Desenhando paisagens. Tecendo a vida! Rosilda Arruda Ferreira
Introdução Há algum tempo chegou às minhas mãos um belo livro de contos chamado “A Moça Tecelã”, de Marina Colasanti (2020). O livro me inspirou a ousar nesta narrativa, a fazer analogias com algumas de suas passagens para visitar minhas memórias como uma possibilidade de tecer mediações entre o que sou e os processos coletivos que vivi. Também espero poder contribuir com essa bela homenagem da Editora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia aos 15 anos de criação desta Universidade, ao lançar edital específico para publicação de e-books com essa finalidade. Escrever narrativas não é o meu forte; não é uma coisa que eu costume fazer. Estou mais familiarizada com os textos acadêmicos tradicionais. Aqueles textos que devem cumprir certos ritos formais do discurso científico e acadêmico. Por isto, esse desafio se torna ainda maior. Mas, o que seria de mim sem os desafios! Para apresentar ao público está narrativa, não consigo fazê-lo sem dizer o que me mobiliza para essa ação e como a conduzirei. Resquícios da forma como venho produzindo minha escrita ao longo desses trinta e dois anos de vida profissional passados em universidades públicas. Contudo, como o desafio da narrativa me encanta, vou tentar produzir um discurso mais leve e integrar nele sentimentos vividos, decisões teóricas tomadas, desafios profissionais enfrentados para, assim, fazer emergir paisagens, caminhos e trilhas que me trouxeram até o Curso de Licenciatura em Biologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Afinal, esse é o meu foco aqui.