>. Acesso em: 13 nov. 2018.

• Relacione as duas manchetes, abordando aspectos demográficos e as conse-

quências na qualidade de vida da população dos asiáticos, a exemplo do que Resposta esperada: O expressivo crescimento populacional interfere na qualidade de vida das pessoas, ocorre na Índia. pois, quanto maior o número de habitantes em um país, maior será a demanda por serviços de saúde, moradia, saneamento, transporte, energia, habitação e alimentos. Em razão dessa demanda, os problemas

Pesquisando ambientais também se tornam cada vez mais graves na Ásia. E, em sua maior parte, os governos asiáticos não estão preparados para essa situação tampouco dispõem de recursos suficientes para suprir as

9. Como foi visto nas páginas 84 e 85, “Um tsunami é uma onda marinha desenca- necessidades de uma deada, em geral, por um evento submarino como um terremoto”. Pesquise em jor- população nais, revistas e na internet fotografias, reportagens e informações sobre algum em expansão. tsunami ocorrido na Ásia. Leve para a sala de aula o material pesquisado e, por meio de uma conversa, exponha a seus colegas o que mais chamou sua atenção. Resposta pessoal. Verifique se as informações pesquisadas pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta. Estimule a participação de todos.

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A economia asiática

BNCC co nte ú d o s d a s páginas 100 a 113 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE10, EF09GE13, EF09GE17 e EF09GE18.

• Os

Orientações gerais

• O estudo sobre o Oriente Médio será realizado no capítulo 4. Relembre com os alunos os conteúdos estudados no capítulo 2 sobre os países que compõem a ex-União Soviética. Realize uma dinâmica de tempestade cerebral para avaliar o que os alunos lembram sobre o tema. O Sul, o Sudeste e o Leste da Ásia serão estudados no presente capítulo.

Hamit Huseyin/Anadolu Agency/Getty Images

Oriente Médio Em decorrência de sua localização geográfica, essa área é considerada uma região estratégica no espaço geográfico mundial, pois, além de servir como ponto de junção entre os continentes europeu, africano e asiático, estabelece conexão entre o Ocidente e o Extremo Oriente. A maior parte de seus países tem economia pautada na exploração de petróleo, devido às grandes reservas encontradas nessa região. Refinaria de petróleo localizada em Arbil, Irã, 2017.

Ex-União Soviética

Kirill Kukhmar/TASS/Getty Images

econômicos do continente asiático, os alunos poderão estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico para compreender de que forma a sociedade transforma o espaço e utiliza os recursos naturais, conforme orienta a competência específica de Geografia 2.

O crescimento econômico desses países tem sido impulsionado pelas exportações de recursos minerais, como gás, petróleo, carvão mineral e ferro. Ainda assim, seus indicadores sociais permanecem bastante insatisfatórios. Os países da Ásia Central mantêm certa dependência política e econômica com relação à Rússia, visto que o território desse país é caminho obrigatório de boa parte dos produtos por eles comercializados internacionalmente. Em contrapartida, recentes aproximações com países como a China e a Turquia têm diversificado as parcerias comerciais na região, diminuindo, assim, sua dependência com relação à Rússia. Área de extração de carvão, localizada na região de Kemerovo, Rússia, 2017.

Sul da Ásia

CRS PHOTO/Shutterstock.com

• Ao estudar os aspectos

Como pudemos perceber no estudo da população da Ásia, esse continente é marcado pela diversidade. Isso ocorre também com as características da economia asiática e, por isso, vamos estudá-las nas próximas páginas com base na regionalização adotada a seguir.

Entre os países dessa região asiática, apenas a Índia rompeu com o atraso econômico. Nos últimos anos, ela vem apresentando crescimento do seu PIB, proporcionado, principalmente, pela afirmação do setor da tecnologia da informação. Em relação ao setor agrícola, em muitos países do sul da Ásia o uso da terra ocorre, em geral, na forma de plantation, ou seja, monocultura em grande propriedade. Esse sistema agrícola herdado do período da colonização britânica no século XIX está voltado para o cultivo de gêneros agrícolas como chá, arroz, trigo, algodão, milho, cana-de-açúcar, batata, juta e painço. Preparo do solo para plantio na Índia, 2018.

Juta: tipo de planta utilizada para extração de fibra aproveitada na indústria têxtil. Painço: tipo de grão utilizado para a alimentação de animais e para a produção de farinha.

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Capítulo 3 Dominic Dudley/Shutterstock.com

Embora a maioria dos países dessas regiões apresente forte setor industrial, quase todos possuem, em comum, intensa tradição agrária, centrada em especial na cultura do arroz. Com exceção de Cingapura, por ser uma cidade-estado, esses países destinam extensas áreas de seu território a cultivos agrícolas, que participam em maior ou menor grau da composição do PIB nacional.

Cultivo de arroz em terraços, na Indonésia, 2018.

Cidade-Estado: cidade que possui um poder político soberano e independente. Não se subordina a nenhum país, portanto, autônoma.

Orientações gerais

• Ao analisar a representação da divisão regional da Ásia, desta página, apresente aos alunos o planisfério político para que eles possam identificar os países que compõem cada regionalização apresentada. • Faça uma leitura comparada deste mapa com o planisfério.

Ásia: divisão regional

OCEANO ATLÂNTICO

Polo Norte

120° rti

co

60°

OCEANO GLACIAL ÁRTICO 180°

o oP Círcul

EUROPA

lar

Á

EX-UNIÃO SOVIÉTICA

OCEANO PACÍFICO

de

ORIENTE MÉDIO

E. Cavalcante

ÁFRICA

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(parte asiática)

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Sudeste e Leste da Ásia

SUL DA ÁSIA SUDESTE ASIÁTICO

OCEANO ÍNDICO 0

760 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 136.

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A Índia

Integrando saberes

• Converse com o profes-

sor de História para que ele aborde com os alunos como foi o processo de independência de países como Índia, Paquistão, Bangladesh e Mianmar em relação à Inglaterra.

A Índia, assim como Paquistão, Bangladesh e Mianmar, foi colônia da Inglaterra durante aproximadamente 89 anos. Esse foi um dos principais exemplos da hegemonia europeia exercida na Ásia e que não esteve livre de conflitos e de influências culturais nas nações colonizadas. Desde que se tornou independente da Inglaterra, em 1947, até o início da década de 1990, a economia indiana configurava-se como fechada e pautada na substituição de importações, ou seja, substituição do consumo de produtos importados por mercadorias produzidas dentro do próprio território indiano. Após esse período, o governo passou a controlar mais de 91% da economia. Os percentuais restantes estavam destinados ao setor privado, considerado totalmente inexpressivo por não ter liberdade para expandir a atividade industrial no país. Qualquer tipo de mercadoria e a quantidade a ser produzida pelas indústrias privadas necessitavam da licença do Estado. Isso demonstrava que, mesmo indiretamente, o controle estatal estava presente em todos os aspectos econômicos da Índia. Após 1991, o país passou por reformas econômicas que culminaram no crescimento acelerado do PIB, na redução da inflação e na abertura comercial para produtos importados. Essa mudança foi impulsionada pelas medidas econômicas implantadas gradativamente pelo governo que estiveram baseadas na redução de tarifas de importação e barreiras comerciais e na concessão de maior autonomia para atuação das atividades industriais privadas. Nas últimas décadas, a Índia vem passando por muitas transformações em seu quadro econômico. O expressivo desenvolvimento de sua economia tem lhe proporcionado ocupar lugar de destaque no cenário internacional. No gráfico da página ao lado, podemos constatar a evolução do crescimento do PIB indiano a partir da segunda metade do século XX.

• Assim

Catalin Lazar/ Shutterstock.com

como ocorreu na Ásia, em outras partes do mundo a Europa também exerceu hegemonia sobre diferentes territórios. Neste momento pode-se abordar a habilidade EF09GE01.

A paisagem revela a acentuada desigualdade social da Índia, com moradias precárias e prédios imponentes ao fundo, em Mumbai, Índia, 2018.

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Atualmente, o governo da Índia não possui recursos financeiros suficientes para investir e assegurar à população uma infraestrutura adequada, com programas de saúde e educação eficientes, que possam garantir ao cidadão melhor qualidade de vida. Em 2015, 28% da população indiana era analfabeta e a expectativa de vida não ultrapassava 68 anos.

1980

1990

2000

Capítulo 3

PIB (em bilhões – US$) 2 400 2 200 2 000 1 800 1 600 1 400 1 200 1 000 800 600 400 200 0 1970 1960

2016 Anos

E. Cavalcante

Mesmo diante da política instituída em favor da ampliação de parques industriais de alta tecnologia, que promoveu o crescimento da economia, o governo indiano não foi capaz de reverter a situação de pobreza da população. Desse modo, ainda se verifica acentuada desigualdade social na Índia. De acordo com dados de 2016, o sul da Ásia, onde está localizada a Índia, concentra cerca de 33% das pessoas do mundo que vivem com menos de 1,90 dólar por dia, ou seja, muitas pessoas nessa região vivem em situação de extrema pobreza.

Índia: evolução do PIB – 1960-2016

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. Acesso em: 29 out. 2018.

Os softwares indianos A ascensão econômica indiana possibilitou que o país se tornasse referência mundial no desenvolvimento de novas tecnologias, como a produção de softwares. Atualmente a Índia exporta para cerca de 90 países esse tipo de tecnologia. Dhiraj Singh/Bloomberg/Getty Images

O setor de serviços, sobretudo os relacionados à tecnologia informacional, foi fundamental para o expressivo crescimento econômico indiano nos últimos anos.

Software: conjunto de programas ou sistemas que promove o funcionamento do computador.

Orientações gerais

• O estudo sobre Os softwares indianos permite tratar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia. Aproveite a oportunidade e comente com os alunos sobre a importância dos softwares para a economia mundial, pois seu desenvolvimento teve grande impacto nas atividades econômicas.

• Comente sobre os meios e os instrumentos tecnológicos desenvolvidos pela Índia, apontando para a valorização desse conhecimento tecnológico e para a sua importância econômica para o país. • Explique que algumas empresas indianas de tecnologia da informação e desenvolvimento de softwares trabalham com parcerias em todo o mundo, tendo grande mercado para seus produtos.

Nesta fotografia de 2015, vemos funcionários de uma empresa em Mumbai, na Índia, que desenvolve aplicativos para smartphones.

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Orientações gerais

Geografia

• Sobre o rio Ganges, co-

em foco

mente com os alunos que este rio sofre há muitas décadas com a poluição, pelo despejo de esgoto sem tratamento, resíduos industriais e da agricultura. A poluição vem intoxicando a população que consome a água e causando doenças como cólera, febre tifoide e disenteria. Suas águas são utilizadas na irrigação, para cozinhar alimentos, beber, lavar roupa e higiene pessoal. Este é um momento em que é possível trabalhar com o tema contemporâneo Saúde.

A sociedade indiana apresenta, ainda hoje, embora de forma não oficial, uma divisão baseada em castas. Essa divisão é rigidamente hierarquizada, tendo como critérios fundamentais a hereditariedade, a religião, a profissão e a etnia. Por ser hereditária, essa forma de divisão social impossibilitava que o indivíduo passasse de uma casta inferior para uma superior. O sistema de castas foi oficialmente abolido na Índia com a Constituição de 1950. A partir dessa data, a discriminação com base na hierarquia entre as castas se tornou uma prática criminosa. No entanto, por fazer parte de uma tradição milenar, que permeia o pensamento religioso e social hindu, a discriminação e mesmo a violência contra membros de castas consideradas inferiores ainda persistem. Hoje, o Estado indiano vem empreendendo ações assertivas com vistas a inserir os dalits na sociedade e romper o preconceito. Desse modo, por meio de cotas, estão sendo garantidas aos dalits vagas em universidades, cargos públicos e também políticos.

O Hinduísmo e o Rio Ganges O Hinduísmo é a religião predominante na Índia. No sistema social e religioso hindu, o Rio Ganges possui grande importância. Os antigos hindus, do mesmo modo que a maioria dos indianos atuais, consideravam o rio sagrado, pois, segundo a tradição, ele teria sido criado por Shiva, deus muito cultuado em toda a Índia. Desse modo, o rio seria um meio de ligação entre o humano e o divino. As águas do Ganges teriam a capacidade de purificar os indivíduos que nele se banhassem.

Denis.Vostrikov/ Shutterstock.com

• Proponha aos alunos que façam uma pesquisa para complementar informações sobre o Ganges, como sua importância cultural e os problemas resultantes da sua poluição. Feita a pesquisa, proponha um debate para que os alunos divulguem e analisem as informações obtidas.

A sociedade indiana e a importância do rio Ganges

Indianos realizam ritual de purificação no Rio Ganges na cidade de Haridwar, Índia, 2017.

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Brâmanes Casta dos sábios, professores e sacerdotes, que deveriam orientar espiritualmente e aconselhar os governantes, além de realizar os rituais religiosos.

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Capítulo 3

arena

1

Zoonar GmbH /Alamy/Foto

Veja a seguir a ordem hierárquica das principais castas indianas.

Xátrias Casta dos guerreiros, encarregados de garantir a ordem política e a proteção social.

Vaixás

Sudras Trabalhadores manuais que deveriam servir às outras três castas.

Dalits

3

Também conhecidos como“párias”ou “intocáveis”, que não fazem parte de nenhuma das castas. Para os membros das demais castas, o simples contato com um dalit seria considerado ruim por causa de sua“impureza”.

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Casta de comerciantes e agricultores proprietários de terras, encarregados da economia da sociedade.

brianindia/Alamy/Fotoarena

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Orientações gerais

• Comente com os alunos a exclusão que assola o povo dalit na Índia. Faça uma comparação com a exclusão da população negra brasileira, o apartheid sul-africano e a segregação estadunidense. Explique que a Índia foi pioneira no sistema de cotas.

• Comente com os alunos também sobre a importância das religiões na diversificação cultural da população. Essa é uma ocasião para salientar o respeito às culturas e trabalhar com o tema contemporâneo Diversidade cultural e também pode-se trabalhar com Educação em direitos humanos. Para isso, incentive o respeito e a valorização da cultura indiana e da religião hindu. Explique que cada cultura tem suas particularidades e a divisão da sociedade em castas faz parte de uma tradição milenar, a qual devemos respeitar, sem necessariamente concordar com ela. Esta é uma forma de abordar a competência específica de Ciências Humanas 4 da BNCC. • Caso considere pertinente, sugira aos alunos a realização de uma pesquisa sobre as diversas castas indianas, com o objetivo de os alunos aprofundarem seus conhecimentos sobre o papel de cada casta na sociedade e como vivem, ao desempenhar este papel. Após a pesquisa realizada, os alunos poderão apresentá-la e discutir as diferentes realidades desses grupos.

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O Japão

Orientações gerais

• Comente com os alu-

Por apresentar um relevo predominantemente montanhoso, as poucas planícies, quase todas litorâneas, são intensamente ocupadas pela população, que se concentra principalmente nos grandes centros urbanos do país. As metrópoles, conurbadas, compõem a grande megalópole que vai de Tóquio a Kobe.

nos que no Japão os pais buscam destinar parte do orçamento familiar para investimento na educação dos filhos, incluindo aulas particulares de reforço. Este esforço em investir na educação também parte do governo, que destina grande parcela das verbas públicas à educação, voltada à qualificação de mão de obra. Esta é uma das razões do bom desempenho econômico do país.

MasaPhoto/Shutterstock.com

A partir da década de 1960, com os incentivos estadunidenses após a Segunda Guerra Mundial, o Japão obteve intenso crescimento econômico que surpreendeu as economias mundiais por seu dinamismo industrial Japão e pelo avanço tecnológico, passando a caracterizar os João Osvaldo Rodrigues Nunes; produtos que compunham sua pauta de exportação. O Manira Mie Okimoto Nunes. São Paulo: Ática, 2005. crescimento econômico do país foi inicialmente impulO livro conta a história de três sionado pela parceria privilegiada com a superpotência japoneses que fazem uma viagem de volta ao Japão (país norte-americana, que se preocupava com a ascensão de seus avós), mas com a do socialismo na Ásia durante os anos de Guerra Fria. mesma esperança daqueles que Com o passar das décadas, esse crescimento permitiu um dia foram imigrantes que chegaram ao Brasil. às empresas japonesas desenvolverem capitais próprios, o que possibilitou a expansão econômica do país Conurbado: caracteriza-se pela sobre seus vizinhos asiáticos de economia menos deunião entre espaços urbanos de dois ou mais municípios. senvolvida.

Importante rua comercial localizada na cidade de Tóquio, capital do Japão, 2018.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com o objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

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Nesses países, empresas japonesas, principalmente as de alta tecnologia, podiam encontrar as mesmas vantagens de mão de obra e custos de produção que o próprio Japão oferecia na época do impulso inicial de seu desenvolvimento. Por isso, o país desfrutou, até meados da década de 1990, de uma posição de liderança regional. No entanto, a partir do século XXI esse quadro vem apresentando alterações, pois o país diminuiu o ritmo de crescimento da economia, como podemos observar no gráfico. Uma das razões para a diminuição do ritmo do crescimento econômico japonês são os elevados gastos orçamentários do governo com a população idosa, como os investimentos em aposentadorias. Além disso, a desaceleração da economia provocou o fechamento de muitas fábricas, além de desfavorecer o desenvolvimento de outros setores da economia, como o de comércio e o de serviços. A partir de então, certos problemas sociais, antes quase inexistentes no Japão, como o desemprego e o empobrecimento crescente de algumas parcelas da população japonesa, têm se intensificado.

Capítulo 3

PIB (em bilhões - US$) 6 000

5 700 4 887

5 000 4 000 3 140

3 000 2 000 1 010

1 000 211

0

1970

1980

1990

2000 2010 2016 Anos

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. Acesso em: 5 nov. 2018.

A tecnologia japonesa Embora a economia japonesa venha registrando baixo crescimento a partir do século XXI, seu parque industrial está entre os mais modernos e diversificados do planeta. A robotização constitui uma característica marcante nesse país. Praticamente todas as multinacionais japonesas empregam em sua linha de produção robôs de alta tecnologia, que otimizam a produção a custos reduzidos. Esse fato torna a atividade industrial japonesa uma das mais informatizadas do mundo.

Robô fabricado por japoneses em exposição realizada em Tóquio, Japão, 2018.

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Orientações gerais • Realize um debate com os alunos sobre o processo de envelhecimento da população japonesa e o que este fenômeno acarreta à economia local. Aproveite para conversar com eles sobre a qualidade de vida da população idosa neste país em comparação ao Brasil, aproveitando para abordar o tema contemporâneo Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.

Orientações gerais

• A respeito da queda no crescimento econômico do Japão, leia o texto abaixo como complemento aos estudos. Por que a economia do Japão está devagar, quase parando

4 970

Carlos Borin

Muitas empresas japonesas passaram a investir intensamente em países subdesenvolvidos, sobretudo do sudeste e do leste asiático, como China, Coreia do Sul e os Tigres Asiáticos.

Japão: crescimento econômico – 1970-2016

Rodrigo Reyes Marin/Zuma Press/Fotoarena

A mão de obra barata e abundante do povo japonês nas décadas após a Segunda Guerra Mundial foi um dos pilares fundamentais de sua força econômica. Isso permitiu que produtos industriais japoneses, mais baratos, porém altamente qualificados e tecnologicamente avançados, se espalhassem pelo mundo. No entanto, como a qualidade de vida da população japonesa se elevou e a mão de obra se tornou cada vez mais qualificada e valiosa, os custos da produção no país também se tornaram mais altos.

[...] Tecnicamente, o Japão é um país em pleno emprego – o índice de desemprego, de 2,8%, é o menor dos últimos 22 anos. Mas os salários são relativamente baixos. Tanto Anurag quanto Inaba ganham 4 000 dólares brutos, pouco para o custo de vida local. Salários baixos combinados com a insegurança – hoje, apenas 20% dos trabalhadores ficam a vida toda na mesma empresa e cerca de um terço tem contrato por tempo determinado – resultam em consumo fraco e paralisia econômica. Com uma população que encolhe 94 000 habitantes por ano, o Japão é o exemplo extremo do baixo crescimento nas economias avançadas. Ao lado dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, o Japão tem crescido de 1% a 2% ao ano, quando não amarga uma estagnação ou mesmo uma recessão. Essa situação, que se arrasta desde 2008, tem dividido os economistas entre duas leituras: a de que ainda estamos sofrendo os reflexos da crise financeira internacional e a de que atravessamos algo mais estrutural e profundo, chamado “estagnação secular”. [...] Por que a economia do Japão está devagar, quase parando. Exame, 30 ago. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com. br/revista-exame/por-que-asprincipais-economias-estaodevagar-quase-parando/>. Acesso em: 28 out. 2018.

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A China

Orientações gerais

• Leia o texto a seguir pa-

ra os alunos como forma de complementar o estudo do tema sobre a China.

A China é um dos países que, nos últimos anos, tem atraído maior atenção no cenário econômico e geopolítico internacional. Atualmente, o PIB chinês é o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Reforma econômica – Onde tudo começou... E continua

Seu intenso crescimento econômico firma-se como o mais dinâmico do mundo, levando a economia chinesa a se tornar a maior exportadora do planeta.

WONG, K. Shin. A China explicada para brasileiros. São Paulo: Atlas, 2008. p. 95.

A atual fase de crescimento econômico e industrial chinês teve início com as reformas econômicas efetuadas no país a partir de 1978, sob o comando do líder popular Deng Xiaoping, e impulsionadas pela cultura empreendedora do povo chinês. Evolução do PIB de alguns países – 1975-2016 E. Cavalcante

Crescimento econômico (em %) 15 12 China

9 6

Estados Unidos

3 Alemanha

0

Afastada da influência da superpotência soviética desde meados da década de 1960, a China não tardou a aproximar-se do mundo capitalista e iniciou o processo de abertura econômica baseada no livre mercado. O resultado pode ser visto atualmente na distribuição e no avanço alcançado pela indústria chinesa, assim como na superexploração de grande parte de sua mão de obra, por um lado, e da melhoria das condições de vida para alguns, por outro. Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank. worldbank.org>. Acesso em: 5 nov. 2018.

–3 1975

Igor Grochev/ Shutterstock.com

A reforma da economia chinesa começou em 1978 [...]. Trinta anos após a instituição do regime comunista em 1949, e com poucos avanços econômicos obtidos desde então, os chineses decidiram que era tempo de tentar uma experiência radical. Iniciaram então uma reforma econômica profunda e duradoura que viria posicionar a China como o país que mais cresce no mundo. [...] Os chineses consideram todas as mudanças que ocorreram e continuam a ocorrer como um processo único e contínuo, e não vários planos executados por diversos governos. As medidas de liberalização e abertura do mercado que vêm sendo implementadas são consideradas reformas menores que acontecem dentro de uma reforma única e maior. Durante os primeiros 20 anos da reforma, os efeitos das mudanças que aconteciam na China não foram percebidos no Ocidente, a não ser por alguns estudiosos e especialistas. Foi somente nesses primeiros anos do século XXI que o mundo percebeu que o gigante referido por Napoleão estava “acordando”. O “império chinês”, que foi um dos mais poderosos em séculos passados, estava renascendo. [...]

Com base em um ideal de “socialismo com características chinesas”, o país desenvolve um sofisticado, e muito eficiente, “socialismo de mercado”. Essa fórmula mista, na qual se mescla a estrutura política socialista com a economia de mercado capitalista, tem lançado o país como uma das maiores potências econômicas e geopolíticas do século XXI.

1985

1995

2005 2010 2016 Anos

Na fotografia, navio repleto de contêineres no ponto de Qingdao, China, 2017.

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Capítulo 3

Ainda que o crescimento econômico da China tenha diminuído nos últimos anos, ele se conserva maior que de outras importantes economias do mundo, como Estados Unidos e Alemanha, conforme observamos no gráfico da página anterior. Observe no mapa abaixo a configuração territorial moderna do espaço geográfico chinês. Note onde se estabeleceram as áreas industriais do país e onde predominam as zonas agrícolas, ou seja, como estão organizadas as diferentes atividades econômicas no território da China.

E. Cavalcante

China: organização econômica do território 90° L

Harbin Changchun Shenyang Fushun Anshan Dalian Pequim Urumqi

Baotou Tianjin

Qingdao Lianyungang Lanzhou Zhengzhou Nanjing Xangai

TaiyuanJinan

CHINA

C

Lhasa

N L

O S

0

370 km

Área de difusão industrial

Xi’an

A

30°

Orientações gerais

• Para que os alunos percebam o poder da economia chinesa, sugerimos uma atividade sobre a industrialização e a expansão da comercialização de produtos chineses. Solicite aos alunos que pesquisem em casa produtos de procedência “Made in China” ou “Fabricado na China”, anotem no caderno e, em seguida, em sala de aula, sugira um debate sobre o impacto da comercialização intensa destes produtos no Brasil.

N

(Nankin)

Pudong Wuhan Ningbo Wenzhou Chengdu er ânc eC Fuzhou od c i Chongqing Chongsha p Tró Xiamen B Shantou OCEANO Guangzou Shenzhen PACÍFICO Zhuhai Kunming Hong Kong Beihai Zhanjiang Hainan

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 105.

Centro industrial Zona econômica especial (ZEE)

A

Há uma extensa faixa litorânea com economia dinâmica, onde se concentra a maioria das indústrias e dos grandes centros urbanos do país, como Pequim e Xangai. Nessa faixa, algumas das cidades mais importantes constituem, desde 1984, Zonas Econômicas Especiais (ZEE), áreas abertas para investimentos estrangeiros, nas quais muitas empresas se instalaram. É nessa ampla faixa litorânea que se encontra a maior parte das multinacionais.

B

Um pouco mais para o interior, estende-se uma ampla área de economia fortemente agrícola, onde se localizam somente alguns centros urbanos importantes. O grande contingente rural da população chinesa (cerca de 41%), significativamente mais pobre que a urbana, espalha-se em sua maior parte nessa região, onde se produz parcela considerável da economia agrária nacional.

C

Na porção ocidental da China, estendem-se grandes zonas quase despovoadas, nas quais há poucas cidades grandes, sendo, na maioria das vezes, pequenos e médios centros espaçados uns dos outros. Nesses territórios vive grande parte das minorias étnicas do país.

Cidade aberta ao capital estrangeiro Centros: polos de crescimento regionais Periferia integrada ao centro, muito densamente povoada e industrializada Periferia associada ao centro, densamente povoada, atividade agrícola dominante Periferia pouco desenvolvida, pouco povoada Expansão das frentes pioneiras

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Os Tigres Asiáticos

Orientações gerais

• Comente com os alu-

Alguns países localizados no leste e no sudeste da Ásia têm obtido grande destaque industrial nas últimas décadas. Trata-se dos países agrupados sob o nome de Tigres Asiáticos, denominação que se refere à força e à eficiência atribuídas às suas economias nacionais. Esse termo faz menção ao desenvolvimento intenso e contínuo desses países, que lhes permitiu assumir uma posição competitiva no comércio internacional, ampliando, dessa forma, suas exportações de produtos industrializados para novos mercados. Existem três gerações de Tigres Asiáticos. Observe o mapa.

nos que Taiwan é um país que não é reconhecido pela ONU. Ele é reinvidicado pela China como uma de suas províncias.

• Explique

aos alunos que ao contrário dos países da América Latina, onde predominou em meados do século XX a industrialização sob o modelo de substituição de importações, esses países asiáticos desenvolveram sua industrialização com base em um modelo exportador, denominado industrialização para exportação. No início, usaram tanto capitais norte-americanos quanto, principalmente, japoneses. Depois, sob a crescente influência da China na geopolítica e na economia da região, produtos de alta tecnologia produzidos nesses países passaram a ser exportados para o mundo inteiro. Para eles, também é importante intensificarem a integração entre os capitais dos próprios países, pois eles investem cada vez mais uns nos outros, em especial na China.

E. Cavalcante

Tigres Asiáticos Seul COREIA DO SUL

p Tró

Capital do país

ico

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OCEANO PACÍFICO

Taipé TAIWAN Hong Kong Hanói Manila

TAILÂNDIA Bangcoc

FILIPINAS VIETNÃ

Mar das Filipinas

Mar da China Meridional

M A L Á S I A Kuala Lumpur CINGAPURA Cingapura Equador

I

N

D

O

N

Jacarta

• Comente

que alguns autores consideram outros países vizinhos, como Camboja, Laos e Mianmar, possíveis candidatos a uma quarta geração de Tigres Asiáticos, que devem despontar em um futuro próximo.

É

S

I A

N L

O S

0

330 km

120° L Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 140.

Em meados da década de 1970, quatro eram os países que compunham os Tigres Asiáticos. São eles: Coreia do Sul, Taiwan, além das cidades-Estados de Cingapura e Hong Kong, esta última anexada à China desde 1997, mas mantendo sua autonomia administrativa interna.

Na década de 1980, uma segunda geração formada pela Tailândia, Malásia e Indonésia passou a ser chamada de Novos Tigres Asiáticos.

Por fim, por terem iniciado o processo de atração de capitais externos e desenvolvimento bem mais recentemente, no século XXI ou fim do século XX, as Filipinas e o Vietnã são denominados, por alguns autores, Novíssimos Tigres Asiáticos, constituindo, assim, a terceira geração.

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Capítulo 3

A proximidade da economia japonesa foi um fator importante ao impulso inicial desses países. Nas décadas após a Segunda Guerra Mundial, à medida que se reduzia a importância dos investimentos americanos, o Japão exercia nos Tigres Asiáticos um papel mais ou menos semelhante àquele exercido anteriormente pelos Estados Unidos em sua própria economia: o de ser o maior parceiro comercial, investidor externo e financiador dos projetos de desenvolvimento. No entanto, assim como ocorreu no Japão, nos Tigres, a qualificação da mão de obra por meio de instrução formal e a elevada qualidade de vida vêm aumentando os custos de produção, tornando-os menos atrativos aos capitais internacionais. Dessa maneira, o impulso do modelo de desenvolvimento exportador adotado se esgotou após algumas décadas, especialmente depois da crise que atingiu a região em 1997. Desde então seu desempenho não tem sido mais o mesmo e, ainda que os países consigam manter-se na dianteira entre os que mais crescem na economia mundial, atualmente, seu principal agente de dinamismo é a economia chinesa.

> A queda de todos os crescimentos entre 1991 e 2001, exceto dos Estados Unidos;

Leonardo Mari

Tigres Asiáticos e outros países: crescimento econômico – 1971-2016 Coreia do Sul

14

Cingapura Indonésia

12

Estados Unidos Alemanha

10 8 6 4

• Oriente os alunos na leitura do gráfico, que apresenta a trajetória econômica de três dos países chamados Tigres Asiáticos, em comparação com a evolução econômica da Alemanha e dos Estados Unidos. Peça que observem primeiramente os dados de cada país, para então realizar comparações e referências, como: > A queda brusca de crescimento de Cingapura;

Observe no gráfico o crescimento econômico dos Estados Unidos e da Alemanha e de alguns países que compõem o grupo dos Tigres Asiáticos

Crescimento econômico (em %)

Orientações gerais

Note no gráfico que, embora as taxas de crescimento econômico dos países pertencentes aos Tigres Asiáticos tenham oscilado ao longo das últimas décadas, elas sempre estiveram em níveis superiores às taxas dos Estados Unidos e da Alemanha. Exceto Cingapura, que apresentou uma significativa queda de crescimento econômico, porém em 2001 já mostrou sinais de recuperação.

> Certa estabilidade no crescimento da economia dos Estados Unidos.

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org/data/reports. aspx?source=world-developmentindicators>. Acesso em: 26 out. 2018.

2 0

1971

1981

1991

2001

2011 2016 Anos

leungchopan/Shutterstock.com

–2

Vista panorâmica de Hong Kong, 2018.

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Material digital

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• A sequência didática 5, disponível no material digital, propõe um trabalho sobre este tema, abordando as habilidades EF09GE05 e EF09GE14.

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A economia regional: a Asean e a integração regional

Orientações gerais

• Explique

aos alunos que a crise financeira que atingiu a Ásia em 1997 foi desencadeada pela desvalorização das moedas nacionais dos países da região em relação ao dólar.

A Asean (sigla em inglês para Associação de Nações do Sudeste Asiático), criada em 1967, tem sua origem contextualizada em meio à onda de descolonização no leste e sudeste da Ásia. Assim, seus objetivos iniciais ligavam-se à garantia da soberania e da estabilidade política desses Estados recém-independentes, que, por vezes, encontravam-se politicamente instáveis no período pós-guerra. No entanto, as transformações advindas da superação desse período da geopolítica mundial transformaram os objetivos geopolíticos e a funcionalidade econômica desse bloco, que até então contava apenas com a presença dos fundadores: Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura e Indonésia, além de Brunei, que se uniu em 1984. A partir de 1992, com a redução das tarifas alfandegárias, o bloco se transformou em uma zona de livre-comércio, expandindo ao longo da década a adesão dos vizinhos socialistas ou ex-socialistas, como Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja. No entanto, os governos dos países do Asean atribuem muita importância ao princípio da soberania nacional e da não interferência entre eles, o que dificulta a criação de instituições supranacionais capazes de encaminhar políticas comuns entre os Estados-membros. Isso tudo em contraste com a integração comercial impulsionada pelas empresas de capital externo que fragmentam seus processos produtivos, instalando fábricas em países distintos, que compõem a linha de produção de um mesmo produto. Com a crescente influência da China nas economias nacionais, e após uma crise financeira que atingiu a região em 1997, a estrutura de cooperação entre os países foi alterada, além de ampliar sua abrangência para a China, o Japão e a Coreia do Sul, mas sem atingir políticas comuns efetivamente concretas. Instituição supranacional: instituição de poder superior ao poder individual de cada nação.

Asean

E. Cavalcante

• Explique aos alunos que o estreitamento das relações com Japão, China e Coreia do Sul caracteriza-se pelos investimentos de empresas destes países que buscam mão de obra barata e frágil legislação trabalhista.

Países-membros da Asean Trópico de Câncer MIANMAR

LAOS OCEANO PACÍFICO

TAILÂNDIA VIETNÃ CAMBOJA

FILIPINAS

BRUNEI

MAL

ÁSIA

CINGAPURA OCEANO ÍNDICO 400 km

NÉSIA

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0

INDO

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Equador

S

120° L

Fonte: Asean (Association of Southeast Asian Nations). Disponível em: <https://asean. org/asean/ asean_member_ states/>. Acesso em: 27 out. 2018.

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O ritmo acelerado da economia chinesa vem aumentando os problemas ambientais. Podemos citar como exemplo a poluição dos rios, cujas águas abastecem a produção nos campos da milenar civilização chinesa, como os rios Hoang-ho e Yang-tsé. No tocante ao setor energético da economia chinesa, o dilema maior diz respeito ao carvão, sua principal fonte energética. Esse combustível fóssil, altamente poluente e não renovável, portanto de exploração limitada, produz algo em torno de 67% da energia elétrica do país, nas chamadas usinas termoelétricas. Tendo em vista tal situação, os dirigentes chineses vêm sinalizando, nos últimos anos, preocupações voltadas ao meio ambiente e, principalmente, à renovação e à diversificação de suas matrizes energéticas. Nesse sentido, a China busca diversificar sua produção de eletricidade, desestimulando o uso do carvão pela ampliação das usinas hidrelétricas. A construção da Usina de Três Gargantas, que superou a binacional (brasileira e paraguaia) Itaipu como a maior usina hidrelétrica do mundo, insere-se nessa estratégia. No entanto, assim como no exemplo brasileiro, sua construção foi social e ambientalmente controversa, tendo sido alvo de numerosas polêmicas, como os impactos sem precedentes causados a milhares de quilômetros de ambientes naturais.

Capítulo 3

A questão energética na China Assista no material audiovisual a um curta-metragem que aborda as fontes de energia e seus impactos ambientais.

Orientações gerais

• Este conteúdo permite tratar o tema contemporâneo Educação ambiental. Comente com os alunos sobre os danos ao ambiente causados pela matriz energética utilizada na China e também sobre a poluição causada pela intensa produção industrial do país. Incentive os alunos a refletirem sobre alternativas energéticas para a China.

• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos sobre a importância de se utilizar fontes de energia limpas que prejudicam menos o meio ambiente.

Outro problema energético do país diz respeito ao abastecimento petrolífero da ascendente economia nacional. O crescimento acelerado de sua produção industrial demanda um consumo de petróleo cada vez maior, o que tem levado os líderes chineses a procurarem acordos comerciais com os mais diversos parceiros produtores e exportadores de petróleo. Esse interesse energético tem incentivado a atuação chinesa na Ásia Central e no continente africano, incluindo algumas aproximações polêmicas com governos ditatoriais ou envolvidos em situações de guerra, como aconteceu na Somália e no Sudão.

Zoonar GmbH/ Alamy/Fotoarena

Na fotografia, observamos usina termoelétrica na China, 2017.

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Material audiovisual

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• Um dos materiais disponíveis nesta coleção trata das diferentes fontes de energia elétrica e os impactos ambientais causados por cada uma delas. Também trata da necessidade de optarmos por fontes de energia renováveis e limpas.

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Orientações gerais

• O Mar de Aral está loca-

lizado na Ásia Central, entre Cazaquistão e Uzbequistão. Peça aos alunos que o localizem no mapa da página 81 deste volume.

Explorando o tema

O Mar de Aral

O Mar de Aral, segundo maior lago da Ásia, está sumindo. Considerado um dos maiores problemas ambientais gerados pela ação humana, a redução da superfície desse lago acarretou a desertificação de uma extensa área, com impacto direto sobre a fauna e a flora da região. Leia o texto a seguir e observe as fotografias.

• Oriente

os alunos na leitura das imagens de satélite. Aponte para a área preenchida em coloração mais escura, que representa a superfície coberta de água. Comente que as áreas coloridas em tons de areia, mais claros, representam a superfície seca.

• Peça

O Mar de Aral recebe qua se toda sua água dos rios Amu e Syr . Ao longo de milênios, o curso do Amu desviou-se para longe do Mar de Aral, diminuindo suas dim ensões. Mas o lago sempre se recuperava quando o Amu voltava a alim entá-lo. Hoje, a irrigação volumosa de plantações, como algodão e arro z, drena boa parte dos dois rios, reduzindo drasticamente o fluxo em seus deltas e, dessa forma, no Mar de Aral. A evaporação, em grande me dida, ul-

trapassa o ritmo das precip itações, do derretimento da neve ou do suprimento terrestre de água, red uzindo seu volume e aumentando a sali nidade. [...] A navegação no Aral tam bém chegou ao fim, pois a água rec uou muitos quilômetros dos portos de Aralsk para o norte e de Moynak ao sul [...]. Os níveis do lençol freático caír am com os níveis do lago, intensifica ndo a desertificação. [...] O clima tam bém mudou

E. Cavalcante

0 0

40 km

40 km

1973

1987

0

40 km

Fotos: NASA

• Esse conteúdo permite trabalhar o tema contemporâneo Educação ambiental. Aproveite a oportunidade para incentivar os alunos a refletir sobre as atividades econômicas e a degradação ambiental. Explique que a irrigação para a agricultura é a principal causa do desaparecimento do Mar de Aral.

Evgeny Ka randaev/S hutterstoc k.com

aos alunos que reflitam sobre as consequências da ação humana para o meio ambiente quando realizada de maneira imprudente. Realize um debate para que discutam medidas que poderiam ter sido tomadas para evitar o problema ambiental no Mar de Aral.

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Capítulo 3 Evgeny Karandaev/ Shutterstock.com

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) Qual é o principal problema ambiental detectado no Mar de Aral? Quais são as principais causas desse problema ambiental? b) De acordo com os especialistas em saúde, quais são os impactos verificados na população local em razão da problemática do Mar de Aral? c ) Pesquise em jornais e na internet a atual situação do Mar de Aral. Traga o material pesquisado para a sala de aula e apresente as informações aos colegas. Em seguida, converse com seus colegas sobre a conclusão a que vocês chegaram.

NASA

E. Cavalcante

partes, coberto por pestici das e outras substâncias químicas agrícol as depositadas pelo escoamento de áreas rurais. Fortes tempestades de ven to varrem o sal, a poeira e os contam inantes a até 500 km de distância. [...] Sub stâncias como bicarbonato de sódio, clor eto de sódio e sulfato de sódio carregado s pelo ar matam ou retardam o cre scimento da vegetação natural e das pla O mar em retrocesso ntações – uma expôs ironia cruel, já que a irri 54 mil km2 de leito do mar, gação dessas agora seplantações causou a morte co e apinhado de sal e, em do mar. algumas Especialistas em saúde diz em que a população local sofre com alta incidência de doenças respiratóri as, câncer de garganta e esôfago e distúr bios digestivos provocados pela respira ção e ingestão de ar e água carregados de sal. [...] Recuperar todo o Mar de Aral para seu estado da década de 60 é uma meta irreal. A afluência anual dos rios Syr e Amu teria de ser quadruplic ada em relação à média recente de 13 km3. A única forma seria restringir a irri gação, responsável por 92% da retirada da água. [...] 0

80 km

2018

MICLKIN, Philip; ALADIN, Niko lay V. O retorno do Mar de Aral. Scientific American Brasil, São Paulo, Ediouro, ano 6, n. 72, maio 2008. p. 56-60.

a ) O principal problema detectado no Mar de Aral é a diminuição de suas dimensões, ou seja, seu desaparecimento. As principais causas são: a redução dos fluxos de água dos rios Amu e Syr, que alimentam o Mar de Aral e a evaporação registrada na região, que é maior que o ritmo das precipitações, do derretimento da neve ou do suprimento terrestre de água. b) A população local sofre com alta incidência de doenças respiratórias, câncer de garganta e esôfago e distúrbios digestivos provocados pela respiração de ar e pela ingestão de água carregados de sal. c ) Resposta pessoal. Oriente os alunos na pesquisa e na divulgação dos resultados.

Feng Yu/Shutterstock.com

[...]: hoje, os verões são os maiores problemas ambientais ger ados pela ação humana, a redução da superfície quente, os invernos, ma is frios, a umidade é baixa (então a precipitação pluviométrica é menor), o período de plantio é mais curto e a seca é mais comum. [...]

Respostas

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• Para complementar a

atividade 2, proponha aos alunos que realizem uma pesquisa sobre as indústrias de alta tecnologia japonesas. Eles devem levantar informações sobre o histórico da empresa, principais produtos e outras que considerar relevante. Respostas 7. a ) São áreas abertas a investimentos estrangeiros, onde muitas empresas se instalaram. Nelas se concentram a maioria das indústrias e dos grandes centros urbanos do país. b) Resposta esperada: as Zonas Econômicas Especiais foram importantes para o desenvolvimento econômico da China, uma vez que abriram várias áreas ao investimento estrangeiro. Nas ZEEs se concentra a maior parte das indústrias multinacionais e os grandes centros urbanos do país. c ) Um pouco mais para o interior, estende-se uma ampla área de economia fortemente agrícola. Na porção ocidental da China, estendem-se grandes zonas quase despovoadas, onde há poucas cidades grandes, sendo, na maioria das vezes, pequenos e médios centros espaçados uns dos outros. Nesses territórios vive grande parte das minorias étnicas do país.

1. Resposta esperada: Sim, pois, mesmo que a maioria dos países apresente um setor industrial, diante do conjunto da economia, quase todos possuem em comum a forte tradição cultural agrária, principalmente com o cultivo do arroz.

2. Resposta Exercícios de compreensão esperada: Entre os principais 1. A economia dos países que compõem o leste e o sudeste da Ásia apresenta alfatores, podemos gumas características em comum? destacar a parceria privilegiada com 2. Que fatores contribuíram para o desenvolvimento econômico e tecnológico que o os Estados Japão adquiriu após a Segunda Guerra Mundial? Unidos proporcionando 3. Explique os fatores que contribuíram para o recuo da economia japonesa desenum crescimento volvida neste início do século XXI. O que isso acarretou? que permitiu às empresas 4. Explique de que maneira o Japão foi fundamental para o desenvolvimento ecojaponesas desenvolverem nômico dos Tigres Asiáticos. capitais próprios; a mão de obra 5. Com relação à Asean, responda às questões a seguir no caderno: barata, abundante e a ) Quais são os países integrantes desse bloco? qualificada, Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja. possibilitando a b ) Quais eram os objetivos iniciais da Asean? Os objetivos iniciais da Asean eram garantir a fabricação de soberania e a estabilidade política dos Estados recém-independentes do leste e do sudeste da Ásia. produtos mais 6. Aponte os principais problemas ambientais que vêm ocorrendo na China em debaratos e com alta tecnologia, corrência de seu atual ritmo de crescimento econômico. que mais tarde A intensa atividade industrial vem ocasionando a poluição dos rios; sua principal matriz energética, o seriam carvão, muito utilizado em usinas termoelétricas, é altamente poluente. exportados para Geografia no contexto diversos países do mundo. 7. A fotografia a seguir mostra o porto em Xangai, na China, 2018, situado na área 3. Possível da Zona Econômica Especial. resposta: no início do século XXI o país apresentou uma recessão econômica em razão da diminuição no ritmo de crescimento da economia, dos elevados gastos orçamentários com aposentadorias. A partir de então, certos problemas sociais antes quase inexistentes no país, como o desemprego e o empobrecimento crescente de uma parte da população, vêm se intensificando.

a ) O que significa Zonas Econômicas Especiais?

SIPA Asia/ZUMA Press, Inc./Alamy/Fotoarena

Atividades

Orientações gerais

Veja as respostas destas questões nas orientações ao professor.

b ) Qual é a importância das Zonas Econômicas Especiais para o desenvolvimento econômico chinês? c ) Comente sobre as atividades econômicas e a distribuição da população no interior do território da China.

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4. Em razão da proximidade da economia japonesa, esses países acabaram adotando o modelo de desenvolvimento japonês, atraindo capitais internacionais. O Japão tornou-se também o maior parceiro comercial, investidor externo e financiador dos projetos de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos.

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8. b) Possível resposta: Apesar de a [...] Índia vir Bangalore é outro bom exemplo. O epicentro do boom da tecnologia, onde apresentando um há unidades de todas as grandes empresas de tecnologia, é um caos absoluto. crescimento Na Hosur Road, estrada que une muitas dessas indústrias, é comum o motoris- econômico significativo, o ta levar meia hora para avançar 15 quilômetros. No centro de Bangalore, é um governo não dispõe de salve-se quem puder. Não há metrô, e o serviço de ônibus é péssimo. Normal- recursos mente não há faixas de pedestres, por isso atravessar a rua é uma aventura. E financeiros suficientes quando existe faixa, os carros param em cima dela. A indústria de tecnologia para investir e à de Bangalore está em guerra com o governo estadual, por causa do abandono assegurar população uma da cidade, dos congestionamentos, da falta de energia, do aeroporto lotado. [...] infraestrutura adequada, MELLO, Patrícia Toledo de Campos. Índia. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008. p. 86-87. como programas de saúde e a ) Que problemas encontrados na Índia estão sendo expostos no texto? educação que b ) De acordo com o que você estudou até aqui, que fatores são responsáveis eficientes, possam garantir aos pelos problemas apontados no texto? cidadãos melhor c ) Que aspecto positivo da cidade de Bangalore aparece no texto? A cidade é o epicentro do boom da tecnologia, onde há unidades de todas as grandes empresas do ramo. qualidade de vida. 8. a) Resposta esperada: O texto aponta problemas de infraestrutura na Índia, como sistemas de transporte e energia.

Capítulo 3

8. Leia o texto a seguir e, no caderno, responda às questões propostas.

Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Este é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos. Verifique se as habilidades referentes a este capítulo foram desenvolvida e se os objetivos foram alcançados.

d ) Como se deu o processo de expansão da economia indiana a partir da década medidas implantadas pelo governo, como redução de tarifas de importação e barreiras de 1990? As comerciais a produtos importados, assim como a concessão de maior autonomia para a atuação

das indústrias privadas, desencadearam o crescimento acelerado do PIB, a redução da inflação e a abertura comercial para produtos importados.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir.

• As regiões sul e sudeste do continente sofrem grande influência climática dos ventos das monções, que atuam no verão e no inverno.

• Quase dois terços da população mundial estão na Ásia, o que faz desse continente o mais populoso do mundo.

• Ao analisar os índices de analfabetismo, mortalidade infantil, expectativa de vida, PIB per capita e IDH de alguns países, percebe-se que o continente apresenta grandes contrastes socioeconômicos.

• Entre os países da região do Sul da Ásia, a Índia se destaca economicamente graças aos avanços tecnológicos, o que não reverteu o quadro de pobreza vivida por grande parte de sua população.

• Embora a economia japonesa venha registrando baixo crescimento a partir do século XXI, seu parque industrial está entre os mais modernos e diversificados do planeta.

• A China apresenta-se como o maior exportador do planeta, reflexo do intenso crescimento econômico que o país observou nas últimas três décadas.

• Os Tigres Asiáticos assumem uma posição competitiva no comércio internacional em virtude do intenso e contínuo crescimento nas últimas décadas.

• A Asean foi fundada em 1967 com o objetivo inicial de garantir a soberania e a estabilidade política dos Estados que a integram, na época, recém-independentes.

• A redução da superfície do Mar de Aral é considerada um dos maiores problemas ambientais causados pela ação do ser humano.

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Objetivos do capítulo

• Reconhecer a diversi-

ítulo Cap

Oriente Médio

dade étnica, cultural e religiosa da população do Oriente Médio e relacioná-las com os conflitos existentes na região.

• Reconhecer que, embora estejam localizadas no Oriente Médio as maiores reservas de petróleo do planeta, nessa região existem muitos contrastes socioeconômicos.

• Compreender a importância da exploração de petróleo para a economia dos países do Oriente Médio.

• Reconhecer que o pos-

sível esgotamento das reservas de petróleo vem impulsionando a diversificação de várias economias regionais.

• Analisar os fluxos de

petróleo do Oriente Médio para o mundo, por meio de mapas de fluxos.

• Identificar os países do Oriente Médio que possuem economias não petrolíferas.

• Compreender o que é o

fundamentalismo islâmico e como ele influencia as relações geopolíticas no Oriente Médio.

• Refletir sobre algumas organizações fundamentalistas que passaram a adotar táticas terroristas.

• Analisar o movimento sionista e a criação do Estado de Israel e suas consequências para o conflito entre árabes e judeus.

• Identificar os objetivos

da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na luta contra a ocupação israelense na Palestina e os entraves para a paz.

Menina brincando em frente a um prédio parcialmente destruído na Faixa de Gaza após violentos conflitos com Israel, 2015.

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• Perceber que os recur-

sos hídricos do Oriente Médio também provocam conflitos entre os países desta região.

Orientações gerais

• Para avaliar o conhecimento prévio dos alunos a res-

peito do tema a ser tratado, proponha algumas questões para incentivá-los a expor suas ideias e opiniões. Veja algumas sugestões a seguir. > Onde se localizam os principais países produtores de petróleo do mundo?

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> Quais países fazem parte do Oriente Médio? > Jerusalém é uma cidade sagrada para três religiões.

Quais são essas religiões e onde se localiza essa cidade? > Além dos conflitos religiosos, vocês conhecem algum

outro tipo de conflito existente na região do Oriente Médio?

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BNCC

Majdi Fathi/NurPhoto/ Getty Images

• Este

capítulo desenvolve as seguintes habilidades: EF09GE03, EF09GE0, EF09GE05, EF09GE08, EF09GE09, EF09GE14, EF09GE15 e EF09GE18.

• Desenvolve também a competência geral 7, as competências específicas de Ciências Humanas 4, 6 e 7 e as competências específicas de Geografia 2 e 4.

Pelo menos 29 crianças morrem em bombardeio a ônibus no Iêmen BBC, 9 ago. 2018. Disponível em: <https://www.bbc.com/ portuguese/internacional-45133658>. Acesso em: 6 nov. 2018.

• Já os temas contemporâneos abordados neste capítulo são Educação ambiental, Diversidade cultural e Educação em direitos humanos.

Conflitos no Oriente Médio marcam o início do Ramadã G1, 27 maio 2017. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/ noticia/conflitos-no-oriente-medio-marcam-o-inicio-do-ramada. ghtml>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Orientações gerais

A fotografia e as manchetes mostradas apresentam características de uma região marcada pela guerra e pelo desrespeito aos direitos humanos. Elas revelam, por exemplo, como a infância e o direito à vida dessas crianças estão comprometidas pela guerra. No decorrer deste capítulo, você vai estudar alguns dos principais motivos que fizeram o Oriente Médio se tornar palco de inúmeros conflitos e tensões. Entre eles estão os conflitos de ordem econômica e os conflitos territoriais, que afligem árabes e judeus.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Converse com seus colegas sobre o que a fotografia mostrada nestas páginas representa.

• Para estimular os alunos a comentar a questão a, incentive-os a observar a imagem, indagando-os sobre o que a criança está fazendo; o que aconteceu no lugar onde ela está brincando; se a brincadeira ocorre em um lugar adequado; de que maneira os conflitos existentes nessa região prejudicam a população. • Explique aos alunos que Ramadã é um mês do calendário do Islã, durante o qual os muçulmanos praticam jejum entre o nascer e o pôr do Sol

B Leia novamente as notícias apresentadas nesta página e produza um pequeno texto com seus conhecimentos sobre esses conflitos no Oriente Médio.

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Resposta

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A Resposta pessoal. Verifique se os alunos compreenderam que a fotografia retrata uma situação não ideal para uma criança, pois ela está brincando em meio a escombros, em uma região marcada por conflitos armados. B Resposta pessoal. Aproveite esta questão para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto.

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População do Oriente Médio

BNCC

• Os conteúdos das pági-

nas 120 a 125 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE03, EF09GE04 e EF09GE09.

A população do Oriente Médio é formada por aproximadamente 432 milhões de pessoas, sendo mais da metade de origem árabe. A parcela restante é composta de outros grupos étnicos, como persas, que compreendem a maior parte da população do Irã, e judeus, que se concentram em Israel. Também há um número considerável de curdos no Irã, Iraque e na Turquia, e em menores proporções na Síria. Os turcos, por sua vez, concentram-se na Turquia. Observe no mapa a seguir a divisão e a localização dos grupos étnicos que compõem o Oriente Médio.

•O

Oriente Médio: grupos étnicos Mar Negro 4%

Mar Mediterrâneo

Orientações gerais

95%

TURQUIA

5% 4%1%

Mar Cáspio

ISRAEL 1% 1%

SÍRIA

JORDÂNIA

10% 15% 75%

Mar de Aral

IRAQUE

98%

2% 1% 28%

Tró pic o

de

38%

31%

ARÁBIA SAUDITA

8% 2%

Câ nc er

44%

Mar Vermelho

[...] A característica distintiva mais evidente dos árabes é o idioma. O árabe é língua escrita desde pelo menos o século V, ou dois séculos antes do profeta [Maomé], e se disseminou pelo Oriente Médio acompanhando a expansão do Islã, pois é o idioma do Corão. Hoje, existe uma norma culta do árabe, aquela que é escrita, usada em ocasiões formais e ensinada nas escolas. No vocabulário e na gramática é idêntica ao árabe do Corão. Além da norma culta, há grande número de variantes regionais, usadas coloquialmente. Em alguns casos, essas variantes diferem a ponto de ser mutuamente incompreensíveis. Os árabes instruídos tendem a dominar tanto a norma culta quanto a respectiva variante coloquial.

1%

90%

nos que mais de 50% dos habitantes do Oriente Médio são árabes e que a principal característica desse povo é o seu idioma. Sobre esse assunto, leia para eles o texto complementar desta página.

L S

LÍBANO

• Comente com os alu-

N O

10%

IRÃ

KUWAIT

20% 50% 20%

46%

AFEGANISTÃO

BAREIN

8%

CATAR

19% 23%

30° N

50%

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS IÊMEN

25% 25% 25% 25%

Golfo de Áden

0

OMÃ

Golfo de Omã

100 km

45° L Fontes: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114-115. LACOSTE, Yves. Séisme au MoyenOrient. Paris: Magnard, 1991. p. 21. CIA (Central Intelligence Agency). Disponível em: <www.cia.gov>. Acesso em: 31 out. 2018.

Árabes

Azerbaijanos

Curdos

Europeus

Judeus

Africanos

Persas

Pachtuns

Balúchis

Indianos

Asiáticos

Paquistaneses

Circassianos

Afro-árabes

Assírios

Iraniano-afegão

Armênios Turcos

Demais árabes regionais

Bengalis

Outros

E. Cavalcante

uso da linguagem cartográfica contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4 da BNCC. A análise de mapas acompanhará todos os conteúdos deste capítulo.

120

Uma vez que o árabe é o idioma do Islã, os mulás iranianos tradicionalmente também o aprendem, em especial aqueles que lecionam nos principais centros teológicos (assim como todos os religiosos islâmicos fora do mundo árabe). [...] SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114.

• Comente com os alunos que grande parte dos conflitos

11/23/18 2:59 PM

no Oriente Médio ocorre durante séculos.

• Explique aos alunos que Mulá é título concedido a religiosos, sobretudo doutores que seguem o Alcorão, livro sagrado do islamismo.

120

11/24/18 9:08 AM


:59 PM

Israel

75%

19% 70%

Representante do grupo étnico judeu.

2% 2% 9% E. Cavalcante

michaeljung/Shutterstock.com

E. Cavalcante

90%

Representante do grupo étnico turco, vestido para uma comemoração tradicional.

Irã

Arábia Saudita

10%

Capítulo 4

hans engbers/Shutterstock.com

21%

11%

fpolat69/Shutterstock.com

Keithy Mostachi

4%

Keithy Mostachi

Kobby Dagan/Shutterstock.com

Turquia

10% 61%

16%

Representante do grupo étnico árabe.

25%

25%

25%

25%

Pavel Gospodinov/Moment/Getty Images

18%

Keithy Mostachi

40%

dbimages/Alamy/Fotoarena

E. Cavalcante

14%

10%

Representante do grupo étnico curdo.

Omã

Catar

18% Representante do grupo étnico paquistanês.

Representante do grupo étnico bengals.

Fontes dos gráficos: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114-115. CIA (Central Intelligence Agency). Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/>. Acesso em: 31 out. 2018.

A inexistência de uma identidade comum entre os povos que convivem nesse território tem sido um dos principais fatores do desencadeamento de tensões, que, na maioria das vezes, culminaram em conflitos bélicos ao longo da história, vitimando muitas pessoas. Muitos conflitos étnicos, religiosos, econômicos, políticos e ambientais que ocorrem na região não se restringem apenas aos limites regionais. Interessados nas abundantes jazidas petrolíferas da região, outros países do mundo têm interferido diretamente nesses conflitos.

Orientações gerais

• Para complementar o estudo sobre os diferentes grupos étnicos existentes no Oriente Médio, leia para os alunos o texto abaixo sobre os curdos. [...] Os curdos são um povo sem Estado que vive em Iraque, Irã, Turquia e Síria. De origem indo-europeia, eles descendem dos medos da Pérsia antiga, que fundaram um império no século VII a. C. Em sua maioria muçulmanos sunitas, com minorias não-muçulmanas e muitas vezes formações políticas e laicas, os curdos estão estabelecidos em uma área de cerca de meio milhão de quilômetros quadrados. O número total de curdos varia dependendo da fonte, de 25 a 35 milhões de pessoas. A maioria vive na Turquia (12 a 15 milhões, 20% da população do país), à frente de Irã (cerca de 6 milhões, menos de 10%), Iraque (4,69 milhões, entre 15% e 20%) e Síria (mais de dois milhões, 15%). Situados em zonas do interior, o povo curdo conseguiu preservar seus diferentes dialetos, suas tradições e um modo de organização baseado em clãs. Existem também importantes comunidades curdas no Azerbaijão, Armênia e Líbano, bem como na Europa, principalmente na Alemanha. [...] Entenda quem são os curdos, povo sem Estado que quer independência. O Globo, 25 set. 2017. Disponível em: <https:// oglobo.globo.com/mundo/ entenda-quem-sao-os-curdospovo-sem-estado-que-querindependencia-21867045>. Acesso em: 31 out. 2018.

121

Orientações gerais

• Oriente os alunos a observar, na legenda do mapa da página anterior, as cores que representam cada grupo étnico. E peça que comparem as vestimentas de cada grupo, como forma de entender, superficialmente, a questão da diversidade cultural. • É possível relembrar o conceito de Estado, nação e território, apontando que um Estado não pode existir

11/23/18 2:59 PM

sem um território delimitado e sem uma nação, um povo, para compô-lo. Em contrapartida, uma nação pode existir sem um território fixo, como é o caso dos povos curdos.

• Acerca desta nação, o texto complementar desta página ajudará na compreensão.

121

11/24/18 9:08 AM


Integrando saberes

Distribuição da população

• Neste momento é pos-

Assim como em outros locais do mundo, a população do Oriente Médio não está uniformemente distribuída por seu território. Existem áreas com intensa concentração populacional e outras em que predominam imensos vazios demográficos, como os desertos e as áreas de relevo montanhoso. Oriente Médio: densidade populacional Mar Negro

• Relembre que um dos

TURQUIA

Izmir

SÍRIA

Mar Mediterrâneo

KUWAIT

Golfo Pérsico

ARÁBIA SAUDITA

erm rV

Habitantes por km2

Golfo de Omã

OCEANO ÍNDICO

OMÃ

elh

De 25 a 50 De 10 a 25 De 1 a 10 Menos de 1

o

IÊMEN

N L

O

0

BAREIN

CATAR EMIRADOS Riad ÁRABES UNIDOS

Trópico de Câncer

Sanaa

450 km S

O mapa representa a distribuição da população nos países do Oriente Médio. Comparada aos padrões mundiais, a população do Oriente Médio é considerada jovem e com elevados índices de crescimento. Nos últimos anos, a expectativa de vida média na região tem crescido. Em relação à composição por faixa etária, 29% da população têm menos de 14 anos e aproximadamente 8% têm mais de 60 anos.

45˚ L

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

Compare alguns indicadores socioeconômicos de países do Oriente Médio mostrados na tabela a seguir. Indicadores socioeconômicos de alguns países do Oriente Médio PIB (em População bilhões de – 2018 dólares) – 2016

Orientações gerais País

• Traga para a sala de au-

Renda per capita (em dólares) – 2016

Mortalidade Taxa de Expectativa infantil (por analfabetismo de vida (em mil nascidos (em %) – 2015 anos) – 2015 vivos) – 20152020

Afeganistão

36 373 176

19

700

62

61

52

Arábia Saudita

33 554 343

646

20 029

5

74

11

Emirados Árabes Unidos

9 541 615

349

37 622

6

77

5

Irã

82 011 735

419

5 219

13

76

12

Fontes: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_ human_development_report.pdf>. The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. Acessos em: 5 nov. 2018.

• Os países do Oriente Médio apresentados na tabela têm os mesmos indicadores

• Destaque também as concentrações próximas ao Mar Cáspio, o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo.

AFEGANISTÃO IRÃ

ISRAEL JORDÂNIA

30˚ N

preender a posição estratégica da Turquia, no contexto do período pós-Segunda Guerra Mundial, e a disputa entre as duas potências que estavam se desenhando no mundo - Estados Unidos e Rússia.

• Comente sobre o grande deserto na Península Arábica e que a concentração populacional nesta península está situada no Golfo Pérsico.

Teerã

Bagdá

LÍBANO

IRAQUE

• Leve os alunos a com-

la os mapas político e de relevo da região do Oriente Médio e leve os alunos a perceber que a população desta região, assim como a mundial, se concentra próximo ao litoral.

Mar Cáspio

Ma

impérios mais grandiosos - Império Otomano - surgiu na Turquia, no ano de 1299 e, desbravando o Mar Mediterrâneo, conquistou países europeus e estabeleceu comércio com a Índia e a Ásia Oriental, atingindo seu auge no século XVI e XVII.

E. Cavalcante

sível um trabalho em conjunto com o professor do componente curricular de História e destaque a importância do Mar Mediterrâneo para o desenvolvimento do comércio dos países europeus e do Oriente Médio.

socioeconômicos? Converse com os colegas sobre essas diferenças.

122

Não. Os diferentes dados de cada país apresentam uma realidade distinta, embora os indicadores desses países sejam semelhantes em relação à baixa qualidade de vida, como elevada taxa de analfabetismo e mortalidade infantil. A renda per capita entre esses países varia bastante, sendo algumas mais elevadas e outras bem baixas.

Orientações gerais

• Em relação à faixa etária do Oriente Médio, explique

que uma população jovem é importante para que o país tenha mão de obra em condições para o trabalho - População Economicamente Ativa (PEA).

11/23/18 2:59 PM

• Ressalte que os 28% da população com menos de 14

anos é muito significativo para o mercado de trabalho futuro da região, e que essa realidade foge do padrão dos países desenvolvidos cuja característica é a de envelhecimento da população.

