Adriano Silva Santos, Elisvaldo Viera Santos, Leandro Rafael Evangelista, Romário José Batista Honório, Tales Macedo da Silva, alunos da UNICAP, do 2º período do Bacharelado em Filosofia, trabalho apresentado para Oficina de Retórica, em 2012.2, sob orientação da Profª Eleonoura.
ANÁLISE DO FILME “ALÉM DA VIDA”
FICHA TÉCNICA
Título no Brasil: Além da Vida Título Original: After Life País de Origem: EUA Gênero: Drama / Suspense Tempo de Duração: 102 minutos Ano de Lançamento: 2009 Estúdio/Distrib.: California Filmes Direção: Agnieszka Wojtowicz-Vosloo Roteiro: Agnieszka Wojtowicz-Vosloo, Jakub Korolczuk e Paul Vosloo Idioma: Inglês / Português
ELENCO: Christina Ricci como Anna Taylor; Liam Neeson como Eliot Deacon; Justin Long com Paul Coleman. After Life é um thriller de terror psicológico. Um jeito despojado de contar uma história banal num formato poético e com pitadas de humor negro. O tema nada mais é que um assunto que está super na moda ultimamente no mundo da sétima arte: o que acontece depois que se morre? Existe vida após a morte? É o primeiro longa da diretora e roteirista polonesa Agnieszka Wojtowicz-Vosloo que chegou ‘grande’, não deixando nenhuma dúvida para o que veio. O elenco foi cuidadosamente escolhido, contando com a talentosa Christina Ricci que me surpreendeu desde cedo em A Família Adams; o carisma de Liam Neeson no magistral filme A Lista de Schindler e os outros gabaritados, como Alfred Molina, Justin Long, Josh Charles e ainda Chandler Canterbury. SINOPSE: Após sofrer um terrível acidente de trânsito, Anna (Christina Ricci) desperta sobre a mesa de trabalho de uma funerária. Eliot Deacon (Liam Neeson), o diretor do local fala que ela não está viva, mas que se encontra na transição entre a vida e a morte e que ele pode falar com ela porque tem a capacidade de se comunicar com os mortos. Assim, ele é o único que pode lhe oferecer ajuda. Paul (Justin Long), o noivo de Anna, sente que algo não vai bem e tem a percepção de que alguma coisa estranha acontece na funerária onde o corpo de sua noiva está sendo preparado para o funeral.
DIRETORA E ROTERISTA: Agnieszka Wojtowicz-Vosloo nasceu no ano de 1975 em Varsóvia. É uma polacoamericana, cineasta e diretora. Ela estudou cinema na Tisch School of the Arts,que é uma das 15 escolas da Universidade de Nova York onde se formou em 2003. Wojtowicz-Vosloo chamou a atenção midiática após o lançamento de After. Life (Além da Vida). Os roteiristas do filme é a propria diretora, seu marido Paul Vosloo e Jakub Zorolczuk. A diretora magistralmente desconstrói o gênero terror, e sob uma nova ótica, num exercício elegante e excitante brinca, criativamente, com a metalinguagem. Brinca também com o expectador e inova com as convenções cinematográficas. Reorganiza os signos linguísticos e seus significantes e significados de Morte, Pós-Morte e Vida. BIOGRAFIA DOS PROTAGONISTAS: CRISTINA RICCI (ANNA TAYLOR) Nasceu em Santa Mônica em 12 de fevereiro de 1981. É uma atriz norte-americana indicada ao Emmy reconhecida pela atuação da personagem Wednesday Addams nos filmes, A Família Addams e a sequência A Família Addams 2. Os papeis no cinema são variados, como Tempestade de Gelo, dramas como Monster - Desejo Assassino, comédias independentes como O Oposto do Sexo, para o qual ela recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz, e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. Ricci suportou a transição de estrela-mirim para ídolo adolescente e atriz adulta, ela detém atualmente a própria produtora, Blaspheme Films, responsável pelas produções Meu Namorado Pumpkin e Geração Prozac. Desde o início da carreira Christina provou ser mais que dona de uma beleza extraordinária de Hollywood, provou ser uma atriz de talento, uma das jovens mais respeitadas de Hollywood. Christina diz não se arrepende de ter começado a carreira artística muito cedo, pois sentia-se entediada em casa e na escola. Participou do primeiro filme, Minha Mãe é uma Sereia, aos dez anos de idade; interpretou a filha mais nova de Cher e irmã de Winona Ryder. Logo depois, Christina pôde ser vista no papel que a imortalizou, como a gótica