Alquimia interior degustação

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ZULMA

REYO

Alquimia Interior

Tradução Silvia Branco Sarzana

15ª edição São Paulo/2008


Em Eterna Lembrança da única Verdade e do Amor do Deus‑Homem por todos nós e dentro de todos nós. AO AMADO SAINT GERMAIN POR SUA PACIÊNCIA COMIGO POR TANTO TEMPO! Rendo homenagem em profunda humildade. A minha mãe Rosina, que me trouxe de volta às práticas da Luz, minha eterna gratidão. A meu filho Max, cujo saber inato me trouxe de volta ao mundo, meu apreço. Aos meus alunos, que me mostraram o poder do amor humano, meu respeito. Em reconhecimento e gratidão a todos os que acreditam no Poder da Luz, EU SOU.


• À série de Olive Pixley sobre práticas essênicas da Luz, atualmente esgotada. • E, finalmente, mas nem por isso menos importante, aos sr. e sra. Guy W. Ballard, por sua coragem e trabalho realizado com o ensinamento dos Mestres Ascencionados. A este último devo a inspiração e as vibrações que agora permanecem eternamente comigo.

NOTA DA AUTORA Desejo esclarecer que não pertenço a nenhuma organização ou grupo. Algumas das práticas ou métodos aqui incluídos foram retirados de sistemas tanto antigos quanto modernos. Espero ter creditado todas as fontes e, se tiver ocorrido alguma omissão, peço desculpas pelo descuido.


Sumário

Apresentação, Luis Pellegrini, 13 Prefácio, 17

Introdução Visão Geral, 21 Meditação Inicial, 42 A Prática da Oscilação da Chama Violeta, 43

A anatomia energética humana Visão Geral, 45 Os Sete Raios, 54 Os Sete Corpos, 62 Os Chakras, 72 Linhas de Força, 93 Vizualizações da Ligação com a Terra, 94 Vizualizações para a Cura, 100 Respiração, 103 Revisão, 108

As faculdades humanas O Poder do Sentimento, 111


Meditação para Harmonizar as Emoções e Gerar Sentimento, 116 Métodos para Liberar e Enfrentar as Emoções, 123 Meditação para o Equilíbrio Espiritual, 126 O Poder do Pensamento, 129 Energética da Mente – Métodos da Dinâmica Energética, 137 Meditação sobre a Sabedoria, 140 Meditação para Unir Coração e Mente, 140 Meditação para Estimular o Cérebro, 141 Meditação para Purificar a Mente, 141 O Poder da Palavra Falada, 144 O Murmúrio, 148 Procedimentos Protetores, 152 Visualizações e Afirmações Protetoras, 168 A Natureza da Influência Negativa, 171 Programa de Consciência Durante o Sono, 177 Procedimentos da Meditação Alquímica Básica, 180 Um Exemplo de Meditação Utilizando a Cor, 184

As faculdades espirituais e a interdimensionalidade Introdução à Interdimensionalidade, 187 Meditação sobre a Realidade de Níveis Múltiplos, 191 Interdimensionalidade, 195 Meditação “Calibragens”, 198 As Doze Dimensões da Consciência, 204 Meditação Espiral, 215 E O Lihum, 216 Atividades Interdimensionais, 218 Corpos Interdimensionais de Consciência, 224 Espírito, 241 Meditação: Canalizando e Irradiando Amor, 241 A Iluminação é sua Natureza, 242


A alquimia em nossas vidas Higiene Esotérica e Proteção Espiritual, 245 Visualização: Espirais Douradas e Círculos Azuis, 254 Sah‑Vay, 256 A Alquimia e as Relações Humanas, 257 Deus “EU SOU”: O Eu Arco‑íris, 278 Morte: A Alquimia Final, 282 Vida de Sonhos, 291 Procedimento Noturno, 296 Permissão para Lembrar dos Sonhos, 298 O Ajuste Perfeito do Corpo de Sonho, 299 Conclusões, 302 Posfácio, 309 Índice Geral, 315 Índice Específico de Meditações e Visualizações, 314?


