Jornal do Comércio - Fevereiro de 2015

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Ano VI - nº 66 - Fevereiro de 2015 - Fortaleza - Ceará

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Idoso tem direito à meia-entrada em diversas atividades de lazer e cultura

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onforme consta no Estatuto do Idoso (Lei Federal 10.741/2003), qualquer pessoa com idade a partir dos 60 anos, tem direito ao desconto de 50% no pagamento referente às atividades que proporcionem lazer, cultura e entretenimento. Para ter acesso ao benefício da meia entrada é bastante simples. Não é preciso realizar nenhum tipo de cadastro, basta apenas apresentar um documento de identificação, com foto, que possa comprovar sua idade. De acordo com informações da especialista no assunto Simony Prado, advogada da ANSP – Associação Nacional da Seguridade e Previdência, alguns aposentados se queixam por determinados estabelecimentos se recusarem de liberar este benefício. (Pág. 3)

Carnaval de Fortaleza é o melhor do Estado

Bloco do Sanatório Geral, dos Senadores, dos jornalistas, das Cachorras, dos universitários, dos entendidos, dos humoristas, dos homens, das moças, dos jovens e das crianças e adolescentes. (Veja matéria na página 7)

Grandes projetos no Ceará sempre foram difíceis (Pág. 12) O engajamento solidário do brasileiro (Veja Editorial) Convivência - Cada vez mais idosos consomem cultura, lazer e diversão

Classe C está disposta a reduzir consumo de água e energia elétrica Os consumidores da classe C estão dispostos a reduzir o consumo de água e energia elétrica em suas casas, como forma de cortar gastos. A constatação é de pesquisa da Boa Vista SCPC em parceria com o programa Finanças Práticas, da Visa do Brasil, que mostrou: 84% dessas pessoas diminuiriam esse consumo em favor de uma melhor situação das contas domésticas no final do mês. ( Veja matéria na Página 6)

Sufoco - Classe média também está se adaptando às carências

Desentendimento jurídico também no Ceará (Pág. 11)

Programações artísticas, culturais e pedagógicas em um só lugar

Artes visuais, dança, teatro, artesanato e música. Esses são alguns dos elementos que levam, diariamente, um grande público à Praia de Iracema. O local já é tradicionalmente conhecido por ser um celeiro cultural. (Página 4)


Opinião/Editorial

Fortaleza-CE - Fevereiro de 2015

POLÍTICOS FANTASMAS

O engajamento solidário do brasileiro Todas as pesquisas de análise de créditos, de expectativa de consumo e planejamento familiar para o futuro, indicam preocupante retração do consumo das famílias. Pesquisa recente mostra que 84% dos brasileiros da considerada classe média estão dispostos a diminuírem o consumo de água e energia em suas residências para terem economia. O preço da energia e também da água, devido as irregularidades de chuvas está aumentando desde o início do ano. O problema é mais por falta de providência do Governo do que outra questão, mesmo no setor de abastecimento de água como nas grandes capitais. Mas o povo não se nega apagar seu custo. Prevendo colapso, o Governo majora preços para conter consumo e promove campanha de economia doméstica e de alerta sobre os aumentos que, no momento atual, chega a ser ameaçador às famílias. O ano de 2015 começou com uma série de arrocho econômico que estão gerando mais dificuldades aos brasileiros. Todas as pesquisas de análise de créditos, de expectativa de consumo e planejamento familiar para o futuro, indicam preocupante retração do consumo das famílias. O custo de vida vem aumentando em todas as regiões, o crédito está reduzido ao máximo, os juros são de extrema contensão de consumo, e há preocupação com o desemprego. Recentemente o movimento reivindicatório dos caminhoneiros agravou uma série de setores na área de abastecimento provocando mais dificuldades no país. A classe média brasileira, que nos últimos anos foi a que mais cresceu, economicamente, conforme o Governo, é também a que mais sofre, justamente por ser a que mais consome. Mesmo assim, como podemos ver, os dados mostram que esses brasileiros, que são em maioria da pirâmide social, estão conscientes dos problemas e dispostos a colaborar com o Governo. Aceitam reduzir o consumo de água e energia elétrica em suas casas, como forma de cortar gastos. A disposição para cortar o consumo de água e energia elétrica é praticamente idêntica entre homens (85%) e mulheres (82%). O controle de gastos dos brasileiros também já chegou aos supermercados. As pesquisas já apontam prudências do consumidor e minimização de compras mensais seja através de volume de compras ou idas aos centros de compras. Devido às dificuldades a freqüência vem mudando, ou seja, menos compras e poucas visitas aos supermercados. O quadro não deixa de ser preocupante, pois, conforme os estudiosos das crises econômicas, em qualquer país ou sociedade do mundo, não é o alimento a primeira coisa que o ser humano corta nos momentos de dificuldades. No caso da classe média - a que mais consome - , primeiro vem a troca do carro, em segundo a suspensão da troca dos bens duráveis da residência, e por último a comida e os remédios. Esses dados merecem a nossa preocupação e atitude do Governo. O Brasil, conforme os economistas, ainda não vive uma recessão, mas os números da microeonomia, ou seja, a economia do nosso dia-a-dia, é patente um quadro de real dificuldade das famílias. O que se aguarda é que o resultado do remédio amargo que vem sendo dado pelo: Governo nesse início de ano e de gestão, seja eficiente, e o País volte a crescer.

Editora J. Comércio do Ceará CNPJ: 34.956.268/0001-13 Av. da Universidade, 2176 - Centro Fortaleza - Ceará Telefones: 8762.4422 - 9674.5186

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O caos no transporte brasileiro e a crônica de uma crise anunciada

Por Milton Favaro Junior* Uma crise anunciada. É dessa forma que a Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP), analisa os eventos que paralisam o tráfego nas estradas de diversos estados, em um movimento que une motoristas autônomos, empresas de transporte e logística e entidades representativas do setor transportador que questionam o impacto do alto preço dos combustíveis e dos pedágios no custo do frete, além da total falta de infraestrutura logística. Os custos sobem, mas os preços dos fretes continuam os mesmos. A ABIDIP alertou e vem alertando a sociedade acerca das ações que vêm sendo orquestradas nos bastidores de Brasília e que se refletem no que estamos assistindo hoje: greves, movimentos paradistas, empresas desativando o chão de fábrica, cidades inteiras com risco de desabastecimento de gêneros de primeira necessidade. E porque tudo isso? Por que o preço do diesel subiu? Mas não é só o preço do diesel que subiu, mas também o dos pedágios, e, principalmente, dos pneus. Combustível e pneus são dois insumos que definem a saúde financeira, o lucro ou o prejuízo de uma empresa de transportes. Mas só o diesel subiu? Dados do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC& Logística (Decope), mostram que entre janeiro e julho de 2014, os preços dos pneus praticados pela indústria nacional subiram quase o dobro dos preços do diesel, dos aumentos de salários dos motoristas, do óleo de câmbio e do óleo de cárter. Sim, os pneus, que são ao lado dos combustíveis os maiores custos do frete subiram mais que a inflação e mais do que o diesel, o óleo, o Arla 32 e os salários pagos aos motoristas. AABIDIP tem mostrado isso à sociedade paulatinamente e a crise que toma conta do Brasil hoje foi mais do que anunciada. E o que vem pela frente? Infelizmente o atual cenário tende a piorar, pois como já tínhamos anunciado no final do ano passado, o custo do pneu de carga – usado em caminhões - terá novos aumentos e muito significativos neste ano,

uma vez que a indústria nacional, que na verdade é uma indústria multinacional, não tem produção suficiente para atender a demanda interna. Um exemplo claro disso é que em 2014 de cada 10 pneus importados para uso em caminhões no Brasil, cinco foram importados pela “indústria nacional”. Mas o agravante em tudo isso é que no final do ano passado, o governo brasileiro aplicou taxas de antidumping sobre cinco países que exportavam esse tipo de pneus para o Brasil -, além da China, que já tinha essa medida protecionista e está prestes a ser renovada por mais cinco anos. O que isso pode acarretar no cenário atual? Mais aumento de preços dos pneus e maior pressão sobre o custo dos fretes, que tende a ficar ainda mais defasado. Assim como a Petrobras usa o aumento do preço do combustível para suprir o rombo em suas contas, a indústria nacional de pneus aumenta as importações e os preços dos pneus de carga para suprir a sua ineficiência. Estoques sem reposição O aumento continuado do dólar, por um lado, e a proteção garantida pelo governo à indústria, através de políticas antidumping, por outro, gerarão a partir de abril um processo de desabastecimento do mercado de pneus de carga no Brasil. Os estoques dos importadores independentes vão acabar e, devido a estas medidas por antidumping eles não vão mais importar os pneus de utilização em caminhões. O impacto será sentido dentro de 60 dias, com o abastecimento do mercado sendo afetado e, sem concorrência, a indústria nacional encontrará um ambiente propício para aumentar os preços de seus pneus mais e mais. Vale lembrar que a borracha usada na construção de pneus é cotada em bolsa internacional e seu preço é regido no mesmo patamar, no mundo todo, da mesma forma que o petróleo e seus derivados e o aço também. Todos esses insumos estão envolvidos na fabricação de um pneu e no mundo os preços dos pneus estão baixando e dos insumos também. No Brasil, pelo contrário, estão

