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ESPECIAL
UM GUIA COMPLETO PARA VOCÊ REGISTRAR E PROTEGER A SUA MARCA
IDEIAS PARA MONTAR O SEU NEGÓCIO EM 2017
44 PÁGINAS COM A MAIS RIGOROSA SELEÇÃO DE OPORTUNIDADES, TENDÊNCIAS, NICHOS DE CONSUMO E MODELOS DE NEGÓCIO PARA EMPREENDER NO BRASIL ESTATÍSTICAS E CENÁRIOS PARA LER E CONSULTAR O ANO INTEIRO
SUMÁRIO
JANEIRO / 2017 6 10 15
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CARTA DO EDITOR ONLINE GRANDES IDEIAS 15 SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO ANALISADO
16 NOTAS FISCAIS QUE “FALAM” 18 LIVROS EM FORMA DE APP 19 OS MELHORES DE 2016 20 ENTREVISTA: ANA MARIA DINIZ 22 NEGÓCIOS A FAVOR DA INCLUSÃO
23 O PESADO CUSTO DA LOGÍSTICA
28 MEU PLANO VENCE
COMPETIÇÃO DE STARTUPS
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PREPARE-SE
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ENTREVISTA EDUARDO GIANNETTI
Um dos mais prestigiados economistas do Brasil faz um panorama da situação políticoeconômica do país e aponta os caminhos para sair da crise 32
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40
CAPA 100 IDEIAS PARA MONTAR O SEU NEGÓCIO EM 2017
Os mercados mais promissores para abrir uma empresa em 2017, com investimentos a partir de R$ 4.500
42 45 48 50 52 54 57 58 60 62 64 66 68 70 72
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Alimentação Comércio eletrônico Comunicação e marketing Econegócio Economia colaborativa Economia criativa Educação Gestão e finanças Mobile Moda e beleza Negócios sociais Pet Saúde e bem-estar Turismo e diversão 50 tendências para ficar de olho
PELO MUNDO REFRIGERAÇÃO GLOBAL
A Full Gauge, fabricante de controladores para refrigeração com sede em Canoas (RS), exporta para mais de 60 países
ILUSTRAÇÃO: CARLO GIOVANI
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JANEIRO, 2017
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COMO FAZER 88 GESTÃO 94 COMO EU FIZ
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FAÇA O QUE VOCÊ GOSTA
PARTNER
apresenta
VIDA NO INTERIOR A Peugeot Partner tornou-se parte da história de sucesso do casal Rosana e Sergio Martins quando eles decidiram abrir uma pousada nos arredores da cidade de São Paulo
O
casal Rosana e Sergio Martins tem faro para bons negócios. Ex-proprietários de uma loja de material para serralheria, em São Paulo, eles estavam em busca de novas oportunidades quando perceberam que perto da chácara da família, em Mairiporã, município localizado a 44 km de São Paulo, havia uma procura especial por hospedagens para o público de turismo religioso. Foi assim que surgiu a ideia de abrir a pousada de 5 mil metros quadrados que hoje, quatro anos depois, anda de vento em popa. A Peugeot Partner do casal também faz parte dessa história de empreendedorismo. “Compramos o utilitário quando inauguramos o local”, diz a proprietária, feliz com a empreitada. “Temos 32 apartamentos com boa taxa de ocupação durante o ano todo”, orgulha-se Rosana. O local também tem piscina para adulto e infantil, salão de jogos, salas de eventos, quadras e estacionamento. “Também atendemos confraternizações de empresas e de famílias”, diz.
PONTOS ALTOS Questionada sobre os itens que mais gosta no veículo, Rosana responde rapidamente: “Como utilizamos o carro para compras em geral, aprecio a porta lateral, que facilita a descarga caso tenha algum obstáculo que impeça a abertura da porta traseira. Esta última, aliás, também é ótima, pois tem abertura de 90 a 180 graus”. Já Sergio elenca outros atrativos do carro, a saber: os assentos ergonômicos e a regulagem do volante – que considera bastante leve. Ele ressalta que o compartimento de carga, com 3 metros quadrados de espaço útil, é bastante generoso. O empresário também destaca o motor 1.6, que leva o máximo de peso sem perder a performance. “A Peugeot Partner é potente, econômica. De quebra, roda bem na cidade e na estrada”, afirma ele, que se considera satisfeito com o carro, o novo negócio e a qualidade de vida conquistada. “Empenho e dedicação são a chave do sucesso”, conclui Rosana. PRODUZIDO POR
AO LEITOR
O BRASIL QUE DÁ CERTO Participar como jurada de competições de negócios em todo o Brasil e também no exterior tem acompanhado minha trajetória em Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Por vezes, basta sentar à frente dos candidatos a empreendedores e escutar um pitch — palavrinha que descreve o minidiscurso autoexplicativo de uma ideia, derivada do termo “elevator pitch”, ou seja, tão rápido quanto uma viagem de elevador — para depois fazer perguntas e dar feedback. Há cerca de dez anos, esse tipo de evento ainda era raro. Aos poucos, foram se multiplicando e hoje acontecem às dúzias em todo o país. A internet, os smartphones e a evolução do ecossistema empreendedor de modo geral encorajaram as pessoas a expor e concretizar seus planos de empreender. Nunca antes foram criadas tantas startups, tantas novas empresas. Quem duvida que tente achar um novo domínio, uma URL que ainda não esteja na posse de alguém... Se por um lado a fartura é saudável, há o risco de você, leitor, se perder nas infinitas camadas de informação e referências da rede. O segundo risco real é o da dispersão, tão natural no celular ou no desktop. Preparada com curadoria, rigor e foco, a edição que você tem em mãos é um contraponto a esses tempos fluidos e, portanto, porto seguro para quem pretende empreender em 2017. As ideias que foram criteriosamente selecionadas pelo jornalista Thomaz Gomes passaram por uma peneira 6
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que incluiu dezenas de entrevis- também com as lentes do econotas e meses inteiros de apuração mista Eduardo Giannetti da Fone de observação de tendências. A seca, um dos intelectuais mais lúreportagem oferece um material cidos de nosso tempo. Na bela organizado, de consulta fácil, com entrevista das nossas páginas latextos que são o extrato do que é ranjas, conduzida por Robson Vipreciso saber para montar uma turino, ele nos diz que a adversiempresa com possibilidade de dade pode até funcionar como crescer e prosperar. Na primeira catalisador de uma energia criaparte, você vai encontrar 50 negó- dora: “O fundamental é não concios que nasceram e vêm dando fundir o circunstancial da concerto mesmo em meio à crise. Ler juntura como permanente da os casos de sucesso dos empre- cultura. O Brasil vai sair dessa”. endedores é renovar a esperança Vai, sim, Giannetti. E, com a no Brasil que dá certo, que trans- energia criativa dos empreendeforma desafio em oportunidade. dores brasileiros, mais rápido do Para oferecer mais segurança a que imaginamos. Feliz 2017. você nessa jornada, Thomaz também mapeou as tendências que vão nortear o comportamento e o consumo dos brasileiros. Não à toa, esta reportagem marca o início do nosso calendário empreendedor e é uma das mais aguardaSandra Boccia das por nossa audiência. Para Diretora de Redação enxergar melhor o futuro em temSandra Boccia pos de tanta neblina, contamos JANEIRO, 2017
O editor executivo Robson Viturino entrevista o economista Eduardo Giannetti
FOTO: OMAR PAIXÃO / EDITORA GLOBO
EXPEDIENTE
NOSSOS VALORES Fundada há 28 anos, a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios tem por missão ajudar pessoas inovadoras a transformar ideias em grandes realizações. As reportagens da revista apresentam oportunidades de negócios para micro, pequenas e médias empresas e têm o compromisso de informar o que há de mais moderno em conceitos de gestão, marketing, estratégia, finanças e tecnologia. Acreditamos que é possível fazer aquilo que você gosta. E lucrar com isso Acreditamos que é possível ter lucro criando um ambiente de trabalho saudável, inspirador e causando um impacto positivo na sociedade Acreditamos na inovação e na força criativa que vem das novas empresas Acreditamos no empreendedorismo como pilar essencial para uma economia equilibrada e para uma melhor distribuição de riquezas Acreditamos que o empreendedorismo pode e deve ser promovido e ensinado nas escolas de todo o país, para despertar talentos e habilitar os cidadãos a administrar seus negócios Acreditamos no empreendedorismo como chave para a realização de sonhos Acreditamos que o empreendedorismo está alinhado com a visão de mundo (trabalho com diversão e senso de propósito) das novas gerações Acreditamos que compartilhar conhecimento produz experiências mais ricas Acreditamos que a informação precisa, clara e de qualidade seja um instrumento capaz de transformar e aperfeiçoar empreendedores, empresas e relações de trabalho Acreditamos que todas as empresas, independentemente do tamanho, devem adotar práticas ambientalmente corretas e gerar lucro de modo sustentável
DESEJA FALAR COM A EDITORA GLOBO? TELEVENDAS: 4003-9393 VENDAS COORPORATIVAS: 3767- 7226 PARA ANUNCIAR: SP Tel. 11 3767 7700/ 3767 7489 RJ 21 3380 5923 email: publipegn@edglobo.com.br NA INTERNET: www.editoraglobo.com.br/atendimento São Paulo Tel. 11 3362 2000 Demais localidades: 1003 8393 ASSINATURAS: 11 4003-9393 www.sacglobo.com.br EDIÇÕES ANTERIORES: O pedido será atendido através do jornaleiro ao preço da edição atual, desde que haja disponibilidade de estoque, faça seu pedido na banca mais próxima. LICENCIAMENTO DE CONTEÚDO: 11 3767 7005 email: venda_conteudo@edglobo.com.br
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ESTÚDIO DE CRIAÇÃO DIRETORA DE ARTE: Cristiane Monteiro; DESIGNERS: Alexandre Ribeiro Zanardo, Clayton Rodrigues, Danilo Dos Santos Bandeira, Felipe Hideki Yatabe, Marcelo Massao Serikaku; ESTAGIÁRIA: Cristina Ayumi Kashima INOVAÇÃO DIGITAL DIRETOR DE INOVAÇÃO DIGITAL: Alexandre Maron; GERENTE DE ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO DIGITAL: Silvia Balieiro TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DIRETOR DE TECNOLOGIA: Rodrigo Gosling; DESENVOLVEDORES: Everton Ribeiro, Fabio Alessandro Marciano, Jeferson Mendonça, Leandro Paixão, Marcelo Amendola, Marcio Costa, Murilo Amendola e William Antunes; OPEC ONLINE: Rodrigo Santana Oliveira, Danilo Panzarini, Higor Daniel Chabes, Rodrigo Pecoschi, Thiago Previero MERCADO ANUNCIANTE GERENTE DE EVENTOS: Daniela Valente; COORDENADOR OPEC OFF LINE: José Soares
SEGMENTOS — FINANCEIRO, IMOBILIÁRIO, TI, COMÉRCIO E VAREJO DIRETOR DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Emiliano Morad Hansenn; GERENTE DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Ciro Horta Hashimoto; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Selma Maria de Pina, Cristiane de Barros Paggi Succi, Christian Lopes Hamburg, Milton Luiz Abrantes e Taly Czeresnia Wakrat; SEGMENTOS — MODA, BELEZA E HIGIENE PESSOAL DIRETOR DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Cesar Bergamo; E XECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Adriana Pinesi Martins, Eliana Lima Fagundes, Juliana Vieira, Selma Teixeira da Costa, Soraya Mazerino Sobral e Ana Paula Boulos SEGMENTOS — CASA, CONSTRUÇÃO, ALIMENTOS E BEBIDAS, HIGIENE DOMÉSTICA E SAÚDE DIRETORA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Luciana Menezes; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Giovanna Sellan Perez, Paula Santos, Rodrigo Girodo Andrade, Valeria Glanzmann e Fatima Ottaviani SEGMENTOS — MOBILIDADE, SERVIÇOS PÚBLICOS E SOCIAIS, AGRO E INDÚSTRIA DIRETOR DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Renato Augusto Cassis Siniscalco; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Andressa Aguiar, Diego Fabiano, Cristiane Soares Nogueira, João Carlos Meyer e Priscila Ferreira da Silva SEGMENTOS — EDUCAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTE, TURISMO, MÍDIA, TELECOM E OUTROS DIRETORA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Sandra Regina de Melo Pepe; EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Ana Silvia Costa, Guilherme Iegawa Sugio, Lilian de Marche Noffs e Dominique Petroni de Freitas EGCN CONSULTORA DE MARCAS EGCN: Olivia Cipolla Bolonha ESCRITÓRIOS REGIONAIS GERENTE MULTIPLATAFORMA: Larissa Ortiz; EXECUTIVA DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA: Babila Garcia Chagas Arantes UNIDADE DE NEGÓCIOS — RIO DE JANEIRO GERENTE DE NEGÓCIOS MULTIPLATAFORMA RJ: Rogerio Pereira Ponce de Leon; EXECUTIVOS MULTIPLATAFORMA: Daniela Nunes, Lopes Chahim, Juliane Ribeiro Silva, Maria Cristina Machado e Pedro Paulo Rios Vieira dos Santos
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O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de confiança razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa - Ano 2011, da Editora Globo S.A., é preciso, confiável e livre de erro ou distorção e é uma representação equitativa dos dados e informações de GEE sobre o período de referência, para o escopo definido; foi elaborado em conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol.
ESTÚDIO GLOBO CRIAÇÃO: Vera Ligia Rangel Cavalieri; ARTE: Rodolpho Vasconcellos
P equenas e mPresas & G randes n eGócios é uma publicação mensal da EDITORA GLOBO S.A. – Av. 9 de Julho, 5229, Jardim Paulista, São Paulo (SP), CEP 01407-907 – Tel. 11 3767-7000. Distribuidor para todo o Brasil: Dinap - Distribuidora Nacional de Publicações; Impressão: Plural Indústria Gráfica Ltda. – Avenida Marcos Penteado de Ulhoa Rodrigues, 700 – Tamboré – Santana de Parnaíba, São Paulo, SP – CEP 06543-001
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Trending topics Notícias, novidades e pessoas que dão o que falar
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VO EXCLUSI
A rede de mercados Hirota testa em São Paulo três lojas de conveniência no estilo japonês, conhecido como Konbini, que oferece comida e produtos para o dia a dia. Se o modelo der certo, mais 50 unidades serão abertas em cinco anos. glo.bo/2i4W4eF
ESPECIAL | STARTUPS
MERCADÃO NA WEB
EM DIA COM A LEI A empreiteira Odebrecht é o epicentro da crise política pela qual o Brasil passa. A empresa é acusada pela Justiça de pagar propinas para políticos e fazer doações ilegais para campanhas e partidos. Por praticar atividades ilícitas associadas ao poder público, alguns sócios e executivos da empresa foram processados pela Justiça e presos – o herdeiro da construtora, Marcelo Odebrecht, é um deles. Empreendedores que praticam atos ilícitos relacionados à administração pública podem ser punidos, de acordo com a Lei nº 12.846. Conhecida como Lei Anticorrupção, ela foi criada para regulamentar a responsabilidade civil e administrativa das pessoas jurídicas, como donos de empresas e executivos, quando há o pagamento de propina para obter vantagem numa licitação, por exemplo. Mas a Lei Anticorrupção também prevê julgamento em outras situações. O site de Pequenas Empresas & Grandes Negócios elaborou um guia mostrando quais crimes podem colocar os empreendedores nas garras da Justiça. E elaborou um passo a passo para deixar sua empresa livre de riscos.
O e-commerce de eletrônicos KaBum!, do empreendedor Leandro Ramos, diversificou sua atuação. A empresa, especializada em eletrônicos, lançou o To Go e passou a vender produtos de supermercados em São Paulo. glo.bo/2hgJER1
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NOVOS REMÉDIOS
Banco de ideias No site, você encontra 300 sugestões Quentinha gelada Os administradores Gustavo Brunello, 29 anos, e Daniel Luco, 25, deixaram trajetórias de sucesso em multinacionais para abrir a Lucco Fit. A empresa faz 36 tipos de refeições saudáveis ultracongeladas e entrega na casa do cliente.
A startup brasileira Entourage Phytolab importou plantas do gênero Cannabis com o objetivo de desenvolver remédios para diversas doenças. As drogas serão testadas já em 2017 em animais e humanos.
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O QUE ACONTECE NA PEGN DIGITAL COMUNIDADE PEGN | O QUE BOMBA NA MAIOR E MAIS IMPORTANTE COMUNIDADE DE EMPREENDEDORES DO PAÍS
Startups Tudo o que você precisa saber sobre empresas inovadoras e com potencial de crescimento
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O Simples é um sucesso. É bom “ para o empreendedor e para o país: o regime tributário mostrou que, quando todo mundo paga menos imposto, o governo arrecada mais”
– Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae Nacional, durante o evento
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pinterest.com/revistapegn
“10 anos do Simples Nacional”, em meados de dezembro no Rio de Janeiro
Joias impressas A designer americana Diana Law usa uma impressora 3D e um software especial para criar joias modernas e cheias de estilo. As peças, feitas com materiais reciclados, têm preços entre US$ 147 e US$ 582. glo.bo/2h4z0g3
“Se você prestar atenção no que
seus amigos e familiares dizem sobre a sua ideia de negócio, vai acabar desistindo. Porque o que eles vão falar é: ‘Você é um louco!’” – Wilson Poit, empreendedor e o atual secretário de
Desestatização e Parcerias do município de São Paulo, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Empreendedor de Sucesso, em dezembro, em São Paulo
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OUTROS CANAIS | NOS TABLETS E CELULARES
ERRATA
Vídeos para investidores
Na edição 335 de PEGN (dezembro), ocorreu um erro na seção Ao Leitor. O texto publicado foi o mesmo da edição anterior, de novembro. O texto correto da seção Ao Leitor de dezembro pode ser encontrado no link goo.gl/HiklyU.
No tablet, você confere todos os vídeos produzidos pelas empresas finalistas do Encontre um Anjo. É mais uma oportunidade para conhecer as sete startups que se apresentaram diante de uma banca de investidores em dezembro, no auditório do Insper, em São Paulo: COIOT Internet das Coisas, Elletro II, Mapix, Taturana Mobilização Social, Meu Plano, Top Rider e Vitat.
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TENDÊNCIAS, EMPRESAS E PESSOAS QUE INSPIRAM Edição: Bruno Vieira Feijó
NOVOS NEGÓCIOS
TECNOLOGIA
SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO ANALISADO FX Retail Analytics fatura com tecnologia que coleta dados do fluxo de clientes em lojas físicas
Igor dos Santos
FOTO: ANNA CAROLINA NEGRI/Editora Globo
Com a popularização da tecnologia, ficou mais fácil para lojas online monitorar o que potenciais clientes fazem dentro do seu site (onde clicam mais, por exemplo, e qual o tempo médio de navegação em cada seção). Os empreendedores Walter Sabini Júnior, 44 anos, e Vicente Rezende, 42, usaram suas experiências em empresas de internet para levar essas métricas ao varejo off-line. Eles são donos da FX Retail Analytics, uma espécie de Google Analytics para lojas físicas. Com um investimento de R$ 5 milhões, a empresa criada em 2015 desenvolveu um aparelho com câmera, Wi-Fi e Bluetooth capaz de coletar informações de fluxo e hábito dos clientes de lojas de rua ou de centros comerciais. “Identificamos quantas pessoas passam em frente as vitrines e quantas entram no estabelecimento”, afirma Sabini. O sistema gera relatórios com horários de pico, taxas de conversão de vendas e frequência de visitas. Em torno de 60 shoppings e mil lojas de redes como Marisa, Hering e Fototica pagam uma mensalidade de R$ 149 pelo aparelho. O faturamento em 2016 foi de R$ 1,7 milhão. “A meta é chegar a 5 mil pontos de venda neste ano”, diz Sabini. JANEIRO, 2017
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bilhões
é o número de notas eletrônicas emitidas nos últimos dez anos. Se todas fossem impressas, elas gerariam uma pilha de 1.100 quilômetros de altura e gastariam 5 milhões de litros de tinta FONTE: Ministério da fazenda
NOVOS NEGÓCIOS
CONTABILIDADE
NOTAS FISCAIS QUE “FALAM” Startup cria sistema que extrai relatórios e gráficos a partir de documentos fiscais eletrônicos
Bruno Vieira Feijó
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As empresas brasileiras geram cerca de 4 milhões de notas fiscais eletrônicas por dia. Quanto maior é o negócio, mais complicado fica administrar tantos arquivos (a lei obriga que eles sejam guardados por pelo menos cinco anos). Isso sem contar as notas recebidas de fornecedores. A Arquivei, de São Carlos, interior de São Paulo, encontrou nessa burocracia um mercado promissor. Seu sistema capta automaticamente todas as notas emitidas para um CNPJ na Receita Federal e em mais de 160 prefeituras, eliminando a troca manual de e-mails entre empresas. “Além de arquivar as notas na nuvem, nosso algoritmo faz um ‘escaneamento’ dos arquivos e gera relatórios e gráficos JANEIRO, 2017
com dados como valor mensal gasto com fretes e curva ABC de estoque”, diz Christian de Cico, 30 anos (na foto, de paletó), que fundou o negócio em 2015 com mais quatro sócios (Vitor de Araújo, Isis Abbud, Bruno Oliveira e Filipe Grillo). Os planos custam a partir de R$ 20 por mês (o preço varia de acordo com o número de CNPJs e de notas). A Arquivei já conquistou centenas de empresas de diversos portes, entre os quais McDonald’s, Riachuelo e Grupo Fleury. Em 2016, o negócio faturou R$ 5 milhões. A estratégia agora é crescer com o desenvolvimento de aplicativos extras, que serão cobrados à parte. Um deles ajuda farmácias a controlar a data de validade dos produtos adquiridos. FOTO: GLAUBER OLIVEIRA/Divulgação
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AINDA UM NICHO
3,5 milhões
de e-books foram vendidos no Brasil em 2015, gerando aproximadamente R$ 30 milhões em receitas. Os livros eletrônicos ainda representam apenas 4% do mercado FONTES: FIPE E E-BOOK GLOBAL REPORT
NOVOS NEGÓCIOS
LITERATURA
LIVROS EM FORMA DE APP A StoryMax conquista leitores, empresas e até o Google com seus livros interativos para crianças
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Como tornar os livros infantis mais atraentes na era dos joguinhos online? Foi com essa premissa que o casal Samira Almeida, 34 anos, e Fernando Tanci, 36, criou em 2012 a paulista StoryMax, desenvolvedora de app books (livros digitais para celular e tablet). As primeiras obras publicadas foram adaptações de autores consagrados e incluem animações e sons. O negócio já recebeu dois prêmios relevantes. O primeiro foi o ComKids Prix Jeunesse, em 2013, dedicado a produção audiovisual na América Latina, para a obra Frank for Kids (atualmente com mais de 11 mil downloads pagos). O segundo foi o Jabuti 2015 na categoria Infantil Digital para o livro Via Láctea, de JANEIRO, 2017
Olavo Bilac. “Os prêmios nos aproximou de muita gente da indústria”, diz Samira. O modelo de negócios se baseia na venda de livros via Google Play e App Store e, mais recentemente, na cocriação de livros com empresas. A última obra, FrrittFlacc, de Júlio Verne, é uma parceria com a multinacional Novozymes e o Sesi-PR. Em dois meses, ela já foi baixada mais de 6 mil vezes. Cerca de 60% do faturamento vem dessas parcerias (a empresa não revela o valor). Atualmente, a StoryMax está hospedada no Google Campus São Paulo. Para ganhar escala, em breve os app books devem ganhar traduções para outros idiomas. “Queremos chegar a 1 milhão de leitores até 2020”, diz Samira. FOTO: ANNA CAROLINA NEGRI/Editora Globo
5 mil
é o número estimado de hospitais onde os equipamentos médicos da catarinense Hi Technologies devem ser instalados nos próximos cinco anos
NOVOS PREMIAÇÃO NEGÓCIOS
NOITE DE FESTA Os vencedores recebem seus troféus em evento no Unibes Cultural
OS MELHORES DE 2016
OS ELEITOS
A Hi Technologies foi a grande vencedora do prêmio Empreendedor de Sucesso, de PEGN. A festa homenageou mais seis negócios que se destacaram no ano passado Bruno Vieira Feijó
Pequenas Empresas & Grandes Negócios consagrou os empreendedores de destaque em 2016 na décima edição do prêmio Empreendedor de Sucesso. Os troféus foram entregues numa cerimônia realizada no dia 7 de dezembro, no Unibes Cultural, em São Paulo. A grande vencedora foi a Hi Technologies, criadora de um aparelho médico do tamanho de um celular que monitora sinais vitais do paciente. O dispositivo funciona com a instalação de aplicativos que permitem mudar sua função. Um dos apps, por exemplo, permite identificar problemas cardiopatas em recémnascidos. “Queremos ajudar na humanização da medicina criando equipamentos amigáveis”, diz Marcus Figueredo, cofundador. FOTOS: RAFAEL JOTA / Editora Globo
Sete negócios foram escolhidos em quatro categorias, além do prêmio principal
DESTAQUE DO ANO NEGÓCIO DE ALTO IMPACTO — INDÚSTRIA: HI TECHNOLOGIES
NEGÓCIO DE ALTO IMPACTO — SERVIÇO: LABSOFT MENÇÃO HONROSA: BR MED
STARTUP EDOOLS MENÇÃO HONROSA: 33E34
NEGÓCIO DE IMPACTO SOCIAL WISEWASTE MENÇÃO HONROSA: PLAYMOVE
SONHO GRANDE
Marcus Figueredo e Sérgio Rogal, sócios da Hi Technologies: vontade de revolucionar o mercado de equipamentos médicos
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NEGÓCIOS BILIONÁRIOS
R$
10 bilhões
é o valor administrado pela Península Participações, que concentra o patrimônio da família Diniz. Os maiores investimentos estão nas empresas Carrefour, BRF e Anima Educacional
ENTREVISTA
“É O NEGÓCIO ONDE MAIS ME DIVIRTO ” Filha primogênita de Abílio Diniz, a administradora Ana Maria Diniz conta como encontrou satisfação no mundo dos negócios ao criar uma escola de dança que faturou em torno de R$ 5,5 milhões em 2016 Michele Loureiro
Aos 4 anos de idade, a empresária Ana Maria Diniz foi apresentada ao balé clássico. A paixão pela dança atravessou a adolescência e, aos 16 anos, ela já ministrava aulas em São Paulo. Por seis anos, essa foi sua principal ocupação. Porém, a neta do imigrante português Valentim Diniz e filha primogênita de Abílio Diniz [empreendedor que impulsionou a expansão do varejista Pão de Açúcar], logo foi chamada para trabalhar nos negócios da família. “Recusei convites para dançar profissionalmente em Nova York. Meu foco passou a ser provar que era muito mais do que apenas a filha do ‘dono’”, afirma Ana Maria. Sua carreira no Pão de Açúcar perdurou por quase duas décadas em áreas como RH e marketing, até chegar à vice-presidência, em 2001. Em 2010, a família criou o Instituto Península, braço de investimentos sociais dos Diniz, comandado por Ana. Dois anos depois, a família se afastou dos cargos executivos no Pão de Açúcar e ficou restrita ao conselho de administração. Atualmente, Ana também é sócia da Sykué Bioenergya, empresa de geração de energia sustentável, e é membro do conselho de administração do Anima, grupo educacional dono de faculdades como São Judas Tadeu e Unibh. Apesar da agenda atribulada, em 2010 a empresária decidiu reviver uma antiga paixão: a dança. Nascia assim mais um negócio tocado por ela, o Estúdio Anacã, que faturou cerca de R$ 5,5 milhões em 2016. A seguir, a empreendedora conta sua trajetória. Quando a dança virou um negócio? O sonho de ser bailarina profissional foi adiado quando comecei a ajudar a família no Pão de Açúcar. Foram anos de aprendizado, mas confesso que sentia vontade de voltar ao universo da dança. Depois 20
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de um encontro com uma antiga professora de jazz, Helô Gouvêa, percebi que poderia fazer desse hobby um novo negócio. Na mesma época, havia visitado uma academia de dança em Londres, na Inglaterra, onde as pessoas faziam aulas engravatadas e com roupas sociais depois do trabalho. Aquilo me chamou a atenção. Notei que não existia um formato que juntava várias modalidades com horários flexíveis em São Paulo. Então, comecei a pensar em um empreendimento para incentivar as pessoas a terem uma vida mais saudável através dos movimentos da dança, um espaço onde o corpo fosse tratado com carinho. Usei a experiência das minhas sócias Helô e Cláudia Pirani para tirar a ideia do papel. O que era um sonho distante virou um negócio promissor. Você consegue acompanhar de perto a gestão do estúdio? Tenho uma rotina muito atribulada. Passo o dia falando sobre educação, investimentos e energia. Mas sempre há tempo para aquilo que me inspira. O Estúdio Anacã é o negócio onde eu mais me divirto pois, além de lidar com números, relaxo, faço aulas de dança e me sinto feliz por ter conseguido levantar a empresa do zero. Nem tudo foi fácil, porém. Em 2012, por exemplo, tivemos que fazer uma troca na diretoria, quando o professor Leandro Sampaulo assumiu o lugar de Cláudia Pirani, que optou por sair da gestão. Naquele momento, precisávamos atrair mais alunos para dar escala à operação. Foi quando criamos o modelo free pass de dança. Crianças e adultos pagam uma mensalidade fixa (os valores variam entre R$ 499 e R$ 800) e podem frequentar quantas modalidades quiserem, desde balé clássico e jazz até walk dance, sapateado, funk, zumba e flamenco. São 30 tipos de dança. Es-
JANEIRO, 2017
“ Além de lidar com números, o Anacã é um lugar onde relaxo, faço aulas e me sinto realizada por levantar um negócio do zero”
STARTUPS NO ALVO
Nos últimos anos, Abilío Diniz vem investindo em pequenas e médias empresas. Em 2016, a Península se tornou sócia da Wine.com.br, loja online de vinhos. No ano anterior, adquiriu participações na rede paulistana de padarias Benjamin Abrahão
se modelo de negócios se mostrou certeiro. Encerramos 2016 com três unidades próprias em São Paulo (nos bairros de Pinheiros, Morumbi e Jardins), que somam cerca de 1,2 mil alunos e 100 professores. Quais são as maiores dificuldades para profissionalizar uma escola de dança? Há duas questões importantes numa escola. A mais sensível são as taxas de evasão, ou seja, a desistência do aluno em frequentar as aulas depois de alguns meses. Em resposta ao problema, criamos o modelo flexível com 30 modalidades de livre acesso. Outra questão é atrair e reter os melhores profissionais. Normalmente, professores de dança não têm plano de carreira. Então, criamos um projeto de treinamento que capacita novos artistas, além de formar líderes. Os professores nos ajudam na gestão e têm oportunidades para atuar em cargos estratégicos. A própria promoção do Leandro para a direção-geral é um exemplo nesse sentido. HOBBY COMO NEGÓCIO Ana Maria Diniz: “Os professores têm plano de carreira e são treinados para virar gestores.”
