1ª SEMESTRE 2012 - Nº 1
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Ingressar no Google não foi fácil, mas não foi impossível Léo Souza, ex-mackenzista e consultor de Rich Media do Google, dá dicas aos universitários
POR AÍ o intercâmbio como diferencial no currículo; conheça a COI DESTAQUE
a sustentabilidade discutida por Marcus Nakagawa F5 os desafios da ética na comunicação Currículo, Educomunicação, Prêmios, Especialização, Depoimentos, JUCA e muito mais!
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sumário
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ética em pauta
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mais do que uma revista, um projeto de educomunicação
aprenda a fazer seu curriculum vitae
POR AÍ 12 intercâmbio universitário como opção
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Jovens Jornalistas até então desconhecidos
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nem tanto ao céu, nem tanto à terra
encontro de escoteiros
Agência Júnior de Comunicação Mackenzie Rua Piauí, 130 - Prédio 35, Mezanino - Higienópolis, São Paulo/SP - CEP: 01239-001 Contato: Tel: (11) 2114 8210 // www.agjr.com.br REDAÇÃO - Para comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas a matérias envie um email para jornalismojr@mackenzie.br PUBLICIDADE - Anuncie na StandArt - atendimentojr@mackenzie.br TIRAGEM: 5.000 exemplares // PERIODICIDADE: semestral 4
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PASSEI POR AQUI 32 RUMOS
Thiago Dominici
WARM UP
25 publicidade é arte
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entrevista da vez: Leonardo Souza
28 Luis Nassif e o jornalismo de serviço
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JUCA 2011
30 milênios de tradução: o que mudou e o que permanece
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representa aê! : Tubateria
ON THE TABLE 40 University Hood
42 ROTEIRO: Novidade ao Público 46 EM CARTAZ: Correnteza 47 NA ESTANTE: Contradição em destaque 48 CRÔNICAS: o que é de gosto é regalo da vida 50 PASSA-TEMPO
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ao leitor
Considerada uma das grandes mestras do jornalismo brasileiro, Fátima Ali, que com suas ideias tangentes às da revista, teve um papel importante na realização desta primeira edição, explica que “não há regras para escrever bem, mas há um critério básico: ter o que dizer e dizê-lo da maneira mais simples possível.” A jornalista ensina que revistas só existem porque pessoas têm interesses e querem receber comunicação sobre esses interesses. Nós da Agência Júnior e colaboradores buscamos conhecer o leitor mackenzista, estudante de Comunicação e Letras, para entender quais são os seus reais interesses e percebemos que esses universitários estão em busca de conhecimento profissional a cada dia. Para a concretização da STANDART, todos nós nos tornamos criadores, pesquisadores, vendedores e até mesmo empacotadores. Após diversas reuniões e brainstorms com os associados e trainees da Júnior, o sonho da STANDART tornou-se realidade. Design e redação trabalharam juntos ao unirem arte e texto. Buscamos excelência em cada detalhe, e confesso que a tarefa não foi nada fácil. A STANDART nada mais é do que uma revista feita por universitários para universitários, exclusiva no Centro de Comunicação e Letras (CCL). A revista que é jovem, como o seu target, concilia matérias de cunho profissional, intercâmbio, ética e sustentabilidade, depoimento de ex-mackenzistas de sucesso e entrevistas com profissionais renomados das áreas de Publicidade e Propaganda, Letras e Jornalismo, sempre evidenciando dicas sobre esse mercado. Completa e inovadora. Além de todo o conteúdo interativo, a STANDART oferece cupons de desconto exclusivo para os estudantes do CCL aproveitarem e descobrirem os estabelecimentos ao redor do Mackenzie. É claro que ainda há muitas melhorias a serem feitas, afinal estamos aprendendo, e descobrindo que fazer uma revista não é simples e exige tempo e dedicação. É justamente por esse motivo – por termos a consciência de que nada nunca está perfeito – que sugestões e críticas são bem-vindas. Na Agência Júnior, estamos firmes na inquietação que orienta nossa missão editorial: entregar para o mackenzista o melhor conteúdo e matérias que acrescentem para o desenvolvimento profissional e pessoal. Boa leitura!
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Melina Kitzinger
Diretora de Redação
editorial
Melina Kitzinger
Igor Vaineras
Diretora de Redação
Conselho Editorial e Redação
Gabriel Monteiro
K arina Nunes
Tamara Lissy
Projeto Gráfico e Design
Coordenadora Administrativa e Prospecção
Estêvão Reis Diagramação e Design
Colaboradores: Caio Rosa (Prospecção) / Diego Moura (Redação) / Thiago de Oliveira (Redação) / Mariana Menezes (Charge) / Guilherme Moraes (Redação) / Sofia Hanashiro (Redação) / William Gueldini (Redação) / Yan Prado (Design) AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Prof. Dr. Benedito Guimarães Neto / Rev. Augustus Nicodemus Lopes / Profª. Esmeralda Rizzo / Prof. Dr. Cleverson Pereira de Almeida / Prof. Moisés Ari Zilber / Prof. Alexandre Huady / Prof. Ms. Oswaldo Takaoki / Prof. Dr. Perroti Pasquale / Prof. Dr. Ronaldo Batista / Prof. Ms. Fred Utsunomiya / Profª. Drª. Paula Renata de Jesus / Prof. Ms. Vanderlei Dias / Prof. Ms. José Maurício Silva / Profª. Denise Paiero / Prof. José Alves Trigo / Prof. Alexandre Jubran / Leonardo Calixto / Fernanda Myazato / Laiara Alonso / Guilherme Moraes / Yan Prado / Ana Paula Guimarães / Marcela Caló / Thies Ohler / Janaina Santiago / Rosana Matos / Karoline Ceconiy / Victor Gomes
Cecília Giangiardi Conselho Editorial
Conselho Editorial e Redação
Bruna Tanabe Marketing e Prospecção
Agência Júnior de Comunicação mackenzie
Estêvão Reis - Presidente Luana Botelho - Vice-Presidente Jornalismo: Mel Kitzinger, Gabriel Monteiro, Cecília Giangiardi, Igor Vaineras Atendimento: Ana Paula Moraes, Tamara Lissy, Marcela Caló, Aline Luche Criação: Kauê Nóbrega Planejamento: Bruna Tanabe, Yan Prado, Pedro Alonso, Sofia Hanashiro
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ética em pauta Agir eticamente é um alicerce de extrema importância para M K se construir uma carreira sólida elina
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profissional, pilar fundamental das relações de confiança entre o consumidor e o meio”, afirma Douglas. Para ele, o viés dado aos fatos ou à determinada campanha também tornase um problema. “Os meios de comunicação se prendem muito à falta de ética pública, à corrupção de maneira geral. Por outro lado, não existe muita preocupação em noticiar as faltas de ética no meio empresarial. Um dos motivos é o fato das empresas serem as anunciantes de peso. É importante lembrar que a própria escolha dos fatos, o que vai ser noticiado ou não, já um exercício às margens da ética”, argumenta.
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Meu conselho para o jovem universitário? Não negocie seus princípios e seus valores. A Ética sempre valerá a pena, sempre abrirá portas e sempre trará sucesso na carreira profissional e na vida pessoal.
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em dúvida, a ética sustenta uma série de temas que estão constantemente na pauta das grandes discussões. É cada vez mais comum observar empresas que conduzem seus negócios de maneira socialmente responsável e ecologicamente correta, adquirindo o status de “empresa cidadã” e aderindo a um marketing de causas (vide box). Os meios de comunicação, contudo, parecem falhar quanto a este procedimento moral. Problemas corriqueiros como a admissão de pressões políticas ou de outras instituições, exagero apelativo nas campanhas publicitárias, curiosidade mórbida, propaganda enganosa e o plágio são facilmente encontrados na mídia brasileira. Segundo o Artigo 5º da Constituição Brasileira, em vigor desde 1988, item XIII, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, isto é, cada área presente na comunicação tem total liberdade para atuar, desde que seja respeitado pelos profissionais a que ela se dedicam seu próprio código de conduta. O fundador e presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética, Douglas Linares Flinto, explica que faz-se necessária a reflexão sobre o papel dos meios de comunicação como grandes formadores de opinião, tanto na publicidade quanto no jornalismo. “Quando se quebra uma norma descrita num Código de Ética, por menor que seja, podemos afirmar que se trata de uma atitude hipócrita, pois perde-se a credibilidade na profissão e no
itzinger
O empresário ainda diz que, se a reputação da empresa é o que as pessoas pensam a respeito dela e se caráter é o que ela realmente é, então será somente por meio de atitudes e ações praticadas pela corporação que conheceremos se ela atua como empresa cidadã ou não. Como no caso do marketing institucional, a comunicação pode se valer da diferença entre caráter e reputação, já que muitas vezes as corporações utilizam a publicidade a seu favor.