INTRODUÇÃO

Visão Geral

Herança Cada um de nós tem uma canção própria para cantar, uma dança própria para dançar. Às vezes, em sua simplicidade, isso é óbvio. Em outras, é complexo e confuso, oculto nos recônditos de uma essência ainda desconhecida. Estamos aqui para realizar algo único, para expressar nossa individualidade e seu desejo pela perfeição e por uma vida mais gloriosa. Quando descobrimos o que tal expressão significa, sentimos grande alegria e plenitude e nossa evolução, o ritmo de nossas vidas, parece se acelerar. Ficamos felizes, ligados à vida, seja vendendo imóveis ou administrando recursos financeiros; como mãe e dona de casa, varrendo o chão e fazendo compras ou coreografando uma peça da Broadway. Nesse momento, todo o esforço despendido com elementos discordantes e díspares faz sentido: ele nos ensina a arte e profunda maestria da vida — o manejo do eu. Ocorreu uma integração. As rupturas no mundo exterior parecem coinci‑ dir com algum tipo de plenitude interior, uma lição aprendida. E mesmo que não haja qualquer sinal externo dramático, o próprio viver torna‑se excitante. Talvez não mais fácil, mas certamente mais gratificante, mais harmonioso. A vida, repentinamente, passa a ter um propósito e você tem algo a dizer. Nesse ponto, você se tornou um ativo co‑criador com a divindade. A completa ma‑ estria é apenas uma questão de tempo. Vamos admitir. A vida não é um mar de rosas para ninguém. É dolorosa. Estamos aqui para aprender... alguma coisa. Se tivermos dinheiro, podemos não ter saúde; se temos saúde, podemos não ter estabilidade emocional. Diante da vida como da morte, tudo se iguala; não há privilegiados. A vida nos for‑ nece um currículo interminável em administração — a gerência e o controle 21


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de nossos eus e de nosso mundo. Aprendemos as leis da vida por meio de diferentes linguagens e símbolos e, por tentativa e erro, aprendemos seus princípios pelas nossas expansões e contrações, através dos sistemas energé‑ ticos que governam nossos corpos, nossas mentes, nossas emoções, nossas expressões físicas e manifestações... O homem é, de fato, um microcosmo. Os antigos sabiam que “Como em cima, assim embaixo”. Sabiam que as leis que governam a vida — interior e exterior — giram ao redor de princípios de vibração... as vibrações que constituem a corrente principal da alquimia. Tradicionalmente, a alquimia está relacionada àquele corpo da literatura gnóstica e às fórmulas que conjuram imagens de demônios, feiticeiras e bruxas, teias de aranha e caldeirões. O alquimista é visto como indivíduo milenário, misterioso e invencível, no melhor dos casos como um Merlin. Por trás das complexidades melodramáticas e dos simbolismos intricados, que ocultam os princípios da alquimia, repousa o sentimento esmagador de uma força enorme, um poder incorporado pelo próprio alquimista em sua habilidade de extrair substância e energias primordiais de seu meio ambiente e gerar, orientar e trans‑ mutar essa energia e substância em outras formas. Sempre houve muito temor envolvendo a alquimia, um temor gerado pela ignorância, pela manipulação de superstições e meias-verdades distorcidas, herança de tempos antigos, quando as leis interiores que governam a Alquimia foram mal utilizadas. Lembranças subliminares de distorção e temor infiltraram‑se até os tempos modernos. Mas a alquimia é muito, muito anterior à Idade Média e ao mítico Mer‑ lin, remontando ao início dos tempos, quando surgiu a primeira encarnação do homem. Naquela época, a alquimia era um conhecimento natural e uma habilidade, o modus operandi. Naquele tempo, o homem tinha consciência de seu papel extremamente especial como intermediário entre a realidade física e a realidade sutil, entre o humano e o divino. Tinha consciência não apenas de sua natureza dual, como inteligência na matéria, mas também da dualidade de seu sistema energético. Tinha consciência também de seu poder ou capa‑ cidade de criar, por meio da manipulação da energia e substância. Sabia que a chave desse poder estava dentro de seu próprio estado de consciência. A chave para a manifestação, precipitação, desmaterialização, levitação... de fato, todas as expressões de poderes naturais do homem residem na compreensão e no uso da consciência. É o próprio estado de cons­ciência que determina o uso das leis que governam energia e matéria. Tais leis são misteriosas apenas na mesma proporção em que os estados de consciência são inexplorados e incompreensíveis ao eu. 22


