INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA
EAD Teorias no Domínio da Educação a Distância Eliana Santana Lisbôa (organizadora)
2009
BRAGA- PORTUGAL
Edições Tabajaras, Ltda. Título: Teorias no Domínio da Educação a Distância Organizadora: Eliana Santana Lisbôa Revisão de Texto: Elza Gomes Revisão Científica: Flávio Santos Pinto/ Arnaldo Ribeiro Design e paginação: Adolfo Próspero Impressão e acabamento: Tipografia da Pesada Distribuição: Distribuidora de Real Fevereiro de 2009. Reservado todos os direitos de publicação total ou parcial para a língua portuguesa por: Edições Tabajaras Rua da Felicidade, 56 Alto do Calhau São Luís- Maranhão Brasil
Teorias no domínio da Educação a Distância
Eliana Santana Lisbôa Organizadora
Marie Braga Márcia Carvalho Trainers Pedagogia, formação e Certificação em ambiente de ee-learning
Apresentação
O presente livro ora apresentado surgiu no âmbito da disciplina de educação a Distância do Curso de Mestrado em Educação, Área de Especialização em Tecnologia Educativa, como forma de enriquecer os conhecimentos sobre as Teorias no domínio da Educação a Distância, ministrado pela Professora Dra. Maria João Gomes. Os conteúdos aqui apresentados tratam de pesquisas feitas na internet, que foram organizadas em um único documento. No entanto, com exceção dos artigos, com seus respectivos
autores,
todas
as
informações
são
fictícias, a exemplo da editora, revisão, design entre outras. Foi uma forma
criativa de
ilustrar a
sistematização das pesquisas, a qual apresentamos através de livro eletrônico, através da ferramenta issu.
TEORIAS DE EaD
M a ri e B ra ga & M á rc i a Ca rva l h o
A definição de EaD assenta e reestruturação progressiva do conceito, com base na interacção dos sujeitos com as realidades inerentes
a
uma
sociedade
em
numa
construção
permanente
transformação e a um desenvolvimento e expansão de
novas
tecnologias. Desmond Keegan, na revisão da sua obra “The Foundations of Distance Education”, de 1996, estabelece três grupos de forma a sistematizar
as
diferentes
abordagens
teóricas
no
domínio
da
educação a distância: •
Teoria da industrialização, industrialização que tem como principal mentor
Otto Peters, autor de eleição quando se pesquisa sobre a teoria, e que em 1967 publicou "Educação a Distância nas Universidades e nas Instituições
de
Ensino
Superior:
estrutura
didáctica
e
análise
comparativa" existem características (processos de divisão de tarefas, mecanização, produção de massas, padronização e centralização) nos processos de produção industrial que considera ser comum ao ensino a distância,
para
este
também
ela
é
um
produto
da
sociedade
industrializada. O autor conclui e explica que a sua análise não pretende emitir juízos de valor em relação à sociedade industrial, mas sim facilitar a análise e descrição dos processos de educação a distância e orientar a tomada de decisões neste domínio. •
Teorias da autonomia e independência, independência onde de destacam
as propostas de Rudolf Manfred Delling, Charles Wedemeyer e
Michael Moore.Baseia-se numa análise centrada nas características de autonomia do estudante. Apesar de existirem vários autores sobre esta teoria, irei referir-me apenas a um deles Farhad Saba, Saba que parte do modelo de Michael Moore, analisando-o à luz das potencialidades dos sistemas integrados de telecomunicações e acrescentando-lhe o conceito de “contigüidade virtual” (virtual contiguity) para reforçar a idéia da necessidade de aproximar professores e estudantes, otimizando o diálogo entre eles e eliminando as conseqüências nefastas decorrentes da separação física. Defende o recurso aos princípios da “dinâmica de sistemas” como forma de análise e modelação de conceitos no domínio da educação a distância. •
Teorias da interacção e da comunicação, comunicação onde se
incluem as perspectivas de Börger Homberg, John A. Baath, David Seweart, Kevin Smith e Jonh Daniel.Consiste numa análise centrada na valorização do papel da interacção professor/aluno e, também, da interacção aluno/aluno. Segundo John Daniel os sistemas de EAD têm que incluir actividades “independentes” e actividades “interactivas” (presenciais ou não, síncronas ou assíncronas).O balanço entre as actividades “independentes” e “interactivas” tem fortes implicações na estrutura de custos da formação a distância e as actividades interactivas têm funções de socialização e de feedback, sendo esta última considerada absolutamente crucial na EAD. Realça a importância do pacing (ritmo de estudo/aprendizagem pré-determinado) no qual considera que as instituições de ensino têm responsabilidades. Na perspectiva destes autores, a importância dada a estes aspectos no domínio da educação a distância confere-lhe um estilo de aprendizagem mais personalizada e um sentido de pertença,