aumentando, em total contrassenso, causando um colapso sobre o setor de transportes que representa um dos pilares que sustenta a cadeia de distribuição e produção do Brasil. A ABIDIP avisou: junto com o diesel, o aumento dos preços dos pneus afeta a inflação, corrói o preço do frete, gera danos ao setor de transportes. O negócio de pneus no Brasil virou um negócio da China para a indústria multinacional que conta com parques fabris arcaicos, processos de produção inseguros e oferta de produtos defasados ao consumidor. Erros estratégicos Adoção de medidas antidumping adotadas pelo governo brasileiro sobre pneus de cargas importados da África do Sul, Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Japão e Tailândia; Favorecimento de medida protecionista para a Sumitomo/Dunlop poder importar, a preços da China, pneus oriundos do Japão, País punido pela prática por antidumping nas importações feitas pela própria Sumitomo/Dunlop. A empresa, mais nova associada da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), conseguiu um acordo para não sofrer punição e seu preço de importação de pneus oriundos do Japão é igual ao que vem da China, porém, sem taxa antidumping. Ou seja, ao invés de ser punida, a empresa ganhou um subsídio; Está em curso a renovação da medida por antidumping nas importações de pneus de carga oriundos da China, por mais cinco anos; Os reflexos dessas ações gerarão o desabastecimento do mercado de reposição de pneus de cargas, novos aumentos de preços e surgimento de um oligopólio formado pelas indústrias nacionais que hoje já são os maiores importadores de pneus do mercado brasileiro. *Milton Favaro Junior é diretorexecutivo da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP)

Carreirismo político e corrupção *Luiz Carlos Borges da Silveira Corrupção é atualmente a palavra mais em voga no país e todos imaginam vê-la em todo lugar. Todavia, ela medra, prospera e opera também em situações pouco visíveis e o povo em geral (eleitor em particular) tem parcela de cumplicidade. No Brasil a política se tornou profissão, não são poucos os que fazem carreira da juventude à velhice e ainda se gabam de apresentar no (pobre) currículo cidadão quatro, seis ou mais mandatos. E como sabemos neste país a política é pouco séria no conceito geral. O carreirismo político e a corrupção originam-se no instituto da reeleição. Tomemos como exemplo um candidato a deputado federal. Está comprovado que essa eleição exige investimento em média de R$ 5 milhões e o salário bruto de um deputado gira em torno de R$ 30

mil ao mês, o que vale dizer que em seus quatro anos de mandato receberá mais ou menos R$ 1,5 milhão, restando um déficit, grosso modo, de mais ou menos R$ 3,5 milhões. De onde há de vir a cobertura dessa diferença? E na próxima eleição o candidato está de novo na disputa, disposto a gastar outros R$ 5 milhões para se reeleger e depois tratar de cobrir outro déficit. Tal situação cria o político carreirista que passa e ser dependente da política, o profissional que nada mais sabe fazer na vida, pois se voltar às suas origens, seja professor, médico, advogado, etc. estará por fora de tudo, inclusive do mercado. Deve ser por isso que um deputado que não se reelege busca o “cabide de emprego público”, no escalão federal ou no seu próprio Estado. Mandato político deveria ser um chamamento ao dever de servir a sociedade, contribuir, cumprir

seu papel e depois voltar às suas atividades anteriores. Para acabar com esse 'status quo' há que se mudar a legislação, terá de haver uma séria reforma política determinando aos cargos executivos nada de reeleição e nos mandatos legislativo uma reeleição e nada mais. Porém, quem pode mudar isso? Os próprios políticos, que com certeza não têm a mínima intenção de alterar as normas das quais se beneficiam. Sou de opinião de que a proibição de mais de uma reeleição deveria ser estendida também a sindicatos, federações, confederações, associações e outras entidades onde igualmente se vê o carreirismo, a perpetuação no cargo criando os mais variados vícios. *Luiz Carlos Borges da Silveira é empresário, médico e professor. Foi Ministro da Saúde e Deputado Federal.


Comportamento

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Idoso tem direito à meia-entrada em diversas atividades de lazer e cultura Estabelecimentos que se recusarem a oferecer o benefício deverão ser denunciados

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onforme consta no Estatuto do Idoso (Lei Federal 10.741/2003), qualquer pessoa com idade a partir dos 60 anos, tem direito ao desconto de 50% no pagamento referente às atividades que proporcionem lazer, cultura e entretenimento. Para ter acesso ao benefício da meia entrada é bastante simples. Não é preciso realizar nenhum tipo de cadastro, basta apenas apresentar um documento de identificação, com foto, que possa comprovar sua idade. De acordo com informações da especialista no assunto Simony Prado, advogada da ANSP – Associação Nacional da Seguridade e Previdência, alguns aposentados se queixam p o r d e t e r m i n a d o s estabelecimentos se recusarem

de liberar este benefício. “Acontece que a posição de ser aposentado não garante este desconto. Para ter direito é preciso possuir mais de 60 anos para poder se enquadrar no Estatuto do Idoso. O que confunde é o fato de alguns estabelecimentos oferecerem descontos para aposentados. Mas na Legislação Federal não há nenhum desconto específico para aposentados” explicou. Ainda de acordo com ela, caso a pessoa comprove que tem 60 anos ou mais, e mesmo assim o estabelecimento se recuse, o idoso poderá denunciá-lo, e com isso gerando multa, sanção administrativa e até suspensão do alvará de funcionamento.

Convivência - Cada vez mais idosos consomem cultura, lazer e diversão

“Se o consumidor tiver acesso ao desconto negado, e necessitar comparecer ao local desejado, ele poderá adquirir o ingresso com valor integral. No entanto, em seguida d e v e r á solicitar a devolução da quantia paga a mais, através do Poder Judiciário. Aconselhamos aos idosos ficarem atentos aos seus benefícios” finalizou Simony. Sem sinal no celular

São Paulo, por exemplo, muita gente está voltando a usar os orelhões. Mas não é por opção, é porque os celulares não têm sinal. O drama pode se agravar porque a P a r a t e r d i re i t o é Anatel anunciar que preciso possuir mais v a i e l i m i n a r o s públicos. de 60 anos para poder telefones Em todo o Brasil, s e e n q u a d r a r n o já está mudando: Para se conseguir Estatuto do Idoso. fazer uma ligação, só mesmo usando o ó r g ã o s d e d e f e s a d o orelhão. A situação se repete até c o n s u m i d o r . M a s o mesmo em cidades do interior. campeão geral continua “Eu estou voltando no tempo, s e n d o a s e m p r e s a s d e tenho que usar o orelhão, porque telefonia. No interior de o celular não funciona”, diz uma mulher. Esse tipo de reclamação por parte de idosos vem ganhando destaque nos

Despesa com lazer é o que mais traz gastos para o bolso do consumidor Em média, o brasileiro que direciona suas despesas ao lazer gasta R$ 389 por mês com atividades de entretenimento (cinema, boates, bares e outras Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz revela que o lazer é a categoria de consumo que traz mais gastos mensais para o bolso do consumidor brasileiro. Em média, o brasileiro que direciona suas despesas ao lazer gasta R$ 389 por mês com atividades de entretenimento (cinema, boates, bares e outras), R$ 223 com produtos em geral (roupas, calçados, acessórios e outros) e R$ 137 em serviços (telefonia móvel, tevê a cabo, plano de saúde e outros). O estudo foi realizado junto a 620 pessoas maiores de 18 anos, de todas as 27 capitais brasileiras. A pesquisa também elencou o ranking de gastos mensais da cesta do consumidor brasileiro com atividades de lazer. Em primeiro lugar aparecem as viagens de fim de semana (R$ 425). Já em segundo lugar surgem as saídas para boates (R$ 320), seguidas pelas idas a restaurantes sofisticados (R$ 301) e pelas idas aos

restaurantes do dia a dia (R$ 247). Em seguida se destacam as saídas para bares (R$ 174). A prioridade concedida aos gastos com experiências de lazer fica ainda mais explícita quando se observam fatores relacionados a uma decisão de compra. Fundamentalmente, a pesquisa indica que o consumo está conectado a sensações como realização (80%), felicidade (80%) e segurança (43%) - eram múltiplas as opções de resposta. Dentre os itens menos citados, temos culpa (8%), tristeza (6%) ou insegurança (8%). Ticket médio ressalta diferenças entre classes sociais Com relação ao perfil socioeconômico, o estudo aponta algumas diferenças significativas: para 43% dos entrevistados das classes A e B, as experiências de lazer constam entre as categorias com maiores gastos. Já entre os consumidores das classes C, D e E, este percentual é de 30%. O mesmo ocorre com as via-

gens de fim de semana. Para os entrevistados das classes A e B, os gastos mensais com viagens de fim de semana são de R$ 573, enquanto que na Classe C, D e E, essas despesas são de R$ 281. A ida a restaurantes com familiares e amigos também aponta disparidade semelhante em relação ao ticket médio mensal: R$ 348 nas classes A e B e R$ 178 na Classe C, D e E. Somando os gastos com viagens de fim de semana e idas a restaurantes do dia a dia, observase que os entrevistados mais abonados gastam o dobro em relação aos consumidores das classes C, D e E: R$ 921, contra R$ 459. "É importante lembrar que os consumidores valorizam muito as atividades de lazer, independentemente do perfil socioeconômico ao qual pertencem. A diferença é que as pessoas das classes mais abonadas têm mais sobras no orçamento para arcar com estes gastos. Mas, de modo geral, todos gastam com lazer dentro do limite orçamentário disponível de cada um", observa Kawauti

