Revista Fertile

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fert le Uma publicação do CEERH - Centro Especializado em Reprodução Humana

Ano 1 – número 1

Novidade

Células do tecido do cordão agora são armazenadas Diagnóstico

Exame aumenta a taxa de sucesso das fertilizações Nutrição

Na gravidez, veja como manter o peso e a saúde chegada do bebê

Não basta fazer o enxoval, especialistas preparam famílias


Conteúdo

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CAPA 3 Editorial 4 Capa O futuro aqui e agora 8 Tendência Aquecendo o forninho 10 Chegada do Bebê É hora de se preparar 12 Genética Boa herança de família 16 Adolescência De menina a mulher 18 Nutrição Nada de comer por dois 20 Acupuntura Agulhas da fertilidade 22 Novidades 23 Nossa equipe

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nutrição 2


Editorial

Grandes novidades A

ciência avança de maneira tão veloz que nem a sociedade e nem os meios de comunicação conseguem acompanhar. Não raro somos surpreendidos com alguma novidade que julgávamos, ingenuamente, ser impossível ou pelo menos muito pouco provável. Pesquisas estão sendo realizadas em todo o mundo e as descobertas saem todos os dias, todas as horas. Com o objetivo de dividir com nossas pacientes um pouco de tudo isso é que nasce FERTILE. Queremos levar a cada uma das mulheres e dos casais aquilo que há de mais avançado, de mais moderno em termos de gestação, filhos e saúde. Como em um bate papo no consultório, sempre de maneira leve

e simples. Esperamos que gostem, que levem a revista para casa, leiam e compartilhem. Assim, a informação vai seguindo adiante e chegando a todos que querem constituir uma família. Nesta edição, a matéria de capa mostra como uma tese de doutorado, orientada pela geneticista Mayana Zatz, revolucionou o critério de armazenagem de células tronco no momento do parto. Veja ainda que as mães também podem guardar células do tecido adiposo e se beneficiar dos possíveis tratamentos que vão surgir em um futuro próximo. FERTILE número 1 também traz uma reportagem completa sobre o Diagnóstico Genético Pré-Implantacional de embriões, cada vez mais

usado para aumentar o sucesso das fertilizações in vitro. E mais, uma reportagem sobre controle de peso na gestação e a grande ajuda que pode representar uma nutricionista especializada; um artigo sobre os preparativos para a chegada do bebê e outro sobre o moderno conceito de gravidez de 12 meses, quando tudo pode ser bem pensado e preparado para mães e filhos seguirem saudáveis. Não deixe de ler também a reportagem que mostra como a acupuntura tem sido muito eficaz para as mães no processo de fertilização artificial. Os resultados andam surpreendendo até os mais experimentes médicos. Boa leitura! Dra. Mariangela Maluf e Dr. Paulo Perin

A revista Fertile é uma publicação do CEERH (Centro Especializado em Reprodução Humana) Ano 1 – número 1

Expediente

Capa: Tatiana Gladskikh/Getty Images

Edição e textos: Marcela Matos (MTB 20.801) e Daya Lima

Projeto gráfico e diagramação: Toy Box Ideas

Produção: Egom Editora e Comunicação Ltda.

Impressão: Fernandez Gráfica e Impressão Digital

Tiragem: 3 mil exemplares CEERH rua Mato Grosso, 306 - 19° andar www.ceerh.com.br email: ceerh@ceerh.com.br

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Capa

o futuro aqui e agora Três brasileiros revolucionaram o conceito de armazenagem de células-tronco no mundo. Já não se recomenda mais guardar as células do sangue, mas sim do tecido do cordão umbilical

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ma descoberta feita por três biólogos brasileiros revolucionou o conceito em todo o mundo a respeito da armazenagem de células-tronco no momento do parto. Uma pesquisa conduzida na USP (Universidade de São Paulo), sob orientação da geneticista Mayana Zatz, chegou à conclusão que o tecido do cordão umbilical

Uso de células-tronco para tratar diabetes, cirrose, artrite, lúpus não deve demorar 4