estimulando a continuação do estudo e atenuando a sensação de isolamento dos alunos, respectivamente. Homberg
propõe
um
modelo
de
“comunicação
didáctica
guiada”, entre os tutores e autores dos materiais de ensino e os alunos, assente
numa
interacção
que
se
processa
a
dois
níveis:
uma
comunicação “real” entendida como uma conversação de carácter bidireccional, suportada por telefone ou correspondência postal e uma comunicação
“simulada”,
de
carácter
unidireccional
com
a
apresentação dos materiais de ensino. John A. Baath estuda e discute a aplicação de alguns modelos de ensino presencial à educação por correspondência, tida como um tipo de educação a distância. Esta perspectiva abrange situações de comunicação bidireccional entre professores e alunos, e de alunos entre si,
em
que
a
correspondência
postal
é
complementada
por
comunicações com recurso ao computador, ao telefone e por situações de tutoria individual com sessões presenciais David Sewart defende que factores como a existência de um feedback rápido e a existência do grupo de alunos no ensino presencial podem
ser
transferidos
para
situações
de
ensino
a
distância,
introduzindo e valorizando o elemento humano como resposta às necessidades específicas de cada estudante. No entender deste autor, excelentes materiais de ensino a distância não satisfazem totalmente as necessidades que os alunos sentem, as quais só poderão ser ultrapassadas com a existência de serviços de apoio e aconselhamento. Kevin Smith considera que a arquitectura dos cursos de ensino a distância deve centrar-se no aluno, possibilitando e valorizando uma aprendizagem
flexível
e
individualizada,
a
freqüência
de
comunicação bilateral entre professores e alunos, e entre estes, com a oportunidade de realização de trabalhos de grupo.
John Daniel conceptualiza a educação a distância sobre dois aspectos: a “independência” e a “interactividade”. Na opinião deste autor, os cursos de ensino a distância devem abranger actividades “independentes”, em que o aluno estuda sozinho embora a um ritmo de estudo
controlado
“interactivas”,
que
e
(pacing),
pré-determinado
pressupõem
a
existência
de
e
actividades
feedback
em
comunicações bidireccionais entre o professor e o aluno, suportadas por telefone ou por correspondência postal.
REFERÊNCIAS:
B R AG A,
M a ri e
(2 00 6).
Teorias
de
Ead.. Di sponí vel
em:
http://3virgula14.blogspot.com/2006/02/teorias-de-ead.html Consu l t a d o E m: 09 /02 / 09. CARVALHO, Márcia (2008). Teorias no domínio da Educação a Distância.
Disponível
http://blogs.sapo.pt/userinfo.bml?user=marcita86.
em: Consultado
em:
09/02/2009. GOMES, M. J. (2004), Educação a distância: Um estudo de caso sobre
formação contínua de professores via Internet, Braga: Universidade do Minho, 109-123.
TEORIAS DO EFAD
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA
1)
WEDEMEYER – ESTUDO INDEPENDENTE
Define aprendizagem independente como aquela que resulta de actividades levadas a cabo pelo aluno no seu espaço e tempo, em que o contexto de aprendizagem difere do contexto de escola, em que o aluno é guiado pelo professor mas não é dependente dele, e onde o aluno aceita níveis de liberdade e responsabilidade na iniciativa e execução de actividades que conduzem à aprendizagem. Defende que o ensino independente deve ser individual e assente na liberdade de escolha de objectivos de aprendizagem. Deste modo, o ensino à distância enquadra-se na premissa de que a aprendizagem é regulada pelas necessidades do aluno e pelos objectivos específicos que ele próprio define. O professor servirá de guia metodológico que oferece uma estrutura de ensino direccionada à idiossincrasia do indivíduo.
O processo de ensino e aprendizagem assenta na articulação dos conteúdos do professor e do aluno resultante da comunicação estabelecida através dos meios tecnológicos disponíveis. Contudo, a estrutura do sistema educativo a distância exige: •
Desenvolver interesse nas tarefas e motivação do
aluno no processo de aprendizagem; •
Promover pensamento analítico e instrutivo;
•
Avaliar o progresso da aprendizagem.
