Jornal do comércio setembro de 2014 online

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Ano VI - nº 61 - Setembro de 2014 - Fortaleza - Ceará

www.jcce.com.br

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Fortaleza é porta de entrada da África Ocidental

Garçom: Escravo da vez Muitos temem demissão, perseguição e ameaças, inclusive familiar. Alguns falam que o sindicato da categoria não enfrenta as empresas de maior porte. (Página 3)

Serviço – Profissionais recorrem aos clientes para denuncias e temem mostrar a cara.

Movimentação SAÚDE de contêineres cresce 14,12% Tire suas dúvidas sobre A movimentação de contêineres pelo Porto de Fortaleza (Mucuripe) atingiu o índice de 70.265 TEUs (sigla em inglês para Unidade equivalente a 20 Pés) no acumulado de janeiro a setembro deste ano, crescendo 14,12% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse total, 41.984 TEUs são de cabotagem (movimentação entre portos dentro do Brasil) e 28.281 TEUs são de longo curso (movimentação entre o Brasil e outros países). “Na cabotagem destaca-se a importação de arroz vindo dos portos de Rio Grande e São Francisco do Sul, bem como a exportação de sal. (veja matéria completa na página 7)

Teste ajuda internauta a descobrir se ele é um futuro endividado (Página 5)

o vírus Ebola (Página 6)

Novo Congresso: “Risco de retrocesso” (Página 12)

Há cerca de um ano, o Ceará é uma das principais portas de entrada de países da África Ocidental, nas Américas. Acordos comerciais, educacionais, culturais e de ajuda humanitária estão em evidência crescente desde que a logística portuária e aeroportuária da capital cearense melhorou nas duas áreas. Porto do Mucuripe e Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, recebem regularmente demandas dessa região através de conexão com CaboVerde. (Pág.6)

Nordeste é a região que registrou maior importância em consumo do país

“DNOCS Fortalecido – Água Garantida” é debatido no encontro do Agropacto Uma pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel mostra que o Nordeste é a região brasileira com maior crescimento e relevância do país, sendo responsável por 25% de importância no valor do varejo no Brasil, se comparado o período de janeiro de 2013 a janeiro de 2014. (Veja página 5)

A reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense (Agropacto), abordou as questões relacionadas com a reestruturação, criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), e a realização do concurso público para preencher o quadro de funcionários do Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS). (Página 11)

Ruas, praças e avenidas e uma cidade cheia de sol, flores e alegria (Página 8)


Opinião/Editorial

Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Futuro que preocupa A Justiça Eleitoral brasileira se esforça para mobilizar os milhões de eleitores a irem às urnas, mas achamos que a tarefa principal, hoje, é a consciência, a informação e o esclarecimento. Enquanto grupos de extrema esquerda comemoram que o Brasil sofreu uma derrota no primeiro turno do pleito eleitoral de 2014, com o percentual elevado de votos nulos e brancos e ainda abstenção, pessoas que não foram votar, é fato que a extrema direita teve sim, vitória na composição da nova formação do congresso nacional. O diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP – Antônio Augusto de Queiroz, diz que houve a “redução das bancadas de esquerda e centroesquerda na Câmara”. Uma perda de 20% das cadeiras que haviam obtido nas eleições de 2010, e a vitória eleitoral de vários parlamentares identificados com o ultraconservadorismo, conforme opinião do dirigente do órgão. “O aumento dos conservadores no Congresso será entrave a questões homoafetivas e a aprovação de propostas em áreas como aborto, células-tronco e maioridade penal”, aliás como defende o candidato Aécio Neves. Na avaliação do DIAP, o “risco de retrocesso é real” em razão do perfil do novo Congresso. Um Congresso cujos campeões de votos são, em grande parte, políticos “linha-dura”, que pregam o conservadorismo moral e privilegiam a defesa da repressão contra o crime. Exemplo o caso Moroni no Ceará, um fato histórico na política local, político que se destaca simplesmente pelo fato de prometer ser implacável contra “a bandidagem”. Também preocupante nesse recente pleito é o número elevado de parentes de políticos serem eleitos, o que demonstra o peso de oligarquias. Preocupante também, na opinião dos analistas, é o aumento da chamada bancada evangélica (mais de 80), e a redução de sindicalistas (caíram para menos de 50). Cadê o Brasil dos anos 80 e 90, chamado de “democracia ou república sindical”, e das lideranças comunitárias que chegaram ao apogeu no “lulismo” do presidente operário? Hoje que se destacam são as bancadas da”bala”, como são rotulados, do agronegócio e do moralismo, distantes das reais questões mais relevantes para o Brasil e o seu povo nas diversas regiões e biomas. É pertinente temer que o Brasil, depois de consolidar a sua democracia após longos anos de organização e luta política, passe por um processo característico de países da Europa que elegem dirigentes e parlamentos de “ultra”, seja de um lado ou de outro. É incompreensível tanto lá, com povos mais esclarecidos, como aqui onde a maioria das pessoas é politicamente analfabeta. A Justiça Eleitoral brasileira se esforça para mobilizar os milhões de eleitores a irem às urnas, mas achamos que a tarefa principal, hoje, é a consciência, a informação e o esclarecimento. Tarefa difícil essa em um país alienado e alucinado em temas fúteis. O referencial político brasileiro se perde a cada pleito, sempre com fatos negativamente marcantes para compreensão do eleitorado. A decisão, por exemplo, da líder ambientalista Marina Silva de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno, é incompreensível por todos os ângulos. Marina diz que “votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido”. Marina assegura que “estamos vivendo nestas eleições uma experiência intensa dos desafios da política”, e isso é verdade, mas não se conjuga ou se torna uma das maiores contradições, a outra afirmativa de que “pela primeira vez, a coligação de partidos se dava exclusivamente por meio de um programa, colocando as soluções para o país acima dos interesses específicos de cada um”. Como se fosse possível acreditar que ideologias políticas de esquerdas ecológicas, reformistas e de liberais modernos se afinassem em um programa de governo.

Editora J. Comércio do Ceará CNPJ: 34.956.268/0001-13 Av. da Universidade, 2176 - Centro Fortaleza - Ceará Telefones: 8762.4422 - 9674.5186

DIRETOR ADMINISTRATIVO Antonio José Matos de Oliveira DIRETOR COMERCIAL João Pereira da Cunha Neto EDITOR GERAL Rogério Morais - Reg. CE 00562 JP DIRETOR DE PROJETOS ESPECIAIS Professor Chico Soares

REPRESENTAÇÃO EM BRASÍLIA: Renato Freitas - Reg. DF 9641 JP QE 38 Conjunto U Casa 29 Telefones: 61 – 3021-2354 – 8178-5730 Guará II Cep 71070-210 Brasília-DF JURÍDICO Dr. Airton Maranhão Dr. Azenclévio Saboia TIRAGEM: 5.000 exemplares

Votei em branco. Será que valeu apenas?

Pequenas e médias empresas podem aumentar a receita melhorando a qualidade dos leads Marcio Fuzzato* Gerar leads já foi um problema. Atualmente as empresas podem contar com diversas fontes: campanhas de e-mail, site da empresa, Google AdWords, SEO, mídias sociais, webinars, publicidade on-line e blogs, além das atividades tradicionais de marketing off-line. Com isso, o volume de leads pode ser assustador. Mas como Marketing faz para gerenciar esses leads? Como priorizá-los e determinar quais devem ser enviados imediatamente para Vendas, encaminhados para Telemarketing para a definição de qualificação e nomeação, mantidos e nutridos com e-newsletters, pesquisas e outras atividades de Marketing ou abordados em outro momento? Em média, 16% do total dos leads qualificados como maduros para uma abordagem por Vendas efetuam uma compra. Ótimo. E o que está acontecendo com os 84% restantes dessas possíveis oportunidades? E mais, como elas estão sendo administradas?

A primeira pergunta a ser feita é sobre a qualidade da lista: Esse é o seu público-alvo ou apenas uma lista de endereços de e-mail? Os contatos no banco de dados devem estar alinhados com o perfil ideal dos prospects. A lista está higienizada? Os cadastros são atuais, não desgastados por uso (e abuso, muitas vezes) de envios de e-mail e SMS, por exemplo, em prazos curtos de tempo? Quais dados estão faltando que são cruciais para que a empresa entenda melhor seu prospect? Sabendo que a maioria dos leads que se engajam com a empresa não estão prontos para comprar (segundo a Meclabs, apenas uma média de 6% está no primeiro momento), mas ainda estão no mercado - pesquisando, avaliando e considerando opções sem falar com a empresa, o que é possível fazer para melhorar a qualidade dos leads? Bem, se durante um bom período os leads vão maturar a decisão, para depois, comprar de alguém, o que pode ser feito para

que ela seja a eleita? Nutri-los com conteúdo útil e que responda às suas dúvidas e necessidades durante esse período de pesquisas é uma maneira de continuar a manter o nome da empresa em suas mentes, de forma não-intrusiva, além de permitir, com planejamento, colher informações preciosas ao longo do processo. A eficácia destas campanhas de nutrição depende do grau de relevância do conteúdo enviado. O ideal é não tentar vender nada neste momento. A grande sacada é manter os contatos engajados na conversação e movê-los através do processo de construção de credibilidade da sua empresa, até o momento em que estejam maduros e levantem a mão para falar com alguém de Vendas. *Marcio Fuzzato é formado em Marketing, pós-graduado em Comunicação e diretor da 2getmarketing2go, empresa especializada em geração dedemanda.macio@2getmark eeting2go.com.br

