Ele se importa comigo - Uma história que inspirou milhões de pessoas em todo o mundo

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Marcos Nascimento

Ele se importa Comigo

O impacto do amor de Deus na cura emocional

Viรงosa, MG


Editora Mezuzá Rua Dr. Milton Bandeira, 311 - sala 02 - Centro Viçosa-MG CEP: 36570-000 Tel.: (31) 3892-6770 www.editoramezuza.com contato@editoramezuza.com 1ª edição, 2013 Capa: Wellington Ferraz Projeto gráfico: Marcos R. N. Jundurian Revisão: Luciene Caldeira Berbet Nascimento Publicado com autorização e com todos os direitos reservados pela Editora Mezuzá Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV N244e 2013

Nascimento, Marcos. 1974Ele se importa comigo : o impacto do amor de Deus na cura emocional /Marcos Nascimento - Viçosa, MG : Mezuzá, 2013. 70 p. 15 cm. ISBN: 978-85-67074-01-6 1. Meditações. 2. Literatura devocional. 3. Jesus Cristo - Ensinamentos. II. Título. CDD 22. ed. 242


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Sumário introdução.................................................. 7 Capítulo II onde tudo começou.................................. 13

Um homem sem vínculos familiares.... 20

Vivendo à beira do caminho.................. 23

Marcado por uma capa........................... 26 Capítulo II

até que ele me encontrou....................... 31

O poder da oração................................... 42

A recompensa da perseverança............. 45

O valor do entusiasmo............................ 49 Capítulo III

o triunfo do amor..................................... 57 Salvação.................................................... 63 Restituição................................................ 64 Discipulado.............................................. 65 marcos nascimento

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Sol foi criado para governar o dia e a lua para governar a noite; e todo ser humano nasceu para desfrutar do amor de Deus. Essas são verdades incontestáveis. Seja rico ou pobre, novo ou velho, Deus o ama. Quer você seja um adicto ou um famigerado criminoso, Deus o envolve com seu grande e incomparável amor. Entretanto, nossos problemas, complexos e pecados empurram-nos para longe de toda ajuda provável. Fugimos de tudo que nos ameace ou confronte aquela tendência de lobo solitário latente em nós. Então, acabamos perdidos e infelizes entre dúvidas e culpas. Se esse for o seu caso, acomode-se melhor enquanto segue lendo. À medida que você se entregar a essa leitura, Deus marcos nascimento

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irá corrigir o curso de sua vida. Ele derramará desse amor em seu coração até que transborde por todos os lados (Rm 5.5). Você certamente viverá uma virada de 180 graus e passará do que é hoje a tudo aquilo que Ele projetou para que você se torne. Este livro se baseia no texto de Marcos 10.46-52, onde nos deparamos com o drama vivido por um homem cego e cheio de sonhos, camuflados sob uma vida de mendicância, às margens da estrada de Jericó. Sua existência estava dividida entre um abismo de dúvidas, ignorância, conflitos emocionais e o ideal de Deus para ele. Antes que algo realmente bom acontecesse a ele, Bartimeu se viu tropeçando, aqui e ali, na sua busca pessoal. Enfrentou obstáculos que o fizeram beijar a lona muitas vezes; em alguns momentos ele esteve tão perto do nocaute que acreditou ser o fim da luta para ele. Encontrava-se em circunstâncias tais que a decisão de 8

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abandonar os sonhos e projetos pessoais era totalmente compreensível. Mas, Jesus se importou com ele. Era conhecido apenas pelo primeiro nome, Bartimeu. Mas, naquele dia, entrou para a história cristã. A experiência que teve com o Senhor serve-nos de guia para que a nossa caminhada cristã seja bem-sucedida. Há muito que aprender com ele. A salvação que recebeu envolveu uma mudança completa e radical em todos os níveis e aspectos de sua vida. Para o cego Bartimeu, a experiência com Cristo representou cura física e emocional - uma nova oportunidade de reescrever sua história. Homens como Bartimeu foram levantados por Deus como referencial para nós. Eles foram tocados por Jesus. A experiência inesquecível com o Mestre do Amor produziu uma grande revolução no interior deles. marcos nascimento

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introdução

Desejo compartilhar, nesse livro, algumas considerações sobre a vida do ex-cego Bartimeu, a partir de seu encontro pessoal com Jesus. A riqueza dessa experiência irá nos ensinar muitas lições preciosas sobre o impacto do amor de Deus no processo da cura emocional. Apesar de, neste livro, a vida de Bartimeu ser a principal história observada, outras histórias, como a de Zaqueu, da mulher cananeia, de muitas outras pessoas ilustres e um pouco da minha própria história também serão contadas. O mesmo amor demonstrado para com o mendigo na estrada de Jericó impactou a vida de cada um de nós, fazendo com que fôssemos radicalmente transformados para melhor. Vamos ao texto que conta a história de Bartimeu: Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos, juntamente com 10

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uma grande multidão, estavam saindo da cidade, o filho de Timeu, Bartimeu, que era cego, estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”. Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”. Jesus parou e disse: “Chamem-no”. E chamaram o cego: “Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando”. Lançando sua capa para o lado, de um salto, pôs-se de pé e dirigiu-se a Jesus. “O que você quer que eu lhe faça?”, perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!”. “Vá”, disse Jesus, “a sua fé o curou”. Imediatamente ele recuperou a visão e seguia a Jesus pelo caminho (Mc 10.46-52 / NVI).