é fonte rica em célulastronco mesenquimais, mas vinha sendo descartado pelos bancos ao coletarem somente o sangue do cordão umbilical. A partir daí, um alerta foi feito para a comunidade científica mundial e muitos bancos, nos Estados Unidos, Europa, Ásia e África, já mudaram de conduta. Isso porque as célulastronco mesenquimais podem ser isoladas, armazenadas e expandidas (processo que as faz crescer e multiplicar), ao contrário das células sanguíneas que não se expandem e, por esta característica, as células

do sangue do cordão só poderiam ser utilizadas em tratamento de doenças em pessoas com até 50 quilos. Recentemente, a ANVISA, a agência nacional de Vigilância Sanitária, também soltou uma cartilha ressaltando como são raros os casos em que as células do sangue vão servir para o tratamento de doenças. Das mais de 45 mil unidades de células-tronco extraídas do sangue do cordão e armazenadas em bancos privados do país, apenas 3 foram usadas pelas próprias pessoas para transplante. Por todos estes motivos,

Getty Images

Por Marcela Matos

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Capa

A decisão de armazenar precisa ser tomada antes do parto para que a equipe se mantenha a postos para fazer a coleta na sala de cirurgia

em centenas de partos realizados este ano, os pais decidiram pela coleta e armazenagem das células-tronco mesenquimais extraídas do tecido do cordão umbilical dos filhos e mais, muitas mães também aproveitaram o momento para guardar células mesenquimais extraídas do próprio tecido adiposo (leia texto abaixo). “A demanda não para de crescer porque os médicos já tomaram conhecimento da pesquisa e sabem da importância de armazenar as célulastronco para o futuro”, disse Eder Zucconi, diretor da StemCorp, empresa fundada pelos

três pesquisadores responsáveis pela descoberta científica. O biólogo, com pósdoutorado em Genética, destaca que guardar as células-tronco no parto é coletar a melhor amostra de células mensequimais, pois, com o passar do tempo, elas vão sendo danificadas. Aplicação prática Embora ainda não existam tratamentos aprovados com o uso de células-tronco, a expectativa da comunidade científica mundial é de que isso não vá demorar muito. Diversos centros de pesquisa em todo o mundo estão investigando

possíveis aplicações para o tratamento de inúmeras doenças, tais como diabetes, cirrose, infarto do miocárdio, artrite, lúpus, entre outras. E o bom é que muitos estudos estão na fase 3, ou seja, já são feitos com pacientes em situação de controle total, mas depois disso poderão ser aplicados em maior escala. No Brasil, Mayana Zatz segue estudando o uso terapêutico nas distrofias musculares e o diretores do StemCorp ainda estão envolvidos em pesquisas relacionadas a doenças envolvendo lesões de cartilagem e úlceras, as chamadas feridas que nunca cicatrizam.

As pesquisas também apontam para o uso de células-tronco nos casos em que o paciente precisa de transplante de órgãos. Acredita-se que em breve será possível reduzir a chance de rejeição e reduzir ou até eliminar a grande quantidade de medicamentos usados. Há inclusive um estudo sendo conduzido no Brasil a respeito de transplante de fígado com o uso de células-tronco. Coleta A coleta das célulastronco do tecido do cordão é um procedimento simples e seguro. O material normalmente seria descartado após o

nascimento. Depois de coletadas, as células são armazenadas e ficam à disposição para serem expandidas e usadas. “Em relação às células-tronco extraídas do sangue, recomendamos hoje que o sangue seja doado para bancos públicos, pois a chance de utilização é muito maior”, explica Zucconi. A decisão de armazenar precisa ser tomada antes do parto para que a equipe se mantenha a postos para fazer a coleta na sala de cirurgia. A coleta tem um custo único e o paciente paga um valor anual para a armazenagem do material. Mais informações em www.stemcorp.com.br