A construção de um novo oligopólio no Brasil Por Milton Favaro Junior* Decisão futura a ser tomada pelo governo pode criar um novo oligopólio na economia brasileira, pulverizando toda e qualquer concorrência e deixando a sociedade nas mãos de um pequeno grupo de empresas m u l t i n a c i o n a i s . Estamos falando do setor de pneus, um segmento que já conta com quatro processos por antidumping, válidos desde 2009, contra pneus de passeio, de carga (usados por caminhões e ônibus), motocicletas e bicicletas. Mesmo com as sobretaxas cobradas sobre os importados, essa indústria vem aplicando aumentos sucessivos de preços em seus produtos em patamares superiores à inflação. Em 2013, a média de aumentos foi de 12,7% e até agosto deste ano já foram aplicados outros 9% de reajustes nos pneus de carga, o que representa uma taxa acumulada de 22,84% - e é grande responsável pelo elevado custo do frete de mercadorias no Brasil. O alvo da indústria nacional sempre foi a China – que já conta com processos de defesa comercial -, mas agora a intenção é sobretaxar a importação oriunda de outros seis países, sendo os novos eleitos pela indústria os

pneus importados da África do Sul, Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Japão e Tailândia. Essa sobretaxa que a indústria deseja vai afetar 20 marcas de pneus diferentes e representará um choque dos mais sérios para o equilíbrio da concorrência entre produtos, tecnologias, e, mais importante, em preços no setor, caso venha a ser aplicada. A grande questão a ser levada em consideração é se essas medidas vão melhorar as condições do mercado e se os preços dos pneus vão continuar subindo como já estão. O que preocupa é ver que o pneu de caminhão, que já tem taxa de antidumping quando é importado da China, agora terá taxa de antidumping quando é importado de mais seis países. Nós da ABIDIP estamos mostrando paulatinamente ao governo que a indústria não quer apenas se defender atrás dos processos por antidumping, mas quer dominar o mercado de importação de pneus. Os dados são claros: de 2012 a 2013, as empresas que compõem a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos aumentaram suas importações de pneus de caminhão em 62%.

Neste ano, elas já são responsáveis por 55% de todas as importações de pneus de carga para o Brasil. Com as novas medidas protecionistas sobre mais seis países, a participação da indústria na importação desses pneus chegará a praticamente a 80%, fato que concretizará um oligopólio dentro da economia. Ao fazer isso, o governo estará dando para a indústria mais poder e será o responsável direto pelo fechamento de empresas importadoras, de truck centers e de revendas de pneus, além de gerar mais desemprego e reduzir o recolhimento de impostos oriundos da comercialização de pneus importados. Tudo isso será feito para defender uma indústria que, ao invés de produzir localmente, importa 55% de todos os pneus usados por caminhões e ônibus que rodam no Brasil e promove aumentos de 22,84% nos preços, sem nenhum controle governamental. *Milton Favaro Junior é diretorexecutivo da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP).


Serviços

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Garçom: Escravo da vez Muitos temem demissão, perseguição e ameaças, inclusive familiar. Alguns falam que o sindicato da categoria não enfrenta as empresas de maior porte, e temem fazer denuncia aos seus próprios companheiros que estão à frente da entidade.

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les e elas lavam, varrem, montam e desmontam salão, fazem as vezes até segurança, nos dias atuais, para garantir o emprego. Cuidam dos banheiros e muito mais, todos os dias, de domingo a domingo, sem nenhum custo adicional para o patrão. A jornada de trabalho do garçom e garçonete é excessiva em datas comemorativas, como Dias dos País, Dia das mães, Semana Santa, e evento esportivos, notadamente futebol, quando as casas lotam com pessoas de

de banheiros e de outras áreas, responsabilidade de prejuízos como objetos quebrados ou furtados, cheio de clientes, e sem horário definido de fim de jornada de trabalho diário. “Garçom é um desconhecido em sua rua: Chega na madrugada e sai à noite”, comenta um dirigente sindical. Comissão 10% Esse tema, comissão (gorjeta) de 10% paga pelo serviço de atendimento prestado ao cliente pelo garçom, é uma reclamação tradi-

ção em pagá-la e até deixam o troco (gorjeta extra). Conforme a legislação sobe o assunto, considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas. Também conforme garçons, muitos clientes estão fazendo a vez de defensor do profissional, reclamando diretamente junto às gerências as irregularidades, “ameaçando não voltar”, dizem. No entanto, o que muitos não sabem é que esse dinheiro (10%) vai direto para o bolso do patrão, e, dependendo dele ou do estabelecimento, o proprietário pode ficar até com 8%. Não existe regra ou norma sobre direito trabalhista nessa questão, que pode ser rateado entre todos os funcionários da casa ou mesmo ficar totalmente com a empresa. O jornal do comércio procurou ouvir tanto entidades representativas da categoria como também associações patronais. Em nenhum delas existem dados estatísticos sobre o assunto e mesmo interesse em falar sobre o assunto.

rintendência do Trabalho no Ceará, a grande maioria sequer sabe como chegar até lá. Escravidão da vez Fortaleza, de acordo com diversas pesquisas, é a capital brasileira mais procurada pelos turistas nacionais e também dis-

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dia a - dia. Hoje existe cadeia de renome regional e até nacional ampliando suas casas inclusive em bairro classe “C” da capital cearense. Têm empresários trazendo funcionários do interior cearense e até de outros Estados para serem “exclusivos” com tempo integral, em sua empresa. Oferecem moradia, uma isca para torná-lo quase igual aos “trabalhadores escravos” em fazendas no Norte do Brasil, onde o braço da Justiça do Trabalho não chega. Esses profissionais, inclusive mulheres, perdem autonomia própria, pois temem perder o emprego e não ter onde morar, sem falar das dívidas pessoais no comércio e até com agiotas, caso venham a contrariar o patrão. Esse assunto também é do conhecimento das entidades classistas, mas, segundo alguns diretores, “ninguém pode fazer nada, sem prova, e muitas vezes o trabalhador não quer denunciar”.

Têm empresários trazendo funcionários do interior cearense e até de outros Estados para serem “exclusivos” com tempo integral em sua empresa

Serviço – Profissionais recorrem aos clientes para denuncias e temem mostrar a cara. cional e polêmica em todo o Bratodas as idade. O Jornal do Comércio conver- sil, e do conhecimento das autorisou com vários profissionais em dades trabalhistas e de defesa do diferentes tipos de restaurantes consumidor. Uma tradição no e/ou churrascarias, em diferentes Brasil que, apesar da polêmica áreas de Fortaleza. A reclamação jurídica e burocrática, não chega a é uma só: Exploração. Falta de ser o principal problema, hoje, registro em carteira do trabalho, para o consumidor. obrigação de cuidar da limpeza Pelo contrário, muitos têm satisfa-

Reclamar direitos Para advogados trabalhistas, os trabalhadores devem reclamar seus direitos no sindicato da categoria e no Ministério do Trabalho. Acontece que são poucos os que acreditam em um resultado positivo. Muitos temem demissão, perseguição e ameaças, inclusive familiar. Alguns falam que o sindicato da categoria não enfrenta as empresas de maior porte, e temem fazer denuncia aos sues próprios companheiros que estão à frente da entidade. Sobre encaminhamento das irregularidades direto à Supe-

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puta mercado com o visitante internacional com Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. “Uma cidade balneário, boa de se curtir, brincar e viver, para quem pode gastar”, diz um gerente anônimo, que destaca também as torcidas como alavancagem de movimento “quase todos os dias da semana”. O fato de ter times em todas as divisões e os jogos da série “A”, faz dos cearenses torcedores

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Artes Plásticas

Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Exposição 95 anos Estrigas no Sesc O Sesc realiza, na sextafeira (19), a abertura da Exposição 95 anos Estrigas, que contém 20 obras escolhidas pelo próprio artista e pintadas por ele aos 94 anos de idade. Na ocasião também será lançado o livro “Hoje e o tempo passado / O Encontro com as lembranças”, escrito por Estrigas. No Sesc Senac Iracema, às 19 horas. Os trabalhos, todos

produzidos no ano de 2014, são delicadas aquarelas sobre papel cartão, onde é possível perceber a delicadeza, cuidado e riqueza de sua obra de uma vida inteira. A Exposição fica em cartaz até o dia 17 de novembro, de segunda a sexta, de 9h as 21h, e sábados e domingos, de 16h as 20h, com entrada gratuita. Escolas podem agendar visitas guiadas através do e-mail: culturasescfortaleza@gmail.com.

Sobre Estrigas Nilo de Brito Firmeza é crítico de arte, pintor e ilustrador. Desde os tempos de estudante do Liceu do Ceará adota o apelido de Estrigas. Formado em odontologia, passou a frequentar a Sociedade Cearense de Artes Plásticas SCAP, em 1950, onde realizou seus primeiros cursos de pintura e desenho, tornando-se membro da diretoria, em 1953. Exerceu a odontologia e lecionou nessa área por aproximadamente 15 anos e, em paralelo, atuou como colaborador de revistas especializadas e jornais de grande circulação da cidade de Fortaleza, publicando textos sobre artes plásticas. Trabalhava também como ilustrador em publicações de prosa e poesia de diversos autores cearenses, como Milton Dias, Otacílio Colares e Manuel Coelho Raposo. Em 1954, foi premiado com medalha de prata quando expõe pela primeira vez no Salão de Abril, mostra que participou

por diversas vezes, até 1990. Em 1969, fundou o Mini-Museu Firmeza, em Mandubim, no sítio em que reside próximo à capital cearense. Dois anos depois, realizou exposição no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará - Mauc, com sua esposa Nice Firmeza. Escreveu os livros C o n t r i b u i ç ã o a o Reconhecimento de Raimundo Cela e A Saga do Pintor Francisco Domingos da Silva, ambos em 1988; Arte: Aspectos

Pré-Históricos no Ceará (Uma Contribuição ao Estudo das Artes Plásticas no Ceará), 1989, e Barrica: O Alquimista da Arte, 1993. Em 2007, foi homenageado pela Universidade Federal do Ceará - UFC com a Medalha do Mérito Cultural, em reconhecimento a sua contribuição à cultura e à arte, ocasião em que o Mauc realiza a exposição Nice e Estrigas, Pinturas e Desenhos, reunindo cerca de 50 trabalhos do casal.