Wednesday Addams(no Brasil, Vandinha) em A Família Addams. O sucesso foi tanto que os produtores ampliaram a participação da personagem na sequência do filme. O ar gótico foi um pouco esquecido quando a atriz mostrou a face mais angelical nos filmes Agora e Sempre, com Demi Moore, Gasparzinho, O Fantasminha Camarada, de Steven Spielberg e Caçadoras de Aventura, todos de 1995. Nesta fase, aos quinze anos de idade, Christina sofreu com o divórcio dos pais. A transformação de criança a adulta transformou o corpo levando-a a engordar, o que desencadeou uma série de regimes mal elaborados. Devido aos problemas com a anorexia, Christina hoje se declara contra o regime para adolescentes Depois de passar por isto, Christina participou do filme de Ang Lee, Tempestade de Gelo, onde desempenhou o melhor trabalho, segundo a própria atriz. Em 1998 foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz - Comédia/Musical, por O Oposto do Sexo e uma indicação ao Independent Spirit Awards de Melhor Atriz também por este filme. Christina provou seu talento em vários trabalhos. Medo e Delírio, de Terri Gilian, foi um deles onde fez uma participação especial ao lado de Johnny Depp com quem contracenaria também em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de Tim Burton, como a encantadora Katrina Van Tassel e em Por Que Choram os Homens. A atriz pareceu ter entrado em declínio ao fazer filmes de pouco destaque como Filha da Luz e Geração Prozac, que marcou sua estreia como produtora. Seu rosto voltou a ser visto com mais destaque nos cinemas brasileiros com o filme Igual a Tudo na Vida, de Woody
Allen e Monster - Desejo Assassino, onde contracenou com Charlize Theron e pelo qual foi indicada na categoria de Melhor Beijo no MTV Movie Awards. Christina atuou também no filme de Wes Craven Amaldiçoados de 2005, o filme teve uma baixa bilheteria nos EUA e estreou em sexto lugar no Brasil. Porém, por mais que seus trabalhos não se tornem sucessos é impossível negar que Christina Ricci é uma das melhores atrizes de sua geração.Em 2008, fez a adaptação de Speed Racer para o cinema como a jovem Trixxie, namorada do protagonista Speed Racer, vivido pelo ator Emile Hirsch. LIAM NEESON (ELIOT DEACON) Nasceu em Ballymena no dia 07 de Junho de 1952 . É um ator irlandês. Ficou bastante conhecido principalmente por atuar como Oskar Schindler, em A Lista de Schindler, ao lado do diretor Steven Spielberg. Foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por A Lista de Schindler, mas perdeu para Tom Hanks, em Filadélfia. Filho de uma família pobre, aos quinze anos já trabalhava como operador de grua ao mesmo tempo que mantinha uma carreira de pugilista amador. Aos dezenove anos, partiu para Belfast para tirar o curso de professor. Contudo, em 1976, sentindo-se tentado pela carreira de ator, inscreveu-se numa companhia de teatro de Belfast. Em 1981, enquanto estava em Dublin, o realizador John Boorman convidou-o para interpretar um pequeno papel em Excalibur de 1981, um filme passado na lendária época do rei Artur. A partir daí, começou a ser presença constante em minisséries televisivas e filmes de baixo orçamento. No filme The Mission (A Missão de 1986), de Roland Joffé, teve uma pequena participação como padre jesuíta. Captou a atenção dos produtores de Hollywood com um pequeno mas significativo papel de surdo-mudo em Suspect (Sob Suspeita de 1987). Os papéis secundários sucediam-se: de realizador de filmes de terror perseguido por Dirty Harry (Clint Eastwood) em The Dead Pool (Na Lista do Assassino, 1988) a um escultor irlandês liberal em The Good Mother (O Preço da Paixão, 1988). O primeiro título de Neeson enquanto protagonista foi um fracasso de bilheteira: Darkman (Vingança Sem Rosto, 1990) foi uma vã tentativa de implantar um super-herói capaz de fazer frente ao sucesso de Batman de 1989. Neeson procurou refúgio nos palcos ingleses, voltando esporadicamente a Hollywood para pequenas participações em filmes como Husbands and Wives (Maridos e Mulheres, 1992) de Woody Allen. A grande oportunidade de Neeson surgiu quando Steven Spielberg, de visita a Londres, ficou impressionado com o