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O PALÁCIO ASSOMBRADO

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A RUA DA VILA

A RUA DA VILA

No mais verde dos vales Morada de anjos generosos Um belo e imponente palácio Erguia sua cabeça, grandioso. E lá ficou No mais soberano domínio Nunca um serafim voou Sobre edifício nem de longe tão apolíneo

Estandartes amarelos, gloriosos, dourados, Sobre seu teto flutuavam e ondulavam (Isso, tudo isso, num tempo passado É onde essas lembranças ficavam) E um ar suave soprava Naquele dia agradável, Sobre o parapeito emplumado e pálido pairava Um odor detestável.

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Viajantes pelo vale feliz andavam, Por duas janelas luminosas, viram Espíritos que à música se movimentavam E às regras de um bem afinado alaúde obedeciam, Ao redor de um trono onde, sentado O herdeiro Em estado de glória bem adequado Governante do reino a público veio.

Com pérolas e rubis a reluzir Estava a bela porta do palácio Pela qual começaram a surgir, surgir, surgir, Com brilho violáceo Um grupo de ninfas se dedicando ao trabalho com destreza Que consistia em cantar Em vozes de transcendente beleza A esperteza e sabedoria do rei e o exaltar.

Mas a maldade, em manto de tristeza, Assaltou a soberana propriedade (Ah, lamentemos, pois nunca que a tristeza Deve de sua solidão compreender a vontade!) E ao redor de sua casa a glória Que um dia floresceu Não passa agora de vaga memória De um passado que já morreu.

Naquele vale, agora os viajantes, Por janelas de luzes avermelhadas Veem vastas formas, que se movem tremulantes Ao som de melodias mal-arranjadas, Enquanto jaz um rio sagaz e horripilante, Pela porta de cor rala Uma abominável multidão segue errante E ri, mas o sorriso se cala.

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