2) MOORE – AUTONOMIA E DISTÂNCIA
Educação a Distância (ensino e aprendizagem independente) é um sistema educativo do qual o aluno é autónomo e separado do professor pelo espaço e tempo cuja comunicação é não presencial. Deste modo, o sistema de educação a distância possui três subsistemas: o aluno, o professor e o método de comunicação. Dois tipos de ensino: 1) o ensino presencial e 2) o ensino a distância. Moore identifica dois conjuntos de programas educativos assentes no estudo independente: 1) programas desenhados para alunos em contextos de aprendizagem separados dos professores – Ensino a Distância; 2) programas desenhados para a aprendizagem
auto
dirigida/independente
–
potenciação da Aprendizagem
Autónoma. O
ensino
a
distância
é
definido
pela
separação
de
comportamentos de ensino e comportamentos de aprendizagem, em que os meios tecnológicos constituem o facilitador de comunicação. Conceito de distância: distância os programas de ensino a distância podem ser classificados de acordo com a distância entre o aluno e o professor.
TIPO DE DISTÂNCIA
> Distância
- D –S
-D +S
+D +S
< Distância
+D -S
TIPOS DE PROGRAMA Programas sem diálogo e sem estrutura
EXEMPLOS Programas
de
estudo
de
leitura independente do tipo “auto dirigido”
Programas sem diálogo e com estrutura
Programas cujo método de comunicação é a rádio ou a televisão
Programas com diálogo
Programas
e estrutura
correspondência
Programas com diálogo
Programas tutorais de tipo
e sem estrutura
rogeriano
do
tipo
de
(Adaptação de Moore, 1977a) Conceito de autonomia: autonomia tal como Wedemeyer, Moore define a aprendizagem autónoma assente no estabelecimento de objectivos, nos métodos de estudo e na avaliação.
CONTROLO ALUNO
DO
DISTÂNCIA
Aluno Activo
> Diálogo
(> autonomia)
< Estrutura
Aluno Passivo
< Diálogo
(< autonomia)
> Estrutura
CONTROLO
DO
PROFESSOR Professor Não Directivo
Professor Directivo
Classificação de Programas: Programas os programas são classificados de acordo com a aprendizagem autónoma do aluno assente em três questões: 1)
Autonomia
no
estabelecimento
de
objectivos:
A
selecção dos objectivos do programa são da responsabilidade do aluno ou do professor?
2)
Autonomia nos métodos de estudo: A selecção e uso de
recursos pessoais e tecnológicos são decididos pelo aluno ou pelo professor? 3)
Autonomia na avaliação: As decisões sobre o método
de avaliação e critérios de avaliação são feitas pelo aluno ou pelo professor?
INTERACÇÃO E COMUNICAÇÃO 1) HOLMBERG – TEORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (“GUIDED DIDACTIC
CONVERSATION”
–
CONVERSAÇÃO
DIDÁCTICA
GUIADA) A teoria de educação a distância de Holmberg tem como ponto de partida os seguintes pressupostos: 1.
A essência do acto de ensinar consiste na interacção
entre dois pólos: o ensinar e o aprender 2.
O envolvimento emocional no estudo e os sentimentos
da relação pessoal entre os dois pólos parecem contribuir para uma aprendizagem aprazível 3.
O prazer na aprendizagem sustenta a motivação
4.
A participação nas tomadas de decisão favorece a
5.
A forte motivação do aluno facilita a aprendizagem
6.
O acesso amigável, pessoal e fácil aos conteúdos
individual
motivação
contribuem para o prazer na aprendizagem, apoia a motivação individual e facilita a própria aprendizagem 7.
