Alinhavando o tempo by Editora da Unicamp

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universidade estadual de campinas Reitor José Tadeu Jorge Coordenador Geral da Universidade Alvaro Penteado Crósta

Conselho Editorial Presidente Eduardo Guimarães Elinton Adami Chaim – Esdras Rodrigues Silva Guita Grin Debert – Julio Cesar Hadler Neto Luiz Francisco Dias – Marco Aurélio Cremasco Ricardo Antunes – Sedi Hirano

Coleção Memória Unicamp Comissão Editorial Eduardo Guimarães (coordenador) Carola Dobrigkeit Chinellato - Julio Cesar Hadler Neto Mónica Graciela Zoppi-Fontana – Paulo César Montagner Unicamp Ano 50 Comissão Editorial Itala M. Loffredo D’Ottaviano Eduardo Guimarães

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alinhavando o tempo e tecendo lembranรงas histรณria das bibliotecรกrias e dos bibliotecรกrios na unicamp (1963-2014)

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Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. Em vigor no Brasil a partir de 2009.

ficha catalográfica elaborada pelo sistema de bibliotecas da unicamp diretoria de tratamento da informação

Bibliotecária: Maria Lúcia Nery Dutra de Castro – crb-8ª / 1724 R354a

Ribeiro, Maria Solange Pereira. Alinhavando o tempo e tecendo lembranças: histórias das bibliotecárias e dos bibliotecários na Unicamp (1963-2014) / Maria Solange Pereira Ribeiro. – Campinas, sp: Editora da Unicamp, 2016. 1. Universidade Estadual de Campinas. 2. Bibliotecários – Entrevistas. 3. Memória coletiva. I. Título

cdd - 379

e-isbn 978-85-268-1403-5

- 023.2 - 306.4

Direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19.2.1998. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização, por escrito, dos detentores dos direitos. Printed in Brazil. Foi feito o depósito legal.

Direitos reservados à Editora da Unicamp Rua Caio Graco prado, 50 – Campus Unicamp cep 13083-892 – Campinas – sp – Brasil Tel./Fax: (19) 3521-7718/7728 www.editoraunicamp.com.br – vendas@editora.unicamp.br

Dedico aos profissionais da informação, especialmente aos/às bibliotecários/as depoentes, a razão deste livro.

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AGRADECIMENTOS

É muito bom saber que temos colegas de trabalho em quem podemos confiar, embora estejamos vivendo uma situação de moral caótica e diante da efemeridade de valores tão importantes, como lealdade e respeito pelo outro. Mesmo nesse cenário, há colegas que merecem reconhecimento, respeito e gratidão, como Rose Meire, Marisa Loboschi, Joana D’arc, Cileia Marangoni e Daniele Thiago, às quais agradeço pelos olhares de confiança. Agradeço ao coordenador do SBU (2003-2014), Luiz Atílio Vicentini, pelo apoio e respeito, sempre. A Roberto Orlando, pela grande e valiosa contribuição nos ajustes das entrevistas e pela interlocução. A Cyntia Sonetti Valim Oliveira e Marcelo Raimundo da Silva (Espaço da Escrita/CGU), pela colaboração grandiosa da primeira revisão. Sou muito grata a Rodrigo Lizardi (SIARQ), pela digitalização das fotos deste livro. A Fábio Rodrigo Pinheiro, pela recuperação de documentos pertinentes à Biblioteca Central. Aos colegas entrevistados, sou muito grata pelo tempo a mim dispensado nos seus momentos de descanso, de aconchego em suas casas. Peço desculpas pelo atraso de dez anos desta publicação e, particularmente a Glaucia, por ter perdido sua entrevista, por causa de uma falha tecnológica. Nunca estamos sós, graças a Deus!

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“Não esperem de mim o obsequioso silêncio dos covardes.” Dilma Roussef, 2016

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SUMÁRIO

lista de siglas e abreviaturas . . ........................................................................................ 13 nota prévia ................................................................................................................................. 17 prefácio ........................................................................................................................................ 19 apresentação . . ........................................................................................................................... 21 introdução ................................................................................................................................ 23 1. Espelho d’água – Ataliba Teixeira de Castilho ............................................................... 25 2. Exílio na biblioteca – Maria Alves de Paula Ravaschio ............................................. 33 3. Orgulho de trabalhar na Unicamp – Gisela Vicente de Azevedo Pinto Cunha ................................................................................. 43 4. De barracão em barracão, eu vivi nessa Unicamp – Sonia Therezinha Dias Gonçalves da Silva ............................................................................ 47 5. Briguei por um lugar maior... – Edna Pfeifer ......................................................... 57 6. A campainha do diretor – Rachel Fullin de Mello.. .................................................... 63 7. Eu não sabia da importância do meu trabalho – Maria de Lourdes Fernandes Villas Boas . . ............................................................................................................ 71 8. Período áureo na minha vida... – Arlete Ivone Pitarello da Silva ......................... 81 9. Meu coração era “unicampesco” – Rita Aparecida Sponchiado ............................ 89 10. Era uma causa perdida – Sandra Maria Moura .......................................................... 95 11. Biblioteconomia não tem matemática – Roberto Orlando Pereira ..................... 99 12. Eu amava a Unicamp – Asmara Giorgetti dos Santos ................................................... 111