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Natureza da Consciência A consciência é um mecanismo de percepção. Esse mecanismo pode ex‑ pressar‑se de inúmeras maneiras, que envolvem vários níveis de consciência e comportamento. Os budistas delinearam claramente diferentes estados em sua elaborada descrição da jornada da alma no após‑vida. Tais estados, ou “bar‑ dos”, correspondem a estados de humor ou tendências humanas e ressaltam características tais como: raiva, inveja, apatia, orgulho e piedade. A verdade é que a consciência pode ser guiada pelo intelecto ou pela sensação, pode ser emocionalmente habituada ou psiquicamente cognitiva, pode até mesmo estar espiritualmente afinada às forças cósmicas. Pode ser qualquer combinação. Cada nível de atividade, em nosso espectro humano, corresponde a um estado de consciência — dependendo do estado do qual a atividade se origina. E cada estado estabelece uma vibração, uma freqüência energética. O homem, em sua faculdade de consciência, é um criador extremamente sensível e altamente complexo, de infinitas possibilidades de existência. A maneira pela qual a humanidade aborda a vida é desordenada. Se con‑ seguirmos ser bem‑sucedidos, isso ocorre quase sempre por acaso, conseguido pela persistência obstinada e metodologias aplicadas a esmo. Não somente perdemos nossa capacidade de focalizar, mas também a potência plena de nossa energia, de nossa força. Mais do que uma faculdade central (uma fonte de poder), existe um estado de contínua dispersão (atividade e foco externo), que cria uma fragmentação de nossas faculdades. E através disso percebemos a fragmentação. Não apenas esquecemos que há uma unicidade em relação à Vida, esquecemos a capacidade e o conhecimento de nossa maestria inerente sobre a substância e a vibração. Como o proverbial príncipe‑que‑virou‑sapo, ficamos presos a um ou outro sistema de nossa própria criação. Não nos lembramos que fomos e sempre seremos criadores. Ficamos fascinados e identificados com nossas criações. Ficamos presos na armadilha de um nível de realidade que concebemos como sendo o todo. O processo normal da consciência é expandir‑se e intensificar‑se. Isso pode ocorrer independentemente de nossa cooperação. Sem ela e sem a nossa vontade de renunciar a nossas ligações e identificações, há dor e sofrimento. Mas dor e sofrimento não é parte intrínseca da vida. Com o tempo e com a nossa cooperação, nossa consciência flui como um rio, através de diferentes permutações de substância e energia desimpedida e incessante. A vida é vista 23


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como um fluxo, um jogo de forças mudando continuamente. O foco vai sendo desviado dos efeitos (a distração e as ramificações de nossa atenção) para a causa (a consciência central). Quem percebe a mudança é a inteligência suprema, o estado mais alto de consciência. O processo de vida parece ser a união de elementos discrepantes, nos quais nossa força (nossos interesses investidos, nossos apegos e identificações) é armazenada, o que nos mantém divididos. Nesse reservatório de elementos, a força que estava impulsionando a energia para o exterior passa a coletá‑la em sentido contrário, isto é, para o interior, em direção ao ponto de origem, au‑ mentando em intensidade. Esse momentum no interior do reservatório coletor é todo‑poderoso. Os místicos e magos o conhecem. Os ocultistas o conhecem. Até Hitler o conhecia! Mas a humanidade ainda não o conhece, preferindo investir de poder a autoridade externa: barbudos papais‑do‑céu, gurus, profes‑ sores, figuras de autoridade, doutrinas, ensinamentos e organizações... Dentro de cada indivíduo repousa a divindade, um estado de consciência a partir do qual tudo é possível. Porque a consciência, como a energia, é neutra. É uma faca de dois gumes. Nas mãos do portador da luz, torna‑se maestria divina; nas mãos de indivíduos egoístas, transforma‑se em caos, desarmonia e destruição.

Alquimia Interior / Divina As fórmulas alquímicas originais foram encobertas por símbolos, para que sua prática fosse protegida contra o mau uso pelos impuros. O que chegou a nós, embora imensamente poderoso e capaz de transmutar a matéria, é ainda uma alquimia inferior. A alquimia praticada por nossos ancestrais mais remotos, como as civilizações maia e atlante, é uma ação da divindade, um circuito direto com a suprema fonte de vida e luz. Praticar essa alquimia divina é penetrar em freqüências vibratórias mais altas do que as que podemos conceber. Essa fre‑ qüência altera todos os níveis de realidade abaixo dela. Indo até mesmo além da vibração do próprio ouro, é representada pelas substâncias cristalinas da Terra: as pedras preciosas, desde o cristal até o diamante. A chave para a alquimia consiste em compreender a energia e a substância. A transformação e a transmutação final são possíveis apenas através da com‑ preensão. Não acontecem acidentalmente. Matéria é energia. Luz é energia... Tudo é energia em diferentes estados de concentração. A própria vida, como todos os alquimistas sabem, é uma vibração que incendeia a substância e subs‑ tância é energia. A compreensão mais profunda volta‑se para aquela vibração 24