A eficácia do ensino é demonstrada por aquilo que os
alunos aprendem sobre o que foi ensinado
Holmberg assume que a educação a distância deve sustentar a motivação do aluno, promover o prazer na aprendizagem e deve fazer relacionar a aprendizagem com as necessidades individuais, criando sentimentos
de
relação
entre
o
aprendente
e
a
instituição
(nomeadamente entre os seus tutores e formadores), facilitando o acesso aos conteúdos do curso, e promovendo o envolvimento do indivíduo nas actividades. A educação a distância promove a independência do aluno e a liberdade de escolha e de iniciativa. Defende, também, que a educação a distância é um instrumento para a aprendizagem ao longo da vida e que viabiliza maiores oportunidades de aprendizagem e equidade entre a população Holmberg caracteriza a educação a distância como aquela que: competências
Promove cognitivas,
a
aquisição
bem
como
de
conhecimentos
aprendizagem
afectiva
e e
psicomotora. -
Se
baseia
numa
aprendizagem
como
actividade
individual, cujo processo de ensino-aprendizagem é guiado e apoiado por terceiros (seja instituição como o tutor). -
É
aberta
aos
modelos
behaviorista,
cognitivo
e
construtivo. -
Promove
relações
pessoais,
prazer
no
estudo
e
empatia entre os alunos e os tutores, sendo que estes sentimentos de empatia, de pertença e de envolvimento promovem motivação na aprendizagem influenciando o seu sucesso. -
Promove a auto aprendizagem e comportamentos de
exploração e interpretação dos conteúdos potenciando nos alunos a partilha de diferentes perspectivas.
Holmberg enfatiza a interacção entre os vários intervenientes no processo de ensino-aprendizagem como fundamental para o sucesso da própria aprendizagem. Isto é, a comunicação que se estabelece entre os alunos/formandos com os conteúdos e com os que guiam o seu percurso formativo (ex. tutores) são como que a peça chave para o desenvolvimento de competência e aquisição de conhecimentos. A esta relação entre a organização/instituição promotora do ensino a distância com o aluno/formando denomina-se conversação didáctica guiada.
A teoria de conversação didáctica guiada de Holmberg vai de encontro a muitos dos pressupostos da teoria de estudo independente de Wedemeyer, que privilegia a comunicação como factor crucial no processo de auto aprendizagem proclamado na educação a distância. Segue-se um quadro descritivo da teoria de Holmberg:
Educação a Distância como uma conversa didáctica guiada
Simulada Real - por correspondência - por telefone - por contacto pessoal
- conversa interna (ex. estudar um texto) - o aluno como co-autor dos textos/artigos que lê
O processo de auto aprendizagem é guiado e apoiado pela estrutura, pela tutoria e pela instituição. Contudo, o aluno/formando é independente e tem liberdade de escolha na forma como conduz a sua aprendizagem. A interacção que se desenvolve pela partilha de ideias e perspectivas
e
as
reflexões
em
grupo,
produto
do
auto-estudo
individualizado, já ele interactivo (aluno/formando-conteúdo), é que caracteriza a conversação didáctica guiada.
INDUSTRIALIZAÇÃO 1) OTTO PETERS A educação a distância é, segundo a tese de Peters, o método de comunicação de conhecimentos, competências e atitudes racionalizada pela aplicação de princípios de divisão e organização do trabalho, bem como pelo uso de meios tecnológicos. Ou seja, as técnicas industriais como a planificação, a divisão de trabalho, a produção em massa, a automatização, a estandardização e o controlo de qualidade são passíveis de serem utilizadas no desenho da instrução a distância utilizando os meios tecnológicos disponíveis. A caracterização do ensino a distância como uma forma industrializada de ensino surge como produto de um crescimento económico e das necessidades emergentes de um ensino global que permitisse à população o acesso a formação. Como
é
que
a
educação
a
distância
segundo
a
forma
industrializada se distingue do ensino tradicional? O espaço de aprendizagem tradicional possui propriedades específicas, ou seja, as actividades de aprendizagem têm de ser fixas em termos de tempo e localização e tal permite a protecção de perturbações externas, facilita a formação de grupos, possibilita experiências de convívio,
sentimentos
de
pertença
e
a
aspiração
e
busca
comuns
de
conhecimento. Ao contrário, os espaços de aprendizagem virtuais promovidos pelo ensino a distância compreendem a separação física entre os intervenientes do processo de ensino-aprendizagem, o tempo e o local não são fixos, o que tal inviabiliza a protecção que o ensino tradicional promove. Consequentemente, os métodos de aprendizagem específicos da cultura tradicional de ensino predominantemente oral contrastam com
a
cultura
de
aprendizagem
predominantemente
literal
característico do ensino a distância. A aprendizagem em espaços virtuais exige estratégias que sejam específicas dos seus ambientes de aprendizagem digitais. Seguem-se seis campos de actividades que não se encontram na aprendizagem tradicional, mas que o ensino a distância, na sua forma industrializada e digital permitem: -
aprendizagem mediante procura extensiva e intensa de
informação -
aprendizagem mediante comunicação distribuída de forma
intensiva e extensa -
aprendizagem mediante colaboração distribuída
-
aprendizagem através de documentação detalhada do
conhecimento por parte dos indivíduos -
aprendizagem através de exploração de hipertextos
-
aprendizagem através da apresentação dos resultados da
aprendizagem Todos estes aspectos característicos da aprendizagem autónoma em espaços de aprendizagem virtuais veiculam dimensões de inovação pedagógica.