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13. Cadê meu fichário? – Vera Silvia Stenghel Fróes Ficoni .............................................. 117 14. Tudo nasceu na medicina – Marisabel Regina Rodrigues do Amaral . . .................... 121 15. A nossa catalogação era modelo – Maria Luiza do Espirito Santo Silva.. ........... 131 16. Primeiro concurso da Unicamp – Ada Tereza Spina Martinelli.. ........................... 143 17. Unicamp de prazeres e de “dores” ............................................................................ 153 18. A evolução das bibliotecas da Unicamp – Roberto Orlando Pereira ................. 155 19. A base de uma universidade – Luiz Atílio Vicentini .................................................. 159 20. Passado, presente e… .. ................................................................................................. 161

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Lista de siglas e abreviaturas

Ascom – Assessoria de Comunicação e Imprensa (Unicamp) ATD – Assistente técnico de direção Atrefe – Assessoria Técnica da Reitoria para a Educação Física e Esportes BAE – Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura BC – Biblioteca Central BCCL – Biblioteca Central Cesa Lattes Bireme – Biblioteca Regional de Medicina, localizada na Universidade Federal de São Paulo/Unifesp CACS – Campus Avançado de Cruzeiro do Sul CAE – Central de Área de Engenharia CALCO – Catalogação Legível por Computador Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CD – Compact Disc Centau – Centro de Estudos em Administração Universitária Cepal – Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe CEPE – Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão CIDIC – Centro de Informação e Difusão Cultural CGU – Coordenadoria Geral da Unicamp CMU – Centro de Memória da Unicamp CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Comut – Sistema de Comutação Bibliográfico Consu – Conselho Universitário Cotuca – Colégio Técnico de Campinas CPDoc – Centro de Pesquisa e Documentação Cruesp – Conselho de Reitores das Universidades de São Paulo DAC – Diretoria Acadêmica da Unicamp Depes – Departamento de Planejamento Econômico e Social DGA – Diretoria Geral da Administração

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ECA – Escola de Comunicação e Arte (USP) ERIC – Sistema de recuperação de informação Estec – Escritório Técnico de Construção (Unicamp) EUA – Estados Unidos da América Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FCM – Faculdade de Ciências Médicas FE – Faculdade de Educação FEA – Faculdade de Engenharia de Alimentos FEAGRI – Faculdade de Engenharia Agrícola FEBAB – Federação Brasileira de Associação de Bibliotecários FEC – Faculdade de Engenharia de Campinas (atual FEEC) FEE – Faculdade de Engenharia Elétrica FEEC – Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação FEL – Faculdade de Engenharia de Limeira FEM – Faculdade de Engenharia Mecânica FEQ – Faculdade de Engenharia Química Funcamp – Fundação de Desenvolvimento da Unicamp IB – Instituto de Biologia IBICT – Instituto Brasileiro das Comunidades Tradicionais IEL – Instituto de Estudos Linguísticos IFCH – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas IFGW – Instituto de Física Gleb Wataghin (Unicamp) IG – Instituto de Geociências IMECC – Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação IQ – Instituto de Química LAB-BCCL – Laboratório de Acessibilidade da BCCL LED – Laboratório de Dispositivos Eletrônicos MAM – Museu de Arte Moderna MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand MEC – Ministério da Educação MGE – Materiais de Graus Eletrônicos OPAS/OMS – Organização Pan-Americana da Saúde PADCT – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

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lista de siglas e abreviaturas

Planes – Planejamento Estratégico da Unicamp PG – Programa de Graduação ProBE – Programa de Bibliotecas Eletrônicas da Capes PUC – Pontifícia Universidade Católica PUCCamp – Pontifícia Universidade Católica de Campinas RH – Recursos Humanos SAE – Serviço de Apoio ao Estudante da Unicamp SBU – Sistema de Bibliotecas da Unicamp SIARQ – Sistema de Arquivos (Unicamp) SISO – Current Index Journal in Education Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Unesp – Universidade Estadual Paulista Unicamp – Universidade Estadual de Campinas Unifesp – Universidade Federal de São Paulo USP – Universidade de São Paulo