Segundo Douglas Linares Flinto, “a principal mudança que precisa ser efetuada para que os meios de comunicação avancem em valores socialmente corretos é a educação”. No entanto, há uma contradição quando o assunto é ética na educação brasileira. “Quando analisamos nosso país, deparamo-nos com universidades renomadas que retiraram a matéria ’ética’ de cursos como administração. Princípios foram invertidos”, critica. Aliás, alguns órgãos são responsáveis pela censura de materiais que supostamente infrinjam o Código de Ética de sua respectiva área de atuação, não servindo como estimuladores de uma conduta moral mais correta, e sim como punidores. O empresário declara ainda que, para que condutas morais estejam presentes em ambientes corporativos e nos meios de comunicação, deve-se buscar contribuir para a melhoria da qualidade ética da sociedade, com a formação de adultos-cidadãos e líderes eticamente responsáveis. Essas atitudes potencializam a perspectiva de um futuro mais ético e, assim, naturalmente sustentável. “Meu conselho para o jovem universitário? Não negocie seus princípios e seus valores. A Ética sempre valerá a pena, sempre abrirá portas e sempre trará sucesso na carreira profissional e na vida pessoal”, pontifica.
O Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios é uma associação de direito privado sem fins lucrativos fundado em 2003. Incentiva a Ética no meio empresarial e junto às crianças, jovens e universitários, uma vez que estudantes de hoje serão os executivos e proprietários das empresas de amanhã. Também contribui para a melhoria da qualidade ética das empresas e para a formação de adultos-cidadãos.
você sabe o que é
marketing
relacionado a causas? O marketing relacionado a causas (MRC) é definido como “uma parceria comercial entre empresas e organizações da sociedade civil que se utiliza do poder das marcas em benefício mútuo”. Portanto, trata-se de uma ferramenta que alinha as estratégias de marketing da empresa com as necessidades da sociedade, trazendo benefícios para a causa e para os negócios. Para saber mais, acesse: www.eticanosnegocios.org.br
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aprenda a
fazer seu
curriculum vitae
Você nunca fez um currículo? Não sabe por onde começar? Foi exigido de você em alguma entrevista de trabalho? A StandArt listou alguns intens para você elaborar o seu CV corretamente. Confira! Redação
Tenha o currículo digitado profissionalmente, com muito espaço entre os parágrafos e margens adequadas.
Imprima seu currículo em tamanho padrão A4 (branco ou marfim). Use parágrafos curtos - de preferência, não mais do que cinco linhas.
Cite apenas qualificações profissionais que são relevantes na sua área.
SEMPRE NUNCA Dê motivos pelo afastamento do trabalho anterior no currículo. Até mesmo pela melhor razão, o leitor pode encontrar conotações negativas. Você se sairá muito melhor ao explicar pessoalmente. 10 STANDART 1º S E M E S T R E
Utilize o português convencional. Inclua informações desnecessárias como o seu RG, CPF, ocupação do seu conjuge e as suas filosofias pessoais. Inclua a data em que o seu currículo foi preparado. Se a pesquisa leva mais tempo do que alguns meses, o currículo vai aparecer desatualizado. Forneça informações salariais no currículo. Deixe isso para a entrevista. Se você é obrigado a dar essa informação, entregue em uma carta separada. 2012
Certifique-se de que o currículo está livre de erros. Revise, corrija e peça para outros revisarem também.
Reescreva o currículo para uma empresa específica. É um trabalho extra, mas vale a pena! Coloque seus objetivos em seu currículo, a menos que esse seja voltado para o trabalho ou ocupação específicos. Use as datas exatas. Meses e anos são suficientes. E é claro, NUNCA minta!
Para começar, você precisa colocar todas as suas informações no topo da página. Isso inclui nome, endereço, telefone e email.
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anos solteiro, 24 Brasileiro, 27 nsolação, 8 om.br Rua da Co P ckenzista.c o Paulo - S a ã S m @ o s ã ia ç rd la Conso E-mail: 352-8000 / 2 ) 1 (1 : e n Telefo
eting o ão em Mark ç a Formaçã it il b a H ade em Publicid 013 Graduando vista para 2 re p o ã s lu c con Mackenzie,
Comece o currículo com a sua formação acadêmica.
Após, liste todas as suas experiências profissionais, a partir da mais recente.
io 2009 Ensino Méd clusão em n o c , ie z n e ck Colégio Ma nal Profissio ia c n iê r Expe e s Online reparação d p lu P e d ia s c e n s ê e g -A de 9 m 2009-20010 om duração c r la u íc rr u a-c Estágio extr nline marketing o res plementa m o c s e ividad ções e at 11) a c fi li a u Q ersitário (20 iv n U e it d re Ac o concurso Vencedor d o em 2009) ã s ste (2011) e lu d c u n o /S c , m o Interc ckenzie - 2006) Congresso Linguas Ma e d o tr n (8 mesÉeslegal e rk (C colocar também o Y te n a e v o lu Inglês - F esidiu em N R r o qualificações profissionais, ri te x no e Experiência experiências voluntárias,
Como é o seu primeiro currículo, foque nos cursos e congressos que participou e não se esqueça de mencionar que apesar da pouca experiência está disposto a aprender.
premiações especiais e cursos extracurriculares.
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intercâmbio universitário como opção
Uma oportunidade de crescer não apenas como aluna, nem só como jornalista, mas também como pessoa, conta Victória Brotto Gabriel Monteiro
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Muitos universitários nem imaginam como faz, ou mesmo, que é possível estudar por um tempo durante a sua graduação numa universidade estrangeira. O Mackenzie oferece aos alunos a COI (Coordenadoria de Cooperação Interinstitucional e Internacional), um espaço reservado para a orientação e motivação do estudo em instituições internacionais. “O departamento, dentro da universidade, se responsabiliza por promover e viabilizar o intercâmbio acadêmico entre estudantes, docentes e pesquisadores de outras instituições”, comentou a equipe da COI. Quando cursava o 3º semestre do curso de Jornalismo, a aluna Victória Brotto optou por fazer seis meses de sua graduação no exterior em busca de novas experiências, oportunidades e conhecimentos. Segundo a equipe da COI, fazer um intercâmbio entre universidades é uma oportunidade de contato com outras realidades sociais, culturais e mesmo acadêmicas, assim como a troca de experiências, conhecimentos e métodos. Após ter experimentado esse universo, Victória compartilha que, com essa oportunidade oferecida pela COI, ela cresceu não apenas como aluna, nem só como jornalista, mas também como pessoa. A COI realiza, semestralmente, o processo seletivo e, como regra, o aluno deve cumprir alguns requisitos básicos,
Existe um mundo esperando por vocês do lado de lá.
deve escolher uma entre as universidades conveniadas, além de providenciar todos os documentos necessários e entregar até a data limite do processo. “Reuni milhares de documentos, fotos 3x4, tinta de caneta, cartas de recomendação. Mandei minha candidatura à Universidade de Coimbra, aguardei uns três meses e fui aceita”, esclareceu Victória. “Depois, só me coube arrumar as malas, preparar o coração, mente e voar para bem longe de casa”, acrescentou.
Para encontrar a COI e não perder as oportunidades de intercâmbios oferecidos, é fácil: basta entrar no site do Mackenzie, procurar pelo espaço nomeado como “Relações Internacionais”, navegar, encontrar as respostas para suas dúvidas e, se mesmo assim precisar falar com eles, você deverá fazer o agendamento pelo link “Agende seu horário”. Para Victória não foi tão difícil e hoje ela recomenda que, quem quer fazer intercambio, não deve pensar duas vezes antes de ir. “Existe um mundo esperando por vocês do lado de lá. Faz bem para alma e, quando estiverem lá, aproveitem ao máximo”, alertou ainda.