O estudo conduzido pelos três jovens brasileiros na USP descobriu também que o tecido adiposo é fonte rica de células-tronco mesenquimais, que podem ser extraídas, armazenadas e expandidas para uso futuro. “A coleta, neste caso, é mais simples, pode ser feita em uma cirurgia ou até mesmo diante de um procedimento dermatológico. O importante é coletar enquanto a pessoa é jovem porque as pesquisas mostram que a qualidade da célula é afetada com o passar do tempo”, explica Eder Zucconi, biólogo com pós-Doutorado em Genética. Quanto mais jovem, menor é a exposição da célula a fatores ambientais como elementos tóxicos, poluentes, cancerígenos, etc. “A armazenagem

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por criopreservação mantém as células intactas e com a idade em que foram congeladas.” A equipe de pesquisadores do StemCorp foi a primeira no Brasil a trabalhar com células-tronco do tecido adiposo. Hoje já se sabe que as mensenquimais são células capazes de se transformar em diversos tipos de células e tecidos e já se descobriu também que estas células não só se transformam em outras, mas liberam fatores que ajudam a reestabelecer o funcionamento normal de áreas inteiras do corpo humano. Por este motivo, muitas mães têm optado por fazer a coleta também no momento do parto. Assim, armazenam células-tronco da mãe e do filho. (MM)

Michael Wegmueller /Getty Images

Tecido adiposo também é fonte rica

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Tendência

Aquecendo o forninho A expressão gravidez de 12 meses é realidade para muitas mulheres; se preparar para a concepção é o primeiro ato de amor ao futuro bebê

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menos três meses antes da concepção. De fato, é preciso se preparar. A primeira atitude que a mulher que quer engravidar deve ter é tomar o ácido fólico, vitamina que evita, principalmente, que o feto tenha algum problema na formação do sistema nervoso central. “É importante que se comece a tomar cerca de três

meses antes, assim vai se acumulando a tal ponto que, quando a gravidez acontecer, a mulher já terá uma boa reserva dessa vitamina”, alerta. Uma bateria de exames também é feita neste momento prégestacional, quando é possível identificar deficiência de vitamina, alguma infecção, etc. “É importante fazer esses

Carteira de vacinação em dia Para uma gravidez segura também é necessário estar com as vacinas em dia. Segundo a obstetra, algumas vacinas são primordiais. “Proteção contra rubéola e febre amarela é o básico e estas vacinas não podem ser tomadas durante a gravidez”. Após os seis meses, algumas vacinas já são liberadas para as gestantes. A tríplice viral, a tríplice bacteriana, antiamarílica e contra a hepatite B são importantes, tal como a vacina contra a gripe.

Eu me preparei! “Já tinha tentado engravidar algumas vezes e nunca dava certo. Era relativamente jovem e, apesar de ser um processo natural, não conseguia realizar o meu desejo de ser mãe. Resolvi ir ao ginecologista para ver se tinha algo errado. Tinha a vontade de engravidar no fim do ano e fui orientada a começar a tomar o ácido fólico em setembro, ou seja, três meses antes da gravidez. Comecei a fazer os exames e, para minha surpresa, foi detectado que tinha ovulações irregulares, o que dificultava a concepção. Fiz o tratamento e, em dezembro, exatamente como queria, consegui engravidar. Minha gestação de 12 meses foi a mais saudável possível.” Mariana, mãe de duas crianças, de 2 e 5 anos

Não importa a idade, é preciso se preparar para garantir uma gravidez saudável; exames prégestacionais e ingestão de ácido fólico, três meses antes da concepção, são necessários para isso

Getty Images

ocê já ouviu falar em gravidez de 12 meses? Calma, calma. Isso não é nenhuma loucura, mas é o que muitas mulheres vêm fazendo ultimamente. A expressão quer dizer que o pré-natal começa assim que o casal interrompe os métodos anticonceptivos, ou seja, alguns cuidados devem ser tomados para que a gravidez ocorra sem grandes dificuldades. Para se ter uma ideia, a obstetra Mariangela Maluf, da clínica CEERH, alerta para a importância da preparação da mulher antes mesmo de engravidar. “Alguns exames podem ser feitos apenas para melhorar as chances de gestação ou até para detectar algum problema que causaria transtornos durante os nove meses”. Para a especialista, o ideal é que a gestação seja planejada pelo

exames para que não haja nenhuma intercorrência durante o pré-natal, pois neste momento vários medicamentos são impróprios para o feto.” Além disso, de acordo com Mariangela, durante a gravidez, a imunidade da mulher fica baixa o que pode acelerar o aparecimento de algumas doenças. “Já que a gestação é um período crítico para tratamento de qualquer problema, fazer todos os exames pedidos pelo médico é primordial. Isso garante uma gravidez saudável para a mãe, e sem riscos para o bebê”.