A industrialização, aliada a uma prática de aprendizagem digital, constituem os principais contributos da teoria de Peters no ensino/formação a distância.
INTEGRAÇÃO 1) PERRATON A teoria de educação a distância é composta por elementos de teorias de comunicação e difusão bem como de filosofias de educação. Assenta sob a forma de 14 hipóteses ou pressupostos. Os primeiros cinco referem-se à forma como o ensino a distância pode maximizar a aprendizagem: 1.
Pode-se utilizar qualquer tipo de recurso para o
processo de ensino-aprendizagem; 2.
O ensino a distância quebra com a rigidez e o rigor
que o ensino tradicional promove ao impor espaço físico e temporal entre os intervenientes do processo de ensino-aprendizagem; 3.
O ensino a distância é mais económico;
4.
A economicidade do ensino a distância adapta-se às
funções do nível de educação, número de audiência, escolha dos media e eficiência de produção; 5.
O
ensino
a
distância
alcança
audiências
não
concretizáveis pelos meios comuns. Os próximos quatro pressupostos referem-se à necessidade de promoção do diálogo: 1.
É possível organizar o ensino a distância de tal forma
que haja o diálogo; 2.
Quando
o
tutor
encontra
pessoalmente
os
e-
formandos, o papel do tutor muda de comunicador de informação para facilitador de aprendizagem.
3.
Grupos de discussão é um método efectivo de ensino a
distância que sisntetiza informação relevante ao grupo; Os recursos da comunidade podem ser utilizados para
4. apoiar
o
ensino
a
distância
adaptada
às
suas
necessidades
educacionais e económicas. Os últimos cinco pressupostos referem-se ao método: 1.
Um programa multimedia é mais efectivo do que
aquele que assenta num único media; Uma abordagem sistémica é promotora de uma
2.
melhor planificação do ensino a distância; 3.
Feedback é parte integrante e necessária do sistema
de ensino a distância; 4.
Para ser efectivo, os materiais de ensino a distância
devem garantir aos e-formandos actividades frequentes e regulares de leitura, observação e registo; 5.
Na escolha entre os media a utilizar, a decisão deve
depender do desenho de instrução e dos tipos de sessões definidos. Perraton integra na sua teoria pressupostos de diversas teorias e defende a abordagem sistémica no desenho da instrução no ensino a distância. 2) KEARSLEY A educação a distância assenta nas seguintes características: -
Colaboração entre os intervenientes do processo de
ensino-aprendizagem. E-formandos e e-formadores colaboram entre si. -
Conectividade
entre
e-formandos
e
e-formador
através de e-mail e conferências. -
Enfoque no e-formando na medida em que ainda que
o e-formador e a instituição protagonizem papéis importantes na criação
e
organização
da
acção,
esta
depende
e
centra-se
essencialmente na participação dos e-formandos nas actividades.
Enquanto o e-formador estabelece os objectivos e facilita o processo de ensino-aprendizagem, são os e-formandos que exploram os conteúdos, definem e gerem a sua aprendizagem e auto comprometemse com os projectos. Desta forma, a educação a distância promove a autonomia e uma forma de ensino menos estruturada e rígida quando comparada com o ensino tradicional. Aberto, ou seja, o ensino a distância quebra com as
-
fronteiras ao promover um tipo de ensino em que os intervenientes se articulam sem que para isso tenham a imposição do tempo e local. Comunitário, isto é, a educação a distância é
-
dirigida à comunidade e viabiliza o acesso da comunidade à educação. Desta forma, o ensino a distância promove maiores oportunidades de educação
a
um
maior
número
de
pessoas,
adaptando
a
sua
acessibilidade às circunstâncias sociais e económicas da comunidade que serve. -
Exploração, ou seja, o ensino a distância potencia a
exploração pelos e-formandos dos conteúdos propostos. O e-formando é autor e gestor da sua aprendizagem. É ele quem define o seu projecto de aprendizagem segundo a estrutura definida, que por sua vez atende às suas necessidades. -
Partilha de conhecimento -
o ensino a distância
viabiliza a partilha de conceitos, teorias e perspectivas não só entre os intervenientes do processo de ensino-aprendizagem, como potencia ao e-formando ser co-autor dos autores dos livros que lê. -
Multisensorial -
a tecnologia multimedia permite
diferentes experiências sensoriais de aprendizagem (ex. imagem, cor, movimento, som, voz). - Autenticidade – ironicamente o mundo virtual é mais real, porque não só correlaciona características como a conectividade,
a comunidade e a partilha de conhecimento, como os e-formandos conseguem ter um acesso mais realístico dos conteúdos em estudo. Ambos os autores concorrem para uma visão integradora da educação a distância. Sintetizam as características preponderantes desta modalidade de ensino, focando os aspectos da comunicação e da interactividade como mais valia no processo de ensino-aprendizagem, em que o e-formador é um facilitador e guia da aprendizagem, e o eformando o autor da sua própria aprendizagem.
