Diรกrios da Caravana
Nordeste AGร NCIA PT
HISTÓRIAS PARA MAIS DE METRO A etapa Nordeste da Caravana Lula Pelo Brasil passou por nada menos que 60 cidades em 20 dias, cruzando os 9 estados da região, emocionando e mobilizando as populações locais, levando a mensagem de esperança em um futuro melhor. Foram 4.900 quilômetros de demonstrações de carinho pelo homem que mudou esse País, desde a saída, em Salvador (BA), dia 17 de agosto, até a chegada, em São Luís (MA), em 5 de outubro. Fazendo jus a essa empreitada épica, a Agência PT dividiu-se em três equipes: a primeira ficou na base, ajudando a espalhar, de manhãzinha até tarde da noite, toda a emoção que chegava via satélite; a segunda, acompanhou os ônibus do comboio principal, fazendo toda a cobertura mais quente, registrando de pertinho a emoção em torno do ex-presidente Lula. E a terceira equipe estava sempre alguns dias à frente desse turbilhão, encontrou dezenas de personagens, que resultaram em inúmeras histórias, captadas sempre no caminho pelo qual Lula passaria, mas sempre antes dele chegar, ajudando a construir a bela narrativa do Brasil que construímos em mais de uma década de governos petistas e que agora tentam destruir. O resultado deste esforço foi uma enormidade: mais de 100 vídeos, 130 reportagens, 1.435 posts de liveblog, centenas e mais centenas de posts de Facebook, Twitter e Instagram. A seguir, um breve compilado desta usina de conteúdo do tamanho que a caravana merecia, ao qual chamamos de Diários da Caravana Nordeste.
Lino Bocchini Diretor Agência PT
Conheça o legado do PT que transformou o Nordeste Região historicamente esquecida por outros governos receberá caravana Lula Pelo Brasil, a partir de 17 de agosto. Nordeste foi prioridade para Lula e Dilma
As ações dos governos petistas para a região também geraram empregos. Em 2002, apenas cinco milhões de nordestinos tinham emprego formal. Já em 2013, esse número passou para quase nove milhões.
Inclusão social
Ricardo Stuckert
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ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia, no dia 17 de agosto, pelo Nordeste, as caravanas por todas as regiões do País. O intuito das caravanas, que fazem parte do projeto Lula Pelo Brasil, é conhecer a fundo a realidade brasileira, principalmente após as grandes transformações pelas quais o País passou nos governos do PT, que agora estão sendo desmontadas pelo governo golpista nos últimos dois anos. E se é para falar dos legados do Partido dos Trabalhadores em todo País, nada melhor do que começar pelo Nordeste, região historicamente negligenciada por governos anteriores e que vivenciou tantos benefícios nas eras Lula e Dilma. Por isso, o ex-presidente Lula passará 18 dias na região. Ele irá de Salvador (BA) até São Luis do Maranhão e encontrará milhares de pessoas pelo caminho. O legado do PT na região, é importante frisar, vai muito além do Bolsa Família. A combinação de políticas sociais inclusivas e grandes obras de infraestrutura implementadas na região criou condições para um novo salto no desenvolvimento do Nordeste.
Esse desenvolvimento se deu na economia, na educação, na saúde, na atração de investimentos, na inclusão social e na consequente mudança da pirâmide de renda.
Crescimento e desenvolvimento econômico e social
Entre 2003 e 2013, o Nordeste teve índice de crescimento de 4,1% ao ano, enquanto o País ficou na marca de 3,3%, de acordo com o Banco Central. Só no ano de 2012, por exemplo, a economia local cresceu o triplo da brasileira. Em 2014, a região passou a ser a segunda maior em consumo, atrás apenas do Sudeste, e corresponde a 13,8% da economia nacional. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), entre 2001 e 2012, o nordestino teve o maior ganho de renda entre todas as regiões, o que fez com a participação da base da pirâmide social caísse 66% para 45%. Tudo isso fez com que a classe média deixasse de representar apenas 28% da população nordestina em 2002, para ser 45% em 2012.
Mas é na área social que o crescimento do Nordeste mais se comprova. Em 2002, quando o presidente Lula foi eleito, mais de 21,4 milhões de nordestinos viviam em situação de pobreza. Em 2012, esse número caiu para 9,6 milhões, segundo estudo da Fundação Perseu Abramo, com base em dados do IBGE. Outro dado que corrobora com isso é a pesquisa divulgada no Fórum Brasil Regional, em junho deste 2015, que mostra que o Nordeste responde por 61% na redução da pobreza no País entre 2003 e 2013. Região historicamente esquecida pelo poder público, o Nordeste chegou a ter 66% da população vivendo abaixo da linha de pobreza, antes dos governos do PT. Por isso, não se pode negar a importância do programa Bolsa Família para a região, que chegou a ter mais de 35 milhões de pessoas e 7 milhões de famílias beneficiadas pelo maior programa de transferência de renda do mundo. E ao contrário do que muitos insistem em afirmar, o Bolsa Família não é mero assistencialismo. Nos tempos de Lula e Dilma, antes dos cortes do governo golpista no programa, o Bolsa Família provocava um efeito multiplicador de R$ 2,40 sobre o consumo final das famílias, beneficiando setores como comércio e serviços, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Além disso, o levantamento mostrava que cada R$1,00 investido no programa gera um retorno de R$ 1,78 para a economia. Nos governos petistas, as taxas de mortalidade infantil caíram e as de alfabetização, aumentaram. Ao refletir a melhora do índice registrado em todo o Brasil, o Nordeste teve a maior redução no número de crianças mortas na primeira infância, de 58,6%, em 10 anos, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Educação
A educação também não ficou de fora dessa revolução no Nordeste. Em 2000, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Nordeste tinha 413.709 universitários. Em 2012, esse número saltou para 1.434.825.
O número de cursos de doutorado e mestrado também cresceu 33% entre 2010 e 2012 no Nordeste. Com isso, a região ultrapassou o Sul e passou a segunda com maior número de estudantes do ensino superior – 20% do total –, atrás apenas do Sudeste. Sete das 18 universidades criadas nas gestões petistas estão no Nordeste. E cada uma mantém unidades em mais de um município, beneficiando 28 cidades.
Combate à Seca
Apenas quando o Partido dos Trabalhadores chegou à Presidência da República que ações concretas para afastar o fantasma da seca no Nordeste foram realmente levado a cabo. Com a Transposição do Rio São Francisco, Lula e Dilma levaram água ao semiárido nordestino, impactando diretamente a vida de 12 milhões pessoas. Obra planejada, mas nunca executada, desde a época do Brasil Império, prometida até pelos governos dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, foi somente no governo Lula que a gigantesca obra, pensada para reduzir os problemas gerados pela seca no sertão, saiu do papel. A transposição foi iniciada e levada até 86,3% de conclusão pelas gestões petistas no governo federal. Uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos governos petistas e maior empreendimento hídrico brasileiro, a integração do São Francisco vai garantir abastecimento em 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Vale lembrar que, para combater a seca no Nordeste, os governos do PT não fizeram apenas a transposição. Instalaram 1,2 milhão de cisternas para consumo humano, pelo o Programa Água para Todos, garantindo água a 22 milhões de sertanejos. E para acabar com a exclusão elétrica no Brasil e levar acesso à eletricidade de forma gratuita, o governo Lula criou o programa Luz para Todos. Apenas no Nordeste, o programa já tinha atendido, até 2015, mais de 1,5 milhão de famílias, beneficiando cerca de 7,5 milhões de pessoas.
Educação é um dos maiores legados de Lula na Bahia Famílias que nunca puderam cursar uma graduação ou fazer um curso técnico viram seus filhos entrando, pela primeira vez, em uma universidade; Estado é a primeira parada do projeto Lula Pelo Brasil, que começa nesta quinta-feira
Ricardo Stuckert
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governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a cara da educação na Bahia. Com a criação de universidades e institutos federais inclusivos, famílias puderam vez pela primeira ver um filho cursar uma graduação. O estado é o primeiro destino do projeto #LulaPeloBrasil no dia 17 e vai passar por nove estados do Nordeste. Antes de Lula chegar à Presidência da República, o estado contava com apenas a Universidade Federal da Bahia, com sede em Salvador e um campus em Cruz da Almas que abrigava apenas 70 professores. Depois de Lula, esse número saltou para mais de 40 escolas técnicas nos institutos federais e 20 campi de universidades federais criadas por ele. “A Bahia viveu uma verdadeira revolução na educação no período Lula. Levamos campus para o interior do estado e regiões que nunca tinham tido atenção dos governos federais anteriores como a Universidade Federal do Vale do São Francisco, na cidade de Barreiras, por exemplo”, explicou o Ministro da Educação do governo Lula, Fernando Haddad. De acordo com Haddad, metade das vagas criadas no estado no governo Lula foi destinada para alunos negros e pobres. Uma delas, a Universidade Federal do Recôncavo Baiano é especial. Criada pelo petista em 2006, a UFRB é uma das mais inclusivas do estado com 83% de estudantes negros, segundo informou Paulo Gabriel Nacif, ex-reitor da universidade de 2006 a 2015. Lula receberá na UFRB em Cruz das Almas o título de Doutor Honoris Causa por sua luta pela qualidade e melhorias na educação. “Fui o primeiro reitor de uma das maiores das 18 universidades que ele criou. Atualmente, a Universidade do Recôncavo está entre as três maiores e com uma qualidade excelente.
Alcançamos uma média de 4 em 5 no índice geral do Inep”, explicou Nacif que atualmente é secretário de Educação de Lauro de Freitas e foi coordenador no Ministério da Educação no governo da presidenta eleita Dilma Rousseff. “Essa foi, seguramente, uma das maiores políticas públicas do ex-presidente na Bahia. Hoje, a maior parte dos nossos estudantes representa a primeira geração de famílias que chegou às universidades”, afirmou o secretário da educação. eira vez que a educação no Brasil foi pensada a partir de um projeto orgânico. “Foi um projeto de nível federativo e que ao mesmo tempo considerou todas as relações entre os sistemas federativos e os níveis educacionais da creche a pós-graduação”.
Programa para agricultura familiar triplicou beneficiados na BA Com Lula, Pronaf, que financia produção na agricultura familiar, ganhou força e triplicou número de contratos. Ex-presidente inicia caravana pela Bahia
água serve tanto para consumo quanto para viabilizar a própria produção. Já o Pronaf triplicou o número de famílias atendidas a partir do primeiro governo Lula. Enquanto em 2001 foram cerca de 51 mil contratos, totalizando cerca de R$ 90 milhões, na safra de 2005-2006 foram quase 300 mil contratos, chegando a R$ 395 milhões investidos. Soares lembra do caso de uma família que pediu um financiamento para a compra de uma vaca. Em dois anos, ela há havia recuperado o dinheiro com a venda de um bezerro, quitou a dívida e ainda ficou com uma vaca e um bezerro. A assistência técnica foi outro fator importante para o fortalecimento da agricultura familiar, lembra ele. “Se você não tem recursos para comprar semente, para preparar terra, para pagar alguém para ajudar, você aplica na produção”, cita
Agência Brasil
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s números do Pronaf indicam uma trajetória que é conhecida para as famílias rurais do Estado da Bahia, onde o ex-presidente Lula inicia nesta quinta-feira 17 de agosto sua caravana pelo Nordeste. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar foi fortalecido durante a gestão de Lula e alcançou seu auge no Estado durante o governo da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT). Na safra de 2012, por exemplo, o Pronaf teve um aumento de 72% nos investimentos em relação ao ano anterior. Mas os números mostram uma trajetória de crescimento quase linear ao longo dos 13 anos dos governos petistas. O programa oferece financiamentos a juros quase inexistentes para pequenos agricultores familiares que querem investir na produção. “Dilma e Lula entendiam a agricultura familiar como algo estruturante do desenvolvimento do Brasil principalmente no interior”, afirma Davi Montenegro, do coletivo de produção do MST-Bahia (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
“Eles construíram um conjunto de políticas públicas que permitiram que a agricultura familiar tivesse uma viabilidade econômica”, explica. O Pronaf foi o carro chefe, mas outros programas também foram importantes. Edilton Oliveira Soares, Secretário de Finanças e Serviços da Fetraf-BA (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar), lembra do Luz para Todos, do Bolsa Família e do Água para Todos. Já Montenegro cita o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), em que órgãos do setor público, como hospitais e presídios, se comprometem a comprar alimentos da agricultura familiar, sem intermediários. O Luz para Todos levou energia elétrica para casas onde não havia luz. Já o Água para Todos foi essencial para enfrentar as secas frequentes do interior baiano. O programa possibilitou a instalação de cisternas para captação de água de chuva e, em alguns locais, a perfuração de poços artesianos, que coletam água do subsolo, explica Soares. “A gente vive um estado semiárido, a gente atravessou muita seca. Com isso, amenizou muito”, afirma. A
Assentamentos
Segundo Evanildo Costa, da direção nacional do MST, a assistência técnica também foi importante para os assentamentos da reforma agrária na Bahia. Outro programa importante foi o crédito para habitação, para que os assentados pudessem construir suas casas. “Lula conseguiu apoiar o processo de desapropriação”, afirma Costa. Hoje, a maioria das famílias assentadas produzem alimentos agroecológicos, sem o uso de agrotóxicos. Apenas no sul da Bahia, são 25 assentamentos agroecológicos. “Além de ser saudável, essa produção questiona o modelo do agronegócio, que envenena a população e o meio ambiente. Exige um processo de recomposição das áreas, de recuperação da natureza e das nascentes”, explica.
Lula: Quero andar pelo País para mexer com consciência do povo Ex-presidente iniciou caravana Lula Pelo Brasil em Salvador, nesta quinta-feira (17). Ele lançou o Memorial da Democracia no Estado
gostar de mim, porque eu não gosto deles” “O que eles não sabem é que já recebi o título quando fui aprovado na universidade. Então eu era dono disso. Talvez esse vereador ele está com medo que eu receba o título pelo que vamos fazer daqui pra frente”, disse. No entanto, Lula garantiu que verá de perto o povo de Cruz das Almas nesta sexta-feira (18). “Quero dar um beijo na testa do reitor, dos professores e estudantes. E dizer pra que eles não se preocupem com a formalidade do título. O que interessa é o reconhecimento”. Lula ainda disse que fica “pessoalmente orgulhoso” quando vê depoimentos de pessoas dos mais distantes lugares do País, com o avanço de vida dessas pessoas. “Tenho orgulho de encontrar quem diz: sou o primeiro médico da minha família! Sou diplomada, sou advogado. Esse é o orgulho que eu vou carregar para o resto da vida”
Lula despertador de consciência
Ricardo Stuckert
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ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou, nesta quinta-feira (17), na Bahia, a jornada que fará pelo Nordeste do Brasil. Em Salvador, ele deu início ao projeto Lula pelo Brasil, que percorrerá 25 cidades, em 20 dias. Segundo o presidente de honra do PT, a caravana terá como objetivo “mexer com a consciência do povo brasileiro”. O primeiro ato do ex-presidente foi a inauguração do Memorial da Democracia, na Arena Fonte Nova. “É por isso que eu resolvi andar pelo País. Eu quero andar para aprender com o povo que está acontecendo nesse país que está subordinado a um grupo de pessoas que nunca teve competência para ser presidente e cassaram um mandato”, afirmou Lula, com a platéia pedindo “ Fora Temer, e leve o ACM (prefeito de Salvador). Ele disse ter muito orgulho de ter indicado duas pessoas para a Petrobras: José Eduardo Dutra e Sérgio Gabrielli. Lula defendeu a importância de reconstituir a história. Isso porque, segundo ele, a história é sempre recontada pelos dominadores,
então, ao invés da história verdadeira, é ensinada a história que queriam que o povo aprendesse. O ex-presidente exaltou a história da Bahia, lembrou da dominação colonial, do martírio dos indígenas e da escravidão. Mas ele também reforçou que, na Bahia, começou a resistência do povo brasileiro, como exemplo a luta contra a escravidão, a luta contra a chibata, a repressão nas ruas, ditaduras, exílio, tortura e morte nos porões, além da fome e da pobreza. “Entre tantos heróis da liberdade, quero reportar 3 mulheres: Joana Angélica, Maria Quitéria e Maria Teresa. É um privilégio falar de história e de liberdade numa terra que tem tanto a ensinar”. O ex-presidente também criticou a decisão que suspendeu a entrega do título honoris causa, pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). “Esse título foi me dado em 2011. Um vereador do DEM entrou com um processo e o juiz federal resolveu suspender o título. Eu queria falar para esse vereador que ele tem o direito de não gostar de mim porque ele é do DEM. Quem é do DEM não precisa
Durante o discurso, o ex-presidente disse ter orgulho de ter vivido o período mais exitoso da política brasileira. “Eles sabem que, quando nós ganhamos a Presidência, a gente tinha disposição de provar que um outro Brasil era possível. E que era possível colocar meninas e meninos negros da periferia em uma universidade. O problema é que eu queria era provar que o único lugar que a gente pode garantir igualdade de condições é colocar os dois (brancos e negros) numa mesma sala de aula” “Eu tinha certeza que isso ia acontecer. Quando criamos o ProUni, apesar do preconceito, 18 meses depois, os alunos do ProUni eram melhores.Quando aprovaram o Enem, fomos muito criticados por quem era dono da famosa indústria do vestibular”, lembrou. Lula voltou a criticar a política econômica do golpista Michel Temer e os desmontes promovidos pelo governo usurpador. “O desemprego já chegou 14 milhões de pessoas. O governo Temer vai aumentar o ajuste fiscal, reter mais empregos. Se um governante governa um país e esse país tem uma crise e ele não tem competência para resolver e começa a vender o patrimônio desse país, esse governo deveria pedir desculpas e ir embora”, disse o ex-presidente. Durante o lançamento do memorial, o ex-presidente também falou sobre a “vergonha” que o Brasil tem de construir heróis, lembrou a história da da Proclamação da República, e disse não se incomodar com toda a perseguição que tem sido feita contra ele. “Eu estou com medo do que está acontecendo
com milhões de crianças, porque o Brasil voltou para o Mapa da Fome”. “Eu queria dizer para eles: a ideia da liberdade, da democracia, da participação social, é uma ideia muito forte. Não adianta achar que acabando com Lula acaba com isso. O problema do Brasil não é Lula, são os milhões e milhões de brasileiros que têm consciência política”. Ao final do discurso, Lula garantiu ter forças para lutar pelo País. “Estou com 71 anos com a vontade de lutar como se tivesse 30. Eu não sou nenhum revolucionário. Sou despertador de consciência”.
A história do Museu da Democracia
Sobre o Museu da Democracia, Lula reforçou a importância de ter “um museu de verdade”. “A gente tinha um sonho, que foi até uma ideia do Fernando Haddad, de que a gente deveria reivindicar, junto a uma Universidade Federal, não a construção de um instituto apenas para guardar os acervos do presidente, mas criar o Memorial da Democracia para contar história”. Agora, lembra Lula, eles estão sendo processados, pois foram acusados de ter um terreno em São Paulo. Mas ele voltou a negar a acusação. “Eu fui nesse terreno uma única vez para que Okamotto me dissesse: nós não vamos comprar porque vou reivindicar um terreno da prefeitura de São Paulo”. Ele conta de recebeu convites de diversas cidades para construir o museu, mas decidiu fazer em São Paulo porque é a maior cidade brasileira e o ex-prefeito Gilberto Kassab havia aceitado a ideia de fazer a doação, mandou a proposta de projeto, a Câmara da cidade aprovou, foi encomendado um estudo para o prédio, mas o Ministério Público embargou a doação. “Até agora está embargado e proibido de ser nosso. Está na Cracolândia o terreno. Se o prefeito (João Doria) já invadiu a Cracolândia, imagine com um museu lá?”, questionou.
Calor do povo marca estreia de Lula pelo Brasil em Salvador Ex-presidente reencontrou personagem icônico da campanha de 2006 e viajou com o povo de metrô até Arena Fonte Nova, onde falou a mais de 2 mil pessoas
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oi na Bahia, e foi histórico o primeiro dia do projeto Lula pelo Brasil, a viagem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa nesta quinta-feira, 17, por 25 cidades do Nordeste, num total de quase 4 mil quilômetros ao longo de 20 dias. O dia do ex-presidente no estado começou com o emocionante reencontro com Everton Santos, o garoto que protagonizou uma foto poética e icônica que marcou a campanha de 2006. À época, Everton tinha apenas 7 anos. Ele encontrou com o ex-presidente Lula foi inaugurar moradias populares em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Sobre os ombros de um vizinho, conseguiu aproximar-se de Lula em momento registrado então, e agora, 11 anos depois, pelo fotógrafo Ricardo Stuckert, voltou a encontrar-se com o ex-presidente. Desde então, o apelido não poderia ser outro: Everton tornou-se conhecido como Lulinha.
Esse foi apenas o primeiro dos milhares de encontros que o ex-presidente terá pela frente com o povo brasileiro nos próximos dias. Não é a primeira vez que Lula viaja o Brasil para conhecer de perto a realidade do país, olhando no olho daqueles que sentem na pele, dia a dia, todos os benefícios trazidos pelos governos do PT e, hoje, o peso dos desmontes realizados pelos golpistas. A primeira parada foi na estação de metrô Pituaçu, e a recepção calorosa dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam na finalização das obras do entorno serviu como um termômetro de todo o carinho que o povo baiano iria demonstrar por Lula ao longo do dia. Acompanhado por apoiadores, deputados, senadores e ao lado do povo, Lula entrou na estação e visitou a cabine do condutor até a estação Campo da Pólvora. Ali, foi recepcionado por mais de 2 mil pessoas, que caminharam pacífica e alegremente entoando cantos de “Lula Lá” até a Arena Fonte Nova. Em meio à multidão que lotou os vagões no trajeto, o deputado Paulo Pimenta comemorava, ao lado do senador Lindbergh Farias, líder do PT no Senado, o calor com que Lula foi recepcionado. “Estou aqui energizado por esse povo baiano, povo corajoso, povo alegre. O presidente está muito feliz e nós, muito emocionados”, afirmou Pimenta.
A Bahia está com Lula!
Entre as pessoas que se posicionavam já no início da tarde na estação Pituaçu, estava dona Isanildes Bittencourt, professora aposentada e baiana aguerrida de 72 anos que desde a ditadura luta e milita pela esperança de um Brasil menos desigual. “Estou aqui hoje recebendo esta caravana na esperança de que novamente mudemos essa história, porque não é possível que, dentro de um ano, um presidente ilegítimo, espúrio, tenha destruído nossos sonhos, nossas esperanças de um Brasil melhor”, afirmou, ao lado dos filhos que a acompanhavam com expectativa semelhante em recepcionar Lula. A resistência aos ataques diários do governo do usurpador Michel Temer também foi um dos motivos que levou Elza Pinto, 59, a ir ao encontro do ex-presidente. “Estamos resistindo o quanto podemos, e viemos ver Lula, ao lado dessa multidão, porque sabemos que ele sabe colocar o Brasil nos trilhos novamente.” “Lula e todo o PT”, completa, “porque nossas bancadas são arretadas e fazem os golpistas tremerem nas bases!”, afirma, lembrando do papel-chave de Lula para ajudar a capital baiana a implementar o sistema de metrô.
“É por isso A Bahia está com Lula!”, avisa ela, que milita há 26 anos e é filiada ao Partido dos Trabalhadores há 13 anos. O processo de filiação, feito pelo site do PT, é emocionante para qualquer petista. Para Carmen Moraes, 57, teve um gosto especial. Apenas dois dias depois de completar seu processo, estava a postos para se encontrar com Lula pela segunda vez – a emoção da primeira, aos 19 anos, ficou marcada para sempre em sua memória. “Voto nele desde 1989, para mim, não tem outro que saiba resolver os problemas do Brasil e combater a desigualdade. Só ele pode! Vim até aqui e estou rodeada de amor, estamos usando nossa voz para, juntos, clamarmos por justiça!”, afirma Carmen, cuja filha pôde cursar a universidade graças ao Prouni. “Nossa presença em massa é importante, pois estamos aqui em defesa de um cidadão que está sendo injustamente julgado perseguido”, afirmou Gimenia Marx, do Coletivo de Ação Fora Temer, presente no ato ao lado de Rosana Motta.
Memorial da Democracia
“O povo tem no coração e na memória o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse carinho do nordeste por Lula vai ficar registrado, e já está!”, afirmou o governador baiano Rui Costa durante o lançamento do quinto período do Memorial da Democracia, na arena Fonte Nova, num evento que contou com a presença da presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann. O Memorial da Democracia é um portal multimídia interativo do Instituto Lula que celebra a história viva de todos que, durante cinco séculos, lutaram por justiça e liberdade. “Alguns vão sumir dos livros de História, mas quem já escreveu a sua com letras maiúsculas, as páginas de inclusão social, chama-se Luiz Inácio Lula da Silva!”, disse Rui Costa.
Recôncavo baiano recebeu duas universidades criadas por Lula Situadas no Recôncavo baiano, região predominantemente negra, UFRB e Unilab são simbólicas da revolução educacional ocorrida nas gestões petistas
Primeira universidade federal do interior da Bahia, a UFRB também foi a primeira do País a ter uma Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e a aplicar integralmente a Lei de Cotas em 2012.
Integração África Brasil
Apesar de ter sede no Ceará, a Unilab possui um campus na cidade de São Francisco do Conde, terceira cidade do Recôncavo Baiano e considerado o município de maior população negra declarada no Censo. Não é à toa que essa cidade foi escolhida para receber uma das unidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Isso porque a missão da Unilab é justamente fazer a integração entre o Brasil e os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os países africanos. Além disso, a universidade também visa promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional. Sua vocação, desde o início, é a cooperação internacional, a interculturalidade, a cidadania e a democracia nas sociedades, fundamentando suas ações no intercâmbio acadêmico e solidário com Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Lula Marques/Agência PT
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Recôncavo baiano, região com população predominantemente negra, foi o local escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para receber duas das sete universidades federais criadas pelos governos do PT no Nordeste. A região vai receber a visita do ex-presidente no projeto Lula Pelo Brasil, onde o petista vai percorrer os estados do Nordeste, com o objetivo de perscrutar a realidade brasileira no contexto das grandes transformações pelas quais o país passou nos governos do PT . A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) são símbolos da revolução social e educacional ocorrida nas gestões petistas, a partir das políticas de inclusão impulsionadas nos governos Lula e Dilma Rousseff.
Os números comprovam. A UFRB, por exemplo, tem 83,4% de estudantes autodeclarados negros e 82% oriundos de famílias com renda total de até um salário mínimo e meio, de acordo com dados divulgados pela própria instituição em julho de 2017. Além disso, 93,2% dos alunos são da região Nordeste, 92% da Bahia e 79,6% do interior do estado. Criada em 2005 pelo então presidente Lula, a UFRB contribui com o crescimento do número de jovens negros e pobres, com acesso ao nível superior. Com 12.345 estudantes espalhados por seis campi, sete centros de ensino, 44 cursos de graduação, 22 de pós-graduação, a UFRB tem conceito quatro no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), indicador de qualidade que avalia as Instituições de Educação Superior. A nota máxima é cinco.
Divulgação Facebook Unilab
Campus Malês, na cidade de São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano Para isso, a Unilab conta com um quantitativo geral de estudantes, somando graduação, pós-graduação, presencial e a distância, é de 5,2 mil alunos, distribuídos em 509 cursos de graduação e 989 cursos de pós-graduação. A integração não fica apenas no nome. Para se ter uma ideia, apenas na graduação, a Unilab possui 118 estudantes de Angola, 95 de Cabo Verde, 562 de Guiné-Bissau, 31 de Moçambique, 86 de São Tomé e Príncipe e 69 do Timor Leste. A Unilab também foi pioneira ao ter a a primeira reitora negra no Brasil, Nilma Lino, que depois seria a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos do governo da presidenta eleita Dilma Rousseff.
Política de Temer causa retrocessos na educação
Todos esses avanços, protagonizados por essas duas universidades, estão ameaçados. Isso porque os retrocessos do governo golpista de Michel Temer são sentidos não apenas da retirada dos direitos trabalhistas e previdenciários. A educação brasileira também tem sofrido diretamente com a política de ajuste fiscal e corte de investimentos nas áreas sociais. O orçamento da UFRB, por exemplo, sofreu uma redução de 19,5% do custeio e 49,7% do investimento em 2017, resultando em 29,3% em seu total. Essas reduções impactam as ações de assistência estudantil, além de dificultarem a consolidação dos novos campi e de programas como o eixo de educação do Mais Médicos e o Programa Nacional de Educação no Campo, ambos implementados da UFRB. Cortes orçamentários na área têm ameaçado as conquistas e o funcionamento de todas as Instituições Federais de Ensino Superior. Com isso, boa parte das instituições de ensino superior mantidas pelo governo federal correm o risco de paralisar suas atividades antes mesmo do fim do ano, já que vai faltar dinheiro para pagamento de contas de água, luz, limpeza e segurança, além das próprias atividades acadêmicas e de pesquisa, como manutenção de bolsas de iniciação científica, compra de materiais e insumos para laboratório e equipamentos.