SERVIÇO Exposição 95 anos Estrigas e Lançamento do livro “Hoje e o tempo passado / O Encontro com as lembranças” Local: Sesc Senac Iracema (Rua Boris, 90 – Praia de Iracema) Abertura: 19/9 Horário: 19h Visitação: até 17/11 Horário: segunda à sexta, de 9h as 21h; sábados e domingos, de 16h as 20h.


Comportamento

Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Teste ajuda internauta a descobrir se ele é um futuro endividado Conjunto de perguntas elaborado pelo portal 'Meu Bolso Feliz' e pela Universidade Federal de Minas Gerais leva consumidor a refletir sobre seu comportamento na hora das compras

Para ajudar os consumidores a identificarem se são pessoas potencialmente endividadas, o portal “Meu Bolso Feliz” - uma iniciativa de educação financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) - desenvolveu em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) um teste que avalia como o internauta lida com o seu orçamento e faz o pagamento de dívidas. Uma pesquisa recente realizada pelo SPC Brasil revela que o consumo sem planejamento é um dos principais motivos da inadimplência no país. Quatro em cada dez entrevistados (40%)

admitem que a falta de controle financeiro foi o que os levaram a atrasar pagamentos. "O objetivo do teste é fazer o indivíduo medir e perceber o seu potencial de endividamento e de inadimplência, considerando informações como o rendimento mensal e o que ele gasta com o estilo de vida que possui. Com base nas respostas, orientamos o internauta a mudar sua maneira de ver o consumo e de lidar com as compras", explica o educador financeiro do portal 'Meu Bolso Felix, José Vignoli. O teste divide os consumidores em três categorias distintas: con-

sumidores com baixo potencial de endividamento - em geral mais prudentes e analíticos; consumidores com potencial médio de endividamento, que embora entendam a importância de se organizarem financeiramente, as vezes não resistem e realizam compras mesmo sem condições de arcar com o valor. E finalmente, o consumidor com alto potencial de endividamento. Nesse último caso, a pessoa tende a ser imediatista e costuma achar que pequenas compras para satisfazer desejos momentâneos não comprometerão o orçamento pessoal no fim do mês. "O ato de comprar pode provocar uma sensação de bem estar, euforia e relaxamento, o que induz os consumidores a agir por impulso em busca desse tipo de recompensa e prazer imediato. Além disso, o bombardeio publicitário e as facilidades do parcelamento dão a impressão de que essas compras não vão abalar o próprio orçamento", explica o educador financeiro José Vignoli. Para fazer o teste, acesso o portal 'Meu Bolso Feliz' e responda as 21 perguntas: htt://meubolsofeliz.com.br/teste/ voc-sabe-lidar-com-dividas/

40% das crianças com menos de 10 anos fazem trajetos desacompanhadas As crianças são as figuras mais frágeis no trânsito e necessitam de cuidados que garantam a sua segurança. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), todos os anos morrem no mundo 250 mil crianças e adolescentes em acidentes viários, e outros 10 milhões sofrem lesões graves. Os acidentes são, segundo dados do Ministério da Saúde, a primeira causa de morte de crianças e adolescentes entre 1 e 14 anos no Brasil, sendo que os acidentes de trânsito são responsáveis pela maior parte das vítimas fatais, 40%. De acordo com a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, os principais incidentes no trânsito envolvem as crianças como pedestres, em segundo lugar estão os acidentes em carros e em terceiro as vítimas em motos – dado que vem aumentando. A recomendação da ONG é que crianças não andem desacompanhadas de um adulto até os 10 anos e, na hora de atravessar a rua, é importantequeestejamdemãosdadas. “Abaixo desta idade eles ainda não tem condições de julgar sozinhos o tempo e a distância. Ainda assim, cerca de 40% das crianças com menos de 10 anos ainda percorre trajetos, como o da escolaparacasa,sozinhas”,afirma. O mais importante para ensinar o

comportamento seguro como pedestre, para Alessandra, é dar o exemplo. Por isso, os adultos devem atravessar as ruas olhando para ambos os lados, respeitar os sinais de trânsito e usar as faixas para pedestres e, antes de atravessar na frente dos veículos, fazer contato visual com os motoristas, para ter certeza de que foram vistos. Já no carro, a melhor proteção para a criança é o uso de cadeiras e assentos de segurança. O cinto de segurança é projetado para adultos com no mínimo 1,45m de altura, por isso não protege os pequenos em casos de acidente. “É essencial usar dispositivos certificados, apropriados ao peso da criança e que se adaptem devidamente ao veículo”, destaca Alessandra. No caso das motos, menores de sete anos ou crianças maiores e que são incapazes de se segurar (com pé engessado, por exemplo) não devem ser transportadas como passageiro, conforme artigo 244. Para diminuir o número de acidentes com crianças no trânsito, a especialista em trânsito da Perkons, Idaura Lobo Dias,recomendaincentivarnãosócomportamentos seguros para os pequenos, mas orientar os pais a ter atitudes de prevenção e dar o exemplo, investir em políticas públicas e infraestrutura que promovam a segurança da criança,

Nordeste é a região que registrou maior importância em consumo do país

São Paulo - Uma pesquisa 7,8% dos consumidores do realizada pela Kantar Worldpa- Nordeste fazem compras de nel mostra que o Nordeste é a consumo imediato, o que região brasileira com maior representa um número grande crescimento e relevância do quando comparado com o país, sendo responsável por resto do país (4%). As com25% de importância no valor pras de abastecimento tamdo varejo no Brasil, se compa- bém chamam atenção, com rado o período de janeiro de 53,2% da preferência. 2013 a janeiro de 2014. Segundo o levantamento, Carrinho do consumidor A cesta de alimentos é todo esse crescimento vem sendo impulsionado pela classe destaque no consumo em valor na D/E, que é resregião, com ponsável por 43% 3 5 % d e do consumo em Estudo da importância. valor na região. Já Kantar No restante a classe C repreWorldpanel d o país o senta 37% do mostra que a crescimento é consumo e a clasa p e n a s d e se AB, 20%. classe DE foi a 30%. CategoQuando comparaprincipal r ias como do com o total responsável por h igiene e Brasil, a classe beleza tamimpulsionar o que mais impulsib é m n ão ona é a classe C, desenvolvimento f i c a m p a ra com 43%, seguida região trás com 22% da da classe AB no Nordeste e com 32% e por 21% em todo último, com 25%, pais. a DE. No Nordeste, a maioria das famílias são constituídas por Sobre Kantar Worldpanel Kantar Worldpanel é líder casais com filhos pequenos, mas as grandes famílias, com mundial em conhecimento e cinco pessoas ou mais e as famí- compreensão do consumidor lias jovens também se desta- por meio de painéis de consucam se comparado com o resto mo. Seu High Definition Inspiration combina monitodo pais. ramento, análises avançadas e ferramentas de pesquisa de Onde compram? mercado. Seu conhecimento O varejo tradicional é prefesobre o que as pessoas comrência para os nordestinos, que pram, o que usam – e porque no período registrou importânse tornou moeda corrente no cia de 50% do valor, contra mercado para marcas, varejis46% em todo o país. Em seguitas, analistas de mercado e as da, não podemos deixar de lado organizações governamentais o crescimento dos atacarejos na região, que já representa 6% de globalmente. Com mais de 60 importância contra 5% em todo anos de experiência, formada o Brasil. O pequeno varejo por uma equipe com mais de também tem uma grande parti- 3.500 funcionários e serviços cipação em valor, representan- que cobrem mais de 60 países, diretamente ou através de do 20%%. Ainda segundo a pesquisa, parceiros.

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inserir o tema trânsito nas escolas e avaliar automóveis no quesito segurançaparaospequenos. “É importante lembrar também que entradas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos não são ambientes adequados para a brincadeira da criançada”, alerta Idaura. Outra observação da especialista é que a obrigatoriedade dos dispositivos de retenção, no transporte de crianças até sete anos e meio, não se aplica no transporte coletivo, aos carros de aluguel, táxis, aos veículos escolares e aos com peso bruto totalsuperiora3,5toneladas.


6 Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Saúde

Fortaleza é porta de entrada da África Ocidental O secretário-geral da Nações Unidas disse que é preciso reforçar, pelo menos 20 vezes mais, a mobilização de recursos para enfrentar a doença. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que a suspeita registrada no Brasil não muda a classificação do risco de entrada do ebola no país, que é baixo. “O Brasil continua sendo um país com poucas chances de transmissão da doença”. Garante.

Tire suas dúvidas sobre o vírus Ebola Diversos países estão implementando ações de combate ao Ebola. Simulações (foto)ocorreramnoBrasilparaprepararopaísnocuidadocompacientesinfectados O Ministério da Saúde disponibilizou arquivo com as principais dúvidas sobre o vírus ebola.Informe-se: 1-OqueéadoençacausadapelovírusEbola? A doença do vírus Ebola (anteriormente conhecida como febre hemorrágica Ebola) é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade que pode chegar até os 90%.Adoença afeta os seres humanos e primatas não-humanos (macacos, gorilas e chimpanzés). O Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão.Aorigem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeirosprováveisdovírusEbola. 2-Comoaspessoassãoinfectadascomovírus? O Ebola é introduzido na população humana por meio de contato direto com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados. Na África, os surtos provavelmente originam-se quando pessoas têm contato ou manuseiam a carne crua de chimpanzés, gorilas infectados, morcegos, macacos, antílopes florestaiseporcos-espinhosencontradosdoentesoumortosounafloresta. 3-OvírusEbolapassadepessoaparapessoa? OvírusEbolanãoétransmitidopeloar. Depois que uma pessoa entra em contato com um animal que tem Ebola, ela pode espalhar o vírus na sua comunidade, transmitindo-o para outras pessoas. A infecção ocorre por contato direto com o sangue ou outros fluidos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de pessoas infectadas.Ainfecção também pode ocorrer se a pele ou membranas mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola, como roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas. Pessoas que morreram de Ebola devem ser manipuladas apenas por quem esteja usando roupas de proteção e luvas. O corpo deveserenterradoimediatamente.