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Em 2007, após visitar vários países da Europa, participei de um encontro mundial de escoteiros que aconteceu na Inglaterra. Esse evento, conhecido por Jamboree, reuniu 38.000 escoteiros de 158 nações e durou 13 dias. O Jamboree é um encontro internacional que ocorre de quatro em quatro anos com o intuito de aproximar escoteiros do mundo todo. Quando chegamos ao local do encontro, descobrimos que precisávamos montar as barracas, os toldos e preparar a refeição; foi uma experiência muito divertida. Na manhã seguinte aconteceria a abertura oficial do Jamboree e ficamos sabendo que o Príncipe William viria. E, de fato, ele realmente apareceu! Foi bem simpático e até colocou no pescoço o lenço escoteiro! Nos dias seguintes tivemos diversas atividades, como ações voluntárias (que incluíam limpar cemitério e praias), escaladas, fazer o próprio caiaque e outras. Durante esses 13 dias que passamos no Jamboree, encontramos pessoas das nacionalidades mais diversas. Foi incrível ter essa oportunidade de conhecer escoteiros de tantos países, incluindo as nações menos famosas, como Chipre, Trinidad e Tobago e Madagascar! Além disso, tinha dias que havia um ‘Intercâmbio’ de refeições. Nesses dias, alguns países faziam seus pratos típicos para grupos de outras nações degustarem. Lembro-me muito bem de comer escargot pela primeira vez e de não gostar muito... Mas até mesmo as experiências ruins não pareciam tão negativas, por que lá 14 STANDART 1º S E M E S T R E
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Texto e Fotos: Sofia Hanashiro, estudante de Publicidade
estavam todos muito animados, o que tornava o clima extremamente agradável. Por abarcar todos os escoteiros presentes, o Jamboree tem uma estrutura parecida com a de uma cidade. Havia lanchonetes, casas de chá, baladas, um jornal diário e lojinhas. Depois do encerramento, nós voltamos para Londres, onde visitamos o Palácio de Buckingham, a Trafalgar Square, o Big Ben, o London Eye e outros lindos lugares. Por fim, após 29 dias de viagem, voltamos ao Brasil. Certamente estava com saudades da família, amigos e da nossa comida brasileira. Mas não seria nada mal ficar na Europa por mais uma semana! Afinal, foi uma viagem com muitas aventuras e novas experiências, que com certeza serão inesquecíveis.
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encontro de escoteiros
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DESTAQUE
mais do que uma revista,
um projeto de educomunicação O projeto Viração é a prova de que o jornalismo independente é possível até mesmo em escala nacional Igor Vaineras
Segundo o Censo de 2010, formulado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao longo de tal ano, o Brasil tem 190,7 milhões de habitantes, dos quais 80,168 milhões têm até 24 anos. Embora a população jovem tenha decrescido nos últimos vinte anos, essa ainda é a “cara do Brasil”. Assim sendo, a educação tem um papel fundamental para que os jovens futuramente consigam manter aquilo de bom que seus antecessores criaram e tenham a habilidade de captar o que falta ao seu povo. Foi nesse sentido – o de formar jovens conscientes e politizados – que foi criada a Revista Viração, uma publicação mensal de jornalismo independente feita por jovens para jovens. Surgida em 2003 por iniciativa do jornalista Paulo Lima e até 2009 filiada à Associação de Apoio às Meninas e Meninos da Região Sé (AAMM), a Viração veicula matérias de cunho informal que abordam os vários temas relevantes à comunidade jovem. Aliás, o colaborador da revista, conhecido como virajovem, tem total liberdade para escrever aquilo que ele sente e/ou precisa contar, não sendo vedado qualquer tipo de comentário por causa de motivação política ou de sustento 16 STANDART 1º S E M E S T R E
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financeiro – daí o jornalismo independente da Viração. O objetivo central da publicação é propor que os jovens escrevam sobre sua própria realidade, passando-a a outros jovens e tornando-os uma coletividade com representantes dos quatro cantos do território nacional; logo, busca-se a conscientização desses jovens pela comunicação, e não o lucro financeiro, de modo que qualquer capital gerado é revertido estritamente à manutenção da própria entidade. Segundo Lilian Romão, diretoraexecutiva da Viração, a revista é um programa de educomunicação, ou seja, de educação motivada pela comunicação e pelo exercício da liberdade de expressão. Justamente por causa disso, a forma de fazer jornalismo da revista visa a trazer benefícios que vão além do ciclo convencional de qualquer veículo de comunicação (planejamento-formulaçãodistribuição), mas também vantagens e ganhos que poderão ser beneficiados por outros nos próximos ciclos.. É a tal da comunicação sustentável, em que a finalização do projeto causa desmembramentos que afetarão inúmeros grupos de pessoas, todos causando uma cadeia que afetará mais e mais cidadãos. Como a Viração vira Pelo fato de que a Viração engloba vários jovens, de todas as partes do Brasil, para que cada um, livremente, possa falar sobre o Brasil que conhece e ajudar na mobilização de sua geração. A revista acaba mergulhando num rico mosaico de mentalidades e ideias. Logo, é necessário que jornalistas formados com vasta experiência na área realizem uma ponte entre esses jovens e consigam fomentar o diálogo entre tantos pontos-de-vista adversos; entre as atividades por eles encabeçadas, merecem ser citadas a administração e divulgação da revista, a elaboração de projetos paralelos, o recrutamento de novos virajovens e também
o acabamento final de cada edição. Porém, segundo Lilian, nas reuniões de pauta e de deadline da Viração (realizadas via chat, para que todos os colaboradores consigam participar), os próprios jovens se mostram bastante independentes e autônomos, delimitando todos juntos as funções de cada um e desenvolvendo um trabalho coletivo plenamente integrado. A Viração, assim, é também uma coletividade onde cada componente tem seu espaço e sua importância para a conclusão das edições que surgem. O fundamental é que os virajovens se interessem naquilo em que estão trabalhando, que eles se empenhem e que cada um faça o melhor de si, sem prejudicar o outro e compreendendo quaisquer novas ideias expostas por seus parceiros. Por isso, a publicação se mostra heterogênea, multifacetada e plural, graças à quantidade de virajovens empenhados e sempre em busca da expansão. Para essa expansão, é fundamental a elaboração de parcerias e de alianças, seja no âmbito financeiro, seja no âmbito da própria repercussão e impacto de suas atividades. A Agência Júnior de Comunicação do Mackenzie, entre tantas outras organizações-amigas, se insere nas estratégias de crescimento pautadas pela Viração. A publicidade na Viração Embora a Viração fuja do padrão dos veículos de comunicação industrializados e capitalizados vigentes, a publicidade também é empregada pela revista – mesmo que limitadamente. A publicidade se apresenta como uma extensão do conteúdo jornalístico da revista (fortalecendo a filosofia de que a comunicação pode gerar proveitos à educação e à liberdade de expressão, assim como à mobilização de gerações inteiras) e não divulga determinado produto ou serviço de mercado, mas sim, programas de caráter social próprios 1º S E M E S T R E
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• O VIRAJOVEM • ao público-alvo da Viração. Propagandas de instituições como a UNESCO, a UNICEF e a Agência Jovem de Notícias se fazem presentes, de forma que a publicidade existente é do tipo institucional (ações publicitárias que promovem mensagens de cunho social). A Agência Jovem de Notícias A Viração, além de lançar mensalmente a revista, tem inúmeros projetos paralelos, dentre os quais existe a Agência Jovem de Notícias. A Agência funciona como um espaço virtual de compartilhamento de informações, notícias e matérias jornalísticas calcadas na educomunicação, sendo lá que jovens de todo o Brasil podem realizar coberturas de eventos importantes em sua localidade, veicular vídeos na WebTV e outros materiais multimídia e comentar acerca do conteúdo existente. A ação conta com o apoio financeiro do governo da Província de Trento (unidade administrativa ao norte da Itália), aliança essa que possibilita intercâmbios culturais, atividades de educomunicação com movimentos juvenis da UNICEF Itália e consultoria para educadores sociais. Hoje, a Revista Viração pode ser encontrada em todas as bibliotecas públicas do país, medida possibilitada pela Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à Cultura), em escolas públicas, casas de cultura filiadas, ONGs e outros. Também pode ser assinada, por meio do envio de cartão de interesse (disponível ao final de cada edição) via correio, ou entrando em contato com a mesma.
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É o termo utilizado para se referir aos colaboradores da Revista Viração. São jovens de todo o Brasil interessados em escrever sobre sua realidade e sobre o Brasil que conhecem, fazendo parte também da Agência Jovem de Notícias. Para se tornar um virajovem, basta participar de alguma das oficinas ou de algum dos cursos promovidos pela Viração nas 23 unidades federativas em que a mesma se faz presente. Além disso, anualmente, a Viração, em parceria com a Rede de Adolescentes e Jovens Comunicadoras e Comunicadores, organiza o Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores, cujo objetivo é estimular discussões e debates entre os jovens acerca de temas relevantes ao seu dia-adia, conscientizá-los sobre a importância da educomunicação e recrutar novos colaboradores.