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iver na rua não é fácil. Não podemos reduzir a umas poucas sentenças as razões pelas quais uma pessoa decide viver ao relento. Os motivos são variados; vão desde questões econômicas a complicações de ordem espiritual e psicológicas. Em agosto de 2001, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) realizou uma pesquisa com 911 moradores de rua. Descobriu-se que 37% deles apresentavam problemas psicológicos; 20% tinham problemas de saúde, alguma deficiência física ou mental. A Organização dos Médicos sem Fronteiras também se interessou pela situação dos moradores de rua. Realizaram uma pesquisa para a qual entrevistaram 593 moradores de rua, no centro do Rio de marcos nascimento

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Janeiro, buscando conhecer maiores detalhes sobre suas vidas pessoais. Dos 300 entrevistados, apenas 16% disseram não ter nenhuma profissão. Os outros contaram que já tiveram emprego nos setores do comércio, da construção civil, no setor automotivo e no serviço público. O percentual correspondente ao número dos que já tinham sido traficantes era menor que 1%. Apenas 5,5% eram analfabetos. A análise das entrevistas revelou que os principais motivos para que aquelas pessoas vivessem nas ruas eram o desemprego (36%), problemas com a família (32,4%) e dependência química (9,6%)1. Voltando nosso olhar para a estrada de Jericó, podemos encontrar uma estreita relação entre o resultado das pesquisas http://www.msf.org.br/msf-na-midia/98/pesquisas-tracam-perfil-de-moradores-de-rua/ acesso em 23/02/2013.

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acima e o estado emocional daquele cego barulhento. Bartimeu era deficiente físico e estava preso a muitas questões psicológicas mal resolvidas. Sobre ele era possível formular-se a seguinte pergunta: “Por que uma pessoa se permite chegar a um nível emocional tão baixo, entregando-se a uma depressão tão profunda, condicionando sua existência sofrida a um estado tão miserável?”. Não é preciso ir muito longe para encontrar pessoas como Bartimeu. Vivemos cercados de pessoas que dividem conosco o mesmo banco da igreja, ou congestionam, no carro ao lado, o trânsito nos grandes centros. Sem que percebamos, estamos rodeados de pessoas sufocadas por conflitos jamais tratados. São doentes na alma com sorrisos nos rostos. Elas se arrastam de um lado para o outro na vida, mendigando a atenção dos marcos nascimento

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que passam à sua volta, como fazia Bartimeu entre as ruínas da velha Jericó. Os conflitos emocionais são como uma avalanche. Inicialmente temos um pequeno e inofensivo floco de neve que se soltou quando o alpinista espirrou. Em seguida, ele se ajunta a outro floco igualmente inofensivo, ficando um pouco maior, até que se transforma em toneladas de gelo arrasando tudo que encontra em seu caminho. Sentimentos reprimidos como raiva, inveja, ciúmes, rejeição e inferioridade formam um tipo diferente de avalanche – a avalanche emocional. Quando esta atinge limites intoleráveis, é capaz de adoecer a alma e afetar todas as relações interpessoais. Certamente há exceções, entretanto, tenho observado que um dos primeiros relacionamentos rompidos – sinal dessa sobrecarga emocional – é o relaciona18

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mento com o Pai Celestial. A perda da comunhão com Deus é notória; sinaliza-se por meio de duas algemas espirituais: a algema da indiferença e a algema da incredulidade. Daí em diante, o portador dessas algemas não consegue mais acessar a Deus, pois seu pecado faz separação entre ele e o Senhor. Mesmo que vá à igreja, não se entrega à adoração. Ele fecha os olhos, mas a oração não brota em seu coração; abre a Bíblia, mas não há o que ler. Sua alma está bloqueada e inacessível; afetada por conflitos e confusões interiores. Devido aos muitos e complexos problemas emocionais, não consegue ter sucesso profissional, nem conjugal. Falta paz em sua casa e, normalmente, existe uma relação errada com o dinheiro ou com a falta dele. Além disso, é preciso lembrar que somos seres integrais. Se as áreas espiritual marcos nascimento

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e emocional estão debilitadas, a vida física, consequentemente, se tornará enferma como as outras áreas afetadas. Um homem sem vínculos familiares Como qualquer ser humano, Bartimeu fora um homem de família. Seu nome é uma forma semítica e híbrida, significando: “Filho de Timeu”. Os prefixos Bar e Ben indicam filiação, herança, enquanto o nome Timeu é aramaico e traz o sentido de “muito estimado”. Bartimeu poderia até mesmo ter o seu nome incluído no testamento de família. Quem sabe? Entretanto, vivia como indigente. Timeu, seu pai, pode ter sido, segundo relato histórico de Flávio Josefo, um famoso general de guerra israelita, que comandou o destacamento de Betel. Depois de se aposentar, fez fortuna atuando no comércio, mas revoltou-se contra o go20

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verno depois de ter seus bens confiscados e sua aposentadoria vetada pelo império romano. Aproveitando sua experiência militar, ajuntou um pequeno exército e liderou várias sedições contra o governo. Por fim, foi preso e crucificado juntamente com seus seguidores. A seu filho, Bartimeu, deixaram com vida, mas arrancaram-lhe os olhos para que isso servisse de exemplo a todos os outros judeus. Faz alguns anos, eu participei de um curso para pastores em Belo Horizonte, e, no intervalo do almoço me deparei com um pobre homem pedindo ajuda. Quando me apresentei, ele me contou um pouco de sua vida. Disse ter estudado em Viçosa, concluindo sua graduação na área da Engenharia Civil pela UFV. Ele havia se dado bem na vida, formado família e havia sido um homem feliz, até pouco antes de co marcos nascimento

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nhecê-lo. Naquele momento, porém, ele se apresentava como mendigo, pobre, sujo e muito malcheiroso. Ao longo da nossa conversa, ele disse que havia sido atropelado por um carro e conduzido ao hospital, fazia uns quatro dias. Contudo, nos últimos meses, antes do acidente, seu casamento estava muito ruim e sua família se desintegrava rapidamente. Além disso, ele estava desempregado e sem dinheiro, e – pasmem! – gostou de ter sido atropelado. Foi para o hospital como indigente, por estar bêbedo e sem documentos. Ao sair de lá, não voltou mais para casa. Decidiu que, a partir daquele momento, sua vida seria assim, na rua, comendo do que lhe dessem, vivendo precariamente. Mas, decidido que para casa não voltaria mais. Era um Bartimeu contemporâneo. Em relação ao cego Bartimeu, não se sabe, com certeza, a razão pela qual ele se 22