FOTO: ANNA CAROLINA NEGRI / Editora Globo
Por que você optou por franquias para expandir o estúdio? A ideia é ampliar o alcance da escola. São Paulo é muito grande e com mobilidade deficiente. É um problema que se repete em todas as grandes cidades do Brasil. As pessoas procuram atividades no bairro onde moram e trabalham. Começamos o projeto em 2015, mas, por causa da crise, tivemos que desacelerar. Ainda assim, a meta é alcançar 30 unidades franqueadas até 2020. Mas tudo será feito de forma meticulosa. Já tivemos cerca de dez interessados, mas só uma franquia foi aprovada e sairá do papel em 2017, no bairro do Tatuapé, em São Paulo. A franqueada começou como aluna do nosso estúdio. O investimento inicial para comprar uma unidade é de R$ 1 milhão e área mínima é de 500 m². A ideia é que o estúdio concorra diretamente com as melhores academias da cidade. Queremos tornar a dança uma alternativa à musculação e a outros treinos tradicionais. A dança é generosa: trabalha o físico e o lúdico ao mesmo tempo. JANEIRO, 2017
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TABLET TÁTIL
A startup austríaca Blitab apresentou recentemente o primeiro tablet em braile. O dispositivo usa uma tecnologia que cria relevo tátil para mostrar gráficos e mapas para deficientes visuais. As vendas devem começar em 2017.
INOVAÇÃO
NEGÓCIOS A FAVOR DA INCLUSÃO Empreendedores utilizam tecnologias como tela sensível ao toque e algoritmos inteligentes para criar soluções que facilitam o dia a dia dos portadores de deficiência Gabriel Ferreira
Uma nova leva de startups está lançando mão de tecnologias como algoritmos inteligentes, telas touchscreen, reconhecimento de voz e gadgets vestíveis para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência. A suíça Eyra, por exemplo, desenvolveu recentemente um fone de ouvido com câmera acoplada que ajuda deficientes visuais a compreender o que está escrito na embalagens de produtos. Outro caso é o da israelense Sesame Phone, que inventou um smartphone que pode ser usado sem as mãos, indicado para pessoas sem movimentos ou com braços e dedos amputados. Além do caráter nobre desse tipo de iniciativa, há um nicho de mercado a ser explorado por empreendedores. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), uma em cada sete pessoas no mundo possui algum tipo de deficiência. No Brasil, o IBGE calcula que 6,2% da população tem deficiência física ou intelectual. 22
APLICATIVOS DO BEM Conheça três empresas brasileiras que crescem ao atender às necessidades de deficientes
HAND TALK
LIVOX
LIVRIT
O alagoano Ronaldo Tenório, de 31 anos, foi escolhido em 2016 pelo MIT como um dos 35 jovens mais inovadores do mundo. Ele é o fundador da Hand Talk, startup que desenvolveu um aplicativo que faz a tradução em tempo real de conteúdos do português para Libras (língua de sinais). O sistema funciona com um intérprete virtual, o Hugo, que reage a comandos de voz, texto e imagem. Desde que foi lançado, em 2012, o Hand Talk já foi baixado mais de 1 milhão de vezes. A empresa ganha dinheiro vendendo para 4 mil sites uma tecnologia que traduz o conteúdo para Libras. “O faturamento da Hand Talk dobrou entre 2015 e 2016”, diz Tenório. O valor não é revelado.
Em 2016, a pernambucana Livox foi uma das selecionadas pelo Desafio de Impacto do Google.org (braço de filantropia do Google) para receber US$ 550 mil. O prêmio se juntou a outros já recebidos pela Livox, como a indicação pela ONU de melhor aplicativo de inclusão social do mundo em 2015. O app substitui os cartões com figuras que eram dispostas à frente das pessoas com deficiência para que elas apontassem o que queriam falar. Um algoritmo se adapta aos hábitos de digitação e ao vocabulário mais usado pelo usuário, que deve selecionar no tablet as palavras a serem ditas pelo app. O analista de sistemas Carlos Edmar Pereira, 38 anos, criou o Livox em 2013, para se comunicar com a filha, que tem paralisia cerebral. O software é vendido para governos, empresas, escolas e fundações. Ele já foi usado por mais de 20 mil pessoas.
Durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os atletas e turistas com mobilidade reduzida puderam evitar obstáculos como calçadas mal acabadas e ausência de guias rebaixadas na região do Porto Maravilha. Isso porque o aplicativo Livrit — um mapa que reúne informações sobre a acessibilidade dos trajetos — foi escolhido pela Cisco, uma das patrocinadoras dos jogos, para demonstrar sua tecnologia durante a competição. “Já existia uma porção de aplicativos com mapas, mas nenhum mostrava se o caminho é acessível”, diz Francisco Viniegra, 36 anos, criador do Livrit. Alimentado pelos próprios usuários, o Livrit reúne informações que nem o poder público dispõe. “Compartilhar esses dados com as prefeituras é um dos caminhos para monetizar o negócio”, diz Viniegra. Em 2017, o plano é levar o app para mais cidades brasileiras.
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JANEIRO, 2017
ILUSTRAÇÃO: BÁRBARA MALAGOLI
55ª é a posição do Brasil num ranking que avalia a logística de
160 países. O item em que o país obteve a melhor avaliação foi “monitoramento de cargas”. Já o pior foi “entregas internacionais”. Alemanha, Luxemburgo e Suécia ocupam os primeiros lugares. FONTE: BANCO MUNDIAL — Logistics Index 2016
LOGÍSTICA
O PESADO CUSTO DO TRANSPORTE O provável fim do e-Sedex torna ainda mais difícil para as lojas online equilibrar as contas do frete no Brasil Igor dos Santos
O serviço de entregas dos Correios destinado a lojas online, o e-Sedex, pode ser descontinuado a qualquer momento (a empresa havia estabelecido o último dia de 2016, mas a associação de agências franqueadas dos Correios ainda tentava reverter a decisão na Justiça). Os especialistas estimam que a medida deve encarecer o frete em 20% no país em 2017. O e-Sedex havia sido criado para concorrer com as transportadoras — custava um pouco mais caro que o PAC (serviço econômico dos Correios), mas com os mesmos prazos do Sedex. O frete é um ponto sensível para o setor. Uma estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico aponta que a logística representa 60% dos custos operacionais de um e-commerce. Por outro lado, o valor do frete é a principal razão (58%) apontada por consumidores para abandonar o carrinho. “Os empreendedores terão que reajustar para cima os valores de compras que permitem o frete grátis, embutir parte dos custos nos preços de venda e pensar em novas alternativas de frete”, diz Douglas Oliveira, diretor da loja de móveis online Mobly. Uma saída é dar mais opções ao cliente entre um frete mais barato, mas com maior prazo de entrega, ou um transporte mais caro e rápido. “Uma estratégia para fechar as contas pode ser ofertar o frete grátis apenas para a região onde a loja está”, diz Priscila Laczynski Miguel, coordenadora do Centro de Logística da Fundação Getulio Vargas.
ALTERNATIVAS AO E-SEDEX
Para muitas pequenas e médias empresas, chegou a hora de repensar a logística. Veja as vantagens e desvantagens dos serviços mais usados
CONTRATO COM TRANSPORTADORAS
APLICATIVOS DE MOTOBOYS
TERCEIRIZAÇÃO DA GESTÃO
ADMINISTRAÇÃO INTERNA
Esse tipo de serviço é recomendado para lojas que despacham a partir de 60 encomendas por dia (volume necessário para negociar valores e prazos próximos aos do Sedex) ou que trabalham com itens pesados (os Correios só aceitam cargas de até 30 kg). Atualmente, há transportadoras que abrangem todo o território nacional. Se o custo médio do frete representar mais que 6% do valor dos pedidos, um contrato fixo passa a fazer sentido.
É uma opção para entregas no mesmo dia. quando a loja e o cliente estão na mesma cidade. Por um app, o lojista informa o endereço de retirada e entrega e as dimensões da caixa. Na tela aparece o custo e o tempo estimado. Como no Uber, é cobrado um valor mínimo por viagem (em torno de R$ 20) e R$ 2 por quilômetro rodado, em média. No geral, caixas de até 3 kg custam o equivalente ao Sedex 10. O ponto negativo é que a maioria das empresas, como Loggi e Rapiddo, só atende às grandes capitais.
Atualmente, algumas ferramentas estão disponíveis para ajudar o lojista — desde organizar tabelas de frete e rastrear cargas até simplificar o processo de embalagem. Empresas como Intelipost e Axado oferecem plataformas online de cotação de frete em mais de 500 transportadoras. Há também fornecedores denominados como “fulfillment”, como a Mandaê, que retiram, embalam e despacham os produtos por Correios ou por transportadoras conveniadas, o que for mais em conta.
Algumas lojas que lidam com mais de 100 pedidos por dia — e concentram grandes volumes de vendas na mesma região — optam por uma operação interna. É o caso da Mobly, especializada na venda de móveis. Por meio de um sistema inteno, o e-commerce organiza uma rede de entregas com transportadoras e uma frota própria. Na Mobly, são 12 microempresas parceiras que realizam mais de 60% das entregas em São Paulo. O modelo custa 20% menos do que quando a operação era toda terceirizada.
JANEIRO, 2017
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SIMPLES MUDA A ECONOMIA DO PAÍS Após uma década de vigência, regime diferenciado acumula R$ 555 bilhões em arrecadação e é apontado como modelo para a reforma tributária
S
aulo Ventura e Alexandre Ferreira são dois empreendedores com trajetórias bem diferentes. Enquanto Saulo planejava abrir uma agência de viagens desde a época em que cursava a faculdade de turismo, Alexandre seguia carreira como jogador de futebol, até que se deparou com a ideia de empreender por acaso, depois de aprender a fazer chocolate. Saulo, por sua vez, trabalhou um tempo como freelancer, até abrir sua própria empresa, em 2012. Os chocolates de Alexandre faziam sucesso, mas ele não demorou a descobrir o custo da informalidade. Padarias e restaurantes demonstravam interesse por seu produto, só que frequentemente condicionavam a compra à existência de um CNPJ. Além disso, ele pagava mais caro pela matéria-prima, já que não conseguia adquiri-la no atacado. Saulo também enfrentava problemas como empreendedor. Sua agência seguia o regime de Lucro Presumido, que ele define como um modelo “complicado, com uma carga tributária alta e injusta”.
A partir desses desafios, a história de ambos começa a convergir para um ponto em comum: o Simples – regime tributário voltado especificamente para microempresas e empresas de pequeno porte, que acaba de completar dez anos. Empreendedores formalizados ganham três vezes mais, segundo pesquisa do Sebrae, com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levanta- mento mostrou que donos de negócios formais têm remuneração média de R$ 4.101, enquanto a dos informais é de R$ 1.320. Hoje, a Aguimar Ferreira Bombons Finos não só acumula prêmios como traz no currículo o fato de ter sido uma das empresas fornecedoras oficiais dos Jogos Olímpicos no Rio. Saulo optou por transferir a JDC Turismo & Viagens do Lucro Pre- Alexandre Ferreira, da Aguimar Ferreira Bombons Finos
SIMPLES NACIONAL EM 5 MARCOS
2 20 2006 00
2 2009 00
2011 2 20 011
LEI GER RAL DA MIC CRO E PEQUENA EMPRESA
MICROE EMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)
ATUALIZA AÇÃO DOS LIMITTES S DE FATURAMENTO DO SIMPLES
Conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, regulamentou o tratamento simplificado ao setor. O Simples tem como critério único o teto de faturamento e engloba o recolhimento de impostos em uma única guia.
Legalizou como pequeno empresário a pessoa que trabalha por conta própria. O MEI também possui teto de faturamento fixado em R$ 60 mil e o optante pode ter apenas um funcionário, além de não poder ser sócio de outra empresa.
Reajustou em 50% o teto de receita bruta anual, definiu que empresas exportadoras poderiam obter receitas de até R$ 3,6 milhões no mercado externo, e abrangeu o parcelamento das dívidas tributárias em até 60 meses.
sumido para o Simples. “Fora do Simples, eu dificilmente teria condições de expandir o negócio. A carga tributária para empresas enquadradas fora desse regime é altíssima. Isso dificulta investimentos e contratações, e pode até inviabilizar o negócio.” Quem adere ao regime também ganha com a redução de burocracia ao receber um boleto unificado que abrange oito impostos. “Isso ajuda demais na hora de montar o fluxo de caixa e o planejamento financeiro”, conta Saulo. Um estudo realizado pelo Sebrae com 5.835 pessoas optantes pelo Simples apontou quais são os principais benefícios do regime na opinião dos empreendedores. No topo do ranking está a redução do peso dos impostos (90%), seguida por conhecimento de que a empresa está em dia com suas obrigações (88%), redução da burocracia (86%) e ciência do quanto a empresa paga de imposto (86%). Além disso, 25% dos optantes sentem impacto positivo na produção, e 11% sentem impacto no lucro. Embora o momento econômico não seja dos mais favoráveis no país, a meta de Alexandre é expandir a linha de chocolates e começar a exportar. Já Saulo quer aumentar o faturamento adicionando à carteira novos clientes corporativos. Por isso, consideram bem-vindas as mudanças que constam da Lei Crescer sem Medo (LC 155/2016), que atualiza o Simples, sancionada recentemente. Uma das novidades é a ampliação do teto do regime de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. Para MEI (microempreendedor individual), o limite de R$ 60 mil anuais foi ampliado para R$ 81 mil. Outras mudanças se referem à inclusão de startups e aos aportes oriundos de investidor-anjo. Até agora, uma empresa não podia se beneficiar do Simples se recebesse esse tipo de capital, e o investidor-anjo podia ser responsabilizado como sócio do empreendimento. “Permitir regulamentar o investimento em uma startup via investidor-anjo é um grande avanço. Os incentivos tributários para startups, que normalmente iniciam com pouco capital e recursos limitados, embora com grande potencial de crescimen-
to, favorecerão o aumento do ecossistema no Brasil”, afirma Clariana Guimarães, CFO da aceleradora Start You Up. Pequenos empreendedores que atuam no setor de bebidas alcoólicas (vinho, cerveja, licor e cachaça) também terão a oportunidade de aderir ao Simples a partir de 2018, quando a nova lei entra em vigor. Mas Rafael Michelsohn, sócio-fundador da cervejaria Júpiter e presidente da Apacerva (Associação Paulista de Cerveja Artesanal), faz uma ponderação. A seu ver, o teto de faturamento ainda é baixo para esse tipo de negócio. “Pelos meus cálculos, para se enquadrar no Simples, uma microcervejaria terá de produzir apenas 25 mil litros por mês – um volume muito fácil de ultrapassar. Então ele vai atender momentaneamente quem está no primeiro ou segundo ano de operação”, diz. O teto originalmente pleiteado no projeto de lei era de R$ 7,2 milhões, segundo Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae. Outras medidas também foram vetadas na versão final, como a criação da ESC (Empresa Simples de Crédito), que permitiria que um cidadão aplicasse seus próprios recursos junto a empresários de sua região. Essa reivindicação permanece na agenda do Sebrae para o próximo ano. “O que nós precisamos é de uma reforma tributária. Mas, enquanto ela não vem, vamos avançando com o Simples, que vai servir de modelo para a própria reforma”, afirma Afif.
2014 2014 2 20 2016 0
VANTAGENS DE QUEM ADERE AO SIMPLES NACIONAL
UNIVERSALLIZZAÇ ÇÃO DO SUPERSIMPLES
CRESCER SEM MEDO
Estendeu os benefícios da tributação diferenciada para 140 novas categorias, alcançando mais de 450 mil empreendimentos.
Sancionada a lei que permitiu a renegociação de débitos em 120 parcelas e ampliou o teto de faturamento da MPE para até R$ 4,8 milhões.
“O QUE NÓS PRECISAMOS É DE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA. MAS, ENQUANTO ELA NÃO VEM, VAMOS AVANÇANDO COM O SIMPLES” GUILHERME AFIF
• FORMALIZAÇÃO DA MICRO OU PEQUENA EMPRESA • SIMPLIFICAÇÃO E REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA • DESBUROCRATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE CONTABILIDADE • REDUÇÃO DE CUSTOS TRABALHISTAS E FORMALIZAÇÃO DOS EMPREGADOS • AMPLIAÇÃO DO FATURAMENTO
produzido por
PASSADO E FUTURO DO PROJETO CRESCER SEM MEDO Lei que atualiza o Simples amplia o teto do regime, inclui microcervejarias e beneficia startups e salões de beleza
Plenário da Câmara aprovou o PLC 25/2007
SETEMBRO 2015
O projeto retornou à Câmara dos Deputados. O documento substitutivo do Senado foi aprovado por unanimidade no Plenário, por 380 votos favoráveis e nenhum contrário. Depois de sancionado pelo presidente da República, o Crescer sem Medo virou lei.
OUTUBRO 2016 MPE com débito no Simples puderam solicitar o parcelamento das dívidas com prazo ampliado – de 60 para 120 meses. Cerca de 600 mil empresas foram beneficiadas.
MARÇO 2007 DEZEMBRO 2016
Apresentado o Projeto de Lei Complementar nº 25, cujo plano de ações incluía a renegociação de dívidas tributárias de MPE, a ampliação de limites de faturamento e a regulamentação da figura dos investidores-anjo.
2018
JUNHO 2016 Após catalogado, o Projeto de Lei foi aprovado no Senado.
2017
Começará a valer o aporte para investidoresanjo, beneficiando startups de todo o país.
Entrarão em vigor as novas taxas de transição para ME e EPP, que saltará de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. Já o MEI terá o teto de faturamento anual elevado de R$ 60 mil para R$ 81 mil.
VANTAGENS DA NOVA LEI CRESCER SEM MEDO • ESTIMULA A FORMALIZAÇÃO INTEGRAL DAS ATIVIDADES DAS EMPRESAS • FACILITA A RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS • PERMITE NOVOS INVESTIMENTOS
• AJUDA NA CRIAÇÃO DE NOVAS VAGAS DE EMPREGO • PROMOVE A DINAMIZAÇÃO DA ECONOMIA • CONTRIBUI PARA A ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS
INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Robson Braga de Andrade. Diretor-Presidente: Guilherme Afif Domingos. Diretora Técnica: Heloisa Guimarães de Menezes. Diretor de Administração e Finanças: Vinicius Lages. Gerente de Gestão de Marketing: Fernando Bandeira. Edição: Larissa Meira. 0800 570 0800
SEMINÁRIO 10 ANOS DO SIMPLES NACIONAL CONQUITAS E PERSPECTIVAS Evento realizado pelo Sebrae e pela FGV Projetos no Rio reuniu pesquisadores, empresários e representantes políticos
O sistema tributário brasileiro conta com uma distorção difícil de ignorar. Apenas 3% das pessoas jurídicas são submetidas ao regime normal de tributação – 97% adotam regimes diferenciados. Em 2014, a Receita Federal recebeu a declaração de 4.508.255 Pessoas Jurídicas. Destas, 3% estavam enquadradas no regime do Lucro Real. A maioria (74,5%) era optante do Simples – regime tributário voltado a MPE. Em segundo lugar, com 21,2% do total, estavam os adeptos do regime de Lucro Presumido. O dado foi apresentado pelo economista José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico, no seminário 10 anos do Simples Nacional: no Caminho da Reforma Tributária. O evento, realizado no Rio pelo Sebrae e pela FGV Projetos, reuniu pesquisadores, empresários e representantes políticos para discutir não só os efeitos do Simples sobre a economia ao longo da última década, como para apresentar as novas mudanças instituídas pela Lei Complementar 155/2016, batizada de Crescer sem Medo, e as perspectivas para os próximos anos. “Vamos analisar a eficácia da simplificação como base para a futura reforma tributária. Isso é uma forma de comemorar os 10 anos do Simples e contestar a falácia de que ele é uma renúncia tributária”, disse Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae. O Simples já gerou R$ 555 bilhões para os cofres públicos (valores corrigidos pelo IPCA). A arrecadação anual passou de R$ 15 bilhões, em 2007, para R$ 77 bilhões em 2015, um aumento de mais de 400% no recolhimento de impostos em oito anos.
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O ganho de empregabilidade promovido pelo Simples foi outra conquista destacada. Dados mostram que, entre outubro de 2006 e setembro de 2016, as MPE geraram 10,9 milhões de novos empregos. No mesmo período, as médias e grandes perderam 779 mil vagas. O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), relator da Comissão Especial da Reforma Tributária, destacou que a simplificação do sistema tributário poderia gerar para o país um ganho de 2 a 3% do PIB. “A analogia que faço hoje é que o mesmo processo de negociação e de simplificação que foi adotado para a criação do Simples pode ser adotado para a reforma tributária”, disse Hauly. A reforma se torna ainda mais urgente quando se levam em conta dois fatores: a crise pela qual o país passa e as mudanças que a digitalização vem promovendo no ambiente econômico global. “No mundo dos negócios, a tecnologia contribui para inovações significativas – o ritmo de crescimento das empresas está intimamente ligado a inovações”, destacou Heloisa Menezes, diretora técnica do Sebrae. Ela apontou como o Crescer sem Medo buscou contemplar essas questões, garantindo maior segurança jurídica aos investidores-anjo. O seminário marcou ainda o lançamento da 29ª edição do Cadernos FGV Projetos, publicação com foco em economia, políticas públicas e gestão. Com artigos de especialistas como Felipe Shöntag e Sergio Gustavo da Costa, coordenadores de projetos da FGV Projetos, além de uma entrevista com o presidente do Sebrae, o periódico será disponibilizado para download no site da FGV Projetos.
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2.047
foi o número de inscrições válidas para o Encontre um Anjo em 2016. Na edição anterior, haviam sido 1.674. Os inscritos vieram de todos os estados. São Paulo liderou o número de ideias, com 29,4%. Em seguida, vieram Rio de Janeiro, com 13,9%, Rio Grande do Sul, com 9,1%, Minas Gerais, com 7,2%, e Paraná, com 6,4% STARTUPS
‘MEU PLANO’ VENCE ENCONTRE UM ANJO Empresa que indica o melhor plano de celular para o usuário é a vencedora da competição de startups Marisa Adán Gil
A empresa Meu Plano, de Chapecó (SC), foi a vencedora do Encontre um Anjo 2016. O evento, realizado em dezembro no auditório do Insper, em São Paulo, contou com a apresentação de sete startups. Ao final, a banca de investidores deu preferência à empresa catarinense, liderada por Rudinei Carlos Gerhart, de 37 anos. Esta foi a quarta edição do evento, realizado por Pequenas Empresas & Grandes Ideias, em parceria com o Insper e a Anjos do Brasil. O profundo conhecimento do mercado de telefonia móvel foi um dos trunfos da Meu Plano para ganhar a competição. Antes de empreender, Gerhart trabalhou durante 16 anos na Vivo e na Oi. “Em minhas conversas com clientes, ouvia muitas queixas. As pessoas tinham dificuldade para entender os planos, as ofertas, as tarifas.” Em 2013, ao lado do amigo Thomaz Simon, 39 anos, ele desenvolveu uma solução para o problema: um aplicativo capaz de analisar os dados armazenados no smartphone do usuário. “Percebi que seria possível traçar um perfil do consumidor a partir dessas informações. Depois, basta cruzar esses dados com as ofertas disponíveis no mercado e indicar a alternativa mais barata para o usuário.” Pelo modelo de negócio, o cliente final não paga nada pelo serviço. “A proposta é cobrar da operadora por esse lead superqualificado.” Em setembro de 2016, já com dois novos sócios, Ernani Zottis, 44 anos, e Julio César Biesdorf, 42, a empresa foi selecionada para o programa Economia Criativa Samsung e recebeu um aporte de R$ 250 mil. Dois meses depois, receberam a notícia de que estavam entre os sete finalistas do Encontre um Anjo. “Nós nos preparamos muito para a apresentação, porque sabemos que a PEGN é um dos canais mais respeitados no segmento do empreendedorismo”, diz Gerhart. “Tivemos a ajuda de duas pessoas maravilhosas, os mentores Julio Marques e Madeleine Blankenstein.” Segundo o empreendedor, a competição deu visibilidade à empresa. “O Encontre um Anjo foi fantástico pra gente. Depois que ganhamos, meu telefone não para de tocar. Fui abordado por quatro investidores, e estou negociando com dois deles. Minha agenda está completamente lotada, recebi ligações de Brasília, de Porto Alegre... Nunca pensei que o evento tivesse uma repercussão desse tamanho.” 28
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O VENCEDOR
| CONFIRA A APRESENTAÇÃO DA MEU PLANO
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O Brasil tem o maior mercado de telefonia móvel do mundo. Existe uma alta concentração em quatro fornecedores — e uma grande insatisfação dos clientes, que têm dificuldade para entender os planos. Nós ajudamos o usuário: por meio do aplicativo, analisamos o seu perfil, cruzamos com as ofertas disponíveis e apontamos a melhor alternativa do ponto de vista econômico. Nós ajudamos as operadoras: oferecemos leads qualificados, reduzindo os custos de atendimento, retenção e captação de clientes.” RUDINEI CARLOS GERHART, fundador da Meu Plano
FEEDBACK
O mercado da Meu Plano é gigantesco, pois abrange tanto o cliente corporativo quanto o final, em qualquer país. Tanto Rudinei Gerhart quanto seus sócios responderam a todas as questões com segurança, mostrando amplo conhecimento do mercado de telefonia. Além disso, o modelo de negócio permite diferentes alternativas de monetização. Nesse estágio, é fundamental melhorar a tração de usuários e iniciar um processo de captação de investimentos.” JULIO MARQUES, investidor
R$
600 mil
foi o valor do investimento recebido pela EasyCrédito, vencedora do Encontre um Anjo em 2015. O aporte veio por meio da plataforma de equity crowdfunding Broota. Em 2016, a startup de Goiânia (GO), que desenvolveu um aplicativo de análise de crédito, foi selecionada para participar do Programa de Residentes do Google Campus São Paulo
AS FINALISTAS
JUSCELINO PEREIRA
Coiot Internet das Coisas (Natal, RN)
Desenvolve soluções acessíveis de coleta de dados ambientais via satélite
| CONHEÇA TODAS AS EMPRESAS QUE SE APRESENTARAM NO EVENTO
PITCH
PITCH
Temos produtos inovadores, de qualidade reconhecida por especialistas da área, capazes de atender à demanda do mercado nacional de coleta de dados ambientais. Nosso modelo de negócios é rentável, com boas projeções de crescimento nos próximos anos.”
A Taturana tem como desafio democratizar o cinema e potencializá-lo como ferramenta de impacto social. Para isso, articula uma rede independente constituída por universidades, escolas e cineclubes. A estrutura atual conta com 4 mil exibidores em 604 municípios.”
FEEDBACK
Eles formam um bom time científico, mas não vi consistência na abordagem comercial. Para receber um aporte, falta definir claramente de que maneira a Coit vai conquistar o mercado no qual vai atuar, e qual a estrutura necessária para isso.” WLADO TEIXEIRA, investidor
FELIPE DE ARAUJO LOPES
Elletro II (Bragança Paulista, SP)
Criou um equipamento que realiza sensoriamento do solo para melhorar a produtividade do agronegócio
JOÃO SABOIA
Mapix (Rio de Janeiro, RJ)
Desenvolveu um app para que o passageiro saiba quando vai chegar o transporte escolar
LIVIA CHEDE ALMENDARY
Taturana Mobilização Social (São Paulo, SP) Criou uma rede alternativa de exibição para garantir o acesso da população ao cinema
FEEDBACK
Fiquei encantada com a proposta do negócio, é apaixonante. Mas faltou mais segurança em relação aos resultados financeiros que pretendem alcançar.” ALEXANDRA DOS SANTOS, investidora
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A Elletro II é uma ferramenta que possibilita o conhecimento detalhado do solo, oferecendo informações úteis para o dia a dia dos produtores rurais. Queremos ajudar os agricultores a aumentar a eficiência com sustentabilidade.”
Hoje, os motociclistas não têm treinamento de qualidade e estão envolvidos em 30% dos acidentes de trânsito no país. Temos um projeto inovador que visa promover uma mudança de comportamento e uma melhoria geral no trânsito para duas rodas.”
FEEDBACK
O empreendedor conhece bem o mercado, e o problema que ele pretende solucionar é real. Falta definir melhor o modelo de negócio, para não ficar dependente de serviços. Sugiro encontrar um sócio com habilidades em tecnologia e validar melhor a oferta com possíveis clientes.”
ANGELO SILVA VIANA
Top Rider (São Paulo, SP) Empresa de treinamento corporativo que pretende formar motociclistas eficientes e responsáveis
FEEDBACK
Os pontos fortes da apresentação da Top Rider foram a experiência da equipe e a capacidade de execução. O ponto fraco foi o excesso de confiança. Para poder receber um aporte, falta um modelo replicável e independente dos sócios.”
MARCOS MYLIUS, investidor
CARLOS MIRANDA, investidor
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PITCH
O Mapix tem como objetivo facilitar a vida de milhões de famílias que utilizam transporte escolar. Nossa missão é gerar segurança e eficiência na relação entre transportadores, alunos e seus responsáveis, conciliando os interesses de todos.”
A solução da Vitat ataca um problema que afeta quase 70 milhões de brasileiros e custa bilhões para as empresas: a dor crônica. Queremos ajudar a identificar previamente essa dificuldade e oferecer uma solução efetiva e acessível para tratamento.”