seu talento em palco e com as suas aparências físicas com o personagem do projeto que tinha em mãos. Imediatamente convenceu-o a aceitar o papel de Oskar Schindler, industrial alemão que salvou perto de um milhar de judeus das garras dos comandantes SS dos campos de concentração em Schindler's List (A Lista de Schindler, 1993). A poderosa interpretação do ator valeu-lhe uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator, prêmio que, no entanto, foi parar às mãos de Tom Hanks por Philadelphia (Filadélfia, 1993). Nesse mesmo ano casou com a atriz inglesa Natasha Richardson, com quem contracenou no êxito da Broadway Anna Christie. Agora considerado um ator de estatuto superior, Neeson começou a receber propostas de papéis principais em filmes produzidos por grandes estúdios: Nell (1994), Rob Roy (1995), Michael Collins (1996), Les Miserables (Os Miseráveis, 1998) e Star Wars: Episode I - The Phantom Menace (1999). Teve um papel secundário como Priest Vallon em Gangs of New York (Gangs de Nova Iorque, 2002), protagonizou a comédia romântica Love Actually (Simplesmente Amor, 2003) e assumiu o papel de Alfred Kinsey, o autor de Sexual Behavior in the Human Male, no filme Kinsey, realizado por Bill Condon, em 2004, em Kingdom of Heaven assume o papel de Godfrey of Ibelin e do vilão Ra's Al Ghul em Batman Begins, ambos de 2005.Também em 2005, Liam Neeson dublou Aslan, personagem da série de filmes
As Crônicas de Nárnia Em 2008 Liam Neeson a dublagem de um dos personagens do jogo Fallout 3. JUSTIN LONG (PAUL COLEMAN) Nasceu em Fairfield no dia 2 de junho de 1978. É um ator americano conhecido por atuar nos filmes Jeepers Creepers, Waiting..., Aprovados, Dodgeball, Galaxy Quest, Herbie: Meu Fusca Turbinado, Duro de Matar 4.0, na série de televisão Ed, e por sua participação na campanha de marketing "Get a Mac" dos computadores Macintosh da Apple. Chandler Canterbury (Jack) nasceu em Houston, Texas em 15 de novembro de 1998. Atualmente reside em Houston. Ele estrelou no thriller da Summit Entertainment Saber (2009), do diretor Alex Proyas (Eu, Robô (2004)), ao lado de Nicolas Cage e Rose Byrne. Chandler interpreta Caleb, um estudante da escola primária que encontra uma misteriosa mensagem codificada de cápsula de sua escola de tempo que ele suspeita que pode significar alguma coisa. Chandler ganhou em 2008 Young Artist Award por sua atuação estrelar, convidado especial de refrigeração na série de sucesso da CBS "Criminal Minds" (2005). Chandler pode ser visto no filme Bros Paramount / Warner O Curioso Caso de Benjamin Button (2008). Adaptado do conto curto 1920 de F. Scott Fitzgerald sobre um homem (Brad Pitt), que nasce com oitenta anos : um homem, como qualquer um de nós, que é incapaz de parar o tempo. Chandler jogado "Benjamin Button", com a idade de oito anos, que tem a demência de um homem velho. Chandler reservado um papel no longa-metragem Bolas Fora: Gary Treinador de Tênis (2009) (V), estrelado por Seann William Scott e Randy Quaid, dirigido por Danny Leiner (Harold & Kumar Go to White Castle (2004)). Recentemente, ele apareceu em um papel principal no thriller psicológico Além da Vida oposto Liam Neeson e Christina Ricci. GÊNERO DO DISCURSO DO FILME Epidíctico, pois notamos no filme a busca constante de Elliot convencer e persuadir Anna sobre sua morte. Para isso ele meche utilizando-se de argumentos, desde mais elaborados, até chulos para que ela não tenha dúvidas mínimas de sua morte. Fatos da vida de Anna permeiam diretamente todo o discurso em construção. Indiretamente percebemos também psicologicamente um tom de juízo, entre Elliot e Anna, pois ele tenta com seu próprio julgamento dizer quem está vivo ou morto. Essa psicopatia dele o leva a uma reflexão moral sobre a vida humana e sua valorização – Será que eu estou vivendo, ou estou vivo, ou mereço viver sem perspectivas de Redenção. CENAS ANALISADAS NO FILME.
LINHA Nº
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1ª CENA
Anna: Onde tô? Eliot: Você está numa funerária. Você morreu! Foi um acidente de carro. Bateu num caminhão carregado com tubos de ferro. (PROVA TÉCNICA) Anna: Mais eu não morri.