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encontrava sozinho, ali, à beira do caminho. Seja como for, se algum dia tivesse vivido em um contexto familiar, no momento em que a Bíblia conta a sua história, não relata a presença de ninguém ao seu lado; naquele momento não havia ninguém por ele. Em suma, Bartimeu sofria a infelicidade de não ter, perto de si, parentes ou família que pudesse ser seu apoio. Vivendo à beira do caminho A beira do caminho é o oásis da depressão e da tristeza. Normalmente é um lugar amigável para aqueles que não encontram mais ambiente no contexto social. É a rota de fuga do desanimado, infeliz e depressivo. À medida que ele percebe a rejeição e não encontra aceitação no contexto social à sua volta – igreja, família, ou grupos afins –, encontra justificativa para enveredar-se num processo de autodestruição emocional, passando a se marginalizar e marcos nascimento

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se anular, escondendo-se de todos, isolado numa bolha. Certa vez, atendi um moço de meia-idade, em Viçosa, que se apresentou pelo nome de “Desmancha-Bolinho”. Enquanto tentava compreender o significado daquele nome estranho, ele mesmo cuidou de explicar. Disse que se chamava assim porque toda vez que se aproximava de um “bolinho de gente” conversando, o “bolinho” se desmanchava. Logo, se sentia muito mal nos ambientes sociais. Sua situação fazia com que se sentisse um “Bartimeu”, embora não fosse cego nem mendigo. A beira do caminho, normalmente, é o lugar sujo e contaminado onde se encontram o lixo e muitas coisas sem valor ou utilidade. A pessoa escolhe esse lugar por se identificar com ele. De certa forma, ela se vê assim. Ela se sente desqualificada, desvalorizada, rejeitada e deslocada. 24

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Já atendi pessoas bonitas que odiavam se olhar no espelho por se sentirem feias. Já ajudei algumas pessoas que estavam a caminho de cometerem suicídio porque não viam qualquer valor para suas vidas. Equivocadas, muitas pessoas constroem suas vidas à beira do caminho acreditando que aliviará a sua dor, como fez Bartimeu. Mas, acabam caindo num abismo ainda pior. Parados, à beira do caminho, veem as coisas acontecendo, enquanto o tempo passa. Os que passam pelo caminho vêm e vão, obtêm sucesso na vida, se desenvolvem, caminham para o futuro e empreendem grandes conquistas, enquanto que os assentados à margem percebem suas vidas infrutíferas e sem progressos. E ali está Bartimeu estagnado e inerte, feito um dormente na velha estrada de ferro. Aprisionado em cadeias emocionais, assiste de camarote ao bem-estar das pessoas. marcos nascimento

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Sente-se pessoalmente excluído, rejeitado e abandonado à própria sorte. Esse é o retrato de muitos, em todos os tempos. Marcado por uma capa Um biólogo distingue um animal venenoso dos demais observando, dentre outras coisas, as cores de sua pele. No reino animal, as cores podem funcionar como arma de defesa. Quando um animal se sente ameaçado, se defende para afugentar o predador. Conosco isso não funciona muito bem. Se, por alguma razão, as pessoas precisam se afastar de nós ou sentir pena de nossa situação, certamente isso nos fará mais mal do que bem. Diferentemente dos leões na floresta, queremos rugir para atrair as pessoas a nós, e não para assustá-las ou afastá-las. Bartimeu sentia na pele a dor da solidão. Sua “defesa” era a capa que trazia 26

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consigo. Não era uma roupa comprada no brechó da esquina, nem confeccionada por ele mesmo, ali, na estrada empoeirada onde vivia. Sua capa era o seu estigma. Era um uniforme doado pelas autoridades do governo para que a população o identificasse como mendigo. Uma vez que um mendigo fosse identificado pela capa, a população poderia lhe oferecer esmolas. Há certa coincidência cultural entre Bartimeu e as pessoas que carregam consigo a capa-marca que identifica a situação em que estão vivendo. Um homem que, por exemplo, se envolva em muitas dívidas, se complicando na administração dos seus recursos, passa, depois de algum tempo, a carregar sua capa. As pessoas ao seu redor o identificam como “enrolado”, “ladrão”, “desonesto”. Se a situação se prolongar, essa marca pode se transformar em uma característica marcos nascimento

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pessoal, semelhante à carroça e ao cavalo, que, embora sejam de naturezas diferentes, parecem ser uma coisa só. O adjetivo torna-se o substantivo da questão. A capa se torna uma só com o seu possuidor. Já não se vê mais a pessoa. Vê-se a capa. Da mesma forma acontece ao viciado, ao adúltero, ao descontrolado... Bartimeu vivia sob a égide do governo romano, daí a capa que recebera como forma de assistência. Contudo, o governo romano era conhecido pela crueldade e opressão que imprimia sobre seus inimigos. Ao mesmo tempo em que Bartimeu estava, de certa forma, “protegido”, por outro lado, aquela capa revelava a todos a sua deficiência física. Esse é o papel de satanás: autorizar nossas falhas e defeitos de caráter, fazendo-nos crer que teremos tudo que desejamos. Porém, nosso inimigo trabalha, simultaneamente, para nos envergonhar 28

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por meio dos nossos atos, trazendo-os à luz, a fim de nos tirar tudo que temos e nos afastar das pessoas que tanto amamos. Que bom saber que a beira do caminho é também lugar onde Jesus passa e para, a fim de socorrer os miseráveis que ali se encontram, fazendo deles príncipes, dignos de seu Reino.

