Triangulândia Por Cátia Alexandra da Silva Paço
Era
uma
vez,
um
planeta
muito
distante,
chamado
“Triangulândia”. Esse tal planeta (nesse caso triângular), até era parecido com o nosso, afinal todos os seres e objetos ou eram triângulos ou formados por triângulos. Enquanto os seres triamanos (ou seja, a sua versão de humanos) eram triângulos, os triamais (a sua versão de animais) eram formados por triângulos.
Exemplo de um Triamano
Exemplo de dois Triamais
As suas casas eram belos triângulos isósceles e escalenos, exceto a do presidente que, por ordem sua, tinha de ter a sua forma, a de um triângulo equilátero.
Triângulo equilátero
T
Também ordenou que a bandeira da Triangulândia fosse metade roxa e metade azul e que no centro tivesse um T. O símbolo do planeta fora também por ele decretado, sendo um triacão (cão triân-
gulo) e a raça por eleição era a dos equiláteros, que detinha todo o poder e a riqueza.
O presidente ordenou a todos os triamanos que pesquisassem sobre o planeta Terra e, desde então, os triamanos foram espertos, enviando uma série de trianélites (que são uma espécie de satélites) para o planeta Terra.
Passados cinco anos de tanta descoberta sobre o planeta Terra, o planeta da Triangulândia estava parecidĂssimo com o nosso.
E o presidente, cada vez mais ambicioso, mandou todos os triamanos invadirem o planeta Terra e apoderarem-se dele. Come莽aram por invadir todos os territ贸rios inabitados e pensaram continuar pelos continentes menores, passando para os maiores.
O presidente conhecido por “Super Equilátero” decidiu fazer um discurso aos seus guerreiros triângulos, apresentando o plano de invasão. Alguns eram descuidados e esqueciam–se dos apontamentos da missão contra os humanos. E foi aqui, o seu erro fatal: certos apontamentos caíram nas mãos de um presidente terrestre.
?
Foi nesse preciso momento que este reuniu esforços com os restantes presidentes para elaborarem um plano de defesa. A ideia era construir armadilhas para aprisionar cada raça (tipo) de triângulo.
Para os equiláteros a armadilha consistia numa caixa com o seu formato (três lados e três ângulos congruentes); para o isósceles seria uma armadilha dentada com a sua fisionomia (com dois lados e dois ângulos iguais e o outro lado e ângulo diferente).
Para finalizar, a armadilha destinada ao obtusângulo, era uma espécie de ratoeira: porque o obtusângulo era o mais guloso de todos e o mais gordo. Ele seria atraído por um isco interessante, como um transferidor de queijo e logo ficaria retido na armadilha (com um ângulo obtuso e os restantes dois ângulos agudos).
O plano estava montado. No entanto, uma armadilha foi avistada pelos triângulos e os receios começaram a crescer no meio das tropas triangulares. Um dos obtusângulos que, por ser aquele que tinha o ângulo (mentalidade) mais aberto, propôs resolver a questão através do diálogo com os humanos.
Todos concordaram e comunicaram aos humanos a sua intenção de amizade e partilha de conhecimentos entre planetas.
O acordo foi aceite por ambas as partes e, a partir daí, seguindo um conselho terrestre, o presidente “Super Equilátero” decidiu acabar com as guerras entre raças, retirando a regra que impunha a superioridade dos equiláteros sobre todos os outros e, em contrapartida, os humanos partilharam conhecimentos com os triângulos e aceitaram alguns dos triângulos como professores de Matemática e Geometria.
FIM