Paradoxos da participação em empreendimentos associativos Laise Vasconcelos Oliveira Eliene Gomes dos Anjos Introdução A participação é intrínseca ao ser humano, no entanto, esse processo social assume sentidos e significados distintos quando é exigido em empreendimentos que são caracterizados por práticas democráticas, como aqueles nomeados no campo da economia solidária. As pessoas que têm objetivos comuns se associam para satisfazerem suas necessidades, essa é a premissa basilar dos empreendimentos econômicos solidários (EES), iniciativas que se expandiram, na década de 1990, com o objetivo de gerar trabalho e renda para trabalhadores urbanos e rurais, gerindo coletivamente suas atividades e seus resultados. Essa constatação propiciou a seguinte indagação: como se dá a participação dos associados no cotidiano e nos processos decisórios dos empreendimentos associativos? Neste âmbito, o presente capítulo objetivou analisar o processo participativo em uma Associação e em uma Cooperativa, localizadas no território do Recôncavo da Bahia. Além desse, buscou-se identificar as dificuldades para a participação democrática e as estratégias de gestão utilizadas nos casos investigados. O interesse pelo estudo sobre participação em empreendimentos associativos surge a partir das experiências no curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, e da pesquisa desenvolvida na