REFERÊNCIAS: GOMES, M. J.(2004), Educação a distância: Um estudo de caso sobre
formação contínua de professores via Internet, Braga: Universidade do Minho, 109-123. TEORIAS DO EFAD. Trainers. Pedagogia, Formação em Ambiente elearning.
Disponível
www.prof2000.pt/users/ajlopes/etrainers/módulo%201%20%20materiais%20de%20apoio%. Consultado em: 09/02/2009.
em:
SISTEMAS DE ENSINO A DISTÂNCIA ORIENTADOS PARA A INTERNET
Teorias do Ensino a Distância
Trabalho baseado no artigo de Morten Flate Paulsen: “The Hexagon of Cooperative Freedom – A Distance Education Theory Attuned to Computer Conferencing”
Partindo de um enquadramento teórico assente em três grandes grupos de Teorias de Educação a Distância, o autor centra-se na “Teoria da Liberdade Cooperativa”, para identificar e descrever as bases essenciais desta teoria que devem ser tomadas em conta na preparação de cursos baseados na Conferência por computador.
Depois de rever os principais elementos que para Keegan são definidores da Educação a Distância, e as principais implicações da Conferência por Computador (CMC) na Educação a Distância, segundo Mason e Kaye, seguindo uma classificação de Keegan, o autor apresenta os seguintes:
Teorias
da
Autonomia
e
Independência Grupos de Teorias de EAD
Teorias da Industrialização Teorias da Comunicação e Interacção
TEORIAS DA AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA Esta teoria, baseada no diálogo, estrutura e autonomia tem como um dos seus representantes Moore. A visão de diálogo, desta perspectiva - interacção entre instrutor e aluno – não se ajusta à comunicação de grupo permitida pela CMC. A estrutura, inerente ao design dos cursos, não está geralmente adaptada à CMC, pois tem surgido de uma adaptação de outros cursos a distância ou presenciais.A autonomia encarada como independência do aluno face à escolha de objectivos, métodos e actividades, avaliação, ritmo e progressão, coaduna-se mal com a CMC , especialmente vocacionada para a actividade em grupo.
TEORIAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO Esta perspectiva, que tem como um dos seus representantes Peters, compara a estrutura do Ensino a Distância com os princípios da industrialização, da racionalização, da divisão do trabalho, da produção em massa e da mecanização. Neste contexto, o Ensino a Distância pressupõe: -
A
igualdade
de
importância
entre
o
desenvolvimento e o trabalho preparatório dos cursos. -
A
influência
essencial
do
planeamento
e
organização na eficácia do ensino. -
A necessidade de formalização dos cursos e de
estandardização das expectativas dos alunos. -
Uma grande objectivação do processo de ensino.
-
A alteração das funções académicas dos professores.
-
A dependência da rentabilidade económica da
concentração de recursos e centralização administrativa.
Embora os sistema de Conferência por Computador estejam preparados para milhares de utilizadores, não se sabe como aplicá-lo à educação de massas.