África e Brasil se reencontram na Unilab, criada por Lula Universidade proporciona intercâmbio entre alunos do Brasil com outras 11 nacionalidades, majoritariamente africanos
Ricardo Stuckert
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a Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), o Brasil se reencontra com a África, em um contexto de intensa troca de experiências e aprendizado. Com cerca de 3,3 mil estudantes, a universidade é frequentada por alunos do Brasil, Angola, Cabo Verde, Congo, Guiné-Bissau, Moçambique, além de Peru, Costa Rica, Cuba, Portugal, Itália e Alemanha. Criada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Unilab teve seu primeiro campus em Redenção, no Ceará, e depois abriu mais um na cidade de Acarape e em 2014, na cidade de São Francisco do Conde, na Bahia. Um dos alunos que irá se formar na segunda turma de Humanidades do Campus de São Francisco do Conde é Ro Gilberto Gomes Cá, 25 anos, natural de Guiné-Bissau. E o ex-presidente será patrono dos alunos. Ele estará na universidade que fica em São Francisco do Conde (BA), nesta sexta-feira (18),
como parte do projeto Lula pelo Brasil, em que Lula viajará pelos 9 estados nordestinos e passará por 25 cidades. Ro Gilberto Gomés Cá veio de Guiné-Bissau para estudar na Unilab Ro Gilberto Gomes Cá conta que “é um desafio grande atravessar o Atlântico para chegar aqui, com dificuldades enormes, mas com o objetivo sempre de se formar, de ser melhor ainda amanhã”. “Por isso estamos todos os dias batalhando e aprendendo também com os amigos não só brasileiros, mas de outros países que fazem parte desse projeto, como irmãos de Angola, Cabo Verde e Moçambique”, exalta. Segundo Ro, é visível que a universidade trouxe impactos positivos não só para os alunos, mas também para a cidade. “Com a criação da faculdade, vejo um certo crescimento da cidade, diversas estruturas, pois agora se constroem mais casas, e
também a urbanização e limpeza na cidade”. Nidia Batista se forma na segunda turma de Humanidades da Unilab em São Francisco do Conde Para a jovem Nidia Batista, 26 anos, natural da cidade de Candeias, estudar na Unilab “é uma experiencia muito legal e de grande importância para nossa formação, tanto pessoal quanto acadêmica”. “São culturas diferentes, países diferentes, e para mim brasileira isso foi bastante interessante pela troca de experiências. E as amizades, independente da universidade, acredito que vão permanecer”. Ela também reforça que a universidade contribuiu para o crescimento da cidade. “Mudou a estrutura, população, a economia, mudou totalmente. A cidade cresceu, gera mais economia para o município”. Interiorização e internacionalização das universidades públicas Para a diretora interina do campus de São Francisco do Conde, Fábia Barbosa Ribeiro, “a Unilab é uma universidade única no Brasil, que faz parte de um processo de interiorização, mas também de internacionalização das universidades públicas”. “Nós temos dentro do projeto da Unilab a reserva de 50% das vagas de nossos cursos, divididos entre os campus do Ceará e São Francisco do Conde na Bahia, para alunos oriundos dos países parceiros”. Ela destaca que a experiência da Unilab é fundamental. “A universidade trouxe impacto para o município sob todos os aspectos. Primeiro o impacto da integração com os alunos africanos, oriundos de variados países, com uma maioria de Guiné-Bissau e Angola”. “O impacto foi extremamente positivo do ponto de vista de um olhar para o continente africano, mas também das relações do Brasil com a África. Somos os maior país do mundo em população negra afrodescendente. São Francisco do Conde é o município da Bahia que mais se identifica como negro e pardo”. “No meio acadêmico a Unilab tem sido muito bem vista como polo de formação de conhecimento e da aplicabilidade da Lei 10.639, que institui o ensino de história e cultura afro-brasileira na educação básica, lei promulgada por Lula”. Diretora interina do Campus de São Francisco do Conde, Fábia Barbosa Ribeiro
Para Fábia, o projeto da Unilab é extremamente audacioso e necessário. “Sobre todos os pontos de vista espero que a Unilab seja um projeto longevo e que vem para fortalecer as relações do Brasil com os países parceiros africanos”. Ela também destaca a importância de Lula para a universidade. “O presidente Lula foi o presidente que trouxe uma visibilidade para a importância da relação do Brasil com os países do continente africano, durante seu governo essas relações foram estreitadas de todos os pontos de vista”. O ex-presidente Lula estará pela segunda vez na faculdade, para ser patrono da turma de Humanidades. Em 2014, ele participou da inauguração de campus da Unilab, na Bahia “Essa é uma vinda muito aguardada, muito esperada e concorridíssima”, destaca Fábia. Para a estudante Nidia, a expectativa “está a mil”. “A Unilab foi um projeto de Lula e estamos com muita expectativa para esse momento”. Ro Gilberto lembra que irá encontrar o presidente pela segunda vez. “Foi ele que inaugurou esse campus em 2014, eu estive presente e ele veio aqui fazer a inauguração. Agora é a segunda vez que com certeza terei a oportunidade de vê-lo. É uma expectativa enorme e acredito que essa formatura ficará na história”.
Criada por Lula, UFRB mudou perspectivas no Recôncavo Baiano Ex-alunos e estudantes contam como a Federal do Recôncavo Baiano trouxe mais perspectivas e melhorou a vida das pessoas na região. Lula estará na universidade nesta sexta
Julia Leite/Agência PT
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om quase 12 anos desde a criação, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) vem mudando a vida da população nesta região do estado. É o caso da quilombola Miriam Feliciano de Barro, 44 anos, que se formou em Gestão de Cooperativas na universidade. No dia 29 de julho de 2005, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.151, que criou a UFRB. Agora, ele vai conferir de perto as mudanças nas vidas das pessoas. Lula estará na cidade, com a caravana Lula Pelo Brasil, nesta sexta-feira (18), às 11h, e receberá uma homenagem da prefeitura da cidade. Miriam vive na comunidade quilombola Vila Guaxinim, que fica na área do campus de Cruz das Almas, onde antigamente existia apenas um curso de agronomia da Universidade Federal da Bahia, posteriormente incorporada à UFRB. “Nasci onde hoje é a UFRB. A gente não tinha
perspectiva de estudar fora pelas condições financeiras, então a vinda da UFRB trouxe uma possibilidade de crescimento tanto social para o município como para as famílias”, conta Miriam, que ingressou na universidade aos 37 anos. “A gente que era morador aqui, olhava a Escola de Agronomia e pensava como seria o futuro desse lugar, e com a vinda da UFRB foi um crescimento tão grande que a gente hoje vê o quanto desenvolveu o município. Fora isso, sou a primeira da minha família a ter uma graduação, é indescritível esse momento”. Hoje a UFRB possui campus em seis cidades, com quase 8 mil estudantes, dos quais a maioria – 64% – é de mulheres. A universidade também se destaca pela predominância de alunos negros, que corresponde a 83,4% do corpo discente. O papel social da UFRB também fica evidente ao se olhar para o perfil de renda familiar dos alunos.
Enquanto a média brasileira de renda familiar per capita é de R$ 916,80, no Nordeste esse valor cai para R$ 710 e na UFRB a renda familiar per capita dos alunos é de R$ 486,38. “A política de cotas foi desde sua origem implantada na UFRB e proporcionou uma condição de equidade para alunos autodeclarados negros, pretos e pardos, e também para alunos menos favorecidos, ou seja, através das políticas afirmativas incluímos no ensino superior baiano um contingente significativo da população negra e alunos de baixa renda”, explica o reitor Silvio Luiz Soglia. Ele conta que “a UFRB nasce em um processo de expansão do ensino superior no Brasil e se torna ao longo desses 12 anos um instrumento de fato de desenvolvimento econômico, social e cultural dessa região”. Arisne Monique Ramos, 24 anos, é uma das estudantes beneficiadas pela universidade, mantendo-se nos estudos graças às políticas de permanência estudantil. Ela é bacharel em saúde e agora estuda Medicina no campus de Santo Antônio de Jesus. Ela ingressou no ensino médio no Instituto Federal da Bahia (IFBA) em Santo Amaro, sua cidade natal, e diz que lá teve o primeiro impacto pelas políticas de Lula e Dilma. “Em Santo Amaro, com o IFBA, você muda a lógica da cidade. Mostra para as pessoas que não conseguiam enxergar outras oportunidades de melhoria, que existe uma forma de ter um acesso a emprego melhor, que não precisa se sujeitar a tudo. A juventude começa a pensar não só no curso técnico, mas também no ensino. Para Zenvivaldo Almeida, formado na segunda turma de Gestão de Cooperativas, a criação da UFRB criou bastante expectativa. “Depois que eu terminei o ensino médio, passei um tempo fora da escola, aí tive conhecimento da UFRB, fui procurar os cursos que havia e fui estudar. Na minha família mesmo ninguém nunca entrou na faculdade, não havia quem orientar”, conta Zenivaldo. “Eu fiquei sabendo por colegas que haviam feito ensino superior, eu não tinha interesse de fazer faculdade, nem todos os cursos me interessavam,
mas fui pesquisando aos poucos, procurei saber sobre o Enem e vim para faculdade. Sou o primeiro da família a fazer faculdade e quando voltava para ver a família e continuava no ritmo de estudos, até estranhavam”. Israel de Oliveira, de Baixa Grande, tem 35 anos e se formou em Agronomia. Ele entrou em 2003, quando o curso era parte da UFBA, e acompanhou o processo de transição para a UFRB. Ele é filho de trabalhadores rurais semianalfabetos e diz que “foi uma transgressão muito grande conseguir estudar”. “Quando cheguei aqui me encantei com a cidade, com o campus, uma coisa muito bonita de se ver, porém a estrutura me decepcionou. Estávamos em um processo muito grande de sucateamento do ensino superior, e pude acompanhar isso de perto porque estávamos no processo de transição do governo Fernando Henrique para o governo Lula”. Com o processo de transição para a UFRB, ele conta que essa realidade mudou. “Na época, tive oportunidade de usar a política afirmativa da residência universitária e, por passar por problemas financeiros tão acentuados, foi uma maravilha. Ao ter acesso a residência universitária, eu passei a ter acesso a alimentação, assistência médica, psicológica, e pude fazer meu curso de forma mais tranquila”. Por todos os impactos positivos que a UFRB trouxe para a região do Recôncavo, Lula será homenageado com um título Doutor Honoris Causa na sexta-feira (18). “O Conselho Universitário reunido recentemente aprovou por quase unanimidade o título Doutor Honoris Causa ao presidente Lula, como homenagem a a ele ter sido de fato o propositor dessa política de expansão do ensino superior público federal que resultou na UFRB”, contou o reitor Soglia. “É um reconhecimento de que no seu governo essas universidades foram criadas, fazia tempo que a comunidade do recôncavo queria prestar essa homenagem ao presidente Lula e faremos isso entregando esse título honorífico ao ex-presidente”.
Com Lula, 1ª refinaria do País reativou desenvolvimento regional Primeira refinaria brasileira, Landulpho Alves recebeu investimento de R$ 5 bilhões com Lula. Ex-presidente passará pelo local nesta sexta-feira
Ricardo Stuckert
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m 2010, a refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, na Bahia, completou 60 anos. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparceu à comemoração e anunciou, para uma plateia de trabalhadores, um investimento de quase R$ 5 bilhões na refinaria. O valor seria investido na refinaria pelos próximos quatro anos e o local teria capacidade de gerar 10 mil empregos. Agora, Lula retornará à São Francisco do Conde (BA), nesta sexta-feira (18), durante sua viagem pelo Nordeste, no projeto Lula pelo Brasil. Antes disso, o ex-presidente passará por Salvador e Cruz das Almas, ambas cidades também baianas.
Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral do Sindipetro-BA, Lula receberá uma placa em sua homenagem, e uma carta descrevendo o desmonte que a Petrobras tem vivido no Estado. “Se houve concursos e ampliação da Petrobras, foi por conta do governo dele (Lula)”, afirma Bacelar. Primeira refinaria do país, a Landulpho Alves foi criada em 1950, antes mesmo da Petrobras. Nos governos de Lula e da presidenta eleita Dilma Rousseff, o local foi um dos alicerces do desenvolvimento da produção de refino nacional. Em 2009, durante o governo do ex-presidente, São Francisco do Conde, a cidade onde está a re-
finaria, apresentou o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita, ou seja, por habitante, no Brasil. O dado mostra a relevância dos investimentos feitos na refinaria para a reativação do desenvolvimento local e regional. Para José Maria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), estimular e desenvolver o refino no Brasil fez parte de uma política de desenvolvimento nacional e de independência em relação aos países desenvolvidos. Isso porque, durante os governos petistas, o crescimento da economia fez com que o país aumentasse a demanda por petróleo e, sobretudo, por derivados, como a gasolina e o diesel. Pensando nisso, Lula investiu na construção de novas refinarias e na ampliação das existentes. O investimento na Landulpho Alves fez parte desse projeto. Bacelar lembra que, desde 2003, foram construídas sete novas unidades na Bahia, além da ampliação das que já existiam. “A Petrobras tornou-se uma empresa de energia, e deixou de apenas exportar petróleo cru e importar derivados. Teve a oportunidade de exportar derivados, que tem maior valor agregado”, explica Bacelar. A exportação de derivados chegou a representar, durante os governos petistas, cerca de 25% do total de exportações da petroleira, conta Bacelar. Ao todo, a refinaria produz 31 tipos de derivados do petróleo, como o gás natural, a gasolina, diesel e lubrificantes. Também é a única produtora do “food grade”, uma parafina utilizada na fabricação de chocolates e chicletes, além de derivados utilizados na produção de detergentes biodegradáveis. Uma novidade, possível graças aos investimentos feitos até 2015, foi a produção de um tipo de diesel (diesel S-10) e de gasolina com menor quantidade de enxofre que, segundo Bacelar, é algo vantajoso para o carro e para o meio ambiente.
Governo golpista
Zé Maria lembra que a refinaria Landulpho Alves chegou a produzir mais de 2 milhões de barris por dia, mas, com o governo golpista, sofreu uma queda na produção, que baixou para 1,7 mi. Após anos de crescimento e de recordes na produção,
a unidade passa pelo processo reverso desde que Pedro Parente assumiu a presidência da Petrobras. Desde então, a estatal passa por um processo de “desinvestimento”, que em outras palavras, representa a venda e privatização de ativos. “Está em curso um esvaziamento do parque de refino para favorecer as grandes importadoras de derivado”, afirma o petroleiro. O número de importadoras de refino aumentou de 50 para 200 empresas. Isso, na avaliação de Zé Maria, faz parte da estratégia da nova administração da Petrobras reduzir a produção para poder vender os ativos posteriormente. Hoje, Bacelar conta, a primeira refinaria brasileira atua com apenas 53% da sua capacidade de refino. “Isso reduz a margem de mercado, aumenta a participação das importadoras e das outras distribuidoras, e faz com que as refinarias tenham prejuízo, porque, se ela não tem a produtividade, cai o rendimento”, explica. “As ameaças de privatização são bem reais. A gente espera até setembro o anúncio da privatização”. O coordenador-geral do Sindipetro-BA afirma, ainda, que a venda da refinaria só não aconteceu em maio porque estouraram as denúncias contra o presidente golpista Michel Temer (PMDB) e, em meio à instabilidade, os negócios foram suspensos. Zé Maria reforça que há boatos de que a refinaria seria vendida para a francesa Total. “Já tiveram técnicos da Total (empresa de energia francesa) visitando a refinaria”, afirma Zé Maria.
Na Bahia, Lula incentiva participação dos jovens na política Aos milhares de jovens que o acompanharam no ato, o ex-presidente deixou uma mensagem de esperança. Agenda faz parte da caravana Lula pelo Brasil
máximo. Me aplaudiam”, ironizou Lula. “Vocês tem de assumir a política de verdade, sair do armário. Se eu fui presidente, por que vocês não podem? Se eu luto, por que vocês não podem?”, questionou o ex-presidente. Ele também lembrou a força de sua mãe, Dona Lindu. “Eu luto porque eu aprendi com uma mulher analfabeta que a gente não pode abaixar a cabeça para a elite brasileira”. “A juventude tem um papel importante. Se eu pudesse nascer outra vez, eu não queria um ser humano de carne e osso. Eu queria ser uma ideia, porque a ideia é indestrutível”.
Ricardo Stuckert
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ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira (18), de um ato histórico em Cruz das Almas (BA): o IV Festival de Juventude. Em um discurso bastante incentivador, ele reforçou a importância da participação dos jovens na política. O evento fez parte da agenda do ex-presidente pelo Nordeste brasileiro, com a caravana Lula pelo Brasil. Durante o ato, Lula falou sobre os tempos “difíceis” que o País tem vivido e sobre a atuação dos meios de comunicação no Brasil. “Às vezes num cinema, muitos filmes são produzidos para tentar criar a imagem negativa da política e para desestimular o jovem a gostar de política”, lembrou.
Apesar da atual situação política, o ex-presidente tentou estimular os jovens e lembrou que ele mesmo, Lula, não tinha interesse pelo assunto quando jovem. “Eu tinha 23 anos, meu irmão me levou pro sindicato e eu não gostava. Eu achava que só tinha pelego, só tinha comunista e eu não queria. Até que um dia, eu vi as disputas do sindicato, eu comecei a me interessar pela política. Comecei a gostar das divergências, e aí virei presidente do sindicato, fizemos as primeiras greves, as grandes greves de 1978”, lembrou. “Eu cheguei a dizer uma frase que vocês nunca têm de dizer: eu não gosto de política e não gosto de quem gosta de política. Eu achava que era o
Aos milhares de jovens que o acompanharam no ato, o ex-presidente deixou uma mensagem de esperança: “não há espaço para um jovem desanimar. Todo dia a gente tem que levantar, agradecer por estar vivo, pedir para ter um dia glorioso, saber que Deus já deu para gente cabeça para pensar, olho para enxergar, boca pra reclamar, mão pra gente trabalhar, pé pra gente andar”. “Eu queria que cada jovem não esquecesse nunca. Carreguem na cabeça a seguinte frase: a ‘desgraça’ de quem não gosta de política é que é governado por que gosta. E se quem gosta é apenas uma minoria, significa que a gente fica sempre sendo minoria”. Lula, no entanto, disse não querer determinar o partido que os jovens deverão entrar, pois esse seria um problema de consciência de cada um. “Não sejam tão desinformados como eu e que aceitava a propaganda da televisão que diz que vocês não devem gostar de política, não devem participar”. “O Congresso Nacional, ou a Assembleia da Bahia, são a cara do comportamento político da sociedade no dia da eleição. Às vezes xingam o político e nem lembram que votaram nele:, afirmou.
A história de Lula na política
No entanto, o ex-presidente recordou o momento em que descobriu que o sindicato não resolvia todos os problemas do trabalhador brasileiro. E foi então que ele resolveu dar um salto maior, quando
foi à Brasília falar com o então presidente Ernesto Geisel. “Geisel tentou, através do ministro do Trabalho, mandar um Projeto de Lei para o Congresso criando categorias essenciais, que não podiam fazer greve: bancário, frentista de posto, professores, médico, funcionário público”. “Eu fui para Brasília para tentar evitar que essa lei fosse aprovada. Quando comuniquei que eu ia, o ministro do Trabalho usou uma rede nacional para ameaçar o dirigente que fosse à Brasília. Ele ia caçar o direito do presidente do sindicato. E eu, para poder viajar, pedi licença do sindicato e eu fui. Cheguei e descobri uma grande coisa: não tinha trabalhador no Congresso Nacional”. Foi então, lembra Lula, que ele participou do sindicato dos Petroleiros na Bahia. E a data ele não esquece nunca: 15 de julho de 1978, data em que nasceu um dos seus filhos, Sandro. “Pela primeira vez, dei uma entrevista pro Jornal da Tarde dizendo que tava na hora da classe trabalhadora criar seu partido. E aí começou o movimento”. O ex-presidente ainda exaltou a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra contra a bancada ruralista no Congresso Nacional e voltou a cobrar maior participação de mulheres, negros, índios e jovens na Casa. “Vocês percebem que nós estamos com uma dificuldade. É um processo de conscientização política. É por isso que vocês têm que participar da política”, cobrou.
Em Cruz das Almas, Lula recebe título do coração dos brasileiros Ex-presidente passou o dia na cidade baiana, o segundo destino da caravana Lula Pelo Brasil. À noite, ele participa de evento em São Francisco do Conde
Ricardo Stuckert
“M
as olha só, quem diria? Lula na minha cidade!” Apoiada no beiral da porta de casa, a senhora assistia com um sorriso largo à chegada dos ônibus que traziam Luiz Inácio Lula da Silva e seus convidados a Cruz das Almas, na Bahia, nesta sexta-feira (18), com a caravana Lula Pelo Brasil. “Não teve presidente melhor que ele não!”, dizia a quem passasse. No segundo dia da grande viagem ao Nordeste, o ex-presidente foi recepcionado já na entrada da cidade com muita música e alegria. Seu primeiro ato na cidade, que deveria ser o de recebimento de um título Honoris Causa, transformou-se em um ato público em defesa das universidades federais depois que uma decisão judicial liminar atendeu a pedido de um vereador do DEM e proibiu a universidade de conceder o título ao ex-presidente. A UFRB, fundada por Lula em 2006, recorreu da decisão. Mas a liminar do juiz não chegou nem perto de impedir que a homenagem ao ex-presidente ocorresse, de forma emocionante, do lado de fora. Este seria o 29º Honoris Causa que Lula receberia. “Sou um sujeito de muita sorte por receber Lula três
vezes em Cruz das Almas, duas delas como prefeito”, comemorou o prefeito Orlandinho, do PT. “É com muita alegria e um contentamento muito grande que Cruz das Almas recebe pela quarta vez o ex-presidente Lula. Em 2006, Lula disse que, se ganhasse a eleição, iria trazer uma nova universidade para a Bahia. Ele disse que iria trazer uma fábrica, uma fábrica de sonhos. E hoje esse sonho é realidade.” Lula foi fundamental na fundação dos sonhos de meninos e meninas que, pela primeira vez, tiveram acesso a Ensino Superior de qualidade e gratuito. “Os conservadores não admitem que a camada mais baixa suba mais um degrau”, protestou Orlandinho. “Eles acham que estão fazendo isso contra Lula, mas Lula já é uma figura conhecida e reconhecida pelo povo. É contra o povo. Temos de lutar pela autonomia da universidade, por um governo do povo para o povo”, afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Os títulos que mais importam estão no coração do povo e nos diplomas de milhões de estudantes. E isso é algo que eles não conseguem aceitar”, ressaltou a senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.
Programa criado por Lula garantiu renda para produtores rurais PAA e PNAE ajudam agricultores familiares a viver com dignidade ao garantir a compra dos alimentos produzidos. Lula estará em Feira de Santana nesta sexta
Julia Leite/Agência PT
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agricultura familiar sempre foi uma das maiores prioridades no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vários programas foram criados com foco nesse segmento da sociedade, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), beneficiando milhares de pessoas. O PAA foi criado por Lula em 2003, com o objetivo de combater a fome e a pobreza no Brasil e, ao mesmo tempo, fortalecer a agricultura familiar, garantindo até R$ 4,5 mil por ano. O PNAE foi criado em 1997, mas com a Lei da Merenda Escolar de 2009, um mínimo de 30% da merenda municipal passou a ser obrigatoriamente adquirida da agricultura familiar. Liderança do MST em Feira de Santana (BA) Ivo-
neide Jesus Assunção, 40 anos, é exemplo de como essas políticas mudaram a vida da população. Lula estará, neste sábado (19), na cidade, com a caravana Lula Pelo Brasil. Ele cruzará os nove estados do Nordeste e passará por 25 cidades durante 20 dias de viagem. Ela conta que “os assentados, com o PAA e o PNAE, produzem e entregam. Já não ficam procurando aonde vender esses alimentos. Eles já tem aonde entregar diretamente”. “Muitas vezes é bom produzir e trazer para a feira, porque quando traz para a feira a população mais carente tem acesso a um produto de qualidade sem agrotóxico, mas aí perde muito produto. Quando já tem aonde entregar, que é o caso do PAA e do
PNAE, as famílias já têm garantido seu dinheiro para que possa comprar outras coisas”. Assunção reforça que essa renda é importante para garantir a dignidade das famílias de agricultores. “A gente do campo não precisa só do arroz, feijão, do alimento. A gente precisa do nosso carro, da nossa casa arrumada, a gente tem direito a uma vida digna como as pessoas têm na cidade”. Dirigente da Brigada Antônio Conselheiro, ela se tornou secretária da associação do movimento em Camumu, em 1997, época na qual as mulheres passaram a ter direito a voto nas assembleias. Três anos depois, ela conseguiu completar o ensino fundamental II (5ª a 8ª série na época), utilizando o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Em 2004, o Pronera foi fortalecido com a elaboração do Manual de Operações, aprovado pela Portaria/Incra/Nº 282, durante o governo Lula. “Essa política pública do PAA e do PNAE mudou sim a qualidade de vida dos assentados, o Pronera também fez a diferença em várias famílias e várias pessoas. Filho de um trabalhador ser médico filho de um trabalhador rural ser advogado ou agrônomo. Essa é a diferença que fez dessas políticas públicas implantadas no governo Lula para a vida da população brasileira no geral e principalmente para a agricultura familiar e nós do MST”, finalizou Ivoneide Assunção. Outra liderança do MST que elogia programas como o PAA e PNAE é Telma Maria dos Santos, que vive em uma ocupação na periferia de Feira de Santana. Ela está no movimento há quatro anos e vive na área ocupada com outras 86 famílias, onde se planta milho, alface, repolho, coentro e salsa, além de algumas cabeças de gado e bodes. “Como ainda somos acampamento, espero que tenhamos essa oportunidade de ter o PNAE, que eu já vejo em outros assentamentos, nós sabemos e vimos também em Santo Amaro, o pessoal já está repassando a sua promoção. Nós estamos na espera que isso aconteça, mas para isso nós precisamos ser assentamento e ser reconhecidos”. Telma conta que apoia Lula a muito tempo. “Briguei por Lula, ele foi eleito após 4 candidaturas, foi uma grande satisfação para nós, principalmente nós do PT, nós dos movimentos sociais, e hoje a gente continua sendo Lula. Que Lula vença mais essa batalha pois a gente crê que Lula será o nosso futuro, nos dará uma nova esperança e fará o melhor pelos movimentos sociais”.
Programas de Lula fortaleceram populações tradicionais no SE Com PT na Presidência, povos tradicionais como as catadoras de mangaba de Sergipe e os índios Xokó melhoraram de vida. Lula faz caravana pelo estado até esta terça
Povos Indígenas
Pedro Sibahi/Agência PT
A
s populações tradicionais brasileiras estão entre as principais beneficiadas pelos programas criados no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos e outras iniciativas, milhares de pessoas puderam se manter em suas comunidades vivendo com mais dignidade. Em Sergipe, o projeto Catadoras de Mangaba é um exemplo de como diferentes iniciativas públicas combinadas mudam a vida da população. Criado
“Foi um projeto muito bom, trouxe muitos benefícios para a gente”, conta Santos, moradora do povoado de Ribuleirinhas, em Estância. “Somos catadoras de mangaba desde sempre, desde a minha mãe. A gente levava as mangabas para a feira, e aquilo não vendia e a gente jogava fora porque a gente não sabia o que fazer”. “Hoje a gente não faz mais isso. A gente leva para a feira, vende, e aquelas que não vendem na feira a gente despolpa e da polpa faz os derivados, que são as maravilhas que têm aí”. Ela e suas companheiras comercializam produtos como biscoitos, geleias, bombom, licor e tortas. “Nós nos encontramos e tivemos nosso projeto. Através do projeto conseguimos a compra de nosso terreno e essa unidade para trabalhar. Isso foi no governo de Lula, em 2010”. Para Santos, a vida era melhor no governo Lula, pois mesmo quando a produção ia mal, ela sabia que não faltaria comida na mesa. “Ainda hoje temos nossos produtos, mas a renda é baixa. A renda que a gente faz mal dá para comprar os insumos, porque tem que pagar a energia, pagar água, e às vezes não sobra nada para nosso sustento. Com os programas do governo que a gente ganhava, era uma renda extra que gente sabia que tinha direito certo e a gente sabia o que tinha que fazer”. Ela teve o programa Bolsa Família cortado no governo Temer por ser da Associação de Catadoras de Mangaba, apesar da entidade não gerar lucro. “No nosso governo Lula e Dilma foi muito bom, digo com sinceridade. Hoje eu vou voltar para as urnas se ele voltar para ser presidente. Se ele não voltar, eu também não volto mais (às ruas). Eu prefiro pagar uma taxa, mas não voto mais”.
em 2010 com o apoio da Universidade Federal de Sergipe, da Petrobras e do governo federal, a iniciativa chegou a ter 600 catadoras de oito municípios sergipanos. Atualmente, o projeto está ameaçado pela falta de verbas e o desmonte das políticas públicas promovido pelo golpista de Michel Temer. Ainda assim, mulheres de luta, como Josefa dos Passos Santos, seguem tentando trabalhar com a mangaba – uma pequena fruta levemente azeda, típica da região.
