Revista Ponto #4 - NOV 2013

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PONTO

#4 NOVEMBRO 2O13

ARTE e CULTURA POPULAR NA AMÉRICA COLONIZADA A MEDIAÇÃO como instrumento NA CONQUISTA DE NOVOS LEITORES CONVERSA COM NINA HORTA

REVISTAPONTO® Publicação Literária e Cultural DO SESI-SP #4 NOVEMBRO 2O13

editora@sesisenaisp.org.br www.sesispeditora.com.br www.facebook.com/sesi-sp-editora

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#4 NOVEMBRO 2O13

SESI-SP Editora Av Paulista 1313 4º andar O1.311-923 São Paulo SP telefone 55 11 3146 7308

UM PANORAMA DO CINEMA ALEMÃO CONTEMPORÂNEO

EBOOK REVOLUCIONA RELAÇÃO ENTRE LEITOR E LEITURA

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Na página anterior, obra de Cecilia Vargas Muñoz, Expresso Laboyano, 2007, Pitalito, Colômbia.

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P O N T OD E P A RT I D A

A Revista Ponto acaba de completar um ano de vida como importante instrumento de divulgação de nossas publicações associada ao desenvolvimento de um conteúdo editorial sério que visa informar, formar e ajudar na construção de uma sociedade mais capacitada e competitiva. Gostaria, neste primeiro “aniversário”, de parabenizar a pequena equipe que compõe a nossa Editora com grande esforço e dedicação e agradecer ao prof. Walter Vicioni Gonçalves, nosso Superintendente, pelo apoio incondicional às atividades desenvolvidas no SESI-SP no âmbito da cultura e do livro. Nesta Revista Ponto no 4, trazemos uma deliciosa entrevista com a empresária especialista em alimentação, escritora e colunista de gastronomia do jornal Folha de S.Paulo, Nina Horta, e ainda neste segmento, levando em conta os livros cuidadosamente desenvolvidos pela área de Nutrição do SESI-SP, um dos carros-chefe da Editora, apresentamos um pouco do mercado com a reportagem “A gastronomia muito além da alimentação”. Como matéria de capa, buscamos amplificar a discussão proposta pela área de cultura do SESI-SP por meio da exposição “Grandes Mestres da Arte Popular Ibero-americana”, com um belíssimo ensaio que levanta questões importantes, como a valorização cultural das manifestações tradicionais na composição e preservação de uma nacionalidade e como base estruturante de sua produção artística. Ainda na esteira das ações promovidas pela área de cultura, convidamos o crítico de cinema Sérgio Rizzo para escrever sobre a produção alemã nesta área, tema da Mostra Cine SESI-SP no Mundo: Alemanha Contemporânea, que apresenta sete filmes até o final de 2013 e mais sete até abril de 2014. A mediação de leitura, como estímulo à formação de novos leitores, é tema recorrente nas atividades desenvolvidas na entidade, tanto por meio do Programa Literatura Viva, como em sua vertente teórica, na coleção infantojuvenil Quem lê sabe por quê, e rendeu uma bela e bem informada reportagem sobre o assunto. E coroando esta edição, convidamos o consagrado escritor mineiro Luiz Vilela para compor a galeria do Ponto do Conto, com um texto inspirado e severo, intitulado “O que cada um disse”. Desejo a todos uma boa leitura e muitos anos vindouros e profícuos à Revista Ponto.

O Editor

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#4 NOvemBrO 2o13

A revistAPONTO® é UMA pUBlIcAção lITERÁRIA E cUlTURAl DA sEsI-sp EDIToRA, coM EDIçÕEs TRIMEsTRAIs

conselHo eDitoriAl PaUlO sKaf (PresiDeNTe) walTer viciONi gONçalves DéBOra cYPriaNO BOTelhO NeUsa mariaNi coMissão eDitoriAl

ferNaNDO aNTONiO carvalhO De sOUza DéBOra PiNTO alves viaNa alexaNDra salOmãO miamOTO ÁlvarO alves filhO rODrigO De faria e silva gaBriella PlaNTUlli

eDitor cHeFe

rODrigO De faria e silva

eDitorAs Assistentes

jUliaNa farias aNa lUcia saNT’aNa DOs saNTOs BeaTriz Biella marTiNs (esTagiÁria)

eDitorAção e ProDução GrÁFicA PaUla lOreTO valQUíria Palma camila caTTO maYsa Paiva (esTagiÁria)

coMunicAção eDitoriAl gaBriella PlaNTUlli

DivulGAção e ProMoção valéria vaNessa eDUarDO

ADMinistrAtivo e FinAnceiro

raimUNDO erNaNDO De melO jUNiOr feliPe aUgUsTO ferreira De Oliveira flÁvia regiNa sOUza De Oliveira mÁrciO Da cOsTa veNTUra

coMerciAl

vaNessa BUzeli BONOmO viceNTe raPhael calDeira

colAborADores

arNalDO NisKier carOliNa carDOsO lUiz vilela ricarDO viveirOs OficiNa De cOmUNicaçãO rOBerTO mUYlaerT sérgiO rizzO

Capa Foto Hugo Curti Dona Marina, A Catrina, obra de Felipe Linares Mendoza, 1992, Cidade do México, México.

revisão

aNa Tereza clemeNTe

JornAlistA resPonsÁvel

gaBriella PlaNTUlli (Mtb 0030796sP)

ProJeto GrÁFico oriGinAl viceNTe gil DesigN

tirAGeM DestA eDição 5 mil exemPlares iMPressão NYwgraf revistAPONTO® - PublicAção literÁriA e culturAl nÚMero 4 – noveMbro De 2013 sEsI-sp EDIToRA Av pAUlIsTA 1313, 4º AnDAR TElEfonE: 3146-7134

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06 estante de livros lançamentos 10 ponto Entrevista a sofisticação da simplicidade 16 teM, MAS ACABOU ONDE VIVEM AS FADAS 20 ponto especial A obra de arte na era de sua valorização cultural 30 pontocoM O brasil também se rende ao livro digital 38 PONTO SELO AUDIOVISUAL CINEMA ALEMÃO CONTEMPORÂNEO 48 PONTO LEITURA MEDIAÇÃO DE LEITURA: O convite ao mundo dos livros e suas diversas formas 58 PONTO DO CONTO O QUE CADA UM DISSE, POR LUIz VILELA 64 PONTO MERCADO A GASTRONOMIA MUITO ALÉM DA ALIMENTAÇÃO 74 ao pé da letra O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO, POR ARNALDO NISKIER 78 EVENTOS DA EDITORA FEIRA DE LIVROS E LANÇAMENTOS 82 AGENDA CULTURAL PROGRAMAÇÃO GALERIA DE FOTOS UNIDADES DO SESI

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estAnte De livrOs DA reDAção

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Selecionar os lançamentos do trimestre que ilustram as páginas da Revista Ponto é sempre uma tarefa difícil; e como para esta edição ficou ainda mais, optamos por ampliar o espaço. Mas, mesmo assim, tivemos que elencar apenas alguns deles. O catálogo completo com as publicações da SESI-SP Editora e SENAI-SP Editora podem ser conferidos em nossos sites!

mãOs mÁgicas

maTiNTaPereira

TEREZA YAMASHITA

JOSÉ SANTOS

A milenar arte japonesa de dobrar papel, que encanta crianças e adultos, serviu de inspiração para a autora fazer de um quadrado de papel o protagonista desta divertida história. As mãos da ilustradora Suppa deram vida a uma menina de cores fortes, a aventureira Quadradinha de papel, que sai em uma viagem de autoconhecimento em busca de seu irmão desaparecido.

Personagem do folclore da região Norte do Brasil, Matintapereira vem direto dos relatos orais para as páginas deste livro com estrutura de cordel. Entre um verso e outro, José Santos nos conta um pouco mais dessa senhora feiticeira, que pode se transformar em ave, muito bem ilustrado por Jô Olivieira.

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lAnçAMEnTos

Wilson Marques

Este livro nos aproxima do

VITOR E O INVISÍVEL

A menina inhame

imaginário de um povo irmão, que habita um continente muito próximo e ao mesmo tempo muito distante. Suas características se encaixam em nossa ancestralidade da mesma forma que a África se encaixa ao nosso continente,

Luiz Bras

como podemos perceber no mapa-múndi. Recontada em formato de cordel, esta lenda nos mostra o poder das palavras e por que devemos pensar antes de tomar algumas atitudes ou manifestar certos pensamentos em relação aos

Ilustrações:

outros, pois, ao agirmos de modo injusto, as

Taisa Borges

Luiz Bras

O invisível está em toda parte. Mas ninguém o vê, porque ele é feito de coisas muito pequenas.

Ilustrações: Bruna Ximenes

Ou de coisas muito grandes. O invisível minúsculo é feito de moléculas e átomos. O invisível maiúsculo é feito de estrelas e galáxias. Vítor tem apenas sete anos e é o jovem herói desta história de descobertas.

consequências podem ser definitivas.

Um belo dia ele abriu os olhos e começou a ver o invisível. O minúsculo e o maiúsculo. Essa foi a maior revolução em sua vida. Vítor finalmente tomou contato com o maravilhoso mistério que é o universo. E recebeu o convite mais assustador: viajar no invisível, explorar o infinito. Será que Vítor terá coragem de aceitar?

ISBN 978-85-65025-79-9 ISBN 978-85-8205-119-1

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a meNiNa iNhame

viajaNTes DO iNfiNiTO

víTOr e O iNvisível

WILSON MARQUES

FLÁVIA MUNIZ

LUIZ BRAS

Este livro nos aproxima do imaginário de um povo irmão, suas características se encaixam em nossa ancestralidade da mesma forma que a África se encaixa em nosso continente. Recontada em formato de cordel, esta lenda nos mostra o poder das palavras e por que devemos pensar antes de tomar algumas atitudes ou manifestar certos pensamentos em relação aos outros, pois, ao agirmos de modo injusto, as consequências podem ser definitivas.

O protagonista Fábio escreve uma história e, a partir daí, a realidade à sua volta começa a se transformar. A jornada leva-o ao maior desafio: enfrentar seus medos e vencer o terrível inimigo que sobrevive em sua mente. Poderá contar com a ajuda de seu melhor amigo? Existem outros mundos, em outras dimensões, paralelos ao nosso? A imaginação poderia ser o ponto de contato entre esses mundos?

Vítor, de apenas 7 anos, é o herói desta história de descobertas. Um dia, o jovem herói abriu os olhos e começou a ver o invisível. O invisível minúsculo, feito de moléculas e átomos; e o maiúsculo, de estrelas e galáxias. E ao entrar em contato com o mistério que é o universo, Vítor passou a viver a maior revolução em sua vida. Repleto de ilustrações elaboradas e coloridas, esta obra encanta e convida o leitor a viajar junto com o protagonista pelo invisível e explorar o infinito.

DeNTe De leiTe

missãO POssível 1 – café Da maNhã

JULIANA FREZARIN, LUCAS RODRIGUES, TAMIRES MACENA E THAINÁ RIBEIRO

SESI-SP

Um livro de receitas para crianças deve combinar facilidade, segurança e diversão. Dente de leite convida os pequenos para uma deliciosa e saudável brincadeira, com as receitas do programa de orientação nutricional Alimente-se bem, sucesso do SESI-SP há 14 anos. Este livro foi desenvolvido e aprimorado por quatro alunos do Ensino Articulado SESI/SENAI com as técnicas assimiladas no decorrer do curso no SENAI.

Dirigido ao público jovem com o intuito de contribuir para o seu desenvolvimento saudável e um futuro melhor, este livro propõe alternativas a alguns costumes alimentares incorretos e apresenta receitas saudáveis selecionadas. Informa ainda que, além de satisfazer as elevadas necessidades de nutrientes, uma alimentação balanceada na adolescência pode significar, muitas vezes, uma mudança nas práticas alimentares.

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missãO POssível 2 – PraTOs PriNciPais, gUarNições e salaDas SESI-SP

Com receitas nutritivas, criativas e fáceis de fazer, esta publicação pretende contribuir para que os jovens tenham a opção de adotar uma alimentação saudável, uma das maneiras que contribuem para o desenvolvimento intelectual e físico da população infantojuvenil, mostrando que comer bem pode ser muito divertido e saboroso. É um livro que apresenta as regras de ouro da boa alimentação, e traz informações preciosas para promover a mudança de atitude necessária.

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50 receitas nutritivas com cereais e leguminosas

Alimente-se Bem frutas e hortaliças

ALIMENTE-SE BEM cereais e leguminosas

Sabor na medida certa | Nutrição e culinária para colesterol alto

Controlar o colesterol alto não é tão difícil quanto parece. A alimentação pode contribuir para reduzir os seus níveis, quando for pobre em gorduras saturadas e equilibrada, contendo adequadamente nutrientes e fibras, e com o auxílio dos alimentos funcionais. Neste volume da série Sabor na medida certa você pode conferir dicas preciosas para diminuir o mau colesterol e promover sua saúde.

O programa Alimente-se Bem do SESI-SP foi estruturado com base na convicção de que alimentar-se bem não depende apenas de quanto se gasta à mesa, mas sim de como se gasta. Ou seja, sem prejuízo da alimentação adequada, é possível conseguir uma nutrição equilibrada, substituindo produtos decerta consumo e evitanSabor na medida do desperdícios, por meio de seu uso integral. Nutrição e culinária para colesterol alto Este livro oferece 50 receitas com cereais e leguminosas para que você possa experimentar e comprovar o programa. Além de sabor e qualidade, os pratos aqui apresentados combatem o desperdício e trazem maior economia ao cotidiano familiar.

ALIMENTE-SE BEM A boa alimentação precisa unir dois benefícios fundamentais: saúde e prazer. Criado em 1999 pelo SESI-SP, o Programa Alimente-se Bem tem o objetivo de orientar a sociedade na busca por um estilo de vida mais equilibrado por meio dos alimentos. Neste volume da coleção, o SESI-SP apresenta 50 preparações com frutas e hortaliças, dando continuidade à série que começou com pratos à base de cereais e leguminosas. Além das receitas, o livro traz informações sobre o nosso sistema digestório, a absorção dos nutrientes pelo organismo e a importância da pirâmide dos alimentos. Também apresenta dicas úteis sobre como comprar, armazenar e os cuidados na manipulação e no preparo das frutas e hortaliças.

Alimente-se Bem 50 receitas nutritivas com frutas e hortaliças

Aproveitamento integral dos alimentos

Aproveitamento integral dos alimentos

ISBN 978-85-8205-104-7

9 788581 700441

9 788582 050989 9 788582 051047

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NUTriçãO e cUliNÁria Para cOlesTerOl alTO, DiaBeTes, hiPerTeNsãO arTerial e OBesiDaDe

alimeNTe-se Bem 50 receiTas NUTriTivas cOm cereais e legUmiNOsas

alimeNTe-se Bem 50 receiTas NUTriTivas cOm frUTas e hOrTaliças

SESI-SP

SESI-SP

Os cuidados com a alimentação podem prevenir ou retardar o aparecimento de doenças, quando associados à prática de atividades físicas e hábitos saudáveis em geral. A série Sabor na medida certa apresenta em quatro volumes informações essenciais e receitas adequadas para ajudar você a controlar ou prevenir doenças tão comuns atualmente, como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial e obesidade.

O que é uma nutrição equilibrada e como fazer uso integral dos alimentos sem desperdício são apenas alguns exemplos do que encontramos neste livro. A obra mostra também quais os tipos e grupos de alimento e a maneira correta de selecioná-los e armazená-los, bem como a necessidade de variar ao máximo os grupos de alimentos que compõem o cardápio. Todas as receitas são acompanhadas de fotos que só fazem aguçar a vontade de prepará-las.

SESI-SP

A importância de tornar as frutas e hortaliças um hábito alimentar é apenas uma das abordagens deste livro, que se aprofunda também sobre o grande teor de vitaminas e minerais presentes nesses alimentos e o quanto eles são imprescindíveis no equilíbrio do organismo. Apresenta, ainda, as características e propriedades das frutas e hortaliças, dicas de como comprá-las, armazená-las e consumi-las. Uma tabela de sazonalidade permite que você conheça os melhores meses para cada tipo.

Alzira Barros é professora do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico (NPPH) da escola SENAI Gaspar Ricardo Júnior, em Sorocaba (SP). Pedagoga formada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Paulista (Unip). Especializada em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sanzio Marden é professor do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico (NPPH) da escola Senai Gaspar Ricardo Júnior, em Sorocaba (SP). Formado em Artes Plásticas, com licenciatura em Arte e Educação, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e pós-graduado na mesma área pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA-CE). É especializado em Edificações Prediais pelo SENAI-BA.

“Foi com grata surpresa e grande alegria que recebi os originais do livro Restauração do patrimônio histórico: uma proposta para a formação de agentes difusores. [...] Li e reli a obra, que considero primorosa e referencial. O conteúdo teórico consegue ser sintético e, ao mesmo tempo, denso. As ilustrações são ricas, didáticas e esclarecedoras. Aproveito o ensejo para registrar minha convicção, fundada em quase duas décadas de experiência no tema, de que nenhuma política de preservação do patrimônio cultural comprometida com resultados poderá prescindir de participação social, do envolvimento dos artífices locais, da valorização das lideranças e da sensibilização do cidadão comum para com a descoberta e valorização de seu legado ancestral. A comunidade é a maior defensora de seu patrimônio, mas é preciso técnica para conservá-lo. A obra em questão motiva a inserção social na preservação dos bens culturais e ensina, com brilhantismo, os primeiros passos para quem quiser trilhar o caminho da conservação e do restauro. Parabéns pela iniciativa e pelo trabalho. O patrimônio cultural brasileiro agradece.” Marcos Paulo de Souza Miranda Coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, do Grupo de Defesa do Patrimônio Cultural da Rede Latino-Americana do Ministério Público de Meio Ambiente e do Projeto Nacional de Fortalecimento da Atuação do Ministério Público na Defesa do Patrimônio Cultural.

RESTAURAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Sobre os autores Júlio Barros é professor do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico (NPPH) da escola SENAI Gaspar Ricardo Júnior, em Sorocaba (SP). Pedagogo formado pela Universidade Paulista (Unip), é pós-graduado em Psicopedagogia pela mesma instituição e em Direito Ambiental pelo Centro Universitário Fieo (Unifieo). Restaurador e conservador de bens culturais móveis formado pela Fundação de Arte de Ouro Preto (MG), cursou especialização em instituições da Alemanha e de Portugal.

RESTAURAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO Uma proposta para a formação de agentes difusores

Outros títulos da série Informações Tecnológicas Calibração de Instrumentos de Medição Celulose Comandos Elétricos de Sistemas Pneumáticos e Hidráulicos Diagnósticos e Regulagens de Motores de Combustão Interna Eletrônica de Potência Aplicada no Acionamento Eletrônico de Máquinas Elétricas Fundição Artística Hidráulica Móbil Mestre de Obras

Área Construção Civil

Sistemas Hidráulicos Industriais Sistemas Pneumáticos Soldagem Técnicas de Comando e Circuitos Lógicos Pneumáticos Tecnologia Construtiva de Revestimento Decorativo Monocamada

ISBN 978-85-65418-78-2

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TraTameNTO TérmicO DOs meTais – Da TeOria à PrÁTica SENAI-SP

Rico em exemplos, aborda a tecnologia que embasa as transformações de microestruturas dos metais e as técnicas aplicadas na prática para a operacionalização dessa importante etapa produtiva, que permite promover as alterações das características dos diversos tipos de metais para que possam atender a diferentes solicitações mecânicas requeridas em projetos de peças que fazem parte de equipamentos compostos de materiais metálicos.