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primária: o sopro do fogo Divino ou luz cósmica. Há leis que governam todas as manifestações, até mesmo as espirituais. Êxtase... graça... milagres... tudo isso ocorre através da expressão das imutáveis leis da Luz. O próprio Deus, como os antigos O concebiam (particularmente os maias) é o “Doador de Forma e Medida”, o “Doador de Vida”. A menos que reconheçamos o reino da causa, a essência ou fonte — a divindade — estaremos para sempre embaralhando efeitos e nunca atingiremos a verdadeira maestria. Não apenas há uma causa para tudo o que existe sob o sol, como também essa causa é inteligente. Tudo o que se manifesta é expressão da força vital energética e é inteligente. A energia responde à atividade humana. Responde ao pensamento e à orientação. Pode ser manipulada. O homem tem um papel único na Criação. É a única espécie que tem o poder de manipular as forças da vida, de criar. É a única espécie que possui qualidades do Criador e do que é criado. A encarnação física é a expressão de um compromisso com o planeta Terra: o homem toma da Terra sua verdadeira substância, reveste‑se dela. Mas a essência do homem não é a de uma entidade física. O homem assemelha‑se a um visitante dentro da matéria. É realmente uma inteligência, a luz da cons‑ ciência com sua potencialidade multidimensional. Uma potencialidade que vai além do seu eu mental e emocional. O homem é uma Presença, uma Presença Divina dentro da matéria. Saber disso, aceitar essa identificação, permite‑lhe ligar‑se diretamente à voltagem da Fonte. O uso consciente desse poder, obti‑ do mais pela identificação com a possibilidade Divina do que com a natureza material, dá origem à forma mais elevada de manifestação.

Propósito e Mecânica O propósito da Alquimia Interior é simples. Procura elevar o nível vibra‑ cional de toda a matéria ao nível do espírito ou da luz. Procura também criar um veículo imortal, através do qual possa continuar a expressar sua maestria. A matéria tem diferentes níveis de densidade e vibração, incluindo o etérico e o psíquico, o som e gradações ultravioletas de luz e cor, oscilando em freqüências infinitas. Além do magnetismo (que inclui forças físicas, mentais, emocionais e psíquicas), são mais intensas e superiores as forças ou pulsações acionadas pelo Eu Divino e não pela personalidade. A matéria como demonstrado pela gravidade, e pela física é energia positiva (sólida). A consciência do Eu Divino é o elo entre as polaridades do espírito e da matéria, o negativo e o positivo. Exatamente como toda força superior controla a inferior, a consciência — expressando‑se através da Mente Superior — atua mediante uma força que é vibratoriamente 25


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superior a qualquer outra velocidade de natureza física. Como tal, é capaz de controlar toda a natureza e os processos naturais, inclusive a velhice e a morte. A consciência da Mente Superior é uma faculdade do Eu, que atinge um estado de compreensão que está além do intelecto e que abrange todo o conhecimento, porque é a fonte de todo o conhecimento. Não se ocupa com o método ou processo, mas com a causa, com o ser. É o Eu Divino: “EU SOU”. Uma maneira simples de conceber o que é a Mente Superior é vê‑la e senti‑la como a Suprema Presença de nós mesmos: a consciência do todo e da intensidade de nós mesmos, quando estamos completamente presentes no momento, com todas as nossas faculdades e energias, inclusive a física, focalizadas e acessíveis.

A Necessidade de Treinamento O treinamento começa com o eu, com o estudo dos padrões de com‑ portamento e reações, com a compreensão da dinâmica da energia humana e do corpo humano e, finalmente, com o entendimento do processo de purificação e refinamento. A alquimia que conhecíamos concentrava‑se nos reinos vegetal e mineral e revelava as leis essenciais da Física e da Química, por meio do estudo objetivo. O alquimista tradicional possuía uma capacidade de penetrar na substância e modificar a freqüência de energia. A Alquimia Interior, por sua vez, focaliza‑se no Estudo do Eu físico e não‑físico. A partir dos domínios da não‑substância, o Alquimista Interior tenta penetrar toda a manifestação. O resultado final é o mesmo. Um salto metafísico para dentro daquilo que é chamado Fé. Esse salto é o casamento alquímico com a Divindade — a verdadeira fonte de toda a vida e de todo o poder, tanto no macro quanto no microcosmo. Uma outra maneira de se encarar isso é dizer que a alquimia medie­val dominava forças dos elementos da natureza, enquanto a Alquimia Interior liga o domínio humano não apenas com a natureza, mas também com o princípio angélico. O reino dos elementos da natureza go­verna toda a substância; o reino angélico governa todos os princípios de luz ou irradiação. Mas o reino angélico, diferente do elemental, não pode ser contaminado, e associar‑se a ele conduz a milagres muito mais ele­vados do que os registrados pela História, embora seus vestígios pos­sam ser inferidos de exemplos druídicos. A Alquimia Interior também cria uma ponte com o eu individualizado, entre seu aspecto humano e seu aspecto divino, entre a matéria e o espírito, entre a mente e a Mente Superior. 26