(Da redação) Há cerca de um ano, o Ceará é uma das principais portas de entrada de países da África Ocidental, nas Américas. Acordos comerciais, educacionais, culturais e de ajuda humanitária estão em evidência crescente desde que a logística portuária e aeroportuária da capital cearense melhorou nas duas áreas. Porto do Mucuripe e Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, recebem regularmente demandas dessa região através de conexão com Cabo Verde. Contrato que permite que cargas ou pessoas saiam do Porto de Fortaleza (ou vice-versa), direto para os Portos da Praia e do Mindelo, localizados na ilha de Cabo Verde, reduzindo de 45 dias para 7 (Sete) dias o tempo de navios ao continente africano. O Ceará exporta, entre outros produtos para a África, aço, cerâmica, argamassa para cerâmica, sucos, tintas, farinha de trigo, calçados, cosméticos, plásticos e utilidades, massas e biscoitos, móveis, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas. Também por aqui atendem-se as demandas de todo o Nordeste, através da navegação de cabotagem. Na mesma época, novembro de 2013, foi inaugurado o vôo semanal (Cabo Verde) para o Brasil tendo como porta de entrada a Capital cearense. Um iniciativa para atender um comércio até então informal. Calçados, confecções, artesanato e bijuterias estão entre os produtos “made in Ceará” que já conquistaram a preferência dos caboverdianos e atraem principalmente sacoleiras. De acordo com os analistas, outros países da Costa Oeste Africana estão sendo interligados à Rota, como Senegal, Guiné Bissau, Benin, São Tomé e Príncipe eAngola. Cabo Verde está a 2.400 km da Capital, mais próximo do que São Paulo, distância essa coberta de avião em menos de três horas e meia. O arquipélago está localizado no coração do mundo, na encruzilhada da Europa, África e das Américas, a 500 quilômetros do Senegal, na costa ocidental africana.

SAÚDE

Guinés Existem três Guinés na África: Guiné, onde surgiu o foco da doença Ebola, fica situada na Costa Atlântica da África Ocidental e tem fronteira com a Guiné-Bissau, o Senegal, Mali, Costa do Marfin, Libéria e Serra Leoa. E tem também a Guiné Equatorial, que fica na chama da África Ocidental, região do Oeste do Continente, bem próxima do litoral Nordestino. Política Nos últimos Governos, a África é uma das prioridades da política externa brasileira. Os laços que unem o Brasil e os países africanos, sobretudo os de língua portuguesa, vêem se destacando especialmente no campo da educação e da cooperação técnica. A Guiné Bissau, por exemplo, é o terceiro país do mundo em desenvolvimento, aproveitamento de vagas no programa de estudantes/convênio pelo qual o governo brasileiro, Itamaraty e Ministério da Educação oferecem vagas gratuitas em universidades brasileiras. O primeiro país é o Cabo Verde, o segundo, Paraguai. Pelo menos 300 estudantes da Guiné Bissau estudam em universidades e instituições de ensino superior no Brasil. O governo brasileiro na sua embaixada em Bissau possui um centro de estudos brasileiros, ou seja, uma missão cultural com 200 alunos matriculados em cursos de língua portuguesa e de literatura brasileira. No Ceará, município de Redenção, está a primeira instituição brasileira de integração internacional da Lusofonia Afro-Brasileira,Universidade Unilab,

AVISO José Aristóteles Soares To r n a p ú b l i c o q u e r e q u e r e u à Superintendência do Meio Ambiente SEMACE a Licença de Instalação para regularização do Loteamento Parque das Flores I, localizado na CE 232 - Bairro: Carnaubal; Município de Massapê – Ce. Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

atualmente com mais de 3 mil estudantes em cursos de graduação e pós-graduação. Ebola Conforme os especialistas, o surto de Ebola começou em menino de dois anos, que teria contraído o vírus em uma aldeia em Guéckédou, no sudeste da Guiné, e morrido no dia 6 de dezembro do ano passado. A doença teria se espalhado então para a mãe da criança, além da irmã de 3 anos e a avó, antes de se ser cuidada por profissionais da saúde. Depois afetou habitantes de aldeias na região entre Libéria, Guiné e Serra Leoa, que concentra cerca de 70% dos casos. Em março desse ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia sido notificada de que "uma doença contagiosa" se espalhou pela Guiné. No entanto, não foi possível identificá-la como ebola ainda naquele mês. No Brasil, um caso suspeito de ebola foi notificado no dia 9 de outubro, em uma Unidade de Pronto-Atendimento em Cascavel, no Paraná. O secretário-geral da Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que é preciso reforçar, pelo menos 20 vezes mais, a mobilização de recursos para enfrentar a doença que infectou mais de 8 mil pessoas e matou quase 3,9 mil. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que a suspeita registrada no Brasil não muda a classificação do risco de entrada do ebola no país, que é baixo. “O Brasil continua sendo um país com poucas chances de transmissão da doença, o risco é baixo. Não diria que será inevitável, é possível que apareçam outros casos, mas a gente continua trabalhando de forma muito efetiva”.

AVISO Francisco Lucas Pinto Soares To r n a p ú b l i c o q u e r e q u e r e u à Superintendência do Meio Ambiente SEMACE a Licença de Instalação para regularização do Loteamento Parque das Flores II, localizado na CE 232 - Bairro: Carnaubal; (Córrego da Onça), Município de Massapê – Ce. Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

4-Quaisosriscosparaosprofissionaisdesaúdequecuidamdosdoentes? Os profissionais de saúde têm sido frequentemente expostos ao vírus ao cuidar de pacientes com Ebola na África. Isso acontece quando eles não usam adequadamente equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras. Os profissionais de saúde devem seguir rigorosamente as precauções de controle de infecção recomendados. Além dos cuidados usuais, os trabalhadores de saúde devem aplicar estritamente as medidas de controle de infecção para evitar a exposição a sangue infectado, fluidos ou ambientes e objetos contaminados - como a roupa suja de um paciente ou agulhasusadas. 5-Quandoumapessoapassaatransmitirovírusaoutra? O período em que a pessoa infectada pode transmitir só inicia após o surgimento dos sintomas. Durante o período de incubação, a pessoa não transmite o Ebola. As pessoas podem infectar outras enquanto seu sangue e secreções contiverem o vírus. Por esta razão, os pacientes infectados têm que ser cercados de cuidados específicos para evitar que profissionais de saúde ou parentes e amigos que os visitam no hospital entrememcontatocomosangueesecreções. 6-Quemcorremaisrisco? Durante um surto, como o que agora ocorre na Libéria, Serra Leoa e Guiné, as pessoas com maior risco de infecção são os profissionais de saúde (que atendem pacientes sem seguir as medidas de proteção adequadas); membros da família ou outras pessoas que têm contato próximo com as pessoas infectadas; pessoas que têm contatodiretocomoscorposdosmortoscomopartedecerimôniasfúnebresecaçadoresqueentramemcontatocomanimaismortosencontradosnafloresta. 7-QuaissãoossinaisesintomasdoEbola? O início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta são os sinais e sintomas típicos.Apessoa infectada também tem vômitos, diarreia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia tanto interna como externa. O período de incubação, ou o intervalo de tempoentreainfecçãoeoiníciodossintomas,podevariardedoisaté21dias. 8-Qualéotratamento? NãohátratamentoespecíficoquecureoEbola.Algunstratamentosexperimentais têm sido testados, mas ainda não estão disponíveis para uso geral. Os pacientes de Ebola requerem tratamento de suporte intensivo, realizado em hospitais de referência para tratamento de doenças infecciosas graves. Eles geralmente ficam desidratados e precisam de fluidos intravenosos ou de reidratação oral com soluções que contenham eletrólitos.. 9–ComoprevenirainfecçãopeloEbola? Atualmente não há nenhuma vacina para a doença do vírus Ebola.Várias vacinas estão sendo testadas, mas nenhuma delas está disponível para uso clínico no momento. Nos países onde existe transmissão do Ebola, a melhor maneira de se prevenir é evitar contato com o sangue ou secreções de animais ou pessoas doentes ou com o corpodepessoasfalecidasemdecorrênciadessadoença,duranterituaisdevelório. 10-Éseguroviajarduranteumsurto? AOrganização Mundial da Saúde não recomenda restrições de viagens para os países que apresentam transmissão porque o risco de infecção para os viajantes é muito baixo, já que a transmissão de pessoa a pessoa só se dá com o contato direto com os fluidos corporais ou secreções de um paciente infectado. Além disso, a transmissão ocorre, principalmente, em vilas e povoados de áreas rurais. Pessoas que viajam a trabalho para as capitais ou cidades desses países devem evitar qualquer contato com animaisoucompessoasdoentes. 11.ÉpossíveltermoscasosdeEbolanoBrasil? Pelas características da infecção pelo Ebola, a possibilidade de ocorrer uma disseminação global do vírus é muito baixa. Desde sua descoberta em 1976, o vírus tem produzido, ocasionalmente, surtos em um ou mais países africanos, sempre muito graves pela alta letalidade, mas, autolimitados.Aseriedade do atual surto é a sua extensão, atingindo três países e a demora em se atingir seu controle. Isso ocorre pela precariedade dos serviços de saúde nas áreas em que ocorre a transmissão, que não dispõem de equipamentos básicos de proteção aos profissionais de saúde e aos demais pacientes, bem como pelas práticas e tradições culturais de manter pacientes em casa, inclusive escondendo sua condição das autoridades sanitárias, e a realização de rituais de velórios em que os parentes e amigos têm bastante contato com o corpo do falecido. No Brasil, não há circulação natural do vírus Ebola em animais silvestres, comoemváriasregiõesdaÁfrica. PORTALBRASIL


Logistica

Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Movimentação de contêineres cresce 14,12% E

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Homens podem doar sangue 4 Vezes por ano e mulheres até 3 Para doar sangue basta estar saudável, bem alimentado, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e apresentar um documento oficial com foto.