122

11/24/18 9:08 AM


:59 PM

Capítulo 4

Embora nessa região estejam localizadas as maiores reservas de petróleo do planeta, que geram grande riqueza, os indicadores socioeconômicos dos países que constam na tabela da página anterior retratam o contraste entre as condições de vida de parte da população nessa região.

• Auxilie os alunos na interpretação dos dados referentes aos indicadores socioeconômicos e solicite a eles que os relacionem às fotografias apresentadas nesta página.

MikeDotta/Shutterstock.com

Isso ocorre, pois, ainda que alguns países, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait, apresentem renda per capita relativamente alta, a riqueza gerada pelo petróleo não costuma ser bem distribuída entre a população. A renda per capita constitui uma média, portanto, não retrata a realidade vivida por toda a população.

Orientações gerais

Paisagem que retrata a distribuição desigual de riquezas presente em países do Oriente Médio. Enquanto grandes quantias de dinheiro são gastas na construção de edifícios luxuosos, uma parcela da população convive com a pobreza e a falta de condições adequadas de vida. Na imagem, parte da cidade de Kuwait, Kuwait, 2016.

Wissam Nassar/picture-alliance/dpa/AP Photo/Glow Images

Além disso, a elevada mortalidade infantil pode revelar a fragilidade do sistema de saúde pública e a falta de recursos para investimentos no setor de alguns dos países do Oriente Médio.

A fotografia retrata as péssimas condições de um hospital na cidade palestina de Gaza, 2018.

123

11/23/18 2:59 PM

123

11/24/18 9:08 AM


Orientações gerais

• Este conteúdo permite

tratar do tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive a valorização e o respeito das religiões presentes nessa região, apontando que muitas delas também são praticadas no Brasil. Pergunte aos alunos se conhecem alguém que seja praticante de alguma das religiões citadas e comente sobre a importância da convivência harmônica entre as diferentes práticas religiosas.

Investigando na prática

Religiões no Oriente Médio

O Oriente Médio apresenta uma grande diversidade étnica e cultural, que está entre os fatores responsáveis por diversos conflitos na região. A variedade de religiões também é uma questão que causa desentendimento por causa das diferentes crenças. Entre as três principais religiões no Oriente Médio, temos: o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo. Por acreditarem na existência de um único deus, essas religiões são consideradas monoteístas. No entanto, apesar de terem esse aspecto em comum, elas possuem particularidades bem relevantes. Para conhecer melhor esse assunto, vamos pesquisar as características dessas religiões a fim de produzir um texto com base nelas.

• Auxilie-os na pesquisa sugerindo que busquem as informações necessárias para a produção do texto em livros de história e enciclopédias, e incentive o uso da biblioteca da escola. Também é possível sugerir aos alunos que pesquisem em sites de jornais e revistas como os indicados a seguir.

O que você vai precisar

• Computador com

acesso à internet;

• revistas;

• lápis; • borracha;

• jornais; • caderno.

Como fazer A Em grupos, escolham uma das três religiões: Islamismo, Cristianismo ou Judaísmo.

Depois, pesquisem reportagens ou artigos, em revistas, jornais ou na internet, que apresentem informações como:

> Estadão. Disponível em:

<http://livro.pro/ux9v4t>. Acesso em: 6 nov. 2018.

• quando e onde essa religião foi criada; • quem foi o principal responsável por sua criação e divulgação; • local ou construção sagrada referente a ela; • livro que mencione os principais ensinamentos e normas a serem seguidos pe-

> Aventuras na História.

Disponível em: <http:// livro.pro/2w2skb>. Acesso em: 6 nov. 2018.

los adeptos dessa religião;

Flaper

• os principais conceitos e as práticas dessa crença.

124

Orientações gerais

• Comente com os alunos sobre a importância das reli-

giões na diversificação cultural da população do Oriente Médio, bem como na organização territorial dessa região. Essa é uma ocasião para salientar o respeito à diversidade.

• Sugerimos que os grupos sejam formados por, no máximo, quatro integrantes. Grupos compostos de muitas

11/23/18 2:58 PM

pessoas podem comprometer a qualidade da atividade, pois é necessário o controle da participação de todos os envolvidos para haver a troca de conhecimento.

• Oriente os alunos na escolha das religiões e, se preferir, realize um sorteio para evitar repetição de pesquisas sobre a mesma religião.

124

11/24/18 9:08 AM


:58 PM

Capítulo 4

B Com as informações obtidas, produzam no caderno

um texto informativo. Para isso, separem folhas de rascunho para produzir a primeira versão do texto. Sigam estes procedimentos:

• as informações devem ser diversificadas, abrangendo

Integrando saberes

• Convide o professor do componente curricular de Língua Portuguesa para participar dessa atividade, contribuindo para a produção dos textos escritos pelos alunos. • Valorize a apresentação dos textos encorajando-os a realizarem a leitura em voz alta.

os aspectos mencionados na página anterior;

• o registro do texto deve ser feito de maneira formal, na 3a pessoa, ou seja, vocês devem informar sem expor suas opiniões;

• a sequência das informações deve ser coerente,

Flaper

estabelecendo relações entre elas, dando fluidez ao texto;

• é preciso elaborar um título para o seu texto. C Depois de pronto, revisem o texto com base nas questões mencionadas anterior-

mente. Por fim, façam as alterações necessárias e passem o texto a limpo.

D Cada grupo deve ler seu próprio texto aos demais alunos. Após a leitura, conver-

Flaper

sem sobre os pontos positivos e negativos de cada texto.

Converse sobre suas observações Veja respostas das questões nas orientações ao professor.

• Qual religião seu grupo ficou responsável por pesquisar? • Quais os principais pontos positivos e negativos que foram analisados no texto produzido pelo seu grupo?

• Entre as apresentações de cada grupo, qual chamou mais sua atenção? Justifique sua resposta.

• Quais as principais diferenças e semelhanças entre o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo?

• Em sua opinião, é importante respeitarmos as diferenças entre as religiões? Por quê? 125

Resposta

11/23/18 2:58 PM

• Respostas

pessoais. Verifique se as informações apresentadas no texto estão coerentes com a atividade proposta.

• Oriente os alunos na apresentação das características de cada religião pesquisada. Reforce que todas as religiões e a opção das pessoas por elas devem ser respeitadas.

125

11/24/18 9:08 AM


A economia petrolífera no Oriente Médio

BNCC

• Os conteúdos das pági-

nas 126 a 131 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE05, EF09GE09 e EF09GE18.

A economia de boa parte dos países do Oriente Médio está associada à abundância do petróleo encontrado nessa região. Observe o mapa a seguir. Oriente Médio: principais produtores de petróleo

• Ao estabelecer cone-

xões entre os temas do conhecimento geográfico para compreender as formas de ocupação do espaço e os aspectos econômicos do Oriente Médio, é possível desenvolver a competência específica de Geografia 2.

Países-membros da Opep

27

Mar Mediterrâneo

Direção de Stephen Gaghan, 2006. (127 min).

Mar Cáspio

4 031

SÍRIA

No filme é contada a história de várias pessoas envolvidas em uma rede corrupta da indústria internacional do petróleo, mostrando o impacto no mundo que essa indústria e as pessoas que trabalham nela causam.

IRAQUE

30˚ N

IRÃ

3 897

3 068 ARÁBIA SAUDITA

Orientações gerais

11 986

Verm e

lho

• Explique aos alunos so-

E. Cavalcante

1

KUWAIT Golfo 0 Pérsico CATAR

3 928

EMIRADOS Golfo ÁRABES UNIDOS de Omã

Mar

bre a importância do Canal de Suez e da Organização dos países exportadores de petróleo (Opep) para que o Oriente Médio tenha se fixado como líder mundial na produção de petróleo. Comente que a criação da Opep foi uma resposta dos países produtores de petróleo às estratégias comerciais por meio das quais um grupo de empresas multinacionais controlava os preços mundiais do petróleo na primeira metade do século XX. Ressalte que as crises mundiais que ocorreram entre 1973 e 1979, conhecidas por “crises do petróleo”, deixaram claro que o controle sobre o produto passava a ser dos políticos que administravam os países islâmicos do Oriente Médio, e não mais de um pequeno grupo de grandes empresas internacionais.

IÊMEN

44

OMÃ

Golfo de Áden 45˚ L

Tróp ic

o de

981

Cânc

er

N L

O S

0

300 km

Fonte: BP. Statistical Review of World Energy. Disponível em: <https://www.bp.com>. Acesso em: 3 nov. 2018.

BPTU/ Shutterstock.com

Conforme se pode perceber no mapa, os grandes países produtores de petróleo do Oriente Médio estão situados na região do Golfo Pérsico, tornando essa área o principal pilar de sustentação das economias nacionais de países como Omã, Iraque, Irã, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Em 1960, a Venezuela e mais alguns países do Oriente Médio criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), instituição que reúne atualmente países do Oriente Médio, do Sudeste da Ásia, da África, além da Venezuela e do Equador na América do Sul. A Opep tem por função estipular metas comerciais aos países-membros, controlando grande parte da produção e da exportação do petróleo e fixando preços quando necessário. Ouro negro Embora o petróleo, então chamado de betume, fosse utilizado na Antiguidade para fins variados, sua valorização comercial se deu ao longo do século XX, quando os automóveis e outras máquinas com motores movidos a combustível se espalharam por vários países. Como o funcionamento dessas máquinas e desses motores exige grande consumo de combustíveis derivados do petróleo, como gasolina ou querosene, o produto passou a ser intensamente procurado por todas as potências industriais interessadas em incrementar seus índices de crescimento econômico. Em razão do alto valor comercial atingido pelo petróleo, esse produto passou a ser conhecido também como “ouro negro”.

• Explique que o Canal

de Suez, que faz a conexão entre os mares Vermelho e Mediterrâneo, é uma via pela qual quase todo o petróleo exportado para a Europa deveria passar. O canal foi nacionalizado pelos egípcios em 1956, e ficou fechado entre os anos 1967 e 1973, como represália à Guerra dos Seis Dias, na qual Israel conquistou a Península do Sinai com apoio dos países ocidentais.

Syriana

Mar Negro

Produção de petróleo (em mil barris/dia)

Esta imagem representa, simbolicamente, a riqueza gerada pelo petróleo, ao mostrar o líquido negro transformando-se em ouro.

126

11/23/18 2:58 PM

126

11/24/18 9:08 AM


:58 PM

Capítulo 4

O possível esgotamento das reservas de petróleo Atualmente, muito se tem falado a respeito do esgotamento das jazidas petrolíferas no mundo, o que resultaria no “fim da era do petróleo”. Por esse motivo, alguns países têm se forçado a diversificar suas economias nacionais, procurando desenvolver outras atividades econômicas. Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é um exemplo dessa realidade. Atualmente, essa cidade vem se tornando um dos grandes polos turísticos internacionais. Contudo, mesmo com esse panorama, as reservas do Golfo Pérsico ainda são pouco exploradas se comparadas àquelas de outras regiões do globo, de modo que, ao menos nos próximos anos, sua participação no abastecimento mundial de petróleo tenderá a crescer. Caso isso se confirme, a situação resultante poderá atribuir a esses países uma função cada vez mais estratégica, tanto do ponto de vista político quanto do econômico.

Orientações gerais

• Para trabalhar este tema, promova um debate entre os alunos a respeito do assunto. Divida a turma em dois grupos e faça o papel de mediador. Um deles deve defender o uso de combustíveis fósseis e o outro o uso de combustíveis renováveis, em virtude do esgotamento das reservas de petróleo do planeta.

• Para a realização do debate, solicite que os alunos pesquisem em livros, revistas e na internet informações sobre os pontos positivos e os pontos negativos da exploração e do consumo dos combustíveis fósseis e também dos combustíveis renováveis.

Vista panorâmica do centro de Dubai, Emirados Árabes Unidos, 2018. Nesta fotografia é possível observar o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo e um dos pontos turísticos de Dubai.

Kertu/Shutterstock.com

• Os alunos podem pesquisar informações sobre o modo como é explorado cada recurso e seu impacto sobre o meio ambiente, os custos da produção e do consumo, entre outros aspectos.

• Oriente as pesquisas e a divulgação dos resultados.

127

11/23/18 2:58 PM

127

11/24/18 9:08 AM


Momento da Cartografia

Os mapas de fluxos

Para representar cartograficamente os movimentos no espaço, utilizamos os denominados mapas de fluxos. Esses movimentos podem representar deslocamento populacional, como de migrantes ou turistas, de mercadorias e matérias-primas, de fluxos financeiros e capitais, entre outros.

Orientações gerais

• Sugerimos

a leitura do trecho a seguir, que comenta a produção de mapas com movimentos no espaço.

Nos mapas de fluxos, os movimentos ou deslocamentos são representados por meio de setas que correspondem à sua origem e ao seu destino. A quantidade ou o valor desses deslocamentos são retratados pela espessura das setas. Observe a tabela que mostra o comércio de petróleo do Oriente Médio com outros locais do mundo.

Movimentos no espaço

Para a construção de um mapa de fluxo com as informações da tabela, a proporção da espessura das setas será:

Os movimentos no espaço são representados pela articulação de flechas com larguras proporcionais às quantidades deslocadas, seguindo roteiros estipulados. Mobilizamos, assim, a variável visual tamanho em implantação linear, que se traduz em espessura da linha.

1 mm = 30 milhões de toneladas

4 mm = 120 milhões de toneladas

2 mm = 60 milhões de toneladas

8 mm = 200 milhões de toneladas

Observe o mapa de fluxos, a seguir, que apresenta o comércio do Oriente Médio com outros países ou regiões do mundo.

Oriente Médio: fluxos de petróleo para o mundo

OCEANO GLACIA

MARTINELLI, Marcelo. Gráficos e mapas: construa-os você mesmo. São Paulo: Moderna, 1998. p. 106.

Círculo Polar Ártico

Círculo Polar Ártico

ESTADOS UNIDOS Trópico de Câncer

Equador

Fonte: BP. Statistical Review of World Energy 2018. Disponível em: <https://www.bp.com/ content/dam/bp/en/corporate/ pdf/energy-economics/ statistical-review/bp-statsreview-2018-full-report.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2018.

EUROPA

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

Fluxos de petróleo (em milhões - ton)

ESTADOS UNIDOS

30 60

Equador

OCEANO PACÍFICO

Fluxos de petróleo (em milhões - ton) Trópico de Capricórnio

30 60

ÁFRICA

Trópico de Capricórnio

OCEANO

ATLÂNTICO 120

120 200

ORIEN MÉDI

Círculo Polar Antártico

200

Meridiano de Greenwich

BNCC co nte ú d o s d a s páginas 128 e 129 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE14 e EF09GE15.

• Os

OCEANO ATLÂNTIC

Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIA

128

11/23/18 2:58 PM

128

11/24/18 9:08 AM


Oriente Médio: comércio de petróleo – 2017 Principais países e/ ou regiões de destino

Fonte: BP. Statistical Review of World Energy 2018. Disponível em: <https:// www.bp.com/content/dam/bp/en/ corporate/pdf/energy-economics/ statistical-review/bp-stats-review-2018full-report.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Quantidade (em milhões de toneladas)

Japão

184

China

139

Índia

138

Europa

134

Estados Unidos

86

Cingapura

43

África

13

a ) Quais países mais comercializam petróleo com o Oriente Médio? b ) Qual região menos comercializa petróleo com o Oriente Médio? OCEANO GLACIAL ÁRTICO N

N L

O S

S

Respostas

EUROPA JAPÃO ORIENTE MÉDIO

ÍNDIA

ÁFRICA

CHINA ORIENTE MÉDIO

CHINA ÍNDIA OCEANO PACÍFICO

ÁFRICACINGAPURA

OCEANO ATLÂNTICO

Meridiano de Greenwich

OCEANO ÍNDICO

a ) Japão, China e Índia. b) A África.

JAPÃO

OCEANO PACÍFICO CINGAPURA 0°

E. Cavalcante

PA

L

O

• Promova uma atividade em conjunto com o professor do componente curricular de Matemática. Proponha aos alunos um mapa de fluxos do dia a dia deles, ou seja, os lugares da cidade que frequentam durante a semana e qual a frequência. Com o professor desse componente curricular, estabeleça os milímetros para cada frequência, de modo que as setas dos lugares que eles frequentam mais sejam maiores do que as dos lugares que eles frequentam menos. • Ao final, é interessante uma análise do uso que os alunos fazem da cidade. Destaque a importância de ocupar as praças, os parques e outros espaços públicos, para desenvolver o sentimento de pertencimento à cidade.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

De acordo com o mapa, responda às questões a seguir:

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

órnio

Capítulo 4

Por meio das setas podemos verificar o destino e o volume do petróleo comercializado. As setas mais grossas indicam os lugares que mais comercializam petróleo do Oriente Médio. Já as setas mais finas representam os países ou regiões onde esse comércio é menos intenso.

Integrando saberes

OCEANO ÍNDICO

rtico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICOOCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

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As economias não petrolíferas no Oriente Médio

Orientações gerais

• A respeito da ativida-

de agrícola em Israel, leia o texto a seguir para os alunos.

Nem todos os países do Oriente Médio possuem a economia estruturada na exploração de petróleo. Alguns deles têm na agropecuária ou na indústria sua principal atividade econômica. Na Turquia e em Israel o setor industrial é altamente desenvolvido e diversificado, contando com considerável avanço tecnológico, especialmente no que diz respeito ao parque industrial israelense. A Síria, com um setor industrial bem menos desenvolvido, tem nos serviços a base da sua economia.

Israel – o berço da irrigação [...] Para se ter uma ideia do tamanho do desenvolvimento agrícola experimentado em Israel, de acordo com o ministério da agricultura de lá, um fazendeiro, no ano de 1955, era capaz de alimentar 15 pessoas. Em 2010, esse mesmo produtor passava a suprir cerca de 100 pessoas. O incremento tecnológico foi essencial nesse caso, a partir de inovações que permitem a produção ao longo de todo o ano, em ambientes protegidos e climatizados como estufas, além da própria irrigação por gotejamento[...]. Atualmente, o cenário de produção que se vê no país é o de um contínuo suprimento de frutas e vegetais em todo o ano, [...]. Além disso, tratamentos avançados de pós-colheita permitem uma vida mais longa aos produtos e maior período de prateleira. Contudo, o país importa mais de 50% das necessidades de mercado, como cereais e carne vermelha. “A eficiência de uma lavoura agrícola em Israel é medida pelo retorno econômico de cada metro cúbico utilizado na irrigação. Por essa razão, lavouras de baixa renda como as de cereais e pastagem são essencialmente lavouras de sequeiro”, explica Sasson.

Tatiana Marenkova/Shutterstock.com

Quanto à agropecuária, a maior parte do território turco permite o cultivo de variados tipos de cereais e frutas, enquanto em algumas áreas mais secas é desenvolvida a pecuária. Israel destaca-se pelos altos índices de produtividade agrícola obtidos por meio de técnicas avançadas de irrigação.

Na fotografia, observamos campos de cultivo irrigados em Golan, Israel, 2017.

NadyaRa/Shutterstock.com

No Líbano e na Jordânia, a exploração das reservas minerais e o turismo constituem as principais atividades econômicas. Já o Afeganistão, embora abrigue certa quantidade de petróleo e gás natural em seu subsolo, tem na atividade agrária a base da economia nacional. Tendo passado por diversos conflitos no último século, além da recente ocupação estadunidense, o Afeganistão encontra-se hoje empobrecido.

[...] Israel – o berço da irrigação. Revista Rural. Disponível em: <www.revistarural.com.br/edicoes/ item/7110-israel-o-berco-dairrigacao>. Acesso em: 2 nov. 2018.

Área turística em Petra, Jordânia, 2018.

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em foco

Capítulo 4

Geografia

As piscinas naturais da Turquia

Além do setor industrial, o turismo também é uma importante atividade econômica para a Turquia. O país, à beira do Mar Mediterrâneo, possui muitas praias, culinária típica e uma paisagem natural exuberante. A Capadócia é formada por um planalto de montanhas rochosas, esculpidas pela erosão durante milhões de anos, e está localizada na parte central do país. O passeio de balão sobre essa região é um dos atrativos do local, e as piscinas naturais, localizadas ao sul da capital Istambul, também são pontos turísticos atrativos para quem escolhe a Turquia como destino. Elas surgem naturalmente como terraços de águas quentes, que brotam da montanha Pamukkale. A água rica em minerais proporciona uma cor azul bem marcante nas piscinas quando vistas do alto, mas pode oscilar entre tons de vermelho e verde.

Orientações gerais

• Para complementar o tema abordado, solicite aos alunos uma pesquisa sobre outros países do Oriente Médio que têm o turismo como atividade econômica relevante. Eles podem levantar informações sobre atrativos naturais, como montanhas, rios e florestas, e culturais, como gastronomia, dança, música, religião, entre outros.

fokke baarssen/Shutterstock.com

Além da beleza, essas piscinas também são muito procuradas por pessoas que acreditam nas propriedades curativas de suas águas. Na fotografia abaixo, turistas aproveitando as piscinas naturais em Pamukkale, Turquia, 2018.

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Atividades

Orientações gerais

• Para

Sugestão de atividade O petróleo em debate Objetivos • Debater sobre a utilização do petróleo como fonte de energia. • Refletir sobre os impactos causados pela utilização de combustíveis fósseis, de forma a promover a consciência ambiental, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 6 da BNCC. Procedimentos • No debate proposto, utilize as seguintes questões com os alunos: > O petróleo é a fonte de energia mais valorizada em todo o mundo atualmente, mas muitas pessoas argumentam que essa valorização é insustentável, pois se trata de uma fonte energética não renovável. Explique. Resposta: O petróleo leva muitos milhões de anos para se formar, portanto a sua renovação é tão lenta que é considerado um recurso não renovável. Se continuar sendo explorado dessa forma, vai acabar e seu uso estará comprometido no futuro. > Qual a causa da grande demanda de petróleo em todo o mundo e, em sua opinião, o que pode ser feito para reduzir a dependência desse recurso? Resposta: A enorme frota automobilística global, que funciona sobretudo à base de gasolina e diesel. Investir em fontes alternativas, transportes públicos e alternativos representa soluções que podem ser citadas.

• Caso julgue pertinente, divida a sala em dois grandes grupos: o pri-

2. Resposta Exercícios de compreensão esperada: a inexistência de dio, os países da região apreuma identidade 1. Relacione a distribuição da populacomum entre os sentam baixo desenvolvimento ção do Oriente Médio com os aspovos que socioeconômico? pectos naturais. convivem no território vem b ) Quais são os principais motivos 2. De que maneira a diversidade étnigerando inúmeras da elevada taxa de mortalidade ca encontrada no Oriente Médio estensões e infantil verificada nos países do tá relacionada aos muitos conflitos conflitos entre diferentes Oriente Médio? que ocorrem nessa região? grupos étnicos na região. 4. Alguns países, como Turquia e Israel, 3. Responda às questões a seguir no 3. a) Possível apresentam uma economia bem diresposta: pelo fato caderno. ferente da maioria dos países que de que mesmo que alguns países, como a ) Como você explicaria a uma compõem o Oriente Médio. Escreva, a Arábia Saudita, os pessoa que, embora as maiores no caderno, as principais caracteEmirados Árabes reservas de petróleo do planeta Unidos e o Kuwait, rísticas e atividades desenvolvidas apresentem renda estejam localizadas no Oriente Méper capita relativamente alta, a riqueza gerada pelo petróleo nesses países por esses dois países. não costuma ser bem distribuída entre a população. 3. b) Resposta esperada: a elevada taxa de mortalidade infantil verificada Geografia no contexto nos países do Oriente Médio é resultado da fragilidade do sistema de saúde pública e da falta de recursos para investimento no setor de saúde.

5. Observe o mapa. Ele apresenta de maneira mais detalhada a composição étnica do Irã, país do Oriente Médio.

4. Possível resposta: esses dois países apresentam um setor industrial altamente desenvolvido e diversificado, contando com Irã: composição étnica considerável avanço tecnológico, ARMÊNIA especialmente no que diz respeito ao parque AZERBAIJÃO TURQUIA industrial de Israel. Em relação à atividade agropecuária, a maior parte do Distribuição das Mar diferentes etnias do Irã Cáspio território turco permite o Persas cultivo de Azerbaijanos variados tipos de cereais e Curdos frutas, Árabes enquanto em áreas mais Luros secas é Balúchis desenvolvida a pecuária. Já Qashqais Israel destacaTurcomenos se pelos altos IRAQUE índices de Gilakis produtividade Mazandaranis agrícola obtidos por Talishis KUWAIT meio de Outros técnicas ARÁBIA Área pouco avançadas de SAUDITA irrigação. habitada

E. Cavalcante

a realização da atividade 1, solicite aos alunos que observem novamente os mapas das páginas 81 e 86 do capítulo 3 e da página 122 deste capítulo.

1. Resposta esperada: a população do Oriente Médio encontra-se desigualmente distribuída por seu território, onde se encontram vazios demográficos nas áreas dos grandes desertos e também nos relevos montanhosos, que dificultam a ocupação humana.

TURCOMENISTÃO

AFEGANISTÃO

IRÃ

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PAQUISTÃO

Golfo Pérsico Golfo de Omã 50° L

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180 km

S

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 81.

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meiro grupo será composto de empresários que são contra a diminuição de emissões de partículas poluentes, pois isto impacta na produtividade de suas indústrias. O outro grupo será composto de ambientalistas que defendem a diminuição da emissão dos poluentes, sugerindo outras fontes de energia, menos impactantes ao meio ambiente. Este é um momento oportuno para trabalhar com o tema contemporâneo Educação ambiental.

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5. b) Resposta esperada: sim, pois a população do Oriente Médio é composta de diversas etnias, como árabes, persas, judeus, curdos e turcos.

Capítulo 4

Responda no caderno às questões a seguir.

a ) Qual grupo étnico predomina atualmente na composição da população iraniana? Resposta esperada: o grupo étnico persa.

b ) A diversidade étnica presente no Irã é uma característica comum entre os países que compõem o Oriente Médio? Justifique sua resposta. 6. Observe o gráfico e, em seguida, responda às questões no caderno. Veja as respostas das questões 6 e 7 nas orientações ao professor.

Keithy Mostachi

Maiores reservas e produtores de petróleo – 2017 Reservas (em bilhões de barris) 900 800 700

Oriente Médio Venezuela Canadá Estados Unidos China Rússia

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35 Produção (em mil barris por dia)

Fonte: BP. Statistical Review of World Energy. Disponível em: <https://www.bp.com/content/dam/bp/en/corporate/pdf/ energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2018-full-report.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2018.

a ) Qual região do mundo concentra as maiores reserva e produção de petróleo? b ) Que outro país ou região do mundo também se destaca em relação à reserva e à produção desse recurso?

d ) Explique por que o petróleo é considerado o “ouro negro” da sociedade moderna. e ) Hoje em dia muito se tem falado sobre o fim da “era do petróleo” em razão do possível esgotamento de suas jazidas. Que medidas estão sendo adotadas por muitos países produtores de petróleo do Oriente Médio em relação a isso?

Biratan

c ) De acordo com o que você estudou, as reservas de petróleo estão distribuídas de maneira uniforme entre os países do Oriente Médio? Justifique sua resposta.

7. Observe a charge ao lado e responda às questões a seguir no caderno. a ) Que mensagem a charge está transmitindo? b ) Explique o que é a Opep e qual a finalidade de sua criação. Biratan. Disponível em: <http://biratancartoon. blogspot.com.br>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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Resposta 6. a ) A região do Oriente

Médio. b) Em relação às reservas, destaca-se a Venezuela. Já em relação à produção, os Estados Unidos. c ) Resposta esperada: não, as grandes reservas de petróleo estão concentradas na região do Golfo Pérsico, ou seja, em países localizados próximo a essa área, como Iraque, Irã, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Omã. d) Resposta esperada: por causa de seu alto valor comercial, uma vez que é muito utilizado por automóveis e outras máquinas movidas por motores de explosão. O funcionamento deles exige alto consumo de combustíveis derivados do petróleo, por exemplo, gasolina ou querosene; assim, o produto passou a ser intensamente procurado por todas as potências industriais interessadas em incrementar seu índice de produtividade. e ) Resposta esperada: grande parte desses países tem se forçado a diversificar suas economias nacionais procurando outras atividades, como o turismo. 7. a ) Resposta esperada: a charge transmite a ideia do domínio da Opep em relação ao petróleo no mundo. b) A Opep é uma organização composta de países produtores de petróleo, como os do Oriente Médio, da África, além da Venezuela e do Equador, na América do Sul. Essa organização foi criada com a finalidade de acordar metas comerciais aos países-membros, controlando grande parte da produção e exportação do petróleo e fixando preços quando necessário.

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O fundamentalismo islâmico no Oriente Médio

BNCC conteúdos abordados nas páginas 134 a 143 desenvolvem a habilidade EF09GE08. Um trabalho com o tema contemporâneo Educação em direitos humanos poderá ser desenvolvido, pois aborda a questão dos conflitos étnico-religiosos no território do Oriente Médio. A competência específica de Ciências Humanas 4 também poderá ser abordada de forma que os alunos compreendam a necessidade de respeitar as diferenças culturais, promovendo a valorização dessa diversidade e o respeito aos direitos humanos das populações minoritárias.

• Os

O fundamentalismo islâmico, ou muçulmano, ganhou força no Oriente Médio a partir do final da década de 1960. Esse crescimento estaria ligado, entre outros fatores, à frustração provocada pelas sucessivas derrotas militares dos países árabes muçulmanos nas diversas guerras contra o Estado judeu de Israel desde a sua fundação, em 1948. Essa situação provocou em uma parcela minoritária da população muçulmana um anseio de retornar ao Islã “puro”, portanto, com características de sua fundação pelo profeta Maomé, no início do século VII, e de seus primeiros sucessores (califas). Outros fatores fortaleceram o fundamentalismo islâmico, como a ascensão política, econômica e militar do Ocidente e a dominação imperialista de potências europeias, como a Inglaterra e a França, sobre os países muçulmanos do Oriente Médio logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Califa: título dado aos soberanos muçulmanos. Fundamentalismo: tem como preceito resgatar os “fundamentos” tradicionais de determinada religião, com o objetivo de implantá-los como lei reguladora de todos os aspectos da vida social e política de seus seguidores. Islã: religião monoteísta surgida na Idade Média, na Península Arábica. O Alcorão, livro sagrado dessa religião, traz os ensinamentos do profeta Maomé e seus preceitos fundamentais.

Sony Herdiana/Shutterstock.com

Orientações gerais

• Para complementar o tema, sugerimos a leitura do livro a seguir, que apresenta uma análise das três religiões monoteístas e suas vertentes fundamentalistas. > ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.

A fotografia, de 2018, retrata uma das mais importantes tradições islâmicas, a peregrinação à cidade de Meca, na Arábia Saudita, e a visita a Caaba, uma construção sagrada para o Islamismo.

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Esse fundamentalismo não é partidário de atos violentos. Entre os fundamentalistas, apenas uma minoria prega violência contra os “infiéis” e a luta armada para a instauração de Estados islâmicos. A maior parte dos fundamentalistas repudia a violência por ser contrária à lei islâmica e postula um retorno pacífico às práticas tradicionais do Islã, assim como a disputa democrática pelo poder por meio de eleições.

A outra face: história de uma garota afegã

Capítulo 4

Os fundamentalistas islâmicos apresentam uma visão antiocidental: são contrários à globalização e às influências ocidentais. Eles consideram os hábitos ocidentais (liberalismo, individualismo) corruptores, responsáveis pelo declínio material e moral dos países muçulmanos. Por isso, propõem a criação de Estados islâmicos que seriam regidos pela sharia, uma legislação civil orientada por princípios religiosos.

Deborah Ellis. Tradução: Luísa Baeta. São Paulo: Ática, 2009. O livro conta a história de Parvana, uma menina afegã de 11 anos que faz parte do grupo talibã, praticante do Islamismo. Após perder o irmão e seu pai ser preso, a menina precisa trabalhar para sustentar a casa. No entanto, onde Parvana vive, as mulheres são proibidas de trabalhar.

Os sunitas e os xiitas Existe entre os muçulmanos uma antiga divisão entre sunitas e xiitas, que remonta à sucessão do quarto califa, denominado Ali ibn Abu Talib, que era genro e sobrinho do profeta Maomé. No ano 661 d.C., esse califa foi assassinado, e o título passou para Moawiya, um líder muçulmano que não pertencia à linhagem do profeta. A maior parte dos muçulmanos, que ficou conhecida como sunita, apoiou o novo governante, enquanto a minoria, conhecida como xiita, defendeu que apenas os membros da família de Maomé poderiam assumir o califado. Dessa disputa, teve origem uma guerra civil que resultou na morte dos descendentes de Ali e na vitória dos partidários de Moawiya. Atualmente, cerca de 90% dos muçulmanos são sunitas, enquanto os xiitas somam cerca de 10%.

Orientações gerais

• Comente com os alunos que um dos grupos fundamentalistas que pregam a violência é o Estado Islâmico. Leia o texto a seguir. Formado em abril de 2013, o Estado Islâmico é um grupo terrorista sunita criado por dissidentes da Al-Qaeda do Iraque que atuam principalmente na Síria e também no próprio país, mas que nos últimos anos tem realizado ataques mortais na Europa. Os terroristas do Estado Islâmico, ao contrário de outros grupos da região, tentam implantar um emirado islâmico que abranja tanto a Síria quanto o Iraque; em 2015, o grupo terrorista dominou metade do território da Síria após ocupar a cidade de Palmira, onde enfrentou e massacrou uma tribo de rebeldes e não teve qualquer tipo de resistência contra a ação. O grupo sunita controla vastas regiões de Raqqa e Deir Ezzor, territórios que o Observatório Sírio para os Direitos Humanos estima ser de 95 mil quilômetros quadrados, ou mais de metade da massa de terra síria. Com a apreensão dos campos de gás e petróleo de Arak e al-Hail perto de Palmira, eles também controlam grande parte do fornecimento de eletricidade de toda essa região. [...] Estado Islâmico: saiba tudo sobre a história do grupo terrorista. IG. Disponível em: <www.ig.com.br/ tudo-sobre/estado-islamico/>. Acesso em: 2 nov. 2018.

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Orientações gerais

Geografia

• Para

complementar esse tema, leia o trecho a seguir, que discorre sobre o terrorismo no mundo. O texto permite enriquecer seus conhecimentos sobre o assunto, pois discute a dificuldade em definir-se o termo “terrorismo”.

em foco

O terrorismo pode ser definido como uma ação violenta contra civis ou militares não combatentes, provocando sentimentos de pânico ou terror na população de um país. As táticas de grupo terrorista têm como objetivo desestabilizar o poder de um Estado para influenciar suas ações de acordo com interesses políticos. Há registros de práticas terroristas em países da Europa já nos séculos XVIII e XIX. No Oriente Médio, até a década de 1970, o terrorismo foi praticado por grupos nacionalistas em conflitos envolvendo israelenses e palestinos pela disputa do pequeno território da Palestina. Grupos extremistas palestinos e israelenses cometiam assassinatos, sequestravam aviões e faziam uso de outras práticas violentas, como a atuação de homens-bomba, para enfraquecer o adversário.

A face do terror

No início do século XXI, as organizações terroristas alcançaram um novo raio de atuação, realizando atentados em diferentes partes do mundo. Um exemplo foi o que ocorreu em 11 de setembro de 2001, quando a rede terrorista Al-Qaeda (A Base), liderada pelo saudita Osama Bin Laden, destruiu as torres gêmeas do edifício World Trade Center, em Nova York, símbolo do capitalismo financeiro internacional e do poder econômico estadunidense. Os fundamentalistas seguidores de Osama Bin Laden buscam um levante islâmico global contra o mundo ocidental, que tem como destaque os Estados Unidos e seus aliados. Da mesma forma, os governos de países muçulmanos que colaboram com o Ocidente, segundo esses fundamentalistas, devem ser derrubados. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Al-Qaeda já atacou monumentos e prédios no Iraque, no Marrocos, na Tunísia, nas Filipinas, na Turquia, na Arábia Saudita, no Afeganistão, entre outros países.

PCN Photography/Alamy/Fotoarena

Segundo um relatório da ONU de 2005, terrorismo é qualquer ação “designada para causar morte ou sérios ferimentos a civis e não combatentes com o propósito de intimidar uma população ou compelir um governo ou uma organização internacional a fazer ou deixar de fazer algo”. Essa definição restringe o terrorismo a atos de violência politicamente motivados e exclui ataques contra forças combatentes. A linguagem da ONU não deve ser confundida com a empregada pelos EUA na “guerra ao terror”, que descreve indiscriminadamente como atos de terror os atentados contra seus militares [...]. Definir terrorismo não é tão simples como parece, pois as definições muito estreitas podem se revelar inúteis diante de casos específicos e as muito amplas tendem a colocar Estados no banco dos réus. [...] A “guerra ao terror” conferiu aos Estados uma liberdade quase absoluta de linguagem, que se traduziu pela aplicação do rótulo “terrorista” a inúmeros grupos políticos armados que desafiam os poderes constituídos. [...] A Rússia passou a tratar, indistintamente, os grupos separatistas da República da Chechênia como terroristas, embora a definição só possa ser aplicada de fato a alguns desses grupos. A China apropriou-se do rótulo para carimbar os separatistas do Tibete, que não são terroristas. Em 2003, Cuba condenou à morte

O terrorismo nacional e internacional

Os atentados suicidas de 11 de setembro foram realizados por 19 militantes da Al-Qaeda, em sua maioria sauditas residentes na Alemanha. Dois aviões de passageiros foram sequestrados e arremessados contra as Torres Gêmeas em Nova York, e um jato comercial americano contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Um dos aviões, que deveria atingir a Casa Branca, foi destruído pela Força Aérea estadunidense. Na fotografia, imagem do atentado ao World Trade Center ocorrido em 2001, na cidade de Nova York.

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por fuzilamento, como terroristas, os sequestradores de uma balsa que não feriram ninguém e pretendiam usá-la para fugir da ilha. [...]

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MAGNOLI, Demétrio. Terror global. São Paulo: Publifolha, 2008, p. 17-19.

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Capítulo 4

Em 2012, um ato terrorista no Paquistão comoveu o mundo. A jovem Malala Yousafzai, na época com 15 anos, foi alvo de um atentado quando retornava de sua escola. Malala foi atacada por defender o direito à educação feminina. Leia o texto a seguir.

• Ao estudar sobre o ativismo de Malala, é possível relacionar ao tema contemporâneo Educação em direitos humanos. Comente com os alunos sobre a importância da igualdade de direitos à educação entre homens e mulheres de qualquer nacionalidade. Os direitos entre homens e mulheres devem se estender também a outros aspectos, como saúde, segurança, liberdade de expressão, lazer, entre outros. • Comente com os alunos que Malala dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o indiano ativista Kailash Satyarthi, que também trabalha pela educação de crianças e jovens. Diga a eles que o compartilhamento desse prêmio ganhou relevância ainda maior pelo fato de envolver países vizinhos, Índia e Paquistão, que estão em permanente tensão em razão de históricos conflitos étnicos e territoriais.

Isaias Hernandez/Notimex/ Newscom/ZUMA Press/Fotoarena

Quando Malala Yousafzai nasceu, nenhum vizinho foi dar os parabéns aos seus pais. Em regiões do Paquistão como o Vale do Swat, onde ela vivia, só o nascimento de meninos é celebrado. Das meninas, espera-se apenas que vivam quietinhas atrás das cortinas, cozinhem e tenham filhos – preferencialmente antes dos 18 anos. “Malala” significa “tomada pela tristeza”. [...] Aos 12 anos, para poder continuar indo à escola, desafiou uma das mais cruéis e violentas milícias em ação, o fundamentalista Talibã. Aos 15, foi baleada na cabeça numa tentativa do grupo de silenciá-la. Malala sobreviveu ao atentado e, aos 16 anos, tornou-se porta-voz mundial de uma causa até há pouco quase obscura, entre outros motivos, por ter surgido em uma região que já parecia ter problemas demais a tratar: [...] milhares de meninas no Afeganistão e no Paquistão que, graças a uma interpretação do Islã eivada de ignorância e ódio, são impedidas de ter acesso à educação e a um futuro melhor. [...]

Editora Companhia das Letras

A pequena grande Malala

Orientações gerais

OYAMA, Thaís. A pequena grande Malala. Veja, São Paulo, Abril, ano 46, n. 42, p. 86, 16 out. 2013. © Abril Comunicações S.A.

Malala tornou-se símbolo da luta em favor do direito à educação feminina. Em 2014, ela foi vencedora do Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho em favor da educação. Atualmente, Malala vive com a família em Birmingham, na Inglaterra. Na fotografia, Malala participando de um encontro de estudantes na Cidade do México, México, 2017.

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A Questão Palestina: conflitos entre árabes e israelenses

Orientações gerais

• Leia o texto a seguir,

em que o autor Bernard Lewis comenta sobre esse conflito e a emigração de judeus para a região da Palestina após a Segunda Guerra Mundial.

LEWIS, Bernard. O Oriente Médio: do advento do cristianismo aos dias de hoje. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 318-320.

Sete palestinos morrem por disparos israelenses em Gaza Exame, 28 set. 2018. Disponível em: <https://exame.abril. com.br/mundo/sete-palestinos-morrem-por-disparosisraelenses-em-gaza/>. Acesso em: 6 nov. 2018.

ONU pede fim de hostilidades em Gaza para evitar nova guerra Nações Unidas, 26 jul. 2018. Disponível em: <https:// nacoesunidas.org/onu-pede-fim-de-hostilidades-emgaza-para-evitar-nova-guerra/>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Nas últimas décadas, notícias como as apresentadas acima, que relatam o aumento da violência na Faixa de Gaza, um território palestino localizado no Oriente Médio, têm sido constantes e refletem a conflituosa situação geopolítica dessa região. A Palestina constitui uma região do Oriente Médio que, no passado, foi dominada por vários impérios da Antiguidade em diferentes épocas, como o egípcio, o assírio, o babilônico, o persa, o romano, entre outros. O povo hebreu (posteriormente conhecido como “povo judeu”), de grande importância para a civilização ocidental, conviveu com alguns desses impérios. Os judeus estabeleceram-se na Palestina em 2000 a.C. Pelo fato de habitarem uma região constantemente disputada por poderosos impérios, esse povo foi submetido a migrações forçadas, conhecidas por diásporas. No entanto, mesmo dispersos pelo mundo, principalmente pela Europa, os judeus mantiveram sua identidade cultural e religiosa vivendo em comunidades marcadas pela solidariedade. Todavia, uma parcela da comunidade judaica tinha o desejo de um dia retornar à Palestina, chamada por eles de Canaã, a “Terra Prometida” aos judeus, conforme estabelecido na interpretação religiosa judaica. Majdi Fathi/NurPhoto/Getty Images

[...] As guerras árabe-israelenses tiveram origem em fatos conhecidos muito antes da fundação do Estado de Israel, quando a liderança árabe na Palestina se esforçava para deter e reverter a construção do lar nacional judeu no país. [...] A luta tornou-se mais violenta após o estabelecimento do mandato britânico, cujos termos incorporavam o reconhecimento formal do princípio de um lar nacional para os judeus na Palestina. E atingiu proporções de crise nas décadas de 1930 e 1940, com a tomada do poder pelos nazistas na Alemanha e pela disseminação de suas ideias e métodos, pela força ou não, em muitos outros países. [...] Em fins da guerra, em 1945, a vasta maioria dos judeus da Europa ocupada pelos alemães estava morta, e só continuavam vivas umas poucas centenas de milhares, principalmente nos chamados “campos de refugiados”. Os que haviam chegado da Europa ocidental voltaram para casa e se reintegraram sem maiores dificuldades. Os que eram originários da Europa central e oriental, de países que sofriam sublevações internas e invasão e ocupação estrangeira, enfrentavam maiores problemas. Com grande frequência, quanto tentavam voltar, eram recebidos com hostilidade e violência por seus antigos vizinhos. [...]

Leias as manchetes a seguir.

Ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza, 2018.

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• Explique aos alunos que a primeira diáspora dos judeus

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ocorreu em 586 a.C., quando os babilônios ocuparam a Palestina, levando a maioria dos judeus para servir como escravos na Babilônia. A segunda ocorreu já no início da Era Cristã. No ano 70 d.C., os romanos sufocaram uma revolta dos judeus em sua província da Palestina, destruindo a cidade de Jerusalém e dispersando os judeus sobreviventes pelas mais diversas regiões do Império.

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A Palestina, entretanto, já estava habitada, havia séculos, por povos árabes de religião muçulmana (islâmica).

• Identificar as principais causas dos conflitos existentes no Oriente Médio.

• Estimular a socialização entre os alunos. Materiais

• 2 folhas de cartolina por equipe • Cola • Papel • Tesoura • Caneta colorida

Procedimentos Monte das Oliveiras visto do Monte Sião, em Jerusalém, em gravura de meados do século XIX. Victor Jiang/ Shutterstock.com

Paisagem do monte das Oliveiras em Jerusalém, 2018. A cidade é considerada sagrada pelas três maiores religiões monoteístas (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo) e objeto de disputa entre árabes e israelenses.

Sugestão de atividade Painel sobre os conflitos no Oriente Médio Objetivos

Bliblioteca Pública de Nova York, EUA.

No final do século XIX, a ideia de criar um Estado judeu na Palestina ganhou força com o movimento sionista (de Sion, uma colina localizada em Jerusalém), que pregava a necessidade da criação de uma pátria para os judeus, há muito perseguidos em várias partes do mundo. Desse modo, o movimento sionista fazia parte das tendências nacionalistas predominantes na Europa do século XIX, período em que as minorias étnicas lutavam pela liberdade ante o domínio de impérios, ao mesmo tempo que novos Estados nacionais eram formados, como a Itália e a Alemanha.

Capítulo 4

O movimento sionista e a migração de judeus para a Palestina

• Divida a turma em grupos e sorteie entre os grupos os seguintes temas: 1) questões religiosas; 2) disputas territoriais; 3) questão palestina; 4) disputa pela água.

• Oriente-os a pesquisar em livros, jornais, revistas e sites informações e imagens sobre a temática proposta.

• Peça-lhes que pesquisem informações como os principais embates, as negociações de paz, os grupos envolvidos e a localização desses conflitos. • Oriente os alunos a incluírem no painel um texto explicativo sobre o assunto e um mapa de localização da área do conflito, além de imagens que ilustrem o tema.

• Instrua-os sobre a importância de inserir no painel as referências utilizadas e o crédito das imagens. 139

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• Marque uma data para a apresentação do painel. Nesse dia, solicite a cada grupo que apresente aos demais alunos seu trabalho. • Faça uma exposição na escola com os painéis produzidos para que outros alunos possam vê-los.

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Material digital

A criação do Estado de Israel e sua expansão territorial

• O projeto integrador 2,

disponível no material digital, tem uma proposta de trabalho com as habilidades EF09GE16, EF09GE17 e EF09GE18 e aborda o tema minorias étnicas da Ásia e do Oriente Médio.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um plano de partilha da Palestina para a criação de dois Estados, um para os árabes palestinos e outro para os judeus, além de uma área submetida ao controle internacional, que englobava a cidade de Jerusalém. Enquanto os judeus, que ficariam com a maior parte do território, aceitaram o plano, os palestinos o recusaram (mapa A). Em maio de 1948, os líderes israelenses declararam a independência de seu país, ao qual deram o nome de Israel, ato que foi imediatamente combatido por uma coligação de países árabes – Egito, Síria, Líbano, Iraque e Transjordânia (atual Jordânia) –, que invadiram Israel e iniciaram a primeira guerra entre árabes e judeus. No entanto, a desvantagem militar dos árabes e o apoio dos Estados Unidos e da União Soviética aos judeus colaboraram para a vitória de Israel.

Orientações gerais

• Conduza os alunos na

leitura da sequência de mapas apresentados nas páginas 140 e 141. Peça as datas de cada momento histórico representado, assim como as informações das legendas de cada representação. Esse estudo pode ser integrado com o componente curricular de História.

Com o sucesso militar nessa guerra (1948-1949), Israel, que anteriormente detinha 51%, passou a ter 78% do território ocupado na Palestina, conforme plano de partilha da ONU (mapa B). O que restou do território estabelecido para o Estado palestino ficou sob o controle egípcio (Faixa de Gaza) e transjordaniano (Cisjordânia). A cidade de Jerusalém foi dividida ao meio, ficando a parte ocidental em poder de Israel e a parte oriental sob controle da então Transjordânia. 1900

LÍBANO

Mar Mediterrâneo

SÍRIA

Haifa Nazaré

Israel – 1949 Após a guerra de Independência

Mar Mediterrâneo

S

SÍRIA

Rio Jordão

Nazaré

Telaviv CISJORDÂNIA

CISJORDÂNIA

Jerusalém Belém

Gaza

Hebron

FAIXA DE GAZA

Gaza

FAIXA DE GAZA

Mar Morto

30° N

EGITO (Península do Sinai)

L

O

Haifa

Telaviv

N

LÍBANO

E. Cavalcante

B

Plano de Partilha da ONU – 1947 E. Cavalcante

A

1950

Jerusalém Hebron Mar Morto

JORDÂNIA

EGITO (Península do Sinai)

30° N

JORDÂNIA

Estado árabe Estado judeu Jerusalém (zona internacional)

N L

O S

0

40 km

34° L

Fonte: ISRAEL e Palestina, uma história de guerras. Mundo: Geografia e Política Internacional, São Paulo, Pangea, ano 22, n. 5, set. 2014. p. 7.

Israel Países árabes Jerusalém dividida Movimento de refugiados palestinos (somente refugiados oficialmente registrados).

Eilat

0

70 km

36° L

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 55.

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LÍBANO

Mar Mediterrâneo

Colinas de Golã Nazaré

Haifa

SÍRIA

Jerusalém

Gaza

Hebron Mar Morto JORDÂNIA 30° N

EGITO (Península do Sinai)

de Ác aba

lfo Su ez

Golfo

de EGITO

0

Território de Israel (entre 1949 a 1967) Conquistas israelenses de 1967

Eilat

Países árabes N L

O S

40 km 36° L

Fonte: ISRAEL e Palestina, uma história de guerras. Mundo: Geografia e Política Internacional, São Paulo, Pangea, ano 22, n. 5, set. 2014. p. 7.

Capítulo 4

> CANEPA, Beatriz; OLIC, Nelson Bacic. Oriente Médio e a questão Palestina. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003.

Territórios ocupados e devolvidos em 1974 e 1982

mark reinstein/Shutterstock.com

Telaviv

E. Cavalcante

Israel no final de 1967 Após a guerra dos Seis Dias

• Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, sugerimos a leitura do livro a seguir.

A partir daí, o objetivo da OLP passou a ser a implantação de um Estado democrático e laico para judeus, cristãos e muçulmanos na Palestina. Apesar dos inúmeros ataques que sofreu, Yasser Arafat manteve a liderança da OLP até a sua morte, em 2005. Em 1988, a OLP renunciou formalmente à prática de ataques terroristas contra a população civil de Israel, embora não consiga controlar as várias ramificações de tendências radicais que existem em seu interior e que insistem no uso do terrorismo.

2000

C

Orientações gerais

para a criação da OLP. Essa organização seria a responsável pela representação política dos palestinos em sua luta contra a ocupação israelense. Também foi decidida a criação do Exército de Libertação da Palestina (ELP), que absorveu vários grupos palestinos de resistência. Entre esses grupos, o mais forte era o Al-Fatah, criado em 1959 por Yasser Arafat, um refugiado palestino que se instalou no Egito, onde estudou engenharia. Em 1969, com a eleição de Yasser Arafat para presidente da OLP, o Al-Fatah passou a comandar essa organização.

Apenas no final da década de 1970, Israel e os países árabes assinaram os primeiros acordos na tentativa de iniciar um processo de paz. Para chegar a um acordo, Egito e Síria tiveram de reconhecer a existência de Israel como Estado soberano. Já Israel, por sua vez, devolveu parte das Colinas de Golã à Síria, e a Península do Sinai foi restituída ao Egito.

Go

:01 PM

Em 1967, temendo um ataque dos países árabes vizinhos, que agora tinham o apoio da União Soviética, Israel lançou uma ofensiva militar relâmpago conhecida por Guerra dos Seis Dias. Essa guerra foi prejudicial para os países árabes: conforme é possível observar no mapa C, a Jordânia perdeu para Israel a parte oriental da cidade de Jerusalém e toda a Cisjordânia; do Egito, foram conquistados a Faixa de Gaza, a Península do Sinai e o Canal de Suez; a Síria perdia as Colinas de Golã, uma importante região estraA Organização para a Libertação tégica do ponto de vista militar e que também da Palestina (OLP) abriga as nascentes do Rio Jordão, responsável Em 1964, as lideranças palestinas e de pela maior bacia hidrográfica da Palestina. vários países árabes concluíram um acordo

Yasser Arafat durante cerimônia realizada na Casa Branca, Estados Unidos, em fotografia de 1993.

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Orientações gerais

O difícil caminho para a paz entre judeus e palestinos

• Auxiliado

pelo texto complementar abaixo, evidencie aos alunos que os conflitos internos enfraquecem os movimentos pela paz entre israelenses e palestinos.

• Ressalte que o grupo

Hamas, que não aceita a divisão de dois Estados Israel e Palestina -, é opositor do grupo de Yasser Arafat, que busca a paz por meio da criação dos dois Estados.

A ocupação israelense dos territórios palestinos gerou um grande número de refugiados, que se estabeleceram em Israel e nos países vizinhos. Essa situação, somada à marginalização da população árabe palestina em Israel e nos territórios ocupados, motivou o aparecimento de vários grupos palestinos de resistência. Entre 1987 e 1993, e depois entre os anos 2000 e 2006, ocorreram duas intifadas.

Intifada: revolta da população palestina em oposição às forças de ocupação de Israel, ocorrida na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

A revolta da população palestina chamou atenção da comunidade internacional quando grupos civis, armados com paus, pedras e armas de fabricação caseira, opuseram-se à ocupação israelense, muitas vezes recorrendo a práticas suicidas de ataque. Tanto a primeira quanto a segunda intifada foram violentamente reprimidas pelas forças de segurança de Israel. Em 1993, com a mediação dos Estados Unidos, a OLP e Israel assinaram o Acordo de Oslo, que previa a gradual retirada israelense das áreas ocupadas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, além da transferência desses territórios para o controle dos palestinos. Também foi criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida por Yasser Arafat, para administrar as áreas do futuro Estado palestino.

O Hamas é considerado a maior organização islâmica nos territórios palestinos da atualidade [...] Seu nome é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. [...] [...] o grupo que controla Gaza também é um partido político. Em sua carta de fundação, o Hamas estabelece dois objetivos: promover a luta armada contra Israel e realizar programas de bem-estar social. Em 2006, o grupo islâmico venceu as eleições parlamentares palestinas, fato não reconhecido pelo opositor Fatah [...] que concorda com a criação de dois Estados (Israel e Palestina) para a solução do conflito. [...]

Patrick Robert - Corbis/Getty Images

No entanto, Yitzhak Rabin, primeiro-ministro israelense, foi assassinado em 1995 por um extremista judeu contrário à devolução de territórios aos palestinos. O governo israelense seguinte congelou as negociações de paz e acelerou o processo de construção de assentamentos judeus em territórios palestinos. Também entre os palestinos, com o fortalecimento do grupo radical Hamas, responsável por uma série de atentados suicidas contra civis israelenses, aumentaram as divisões.

G1 explica: o que é o Hamas? G1, São Paulo, 31 jul. 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/ noticia/2014/07/g1-explica-oque-e-o-hamas.html>. Acesso em: 2 nov. 2018.

Jovens palestinos em confronto com militares israelenses, no final da década de 1980.

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Capítulo 4

Em decorrência disso, ainda existem muitos obstáculos para se chegar a um acordo de paz entre israelenses e palestinos. Entre os principais estão: a delimitação das fronteiras do Estado palestino; o direito de retorno dos refugiados palestinos a seu antigo território, o que é negado por Israel; o controle dos recursos hídricos da região, que estão em sua maior parte em poder dos israelenses; o estatuto da cidade de Jerusalém, cidade que tanto israelenses quanto palestinos reivindicam como capital para seu Estado. Veja no gráfico a composição da população entre palestinos e judeus.

População (em mil - hab.) 8000

Palestinos Judeus

O gráfico indica que a população árabe palestina cresce mais rapidamente que a população israelense.

1. O que o gráfico ao lado indica sobre a população árabe palestina em relação à israelense?

7 500

7000 6 000

6000 5 000 5 000

5000 4000

3 403

3000 2 000

2000 1000 0

1 310 525

29 1920

630 1947

1982

2004-05

2015

Anos

Fontes: SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. Tradução: Carmen Olivieri e Regina Aparecida de Melo Garcia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. p. 66. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/ Download/Standard/Population/>. Acesso em: 15 nov. 2018.

• Auxilie os alunos na análise do gráfico apresentado nesta página.

• Se considerar necessário, peça aos alunos que tragam notícias recentes (reportagens ou manchetes de jornais ou revistas) que informem acontecimentos sobre as questões que envolvem judeus e palestinos em Israel. Os alunos podem investigar ações de grupos fundamentalistas, questões envolvendo refugiados palestinos em outros países, ou mesmo negociações de paz ou sobre ocupações territoriais.

gary yim/Shutterstock.com

Gilberto Alicio

Israel: população e territórios ocupados – 1920-2015

Orientações gerais

Na imagem, bairro de palestinos localizado na porção leste de Jerusalém, Israel, 2017.

Além das questões citadas, existe o problema do fundamentalismo de alguns grupos, tanto israelenses quanto palestinos. Os fundamentalistas israelenses defendem a criação da “Grande Israel”, que ocuparia toda a Palestina, e são radicalmente contra concessões territoriais para os palestinos. Os radicais palestinos, por sua vez, pregam a extinção do Estado de Israel.

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BNCC

• O conteúdo abordado nesta seção permite desenvolver um trabalho com os temas contemporâneos Educação em direitos humanos e Educação ambiental, assim como dar base aos alunos para que tenham um olhar crítico sobre o problema apresentado, promovendo a consciência socioambiental, conforme orienta a competência geral 7. Integrando saberes

•O

tema permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências. Convide o professor desse componente curricular para participar de uma conversa com os alunos a respeito da escassez dos recursos hídricos no planeta. Podem ser debatidas as causas da escassez de água, assim como o que é possível ser feito para preservar esses recursos, tanto por parte dos Estados como da população.

Explorando o tema

A disputa pela água no Oriente Médio

A disputa entre os povos pelo controle dos escassos recursos hídricos do Oriente Médio agrava os inúmeros conflitos na região. Ainda que alguns países do Oriente Médio não estejam envolvidos diretamente nos tradicionais conflitos regionais, de uma maneira ou de outra a maioria participa da disputa pelo controle da água, sobretudo onde os rios são compartilhados. Desde a metade do século XX, Israel, Jordânia e Síria estão em confronto pelo controle e utilização desse recurso natural. Leia o texto a seguir e observe o mapa na página seguinte. Salinização: aumento da concentração de sais dissolvidos na água, geralmente em razão da evaporação. Salobra: água que apresenta maior concentração de sais dissolvidos em relação a fontes de água doce, como rios e lençóis freáticos, e menor em relação às de água salgada, como de mares e oceanos.

Anualmente, no verão, os israelenses participam de uma “briga de água”, em que eles jogam água uns nos outros. Na fotografia, pessoas participando dessa festa em uma praça de Tel Aviv, Israel, 2018.

No Oriente Médio, a água é um recurso precioso e uma fonte de conflito. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi, em parte, a resposta de Israel à proposta da Jordânia de desviar o Rio Jordão para seu próprio uso. A terra tomada por Israel na guerra deu-lhe acesso não apenas às águas das cabeceiras do Jordão, como também o controle do aquífero que há por baixo da Cisjordânia, aumentando assim os recursos hídricos israelenses em quase 50%. A água é uma questão importante nas negociações entre Israel e a Palestina. Na Cisjordânia, alguns palestinos sobrevivem com apenas 35 litros diários para uso doméstico, enquanto os colonos israelenses das adjacências desfrutam de seus gramados e piscinas. Apesar de a Declaração de Princípios de 1993 levar a um Programa de Desenvolvimento Hídrico comum, a recusa de Israel em admitir que os escassos recursos hídricos devam ser compartilhados igualitariamente é um entrave. Segundo o Acordo Provisório de Oslo, de 1995, Israel mantém o controle total dos suprimentos de água da Cisjordânia.

• Comente com os alu-

lilt y/ Gl ow

Im ag es

nos que a disputa pela água no Oriente Médio envolve diversas questões, tanto políticas como étnicas e religiosas. O controle que o Estado de Israel tem sobre a água é uma maneira de oprimir os povos vizinhos, impossibilitando que eles se desenvolvam, o que facilita o seu domínio.

AP

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Ba

Israel extrai mais de 75% do fluxo da parte superior do Rio Jordão, deixando chegar apenas um mínimo de água salobra até a Cisjordânia. O Emissário Nacional de Água – 200 km de canais abertos, tubulações e dutos, concluídos em 1964 – transporta 400 milhões de m3 [metros cúbicos] de água por ano do norte até regiões litorâneas mais áridas. Os aquíferos também são controlados pelo governo de Israel, o que inclui o acesso ao Aquífero das Montanhas – a única fonte de água para a Cisjordânia. O Aquífero Litorâneo, explorado em excesso, está sendo reabastecido com águas usadas e com águas levadas pelo Emissário Nacional. Em Gaza, o uso excessivo do aquífero está provocando uma grave salinização da água. CLARKE, Robin; KING, Janet. O atlas da água. Tradução: Anna Maria Quirino. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 79.

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Capítulo 4 35° L

N

LÍBANO

L

O

E. Cavalcante

b) Faça uma pesquisa sobre as alternativas utilizadas pelos países do Oriente Médio para solucionar a falta de água. Depois, apresente o resultado de sua pesquisa para a turma. Conversem a respeito das pesquisas feitas pela turma. A que conclusão vocês chegaram?

Israel e Palestina: localização de aquíferos

S

0

Jordão Superior

a ) Converse com seus colegas sobre as consequências da falta de água em diversos países do Oriente Médio.

40 km

Acre Haifa

Quneitra Colinas de Golã

• A sequência didática 6, disponível no material digital, propõe um trabalho sobre a geopolítica das águas. Aproveite para desenvolver a habilidade EF09GE05 e trabalhar com os temas contemporâneos Educação ambiental e Educação em direitos humanos.

Mar da

Tiberias Galileia

Emissário Nacional de Água de Israel Aquífero de Gaza Aquífero Litorâneo

Aquífero do Oeste

Jordão

Jenin

Aquífero das montanhas: Aquífero do Norte

Yarmouk

Nazaré

Mar Mediterrâneo

Talkarem Netanya

Nablus

32° N

Zarga

Aquífero do Leste

Tel Aviv

CISJORDÂNIA Ramallah

Jericó Jerusalém

JORDÂNIA

Ashkelon Gaza

ISRAEL

Hebron

Wala

i Mar a WW adi M Morto d

A fotografia mostra um grupo de pessoas pegando água em um caminhão, em Bajil, Iêmen, 2017. Nela, podemos observar adultos e crianças enchendo seus galões com uma pequena quantidade de água para todas as suas atividades diárias. Comparando com a imagem da página anterior, observamos como a distribuição da água no Oriente Médio é totalmente desigual.

Ashdod

j ib

u

:01 PM

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

Material digital

FAIXA DE GAZA Rafah

Beersheba Fonte: CLARKE, Robin; KING, Janet. O atlas da água. Tradução: Anna Maria Quirino. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 79.

Abduljabbar Zey ad/ Reuters/Fotoaren a

145

Respostas

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a ) Resposta pessoal. Oriente a conversa, pedindo aos alunos que façam o exércício de pensar seu dia a dia sem água. Caso vivam em regiões de escassez desse recurso, solicite que descrevam as dificuldades. b) Resposta pessoal. Caso houver possibilidade, peça aos alunos que apresentem aos demais o resultado da pesquisa realizada. Incentive a participação de todos.

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Atividades

Orientações gerais

1. Possível resposta: os fundamentalistas islâmicos são contrários à globalização e às influências trazidas pelo Ocidente. Esses fundamentalistas consideram os hábitos ocidentais (liberalismo, individualismo) corruptores, responsáveis pelo declínio material e moral dos países muçulmanos. 3. Resposta esperada: o movimento sionista pregava a necessidade compreensão da criação de uma pátria para os judeus, que há tempos eram perseguidos em várias partes do mundo.

