Associativismo rural e agricultura familiar no Recôncavo Geruza Pereira Novaes Ana Georgina Peixoto Rocha Introdução Nas últimas décadas, houve um grande crescimento das associações, em especial nos espaços rurais. Em grande parte, esse movimento foi impulsionado, a partir de meados dos anos 1990, pela implantação de políticas públicas de desenvolvimento que estimulavam a participação da sociedade civil através de suas distintas organizações. É o caso do próprio Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) que, em sua concepção, incentivava a participação e a organização dos agricultores, e buscava promover ações descentralizadas por meio da constituição dos conselhos municipais de desenvolvimento rural. De acordo com Bandeira (1999), a ideia da participação na formulação e na implementação das políticas públicas está relacionada com o próprio processo de democratização, mas, também, expressa uma nova abordagem no contexto internacional, que enfatiza a importância da participação da sociedade civil e da articulação de novos atores sociais para as ações relacionadas com a promoção do desenvolvimento. A visão é de que os projetos seriam mais bem sucedidos partindo das comunidades organizadas, revelando que “[...] vem se tornando cada vez mais evidente a inadequação das ações formuladas de ‘cima para baixo’, sem envolvimento dos segmentos relevantes da sociedade civil” (BANDEIRA, 1999, p. 9). O associativismo rural vem sendo reconhecido como um instrumento de fortalecimento dos agricultores, tanto para a sua