FEEDBACK
Eles identificaram um problema e têm uma dimensão do mercado potencial. Mas falta informação sobre cenários de desempenho. É preciso testar o conceito e expandir o plano de negócios para outras regiões do país.” SERGIO GOLDMAN, investidor
MARCELO MORAES
Vitat (Natal, RN) Desenvolveu um app com programas de atividade física para pessoas portadoras de dores crônicas
FEEDBACK
O modelo de negócios está quase pronto, e o time da Vitat é formado por profissionais com bom background. Mas, para validar o modelo B2B e receber um aporte, faltaria realizar pelo menos um projeto piloto.” WLADO TEIXEIRA, investidor
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P R E PA R E - S E O QUE VEM POR AÍ EM JANEIRO Adriano Lira
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FÓRUM DE DIVERSIDADE DA AMCHAM
CONTEMPORÂNEO SHOWROOM O mercado de luxo da moda será o tema da
Apresentar as mais inovadoras práticas empresariais é o propósito desse evento
feira de negócios Contemporâneo Showroom.
realizado pela Amcham (Câmara Americana de Comércio). De acordo com a entidade,
O evento ocorre quatro vezes por ano: na edição
a diversidade deixou de ser uma opção para as empresas e se tornou um fator
de janeiro, o foco é a geração de negócios
essencial para o sucesso do negócio. O evento traz palestras e debates sobre o tema.
na área de acessórios.
Campinas (SP)
São Paulo (SP)
www.amcham.com.br/acontece
www.contemporaneoshowroom.com.br
15 A 18/1
31/1 A 5/2
COUROMODA Um dos maiores eventos da indústria calçadista nacional, a Couromoda conecta fabricantes e lojistas de 60 países. O acesso é liberado apenas para pessoas que comprovarem sua ligação com o setor. São Paulo (SP) www.couromoda.com
15 A 18/1 FENIN Em sua 20ª edição, a Fenin (Feira Nacional da Indústria Fashion) antecipa as tendências da moda para o outono e o inverno deste ano. O evento tem desfiles e exposições de mais de 600 marcas. São esperados 35 mil visitantes nesta edição da feira.
CAMPUS PARTY 2017 Em sua décima edição, a Campus Party traz como grande destaque uma palestra de Mitch Lowe, cofundador da Netflix. Outros nomes presentes ao evento são Grayson Chalmers, desenvolvedor dos games Overwatch e League of Legends, o grafiteiro brasileiro Eduardo Kobra, o especialista em envelhecimento Auber de Grey e o ativista ambiental Pete Bethune. Como em todas as edições, haverá espaço para que os visitantes acampem e participem do evento 24 horas por dia. Uma novidade é que, neste ano, eles podem indicar os palestrantes que desejam ouvir, por meio da campanha online Vire um Curador.
São Paulo (SP) www.fenin.com.br
26/1 A 29/1 SALÃO MOTO BRASIL exclusiva para negócios, um espaço dedicado à
Queremos atingir tanto os interessados “ em empreendedorismo quanto quem
customização de motocicletas e apresentações
busca diversão com foco na tecnologia”
Neste ano, o evento terá uma área
radicais sobre duas rodas. A expectativa dos organizadores é receber 100 mil visitantes.
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Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party Brasil
Rio de Janeiro (RJ)
São Paulo (SP)
www.salaomotobrasil.com.br
brasil.campus-party.org
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JANEIRO, 2017
MÊS EM REVISTA
O QUE ACONTECEU DE MAIS IMPORTANTE
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Pequenas Empresas & Grandes Negócios realiza o Encontre um Anjo, evento que conecta empreendedores a investidores-anjo. A ganhadora da competição é a Meu Plano, empresa de Chapecó (SC) que indica o melhor plano de celular para os usuários. No dia 7, ocorreu a cerimônia do Prêmio Empreendedor de Sucesso 2016, que celebra as melhores empresas do ano em quatro categorias. A Hi Technologies, fabricante de um aparelho que mede sinais vitais, foi a grande vencedora do prêmio.
Confira a agenda completa de janeiro no site de PEGN: revistapegn.globo. com/Agenda
I2/12
Começa o Wired Festival, evento que marca a chegada de uma das maiores marcas de inovação do mundo ao Brasil. O festival teve palestras e workshops com nomes como Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, Manoel Lemos, sócio da Redpoint eventures, e Amani Al Khat, fundadora do MuslimGirl.com, um site de empoderamento de mulheres muçulmanas.
I6/12
A startup Livre ganha a etapa brasileira do The Venture, competição de empreendedorismo social da Chivas. A empresa criou uma tecnologia capaz de transformar cadeiras de rodas em triciclos elétricos. Agora, a Livre vai representar o Brasil na fase mundial do evento e concorrer a um prêmio de US$ 1 milhão.
I9/12
Edgard Corona, fundador do Grupo Bio Ritmo, é eleito o Empreendedor do Ano pela consultoria EY. Em junho de 2017, o empreendedor viajará para Mônaco, onde disputará o título de World Entrepreneur of the Year. O Grupo Bio Ritmo, formado pelas academias Bio Ritmo e Smart Fit, tem mais de 300 unidades espalhadas pelo Brasil e pela América Latina.
I13/12
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprova medida que permitiria que as companhias aéreas cobrassem pelas bagagens despachadas por seus clientes. Mas, no dia seguinte, o Senado Federal derrubou as mudanças — a Casa tem a prerrogativa de invalidar determinações de agências reguladoras, como a Anac.
I13/12
O Senado aprova o principal pilar do ajuste fiscal proposto pelo governo: a PEC dos Gastos Públicos. O projeto determina limites de gastos públicos ao longo dos próximos 20 anos. A PEC foi aprovada por 53 votos a 16. De acordo com os apoiadores da proposta, as mudanças farão com que o Brasil equilibre suas contas públicas. Já os opositores acreditam que a PEC dificultará o desenvolvimento do país.
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Eduardo Giannetti da Fonseca Nasceu em Belo Horizonte, tem 59 anos, é formado em economia e ciências sociais na Universidade de São Paulo e possui PhD na Universidade de Cambridge. Ao retornar da Inglaterra, trabalhou por uma semana no banco Garantia, de onde saiu para iniciar uma prolífica carreira como escritor, professor e palestrante. É um dos economistas mais importantes da sua geração, com destacada participação no debate público.
“O BRASIL VAI SAIR DESSA” Robson Viturino
Omar Paixão/Editora Globo
2016 tem tudo para se inscrever entre os piores anos da história brasileira. Foram 12 meses pautados por impeachment, prisões, desemprego, falências, inadimplência e falta de lideranças. Este 2017, portanto, começa com um gostinho de ressaca. Na avaliação do economista mineiro Eduardo Giannetti da Fonseca, vivemos a crise de modelos sociais, políticos e econômicos. Trata-se de uma oportunidade única para a sociedade e, em especial, para os empreendedores se reinventarem. “Acho que isso é a promessa do Brasil: transformar adversidades em conquistas.” Saiba o que pensa um dos maiores economistas em atividade sobre o ano que começa. Em 2016, o Brasil atingiu um novo nível de instabilidade, o que afeta o ambiente de negócios. O que pensa disso? A gente entra em 2017 com muita incerteza, tanto no campo político institucional, como na área da economia. A crise política, no meu entendimento, tem como pano de fundo o desastre econômico que começa no segundo mandato do Lula e se aprofunda muito no primeiro mandato da Dilma. Foram equívocos cumulativos, erros de política econômica, tanto macro como micro, que geraram uma situação de desorganização econômica profunda — e que vai ser muito mais custosa para se 32
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recuperar do que parecia num primeiro momento. O que houve não foi apenas uma má administração da macroeconomia, com o abandono do tripé macroeconômico [câmbio flutuante, metas fiscais e controle da inflação]. Houve também um desarranjo dos incentivos e da própria microeconomia brasileira em setores críticos, como energia, gás e petróleo, além do protecionismo tarifário e do uso de sonegações de maneira muito atabalhoada, gerando confusão no que diz respeito aos incentivos para a economia. Portanto, o pano de fundo da crise política foi o desastre econômico. Na minha avaliação, JANEIRO, 2017
não teria ocorrido o impeachment da Dilma Rousseff se não fosse o desastre da economia brasileira. São 12 milhões de desempregados, 6 milhões de pessoas que deixaram o mercado de trabalho, desalentados, pois não estão sequer procurando emprego, 60 milhões de pessoas inadimplentes, o investimento caindo há dez trimestres consecutivos, milhares de empresas em recuperação judicial e uma total falta de perspectiva na recuperação. Como as crises na política e na economia se relacionam? O problema é que a crise econômica que causou o impeachment
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e gerou uma situação de instabilidade política acaba tendo um efeito de feedback, porque a incerteza política, por sua vez, também dificulta muito a retomada da economia. É muito difícil imaginar o investimento voltando ao Brasil enquanto não houver alguma definição sobre qual será a condição de governabilidade no país. O início do mandato Temer deu a sensação de que isso poderia ser resolvido, mas os escândalos envolvendo vários ministros, a crise entre Legislativo e Judiciário, as delações premiadas, tanto da Odebrecht, como possivelmente do Eduardo Cunha, geram uma enorme incógnita em relação à sustentabilidade do governo atual. Então, há uma discussão hoje sobre se o Temer consegue ou não terminar o mandato. E tudo isso é paralisante para a economia. Nesse cenário de incertezas, há algo dando certo? O único alento mais visível é que se abriu espaço para uma queda consistente da taxa de juros, graças à vitória do novo Banco Central na guerra das expectativas. A expectativa de inflação para 2017 já está muito perto do centro definido pelo sistema de metas, que é 4,5%. É o que pode dar um alento ao longo de 2017. Ajudaria muito também se o governo Temer adotasse algumas medidas microeconômicas que pudessem incentivar uma retomada dos investimentos e do consumo. O mesmo vale para a área de concessões e privatizações, na qual se depende apenas de medidas administrativas, sem a necessidade do Congresso. Neste momento, essas áreas poderiam dar algum gás para que a economia tivesse perspectiva de voltar a crescer. Caso não haja mudança, aonde isso poderá nos levar ? Eu acho que a gente está correndo um risco no Brasil de passar de um quadro de recessão para
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EDUARDO GIANNETTI DA FONSECA
“A EXPECTATIVA DE INFLAÇÃO JÁ ESTÁ PERTO DO CENTRO DA META, O QUE ABRE UM ESPAÇO DE REDUÇÃO DOS JUROS. É ALGUM ALENTO PARA 2017”
um quadro de depressão, em que a economia cai, cai, cai e se estabiliza num nível muito baixo de atividade, sem perspectiva de recuperação. É mais ou menos como, para usar uma metáfora médica, alguém que tem algum tipo de perturbação no organismo, e o sistema vital vai se deteriorando, deteriorando, até que se estabiliza num estágio de coma, podendo ficar assim indefinidamente. Tem uma analogia em economia, que é uma situação de depressão: quando se sai de uma situação de pleno emprego e vai caindo, caindo, caindo e, de repente, estabiliza lá embaixo e não sai disso. A revolução keynesiana surgiu de uma situação desse tipo, nos anos 1930 [John Maynard Keynes (1883-1946) é o economista britânico para quem o Estado tinha papel fundamental na economia ]. Diante de tal confluência de crises, o senhor acredita que o presidente Temer irá terminar o mandato? É um tipo de previsão muito difícil, porque depende de imponderáveis, que são, por exemplo, os conteúdos das delações premiadas e das resenhas dos executivos da Odebrecht. A possibilidade de uma deleção do Eduardo Cunha é outro imponderável que também pode ser definidor de um fim antecipado deste mandato. Para não
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falar também do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, que está em andamento e que pode impugnar a chapa Dilma/Temer. A minha intuição é que ele vai terminar o mandato, embora muito enfraquecido. Agora, por outro lado, eu tendo a crer como cidadão brasileiro e observador da cena — de novo, é mera impressão — que figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha derrubam o governo Temer a hora que eles quiserem. E eles vão cobrar muito caro, em termos de algum tipo de proteção, para não usarem a informação que têm dessa maneira. Acredito que a batalha que aconteceu entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal já é um indicador do quão pesada vai ser essa negociação. Caso ele permaneça, o senhor acredita que esse governo tem condições de levar adiante ao menos uma parte do que precisa ser feito? Bom, a PEC do teto de gastos públicos é um bom começo. Eu defendo a PEC. Mas ela sozinha não dá conta do recado. E, se não tiver uma sustentação de outras medidas de ajuste fiscal, começando pela reforma da previdência, a PEC do teto, por si só, não se mantém de pé. Acho que a reforma da previdência, com um governo já mais enfraquecido e
com menos capital político, vai ser uma tarefa bem mais complexa do que foi a aprovação da PEC. A PEC dos gastos públicos tem uma qualidade curiosa: ela não afronta num primeiro momento nenhum grupo de interesses definido. Ela simplesmente estabelece um teto geral para o gasto público. Então, nenhum grupo é diretamente atingido. Já a PEC da previdência atinge alguns grupos diretamente. E os primeiros sinais do governo, ao apresentar essa PEC, é de que ele está muito inseguro e de que podemos caminhar para uma total desfiguração do projeto originalmente apresentado. Para o governo Temer, quanto mais rápido agir, melhor. Porque o capital político dele irá sofrer uma grande depreciação ao longo de 2017. Um cenário paralelo que eu vislumbro é mais ou menos o que foi o final do governo Sarney. Lembro que o lema na época é que o Sarney tinha dois tipos de problema: os
insolúveis e os que se resolvem por si mesmos [risos]. Acho que o Temer pode terminar repetindo essa mesma fórmula.
VISÃO MACRO Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde Eduardo Giannetti obteve PhD após se formar em economia e ciências sociais
O senhor vê alguma liderança capaz de elevar o nível em torno dessas questões? Nos atuais quadros da política institucional brasileira, é muito difícil identificar novas lideranças que não estejam comprometidas com esse passado. Diante disso, espero que a Lava Jato faça uma profilaxia em grande escala dos quadros políticos. Isso abriria espaço para uma renovação. Agora, não adianta só isso. Se nós não fizermos a reforma política, nenhum sistema vai funcionar sem uma estrutura partidária minimamente coerente e previsível. O presidencialismo de coalizão faliu. O que pensa da Rede, partido de Marina Silva que contou com seu apoio em 2014?
Você está sendo caridoso ao chamar a Rede de partido. Porque eles não conseguiram unidade de posição em relação ao impeachment e em relação à PEC dos gastos públicos. São questões nas quais, se merece o nome de partido, tem que ter unidade e posição. Então, embora seja um partido muito pequeno, não consegue se unir em torno de uma visão, de um projeto comum. Qual o risco de assistirmos à ascensão meteórica de uma figura populista, como tem acontecido em outros lugares do mundo? Esse risco existe. O espaço está aberto, escancarado, para aventuras nas eleições de 2018. Agora, também existe a possibilidade de termos movimentos de mobilização popular que gerem uma situação muito delicada, de conflito entre os poderes instituídos e a sociedade. Eu tenho citado uma imagem usada por um físico que capta, de certa maneira, o que o Brasil está vivendo neste momento. Esse físico diz que, ao se construir uma torre de areia e se deixar cair em cima dessa torre um único grão de areia de uma certa distância, três coisas podem acontecer: ou o grão de areia repousa no topo da torre e fica em repouso; ou escorrega pela torre e para na sua base; ou esse grão de areia cai num ponto que vai fazê-la desabar — tudo depende do ângulo em que esse grão de areia despencar em cima da torre. Tenho a impressão de que, no Brasil dos dias atuais, estamos assistindo aos grãos de areia caindo o tempo todo nessa torre. O cenário internacional também está em convulsão. Como analisa eventos como a saída da Inglaterra da União Europeia e a vitória de Donald Trump nos EUA? O paralelo histórico que me ocorre é com os anos 1930, na
FOTO: THINKSTOCK
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EDUARDO GIANNETTI DA FONSECA
“A PERGUNTA QUE TEMOS QUE FAZER É SE O BRASIL É UMA CÓPIA CANHESTRA DE UMA SOCIEDADE IDEALIZADA — OU SE SOMOS A PROMESSA DE ALGUMA COISA ORIGINAL”
Europa. Houve uma depressão, e quem se beneficiou da crise econômica foi a extrema direita, fascista, nazista, nacionalista, racista. Com base num discurso que alimentava o medo das pessoas e, ao mesmo tempo, oferecia ordem e segurança. Eu entendo o fenômeno eleitoral do Trump, por exemplo, como algo que cresce com o combustível do medo — o medo da imigração, o medo da crise financeira, do desemprego, da liberdade e dos costumes, o medo do outro. O que ele oferece é uma volta ao passado: “Make America great again” [Fazer a América grande de novo]. É um discurso explicitamente retrógrado, quer voltar ao passado de segurança, de ordem, de empregos, de conforto, de valores, porém sem ameaças. O que mais me preocupa em relação ao Trump é que ele é muito perigoso para o mundo. Por quê? Eu acho que o mundo está em perigo, porque as potências regionais, como a Coreia do Norte, a Rússia, a China e a Índia, vão testar um novo status quo. O isolacionismo americano vai dar a elas a condição de experimentar até onde será possível afirmar as suas pretensões nas regiões em que elas são poten36
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tes. E isso vai gerar muita instabilidade geopolítica. Esse é o aspecto, para mim, mais perturbador da vitória do Trump. Ele vai colocar o mundo numa situação de ameaça de conflitos armados. Existe o risco de potências regionais testarem uma nova configuração de poder e de que o Trump, como resposta a isso, também aja desmesuradamente, de maneira muito intempestiva e brutal. Então, a gente está num território que realmente… dá para perder o sono. Em Trópicos Utópicos, seu livro mais recente, o senhor apresenta ideias que podem ajudar o Brasil a se destacar no século XXI, inclusive no empreendedorismo. Eu acho que o Brasil tem de se livrar dessa ideia de que ele é uma cópia imperfeita de um modelo de civilização ocidental. A gente cresce com essa ideia do subdesenvolvimento, de que somos “sub”, alguma coisa malfeita, que não chega lá. Isso está colocado de antemão. Eu tenho sérias dúvidas sobre isso, e eu acho que a gente precisa pensar com mais calma sobre esse assunto. Outro dia, eu estava pensando na expressão “complexo de vira-lata”, que o Lula uma certa hora andou usando: “Nós precisamos nos li-
vrar do complexo de vira-lata”. É uma expressão do Nelson Rodrigues e que tem um problemaço. Eu nunca tinha me dado conta. Qual o problema? O que tem de errado em ser vira-lata? É melhor ser o poodle da madame, o doberman da polícia secreta e da polícia particular? Essa expressão “complexo de vira-lata” pressupõe o ideal de pureza racial ao qual o Brasil não corresponde. Eu acho que tem que fazer um elogio do vira-lata. A nossa condição de vira-lata não é uma coisa ruim. Eu acho o vira-lata o máximo. Qual o problema de ser vira-lata? Mas essa expressão “complexo de vira-lata” já pressupõe alguma coisa de pureza racial que é exatamente o contrário do que nós somos. O Brasil é o país da mistura, da miscigenação, da mestiçagem. E isso é uma coisa bela, uma coisa que nós precisamos saber valorizar, e não ter vergonha, para se libertar do complexo de vira-lata. Eu gostaria de escrever o elogio do vira-lata, eu vou fazer [risos]. O que mais discute no livro? Nós temos fragilidades imensas e coisas muito elementares da vida prática que nos enfraquecem enormemente, como possibilidade de uma civilização original. Não dá para imaginar um país no século XXI onde metade dos domicílios não tem coleta de esgoto, o ensino fundamental é deplorável e a saúde pública é vergonhosa. Mas isso não constitui um projeto de nação, isso são deficiências. Um projeto de civilização afirma valores e não está calcado na dissolução de deficiências. É lógico que as deficiências existem e têm de ser atacadas. Afinal, essas são questões que o mundo chamado desenvolvido resolveu há muito tempo. E que nós aqui, por pura desorganização ou por problemas atávicos da nossa história, ainda não conseguimos endere-
de controle de bola do que uma criança europeia que nasce para jogar no campinho de grama com uma chuteirinha e com uma bola de couro. O jogador brasileiro desenvolveu essa arte de domínio de bola porque a situação em que ele precisa jogar é extremamente adversa.
çar. Mas a pergunta que nós temos que fazer é se o Brasil é uma cópia canhestra e malfeita de um padrão de sociedade que ele sempre sonhou ser e nunca chegou lá — ou se nós somos a promessa de alguma coisa diferente e original, além de termos valores que nos diferenciam de um mundo ocidental que está em crise, por muitas e muitas razões que eu tento, no Trópicos Utópicos, discutir e aprofundar. Parece que, apesar dos obstáculos, os empreendedores brasileiros têm encontrado meios de seguir criando. Há muita coisa acontecendo no mundo das startups, dos negócios sociais, da economia criativa, dos fundos, etc. Eu vou dar um passo além do seu. Eu acho que a própria adversidade pode ser um catalisador de uma energia criadora. Esse é um tema que me apaixona. Eu estudo a história das ideias e adoFOTO: PABLO JACOB / Agência O Globo
FOGO AMIGO Eduardo Giannetti fala ao lado da então candidata à Presidência Marina Silva, da Rede. Após apoiá-la, ele criticou a falta de unidade do partido
ro encontrar exemplos — eu tenho uma coleção razoável de grandes criadores, empreendedores do campo da arte, do pensamento e da ciência que se tornaram influentes e se realizaram graças ao impulso de uma adversidade. Tem muitos exemplos. Pelé, por exemplo. O cineasta João Moreira Salles tem uma trilogia muito interessante chamada Futebol. Nela, a certa altura, perguntam ao Pelé por que o jogador brasileiro adquiriu um controle de bola, uma capacidade de brincar com ela e manipular a bola com muita sutileza, muita arte, algo que o jogador europeu nunca teve. O Pelé deu uma resposta que eu achei incrível. Ele falou que no Brasil as crianças jogavam em ruas esburacadas de terra com uma bolinha de meia e descalços. Se elas não tivessem adquirido um incrível controle de bola, não teria jogo. Elas precisaram desenvolver muito mais recursos e artifícios JANEIRO, 2017
Adversidade a favor... Acho que isso é um pouco a promessa do Brasil: transformar adversidades em conquistas. E uma situação de adversidade pode ser a catalisadora desse movimento de se superar. Isso é uma superação: você tem tudo contra, e isso desperta em você uma energia criadora muito mais poderosa do que em quem tem tudo a favor de cara e não precisa responder a uma adversidade com tanto vigor. É lógico que, se a adversidade for avassaladora, ela mata. Mas uma certa adversidade e um momento de contrariedade, eu acho que na vida de qualquer grande criador é o que faz a diferença. Pode se dizer então que, apesar da crise, é possível sair do buraco no futuro? O fundamental é não confundir o circunstancial da conjuntura com o permanente da cultura. A vantagem de se ter alguma idade, no meu caso, é que já vi o Brasil passar por ciclos em que ele se imaginou o país mais bem-sucedido e maravilhoso do mundo e, depois, ciclos em que ele se imaginou o pior país, o cu do mundo. O Brasil vai sair disso, não tenho a menor dúvida de que vai sair. Se não sair em 2017, vai sair logo adiante. Eu não tenho a menor dúvida de que vamos sair disso. Eu espero que, quando sairmos de novo, e se erguer uma maré ascendente, nós tenhamos um pouco mais de prudência, de cuidado, para que não resulte novamente numa virada de desastre, como foram esses ciclos recentes. pequenas empresas & grandes negócios
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Au to r A best-seller c o m m A i s de 2 milhões de livros vendidos
Depressão não é frescura Em Mentes depressivas, a dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica psiquiatra e escritora, disseca a depressão de forma inovadora ao abordar a doença do século por meio de suas três dimensões: física, mental e espiritual.
Nas livrarias e em e-book
C A PA
100 IDEIAS
IDEIAS PARA MONTAR O SEU NEGร CIO EM 2017 Thomaz Gomes
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pequenas empresas & grandes negรณcios
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C
erca de 1,5 milhão de empresas foram criadas entre janeiro e setembro* do ano passado, segundo a Serasa Experian — um recorde histórico para o período. O número mostra que, mesmo em tempos de incerteza na economia, o empreendedorismo segue como uma das principais forças motoras do país. Seja por necessidade, seja por oportunidade, são muitos os empreendedores que se dispõem a lançar novos negócios, aproveitando as lacunas abertas pela crise. A retração da economia abriu espaços em segmentos afetados pelo fechamento de empresas, como indústria e comércio, ou que ainda necessitam de investimentos para se consolidar, como o setor logístico e o mercado digital. Nesta edição especial, Pequenas Empresas & Grandes Negócios apresenta um guia completo para mapear oportunidades, tanto em setores consagrados quanto em nichos emergentes. Do tradicional mercado de alimentação às tecnologias de inteligência artificial, a reportagem reúne histórias e estratégias de 50 empreendedores que criaram modelos de negócios bem-sucedidos, com investimentos entre R$ 4.500 e R$ 3,5 milhões. A reportagem também consultou especialistas, aceleradoras, bureaus de tendências e institutos de pesquisa para compor um mapa das 50 tendências que estão moldando os hábitos de consumidores em diversas partes do mundo — e mostra quais são as empresas que converteram esses movimentos em novos produtos. Um material indispensável para quem sonha em empreender no ano que começa.
MAPA DE OPORTUNIDADES Confira os modelos de negócio que apresentam alto potencial de crescimento em setores da economia tradicional e em novos nichos de consumo, e descubra qual deles se encaixa no seu orçamento inicial
* Último dado disponível; o próximo relatório será divulgado neste mês
ALIMENTAÇÃO Por valores entre R$ 180.000 e R$ 2,1 milhões, é possível abrir negócios como sorveterias artesanais e importadoras de vinhos Pág. 42
COMÉRCIO ELETRÔNICO Com R$ 120.000 o empreendedor pode fundar uma empresa em uma das áreas mais populares do mercado digital Pág. 45
COMUNICAÇÃO E MARKETING Dos guias de serviços aos sistemas de Big Data, saiba como apostar no setor com investimentos a partir de R$ 56.000 Pág. 48
ECONEGÓCIO Como ajudar o planeta — e fazer bons negócios — com projetos de R$ 200.000 a R$ 1,7 milhão Pág. 50
ECONOMIA COLABORATIVA Oportunidades de R$ 280.000 a R$ 1,3 milhão para startups que conectem profissionais e consumidores Pág. 52
ECONOMIA CRIATIVA Cada vez mais profissionalizados, nichos como arte, música e design apresentam modelos de negócio a partir de R$ 55.000 Pág. 54
EDUCAÇÃO Plataformas de ensino a distância e escolas de programação podem ser criadas com recursos de R$ 40.000 e R$ 210.000 Pág. 56
GESTÃO E FINANÇAS Soluções que ajudam empresas a organizarem equipes e fluxo de caixa. É possível começar com R$ 90.000 Pág. 58
MOBILE Ideias de negócio para os segmentos de aplicativos e acessórios. Investimentos de R$ 150.000 a R$ 275.000 Pág. 60
MODA E BELEZA Roupas e serviços de estética continuam em alta no país. Veja como entrar no setor com apenas R$ 4.500 Pág. 62
NEGÓCIOS SOCIAIS Com investimento mínimo de R$ 80.000, conheça ideias de negócio que fazem do mundo um lugar melhor Pág. 64
PET Por valores entre R$ 12.500 e R$ 1 milhão, explore projetos como cervejarias para cães e marketplaces de serviços Pág. 66
SAÚDE E BEM-ESTAR Tecnologias que melhoram a gestão de hospitais e a qualidade de vida de consumidores. A partir de R$ 60.000 Pág. 68
TURISMO E DIVERSÃO Quando o hobby vira negócio. As ideias incluem agências de viagem e casas de surfe. De R$ 40.000 a R$ 360.000 Pág. 70
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C A PA
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ALIMENTAÇÃO
INVESTIMENTO INICIAL
R$ 180.000 MEATPACK HOUSE
R$ 180.000
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 150.000 (bar equipado com freezer, geladeira, chapa, fogão e chopeiras) CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 gerente, 1 atendente e 1 cozinheiro) PRAZO DE RETORNO: 18 meses
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DA FAZENDA À MESA Faturamento do setor (em R$ bilhões)
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Serviços
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No final de 2013, o chef Rodrigo Martins, 40 anos, criou uma receita de linguiça caseira para vender nas feiras gastronômicas de Curitiba. Produzidos com ingredientes locais e oferecidos a preços competitivos, os lanches caíram instantaneamente no gosto do público — foram mais de mil unidades vendidas no primeiro dia de operação. “A alta procura pelos sanduíches me incentivou a investir em uma loja física. Os clientes que não conseguiam comparecer aos eventos me pediam para abrir um ponto fixo”, afirma Martins. Instalado em uma movimentada avenida do centro da cidade, o Meatpack House iniciou as suas atividades em janeiro do ano passado. O estabelecimento foi concebido a partir dos mesmos pilares de informalidade e custo-benefício que alavancaram a barraca de rua. Os sanduíches são vendidos diretamente no balcão, por valores que variam entre R$ 10 e R$ 15. Para reforçar a presença entre o público noturno da região, o local passou a oferecer uma carta de cervejas de produtores locais. Atualmente, o faturamento mensal está na casa dos R$ 120 mil. “As pessoas estão procurando alternativas de alimentação que combinem conveniência e qualidade. Nossa ideia é aproximar a gastronomia da cozinha de rua”, diz.