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eleTrôNica De POTêNcia aPlicaDa aO aciONameNTO De mÁQUiNas eléTricas

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resTaUraçãO DO PaTrimôNiO hisTóricO – Uma PrOPOsTa Para fOrmaçãO De ageNTes DifUsOres

SÉRGIO LUIZ VOLPIANO

JÚLIO BARROS, ALZIRA COSTA RODRIGUES BARROS E SANZIO MARDEN

A eletrônica de potência é a área do conhecimento que controla e condiciona a energia elétrica por meio do controle dos equipamentos elétricos, viabilizando diversas soluções para a automação dos processos produtivos industriais. Este livro tem como objetivo explicar as técnicas utilizadas pela eletrônica de potência e o funcionamento dos módulos de potência aplicados no controle de velocidade e torque das máquinas elétricas de corrente contínua alternada.

Voltado para a formação de agentes difusores e para quem quer ingressar no caminho da conservação e do restauro, esta publicação traz o cuidadoso trabalho de restauro e preservação do patrimônio histórico, um tema rico, mas desconhecido do público em geral. O livro mostra que preservar o patrimônio histórico significa valorizar a nossa sociedade e nossa cultura, possibilitando aos mais jovens conhecer e conviver com o nosso passado.

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ia

Le ó de e nc Po

Fa cu nd o

te at ro

nasceu em Lugano, na Suíça, em 1964. É clown, ator, diretor de teatro, coreógrafo e criador do Teatro Sunil e cofundador da Companhia Finzi Pasca.

danieLe Finzi Pasca

Facundo Ponce de León

Daniele Finzi Pasca, um contador de histórias, como ele mesmo se define, ao longo das últimas décadas transformou algumas de suas histórias nos espetáculos mais vistos no mundo, como Corteo, do Cirque du Soleil, Ícaro e La Veritá, da Companhia Finzi Pasca. Neste livro, Daniele apresenta sua concepção artística e, passando pelo clown e se valendo da dança, teatro e literatura, revela ao jornalista Facundo Ponce de León como transforma simples cenas que observa no cotidiano em algo extraordinário.

daniele Finzi Pasca teatro da carícia

DIÁLOGOS

da Fi ni nz e i P le as da ca ca ríc

lAnçAMEnTos

Facundo Ponce de León

nasceu em Montevideo, no Uruguai, em 1978. É jornalista e doutor em Filosofia.

ISBN 978-85-8205-134-4 14/08/13 11:18

DaNiele fiNzi Pasca – TeaTrO Da carícia FACUNDO PONCE DE LEÓN

PrOgrama sesi-sP Na Trilha DOs saBeres – Uma POssiBiliDaDe De eDUcaçãO além DO refOrçO escOlar

garOTO – O gêNiO Das cOrDas SESI-SP

WALTER VICIONI GONÇALVES

Um contador de histórias, como ele mesmo se define, Daniele, ao longo das últimas décadas transformou algumas de suas histórias nos espetáculos mais vistos no mundo, como Corteo, do Cirque du Soleil, Ícaro e La Veritá, da Companhia Finzi Pasca. Neste livro, ele apresenta sua concepção artística iniciada a partir de uma viagem à Índia aos 18 anos, e revela como transforma simples cenas que observa no cotidiano em algo extraordinário, tornando a vida comum em heroica.

Um projeto de educação não formal que inclui atividades de esportes, artes e reforço escolar, e identifica as deficiências, reconhece a capacidade dos alunos de escolas públicas e oferece a possibilidade de eles aprenderem e desenvolverem conhecimentos aplicados a situações reais e, principalmente, ligadas à vida da comunidade. Esse trabalho que o SESI-SP realiza, desde 2007, nas salas de aulas que mantém nos Centros da Criança e do Adolescente (CCA) em Heliópolis, é detalhado neste livro.

Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, deixou um vasto legado de peças musicais, mas, passados 50 anos de sua morte, a grandiosidade de seu talento não é proporcional ao público que o conhece. Esta obra mostra a trajetória desse instrumentista, que, autodidata, gravou seu primeiro disco aos 15 anos. Percorremos o mundo de Garoto por meio de amigos músicos, que nos contam histórias, muitas delas inusitadas, além de fotos memoráveis e partituras com suas melodias de destaque.

sTriNDBerg e O PODer

cONversa De algUmas hOras e mUiTOs aNOs cOm O DramaTUrgO e DireTOr TeaTral vlaDimir caPella

ciNema POrTUgUês: Um gUia esseNcial

MARIA LÚCIA LEVY CANDEIAS

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PAULO CUNHA E MICHELLE SALES (ORGS.)

VLADIMIR CAPELLA

Esta publicação apresenta a questão do poder, tema recorrente no teatro de Strindberg, seja o poder como abuso de autoridade, seja o poder nas relações cotidianas, e nos permite identificar os procedimentos utilizados pelo dramaturgo que caracterizam o personagem na percepção do espectador. A autora misturou vida e obra de Strindberg, assim como o próprio fazia em seus escritos.

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Para um autor de peça teatral, criar personagem é tarefa corriqueira. Por isso, o mais inusitado nesta obra foi incorporar um entrevistador provocativo para questionar a si mesmo sobre questões pessoais, carreira e opinião a respeito do mundo das artes. O criador não foi poupado por sua criatura, que não se intimidou em fazer perguntas indiscretas nem em colocá-lo em situações embaraçosas. E ele se despiu de todos os seus personagens para revisitar, com transparência, sua trajetória.

A constante busca por novas linguagens estéticas e narrativas, aliada a uma ampla liberdade criativa, sempre foi característica fundamental do cinema português e perdura até hoje, 110 anos depois de seu surgimento. Cinema português: um guia essencial dedica 11 capítulos para avaliar cada década de história da cinematografia lusitana, abordando desde o início dos curtas-metragens até os dias atuais na visão de profundos conhecedores do assunto.

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A SOFISTICAÇÃO DA SIMPLICIDADE Por Roberto Muylaert (com colaboração e cumplicidade total da entrevistada)

“Corte, por favor, as maiores bobagens que encontrar”, foi o recado que Nina Horta mandou a este repórter, ao terminar a entrevista. Para quem não a conhece pode parecer demagogia, diante da lição de vida que ela traz. Na verdade, trata-se de uma excessiva dose de autocrítica. Uma mensagem importante é a revelação de seu amor incondicional pela leitura, o que agrada a quem gosta de ler, e também à SESI-SP Editora, que publica esta revista Ponto. Uma entrevista para ser lida com atenção: contém preciosidades aparentemente simples, mas conceitualmente valiosas. Nela, há conceitos aplicáveis a uma parte da sociedade afluente de São Paulo, onde “o que custa muito deve valer muito”, levando a uma ostentação permanente. A entrevistada mostra que a maior virtude está na simplicidade, onde mora a verdadeira sofisticação.

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De tudo que você faz, o que lhe traz mais satisfação?

Só ultimamente tenho notado que escrever me dá mais satisfação. Não, não diria isso, escrever me dá mais prazer porque é o descanso do trabalho burocrático de uma firma. Imagino que se ganhasse a vida escrevendo, o gostoso seria esfolar galinhas e fazer bolinhos de tia Nastácia. Além de chef requintada, você dirige o bufê Ginger, conhecido pela qualidade dos pratos, do atendimento, assim como pela tradição. Depois de tantos anos de trabalho, como você analisa esse mercado hoje?

Obrigada pelos elogios ao bufê. Quando você fala em tradição, acho graça. Esses anos passaram voando, parece uma pequeníssima parte de minha vida. Posso ler como vai o bufê no jornal, um microespelho das situações em geral. No plano Collor, alguns clientes nos pagavam com um boi (fazendeiros), uma senhora com um anel, e Nina Horta

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agora ainda não coloquei o dedo direito no que está acontecendo. Como nossos clientes geralmente são ricos e não perderam o dinheiro, a retração do mercado de bufês parece uma mudança de comportamento, muito boa para o Brasil e péssima para os bufês. Menos festas, menos gastos, menos luxo. Sob o ponto da cultura brasileira, imagino que seja positivo. Você vai a um jantar em Londres e ajuda a dona da casa a cozinhar, e a comida é pouca e boa. Os convidados se servem, não há uma multidão de copeiros e copeiras correndo ao seu menor aceno. Até os copos são de plástico (benfeitos e bonitos). Nós ainda estamos engatinhando para deixar para trás os modos da Corte. Quais as mudanças nas encomendas de seus clientes? Existem modismos nessa área? Sazonalidade?

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É como se fosse o Fashion Week. Não me incomoda muito porque gosto de novidade. Mas a maioria dos bufês são iguais. Copiamos imediatamente tudo uns dos outros. Sem problema, até o mundo científico funciona assim para ir para frente. Na cozinha, diz-se “que achar uma receita nova é como achar uma nova estrela no firmamento”, e é verdade. Os modismos são muitos, mas mudanças profundas são raras. E nós brasileiros somos muito jovens nessa arte de comer, de apreciar a comida. Pulamos do arroz com feijão para o salmão e o sushi num piscar de olhos. Existe a sazonalidade, também, mas não pedida pelo cliente e sim oferecida pelo bufê. É a hora em que as comidas são mais baratas e mais gostosas. Era dessa sazonalidade que você estava falando ou das épocas em que um bufê trabalha mais? Essa não existe, não, é a coisa mais imprevisível, nunca mais se pode apostar num mês de maio para noivas (agora elas trabalham e querem se casar em julho, nas férias da gente!!!!). Há meses fracos num ano e cheíssimos no outro. É imponderável, infelizmente. O que me parece uma tendência de comportamento é a coragem para a descontração, uma vontade de comer um pernil (encomendado do bufê, com uma boa cerveja gelada). E com certa imodéstia posso dizer que foi uma das únicas bandeiras que levantei nos meus artigos de jornal, de que a festa deve caber direitinho no seu bolso para ter graça. Com isso podemos ainda ter as grandes festas, obrigatórias para quem gosta e pode fazê-las, e a simples reunião amiga, sem frescuras. Como convivem a colunista, a escritora e a profissional de gastronomia?

A escritora, para o bem ou para o mal, se perdeu. De vez em quando fico triste pensando que poderia ter desenvolvido a escrita que ficou manca por causa das outras atividades. Não sei. Talvez seja uma ilusão, mas pela qual eu pagaria para ver.

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Seu livro Não é Sopa lançado em 1995, e que continua sendo editado, revela muito de sua personalidade, como destacou a

Folha em resenha (por que não dizer?), saborosa: “Em páginas engraçadíssimas, fala das delícias da comida perversa, como pastel de feira e torresmo de padaria...”. Você poderia falar de uma obra mais recente, de 2002, Vamos comer, sobre convívios e conversas na viagem em busca das merendeiras, feita para o governo FHC, que corresponde a um trabalho pesado de campo pelo Brasil, de grande alcance social e educativo.

Tive que fazer esse livro num tempo recorde, mas ele me trouxe muitas alegrias. Por ser um livro completamente fora do padrão surpreendeu muita funcionária escolar, da diretora à orientadora. Descobriram muitas saídas e novidades. Fomos levados pelo Brasil afora e nos mostravam o que queriam, é certo. Mas, as merendeiras só nos surpreenderam com seu senso comum, criatividade, mão boa para cozinhar, respeito aos ingredientes. Quando começamos, elas estavam meio gagas, presas de um discurso de nutricionistas, aquela coisa de comer casca de banana e suco de couve. Aos poucos foram mostrando a cara, de brasileiras conhecedoras de suas mandingas, de seus matinhos, de seus ingredientes. Faziam tudo que a nutricionista mandava e mais o universo enorme de sua sabedoria e bom senso ao lidar com crianças. Aprendemos muito no ano das merendeiras com as próprias merendeiras. Fomos juntos, o Carlos Siffert e o Olivier Anquier, do sul ao norte e entendemos muito bem o que elas queriam. O Olivier dava aula de pão, que era farinha, fermento e trabalho, o retrato do que se podia fazer nas escolas em todos os sentidos. Com muita graça, com muita garra e com ingredientes mínimos, achados em qualquer canto fundo do Brasil. O Carlos e eu resolvemos por um programa de autoconhecimento das merendeiras, a valorização e a dignidade do conhecimento prático, da mão na massa, do fértil relacionamento com a criança. Queríamos prestigiar as merendeiras e acho que conseguimos. É preciso uma revista inteira para falar sobre esse ano dedicado às merendeiras. Vou parar por aqui.

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Você às vezes se queixa de não entender muito bem o mundo em que está vivendo. Saudosismo?

De vez em quando me dá um desânimo, acho que não caibo mais no mundo que é hora de descer do bonde. Perdemos muitos valores, ficou brega falar em valores, ou melhor, tudo vale, e me sinto meio jurássica. Depois reajo qual fênix e toco a vida. Um problema desagradável que me faz passar por alienada é escrever sobre comida. Muitos gostariam que eu falasse sobre a fome, mas isso não quer dizer que eu não tenha consciência do problema. Infelizmente, eu precisaria escrever em outro caderno para poder agradar a todos.

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Como você se posiciona na polêmica do foie gras?

Só há pouco tempo me dei conta do sofrimento animal. Fui criada com a ideia de que os animais tinham sido postos no mundo para nos alimentar. Achei cômoda a proposta de só comer animais mortos com compaixão, mas percebo que não resolve tudo. No outro dia li um autor que, por saber demais, acha que não sabemos ainda se o animal sofre para morrer, é uma polêmica ainda mais profunda do que a que posso entender. E, enquanto isso, sem vergonha, vou comendo minha galinha ensopada. O que odeio é a paranoia em torno do alimento que tomou conta do mundo. Comer, hoje, tornou-se uma complicação que estraga toda a refeição. Cada macinho de brócolis vem acompanhado de uma bula de letrinha pequena. Sou totalmente contra essa visão da comida como remédio, qualquer dia vamos comprar o conteúdo da lancheira de nossos filhos na Bayer, quando pão com ovo frito é tão mais interessante! Já pensou em fazer um guia de como comprar alimentos?

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Já. Minha filha pensou. Chegou a ter em mãos o boneco. Seria um estouro, muito e muito interessante, dava gosto, completamente diferente de um simples folder ou revistinha. Não deu certo. Você fala sobre política?

Política, não. Nunca me sinto capaz de avaliar os candidatos, sempre me faltam informações. E é tanta mentira que o que há de se mudar é o modo de votar, talvez um voto distrital como nos Estados Unidos. Dos candidatos posso falar pouco, só impressões e intuições, mas quem sabe até as eleições já consegui distingui-los com certezas? Você concorda que um bom livro ainda é a melhor companhia?

Ah, ando lendo demais! Depois do iPad se tornou muito fácil comprar livros. Leio compulsivamente a todo momento. Olhando minha conta da Amazon parece que meus preferidos são livros de comida. Não de receitas, de comida, mesmo. Ensaios, principalmente sobre a situação do Oriente Médio, ensaios de crítica literária que leio como se fossem romances, adoro. E ultimamente fiz uns cursos na internet com carga de leitura muito pesada. Romances americanos ou romances em geral que são dados por faculdades americanas. O link é < https://www.cousera.org >. As aulas são esplêndidas, fazem com que a gente ponha em xeque a ideia de que o computador sempre precisaria de um professor ao lado para envolver o aluno. E a verdade é que nos envolvemos com o professor virtual. Não tem gente que casa pela internet?

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Leio livros difíceis de serem entendidos, leio mesmo. Leio com ódio, mas sou viciada. Joyce, Eliot, Faulkner. Por prazer descobri Flannery O´Connor e Foster Wallace, mas são difíceis, também, e bem escritos demais. Mas tudo que cai na rede é peixe. Biografias, por exemplo. Das melhores às piores. Acabei de ler a biografia de Lily Safra. Não sei se elas me descansam como entretenimento ou se sou fofoqueira de nascença. Li a biografia não autorizada do Naipaul, escrita por um amigo que brigou com ele, e achei muito mais doce e compreensiva do que a autorizada, na qual Naipaul se expõe completamente e se mostra, ao meu ver, pior do que realmente é. Meu pecado na leitura é o pouco conhecimento dos latino-americanos. Os modernos, então, nem ponho a mão. Alguns deles estão aparecendo na Amazon, daí vai ser fácil. Minha leitura segue o Kindle. Tem no Kindle, leio. Não tem, não leio. Livros que leio todos anos, a obra toda, as memórias de Pedro Nava e Madame Bovary, de Flaubert. E de tempos em tempos Uma casa para o sr, Biswas, de Naipaul.E quisera ter tempo de ler mais, essa sim é minha profissão preferida, a de leitora. Sinto muita falta de um clube do livro onde possa conversar sobre o assunto. Pertenci a um por 30 anos, mas tive que parar pois o trabalho não me permitiu mais ir às reuniões. O que acho, e o que prego, é que as leituras informam o trabalho. Quanto mais você lê, mais esperta fica no que faz. Daí aparecem as dificuldades com a mão de obra que está lendo cada vez menos, mas os adiantados são eles, pois a leitura que fazem imediata é a do YouTube, querem imagens, e suponho que no futuro viveremos quase só de imagens. Posso ficar horas e horas conversando sobre o assunto, o que me leva a crer, quase que anulando a entrevista, que não sou cozinheira nem cronista, tenho como profissão a santa leitura. E nas respectivas línguas. Meu pai me dizia: “Leia sempre que puder no original”. Quando eu era bem pequena, ele pegou um livrinho de detetive, de mistério, em inglês, e começou a ler comigo todas as noites. Um dia, no auge da trama, deixou o livro de lado e disse que não queria mais saber daquela história. Achei de extremo mau gosto, mas tive que acabar sozinha, quase detonando cada palavra para que ela explodisse em entendimento. Cada língua nova facilita a próxima. Quem lê bem em inglês só precisa aprender o básico do alemão para aprender a ler. Sabendo alemão e inglês, o holandês está no papo. Sabendo português e espanhol, o italiano se aprende em dois meses, e a essa altura o francês já entrou no rol. Adoro línguas e, por adorar e ler em muitas delas, não falo e nem escrevo bem em nenhuma. São outras habilidades, eu sei ler, não escrever. A não ser francês e inglês, essas são passáveis. Não posso deixar de agradecer aos céus esse meu amor aos livros, há sempre uma coisa nova para aprender, para divertir. Um parque de diversões.

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Onde vivem as fadas Nos contam em antigas lendas sobre prodígios tantos, grandes heróis e prebendas, dificultosos fatos, de alegrias, festejos, de chorares e lamentar; de batalhas de bravos guerreiros, prodígios agora ireis escutar. (manuscrito “C”, de “A Canção dos Nibelungos”, saga germânica do século XIII)

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M T EM A S A C A BO U

Você sabe onde vivem as fadas, as bruxas, os dragões e os elfos? No mesmíssimo endereço onde podem ser encontrados as princesas, os príncipes e os cavaleiros de armadura. Este lugar se chama reino da fantasia e para lá existe apenas um tipo de transporte: nossa imaginação. No entanto, os seres fantásticos, em algum tempo, de algum modo, existiram de verdade, dando base para que fossem criadas as histórias de belas e encantadas fadas, das doces e casadouras princesas, dos destemidos e valentes cavaleiros e, claro, das malvadas e monstruosas bruxas. Não é possível dizer com certeza, mas as primeiras manifestações sobre esse conjunto de personagens do imaginário mundial parecem ter origem nos povos celtas, tendo sua influência se espalhado por toda a Europa. Desta encantada fonte beberam muitos escritores, poetas e contadores de histórias. Basta ver as sagas pós-modernas que se baseiam nessa rica mitologia, como as séries “O Senhor dos Anéis”, de R.R. Tolkien, e “Harry Potter”, de J.K. Rowling. Nela também saciou sua sede o compositor alemão Richard Wagner, com sua mais célebre obra, um conjunto de óperas “O Anel dos Nibelungos”. A intrincada peça musical foi baseada em um poema épico alemão do século XIII (por volta do ano 1220), intitulado “A Canção dos Nibelungos”, uma série de 35 manuscritos que relata a saga de heróis germânicos, misturando antigas tradições orais com eventos e personagens históricos dos séculos V e VI. Os personagens principais do poema são inspirados em fatos e pessoas reais e, por isso mesmo, seguem regras de comportamento condicionadas pela ética da cavalaria medieval e do amor cortês. Assim, temos o rei dos hunos, Átila, que se casou com a princesa germânica Idico, em 453 (ou, no poema, Kriemhild, que, na verdade, ama o herói Siegfried). Também são descritas as conflituosas relações entre a rainha Brünhild, o rei Gunther e a amante deste, Fredegunde. Os nibelungos, igualmente, têm vínculos como em uma antiga lenda – seriam originalmente uma raça mitológica de anões guardiões do tesouro tomado pelo cavaleiro Siegfried.