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Jovens Jornalistas
até então desconhecidos Gabriel Monteiro
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e repente eles chegaram lá, diante de grandes nomes do jornalismo brasileiro no Instituto Vladimir Herzog. Uma grande ideia exposta numa boa pauta. Montaram um bom roteiro, traçaram um plano de ação, fizeram muita pesquisa e se dispuseram a botar o pé na estrada sem nenhum medo para enfrentar as dificuldades e serem premiados com a realização da matéria. Muitos deles pensaram que a vitória era praticamente impossível. Jamais suspeitaram que estariam diante daqueles jornalistas. Descobriram no ofício que um deslize vale um precipício. Chegaram até ali porque tinham os melhores projetos de pauta jornalística dentro do tema da missão do instituto: “Garantir o Direito à Justiça e o Direito à Vida”. Foram custeados e orientados por personalidades até então desconhecidas. Eram instigados a contar e produzir uma história desconhecida e que todos possam ouvi-la, por isso, veiculada numa mídia nacional. “Influenciou a minha entrada numa grande empresa de comunicação”, conta Beatriz Backes “Participar do prêmio foi uma experiência extraordinária, uma realidade bem distinta da que vivo na universidade. Não teve glamour, mas muitos perrengues.” Beatriz venceu com mais duas amigas a segunda edição do Prêmio. Um trio, que em menos de uma semana conseguiu encontrar uma narrativa triunfante titulada como: “Face obscura: retratos de uma realidade da violência contra a mulher.” De tudo, permanece na vida das jovens jornalistas, além da experiência, a lembrança de falas de suas personagens como “levar balas de meu marido não é amor”. Há muita labuta para ser um vencedor. Mas na prática é encontrar-se num dos prêmios de relevância entre os outros tantos da área. “Incontestavelmente é um dos prêmios mais importantes no jornalismo nacional, o que de certa forma gabarita o meu passaporte para encarar a vida profissional”, declara Vagner de Alencar vencedor da terceira edição do prêmio. Vagner optou junto com sua colega Bruna Belazi, relatar Paraisópolis, que há pelo menos dezesseis anos faz parte de sua vida. Aproximação que garantiu vitória. Como cenário uma da maiores favelas do Brasil, com duas das piores escolas de ensino fundamental do estado, foram privilegiados por questionar: “educação para quê? Os universos educativos desperdiçados em Paraisópolis”. A guia é sempre Denise Paiero, tão prestativa que por muitos é requisitada. Grande Denise, que mesmo tricampeã ainda se ilude que não garante um vencedor. “Garantir um vencedor nós nunca temos certezas, imaginamos alguns caminhos que 20 STANDART 1º S E M E S T R E
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podem levar o aluno a vencer”, esclarece. “O papel do orientador é ajudar a encontrar um foco. Fazer de uma ideia algo possível de ser realizado. Recortar do todo, detalhes que ninguém viu ainda e torná-lo interessante”, confidencia Denise. Participar, ganhar e vivenciar vale a pena, contou-nos os vitoriosos que por lá passaram. Todos foram postos a prova e se dispuseram a treinar um olhar capacitado em ver ouro numa pepita.
Mackenzistas premiados na 1ª edição Leandro Siqueira e Renato Santana - Orientadora: Denise Paiero
O Prêmio Jovem Jornalista O Prêmio “Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão” é uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog, que, desde 2009, seleciona projetos de pautas de estudantes de jornalismo do Brasil inteiro e os premia. O prêmio ocorre anualmente e possibilita aos alunos vencedores o desenvolvimento do seu projeto de matéria, com a orientação de jornalistas experientes filiados ao instituto e com a disposição de verbas em um prazo de seis meses, para ser veiculado numa midia de interesse público. Os interessados devem se inscrever no período solicitado pelo prêmio (geralmente, setembro ou outubro) e ter um professor-orientador. A entrega dos resultados ocorre numa cerimônia do instituto no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA).
Mackenzistas premiados na 2ª edição Vanessa Serafim, Bruna Kfouri e Beatriz Backes Orientadora: Denise Paiero
Mais informações no site: www.vladimirherzog.org Mackenzistas premiados na 3ª edição Bruna Belazi e Vagner de Alencar - Orientadora: Denise Paiero 1º S E M E S T R E
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nem tanto ao céu, nem tanto à terra Texto: Gabriel Monteiro Ilustração: Alexandre Jubran
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É romântico falar das sacolinhas plásticas como forma de levantar bandeira à sustentabilidade. Mas a realidade pede mais, é preciso ir além e ser capaz de domesticar os próprios olhos para enxergá-la como testemunha fiel do viver. Em tudo, ou seja, ao comprar um lápis, viajar, ir a uma balada ou mesmo levantar um copo de cerveja, é necessário lembrar do novo olhar antes de agir. São as pequenas decisões que reverberarão o novo conhecimento. Preocupado em descobrir um modo de sustentar essa ideia, foi que um par de olhos visualizou a necessidade de construir uma rede de profissionais de sustentabilidade para facilitar a comunicação e fortalecer a atuação das pessoas com os mesmos objetivos e fundamentos. Os olhos são de Marcus Nakagawa, Diretor Presidente da Abraps – Associação Brasileira de Profissionais de Sustentabilidade – uma instituição sem fins lucrativos cuja missão é representar, conectar e fortalecer a atuação do profissional de sustentabilidade. “Eles são pessoas que trabalham dentro de empresas ou em ONG ou no governo, em prol de uma sociedade mais justa, mais inclusiva e com menos carbono”, ressalta Marcus. O pontapé inicial no fazer diferente foi dado na época de universitário, quando descobrir o porquê de um objeto ser mais importante que o ser humano intrigava Marcus. Refletindo a realidade, passou a perceber que devia haver outra forma de fazer o habitual; “foi aí que eu entrei nessa área de sustentabilidade”, disse. “Meus colegas e eu sentimos uma solidão filosófica, pois parece que estamos indo contra a maré. Ser inovador é sempre muito difícil”,
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relatou Marcus. Foi, então, num e-mail enviado a alguns conhecidos, em dezembro de 2009, que nasceu a Abraps. Em Fevereiro de 2010 foi feita a primeira reunião presencial e, ao longo desse ano, tiveram outras tantas. Já em fevereiro de 2011, se lançaram oficialmente e, em agosto do mesmo ano, conseguiram organizar as questões burocráticas. Por fim, em janeiro de 2012, abriram a primeira conta bancária e lideram como a primeira e única associação desse vértice. A associação preocupa-se em fazer do tema não apenas uma modinha, mas um componente da rotina diária e um pensamento constante dos bons profissionais. O Diretor Presidente da Abraps reforça que está havendo um movimento global de conserto do que foi feito anteriormente, para se chegar num meio termo, o tal do “nem tanto ao céu, nem tanto à terra”. “Ainda estamos em busca do desenvolvimento sustentável, que cresça sem atingir outras realidades”, argumentou Marcus. No modo prático, “o sucesso do faturamento ainda vem do sistema tradicional; a academia ensina esse modelo, e o mundo preocupa-se apenas com o PIB”, desabafa Marcus. Observa-se que algumas universidades preocupadas com a questão, estão colocando na grade curricular a parte conceitual dos conhecimentos de sustentabilidade, seja uma matéria eletiva ou mesmo optativa. Porém, de acordo com Marcus, só a parte conceitual não é suficiente, “é preciso por à frente núcleos de trabalhos para a prática da sustentabilidade, seja na área de meio ambiente, na parte social, ou até apoio à ONGs, pois assim obtemos resultados mais palpáveis”, conclui.
Meus colegas e eu sentimos uma solidão filosófica, pois parece que estamos indo contra a maré. Ser inovador é sempre muito difícil
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Você sabe qual o caminho pra descobrir a verdade sobre a vida? Venha conhecer aquele que é a Resposta.