CALDEIRÃO DE OPORTUNIDADES O potencial do mercado brasileiro de alimentação
Total
BAR DE LINGUIÇAS CASEIRAS
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R$ 460.000 FRIDA &MINA
R$ 550.000 PRONTO LIGHT
R$ 2,1 MILHÕES PREMIUM DRINKS
R$ 360.000
MEATPACK HOUSE
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R$ 360.000 YOUBURGER
FONTES: Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) e IFB (Instituto Food Service Brasil)
YOUBURGER HAMBURGUERIA PERSONALIZADA Nas unidades da Youburger, os clientes podem montar os próprios sanduíches em terminais de atendimento eletrônico. Os pedidos são pagos na tela e retirados diretamente no balcão. O valor da conta varia de acordo com o número e com o tipo dos ingredientes escolhidos (entre 35 opções disponíveis). “Esse modelo oferece uma ampla diversidade de preços e um cardápio flexível. Essas características reduzem o constrangimento de pedir alterações no cardápio e nos permitem trabalhar com diferentes faixas de renda”, afirma o carioca Rodrigo Malca, 27 anos, fundador da rede. Inaugurada no final de 2012, em Resende (RJ), a primeira loja da Youburger deu origem a uma rede que hoje reúne 12 franquias ativas. Os franqueados estão distribuídos em cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito Santo. No ano passado, o faturamento acumulado foi de R$ 8 milhões. Depois de consolidar a operação inicial, Malca espera chegar ao final de 2017 com 30 lojas em atividade. “O franchising é um caminho eficiente para ganhar capilaridade e avaliar o potencial de escala de modelos de negócio. Estamos estruturados para suportar a abertura de uma loja por mês”, diz. ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS INVESTIMENTO EM ESTRUTURA: R$ 300.000 TAXA DE FRANQUIA: R$ 40.000 CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 TAXA DE ROYALTIES: 5% TAXA DE PUBLICIDADE: 3% FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: de R$ 60.000 a R$ 80.000 LUCRO MÉDIO MENSAL: 20% PRAZO DE RETORNO: 18 a 24 meses FUNCIONÁRIOS: 8 por unidade ÁREA DA UNIDADE: 55 m2 PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
ALEGRIA DO PAULISTANO Thomas Zander e Fernanda Bastos, da Frida & Mina: a venda de sorvetes com ingredientes locais rendeu R$ 1,8 milhão em 2016
R$ 460.000
FRIDA & MINA SORVETERIA ARTESANAL Lançada em 2013 pelo casal Thomas Zander, 37 anos, e Fernanda Bastos, 38, a Frida & Mina tornou-se uma das sorveterias mais procuradas da capital paulista. A popularidade pode ser constatada nas longas filas que se formam ao redor do local durante finais de semana ensolarados. O motivo do alvoroço são os sabores inusitados criados e produzidos pelos proprietários, como tangerina com chocolate, morango com vinagre balsâmico e açúcar mascavo com noz pecan. “Trabalhamos apenas com ingredientes locais e receitas próprias. Esse apelo artesanal termina sendo um diferencial para o público”, afirma Zander. Segundo o empreendedor, a escolha do ponto foi outro fator essencial para entrar no mapa gastronômico da capiFOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
tal paulista. A pequena casa que abriga a Frida & Mina está localizada em uma movimentada esquina do bairro de Pinheiros, zona oeste da cidade, em meio a dezenas de hamburguerias, bistrôs e restaurantes voltados para o público jovem. “Não havia muitos concorrentes no nosso raio de atuação. As pessoas que frequentam a região terminaram abraçando a nossa proposta naturalmente”, diz Zander. Em 2016, as vendas de sorvetes renderam aos fundadores um faturamento de R$ 1,8 milhão. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 400.000 (cozinha de 25 m2, máquina de sorvete, pasteurizadora, torres de resfriamento, mixer de mão, freezers, geladeiras, máquinas de casquinha e vitrine para sorvetes) CAPITAL DE GIRO: R$ 60.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 140.000 FUNCIONÁRIOS: 6 (2 na produção de sorvetes e 4 atendentes) PRAZO DE RETORNO: de 18 a 24 meses
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R$ 550.000
PRONTO LIGHT MARMITAS SAUDÁVEIS Preocupados com a aparência e o bem-estar, os consumidores estão mais atentos a opções de alimentação saudável. De olho nessa tendência, Pedro Pandolpho, 36 anos, e Eduardo Dimand, 34, criaram a Pronto Light, serviço de assinatura de marmitas naturais. Produzidos com ingredientes de baixo teor calórico, como carnes magras, vegetais e quinoa, os kits da empresa paulistana podem ser adquiridos separadamente ou dentro de programas de reeducação alimentar. “O Eduardo malhava bastante e começou a fazer as receitas na casa dele. Percebemos que existia uma oportunidade quando outras pessoas começaram a perguntar onde ele comprava as refeições”, diz Pandolpho. Fundada como um serviço de delivery para frequentadores de academias paulistanas, a Pronto Light ampliou a sua área de atuação em 2009, após o lançamento da primeira plataforma de e-commerce. Ao apostar na assinatura de kits para consumo doméstico, a empresa também passou a operar no Rio de Janeiro, em Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e no interior de São Paulo. Os valores dos planos variam entre R$ 140 e R$ 1,7 mil, de acordo com os itens do cardápio e a duração do programa de alimentação. A base atual é de 40 mil clientes e o faturamento anual está na casa dos R$ 12 milhões. “Lançamos cardápios infantis e opções de entrega noturna no ano passado”, diz Pandolpho. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
SETOR EM BANHO-MARIA Rentabilidade média dos bares e restaurantes do país (em %) Mais de 10%
17
5% a 0%
15
33
35
5% a 10%
0% a 5%
FONTE: Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes)
R$ 2,1 MILHÕES
PREMIUM DRINKS IMPORTADORA DE VINHOS ROSÉ Após voltar de uma série de viagens pelo balneário de Saint-Tropez, no sul da França, o empresário carioca Ruy Belchior, 31 anos, identificou um segmento pouco explorado pelas grandes importadoras de vinhos: os rótulos rosé. “Percebi que a bebida era extremamente popular entre os turistas que frequentavam a região. Aí comecei a me perguntar por que esse hábito não era replicado nas praias brasileiras”, afirma Belchior. Para tornar a bebida mais conhecida entre os consumidores nacionais, o empreendedor fundou a Premium Drinks no final de 2010. Especializada em vinícolas europeias, a importadora trabalha com apenas 12 produtores do sul da França e da Espanha. O carro-chefe é o vinho Minuty, rosé francês que contabilizou mais de 80 mil garrafas vendidas em 2016. Segundo Belchior, o portfólio restrito tem como objetivo manter a qualidade das opções oferecidas para o mercado de bares e restaurantes, que são atualmente o centro da estratégia comercial da Premium Drinks. “Trata-se de um mercado que apresenta taxas de retorno mais atrativas para operações de pequeno porte. Por isso, é muito importante estar bem posicionado nesses estabelecimentos”, afirma o empreendedor, que atingiu a marca de R$ 6 milhões de vendas no ano passado. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 500.000 (cozinha com fogão, ultracongelador, câmara fria e freezers) CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 15 (5 na cozinha, 3 na montagem, 2 na expedição e 5 na área administrativa) PRAZO DE RETORNO: 24 meses
ESTRUTURA: R$ 100.000 (escritório com espaço para degustação e 2 carros de entrega)* CAPITAL DE GIRO: R$ 2.000.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 75.000 FUNCIONÁRIOS: 11 (1 marketing, 1 financeiro, 1 gerente, 4 comerciais, 2 estoquistas e 2 motoristas) PRAZO DE RETORNO: 24 meses *valores para negócios com armazém e logística terceirizados
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COMÉRCIO ELETRÔNICO
INVESTIMENTO INICIAL
R$ 120.000 CUPONOMIA
R$ 125.000 KONDUTO
SITE DE CUPONS DE DESCONTO A proposta do Cuponomia é simples e direta: oferecer cupons de desconto para os consumidores de lojas virtuais. Lançado em 2012 pelo engenheiro Antonio Jorge Miranda, 34 anos, o site reúne ofertas de mais de 2 mil varejistas brasileiros, incluindo gigantes como Fastshop, B2W e Netshoes. As ofertas são disponibilizadas por meio de códigos promocionais — o usuário não precisa fazer cadastros ou baixar aplicativos para acessá-las. “As promoções são negociadas diretamente por nossa equipe com os lojistas. Também fazemos testes diários para checar a validade e a garantia das condições anunciadas”, diz Miranda. Com uma média de 20 mil cupons veiculados por mês, o Cuponomia gerou um volume de R$ 500 milhões de vendas no ano passado. O modelo de negócios é baseado em comissões sobre as transações geradas pela plataforma (os valores variam de acordo com o volume de vendas e de ofertas anunciadas pelos parceiros). Em fase de expansão, a startup paulista tem como próximo objetivo consolidar a sua atuação em outros países da América Latina, como México, Chile e Colômbia. “Descontos e promoções são atrativos para consumidores de qualquer parte do mundo. A facilidade de implantação do nosso modelo torna a operação bastante adaptável a mercados internacionais”, afirma Miranda. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 20.000 (escritório, plataforma e computadores) CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (1 desenvolvedor, 1 designer, 1 consultor comercial, 1 analista de conteúdo e 1 administrativo) PRAZO DE RETORNO: 12 meses
R$ 180.000 BRASIL COWBOY
R$ 550.000 XTECH
R$ 125.000
R$ 120.000
CUPONOMIA
R$ 170.000 FOUND IT!
DO CLIQUE À COMPRA Onde estão – e o que procuram – os principias clientes das lojas virtuais brasileiras MERCADOS AQUECIDOS Os estados com as maiores bases de consumidores do país (em %) São Paulo
37,7 Rio de Janeiro
12,3 Minas Gerais
12 Paraná
5,4 Rio Grande do Sul
5,3 FONTE: EBIT
KONDUTO SISTEMA ANTIFRAUDE PARA PMES Lançada no início de 2015 pelos sócios Tom Canabarro, 29 anos, e Milton Tavares Neto, 28, a Konduto torna as tecnologias antifraude mais acessíveis para pequenos lojistas. A startup paulistana oferece uma solução que pode ser usada diretamente pelo proprietário, sem a necessidade de analistas de crédito ou de equipes de suporte técnico. O modelo de cobrança também foi pensado para atender às necessidades de negócios em fase inicial: em vez de assinaturas fechadas, a Konduto oferece planos que variam de acordo com o volume de análises realizadas. O valor mínimo é de R$ 150. Para resolver o problema do abandono de carrinho, as análises processadas pela ferramenta não dependem do preenchimento de formulários de dados pessoais (um dos principais fatores de desistência de compra). O sistema é baseado em algoritmos de inteligência artificial, que rastreiam indicadores como endereço de IP, histórico de navegação, e “ctrl c + ctrl v” em números de cartões para levantar suspeitas de fraude. “A adoção de parâmetros universais facilitou a adesão entre clientes de países como México e Argentina. A ferramenta não precisa de números de CEP ou de CPF para rodar”, diz Canabarro. Depois de ultrapassar a marca de R$ 3 milhões de transações processadas por mês, o empreendedor tem como meta faturar R$ 5 milhões até o final de 2017. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 5.000 (escritório em home-office) CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: não há (faturamento a partir do segundo ano) FUNCIONÁRIOS: 3 (1 desenvolvedor, 1 comercial e 1 atendimento) PRAZO DE RETORNO: 72 meses
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DENTRO DA CAIXA Thiago Speranzini e Julia Sanches, da Found It!, apostam em parcerias com grandes marcas para conquistar consumidores
R$ 170.000
FOUND IT! E-COMMERCE DE PRESENTES COM CURADORIA O Found It! é um e-commerce que oferece kits de presentes para diversos públicos e ocasiões. As ofertas do site incluem sugestões para agradar a cônjuges, colegas de trabalho e pais de primeira viagem. Para se destacar em segmentos dominados por grandes varejistas (como moda, beleza e alimentação), a startup paulistana estabeleceu parcerias com marcas consagradas entre os consumidores nacionais — a lista de fornecedores reúne nomes como Victorinox, Johnnie Walker e Granado. “A curadoria dos produtos é o nosso diferencial. Trabalhar com nomes estabelecidos no mercado foi essencial para ganhar credibilidade e reforçar a proposta de qualidade do serviço”, afirma o economista Thiago Speranzini, 29 anos, que fundou a empresa em 2009, ao lado de sua mulher, a administradora Julia Sanches, 30. 46
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A eficiência logística foi outro fator determinante para fidelizar os consumidores do site. Os clientes de São Paulo, por exemplo, têm a opção de receber os pedidos em até quatro horas. Para manter a estrutura enxuta, Speranzini desenvolveu um sistema híbrido de estoque. Apenas os produtos não perecíveis e com alto potencial de giro são armazenados na empresa. O restante é encomendado aos parceiros conforme a demanda. “Fazemos questão de finalizar a produção dos kits internamente. Erros de pedidos são muito mais graves no segmento de presentes”, diz Speranzini. Voltados aos consumidores finais e ao público corporativo, os kits de presentes resultaram em um faturamento estimado de mais de R$ 3 milhões em 2016. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 20.000 (escritório com espaço para montagem dos kits) CAPITAL DE GIRO: R$ 150.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 17.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 marketing, 1 produção e 1 logística) PRAZO DE RETORNO: 30 meses
FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
CAMPEÕES DE VENDA As categorias mais populares do e-commerce nacional (volume de pedidos – em %)
14 13 11 10 9
Moda e acessórios Eletrodomésticos Telefonia Cosméticos
51
R$
BILHÕES
foi o faturamento aproximado do varejo eletrônico brasileiro no ano passado
Casa e Decoração
FONTE: EBIT
R$ 180.000
R$ 550.000
BRASIL COWBOY
XTECH
LOJA DE MODA COUNTRY
PLATAFORMA PARA LOJAS VIRTUAIS
No ano passado, a Brasil Cowboy faturou mais de R$ 6 milhões com a venda de acessórios como botas de couro, chapéus de vaqueiro e fivelas de rodeio. O e-commerce de moda country surgiu em 2009, quando o empresário Oscar Tenuta, 38 anos, decidiu investir em um nicho até então ignorado por boa parte do varejo eletrônico nacional. “Eu comprava e vendia diversos tipos de produtos no MercadoLivre. As margens eram muito baixas, então procurei me especializar em um segmento que ainda não estivesse sendo explorado por grandes lojistas”, afirma Tenuta. Sediada em Campo Grande (MS), a empresa tem como público-alvo jovens fãs de música sertaneja do interior do Paraná e de São Paulo. Para divulgar os produtos entre esses consumidores, Tenuta desenvolveu uma estratégia de marketing com base em publicações no Instagram, ações de posicionamento em sites de busca e anúncios em redes sociais — o gasto mensal com campanhas online é de aproximadamente R$ 60 mil. “Muitos dos clientes do segmento ainda são avessos a comprar na internet. É preciso investir em ações de engajamento para alcançar bons índices de conversão de vendas”, diz o empreendedor.
Em apenas três anos de operação, a Xtech já deu origem a mais de 25 mil sites de comércio eletrônico. Composta por negócios de diversos segmentos, a base de clientes é formada por empresas de pequeno e médio portes. Segundo o fundador Alfredo Soares, 29 anos, a adesão desses lojistas é justificada pelas ferramentas de gestão e marketing oferecidas pela plataforma. “Sistemas básicos para a criação de lojas não resolvem todos os problemas dos varejistas iniciantes. Não basta colocar o site no ar — esse público precisa de ferramentas que o ajude a levantar bases de clientes e aumentar a conversão de vendas”, diz Soares. Entre as funcionalidades adicionais oferecidas pela Xtech, estão sistemas de gestão de clientes (CRM), ferramentas de e-mail marketing, gateways de pagamento e soluções para canais mobile e redes sociais. “Nossa tecnologia é focada na performance de vendas. A ideia é oferecer uma solução que automatize todos os processos em apenas um canal”, afirma Soares. Diferentemente do modelo adotado por outras empresas que atuam nesse segmento, a Xtech não cobra comissões pelas vendas transacionadas na plataforma — o modelo de negócio é baseado em planos de assinatura que variam entre R$ 59 e R$ 799. No ano passado, o faturamento do negócio foi de R$ 5 milhões.
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 30.000 (escritório, impressoras e galpão comercial) CAPITAL DE GIRO: R$ 150.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 150.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (1 financeiro, 1 marketing, 1 gerente de produtos e 1 estoquista) PRAZO DE RETORNO: de 36 a 60 meses
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 50.000 (escritório e servidores na nuvem) CAPITAL DE GIRO: R$ 500.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 9 (2 comercial, 1 marketing, 1 gestor de produtos, 2 suporte, 1 administrativo, 2 desenvolvedores) PRAZO DE RETORNO: 36 meses
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INVESTIMENTO INICIAL
COMUNICAÇÃO E MARKETING
R$ 56.000 ELEFANTE VERDE
R$ 80.000 SEEKR
R$ 190.000 HIVE MARKETING
R$ 56.000
R$ 80.000
R$ 190.000
ELEFANTE VERDE
SEEKR
GUIA DE SERVIÇOS LOCAIS
SISTEMA DE GESTÃO PARA REDES SOCIAIS
HIVE MARKETING TECHNOLOGY
O Elefante Verde é um guia de estabelecimentos que combina anúncios de clientes com serviços de marketing digital. Ao acessar o portal, os consumidores podem explorar ofertas de negócios próximos à sua região, como mercados, restaurantes e lojas de roupas. Os locais são avaliados e resenhados pelos próprios usuários. Os proprietários, por sua vez, assinam planos anuais (de R$ 1,2 mil a R$ 3,5 mil) para ganhar visibilidade na plataforma e aprimorar a sua estratégia virtual. Os pacotes incluem sistemas de criação de sites, consultoria e ferramentas de publicidade online, como e-mail marketing, posicionamento em sites de busca e anúncios em redes sociais. “A plataforma pode ser usada por pessoas sem conhecimento técnico”, afirma o sócio-fundador Fabio Duran, 33 anos. Lançada em 2011, em Mogi das Cruzes (SP), a rede contabiliza 43 unidades em atividade, distribuídas entre 17 estados brasileiros. Juntas, as operações faturaram aproximadamente R$ 1,2 milhão. ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS INVESTIMENTO EM ESTRUTURA: R$ 30.000 TAXA DE FRANQUIA: R$ 20.000 CAPITAL DE GIRO: R$ 6.000 TAXA DE ROYALTIES: 7% TAXA DE PUBLICIDADE: 3% FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 15.000 LUCRO MÉDIO MENSAL: 60% PRAZO DE RETORNO: 18 a 24 meses FUNCIONÁRIOS: 2 por unidade ÁREA DA UNIDADE: 20 m2 PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
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Enquanto pesquisava tecnologias de análise de dados, o publicitário Ricardo Heidorn, 34 anos, conheceu as ferramentas de monitoramento de redes sociais. A descoberta levou à criação da Seekr, plataforma de acompanhamento, atendimento e gestão de clientes em canais digitais. Cinco anos após o início da operação, o sistema já foi adotado por mais de mil empresas. “O software permite que o usuário acesse históricos de atendimento e monitore impressões de marca em um único ambiente. Também é possível levantar relatórios sobre o desempenho de concorrentes em tempo real”, afirma Heidorn. Capitalizada por um investimento de R$ 10 milhões, feito em 2015 pelo fundo Cventures, a startup catarinense tem a operação estruturada ao redor de empresas de médio e grande portes. Após conquistar clientes como Lojas Americanas, Vivo e Tecnisa, a Seekr agora pretende atingir donos de agências digitais e pequenos negócios. A aposta para esse segmento está em linhas de planos básicos a partir de R$ 450 mensais. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 50.000 (escritório, computadores e servidores na nuvem) CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000 (a partir do segundo semestre) FUNCIONÁRIOS: 5 (2 comercial, 2 em tecnologia e 1 atendimento) PRAZO DE RETORNO: 15 meses
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R$ 800.000 AIDAX
AGÊNCIA DE MARKETING TECNOLÓGICO Em meio às disputas entre agências tradicionais e digitais, a Hive Marketing Technology encontrou um caminho alternativo para ganhar espaço no mercado publicitário. Fundada em 2007 pelos sócios Charles Betito Filho, 39 anos, e Mitikazu Lisboa, 37, a startup paulistana se especializou no desenvolvimento de tecnologias de marketing, como aplicativos para dispositivos móveis, plataformas de gamificação e chatbots (sistemas de atendimento automatizados). “As agências digitais nem sempre têm base técnica para resolver todos os problemas dos clientes. A segmentação em tecnologias específicas para o setor nos permite preencher essa lacuna”, afirma Betito. Com objetivo de atender clientes em diferentes estágios tecnológicos, a Hive desenvolve projetos customizados e proprietários. Dentre os principais clientes do portfólio estão Gillete, Twitter e Intel, que renderam à empresa um faturamento de R$ 8 milhões em 2016. “Já estamos negociando contratos em países como Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul.” ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 70.000 (escritório, computadores e servidores em nuvem) CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 20.000 (a partir do segundo semestre) FUNCIONÁRIOS: 8 (1 comercial, 1 administrativo, 1 gerente de projetos e 5 desenvolvedores) PRAZO DE RETORNO: 24 meses
O PODER DA WEB O volume de gastos com ações de marketing digital e os principais canais de divulgação do país NA REDE Evolução dos investimentos em mídia online (em R$ bilhões) 2014
8,6 2015
9,3 2016
10,4
NA TELA As plataformas que concentram os gastos em publicidade na internet (em bilhões de reais) Ferramentas de busca
5,16 COMO ENTENDER O CONSUMIDOR Gustavo Sanchez, da Aidax: startup que analisa os hábitos de consumidores recebeu aporte de R$ 1,8 milhão
R$ 800.000
AIDAX PLATAFORMA DE BIG DATA Após mais de uma década desenvolvendo projetos para o e-commerce, o programador Gustavo Sanchez, 34 anos, começou a se incomodar com o volume de informações descartadas por lojas virtuais. “A maioria dos varejistas se preocupava apenas com funcionalidades básicas de venda. Os dados dos consumidores se perdiam nas transações ou eram simplesmente jogados fora”, afirma. Ao observar a democratização das ferramentas de análise de dados, Sanchez começou a desenvolver uma tecnologia voltada para PMEs. Em 2014, ele lançou a Aidax, plataforma de análise de comportamento de consumidores em sites e lojas virtuais. Comparada a ferramentas como o Google Analytics, a Aidax tem como diferencial a interpretação de dados de naFOTO: ALEXANDRE BATTIBUGLI/Editora Globo
Social media
3,14 Vídeo
1,03 FONTE: IAB Brasil / ComScore
vegação online. Em vez de apenas apresentar relatórios de números de visitantes ou de tempo de permanência, a ferramenta traça padrões de comportamento e apresenta cronogramas de ações para aumentar índices de conversões e tempo de permanência no site. Os planos de assinatura vão de R$ 99 (para autônomos) a R$ 7,9 mil (grandes corporações). No início de 2016, a startup paulista recebeu um aporte de R$ 1,8 milhão. Com a operação capitalizada, a Aidax conquistou contratos com clientes como Linktel e Porto Seguro, alcançando um faturamento mensal de R$ 100 mil. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 100.000 (escritório, computadores e servidores em nuvem) CAPITAL DE GIRO: R$ 700.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: não há (faturamento a partir do segundo ano) FUNCIONÁRIOS: 7 (1 CTO, 2 programadores, 1 cientista de dados, 1 comercial, 1 financeiro e 1 analista de suporte) PRAZO DE RETORNO: 36 meses
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100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
ECONEGÓCIO
R$ 200.000 MORADA DA FLORESTA
R$ 200.000
R$ 400.000
MORADA DA FLORESTA
BLUELUX
SOLUÇÕES DE COMPOSTAGEM
SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE LÂMPADAS
A Morada da Floresta é especializada em soluções de tratamento de resíduos urbanos. Fundada em 2009 pelo casal Cláudio Spínola, 40 anos, e Ana Paula Silva, 33, a empresa paulistana tornou-se conhecida por suas composteiras domésticas. O sistema é baseado no uso de gavetas de plástico empilháveis, nas quais produtos orgânicos são convertidos em adubo com a ajuda de minhocas. “Conheci a técnica por causa de interesses pessoais e terminei ministrando alguns cursos para amigos. Na medida em que a demanda por informações foi aumentando, fomos estruturando o negócio e expandindo a nossa atuação para a fabricação dos produtos”, afirma Spínola. A possibilidade de implantação em apartamentos — o kit básico mede apenas 43 cm x 35 cm e bloqueia o odor do chorume orgânico — está entre os principais diferenciais das composteiras da Morada da Floresta. Paralelamente à fabricação dos sistemas para consumidores finais, a empresa também oferece projetos de tratamento de resíduos para o público corporativo e produtos ecológicos para bebês, como fraldas de pano e cueiros de tecidos sustentáveis. No ano passado, o faturamento do negócio foi de R$ 1 milhão. “Queremos ampliar a nossa atuação junto a órgãos públicos. Já estamos desenvolvendo alguns projetos com a prefeitura de São Paulo”, diz o empreendedor. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
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Por meio de um aplicativo, o adaptador desenvolvido pela Bluelux permite que o usuário controle o brilho de lâmpadas usando tablets e smartphones. Além de facilitar projetos de automação residencial, o sistema elimina desperdícios com pontos acesos em períodos desnecessários. O dispositivo também pode ser programado para o consumo mínimo em diferentes ocasiões, como um jantar romântico ou uma maratona de séries. “Os cenários levam em conta o menor consumo possível. O objetivo é oferecer uma tecnologia de economia de recursos que seja conveniente e acessível”, diz o fundador Tiago Loureiro, 36 anos. Disponível nas versões simples (R$ 169, para lâmpadas rosqueáveis de até 60W) e PRO (R$ 219, para lâmpadas de todos os tipos), o adaptador da Bluelux é vendido no site oficial da empresa. No ano passado, quando iniciou a sua operação comercial, a startup mineira contabilizava cerca de 90 unidades vendidas por mês. Para dar escala ao negócio, Loureiro aposta em contratos com escritórios de decoração e incorporadoras imobiliárias. Caso se concretizem, as parcerias devem resultar em um faturamento de aproximadamente R$ 3 milhões até o final de 2017. “A meta é fechar o ano com uma média de 2,5 mil unidades vendidas por mês”, afirma Loureiro. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 100.000 (laboratório com osciloscópio, impressora 3D e insumos de testes de desenvolvimento) CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 6 (1 atendimento, 1 administrativo, 1 produção, 1 TI, 1 marketing e 1 designer) PRAZO DE RETORNO: de 24 a 36 meses
50
R$ 400.000 BLUELUX
JANEIRO, 2017
ESTRUTURA: R$ 100.000 (laboratório com osciloscópio, impressora 3D e insumos de testes de desenvolvimento) CAPITAL DE GIRO: R$ 300.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: não há (faturamento a partir do 2º ano) FUNCIONÁRIOS: 5 (1 técnico em eletrônica, 1 desenvolvedor, 1 operador, 1 administrador e 1 atendimento e vendas) PRAZO DE RETORNO: 36 meses
R$ 1,7 MILHÃO WIER
DO BRANDING AO LUCRO Por que as empresas investem em ações ambientais (nota de 0 a 5) Valorização
4,22 da marca
Disponibi-
4,20 lidade de insumos
Redução
4,14 de riscos
operacionais Redução de
4,07 custos e de energia
ÁREAS BENEFICIADAS As causas mais exploradas por iniciativas corporativas de sustentabilidade (nota de 0 a 5) Escassez
4,21 de água
Poluição do
4,1 ar, do solo e da água
Gestão de 4,1 resíduos Eficiência
4,1 energética
83
% DOS EMPRESÁRIOS BRASILEIROS acreditam que a sustentabilidade tem relação direta com a lucratividade FONTE: Futuro da Sustentabilidade Corporativa – Fundação Dom Cabral
R$ 1,7 MILHÃO
WIER TECNOLOGIAS DE PLASMA FRIO Nascido em Nova Trento, uma das principais cidades do polo têxtil catarinense, o químico Bruno Mena Cadorin, 29 anos, cresceu incomodado com os constantes despejos de poluentes nos rios da região. Para combater esse problema, ele criou a Wier, startup especializada em soluções de tratamento de resíduos industriais líquidos. As tecnologias desenvolvidas pela empresa são baseadas no uso de descargas de gás ionizadas (chamadas de plasma frio) para quebrar moléculas químicas, incluindo a eliminação de bactérias, fungos e microrganismos nocivos ao meio ambiente. “A técnica permite a limpeza de águas de maneira completamente sustentável. O processo não usa produtos artificiais nem gera resíduos secundários”, afirma Cadorin. ILUSTRAÇÃO: GUILHERME HENRIQUE
O foco atual da Wier está na venda de equipamentos de plasma frio para indústrias dos setores têxtil e energético. As máquinas custam a partir de R$ 250 mil. A startup também possui uma linha de equipamentos voltada para a purificação do ar de ambientes fechados, como hotéis, escolas e hospitais. Nesse caso, os preços variam entre R$ 1.790 e R$ 3.990. Em 2016, quando completou dois anos de operação comercial, a empresa faturou mais de R$ 1 milhão. “O aumento de conscientização faz com que mais empresas passem a procurar soluções para lidar com a poluição”, diz. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 700.000 (espaço de 70 m² equipado com laboratório de química, mecânica e eletrônica) CAPITAL DE GIRO: R$ 1.000.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 6 (1 químico, 1 engenheiro mecatrônico, 1 engenheiro mecânico, 2 técnicos e 1 administrativo) PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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C A PA
100 IDEIAS
ECONOMIA COLABORATIVA
INVESTIMENTO INICIAL
R$ 280.000
JOB FOR MODEL MARKETPLACE PARA MODELOS Longe dos holofotes das passarelas e dos estúdios de fotografia, a rotina de modelos profissionais costuma ser marcada por acontecimentos pouco glamourosos. Os bastidores da profissão incluem atrasos de pagamento, clientes abusivos e compromissos desmarcados em cima da hora. Lançado em 2014 pelo gestor de investimentos Filipi Russo, 26 anos, e pela modelo Juliane Rudolph, 27, o Job For Model tem como objetivo profissionalizar as relações de um mercado que muitas vezes opera na informalidade. “Nossa plataforma permite que modelos e contratantes negociem diretamente dentro de um ambiente seguro para as duas partes”, afirma Russo. O modelo de negócio da Job For Model é inspirado no Airbnb, site de aluguel de quartos e casas para viajantes, e, 52
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JANEIRO, 2017
R$ 280.000 R$ 310.000 JOB FOR MODEL WORKANA
R$ 1,3 MILHÃO EASY CARROS
portanto, é baseado na intermediação aberta de serviços. De um lado, as empresas anunciam a oferta de trabalho, o cachê e o perfil de profissional desejado. Na outra ponta, os candidatos que se encaixam nas características são notificados e decidem se aceitam a oferta ou não. As transações financeiras e a checagem de antecedentes são feitas pela startup, que fica com uma comissão de 20% sobre os contratos. Usada por clientes como Mary Kay, XP Investimentos e Lojas Americanas, a empresa fechou 2016 com uma base de 5 mil modelos e 2 mil contratantes cadastrados. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 30.000 (escritório e equipamentos) CAPITAL DE GIRO: R$ 250.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (1 desenvolvedor, 1 executivo de marketing, 1 administrativo e 1 executivo de operações e 1 gestor de comunidades) PRAZO DE RETORNO: 48 meses
ILUSTRAÇÃO: GUILHERME HENRIQUE
TUDO NOSSO A relação dos brasileiros com modelos de negócios colaborativos
TEMPO DE COMPARTILHAR Os segmentos mais populares entre os consumidores nacionais (em %)
73 Empréstimo de bens de consumo Transportes
20
% DOS BRASILEIROS estão familiarizados com princípios e serviços da economia colaborativa
15 13
Contratação de serviços
12
Hospedagem
8
FONTE: MARKET ANALYSIS
R$ 310.000
R$ 1,3 MILHÃO
WORKANA
EASY CARROS
COMUNIDADE DE FREELANCERS
CENTRO DE SERVIÇOS AUTOMOTIVOS
Assim como muitas empresas da economia colaborativa, a Workana tem como missão conectar legiões de freelancers a ofertas de trabalho apresentadas por clientes em potencial. Fundada em 2012 pelo argentino Tomás O’Farrel, 37 anos, a startup oferece um marketplace voltado para as áreas de design, comunicação e tecnologia. Com mais de 450 mil usuários cadastrados, o serviço está atualmente disponível no Brasil, no México e na Argentina. “O conceito de emprego está mudando, as pessoas estão dando mais valor a fatores como independência e horários flexíveis. Queremos criar um ambiente no qual esse novo perfil de profissional possa oferecer a sua força de trabalho de forma rápida e segura”, diz O’Farrel. Com base em um sistema de recomendações e avaliações feitas pelos próprios usuários, a plataforma da Workana acumula mais de 100 mil projetos e concorrências publicados até o momento. O cadastro para clientes e freelancers é gratuito — a receita vem de comissões de 15% sobre os contratos e dos planos de assinatura para ganhar visibilidade no site. No início do ano passado, a startup recebeu um aporte de R$ 8 milhões do Seek, grupo australiano de soluções de recrutamento, para ampliar a sua atuação pela América Latina. “Queremos aumentar o alcance das ofertas de clientes internacionais entre bases de profissionais locais”, afirma o empreendedor.