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Foto Vivian Fernandez

Cavaleiros brasileiros

De história em história se chega à versão da célebre obra germânica para o público jovem. A autora do feito só poderia ser a escritora Tatiana Belinky: de origem russa, naturalizada brasileira, ela praticamente foi alfabetizada em alemão, quando tinha não mais que cinco anos de idade. Lançado em 1994, o livro “A Saga de Siegfried – O Tesouro dos Nibelungos” apresenta às crianças e adolescentes brasileiros os Cena do espetáculo Crônicas de Cavaleiros e Dragões – O Tesouro dos Nibelungos, exibido no Teatro do SESI-SP.

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seres imaginários e mágicos tão queridos por uma Tatiana que sempre conservou a menina que um dia foi. Eles passeiam, guerreiam, amam e sonham nas páginas do livro que mereceu o Prêmio Jabuti de Melhor Ilustração no ano seguinte ao de seu lançamento. Embora fiel aos versos do original alemão, a história está dividida em apenas duas partes. Na primeira, o cavaleiro Siegfried mata o dragão guardião do tesouro dos nibelungos e chega à corte dos burgúndios, onde torna-se herói, casa-se com a princesa Kriemhild, mas é morto por traição. Na segunda parte, sua viúva traça uma terrível vingança contra os assassinos de Siegfried, mas acaba exterminando seu próprio povo. Apesar do drama, assim como na história tradicional, não há julgamento ou crítica sobre o comportamento dos personagens. Trata-se de uma saga que retrata os grandes gestos de heroísmo, coragem e lealdade. Em sua versão, Tatiana se apropria lindamente desse espírito, com toda a habilidade que sempre teve como escritora. Por entender e respeitar seu público, ela foi capaz de abordar tais temas de maneira lúdica e cativante. Esta foi a magia que nos legou Tatiana, quando morreu em junho deste ano. Os primeiros ingredientes foram colocados no caldeirão dessa menina que queria ser bruxa em 1948. E os primeiros encantamentos vieram na forma de criações e traduções de peças infantis, seguindo assim durante toda sua vida e resultando em mais de 250 títulos, entre textos próprios, adaptações e traduções de clássicos, folclore brasileiro, textos para dramaturgia e limeriques (poemas originados na Irlanda). Homenagem

Exibido no Teatro do SESI-SP, de 20 de março a 30 de junho, o espetáculo “Crônicas de Cavaleiros e Dragões – o Tesouro dos Nibelungos” foi encenado em comemoração ao aniversário de Tatiana, que completou 94 anos em março de 2013. A concepção e pesquisa ficou a cargo de Deborah Corrêa e Elder Fraga, com roteiro de Paulo Rogério Lopes. O espetáculo infantojuvenil foi apresentado em sessões gratuitas e abertas ao público, com direção geral de Kleber Montanheiro, direção de bonecos (criados por Márcio Pontes) de Henrique Sitchin e elenco de nove atores: Rogério Brito, Niveo Diegues, Joaz Campos, Ricardo Gelli, Daniela Flor, Bruna Longo, Natalia Quadros, Luiza Torres e Adriano Merlini. “A ideia central da encenação é a adaptação do mito nórdico com uma aproximação ao universo brasileiro. Buscamos uma identificação imediata do público sem localizar no tempo e no espaço onde se passa a história. Cada persona-

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Te mm A s A c A U

“Fico feliz porque fizemos em tempo para que ela recebesse a homenagem, um espetáculo grandioso, bonito, importante. E quando há um contato direto com os jovens, público-alvo da peça, é fantástico.” - Ricardo Gelli, ator, intérprete de Siegfried

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gem defende conflitos que se assemelham ao nosso dia a dia. Valores éticos e morais são discutidos no espetáculo, que traz à tona as relações pessoais e as escolhas de cada um”, contam Deborah e Elder, que começaram a carreira em montagens de textos dramatúrgicos de Tatiana Belinky. “Somos conhecedores profundos da obra desta autora e tivemos o privilégio de conviver com ela desde 1998. Com a montagem, pretendemos render um tributo à grande artista que é Tatiana, difundindo sua obra e partilhando-a com tantos outros apreciadores de suas histórias e também com aqueles que ainda não tiveram contato com o universo deslumbrante de seus livros”, declaram. Para perpetuar ainda mais o legado de uma das mais importantes escritoras infantojuvenis brasileiras aliado a uma das mais marcantes fábulas medievais do mundo, a SESI-SP Editora acaba de lançar o livro, que acompanha um DVD, desta primeira adaptação da obra de Tatiana para o teatro.

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“Foi uma responsabilidade imensa trabalhar com a linguagem de uma das mestras da linguagem.” - Paulo Rogério Lopes, responsável pela adaptação da peça. “Foi muito importante para mim, como diretor, passar por isso, porque eu tenho um trabalho específico em teatro para criança e faltava Tatiana Belinky na minha carreira.” – Kleber Montanheiro, diretor

Capa do livro/DVD baseado na obra de Tatiana Belinky.

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a OBra De arTe nA erA De suA vAlORIZAÇÃO CUlTURAl

Foto Hugo Curti

Mais do que apenas objetos icônicos, as produções artísticas artesanais são capazes de preservar tradições e de permear em si a identidade de seus criadores. Expressão da criatividade de povos e comunidades, a arte popular ultrapassa fronteiras e destrói o concreto das convenções.

Dona Marina, A Catrina, obra de Felipe Linares Mendoza, 1992, Cidade do México, México.

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A arte é uma atividade manifestada pelos homens desde os tempos ancestrais, a partir do momento em que passaram a viver em grupos organizados socialmente. Foi na contemporaneidade, porém, que surgiu a tendência de classificar tal manifestação natural por tipos, escolas e vertentes, o que nos conduz automaticamente à dicotomia entre “arte erudita” e “arte popular”. Para o pesquisador português Nuno Saldanha, estes são conceitos complexos, que devem ser usados com precaução, posto que nem sequer existe uma definição precisa sobre as realidades a que um ou outro se referem. O termo “popular” em si próprio é um dos mais ambíguos, quase tão indefinível quanto a própria arte. O conceito de erudição também não oferece maiores certezas. Talvez a saída, para fins de entendimento, seja observar os dois “tipos” de arte pela ótica da “exclusividade” x “reprodutibilidade”, mas nem esta perspectiva oferece um campo pleno de acertos. Que o diga o principal autor a tocar neste assunto, o sociólogo Walter Benjamin, com seu clássico ensaio “A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica”, escrito originalmente em 1936. O estudioso questiona o valor da obra de arte, a partir do momento em que surgiram técnicas que facilitam a sua reprodução em série – um desenho infinitamente copiado por meio da impressão gráfica, por exemplo. Diz ele que, “mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua existência única, no lugar em que ela se encontra”. A crítica à obra de arte reproduzida, feita pelo sociólogo associado à famosa Escola de Frankfurt, poderia ser aplicada à arte popular, que, por natureza, não é algo exclusivo, e sim muitas vezes reproduzido com fins comerciais. Porém, não se pode acusar a produção artesanal de falta de tradição ou ausência de referenciais. São esses, aliás, seus principais atributos, as palavras-chave a decifrar seu intricado conceito. Não apenas isso, a arte popular pode ter uma adição de valor justamente porque uma de suas funções é preservar a cultura, manter vivos os costumes e destacar a expressão artística do homem “comum”, que, por tal instrumento, se vê reconhecido. É, ainda, uma atividade que deve ser observada não apenas sob a perspectiva estética, mas também por sua dimensão econômica e social, como um meio de desenvolvimento para melhorar a qualidade de vida dos criadores e das comunidades em seu entorno. Na verdade, as fronteiras entre a “arte popular” e a “arte erudita” sempre foram e continuarão a ser incertas, difusas. Em sua origem, a produção artesanal tem relação com o termo folclore (o saber do povo), que no século

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XVIII foi traduzido como “cultura do povo” ou “cultura popular”, referindo-se apenas ao cabedal literário integrado por contos, fábulas, sagas, poemas e cantigas conservadas pela tradição oral camponesa. No entanto, naquele momento histórico, sob o impacto da Revolução Industrial e das influências do conhecimento científico, esse saber oral, transmitido de geração para geração e derivado da prática, era rechaçado por representar um mundo que o progresso preferia esquecer. Isso pode explicar o sentido pejorativo muitas vezes atribuído à palavra folclore e, consequentemente, à cultura popular, por ser originada nos extratos da população trabalhadora mais pobre. Tratava-se, então, das culturas dos migrantes rurais expulsos do campo e incorporados como mão de obra pela expansão industrial. No mundo contemporâneo, essas pessoas podem ser encontrados em favelas e bairros pobres da periferia das grandes cidades. Ou seja, as manifestações culturais incluídas no âmbito do folclore e da cultura popular sempre estiveram vinculadas a grupos sociais colocados em posição subalterna. No dias de hoje, a arte popular é simplesmente entendida como uma expressão da criatividade dos povos e das comunidades. As criações refletem a vida cotidiana, os costumes e as tradições de quem as produziu, os bens herdados de gerações anteriores, que representam o eixo de valores simbólicos em torno do qual se constrói a identidade e o sentido de domínio desses grupos. Por isso mesmo, a arte popular também ajuda a entender como vivem certas sociedades em diferentes países e quais são os seus costumes. As diversas manifestações são sempre complementares e vinculadas entre si: dança, música, gastronomia e festa, com destaque para a produção artesanal, especialmente por esta última fazer parte das redes sociais, econômicas e culturais do meio rural, das zonas populares das cidades e, certamente, das composições étnicas de cada país. Em geral, essa produção abrange peças utilitárias, decorativas e cerimoniais, objetos para o uso diário no lar e no trabalho, que têm algum propósito estético associado ao seu uso cotidiano ou a uma finalidade ritual. São concebidas a partir de técnicas muitos simples, manuais ou com ferramentas não industriais, ainda que muitas delas tenham alta complexidade técnica. Esta atividade pode representar a chave para uma vida melhor para muitos homens e mulheres, sendo realizada no interior de economias principalmente domésticas, basicamente como meio de subsistência. Os criadores podem se dedicar a isso em tempo integral, parcial ou durante temporadas.

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Em 2012, o Ministério da Cultura do Brasil lançou o Plano Setorial para as Culturas Populares, cujo objetivo é integrar diretrizes no sentido de implementar políticas públicas. A iniciativa do MinC se configura, desde 2003, como um esforço de alta complexidade. Primeiro porque vivemos em um país de dimensões continentais. Segundo pela multiplicidade étnica resultante da colonização ibérica, das invasões francesa e holandesa, dos povos africanos trazidos para cá por meio do comércio de escravos, dos nativos indígenas e de todos os outros elementos que compõem a sociedade brasileira, como os imigrantes que chegaram com a industrialização. Todos esses povos misturaram símbolos, ícones, santos, ritos e tradições e geraram um universo formado pela influência de várias culturas, costumes, cores, ritmos, poesias, odores e sabores. É nesse contexto que surge a arte popular. O problema é que o Brasil, até muito recentemente, escreveu sua história sob a lógica da dominação cultural exógena. Foi pelas mãos de pessoas como o crítico e historiador da literatura brasileira Sílvio Romero (1851-1914) e, principalmente, do escritor Mário de Andrade (1893-1945), que os valores da cultura popular começaram a ser resgatados. Porém, o cenário só mudou para valer depois da promulgação da Constituição de 1988, que pede o reconhecimento de uma sociedade composta por uma “pluralidade de categorias sociais, de classes, grupos sociais, econômicos, culturais e ideológicos”. No mundo, o marco de passagem está sedimentado em 2005, quando a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) produziu a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. A definição dessa diretriz global também é importante para consolidar, no Brasil, as relações com a nações coirmãs da região ibero-americana, integrada por países que já fizeram parte dos impérios espanhol e português, e que, talvez por isso mesmo, têm muitos pontos de convergência cultural no que tange à produção artística. Na Europa, há ainda a participação de Andorra no grupo de países-membros. Nas Américas, além do Brasil, outros 19 países são integrantes. E o que esperar de um caldo que reúne diferentes idiomas, dialetos, origens, tradições e etnias? Nada menos que uma rica mistura cultural, que, transformada em arte, encanta por sua diversidade, riqueza e bagagem pesada e tão extensa quanto a geografia da região.

Foto Hugo Curti

Arte popular na América

Árvore dos artesanatos ibero-americanos, 2012, feita em barro moldado, modelado, com decoração em relevo e policromado a frio, Metepec, México.

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Embora hoje estejam preservadas e salvaguardadas pela Unesco, a cultura e a arte populares já sofreram sérios danos, correndo mesmo o risco de ver extintas determinadas práticas e técnicas artesanais. Nesse contexto, sobressaem os grandes mestres, indivíduos centrais no processo de manter viva a tradição. O movimento de reconhecimento desses expoentes começou em meados do século XX, mesmo assim só uma pequena parte da sociedade está consciente da sabedoria e da experiência desses artesãos. Um grande mestre se diferencia do grupo de artesãos porque, com suas obras, consegue transmitir um vínculo especial entre os materiais e seu trabalho. Ele é capaz de permear suas peças de lampejos de genialidade, criatividade e maestria no manejo das técnicas. É aquele que se torna um exemplo reconhecido pela comunidade, graças à beleza e força de suas peças, à excelência de sua manufatura, à trajetória na criação artesanal e ao domínio de sua arte. São, invariavelmente, pessoas brilhantes, generosas, diretas e guiadas pela paixão, qualidades que estimulam seu trabalho diário. Na perspectiva ibero-americana, os mestres artesãos são homens e mulheres indígenas, mestiços ou europeus, com uma importante trajetória dedicada ao trabalho artístico. São muitos os nomes e as obras, como a tecelagem da mexicana Nicolasa Pascual Martínez, as vasilhas utilitárias da colombiana Rosa María Jerez, as árvores da vida em barro dos mexicanos José Alfonso Soteno Fernández e Óscar Soteno Elías, as joias em prata e cobre do chileno Lorenzo Antonio Cona Nahuelhual, as peças decorativas em âmbar do dominicano Jorge Caridad, os brinquedos de madeira do venezuelano Mario Calderón, ou as figuras populares em barro do brasileiro Antonio Rodrigues da Silva.

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Grandes Mestres, preservando tradições

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Foto Hugo Curti

Um vislumbre de arte popular

Um pouco dessa arte tão rica pode ser capturado pelos visitantes da mostra “Grandes Mestres da Arte Popular Ibero-americana”, da Coleção Fomento Cultural Banamex (Banco Nacional do México), que fica em cartaz até 19 de janeiro de 2014, na Galeria de Arte do SESI-SP, no Centro Cultural FIESP – Ruth Cardoso, na capital paulista. A exposição tem curadoria de Cándida Fernández de Calderón e já passou por México, Espanha e Colômbia. Chega ao Brasil com mais de 1.300 obras, o melhor do trabalho artesanal de cerca de 50 etnias e mais de 260 poCanast, obra de Edilsa Hitucama Negria, 2011, Panamá.

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pulações, que abarcam uma grande parte do território da região. Entre eles estão 79 brasileiros, como Welivander César de Carvalho e Glória Maria Andrade (Minas Gerais), Anapuata Mehinako (Mato Grosso), Marcos Borges da Silva e Marcos de Nuca (Pernambuco). A Coleção Banamex reúne mais de 2.300 peças, selecionadas e reunidas entre os anos 2007 a 2012, em aproximadamente 390 localidades, como amostra representativa do trabalho de 650 grandes mestres. É um resultado da ampliação do Programa de Apoio à Arte Popular Mexicana, ação de incentivo cultural criada em 1996, cuja proposta é oferecer a um grupo de artesãos a possibilidade de um futuro mais digno em suas comunidades, proporcionando uma remuneração justa por seu trabalho. O programa inclui a publicação de um livro com os 500 grandes mestres selecionados e a exibição da mostra em diversos países da América e da Europa até 2016. De tudo, o que se depreende é que a arte popular deixou de ser um fenômeno secundário ou uma simples faceta pitoresca da cultura para converter-se em um meio de expressão forte que revela a presença tanto no imaginário de comunidades inteiras como no dos indivíduos. O que chamamos de arte ou cultura popular ganhou, paulatinamente, uma posição-chave no itinerário da história, da estética e da antropologia, permeando com peso específico os campos acadêmicos e institucionais, gerando influências e pontos de contato com numerosas manifestações formais do mundo contemporâneo.

Referências bibliográficas

BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica SALDANHA, Nuno. Arte Popular, Arte Erudita e Multiculturalidade. Influências, confluências e transculturalidade na arte portuguesa MINISTÉRIO DA CULTURA. Plano Setorial para as Culturas Populares 2012

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Exposição Grandes mestres da arte popular ibero-americana

Local: Galeria de Arte do SESI-SP, no Centro Cultural FIESP – Ruth Cardoso (av. Paulista, 1.313, em frente à estação Trianon-Masp do metrô) Quando: até 19 de janeiro de 2014 – diariamente, das 10 às 20h Classificação indicativa: livre Informações: (11) 3146-7405 e 3146-7406 Agendamentos de grupos e escolas: (11) 3146-7396, de segunda a sexta, das 10h às 13h e das 14h às 17h Entrada gratuita. Os espaços têm acessibilidade

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Obras confeccionadas em barro, que fazem parte da exposição Grandes Mestres da Arte Popular Ibero-Americana.

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o brAsil TAmBÉm Se Rende AO livrO DigiTal 30

Depois de um período de indagações, o mercado de eBooks finalmente ganha forma no país. E representa uma revolução no relacionamento entre leitores e leitura.

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Há pouco mais de dez anos, quando se começava a falar em livros digitais no Brasil, o principal questionamento era se eles representariam o fim dos títulos impressos e – mais do que isso - se cumpririam a difícil missão de conquistar espaço no coração dos amantes da literatura em sua forma mais tradicional. Ter de substituir o livro impresso e a experiência de folhear cada uma de suas páginas por frias telas de computadores ou outros equipamentos de leitura digital parecia um pesadelo distante não só para os leitores, mas para todo o mercado editorial. Se nos anos que se passaram pouca coisa mudou em relação àquela realidade e as previsões sobre os eBooks, como são chamados, restringiam-se apenas ao campo do achismo, o último ano foi decisivo para a consolidação dessa revolução que, para muitos, é considerada o principal passo rumo à democratização da leitura no país. Os números demonstram que, se comparado aos grandes mercados mundiais de livros digitais, o Brasil ainda está em uma fase embrionária. Segundo pesquisa realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), a representatividade dos eBooks no faturamento das editoras do país é de cerca de 1%, enquanto em alguns países da Europa, como a Espanha, é de 20%, e nos Estados Unidos, líder mundial no segmento, chega a 30%. Mas o estudo mostra também que o país já está no caminho para uma mudança drástica dessa realidade: de 2011 para 2012, o mercado de e-books cresceu 350%. “Esses resultados devem se transformar significativamente até o final de 2013 e ainda mais durante o próximo ano”, afirma Susanna Florissi, diretora da CBL. “A chegada dos principais players desse mercado ao Brasil e a popularização crescente dos tablets podem ser considerados o pontapé inicial do segmento no país”, comenta a diretora da CBL, em referência à chegada, em dezembro de 2012, da Amazon, maior varejista eletrônica do mundo e fabricante do leitor de livros digitais – os e-readers - Kindle, além do Google e da canadense Kobo, por meio de suas plataformas on-line.