• A questão dos muros,

Respostas 4 . Resposta esperada: Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU estabeleceu um plano de partilha da Palestina criando dois Estados, um para os árabes palestinos e outro para os judeus. Enquanto os judeus, que ficariam com a maior parte do território, aceitaram o plano, os palestinos recusaram. Em maio de 1948, os líderes israelenses declararam a independência de seu país, ao qual deram o nome de Israel.

2. Resposta Exercícios de esperada: no final da década de 1. Explique em seu caderno a frase 3. Explique como o movimento sionista 1960. Principais contribuiu para a criação de um motivos: frustração abaixo. provocada pelas Estado judeu na Palestina. sucessivas derrotas Os fundamentalistas islâmicos militares dos países 4. Como se deu o surgimento do Estado árabes muçulmanos apresentam uma visão antiociem várias guerras de Israel? Veja a respostas da questão dental. nas orientações ao professor. contra o Estado judeu de Israel; a 5. No caderno, cite alguns dos obstáascensão política, 2. A partir de qual década o fundamenculos para o estabelecimento de econômica e militar talismo islâmico começa a ganhar do Ocidente; e a acordos de paz entre israelenses e dominação esperada: a delimitação força no Oriente Médio? Que motipalestinos. Resposta imperialista de das fronteiras do Estado palestino; o direito de retorno dos refugiados palestinos a potências europeias vos contribuíram para esse fato? seu antigo território, o que é negado por Israel; o sobre os países controle dos recursos hídricos da região, que estão em sua maior parte em muçulmanos do Oriente Médio. Geografia no contexto poder dos israelenses; o estatuto da cidade de Jerusalém, cidade que tanto israelenses quanto palestinos reivindicam como capital para seu Estado.

6. A fotografia abaixo mostra o muro que vem sendo construído, desde o início do século XXI, entre Israel e Cisjordânia. De acordo com o governo israelense, a construção desse muro seria para evitar ataques palestinos contra Israel.

a ) De que maneira a ofensiva militar lançada por Israel, conhecida por Guerra dos Seis Dias, contribuiu para o aumento do território dominado por esse Estado? b ) Ultimamente, muito se tem falado sobre construção de muros entre fronteiras e o direito de “ir e vir” das pessoas. Em sua opinião, a construção do muro mostrado na fotografia infringe esse direito? Justifique sua resposta. Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta.

Ognjen Stevanovic/Alamy/Fotoarena

em Israel e em outros lugares do mundo pode ser debatida com os alunos, utilizando a fotografia como deflagradora. Traga outros materiais (imagens ou notícias) sobre este assunto a fim de fundamentar ainda mais o debate.

Vista do campo de refugiados de Aida, na cidade palestina de Belém, na Cisjordânia, e muro de segurança entre Belém e a área israelense, 2017. 6. a) Resposta esperada: com essa ofensiva militar, Israel tomou parte da cidade de

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Jerusalém e toda a Cisjordânia; do Egito, foram conquistadas as áreas da Faixa de Gaza, da Península do Sinai e do Canal de Suez; da Síria, tomaram as Colinas de Golã, uma região estratégica do ponto de vista militar e que também abriga as nascentes do Rio Jordão, responsável pela maior bacia hidrográfica da Palestina.

Material digital

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• No material digital está disponível uma proposta de acompanhamento da aprendizagem. Este modelo de avaliação refere-se aos conteúdos dos capítulos 3 e 4.

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Capítulo 4

7. Observe o planisfério a seguir. Mundo: disponibilidade de água – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

RÚSSIA

POLÔNIA

ESTADOS UNIDOS

CHINA

LÍBIA

S 0

1 320 km

IÊMEN

Meridiano de Greenwich

E. Cavalcante

OCEANO ATLÂNTICO

TURQUIA AFEGANISTÃO LÍBANO SÍRIA IRAQUE IRÃ ISRAEL KUWAIT BAREIN JORDÂNIA EMIRADOS CATAR N ÁRABES ARÁBIA UNIDOS L O SAUDITA OMÃ

BRASIL

OCEANO ÍNDICO

Disponibilidade de Água (m3/ano/hab.)

ÁFRICA DO SUL

Fonte: Le Monde Diplomatique. ÍNDIA Disponível em: Equador 0° <www.mondediplomatique.fr/ OCEANO ÍNDICO I N D O N É S I A cartes/ disponibiliteeau>. Trópico de Capricórnio Acesso em: 30 AUSTRÁLIA out. 2018. OCEANO PACÍFICO

N

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

L

O

Círculo Polar Antártico

S

0

• Acompanhe a interpretação do mapa com os alunos, acentuando a importância da leitura da legenda.

PORTUGAL

Trópico de Câncer OCEANO PACÍFICO

Orientações gerais

1000 1700 2500 6 000 15000 70000 684 000

Dados não disponíveis

0

2 680

5 360 km

a ) Quais regiões do planeta apresentam a mais baixa disponibilidade de água em seu território? Resposta esperada: a região do Oriente Médio e alguns países africanos. b ) Por que a água é considerada um dos fatores de conflitos no Oriente Médio? c ) A disputa entre israelenses e palestinos também engloba a questão da disponibilidade e do acesso à água? Por quê? Resposta esperada: sim, porque a região onde está

Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos. Certifique-se de que os objetivos do capítulo foram alcançados e que todas as habilidades indicadas foram desenvolvidas.

• Reforce com os alunos a importância da autoavaliação para que eles reconheçam o que aprenderam e o que precisam reforçar em relação aos conteúdos ministrados.

localizado o Estado de Israel abriga a nascente do Rio Jordão e, ainda, o domínio de um importante aquífero. 7. b) Resposta esperada: a disputa entre os povos por territórios que dispõem de recursos hídricos Pesquisando tem sido um dos principais motivos que desencadearam e agravaram os inúmeros conflitos no Oriente Médio, sobretudo pela escassez desse recurso na região.

8. Estudamos, neste capítulo, que o conflito entre Israel e Palestina tem provocado o aumento do número de refugiados palestinos, que procuram abrigo nos territórios vizinhos. Para obter mais informações, acesse o site da ONU sobre a questão Palestina no endereço eletrônico: <http://livro.pro/xuk5ur>. Anote no caderno os principais temas e acontecimentos. Depois, troque ideias com os Resposta pessoal. Verifique se os acontecimentos descritos pelos alunos colegas em sala de aula. estão coerentes com a atividade proposta. Caso necessário, faça uma pesquisa, na internet, de manchetes atuais com o objetivo de contextualizar a situação dos refugiados.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir. • O Oriente Médio é considerado um ponto estratégico no espaço geográfico mundial por localizar-se na área de ligação entre três continentes: África, Ásia e Europa. • O Oriente Médio é formado por diferentes grupos étnicos. A convivência entre eles gera tensões que, muitas vezes, desencadeiam conflitos. • Os conflitos entre árabes e israelenses na região da Palestina nos levam a analisar a história da ocupação desse território desde a Antiguidade. • O estabelecimento da paz entre israelenses e palestinos ainda encontra muitos obstáculos. Os principais são a delimitação de fronteiras do Estado palestino, a disputa pelo controle dos recursos hídricos, o retorno dos refugiados palestinos ao seu antigo território e o estatuto da cidade de Jerusalém.

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Objetivos do capítulo

Capítulo

• Localizar espacialmen-

Oceania e regiões polares

te a Oceania e identificar os arquipélagos que a compõem.

• Perceber a influência da maritimidade sobre as formações naturais da Oceania.

• Identificar

Chris fennell/ Shutterstock.com

as principais formações do relevo insular e continental da Oceania, os climas, sua principal bacia hidrográfica e os recifes de corais.

• Analisar o processo de ocupação da Oceania.

• Valorizar aspectos cul-

turais dos primeiros povos que ocuparam a Oceania.

• Analisar

algumas características populacionais da Austrália e da Nova Zelândia.

• Verificar que a atividade

industrial da Oceania se concentra na Austrália.

• Identificar

os principais cultivos e criações da Oceania.

• Reconhecer

que as principais reservas de recursos minerais localizam-se no subsolo australiano e analisar a importância econômica desses recursos para o país.

• Verificar a importância da atividade econômica do turismo para a Oceania.

• Compreender a Apec

como um bloco econômico.

• Identificar as principais características naturais das regiões polares.

• Identificar

algumas características comuns entre as duas regiões polares da Terra.

• Compreender algumas

Na fotografia, observamos a Opera House, um dos maiores símbolos da Austrália, em Sydney, Austrália, 2017.

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características da população do Ártico e valorizar a cultura desses povos.

• Perceber

que as atividades econômicas do Ártico são baseadas nas potencialidades naturais dessa região.

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BNCC

• Neste

As imagens apresentam aspectos de regiões do mundo em foco nos estudos deste capítulo. Embora apresentem características distintas, possuem, em comum, paisagens de natureza exuberante e particularidades únicas.

Richard Mittleman/Gon2Foto/Alamy/Fotoarena

Na imagem ao lado observamos uma paisagem que simboliza o maior país da Oceania: a Austrália. Já na imagem abaixo, observam-se ursos-polares, animais nativos da região do Polo Norte, que, por causa de sua localização geográfica em elevadas latitudes, é predominantemente fria.

O urso-polar é um exemplo de animal encontrado naturalmente apenas no Polo Norte e em locais próximos. Na fotografia, urso-polar com seus filhotes no Parque Nacional Wapusk, Canadá, 2018.

capítulo verificam-se as principais características relacionadas à Oceania. São abordadas temáticas relacionadas aos aspectos socioculturais e históricos, os quais permitem compreender o processo de formação populacional e territorial do continente, assim como são levantadas questões, ambientais e econômicas, que podem se apresentar característicos da região. Os conteúdos abordados favorecem os temas contemporâneos de Educação Ambiental, Saúde, Educação em direitos humanos e Diversidade cultural.

• O conteúdo abrange principalmente as habilidades EF09GE01, EF09GE03, EF09GE04, EF09GE05, EF09GE08, EF09GE09, EF09GE10, EF09GE13, EF09GE14, EF09GE15, EF09GE16, EF09GE17 e EF09GE18. Respostas

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Converse com seus colegas sobre o que vocês conhecem a respeito da Oceania. B Você conhece outras características específicas das regiões polares? Converse com seus colegas.

A Resposta pessoal. Estimule os alunos na conversa e verifique a coerência da resposta. B Resposta pessoal. Verifique se a resposta dos alunos está coerente com a atividade proposta. Aproveite para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre essa região.

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Orientações gerais

• Para avaliar o conhecimento prévio dos alunos a respeito dos assuntos a serem trabalhados, traga para a sala de aula imagens de revistas que representem aspectos naturais e socioeconômicos da Oceania e das regiões polares. Essas imagens podem ser encontradas em sites de revistas sobre viagem, como a seguir.

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> Revista Viagem e Turismo. Disponível

em: <http://livro.pro/sywh82>. Acesso em: 8 nov. 2018. > Distribua as imagens entre os alunos, orientando-os a observá-las, a fim de lhes perguntar depois o que sabem sobre essas regiões. • Incentive-os a dialogar e, se julgar necessário,

faça-lhes as questões a seguir: > Quais são os principais países da Oceania? > Quem eram os primeiros habitantes da Oceania? > Quais as principais diferenças entre o Polo Sul e o Polo Norte?

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A Oceania

BNCC

• Os conteúdos abordados nas páginas de 151 a 157 contemplam as habilidades EF09GE16 e EF09GE17.

A Oceania é o menor dos continentes do nosso planeta. Sua extensão territorial é aproximadamente 8,5 milhões de km2. É formada pela Austrália, único país com características continentais, além de dezenas de ilhas oceânicas. As ilhas que abrigam a Nova Zelândia e Papua Nova Guiné representam as maiores áreas insulares do continente. Muitas delas, por serem extremamente pequenas, integram um conjunto de micropaíses do mundo.

• Acompanhe os alunos

Veja o mapa a seguir.

Micropaís: país cujo tamanho do território não ultrapassa 1 000 km2.

Oceania

• Cite outros micropaí-

Atol Johnston (EUA)

M

I C ILHAS MARSHALL R O N MICRONÉSIA É PALAU M S E I A L A NAURU PAPUA N É NOVA ILHAS S GUINÉ I A SALOMÃO

Guam (EUA)

ses do mundo, como Vaticano, Mônaco, Andorra, Liechtenstein (Europa); Barbados, Antígua e Barbuda (América Central).

Havaí (EUA)

Wake (EUA)

Ilhas Marianas do Norte (EUA)

SAMOA OCIDENTAL Samoa Americana (EUA)

FIJI

AUSTRÁLIA Ilhas Norfolk (AUSTRÁLIA)

TONGA

Wallis e Futuna (FRANÇA)

Wellington OCEANO ÍNDICO Tasmânia (AUSTRÁLIA)

L

I

Equador

N

É

Bora Bora

VANUATU Nova Caledônia (FRANÇA)

Canberra

OCEANO PACÍFICO

O

Toquelaw (NOVA ZELÂNDIA)

TUVALU

Trópico de Capricórnio

P

KIRIBATI

NOVA ZELÂNDIA

Ilhas Cook (NOVA ZELÂNDIA)

Taiti

Niue (NOVA ZELÂNDIA) Linha Internacional da Data

na leitura do mapa, sobretudo na localização das divisões políticas da Melanésia, Polinésia e Micronésia.

E. Cavalcante

Orientações gerais

S

I

A

Ilhas Marquesas

Polinésia Francesa (FRANÇA) Mururoa Ilhas Pitcairn (REINO UNIDO)

Capital

N L

O S

0

720 km

180°

Fonte: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 101.

Com exceção da costa oeste da Austrália, que é banhada pelo oceano Índico, as ilhas do continente estão dispersas em uma grande área do oceano Pacífico e estão divididas em três regiões. Melanésia Região que reúne os arquipélagos de Bismarck, Salomão, Vanuatu, Nova Caledônia e Fiji. Localiza-se a noroeste da Austrália.

Polinésia Região insular localizada a leste da Micronésia, da qual fazem parte o Havaí e a ilha de Bora Bora, as ilhas de Tuvalu, Kiribati e Samoa.

Micronésia Região formada por um conjunto de ilhas localizadas a oeste da Melanésia. Entre as ilhas dessa região estão Palau, Nauru e ilhas Marshall.

Algumas dessas ilhas pertencem a outros países, sendo totalmente dependentes deles, como as ilhas Cook, Guam e Polinésia Francesa, que pertencem à Nova Zelândia, aos Estados Unidos e à França, respectivamente.

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Capítulo 5

Grande parte do território da Oceania está localizada no Hemisfério Sul, com formações naturais diversificadas, que são intensamente influenciadas pela maritimidade, por conta da quantidade de terrenos insulares que a compõem.

Relevo e hidrografia As principais características do relevo e da hidrografia desse continente são apresentadas a seguir, agrupadas em duas partes: a porção insular e a massa continental. Observe no mapa as variações de altitude na Oceania.

E. Cavalcante

Oceania: relevo e hidrografia PAPUA NOVA GUINÉ CAD

EIA

CE

NT

OCEANO PACÍFICO

RA

L

GR AN

DE

Mar de Coral

BA R

RE

O EC

ILH

RD

CADEIAS MACDONNELL

EIR

AUSTRÁLIA

US

RA

Disponível em: <http:// livro.pro/uxv7kh>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Trópico de Capricórnio

TR

Lago Eyre ng

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NO

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Rio M

AL

Golfo de Spencer

OCEANO ÍNDICO

ST ALPES A U

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MONTE KOSCIUSCO (2 228 m)

130° L

DO

N L

O

0

430 km

PE AL

S

Tasmânia (AUS)

Pico Vulcões ativos Borda da placa tectônica Rios

NOVA ZELÂNDIA SU L

Mar da Tasmânia

Altitude (em metros)

S

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 147.

Relevo insular do oceano Pacífico Os países insulares da Oceania são caracterizados pelo tamanho reduzido, por isso os rios não são muito extensos em seus territórios. A maioria das ilhas apresenta terrenos montanhosos, de origem vulcânica e planícies costeiras. Veja no mapa acima o encontro de placas tectônicas, o que explica a ocorrência de atividade vulcânica na região.

PiercarloAbate/Shutterstock.com

1 200 800 500 200 0

> Turismo Nova Zelândia.

20° S

L

• Apresente algumas imagens dessas ilhas e vulcões localizados na Nova Zelândia e, caso seja possível, encaminhe os alunos até o laboratório de informática e solicite que explorem o site oficial de turismo da Nova Zelândia.

IANA

GRANDE DESERTO DE VITÓRIA A BO R O NULL ÍCIE D N A L P Grande Baía Australiana

AA

CO

• Comente ainda sobre a ação do tectonismo na Nova Zelândia, observando o mapa da página anterior. O país localiza-se sobre o encontro de duas placas tectônicas, a placa do Pacífico e a Australiana, apresentando características peculiares ao relevo recente, constando algumas ilhas vulcânicas, por exemplo.

AL

CADEIA PETERMANN

DE

Orientações gerais

Rio

CADEIA BARLEE

RA

I

PLANALTO KIMBERLEY

GRAND

:01 PM

Principais características naturais da Oceania

Vista de parte do relevo montanhoso da ilha de Papua Nova Guiné, 2018.

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Orientações gerais

No relevo continental destacam-se as seguintes formações:

alunos para as imagens representadas nesta página. Comente que o relevo da Oceania é predominantemente plano, com exceção das Cordilheiras Orientais, que são as unidades geomorfológicas mais antigas, localizadas na Austrália.

Piter Lenk/Alamy/Fotoarena

• Chame a atenção dos

• Peça

aos alunos que localizem as Cordilheiras Orientais no mapa da página 151.

Praticamente toda a porção leste da Austrália é atravessada por dois conjuntos de montanhas: a Grande Cordilheira Australiana e os Alpes Australianos. Apresentam altitudes pouco elevadas, sendo o Monte Kosciuszko, a 2 228 metros de altitude, o ponto culminante. Suas encostas voltadas ao litoral, por serem mais abruptas, representam um obstáculo para as massas de ar úmidas vindas do oceano Pacífico, influenciando a ocorrência de precipitações abundantes em toda a costa leste do país.

Na imagem, vista dos Alpes australianos, localizados no Parque Nacional Kosciuszko, Austrália, 2018.

STRINGER Image/Shutterstock.com

• Comente com os alu-

nos e peça que observem também no mapa da página anterior a importância da bacia hidrográfica do Rio Darling.

Cordilheiras Orientais

Planalto Ocidental Grande parte da porção ocidental do país, até os limites das planícies centrais, é dominada pelo Planalto Ocidental. Trata-se, como no restante do país, de terrenos bastante antigos e desgastados, com baixas altitudes. Poucos rios banham essa região, e a porção interiorana do planalto é banhada apenas esporadicamente por rios temporários, que se formam nas escassas épocas de chuvas.

Raymond Warren/Alamy/Fotoarena

Paisagem árida no norte da Austrália, 2017.

Planícies Centrais Na porção central da Austrália, entre as Cordilheiras Orientais e o Planalto Ocidental, predominam planícies formadas por sedimentos trazidos pelo vento, das montanhas antigas do leste, pelos rios intermitentes ou pelos rios da bacia do Darling-Murray. Algumas depressões pontuam as Planícies Centrais, geralmente preenchidas pela água da chuva e de rios temporários, formando lagos, sendo o principal deles o Lago Eyre.

Paisagem do Lago Eyre, maior lago da Austrália, localizado no sul do país, 2016.

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:01 PM

Capítulo 5

Bacia dos rios Darling-Murray

CIW1/Shutterstock.com

Apesar do extenso território, a aridez que predomina na maior parte da Austrália dificulta a formação de rios extensos, sendo a bacia dos rios Darling-Murray a única exceção. Formada por dois extensos rios principais (Darling e Murray), a bacia banha toda a região sudeste do país, desde as encostas ocidentais da Grande Cordilheira Australiana e dos Alpes Australianos.

Trecho do Rio Murray, em Yunderup, Austrália, 2018.

Os recifes de corais Favorecidos pelas altas temperaturas e baixas profundidades das águas costeiras dos litorais tropicais da região da Oceania, os ambientes marinhos impressionam pelos peixes coloridos e outros seres subaquáticos exóticos de sua rica biodiversidade. Entre essas biodiversidades marinhas estão os recifes de corais, que se desenvolveram ao longo de milhares, ou mesmo milhões, de anos por meio da atividade biológica dos corais e de outros seres marinhos que, ao depositar carbonato de cálcio no fundo dos oceanos, em áreas rasas, formam uma imensa massa rígida.

Reinhard Dirscherl/Alamy/Fotoarena

A Grande Barreira de Coral Australiana apresenta espécies das mais variadas cores. Ela é considerada um dos maiores e mais ricos ambientes marinhos do mundo em biodiversidade. No entanto, infelizmente essa biodiversidade encontra-se ameaçada por causa de alguns fatores, como aquecimento global, pesca, indústrias extrativas minerais e agrotóxicos resultantes das explorações agrícolas, que vêm contaminando as águas da costa australiana nos últimos anos.

Coral: seres vivos com carapaça de calcário que se acumulam e vivem em imensas colônias nas áreas costeiras de mares e oceanos.

Integrando saberes

• Ao tratar sobre Os recifes de corais, convide o professor do componente curricular de Ciências para participar da explicação sobre a formação de recifes de corais, trabalhando o tema contemporâneo Educação Ambiental da BNCC. Comentem sobre sua importância ecológica e sua biodiversidade. • Tragam para a sala de aula outras imagens de diferentes tipos de corais que podem ser encontradas em livros e na internet, e apresentem aos alunos para exemplificar a explicação. É importante que os alunos identifiquem o que as intervenções humanas causam nos ambientes naturais, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 6.

• Instigue os alunos a promoverem a consciência ambiental, exercitando a responsabilidade por suas ações. • Comente com os alunos que no Brasil os recifes de corais são encontrados do Maranhão até o Sul da Bahia, se distribuem por aproximadamente 3 mil quilômetros de costa.

Na imagem, vista aérea da Grande Barreira de Coral, considerada o maior conjunto de recifes do mundo, localizada na Austrália, 2015.

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Orientações gerais

Geografia

• Comente com os alu-

em foco

nos que, assim como as barreiras de corais, os atóis não se desenvolvem em ambientes marinhos com temperatura inferior a 23 °C, tampouco com mais de 70 metros de profundidade, pois os seres que os formam, assim como aqueles que os habitam, necessitam de luz, águas quentes e rasas para processar seus nutrientes.

Os atóis do oceano Pacífico

Muito diferente das inúmeras ilhas existentes no oceano Pacífico e que constituem a maior parte dos países que compõem o continente, as ilhas coralinas, ou atóis, caracterizam-se justamente por sua pequena altura e base de corais. Com formato arredondado, as ilhas de tamanho geralmente reduzido costumam apresentar formato de anel, com algumas passagens abertas estabelecendo contato com as águas oceânicas externas. Essas ilhas chamam a atenção pela grande variedade de espécies marinhas nelas presentes: tubarões, minúsculos peixes coloridos, algas exóticas e invertebrados. Essa riqueza de vida marinha configura um verdadeiro paraíso para os mergulhadores. Veja na página seguinte o processo de formação dos atóis.

• Se possível, pesquise

e apresente aos alunos algum vídeo que trate da questão da distribuição das formações de corais, de preferência da grande barreira de corais, tratada na página.

• Peça

aos alunos que realizem uma pesquisa a respeito da distribuição dessas formações, os fatores que têm ocasionado esses problemas e a importância de preservá-las.

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Capítulo 5

Formação de atóis 1 O início do processo acontece com a formação de um vulcão que emerge da superfície, acima do nível do mar, formando uma ilha oceânica. Quando o vulcão se torna temporariamente ou permanentemente inativo, corais e algas marinhas constroem recifes ao redor de suas margens. 2 Com o passar dos milênios, o extinto vulcão passa por um lento processo de erosão. Ele também pode pouco a pouco se afundar, em razão de seu peso, ou o nível do mar pode subir.

Integrando saberes

• Converse com o professor do componente curricular de Ciências para que, em conjunto, expliquem a formação dos atóis para os alunos. • Comente com eles que no Brasil temos o Atol das Rocas, localizado a 267 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte. Apresente aos alunos o vídeo a seguir.

3 O recife, por sua vez, continua crescendo, mantendo sua posição acima do nível do mar, formando uma espécie de barreira. 4 Quando a ilha vulcânica fica completamente submersa, suas estruturas rochosas acabam totalmente cobertas pelo recife, formando o atol. 4 3 2 1

> Conheça o Atol das

Gary Hincks/ SPL/Latinstock

Rocas, uma das mais isoladas unidades de conservação do Brasil. Estadão. Disponível em: <http://livro. pro/ipzoo4>. Acesso em: 8 nov. 2018.

James D. Morgan/Getty Images

Fonte de pesquisa: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 214-215.

Paisagem de um atol no oceano Pacífico, onde se encontra a ilha de Bora Bora, que pertence à Polinésia Francesa, 2016.

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Orientações gerais

Clima e vegetação

• Explique

aos alunos que o efeito da maritimidade ocorre em áreas mais próximas de mares e oceanos, onde as águas se aquecem e se resfriam mais lentamente. Como consequência, nessas áreas, a variação da temperatura é menor.

A Oceania apresenta tipos de climas variados. Nas áreas insulares, como na Papua Nova Guiné e na Micronésia, predomina o clima equatorial, com exceção da Nova Zelândia. A Austrália possui uma dinâmica climática própria em razão de sua grande extensão territorial. Veja nos mapas abaixo os principais tipos de clima e vegetação da Austrália e da Nova Zelândia. Austrália e Nova Zelândia: climas

• Em

se tratando da Austrália, onde a maior parte dos climas que atua é quente o ano todo, pode ser um momento deflagrador para abordar o tema contemporâneo Saúde. Comente com os alunos que a grande incidência solar é uma das causas da existência de um número elevado de casos de câncer de pele nos países da Oceania, principalmente na Austrália.

N L

O S

20° S

AUSTRÁLIA Alice Springs

Trópico de Capricórnio

Coober Pedy Sydney Augusta Canberra

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO

Wellington

Capital

Cidade

Tropical Semiárido Desértico

Temperado Mediterrâneo

Adaptado da classificação de Köppen.

E. Cavalcante

NOVA ZELÂNDIA

• Oriente-os a adotar há-

bitos de autocuidado com a pele em relação à exposição ao Sol, como usar filtro solar diariamente, inclusive nos dias nublados, e evitar os momentos de maior incidência de raios solares; no Brasil é recomendado não se expor ao sol entre 10h e 16h. Tais medidas previnem o aparecimento de doenças, como o câncer de pele.

510 km

0 130° L

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58.

Austrália e Nova Zelândia: formações vegetais N L

O S

20° S

AUSTRÁLIA Alice Springs

Trópico de Capricórnio

Coober Pedy Sydney Augusta OCEANO ÍNDICO

OCEANO PACÍFICO

Canberra Wellington

Capital Floresta Temperada Vegetação Mediterrânea Estepe e Pradaria

Cidade Deserto Savana Floresta Pluvial Tropical

E. Cavalcante

NOVA ZELÂNDIA

0 130° L

510 km

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 61.

Austrália Direção de Baz Luhrmann, 2008. (165 min). Uma mulher inglesa se muda para a Austrália, onde passa a viver em sua fazenda de criação de gado. Ao decidir levar seu rebanho para o interior do país, ela e seus companheiros de viagem vivem grandes aventuras.

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Capítulo 5

Clima equatorial

photosounds/Shutterstock.com

Os países que compõem a porção insular da Oceania, exceto a Nova Zelândia, apresentam, em geral, elevados índices de pluviosidade durante quase o ano inteiro, com variações sazonais, ou seja, a cada estação. Essas condições propiciam o desenvolvimento de vegetações densas, adaptadas aos climas quentes e úmidos. Isso ocorre em razão da localização próximo à linha do equador e por estar rodeada pelas águas do oceano Pacífico.

Vegetação densa predominante na ilha de Palau, 2016.

luta contra aquecimento global que eleva Pacífico. G1. Disponível em: <http:// livro.pro/xm9xpr>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Klanarong Chitmung/Shutterstock.com

Caracteriza-se por apresentar quatro estações do ano bem definidas e por precipitações distribuídas ao longo do ano. Predomina na Nova Zelândia e no litoral oriental da Austrália, onde se desenvolvem florestas temperadas com variadas espécies de plantas.

• Alguns países estão buscando soluções para esse problema ambiental, como é o caso de Kiribati. Para isso, leia o texto a seguir.

Na fotografia, podemos observar a vegetação de Floresta Temperada, na região de Otago Nova Zelândia, 2018.

Refugiados climáticos Wendy Eriksson/Shutterstock.com

Principalmente na porção central da Austrália, ocupando grande parte do interior do território do país, estende-se a faixa árida onde se localizam os desertos. Nessas áreas, a vegetação adaptada ao intenso calor e à baixa umidade é composta de plantas rasteiras e cactos. Nas bordas dessa grande área desértica predomina o clima semiárido, em que as chuvas são irregulares e concentradas, com precipitações torrenciais, em alguns períodos do ano. Nessas áreas desenvolve-se, sobretudo, a vegetação de Estepes.

• Comente com os alunos que, em razão da presença de pequenas ilhas e atóis no território da Oceania, muitos deles têm sua existência ameaçada por causa da elevação do nível das águas do oceano. Sugerimos que apresente aos alunos o vídeo a seguir, que trata do caso das ilhas Marshall. > Ilhas Marshall travam

Clima temperado

Clima desértico e semiárido

Orientações gerais

Paisagem árida no interior da Austrália, 2018.

Clima tropical e mediterrâneo Os litorais australianos apresentam ambientes mais úmidos. No litoral norte, o clima é marcado por verões chuvosos e invernos secos. À medida que se avança rumo ao sul do país, as chuvas se tornam cada vez mais raras e imprevisíveis. No entanto, após atravessar a faixa desértica, nessa mesma direção, as chuvas aumentam aos poucos, tornando-se mais abundantes à medida que se aproximam do litoral. No sul, ao contrário do norte, as chuvas ocorrem no inverno, e os verões são quentes e secos, caracterizando o clima mediterrâneo.

[...] A ameaça de elevação do mar derivada do aquecimento global levou o governo de Kiribati, nação insular da Oceania, a tomar uma decisão: comprar um terreno de 24,5 km2 em Viti Levu, a principal ilha do arquipélago de Fiji, 2.250 km ao sul, para acomodar 103 mil kiribatianos. A maioria dos 32 atóis de Kiribati está quase ao nível do mar, e em alguns pontos a água salgada já contaminou os lençóis de água subterrânea. [...] Refugiados climáticos. Revista Planeta, n. 476, 1º maio 2012. Disponível em: <www. revistaplaneta.com.br/refugiadosclimaticos>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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Oceania e sua população

Orientações gerais

• Se considerar neces-

A princípio, grande parte do território que hoje corresponde à Oceania era habitada por povos nativos que, provavelmente, vieram do Sudeste Asiático.

sário, complemenete aos alunos mais informações sobre a população aborígine.

Os motivos da migração desses povos são desconhecidos, mas o fato de o novo continente ter características climáticas semelhantes às do Sudeste Asiático favoreceu sua permanência na região.

• Explique que os aborí-

gine se caracterizava pelo seminomadismo, ou seja, os aborígines migravam de uma região para outra de acordo com as alterações climáticas e a disponibilidade de recursos naturais. Não praticavam a agricultura, pois sua economia era baseada na caça, na pesca e na coleta. Como caçadores-coletores, os aborígines tinham grande conhecimento do meio natural australiano, o que lhes permitia sobreviver mesmo em regiões desérticas. Cerca de 700 línguas e dialetos eram falados pelas populações aborígines.

• A chegada dos europeus causou o extermínio de grande parte dessa população. Entre 1788 e 1900, o número de aborígines caiu de 750 mil para menos de 100 mil indivíduos. Além da superioridade das armas europeias, a principal causa da mortalidade entre os aborígines decorreu da disseminação de doenças transmitidas pelos europeus, às quais os nativos não eram imunes: varíola, gripe, sarampo, febre tifoide, tifo, catapora, coqueluche e tuberculose.

• Além disso, a ocupação

das terras para a agropecuária e a extração de minérios desequilibra-

Tillman Schlageter/Alamy/Fotoarena

• O modo de vida aborí-

Antes da chegada dos colonizadores europeus a esse continente, foram feitas algumas expedições científicas para explorar essa região do Pacífico. Uma das mais importantes e bem equipadas expedições ocorreu em 1768, sob o comando do cartógrafo James Cook no navio Endeavour, que navegou até a Nova Zelândia passando pela costa australiana, como representado na tela abaixo. Encantadora de baleias Witi Ihimaera. São Paulo: Barany Editora, 2012. O livro conta a história de uma menina do povo maori que possui a habilidade de se comunicar com baleias e quer conquistar o respeito de seu avô e chefe da tribo.

Na fotografia ao lado, observamos uma pintura rupestre produzida por aborígines na Austrália, 2017.

Coleção Particular. Fotografia: De Agostini Picture Library/Fotoarena

gines foram os primeiros povos a habitar a atual Austrália. Chegaram nesse território há pelo menos 40 mil anos. Classificados genericamente como aborígines (“nativo”, “autóctone”) pelos europeus, esses povos vieram do Sudeste Asiático, deslocando-se de ilha a ilha por meio de canoas.

Navio Endeavour deixando o porto de Whitby, na Austrália, em 1768. Pintura de Thomas Luny, 1790.

158

vam os ciclos ecológicos responsáveis pelo sustento dos aborígines, que também se viram privados dos recursos hídricos.

• Até 1967, os aborígines não eram reconhecidos como

cidadãos australianos, não sendo contabilizados nos censos, sem direito a voto e a benefícios sociais.

• Nas últimas décadas, no entanto, os aborígines con-

seguiram algumas vitórias. Um exemplo histórico foi a

chamada Sentença Mabo, uma decisão tomada pelo Su-11/23/18 premo Tribunal australiano, em 1992, que garantia aos aborígines o direito a suas terras.

3:00 PM

• Em 2008, o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd,

fez oficialmente um pedido de desculpas aos aborígines pelas injustiças cometidas nos dois séculos de colonização europeia sobre suas terras, e em 2010 a Austrália elegeu seu primeiro deputado de origem aborígine.

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Capítulo 5

No final do século XVIII, a colonização britânica do território australiano foi iniciada com a formação de uma colônia penal para criminosos ingleses. Em seguida, muitos migrantes europeus começaram a ocupar, de fato, o território que corresponde à atual Austrália. Grande parte desses colonos veio da Grã-Bretanha e da Irlanda, portanto o povo australiano apresenta, em sua composição étnica, forte característica anglo-céltica, além da influência aborígine (povo nativo da Austrália).

BNCC

• Os conteúdos aborda-

dos nas páginas de 158 a 162 contemplam as habilidades EF09GE01, EF09GE03, EF09GE04, EF09GE08 e EF09GE09.

• É possível também trabalhar com a competência geral 3 e a competência específica de Ciências Humanas 1.

Os britânicos alegaram que a Austrália era uma terra desabitada: desprezaram a existência dos aborígines e colonizaram esse território até quase a metade do século XX, quando a Austrália conquistou sua independência política. No início do século XIX, em razão da miséria e do desemprego que tomavam conta da Grã-Bretanha, o governo britânico passou a financiar a migração de sua população mais pobre para a Austrália, já que esta necessitava de mão de obra.

• Por intermédio do estudo da população desse continente, é possível trabalhar com os temas contemporâneos Educação em direitos humanos e Diversidade cultural.

Na metade deste mesmo século, houve uma grande explosão demográfica na Austrália, desencadeada principalmente pela descoberta de vários campos auríferos na colônia. A exploração das jazidas de ouro favoreceu o surgimento de grandes cidades. A partir de 1901, a maior parte das terras estava ocupada por fazendeiros e mineradores brancos, que abasteciam o comércio britânico com alimentos e matérias-primas.

Orientações gerais

No período após a Segunda Guerra Mundial, a Austrália recebeu uma quantidade ainda maior de pessoas. Centenas de milhares de refugiados e imigrantes de diferentes países, principalmente da Ásia, chegaram com a esperança de melhores condições de vida e oportunidades de emprego.

• O livro indicado abaixo conta a história da Austrália, desde os primeiros aborígines até os tempos atuais, relatando as principais características naturais desse país. Sugira a leitura aos alunos ou traga trechos para serem analisados em sala de aula.

Popperfoto/Getty Images

Anglo-céltico: remete aos povos Anglos e Celtas, provenientes da Grã-Bretanha (Inglaterra) e da região europeia da Gália, que exerceram forte influência sobre as atuais culturas inglesa e irlandesa.

> DARIAN-SMITH, Kate.

Tradução de Mário Vilela. Explorando a Austrália. São Paulo: Ática, 1998.

Mina de ouro em Victoria, Austrália, 1900.

159

Material digital

11/23/18 3:00 PM

• A sequência didática 7, disponível no material digital,

pode complementar o tema Oceania e sua população, pela compreensão e pelo estudo acerca da origem e das características culturais da população aborígene, com base na produção de painéis temáticos. O material trabalha as habilidades EF09GE02 e EF09GE03 da BNCC.

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Encontro com... História

Orientações gerais

• Convide o professor do

componente curricular de História para apresentar aos alunos algumas questões relacionadas ao tema dessa seção. Comente que outras colônias penais também foram instaladas durante o século XVIII para a ocupação de territórios conquistados por países europeus, como ocorreu na atual Guiana Francesa.

Austrália: colônia penal inglesa No final do século XVIII, a França avançava em sua expansão imperialista pelas ilhas do oceano Pacífico, e a Inglaterra procurava impedir esse processo. Para isso, a melhor forma era promover o povoamento inglês na região. Na Austrália, esse processo se iniciou com a construção de colônias penais. A primeira frota com prisioneiros chegou à enseada de Sydney em janeiro de 1788, trazendo mais de 700 prisioneiros condenados, além de soldados e administradores britânicos. Assim, era criada a primeira colônia penal, cuja maioria dos prisioneiros tinha penas de até sete anos. Essa primeira colônia penal constituiu o núcleo da futura cidade de Sydney, hoje a maior da Austrália e capital do estado de Nova Gales do Sul. Outras colônias penais foram criadas nos territórios australianos de Queensland, na Austrália Ocidental, assim como na ilha da Tasmânia. Em conjunto, as colônias penais australianas receberam cerca de 160 mil condenados entre 1788 e 1868.

• Comente com os alunos

que colônias penais são edificações construídas para exilar prisioneiros condenados. Geralmente, são instaladas em locais isolados, que não ofereçam risco à população.

Benny Marty/Shutterstock.com

Os condenados tinham de trabalhar nas fazendas dos colonos livres e também nas obras empreendidas pela administração colonial, como a construção de estradas. Se tivessem bom comportamento, eles podiam conseguir a liberdade condicional e até mesmo adquirir terras. Muitos ex-detentos enriqueceram como fazendeiros pecuaristas, tendo grande participação no desbravamento de grandes extensões das terras interioranas da Austrália. A criação de ovelhas para a exportação de lã era a principal atividade econômica, pois praticamente toda a produção era vendida para as indústrias têxteis inglesas.

Na fotografia, ruínas de uma colônia penal localizada na Tasmânia, Austrália, 2015.

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Capítulo 5

População nativa: a luta pela sobrevivência Durante todo o período da colonização europeia, os povos nativos, como os aborígines da Austrália e os maoris da Nova Zelândia, tiveram seu modo de vida e suas práticas tradicionais alterados. Além de trazer consigo enfermidades do ocidente, como sarampo, gripe e varíola, doenças que dizimaram uma grande quantidade de grupos nativos, os colonizadores forçaram a desocupação dos povos de suas terras, obrigando-os a migrar para outras regiões. Durante os anos de 1788 a 1900, a população aborígine, que era de aproximadamente 300 mil nativos, foi reduzida para cerca de 50 mil indivíduos. De acordo com pesquisas demográficas recentes, a população aborígine passou a crescer a partir do final do século XX e início do século XXI. Em 2016, calcula-se que existiam, aproximadamente, 649 mil aborígines vivendo na Austrália. As minorias nativas reivindicam o respeito e a preservação de suas tradições culturais.

Integrando saberes

• Convide novamente o professor do componente curricular de História para fazer um paralelo com a colonização portuguesa, abordando o pouco espaço destinado à visão dos povos indígenas brasileiros a respeito do domínio europeu sobre o atual território do Brasil. Leia o texto a seguir, que trata das razões pelas quais muitas vezes apenas a versão dos dominadores é contada. Etnocentrismo

Geração roubada Direção de Phillip Noyce, 2002. (93 min). O filme conta a histórias de três meninas aborígines que fogem de um campo do governo inglês na Austrália, onde mulheres são treinadas para serviços domésticos, para a aldeia de onde foram retiradas.

Scott Barbour/Getty Images

Representantes aborígines apresentando dança tradicional durante um protesto por direitos dos povos aborígenes em Melbourne, Austrália, 2015.

Os estudiosos da cultura compreendem que os povos forjam visões de mundo peculiares, que marcam a sua identidade de povo. Mas quando um determinado grupo, com traços culturais característicos e uma visão de mundo própria entra em contato com outro grupo que apresenta práticas culturais distintas, o estranhamento e o medo são as reações mais comuns. O etnocentrismo nasce exatamente desse contato, quando a diferença é compreendida em termos de ameaça à identidade cultural. De modo simples, o etnocentrismo pode ser definido como uma visão de mundo fundamentada rigidamente nos valores e modelos de uma dada cultura; por ele, o indivíduo julga e atribui valor à cultura do outro a partir de sua própria cultura. Tal situação dá margem a vários equívocos, preconceitos e hierarquias, que levam o indivíduo a considerar sua cultura a melhor ou superior.

161

Nesse sentido, a diferença cultural percebida rapidamente se transforma em hierarquia. O outro, só compreendido de maneira superficial, é então usualmente designado como “selvagem”, “bárbaro” ou não humano. Em linhas gerais, é difícil para qualquer indivíduo se despojar dos

preconceitos arraigados em sua cultura e tentar compreender a cultura do outro em seus próprios termos. Essa seria uma atitude não etnocêntrica, pois faria uso da relativização, que é o oposto do etnocentrismo. No entanto, o mais comum é o indivíduo tomar suas representações, sua lingua-

gem, 11/23/18 seus valores, 3:37 PM para falar sobre o que é esse “outro”. Não dá a palavra para o outro, porque considera sua cultura a detentora da palavra. SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 127-128.

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Orientações gerais

População atual da Austrália e da Nova Zelândia

• Comente com os alunos

A qualidade de vida na Austrália e na Nova Zelândia se destaca diante dos demais países da Oceania. O nível de desenvolvimento socioeconômico garante à sua população desfrutar de bens e serviços que lhes propiciam um elevado padrão de vida.

que, apesar de a Austrália e da Nova Zelândia possuírem excelente IDH, não é possível generalizar para o restante do continente, pois muitos países enfrentam situações de carência de vários tipos de serviço, tanto pela distância em que se encontram do continente quanto pelos poucos investimentos financeiros. • Solicite aos alunos que observem atentamente os dados da tabela e o mapa de densidade demográfica presentes nesta página. • Se necessário, complemente aos alunos as informações sobre Fiji e Samoa, dois países da Oceania.

A tabela abaixo mostra os indicadores socioeconômicos de alguns países da Oceania.

Austrália Nova Zelândia

14

Renda per capita (US$) – 2016

5 234

IDH – 2015

0,736

3

49 755

0,939

82

4

39 412

0,915

73

19

3 749

0,721

Vanatu

15

72

21

2 861

0,597

Papua Nova Guiné

36

63

45

2 500

0,516

Fontes: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org/>. Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acessos em: 6 nov. 2018.

Importantes fatores contribuem para o elevado índice de desenvolvimento humano desses países, como os elevados investimentos dos governos na área social, o desenvolvimento de programas para assistir às necessidades dos setores de saúde, educação e previdência social. Além disso, há melhor distribuição de renda da população e baixas taxas de desemprego. Em 2017, na Austrália e na Nova Zelândia, a taxa de desemprego estava em torno de 5%.

E. Cavalcante

Mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2015-2020

83

1

Pouco Analfabetismo (em %) – 2015 significativa 70

Pouco significativa Pouco significativa

A população, tanto da Austrália quanto da Nova Zelândia, está envelhecendo, em consequência da redução da taxa de natalidade e do aumento da expectativa de vida, que, atualmente, nesses países, está Austrália e Nova Zelândia: densidade demográfica acima de 80 anos. Observe no mapa N como está distribuída a população OCEANO L O pelos territórios da Austrália e da ÍNDICO S Nova Zelândia. Cloncurry

Derby

Trópico de Capricórnio

Samoa

30° S

Perth

Analfabetismo (em %) – 2015

1

Expectativa de vida (em anos) – 2015

73

Mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2015-2020

16

Renda per capita (US$) – 2016

4030

IDH – 2015

0,704

Fontes: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank. org/>. Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/ files/2016_human_development_ report.pdf>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <http:// population.un.org/wpp/ DataQuery/>. Acessos em: 6 nov. 2018.

IDH – 2015

Tonga

Fiji

Expectativa de vida (em anos) – 2015

Taxa de Expectativa Mortalidade infantil Renda per capita (em analfabetismo de vida (em (por mil nascidos (em %) – 2015 anos) – 2015 vivos) – 2015-2020 US$) – 2016

País

Adelaide

Sydney Canberra Melbourne

Auckland Wellington

Habitantes (por km2) Menos de 1 De 1,1 a 10 135° L De 10,1 a 25 Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas De 25,1 a 50 geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180. 0

510 km

1. Descreva, com os colegas, quais são as áreas que apresentam maior concentração de As porções pessoas na Austrália. litorâneas,

principalmente no sul e no leste do território.

2. Compare o mapa ao lado com o mapa dos climas, na página 156, e estabeleça a relação entre as condições climáticas de algumas áreas da Austrália e sua ocupação humana. Os alunos poderão perceber que as áreas de clima desértico e semiárido são as menos ocupadas.

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Capítulo 5

Economia da Oceania A economia da Oceania é muito diversificada, apresentando níveis diferentes de desenvolvimento econômico e competitividade comercial entre os países que compõem o continente. A Austrália e a Nova Zelândia, por exemplo, apresentam os níveis mais elevados de desenvolvimento econômico do continente. No entanto, principalmente nos países da Polinésia, há ainda uma significativa parcela da população vivendo com base em economias tradicionais, ou seja, voltadas para o setor primário. A população desses países, por vezes, depende de atividades econômicas modernas dos grandes centros urbanos dos países vizinhos.

A atividade industrial e a questão energética na Oceania A atividade industrial da Oceania concentra-se, principalmente, na Austrália, que é responsável por quase 90% da riqueza gerada no continente. A Nova Zelândia também apresenta uma significativa atividade industrial.

Orientações gerais

• Caso seja possível, solicite aos alunos que pesquisem as principais fontes de energia consumidas pelo Brasil e solicite a eles que comparem com o gráfico desta página.

Já as economias dos demais países são pautadas no setor primário, ou seja, na atividade agropecuária ou extrativa. A maioria das indústrias instaladas está voltada para a produção de alimentos. No ano de 2017, a atividade industrial representou cerca de 23% do PIB da Austrália, sendo o principal ramo a indústria de mineração, em razão da abundância de recursos minerais em seu território, e de processamento de produtos agropecuários. Mudança na matriz energética

Na Austrália, por exemplo, os investimentos em energia eólica já reduziram consideravelmente os custos com a produção industrial, e sua utilização está cada vez maior. Essa tendência de mudança da matriz energética resulta em benefícios ao meio ambiente, principalmente com a diminuição da emissão de gás carbônico. Fonte: BP. Statistical Review of World Energy. Disponível em: <https://www.bp.com/ content/dam/bp/en/corporate/pdf/energyeconomics/statistical-review-2017/bpstatistical-review-of-world-energy-2017-fullreport.pdf>. Acesso em: 7 out. 2018.

Oceania: principais fontes de energia – 2016 Keithy Mostachi

Esses minerais são bastante abundantes no continente, contudo algumas medidas de incentivo ao desenvolvimento de outras matrizes energéticas vêm sendo adotadas por diversos países da Oceania. Os investimentos são principalmente em fontes renováveis, como energia solar e eólica.

Outras fontes renováveis 5% Hidrelétrica 6%

dos nas páginas de 163 a 167 contemplam as habilidades EF09GE05, EF09GE10, EF09GE13 e EF09GE18.

• Aproveite o estudo sobre a mudança na matriz energética para abordar o tema contemporâneo Educação ambiental. Realize um debate com os alunos sobre a matriz energética tradicional em contraponto às opções de fontes de energia limpa.

Vamos estudar os diferentes aspectos da economia da Oceania.

As principais fontes de energia consumidas na Oceania são os recursos minerais fósseis, como o petróleo e o carvão. Observe o gráfico ao lado.

BNCC

• Os conteúdos aborda-

• Comente com os alunos que o consumo de alguns recursos energéticos renováveis no Brasil ainda apresenta alto custo, o que dificulta sua utilização, como a energia eólica.

Petróleo 35%

Gás natural 26%

Carvão 28%

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Sugestão de atividade

O espaço agrário da Oceania

Rotações por estações de aprendizagem

A organização do espaço agrário da Oceania é marcada por contrastes. Nos países menos desenvolvidos economicamente, a atividade agropecuária é praticada de maneira tradicional, ou seja, com emprego de técnicas rudimentares. Já em países como Austrália e Nova Zelândia, essa atividade é altamente mecanizada e produtiva. As principais criações e lavouras desse continente estão na Austrália e na Nova Zelândia. Observe no mapa a seguir as principais características agropecuárias desenvolvidas nesses dois países.

Objetivos

• Discutir sobre as atividades agropecuárias da Oceania.

• Desenvolver

• Apresente ou, caso se-

ja possível, entregue impresso a cada grupo uma notícia, como a apresentada a seguir, relacionada à agricultura da Austrália ou Nova Zelândia para que, inicialmente, possam ler e realizar anotações. É importante que entregue uma notícia diferente para cada grupo.

Fazenda no meio do deserto cultiva legumes com água do mar Exame, 10 out. 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ tecnologia/fazenda-no-meio-dodeserto-cultiva-legumes-comagua-do-mar>. Acesso em: 5 nov. 2018.

3. Na Austrália, a agricultura é desenvolvida sobretudo na porção sudeste e sudoeste, e a pecuária ao redor das áreas de deserto. Na Nova Zelândia, a agricultura se destaca na porção sul do país; já a pecuária é praticada tanto na porção norte quanto na porção sul do território neozelandês.

Austrália e Nova Zelândia: atividades agropecuárias

AUSTRÁLIA

Trópico de Capricórnio

30° S

OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO

NOVA ZELÂNDIA N L S

0

Principais produtos Cereais Milho Uva Banana Cana-de-açúcar Algodão Tabaco Madeira Bovinos Ovinos Suínos Utilização do solo

O

E. Cavalcante

• Divida os alunos em grupos de aproximadamente quatro pessoas. Utilize a técnica de rotações por estações de aprendizagem, que consiste num circuito de aprendizagem em que os alunos circulam entre os grupos diferentes trocando experiências construídas nos grupos anteriores.

460 km

Florestas Pastos Agricultura Deserto

135° L

Fonte: Atlas National Geographic: oceanos e polos. São Paulo: Abril, 2008. v. 12. p. 29.

• Em quais regiões estão concentrados os principais cultivos e criações na Austrália

SAEED KHAN/AFP/ Getty Images

o senso crítico e a autonomia. Procedimentos

e na Nova Zelândia? Tanto a Austrália quanto a Nova Zelândia apresentam extensas áreas ocupadas por pastagens, uma vez que a pecuária é bastante representativa em suas economias. Atualmente, o setor agropecuário da Austrália e da Nova Zelândia emprega cerca de 31% e 13% da população economicamente ativa desses países, respectivamente. A Austrália é o segundo produtor mundial de ovinos e, junto à Nova Zelândia, é responsável por cerca de 24% da produção mundial de lã. Área de pastagem de rebanho de carneiros em Duri, Austrália, 2018.

• Após

a primeira leitura e suas respectivas anotações, solicite a troca dos membros do grupo, de maneira que sejam formados novos grupos, com membros diferentes das formações grupais anteriores.

• Neste momento, soli-

cite aos alunos que apresentem suas notícias e levantem possíveis problemáticas relacionadas ao que leram.

• Em

um último momento, peça uma nova troca de grupos. Solicite

164

a apresentação de possíveis soluções às problemáticas levantadas anteriormente.

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• Ao final, proponha uma roda de conversa para que os alunos possam compartilhar suas discussões. Neste momento, levante questionamentos.

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Capítulo 5

Os recursos minerais na Oceania A Austrália representa cerca de 90% do território da Oceania. Em seu subsolo concentram-se as mais importantes jazidas de recursos minerais do continente, o que lhe proporciona o título de grande produtora, detentora e exportadora desses recursos. Veja a tabela abaixo. Recursos minerais na Austrália – 2017 % das reservas mundiais

Ranking mundial de reservas

% da produção mundial

Ranking mundial de produção

Alumínio

2

6o

2

6o

Carvão mineral*

14

3o

8

3o

Chumbo

10

2o

40

1o

Diamante

10

3o

23

3o

Minério de ferro

29

1o

37

1o

Níquel

26

1o

9

4o

Ouro

18

1o

10

2o

Orientações gerais

• Comente com os alunos que, além da Austrália, Nova Zelândia e Nauru também são importantes exportadores de recursos naturais.

• Comente ainda que a atividade extrativista na Austrália é de suma importância para o país, no entanto, cientistas temem que seus recursos minerais possam se esgotar em 30 anos.

Fonte: U.S. GEOLOGICAL SURVEY. Mineral commodity summaries 2018. Disponível em: <https://minerals.usgs.gov/minerals/ pubs/mcs/2018/mcs2018.pdf>. *BP. Statistical Review of World Energy. Disponível em: <https://www.bp.com/content/dam/ bp/en/corporate/pdf/energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2018-full-report.pdf>. Acessos em: 13 nov. 2018.

Tal riqueza natural proporciona à Austrália um amplo quadro de exportações, com os produtos minerais representando mais de 57% da sua pauta de exportações. Entre seus principais parceiros comerciais destacam-se Estados Unidos e União Europeia.

Diamante rosa

Os diamantes cor-de-rosa são extraídos da mina de Argyle, localizada na região de Kimberley, na Austrália Ocidental, próximo ao Lago Argyle, onde também são encontrados diamantes brancos e cor de champanhe. O valor comercial dos diamantes cor-de-rosa é bastante superior ao dos diamantes brancos, e depois de serem cortados, polidos e lapidados eles se destinam principalmente à ornamentação de joias finas. Quilate: unidade de medida de peso utilizada para pedras preciosas, como o diamante, correspondente a 200 miligramas. Também é empregada ao ouro, entretanto, nesse caso, como uma medida de pureza do metal, e não de massa.

Rio Tinto/AFP

A Austrália é a maior produtora de um tipo raríssimo de diamante, o diamante cor-de-rosa. Assim como os outros, esse tipo de diamante foi formado há aproximadamente 1 bilhão de anos, entre 150 e 200 metros de profundidade. No entanto, são raros por possuírem uma coloração levemente rosada, que fica mais evidente após a lapidação.

Na fotografia, diamante cor-de-rosa de 12,76 quilates. Esse tipo de pedra preciosa é encontrada na região de Kimberley, na Austrália.

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Sugestão de atividade

A atividade do turismo na Oceania

Turismo na Oceania

O turismo é uma atividade econômica que gera muita riqueza para a Oceania. Tanto a Austrália quanto a Nova Zelândia possuem grandes atrativos procurados por turistas do mundo todo. As pequenas ilhas que compõem a Oceania, como Taiti, Bora Bora e outras situadas na Polinésia Francesa, também têm no turismo uma fonte de renda importante, em razão de suas belezas naturais.

Objetivos

• Conhecer os atrativos turísticos da Oceania.

• Trabalhar com diferentes gêneros textuais Materiais

Ayers Rock, localizada no Parque Nacional de Uluru-Kata Tjuta, de propriedade dos aborígines locais, é uma grande rocha sagrada para esse povo. Essa rocha possui cerca de 350 metros de altura e 9 km de circunferência. É uma grande atração da região desértica da Austrália.

matteo_it/Shutterstock.com

• Papel kraft • Régua • Borracha • Canetinhas hidrocor • Tubo de cola • Tesoura

Veja, a seguir, dois dos principais atrativos turísticos desse continente.

Procedimentos

• Sugira aos alunos que

façam uma pesquisa sobre outros atrativos turísticos da Oceania e produzam um painel acerca do tema.

Portal Oceania

• Para iniciar a temáti-

• Oriente

os alunos a realizarem pesquisas na internet ou em mídias impressas, como revistas e jornais, a fim de encontrarem imagens e explicações sobre os atrativos turísticos.

Paisagem da formação rochosa Ayers Rock, no norte da Austrália, 2017. Para os aborígenes, essa formação é chamada de Uluru.

A Nova Zelândia, em especial a cidade de Queenstown, é conhecida como a capital mundial dos esportes de natureza. Atividades como parapente, trilhas na floresta para trekking (caminhadas em terrenos acidentados), ciclismo, asa-delta, balonismo, canoagem, rafting (descida em corredeiras utilizando botes infláveis), mergulho, bungee jumping (salto em queda livre, em que a pessoa é amarrada aos pés por um elástico), esqui, snowboarding (descida na neve utilizando pranchas), entre outras, são procuradas por turistas aventureiros do mundo todo. Gaid Kornsilapa/Shutterstock.com

ca, apresente aos alunos fôlderes e demais propagandas turísticas impressas para que os alunos possam se familiarizar com o gênero textual. Para este momento, você poderá verificar com o professor do componente curricular de Língua Portuguesa a possibilidade de realizarem uma atividade juntos.

O site apresenta várias informações turísticas sobre a Austrália e a Nova Zelândia. Visite a página: <http://livro.pro/x6kgbo>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Pessoas praticando parapente em Queenstown, Nova Zelândia, 2016.

• Por

meio do recorte de imagens e do conhecimento construído com as pesquisas, os alunos poderão produzir o painel em papel kraft.

• Após a finalização do

painel, converse com a direção da escola e verifique o local ideal para expor os trabalhos à comunidade acadêmica.

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• A atividade possibilita abordar as competências gerais 2 e 4 e as competências específicas de Geografia 2 e 5 da BNCC.

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:01 PM

Capítulo 5

A economia regional: a Apec Leia as manchetes a seguir.

Apec quer potencializar crescimento e integração perante desigualdades [no bloco] UOL, 8 nov. 2017. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/efe/2017/11/08/apec-querpotencializar-crescimento-e-integracao-perante-desigualdades.htm>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Líderes da Apec fazem defesa da integração [...] UOL, 19 nov. 2016. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2016/11/19/lideresda-apec-fazem-defesa-da-integracao-e-alertam-contra-o-protecionismo.htm>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Orientações gerais

• Comente com os alunos que os países-membros da Apec são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Tailândia, Vietnã e Estados Unidos, além de Taiwan e Hong Kong (China).

• Escreva os nomes desses países na lousa e peça aos alunos que os anotem no caderno.

A Apec – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico – é um bloco econômico instituído com o objetivo principal de impulsionar o crescimento econômico de seus países-membros por meio da abertura de mercado para investimentos externos, do livre-comércio e do fortalecimento da integração econômica regional. As negociações em torno da formação da Apec começaram em 1989, sob a iniciativa da Austrália, constituindo, nesse início, apenas um fórum de discussão entre os países do Sudeste Asiático e alguns parceiros econômicos localizados próximo ao oceano Pacífico. Somente em 1993 a Apec foi oficializada como um bloco econômico, visando transformar-se, definitivamente, em uma Zona de Livre-Comércio. Contudo, até o momento, a Apec ainda apresenta um baixo nível de integração. Trata-se de uma zona preferencial de comércio, ou seja, onde ocorre a eliminação parcial de algumas tarifas alfandegárias sobre seus produtos comercializados.

Russian Look/Zuma Press/Fotoarena

Em 2016, os 21 membros da Apec representaram 59% do PIB mundial e tem importante participação no comércio mundial de mercadorias. O bloco reúne grande diversidade de países, entre eles importantes economias mundiais, como Estados Unidos, Japão, China e Canadá, além de nações mais pobres, como Papua Nova Guiné e Tailândia.

Líderes da Apec durante encontro do bloco em Da Nang, Vietnã, 2017.

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Atividades

1. Antes da chegada dos exploradores europeus, grande parte do território da Oceania já era habitada por povos nativos que provavelmente vieram do Sudeste Asiático. 2. Resposta esperada: o contato com os europeus desencadeou enfermidades até então desconhecidas dos aborígines, como sarampo, gripe e varíola, doenças que dizimaram uma quantidade de grupos nativos. Além disso, os colonizadores compreensão grande deslocaram os povos de suas terras, obrigando-os a migrar para outras regiões.

Orientações gerais

• Se considerar necessá-

rio, apresente aos alunos algumas informações sobre a Apec.

> Criação: 1989. > Países-membros: Aus-

trália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Timor Leste, Indonésia, Cingapura, Malásia, Brunei, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Taiwan, Japão, Coreia do Sul, China, Rússia, Canadá, Estados Unidos, México, Peru e Chile. > Características: bloco

econômico que visa a integração econômica regional da Ásia-Pacífico. Promove o comércio entre os países-membros, já estabeleceu rápidos procedimentos aduaneiros pelos quais um produto pode ser mais facilmente exportado com apenas um conjunto de normas comum a todos os países-membros. Desse modo, constitui uma zona preferencial de comércio.

3. Resposta Exercícios de esperada: entre os principais 1. No caderno, explique como ocorreu o povoamento da Oceania. motivos desse elevado índice, 2. De que maneira a colonização europeia comprometeu o modo de vida dos povos podemos nativos no continente australiano? destacar a distribuição de renda mais 3. Conforme você estudou, os índices de desenvolvimento humano da Austrália e igualitária e os da Nova Zelândia são bastante elevados. Explique, no caderno, por que o IDH altos investimentos desses países é alto. do governo na área social, como 4. Compare o mapa dos climas, na página 156, com o mapa da página 162. Descrenos setores de va, no caderno, a relação entre as condições naturais e a distribuição da populasaúde, educação e previdência ção pelo território australiano. A porção central da Austrália, onde atua o clima desértico, é pouco social. ocupada; a maior parte da população desse país concentra-se nas áreas litorâneas. 5. As principais 5. Quais são as principais fontes de energia consumidas na Oceania? fontes de energia consumidas na 6. Descreva, no caderno, o contraste existente entre Austrália e Nova Zelândia e os Oceania são 6. a) A atividade industrial do continente se demais países da Oceania, em relação: provenientes de concentra na Austrália, e em menor grau na combustíveis a ) ao setor industrial. Nova Zelândia, enquanto os outros países fósseis, como o apresentam fraco desenvolvimento industrial. petróleo e o b ) ao desenvolvimento do espaço agrário. carvão. 6. b) As principais 7. Com base na tabela da página 165, responda às questões abaixo no caderno. lavouras e a ) Qual a situação da Austrália em relação ao ranking de produção e reservas de criações do continente se Austrália ocupa as primeiras posições do ranking mundial em recursos minerais? Arelação desenvolvem na às reservas e produção mineral, exceto de alumínio. Austrália e na b ) Nesse país, a presença desses recursos minerais em grande quantidade é sigNova Zelândia, b) Resposta esperada: as nificativa para sua economia? Justifique sua resposta. 8. onde são pequenas ilhas que compõem Sim, as exportações de recursos minerais da Austrália representam altamente a Oceania, como Taiti, Bora mais de 57% de toda pauta de exportações do país. mecanizadas e Bora e outras, têm no turismo produtivas, uma fonte de renda enquanto nos importante, em razão de outros países a suas belezas naturais. agropecuária é 8. Leia as manchetes e responda às questões em seu caderno. feita de modo tradicional com o emprego de pouca Micronésia tem um dos melhores tecnologia. pontos de mergulho do mundo 8. c) Resposta esperada: porque favorece a prática de esportes ao ar livre, G1, 2 jun. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/06/micronesiacomo parapente, trilhas tem-um-dos-melhores-pontos-de-mergulho-do-mundo.html>. Acesso em: 6 nov. 2018. na floresta, ciclismo, asa-delta, balonismo, canoagem, rafting (descida em corredeiras utilizando botes infláveis), mergulho, bungee jumping (salto em queda livre, em que a Beto Conte, 10 abr. 2014. Disponível em: <http://wp.clicrbs.com.br/betonomundo/2014/04/10/ pessoa é amarrada aos queenstown-capital-de-aventura/>. Acesso em: 6 nov. 2018. pés por um elástico), esqui, snowboarding (descida na neve utilizando pranchas),a ) Qual é o destaque turístico da Micronésia, de acordo com a primeira manchete? A Micronésia é considerada um dos melhores pontos de mergulho do mundo. entre outras, que são procuradas por b ) Qual a importância da atividade turística para as pequenas ilhas da Oceania? turistas c ) Por que a cidade de Queenstown é conhecida como a capital mundial dos aventureiros do esportes de natureza? mundo todo.