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Chegada do bebê

é hora de se preparar A chegada do bebê é um dos momentos mais importantes na vida da mulher. Apesar de ser mágico, o período vem carregado de dúvidas e inseguranças. Muitas grávidas têm procurado ajuda para administrar tudo da melhor maneira possível

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em gente que não acha necessário, mas, preparar a vida para a chegada do bebê é muito importante. Não é só arrumar o quarto, fazer o enxoval ou cuidar das lembrancinhas da maternidade: ter um bebê em casa é muito mais do que isso e, dar o devido valor a este novo momento da família, é primordial. Para se ter uma ideia da importância disso, de uns tempos para cá surgiram empresas especializadas em dar assistência à família neste momento único. É o caso do Menu Materno, das enfermeiras especializadas em obstetrícia, Kelly Coca e Patrícia Pereira. A empresa surgiu para suprir essa demanda do mundo moderno: mães que não podem deixar de trabalhar pelo tempo que gostariam; dificuldades com amamentação; ciúme do filho com a chegada do irmão, apenas para citar alguns dos desafios. “É um equívoco achar que o filho se encaixa na rotina. É preciso organizar e preparar o momento para curtir tudo sem estresse”, afirma Kelly. Por mais que isso pareça distante, Kelly diz que as

O momento agora é outro. A mulher tem carreira e nem sempre conta com a ajuda da família 10

mães, por conta da facilidade no acesso à informação, estão mais antenadas e preocupadas em deixar tudo preparado. “Antigamente, a maioria das grávidas não se preocupava de como iria ser quando o bebê chegasse. Elas não precisavam voltar ao trabalho, teriam tempo livre para cuidar do filho e contavam com a ajuda da mãe para dar total assistência.” Hoje, a história é outra, as mães têm carreira e nem sempre contam com o apoio da família para os momentos mais críticos e para solucionar as inevitáveis dúvidas. Vida real A enfermeira Kelly diz que a maior preocupação da mãe é com a amamentação. “Apesar de ser algo natural, não

é tão simples assim e uma orientação se faz necessária”. Depois são os dias na maternidade que a preocupam. Qual parto escolher e as diferenças entre o parto normal e a cesariana? Quais detalhes se atentar neste primeiro momento? Amamentar na primeira hora é importante? Presente para o filho mais velho a fim de administrar o ciúme é legal? E os cuidados com o bebê em casa? O que ter em mãos? Abro a casa para as visitas logo nos primeiros dias? E por aí vai. O importante, segundo a enfermeira, é ter serenidade e reconhecer que precisa de ajuda para administrar tudo com muita naturalidade. “Não adianta querer ser a Mulher Maravilha. Coerência e humildade são ingredientes essenciais na arte de ser mãe”, finaliza. n

Elena Vishnevskaya/Getty Images

Por Daya Lima

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Genética

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m um passado não muito distante, sabíamos que estávamos de alguma forma fadados a levar adiante, em nossos filhos e netos, não apenas as características físicas dos nossos antepassados – cor dos olhos, tipo de cabelo ou temperamento, mas também as doenças que seguiam passando de geração em geração. Hoje não é mais assim. Muitas famílias, marcadas pela dor de uma doença grave ou de uma síndrome complexa, têm a possibilidade de interromper este ciclo. Já está disponível em grande parte dos países, incluindo o Brasil, o que chamamos de PGD, a sigla em inglês para