A falta de tempo para cuidar do carro foi o que incentivou o administrador Fernando Saddi, 27 anos, a criar uma comunidade online de serviços para o setor automotivo. Ex-CEO da Airu, marketplace de moda do grupo alemão Rocket Internet, o empreendedor decidiu aplicar a sua experiência com plataformas colaborativas para criar um negócio voltado para proprietários de veículos. No final de 2015, com o sócio Fernando Barcelini, 31, ele fundou a Easy Carros, startup que reúne 800 profissionais especializados em serviços como cristalização de vidros, lavagem de bancos e enceramento de latarias. “A experiência em outro marketplace me ajudou a formar a base inicial de usuários. Já conhecia os mecanismos necessários para estruturar o negócio”, diz Saddi. Para testar o potencial da ideia, Saddi e Barcelini passaram dois meses estudando o comportamento dos usuários em grupos fechados de WhatsApp — os clientes entravam em contato pelo aplicativo e os sócios enviavam um profissional para executar o serviço. Em troca, recebiam uma comissão de 15%. Ao atingir uma média de 50 pedidos mensais, a dupla lançou a primeira versão da plataforma oficial, incluindo funcionalidades como ferramentas de pagamento e sistemas de atendimento automatizados. Cerca de um ano após o seu lançamento, a startup já levantou cerca de R$ 2,5 milhões entre investidores-anjo e fundos de capital de risco. Em 2016, com uma base espalhada por 32 cidades, a Easy Carros movimentou um total de R$ 7 milhões.
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 10.000 (escritório, computadores, softwares) CAPITAL DE GIRO: R$ 300.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 10 (3 desenvolvedores, 2 designers, 1 gerente de comunidades, 1 atendimento, 1 administrativo e 2 na área de marketing e conteúdo) PRAZO DE RETORNO: 60 meses
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 300.000 (escritório, equipamentos e estrutura de tecnologia) CAPITAL DE GIRO: R$ 1.000.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 200.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (1 executivo de marketing e vendas, 1 executivo de tecnologia, 1 executivo de operações e 1 especialista em experiência do usuário) PRAZO DE RETORNO: 24 a 36 meses
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100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
ECONOMIA CRIATIVA
R$ 55.000 SAAD STUDIO
R$ 55 .000
R$ 170.000 BANANAS MUSIC
R$ 480.000 MR. PLOT
R$ 800.000 MADRE MIA!
R$ 170.000
SAAD STUDIO
CELEIROS CRIATIVOS
BANANAS MUSIC
CONSULTORIA DE DESIGN
Os segmentos líderes em faturamento (em %)
AGÊNCIA DE BRANDING MUSICAL
O Saad Studio faz parte de uma nova geração de estúdios de design que combinam inteligência visual com consultoria estratégica. Lançada em 2012, sob o conceito “boutique”, a agência curitibana é especializada em projetos multidisciplinares de posicionamento de marcas — o processo abrange formulação de identidade visual, estudos de tendências de consumo, análise de movimentos sociais, pesquisas sobre experiência de compra e ações de ativação. “Contamos com uma rede de colaboradores formada por profissionais de diferentes áreas, como designers, antropólogos e economistas. Essa estrutura flexível nos permite montar equipes para as necessidades específicas de cada cliente”, diz o fundador Lucas Saad, 35 anos. A proposta de atendimento personalizado é reforçada pelo baixo volume de projetos realizados — para manter o apelo autoral, a equipe interna da agência é limitada a trabalhar com um teto de seis contratos simultâneos. Os colaboradores externos, por sua vez, assinam acordos que garantem a sua permanência durante toda a execução do projeto. “Medidas como essas nos ajudam a fugir da tentação de entrar em linhas de produção criativa. O objetivo é manter a qualidade de entrega em todas as pontas”, diz Saad. Com um portfólio que reúne trabalhos para empresas como Braskem, Coca-Cola e Dow Brasil, a Saad fechou 2016 com um faturamento mensal de R$ 45 mil. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 25.000 (escritório e equipamentos) CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 1 (1 gestor de projetos)* PRAZO DE RETORNO: três meses *os colaboradores de cada projeto são contratados sob demanda
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Audiovisual
31,3 Mídia impressa
25,8 Mídia online
23 Serviços criativos
10,7 Artes performáticas
3,1 Design
2,9 FONTE: IPEA
126
R$ BILHÕES é o faturamento anual da indústria criativa no Brasil
Atualmente o setor reúne
251
MIL EMPRESAS em atividade no país. Juntos, esses negócios geram mais de
890
MIL EMPREGOS FONTE: Firjan – Mapa da Indústria Criativa
Antes restritas a grandes varejistas, as ferramentas de marketing sensorial também passaram a ser usadas por comerciantes de pequeno porte. Entre as empresas que oferecem esse tipo de serviço, está a Bananas Music, startup gaúcha que cria listas de música personalizadas para lojas, bares e restaurantes. Pouco mais de dois anos após o início da operação, a empresa tem uma lista de clientes que inclui grifes de moda jovem, universidades e franquias de alimentação. “Percebemos que faltavam agências especializadas em cuidar da ambientação sonora desses locais. Fizemos algumas playlists para empresas de amigos e fomos profissionalizando o negócio na medida em que começamos a receber mais pedidos”, diz o publicitário Rafael Achutti, 32 anos, fundador do negócio ao lado da DJ Juliana Baldi, 27. No primeiro momento, as playlists eram oferecidas em dispositivos como pen drives e HDs externos. Para ganhar a agilidade, os sócios desenvolveram uma plataforma de distribuição de arquivos na nuvem. Paralelamente à ambientação sonora de pontos de venda físicos, a Bananas também passou a desenvolver serviços de curadoria musical para eventos corporativos, redes sociais e perfis no Spotify. Marcas como Philips, Warner Music, Mary Kay e Chevrolet já fecharam contratos com a startup. Juntas, as frentes comerciais resultam em um faturamento de R$ 550 mil por ano. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 70.000 (escritório e computadores) CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 25.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (1 administrativo e 1 criador de playlists) PRAZO DE RETORNO: 18 meses
NEGÓCIO AFINADO A Bananas Music, de Rafael Achutti, cria playlists para marcas como Philips, Chevrolet e Mary Kay
R$ 480.000
MR. PLOT ESTÚDIO DE ANIMAÇÕES INFANTIS O sucesso de séries como “Galinha Pintadinha” e “Show da Luna” abriu caminho para que dezenas de estúdios independentes emplacassem projetos de animação para o público infantil. A pernambucana Mr. Plot é uma das empresas que vêm explorando oportunidades nesse novo segmento. Inicialmente concebida como uma produtora de conteúdo para dispositivos móveis, a startup ganhou fama pela série musical “Mundo Bita”, na qual um simpático personagem de bigode laranja ensina crianças sobre higiene, boas maneiras e meio ambiente. “Os desenhos foram criados como vinhetas de games e e-books interativos. Lançamos os vídeos no YouTube como parte de uma ação promocional para divulgar os apps”, diz o sócio-fundador João Henrique SouFOTO: RICARDO JAEGER/Editora Globo
za, 38 anos. Impulsionada pela veiculação em plataformas de streaming de vídeos e em canais de televisão por assinatura, a popularidade dos vídeos levou a uma estratégia de monetização centrada na figura de Bita. Nos últimos dois anos, período em que começou a ganhar projeção nacional, a série deu origem a frentes comerciais que envolvem produtos licenciados, eventos de entretenimento, cenários de shoppings e vendas de DVDs em livrarias. Após faturar R$ 1,2 milhão em 2016, a startup tem como próximo desafio levar a série a outros países da América Latina. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 80.000 (computadores, mesas digitalizadoras e softwares de edição de arte, música e animação) CAPITAL DE GIRO: R$ 400.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: não há (faturamento a partir do segundo ano) FUNCIONÁRIOS: 7 (2 ilustradores, 2 animadores, 1 roteirista, 1 diretor de criação e 1 produtor) PRAZO DE RETORNO: 60 meses
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100 IDEIAS
R$ 800.000
MADRE MIA! ESPAÇO MULTICULTURAL Integrantes do time de fundadores da agência Cubo.CC, Raul Garré e Rodrigo Elste, ambos com 35 anos, começaram a procurar novos rumos profissionais em 2009, logo após a venda da empresa para o grupo americano Interpublic. Nascidos em Pelotas (RS), os amigos voltaram à cidade natal para repensar a carreira e aproveitar oportunidades na economia local. “A cidade é um dos principais centros de economia criativa do Rio Grande do Sul. Sempre tivemos o sonho de ter um restaurante e usamos isso como ponto de partida para criar um laboratório de ideias”, diz Garré. Três anos depois, a dupla lançou o Madre Mia!, espaço cultural que reúne bar, restaurante, galeria de arte e produtora de eventos. Inspirado em elementos da cultura latina e do estilo de vida gaúcho, o Madre Mia! tornou-se um dos principais destinos para jovens e turistas que circulam pela região. Entre os frequentadores do espaço gastronômico e os eventos promovidos pelo estabelecimento, a empresa atende cerca de 110 mil clientes por mês. Em 2016, o faturamento foi de R$ 2,8 milhões. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 650.000 (imóvel reformado, decoração, softwares de gestão, chopeiras, câmaras frias e cozinha equipada com fogão, chapa, grelhas e bancadas de trabalho) CAPITAL DE GIRO: R$ 150.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 150.000 FUNCIONÁRIOS: 15 (1 hostess, 3 cozinheiros, 4 atendentes, 1 analista de estoque, 1 cervejeiro, 1 gerente de operação, 1 gerente criativo, 1 administrativo, 1 financeiro e 1 na área de recursos humanos) PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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EDUCAÇÃO
INVESTIMENTO INICIAL
R$ 40.000 CLUBE ALUNO
R$ 210.000 HAPPY CODE
R$ 40.000
CLUBE ALUNO PLATAFORMA DE REFORÇO ESCOLAR Pensando em uma maneira de tornar o aprendizado mais atrativo para crianças e adolescentes, os sócios Gabriel Tarhun, 27 anos, e André Vasconcelos, 30, criaram uma plataforma de reforço escolar baseada em dinâmicas de redes sociais. Batizada de Clube Aluno, a ferramenta reúne painéis de acompanhamento com professores de plantão e grupos de discussão onde os estudantes podem compartilhar resultados. “Em vez de assistir a vídeos de aulas genéricas, o usuário publica a sua dúvida e recebe uma resposta personalizada para o seu problema em cerca de três horas. O objetivo é ajudar alunos que sentem vergonha de tirar dúvidas na sala de aula”, diz Tarhun. Disponível para estudantes do ensino médio e fundamental, o Clube Aluno tem uma rede de 400 professores que estão divididos entre 14 disciplinas e prestam serviços de maneira remota. “Nosso método é baseado em soluções descritivas e respostas motivacionais. Para assimilar esse conceito, os tutores passam por entrevistas e módulos de treinamento online”, afirma Tarhun, que tem como fonte de receita a comercialização de planos mensais (a partir de R$ 900) para redes de ensino públicas e privadas. Em 2016, quando completou dois anos, a startup catarinense contabilizava 16 unidades e um faturamento de R$ 2 milhões.
O BÊ-Á-BÁ DO SETOR Dados essenciais para quem pensa em investir no mercado de educação brasileiro NA SALA DE AULA Alunos matriculados em escolas e universidades Ensino básico (em milhões) Rede pública
40,7 Rede privada
9,1 Ensino superior Rede pública
4,2 Rede privada
1,7 FONTE: Inep – Censo Escolar 2014
NO COMPUTADOR Estudantes matriculados em cursos de educação a distância (em milhões) 2014
3,8
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 15.000 (escritório, taxa de licenciamento, computadores e equipamentos) CAPITAL DE GIRO: R$ 25.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (1 comercial e 1 atendente) PRAZO DE RETORNO: de 12 a 22 meses
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2015
5 FONTE: Censo Mercado EAD
UMA NOVA FORMA DE LER O MUNDO Rodrigo Santos, da Happy Code: cursos de programação para crianças e adolescentes geram R$ 11 milhões ao ano
R$ 210.000
HAPPY CODE ESCOLA DE CURSOS DE PROGRAMAÇÃO Inspirada em um modelo popular nos Estados Unidos, a Happy Code oferece cursos de programação para crianças e adolescentes. A rede de franquias paulista tem como base a metodologia STEAM, linha de ensino que aplica conceitos de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática para resolver problemas do dia a dia. As aulas são direcionadas para alunos de 5 a 17 anos. Eles podem escolher entre módulos que incluem desde princípios de construção de drones, passando pela criação de aplicativos até técnicas de desenvolvimento de games. “Existia uma demanda reprimida por esse tipo de curso no Brasil. Registramos 120 matrículas em menos de dois meses de operação”, afirma o fundador Rodrigo Santos, 33 anos. Dois anos após o lançamento da escola piloto, em Campinas (SP), a Happy Code contabiliza 21 franquias em atividade. Distribuídas entre os estados de São Paulo, Rio de FOTO: ALEXANDRE BATTIBUGLI/Editora Globo
Janeiro, Ceará, Minas Gerais e Bahia, as unidades fecharam 2016 com 2,5 mil alunos matriculados e um faturamento acumulado de R$ 11 milhões. O plano de expansão prevê a abertura de pelo menos mais 20 unidades e o início de um projeto de internacionalização. “A valorização da educação infantil tem levado pais de diversos países a investirem em novos formatos de aprendizado para seus filhos. Já recebemos contatos de parceiros interessados em levar o modelo para países como Alemanha, Portugal, Chile e Argentina”, afirma Santos. ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS INVESTIMENTO EM ESTRUTURA: R$ 130.000 TAXA DE FRANQUIA: R$ 30.000 CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 TAXA DE ROYALTIES: 2% TAXA DE PUBLICIDADE: 2% FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 45.000 LUCRO MÉDIO MENSAL: R$ 13.500 PRAZO DE RETORNO: 18 meses FUNCIONÁRIOS: 4 por unidade ÁREA DA UNIDADE: 120 m2 PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
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100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
GESTÃO E FINANÇAS
R$ 90.000 SALESIM
R$ 220.000 SANTO DIGITAL
R$ 90.000 SOLUTI
R$ 90.000
R$ 90.000
SALESIM
SOLUTI
PERFIL DOS CLIENTES
PLATAFORMA PARA EQUIPES DE VENDAS
CERTIFICADORA ONLINE
Quem investe em tecnologia corporativa hoje
Voltada para pequenas e médias empresas, a plataforma da SaleSIM combina ferramentas de gestão com dinâmicas de gamificação para equipes de vendas. Em vez de registrar atividades em planilhas e relatórios, os profissionais cadastrados no sistema podem acessar painéis de tarefas interativos e rankings de desempenho. “A avaliação leva em conta indicadores como telefonemas realizados e reuniões marcadas com clientes. O objetivo é reconhecer todo o esforço de prospecção e engajar colaboradores que sentem dificuldades em lidar com sistemas burocráticos”, diz o fundador Macario Moraes, 42 anos. A partir dos dados coletados entre os funcionários, o sistema produz relatórios para os gestores. As informações são processadas pelos algoritmos da SaleSIM e geram sugestões para melhorar o desempenho de cada vendedor. “É possível identificar qual colaborador precisa passar por um programa de reciclagem ou receber feedback”, afirma Moraes. Depois de passar pelos programas das aceleradoras Ace e Inovativa Brasil, a startup pernambucana desenvolveu um modelo de licenciamento para alavancar as vendas entre empresas de médio porte. No ano passado, quando lançou a sua operação comercial, a SaleSIM levantou uma base de 40 clientes fixos.
A implantação do sistema de nota fiscal eletrônica fez com que muitas empresas descobrissem os benefícios de digitalizar trâmites burocráticos e financeiros. De olho nessa nova demanda, a Soluti criou soluções de certificação digital para o mercado corporativo. Em oito anos de operação, a empresa goiana desenvolveu um portfólio que inclui assinatura de documentos digitais, tokens de autenticação bancária e sistemas de emissão de NF-e. “A ideia inicial era atender apenas clientes que precisavam cumprir obrigações legais. Mas, quando vimos que muitos deles pediam soluções mais avançadas, investimos nesse nicho”, diz o fundador Vinicius Sousa, 33 anos. Atualmente, a Soluti tem uma atuação forte entre hospitais e instituições financeiras. “Os produtos têm mais aderência em setores altamente informatizados, que trabalham com informações delicadas. No mercado de saúde, por exemplo, existe uma forte demanda por tecnologias para gestão de prontuários eletrônicos”, afirma Sousa. Depois de atingir um faturamento de R$ 40 milhões no segmento B2B, o empreendedor tem como meta popularizar as tecnologias de certificação entre consumidores finais. “A ideia é que as pessoas não precisem mais perder horas na fila do cartório.”
CONECTADOS Os segmentos com maiores índices de adesão (em %)
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO*
ESTRUTURA: R$ 30.000 (computadores e bancadas de coworking) CAPITAL DE GIRO: R$ 60.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (3 desenvolvedores, 1 designer e 1 no departamento comercial) PRAZO DE RETORNO: 18 meses
ESTRUTURA: R$ 80.000 (escritório, computadores e softwares) CAPITAL DE GIRO: R$ 10.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 10.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (1 em operações, 1 no desenvolvimento, 1 no comercial e 1 no administrativo) PRAZO DE RETORNO: 18 meses *valores referentes ao nível de autoridade certificadora de registros
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Tecnologia da Informação 28 Indústria 24 Serviços 20 Varejo 6
EQUIPES SOB CONTROLE Áreas que mais usam softwares de CRM e ERP (em %)
Administrativo 23 Financeiro 15 Direção 13 Comercial 11 FONTE: Portal ERP – Pesquisa Panorama do Mercado ERP no Brasil
R$ 220.000
SANTO DIGITAL CONSULTORIA DE TI A ampliação da oferta de serviços na nuvem abriu oportunidades para consultorias de TI especializadas em sistemas de gestão. É o caso da Santo Digital, empresa paulistana que faturou R$ 12 milhões em 2016 com projetos de integração tecnológica para empresas de médio porte. A base da operação é o Google Apps, conjunto de ferramentas do Google que integra diversos processos corporativos (como compartilhamento de arquivos e provedores de e-mail) em apenas uma plataforma digital. “A maioria das empresas ainda trabalha com tecnologias da década de 1990. O objetivo é ajudar esses negócios a cortarem custos e aumentarem a eficiência, usando as ferramentas do Google”, afirma o fundador Cláudio Santos, 45 anos. Seis anos após a sua fundação, a Santo Digital reúne uma base ativa de 1,3 mil clientes. Os serviços oferecidos ILUSTRAÇÃO: GUILHERME HENRIQUE
incluem comercialização dos programas, treinamento dos funcionários, suporte técnico e integração a outros sistemas de gestão. O valor dos contratos varia de acordo com o número de licenças de software e com a complexidade da implantação do sistema. A maior demanda vem das áreas de varejo, saúde e Direito. “Soluções na nuvem são mais atraentes para empresas que precisam compartilhar grandes volumes de dados com segurança e velocidade”, diz Santos. No ano passado, o empreendimento recebeu o selo Google Global Rising Star, certificação de excelência concedida pelo Google, tornando-se o principal revendedor dos produtos da companhia no país. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 20.000 (escritório e notebooks) CAPITAL DE GIRO: R$ 200.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 no departamento comercial, 1 na área de operações e 1 em TI) PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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INVESTIMENTO INICIAL
MOBILE
R$ 150.000 MOBILE2YOU
R$ 275.000 IDREAM
R$ 275.000
R$ 150.000
MOBILE2YOU
NA PALMA DA MÃO
IDREAM
ESTÚDIO DE APLICATIVOS
O potencial do mercado mobile no Brasil
BOUTIQUE DE SMARTPHONES
Inicialmente voltada para o aluguel de tablets, a Mobile2You mudou o foco para a produção de aplicativos no início de 2013. “Os clientes sempre nos pediam apps customizados para aumentar a interação com os aparelhos. Em vez de terceirizar a produção, começamos a desenvolver soluções para atender esse público”, afirma o sócio-fundador Caio Bretones, 28 anos. A mudança de estratégia, dois anos após a fundação, teve o resultado esperado. Com aplicativos feitos sob medida para o público corporativo, a startup paulistana atraiu clientes como Pernambucanas, Renner e Assaí Atacadista. A partir da experiência adquirida junto aos grandes varejistas, a Mobile2You passou a criar plataformas proprietárias — um exemplo é o aplicativo de Zona Azul eletrônica adotado pela Prefeitura de São Paulo em 2016. As novas linhas de desenvolvimento incluem ainda projetos para startups mobile, como apps de educação e gestão, por exemplo. Juntas, as frentes comerciais renderam R$ 3,5 milhões à empresa em 2016. “A ideia é oferecer soluções para todas as pontas do mercado. Nossos serviços vão da criação do logo ao estudo de ações de engajamento de usuários”, diz Bretones.
246
MILHÕES é o número de celulares ativos no país; 87,6% são smartphones VAI UMA RECARGA? Tipos de planos de dados contratados no país
76 milhões Pós-pagos
170 milhões Pré-pagos
FONTE: TELCO
PRIMEIRA TELA Aplicativos mais usados pelos usuários (em %)
As lojas da iDream oferecem acessórios de luxo e serviços de manutenção para tablets e smartphones de todas as marcas. A proposta da empresa, fundada em 2012, é que cada unidade funcione como uma boutique tecnológica, incentivando os clientes a interagir com os produtos e oferecendo consultoria especializada. Para chegar a esse objetivo, os sócios investiram em ambientes divertidos, que estimulam a experimentação, e na capacitação das equipes. “O objetivo é que os vendedores ajudem os clientes a explorarem todo o potencial de seus dispositivos”, afirma o sócio Leandro Tomasi, 40 anos. A diversidade de acessórios é outra estratégia para se diferenciar dos concorrentes — os mais de 1.200 itens do portfólio incluem drones controlados por celulares, vitrolas acopladas a iPads e mochilas à prova d’água para transportar eletrônicos. Dois anos depois de iniciar a expansão por franquias, a empresa está presente em 14 shoppings da cidade do Rio de Janeiro. O próximo passo é levar a marca a outros estados da região Sudeste. “Estamos negociando a abertura de uma loja num shopping de São Paulo até o final de março”, afirma o empreendedor.
93 ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS
Facebook 79
ESTRUTURA: R$ 30.000 (escritório, computadores e aparelhos de testes) CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 55.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (1 desenvolvedor e 1 no departamento comercial) PRAZO DE RETORNO: 18 meses
YouTube 60 Instagram 37 Games 35 FONTE: IBOPE
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INVESTIMENTO EM ESTRUTURA: R$ 190.000 TAXA DE FRANQUIA: R$ 35.000 CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 TAXA DE ROYALTIES: 5% TAXA DE PUBLICIDADE: 2% FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 130.000 LUCRO MÉDIO MENSAL: 12% PRAZO DE RETORNO: de 15 a 21 meses FUNCIONÁRIOS: 4 por unidade ÁREA DA UNIDADE: 40 m2 PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
DIVERSÕES ELETRÔNICAS Leandro Tomasi, da iDream: ambiente lúdico e acessórios originais para tablets e smartphones
FOTO: MARCELO CORREA/Editora Globo
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100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
MODA E BELEZA
R$ 4.500 COLETIVO DE DOIS
R$ 155.000 SAIA BELLA
R$ 220.000 BARAUMA
R$ 310.000 BRAVUS
R$ 4.500
R$ 155.000
R$ 220.000
COLETIVO DE DOIS
SAIA BELLA
BARAUMA
GRIFE DE RETALHOS
MODA EVANGÉLICA
ACESSÓRIOS VEGANOS
Em 2014, o casal Hugo Mor, 31 anos, e Daniel Barranco, 40, decidiu abrir um negócio que combinasse suas habilidades profissionais — Mor é técnico em modelagem e Barranco é formado em desenho industrial. “A gente tinha pouco dinheiro para investir e precisávamos de algo que nos destacasse no mercado”, diz Mor. Pesquisando modelos ligados à sustentabilidade, os sócios chegaram a uma proposta original: produzir peças utilizando retalhos e sobras de tecidos de marcas famosas. Além de reduzir os custos de produção e diminuir o impacto ambiental, o uso de material reaproveitado fez com que os clientes valorizassem o aspecto autoral da marca. “As pessoas estão cansadas do fast fashion das redes de varejo. Como não usamos tecidos padronizados, todas as peças são únicas”, afirma Mor. Atualmente, as roupas do Coletivo de Dois são vendidas em feiras de economia criativa, no site da marca e em uma loja anexa ao ateliê, na zona central de São Paulo. Juntos, os canais de venda faturam R$ 15 mil ao mês.
Membros da igreja Congregação Cristã, Renan Santos, 28 anos, e Simone Carvalho, 27, criaram a Saia Bella para atender a uma demanda de sua comunidade: saias longas e bem cortadas para mulheres evangélicas. Fundada no início de 2015, a grife paulista levantou sua primeira base de clientes a partir de círculos de amigos e comunidades em redes sociais. “Era difícil encontrar saias longas com estampas criativas e acabamento moderno. Compramos um lote de fabricantes especializados e começamos a revender no Facebook da empresa”, afirma Santos. Depois de comprovar o interesse do público, o casal decidiu investir no lançamento de uma marca própria e num ponto de venda físico, no município de Guarulhos (SP), onde fica a igreja frequentada pelos fundadores. O faturamento está na casa dos R$ 80 mil por mês. No ano passado, a Saia Bella apresentou ao mercado dois modelos de franquias, com investimentos que vão de R$ 19 mil (microfranquia de vendas diretas) e R$ 129 mil (loja física).
Foi durante um MBA em gestão empresarial que a estilista paulistana Carolina Targa, 29 anos, teve a ideia de criar uma marca de moda sustentável. Em 2013, ela lançou a Barauma, especializada em acessórios veganos — bolsas, sapatos e carteiras produzidos sem insumos de origem animal. “Sou adepta desse estilo de vida e percebi que cada vez mais pessoas estavam preocupadas com os direitos dos animais. Foi o encontro perfeito entre um propósito e uma tendência”, diz Carolina. A empreendedora é responsável pelo desenho das peças, que são confeccionadas por fabricantes terceirizados. “Quem quer fazer moda sustentável tem que pesquisar sempre. É preciso acompanhar tendências, mapear fornecedores e checar a idoneidade dos parceiros”, diz Carolina, que abriu um e-commerce, mas também comercializa as peças em marketplaces. O faturamento mensal é de R$ 70 mil. No ano passado, a Barauma passou a atuar também no mercado de brindes corporativos — C&A e Renner estão entre os clientes.