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO E INTERACÇÃO Situa-se neste contexto a teoria da “Conversação Didáctica Guiada”, de Holmberg. O ensino a didistância baseia-se numa interacção constante entre o aluno e o tutor. Essa interacção simulada entre o aluno e os materiais de ensino pré-fabricados e real, falada ou escrita entre o aluno e o tutor. Esta forma de encarar a comunicação um a um, por telefone ou carta, também não parece ajustar-se ao uso da CMC. No entanto, como extensão desta teoria, com a produção de material educativo para a CMC poder-se-ia explorar o potencial da interacção de grupo assíncrona. Além disso a CMC pode ser um excelente meio para desenvolver uma “Conversa Didáctica Guiada” entre os alunos, os tutores e a organização de apoio. TEORIA DA LIBERDADE COOPERATIVA Considerada uma Teoria de Autonomia e Independência, esta teoria baseia-se nos pressupostos que os alunos adultos se dirigem a si próprios e que os alunos a distância, jovens ou adultos, são alunos motivados e com vontade de controlar as suas aprendizagens. O sistema de Conferência por Computador parece adaptar-se a qualquer dos tipos de motivação que se possa considerar: orientada para os objectivos, para a actividade ou para a aprendizagem. Esta teoria alia dois conceitos fundamentais:
•
Cooperação:
A educação é uma arte cooperativa, desde a simples assistência a uma conferência até à decisão em conjunta de todas as tarefas a realizar. A cooperação pode se dificultada na educação a distância, principalmente pelo isolamento do aluno e pela tónica colocada na liberdade individual. Para
obviar
a
este
problema
pode
recorre-se
a
novas
tecnologias: Conferência áudio, vídeo, por computador. e Liberdade: A necessidade de educação flexível, associada à formação contínua e à aprendizagem ao longo da vida, é cada vez mais reconhecida. Recorrendo à metáfora do hexágono, o autor diferencia seis facetas desta liberdade: tempo, espaço, ritmo, mídia, acesso, curriculum. •
Liberdade de Tempo
Um estudante pode escolher a hora de estudo, depois do trabalho, ao fim de semana, etc. Há que
distinguir entre os sistema síncronos e os assíncronos. Nas
mensagens, o tempo de resposta deveria ser mínimo. O sistema síncrono, é mais inflexível mas permite a comunicação em tempo real. No sistema CMC, pressupõe-se uma disponibilidade de informação permanente, sem necessidade de sincronização. •
Liberdade de Espaço
Um dos elementos definidores da Educação a distância é precisamente a distância entre professor e alunos. Mas para assistir a uma Vídeo conferência pode ser necessária a deslocação a um local específico. Outro dos obstáculos poderá ser o custo das chamadas. Um elevado grau de liberdade permite ao aluno estudar onde quiser, só ou inserido num grupo.
•
Liberdade de Ritmo
Esta liberdade pressupõe o acordo quanto a prazos: para começar um curso, para as inscrições, para os exames,...Este ritmo é mais ou menos flexível consoante a liberdade do aluno de escolher estes prazos. Esta liberdade parece ser uma das principais vantagens encontradas pelos alunos de ensino por correspondência. No ensino por CMC algumas estratégias de regulação poderão ser: -
Acertar o passo dentro de cada grupo de alunos.
-
Acesso condicionado por unidades de ensino.
-
Limitação
do
tempo
de
acesso
a
serviços:
conferências, dados,...
•
Liberdade Liberdade de Mídia
Cada geração de Ensino a Distância utiliza os meios da geração anterior. Assim nesta 3ª geração, do CMC pode recorrer-se aos materiais escritos e impressos da 1ª geração e à televisão, rádio, e cassetes vídeo e áudio, da 2ª geração. Deste modo fomentam-se mais estilos de aprendizagem e abrangem-se mais alunos. • Este
Liberdade de Acesso conceito
associa-se
aos
de
Aprendizagem
Aberta
e
Educação Aberta, querendo significar o derrubar das barreiras da classe social, qualificações de entrada, género, idade, etnia ou profissão, eliminando documentação de pré-requisitos rígidos, de forma a ser o aluno a avaliar as suas capacidades. ∨ •
Liberdade de Curriculum
Esta liberdade consubstanciar-se-ia num sistema de educação por créditos transferíveis para outras instituições e cursos.
O
autor
conclui
de
forma
optimista,
considerando
A
Conferência por Computador um excelente meio que contribuirá para aliar a massificação à flexibilidade individual, em programas de educação a distância cooperativos e verdadeiramente flexíveis
REFERÊNCIAS: RODRIGUES, Elisabete da Fonseca. Acção de Formação Af22. Sistemas de Ensino a Distância orientados para a Internet. Disponível em: http://www.prof2000.pt/users/edfr04/. Consultado em: 09/02/2009.