Wavebreakmedia/Getty Images

Boa herança de família

Com o PGD, diagnóstico genético pré-implantacional, já é possível ter filhos livres de doenças que acometem famílias há gerações; exame também aumenta taxa de sucesso da gestação

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Genética contivessem a mutação genética da síndrome. De 32 produzidos, apenas um não tinha e este foi implantado em Paula. A cada dia que passa, a ciência avança na direção de descobrir como se dá a mutação de cada doença. A primeira foi fibrose cística e de 2002, quando o genoma foi sequenciado, de lá para cá houve uma explosão de conhecimento na área. Famílias com doenças hereditárias passaram a buscar o que se chama

de aconselhamento genético e é possível fazer qualquer diagnóstico da doença no embrião desde que já se saiba onde se dá a mutação da doença. A cada dia novas doenças são incluídas nesta lista, ampliando as possibilidades. Mas não são só casais com histórico de doenças graves na família que buscam o dianóstico pré-implantacional. A aplicação do chamado PGD ao tratamento da infertilidade cresce a

cada dia, isso porque é possível fazer uma avaliação cromossômica do embrião, antes de implantar, e reduzir o número de abortos. “Graças a esta tecnologia, é possível aumentar as taxas de sucesso da fertilização artificial sem ter que correr o risco de gerar gêmeos ou trigêmos ao implantar vários embriões”, disse Péricles Hassun Filho, fundador da Genesis Genetics Brasil, em parceria com Mark Hughes, responsável por

um dos primeiros casos clínicos deste diagnóstico há 20 anos nos Estados Unidos. Pouca gente sabe, mas nas fertilizações artificiais cerca de 50% dos embriões não se desenvolvem normalmente e o quadro se agrava quando a mulher é mais velha. “A mulher carrega a idade no ciclo reprodutivo, quanto mais velha maior o risco de alteração genética”, disse o especialista. O exame permite também evitar as

Catherine Yeulet/Getty Images

Diagnóstico Genético PréImplantacional. Ou seja, um mapeamento genético feito no embrião, antes de ser implantado no útero. Paula, nome fictício de uma moça de 35 anos, queria ter filhos, mas temia que um deles sofresse da mesma síndrome que acometia a mãe e que foi descoberta quase por acaso, depois de anos de sofrimento. A saída foi partir para a fertilização artificial e analisar os embriões com o objetivo de selecionar aqueles que não

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trissomias diversas, dentre elas a mais conhecida é a Síndrome de Down, mas existe também a chamada aneuplodia, uma alteração do número de cromossomos que não altera a morfologia do embrião. Ou seja, externamente não é possível perceber o problema e as estatísticas mostram que 70% dos abortos espontâneos são de embriões com cromossomos alterados. “Hoje sabemos que o método de fertilização in vitro baseado na quantidade de embriões colocados é ineficiente, pois tem que usar vários para um dar certo”, disse Hassun Filho. A recomendação básica para a realização do diagnóstico pré-implantacional do embrião é para mulheres com 37 anos ou mais, casos de falhas sucessivas na fertilização in vitro, casos de abortos frequentes e de maridos com espermatozóides com muitas alterações. Aqueles casais que fazem o PGD e produzem embriões a mais para congelar também aumentam a eficiência da segunta tentativa,

pois guardam apenas os embriões bons para serem implantados. Apesar de todas as vantagens e do avanço da ciência a passos largos, o PGD é um processo invasivo e exige uma competência enorme do laboratório. Invasivo porque extrai uma célula do embrião e complexo porque toda a análise é feita em uma única célula. Portanto, a melhor combinação é a recomendação do médico especializado em Reprodução Humana e uma equipe de PGD de alto nível de conhecimento. No Brasil, até hoje já foram analisados algo em torno de 7 mil casos. Nos Estados Unidos, onde o exame já é usado de maneira mais cotidiana, em uma única clínica é comum encontrar mais de 90 mil exames realizados. A popularização também se dá pelo custo. Lá nos Estados Unidos o valor é metade do valor cobrado no Brasil. “Os impostos sobre importação de praticamente todos os itens usados no procedimento é o que encarece”, explica Hassun Filho. n