A movimentação de contêineres pelo Porto de Fortaleza (Mucuripe) atingiu o índice de 70.265 TEUs (sigla em inglês para Unidade equivalente a 20 Pés) no acumulado de janeiro a setembro deste ano, crescendo 14,12% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse total, 41.984 TEUs são de cabotagem (movimentação entre portos dentro do Brasil) e 28.281 TEUs são de longo curso (movimentação entre o Brasil e outros países). “Na cabotagem destaca-se a importação de arroz vindo dos portos de Rio Grande e São Francisco do Sul, bem como a exportação de sal. Já no longo curso, destaca-se a exportação

de frutas (melão, melancia e banana) para a Europa e a importação de malte vindo da França e da Bélgica”, disse o economista Oswaldo Fontenele, coordenador de Gestão Portuária da Companhia Docas do Ceará (CDC). Movimento geral No total geral, a movimentação de cargas no Porto de Fortaleza cresceu 1,22% no acumulado de janeiro a setembro deste ano, totalizando 3.704.281,89 toneladas, sendo 3.488.709 toneladas no sentido importação e 215.572 toneladas no sentido exportação. Do total de cargas movimentadas, o maior percentual conti-

nua sendo de granel líquido: 2.037.741,62 toneladas (55%). Os destaques foram gasolina, diesel, petróleo cru, cimento, GLP (gás liquefeito de petróleo), querosene de aviação, álcool e óleo de palma. O granel sólido movimentou 1.070.537,71 toneladas (29%). Os itens mais movimentados na categoria foram trigo, coque de petróleo, clínquer, enxofre, fosfato e fertilizante mineral. A carga geral, da qual o contêiner faz parte, movimentou 596.002,56 toneladas (16%). Os destaques da carga geral, além dos itens já citados, foram ladrilhos, papel, tambor de freio, móveis, cera de carnaúba, castanha de caju e frango congelado.

Fortaleza sediará maior evento de empreendedorismo da América Latina A Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE), participou no período de 22 a 26 de setembro, do XXVI Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras, maior evento de empreendedorismo inovador da América Latina, realizado em Belém do Pará. Na ocasião, a cidade de Fortaleza ganhou a disputa para sediar o evento em 2016.ARede de Incubadoras do Ceará (RIC), em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, foi a proponente da candidatura. O Seminário deve acontecer no Centro de Eventos do Ceará. O Seminário é realizado anualmente pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Com o tema “Fronteiras do

empreendedorismo inovador: novas conexões para resultados”, o evento reuniu pessoas de todo o Brasil e de diferentes partes do mundo, ligadas ao movimento do empreendedorismo inovador. De acordo com a organização do evento, a ideia é buscar caminhos para que os ambientes de inovação ampliem suas conexões com os setores público e privado, a fim de se tornarem mais autônomos e, assim, contribuírem ainda mais para o desenvolvimento sustentável das regiões em que atuam. A SDE apresentou as potencialidades de Fortaleza para receber empresas de porte tecnológico e inovador. Para isso, a política de atração de investimentos instituída pelo Polo Tecnológico e Criativo de Fortaleza foi divulgada, bem como ações e projetos em desenvolvimento, como a construção da Agenda Estratégica para a Fortaleza Criativa e Inovadora, o Programa de Empreendedorismo Sustentável, as incubadoras em economia Criativa nos CUCA's e a concepção do Parque Tecno-

lógicodaCidade. Para o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza em exercício, Eduardo Fontenele, que participou do evento, a intenção é consolidar a cidade de Fortaleza como um ambiente de inovação tecnológica. “Estamos construindo um conjunto de ações para criar um ambiente favorável à promoção de uma cultura da inovação, com vistas a ampliar o desenvolvimento socioeconômico sustentável da cidade”, conta. O XXVI Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras reuniu cerca de 900 pessoas, dentre elas, gestores de ambientes de inovação nacionais e internacionais, como parques tecnológicos e incubadoras de empresas, além de representantes de órgãos públicos e organizações não-governamentais de apoio ao setor, empresários, professores de universidades e centros de pesquisa.

stimativa do Ministério da material utilizado é descartável, Saúde indica que se cada evitando qualquer possibilidade brasileiro doasse sangue de contaminação. A coleta é feita duas vezes por ano, não faltaria por uma equipe especializada e sangue para transfusão no Brasil. com acompanhamento médico. Mas apenas 1,8% dos brasileiros Antes da doação é feita uma avasão doadores regulares, o que faz liação clínica com exame físico, com que o nível dos estoques dos verificação do peso e realização hemocentros públicos esteja sem- de teste para anemia. A doação não traz danos para pre abaixo do ideal. Por isso as constantes campa- o doador, já que o sangue doado é nhas e mobilizações realizadas rapidamente reposto pelo próprio para estimular a população a doar organismo. A quantidade de sansangue. Pelos critérios definidos gue coletada é de aproximadapelo Ministério da Saúde, homens mente 450ml, ou seja, menos de podem doar sangue a cada dois 10% do volume em circulação no meses, até quatro vezes por ano, corpo. Logo após a doação o enquanto mulheres podem doar a organismo começa a trabalhar cada três meses, até três vezes por para compensar a quantidade retirada, em 24 horas o volume ano. No Ceará, o Centro de Hemato- será o mesmo e outros fatores e logia e Hemoterapia do Ceará células do sangue estarão em (Hemoce), unidade da Secretaria níveis anteriores à doação em da Saúde do Estado, é responsá- alguns dias. Após a doação, o vel pela política de sangue e tem sangue será examinado nos laboratórios do capacidade para Hemoce para atender às exigênPara doar tipagem sanguícias da sociedade, sangue basta nea, eletroforeem se tratando de estar saudável, se de hemoglosangue e hemodebina e testes rivados para suprir bem alimentado, para hepatite B as necessidades da ter entre 16 e 69 e C, sífilis, doenpopulação. anos, pesar mais ça de chagas, No Hemoce, o de 50 kg e HIV e HTLV I e estoque de sangue II. é controlado diariapresentar um Para a manuamente em cima documento oficial tenção dos estode um valor que com foto. ques, o Hemoce corresponde à realiza coletas média de atendimento da hemorrede para três de rotina e coletas externas. A dias e não considera os estoques coleta externa é toda aquela que nos hospitais. Esse monitoramen- acontece fora das dependências to permite trabalhar para a manu- do Hemoce. São utilizados nostenção do estoque sempre acima sos veículos, como vans e unidado número de atendimento diário. de móvel, para realizar a coleta O monitoramento oferece segu- de sangue. Para que a coleta aconrança a todos os hospitais atendi- teça, é necessária a parceira com dos pelo Hemoce e tem por obje- instituições públicas ou privadas. tivo indicar a necessidade de Essas podem entrar em contato ações capazes de mobilizar a com o hemocentro de sua região população e prevenir situações por telefone ou email para agendar datas no calendário. emergenciais. As doações podem ser feitas Para doar sangue basta estar saudável, bem alimentado, ter por todo o estado. O Centro de entre 16 e 69 anos, pesar mais de Hematologia e Hemoterapia do 50 kg e apresentar um documento Ceará (Hemoce) é composta de oficial com foto. Os menores de cinco hemocentros (Fortaleza, idade, só podem doar se apresen- Crato, Iguatu, Sobral, Quixadá) e tarem o Termo de Consentimento um hemonúcleo em Juazeiro do para menores de 18 anos, que Norte. Em Fortaleza, além da deverá ser preenchido e assinado sede, o Hemoce tem um posto de pelo candidato à doação e por seu coleta do IJF. Em todo o ano pasresponsável legal, anexando sado, o Hemoce coletou 102 mil ainda cópia do documento oficial bolsas de sangue, número inferior à capacidade do hemocentro, com foto do representante legal. O Termo também está dispo- de 300 mil bolsas por ano. nível no site (www.hemoce.ce.- Mesmo assim, a marca de gov.br) para download. A coleta é 102.870 doações foi a maior dos feita em ambiente limpo e todo o últimos cinco anos.


Pesquisa

Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Ingleses, índios e judeus no comércio do Ceará Textos: Natalício Barroso

PASSEIO POÉTICO

Ruas, praças e avenidas e uma cidade cheia de sol, flores e alegria

Colonizado por Portugal, é natural que o comércio no Ceará tenha começado com os estrangeiros que aqui chegaram.

O

senhor JamilAsfora nasceu em Beirute, capital do Líbano e, para fugir ao serviço militar, imigrou para os Estados Unidos. Em Pernambuco, onde desembarcou pensando que estava em Nova Iorque, descobriu que se encontrava no Brasil e não na cidade norteamericana. Revoltado com isso, mas sem saber o que fazer, se lembrou que havia um primo seu que morava no Ceará e veio para cá. Aqui começou a vender tudo o que lhe caía nas mãos – pentes, escovas de dentes, espelhinhos, caixas de pó – e, em pouco tempo, montou sua loja. Muitos, na verdade, foram os estrangeiros que contribuíram com o comércio do Ceará. Um deles foi John William Studart, pai do Barão de Studart e padrasto de um antepassado da atual Ministra da Cultura, Marta Suplicy, que descende do Barão de Vasconcelos, meio irmão do Barão de Studart. Outro foi Henry Koster, que veio de Pernambuco para ver as possibilidades comerciais do Ceará. Chegando aqui, passa a ser chamado de “seu Costa” e foi assim, como “seu Costa”, que chegou e foi embora. A cidade de Fortaleza, no entanto, não oferecia nenhuma atração para ninguém nessa época. Por isso os ingleses se interessaram muito mais por Aracati do que pela capital. Seu Costa, por exemplo, anotou em seu caderno de viagem, que depois se tornou livro, que Fortaleza possuía apenas uma casa assoalhada: a do governador.