Cacique Ba, da aldeia Xokó da Ilha de São Pedro, em Porto da Folha (SE) Na aldeia dos índios Xokó em Porto da Folha, Lucimario Apolonio Lima, o Cacique Ba, conta como o governo Lula melhorou a situação de seu povo. São cerca de 120 famílias que vivem na Ilha de São Pedro e foram beneficiadas por projetos como Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos, além de ações como o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Segundo Ba, com os governos de Lula e Dilma a região recebeu uma evolução grande na área da
saúde. Ele cita, por exemplo, a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), um departamento do Ministério da Saúde. “Hoje temos um polo de saúde dentro da aldeia, que tem equipe quase completa, com enfermeira, médico, dentista, e o médico é cubano”. Já o Conselho Nacional de Política Indigenista é elogiado porque ampliou o espaço de diálogo. “Os governos de Lula e Dilma deram esse espaço para a gente dialogar, ele não fechou as portas. Foi uma forma da gente conversar de frente. Foi uma forma da gente mostra nossas dificuldades e muitas coisas foram atendidas”. Com o Minha Casa Minha Vida, 112 famílias conseguiram construir seu imóvel próprio. No entanto, além disso, Ba destaca a importância dos programas de acesso ao estudo superior e às universidades para a juventude local. “Hoje a aldeia do povo Xokó tem mais de 30 jovens formados no nível superior. Teve tempo que o jovem aqui não tinha direito de estudar e disputar com o rico e hoje graças a Deus uma aldeia pequena como essa tem mais de 30 jovens formados”. “Foi um mandato que abriu as portas para o pequeno, o pobre, não só o índio, mas que o negro, o sem-terra, tivesse a oportunidade de estudar e disputar com o branco, principalmente aquele da classe alta. Felizmente a juventude daqui hoje é estudada”. Manoel ainda critica Temer. “Esse presidente golpista que está aí, o Temer, está acabando com a nossa nação. Só não enxerga isso quem é cego. Eu sou analfabeto, mas eu estou vendo o buraco aonde estamos caindo”.
Lula pelo Brasil: Nordeste foi região mais beneficiada pelo MCMV Lagarto, no Sergipe, teve mais de 2 mil casas construídas; ao todo, NE teve 686.479 casas contratadas. Lula passará pela cidade no dia 21 de agosto.
-presidente Lula no projeto Lula pelo Brasil, foram 2.042 casas na região urbana e 202 casas na região rural. Na zona urbana, as contratações foram feitas diretamente pela Caixa, enquanto na zona rural, a construção foi feita por meio de associações comunitárias do município, por meio do Minha Casa, Minha Vida Entidades. “O nordeste concentrava o maior déficit habitacional, sobretudo qualitativo, com a falta de infraestrutura, como saneamento básico”, explica a ex-ministra das Cidades Inês Magalhães. Belchior lembra que 83% do déficit habitacional existente até então se encontrava em famílias com rendimentos de até R$ 2.600. “A política habitacional que existia até então não garantiu casas para família de baixa renda. Porque essas famílias não têm folga na sua renda mensal para pagar prestação imóvel”, diz ela. José Carvalho de Menezes, o Juquinha do PT da cidade de Lagarto, afirma que as casas foram entregues com toda a infraestrutura necessária, tanto no interior quanto no exterior das residências, com água aquecida, pavimentação e drenagem. No Minha Casa, Minha Vida 1, as famílias tinham 90% do valor do imóvel subsidiado pelo governo e pagavam, segundo Juquinha, uma mensalidade de apenas R$ 25. “Isso deu dignidade às famílias. As pessoas demonstram muita satisfação com as casas. A casa é uma referência, aumenta as garantias sociais em volta delas, integrou mais as famílias, garantiu mais conforto às crianças”, diz ele.
Casas rurais
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om cerca de 100 mil habitantes, a cidade de Lagarto (SE) pode ser considerada um símbolo da importância do programa Minha Casa, Minha Vida no Nordeste. A região brasileira, que concentrava os maiores déficits do país, foi também a mais beneficiada pelo programa. Sergipe é o segundo destino do projeto #LulaPeloBrasil, que passará pelos 9 estados do Nordeste. O ex-presidente chegará ao estado no dia 20 de agosto. Lagarto recebeu o campus da Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS) durante os governos petistas. A instituição concederá o título Honoris Causa a Lula, em solenidade marcada para as 9h,
nesta segunda-feira (21). Quase 40% das contratações da Faixa 1 do programa, que atende a população de renda mais baixa, de até R$ 2.600, se concentram no Nordeste. Até o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT), foram 1.730.006 residências contratadas em todo o país, 686.479 no nordeste, segundo Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, e ex-presidenta da Caixa Econômica Federal. Foram 207.734 casas entregues na região apenas nessa faixa. Em Sergipe, foram 25.048 casas contratadas apenas na Faixa 1. Em Lagarto. que receberá o ex-
Inês Magalhães aponta que as moradias na área rural foram uma das grandes inovações do Minha Casa, Minha Vida. Segundo ela, a área rural nunca havia recebido um programa para falar da questão habitacional. “O agricultor podia acessar empréstimos para construir um galinheiro mas não conseguia para construir a sua própria casa“, explica. O MCMV foi pensando justamente pensando nas especificidades do meio rural, como o pagamento de prestações da moradia feito de acordo com a safra, já que os agricultores não recebem salário, mas têm rendimentos de acordo com o tempo da produção. Belchior lembra que o programa também se voltou para a reforma de casas, já que existia uma tradição no meio rural de casas de tecnologia muito baixa, sem banheiro, por exemplo.
Além disso houve um trabalho muito importante a partir das entidades do movimento de agricultura familiar, com a criação de equipes de engenheiros e arquitetos para desenvolver o projeto de cada família e produzir moradias dentro do recurso disponível. Em muitos casos, conta Inês Magalhães, o governo fornecia o material e o próprio movimento se responsabilizada pela mão de obra. Isso gerou uma ativação muito grande da economia local, conta a ex-ministra das Cidades. Segundo ela, foram cerca de 1 milhão de empregos gerados. “Aqueceu a economia e gerou muito emprego na cidade”, confirma Juquinha, sobre Lagarto.
Retrocesso
Desde o golpe e a chegada do presidente golpista Michel Temer à Presidência, o maior programa de habitações do mundo tem sido impactado. Segundo Inês Magalhães, o governo diminuiu drasticamente a oferta das faixas de renda menor e tem focado nas faixas de maior renda. “Eles deixam de contratar nas faixas onde se concentra o déficit habitacional”, explica Belchior. Neste contexto, o Nordeste, que possui a maior concentração de famílias de baixa renda, será penalizado. A proposta de Dilma para 2017, previa que 67% do total de unidades fosse das faixas 1 e 2. Agora, essas faixas correspondem a apenas 38%. “Em 2016, a Presidenta Dilma anunciou a contratação de 110 mil moradias e agora foram contratadas apenas 35 mil”, afirma Belchior. “Tem um desmonte em termos da focalização, de privilegiar o acesso aos fundos para famílias de maior renda, em detrimento das mais pobres”, concluir Magalhães.
Legado do PT revolucionou vida de moradores de Nossa Sra da Glória Prefeito de Nossa Senhora da Glória (SE) diz que cidade está a todo vapor para receber Lula nesta segunda. Agenda faz parte do projeto Lula pelo Brasil
Lula e Dilma entregaram 1,1 milhão de cisternas no Nordeste Em Alagoas, 3º estado a receber o projeto Lula pelo Brasil, foram mais de 63 mil cisternas entregues, transformando a vida de quem convive com a seca
Ricardo Stuckert
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população de Nossa Senhora da Glória, em Sergipe, já está preparada para receber a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto Lula pelo Brasil passará pelo município nesta segunda-feira (21), quando ele será agraciado com o título de cidadão gloriense, na Praça de Eventos. O ex-presidente chegou ao estado no domingo (20) e o primeiro ato aconteceu em Estância. A caravana teve início na última quinta-feira (17), pela Bahia. Lá, Lula passou por Salvador, Cruz das Almas e São Francisco do Conde e Feira de Santana. Foram 3 dias de contato com o povo baiano. O prefeito da cidade sergipana, Chico do Correio (PT), garante que a organização está a pleno vapor para receber a passagem de Lula. Segundo ele, a expectativa é que o evento reúna tanto os glorienses como os moradores de outras cidades do estado. “Acredito que o evento vai reunir entre 40 e 50 mil pessoas. Todo o estado do Sergipe, e mais precisamente a região do interior do sertão, quer ver o nosso querido Lula. Na nossa linguagem popular, falamos que vai vir gente a pé, de jegue e de bicicleta”, diz. Chico do Correio, prefeito de Nossa Senhora da Glória (SE)
Em seu segundo mandato, Chico conta que o legado do PT marcou a região e mudou a vida do povo local. “O Bolsa Família, por exemplo, atende 8,5 mil famílias no nosso município. No ano passado, incluímos mais de 1,5 mil famílias no programa. Temos também o Luz para Todos, Fármacia Popular, ProUni e Fies. O legado do Lula atingiu vários setores da sociedade”, explica. Segundo o IBGE, em 2016, a cidade contava com aproximadamente 36 mil habitantes e Chico lembra o impacto na vida dessas pessoas com a criação da Universidade Federal de Sergipe. “Foi iniciada por Lula e Dilma Rousseff deu continuidade e ampliou o campus. A universidade ter chegado aqui no sertão é o grande diferencial do governo PT para a região”, diz. Todos esses programas estão ameaçados pelo golpe político sofrido pela presidenta eleita Dilma Rousseff. Segundo o prefeito, os desmontes de Michel Temer já são notados, com os cortes impostos pelo governo federal. “O programa Mais Médicos, por exemplo, foi implantado em nossa região e deu tão certo que os golpistas não ousaram tirar, porque sabem que é um bom programa e funciona”.
MDS/Divulgação
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uem é do sertão nordestino sabe que seca não se combate, se convive. E a melhor forma de conviver com o semiárido é armazenando, seja água, sejam alimentos. Uma tecnologia barata e simples para armazenar água no semiárido é a cisterna, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai conferir de perto em Alagoas. Terceiro estado a receber a visita do ex-presidente na sua viagem pelo Nordeste, pelo projeto Lula Pelo Brasil, Alagoas recebeu 63.560 cisternas nas gestões petistas. Lula vai percorrer as cidades de Penedo, Arapiraca e a capital Maceió, nos dias 22 e 23 de agosto. Lula atravessa, nesta terça-feira (22), às 16h, o Rio São Francisco e chega de barco no Porto de Penedo onde será recebido pela população e por autoridades. Na quarta-feira (23), o ex-presidente receberá o título doutor honoris causa na Universidade Estadual de Alagoas no campus
de Arapiraca, às 10h. No mesmo dia, ele segue para um ato marcado para as 18h, em Maceió, quando finaliza sua passagem pelo estado. Uma casa com cisterna é um pequeno oásis no meio de seca” Tereza Campello Ao todo, nos 13 anos em que o Partido dos Trabalhadores estive na Presidência da República, foram entregues 1,2 milhão de cisternas em todo País, sendo 1,1 milhão no Nordeste. O programa de cisternas dos governos do PT ganhou até o Prêmio de Política para o Futuro de 2017 da Organização das Nações Unidas (ONU). “Isso significa 1,2 milhão de famílias, em torno de 4,6 milhões pessoas beneficiadas. É uma população gigantesca beneficiada por essa ação barata, simples e que é uma solução estruturante e não apenas emergencial”, afirma a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma Rousseff, Tereza Campello.
Com hospital e faculdade, Lula qualificou a saúde em Lagarto Quando foi presidente, Lula instalou no interior de Sergipe um hospital regional e uma universidade de saúde, melhorando a vida dos moradores
Em 2010, Lula também instalou no município o Hospital Regional de Lagarto (HRG), criado para atender 250 mil pessoas da microrregião de Lagarto. De acordo com a UFS, o HRG está sendo transformado em hospital universitário em um processo iniciado em 2014, no governo da presidenta eleita Dilma Rousseff. Durante a solenidade, Lula também assinou a ordem de serviço para implantação do sistema de abastecimento de água nos povoados Pururuca, Morcego, Miranda e Fazenda de Cima, ambos no município de Lagarto.
Lula inaugura campus da UFS em Lagarto
Ricardo Stuckert
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interior nordestino, até então esquecido pelos governantes, sempre contou com um carinho e atenção especiais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua gestão mudou a realidade do povo nordestino com um recorde de investimentos em educação, saúde e infraestrutura, proporcionando às famílias possibilidade de mudar suas histórias. E foi assim no município de Lagarto, interior do Sergipe. Com pouco mais de 100 mil habitantes, segundo dados de 2016 do IBGE, a cidade experimentou um avanço social e econômico
nos governos Lula. No dia 21 de agosto, Lula visitará novamente a cidade com o projeto Lula Pelo Brasil e vai conferir de perto como ajudou a mudar a cara do interior sergipano. Enquanto foi presidente da República, Lula instalou em Lagarto um campus da Universidade Federal de Sergipe totalmente voltado para a área da saúde. Com Lula, os moradores da região tiveram acesso a oito cursos de graduação: Medicina, Odontologia, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Farmácia e Terapia Ocupacional.
Os investimentos fizeram de Lagarto um polo de desenvolvimento no estado de Sergipe, segundo explicou o ex-ministro da Saúde de Lula, Alexandre Padilha. Junto com a universidade de medicina chegaram pequenas empresas, restaurantes, novos profissionais, aumentando a oferta de empregos, o nível salariAl e circulando a economia. “Lagarto teve um carinho especial do presidente Lula. Como cidade do interior de Sergipe, o município precisava de investimentos estruturantes para transformá-la em um polo de desenvolvimento para o estado de Sergipe. Sempre que você leva uma faculdade de medicina e um hospital regional você, além de ampliar o atendimento à população, atrai investimentos”, explicou o vice-presidente nacional do PT Alexandre Padilha, que também esteve presente na solenidade. O campus de saúde da UFS em Lagarto recebeu investimentos da ordem de R$ 27,4 milhões do governo federal. Hoje, o campus possui três prédios que contam com cursos de telemedicina, laboratórios com tecnologia de ponta, auditório para mil pessoas e estruturas completas de atendimento à população.
Investimentos de Lula em saúde no Nordeste
“Lula foi o primeiro presidente a tratar o Nordeste não como problema, mas como solução para os problemas dos brasileiros. Por isso promoveu investimentos estruturantes, aumentando o número de universidades federais na região, investindo em saúde, desde a implantação de SAMUs até Hospitais regionais em todos os estados nordestinos. Por onde ele passar nesta viagem vai ver o legado que deixou”, disse Padilha. Agora, toda revolução na educação e saúde promovida pelo ex-presidente está ameaçada pelo governo golpista que, além de entregar o Ministério da Saúde a um representante das empresas privadas de planos de saúde, também deixou as universidades federais à míngua, com o pires na mão. Os cortes promovidos pelo governo Temer ameaçam fechar boa parte das instituições de ensino superior do país.
Alagoas viveu verdadeira transformação com Lula na Presidência Com um dos piores IDH do Brasil, AL foi um dos mais beneficiados pelos 13 anos de governo petistas, em que a o orçamento da União foi descentralizado
Ricardo Stuckert
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lagoas, no Nordeste, viveu uma verdadeira transformação nos 13 anos de governo petista. Quem garante é o deputado Paulão (PT-AL). Com os piores índices de desenvolvimento humano do país, o Estado foi beneficiado pelas políticas sociais como o Bolsa Família, pelos programas de combate à seca, pelo desenvolvimento social regional, aumento real do salário mínimo e pela desburocratização da Previdência Social. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar pelo estado, a partir desta terça-feira (22), com a caravana Lula pelo Brasil. Lula atravessa, nesta terça, às 16h, o Rio São Francisco e chega de barco no Porto de Penedo onde será recebido pela
população e por autoridades. Na quarta-feira (23), o ex-presidente receberá o título doutor honoris causa na Universidade Estadual de Alagoas no campus de Arapiraca, às 10h. No mesmo dia, ele segue para um ato marcado para as 18h, em Maceió, quando finaliza sua passagem pelo estado. Paulão lembra que o Alagoas há uma contradição social muito forte. “É um Estado que vive uma contradição social muito forte, com grande concentração de renda. 70% da população ganha até um salário mínimo”. Para o presidente do PT-Alagoas, Ricardo Barbosa, os governos republicanos do PT inverteram
a prioridade e distribuíram a renda nacional para privilegiar Estados que nunca tinham sido olhados antes pelo governo federal. Segundo Barbosa, Alagoas possui uma economia muito frágil e muito dependente do setor agrícola. Mais de 60% do território é ocupado por cana, gado e coco. E isso acaba travando o desenvolvimento em outras áreas. Lula chega ao Estado no dia 22, em Penedo. No dia seguinte, parte para Arapiraca, onde será realizado um grande ato público. Depois, o ex-presidente segue para a capital, Maceió. Segundo ele, caravanas de todo o Estado estão saindo de suas cidades para acompanhar a passagem do ex-presidente. “O pessoal diz: onde o Lula for eu vou. Você vê isso sobretudo nas classes mais baixas, quanto mais você vai pro interior. Você vê uma saudade de ter Lula novamente como comandandante da Nação para ter uma política de distribuição de renda”, explica Barbosa. Paulão afirma que o Bolsa Família conseguiu garantir mais dignidade na vida das famílias, principalmente para as mães, e isso teve consequência direta para as crianças, com a redução da mortalidade infantil. Além disso, foram feitas campanhas de vacinação. “Antes era comum ter enterro de crianças. Essa fotografia deixou de existir”, explica. O deputado também cita o Luz Para Todos, que levou luz para áreas que sofriam com a falta de energia na zona rural. Na educação, Lula promoveu a expansão da Universidade Federal com polos no interior do Estado. O mesmo foi feito com os Institutos Federais. Outra obra importante foi a duplicação da BR-101, que liga o Estado a Pernambuco.
Previdência mais fácil
Uma ação pouco falada, mas que teve um grande impacto no Estado foi a desburocratização da Previdência Social. Hoje, o dinheiro que vai para a Previdência Social nos pequenos municípios é maior do que transferências do Fundo de Participação dos Municípios em muitas cidades do Alagoas. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência Social do governo Lula, conta que a mudança foi feita em 2009. Antes, quem queria se aposentar tinha que apresentar todos os comprovantes de trabalho de toda a vida. Ou seja: o trabalhador tinha que provar
sua trajetória. Para o trabalhador da agricultura familiar, o processo era ainda mais complexo porque envolvia a documentação de toda a família. Segundo Gabas, o processo que, em média, durava um ano, passou para no máximo meia hora. Em 2009, esse processo foi modificado com o cruzamento de dados de diversos cadastros públicos. Foram usadas informações do Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS), do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Receita Federal. Assim, o trabalhador precisa ir apenas agendar um atendimento pela central, e levar o seu RG, e todas as informações do tempo de serviço já estarão disponíveis. “Mudamos o conceito: não estamos concedendo um benefício, estamos reconhecendo um direito. Com isso, se inverteu o ônus da prova”, explica Gabas. “Nós aposentamos a aposentadoria com saco de papel”, diz ele, em referência ao monte de documentos que o trabalhador necessitava entregar para conseguir sua aposentadoria. No caso do agricultor familiar, foram cruzados dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Além disso, foram feitas parcerias com a Contag e cooperativas locais para realizar o cadastramento dos agricultores. O deputado Paulão lembra que, no Alagoas, muita gente demorava até 4 anos para conseguir se aposentar. Com a mudança, isso foi feito em menos de uma hora. “Isso incentiva a pessoa a se aposentar e passar a viver do vencimento da aposentadoria. Foi um grande incremento na economia das cidades pequenas”, explica Barbosa.
Lula democratizou o acesso ao ensino superior em Alagoas Ex-presidente levou universidades para o interior do estado e implementou programas de acesso de pobres, negros e índios à graduação
Penedo onde será recebido pela população e por autoridades. Na quarta-feira (23), o ex-presidente receberá o título doutor honoris causa na Universidade Estadual de Alagoas no campus de Arapiraca, às 10h. No mesmo dia, ele segue para um ato marcado para as 18h, em Maceió, quando finaliza sua passagem pelo estado. “Com Lula tivemos a ampliação e a interiorização da Universidade Federal de Alagoas, que foi um fato muito importante, principalmente pra um estado com o maior índice de analfabetos do país. Ao levar o ensino superior e técnico ao interior de Alagoas, facilitou o acesso dos nossos jovens, que antes precisavam se deslocar para a capital se quisessem estudar, à universidade. Essa conquista gerou desenvolvimento político, econômico e social”, declarou a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do estado de Alagoas, Maria Consuelo Fonseca.
Universalização do ensino
Ricardo Stuckert
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istoricamente, Alagoas é o estado com maior índice de analfabetismo do Brasil. Sempre ao largo dos olhos dos governantes, foi durante a gestão de Lula como presidente que Alagoas pôde experimentar um salto educacional, com a interiorização de universidades e institutos federais e investimentos maciços em políticas de inclusão no ensino superior. Em 2006, o então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurou, ao lado de seu Ministro da Educação (MEC), Fernando Haddad, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em Arapiraca,
dando início à tríade de campi que hoje compõem a instituição. Em seu discurso durante o lançamento da pedra fundamental em Arapiraca, Lula declarou: “Arapiraca e a região do agreste vão sofrer um processo de evolução e os nossos jovens terão um meio de preparação para o futuro”. Agora, mais de uma década depois, Lula volta com o projeto #LulaPeloBrasil para ver como mudou a realidade do povo alagoano. Lula atravessa, nesta terça-feira (22), às 16h, o Rio São Francisco e chega de barco no Porto de
Tudo teve início em 2004, quando o MEC propôs a interiorização da Ufal e sua expansão através do programa do governo Lula de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, que visava ampliar o acesso e a permanência no ensino superior. Com a interiorização, a universidade federal chegou ao agreste, litoral norte e ao sertão de Alagoas através de três campi e oito pólos vinculados, oferecendo pelo menos 14 cursos de graduação e dois de pós-graduação. Isso sem contar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas, criado por Lula em 2008, e que foi expandido também para todas as regiões do estado. Os investimentos do governo Lula em educação também chegaram à Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), por meio de políticas de inclusão que permitiram a negros, pobres, camponeses e índios o acesso ao ensino superior. De acordo com a Uneal, a implantação do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Culturais Indígenas (Prolind) garantiu a formação de 76 professores indígenas pela universidade. O programa vinculado ao MEC visa apoiar financeiramente cursos de licenciatura especificamente destinados à formação de professores
de escolas indígenas, as chamadas licenciaturas interculturais. Já o Programa de Licenciatura em Educação no Campo graduou 54 professores da Uneal. O Procampo apoia a implementação de cursos de licenciatura em educação do campo nas universidades públicas, voltados especificamente para professores que atuam no ensino fundamental e ensino médio nas escolas rurais. Somam-se a esses programas as cotas, o ProUni, Fies, dentre tantos outros programas instituídos nos governos petistas. “As conquistas e melhorias na educação também passam pela ampliação da oferta dos livros didáticos para o ensino médio, antes só distribuídos para o ensino fundamental, a merenda, que também teve sua oferta ampliada, além da política de transportes para nossos estudantes que moram na zona rural. O legado de Lula é muito grande em Alagoas”, afirmou Consuelo.
Pescadores de Alagoas elogiam proteção social criada por Lula Regulamentação do seguro-defeso e linhas de crédito para compra de equipamentos trouxeram segurança para a vida dos pescadores
Pedro Sibahi/Agência PT
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Hoje a gente vê que o Lula foi o presidente que mais valorizou os pescadores”. A afirmação foi feita por um próprio pescador alagoano, em entrevista à Agência PT de Notícias. Erinaldo Santos Gonçalves, vice-presidente da colônia de pescadores de Piaçabuçu, vive em uma cidade próxima à foz do rio São Francisco, em Alagoas. Ele conta que, para sua comunidade, a regulamentação do seguro-defeso pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, com a Lei 10.779, trouxe mais segurança no período em que é proibido pescar por conta da reprodução nos peixes. Além disso, no governo Lula, lembra, foram abertas várias linhas de crédito para os pescadores artesanais. O ex-presidente passará por Alagoas, a partir desta terça-feira (22), com a caravana Lula pelo Brasil. Ele atravessará, às 16h, o Rio São Francisco, e chegará de barco no Porto de Penedo onde será recebido pela população e por autoridades. Na quarta-feira (23), o ex-presidente receberá o título doutor honoris causa na Universidade Estadual de Alagoas no campus de Arapiraca, às 10h. No mesmo dia, ele segue para um ato marcado para as 18h, em Maceió, quando finaliza sua passagem pelo estado. “Infelizmente o governo hoje já não dá voz aos pescadores, e uma prova disso foi a extinção do
Ministério da Pesca. O Lula criou o Ministério e agora acabaram com o Ministério. A gente agora não sabe o que fazer”, lamentou Gonçalves. “Quando o Lula era presidente, a gente tinha muitas linhas de crédito para os pescadores. O pessoal fazia empréstimo para comprar barco, rede, motor, tinha os projetos nas colônias. Hoje em dia não tem mais, o governo está cortando”. “Até no governo da Dilma a gente conseguiu um curso técnico à distância de aquicultura e pesca. Se formou uma turma e o governo atual não quis saber de renovar o contrato”, completou Erinaldo. Outro pescador de Piaçabuçu, Reinaldo Santos Bezerra, 42, elogia Lula pela facilidade durante seu governo para fazer empréstimo para comprar motor para os barcos. “Se Lula voltar vai ser bom para a gente, porque esse governo que está aí tá botando para arrebentar com o pobre. O pobre não tinha motor aqui, depois que Lula entrou na presidência o pobre tem motor no seu barquinho para pescar”. Erinaldo ainda destaca que Lula valorizou o pobre e hoje, após o golpe, volta a incerteza. “O Lula veio de família humilde e acho que por isso ele sempre deu valor a essa coisa de ajudar a pobreza. E os pescadores hoje vivem essa incerteza, se vai tirar ou não o seguro defeso, porque o Temer do jeito que está fazendo, é para acabar com tudo que venha beneficiar o pobre”.
Imprensa internacional dá destaque à caravana de Lula Mídia latino-americana e europeia acompanham caravana de Lula pelo Nordeste e ressaltam apoio popular e resiliência do ex-presidente
Lula encerra caravana em SE como condutor de sonhos e esperança Após ato com inúmeras homenagens e muito calor do povo sergipano, em Aracaju, Lula segue viagem rumo a Alagoas
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viagem de 18 dias do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Nordeste, no projeto Lula Pelo Brasil, está apenas começando, mas já tem até repercussão internacional. Enquanto isso, a mídia brasileira esconde a viagem e, muitas vezes, ignora os atos de Lula. Com enunciados como “Lula busca conforto nos banhos de multidão” e “Lula em missão de reconquista no Nordeste“, em revistas como “L’Express” e “Le Point”, a cobertura francesa acompanha a caravana do petista dia a dia. Sites que cobrem toda a Europa, como o “Euronews”, também acompanham a viagem. O veículo francês “Libération”, por exemplo, destaca a “extraordinária resiliência” de Lula. A imprensa dos países vizinhos da América Latina também segue a caravana. A Telesur enfatizou que os “brasileiros expressam apoio a Lula durante sua viagem”. O jornal francês Le Monde também deu destaque à caravana, afirmando que “Em turnê pelo Nordeste, Lula está em reconquista“.
Ricardo Stuckert
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Ricardo Stuckert
m um ato cheio de homenagens, emoção e muito carinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou, nesta terça-feira (22), a passagem da caravana Lula Pelo Brasil em Sergipe, sendo o portador de sonhos e esperança do povo nordestino e de todo o Brasil. “Se não fosse a esperança de vocês, o Lula seria apenas mais um para a história desse país. Vocês não têm que agradecer ao Lula. Vocês têm que agradecer a cada um de vocês, porque sem vocês não existiria Lula”, disse o ex-presidente ao público que lotou o Iate Clube de Aracaju (SE). “Eu gostaria de ser o portador de sonhos e de esperança. Porque sem esperança a gente não vai a lugar nenhum. A gente tem que levantar todo santo dia tendo esperança que o dia será sempre
melhor. E mesmo quando não for melhor, a gente não tem de reclamar. É isso que eu aprendi com minha mãe. Quantas vezes a gente não tinha o que comer, quantas vezes chovia e entrava água em casa? Eu nunca vi a minha mãe reclamar, ela sempre falava amanhã vai melhorar”, lembrou. Lula recebeu diversas homenagens do povo local, como dois jovens que se formaram em Medicina e subiram ao palco para abraçar o ex-presidente. “Esses jovens que se formaram em Medicina, o único agradecimento que eu quero deles é que eles não virem médicos mercenários. É que eles devolvam aprendizado que tiveram por conta do estado brasileiro para dar atendimento aos mais pobres”, afirmou, lembrando do Mais Médicos, criado pela presidenta eleita Dilma Rousseff, e criticando o fim
do Farmácia Popular, anunciado pelo governo golpista de Michel Temer. A jovem Iva Mayara, que foi beneficiária do Bolsa Família, subiu ao palco e devolveu o cartão do programa ao ex-presidente. Ao falar sobre a mulher, Lula criticou o golpista Michel Temer: “é uma pena que ela não devolveu o cartão para o Temer, porque o Temer não tem coragem de vir no meio do povo”. “Vocês viram a história dessa moça. A verdade que a gente tava vendendo era esperança com o Bolsa Família. Eu vou seguir a caravana sem ódio e sem rancor. Na minha alma não existe mais espaço para ódio, raiva e vingança. Eu não tenho ódio nem do Moro. Todo dia eu estou agradecendo a Deus pelos dias que ele vai me dar pela frente”, disse. Lula voltou a falar sobre o objetivo da caravana Lula pelo Brasil: conversar com as pessoas, olhar nos olhos no povo e dizer que “temos condições de mudar o Brasil”. “Eu vivi um momento de ouro nesse país, que era mais respeitado no mundo. Não tem nada mais sagrado do que uma mãe ter café, almoço e janta para seus filhos. Ter o dinheiro do seu suor. Do que uma mulher ter uma profissão, se formar e trabalhar e não depender de viver com o homem por causa de um prato de comida. Não há nada mais sagrado do que a liberdade da gente tomar decisão e de agora a gente ver os negros na universidade”. “É esse país que nós temos que ter esperança de construir. Eu saio daqui depois de passar em várias cidades, de conversar com muita gente, eu saio daqui para dizer para vocês que eu levo de Sergipe a mais grata lembrança e um carinho que poucas vezes um ser humano pode receber”, finalizou Lula, lembrando da história do companheiro Marcelo Déda. “A primeira vez que eu estive em Sergipe acho que foi 1985. Tinha um moleque metido aqui chamado Marcelo Déda que se meteu a ser candidato. Aquele menino que tinha apenas 25 anos virou governador desse estado. O amigo que jamais imaginou ser vereador, terminou virando presidente da República”, afirmou Lula, emocionando a todos os sergipanos. Sobre uma possível candidatura em 2018, Lula mandou um recado aos opositores: “não se preocupem com o Lula. O Lula é uma pessoa. O que eles têm que se preocupar são com milhões e
milhões que pensam como Lula e querem mudar o país.