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Cultura

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Programações artísticas, culturais e pedagógicas em um só lugar

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rtes visuais, dança, teatro, artesanato e música. Esses são alguns dos elementos que levam, diariamente, um grande público à Praia de Iracema. O local já é tradicionalmente conhecido por ser um cele-

iro cultural, sendo frequentado por pessoas de todas as classes sociais. Desde 2007, o Sesc Iracema agrega valor a essa extensa programação, disseminando a cultura e facilitando o acesso, com atividades gratuitas ou com

preços populares. O espaço da galeria recebe diferentes exposições ao longo do ano, que podem ser visitadas de segunda a sexta, de 8h as 21h, e aos sábado e domingos, de 16h as 20h. O teatro tem capacidade para 120 pessoas, sendo adaptado para receber apresentações em palco italiano, onde a plateia fica na frente da estrutura, semi arena, onde o público fica ao redor da cena e elizabetano, onde o público circunda em três lados: retangular, circular ou misto. De janeiro a agosto deste ano, foram mais de 302 apresentações, gerando 51.060 mil atendimentos. Além da parte cultural, a Unidade conta também com espaços de fotografia, costura, modelagem, design, arte, dança, desenho, sala de aula convencional, auditório, biblioteca com acervo direcionado para o eixo produção cultural e design e uma modateca. O público também pode encontrar modernos espaços pedagógicos com professores especializados, biblioteca atual, moderna e com ampla oferta de títulos, além de um portfólio inovador e em sintonia com o mercado.


Tributos

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Entrega do IR começa no dia 02 de março A entrega da declaração do Imposto de Renda poderá ser feita pela internet, com o programa de transmissão da Receita Federal (Receitanet), ou por meio de dispositivos móveis tablets e smartphones (m-IRPF). Na segunda-feira (02/03) o Governo abrirá o site da Receita Federal para receber o Imposto de Renda de Pessoa Física. São esperadas cerca de 27,5 milhões de declarações para este ano. O contribuinte terá até o dia 30 de abril para enviar todos os dados. A novidade é que o programa permite salvar os dados online, facilitando o preenchimento. Também será possível utilizar o rascunho da declaração do ano passado como base para esta. A entrega da declaração do Imposto de Renda poderá ser feita pela internet, com o programa de transmissão da Receita Federal (Receitanet), ou por meio de dispositivos móveis tablets e smartphones (m-IRPF). Número de declarações do IRPF 2015 entregues deve chegar a 27,5 milhões, segundo previsão da Receita Federal. Está obrigado a declarar quem, em 2014, recebeu rendimentos tributáveis com valor superior a R$ 26.816,55. Também deverá acertar as contas com o Leão quem somou, em 31 de dezembro do ano passado, no mínimo R$ 300 mil em bens, como imóveis e terrenos. O prazo começa em 2 de março e vai até 30 de abril. Defasagem O governo manteve o reajuste de 4,5% para a tabela do IRPF este ano, o

O CEARÁ TEM 22 DEPUTADOS E SOMENTE SEIS APOIARAM ABERTURA DA CPI DA PETROBRAS

mesmo adotado desde 2011, conforme estabelecido na Lei 14.469. No entanto, tal índice está muito abaixo do ideal, afirma Sérgio Approbato Machado Júnior, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP). “A defasagem no reajuste vem se acumulando desde 1996 e hoje chega a 64,28%. Com isso, a faixa de isenção para o recolhimento estaciona, fazendo aumentar a base de contribuição simplesmente porque o reajuste dos salários foi maior no período”. Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff vetou texto aprovado pelo Congresso que previa reajuste de 6,5% para a tabela do IR. Segundo levantamento do Sindifisco

Nacional, sindicato dos auditores fiscais, se a tabela não estivesse sendo corrigida desde 1996 sempre abaixo da inflação oficial, a faixa de isenção estaria em R$ 2.936,94. Há 19 anos, a isenção atingia quem recebia até oito salários mínimos. Em 2014, a proporção caiu para 2,47 salários. “A Receita Federal deveria corrigir a defasagem que se acumulou ao longo dos anos, além de fixar o reajuste de acordo com o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que em 2014, por exemplo, foi de 6,41%. Do contrário, os grandes prejudicados serão sempre aqueles com menor renda e menos acesso à educação e saúde privadas, itens que garantem maior dedução na declaração”, completa Machado Júnior.

Mais da metade dos estabelecimentos comerciais do Rio de Janeiro está na internet A pesquisa de Adesão às Novas Tecnologias, realizada pela Fecomércio RJ/GPP, com a opinião de 407 empresários do estado, revelou que os empresários que fazem uso deste canal o utilizam há cerca de 3,6 anos, em média. O acesso à internet é uma prática comum para mais da metade (54,5%) dos estabelecimentos comerciais do estado do Rio de Janeiro. A utilização da Internet como espaço para realização de negócios, tanto com clientes e fornecedores transformou inclusive a forma como se interage nas redes sociais. O Facebook, por exemplo, entre os que responderam que estão conectados, é usado como recurso de divulgação para 28%. A pesquisa de Adesão às Novas Tecnologias, realizada pela Fecomércio RJ/GPP, entre os dias 10 e 13 de novembro com a opinião de 407 empresários do estado do Rio de Janeiro, revelou ainda que os empresários que fazem uso deste canal o utilizam há cerca de 3,6 anos, em média. Na faixa de 3 a 5 anos de utilização, a proporção dos estabelecimentos situou-se em 33,7% e, na faixa de 1 a 2 anos atingiu 26,6% e com menos de um ano estão 17,6%.

Quando perguntados sobre as razões pelas quais utilizam a internet, o principal objetivo mencionado foi publicidade e propaganda (74,8%). Na sequência, o

relacionamento comercial entre as empresas e seus fornecedores foi citado por 33,8% daqueles que utilizam a rede. Por sua vez, a contribuição da Internet para

realização de venda foi citada por 18,9%. Importância da internet para o crescimento do negócio Para 86,4% dos estabelecimentos fluminenses que estão presentes na Internet, a utilização de um canal de relacionamento é considerado importante ou muito importante para o desenvolvimento do seu negócio, enquanto outros 12,2% indicam ser pouco importante. Somente 1,4% não souberam avaliar ou consideram nada importante para o progresso do seu estabelecimento estar conectado ao mundo virtual. Entre os 45,5% dos empresários que ainda não estão na internet, 22,2% não considera ser importante estar conectado, falta de conhecimento do assunto foi apontado por 15,7%, seguido de falta de interesse (14,6%) e não considera o custo benefício atraente (12,4%). Mesmo assim, 55,6% dos que não estão presentes consideram a possibilidade utilizar a internet no futuro

Procura do consumidor por crédito abre 2015 com queda de 1,6%, revela Boa Vista SCPC O indicador de demanda do consumidor por crédito caiu 1,6% em janeiro de 2015, na comparação com dezembro de 2014, descontados efeitos sazonais, de acordo com dados nacionais da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na avaliação interanual (jan/15 contra jan/14), a queda foi de 14,6%. No acumulado em 12 meses (fev/14 a jan/15 frente aos 12 meses antecedentes), a demanda por crédito recuou 8,4%. Mantida a base de comparação,

considerando os segmentos que compõem o indicador, a demanda por crédito do consumidor nas instituições financeiras caiu 8,5%, enquanto para o segmento não financeiro houve queda de 8,3%. O mercado de crédito vivenciou nos últimos meses diversos tipos de medidas de fomento ao crédito. Mesmo com tais ajustes, o crédito continuou desacelerando, sinalizando maior cautela do consumidor em tempos de incerteza econômica. Outros fatores, como a alta

das taxas de juros e a inflação consistentemente elevada, têm apertado os orçamentos domésticos, contribuindo para a intensificação da queda na procura do consumidor por crédito. Levando em consideração o cenário macroeconômico para 2015, a Boa Vista SCPC acredita que uma inflexão somente se concretizará com a melhoria da confiança na economia, cenário factível após a consolidação dos ajustes de política monetária e fiscal, atualmente em curso.