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Em 2012, chegaram ao Brasil QUATRO grandes plataformas internacionais de venda de livros digitais no varejo: Google eBooks, Amazon, Kobo e Copia.

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Mas, segundo ela, seria muito arriscado fazer estimativas certeiras sobre o real impacto de todas essas novidades para o mercado editorial nacional nos próximos anos. “Essa é uma fase de estruturação, é tudo muito novo e é muito cedo para fazer previsões”, justifica. o número de brasileiros considerados leitores – que haviam lido ao menos uma obra nos três meses anteriores À pesquisa – caiu de 95,6 milhões (55% da população) em 2007 para 88,2 milhões (50%) em 2011. Desse total, apenas 9% recorrem à Internet em busca de leitura e 1% recorre aos livros digitais. Além disso, 85% dos downloads de livros digitais no país são em formatos compatíveis com leitura somente no computador de mesa.

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Sempre de olho nos acontecimentos desse mercado em todo o mundo, Susanna prevê, no entanto, algo que pode servir de alento para os amantes do livro impresso. “Por muitos anos ainda os livros físicos e virtuais devem conviver e, em muitos casos, se complementar. Não acredito em uma total substituição de um pelo outro em tão pouco tempo.” Para ela, o eBook seria, então, mais um formato para distribuição de conteúdo. O governo brasileiro já deu os primeiros passos nesse sentido. Recentemente, estabeleceu que, por meio do Programa Nacional do Livro Didático, as editoras do país poderão inscrever também livros digitais, cujo acesso possa ser feito por computadores ou tablets. A versão digital deve trazer o mesmo conteúdo do material impresso, além de ferramentas educacionais digitais, como vídeos, animações, simuladores, imagens, jogos e textos. Assim, a partir de 2015, cerca de sete milhões de alunos de ensino médio de escolas públicas passarão a ter contato com eBooks. Resta agora saber quando sairá do papel o projeto de lei que estende para os e-readers a isenção fiscal que hoje têm os livros impressos no país. Novos hábitos

O início da atuação de grandes empresas do mercado global no Brasil e as iniciativas do governo para aumentar a penetração dos livros digitais por aqui são muito importantes para que as pessoas se acostumem cada vez mais a essa nova forma de explorar a literatura. Mas nada disso seria possível se não fossem as

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profundas mudanças de hábito e de comportamento causadas pelo advento da internet em nossas vidas. “Eu sempre digo que não é o livro digital que está transformando - e ainda vai transformar muito mais - o mercado de livros. É a internet, e a enorme oferta de leitura que proporciona, a grande responsável por essas mudanças”, defende o editor especialista em livros digitais, Ednei Procópio, que acaba da lançar a obra A revolução dos eBooks. A indústria dos livros na era digital. Aproximadamente 10% de todos os livros hoje impressos serão digitalizados até 2014.

Para ele, diferentemente do que muitos imaginam, não é a indústria do mercado editorial que vem definindo os caminhos desse segmento, mas os próprios consumidores. “O leitor mudou e agora tem acesso à literatura em ‘apenas um clique’. Quem não acompanhar essas mudanças vai ficar para trás.” Ednei faz um paralelo com o que aconteceu com a indústria fonográfica. “Houve um momento em que a música se desmaterializou, tornou-se livre. Por incrível que pareça, só então muitas gravadoras se deram conta de que o consumidor não consumia o material em vinil, do LP, ou em acrílico, do CD, mas a música”, diz. “O mesmo serve para o mercado editorial. Os leitores estão primordialmente interessados no conteúdo, não no papel ou em uma impressão de qualidade”, complementa. Em qualquer lugar do mundo, o nascimento de um novo mercado pressupõe a superação de empecilhos inerentes a tudo o que é novidade e que exige mudança de hábitos. Com o segmento de eBooks não é diferente. Agora, quando falamos em um país como o Brasil, onde se lê muito pouco e – pior – onde se lê cada vez menos, sem citar outros problemas sérios, como a exclusão digital, esses desafios são muito maiores. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência, o número de brasileiros considerados leitores – que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa – caiu de 95,6 milhões (55% da população) em 2007 para 88,2 milhões (50%) em 2011. Desse total, apenas 9% recorrem à internet em busca de leitura e 1% recorre aos livros digitais. Além disso, 85% dos

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downloads de livros digitais no país são em formatos compatíveis com leitura somente no computador de mesa. Atualmente, 67% dos brasileiros não conhecem leitores digitais, aparelhos destinados a leitura de publicações digitais.

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Estamos falando de números que poderiam ser desanimadores. Mas não é o que pensa a Kobo, uma das maiores fabricantes de e-readers do mundo, que chegou ao país por meio de uma parceria com a Livraria Cultura. “O Brasil será o principal foco estratégico da empresa em 2014”, conta a gerente sênior de relações com editores da Kobo no Brasil, Camila Cabete. “Não apenas pelo grande potencial de crescimento do mercado de eBooks, mas também pelo desafio de ter um universo enorme de pessoas que ainda pode adquirir o hábito da leitura”, explica. Ela salienta que, no momento, entre as barreiras para a expansão do mercado no país está o tamanho do acervo de títulos disponíveis em português. “Dos 4 milhões de títulos digitalizados pela Kobo, apenas 16 mil estão em língua portuguesa.” A empresa estima que esse número deva aumentar para 100 mil já no próximo ano. Do lado das editoras, Camila acredita que já não exista mais tanto receio em relação a problemas como pirataria. “A grande preocupação agora diz respeito à gestão do conteúdo digital em um modelo de negócios que é novo para as editoras”, afirma. “Elas passaram a entender que não basta disponibilizar os títulos em versão digital, é preciso ‘pensar digital’”. O mercado de livros digitais não movimenta no Brasil uma cifra que seja considerada acima de 3% nas grandes editoras, e menos de 1% para o restante das editoras.

A primeira pesquisa da CBL sobre o mercado do livro digital no país, divulgada durante o 4o Congresso Brasileiro do Livro Digital em junho deste ano, aponta que 68% das editoras do Brasil já comercializam livros em formato digital, e 70% delas têm equipe dedicada exclusivamente a esse mercado.

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Os próprios autores estão dando novo direcionamento ao lançamento de suas obras para atender a esse novo segmento. O aclamado escritor afegão Khaled Hosseini, de O Caçador de Pipas e A Cidade do Sol, fechou parceria com a Kobo para publicação exclusiva de sua nova obra, O Silêncio das Montanhas, no Brasil e em outros países de língua portuguesa. Já para os autores menos conhecidos e independentes, o livro digital abriu um leque de oportunidades de acesso a seus leitores inimagináveis na época em que existia apenas o livro impresso. Por meio da plataforma autopublicadora, já apresentada pela Amazon, Kobo, Apple e, mais recentemente, pela Livraria Saraiva no Brasil, o autor se cadastra pela internet, recebe a minuta do contrato, faz o upload e ainda define o preço de sua obra. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, existiriam 4,6 milhões de leitores de livros digitais no Brasil. Esses usuários dedicam, em média, 97 minutos por semana à leitura de livros digitais.

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Como se pode constatar, o mercado do livro digital ainda está engatinhando no Brasil, existem muitas dúvidas sobre seu futuro e o período necessário para sua maturação e consolidação, mas há uma certeza: ele é uma realidade irreversível. De uma maneira ou de outra, o eBook já faz parte do mercado editorial do país e está, cada vez mais, demonstrando que veio para ficar e conquistar definitivamente seu espaço. É apenas uma questão de tempo, e bem pouco tempo. Livro aborda início da história e tendências do mercado de

ebooks no país

Fazer um retrato amplo e profundo do mercado de livros digitais em seus primeiros passos no cenário editorial brasileiro. Com esse objetivo, o editor especialista em livros digitais Ednei Procópio produziu A revolução dos eBooks. A indústria dos livros na era digital, lançado pela SESI-SP Editora e que estará disponível nas versões impressa e digital. “Produzi o livro pensando nas pessoas que, no futuro, se interessarão em saber como era o mercado de livros digitais quando tudo começou”, comenta o autor, para quem a consolidação dos eBooks representa um momen-

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to histórico do mercado editorial mundial, que perdeu sua hegemonia sobre o processo de publicação e exploração comercial dos livros. “Esse é um marco na história da literatura, e o objetivo do livro é fazer um resgate do ponto de vista de todos os componentes desse mercado.” No livro, Procópio ressalta que “pode até haver um pequeno retrocesso nos negócios do mercado de livros digitais, que sempre vão precisar de reajustes para avançar até o próximo patamar, mas a revolução tecnológica atinge os livros em seu principal item: o conteúdo”. A obra aborda, ainda, os entraves à evolução do mercado de eBooks no Brasil, como a pirataria – “É um problema prático, que enfraquece o segmento e deve ser combatido pelas editoras” - e a alarmante falta de leitura no país. Antes da conclusão da obra, alguns dos capítulos do livro foram colocados no blog do autor, e muitas vezes alterados de acordo com interações realizadas com os leitores. “Esse contato prévio com os leitores me ajudou a tornar o conteúdo o mais essencial possível”, comenta. A revolução dos eBooks. A indústria dos livros na era digital é a terceira obra do autor sobre o tema, que já publicou também os livros Construindo uma Biblioteca Digital, em 2005, e O Livro na Era Digital, em 2010. “Dentro de dois anos, quando teremos um novo cenário do segmento no país, e essa etapa inicial já deverá estar consolidada, pretendo voltar a abordar o tema em livro pela última vez”, adianta.

Recém-lançada publicação de Ednei Procópio sobre o mercado editorial digital.

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Digital X Impresso -

Para alguns amantes da literatura já não faz mais sentido confrontar vantagens e desvantagens dos formatos de livro impresso e digital. Os adeptos da nova versão já se habituaram, inclusive, a alternar os dois, de acordo com o momento e a ocasião. Para aqueles que ainda estão se acostumando a essa realidade, fizemos o comparativo abaixo. A escolha está em suas mãos. PreçO -

Apesar de os preços dos leitores de livros digitais, os e-readers, ainda serem considerados caros para grande parte da população (os valores mínimos partem de R$ 280,00), uma vez adquirido o aparelho, o leitor pode encontrar, em sites especializados, alguns títulos cuja versão digital é até 80% mais barata do que a impressa. Portabilidade -

A portabilidade é considerada umas das principais vantagens do eBook em relação ao livro impresso. Para o leitores que costumam viajar, por exemplo, o livro digital possibilita levar dezenas, centenas e milhares de títulos sem fazer peso na mala.

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Meio Ambiente -

Em tempos de busca pela sustentabilidade, a economia de papel proporcionada pelo eBook é muito bem-vinda. Conforto dos olhos -

Apesar de alguns e-readers já possuírem tecnologia que permite o ajuste da luminosidade de acordo com o ambiente, se o leitor optar por ler seus livros em um computador ou tablet, pode sentir desconforto nos olhos devido à luz emitida depois de algumas horas de uso. Ponto para o livro impresso.

Tecnologia a seu favor -

Fazer anotações, “rabiscos” e marcações sem estragar o livro, além de buscar palavras, são algumas das possibilidades exclusivas dos eBooks, que podem ficar mais interativos quando também disponibilizam áudios.

Experiência sentimental -

Este é o principal motivo de resistência de muitos leitores à chegada dos livros digitais. Ainda não foi desenvolvida tecnologia que se compare à experiência de observar os livros nas prateleiras de uma livraria ou de um sebo, nem ao prazer de sentir o cheiro ou folhear um exemplar impresso. Isso sem falar na possibilidade de pedir autógrafo ao autor ou trocar exemplares com amigos.

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CINEMA ALEMÃO CONTEMPORÂNEO

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POR SÉRGIO RIZZO

Dois estigmas pairam sobre o cinema alemão contemporâneo. O primeiro lembra o que ocorre também com a Itália e a França: a produção atual desses países costuma ser confrontada à de seus períodos gloriosos, e a comparação, apesar do evidente (e injusto) anacronismo, tende a ser cruel com os profissionais em atividade, sobretudo os mais jovens, como se eles estivessem muito aquém de um patamar de excelência já alcançado por suas cinematografias no passado. De acordo com esse raciocínio, os protagonistas de hoje seriam meros “aspirantes” — alguns mais talentosos do que outros, mas sempre “aspirantes” — perto dos “mestres” insuperáveis de outros tempos. No cenário alemão, duas imensas sombras históricas oferecem paradigmas incômodos às novas gerações de cineastas: a do expressionismo, na virada dos anos 1910 para os 1920, quando uma série de obras-primas — esmiuçadas por estudos clássicos de Siegfried Kracauer (De Caligari a Hitler) e Lotte H. Eisner (A tela demoníaca) — ajudou a definir o cinema como arte e também como ferramenta valiosa para a compreensão da sociedade; e a do “novo cinema alemão”, que eclodiu graças a um manifesto com apelo de “convocação para a batalha”, no Festival de Curtas-Metragens de Oberhausen de 1962, e que ganhou tradução, na década seguinte, com a consagração internacional de diretores como Alexander Kluge, Rainer Werner Fassbinder, Wim Wenders, Volker Schlöndorff e Werner Herzog. O outro estigma, que também está longe de ser uma exclusividade alemã, tem a ver com o funcionamento do mercado cinematográfico global, sob o controle das grandes companhias norte-americanas de distribuição. Na maior parte do mundo, as salas de cinema são dominadas pela produção dos

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Estados Unidos; um modesto nicho é disputado pela produção dos demais países, inclusive em seus próprios territórios. Em virtude desse fenômeno de ordem econômica, poucos filmes alemães (bem como franceses e italianos, entre muitas outras nacionalidades) conseguem furar o bloqueio e fazer carreira internacional. Nesse momento, eles se tornam, no exterior, a parte que será confundida com o todo — um único filme alemão visto no período de um ano pode sugerir a um espectador desavisado, em Nova York ou São Paulo, que todos os filmes alemães se parecem com aquele, quando nem mesmo o uso do idioma alemão pode hoje ser apontado como um denominador comum. É preciso incluir nesse pacote a mídia, que multiplica o “efeito-miragem”. Um bom exemplo é o dos filmes alemães de maior público e prestígio internacionais nos anos 2000: A Queda - As Últimas Horas de Hitler (2004), de Oliver Hirschbiegel, com Bruno Ganz (um ícone do novo cinema alemão dos anos 1970) no papel de Adolf Hitler, e A Vida dos Outros (2006), de Florian Henckel von Donnersmarck, sobre as atividades da temível Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha Oriental. Se essa parte (notável, diga-se) representar o todo, pode-se equivocadamente concluir que o cinema alemão (e com ele, diriam os mais apressados, a própria sociedade alemã) ainda está preso ao fantasma do nazismo e às consequências geopolíticas da II Guerra Mundial. Até mesmo um terceiro filme de trânsito internacional nesse período poderia ser invocado para confirmar a tese: A Onda (2008), de Dennis Gansel, que imagina a reedição do pesadelo totalitarista entre a juventude alemã de hoje. Essa percepção reducionista encontra um forte contraponto na seleção de filmes da Mostra Cine SESI-SP no Mundo: Alemanha Contemporânea, que reúne 14 longas-metragens lançados entre 2003 e 2010. Pode até não parecer muito, para um país que colocou 220 longas-metragens no circuito cinematográfico em 2012 (além de 298 filmes produzidos no mesmo ano para a TV), mas já configura um recorte de amplitude suficiente para perceber diferentes tendências — estéticas e temáticas — na representação da sociedade e na tentativa de conquistar o público doméstico (que é sempre o alvo prioritário de toda cinematografia, incluindo a norte-americana). As comédias, por exemplo, cumprem um papel importante na ocupação do mercado interno, mas, devido às suas especificidades culturais, raramente circulam além das fronteiras do próprio país (o que só não vale para os Estados Unidos, exportadores de todos os gêneros). Pois bem: como quase nunca vemos comédias alemãs, temos a impressão de que elas não existem, certo? Errado. Imagem do filme Do Outro Lado.

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Polska Love Serenade (2008), Minhas Mentiras, Meu Amor (2009) e Uísque com Vodca (2009) representam o gênero na seleção da Mostra Cine SESI-SP. O primeiro é dirigido por Monika Anna Wojtyllo, polonesa radicada na Alemanha. Ela oferece um divertido filme de estrada sobre dois jovens alemães (Claudia Eisinger e o então estreante Sebastian Schwarz) que se conhecem por acaso na Polônia, onde foram em busca de objetivos muito diferentes: ela quer induzir o roubo do próprio carro para receber a indenização da companhia seguradora, enquanto ele busca os direitos sobre uma propriedade rural que pertenceu à família.

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O humor se alimenta dos contrastes culturais — os poloneses, tratados como caipiras, parecem ser o alvo preferencial no início, mas, com o tempo, as piadas também se voltam contra a presunção alemã de superioridade — e a aventura tem um andamento pop que se dirige sobretudo ao público jovem. Em Minhas Mentiras, Meu Amor (2009), o espírito de sátira — também endereçada, em especial, ao espectador jovem — atinge a indústria editorial. Baseado em romance de Martin Suter, o diretor Alain Gsponer encena uma trama farsesca sobre um garçom (o teuto-espanhol Daniel Brühl, de Adeus, Lênin e Bastardos Inglórios, entre outras produções internacionais) que, para se aproximar de uma estudante de literatura (Hannah Herzsprung, da ficção científica de horror Um Inferno), finge ser o autor de um romance cujos originais encontrou em um criado-mudo. O golpe, ingênuo, adquire proporções inesperadas quando ela envia o texto a uma editora, que decide publicá-lo. Com o sucesso de vendas e de crítica, um homem misterioso (Henry Hübchen, o astro da popular comédia Todos Contra Zucker!) aparece para dizer que o livro é seu. Será mesmo? A exemplo do que ocorre em Polska Love Serenade, o humor se combina aqui com uma trama romântica — formato que sempre exerce grande apelo, sobretudo para o público feminino. Hübchen protagoniza também Uísque com Vodca, dirigido por Andreas Dresen, que parece homenagear Memórias (1980), de Woody Allen, ao ambientar a história em um set de filmagem em uma cidade litorânea e usar na trilha sonora algumas canções populares já ouvidas em filmes do cineasta norte-americano. O diretor do filme dentro do filme (Sylvester Groth, que interpreta Joseph Goebbels na comédia Minha Quase Verdadeira História, sobre Hitler) co-

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meça a ter problemas ao rodar um longa de época, sobre um triângulo amoroso nos anos 1920, quando seu ator principal (Hübchen, brincando com sua própria persona cinematográfica) exagera na bebida e nos caprichos pessoais. Para mexer com a sua vaidade e pressioná-lo a trabalhar, o produtor impõe a presença de um substituto (Markus Hering) que gravará simultaneamente todas as cenas. Os bastidores da filmagem envolvem diversas outras situações delicadas, entre as quais o fato de a atriz principal (Corinna Harfouch, a mulher de Goebbels em A Queda) ter sido casada com o ator encrenqueiro antes de se casar com o... diretor. A leveza desses três longas é balanceada, no recorte da Mostra Cine SESI-SP, por dramas que tratam de situações psicologicamente densas, menos compromissados com o mercado — e, portanto, mais sintonizados com o entendimento de “filme europeu” (ou seja, “de arte”) entre os espectadores que frequentam as poucas salas de cinema onde eles são exibidos no Brasil. É o caso de Yella (2007), Férias (2007) e No Inverno Há um Ano (2008), que propõem experiências às vezes incômodas ao lidar com perdas e frustrações. No primeiro, que reúne atriz (Nina Hoss) e diretor (Christian Petzold) do igualmente bem-sucedido Barbara, a personagem-título acabou de se separar do marido (Hinnerk Schönemann) — que, no entanto, continua a atormentá-la. Na maior parte do filme, a realidade parece se misturar às fantasias e aos temores mais profundos de Yella, em uma dimensão que só o final da trama se encarregará de revelar. A sensibilidade feminina é trabalhada esteticamente por Petzold, em uma ambientação opressiva do mundo controlado por homens. A preocupação com a perspectiva feminina está presente também em Férias, dirigido por Tomas Arslan, sobre uma família que se reúne em uma casa de campo. A anfitriã (Angela Winkler), sua mãe doente (Gudrun Ritter) e suas duas filhas que moram longe (Karoline Eichhorn e Anja Schneider) concentram as atenções, com os homens da trama exercendo papéis secundários no sutil jogo de emoções que transcorre durante alguns dias do verão. Filme de silêncios, de imagens que se fixam na tela como pinturas e de lacunas a serem preenchidas pelo espectador. O ritmo lento e contemplativo é semelhante ao de No Inverno Há um Ano, dirigido por Caroline Link, que recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro por Lugar Nenhum na África (2001). Um pintor (Josep Bierbichler, de Código Desconhecido) é contratado por uma mulher (Corinna Harfouch, de Uísque com Vodca, aqui em registro mais dramático) para fazer o retrato de seu filho morto (Cyril Sjöström), contra a vontade do seu marido (Hanns Zischler) e de sua filha (Karoline Herfurth, de As Donas da Noite).