Respondeu Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” João | 14:6
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abumack.blogspot.com
F oto : D ivulgação
RUMOS
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Criatividade, sensibilidade e talento. Para o publicitário Átila Francucci, esses são os principais atributos para um bom desempenho na área da propaganda. Diego Moura
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é arte
Quanto mais artístico o trabalho for, mais ele vai ser eficiente em conversar com íntimo da pessoa”. Essa é uma das máximas do publicitário Átila Francucci, atual diretor de criação da Agência Y&R, do empresário Roberto Justus. Antigo trabalhador na área de aviação, Átila descobriu no cursinho o que poderia ser um caminho interessante, diferente da rotina e do “binarismo” dos aviões: a publicidade. Iniciou o curso de Publicidade na ESPM, sendo que decidiu pela propaganda como opção de carreira apenas no terceiro ano. “A partir do terceiro ano, eu comecei a me virar. Podia ser um estágio ou emprego relacionado à área. E eu me envolvia muito com as coisas da ESPM. Às vezes tinha alguns concursos de frases que a faculdade cuidava (do Guaraná Antártica, por exemplo), nos quais você tinha que selecionar as melhores frases”. Com relação a estágio, Átila sublinha que
não começou diretamente em agências. Foi primeiro para uma produtora de som e lá, ao fazer atendimento, teve a oportunidade de conhecer por dentro o funcionamento e o mundo das agências de publicidade. Profissional muito bemsucedido, Átila acumula sucessos, como a campanha “Experimenta”, da cerveja Nova Schin, que considera um marco em sua carreira. Ele utiliza o episódio para ponderar a dificuldade em fazer algo durável – a veiculação de vídeos em rede nacional, encartes de revista, que revolucionaram uma marca em decadência, foi há oito anos e permanece “viva” – e popular. “Ser popular não tem metodologia. É muito difícil você tornar uma campanha popular, fazer dela
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algo comentado, histórico, que fica na cabeça das pessoas”. Além da popularidade, outro desafio para os futuros publicitários consiste na utilização das novas mídias, especialmente as redes sociais. “Não é preciso apenas estar nas redes sociais, lá é preciso ser”. Átila acredita que, por serem ambientes muito pessoais, a propaganda deve estar presente de maneira muito criativa ou despertará “o pior dos sentimentos em um consumidor: a raiva”. E, segundo ele, o profissional deve ser multimidiático por natureza, conectado a todas as plataformas, bem informado, criativo, talentoso e, acima de tudo, muito sensível – “inspirador e inspirado”. Para ser reconhecido em propaganda, “não adianta ser ‘filho de alguém’”, o que conta é a “matéria-prima do profissional”. A recomendação de Átila Francucci aos futuros membros da classe publicitária e sua opinião sobre o curso universitário se resumem à frase atribuída a Thomas Edson: “criação é 99% transpiração e 1% inspiração. Esse 1% faz toda a diferença de uma pessoa 99% para uma 100%. Isso você não aprende, não tem uma grade curricular ou um número de horas que te permitam virar um cara inspirado. Eu não acredito nisso”, conclui.
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Não é preciso apenas estar nas redes sociais, lá é preciso ser.
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PUBLICITÁRIO Atributos: Criatividade e Sensibilidade Salário Médio: R$ 2852,00 O publicitário pode se especializar em: Pesquisa de Mercado, Criação Publicitária, Publicidade de Mídia, Produção e Redação Publicitária, Gerência Publicitária e Marketing
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RUMOS
Luis Nassif
e o jornalismo de serviço O jornalista discute a carreira e as novas formas de conduzir a profissão O jornalismo é uma profissão humana por excelência e as últimas décadas vêm provando isso, principalmente com o advento da informática. O surgimento de portais de informação e blogs, além de sites dos próprios jornais impressos, permitiu um contato particular entre os jornalistas e o público e o aprimoramento do jornalismo de serviço. Luis Nassif, jornalista há mais de 40 anos e voltado à economia, já trabalhou na revista Veja, no Jornal da Tarde, na Folha de S. Paulo, em programas de TV e recebeu prêmios do site Comunique-se, Esso e iBest. Ele foi introdutor do jornalismo de serviço no Brasil. Algo que descreve como “um jornalismo que tinha como foco não mais o empresário, o economista
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Descobri, já com a internet a pleno vapor e com os e-mails, o jornalismo colaborativo.
ou o ministro, mas sim o consumidor”. Além disso, Nassif também introduziu o jornalismo eletrônico no país. “Desde que eu trabalhei no Jornal da Tarde e comprei meu primeiro computador, eu já tinha noção de que, no futuro, o segredo da informação seria online e seria uma informação organizada de maneira que 28 STANDART 1º S E M E S T R E
o que saísse no jornal fosse apenas uma atualização do seu banco de dados”. O jornalista conta que, em meados dos anos 1980, época em que trabalhou no Jornal da Tarde, esse tipo de jornalismo de serviço possibilitou momentos nos quais seu jornalismo ficou muito conhecido. Em 1982, 2012
Thiago Pereira
por exemplo, organizou, com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, um seminário a fim de realizar “um movimento nacional na justiça contra o reajuste da prestação do BNH (Banco Nacional da Habitação)”. Como consequência, gerou-se a primeira grande campanha de defesa dos direitos do consumidor. “Eu diria que essa ação contra o BNH foi a primeira ação civil mesmo, da população surgindo contra o autoritarismo do regime militar”. Nesse período, revela Nassif, “eu estava de cabeça nesse chamado jornalismo de serviço e tive algumas oportunidades de assumir cargos de redação. Fui secretário de redação da Folha em 1984, mas não queria, eu queria realmente partir para uma carreira ‘solo’”. Para tanto, Luis Nassif investiu no serviço em tempo real, com a Agência Dinheiro Vivo. “Entrei nessa linha de tempo real antes da internet ainda”. Mais tarde lançou seu blog e o Portal Luis Nassif.
Ele destaca que, no decorrer de sua carreira, aprendeu a focar no público do jornal, no leitor, no espectador. Algo que aplicou até em suas páginas na internet. “Quando vim aos blogs, mais a frente, o que eu procurei foi buscar esse público que não era atendido pela mídia convencional” e diz que, em seu portal de notícias, passa a abordar temas variados como educação, tecnologia e outros tantos que compõem a sociedade, de forma a fugir da mera análise macroeconômica. “Descobri, já com a internet a pleno vapor e com os e-mails, o jornalismo colaborativo”. Aos estudantes de jornalismo, frente às novas maneiras de conduzir o próprio jornalismo e com esse desenvolvimento de pesquisa e interatividade proporcionado pelos meios
digitais, Nassif incentiva que haja uma formação além da universidade. Para ele, o jornalismo é como um curso técnico e deveria servir de extensão para quem se forma em outras matérias. Ele afirma: “hoje em dia, estão surgindo especialidades novas. Se você quer ser um jornalista político, você tem que estudar história, tem que estudar ciências sociais, da mesma forma se quiser ser um jornalista econômico” e completa: “o jornalista já não é mais o dono da informação como foi durante tanto tempo. Quem é o dono da informação? Eu faço uma entrevista com alguém, o entrevistado me dá um conjunto de informações, eu seleciono as que eu quero, jogo as outras fora e ninguém sabe o que eu levantei de informação a não ser o entrevistado. Agora, com o jornalismo colaborativo, acabou a intermediação. O jornalista não é mais dono da informação”. Se por um lado a imprensa tem o poder de manipulação da informação, por outro, com o jornalismo de serviço e colaborativo e, principalmente, por meio do jornalismo eletrônico, o leitor eleva sua voz. Como diz Luis Nassif, “nesses anos todos, desconstruiu-se a imagem de que o que está impresso é correto”.
E O DIPLOMA? “O diploma é totalmente desnecessário, mas os cursos de jornalismo são cada vez mais necessários. É um paradoxo. Um bom curso de jornalismo, que entenda os novos mecanismos da mídia e que ensine a fazer mídia online, será cada vez mais útil. Não é a obrigatoriedade do diploma que será útil, mas o fato de se ter um novo conhecimento que precisa ser ensinado. Vai surgir um baita mercado de trabalho, mas que não estará mais restrito aos grandes jornais. Toda associação empresarial deverá ter sua agência de informações, por exemplo, e a exclusividade da informação jornalística deixa de ser da empresa jornalística”.
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RUMOS
milênios de tradução:
o que mudou – e o que permanece Marina Caproni fala sobre a profissão do tradutor e nos revela seus mitos e verdades. Texto e fotos: Igor Vaineras
TRADUTOR Salário: menos de R$ 2000 para recém-formados (contudo, muitos tradutores são freelancers, ganhando por palavra traduzida). Atuação: empresas, editoras e agências de tradução. Vantagens da área: quando você é freelancer, você pode criar sua própria rotina, pode trabalhar em casa e aumentar/diminuir sua carga de trabalho. Representante: ABRATES (Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes). Uma de suas funções é delimitar o pagamento mínimo por palavra traduzida (no caso, R$ 0,28), mesmo que tal pagamento não seja, de fato, exercido.