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Ao compreendermos que não somos corpo nem mente, mas Presenças dentro da vida constatamos que o corpo é a expressão física da mente (forma mental) e vice‑versa. Simultaneamente ao estudo do comportamento mental, que poderia ser vinculado à rememoração dos passos da humanidade à vida primária e a outras encarnações, na Alquimia Interior é imperativo que o corpo físico seja mantido em equilíbrio e alinhado com as intensidades de vibração que estão se desenvolvendo: essas intensidades aceleram‑se em série e as formas‑pensamento solidificadas dissolvem‑se no processo de purificação e liberam energia extra para o sistema energético. Coincidente com o processo dual de alinhamento e integração encontra‑se a reestruturação da própria mente elucidando grupos de crenças e modos de percepção ineficientes. Agindo em conjunto com a purificação e com o processo de elucidação está a redesco‑ berta sistemática e a validação de dados impessoais transcendentes relativos à natureza e à mecânica da energia e da substância. O resultado prático da Alquimia Interior é que ela ensina a capacida‑ de de transformar energia destrutiva em energia construtiva. Raiva ou ódio transformam‑se em amor; sexualidade e possessividade transformam‑se em sensibilidade e liberdade; o medo é transformado em criatividade e alegria. Desse modo, a energia não é apenas conservada mas elevada a um padrão de vibração superior e misturada a um sistema que gradualmente vai sendo preparado para freqüências cada vez maiores.

Os Três Poderes O propósito da vida não é só crescer, expandir‑se e retornar à fonte, amplificada como Luz, mas também abençoar, transmitir e criar. Ou, me‑ lhor ainda, co‑criar com Deus. Da criação dos mundos à manifestação dos sintomas físicos no organismo, todas as manifestações precisam seguir uma fórmula, que exige o uso daquilo que poderíamos chamar de os três poderes criadores. Hermes Trismegistus, inicialmente, e o Conde de St. Germain, mais recentemente, revelaram os ingredientes básicos de toda a manifestação. No homem, tais poderes são o pensamento, o sentimento e a palavra falada. Esses poderes, de fato, constituem a fórmula básica alquímica. O poder do pensamento é facilmente compreensível. Temos a capaci‑ dade de pensar, de captar uma forma ou um projeto mental de uma idéia ou conceito e de criar constantemente todos os tipos de imagens, consciente ou inconscientemente. 27


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O poder de sentir é mais difícil de compreender. Temos a capacidade de sentir, o que vai muito além da emoção ou sensação. O poder de geração e resposta emocionais é imenso. Na verdade, fornece o combustível para toda a criação. O mundo é, realmente, criado pela freqüência vibratória do Amor. O Amor é a maior força que existe. Contém o momento máximo da energia, porque é a concentração da atividade da Luz enquanto Pureza. E o que é a Pureza senão uma forma de atividade essência, que não apenas atrai, mas, si‑ multaneamente, irradia? O Amor é uma força que produz a coesão e perpetua uma atividade de auto‑sustentação. É uma concentração tão grande de energia dos sentimentos, que, para onde quer que seja dirigida, cataliza a manifestação ou a realização dos desejos. Mas ainda não conhecemos o poder ou a força do amor, principalmente porque não compreendemos o poder da pureza. O poder da palavra falada cria o campo de ressonância para a manifes‑ tação ou materialização. Raramente é encarado como um poder e, contudo, é responsável pelo alinhamento ou perturbação de nossos mundos. O mecanismo é o seguinte: o pensamento, ou projeto, como um negativo, é impulsionado pelo sentimento e adquire forma através da palavra falada. O som e a palavra falada (que é vibração na forma) fornecem o material para a criação. Conseqüentemente, temos nossos “abracadabras” e “abre‑te sésamos”, nossas ordens e decretos alquímicos, demonstrando a metodologia contida na declara‑ ção bíblica: “... e a Palavra se fez carne”. Decretos e afirmações são visualmente descritos por meio de símbolos e runas. A arte específica de empregar o tom certo e entoá‑lo, bem como uma palavra para a qual o som foi estabelecido, perdeu‑se. A criação começa como intenção e adquire forma apenas com o uso dos três poderes. Do pensamento sutil à materialidade, a manifestação da realidade é governada por regras ou princípios. Se você conhece as regras, é capaz de realizar a manifestação. A mecânica da Alquimia Interior vai além das regras e aponta para o indivíduo que as aplica. A magia alquímica encontra-se dentro do próprio homem. É ele, com seus cinco sentidos e seus cinco elementos, que eleva a matéria e altera toda a substância. O próprio homem, em sua consci‑ ência, é a pedra alquímica. As regras são simplesmente orientações a serem aplicadas, quando não existe suficiente maestria no eu.