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A Guerra de Secessão e o Algodão do Ceará Com a Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865) muita

coisa mudou. Como os Estados Unidos deixaram de exportar algodão para a Inglaterra que precisava dele por causa de sua indústria têxtil, a terra da rainha Vitória passou a procurar este artigo precioso para suas indústrias em qualquer lugar do mundo e isso impulsionou muito o comércio cearense. Foi por esse tempo, por sinal, que apareceram alguns judeus que vieram de Pernambuco e montaram uma firma, a Boris, que funcionava também como banco. A firma se tornou tão conhecida no Ceará que sur-

As plaquinhas que sinalizavam ruas, praças e avenidas de Fortaleza, nem sempre exibiam nomes de pessoas ou datas. Também foram enumeradas como em Nova Iorque

giu uma piada sobre ela. Contavam os humoristas de plantão que quando os matutos chegavam em Fortaleza e iam para o Passeio Público ver o mar, ficavam admirados com a quantidade de água que presenciavam pela primeira vez e, para demonstrar o espanto, exclamavam: “Cumpade, um açude desse tamanho só pode ser do Boris!”

portanto, foi o comércio. Daí, talvez, o parentesco com o judeu, o árabe e o muçulmano que, assim como ele, também tem inclinação para mascate (vendedor ambulante), cigano, essa gente toda acostumada a percorrer léguas e léguas sem saber, exatamente, para onde se dirige. Judeu Brasileiro

Difícil dizer, naturalmente, se os judeus que estiveram aqui, no O certo é que a forma como Ceará, passaram este tipo de vida errante se pratica o comércio no para o cearense ou se Ceará se assemelha muito isso faz parte da índole do povo que altera o com a que é praticada pelos seu modo de vida de judeus e árabes. acordo com as secas ou as cheias periódicas. O certo é que a forma como se pratica O Começo o comércio no Ceará se assemelha Considerada uma região inóspita, muito com a que é praticada pelos inicialmente, o território cearense, na judeus e árabes.As casas comerciais do verdade, foi conquistado pelos comerCeará, assim como as dos judeus e ciantes que assim como os índios que árabes no norte da África, principalmoravam por aqui, eram nômades. mente, têm o hábito de pôr seus artigos Andando de um lugar para outro (da – rede, artesanato e até móveis – na rua. praia para o sertão e deste para as caaA casa guarda a mercadoria mas, no tingas e serras), os comerciantes ceamomento de ela ser vendida, a calçada renses sempre agiram no Ceará (o passa a ser a vitrine e, se houver alguma Saara brasileiro) como os beduínos no marquise sobre ela, o cearense não tem deserto: desbravando novas terras e o menor escrúpulo de pendurar seus fazendo novos contatos para vender artigos ali. Os vendedores, por sua vez, chegam a agredir os fregueses quando se aproximam. Pegam no braço, conversam com ele mais do que o necessário, talvez, e o convencem a levar seja lá o que for. Afinal, o que se pratica no Ceará é o chamado “comércio varejista” onde se pode comprar todo tipo de mercadoria a retalho. Meia sopa, por exemplo, é especialidade da casa. E quando a crise é grande, o cearense se desdobra para vender mais ainda inventando fórmulas mirabolantes para convencer a freguesia. No Pará, para onde o cearense costumava emigrar de vez em quando, os descendentes de Iracema, a índia dos lábios de mel de José de cada vez mais. Alencar, são conhecidos como “esFoi assim que o estado do Ceará pertos”. Não porque enganam, mas começou a existir. No começo, como porque sabem vender. (O deus dos era uma terra mais habitada por militacomerciantes, aliás, Hermes, é o res do que por civis, os militares negomesmo deus dos “espertos” na mitociavam com os índios. Depois o gado logia grega). E a fama pegou porque o tomou conta de tudo e tiveram início as cearense, quando se trata de vender, Entradas que eram feitas por cavaleiconsegue tudo o que quer. Age como ros quase andantes, que envergavam um artista. Artista de feira, é verdade, armaduras de couro (chapéu, peitoral e de praça ou de mercado, mas que é pederneiras) e tinham um único objeticapaz de hipnotizar as pessoas e fazer vo: levar aquele gado todo para as com que compre todo tipo de produto feiras. até o que não precisa só para atender à A primeira vocação do cearense, boa vontade do vendedor.

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Paula Ney escreveu que Fortaleza é uma “loura desposada pelo sol”. A poesia de Fortaleza, no entanto, não está apenas neste verso de Paula Ney. Está, também, no nome das ruas. Para os que conhecem somente a Fortaleza oficial, nunca vão perceber o quanto a alma do povo cearense é poética e isso se torna claro quando se compara os nomes das ruas de hoje com aqueles que foram dados pelo povo no passado. A Costa Barros, por exemplo, já se chamou Rua da Aurora e, depois, Rua do Sol. A Floriano Peixoto, por sua vez, era a Rua da Alegria e a José Avelino, onde se realiza uma das maiores feiras a céu aberto do Norte e Nordeste, era a Rua do Chafariz. E não para por aí. A cidade de Fortaleza tinha nomes de rua de fazer inveja a qualquer outra que quisesse competir com ela em termos de beleza: Rua das Flores, por exemplo, Rua das Belas, Rua Formosa e Rua das Palmas. Também tinha nomes de ruas estranhos como da Cachorra Magra e da Apertada Hora. Isso no tempo em que avenidas, como a Dom Manuel, se chamavam Boulevard. Assim, havia o Boulevard da Conceição, que era a própria Dom Manuel, o Boulevard do Livramento, a Duque de Caxias,

e o Boulevard de Jacarecanga, atual Philomeno Gomes. Morar em Fortaleza, como se vê, era muito mais poético do que hoje quando a política e as datas comemorativas tomaram conta das ruas e os nomes dados pelo povo desapareceram. As praças também tinham a sua poesia e a sua razão de ser. A Praça da Lagoinha tinha este nome por causa de uma lagoa que havia no local. Mudando para Praça Capistrano de Abreu, a população, mesmo assim, continua chamando “da Lagoinha” por causa da tradição. O mesmo acontece com a Praça dos Leões que, por mais que se diga que se chama General Tibúrcio, o povo não admite: prefere chamar “dos Leões” por causa da imagem de alguns destes animais que foram esculpidas em Paris, no início do século XX, e colocadas na praça em 1915. A Praça Castro Carreira, assim como a dos Leões e da Lagoinha, também é chamada “da Estação” por causa da Estação João Felipe e o mesmo acontece com o Passeio Público que se chama Praça dos Mártires, oficialmente, mas, na prática, mantém o nome antigo de Passeio Público.

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ArtesPlásticas/Cultura

Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Mostra “Pássaros Brasileiros” é lançada no Centro Cultural do Crea-CE

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a última terça-feira (30), foi aberta a exposição “Pássaros brasileiros”, da artista plástica Tiêta Campos, no Centro Cultural do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE). Na solenidade de abertura, foram frisados a história de Tiêta e seu percurso enquanto artista plástica cearense. Na ocasião, além do segundo vice-presidente do Conselho, no exercício da presidência, engenheiro eletricista José Miguel de Melo Lima, estiveram presentes no evento, o curador da exposição, Gerson Ipirajá, o presidente da Associação dos Artistas Plásticos Profissionais do Ceará (A2P2C), Vavá Azim, e convidados. “A arte, muitas vezes, não tem o privilégio que deveria ter, o dom artístico é raro, por isso deve ser reconhecido. O Crea tem prestigiado muito os artistas da terra, isso faz parte do projeto para a revitalização do centro de Fortaleza. Eu fico muito feliz pelo Conselho abrir as portas para a arte cearense.”, declarou o segundo vice-presidente da autarquia, José Miguel, enaltecendo o trabalho artístico local. Já o presidente da Associação dos Artistas Plásticos Profissionais do Ceará, Vavá Azim, disse que “ver uma exposição indivi-

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Nós, seres humanos, deveríamos ser como os pássaros, vivendo livres e não em gaiolas

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dual tão bonita e organizada de uma artista iniciante, é uma vitória para a categoria”. Tiêta, por sua vez, expressou sua alegria em ver seu sonho de criança realizado, tendo sua primeira exposição individual. “É uma realização minha, um sonho de criança. Fui atrás, e hoje posso expressar isso através da pintura.”, a artista também explicou o motivo pelo qual a exposição ter o tema “Pássaros brasileiros”, afirmando que sua experiência quando criança com os pássaros no Amazonas a inspiraram a fazer as obras. A artista fez a comparação de que “nós, seres humanos, deveríamos ser como os pássaros, vivendo livres e não em gaiolas", se referindo à insegurança e a injustiça social. Expressou, ainda, seu lamento pelo motivo de que as crianças da atualidade não têm o mesmo contato com a natureza que ela possuiu. A exposição estará aberta ao público até o dia 20 de outubro, de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h, no Centro Cultural do Crea-CE, localizado na cobertura da autarquia, na rua Castro e Silva, 81, Centro. Os interessados em mais informações e agendamento de visitas podem ligar para 8743-8199 e falar com a assessora cultural do Crea-CE, Silvana Figueirêdo. Assessoria de Imprensa CreaCEARÁ

Discurso do Zé Candidato

Vice-presidente do Crea, José Miguel abre o evento ao lado da gestora do evento Silvana Figueirêdo

