Um estranho no ninho? Gabriel Ribeiro
Introdução Inspirado no livro de Ken Kesey (2009) − originalmente publicado em 1962 e que deu origem ao premiado filme homônimo, estrelado por Jack Nicholson e Louise Fletcher −, elaborei o título deste capítulo que se baseia nas memórias que produzi ao longo de 12 anos de trabalho no Curso de Licenciatura em Biologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Sem a pretensão de estabelecer maiores aproximações teóricas entre o conteúdo do livro e a minha trajetória laboral, fiz algumas referências discretas a esse texto. Em síntese, o livro de Kesey, que se tornou um sucesso do movimento de contracultura estadunidense, versa sobre um homem alto, forte e barulhento, chamado McMurphy, que adentra um caricato hospital psiquiátrico coordenado pela enfermeira Ratched. A chegada de McMurphy à instituição é decorrente de um suposto diagnóstico psiquiátrico que o retira do trabalho forçado exercido em uma colônia penal. A obscuridade de seu diagnóstico converte-se em uma arma para desafiar as regras instituídas por Ratched (LAMBE, 2019). O livro de Ken Kesey e o filme de Milos Forman tornariam explícita a base filosófica para este link: a psiquiatria e, em particular, o hospital psiquiátrico era descrito como um microcosmo de pressões sociais e autoritarismo (LAMBE, 2019, p. 303, tradução minha).
De volta à minha história, aproveito o ensejo para agradecer às professoras Patrícia Petitinga Silva e Rosilda Arruda Ferreira por terem