Uma observação que aqui fazemos, em relação à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI), sobre os desmandos da direção da Petrobras, somente seis deputados da bancada cearense se manifestaram a favor da dessa Comissão. Isso é um absurdo! Uma banca que é composta de 22 parlamentares somente seis se manifestaram. Parabéns! A esses parlamentares que foram a favor da CPI. ENTREVISTA COM DEPUTADO CABO SABINO principalmente os menos abastados, tenham condições de concorrer a um pleito político com chances iguais. Porque da maneira que está hoje, nós estamos correndo o risco de em breve curto de espaço de tempo, somente quem tem dinheiro pode concorrer a um pleito. Eu sou uma rara exceção! R.F – Qual o seu maior Porque faço parte de uma objetivo como deputado categoria que é muito forte. federal? Eu fui o 12º mais bem C.S – Estamos chegando votado, com 120 mil votos. E aqui na Câmara Federal, o meu gasto de campanha foi com o intuito de representar 122 mil reais. Saíram a um o povo cearense em especial real e 10 centavos , s e à área da segurança pública, fossemos delinear o custo que é uma área aonde nós por cada voto. Não existe temos trabalhado e onde nós esse gasto numa campanha tivemos um apoio maciço no país! É uma raridade! d o s p r o f i s s i o n a i s d e Uma excepcionalidade! s e g u r a n ç a p ú b l i c a Aonde é que fica então o principalmente dos policiais povo? e bombeiros militares. R.F – O senhor falou em R.F - Quem mais apoiou a r e l a ç ã o à S e g u r a n ç a s u a c a m p a n h a p a r a Pública, que já é uma deputado federal? bandeira do deputado C.S – Como eu já disse quem Moroni Torgan, o senhor nos deu o maior apoio foram vai trabalhar em parceria os militares do Corpo de com ele? Bombeiros e da Polícia C.S – O deputado Moroni M i l i t a r. – M a s , n ó s Torgan, é um exemplo, é um c h e g a m o s a q u i n o grande homem! Um grande Congresso Nacional, não no p a r l a m e n t a r ! J á f o i intuito de só tratarmos da Secretário de Segurança q u e s t ã o d o s d i r e i t o s Pública de nosso estado e trabalhistas da polícia, mas vice-governador, tem uma de melhorarmos à segurança experiência e uma vivência pública para o cidadão, o muito grande nessa área, e cidadão de bem, para que ele com certeza, somado a p o s s a a n d a r n a s r u a s prática e a vivência que eu livremente com segurança. tenho também com a do Va m o s t r a b a l h a r p a r a deputado Moroni, e de combater a “impunidade”, a outros parlamentares da qual entendemos que é um bancada que ao todo são 22. d o s m a i o re s f a t o re s e E q u a n d o j u n t a r m o s geradores da violência em p o l i c i a i s , b o m b e i r o s , nosso país. delegados e o pessoal das R.F – Quais outros projetos forças armadas, nós seremos que o senhor tem em vista muito mais de 22 deputados. para o Ceará? Nós já criamos a frente C.S – É trabalharmos em parlamentar da segurança prol do melhoramento do pública, inclusive, já nos pessoal da área da Saúde, e reunimos, em conjunto com i n s i s t i r f o r t e m e n t e n a todas essas experiências! questão da reforma política, Portanto, temos certeza que q u e s e f a z n e c e s s á r i a . num tempo certo, faremos Queremos também criar um grande trabalho em mecanismos, aonde às b e n e f í c i o d o p o v o p e s s o a s s i m p l e s , brasileiro.


6 Fortaleza-CE - Fevereiro de 2015

Consumo

Classe C está disposta a reduzir consumo de água e energia elétrica

Crescimento no número de ciclistas exige investimento em ciclovias Especialista defende implantação de sistema cicloviário integrado com outros meios de transporte Foto: Luiz Costa/SMCS

Em Curitiba uma lei institui a bicicleta como modal de transporte regular e determina que 5% das vias urbanas serão destinadas a construção de ciclofaixas e ciclovias

Qualidade de vida - Falta de água era somente nos conjuntos populares

Levantamento da Boa Vista SCPC em parceria com o programa Finanças Práticas mostra que o consumidor aceita a redução como forma de cortar os gastos Os consumidores da classe C estão dispostos a reduzir o consumo de água e energia elétrica em suas casas, como forma de cortar gastos. A constatação é de pesquisa da Boa Vista SPC em parceria com o programa Finanças Práticas, da Visa do Brasil, que mostrou: 84% dessas pessoas diminuiriam esse consumo em favor de uma melhor situação das contas domésticas no final do mês. O levantamento eletrônico foi realizado com mil consumidores em todo o Brasil para mapear a classe C em seus hábitos de consumo e controle das finanças. Essa disposição dos consumidores representa uma sinalização positiva em relação à necessidade de o país reduzir o consumo tendo em vista a crise hídrica. Como os preços de energia elétrica e da água já estão em alta (e deverão subir ainda mais), a classe C, que tem o maior contingente de consumidores, está propensa a colaborar com a redução, ainda que seja apenas por razões econômicas. Sufoco Na segmentação por regiões, 87% dos consumidores da classe C na região Norte se disseram propensos a reduzir consumo de água e energia elétrica para “fechar” o mês com as finanças em dia, porcentagem muito próxima dos 86% do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A proporção é menor (75%) na região Sul. A disposição para cortar o consumo de água e energia elétrica é praticamente idêntica entre homens (85%) e mulheres (82%). Supermercado Quando se trata de alimentação, o controle de gastos da classe C é mais difícil, segundo a pesquisa da Boa Vista SCPC com o programa Finanças Práticas. Perguntados sobre a frequência com que vão ao supermercado, 58% dos entrevistados disseram que fazem

Sufoco - Classe média também está se adaptando às carências

compras esporádicas nesses estabelecimentos durante a semana, enquanto 42% realizam uma compra por mês. Na divisão por gênero, o sexo masculino se mostrou mais propenso a fazer visitas eventuais ao supermercado. Segundo a

com 62% das menções. Apesar dessas despesas, a classe C garante que, de uma maneira geral, consegue controlar suas despesas. A pesquisa revelou que 66% desses consumidores dizem ter o controle de quanto gastam e, mais ainda, que em 85% dos casos esses gastos somam menos da metade dos rendimentos mensais. A f a t i a d o s consumidores que controlam seus gastos foi maior na região Norte, onde 82% da classe garantiram que tomam essa iniciativa, seguida pelo Nordeste (72%), Sudeste (66%), Sul (64%) e CentroOeste (57%). O controle dos gastos é maior entre os homens, com 68%, do que com as mulheres (62%). No entanto, a fatia das mulheres (88%) é maior entre os consumidores da classe C que gastam na semana menos da metade do total de rendimentos no final do mês. Nesse item a porcentagem de homens foi de 84%.

O controle dos gastos é maior entre os homens, com 68%, do que com as mulheres (62%). pesquisa, 61% dos homens declararam ter essa atitude, em comparação a 51% das mulheres. As constantes visitas ao supermercado estão em linha com outra constatação da pesquisa: a alimentação é o item com que a classe C mais gasta na semana,

O uso das bicicletas como meio de transporte tem atraído mais adeptos a cada dia, em especial no verão, quando as temperaturas e o horário especial favorecem a prática de exercícios e a troca do carro pelas duas rodas. O seu uso auxilia no conceito de mobilidade urbana e também como forma de inclusão social, de redução e eliminação de agentes poluentes e na melhoria da saúde da população. Porém, para inserção nos deslocamentos urbanos faz com que seja necessária uma abordagem dentro de um plano macro que preveja integração com os demais meios e modais. Além disso, muitas ciclovias são construídas fora dos padrões de segurança estabelecidos. Para o diretor e especialista em trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos, é necessário que as políticas públicas tratem adequadamente o tema, pois enquanto os gestores não considerarem transportes não motorizados como parte do sistema e com prioridade, não haverá melhora significativa. “Precisamos ter uma infraestrutura de cidade que diminua a necessidade de viagens motorizadas. Extensão limitada Ainda é comum vermos ciclovias com extensão limitada, com trechos que não se conectam, sem integração com os outros tipos de transportes e poucos (ou nenhum) estacionamentos seguros. Por isso, a importância de implantação de um sistema cicloviário integrado”, detalha. A ciclovia, segundo o Códico de Trânsito Brasileiro (CTB), implica na segregação física do ciclista em relação ao tráfego motorizado. São indicadas para avenidas e vias expressas, pois protegem o usuário da bicicleta da circulação rápida e intensa e podem ou não ter seu espaço compartilhado com pedestres. Para melhorar as ciclovias brasileiras é preciso sensibilizar o poder público e a sociedade para a importância do uso da bicicleta como mobilidade cotidiana, de acordo com a doutora em mobilidade não motorizada, consultora e professora, Maria Ermelina Malatesta. “Algumas medidas como a Lei Federal de Mobilidade Urbana já começaram este processo”, afirma. Para o presidente do Clube do Amigos da Bike, Sergio Augusto Affonso, quanto mais usadas forem as ciclovias mais elas serão

melhoradas. Ele acredita que estamos no caminho correto ao investir em ciclovias e que se o poder público der continuidade aos projetos, em um futuro próximo, mais pessoas irão utilizar a bicicleta, melhorando o trânsito, o ar e a qualidade de vida, já que uma bicicleta a mais pode ser um carro a menos. “As ciclovias com certeza ajudam os ciclistas e diminuem os riscos de acidentes, pois pedalar em locais não delimitados é muito mais perigoso”, avalia. Internacionais Na Eslováquia, surgiu um projeto para aperfeiçoar as vias utilizadas por ciclistas. A ação, nomeada “bikes without borders”, tem a inclusão da Áustria e da Hungria, além da ajuda de fundos comunitários. Entre as vantagens proporcionadas pelas ciclovias estão melhorias ambientais e de saúde pública, por meio do ecoturismo, já que a entrada de turistas para as três capitais passa a ser compartilhada com estas ciclovias internacionais, que interligam as localidades. Em São Paulo, o número de ciclistas cresceu 50% em um ano, de acordo com pesquisa Ipobe. Os dados mostram que em 2014 a cidade conquistou 86,1 mil ciclistas. Em parte, o período coincide com a ampliação das ciclovias da capital paulista. Em 2013, o levantamento sinalizou que 174,1 mil pessoas utilizavam bicicletas como meio de transporte diário, um ano depois o dado subiu para 261 mil. Já em Curitiba, recentemente foi sancionada a lei nº 14.594, chamada de Lei da Bicicleta. A nova legislação institui a bicicleta como modal de transporte regular de interesse social na capital paranaense e determina que 5% das vias urbanas sejam destinadas a construção de vias para ciclistas. Com a nova lei, a construção das ciclovias passa a seguir um padrão, que inclui, entre outros itens, mão única em cada faixa, no mesmo sentido dos carros; demarcação dos símbolos de bicicleta no pavimento no mesmo sentido da faixa; largura de pelo menos 1,5 metro para o ciclista pedalar com conforto; pavimento demarcado por contraste de cor de acordo com a orientação do Departamento Nacional de Trânsito; instalação de tachões bidirecionais na cor amarela para separar a ciclofaixa das ruas e avenidas.