Senhores e senhoras, venho comunicar que Zé Candidato é candidato a cargo eletivo de prefeito desta cidade. Pode vaiar, pode xingar, pode jogar pedra, eu não desisto. Sou egoísta e obcecado pelo poder. Eu não desisto. E não vim aqui pedir votos. Vim somente dizer que todas as minhas promessas de campanha, as cumprirei sem falha. Todo mundo sabe quem é Zé Candidato. Eu só sou brilhante, porque sou bonito, famoso e poderoso, hipócrita, arrogante, vigarista, ridículo, cínico, cafajeste, patife, estúpido e mentiroso. Portanto, não preciso mais lembrar que sou um sujeito salafrário, pernóstico, falso, demagogo, malandro, medíocre, vingativo, canalha, vadio, sonso, traiçoeiro, pilantra, safado e ladrão. Ah! Ladrão! Todo mundo sabe que sou terrivelmente ladrão, salafrário, sanguessuga, velhaco, ordinário, briguento, inútil, ambicioso, difamador, inescrupuloso, astuto e picareta. Mas sou homem de palavra. E somente digo a verdade. E ninguém manda nesse ladrão trabalhador. E olhe, se Zé Candidato for eleito nesta cidade, nenhum vereador fiscalizará os atos desse prefeito, frio, meliante e oportunista. Que vingativo, finge de besta, para enfiar o punhal nas costas dos desafetos e inimigos. Sou cruel, perseguidor e perigoso. E o meu intuito, é somente esvaziar os cofres públicos. Por isso, prometo fazer leis injustas, incabíveis e desnecessárias, para quem for contra as maracutais desse prefeito. E se eleito for nesta cidade, eu, Zé Candidato, prometo que faltará água, luz, comida, moradia, emprego, diversão, limpeza, segurança, saúde e lazer, aqui nessa terra. E nunca mais faltará água, porque prometo encher cisterna, tanque, poço, balde, lata, pote, quartinha, bacia, cabaça, cuia, rios, lagos, lagoas e açudes do município, só com as lágrimas dos bestas e babacas, que choraram de arrependimento, porque votaram em mim. E para nunca mais faltar luz, prometo mandar buscar os vaga-lumes das matas, lagarta-de-fogo das florestas e mulas-sem-cabeça do fim do mundo, que lançam chispas de fogo do pescoço, para iluminar todas as casas e as pocilgas da cidade. Para não faltar comida para esse povo, prometo criar o Vale Tilápia e a Bolsa-Caroço-de-Juá, só para alimentar o povo desse lugar, para nunca mais fazer a matança dos jumentos do Nordeste, porque não servem mais para nada. Jumento é um animal sagrado. Para não faltar moradia, prometo mandar cortar as árvores dos bosques, dos sítios e de todo município, para fazer casebre, barraco, tamborete, mesa, beliche e caixão de defunto, para enterrar quem morrer nessa terra. E ainda mandarei fazer palmatória para alfabetizar os doidos, os mendigos e os malinos da rua. E mandarei fazer muleta, prótese, cadeira-deroda e tamanco, para os pésdescalços, aleijados e mutilados, no afã de agradecer esse prefeito, fã do Al Capone e do fora-da-lei, o notório bandido Jesse James. Para nunca faltar trabalho, prometo arranjar Bolsa-Desemprego, somente para desocupado, vagabundo, desordeiro, preguiçoso, vadio, raparigueiro e malandro. E, principalmente, para bajuladores, puxa-sacos e familiares desse prefeito, para que nunca levante uma palha. E prometo acabar com a melancolia e o chororô dessa gente boba, ao aprisionar pássaros canoros da região, nos viveiros, alçapão

e gaiolas, para com os cânticos maviosos, alegrar condomínios, casas, igrejas, asilos, orfanatos, hospitais, cabarés, bares e os mortos das catacumbas do cemitério. E para acabar definitivamente, com o lixo, prometo aprovar leis do projeto Cidade-Limpa-ComVentania, e contratar o vento do Aracati, para responsabilizar da limpeza pública, e varrer vilas, becos, ruas, terreiros, praças e o lixão do município. Para manter a segurança, paz e a tranqulidade desse povo bondoso, alegre e hospitaleiro, mandarei soltar das cadeias da cidade, os homicidas, ladrões, estupradores e facínoras perigosos, para vigilância nas residências dos meus inimigos e desafetos. E para guarnecer parentes, familiares, amigos e os meus babões preferidos, mandarei buscar as tropas de elite, armados com fuzil, pistola, submetralhadoras, máscaras anti-gás e coletes à prova de balas, para protegê-los, enquanto for prefeito da cidade. Para melhorar a saúde, prometo, pode quebrar o pescoço, espinhaço, osso do vintém, inchar o pé do ouvido, dente, titela, íngua, espinhela caída, que mandarei buscar pastor, resadeira, exorcista, macumbeiro, adivinho, milagreiro, ilusionista, e médium com mesas girantes, para curar até picada de marimbondo. Para modernizar a cidade, prometo arrancar o mármore das catacumbas, santuários, lápides e mausoléus dos cemitérios, para fazer calçadas, praças, escolas e parque infantil com preservação ambiental para todos. Porque a minha Lei Municipal servirá para tudo. Não vim pedir votos, vim prometer. Eleito prefeito, não quero saber de direitos e deveres de ninguém. Só esvaziar os cofres públicos da cidade. Não me importo com Ministério Público, Tribunal Regional Eleitoral, Procuradoria Regional Eleitoral, Tribunal de Contas dos Municípios, nem com Câmara Municipal de Vereadores. Não compro votos, vendo ladroíce. Não peço votos, só prometo. Sou Zé Candidato! Pode gritar, pode xingar, pode jogar pedra, pode me chamar de ladrão. Depois de eleito, para quem votou em Zé Candidato, bato-lhes à porta, doulhes cotoco e chuto na bunda desses espilicutes mama-na-égua. Vote em mim, sou desonesto! Não me importo com reputação. Não estou pedindo votos, só estou prometendo. AirtonMaranhão Originário de Russas – CE. Formado emDireitopelaUniversidadedeFortaleza – Unifor, advogado militante da Comarca de Fortaleza, e romancista. Livros publicados: Deusurubu,Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças. Romances:ADança da Caipora, Os Mortos Não Querem Volta e O Hóspede das Eras. Membro daARCA –AcademiaRussanadeCulturaeArte


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ANIVERSARIANTES O Jornal do Comércio do Ceará parabeniza os aniversariantes do mês de setembro, dentre eles João Rocha Neto, torcedor do Fortaleza, representante comercial, funcionário no grupo M. Dias Branco S/A, há 26 anos. “Neto meu Rey” como é conhecido pelos amigos reuniu familiares e amigos no restaurante Carandiru que tem a frente o competente comerciante Afrânio no bairro do Benfica. Quem também comemorou seu aniversário foi o funcionário público do Banco do Brasil Tibúrcio de Sousa Ferreira, torcedor do Ceará, o artista plástico Vlamir de Souza torcedor do Alvinegro e Maria das Graças Rodrigues (Gracinha), esposa do comerciante Valderez Magalhães Braga. O casal também reuniu amigos em sua residência no Condomínio Paulo Machado, bairro da Maraponga. Os aniversariantes ofereceram aos convidados muito churrasco, cerveja e uma boa música MPB com a presença dos músicos, Toninho do Sax, Cláudio Alves, Sérgio Hilário e Marquinhos do violão.

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Av.Barão de Studart, 590 CEP: 60.120-00 Fortaleza-Ceará Sérgio Brasil, Hermano, João Paulo, Gracinha, Maninho e Mamá Antonio Matos, Isabel, Gracinha, leninha, Nena e Mamá

Vlamir de Sousa recebe presente do jornalista Antonio Matos

orion@lucianocavalcante.com.br


Infraeestrura

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Integração Nacional reconhece situação de emergência em mais 16 municípios A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, reconheceu situação de emergência em mais 16 municípios de sete Estados brasileiros, de acordo com portaria do Diário Oficial da União publicada na edição de hoje (10/10). Afetadas pela estiagem entraram em emergência as localidades de Andaraí, Mirante e Rafael Jambeiro, no Bahia, Feira Nova, em Pernambuco, e os municípios de Buenópolis, Campo Azul, Francisco de Sá, Itacarambi e Várzea da Palma, em Minas Gerais. Outra cidade mineira que integra a lista é Chapada Gaúcha, castigada pela seca. A mesma portaria também reconhece situação de emergência nos municípios de Bom Jesus do Sul (PR) e São Domingos do Sul (RS), ambos por chuvas intensas;

em Ourinhos (SP), por vendaval, e no Novo Gama (GO), por boçorocas. Atingidas por enxurradas foram contempladas ainda pelo procedimento as cidade gaúchas de Cândido Godoy e São João do Inhacorá. Resilientes Com 282 municípios participantes, o Brasil é hoje o País com maior representação na campanha Cidades Resilientes, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), lançada em 2011 pelo Ministério da Integração Nacional em parceria com o escritório da ONU para Redução de Riscos de Desastres. O País ficou na frente da Áustria (com 280), Líbano (254), Itália (130), Índia (130), Filipinas (113), Coréia do Sul (109), Ilhas Canárias (80), Sérvia (50) e Sri Lanka (47). São consideradas resilientes as cidades que têm capacidade de

resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente dos efeitos de desastres e, de maneira organizada, assim como prevenir a perda de vidas e bens. As cidades estão executando todas as etapas solicitadas pela ONU. Entre elas, criar programas educativos e de capacitação em escolas e comunidades locais, cumprir normas sobre construção e princípios para planejamento e uso do solo, investir em implantação e manutenção de infraestrutura que evitem inundações, e estabelecer mecanismos de organização e coordenação de ações com base na participação de comunidades e sociedade civil organizada. Segundo o promotor da campanha no Brasil, Sidnei Furtado, o papel da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) é sensibilizar e apoiar os Estados e municípios a aderirem a esse movimento.