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 2.000 (ateliê caseiro equipado com máquina de costura overlock, máquina de costura reta, tecidos, aviamentos e mesa para corte) CAPITAL DE GIRO: R$ 2.500 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 4.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (1 estilista e 1 costureiro) PRAZO DE RETORNO: 3 meses
62
pequenas empresas & grandes negócios
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ESTRUTURA: R$ 120.000 (loja equipada com estrutura de estoque e de atendimento) CAPITAL DE GIRO: R$ 35.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 80.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (2 vendedores e 1 no setor administrativo) PRAZO DE RETORNO: 18 meses
JANEIRO, 2017
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 50.000 (ateliê com sala comercial, duas máquinas de costura, mesa de corte, computadores, software de design e plataforma de e-commerce) CAPITAL DE GIRO: R$ 170.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 8.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (1 profissional de modelagem, 2 costureiros, 1 designer e 1 assistente de e-commerce) PRAZO DE RETORNO: de 22 a 25 meses
CORTE, CHOPE E FEIJOADA Fábio Ferreira, da Bravus (de camiseta rosa): barbearia, bar e restaurante no mesmo espaço
R$ 310.000
BRAVUS BARBEARIA GOURMET Enquanto fazem a barba ou cortam o cabelo, os clientes da Bravus podem degustar chopes artesanais e charutos importados. Inaugurada em 2015 na zona leste paulistana, a barbearia foi criada para ser um “clube de cavalheiros”, nome dado aos espaços de lazer e confraternização voltados ao público masculino. “Conheci o modelo durante uma viagem aos Estados Unidos com a minha família. Como não havia nada parecido na zona leste, decidi abrir um negócio desse tipo na minha vizinhança”, afirma o fundador Fábio Ferreira, 38 anos. Com o tempo, o empreendedor percebeu que muitos clientes chegavam à barbearia acompanhados pela família. “Eles viram que era possível fazer a barba, tomar um chope e comer uma feijoada no mesmo local. Então, por que
CORTE, COSTURA E BATOM Os números da moda e beleza
R$
133
BILHÕES
foi quanto faturou a indústria têxtil brasileira em 2015
6,7
BILHÕES
peças foram produzidas durante o período
R$
não trazer também a mulher e os filhos?” Para aumentar o tempo de permanência no estabelecimento e aumentar os índices de fidelização, Ferreira passou a oferecer cortes de cabelo infantis e servir almoços para as famílias. A estratégia fez com que a Bravus atingisse uma média de recorrência de 60%. O trabalho de divulgação para os moradores da redondeza — que correspondem a 80% dos frequentadores — também ajudou a impulsionar o negócio. No ano passado, a barbearia registrou um fluxo de 1,5 mil clientes por mês e faturamento anual de R$ 1,4 milhão. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 240.000 (barbearia equipada com cozinha industrial, geladeiras verticais, computadores, sistemas de gestão, televisões, cadeiras hidráulicas, chopeiras e acessórios de estética) CAPITAL DE GIRO: R$ 70.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 80.000 FUNCIONÁRIOS: 8 (5 barbeiros, 1 recepcionista, 1 faxineiro e 1 atendente de bar) PRAZO DE RETORNO: 25 meses
42,6
BILHÕES
Entre os negócios do setor:
é o faturamento anual do segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
são 46 MIL microempresas são 482 microempreendedores MIL individuais FONTE: ABIHPEC – Panorama do setor de HPPC 2016
FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
JANEIRO, 2017
pequenas empresas & grandes negócios
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C A PA
100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
NEGÓCIOS SOCIAIS
R$ 80.000
SALADORAMA DELIVERY DE SALADAS COMUNITÁRIAS Quando percebeu que diversos membros de sua família sofriam de hipertensão ou diabetes, o engenheiro de produção Hamilton Santos, 27 anos, começou a elaborar um modelo de negócio voltado para a alimentação saudável. No final de 2014, ele se uniu à nutricionista Mariana Fernandes, 23 anos, para criar o Saladorama, serviço de delivery de saladas preparadas por moradores de comunidades carentes. “Percebi que, para mudar os hábitos de consumos das pessoas, uma boa medida seria trabalhar com cozinheiras locais e treiná-las para fazer as nossas saladas”, diz Santos. Integrante da primeira turma brasileira da incubadora Yunus Negócios Sociais, o Saladorama tem uma proposta baseada em preços justos e capacitação. Todas as sala64
pequenas empresas & grandes negócios
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JANEIRO, 2017
R$ 80.000 SALADORAMA
R$ 150.000 RAÍZS
R$ 160.000 SANGUE BOM
R$ 3,5 MILHÕES ERÊ LAB
deiras passam por um processo de treinamento de quatro meses, quando aprendem sobre normas sanitárias e estratégias de gestão. Passada essa etapa, elas recebem uma comissão de 70% sobre cada kit produzido para a empresa — os valores variam entre R$ 15 e R$ 20. “O objetivo é fornecer as ferramentas para que essas mulheres possam administrar seus negócios de forma autônoma”, afirma Santos. Com unidades no Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Sorocaba (SP), Florianópolis (SC) e São Luís (MA), a startup carioca fechou 2016 com um faturamento de R$ 1,2 milhão. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 50.000 (cozinha industrial e equipamentos para a preparação de frios) CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 em operações, 1 no departamento de marketing e 1 no setor administrativo) PRAZO DE RETORNO: 12 meses
ILUSTRAÇÃO: GUILHERME HENRIQUE
CORRENTE DO BEM Oportunidades e desafios para negócios de impacto social
ÁREAS MAIS EXPLORADAS PELOS EMPREENDEDORES (em %)
Educação básica Formação profissional Saúde Educação financeira
22 10 7 4
PRINCIPAIS DESAFIOS DAS EMPRESAS DO SETOR (em %)
Marketing e vendas
54
Desenvolvimento de produto
44
Lançamento no mercado
33
Contratação de profissionais
27
Equilíbrio financeiro
24
FONTE: Artemisia – Pesquisa Empreendedores de Impacto
R$ 150.000
R$ 160.000
R$ 3,5 MILHÕES
RAÍZS
SANGUE BOM
ERÊ LAB
REDE DE PRODUTOS ORGÂNICOS
CLINICA POPULAR DE EXAMES DE SANGUE
MOBILIÁRIO URBANO PARA CRIANÇAS
A Raízs é uma plataforma de e-commerce que tem como objetivo conectar os pequenos produtores e o consumidor final. Na página da empresa, é possível encomendar itens como frutas, legumes e ovos produzidos por pequenas fazendas de produtos orgânicos do interior paulista. “Sou consumidor de orgânicos há muito tempo e ficava chateado ao perceber como os pequenos produtores eram desvalorizados”, afirma o sócio-fundador Tomás Abrahão, 26 anos. Os produtos anunciados na Raízs podem ser comprados em cestas avulsas ou em kits de assinatura mensais. Nos dois modelos, os alimentos são colhidos apenas após a confirmação do pagamento, para garantir o frescor. “Fechamos parcerias com transportadoras e cooperativas para garantir os prazos de entrega. Em alguns casos, os produtos são recebidos em menos de 24 horas.” A atenção com os detalhes da logística rendeu a empresa uma carteira de 300 clientes fixos, que inclui vários bares e restaurantes da capital paulista. O faturamento em 2016 foi de R$ 600 mil.
Fundada em 2015 pelo médico Marco Collovati, 47 anos, e pela biomédica Bárbara Lucena, 32, a Sangue Bom é uma clínica carioca com foco em exames clínicos a preços acessíveis — um exame de sangue custa a partir de R$ 5. “Existe uma insatisfação generalizada com a qualidade e a demora do atendimento público. Nosso objetivo é oferecer uma opção para quem não tem acesso a clínicas particulares e planos de saúde”, afirma Bárbara. Na Sangue Bom, os exames podem ser agendados por WhatsApp, ou a partir de um app para tablets e smartphones. Os resultados são disponibilizados na internet em até 24 horas. “Muitos pacientes abandonam tratamentos por que não podem perder um dia de trabalho aguardando na fila. Conveniência é crucial para atrair esse público.” Em 2016, a Sangue Bom realizou uma média de 3 mil exames por mês — o tíquete médio é de R$ 160. Depois de passar pelo programa de aceleração da Artemisia no ano passado, a empresa deve lançar um modelo de franquias até o final do primeiro semestre.
O movimento de ocupação dos espaços públicos inspirou o artista plástico Roni Hirsch, 38 anos, e a produtora Heloisa Paoli, 40, a fundar o Erê Lab em 2014. “A ideia é conscientizar as crianças e suas famílias sobre o assunto”, diz Hirsch. A empresa paulistana desenvolve projetos de mobiliário urbano para estimular crianças a brincarem em parques, praças e calçadões. Entre as estruturas criadas pelo Erê Lab, estão camas de elástico e labirintos feitos com peças de quebracabeça. “A cultura do medo faz com que muitas pessoas se fechem dentro de casa. As crianças podem nos ajudar a recuperar a relação com a cidade.” Em pouco mais de dois anos de operação, as instalações já circularam por espaços públicos de São Paulo e do Rio de Janeiro. As fontes de receita são contratos com prefeituras, parcerias com escolas, aluguel de equipamentos e ações para marcas esportivas. Todos possuem uma taxa de 10% embutida, para financiar iniciativas de impacto social. Segundo Hirsch, mais de 15 mil crianças já foram beneficiadas pelos projetos da Erê Lab.
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 30.000 (centro de distribuição) CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 12 (1 diretor de criação, 1 diretor executivo, 4 arquitetos, 1 produtor, 1 secretária, 2 marceneiros e 2 serralheiros) PRAZO DE RETORNO: de 36 a 60 meses
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 40.000 (laboratório com analisadores, computadores e centrífuga)* CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 300.000 FUNCIONÁRIOS: 7 (2 recepcionistas, 2 coletadores, 2 analistas técnicos e 1 analista de qualidade) PRAZO DE RETORNO: de 36 a 60 meses *equipamentos alugados
ESTRUTURA: R$ 2.500.000 (escritório, caminhão e galpão equipado com infraestrutura de marcenaria, serralheria e pintura) CAPITAL DE GIRO: R$ 1.000.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 12 (1 diretor de criação, 1 diretor executivo, 4 arquitetos, 1 produtor, 1 secretária, 2 marceneiros e 2 serralheiros) PRAZO DE RETORNO: de 36 a 60 meses
JANEIRO, 2017
pequenas empresas & grandes negócios
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C A PA
100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
PET
R$ 12.500 PETMANIA
ESCOLA DE ADESTRAMENTO Depois de mais de uma década trabalhando como treinador de cães, Leonardo Ogata, 34 anos, decidiu usar a sua experiência para abrir um negócio. Em 2010, ele fundou a Tudo de Cão, rede de adestramento que hoje conta com 43 unidades em sete estados. Para se destacar em um segmento altamente informal e pulverizado, a rede de franquias paulistana aposta no atendimento a domicílio e na metodologia de comportamento aplicado. Nesse sistema, os treinadores analisam a linguagem corporal dos cachorros e incentivam comportamentos positivos. “Em vez de aplicar punições, damos recompensas por tarefas cumpridas”, diz Ogata. Além dos serviços de adestramento, a Tudo de Cão também oferece módulos de formação para treinadores iniciantes e cursos para donos de pet shops. As fontes de receita incluem ainda a comercialização de equipamentos de treinamento esportivo (o chamado agility). Juntas, as frentes comerciais movimentam mais de R$ 40 milhões por ano. Presente em sete estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), a empresa paulistana tem como meta se expandir para todas as regiões do país.
O tamanho do mercado no país
18
R$
MILHÕES foi quanto faturou o mercado nacional de produtos e serviços para pets em 2016
SETORES MAIS RENTÁVEIS (em %) Rações
67,3 Cuidados
8 Veterinária
7,7
POPULAÇÃO PET NO BRASIL (em milhões)
52,2 Cães
22,1
Gatos
ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS INVESTIMENTO EM ESTRUTURA: não há; home-office TAXA DE FRANQUIA: R$ 7.500 CAPITAL DE GIRO: R$ 5.000 TAXA DE ROYALTIES: 30% TAXA DE PUBLICIDADE: não há FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 64.000 LUCRO MÉDIO MENSAL: R$ 10.000 PRAZO DE RETORNO: 6 meses FUNCIONÁRIOS: 7 por unidade ÁREA DA UNIDADE: não há espaço mínimo PRAZO DE CONTRATO: 12 meses
pequenas empresas & grandes negócios
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R$ 900.000 DOGBEER
R$ 1 MILHÃO PET ANJO
R$ 900.000
TUDO DE CÃO
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R$ 12.500 TUDO DE CÃO
JANEIRO, 2017
7,7
Outros
18
Peixes FONTE: Abinpet
DOGBEER CERVEJA PARA CÃES No final de 2014, o empresário Lucas Marques, 36 anos, decidiu investir em um nicho pouco explorado no mercado pet: as cervejas para cachorros. Enquanto negociava trâmites de importação com marcas europeias, ele descobriu que existia uma fórmula patenteada no Brasil. “Os custos da importação tornariam a operação inviável. Coloquei os números no papel e percebi que seria mais vantajoso investir na fabricação nacional da bebida”, diz Marques. No ano seguinte, ele adquiriu os direitos de produção e fundou a Dog Beer, empresa paulistana especializada na fabricação e na distribuição de petiscos líquidos para animais de estimação. O processo de produção da Dog Beer é bastante similar ao das cervejas tradicionais. A principal diferença está na adição de extratos de carne e na interrupção do ciclo de fermentação que leva à alcoolização da bebida. A estratégia de distribuição é baseada em parcerias com pet shops e lojas virtuais. Juntos, os dois canais de venda geram um faturamento mensal de R$ 80 mil. “O próximo passo é expandir a operação para restaurantes dog friendly e bares de cervejas artesanais frequentados por donos de cachorros”, diz Marques. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 500.000 (escritório e fábrica equipada com tanques de fervura, envasadora, tampadora, rotuladora e máquina de encaixotar) CAPITAL DE GIRO: R$ 400.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 80.000 FUNCIONÁRIOS: 11 (6 na produção, 4 no departamento comercial e 1 em marketing) PRAZO DE RETORNO: 60 meses
FESTA CANINA Lucas Marques, da Dog Beer: bebida para cachorros tem extratos de carne e fórmula patenteada no Brasil
R$ 1 MILHÃO
PET ANJO SITE DE SERVIÇOS CERTIFICADOS Na plataforma da Pet Anjo, é possível encontrar serviços de estética, passeio e hospedagem para diversos tipos de animais de estimação. Mas o site é mais do que um simples marketplace. “Não queria apenas intermediar os pagamentos. A nossa proposta é oferecer ao usuário um serviço de qualidade, com profissionais certificados”, diz a fundadora Carolina Rocha, 28 anos. Para se cadastrar no site, os profissionais passam por um processo seletivo que inclui a checagem de antecedentes e participação em programas de certificação. Lançada em 2014, a startup paulista contabiliza uma base de mil parceiros — e mais de 13 mil serviços — até o momento. FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
Seguindo o modelo adotado pela maioria dos marketplaces, a Pet Anjo cobra comissões sobre os contratos fechados pela plataforma. O valor é de 25% — a fundadora não revela o faturamento atual. Depois de receber um aporte de R$ 1 milhão de investidores-anjo, a empresa incorporou a concorrente Pet Hub em setembro do ano passado. Com a aquisição, expandiu a operação para mais de 40 cidades brasileiras. “Já temos uma boa presença nas principais capitais. Agora queremos ganhar capilaridade em municípios de pequeno porte”, afirma a empreendedora. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 300.000 (escritório e plataforma de tecnologia) CAPITAL DE GIRO: R$ 700.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (1 de TI, 1 no departamento financeiro, 1 no atendimento, 1 na área de marketing e 1 no suporte) PRAZO DE RETORNO: 48 meses
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100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
SAÚDE E BEM-ESTAR
R$ 60.000 MAIS LEITOS
R$ 670.000 SPIN’N SOUL
R$ 730.000 CYCOR
R$ 1,4 MILHÃO NUTRISOFT
R$ 60.000
R$ 670.000
R$ 730.000
MAIS LEITOS
SPIN’N SOUL
CYCOR
GESTÃO DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES
ACADEMIA SEGMENTADA
TECNOLOGIAS DE REABILITAÇÃO
A gestão do fluxo de pacientes é um dos principais desafios dos hospitais. Pensando nisso, os sócios Paulo Pequeno, 31 anos, e Bruno Milanello, 37, criaram um sistema que monitora as etapas do ciclo de internação. A plataforma Mais Leitos cruza informações diagnósticas com parâmetros de risco para indicar prioridades e calcular previsões de alta. “Muitos pacientes deixam de ser liberados por falta de disponibilidade para marcar um exame ou receber um medicamento. O tempo extra de estadia aumenta os custos e o risco de infecções”, diz Pequeno. Os dados processados pela Mais Leitos podem ser visualizados em painéis nos quartos dos pacientes e nos smartphones dos médicos. Um ano após lançar a sua operação, a startup cearense controla cerca de mil leitos em hospitais de São Paulo e Fortaleza. Com um modelo baseado em assinaturas e consultorias para hospitais, os sócios esperam fechar 2017 com um faturamento de R$ 1,5 milhão.
Inspirada na rede americana Soul Cycle, a Spin’n Soul segue a tendência das academias especializadas em apenas uma atividade. Fundada em 2014, a rede paulistana foca no spinning, praticado em unidades luxuosas, com o auxílio de bicicletas da marca italiana Techongym e com o apoio de discursos motivacionais. “A ideia é que os alunos possam obter benefícios físicos e emocionais em espaços curtos de tempo”, diz o fundador Daniel Nasser, 33 anos. Segundo o empreendedor, a proposta costuma atrair mais o público feminino — cerca de 70% das clientes são mulheres de alto poder aquisitivo, com idades entre 25 e 40 anos. Para conquistar essas consumidoras, as duas primeiras unidades foram instaladas em bairros nobres de São Paulo. O faturamento médio de cada uma é de R$ 200 mil por mês. Até o final do ano, a empresa deve inaugurar quatro novas academias na cidade.
Baseada em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), a Cycor desenvolve soluções como próteses cibernéticas, exoesqueletos e kits de motorização de cadeiras de rodas a preços mais acessíveis do que os importados. Os produtos foram criados pela neuroengenheira Michele Souza, 38 anos — 20 deles dedicados à pesquisa de tecnologias na área médica. O objetivo da cientista é popularizar equipamentos de reabilitação a partir de parcerias com órgãos públicos e hospitais privados. “Queremos provar que é possível levar esses aparelhos à população”, diz Michele. Entre as apostas da Cycor, está a Myohand, prótese de mão em formato de pinça que deve chegar ao mercado no final de julho. Os planos para 2017 incluem ainda o lançamento da primeira versão do exoesqueleto. Caso se concretizem, os dois projetos devem render à Cycor um faturamento de R$ 3,2 milhões até o final do ano.
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 25.000 (escritório, computadores, tablets e smartphones para testes) CAPITAL DE GIRO: R$ 35.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (1 analista de dados, 1 desenvolvedor, 1 comercial e 1 designer) PRAZO DE RETORNO: 36 meses
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ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS INVESTIMENTO EM ESTRUTURA: R$ 470.000 TAXA DE FRANQUIA: R$ 80.000 CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 TAXA DE ROYALTIES: 5% TAXA DE PUBLICIDADE: 2% FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 200.000 LUCRO MÉDIO MENSAL: 20% PRAZO DE RETORNO: a partir de 24 meses FUNCIONÁRIOS: 7 ÁREA DA UNIDADE: 200 m2 PRAZO DE CONTRATO: 60 meses
JANEIRO, 2017
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 10.000 (escritório, computadores, softwares de design, equipamentos de corte a laser e laboratório de testes) CAPITAL DE GIRO: R$ 720.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 6.000 FUNCIONÁRIOS: 12 (5 em pesquisa e desenvolvimento, 2 administradores, 2 na área comercial e 3 em serviços de web) PRAZO DE RETORNO: 18 meses
RAIO X A evolução do mercado nacional de saúde CRESCIMENTO CONSTANTE Faturamento do setor (em R$ bilhões) 2011
310 2012
350 2013
425 2014
450 FONTE: KPMG – RELATÓRIO DE SAÚDE NO BRASIL
NA REDE PÚBLICA A maioria da população não tem acesso a planos de saúde (em %)
72,1 Não possuem
ALIMENTAÇÃO MONITORADA Gustavo Silva, da Nutrisoft: aplicativo para popularizar tratamentos nutricionais
R$ 1,4 MILHÃO
NUTRISOFT APLICATIVO PARA NUTRICIONISTAS Depois da primeira consulta com o nutricionista, muitos pacientes acabam abandonando o tratamento no meio do caminho, por falta de acompanhamento e de incentivo. Para tentar solucionar o problema, a Nutrisoft criou em 2013 um aplicativo que reúne conteúdos sobre hábitos saudáveis, tipos de dietas e painéis interativos de controle de calorias. “Nossa missão é popularizar a adesão de programas nutricionais entre os consumidores brasileiros”, diz o CEO Gustavo Silva, 23 anos. Com o app, o paciente pode acompanhar a evolução do tratamento em tempo real, mesmo que não consiga voltar tão cedo ao consultório. A mensalidade premium para usuários finais custa R$ 12. Disponível para computadores e dispositivos móveis, a plataforma também oferece ferramentas para clínicas de FOTO: ALEXANDRE BATTIBUGLI/Editora Globo
27,9 Possuem FONTES: IBGE E ANS (AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE)
nutrição. A versão para profissionais inclui sistemas de gestão, agendamento de consultas e captação de pacientes. Nesse caso, o valor da assinatura é de R$ 60 mensais. Com mais de 1 milhão de downloads até o momento, a Nutrisoft registra média de 250 mil visitantes por mês. Depois de passar por um processo de aceleração da Artemisia, em 2016, a startup começou a estudar estratégias para aumentar sua presença entre usuários de baixa renda. “Boa parte dos nossos usuários vem da base da pirâmide. Queremos nos conectar com esse público”, diz Silva. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 800.000 (escritório equipado com computadores de alta performance, servidores em nuvem e laboratório de testes para smartphones) CAPITAL DE GIRO: R$ 600.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (3 desenvolvedores, 1 no departamento de marketing e 1 nutricionista) PRAZO DE RETORNO: 28 meses
JANEIRO, 2017
pequenas empresas & grandes negócios
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100 IDEIAS
INVESTIMENTO INICIAL
TURISMO E DIVERSÃO
R$ 40.000 RUMO A ORLANDO
R$ 75.000 DESVIANTES
R$ 170.000 R$ 360.000 HOTELQUANDO ESTALEIRO SHAPE CLUBE
R$ 40.000
R$ 75.000
R$ 170.000
RUMO A ORLANDO
DESVIANTES
HOTELQUANDO
CURADORIA DE VIAGENS
PLATAFORMA DE TURISMO DE AVENTURA
RESERVA DE QUARTOS POR PERÍODOS CURTOS
Segmentos de viagem que demandam conhecimento técnico costumam oferecer boas oportunidades para pequenas empresas. Ao fundar a Desviantes em 2015, os sócios Silas Barbi e Flávio Nodomi, ambos de 27 anos, optaram pelo nicho de turismo de aventura. “Nós dois praticamos trekking e mergulho e tínhamos dificuldade em encontrar agências que oferecessem esse tipo de serviço a preços razoáveis”, afirma Barbi. Os dois sócios montaram um portfólio que inclui trilhas em parques nacionais e atividades como rafting e arvorismo. Antes de lançar o site, eles passaram dois anos levantando bases de prestadores de serviços. Estabelecer uma relação pessoal com guias locais foi fundamental para conseguir criar pacotes por valores até 15% abaixo dos praticados por grandes agências. “Negociamos diretamente com os operadores locais. Assim, conseguimos cortar custos e oferecer comissões mais atrativas para os parceiros.” Outra estratégia certeira foi manter durante dois anos uma estrutura enxuta, em regime de home-office. No ano passado, a empresa faturou R$ 370 mil.
Em vez de pagar por diárias em pousadas e hotéis, os usuários da HotelQuando podem reservar quartos por períodos de 3 a 12 horas. Segundo o fundador Pedro Xavier, 26 anos, o objetivo é aproveitar períodos de ociosidade e oferecer tarifas sob medida para necessidades pontuais, como o período de espera por uma reunião ou por um voo de conexão. Três anos após o seu lançamento, a plataforma está integrada a 515 hotéis em todo o país. O modelo de negócio é voltado para o público corporativo, onde está a maior demanda por hospedagens flexíveis. A estratégia de capilarização é baseada em parcerias com grandes operadoras de turismo, como Flytour, e departamentos de viagem de empresas como Philips e Argo Solutions. Na plataforma, os clientes podem reservar os quartos e fazer a gestão dos gastos com hotel e alimentação. O serviço é gratuito — a receita vem das comissões sobre as estadias comercializadas pela HotelQuando. No ano passado, a empresa alcançou mais de 10 mil usuários cadastrados e uma média de 70 reservas diárias. O faturamento estimado foi de R$ 2,5 milhões.
Apaixonados pela Disney, Felipe Costa, 32 anos, e Rebeca Lopes, 31, aproveitaram a experiência adquirida em dezenas de visitas aos parques para criar roteiros de viagem para turistas brasileiros. Distribuídos inicialmente entre grupos de amigos, os programas traziam informações detalhadas sobre preços, horários e opções de alimentação. A riqueza das informações despertou o interesse de agências de viagens. “Algumas empresas nos procuraram para incorporar o material a estratégias de pós-venda. Isso nos incentivou a criar umafan page no Facebook para vender os roteiros”, diz Costa. Depois de dois anos operando em redes sociais, o casal lançou um site no início de 2013. O processo de profissionalização incluiu um projeto de identidade visual, lançamentos de e-books e produção de roteiros para diferentes perfis. As iniciativas resultaram em um fluxo de 40 atendimentos por mês — o tíquete médio é de R$ 450. Atendendo a pedidos dos turistas, a consultoria paulistana também passou a intermediar vendas de ingressos e pacotes. Em 2016, mais de R$ 1,8 milhão em serviços foram comercializados. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 10.000 (home-office) CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 8.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (1 para atendimento e 1 consultor) PRAZO DE RETORNO: 6 meses
ESTRUTURA: R$ 5.000 (home-office) CAPITAL DE GIRO: R$ 70.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (1 comercial e 1 no departamento de marketing) PRAZO DE RETORNO: de 18 a 24 meses
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ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 20.000 (escritório com equipe remota e servidores na nuvem) CAPITAL DE GIRO: R$ 150.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 3.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 desenvolvedor, 1 marketing e 1 vendas) PRAZO DE RETORNO: de 18 a 24 meses
NA ONDA CERTA Eduardo Marini, Marcelo Cabrero, Marcelo Mocatelli e Felipe Cabeza, do Estaleiro Shape Clube: aulas de produção de pranchas
R$ 360.000
ESTALEIRO SHAPE CLUBE ESPAÇO PARA SURFISTAS Instalado em uma casa no bairro da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, o Estaleiro Shape Clube permite que surfistas amadores produzam a própria prancha. A ideia de criar um espaço dedicado à confecção dos equipamentos surgiu a partir dos encontros que os amigos Marcelo Cabrero, 20 anos, Eduardo Marini, 36, e Felipe Cabeza, 34, promoviam no estúdio do shaper Marcello Mocatelli, 48. “O Marcello sempre foi muito aberto a ensinar técnicas e a emprestar seus equipamentos para os amigos”, diz Cabeza. “Enxergamos ali uma oportunidade. E se pudéssemos levar essa experiência para outros surfistas?” Cerca de um ano após o início da operação, o espaço abriga um bar, uma loja de acessórios e três salas de confecção, onde são realizadas aulas de produção e de acabamento de
DE MALAS PRONTAS As intenções de viagem dos consumidores
24,3 %
dos brasileiros pretendem fazer pelo menos uma viagem nos próximos seis meses
FOTO: ALEXANDRE BATTIBUGLI/Editora Globo
pranchas. Os cursos são divididos em oito módulos e custam de R$ 2.600 e R$ 3.500. Por assinaturas de R$ 90 mensais, é possível acessar os espaços fora do horário de aula e obter descontos nos produtos. O faturamento mensal é de até R$ 30 mil. Para reforçar o senso de comunidade entre os frequentadores, o Estaleiro também promove eventos em parceria com marcas e produtoras ligadas ao esporte. “A casa virou um ponto de encontro para amantes do esporte. As pessoas vêm aqui para fazer um reparo na prancha e acabam se inscrevendo numa aula, tomando uma cerveja e se conectando com outros frequentadores.” ESTIMATIVA PARA O 1º ANO ESTRUTURA: R$ 240.000 (espaço com loja, bar, home theater e três salas de shape equipadas) CAPITAL DE GIRO: R$ 120.000 FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 7 (1 administrativo, 1 shaper, 1 vendedor, 1 barman, 1 marketing, 1 produtor e 1 no setor de limpeza) PRAZO DE RETORNO: de 36 meses a 48 meses
80,3 %
dos viajantes dizem que querem desbravar destinos nacionais
REGIÕES MAIS DESEJADAS
4
3,5
Sudeste
Sul
19,2
48
Centro Oeste
Nordeste
25,3
Norte
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FONTE: Ministério do Turismo
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TENDÊNCIAS PARA FICAR DE OLHO Das novas escolas gastronômicas à busca pelo equilíbrio entre corpo e mente, conheça quais são os movimentos sociais, culturais e econômicos que estão moldando os hábitos dos consumidores brasileiros Thomaz Gomes
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William Mur
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ALIMENTAÇÃO
FUNCIONAIS NA ACADEMIA
nadas artesanais produzidas com ingredientes orgânicos. O preço do salgado é R$ 7,50. Atualmente, a casa paulistana vende uma média de 40 mil unidades mensais.
NA TEORIA
A popularização dos suplementos alimentares deu origem a uma indústria que movimenta mais de R$ 2,6 bilhões por ano no país. O desdobramento dessa tendência é a busca por alimentos que melhorem a performance na academia e possam ser consumidos no dia a dia. “Ainda existem poucas empresas especializadas no segmento”, diz Fabio Mariano, professor de Ciências do Consumo Aplicadas da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). NA PRÁTICA
A curitibana Fit Cookies produz sobremesas com alto nível proteico e baixos índices calóricos. As linhas de doces são preparadas com Whey Protein (suplemento à base de soro de leite) e incluem brigadeiros, mousses e biscoitos. O faturamento mensal é de R$ 100 mil.
4 VEGANISMO DESCOMPLICADO NA TEORIA
3 MESA COLORIDA NA TEORIA
Segundo a pesquisa “Tendências Globais de Alimentos e Bebidas”, da consultoria britânica Mintel, a cor dos alimentos é um dos principais fatores de decisão de compra no setor. A combinação entre sabor e estímulos visuais é especialmente atraente para um novo perfil de consumidor, que gosta de compartilhar imagens de comida nas redes sociais. NA PRÁTICA
Disponível na cor azul-turquesa, o Gik é um vinho produzido com uvas da região da Rioja e pigmentos naturais. No ano passado, o rótulo espanhol contabilizou 70 mil garrafas vendidas. O preço sugerido é de 33 euros.
A popularização da tendência vegana abriu oportunidades para empreendedores que ofereçam linhas de alimentos produzidas sem insumos animais. Conveniência e praticidade estão entre os principais apelos para engajar esse público. NA PRÁTICA
O Armazém Veganinha é um “açougue” curitibano que vende itens como hambúrgueres defumados de soja e espetinhos de carne vegetal com maionese de tofu. O objetivo é levar ao público vegano o mesmo tipo de preparo oferecido pelas casas de carne tradicionais. Inaugurado no ano passado, o estabelecimento atende cerca de 50 clientes por dia.
2 GOURMETIZAÇÃO DE MASSA NA TEORIA
Alternativas de alimentação mais sofisticadas estão em alta entre o público brasileiro. A recomendação é investir em produtos que ofereçam experiências sensoriais a preços acessíveis. É o que aponta a última edição do relatório Brasil Food Trends, realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos). NA PRÁTICA
Fundada pela chef Paola Carosella, o La Guapa oferece empaJANEIRO, 2017
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COMÉRCIO 5 ELETRÔNICO
didos online. Um ano após o seu lançamento, o sistema já processou mais de 100 mil comentários.
MOBILE FIRST NA TEORIA
Não basta disponibilizar plataformas para celulares: os varejistas precisam pensar nos smartphones como seu principal canal de vendas. “É preciso ir além das versões básicas. O empreendedor deve oferecer experiências específicas de navegação para engajar o usuário”, afirma Pedro Guasti, CEO da consultoria Ebit, especializada em e-commerce. NA PRÁTICA
Para incentivar a compra em dispositivos móveis, a Netshoes oferece acesso gratuito (sem consumo de dados) aos clientes que usam o aplicativo da marca. Com a estratégia, a loja virtual registrou um aumento de 267% nos pedidos feitos via smartphones. Hoje, os usuários de celulares representam 40% do tráfego da empresa.