Carnaval

Fortaleza-CE - Fevereiro de 2015

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Carnaval de Fortaleza é o melhor do Estado No pré carnaval, 4 finais de semana antes do período oficial da folia, essas mudanças já são vistas. São manifestações em todos os bairros, praticamente, além dos mais tradicionais: Benfica, Praia de Iracema, Centro.

B

loco do Sanatório Geral, dos Senadores, dos jornalistas, das Cachorras, dos universitários, dos entendidos, dos humoristas, dos homens, das moças, dos jovens e das crianças e adolescentes. É o carnaval fortalezense que a cada ano fica melhor e mais

contagiante. Em diversos bairros de Fortaleza essa vitalidade carnavalina fica mais autêntica e transforma a capital cearense num autêntico balneário durante o período de carnaval. No pré carnaval, 4 finais de semana antes do período oficial da folia, essas

mudanças já são vistas. São manifestação em todos os bairros, praticamente, além dos mais tradicionais: Benfica, Praia de Iracema, Centro. Grupos de diversos estilos que reúnem moradores em desfile em torno de ruas, avenidas e quarteirões mesmo do subúrbio.

Nesse último carnaval chamou à atenção a alegria da Praça do Ferreira, nos sábados de pré-carnaval, puxada pelo Bloco “Matou a Pauta”, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará, que homenageou um dos maiores incentivadores das festas carnavalescas em

Fortaleza, o jornalista Francisco Félix. Chico Félix, como é conhecido na mídia, é um grande lutador pelo retorno da folia nos clubes sociais de Fortaleza, como o Náutico, no Meireles, Secai, no Pirambú, Tiradentes, no Parque Araxá, entre outros.

“Bloco dos Senadores” anima os Foliões da Rua Senador Pompeu

“O Bloco dos Senadores” é o mais novo bloco Carnavalesco de Fortaleza, nasceu da iniciativa dos frequentadores da Churrascaria “O Recanto do Carcará” na Rua Senador Pompeu 2011. Lá os amigos se divertem de segunda a sábado tomando cerveja gelada e provando deliciosos tira-gostos. Os foliões caem na folia a partir das 17:00Hs. e vão até o amanhecer. Patrocinadores do Bloco: Roberto Lima, Nilo, Flávio Rodrigues, Augusta Fraga, Carlos Rodrigues(Litinho), Lumascar, Auto Escola Roberto e Oficinas Irmãos Xavier.


Política

Fortaleza-CE - Fevereiro de 2015

A caixa-preta da aposentadoria dos políticos Mesmo extinto há 16 anos, o Instituto de Previdência dos Congressistas já consumiu desde então R$ 2 bilhões dos cofres públicos. Revista Congresso em Foco publica a lista dos beneficiados com as respectivas aposentadorias Desde que foi extinto, em 1999, o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC) já consumiu R$ 2 bilhões dos cofres públicos apenas com a aposentadoria de ex-deputados e ex-senadores.

Só no ano passado, o gasto total ficou em R$ 116 milhões, com o benefício de 2.237 segurados, entre os quais, 549 exparlamentares e 542 dependentes. Pelo menos 242 excongressistas se aposentaram com apenas oito anos de mandato. Os dados são do novo número da Revista Congresso em Foco, que traz com exclusividade a lista dos beneficiados com as respectivas aposentadorias. Entre eles, até ex-deputados que tiveram o mandato cassado pelos colegs. Alguns políticos chegam a embolsar R$ 50 mil por mês, acumulando pensões como ex- cargo já garantem o privilégio. sados um a um. Os dados foram parlamentar e ex-governador. A despesa é paga pelo contri- cruzados com as pensões conceNeste ano, as aposentadorias buinte. O Instituto de Previdência didas por 13 estados, pelo Tributiveram um aumento de 26,34% e dos Congressistas (IPC) foi nal de Contas da União (TCU) e acompanharam o reajuste salarial extinto em 1999, mas continua a pelo Supremo Tribunal Federal de deputados e senadores. Con- sangrar os cofres públicos. Tinha (STF). forme a matéria, “Um zumbi que um enorme déficit atuarial – o A situação é agravada porque já engoliu R$ 2 bilhões”. O Insti- popular rombo – quando foi há várias situações em que as apotuto de Previdência sentadorias se acumudos Congressistas lam. O ex-senador Antô(IPC) acabou oficialnio Carlos Konder Reis, mente há 16 anos. por exemplo, recebe R$ Mas, a cada quatro 33,7 mil pelo IPC e anos, aparecem novos mais R$ 23,8 mil por ter O ex-senador Antônio Carlos Konpensionistas. E mais: sido governador biônider Reis, por exemplo, recebe R$ só este ano, a renda co por Santa Catarina, 33,7 mil pelo IPC e mais R$ 23,8 desses políticos já durante a ditadura milisubiu 26,34%. Há tar. O ex-senador Marco mil por ter sido governador biônico quem acumule apoM aciel (DEM-PE) por Santa Catarina, durante a sentadorias e ganhe acumula a aposentadoditadura militar. mais de R$ 50 mil por ria do IPC, no valor de mês, de acordo com a R$ 30,8 mil, com a penreportagem de Lúcio Vaz, Espe- liquidado. Como é costume no são especial de R$ 30,4 mil por ter cial para a Revista Congresso em Brasil, a conta foi apresentada à sido governador de Pernambuco. “viúva”, à União. Só no ano pasFoco. Por ter deixado o Senado, o Qualquer cidadão precisa traba- sado, o gasto total ficou em R$ ex-presidente da República José lhar 30 ou 35 anos para se apo- 116 milhões, com o benefício de Sarney terá à disposição duas aposentar. Os políticos brasileiros, 2.237 segurados, sendo 549 ex- sentadorias, uma pelo IPC, no porém, não são cidadãos comuns parlamentares e 542 dependen- valor máximo do instituto, e outra e asseguram pensão especial com tes. como ex-governador do MaraA Revista Congresso em nhão, no valor de R$ 24 mil. A muito menos tempo. No Congresso, 242 deputados e senado- Foco teve acesso à folha de paga- filha, Roseana Sarney, que deixou res conseguiram a aposentadoria mento dos aposentados e pensio- o governo em dezembro do ano a partir de oito anos de contribui- nistas do IPC pagos pela Câmara passado, também receberá pensão ção. Para governadores da maio- dos Deputados. No Senado, os como ex-governadora do Mararia dos estados, basta um manda- valores pagos estão registrados nhão. Já usufrui da aposentadoria to de quatro anos. Em muitos no Portal de Transparência, mas de R$ 23 mil como analista legislacasos, apenas alguns meses no os pagamentos precisam ser aces- tivo do Senado.