Alinhamento e Discernimento A má utilização da alquimia se deu pelo emprego dos métodos sem considerar a integridade pessoal. Por exemplo: distanciado da Divindade, o 28


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alquimista tradicional começou a acreditar que a única fonte de vida residia no interior do ectoplasma de um organismo vivo. Tal crença e o desejo de se transformar num Deus e criar formas de vida levaram a um número incontá‑ vel de assassinatos de formas vivas, desde antigos sacrifícios e destruições aos experimentos que vêm se acumulando nos tempos modernos. É preciso compreender que a vida, como o poder, não vem de fora. Vem de cima, de dentro. Pressupor o poder em fontes externas, incluindo regras ou métodos, é renunciar à nossa verdadeira natureza divina. A vida é uma subs‑ tância que pode ser captada de cima, a partir das vibrações mais refinadas, que se introduzem e afetam a matéria. Também pode ser recriada pelo processo de transmutação. Mas... caçadores do poder, cuidado! Apenas Deus pode fazer isso. E o estratagema repousa na aliança com Deus. Para nos tornarmos verdadeiros alquimistas, para criarmos harmoniosa e efetivamente, precisamos vencer, em nós mesmos, aquelas características que fomentam o mau uso e a má criação. Usamos nossos poderes para criar a carência, a limitação, a doença e a discórdia. Em vez de amor, geramos medo, dúvida, ódio e incerteza. Nosso vocabulário fortalece palavras e con‑ ceitos negativos. Qualificamos nosso mundo, nossas criações, pela projeção de nosso estado de inconsciência sobre eles. Como estamos sempre criando, poderíamos muito bem aprender a usar a Lei para criarmos cons­cientemente: harmonia, pureza, luz, opulência, alegria e saúde em nossos próprios mundos. Os métodos externos existem para aqueles que não conseguem discernir o real do irreal, o interior do exterior, o bem do mal. O estudo da Alquimia Interior promove o discernimento, porque eleva a consciência. No processo, aprendemos a obter informação diretamente da fonte, sem necessidade de in‑ termediários. Chegará o tempo em que as bibliotecas de tudo o que tem sido ensinado no passado tornar‑se‑ão obsoletas. Mesmo agora, selos ocultos vêm sendo quebrados. As antigas leis do oculto não mais ocultarão a verdade. Na realidade, não haverá mais necessidade do segredo, da retribuição individual, da indulgência em auto‑piedade e sofrimento, marcas registradas da era anterior. A tendência volta‑se para a participação ativa e responsável dentro da vida. Estamos, agora, dirigindo nossa atenção para o Deus Interior. Os portadores da Luz estão criando pontes entre os mundos. Estamos prontos para o próximo passo: a Consciência da Divindade. Comecemos com a nossa própria pessoa e, através do exemplo, pode‑ mos mostrar aos outros o que poderá ser feito. Quando nos transformamos, alcançamos uma freqüência energética diferente. Quando transmutamos as várias partes de nós mesmos, com o uso da Alquimia Interior, realizamos o 29


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mais elevado ato possível ao homem. Tornamo-nos uma bênção à vida, sim‑ plesmente através de nossa presença catalítica. Qualquer um que entrar em contato conosco ou com nosso mundo será beneficiado pela harmonia e pureza do nosso campo de energia. A todo o lugar que formos, levaremos um pouco mais de paz, um pouco mais de luz ou claridade.