Exame é recomendado para mulheres com 37 anos ou mais, falhas sucessivas na fertilização in vitro e abortos frequentes 15


adolescência

De menina a mulher De repente a pequena menina virou mulher e é hora de levar ao ginecologista. A cabeça da mãe fervilha de perguntas e é preciso bom senso para evitar a imposição que pode destruir o diálogo

Erik Reis/Getty Images

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s filhos crescem mais rápido do que pensamos e de repente as mães se vêem diante de um dilema: quando levar minha menina ao ginecologista? Mesmo quando há diálogo entre mãe e filha, alguns aspectos devem ser levados em conta. Em especial, o cuidado de não tomar uma atitude impositiva e até constrangedora, desnecessariamente. “O ideal é que a primeira consulta da jovem seja feita um ano depois de ter menstruado, pois assim podemos avaliar a regularidade do ciclo, mas é importante levar em conta a curiosidade da adolescente em relação ao tema”, alerta a médica ginecologista Mariangela Maluf. O bom é quando a iniciativa parte das

duas, mãe e filha, exceto nos casos de alguma anormalidade, como fluxo abundante, cólicas, quando então a mãe deve tomar a iniciativa. Outra dúvida que assola as mães é sobre a escolha do médico. O natural é levar no profissional da própria confiança, quase sempre o mesmo que cuida da mãe, mas isso nem sempre é o melhor. “Especialmente, quando é do sexo masculino, as adolescentes podem se sentir envergonhadas, e, independentemente disso, só o fato de ser o médico da mãe pode gerar constrangimento pelo medo de possíveis revelações”, afirma Mariangela. Nestes casos, a médica recomenda que a mãe procure outro profissional, igualmente recomendado. O mesmo

bom senso vale para a decisão de acompanhar a consulta ou não. Nem imposição e nem omissão, o melhor é sempre o diálogo. Mariangela recomenda ainda que as consultas sejam anuais a partir daí, caso a vida sexual da jovem tenha começado, para o exame de Papanicolau. E as mães devem ficar atentas também para a vacina contra o vírus HPV, recomendada a partir dos 9 anos.

O simples fato de levar a filha ao mesmo médico da mãe pode gerar constrangimentos 17


nutrição

Nada de comer por dois

o daquela mulher que, até a 12a semana de gestação, procura o nutricionista para fazer um acompanhamento. Isso, além de evitar vários problemas de saúde durante os nove meses, auxilia no bom desenvolvimento do bebê que, desde cedo, recebe os nutrientes necessários para o crescimento saudável”, afirma. Felizmente, segundo Gisele, isso já é uma realidade para muitas mulheres. A primeira motivação da mãe é para manter o peso. “Ficar grávida é lindo, mas estar em dia com o corpo é prudente também, até porque, depois da gravidez, recuperar o peso inicial é mais fácil

Dieta balanceada é o segredo. Alimentos ricos em ferro, ácido fólico e cálcio têm de ser rotina no cardápio para quem engordou corretamente”, alerta. Doenças também podem ser evitadas com a manutenção do peso adequado. Uma das mais comuns é a diabetes gestacional, principalmente, se a mãe já tiver uma pré-disposição genética. Deficiência de ferro e anemia também assolam as mamães durante os nove meses.

Dicas saudáveis Não dá para comer por dois e nem ser tão radical, o ideal é ter uma dieta balanceada. As futuras mamães devem privilegiar alimentos ricos em ferro (feijão, carne vermelha, etc), ácido fólico (gérmen de trigo), cálcio (leite desnatado, queijo branco) e caprichar nas vitaminas, encontradas nas frutas e verduras. n

Getty Images

A ordem é ter bom senso para que a gravidez, tanto para a mãe, quanto para o bebê, seja a mais saudável possível