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tradução é uma profissão muito antiga. Desde o século II antes de Cristo, quando sábios realizavam a conversão da Bíblia do hebraico para o grego, tal ofício sempre teve uma importância muito grande na sociedade, apesar das intensas mudanças que tal profissão sofreu recentemente. Marina Caproni, que se bacharelou em tradução pela UNESP e que trabalha na Top Group Global Connections, nos revelou, em meio à atmosfera centenária da Casa das Rosas, que o recente boom dos tradutores automáticos não prenuncia a “morte” da profissão. “Se existe alguma coisa em que o computador ainda não bateu o homem, é a tradução. O tradutor automático realiza a conversão literal de uma língua para a outra, o que significa que o trabalho mais precioso da tradução, que é a conversão contextual, não é realizado pelos softwares”, afirmou Marina. Ela disse, ainda, que tais programas devem ser no máximo, tratados como ferramentas de trabalho, no mesmo pé de enciclopédias, dicionários virtuais e a própria Web, indispensável para o tradutor nos dias de hoje. Mas, se existe algo que não mudou nestes mais de dois mil anos de tradução, esta coisa é a necessidade de preservamos o texto original, na hora de o traduzirmos. O jogo de palavras em italiano “traduttore, traditore” (tradutor, traidor) remonta, muito bem, à ideia de que o tradutor pode deturpar o textofonte, quando realiza a tradução. Marina disse, contudo, que, na tradução literária, é extremamente viável e permitido que a subjetividade do tradutor venha à tona, havendo, aí, a possibilidade de alteração do texto original; “a partir do momento em que um texto permite inúmeras interpretações, o texto deixa de ser propriedade de seu autor e passa a ser do tradutor, que, ao traduzir tal obra, pode colocar sua subjetividade no trabalho e voltar o texto traduzido para a forma pela qual ele entendeu”, argumentou Marina. Quanto aos textos técnicos, entretanto, o profissional tem que citar qualquer informação presente no
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texto original, de forma clara e objetiva. Por causa dos novos caminhos que a tradução está trilhando e sem perder de vista a ética em tal profissão, Marina recomendou que os futuros tradutores nunca deixem de estudar. “A tradução mexe com as línguas, portanto não dá para um tradutor dizer que estudou tudo que precisava; o tradutor deve, sempre, se atualizar”, disse. Ela, também, propôs cursos de ferramentas virtuais para tradução, como de WORDFAST, e cursos de especialização, para aumentar a bagagem teórica em uma dada área da tradução. “Desta forma, a dica que dou a quem quer ser tradutor é essa: estude, atualize-se e pratique”, concluiu.
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Se existe alguma coisa em que o computador ainda não bateu o homem, é a tradução.
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VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE TRADUÇÃO? • Tradução técnica •
• Tradução literária •
Empregada em textos técnicos, como livros didáticos, manuais, catálogos e afins. Não permite alteração do texto original, sendo obrigatória a utilização de uma linguagem objetiva e precisa.
Empregada em poemas, livros de literatura, crônicas etc. Permite o emprego da subjetividade do tradutor e a alteração do conteúdo original (quando o texto abre para inúmeras interpretações individuais). Geralmente, é exercida por escritores-tradutores.
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editor revista Retrato do Brasil
A faculdade de jornalismo foi importante, sim. Principalmente para a introdução a certos conceitos teóricos. Alguns professores e, principalmente, os grandes amigos que fiz durante a faculdade foram os mais preciosos no processo dos quatro anos dentro do Mackenzie.
Me lembro de uma viagem à vizinha Argentina, num projeto acadêmico chamado ‘Aprendiz de correspondente internacional’, que me fez sentir jornalista pela primeira vez. E dessa experiência publiquei minha primeira reportagem na revista que eu mais gostava e na qual trabalhei durante anos, a Caros Amigos, sobre as Mães da Praça de Maio. Vendo de fora, a faculdade serviu como complemento de uma profissão que anda cada vez mais capenga. Mas jornalistas não são feitos em faculdades, que fique claro. Minha carreira não tem nem uma década, mas me sinto um privilegiado. E esse sentimento me traz uma limitação. Explico. Sou um pratico do jornalismo. E sempre trabalhei em revistas (mais a esquerda do mainstream de publicações) em que a grande reportagem é o carro chefe.
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PASSEI POR AQUI
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Thiago Domenici
Aprendi a sobreviver da imprensa alternativa por força das minhas ideias e concepções. A informação vem dos fatos do dia a dia e isso é um bem inalienável. A informação séria é um direito do consumidor/leitor. Números e hardnews me interessam menos. Eu quero é relatar o que vejo, sinto e transpiro. Mas me pego restrito a um universo cada vez menor de publicações em que isso é a prioridade editorial. Eis minha restrição diante de tudo que aprendi com os mestres: não teria condições de nadar no mercado que rechaça esse tipo de jornalismo. Mas eu me divirto nesse meu aparthaid profissional.
Jornalista formado em 2004 pelo Mackenzie. Atualmente editor da revista Retrato do Brasil, editora Manifesto S.A. Trabalhou na Revista do Brasil e Rede Brasil Atual como repórter; foi um dos autores do livro-reportagem Brasil Direitos Humanos 2008 da SDH (Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República) e do premiado documentário Caso da Escola Base (2004); foi durante cinco anos secretário de redação e editor do site da Revista Caros Amigos. 32 STANDART 1º S E M E S T R E
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você aprende com o mundo 1º S E M E S T R E
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Mel Kitzinger
Formado em Publicidade e Propaganda pelo Mackenzie, Leonardo Souza especializou-se em Marketing. Atualmente, com apenas 26 anos, é consultor de Rich Media para publicidade online na América Latina do Google, no qual é responsável por atender clientes como agências e grandes portais de conteúdo por toda a América Latina.
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da vez
................................................................................................................................................................................................................. Qual foi a importância da sua formação no Mackenzie?
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WARM UP
entrevista
A tradição, estrutura e os excelentes professores que a Instituição ofereceu foram fundamentais para minha graduação. A liberdade que tive para desenvolver criativamente desde trabalhos mais simples até projetos maiores contribuiram significativamente para que eu entrasse preparado para o mercado de trabalho.
Além de boas notas, o que é preciso para alcançar a realização profissional?
Pensar além e fazer além, com foco e objetivos definidos. Conhecer as possibilidades que a área oferece é fundamental, afinal são muitas e entendê-las ajuda a encontrar o caminho que estamos buscando. Além disso, concentre as energias naquilo que você realmente deseja, tendo em vista que o mercado de trabalho muda, as vontades mudam e isso deve ser visto como uma oportunidade. Como foi ingressar no Google? Qual cargo ocupa hoje?
Ingressar no Google não foi uma tarefa fácil, mas não foi impossível. O processo de seleção durou aproximadamente três meses e foram realizadas diversas entrevistas com futuros colegas de trabalho. Fui contratado um pouco depois do Youtube ser adquirido pela marca. No início, gerenciávamos a publicidade online no canal de vídeos do Brasil e México. 34 STANDART 1º S E M E S T R E
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Após quase dois anos de casa surgiu uma vaga para uma área recém criada na América Latina, a divisão de Rich Media para publicidade online. Atualmente atuo como Consultor Técnico de Rich Media. O que é necessário para se destacar no mercado de Comunicação?
Em primeiro lugar, atuar com ética e profissionalismo. Existem várias oportunidades na área de Comunicação que são novas e pouco exploradas no meio acadêmico, por isso acompanhar as tendências e procurar entender como a dinâmica dessa nova era está funcionando são grandes passos para o sucesso no mercado.
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JUCA 2011 relatos de um universitário Texto e Fotos: Guilherme Moraes, estudante de Publicidade
[...] com certeza foi cenário de histórias inesquecíveis e experiências divertidas para aqueles que estiveram presentes.
A cidade de Caçapava sediou os Jogos Universitários de Comunicação e Artes em 2011 e acomodou durante o feriado de Corpus Christi milhares de estudantes que tinham um objetivo em comum: divertir-se. Os estudantes do Mackenzie representaram com muito entusiasmo a busca pelo sonho da 14° vitória, e aproveitaram o JUCA com um cenário que não deixou a desejar: dias de muito sol, calor, open bar e, é claro, música o tempo inteiro. Se não era a bateria ensaiando os seus hinos ou agitando a torcida, era alguma das diversas caixas acústicas que tocavam um repertório que variava de sertanejo à música eletrônica. Sem contar com as atrações que animaram as três baladas disponíveis aos estudantes. A estudante de publicidade Manoela Lopes, que curtiu os jogos pela primeira vez, deixou claro que todos precisam ir pelo menos uma vez aos jogos: “Eu gostei bastante, é uma experiência muito boa mesmo com seus lados negativos e positivos. Todos merecem passar por um JUCA para sentir de verdade o que é ser Mackenzista”, conta Manoela. O JUCA dura apenas alguns dias para uns. Para outros, ele dura o ano inteiro. Esse é o 36 STANDART 1º S E M E S T R E
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caso da estudante de publicidade Lívia Faria, que é atleta do time de vôlei e explica como é representar o Mackenzie: “Nós treinamos no mínimo duas vezes por semana. Ser atleta é carregar uma responsabilidade enorme, pois além de você ter que se dedicar muito, você se esforça ao máximo para defender a camisa da sua faculdade”, diz entusiasmada. Para a tristeza de muitos Mackenzistas, a XVIII edição do JUCA, não rendeu o título de campeão à universidade, mas com certeza foi cenário de histórias inesquecíveis e experiências divertidas que aqueles que estiveram presentes irão se lembrar pela vida inteira. E o JUCA 2012 vem aí...