Ser Individual e Totalidade Experimentar ser individual é descobrir profundamente a nossa totalidade. Na individualidade descobrimos os mecanismos de ação que cegamente recorrem aos hábitos. O hábito gera a inconsciência e o comportamento me‑ cânico. Leva a energia para longe da consciência do momento presente. Na consciência há total e constante liberdade de escolha e, com essa liberdade, surge uma crescente responsabilidade. Somos responsáveis pela absorção e pelo processamento da energia, segundo nosso nível de consciência. Em níveis superiores, somos responsáveis por afetar outras pessoas, bem como nossos próprios mundos. Uma pessoa que tenha experimentado a totalidade de si mesma não buscará no exterior a gratificação, o sentido, a direção. Procurar fora de si mesmo as respostas para a vida é sugar energia do meio ambiente. A maturi‑ dade vem com a coragem de ser só. E nessa individualidade está a plenitude, o poder, a abundância, a bênção. Geralmente entregamos nosso controle aos pais, namorados(as), maridos ou esposas, patrões... Entregamos o controle a outros, que pensamos possuírem a capacidade que não conseguimos encontrar em nós mesmos. Para retomarmos nosso poder e nossa faculdade de vermos as coisas por nós mesmos, como realmente somos, precisamos ficar conosco e, nessa individualização, redescobrir toda a nossa potencialidade. Esse renascimento somente pode ser feito pelo indivíduo. Ninguém mais pode fazê‑lo por nós sem nos reprogramar e é preciso que nos libertemos de todos os programas. Nossas vidas estão repletas de comportamentos repetitivos. Mantemos os mesmos tipos de relações, o mesmo tipo de situações, sempre e cada vez mais. A mente, especialmente a mente inferior, é programável, robótica. Na coragem de estarmos sozinhos, nos tornamos conscientes. Quando o fazemos, não mais necessitamos de acordos contratuais de interdependência. Não mais participamos dos jogos sutis de relações e poder entre os homens, que nos mantêm divididos em nosso poder e no conhecimento de nossa di‑ 30


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vindade. Não mais ficamos confusos ou somos mal‑orientados por pessoas e ideologias, porque, em nossa própria integridade, podemos facilmente detectar as armadilhas e falhas de qualquer coisa menor do que a verdade e a pureza e o espírito que anseia por isso. A capacidade de discernir é de extrema importância em nossa época, onde palavras belas estão sendo alardeadas por pessoas que, realmente, não as vivenciam. A Alquimia Interior nos ensina como retornar à nossa divindade, à Fonte Interior, ao reunir nossas energias e penetrar profundamente em nossa própria individualidade e totalidade do eu, incluindo a fisicalidade. Embora nos ensine como transcender às limitações da materialidade e à consciência do corpo, isso não pode ser feito sem se viver totalmente no corpo — física, emocional e mentalmente. Não podemos nos tornar mestres in absentia.

A Anatomia do Ser Humano Este livro sobre Alquimia Interior constitui o conteúdo de um curso básico sobre Alquimia e a Anatomia Energética Humana. Ele delineia os princípios básicos da alquimia e indica sua aplicação nos diferentes níveis de expressão, acessíveis ao homem por meio de suas faculdades. Precisamos compreender a anatomia do ser humano. De que forma as partes funcionam e como se ajustam entre si? Como aprender a nos conectarmos e sintonizarmos diretamente com a Fonte, a partir da qual todo o conhecimento se origina? Isso tudo se inicia com você agora, no presente momento, em alinhamento com Quem e O Que você Realmente é neste momento e interdimensio­nalmente. Conhecemos um pouco da anatomia do corpo físico, a partir das práti‑ cas médicas ocidentais e orientais, que delineiam os circuitos energéticos na substância física e etérica, inclusive os meridianos da acupuntura e as linhas de força das artes marciais. Achamos que conhecemos a psicologia e o trabalho da mente, que são, na verdade, apenas uma fração minúscula daquilo que a Mente realmente é. Veremos que aquilo que os psicólogos definem como mente são, de fato, fenômenos mentais inferiores. Descobriremos que há uma mente superior e uma inteligência superior apenas parcialmente vislumbrada por algumas psicologias e filosofias orientais. Saberemos que há uma consci‑ ência além da inteligência mais notável que somos capazes de compreender. Possuímos um corpo emocional de energia, que é distinto daquele do campo mental. Qual é sua anatomia? Qual é a anatomia do corpo mental e dos campos de energia física e etérica? Como se interrelacionam? E o que dizer das 31