Geografia no contexto

Queenstown, a capital de aventura ao ar livre da Nova Zelândia

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Material digital

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• O projeto integrador 3, disponível no material digi-

tal, propõe um trabalho sobre as riquezas da Oceania, com a criação de uma revista que trata das características desse continente. O material trabalha as habilidades EF09GE16, EF09GE17 e EF09GE18 da BNCC.

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Ilustrações: Keithy Mostachi

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B

9. a) O clima de Tibooburra apresenta temperaturas mais elevadas no verão e mais baixas no inverno, com baixo volume de chuvas durante todo o ano. O clima de Sydney apresenta temperaturas mais amenas no verão e chuvas abundantes durante todo o ano.

Austrália: Tibooburra

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J J A Meses

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D

0

Fonte: World Meteorological Organization. Disponível em: <https://worldweather.wmo.int/ en/city.html?cityId=1738>. Acesso em: 5 nov. 2018.

Austrália: Sydney Precipitação (mm)

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O N

D

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Fonte: World Meteorological Organization. Disponível em: <https://worldweather.wmo. int/en/city.html?cityId=300>. Acesso em: 5 nov. 2018.

9. b) O clima temperado, apresentado nessa área, é predominante na costa leste da Austrália, onde se desenvolvem florestas temperadas, com variadas espécies de plantas.

Capítulo 5

9. Observe os climogramas abaixo e responda às questões em seu caderno.

9. d) As massas de ar vindas do oceano encontram obstáculos nas formações da grande Cordilheira Australiana e dos Alpes Australianos, ocasionando abundantes precipitações em toda a costa leste do país, onde a cidade de Sydney se localiza. 10. a) Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos da América e Vietnã.

Orientações gerais

• Retome com os alunos o que é climograma, evidenciando que é uma forma de representação gráfica relacionada ao clima, a qual indica as variações de temperatura e as precipitações durante um período de tempo estabelecido.

• Caso não tenha realizado em atividades anteriores, solicite aos alunos que pesquisem climogramas de outros países além dos que estão representados, para estabelecer novas comparações.

10. b) A Apec é um bloco econômico instituído com o objetivo principal de impulsionar o crescimento econômico de seus países-membros.

a ) Aponte as principais características do clima mostrado no gráfico A e no gráfico B.

b ) Em qual porção do território australiano ocorre o clima representado no gráfico B? E qual tipo de vegetação desenvolve-se na área onde esse clima atua? Os mapas da página 156 podem ajudá-lo a responder a essas perguntas. c ) Descreva as características de outro clima encontrado na Oceania que não tepessoal. O aluno poderá escrever sobre nha sido representado nos climogramas acima. Resposta os climas equatorial, tropical ou mediterrâneo.

10. Observe ao lado uma imagem ilustrativa que representa os países integrantes da Apec. a ) Pesquise quais são os países-membros da Apec. b ) Qual o principal objetivo desse bloco econômico?

GrAl/Shutterstock.com

d ) A cidade de Sydney situa-se na costa leste da Austrália e apresenta elevada pluviosidade. Qual o principal aspecto que promove as chuvas abundantes em toda essa localidade?

c ) Por que esse bloco econômico é considerado uma zona preferencial de comércio? Porque na Apec ocorre a eliminação parcial

de algumas tarifas alfandegárias sobre seus produtos comercializados.

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As regiões polares

Orientações gerais

• Explique

aos alunos que a bússola apresenta as siglas dos pontos cardeais em inglês, sendo E (east) o mesmo que leste e W (west) o mesmo que oeste. Ela também indica a direção dos chamados pontos colaterais, denominados nordeste (NE), sudeste (SE), noroeste (NO) e sudoeste (SO). Outras ainda apresentam os pontos subcolaterais, que são: NNE (nor-nordeste), ENE (es-nordeste), ESE (es-sudeste), SSE (su-sudeste), SSO (su-sudoeste), OSO (oes-sudoeste), ONO (oes-nordeste), NNO (nor-noroeste).

O planeta Terra possui duas regiões polares. Uma delas, a região polar antártica, no extremo sul, constitui um continente chamado Antártida, ocupada por turistas temporários e cientistas que ficam instalados em algumas bases científicas (a maioria delas ativa somente no verão). Já a região polar ártica, no extremo norte do planeta, não constitui um continente. Essa região encontra-se rodeada por terras continentais (da Europa, Ásia e América do Norte) e é ocupada, há milhares de anos, por povos que se adaptaram para enfrentar as rigorosidades do clima polar. Conforme podemos observar nos mapas abaixo, as regiões polares compreendem, ao norte do planeta (Polo Norte), as áreas localizadas ao redor do Círculo Polar Ártico e no interior dele, e ao sul do planeta (Polo Sul), as áreas localizadas ao redor do Círculo Polar Antártico e no interior dele. Em razão da curvatura terrestre e, consequentemente, da baixa incidência dos raios solares nessas áreas de elevada latitude, suas temperaturas permanecem baixas durante todo o ano. Polo Norte CANADÁ OCEANO PACÍFICO

I. Disko

Polo Norte Magnético

Groenlândia (DINAMARCA) 80

ISLÂNDIA

Alaska (EUA)

Mar de Beaufort

° N I. Ellesmere

Mar da Estreito de L im oc ite m Groenlândia Bering Polo Norte eâ nic áxim o( Geográfico inv o do Meridiano de Mar Linha internacional er 180° no gel Greenwich da data da Sibéria o

)

Is. Spitsbergen (NOR)

NORUEGA SUÉCIA

Mar de Barents

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elo og ) o d rão m e i n (v mí co ite âni Lim oce Is. da

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Terra do Norte

Oriental

N

Nova Sibéria

L

O

E. Cavalcante

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RÚSSIA 600 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 150. tic tá r An ar l o

Cí rcu lo

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OCEANO ATLÂNTICO

I. Alexander

I. Charcot

90˚

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Mar de Weddell I. Berkner

Mar de Davis

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Mar de Amundsen

L

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Bloco de Gelo Ross I. Roosevelt I. Ross

Mar de Ross

S

0

620 km

OCEANO ÍNDICO

Polo Sul Geográfico

Mar de Bellingshausen

OCEANO PACÍFICO

Limit e oceâmínimo d nico o (verã gelo o)

180˚

Durante muito tempo, pensou-se que os polos geográficos e magnéticos se localizassem no mesmo ponto. No entanto, os termos “polos magnéticos” e “polos geográficos” não têm o mesmo significado. Esses polos não são coincidentes, pois existe uma diferença entre suas localizações. Os polos geográficos Norte e Sul são uma convenção humana e são marcados no ponto de encontro do eixo de rotação do planeta com a superfície terrestre. A Terra possui um campo magnético que age como um grande ímã. Os polos magnéticos são os pontos que variam de acordo com esse campo magnético, para onde, normalmente, a agulha de uma bússola aponta. Ou seja, o movimento de rotação da Terra determina a localização dos polos geográficos Norte e Sul, e o campo magnético da Terra determina a localização dos polos magnéticos Norte e Sul.

90˚

Lim oc ite eâ má nic ximo o (in d verno o gelo )

Polo Sul

Linha internacional da data

0

Polo geográfico e polo magnético

Polo Sul Magnético

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 151.

tterstock.com

I. Príncipe I. Rainha Vitória de Gales I. Banks

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livro a seguir, que apresenta o relato de uma das viagens do autor, que navegou sozinho em seu veleiro por mais de 50 mil quilômetros, alcançando a Antártida e depois rumou ao Polo Norte. entre os dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

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• Sugerimos a leitura do

> KLINK, Amyr. Paratii:

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OCEANO ATLÂNTICO

Os ponteiros da bússola, que funcionam como um ímã, são atraídos pelos polos magnéticos da Terra.

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Capítulo 5

Principais características naturais das regiões polares As regiões ártica e antártica apresentam muitas características em comum, sobretudo no que se refere aos fatores naturais. Vamos conhecer melhor alguns dos principais fatores naturais de cada uma. Maksimilian/Shutterstock.com

Banquisas Constituem grandes blocos de gelo formados pelo congelamento da superfície da água do mar. São, portanto, capas de gelo que funcionam como um isolante térmico das águas mais profundas. Essas águas mais profundas permanecem líquidas por não terem contato com a fria atmosfera polar. Sobre as águas extremamente frias e salgadas dos polos, as banquisas se expandem no inverno e se retraem no verão. O oceano Glacial Ártico abriga um conjunto de enormes banquisas, sobre as quais se localiza o Polo Norte geográfico do planeta. A Antártida também abriga grandes banquisas em suas costas, especialmente nas baías, como de Ross ou de Weddel. Banquisas localizadas próximo ao Polo Norte, 2016.

Inlândsis

Orientações gerais

• É possível abordar o tema contemporâneo Educação ambiental ao mencionar aos alunos a preocupação dos cientistas em relação às consequências do aquecimento global caso os inlândsis derretam e aumentem o nível dos oceanos.

• Se possível, pesquise e apresente aos alunos algum vídeo ou documentário que trate do meio ambiente das regiões polares. Peça aos alunos que, após assistir ao vídeo, produzam um texto com o resumo do material. Se considerar interessante, utilize esta atividade para avaliar a aprendizagem dos alunos.

Ao contrário das banquisas, os inlândsis constituem grandes plataformas de gelo sobre a terra. São formados pelo congelamento da água doce proveniente das precipitações atmosféricas, e não da água salgada do mar. São, portanto, o acúmulo de camadas de neve e gelo em uma superfície continental. Movendo-se do interior do continente para o litoral um pouco a cada ano, constituem os maiores reservatórios de água doce do mundo. Quando suas bordas se despedaçam, caindo no mar, formam os icebergs. A Antártida abriga sobre sua plataforma continental o maior inlândsis do mundo, chegando a atingir uma espessura de mais de 4 mil metros em algumas áreas. Sobre esses inlândsis se localiza o Polo Sul geográfico do planeta. O possível derretimento dos inlândsis vem preocupando, principalmente, ambientalistas e governantes do mundo todo, pois certamente esse fenômeno aumentaria a quantidade de icebergs à deriva e causaria a elevação do nível das águas dos oceanos, podendo gerar inundações nas áreas costeiras.

JeremyRichards/ Shutterstock.com

Inlândsis localizado no Parque Nacional Torres del Paine, Chile, 2017.

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Orientações gerais

Icebergs

• Comente com os alunos

São grandes blocos de gelo que se desprendem dos inlândsis. Após deslizarem até o oceano, passam a vagar de acordo com a dinâmica das correntes marítimas. Esses blocos apresentam parte do gelo acima da água, boiando, mas a maior parte de seu corpo fica submersa. Os icebergs podem percorrer centenas de quilômetros até que seu derretimento os consuma totalmente, o que acontece à medida que se aproximam das latitudes mais baixas, onde a temperatura é mais elevada.

Stephen Barnes/Alamy/Fotoarena

que os icebergs são muito importantes para a natureza, pois, à medida que alimentam as correntes oceânicas frias e profundas da Terra, participam da transferência de água dos polos para os oceanos do globo, amenizando, assim, as temperaturas dos mares mais quentes das baixas latitudes.

• Caso considere perti-

nente, pesquise na internet, em livros ou em revistas outras imagens de icebergs que retratem a parte de gelo que fica acima e abaixo do oceano, para mostrar aos alunos.

Na imagem, iceberg no oceano Atlântico, próximo ao Canadá, 2017.

Permafrost

AleksandrLutcenko/iStock Photo/Getty Images

Solo ou rocha congelados cuja temperatura permanece inferior a 0 oC durante dois ou mais anos. Esse tipo de solo não é exclusivo das regiões polares, pois ocorre com relativa frequência em áreas de climas frios, especialmente nas terras do Hemisfério Norte ou em elevadas altitudes montanhosas. No Hemisfério Sul, sua ocorrência é bem menor, localizando-se no extremo sul da América do Sul (Patagônia) e em algumas áreas das bordas do continente antártico.

Área de solo do tipo permafrost localizado na península de Yamal, Rússia, 2015.

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Capítulo 5

Auroras polares Nosso planeta é constantemente atingido por tempestades de ventos solares. As auroras polares são um fenômeno físico natural que ocorrem quando essas tempestades se tornam visíveis por causa da incidência de ventos solares em períodos noturnos. No Polo Norte é chamado Aurora Boreal, e no Polo Sul, Aurora Austral.

Orientações gerais

• Apresente o vídeo a seguir aos alunos que explica a ocorrência das auroras polares. > A ciência das auroras

polares. Nexo Jornal. Disponível em: <http://livro.pro/dud3gw>. Acesso em: 8 nov. 2018.

As auroras polares ocorrem durante os equinócios, sendo mais comuns entre os meses de março e abril e entre setembro e outubro. O fenômeno ocorre quando a escuridão da noite permite observar o efeito luminoso do impacto de partículas de ventos solares, canalizados pelo campo magnético terrestre, ao atingir as camadas mais elevadas da atmosfera da Terra, entre 80 e 300 quilômetros de altitude. A luz observada no fenômeno é emitida no momento da colisão entre partículas de elétrons e prótons trazidas pelos ventos solares, e partículas de oxigênio e nitrogênio existentes na atmosfera terrestre. O mais comum é observar o fenômeno em forma de luzes difusas pelo céu em diferentes tonalidades de verde, mas também pode variar entre os tons de vermelho. Alguns satélites também já registraram auroras em tons de azul e violeta. A Aurora Boreal pode ser observada mais facilmente na região norte do Canadá, enquanto a Aurora Austral é mais bem percebida ao sul da Tasmânia, ilha australiana. Vento solar: nuvens de partículas eletricamente carregadas emitidas constantemente pelo Sol. BAHADIR ARAL AVCI/Shutterstock.com

Na fotografia, fenômeno da Aurora Boreal, em Tromso, Noruega, 2017.

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Orientações gerais

•O

trabalho com esta seção permite desenvolver o tema contemporâneo Educação ambiental. A análise dos problemas ambientais e o estímulo à reflexão sobre as consequências naturais e sociais que podem ser reflexos desses problemas também contemplam as competências gerais 1, 2 e 10 e a competência específica de Ciências Humanas 3.

Explorando o tema

As regiões polares constituem ambientes extremamente frágeis e necessitam ser cuidadosamente monitoradas e protegidas diante dos avanços dos impactos ambientais causados pela ação humana. Entre essas alterações destacam-se as mudanças climáticas pelas quais tem passado o planeta, com forte impacto sobre o volume de gelo armazenado nos polos e aumento do nível dos oceanos, além da destruição de hábitats naturais de diversas espécies, como ursos-polares (no Ártico) e elefantes-marinhos (na Antártida). Veja, no gráfico a seguir, a evolução do volume de degelo no Ártico. Hábitat: local, área ou meio no qual vive determinada espécie.

Ártico: gráfico do degelo entre 1979 e 2018

Respostas

2017

2018

2016 2015

1980

1981

Volume de gelo no fim do verão

1982

Volume de gelo no fim do inverno

1983

1985

20 Setembro

2012

1986

15

2011

(em 1 000 km3)

1984

25

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Keithy Mostachi

1979 35 Março 30

2014

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0

1988 1989 1990

2008

1991

2007

1992

2006

1993

2005 2004

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON. Polar Science Center. Piomas ice volume data. Disponível em: <http:// psc.apl.uw.edu/wordpress/ wp-content/uploads/schweiger/ ice_volume/PIOMAS.2sst. monthly.Current.v2.1.txt>. Acesso em: 7 nov. 2018.

1994 2003

1995 1996

2002 2001

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor. aldiami/Andreas Alexander/ Alamy/Fotoarena

a ) Podemos citar as mudanças climáticas pelas quais tem passado o planeta, com forte impacto sobre o volume de gelo armazenado nos polos e o aumento do nível dos oceanos, além da destruição de hábitats naturais de diversas espécies, como ursos-polares (no Ártico) e elefantes-marinhos (na Antártida). b) Resposta pessoal. Oriente os alunos nas pesquisas e estimule-os na troca de informações obtidas. c ) Resposta pessoal. Estimule os alunos na conversa. Verifique a coerência das respostas, comentando que as ações humanas para proteger o meio ambiente das regiões polares devem passar pela redução da poluição e do aquecimento global.

Perigos que ameaçam os polos

2000

1999

1998

1997

a ) Quais são as principais consequências causadas pelo ser humano e que ameaçam o meio ambiente das regiões polares? b) Pesquise e traga informações para debater com os colegas sobre as consequências previstas para as populações litorâneas com o degelo dos polos. c ) Converse com os colegas sobre como a humanidade deve agir para proteger o meio ambiente nas regiões polares.

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Tamires Azevedo

Além do degelo e a consequente destruição do hábitat de muitos animais que vivem nos polos, a ação humana tem causado outros impactos ambientais. Veja exemplos de alguns desses impactos a seguir.

Capítulo 5

Pesca predatória de baleias e focas A pesca predatória de animais polares, como baleias e focas, sem respeito aos seus ciclos de reprodução, ou mesmo ignorando-os, é um problema que não está totalmente superado, pois muitas espécies encontram-se ameaçadas.

Poluição

Tamires Azevedo

Krill: nome comum dado a um conjunto de espécies de animais invertebrados semelhantes a pequenos camarões.

As estações científicas internacionais têm um cuidado especial com o tratamento e o armazenamento sustentável do lixo produzido. No entanto, o turismo, o lixo industrial e os objetos que chegam de outros lugares vindos pelo oceano poluem as regiões polares.

Camila Ferreira

Exploração de recursos energéticos

• O conteúdo desta seção permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências. Converse com o professor desse componente curricular e peça-lhe que reforce com os alunos os impactos causados pelas mudanças climáticas. Sugira aos alunos uma pesquisa sobre a fauna que vem sendo prejudicada por problemas ambientais nas regiões polares. Oriente-os a pesquisarem os hábitats naturais desses animais, seus hábitos de alimentação e reprodução, a fim de relacionar, por meio de uma síntese conclusiva, como os problemas ambientais podem prejudicar tais hábitos.

Pesca controlada do krill

Tamires Azevedo

Navio quebra-gelo em Svalbard, área polar do território da Noruega, 2018.

Enquanto o subsolo da Antártida permanece relativamente intacto, o Ártico é alvo de disputas territoriais, principalmente dos países que o rodeiam, interessados na exploração econômica dos recursos energéticos da região.

Integrando saberes

Embora a pesca do krill esteja controlada, tanto a Antártida quanto o Ártico são conhecidos como regiões muito ricas para a pesca desse crustáceo.

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A população do Ártico

Orientações gerais

• Este conteúdo permite

No Ártico, as condições naturais desafiam a sobrevivência humana e, por isso, o homem precisou encontrar meios que possibilitassem sua permanência na região, uma vez que o desenvolvimento natural da agricultura é inviável.

tratar o tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive a valorização e o respeito às culturas dos povos do Ártico.

Diversos povos compõem a população no Ártico, cada um com uma denominação distinta. Os inuits constituem um desses principais povos. Eles ocupam a região entre o Estreito de Bering e a Groenlândia.

• Oriente-os

• Se os alunos tiverem dificuldades em encontrar as informações, indique os sites a seguir.

> Revista Planeta. Dis-

Em meados do século XX, intensificou-se a exploração da região polar ártica em razão da descoberta de suas riquezas minerais e energéticas. A ampliação de atividades econômicas voltadas para o comércio trouxe significativas transformações no espaço geográfico da região ártica, afetando o modo de vida das populações nativas. Agatha Kadar/Shutterstock.com

a buscar mais informações sobre outros povos que habitam o Ártico em livros, revistas e na internet. Em seguida, solicite que os resultados sejam apresentados aos colegas.

ponível em: <http://livro. pro/qouwwp>. Acesso em: 8 nov. 2018.

A maneira como grande parte dos inuits vive atualmente no Ártico não se assemelha ao modo de vida de seus antepassados, que eram nômades e cuja manutenção da vida era garantida pela caça, sobretudo de mamíferos, no verão.

Atualmente, os equipamentos modernos são cada vez mais incorporados ao dia a dia dos inuits, como os veículos motorizados, conforme mostra a fotografia de um morador em Ittoqqortoormiit, Groenlândia, 2018.

> Jornal Gazeta do Povo.

Disponível em: <http:// livro.pro/vch4yt>. Acesso em: 8 nov. 2018. > UOL Notícias. Dispo-

nível em: <http://livro. pro/fjh7fa>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Comunidade inuit em Sisimiut, Groenlândia, 2016.

> Neste capítulo há uma

Lee Jorgensen/Shutterstock.com

abordagem geral sobre as regiões polares, suas características naturais e localização. Na sequência, são tratados aspectos específicos sobre o Ártico, visto que, a Antártida foi estudada mais detalhadamente no volume de 8º ano dessa coleção.

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Capítulo 5

Outro povo pertencente à região do Ártico são os lapões, que se estabeleceram, a princípio, na Lapônia, região que se estende do noroeste da Rússia ao norte da Noruega, e, nos dias atuais, vivem predominantemente na Noruega. Tradicionalmente, os lapões praticavam a pesca e a agricultura, mas se destacavam, sobretudo, pela criação de renas, deslocando-se sazonalmente para acompanhar os rebanhos. Por isso, eram considerados povos nômades.

Orientações gerais

• Identifique com os alunos, em um planisfério em tamanho grande, a localização aproximada da região da Lapônia.

• Caso seja possível, encaminhe os alunos ao laboratório de informática ou solicite como atividade para casa, que eles pesquisem dados acerca da população (quantidade total, por gênero, principais alimentos, pirâmide etária, entre outras curiosidades). Ao final, os alunos poderão realizar um mapa conceitual ilustrativo, contendo imagens e gráficos pesquisados. A atividade pode ser realizada em duplas ou trios.

Suwipat Lorsiripaiboon/Shutterstock.com

Assim como no caso dos inuits, o modo de vida e a cultura dos lapões estão se modificando. Embora ainda pratiquem a criação extensiva de renas, o povo lapão vive de maneira sedentária em povoados.

Pastores lapões com suas renas em um acampamento próximo a Tromso, região norte da Noruega, 2018.

Ambiente e habitação

DeAgostini/Getty Images

A habitação tradicional dos inuits denomina-se iglu. Para se proteger dos ventos frios do Ártico, eles constroem os iglus com a neve existente no local. Para isso, cortam a neve em vários blocos de gelo, que são empilhados e moldados até formar um domo. O iglu possui um sistema especial de ventilação capaz de proporcionar uma diferença térmica entre sua parte interna e a externa, conservando o ambiente interior bastante aquecido. Atualmente, a maioria dos inuits vive em casas de madeira e com eletricidade e os iglus são mais utilizados nos períodos de caça.

Na imagem, pessoa construindo um iglu, na ilha de Baffin, Canadá, 2014.

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Material digital

A economia do Ártico

8, disponível no material digital, pode complementar este tema pela compreensão das principais características socioeconômicas dessa região e pela identificação dos fatores que fazem do Ártico uma região estratégica geopoliticamente, por meio da organização de um debate entre os alunos. O material trabalha as habilidades EF09GE02 e EF09GE05 da BNCC.

Há milhares de anos são exploradas as potencialidades econômicas da região do Ártico, porém de maneira não predatória. Nos dias atuais, embora a caça e a pesca comercial de determinadas espécies de mamíferos marinhos estejam proibidas, parte dos povos nativos pode continuar capturando esses animais apenas para sua subsistência.

• A sequência didática

Realimage/Alamy/Fotoarena

Atualmente, a economia do Ártico está muito diferente e, a partir de meados do século XX, a antiga economia tradicional dos povos nativos passou a conviver cada vez mais com atividades econômicas modernas. Isso ocorreu, sobretudo, em razão da descoberta de grandes jazidas minerais e de petróleo na região, que atraiu muitas empresas extrativas, que, por sua vez, acabaram por impulsionar a expansão urbana e a infraestrutura regional, incentivando a vinda de imigrantes para a região.

Sergey Anisimo/Anadolu Agency/Getty Images

Criação de salmão na Noruega, 2017.

Exploração de petróleo no Mar de Barents, no norte da Rússia, 2016.

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Capítulo 5

Além dos recursos naturais, a região possui grande importância para a economia mundial, pois várias rotas comerciais marítimas e linhas aéreas internacionais passam por ela.

Cí rc ul o

OCEANO ATLÂNTICO

Á lar Po

N

o rtic

CANADÁ

L

O S

Groenlândia (DINAMARCA) 80

Polo Norte Magnético

°N

Alasca (EUA)

ISLÂNDIA

Mar da Groenlândia

Divisas que serão definidas nessa área

Meridiano de Greenwich

Polo Norte Geográfico

Linha internacional da data

Mar da Sibéria Oriental

180°

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

NORUEGA SUÉCIA FINLÂNDIA

Terra do Norte RÚSSIA 0

450 km

E. Cavalcante

Ártico: recursos naturais

o da Estreit rca a Dinam

:57 PM

Observe no mapa os principais recursos naturais explorados no Ártico. Note que amplas áreas oceânicas favorecem a pesca e apresentam minérios, especialmente petróleo e gás natural, dos quais já foram encontrados mais de 400 campos de exploração no subsolo ártico. Além deles, existem na região carvão, estanho, ouro e ferro.

Recursos naturais Pesca Recursos minerais e energéticos Carvão Estanho Ferro Ouro Petróleo e gás Oleoduto Região produtora de petróleo e gás Fronteiras Divisa marítima internacional Linha mediana

Orientações gerais

• Comente com os alunos que as dificuldades de acesso e custos para a extração de petróleo no Ártico são bastante elevados. Para viabilizar tal atividade, os países que possuem parte do seu território nessa localidade se unem e contratam empresas em consórcios para realizar a exploração desse recurso. • Na leitura do mapa, oriente os alunos a observarem a localização do Polo Norte geográfico e do Polo Norte magnético.

Divisa das reivindicações conflitantes

Fontes: PERNETTA, John. Atlas of the oceans.Chicago: Rand McNally, 1994. p. 132. ÁRTICO em jogo. National Geographic Brasil, São Paulo, Abril, ano 10, n. 110, maio 2010. p. 94-99.

As petroleiras no Ártico A região do Ártico possui uma das maiores reservas de petróleo e gás natural ainda inexploradas. Por isso, essa região se tornou alvo de diversas empresas de extração de petróleo em busca do aumento da produção. Algumas das maiores empresas do ramo já iniciaram suas pesquisas e instalações para começar a extrair esses combustíveis fósseis das regiões geladas do Ártico. Algumas delas já operam em regiões frias, como a Noruega e a Groenlândia. No entanto, a região do Ártico apresenta desafios maiores, pois as condições climáticas no Ártico são inadequadas às instalações necessárias para a extração de petróleo. Além disso, os riscos ambientais são maiores porque as áreas congeladas e as constantes nevascas podem afetar as medidas de segurança, fazendo que algum vazamento de petróleo na região do Ártico cause danos irreversíveis ao ambiente local e atinja a vida em todo o planeta. Espécies que sobrevivem apenas em áreas geladas podem até ser extintas e, consequentemente, o equilíbrio ecológico em toda a Terra ficaria comprometido.

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Atividades

Sugestão de atividade Telejornal Objetivos

• Aprofundar o conheci-

mento sobre a Oceania e sobre as regiões polares.

• Estimular a socialização entre os alunos.

• Desenvolver a capacidade de produção de texto informativo. Materiais

• Papel • Lápis • Cartolina • Canetas coloridas • Tesoura • Cola Procedimentos

• Divida

os alunos em

duplas.

• Sorteie os temas entre

as equipes: Oceania, região polar Ártica e região polar Antártica.

• Oriente

os alunos a pesquisarem em revistas, jornais e na internet notícias e reportagens sobre informações da população, da economia, da cultura ou dos aspectos naturais da região sorteada. Eles devem, também, pesquisar imagens ilustrativas.

• Oriente-os a reservar

no máximo 5 minutos para cada apresentação.

• As

informações devem ser anotadas e, em seguida, apresentadas aos colegas em forma de telejornal.

2. Os polos Exercícios de compreensão geográficos Norte e Sul são uma 1. Descreva a localização geográfica das regiões polares. convenção humana, e são marcados no 2. Qual a principal diferença entre o polo geográfico e o polo magnético da Terra? ponto de encontro do eixo 3. Os inuits sempre exploraram os recursos do Ártico. Escreva no caderno como se de rotação do planeta com a caracterizou essa exploração ao longo da história. superfície terrestre. Já os polos magnéticos 4. Qual foi o principal fator que contribuiu para a mudança no modo de vida das são os pontos que populações nativas da região polar ártica? variam de acordo com esse campo magnético, para Geografia no contexto onde, normalmente, a 5. Leia os textos a seguir e, no caderno, relacione a qual formação natural das agulha de uma regiões polares cada um deles se refere. A-II; B-I; C-IV; D-III. bússola aponta. 3. No passado, a exploração econômica dos inuits estava A voltada para a subsistência. No entanto, após meados do século XX, muitos deles passaram a B desenvolver atividades econômicas exploratórias voltadas para o comércio. 4. A introdução de atividades econômicas modernas, ou seja, diferentes dos meios tradicionais, sobretudo após meados do século XX.

C

D

Grandes plataformas de gelo sobre a terra, que são formados pelo congelamento da água doce proveniente das chuvas.

Permafrost.

III II

Banquisas.

Inlândsis.

IV

Icebergs.

a ) Onde se localizam as principais áreas de pesca do Ártico?

A pesca é explorada principalmente nas áreas ao norte da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia.

b ) Qual país da região do Ártico possui reservas de ouro? Rússia.

• Organize a sala de aula

fessor como bancada, onde deverão ficar os apre-

Solo ou rocha congelados cuja temperatura permanece inferior a 0 oC durante dois ou mais anos.

6. De acordo com o mapa da página 179, responda às questões a seguir.

a apresentação do telejornal.

• Utilize a mesa do pro-

Blocos de gelo formados pelo congelamento da superfície da água do mar.

Blocos de gelo que se desprendem dos inlândsis e se deslocam de acordo com a dinâmica das correntes marítimas. A maior parte de seu corpo fica submersa.

6. c) As principais áreas produtoras de petróleo e gás localizam-se ao I norte do Alasca (EUA), Canadá, Rússia, Finlândia, Suécia e Noruega.

• Marque uma data para

dispondo as cadeiras dos alunos em círculo, como em um auditório, deixando um espaço vazio no centro. Se for possível, monte um tripé com uma câmera ou filmadora nesse espaço e grave as apresentações.

1. As regiões polares estão localizadas tanto na extremidade norte do planeta (Polo Norte), quanto na extremidade sul do planeta (Polo Sul). A região polar norte é composta pelas áreas localizadas ao redor do Círculo Polar Ártico e no interior dele. A região polar sul é composta pelas áreas localizadas ao redor do Círculo Polar Antártico e no interior dele.

c ) Onde se encontram as principais regiões produtoras de petróleo e gás natural?

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sentadores do telejornal. Os demais integrantes do grupo devem participar como repórteres. • Oriente-os a elaborar cartazes em cartolinas para servirem de ilustrações às notícias apresentadas. • Incentive os alunos a usar a imaginação e a criatividade para elaborarem suas apresentações.

• Aproveite a oportunidade para avaliar a compreensão

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dos alunos a respeito do assunto, verificando se os conteúdos apresentados nos cartazes estão coerentes.

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Capítulo 5

7. Leia o texto e responda às questões.

Ártico começa a ter regras para evitar extrativismo destruidor Foi inaugurada a temporada de acordos ambientais, o que é ótimo para quem se preocupa com os rumos do nosso planeta. São iniciativas que, geralmente, antecedem a Conferência das Partes convocada pelas Nações Unidas. Este ano a COP será de número 24 e vai acontecer na Polônia em novembro. Na quarta-feira (3), por exemplo, uma boa providência foi tomada para evitar a exploração excessiva dos peixes que vivem nas águas congeladas do Círculo Polar Ártico: um acordo assinado na Groenlândia proibiu a pesca comercial na região. GONZALEZ, Amélia. Ártico começa a ter regras para evitar extrativismo destruidor. G1, 5 out. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/blog/amelia-gonzalez/post/2018/10/05/artico-comeca-a-ter-regras-para-evitarextrativismo-destruidor.ghtml>. Acesso em: 6 out. 2018.

a ) Qual medida foi tomada para proteger o ambiente do Ártico, relatada no texto acima? Foi proibida a pesca comercial na Groenlândia.

b ) Além de peixes, que outros recursos naturais são abundantes no Ártico? Carvão, estanho, ferro, ouro, petróleo e gás natural.

c ) Por que muitas empresas exploradoras de petróleo têm buscado a região do Ártico? Porque o Ártico possui uma das maiores reservas de petróleo e gás do mundo, ainda inexploradas.

d ) Por que os riscos ambientais de se explorar petróleo no Ártico são maiores?

Porque as áreas congeladas e as constantes nevascas podem afetar as medidas de segurança, fazendo que algum vazamento de petróleo na região do Ártico cause danos irreversíveis ao ambiente local e atinja a vida em todo o planeta.

Pesquisando

8. Pesquise em revistas, jornais e na internet sobre os problemas ambientais das regiões polares. Procure informações que salientem os impactos provocados, na natureza e nas populações nativas, pela exploração dos recursos naturais e o desenvolvimento de atividades econômicas. Escreva as anotações no caderno e, com o professor e os colegas, faça um debate sobre os problemas encontrados e Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa feita pelos alunos está suas consequências nessas regiões. coerente com a atividade proposta. Anote na lousa os principais temas

Refletindo sobre o capítulo

• Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos. É interessante que seja realizada uma atividade após a conversa e esclarecimento de possíveis dúvidas para que possa avaliar o desempenho do aluno. Para isso, sugere-se que o aluno realize um mapa conceitual cuja palavra-chave seja Oceania, em que ele possa associar tudo aquilo que aprendeu. • Certifique-se de que os objetivos do capítulo foram alcançados e de que as habilidades indicadas foram desenvolvidas.

e promova um debate com os alunos. Estimule a participação de todos.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir. • A Oceania é formada pela Austrália e pelas ilhas que compõem a Polinésia, a Melanésia e a Micronésia. • As características naturais da faixa litorânea da Austrália favorecem a formação de recifes de corais. • A colonização desse continente, feita principalmente por ingleses e irlandeses, não seguiu os moldes tradicionais de colonização das metrópoles europeias, fazendo da Austrália, inicialmente, uma colônia penal inglesa. • O turismo é uma atividade que gera muita riqueza para a economia da Oceania. • As regiões polares possuem características naturais semelhantes. Elas apresentam banquisas, inlândsis, icebergs e permafrosts. • As atividades econômicas atuais do Ártico convivem com as atividades tradicionais dos povos nativos e influenciam no crescimento urbano, além de favorecerem a inserção de hábitos culturais de outros povos nessa região. • As regiões polares sofrem ameaças ambientais locais com a intensa exploração extrativa de recursos naturais (peixes, minérios, petróleo) e por ações globais, como a poluição, que intensifica o aquecimento global e provoca o degelo das calotas polares.

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-relação entre pessoas e lugares no mundo atual foi construída ao longo da história.

pí tu

• Reconhecer que a inter-

lo

Ca

Objetivos do capítulo

• Reconhecer que a glo-

Um mundo globalizado

balização é caracterizada pelo intenso intercâmbio econômico e sociocultural entre diferentes pessoas e lugares do planeta.

• Perceber que o avanço

tecnológico nos meios de comunicação e transporte ampliou a inter-relação entre pessoas situadas em diferentes lugares do planeta.

• Reconhecer que no es-

paço urbano se concentram os fluxos de tecnologias de informação.

• Relacionar o surgimen-

to da internet com a intensificação da globalização.

• Verificar que nem to-

das as pessoas do mundo têm acesso igualitário às novas tecnologias, a exemplo da internet.

• Perceber que o aumento

da circulação de mercadorias no espaço geográfico é consequência dos avanços nos meios de transporte e de comunicação.

• Analisar os principais

fluxos de comércio existentes atualmente. o papel desempenhado pela OMC no comércio mundial.

• Identificar como a mundialização do capitalismo revolucionou os fluxos financeiros no planeta.

• Reconhecer as empre-

sas multinacionais, sua organização e influência econômica mundial.

• Perceber que as multi-

nacionais, em sua maioria, estão organizadas em rede, pautadas na fragmentação dos processos produtivos.

A imagem de satélite de parte do planeta Terra representa artisticamente a maior parte das rotas aéreas que exemplificam os fluxos de pessoas e mercadorias pelo planeta.

Anton Balazh/ Shuterstock.com

• Analisar

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Orientações gerais • Comente com os alunos que a imagem apresenta parte do continente americano, especialmente da América do Norte e Central, e que o processo de globalização não é igual em todo o mundo, pois alguns locais não têm acesso a esse processo como outros. Esse processo desigual será estudado no próximo capítulo.

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O mundo atual é marcado por uma intensa inter-relação entre as pessoas e os lugares. Por intermédio dos meios de comunicação, como internet, televisão, jornais e revistas, podemos obter informações rapidamente sobre os acontecimentos de diferentes lugares do planeta. Além disso, os meios de transporte da atualidade possibilitam que produtos e pessoas cheguem a diferentes lugares da superfície terrestre de maneira rápida e eficiente. Essa inter-relação não é um fenômeno recente. Ela foi construída pelo ser humano no decorrer da História, por meio do seu relacionamento com a natureza, intermediado pelas técnicas. O resultado desse processo foi a intensificação do desenvolvimento das técnicas industriais, de comunicação e de transporte, integrando cada vez mais diferentes lugares do espaço geográfico, o que muitos estudiosos denominam globalização. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Em sua opinião, qual a mensagem transmitida pela imagem? Converse com seus colegas. B Além dos fluxos de pessoas e mercadorias retratados na imagem, quais outros representam o processo de globalização? C Converse com seus colegas sobre como vocês estão inseridos no processo da globalização.

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Respostas

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A Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta.

alunos citam os fluxos de informações, tão importantes e intensos na atualidade.

B Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta. Verifique se os

C Fluxos de informações e fluxos de capitais. Essa questão tem por objetivo verificar o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto.

BNCC

• Neste capítulo verifica-

-se a globalização como um processo que envolve o avanço tecnológico a partir dos fluxos de mercadorias, de pessoas e de informações encurtando as relações espaço-tempo. Os conteúdos abordados favorecem o desenvolvimento dos temas contemporâneos de Educação para o consumo, Trabalho, Ciência e tecnologia, Saúde, Educação em direitos humanos e Direitos da criança e do adolescente.

• No decorrer do capítulo serão trabalhadas as competências gerais 5 e 7, as competências específicas de Ciências Humanas 5 e 7 e as competências específicas de Geografia 2 e 3. • Os conteúdos abrangem principalmente as habilidades EF09GE02 e EF09GE05. Orientações gerais

• Utilize a dinâmica da Tempestade cerebral para iniciar o estudo desse capítulo, que consiste em uma estratégia de ensino utilizada para avaliar os conhecimentos que os alunos trazem para a sala de aula por meio de questionamentos iniciais, além de favorecer a socialização entre os alunos. Ela lhe auxiliará a construir uma linha de trabalho junto aos alunos, além de permitir a identificação do conhecimento prévio deles sobre o assunto. • Peça aos alunos que falem sobre o que observam na imagem, incentivando a reflexão sobre a inter-relação entre as diversas partes do globo por meio do transporte e da comunicação.

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A globalização

BNCC conteúdos abordados nas páginas de 184 a 203 contemplam a habilidade EF09GE05, que permitirão aos alunos compreender a integração mundial por meio da globalização, estabelecendo conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, conforme orienta a competência específica de Geografia 2. Ao compreender que fatos ocorrem simultaneamente em lugares diferentes e a interligação entre esses lugares e o compartilhamento dessas informações de maneira instantânea, é possível trabalhar com a competência específica de Ciências Humanas 5.

• Os

Leia as manchetes de jornal abaixo.

Desigualdade é a face da globalização, diz secretário geral da ONU UOL, 8 maio 2018. Disponível em: <https://economia.uol. com.br/noticias/afp/2018/05/08/desigualdade-e-a-faceda-globalizacao-diz-secretario-geral-da-onu.htm>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Quem ganha e quem perde com a globalização UOL, 8 jun. 2018. Disponível em: <https://noticias.uol. com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/06/08/ quem-ganha-e-quem-perde-com-a-globalizacao.htm>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Qual foi o início da globalização? Determinar o início da globalização não é uma tarefa fácil. Existe uma grande discussão sobre esse assunto. Alguns estudiosos acreditam que a globalização é recente, correspondendo à atual fase do capitalismo. No entanto, para outros, a globalização não é uma novidade, pois consideram que surgiu há séculos. Para saber um pouco mais sobre esse ponto de vista, leia o texto a seguir. Há poucos anos, uma nova expressão surgiu no firmamento com um brilho tão intenso que ofuscou tudo o que existe ao seu redor: globalização. Quase que por encanto, tranformou-se em explicação mágica para todos os fenômenos econômicos e políticos desse final de século e passou a figurar como obsessão no discurso dos homens de governo, dos empresários, dos analistas e dos jornalistas. Tudo se passa como se, de repente, uma época completamente nova se descortinasse diante da humanidade. [...]

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Em sua opinião, o que é globalização?

Capítulo 6

• A globalização é o principal assunto abordado nas manchetes da página anterior. Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta.

Para vários estudiosos, a globalização corresponde à atual fase do sistema capitalista, marcada pelo grande intercâmbio econômico e sociocultural entre diferentes locais do planeta.

Imagem representando a globalização do mundo.

3Dsculptor/ Shutterstock.com

A globalização não tem quatro ou cinco anos, mas quatrocentos ou quinhentos. A geografia política do mundo no qual vivemos é fruto desse processo.

Sergey Nivens/Shutterstock.com

Para alguns estudiosos, o termo correto a ser utilizado é mundialização do capitalismo em escala planetária. Para os defensores dessa ideia, a atual fase do capitalismo teve início no final do século XX. Nesse período, os avanços tecnológicos, principalmente nos meios de comunicação e transporte, aceleraram e, ao mesmo tempo, facilitaram o intercâmbio de capitais, mercadorias, pessoas e informações entre diferentes regiões do planeta. Assim, o capitalismo disseminou-se em uma escala global, tornando a economia mundial dinâmica e muito mais competitiva. Alguns estudiosos dizem que essa fase do capitalismo o tornou informacional e também global.

Globalização é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade. O ponto de partida desse movimento remonta às Grandes Navegações europeias dos séculos XV e XVI, que conferiram unidade à aventura histórica dos povos e configuraram, na consciência dos homens, pela primeira vez, a imagem geográfica do planeta. [...] MAGNOLI, Demétrio. Globalização: estado nacional e espaço mundial. São Paulo: Moderna, 1997. p. 7.

Caravela.

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rádio-gravador foi fabricado por uma empresa japonesa transnacional em uma de suas filiais da América do Sul [...]. O mesmo acontece com as caixas de mantimentos que lotam o porta-malas do carro da família, quando os pais voltam para casa depois de um dia típico de compras no supermercado. As laranjas são de Israel; o chá é de Sri-Lanka;

os potes de geleia são da Bélgica e da Polônia; a manteiga foi feita com amendoins cultivados nos Estados Unidos; o café embalado com uma marca do Reino Unido vem de empresas exportadoras do Brasil e do Quênia. [...] Emília não é apenas uma participante na vida da rede econômica global. Ela também está ligada ao sistema global de comunicações e à

Orientações gerais

• O estudo deste tema pode ser complementado com a leitura do texto a seguir. Oriente os alunos a perceberem que, a exemplo da garota Emília, citada no texto, nós também estabelecemos relações com diferentes lugares do mundo. Comente com eles que isso é uma característica da globalização. Após a leitura, promova uma reflexão entre os alunos sobre alguns exemplos de relações que mantemos com diferentes lugares do planeta. Emília tem apenas catorze anos. Ela viveu toda sua vida em uma pequena vila, bastante isolada, nas Reservas de Yorkshire do Norte, na Inglaterra. [...] Há duas semanas, para celebrar seu aniversário, Emília e suas duas melhores amigas foram com sua família a York, assistir a um filme popular em exibição no cinema. Depois do filme, foram a uma lanchonete comer hambúrgueres. Emília passa a maior parte de seu tempo livre ouvindo música popular em seu novo rádio-gravador (um presente de aniversário de seus pais), vendo televisão, lendo e, algumas vezes, passeando com suas amigas pelas Reservas .[...] À primeira impressão, o mundo de Emília pode parecer pequeno, fechado e, apesar da beleza e do relativo isolamento da região, comum. Mas se olharmos mais profundamente descobriremos um mundo pessoal rico em termos de conexões com o mundo mais amplo. Considere, por exemplo, os presentes de aniversário e os objetos comprados recentemente por Emília. Seu

cultura global emergente. Assistindo a progra11/23/18 2:56 PM mas no televisor japonês de sua família, com frequência ela é informada de acontecimentos que ocorreram, há poucos minutos, do outro lado do mundo. [...] PIKE, Graham; SELBY, David. Educação global: o aprendizado global. Tradução: Sandra Galeotti. São Paulo: Textonovo, 1999. p. 20-21.

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Orientações gerais

• Ao trabalhar com este

tema, auxilie os alunos a interpretarem as imagens dessas páginas, destacando o papel das modernas representações da Terra na integração entre as pessoas e as informações.

Momento da Cartografia

A globalização e a representação do espaço geográfico

Atualmente, em razão dos avanços nas tecnologias de comunicação, como os satélites e a internet, podemos ter acesso a qualquer momento a imagens do planeta Terra.

• Destaque também com

Mas nem sempre o ser humano teve acesso a essas imagens. A ideia de totalidade do planeta é, na verdade, uma noção bastante recente na história da humanidade.

os alunos a evolução do conhecimento acumulado pela humanidade, observável nesta sequência de imagens. Solicite aos alunos que expressem suas impressões a respeito disso.

Durante a maior parte de sua existência, o ser humano teve dúvidas quanto ao tamanho e ao formato do planeta em que vive.

N ac eca liot Bib

ion a

nça/Bridgeman Images aris, Fra /Keys l de P tone

Para cada povo, no passado, sua área de vivência constituía o mundo, pois não se sabia o que havia além do espaço geográfico vivido. As representações cartográficas nesse período apresentavam a porção do espaço onde a sociedade estabelecia suas relações com a natureza. Observe na imagem um mapa elaborado no século XII pelo estudioso árabe Muhammad Al-Idrisi, no qual aparecem apenas as terras da África e da Eurásia, as únicas então conhecidas por seu povo.

Eurásia: refere-se à grande massa de terras que corresponde à Europa e à Ásia, que, segundo determinadas regionalizações, e principalmente do ponto de vista físico ou geológico, constituem um único continente.

Mapa de Al-Idrisi, produzido no século XII.

A partir dos séculos XV e XVI, com a expansão das áreas conhecidas por diferentes povos, foram elaboradas as representações cartográficas mais detalhadas e de áreas maiores do espaço geográfico.

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Capítulo 6

Nesse período, as Grandes Navegações possibilitaram que o espaço geográfico fosse gradativamente conhecido e representado com maior riqueza de detalhes.

Biblioteca de Artes Decorativas, Paris, Fraça/Bridgeman Images/Keystone

Veja na imagem abaixo o planisfério produzido no século XV pelo cartógrafo holandês Willem Blaeu. Mapa de Willem Blaeu, produzido no século XV.

• Auxilie os alunos a perceber algumas características naturais do planeta utilizando a imagem de satélite apresentada nesta página como ponto de partida. Converse com os alunos sobre a sensação de que vivemos um encurtamento do espaço e do tempo diante das tecnologias desenvolvidas nos dias atuais. • Para auxiliar os alunos, busque destacar com eles as regiões menos ou não habitadas, como as de maior altitude, a exemplos dos picos da Cordilheira do Andes, cobertos de gelo. Comente sobre a região do deserto do Saara, que ocupa grande parte da região setentrional do continente africano. • Comente que a parte inferior da imagem apresenta a Antártida coberta de gelo. Chame atenção para as regiões congeladas ao norte do planeta, como o norte da Rússia e a Groenlândia.

Ainda assim, alguns séculos se passaram até que todos os continentes e ilhas do planeta fossem conhecidos, e o espaço geográfico fosse representado por completo. A Austrália, por exemplo, foi localizada pelos navegadores europeus no século XVIII, enquanto os polos, apenas em meados do século XIX. Atualmente, estão disponíveis mundo afora, nos diferentes meios de comunicação, imagens da superfície terrestre como essa abaixo, produzida por meio de imagens de satélite. Anton Shahrai/Shutterstock.com

Orientações gerais

Imagem de satélite obtida em 2018.

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Objetivo

A dinâmica das informações e dos meios de transporte na globalização

mações ocorridas ao longo do tempo dos meios de comunicação e de transporte.

A evolução tecnológica dos meios de transporte e das telecomunicações vem possibilitando, nas últimas décadas, uma intensa integração dos diferentes pontos do planeta, embora essa integração não esteja acessível de maneira homogênea para todas as pessoas do mundo (assunto que será estudado no capítulo 7).

Materiais

Atualmente, o transporte de pessoas ou mesmo de mercadorias é feito de maneira muito diferente do que acontecia há algumas décadas. As novas tecnologias aplicadas à construção de grandes aviões e navios cargueiros, por exemplo, dinamizaram o comércio mundial ao movimentar milhões de toneladas de mercadorias a custos bem menores que no passado.

Sugestão de atividade Evolução dos meios de comunicação e de transporte

• Perceber as transfor-

• Folhas de cartolina • Canetinhas hidrocor • Revistas para recorte • Tesoura • Tubo de cola

Assista no material audiovisual a um vídeo curta metragem sobre inovações tecnológicas.

Além disso, os avanços tecnológicos nos meios de telecomunicação, com a utilização de cabos de fibras ópticas, satélites, computadores e internet, por exemplo, possibilitaram às pessoas localizadas em diferentes lugares do planeta que pudessem se comunicar ou fazer negociações comerciais em tempo real.

Procedimentos

• Divida

os alunos em grupos de aproximadamente quatro pessoas. Atribua a cada grupo um tema (evolução dos meios de comunicação ou evolução dos meios de transporte).

As distâncias geográficas entre os lugares do planeta permanecem as mesmas, mas a evolução dos transportes, das telecomunicações, em especial dos grandes aviões a jato, da telefonia e da internet parece suprimi-las cada vez mais. Isso porque, atualmente, em poucas horas é possível nos deslocarmos de um lugar distante a milhares de quilômetros de outro ou ainda nos conectarmos, em poucos segundos, com pessoas que estão do outro lado do planeta.

• Cada

grupo deverá pesquisar em livros, revistas e na internet imagens de diferentes meios de comunicação e de transportes, assim como informações relevantes como data de criação, quem foi o inventor, país de origem etc.

• Com

a pesquisa em mãos, solicite aos alunos que construam uma linha do tempo com as imagens e informações e colem na cartolina.

• Caso

seja possível, modifique o arranjo ou o ambiente da sala de aula de modo que facilite o desenvolvimento da atividade em grupo.

• ...

• Ao finalizar, solicite a

apresentação dos grupos à turma, para que possa avaliá-los. Posteriormente, exponha os trabalhos para a comunidade escolar.

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Material audiovisual

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Um vídeo em curta metragem disponível nesta coleção apresenta as mais diferentes inovações tecnológicas desenvolvidas ao longo do tempo. Também apresenta como essas inovações estão presentes em nosso dia a dia.

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O advento do telégrafo e, mais tarde, do telefone permitiram também a comunicação não somente a longas distâncias, atravessando continentes e oceanos, como a curtíssimos prazos, além de dispensar o deslocamento de mensageiros. Assim, essas redes de comunicação são continuamente aprimoradas pelas tecnologias desenvolvidas na atualidade, como a informática, a biotecnologia e as tecnologias digitais.

Drone

Capítulo 6

leolintang/ Shutterstock.com

Tanto os avanços nas telecomunicações como nos transportes provocaram uma revolução nos fluxos mundiais, sobretudo no comércio mundial, na medida em que tornaram possível estabelecer negociações entre empresas ou pessoas localizadas nas mais diferentes partes do planeta. No passado, em razão das dificuldades de transporte e de comunicação, o comércio, na maioria das vezes, era realizado entre localidades próximas, quase sempre pertencentes ao mesmo país.

O drone é um dispositivo aéreo não tripulado utilizado para diversos fins, desde operações militares (nas quais são utilizados drones mais complexos) até para lazer (com drones mais simples, como o da fotografia), que simboliza o atual período técnico-científico informacional. Esse período teve início em meados do século XX e se caracteriza pela interdependência entre a atividade industrial e o conhecimento científico.

Nas cidades – especialmente nas metrópoles – podemos observar maior densidade e diversidade, tanto de fluxos como de tecnologias de informação, pois nelas estão localizadas as sedes de grandes empresas e, principalmente, os pontos de abastecimento e escoamento dos fluxos de produtos (como portos, estações ferroviárias e aeroportos).

Orientações gerais

• Comente com os alunos que, atualmente, quase todas as grandes cidades do mundo encontram-se conectadas por linhas aéreas de aviões modernos, que chegam a transportar centenas de pessoas a uma velocidade aproximada de 800 km/h.

• Solicite aos alunos que pesquisem informações recentes sobre o uso de drones em atividades, como resgate de pessoas desaparecidas, por meio de observação de lugares de difícil acesso, como matas ou locais de risco para pessoas.

Sarine Arslanian/ Shutterstock. com

Também nas cidades, difundem-se e concentram-se em maior escala informações e aparelhos modernos responsáveis por sua transmissão, como antenas parabólicas, telefones, computadores, radares etc.

Na fotografia, é possível observar diversas casas com antenas parabólicas na cidade do Cairo, Egito, 2017. As tecnologias de comunicação, como as antenas parabólicas, estabelecem conexões com os mais distantes e diferentes lugares do mundo.

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BNCC importante que os alunos compreendam a importância das tecnologias de informação e comunicação e que saibam utilizá-la no dia a dia, de forma crítica, significativa, reflexiva e ética, conforme orienta a competência geral 5.

•É

Explorando o tema

Os avanços tecnológicos, principalmente dos meios de comunicação e transportes, alcançados nas últimas décadas acarretaram mudanças expressivas no dia a dia das pessoas, de forma que muitos estudiosos defendem que vivenciamos, na atualidade, uma “sociedade da informação”. Veja, a seguir, algumas dessas tecnologias ligadas à informação e à comunicação, cada vez mais presentes no cotidiano de um número crescente de pessoas.

rs to c sa n/ Sh ut te

Como o próprio nome diz, é uma tecnologia que propicia a crescente miniaturização dos componentes eletrônicos. Uma de suas realizações mais importantes foi a criação do microprocessador (chip), em 1971, capaz de abrigar vários componentes em uma pequena pastilha de silício, como transistores, resistores e capacitores, elementos fundamentais para o desenvolvimento de um microcomputador.

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• Este conteúdo permi-

Microeletrônica

k.c om

• Comente

com os alunos sobre como os avanços tecnológicos afetaram o dia a dia das pessoas. Leve-os a refletir sobre o acesso igualitário dessas tecnologias a toda a população.

A globalização e as tecnologias do cotidiano

te tratar os temas contemporâneos Trabalho e Ciência e Tecnologia. Incentive os alunos a perceberem a importância dos avanços tecnológicos para o desenvolvimento de meios de transporte cada vez mais seguros e eficientes. Aponte também que, sem os avanços tecnológicos alcançados até a atualidade, não seria possível a transmissão de informações em tempo real, como e-mails e mensagens instantâneas, os quais não dependem da distância.

Internet

tanatat/ Shutterstock.com

f/ om tof Ko ck.c ter sto Pe utter h S

Criada nos anos 1960, inicialmente como um programa militar do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a internet é uma grande rede de comunicação que conecta redes de computadores. Seu desenvolvimento e propagação colaborou para a crescente democratização do acesso a informações e serviços, além de proporcionar espaços para discussão em tempo real (on-line).

Comunicação sem fio (wireless) As tecnologias que funcionam sem a necessidade de ligação por fios ou cabos são baseadas em sinais de rádio, como os telefones celulares e as comunicações via satélite. Elas possibilitaram um grande avanço na comunicação entre pessoas.

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Capítulo 6

visite

Visita ao museu ou loja de antiguidades Com o professor e os colegas visite um museu ou loja de antiguidades do município onde mora. Nesse lugar, procure identificar objetos antigos utilizados como meio de comunicação. Comparem esses objetos e sua função com os utilizados atualmente. Analisem os benefícios que essa evolução tecnológica proporciona no cotidiano das pessoas. Depois, em sala de aula, converse com seus colegas sobre as conclusões que vocês tiveram desses benefícios.

Alex Star os e ltse ev/ v/S Sh hu utt tte ers rst toc oc k.c k.c om om

Computador Nas últimas três décadas, o uso dos computadores se disseminou, tornando-se um instrumento de uso pessoal. Isso provocou grandes mudanças nas empresas, na educação, no governo e em toda a sociedade, principalmente pela possibilidade de descentralizar o acesso e a manipulação das informações.

12 oto Ph

hutterstock.com 3/S

zentilia/ Shutterstock.com

Fibras ópticas São fios extremamente finos, da espessura de um fio de cabelo, feitos de vidro, sílica e outros materiais. São capazes de transmitir um grande volume de informações, como chamadas telefônicas, programas de televisão, entre outras.

Nanotecnologia Essa tecnologia desenvolve objetos minúsculos, compostos de partículas muito pequenas. Está ainda em processo de desenvolvimento e promete criar objetos com as mesmas dimensões espaciais das moléculas ou até mesmo dos átomos.

• Busque discutir com os alunos sobre a possibilidade de conviver com robôs, o custo que seria comprá-los e questione sua opinião sobre o desenvolvimento de inteligência artificial.

• Levante também algumas tecnologias robóticas que já são acessíveis à população, como o aspirador de pó que vaga pelos cômodos recolhendo migalhas e poeiras, com o auxílio de sensores etc.

• Caso seja possível, selecione algumas imagens de robôs humanoides ou outros itens tecnológicos para apresentar aos alunos.

Lightspring/ Shutterstock.com

elts

Pe te r

Alex Star os

Programas para computadores, responsáveis por operacionalizar todo o sistema de uma máquina. Têm grande impacto nas atividades econômicas e atingem alto valor de mercado, mesmo coexistindo com softwares de uso gratuito.

• Se considerar pertinente, convide o professor de Ciências para complementar o conteúdo, questionando os alunos acerca do que pensam sobre o desenvolvimento de robôs e sua relação com o ser humano. • Comente que desde a década de 1970 cientistas buscam criar robôs que tenham aparência próxima a de um ser humano e, hoje, já existem alguns robôs com aparências muito semelhantes, que são chamados de robôs humanoides.

tock.com ifong/Shutters

Softwares

Integrando saberes

Respostas

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) Identifique algumas atividades diárias que você realiza e que utiliza tecnologias mostradas nestas páginas. b) Em sua opinião, os avanços tecnológicos nos meios de comunicação e transportes tendem a aumentar? Por quê?

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a ) Resposta pessoal. Os alunos podem identificar atividades como uso da internet, ligação telefônica, algum procedimento médico, etc. b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que os avanços tecnológicos tendem a aumentar porque ao longo do tempo cada vez mais o ser humano vem pesquisando e desenvolvendo novas tecnologias e as inserindo em nosso cotidiano.

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Internet e globalização

Orientações gerais

• Oriente os alunos a rea-

• É fundamental que os alunos interpretem corretamente os gráficos para compreensão do conhecimento geográfico e desenvolvimento do raciocínio espaço temporal, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7 da BNCC. Ao longo do capítulo, diversas informações serão apresentadas por meio de gráficos. Certifique-se de que os alunos façam sua interpretação.

A partir do século XX, uma série de tecnologias passou a dinamizar a comunicação entre pessoas, governos, empresas etc. A internet constitui uma delas e certamente revolucionou globalmente os meios de comunicação. Observe o gráfico. Mundo: crescimento de usuários de internet – 2000-2016 Usuários de internet (em milhões) 3 400 3 200

Mensagem para você Direção de Nora Ephron, 1998. (120 min). Neste filme, você conhecerá uma história de amor que nasceu de correspondências enviadas pela internet.

3 000 2 800 2 600 2 400 2 200 2 000 1 800 1 600 1 400 1 200 1 000 800 600 400 200 0

• Faça

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2011

2012 2013 2014 2015 2016 Anos

Fonte: ITU (International Telecommunication Union). IKey ICT indicators for developed and developing countries and the world (totals and penetration rates). Disponível em: <https://www. itu.int/en/ITU-D/Statistics/ Documents/statistics/2017/ ITU_Key_2005-2017_ICT_data. xls>. Acesso em: 6 nov. 2018.

A internet permite a pessoas de qualquer lugar do planeta que se comuniquem a qualquer momento. De acordo com o gráfico, após a década de 2000, o número de usuários de internet teve um significativo aumento. A rede mundial de computadores, a cada dia, oferece uma série de facilidades para a realização de tarefas do cotidiano, como pagamento de contas, envio de mensagens, compra de produtos e também obtenção de informações variadas. Atualmente, essa tecnologia da comunicação vem se expandindo cada vez mais entre a população mundial, sobretudo entre a parcela da população que possui recursos financeiros para adquirir esse meio de comunicação. Por outro lado, em países como Etiópia, Chade e Serra Leoa, a cada grupo de 100 pessoas, apenas 2 possuem acesso a essa ferramenta. Para muitos estudiosos, esses países vivem uma verdadeira exclusão digital, ou seja, o acesso desigual a computadores e a internet, bem como aos recursos técnicos e educacionais mínimos necessários para sua utilização.

uma enquete entre os alunos sobre o uso pessoal da internet. Investigue se eles fazem uso dela para se comunicar com pessoas de outros países e cidades.

• Pergunte

Por que Andris Torms/Shutterstock.com

também se alguém da família utiliza essa ferramenta para realizar transações bancárias ou até mesmo compras. Oriente os alunos a perceberem que a internet é um meio de comunicação que permite que as pessoas mantenham contato umas com as outras, independentemente da distância, além de agilizar o envio e recebimento de mensagens.

E. Cavalcante

lizarem uma leitura comparada dos gráficos das páginas 192 e 193. Anote as conclusões na lousa e peça-lhes que anotem no caderno, se considerar oportuno.

@?

O símbolo arroba (@) representa uma unidade de medida muito utilizada para medir o peso de animais. Uma arroba equivale a 15 quilos. No entanto, esse símbolo faz parte de todos os endereços de e-mail cadastrados na internet. Isso porque a pronúncia dessa palavra em inglês é a mesma da palavra “em”. Ou seja, quando se escreve um e-mail como “eu@minhacasa.com.br”, estamos na verdade endereçando “eu ‘em’ minhacasa.com.br”. O @ foi um dos primeiros símbolos a ser utilizado com frequência na rede mundial de computadores, por isso, em razão de sua intensa difusão, para muitas pessoas, ele remete instantaneamente ao mundo virtual, não à unidade de medida.

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:55 PM

Capítulo 6

Agora, observe o gráfico a seguir.

E. Cavalcante

Brasil: crescimento de usuários de internet – 2000-2016 Usuário de internet (em %) 70 60 50

30 20 10

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Anos

• Não leia apenas o título, pois as pessoas mal intencionadas têm como prática indicar manchetes sensacionalistas, que chamam a atenção;

Fonte: ITU (International Telecommunication Union). Percentage of individuals using the internet. Disponível em: <https://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Documents/statistics/2018/Individuals_Internet_20002017.xls>. Acesso em: 6 out. 2018.

• De acordo com o gráfico desta e da página anterior, o Brasil segue a tendência mundial de aumento do uso da internet?

• Sugira uma roda de conversa com os alunos sobre as fake news, notícias falsas que circulam pela internet sem confirmação da veracidade de suas informações. Os itens a seguir poderão auxiliar nesta discussão. • Peça aos alunos que atentem-se aos conteúdos que você recebe pelas mídias sociais, como Facebook e WhatsApp. Muitos textos contêm informações falsas e seu compartilhamento gera equívocos e se espalham rapidamente. Leia a seguir algumas dicas:

40

0

Orientações gerais

Sim, o Brasil vem apresentando um aumento significativo do uso da internet.

Embora o Brasil venha apresentando nos últimos anos um aumento do uso da internet, ainda possui uma ampla parcela de sua população digitalmente excluída.