6 LOJAS AUTOMATIZADAS
NA PRÁTICA
Vivi é uma assistente virtual que responde a dúvidas de assinantes da Vivo. No ano passado, o chatbot realizou uma média de 600 mil atendimentos por mês.
7 EM ALTA NA CRISE NA TEORIA
Com a perspectiva do prolongamento da crise em 2017, dois movimentos tendem a se intensificar: a procura por sites de comparação de preços e a busca por itens de decoração. “As pessoas não querem gastar e acabam passando mais tempo dentro de casa. Por isso, querem produtos que deixem os ambientes mais acolhedores”, diz Pedro Guasti, CEO da consultoria Ebit. NA PRÁTICA
Voltada para arquitetos e consumidores finais, a Hometeka fatura cerca de R$ 1,2 milhão por ano com objetos de decoração criados por designers independentes. O objetivo é popularizar a compra de acessórios e móveis autorais. No ano passado, a startup mineira recebeu um aporte de R$ 2,3 milhões dos fundos Performa e Polaris.
9 EXPERIÊNCIAS VIRTUAIS NA TEORIA
A evolução das plataformas que conectam mundos reais e digitais foi tema da última edição do relatório de tendências globais da TrendWatching, consultoria britânica especializada em hábitos de consumo. Entre os pilares dessa nova indústria, estão aplicativos de realidade aumentada e dispositivos de óculos virtuais. NA PRÁTICA
No ano passado, Pikachus pipocaram nas telas de celulares do mundo inteiro. Ao integrar esses personagens às paisagens de parques e praças, o jogo Pokémon GO registrou mais de 100 milhões de downloads em apenas quatro meses — a estimativa de vendas nas app stores no ano passado foi de US$ 3 bilhões.
NA TEORIA
A inteligência artificial chegou ao varejo. Os algoritmos utilizados nesse tipo de tecnologia estão entre as principais ferramentas de automatização das lojas virtuais. Os recursos são especialmente úteis nas áreas de atendimento, análise de fraudes e captação de clientes. NA PRÁTICA
A FeltSo é uma startup indiana que usa tecnologias de inteligência artificial para converter resenhas de produtos em estratégias de negócios. A partir de opiniões de consumidores, a plataforma gera relatórios de experiência de compra e de popularidade dos itens ven74
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COMUNICAÇÃO 8 E MARKETING ROBÔS NO ATENDIMENTO NA TEORIA
Do varejo às instituições financeiras, os chatbots se tornaram parte da rotina de empresas e consumidores. Segundo levantamento feito pela Tractica, consultoria americana especializada em inteligência artificial, cerca de 390 milhões de pessoas já interagem com robôs e assistentes virtuais regularmente — a expectativa é que o número chegue a 1,8 bilhão de usuários até 2021. JANEIRO, 2017
10 PUBLICIDADE DE DADOS NA TEORIA
Tecnologias de segmentação de público e de análise de dados são cada vez mais procuradas por
empresas que querem ganhar visibilidade em sites de busca e redes sociais. “Startups que oferecerem essas ferramentas terão boas chances de atrair clientes”, diz Camila Costa, CEO da agência ID\TBWA. NA PRÁTICA
Em 2015, a agência Proximity London desenvolveu uma estratégia de mídia programática para ampliar o número de assinantes da revista The Economist. Baseado no uso de algoritmos de identificação de nichos de interesse (como política, economia e comportamento), o projeto resultou em mais de 64 mil novos assinantes.
11 CONEXÃO COLETIVA NA TEORIA
Antes restritas à elaboração de pesquisas de mercado, as ferramentas de crowdsourcing também passaram a ser usadas para fortalecer conexões entre consumidores. “O modelo é atraente para marcas que oferecem espaços de troca de informações entre as pessoas”, diz Luciana Stein, diretora para Américas do Sul e Central da Trendwatching. NA PRÁTICA
A marca de cosméticos americana CoverFX cria campanhas de hashtags que promovem a troca de dicas e tutoriais de beleza entre os fãs. O conteúdo gerado pelos usuários é anexado a listas de produtos no site da empresa.
12 ECONEGÓCIO PRODUTOS CERTIFICADOS
sólidos — como plásticos, madeiras e metais —, a empresa reduz despesas com descartes e oferece matéria-prima de baixo custo para novos processos industriais.
NA TEORIA
O aumento da conscientização sobre temas ambientais pressiona as corporações a adotarem políticas sustentáveis. Segundo Mônica Gregori, sócia da Cause, agência especializada em causas de impacto, o cenário é favorável para startups ligadas à certificação de produtos. “Rastrear a procedência de serviços e insumos tornouse uma maneira de agregar valor ao negócio”, diz Mônica. NA PRÁTICA
Presente em 41 países, o Sistema B é uma iniciativa que reconhece empresas engajadas em ações socioambientais. Para receber o selo de certificação, os fundadores precisam criar contratos sociais com cláusulas ligadas à geração de benefícios para a natureza. Mais de 60 empresas brasileiras já aderiram ao movimento — entre elas, a Natura, uma das maiores fabricantes de cosméticos do país.
14 MORADIA VERDE NA TEORIA
Jardins verticais e hortas domésticas tornaram-se mais frequentes nas cidades. A criação desses espaços verdes tende a ganhar ainda mais força com a concentração da população em edifícios — e o desejo desses moradores em melhorar a qualidade de vida. NA PRÁTICA
A Urban Green Paris tem um time de paisagistas que projetam floreiras feitas sob medida para cada ambiente. Os serviços da startup francesa incluem a manutenção dos jardins domésticos durante todas as estações do ano.
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SOLUÇÕES HÍDRICAS
EFICIÊNCIA SUSTENTÁVEL NA TEORIA
Elaborado pelo Instituo Akatu, o relatório “Consumo Consciente para o Futuro” aponta a racionalização de custos e o aumento de eficiência como duas tendências de sustentabilidade. No mundo dos negócios, o movimento se traduz no crescimento de setores ligados à energia limpa. NA PRÁTICA
A B2Blue é uma startup paulistana que fatura mais de R$ 2 milhões por ano com a compra e venda de resíduos industriais. Ao oferecer um canal de vendas para resíduos JANEIRO, 2017
NA TEORIA
Apesar das crises de falta de água que assolam diversas cidades brasileiras, 37% do líquido tratado pelas companhias de saneamento ainda é desperdiçado em vazamentos. A falta de reparos nas redes de distribuição e nas tubulações caseiras está entre as principais causas da escassez. NA PRÁTICA
A paulistana Yamatec desenvolveu um geofone que identifica vazamentos domésticos. O aparelho permite que o técnico identifique os pontos da tubulação que precisam de reparo. O faturamento anual está na casa do R$ 1 milhão. pequenas empresas & grandes negócios
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ECONOMIA 16 COLABORATIVA UBERIZAÇÃO DAS COISAS NA TEORIA
O prolongamento da crise econômica favorece o surgimento de plataformas colaborativas voltadas para a redução de gastos. Segundo a pesquisa “Abertura para a Colaboração e Oportunidades de Negócios”, realizada pela consultoria Ernst & Young (EY), o modelo — tradicionalmente forte no setor de serviços — deve se tornar mais frequente em segmentos como eletrodomésticos, vestuário e acessórios. NA PRÁTICA
Em vez de comprar malas caras para uma viagem — e depois guardá-las no armário durante meses —, que tal alugar o acessório? Essa é a proposta da Rent a Bag. O serviço está disponível para moradores de São Paulo e rende um faturamento de aproximadamente R$ 15 mil por mês.
17 PROFISSIONAIS EM REDE NA TEORIA
A transformação de profissionais autônomos em pequenos empreendedores é outra tendência colaborativa apontada pelo estudo da consultoria Ernst & Young (EY). Nesse caso, as oportunidades estão na profissionalização de cadeias de negócios marcadas pela informalidade, como os serviços de estética e de limpeza doméstica. NA PRÁTICA
Criado por Tallis Gomes, fundador do Easy Taxi, o Singu é um aplicativo que reúne serviços de profissionais de estética. Ao ofe76
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recer uma estrutura virtual de salão de beleza para cabeleireiros, maquiadores e manicures independentes, a startup paulistana levantou uma base de mais de 300 profissionais cadastrados.
18 DEMOCRACIA COLABORATIVA NA TEORIA
As manifestações constantes no país criaram uma demanda por soluções que aproximem o cidadão comum da vida política. Para Rodolfo Guttilla, sócio da agência Cause, o momento é oportuno para empreendedores que consigam amplificar a representatividade de grupos sociais. “As pessoas estão em busca de soluções que facilitem o exercício da democracia de maneira descentralizada e colaborativa”, diz. NA PRÁTICA
O Colab é um aplicativo que permite aos usuários relatarem problemas urbanos (como buracos em vias) em tempo real. As notificações podem ser acessadas por gestores públicos dentro de um painel atualizado em tempo real. A solução da startup pernambucana já foi adotada por 40 municípios brasileiros.
ECONOMIA 19 CRIATIVA CREATIVE TECH NA TEORIA
A integração entre mundos digitais e analógicos gera novos formatos em áreas como design e publicidade. A tendência é que o uso de ferramentas tecnológicas em processos criativos se torne mais frequente, seja na criação de produtos, seja em ações publicitárias. JANEIRO, 2017
NA PRÁTICA
Para educar crianças a respeito dos efeitos da exposição ao sol, a Nivea desenvolveu uma boneca sensível aos raios ultravioletas. A tecnologia fazia com que o brinquedo ficasse vermelho caso não fosse coberto com protetor solar.
20 INTERVENÇÕES URBANAS NA TEORIA
Movimentos de ocupação de espaços públicos têm inspirado muitos artistas a transformarem cidades em museus a céu aberto. A tendência foi rapidamente assimilada por grandes marcas, que passaram a explorar as chances de engajamento criadas por essas manifestações culturais. NA PRÁTICA
No ano passado, a Home Refill, startup paulistana de compras de produtos domésticos, contratou o artista plástico Eduardo Srur para instalar carrinhos de compras gigantes em avenidas movimentadas de São Paulo. A ação tinha como objetivo divulgar o conceito de supermercado virtual oferecido pela empresa.
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ENVOLVIMENTO FAMILIAR
FEITO À MÃO
NA TEORIA
NA TEORIA
Cansados das propostas massificadas de grandes corporações, muitos consumidores — especialmente os millenials — estão preferindo produtos artesanais, autorais e únicos. A tendência é particularmente forte nos setores de moda e design.
Tecnologias e serviços que engajem famílias na vida escolar de crianças e adolescentes começam a despontar como modelos de negócios promissores. As plataformas de acompanhamento dos alunos estão entre as soluções mais exploradas pelas startups brasileiras.
NA PRÁTICA
A Louloux é uma empresa gaúcha especializada em coleções de sapatos artesanais, feitos com materiais reutilizados. As tiragens limitadas conferem exclusividade aos produtos. O faturamento mensal é de aproximadamente R$ 180 mil.
22 EDUCAÇÃO SMARTPHONE NA MOCHILA NA TEORIA
O uso dos smartphones na sala de aula ganhou força com a adoção de leis estaduais que regulamentam o uso dos aparelhos nas escolas. “Os dispositivos podem ser ótimas ferramentas de apoio”, diz Helena Velloso, coordenadora de parceiras e novos negócios da Fundação Lemann. NA PRÁTICA
Voltada para professores do ensino fundamental e também de universidades, a Eduapps transforma materiais didáticos tradicionais em conteúdos interativos para smartphones. Em 2015, a startup paranaense conquistou o terceiro lugar da competição Reimagine Education, organizada pela Wharton School.
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NA PRÁTICA
A startup paulista Educacross usa games para avaliar o desempenho de estudantes do ensino fundamental. Os pontos fracos e fortes são compartilhados com pais e professores, que podem usar as informações para melhorar o aprendizado.
24 DA FACULDADE EM DIANTE NA TEORIA
Cursos para vestibulares, concursos públicos e formação técnica são boas apostas para empreendedores iniciantes em 2017 — seja em aulas presenciais, seja em módulos de educação a distância. “Diferentemente das soluções para o público infantil, aqui quem decide pagar pelo serviço é o próprio usuário”, afirma Helena Velloso, da Fundação Lemann. NA PRÁTICA
A Eadbox é uma plataforma com ferramentas de criação e monetização de aulas virtuais. Em quatro anos de operação, a startup curitibana já abrigou mais de 23 mil cursos a distância.
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25 GESTÃO E FINANÇAS
brasileiras Betalabs, Nibo e ContaAzul estão entre as startups mais conhecidas do segmento.
FINANÇASSIMPLIFICADAS NA TEORIA
2016 foi o ano das fintechs. A conscientização financeira da população e a popularização dos aplicativos de controle de despesas estão entre os motivos que levaram à ascensão do segmento. “Startups financeiras oferecem soluções simples para problemas complexos. Essas soluções vão de encontro à tendência de usar tecnologia como ferramenta de facilitação do dia a dia”, afirma Alexandre de Saint-Léon, CEO da consultoria Ipsos Brasil. NA PRÁTICA
A partir do mapeamento de dados bancários, o GuiaBolso traça relatórios de gastos e planos de gestão de despesas para os usuários. Lançado em 2014, o aplicativo de finanças pessoais já foi baixado mais de 3 milhões de vezes.
26 TRANSPARÊNCIACORPORATIVA NA TEORIA
Os escândalos de corrupção que continuam a atordoar o país fizeram com que muitas corporações adotassem novas políticas de prestações de contas. Para manter obrigações fiscais e burocráticas em dia, essas empresas começaram a buscar novas tecnologias. “A transparência passou a ser um fator crucial para engajar consumidores e colaboradores em estratégias corporativas”, diz Saint-Léon. NA PRÁTICA
Cada vez mais populares entre empreendedores, os sistemas de gestão integrada reúnem ferramentas que facilitam tarefas como gestão e fluxo de caixa, relacionamento com fornecedores e pagamentos de tributos. As 78
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29 LUXOACESSÍVEL
27 SEGURANÇADIGITAL NA TEORIA
Segundo o Gartner Group, consultoria americana de TI, os investimentos em segurança da informação somaram aproximadamente US$ 81 bilhões em 2016. Entre os segmentos em ascensão, estão os serviços de proteção de dados hospedados na nuvem. NA PRÁTICA
Localizado no Cantão de Zug, na Suíça, o Cripto Valley vem se destacando como um dos principais centros mundiais de segurança da informação. Atualmente, a região abriga cerca de 15 startups especializadas em áreas como criptografia de dados e registros de transações financeiras.
NA TEORIA
A consolidação do mercado de smartphones fez com que os brasileiros ficassem mais exigentes em relação aos aparelhos. O cenário é propício para negócios que ofereçam soluções de custo-benefício para o segmento premium (smartphones acima de R$ 2 mil). “Muitos consumidores já estão na compra de seu terceiro smartphone. Esse perfil de usuário acumulou conhecimento técnico e ficou mais criterioso”, afirma Silva da IDC Brasil. NA PRÁTICA
No ano passado, o Rei do iPhone, quiosque paulistano de manutenção de celulares, ganhou fama na web ao receber centenas de depoimentos sobre a honestidade dos atendentes e o custo dos serviços. Apoiada em uma base de 90 mil seguidores no Facebook, a empresa atende uma média de 150 clientes por dia.
28 MOBILE APAIXONADOSPORFOTOGRAFIA NA TEORIA
Acessórios e aplicativos que facilitam a captação e a edição de imagens continuam em alta entre donos de smartphones. “Existe uma forte procura por aparelhos com câmeras de alta resolução. Mais de 40% dos telefones vendidos no país têm capacidade de produzir fotos com mais de 13 megapixels”, diz Diego Silva, analista da consultoria IDC Brasil. NA PRÁTICA
Eleito como melhor aplicativo de 2015 pelo Facebook, o MomentCam transforma retratos digitais em desenhos e caricaturas. O app chinês já foi baixado por mais de 300 milhões de pessoas. JANEIRO, 2017
30 INTERNET DAS COISAS NA TEORIA
Segundo o último relatório da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, existem cerca de 20 milhões de objetos conectados no Brasil — a expectativa é que cheguem a 200 milhões até 2025. Soluções de automação residencial e automotivas estão entre os setores em ascensão.
NA PRÁTICA
O Juno é um espelho inteligente que usa sensores de luz para definir a intensidade de iluminação para diferentes estilos de maquiagem. O sistema também permite o envio de selfies automáticas para redes sociais. Em fase de captação de recursos no Kickstarter, o aparelho deve chegar ao mercado americano no início do segundo semestre.
está relacionada ao desejo de se vestir bem sem gastar muito tempo na frente do espelho. NA PRÁTICA
Voltado para o público masculino, o Suitsy reúne paletó, camiseta e calças em apenas uma peça — a aparência de um modelo tradicional é obtida por meio de mangas falsas e zíperes internos. O preço final é de US$ 378. Por trás do projeto, está a Betabrands, plataforma californiana de moda colaborativa.
31 MOBILIDADE URBANA NA TEORIA
Aplicativos que facilitam o deslocamento — de carro, de transporte público, a pé ou de bicicleta — surgiram em todas as grandes cidades. “A concentração da população em centros urbanos posicionou as soluções de mobilidade entre as principais demandas dos usuários de smartphones”, diz Fabio Mariano, da ESPM. NA PRÁTICA
Em uma dinâmica similar a do Waze, o Woole traz rotas personalizadas e mapas para ciclistas. Em fase de pré-lançamento, o app já captou R$ 40 mil na Benfeitoria, site de crowdfunding para projetos de impacto social.
tas da marca. No ano passado, a empresa californiana faturou US$ 600 milhões.
33 CONSUMO CONSCIENTE NA TEORIA
O reaproveitamento de tecidos e a reparação de peças antigas estão em alta entre fabricantes de roupas e amantes de moda. “Existe nesse segmento uma busca por fazer mais com menos e por aproveitar recursos de maneira mais eficiente”, afirma Luciana, do Trendwatching.
34 BELEZA NATURAL NA TEORIA
Cosméticos produzidos com ingredientes naturais e processos artesanais vêm ganhando adeptos em diversas partes do mundo. Também conhecida como Farm to Face (da fazenda ao rosto), a tendência foi um dos destaques do último relatório do setor de beleza divulgado pela Mintel. NA PRÁTICA
Para preservar o frescor e as propriedades estéticas de vitaminas e sais minerais, os cosméticos da Body Deli são produzidos em tiragens limitadas e armazenados em geladeiras. Os produtos da marca americana são atualmente encontrados em centenas de spas americanos e na sede da empresa, em Palm Desert, na Califórnia.
NA PRÁTICA
Para incentivar o consumo consciente entre seus clientes, a Patagonia faz campanhas anti-Black Friday e oferece serviços de conserto gratuitos para jaque-
35 CORPO E MENTE NA TEORIA
Os benefícios estéticos de uma noite bem dormida ou de uma sessão de massagem passaram a ser mais valorizados por clientes de salões de beleza. A tendência abre espaços para serviços que combinem tratamentos estéticos com técnicas de relaxamento.
32 MODA E BELEZA PRONTOS PARA VESTIR NA TEORIA
Conveniência e praticidade são algumas das características mais procuradas por consumidores de moda online. Linhas de peça única, como macacões de festa e lycras de ginástica, são alguns dos exemplos dessa tendência. De acordo com o relatório Fashion Trends, do Google, a demanda
NA PRÁTICA
A clínica inglesa Face Gym oferece massagens faciais que estimulam a musculatura e tonificam a pele das clientes. As sessões são feitas com óleos e cremes naturais e custam 35 libras por 30 minutos. JANEIRO, 2017
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36 NEGÓCIOS SOCIAIS PRIMEIRO EMPREGO NA TEORIA
O aumento de jovens com diploma universitário intensificou a procura por empregos de entrada em setores qualificados. Para aliviar esse gargalo, startups do mundo inteiro apostam em soluções que potencializam o conhecimento acadêmico por meio de programas de capacitação para o mercado profissional. NA PRÁTICA
O Bloc é uma plataforma de cursos de programação que combina aulas de formação técnica com módulos de gestão e de planejamento de carreira. Os programas duram 12 semanas e incluem o desenvolvimento de projetos comerciais. Em quatro anos de operação, a startup americana recebeu mais de US$ 8 milhões de fundos de capital de risco.
37
presa paulistana conta com cinco unidades em operação.
38 QUALIDADE DE VIDA NA TEORIA
O Brasil é atualmente o segundo maior mercado de academias de ginástica do mundo — são mais de 32 mil unidades espalhadas pelo país. O tamanho do setor mostra a preocupação dos brasileiros com estética e qualidade de vida, revelando um mercado potencial para os negócios que ajudem a democratizar o segmento. “Atividades fitness deixaram de ser um nicho de luxo e passaram a ser procuradas por pessoas de diferentes faixas de renda”, diz Renan Costa Rego, gerente de aceleração da Artemisia. NA PRÁTICA
Em parceria com prefeituras e instituições privadas, a MUDE desenvolve estações de ginástica públicas em vias movimentadas de grandes cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, onde
SAÚDE ACESSÍVEL NA TEORIA
A desaceleração da economia e o aumento do desemprego fizeram com que muitos brasileiros voltassem a buscar serviços de saúde na rede pública. O resultado é uma forte demanda por soluções que aumentem a eficiência do SUS ou que ofereçam alternativas de atendimento privado para a população de baixa renda. NA PRÁTICA
Seguindo o conceito de faster, better, cheaper (mais rápido, melhor e mais barato, em inglês), a rede de clínicas Dr. Agora oferece consultas médicas de baixa complexidade a preços acessíveis (R$ 80 em média). Fundada em 2015, a em80
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está sediada, a empresa já instalou mais de 80 unidades de mobiliário esportivo.
39 PRIMEIRA INFÂNCIA NA TEORIA
Segundo um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, existem 2,7 milhões de crianças à espera de vagas em creches brasileiras. A alta demanda e a baixa oferta do setor público impulsionam um mercado informal de cuidados para a primeira infância — e abre espaço para empreendedores que ofereçam soluções acessíveis a famílias de baixa renda. NA PRÁTICA
A Kidogo oferece serviços de cuidado e educação para crianças de até 5 anos de comunidades carentes. O modelo é baseado na venda de microfranquias para as próprias mães dos alunos. Atualmente, a empresa possui centros de formação nas cidades de Nairobi e Kangemi, no Quênia.
40 PET HUMANIZAÇÃO DOS BICHOS
hospedagem e de passeio. Lançada em 2011, a startup reúne uma base de 65 mil profissionais espalhados por cerca de 10 mil cidades dos Estados Unidos.
NA TEORIA
O aumento da população de cães e gatos domésticos resultou na criação de produtos e serviços ligados à inclusão dos animais na rotina das famílias. É o caso dos petiscos premium e das linhas de roupas que imitam os estilos dos donos dos bichos. “Muitos desses produtos ainda são relacionados ao mercado de luxo. Existe uma forte demanda por alternativas voltadas para a classe média”, afirma José Edson Galvão França, presidente da Abinpet (Associação Brasileira de Produtos para Animais de Estimação). NA PRÁTICA
A Dog Likers é uma startup paulistana especializada em tecnologias que promovem a aproximação entre cães e donos. Fundada em 2014, a empresa reúne um serviço de assinatura de brinquedos e um app de adoção de cachorros. O faturamento mensal está na casa dos R$ 40 mil.
42 PETS MONITORADOS NA TEORIA
Tecnologias de monitoramento são outro segmento que começa a se consolidar no mercado de animais de estimação. Coleiras inteligentes e pulseiras para atividades físicas são alguns dos exemplos de wearables já disponíveis no mercado brasileiro. NA PRÁTICA
Fixado à coleira de cães e gatos, o Easepet mapeia dados relacionados à localização e às atividades realizadas pelos animais. As informações podem ser acessadas pelos donos em computadores, tablets e smartphones. No ano passado, a empresa paulistana recebeu um investimento-anjo de R$ 1 milhão para escalar a sua operação.
41 ANIMAIS DE APARTAMENTO NA TEORIA
Entre os seus múltiplos desdobramentos, os movimentos de migração urbana deram origem a uma nova legião de pets de apartamento. Pressionados por uma rotina atribulada e com pouco espaço para atividades de lazer, os donos desses animais estão em busca de novas soluções de cuidado e entretenimento. NA PRÁTICA
A partir de uma dinâmica inspirada no Airbnb, a Rover conecta donos de cachorros a serviços de
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43 SAÚDE E BEM-ESTAR CONSULTÓRIO EM CASA NA TEORIA
Os avanços no campo da telemedicina abriram novos caminhos para plataformas de consultas remotas. “A adoção de novas tecnologias passa por regulamentações complexas. É preciso estar bem capitalizado para lidar com o ciclo de pesquisas e homologações”, afirma Fernando Cembranelli, sócio da Berrini Ventures, aceleradora especializada no mercado de saúde. NA PRÁTICA
Com a ajuda das câmeras de tablets e smartphones, o Teladoc permite a realização de consultas virtuais para problemas de baixa complexidade, como alergias, inflamações de ouvido e resfriados. Caso seja necessária, a prescrição de medicamentos pode ser feita na própria plataforma. Nos Estados Unidos, onde está disponível, o serviço recebe mais de 100 mil visitas mensais.
44 TERCEIRA IDADE NA TEORIA
Atualmente, a expectativa de vida do brasileiro é de 74,9 anos — um aumento de 12,4 anos em relação à realidade de 1980. O crescimento do contingente de idosos do país resultou em novas demandas de serviços para o público da terceira idade — que está mais exigente e disposto a pagar por soluções que melhorem a sua qualidade de vida. NA PRÁTICA
Lançada em 2013, a Hometeam é uma plataforma que conecta idosos e cuidadores. O sistema inclui 82
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um painel de acompanhamento a distância, no qual profissionais e pacientes podem compartilhar rotinas de tratamento com familiares e amigos. Em três anos de operação, a startup americana já levantou US$ 11 milhões em rodadas de investimento.
45 HOSPITAIS CONECTADOS NA TEORIA
Tecnologias de análise de dados devem se tornar cada vez mais frequentes na gestão de hospitais. “A adoção de prontuários eletrônicos e sistemas de triagem fez com que as instituições ficassem mais informatizadas. Existe uma forte demanda por soluções que convertam esse volume de informações em inteligência de negócios”, afirma Cembranelli. NA PRÁTICA
A Anestech é uma startup catarinense especializada no desenvolvimento de aplicativos para anestesistas. A partir de dados coletados de prontuários eletrônicos e manuais de medicina, os apps fazem projeções automáticas de doses necessárias para sedar pacientes. Quatro anos após a sua fundação, a empresa contabiliza uma base de 32 mil usuários.
46 TECNOLOGIAS NEUROBIOLÓGICAS NA TEORIA
Soluções de biotecnologia para o tratamento de enfermidades mentais são outro nicho de saúde que merece a atenção dos empreendedores. O destaque vai para startups que apresentem aborJANEIRO, 2017
dagens inovadoras para transtornos neurológicos, como autismo, Parkinson e Alzheimer. NA PRÁTICA
Lançada no início do ano passado, a Tismoo usa tecnologias de sequenciamento genético para casos de autismo. O método é baseado na reprodução de padrões cerebrais que levam à formação dos quadros clínicos específicos de cada paciente. Lançada em 2016, a startup paulistana faturou R$ 600 mil nos seis primeiros meses de operação comercial.
49 CIDADES NA PALMA DA MÃO NA TEORIA
Aplicativos de viagem se transformaram em ferramentas indispensáveis para turistas de todas as idades. A precisão das tecnologias de geolocalização e o valor das informações compartilhadas por outros viajantes ajudam a explicar o engajamento de turistas nesse tipo de plataforma. NA PRÁTICA
47 TURISMO E DIVERSÃO GLOBALIZAÇÃO RESSIGNIFICADA NA TEORIA
As reviravoltas no cenário geopolítico internacional — com destaque para o Brexit e as eleições americanas — levaram a uma reflexão coletiva sobre o significado de identidades nacionais. Entre suas diversas variáveis, o processo de reconstrução cultural passa por soluções que conectem experiências locais ao novo contexto de globalização. NA PRÁTICA
Para promover a integração entre viajantes de diversas culturas, a Momondo, marketplace dinamarquês de passagens aéreas, pediu que 67 voluntários falassem sobre as heranças culturais de seus países — e depois os confrontou com um teste de DNA que comprovava suas origens em diversas partes do mundo. Batizado de The DNA Journey, o vídeo da
experiência já foi visto por mais de 15 milhões de pessoas.
Lançado em setembro, o Google Trips reúne ferramentas de planejamento de viagem, guias de atrações e mapas de exploração interativos. O aplicativo é integrado a contas de Gmail e reúne roteiros de mais 200 cidades.
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BIG BROTHER ESPORTIVO
MINDFULNESS
NA TEORIA
NA TEORIA
O termo em inglês é referente ao estado de consciência plena em relação ao presente. Cada vez mais popular entre moradores de grandes centros urbanos, o conceito pode ser observado na busca por atividades físicas que contemplem o bem-estar físico, mental e espiritual dos participantes. NA PRÁTICA
No início do ano passado, a rede de academias americana Crunch Gym passou a oferecer sessões de meditação antigravidade. As aulas são realizadas em casulos de tecido, nos quais os alunos realizam exercícios abdominais intercalados por sessões de meditação. O preço da atividade varia entre US$ 75 e US$ 150. JANEIRO, 2017
Cerca de 30% dos brasileiros que praticam atividades físicas já usaram alguma tecnologia de monitoramento esportivo. “Fabricantes e varejistas esportivos podem usar essas percepções para entender quem são seus usuários no dia a dia”, afirma Eliana Lemos, diretora de mercados e inovação da consultoria alemã GfK. NA PRÁTICA
Um dos aplicativos esportivos mais populares do mundo, o Strava ajuda os usuários a acompanhar o seu desempenho em sessões de ciclismo e corrida. Para incentivar a prática de atividades físicas, os resultados podem ser compartilhados em redes sociais e comparados entre grupos de amigos. O app é usado por pessoas de mais de 200 países. pequenas empresas & grandes negócios
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MEUS NEGÓCIOS NO MUNDO
INDÚSTRIA
ONDE ESTÁ
Na sede da empresa, instalada em Canoas (RS), trabalham 310 funcionários. São três prédios, distribuídos em uma área de cerca de 6.000 m². Há ainda um escritório em São Paulo (SP)
PARA ONDE VAI
Para 60 países, incluindo África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, China, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Índia, México, Paquistão, Turquia e Uruguai
REFRIGERAÇÃO GLOBAL Edson Valente
ARGENTINA
CANADÁ
COLÔMBIA
EMIRADOS ÁRABES
ESTADOS UNIDOS
ÍNDIA
MÉXICO
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Produtos inovadores e certificações internacionais estão entre as estratégias da Full Gauge Controls, fabricante de controladores de refrigeração com sede em Canoas (RS), para conquistar um lugar de destaque no mercado externo
Quando os amigos Antonio Gobbi, 59 anos, e Flávio Perguer, 62, fundaram a Full Gauge Controls em 1985, em Canoas (RS), seu objetivo era fabricar controladores para sistemas de refrigeração e climatização mais eficientes do que os comercializados na época — e que pudessem ser vendidos a um preço competitivo. “Os termostatos que existiam no Brasil eram mecânicos, importados e com poucos recursos”, afirma Antonio Gobbi. Ao lado do sócio Perguer, que havia trabalhado com ele na Varig e na Petrobras, ele criou um controlador eletrônico, com precisão superior e faixa de temperatura mais ampla do que os existentes no mercado. “Dessa maneira, o aparelho poderia ser usado em diferentes tipos de operação, como refrigeração industrial, câmaras de laboratórios e hospitais, ar-condicionado e aquecimento solar.”