“DNOCS Fortalecido – Água Garantida” é debatido no encontro do Agropacto A reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense (Agropacto), nesta terça-feira (23/09), abordou as questões relacionadas com a reestruturação, criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), e a realização do concurso público para preencher o quadro de funcionários do Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS). O encontro aconteceu no Auditório da Associação dos Criadores do Ceará, onde está ocorrendo a Expoece 2014. Servidores, ex-servidores, sindicalistas, colaboradores e representantes de entidades parceiras do órgão debateram problemas e apontaram soluções para melhorar a estrutura socioeconômica do DNOCS. O diretor Administrativo da Associação de Servidores do DNOCS (Assecas), Clésio Jean de Almeida, abriu o evento, ministrando uma palestra com o tema: “DNOCS Fortalecido – Água Garantida”. Durante sua apresentação, Clésio exibiu uma análise cronológica do órgão, acentuando as obras realizadas em seus 105 anos de história. Para ele, neste período de seca (três anos), que surge como uma das piores já enfrentadas pelo semiárido nordestino, o órgão ainda con-

segue realizar ações e projetos com resultados positivos e eficientes. Como exemplo, ele ressaltou a criação de tilápia no Complexo Castanhão, que produz cerca de 10 mil toneladas de peixe por ano, mesmo com a escassez de água. “A água é a seiva da vida”, completou. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, relatou que o tema proposto para a reunião do Agropacto foi bastante adequado, tendo em vista que todos os brasileiros dependem “desse líquido precioso”. Segundo ele, a manutenção do DNOCS é essencial para desenvolver ainda mais as obras de combate a seca. O presidente da Assecas, Roberto

Morse, agradeceu a oferta da Faec de dedicar um momento exclusivo ao órgão. De acordo com ele, com apoios como este, cabe ao DNOCS lutar pela sua reestruturação e complementar seu quadro de servidores, defendendo sempre os interesses da autarquia. Um convidado ilustre estava entre os presentes ao encontro. O exdiretor do DNOCS, Torres de Melo, fez parte da mesa principal de debate e explicou que os servidores devem ter “orgulho e não saudade do passado”. Para ele, é fundamental a elaboração de um documento para que se defina o que são recursos hídricos públicos e privados, para que as diretrizes do órgão sejam respeitadas. Durante o debate, ações que promovem o fortalecimento do DNOCS foram discutidas pelos participantes. Algumas delas foram o melhor aproveitamento das áreas de sequeiros, maior produção de pescado, estabelecimento de parcerias, praticar a transversalidade, compartilhamento do acervo tecnológico, democratizar o acesso da população ao patrimônio do órgão e implementar a cultura de convivência com o semi-árido para permitir a construção de um sistema econômico social sustentável. O DNOCS através da Associação dos Servidores do Órgão (Assecas), participou com um estande na Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (EXPOECE). Ressaltese que este evento, comemora em 2014, 60 anos de atividades ininterruptas

Bancada da agropecuária vai aumentar no próximo ano

Levantamento preliminar da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) indica que a bancada ruralista na Câmara dos Deputados saiu fortalecida do último pleito eleitoral (5). Segundo o estudo, 263 dos 513 dos deputados federais eleitos (51%) estão ligados ao setor. Desse total, 139 (27%) já são membros da frente parlamentar e foram reeleitos; e 124 (24%) são novos deputados ligados à agropecuária. No estudo da frente parlamentar, foram utilizados parâmetros e características dos eleitos a deputado federal que os ligam ao setor de agronegócios. Além disso, os especialistas que conduziram o estudo levaram em conta as "bandeiras do setor", assumidas durante a campanha eleitoral, e o perfil dos eleitos, que, por exemplo, declararam como ocupação a produção rural. Atualmente, a frente tem 205 membros, sendo 191 deputados e 14 senadores.

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Moreira também criticou a burocratização do setor rural. "Transformar propriedade em um chão de fábrica e dar para o produtor, na propriedade, 'dentro da porteira', a obrigação de um cartório para poder manter as suas obrigações é desconstruir, é atrapalhar a produção primária, é tirar do produtor aquilo que ele mais sabe fazer, que é produzir alimentos", disse o deputado. Não reeleitos Da bancada ruralista, não foram reeleitos os deputados Moreira Mendes (PSD-RO), Giovanni Queiroz (PDT-PA), Geraldo Simões ( P T- B A ) , Nelson Padovani (PSC-PR), Vitor Penido (DEMMG), Guilherme Campos (PSD-SP), Reinhold Stephanes (PSD-PR) e Junji Abe (PSD-SP). Já os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), Rose de Freitas (PMDB-ES), Wellington Fagundes (PR-MT) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) foram eleitos para o Senado. Não se candidataram à reeleição os seguintes deputados membros da FPA: Abelardo Lupion (DEM-PR), que coordenou a campanha do presidenciável Aécio Neves; Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG); Vilson Covatti (PPRS); Oziel Oliveira (PDTBA); Eduardo Sciarra (PSDPR); Sandro Mabel (PMDBGO); Carlos Magno (PP-RO); e Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR). Agência Câmara Notícias

Tirar do produtor aquilo que ele mais sabe fazer, que é produzir alimentos

Burocracia Integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) disse que já há um caminho a seguir. "Nós somos, hoje, vítimas do 'fiscalismo' exacerbado, transformando o produtor, muitas vezes, em um cidadão que fica 'à mercê de algemas'. O que nós queremos é que a Constituição e a legislação digam, com absoluta clareza, o que o cidadão pode fazer", declarou.

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12 Fortaleza-CE - Setembro de 2014

Política

PT não elege deputados federais em seis estados As populações de Amazonas, Pernambuco, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte e Tocantins rejeitaram todas as opções apresentadas pelo partido do ex-presidente Lula para a Câmara

Novo Congresso: “Risco de retrocesso” ”Seja quem for o eleito (Aécio ou Dilma), vai ter que fazer um ajuste muito duro, muito drástico nas contas públicas”. A redução das bancadas de esquerda e centro-esquerda na Câmara – que perderam no último domingo 20% das cadeiras que haviam obtido nas eleições de 2010 – e a vitória eleitoral de vários parlamentares identificados com o ultraconservadorismo serão um sério entrave à aprovação de propostas em áreas como relações homoafetivas, a b o r t o , c é l ulas-tronco e maioridade penal, afirma em entrevista em vídeo ao Congresso em Foco o diretor d e D o c u m e nt a ç ã o d o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz. N e s s e s temas, na opinião dele, o “risco de retrocesso é real” em razão do perfil do novo Congresso. Um Congresso cujos campeões de votos são, em grande parte, polí-

ticos “linha-dura”, que pregam o conservadorismo moral e privilegiam a defesa da repressão contra o crime. Com muitos parentes de políticos, acentuando o peso de oligarquias. Com mais evangélicos (aumentaram para mais de 80). Menos sindicalistas (caíram para menos de 50). E com ainda maior dispersão partidária (saltou de 22 para 28 o número de partidos com assento no Legislativo). Para o diretor do Diap, o apoio desse Congresso será fundamental para enfrentar os atuais desafios econômicos do país. ”Seja quem for o eleito (Aécio ou Dilma), vai ter que fazer um ajuste muito duro, muito drástico nas contas públicas”, afirma. Ele também fala sobre PT e corrupção e diz que, devido à experiência dos seus quadros, o PMDB continuará a ter “um papel estratégico” nos próximos quatro anos.

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O resultado das urnas deixou para o PT uma série de marcas negativas na formação da bancada da Câmara dos Deputados. Além da queda no número de parlamentares eleitos desde 2010 e da diminuição na quantidade de votos, a legenda viu sua capilaridade nos estados diminuir a um padrão comum aos tempos em que era oposição. Entre 2002 e 2010, os deputados petistas representavam quase todo o país. Mas, nas eleições deste ano, o PT não foi capaz de eleger um único deputado em seis estados da federação. As populações de Amazonas, Pernambuco, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte e Tocantins rejeitaram todas as opções apresentadas pelo partido do ex-presidente Lula para a Câmara Federal. Chama a atenção a derrota dos petistas em Pernambuco, que tinha quatro representantes na Câmara e não elegeu nenhum em 2014. A hegemonia no Estado atualmente está nas mãos do PSB, comandado até pouco tempo pelo ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 13 de agosto. O PSB de Pernambuco elegeu oito deputados federais, entre eles nomes muito ligados ao ex-governador. Os petistas pernambucanos são presença constante na Câmara desde 1998, quando a legenda tinha apenas um deputado, Fernando Ferro, que não conseguiu a reeleição este ano após quatro mandatos consecutivos. Para ele, dentre os fatores que justificam o desempenho estão três questões determinantes: a morte de Campos, que foi explorada pela coligação adversária; a falta de atenção do ex-presidente

Lula; e a guerra interna do partido, que perdura desde que o PT deixou a Prefeitura do Recife. “Como o ex-presidente Lula gostava muito de Eduardo Campos, nós também ficamos muito dependentes do PSB. Mas acho que a direção nacional do partido precisa refletir sobre a falta de uma política partidária voltada aos parlamentares. Ficamos muito largados”, reclama Ferro. Para ele, o pior cenário era a eleição de dois deputados. No estado, o candidato ao Senado pelo PT, João Paulo Lima, não conseguiu se eleger, assim como o senador Armando Monteiro (PTB), apoiado pelo partido, falhou na eleição para o governo estadual. Ex-prefeito de Recife, João Paulo atualmente é deputado federal. Mas, como disputou outra eleição, não voltará à Câmara em 2015. Reeleição No Rio Grande do Norte, a única representante do PT nas três últimas legislaturas é a deputada Fátima Bezerra, que se elegeu no domingo (5) para o Senado Federal. O estado ficará sem representante do PT na bancada de deputados. Rondônia tem atualmente na bancada dois petistas que não conseguiram se reeleger: Padre Ton e Anselmo de Jesus. No caso de Roraima, desde que a senadora Ângela Portela deixou a Câmara dos Deputados nenhum petista se elegeu. No Tocantins mesmo com a ascensão do ex-presidente Lula ao poder em 2002, seu partido não conseguiu fazer representantes do estado na Câmara dos Deputados.

Para o diretor do Diap, o apoio desse Congresso será fundamental para enfrentar os atuais desafios econômicos do país.


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