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Nota prévia

É com grande satisfação que a Unicamp publica, no ano do seu cin quentenário, o livro Alinhavando o tempo e tecendo lembranças: Histórias das bibliotecárias e dos bibliotecários na Unicamp (1963-2014), escrito por Maria Solange Pereira Ribeiro com a colaboração de Roberto Or lando Pereira. Funcionária da Unicamp desde 1993, Solange colheu, entre os anos de 2006 e 2007, depoimentos de 17 pessoas que, assim como ela e outros tantos bibliotecários, ajudaram a construir e consolidar o robusto sistema de bibliotecas que hoje apoia a Universidade em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão com um acervo de aproximadamente um milhão de livros e mais de 100 mil teses, sem contar os milhares de periódicos em papel e em formato digital. A preferência de Solange foi por ouvir os colegas “mais velhos” – aqueles que, como ela mesma descreve, testemunharam e viveram “o começo de tudo”. O começo, no caso, diz respeito à fase embrionária da Unicamp, iniciada em 1963 com a entrada em funcionamento da Faculdade de Medicina de Campinas, que daria origem, mais tarde, à Universidade. Ao fazer essa escolha, a autora pavimentou o caminho para que o leitor viaje a uma época não tão distante no tempo, mas de um cotidiano profissional inimaginável para qualquer estudante de Biblioteconomia da atualidade. Fruto de conversas despretensiosas, conduzidas sem ne nhuma preocupação com o rigor científico, o livro atinge plenamente seu objetivo de ressaltar o quanto o dia a dia do bibliotecário foi alte rado – e facilitado – pelo avanço da tecnologia. O interessante é que os antigos bibliotecários da Unicamp, ao relatar as dificuldades que enfrentaram para estabelecer e operar as primeiras bibliotecas da Universidade, não deixam transparecer nenhum tipo de ressentimento. O que emana de todos os relatos – alguns, mais cômicos; outros, mais emocionados – é um profundo sentimento de pertenci mento à Universidade e de orgulho pelo dever cumprido.

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Terminada a leitura, vê-se que este livro constitui mais uma prova de que a Unicamp só chegou aonde chegou em 50 anos – isto é, às pri meiras posições entre as melhores universidades da América Latina – graças ao talento e à dedicação das pessoas que aqui vieram trabalhar e estudar. Parabéns a Solange pela bela e merecida homenagem aos pioneiros que desbravaram o terreno para o surgimento das 28 bibliotecas espalhadas atualmente pela Unicamp; e, aos bibliotecários que já trabalharam ou ainda trabalham na Universidade, o meu agradecimento em nome de toda a nossa comunidade acadêmica. José Tadeu Jorge Reitor

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Prefácio

“A biblioteca é o coração da universidade.” Embora tenha sido cunhada há no mínimo um século, a metáfora, atribuída a Charles William Eliot, reitor da prestigiosa Universidade Harvard entre 1869 e 1909, ainda simboliza com perfeição o papel desempenhado pela biblioteca em uma instituição universitária. Muito mais do que um simples repositório de livros, a biblioteca é o lugar por excelência da preservação e do compartilhamento do saber – um órgão vital, portanto, para que a universidade cumpra sua missão de educar pessoas e de produzir e disseminar novos conhecimentos. A importância desse espaço de estudo, pesquisa e socialização para o desenvolvimento das atividades acadêmicas fica evidente, na Unicamp, pela própria localização da Biblioteca Central (BC), a maior da Universidade: bem no “coração” do campus, de frente para a Praça do Ciclo Básico. Antes de transferir-se para o imponente prédio que a abriga desde 1989, no entanto, a BC, cujas origens remontam aos anos iniciais da antiga Faculdade de Medicina de Campinas, funcionou em salas e barracões adaptados – lugares em que a qualidade do serviço prestado pelos bibliotecários aos consulentes invariavelmente se sobrepunha à precariedade das instalações. Este livro reúne depoimentos concedidos à colega Maria Solange Pereira Ribeiro por muitos dos pioneiros que lutaram para estruturar e expandir não só a BC, mas todas as unidades que hoje integram o Sistema de Bibliotecas da Unicamp. O resultado é um interessante retrato da história do fazer biblioteconômico na Universidade, composto pelos diferentes olhares daqueles que ajudaram a construí-la. Afora o belo trabalho de resgate da memória institucional, a obra presta merecida homenagem à nobre profissão de bibliotecário, exercida com amor e afinco na Unicamp desde os primórdios da Universidade. Pela leitura dos relatos a seguir pode-se perceber o quanto a rotina dos bibliotecários mudou nos últimos 50 anos. Se a chegada dos primei ros computadores lhes facilitou o cumprimento de inúmeras tarefas – entre elas, a realização de levantamentos bibliográficos, antes feitos “à 19

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mão” –, o recente avanço das tecnologias digitais colocou-os diante de um novo paradigma profissional. O maior desafio, agora, é conseguir extrair de uma massa cada vez mais volumosa de informações aquelas que de fato são relevantes. Apesar de todas essas transformações, as bibliotecas continuam a ocupar posição de destaque em todas as grandes universidades do mundo. Seja pelos serviços que prestam à comunidade acadêmica e ao público externo, seja pelo fato de congregarem em um mesmo ambiente centenas de cérebros ávidos por conhecimento, a biblioteca universitária é, e sempre será, um elemento fundamental de apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Pessoalmente, é sempre gratificante lembrar que durante minhas atividades administrativas na Universidade pude contribuir para o Sistema de Bibliotecas da Unicamp com várias ações, como, por exemplo, a construção da atual Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e da Biblioteca de Obras Raras. Que este livro sirva de exemplo e inspiração às novas gerações de profissionais encarregados de manter pulsando o coração desta e de outras universidades. Fernando Costa Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Reitor (2009 – 2013)

Figura 1 – Fachada lateral da atual Biblioteca da FCM (2015). Fonte: Acervo de Rose Meire da Silva.

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