• Verifique o autor e pesquise sobre sua formação, origem, área de trabalho;

Para integrar maiores parcelas da população, os governos estaduais e federal vêm realizando programas de inclusão, como a criação de telecentros de acesso gratuito à internet, incentivos à aquisição de computadores financiados (projeto PC para Todos, a cargo do Governo Federal), além de parcerias com ONGs e empresas privadas para o fornecimento de cursos e a montagem de laboratórios de informática. Na atual sociedade da informação, o combate à exclusão digital é essencial para o desenvolvimento econômico e social das nações.

• Analise o site onde foi publicada a notícia para averiguar a credibilidade;

Chico Ferreira/Pulsar Imagens

• Veja se a reportagem contém erros ortográficos, pois normalmente os veículos de comunicação respeitam as regras gramaticais; • Olhe a data de publicação, pois muitas vezes ela não é falsa, mas sim antiga, fora de contexto;

• Para estar melhor informado, acompanhe noticiários e sites confiáveis, além de utilizar as mídias sociais, pois normalmente já selecionam o que é verdadeiro do que é falso.

Alunos utilizando laboratório de informática em escola no município de Sorriso (MT), 2018.

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• Questione aos alunos se costumam verificar a veracidade das informações que são compartilhadas em suas redes sociais e se já compartilharam informações falsas sem querer. Verifique também se os alunos já foram alvo de fake news ou se conhecem alguém próximo que foi vítima de notícias falsas. 193

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Encontro com... Ciências

Orientações gerais

• O tema permite um tra-

balho em conjunto com o componente curricular de Ciências. Convide o professor desse componente para desencadear com os alunos um debate sobre o tema da internet e suas aplicações na área científica. • Comente com eles que, desde seu desenvolvimento inicial, a internet esteve vinculada às pesquisas científicas e vem contribuindo para o avanço desse campo. Oriente a discussão propondo as seguintes questões: > Quais as facilidades de implantar um banco de dados virtual em um hospital ou uma clínica? > Por que é importante integrar esses bancos de dados nas várias regiões do país? > Como a internet favorece o contato entre os pesquisadores? > De que forma a população do interior pode ser favorecida com o uso da internet nos atendimentos ou tratamentos? > Se julgar interessante, utilize o texto a seguir para iniciar o debate.

A internet nasceu intimamente ligada às demandas das pesquisas científicas. Na década de 1990, cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) buscavam uma forma de colocar em uma única gaveta os milhões de dados espalhados por diferentes máquinas. Surgia ali o embrião do que é a rede hoje. Vinte anos depois, o uso da internet pelos cientistas extrapolou a simples organização de dados, sobretudo após o surgimento da rede 2.0 – na qual surgiram ferramentas para produzir conteúdo coletivamente. [...] CAMELO, Tiago. Internet: ferramenta da ciência. Ciência Hoje, 1º set. 2012. Disponível em: <http://cienciahoje.org.br/acervo/ internet-ferramenta-da-cienciar>. Acesso em: 9 nov. 2018.

O uso da internet tem sido imprescindível na área da saúde. Na Medicina, essa ferramenta tem colaborado significativamente para propagar tratamentos de saúde, integrar pesquisas científicas realizadas em diferentes partes do mundo e disseminar novas descobertas de vacinas e medicamentos.

Adote Adote é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que se dedica à divulgação de informações sobre o processo doação-transplante de órgãos por meio de diversos processos midiáticos. Para mais informações sobre essa organização, entre no site: <http://livro.pro/vbbhrk>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Ela também vem possibilitando aos médicos a realização de cirurgias a distância, bem como o acompanhamento dos exames e resultados dos pacientes. Além disso, por meio de teleconferências, os médicos discutem e trocam ideias com especialistas de diferentes áreas da saúde sobre diagnósticos e métodos de tratamento.

aniel Leal-Olivas - WPA Pool/Getty Images

Os avanços tecnológicos e o uso da internet também estão presentes nos atendimentos médicos, seja nas ambulâncias, na recepção dos hospitais, seja em clínicas e ambulatórios. Essa ferramenta ainda tem sido implantada em aparelhos laboratoriais com o intuito de obter exames mais precisos e imagens cada vez mais detalhadas.

Médicos realizando uma cirurgia com auxílio de um robô, na Espanha, 2017.

Dmitriy Bezborodkin/Shutterstock.com

Internet: ferramenta da ciência

Internet e saúde

Tecnologia que ajuda muitas vidas A internet aperfeiçoou o sistema de controle de transplantes de órgãos em alguns países, incluindo o Brasil. Antes dela, a comunicação entre os sistemas era lenta, mas atualmente eles são atualizados em tempo real, o que possibilita salvar uma quantidade maior de vidas. Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), no ano de 2017 foram transplantados 23 884 órgãos no Brasil. O doador também pode usar a internet. Trata-se de uma página de doação de órgãos na rede social, na qual pessoas dispostas a doar seus órgãos podem declarar esse desejo. Contudo, no Brasil, mesmo após a morte, a doação de órgãos de uma pessoa só é feita mediante a autorização de sua família.

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Orientações gerais • Esse tema também permite tratar os temas contemporâneos Ciência e Tecnologia e Saúde. Para isso, solicite aos alunos uma pesquisa em jornais, revistas e na internet a respeito de casos em que a internet foi fundamental na preservação

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da vida humana, facilitando, por exemplo, transplantes, tratamentos, atendimentos e outros serviços. Por fim, peça-lhes que escolham um dos casos pesquisados e produzam um texto expondo as informações coletadas sobre ele.

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Exercícios de compreensão

3. a) Resposta esperada: atualmente, ficou muito mais fácil e rápido nos deslocarmos de um lugar para outro, localizado a milhares de quilômetros de distância, ou, ainda, nos conectarmos com pessoas que estão do outro lado do planeta. Embora as distâncias geográficas entre os lugares do planeta permaneçam as mesmas, com a evolução dos transportes e das telecomunicações, em especial dos grandes aviões a jato, da telefonia e da internet, essas distâncias parecem cada vez menores.

Capítulo 6

Ativ Aitdiv ideasdes ad

1. No caderno, explique a relação existente entre a atual fase do capitalismo e a Possível resposta: para muitos estudiosos, a globalização corresponde à atual fase do capitalismo. Essa fase promoveu globalização. o desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, possibilitando um maior e mais rápido intercâmbio de mercadorias, pessoas e informações entre diferentes regiões do planeta, facilitando a expansão do capitalismo no mundo.

2. De acordo com o texto das páginas 184 e 185, a globalização é um processo recente? Não, é um processo histórico que começou com as Grandes Navegações nos séculos XV e XVI.

Geografia no contexto 3. Leia a afirmação e observe a imagem.

• Acompanhe o resultado da análise do gráfico e dê orientações, se necessário.

• Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos a leitura do livro a seguir, que apresenta a questão da globalização de maneira simples, conceituando ideias que poderiam parecer comuns e abordando seus diversos aspectos. > BARBOSA, Alexan-

zeber/Shutterstock.com

[...] As novas tecnologias encolheram o mundo, e as distâncias geográficas nunca foram tão insignificantes. [...]

Orientações gerais

dre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2001.

NAÍM, Moisés. Ilícito: o ataque da pirataria, da lavagem de dinheiro e do tráfico à economia global. Tradução: Sérgio Lopes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. p. 17.

a ) De que maneira o fenômeno abordado no texto se reflete no mundo atual, sobretudo em relação ao transporte e à comunicação? b ) Como as novas tecnologias contribuíram para a expansão e dinamização do esperada: as novas tecnologias aplicadas, por exemplo, à construção de comércio mundial. Resposta grandes aviões e navios cargueiros, dinamizaram o comércio mundial ao movimentar milhões de toneladas de mercadorias a custos bem menores que no passado.

4. Observe o gráfico abaixo e faça a atividade a seguir no caderno.

4. a) Possível resposta: oferece uma série de facilidades para a realização de tarefas do cotidiano, como pagamento de contas, envio de mensagens, compra de produtos e também obtenção de informações variadas.

Keithy Mostachi

Usuários de internet de alguns países – 2016 Usuários (em % do total da população) 100 93% 90% 89% 90

80 70

b ) Podemos afirmar que a população de todos os países tem acesso igualitário à internet? Justifique sua resposta no caderno, com base no gráfico ao lado.

60 50

40%

40 30 20

13%

10 0

Alemanha

Nova Zelândia

Japão

Bolívia

a ) O número de usuários de internet cresceu muito na última década. Cite algumas tarefas do cotidiano que foram facilitadas com o desenvolvimento da rede mundial de computadores.

11%

Angola Afeganistão Países

Fonte: ITU (International Telecommunication Union). Internet users by region and country 2010-2016. Disponível em: <https://www.itu. int/en/ITU-D/Statistics/Pages/stat/treemap. aspx#TOP>. Acesso em: 6 nov. 2018.

4. b) Resposta esperada: não, a população de vários países, sobretudo os subdesenvolvidos, possui menor acesso à internet que a população de países desenvolvidos. Na Alemanha, por exemplo, cerca de 93% da população tem acesso à internet e no Afeganistão esse número é de 11%.

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A globalização e os fluxos econômicos mundiais

Orientações gerais

• Sugira aos alunos que

procurem em casa alguns produtos fabricados em outros países e tragam para a sala de aula. Peça-lhes que verifiquem de qual(is) país(es) é a origem da maior parte dos produtos. Realize análises sobre a procedência desses itens com os alunos, verificando se essa origem se deve ao nível tecnológico do país, à tradição de fabricar esse produto, à DIT etc.

A mundialização da economia, um processo também conhecido como globalização econômica, ampliou a circulação planetária de diversos tipos de fluxos: mercadorias, capitais, informações e pessoas. Para se ter uma ideia de sua importância econômica, a circulação de mercadorias movimentou em 2017 aproximadamente 36 trilhões de dólares. Observe a tabela abaixo, que se refere à evolução das importações e exportações mundiais. Evolução do comércio de mercadorias no mundo – 1948-2017 Anos

Exportações (em bilhões de dólares)

Importações (em bilhões de dólares)

1948

59

62

1957

114

121

1967

218

228

1977

1 128

1 171

1987

2 516

2 584

1997

5 592

5 739

2007

14 026

14 331

17 707

18 065

2017

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <http://stat.wto.org/StatisticalProgram/ WSDBViewData.aspx?Language=E>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Os fluxos de mercadorias visite

Plugue produzido na Inglaterra.

Com o professor e os colegas, visitem um mercado do município onde moram. Nesse lugar, procurem identificar produtos fabricados em outros países. Em um mapa, analisem as distâncias existentes entre os países de onde são provenientes os produtos e os possíveis meios de transporte utilizados para o deslocamento do seu local de origem até o mercado. Depois, anotem em uma folha de papel o resultado da análise.

TonelloPhotography/ Shutterstock.com

Claudio Divizia/ Shutterstock.comt

Veja exemplos de produtos comuns no nosso dia a dia e que, muitas vezes, são importados.

Visita ao mercado

Arkadiusz Komski/ Shutterstock.com

Os avanços nos meios de transporte e de comunicação ampliaram a circulação de mercadorias no espaço geográfico. Podemos observar isso, por exemplo, por meio da grande quantidade de produtos provenientes dos mais diversos locais do mundo acessíveis em lojas próximo de onde moramos. A criação e o aperfeiçoamento de meios de transporte, como automóveis, caminhões, trens, aviões, navios cargueiros e petroleiros, deram rapidez e segurança para o transporte de mercadorias entre os países e no interior deles.

Roupa produzida na Itália.

Componentes de computador fabricados na China.

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Material digital

• A sequência didática 9, disponível no material digital,

pode complementar o tema, pois trata sobre a globalização e os fluxos comerciais com base na compreensão e no estudo acerca do processo de globalização e de sua

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influência sobre os fluxos de mercadorias, capitais e populacionais, por meio da construção de um mapa conceitual. O material trabalha as habilidades EF09GE02 e EF09GE05 da BNCC.

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Capítulo 6

Atualmente, cerca de 90% do comércio internacional, ou seja, quase sua totalidade, ocorre por via marítima. Estima-se que em 2016 foram transportados no mundo todo cerca de 10 bilhões de toneladas de cargas. Os transportes por via aérea, apesar de estarem em crescimento, ainda são usados, preferencialmente, para o transporte de cargas ou de produtos perecíveis, como alguns alimentos. Mundo: fluxo comercial – 2014 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Para a Ásia e Oriente Médio

N L

O

CEI

S

EUROPA ÁSIA E ORIENTE MÉDIO

Para a América do Norte

Trópico de Câncer

Equador

ÁFRICA

AMÉRICA CENTRAL E DO SUL

E. Cavalcante

Círculo Polar Ártico AMÉRICA DO NORTE

Volume de comércio das regiões em relação ao total mundial (em%)

45 25 5

Círculo Polar Antártico

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

% do comércio entre as regiões De 0,2% a 10% De 11% a 20%

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0

3 400

Acima de 21%

6 800 km

0° Fonte: WTO (World Trade Organization). International Trade Statistics 2015. Disponível em: <https://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2015_e/its2015_e.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2018.

Os produtos industrializados que, em geral, têm maior valor econômico e propiciam maiores lucros são exportados, sobretudo, por países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França, Japão e China. Já a América Latina se destaca pela produção agropecuária, de combustíveis e minérios, enquanto a Rússia e os países do Oriente Médio abastecem o mercado mundial com gás natural e petróleo. O continente africano, por sua vez, possui muitas riquezas minerais em seu subsolo, que representam a maior parte de suas exportações. O Brasil, além de constituir um grande exportador mundial de produtos agropecuários, exporta produtos com elevada tecnologia, como automóveis e aviões. Fonte: WTO (World Trade Organization). World Trade Statistical Review 2017. Disponível em: <https://www.wto.org/english/res_e/statis_e/wts2017_e/ wts2017_e.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2018.

Mundo: exportações – 2016 Produtos agrícolas 10%

Ana Alexius

Conforme podemos observar no mapa acima, o fluxo mundial de mercadorias e produtos é muito desigual. Com exceção da China, que é uma potência emergente, a maior parte do comércio mundial (importações e exportações) é realizada pelos países desenvolvidos.

Combustíveis e minerais 17%

Orientações gerais

• Comente com os alunos que os fluxos de mercadorias, além de serem responsáveis pela geração de riquezas no mundo, são importantes para o crescimento das economias nacionais. Isso porque, ao chegar ao seu destino, geralmente em um porto ou aeroporto, mercadorias como produtos agrícolas, combustíveis e minerais, além dos industrializados, podem ser transportadas por ferrovias, rodovias ou hidrovias. Essa infraestrutura (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias) é essencial para a rentabilidade econômica do comércio mundial de mercadorias, pois gera arrecadação de impostos e taxas alfandegárias. • Oriente os alunos a observarem o mapa disponível na página e que o tom das cores das setas é semelhante à cor do continente ao qual elas se referem.

Produtos industrializados 73%

América do Sul, Central e Caribe 3%

CEI 3% África 2%

Oriente Médio 5% América do Norte 13%

Europa 38% Ásia 36%

197

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Orientações gerais

Geografia

• Comente com os alu-

em foco

nos sobre o GATT, que deu origem à atual OMC.

A Organização Mundial do Comércio (OMC)

Leia as manchetes a seguir.

> O GATT, antecessor da

OMC, surgiu em 1947 por meio de um acordo assinado por 23 países. No início, os países signatários desejavam que o GATT fosse apenas temporário, sendo prevista a sua substituição por um organismo permanente que se chamaria Organização Internacional do Comércio (ITO, na sigla em inglês). No entanto, a resistência do Congresso norte-americano inviabilizou a criação da ITO ainda em 1950.

Brasil e mais 40 países apresentam manifesto na OMC contra guerra comercial Folha de S.Paulo, 9 nov. 2017. Disponível em: <https://www1. folha.uol.com.br/mercado/2018/05/brasil-e-mais-40-paisesapresentam-manifesto-na-omc-contra-guerra-comercial. shtml>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Para conter EUA e China, UE apresenta ideias de reforma da OMC Exame, 18 set. 2018. Disponível em: <https://exame.abril. com.br/economia/para-conter-eua-e-china-ue-apresentaideias-de-reforma-da-omc/>. Acesso em: 8 nov. 2018.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma instituição internacional que tem a função de regulamentar as bases jurídicas do comércio entre as nações. Sediada em Genebra, na Suíça, foi criada em 1994 e entrou em vigor no início de 1995, substituindo o antigo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT – General Agreement on Tariffs and Trade, na sigla em inglês). Com base nos mesmos princípios do GATT, a OMC tem por objetivo a progressiva liberalização do comércio internacional por meio da diminuição das práticas protecionistas, como os subsídios, as tarifas alfandegárias, as cotas de importação e outras barreiras que se tornaram entraves às trocas comerciais entre os países. Também estabelece o princípio da não discriminação ou da igualdade de tratamento, o que significa que um país-membro da OMC não pode oferecer condições especiais de comércio somente a um de seus parceiros, marginalizando os demais.

> Com a criação do

GATT foram realizadas várias Rodadas, como são chamadas as reuniões de trabalho entre os representantes dos países signatários. Nessas Rodadas foram inseridas diversas modificações no texto original do documento. Nesse sistema, herdado pela OMC, todos os países negociam entre si, tendo de obedecer a regras uniformes. A criação da OMC, após as negociações da Rodada do Uruguai (1986-1993), deu uma dimensão institucional ao GATT. GALLEY JOELLE/Shutterstock.com

Sede da OMC em Genebra, Suíça, 2018.

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Capítulo 6

Desse modo, qualquer acordo comercial entre dois ou mais países passa automaticamente a valer para todos os países-membros da organização. Assim, vantagens, favores e privilégios concedidos para a comercialização de um produto de determinado país deverão ser estendidos a produtos similares comercializados por todos os outros países-membros da organização. A exceção a essa regra é o comércio feito no interior dos blocos regionais, como a União Europeia, o Nafta e o Mercosul. Além disso, tratamentos diferenciados são permitidos para os países menos desenvolvidos, como facilidades nos pagamentos. Os motivos das disputas comerciais estão ligados, de modo geral, a conflitos de interesse entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos. Os primeiros pedem a diminuição ou mesmo a eliminação dos subsídios dados pelos países ricos aos seus produtores agrícolas, enquanto a maioria dos países ricos, principalmente os Estados Unidos e os integrantes da União Europeia, não deixam de defender seus agricultores. Ao propiciar subsídios à sua agricultura, como a isenção de impostos ou a concessão de financiamentos com juros abaixo do valor de mercado, os países ricos barateiam os preços de seus produtos domésticos. Sem isso, seus agricultores não conseguiriam competir com a agricultura de alguns países em desenvolvimento, como o Brasil, cuja produção, em alguns casos, é maior e com menores custos.

Orientações gerais

• Para mais informações sobre a OMC, sugerimos o acesso aos sites a seguir. > Organização Mundial

do Comércio. Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: <http:// livro.pro/m6qfti>. Acesso em: 8 nov. 2018.

> Organização Mundial

do Comércio. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Disponível em: <http: // l i v r o . p r o /v g r u v r >. Acesso em: 8 nov. 2018.

O Brasil na OMC

Chico Ferreira/Pulsar Imagens

O Brasil é um dos membros fundadores da OMC e atua como um dos países subdesenvolvidos mais influentes nas negociações realizadas. Além disso, o governo brasileiro reivindica ações contra países que desrespeitam acordos e normas definidos pela organização. O Brasil já obteve algumas respostas positivas em acordos mediados pela Organização Mundial do Comércio, como na contestação das medidas protecionistas à produção de algodão nos Estados Unidos e também às barreiras impostas à entrada de suco de laranja brasileiro em território estadunidense. A OMC também mediou disputas entre o Brasil e países europeus, em busca do mercado mundial de produtos de cana-de-açúcar. Com esses acordos, a participação dos produtos agrícolas brasileiros, no comércio internacional, cresceu bastante nos últimos 20 anos. Na OMC, cada país tem direito a um voto, o que a torna mais democrática se comparada, por exemplo, ao Fundo Monetário Internacional (FMI), no qual o poder de influência de cada país é definido pelo capital que ele investe no fundo.

Plantação de algodão em Nova Mutum (MT), 2018. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2016, o Brasil foi o terceiro maior exportador mundial desse gênero agrícola.

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Orientações gerais

Os fluxos financeiros: o capital sem pátria

• Comente com os alunos

As áreas de telecomunicações e processamento de dados revolucionaram o mercado das finanças, pois a mobilidade propiciada pelos avanços tecnológicos nos meios de comunicação, como uso do fax, de telefones celulares e da internet, assim como computadores cada vez mais potentes e eficientes, possibilitou a transferência de grandes valores monetários em minutos ou segundos. Desse modo, após o advento das transações on-line, o dinheiro se desmaterializou, tornando-se virtual, eletrônico.

que a globalização facilitou as transações financeiras ao longo do tempo.

• Incentive-os a identifi-

car como a globalização pode ter facilitado as relações financeiras a partir do desenvolvimento da tecnologia, como desenvolvimento de chips em que podemos utilizar cartões, a internet, em que se realizam os mais variados tipos de transações, senhas biométricas, dentre outros exemplos do “mundo virtual”, que faz parte do fluxo de capitais, estudado nestas páginas.

A dinamização dos fluxos de capitais se fortaleceu com a tendência iniciada em meados dos anos 1970 entre os países de economia desenvolvida. Nas décadas de 1980 e 1990, países subdesenvolvidos industrializados, ou emergentes, como Brasil, México, Índia e, em parte, China, também seguiram o modelo de liberalização. Atualmente, apenas alguns centros dinâmicos da economia mundial participam desse espaço econômico integrado e virtual. Os grandes centros financeiros, para onde os capitais convergem e se dispersam, estão em importantes cidades dos países desenvolvidos – Nova York (Estados Unidos), Londres (Inglaterra), Tóquio (Japão) e Paris (França) – e também em grandes centros de países emergentes – São Paulo (Brasil), Jacarta (Indonésia), Xangai (China), Cidade do México (México) e Seul (Coreia do Sul). O espaço geográfico da maioria dos países subdesenvolvidos, onde se encontra a maior parte da população, continua inserido de forma marginal no sistema financeiro mundial.

Fotomontagem. Fotos: Rrraum e Anton Balazh/Shutterstock.com

Fluxo de capital: referente à movimentação financeira realizada entre países ou empresas que envolvem compra e venda de ações, títulos e moedas, como o dólar estadunidense e o euro.

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Capítulo 6

Os capitais em circulação no mercado podem ser produtivos ou especulativos. Os produtivos, também chamados Investimento Estrangeiro Direto (IED), são capitais de investidores que apostam, em longo prazo, na economia de um país. Eles aplicam seus recursos na instalação de fábricas, na produção agropecuária, na prestação de serviços, entre outras atividades que desenvolvem a economia e criam empregos. Por outro lado, a liberalização do fluxo de capitais dá margem para a atuação dos capitais especulativos. A especulação ocorre quando os investidores apostam na transferência constante de seus capitais de um mercado para outro, em busca de maior segurança e altas taxas de juros que, em curto prazo, possam trazer-lhes lucros. Geralmente, os investidores negociam diariamente bilhões de dólares, mas não estão interessados em fabricar produtos, gerar empregos e passar pelos riscos do mercado real.

• Relembre os alunos de que os países em desenvolvimento, são chamados países emergentes, isto é, países subdesenvolvidos que têm alçado importantes avanços em termos de industrialização, finanças e economia de modo geral. • Seus principais representantes são os componentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além de México e os Tigres Asiáticos.

Lim Xiu Xiu/Shutterstock.com

UlyssePixel/Shutterstock.com

Essa é uma entre várias formas utilizadas pelo mercado financeiro para movimentar capitais, e a bolsa de valores é a instituição privilegiada para a intermediação dos fluxos na economia global.

Vista panorâmica do centro financeiro de Xangai, China, 2018.

Orientações gerais

Vista panorâmica do centro financeiro de Paris, França, 2018.

Esta imagem representa, simbolicamente, os fluxos financeiros pelo mundo.

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Orientações gerais

Geografia

• Para complementar o

em foco

estudo sobre as bolsas de valores, leia o texto a seguir para os alunos.

Os empresários vendem as ações de suas empresas com o objetivo de capitalizá-la, ou seja, de obter recursos para investir no aumento da produção ou mesmo em novos negócios. Desse modo, eles podem levantar capital sem a necessidade de contrair dívidas, a juros, com bancos. As transações de ações nas bolsas não são feitas diretamente entre as partes (empresários e investidores), pois são intermediadas pelo operador ou corretor, pessoa que trabalha para uma das várias corretoras que prestam serviços nas bolsas.

Bru

no

Ro ch

a/ Fo t

oa

re

Na imagem, observamos a fachada da sede da B3 (Bolsa Brasil Balcão), na cidade de São Paulo (SP), 2017. Alf Ribeiro/Shutterstock.com

CORREIA FILHO, João. Bolsa de valores: termômetro do capitalismo. Planeta, São Paulo. n. 428, maio 2008. Disponível em: <http://revistaplaneta.terra. com.br/secao/reportagens/bolsade-valores-o-termometro-docapitalismo>. Acesso em: 9 nov. 2018.

As bolsas de valores são instituições que funcionam como um mercado, onde são negociadas ações de empresas privadas ou públicas. Nas bolsas de valores, os investidores compram e vendem ações de empresas. Uma ação corresponde à menor parte do patrimônio de uma empresa e, ao comprar ações, o investidor adquire títulos que lhe conferem o direito de participar do lucro dessa empresa, chamado dividendo. Por outro lado, o investidor também corre riscos, podendo perder seu capital caso a empresa na qual investiu não tenha sucesso. Para a maioria dos investidores, o objetivo é adquirir ações em períodos de preços baixos (em baixa), para vendê-las quando estiverem com preços mais elevados (em alta).

na

[...] Embora a compra e a venda de cotas de empresas aconteça desde antes do século XV, foi apenas a partir de 1487, em Bruges (Bélgica), que tais negociações passaram a ter uma sede própria. A ideia se disseminou e, em 1690, foi inaugurada a sede da Bolsa de Londres. Em 1792 foi a vez da Bolsa de Valores de Nova York, hoje uma das mais influentes do mundo. No Brasil, a primeira a surgir foi a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1845. A Bovespa nasceu logo após a Proclamação da República, em 1890. A iniciativa se espalhou por várias capitais, como Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre, mas, em 2000, todas as negociações feitas por essas Bolsas foram unificadas em São Paulo e a Bovespa tornou-se a Bolsa do Brasil. [...]

Como funcionam as bolsas de valores

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Capítulo 6

A globalização e a abertura dos mercados, principalmente a partir da década de 1980, transformaram as economias nacionais, tornando-as altamente dependentes umas das outras. Os períodos de alta na cotação dos valores das ações de uma empresa em um determinado país, assim como os períodos de baixa, geralmente afetam as demais economias, em razão da grande interdependência entre as economias dos países. O fato de que algumas das ações comercializadas nas bolsas, como a de São Paulo, também podem ser negociadas em Nova York ou em Tóquio possibilita aos mercados de capitais que sejam influenciados pela instabilidade política ou social dos mais variados países. A rapidez das relações comerciais e financeiras, propiciada pelo progresso nas áreas de informática e de telecomunicações, permite que grandes somas de capitais possam ser transferidas de um país para outro, com pouco controle dos órgãos públicos.

Mundo: ranking das bolsas de valores – 2017 País

Valor médio negociado por dia (em milhões de dólares)

Nyse Euronext (US)

Estados Unidos

39 932

BATS Global Markets

Estados Unidos

33 795

Nasdaq OMX

Estados Unidos

31 144

Shenzen Stock Exchange

China

25 033

Shangai Stock Exchange

China

20 778

Japan Exchange Group Inc.

Japão

15 969

BATS Chi-X Europe

Reino Unido

6 605

LSE Group

Reino Unido

6 400

Hong Kong Exchanges and Clearing

China

5 377

Euronext

Holanda

5 337

• Um exemplo dessa relação que pode ser mostrado aos alunos é o da quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, que deu origem a uma das maiores crises econômicas mundiais, denominada Grande Depressão. • Para mais informações sobre a quebra da bolsa em 1929, acesse o site a seguir:

> Outubro de 1929: a “quebra” da bolsa de valores de Nova York. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://livro. pro/78g5q5>. Acesso em: 17 nov. 2018.

Fonte: World Federation of Exchanges. Statistics. Disponível em: <https://www. world-exchanges.org/our-work/statistics>. Acesso em: 14 nov. 2018.

B3 A Bolsa de Valores de São Paulo foi fundada em 23 de agosto de 1890 por Emílio Rangel Pestana. Em 2008, fundiu-se com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), dando origem à BM&FBovespa, principal bolsa de valores da América Latina e uma das maiores do mundo. Entre as bolsas de valores do mundo, a de São Paulo ocupou a 11ª posição no ranking de 2013. O valor médio negociado nesse ano foi de aproximadamente 3,2 trilhões de dólares. Em 2017, após a fusão entre BM&FBovespa com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), foi criada a B3.

• Comente com os alunos que por causa da rapidez que o capital especulativo circula pelo mundo, ele também passou a ser conhecido por expressões em inglês como smart money (dinheiro esperto) e hot money (dinheiro quente).

• Solicite aos alunos que tragam reportagens sobre como as bolsas de valores atuam na economia mundial, inclusive estabelecendo relações entre pessoas e lugares. Por exemplo, como a queda ou a elevação da bolsa no Japão ou nos Estados Unidos influenciam a economia brasileira.

Veja na tabela a seguir o ranking atual das dez bolsas de valores mais importantes do mundo.

Bolsa de Valores

Orientações gerais

B3 No site da B3 é possível encontrar diversas informações sobre a bolsa de valores nacional e outras bolsas de valores do mundo. Visite a página: <http://livro.pro/87vjoo>. Acesso em: 6 nov. 2018. As bolsas de valores citadas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

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As multinacionais e a mundialização da produção

BNCC

• Os conteúdos aborda-

dos nas páginas de 204 a 211 contemplam a habilidade EF09GE02. Realize uma dinâmica para avaliar os conhecimentos prévios dos alunos acerca do tema, perguntando a eles, por exemplo, a procedência das roupas, dos calçados e dos acessórios que estão utilizando, sua origem, os insumos utilizados para fabricação etc.

As chamadas multinacionais são empresas que passam a atuar em países distintos do seu país de origem, expandindo seus mercados consumidores e, por vezes, seus ramos de atividade. Caracterizam-se, portanto, por atuar em diversos países do globo. Entretanto, como as matrizes dessas empresas permanecem sediadas nos países de origem, muitos analistas propõem o termo “transnacional” para se referir a tais empresas. Grande parte das multinacionais é originada em países desenvolvidos, portanto essas empresas acabam por fortalecer a concentração de riquezas nesses países. Muitos países subdesenvolvidos têm se industrializado nas últimas décadas, quase sempre sob o impulso das multinacionais de bens de consumo ou, especialmente, daquelas de ramos com alto consumo de matérias-primas minerais ou agrícolas.

•É

importante que os alunos compreendam, nesta perspectiva, como se dá a ocupação humana e a produção do espaço, desenvolvendo autonomia e senso crítico, conforme orienta a competência específica de Geografia 3.

Esses países recebem filiais de multinacionais que atuam em atividades caracterizadas pelo emprego numeroso de mão de obra. Essas empresas se deslocam para os países subdesenvolvidos atraídas pela mão de obra barata, entre outros benefícios, bem como pelas leis ambientais pouco rigorosas e isenção de impostos.

Orientações gerais

• Comente com os alu-

nos que as multinacionais também são chamadas de transnacionais. Complemente o estudo desse tema apresentando o texto abaixo, que trata do poder exercido pelas transnacionais no mundo atual. Em seguida, questione os alunos sobre qual é a lógica predominante na economia em escala internacional e como se comportam as empresas transnacionais no mundo globalizado. A globalização neste início de século XXI apresenta como traço mais importante o funcionamento da economia em escala internacional, como se as fronteiras não existissem ou tivessem ficado irrelevantes. Nesse cenário, o papel central é exercido pelas empresas transnacionais. Elas definem a integração do processo produtivo — o sistema pelo qual um determinado produto [...] é resultado da montagem de componentes fabricados em países diversos. A lógica que predomina é a de buscar, sempre, os

Matriz da companhia automobilística Volkswagen em Wolfsburg, Alemanha, 2016.

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custos mais baixos. Na prática, trata-se de substituir os trabalhadores de salário relativamente mais alto num dado país pela mão de obra mais barata, em outro. Essa maneira de organizar a produção só é possível graças às modernas tecnologias que permitem planejar e gerenciar o trabalho à grande distância — em especial, as tecnologias de comunicação [...].

No mundo globalizado, as empresas transnacionais dão11/23/18 as cartas e impõem as regras do jogo. [...]

2:53 PM

FUSER, Igor. Geopolítica: o mundo em conflito. São Paulo: Salesiana, 2006. p. 92.

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As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

Fonte: Fortune. Global 500 2018. Disponível em: <http:// fortune.com/global500/>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Capítulo 6

1o

Estados Unidos

2o

Holanda

3o

Japão

4o

Alemanha

5o

Reino Unido

6o

Estados Unidos

Exxon Mobil Corporation

7o

Estados Unidos

Berkshire Hathaway Inc.

8o

Estados Unidos

Apple

9o

Coreia do Sul

10o

Estados Unidos

Walmart Inc. Royal Dutch Shell Plc. Toyota Motors Volkswagen BP

Ana Elisa

Veja ao lado quais são e os países de origem das dez maiores multinacionais do mundo.

Ranking das multinacionais – 2018

Samsung Eletronics McKesson

Orientações gerais

• Comente com os alunos que o volume e a enorme diversidade de mercadorias – calçados, roupas, cosméticos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, automóveis e alimentos – produzidas por multinacionais, que circulam no interior do território brasileiro, são pequenos, considerando a presença marcante dessas empresas nas economias e nos mercados do mundo inteiro.

• Solicite aos alunos que verifiquem a origem de alguns produtos que utilizam em casa. Eles podem observar etiquetas, rótulos ou laterais de produtos. Comente que geralmente a indicação aparece como “Made in”, ou seja, “feito” ou “fabricado em”, e o nome do país onde foi produzido. Discutam sobre a quantidade de produtos que utilizamos em nosso dia a dia e que são fabricados em diferentes lugares do mundo e que, atualmente, grande parte deles é proveniente da China. • Pergunte aos alunos se conhecem as marcas citadas no quadro da página e cite exemplos de produtos fabricados por elas.

Philip Lange/Shutterstock.com

Entretanto, as multinacionais dos setores mais modernos da economia, por exemplo, de serviços altamente especializados ou de tecnologia avançada, como eletrônicos, farmacêuticos e robótica, permanecem fortemente concentradas nos países desenvolvidos. Muitos países pobres da África, América Latina e Ásia, com poucas ou nenhuma multinacional, permanecem alheios aos fluxos instituídos por essas empresas em suas transações comerciais de escala global.

• Ao analisar sua realidade, os alunos podem perceber o quanto as multinacionais estão presentes em seu dia a dia.

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Orientações gerais

Globalização: as multinacionais organizadas em rede

• Solicite aos alunos que

identifiquem a localização desses países no planisfério ou globo terrestre para visualizarem a dimensão da globalização e a interligação entre os países que fabricam as peças da aeronave.

As multinacionais apresentam duas características, desenvolvidas ao longo das últimas décadas, que constituem marcas do processo de globalização: a mobilidade e a fragmentação dos processos produtivos. Ambas as características são possibilitadas pelas novas formas de organização e articulação entre as empresas: as redes. Em vez de áreas ou zonas onde possam estabelecer seu domínio comercial e instalar sua base produtiva, as empresas distribuem-se em diferentes pontos do globo. Elas são articuladas entre si por fluxos e trocas diversas, configurando, portanto, intensas redes comerciais.

• Peça

aos alunos que pesquisem em artigos de jornais, revistas ou na internet outros exemplos de produtos cuja fabricação é fragmentada, como no exemplo do avião. Te le fo n e s ce lu l a re s , computadores e automóveis também têm sua fabricação dividida entre empresas localizadas em diferentes lugares do mundo.

Airbags (Suécia)

Assento traseiro (Estados Unidos)

Encosto de cabeça (Noruega)

Portas (Alemanha)

Rodas (Alemanha) Freios ABS (Alemanha)

Fonte: HIAULT, Richard. Ces produits qui bouleversent le commerce mondial. Les Echos, 16 jan. 2013. Disponível em: <https://www.lesechos.fr/16/01/2013/LesEchos/21355-048-ECH_cesproduitsqui-bouleversent-le-commerce-mondial.htm>. Acesso em: 20 nov. 2018.

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Dessa forma, a produção de uma mesma mercadoria, como um automóvel, ativa uma rede produtiva com unidades localizadas em vários pontos distantes do globo. Observe na imagem abaixo todos os países envolvidos na produção do veículo a seguir.

Vidros (França)

Farol (Estados Unidos e Canadá)

Desemprego em “alerta” De um lado, o processo de fragmentação da produção gera empregos em diferentes países; por outro lado, a mobilidade de que as fábricas dispõem atualmente traz constantes ameaças de desemprego. É fácil para uma multinacional fechar uma fábrica de sua rede produtiva internacional, reabrindo-a em outro país ou região, com mais vantagens. Esse fato provoca forte insegurança quanto à duração e à permanência dos empregos criados nas novas localidades escolhidas, além de gerar desemprego nos locais abandonados.

Capítulo 6

Atualmente, o processo produtivo está fragmentado. Isso significa que não concentram mais os estabelecimentos e as etapas do mesmo processo produtivo em apenas um país: eles estão distribuídos de acordo com as vantagens de cada localidade. Assim, vários pontos do globo participam de um único processo produtivo, contribuindo para a fabricação de determinada mercadoria.

Essa estratégia de desmontar fábricas e reinstalá-las em um local concorrente, a qualquer momento, estimula um mercado de trabalho competitivo entre os países, redefinindo a localização das indústrias em escala mundial.

Orientações gerais

• Ao desenvolver com os alunos o tema destas páginas, aproveite para trabalhar com os temas contemporâneos Trabalho, Ciências e tecnologia, Educação em direitos humanos e Direitos da criança e do adolescente.

• Comente com os alunos que, além da ameaça de desemprego pelo fechamento das filiais das indústrias, o avanço tecnológico, em alguns casos, troca mão de obra pela robotização, que também gera a diminuição de postos de trabalho e o desemprego. • Comente com os alunos também que algumas multinacionais dão preferência para se instalar em certos países em razão da flexibilização de leis trabalhistas ou até a falta delas. Em alguns casos, inclusive, há o envolvimento com trabalho infantil e/ou análogo à escravidão, ou seja, trabalhadores sujeitos a condições precárias de trabalho e com remuneração muito baixa.

Unidade de controle do motor (Estados Unidos) Radiador (Alemanha)

Para-choque (França)

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

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Orientações gerais

O poder das multinacionais e o Estado

• Este conteúdo permite

• Promova uma reflexão

Atualmente, a concentração econômica em torno das multinacionais torna-se cada vez maior e o lucro anual de algumas dessas empresas chega a ultrapassar, frequentemente, o PIB (Produto Interno Bruto) de países inteiros, incluindo países desenvolvidos. Observe o gráfico abaixo. Receitas de multinacionais e PIB de alguns países – 2016

sobre a importância de todas as formas de trabalho humano e sobre as práticas de consumo atuais.

Multinacionais Petrobras

89

• Incentive os alunos a consumirem, na medida do possível, produtos fabricados no Brasil, preferencialmente na cidade onde moram, para apoiar a produção e a economia local. Essa é uma forma de desenvolver o consumo consciente. Aproveite para trabalhar com a competência geral 7 da BNCC.

Hon Hai Precision

154

Iraque

171

Nova Zelândia

185 192

Berkshire Hathaway

Grécia

244

Exxon Mobil

Vietnã

205

244

Glencore

Bangladesh

221

260

Volkswagen

265

Toyota Motor

Walmart Stores 400

Países

242

500 500

Ana Alexius

tratar os temas contemporâneos Trabalho e Educação para o consumo da BNCC. Incentive a valorização e o respeito às diferentes formas de trabalho.

300

200

100

Receita (em bilhões US$)

0

238

Finlândia Dinamarca

306

Bélgica

468 0

100

200

300

400

500

PIB (em bilhões US$)

Fontes: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. CNN Money. Fortune 500 2018. Disponível em: <http://fortune.com/global500>. Acessos em: 7 nov. 2018.

A expansão das multinacionais ocasiona a eliminação de muitas empresas locais não preparadas para a competição global. O resultado disso é que os mercados internos encontram-se cada vez mais ocupados pelas multinacionais, em detrimento das empresas nacionais. Para se tornarem mais atrativos, os Estados lançam estratégias cada vez mais favoráveis às multinacionais, como isenção de impostos, concessão de terrenos, entre outras. Dessa maneira, abrindo mão de parte considerável de sua arrecadação, os Estados favorecem a geração de empregos, mas prejudicam ou desequilibram seus orçamentos nacionais. Como consequência, tornam-se mais dependentes de empréstimos externos, aumentando suas dívidas. Orçamento nacional: planejamento que estipula quais e como serão os gastos públicos de um Estado em um período determinado, geralmente correspondente a um ano.

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ZFM

Capítulo 6

A maior evidência dessa modalidade relativamente nova de competição global está na criação das chamadas Zonas Francas: áreas industriais dentro dos territórios nacionais, nas quais as empresas podem contar com uma série de condições legislativas e fiscais favoráveis à sua instalação. Essas condições visam atrair o máximo possível de indústrias, sobretudo multinacionais.

A ZFM (Zona Franca de Manaus) é um modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo governo brasileiro para a integração produtiva e social da região Norte do país. Para mais informações sobre a ZFM acesse o site: <http://livro.pro/hhyaiq>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Orientações gerais

• Comente com os alunos sobre como o desenvolvimento econômico atual de cada país influenciou na DIT, sendo uma herança dos tempos coloniais.

• Explique aos alunos as alterações ocorridas na DIT ao longo do tempo.

As multinacionais e a DIT

> As trocas comerciais

internacionais durante o capitalismo comercial, entre os séculos XIV e XVI deram início à configuração da DIT: as regiões coloniais forneciam produtos primários e mão de obra escrava; as metrópoles produziam e vendiam manufaturados.

Na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), cada país desempenha determinada função na economia mundial. Com a expansão das multinacionais, a DIT passou a apresentar características que a diferenciam dos períodos anteriores. Isso se deve ao fato de nos dias atuais o comércio internacional envolver países industrializados com economia desenvolvida, países subdesenvolvidos industrializados e, ainda, países subdesenvolvidos de economia essencialmente agrária. Veja o quadro a seguir.

> Durante o capitalismo

industrial, entre os séculos XVII e XIX, a DIT se consolidou da seguinte forma: as colônias comercializavam produtos primários e as metrópoles comercializavam produtos industrializados.

PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS DE ECONOMIA AGRÁRIA

PAÍSES INDUSTRIALIZADOS

PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS INDUSTRIALIZADOS

> Durante o capitalismo

Aos países industrializados cabe o comércio de produtos de elevada tecnologia, de serviços e também de fluxos de capitais que, muitas vezes, financiam programas voltados, por exemplo, às áreas econômica, educacional, de saúde e de infraestrutura desenvolvidos nos países mais pobres. Aos países subdesenvolvidos industrializados cabe o comércio de produtos de origem primária (vegetais, minerais e animais), de produtos industrializados e, ainda, o envio de capitais para o pagamento de parte da dívida externa a países desenvolvidos e instituições financeiras internacionais, como o FMI. Aos países subdesenvolvidos de economia agrária cabe o comércio de produtos de origem primária (vegetais, minerais e animais), além de remessas de capital para o pagamento de parcelas da dívida externa aos seus credores, ou seja, instituições financeiras internacionais ou países mais ricos e industrializados.

209

financeiro, a partir de meados do século XIX até a atualidade, a DIT se caracteriza da seguinte maneira: os países industrializados comercializam produtos de elevada tecnologia, serviços e fluxos de capitais; os países subdesenvolvidos industrializados comercializam produtos de origem primária, produtos industrializados e capitais; os países subdesenvolvidos de economia agrária comercializam produtos de origem primária e capital. Essa DIT atual está ligada às fases anteriores do capitalismo. Atualmente, muitos países que fornecem matérias-primas são os mesmos colonizados no período colonial.

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209

11/24/18 9:00 AM


Orientações gerais

Geografia

• Para complementar o

em foco

tema, entregue aos alunos um mapa-mundi em fio preto e solicite que localizem os países dos G-7 e G-20, pintando-os de cores diferentes.

O Grupo dos 7 e o Grupo dos 20

Em 1975, na França, após reuniões entre representantes das cinco maiores economias do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Reino Unido), chegou-se a um acordo para a criação de um grupo de países para coordenar as relações econômicas internacionais. Com a adesão da Austrália e do Canadá, surgiu o chamado Grupo dos 7, ou G-7. Esse grupo reunia os sete países mais industrializados e desenvolvidos do mundo. No final da década de 1990, englobou também a Rússia pós-soviética.

• Ao

final, solicite que os alunos produzam um texto abordando a importância do Brasil no G-20. Caso seja possível, encaminhe-os para o laboratório de informática, para que possam realizar pesquisas que complementem seu texto.

Apesar de ser um país emergente, a Rússia foi admitida no grupo por sua importância geopolítica, decorrente de seu poderio militar. Desse modo, configurou-se o Grupo dos 8, ou G-8. No entanto, em 2014, por descumprir determinados valores comuns entre os membros do grupo, a Rússia foi suspensa do G-8 e passou a receber uma série de sanções nas relações internacionais. Com isso, o grupo voltou a constituir o G-7. Essas reuniões abordam principalmente questões econômicas, mas outros assuntos de importância internacional também são discutidos: não proliferação nuclear, terrorismo, crise de alimentos, meio ambiente, entre outros. No final da década de 1990, foi criado o Grupo dos 20 (G-20), que, além dos países desenvolvidos, abrange os principais países emergentes. O G-20, criado por iniciativa do G-8, surgiu como reconhecimento de que era necessário ampliar o espaço de participação dos emergentes nas decisões que afetam a economia global.

Planetpix/Alamy/Fotoarena

Os países que integram o G-20 são responsáveis por 98% do PIB mundial, além de representarem aproximadamente 90% do comércio internacional e concentrarem quase dois terços da população do mundo. Veja, na página seguinte, os países que compõem o G-7 e o G-20 listados de acordo com o PIB.

A fotografia mostra os líderes do G-7 durante encontro em Taormina, Itália, 2017.

210

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210

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:51 PM

País

PIB (em bilhões de US$) – 2016

G-7/G-20

Estados Unidos

18 624

G-20

China

11 199

G-7/G-20

Japão

4 940

G-7/G-20

Alemanha

3 478

G-7/G-20

Reino Unido

2 648

G-7/G-20

França

2 465

G-20

Índia

2 264

G-7/G-20

Itália

1 859

G-20

Brasil

1 769

G-7/G-20

Canadá

1 530

G-20

Coreia do Sul

1 411

G-20

Rússia

1 283

G-20

Austrália

1 205

G-20

México

1 047

G-20

Indonésia

932

G-20

Turquia

864

G-20

Arábia Saudita

646

G-20

Argentina

545

G-20

África do Sul

295

G-7/G-20

União Europeia

16 491

internet, em jornais e em revistas sobre notícias recentes que envolvam o G-7 e o G-20. Depois, apresente aos colegas da sala o resultado de sua pesquisa. Veja comentário sobre esta

• Re s p o s ta p e s s o a l . Sugira aos alunos algumas revistas e jornais, além dos sites a seguir para a realização da pesquisa proposta. > Mundo: geografia e po-

lítica internacional. Disponível em: <http://livro. pro/w3etvq>. Acesso em: 9 nov. 2018.

pesquisa nas orientações ao professor.

> Le Monde Diploma-

tique. Disponível em: <http://livro.pro/3maidf>.

Pnud No site do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) você encontrará diversos dados estatísticos sobre os países que compõem o G-7 e o G-20. Visite a página: <http://livro.pro/jz526g>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank.worldbank.org/>. Acesso em: 6 nov. 2018.

Cole Burston/Bloomberg/Getty Images

Grupo

Capítulo 6

Países do G-7 e/ou G-20 e UE

• Faça uma pesquisa na

Respostas

Manifestantes protestam contra o G-7 usando fantasias em sátira aos líderes do grupo, em Quebec, Canadá, 2018.

211

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211

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> Revista Exame. Disponível em: <http://livro. pro/ww3ghy>. Acesso em: 9 nov. 2018. > Portal da indústria

brasileira. Disponível em: <http://livro.pro/ n46p8p>. Acesso em: 9 nov. 2018.

4. As imagens a seguir apresentam produtos fabricados por multinacionais. DianaDeluxe/Shutterstock.com

na pesquisa proposta na atividade 5, faça um levantamento prévio sobre as multinacionais que podem ser encontradas na região do município onde moram, ou na capital do seu estado. Oriente os alunos a buscarem informações nos sites das próprias empresas ou em sites sobre indústria e comércio, revistas sobre negócios e jornais, como os sugeridos a seguir.

1. Resposta esperada: as multinacionais, em geral, não concentram mais os estabelecimentos e as etapas do mesmo processo produtivo em um único país, mas distribuem a produção por onde for mais vantajoso. 2. Resposta esperada: a OMC é uma instituição internacional que tem a função de regulamentar as bases jurídicas do comércio entre 3. Possível resposta: essas empresas se deslocam cada vez mais dos Exercícios de compreensão os países, ou seja, é um órgão fiscalizador agindo contra barreiras que tornam impraticáveis as trocas comerciais entre os países. países desenvolvidos para os subdesenvolvidos, 2. No caderno, explique o papel desematraídas pela mão de 1. De acordo com o que você estudou, obra barata, entre penhado pela OMC nas relações cooutros benefícios, bem como você explicaria a uma pessoa merciais no mundo. como leis ambientais a frase abaixo? pouco rigorosas e isenção de impostos. Os países 3. Por que as empresas multinacionais subdesenvolvidos têm Atualmente, as multinacionais são atraídas para os países subdese industrializado nas últimas décadas, quase produzem suas mercadorias em senvolvidos? De que maneira elas sempre sob o impulso contexto de fragmentação do auxiliam na industrialização desses das multinacionais de processo produtivo. bens de consumo ou, países? especialmente, daquelas de ramos com alto consumo de 4. b) Elas mostram que produtos que utilizamos em nosso dia a dia são matérias-primas em outros países, como China, Austrália, Itália, por empresas Geografia no contexto fabricados minerais ou multinacionais. Resposta pessoal. Os alunos podem citar produtos como agrícolas. utensílios domésticos, outros tipos de alimentos e roupas etc.

Lipowski Milan/Shutterstock.com

• Para auxiliar os alunos

Atividades

Chris Howes/Wild Places Photography/Alamy/Fotoarena

Orientações gerais

4. a) As multinacionais são empresas que passam a exercer suas atividades em países distintos do seu país de origem.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram 4. c) Aos países utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade industrializados de promover marcas ou produtos. cabe o comércio de a ) O que são multinacionais? produtos de alta tecnologia, serviços b ) Como as imagens acima demonstram a presença de multinacionais em nosso e fluxos de capitais; cotidiano? Cite outros exemplos de seu dia a dia. aos países subdesenvolvidos c ) Com a expansão das multinacionais, como se encontra estabelecida a atual industrializados DIT no espaço geográfico mundial? cabe o comércio de produtos de origem primária (como d ) Explique por que podemos afirmar que grande parte das empresas multinavegetais, minerais e cionais está organizada em sistemas de rede. Porque, mesmo instaladas em diferentes animais), além de pontos ao redor do globo, essas empresas permanecem articuladas entre si por fluxos e trocas diversas. produtos Essa articulação configura, portanto, redes de produção e comercialização. industrializados; 5. Faça uma pesquisa, na internet, sobre a presença de algumas empresas multinae aos países subdesenvolvidos cionais no município onde você mora ou nos municípios vizinhos. Anote o ramo cabe o comércio de de atividade e o país de origem da empresa. No caderno, faça uma tabela com produtos de origem primária (vegetais, as informações coletadas e apresente ao professor. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa dos alunos está coerente com a atividade proposta. Caso considere necessário, minerais e animais). organize uma roda de conversa para que eles apresentem o resultado da pesquisa. 212

Material digital

11/23/18 2:51 PM

• No material digital está disponível uma proposta de

acompanhamento da aprendizagem dos alunos. Esse modelo de avaliação contempla os conteúdos abordados nos capítulos 5 e 6.

212

11/24/18 9:00 AM


6. a) O planisfério apresenta os principais fluxos aéreos e marítimos que interligam grande parte do espaço geográfico mundial.

Mundo: fluxos de transportes - 2009

cer Cân de o c OCEANO PACÍFICO pi Tró

r ua do

São Paulo Rio de Janeiro

Dallas

Nova York

Chicago

o rtic rÁ

Linh a in ter da d nacion al ata

Lima

180°

Los Angeles

Círcu lo P ola

Eq

Tróp

ico

de Ca p

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rn

io

E. Cavalcante

Capítulo 6

6. Observe o planisfério abaixo e responda às questões a seguir no caderno.

Polo Norte

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Sydney

Tóquio

Orientações gerais > Explore o mapa com os alunos, auxiliando-os em sua leitura e interpretação, se necessário. > As atividades das páginas 212 e 213 podem contribuir para avaliar a compreensão dos alunos sobre o tema.

Pequim Hong Kong Cingapura

Londres Paris OCEANO ATLÂNTICO

N L

O

idia no d

eG reen wich

OCEANO ÍNDICO

Lagos

S

0

Mer

Principais aeroportos Fluxos aéreos Fluxos marítimos

Cairo

2 340

Escala aproximada na linha do Equador

Fontes: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 55. IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 82.

a ) Que aspecto do mundo globalizado é mostrado no planisfério acima? b ) De que maneira o aprimoramento dos meios de transporte contribuiu para o O aprimoramento dos meios de transporte proporcionou mais rapidez e aumento do comércio mundial? segurança para o transporte de mercadorias entre os países e no interior deles, possibilitando um fluxo cada vez mais intenso de mercadorias.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• A globalização caracteriza-se, atualmente, pelos intensos fluxos interligando diferentes lugares do planeta, principalmente fluxos econômicos, de informação e de pessoas.

• Os avanços tecnológicos aplicados às telecomunicações e ao setor de transporte possibilitaram a dinamização do comércio e a intensificação dos fluxos de mercadorias, informação e capital pelo mundo.

• A OMC é o órgão que regulamenta as bases jurídicas do comércio internacional. O Brasil é um dos países fundadores dessa organização.

• A mobilidade e a fragmentação do processo produtivo das multinacionais, que estão organizadas em rede, constituem também uma importante característica da globalização.

• A expansão das multinacionais deu novas características à DIT. 213

Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos. Certifique-se de que as habilidades indicadas no capítulo e os objetivos foram alcançados.

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• Caso considere necessário, apresente aos

alunos imagens e charges que possam representar a globalização, seu processo desigual, as relações que são estabelecidas a partir dos fluxos de mercadorias, pessoas, capitais e informações, buscando que o aluno perceba o

encurtamento do espaço-tempo. Sugira a produção de um texto a partir das charges para a realização de uma avaliação dos conhecimentos adquiridos pelo aluno.

213

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Objetivos do capítulo

Capítulo

• Compreender

que avanços tecnológicos proporcionaram mudanças significativas no dia a dia das pessoas.

• Relacionar o aumento

A globalização e o mundo atual

dos fluxos populacionais mundiais como uma característica da globalização.

• Identificar as principais

características dos fluxos populacionais que vêm ocorrendo atualmente.

• Refletir sobre a xeno-

fobia desencadeada em diversos países.

• Identificar

os principais fatores da existência de refugiados no mundo atualmente.

• Relacionar

o intenso processo de urbanização mundial ao surgimento de megacidades e cidades globais.

• Diferenciar uma cidade global de uma megacidade.

• Refletir

sobre os aspectos positivos e os aspectos negativos da globalização.

• Compreender

de que maneira a falta de empregos está relacionada ao atual processo de globalização.

• Compreender como a

globalização contribui para a transformação cultural que vem ocorrendo em diversas partes do mundo.

Na fotografia, é possível observar o aeroporto de Heatrow, em Londres, Inglaterra, 2017. Os aeroportos se tornaram um dos exemplos da “diminuição”das distâncias no processo da globalização.

214

Orientações gerais

• Junto à imagem apresentada nessas pá-

ginas, mostre aos alunos a letra da canção a seguir, cujo tema discorre sobre os efeitos da globalização no mundo atual.

> JAH, Tribo de. Globalização. Intérprete: Tri-

bo de Jah. In: Reggae na estrada. Rio de Ja-

11/23/18 2:49 PM

neiro: Indie Records, 1998. Faixa 1. Disponível em: <http://livro.pro/9yrey7>. Acesso em: 12 nov. 2018.

> Quais efeitos da globalização a letra da can-

globalização pode apresentar diferentes efeitos sobre a sociedade. Utilize as questões a seguir.

> É possível perceber os efeitos citados na

• Aproveite para comentar que o processo de

ção aborda? > Quais outros efeitos da globalização vocês

conhecem? letra da canção no local onde vocês moram?

214

11/24/18 8:57 AM


:49 PM

Mas será que esse mundo globalizado traz benefícios para todos os países? Ao longo do estudo deste capítulo, você compreenderá que, mesmo tendendo cada vez mais à integração entre os espaços mundiais, a globalização é um processo desigual e não favorece uniformemente os envolvidos.

Laurin Schmid/Sos Mediterranee/ DPA/ZUMA Press/Fotoarena

O processo de globalização intensificou os fluxos de capitais, de mercadorias e de informações, movido pelos avanços tecnológicos, sobretudo, nos meios de transporte e de comunicação. Assim, partes do mundo ou fenômenos anteriormente vistos como isolados passaram a interagir com o restante do planeta. Isso significa dizer que países, povos, economias e culturas estão se tornando cada vez mais conectados.

go de todo o capítulo propõem desenvolver as habilidades EF09GE02, EF09GE03, EF09GE10, EF09GE11, EF09GE13, EF09GE14 e EF09GE15.

• As competências gerais 3, 5 e 6 e as competências específicas de Ciências Humanas 1 e 3 estão contempladas também no decorrer do capítulo, assim como os temas contemporâneos Diversidade cultural, Trabalho, Educação em direitos humanos, Educação para o consumo, Direitos da criança e do adolescente e Educação ambiental.

EQRoy/Shutterstock.com

Imigrantes africanos sendo resgatados durante operação da Organização Humanitária Internacional Médicos Sem Fronteiras, no Mar Mediterrâneo, Líbia, 2016.

BNCC

• Os conteúdos ao lon-

A Observe a fotografia desta página e comente com seus colegas de que maneira os avanços nos meios de transporte contribuem para a noção de um mundo mais integrado. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

B Analisando a fotografia acima, converse com seus colegas sobre as desigualdades do processo de globalização.

215

Respostas A Resposta esperada: a imagem ao lado, de um grande e movimentado aeroporto, representa as amplas possibilidades de integração entre os mais diversos lugares do mundo, proporcionados por meios de transporte cada vez mais avançados tecnologicamente.

11/23/18 2:49 PM

B Resposta esperada: a imagem dos imigrantes ilegais detidos pela polícia espanhola revela a realidade de populações que vivem em países pobres, com pouca ou nenhuma oportunidade de melhorias em sua qualidade de vida, que saem de seu país de origem buscando em outros lugares alcançar bens e serviços que não estão acessíveis a eles.

215

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Os fluxos populacionais na globalização

Integrando saberes

• Este

conteúdo permite um trabalho com o componente curricular de História. Convide o professor para participar da atividade proposta a seguir. Leia o texto abaixo e depois veja algumas orientações.

CONTE, Fernanda. Migrações: o homem em busca do lugar ideal. Revista Faz Ciência (Unioeste), v. 6, n. 1, 2004, p. 305, 306. Disponível em: <http://e-revista. unioeste.br/index.php/fazciencia/ article/viewArticle/7415>. Acesso em: 9 nov. 2018.

No entanto, o fenômeno da migração é tão antigo quanto a humanidade, que sempre se deslocou para novos territórios, às vezes já ocupados por outros grupos. Embora não existam dúvidas de que cada vez mais pessoas têm migrado nas últimas décadas, os fenômenos migratórios e a presença de migrantes entre as populações nativas também foram marcantes em outros contextos. Observe os mapas desta página e da seguinte. Com base neles, podemos perceber que as migrações não são propriamente uma novidade, tampouco possuem mais importância atualmente do que em épocas anteriores. No entanto, esses movimentos contemporâneos são fenômenos sociais amplamente discutidos e sua dinâmica global é um importante aspecto da atual fase da globalização.

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OCEANO PACÍFICO

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E. Cavalcante

Mundo: fluxos populacionais – 1830-1914 Tróp ico de Ca pri có rn io

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ESTADOS UNIDOS

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ARGENTINA ANTILHAS

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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OCEANO ATLÂNTICO

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OCEANO ÍNDICO

De 500 000 a 700 000 De 700 000 a 1 500 000

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Emigração 1830-1914 (migrantes permanentes) De 1 000 a 100 000 De 100 000 a 500 000

N

Região ou país de imigração Região ou país de emigração

L

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As migrações fazem parte da vida da humanidade desde o início de sua existência, sendo que, devido à sua dinâmica e complexidade, esse processo se dá de várias maneiras e por diversas razões, significando, além de um deslocamento físico, também uma profunda mudança na vida de quem migra [...]. Desde os primórdios de sua existência, a humanidade se desloca pela superfície terrestre. Primeiro o homem migrava por ser nômade e não ter moradia fixa, precisando se mudar de um lugar para outro em busca de caça, pesca e outros elementos fornecidos pela natureza para sua sobrevivência. Mesmo depois de se tornar sedentário e se estabelecer em determinados lugares, o homem continuou migrando, pelas mais diversas razões. A principal destas razões é a busca por melhores condições de vida [...]. As migrações também se constituem num fenômeno socioeconômico muito antigo que está em constante renovação, na medida em que “(...) significam uma redistribuição espacial da população, que se adapta às condições ou às transformações econômicas que ocorrem no espaço geográfico” (Santos, 1997, p. 8). [...]

Atualmente, os fluxos populacionais no mundo constituem-se de múltiplas formas de migração e são uma característica marcante do processo contemporâneo de globalização.

0

ÁFRICA

1 730

3 460 km

DO SUL

Fonte: BONIFACE, Pascal; HUBERT, Védrine. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 42.

Atlas da imigração internacional em São Paulo 1850-1950 Maria Silva C. Beozzo Bassanezi et al. São Paulo: Editora Unesp, 2008. Esse atlas possui diversas informações sobre a presença de migrantes estrangeiros em território paulista entre os anos de 1850 e 1950.

216

• Discuta com os alunos sobre o que leva as pessoas a g20_ftd_lt_9vsg_c7_p216a217.indd 216

se deslocarem de onde moram. Elenque com eles alguns fatores como: as guerras, a falta de recursos naturais, os conflitos étnicos e políticos, a busca por melhores condições de vida e de trabalho etc. Comente que, ao longo da história, esses fatores têm incentivado as migrações,

como: a exploração de recursos naturais pela metrópole 7/4/19 no interior do Brasil Colonial, o deslocamento de ingleses para se estabelecerem nas Treze Colônias na América do Norte, o êxodo rural provocado pela urbanização no século XIX na Europa, a ascensão de regimes totalitários como o nazismo, entre outros.

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Capítulo 7

Os fluxos populacionais atuais contrastam com os ocorridos em outros períodos da história. Porém, não simplesmente pela proporção de migrantes no conjunto das populações, ainda que sua quantidade absoluta seja cada vez maior. O principal contraste em relação a períodos anteriores da história são suas novas características, como: direção predominante, principais emissores e, especialmente, a forma contraditória como são tratados os imigrantes nos países de destino. Nesse sentido, um aspecto que se destaca quando comparamos os mapas desta página com o da anterior é a inversão dos principais fluxos migratórios, isto é, se entre os séculos XIX e início do século XX, período em que as nações europeias desenvolveram uma nova fase do expansionismo colonial denominada Imperialismo, predominou a migração de europeus para os outros continentes, atualmente acontece o inverso: povos de todos os continentes migram em direção à Europa e à América do Norte, principalmente. Em ambos os casos, a principal motivação para o deslocamento é de ordem econômica, ou seja, trata-se, sobretudo, de fluxos de trabalhadores em busca de melhores condições de vida e trabalho, tendo, geralmente, o sonho de um dia retornar a seu país de origem.

Orientações gerais

• Oriente os alunos em uma leitura comparada dos mapas das páginas 216 e 217. Peça que observem o padrão de cada fluxo populacional em cada momento histórico, desenvolvendo nos alunos o raciocínio espaço-temporal. Desse modo, também é possível desenvolver a competência específica de Geografia 4.