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ericó, a cidade onde Bartimeu mendigava, estava situada a cerca de 240 metros abaixo do nível do mar, localizada a aproximadamente 25 Km ao noroeste de Jerusalém. Era uma cidade de verão construída por Herodes; ornamentada com palmeiras alinhadas, dando vida à arquitetura romana de seu palácio. A Bíblia relata dois grandes acontecimentos na viagem de Jesus a Jericó: o encontro com Bartimeu (Mc 10.46) e o encontro com Zaqueu (Lc 19.1-10). Jesus encontrou um mendigo pobre e miserável, à beira do caminho, e encontrou um homem da alta sociedade na mesma situação. Zaqueu era um homem angustiado e vazio, embora possuísse muita riqueza, posição social, e emprego garantido junto ao governo romano. Qualquer pessoa marcos nascimento

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gostaria de estar em seu lugar. Entretanto, se achava deslocado na vida, sentindo-se excluído e carente de um encontro com Jesus. É irônico pensar que as duas classes de pessoas tivessem uma só necessidade. Ambos, o pobre e o rico, estavam famintos de Jesus – o Pão da vida. A Bíblia mostra que foi a única vez que Jesus passou por aquele lugar. Ele não voltaria mais ali antes de morrer. Aquela seria a única oportunidade para aqueles dois homens. Bartimeu foi encontrado quando Jesus saía da cidade. O cego estava lá, à beira do caminho, comendo poeira sob o escaldante sol oriental, na expectativa de salvar alguns trocados provenientes das esmolas que viajantes lhe davam. De repente, ele começa a escutar um barulho de pessoas andando e se põe a pensar no que poderia ser aquilo: “Que 34

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barulho é esse? Parece uma procissão religiosa... Ou seriam viajantes andando em grupo para driblarem os ladrões e salteadores? Seja o que for, é a minha oportunidade de me dar bem!”. Perguntando aos passantes sobre o que seria aquele tumulto, logo obteve a resposta: — É Jesus quem está passando. — Jesus? Mas, quem é Jesus? — pergunta Bartimeu. — Jesus é o Filho de Davi, o Messias que haveria de vir para restaurar vista aos cegos, para libertar os cativos e oprimidos — conclui o informante. Ciente da oportunidade adiante de si, mais encorajado ficou. Bartimeu se pôs a gritar: — Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim! Para Bartimeu, gritar era o único recurso contra aquela angustiante situação. marcos nascimento

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Houve momentos em minha vida em que me senti tão angustiado que procurei um lugar onde eu pudesse ficar à vontade para orar e desabafar com Deus. Ali, na privacidade da solidão estufei o peito, soltei o grito mais forte que pude produzir e declarei contra todas as possibilidades: “Não importa o que aconteça, eu ficarei de pé! Nada me separará do teu amor! Nenhuma decepção, nem qualquer investida contra mim calará o meu louvor! Bendirei o Senhor o tempo todo! Os meus lábios sempre o louvarão” 2. A história de Bartimeu me faz crer que existem situações em nossa vida que só mudarão se decidirmos, em Jesus, que isso acontecerá. No final da década de 1980, eu ainda morava com os meus pais, e éramos muito pobres. Praticamente trabalhávamos em troca de comida; às vezes, faltava-nos o Salmo 34.1

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básico em nossa mesa. Éramos tão pobres que eu só tinha duas calças sociais usadas, adquiridas em troca de minha pequena produção de milho. Uma das calças era defeituosa – tinha a perna esquerda mais apertada que a direita. Eu a usava aos domingos pela manhã. A outra calça melhor, eu usava aos domingos à noite com uma camisa azul-marinho e um sapato preto que ganhei, na época, de um irmão muito querido. Apesar das dificuldades financeiras, eu gostava muito de ir à igreja. Apesar dessa situação, mesmo morando na roça, a aproximadamente 10 Km da igreja, eu colocava minha mãe no bagageiro da bicicleta e saíamos pedalando estrada afora. As estradas rurais são cheias daquelas “costelinhas” de terra, fazendo a bicicleta vibrar muito. Certo dia, eu senti que a bicicleta havia ficado mais leve. Olhei para trás e minha mãe estava lá, caída ao chão. Corri para socorrê-la e insinuei que deve marcos nascimento

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ríamos voltar para casa, mas, enquanto ela limpava os joelhos sujos de sangue misturado àquela terra amarela, dizia: “Vamos continuar. Não podemos perder o culto só por isso!”. Participávamos da Escola Dominical e eu voltava para casa crendo que Deus mudaria nossa situação algum dia. À noite, eu ia novamente à igreja. Quando voltava, cansado da viagem, deitava em minha cama e ficava ouvindo uma fita cassete com a pregação do pastor Neres (já falecido), da Assembleia de Deus. Ele era um grande pregador e um homem piedoso. Enquanto ouvia aquele homem pregando, ficava tocado pela unção daquelas palavras, não podendo conter as lágrimas. Eu dizia em meu coração: “Deus, se está em seus planos usar-me, me chame para o ministério, faça de mim um pregador! Usa-me, apesar de mim!”. 38

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Naquele tempo, li, na Bíblia, que Daniel orava três vezes ao dia; decidi imitá-lo. Subia para a lavoura de café e dizia para mim mesmo: “Preciso me entregar à oração e insistir com Deus”. Continuei perseverando por meses a fio. Então, eu comecei a pregar para pés de café; eles eram a minha primeira multidão – 45 mil pés de café que contornavam a nossa casa e se estendiam da várzea ao topo da montanha. Parecia um louco andando de um lado para o outro, entre as carreiras de café, com lágrimas nos olhos. Pregava com fervor a mensagem de Oseias 10.12: Semeiem a retidão para si, colham o fruto da lealdade, e façam sulcos no seu solo não arado; pois é hora de buscar o Senhor, até que ele venha e faça chover justiça sobre vocês.