Mais de um terço dos brasileiros casados não sabe quanto o parceiro ganha De modo semelhante, apenas 31% das famílias conversam com frequência sobre os gastos da casa. 25% dos casais também não compartilham seus gastos pessoais De acordo com a economistaUma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito chefe do SPC Brasil, Marcela (SPC Brasil) e pelo portal de Kawauti, os dados da pesquisa Educação Financeira Meu Bolso revelam que as mulheres se mosFeliz revela que mais de um terço tram ainda mais reservadas. "De dos casais brasileiros (35%) não acordo com a pesquisa, 39% sabe ao certo o valor do salário do delas não revelam suas contas companheiro. O estudo também pessoais aos parceiros", diz a mostra que o hábito de discutir o economista. "A pesquisa mostrou também orçamento familiar com o cônjuque em geral as mulheres costuge e com outros membros da mam omitir gastos com roupas família é pouco frequente: apenas 31% das famílias brasileiras [60%], calçados [42%] e acessóconversam abertamente sobre os rios [40%]. Já os homens têm o hábito de não revelar os valores gastos e as receitas da casa. Ainda de acordo com a pes- dos gastos com saídas para bares, quisa, o conhecimento sobre os cinemas, teatro e restaurantes ganhos do parceiro é uma condi- [40%], além dos gastos carros, ção compartilhada pelas duas motos [41%] e cigarros e bebidas partes envolvidas na relação: em [19%]", exemplifica Kawauti. 86% dos casos em que o cônjuge sabe quanto ganha o entrevista- Poupança Os dados também confirmam do, este último também está ciente dos rendimentos do parceiro. que muitos brasileiros não têm o Mas ao mesmo tempo, quando o costume de guardar dinheiro para cônjuge desconhece quanto o futuro: quatro em cada dez ganha o entrevistado, apenas entrevistados (38%) afirmam que 23% destes garantem conhecer o sua família não possui poupança. De acordo com o salário do estudo, quando companheiro. sobra algum valor Paga todas as i nicialmente contas r e servado aos O estudo gastos familiares, também deteca atitude mais tou comportaForam ouvidos comum é direciomentos sobre a 662 consumidores nar o dinheiro para dinâmica as despesas do financeira da acima de 18 anos mês seguinte família brasie de todas as clas- (29%). leira. De acorses sociais nas 27 Para Kawauti, do com a pesa pesquisa comquisa, o mais capitais. prova que uma comum dentro boa conversa das casas é que apenas um único morador seja sobre o orçamento doméstico responsável por pagar as contas - pode melhorar o uso da renda com mais de um terço (33%) das pelos familiares e, como conserespostas. E outros 26% garan- quência, resultar até em sobra de tem que os gastos são divididos dinheiro no fim do mês. igualmente entre aqueles que Cuidar das finanças possuem renda. O educador financeiro do Quando chega o momento de decidir sobre os gastos da casa, SPC Brasil, José Vignoli, explica 44% dos entrevistados garantem que a disciplina em família para que tomam as decisões em con- cuidar do dinheiro da casa é parte junto com os outros familiares. fundamental para uma vida Este comportamento é ainda financeira saudável e organizada. mais comum entre os casados Para o educador financeiro, indi(58%). A pesquisa também indi- vidualmente, o consumidor sabe ca que, nas famílias em que os pouco sobre como conduzir seu membros tomam as decisões em orçamento pessoal ou simplesconjunto, 58% deles garantem mente não se importa. "E a situaconversar sobre os gastos da ção só piora quando um assunto casa. Já nas famílias em que ape- que deve ser compartilhado com nas um integrante decide, a con- os familiares fica escondido. Por versa está presente em apenas isso, o ideal é conversar sobre dinheiro tanto nos momentos 21% dos casos. bons quanto nos ruins. Desta forma, na hora da dificuldade, o Gastos pessoais Apesar de compartilharem assunto poderá ser tratado de informações sobre as contas da forma mais natural", orienta o casa na maioria das vezes (93%), educador. os consumidores confessam que Metodologia Foram ouvidos 662 consumia transparência não é tão expressiva assim quando se trata das dores acima de 18 anos e de todas despesas pessoais: um em cada as classes sociais nas 27 capitais. quatro entrevistados (25%) não A margem de erro é de 3,7 pontos compartilha seus gastos pessoais percentuais com margem de confiança de 95%. com outros membros da família.


Fortaleza-CE - Fevereiro de 2015

Cultura/Artes plásticas

Sandra Amorim: a arte na educação especial Sandra Amorim – Nasceu em Fortaleza, Ceará, é desenhista, pintora, gravadora, escultora e professora de artes, formada em Artes Plásticas pela UGF (Universidade Gama Filho). Desde a infância, o desenho e a pintura lhe causavam verdadeiro fascínio. Foi aprendiz de grandes mestres da arte, como Anchises, Jane Sandes, Stélio, Vlamir de Sousa, dentre outros. Há uns anos atrás, foi voluntária em um projeto de artes no Hospital São Gerardo na criação da Unidade Dia com o Dr. Vandick Pontes e sua esposa Sra. Gláucia Pontes. Neste projeto, encantou-se pelo trabalho com pessoas especiais e realizou uma exposição de pinturas suas e de seus alunos no Marina Park patrocinada pelo Laboratório Roesch. Desde então, não parou mais de dedicar-se a lecionar artes às pessoas especiais por ser um trabalho muito gratificante. Há mais de 10 anos, trabalha na APAE, sendo que começou na sede do Eusébio e depois veio a lecionar artes na sede da capital. “Ensinar é uma arte e, quando nos dedicamos à educação especial, aprendemos muito mais que ensinamos”, afirma Sandra. Atualmente, também trabalha ministrando aulas na sua galeria de arte, onde formou uma turma para um curso de pintura em tela para pessoas especiais. Além disso, está se capacitando em um curso de Altas Habilidades / Superdotação e Talentos (CREAECE), no Instituto de Educação do Ceará, no qual adora estudar. Para Sandra, trabalhar na APAE foi um grande desafio. “Nunca imaginei que fosse tão prazeroso”, ela afirma e ainda faz um desabafo. “As políticas públicas devem se empenhar mais para auxiliar essas instituições que fazem um trabalho tão eficiente com esse público. É lamentável o que vem acontecendo com as APAE's, que estão passando atualmente por sérias dificuldades financeiras, correndo o risco de fecharem as portas. Isso não pode

Altaney: O assassino de beija-flor

acontecer! Jamais!” A inclusão das pessoas com necessidades especiais na sociedade já está acontecendo, mas de maneira muito lenta. Há muitas ações e mudanças que ainda precisam ser feitas para que isso ocorra de maneira satisfatória. Um exemplo disso é o fato de as escolas de ensino regular não estarem totalmente preparadas para atender este público. “As pessoas precisam e devem se sensibilizar quanto a essa questão”, comenta Sandra sobre as necessidades das pessoas especiais e ainda faz um pedido ao público em geral. “Faça uma visita na APAE – Fortaleza para conhecer o trabalho feito nesta instituição por diversos profissionais com os educandos e o

grande desempenho da presidenta desta sede da APAE, sra. Maria Estela, e da sua diretora, sra. Ângela Stela”. Sandra também está atualmente expondo algumas de suas obras no Restaurante Tchê Salad Grill SelfService, na Av. Santos Dumont, nº 2087.

Sandrart Ateliê Galeria Rua Dona Leopoldina, nº 121, Aldeota Contato: (85)9988-6940 Curso ministrado aos sábados, das 9h às 11h da manhã Ajude a APAE – Fortaleza Para mais informações, ligue 40121403.

Silvio Carlos, histórias do papa O Departamento de Jornalistas Aposentados do Sindjorce realiza, no dia 13 de março, a partir das 19 horas, o lançamento do livro Silvio Carlos, histórias do “papa”. Escrito pelo jornalista Renato Abreu, a obra trata da vida pessoal e profissional do jornalista e colunista esportivo Silvio Carlos, destacando sua contribuição para o futebol cearense e outros esportes. O evento acontece no Espaço Cultural SindBar (Rua Joaquim Sá, 545, Dionísio Torres). "O lançamento do livro sobre Sílvio Carlos marca a retomada das atividades do Departamento de Jornalistas Aposnetados em 2015. A noite de autógrafos promete reunir desportistas, jornalistas e admiradores de boas histórias", comenta Chico Alves Maia, coordenador do grupo de jornalistas veteranos do Sindjorce. Aobra Segundo o autor do livro, a obra se propõe a ser uma reconstituição honesta da trajetória de Sílvio. “O livro não é uma biografia completa e acabada do Sílvio. Não tem esta pretensão. Mas faz um recorte muito interessante do Sílvio Carlos, de sua vida desde que saiu de Senador Pompeu e de suas grandes paixões: o esporte amador e o jornalismo”, afirma Renato Abreu. Abreu diz que contar a história de Sílvio Carlos foi um grande desafio: “não é fácil escrever sobre alguém tão público, tão exposto durante tanto tempo, de quem já se sabe muito e de quem ainda se deseja saber bastante”. De acordo com ele, Sílvio é um personagem único cujo livro a ser lançado hoje daria pelo menos “umas duas continuações”. Trajetória No livro, os leitores vão acompanhar a

trajetória do jornalista Sílvio Carlos desde que saiu de Senador Pompeu, cidade do Sertão Central do Ceará onde nasceu, até sua atuação destacada como colunista de amadorismo e suas incursões no mundo das promoções e do futebol profissional. Sílvio Carlos Vieira Lima começou no futebol de salão, na década de 1960, quando ganhou o apelido de “papa do marketing”. Ainda estudante do Colégio São João, em Fortaleza, ele ganhou a oportunidade para trabalhar como revisor na Gazeta de Notícias. Ali, o jovem Sílvio Carlos teve contato com outra grande paixão de sua vida: o jornalismo. Da Gazeta de Notícias para O Povo e, depois, para o Diário do Nordeste, onde Sílvio Carlos escreve há 27 anos sua coluna diária sobre o esporte amador. “Sempre fui um homem de fazer amigos e uni o esporte, o jornalismo com a facilidade que sempre tive de fazer grandes amizades”, detalha Sílvio Carlos.

Amigos e histórias O livro registra um sem número de amigos que Sílvio Carlos amealhou ao longo de seus 50 anos como jornalista e como dirigente de futebol. No jornalismo, ele próprio destaca Pontes Tavares e José Raymundo Costa, que teve a ideia de dar a ele a coluna diária sobre amadorismo. “O Costa foi meu grande mentor no jornalismo”, reconhece. A publicação traz, ainda, histórias pitorescas que marcaram e ainda marcam a vida do "papa do marketing". Suas incursões no futebol e sua paixão pelo Fortaleza Esporte Clube, do qual foi presidente, também estão presentes na obra. O livro é um retrato sem retoques de Sílvio Carlos, que um dia recebeu do comentarista Paulino Rocha, o campeão de audiência, o sublime apelido de “o papa do amadorismo”, marca registrada de toda sua vida.