A caravana da esperança
Eliane Aquino, vice-prefeita de Aracaju e esposa de Déda, também falou sobre a importância de renovar a esperança. “É isso que a gente quer que volte, presidente. Estamos hoje sofrendo porque nós não temos mais o que acreditamos, as políticas que são de inclusão do nosso povo”. “isso tudo nós tínhamos no seu governo. Nesses dois dias que nós rodamos o interior, se eu puder falar o que eu vi em cada rosto, eu falo que é esperança. Sergipe não se rende, não se vende e é digna de homens e mulheres trabalhadores”, concluiu. O presidente do PT em Sergipe, Rogério Carvalho, acompanhou Lula em todas as cidades pelo estado e falou sobre como a caravana pode influenciar na condução política local. “Depois da caravana, quando atravessar o São Francisco, nós vamos começar a caravana da construção do projeto de Sergipe com o envolvimento de todos. Vamos ajudar a fazer do Brasil uma grande nação”. O aniversariante do dia, deputado João Daniel, recebeu até o canto de “parabéns para você” durante o evento. Ele completou 60 anos nesta terça e comemorou com a caravana. “Essa caravana é muito importante para a democracia no Brasill, para levantar o povo brasileiro, para dizer que nosso país pode dar a todos homens e mulheres o direito a se alimentar, estudar, ter saúde, reforma agrária, casa”. O coordenador da caravana e vice-presidente nacional do PT, Marcio Macedo, tem acompanhado Lula desde o início da viagem e falou sobre como o projeto tem mexido com o povo. “É a caravana da esperança de Lula, que está mexendo com o Brasil e com nossa gente. Eles estão com medo do povo do Brasil e de Sergipe”, disse Marcio, sobre os opositores.
Sonhar não tem mais limites para jovens de Itabaiana Estudantes se emocionam ao falar da gratidão que têm pelos programas de Lula e Dilma que permitiram que eles reescrevessem suas histórias de vida
Ricardo Stuckert
“A
gente tem que prestigiar quem prestigia a gente!” É de forma concisa e pungente que o jovem itabaiano Adilson Junior, 23, define sua presença em ato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, indiretamente, uma das motivações por trás do projeto Lula pelo Brasil. O ex-presidente tem viajado o Nordeste brasileiro com convidados para poder testemunhar, como já fez tantas vezes em sua história, a situação em que se encontra o Brasil. Foi conversando com pessoas de todo o país que Lula pode construir programas tão importantes e
que influenciaram tão profundamente a vida de brasileiros e brasileiras. E é justamente isso que ele está fazendo nesta nova etapa de um Brasil pós- golpe. Como bem define Rogério Carvalho, presidente do PT-SE, o que o ex-presidente está fazendo é poder olhar nos olhos de cada um e cada uma. “A maior força que Lula deu às famílias do Brasil foi quando empoderou as mulheres e levou a juventude às universidades. Temos o desafio de continuar sonhando com o país da esperança. Vamos continuar na luta porque o Brasil é de todos
os brasileiros e brasileiras”, afirma. A história do jovem Leonan ressoam e reforçam as palavras de Rogério Carvalho sobre a vida em Itabaiana. Nesta segunda-feira (21), Lula visitou a cidade, no interior do Sergipe, e recebeu o título de cidadão itabaianense. Filho de uma mãe solteira que estudou apenas até a quinta série, Leonan tinha tudo para ser um garoto que, em governos passados, não veria um horizonte amplo e convidativo à sua frente. Mas encontrou em seu caminho as ideias de um certo pernambucano que não admite que nenhum jovem deixe de atingir os objetivos com que sonha. “Eu não tinha nenhuma chance, mas com o Reuni e a interiorização das universidades, eu consegui entrar no meu curso. É com muita alegria que falo dos governos Lula e Dilma porque, enquanto nordestino e sergipano, vi a minha sociedade melhorar.” “Vocês sabem que não é discurso, vocês sabem o que Lula fez aqui em Itabaiana. Ele fez aqui um campus da universidade para que o filho do povo tivesse acesso ao ensino superior e também porque ajuda a desenvolver a cidade e o agreste sergipano”, disse o vice-presidente do PT e coordenador da caravana, Marcio Macedo. E o que Marcio diz é exemplificado pelas histórias dos estudantes que se manifestariam no ato minutos depois. Nas palavras de Leonan: “Lula é um cidadão itabaianense porque Itabaiana se transformou graças a ele. Antes, havia muita discrepância entre ricos e pobres, que não tinham acesso a educação. Com Lula, conseguimos uma universidade, um instituto federal, diversos lotes do Minha Casa, Minha Vida, os jovens empreendedores, cursos técnicos. Itabaiana reconhece e por isso recebeu Lula de braços abertos e com um sorriso no rosto.” Adilson também viu seus sonhos crescerem a olhos vistos graças a Lula. “Hoje curso duas faculdades: Geografia na UFSE e Direito na Universidade Tiradentes. Numa, sou beneficiado pelo Fies. Na outra, pelas cotas. Por isso, agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade e a Lula pelas políticas
educacionais que implantou”, conta. Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe, no campus localizado na cidade, Érica pôde não só entrar na Universidade, como adquirir experiência em sua área ainda na faculdade. “Eu não me recordo de alguém ter tido essa oportunidade de trabalhar e ter auxílio. Esse auxílio ajuda muitas pessoas a fazer curso superior, e isso é maravilhoso, porque contribui para um Brasil que tenha pessoas com formação, que sejam pessoas que tenham dignidade, que possam fazer parte e se tornar um cidadão critico de fato.” É por isso que ela se emociona – e muito – ao ver Lula caminhando por sua terra. “Lula é uma pessoa esplêndida. Não vejo outros líderes que chegam junto de seu povo como ele chegou.” Um retrato do que foi a revolução promovida pelos governos do PT é a jovem Camila Oliveira. “Eu nasci na zona rural do município de Itabaiana, que fica no interior de Sergipe, o menor estado do país”, enumera. Mas, para ela, essas questões já não foram determinantes na construção de seu futuro. Isso porque, aos 5 anos de idade, viu chegar à presidência Luis Inácio Lula da Silva. Já morando na cidade, a filha de pedreiro passou a ser beneficiária do Bolsa Família. Participou do projeto Parlamento Juvenil do Mercosul e representou seu estado em países como Colômbia, Argentina, Paraguai e Uruguai. “Era uma coisa inimaginável para mim, filha de pedreiro nascida em Itabaiana. Hoje, estou me formando em jornalismo e quero estudar outro programa do PT, o Mais Médicos. Todas as histórias sobre isso me emocionam.” Se outras legendas têm medo de ir até o povo e conversar olhos nos olhos, o PT tem orgulho de olhar para as pessoas e receber a gratidão por ter feito sonhos se tornarem realidade.
Sisternas garantiram segurança para agricultores familiares em AL O premiado Programa Cisternas criado por Lula garantiu o acesso a água às famílias de baixa renda da zona rural de cidades do Semiárido brasileiro
Pedro Sibahi/Agência PT
O
s resultados do premiado Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais, criado pelo PT, são fáceis de serem encontrados no interior do Brasil. No povoado de Lagoa D’Água, em Arapiraca, estado de Alagoas, Lenildo Cavalcante dos Santos conta que a chegada das cisternas foi uma grande vitória para o pequeno agricultor. “A gente aqui no agreste infelizmente tem
sofrido bastante com a seca, e com a chegada dessa cisterna aí foi tudo para o pequeno agricultor da zona rural”. Ele usa a água tanto para consumo quanto para limpeza. O ex-presidente estará na cidade, nesta terça-feira (22). Antes, Lula atravessa, às 16h, o Rio São Francisco e chega de barco no Porto de Penedo onde será recebido pela população e por autoridades. Depois, ex-presidente receberá
o título doutor honoris causa na Universidade Estadual de Alagoas no campus de Arapiraca, às 10h. No mesmo dia, ele segue para um ato marcado para as 18h, em Maceió, quando finaliza sua passagem pelo estado. O Programa Cisternas foi financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social desde 2003 e instituído como política pública pela Lei Nº 12.873 em 2013. O público do programa são famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água, com prioridade para povos e comunidades tradicionais. Entre 2013 e 2016, o número de cisternas entregues pelo país foi de 1,2 milhão. Apenas em Alagoas, foi gerada capacidade de armazenar aproximadamente 1 milhão de litros d’água. O Estado recordista em atendimento pelo programa foi a Bahia, com capacidade de quase 5,8 milhões de litros de armazenamento criada no período. Geraldo Vicente dos Santos, outro agricultor da região, conta que “na época que não tinha cisterna aqui era muita dificuldade de chegar água. Tinha tempo que faltava 5, 6, 15 dias, chegava um mês que faltava água”. “Agora todo mundo tem água a vontade para gastar no consumo da casa, para a roupa, e isso tudo foi através de Lula”, comemora Geraldo. Jailsa Maria Ferreira, agricultora que trabalha com mandioca, fumo, milho, feijão e batata, além de criar dois filhos, diz que se visse Lula “só ia agradecer por tudo que ele fez”. Ela relata que “tinha muita falta d’água e essa cisterna foi maravilhosa, foi uma benção de Deus. Hoje uso para beber, lavar, tomar banho”. O agricultor Valdir relata que a cisterna ajudou muito no período de seca Plantando roças de mandioca, batata, fumo, feijão, fava e abóbora, Valdir Pereira da Silva é outro que comemora a chegada do programa. “Para a gente foi uma benção essa cisterna, ainda está sendo, porque teve um período que foi uma seca muita grande que teve aqui, e essa cisterna ajudou demais, veio em boa hora. A gente usa para tudo, para tomar banho, pra beber, lavar”.
“Se eu encontrasse com Lula, ia falar para ele que faça tudo e se candidate de novo porque a gente vai votar nele a toda hora se for preciso. Só foi um presidente que passou e viu o lado dos pobres, da agricultura, foi ele mesmo”. Além das cisternas, a regia de Arapiraca também foi beneficiada por outros programas, como o Bolsa Família, que ajudou a população em momentos de dificuldade. Gisleide Moisés Santos diz que sua vida mudou após governo do PT “Passei 13 anos com Bolsa Família, foi uma coisa que me ajudou. Graças a Deus hoje tenho meu trabalho de casa, que é um mercadinho, mas já veio na época do PT. Eu não tinha uma bicicleta, hoje tenho um carro, uma moto, e foi no governo do PT que eu tive oportunidade de crescer”, conta a pequena comerciante Gisleide Moisés Santos. “Há 28 anos atrás eu morava em uma casa que você tinha que entrar abaixado de tão pequena, e depois que passou o tempo de Dilma e Lula, depois do PT pra cá, a minha vida mudou muito”, relata. “Hoje eu moro em uma mansão, depois do presidente Lula mudou a minha vida”.
Para New York Times, Lula é o líder mais popular do Brasil Jornal fala da receptividade que Lula encontra durante a caravana, e lembra que ex-presidente tirou milhões da pobreza durante seu governo
Ricardo Stuckert
U
ma reportagem publicada no jornal The New York Times classificou Lula como o político mais popular do país. A reportagem, da agência Reuters, também fala sobre a receptividade que o ex-presidente tem encontrado durante a sua caravana pelo nordeste. “Milhões de brasileiros deixaram a pobreza durante o seu governo. Ele ainda é o líder mais popular do Brasil”, diz o texto. A matéria relata as constantes paradas do ônibus, quando a população fecha a estrada para recepcionar o ex-presidente. O texto também aborda a ampla rejeição ao Michel Temer (PMDB) e aponta que Lula tem criticado as políticas de austeridade do presidente golpista.
Reportagem do New York Times sobre Lula
A reportagem também lembra que Lula lidera as pesquisas de opinião sobre as eleições de 2018. “Multidões apaixonadas continuam indo ouvir os discursos do primeiro presidente da classe trabalhadora no Brasil, vestindo as camisetas do Partido dos Trabalhadores e cantando ‘Lula, nós não vamos te abandonar’”, descreve o jornal. A viagem de Lula Pelo Brasil tem repercutido internacionalmente. Desde o início, jornais, sites e revistas de todo o mundo tem enviado jornalistas e publicado matérias sobre a caravana. Lula já passou pelos Estados da Bahia, Sergipe e chegou em Alagoas nesta terça-feira (22).
Quilombolas de Alagoas relatam melhora de vida no governo Lula Moradores do Quilombo Tacabaria, em Arapiraca, contam como conseguiram sair de barracos de lona para casas de alvenaria e pedem retorno do ex-presidente
Pedro Sibahi/Agência PT
A
vida dos moradores do Quilombo Tabacaria, localizado no município de Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, mudou radicalmente nos últimos 13 anos. Reconhecido pelo governo federal em 2008, passou de barracos de lona para casas de alvenaria. Do trabalho quase sem remuneração em condições degradantes, passaram para a independência com o Bolsa Família. “Passamos 12 anos em barracos de lona. A gente não tinha outra opção porque era ali e esperando na justiça o que iriam mandar para nós. E nós com paciência embaixo da lona”, conta Amaro Félix Filho, presidente da comunidade. “Depois que recebemos as emissões de posse,
recebemos a notícia de que se a terra vinha, as casas também chegavam”. Em 2016 começou a construção de 50 unidades habitacionais pelo Programa Nacional de Habitação Rural, dentro do Programa Minha Casa Minha Vida. Neste ano as casas finalmente estão sendo entregues. Formado por descentes diretos do Quilombo dos Palmares, Tabacaria foi a primeira terra quilombola a ser reconhecida no Brasil. Hoje 89 famílias vivem na área, que chegou a ter um terço das residências em barracos de lona e o restante em condições precárias. “Estamos com 50 casas construídas e ainda faltam 37. O projeto já está nas mãos dos deputados em
Brasília e falta eles aprovarem”, explica Amaro, que credita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mudança de vida. Amaro Félix Filho, presidente da associação de moradores do Quilombo Tabacaria “Só recebemos essas terras por intermédio do decreto que veio pelas mãos do presidente Lula. Não temos como agradecer a ele, por isso eu sempre digo ao povo que nós só queremos a certeza de que ele pode se eleger, porque campanha não precisa. O povo só quer essa palavra”. “Daí pra frente temos a certeza de que Lula ainda vai ser nosso presidente, porque nós ainda precisamos da mão do governo Lula nos nossos projetos. Agora vamos partir pra projetos porque terra e moradia está chegado”, conta o presidente da associação, planejando começar iniciativas de geração de renda. Um dos moradores mais antigos do quilombo, Gerson Paulino dos Santos, 72 anos, conta que sofreu muito até a chegada de Lula na presidência. “Eu vivia com oito filhos dentro de um cativeiro, limpando o terreno dos fazendeiros com um saco de lona nas costas, em 30 ou 40 pessoas. Pegava as 7h da manhã e largava às 4h da tarde”. “Foi no tempo que Lula se candidatou e ganhou, aí eu disse que não seria mais assim, seria Bolsa Família. Graças a Deus, desse dia para cá a mesa do pobre encheu de fartura e o pobre não passou mais fome. Tenho fé em Deus de que quando ele ganhar de novo a mesa vai dobrar”. “Hoje tenho minha casinha, meu lazer com minha veinha [esposa] a Dominícia. Estou feliz com meus companheiros de luta”.
Gerson e sua esposa Dominícia
Uma das filhas de Gerson, Maria Aparecida dos Santos, conta que seu barraco era tão precário que um dia as madeiras e a lona cederam, e o telhado caiu destruindo diversos móveis. “Eu dizia que Jesus Cristo iria me abençoar, que um dia eu queria ter uma casa, uma morada boa pra viver com meus filhos, meus netos. Agora sim, através do meu presidente Lula, eu posso dizer que tenho uma casa, é um palácio a minha casa. Através dele que hoje meus filhos estão estudando. Eu quero agora que, se Deus quiser, ele vai ganhar para
presidente de novo”, afirma Aparecida. Além das casas construídas pelo Minha Casa Minha Vida, os moradores valorizam o Bolsa Família, por garantir independência de trabalhos degradantes e segurança alimentar. “O Bolsa Família lançado por Lula foi o que fez com que o povo aqui não morresse a metade, porque a renda era essa. A gente não tem como agradecer ao Lula o Bolsa Família lançado para o bem dessa comunidade. A gente fala que se não fosse o Lula a gente não sabe como estaria hoje a situação desse povo pobre”, afirma Amaro. Gerson afirma que está muito animado com a ida de Lula a Arapiraca, cidade que fica na região do quilombo. “Eu fiquei muito feliz quando eu soube que nosso presidente Lula vem para Maceió, eu vou ter muito prazer de receber e abraçar ele”. “Eu tenho vinte netos, o Lula veio para Palmeira dos índios e disse que se ganhasse para presidente a mesa do pobre ia ser que nem a do rico, não ia faltar o alimento. Ele disse e provou”.
Dona Lindu: mulher, guerreira, mãe Em viagem ao Recife no projeto Lula Pelo Brasil, ex-presidente Lula visita parque que recebeu nome em homenagem a sua mãe, a pernambucana Dona Lindu
Divulgação/ArquivoPCR
C
omo escreveu Euclides da Cunha, “o sertanejo é antes de tudo um forte”. Mas, neste caso, a sertaneja Eurídice Ferreira de Melo, a Dona Lindu, é mais do que forte. É guerreira, mulher, mãe, heroína. Sua história se inicia no cenário desolador da seca no agreste pernambucano. Em 1952, após uma forte estiagem que castigou o estado, Dona Lindu e seus sete filhos deixam para trás a seca e a pobreza em busca de uma vida melhor, sem miséria e sem fome. Mais do que esperança, o que lhe movia era coragem. Entre os filhos, com apenas sete anos, estaria o futuro presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Sessenta e quatro anos depois, Lula volta mais uma vez ao seu estado natal, desta vez pelo projeto Lula Pelo Brasil. No Recife, Lula visitará o Museu Cais do Sertão, às 15h30 nesta quinta-feira (24). Na sexta-feira (25), o ex-presidente participará de ato
com trabalhadores contra o desmonte, às 10h, em Ipojuca. Às 17h, ele estará em ato da Frente Brasil Popular, na Praça do Carmo. E no sábado, Lula voltará à Brasília Teimosa, a partir das 10h. A passagem do ex-presidente pela capital pernambucana, nos dias 24 e 25 de agosto, faz parte do projeto Lula Pelo Brasil, que tem como objetivo conferir a realidade brasileira no contexto das grandes transformações pelas quais o País passou nos governos do PT.
A mulher Dona Lindu
Por 13 dias, Dona Lindu e a família atravessam o País em um caminhão de pau-de-arara, rumo ao ‘Sul Maravilha’. O destino final: Santos, no litoral paulista. Lá, reencontra o marido, Aristides Inácio da Silva. Mas o reencontro não duraria muito. Em 1955, a sertaneja forte se impõe contra o marido agressor
e sai de casa com os filhos. Lula e sua família, em 2008, na inauguração do Parque Dona Lindu, no Recife (PE), que leva o nome da mãe do ex-presidente A recusa de Dona Lindu a apanhar do marido marcará para sempre o pequeno Lula. Já na presidência da República, no início do seu primeiro mandato, em 2003, Lula cria a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão essencial para a eliminação das desigualdades de gênero. Três anos depois, sancionaria a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), uma histórica reinvindicação de movimentos feministas para a implementação de um instrumento legal que assegurasse direitos e a defesa de vítimas de violência doméstica e familiar. Mas esta não seria a única influência de Dona Lindu no futuro presidente do Brasil. Analfabeta, a nordestina fazia questão que seus filhos estudassem. Mais tarde, incentivaria Lula a se inscrever no curso profissionalizante do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Talvez por isso o filho da analfabeta Dona Lindu seja hoje o presidente que mais construiu universidades e escolas técnicas na história do Brasil. E que mais levou filhos de operários e empregadas domésticas aos bancos universitários. Mas segundo o próprio Lula, o maior legado que recebeu de sua mãe, “que nasceu como morreu, analfabeta, foi o caráter”. No Dia das Mães deste ano, o primeiro após perder sua companheira de vida, Dona Marisa, o ex-presidente Lula escreveu sobre o papel essencial da sua mãe em sua trajetória de vida até a Presidência da República. “Se existiram duas pessoas absolutamente fundamentais para que eu pudesse me tornar o metalúrgico, o dirigente sindical e o presidente da República que fui, essas duas pessoas foram Dona Lindu, minha mãe, e Marisa, mãe dos meus filhos. Duas mulheres de luta que tinham em comum a garra e a fortaleza”. Mais adiante, Lula lembra da lição de sua mãe: tem que teimar! “Uma vez, logo após as eleições de 1998, eu estava em frangalhos depois de uma campanha muito cansativa que havia terminado com nossa terceira
derrota, e Marisa veio me dar uma bronca. ‘Para com isso, Lula’, ela me disse. ‘Lembre-se da sua mãe. Tem que teimar!’ Marisa repetia uma frase de Dona Lindu. O que ela, Marisa, queria dizer, é que eu tinha de levantar a cabeça e seguir em frente. Dali a quatro anos voltaríamos mais fortes”.
O Parque Dona Lindu
Dona Lindu é realmente dessas heroínas que merecem mesmo todos os tributos. Em deles aconteceu no estado onde nasceu. Em 2008, o então prefeito do Recife, capital de Pernambuco, João Paulo (PT), queria dar à cidade mais um parque e solicitou ao presidente Lula um terreno da aeronáutica, localizado à beira mar de Boa Viagem, bairro nobre do Recife. Cedido o terreno, João Paulo resolveu prestar homenagem a Lula por meio de sua mãe e colocou o nome do parque de Dona Lindu.
Em Pernambuco, Lula tem reencontro marcado com a própria história Estado que recebeu investimentos e obras nos governo do PT recebe visita do ex-presidente pelo projeto ‘Lula Pelo Brasil’ nos dias 24 e 25
Lula nas águas do Velho Chico
O crescimento de Pernambuco com o PT foi em todo estado, do sertão ao litoral. Uma das grandes obras das administrações petistas aconteceu no bairro chamado Brasília Teimosa, no Recife, capital de Pernambuco. Por décadas, centenas de famílias moravam lá em palafitas, sem mínimas condições de higiene e habitação. Quando a maré subia, derrubava as construções precárias, e muitas vidas eram perdidas. Em 2003, o então presidente Lula visitou a área, ao lado do prefeito petista na época, João Paulo (PT). Aquela visita acabaria por ser o pontapé inicial de um projeto que marcou a história da cidade: a retirada das palafitas e a requalificação da orla de Brasília Teimosa. Ao todo, foram removidas 1.864 palafitas em todo Recife e entregues 4.552 unidades habitacionais. Brasília Teimosa manteve o nome, mas com a retirada das palafitas, ganhou uma orla toda urbanizada e uma nova via, a Avenida Brasília Formosa.
Golpe e retrocessos aos pernambucanos Ricardo Stucker
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os dias 24 e 25 de agosto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Pernambuco. A visita faz parte do projeto Lula Pelo Brasil, uma iniciativa do PT para conhecer a fundo a realidade brasileira, as grandes ações dos governos petistas por todo País e o desmonte dessas ações pelo governo golpista. No dia 31 de agosto, depois de passar por Juazeiro do Norte, no Ceará, Lula retorna a Pernambuco. A capital pernambucana é uma das paradas da viagem do ex-presidente pelo Nordeste, na caravana Lula Pelo Brasil. No Recife, Lula visitará o Museu Cais do Sertão, às 15h30 nesta quinta-feira (24). Na sexta-feira (25), o ex-presidente participará de ato com trabalhadores contra o desmonte, às 10h, em Ipojuca. Às 17h, ele estará em ato da Frente Brasil Popular, na Praça do Carmo. E no sábado, Lula voltará à Brasília Teimosa, a partir das 10h.
O pernambucano sabe como sua vida melhorou nos governos do PT. Foi com Lula e Dilma que o estado voltou a crescer, passou a refinar petróleo, construir navios, produzir automóveis. O porto de Suape, prometido há décadas e nunca finalizado, só foi finalmente concluído na gestão de Lula, quando virou um complexo portuário industrial. “Em Pernambuco, com os governos do PT, nós tivemos obras importantes de saneamento, de defesa dos morros, de habitação”, acrescentou o senador e líder da Minoria do Senado, o pernambucano Humberto Costa (PT). Tendo mais da metade do seu território dentro do sertão, lugar de escassez de chuvas e clima semidesértico, Pernambuco viu as águas chegarem ao sertão graças a Lula e Dilma, com a Transposição do Rio São Francisco.
E com todas essas ações dos governos do PT vieram os empregos, a diminuição da desigualdade, o resgate da cidadania, as oportunidades de estudo com as novas universidades e institutos federais. Veio também a volta da esperança de um povo que tem orgulho da sua terra e da sua história, e que podia novamente ser o ‘Leão do Norte’. Porém, depois do golpe que retirou do poder, sem crime de responsabilidade, a presidenta eleita Dilma Rousseff, o povo de Pernambuco passou a vivenciar o desmonte de todos esses avanços conquistados nos governos do PT. O senador Humberto destacou alguns desses desmontes promovidos pelo governo usurpador de Michel Temer e seus aliados no Congresso. “É o caso de dois estaleiros em Suape que caminham com celeridade para serem fechados, é o caso da Transnordestina que se encontra paralisada, é o caso também da refinaria de petróleo e da Hemobras. Empresas da área petroquímica foram vendidas a preços irrisórios. A indústria naval
brasileira, que estava florescendo novamente, está condenada a desaparecer”.
Senador Humberto Costa (PT-PE)
Para Humberto, “esses retrocessos no desenvolvimento de Pernambuco provocaram uma enorme lacuna em todas essas atividades econômicas que geram empregos, renda e impostos para o estado”. Por isso, na avaliação do senador pernambucano, a passagem de Lula pelo estado vai ajudar a denunciar esses desmontes e relembrar a política do PT que dava certo em Pernambuco e no Brasil. “A nossa pauta é principalmente denunciar o desmonte dos grandes investimentos que foram feitos no Brasil e em Pernambuco, mostrar que esse governo que aí está vem provocando no Brasil um desmonte gigantesco que vai agravar as desigualdades sociais e regionais”, afirmou. Lula em Pernambuco também servirá para “convocar a população a ir à luta para que nós possamos derrubar esse governo e conseguirmos a realização de eleições diretas antecipadas”.
Uneal assumiu compromisso com a transformação social de Alagoas Ex-presidente recebeu título de doutor Honoris Causa de reitor da Universidade Estadual de Alagoas, que chegou a receber ameaças de morte
F
oi com o sentimento de alma lavada que o reitor da Universidade Estadual do Alagoas (Uneal) Jairo José Campos da Costa entregou o título de doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula nesta quarta-feira, 23. O ex-presidente passou por Arapiraca, no Alagoas, durante o projeto Lula Pelo Brasil, que está percorrendo os estados do Nordeste. “Minha vontade e falar de tudo o que passei até aqui”, afirmou o acadêmico, que recebeu ameaças de morte após anunciar que o Conselho Universitário entregaria o título ao ex-presidente. Durante a cerimônia de entrega, ele lembrou que a instituição possui autonomia universitária, o que garante o direito da Uneal de fazer a homenagem. “Entretanto, o momento é de regozijo, confraternização e alegria. Sem dúvida, um grande momento para a nossa querida Universidade Estadual de Alagoas”, disse ele. Ao receber o título, Lula afirmou que o reitor tem ensinado os meninos e meninas da universidade a ter um papel na história política deste país. “Nenhuma pessoa que te ameaçou tem a dignidade de andar de cabeça erguida nas ruas como o reitor dessa universidade tem”, disse Lula. “A Uneal foi agredida porque assumiu um compromisso com a transformação social do Alagoas e do Brasil. Isso é imperdoável para os que governaram o Brasil em cinco séculos com uma menta-
lidade retrógrada”, afirmou o ex-presidente. O reitor agradeceu a Lula pela sua atenção em melhorar a educação no Estado. “Agradeço, presidente Lula, a oportunidade para que a Uneal pudesse qualificar índios, agricultores familiares, e tantos outros grupos que sempre foram historicamente esquecidos”, disse. “Conte conosco, querido Lula, em sua luta contra os tubarões do capitalismo, que não medem esforços para destruir seu legado. Não passarão!” Lula lembrou que em seu governo também foram criados 6 novos campi da Universidade Federal do Alagoas, e 11 escolas federais. “Tratar a educação como um privilégio e não como direito de todos foi uma das formas de perpetuar a desigualdade no país. E foi por isso que investimos tanto em ampliar o acesso e melhorar a qualidade do ensino público do país”, disse Lula. Lula também falou sobre sua atenção ao povo nordestino. “Parecia que o Nordeste estava predestinado a ser uma área esquecida e abandonada”, disse ele. E foi por isso que ele investiu tanto em educação na região. Das 18 novas universidades de sua gestão, sete estão no Nordeste. “E eu fiz questão de provar que o povo nordestino não era inferior ao americano, ao francês, ao paulista ou a qualquer outro povo do mundo. O povo nordestino precisava apenas de oportunidade”, disse. O reitor afirmou acreditar que uma mudança de
Ricardo Stucker
paradigma ainda é possível, e para que o povo brasileiro não desista. “Não é preciso ser doutor para saber que o poder vem do povo e pertence ao povo, mas é preciso sacudi-lo, acordar o povo. Iremos às ruas quantas vezes forem necessárias em nome da possibilidade real de um governo popular”, disse ele. “Estamos prontos, como em outros momentos sóbrios da nossa história, a lutar por um modelo alternativo. Mas temos certeza que não teremos mais um vice golpista”, pontuou o professor. Lula voltou a criticar o governo golpista. “Se depender do incompetente que governa esse país, vão vender a Petrobras, a BR e vão entregar os poços de petróleo para empresas estrangeiras”, denunciou Lula.