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Henry Hübchen (à direita) protagoniza Uísque com Vodca.

Outro recorte importante da produção alemã contemporânea trata das relações com os fluxos migratórios das últimas décadas. Seu maior representante talvez seja o diretor Fatih Akin, filho de imigrantes turcos que se instalaram na Alemanha há meio século. Em 2008, o jornal francês Libération o incluiu em uma relação de 36 personalidades que representavam a “Europa de amanhã”. A lista VIP só incluía mais três cineastas: o francês de origem tunisiana Abdellatif Kechiche (O Segredo do Grão), o romeno Cristi Puiu (A Morte do Sr. Lazarescu) e o português Hugo Vieira da Silva (da produção alemã Swans, inédita no Brasil). A sólida filmografia de Akin inclui Do Outro Lado (2007), cuja trama circula por Hamburgo, Bremen (ambas no norte da Alemanha) e Istambul (Turquia) para estabelecer conexões entre personagens turcos e alemães, sugerindo que não se pode contar a história da própria Europa sem fazer referência a essa teia multiétnica que a todos envolve, direta ou indiretamente. A presença turca na Alemanha pauta ainda outro drama de forte perspectiva feminina, A Estrangeira (2010), escrito e dirigido pela também atriz Feo Aladag. Maltratada pelo marido, uma mulher turca (a alemã Sibel Kekilli, filha de turcos, que já havia estrelado Contra a Parede, de Fatih Akin) decide fugir de Istambul com o filho e se abrigar temporariamente na casa dos pais, em Berlim — onde os dogmas muçulmanos continuam, no entanto, a persegui-la.

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Vencedor da competição oficial da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2010, é um dos mais premiados filmes alemães dos últimos 10 anos — e não deixa de ser especialmente significativo que obtenha esse reconhecimento ao tratar de um tema que muitos espectadores associariam mais ao cinema da Turquia do que ao da Alemanha. Voltado para a presença libanesa no país, o documentário Neukölln Unlimited (2010) — dirigido por Agostino Imondi e Dietmar Ratsch — faz uma curiosa ponte entre o tratamento preconceituoso dado a imigrantes e sua inserção na sociedade, graças ao universo hip-hop e por meio de concursos de breakdance. Que ninguém pense, contudo, que o cinema alemão também não flerta — exibindo a mesma competência técnica e dramática — com as fórmulas bem-sucedidas do cinema hollywoodiano, como demonstra o drama de época O Milagre de Berna (2003).

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Dirigido por Sönke Wortmann (que, não por acaso, já havia trabalhado nos Estados Unidos em Uma Grande Jogada), o filme recria a vitória surpreendente da então Alemanha Ocidental na Copa do Mundo de futebol de 1954, batendo na final a lendária equipe da Hungria (que havia desclassificado a seleção brasileira nas quartas de final por 4 x 2). Os húngaros eram os “Mágicos Magiares”, liderados pelos craques Puskás e Kocsis. Os alemães interpretavam os patinhos feios da história. Como ensina a tradição narrativa norte-americana, esse triunfo — que celebra a perseverança e o espírito coletivo frente às piores adversidades — adquire uma carga sentimental ainda mais expressiva porque é visto pelos olhos de uma criança (Louis Klamroth). Quando quer, o cinema alemão faz o espectador soltar lágrimas tipicamente hollywoodianas. A Mostra Cine SESI-SP no Mundo: Alemanha Contemporânea é composta de 14 filmes, sendo que as exibições estão divididas em duas partes: sete filmes até dezembro de 2013 e os outros sete em 2014. Consulte a programação completa no site: www.sesisp.org.br/cultura. Jornalista, mestre em Artes/Cinema, com uma dissertação sobre a obra de Woody Allen, e doutor em Meios e Processos Audiovisuais, com uma tese sobre a formação de professores para a educação audiovisual, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É diretor de projetos do Laboratório de Mídia e Educação (MEL Media Education Lab), editor dos cadernos “Cine-Educação” (Cinemateca Brasileira/Via Gutenberg), crítico do jornal Valor Econômico, blogueiro da Folha de S.Paulo, apresentador do canal Arte 1 e colunista das revistas Educação, Escola Pública, Língua Portuguesa, Ideia Sustentável e Viração.

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PÚBLICO EM CONTATO COM NOVAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS Neste ano, o SESI-SP criou um projeto inédito de ocupação artística em que espaços diversos, tais como muros, arquibancadas, jardins, janelas, entre outros, se transformam em plataformas expositivas, recebendo interferências artísticas produzidas em diversas técnicas e materiais. O projeto proporciona o contato do público com novas linguagens artísticas em locais de grande visualização e circulação nos centros de atividades culturais da instituição no estado de São Paulo.

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Foto Mateus Avila

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No destaque, Multicidadão, um mural tridimensional, que foi criado na arquibancada do campo de futebol da unidade de Rio Claro, quando o público pôde acompanhar a pintura do espaço. A obra Multicidadão, do duo de artistas Subtu e RMI, retrata um local que estará sempre lotado, seja pelos torcedores, seja pelos rostos representados nos degraus. A ideia é oferecer diferentes formas de ver a pintura, já que o público, ao observá-la a partir de vários ângulos, tem distintas percepções. De perto, é possível identificar os indivíduos. Ao se distanciar, no entanto, o espectador não consegue ver as pessoas ali representadas. As diversas maneiras de olhar o mural resultam em novas formas, novas cores, novas obras. Para esta obra, a programação contou com palestra e uma oficina em que foi abordada a criação do grafite em superfícies tridimensionais. Quem quiser conferir o resultado de perto, a pintura estará aberta à visitação gratuita até outubro de 2015, de terça a domingo, das 9h às 18h, na unidade do SESI-SP de Rio Claro.

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Mediação de leitura: o convite ao mundo dos livros e suas diversas formas

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Contação de histórias, leituras públicas, saraus, recitais ou um simples papo motivacional. Não há formato padrão a ser seguido quando se quer formar novos leitores.

No imaginário popular, o ato de ler para uma criança está, muitas vezes, ligado à tentativa de fazer com que ela finalmente acalme-se ou adormeça. Mas, diferentemente do que se pensa, se bem planejada e, principalmente, feita com dedicação e paixão, essa é uma atividade que pode despertar nos pequenos um desejo que tem o poder de transformar suas vidas: o de explorar o mundo por meio dos livros. Esse é o papel do mediador, pessoa que tem a missão de incentivar crianças, jovens e até mesmo adultos a se aproximarem das palavras escritas e, assim, adquirirem o hábito da leitura. Crianças observam a contação de história durante o lançamento do livro Dois gatos fazendo hora, da SESI-SP Editora.

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Se o ambiente de casa ainda é o local mais apropriado para que isso aconteça, com a ajuda dos pais, tios ou pessoas próximas – que, segundo especialistas, deveriam ser os primeiros e mais importantes mediadores de um potencial leitor -, fora dele também surgem novos atores para abraçar essa causa. E eles não se restringem a educadores, professores, bibliotecários, pedagogos ou diretores de escola. Os contadores de história profissionais, leitores públicos, atores de saraus, recitais e peças teatrais também exercem a função de apresentar histórias de livros com o objetivo de convidar as pessoas a lerem sempre mais.

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“Independentemente do ‘rótulo’, o mediador tem como principal incumbência mostrar que ler é muito legal, e que a leitura pode fazer parte do cotidiano das pessoas, em qualquer lugar onde estejam”, explica a atriz e cantora Élida Marques, que é mediadora há dez anos e se intitula leitora pública. Segundo ela, a leitura pública diferencia-se da contação de histórias porque geralmente é realizada para um público maior, entre 60 a 80 pessoas, e traz elementos teatrais que exigem, entre outras habilidades, boa impostação de voz e postura corporal. No Brasil, é possível participar de cursos, oficinas e até mesmo doutorado em mediação de leitura para desenvolver as técnicas e aptidões necessárias a um mediador. “Os cursos são muito importantes para o aprimoramento dessas competências, mas um bom mediador de leitura precisa ir além desse aprendizado, desenvolvendo suas próprias técnicas de acordo com o público e com o acervo de títulos que tem em mãos”, comenta Élida. “Um bibliotecário que conhece bem os frequentadores de sua biblioteca, por exemplo, já sabe o tipo de leitura que pode interessar a cada um deles. A partir daí, pode desenvolver sua própria abordagem e a melhor maneira de convencê-los a se aventurar por novas obras”, explica. Élida começou como moderadora de leitura participando de saraus e, desde então, não parou mais. Criou, em 2003, o “Ler é uma viagem”, projeto de incentivo à leitura baseado no formato de “leitura pública”, que já realizou mais de 500 apresentações pelo Brasil para mais de 25 mil pessoas em cinco estados. Além de sessões de leituras em escolas e bibliotecas, o programa

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Foto divulgação

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Foto Marçal Mateus

Criaturas teve lançamento com show musical da Palhaça Rubra.

Elenco do projeto “Ler é uma viagem” apresenta “Reinações”, na qual são relatados capítulos do livro Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Público é convidado a participar da leitura.

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realiza oficinas para educadores, eventos lítero-musicais, performances poéticas e shows de música brasileira. A apresentação da oficina “Leitura e Mediação: reflexões e práticas na formação de leitores”, promovida este ano pelo “Ler é uma viagem” sintetiza o conceito-base do projeto: “Ninguém nasce leitor. Assim como aprendemos a caminhar, a andar de bicicleta, a nadar e a escrever, também nos tornamos leitores. O sujeito não leitor, não importa a idade, só precisa ser acordado, assim como a bela adormecida, por meio do encanto e do prazer que a leitura proporciona”. O projeto, sediado na cidade de Itu, no interior paulista, busca abranger todas as possibilidades de estímulo à leitura, incluindo dicas para pais e parentes próximos de potenciais leitores: “Naquele almoço de família, eles podem pedir que alguém relembre uma história muito interessante que ouvia quando criança, relacionando-a a alguma outra história, editada, que possa ser lida ou buscada na internet”, orienta. Élida cita ainda uma frase de um de seus escritores favoritos, Rubem Braga, para reforçar a importância do envolvimento emocional no ato da leitura. “Só deveria ler aquele que está possuído pelo texto que lê.” Adolescentes e jovens

A contação de histórias, em seus diversos formatos, pode ser um ótimo ponto de partida para fazer desabrochar nas crianças a curiosidade pela leitura. Já para adolescentes e jovens, um público que – pressupõe-se – já teve algum tipo de contato com livros, existem ferramentas de convencimento mais sofisticadas. E o projeto educacional “Academia de Alta Tecnologia para Anti-heróis” faz uso delas para atrair o interesse deles. O programa tem por objetivo trabalhar informações inerentes ao dia a dia dos jovens de forma não convencional, e convida seu público-alvo a escrever seus próprios livros. “Por meio de exercícios dinâmicos, fazemos com que experimentem a sensação de se tornarem autores de livros”, explica uma das idealizadoras do projeto e escritora de livros infantojuvenis Lu Lopes. Ela acredita que a proximidade com os autores pode ser um fator determinante para inserir o público-alvo no mundo dos livros. Pensando nisso, desenvolveu um programa por meio do qual vai até escolas para contar as histórias de suas publicações. “É um trabalho de campo, e acredito muito em sua efetividade, pois fortalece ainda mais o elo do potencial leitor com o conteúdo do livro”, comenta.

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A autora defende o professor como um dos principais mediadores de leituras dos estudantes, “desde que haja a capacitação desses profissionais no sentido de torná-los aptos a fazer a conexão afetuosa e a comunicação integrativa entre os alunos e os livros”. No lançamento de seu último título, Criaturas, publicado recentemente pela SESI-SP Editora, Lu Lopes colocou em prática mais um de seus talentos para atrair a atenção da garotada para a literatura: personificou a Palhaça Rubra, personagem que criou há anos e por meio da qual faz shows em teatros e eventos. No livro, ela apresenta para os pequenos leitores a riqueza da diversidade no mundo. Filha de uma educadora e “de um ótimo contador de causos”, Lu Lopes tem hoje companhia familiar na missão de disseminar a paixão pela leitura: sua irmã, Silvia Lopes, é contadora de histórias. “O ambiente doméstico propício contribuiu completamente para os rumos que tomamos”, comenta Silvia. Formada em pedagogia, ela começou a contar histórias há 13 anos – já fez diversos cursos na área – e criou a Carrapeta Produções, que além de produzir apresentações circenses, teatrais e de dança, tem projetos de contação de histórias. “Acredito muito que para estimular as pessoas a fazer qualquer coisa, não apenas a ler, é preciso realizar um trabalho atrativo, interativo e alegre”, comenta. “No caso da literatura, a escolha de um bom texto, conhecido a fundo pelo mediador, também é essencial.”

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“Por meio de exercícios dinâmicos, fazemos com que experimentem a sensação de se tornarem autores de livros”, explica a escritora de livros infantojuvenis Lu Lopes. Para Silvia, a contação de histórias é uma das principais portas de entrada para o mundo dos livros. “Por essa razão, fazemos questão de mostrar, ao final de nossas contações, o livro que traz a história original na qual nos inspiramos. Principalmente porque nosso trabalho não é literal.” E não há limites para o trabalho de mediação de leituras quando se quer conquistar um número cada vez maior de leitores. “Fazemos nosso trabalho onde nos chamam: em eventos corporativos, bibliotecas, escolas, centros culturais e festas infantis”, conta a pedagoga.

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O grupo Malas Portam, criado em 2007, viaja pelo Brasil contando suas histórias, baseadas no conteúdo de cinco “malas” inventadas pelos integrantes. Cada uma traz objetos a partir dos quais surgem inúmeras narrativas musicadas. A assistente social Rita de Cássia Araújo, participante dessa turma, conta o que mais a atrai nessa missão: “O que torna mais fascinante o trabalho de um contador de história é a possibilidade de improvisar a partir das interferências realizadas pelas crianças durante a contação. É, também, a parte mais desafiadora”. O Malas Portam lançará em breve, pelo selo audiovisual, da SESI-SP Editora, seu primeiro DVD. “É um projeto que vai reunir algumas de nossas melhores apresentações”, comenta. Para Élida Marques, é muito difícil avaliar com precisão a efetividade da mediação de leitura na vida dos potenciais leitores. “Isso acontece porque o hábito da leitura depende de muitos fatores e, na minha opinião, nenhum tem tanta eficácia como o incentivo que a pessoa recebe em casa”, explica. Ela comenta que no Brasil existe ainda o desafio de vencer o preconceito de que a leitura está associada à elitização. “Nos projetos de contação de história que realizamos na EJA (Educação de Jovens e Adultos), isso é claramente percebido. Essas pessoas, que pouco contato tiveram com livros, se sentem muito valorizadas quando são finalmente apresentadas à leitura”, comenta. A EJA é uma modalidade da educação básica destinada a jovens e adultos que não concluíram os ensinos médio e fundamental.

Foto divulgação

O grupo Malas Portam viaja pelo Brasil contando suas histórias inventadas pelos integrantes.

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“É preciso deixar de lado qualquer tipo de tabu em relação à leitura, pois ela pode acontecer em qualquer momento de vida de toda pessoa que sabe ler”, afirma. Cabe aos mediadores – responsáveis por “acordar” as pessoas para os benefícios proporcionados pela leitura - mostrar quais são os melhores caminhos para que ela aconteça e, como pudemos notar, não faltam alternativas. Cursos de contação de histórias

São inúmeras as opções de cursos de contação de histórias – forma mais popular de mediação de leitura – encontradas atualmente. Grande parte deles é voltada para profissionais da educação, mas também há alternativas para pessoas que não trabalham na área e têm o desejo de desenvolver ou aprimorar técnicas necessárias para atuar como contadores e conquistar o interesse de seus espectadores. Por essa razão, os formatos vão desde oficinas e workshops com duração de algumas horas até curso de pós-graduação lato sensu, como “A Arte de Contar Histórias”, realizado por meio de uma parceria entre o Sead (Serviços Educacionais a Distância), a Associação Viva e Deixe Viver e o INSEP (Instituto Superior de Ensino do Paraná), que faz a gestão pedagógica e legitima o curso junto ao Ministério da Educação (MEC). Mas, afinal de contas, quais são as disciplinas encontradas nesses cursos? São muitas e bem variadas, de acordo com a proposta de cada um.

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“O que torna mais fascinante o trabalho de um contador de história é a possibilidade de improvisar a partir das interferências realizadas pelas crianças durante a contação. É, também, a parte mais desafiadora”, conta Rita de Cássia Araújo, do grupo Malas Portam. “Nós, contadores de histórias, nos preocupamos muito com a interpretação do texto, o desenvolvimento do personagem, a voz e o corpo. Porém, há um detalhe importantíssimo que muitas vezes é esquecido: as transições no decorrer da narrativa enquanto vai sendo contada”, explica Letícia Liesenfeld, coordenadora da oficina Leitura de Corpo Inteiro, durante a apresentação do conteúdo. Este curso, especificamente, é oferecido pelo grupo As Meninas do Conto, de São Paulo, que nasceu da ideia de trabalhar com as linguagens do teatro e da narração de histórias, por meio de contação de histórias e apresentações em teatros, centros culturais, bibliotecas e escolas. Outros grupos de São Pau-

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lo, como Casa Redonda e Teatro Escola Brincante, também desenvolvem cursos que usam técnicas diferenciadas para explorar e aprimorar diferentes aspectos da contação de histórias. Já o curso de pós-graduação, realizado na capital paulista, traz entre suas disciplinas “Jogos Teatrais: o Jogo Cênico como Fundamento Perfomático”, “Contos Populares” e “Fundamentos da Arte de Contar Histórias”, esta última ministrada pelo coordenador do curso, Giuliano Tierno de Siqueira. Prefeituras de capitais de todo o país também desenvolvem seus próprios programas com foco no incentivo à leitura e na formação de contadores de histórias. A da cidade de São Paulo, por exemplo, promove, todo ano, o festival “A Arte de Contar Histórias”, que está em sua nona edição e é realizado em outubro, mês em que se comemora o dia das crianças. O projeto é realizado em bibliotecas públicas, pontos de leitura e roteiros dos chamados ônibus-biblioteca. Além da contação de histórias para a população, traz workshops, debates e palestras voltadas para a contação de histórias, como a oficina realizada este ano e liderada pela cantora e musicista Anita Deixler, “Cante para Contar Melhor suas Histórias”, entre outras.