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representa aê! F oto : D ivulgação
WARM UP
TUBATERIA
A Tubateria foi fundada em 2005, após uma parceria entre a Atlética e a escola de samba ‘Unidos do Peruche’. Inicialmente, ritmistas da escola e graduandos do Mackenzie compunham o conjunto da bateria. Com o passar dos anos, o número de graduandos ultrapassou o de ritmistas. O primeiro mestre foi Anderson (Buiu); atualmente, o mestre é Danilo Veloz, ex-aluno do Mackenzie que acompanha a Tubateria desde o início. Internamente, é conhecida como Família Tubateria, pois representa a união de todos os integrantes. Quem participa nunca mais quer sair; há a possibilidade de, após terminar a faculdade, continuar a participar da bateria. Tocar na bateria multiplica seu espírito universitário e mackenzista, sua vida acadêmica se torna mais intensa e cria-se novos laços de amizade. Participa de diversos eventos como Mackbixos (festa de recepção aos calouros promovida pelo Diretório Acadêmico), a maratona Nike 10k, festas de formatura, e o principal evento do ano: os Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA). Semestralmente, promove a Escolinha da Tubateria, onde aqueles que querem fazer parte do grupo podem aprender a tocar e interagir com a Família Tubateria. Todos são bem-vindos, bixos ou veteranos. Não precisa saber tocar nada; a escolinha é justamente para ensinar. Também oferece todo o material; basta que o interessado tenha vontade de aprender e fazer parte de uma das melhores baterias universitárias do Brasil. 1º S E M E S T R E
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ON THE TABLE
University hood William Gueldini
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nce our newest 18 year old teenager comes to his new life as a student and goes to an university, it is normal to think that one of his first thought as a grown up guy will be: “I want to get my license card and buy a car”. It is said that, among many things a 18 year old boy can think the career or getting a job - in order to earn some money - are the top one on the list. Perhaps, he would save it to travel when vacation arrives, those kind of stuff that a normal boy may think… But no! The teenager’s first thoughts are “drive” and “license”. It is not difficult to guess why this type of youth can only think about reaching 18. The reason is very simple: to drive. This achievement is related to freedom, the liberty of doing things that parents would not allow. However, one thing he would never think is how to achieve knowledge and wisdom. He does not believe that a theoretical acknowledgement, that comes through effort and dedication, is important to get him through his examination which, after all, is what schools are all about. It is said the practice is quite important, and in fact it is, but without the theoretical part, most of people cannot do a thing. Curious when it is understood, how the car got so important, that now a day we cannot live without it. Technology got so influent on our lives that once without it we stand lost at this behemoth world, which rounds on globalization. Technology involves so many things that, even though, other countries are involved as well as they are amplifying to others cities. Globalization and internationalization are linked across time, connected by ancient matter that echoes through the ages. I can say technology and globalization are important to our world, if we know how to manage them. There are several questions about the difference between globalization and knowledge appearing right now. Globalization is a way to develop your knowledge and then, try to show the world what you have done. But, if globalization is not sustainable enough to make things around you work, you will not have the chance to learn, to expose you have worked, and then you might realize that dreams does not always come true. When this boy, the one that is learning step by step, getting to know things by his own mistakes understands this, his priorities will change. So then, it will be possible to say that both are worldwide bound, one cannot live without the other.
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IE brooklin (11) 3736-8125
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roteiro
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Novidade ao
PÚBLICO
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Gabriel Monteiro
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ela primeira vez, o Centro Universitário Maria Antônia, abriga uma exposição com obras originariamente indisponíveis ao público. É a mostra Coleção, Ciência e Arte, que reúne peças da massa falida do extinto Banco Santos entregue, de acordo com determinação judicial, aos cuidados de quatro instituições da Universidade de São Paulo – o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), o Museu de Arte Contemporânea (MAC), o Museus de Arqueologia e Etnologia (MAE) e o Museu Paulista (MP). As quatro Unidades decidiram por selecionar objetos dessa coleção que tivesse algum apelo, como importância cultural, acadêmica e potencial de comunicação e educação. “O critério de escolha das peças guiou-se pelo princípio de 42 STANDART 1º S E M E S T R E
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Exposição Coleção, Ciência e Arte no Centro Universitário Maria Antônia reúne coleção do extinto Banco Santos doada, por decisão judicial, a unidades da Universidade de São Paulo
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revelar as suas potencialidades para a pesquisa e a formação acadêmica, privilegiando, sobretudo, aqueles exemplares portadores das orientações subjacentes ao trabalho universitário”, diz a Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária Profª Drª Maria Arminda do Nascimento Arruda. As obras escolhidas são diversas e compreendem documentos do século XVI, mapas, instrumentos de navegação, quadros de pintores modernos e contemporâneos e, também, fotografias. A curadora de Coleção, Ciência e Arte, Marília Xavier Cury, Professora do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, ressalta a particularidade de uma mostra desenvolvida por uma Universidade: “Destacamos as ações que somente um museu ou instituição museológica universitária pode realizar com excelência: pesquisar, ensinar, comunicar”. Ávido pelo enriquecimento do conhecimento pessoal, o público visitante, sempre escolhe suas obras preferidas. Ao começar pela pequena Beatriz Sartori, 8 anos, que ficou encantada com as obras do Museu de Arquelogia e Etnologia, principalmente as de origem indígena cheia de cores vivas e fortes, capaz de movimentar e dar lucidez a obra. Diferentemente, em seu ambiente de origem, pois pertencem à rituais funerários, ao tratamento dado aos mortos e a maneira como sociedades diversas se esforçam por manter viva a memória de seus ancestrais, ressaltam assim, às diferenças culturais e sociais por meio da ritualização de aspectos importantes da vida em
sociedade. “No caso do MAE/USP selecionamos objetos arqueológicos brasileiros e do médio oriente, com impacto visual além, óbvio, de sua importância para a pesquisa, ensino e extensão”, ressalta Marília Xavier. “Assim, conseguimos apresentar a diversidade e qualidade dos artefatos sob a nossa guarda”, completa. Mas não foi só Bia que se encantou e elegeu como preferida as obras do expostas pelo Museu de Arqueologia e Etnologia, a estudante, Jessica Motta, 21 anos, impressionou-se com o “Conjunto Cerimonial Funerário”, troncos estilizados com penas feitos pelos índios do Xingu segundo o perfil do indígena morto, para homenageá-lo, esse ritual é conhecido por Kuarup. “Me admira a questão de que cada tronco tem características únicas, feitas pelas penas de pássaros que os adornam ou por escrituras em suas bases”, diz Mota. “Isso dá o sentido da individualidade do índio em meio à comunidade e mostra como ele era único entre todos aqueles. Muito melhor do que ser padronizado com uma lápide de mármore retangular, como todos”, acrescenta. Essas obras agradaram, também, o engenheiro Marcelo Carvalho, 33 anos. “Me chamou a atenção pelas cores e pelo trabalho artesanal. O ritual funerário para os índios é completamente diferente, não tem o peso da morte que tem na nossa cultura.”
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é arte
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[...] conseguimos apresentar a diversidade e qualidade dos artefatos sob a nossa guarda.
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Marilia Xavier
Curadora da coleção
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Observa-se que o público da mostra é bastante diversificado, sendo que na academia, a leitura do conjuto exposto pode gerar diversos trabalhos acadêmicos voltados para o universo da antropologia e da fotografia. Também, socialmente falando, é um espaço de contemplação da produção cultural dela mesma. Ressalta a importância do acesso a esse tipo de obras para um conhecimento acerca da produção artística que ronda nossa sociedade, levando em conta a primícia da exposição conforme apresenta a curadora Xavier. “Tornar público uma decisão judicial além de argumentar com clareza sobre a importância pública desse patrimônio estar na USP e explicitar que muito investimento público foi realizado, seja em ações e/ou recursos financeiros para pesquisa, conservação e comunicação”.
COLEÇÃO, CIÊNCIA E ARTE
A exposição permanece até dia 01 de Julho de 2012. A entrada e visitação são gratuitas. O horário de funcionamento é de Segunda a Sexta-feiras das 10 às 21h e Sábados, Domingos e feriados das 10 às 18h. O Centro Universitário Maria Antônia fica na Rua Maria Antonia, 294 – Consolação, São Paulo, SP. Para o agendamento de vistas guiadas e mais informações: Tel: 11 31235200 - www.usp.br/mariaantonia 44 STANDART 1º S E M E S T R E
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cartaz
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F oto : A na F uccia
SESC Consolação apresenta: CORRENTEZA
Assessoria de Imprensa SESC Consolação
Monólogo escrito por Gabriela Mellão para o ex-crítico de teatro Alberto Guzik (falecido em 2010) é dirigido por Mauricio Paroni de Castro, com interpretação de Alvise Camozzi. O espetáculo retrata a relação cíclica que se estabelece entre três homens de uma família, o Avô, o Pai e o Neto, a partir da alucinação do terceiro, que ao mesmo tempo relata e encarna os três personagens. Confessa-se diretamente ao público, sem, no entanto, incomodá-lo com a interatividade. Discute a força da herança familiar, a corrente que se faz presente nas ligações de sangue, assim como a questão da multiplicidade que habita cada indivíduo e as infinitas possibilidades de caminhos que uma pessoa vê diante de si. O monólogo toca o espectador, sem passar por qualquer interatividade. O drama acontece na frente dele, filtrado pelo fluxo poético do texto de Gabriela Mellão e o contraste entre o rigor do intenso verso livre com a sintética interpretação do ator, que endereça as personagens à contundência formal da encenação. Correnteza foi o texto eleito para fechar as Satyrianas de 2010, cuja edição homenageou Alberto Guzik.