Tinha um tempo considerável que eu estava pregando para os pés de café sem marcos nascimento

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que ninguém soubesse. Contudo, a Deus aprouve incluir meu nome na agenda de pregação da igreja, e cuidou para que eu não soubesse de nada, até chegar o dia. Na verdade, Ele não contou para ninguém! Era um domingo de setembro. Eu estava na igreja, juntamente com os 400 membros e alguns visitantes. Como eu era músico, estava no meu lugar de sempre, com o contrabaixo à mão. Quando chegou o esperado momento da mensagem da noite, o presbítero responsável pela igreja apontou em minha direção e disse que eu seria o pregador daquele dia. Só então fiquei sabendo que o nosso pastor ficara preso na estrada, em decorrência de uma forte chuva. Assustado, me informei se realmente eu seria o pregador. E o presbítero confirmou. Em meio ao desespero de estar diante daquelas pessoas pela primeira vez, Deus me trouxe à memória a mensagem 40

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de Oseias 10.12, que eu pregara aos pés de café nos últimos seis meses. Essa foi a minha primeira ministração pública. Preguei a mensagem para a igreja como se ela fosse aqueles pés de café, lá da roça. No final, 15 pessoas aceitaram Jesus e vieram à frente. Percebi que Deus estava dando o start, naquele momento, para o ministério que tinha para mim. Jesus havia atendido ao meu clamor. Ele parou para dar atenção à vida de um simples rapaz da roça, em cujo coração havia sonhos grandes demais para serem alcançados por suas próprias forças. Encontrar-se com Jesus é uma grande oportunidade para a nossa vida mudar. Não podemos perdê-la. Posso dizer que, desde que Ele passou pela minha vida, tenho sido transformado a cada dia. Hoje, Jesus ainda vem ao nosso encontro, da mesma maneira como foi ao encontro de Bartimeu e de Zaqueu. marcos nascimento

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A oportunidade do encontro com Jesus pede atitudes semelhantes a estas: gritos, como forma de pedir socorro; confissão de pecados escondidos; reconhecimento de que dependemos dEle. Bartimeu gritou e Zaqueu subiu num sicômoro. Subir na árvore representava a disposição de arrancar todo orgulho e vaidade do coração, bem como destruir toda autossuficiência, reconhecendo a necessidade de encontrar-se com o Messias. É na nossa fraqueza que o poder do Senhor se aperfeiçoa em nós. O poder da oração George Müller, Madame Guyon, John Knox e tantos outros fazem parte de uma lista enorme de pessoas, em todos os tempos, que impactaram o mundo através da oração. Bartimeu faz parte de uma categoria não menos expressiva de pessoas que des42

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cobriram, por acidente, o poder da oração. Enquanto orava: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”, Bartimeu experimentou o poder sobrenatural do clamor. Foi a sua oração. Direta, simples, e perseverante. Quando oramos a oração insistente, que bate, que busca e pede, a escuridão se transforma em dia e o Senhor vem ao nosso encontro. Ele aparece e transforma a nossa realidade presente em um novo tempo; um tempo de milagres, como fez a Bartimeu. A oração é o grito de independência do cristão. Bartimeu gritou tendo um alvo em mente. Obviamente, não foi o seu grito que convenceu Jesus a ajudá-lo. Foram, na verdade, seu profundo desejo por uma vida melhor e sua extraordinária fé em Jesus. Ele precisou gritar para não ter seu desejo e sua fé sufocados pelo resmungo da multidão que seguia Jesus. Toda vez que empreendermos mudanças radicais em nossa situação, encontra marcos nascimento

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remos uma multidão desejosa de nos fazer calar. Devemos estar prontos para acatar bons conselhos, mas cautelosos em relação aos assassinos de sonhos que nos rodeiam. A multidão, a uma voz, repreendia o cego para que ele se calasse, e parasse de incomodar o Mestre. Maioria não é sinônimo de sabedoria. Foi a maioria que decidiu pela libertação de Barrabás e pela condenação de Jesus. Em ambas as sentenças a multidão estava equivocada. Bartimeu logo percebeu que estava pisando em terreno minado. A combinação entre julgamentos, criticas, reprovações, impaciência e preconceito religioso, colocada no interior da seringa do desinteresse, seria a fórmula perfeita para uma injeção letal no sonho do pobre cego. Como recusa ao veneno oferecido pela multidão, Bartimeu aumentou o vo44

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lume da sua voz ao máximo, na tentativa de superar todo aquele barulho intimidador, gritando mais alto ainda: “Filho de Davi! Filho de Davi! Tem misericórdia de mim!”. A recompensa da perseverança Jesus parou e disse: “Chamem-no”. E chamaram o cego: “Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando” (Mc 10.49).

O verso 49 nos mostra o primeiro sinal de esperança para a situação de Bartimeu. Até esse ponto não havia nada específico que pudesse sustentar a cura do cego naquele dia, mas “Jesus parou [...]”. Na língua original parar é stao ou stah’-o, e tem o sentido de “fazer ficar de pé no mesmo lugar, imóvel”, como a fundação de uma casa, ou “levantar-se diante de um juiz e permanecer ali”. É muito estimulante saber que Jesus parou mediante o clamor de Bartimeu. marcos nascimento

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Poucos puderam parar Jesus como Bartimeu o fez. Entretanto, as pessoas que conseguiram pará-lO, tiveram experiências inesquecíveis. Zaqueu foi um dos que pararam Jesus ao subir no sicômoro (Lc 19.4). A mulher cananeia também parou Jesus com sua fé. Ela era estrangeira, rica, da alta sociedade. Apesar de tudo, andava gritando atrás de Jesus, necessitada de um encontro com o Senhor, como nos mostra o texto de Mateus 15.22-28: Uma mulher cananeia, natural dali, veio a ele, gritando: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito”. Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: “Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós”. Ele respondeu: “Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel”. A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: “Senhor, ajuda-me!”. Ele respondeu: “Não é certo tirar o pão 46

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dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. Disse ela, porém: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Jesus respondeu: “Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja”. E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.