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OCEANO GLACIAL ÁRTICO

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OCEANO ÍNDICO

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Fluxos migratórios 1990-2000 (migrantes permanentes) De 1 000 a 100 000 De 100 000 a 500 000 De 500 000 a 700 000 De 700 000 a 1 500 000 Região ou país de imigração Região ou país de emigração Fluxo com “fuga de cérebros”

E. Cavalcante

Mundo: fluxos populacionais – 1990-2000

ÁFRICA

N L

O S 0

1 830

3 660 km

Fonte: BONIFACE, Pascal; HUBERT, Védrine. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 42.

• Observe novamente os mapas desta página e da anterior e analise as transformações ocorridas em relação aos fluxos globais e população nos períodos representados. Troque ideias com seus colegas.

Verifique se os alunos constataram que houve a intensificação dos fluxos populacionais, inversão dos principais fluxos migratórios, entre outros. O fluxo denominado “fuga de cérebros” será explicado mais detalhadamente na página 220.

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Globalização e xenofobia

BNCC

• Este conteúdo permi-

Os fluxos de trabalhadores no mundo, em geral, caracterizaram importantes contribuições econômicas e culturais para outros países. No entanto, atualmente, em países mais ricos tem aumentado a onda de discriminação e preconceito contra imigrantes de países pobres, expressa nas legislações cada vez mais restritivas a estrangeiros. Há também uma quantidade crescente de agressões e hostilidades de grupos locais contra famílias de trabalhadores imigrantes. Imago/ZUMA Press/Fotoarena

te tratar sobre os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação em direitos humanos. Incentive os alunos a refletirem sobre os valores em sociedade. Proponha um debate sobre esse assunto para que eles possam expor suas opiniões, respeitando as opiniões dos colegas e do professor. Aponte a importância da harmonia para a vida em sociedade. Este é um momento oportuno para trabalhar a competência específica de Ciências Humanas 1.

• Comente com os alu-

nos sobre a importância do respeito com todas as pessoas, incluindo os migrantes, sejam legais ou clandestinos. Reflitam sobre os motivos que levaram essas pessoas a deixar o seu país de origem. Orientações gerais

• Se necessário, apresente aos alunos a mensagem da faixa carregada pelos manifestantes, na fotografia desta página. “Parem o pacto de migração que torna a Europa repleta de imigrantes ilegais e criminosos violentos. Este pacto é um genocídio”.

Manifestantes alemães em Berlim, Alemanha, 2018. Eles protestam contra a presença de imigrantes em seu país.

Tal reação é provocada pelo sentimento conhecido como xenofobia, caracterizado pela aversão à pessoa estrangeira, à sua crença e ao seu modo de vida. Esse problema também está associado a um pensamento equivocado de que os imigrantes seriam “concorrentes” em um mercado de trabalho que está cada vez mais saturado nos países desenvolvidos, e que eles “ameaçariam” a mão de obra local, aumentando o desemprego e pressionando os salários para níveis mais baixos. A xenofobia na África do Sul Em alguns casos, a xenofobia é acompanhada por atos violentos que chocam a população de diferentes partes do mundo. É o que ocorre na África do Sul. A violência xenofóbica é um fenômeno frequente nesse país pelo fato de muitos sul-africanos, principalmente os residentes das comunidades mais pobres, sentirem-se ameaçados pelos imigrantes de países como Somália, Nigéria, República Democrática do Congo e Etiópia. Eles temem a perda de trabalho e do domínio do comércio pela mão de obra estrangeira. A África do Sul é a nação mais rica e industrializada do continente, por isso tem atraído africanos de outros países, sobretudo, em busca de melhores oportunidades de emprego e condições de vida.

218

11/23/18 2:47 PM

218

11/24/18 8:57 AM


:47 PM

em foco

Capítulo 7

Geografia

Combate à xenofobia

Estudos desenvolvidos pela ONU repudiam atitudes de grupos xenófobos. Segundo os pesquisadores da organização, a presença de migrantes tende a enriquecer social, econômica e culturalmente os locais receptores, e os recentes problemas de desemprego nesses países têm outras causas, como as questões demográficas de diminuição de mão de obra para determinados cargos e processos econômicos do mundo globalizado.

Extremismos e xenofobia crescentes ampliam relevância da Declaração dos Direitos Humanos Setenta anos depois de sua aprovação, a Declaração Universal dos Direitos Humanos permanece essencial para os países e a comunidade internacional, diante das crescentes ondas de xenofobia, discursos de ódio e perseguições de minorias no mundo todo. [...]

Orientações gerais

• Comente com os alunos que nesta página podemos observar um movimento popular em Londres, que repudia o preconceito, a xenofobia contra imigrantes e refugiados. Promova uma conversa tendo como recurso deflagrador a fotografia desta página. Peça que os alunos procurem traduzir os cartazes que trazem mensagens de que imigrantes e refugiados são bem-vindos no país, que repudiam o racismo etc. • Sugira aos alunos uma atividade na qual eles criem uma frase de efeito ou mesmo um cartaz de negação ao racismo e de respeito a imigrantes (refugiados ou não) que vivam em nosso país. Se considerar interessante, faça uma exposição dos cartazes no mural da sala ou em algum local da escola.

Extremismos e xenofobia crescentes ampliam relevância da Declaração dos Direitos Humanos. ONUBR. 25 out. 2018. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/extremismos-e-xenofobia-crescentes-ampliamrelevancia-da-declaracao-dos-direitos-humanos/>. Acesso em: 12 nov. 2018.

A Declaração dos Direitos Humanos foi um documento elaborado após a Segunda Guerra Mundial com a finalidade de impedir ataques e perseguições contra povos de qualquer etnia, religião, opinião etc.

Ainda que recorrentes, esses casos despertam em muitas pessoas solidariedade e atitudes de repúdio ao preconceito. Veja o exemplo de um grupo de pessoas participando de protesto contra racismo e xenofobia em Londres, Reino Unido, 2018, na fotografia abaixo.

John Gomez/ Shutterstock.com

Há muitos casos de xenofobia no mundo, principalmente em relação a imigrantes que deixam seus países de origem para viver em outros lugares, onde possam encontrar melhores oportunidades de emprego e renda.

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BNCC

Uma evidência contemporânea, bastante contundente, de que os fluxos populacionais de países subdesenvolvidos não devem ser vistos simplesmente como problemas para a população dos países ricos é a recepção diferenciada dada a trabalhadores qualificados, provenientes de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Esses trabalhadores, compondo o fenômeno conhecido como “fuga de cérebros”, deixam seu país de origem, também em busca de oportunidades mais promissoras de trabalho.

ga de cérebros”, também permite tratar os temas contemporâneos Trabalho e Educação para o consumo. Para isso, incentive a reflexão sobre a qualificação profissional em nosso país, questionando sobre os caminhos a serem seguidos após a conclusão do ensino básico, incentivando os alunos a darem continuidade nos estudos e a buscarem sua própria qualificação e colocação profissional no mercado de trabalho. Aproveite para trabalhar com a competência geral 6 da BNCC.

• Estimule os alunos a

refletirem sobre as oportunidades econômicas existentes no Brasil e no mundo e sua atratividade para as pessoas com alta qualificação profissional.

Waltraud Grubitzsch/picture-alliance/dpa/AP Images/Glow Images

• O assunto sobre “Fu-

Embora, nos últimos anos, as instalações de indústrias de alta tecnologia na Índia tenham contribuído para diminuir a migração desse país, são conhecidos os numerosos casos de indianos – e também chineses, altamente qualificados, geralmente de áreas ligadas à informática – trabalhando ou especializando-se, por exemplo, em universidades estadunidenses. Em geral, os países de origem desses profissionais sofrem com esses fluxos de indivíduos, já que são muito importantes para seu desenvolvimento. No entanto, os países desenvolvidos que recebem esses jovens profissionais são beneficiados por seus talentos.

Nessa fotografia, a pesquisadora Dra. Alia Matysik, nascida na Índia, conversa com um colega de trabalho sobre os avanços nas pesquisas a respeito da doença de Alzheimer na Universidade de Leipzig, na Alemanha, 2014.

Além da migração profissional qualificada, a “fuga de cérebros” do Brasil ocorre, principalmente, no momento em que pesquisadores de graduação e pós-graduação procuram qualificação no exterior. Eles buscam programas de especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado, principalmente, em universidades dos Estados Unidos, Canadá e Japão.

Estúdio Meraki

“Fuga de cérebros” no Brasil

Nesses países, onde o incentivo às pesquisas científicas são maiores, inclusive por meio de auxílio financeiro, os estudantes encontram oportunidades de concluir seus estudos e, muitas vezes, colocações profissionais em grandes empresas. No Brasil, as autoridades ligadas ao ensino e à pesquisa se preocupam com a “fuga de cérebros”, por isso buscam alternativas para fixar os profissionais no país. Uma delas são os programas de pesquisa em diversas áreas do conhecimento criadas e desenvolvidas nas universidades públicas e privadas do país.

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Capítulo 7

Migração Sul-Sul Outra tendência significativa em relação aos fluxos populacionais atuais é a intensificação da chamada migração Sul-Sul. Esse tipo de migração representa uma parcela cada vez maior das migrações mundiais, sendo composta de trabalhadores oriundos de países subdesenvolvidos que vão para países emergentes, com grau de desenvolvimento e industrialização mais elevado. Um exemplo disso é o fluxo de países da África Subsaariana, como Zimbábue, Botsuana, Zâmbia, Angola e Moçambique, para a África do Sul, além das novas ondas de imigração da África, da América Central e, principalmente, da América do Sul para o Brasil, geralmente com destino à cidade de São Paulo.

• O texto complementar aborda a situação em que bolivianos se encontravam ao trabalhar para uma grife de luxo. Fiscalização flagra trabalho escravo e infantil em marca de roupas de luxo em SP

Entre os sul-americanos, o Brasil tem recebido uma grande leva de venezuelanos em razão da crise política e econômica ocorrida no país, que tem motivado parte de sua população a procurar outros países para viver. Além do Brasil, muitos venezuelanos têm buscado Equador, Chile e Uruguai. No entanto, historicamente, desde aproximadamente 1950, o Brasil tem recebido um grande fluxo de bolivianos. Em razão da experiência em seu país no ramo têxtil, esses imigrantes são atraídos principalmente pelo trabalho em fábricas de roupas, que funcionam em casarões antigos na parte central da cidade de São Paulo. Esses locais também servem de moradia a esses imigrantes, os quais se instalam em situações degradantes, dividindo quartos ou cômodos pequenos com outros bolivianos. Existem evidências de oficinas clandestinas de confecções em que a mão de obra boliviana é submetida a jornadas exaustivas, chegando à escravidão. Como, em alguns casos, a viagem desses imigrantes – desde seu país de origem até o local de trabalho – é financiada pelo empregador, eles acabam contraindo altas dívidas, que devem ser pagas com sua força de trabalho. Esse pagamento pode levar meses, ou até anos, e, durante esse período, eles ficam impossibilitados de retornar a seu país de origem e procurar outros locais de trabalho.

Paulo Lopes/Futura Press

Muitas situações como essas foram denunciadas à fiscalização de órgãos públicos brasileiros, de maneira que os responsáveis respondam por tal crime.

Festa típica da cultura boliviana ocorrida na cidade de São Paulo (SP), 2015.

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Orientações gerais • Comente que há vários fatores que promovem a mobilidade Sul-Sul e um desses fatores é a integração dos países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que firmaram um projeto de intercâmbio entre as universidades desses países, encorajando a troca de conhecimentos e também de força de trabalho.

Orientações gerais

[...] Após inspeção em uma das oficinas subcontratadas pela empresa, em São Paulo, no início de maio, auditores do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego autuaram a marca por trabalho análogo à escravidão e trabalho infantil, em mais um triste flagrante escondido por trás de catálogos de roupas de luxo no Brasil. Cinco trabalhadores bolivianos – incluindo uma menina de 14 anos – foram encontrados na pequena oficina no bairro de Aricanduva, cuja produção era 100% destinada à marca. Sem carteira assinada ou férias, eles trabalhavam e dormiam com suas famílias em ambientes com cheiro forte, onde os locais em que ficavam os vasos sanitários não tinham porta e camas eram separadas de máquinas de costura por placas de madeira e plástico. Os salários dos trabalhadores bolivianos dependiam da quantidade de peças produzidas – R$ 6,00, em média, por roupa costurada. Na cozinha, perto de pilhas de retalhos e muita sujeira, foram encontradas panelas com arroz e macarrão para a alimentação de famílias inteiras. [...] SENRA, Ricardo. Fiscalização flagra trabalho escravo e infantil em marca de roupas de luxo em SP. BBC, 20 jun. 2016. Disponível em: <https://www.bbc.com/ portuguese/brasil-36574637>. Acesso em: 3 nov. 2018.

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• Explique que outro fator é o econômico, discuta com os alunos que muitas vezes o imigrante se sujeita a situações de trabalho análogas à escravidão por encontraremse em situação muito difícil em seu país de origem.

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Integrando saberes

Geografia

• Este conteúdo permite

em foco

tratar o tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive o respeito às diversas culturas e religiões do mundo. Reflita com os alunos sobre o direito à liberdade de crenças das pessoas e a importância do respeito a diferentes religiões.

Migrações por motivos religiosos constituem um dos fenômenos mais constantes na história da humanidade. Lugares sagrados sempre atraíram muitos povos. Quase sempre, essas migrações constituem deslocamentos temporários chamados peregrinações. A cidade de Meca, na Arábia Saudita, por exemplo, é o principal centro religioso do Islamismo, onde viveu durante grande parte da vida seu principal profeta, Maomé. De acordo com a tradição islâmica, a cidade de Meca deve ser visitada ao menos uma vez na vida pelos muçulmanos. Em suas orações, devem voltar seu corpo em direção à cidade, não importando o local do mundo onde estejam.

• O tema proposto nes-

ta página possibilita um trabalho em conjunto com o componente curricular de História. Convide o professor para participar da atividade proposta a seguir.

No Brasil, também há importantes pontos de peregrinação, como a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, ou Aparecida, em São Paulo, para onde muitos católicos se dirigem para fazer orações e visitar templos católicos.

Stanislav Samoylik/ Shutterstock.com

• Comente com os alu-

nos que Jerusalém é uma das cidades mais antigas do mundo. Atualmente, a parte histórica da cidade é dividida em quatro partes, muçulmana, judaica, cristã e armênia. Ainda hoje, a disputa pelo controle da cidade é uma das causas do conflito que envolve israelenses e palestinos. Peça aos alunos que realizem uma pesquisa sobre as migrações que ocorreram em decorrência da criação do Estado de Israel. Promova um debate em sala de aula sobre as causas desses conflitos e quais seriam algumas das possibilidades de se estabelecer acordos de paz na região.

Migração e religião

Outro exemplo é o de Jerusalém, em Israel. Essa cidade é considerada sagrada e, portanto, um centro de peregrinações para três grandes religiões: Catolicismo, Judaísmo e Islamismo. Milhares de membros dessas religiões, vindos de várias partes do mundo, visitam-na anualmente. O Muro das Lamentações em Jerusalém, Israel, 2017, visto na fotografia, é um local onde os judeus se dirigem para fazer suas orações.

• O texto a seguir pode

ser apresentado aos alunos como forma de complementar o tema estudado na página.

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O islamismo foi fundado em 610 pelo profeta Maomé. Ele nasceu em um importante clã coraixita, que governava a cidade sagrada de Meca. Na época de seu nascimento em 571, muitas pessoas iam a Meca para rezar em um santuário negro que lá existia, hoje conhecido como Caaba. [...] Os muçulmanos acreditam que em 610, Maomé, então

com 40 anos, teve uma visão do anjo Gabriel, que lhe trou-11/23/18 xe uma mensagem de Deus. Maomé deveria dizer ao povo de Meca que parasse de adorar ídolos e aceitasse o Deus único e verdadeiro, Alá. [...]

3:38 PM

HUSAIN, Shahrukh. O que sabemos sobre o Islamismo?. Tradução: Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1999. p. 12.

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Capítulo 7

Migrações clandestinas A migração sempre constituiu um tema importante para os governos dos países. Para tanto, cada um deles elabora uma legislação para os estrangeiros que abriga e para cada situação específica (trabalhadores, estudantes, turistas, refugiados, ilegais, entre outros) há determinado tratamento. Nos tempos de globalização, o que se tem notado com grande frequência é maior rigidez nas legislações dos países desenvolvidos que constantemente aprovam medidas legislativas que restringem os direitos dos imigrantes e dificultam sua entrada, assim como sua permanência, nesses países.

• Apresente aos alunos algumas manchetes de jornais que abordam a movimentação clandestina de pessoas no mundo. Segue alguns exemplos: Entenda a polêmica sobre a política que separava famílias de imigrantes ilegais nos EUA

Na fotografia abaixo, imigrantes africanos de Benon e Burkina Faso são transportados na traseira de um caminhão em uma estrada do deserto de Agadez, Níger, 2015. Essas pessoas pretendem entrar clandestinamente na Europa partindo da Líbia.

Akintunde Akinleye/Reuters/Fotoarena

Este filme retrata aspectos da imigração clandestina por meio de Idrissa, um garoto do Gabão que viaja ilegalmente em um contêiner com destino a Londres.

Objetivo

Procedimentos

Os imigrantes em condição de clandestinidade, além de não ter acesso aos mesmos direitos dos cidadãos locais ou dos imigrantes legalizados, não têm direito a empregos formais. Por esse motivo, é frequente a exploração dessas pessoas sob condições inadequadas de trabalho, salários menores, jornadas mais longas, nenhuma proteção trabalhista (como aposentadoria, férias, 13o salário, entre outras). Por esses motivos, muitos imigrantes clandestinos de mesma origem costumam estabelecer redes de solidariedade e amizade nos países onde se encontram, a fim de prestar auxílio mútuo, principalmente aos que acabam de chegar. Direção de Aki Kaurismaki, 2011. (93 min).

Interpretação de manchetes de jornais

• Debater sobre as motivações das migrações clandestinas.

Tais medidas não têm resultado na diminuição dos fluxos imigratórios para os países desenvolvidos. Ao contrário, o que tem ocorrido é a intensificação dos fluxos de migração ilegal. Isso porque, ao restringir a entrada legal de pessoas, impulsiona-se o fluxo não registrado de imigrantes clandestinos, ou seja, aqueles que não possuem permissão do país de destino para permanecer em seu território.

O porto

Sugestão de atividade

BBC, 23 jun. 2018. Disponível em: <https:// www.bbc.com/portuguese/ internacional-44584132>. Acesso em: 3 nov. 2018.

As máfias deixam os clandestinos à deriva El País, 3 jan. 2015 Disponível em: <https://brasil.elpais.com/ brasil/2015/01/02/ internacional/1420179643_647 114.html>. Acesso em: 3 nov. 2018.

• Promova um debate com os alunos, incentivando-os a pensar sobre as seguintes questões. > Quais problemas vi-

vidos por imigrantes ilegais as manchetes apresentam? > Vocês conhecem al-

guém que não se encontra em situação legal no exterior? > Como é a vida desta

pessoa? O que ela pode ou não fazer no país em que está vivendo? > Quais são os principais

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motivos que levam uma pessoa a se sujeitar a tais condições de vida? > Você conseguiria viver

nessas condições? 11/23/18 3:38 PM

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Orientações gerais

Geografia

• Leia para os alunos o

em foco

texto a seguir sobre a diferença entre tráfico de pessoas e contrabando de migrantes, a fim de elucidar a eles essa diferenciação.

O tráfico internacional de pessoas, ou contrabando de imigrantes, é, certamente, um dos mais graves problemas relacionados à migração clandestina. Está vinculado à exploração dos grupos sociais pobres, à opressão sistemática de pessoas carentes, às redes internacionais do crime organizado e, acima de tudo, à violação dos direitos humanos.

Qual é a diferença entre tráfico de pessoas e contrabando de migrantes? Consentimento O contrabando de migrantes, mesmo em condições perigosas e degradantes, envolve o conhecimento e o consentimento da pessoa contrabandeada sobre o ato criminoso. No tráfico de pessoas, o consentimento da vítima de tráfico é irrelevante para que a ação seja caracterizada como tráfico ou exploração de seres humanos, uma vez que ele é, geralmente, obtido sob malogro. Exploração O contrabando termina com a chegada do migrante em seu destino, enquanto o tráfico de pessoas envolve, após a chegada, a exploração da vítima pelos traficantes, para obtenção de algum benefício ou lucro, por meio da exploração. De um ponto de vista prático, as vítimas do tráfico humano tendem a ser afetadas mais severamente e necessitam de uma proteção maior. Caráter Transnacional Contrabando de migrantes é sempre transnacional, enquanto o tráfico de pessoas pode ocorrer tanto internacionalmente quanto dentro do próprio país. Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes. UNODC. Disponível em: <https://www.unodc.org/ lpo-brazil/pt/trafico-de-pessoas/ index.html>. Acesso em: 3 nov. 2018.

O tráfico internacional de pessoas

Anualmente, milhões de pessoas, em busca de oportunidades de uma vida melhor em outros países, submetem-se às mais variadas formas de transporte precário e ilegal, na intenção de adentrar o território que escolhem como destino. Embora os migrantes clandestinos que estão em busca de trabalho sejam as maiores vítimas do tráfico humano internacional, alguns grupos tendem a estar mais vulneráveis: as mulheres e, em menor medida, as crianças. Há muitos casos de aliciamento por meio de promessas de trabalho que jamais são cumpridas, levando essas pessoas a ingressar na prostituição, no trabalho escravo ou no tráfico de drogas. O comércio ilegal de crianças para adoção internacional também constitui um significativo exemplo de tráfico humano. O tráfico de pessoas envolve desde gangues locais até organizações criminosas internacionais articuladas em redes, atraindo até mesmo o interesse das máfias do narcotráfico e do tráfico de armas. A rota do Mediterrâneo A pobreza e os conflitos políticos ocorridos em vários países africanos são alguns dos motivos que levam muitos africanos a deixar sua terra natal em busca de melhores condições de vida em países europeus. No entanto, sem autorização para viver na Europa de maneira regular, uma grande quantidade de pessoas, inclusive crianças, buscam caminhos clandestinos para conseguir chegar ao continente. Aproveitando-se do interesse desses migrantes, grupos criminosos envolvidos na imigração ilegal para a Europa fazem o transporte de africanos até países europeus. Esse transporte ilegal é feito, sobretudo, pelo mar Mediterrâneo, por meio de embarcações sucateadas, que muitas vezes transportam passageiros além do limite máximo permitido.

Aliciar:

Durante a travessia pelo mar, muitas embarcações naufragam, causando inúmeras mortes. Um dos casos mais graves que ocorreram no ano de 2015 trata-se do naufrágio de um pesqueiro que transportava cerca de 700 imigrantes ilegais, a 193 km ao sul da ilha italiana Lampedusa (veja no mapa).

oferecer algo de valor de maneira irregular para obter vantagem.

Embarcação transportando migrantes ilegais da Líbia rumo ao porto de Lampedusa, Itália, 2017.

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Capítulo 7

Esse tráfico mobiliza grandes quantidades de dinheiro, rendendo lucros vultosos aos traficantes, além de envolver corrupção ou suborno de autoridades nacionais das guardas fronteiriças e falsificação de documentos. No mundo todo, o tráfico ilegal de pessoas utiliza as mais diferentes estratégias. São bastante conhecidos casos de africanos que atravessam o mar Mediterrâneo em botes precários para aportar em alguma praia europeia ou ainda de cubanos e haitianos que cruzam o Golfo do México a bordo de embarcações construídas com materiais improvisados, na tentativa de aportar no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Também no México há longas e arriscadas travessias pela ampla área desértica até a Califórnia, em particular a cidade de Los Angeles, onde imigrantes hispânicos costumam permanecer. Veja no mapa a seguir as principais rotas de imigração Principais rotas de imigração ilegal ilegal para Europa. Da região de Tanger e

OCEANO ATLÂNTICO

manos. ONU (Organização das Nações Unidas). Disponível em: <http:// livro.pro/cvgcfi>. Acesso em: 3 nov. 2018.

> Tráfico de pessoas.

Mercado de gente. Disponível em: <http://livro. pro/juccj5>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Da Líbia e Tunísia a Malta, Lampedusa (Itália) e Sicília (Itália)

ITÁLIA ESPANHA

GRÉCIA Lampedusa Málaga

MARROCOS

• Resposta pessoal. Estimule os alunos a expressarem o que sabem, suas opiniões e sentimentos a respeito das notícias conhecidas. Se considerar interessante, traga para a aula notícias recentes sobre o assunto.

Sicília MALTA

Mar Mediterrâneo

Nador

Resposta

40° N

TUNÍSIA Local do naufrágio

N

LÍBIA

L

O

0

210 km

S

Fonte: Cerca de 700 imigrantes desaparecem no Mediterrâneo após naufrágio. Folha de S.Paulo, São Paulo, 19 abr. 2015. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/04/1618593-cerca-de-700imigrantes-desaparecem-no-mediterraneo-apos-naufragio.shtml>. Acesso em: 13 nov. 2018. Chris McGrath/ Getty Images

E. Cavalcante

Melilla Casablanca

Almeria Meridiano de Greenw ich

Tarifa Tanger

• Traga para a sala de aula documentários sobre o conteúdo estudado nestas páginas. É uma possibilidade de trabalhar com os temas contemporâneos Educação em direitos humanos e Direitos da criança e do adolescente. Segue algumas indicações. > Tráfico de seres hu-

Casablanca (Marrocos) a Melilla e Tarifa (Espanha) Da região de Nador, no nordeste de Marrocos, às cidades Almeria e Málaga (Espanha)

Europa: principais rotas de imigração ilegal

Orientações gerais

• Você já viu em jornais ou na televisão alguma notícia retratando migrantes que utilizam a rota do Mediterrâneo para alcançar a Europa? Converse com os colegas sobre esse assunto. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

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Orientações gerais

Os refugiados no mundo globalizado

• Realize um debate com

Os refugiados são migrantes internacionais que se deslocam forçadamente de seus países de origem por motivos políticos, como guerras, perseguições por rivalidades étnicas, disputas pelo poder, entre outros.

os alunos sobre as práticas sociais que podem ser aplicadas, visando à aceitação de imigrantes (refugiados ou não) e sua inserção na sociedade dos países de destino. Para isso, utilize o texto a seguir.

FARAH, Paulo Daniel. Combate à xenofobia, ao racismo e à intolerância. Revista USP, São Paulo, n. 114, jul./set. 2017. p. 11-30. Disponível em: <https://jornal.usp. br/wp-content/uploads/1-PauloDaniel-Farah.pdf> Acesso em: 17 nov. 2018.

O Brasil não possui campos de refugiados especializados em abrigar essas pessoas. Mas o país recebe refugiados da Venezuela, Colômbia, da Síria e de alguns países africanos, principalmente de Angola, cuja população também fala a língua portuguesa. Somam-se, na atualidade, mais de 10 mil refugiados no Brasil, e, de modo geral, é relativamente tranquila sua integração na sociedade brasileira, com problemas pontuais e esporádicos. Ministério da Justiça – Migrações No site do departamento de estrangeiros do Ministério da Justiça, você poderá obter diferentes informações sobre estrangeiros em busca de refúgio no Brasil. O site está disponível pelo link: <http://livro.pro/spbi2n>. Acesso em: 12 nov. 2018. mustafa olgun/Shutterstock.com

Numa conjuntura (inter) nacional de crescente xenofobia, racismo, discriminações e generalizações contra imigrantes e refugiados, são recorrentes os questionamentos sobre como mudar esse quadro e acerca do papel e do posicionamento do Sul global nessas relações. Com efeito, faz-se necessário debater mais – no Brasil e no mundo – sobre xenofobia, racismo e intolerâncias várias e sobre formas de enfrentá-los em contextos que não se restrinjam a ações imediatistas pós-assassinatos e outras atrocidades. [...] Muitos haitianos e africanos vêm ao Brasil na esperança de viver em um ambiente sem ou com pouco racismo, ou adotar como residência um país majoritariamente negro, mas o cotidiano lhes revela espaços segregados, políticas segregativas e racismo estrutural, acompanhados de xenofobia. [...] De acordo com a Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal, cresceram nos últimos anos as denúncias de xenofobia e intolerância religiosa no Brasil. Violações dos direitos de migrantes e refugiados, ou seja, atos xenófobos, aumentaram 633% em 2014 e 2015 (330 denúncias foram acolhidas em 2015, contra 45 no ano anterior). [...]

A condição social dos refugiados figura-se como um verdadeiro desafio ao ideal da solidariedade internacional, defendido pela ONU e pelos mais diversos governos, movimentos sociais e outras entidades civis ou políticas. Isso porque a situação desses grupos é extremamente delicada, sob vários aspectos, a exemplo da nacionalidade, muitas vezes negada nos países de destino, onde permanecem em áreas especiais, chamadas campos de refugiados.

Campo de refugiados em Atma, Síria, na fronteira com a Turquia, 2018.

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Observe no mapa abaixo a origem dos refugiados no mundo, atualmente. Mundo: refugiados por origem – 2016

Capítulo 7

A maioria dos refugiados tem origem em países subdesenvolvidos, especialmente na Ásia e na África Subsaariana. No continente americano, a Colômbia figura como o país de origem de grande quantidade de refugiados, em razão da guerra civil que assola algumas regiões do país há mais de 40 anos. Existem mais Adus – Brasil de 50 mil colombianos espalhados por vários países, principalO site da Adus (Instituto de mente Equador e Venezuela. Parte dos refugiados recebe asilo em Reintegração do Refugiado) visa contribuir para a reintegração países em desenvolvimento e a maioria procura uma nação vizinha, dos refugiados no Brasil, na esperança de retornar o quanto antes. buscando sua inserção na

sociedade de maneira econômica e cultural. Entre no site pelo link: <http://livro.pro/t7b6kz>. Acesso em: 9 nov. 2018.

Material digital

• A sequência didática 10, disponível no material digital, permite aprofundar os conhecimentos acerca da Crise dos refugiados no mundo, ao passo que promove o trabalho em equipe e colaboração entre os alunos e desenvolve as habilidades EF09GE02 e EF09GE15.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círc ulo P ol

ar Ártic o

RÚSSIA

Trópico d e Câncer

ESTADOS UNIDOS

SÍRIA AFEGANISTÃO CHINA IRAQUE

Equador

OCEANO PACÍFICO

BRASIL

rnio de Capricó Trópico

r Ant lo Pola Círcu

ártico

VIETNÃ

SOMÁLIA REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO ANGOLA

OCEANO PACÍFICO

INDONÉSIA

OCEANO ÍNDICO

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

Principais origens dos refugiados (em habitantes) De 1 a 500 De 501 a 10000 De 10001 a 50000

MIANMAR

SUDÃO

COLÔMBIA Meridiano de Greenwich

E. Cavalcante

OCEANO ATLÂNTICO

Mais de 50000 Dados não disponíveis

0

2 340

4 680 km

Fonte: UNHCR (The UN Refugee Agency). Global Trends 2016. Disponível em: <http://www.unhcr.org/5943e8a34.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2018.

Acnur A respeito do tema refugiados, desde 1951 a ONU dedica especificamente uma de suas divisões, denominada Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, conhecida no Brasil (onde atua desde 1977) pela sigla Acnur. Essa entidade é responsável tanto pela assistência aos refugiados como por estudos e coletas de informações a respeito desses grupos. Estima-se que existam atualmente quase 25 milhões de refugiados internacionais e cerca de 40 milhões de deslocados internos, totalizando mais de 65 milhões de pessoas.

Acnur (Agência da ONU para Refugiados) Para obter diferentes informações sobre os grupos de refugiados do mundo, acesse o site da Acnur, pelo link: <http://livro.pro/bv6ph9>. Acesso em: 9 nov. 2018.

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Orientações gerais

Os refugiados ambientais

• Comente com os alu-

• No Brasil os refugia-

dos haitianos foram recebidos por diversas entidades e uma delas é a Caritas Brasileira, um organismo da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que organiza aulas de português para os haitianos aprenderem a língua, entre cursos técnicos e assistencialismo enquanto não conseguem se inserir no mercado de trabalho.

Também têm sido cada vez mais numerosos os casos de refugiados ambientais, grupos humanos deslocados em razão de desastres naturais ou desequilíbrios ambientais, como enchentes, inundações causadas por grandes obras, acidentes com componentes nucleares, terremotos, áreas em processo de desertificação, entre outros. De acordo com estimativas da ONU, existem atualmente cerca de 22 milhões de refugiados ambientais. Veja a seguir alguns exemplos. Estados Unidos

Engelhard, no estado da Carolina do Norte, Estados Unidos, 2018.

• Localize cada um dos

Brasil Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens

lugares citados nas imagens das páginas 228 e 229, seja em planisfério, mapa do Brasil ou na internet, no Google Earth.

Com ventos que chegaram a 225 km/h, o Furacão Florence atingiu a cidade de Engelhard, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, em 15 de setembro de 2018. Esse furacão causou mais de 50 mortes e deixou mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas. Após essa catástrofe, muitas pessoas migraram para outros estados do país.

ASSOCIATED PRESS/Glow Images

nos sobre o caso dos haitianos no Brasil. Explique que um terremoto abalou o país em 2010 e o governo não teve estrutura o suficiente para reerguer determinadas regiões, uma vez que o desastre prejudicou o abastecimento de energia e água e destruiu milhares de habitações. Sem perspectiva em seu país, muitos haitianos migraram para o Brasil.

Por causa do rompimento da barragem de uma empresa mineradora na região de Mariana, em Minas Gerais, houve o deslocamento de uma enxurrada de lama com resíduos de mineração que, além de contaminar a água e o solo, deixou cerca de 1 200 pessoas desabrigadas e 19 mortos. O acidente destruiu moradias e obrigou as pessoas a migrar para outros lugares, ocasionando um dos maiores impactos ambientais registrados no país. Ao lado, imagem do desastre ambiental em parte do distrito de Pacatu, Mariana (MG), 2015.

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Hideo Kurihara/Alamy/Fotoarena

Capítulo 7

Japão

Província de Iwate, Japão, atingida pelo tsunami, 2011. Com magnitude de 9,0 na escala Richter, um terremoto, seguido de um tsunami, atingiu a cidade de Sendai e toda a costa leste do Japão, em 11 de março de 2011. O tsunami deixou aproximadamente 10 mil mortos e outros milhares desaparecidos. Muitos dos desabrigados que sobreviveram a essa tragédia migraram para outros municípios do Japão.

• Para complementar o estudo desta página, sugira aos alunos que se reúnam em grupos de no máximo quatro alunos e pesquisem informações o mais recente possível sobre refugiados ambientais. Organize com eles o tema de cada grupo para que não haja repetição e defina data e modo de apresentação. Peça que eles expliquem a questão ambiental que mobilizou a migração das pessoas, se houve outros motivos associados ao desastre ambiental e quais foram as consequências. A apresentação pode ser no modo de um telejornal ou de um debate, em que o grupo apresenta e os demais alunos fazem perguntas e emitem opiniões sobre as informações apresentadas.

Ashraf Shazly/AFP

Sudão

Orientações gerais

Pessoas em busca de água no Sudão, 2017.

Por conta, sobretudo, do aumento da desertificação, das péssimas condições de habitação e da escassez de recursos naturais, como água e alimentos, muitos habitantes da região norte do Sudão migram para o sul do país e para outros países da África.

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Atividades

Orientações gerais

• Leia o texto a seguir para os alunos, de forma que iniciem um debate sobre as consequências perversas da globalização, relacionando com o que estudaram até o momento. A perversidade sistêmica Seja qual for o ângulo pelo qual se examinem as situações características do período atual, a realidade pode ser vista como uma fábrica de perversidade. A fome deixa de ser um fato isolado ou ocasional e passa a ser um dado generalizado e permanente. Ela atinge 800 milhões de pessoas espalhadas por todos os continentes, sem exceção. Quando os progressos da medicina e da informação deviam autorizar uma redução substancial dos problemas de saúde, sabemos que 14 milhões de pessoas morrem todos os dias, antes do quinto ano de vida. Dois bilhões de pessoas sobrevivem sem água potável. Nunca na história houve um tão grande número de deslocados e refugiados. O fenômeno dos sem-teto, curiosidade na primeira metade do século XX, hoje é um fato banal, presente em todas as grandes cidades do mundo. [...] A pobreza também aumenta. No fim do século XX havia mais de 600 milhões de pobres do que em 1960; e 1,4 bilhão de pessoas ganham menos de um dólar por dia. Tais números podem ser, na verdade, ampliados porque, ainda aqui, os métodos quantitativos da estatística enganam [...]. O fato, porém, é que a pobreza tanto quanto o desemprego agora são considerados como algo “natural”, inerente ao seu próprio processo. Junto ao desemprego e à pobreza absoluta, registra-se o empobrecimento relativo de camadas cada vez maiores graças à deterioração do valor de trabalho. [...] Vivemos num mundo de exclusões [...].

1. Resposta Exercícios de compreensão esperada: não. O desemprego 1. O desemprego existente nos países desenvolvidos está relacionado à presença existente de imigrantes? Justifique sua resposta no caderno. nesses países está mais relacionado às 2. Com a globalização, a legislação tem dificultado a entrada e a permanência de questões imigrantes no território dos países desenvolvidos. As medidas políticas legais demográficas de diminuição têm feito diminuir a quantidade de imigrantes nos países desenvolvidos? Justide mão de fique sua resposta no caderno. obra para determinados 3. Quem são os chamados imigrantes clandestinos? Eles possuem os mesmos dicasos e aos processos reitos que os imigrantes legalizados? econômicos do mundo globalizado do Geografia no contexto que propriamente 4. Leia atentamente o texto publicado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas às migrações para o Desenvolvimento), em 2009. que neles ocorrem. 2. Resposta esperada: não. Ao restringir a entrada legal de pessoas, impulsiona-se o fluxo não registrado de imigrantes clandestinos, aumentando a chamada migração ilegal. 3. Os imigrantes clandestinos são os que não possuem permissão do país de destino para permanecer em seu território. Os imigrantes em condição de clandestinidade, além de não terem acesso aos mesmos direitos dos cidadãos locais ou dos imigrantes legalizados, não conseguem empregos formais.

[...] A esperança média de vida no Canadá é cinco anos mais elevada do que a do México e os rendimentos são três vezes melhores. Juan foi selecionado para um trabalho temporário no Canadá, conseguiu o direito de residência e, por fim, tornou-se empresário num negócio que agora emprega canadianos nativos. Este é apenas um caso entre milhões de pessoas todos os anos que encontram novas oportunidades e liberdade ao migrarem, beneficiando-se a si mesmas, assim como os seus locais de origem e de destino.

Consideremos agora Bhagyawati. Ela vive na zona rural de Andhra Pradesh, na Índia, e pertence a uma casta inferior. Viaja até à cidade de Bangalore com os filhos para trabalhar nas obras durante seis meses por ano, onde ganha [...] (1,20 dólar americano) por dia. Enquanto está longe de Isabel Inclán/Notimex/AFP casa, os filhos não vão à escola porque esta fica demasiado longe do local da construção e, para mais, não sabem falar o idioma local. Bhagyawati não tem direito a qualquer subsídio de alimentação ou de assistência médica nem exerce o direito de voto, porque vive fora do distrito onde está registrada. Como milhões de outros migrantes internos, dispõe de poucas opções para melhorar a sua vida para além de se mudar para uma cidade diferente em busca de melhores Mexicanos comercializando produtos oportunidades. [...] em Toronto, Canadá, 2017. Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de desenvolvimento humano 2009. Ultrapassar barreiras: mobilidade e desenvolvimento humanos. Nova York: Pnud, 2009. p. 1.

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Na verdade, a perversidade deixa de se manifestar por fatos isolados, atribuídos a distorções da personalidade, para se estabelecer como um sistema. Ao nosso ver, a causa essencial da perversidade sistêmica é a instituição, por lei geral da vida social, da competitividade como regra absoluta [...].

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SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 58-60.

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b ) A motivação das migrações descrita no texto pode ser considerada de cunho econômico? Explique no caderno. Resposta esperada: sim. O texto expõe dois exemplos de fluxos de trabalhadores, sempre em busca de melhores condições de vida e trabalho.

c ) Esse tipo de migração mostrada no texto tem causado em algumas pessoas o sentimento da xenofobia. Caracterize em seu caderno esse sentimento e como os xenófobos justificam suas ações. Você concorda com esse tipo de postura? 5. Leia as manchetes de jornal abaixo e responda às questões propostas no caderno.

Mulheres e meninas são as principais vítimas de tráfico humano Agência Brasil. 30 jul. 2018. Mulheres e meninas são as principais vítimas de tráfico humano. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2018-07/mulheres-e-meninas-saoprincipais-vitimas-de-trafico-humano>. Acesso em: 16 nov. 2018.

Tráfico humano: crime começa com promessa de realização de sonhos Agência Brasil, 30 jul. 2018. Tráfico humano: crime começa com promessa de realização de sonhos. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-07/trafico-humano-crime-comecacom-promessa-de-realizacao-de-sonhos>. Acesso em: 16 nov. 2018.

a ) Que assunto comum está sendo abordado nas manchetes acima? As manchetes abordam o tráfico de pessoas no mundo.

b) Que grupos de pessoas vulneráveis ao tráfico é destaque em uma das manchetes? Mulheres e meninas.

c ) De acordo com o que foi apresentado neste capítulo, defina o tráfico internacional de pessoas. 6. Observe a tabela e responda às questões no caderno. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

Países de origem dos maiores grupos de refugiados no mundo – 2017 Países

Quantidade de refugiados (em milhões)

Síria

6,3

Afeganistão

2,6

Sudão do Sul

2,4

Mianmar

1,2

Somália

0,9

Sudão

0,7

a ) Com o auxílio de um mapa-múndi, identifique em quais continentes estão localizados os países de origem dos maiores grupos de refugiados. b ) De acordo com o que você estudou, por que desses países provêm muitos refugiados? c ) Quais são os principais problemas encontrados pelos refugiados?

Fonte: Acnur (Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados). Global Trends 2017. Disponível em: <http://www. unhcr.org/5b27be547#_ga=2.3205559.664880077.15423661221882312574.1542366122&_gac=1.15301316.1542366122. CjwKCAiA8rnfBRB3EiwAhrhBGsB_bYyW9mKRt3dWVPkhLz4A N8gr34LBY9cErqYrSQAacVhl-7XhehoCj9wQAvD_BwE>. Acesso em: 16 nov. 2018.

4. a) Resposta esperada: o primeiro caso é um exemplo de migração entre os países subdesenvolvidos e os países desenvolvidos; o segundo caso é também de migração de pessoas em busca de trabalho, no entanto, trata-se de uma migração interna em um país subdesenvolvido, mas esse deslocamento de um lugar para outro também ocasiona mudanças na qualidade de vida, nesse caso, negativas. 4. c) A xenofobia caracteriza-se pela aversão à pessoa estrangeira, à sua crença e ao seu modo de vida. Entre as principais justificativas para a existência desse sentimento está o fato de que os migrantes ocupariam postos de trabalho, ameaçando a mão de obra local e, consequentemente, gerando o aumento do desemprego. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos não concordem com qualquer tipo de preconceito étnico ou de outro fundamento. 5. c) Tráfico internacional de pessoas é uma migração clandestina, vinculado à exploração dos grupos sociais pobres, à opressão sistemática de pessoas carentes, às redes internacionais do crime organizado e, acima de tudo, à violação dos direitos humanos. Anualmente, milhões de pessoas em busca de oportunidades de uma vida melhor em outros países submetem-se às mais variadas formas de transportes precários e ilegais para chegar ao destino 231 escolhido.

Capítulo 7

a ) O texto descreve dois tipos de migrações que vêm ocorrendo atualmente. Quais são eles?

Orientações gerais

• Sugerimos a leitura do livro a seguir, que apresenta uma interessante entrevista com as ideias do historiador Hobsbawm sobre o século XXI, os desafios do presente, a globalização, os problemas ambientais, entre outros temas. > HOBSBAWM, Eric J. O

novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Respostas 6. a) As maiores quanti-

dades de refugiados têm origem na Ásia e na África. b) Possível resposta: esses países concentram uma grande quantidade de refugiados em razão das guerras civis, perseguições religiosas que ocorrem nesses continentes, ou mesmo problemas ambientais que impossibilitam sua permanência no país de origem. c ) Possível resposta: entre os principais problemas podemos destacar a dificuldade de integração na sociedade, em razão dos contrastes culturais e das muitas adaptações exigidas; o retorno ao país ou à região de origem, uma vez que inúmeras transformações podem ter descaracterizado social ou ambientalmente o espaço geográfico onde costumavam viver; e a precariedade a que esses refugiados são submetidos no local onde se instalam, não sendo tidos como cidadãos efetivos.

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As megacidades e as cidades globais

Orientações gerais

• Comente com os alu-

A intensificação do processo de urbanização mundial nos últimos dois séculos da história humana desencadeou um importante fenômeno urbano. Trata-se do surgimento de grandes cidades, tanto em relação à extensão quanto à numerosa população que abrigam. Dessa forma, acabam surgindo metrópoles, cidades cujo crescimento compõe um extenso espaço urbano interligado e integrado, passando a exercer forte influência política e econômica, em áreas mais distantes e, sobretudo, nas áreas adjacentes.

nos que a intensa urbanização de Calcutá, sem a correspondente industrialização, transformou-a em uma metrópole prematura, já nos anos 1960. Atualmente, conta com um grau maior de industrialização, mas permanece pouco atrativa aos setores mais avançados da economia moderna e à instalação de multinacionais.

Quando duas ou mais regiões metropolitanas se expandem e se encontram, havendo entre elas uma grande área de construções urbanas, e praticamente inexistindo áreas rurais, forma-se uma megalópole. A megalópole passa a concentrar fluxos de mercadorias, informações e capitais, colocando-as em destaque no cenário mundial. Algumas grandes cidades são denominadas megacidades e outras, cidades globais. Embora esses sejam conceitos semelhantes e muitas vezes verificados no mesmo núcleo urbano, trata-se de fenômenos distintos, que não devem ser confundidos. Megacidades: são caracterizadas, basicamente, pela quantidade de habitantes, ou seja, são aglomerações com mais de 10 milhões de pessoas. O termo refere-se, portanto, à concentração de pessoas, não levando em consideração outros aspectos, como sua influência política, econômica e cultural sobre outras regiões do globo.

Roop_Dey/Shutterstock.com

Grande parte das megacidades concentra-se nos países subdesenvolvidos, onde o êxodo rural e a urbanização foram processos mais intensos a partir do século XX. Já a maioria dos países desenvolvidos viveu esses processos no século XIX, durante ou após o crescimento do setor industrial da economia, apresentando atualmente um ritmo bem mais lento de crescimento urbano e demográfico

Vista panorâmica de Calcutá, Índia, 2018. Localizado no norte do país, esse centro urbano é um exemplo típico de megacidade subdesenvolvida, contando com cerca de 15 milhões de habitantes.

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Capítulo 7

Cidades globais: são as cidades econômica, política e culturalmente mais influentes do globo. Ou seja, as que, independentemente de seu tamanho ou de sua população, concentram fluxos globais de mercadorias, informações, capitais e pessoas. Portanto, devem apresentar, acima de tudo, infraestrutura adequada para que suas bolsas devalores atraiam os mercados financeiros, eficiência nos serviços urbanos, como transportes e comunicação, além de sediar grandes companhias, como conglomerados ou multinacionais. Desse modo, a maior parte das cidades que reúnem essas condições encontra-se nos países desenvolvidos.

• Na análise do mapa desta página, incentive os alunos a pensar sobre as seguintes questões. > Onde está localizado o

maior número de cidades globais? > Todas as megacidades

Uma cidade global não precisa apresentar uma quantidade elevada de habitantes, ou seja, ela não é necessariamente uma megacidade. Poucas aglomerações urbanas são, simultaneamente, megacidades e cidades globais. Aerial-motion/Shutterstock.com

Orientações gerais

são cidades globais? > Onde está o maior nú-

mero de megacidades? > O Brasil possui uma ci-

Conglomerado: conjunto de empresas de diferentes setores reunidas sob o controle de um único grupo.

dade global ou uma megacidade?

Na fotografia, vemos Londres, cidade global e capital da Inglaterra, 2018.

Observe a distribuição dessas cidades pelo mundo.

E. Cavalcante

Mundo: megacidades e principais cidades globais – 2018 OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico Toronto San Francisco

Chicago

Nova York Washington

Los Angeles Trópico de Câncer

Londres Frankfurt Bruxelas Paris Madri

Moscou

Istambul

Cairo

OCEANO ATLÂNTICO

Cidade do México Equador

Lagos

N

Rio de Janeiro Santiago

L

O

1 970

São Paulo Buenos Aires

S

0

Kinshasa

Lima

3 940 km

Meridiano de Greenwich

OCEANO PACÍFICO

Johanesburgo

Beijing

Tianjin

Tóquio Osaka Shangai Karachi Guangzhou Chongqing OCEANO Hong Kong PACÍFICO Dubai Dacca Manila Mumbai Shenzhen Calcutá Kuala Lumpur 0° OCEANO ÍNDICO Jacarta Nova Délhi

Trópico de Capricórnio Sydney

Cidades globais Cidades globais Megacidades

Fontes: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wup/Download/>. GAWC (Globalization and World Cities). Disponível em: <www.lboro.ac.uk/gawc/world2016t.html>. Acessos em: 13 nov. 2018.

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A urbanização e os problemas da vida urbana

Integrando saberes

• Convide o professor de

te uma abordagem dos temas contemporâneos Saúde e Educação ambiental. Incentive atitudes de cuidado consigo mesmo e valorização do bem-estar, apontando para as questões que envolvem a qualidade de vida e os problemas comumente gerados pela vida urbana.

Mundo: aglomerações urbanas – 1975 OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico RÚSSIA

Nova York

Paris PORTUGAL

JAPÃO CHINA Pequim Tóquio Nova Xangai Délhi

Cairo

Trópico de Câncer Cidade do México Equador

ÍNDIA Mumbai

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO 0°

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO

BRASIL Rio de Janeiro

Trópico de Capricórnio

São Paulo

E. Cavalcante

ESTADOS UNIDOS

Johanesburgo

População urbana (em %) ÁFRICA ARGENTINA DO SUL De 75 a 100 De 50 a 75 De 25 a 50 De 0 a 25 OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Círculo Polar Antártico População das cidades (em milhões – hab.) De 1 a 5 0° De 5 a 10 Fonte: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: 10 ou mais <http://population.un.org/wup/Download>. Acesso em: 12 nov. 2018.

Sydney N L

O S 0

2 500

5 000 km

Mundo: aglomerações urbanas – 2018 OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico RÚSSIA

Londres Paris Nova York PORTUGAL

ESTADOS UNIDOS

Cairo

Trópico de Câncer Cidade do México Equador

Pequim CHINA Nova Délhi

JAPÃO Tóquio Xangai

Mumbai ÍNDIA

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO 0°

Trópico de Capricórnio

Kinshasa

BRASIL Rio de Janeiro São Paulo

Meridiano de Greenwich

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICO

E. Cavalcante

• Este conteúdo permi-

Atualmente, grande parte da população mundial está concentrada em médias, grandes ou enormes aglomerações urbanas. Observe os mapas abaixo e perceba a distribuição das grandes e médias cidades pelo globo durante as últimas décadas.

Meridiano de Greenwich

Ciências para participar da interpretação dos mapas desta página. Proponha uma atividade na qual os alunos possam relacionar as principais epidemias registradas no mundo, como cólera e dengue, à grande concentração de pessoas em cidades, muitas vezes vivendo em condições inadequadas de saneamento e com atendimento insuficiente às questões de saúde. Os alunos podem buscar em revistas e jornais notícias relacionadas a essas questões e organizar um cartaz para apresentar os resultados aos colegas.

Johanesburgo

População urbana (em %) ÁFRICA ARGENTINA DO SUL De 75 a 100 De 50 a 75 De 25 a 50 De 0 a 25 OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Círculo Polar Antártico População das cidades (em milhões – hab.) De 1 a 5 0° De 5 a 10 Fonte: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: 10 ou mais

Sydney N L

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<https://population.un.org/wup/Download/>. Acesso em: 12 nov. 2018.

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Capítulo 7

Um fator que marca o contraste entre os dois mapas diz respeito à quantidade de grandes cidades em países subdesenvolvidos. Por isso, no segundo mapa, é notória a predominância dessas cidades em regiões como a América Latina, a África Subsaariana, o Oriente Médio, além do sudeste e do sul da Ásia. Em comparação com essas áreas, as regiões economicamente mais desenvolvidas do globo, como a Europa ocidental, os Estados Unidos e o Japão, apresentam atualmente uma distribuição urbana menos alterada em relação àquela de 1975. O crescimento desenfreado de grandes centros urbanos tem gerado sérias preocupações para os habitantes e os gestores públicos em relação aos problemas típicos das grandes cidades: violência, poluição, congestionamentos, desemprego e infraestrutura urbana ineficiente. Atualmente, a crise das cidades tem sido caracterizada pela presença de problemas estruturais, como as longas e demoradas distâncias a serem percorridas entre a residência e o trabalho ou a escola, em meios de transporte superlotados, além de atendimento à saúde insuficiente e de baixa qualidade, alimentação industrializada e hábitos de vida pouco saudáveis. Essa configuração tem ocasionado ainda problemas de ordem pessoal, como falta de tempo livre, ritmo de vida apressado e estresse.

• Comente com os alunos sobre como os problemas estruturais das grandes cidades podem afetar a saúde de sua população. Pensando em uma melhor qualidade de vida, reflitam sobre os cuidados com o estresse, hábitos alimentares pouco saudáveis etc., para o bem-estar da população. • Proponha uma análise da realidade próxima, de modo que os alunos expressem percepções e opiniões sobre o centro urbano do município em que vivem ou de um município próximo. Estimule a participação de todos e o respeito às diferenças de opiniões.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos. Ravenash/Shutterstock.com

Embora nos grandes centros urbanos existam problemas como os citados acima, as vantagens desse modo de vida urbano também são amplamente percebidas pelos habitantes das cidades. Boa parte deles tem acesso a muitas facilidades, como produtos tecnologicamente mais avançados, serviços e estabelecimentos comerciais dos mais variados.

Orientações gerais

Concentração de pessoas e veículos em uma rua movimentada de Nova York, Estados Unidos, 2018.

• Converse com os colegas sobre os principais problemas da vida urbana que vocês

se os alunos identificam problemas como trânsito e suas famílias enfrentam no dia a dia. Verifique intenso, violência e grandes distâncias a serem percorridas.

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A globalização serve a todos?

Orientações gerais

• Para enriquecer o tra-

Enquanto os avanços tecnológicos aumentam as facilidades de contato, interação e fluxo de mercadorias entre diversos lugares do mundo, também fica cada vez mais evidente, nesse processo, a exclusão de regiões e suas populações.

balho com esta temática, apresente aos alunos o texto a seguir. Posteriormente, pergunte a eles os motivos apresentados para que a globalização seja questionada em todo o mundo.

Assim, se por um lado usamos termos como “aldeia global” para designar a sociedade e a época contemporâneas, ressaltando seus aspectos positivos, também se fala em “globalização da pobreza”, “da poluição” ou “do desemprego”, em referência aos aspectos negativos que se difundem com a globalização. Essas expressões nos levam a refletir a respeito de que a conexão global dos lugares e os avanços tecnológicos, aspectos positivos da globalização, estão acessíveis a algumas regiões do mundo, assim como a determinados grupos sociais, e que outra parcela significativa da humanidade vive em uma realidade bem diferente, excluída desse processo.

Em direção à globalização com uma faceta mais humana

Leia o texto abaixo, no qual o economista Alexandre de Freitas Barbosa resume contradições da globalização. [...] a globalização está longe de integrar toda a população mundial [...]. Isso porque um número significativo de pessoas não dispõe de acesso a informações e bens de consumo nem da facilidade de se transferir de um país a outro. A grande maioria da população mundial encontra-se limitada a sua experiência local, distante das novas tecnologias [...]. Em resumo, a globalização trouxe um aumento dos fluxos internacionais de mercadorias, capitais e informações, os quais perpassam os vários países e afetam a dinâmica econômica das empresas, a realidade social dos indivíduos e as opções políticas de partidos e movimentos sociais. Uma parte significativa das populações, culturas e economias está, entretanto, à margem desse processo, alheia aos novos bens de consumo e tecnologias, incapaz de acessar e processar as novas informações e ainda imune, em grande medida, aos novos valores sociais e morais. FUSER, Igor; BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2001. p. 18-19.

• De acordo com o texto acima, por

que a globalização não integra toda a população mundial? Porque existe uma quantidade muito grande de pessoas que não dispõe de acesso à informação e bens de consumo nem da facilidade de se transferir de um país a outro.

Estúdio Meraki

[...] Hoje, a globalização está sendo questionada em todo o mundo. Há descontentamento com ela, e isso é correto. A globalização pode ser uma força para o bem: a globalização de ideias sobre a democracia e a sociedade civil mudou as formas pelas quais as pessoas pensam, enquanto movimentos políticos globais têm levado a alívio de endividamento e ao tratado sobre minas terrestres. A globalização tem ajudado centenas de milhões de pessoas a atingirem níveis mais elevados de vida, além daquilo que elas, ou a maioria dos economistas, poderiam imaginar há apenas pouco tempo. A globalização da economia tem beneficiado países que dela tiraram vantagem ao buscarem novos mercados para suas exportações e ao se abrirem para investimento estrangeiro. [...] Mas, para milhões de pessoas, a globalização não funcionou. Muitas estão em pior situação, ao verem seus empregos destruídos e suas vidas se tornarem mais inseguras. Sentem-se cada vez mais impotentes contra as forças além de seu controle. Viram suas democracias solapadas, suas culturas erodidas.

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Se a globalização continuar a ser conduzida da maneira pela qual tem sido até aqui, se continuarmos a deixar de aprender com nossos erros, ela não só fracassará em promover o desenvolvimento como continuará a criar pobreza e instabilidade. Sem reformas, a reação que já se iniciou aumentará e o descontentamento com a globalização crescerá. [...] STIGLITZ, Joseph E. A globalização e seus malefícios. Tradução: Bazán Tecnologia e Linguística. São Paulo: Futura, 2002. p. 299-300.

Orientações gerais

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• Explore o esquema com as palavras-chaves, pedindo aos alunos que dissertem levemente sobre a relação delas com o tema estudado.

• O trabalho com esta página desenvolve a habilidade EF09GE05 da BNCC.

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Capítulo 7

Globalização e desemprego Um dos problemas de maior destaque no mundo globalizado é a ameaça do desemprego e da queda de salários em muitas profissões. Esses problemas, que sempre estiveram presentes entre as populações dos países subdesenvolvidos, agora se mostram também cada vez mais urgentes entre os países desenvolvidos.

Bandit Chanheng/Shutterstock.com

Embora os índices de desemprego nos países desenvolvidos não atinjam patamares tão elevados quanto nos subdesenvolvidos, poucas vezes ultrapassando 10%, seus efeitos são significativos, e os impactos são sentidos pelo conjunto da sociedade, como diminuição do poder aquisitivo. Assim, vemos a difusão de formas de desemprego intensificadas pela globalização, por exemplo, o desemprego tecnológico, que se refere à perda de postos de trabalho em razão dos avanços tecnológicos e informacionais. Nas indústrias, por exemplo, uma grande quantidade de trabalhadores perdeu sua função em decorrência da introdução de tecnologias avançadas, como a mecanização ou automatização do processo de produção.

Orientações gerais

• Este conteúdo permite tratar os temas contemporâneos Trabalho e Educação para o consumo. Incentive a reflexão sobre as questões relacionadas ao desemprego estrutural. Comente sobre o círculo de dependências no qual a economia global se encontra ao tratarmos de desemprego, pois o sistema capitalista depende do consumo, e este se faz por meio do capital que se adquire pelo emprego. O desemprego estrutural se torna, então, um grande risco econômico em todo o mundo.

• Converse com os alunos sobre os efeitos negativos da inserção de novas tecnologias no mercado de trabalho. Analisem as consequências que o desemprego estrutural pode acarretar no mercado de consumo.

Já o desemprego estrutural ou crônico designa a perda progressiva de postos de trabalho em favor da maior produtividade, principalmente no setor industrial. No entanto, embora essa situação seja preocupante, alerta-se que o desemprego é parte do próprio funcionamento regular da economia de mercado, na sua fase de competitividade global. Particularmente, esse problema se destaca para muitos estudiosos do fenômeno da globalização como o principal desafio humano para a economia moderna e a principal ameaça à prosperidade desse modelo.

Evgeny Eremeev/Alamy/Fotoarena

Linha de montagem automotiva em uma indústria totalmente robotizada, instalada em Nagoya, Japão, 2018.

Na fotografia, galpões abandonados de uma montadora em Moscou, Rússia, 2018.

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Globalização e cultura

Orientações gerais

• Este conteúdo permite

Com a globalização, os fluxos globais de mercadorias, pessoas, capitais e informações passaram a exercer forte impacto sobre as culturas nacionais. Muitas delas estão perdendo sua essência, ou seja, inúmeras práticas e costumes tradicionais estão se desvalorizando e, em alguns casos, sendo descaracterizados por influência de outras culturas, processo operado pela globalização.

uma abordagem do tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive a valorização das culturas individuais de cada povo e região do mundo, conforme orienta a competência geral 3 da BNCC. Comente que, com a globalização, algumas culturas tradicionais podem perder sua essência naturalmente ao permitir a fusão espontânea de outras culturas.

• Explique

que o processo é o mesmo pelo qual passaram as culturas dos povos indígenas brasileiros, ao receberem influências das culturas europeias e africanas durante o período de colonização do Brasil, mas que, atualmente, esse processo ocorre em escala mundial e numa velocidade muito mais acelerada. Incentive-os a refletirem sobre a ocorrência desse processo em nosso próprio modo de vida atual.

• Comente com os alunos

que a globalização cultural tornou-se um assunto muito discutido na atualidade. Para muitos autores, a cultura local pode desaparecer com a disseminação de culturas globais. No entanto, outros afirmam que a cultura local não deverá ser extinta, ela existirá associada à expansão de outras culturas.

• Apresente aos alunos o texto a seguir, que aborda esse tema.

[...] Existe, então, uma cultura globalizada? Sim, as indústrias culturais do cinema, fonográfica, do livro, da imprensa e dos grandes espetáculos (shows de rock , Fórmula 1, Copa do Mundo e Olimpíadas) dominam o espaço global com os seus bens e mercadorias culturais. Predomina aqui a lógica econômica da concorrência e do aumento de lucros. As grandes estrelas do esporte, do cine-

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ma e da música pop vendem a sua imagem, emprestando suas características simbólicas a tênis esportivos, automóveis e cigarros. A indústria cultural mescla-se, portanto, às demais indústrias. [...] Seria ingênuo, contudo, imaginar a cultura globalizada como geradora de uma uniformização completa da estética em todas as partes. Ela assimila e transforma uma par-

te das culturas locais, deixando também um espaço para11/23/18 os valores culturais locais não incorporados pelo grande mercado. [...] Se a cultura globalizada tenta recriar a cada instante gostos e modas, tornando-os objetos instantâneos de consumo, ela mostra-se na maioria das vezes incapaz de destruir as tradições do passado histórico dos povos. [...]

2:39 PM

BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado. São Paulo: Contexto, 2001. p. 119-120.

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:39 PM

Capítulo 7

O texto a seguir retrata um pouco do dilema que o processo de globalização está impondo às diferentes culturas do mundo. [...] A globalização aumentou, de um modo sem precedentes, os contatos entre os povos e os seus valores, ideias e modos de vida [...]. As pessoas viajam mais frequentemente e mais extensamente. Atualmente, a televisão chega a famílias nas áreas rurais mais remotas da China. Da música brasileira em Tóquio aos filmes africanos em Bangcoc, passando por Shakespeare na Croácia, por livros acerca da história do mundo árabe em Moscovo e pelas notícias do mundo da CNN em Amã, as pessoas divertem-se com a diversidade da era da globalização. Para muitas pessoas, esta nova diversidade é estimulante, e até capacitante, mas para outras é inquietante e incapacitante. Receiam que o seu país esteja a tornar-se fragmentado, que os seus valores estejam a perder-se à medida que cada vez mais imigrantes trazem novos costumes e que o comércio internacional e os meios de comunicação modernos invadem todos os cantos do mundo, tirando o lugar à cultura local. Alguns até preveem um cenário aterrorizador de homogeneização cultural [...].

Vídeoclipe Objetivos

• Utilizar como ferramenta de ensino novas tecnologias e meios de comunicação existentes, possibilitando melhor interação com o cotidiano do aluno, conforme orienta a competência geral 5 da BNCC. • Exercitar, nos alunos, o conhecimento construído ao longo do estudo da temática proposta.