• Ficha Técnica • Texto de Gabriela Mellão / Direção e composição cênica de Maurício Paroni de Castro / Interpretação de Alvise Camozzi / Musica de Dimitrij Shostakovitch / Direção de Produção: Rachel Brumana / Assistente de produção: Sylvia Soares / Fotos Nicko / Gênero: drama / Duração: 45 minutos / Classificação etária: 14 anos. 46 STANDART 1º S E M E S T R E
2012
Estreia: Dia 2 de fevereiro de 2012. Quinta, às 21h. Temporada: de 2 de Fevereiro a 2 de março – Quintas e Sextas, 21 horas Espaço Beta – 3º andar Ingressos: R$ 10,00; R$ 5,00 (usuário matriculado, estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes) SESC Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 Vila Buarque Telefone: 11 3234-3000
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na
estante
Contradição em destaque
Hatoum brinca com os paradoxos em um de seus principais livros, “Dois Irmãos” Igor Vaineras
M
ilton Hatoum é um dos maiores autores vivos da literatura brasileira. Já tendo ganhado diversos prêmios Jabuti, o escritor descendente de libaneses e nascido em Manaus tem tudo para dar às suas obras uma visão heterogênea e cosmopolita própria de quem surgiu a partir da fusão de culturas e ideologias distintas – e uma de suas principais obras, “Dois Irmãos”, ilustra bem essa capacidade ímpar de Hatoum. “Dois Irmãos” é mais uma versão do episódio bíblico de Caim e Abel, o primeiro assassinato da História e aquele que tirou boa parte da paz de seus sucessores. Embora seja um tema muito comum na dramaturgia, a rivalidade entre irmãos ganha uma roupagem deliciosamente nova, diferenciada e alternativa. Quem narra essa rivalidade é alguém que nasceu dela: um menino que mal sabe se é filho de um ou de outro e que, sufocado num ambiente de tensões e oposições, conta os acontecimentos em dúvida. Hatoum não suporta algo simples, algo decidido, algo estável, ele quer que o leitor sinta uma atmosfera pesada, transmitida primeiramente pela própria postura do narrador e depois pelos acontecimentos que ele revela. Muito provavelmente (as perguntas ecoam mais alto do que as respostas às quais elas se submetem), esse ódio fraternal entre Yaqub e Omar, um de natureza séria e concreta e outro totalmente adverso à rotina e ao esforço, se enquadra num triângulo amoroso, em que o vértice é ninguém menos que a mãe do narrador, a empregada Lívia.
Os resultados desse sentimento mais forte até mesmo que o amor provam que o mundo é motivado pelas disputas e pelas adversidades e que, desde Caim e Abel, a humanidade está fadada a se chocar e a se desconstruir. Por mais que Hatoum seja a prova viva de que esse conflito pode resultar em terceiros elementos, com características de cada uma das matrizes, nada é mais legítimo e corriqueiro do que a diferença. Quando alguém disser “mais uma versão de Caim e Abel?”, esse deverá olhar ao entorno e se perguntar: afinal de contas, por que esse tema é tão valorizado? E a resposta pode estar em si mesmo, em suas dúvidas internas e naqueles com os quais diariamente duelamos – “Dois Irmãos”, dessa forma, afirma bem alto que o episódio de Caim e Abel não só é contemporâneo, como também nunca deixará de ter sentido enquanto o ser humano existir. Ou melhor, enquanto seres humanos existirem.
DOIS IRMÃOS. Milton Hatoum (Manaus, 19 de agosto de 1952). 2000. Companhia das Letras, São Paulo. 266 páginas – 1ª edição. 1º S E M E S T R E
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crônicas
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o que é de gosto é regalo da vida
Gabriel Monteiro
O
lugar era o mesmo, as pessoas aparentemente também. Tudo quase igual se não fosse aquele objeto ali exposto e tido como arte a me incomodar. Sinceramente, aquela não teria sido mais uma ida, mas sim a ida a uma exposição, supostamente de arte. Deveras estive um tanto quanto macambúzio a divagar pelo espaço. O que verdadeiramente matutava meu pensar era se tudo aquilo era ou foi ou poderia ser arte. Pensando bem aquilo, no momento, não era tudo e sim nada. O que parecia ser um simples objeto do meu cotidiano não era mais. O aquilo era incomodo, repressão, levava-me a indagar os meus conceitos de arte e belo, seriam todos na sua totalidade em vão? Parti rumo aos meus amigos teóricos, revi e mergulhei e suspirei, até que chorei. Ninguém, nada, palavra alguma convenciame dos limites da, para mim, pseudo arte. Lembrei-me, por graça, de Kandinsky, que, curiosamente, certa vez, surgiu entre minha coleção de marca páginas dizendo que “a arte é filha do seu tempo e só pode reproduzir o que, na atmosfera do momento, já está totalmente realizado”. Pronto, o realizado é obtido. Entra em vigor a ideia do objeto concluído, manufaturado, que, ao ser apropriado pelo artista e colocado em outro contexto, passa a adquirir, nesse caso, o bendito e confuso status de objeto de arte. Não há, então, um porquê, para eu me prender às ideias do passado e reforçar a idolatrada concepção dos visionários 48 STANDART 1º S E M E S T R E
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de que, para ser arte, é preciso abarcar um tripé tripulado por conceito, ética e estética. Realmente não consigo digerir a ideia de considerar arte basicamente o que para mim não é arte. Sinto falta de me permitir contemplar a arte como bela. Embora eu reconheça que o que é de gosto é regalo da vida. Prefiro mascarar-me de fraco e buscar uma tentativa confortante perante o reconhecimento de que vivenciamos, hoje, uma nova era. Era onde qualquer obra de arte pode ser definida como objeto de arte. O bom é que, se assim for, eu e vocês, meros navegantes, podemos sair por aí e fazer de tudo o que está “totalmente realizado” arte. Já pensou termos nossa escova de dente ou nosso bibelô tido como arte? Seria um máximo, um esplendor. Quiçá tudo isso for verdade para todos termos nosso espaço e, claro, nossos objetos de arte nas mais famosas bienais. Todavia eu, você e um monte de gente, embora com conceito, não somos tão bem vindos como pensamos para sairmos por aí a expor objetos qualquer. Sabe-se que foi graças a Marcel Duchamp que essa onda logo começou. Obrigado. Agora parece não ter fim. Se faz mais que presente. Revigora. Enraíza. Cria frutos. Para uns, saborosos, para outros pecaminosos. De tal modo que cada vez mais temos arte no artista e não no objeto. Tudo depende. Depende do contexto, do embasamento do artista e, claro, do público. É a arte tida simplesmente como conceito, fazer o que, a certifiquemos. Dale a arte conceitual!
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Vertical 1. Relação sintática de dependência que se estabelece entre dois elementos 2. Jargão jornalístico para a continuação de um fato 3. Jargão para o iniciante no jornalismo 5. “Porteiro” da redação (jorn.) 6. Pirâmide (?): estrutura de uma notícia impressa 8. Instituto de pesquisa de opinião pública no Brasil (sigla)
Horizontal 4. Canção publicitária 7. Tradução (?): utilizada no meio científico ou comercial 9. Resposta do público-alvo a uma dada comunicação 10. Suavização de uma expressão (fig. de linguagem) 12. Natureza de uma frase de duplo sentido 13. Publicidade (?): aquela que se espalha com facilidade, como uma cadeia 15. Pai da linguística moderna 11. Ideia ou pensamento brilhante 14. Título de uma notícia impressa
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................................................................................................................................................................................................................... RESPOSTAS: 1. Regência 2. Suíte 3. Foca 4. Jingle 5. Gatekeeper 6. Invertida 7. Técnica 8. IBOPE 9. Feedback 10. Eufemismo 11. Insight 12. Ambiguidade 13. Viral 14. Abertura 15. Saussure
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