John Knox parou Jesus com a memorável oração: “Dá-me a Escócia, senão morrerei”. George Müller parou Jesus quando decidiu que não receberia salário da igreja e que viveria do que Deus lhe desse por meio de ofertas voluntárias. Além de nada lhe ter faltado, em toda a sua vida, sua fé sustentou milhares de órfãos, por mais de cinco décadas. Os irmãos da rua Azuza, em Los Angeles, pararam Jesus quando decidiram orar com fervor. Não é por acaso que tudo o que experimentamos hoje, em relação ao movimento pentecostal no mundo moderno, nasceu na rua Azuza. marcos nascimento

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Saiba que a sua situação pode mudar completamente quando você se dispõe a parar Jesus como essas pessoas fizeram. Podemos pará-lO através de um ato de paixão - um período de jejum ou uma oferta específica para sua obra, um trabalho voluntário, onde se possa praticar o amor, dentre outras coisas. O versículo 48 mostra que muitos tentavam impedir Bartimeu, mandando que se calasse. Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”.

Mas, no versículo 49, a história mostra que Jesus parou mediante o clamor do cego. Nesse momento, a fala da multidão muda. As pessoas trazem a Bartimeu o recado de Jesus: “Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando”. O grito do mendigo foi ouvido e sua oração foi atendida. 48

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O valor do entusiasmo Uma das coisas mais preciosas do Evangelho é o chamado gracioso e soberano de Jesus. É comum o chamado de Deus acontecer a alguém que esteja realmente ocupado. Moisés estava cuidando do rebanho de seu sogro quando foi chamado. Eliseu estava arando a terra quando Deus o chamou. Davi estava no campo trabalhando como pastor de ovelhas quando Samuel mandou buscá-lo para que fosse ungido rei sobre Israel. Em Mateus 20, na parábola dos trabalhadores da vinha, o Senhor encontra homens desocupados na praça e pergunta-lhes: “[...] Por que vocês estiveram aqui desocupados o dia todo?”. E a resposta foi: “Porque ninguém nos contratou [...]”. Então, Jesus ordenou que fossem para a sua vinha (Mt 20.7,8). Deus os chamou porque eram trabalhadores, apesar de estarem desempregados. marcos nascimento

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Quando o Senhor chamou a Gideão, este estava trabalhando. Seu povo se encontrava diante de uma crise econômica terrível, que já durava sete longos anos. Toda a nação de Israel havia saído de sua posição privilegiada, na terra prometida, precisando fugir para as montanhas, tendo que habitar em cavernas, escondidos do inimigo que os ameaçava. Não havia nenhum homem com coragem suficiente para mudar aquele quadro desolador. Os midianitas vinham como gafanhotos e tomavam tudo que os israelitas tinham. Certo dia, ao acordar, Gideão se levanta e sai da caverna, escondendo-se para não ser visto. Entra no lagar a fim de malhar o trigo. O lugar era impróprio para isso, mas ele estava disposto a separar uma oferta para Deus, enquanto ajudava sua família. Gideão estava lutando contra as possibilidades. O lagar era o lugar adequado para a produção de vinho, não era local 50

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apropriado para a manipulação do trigo. Mas Gideão sabia que era um bom esconderijo. Deus se agradou de sua atitude altruísta e foi visitá-lo. O texto diz que o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: “O Senhor está com você, poderoso guerreiro” (Jz 6.12). Em outras palavras: “Força, valentia, habilidade e fartura sejam sobre Gideão, porque o Senhor Todo Poderoso é com ele”. No Reino de Deus, o trabalho conta mais do que os resultados dele. Até mesmo quando não há resultados imediatos, mas, a mão do obreiro continua firme no trabalho, isso é de grande valor diante de Deus. Entusiasmo perseverante atrai o favor de Deus. Quando alguém permanece orando, continua aplicando fé para aqueles sonhos desafiadores, jejua, aplica-se à leitura da Bíblia, segue levando Deus a sério em tudo é somente uma questão de tempo para que o Senhor concretize a vitória na marcos nascimento

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vida desse fiel. Você pode não perceber, mas, acredite, tudo isso está chamando a atenção do Senhor; Ele está percebendo e nos chamará para perto de Si. Acredite, quando Ele nos chama, as coisas mudam. Mudaram para Gideão. Mudaram para Moisés, que estava há quarenta anos esquecido lá na montanha de Midiã. Mudaram para Davi, que era um jovem anônimo pastor de ovelhas em Israel. E mudaram para Bartimeu, um insignificante e desconhecido mendigo, até ser chamado por Jesus. O Evangelho é um compêndio que reúne histórias de pessoas destruídas, casamentos acabados, vidas arrebentadas, mas que, um dia, ouviram a voz do Senhor. Na vida de Bartimeu, o Evangelho deixou marcas de verdadeira e profunda transformação. Ao ouvir a voz de Jesus, o mendigo tomou aquela capa maldita que 52

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representava a sua vida passada, que revelava o seu estigma e jogou-a fora para sempre! Ele partiu sem despedidas nem saudades. Ele estava curado. A atitude de abandonar sua velha capa foi decisiva. Significava romper com todas as implicações emocionais de seu problema. Atitude é tudo, em qualquer processo de cura. Aquele que deseja andar em santidade nunca será santo como poderia ser, sem que rompa com o pecado. Aquele que anseia aprimorar-se no conhecimento das Escrituras Sagradas terá que desligar-se de todas as distrações e debruçar-se com toda disposição sobre a Palavra, até que a luz da revelação lhe seja dada. Aquele que aspira crescer na liderança terá que aplicar fé nas pessoas, usando toda sua força em compreender as pessoas com as quais irá trabalhar – servi-las com marcos nascimento