Vocação para a educação
Atuando há 46 anos no interior de Alagoas, a Uneal caminha rumo à plena consolidação da qualidade na oferta do ensino superior. Atualmente, a universidade possui aproximadamente 6 mil estudantes em seis campi cuja vocação é a formação de professores. Graças ao Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) que graduou, este ano, 54 professores cuja atuação ocorre na zona rural dos municípios alagoanos. Além disso, é a única instituição a integrar o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind/SECAD).
Com PT, Mais Médicos atendeu 3 milhões de pernambucanos Em todo Nordeste foram mais de 22,4 milhões de pessoas atendidas pelo programa, que levou médicos para perto da população que mais precisava
Araquém Alcântara
L
evar médicos para quem não tinha atendimento de saúde na sua cidade. Essa é a principal missão do programa Mais Médicos, criado pela presidenta Dilma Rousseff em 2013, que durante o governo do PT chegou a beneficiou 63 milhões de brasileiros em quatro mil municípios por todo o País. \No Nordeste, o número de beneficiados chegou a 22,4 milhões até 2016, com um total de 6.504 médicos pelo programa. Só em Pernambuco, foram 3,3 milhões de pessoas atendidas. Nesta quinta-feira (24) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca no Recife (PE) para ver de perto essa e tantas outras transformações que os governos do PT realizaram no estado. A capital pernambucana é uma das paradas da viagem do ex-presidente pelo Nordeste, na caravana Lula Pelo Brasil. No Recife, Lula visitará o Museu Cais do Sertão, às 15h30 nesta quinta-feira (24). Na sexta-feira (25), o ex-presidente participará de ato com trabalhadores contra o desmonte, às 10h, em Ipojuca. Às 17h, ele estará em ato da Frente Brasil Popular, na Praça do Carmo. E no sábado, Lula voltará à Brasília
Teimosa, a partir das 10h. Criado para suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades brasileiras, o programa Mais Médicos já foi até considerado uma das boas práticas relevantes para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em publicação da Organização das Nações Unidas (ONU). Para o senador pernambucano e ex-ministro da Saúde do governo Lula, Humberto Costa (PT), o Mais Médicos é um dos programas mais importantes criados nos governos do PT. Humberto destaca que todos os municípios do estado que demandaram médicos pelo programa foram atendidos. Dos 185 municípios pernambucanos, 157 foram contemplados pelo Mais Médicos.
Médicos cubanos do programa Mais Médicos
“O Mais Médicos teve um papel muito importante para Pernambuco e trouxe impacto significativo nos indicadores de saúde e na qualidade do atendimento
prestado”, afirma. Isso porque, centenas de comunidades periféricas e isoladas de Pernambuco passaram a ter médicos atendendo à população, inclusive aldeias indígenas, região de quilombolas, assentamentos da reforma agrária, periferia de cidades de médio porte. Entre essas comunidades isoladas estão Alverne, Laje do Carrapicho e Bom Sucesso, três remanescentes de quilombos em Pernambuco que receberam profissionais cubanos do Mais Médicos. Antes do programa, a região contava com atendimento apenas em dois dias na semana. Com a chegada dos médicos cubanos, todo dia tem médico para atender à população. Vale ressaltar que essas comunidades, que abrigam aproximadamente 400 famílias de descendentes de escravos, foram reconhecidas como quilombolas nos governos do PT. E foi esse reconhecimento que trouxe mais possibilidades a comunidade receber programas e políticas públicas, como a adesão ao Mais Médicos. Mais Médicos fez atendimento integral e humanizado Atualmente, Pernambuco conta com 953 profissionais do Mais Médicos atuando no estado. Um deles é o Dr. Paulino Máximo dos Santos Filho, 35 anos. Médico brasileiro formado em Cuba, Paulino trabalha há quatro anos no posto de saúde do município de Escada, na Zona da Mata de Pernambuco, cidade a 60 km do Recife. “Esse é um programa que deu certo. Em Escada, é fundamental. Antes do programa, só tinha médico que atendia uma vez na semana aqui na unidade de saúde. Com isso, a maioria da população ficava sem atendimento”. Depois da chegada de Paulino à Unidade Básica de Saúde (UBS), o atendimento passou a ser diário para as quase 15 mil pessoas que moram nos bairros de Riacho do Navio e Alto São Sebastião, além de áreas rurais próximas. Na avaliação de Dr. Paulino, que é pernambucano de Sirinhaém, cidade do litoral sul do estado, com o Mais Médicos, a população de Escada está bem assistida na Atenção Básica. Em toda cidade, são 14 médicos atendendo pelo programa. “Creio que 90% dos problemas de saúde na cidade são resolvidos na Atenção Básica. Até quando ficamos um tempo sem hospital, era a gente, nos postos de saúde, que segurávamos o atendimento à população”, relembra. Paulino conta que houve um boato pela cidade que iam tirá-lo do atendimento no posto de saúde. Mesmo não sendo verdade, a população se revoltou. “O povo protestou e chegou a ameaçar botar fogo
no posto se isso acontecesse. Por isso que digo que a população recebeu muito bem o Mais Médicos aqui e, se tirarem o programa, o povo vai sentir muito”. Dr. Paulino Máximo, médico brasileiro formado em Cuba que trabalha no município de Escada (PE) pelo programa Mais Médicos A avaliação positiva do programa foi comprovada por pesquisa feita pelo Grupo de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, encomendada pelo Ministério da Saúde e divulgada em 2015, quando Dilma ainda estava na Presidência. Segundo o levantamento, 54% dos usuários entrevistados dão nota 10 ao programa, 84% acham que o atendimento melhorou muito após a chegada dos profissionais do Mais Médicos, 83% apontam melhora na duração da consulta e 81% acreditam que o médico conhece mais os problemas de saúde do que os profissionais anteriores. O estudo ainda apontou que, diferentemente do que os que são contra o programa pensavam, a maioria dos pacientes atendidos pelos médicos estrangeiros não sentiu dificuldades na comunicação. Os dados apontam que 84% não tiveram dificuldades de entendimento e que apenas 2% sentiram muita dificuldade. Outros dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) da ONU, coletados até dezembro de 2015, revelam que 84,85% dos médicos cubanos foram alocados em áreas prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria na região Norte, seguida das regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste. Retrocessos de Temer atingem Mais Médicos e prejudicam população mais pobre Humberto Costa, que é líder da Minoria do Senado, ressalta que o governo usurpador de Michel Teme tentou por diversas vezes reduzir ou desmobilizar o Mais Médicos, “mas o programa é tão forte que eles não vão conseguir”. Um desses ataques aconteceu na redução do quadro de profissionais do Mais Médicos. Em abril deste ano, o número de médicos no programa não chegava a 16 mil e o de municípios cobertos já era menor que 3.800. “Isso significa que 7,7 milhões de pessoas deixaram de ser atendidas pelo programa. Um retrocesso inaceitável”, alerta o coordenador do Mais Médicos no governo Dilma, o médico sanitarista Hêider Pinto. Desde que assumiu a pasta da Saúde, o ministro golpista Ricardo Barros defende a redução da participação de cubanos no Mais Médicos, que atualmente ocupam 62% das vagas. A ideia inicial do ministro era de tirar ao menos 10 mil médicos estrangeiros do programa, o que deixaria quase 40 milhões de brasileiros sem atendimento médico, segundo Hêider.
Brasília Teimosa simboliza compromisso de Lula com moradia
Com Luz para Todos, população da Paraíba não fica mais no escuro
Em Recife, população morava em palafitas sobre areia; no governo Lula, com parceria de João Paulo, bairro foi urbanizado e ganhou avenida Brasília Formosa
O presidente do diretório estadual do PT afirma que os programas sociais do ex-presidente Lula fizeram toda a diferença na região
EBC
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os primeiros meses de 2003, o então prefeito do Recife (PE), João Paulo (PT), recebeu uma ligação do recém eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em comum, os dois tinham o passado operário – ambos foram metalúrgicos. Lula pediu, então, que João Paulo escolhesse uma área popular em Recife para que fosse feita uma intervenção urbana. João Paulo escolheu Brasília Teimosa, uma ocupação urbana próxima ao bairro do Pina, e colada no bairro de Boa Viagem, um dos mais nobres da capital pernambucana. Lula volta ao bairro neste sábado (26), às 10h, durante a caravana Lula Pelo Brasil. Brasília Teimosa recebeu esse nome por ter surgido na mesma época da construção de Brasília. E porque o poder público, à época, retirava os moradores todos os dias. No dia seguinte, “teimosamente’, as pessoas voltavam a ocupar o local. O bairro foi crescendo e invadiu a orla. Quando Lula chegou lá, em 2003, os moradores “haviam construído suas casas sobre palafitas no mar. As pessoas viviam sob condição precária, insalubre, com dejetos no mar, rato e barata”, relembra o ex-prefeito João Paulo. “Brasília Teimosa tem um caráter simbólico”, afirma Inês Magalhães, ex-ministra das Cidades do governo de Dilma Rousseff. Segundo ela, a urbanização foi feita para que o maior número possível de pessoas permanecesse na área. Além disso, as famílias
Ricardo Stucker
que precisassem ser reassentadas deveriam morar o mais próximo possível do antigo bairro. Foram ao menos 504 residências construídas para as famílias removidas, no Residencial Casarão do Cordeiro. Uma parte do simbolismo de Brasília Teimosa, conta Magalhães, é justamente sua localização central, próxima a um dos principais cartões postais de Recife. João Paulo conta que Lula levou toda a sua equipe de ministros para planejar o projeto. Em parceria com a prefeitura, a área foi urbanizada. Foi devolvido 1 quilômetro de mar ao Recife, com a praia “Buraco da Véia”. Foi feito saneamento e esgoto para todo o bairro. Os equipamentos e equipes de saúde foram reforçados. E foi construída a avenida Brasília Formosa. Além disso, ao menos 5 mil famílias foram auxiliadas na regularização fundiária em Brasília Teimosa. Segundo Magalhães, houve um grande ganho na área de transportes, já que os ônibus, antes, não entravam na comunidade. “Foi um marco do compromisso do ex-presidente Lula, com habitação. E foram implementados diversos programas sociais para a população, como o Bolsa Família”, diz João Paulo. Segundo dados do Ministério das Cidades, o governo federal investiu R$ 9 milhões para urbanização de Brasília Teimosa e R$ 2,6 milhões na construção da área residencial para as famílias removidas.
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ssim como muitas regiões, estados, cidades e até mesmo pequenas zonas rurais do Brasil, os governos do PT na Presidência na República mudaram a perspectiva e ampliaram a qualidade de vida na Paraíba. Com o programa Luz Para Todos, por exemplo, a população não precisa mais de candeeiros e não vive mais sem poder adquirir eletrodomésticos por causa de energia elétrica. Isso quem garante é o presidente do diretório estadual do PT-PB, Jackson Macêdo. O estado da Paraíba é o quinto no roteiro de visitas de Lula. Na noite de sábado (26), Lula participa de ato público com movimentos sociais na capital paraibana, onde receberá o título de cidadão honorário de João Pessoa, seguido de uma programação cultural. No domingo (27), a caravana segue para Campina Grande onde Lula participa do ato “Água e Democracia”, organizado pela Frente Brasil Popular. “Não existe uma casa na Paraíba que precise de candeeiros, por causa da falta de energia elétrica. Com o programa Luz Para Todos, ninguém fica mais no escuro. Isso é uma vitória do governo Lula”, afirma o presidente do diretório estadual do PT-PB, Jackson Macêdo. Segundo o presidente, os programas sociais do PT fizeram toda a diferença para os paraibanos. “O Bolsa Família, o ProUni e o Minha Casa Minha Vida são
alguns dos projetos que mudaram toda a região”, diz. Para o deputado federal Luiz Couto, a lista com os programas sociais de Lula que beneficiaram os paraibanos é enorme e o povo sabe disso e tem forte reconhecimento e gratidão ao ex-presidente. “O Bolsa Família foi um grande programa, porque tirou milhões de brasileiros da fome e da miséria. O Minha Casa Minha Vida também foi um grande projeto de Lula. Tanto no governo dele como no da Dilma Rousseff tivemos muito investimento na saúde, com a criação de UPA e UBS”, afirma. Couto ressalta que “a verdade é que o Nordeste foi um celeiro de boas ações do ex-presidente Lula. Por isso, o povo nordestino e o povo paraibano são muito gratos a ele”. Todo o estado aguarda a chegada do ex-presidente, neste sábado, dia 26 de agosto. “A organização está sob controle. “Em João Pessoa, vamos entregar uma placa em agradecimento ao Lula. Os índios potiguaras e tabajaras também vão entregar materiais indígenas para o presidente em agradecimento as políticas de saúde que receberam durante o seu governo”, explica Macêdo. Na cerimônia de chegada, Jackson também lembra que Oliveira de Panela e José de Oliveira vão apresentar um repente para o presidente, chamado de o cordel do golpe, que explica como o golpe foi feito no Brasil.
Símbolo do avanço no Nordeste com Lula, Suape vive retrocessos Setor naval, que chego a empregar mais de 20 mil pessoas em Pernambuco, hoje tem pouco mais de 5 mil trabalhadores e sofre com falta de financiamento
Kamilla Ferreira/Agência PT
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s trabalhadores do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, têm sentido na pele os efeitos da crise que se agrava com o governo golpista de Michel Temer. Enquanto centenas de vagas são cortadas em diversas empresas, eles relembram que durante, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o crescimento e o entusiasmo não tinham fim. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, Henrique Gomes, relembra que na época de Lula a geração de emprego em Suape foi fenomenal. “A partir do momento que começou a ter investimento no governo Lula, ele trouxe uma expectativa muito grande para toda a comunidade, toda a
região. Foi tão favorável que mexeu com toda a cadeia produtiva, ele mexeu com toda a economia de fato”. “E outra, os cursos profissionalizantes que estão inseridos nessa cadeia produtiva. A pessoa começava a se qualificar melhor, começava a ganhar um salário melhor. Começava a ter uma vida melhor e fazer investimentos nas cidades, nos bairros”. Apenas no setor naval, a categoria de metalúrgicos chegou a ter mais de 20 mil vagas de trabalho no estado. Hoje são pouco mais de cinco mil e as demissões são corriqueiras. Henrique afirma que o setor metalúrgico foi um dos mais afetados em Pernambuco, “devido ao desinvestimento do setor naval, devido a esse governo que
vem retirando direitos e investimentos”. “E agora a gente está na incerteza. O setor naval está quase se afogando, ele não se afogou, mas está quase, devido a não ter um olhar mais para ele. Hoje enfrentamos o desmonte do setor naval o desmonte do setor petrolífero”. Entre as políticas criadas por Lula que favoreceram a criação de empregos Henrique destaca a obrigatoriedade de conteúdo local. “Não adianta ter investimentos de contrato, só fazer refinanciamento, se de fato não tiver o conteúdo local. Isso porque sem o conteúdo local não vamos ter os empregos para Pernambuco”. O operador de guindaste Josinaldo Alves da Silva relembra dos bons tempos quando Lula impulsionou o crescimento de Suape. “Eu sou um viajante, mas sabendo que Pernambuco tinha virado canteiro de obra por conta de Lula e Dilma, eu tive que retornar, porque sou pernambucano”. “Chegando aqui, graças a deus trabalhei em Abreu e Lima, vim prestar um serviço na Vard Promar [no complexo de Suape] e fiquei, com expectativas boas. Infelizmente está vindo este desmonte aí, mas acredito que com a presença do nosso ex-presidente Lula nós daremos a volta por cima e com certeza o Brasil vai melhorar novamente”. O metalúrgico Abinadabe Santos conta que “com o governo Lula chegaram várias encomendas [para a empresa], vários pais de família saíram de suas cidades para ir no Estado de Pernambuco onde havia um polo com geração total de empregos”. “Depois, com a saída do nosso presidente Lula, infelizmente só temos visto pais de família sendo desempregados pais de família que eram metalúrgicos voltando para trabalhar como autônomo, como vendedor ambulante, porque hoje o desemprego está assolando o estado de Pernambuco”. Outro metalúrgico, Eslio Everton da Silva, destaca que, na época de Lula, muitos trabalhadores trocaram o emprego na agricultura e no comércio pela indústria. “Quando Lula veio ser presidente do Brasil, a gente teve um grande desenvolvimento em Pernambuco, o pessoal veio sair da plantação, do comércio, da cana de açúcar, investiram em toda a área metalúrgica aqui”. “Como vocês podem ver, depois da saída de Lula a área naval foi toda desmontada, não tivemos mais investimentos de nada, tivemos uma grande demissão em massa aqui”, lamenta ele. Para Henrique Gomes, “o setor naval está quase se afogando, ele não se afogou, mas está quase, devido a não ter um olhar mais para ele. Hoje enfrentamos o desmonte do setor naval o desmonte do setor petrolífero”.
Moradores de Brasília Teimosa relatam melhorias no governo Lula Bairro pobre de Recife que possuía palafitas foi reurbanizado e muitos melhoraram de vida com ajuda do Bolsa Família e Prouni.
Kamilla Ferreira/Agência PT
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or décadas, centenas de moradores do bairro de Brasília Teimosa em Recife (PE), próximo do centro histórico, viveram em palafitas de madeira, em condições insalubres. Após o governo Lula, a região passou por um processo de reurbanização que valorizou a comunidade, enquanto a população pode melhorar de vida com programas como o Prouni e Bolsa Família. Erinalda Maria da Silva morava na área de palafitas desde os anos 1990, e foi ela quem recebeu o ex-presidente Lula quando ele foi visitar o bairro após a eleição em 2003. Hoje ela tem uma casa no conjunto habitacional no Bairro de Cordeiro. “Fiquei aguardando, mas só acreditei quando ele foi”, conta Erinalda sobre a visita. “Ele chegou e perguntou a mim o que eu queria. Eu pedi a ele
primeiramente uma moradia digna, que ali não era local adequado para a gente morar, não tinha saneamento básico, não tinha um banheiro, não tinha como sobreviver”. Ela relata que o então presidente falou: “Acredite que eu vou tirar vocês daqui”. Erinalda ainda conta que brincou perguntando se ele não iria esquecer, e Lula garantiu que não esqueceria. “Ele realmente fez a parte dele. Foi muita emoção naquele dia”. A ocupação de Brasília Teimosa, começou nos anos 1950, época de construção da capital federal, que acabou inspirando o título da comunidade. O sobrenome “Teimosa” veio da teimosia dos moradoras, que resistiram à diversas tentativas de expulsão. Três anos após a visita de Lula, em 2006, foram
entregues no Bairro Cordeiro 224 moradias para a população que vivia em palafitas e outras 280 já estavam em construção. Também foram investidos R$ 9 milhões na reurbanização da orla de Brasília Teimosa. Agora em 2017 o ex-presidente retorna ao bairro para escutar novamente os moradores. “Para Brasília Teimosa foi um marco, a realidade de um sonho de muitos, de ver a realização de um sonho da orla de Brasília Teimosa. Porque muitos vinham, diziam que iam fazer, depois não tinha verba, que não podia. Lula foi o único que veio, que disse que ia tirar, e que fez” afirma a professora de educação física aposentada e moradora da comunidade há 40 anos, Celeste Maria Mendonça. “As pessoas sofriam muito com a pancada do mar, eles eram como se fosse nosso paredão. Inclusive em maré alta a gente tinha que correr, pegar família, amparar dentro de casa, porque castigava bastante as suas palafitas e muitas caiam”, relembra. Com 78 anos de idade, a coordenadora do Centro Educacional Profissionalizante do Flau, Aurieta Duarte Xenofonte, conta que “havia um déficit muito grande de moradia e Lula teve a coragem de urbanizar Brasília Teimosa junto com João Paulo, prefeito da época”. “A nossa Brasília se tornou um cartão postal de inclusão social. Com toda essa situação que a gente vivia, de mais de mil palafitas, era muito complicado, muito difícil e hoje a gente vê Brasília Teimosa bem por causa da orla que Lula fez”. “Temos uma gratidão muito grande por Lula, porque toda essa mudança em Brasília Teimosa foi por causa de toda a força que Lula deu para o bairro, aqui foi muito valorizado, muita gente conseguiu aumentar sua renda”, explica Aurieta.
Apoio ao pescador artesanal
Os pescadores de Brasília Teimosa receberam um presente especial de Lula durante o primeiro governo do petista. Edvaldo Martins da Silva, 58 anos, 35 dos quais em Brasília Teimosa, era presidente na associação local de pescadores quando Lula visitou a região da primeira vez. “Ele veio fazer visita com o prefeito da época, o João Paulo, nas palafitas, que era uma coisa caótica que tinha aqui. No mês de agosto, quando a maré
grande vinha, o mar derrubava barracos, invadia os barracos, e a gente ficava tudo inquieto, ia para o conselho de moradores, era como se fosse uma enchente”, relembra. Edvaldo conta que teve a ideia de pedir uma fábrica de gelo a Lula, e escreveu uma carta que acabou sendo entregue pelas mãos da deputada Benedita da Silva (PT-RJ). O ex-presidente da associação de pescadores conta que “em 18 dias veio um representante da prefeitura do Recife, com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, viu a necessidade do gelo e meses depois foi liberado crédito para a fábrica de gelo e também um píer”. “A gente ia para o mar e tinha que vir no mesmo dia, às vezes chegava com o peixe até estragado. Hoje em dia para a gente ir pro mar, a importância do gelo é tanta quanta do anzol”. “A gente queria o tempo todo agradecer o Lula e agora ele vai vir aqui para a gente agradecer ao vivo. Isso é de suma importância, e de repente continuar o trabalho para que ele possa fazer mais, para outras pessoas que precisam, pra gente que realmente quer trabalhar”, acrescenta Edvaldo. O atual presidente da associação, José Carlos da Cruz, elogia o apoio que Lula deu para a comunidade afirma que “o único presidente que esteve aqui foi ele. Que a população de Brasília Teimosa conhece só Lula. Foi o único presidente que chegou aqui e abraçou a comunidade de Brasília Teimosa”.
Com Lula, Rio Grande do Norte viveu revolução na educação Para senadora Fátima Bezerra, visita de Lula será importante para que ex-presidente possa conhecer o desmonte que Nordeste vive com governo golpista
Ricardo Stuckert
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Rio Grande do Norte viveu uma revolução educacional durante os governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma. O estado, que se prepara para a visita de Lula neste domingo (27) como parte da viagem Lula Pelo Brasil, viveu um boom de universidades, institutos federais e investimento na educação básica durante os 13 anos de governo petista. O ex-presidente passará pelas cidades de Currais Novos, onde terá ato às 17h no Largo do Tungstênio neste domingo, e por Mossoró, na segunda-feira, com programação marcada para 18h na Estação das Artes Elizeu
Ventania. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) denuncia, no entanto, que todo esse legado está ameaçado sob a gestão de Michel Temer (PMDB). “Lula decidiu colocar o pé na estrada novamente e começar pelo Nordeste para ver de perto a situação de dificuldade que está passando a maioria do povo brasileiro”, afirmou a senadora. “Os retrocessos são insanos e inimagináveis. Em pouco tempo ele instaurou um processo acelerado de destruir as conquistas muito importantes dos governos do presidente Lula e da presidenta
Dilma. É uma tragédia nacional”, diz ela. Lula passará pelas cidades de Currais Novos e de Mossoró. A expectativa é grande, segundo o presidente do PT do Rio Grande do Norte Manoel Júnior Souto. O ato em Currais Novos terá a participação de artistas, falas políticas e representantes dos institutos federais e de comunidades quilombolas, segundo Souto. Segundo Fátima, não é só a militância que tem participado da caravana, mas a maioria da população que tem reconhecimento das conquistas e avanços extraordinários durante os governos do PT. A senadora destaca a educação como o grande legado no país e no estado. Ela lembra que o orçamento de educação saltou de R$ 18 bi em 2003 para mais de R$ 115 bi após os governos petistas. E a porcentagem do PIB saiu de 3,2% para 6,2%. No Rio Grande do Norte, o Estado se beneficiou com a expansão dos institutos federais. O número de institutos federais passou de 2 para 21 unidades durante a gestão petista. No Nordeste, passou de 49 para 194 unidades – crescimento de 295,5% no número de escolas técnicas. Outra grande conquista, conta a senadora, foi a transformação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró em Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), por meio de uma lei sancionada por Lula e de relatoria da própria senadora. Fátima conta que a instituição, que tinha apenas 400, passou a ter 10 mil matrículas, com a expansão para várias cidades do oeste e alto oeste do estado. As vagas da Universidade Federal do estado também quase triplicaram. Os campi que tinham sido fechados durante a gestão tucana foram reabertos, como em Santa Cruz e Macao. Outra conquista foi a construção da Escola Multicampi de Ciências Médicas, que forma profissionais de saúde que atuam na própria região do Seridó e Cariri. “Metade das vagas têm sido preenchidas por jovens de famílias humildes, oriundos da própria região”, explica Bezerra. Ela conta a história de Ana Lúcia, filha de um pequeno agricultor, e que está realizando o sonho de se tornar médica, coisa que ela achava ser impossível. “Foi o governo do PT que possibilitou a
realização do sonho. A maior alegria dela vai ser quando concluir o curso e trabalhar na própria região”, conta. Na educação básica, Bezerra lembra dos benefícios do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Fátima Bezerra também foi relatora do projeto de lei que criou o fundo, sancionado por Lula e que ampliou o investimento em creches, por exemplo, por meio do ProInfância, responsável pela construção de creches modelos no Estado. Ela também cita os 1.068 ônibus do programa Caminhos da Escola. Os ônibus mudaram a realidade do transporte escolar no estado. Muitas vezes as crianças iam em veículos precários da zona rural para a escola na cidade. “Tínhamos um tempo em que os estudantes eram transportados como se fossem animais, em um estágio permanente de insegurança”, conta. Ao dar conforto e segurança, o programa combate a evasão escolar, conta a professora.
Programas de Lula criaram oportunidades no interior do RN Projetos de Assistência Técnica e Extensão Rural proporcionaram geração de renda para mulheres e Mais Educação valorizou quilombolas
muito rico esse processo da merenda escolar pra gente”, conta Marizete Maria de França, associada da Amprorqua. “Foi uma base para a gente construir a associação, e hoje a gente entrega para quase todos os municípios da região”, acrescenta orgulhosa “Minha vida antes, eu era uma mulher de casa, só cozinhava para marido, cuidava de galinha, aí a associação chegou e foi mudando a minha vida”. “Tenho minha independência financeira, tenho meio de transporte, tenho minhas vendas fora da associação também, sou uma pequena empreendedora, tenho muito orgulho de falar hoje que sou uma mulher independente”. Marizete diz que programas como o Bolsa Família e Programa Cisternas foram fundamentais para a comunidade de Quandu. “O Bolsa Família ajudou muito, principalmente as crianças no colégio. A gente tem oportunidade de comprar o material escolar, comprar a roupa, os sapatos. Acho que o princípio de tudo foi o Bolsa Família”. “As cisternas chegaram no momento que a gente mais precisava. Chove muito pouco no nosso estado e quando tinha chuva a gente tinha água, mas quando não tinha, a gente tinha que pegar de poço nos vizinhos”, relembra. “Hoje cada um tem a sua cisterna, é abastecida pelo exército, água de ótima qualidade, e quando chove a gente tem a nossa água doce”.