Para o SESI-SP, o acesso aos livros é uma forma de inclusão social e a leitura é ferramenta poderosa na formação do indivíduo. Pensando nisso, nasceu o Literatura Viva, em 2011, projeto que propõe interação entre leitor, autor e sua obra. Neste ano, foram diversas as iniciativas com o objetivo de promover o contato com o livro, priorizar a leitura gratificante e conquistar leitores para toda a vida adulta. Dividido em quatro módulos, distribuídos ao longo de 2013 — literatura infantil e juvenil, elementos da cultura popular na literatura, artes gráficas e narração de história —, este último ocorreu durante todo o mês de outubro e proporcionou o encontro entre os protagonistas da leitura: autor e leitor, por meio de ações diferenciadas, lúdicas e interativas. Destinado a alunos e docentes da Rede SESI de ensino, escolas públicas, comunidade em geral que frequenta os CATs e profissionais que atuam com mediação de leitura, o SESI-SP estima que, neste ano, o público atingido com o Literatura Viva foi de cerca de 80 mil pessoas.

Foto divulgação

Literatura Viva: autor e sua obra cativando os leitores

O módulo de narração de histórias, do projeto Literatura Viva, realizado no CAT de Araraquara, do SESI-SP.

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O que cada um disse por Luiz Vilela “Sei, sei, claro. Bom sujeito. Ele vem sempre aqui, à banca. Amanhã mesmo ele… Como?… Verdade?… Santo Deus!…”

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“A gente não conhece ninguém: essa é a conclusão que eu tiro. A gente não conhece ninguém. Às vezes nem a própria pessoa se conhece. Somos um bando de desconhecidos — uns para os outros e cada um para si mesmo.”

“Veja só: ele era a pessoa mais equilibrada aqui, na empresa; a mais equilibrada. A gente não dava um passo sem ouvir a opinião dele. Agora… Não dá pra acreditar, né?…”

“Eles sempre me trataram bem. Eles me tratavam como se eu fosse uma pessoa da família, e não uma empregada. Era um casal que vivia em harmonia. Nunca vi um casal combinar tão bem. Parecia que eles tinham nascido

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um para o outro. Não vou dizer que eles não tinham de vez em quando uma rusguinha. Tinham. Mas qual o casal que não tem? Você — eu estou vendo que você também é casado —, você vai me dizer: não é assim?”

“Quem? Como é? Você está brincando…”

“Eu li, eu li a notícia no jornal. Não, eu não sei dizer muita coisa. Ele não vinha tanto aqui, ao restaurante; uma vez ou outra só. Educado, isso eu posso dizer que ele era; uma pessoa educada. Mas não era de muita prosa; não, isso ele não era. Era um cara meio fechado, entendeu? Um cara…”

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“Sabe, meu querido? Você é jovem ainda, mas aprenda uma coisa: o ser humano é como uma floresta: você olha de fora, e a floresta é aquela maravilha; mas você entra, e lá dentro você dá com onças, cobras, escorpiões… É assim, meu filho, o ser humano é assim. Por fora, uma coisa amável; por dentro, uma coisa temível. Ou, como dizia a cartilha na escola, nos meus tempos de menina: por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento. De forma que esse acontecimento não me surpreende tanto. Pois eu sei que do ser humano tudo se pode esperar: das melhores às piores coisas. Grave isso. Você ainda vai se lembrar disso muitas vezes em sua atividade…”

“É, sim, nós fomos colegas de faculdade. Confesso que eu estou pasmo. Um sujeito como ele, um sujeito que tinha tudo na vida, tudo o que uma pessoa pode desejar: dinheiro, mansão, carro importado, uma linda mulher, dois filhinhos adoráveis. Isso, além das amizades, do prestígio, das honrarias…”

“Eu fiquei sabendo, me contaram. Limpei, eu limpei o jardim algumas vezes. É de admirar, né? Por que um cara desses faz uma coisa dessas?… Bom: não vou dizer que eu sei; quem sou eu pra dizer isso… Nem quero falar mal de ninguém. Mas… Deus que me perdoe, mas uma mulher como aquela, uma mulher… Eu vou te contar uma coisa, mas você não vai pôr isso no jornal, não, hein?… Um

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dia eu estava lá, arrumando o jardim, e aí eu cheguei perto da janela. Ela estava lá dentro, sozinha, de camisola, uma camisola transparente e sem sutiã: e aí deu pra ver tudo, os peitos. E vou te contar… Rapaz… Eu nunca vi nada tão bonito assim… Mas aí, nessa hora, ela me viu; e você acha que ela procurou sair ou virar para outro lado? Acha? É o que ela devia ter feito, né? Mas não foi isso o que ela fez: ela deu um sorriso, ela deu um sorriso para mim. Eu fiquei sem saber onde esconder a cara. Fiquei morrendo de vergonha. Aí eu fui cuidar do meu serviço. Mas à noite, em casa, eu fiquei pensando naquilo, na mulher, naquele sorriso… Fiquei pensando e… Cara, te juro: aquela mulher estava a fim de uma… Juro que estava… Com um jardineiro?, você pode dizer. Por que não? E essas madames aí que pagam os tubos para esses caras de programa, esses que vão em casa, esses dos classificados? Mas aí, droga, aí eu não voltei mais lá e aí eu não vi mais a mulher; nem ela, nem o marido, nem ninguém. E ontem eu fiquei sabendo do que aconteceu. É isso. Mas não vai pôr isso no jornal, não, hein? Só estou te contando. Pra mim… Não sei, não, mas pra mim o que há por trás disso, do que aconteceu, é isso aqui, olha: chifre, cara. Tá entendendo? Chifre. Daqueles bem grandes e tortos.”

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“Eros e Tânatos: as pulsões da vida e da morte, que estão no âmago de nosso ser, em toda e qualquer pessoa. O assunto é muito complexo para eu desenvolver aqui agora, nesta entrevista, mas eu o abordo em profundidade no meu novo livro, que eu devo lançar no segundo semestre, provavelmente em agosto. Aliás, eu ficaria muito grato se o jornal pudesse dar, desde já, uma nota.”

“Por quê? Sei lá, meu chapa. Isso acontece todo dia lá no meu bairro e ninguém diz nada nem quer saber por quê. Nem nenhum repórter vai lá para fazer perguntas. Se vai, é repórter de polícia. Agora vem um bacana e faz o que fez e fica todo mundo aí: por quê? por quê? Ora, por quê… Foda-se, porra. Foda-se o cara e a família dele e tudo o mais. A gente tem mais é que comemorar. Esses caras só sabem explorar a gente. Eles lá no bem-bom e a gente aqui pastando, comendo capim.”

“Meu amigo, vou só te contar uma história: a história do Tidião, meu querido tio Esperidião, lá no interior, na roça. O tio morava numa fazenda, ele e a mulher. Depois que a minha tia morreu, ele continuou morando lá,

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Este livro explica também como a natação se desdobrou, nos últimos anos, em novas modalidades esportivas, igualmente olímpicas. Você está convidado a mergulhar nestas águas.

PONTO

NATAÇÃO

SALTOS ORNAMENTAIS POLO AQUÁTICO NADO SINCRONIZADO liTer

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morando sozinho. Isto é, ele e um empregado. A fazenda não era grande, poucos alqueires. Foi o empregado que testemunhou a cena e contou depois para os filhos do tio, dois rapazes, que moravam na cidade. Homem pacato, sujeito de boa paz, estava lá o tio uma tarde, na fazenda. Aí, de repente, o empregado, que se achava no quintal, ouviu uns estampidos, se assustou e foi correndo ver o que era. Escondido atrás de uma mangueira, ele pôde testemunhar, apavorado, a sequência da cena. Pra resumir: meu tio pegou a espingarda, a carregou e saiu dando tiro em tudo o que viu pela frente: vaca, porco, cavalo, cachorro. Nem o gato escapou. Nem o galo. Ele deu tiro até em passarinho na árvore. ‘Parecia que ele queria acabar com o mundo’, como disse o empregado. Foi um morticínio, uma coisa que ninguém na região nunca vira e que até hoje eles comentam. Por quê? Por que meu tio fez isso? Ninguém soube, nem ninguém até hoje sabe. Meu tio nunca deu nenhuma explicação. Aquele dia, no final da tarde, quando meus primos, avisados pelo empregado do que acontecera, chegaram à fazenda, encontraram o pai sentado no alpendre da casa, pitando tranquilamente seu cigarrinho de palha, como se nada, absolutamente nada tivesse acontecido. Está certo, você pode dizer que esse sujeito agora não matou bichos: ele matou a mulher e os dois filhos, e, ainda por cima, suicidou-se. Mas, pensando bem, eu não vejo muita diferença. Você vê?”

aPen

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REVISTAPONTO® Publicação literária e cultural Do SeSi-SP #2 abril 2o13

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150 anos de F #2 abril 2O13

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Uma borboleta em seu voo fugidio aproxima duas crianças, que se descobrem ao buscá-la num jogo de esconde-esconde em meio a uma cidade só delas.

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modalidades. Suas performances e conquistas são mais do que um exemplo: são um incentivo para a formação de jovens campeões para as Olimpíadas do Rio, em 2016.

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A disputa de dois times no teatro entre as linhas do gramado pode ser encarada como uma metáfora da própria vida: a luta diária de cada um de nós pela sobrevivência à custa de esforço e sacrifício, e também de muita criatividade e esperteza. Em O JOGO, livro que abre a coleção comemoraÀs vezes os armários tiva dos 150 anos do Futebol, José Eduardo deguardam Car- segredos, às vezes é a imada gente que guarda segredos dentro do armário, valho faz uma análise detalhadaginação do esporte que tem e outras vezes temos mesmo cutias falantes, macacos, o poder de fazer o mundo parar. saposConsiderado e emas dançantes por em nossos quartos. Toda históalguns como uma oportunidade detemascensão ria que começo podesoter final a partir da imaginação, guardada num de armário, escondida dentro de uma mala. cial, e por outros como um instrumento alienação ideológica, o futebol provoca controvérsias que envolvem a própria vivência humana, a economia, a política e as relações internacionais.

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Com a proximidade dos primeiros Jogos Olímpicos na América Latina, o SESI-SP documenta, visual, os feitos de atletas masculinos e femininos da instituição, distribuídos em 12

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150 ANOS DE FUTEBOL

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Vanessa Prezoto vive em São Paulo. Estudou Desenho

Industrial e já trabalhou em várias agências de propaganda e design. Desde pequena adorava desenhar e resolveu se dedicar

Luiz Vilela nasceu em 1942, em Ituiutaba, Minas Gerais, cidade onde atualmente reside. Publicou vários livros, todos de ficção, entre os quais Tremor de Terra, de contos, Prêmio Nacional de Ficção, O Fim de Tudo, também de contos, Hoje Vanessa se divide entre os projetos de design e as Prêmio Jabuti, e Perdição, romance, seu livro mais recente, que ganhou o Prêmio Literário Nacional PEN Clube do ilustrações para livros. 9 788565 025393 Ela ficou superfeliz por ilustrar as Histórias mal contaBrasil 2012. Vilela foi adaptado para o cinema, o teatro e a televisão, e traduzido para várias línguas. “O que cada um das e achou muito divertido participar da imaginação disse” faz parte de seu novo livro, de contos, Você Verá, a sair este ano pela Editora Record. da Glória Bárbara. a isso novamente depois de muitos anos trabalhando ISBN 978-85-65025-39-3 como designer gráfica.

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fazer é pensar

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Natação, Saltos Ornamentais, Polo Aquático & Nado Sincronizado mostra como as braçadas que garantiam a sobrevivência nos primórdios da humanidade se transformaram em um esporte de alto rendimento, em que campeões, como o fenomenal Michael Phelps e o brasileiro Cesar Cielo, estabelecem recordes e marcas espetaculares que valem de ouro, prata e bronze.

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Vela, Remo & Canoagem resgata a história da navegação esportiva. Afinal, competir a bordo de um veleiro, de um barco a remo ou de um caiaque nada mais é do que se integrar com o elemento que ocupa três quartas partes do planeta. Nós, brasileiros, vivemos em um país das águas. A costa tem 8.500 quilômetros, metade dos quais navegáveis. Em 21 mil quilômetros da rede hidrográfica, poderiam circular milhares de embarcações.

TAÇÃO PONTO

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Quando percebeu que uma folha côncava e de bico fino era levada pelas águas com mais rapidez do que qualquer objeto achatado e quadrado, o homem descobriu a navegação. Mares e rios foram protagonistas na construção de nações e culturas, funcionaram como vias de transporte e rotas de desenvolvimento, uniram e separaram povos. Dominar as águas tornou-se sinônimo de poder, prova do desenvolvimento da espécie, até que o homem descobrisse que navegar também é um prazer, é lazer e competição. É esporte.

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NAMENTAIS, AQUÁTICO & Ao navegar conosco por estas páginas, você entenderá Construindo Casas e móveis por que o Brasil, que já conquistou tantas medalhas olímpicas CRONIZADO liTeraTura iNfaNTil: com a Vela, poderá ser uma potência olímpica se associar

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Cris Eich

#2 abril 2O13

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Em apenas dois anos de história, a SESI-SP Editora e a SENAI-SP Editora já produziram grandes feitos. Em números, foram mais de 100 títulos distribuídos em diversas coleções que compõem seus respectivos catálogos; em palavras, o conteúdo de qualidade de nossos livros que têm o compromisso de contribuir para a formação de um leitor diferenciado e bem informado.

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Claudio Fragata nasceu em Marília, no interior de São Paulo, em 1952, mas mora na capital desde os 17 anos. Formado em jornalismo, trabalhou como editor em revistas como Galileu e Recreio e criou o projeto editorial dos Manuais da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. Já escreveu vários livros para crianças e jovens, entre eles Zé Perri: a passagem do Pequeno Príncipe pelo Brasil; Uma história bruxólica; Adorada; As filhas da gata de Alice moram aqui, e Jura? Hoje, além de escrever livros e dar aulas, ainda arruma tempo para cuidar dos gatos Sofia e Fellini e também de um pé de ipê branco que ele pretende ver dando flor em cinco anos.

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A gastronomia

muito além da alimentação

Em livros, eventos, debates ou frases proferidas por grandes pensadores, as reflexões sobre comida sempre estiveram presentes na história da humanidade. Com a crescente valorização da gastronomia, essas reflexões se intensificam, alimentando diversos setores, inclusive o editorial.

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A busca no dicionário Aurélio aponta a definição: “Filosofia é o estudo que visa a ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua inteireza”. Basta uma consulta para podermos conectar esse significado ao de outra palavra: “Paladar é o sentido pelo qual se percebe o sabor das coisas”. Duas maneiras de se absorver e aumentar a percepção daquilo que está ao redor. Porque o ato de degustar alimentos é, desde sempre, mais um modo de descobrir não apenas sabores, mas muito dos hábitos e da cultura de um país, de uma determinada região ou, até mesmo, de uma família ou uma pessoa, individualmente.

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Muito além da ingestão do alimento para saciar a fome e para sobreviver, o ritual de comer movimenta, direciona e modifica o dia a dia, a vida das pessoas, suas decisões e o modo como se comportam. Não à toa o “pensar sobre a comida” e sua valorização têm seus primeiros registros datados em um passado bem remoto. “Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores”: a frase, do filósofo chinês Confúcio, que viveu entre 551 a.C. e 479 a.C., demonstra que as reflexões sobre a comida e suas analogias com a realidade permeiam o cotidiano da humanidade há muito tempo. Na literatura mundial, o alimento e os rituais que o cercam também já há muito ultrapassaram o âmbito dos livros de receitas e suas novas maneiras de serem apresentados. Não que estes não permaneçam demonstrando seu potencial de atrair leitores, ano a ano. Muito pelo contrário, é um mercado que não para de crescer. Na SESI-SP Editora, a coleção Alimente-se bem — que apresenta livros de receitas adaptadas para o cotidiano e voltadas para uma alimentação saudável, prática e funcional — está entre os mais vendidos de 2013. Não por acaso essa coleção ganhou mais 10 títulos este ano. Não com o mesmo fôlego, mas em curva ascendente pelo interesse que desperta, a alimentação e o paladar vem sendo estudados há tempos, e o assunto já havia sido aprofundado pelo autor francês Jean Anthelme Brillat-Savarin em seu livro A Fisiologia do gosto, publicado originalmente em 1825. A obra, para muitos especialistas, é a certidão de nascimento da gastronomia. Mais de 170 anos depois, em 1995, a publicação foi lançada no Brasil pela Companhia das Letras. “A gastronomia acompanha-nos e sustenta-nos desde o nascimento até a morte. É ela que nos aumenta as delícias do amor, a confiança da amizade, que desarma a ira e facilita os tratos, e nos oferece, no curto trajeto das nossas vidas, o único prazer que, não sendo seguido de fadiga, nos revigora de todos os outros”, dispara Brillat-Savarin. Ele atuou como advogado, magistrado e político, mas tornou-se conhecido mundialmente por sua veneração à gastronomia. No ano 2000, as reflexões sobre comida voltaram a ser foco no livro Por uma nova fisiologia do gosto. Nele, os autores, o chef de cozinha Jean-Marie Amat e o neurobioquímico Jean-Didier Vicent, ambos franceses, conciliam ciência e arte e discutem, entre outros temas a arte da gastronomia. Discorrem sobre os tipos de sabores que, pessoas de culturas distintas são capazes de perceber e os modismos dessa área que, segundo eles, nos levam a consumir

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pratos que não estaríamos aptos a saborear. No Brasil, a obra foi lançada pela Editora Senac. O autor italiano Nicola Perullo, em seu livro O gosto como experiência – Ensaio sobre filosofia e estética do alimento, lançado pela SESI-SP Editora, em outubro, traz uma análise enriquecedora da representatividade do ato de alimentar-se no dia a dia. A forma como o alimento é absorvido e assimilado sob o aspecto estético é o foco da narrativa. E foi por meio da observação de cenas corriqueiras que surgiu a decisão de Perullo aprofundar-se no tema. “Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores”, frase do filósofo chinês Confúcio. “No paladar estão envolvidos vários atores, e a sua natureza de processo dinâmico concentra-se, a cada experiência, em peculiares cenários de sentido. A cena primária, que me conduziu a elaborar essa ideia, foi um comportamento que, desde sempre, chamou minha atenção: a expressão no rosto das pessoas que pedem ‘brioches’ ou outras guloseimas nos bares pela manhã. Raramente vê-se um comportamento neutro. Em vez disso, vê-se com muita frequência a mímica facial que revela, com um sorriso gutural insinuado, uma leve complacência ao avistar o objeto que será comido...”, explica na introdução da obra. O autor vai ainda mais além: “A experiência alimentar como prazer reconduz ao estágio primário, biológico, infantil e ‘desnudo’ da nossa relação com o alimento. Um estágio que não pode ser superado total e definitivamente: nunca devemos negligenciar o prazer. O alimento não é apenas – e esta afirmação vale como: não se reduz simplesmente a um conceito social; em outros termos; comer é uma atividade em que, sob muitos aspectos e a cada experiência, a natureza comparece. Após o prazer, o saber”. Perullo é professor da Università degli Studi di Scienze Gastronomiche, de Roma, e, nos últimos dez anos, focou suas pesquisas na relação entre o pensamento filosófico e a comida, para introduzir à estética do gosto e da gastronomia. Muitos de seus trabalhos têm contribuído para a consolidação dessa disciplina na Itália.