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Eliot: A morte foi atestada há 8 horas. Não existe sangue em circulação no seu corpo. Seus neurônios estão morrendo aos poucos. Seu corpo já está em decomposição. (APELO À IGNORÂNCIA) Anna: Eu não estou morta! Eliot: Esse é seu atestado de óbito. Causa da morte: politraumatismo. Hora do óbito: 20h: 23min. Já deu entrada no óbito, o plantonista assinou aqui às 21h: 45 de ontem. Eu sinto muito. (PROVA NÃO TÉCNICA) Anna: O que é isso? Não consigo me mexer. Não me toque. Porque tá fazendo isso? Eliot: Estou preparando o seu corpo. Tem que ficar pronta pro seu enterro. Anna: Mas eu não morri! Eliot: Todos vocês dizem a mesma coisa. Melhor descansar agora. (GENERALIZAÇÃO APRESSADA) Anna: Ai meu Deus, eu não posso ter morrido, eu não posso ter morrido! Isso deve ser um pesadelo. Ai meu deus me acorde, me acorde. CENA 1
TIPOS DE PROVAS PROVA TÉCNICA: São argumentos persuasivos criados a partir da fala do orador. Conclui-se como prova técnica porque Eliot- o agente funeral- irá tentar persuadir Anna apenas com argumentos criados por ele mesmo, através da sua oralidade. PROVA NÃO TÉCNICA: São provas que não são inventados pelo orador, socorrese da evidencia de testemunhos, contratos escritos ou documentos. Eliot usou o atestado de óbito de Anna para persuadi-la sobre sua provável morte. FIGURAS DE LINGUAGEM E FALÁCIAS APELO À IGNORÂNCIA (falácia de relevância): Esta falácia consiste na tentativa de estabelecer a verdade de conclusão com base em premissas que refere-se a ausência ou ignorância de provas. Podemos assim classificar esta passagem do filme como um apelo a ignorância, pois Eliot irá tentar estabelecer uma conclusão a partir de ausência de provas e da ignorância de Anna no assunto. Ele não tinha como provar que o sangue de Anna tinha parado de circular, que o seu corpo estaria em decomposição e que os seus neurônios estariam em morrendo. Mesmo assim o agente funerário confirma tais ideias. GENERALIZAÇÃO APRESSADA (falácia de relevância): A generalização é feita apressadamente. Não há casos suficientes para justificar a conclusão. Podemos notar uma generalização apressada nesta passagem, pois Eliot diz que todos os “defuntos” que passaram pela funerária dizem a mesma coisa que Anna disse: “mas, eu não morri”.
LINHA Nº
2ª CENA
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Anna: Há meu Deus! Não, eu não quero morrer. Quem é ela? Eliot: Senhora Walck Hall. Não tenha medo dela. Mortos não ameaçam outros mortos.( APELO A IGNORANCIA) Anna: Mais eu não morri! Fique onde está! Eliot: Me dá a tesoura. Eu só quero te ajudar. Anna: Eu vou matar você. Eu juro por Deus que eu mato você. (ANÁFORA) Eliot: Vá em frente, mate-me. Está esperando o quê? Anna: Olha! Eu respiro, eu respiro! (ÊNFASE) Quem sabe eu estava num tipo de coma e os médicos se enganaram. (PROVAS TÉCNICAS) Eliot: Você morreu Anna. Todo mundo morre. Anna: Como eu poso ter morrido se estou falando com você? Eliot: Está falando não porque está viva, mas porque eu tenho um dom: Eu posso falar com quem está entre a vida e a morte.( FALSA CAUSA) Anna: Por quê? Eliot: Para ajudá-los a fazer a passagem. Anna: Então eu sou um fantasma? É por isso que estou aqui? Eliot: Está aqui pra eu te enterrar! Anna: Não, por favor, eu não quero. Eliot: Você é um cadáver Anna. A sua opinião não tem mais relevância. Anna: Mais eu respiro. Eu só posso estar viva! Eliot: Ah essa gente! Vocês acham que só por respiram, mijam, cagam, estão vivos? A sua vida valia a pena ser vivida Anna, valia? Me admira ainda estar discutindo comigo. Não temos muito mais tempo. Seu enterro é depois de amanhã. Logo vai estar fechada no caixão e debaixo da terra. Aí ninguém mais vai te escutar, ninguém mais vai falar com você.
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CENA 2 TIPOS DE PROVAS PROVAS TÉCNICAS: São argumentos persuasivos criados a partir da fala do orador. Há presença de provas técnicas neste trecho, pois a própria jovem elabora ideias que podem comprovar que ela está viva, através da sua oralidade.