Desmontes afetam mais fragilizados Pedro Sibahi/Agência PT
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iferentes políticas públicas criadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se articulam para melhorar a condição de vida das populações que vivem afastadas dos centros urbanos. A Associação de Mulheres Produtoras Rurais de Quandu (Amprorqua), na área de Currais Novos (RN), é um exemplo disso. A partir da disponibilidade do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), as mulheres da região se organizaram para produzir doces e gerar renda. Depois, elas tiveram o apoio de um projeto de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), construindo um prédio para a associação e fornecendo biscoitos, doces e bolos para Institutos Federais (IFs) e escolas. A Lei Geral de Ater está em vigor desde 2010 e é considerada um marco de evolução na extensão rural pública no Brasil, facilitando a universalização dos serviços da assistência técnica e extensão rural para os agricultores familiares. “Quando a gente começou, a gente produzia na nossa própria casa, transportava até os IFs, e de lá outros carros já pegavam pra outras cidades. Foi
Na comunidade quilombola de Negros do Riacho, também próxima a Currais Novos, as políticas de Lula também contribuíram para a melhoria da população, mas hoje já começam a fazer falta, por conta dos cortes de Temer. Com cerca de 280 moradores, a comunidade foi oficialmente reconhecida como quilombola em 2005, época na qual recebeu casas de alvenaria pra substituir as últimas moradias de taipa. “Em 2005 a gente teve 15 casas construídas aqui, de gente que morava em casa de barro e vara, coberta com telha, aí mudou. O pessoal pode dizer que teve sua casa no período do governo Lula”, conta o presidente da associação de moradores, José da Silva Oliveira.
Ele destaca a importância do Bolsa Família e como o programa já começa a fazer falta para algumas famílias. “Onde o pessoal mais tira o sustento é do Bolsa Família. Tem aposentados, mas o sustento mais forte é do Bolsa Família. A maioria das 47 famílias é sustentada pelo programa”. “Eu dou graças à Deus de ter esse Bolsa Família, que ajuda muito na renda da casa, a pessoa compra material escolar para as crianças, comida”. “Hoje muitas famílias estão sendo cortadas e eles sentem uma diferença enorme dessa renda. É um dinheiro que não é muita coisa, mas ajuda. Imagina você ser cortado do Bolsa família em uma casa onde moram 7 ou 8 pessoas e não tem outra renda para se sustentar”. Oliveira relata que outro programa cortado foi o Mais Educação, por meio do qual eram feitas oficinas com as crianças locais fora do horário de aula. O Programa Mais Educação foi criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007para ajudar na construção de uma agenda nacional de educação integral. “Aqui sentimos muito os cortes, teve o corte do Mais Educação, onde as crianças estudavam fora do período de aula, eles tinha seu divertimento na própria comunidade, conhecia mais da cultura, da história da comunidade”, conta o presidente da associação de moradores. “A gente fazia uma dança africana, tinha um trabalho muito bom do Mais Educação que a gente perdeu, e agora também o Bolsa Família que está sendo cortado”, lamenta.
Políticas de Lula para a água transformaram vidas na Paraíba Projeto Cisternas e Transposição do São Francisco levam qualidade de vida, segurança alimentar e fonte de renda para o semiárido
Pedro Sibahi/Agência PT
A chegadas dos projetos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva relacionados a captação, distribuição e consumo da água transformou as vidas no Cariri oriental, especialmente na região da cidade de Boqueirão, no interior da Paraíba, ponto final do eixo leste da Transposição do São Francisco. Famílias que no passado precisavam buscar água com latas na cabeça, hoje consomem o “líquido sagrado” diretamente de suas cisternas e muitos geram renda a partir da florescente agricultura familiar. É o caso de Maria do Socorro e seu esposo João Batista Cavalcante, que no passado precisavam buscar água longe de casa e hoje produzem vegetais com excedente para venda. “Aqui o sofrimento era grande por água, a gente levava água de galão. Depois de Lula, em 2003, recebi uma cisterna pequena, e em 2011, recebi uma segunda cisterna maior, aí melhorou muito, porque entramos na agricultura familiar”, conta Cavalcante. Socorro afirma que “com a cisterna, mudou muito. Antes a dificuldade de água era grande”, relembra ela, que utiliza a água tanto na horta como para as atividades da casa.
Com a ajuda do Coletivo ASA Cariri Oriental (Casaco), o casal vende a produção nas cidades e complementa a renda da casa. “O que a gente produz aqui já tem onde entregar e só vem melhorando graças a Deus”, afirma Cavalcante. Integrante da Articulação do Semiárido (ASA), o foco de atuação da Casaco é fomentar o avanço na organização da produção, beneficiamento e comercialização dos produtos regionais. “Hoje na Casaco tem espaço de comercialização. A cisterna deu condições de eles produzirem e o excedente, vender e comercializar”, explica Rosilene Macedo, que trabalha na sede da instituição em Boqueirão. “A cisterna de água para beber chegou aqui em 2003 e a de produção em 2013. Foi a partir do governo Lula que as famílias começaram a ter essa autonomia, uma qualidade de vida na verdade”, acrescenta. Além das cisternas, os resultados da transposição já começam a ser vistos com animação. “O projeto de transposição do São Francisco é muito bom, e graças a Lula, porque se não fosse Lula, não tinham tirado do papel. Por isso que a gente está do lado dele sempre. Onde ele estiver a gente está junto”, destaca Cavalcante. Outro agricultor da região, José Rivanildo da Silva afirma que “a chegada da transposição também vai dar um potencial diferente para nós nordestinos, porque o que mais a gente precisa é do líquido sagrado. E o líquido sagrado se chama água”. “A gente mora tão perto do açude, então uma das fontes de renda é a pescaria, e sempre na agricultura familiar, porque interliga tudo”, conta Rivanildo, que também tem uma cisterna em casa. “A primeira cisterna diferenciou a nossa vida. A minha mãe, quando morava aqui, podia passar a noite chovendo que ela tinha que pegar uma latinha e descer no açude para subir com uma lata d’água na cabeça. Depois da cisterna inverteu a situação. Eu passo a noite deitado e se passar a noite chovendo eu só vou na cisterna e tiro uma água pura e cristalina.” Ele destaca que no governo Lula sentiu que os agricultores foram valorizados. “Eu foco em quem está focando em nós, porque ele está focando no nordestino, está focando no pequeno agricultor, na pessoa do campo, no homem que coloca a comida na mesa do pessoal da cidade. Lula criou e nos deu uma vida mais ampla e mais digna.”
Políticas dos governos do PT deram autonomia para as mulheres “Nós, mulheres nordestinas, percebemos uma enorme diferença entre um governo que tinha políticas para as mulheres e agora”, diz vereadora Isolda Dantas
Rio Grande do Norte é conhecido historicamente pela resistência e luta das mulheres no Brasil. Foi o primeiro estado a autorizar o direito ao voto para mulher votar e ser votada nas eleições. O município de Mossoró, em especial, foi o protagonista das principais lutas. O Motim das Mulheres que ocorreu na região é um exemplo que trouxe a presença feminina na sociedade e na política. Em 2016, a Câmara Municipal de Mossoró teve o maior número de mulheres na legislatura da casa, sendo cinco vereadoras, incluindo a candidata pelo Partido dos Trabalhadores, Isolda Dantas, eleita também como presidenta do diretório PT no município. Para a vereadora, as mulheres ganharam ainda mais força nos governos do PT, principalmente a mulher rural, que tem um movimento grande na região com a Marcha Mundial das Mulheres Rurais. “O primeiro Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Mulher) que Lula entregou durante seu governo, em 2003, foi aqui na região de Apodi. Desde então, ao longo desse período, nós acompanhamos não só o crescimento dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, mas das mulheres, que passaram a fazer parte da produção e da organização produtiva”, afirma. Uma das políticas mais importantes, segundo Isolda, foi a criação da Lei Maria da Penha. “Nós consideramos um progresso muito positivo porque significa o Estado tendo uma ferramenta para dizer que violência contra a mulher é crime e, o principal, tendo mecanismos de punição para isso”, conclui. A vereadora ainda relembrou que no primeiro ano do governo Lula, a Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher foi desvinculada ao Ministério da Justiça e transformada na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM). A SPM ganhou um importante status de ministério para a defesa dos direitos das mulheres. Hoje, com os retrocessos do governo golpista de Michel Temer, o Ministério passou a ser pasta e fica subordinada ao Ministério da Justiça e da Cidadania. “A Lei Maria da Penha, o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família no nome das mulheres contribui imensamente para a autonomia das mulheres, que sentem a sua importância como cidadãs e protagonistas”, diz Isolda.
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Os retrocessos do golpista Temer
Os desmontes que estão acontecendo após o golpe estão afetando ainda mais a população do Nordeste, que conquistou cada oportunidade após muita luta. “Nós mulheres nordestinas percebemos uma enorme diferença do que é um governo que tinha políticas para as mulheres estruturadas e, agora, presenciamos tristemente não só a destruição da SPM, como também os órgãos que existiam dentro desse Ministério”, declara. “Aqui para nós, por exemplo, o Ministério do Movimento Agrário trabalha muito com mulheres rurais. Quando o governo golpista extinguiu a diretoria de políticas para as mulheres, que tratava da documentação das mulheres rurais, do PIS, do Pronaf Mulher etc, nós ficamos muito revoltadas, pois começamos a ver tudo que nós conquistamos e construímos de políticas públicas estava deixando de existir e sem nenhuma explicação”, aponta.
No Ceará, Lula terá reencontro com povo que melhorou de vida Nos dias 29 e 30 de agosto, o ex-presidente Lula visitará o Ceará para ver de perto as ações dos governos do PT que transformaram a vida dos cearenses
Ricardo Stuckert
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jovem Marcondes Guedes, de 20 anos, filho de agricultores familiares no Crato (CE), é um dos cearenses que mudou de vida com os governos do PT. Marcondes fez o ensino médio na unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) na sua cidade. Hoje, cursa Medicina também no Crato, na Universidade Federal do Cariri (UFCA), criada pela presidenta Dilma Rousseff em 2013. Nos dias 29 e 30 de agosto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no Ceará, pelo projeto Lula Pelo Brasil, para ver de perto essas e outras transformações que as grandes ações dos governos petistas fizeram no estado, e que agora o governo
golpista de Michel Temer está desmontando. “Eu acredito que o avanço que teve de 2002 até o final do governo Dilma foi sem dúvida ótimo. O acesso e a qualidade na educação, não apenas para quem mora próximo às capitais, mas também para quem mora no interior, ficou real”, comemorou Marcondes. Na opinião do estudante do Cariri, a visita de Lula ao Ceará “é algo bastante significativo, para que aqueles que levantaram a bandeira de ‘Fora Dilma’ e agora estão começando a sentir a realidade do governo Temer, poderem pensar e ter uma certa oportunidade de mudar”. Quando o PT estava no governo federal, o povo do Ceará, assim como de todo o Nordeste, sentiu a vida
melhorar. O estado viu a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no litoral cearense, finalmente sair do papel e começar a operar. Viu o Cinturão das Águas do Ceará (CAC) integrar bacias hidrográficas para abastecer centenas de cidades e, junto com a Transposição do rio São Francisco, espantar o fantasma da seca no estado. O cearense presenciou, ainda, a construção de duas novas universidades federais, a Universidade Federal do Cariri, onde o futuro médico Marcondes estuda, e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), na cidade de Redenção. Além disso, com os governos de Lula e Dilma, o Ceará passou a ter 32 unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), sendo uma delas na cidade do Crato, onde Marcondes concluiu o ensino médio. Além dessas ações, todos os grandes programas sociais dos governos do PT também beneficiaram a população cearense, como relembra o deputado pelo Ceará e líder da Oposição na Câmara, José Guimarães (PT). “O microcrédito orientado, o seguro Safra para o trabalhador rural, o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) que foi alavancado no governo do presidente Lula, o aumento periódico do Bolsa Família e o reajuste permanente do salário mínimo, que têm grande impacto na renda das famílias”. Para ele, é esse legado das administrações petistas que faz com que, a partir da visita de Lula à região, o Nordeste volte a ter esperança. “Será o reencontro de Lula com uma região onde seu povo melhorou de vida, mudou, cresceu, e teve cidadania com as políticas de inclusão e desenvolvimento realizadas por Lula”, afirmou Guimarães. Líder da Minoria da Câmara, Guimarães destacou que essas políticas, implementadas quando o Partido dos Trabalhadores estava na presidência da República, “agora estão sendo desconstituídas por esse governo, que nem sequer conhece e nem sabe o que significa a região Nordeste”. Segundo o deputado cearense, os golpistas que estão no poder consideram a região um problema. Mas, para Lula e para o PT, o Nordeste é solução. “No governo Lula, o Nordeste deixou de ser exportador de mão de obra desqualificada para o sudeste do País, e virou porta de entrada do emprego, da renda, do crescimento e do desenvolvimento”, garantiu. Por tudo isso, declarou o senador José Pimentel
(PT-CE), o povo cearense está ansioso para abraçar o ex-presidente Lula. “Está renascendo a esperança com a possibilidade de retomada dos projetos de crescimento econômico, com distribuição de renda e inclusão social. Lula tem muita energia e as famílias cearenses o receberão de braços abertos. O entusiasmo é grande nas plenárias e reuniões de organização do projeto Lula Pelo Brasil, que venho participando”, apontou o senador. As expectativas da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) para esta visita também são positivas. Para ela, Lula tem um legado a defender, que não é mostrado na grande mídia, pois esta tem apostado na perseguição e desconstrução da imagem do maior presidente da República que esse País já teve. “Ele tem um legado que precisa ser resgatado e talvez a melhor forma de fazer isso seja Lula diretamente conversando com as pessoas, olho no olho, sobre o que representou os anos de governo do PT, resgatar todas as conquistas que foram feitas”. “Essa é uma prática que ele sempre fez. Eu lembro demais na minha juventude, quando entrei para o PT, lá na primeira candidatura de Lula em 89, ele já fazia essas viagens por todo Brasil antes mesmo de ser candidato. Portanto, é uma prática natural dele, ele gosta e se alimenta do encontro com o povo”, ressaltou. Já na opinião do colega José Guimarães, o projeto Lula pelo Brasil servirá para o povo dizer qual o projeto de nação que quer construir. “Essa visita não é campanha, é a construção de um projeto, de um novo projeto para o País. Minha expectativa é que com esse reencontro, Lula comece a ouvir a população sobre que projeto de nação nós queremos, dialogando, conversando, formulando, mas principalmente ouvindo. Não se tem solução para o Brasil pelos gabinetes. Tem que ser nas ruas, ouvindo e delegando à população o direito de escolher”, concluiu o deputado petista.
Quixadá, a Cidade Universitária Com as políticas sociais do governo Lula, o município se tornou referência em educação e espera o ex-presidente de braços abertos
Agricultores da Serra do Mel agradecem a Lula pelo Pronaf Pequenos agricultores do polo produtor de caju no Rio Grande do Norte contam como linhas de crédito melhoraram as oportunidades de trabalho
Ricardo Stuckert
C
onsiderada a maior cidade do sertão central do Ceará, Quixadá teve muitas mudanças positivas durante os governos do PT. Dentre elas, está a consolidação do município como “cidade universitária”, que conta com a implantação do campus avançado da Universidade Federal do Ceará (UFC). Localizado em um pontos turísticos mais visitados da cidade, na região do açude do Cedro, o campus foi criado como unidade acadêmica em setembro de 2006. Hoje, a instituição possui 6 cursos na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, que possibilitam desenvolver um grande polo de TI, com condições de empregabilidade de alto valor agregado, segundo o prefeito Ilário Marques. Em 2008, a cidade contava com uma refinaria de biodiesel, inaugurada por Lula em 2008 e que está temporariamente desativada, desde novembro de 2016, por conta do regime de sucateamento do governo atual. Além das universidades, a cidade também ganhou com as políticas sociais que beneficiaram o povo nordestino, em especial do semiárido. “As políticas sociais, na coincidência do mandato do presidente Lula e do meu como prefeito, fizeram muito por Quixadá”, afirma o prefeito.
Chegada de Lula no Ceará
Lula chega ao Ceará na terça-feira (28) e Quixadá será a primeira cidade a receber o ex-presidente. Segundo Ilário, a expectativa é grande desde
quando foi anunciado o roteiro do projeto Lula Pelo Brasil. “Nós estamos com grande expectativa de acolher o nosso sempre presidente. Há uma grande motivação de mobilização da cidade, bem como na região, e esperamos levar o presidente Lula a um grande ato público em defesa da democracia”, diz.
Os desmontes do governo golpista
Os desmantelamentos das políticas sociais e a castração de qualquer perspectiva de desenvolvimento mais justo para o semiárido e para o Nordeste se evidenciaram com o golpe. Para o prefeito, isso mostra que, mais do que um governo golpista, é um governo restaurador de uma velha ordem de injustiça e desigualdade. “Nós nos consideramos uma trincheira de resistência a esse desmonte e a essa política”, afirma. Mesmo com todas as tentativas de retiradas de direitos conquistados nos últimos 13 anos dos governos do PT, o povo segue na luta para manter os avanços. “Os movimentos sociais estão muito ativos, com forte participação. Inclusive, nós estamos realizando conferências, mesmo sem ter convocação de conferência nacional, para defender o SUS, a política da agricultura familiar e a geração de emprego e renda, porque esse é o governo do desmonte, da restauração autoritária, da politicagem, é um governo que está provocando o maior retrocesso na história política, econômica e social do país”, conclui o prefeito.
Pedro Sibahi/Agência PT
O
município de Serra do Mel, próximo a Mossoró, no Rio Grande do norte, é um polo produtor de caju e, em menor escala, outros vegetais, o que mostra como programas de crédito mudam a vida do pequeno agricultor familiar. Francisco Carlos Saraiva, morador da cidade, hoje vive do beneficiamento da castanha de caju em uma pequena fábrica caseira montada a partir de verbas conseguidas pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Consegui crédito pelo banco do Brasil, a linha do Pronaf, e consegui fazer o investimento que foi para o meu lote e também para ajudar na aprimoração do corte [da castanha do caju]”, conta Saraiva. “Eu precisava de maquinário, comprei o maquinário, fiz um prédio, tudo referente a esse financiamento”, acrescenta. “A indústria começou depois do programa de Lula, eu tive acesso no de Dilma, mas foi trabalho dele”. Hoje, cerca de 150 famílias trabalham com o beneficiamento artesanal da castanha de caju, que consiste em um processo de retirada da casca, limpeza, torra e embalagem. “Acho que, para mim e várias pessoas, foi o presidente que ajudou a nação pobre, foi o governo Lula.
Esses outros que estavam aí tinham os programas, mas não botavam em prática. Foi através do Lula que veio essa renda para a família mais pobre” diz Saraiva. Criado em 1996, o Pronaf é um programa de crédito voltada para o pequeno agricultor que foi expandido e fortalecido com o governo Lula, chegando a 12 linhas de crédito, como o Pronaf Semiárido e o Pronaf Mais Alimentos. O agricultor Francisco Medeiros vive há cinco anos na Serra do Mel, plantando caju e melancia, e conta que conseguiu comprar um trator graças à linha de crédito do Mais Alimentos. “Melhora muito quando você tem um lotezinho e consegue um trator. Hoje o preço da hora de trator está muito alto e tendo o trator em casa facilita muito ter um lote bem cuidado. Tendo o lote bem cuidado a safra dá certo, mesmo quando a chuva é pouca”. “A gente teve essa oportunidade de comprar o trator, que até então a gente não tinha. De lá para cá vem dando certo, tirando de dentro do lote”, afirma Medeiros. “Se fosse hoje, a prestação de um trator desses está em R$ 14 mil. Se não tivesse tido aquele pequeno empurrãozinho do Lula, a gente não tinha como comprar”. Outro agricultor beneficiado pelo Pronaf foi Raimundo Feitosa, que hoje produz cerca de uma toneladas de caju por safra, plantando em uma propriedade com selo orgânico que requer preservação de 20% da área. Com os empréstimos do Pronaf e apoio dos técnicos da Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), Feitosa melhorou suas plantas e consegue produzir mesmo no período de seca. “Eu fiz recuperação de cajueiro com o investimento que consegui no Banco do Nordeste, através de Lula. Investi em recuperação, que é fazer enxertia de cajueiro para aumentar a produção”, relata. “A gente teve acompanhamento pelos técnicos da Emater, eu aprendi muito e hoje estou investindo essa experiência na minha área de terra e a produção subiu muito”. Feitosa ainda conta que o crédito rural ainda serviu para outros benefícios em suas terras. “Tudo tem relação ao Pronaf, pois através do Pronaf a gente fez armazém, fez cisterna, fez unidade de corte de castanha, tudo através do Pronaf, com ajuda de Lula”. Segundo o agricultor, “o único governo que ajudou a pobreza e principalmente os produtores, foi Lula”.
Cariri é símbolo do Nordeste que deu certo com Lula e Dilma Na caravana Lula Pelo Brasil, ex-presidente visita a região no sertão cearense que é marco das transformações pelo qual o Nordeste passou nos governos do PT
L
uz para Todos, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Transposição do São Francisco, Universidades e Institutos Federais. Esses são alguns dos programas e benefícios sociais a que a população do Cariri teve acesso durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Por tudo isso, a região no sertão cearense, que compreende nove cidades e faz divisa com Pernambuco, Piauí e Paraíba, pode ser considerada símbolo das principais transformações pelo qual o Nordeste passou quando Lula e Dilma foram presidentes. E nesta quarta-feira (30), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita Juazeiro do Norte (CE), o centro do Cariri, pelo projeto Lula Pelo Brasil. Um dia antes, será a vez da cidade de Quixadá (CE) receber Lula. As ações dos governos petistas no Cariri foram em três áreas fundamentais: na infraestrutura logística; na educação, ciência e tecnologia; e no fortalecimento da economia local. Quem nos conta é o deputado federal e líder da Minoria da Câmara, o cearense de Quixeramobim, José Guimarães (PT-CE). “O Cariri é símbolo do que nós fizemos nas mais variadas áreas, que deu sustentabilidade ao crescimento e ao desenvolvimento da região”. Na infraestrutura, os principais projetos foram a transposição do rio São Francisco e o Cinturão das Águas do Ceará, com foco no abastecimento de água para a região; a Transnordestina, ligando os estados do Ceará, Maranhão e Pernambuco; e o Luz para Todos, que universalizou o acesso a energia para todas as partes do Cariri, em especial a área rural. Pensada para reduzir os problemas gerados pela seca no sertão, a transposição do São Francisco saiu do papel no governo Lula e, até o golpe que derrubou a presidenta Dilma, tinha sido 86,3% executada. “O que falta da obra até hoje não foi retomada
na dimensão que precisa. A obra está sem condições de terminar e pode ocasionar um colapso hídrico na região se não for terminada até dezembro”, alerta Guimarães. E o eixo norte da transposição se soma às obras de infraestrutura hídrica do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), executadas em parceria entre o governo federal e o governo do estado do Ceará, comandado pelo governador Camilo Santana (PT). Dividida em três partes, o Cinturão das Águas é o que vai levar as águas do São Francisco para todo o estado do Ceará. “Quando o PT saiu do governo federal, deixou convênio assinado com o governo do estado na ordem de R$ 3,5 bilhões e o primeiro trecho está para ser concluído”. Outra obra iniciada pelo PT e atualmente paralisada é a Transnordestina, ferrovia que liga o Porto de Pecém no Ceará, ao Porto de Suape em Pernambuco, ao Porto de Itaqui no Maranhão, e à área de soja em Eliseu Martins no Piauí. “A Transnordestina vai fazer a interligação modal para a integração econômica da região Nordeste, principalmente dos estados do Ceará, Pernambuco e Maranhão. É uma obra orçada em R$ 5,5 bilhões. Mas, há quase dois anos a obra está parada”, explica o parlamentar. Quanto aos investimentos em educação feitos pelos governos Lula e Dilma no Cariri, o deputado Guimarães sabe de cor. É que uma dessas ações – o campus de Ciências Agrárias do Crato, da Universidade Federal do Cariri (UFCA) – é fruto de uma emenda parlamentar sua. Na verdade, toda a UFCA, inaugurada em 2013 pela presidenta Dilma, foi criada com forte articulação de Guimarães ainda no governo Lula, com o então ministro da Educação, Fernando Haddad. “Na educação, a coisa mais simbólica é a criação da Universidade Federal do Cariri. É ela
Ricardo Stuckert
que está fazendo a diferença, porque significa investir em educação é dar sustentabilidade ao crescimento econômico da região”, declarou o deputado. Com o objetivo de promover a inclusão social, o desenvolvimento da região e a interiorização do ensino superior, a UFCA surgiu do desmembramento da Universidade Federal do Ceará e tem, atualmente, cinco campi nas cidades de Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato, Brejo Santo e Icó. A região também recebeu dois campi do Instituto Federal do Ceará (IFCE), criado por Lula, no Crato e em Juazeiro do Norte, interiorizando o ensino técnico e profissionalizante. Ao todo, o estado conta com 32 campi do IFCE. Já na área econômica, destaca José Guimarães, a principal ação das gestões petistas fica por conta dos investimentos realizados pelos bancos públicos no fortalecimento do setor calçadista de Juazeiro do Norte, por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). “O setor calçadista do Cariri é atualmente o
terceiro polo calçadista do País, por conta do financiamento via FNE, que sustentou o crescimento do setor produtivo e a geração de emprego na região”, conta. Nos governos Lula e Dilma, o polo calçadista se fortaleceu de tal ordem que hoje ele praticamente sustenta a economia na cidade de Juazeiro do Norte, por exemplo. “Essas são as marcas mais exuberantes dos governos Lula e Dilma no Cariri”, resumo, orgulhoso, o deputado cearense. Os governos do PT também deram atenção especial à área social nesta parte do sertão do Ceará. Só do Minha Casa Minha Vida, por exemplo, foram em torno de 5 mil moradias do programa espalhadas pela região, principalmente no Crato, Juazeiro e Barbalha. O Bolsa Família praticamente resolveu o problema da miséria na região, garante Guimarães. “A pobreza rural foi praticamente extinta, zerada no Cariri, porque o Bolsa Família ajudou a recuperar a condição de vida dessas pessoas com vulnerabilidade que moravam no sertão”, aponta.
No Ceará, pequeno produtor diz que vida mudou a partir de Lula De mulheres que cultivam pequenas hortas a famílias de vaqueiros que hoje podem criar os próprios animais, realidade mudou no sertão cearense
Kamilla Ferreira/Agência PT
U
ma afirmação comum entre agricultores familiares e pequenos criadores de gado quando falam de Lula é que ele “abriu as portas dos bancos para o pobre”. Isso se deve aos diversos programas de crédito criados ou ampliados durante o governo do ex-presidente, que efetivamente ampliaram as possibilidades para o pequeno produtor rural. Em Morada Nova, o interior cearense, o va-
queiro Egídio de Freitas, 80 anos, que trabalhou desde a infância e cresceu na propriedade do patrão, conta que hoje tem casa própria e gado leiteiro, tudo conquistado após o governo de Lula. “Hoje temos um pedacinho de terra para morar, temos as vacas de leite, o pobre tem sua criação, tem tudo. Hoje se o pobre tem alguma coisa, foi pela presidência do Lula”, diz Egídio.
“Hoje todo mundo tem criação, tem até terra, até propriedade, porque o Lula facilitou, o Lula abriu os bancos, os bancos facilitaram o pagamento de terra, e facilitou ainda mais com a Dilma.” Um dos filhos de Egídio, Francisco Wellington de Freitas, segue a mesma rotina no campo, ordenhando vacas todos os dias, e afirma que a vida melhorou após a passagem de Lula pelo planalto. “A presidência de Lula para nós foi muito boa, ajudou bastante gente aí. Tem partes onde a gente não tinha como, nem acesso, para comprar uma vaca ou melhorar o rebanho, mas aí teve essa oportunidade que ele deu, aí a gente melhorou o rebanho. Foi o único que entrou e deu uma oportunidade para a gente.” Outro vaqueiro da região, Francisco José Silva, afirma que “antes ninguém podia ir no banco e ir atrás de um recurso para comprar uma terra, uma vaca”. “Lula deu oportunidade para todo mundo crescer, antes pobre não entrava com uma chinela no banco, hoje em dia um cidadão maior entra e o pequeno entra, vai no banco, faz seu pagamento.” “A gente tem que agradecer muito, primeiramente a Deus e depois a Lula, que veio para dar um levantamento na nação pequena”. Nos governos do PT, Lula e Dilma aperfeiçoaram o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e multiplicaram o volume de crédito. Apenas para o período de 2014 e 2015, o governo disponibilizou R$ 24,1 bilhões a operações de custeio e investimento. O Programa Cisternas também teve grande impacto, garantindo acesso a água para milhares de famílias. Beneficiada em 2012 pelo programa de cisternas na comunidade Bom Jardim, em Quixadá (CE), Maria de Lourdes hoje ganha uma renda vendendo alimentos orgânicos nas feiras da região.
“Eu já tinha algumas plantas, já tinha um pequeno quintal, e foi crescendo com a chegada da cisterna”, conta Lourdes. “Hoje tenho meu produto para minha alimentação saudável, porque só vendo o que sobra, se não vai para a comida da família.” “Foi muita evolução, porque antes os pobres não tinham oportunidade, e no governo do Lula e da Dilma teve muitas oportunidades, muitas mesmo, eles olharam para os pobres. Os bancos se abriram para os pequenos produtores, para os agricultores mesmo. Eu gostei e gosto, continuo com eles.” Outra moradora de Bom Jardim, Antônia Marta da Silva Lopes conseguiu implementar uma horta seguindo o modelo de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) com apoio da ONG Cetra, e mais tarde recebeu uma cisterna, passando a vender produtos em feiras da região. “Costumo dizer o seguinte, eu comecei a viver de 2011 para cá, porque foi quando a gente teve acesso às políticas públicas, que já foi pelo governo Lula.” “Antes a gente não tinha acesso a nada, o pobre era esquecido, só era enxergado na hora do voto, e quando o Lula assumiu foi que deu voz e vez para nós. Foi onde a gente veio para acordar e saber que a gente existia e tem direito.” Ela conta que “o projeto PAIS veio em 2011 e daí que a gente veio acordar para o mundo. Com três meses da implantação do projeto a gente iniciou uma feirinha no distrito, começou fazendo de 15 em 15 dias e começamos a ter nossa renda extra. Era quase só mulher que ia”. “Antes eu não comprava nem uma chinela para mim, esperava o ganho do homem, mas mulher não é para ser submissa ao homem, a gente é para ter a nossa vida independente. Hoje eu faço as minhas dívidas e sei que tenho da onde tirar para pagar”, relata Antônia, com orgulho.