• Estimular a socialização em sala de aula. Materiais Paula Diazzi

Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório do desenvolvimento humano 2004. Liberdade cultural num mundo diversificado. Nova York: Pnud, 2004. p. 85.

Sugestão de atividade

• Computador para a produção do videoclipe • CD ou pen drive, para gravar o videoclipe

• Músicas e imagens para auxiliar na produção da atividade Procedimentos

• Divida a sala em grupos.

• Por meio de sorteio, defina sobre qual temática cada equipe produzirá o videoclipe. Veja algumas sugestões de temas: globalização e tecnologia; globalização e desemprego; globalização e cultura; globalização e fluxo de informação; globalização e fluxo de pessoas; globalização, fluxo de capitais e as multinacionais. • Comente com os alunos que o videoclipe deverá ser montado em um programa gerador de apresentação eletrônica, com duração de aproximadamente 5 minutos. 239

11/23/18 2:39 PM

• Peça aos alunos que fiquem atentos à necessidade de apresentar o crédito das imagens e o nome dos produtores do vídeo. • A cada videoclipe exibido, retome com os alunos o que foi estudado em sala de aula. • Aproveite a oportunidade para avaliar o aprendizado dos alunos sobre esse conteúdo. 239

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BNCC interpretação do texto das páginas 240 e 241 permite aprimorar competência específica de Ciências Humanas 3, uma vez que permite o aluno pensar a respeito dos problemas causados pela globalização e propor ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural. Assim, pode participar efetivamente das dinâmicas da vida social.

•A

Explorando o tema

Que globalização queremos?

Com a globalização, o mundo tem experimentado um momento de intensa integração entre espaços, pessoas, culturas e economias. Por exemplo, quando algo ocorre em um ponto do planeta, não tarda a interferir no outro lado do mundo, às vezes até instantaneamente. No entanto, sabemos que essa globalização tem gerado vários problemas, principalmente os relacionados à grande quantidade de excluídos desse processo de integração mundial. O texto a seguir trata da dualidade da globalização.

O mundo como é: globalização como perversidade De fato, para a maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas enfermidades como a SIDA se instalam e velhas doenças, supostamente extirpadas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade cada vez mais inacessível. [...]

Orientações gerais

• Proponha aos alunos a

produção de um slogan sobre um mundo que vive os efeitos da globalização perversa, mas pode se tornar mais humanizado, menos excludente.

[...] Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao presente processo de globalização.

• Combine com os alu-

nos uma data para a produção e entrega do slogan sugerido. Peça a eles ideias criativas sobre como esses slogans podem ser apresentados aos demais colegas da sala e às outras pessoas da escola (alunos e funcionários). Por exemplo, pequenos cartazes atrás da porta dos banheiros, pequenos papéis anexados em livros que podem ser emprestados na biblioteca da escola, alguns folhetos entregues junto com um material devolvido pelo professor aos alunos etc. Desse modo, as frases de efeito podem ter ainda mais impacto na reflexão ou mudança de atitudes das pessoas.

SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, nome da doença comumente conhecida por sua sigla em inglês, Aids.

240

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240

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:39 PM

Capítulo 7

O mundo como pode ser: uma outra globalização Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unidade de técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a globalização perversa que falamos [...]. Mas, essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. [...] Considerando o que atualmente se verifica no plano empírico, podemos, em primeiro lugar, reconhecer um certo número de fatos novos indicativos de emergência de uma nova história. O primeiro desses fenômenos é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças aos progressos da informação, a “mistura” de filosofias, em detrimento do racionalismo europeu. [...] Trata-se da existência de uma verdadeira sociodiversidade, historicamente muito mais significativa que a própria biodiversidade.

Orientações gerais

• Solicite aos alunos que reflitam sobre as práticas que podem desenvolver em seu dia a dia em busca de um mundo melhor. Esta reflexão pode ter como produto final um texto, uma dramatização por meio de peça teatral, uma história em quadrinhos etc. Esta é uma forma de trabalhar com a competência geral 4 da BNCC.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 19-21.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a) O texto trata de aspectos de uma globalização perversa. Esses aspectos podem ser identificados no lugar onde você mora?

Piotr Krzeslak/Shutterstock.com

b) Converse com os colegas e reflitam sobre quais aspectos podem ser valorizados para que possamos alcançar uma outra globalização, menos perversa e excludente.

Fotomontagem com olhos humanos sobrepostos à superfície terrestre.

241

Respostas a ) Resposta pessoal. Estimule os alunos a expressarem a percepção que têm do lugar onde vivem, ou dos arredores, sobretudo se esses lugares tiverem características excludentes da globalização, como pouco ou nenhum acesso

11/23/18 2:39 PM

às avançadas tecnologias empregadas nos meios de comunicação, no atendimento à saúde e como isso se reflete na vida das pessoas. b) Resposta pessoal. Incentive os alunos a pensarem na igualdade de acesso e benefícios

dos avanços tecnológicos, acesso à saúde, à educação a fim de se tornarem cidadãos críticos e conscientes de seus direitos, de modo a exigi-los pelos meios cabíveis e pacíficos.

241

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Atividades

• Para complementar a

atividade 4, letra d, questione os alunos sobre o papel das cidades globais na organização do espaço geográfico mundial, já que são nestes aglomerados urbanos que se localizam as bolsas de valores, sedes administrativas e filiais de multinacionais, de grandes bancos etc.

4. a) Resposta esperada: o texto descreve a transformação de uma área que era agrícola, repleta de arrozais, que deu lugar a uma grande cidade, com enormes edifícios, e que está em pleno crescimento. 4. d) Resposta esperada: para ser considerada uma cidade global, a cidade deve apresentar influência mundial, tanto na área econômica como política e cultural. A cidade global concentra fluxos globais de mercadorias, informações, capitais e pessoas, bem como infraestrutura adequada para atrair os mercados financeiros, transportes e comunicação eficientes, além de sediar grandes companhias, como conglomerados ou multinacionais. A cidade de São Paulo, por apresentar tais características, é considerada uma cidade global. Skyline : palavra de origem inglesa que indica a linha do horizonte ou a linha que se forma entre o topo dos edifícios e o céu.

Exercícios de compreensão

1. A globalização vem provocando a perda de postos de trabalho em razão dos avanços tecnológicos e informacionais ocorridos ao longo dos últimos anos.

1. Como a globalização contribui com o desemprego?

2. Resposta esperada: o desemprego estrutural ou crônico é causado principalmente pela perda progressiva de postos de trabalho em favor da maior produtividade, sobretudo no setor industrial.

2. Aponte as principais causas do desemprego estrutural ou crônico. 3. De que maneira os avanços tecnológicos estão relacionados ao desemprego?

Resposta esperada: os avanços tecnológicos aumentam a produtividade, no entanto, diminuem a oferta de empregos, gerando uma crescente quantidade de desempregados no mundo.

Geografia no contexto

4. Leia atentamente o texto abaixo e responda no caderno às questões propostas.

O futuro no outro lado do mundo É difícil imaginar que, há pouco menos de 20 anos, brotavam arrozais aos pés da torre Jin Mao, edifício de 420 metros que empilha escritórios comerciais e um hotel de 555 quartos. Os campos alagadiços estendiam-se pelas margens do tortuoso rio Huangpu. Em 1990, quando o mundo mal assimilava a queda do Muro de Berlim, o distrito de Pudong ainda se dedicava a produzir comida para alimentar Xangai e outras cidades chinesas. Do nada, e a expressão não é gratuita, o verde-esmeralda das plantações se transformou num dos mais vibrantes skylines do planeta. O amontoado de arranha-céus de gosto duvidoso parece ter sido transplantado para lá. Ao lado da Jin Mao, chineses finalizam a construção do Shanghai World Financial Center, que será o maior prédio da China, com 492 metros. Quando o Sol se põe, as sombras das gigantescas construções avançam sobre quarteirões. E então, ao cair da noite, surge um festival de holofotes e canhões de luzes coloridas. Barcos-outdoors desfilam com telões de alta definição. A imagem remete a filmes de ficção científica ou a um cassino do século XXI. Esta é a história da incomparável [...] Xangai.

NH/Shutterstock.com

Orientações gerais

[...] NUNOMURA, Eduardo. O futuro no outro lado do mundo. 3 ago. 2008. Disponível em: <www.eduardonunomura.com. br/2008/08/04/o-futuro-no-outro-lado-domundo-2/>. Acesso em: 9 nov. 2018.

Fotografia panorâmica da cidade de Xangai, China, 2018, na qual vivem aproximadamente 26 milhões de habitantes.

4. b) Resposta esperada: o fenômeno urbano retratado refere-se ao surgimento de grandes cidades, tanto em relação à sua extensão quanto à numerosa população que abrigam.

a ) O texto descreve uma intensa transformação da paisagem de Xangai, ocorrida entre a última década do século XX e o início do século XXI. Que transformação foi essa? b ) O intenso crescimento de Xangai é o retrato de um fenômeno urbano desencadeado em meados do século XX. Que fenômeno é esse? c ) Por que Xangai pode ser considerada uma megacidade? Resposta esperada: porque ela apresenta uma população superior a 10 milhões de pessoas.

d ) Quais são as principais características de uma cidade global? Que argumentos você utilizaria para confirmar que São Paulo é uma cidade global?

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Hafiz Johari/Shutterstock.com

Capítulo 7

5. Observe a imagem a seguir e responda às questões no caderno.

Orientações gerais

• Auxilie os alunos na pesquisa proposta na atividade 6. Incentive a leitura e o uso da biblioteca. Caso os alunos precisem de auxílio para encontrarem reportagens na internet, sugira os sites como o indicado a seguir. > G1. Disponível em:

<http://livro.pro/kfpcpg>. Acesso em: 9 nov. 2018.

Centro urbano em Dacca, Bangladesh, 2017.

a ) Que problema urbano está sendo retratado na imagem acima? Um grande congestionamento.

b ) Identifique outros problemas enfrentados pelas pessoas nas grandes cidades. Possível resposta: violência, poluição, desemprego e infraestrutura urbana ineficiente.

c ) Em sua opinião, o que poderia ser feito para amenizar os problemas dos grandes centros urbanos e proporcionar melhor qualidade de vida às populações? Possível resposta: maiores investimentos por parte dos governos em segurança, transporte, habitação, infraestrutura urbana, abertura de novos postos de trabalho.

Pesquisando

6. Pesquise em jornais, revistas e na internet reportagens sobre as migrações clandestinas internacionais ocorridas nos últimos anos. Faça um resumo no caderno apontando os principais aspectos da reportagem, como os imigrantes aos que ela se refere, o destino da migração (para países desenvolvidos ou subdesenvolvidos) e as consequências dessa imigração para os envolvidos. Descreva o que tem sido feito pelas autoridades internacionais para amenizar esse problema, caso a reportagem apresente esse aspecto também. Por fim, elabore sugestões para amenizar os problemas sociais e políticos provocados pela intensa migração internacional. Resposta pessoal. Veja mais informações para complementar o trabalho com essa atividade nas orientações ao professor.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• Muitos migrantes são vítimas do tráfico internacional de pessoas. • Os refugiados são migrantes que se deslocam por motivos políticos e ambientais. • Uma megacidade é caracterizada por possuir população acima de 10 milhões de habitantes e uma cidade global por exercer influência global nos setores econômicos, políticos e culturais.

• Uma quantidade significativa de pessoas não possui acesso a informações, bens de consumo nem possibilidades de se locomover nos territórios. Portanto, essas pessoas estão à margem do processo de globalização.

• Os desempregos tecnológico e estrutural são alguns dos problemas de maior destaque do período atual da globalização.

• A globalização gera um processo de aculturação em massa, ou seja, as culturas nacionais

estão perdendo suas essências, e muitas práticas tradicionais estão sendo desvalorizadas.

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Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos.

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• Aproveite para verificar se as habilidades foram desenvolvidas e se os objetivos do capítulo foram alcançados.

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Objetivos do capítulo

• Compreender

que a atual sociedade capitalista estimula o consumo e desenvolve novas necessidades a fim de manter e ampliar esse sistema (produção e consumo).

pít Ca

u lo

Os desafios para um meio ambiente melhor

• Refletir sobre as atitudes do nosso dia a dia que podem ser consideradas consumistas e como isso impacta no meio ambiente.

• Verificar que o consumo é bastante desigual no mundo e que as pessoas que mais consomem vivem em países ricos e/ou desfrutam de melhores condições financeiras.

• Refletir

sobre o consumo desigual da água e perceber os riscos ambientais do uso não consciente desse recurso.

• Compreender o que é segurança alimentar.

• Compreender que, mes-

Katarzyna Uroda/Shutterstock.com

mo com o surgimento de tecnologias que aumentam a produtividade, a distribuição de alimentos no mundo é desigual, bem como que o intenso uso do solo é uma das principais razões de sua degradação.

• Compreender o que são

hotspots e qual a importância de sua preservação.

• Perceber que a degra-

dação do meio ambiente não é algo recente, despertando, assim, a consciência ambiental.

• Reconhecer as princi-

pais convenções internacionais sobre o meio ambiente como tentativas de solucionar os problemas ambientais e que os acordos discutidos nessas reuniões são pouco cumpridos.

• Refletir sobre o e-lixo e

os principais problemas que ele ocasiona quando sua reciclagem não é realizada.

Em alguns países da Europa, o uso de meios de transporte não poluentes é incentivado pelo governo. Na fotografia, pessoas se deslocando por uma ciclovia em Amsterdã, Holanda, 2018.

244

Orientações gerais

• Aproveite as imagens desta página para questionar

os alunos sobre os problemas ambientais existentes na atualidade. Apresente aos alunos algumas informações sobre esse assunto que constam no texto a seguir. Depois, peça-lhes que reflitam sobre essas informações.

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3 a 4 milhões de toneladas de hidrocarbonetos provenientes de naufrágios ou de vazamentos de petroleiros poluem o mar, entre centenas de outros produtos nocivos despejados pelos homens, como o mercúrio. [...] • Mais de 30% dos recursos naturais do planeta foram utilizados em trinta anos. [...]

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11/24/18 8:53 AM


BNCC Neste capítulo são desenvolvidas as competências gerais 7 e 10, as competências específicas de Ciências Humanas 2, 3 e 6, bem como as competências específicas de Geografia 6 e 7.

Observe as duas imagens destas páginas. Elas representam pessoas se locomovendo, mas de maneiras e com consequências ambientais muito diferentes. Sabemos o quanto veículos movidos a combustíveis fósseis são poluentes e prejudiciais ao ambiente em que vivemos.

• Os assuntos tratados nestas páginas abordam as seguintes habilidades: EF09GE13, EF09GE14, EF09GE15 e EF09GE17.

Assim, são necessárias diversas mudanças nas atitudes das pessoas, por exemplo, optar, sempre que possível, por meios de transporte que não sejam nocivos ao meio ambiente, como as bicicletas, veículos elétricos ou, ainda, pelo transporte coletivo.

• Estão contemplados os temas contemporâneos Educação para o consumo, Educação ambiental, Saúde, Ciência e tecnologia e Educação alimentar e nutricional.

No estudo deste capítulo, veremos como o atual modelo de desenvolvimento, com base no crescimento econômico a qualquer custo, mostrou-se prejudicial ao meio ambiente ao longo das últimas décadas. Estudaremos também como a produção industrial em larga escala e o consumo excessivo se refletem no meio ambiente. Hung Chung Chih/Shutterstock.com

Respostas

A China é um dos países que mais emitem gases poluentes na atmosfera, como é possível ver nessa fotografia, que mostra a poluição atmosférica e o tráfego intenso de veículos, em Pequim, 2016.

A Resposta pessoal. Incentive a participação de todos. B Resposta pessoal. Verifique se a conclusão dos alunos está condizente com o trânsito da cidade. Caso a cidade na qual se localiza a escola não tenha problemas de poluição e congestionamento, converse com os alunos sobre outros problemas relacionados ao trânsito e ao meio ambiente que eles percebem.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Sua cidade possui ciclovias? Converse com seus colegas sobre como isso pode melhorar o trânsito e o meio ambiente do lugar onde você mora. B O trânsito da sua cidade se parece com o da fotografia acima? Caso se pareça, converse com seus colegas sobre maneiras de resolver esse problema.

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11/23/18 2:39 PM

13 milhões de hectares de floresta são destruídos todo ano pelos humanos. Como floresta exerce papel importante na absorção do CO², esse desmatamento contribui fortemente para o efeito estufa e, assim, para o aquecimento do planeta. [...] • 1 para 10: é a relação que existe entre emissão média de gás de efeito estufa de um habitante de um país em de-

senvolvimento e a de um habitante de país rico. Os países desenvolvidos consomem também 85% dos produtos químicos sintéticos e 40% da água doce disponível. Mas eles representam só 20% dos seres humanos. [...] RIOT, Elen. 100 números para sonhar um mundo diferente. Tradução: Marcos Bagno. São Paulo: SM, 2009. p. 6, 8, 27. (Coleção Comboio de Corda).

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Sociedade de consumo

BNCC

• O conteúdo abordado

nas próximas páginas contempla o tema contemporâneo Educação para o consumo e pode também ser trabalhada a competência geral 7 da BNCC.

Na sociedade capitalista moderna, o consumo não se restringe aos bens e produtos indispensáveis à sobrevivência humana. O progresso tecnológico aplicado aos meios de produção, simultaneamente ao avanço do capitalismo, disponibilizou inúmeros produtos e serviços de variados tipos.

Material digital

O capitalismo estimula as pessoas a ter novas necessidades de consumo, fazendo-as sentir falta de produtos que não necessitavam antes. Outro artifício do capitalismo é o de torná-los obsoletos, para que o consumidor adquira constantemente novos itens ou substitua os que já possui.

• O projeto integrador 4, disponível no material digital, tem como objetivo fazer os alunos refletirem acerca da saúde do meio ambiente, estimulando a pesquisa, interpretação de textos e anamorfoses.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

Cosmin Sava/Shutterstock.com

Entre os objetivos do capitalismo mundial está a conquista cada vez maior de novos mercados consumidores. Para isso, propaga-se a ideia de que tal consumo sacia as necessidades das pessoas e proporciona melhor qualidade de vida e bem-estar.

• Dê exemplos para os alunos como o telefone celular, o tablet, entre outros. Comente com eles que muitos desses produtos são constantemente atualizados por versões mais recentes, o que desperta no consumidor o desejo de substituir esses objetos por modelos mais atuais.

PAPA WOR/Shutterstock.com

Comércio de televisores em loja na cidade de Malaca, Malásia, 2018.

Na fotografia, aparelhos de televisão e monitores de computador são descartados para reciclagem em Phuket, Tailândia, 2017.

• Converse com os colegas e deem exemplos de produtos que passamos a consumir recentemente e que não existiam em outras décadas.

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Capítulo 8

O consumismo

Alex Milan Tracy/AP Photo/Glow Images

O ato de consumir para suprir as necessidades básicas sempre esteve presente nas sociedades humanas. O consumo é vital para a subsistência, mas o padrão de consumo mudou muito nas sociedades ao longo da história. Na maioria delas, existiram grupos com maior poder aquisitivo em razão de sua posição política, social ou econômica. Com a Revolução Industrial, iniciada no final do século XVIII, houve um aumento inédito na disponibilidade de produtos à venda, o que, em parte, favoreceu a capacidade de compra dos indivíduos. O desenvolvimento de uma cultura orientada para o consumo e a atual infinidade de mercadorias, bens e serviços incentivam o hábito de consumir. Novas tecnologias implantadas na produção de mercadorias enriquecem o comércio com o lançamento de produtos cada vez mais sofisticados. Os indivíduos são estimulados a adquirir esses produtos pelas facilidades no pagamento e pelas propagandas, entre outros motivos. O resultado é o consumo desenfreado de mercadorias, bens e serviços supérfluos. É o que chamamos consumismo.

Material digital

• Incentive os alunos a refletirem sobre o consumo desnecessário e em excesso. A sequência didática 12 propõe o estudo sobre A onda consumista e suas consequências, que tem por objetivo discutir os conceitos principais desse tema e despertar a crítica do aluno para um consumo mais consciente. É importante ressaltar que trabalhos desse tipo auxiliam na convivência em grupo, socialização e cooperação. Esta proposta aborda a habilidade EF09GE02.

Pessoas protestam contra o consumismo na cidade de Portland, Estados Unidos, 2016. No Cartaz da fotografia, a palavra Consumerism, que traduzida significa consumismo, está riscada indicando proibição.

O impacto do consumismo pode ser facilmente percebido em nossa vida cotidiana. Os estabelecimentos comerciais estão repletos de produtos expostos nas prateleiras e vitrines. São alimentos, eletrodomésticos, roupas, remédios, enfim, uma infinidade de itens. As campanhas publicitárias desempenham importante papel para a manutenção do consumismo ao retratar mercadorias, bens e serviços como indispensáveis. Elas têm como objetivo convencer os consumidores de que alguns tipos de produtos vão integrá-los a determinado grupo social, induzindo-os a pensar que um produto possa lhes conferir um status social melhor. As empresas costumam investir em publicidade e propaganda a fim de criar necessidades artificiais no consumidor. O público mais vulnerável à publicidade são crianças e jovens, mais suscetíveis às novidades e pressões sociais do grupo ao qual pertencem.

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Orientações gerais

Geografia

•O

texto complementar discorre sobre alguns dos direitos básicos do consumidor. Leia para os alunos e discuta cada um deles.

em foco

No Brasil, os direitos e deveres dos consumidores estão reunidos no Código de Defesa do Consumidor, cujo objetivo é evitar abusos contra esse público. O Código garante, por exemplo, que o consumidor tenha o direito de trocar, até certo prazo, produtos defeituosos ou tenha o valor pago reembolsado. No entanto, além de conhecer a legislação, os consumidores podem adotar outras práticas para viabilizar o consumo consciente.

CAPÍTULO III Dos Direitos Básicos do Consumidor Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

[...] Art. 6o São direitos básicos do consumidor: I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; [...] III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei no 12.741, de 2012) Vigência IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; [...] BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 set. 1990. p. 1. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ L8078.htm>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Aprendendo a consumir

Consumidora avaliando produtos expostos em gôndola de supermercado no município de Londrina (PR), 2016.

Reutilização e reciclagem Uma atitude importante de um consumidor consciente é criar o hábito da reutilização e da reciclagem de materiais. Assim, os recursos naturais são economizados e a degradação ambiental é reduzida. Para organizar a coleta seletiva e o destino de todo o lixo que produzimos, foram definidas cores específicas para as lixeiras de acordo com o resíduo que deverá ser depositado. Veja ao lado cestas para a coleta seletiva de lixo da cidade do Rio de Janeiro, em 2012, e observe essa diferenciação de cor para cada material que será depositado.

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Orientações gerais

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• Estimule os alunos a refletirem se as empre-

• Faça-os pensar sobre a propaganda enga-

• Pergunte se eles leem os rótulos antes de

• A reutilização e a reciclagem de materiais

sas respeitam os consumidores e acatam os direitos que estão garantidos por lei. realizarem as compras.

As imagens contidas nesta ou em qualquer outra página do livro possuem interesse exclusivamente didático, sem a finalidade de promover marcas ou produtos.

nosa. Pergunte se eles já se sentiram enganados alguma vez. serão trabalhadas com mais detalhes nas páginas 264 e 265 deste capítulo.

• Verifique se os alunos percebem que a cesta azul deve receber papéis, a cesta verde deve receber vidros, a cesta vermelha deve receber materiais plásticos e a cesta amarela deve receber metais.

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Capítulo 8

Atualmente, além dos governos, outros agentes estão colaborando para a divulgação de práticas de consumo consciente. Entre eles destaca-se o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, uma associação civil sem fins lucrativos, cujo objetivo é mobilizar os consumidores para a promoção da sustentabilidade e da vida no planeta. Criado em 2001, o Instituto Akatu trabalha em estreita colaboração com empresas e meios de comunicação, produzindo e divulgando materiais educativos. Para consumir de forma consciente, isto é, menos e melhor, é necessário refletir sobre a real necessidade da compra, além de planejar o momento certo de fazê-la. Também é importante o uso responsável do crédito oferecido por bancos e estabelecimentos comerciais, a fim de evitar problemas de inadimplência.

Neste site, você vai encontrar dicas e informações sobre como consumir conscientemente, além de notícias e vídeos que contemplam esse tema. O site está disponível no link: <http://livro.pro/higwny>. Acesso em: 7 nov. 2018.

• Peça aos alunos que tragam rótulos de produtos industrializados que eles costumam consumir no dia a dia. Convide o professor de Ciências e, juntamente com os alunos, identifiquem nos rótulos os componentes químicos que são mais utilizados, como corantes, conservantes, emulsificantes, entre outros. Escreva no quadro, de modo que forme uma tabela. • Façam uma pesquisa em relação aos benefícios e malefícios que estes componentes geram à saúde. Complemente a tabela no quadro com os dados obtidos.

Ao adquirir uma mercadoria, é importante avaliar os impactos ambientais de seu consumo, assim como optar por produtos cujos fabricantes tomam o devido cuidado ambiental.

Akatu

Integrando saberes

Inadimplência: falta de cumprimento de uma obrigação. Nesse caso, está relacionada à falta de pagamento de uma dívida financeira. Sustentabilidade: conceito que concilia crescimento econômico, justiça social e preservação do meio ambiente, sem comprometer o desenvolvimento das próximas gerações.

• Para concluir, pergunte aos alunos com que frequência eles consomem esses produtos. Traga o código do consumidor para debate novamente, frisando o parágrafo I do código. Peça aos alunos que copiem a tabela no caderno.

• Cite uma atitude de

consumidor consciente que você pode tomar em seu dia a dia. Ouça também as atitudes citadas pelos colegas.

• Esta atividade é uma oportunidade de abordar o tema contemporâneo Saúde.

Ismar Ingber/Pulsar Imagens

Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

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Respostas

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• Resposta pessoal. Promova uma roda de conversa e

incentive todos a participar, expondo as atitudes que comumente praticam como consumidores conscientes.

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Consumo e meio ambiente

Orientações gerais

• Este conteúdo permi-

O nível de consumo está crescendo em muitos países do mundo, e as exigências da sociedade moderna têm aumentado o ritmo das atividades econômicas.

te abordar o tema contemporâneo Educação ambiental. Incentive atitudes de valorização e respeito aos ambientes naturais, apontando para a importância da conservação e da preservação.

A fim de abastecer a crescente demanda por produtos, as empresas têm ampliado sua produção e, com isso, utilizado de maneira cada vez mais intensa os recursos da natureza. O aumento da intervenção humana na natureza para intensificar a produção está gerando sérios problemas ambientais. Isso ocorre porque a exploração dos recursos naturais para a obtenção de matérias-primas tem sido feita, em geral, sem grande preocupação com a preservação do meio ambiente, como recuperação de áreas alteradas ou redução dos impactos das atividades.

• Comente

sobre as consequências do consumo não consciente para o meio ambiente e promova um diálogo sobre atitudes que podem ser tomadas e evitadas buscando o respeito à biodiversidade e a consciência socioambiental, conforme orienta a competência específica de Geografia 6.

Os resultados dessa exploração são intensos prejuízos tanto para a manutenção do meio ambiente como para a qualidade de vida do ser humano. A degradação ambiental está comprometendo intensamente as paisagens terrestres, além de formações vegetais naturais e os hábitats de algumas espécies animais. Veja abaixo alguns dos principais problemas relacionados a esse modelo de produção e consumo:

• desmatamento de florestas para a criação de extensas áreas urbanas e agropecuárias; • uso de combustíveis energéticos fósseis, como o petróleo, em regiões industriais, agravando a poluição atmosférica;

• Comente com os alu-

• uso indiscriminado de agrotóxicos, gerando a poluição dos solos e tornando esse

nos que o consumismo também causa desperdício de recursos naturais em atitudes cotidianas, como o hábito de limpar calçadas com água corrente em vez de usar vassoura, o banho mais demorado, entre outras.

recurso natural cada vez menos produtivo;

• poluição dos recursos hídricos (rios, oceanos, lençóis subterrâneos) pelo despejo de resíduos industriais e domésticos e pelo derramamento de óleo de navios petroleiros e plataformas de petróleo;

• exploração excessiva dos recursos naturais, o que prejudica a existência de plantas e animais, levando muitas espécies à extinção.

Costa Rodrigues/Shutterstock.com

• Explique que o ritmo

de vida mais acelerado, característico de grandes centros, incentiva o consumo de produtos industrializados.

Muitas vezes, o desmatamento de florestas para a criação de áreas agropecuárias acontece por meio de queimadas, acarretando, entre outros problemas, a poluição atmosférica e a destruição da camada de ozônio. Na fotografia, queimada em área florestal para pastagem de gado no município de Cambará do Sul (RS), 2015.

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Capítulo 8

O consumo excessivo também gera grandes quantidades de lixo, que devem ter destinação ambientalmente correta, como a reciclagem e os aterros sanitários. No entanto, muitas vezes, os resíduos vão para os lixões ou são descartados incorretamente nas ruas, em terrenos vazios etc. Veja, no esquema a seguir, como o lixo é destinado em um aterro sanitário. Aterro sanitário: área destinada ao depósito de lixo urbano, para ser devidamente tratado. Para processar esses resíduos, são utilizadas técnicas que evitam a poluição do meio ambiente.

Balanças: utilizadas para pesar os caminhões coletores de lixo, controlando, assim, a quantidade de resíduos que chega ao aterro.

Administração: local onde se encontram os responsáveis por coordenar, monitorar as atividades desenvolvidas e controlar o encerramento do aterro.

Cinturão verde: barreira composta por árvores que visa limitar a visualização do interior do aterro e reter partículas e gases da atmosfera.

Objetivos

Procedimentos

Camada de lixo: o lixo é depositado em camadas, com 5 metros de altura cada uma, sendo 4 metros de lixo e 1 metro de camada de impermeabilização.

Luciane Mori

Calha: é utilizada para o escoamento do resíduo líquido oriundo da decomposição do lixo, mais conhecido como chorume.

• Para a saída da escola, tome as providências essenciais, como autorização prévia dos pais ou responsáveis, auxílio de outros professores no dia da saída, transporte e itens como bonés, repelentes, filtro solar e lanche, se nessário. • Peça aos alunos que, antes da visita, formulem perguntas para os trabalhadores, por exemplo: como é dividido o trabalho? Quais são as etapas da seleção da reciclagem? Quais são os resíduos que podem ser reciclados? Entre outras. • Incentive-os a tirar fotos (se for permitido).

“Piscinão”de percolado: local onde é armazenado o chorume, que após tratado no próprio aterro é lançado no esgoto.

251

• Na análise do infográfico, explique aos alunos que os

• Em todas as cidades é comum haver catadores de lata ou de papelão. Promova um trabalho de campo que contemple uma visita a um posto de reciclagem de sua cidade ou da cidade vizinha, caso exista.

• Incentivar a valorização dos catadores de recicláveis, bem como estimular a seleção do resíduo sólido em casa.

Impermeabilização do solo: antes de receber o lixo, o solo do aterro é compactado e, sobre ele, são colocadas uma manta de polietileno, uma camada de terra e uma camada de pedra britada. A cada camada de lixo é feita uma nova camada de impermeabilização.

Orientações gerais

Conhecendo a reciclagem de perto

• Conhecer o processo de reciclagem e sua importância para a preservação do meio ambiente.

Tambor: uma rede de tubos capta os gases que o lixo produz. Alguns desses gases são recolhidos em tambores, enquanto outros são liberados na atmosfera.

Como é construído um aterro sanitário? Superinteressante, 4 jul. 2018. Disponível em: <https://super.abril. com.br/ mundo-estranho/ como-e-construidoum-aterrosanitario/>. Acesso em: 15 nov. 2018.

Sugestão de atividade

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• Ao retornarem para a sala de aula, solicite aos alunos que produzam um mural no corredor ou pátio da escola mostrando os resultados do trabalho de campo realizado pela turma, as fotos registradas e as informações colhidas, a fim de incentivar a comunidade escolar a praticar a reciclagem.

gases produzidos pelo aterro sanitário podem ser utilizados para geração de energia.

• Comente que o descarte de produtos plásticos em li-

xões e aterros sanitários inutiliza-os, não podendo ser realizada a reciclagem.

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Produção e consumo desigual

Orientações gerais

• Introduza este conteú-

O consumo no mundo é desigual, ou seja, os maiores consumidores mundiais estão concentrados nos países mais ricos. Nos países mais pobres, por sua vez, uma parcela da população, com maior poder aquisitivo, adquire bens em maior quantidade ou a preços mais elevados.

do relembrando os alunos de que o processo de acumulação de capital se iniciou com as Grandes Navegações – capitalismo comercial – no século XIV e que a partir de então só se intensificou.

Em virtude das limitações de parte da população, o sistema capitalista oferece recursos, como as prestações e os financiamentos, mediante aprovação de crédito, para ampliar a capacidade de compra de alguns indivíduos.

• Explique que foi nessa época também que ocorreu a DIT – Divisão Internacional do Trabalho –, quando os países subdesenvolvidos (colônias – fornecedores de matéria prima) ficaram “submissos” economicamente e politicamente aos países que eram metrópoles.

Em nenhum momento da história da humanidade o ser humano produziu e consumiu tanto quanto hoje. Estudos indicam que, no mundo, o percentual referente à produção e venda de refrigeradores, computadores, televisores, telefones celulares e automóveis aumentou vertiginosamente nas últimas cinco décadas. Parte significativa da renda das pessoas é destinada à compra de produtos supérfluos, e não do que é imprescindível à sua sobrevivência. De modo geral, uma parte da população mundial passou a ter acesso a um conjunto de mercadorias que, até pouco tempo atrás, era privilégio da sociedade norte-americana, japonesa e dos países ricos da Europa. Isso significa que economias em desenvolvimento, como a China e a Índia, vêm apresentando um mercado consumidor em ascensão, uma vez que parte significativa da sua população tem ampliado seu poder aquisitivo.

• Relembre o capitalis-

mo industrial e a acumulação do capital por meio da indústria, frisando que a partir deste momento, os países detentores das técnicas de industrialização passaram a utilizar os países que não continham esse conhecimento como fornecedor de matéria-prima, dando continuidade à DIT.

Anthony Kwan/Bloomberg/Getty Images

Aprovação de crédito: condição para que alguém possa obter empréstimos de pessoas, instituições financeiras, empresas ou comprar a prazo.

• Comente também que a partir do capitalismo financeiro e do capitalismo informacional o distanciamento entre os países detentores das tecnologias a favor do acúmulo de capital se intensificou mais ainda, resultando nas desigualdades observadas na atualidade.

Na fotografia, observamos clientes sendo atendidos por funcionários de uma loja de produtos eletrônicos em Hong Kong, China, 2018.

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Fonte: BP. BP Statistical Review of World Energy 2018. Disponível em: <https://www.bp.com/content/dam/bp/ en/corporate/pdf/energy-economics/statistical-review/ bp-stats-review-2018-full-report.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2018.

Ana Alexius

Alguns países: consumo de petróleo – 2017 Consumo (em milhões de barris por dia) 20 20

15 13 10

5

0

4

Estados Unidos

China

Japão

3

3

Rússia

Brasil

Orientações gerais

• Auxilie os alunos a interpretar o gráfico desta página e comente que nele são apresentados dados de alguns dos maiores países. Isso significa que países menos desenvolvidos, ou seja, os países mais pobres, apresentam dados ainda mais reduzidos, o que fortalece a disparidade entre o consumo de petróleo feito pelos Estados Unidos e o restante do mundo. Essa desigualdade entre a produção e o consumo ocorre com diversos outros produtos, inclusive alimentos. Ressalte ainda que o petróleo foi mencionado apenas como um exemplo.

Anos

Luke Sharrett/ Bloomberg/Getty Images

A população dos Estados Unidos representa 4% da população mundial. No entanto, o nível de consumo desse país é extremamente elevado, quando comparado à média de consumo mundial. Como exemplo, podemos citar a produção petrolífera: de todo o petróleo consumido no mundo, 20% é destinado ao consumo estadunidense. Isso significa que se todos os habitantes da Terra consumissem petróleo na mesma proporção da população dos Estados Unidos, o planeta teria suas reservas esgotadas em poucas décadas.

Capítulo 8

No entanto, como há disparidade no consumo mundial, do mesmo modo que cresceu o número de indivíduos com maior poder aquisitivo, existem muitas pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, ou seja, vivem com menos de US$ 1,90 dólar por dia e não conseguem suprir suas necessidades básicas. Esse nível desigual de consumo no mundo é consequência do diferente desenvolvimento econômico interno nos países.

Indústria petroquímica no estado do Texas, Estados Unidos, 2017.

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Orientações gerais

Consumo desigual de água

Comente com os alunos que na década de 1970 a sueca Malin Falkenmark introduziu o conceito de estresse hídrico, ou seja, situação vivida por um país ou uma região na qual a necessidade de água é maior do que a sua disponibilidade.

A água é de fundamental importância para a existência da vida na Terra, pois nenhum ser vivo consegue viver sem esse líquido. O corpo humano de um adulto, por exemplo, tem cerca de 60% do peso composto de água. Nós vivemos em um planeta que tem aproximadamente 73% de sua superfície composta de água, o que equivale a aproximadamente 1,36 bilhão de quilômetros cúbicos. Esse recurso pode ser encontrado em estado líquido, sólido ou gasoso. No entanto, a maior parte de toda a água, 97,5%, é salgada e está nos oceanos e mares. O restante, 2,5%, corresponde à água doce, que se encontra em grande maioria nas calotas polares e geleiras, ou seja, é de difícil acesso ao ser humano.

• A partir das manchetes

O volume total de água doce na superfície terrestre é fixo, não aumenta nem diminui. Isso significa que, entre outros motivos, o aumento da população e a consequente superexploração desse recurso tendem a levá-lo à escassez.

a seguir, inicie um debate com os alunos a respeito do estresse hídrico e a disponibilidade desigual de água no mundo.

Atualmente, diversos países já vêm sofrendo com a escassez de água, até mesmo aqueles que possuem esse recurso em abundância, como é o caso do Brasil

Mundo vive “estresse hídrico” e nem as grandes economias escapam, alerta estudo

O uso da água no mundo

Exame, 22 maio 2012. Disponível em: <https://exame. abril.com.br/mundo/mundo-viveestresse-hidrico-alerta-estudo/>. Acesso em: 10 nov. 2018. lustrações: Camila Ferreira

Déficit hídrico previsto para 2030 faz reúso de água ganhar importância Valor Econômico, 23 mar. 2018. Disponível em: <www.valor.com. br/brasil/5404101/deficit-hidricoprevisto-para-2030-faz-reusode-agua-ganhar-importancia>. Acesso em: 10 nov. 2018.

A água está presente em diversas atividades humanas. Entre os principais usos que se faz da água está o setor da agricultura, que utiliza mais da metade do consumo mundial desse líquido para a produção de alimentos.

O atlas da água Robin Clarke; Jannet King. Tradução: Anna Maria Quirino. São Paulo: Publifolha, 2005. O atlas aborda diversos temas relacionados à água, como escassez, desperdício, exploração e contaminação.

Outros importantes modos de usar a água referem-se ao ser humano, para beber ou satisfazer suas necessidades higiênicas.

• Sugerimos

que você direcione o debate a partir das seguintes questões. > O que é estresse hídrico?

> Por que a manchete

menciona que “nem as grandes economias escapam” do estresse hídrico?

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Em 2018, a população mundial chegou à marca de 7,6 bilhões de pessoas. Um dos principais desafios do crescimento populacional é a falta de água. Estima-se que por volta de 2 050 quase metade da população mundial estará vivendo em países com escassez de água.

1900 1950 2000 2025

Disponibilidade de água per capita por dia, em alguns países – 2013-2017

Dayane Barbieri

Veja nos gráficos a seguir o aumento do consumo de água ao longo das últimas décadas, e a atual disponibilidade de água per capita por dia de alguns países.

Capítulo 8

Mundo: consumo total de água em km3 – 1900-2025

579

Disponibilidade de água per capita por dia (em m3) 150

1 382

120 90 60

3 973 5 235

0

Chile

Brasil

Eslovênia

Irlanda

Angola

Índia Países

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www.fao.org/nr/ water/aquastat/data/query/index.html>. Acesso em: 10 nov. 2018.

Fonte: CLARKE, Robin; KING, Jannet. O atlas da água. Tradução: Anna Maria Quirino. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 25. *Projeção. Snehil Sakhare/Times of India/AFP

Camila Ferreira

30

Orientações gerais

• Comente com os alunos que de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), em 2014, o país com a maior disponibilidade de água era a Islândia, com aproximadamente 1 411 m3 de água per capita por dia, enquanto os Emirados Árabes Unidos foi o país com menor disponibilidade, com menos de 0,5 m3 de água per capita por dia. • O site da Organização das Nações Unidas no Brasil preparou um jogo de tabuleiro para incentivar a ação global para as pessoas e o planeta e tem como objetivo 17 ações que visam acabar com a pobreza e cuidar do meio ambiente, entre outras ações em busca de um mundo melhor. Imprima o tabuleiro e as cartas. Divida a sala em grupos e distribua os tabuleiros. Incentive a discussão sobre as ações globais. O jogo está disponível no site a seguir. > Jogo viva os objetivos! ONUBR. Disponível em: <http://livro.pro/q3thtk>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Afetados pela escassez hídrica, indianos percorrem vários quilômetros em busca de água, como observamos nessa fotografia em Aurangabad, Índia, 2017.

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Produção e consumo de alimentos no mundo

Orientações gerais

• Comente com os alu-

nos sobre a importância do trabalho humano para a produção de alimentos no mundo.

Nos últimos anos, ocorreram vários avanços e melhorias com relação à produtividade dos alimentos, às técnicas de produção e à disponibilidade de ingredientes e produtos vindos de todas as partes do mundo. Ainda assim, a alimentação da população mundial constitui um grave dilema e um dos maiores desafios que a humanidade terá de enfrentar no século XXI. A alimentação de uma população é um importante indicativo do seu grau de desenvolvimento econômico e social. De modo geral, o panorama alimentar global é preocupante. Ele envolve não somente a quantidade de alimentos produzida, mas sua qualidade, as tecnologias e os procedimentos envolvidos, os impactos ambientais, econômicos e culturais, além de, principalmente, sua distribuição pelas diferentes regiões onde são produzidos e consumidos. Observe o mapa abaixo, que representa as principais áreas de ocorrência de subnutrição no mundo.

• Este conteúdo também

permite a abordagem do tema contemporâneo Educação para o consumo. Para isso, leia para os alunos o texto a seguir e questione-os sobre o que pensam os especialistas a respeito da origem do problema da fome e da má nutrição. Incentive-os a refletir e dialogar sobre o assunto.

FAO

Produção de alimentos, nutrição e efeitos ambientais

<http://livro.pro/2xfxjw>. Acesso em: 7 nov. 2018.

Mundo: subnutrição – 2016 N

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

S

CANADÁ FRANÇA

ÁUSTRIA

ESTADOS UNIDOS

CHINA ARGÉLIA

OCEANO ATLÂNTICO

CHADE

Equador EQUADOR BRASIL BOLÍVIA

Trópico de Capricórnio ARGENTINA

Círculo Polar Antártico

BANGLADESH IÊMEN ETIÓPIA SOMÁLIA

ANGOLA ZÂMBIA

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

ÍNDIA

OCEANO ÍNDICO

OCEANO PACÍFICO 0°

Renan Fonseca

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

L

O

Meridiano de Greenwich

[...] Depois de quase triplicar entre 1950 e 1985, a produção global de grãos vem diminuindo [...]. Além disso, após o aumento de cerca de 36% entre 1950 e 1978, a produção de alimentos per capita também tem diminuído [...]. A queda mais considerável na produção de alimentos per capita está ocorrendo na África desde 1970. Boa notícia: Nós produzimos alimentos mais do que o suficiente para atender às necessidades nutricionais básicas de cada pessoa na Terra. Más notícias: Uma em cada seis pessoas em países em desenvolvimento não está se alimentando porque os alimentos não são distribuídos igualmente. Tal distribuição desigual ocorre devido a diferenças no solo, no clima, a poderes políticos e econômicos e à renda média por pessoa. A maioria dos especialistas em agricultura concorda que a raiz do problema da fome e da má nutrição é e continuará a ser a pobreza, que impede os pobres de cultivar ou comprar seus próprios alimentos, independentemente da quantidade

Acesse o site da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e conheça diversas informações sobre a produção de alimentos no mundo. Disponível no link:

AUSTRÁLIA

Mais de 35% De 25% a 34,9% De 15% a 24,9% De 0 a 14,9% Dados não disponíveis

0

2 340

4 680 km

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www. fao.org/3/ai4674e.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2018.

De acordo com o mapa, a subnutrição prevalece, principalmente, nos países subdesenvolvidos. Em alguns locais, como o continente africano, a ocorrência da subnutrição em massa não pode ser atribuída somente à quantidade de alimentos produzida, mas principalmente a problemas de acesso aos alimentos. Entre os fatores que restringem o acesso da população à alimentação mínima está a miséria, a existência de Estados pouco estruturados e a ocorrência de guerras.

256

disponível. Outros fatores são a guerra e a corrupção, que dificultam aos pobres o acesso a alimentos que eles ou outros produzem.

11/23/18 2:37 PM

MILLER JR., G. Tyler. Ciência ambiental. Tradução: All Tasks. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 242-243.

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:37 PM

Encontro com... Ciências

Orientações gerais

• Aborde neste momento o tema contemporâneo Saúde e Educação alimentar e nutricional. Para isso, convide o professor do componente curricular de Ciências para participar da explicação do assunto. Comente com os alunos sobre a importância de se preocupar com os alimentos que consumimos.

O modelo alimentar ocidental Se a fome prevalece nos países subdesenvolvidos, isso não significa necessariamente que exista uma alimentação saudável no conjunto dos países desenvolvidos. Nestes, a alimentação também constitui um tema de grande preocupação, mas voltado com maior ênfase à qualidade alimentar, não à quantidade de alimentos consumida. É a obesidade e o excesso de peso, em razão da difusão de alimentos industrializados e hábitos alimentares pouco saudáveis, que geram maior preocupação. Portanto, é o sedentarismo, e não a miséria, que gera, entre europeus e principalmente estadunidenses, muitas preocupações relativas à saúde e ao condicionamento físico das pessoas. O modelo alimentar das sociedades ocidentais modernas, com base sobretudo no consumo de carne e produtos industrializados, tem se espalhado pelo mundo sendo difundido assim também nos países orientais e parte dos subdesenvolvidos. Esse tipo de alimentação pouco saudável tem contribuído para ampliar na população estadunidense e também de outros países o número de pessoas obesas ou com sobrepeso.

• O equilíbrio alimentar ajuda a fortalecer nosso sistema imunológico, evitando possíveis doenças e infecções. Uma alimentação saudável deve incluir uma grande variedade de alimentos, como frutas, legumes, verduras, tubérculos, pães, cereais, leite e carnes. Ressalte a relevância dos alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras e legumes, que fornecem, entre outros nutrientes, diversas vitaminas e minerais essenciais à nossa saúde. Comente ainda que alguns alimentos devem ser consumidos com moderação, principalmente aqueles que contêm teores elevados de açúcar, gordura ou sódio em sua composição. O consumo exagerado desses alimentos pode levar à obesidade ou ao desenvolvimento de doenças como diabetes e hipertensão.

1

PISUTON’c/ Shutterstock.com

De qualquer modo, as consequências desse modelo alimentar vão bem além dos efeitos na saúde pessoal das sociedades que o adotam. Seus impactos são mundiais, fazendo-se sentir, por exemplo, na economia dos países produtores e exportadores de alimentos. Uma parcela cada vez maior das plantações em países subdesenvolvidos, especialmente as de soja, é produzida para fins distintos da alimentação humana.

Grãos de soja.

2

Seu destino é, na maioria das vezes, a alimentação do gado, que, por sua vez, servirá de alimento aos seres humanos.

3

O consumo de carne bovina no mundo está concentrado nos países desenvolvidos, ainda que seja crescente em cidades dos países subdesenvolvidos.

Consumo (em kg) 40

39

Renan Fonseca

Maurice Lesca/Shutterstock.com

Mundo: consumo per capita de carne bovina – 2013

30 29

20 10

9 4

Gado bovino na Suíça, 2017. Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/ en/#data/FBS>. Acesso em: 8 set. 2014.

0

• Comente com os alunos que, ainda que sejam eventuais, os países desenvolvidos também apresentam casos de subnutrição.

15

Mundo

Ásia

6 África Europa América Oceania

Regiões

257

11/23/18 2:37 PM

• Comente com os alunos que nos Estados Unidos cerca de 33% dos adultos apresentam excesso de peso, índice que se mostra preocupante também entre as crianças, das quais aproximadamente 18% na faixa de idade entre 2-19 anos estão obesas.

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Meio ambiente e agricultura

Orientações gerais

• Auxilie

os alunos na interpretação do planisfério desta página, apontando para a localização das áreas de solo muito degradado no mundo.

A alimentação humana constitui um dos principais vínculos entre as pessoas e o meio ambiente. A maneira como os alimentos são produzidos e até mesmo as relações comerciais estabelecidas entre produtores e consumidores influenciam na relação entre a sociedade e a natureza. Atualmente, a produção mundial de alimentos é mais do que suficiente para alimentar a população do mundo. No entanto, para o futuro próximo, a situação será desanimadora quanto à questão que envolve o acesso aos alimentos.

• Verifique se os alunos percebem que o território brasileiro possui grandes áreas de solo muito degradado, e questione-os sobre as prováveis causas dessa degradação.

Observe, a seguir, o mapa que apresenta a condição dos solos no mundo. Mundo: degradação dos solos - 2007

• Comente sobre o uso

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

intenso do solo das regiões próximas ao litoral desde o período colonial, e sobre o uso inadequado do solo da Floresta Amazônica e do Cerrado para a agricultura.

Círculo Polar Ártico

RÚSSIA

Trópico de Câncer

FRANÇA

UCRÂNIA CHINA

OCEANO ATLÂNTICO

MÉXICO

SUDÃO

OCEANO PACÍFICO

ÍNDIA

OCEANO PACÍFICO

PERU

BRASIL

Trópico de Capricórnio

Solo muito degradado Solo degradado Solo estável Sem vegetação

Círculo Polar Antártico

Meridiano de Greenwich

Equador

OCEANO ÍNDICO ÁFRICA DO SUL

IN DO NÉSIA

E. Cavalcante

ESTADOS UNIDOS

AUSTRÁLIA

N L

O

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

S 0

2 340

4 680 km

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

Fonte: Unep (United Nations Environment Programme). Disponível em: <www.grida.no/graphicslib/detail/degraded-soils_c4c4#>. Acesso em: 10 nov. 2018.

Conforme podemos observar no mapa, grande parte dos solos do mundo encontra-se degradada. No Brasil, por exemplo, esses solos são os predominantes. A degradação dos solos caracteriza-se pela perda de parte de sua capacidade produtiva em razão da exploração inadequada, principalmente para a agropecuária. A retirada da vegetação do solo para utilização da atividade agropecuária pode causar alguns danos, como a erosão, que é a perda de solo e de seus nutrientes, reduzindo sua fertilidade. Na fotografia, é possível visualizar uma área de solo degradado pela erosão em São Vicente do Sul (RS), 2018.

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Capítulo 8 Dirceu Portugal/Fotoarena

O uso intensivo de maquinários agrícolas, associado ao pastoreio excessivo, tem acarretado problemas significativos para o solo, entre eles a erosão e a compactação. Além disso, a aplicação exagerada de agrotóxicos nas plantações tem contribuído para contaminar não apenas os solos, mas também as águas dos rios e das reservas subterrâneas. Outro problema é o uso de solos com baixo potencial para o desenvolvimento da agricultura. Isso ocorre, por exemplo, na região Norte do Brasil, onde extensas áreas de vegetação nativa da Floresta Amazônica são devastadas todos os anos dando lugar às lavouras monocultoras. Aplicação mecanizada de agrotóxico em lavoura do município de Campo Mourão (PR), 2018.

Solos da Amazônia De modo geral, os solos da Floresta Amazônica apresentam baixa quantidade de nutrientes. Apenas a camada mais superficial do solo, que acumula e recicla a matéria orgânica gerada pela própria floresta (folhas e galhos caídos etc.), possui nutrientes necessários para o desenvolvimento da vegetação.

Veja a imagem a seguir. Área desmatada da Floresta Amazônica para utilização agrícola, no município de Rio Branco (AC), 2016.

Ricardo Azoury/ Pulsar Imagens

Ao se retirar a vegetação da floresta, é retirada também a fonte de matéria orgânica que nutria o solo. Com o passar do tempo, as áreas agrícolas perdem seus nutrientes e são gradativamente abandonadas, tornando os solos expostos aos processos erosivos.

Orientações gerais

• Comente com os alunos que a pecuária avança por áreas protegidas e é responsável por 65% do desflorestamento. No estado do Amazonas, moradores de unidades de uso sustentável tentam conter a destruição da mata. Leia o texto a seguir sobre o assunto. [...] Em toda a Amazônia Legal, a sistemática do desmatamento segue um roteiro conhecido pelos fiscais: o invasor derruba a floresta em terra pública, vende madeira para se capitalizar, planta capim e coloca o gado. Mais tarde, as terras de interesse da agricultura dão lugar ao cultivo de soja, arroz e milho. [...] O rebanho bovino na Amazônia Legal saltou de 37 milhões de cabeças em 1995, o que era equivalente a 23% do total nacional, para 85 milhões em 2016 – cerca de 40%. “A pecuária para a criação de gado é a atividade que mais contribui para o desmatamento na Amazônia, ocupando 65% da área desmatada”, afirma o estudo recente do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). [...] PONTES, Nádia. Pecuária é responsável por 65% do desmatamento da Amazônia. UOL, 5 set. 2017. Disponível em: <https://noticias.uol.com. br/meio-ambiente/ultimasnoticias/redacao/2017/09/05/ pecuaria-e-responsavel-por-65do-desmatamento-da-amazonia. htm?cmpid=copiaecola>. Acesso em: 8 nov. 2018.

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Os organismos geneticamente modificados e o futuro da alimentação humana

Orientações gerais

• Este conteúdo permi-

te tratar os temas contemporâneos Saúde, Ciências e tecnologia e Educação ambiental. Para isso, promova um debate sobre a produção e o consumo de alimentos transgênicos. Divida a sala em dois grupos: um grupo deve defender as vantagens da produção e do consumo de alimentos transgênicos, e o outro, as desvantagens desses produtos. Para enriquecer o debate, apresente aos alunos os dados abaixo.

Os avanços tecnológicos empreendidos por meio da Engenharia Genética é um dos temas atualmente discutidos no que diz respeito à produção alimentar e à sustentabilidade ambiental no mundo. Os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) são produtos alimentícios manipulados em laboratório, por meio de elevada tecnologia, e alterados biologicamente pela inserção ou retirada de características originais. O cruzamento genético de plantas não é uma novidade técnica do mundo moderno. Há milhares de anos, os agricultores do mundo inteiro vêm desenvolvendo novas variedades de frutas, legumes, verduras, e mesmo alguns animais, por meio do cruzamento de espécies e da seleção dos melhores exemplares para continuar sendo cultivados. É assim que alimentos como a maçã, o morango, o milho ou a batata, de tamanho reduzido e pouco saboroso, em estado selvagem, converteram-se nos vistosos e suculentos itens que encontramos hoje nas prateleiras dos supermercados. Entre os OGMs temos os alimentos conhecidos como transgênicos, que se diferenciam dos cruzamentos de espécies e da seleção de exemplares em razão da tecnologia aplicada. Os alimentos transgênicos são produzidos por meio da manipulação experimental de genes em laboratório.

Safras de Alimentos Geneticamente Modificados Vantagens previstas: precisam de menos fertilizantes, pesticidas e água; mais resistentes a insetos, doenças, geadas e secas; crescimento mais rápido; podem crescer em solos ligeiramente salgados; mais saborosos; toleram quantidades maiores de herbicidas; maior produtividade e durabilidade.

No entanto, a manipulação genética dos alimentos em laboratório, apesar de trazer esperança na resolução dos problemas alimentares do mundo globalizado, gera muita apreensão, especialmente com relação aos seus possíveis efeitos na saúde humana a longo prazo.

Alimento com gene do crescimento acelerado.

LookatSciences/ Phototake/Glow Images

Alimento com gene do crescimento acelerado.

• Solicite que os alunos

Alimento não manipulado geneticamente.

bluemagenta/Alamy/Fotoarena

Alimento não manipulado geneticamente.

Desvantagens previstas: efeitos genéticos e ecológicos irreversíveis e imprevisíveis; toxinas nocivas em alimentos em decorrência de possíveis mutações nas células vegetais; novos alergênicos em alimentos; maior quantidade de insetos resistentes a pesticidas e mais ocorrência de doenças em plantas; possibilidade de surgir ervas daninhas resistentes a herbicidas; prejudicam insetos benéficos; menor diversidade genética.

realizem a observação e a comparação entre as imagens dos produtos mostrados na página. Peça que, além do tamanho, verifiquem as diferenças entre o aspecto (casa, cor, formato) dos produtos.

Nas imagens, podemos observar dois exemplares de melão e dois exemplares de milho. Nos alimentos maiores e de aspecto mais uniforme, há um gene de crescimento acelerado. Esses exemplos ilustram as transformações que a Engenharia Genética pode promover nos indivíduos e vegetais das mais diversas espécies.

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Capítulo 8

Produtos transgênicos: abrangência e rapidez Diferentemente do melhoramento genético tradicional, que é um processo lento desenvolvido por agricultores, a manipulação de genes em laboratórios de Engenharia Genética é capaz de obter resultados em períodos de tempo mais curtos. Com base em muitas pesquisas, frutas podem ser produzidas sem sementes, com a casca alterada, com gomos modificados e, principalmente, com tamanho e suculência exacerbados, multiplicando muitas vezes seu volume original. Além disso, sementes resistentes a pragas, pesticidas e condições ambientais antes consideradas adversas, como as regiões pouco chuvosas, têm gerado fartas colheitas.

Orientações gerais

• Comente com os alunos sobre a importância dos avanços tecnológicos para o desenvolvimento dos organismos geneticamente modificados. Relacione esse tema às questões ligadas à saúde e ao autocuidado, contemplando a competência geral 8 da BNCC.

Goran Jakus/Shutterstock.com

• Solicite aos alunos que realizem uma pesquisa sobre algum protesto ou alguma reivindicação por parte de ambientalistas e movimentos sociais a respeito do uso dos transgênicos e apresente o resultado da pesquisa aos colegas em sala de aula. Esta é uma forma de contribuir também com a atividade sugerida na página anterior deste manual.

Na fotografia registrada na cidade de Zagreb, Croácia, 2016, pessoas protestam contra produtos transgênicos exibindo cartaz com a sigla inglesa GMO, que em português significa Organismos Geneticamente Modificados.

Muitos pesquisadores, políticos, movimentos sociais e ONGs se opõem à difusão irrestrita de tais produtos e organismos na alimentação ou mesmo à sua inserção na natureza, onde poderiam causar sérios impactos ambientais em ecossistemas e cadeias alimentares. A forte oposição não possui somente motivos ambientais ou sociais, mas também motivos econômicos para os agricultores que adotaram essa estrutura, na qual se tornam dependentes das empresas detentoras dos OGMs. Há casos, ainda, em que as lavouras não transgênicas dos agricultores são invadidas por sementes transgênicas. Isso geralmente acontece acidentalmente, por causa da ação dos ventos e das chuvas, que podem trazer essas sementes de lavouras vizinhas. Por não ser perceptível a olho nu, muitas vezes o agricultor descobre essa mistura após a colheita, quando, ao serem comercializadas, as produções passam por uma análise que comprova sua origem. As sementes transgênicas não podem ser semeadas sem o conhecimento da multinacional que a produz. Como consequência, os agricultores podem sofrer penalizações por não apresentarem autorização para esse tipo de plantio. ONG: sigla para organização não governamental; entidade sem fins lucrativos que abarca grande variedade de grupos em defesa de várias causas, como a ambiental. Abrange grupos populares, organizações de atuação nacional ou instituições internacionais.

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O consumo e o lixo

Orientações gerais

• Complemente

o conteúdo relacionando ao tema contemporâneo Educação ambiental. Incentive a reflexão sobre as consequências ambientais do acúmulo do lixo gerado pelo consumo humano e também sobre os riscos que ele oferece à saúde das populações. Comente com os alunos sobre a importância da preservação ambiental e os riscos que o acúmulo de lixo gerado atualmente pode causar ao meio ambiente e à saúde das pessoas.

A grande produção de resíduos sólidos, o que chamamos lixo, está diretamente ligada à urbanização nas sociedades contemporâneas, ao aumento populacional e ao crescimento sem precedentes dos níveis de consumo. Praticamente tudo o que consumimos produz resíduos ou rejeitos. Assim, o lixo é um dos grandes problemas do mundo contemporâneo, pois os resíduos sólidos representam uma ameaça tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente. O lixo urbano é coletado dos domicílios e na limpeza pública das ruas. Costuma-se classificá-lo, de modo geral, em resíduo úmido (composto de materiais orgânicos, como os restos de comida) e resíduo seco (potencialmente reciclável, como as embalagens plásticas). Ao serem depositados nos lixões, os resíduos causam a poluição do solo. Quando a água das chuvas entra em contato com o chorume, a contaminação pode atingir os lençóis e aquíferos subterrâneos. A presença de montanhas de lixo a céu aberto favorece a reprodução de agentes que proliferam doenças, como moscas, ratos e baratas, além do mau cheiro e da paisagem degradada.

• O livro a seguir apresen-

Lano Lan/Shutterstock.com

ta os principais problemas ambientais ocasionados pela vida moderna e discute alternativas para o desenvolvimento técnico.

> SCARLATO, Francisco

Capuano; PONTIN, Joel Arnaldo. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. São Paulo: Atual, 1992.

Muitas pessoas procuram nos lixões restos de comida para a própria alimentação e materiais recicláveis que possam ser vendidos. Algumas encontram nesses locais sua única ou principal fonte de renda. Nesta fotografia, podemos observar um depósito de lixo a céu aberto com a presença de pessoas que vivem do reaproveitamento de materiais que encontram no local, em Kota Kinabalu, Malásia, 2016.

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Capítulo 8

A decomposição dos resíduos sólidos também gera gases nocivos, principalmente o metano (CH4) – que, além de tóxico, é altamente inflamável – e o dióxido de carbono (CO2) – que, com outros gases, contribui para o efeito estufa. Se o despejo de lixo em locais inapropriados gera problemas, a situação se torna ainda mais crítica quando a coleta é inexistente ou deficitária, pois os resíduos acumulados bloqueiam as redes de drenagem urbana, provocando enchentes e uma série de problemas de saúde pública. Em razão dos altos níveis de consumo, a proporção de lixo produzida pelos habitantes dos países desenvolvidos, que contam com renda mais alta, é maior do que a dos países pobres. Os Estados Unidos, grande produtor mundial de lixo, produziram em 2015 cerca de 262 milhões de toneladas de lixo. No entanto, em muitos países em desenvolvimento, esse problema vem aumentando em razão da concentração urbana e da crescente adoção de padrões de vida e de consumo semelhantes aos dos países ricos. Uma cidade como São Paulo, por exemplo, com aproximadamente 12 milhões de habitantes, produz cerca de 18 mil toneladas diárias de resíduos sólidos, das quais 12 mil toneladas são lixo domiciliar, o que chega a um total de 6,5 milhões de toneladas ao ano.

O que muitas pessoas pensam não servir mais, e descartam no lixo, alguns artistas veem como matéria-prima para suas obras de arte. No mundo todo existem artistas que encontram materiais para seu trabalho em lixões e aterros sanitários e os transformam em quadros e esculturas muito interessantes.

© Vik Muniz/AUTVIS, Brasil, 2018

A arte do lixo

No Brasil, destaca-se nesse tipo de trabalho o artista plástico Vicente José de Oliveira Muniz, conhecido como Vik Muniz. Com materiais recolhidos no aterro sanitário do Jardim Gramacho, na cidade de Duque de Caxias, ele criou um dos trabalhos mais reconhecidos nessa modalidade.

“O american way of life está atrelado a um padrão de beleza e gênero” Depois da Segunda Guerra, uma nova liderança mundial se ergueu sobre os escombros de uma Europa completamente destruída. E não tardou para que os Estados Unidos se tornassem, além de potência bélica, um modelo de sociedade a ser seguida, o padrão do sucesso. [...] E esse conceito vai estar atrelado ao consumo, a um padrão de família, de beleza, de gênero, de normas, de leis e do que você precisa ter e ser para ser bem sucedido. E a gente sabe que esse padrão ideal não existe. [...] CUNHA, Paulo R. F. “O american way of life está atrelado a um padrão de beleza e gênero”. Galileu, 17 jan. 2018. Disponível em: <https://revistagalileu.globo. com/Sociedade/noticia/2018/01/ hollywood-paulo-cunha.html>. Acesso em: 8 nov. 2018.