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maioria das pessoas não tem facilidade em manter o peso. São tantas tentações que fica difícil mesmo estar em dia com as medidas. As grávidas, então, nem se fala. A maioria sabe que é mito ter que comer por dois, mas, mesmo assim, é um brigar com a balança continuamente. Durante a gestação, o cuidado com a alimentação, além de ser importante para a estética, é mais ainda para o desenvolvimento do bebê e para a saúde da mãe. De acordo com a nutricionista Gisele Mansilha, especializada em gestantes, a grávida que entra em uma dieta gestacional logo no começo corre menos risco. “O mundo ideal é

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acupuntura

Agulhas da fertilidade Com a comprovação científica, a Acupuntura virou uma grande aliada nos tratamentos de fertilização no Brasil e no mundo. Agulhas aumentam a chance de sucesso do processo em até 20%

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Ravi Gajjar e Getty Images

ma significativa melhora nos resultados tem feito muitas mulheres em tratamento para fertilidade buscar recursos da medicina milenar, a Acupuntura. Os benefícios entusiasmam os próprios médicos de reprodução humana que recomendam às pacientes com maior dificuldade ou até todas que estão no processo para engravidar. “Há casos de mulheres que já fizeram várias tentativas e que, com a Acupuntura, engravidam naturalmente”, disse Décio Teshima, médico especializado em ginecologia e acupuntura. A acupuntura é reconhecida hoje pela Sociedade Brasileira de Reprodução Humana como técnica complementar ao tratamento. “As pesquisas científicas

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Algumas mulheres em tratamento de fertilidade começaram a acupuntura e engravidaram naturalmente

mostraram que os efeitos são reais, não é apenas psicológico, e isso está levando mais e mais especialistas a considerar a acupuntura para as pacientes”, explicou Teshima, que hoje dedica-se exclusivamente à acupuntura nos tratamentos de fertilização. Entre os benefícios estão, em primeiro lugar, o aumento do fluxo sanguíneo na pelve (endométrico e ovário), em segundo, a redução da ansiedade, e em terceiro o equilíbrio dos hormônios. Estudos mostram de 15 a 25% do aumento de chance do tratamento dar certo e algumas pacientes buscam a acupuntura não só no momento final da fertilização, mas desde o momento em que decidem engravidar.

O tratamento de acupuntura durante o processo de fertilização começa na aplicação da medicação, com sessões duas vezes por semana e, no dia da transferência dos embriões, são feitas duas sessões, antes e depois do procedimento. “Os pontos trabalhados na acupuntura variam de paciente para paciente, mas no dia da transferência os pontos são iguais para todas as mulheres”, explica Teshima. A grande dificuldade para ele está no atendimento às pacientes neste momento único, pois o especialista em acupuntura precisa se deslocar até a clínica onde será feita a transferência de embriões no dia e horário programados. Atualmente, Teshima acompanha de 8 a 10 transferências por mês. n 21


Novidades

Emrah Turudu/Getty Images

Exame seleciona espermatozoides O que era feito até então com base na experiência do embriologista, a seleção dos melhores espermatozoides para a fertilização in vitro é hoje realizada com a ajuda de um exame. O novo exame Super ICSI, que aumenta em até 6 mil vezes a imagem do espermatozoide, possibilita a escolha de um espermatozoide com melhor potencial de fecundação do óvulo. Pacientes do CEERH já contam com a novidade.

Injeções vão diminuir

Com a chegada ao mercado de uma nova droga, a alfacorifolitropina, comercialmente batizada de Elonva, o número de injeções para estimular a ovulação na fertilização assistida vai ser reduzido. A droga tem ação prolongada e é a maior inovação no segmento de infertilidade nos últimos 15 anos. Além de reduzir os erros causados por aplicações incorretas e diminuir o estresse do processo, a comodidade pode aumentar a taxa de sucesso do tratamento de fertilidade, problema que atinge 16% das mulheres entre 25 e 49 anos na América Latina e no Caribe (dados da OMS – Organização Mundial de Saúde). Apenas uma aplicação do Elonva substitui as sete primeiras picadas usuais no tratamento anterior. 22

No processo de fertilização, os óvulos e embriões são envoltos por uma capa protetora chamada zona pelúcida. Semelhante a uma “casca” que precisa ser quebrada para que o embrião se fixe no útero e a gravidez tenha início. Uma nova técnica com uso de laser tem ajudado no processo, garantindo melhores resultados especialmente para mulheres mais velhas, com a zona pelúcida mais espessa, e para os casos de embriões congelados, que costumam ter esta casca endurecida, dificultando o rompimento. A abertura da zona pelúcida com laser é feita antes da transferência para o útero da mulher e a técnica também é usada nos casos de biópsia de blastocisto.

