Estudos da graduação em Museologia

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Cerâmica arqueológica e artesanal no Pará Lilian Azevedo Silva Carlos Alberto Santos Costa

Introdução Este capítulo é um extrato, com atualizações, do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado ‘Do trabalho de ceramistas à reprodução do passado: a memória arqueológica como elemento identitário’, realizado no Bacharelado em Museologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (SILVA, 2014). Trata-se de uma breve análise de um processo no qual ocorreram mudanças de comportamento na produção cerâmica artesanal, devido à aproximação de ceramistas da atualidade com a cerâmica indígena de períodos pré-coloniais, salvaguardada no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Considerando o papel que o museu desempenha na preservação e na promoção do patrimônio, refletimos sobre os artesãos envolvidos na produção cerâmica, especializados na confecção de réplicas de peças Marajoara, Maracá e Tapajônica, nas cidades de Icoaraci e Santarém, no interior do Pará. O estudo de caso é tomado como mote para refletir sobre o papel social dos museus, indagando sobre os alcances e os limites dos processos museológicos realizados institucionalmente. Ainda que nos museus tenha se iniciado o interesse pelos objetos cerâmicos salvaguardados, a ação social de apropriação e de reapropriação do Patrimônio Arqueológico é externa a essas instituições e atende a dinâmicas socioculturais. Cerâmica arqueológica e dinâmicas culturais A análise dos vestígios materiais identificados no território brasileiro, deixados por povos que não existem mais, pode auxiliar


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