FIGURAS DE LINGUAGEM E FALÁCIAS APELO A IGNORANCIA: (falácia de relevância): Esta falácia consiste na tentativa de estabelecer a verdade de conclusão com base em premissas que se refere à ausência ou ignorância de provas. No caso citado Anna estava viva e não morta como diz Eliot: Porque “os mortos não ameaçam outros mortos”. Realmente, os mortos não ameaçam outros mortos, ela por não ter certeza disso deixa-se levar pela afirmação do agente funerário. ANÁFORA: É a repetição de palavras em início de frases sucessiva. A função dela é manter o fluxo de atenção do interlocutor sobre um conceito, durante a exposição. Na frase analisada, Anna mantém a ideia que ela própria mataria Eliot com a repetição do pronome “EU” e com isso prende a atenção do interlocutor, no caso quem assiste. ÊNFASE (falácia de ambiguidade): É cometido no argumento cuja natureza enganadora, mas carente de validade. A maneira como os significados mudam na falácia de ênfase depende de que as partes deles sejam enfatizadas ou acentuadas. No trecho “olha, eu respiro, eu respiro” Anna aponta para o fato que ela ainda está respirando, dando ênfase a possibilidade de está viva. FALSA CAUSA- nom causa pro causa (falácia de relevância): Os argumentos causais onde se conclui, erroneamente, que uma coisa ou acontecimento causa outra. Concluímos como uma falsa causa o seguinte período do filme: ”está falando não porque está viva, mas porque eu tenho um dom”, pois o motivo de Anna falar é que ela ainda se encontrava com vida e não porque Eliot possuía um dom.
LINHA Nº
3ª CENA
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Anna: Por favor, atenda! Atende, por favor! Por favor, atende, por favor, atende! Vai atende o telefone. Paul: Alô. Anna: Paul sou eu, to aqui. Paul: Alô. Anna: Tá me ouvindo? Paul me ajuda! Paul. Paul: Por favor, pára! Não. Eliot: Eu sou o único que pode te ouvir agora. Eu tomaria muito cuidado se fosse você. Os mortos tem muita influência sobre os vivos.(FALSA ANALOGIA) Anna: O que quer dizer? Eliot: Ele ainda sente a sua presença. Você só está fazendo ele sofrer mais. Se você o amasse mesmo aceitaria sua morte e partiria. Anna: Me prove que eu estou mesmo morta! Eliot: Ah, vocês mortos!(IRONIA) Sempre precisam de mais provas. Anna: Por que eu estou parecendo um cadáver? Eliot: Por que você é um cadáver. Está na hora de aceitar a verdade, você morreu... Nunca mais viverá de novo.(PROVA TÉCNICA, CONCLUSÃO IRRELEVANTE E FALSA CAUSA) Anna: Eu morri...
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CENA 3
TIPOS DE PROVAS PROVA TÉCNICA: São argumentos persuasivos criados a partir da fala do orador. Entre as linhas: 18 e 19, ele faz uma demonstração para a própria Anna de que ela está morta, ao refletir-se no espelho. FIGURAS DE LINGUAGEM E FALÁCIAS FALSA ANALOGIA: Quando comparamos objetos, eventos, pessoas, situações etc. e a propriedade que se diz que ambos possuem. A Falácia está no fato que os mesmos diferem de tal forma que tal analogia se torna insuficiente. Na fala da linha 09, percebemos a presença de uma falsa analogia, pois não há nenhum padrão científico experimentável que me explicite ou prove que os mortos têm influência sobre os vivos, e na primeira também não há como ele comprovar que ela só pode comunicar-se com ele (Eliot). IRONIA: utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico. Na Fala da linha 16, Ironia, pois ele ironiza falsamente a condição dela, no caso de “morta”. Também Hipálage, pois ele atribui características humanas de vivacidade e movimento a um objeto, no caso o “cadáver” de Ana. E ao dizer que os mortos necessitam de provas ele faz uma analogia furada e sem comprovação CONCLUSÃO IRRELEVANTE: é uma falácia que consiste em obter uma conclusão com que nem todos concordam. Na Linha 19 não seria uma metáfora como parece, mas uma conclusão irrelevante, pois é irrelevante dizer a um morto que ele realmente está morto. FALSA CAUSA + CONCLUSÃO IRRELEVANTE: Na falsa causa os argumentos causais onde se conclui, erroneamente, que uma coisa ou acontecimento causa outra. Neste caso percebemos que existe uma falsa causa, pois não se concebe o caso de se convencer um morto de que ele morreu; e concluir o fato de que ele nunca mais voltará a viver novamente. LINHA Nº