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inter‑relações entre as pessoas? O que acontece aos campos energéticos indi‑ viduais nas relações? Como reduzimos nosso poder, nossas percepções, nossas fronteiras? Trocamos, vendemos, negociamos nossa energia, criamos híbridos e aberrações, sem sabermos como ou por que o fazemos. A Alquimia Interior ensina como as partes se ajustam a uma figura cen‑ tral. Qual é a função real dos chakras? Dos sete raios? Dos sete corpos? Como podemos realmente transformar a raiva e o medo permanentemente a um nível nuclear central? Não é o que aprendemos sobre tais coisas que afeta as nossas vidas, mas aquilo que nos tornamos a partir desse conhecimento e, o mais importante, como integramos esse conhecimento às nossas atividades diárias. Quaisquer técnicas podem ser usadas no caminho da Alquimia Interior, mas o estado de consciência daquele que a usa precisa ser puro e usá‑la com maestria. O oráculo de Delfos nos incita: Conhece‑te a Ti Mesmo! O estudo da Alquimia Interior é, na verdade, o estudo do Eu. Temos consciência de que dentro de nós há uma réplica do universo. Somos a fonte de todos os universos. Através do estudo de nossa anatomia, particularmente dos centros, forças e redes energéticas sutis, dos campos vibratórios e dos aparelhos de transmissão e recepção, redescobrimos a interdimensionalidade, a correspondência e a interconexão da manifestação. Há apenas uma substância, uma energia, uma fonte que podemos chamar de Deus. Sintonizado a seu Eu Divino, o homem se conecta diretamente ao espírito e à matéria: ao primeiro, através das facul‑ dades superiores e, à segunda, através do corpo físico.

Equilibrando a Natureza Tríplice Antes de aplicar qualquer fórmula alquímica na atualidade, precisamos equilibrar a natureza emocional dos indivíduos: onde estiver muito ativa, é preciso que seja harmonizada; onde estiver inativa, é preciso que seja desper‑ tada. Enquanto sentimentos, as emoções são o fogo gerador que, colocado no interior da fornalha do ser, transforma não apenas o chumbo em ouro e o carvão em diamante, mas, finalmente, o próprio fogo em Luz. O sistema emocional é um campo vibratório que circunda e interpenetra o corpo físico, estendendo‑se para além das fronteiras usuais da freqüência mental. As próprias emoções são como redemoinhos ou vórtices na aura, que agem como perturbações, facilmente excitáveis e, por sua vez, irritando tanto o corpo quanto a mente, quando descontrolados. Elas se inter-relacionam com a sensação, causando excitação e paixão, bem como seus opostos, a frustração 32


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e o desespero. O objetivo das antigas práticas religiosas, assim como da psico‑ logia moderna, é subjugar esses redemoinhos por meio de métodos espirituais, mentais e psicoterapêuticos. Mas, para subjugar ou controlar permanentemente esses redemoinhos, a energia contida em seu interior precisa ser canalizada para dentro e através da consciência do coração. De fato, todas as energias do homem precisam ser dirigidas para o co‑ ração, onde podem ser requalificadas por uma mentalidade lúcida, antes de serem transmutadas e retornarem ao universo na forma de compreensão pro‑ funda e boa vontade geral. A faculdade, o poder e a força alquímicos residem na câmara cardíaca. A natureza tríplice da materialidade do homem (corpo, mente e senti‑ mento) necessita de desenvolvimento, equilíbrio e integração. Sem que a força vital física circule livremente pelo corpo, a mente não tem onde se fixar, para que se expresse na matéria, permanecendo, portanto, ilusória e fragmentá‑ ria. Por outro lado, a força vital física sem um direcionamento mental claro torna‑se vulnerável aos excessos e à contaminação. Uma vez que a natureza tríplice esteja harmoniosamente integrada, o alinhamento com as freqüências superiores do eu é facilitado. Esse processo não ocorre numa progressão linear de desenvolvimento, mas, por um processo circular de sentir, intuindo cicli‑ camente porções cada vez maiores do eu e lentamente integrando fragmentos ao eu físico triplo ou personalidade.

A Lei do Um Há apenas um poder, uma inteligência e uma substância: Deus. A dinâ‑ mica energética superior da matéria e do espírito — a interação dos compo‑ nentes da personalidade com as forças ambientais psíquicas e fatores cósmicos e espirituais — repousa além do comportamento (psicologia). Na Alquimia Interior, a psicologia e a religião estão novamente reunidas numa unidade já retratada nos antigos tempos dos Vedas, de Patanjali e, mais recentemente, pelo Senhor Buddha. A psicologia e a religião estão se fundindo porque a matéria (física, emocional e mental ou psíquica) e o espírito (essência, ser ou luz cósmica) são, de fato, um. O objetivo final da Alquimia Interior é a transmutação da matéria em Luz. Isso inclui a matéria celular, transcendendo a doença, a morte e a de‑ composição. Precedentes históricos dessa forma de transmutação alquímica foram fornecidos por registros do Senhor Buddha, pela lenda de Quan Yin (na 33



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