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cOziNhaNDO cOm Palavras

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No Brasil, o crescimento da gastronomia no mercado editorial incentivou a criação de uma área exclusiva para os livros ligados ao tema na Bienal Internacional do Livro de São Paulo: o Espaço Gourmet Sensações. Apresentado ao público pela primeira vez na Bienal de 2010, teve workshops e aulas práticas com autores de obras sobre gastronomia e outras personalidades do segmento. Da programação consta a realização do Festival Cozinhando com as Palavras, sarau literário promovido em alguns dos principais restaurantes da capital paulista. No cardápio, pratos criados ou exaltados por escritores renomados da literatura brasileira e internacional. “A literatura e o sabor caminham juntos há muito tempo. Desde os antigos textos da Bíblia e clássicos gregos, a comida, a bebida e a imaginação do homem andam unidas”, reforça André Boccato, curador do evento. Boccato é chef de cozinha e proprietário da editora Boccato, especializada em gastronomia. Ele inaugurou recentemente, em São Paulo, a Livraria Mundo Gourmet, a única do país focada exclusivamente na área. “O mercado de livros de gastronomia cresce na medida em que as pessoas buscam não apenas receitas, mas um estilo de vida em que esses livros são uma fonte de inspiração”, afirma. Para ele, esse incremento acontece também porque, com a evolução da área de gastronomia, as pessoas buscam nos livros um aprimoramento dos sentidos por meio da leitura. Em setembro deste ano, Boccato esteve à frente do Cozinhando com as Palavras na Feira Internacional do Livro de Frankfurt, na Alemanha, considerada o maior encontro mundial do mercado editorial. O sarau, realizado com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, foi uma das principais atrações do pavilhão brasileiro da feira que, segundo a organização, recebeu 60 mil visitantes. Atualmente com 131 títulos na área de Nutrição e Gastronomia, a Editora Senac São Paulo registrou um aumento de aproximadamente 50% na publicação de livros desse segmento apenas no último ano. Para os próximos meses, há previsão de lançamento de 11 novas obras. “A movimentação da economia brasileira em torno dos negócios de alimentação está aumentando. Além desse fator, a crescente profissionalização do setor tem gerado uma demanda do público em geral por conhecimentos sobre nutrição e gastronomia”, explica a coordenadora editorial da Editora Senac São Paulo, Márcia Cavalheiro. Ela lembra, ainda, que a temática do

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bem-estar está muito presente na sociedade atualmente. “Há um forte crescimento na busca por livros ligados a dietas com restrições alimentares”, acrescenta. A editora já recebeu 52 prêmios Gourmand Cookbook, considerada a maior premiação internacional de gastronomia e vinho. “O mercado de livros de gastronomia cresce na medida em que as pessoas buscam não apenas receitas, mas um estilo de vida em que esses livros são uma fonte de inspiração”, afirma André Boccato, da editora Boccato, especializada em gastronomia.

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O proprietário da Editora Tapioca – que tem foco exclusivo em obras de gastronomia – , José Carlos Junior, estima que essa é a área que mais vem crescendo no mercado editorial brasileiro nos últimos anos: por volta de 20 a 25% a cada ano. Ele acredita que essa ampliação se justifica em três vertentes. “A primeira é a do surgimento de um número muito grande de cursos nesse setor, que vem atraindo cada vez mais interessados”, conta. “As outras são o boom dos chefs celebridades, que têm grande exposição na mídia – como os ingleses Jamie Oliver e Nigella Lawson –, e os assuntos polêmicos que geram grandes discussões, como o veganismo”, explica, referindo-se à filosofia de vida que elimina o uso de produtos de origem animal. Mundo acadêmico

É visível que o mercado nacional de gastronomia vem se desenvolvendo a cada ano, inclusive com a “importação” de renomados chefs estrangeiros, especialmente após a crise na zona do euro. E é uma realidade que também se reflete no mundo acadêmico brasileiro nessa área, que, se comparado às escolas europeias, foi criado muito recentemente, mas já propicia um ambiente adequado para a realização de pesquisas e estudos no segmento. O ensino formal em gastronomia no país iniciou-se com a criação do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem) e seus cursos técnicos. O primeiro a ser oferecido foi o de garçom, em 1951. Hoje, a instituição oferece cerca de cem opções de cursos livres, que não necessitam de autorização do Ministério da Educação (MEC), na área de gastronomia. Um dos primeiros cursos superiores reconhecidos pelo MEC foi o de tecnologia em gastronomia, criado em 2001 pelo próprio Senac e hoje ofere-

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cido nos campi de Águas de São Pedro e Campos do Jordão, no interior paulista, cidades conhecidas pelo potencial turístico e gastronômico. O curso forma, em dois anos, profissionais aptos a trabalhar no ramo de alimentação, seja em restaurantes, empresas de catering ou hospitais. Hoje, existem cerca de 80 cursos superiores de gastronomia no país. Apesar de serem muito focados em matérias técnicas, os cursos estimulam os alunos a pensar sobre alimentação. Entre as disciplinas teóricas há a história da gastronomia, matéria que os estudantes têm então acesso às obras dos pensadores e estudiosos da área. A efervescência do setor de serviços de alimentação, incluindo restaurantes, bares, serviços de catering e bufê – que fatura o equivalente a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país – tem reflexos importantes: o segmento é responsável por 8% dos empregos diretos do país, o equivalente a 6 milhões de pessoas. Os dados são da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. Esse cenário favorável culminou na criação da Associação dos Profissionais de Cozinha do Brasil (APC), que tem entre seus objetivos difundir, coordenar e incentivar a gastronomia brasileira, para que o país ocupe um lugar de destaque no contexto mundial. À frente da associação, que reúne profissionais de todo o território nacional, está o prestigiado Alex Atala, chef e proprietário do restaurante D.O.M., que vem exercendo um papel de grande relevância na divulgação da culinária brasileira pelo mundo.

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Encontros

O Brasil sedia, hoje, eventos importantes na área, com a participação dos principais profissionais internacionais de gastronomia, o que ajuda a disseminar não apenas os conhecimentos práticos, mas também teóricos sobre o setor. Um deles, o Semana Mesa SP, realizado pelo Senac-SP e a revista Prazeres da Mesa, está em sua décima edição e reuniu este ano, em novembro, especialistas, estudantes e interessados em gastronomia para discutir o tema Raízes – de Onde Viemos e para Onde Vamos. Além de juntar famosos chefs de cozinha e outros profissionais renomados para apresentações, degustações e exposições de produtos, essa edição do evento, considerado o mais importante da América Latina, promove o congresso Mesa Tendências para abordar e debater sobre as transformações do segmento ao longo do tempo. Outro evento, realizado no país recentemente pela revista Go Where Gastronomia, trouxe ninguém menos que o chef eleito número um do mundo

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para cozinhar para os participantes: o espanhol Joan Roca, dono do também premiado restaurante El Celler de Can Roca. Em uma entrevista, concedida à Rádio CBN, o chef colocou os ouvintes para refletirem sobre a profunda relação entre o ato de comer e os desejos mais profundos de qualquer ser humano. Quando questionado sobre qual seria a melhor comida do mundo, foi enfático: “É aquela preparada pela sua mãe”. Pensamentos gastronômicos

O autor Nicola Perullo, do livro O Gosto como experiência – Ensaio sobre filosofia e estética do alimento, lançado no Brasil pela SESI-SP Editora, traz para seus leitores a oportunidade de saborear as ideias de grandes pensadores e personalidades internacionais sobre o ato de comer e o paladar. Confira algumas delas abaixo:

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Não há nada, nem mesmo nas preferências alimentares, que não tenha um sentido. Jean-Paul Sartre, filósofo e escritor francês No ato de comer, o prazer mescla-se à necessidade; não nos é permitido saber o que quer a necessidade e o que quer o prazer. Gregório Magno, 64o papa da Igreja Católica Apostólica Romana Se você basear seu prazer em beber um vinho agradável, obriga-se à dor de beber, por vezes, um desagradável. É necessário ter um paladar mais fácil e mais livre. Michel de Montaigne, político, filósofo e escritor francês Realmente pensas que um filósofo verdadeiro pode cuidar de prazeres como os de comer e beber? Sócrates, filósofo grego Para mim, não há uma distinção radical entre a dignidade do “grande discurso” e as razões que nos fazem desejar comer na companhia de alguém. Embora não sejam situações homogêneas, também não há uma clara oposição entre elas. Jacques Derrida, filósofo franco-argelino

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AO PÉ DA LETRA por Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras

O uso dos verbos e os seus complementos são muito importantes no nosso dia a dia. A precisão verbal ajuda a quem fala e a quem escreve. Procure usar os verbos e os seus complementos corretamente. A língua portuguesa agradece!

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Indignação A moça disse ao namorado: “Se você manter este relacionamento comigo, terá que ser sério.” Não vai dar certo! O verbo manter está conjugado no tempo errado. O tempo verbal adequado é o futuro do subjuntivo: mantiver / mantiveres / mantiver / mantivermos / mantiverdes / mantiverem. Período correto: A moça disse ao namorado: se você mantiver este relacionamento comigo, terá que ser sério. No futebol... “A falta marcada pelo jogador de um time favorece ao adversário.” Nenhum juiz deve marcar essa falta. O verbo favorecer é transitivo direto, isto é, não admite preposição no seu complemento ( “ao” adversário ), o correto é: o adversário. Frase correta: A falta marcada pelo jogador de um time favorece o adversário. Curiosidade O verbo lapear é usado na região nordeste do nosso país e significa andar a pé. Cuidado! É perigoso lapear pelas ruas das grandes cidades a qualquer hora do dia.

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Alunos faltosos “Numa das turmas da faculdade, compareceu apenas 25% dos alunos.” Escrevendo assim o número de faltosos parece maior. Só se usa o verbo no singular quando a porcentagem for 1%. Nas demais deve-se pluralizar o verbo: compareceram. Frase correta: Numa das turmas da faculdade, compareceram apenas 25% dos alunos. Verdade? “Uma feminista radical disse que homens é dispensável.” Ela errou três vezes: 1a - ninguém é dispensável; 2a - a concordância verbal está errada e 3a - a concordância nominal também está errada. Observe: o substantivo homens, que está no plural, obriga o verbo (ser /é) e o adjetivo (dispensável) serem pluralizados - são dispensáveis. Período correto: Uma feminista radical disse que homens são dispensáveis.

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L ETRA

AO PÉ DA

Erro crasso I “Fazem muitos anos que o marido da senhora saiu de casa.” Jamais voltará! É imperdoável esta construção. O verbo fazer, no sentido de tempo decorrido, deve ser usado sempre na 3a pessoa do singular: faz - sempre impessoal, isto é, uma oração sem sujeito. Período correto: Faz muitos anos que o marido da senhora saiu de casa. Erro crasso II “Houveram inúmeras razões para que aquele homem abandonasse a esposa.” “Houveram”? Não há razões que possam justificar o uso inadequado do verbo haver (este verbo, no sentido de existir, também é impessoal - uma oração sem sujeito). Só é usado na 3a pessoa do singular - houve. Período correto: Houve inúmeras razões para que aquele homem abandonasse a esposa. Você precisa saber Há verbos que têm duplo particípio e são chamados: abundantes. Observe: acender - acendido / aceso eleger - elegido / eleito

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exaurir - exaurido / exausto imprimir - imprimido / impresso isentar - isentado / isento romper - rompido / roto Rápida saída “O rapaz e a moça retirou-se apressadamente da casa do casal de amigos.” Podiam até ter motivos, mas ficou muito feio. O sujeito composto (o rapaz e a moça), estando antes ou depois do verbo (retirar-se), este vai para o plural - retiraram-se. Frase correta: O rapaz e a moça retiraram-se apressadamente da casa do casal de amigos.

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Ajuda indevida “ A mãe da menina foi ajudar-lhe a fazer os trabalhos da escola.” Não deveria. O verbo ajudar, no sentido de prestar ajuda, é transitivo direto e seu complemento, objeto direto, não precisa de preposição, e, no caso de pronome oblíquo, não se usa o “lhe” e sim o/a - ajudá-la. Período correto: A mãe da menina foi ajudá-la a fazer os trabalhos da escola.

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Instigação

Informativo do SESI-SP e SENAI-SP SUP/DR - número 01 - novembro de 2013

Este é primeiro número de um informativo destinado aos que trabalham no Sesi-SP e no Senai-SP. Sempre que houver assuntos interessantes, novos números serão publicados quinzenalmente. O objetivo principal do informativo é instigar todos nós a pensar sobre a realidade na qual atuamos. Neste primeiro número vamos falar da geração nem-nem.

Quais são as atividades dos jovens urbanos de 15-24 anos que vivem no Brasil?

Geração nem-nem e possíveis respostas O que é a Geração nem-nem? O Censo Demográfico 2010 revela 76um dos aspectos de nossa juventude que dá o que falar e o que fazer. Tratase da inserção do jovem de 15-24 anos no trabalho e na escola. Uma parte dessa geração nem estuda e nem trabalha.

Figura 1: Brasil – Condição de atividade de jovens urbanos de 15 a 24 anos – 2010

O Censo de 2010 contou 28,8 milhões de jovens de 15 a 24 anos de idade. Destes, 6 milhões nem estudam e nem trabalham. Caso limitemos a idade para 18 a 24 anos, o número é 5 milhões (figura 1). Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílio 2012 confirmam a tendência apresentada no Censo, com números semelhantes aos apontados no Censo, embora a amostragem da Pnad seja feita nas regiões metropolitanas.

100%

6,4%

12,4%

25,5%

25,0%

20,8%

81,2%

62,5%

28,4%

11,5%

31,7%

7,0%

28,7%

48,6%

31,9%

18,1%

17,4%

14,9%

15,60%

90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 1,95%

10%

10,6%

0% 15

16 ou 17

18 ou 19

20 a 24

Total 15-24

186.479

689.928

1.415.667

3.684.308

5.976.382

2.359.455

3.485.773

1.575.122

1.693.144

9.113.496

Trabalham e não estudam

53.967

392.538

1.593.782

7.144.606

9.184.893

Trabalham e estudam

306.932

1.011.577

964.432

2.192.016

4.474.957

Faixa etária Nem estudam e nem trabalham Só estudam

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Quais são as atividades dos jovens urbanos de 15-24 anos que vivem no Estado de São Paulo? No estado de São Paulo, em 2010, o Censo registrou 6,7 milhões de jovens entre 15-24 anos. Destes, 3,5 milhões trabalham; 1,1 milhão estuda e trabalha e pode ser categorizado como estudante-trabalhador. Já a população nem-nem é aproximadamente de 1,3 milhão. No subgrupo de 18-24 anos, concentra-se 1,1 milhão de jovens que nem estudam e nem trabalham (figura 2). São Paulo revela-se como um espelho da população jovem brasileira. 100%

Figura 2: Estado de São Paulo – Condição

90%

de atividade de

80%

jovens urbanos de 15

70%

a 24 anos – 2010

60%

6,2%

11,1%

25,1%

22,1%

19,1%

82,5%

61,6%

22,2%

9,3%

28,8%

6,6%

34,2%

52,2%

35,3%

20,6%

18,2%

16,3%

16,8%

50% 40% 30% Fonte: SUP-DR Sesi-Senai-SP, com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 – IBGE.

20% 1,7%

10%

9,6%

0% 15

16 ou 17

18 ou 19

20 a 24

Total 15-24

40.591

138.978

315.317

773.150

1.268.036

536.906

769.509

284.724

325.380

1.916.521

Trabalham e não estudam

10.807

82.833

429.898

1.827.456

2.350.994

Trabalham e estudam

62.551

257.878

228.657

571.634

1.120.720

Faixa etária

Nem estudam e nem trabalham Só estudam

Como enfrentar as dificuldades para a entrada no mercado de trabalho ou de permanência na escola? A Pnad 2012 revelou que a taxa de ocupação mais baixa é a referente à faixa etária de 18-24 anos. Embora não saibamos a gama de motivos que dificulta a inserção do jovem no mercado de trabalho, poderemos formular hipóteses. Uma delas, já relatada em algumas pesquisas, refere-se à falta de experiência. Ciente disso, o Senai-SP organizou um curso de especialização de nível médio denominado Vivência Profissional, destinado a jovens que terminaram

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o período escolar em técnico profissionalizante de qualquer escola do Estado e que queiram experimentar vivências em empresas. Outras ações poderão surgir de ideias que os funcionários do Sesi e do Senai poderão propor. O que o Sesi e o Senai podem fazer com o bônus demográfico? Chama-se bônus demográfico brasileiro o contingente constante da população de jovens de 10 a 24 anos – 50 milhões – para os próximos 10 anos. A partir daí a pirâmide demográfica modifica-se. Portanto, precisamos preparar muito bem esses jovens. No próximo número vamos falar um pouco da demografia brasileira e paulista e o impacto que ela pode ter nas ações de nossas instituições.

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EVENTOS DAS EDITORAS SESI-SP E SENAI-SP

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E VE N ES TO DI TO

Imagens de acervo

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RA

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14º ECONTRO REGIONAL DE TECNOLOGIA DE SOLDAGEM ESCOLA SENAI DE OSASCO

DOIS GATOS FAZENDO HORA E LONGAS SOMBRAS LIVRARIA NOVE.SETE

VIII CONGRESSO DA MICRO E PEQUENA INDÚSTRIA 2013 - FIESP HOTEL RENAISSANCE, SÃO PAULO 46º CONGRESSO E EXPOSIÇÃO

XVII CONGRESSO E FEIRA DE EDUCAÇÃO SABER 2013 CENTRO DE EXPOSIÇÕES 2013

HISTÓRIAS MAL CONTADAS LIVRARIA DA VILA

DIAGNÓSTICOS E REGULAGENS DE MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA SENAI IPIRANGA

CRIATURAS LIVRARIA DA VILA, SÃO PAULO

Caminhos da inclusão centro paula souza

DENTE DE LEITE

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LIVRARIA DA VILA, SÃO PAULO

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EVENTOS DAS EDITORAS SESI-SP E SENAI-SP

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E VE N ES TO DI TO RA

Imagens de acervo

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INTERNACIONAL DE CELULOSE E PAPEL TRANSAMÉRICA EXPO CENTER, SÃO PAULO

O COLECIONADOR DE HISTÓRIAS LIVRARIA DA VILA, SÃO PAULO

MONOCAMADA JK IGUATEMI

II Encontro de Tecnologia do SENAI Jandira

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Ocorreu de 17 a 19 de Outubro/13

SÃO PAULO SKILLS CENTRO DE EXPOSIÇÕES DO ANHEMBI, SÃO PAULO

A LETRA IMPRESSA LIVRARIA CULTURA

4º SALÃO DO LIVRO DE PRESIDENTE PRUDENTE CENTRO DE EVENTOS IBC

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cARDÁpIo

ceNTrO cUlTUral fiesP*

UnIDADEs Do sEsI-sp

AvEnIDA pAUlIsTA, 1313 são pAUlo sp

música POPUlar*

EXposIção graNDes mesTres Da arTe POPUlar iBerO-americaNa aTé 19/01/2014

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A mostra coloca o visitante diante de uma surpreendente diversidade social, étnica, geográfica e artística, em contato com os múltiplos fatores de encontro entre os povos ibero-americanos, constituindo-se na mais importante coleção de arte popular dessa parte do mundo. Esse universo revela a riqueza da região e dos seus habitantes, com peças de destacados artesãos provenientes de 22 nações ibero-americanas, uma coleção que fala da cultura de cada país, seus costumes, suas festas, seus mitos, suas tradições e da vida diária e suas raízes. Na pluralidade de temas, materiais e estilos que revestem as peças apresentadas, existe um denominador comum: a dedicação empenhada e o conhecimento empregado, que imprimem uma qualidade excepcional a cada objeto. TEATRo QUaDrO fOgO azUl De Um miNUTO aTé 08/12

Um grupo de quatro pessoas, que fazem parte de uma organização denominada REDE, chega a CINE interferindo no cotidiano do local com atos que buscam causar impacto, mas não violência. Porém, algumas coisas saem do controle. Ao mesmo tempo vemos a apresentação de um mito feminino – YVES – uma mulher misteriosa. Trata-se de um jogo de muitas vozes em que tempos e espaços distintos se sobrepõem e se intercruzam. TEATRo MUsIcAl a maDriNha emBriagaDa aTé 29/06/2014

Com texto original de quatro canadenses, tradução e direção de Miguel Falabella, elenco de 25 atores, orquestra com 15 músicos, Stella Miranda como atriz convidada, a produção deste musical teve orçamento de R$ 12 milhões. Durante 11 meses, serão realizadas 325 sessões do musical com ingressos gratuitos, para ampliar e democratizar o acesso do público.