4ª CENA
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Anna: Por que eu tenho que me vestir? Eliot: Por que o seu enterro é amanhã. Anna: Já? Eliot: Eu avisei. Você só tinha três dias. Falei pra aproveitar bem o seu tempo. Anna: Eu tenho tantos arrependimentos... Eu só tenho arrependimentos. (EPÍSTROFE) Eu queria uma vida diferente. Eliot: Então por que não fez nada a respeito? Anna: Eu tentei, mas... Parecia que nada nunca mudava: Eu acordava todo dia, tomava banho, pegava o mesmo transito pra ir Trabalhar,ia pra casa. Eu ia dormir, acordava de novo, e tudo era sempre igual.(GENERALIZAÇÃO APRESSADA)
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Eliot: O que você queria mesmo na vida? Anna: Eu queria ser feliz. Eliot: Feliz? Vocês só dizem que queriam ser felizes. O que isso quer dizer? Anna: não entende que essa é a ideia. Eu não sei. Elliot: Sabe sim! Só tem que admitir isso pra si mesma. Anna: Eu não quero mais falar disso, eu só quero que tudo isso acabe. Eliot: O que você queria da vida? Anna: Eu não sei droga! Eliot: sabe sim! O que você queria? Anna: Eu queria amor. Eliot: O que você queria Anna? Anna: Eu queria amor. Eliot: Você tinha amor. O Paul te amava. Anna: Você não entende. Eu queria amar, mas... Tinha muito medo. A minha mãe... quando eu era pequena eu aprendi que amar alguém significava sofrer.(GENERALIZAÇÃO APRESSADA) Então eu resolvi que não ia amar ninguém, só pra nunca sofrer. Eu ficava afastando o Paul de mim. Ele achou que eu não o amava mais. Eliot: E você? Anna: Ele foi meu único amor. Mas nunca disse isso pra ele. Aí ele parou de me amar. Eliot: O que você faria se tivesse outra chance? Anna: Eu não sei. Eliot: Venha. Não era isso que queria. Achei que fosse diferente. Todos dizem que tem medo da morte, mas na verdade você tem é mais medo da vida. Anna: Que bom que eu morri. Que bom que acabou. CENA 4
FIGURAS DE LINGUAGEM E FALÁCIAS EPÍSTROFE – (DO ATO DE FAZER VIRAR): É a repetição de palavras no final de frases sucessivas. É uma epístrofe, pois há um repetição de palavras no final das frases sucessivamente, como é o caso do exemplo acima. GENERALIZAÇÃO APRESSADA (FALÁCIA DE RELEVÂNCIA): A generalização é feita apressadamente. Não há casos suficientes para justificar a conclusão. Anna: Eu tentei, mas parecia que nada nunca mudava: eu acordava todo dia, tomava banho, pegava o mesmo trânsito para ir trabalhar, ia pra casa. Eu ia dormir, acordava de novo e tudo era sempre igual. - Porque os dias não são todos iguais. Comete-se essa falácia porque se parte de algum particular e isso se traduz para universal erroneamente. Anna: A minha mãe... Quando eu era pequena eu aprendi que amar alguém significava sofrer. - Porque se parte apenas de uma amostra ou ponto de vista. Dessa forma generaliza-se que todo amor baseia-se no sofrimento.
REFERÊNCIAS: -WIKIPÉDIA. Biografia de Agniezka Wojtowicz-Veloso. <http://en.wikipedia.org>. Acesso em: 16 set. 2012.
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-WIKIPÉDIA. (Comp.). Biografia de Cristina http://en.wikipedia.org.>. Acesso em: 16 set. 2012.
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Ricci.
-WIKIPÉDIA. Biografia de Liam Nesson. Disponível em: <http://en.wikipedia.org>. Acesso em: 16 set. 2012. -WIKIPÉDIA. Biografia Juntin Long. Disponível em: <http://en.wikipedia.org>. Acesso em: 16 set. 2012. -WIKIPÉDIA. Biografia de Chandler <http://en.wikipedia.org>. Acesso em: 16 set. 2012.
Canterbury.
Disponível
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- DA SILVA, Eleonoura Enoque. Tópicos em Teoria Da Argumentação- Texto em elaboração: para uso exclusivo em sala de aula. Recife-PE: Universidade Católica de Pernambuco , 2012.