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Ricardo Jaeger
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Com esses diferenciais competitivos, a Full Gauge não teve dificuldades para se estabelecer no mercado interno. Mas, desde o início, os sócios decidiram que não dependeriam apenas dos clientes brasileiros para garantir a sustentabilidade do negócio. Por isso, no início dos anos 1990, começaram a participar de feiras internacionais do setor de refrigeração. As primeiras viagens para negociar com clientes estrangeiros foram para a Argentina, em 1992. “Acreditamos que seria mais fácil começar pela América Latina”, diz Gobbi. Além da Argentina, Colômbia e Uruguai logo entraram na lista de destinos internacionais da Full Gauge. Nos anos 2000, a decisão foi ampliar ainda mais os horizontes, com a prospecção de clientes europeus. “Foi uma época de muito aprendizado, tanto em relação ao produto quanto
à forma de trabalhar.” A principal lição foi que seria necessária uma atenção maior ao design e ao acabamento para competir com os fabricantes italianos, principais concorrentes da Full Gauge na Europa. Também foi preciso aumentar a diversidade dos modelos, ampliando as funcionalidades. “Atualmente trabalhamos com mais de 130 tipos diferentes, mas na época eram apenas 70”, afirma Gobbi. Depois da Europa, seguiram conquistando clientes em países como Estados Unidos, México, Dubai e China. Uma estratégia fundamental para consolidar a presença da empresa no exterior foi investir em certificações. Em 2005, a Full Gauge obteve o certificado internacional UL, que avalia a conformidade dos produtos com padrões canadenses e norte-americanos. Na mesma époILUSTRAÇÕES: BRUNO ALGARVE
MADE IN BRAZIL
Antonio Gobbi, da Full Gauge Controls: metade da receita vem do exterior
ca, a empresa se alinhou às normas europeias e conquistou o certificado ISO 9001. Mais recentemente, em 2011, conquistou o ISO 14001, relativo à redução de impacto no meio ambiente. “Embora o custo tenha sido elevado, as certificações foram fundamentais para nos colocar em um novo patamar no mercado global”, diz Gobbi. Em 2015, a Full Gauge estabeleceu uma base em Austin, no
Texas (Estados Unidos). A filial americana hoje se resume a um centro de distribuição, mas o objetivo é inaugurar uma fábrica no local. “Isso nos daria uma vantagem em relação aos concorrentes, que costumam produzir em território chinês”, diz Gobby. Na sequência, os sócios abriram filiais em Miami (Estados Unidos) e Zhongshan (China). Hoje, a empresa de Canoas exporta para 60 países: a lista
inclui África do Sul, Argentina, Canadá, Colômbia, Chile, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Índia, México, Paquistão, Turquia e Uruguai. As vendas para o exterior já equivalem a 50% de seu faturamento, que deve ser de R$ 63 milhões em 2016. A meta é que esse percentual se aproxime de 90% nos próximos anos. Em 2016, a empresa cresceu 8% no mercado externo, em relação ao ano anterior. JANEIRO, 2017
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NOVO APP
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IDEIAS, ESTRATÉGIAS E BOAS PRÁTICAS PARA SUA EMPRESA Edição: Marisa Adán Gil
GESTÃO Conheça as respostas para as dúvidas mais frequentes dos empreendedores que querem registrar marcas e patentes para proteger o negócio
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COMO EU FIZ Saiba como José Rubens Oliva Rodrigues transformou uma página de anúncios corporativos em uma rede de franquias de marketing digital.
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ILUSTRAÇÃO: RODRIGO FORTES
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PROPRIEDADE INTELECTUAL
10 PERGUNTAS E RESPOSTAS
SOBRE MARCAS E PATENTES Conheça as soluções para as dúvidas mais frequentes dos empreendedores que querem proteger suas criações — e saiba como se precaver da concorrência desleal Lara Silbiger
Rodrigo Fortes
Registrar marcas, patentes e desenhos industriais é um procedimento fundamental para o empreendedor. Nenhum negócio está a salvo da pirataria: o que não faltam no mercado são exemplos de contravenções que ferem a propriedade intelectual. Além disso, ter uma marca registrada ou um produto patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) pode fazer toda a diferença na hora de negociar com investidores e parceiros. Muitos empreendedores preferem concentrar seus recursos em vendas e fluxo de caixa, porque acreditam que o registro só interessa para grandes corporações. Mas essa visão pode limitar o crescimento do negócio. O sistema de proteção à propriedade industrial no Brasil garante ao empreendedor segurança para explorar, com exclusividade, suas marcas e invenções. “Registrá-las no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) é tão importante quanto ter o nome empresarial aprovado na Junta Comercial”, diz Ana Maria Pardini, especialista em marcas e patentes do Peixoto e Cury Advogados. Apesar de não ser obrigatório, é recomendável ter a marca registrada desde o início das operações, para coibir eventuais imitadores no futuro. “A ideia é correr e depositar a patente antes que outro se adiante”, diz Ana Maria. Mais do que respaldo jurídico, o que está em jogo é o patrimônio intangível da empresa. “É preciso atenção constante para manter esse ativo da empresa a salvo da concorrência oportunista”, diz Elaine do Prado, diretora da Solmark Assessoria em Propriedade Intelectual. Confira a seguir um guia completo para registrar a marca e a patente do seu negócio. 88
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1 Preciso registrar a marca, mesmo que já tenha um nome aprovado na Junta Comercial?
Sim, porque são coisas diferentes. Para constituir uma empresa, é obrigatório registrá-la na Junta Comercial (órgão do governo responsável por fazer o cadastro público do negócio). A partir daí, naquele estado, ninguém mais poderá abrir uma empresa com a mesma razão social. Mas o procedimento não assegura a propriedade sobre a marca. Um concorrente pode lançar no mercado uma linha de produtos e batizála com o mesmo nome de uma marca ainda não registrada. “Quem não faz o registro no Inpi corre o risco de perder a marca escolhida para a concorrência”, afirma Cristiano Timbó, coordenador de marcas do instituto.
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Devo incluir logotipos, imagens e formatos nesse registro?
Depende do tipo de negócio. O registro só do nome, ou a chamada marca nominativa, é ideal para empresas que não se apoiam em desenhos e imagens para distinguilas no mercado. Já a ‘marca mista’ é recomendada para quem aposta na estilização do nome ou em um logotipo a ele associado. Há ainda as empresas que investem na renovação constante dos elementos visuais: para essas, a melhor opção é a ‘marca figurativa’. “Nesse caso, o nome da marca é desvinculado das imagens, que serão submetidas a um novo registro toda vez que passarem por mudanças”, diz Timbó, do Inpi. Existe ainda a opção de proteger a forma do produto, adotando o registro de ‘marca tridimensional’ — um caso exemplar é o do chocolate Toblerone.
Já existe outra empresa com o mesmo nome da marca que quero usar. Posso registrá-la mesmo assim? É possível registrar marcas idênticas, desde que pertençam a setores diferentes. “É razoável pensar que, aos olhos do consumidor, não haverá confusão entre uma marca de calçados e outra de sucrilhos, por exemplo”, diz Timbó, do Inpi. A exceção fica por conta das chamadas “marcas de alto renome”: nesse caso, os elementos não podem ser copiados em nenhum segmento, porque excedem os limites formais de seus mercados. É o caso de McDonald’s e Adidas, por exemplo. Nomes e expressões comuns, como “país do futebol”, por exemplo, geram marcas fracas e não garantem exclusividade. “Nesses casos, o Inpi só registra o nome se ele estiver associado a um logotipo”, afirma a advogada Ana Maria. “Ainda assim, o empreendedor corre o risco de ter que conviver com marcas muito semelhantes”, diz Jacques Labrunie, professor do Instituto de Direito Público de São Paulo. Marcas descritivas, com alusão direta ao produto, serviço ou localidade, também não são aceitas pelo Inpi — por exemplo, “Massagem Oriental” ou “Pratos Congelados”. JANEIRO, 2017
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INOVAÇÃO REGISTRADA
Empresa aguarda análise de patente de gel que cicatriza feridas de diabéticos
O contrato de sigilo industrial substitui o depósito de patente?
Há três anos, a ANS Pharma detém a licença de fabricação e comercialização de um gel criado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para cicatrização de feridas em diabéticos. A patente foi depositada no Inpi em 2007 pelo professor que liderou a pesquisa — da qual os sócios Aleksandra Alves, 36 anos, e Nilton Aquino, 40, também participaram. Enquanto aguardam a análise do pedido, os empreendedores aprimoram o produto. “Desenvolvemos tecnologias para garantir a estabilidade da fórmula e acrescentamos outras ações, como a propriedade de regenerar tecidos”, afirma Aleksandra. Até agora, foram investidos R$ 2,5 milhões – R$ 1 milhão de recursos próprios e R$ 1,5 milhão de órgãos de fomento. A expectativa é que o gel chegue ao mercado no final de 2018. “Antes do lançamento, vamos depositar uma nova patente para proteger as inovações incorporadas ao produto”, diz Aquino. A estratégia permitirá ampliar o prazo de exploração exclusiva sobre o gel, tendo em conta a data do último depósito.
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Não, são dois procedimentos distintos. O sigilo industrial é uma cláusula em contrato que pode ser feita entre empresas ou entre seus funcionários para guardar o segredo de uma fórmula ou de um processo industrial pelo tempo que desejarem. Um exemplo clássico é a fórmula da Coca-Cola. Já a patente é indicada para quem busca uma segurança externa e mais generalizada sobre sua invenção no mercado. “Apesar de o depósito exigir que se revelem os detalhes da criação, o autor tem assegurado até 20 anos para explorá-lo com exclusividade”, diz Alexandre Ciancio, assessor da Diretoria de Patentes do Inpi. Se houver a quebra do sigilo industrial ou da patente, é possível solicitar uma liminar judicial para impedir que a parte que violou o acordo — ou que se beneficiou diretamente da violação— explore a invenção.
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A Lei da Propriedade Industrial não permite patentear ideias abstratas e atividades intelectuais. Também não é possível proteger descobertas científicas, métodos ou invenções que não possam ser industrializadas. Algumas dessas criações (textos, por exemplo) são protegidas por outra lei, a de Direito Autoral. Entre as opções que podem ser patenteadas, entram as invenções (processos, produtos ou melhorias em objetos de uso prático) que apresentem uma novidade e tenham aplicação industrial. Por isso, antes de iniciar o processo no Inpi, é importante pesquisar se não há nada igual ou semelhante já patenteado no Brasil e no exterior. O instituto oferece um serviço de “opinião preliminar” cobrado à parte (R$ 356, se for online; R$ 534, no papel), para averiguar suas chances de obtenção da patente. O órgão não exige um protótipo do invento, mas é necessário explicá-lo minuciosamente na documentação.
PASSO A PASSO Conheça as quatro etapas básicas para fazer seu registro
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Pesquise
Pague
Solicite
Acompanhe
Identifique o tipo de proteção que precisa. Pesquise no portal do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (www.inpi.gov.br) se a proteção já não foi concedida, antes, a terceiros.
Verifique a taxa exigida para dar entrada no seu pedido de proteção. Cada registro possui valores próprios: as guias para pagamento são emitidas no próprio portal do Instituto.
Faça o pedido online, por carta ou pessoalmente no Inpi. Para tanto, reúna os documentos exigidos e preencha o formulário obrigatório.Duranteoprocesso,podemserpedidos outros documentos.
Inclua seu processo na opção “Meus Pedidos”, no sistema de busca do portal, para receber notificações. Também é importante acompanhar as publicações da Revista da Propriedade Industrial.
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Posso patentear apenas uma ideia, ou é preciso apresentar um protótipo?
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A SALVO DOS PIRATAS Rede de franquias se protege de imitadores que copiam seu nome e embalagem
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Preciso de ajuda especializada para registrar uma marca ou patentear uma invenção? Não é fundamental, mas pode ser útil. A rigor, o auxílio pode ser dispensado. O Inpi não exige advogados, agentes de propriedade intelectual ou engenheiros para atestar o que quer que seja. O próprio empreendedor pode redigir o pedido, dar entrada e acompanhar sozinho os processos. “Mas é bom lembrar que tudo isso demanda tempo e esforço”, afirma Labrunie, do Instituto de Direito Público de São Paulo. Há várias empresas no mercado que se propõem a encaminhar todas as etapas do processo, e isso pode trazer algumas vantagens. “A redação técnica, quando é escrita com base nas exigências legais da Lei da Propriedade Industrial, aumenta as chances de obter o registro ou a patente”, diz Labrunie. Também há casos em que é necessária a ajuda de um engenheiro especializado em patentes para realizar a descrição do produto.
Se copiarem minha marca ou invenção durante o processo de registro, como devo agir? Em primeiro lugar, notifique o concorrente de forma extrajudicial. É recomendável buscar um acordo para suspender o uso indevido da propriedade industrial. Se não houver acordo, o empreendedor terá de aguardar pela concessão da patente ou da marca para levar o caso à Justiça. “O que vale é o princípio da anterioridade, ou seja, a data de quem fez o depósito ou o pedido de registro em primeiro lugar”, diz Ana Maria, do Peixoto e Cury Advogados. É verdade que o tempo de espera pode ser longo — no caso das marcas, até dois anos; para as patentes, até 13 anos. Mas vale lembrar que as reparações pela quebra de patente são retroativas. “A prerrogativa é do inventor, desde o dia em que ele deposita seu pedido no Inpi”, diz Ciancio, da Diretoria de Patentes do instituto. Além disso, é possível obter liminar para suspender o uso não autorizado da tecnologia. Outra alternativa é pedir prioridade no exame do pedido, para acelerar os trâmites da patente. O prazo cai para um ano e meio, em média.
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Mesmo tendo os registros de marca e do desenho industrial de seus produtos, a China in Box convive com o fantasma da pirataria. “Todos os meses, me deparo com pelo menos 20 novos negócios que usam o nome ‘in box’ e o formato da nossa embalagem”, diz Robinson Shiba, 49 anos, fundador da rede e presidente do Grupo TrendFoods. “Se fosse processar todos eles, eu quebraria”, afirma o empreendedor. Shiba adotou critérios financeiros e jurídicos para escolher suas batalhas pela propriedade industrial da franquia, que faturou R$ 294 milhões em 2016. Por mês, ele elege uma única empresa para processar — geralmente o negócio com maior capacidade de expansão. De acordo com Elaine Ribeiro do Prado, 46, diretora da Solmark Assessoria em Propriedade Intelectual, que atende ao Grupo TrendFoods, apenas os registros no Inpi não são suficientes para proteger a marca. “É preciso mantê-la a salvo de quem quer pegar carona no nosso sucesso”, diz ela.
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BRIGA COM GIGANTE
Dona de negócio de móveis projetados vence batalha contra empresa de relógios
No terceiro ano de operação da Ômega Armários, fundada em 1992, o empreendedor Milton Fernandes, já falecido, deu entrada no registro da marca no Inpi. “Na ocasião, o registro do nome foi contestado pela Omega, parte do The Swatch Group”, diz Érika Fernandes, 30 anos, filha do fundador e atual presidente do negócio de móveis projetados. O registro foi concedido em 1997, mas o risco de perder a marca se estendeu por duas décadas. A multinacional alegava alto renome, o que garantiria a exclusividade do nome em todos os segmentos do mercado. O Inpi, no entanto, entendia que a letra grega ômega seria de uso público. É o que o órgão chama de “marca fraca”, um dos requisitos que invalida o registro de alto renome. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, em 2015, manteve a decisão do Inpi e concluiu que as duas marcas podem conviver harmonicamente, pois não concorrem entre si.
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O risco existe. Por isso, é fundamental seguir os procedimentos corretos. O registro da marca deve ser renovado a cada dez anos. “Este registro só se perde se a marca ficar sem uso por mais de cinco anos”, afirma Timbó, do Inpi. Sempre que a marca sofrer atualizações (mudanças no nome, desenhos e imagens, ou forma tridimensional), é necessário iniciar um novo pedido de registro. Já a patente tem validade limitada e predeterminada: são 20 anos para invenções e 15 anos para modelos de utilidade (ou seja, melhorias em produtos já existentes ou num processo de fabricação), contados a partir da data do depósito. Após o período de exclusividade do autor, a tecnologia cai em domínio público e pode ser usada livremente por qualquer pessoa ou empresa.
TODOS OS TIPOS DE PROTEÇÃO Conheça as diferentes categorias para registrar a identidade do negócio
MARCA
PATENTE
DESENHO INDUSTRIAL
Serve para ter exclusividade sobre o nome de um ser viço ou produto, a imagem ou o desenho que o represente, ou ainda a forma tridimensional que o diferencie no mercado. Quanto dura: dez anos, prorrogáveis por períodos sucessivos de dez anos.
Protege a invenção de uma tecnologia com aplicação industrial. Quantodura: 20 anos para Invenção (tecnologia de produtos, serviços ou processos) e 15 anos para Modelo de Utilidade (mudanças na forma de um objeto para melhorar o uso ou a fabricação).
Para resguardar o formato e o padrão de linhas e cores em si de um produto, como calçados ou brinquedos. Mas atenção: as cores não são protegidas. Quanto dura: dez anos (a partir do depósito), prorrogáveis por mais três períodos sucessivos de cinco anos.
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Uma vez registrada a marca ou concedida a patente, não corro mais o risco de perdê-la?
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9 Com marca e patente em mãos, estou protegido em outros países?
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CUIDADO COM AS ARMADILHAS
Quais são os preços e os prazos em cada etapa do processo?
A marca e a patente concedidas pelo Inpi são válidas apenas em território nacional. Cada país mantém leis específicas (que podem mudar a qualquer momento), o que demanda registros individuais. “Garantir a mesma exclusividade e proteção nos demais países onde se pretende atuar é uma decisão estratégica do negócio, a ser tomada ainda na etapa de planejamento”, diz Ciancio, do Inpi. Nesses casos, é obrigatório nomear procuradores internacionais para representar o empreendedor em cada um dos países em que deseja atuar. O Brasil é signatário de tratados internacionais que facilitam os procedimentos em diversas nacionalidades. Antes de entrar com os pedidos de patente, porém, é importante avaliar com atenção o custo-benefício. “É preciso levar em conta os gastos com assessoria no país estrangeiro, taxas, câmbio, traduções juramentadas e legalizações”, diz Labrunie, do Instituto de Direito Público de São Paulo.
Para as patentes, os prazos vão de sete a 13 anos, conforme a área. O prazo mais curto é para química fina, e os mais longos costumam ser para telecomunicações e eletrônicos. Pequenas e micro empresas podem solicitar prioridade no exame de pedido de patente — nesses casos, o prazo pode cair para um ano e meio. Pequenas, micros e MEIs (micro empreendores individuais) também podem ter descontos nos preços.
As taxas básicas são: • Depósito de Pedido de Patente de Invenção (PI) e Modelo de Utilidade (MU): R$ 175 (online) e R$ 260 (papel) • Pedido de Exame: R$ 590 (invenção) e R$ 380 (modelo de utilidade) • Anuidade do pedido de patente (a partir do segundo aniversário do depósito): R$ 295 (invenção) e R$ 200 (modelo de utilidade) • Expedição de Carta-Patente: R$ 235 No caso das marcas, o prazo médio é de dois anos. Essas são as taxas básicas*: • Pedido de registro de marca: R$ 355 (online) e R$ 530 (papel) • Concessão do registro para os primeiros dez anos e expedição de certificado: R$ 745 * Os preços finais podem aumentar, caso haja exigências adicionais ao longo do processo
PROGRAMA DE COMPUTADOR
INDICAÇÃO GEOGRÁFICA
CONTRATOS
Para comprovar a autoria, é possível registrar o código-fonte ou código-objeto do programa. Apesar de não ser obrigatório por lei, é um pré-requisito das licitações governamentais.Quantodura:50anos (a partir de 1º de janeiro do ano posterioràpublicaçãodoregistro).
Diferencia um produto ou serviço em função de uma origem geográfica. Pode ser Indicação de Procedência (associado ao nome do lugar) ou Denominação de Origem (associado aos fatores naturais daquela localidade). Quanto dura: não tem prazo de validade.
Paraprotegerativosenegociações queenvolvampropriedadeintelectual e transferência de tecnologia. Alguns contratos que podem ser registrados: cessão de patente, de desenho industrial e de marca; fornecimento de tecnologia. Quanto dura: prazo não previsto em lei.
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Nos últimos anos, o Inpi tem recebido denúncias sobre empresas que agem em seu nome fazendo cobranças indevidas e abordagens intimidadoras. Em geral, os golpistas se apresentam por telefone como representantes do órgão. Alegam, por exemplo, que existe outra empresa interessada em registrar a marca do empreendedor. Usam esse argumento para convencê-lo a contratar o serviço de intermediação de registro. Algumas empresas chegam a alterar arquivos digitais de publicações do Inpi para passar uma falsa credibilidade. Há ainda aquelas que cobram taxas para “agilizar o processo” ou “atualizar dados cadastrais”. Entidades e sites com nomes semelhantes ao oficial (como Associação Nacional de Propriedade Industrial e Intelectual, por exemplo) também confundem os empreendedores. O Inpi alerta os usuários que jamais envia boletos, nem faz ligações para os solicitantes. A cobrança é feita por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU). E todas as comunicações são realizadas pelo site oficial da entidade: www.inpi.gov.br/.
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COMO EU FIZ
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UM NOVO MODELO PARA O MARKETING DIGITAL Criada em 1997 por José Rubens Oliva Rodrigues , 43 anos, a Guia-se começou como um guia online de empresas B2B. Com o tempo, transformou-se em uma produtora de sites corporativos e, mais tarde, numa agência de marketing digital. Mas o segredo para ganhar escala foi adotar o modelo de franquias Bruno Vieira Feijó
Alexandre Battibugli
NOS PRIMÓRDIOS DA INTERNET “Em 1997, fui convidado por dois colegas para empreender num projeto relacionado à internet. Fazia apenas dois anos que a web havia ultrapassado as fronteiras acadêmicas no país e começava a ser mais conhecida pelos brasileiros. Eu não tinha noção alguma sobre como a internet funcionava nem sequer tinha e-mail, mas sabia que era uma evolução sem volta para pessoas e empresas. Na época, eu era representante comercial de uma indústria metalúrgica, trabalho que conciliei com o novo negócio até meados de 2006. Para entender mais sobre a empresa em que estava entrando, eu me matriculei em cursos de computação e de programação. Ainda em 1997, entrou no ar o Guia-se, uma espécie de “páginas amarelas” da internet. A ideia era que existisse uma versão local do guia com prestadores de serviços cadastrados em cada uma das cidades em que os sócios moravam: Indaiatuba, Americana e São Bernardo do Campo, todas no estado de São Paulo. Mas apenas a área de Indaiatuba, que estava comigo, foi para a frente. Usando minha experiência como vendedor, consegui cerca de cem anunciantes no primeiro ano. Os outros dois sócios, com perfil mais técnico, acabaram desistindo e continuei sozinho.” A PRIMEIRA VIRADA “Em 1999, com a sociedade desfeita, resolvi diversificar a atuação do Guia-se. Até então, a empresa só vendia anúncios, mas os 94
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clientes viviam me perguntando se eu poderia desenvolver sites. Em 1999, comecei a criar home pages com layouts diferenciados, uma inovação para a época. Cobrava um valor pelo desenvolvimento e uma mensalidade de manutenção. As “páginas amarelas” foram descontinuadas. Fizemos mais de 300 sites para pizzarias, lojas de móveis, pet shops e outros tipos de varejo. No entanto, com o passar do tempo, percebi que estava ficando difícil crescer com aquele modelo de negócios. Em meados de 2006, enfrentávamos dois problemas. Um era o perfil de clientes, de todos os tipos e tamanhos. Não dava mais para atender a expectativas e demandas tão distintas ao mesmo tempo. Outra questão era o alto índice de cancelamento de contratos. As empresas encomendavam o site, mas não queriam pagar pela manutenção. A gente precisava fazer um esforço descomunal para correr atrás de novos clientes e tapar o buraco daqueles que saíam. Para tentar elevar os níveis de rentabilidade e de qualidade, decidi ficar só com os maiores clientes. Foi um processo delicado, que levou meses. Em um ano, saímos de uma carteira fixa de 200 empresas para apenas cem.” DISCIPLINA E DEDICAÇÃO “O foco em uma quantidade restrita de clientes nos permitiu entender melhor as suas necessidades. Com a popularização da internet, eles passaram a demandar um pacote completo de soluções atreladas às
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SEM MEDO DE MUDAR José Rubens Oliva Rodrigues, da Guia-se: três grandes viradas no modelo de negócios até conseguir fazê-lo crescer de forma sustentável
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COMO EU FIZ
EXPANSÃO
conversões de vendas. Mais uma vez, senti que era preciso mudar o modelo de negócio, ou ficaria ultrapassado. Aos poucos, fomos migrando os contratos para um formato mais próximo ao de uma consultoria. Na prática, viramos uma agência de marketing digital. Adicionamos ao nosso catálogo serviços como SEO (otimização para aparecer bem em buscas), links patrocinados, e-mail e inboud marketing e gerenciamento de e-commerce. O tíquete médio mensal por cliente pulou de R$ 150 para R$ 1.500, um crescimento de dez vezes em pouco mais de três anos. Mas nem tudo são flores. Costumo dizer que a trajetória de expansão de uma pequena empresa é como uma corrida de obstáculos, com cercas de arame farpado, colinas e planícies lamacentas. Em 2008, com a crise internacional, o corte de verbas de marketing nas grandes empresas foi brutal. Com isso, o nosso faturamento despencou. No ano seguinte, decidi me matricular em um MBA de Gestão Estratégica de Negócios. Eu queria inspiração para sair daquele marasmo. Determinei uma meta para mim mesmo: se, em um ano, não conseguisse mudar radicalmente a empresa e fazê-la crescer de novo, desistiria de tudo. Aí, pelo menos, eu estaria com um MBA decente no currículo para buscar emprego. Durantes as aulas, tomei conhecimento sobre o modelo de franquias, que crescia no Brasil, apesar do cenário adverso da economia. Fiquei curioso para entender como aquilo era possível.” A FÓRMULA DA ESCALA “Coincidentemente, no mesmo período, alguns amigos me procuraram para tentar uma parceria. Eles já eram donos de uma rede de franquias e queriam lançar uma franqueadora de marketing online. Seus franqueados venderiam os serviços em todo o Brasil e a Guia-se faria a execução. A ideia não seguiu adiante porque os sócios tinham outras prioridades. Mas essa proposta interrompida me 96
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EQUIPE ENXUTA Ambiente da Guia-se: a sede da franqueadora em Indaiatuba (SP) tem apenas 15 funcionários
deu o insight que precisava para adaptar o meu negócio ao formato do franchising. Em janeiro de 2010, relancei a Guiase , agora como rede de franquias. O plano funcionou. Em um ano, tínhamos 30 unidades que vendiam nossos serviços. A matriz concentrava toda a produção. Mas, com a expansão, comecei a ter dificuldades em contratar bons programadores e webdesigners. Aí tive outra ideia: prospectar franqueados que já fossem desenvolvedores. Passei a vender dois tipos de franquias: unidades especializadas emcomercializaçãoe unidadesespecializadas em produção de soluções online. Dessa maneira, uma alimenta a outra. É um modelo em que todos ganham: é bom para quem vende os projetos, bom para os desenvolvedores e bom para nós, pois conseguimos dar escala a um serviço customizado sem estourar a folha de pagamentos. Em 2016, somamos 123 unidades em 20 estados do Brasil , com 3 mil clientes atendidos. Atualmente, a matriz em Indaiatuba tem apenas 15 funcionários. A expectativa é crescer 30% neste ano.”
JANEIRO, 2017
OS NÚMEROS DA GUIA-SE Faturamento da rede (em milhões de R$) 2013
5,2 6,5
2014
7,8
2015
8,1
2016
Número de unidades 2013 2014 2015 2016
67 78 97 123
F A Ç A O Q U E V O C Ê G O S TA
Nicole Wey com Marisa Adán Gil Erick Mem Editora Globo
TEMPERO TAILANDÊS Durante uma temporada na Austrália, Mill Dellatore, 30 anos, entrou em contato com a cultura tailandesa. De volta ao Brasil, escolheu a cidade de São José do Rio Preto, no interior paulista, para abrir o restaurante Khae Thai ao lado da amiga Malu Pontes, 39 anos. Hoje, faturam R$ 85 mil por mês e negociam a abertura de duas franquias
Quando fui morar na Austrália, aos 17 anos, passei a trabalhar em restaurantes para me manter. Acabei me apaixonando pelo negócio e fui cursar gastronomia na TafeUniversity, em Sydney. Por conta da proximidade com a Ásia, viajei muito para a Tailândia e me encantei com a cultura local. Em 2011, de volta ao Brasil, comecei a fazer pratos típicos tailandeses e vender para os amigos. Três anos depois, eu e a minha amiga Malu Pontes investimos R$ 450 mil para abrir um restaurante em São José do Rio Preto. Escolhemos essa cidade pois havia uma carência de alta gastronomia na região. A casa segue de perto os valores tailandeses: fazemos questão de agradecer aos clientes por virem ao restaurante, por passarem seu tempo conosco, por trazerem os amigos. É esse ambiente acolhedor, aliado aos sabores agridoces e apimentados, que faz o sucesso da casa. Em 2016, iniciamos a expansão, com duas unidades, uma em Maringá (PR) e outra no Rio de Janeiro. Em 2017, queremos expandir ainda mais, mas sem perder a essência do negócio.” 98
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