Os beija-flores têm a convivência pacífica na natureza, entres os animais e os seres humanos, porque não puseram terror para a não existência de 300 milhões de pessoas inocentes. Como naquela época da molecada da infância, na nossa Rua Monsenhor João Luiz. Havia ali um menino metido a valente, que o destino maldito parecia que sempre seguia os seus passos, para evitar que fosse um exímio caçador. Ele nunca acertava um tiro com a sua baladeira. Porque não tinha boa pontaria. Por mais que treinasse com o mais perfeito e potente estilingue, feito com malha de couro, tirada da alpercata do monstro Zebiu, e das tiras de câmara de ar de bicicleta ou de borracha, para medir pressão, que comprava na farmácia do Raí Torres. Com munição de seixos, que eram bolotas de barro endurecidas no calor do fogo das grelhas de tijolo, e dos pedregulhos arredondados que catava no leito do riacho Araibu. Nunca botou no bornal um pássaro abatido por sua baladeira. Não tinha pontaria para nada. Nem mesmo para matar um anum-alma-de-gato, um papa-lagarta, ou um besourocavalo-do-cão. Só não atirava em anum branco, porque dava azar. Nas caçadas de passarinho, nunca abateu um pássaro, nem mesmo um vemvem. Por mais que treinasse a pontaria atirando nos urubus pousados nas cumeeiras das casas, na cabeça da Chica Doida e nas pernas das freiras do Patronato. Nem quando às escondidas, atirava na bicicleta verde da horripilante figura de batina preta do padre Valério, que disparava para cima, o revólver, para fazer medo à meninada. O sonho daquele menino era um dia matar com a sua baladeira, uma rolinha fogo-pagou ou um galo-campina. Como dizia: “um dia vou ter o prazer de acertar um tiro numa fogo-pagou só para ver o peneiro subir e ela cair aos meus pés.” A inveja que tinha era olhar para o cabo do estilingue dos outros meninos. Um bom atirador fazia um pequeno corte transversal no cabo da baladeira, para contagem de cada passarinho abatido. Isso era o sinal de boa pontaria. E se algum dia aparecesse com o cabo da atiradeira com alguma marquinha daquelas, todos sabiam que era mentira. Ele tinha uma péssima pontaria. Aquele menino era o negro Altaney, filho do Sargento Araújo, que morava na Rua Monsenhor João Luiz. Um dia, caçando pedregulhos à margem do riacho Araibu, surgiu o macumbeiro Roseno, e lhe disse: “para se ter uma boa pontaria é preciso matar um beija-flor e comer o coração cru, quando ainda tiver batendo.” O negro Altaney correu para o jardim da casa do Zé Delfino, juntamente com Mamá, Quartinha e o Bão. E chegando ao nicho ecológico, ficou maravilhado. O jardim florido estava repleto de pássaros, borboletas e beija-flores. Altaney mirou na ave, que quase encostou a atiradeira no beija-flor, que voava parado no ar. Quando com o enorme bico curvo, retirava o néctar da flor. E disparou no pobre pássaro. O tiro foi tão forte que o colibri sumiu entre as roseiras. Mas de imediato encontrou o chupa-mel, e rapidamente pegou o canivete, abriu o peito da ave, tirou o coração do beija-flor e engoliu-o de uma só vez. Depois, cheio de orgulho, estufou o peito com tanta alegria, que ao pousar uma rolinha fogo-pagou no galho de uma roseira, não deu tempo nem de abrir o bico para cantar. Altaney atirou e o peneiro subiu para a rolinha cair aos seus pés. Que com o mesmo canivete que abriu os peitos do beija-flor, fez a sua primeira marca: um corte transversal no cabo da baladeira. E ao olhar para os meninos, gritou: “eu sou o maioral.” Mas ao contar o que fez com o beija-flor, ao se confessar com o padre Pedro, o sacerdote esbravejou que o negro Altaney estava na lista dos seres mais desprezíveis e cruéis da face da terra. E que ele não era um ser humano, era um bicho, um criminoso terrível. Um assassino desalmado. E que no céu, ele nunca entraria. Altaney chorou muito. Era apenas um garoto, uma criança sem maldade. Será que só o padre Pedro teria direito ao reino do céu? Se ele sabia que todos nós somos assassinos! E que não existe um ser humano no planeta que não tenha cometido um crime terrível. E quem sabe do cometimento desse crime, é mais culpado ainda, pela plena consciência dos seus atos. Que se declarado insano, por algum júri, seria internado num hospital psiquiátrico. Curado das doenças mentais, declarado como são, poderia ser solto, ser preso, pegar prisão perpétua ou até pena de morte na cadeira elétrica. Sem imaginar que a verdade é a maior lei. Não existe crime perfeito. E muitos bestas pensam que são os santos do mundo. E sem nenhuma exceção, você que está lendo essa matéria, padre Pedro, o papa, esse memorialista e todos nós que fazemos parte desse planeta, provocamos, sem qualquer piedade, o pior terror da violência mais abominável da tragédia humana de todos os tempos. Todos nós somos cruéis e intoleráveis assassinos. Não adianta negar essa barbárie. A própria existência revela a prova do delito. Esse ato abominável, todo ser humano cometeu aqui na terra. Sem exclusão, nós destruímos vidas humanas sem derramar uma lágrima pelos irmãos que assassinamos. É estarrecedor dizer que todos nós, em potencial flagelo humano, só estamos vivos porque matamos nossos irmãozinhos para nascermos. É assombroso! E nessa terrível discórdia, eliminamos de 200 a 300 milhões de espermatozóides. Não é abominável? Nem o primeiro espermatozóide a chegar ao óvulo, e começar a furar as membranas desse óvulo, entra. Se algum retardatário mais resistente chegar depois do primeiro, entra, porque encontrou a metade do caminho feito. Somos bárbaros! Todos nós somos assassinos de beija-flor. Airton Maranhão Originário de Russas – CE. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza – Unifor, advogado militante da Comarca de Fortaleza, e romancista. Livros publicados: Deusurubu, Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças. Romances: A Dança da Caipora, Os Mortos Não Querem Volta e O Hóspede das Eras. Membro da ARCA – Academia Russana de Cultura eArte.


10 Fortaleza-CE - fevereiro de 2015

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Judiciário

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Desentendimento jurídico também no Ceará Uma questão de quase meio bilhão de reais. Em 2013, ela concedeu uma liminar a um empresário de Pentecoste, dando ganho ao dito empresário de uma causa envolvendo R$ 280 milhões de reais. Juiz multado que processa guarda do trânsito (Juiz não é Deus!) do Rio de Janeiro, e ganha cinco mil reais. Juiz do caso “Eike Batista” que determina o confisco dos bens do empresário e usufrui desses mesmos bens, nomeando ele mesmo fiel depositário de carrões e outros valores. Juiza que manda perigoso homicida para o semiaberto e nunca mais ninguém vê a cara dele. Bandido já tinha sido presos várias vezes no Ceará, fez rebeliões em presídios cearenses e foi mandado para prisão especial no Paraná,e foi solto. Juiz de Rondônia manda realizar intimação judicial via “WhatsApp”. Juízes que reclama de salário e do excesso de trabalho. Juiz da Operação Lava Jato que divide opinião de colegas sobre o andamento da operação. Juiz que perde o vôo e manda prender funcionários da companhia aérea. Advogado que confessa nas redes sociais que “advogar para o crime compensa” e ostenta dinheiro na web.

A decisão foi questionada sindicalistas acusam a juíza de uma ordem judicial”. pelo Município em recurso e desrespeito à Constituição BraCaso Pentecoste mais uma vez confirmada pelo sileira, além de desrespeito à Mais polêmico ainda. Mas não é esse fato judicial, o Por conta de abusos, a ima- Tribunal de Justiça Ceará. A decisão Superior. Segundo o Delegado, em mais polêmico do município de gem do Poder Judiciário, a exem- juíza está sendo acusada de não entrevista a emissora de rádio Pentecoste. A mesma magistrada plo do Legislativo e Executivo, respeitar a decisão do Tribunal local, o procedimento da Juíza tem outro despacho ainda mais no Brasil, vem sendo motivo de de Justiça. Em assembléia geral, polêmico, e também piadas nas redes sociais. Alguns os servidores festejaanulado pelo Tribumagistrados estão banalizando ram a decisão de nal. Um processo que despachos e cometendo excesso Grau Superior da envolve um empresáde autoridade que mancham a Justiça, e a Juíza, rio de Pentecoste e famosa democracia brasileira. A conforme o DelegaPor conta de abusos, a outros empresários juíza de Pentecoste, a 110 quilô- do do município, Dr. de vários Estados do metros de Fortaleza, está pro- Marco Aurélio, senimagem do Poder Judiciário, Brasil. Uma questão cessando, pessoalmente, funci- tiu-se difamada por a exemplo do Legislativo e de quase meio bilhão onários públicos dirigentes sin- alguns dos sindicade reais. Em 2013, ela dicais do município e o advoga- listas, durante as Executivo, no Brasil, vem concedeu a liminar ao do da categoria, Valdecy Alves. falações da assemsendo motivo de piadas nas empresário de PenteO fato vem desde o ano pas- bléia. Ela entrou com coste, dando ganho sado, quando o Sindicato dos uma representação redes sociais. ao dito empresário de Servidores Municipais de Pen- criminal contra o uma causa envolventecoste decidiu entrar na Justiça advogado da entidapara os trabalhadores receberem de e outros sindicalistas. Crime está dentro da lei. “Decisão judi- do R$ 280 milhões de reais. Uma cial deve ser acatada... Foi (dela) questão contra a Eletrobrás. o salário mínino nacional. São de calúnia e difamação. uma atitude de cidadã e magisDepois estendeu a liminar a centenas de servidores que não A OAB – Ordem dos Advotrada... Como está na representa- 58 outras empresas de vários ganhavam o SM. Os servidores gados do Brasil. – Ceará – já vem ganharam o direito ao valor acompanhando o fato e notificou ção, a juíza está defendendo o estados do Brasil, reconhecendo mínimo para jornada diária de a autoridade judicial, conforme a interesse do Estado. Isso é para direitos deles no valor de R$ 140 04 horas diárias, em alguns lei de defesa da profissão. Os desaconselhar outras pessoas a milhões de reais. Total de R$ 420 tomar decisões futuras contra milhões. Sem dúvida uma das casos.