Saída é Congelar Mulheres jovens que sonham um dia ter filhos, mas ainda não encontraram um parceiro, estão optando pelo congelamento de óvulos. O procedimento é feito desde 2008 e garante à mulher a possibilidade de gerar filhos com sua própria herança genética mesmo mais velha ou depois de um tratamento quimioterápico. Atualmente, mulheres menopausadas ou com baixa produção de óvulos dependem de doação quando querem engravidar. Kiyoshi T. Segundo/Getty Images

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Esta é a idade média das mulheres que passaram pelo CEERH no último ano em busca de tratamento para a infertilidade: 38 anos. O levantamento mostrou que cada vez mais, diante das exigências da vida profissional e até da dificuldade de encontrar um parceiro, elas deixam para ter filhos mais tarde. Em 2004, o mesmo estudo apontou como sendo 37,2 anos a média de idade das pacientes que buscavam ajuda para engravidar. Quanto mais tarde, maiores são as dificuldades de engravidar e maiores os riscos de problemas na gestação.

Zona pelúcida aberta com laser


Por dentro

Nossa Equipe

No CEERH, ninguém trabalha sozinho, somos uma equipe para dar suporte cada vez maior aos pacientes e trazer o que há de mais avançado em termos de obstetrícia, medicina fetal, ginecologia e reprodução humana Paulo Perin, Médico Ginecologista e Obstetra, formado pela USP, com doutorado em Ciências e especialização em Reprodução Humana nos Estados Unidos. Autor de dezenas de trabalhos científicos.

Úrsula Trovato Gomez Médica ginecologista obstetra, formada pela USP, com residência no Hospital das Clínicas. É a mais recente integrante da equipe do CEERH e concilia o trabalho com a atuação no HC.

Mariangela Maluf, diretora clínica Médica Ginecologista e Obstetra, com graduação na USP e Doutorado na mesma instituição. É filiada às principais instituições internacionais de reprodução humana e medicina fetal.

Liane Genske Enfermeira obstetra, está no CEERH desde 1998. Sempre presente nas consultas, procedimentos e partos, ela dá apoio nos exames de ultrassom, consultas de monitoramento fetal, entre outros.

Patrícia Donadon Souza Aranha Graduada em Biologia, Patrícia é embriologista e trabalha no laboratório do CEERH com fertilização in vitro e criopreservação. Está na clínica desde 2002.

Dejanira Soares de Lemos (Jane) Atua nos bastidores do CEERH, cuidando da parte administrativa da empresa, contas a pagar, compras e todo o suporte burocrático para o funcionamento do CEERH no dia a dia.

Daniela Foltran Januário Biomédica, formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), trabalha no laboratório de reprodução assistida desde 2005.

Solange Santos Assistente administrativa, Solange está na clínica há 14 anos e cuida do agendamento de consultas, cobrança, emissão de recibos. Baseada na recepção, é o primeiro contato de todos.

Marja Kedma Bezerra Além de dividir o balcão da recepção com a Solange, Marja é técnica em enfermagem, por isso acompanha as pacientes e auxilia os médicos no momento da consulta. Tem 11 anos de casa.

Isanete Reis O trabalho de Isanete é manter tudo em ordem no CEERH. Dos banheiros aos consultórios, tudo precisa estar impecável sempre. E cabe a ela também abastecer o café e não deixar faltar barrinhas de cereal para os pacientes, principalmente, as grávidas, famintas!

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Condição especial para pacientes CEERH As pacientes que contratarem os serviços StemCorp até 30 de Setembro de 2013 receberão de presente a primeira anuidade de armazenamento.


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