No Ceará, sonho da faculdade foi realizado graças ao Fies Estudantes de Juazeiro do Norte (CE) contam como realizaram o sonho da universidade graças ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
Kamilla Ferreira/Agência PT
A expectativa da maioria dos jovens que estão no Ensino Médio é seguir os estudos em um curso superior. Porém, para muitos esse foi um sonho inalcançável até o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Criado pelo regime militar em 1976, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) só foi se tornar uma política acessível à maior parte da população em 2010, quando sua taxa de juros foi ajustada de 6,5% para 3,4% ao ano. A carência para iniciar para o pagamento também foi definida em 18 meses (1 ano e meio) após a conclusão do curso e o prazo para pagamento foi aumentado para até três vezes o tempo do curso. “Sem o Fies eu não estaria hoje na faculdade realizando um sonho de criança”, conta a estudante de Medicina Débora Nathalia Matias, que está no 10º período do curso em Juazeiro do Norte, no Ceará. “Eu decidi fazer Medicina no Ensino Médio. Sempre gostei da área da saúde, de cuidar, e me identifiquei muito, por questões da família também”, diz Débora.
“A família tem muitos médicos e eu sempre quis ser uma, e sempre vi que era um empecilho, porque na minha cidade a gente tem faculdade particular e eu não tinha condições de pagar o curso. Então, quando abriu o FIES, abriu uma janela para mim. Eu me dediquei muito a isso e hoje estou aqui, consegui”. Debora relata que, em sua turma, cerca de 85% dos alunos utiliza o Fies e 10% é bolsista do Prouni. “Com a gestão de Lula eu vi muitas mudanças, vi muita gente que não tinha condições conseguir um trabalho melhor, conseguir estudar, se formar, realizar um sonho, conseguir crescer. Teve muito disso”. “Em relação à questão de educação, que é a que me identifico mais, porque me ajudou bastante, muita gente ao meu redor, não só eu, mas minha irmã, primos, estão na faculdade pelo Fies”, completa. Élida Calixto de Souza é outra estudante de Juazeiro que só consegue pagar os estudos por conta do Fies. Ela ingressou no curso de Direito em 2014 e já comemora a proximidade da formatura. “Todo jovem tem aquele sonho e eu me identifiquei muito com o Direito. Tinha as outras universidades, mas eu via como um obstáculo, parece que eu gosto de coisa muito difícil e aí optei por uma universidade privada”. “Só que tinha o programa de beneficiamento do Fies, aí eu fui, corri atrás, teve todo aquele processo seletivo para conseguir, a parte burocrática, tive que correr atrás de fiador, de tudo, e no fim das contas tudo deu certo, agora estou no sexto período do curso de Direito e a um passo de realizar meu sonho”. Ela diz sentir uma eterna gratidão a Lula pela oportunidade que conseguiu na vida. “Sem o Fies eu nunca estaria aqui, não tinha a mínima possibilidade. Fez diferença demais e sempre que lembro, meu coração enche de gratidão”. Elida ainda firma que seu caso não é o único, pois muitos amigos conseguiram chegar à universidade da mesma maneira. “Eu tenho muitos amigos que sempre tiveram os sonhos e sempre tinha aquele obstáculo, mas graças aos benefícios do Lula foi possível de ser realizado”, finaliza.
Lula pelo Brasil: Caravana para cidades e cidades param caravana Ônibus fez paradas não programadas em oito cidades nesta quinta no interior do Ceará. Viagem entre Quixadá e Juazeiro do Norte durou mais de 9 horas
A
caravana Lula pelo Brasil, que tem cruzado o sertão nordestino, mudou a rotina de dez cidades do interior do Ceará, nesta quarta-feira (30). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu, por volta das 10 horas da manhã, da cidade de Quixadá rumo a Juazeiro do Norte. O deslocamento de menos de 400 quilômetros, que deveria ser feito, normalmente, em cerca de 5 horas, levou mais de 9 horas para ser completado. Isso porque o dia inusitado contou com paradas da caravana por dez cidades cearences. Saindo de Quixadá, Lula parou na usina que fica no município de Juatana, e também desceu do ônibus em Banabuiú, Solenopole, Vila São João de Solenopole, Quixelô, Iguatu, Cascudo e Cedro. No destino final do 14º dia de caravana, o ex-presidente participa de ato em Juazeiro do Norte. Em todas as cidades, ele foi recebido por multidões que estavam há horas aguardando pelo ex-presidente. As pessoas das regiões saíram do trabalho, das escolas e deixaram os compromissos de lado por apenas um motivo: ver Lula passar. Em muitos destes municípios, o povo nunca imaginou ver de tão perto o ex-presidente, chamado, por diversas pessoas, de “pai do povo”. As paradas fora do cronograma oficial da caravana resultam em muita emoção, abraços e recados de gratidão ao ex-presidente Lula. Nesta quinta, a Agência PT conversou com diversas pessoas emocionadas por ver de tão perto o ex-presidente. Uma delas foi a senhora Josefina Pinheiro, que disse ter um sonho: tirar uma foto com Lula.
“O meu prazer seria dar um abraço nele. Ele já fez muita caridade ao meu povo, queria agradecer a ele pelo que ele fez pela minha família e para tudo. Tenho vontade de ver ele e dar um abraço nele”, contou, em Cedro. Dona Otacília recebeu Lula literalmente na porta de casa, onde ela estava sentada desde as 10 horas da manhã aguardando pela chegada do ex-presidente. “Eu fazia campanha para comprar bandeiras para ele no primeiro ano de campanha, Agora os poderosos querem derrubá-lo. Faz três dias que eu não me levantava e hoje eu me levantei, de muletas, para ver Lula”, emocionada ao escutar a voz do petista. Nicélia estava no trabalho, acompanhando toda a viagem na estrada por meio das redes sociais, e aguardando a chegada de Lula a Cedro para ver de perto o ex-presidente. “É muita emoção, nunca aconteceu ter um presidente que gosta tanto do povo nordestino na minha cidade. Somos muito gratos por tudo que ele fez pelos nordestinos, pelos estudantes e pela classe popular, as pessoas que realmente precisam de Lula.” Em todos os estados por onde passou, o ônibus de Lula foi abordado nas estradas, por onde precisou parar, inclusive, quando as pessoas fechavam as pistas para vê-lo de perto. Em alguns municípios, as pessoas fizeram corredores para a passagem de Lula. Em outras, os diretórios organizaram carros de som e palcos para que o povo pudesse ver e ouvir melhor as palavras do ex-presidente. Lula visita a cidade de Cedro (CE)
Famílias conquistam a casa própria pelo Minha Casa Minha Vida Em Juazeiro do Norte, no Ceará, mulheres que sonhavam com a casa própria contam como alcançaram seu objetivo após o governo de Lula e Dilma
Kamilla Ferreira/Agência PT
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sonho da casa própria por muito tempo foi inalcançável para milhões de famílias pelo Brasil. Essa realidade mudou a partir de 2009, quando o programa Minha Casa, Minha Vida foi criado no governo Lula, subsidiando a aquisição da morada própria para famílias com renda até 1,6 mil reais. Joana Darc Alves da Silva, moradora de Juazeiro do Norte, foi uma das beneficiadas e agradece a
Lula por ter seu lugar para viver. “Estava desempregada, em momento muito difícil da vida, em processo de divórcio, com uma criança, não tinha possibilidade nenhuma, e o Minha Casa, Minha Vida foi um sonho que eu tinha, que parecia impossível, mas graças a Deus e ao presidente Lula esse sonho se tornou realidade”, relata.
Ela conta que morava com a mãe quando soube do Minha Casa, Minha Vida. “Quando eu soube desse projeto, eu corri atrás. Muitas pessoas não acreditavam, riam, falavam que não ia dar certo, mas mesmo assim eu acreditei.” “Muitas pessoas riam de mim, criticavam, falavam que não ia dar certo, e depois essas pessoas todas pegaram a pastinha como eu fazia e foram atrás também. E todas foram beneficiadas”, relata Joana com orgulho. Outra moradora de Juazeiro, Franci Alexandre da Silva, 50 anos, diz que é muito feliz em ter conseguido o benefício do Minha Casa, Minha Vida, principalmente porque está desempregada. “Eu achei que não ia dar certo, foram passando os anos, aí conheci uma amiga que estava se inscrevendo para ganhar umas casas, mas achei que era conversa, que não era verdade. Ela se inscreveu e ganhou, aí chegou par mim e disse. Vi que era verdade e fui atrás da minha”. Ela relata que antes a vida era mais difícil com a cobrança constante do aluguel. “Era muito difícil porque todo mês tinha que ter aquele dinheiro do aluguel, e se não tivesse, o dono estava no pé. Era difícil mesmo, agora está mais tranquilo, a gente não pensa em aluguel, pensa em organizar a casa da gente”. Franci também era beneficiária do Bolsa Família, mas foi cortada do programa pelo governo golpista de Temer. “O único benefício que eu tinha era o Bolsa Família, mas fui cortada, não tenho mais com esse governo que entrou agora. Eu pagava aluguel, não trabalho, então estou muito feliz pela casa. Moro eu e meu esposo, minha filha e dois netos.” Para Francimar Pereira da Silva, com Lula sua vida melhorou 100%. “Sou moradora do Minha Casa, Minha Vida, foi um privilégio ter recebido a minha casa, foi um sonho realizado na nossa vida.” “A gente pagava aluguel, ganhava só um salário para sustentar nossas filhas, e hoje a gente tem nossa casa, que paga só uma taxa mínima, é um sonho realizado ter a casa própria.” Ela defende que Lula e Dilma foram os melhores presidente do Brasil nos últimos nos porque valorizaram os pobres. “Se hoje a gente tem uma televisão tela plana foi depois de Lula, eu mesmo consegui muita coisa depois do presidente Lula, muita coisa mesmo. Casinha arrumadinha, tudo hoje a gente agradece primeiro a Deus e depois a Lula, de poder chegar em uma loja e poder fazer um cadastro para comprar”.
Oito anos depois, Lula reencontra Usina de Quixadá sucateada Na passagem da caravana Lula Pelo Brasil no Ceará, ex-presidente visitou a usina de Biodiesel inaugurada no seu governo e fechada pelo ilegítimo Temer
maranhão
Oito anos depois da inauguração da Usina de Biodiesel de Quixadá, no Ceará, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao local, com a caravana Lula pelo Brasil, nesta quarta-feira (30), mas encontrou a usina de portas fechadas. O fechamento aconteceu em 2016, após o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff e a chegada do usurpador Michel Temer à Presidência. “O governo fechou essa usina por uma única razão: porque quando ele olha para o povo, ele não vê uma pessoa, vê um número. Mas não é para a gente perder a esperança. Nós não vamos sossegar enquanto não reabrir essa usina”, disse Lula. Localizada no distrito de Juatama, a Usina de Biodiesel de Quixadá foi implantada com o objetivo de envolver da agricultura familiar na cadeia do biodiesel. A Petrobras oferecia sementes e assistência técnica e a produção de óleos era comprada pela usina. Além disso, a unidade também comprava óleo extraído das vísceras de peixes por pescadores e Óleos e Gorduras Residuais (OGR) recolhidos por catadores de recicláveis. “A nossa ideia e o nosso sonho, quando construímos essa empresa, era fazer a combinação perfeita entre agricultura familiar e o trabalhador da cidade, para que essa usina pudesse produzir energia renovável”, lembrou o ex-presidente, que inaugurou a usina em 2008. Aproximadamente nove mil agricultores familiares faziam parte do programa da Petrobras de suprimento agrícola e produziam oleaginosas numa área total superior a 19 mil hectares em seis estados do semiárido brasileiro. Douglas Uchoa, ex-trabalhador da Usina e diretor do Sindipetro, conta que a usina foi fechada em novembro de 2016, quando o governo golpista de Temer alegou que a unidade não gerava lucro. “No entanto, antes de fechar, o governo do Ceará (de Camilo Santana – PT) havia se comprometido a reduzir o ICMS em 90%. Isso permitiria o lucro”, explicou. O petroleiro ainda lembra que a usina de Candeias, na Bahia, é isenta de ICMS e continua operando. Para ele, a usina de Quixadá foi vítima da política de fechamento da atual gestão golpista que quer desmantelar todo o parque de refino da Petrobras. “Quer desmantelar para que seja apenas uma empresa de exportação de petróleo cru. Não somente houve o fechamento da usina de biodiesel, mas também as refinarias estão operando abaixo da sua capacidade máxima, com apenas 70% favorecendo a importação de combustíveis”, denunciou. “Isso é um grande prejuízo para a nação, para a Petrobras e para o Brasil”, finalizou.
Além de Douglas, outros diversos ex-trabalhadores da usina estiveram no ato, nesta quarta-feira (30), com o ex-presidente Lula, em uma parada da caravana antes de seguir para Juazeiro do Norte. Eles contaram como a vida piorou, na região, após o fechamento da unidade de biodiesel de Quixadá. É o caso de Gleiciana Moraes, ex-recepcionista do local. “Sou de família humilde, minha casa era de taipa, não tinha banheiro e água. Com a chegada da usina, hoje nós temos água, eu sou comerciante. mas meus colegas estão desempregados. Tivemos que sair por causa do golpe desse golpista do Temer”. Emocionada, Gleiciana lembrou quando Lula esteve na inauguração da usina, em 2006. “Um dos melhores momentos da minha vida foi abraçar Lula na inauguração dessa usina. Aqui eu vi tirar o mato, eu cozinhei para os trabalhadores, hoje é motivo de glória Lula voltar aqui e nos dar ao menos esperança”. Antônio Mariano foi outra pessoa prejudicada com o fechamento da usina, onde trabalhou por mais de oito anos. “Trabalhei aqui desde a terraplanagem, trabalhei oito anos. Aí veio Temer e acabou com tudo. Lula foi quem trouxe emprego para nós nessa usina. Eu fui demitido porque a usina fechou, mas para mim foi uma honra fazer parte disso”.
Parada em Banabuiú, no Ceará
Antes de chegar em Juazeiro do Norte, Lula fez mais uma parada fora do roteiro no meio da estrada, desta vez na cidade de Banabuiú (CE). Lá, o ex-presidente falou rapidamente com a população, que fechou a estrada para receber um abraço do maior líder popular do Brasil. “Quando eu estava na Presidência, provei que o Nordeste pode ser desenvolver como qualquer outra região o País. Acontece que o Nordeste ficou segregado, inclusive pela própria elite política da região, que era conhecida pela seca, pelo analfabetismo, pela mortalidade infantil, pela pobreza dos agricultores. Mas nós resolvemos provar que quando um nordestino tem uma chance, é igual ou melhor a qualquer” “Minha geração não acreditava que o filho de um agricultor pudesse ser engenheiro agrônomo, que o filho de uma empregada seria médico. Hoje a gente provou que é possível melhorar a vida de todos, do povo mais pobre. Eu não faço por mim, que já tenho 71 anos, me preocupo com o futuro dessa criança que estava no meu colo. Por isso eu peço: não deixem de sonhar e podem acreditar que, esteja onde estiver, esse nordestino aqui vai continuar defendendo vocês” , completou o ex-presidente.
Desmontes ameaçam segurança alimentar no interior de Pernambuco Mulheres relatam que sentem medo de perder o Bolsa Família e voltar a passar fome com cortes promovidos pelo governo golpista de Michel Temer
Kamilla Ferreira/Agência PT
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raças aos governos do PT, o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome da ONU. Com políticas públicas como o Bolsa Família e o Garantia Safra, milhões de pessoas da cidade e do campo passaram a ter certeza de que iriam colocar alimentos nas mesas de suas casas, mas hoje essa segurança está ameaçada pelo governo golpista de Michel Temer.
Em Ouricuri, no interior de Pernambuco, a agricultora Zenaide Domingos da Silva afirma que, a cada vez que vai sacar o benefício do Bolsa Família, escuta outras mulheres afirmando que o benefício foi cortado ou diminuiu, e sente medo. “Parece que vai chegar a minha vez”, diz ela. “Sempre que chega a data de eu tirar o meu
dinheiro eu fico com medo, de chegar lá e não ter nenhum centavo, porque cada vez vai diminuindo, aí eu fico com medo”. Zenaide afirma que sua vida mudou com o Bolsa Família. “Antes do Bolsa Família eu sofria muito para criar as minhas filhas. Tenho quatro filhos, me separei e fiquei com os quatro, sofri muito para criar, mas depois do Bolsa Família minha vida mudou, porque antes eu passava até fome com eles, não tinha onde a gente trabalhar. Agora eu tenho como chegar no mercado para fazer uma feira no mês”. Ela ainda reclama da falta de empregos e diz que sem os programas de Lula, provavelmente estaria passando fome. “Se não tivesse Lula passado em nossas vidas, já tinha tudo enfraquecido de fome, porque os donos dos mercados não teriam confiança de vender nada. Agradeço a ele por ter criado meus filhos”. Outra agricultora da região, Maria do Amparo de Oliveira Silva conta que já sofreu muitas privações na vida, principalmente antes da chegada de Lula a presidência. “Eu lembro quando a gente era pequena, em 1993, e meu pai foi pra São Paulo pra tentar trabalhar pra sustentar a gente e a gente brigava por causa de farinha com feijão, porque a gente não tinha como se alimentar, porque era da roça, e como não tinha chuva a gente não tinha renda”, relata. “Nossa sorte é o Bolsa Família, que graças a Deus a gente conseguiu depois do governo de Lula, porque antes a gente passava necessidade”. “As pessoas já podem comer, não é como antes, que passavam necessidade, passavam fome. Antigamente, quando os aposentados iam pegar dinheiro, eram assaltados no caminho de casa por gente que não tinha o que comer. Mas graças a Deus, que colocou Lula lá, ele pegou e criou esse programa Bolsa Família, Fome Zero e Garantia Safra, que ajudou a gente”. Amparo também sente medo dos cortes promovidos por Temer. “A nossa sorte agora está
sendo o Bolsa Família, mas com esse governo que está aí, tem um problema muito sério, porque muitas famílias já estão voltando para a pobreza novamente, estão sendo cortadas, estão sendo bloqueadas, com desculpa que o povo é empresário, quando a pessoa não tem nem casa para morar, nem o que comer”. Antônia Alves da Silva, delegada sindical da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape), afirma que “antes de Lula ninguém conhecia o que era governo, os governos eram afastados, não ligavam para a pobreza, os pobres viviam passando fome, trabalhado alugado”. Criada na zona rural, ela conta que já trabalhou “batendo tijolo, batendo telha, ajudando no sustento dos irmãos”, e lamenta que as colheitas vão mal. “Meu trabalho é na roça, mas a roça não está dando mais nada. Um ano a gente tira dois sacos de feijão, no outro ano só tira um saco, é sofrimento grande”. “Depois de Lula a coisa melhorou, eu faço empréstimo no banco, porque eu não fazia, não tinha condição. Eu trabalhava no terreno dos outros e depois de Lula eu tenho meu pedacinho de terra, depois de Lula eu tenho gado, tenho carro, meus filhos têm carro”. “Eu estou com medo do Michel Temer que está dizendo que vai tirar 10 reais do salário do aposentado, mas se Deus quiser não vai tirar, porque 2018 está aí. O tempo só custa a passar se a gente estiver doente ou passando fome, mas agora ninguém está passando fome, ainda por causa da herança de Lula”.
Lula pelo Brasil testemunha sonho de um Brasil para todos e todas A uma semana do fim, caravana do ex-presidente simboliza o emocionante encontro com um Nordeste de novas perspectivas de vida e luta contra o retrocesso
Percorrer o Nordeste brasileiro hoje é testemunhar a grandeza do projeto que Lula sonhou para o Brasil e que se tornou realidade. O sonho de um nordestino e ex-metalúrgico que tirou 36 milhões de pessoas da miséria e hoje faz questão de olhar nos seus olhos e nutrir-se de sua luta para fazer ainda mais. Longe das lentes da grande mídia, a caravana Lula pelo Brasil mobiliza e comove milhares de pessoas por onde passa. Não só lotando praças e ruas onde acontecem atos diários, mas formando um mar vermelho, de todas as raças, classes, etnias e idades que recepciona Lula onde quer que vá. Uma viagem que começou com uma estação de metrô vibrando de cantos de apoio e incentivo em Salvador, atravessou o rio São Francisco ao encontro de um mar de sorrisos que aguardava em Penedo e hoje é marcada pelas imagens das multidões que cercam os ônibus como a abraçá-los a cada município e desejar-lhes boa viagem até o próximo dia 5, quando a caravana se encerra. Para a Dona Nanci, moradora de Brasília Teimosa, a emoção de ver quem mudou a realidade do barro pernambucano é indescritível. “A emoção de ter Lula um grande companheiro, pernambucano, sertanejo, pé no chão, veio do Nordeste, faz parte do nosso coração, é uma emoção muito grande.” Diante do crescente número de pessoas que acenam para ele pelo caminho, o ex-presidente Lula faz questão de parar sua agenda para cumprimentá-los, ouvi-los, pois é desses encontros que tira a energia para continuar firme em sua jornada. Esse carinho recíproco entre um líder e seu povo marcará a quarta-feira (30) na história dessa mais recente caravana. Um trajeto de menos de 400 quilômetros, de Quixadá a Juazeiro do Norte, levou mais de nove horas para ser completado pelo ex-presidente por conta das muitas paradas que fez questão de fazer. Fugindo ao cronograma, Lula parou em nada menos do que dez cidades cearenses de forma espontânea e comovente, para retribuir o afeto com que acenavam as populações de Juatana, Banabuiú, Solenopole, Vila São João de Solenopole, Quixelô, Iguatu, Cascudo e Cedro. “Lula é o nosso líder, um grande líder, que se alimenta da inspiração do povo. Por isso, ele está rodando o Brasil, para conversar com a sua gente”, comemora o coordenador da caravana e vice-presidente nacional do PT, Marcio Macedo, a cada novo estado.
“Para entender Lula pelo Brasil é só olhar para a história do Lula e para a história do PT. O PT e Lula sempre andaram pelo Brasil, nunca ficaram encastelados”, lembrou a senadora e presidenta do PT Nacional, Gleisi Hoffmann. O que tem levado milhares de pessoas a viajar de todos os cantos do Nordeste para chegar perto de um dos mais queridos líderes do país não foi apenas admiração. Foi acima de tudo uma imensa gratidão por aquele que manteve durante toda a vida pública o compromisso de governar de olho nos trabalhadores e nas trabalhadoras, nos mais pobres, nos que historicamente foram esquecidos. É essa gratidão que faz valer a pena viajar quilômetros pelas estradas e aguardar horas a fio pelo tão esperado encontro com o homem que tanto fez por essas terras. “Nós sabemos o que é pobreza. Ele tem uma humildade de falar com todo mundo, de não tratar com diferença”, afirmou na Paraíba o Edinaldo, cacique do povo indígena Tabajara. “O Lula estar aqui hoje é um motivo de grande comemoração. Muitas pessoas, como eu, desde pequena, são beneficiadas por programas que Lula criou, que me ajudaram a me tornar o que sou hoje. A gente deve sempre lembrar nossas origens e estar sempre em busca da nossa democracia”, disse a jovem Tamires Borges. É justamente por ter muito claras suas origens e por defender tão ferozmente a democracia e o ideal de um Brasil para todos que Lula conseguiu ajudar a população nordestina a reescrever seus destinos. Lula mostrou de forma inquestionável que é possível reverter anos de atraso e esquecimento por parte do poder público e dar a toda uma geração de brasileiros e brasileiras a oportunidades de pensar nos problemas mais comumente relacionados à região como algo do passado, abrindo portas para o futuro que não mais os define, é escolhido por eles. “A gente tem que prestigiar quem prestigia a gente!”, resume o jovem sergipano Adilson Junior, 23, em palavras que servem para explicar o que leva tantos nordestinos às ruas. “Lula é uma pessoa esplêndida. Não vejo outros líderes que chegam junto de seu povo como ele chegou”, completa sua colega Érica, com lágrimas nos olhos. É emoção similar à de centenas de pais e mães que, com lágrimas nos olhos, se orgulham de dizer que deram um lar com refeições diárias, educação e água
limpa a seus filhos. Que deram a eles a esperança de um futuro melhor. E a das mulheres que, fortalecidas, puderam tomar as rédeas de seus próprios destinos. “A Lei Maria da Penha, o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família no nome das mulheres contribui imensamente para a autonomia das mulheres, que sentem a sua importância como cidadãs e protagonistas”, lembra bem a vereadora Isolda Dantas, de Mossoró. “Nós mulheres nordestinas percebemos uma enorme diferença entre o que é um governo que tinha políticas para as mulheres estruturadas e agora.” “Eu vivia com oito filhos dentro de um cativeiro, limpando o terreno dos fazendeiros com um saco de lona nas costas, em 30 ou 40 pessoas. Pegava as 7h da manhã e largava às 4h da tarde”, lembra o quilombola Gerson Paulino dos Santos, 72, em Alagoas. “Foi no tempo que Lula se candidatou e ganhou, aí eu disse que não seria mais assim, seria Bolsa Família. Graças a Deus, desse dia para cá a mesa do pobre encheu de fartura e o pobre não passou mais fome. Tenho fé em Deus de que quando ele ganhar de novo a mesa vai dobrar”. O impacto de programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, de fomento à agricultura familiar, cisternas, moradia popular, a transposição do São Francisco, de desenvolvimento e interiorização de universidades e institutos federais, entre tantos outros, são incontáveis, e configuram uma verdadeira revolução social na história do Brasil. Mais do que tudo, o que brilha nos olhos de todos que se deslocam de suas casa, trabalhos e compromissos para aguardar a passagem de Lula é a confiança de saber que ali está um líder do povo, fruto da mesma história de luta e perseverança, e que, por já ter mostrado que sabe como fazer e ter feito na prática, pode ajudar o país a sair da trilha de desmontes que hoje enfrenta. Também a indignação de ver os ataques políticos
e midiáticos diários que Lula hoje sofre, numa clara demonstração que a certos poderosos de Brasília, não interessa um mundo em que o povo, empoderado, possa deixar sua situação de miséria, tomar suas decisões e construir de fato um Brasil para todos. “O tempo que eu tiver eu vou estar ao lado do povo, tentando derrubar esses golpistas que tomaram o poder sem nenhum voto”, reitera Lula a cada oportunidade. E o povo também estará a seu lado. Como dona Isanildes Bittencourt, professora aposentada e baiana aguerrida de 72 anos que desde a ditadura luta e milita pela esperança de um Brasil menos desigual. “Estou aqui recebendo esta caravana na esperança de que novamente mudemos essa história, porque não é possível que, dentro de um ano, um presidente ilegítimo, espúrio, tenha destruído nossos sonhos, nossas esperanças de um Brasil melhor”, afirmou, em Salvador ao lado dos filhos que a acompanhavam com expectativa semelhante em recepcionar Lula. “Querem que a gente volte ao passado, quando nós não tínhamos energia, não tínhamos água, não tínhamos nada. Por isso estamos aqui para defender Lula”, completa Maria Helena da Conceição, representando mulheres trabalhadoras rurais em Feira de Santana. Enquanto os golpistas dão as costas aos brasileiros e brasileiras e lhes tiram os direitos um a um, Lula tem a coragem de olhar para eles de frente. “Eu quero conversar com o povo para saber porque esse país tava tão bom e porque piorou tanto”, disse Lula. “Por que criamos 22 milhões de empregos com carteira assinada e agora tem 14 milhões de desempregados?”, questiona, estupefato. Foi conversando com pessoas de todo o país que Lula pode construir programas tão importantes e que influenciaram tão profundamente a vida de brasileiros e brasileiras. E é justamente isso que ele está fazendo nesta nova etapa, numa caminhada de esperança e luta por um Brasil pós- golpe.
Programa de Lula substitui casa de taipa por alvenaria no Piauí “Quem vive em casa ruim sabe que é um sofrimento, é como não ter o que comer”, afirma beneficiada pelo Minha Casa Minha Vida rural na cidade de Altos
Pedro Sibahi/Agência PT
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riado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida segue ajudando famílias a realizarem o sonho da casa própria. Pessoas que viviam com parentes ou em barracos de taipa, feitos de madeira e barro, ainda hoje estão
passando para o conforto da alvenaria, com água encanada e luz elétrica, graças à política de Lula. \Em Altos, município próximo à Teresina, capital do Piauí, Deusimar dos Santos Oliveira conta que “morava em uma casinha de taipa, de palha de palmeira, que se estraga mais ligeiro”.