MÚsIcA EM cEnA QUaTerNaglia 15/12 12h

DUO siQUeira-lima

O Quaternaglia vem estabelecendo um cânone de obras originais e arranjos audaciosos. A proposta ousada e madura do trabalho violonísticocamerístico do grupo foi imediatamente reconhecida por publicações especializadas internacionais. O quarteto utiliza três violões de seis cordas e um de sete cordas especialmente construídos pelo luthier brasileiro Sérgio Abreu.

caT saNTOs 23/11 caT gUarUlhOs 13/12

MÚsIcA EM cEnA QUiNTal BrasileirO 22/12 12h

sãO PaUlO caT a.e.carvalhO 23/11

Ao longo de dez anos, o quinteto de cordas experimentou grandes momentos de sucesso, somente reservados a grupos de inquestionável talento, como dividir o palco do Auditório Ibirapuera com o multi-instrumentista Egberto Gismonti e participar de espetáculos no Museu da Casa Brasileira e no SESI-SP. A natureza desse trabalho está implícita no próprio nome: Quintal, que remete à ideia de um espaço prazeroso para experiências criativas. MosTRA DE cInEMA mOsTra ciNe sesi-sP NO mUNDO: alemaNha cONTemPOrÂNea i aTé 08/12

Seja no formato, seja no conteúdo, são diversos os caminhos que a produção cinematográfica alemã tem tomado nas últimas décadas. Mas hoje é certo que os novos cineastas se distanciaram dos filmes autorais dos anos de 1970 e passaram a revelar em suas obras as diversas Alemanhas existentes depois de mais de 20 anos de reunificação. Temas emergentes desse país, como o mundo globalizado, o multiculturalismo, a imigração e a crise de identidade pós-reunificação, são abordados de forma crescente pela chamada nova geração de cineastas alemães. concERTos nATAlInos 09/12 a 20/12 De sEGUnDA A sEXTAfEIRA, 18h

MÚsIcA EM cEnA QUarTeTO saxOfONaNDO 1º/12 12h

No encontro da música instrumental com a clássica, o grupo mescla a Música Popular Brasileira com a tradição clássica europeia de escrita e interpretação, valorizando a música erudita e popular de câmara, sobretudo a diversidade de estilos, que exige dos músicos diferentes capacidades interpretativas.

marQUiNhO meNDONça

emiciDa OsascO caT lUis eUlaliO De BUeNO viDigal filhO 07/12

BlacK vOices caT fraNca 06/12 caT araraQUara 13/12

OTONiel DOs saNTOs sãO PaUlO caT vila Das mercês 20/11 caT sOrOcaBa 21/11 caT sãO BerNarDO DO camPO 22/11 caT riO clarO 23/11

MÚsIcA EM cEnA DUO POrTiNari 08/12 12h

Instrumentos sinfônicos, a harpa e a viola são apresentadas em formação camerística. Ao reuni-las em uma inusitada combinação de timbres, o Duo Portinari proporciona ao público a oportunidade de conhecer e apreciar detalhadamente o som de cada uma, diferentemente de quando participam de uma formação orquestral. * Datas e horários sujeitos a alterações. Mais informações no site www.sesisp.org.br/cultura/

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CARDÁPIO

GALERIA DE FOTOS Zabelinha Mirabolante O Menino que Mordeu Picasso Waon

FBarella Divulgação

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Xan

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GALERIA DE FOTOS

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Pedro Tolfo

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Banda Sinfônica do Estado de SP 5º Ciclo do Núcleo de Dramaturgia Quarteto Ipê Amarelo Pedro Tolfo 3 Banda Sinfônica detalhes

Divulgação

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UNIDADES DO SESI-SP AMERICANA CAT DR. ESTEVAM FARAONE AVENIDA BANDEIRANTES,1000 CHÁCARA MACHADINHO CEP 13478-700 - AMERICANA - SP Tel: (19) 3471-9000 www.sesisp.org.br/americana ARAÇATUBA CAT FRANCISCO DA SILVA VILLELA RUA DR. ALVARO AFONSO DO NASCIMENTO, 300 - J. PRESIDENTE CEP 16072-530 - ARAÇATUBA - SP Tel: (18) 3519-4200 www.sesisp.org.br/aracatuba ARARAQUARA CAT WILTON LUPO AVENIDA OCTAVIANO DE ARRUDA CAMPOS, 686 - JD. FLORIDIANA CEP 14810-901 - ARARAQUARA - SP Tel: (16) 3337-3100 www.sesisp.org.br/araraquara ARARAS CAT LAERTE MICHIELIN AVENIDA MELVIN JONES, 2.600 - B. HEITOR VILLA-LOBOS CEP 13607-055 - ARARAS - SP Tel: (19) 3542-0393 www.sesisp.org.br/araras BAURU CAT RAPHAEL NOSCHESE RUA RUBENS ARRUDA, 8-50 - ALTOS DA CIDADE CEP 17014-300 - BAURU - SP Tel: (14) 3234-7171 www.sesisp.org.br/bauru

CAMPINAS I CAT PROFESSORA MARIA BRAZ AVENIDA DAS AMOREIRAS, 450 CEP 13036-225 - CAMPINAS I - SP Tel: (19) 3772-4100 www.sesisp.org.br/amoreiras CAMPINAS II CAT JOAQUIM GABRIEL PENTEADO AVENIDA ARY RODRIGUEZ, 200 - B. BACURI CEP 13052-550 - CAMPINAS II - SP Tel: (19) 3225-7584 www.sesisp.org.br/campinas2 COTIA OLAVO EGYDIO SETÚBAL RUA MESOPOTÂMIA, 300 - MOINHO VELHO CEP 06712-100 - COTIA - SP Tel: (11) 4612-3323 www.sesisp.org.br/cotia CRUZEIRO CAT OCTÁVIO MENDES FILHO RUA DURVALINO DE CASTRO, 501 - VILA ANA ROSA NOVAES CEP 12705-210 - CRUZEIRO - SP Tel: (12) 3141-1559 www.sesisp.org.br/cruzeiro CUBATÃO CAT DÉCIO DE PAULA LEITE NOVAES AVENIDA COM. FRANCISCO BERNARDO, 261 - JD. CASQUEIRO CEP 11533-090 - CUBATÃO - SP Tel: (13) 3363-2662 www.sesisp.org.br/cubatao

GUARULHOS CAT MORVAN DIAS DE FIGUEIREDO RUA BENEDITO CAETANO DA CRUZ, 566 - JARDIM ADRIANA CEP 07135-151 - GUARULHOS - SP Tel: (11) 2404-3133 www.sesisp.org.br/guarulhos INDAIATUBA CAT ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES AVENIDA FRANCISCO DE PAULA LEITE, 2701 - JD. CALIFÓRNIA CEP 13346-000 - INDAIATUBA - SP Tel: (19) 3875-9000 www.sesisp.org.br/indaiatuba ITAPETININGA CAT - BENEDITO MARQUES DA SILVA AVENIDA PADRE ANTONIO BRUNETTI, 1.360 - VL. RIO BRANCO CEP 18208-080 - ITAPETININGA - SP Tel: (15) 3275-7920 www.sesisp.org.br/itapetininga ITÚ CAT CARLOS EDUARDO MOREIRA FERREIRA RUA JOSÉ BRUNI, 201 - BAIRRO SÃO LUIZ CEP 13304-080 - ITÚ - SP Tel: (11) 4025-7300 www.sesisp.org.br/itu JACAREÍ CAT KARAM SIMÃO RACY RUA ANTONIO FERREIRA RIZZINI, 600 JD. ELZA MARIA CEP 12322-120 - JACAREÍ - SP Tel: (12) 3954-1008 www.sesisp.org.br/jacarei

BIRIGUI CAT MIN. DILSON FUNARO AVENIDA JOSÉ AGOSTINHO ROSSI, 620 - JARDIM PINHEIROS CEP 16203-059 - BIRIGUI - SP Tel: (18) 3642-9786 www.sesisp.org.br/birigui

DIADEMA CAT JOSÉ ROBERTO MAGALHÃES TEIXEIRA AVENIDA PARANAPANEMA, 1500 TABOÃO CEP 09930-450 - DIADEMA - SP Tel: (11) 4092-7900 www.sesisp.org.br/diadema

JAÚ CAT RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA AVENIDA JOÃO LOURENÇO PIRES DE CAMPOS, 600 - JD. PEDRO OMETTO CEP 17212-591 - JAÚ - SP Tel: (14) 3621-1042 www.sesisp.org.br/jau

BOTUCATU CAT SALVADOR FIRACE RUA CELSO CARIOLA, 60 – ENG. FRANCISCO CEP 18605-265 - BOTUCATU - SP Tel: (14) 3811-4450 www.sesisp.org.br/botucatu

FRANCA CAT OSVALDO PASTORE AVENIDA SANTA CRUZ, 2870 - JD. CENTENÁRIO CEP 14403-600 - FRANCA - SP Tel: (16) 3712-1600 www.sesisp.org.br/franca

JUNDIAÍ CAT ÉLCIO GUERRAZZI AVENIDA ANTONIO SEGRE, 695 - JARDIM BRASIL CEP 13201-843 - JUNDIAÍ - SP Tel: (11) 4521-7122 www.sesisp.org.br/jundiai

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LIMEIRA CAT MARIO PUGLIESE AVENIDA MJ. JOSÉ LEVY SOBRINHO, 2415 - ALTO DA BOA VISTA CEP 13486-190 - LIMEIRA - SP Tel: (19) 3451-5710 www.sesisp.org.br/limeira

OURINHOS CAT MANOEL DA COSTA SANTOS RUA PROFESSORA MARIA JOSÉ FERREIRA, 100 - BAIRRO DAS CRIANÇAS CEP 19910-075 - OURINHOS - SP Tel: (14) 3302-3500 www.sesisp.org.br/ourinhos

MARÍLIA CAT LÁZARO RAMOS NOVAES AVENIDA JOÃO RAMALHO, 1306 - JD. CONQUISTA CEP 17520-240 - MARÍLIA - SP Tel: (14) 3417-4500 www.sesisp.org.br/marilia

PIRACICABA CAT MARIO MANTONI AVENIDA LUIZ RALPH BENATTI, 600 - VL INDUSTRIAL CEP 13412-248 - PIRACICABA - SP Tel: (19) 3403-5900 www.sesisp.org.br/piracicaba

MATÃO CAT PROFESSOR AZOR SILVEIRA LEITE RUA MARLENE DAVID DOS SANTOS, 940 - JARDIM PARAÍSO III CEP 15991-360 - MATÃO - SP Tel: (16) 3382-6900 www.sesisp.org.br/matao

PRESIDENTE EPITÁCIO CIL - CARLOS CARDOSO DE ALMEIDA AMORIM AVENIDA DOMINGOS FERREIRA DE MEDEIROS, 2.113 - VILA RECREIO CEP 19470-000 - PRES. EPITÁCIO - SP Tel: (18) 3281-2803 www.sesisp.org.br/presidenteepitacio

MAUÁ CAT MIN. RAPHAEL DE ALMEIDA MAGALHÃES AVENIDA PRESIDENTE CASTELO BRANCO, 237 - JARDIM ZAÍRA CEP 09320-590 - MAUÁ - SP Tel: (11) 4542-8950 www.sesisp.org.br/maua MOGI DAS CRUZES CAT NADIR DIAS DE FIGUEIREDO RUA VALMET, 171 - BRAZ CUBAS CEP 08740-640 - MOGI DAS CRUZES - SP Tel: (11) 4727-1777 www.sesisp.org.br/mogidascruzes

PRESIDENTE PRUDENTE CAT BELMIRO JESUS AVENIDA IBRAIM NOBRE, 585 - PQ. FURQUIM CEP 19030-260 - PRES. PRUDENTE - SP Tel: (18) 3222-7344 www.sesisp.org.br/presidenteprudente RIBEIRÃO PRETO CAT JOSÉ VILLELA DE ANDRADE JUNIOR RUA DR. LUÍS DO AMARAL MOUSINHO, 3465 - CASTELO BRANCO CEP 14090-280 - RIBEIRÃO PRETO - SP Tel: (16) 3603-7300 www.sesisp.org.br/ribeiraopreto

MOGI GUAÇU CAT MIN. ROBERTO DELLA MANNA RUA EDUARDO FIGUEIREDO, 300 - PARQUE RESIDENCIAL ZANIBONI III CEP 13848-090 - MOGI GUAÇU - SP Tel: (19) 3861-3232 www.sesisp.org.br/mogiguacu

RIO CLARO CAT JOSÉ FELÍCIO CASTELLANO AVENIDA M-29, 441 - JD. FLORIDIANA CEP 13505-190 - RIO CLARO - SP Tel: (19) 3522-5650 www.sesisp.org.br/rioclaro

OSASCO CAT LUIS EULALIO DE BUENO VIDIGAL FILHO AVENIDA GETÚLIO VARGAS, 401 CEP 06233-020 - OSASCO - SP Tel: (11) 3602-6200 www.sesisp.org.br/osasco

SANTA BÁRBARA D' OESTE CAT AMÉRICO EMÍLIO ROMI AVENIDA MÁRIO DEDINI, 216 - V. OZÉIAS CEP 13453-050 - S. B. D`OESTE - SP Tel: (19) 3455-2088 www.sesisp.org.br/santabarbara

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SANTANA DE PARNAÍBA CAT JOSÉ CARLOS ANDRADE NADALINI AVENIDA CONSELHEIRO RAMALHO, 264 - CIDADE SÃO PEDRO CEP 06535-175 - SANTANA DE PARNAÍBA - SP Tel: (11) 4156-9830 www.sesisp.org.br/parnaiba SANTO ANDRÉ CAT THEOBALDO DE NIGRIS PÇA. DR. ARMANDO DE ARRUDA PEREIRA, 100 - STA. TEREZINHA CEP 09210-550 - SANTO ANDRÉ - SP Tel: (11) 4996-8600 www.sesisp.org.br/santoandre SÃO BERNARDO DO CAMPO CAT ALBANO FRANCO RUA SUÉCIA, 900 - ASSUNÇÃO CEP 09861-610 - S. B. DO CAMPO - SP Tel: (11) 4109-6788 www.sesisp.org.br/sbcampo SÃO CAETANO DO SUL CAT PRES. EURICO GASPAR DUTRA RUA SANTO ANDRÉ, 810 - BOA VISTA CEP 09572-140 - S. C. DO SUL - SP Tel: (11) 4233-8000 www.sesisp.org.br/saocaetano SANTOS CAT PAULO DE CASTRO CORREIA AVENIDA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 366 - JD. SANTA MARIA CEP 11085-202 - SANTOS - SP Tel: (13) 3209-8210 www.sesisp.org.br/santos SÃO CARLOS CAT ERNESTO PEREIRA LOPES FILHO RUA CEL. JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA SALLES, 1325 - V. IZABEL CEP 13570-900 - SÃO CARLOS - SP Tel: (16) 3368-7133 www.sesisp.org.br/saocarlos SÃO JOSÉ DO RIO PRETO CAT JORGE DUPRAT FIGUEIREDO AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 4656 VL. ELVIRA CEP 15061-010 - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP Tel: (17) 3224-6611 www.sesisp.org.br/sjriopreto

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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS CAT OZIRES SILVA AVENIDA CIDADE JARDIM, 4389 BOSQUE DOS EUCALIPTOS CEP 12232-000 - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP Tel: (12) 3936-2611 www.sesisp.org.br/sjcampos SÃO PAULO – AE CARVALHO CAT MARIO AMATO RUA DEODATO SARAIVA DA SILVA, 110 PQ. DAS PAINEIRAS CEP 03694-090 - SÃO PAULO - SP Tel: (11) 2026-6000 www.sesisp.org.br/carvalho SÃO PAULO – CATUMBI CAT ANTONIO DEVISATE RUA CATUMBI, 318 - BELENZINHO CEP 03021000 - SÃO PAULO - SP Tel: (11) 2291-1444 www.sesisp.org.br/catumbi SÃO PAULO – IPIRANGA CAT ROBERTO SIMONSEN RUA BOM PASTOR, 654 – IPIRANGA CEP 04203-000 – SÃO PAULO – SP Tel: (11) 2065-0150 www.sesisp.org.br/ipiranga

SOROCABA CAT - SEN JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES RUA DUQUE DE CAXIAS, 494 - MANGAL CEP 18040-425 - SOROCABA - SP Tel: (15) 3388-0444 www.sesisp.org.br/sorocaba SUMARÉ CAT FUAD ASSEF MALUF AVENIDA AMAZONAS, 99 - JARDIM NOVA VENEZA CEP 13177-060 - SUMARÉ - SP Tel: (19) 3854-5855 www.sesisp.org.br SUZANO CAT MAX FEFFER AVENIDA SENADOR ROBERTO SIMONSEN, 550 - JARDIM IMPERADOR CEP 08673-270 - SUZANO - SP Tel: (11) 4741-1661 www.sesisp.org.br/suzano TATUÍ CAT WILSON SAMPAIO AVENIDA SÃO CARLOS, 900 B. DR. LAURINDO CEP 18271-380 - TATUÍ - SP Tel: (015) 3205-7910 www.sesisp.org.br/tatui

SÃO PAULO – VILA DAS MERCÊS CAT PROFESSOR CARLOS PASQUALE RUA JÚLIO FELIPE GUEDES, 138 CEP 04174-040 - SÃO PAULO - SP Tel: (11) 2946-8172 www.sesisp.org.br/merces

TAUBATÉ CAT LUIZ DUMONT VILLARES RUA VOLUNTÁRIO BENEDITO SÉRGIO, 710 - B. ESTIVA CEP 12050-470 - TAUBATÉ - SP Tel: (12) 3633-4699 www.sesisp.org.br/taubate

SÃO PAULO – VILA LEOPOLDINA CAT GASTÃO VIDIGAL RUA CARLOS WEBER, 835 - VILA LEOPOLDINA CEP 05303-902 - SÃO PAULO - SP Tel: (11) 3832-1066 www.sesisp.org.br/leopoldina

VOTORANTIM CAT JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES FILHO RUA CLÁUDIO PINTO NASCIMENTO, 140 - JD. MORUMBI CEP 18110-380 - VOTORANTIM - SP Tel: (15) 3353-9200 www.sesisp.org.br/votorantim

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SERTÃOZINHO CAT NELSON ABBUD JOÃO RUA JOSÉ RODRIGUES GODINHO, 100 CONJ. HAB. MAURÍLIO BIAGI CEP 14177-320 - SERTÃOZINHO - SP Tel: (16) 3945-4173 www.sesisp.org.br/sertaozinho

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Foto Hugo Curti – Dona Marina, A Catrina, obra de Felipe Linares Mendoza, 1992, Cidade do México, México.


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