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entusiasmo, doar-se por completo nos relacionamentos, até que, por fim, possa apontar-lhes o caminho. Equivocadamente, muitos atribuem a Deus a responsabilidade por suas dificuldades e limitações, dizendo: “Se Deus tocar no meu coração, eu deixarei de agredir física e verbalmente a minha esposa, tornando-me mais dócil para com ela”, “Se Deus me falar pessoalmente, oferto o meu carro ou minha casa”, “Se Deus falar comigo, eu largo a bebida alcoólica, o cigarro, o adultério ou a fornicação”. Entretanto, Deus normalmente não interfere, porque essas decisões não Lhe cabem. São questões de foro íntimo. Muitas pessoas, na Bíblia, tiveram atitudes de se lançar em Deus e de impressioná-lO com atos de paixão, sem que Deus precisasse falar com elas, diretamente. Deus não falou para Bartimeu se levantar correndo e vir de um salto. Deus sim54

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plesmente disse “Vem”. O espetáculo foi por conta de Bartimeu! Ele simplesmente aproveitou a oportunidade e o chamado do Mestre, sem perder tempo. Há histórias impressionantes de homens e mulheres de Deus que também responderam prontamente ao chamado de Jesus. Pessoas como William Booth, o fundador do Exército da Salvação. George Müller, o pastor que registrou mais de cinquenta mil orações respondidas, conhecido por sua fé e dedicação aos órfãos da Inglaterra. Moody, o sapateiro que levou mais de um milhão de almas a Cristo. David Livingstone, o médico que enterrou o seu coração na África, e ficou conhecido por sua semelhança com Jesus. Lillian Trasher, uma das maiores e mais eficientes missionárias do século vinte, que serviu ao Senhor, no Egito, por mais de cinquenta anos. Todos eles tinham algo em comum com Bartimeu – eles sabiam o que queriam quando ouviram o chamado de Cris marcos nascimento

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to; e depois de responderem positivamente a esse comissionamento, mantiveram-se cheios de disposição para realizá-lo.

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embro-me quando eu ainda morava com os meus pais, na roça. Minha família ia dormir e eu acendia um lampião à querosene. Pegava um papel e tentava escrever um livro. Eu orava: “Senhor, me ajude a escrever um livro”. Eu não tinha dinheiro, nem tinha cultura suficiente para escrever. Mas eu tinha fé e perseverança. Eu insistia. Isso era o meu grito e o meu clamor para que Deus parasse e mudasse a minha sorte. Os anos se passaram e Deus realizou meu desejo de escrever. Hoje, meus livros têm chegado aos Estados Unidos, Europa e em vários estados do Brasil. Sou muito grato ao Senhor porque se importou comigo e com meus projetos pessoais. Ouvi alguém dizer, certa vez, que existe pouca diferença entre as pessoas – mas marcos nascimento

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é essa pequena diferença que faz toda diferença. Um estudo sobre 300 personalidades de grande sucesso, como Franklin Roosevelt, Helen Keller, Winston Churchill, Albert Schweitzer, Mahatma Gandhi e Albert Einstein revelou que um quarto delas era portadora de algum tipo de deficiência, como cegueira, surdez ou aleijamento. Três quartos nasceram na pobreza, vindos de lares destruídos, ou de situações extremamente tensas e tumultuadas. A diferença é que umas pessoas têm dificuldades, outras têm planos. Nos dias de Bartimeu, muitos portadores de necessidades especiais continuaram deficientes e anônimos. Bartimeu, a exceção à regra, tinha um profundo desejo em seu coração. Era um tipo de gente que “acreditava em suas crenças e duvidava de suas dúvidas”, como disse Charles F. Deems3. DEEMS apud WILKINSON, Bruce. A oração de Jabez. 1ª ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2001. p.4.

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Bartimeu tinha uma visão clara, apesar de ser cego. Isso ficou evidente quando Jesus lhe fez uma pergunta direta e fundamental: “Que queres que eu te faça?” ou, etheleo, que em grego tem um sentido bem mais amplo: “Qual o seu desejo? O que você tem em mente? Do que você gosta?”. Em outras palavras, “Apresente-me sua proposta, pois quero investir em alguém determinado como você”. Isso está em acordo com o que o rei Davi disse em Sl 37.5: “Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração”. Anos mais tarde, o rei Salomão disse que é Deus quem dá a visão, e nós fazemos os planos: “Ao homem pertencem os planos do coração [...]” (Pv 16.1). No caso de Bartimeu, Deus daria o recurso necessário para os sonhos que ele já tinha. A resposta do cego à pergunta de Jesus foi: “Que eu torne a ver” (anablepo). A preposição ana significa “subir, ou levantar os olhos para cima e marcos nascimento

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recuperar a visão perdida”. Blepo é uma palavra primária com um sentido muito poderoso: “ver com discernimento através do olho; estar possuído de visão e discernimento”. Bartimeu desejava ver com os olhos da mente, com discernimento e poder para entender – ver como Deus vê. A visão é uma das coisas mais importantes que Deus nos concede, no momento da salvação. Como fez a Bartimeu, Deus lhe dará uma visão sobrenatural e você verá as pessoas em sua cidade nascendo de novo, no Reino de Deus. Deus lhe mostrará onde estão os recursos necessários para cumprir a vontade divina. Ele fará milagres tremendos através de você. Assim como os projetos de Bartimeu se concretizaram, quando este se encontrou com Jesus, seus projetos, diante de Deus, encontrarão respostas. Observe como a situação de Bartimeu muda: “O que você quer que eu lhe faça?”, 62