\“Caía muito cupim em cima de mim, era muito sofrimento. Morava eu, meu filho, tivemos muitas lutas ruins aqui”, relembra ela, acrescentando que tinha medo de que a casa toda desabasse. Hoje ela vive em uma casa entregue por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), criado no âmbito do Minha Casa Minha Vida. A nova residência de Deusinha, como é conhecida Deusimar pelos vizinhos, tem dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço. “Antes de entrar o Lula, o pobre não tinha uma moto, um carro, uma casa boa não andava tendo, o pobre não tinha uma televisão, não tinha nada de bom”, afirma ela. “Quando Lula entrou, as coisas melhoraram, entrou a Dilma, também foi bom, ela ia no ritmo que Lula levava, as coisas bagunçaram mesmo depois que Temer entrou”. Outra moradora da região de Altos que sofreu em casas de taipa e hoje vive em uma residência de alvenaria é Maria de Fátima Silva. Ela também afirma que teve medo de morrer na antiga moradia. “A parede caiu toda dos três quartos, a gente botou umas lonas e ficou dormindo, depois com muita luta a gente fez parede de taipa e ficamos assim. Quando a chuva preparava a gente pensava ‘meu Deus, é hoje’”. “Quem vive em casa ruim sabe que é um sofrimento, é como não ter o que comer. Dormir debaixo de chuva, né, no tempo de chuva, a gente não gosta, fica sem sossego”. Para ela, o programa habitacional “foi uma benção”. “Melhorou a segurança, a gente vive sem se molhar. Você sabe que ter uma parede construída não é que nem o barraco onde a gente morava”. “Só de ter a sua porta, você entra e tem aquele conforto. A gente sabe que não é de qualquer jeito, a gente pode dormir tranquilo, pode vir chuva, pode vir vento, porque tem um teto bom”, explica satisfeita. O casal Rita Gomes Silva e José Alves Souza está aguardando o fim da construção de sua casa pelo PNHR, e sabe que o programa só existe graças a Lula. “Para mim foi o presidente que fez alguma coisa que serviu para os pobres”, afirma José. “Hoje em dia a gente é pobre, mas a gente já foi pobre miserável. A gente tem um cantinho para morar, que antes a gente só vivia de morador”. “Foi através do Lula que a gente conseguiu chegar a esse ponto. Com Lula surgiram muitas casas no interior, assentamentos, mudou a vida
de muita gente, principalmente no interior”. Rita destaca que o legado de Lula para o povo brasileiro sofre com o desmonte de Temer. “Lula deu Bolsa Família, deu assentamento, deu emprego pra muitas pessoas, e muitas coisas que o Lula deixou estão se desmanchando. Estão tirando de quem tem necessidade para dar a quem não tem necessidade”. Já para Maria do Amparo Gonçalves de Souza, 75 anos, “o melhor presidente que teve, foi o presidente Lula”. Ela relembra o período duro durante o qual viveu em casa de taipa. “No inverno a gente tinha medo que pudesse cair uma parede, a gente ficava assombrado, não podia nem dormir de noite, com medo de cair por cima da gente”. “Hoje a gente dorme tranquilo nessa casinha”, conta com satisfação. “No dia que me mandaram mudar par cá eu vim e dormi, e até agora estou. Na primeira noite me senti muito confortável de estar em uma casa dessas. A principal diferença é que a casa é segura”. Ela afirma que, sozinha, jamais teria condições de construir uma casa de alvenaria. “Se fosse por minha conta eu não ia construir uma casinha dessas nunca, eu hoje estou morando numa casinha boa, graças a Deus e agradeço o presidente Lula e o governo do PT”. Outra moradora do entorno de Altos que aguarda o termino da casa pelo PNHR é Eliane Gomes, que já vive há 12 anos na região. Ela também relata que sofria com as chuvas, pois toda a casa ficava molhada. “Minha casa era de taipa, foi feita com as biqueiras muito curtas e quando chovia caía barro com tudo. O menino até falou para eu colocar uma lona, mas eu falava que o projeto tinha que vir”. “Chovia e caia água dentro de casa, minha filha botava um pano na cabeça e perguntava quando a nossa casa viria. Era sem banheiro, sem nada, piso bruto mesmo, era no chão mesmo Hoje ela está vivendo com os pais, pois a casa de taipa foi derrubada para a construção de uma moradia digna, em fase final de acabamento. “Graças a Deus e ao Lula também, porque o projeto foi ele quem lançou. Nós todos aqui somos Lula”, diz ela. “Quando chegou o material, que bateram na frente de casa, eu nem acreditei, fiquei até gelada. Depois começaram a fazer, foram levantando debaixo, aí foi só emoção. Graças a Deus a casinha está boa e falta só a permissão para entrar debaixo”, conta com ansiedade.
No Maranhão, Lula cuidou do povo do litoral ao sertão O último estado a receber a visita do ex-presidente Lula na sua caravana pelo Nordeste, o Maranhão está saudoso dos governos do PT
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Maranhão está saudoso do ex-presidente Lula. E não é por menos. Quando Luiz Inácio Lula da Silva estava na Presidência da República, o estado recebeu investimentos e programas sociais que abarcavam toda a população maranhense, desde o litoral ao sertão. “As ações de Lula no Maranhão vão do Bolsa Família ao Porto de Itaqui”, afirma o deputado federal Zé Carlos (PT-MA). Neste domingo (3), o ex-presidente chega ao estado, pela caravana Lula Pelo Brasil, para abraçar o povo maranhense e ver de perto todas essas transformações conquistadas nos governos do PT. Vamos começar pelo Bolsa Família. No Maranhão, foram mais de 753 mil famílias contempladas pelo programa, o que representa mais da metade da população maranhense, aponta Zé Carlos. Na área da habitação, o Maranhão, um dos estados com maior déficit habitacional do Brasil, recebeu mais de 47 mil unidades habitacionais e foi o estado que teve maior contratação de habitacionais em um só dia na história do País, mais de 25 mil unidades. O deputado petista acrescenta que foi o governo do presidente Lula quem olhou para a área rural. “Foi o primeiro governo que conseguiu construir um programa para a área rural. Nunca se fazia habitação para os mais pobres, que viviam no campo, nas florestas, o povo das águas. E Lula fez isso, com o programa Minha Casa Minha Vida Rural”. E por falar na população rural, o programa Luz
para Todos beneficiou, especialmente, aqueles que moram no campo, “aquele povo que mais precisa e que nunca foi olhado pelos demais governos” De acordo com Zé Carlos, o governo Lula atendeu, na época, mais de 1,6 milhão de famílias maranhenses. Levando em conta que a população do Maranhão é de aproximadamente 6 milhões de habitantes, o programa foi realmente para todos. Na Educação, antes dos governos do PT, o Maranhão contava com apenas cinco unidades de ensino tecnológico. Ao final do governo Lula, esse número saltou para 21. Chegamos ao Porto de Itaqui, de importância estratégica para o Brasil. Isso porque, pela característica oceanográfica da Ilha de São Luís, este porto tem um dos maiores calados do mundo, o que permite que navios de muito grande porte possam atracar. “Ele é um porto de tamanha importância que há navios, por exemplo, que só fazem a rota Rotterdam Itaqui, porque não há outro porto que consiga suportar, ter calado suficiente, ter altura suficiente de água, para esses navios”, explica Zé Carlos. Sabendo disso, o governo Lula, já no início, fez a ampliação de um novo píer e planejou a criação do Terminal de Grãos do Maranhão, o Tegram, que ficou pronto e foi entregue no governo da presidenta Dilma. O Tegram foi fundamental para que o Porto de Itaqui tivesse a capacidade não apenas de importar, mas também de exportar grãos para todo o mundo “Observe que a visão do presidente Lula vai
Ricardo Stuckert
desde a preocupação de retirar aqueles que estão morrendo de fome, até dar capacidade e fortalecimento econômico para o nosso estado. Vai do Bolsa Família ao Itaqui. Passa pela educação, pela saúde”, ressalta Zé Carlos. “Daí você vê a dimensão do que foi a importância de Lula para o estado do Maranhão”, aponta o parlamentar. Para se ter noção do tamanho do carinho do povo maranhense por Lula, no segundo turno das eleições presidenciais de 2006, que garantiu a reeleição de Lula, o petista teve 85% dos votos válidos no Maranhão. Por tudo isso e muito mais, o deputado Zé Carlos garante que o povo do Maranhão está muito saudoso de Lula, principalmente após o golpe que derrubou a presidenta legítima Dilma Rousseff. “Porque depois desse golpe, depois que foi pro-
metido para muitos desenganados que bateram panela achando que aquilo que escutavam pela televisão era verdade, que tirar Dilma ia proporcionar crescimento econômico, ia proporcionar maior oferta de empregos para o trabalhador, de comer melhor. E o que aconteceu depois de golpe? A recessão continua ainda mais forte, o desemprego continua aumentando e o povo continua sentindo falta daquele momento em que não faltavam arroz e feijão na mesa”. E o fantasma da fome volta a rondar o povo maranhense, com a possibilidade do retorno do Brasil ao Mapa da Fome. Sobre a visita de Lula ao estado pela caravana Lula Pelo Brasil, Zé Carlos garante que o Maranhão está contente e de braços abertos “para receber esse que, não tenho a menor dúvida, foi e é o maior líder e o maior presidente que esse País já teve”.
The Guardian: Herói da esquerda curte sucesso na estrada Reportagem do jornal inglês sobre Lula pelo Brasil retrata a viagem de Lula, que está na estrada mobilizando aqueles que se ergueram da pobreza
Ricardo Stuckert
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estindo suas melhores camisetas vermelhas, carregando bandeiras e faixas, e em um estado de empolgação barulhenta, milhares de pessoas nesta cidade agrária pobre e empoeirada se aglomeravam na praça principal para ver Lula. Quando ele andava no palco, eles gritavam e esticavam suas mãos.
O mandato do líder barbudo de esquerda de voz rouca acabou sete anos atrás, ainda assim ele continua sendo o presidente mais popular em décadas, se não o mais popular de toda história do país. “Você conhece um fenômeno maior que Luiz Inácio Lula da Silva?” pergunta Flávio Balreira, 65, usando o nome completo, coisa incomum no Brasil.
O ex-metalúrgico, líder sindical e presidente por dois mandatos que uma vez foi descrito por Barack Obama como “o político mais popular da Terra” tem cruzado o nordeste brasileiro, região semi-árida e empobrecida, para falar a multidões de adoradores como esta em Ouricuri, no estado de Pernambuco. Lula e sua equipe viajam em um comboio de ônibus, que ele chama de “caravana”. “Eu quero agradecer ao presidente Lula”, disse Francilene da Silva, 44, uma empregada doméstica que se beneficiou de um programa de moradia criado durante os oito anos de governo Lula. “Tem muita gente que entra no governo e não faz nada. Ele fez alguma coisa,” disse Fabiana de Lima, 36, pequena proprietária, explicando que um programa de transferência de renda que ajudou 36 milhões de pessoas a escapar da pobreza extrema ainda “segura” a cidade. “Ele ajudou os pobres”. Lula nasceu na pobreza de pés no chão a pouco mais de 500 quilômetros dali e seu governo transformou a vida de muitos por ali. Mas esta não é apenas uma viagem de pré-campanha antes das eleições presidenciais do ano que vem, quando Lula espera se candidatar a um terceiro mandato. É também uma briga por seu futuro, sua vida política e seu legado. “A caravana é a confirmação de que vale a pena ser honesto com as pessoas”, ele disse em entrevista ao jornal inglês Observer, “que vale a pena fazer o que as pessoas querem e que vale a pena governar para os mais pobres”. Em julho ele foi sentenciado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro – e ele ainda terá de encarar mais quatro julgamentos, todos relacionados ao que os procuradores afirmam ter sido seu papel no comando de uma “organização criminosa” envolvendo a Petrobras, petrolífera controlada pelo Estado, e a contratação de empresas que tiveram grande crescimento durante seus mandatos. Se uma corte superior confirmar a decisão, ele não poderá se candidatar, mesmo se a condenação não implicar em prisão. Uma investigação de três anos, chamada Operação Lava Jato, sobre bilhões de dólares de corrupção e propinas levou à prisão políticos do PT de Lula e de seus antigos aliados no Congresso,
intermediários e executivos poderosos. Lula disse que não há evidência contra ele e argumenta que ele está sendo objeto de uma guerra legal com motivações políticas – “lawfare” – para impedi-lo de concorrer. Na sexta-feira, promotores pediram sua absolvição em um dos casos. A caravana foi sua resposta, de acordo com Marcus Melo, um professor de ciência política na Universidade Federal de Pernambuco. “Ele está aquecendo os músculos”, disse Melo. “Mostrando força e popularidade, ele aumenta a credibilidade de uma narrativa de politização”. Em Ouricuri, os oradores disseram que antes de o Partido dos Trabalhadores chegar ao poder, em 2002, pessoas famintas em desespero saqueavam lojas quando as chuvas não vinham. Sob Lula, 1,2 milhão de famílias receberam sistemas de armazenamento de água e não houve saques durante a seca atual, que já dura sete anos. “Eu quero que eles provem uma coisa contra mim”, disse Lula à multidão, que cantava seu nome. “Eu quero tomar conta dos mais pobres”. Ele já está liderando pesquisas antecipadas para a eleição do próximo ano e seu apoio cresceu mais ainda desde a condenação, enquanto internacionalmente um coro de vozes influentes argumenta que ele está sendo injustamente perseguido. Entre essas vozes está a do advogado de direitos humanos Geoffrey Robertson, que levou o caso ao Comitê de Direitos Humanos da ONU. Diferentemente de alguns presos durante a operação Lava Jato, incluindo Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, que mantinha milhões de dólares em offshores, as somas envolvendo o caso de Lula são relativamente modestas, embora seu partido seja acusado de ter recebido vultosas quantias. Sua condenação veio pela acusação de que Lula teria se beneficiado de cerca de R$ 2,5 milhões de reais em propinas relacionadas a uma empreiteira, pagos na forma de um apartamento duplex a beira mar, reformado a pedido de Lula. O ex-presidente disse que jamais foi dono do apartamento. “Não existem fundos internacionais, contas bancárias escondidas, nenhum luxo e o apartamento onde ele vive há 25 anos é extremamente modesto”, disse Robertson.
A família de Lula mudou para São Paulo quando ele tinha sete anos de idade. Ele começou a trabalhar como vendedor nas ruas aos oito, tornou-se metalúrgico, entrou para o sindicato e emergiu como o líder carismático que liderou uma série de greves que enfraqueceram a ditadura militar brasileira em seus últimos anos. Em 1980 ele fundou o Partido dos Trabalhadores e perdeu três eleições à Presidência antes de finalmente ser eleito, em 2002. O Brasil viveu um boom de commodities durante seu governo, e como o consumo das famílias aumentou, metade da população entrou numa nova classe média. Em 2010, último ano do governo Lula, a economia brasileira cresceu num ritmo espetacular, de 7,5%. “Os mais pobres sabem o que fizemos por eles”, ele disse. “É a única coisa que faz sentido para um governo, tomar conta dos mais pobres”. Naquele mesmo ano, ele conseguiu que sua sucessora, uma ex-guerrilheira marxista chamada Dilma Rousseff, fosse eleita. Mas o boom das commodities acabou. Ela no tinha a habilidade expansiva – críticos dizem cínica – para fazer acordos com os barões regionais mercenários que mantêm influência no fracionado congresso brasileiro e depois de vencer uma disputa apertada na sua reeleição em 2014, com os gastos públicos em alta, viu o primeiro déficit brasileiro em mais de uma década. Com a economia encolhendo, o país perdeu seu grau de investimento. No governo, Lula teve o apoio dos mercados financeiros. Agora ele é ferozmente crítico ao sucessor de Dilma, Michel Temer, cujo programa de austeridade selvagem cortou benefícios dos brasileiros mais pobres, e Lula diz que o Brasil deveria bancar sua saída desta recessão que engessa o país, porque países desenvolvidos como o Reino Unido também têm déficits públicos. “O que faz a nação crescer é o poder de compra das pessoas na base, não os ricos”, ele disse. “Quando você dá um empréstimo para um empreendimento produtivo, você torna a economia mais dinâmica. E quando o PIB começa a crescer, o débito começa a diminuir”. Depois que o escândalo de corrupção emergiu, milhões de manifestantes tomaram as ruas brasileiras pedindo o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, e comemorando quando ela foi afastada no ano passado devido às acusações de ferir as leis orçamentárias. Ela e Lula argumentam que o
processo foi um golpe, e sua credibilidade ficou comprometida pela alta proporção de parlamentares que votaram pelo impeachment enquanto eles próprios respondem a acusações de corrupção. Muitos desses mesmos políticos votaram para não afastar Temer no mês passado, quando ele foi acusado de corrupção em um caso relacionado, depois de ter sido secretamente gravado recomendando a um poderoso empresário fazer um acordo com um de seus auxiliares próximos, que depois foi filmado recebendo R$ 500 mil em dinheiro dentro de uma maleta. Robertson disse que Lula foi perseguido pelo juiz Sérgio Moro, que se tornou um herói por atacar a corrupção endêmica no país, especialmente entre uma direita emergente que ganhou volume durante os protestos pró-impeachment mas não apareceu para se manifestar quando apareceram acusações mais sérias contra Temer. No Brasil, o juiz efetivamente age tanto como árbitro como quanto acusador. “O sistema legal no Brasil remonta à Inquisição espanhola”, disse Robertson. “A justiça não é feita e nem é vista sendo feita”. Aqui no nordeste, os apoiadores de Lula são firmes em afirmar que ele é objeto de uma armação. Enquanto sua caravana passa pelas paisagens ressequidas, entre cactos do tamanho de árvores, pessoas fluem para a rodovia, parando os ônibus, aplaudindo, saudando e filmando em seus celulares quando Lula sai para cumprimentá-los. “Ele foi o melhor presidente que nós já tivemos no Brasil”, disse Danilo Gomes, 20, desempregado, que estava na multidão em Agripina, onde o prefeito local armou um bloqueio em uma rotatória na estrada. “Se ele for candidato mil vezes, ele venceria mil vezes”.
Por Dom Phillips para o The Observer
Porto de Itaqui se consolidou durante governos do PT O Terminal de Grãos do Maranhão foi inaugurado por Dilma Rousseff em 2015 e hoje movimenta mais de 5 milhões de toneladas
Ministério dos Transportes
Q
uem chega a São Luís, capital do Maranhão, logo avista a fila de navios que vão atracar no Porto do Itaqui, um dos principais polos de exportação e importação do país. O complexo portuário abriga o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), inaugurado por Dilma Rousseff em 2015, que em agosto de 2017 bateu o recorde histórico de exportação, de 5 milhões de toneladas de soja. Além do Tegram, o governo Dilma incluiu o Maranhão no Programa de Investimento em Logística 2015/2018, prevendo o investimento de R$ 500 milhões, para garantir ao local a capacidade de movimentar 2 milhões de toneladas/ano de celulose e 4,3 milhões de toneladas/ano em graneis minerais, uma elevação de 30% na movimentação de cargas. Juntamente com os terminais privativos da VALE e Alumar, Itaqui forma o maior complexo portuário do Brasil, movimentando mais de 160 milhões de toneladas de carga. A administração do porto é realizada pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), de caráter público. A soma de empregos diretos e indiretos gerados a partir da atividade portuária chega a cerca de 14 mil postos de trabalho. Isso inclui os colaboradores da Emap e as operadoras e arrendatárias, além de funcionários de órgãos públicos. Segundo o estivador e secretário geral do sindicato da categoria, Ivan Júnior, “após 2002, com a entrada de Lula no governo, o Porto de Itaqui deu um salto gigantesco, tanto na infraestrutura, como na movimentação de cargas”. Ele destaca que “houve uma ampliação da zona portuária, foram construindo mais cais, houve o advento do Tegram, que é o terminal de grãos do estado, o desenvolvimento econômico propiciou um aumento da economia e porventura mais postos de trabalho, mais ganhos salariais para o trabalhador”. “Houve uma espécie de revolução no mercado de trabalho do Porto de Itaqui”, defende o estivador. “A gente tem a clareza de que nos anos Lula e Dilma, a movimentação de carga, o desenvolvimento, tudo isso propiciou um ganho salarial, um aumento na renda de todos os trabalhadores que ali operam”. Ao todo, cerca de 400 estivadores trabalham no porto. A categoria não sofre com demissões, mas
segundo Ivan, muitos estão preocupados a destruição das leis trabalhistas, promovido pelo governo usurpador de Michel Temer. “Está uma angustia generalizada, por conta de todos esses ataques, por conta de todas essas reformas que estão sendo colocadas via congresso nacional a mando do governo Temer” “Já estamos sentindo na pele o que é um governo que não tem compromisso com a classe trabalhadora, que não tem compromisso com os mais pobres”, afirma. Apesar dos ataques à classe trabalhadora, o porto segue tendo uma importância estratégica. Itaqui é o quinto porto público do Brasil em movimentação de cargas e o primeiro em profundidade. Fechou o primeiro semestre de 2016 com R$ 7,3 bilhões de recursos movimentados em mercadorias e lucro líquido de R$ 28,9 milhões, valor superior à soma do lucro total obtido em 2013 e 2014. Com a estiagem que assolou o país em 2016, houve uma quebra da safra de grãos que impactou a movimentação de cargas ao final do ano. A Emap fechou o período com 16,9 milhões de toneladas movimentadas, mas precisou reduzir despesas em R$ 25 milhões, fechando o ano com lucro líquido de R$ 42,9 milhões e preservando todos os investimentos planejados. Segundo Ivan, a visita de Lula ao porto, é um incentivo para a classe trabalhadora. “O retorno do Lula faz com que a classe trabalhadora, os mais pobres, possam sentir uma espécie de esperança, porque somente nos governos Lula e Dilma que os trabalhadores tiveram acesso aos bens de consumo, tiveram acesso ao desenvolvimento. Nos sentimos muitos felizes com a vinda do Lula no Maranhão, a visita ao porto de Itaqui, nos sentimos abraçados”.
Agricultores do Maranhão temem fim de políticas de Lula Durante os governos do PT, foram criados diversos programas voltados para o fortalecimento da agricultura familiar que hoje estão ameaçados
Kamilla Ferreira/Agência PT
O
s programas criados ou fortalecidos no governo de Lula e Dilma são lembrados e elogiados em todos os rincões do nordeste. Alguns exemplos são o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Bolsa Família, as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Minha Casa Minha Vida rural e o Luz Para Todos.
Com a Lei nº 11.947 de 2009, 30% do valor repassado pelo PNAE às prefeituras passou a ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, fortalecendo as economias locais. Já o Bolsa Família garantiu a renda de milhares de lares mesmo em períodos de seca. Com o Pronaf, pequenos agricultores puderam melhorar suas propriedades e comprar equipamen-
tos. O Luz Para Todos levou eletricidade para casas que ainda utilizavam lampião em pleno século 21 e o Minha Casa Minha Vida possibilitou que famílias trocasses casebres de taipa por moradias de alvenaria. Todos esses programas até hoje causam impactos positivos no campo, mas estão gravemente ameaçados pelo governo golpista de Michel Temer. “As conquistas que tivemos nos 13 anos do governo do PT, com um ano do governo golpista a gente perdeu quase sessenta por cento” afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores do Estado do Maranhão (Fetaema), Francisco de Jesus Silva. “O que não perdeu eles diminuíram”, acrescenta. “Hoje o capital, que é representado pelo Michel Temer, oprime a gente que vive na agricultura familiar, a gente diminuiu os investimentos, os programas, as políticas públicas. Hoje a vida dos agricultores familiares no Maranhão não pode contar com as políticas públicas do governo federal. O estado perdeu o Pronatec, teve corte no PAA (Programa de Aquisição de limentos), no PNAE, no crédito fundiário”. “A gente vivenciou o desenvolvimento no campo após Lula e Dilma”, afirma a secretária de finanças e administração da Fetaema, Ângela Maria de Souza Silva. “Até então, nós não tínhamos luz, era na lamparina, lampião, e após o Lula a gente teve o Luz Para Todos. Foi mostrando o olhar para o campo, o zelo pelas pessoas do campo, e isso fez diferença nos governos do PT”. Ela enumera vários programas que fizeram a diferença para a população do Maranhão. “Os programas de políticas públicas que o governo traçou deram uma cara nova para as pessoas do campo, a exemplo do Fome Zero, do Luz Para Todos, do Bolsa Família, da educação”. “Hoje vários filhos de agricultores têm ensino médio e fazem na própria comunidade, além disso através do Enem e do Prouni, abriram as portas para que os jovens que fossem oriundos da agricultura familiar, das comunidades rurais, também fizessem a faculdade”, relata Ângela. “Se for enumerar o desenvolvimento que o governo do PT conseguiu fazer, que o campo fosse visto, melhorar suas condições de vida, são inúmeros. Sem perder de vista a habitação rural, que partiu ali da casa de palha e hoje já tem casas de tijolo e telhas, então há qualidade de vida melhor
para o campo”. “Com a saída da presidenta Dilma, muitas coisas já retroagiram, estamos perdendo muitos desses direitos que a gente conquistou. Muitos direitos estão escorregando pelas nossas mãos em pouco mais de um ano”, conclui Ângela. A agricultora Ana Lúcia Furtado da Silva, moradora de Paço do Lumiar, na Ilha de São Luís, conta que nos governos do PT acessou o crédito via Pronaf e vendia boa parte de sua produção pelo PAA, mas hoje já não conta com esses programas. “O período do presidente Lula foi muito bom para nós, para todo o povo maranhense, principalmente da zona rural. Nós da zona rural tivemos acesso a crédito, o agricultor pode comprar um carro, pode comprar uma casa”, diz Ana Lúcia. “Nesse programa de Lula, quando ele entrou foi um avanço muito grande para nós que somos agricultores”. Agora ela lamenta o desmonte desse legado. “Você vê aí que já acabou a farmácia popular, acabaram vários programas que o presidente Lula deixou para nós. Esse governo que temos aí, esse governo ilegítimo, acabou com todos os benefícios dos pobres. Ele só quer beneficiar os ricos, para os pobres acabou tudo”. A agricultora Joelene Souza de Santos é outra que elogia os programas de Lula e hoje teme pelos cortes. “Na época de Lula sempre teve muita facilidade, quem tinha acesso a crédito podia investir na sua horta, na criação de aves, muita gente pode aumentar a sua renda, pelas leis da época de Lula, porque hoje em dia ninguém tem acesso a nada”. “Hoje o bolsa família, se cortar é o fim do mundo, fica bem mais difícil, a carência do povo está cada vez pior. Faz diferença totalmente. A situação só tende a piora com esse novo governo. Na época de Lula sempre tinha uma facilidade, de créditos, dos benefícios, que agora estão só diminuindo, sempre com alguma desculpa”.
Caravana de Lula pelo Nordeste renova esperança no futuro Caravana Lula pelo Brasil marcou ultrapassou barreiras, superou números e marcou o reencontro de Lula com o povo brasileiro
Ricardo Stuckert
M
ais de 4,9 mil quilômetros rodados. Vinte e um dias pelas estradas de todos os estados nordestinos. Uma jornada que envolveria, inicialmente, 25 cidades, mas que movimentou a vida de pessoas de mais de 60 municípios do Nordeste brasileiro. Esse seria o saldo final da caravana Lula Pelo Brasil, que começou no dia 17 de agosto e terminou no dia 5 de setembro, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em viagem e cruzou o Nordeste. No entanto, esses números, divulgados antes mesmo de a caravana começar, perderam espaço em meio a tanta esperança que foi espalhada pelas cidades por onde Lula passava. A cada viagem, mais e mais paradas espontâneas, quando pessoas fechavam as estradas apenas para ver o ex-presidente de perto. Com isso, o número inicial de 25 cidades mais que dobrou. A caravana parou em mais de 60 municípios, onde Lula parou para abraçar, olhar nos olhos do povo, ouvir e ser ouvido. Em apenas um dia, no trajeto entre Quixadá e Juazeiro do Norte, no Ceará, a agenda, que previa uma viagem de quatro horas na estrada, foi surpreendida por 12 horas de viagem e oito paradas não previstas. O dia inusitado contou com paradas da caravana por dez cidades cearences. Saindo de Quixadá, Lula parou na usina que fica no município de Juatana, e também desceu do ônibus em Banabuiú, Solenopole, Vila São João de Solenópole, Quixelô, Iguatu, Cascudo e Cedro. Lula em Nova Palmeira, Paraíba, pela caravana Lula Pelo Brasil Em 21 dias, Lula recebeu cinco títulos de Doutor Honoris Causa. O torneiro mecânico, sem diploma de ensino superior, mostrou que o título mais importante é o diploma que o povo nordestino pôde conquistar após a ampliação do acesso ao ensino superior. E Lula repetiu isso várias e várias vezes durante os discursos da caravana: a menina negra, quilombola, com título de “doutor”. “Esse é o meu título.” “Esse é o cansaço da batalha, da labuta, não é o cansaço da preguiça. E se eles querem me derrubar, que venham pra rua”, ressaltou.
“Feliz da vida”, o ex-presidente encerrou a grande jornada pelo Nordeste brasileiro em São Luís do Maranhão. “Feliz da vida” por ter tocado milhares e milhares de corações no sertão e pelo reencontro com o povo. A caravana que mexeu com o coração do povo brasileiro. Que ultrapassou as barreiras da imprensa tradicional, foi exaltada por veículos como ‘The Guardian‘, no exterior, e teve forte apoio da mídia alternativa no Brasil. A caravana que marcou o reencontro de Lula com o povo brasileiro. “Lula nasceu na pobreza de pés no chão a pouco mais de 500 quilômetros dali e seu governo transformou a vida de muitos por ali. Mas esta não é uma viagem qualquer. penas uma viagem antes das eleições presidenciais do ano que vem, quando Lula espera se candidatar a um terceiro mandato. É também uma briga por seu futuro, sua vida política e seu legado”, como bem descreveu matéria do ‘The Guardian’.