• Comente com os alunos sobre o american way of life e os ditames do padrão consumista, como fast foods, comidas processadas, congeladas e industrializadas. • Estimule os alunos a perceber a quantidade de água que é gasta para produzir esse tipo de alimento e, na hora do descarte, a quantidade de resíduos gerados.

Ao lado, uma das obras de Vik Muniz intitulada Atlas (Carlão), construída com objetos descartados, 2008. Esta obra, originalmente, foi elaborada com vários metros de comprimento, no chão de um galpão e, depois, foi fotografada.

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Orientações gerais

Orientações gerais

• Leve os alunos a perceberem que o caminho, infelizmente, é para que a produção de lixo aumente, já que o padrão econômico estabelecido é o estadunidense. Logo, os países emergentes buscam se industrializar e manter o padrão de consumo para aquecer o mercado econômico.

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• Para conhecer a biografia e outras obras do artista Vik Muniz, acesse o site a seguir.

> Vik Muniz. Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em:

<http://livro.pro/okcec6>. Acesso em: 10 nov. 2018.

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Orientações gerais

• Auxilie

os alunos na execução da atividade proposta nesta página. Reserve a sala de informática da escola para que eles possam utilizar os computadores com acesso à internet, necessários para a realização da pesquisa.

Investigando na prática

8Rs

Todos os dias são produzidos aproximadamente 4 milhões de toneladas de lixo no mundo todo. Entre os materiais que são descartados nas lixeiras, temos uma grande quantidade de objetos e embalagens de produtos, fruto do consumo da população. Os procedimentos mais apontados para resolver ou minimizar os problemas gerados pelo lixo são conhecidos como 8Rs: Refletir, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Respeitar, Reparar, Responsabilizar-se e Repassar.

• Sugerimos que os alunos sejam organizados em 8 grupos. Cada grupo ficará responsável por um dos 8Rs. Oriente-os na escolha dos temas. Se preferir, realize um sorteio para definir qual tema cada grupo pesquisará.

Os 8Rs foram criados pelo Instituto Akatu, que, entre outros objetivos, visa promover a conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente. Para ajudar a fazer do mundo um lugar melhor para viver, vamos realizar uma atividade em que você vai contribuir com a divulgação do conceito de consumidor consciente. O que você vai precisar

• Caso julgue conveniente, oriente os alunos a buscarem manchetes em sites de jornais, revistas e agências de notícias como os propostos a seguir.

• Computador com acesso à internet;

> Revista Ciência Hoje.

• revistas; • jornais; • cartolinas brancas;

• cola; • fita adesiva; • caneta hidrocor;

• lápis; • lápis de cor; • borracha.

Como fazer

Disponível em: <http:// livro.pro/c7zzef>. Acesso em: 10 nov. 2018.

A Organizados em grupos, escolham um dos 8Rs: Refletir, Reduzir, Reutilizar, Reci-

clar, Respeitar, Reparar, Responsabilizar-se e Repassar. Depois, pesquisem:

• Para complementar a

• seu significado, ou seja, o que ele representa para o consumo consciente; • exemplos em manchetes de jornal ou revista de como pode ser colocado em

abordagem proposta nessa seção e para subsidiar o trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental, sugerimos que, caso seja possível, acesse a publicação.

prática;

• imagens dos exemplos do “R” sendo colocado em prática; • de que maneira essas medidas podem contribuir para o meio ambiente.

> Ter mais ou... viver

Flaper

melhor? Akatu. Disponível em: <http://livro.pro/ vioex3>. Acesso em: 10 nov. 2018.

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Capítulo 8

B Em seguida, organizem as informações obtidas e produzam um cartaz. Escrevam

o nome do “R” como título do cartaz, depois seu significado. Em seguida, transcrevam as manchetes com suas respectivas fontes de pesquisa. Colem as imagens que correspondem ao exemplo de cada manchete próximo a ela. Finalize o cartaz com comentários sobre a contribuição da prática de cada exemplo para o meio ambiente. C Com os cartazes prontos, cada grupo deve apresentá-lo aos demais colegas de

turma. As apresentações devem seguir a ordem sequencial dos “8Rs”, mencionados na página anterior.

BNCC

• A atividade proposta

nestas páginas tem como objetivo fazer com que o aluno busque soluções para os problemas encontrados no mundo contemporâneo. Esta atividade faz com que ele exercite a responsabilidade socioambiental e o protagonismo voltados para o bem comum, abarcando assim as competências específicas para Ciências Humanas 2, 3 e 6. Orientações gerais

Flaper

• Se considerar interessante, encaminhe este trabalho para a finalização com a elaboração de um vídeo, como um documentário ou como um vídeoclipe.

D Verifiquem, com o professor e a direção escolar, locais apropriados para a fixação

dos cartazes pela escola. Procurem locais com grande circulação de alunos, para que os cartazes possam ser vistos pelo maior número de pessoas possível. Dessa maneira, vocês estarão cumprindo o oitavo R, repassando essas dicas! Converse sobre suas observações Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

• Qual dos 8Rs seu grupo ficou responsável em pesquisar? • Entre as apresentações de cada grupo, qual chamou mais sua atenção? Justifique sua resposta. • Você pratica algumas das atitudes de consumo consciente apresentadas pelos grupos? Quais? • Em sua opinião, é importante seguirmos as atitudes dos “8Rs”? Por quê?

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Respostas

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• Resposta pessoal. Auxilie os alunos na dis-

• Resposta pessoal. Verifique se as informa-

• Resposta pessoal. Estimule os alunos a argumentarem os motivos que os levaram a escolher o grupo que mais chamou sua atenção.

• Resposta pessoal. Resposta esperada: os

tribuição dos temas.

ções apresentadas pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta.

que visam, por meio do consumo consciente, preservar e conservar o meio ambiente, contribuindo para que gerações futuras possam desfrutar de seus recursos.

8Rs estimulam uma sequência de atitudes

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A biosfera é composta de uma imensa diversidade de espécies, mas é bastante suscetível à ação humana. Nesse início de século, muito se tem falado sobre a manutenção da biodiversidade do nosso planeta. Isso porque mais da metade das florestas já foram devastadas, e essa atividade pode ser considerada um dos principais problemas ambientais da atualidade.

• Esta

seção também permite abordar o tema contemporâneo Educação ambiental e a competência específica de Ciências Humanas 6.

Estudos indicam que o desaparecimento de espécies está acontecendo mais rapidamente do que a descoberta de novas. Até o final deste século, muitas espécies existentes atualmente poderão desaparecer. Grande parte dessa biodiversidade está concentrada em áreas específicas do planeta, muitas vezes consideradas endêmicas. Essas áreas são denominadas hotspots, ou seja, ambientes naturais que abrigam grande quantidade de espécies ameaçadas, não encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Ao todo, são 25 áreas que precisam ser conservadas. Estima-se que, atualmente, mesmo ocupando apenas 1,4% da superfície terrestre, esses hotspots concentrem aproximadamente 44% das espécies de plantas e animais no mundo.

Orientações gerais

• Auxilie

os alunos na interpretação do mapa, apontando para a localização intertropical da maior parte dos hotspots da biodiversidade apresentados.

Veja no mapa a seguir a distribuição dos hotspots no mundo. Endêmica: espécie encontrada em apenas um ambiente ou hábitat. O mico-leão-dourado, por exemplo, é endêmico da Mata Atlântica, não sendo encontrado na natureza em nenhum outro lugar do mundo.

• Comente que o termo

em inglês hotspot significa “local quente”. Muito utilizado em estudos geológicos para determinar pontos mais aquecidos no interior da Terra, o termo foi adotado por estudiosos do meio ambiente para se referir aos locais que apresentam grande biodiversidade.

Os hotspots da biodiversidade

Mundo: os hotspots da biodiversidade OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

Bacia Mediterrânea

Província florística da Califórnia

3

Equador OCEANO PACÍFICO

Cerrado Brasileiro Andes tropicais Chile Central

Japão OCEANO PACÍFICO

Afromontane Oriental

2

1

Trópico de Capricórnio

Montanhas do centro-sul da China

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

Polinésia e Micronésia

Cáucaso

Círculo Polar Antártico

Indo-Birmânia

6 Karoo das plantas suculentas

8

Filipinas

4

Florestas da Guiné-África Ocidental

Mata Atlântica

5

7 Nova Caledônia

OCEANO ÍNDICO

Madagascar e ilhas do oceano Índico

E. Cavalcante

que o mapa apresentado nestas páginas é temático e que, nesse caso, usa a variável cor para localizar o tema ao qual se refere. Aproveite e trabalhe com as habilidades EF09GE14 e EF09GE15.

Momento da Cartografia

Meridiano de Greenwich

BNCC

• Relembre os alunos de

Sudoeste da Austrália

Província florística do Cabo

Nova Zelândia

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

N L

O S

Hotspots

1 - América Central 2 - Caribe 3 - Chocó-Darién Equador Ocidental 4 - Montanhas e florestas costeiras da Tanzânia e do Quênia.

0

2 340

4 680 km

5 - Ghats Ocidentais e Sri Lanka 6 - Região das ilhas Sunda (Malásia e Indonésia) 7 - Wallacea (Indonésia) 8 - Polinésia e Micronésia

Fonte: GIRARDI, Giseli; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 168.

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Capítulo 8

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) Em qual zona climática da Terra está localizada a maior parte dos hotspots? b ) Quais hotspots são encontrados no território brasileiro?

Orientações gerais

• Leia este texto complementar para os alunos, a fim de elucidar a importância da Mata Atlântica para o Brasil.

Kritsn/Shutterstock.com

Mata Atlântica

Marcos Amend/Pulsar Imagens

Paisagem do Parque Nacional de Yosemite, no estado da Califórnia, Estados Unidos, 2018.

Dominic Dahncke/Shutterstock.com

Paisagem de Cerrado no Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas (MG), 2018.

[...] Originalmente, o bioma ocupava mais de 1,3 milhões de km² em 17 estados do território brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país. Porém, devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje resta cerca de 29% de sua cobertura original. Mesmo assim, estima-se que existam na Mata Atlântica cerca de 20 mil espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil, aproximadamente), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. [...] Mata Atlântica. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <www.mma.gov.br/biomas/mataatlântica_emdesenvolvimento>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Barreira de corais na Indonésia, 2016.

Oli Anderson/Shutterstock.com

Paisagem de uma região das ilhas Canárias, território da Espanha, 2018.

• Complemente que a Mata Atlântica possui um ecossitema complexo, muito importante para a biodiversidade brasileira (fauna e flora), assim como na manutenção de mananciais e regulação do clima.

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Respostas

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a ) Resposta esperada: na zona intertropical. Relembre os alunos de quais são as zonas climáticas da Terra: zonas tropicais, zonas temperadas e zonas polares. b) Resposta esperada: a Mata Atlântica e o Cerrado.

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Orientações gerais

• Para a realização da atividade 9, comente com os alunos que a área da Amazônia Legal ultrapassa os limites do Brasil, estendendo-se por outros países situados na América do Sul, como Bolívia, Equador, Venezuela e Guiana. No entanto, é no território brasileiro que está a maior parte da floresta.

Atividades

1. Possível resposta: o consumismo é a prática de adquirir produtos, bens e serviços de forma compulsiva, desnecessária e extravagante. Já o consumo consciente é a prática de se consumir menos e melhor e refletir sobre a real necessidade da compra, além de planejar o momento certo de fazê-la.

2. Possível Exercícios de compreensão resposta: o desmatamento 4. No caderno, explique o que são os orde florestas para 1. No caderno, identifique quais são as a criação de ganismos geneticamente modificados. principais diferenças entre a prática extensas áreas do consumismo e do consumo consurbanas e 5. Quais são os principais problemas agropecuárias; o ciente. uso do consumo excessivo relacionados indiscriminado de combustíveis 2. Cite três problemas ambientais proao lixo? energéticos vocados pela intervenção humana na fósseis e de 6. Compare a situação dos países deagrotóxicos; a natureza a fim de intensificar a propoluição dos senvolvidos com a dos subdesenvoldução e que afetam o hábitat dos recursos hídricos vidos em relação à produção de lixo. pelo despejo de animais. resíduos industriais, 7. O que são hotspots da biodiversidade? 3. Quais os indicativos que demonsdomésticos e pelo tram o panorama alimentar e o grau 8. Por que é tão importante, atualmente, derramamento de desenvolvimento econômico e sode óleo de o reconhecimento e a preservação das navios cial de uma população? áreas conhecidas como hotspots? petroleiros e 3. Resposta esperada: os indicativos envolvem não somente a quantidade plataforma de de alimentos produzida, mas também sua qualidade, as tecnologias e os petróleo; a envolvidos, os impactos ambientais, econômicos e exploração Geografia no contexto procedimentos culturais, além de, principalmente, sua distribuição pelas diferentes excessiva dos regiões onde são produzidos e consumidos. recursos naturais, levando 9. Leia as manchetes a seguir. Depois, respondas às questões no caderno. 4. São produtos alimentícios manipulados em laboratório, por meio de elevada tecnologia, e alterados muitas espécies biologicamente pela inserção ou retirada de características que interferem em seu aspecto original. à extinção. 5. Resposta esperada: praticamente tudo o que consumimos produz resíduos ou rejeitos que consideramos sem utilidade ou Amazônia, 31 jan. 2014. Disponível em: <http://amazonia.org.br/2014/01/riquezas-amazonicas-escondemdescartáveis. Assim, o lixo é um pobreza-dos-solos-da-regiao/>. Acesso em: 16 nov. 2018. dos grandes problemas do mundo 7. Resposta esperada: os hotspots da biodiversidade são ambientes naturais contemporâneo, pois os resíduos que abrigam uma grande quantidade de espécies ameaçadas que não são sólidos representam uma ameaça, encontradas em nenhum outro lugar do planeta. tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente. 6. Resposta esperada: nos países desenvolvidos, em razão dos altos níveis de consumo, a proporção de lixo O Eco, 22 nov. 2017. Alto impacto ambiental, baixo retorno financeiro: o problema da agricultura na produzida pelos habitantes é maior Amazônia. Disponível em: <https://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/alto-impactodo que a dos países pobres. No ambiental-baixo-retorno-financeiro-o-problema-da-agricultura-na-amazonia/>. Acesso em: 16 nov. 2018. entanto, em muitos países em desenvolvimento, esse problema 8. Resposta esperada: porque elas concentram grande parte da biodiversidade e, muitas vezes, vem aumentado em razão da são consideradas endêmicas. concentração urbana e da crescente adoção a ) Por que a Floresta Amazônica não apresenta condições favoráveis para o de padrões de vida e consumo desenvolvimento da agricultura? semelhantes aos dos países ricos. b ) Quais problemas ambientais a prática da agricultura pode causar? O desmatamento e a exposição dos solos aos processos erosivos. 9. a) Os solos da Floresta Amazônica apresentam baixa quantidade de nutrientes. Apenas a camada mais superficial do solo, que acumula e recicla a matéria orgânica gerada pela própria floresta (folhas e galhos caídos etc.), possui nutrientes necessários para o 268 desenvolvimento da vegetação. Ao se retirar a vegetação da floresta é retirada também a fonte de matéria orgânica que nutria o solo.

Riquezas amazônicas escondem pobreza dos solos da região

Alto impacto ambiental, baixo retorno financeiro: o problema da agricultura na Amazônia

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Capítulo 8

10. Leia o texto e observe a imagem a seguir. A propaganda é a principal arma de estímulo ao consumo. A mídia é capaz de fazer uma pessoa desejar ardentemente um produto sem o qual ela vivia muito bem até aquele momento. À propaganda segue-se a angústia para comprar o produto, pois ela diz que o que você tem não serve mais. Então, a pessoa trabalha mais, sacrifica o orçamento, a saúde, o tempo de convívio com a família e os amigos, mas compra o novo! Afinal, tem de mostrar para os outros que pode ter aquilo.

Orientações gerais

• Para complementar a atividade 10, solicite aos alunos que organizem uma exposição com o objetivo de sensibilizar a comunidade escolar para o consumo consciente e a diminuição do consumismo.

A maioria dos anúncios é criada para que sintamos inveja uns dos outros ou para nos tornar infelizes com o que temos. Neles sempre aparecem pessoas belíssimas, em geral muito magras (mulheres) ou atléticas (homens), com físicos que não representam as pessoas comuns. Mostram produtos que parecem ser fabricados a partir do nada! Não há referência à matéria-prima, aos gastos com água e energia e aos impactos causados ao ambiente, nem orientações de uso, cuidados no descarte final e outras responsabilidades. Apenas vendem-se. Não há preocupação com as consequências da produção, do uso e do descarte final. O produto é sempre isento dessas implicações. DIAS, Genebaldo Freire. Dinâmicas e instrumentação para educação ambiental. São Paulo: Gaia, 2010. p. 151-152.

Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock.com

[...]

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

Na fotografia, observamos o incentivo ao consumo de produtos por meio de anúncios publicitários em uma avenida na cidade de Nova York, Estados Unidos, 2018.

a ) Escreva um texto no caderno relacionando a imagem e o texto acima à prátipessoal. Verifique se os alunos, ao construírem o texto, ca da propaganda que incentiva o consumo. Resposta evidenciaram que a propaganda influencia significativamente as b ) Reúna revistas e jornais diferentes e, com mais um colega, examinem as propagandas presentes, selecionando algumas. Priorizem aspectos como a utilidade do produto, os impactos ambientais gerados por sua produção (gastos com água, energia elétrica e combustível, matéria-prima, poluição), sua utilização e o descarte final. Identifiquem a estratégia utilizada para induzir ao consumo. Apresente sua seleção aos demais colegas e conheça o resultado da pesquisa deles. Resposta pessoal. Os alunos devem associar as etapas e os procedimentos que eles conhecem aos processos de produção, de consumo ou utilização e de descarte final.

pessoas a consumir.

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As questões ambientais não são atuais

Orientações gerais

• Comente com os alu-

nos que os problemas ambientais atuais são decorrentes da falta de cuidado com o ambiente no passado.

Desde que passou a ocupar extensas áreas do nosso planeta, o ser humano tem modificado a natureza e o próprio modo de vida. As modificações mais significativas na natureza decorrem da domesticação de animais e do desenvolvimento da agricultura, há cerca de 10 mil anos.

• Apresente

o texto abaixo para complementar o estudo, abordando o tema contemporâneo Educação ambiental.

A partir de meados do século XVIII, com o início da Revolução Industrial na Inglaterra, a humanidade passou a poluir o meio ambiente e a explorar seus recursos naturais intensamente. Nas fábricas, a energia a vapor produzida com a queima de carvão mineral substituía a força animal e os braços humanos, o que mudou a paisagem e o modo de vida nas cidades inglesas. Já no final do século XIX, o uso do petróleo como fonte de energia aumentou ainda mais a emissão de poluentes na atmosfera, tornando as condições de vida nas cidades industriais insalubres. Biblioteca Nacional Marciana, Veneza, Itália/Bridgeman Images/Easypix

O hábitat humano é uma delgada interface entre a Terra e o céu, onde grandes forças interagem para moldar a face do nosso planeta. As forças tectônicas dentro da litosfera, controladas pelo calor interno das profundezas, geram terremotos, erupções vulcânicas e soerguimento de montanhas. As forças meteorológicas dentro da atmosfera e da hidrosfera, controladas pelo calor do Sol, produzem tempestades, inundações, geleiras e outros agentes de erosão. [...] Na verdade, nossos números e atividades estão se multiplicando em taxas fenomenais. De 1930 a 2000, a população mundial cresceu 300%, de 2 para 6 bilhões. Estima-se que esse total exceda 8 bilhões dentro dos próximos 30 anos. Entretanto, a energia total utilizada aumentou em 1000% durante os últimos 70 anos e está, agora, subindo duas vezes mais rápido que a população. Os humanos têm modificado o meio ambiente pelo desmatamento, pela agricultura e por outros tipos de uso do solo ao longo de toda história registrada, mas os efeitos nos tempos antigos eram, comumente, restritos ao hábitat local ou regional. [...] A magnitude das atuais atividades humanas [...] pode ser ilustrada por alguns simples dados estatísticos:

Contando com rebanhos de animais, os pastores se deslocavam acompanhados por uma fonte segura de alimento. O cultivo de cereais enriqueceu ainda mais sua alimentação, possibilitando o desenvolvimento de uma população cada vez mais numerosa. Mas foi a formação e o crescimento das cidades que intensificaram a transformação da natureza pelo ser humano.

Com o passar do tempo, foi necessário produzir cada vez mais alimentos para atender à população em crescimento e uma quantidade maior de matérias-primas para abastecer as indústrias. Essa produção foi realizada com o uso intenso e, muitas vezes, indiscriminado de agrotóxicos. A ampliação da atividade industrial no mundo foi responsável pelo aumento da extração de minérios do solo, como o carvão e o ferro, além da derrubada de florestas para obtenção de carvão vegetal e criação de novas áreas agrícolas.

O quadro retrata o trabalho no campo durante o século XVI. Percebe-se a intensa utilização do solo, sem preocupações com a preservação da vegetação natural.

270

Os reservatórios construídos pelo homem retêm cerca de 30% dos sedimentos transportados pelos rios mundiais. Na maioria dos países desenvolvidos, os engenheiros civis removem maior volume de solo e rochas a cada ano do que todos os processos naturais de erosão combinados. [...]

Desde o começo da Revolução Industrial, no início do11/23/18 século XIX, o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis aumentaram a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera em mais de 30%. [...]

2:35 PM

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 585-586.

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Assista no material audiovisual a um curta-metragem que apresenta maneiras de economizar energia elétrica.

Capítulo 8

A consciência ecológica

A preocupação com relação aos problemas ambientais decorrentes da ação humana se intensificaram, principalmente, na segunda metade do século XX. A partir das décadas de 1960 e 1970, muitas pessoas em todo o mundo passaram a perceber que sua qualidade de vida e sua saúde podiam sofrer as consequências da poluição e da degradação do meio ambiente, o que deu início a um lento processo de conscientização ecológica.

Orientações gerais

• Comente com os alunos a importância da consciência ecológica para o bom convívio social.

• Comente que entre os movimentos ambientalistas podemos citar a atuação, em âmbito mundial, do Greenpeace e da Rede WWF (World Wildlife Fund: que significa Fundo Mundial para a Natureza).

Esse processo de conscientização, atualmente, está relacionado a uma concepção de que o ser humano é parte integrante e dependente da natureza, um sistema complexo cuja degradação pode comprometer a manutenção da vida. Na década de 1960, membros da sociedade civil passaram a organizar diversos movimentos em defesa da natureza. Esses movimentos, chamados ambientalistas ou ecológicos, trabalham pela preservação de ambientes ameaçados, como florestas, rios, mares e oceanos, e lutam em defesa de animais silvestres e de seu hábitat. Muitos desses movimentos atuam de forma independente de governos, preservando sua autonomia na forma de ONGs, embora possam contar com ajuda financeira de governos e instituições privadas.

> Greenpeace. Disponível em: <http://livro.pro/ kvbray>. Acesso em: 10 nov. 2018.

Marcos del Mazo/Alamy/Fotoarena

> WWF. Disponível em: <http://livro.pro/ wwb42s>. Acesso em: 10 nov. 2018.

• Além de organizações internacionais, em nosso país existem ONGs voltadas para problemas ambientais específicos do Brasil. Um exemplo é a Fundação SOS Mata Atlântica, criada em 1986 com o objetivo de lutar pela preservação dessa porção de floresta tropical no Brasil. Aponte para a importância da Mata Atlântica ressaltando que essa formação é considerada uma das mais ricas em biodiversidade do planeta, apesar de grande parte de sua área original já ter sido devastada.

Pessoas reivindicam o uso de energias limpas, em detrimento do uso de energias nucleares, em protesto na cidade de Madri, Espanha, 2017. As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

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Material digital

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• Um vídeo em curta metragem disponível nesta coleção

nos lembra de que utilizamos os mais diferentes aparelhos que dependem de energia elétrica. Também apresenta maneiras de como podemos economizar energia elétrica em nosso dia a dia.

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Orientações gerais

Os governos de diversos países, por meio da ONU, também passaram a se preocupar com os problemas decorrentes da poluição ambiental e com a utilização consciente dos recursos naturais, considerando a capacidade natural de reposição. Um marco nesse processo ocorreu em 1972, quando uma conferência da ONU realizada em Estocolmo, na Suécia, criou o Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (Pnuma), órgão que tem a responsabilidade de monitorar a situação ambiental mundial.

O desenvolvimento sustentável foi definido e descrito de várias formas. Não é uma noção fixa, mas um processo de mudança das relações entre os sistemas e os processos sociais, econômicos e naturais. A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, por exemplo, definiu o desenvolvimento sustentável em termos de presente e futuro desta maneira: “O desenvolvimento sustentável é o que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer as suas”. Outras definições estenderam a noção de equidade entre o presente e o futuro, a igualdade entre países e continentes, entre raças e classes, entre os sexos e as gerações. As definições usadas com mais frequência são as que se concentram na relação entre desenvolvimento social e a oportunidade econômica, por um lado, e as exigências do meio ambiente por outro, isto é, no melhoramento das condições de vida para todos, especialmente para os pobres e os carentes, dentro dos limites da capacidade de sustento dos ecossistemas. [...] Em síntese, a sustentabilidade requer um equilíbrio dinâmico entre muitos fatores, incluídas as exigências sociais, culturais e econômicas da humanidade e a necessidade imperiosa de proteger o meio ambiente do qual a humanidade faz parte. O que se procura alcançar, para todos, é a condição de “segurança da humanidade”.

1972: Conferência de Estocolmo

1992: Rio 92

Suécia

Também chamada de Eco-92 ou de“Cúpula da Terra”, contou com a participação de 182 países e representantes de ONGs. Alguns acordos oficiais foram firmados, como a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Declaração de Florestas. Também houve convenções sobre a diversidade biológica e as mudanças climáticas, além do estabelecimento da Agenda 21. Ela representou um importante avanço ao firmar princípios gerais para a gestão ambiental, dando importância à participação da sociedade civil para mudar os padrões de produção e consumo.

Nessa Conferência, que reuniu 113 países, foram discutidos os problemas da poluição atmosférica, da água e do solo, além das consequências que o aumento demográfico exerce sobre os recursos naturais. As nações desenvolvidas defenderam a criação de um programa internacional para a conservação dos recursos naturais do planeta a fim de impedir futuros desastres ambientais e problemas econômicos.

1970

Rio de Janeiro ‒ Brasil

1980

1990

1987: Protocolo de Montreal

1997: Protocolo de Kyoto

Canadá

Ocorreu durante a 6a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Reuniu representantes de 166 países, estabelecendo aos países mais ricos e industrializados a redução de suas emissões de gases de efeito estufa em 5,2%, entre 2008 e 2012, com base nos níveis de 1990. Países subdesenvolvidos industrializados como Índia, China e Brasil também deveriam se comprometer com o combate ao aquecimento global, porém sem o estabelecimento de metas de redução de poluentes.

Assinado por 24 países e pela Comunidade Europeia (atual União Europeia), essa conferência tratou do controle sobre os gases que afetam a camada de ozônio. O documento assinado pelos participantes, inclusive o Brasil, estabelecia amplas restrições ao uso dos clorofluorcarbonos (CFCs) e de outros produtos químicos danosos à camada de ozônio.

Japão Ilustrações: E. Cavalcante

• Ao abordar com os alunos os eventos em prol do meio ambiente, apresentados nas páginas 272 e 273, leia o texto a seguir sobre a definição de desenvolvimento sustentável.

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IBAMA. Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para ações compartilhadas. Brasília, 1999. p. 31.

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Capítulo 8

A partir dessa data, várias reuniões e conferências internacionais foram realizadas, resultando na assinatura de diversos protocolos e convenções em prol da questão ambiental e alguns deles tiveram resultados bem-sucedidos. Veja a seguir algumas informações sobre as principais reuniões internacionais envolvendo a temática ambiental.

2002: Rio+10 Johanesburgo ‒ África do Sul Contou com a participação de 191 países e milhares de representantes da sociedade civil. Na reunião da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (CMDS), foi feita uma avaliação dos resultados das ações e metas projetadas pela Agenda 21 durante a Rio 92, concluindo-se que, durante esses anos, poucos objetivos foram atingidos. Apesar disso, os países participantes se comprometeram em diminuir em 50%, nos próximos 10 anos, a porcentagem da população mundial que vive sem acesso à água potável e ao saneamento básico. Durante a Conferência, foi aprovada a Declaração de Johannesburgo, que, entre outras disposições, defende medidas práticas de proteção à biodiversidade.

2010

Neste site, você poderá acessar os documentos elaborados durante o encontro e saber mais informações sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Acesse o site pelo link: <http://livro.pro/njnnvt>. Acesso em: 8 nov. 2018.

2012: Rio+20

Dinamarca

Em 2012, representantes governamentais de diversos países se reuniram na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ficou conhecida como Rio+20, pois marcou os 20 anos da realização da Rio 92. O intuito dessa conferência foi avaliar as lacunas na implementação das decisões adotadas sobre o desenvolvimento sustentável e tratar de temas novos, como a erradicação da pobreza.

Em 2009, a Conferência sobre Mudanças Climáticas organizada pela ONU propôs a criação de um novo texto para substituir o produzido em Kyoto, cuja vigência terminou em 2012. Inicialmente, a proposta era limitar as emissões entre 25% e 40% até 2020. No entanto, a falta de consenso entre os países adiou a decisão para o próximo encontro.

• Existem diferentes tipos de dinâmicas interessantes para a abordagem das temáticas ambientais que podem ser feitas com os alunos. Podemos citar como exemplo o livro a seguir.

• DIAS, Genebaldo Freire. Dinâmicas e instrumentação para educação ambiental. São Paulo: Gaia, 2010.

• Neste livro, o autor apresenta estratégias de ensino e atividades que podem auxiliar e promover o trabalho com educação ambiental de maneira variada e significativa.

2020

2009: Conferência de Copenhague

• Solicite aos alunos que pesquisem notícias recentes sobre conferências ou reuniões internacionais que tenham tratado das questões ambientais mundiais, como a Rio 92 e Rio +20.

Rio de Janeiro ‒ Brasil Ilustrações: E. Cavalcante

2000

Rio+20

Orientações gerais

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Um meio ambiente sustentável: compromisso para todas as nações

Orientações gerais

• Comente com os alu-

nos que em 2015 a ONU definiu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países. Caso considere pertinente, trabalhe com os alunos o texto a seguir.

Com o despertar internacional para a degradação ambiental desde a década de 1970, não foram apenas os problemas ecológicos provocados pelo modelo moderno de desenvolvimento que ficaram evidentes, mas também os problemas sociais. Esse modelo, baseado, sobretudo, no crescimento econômico, na produção e no consumo em massa, passou a gerar também a degradação da qualidade de vida e da saúde nas sociedades que o adotaram, especialmente nos países subdesenvolvidos. Nesse contexto, tem-se configurado, nas últimas décadas, uma crise ambiental. De maneira mais ou menos simultânea, esse mesmo período passou a exigir de cada um de nós e dos governantes a prática de ações para um desenvolvimento sustentável.

> Conheça os novos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. ONUBR. Disponível em: <http://livro.pro/jbgz4m>. Acesso em: 10 nov. 2018.

A ideia de desenvolvimento sustentável está relacionada à integração entre natureza, sociedade e economia. Ou seja, atingir um equilíbrio entre os seguintes pressupostos:

• Social e cultural: promoção da distribuição de renda e igualdade social no traba-

• Discuta com os alunos

lho, com respeito às culturas locais, desenvolvendo valores culturais e sensibilidade ambiental para formar cidadãos plenos.

• Ecológica e geográfica: preservação das áreas naturais, avaliando a capacidade

de suporte dos recursos naturais de cada local para o funcionamento da economia, com uma configuração rural-urbana mais equilibrada, melhor distribuição dos assentamentos humanos, das atividades econômicas e a criação de áreas de preservação permanente.

maxstock2/Alamy/Fotoarena

se as ações deles estão voltadas para esses objetivos, o que eles fazem para atender ao desenvolvimento sustentável e onde eles podem melhorar em relação às suas atitudes no dia a dia. Este é um momento oportuno para trabalhar com a competência geral 10 e a competência específica de Geografia 7.

• Econômica e tecnológica: aumenEcológica e geográfica Social e cultural

Econômica e tecnológica

tar a produtividade da sociedade, porém sem agredir a capacidade de suporte do meio ambiente nem comprometer seus recursos futuros, utilizando tecnologias mais produtivas e menos agressivas que as atuais. Estas devem ser desenvolvidas e adaptadas respeitando-se cada contexto local ou regional, não sendo meramente importadas de países desenvolvidos para países subdesenvolvidos. Com base em pressupostos como esses, que exigem uma aplicação específica para cada realidade na qual são desenvolvidos, os partidários do desenvolvimento sustentável trabalham com o princípio de pensar globalmente e agir localmente. Isto é, pensar nos problemas globais do mundo contemporâneo, buscando resolvê-los na própria realidade local.

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Capítulo 8

Agenda 21 e as metas para o desenvolvimento sustentável A sustentabilidade constitui um novo padrão de desenvolvimento, necessário para atender às demandas humanas e à satisfação de nossas necessidades, com qualidade de vida e o mínimo de impactos ambientais.

> Agenda 21. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://livro. pro/mhfkrz>. Acesso em: 10 nov. 2018.

Símbolo da Rio92.

The Asahi Shimbun/Getty Images

O documento intitulado Agenda 21 é o resultado mais importante do encontro, estabelecendo diretrizes gerais para processos de gestão nos níveis federal, estadual e municipal. Seus objetivos supremos são a erradicação da pobreza e a mudança dos padrões insustentáveis de produção e consumo de recursos naturais.

• Comente com os alunos que a Agenda 21 pode ser acessada no site do Ministério do Meio Ambiente, o qual realiza um programa voltado para a implantação desta Agenda. Seu principal objetivo é estabelecer políticas públicas que envolvam a sociedade civil e o governo no estabelecimento de ações concretas, visando ao desenvolvimento sustentável local.

Rio-92/ONU

Ainda que muitas propostas possam ser sugeridas com base nesses princípios, podemos citar: reduzir o crescimento populacional, a pobreza e as desigualdades sociais; diminuir a dívida dos países pobres; ampliar a prática da agricultura sustentável; proteger florestas e hábitats; limitar a perda de espécies; aumentar a eficiência energética; desenvolver fontes renováveis de recursos naturais; reduzir a poluição e outras formas de agressão ao meio ambiente. A realização da Rio92 representou um importante marco para o Agenda 21 Global estabelecimento de um padrão consensual a respeito das metas que No site do Ministério do Meio deveriam ser alcançadas para atingir o efetivo desenvolvimento susAmbiente você poderá acessar na íntegra os 40 capítulos que tentável. No evento, foram lançadas algumas convenções internaciocompõem o documento da nais determinando certas prioridades e objetivos a serem buscados Agenda 21. Acesse o site pelo link: <http://livro.pro/73n946>. livremente pelos países em acordo. Essas convenções visavam à Acesso em: 8 nov. 2018. parceria em busca de uma cooperação internacional para o desenvolvimento comum, o manejo de florestas tropicais, a diversidade biológica e as mudanças climáticas.

Orientações gerais

Vista geral da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), realizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ), 1992.

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Orientações gerais

• O conteúdo desta seção

pode ser relacionado aos temas contemporâneos Ciência e tecnologia, Educação ambiental e Educação para o consumo.

Explorando o tema

Conhecido como e-lixo, o lixo eletrônico ou tecnológico se refere aos rejeitos provenientes de equipamentos eletroeletrônicos: eletrodomésticos, celulares, computadores, impressoras e periféricos, aparelhos de vídeo e som, ferramentas e brinquedos que são descartados pelos usuários.

• Comente com os alu-

nos sobre a importância de se tomar outras atitudes sustentáveis no dia a dia. Apresente o texto a seguir aos alunos e questione sobre as atitudes sustentáveis que têm no cotidiano.

Principalmente a partir da década de 1980, por falta de um destino adequado, esses materiais passaram a ser incinerados ou depositados em lixões. Como o tempo de vida médio de um computador varia de 4 a 5 anos, e o de um aparelho celular, entre 1 e 2 anos, o volume de e-lixo tende a aumentar drasticamente nos próximos anos. Em 2016, por exemplo, cerca de 45 milhões de toneladas de lixo eletrônico foram geradas no mundo. Entre os componentes do e-lixo estão metais pesados tóxicos, prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Veja.

ões: Barbara Sa rzi traç Ilus

[...] O poder da leitura O jornal é uma das coisas mais fáceis de reciclar. Ao reciclar uma pilha de papel de um metro de altura, você salva a vida de uma árvore. [...] Florescer na selva urbana O mobiliário e os equipamentos eletrônicos modernos liberam tantos produtos químicos que o ar do interior da casa ou do escritório pode ser mais nocivo que o das ruas. Algumas plantas absorvem muito bem esses poluentes. Por isso, limpe a atmosfera e embeleze sua casa ou seu escritório com lírios, samambaias [...]. Luz natural Ajude a sua casa a se harmonizar com a luz do sol. Pinte as paredes internas com cores claras e mantenha as janelas limpas para diminuir a necessidade de luz artificial. Círculo virtuoso Cultive um hábito saudável, econômico e ecológico: ensine seus filhos a andar de bicicleta. Pedalar 65 quilômetros evita a emissão de 7 quilos de poluentes e mantém o coração forte – os ciclistas têm a mesma saúde de pessoas sedentárias dez anos mais jovens. [...] Reflexões na boca do caixa Pergunte-se se o item que você está para comprar é realmente necessário. Ele vai lhe trazer alguma realização? Se a reposta for negativa, tente alimentar o espírito com algo mais nutritivo [...].

O lixo eletrônico: e-lixo

Os tubos de televisores e monitores, por exemplo, possuem grande quantidade de chumbo, que causa dores de cabeça, anemia e perda de memória.

As baterias contêm mercúrio, um metal pesado que afeta o sistema neurológico, causa cegueira, surdez e altera o metabolismo humano como um todo.

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Força numérica Junte forças com pessoas que pensam como você em questões sociais e ambientais. Assine – ou organize – abaixo-assinados para convencer as autoridades a tomar as providências necessárias. [...]

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YARROW, Joanna. 1001 maneiras de salvar o planeta: ideias práticas para tornar o mundo melhor. Tradução: Ibraíma Dafonte Tavares. São Paulo: Publifolha, 2007. p. 15, 20, 24, 25, 37, 284.

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Capítulo 8

Recentemente, algumas empresas, ONGs e outras instituições começaram a tomar medidas para dar um destino adequado ao e-lixo. No Brasil, existe o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir) da USP, cujo objetivo é reaproveitar 98% dos componentes de computadores, celulares e impressoras. Outra iniciativa importante ocorre em Londrina, no norte do Paraná, onde a ONG E-Letro trabalha para recuperar computadores que possam servir a órgãos públicos, escolas, creches ou entidades assistenciais. Assim, a ONG busca diminuir os danos causados pelo e-lixo no meio ambiente e ainda promover a inclusão digital. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) De acordo com o texto, o que é e-lixo? Como ele é gerado e como vem aumentando? b) Como o e-lixo pode prejudicar o ambiente e os seres humanos? c ) Conversem na sala de aula sobre o consumo e descarte de produtos eletrônicos ou tecnológicos. Vocês já descartaram algum produto que estava em boa condição de funcionamento apenas para adquirir um modelo mais moderno? d) Na opinião de vocês, como deveria ser o descarte adequado de produtos eletrônicos ou tecnológicos?

FreeProd33/ Shutterstock.com

O cádmio, que está presente em placas e circuitos eletrônicos, provoca disfunção renal e osteoporose.

Além disso, o e-lixo é composto de grandes quantidades de plástico e PVC, que geram muito volume e são de difícil decomposição.

Equipamentos eletrônicos usados, separados para descarte na França, 2017.

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c ) Resposta pessoal. No Brasil, existe o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de informática (Cedir) da USP, cujo objetivo é reaproveitar 98% dos componentes de computadores, celulares e impressoras. Outra iniciativa importante ocorre em Londrina, cidade do norte do Para-

Orientações gerais

• Comente com os alunos que alguns países desenvolvidos remetem, em forma de doação a países da África e da Ásia, grandes quantidades de produtos eletrônicos descartados, mas que ainda se encontram em condições de uso. No entanto, apesar de funcionarem, muitas vezes a tecnologia desses produtos já está desatualizada, tendo sido superada por outras mais avançadas. Desse modo, boa parte dessas doações, ao chegar a esses países, por não ter destinação útil, torna-se e-lixo. Respostas a ) O e-lixo é o lixo eletrônico gerado pela substituição acelerada de aparelhos eletrônicos, que rapidamente ficam defasados diante das inovações tecnológicas. Estima-se que anualmente ocorra um aumento de 40 mil toneladas de produtos eletrônicos descartados no planeta. b) O e-lixo apresenta peças e componentes feitos com metais pesados cuja toxicidade acarreta sérios riscos à saúde humana e ao meio ambiente. O chumbo, o mercúrio e o cádmio presentes nos componentes de computadores podem causar diversos danos à saúde humana. Esses materiais também contaminam o solo e a água e, por serem compostos de grandes quantidades de PVC, material de difícil decomposição, se acumulam, gerando grande volume.

ná, onde a ONG E-Lixo trabalha para recuperar computa11/23/18 2:34 PM dores que possam servir a órgãos públicos, escolas, creches ou entidades assistenciais. d) Resposta pessoal. Incentive a participação de todos.

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Atividades

Material digital

4. Resposta esperada: esses movimentos, chamados ambientalistas ou ecológicos, trabalham pela preservação de ambientes ameaçados, como florestas, rios, mares e oceanos, e lutam em defesa de animais silvestres e de seu hábitat. Muitos desses movimentos atuam de forma independente de governos, preservando sua autonomia na forma de organizações não governamentais (ONGs), embora possam contar com ajuda financeira de governos e instituições privadas. 5. Resposta esperada: os pressupostos são: o social e cultural, com o objetivo de promover a distribuição de renda e igualdade social no trabalho; a ecológica e geográfica, com a preservação das áreas naturais; e a econômica e tecnológica, com o aumento da produtividade da sociedade, utilizando tecnologias mais produtivas e menos agressivas e poluentes que as atuais. Estas devem ser desenvolvidas e adaptadas respeitando-se cada contexto local ou regional, não sendo meramente importadas de países desenvolvidos para países subdesenvolvidos.

7. Analise as imagens abaixo e responda às questões a seguir no caderno

A

B Alf Ribeiro/Shutterstock.com

Resposta

3. Resposta Exercícios de pessoal. Os alunos devem procurar 1. Em seu caderno, explique a relação entre a evolução da atividade industrial no problemas gerais que possam ser mundo e os problemas ambientais na atualidade. observados em seu dia a dia. São 2. No que consiste a conscientização ecológica? possíveis exemplos: poluição de rios 3. Utilizando o slogan ambientalista “pensar globalmente e agir localmente”, dê um ou do mar, no exemplo de problema global, isto é, que apareça repetidamente no mundo inteiro, caso dos litorais; desmatamento como poluição, erosão ou desmatamento, manifestando-se também no nível local, ou escassez de áreas verdes; ou seja, onde você mora. Descreva como esse problema poderia ser resolvido, ou poluição das amenizado, e como atitudes locais poderiam contribuir para essa solução. matas e das ruas Veja as respostas das questões 4, 5 e 6 nas orientações ao professor. com dejetos; acúmulo de lixo; 4. Quais os objetivos dos movimentos ambientalistas? De que maneira esses mopoluição vimentos atuam? atmosférica causada por indústrias e 5. A ideia de desenvolvimento sustentável está relacionada com o equilíbrio entre automóveis; alguns pressupostos. Quais são esses pressupostos e seus objetivos? poluição sonora em lugares movimentados etc. Incentive- 6. De acordo com que você estudou, explique no caderno o que é a Agenda 21. -os a propor hipóteses de solução para o Geografia no contexto problema.

Katia Kuwabara/Folhapress

• No material digital está disponível uma proposta de acompanhamento de aprendizagem do 4o bimestre. O modelo de avaliação aborda os conteúdos dos capítulos 7 e 8.

1. A evolução da atividade industrial no mundo, além de intensificar a emissão de poluentes na atmosfera, foi responsável pelo aumento da extração de minérios do solo, derrubadas de florestas para obtenção de carvão vegetal e por abrir novas áreas agrícolas para produção de alimentos e obtenção de matérias-primas para as fábricas. Resposta esperada: consiste em uma concepção de que o ser compreensão 2.humano é parte integrante e dependente da natureza, um sistema complexo cuja degradação pode comprometer a manutenção da vida.

Parque eólico no município de Galinhos (RN), 2017.

Trânsito intenso de veículos em avenida da cidade de São Paulo (SP), 2017.

a ) Qual delas exibe uma prática socioeconômica mais sustentável? Por quê? Resposta esperada: a fotografia A, que apresenta produção de energia eólica (limpa e renovável).

b ) Que princípios da sustentabilidade parecem estar sendo violados na outra imagem? Resposta esperada: a conservação ambiental, por causa da poluição gerada pelos veículos.

Pesquisando 8. Faça uma pesquisa em jornais e na internet a respeito da situação da Agenda 21 na cidade onde você mora. Verifique se ela está sendo implantada, quais os principais avanços alcançados, as maiores dificuldades encontradas, entre outros. Faça as anotações no caderno e, na sala de aula, compare suas anotações com as dos colegas.

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Resposta pessoal. Os alunos devem se informar com a prefeitura de sua cidade sobre as ações do poder público nessa direção, avaliando-as. Essas informações também podem estar disponíveis na internet, no site da prefeitura do município onde moram.

6. Resposta esperada: a Agenda 21 é o resultado mais importante da Eco 92. Ela representou um importante avanço ao firmar princípios gerais para a gestão ambiental, dando importância à participação da sociedade civil para mudar os padrões de produção e consumo. Seus objetivos supremos são a erradicação da pobreza e a mudança dos padrões insustentáveis de produção e consumo de recursos naturais.

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Capítulo 8

9. Leia o texto a seguir.

Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

[...]

Su n

om ny stu dio/Shutterstock.c

Embora seja um conceito amplamente utilizado, não existe uma única visão do que seja o desenvolvimento sustentável. Para alguns, alcançar o desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico contínuo através de um manejo mais racional dos recursos naturais e da utilização de tecnologias mais eficientes e menos poluentes. Para outros, o desenvolvimento sustentável é antes de tudo um projeto social e político destinado a erradicar a pobreza, elevar a qualidade de vida e satisfazer as necessidades básicas da humanidade que oferece os princípios e as orientações para o desenvolvimento harmônico da sociedade, considerando a apropriação e a transformação sustentável dos recursos ambientais. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2009. p. 24.

Mudas de plantas.

Resposta 9. Resposta pessoal. O aluno deve aplicar às realidades que analisar os princípios expostos no texto, como: diminuição da pobreza, das desigualdades e da dívida dos países pobres; prática da agricultura sustentável; proteção de florestas e hábitats, combate à perda de espécies; aumento da eficiência energética; desenvolvimento de fontes renováveis; combate aos poluentes atmosféricos, assim como atitudes cotidianas de redução, reutilização, reciclagem e economia de recursos naturais.

Discuta com seus colegas e professor sobre qual seria a melhor maneira de definir uma estratégia de desenvolvimento sustentável para o lugar onde vive. Essa estratégia pode ser expressa em ações, e em uma mesma estratégia você pode envolver mais de um lugar, como: a ) sua cidade;

b ) seu bairro;

c ) sua escola.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• A sociedade consumista contemporânea exerce impactos sobre o cotidiano das pessoas e também se reflete na produção em massa de bens supérfluos.

• É necessário refletir sobre a real necessidade de compra de um produto para que se possa consumir menos e melhor, ou seja, consumir de forma consciente.

• Os OGMs são produtos alimentícios geneticamente manipulados em laboratórios de alta tecnologia.

• A urbanização aliada ao alto nível de consumo das sociedades contemporâneas favorecem a grande geração de resíduos sólidos.

• Os hotspots são ambientes naturais que abrigam grande quantidade de espécies que podem estar ameaçadas de extinção.

• A sustentabilidade, conceito que necessita de um novo padrão de desenvolvimento, está pautada em seis matrizes de pressupostos: social, cultural, ecológica, geográfica, econômica e tecnológica.

• A Agenda 21 tem como objetivos principais a erradicação da pobreza e a mudança dos padrões insustentáveis de produção e de consumo de recursos naturais.

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Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas. Estimule-os a fazer uma autoavaliação e averiguar se compreenderam o conteúdo do capítulo.

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• Aproveite para verificar se todas as habilidades indicadas foram trabalhadas e se os objetivos do capítulo foram alcançados.

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Mapas

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

N L

O

E. Cavalcante

América: político

S

GROENLÂNDIA (DIN)

Círculo Polar Ártico

Alasca (ESTADOS UNIDOS) CANADÁ

Ottawa

ESTADOS UNIDOS

Washington

OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Câncer

MÉXICO Cidade do México

BAHAMAS CUBA Havana BELIZE REPÚBLICA Porto JAMAICA Príncipe DOMINICANA Belmopan

GUATEMALA EL SALVADOR

Guatemala

Santo Domingo

Kingston

HAITI

HONDURAS

Tegucigalpa San Salvador Manágua NICARÁGUA Caracas San José

COSTA RICA PANAMÁ

Cidade do Panamá

SURINAME

Georgetown Paramarimbo

Santa Fé de Bogotá

COLÔMBIA

Equador

GUIANA

VENEZUELA

Caiena

Guiana Francesa (FRANÇA)

Quito

EQUADOR PERU

OCEANO PACÍFICO

BRASIL

Lima

BOLÍVIA Brasília

La Paz

PARAGUAI

Trópico de Capricórnio

Assunção

CHILE URUGUAI

Santiago

Limite internacional Capital do país

Montevidéu

Buenos Aires

ARGENTINA

0

870 km

75° O

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 116.

280

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280

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:46 PM

Argel Rabat

E. Cavalcante

África: político Túnis

TUNÍSIA Trípoli

MARROCOS

Cairo

Saara Ocidental (MARROCOS)

ARGÉLIA

LÍBIA

EGITO

EGITO (parte asiática) Trópico de Câncer

ATLÂNTICO Trópico de Capricórnio

Meridiano de Greenwich

MAURITÂNIA MALI Nuakchott NÍGER SENEGAL Cartum ERITREIA Dacar BURKINA CHADE Asmara Banjul SUDÃO Niamei Bamaco FASSO Bissau Ndjamena DJIBUTI Djibuti Uagadugu GUINÉ NIGÉRIA GÂMBIA Conacri GANA BENIN Adis-Abeba Freetown GUINÉAbuja REP. CENTRO- SUDÃO Porto -BISSAU Monróvia Acra -AFRICANA ETIÓPIA Novo DO SUL SERRA CAMARÕES Lomé Bangui Juba SOMÁLIA Abidjan TOGO LEOA Iaundê UGANDA GUINÉ REP. COSTA LIBÉRIA Mogadíscio Equador EQUATORIAL DO DEMOCRÁTICA Campala QUÊNIA Libreville 0° MARFIM DO CONGO Nairóbi Kigali GABÃO Brazzaville RUANDA OCEANO Bujumbura Kinshasa CONGO ÍNDICO Dodoma SEICHELES BURUNDI Cabinda TANZÂNIA Limite internacional Luanda (ANGOLA) Vitória MALAUÍ COMORES Capital do país Moroni ANGOLA ZÂMBIA Lilongue Lusaka MADAGASCAR OCEANO Harare

N L

O

0

540 km

S

ZIMBÁBUE MOÇAMBIQUE Antananarivo Windhoek BOTSUANA Gaborone NAMÍBIA Maputo Mbabane Maseru ÁFRICA SUAZILÂNDIA DO SUL Cidade LESOTO do Cabo Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 128.

281

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281

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E. Cavalcante

Europa: político Cír OCEANO GLACIAL ÁRTICO cu lo P ola r Ár ISLÂNDIA tico Reykjavik

Limite internacional Capital do país

SUÉCIA

FINLÂNDIA

NORUEGA

Oslo

REINO UNIDO

IRLANDA Dublin

Helsinque

RÚSSIA (parte europeia)

Estocolmo

Tallinn ESTÔNIA Riga LETÔNIA

DINAMARCA

Moscou

LITUÂNIA Vilnius RÚSSIA Minsk Amsterdã Berlim Londres POLÔNIA BELARUS Bruxelas Varsóvia ALEMANHA Kiev 5 Praga UCRÂNIA REP. TCHECA ESLOVÁQUIA Paris Bratislava FRANÇA Berna Viena MOLDÁVIA 4 Budapeste ÁUSTRIA Chisinau SUÍÇA HUNGRIA 3 ROMÊNIA CROÁCIA Belgrado Bucareste Mar 7 9 1 2 SÉRVIA Negro Sófia ITÁLIA 8 BULGÁRIA Roma 6 TURQUIA ALBÂNIA (parte europeia)

50

HOLANDA Copenhague

°N

BÉLGICA

PORTUGAL

Madri ESPANHA

Mar Cáspio AZERBAIJÃO Tbilisi Baku GEÓRGIA ARMÊNIA

Yerevan

Merid

iano d

Lisboa

e Gre enwic h

OCEANO ATLÂNTICO

0

330 km

GRÉCIA Atenas

N L

O S

Mar Mediterrâneo

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: 2016. p. 43.

Nicósia CHIPRE

1 - ANDORRA - Andorra 2 - BÓSNIA-HERZEGOVINA - Sarajevo 3 - ESLOVÊNIA - Liubliana 4 - LIECHTENSTEIN - Vaduz 5 - LUXEMBURGO - Luxemburgo

6 - MACEDÔNIA - Skopie 7 - MÔNACO - Mônaco 8 - MONTENEGRO - Podgorica 9 - SAN MARINO - San Marino

282

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282

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:46 PM

Limite internacional Capital do país

C

írc ulo

Po lar

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

E. Cavalcante

Ártico

Ásia: político

EUROPA

RÚSSIA (parte asiática)

ÁFRICA

TAILÂNDIA Bangcoc

Colombo

SRI LANKA

OCEANO ÍNDICO

COREIA DO NORTE Piongiang Seul

L

0

830 km

o pic Tró

d

ân eC

ce

Taipé TAIWAN

OCEANO PACÍFICO

Manila

VIETNÃ

FILIPINAS

r 0° ad o Eq u

MALÁSIA CINGAPURA Cingapura

N O

Tóquio

COREIA DO SUL

Phnom Penh Bandar Seri CAMBOJA BRUNEI Begawan

Kuala Lumpur

JAPÃO

r

EGITO Ancara (parte CAZAQUISTÃO TURQUIA asiática) Astana LÍBANO Ulan Bator Beirute SÍRIA Damasco TURCOMENISTÃO Tel-Aviv ISRAEL Amã MONGÓLIA Ashkhabad UZBEQUISTÃO IRAQUE JORDÂNIA Tashkent Bishkek Bagdá Teerã Pequim Duchambe QUIRGUISTÃO ARÁBIA KUWAIT Kuwait AFEGANISTÃO SAUDITA TADJIQUISTÃO BAREIN IRÃ Kabul Manama CHINA Islamabade CATAR Riad Doha EMIRADOS PAQUISTÃO ÁRABES Abu Dhabi NEPAL Thimphu Sana Nova Délhi BUTÃO Mascate Katmandu OMÃ IÊMEN Dacca Hanói MIANMAR ÍNDIA Naipidau LAOS BANGLADESH Vientiane

INDONÉSIA Jacarta

Dili TIMOR-LESTE

S 105° L Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 140.

283

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283

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Atol Johnston (EUA)

M

I C ILHAS MARSHALL R O M N E MICRONÉSIA É PALAU L S A I A N É NAURU S PAPUA I A ILHAS NOVA

Guam (EUA)

Havaí (EUA)

Wake (EUA)

Ilhas Marianas do Norte (EUA)

SALOMÃO

GUINÉ

Port Moresby

SAMOA OCIDENTAL Samoa Americana (EUA)

P

Ilhas Norfolk (AUSTRÁLIA)

Wallis e Futuna (FRANÇA)

Wellington OCEANO ÍNDICO NOVA ZELÂNDIA

TONGA

Equador

N

É

Ilhas Cook (NOVA ZELÂNDIA)

S

Taiti

Niue (NOVA ZELÂNDIA) Linha Internacional da Data

FIJI

AUSTRÁLIA

Tasmânia (AUSTRÁLIA)

I

Bora Bora

Nova Caledônia (FRANÇA)

Camberra

L

Toquelaw (NOVA ZELÂNDIA)

VANUATU

Trópico de Capricórnio

OCEANO PACÍFICO

O

KIRIBATI

TUVALU

E. Cavalcante

Oceania: político

I

A

Ilhas Marquesas

Polinésia Francesa (FRANÇA) Mururoa Ilhas Pitcairn (REINO UNIDO)

Capital do país

N L

O S 0

730 km

180°

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 146.

284

11/23/18 3:46 PM

284

11/24/18 8:51 AM


Cír c

Mar de Weddell

I. Alexander

Limit e oceâmínimo nico do g (verã elo o)

I. Berkner

I. Charcot

OCEANO ÍNDICO

Polo Sul Geográfico

Mar de 90˚ Bellingshausen

Mar de Davis

Bloco de Gelo Ross I. Roosevelt I. Ross

Mar de Amundsen

Mar de Ross 0

90˚

Li oc mite eâ m á nic xim o (in o do g verno elo )

I. Thurston

OCEANO PACÍFICO

Capítulo 8

ico

E. Cavalcante

árt

Linha internacional da data

ar ol

t An

ulo

Estre it de Dr o ake

P

OCEANO ATLÂNTICO

Polo Sul Magnético

510 km

180˚

Cí rc ul o

OCEANO ATLÂNTICO

P

ar ol

o tic Ár

Rainha I. Príncipe I.Vitória de Gales I. Banks

I. Disko

Polo Norte Magnético

Groenlândia (DINAMARCA) 80

SUÉCIA

Mar de Barents

FINLÂNDIA

Polo Norte Geográfico

o

o)

Is. Spitsbergen (NOR)

NORUEGA

Mar de Beaufort

° N I. Ellesmere

ISLÂNDIA Lim Mar da oc ite m eân áx Groenlândia ico imo (in d ve o g rn e Meridiano de 0° l Greenwich

CANADÁ OCEANO

PACÍFICO

E. Cavalcante

Polo Norte

a od a reit Est marc a Din

:46 PM

Polo Sul

Alaska (EUA)

Estreito de Bering

Linha internacional Mar da Sibéria da data Oriental

180°

lo ge do ão) o r nim (ve mí co ti e âni e Is. da Lim oc

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Terra do Norte

Nova Sibéria

RÚSSIA 0

450 km

Fonte dos mapas: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 150-151.

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286

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300 km

E. Cavalcante

0

Ilha de S. Martin (FRA e HOL) ANTÍGUA E BARBUDA Ilha de Guadalupe (FRA) SÃO CRISTÓVÃO DOMINICA E NÉVIS Mar do Ilha de Martinica Ilha de Caribe (FRA) Montserrat SANTA LÚCIA (RUN) Antilhas Holandesas BARBADOS (HOL) SÃO VICENTE E GRANADINAS GRANADA

Ilhas Virgens (EUA)

Ilhas Turks e Caicos (RUN) Anguilla (RUN)

Polinésia Francesa (FRA)

Trópico de Capricórnio

SAMOA TONGA

KIRIBATI

Equador

OCEANO PACÍFICO

Havaí /Sandwich (EUA)

Trópico de Câncer

Golfo do Alasca

Alasca (ESTADOS UNIDOS)

Círculo Polar Ártico

OCEANO ATLÂNTICO

Mar do Labrador

MARROCOS

ISLÂNDIA

PARAGUAI

SUAZILÂNDIA LESOTO

0

1 290

2 580 km

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

ÁFRICA DO SUL

NAMÍBIA MOÇAMBIQUE BOTSUANA

O S

N L

MALDIVAS

CHINA

MO N G Ó LIA

TAIWAN I. Formosa

Mar do

COREIA Japão DO NORTE COREIA JAPÃO DO SUL

ANDORRA LUXEMBURGO REPÚBLICA TCHECA ESLOVÁQUIA ESLOVÊNIA CROÁCIA BÓSNIA-HERZEGÓVINA SÉRVIA MONTENEGRO MACEDÔNIA ALBÂNIA MOLDÁVIA ARMÊNIA AZERBAIJÃO CATAR EMIRADOS ÁRABES UNIDOS 17 - LIECHSTENSTEIN

12345678910 11 12 13 14 15 16 -

Mar de Bering

CINGAPURA

SRI LANKA

DINAMARCA

ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA POLÔNIA BELARUS

SUÉCIA FINLÂNDIA

I. Tasmânia

AUSTRÁLIA

PORTUGAL

0

470 km

GRÉCIA

TURQUIA

HOLANDA BÉLGICA ALEMANHA 3 2 UCRÂNIA 4 FRANÇA 17 ÁUSTRIA 12 HUNGRIA SUÍÇA 5 6 ROMÊNIA 7 8 1 9 BULGÁRIA ESPANHA ITÁLIA 11 10

IRLANDA

REINO UNIDO

NORUEGA

PALAU

TIMOR LESTE

I N D O N É S I A

M A L Á S I A

BRUNEI

NOVA ZELÂNDIA

Mar da Tasmânia

FIJI VANUATU

TUVALU

Ilhas Salomão

PAPUA NOVA GUINÉ

NAURU

MICRONÉSIA

PACÍFICO

Ilhas Marianas Golfo de TAILÂNDIA VIETNÃ do Norte (EUA) Bengala CAMBOJA FILIPINAS Mar das Guam (EUA) Ilhas Marshall Filipinas OCEANO

OCEANO ÍNDICO

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 154.

A N TÁ R T I D A

Mar De Weddell

Is. Falkland/Malvinas (RUN)

ARGENTINA URUGUAI

CHILE

Círculo Polar Antártico

MÉXICO

Arábia

QUIRGUISTÃO TURCOMENISTÃOTADJIQUISTÃO

Mar de Okhotsk

Mar da Sibéria Oriental

AFEGANISTÃO IRÃ LÍBANO IRAQUE ISRAELJORDÂNIA KUWAIT BUTÃO Golfo PAQUISTÃO NEPAL BAREIN Pérsico EGITO ARÁBIA 15 16 BANGLADESH SAUDITA MIANMAR Mar ÍNDIA OMÃ Mar da LAOS Vermelho

Mar Mediterrâneo CHIPRE SÍRIA

TUNÍSIA ARGÉLIA

13 14

C A Z A Q U ISTÃ O

RÚSSIA

Mar Mar de Cáspio Aral Mar Negro GEÓRGIA UZBEQUISTÃO

Mar de Barents

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Mar do Norte

Mar da Groenlândia

Saara LÍBIA BAHAMAS Ocidental (ESPANHA/MARROCOS) CUBA REPÚBLICA DOMINICANA MAURITÂNIA JAMAICA HAITI MALI CABO VERDE Porto Rico BELIZE NÍGER (ESTADOS UNIDOS) CHADE ERITREIA IÊMEN SENEGAL GUATEMALA HONDURAS Mar do GÂMBIA BURKINA SUDÃO EL SALVADOR NICARÁGUA Caribe TRINIDAD FASSO NIGÉRIA DJIBUTI GUINÉE TOBAGO COSTA RICA -BISSAU GUINÉ BENIN ETIÓPIA VENEZUELA GANA PANAMÁ REP. CENTROSERRA LEOA -AFRICANA SUDÃO GUIANA SURINAME LIBÉRIA SUL DO TOGO Guiana Francesa (FRANÇA) CAMARÕES COLÔMBIA SOMÁLIA REP. UGANDA GUINÉ COSTA DEMOCRÁTICA DO EQUATORIAL GABÃO DO CONGO QUÊNIA MARFIM EQUADOR CONGO RUANDA Cabinda BURUNDITANZÂNIA (ANGOLA) SEICHELES BRASIL PERU MALAUÍ ANGOLA COMORES ZÂMBIA BOLÍVIA MADAGASCAR ZIMBÁBUE

Golfo do México

E S TAD OS U N I D OS

CA N AD Á

Baía de Hudson

Baía de Baffin

Groenlândia (DINAMARCA)

Planisfério político

Meridiano de Greenwich


:46 PM

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