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perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!”. O desfecho dessa experiência pode ser visto nas três etapas que se seguiram, a partir do momento em que Bartimeu foi encontrar-se com Jesus: Salvação A mudança na situação de Bartimeu foi também sotereológica, “a tua fé te salvou”. A palavra sozo (salvação), na língua original, indica que Bartimeu foi poupado de sofrer, e sua saúde foi restaurada. Entretanto, essa mesma palavra é usada para dizer que ele foi salvo dos males (o pecado inerente à natureza pecaminosa) que dificultam a recepção do livramento messiânico. Isto é: a salvação que ele recebeu incluiu, em um só pacote, a cura emocional, psicológica, física e espiritual. Sua fé em Jesus proporcionou a Bartimeu recuperação em todos esses níveis, dando-lhe plenas condições de sonhar outra vez. marcos nascimento

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Restituição Certo de que recuperaria aquilo que ele um dia havia tido, Bartimeu veio a Jesus. Ele disse: “Que eu torne a ver”4. Isso é verdade para todo aquele que atende ao chamado de Cristo. O que você perdeu, o Senhor pode lhe devolver. Clame pela restauração de seu ministério: “Há uns anos atrás eu era um líder exemplar e comprometido com as coisas espirituais, eu tinha muitos frutos, mas eu perdi isso, Senhor. Ajuda-me!”. Clame por sua família: “Senhor, há certo tempo eu era um marido carinhoso e responsável para minha esposa, mas hoje sou indiferente, agressivo e infiel. Gostaria de ter de volta minha família”. Ore sem medo! Clame por sua saúde emocional: “Senhor, devolva-me aquela alegria que eu tinha e não tenho mais”. Clame por sua vida Marcos 10.51 - Versão João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada.

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espiritual: “Ah, Senhor, torna a dar-me a alegria da tua presença, da unção que pairava sobre mim”. Aproxime-se de Deus sem reservas, como fez Bartimeu. Lembre-se que Deus o ama com amor eterno (Jr 31.3). Creia que Ele é restituidor. Veja o que aconteceu a Sansão: ele estava girando o moinho por vinte anos. Frustrado, derrotado e humilhado. Mas, um dia, ele teve a oportunidade de clamar ao Senhor: “Ó Soberano Senhor, lembra-te de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez [...]” (Jz 16.28). O Espírito de Deus veio sobre ele e o capacitou, de tal forma, que cumpriu o propósito para o qual existia. Deus restituiu a sua honra e ele pôde cumprir seu ministério. Creia, quando você clamar sinceramente, o Espírito de Deus restituirá o que você perdeu. Discipulado A marca visível e física da transformação foi que ele tornou a ver imediatamente, marcos nascimento

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e não carecia de continuar à beira do caminho. Ele agora seguia a Jesus estrada afora. Quanta mudança provou Bartimeu nesse encontro com Jesus! O termo grego que designa seu último ato é surpreendente. O autor usa akoloutheo, uma espécie de partícula de união com keleuthos, que significa caminho. Bartimeu se associou a Cristo como o seu assistente, e passou a acompanhá-lo como seu discípulo, disposto a morrer por sua causa. Ele deixou de ser cego, mendigo e complexado para ser um poderoso homem de Deus. Para ele, nada tinha mais valor que a causa de Cristo. William Macdonald5, em seu livro “Discípulos Verdadeiros”, nos faz repensar sobre a nossa postura diante do chamado de Jesus: MACDONALD, William. Discípulos verdadeiros. Santos: Associação para Orientação Bíblica. 1966, p.54,55.

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A maior tragédia da vida, hoje em dia, é a falta de apreciação quanto à importância de nossa chamada. Estamos contentes em gastar os anos “abraçando o subordinado” ou “dando importância às coisas não importantes”. Nós nos arrastamos, em vez de voarmos. Somos escravos, em vez de reis. Poucos têm a visão de conquistar terras para Cristo. Spurgeon foi uma exceção. Êle [sic] escreveu a seguinte mensagem ao filho: “Eu não gostaria que você, se designado por Deus para ser missionário, morresse um milionário. Eu não gostaria que, sendo capacitado para ser um missionário, você se rebaixasse perante um rei. O que são todos os reis, todos os nobres, todos os diademas, mesmo juntos, em comparação com a dignidade de ganhar almas para Cristo, não sôbre [sic] alicerces de outro homem, mas pregando o evangelho de Cristo, em regiões muito além?”. Outra exceção foi John Mott, o bem conhecido estadista missionário. Quando o presidente do Coolidge pediu que êle [sic] servisse como embaixador no Japão, marcos nascimento

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Mott respondeu: “Senhor presidente, desde que Deus me chamou para ser Seu embaixador, meus ouvidos estão surdos para tôdas [sic] as outras chamadas”. Billy Graham relata uma terceira exceção: “Quando a Companhia de Óleo Standard estava procurando, no Extremo Oriente, um homem para representá-la, escolheu um missionário. Ofereceu-lhe dez mil dólares e êle [sic] recusou; passou a oferecer-lhe vinte e cinco mil dólares e êle [sic] recusou; ofereceu-lhe cinquenta mil e êle [sic] recusou. Perguntaram-lhe: “O que está acontecendo, por que não aceita?”. Êle [sic] respondeu: “Seu ordenado é bom, mas seu emprêgo [sic] é pequeno. Deus me chamou para ser um missionário”.

Essa é a melhor resposta que podemos dar a Deus pelo amor que recebemos ao conhecer a Jesus. Sermos seus discípulos é privilégio e honra! Bartimeu foi constrangido pelo amor que recebeu (2 Co 5.14). E você? Como responderá a esse amor? 68

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Outros Títulos

SÉRIE MULHER DECIDIDA Autora: Luciene Nascimento Uma série escrita para mulheres que decidiram agir, vencendo a inércia e alcançando patamares mais elevados em relação às áreas emocional, espiritual e física, sabendo que, em Deus, nossas forças são ampliadas, nossos horizontes se alargam e temos promessas divinas de bênção e conquista. Temas como felicidade, conquistas espirituais, etiqueta, diplomacia, amor, perfeccionismo, sinceridade, fé para superação de limites pessoais, dentre outros, serão abordados na série Mulher Decidida, lançada pela Editora Mezuzá.


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