maiores ações numa comarca pobre de interior cearense. O Tribunal de Justiça anulou a decisão da juíza, pois, conforme a Corte de grau superior, a juíza Cynthia Nóbrega Pereira, não tem competência para tanto, cabendo à instância da Justiça Federal. Concedida a Medida Liminar Vistos etc. Trata-se de pedido de suspensão dos efeitos de duas decisões prolatadas nos autos da ação declaratória constitutiva nº 4624-55.2013.8.06.0144 pela Dra. Cynthia Nóbrega Pereira Franklin Thomáz, Juíza de Direito da Comarca de Pentecoste. O primeiro decisum impugnado declarou a validade e eficácia das cártulas emitidas pela Eletrobrás. Abaixo cópia da notícia no site do Tribunal e do despacho do Tribunal de Justiça anulando a decisão que envolveu R$ 420 Milhões de Reais:


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Pesquisa

PESQUISA

Grandes projetos no Ceará sempre foram difíceis O Banco do Nordeste do Brasil, atual BN - Banco do Nordeste, não teria sido criado se não fosse a ampla mobilização política e empresarial junto ao Governo Federal. As pressões partiram principalmente da bancada cearense, tendo o apoio das entidades de classe e dos políticos nordestinos. Todo esse esforço teve o reconhecimento da opinião pública nacional, graças à atuação dos grandes jornais da região, principalmente o CORREIO DO CEARÁ. Foi o CORREIO DO CEARÁ, com reportagens diárias do jornalista Themístocles de Castro e Silva, direto do Rio de Janeiro que divulgou as primeiras ações concretas para a criação do banco, através da lei 1649 de 19/07/52. No dia 11 de junho de 1952, a reportagem, com a manchete da contra capa: “Criação Imediata do Banco do Nordeste”, levou ao conhecimento do grande público a reivindicação da região. Tratava-se duma reunião das Associações Comerciais do Norte e Nordeste e o jornal acompanhou de perto todos os detalhes desta reunião, publicando seus principais pleitos.

A Refinaria Premiu II, da Petrobrás, no município de São Gonçalo, Ceará, não é o primeiro e nem será o último projeto estruturante no Estado, a enfrentar grandes dificuldades para a sua realização. Com o Ceará foi sempre assim: Açude Orós, Açude Castelão, Sede do DNOCS, criação e sede do Banco do Nordeste, Porto do Mucuripe, enfim, todas essas conquistas exigiram emprenho intenso principalmente da classe política e também da sociedade em geral. Conheça um pouco da história de criação do Banco do Nordeste – BNB.

RECOMENDAÇÕES Nesse encontro, os dirigentes comerciais definiram “quatorze recomendações de alta importância” para o Nordeste. Segundo a reportagem, foram Investimento no Nordeste - O DNOCS enfrentou muitas dificuldades para se consolidar na região. Ainda hoje luta para se manter entregues, pessoalmente ao passo, todas as ações, a nível de Themístocles de Castro e Silva, Oliveira informou que “acaba de presidente Getúlio Vargas, uma Legislativo e Executivo, em prol trouxe em sua manchete: “A receber o projeto que cria o lista contendo as reivindicações do d a i n s t i t u i ç ã o f i n a n c e i r a , vitória das reivindicações do Ce- Banco do Nordeste, que deve ser N o r t e e N o r d e s t e ” . N e s t e d i v u l g a n d o a s d e c i s õ e s , ará. Certa a aprovação da sede do submetido ao plenário nos pridocumento, logo no segundo item, analisando os fatos e defendendo Banco do Nordeste em Fortaleza”. meiros dias da próxima semana. destaca-se a “criação imediata do os interesses regionais. Devido às O repórter informa que “a Agora no Senado, pode-se dizer B a n c o d o N o r d e s t e , d e pressões de grupos opostos à reportagem avistou-se ontem, com que o importante projeto é conformidade com o projeto que o criação do banco, o governo o senador Olavo Oliveira, que matéria pacífica, ao contrário do Poder Executivo encaminhou ao federal chegou a ameaçar cortar as nessa oportunidade, prestou-nos que ocorreu na Câmara”. A Congresso”. Havia na época, uma verbas da região, alegando mau i n t e r e s s a n t e s d e c l a r a ç õ e s notícia informa ainda sobre a enorme demanda dos empresários uso de recursos para combate à abordando três temas: Banco do conclusão do relator da matéria e e produtores rurais por créditos da seca, exigindo maior esforço da Nordeste, política e a sua anun- acrescenta em subtítulo que “é praxe do Plenário do Senado ciada viagem a Londres”. União, a fim bancada local. a provar o parecer das Conforme a matéria, Olavo desenvolverem o O jornal do dia plantio de 18 de junho de a l g o d ã o , 1952, destacou principalmente, e que através de as industriais de uma “emenda do beneficiamento, Deputado Paulo instaladas no Sarasate, foi salvo inferior. da degola cerca de Aprovado, A criação do 1 80 milhões ontem, B a n c o d o devidos ao comissão de Nordeste, Nordeste”. finanças, o reivindicada Acrescentou havia de mais 50 ainda que “estava projeto sobre anos, era em grave perigo, o Banco do aproposta básica inclusive, a Nordeste para dar início à criação do Banco industrialização do Nordeste”. Os com restridos estados jornais de São ção apenas nordestinos. A Paulo e Rio de do Senador bancada federal J a n e i r o Apolônio da região, publicavam notadamente os sistematicamente Sales”. deputados e reportagens sobre senadores “desvios de verba cearenses, das secas”, com o tiveram papel de destaque para a intuito de convencer à opinião fundação do banco. Não foram pública a ser contra a criação do poucas as forças contrárias à banco. criação da instituição, pois, já nessa época, o eixo sul/sudeste SEDE DO BANCO barrava as verbas federais para o A sede do banco, em Fortaleza, Nordeste, destinando a totalidade também foi outra conquista dos dos recursos para as suas áreas. políticos e corporações cearenses. A imprensa nordestina teve um Bahia, Pernambuco e outros papel fundamental, principalmente estados nordestinos pleiteavam o CORREIO DO CEARÁ, que esse direito. No dia 14 de maio de passou a acompanhar, passo a 1 9 5 2 , o u t r a m a t é r i a d e

comissões”. E conclui, citando declarações do senador Olavo Oliveira: “A prova disso está no seguinte telegrama que acabo de receber do meu prezado amigo, senador Plínio Pompeu: “Aprovado, ontem, comissão de finanças, o projeto sobre o Banco do Nordeste com restrição apenas do Senador Apolônio Sales”. “Salvos de Degola O jornal CORREIO DO CEARÁ, na sua edição do dia 18 de julho de 1952, publicou a manchete, em artigo do correspondente Themístocles de Castro e Silva, informando que “estava em grave perigo a criação do Banco do Nordeste”. Diz ainda que “os deputados do Nordeste estavam preocupados”, com a informação de fonte do Ministério da Fazenda de que os recursos destinados ao fundo de combate à seca “estavam esgotados”. SOLUÇÃO A reportagem acrescenta que a “solução encontrada pelo deputado cearense Paulo Sarasate, através de uma emenda que acaba de apresentar na Comissão de Finanças da Câmara, ao projeto de iniciativa governamental que dá providências sobre a aplicação do saldo da execução orçamentária e destina um bilhão de cruzeiros do aludido saldo para o pagamento de processo de exercícios findos, e um bilhão para o pagamento de créditos especiais abertos”. E finaliza: “O representante cearense valeu-se desse projeto do Governo para salvar mais de 180 milhões das obras contra as secas, por meio, como aludimos, de emenda das mais oportunas, subscritas pelos Srs. Parsifal Barroso, do Ceará, e Abelardo Andréia, da Bahia, e que mereceu parecer favorável do relator da preposição, deputado Carlos Luz”.


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